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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA 2016 Geórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Florianópolis, Março de 2018

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Page 1: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE

DEPARTAMENTO DE SAUacuteDE PUacuteBLICACURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO MULTIPROFISSIONAL NA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 2016

Geoacutergia Genestra Oliveira

Projeto Viver Bem - intervir para incluir doacolhimento ao psiquiatra como fazer

Florianoacutepolis Marccedilo de 2018

Geoacutergia Genestra Oliveira

Projeto Viver Bem - intervir para incluir do acolhimento aopsiquiatra como fazer

Monografia apresentada ao Curso de Especi-alizaccedilatildeo Multiprofissional na Atenccedilatildeo Baacutesicada Universidade Federal de Santa Catarinacomo requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Es-pecialista na Atenccedilatildeo Baacutesica

Orientador Rodrigo Otaacutevio Moretti PiresCoordenadora do Curso Profa Dra Faacutetima Buumlchele

Florianoacutepolis Marccedilo de 2018

Geoacutergia Genestra Oliveira

Projeto Viver Bem - intervir para incluir do acolhimento aopsiquiatra como fazer

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoEspecialista na aten-ccedilatildeo baacutesicardquo e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Sauacutede Puacuteblica da Uni-versidade Federal de Santa Catarina

Profa Dra Faacutetima BuumlcheleCoordenadora do Curso

Rodrigo Otaacutevio Moretti PiresOrientador do trabalho

Florianoacutepolis Marccedilo de 2018

ResumoA atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) eacute mundialmente conhecida por solucionar os principaisproblemas de sauacutede da comunidade inclusive no que tange agrave sauacutede mental Atender sauacutedemental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo pois assumimos o desafio de trabalharcom as pessoas em sofrimento mental no seu mundo real ou a habitar mundos criadospor pessoas que vivenciam experiecircncias diferentes como por exemplo o mundo de quemusa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numa determinada comunidade O presenteprojeto de intervenccedilatildeo busca implementar na Unidade Baacutesica de Sauacutede do Atuba emColombo ndash PR um protocolo de atendimento e a criaccedilatildeo de um ambiente de acolhimentopara os pacientes da sauacutede mental bem como uma educaccedilatildeo continuada para que a equipeesteja apta ao atendimento desses pacientes agrave niacutevel da APS O meacutetodo utilizado para esseprojeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) As bases dedados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos da CAPES e sites doMinisteacuterio da Sauacutede Foi proposto para este projeto o modelo de resultados em promoccedilatildeode sauacutede definido por Nutbeam (1998) com os indicadores accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutedee resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede

Palavras-chave Acolhimento Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Sauacutede Mental

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo Geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 17

5 RESULTADOS ESPERADOS 19

REFEREcircNCIAS 21

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1 Introduccedilatildeo

O municiacutepio de Colombo fica na regiatildeo metropolitana de Curitiba no estado do Pa-ranaacute Sua histoacuteria tem iniacutecio no final do seacuteculo XIX quando imigrantes italianos receberamterras do governo para se instalarem no local A cidade permanece ateacute hoje com a agricul-tura hortifrutigranjeira sendo sua maior fonte de renda bem como a uva e suas inuacutemerasviniacutecolas e a tatildeo conhecida Festa da Uva Tambeacutem destaca-se na induacutestria mineral extra-tora (prefeitura) Possui pouco mais de 200 mil habitantes PIB per capita de cerca deR$ 675000 (IBGE 2008) eacute um IDH de 0733 PNUD 2010 70 do territoacuterio eacute de aacuterearural e possu 42 bairros urbanos

O Atuba bairro onde estaacute a UBS desse trabalho estaacute localizado na divisa entre osmuniciacutepios de Curitiba e Pinhais proacuteximo agrave BR 216 ao Shopping Colombo e a muitoscomeacutercios Natildeo se trata de uma aacuterea rural e sofre com alguns problemas tiacutepicos dasgrandes macrorregiotildees do nosso paiacutes falta de saneamento baacutesico poucas aacutereas de lazeralta criminalidade e grande quantidade de moradores com altos iacutendices de desemprego Obairro possui cerca de 18 mil habitantes sendo a maioria de mulheres e idosos Na minhaaacuterea sou responsaacutevel por aproximadamente 4000 pessoas destas vem aumentando a cadadia a procura a UBS por conta do desemprego e o alto custo da sauacutede privada

