Gerenciamento de Resíduos

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Gerenciamento de resduos em farmcia com manipulao

Mnica Belo Nunes Verano Costa Dutra Rede de Tecnologia e Inovao do Rio de Janeiro REDETEC

julho 2011

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Ttulo Gerenciamento de resduos em farmcia com manipulao Assunto Coleta de resduos que contenham substncias ou formulaes prejudiciais sade humana ao meio ambiente Resumo Os riscos ambientais decorrentes do descarte inadequado de resduos em farmcias com manipulao podem gerar diversos danos ao meio ambiente e a sade pblica. O presente dossi tem por objetivo oferecer informaes sobre como classificar estes resduos, as etapas de gerenciamento dos resduos slidos de sade, a implementao do plano de gerenciamento de resduos, bem como as legislaes e normas vigentes. Palavras-chave Farmcia de manipulao; legislao ambiental; plano de gerenciamento de resduos slidos de sade; PGRSS Sumrio 1 INTRODUO ................................................................................................................... 2 2 OBJETIVO ......................................................................................................................... 4 3 ASPECTOS LEGAIS .......................................................................................................... 4 3.1 Responsabilidade civil decorrente de danos ao meio ambiente ............................ 5 4 CLASSIFICAO DOS RESDUOS .................................................................................. 5 4.1 Resduos slidos ....................................................................................................... 5 4.2 Resduos slidos de sade ....................................................................................... 6 5 GERENCIAMENTO DOS RESDUOS EM FARMCIA COM MANIPULAO ................. 7 5.1 Etapas de Gerenciamento dos Resduos Slidos de Sade....................................... 8 5.1.1 Caracterizao e classificao do resduo gerado .................................................... 8 5.1.2 Segregao............................................................................................................... 9 5.1.3 Acondicionamento do RSS ..................................................................................... 10 5.1.4 Identificao ............................................................................................................ 10 5.1.5 Coleta e transporte interno ...................................................................................... 12 5.1.6 Armazenamento temporrio .................................................................................... 12 5.1.7 Armazenamento externo ......................................................................................... 13Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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5.1.8 Coleta e transporte externo ..................................................................................... 14 5.1.9 Tratamento externo e disposio final ..................................................................... 15 5.1.10 Destinao ............................................................................................................ 16 6 PASSO A PASSO: IMPLEMENTAO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESDUOS .......................................................................................................................... 17 6.1 Planejamento............................................................................................................ 18 6.1.1 Identificao do problema ....................................................................................... 19 6.1.2 Definio da equipe de trabalho .............................................................................. 19 6.1.3 Mobilizao da organizao .................................................................................... 20 6.1.4 Diagnstico da situao do RSS ............................................................................. 20 6.1.5 Objetivos e metas ................................................................................................... 20 6.1.6 Elaborao do plano de PGRSS ............................................................................. 21 6.2 Implementao e operao ..................................................................................... 22 6.3 Verificao..................................................................................................................22 6.4 Anlise crtica pela alta administrao e ao corretiva ....................................... 22 7 LEGISLAO E NORMAS .............................................................................................. 23 8 CONCLUSES E RECOMENDAES ........................................................................... 25 9 REFERNCIAS ................................................................................................................ 25 Contedo 1 INTRODUO Diferente das drogarias que somente apresentam autorizao para dispensao e comrcio de medicamentos, insumos farmacuticos e correlatos em suas embalagens originais, a farmcia um estabelecimento que alm de dispensar produtos farmacuticos em suas embalagens originais, tambm pode manipular frmulas magistrais e farmacopeicas (BRASIL, 1973). Formla magistral aquela que segue a prescrio de um mdico que detalha a composio, a forma farmacutica e a posologia, resultando em um medicamento magistral, manipulado, preparado na farmcia por farmacutico habilitado ou sobre sua superviso (ANVISA, 2010). J frmula farmacopeica segue o modo de prepraro descrito na Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 2010).

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As farmcias com manipulao, tambm conhecidas como farmcias magistrais, so locais de grande atuao do profissional farmacutico, resgatando a prtica de preparar o medicamento de forma artesanal Miguel et al. (2002 apud MELO, 2009). Segundo Leito e Lima (2007):De acordo com o Conselho Federal de Farmcia (Deliberao n 3, de 23/02/94, Artigo 2), farmcia de manipulao o estabelecimento farmacutico cujo funcionamento objetiva a preparao ou manipulao de frmulas medicamentosas magistrais e oficinais, fitoterpicos e suplementos alimentares, alm do comrcio de drogas, medicamentos, insumos farmacuticos, produtos de higiene pessoal, cosmticos e correlatos. E, neste caso, os imunoterpicos, anti-retrovirais, citostticos, antimicrobianos, antibiticos e outras substncias qumicas com prazo de validade vencido, alteradas ou imprprias para o consumo, quando descartados tornam-se motivo de grande preocupao ambiental, social e de sade pblica, em funo dos riscos de contaminao inerentes a esses resduos (LEITO; LIMA, 2007).

De acordo com Melo (2009) grande parte das farmcias com manipulao so estabelecimentos de pequeno porte, e uma m administrao do planejamento, controle de produo, dos estoques de insumos e embalagens podem trazer prejuzos aos proprietrios, j que a farmcia responsvel pelo resduo que gera.

Figura 1 Planta baixa de uma farmcia de manipulao Fonte: (SANTOS; ZA, 2008)Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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Segundo a Lei N 9.605, de 12 fevereiro de 1998 seo III artigo 54:A gesto inadequada dos resduos slidos crime ambiental podendo colocar em risco e comprometer e os recursos naturais e qualidade de vida das atuais e futuras geraes, alm de desvalorizar o empreendimento ou torn-lo invivel (Adaptado de BRASIL, 1998).

