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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PROF. NILTON CEZAR DE AZEVEDO

Gerenciamento de Resíduos Prof. Nilton Cezar de Azevedo

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Gerenciamento de Resíduos Prof. Nilton Cezar de Azevedo. Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil. Cadeia Alimentar e ciclos de elementos como o do carbono são fundamentais para uma reflexão do problema. Conceituação. O ciclo de vida é fechado - PowerPoint PPT Presentation

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

PROF. NILTON CEZAR DE AZEVEDO

Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil

CONCEITUAÇÃO

Cadeia Alimentar e ciclos de elementos como o do carbono são fundamentais para uma reflexão do problema.

CADEIA ALIMENTAR -O ciclo de vida é fechado-A transmissão de matéria e de energia passa de um nível para outro de forma harmônica e teoricamente sem perdas, segundo Figueiredo P. - A sociedade do lixo. Piracicaba: Unimep; 1995.

HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO LIXO URBANO NO BRASIL

•Revolução Industrial (século XVIII) A transição econômica.

Processo migratório + Produção em larga escala = Resíduos.

•Aumento da população Mundial: “Estima-se que desde a Revolução Industrial, a população humana tenha aumentado oito vezes” (CUIDANDO DO PLANETA TERRA, 1991).

Fotos de Lixão

Grávida no lixão no Rio Grande do Norte

Lixão do Jardim Gramacho, Duque de Caxias (RJ), onde vive Estamira

Estamira

A geração de resíduos sólidos de diversas origens (domiciliares, hospitalares, industriais e agrícolas) e de diversas naturezas (biodegradáveis, não-biodegradáveis, resistentes ou contrários à vida) é atualmente um dos principais problemas ambientais do mundo (PACHECO at. al, 2004).

Lixão de Paracambi-RJ

ORIGENS DO SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA NO BRASIL

O serviço ordenado de limpeza urbana foi iniciado em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, então capital do Império.

“NESSE DIA, O IMPERADOR D. PEDRO II ASSINOU UM DECRETO, APROVANDO O CONTRATO DE ‘LIMPEZA E IRRIGAÇÃO’ DA CIDADE, QUE FOI EXECUTADO POR ALEIXO GARY E, MAIS TARDE, POR LUCIANO FRANCISCO GARY, DE CUJO SOBRENOME ORIGINA-SE A PALAVRA GARI” (ABES; 1998).

O HOMEM É O ÚNICO GERADOR DE RESÍDUOS?

O ciclo não é tão fechado

- Não é tão perfeitamente sustentável.

Mesmo espécies mais simples ocorrem perdas e geração de resíduos (as vezes não contabilizados devido as populações e os eventos ocorridos nela serem muito pequenos).

O HOMEM NÃO É O ÚNICO AGENTE CAUSADOR DE DESEQUILÍBRIO LOCALIZADO, MAS É O PRINCIPAL.

O homem coloca no meio produtos em formas que o meio naturalmente não conhece e não tem capacidade de absorver nem mesmo a longo prazo.

COMPOSIÇÃO DO LIXO

Muito variável de acordo com fatores abaixo:•Características das cidades – cidades dormitórios, industriais, veraneio. •Clima e estação do ano •Hábitos e padrão de vida – quanto maior o padrão de vida, maior consumo de papeis e plásticos e menos matéria orgânica.• O grau de desenvolvimento de uma comunidade esta ligada a quantidade de papel no lixo. •Períodos econômicos – guerra, paz, crises, depressões.

O AGRAVAMENTO SÓ FICA CLARO QUANDO:

A transformação em grande escala une ao fenômeno do crescimento populacional.

CONSEQÜÊNCIAS EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA

Aumento de utilização dos recursos:-Matérias – Primas-Alimento-EnergiaCrescimento populacional concentrado.E o que pode ocorrer?Comprometer a qualidade de vida das gerações futuras.E o que temos que fazer? Crescimento sustentável .

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil (PRSB) de 2005, o Brasil produz

diariamente 173.524 toneladas (t) de lixo.

Goiânia apresenta um dos maiores indicadores de geração diária de lixo per capita do país: 0,959 kg por habitante, perdendo apenas para Camaçari, na Bahia - média de 1,037Kg por dia.

A geração de resíduos sólidos domiciliares no Brasil é de cerca de 0,6kg/hab./dia e mais 0,3kg/hab./dia de resíduos de varrição,limpeza de logradouros e entulhos.

BREVE CENÁRIO DO LIXO URBANO NO BRASIL

Aumento da quantidade de Lixo

O aumento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e pelo perfil de consumo de uma população. Além disso, quanto mais produtos industrializados, mais lixo é produzido, como embalagens, garrafas,etc.  