Trabalhamos com agendamento dos pre natais e puericultura para dois meses e sauacutedemental do idoso da mulher e hipertensodiabeacutetico mensal O nuacutemero de consultas diaacute-rio eacute de 24 sendo normalmente 12 de demanda espontacircnea Faccedilo 8 consultas de prenatal por semana 6 de puericultura 4 de sauacutede mental e sauacutede da mulher 10 de hiper-tensodiabeacutetico e 8 de sauacutede do idoso

A queixa mais comum na demanda espontacircnea eacute dor osteomuscular nos adultos efebre nas crianccedilas As infecccedilotildees do trato respiratoacuterio tambeacutem figuram entre as principaisqueixas Grande parte da populaccedilatildeo que procura a unidade sofre de doenccedilas crocircnicascomo diabetes hipertensatildeo dislipidemia artrose varizes DPOC cardiopatias e doenccedilasreumatoloacutegicas Existem dificuldades no acesso as especialidades meacutedicas e demais aacuterease especialidades da sauacutede e inconstacircncia no fornecimento de medicamentos

A base alimentar da populaccedilatildeo eacute farinaacuteceos e accediluacutecares Poucos fazem atividade fiacutesicaregular e a maioria tem sobrepeso ou obesidade O uso de drogas liacutecitas ou iliacutecitas tambeacutemeacute alto e natildeo dispomos de grupos locais de enfrentamento somente o CAPS

Outro grande problema eacute o uso indiscriminado de benzodiazepinicos e o alto iacutendice dedepressao e outras doenccedilas mentais somados a falta de apoio matricial e ao distacircncia-mento com o CAPS

O projeto de intervenccedilatildeo intitulado rdquoProjeto Viver Bemrdquoeacute uma proposta que visaaperfeiccediloar o enfrentamento das doenccedilas mentais e auxiliar os profissionais da APS alidar melhor com esse grave problema de sauacutede puacuteblica

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Estudos epidemioloacutegicos mostram que milhotildees de pessoas sofrem algum tipo de doenccedilamental no mundo e que esse nuacutemero tem aumentado de modo progressivo principalmentenos paiacuteses em desenvolvimento Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) no ano2000 a depressatildeo foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para acarga global da doenccedila Ateacute o ano 2020 a depressatildeo alcanccedilaraacute o segundo lugar no rankingdo Disability Adjusted Life Years (DALYs) Atualmente a depressatildeo eacute a segunda causa deincapacidade na faixa etaacuteria de 15 a 44 anos Diversos estudos apontam que a depressatildeoeacute um importante problema de sauacutede global causando impacto negativo na vida dos indi-viacuteduos e de suas famiacutelias aleacutem de elevar a demanda dos serviccedilos de sauacutede(MARAGNOGOLDBAUM GIANINI 2006 p 3)(BROMET et al 2011 p 3)((WHO) 2001)(FLECKet al 2002 p 3)(VALENTINI et al 2004 p 3)

No Brasil a prevalecircncia de depressatildeo na populaccedilatildeo geral ao longo da vida eacute de apro-ximadamente 17 Em um estudo internacional realizado em 18 paiacuteses a prevalecircnciaencontrada foi de 111 e entre os paiacuteses de renda meacutedia a maior prevalecircncia encon-trada foi no Brasil com percentual de 184 Quando se trata de cuidados primaacuterios noBrasil essa prevalecircncia pode chegar a 295 diferentemente do encontrado em pacientesna atenccedilatildeo primaacuteria da Espanha (96) Apesar de a depressatildeo ser uma condiccedilatildeo rela-tivamente comum de curso crocircnico e recorrente esses achados confirmam a perspectivade maior utilizaccedilatildeo dos recursos de sauacutede pelos indiviacuteduos com indicativo de transtornodepressivo Aleacutem disso esse transtorno eacute frequentemente associado agrave incapacitaccedilatildeo fun-cional e ao comprometimento da sauacutede fiacutesica(FLECK et al 2003)(VALENTINI et al2004)(HEGADOREN et al 2009)(LOPES et al 2011)

Quando pensamos em tratamento para uma das queixas mais comuns do pacientedepressivo a insocircnia esbarramos em um equiacutevoco que se propagou e que causa prejuizosaos pacientes os benzodiazepiacutenicos Disponiacuteveis desde 1960 e com um controle rigorosode sua prescriccedilatildeo devido ao seu potencial de adiccedilatildeo atraveacutes do formulaacuterio azul e daretenccedilatildeo de receita os benzodiazepiacutenicos (BZD) satildeo uma classe dos psicofaacutermacos dasmais prescritas atualmente No Brasil eacute a terceira classe de drogas mais prescritassendoutilizada por aproximadamente 4 da populaccedilatildeo(MARAGNO GOLDBAUM GIANINI2006)(BROMET et al 2011)(FLECK et al 2002)