Todo aquele que praticar um crime ambiental estar sujeito a responder, podendo sofrer penas nas reas administrativas, penal e civil (GUSMO, 2011). Os resduos gerados das diversas atividades humanas necessitam ser tratados e dispostos adequadamente, o que acarreta um grande desafio para a administrao pblica e privada, inclusive nos centros urbanos. Visto que, constituem risco em potencial sade humana e ao meio ambiente, uma vez que, quando classificados, manuseados, armazenados, transportados e/ou dispostos inadequadamente podem causar impactos ambientais significativos e/ou gerao de passivos ambientais (FIRJAN, 2006). Os resduos provenientes das farmcias com manipulao conforme a RDC n 306/2004 da ANVISA, so classificados como Resduos Slidos de Servios de Sade (RSS). De acordo com Leito (2007 apud MELO, 2009)os resduos gerados numa farmcia com manipulao so os qumicos, comuns e perfurocortantes.

Figura 2 Farmcia de manipulao Fonte: (FARMCIA DE MANIPULAO GALENICA, 2011)

2 OBJETIVO Este dossi visa oferecer informaes sobre o Gerenciamento de Resduos em farmcias com manipulao mediante os aspectos da legislao vigente, desde o momento de sua gerao at sua destinao final. Visando minimizar o impacto ambiental e aumentar a segurana do trabalhador, bem como garantir a qualidade sanitria dos produtos farmacuticos. 3 ASPECTOS LEGAIS A Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), instituda pela Lei N 12.305, de 02 de agosto de 2010 esta regulamentada e dispe sobre a gesto integrada e o gerenciamento

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dos resduos slidos, determinando as responsabilidades do poder pblico, dos geradores e aos instrumentos econmicos aplicados (BRASIL, 2010). Mais do que suprir lacuna legislativa sobre o assunto, essa poltica altera o modelo de gerenciamento existente, introduzindo conceitos como a diferenciao entre resduos e rejeitos, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logstica reversa, impondo novas obrigaes e formas de cooperao entre o poder pblico e o setor privado (PEDRO, 2011). At a criao da PNRS a gesto adequada de resduos, considerando o uso eficiente de recursos naturais, visando reduzir e prevenir a poluio, proteger e recuperar a qualidade do meio ambiente e da sade pblica, seguia os preceitos da Poltica Nacional de Meio Ambiente da Lei N 6.938, de 1981(Adaptado de FIRJAN, 2006). A Lei N 9.605 de 1998, Lei de Crimes Ambientais, disps a nvel federal, sobre a especificao e sanes aplicveis s condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, o que engloba o gerenciamento inadequado de resduos slidos. As multas previstas podem chegar a R$ 50 milhes e as penas de recluso de cinco anos (FIRJAN, 2006). 3.1 Responsabilidade civil decorrente de danos ao meio ambiente O pargrafo 3, do art. 225, da Constituio Federal de 1988 estabeleceu que (BRASIL, 1988):[...] As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitaro aos infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados (BRASIL, 1988).

Esta norma constitucional que se destacou no captulo referente ao meio ambiente, iniciou as responsabilidades nas esferas administrativas, civil e criminal das pessoas fsicas e jurdicas, pois determinadas condutas podem configurar um crime ou contraveno penal, evoluindo ainda no sentido de atribuir a mesma importncia tanto ao ressarcimento quanto reparao (GUSMO, 2011). Isso significa que a gesto inadequada de resduos pode levar seus responsveis ao pagamento de multas e a sanes penais (priso, por exemplo) e administrativas. Alm disso, o dano causado ao meio ambiente, como poluio de corpos hdricos, contaminao de lenol fretico e danos sade, devem ser reparados pelos responsveis pelos resduos (FIRJAN, 2006). A reparao do dano, na maioria dos casos, muito mais complicada tecnicamente e envolve muito mais recursos financeiros do que a preveno, isto , do que os investimentos tcnico-financeiros na gesto adequada de resduos (FIRJAN, 2006). 4 CLASSIFICAO DOS RESDUOS 4.1 Resduos slidos Os resduos slidos conforme a classificao da NBR 10.004 (ABNT, 2004), so:Resduos que no estado slido ou semi-slido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e de varrio. Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas de tratamento de gua, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem comoCopyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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determinados lquidos cujas particularidades tornem invivel seu lanamento na rede pblica de esgotos ou corpos d'gua, ou exijam para isso solues tcnica e economicamente inviveis, em face melhor tecnologia disponvel (ABNT, 2004).

A NBR 10.004 da ABNT (2004) tem como objetivo classificar os resduos slidos quanto aos seus riscos em potenciais ao meio ambiente e sade pblica, para que possam ser gerenciados adequadamente. O quadro I apresenta esta classificao:

Quadro I Classificao dos resduos Fonte: NBR 10.004 (2004)

4.2 Resduos slidos de sade Resduo Slido de Servio de Sade ou RSS, por definio, o resduo resultante de atividades exercidas por estabelecimento gerador que, por suas caractersticas, necessitam de processos diferenciados no manejo, exigindo ou no tratamento prvio para a disposio final (CUSSIOL, 2008). Conforme a RDC N 306, de 7 de dezembro de 2004 da ANVISA, as farmcias com manipulao esto enquadradas como geradores de RSS:[...] Todos os servios relacionados com o atendimento sade humana ou animal, inclusive os servios de assistncia domiciliar e de trabalhos de campo; laboratrios analticos para produtos de sade; necrotrios, funerrias e servios onde se realizem atividades de embalsamento; servios de medicina legal; drogarias e farmcias inclusive as de manipulao; estabelecimentos de ensino e pesquisa na rea de sade; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnstico in vitro; unidades mveis de atendimento sade, servios de acupuntura; servios de tatuagem, dentre outros similares (ANVISA, 2004).