COMPOSIÇÃO DO LIXO

MATERIAIS ORGÂNICOS

MATERIAIS RECICLÁVEIS

REJEITOS

65% a 70% 25 a 30% 5% do total

CEMPRE, 2005

Como um retrato desse universo de ação, há de se considerar que mais de 70% dos municípios brasileiros possuem menos de 20 mil habitantes, e que a concentração urbana da população no paísultrapassa a casa dos 80%.

Isso reforça as preocupações com os problemas ambientais urbanos e, entre estes, o gerenciamento dos resíduos sólidos, cuja atribuição pertence à esfera da administração pública local.

O Município tem competência para estabelecer o uso do solo em seu território.Assim, é ele quem emite as licenças para qualquer construção e o alvará de localização para o funcionamento de qualquer atividade, que são indispensáveis para a localização,construção, instalação, ampliação e operação de qualquer empreendimento em seu território.

PRODUZIDO –61,5 milhões t/ano168,5 mil t/dia

COLETADO –51,4 milhão t/ano140,8 mil t/dia

Ñ COLETADO –10,1milhões t/ano27,7 mil t/dia

QUANTIDADE DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS GERADOS E COLETADOS NO BRASIL

•A coleta de coleta de resíduos sólidos urbanos no Brasil tem crescido em média 8% ao ano. São Paulo está na liderança, com quase 270 mil t/mês. •A seguir aparece Salvador, com 57 mil t.

 PERCENTUAL DA POPULAÇÃO COM ACESSO À COLETA PÚBLICA DE LIXO, SEGUNDO A REGIÃO. BRASIL, 1991, 2000

De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, realizada em 1989 (Pesquisa Nacional do Saneamento Básico – PNSB), os domicílios particulares permanentes urbanos representavam 78,1% do total das moradias brasileiras; desses, 80,0% tinham seu lixo recolhido direta ou indiretamente pelos serviços municipais de coleta de lixo, restando, portanto, 19,9% dos domicílios fora do atendimento dos serviços municipais de coleta.

Macroregião

Com Destinação Adequada

Sem Destinação Adequada

Total

Norte 1.049 6.790 7.839

Nordeste 10.782 18.660 29.442Centro-oeste

4.493 5.635 10.127

Sudeste 42.644 57.696 100.340

Sul6.557 7.521 14.079

Brasil 65.525 96.302 161.827

Destinação Final dos Resíduos Sólidos Urbanos Coletados (t/dia)

Fonte: edição 2006 do “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil"

O PRSB (2004) avalia que para a solução da questão do lixo, seriam necessários recursos totais da ordem de R$ 1,3 bilhão, na fase pré-operacional e R$ 80 milhões por mês na fase operacional, apenas para universalizar os serviços de disposição final do lixo urbano em aterros sanitários.

Em levantamento foi feito em 108 municípios urbanos com população variando de 2 mil a 10 milhões de habitantes, verificou-se que em apenas 20,3% foram identificados aterros sanitários dentro dos padrões definidos pela legislação ambiental brasileira (MCIDADES, 2002).

Em mais de 90% dos municípios pesquisados, foram encontradas cooperativas de catadores. Mas, segundo o estudo, apenas 46% das prefeituras possuem sistema organizado de coleta seletiva.

Gestão de resíduos no Brasil

Setor do saneamento básico que afeta o solo, água o ar e a saúde da população.

Poder publico municipal: responsável pela gestão dos resíduos sólidos.

3R’s: Reduzir, Reciclar e Reutilizar.

Gerenciamento Integrado: máxima redução da produção de lixo, o máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais e, ainda, a disposição dos resíduos de forma mais sanitária ambientalmente adequada, abrangendo toda a população e a universalidade dos serviços

Objetivos de um sistema de limpeza Urbana

promover a sustentabilidade econômica das operações;

preservar o meio ambiente; preservar a qualidade de vida da

população; contribuir para a solução dos aspectos

sociais envolvidos com a questão. sejam as mais econômicas; sejam tecnicamente corretas para o

ambiente e para a saúde da população

Regimes de administração: Concessão: Na concessão, a concessionária

planeja, organiza, executa e coordena o serviço, podendo inclusive terceirizar operações e arrecadar os pagamentos referentes à sua remuneração, diretamente junto ao usuário/beneficiário dos serviços

Terceirização: Deixar às empresas privadas a operação propriamente dita.

Consórcio: um acordo entre municípios com o objetivo de alcançar metas comuns previamente estabelecida

Administração da limpeza urbana

diretamente pelo Município;

através de uma empresa pública específica;

através de uma empresa de economia mista criada para desempenhar especificamente essa função.