Os RSS so classificados em cinco grupos, de acordo com a caracterstica principal do resduo e potencial de risco, conforme as resolues N 306/2004 da ANVISA e N 358/2005 do CONAMA. O quadro II apresenta a classificao dos RSS:

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Quadro II Classificao dos resduos slidos de sade Fonte: (ANVISA, 2004; CONAMA, 2005)

Numa farmcia com manipulao o controle de produo e administrao dos estoques deve ser bem planejado, a fim de diminuir os resduos gerados e evitar os desperdcios (MELO, 2009). O PGRSS uma ferramenta eficaz para minimizar a quantidade de resduos gerados e proporcionar o encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteo dos trabalhadores, a preservao da sade pblica, dos recursos naturais e do meio ambiente Leito (2007 apud MELO, 2009). Um PGRSS em farmcias com manipulao deve assegurar a gesto dos resduos adequadamente, desde a gerao at a disposio final, contemplando as seguintes etapas: Classificao; Manejo; Segregao; Acondicionamento; Identificao; Transporte; Armazenamento; Tratamento; Coleta; e Disposio final. 5 GERENCIAMENTO DOS RESDUOS EM FARMCIA COM MANIPULAO Segundo Cussiol (2008) um sistema de Gerenciamento dos Resduos de Servios de Sade engloba duas fases distintas que acontecem dentro e fora do estabelecimento: Fase intraestabelecimento de sade Relativa s etapas ocorridas desde o ponto de gerao at a colocao dos resduos para a coleta externa. Fase extraestabelecimentoCopyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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Relativa aos procedimentos que ocorrem com equipe da coleta ou em ambiente externos. 5.1 Etapas de Gerenciamento dos Resduos Slidos de Sade 5.1.1 Caracterizao e classificao do resduo gerado Consiste na verificao dos tipos de resduos e das quantidades em que eles so gerados em cada uma das fontes geradoras (ANVISA, 2006). A classificao dos resduos dever ser baseada na RDC N 306 (ANVISA, 2004). Devemse analisar todas as etapas do processo e entrevistar os responsveis por cada setor com objetivo de identificar os tipos de resduos gerados. A gerao de resduos deve ser mantida a nveis mnimos praticveis de volume, pois, alm de minimizar os riscos de exposio a agentes perigosos presentes em algumas fraes, h reduo dos custos para o gerenciamento (CUSSIOL, 2008). Segundo ANVISA (2006) em situaes excepcionais, mas no raras, pode-se ter um determinado resduo de origem desconhecida. Nestes casos, deve-se proceder da seguinte maneira: Avaliar as caractersticas do resduo, em relao sua periculosidade; Identificar os possveis riscos associados para a adoo de medidas de controle; O profissional que est realizando o levantamento deve ter capacidade tcnica para relacionar os possveis tipos de resduos em funo do tipo de atividade daquele setor; Quantificao: consiste em levantar a quantidade de cada tipo de resduo gerado por setor, por meio de volume ou pesagem. Estabelecendo um perodo de coleta dos dados, ou seja, turno/dia/semana/ms (ANVISA, 2006).

Figura 3 Ilustrao de minimizao de resduos Fonte: (CUSSIOL, 2008)

Resduos comumente encontrados em farmcias com manipulao:

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Quadro III Exemplos de resduos gerados em farmcia de manipulao Fonte: (AUTOR, 2011)

5.1.2 Segregao Operao que deve ser feita no prprio ponto de gerao e de acordo com as caractersticas do resduo. Deve-se sempre observar as exigncias de compatibilidade qumica dos resduos entre si para que acidentes sejam evitados (CUSSIOL, 2008). Durante o manuseio h o risco potencial de acidente, principalmente para os profissionais que atuam na coleta, no transporte, no tratamento e na disposio final dos resduos. O profissionais responsveis pela coleta e transporte dos RSS devem respeitar rigorosamente a utilizao dos EPIs e EPCs adequados. Objetivando-se a proteo das reas do corpo expostas ao contato com os resduos.

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Figura 4 Equipamentos de proteo individual Fonte: (CUSSIOL, 2008)

5.1.3 Acondicionamento do RSS Consiste no ato de embalar os resduos segregados, em sacos ou recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatvel com a gerao diria de cada tipo de resduo (ANVISA, 2006).

Figura 5 Recipientes para coleta de RSS Fonte: (CUSSIOL, 2008)

Um acondicionamento inadequado compromete a segurana do processo e o encarece. Recipientes inadequados ou improvisados (pouco resistentes, mal fechados ou muito pesados), construdos com materiais sem a devida proteo, aumentam o risco de acidentes de trabalho (ANVISA, 2006). Os resduos no devem ultrapassar 2/3 do volume dos recipientes (ANVISA, 2006). 5.1.4 Identificao Segundo ANVISA (2006):Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informaes ao correto manejo dos RSS. Os recipientes de coleta interna e externa, assim como os locais de armazenamento onde so colocados os RSS, devem ser identificados em local de fcil visualizao, de forma indelvel, utilizando smbolos, cores e frases, alm de outras exigncias relacionadas identificao de contedo e aos riscos especficos de cada grupo de resduos (ANVISA, 2006).Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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A figura 6 a seguir mostra a simbologia para os grupos de resduos:

Figura 6 Simbologia dos grupos de resduos Fonte: (ANVISA, 2006)Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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5.1.5 Coleta e transporte interno Consistem no traslado dos resduos dos pontos de gerao at local destinado ao armazenamento temporrio ou armazenamento externo, com a finalidade de disponibilizao para a coleta (ANVISA, 2006). De acordo com Cussiol (2008):O carro ou recipiente utilizado para o transporte interno dos resduos deve ser de uso exclusivo e especfico para cada grupo de resduo. Deve ser constitudo de material rgido, lavvel, impermevel, provido de tampa articulada ao prprio corpo do equipamento, com cantos e bordas arredondados e identificados com o smbolo correspondente ao risco do resduo nele contido. Deve ser provido de rodas revestidas de material que reduza o rudo. Os recipientes com mais de 400L de capacidade devem possuir vlvula de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar os limites de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego (CUSSIOL, 2008).

A coleta interna de RSS deve ser planejada com base (ANVISA, 2006): No tipo de RSS; Volume gerado; Roteiros (itinerrios); Dimensionamento dos abrigos; Regularidade; Frequncia de horrios de coleta externa (ANVISA, 2006).

Figura 7 Transporte interno de resduos Fonte:(SADE, 2006)

Deve ser dimensionada considerando o nmero de funcionrios disponveis, nmero de carros de coletas, EPIs e demais ferramentas e utenslios necessrios (ANVISA, 2006). 5.1.6 Armazenamento temporrio Consiste na guarda temporria dos recipientes contendo os resduos j acondicionados, em local prximo aos pontos de gerao, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento eCopyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado disponibilizao para coleta externa (ANVISA, 2006). O armazenamento temporrio poder ser dispensado se a distncia entre o ponto de gerao e o armazenamento externo no for grande (CUSSIOL, 2008). 5.1.7 Armazenamento externo O armazenamento temporrio externo consiste no acondicionamento dos resduos em abrigo, em recipientes coletores adequados, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veculos coletores, no aguardo da realizao da etapa de coleta externa (ANVISA, 2006). O abrigo de resduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de resduos gerados, com capacidade de armazenamento compatvel com a periodicidade de coleta do sistema de limpeza urbana local (ANVISA, 2006). O abrigo de resduos deve ser construdo e utilizado exclusivamente para este fim, no caso dos resduos de farmcia com manipulao, dever possuir no mnimo, um local separado para o armazenamento dos carros ou recipientes de resduos dos grupos: B, D e E.

Figura 8 Abrigo de resduos grupo B Fonte: (Adaptado de CUSSIOL, 2008).

A armazenagem dos resduos qumicos deve ser de acordo com a NBR 12.235 (ABNT, 1992). A identificao ABRIGO DE RESDUOS QUMICOS deve ser afixada em local de fcil visualizao e conter sinalizao de segurana, com smbolo baseado na norma NBR 7.500 (ABNT, 2009; CUSSIOL, 2008). Alguns aspectos do abrigo de resduos qumicos (CUSSIOL, 2008): Evitar a incidncia direta de luz solar; Ser construdo em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas para ventilao adequada, com tela de proteo contra insetos; Piso convergente para as canaletas e parede com acabamento liso, resistente, lavvel, impermevel e de cor clara; Abertura para ventilao com tela de proteo contra insetos;

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Porta com abertura para fora, dotada de proteo inferior para impedir o acesso de vetores e roedores; Sistema de drenagem com ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedao; Armrio de EPI e extintores de incndio (CUSSIOL, 2008). As regras de compatibilidade qumica devem ser seguidas tambm no local de armazenamento.

Figura 9 Abrigo de resduos grupo D e E Fonte: (Adaptado de CUSSIOL, 2008).

Alguns aspectos do abrigo de resduos do grupo D e grupo E (CUSSIOL, 2008): Local de fcil acesso coleta externa; Piso e paredes revestidos de material liso, impermevel, lavvel e de fcil higienizao; Aberturas para ventilao de, no mnimo, 1/20 da rea do piso e com tela de proteo contra insetos; Porta com abertura para fora, tela de proteo contra roedores e vetores e de largura compatvel com os recipientes de coleta externa; Pontos de iluminao e de gua, tomada eltrica, canaletas de escoamento de guas servidas direcionadas para a rede de esgoto do EAS e ralo sifonado com tampa que permita a sua vedao; rea coberta para higienizao dos contineres e equipamentos com piso e paredes lisos, impermeveis, lavveis; pontos de iluminao e tomada eltrica; ponto de gua, preferencialmente quente e sob presso; canaletas de escoamento de guas servidas direcionadas para a rede de esgoto do EAS; e ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedao (CUSSIOL, 2008). 5.1.8 Coleta e transporte externo Consiste na coleta e na remoo dos RSS do abrigo externo para a unidade de tratamento ou disposio final, atravs de tcnicas adequadas. Devem-se seguir os critrios estabelecidos pelas seguintes normas e legislaes: NBR 12.810 (ABNT, 1993) Coleta de resduos de servios de sade: procedimento; NBR 13.221 (ABNT, 2010) Transporte terrestre de resduos; NBR 7.500 (ABNT, 2009) Identificao para o transporte terrestre, manuseio, movimentao e armazenamento de produtos;Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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De acordo com a ANVISA (2004):Em caso de acidente de pequenas propores, a prpria equipe encarregada da coleta externa deve retirar os resduos do local atingido, efetuando a limpeza e desinfeco simultnea, mediante o uso dos EPIs e EPCs adequados. Em caso de acidente de grandes propores, a empresa e/ou administrao responsvel pela execuo da coleta externa deve notificar imediatamente os rgos municipais e estaduais de controle ambiental e de sade pblica (ANVISA, 2004).

5.1.9 Tratamento externo e disposio final O tratamento dos resduos slidos, pode ser considerado genericamente como qualquer tipo de processos sejam manuais, mecnicos, fsicos, qumicos ou biolgicos que alterem as caractersticas dos resduos, objetivando-se minimizar os riscos sade, a preservao ambiental, a segurana e a sade do trabalhador. De acordo com Cussiol (2008):Ao selecionar uma alternativa de tratamento, necessrio fazer uma anlise comparativa dos parmetros mais relevantes de cada processo, assim como revisar as regulamentaes vigentes, facilidade de operao, necessidade de mo de obra qualificada, riscos ocupacionais e ambientais, custos, entre outros. necessrio considerar as vantagens e desvantagens de cada um dos processos e buscar o mais adequado s necessidades particulares de cada estabelecimento. Deve-se requerer s empresas prestadoras de servios terceirizados a apresentao de Licena de Operao, inclusive as condicionantes, caso haja, emitida pelo rgo ambiental para tratamento de resduos de servios de sade. Uma atividade relativamente simples que pode evitar srios problemas aos responsveis pelas instituies a avaliao cuidadosa da situao jurdica, econmica e tcnica das empresas prestadoras dos servios e das tarifas oferecidas (CUSSIOL, 2008).

A figura 10 a seguir relaciona o fluxo para a escolha da melhor tecnologia para tratamento e disposio final de resduos (FIRJAN, 2006).