Regimes de administração: Concessão: Na concessão, a concessionária

planeja, organiza, executa e coordena o serviço, podendo inclusive terceirizar operações e arrecadar os pagamentos referentes à sua remuneração, diretamente junto ao usuário/beneficiário dos serviços

Terceirização: Deixar às empresas privadas a operação propriamente dita.

Consórcio: um acordo entre municípios com o objetivo de alcançar metas comuns previamente estabelecida

Ciclo dos resíduos sólidos

Geração do resíduo

Acondicionamento

Coleta e transporte

Tratamento

Disposição final

Lixo ou Resíduos Sólidos

Os "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional".

( Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – NBR 10.004)

Classificação dos Resíduos Sólidos

Quanto a natureza física: secos e molhados;

Quanto a composição química: material orgânico e material inorgânico.

Quanto à periculosidade: perigosos, não inertes e inertes.

Quanto a origem/geração

Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente

Classe I (perigosos) - São aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.

EX: Resíduos industriais, resíduos radioativos, resíduos hospitalares.

Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente

Classe II A (não inertes): São os resíduos que podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I –Perigosos – ou Classe II B – Inertes.

Ex: lixo de restaurante, bagaço de cana.

Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente

Classe II B (Inertes): São aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.

EX: Entulhos de construção civil.

Quanto a origem/geração:

Domiciliar; Comercial: pequenos e grandes geradores; Publico: limpeza publica urbana, de feiras e

praias; Serviços de saúde e Hospitalar: sépticos (que

podem conter patógenos) e assépticos; Agrícola; Industrial; Resíduos de construção civil; Portos, aeroportos e terminais rodoviários e

ferroviários; Lixo especial: radioativo, pilhas e baterias,

pneus.

Resíduos hospitalares

Responsabilidade pelos resíduos

Características dos resíduos Sólidos

Podem variar: aspectos sociais e econômicos, culturais, geográficos e Climáticos.

Características físicas

Geração “per Capita”: relação quantidade gerada diariamente x nº de hab. (0,5 a 0,8 kg/hab/dia – cidade de 30

a 500 mil hab.) Composição gravimétrica:

traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo analisada.

Peso específico aparente: é o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m3. Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações.

TEOR DE UMIDADE - REPRESENTA A QUANTIDADE DE ÁGUA PRESENTE NO LIXO, MEDIDA EM PERCENTUAL DO SEU PESO. SE ALTERA PELAS ESTAÇÕES DO ANO E CHUVAS, VARIANDO EM TORNO DE 40 A 60%.

COMPRESSIVIDADE: REDUÇÃO DO VOLUME QUE UMA MASSA DE LIXO PODE SOFRER QUANDO COMPACTADA. SUBMETIDO A UMA PRESSÃO DE 4KG/CM2, O VOLUME DO LIXO PODE SER REDUZIDO 1/3 A 1/4 DO SEU VOLUME ORIGINAL.

Características químicas

Poder calorífico: capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à queima. No lixo domiciliar se situa na faixa de 5.000kcal/kg.

pH: faixa de 5 a 7.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA: DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE CINZAS, MATÉRIA ORGÂNICA, CARBONO, NITROGÊNIO, POTÁSSIO, CÁLCIO, FÓSFORO, RESÍDUO MINERAL TOTAL, RESÍDUO MINERAL SOLÚVEL E GORDURAS.RELAÇÃO C E N: INDICA O GRAU DE DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA DO LIXO NOS PROCESSOS DE TRATAMENTO/DISPOSIÇÃO FINAL. (35:1 A 20:1)

Características Biológicas

São aquelas determinadas pela população microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo que, ao lado das suas características químicas, permitem que sejam selecionados os métodos de tratamento e disposição final mais adequados.

Fundamentais na fabricação de inibidores de cheiro e de aceleradores e retardadores da decomposição da matéria orgânica presente no lixo.

Ainda de acordo com a PNSB, alguns dados evidenciam a dimensão da gravidade da situação do setor no país: dos então 4.425 municípios brasileiros no ano de 1989, 3.216 possuíam serviços de coleta apenas no distrito-sede, enquanto 280 não dispunham de qualquer tipo de atendimento.

Apesar desse quadro, a coleta do lixo é o segmento que mais se desenvolveu dentro do sistema de limpeza urbana, ao mesmo tempo em que é a atividade do sistema que demanda maior percentual de recursos por parte da municipalidade. A administração municipal, quando não tem meios de oferecer o serviço a toda a população, prioriza os setores comerciais, as unidades de saúde e o atendimento à população de renda mais alta.

FIM