Figura 10 - Fluxo para escolha para tratamento e diposio final de resduos Fonte: (FIRJAN, 2006)

H vrios os mtodos de tratamento e destinao final dos resduos, a saber:Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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Aterro sanitrio - Processo utilizado para a disposio de resduos no solo, em especial o lixo domiciliar. Construdo com base em normas especficas, apresentando uma confinao segura com a finalidade de minimizar os impactos ambientais; Compostagem - Ato ou ao de transformar resduos orgnicos, atravs de processos fsicos, qumicos e biolgicos, em uma matria biognica mais estvel; Incinerao - Queima do lixo em equipamentos especficos. Os resduos remanescentes (cinzas) so encaminhados para aterros sanitrios ou mesmo reciclados; Co-processamento - Aproveitamento de resduos industriais e/ou matria-prima em fornos de alta temperatura. No aplicvel a resduos: hospitalares, domsticos, radioativos, corrosivos, explosivos e pesticidas; Pirlise - A pirlise consiste na decomposio qumica do resduo orgnico por calor na ausncia de oxignio. Os resduos selecionados devem ser triturados e enviados a um reator piroltico onde os compostos orgnicos so volatilizados e parcialmente decompostos. A vantagem deste processo a limitao da produo de particulados A pirlise um processo muito eficiente de destinao final de resduos slidos. Porm, por ser ainda custoso no que tange sua manuteno, necessita de maior aprimoramento tecnolgico (FIRJAN, 2006). 5.1.10 Destinao De acordo com a Resoluo N 00618 do CONAMA estabelece que resduos slidos oriundos de estabelecimentos de sade no esto obrigados a serem incinerados ou passarem por outro tratamento de queima (FALQUETO; KLIGERMAN, 2008). Porm, a Resoluo n 00618 do CONAMA determina que estados e municpios que no realizarem a incinerao dos resduos slidos, devem estabelecer pelos seus rgos ambientais estaduais, normas para tratamento especial como condies para licenciar a coleta, o transporte, o acondicionamento e a disposio final (FALQUETO; KLIGERMAN, 2008). Falqueto e Kligerman (2008) destacam que no entanto, resduos de medicamentos que pertencem ao Grupo B resduo especial, tipo b. 2 resduo farmacutico, que se aplica a medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou simplesmente no utilizados, so submetidos ao tratamento trmico para resduos industriais ou mesmo apresentando como destino final os aterros licenciados pelos rgos ambientais destinados a resduos perigosos. Falqueto e Kligerman (2008) explicam que:A incinerao um tratamento muito utilizado e um processo de reduo do peso, volume e das caractersticas de periculosidade dos resduos, com conseqente eliminao da matria orgnica e caractersticas de patogenicidade, atravs da combusto controlada (FALQUETO; KLIGERMAN, 2008).

O processo de incinerao de medicamentos deve apresentar as seguintes caractersticas (FALQUETO; KLIGERMAN, 2008): Ser conectado a um sistema de depurao de gases, de tratamento e recirculao dos lquidos de processo; Tratamento fsico/qumico dos gases efluentes, para remover e neutralizar poluentes orindos do processo trmico (FALQUETO; KLIGERMAN, 2008).Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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Outro processo de descarte de resduos de farmacuticos conforme Falqueto e Kligerman (2008) o co-processamento ou co-incinerao em fornos de fabricao de clinquer. Esse mtodo consiste num tratamento diferenciado da incinerao, por ser considerado um subproduto dos processos de produo de cimento. Neste processo, os resduos entram em substituio a parte do combustvel ou a parte da matria-prima (FALQUETO; KLIGERMAN, 2008). Falqueto e Kligerman (2008) ressaltam que:Para que os resduos entrem nos fornos de clnquer tm que sofrer prtratamento especfico que garanta que as caractersticas dos resduos se mantenham constantes e no produzam efeitos nocivos ao cimento gerado ou ao meio ambiente. Tanto devido aos grandes problemas de controle das emisses dos fornos de cimento, quanto em decorrncia da manuteno das caractersticas tcnicas do cimento produzido, surgem srias limitaes em relao aos resduos aceitos para serem co-processados (FALQUETO; KLIGERMAN, 2008).

Ao se tratar de resduos no estado lquido que no ofeream risco sade ou ao meio ambiente podem ser descartados na rede de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos rgos ambientais, gestores de recursos hdricos e de saneamento competentes conforme explica a RDC N 306 (ANVISA, 2004). Para embalagens que no apresentam contato com os princpios ativos podem ser consideradas resduos comuns e Falqueto, Kligerman e Assumpo (2010) sugerem encaminhar para reciclagem. Contudo, embalagens e os materiais contaminados devem ser tratados da mesma forma que as substncias que as contaminaram (FALQUETO; KLIGERMAN; ASSUMPO, 2010). A disposio final de RSS atravs do aterramento em solo em empresa licenciada pode ser considerada a tcnica mais vivel economicamente de acordo com a realidade nacional. Deve-se requerer s empresas prestadoras de servios, pblicas e privadas, responsveis pela execuo da coleta, transporte e disposio final dos resduos de servios de sade, documentao que identifique a conformidade com as orientaes dos rgos ambientais (CUSSIOL, 2008). Segundo a FIRJAN (2006):O gerador responsvel por seus resduos at a completa destruio dos mesmos, que vai alm da destinao final. Caso algum terceiro exera atividades relacionadas aos resduos gerados na empresa, ela tambm responsvel no caso de qualquer gesto inadequada. isso que se chama de corresponsabilidade. por isso, que as empresas geradoras devem auditar periodicamente seus prestadores de servio, certificando-se de que eles esto gerenciando suas atividades corretamente (FIRJAN, 2006).

6 PASSO A PASSO: IMPLEMENTAO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESDUOS O quadro IV apresenta a sequncia dos passos para a elaborao do PGRSS:

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Quadro IV Sequncia de passos para a elaborao do PGRSS Fonte: (Adaptado de ANVISA, 2006)

O caminho a ser seguido no PGRSS deve ser baseado em procedimentos de gesto, a metodologia do PDCA que amplamente utilizado na implantao de qualquer outro sistema de gesto, conforme a (figura 11) apresenta-se como uma excelente ferramenta. O ciclo PDCA uma ferramenta para um modelo de gesto, representa o caminho a ser seguido para que as metas estabelecidas possam ser atingidas. formado por quatro fases: planejamento, execuo, verificao e atuao corretiva (AMARO; MELO, 2007).

Figura 11 Escopo que especifica os requisitos centrais para elaborao do PGRSS, considerando os requisitos legais e estatutrios Fonte: (AUTOR, 2011)

6.1 Planejamento No planejamento do PGRSS as etapas essenciais esto relacionadas ao levantamento dos resduos gerados (aspectos ambientais), requerimentos legais e estatutrios e a definio dos objetivos e metas, perodo de implantao e aes bsicas.Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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Figura 12 Ilustrao de equipe elaborando planejamento Fonte: (ANVISA, 2006)

Esta etapa consiste em: Identificao do problema; Definio de equipe de trabalho; Mobilizao da organizao; Diagnstico da situao do RSS; Objetivos e metas; Elaborao do plano de PGRSS. 6.1.1 Identificao do problema Identificao do problema e estabelecimento de acordo com a alta administrao para a realizao do programa; Proceder ao levantamento de todas as atividades do estabelecimento, com visitas s reas administrativas, setores ou unidades especializadas e outras envolvidas com RSS; Analisar a documentao existente: relatrios internos, literatura sobre o assunto, estatsticas oficiais, alvars, licenciamento, etc (ANVISA, 2006); Realizar uma avaliao preliminar dos resduos de servios de sade RSS gerados pelo estabelecimento e da gesto destes (ANVISA, 2006). 6.1.2 Definio da equipe de trabalho Abrange a definio de quem faz o que e como. A equipe deve ter respaldo da alta direo. Responsvel legal aquele que consta no alvar sanitrio emitido pela vigilncia sanitria. Responsvel tcnico deve elaborar, desenvolver, implantar e avaliar a aplicao do PGRSS, de acordo com as especificaes legais j mencionadas e supervisionar todas as etapas do plano. Os requisitos para esta funo so:

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Ter registro ativo junto ao seu conselho de classe apresentar a Anotao de responsabilidade Tcnica - ART, ou o Certificado de Responsabilidade Tcnica, ou documento similar quando couber. Compor uma equipe de trabalho, de acordo com a tipificao dos resduos gerados (ANVISA, 2006). Segundo ANVISA (2006):A equipe de trabalho deve ser treinada adequadamente para as tarefas e participar de todas as etapas do plano. O responsvel pelo PGRSS deve elaborar, desenvolver, implantar e avaliar a aplicao do PGRSS, de acordo com as especificaes legais j mencionadas e supervisionar todas as etapas do plano (ANVISA, 2006).

6.1.3 Mobilizao da organizaoBaseia-se na mobilizao e no estabelecimento do envolvimento da alta administrao formalmente, buscando sensibilizar os colaboradores e fornecer informaes gerais e especficas sobre RSS e o PGRSS. nesta etapa que so definidas as autoridades, funes e responsabilidades que devero estar registradas atravs de procedimentos escritos (ANVISA, 2006).

Segundo ANVISA (2006) consiste em: Promover reunies com os vrios setores para apresentar a idia, o possvel esquema de trabalho e o que esperado de cada unidade. Promover atividades de sensibilizao sobre a temtica, como, por exemplo, conferncias, oficinas, filmes e outras; Criar formas permanentes de comunicao com os funcionrios, como, por exemplo, um painel que seja regularmente atualizado com informaessobre temticas ambientais e o desenvolvimento do PGRSS; Organizar campanhas de sensibilizao sobre necessidade do PGRSS; Preparar um questionrio para levantar a percepo dos funcionrios sobre o meio ambiente, de forma a identificar eventuais questes chaves relacionadas aos resduos de servios de sade; Divulgar os resultados da pesquisa a todos os funcionrios, por meio de cartazes, folhetos e outros meios disponveis na organizao (ANVISA, 2006). 6.1.4 Diagnstico da situao do RSS Abrange o estudo da situao do estabelecimento em relao aos RSS. A anlise identifica as condies do estabelecimento, as reas crticas. Fornece os dados necessrios para a implantao do plano de gesto (ANVISA, 2006). Os dados coletados devero ser utilizados como base para estruturao do PGRSS. 6.1.5 Objetivos e metas Os objetivos e metas devem ser compatveis com a poltica ambiental da organizao, incluindo o comprometimento com a preveno da poluio (AMARO; MELO, 2007). Sem o estabelecimento de objetivos e metas, muito difcil que alguma melhoria venha a ser alcanada. As metas ambientais devem estar alinhadas com as metas anuais do negcio, oriundas do planejamento a longo prazo (AMARO; MELO, 2007).

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Devem consistir em (ANVISA, 2004): Decidir quais as metas a serem atingidas; Indicar o momento adequado para se dar incio execuo do plano e definir cronograma; Construir os objetivos que levaro ao atingimento das metas; Dimensionar a equipe de trabalho, relacionando nmero de empregados, cargos, formao e responsabilidade tcnica; Dimensionar espaos necessrios, materiais e equipamentos; Dimensionar os recursos econmicos necessrios (ANVISA, 2004). Sempre que possvel, os objetivos devem ser especficos, mensurveis, condensados, racionais e com prazo para serem atingidos (FIRJAN, 2006). O PGRSS pode ser feito por meio de gesto direta ou em parceria. Para definir isso, preciso saber em que campo se deseja atuar e quais as grandes linhas metodolgicas e as implicaes de se fazer diretamente ou no (ANVISA, 2006). 6.1.6 Elaborao do plano de PGRSS De acordo com ANVISA (2006):Abrange o plano para o gerenciamento contnuo dos resduos de servios de sade. Cada PGRSS nico, mesmo que se tratem de estabelecimentos com as mesmas atividades. O que os diferencia estar de acordo com o diagnstico especfico. Grande parte das informaes necessrias ao roteiro de elaborao do PGRSS vem, portanto, das anlises da situao existente obtidas no diagnstico (ANVISA, 2006).

Para maiores detalhes, devem-se consultar a RDC N 306/2004 da ANVISA e a Resoluo N 358/2005 do CONAMA. No Manual de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade da ANVISA (disponvel na internet), consta um modelo de PGRSS que contempla didaticamente todos os requisitos necessrios para a elaborao do PGRSS (CUSSIOL, 2008). Em geral o PGRSS deve apresentar as seguintes informaes: Dados sobre o estabelecimento; Caracterizao dos aspectos ambientais; Caracterizao do estabelecimento; Componentes da equipe do PGRSS; Organograma do estabelecimento; Controle de pragas e vetores; Descrio do gerenciamento de cada grupo de resduo; Plano de atendimentos em situaes de emergncia e de acidentes; Servios especializados; Capacitao de colaboradores; Tipos e quantidade de resduos gerados; Segregao; Tipo de acondicionamento; Coleta e transporte interno dos RSS; Roteiro de coletas; Transporte interno; Armazenamento temporrios dos RSS;Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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Armazenamento para a coleta externa dos RSS; Coleta e transporte externo dos RSS; Tratamento dos RSS; Disposio final dos RSS; No incomum, ademais, mudanas no PGRSS ou at mesmo substituio do plano inicial, no decorrer da pesquisa, diagnstico e desenho das primeiras propostas. a que reside o valor do plano, constituindo-se em uma base slida para acertos e ajustes (ANVISA, 2006). 6.2 Implementao e operao a fase da execuo das tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento e coleta de dados que sero utilizados na prxima etapa (verificao do processo). Na etapa de execuo, so essenciais a educao e o treinamento no trabalho (AMARO; MELO, 2007). Esta etapa consiste em: Elaborao de documentao; Controle de documentos; Treinamento; Controle operacional; Monitorizao e medio; Plano de atendimento de emergncia. 6.3 Verificao Nesta etapa, a partir dos dados coletados na execuo, compara-se o resultado alcanado com a meta planejada (AMARO; MELO, 2007). Esta etapa consiste em: Verificao das no conformidades; Auditoria; Registros; Ao corretiva. Segundo FIRJAN (2006):O monitoramento do PGRSS dever ser conduzido atravs da criao de indicadores vinculados a resduos (quantitativos, qualitativos e financeiros), fundamentais para a avaliao do desempenho da farmcia com manipulao, para a mensurao dos ganhos econmicos e ambientais e para a criao de metas e objetivos futuros; garantindo, assim, a melhoria contnua do desempenho ambiental. Os indicadores devem ser criados durante a implantao do PGRSS e reavaliados ao longo do seu funcionamento, de forma a espelhar da melhor maneira possvel a eficcia dos processos conduzidos para o gerenciamento de resduos no estabelecimento (Adaptado de FIRJAN, 2006).

6.4 Anlise crtica pela alta administrao e ao corretiva

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Consiste em atuar no processo em funo dos resultados obtidos. Amaro e Melo (2007) afirmam que existem duas formas de atuao possveis: Adotar como padro o plano proposto, caso a meta tenha sido alcanada; Agir sobre as causas do no atendimento da meta, caso o plano no tenha sido Efetivo (AMARO; MELO, 2007). 7 LEGISLAO E NORMAS Lei No 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 do Ministrio do Meio Ambiente - Dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras providencias. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Lei N 12.305, de 2 de agosto de 2010 do Congresso Nacional Dispes sobre a Poltica Nacional de Resduos Slidos. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Resoluo CONAMA N 275, de 25 de abril de 2001 do Ministrio do Meio Ambiente Estabele o cdigo de cores para os diferentes tipos de resduos, a ser adotado na identifi cao de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Resoluo N 316, de 29 de outubro de 2002 do Misnistrio do Meio Ambiente - Dispe sobre procedimentos e critrios para funcionamento de sistemas de tratamento trmico de resduos. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Resoluo N 358, de 29 de abril de 2005 do Ministrio de Meio Ambiente - Dispe sobre o tratamento e a disposio final dos resduos dos servios de sade e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Resoluo RDC N 306, de 07 de dezembro de 2004 da ANVISA - Dispe sobre o Regulamento Tcnico para o gerenciamento de resduos de servios de sade. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. NBR 7.500, de 15 de julho de 2009 da ABNT- Estabelece a simbologia convencional e o seu dimensionamento para produtos perigosos, a ser aplicada nas unidades de transporte e nas embalagens, a fim de indicar os riscos e os cuidados a serem tomados no transporte terrestre, manuseio, movimentao e armazenamento. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. NBR 10.004, de 30 de novembro de 2004 da ABNT - Classifica os resduos slidos quanto aos seus potenciais ao meio ambiente e sade pblica, para que possam ser gerenciados adequadamente. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. NBR 12.808, de 01 de abril de 1993 da ABNT - Classifica os resduos de servios de sade quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e sade pblica, para que tenhamCopyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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gerenciamento adequado. Disponvel em: . Acesso em: 15 jul. 2011. NBR 12.810, de 01 de abril de 1993 da ABNT - Fixa os procedimentos exigveis para coleta interna e externa dos resduos de servios de sade, sob condies de higiene e segurana. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. NBR 12.809, de 29 de abril de 1993 da ABNT - Fixa os procedimentos exigveis para garantir condies de higiene e segurana no processamento interno de resduos infectantes, especiais e comuns, nos servios de sade. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. NBR 12.235, de 30 de maio de 1992 da ABNT - Fixa as condies exigveis para o armazenamento de resduos slidos perigosos de forma a proteger a sade pblica e o meio ambiente. Disponvel: . Acesso em: 15 jul. 2011. NBR 13.221, de 16 de abril de 2010 da ABNT - Especifica os requisitos para o transporte terrestre de resduos, de modo a minimizar danos ao meio ambiente e a proteger a sade pblica. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. NBR 14.725, de 08 de outubro de 2010 da ABNT Define os termos empregados no sistema de classificao de perigo de produtos qumicos, na rotulagem de produtos qumicos perigosos e na ficha de informaes de segurana de produtos qumicos (FISPQ). Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. NBR 14.619, de 09 de agosto de 2009 da ABTN - Estabelece os critrios de incompatibilidade qumica a serem considerados no transporte terrestre de produtos perigosos. Disponvel em: < http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=57670>. Acesso em: 15 jul. 2011. Norma Regulamentadora N 05 NR 05, de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho e Emprego Dispe sobre a Comisso Interna de Preveno de Acidentes e tem como objetivo a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Norma Regulamentadora N 06 NR 06, de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho e Emprego Dispe sobre equipamentos de proteo individual. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011 Norma Regulamentadora N 07 NR 07, de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho e Emprego - Estabelece a obrigatoriedade de elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoo e preservao da sade do conjunto dos seus trabalhadores. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011.Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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Norma Regulamentadora N 09 NR 09, de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho e Emprego - Estabelece a obrigatoriedade da elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Preveno de Riscos Ambientais - PPRA, visando preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, atravs da antecipao, reconhecimento, avaliao e conseqente controle da ocorrncia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em considerao a proteo do meio ambiente e dos recursos naturais. Disponvel: . Acesso em: 16 jun. 2011. Norma Regulamentadora N 15 NR 15, de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho e Emprego Dispe sobre atividades e operaes insalubres. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Norma Regulamentadora N 26 NR 26, de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho e Emprego Dispe sobre sinalizao de segurana em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Norma Regulamentadora N 32 NR 32, de 11 de novembro de 2005 do Ministrio do Trabalho e Emprego - Tem por finalidade estabelecer as diretrizes bsicas para a implementao de medidas de proteo segurana e sade dos trabalhadores dos servios de sade, bem como daqueles que exercem atividades de promoo e assistncia sade em geral. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. Concluses e recomendaes A farmcia com manipulao um estabelecimento no qual deve-se manter criteriosos procedimentos de higiene. Neste contexto a gesto de seus resduos deve ser utilizada como uma ferramenta para minimizar os resduos gerados, proteger os colaboradores dos riscos ocupacionais, evitar impactos ambientais e atender os requisitos legais dos rgos competentes. Cabe ao empresrio focar na correta administrao do planejamento, controle de produo, dos estoques de insumos e embalagens evitando desta maneira prejuzos futuros. A organizao dos insumos no almoxarifado deve ser realizada de tal forma que o gestor possa verificar quais so aqueles que necessitam de um controle mais rigoroso. Deve-se avaliar cautelosamente as pessoas a serem envolvidas nos processos inerentes gesto de resduos, as quais devero ter a competncia tcnica necessria para conduzir os processos. Todos os colaboradores envolvidos no PGRSS devero conhecer os requerimentos legais ou outros aos quais seus processos estaro subordinados (FIRJAN, 2006). Referncias ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 12.235: Armazenamento de resduos slidos perigosos Procedimento. So Paulo: 1992.

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ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 7.500: Identificao para o transporte terrestre, manuseio, movimentao e armazenamento de produtos. So Paulo: 2009. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 10.004: Resduos slidos classificao. So Paulo: 2004. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 12.810: Coleta de resduos de servios de sade Procedimento. So Paulo, 1993. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 13.221: Transporte terrestre de resduos. So Paulo, 2010. ANVISA. Farmacopeia Brasileira, 5 edio, volume 2. Braslia, 2010. ANVISA. Manual de gerenciamento de resduos de servios de sade. Braslia, 2006. Disponvel em: . Acesso em: 28 fev. 2011. BRASIL. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Lei n 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Disponvel em: . Acesso em: 14 jul. 2011. BRASIL. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC N 306, de 07 de dezembro de 2004. Disponvel em: . Acesso em: 14 jul. 2011. BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente. Lei no 9.605. Braslia, 1998. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente. Lei N 12.305, de 2 de agosto de 2010. Braslia, 2010. Disponvel em: . Acesso em: 14 jul. 2011. BRASIL. Presidncia da Repblica. Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988. Braslia, 1988. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. CUSSIOL, N. A. de M. Manual de gerenciamento de resduos de servios de sade. Belo Horizonte, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 28 fev. 2011. FALQUETO, E.; KLIGERMAN, D.C. Gerenciamento de resduos oriundos da fabricao e distribuio do medicamento Diazepam para o municpio de So Mateus, ES. Cincia & Sade Coletiva, Rio de Janeiro, supl. 13, p. 673-681, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. FALQUETO, E.; KLIGERMAN, D.C.; ASSUMPO, R.F. Como realizar o correto descarte de resduos de medicamentos? Cincia & Sade Coletiva, Rio de Janeiro, n. 15, supl. 2, p. 3283-3293, 2010. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011.Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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FARMCIA DE MANIPULAO GALENICA. Laboratrio. So Paulo, 2011. Disponvel em: . Acesso em: 11 abr. 2011. FEDERAO DAS INDSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN). Manual de gerenciamento de resduos: Guia de procedimento passo a passo. Rio de Janeiro, 2006. Disponvel em: . Acesso em: 14 jul. 2011. GUSMO, A. C. F. de. In: RIO METROLOGOGIA, Treinamento: Legislao e responsabilidades ambientais nas empresas. 2011, Rio de Janeiro. LEITO, A. J. L.; LIMA, G. B. A. Estruturao do plano de gerenciamento de resduos de servios de sade para a farmcia universitria da Universidade Federal Fluminense. Niteri, 2007. Disponvel em: . Acesso em: 15 abr. 2011. MELO, A. S. P. Planejamento e controle da produo em farmcia com manipulao: estudo de caso em instituio pblica. 2009. 105 f. Dissertao (Mestrado em Sistemas de Gesto) Universidade Federal Fluminense, Niteri, 2009. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. PEDRO, A. F. P. Poltica Nacional de Resduos Slidos. [S.I.], 2011. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2011. AMARO, R; MELO, S. V. de. Curso de formao de operadores de refinaria: SGI, viso geral. Curitiba, PETROBRAS, 2002. SANTOS, S. C. dos e ZA, M. A. C. de O. A arquitetura das farmcias de manipulao de frmulas de medicamentos e produtos estticos. Salvador, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 15 abr. 2011. Nome do tcnico responsvel Mnica Belo Nunes Gestora Ambiental Verano Costa Dutra Farmacutico industrial Nome da Instituio respondente Rede de Tecnologia e Inovao do Rio de Janeiro REDETEC

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Data de finalizao 15 jul. 2011

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