Hoje em dia os BZD satildeo indicados apenas para o tratamento agudo e subagudo deansiedade insocircnia e crises convulsivas embora no passado tenham sido usados como pri-meira linha de tratamento para vaacuterios transtornos principalmente psiquiaacutetricos(FLECKet al 2003)

Por geralmente diminuiacuterem o seu efeito ansioliacutetico ao longo do tempo (em geral 3 a4 meses) os BZD natildeo satildeo indicados para tratamento de longo prazo e perdem seu lugarpara as drogas Z (agonistas dos receptores do GABA como zolpidem e zaleplam) queembora mais caras tecircm eficaacutecia semelhante e menos efeitos colaterais Outro dos fatorespreocupantes com relaccedilatildeo aos BZD que hoje nos levam a restringir sua prescriccedilatildeo eacute a

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

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(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 2: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

Geoacutergia Genestra Oliveira

Projeto Viver Bem - intervir para incluir do acolhimento aopsiquiatra como fazer

Monografia apresentada ao Curso de Especi-alizaccedilatildeo Multiprofissional na Atenccedilatildeo Baacutesicada Universidade Federal de Santa Catarinacomo requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Es-pecialista na Atenccedilatildeo Baacutesica

Orientador Rodrigo Otaacutevio Moretti PiresCoordenadora do Curso Profa Dra Faacutetima Buumlchele

Florianoacutepolis Marccedilo de 2018

Geoacutergia Genestra Oliveira

Projeto Viver Bem - intervir para incluir do acolhimento aopsiquiatra como fazer

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoEspecialista na aten-ccedilatildeo baacutesicardquo e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Sauacutede Puacuteblica da Uni-versidade Federal de Santa Catarina

Profa Dra Faacutetima BuumlcheleCoordenadora do Curso

Rodrigo Otaacutevio Moretti PiresOrientador do trabalho

Florianoacutepolis Marccedilo de 2018

ResumoA atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) eacute mundialmente conhecida por solucionar os principaisproblemas de sauacutede da comunidade inclusive no que tange agrave sauacutede mental Atender sauacutedemental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo pois assumimos o desafio de trabalharcom as pessoas em sofrimento mental no seu mundo real ou a habitar mundos criadospor pessoas que vivenciam experiecircncias diferentes como por exemplo o mundo de quemusa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numa determinada comunidade O presenteprojeto de intervenccedilatildeo busca implementar na Unidade Baacutesica de Sauacutede do Atuba emColombo ndash PR um protocolo de atendimento e a criaccedilatildeo de um ambiente de acolhimentopara os pacientes da sauacutede mental bem como uma educaccedilatildeo continuada para que a equipeesteja apta ao atendimento desses pacientes agrave niacutevel da APS O meacutetodo utilizado para esseprojeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) As bases dedados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos da CAPES e sites doMinisteacuterio da Sauacutede Foi proposto para este projeto o modelo de resultados em promoccedilatildeode sauacutede definido por Nutbeam (1998) com os indicadores accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutedee resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede

Palavras-chave Acolhimento Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Sauacutede Mental

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo Geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 17

5 RESULTADOS ESPERADOS 19

REFEREcircNCIAS 21

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1 Introduccedilatildeo

O municiacutepio de Colombo fica na regiatildeo metropolitana de Curitiba no estado do Pa-ranaacute Sua histoacuteria tem iniacutecio no final do seacuteculo XIX quando imigrantes italianos receberamterras do governo para se instalarem no local A cidade permanece ateacute hoje com a agricul-tura hortifrutigranjeira sendo sua maior fonte de renda bem como a uva e suas inuacutemerasviniacutecolas e a tatildeo conhecida Festa da Uva Tambeacutem destaca-se na induacutestria mineral extra-tora (prefeitura) Possui pouco mais de 200 mil habitantes PIB per capita de cerca deR$ 675000 (IBGE 2008) eacute um IDH de 0733 PNUD 2010 70 do territoacuterio eacute de aacuterearural e possu 42 bairros urbanos

O Atuba bairro onde estaacute a UBS desse trabalho estaacute localizado na divisa entre osmuniciacutepios de Curitiba e Pinhais proacuteximo agrave BR 216 ao Shopping Colombo e a muitoscomeacutercios Natildeo se trata de uma aacuterea rural e sofre com alguns problemas tiacutepicos dasgrandes macrorregiotildees do nosso paiacutes falta de saneamento baacutesico poucas aacutereas de lazeralta criminalidade e grande quantidade de moradores com altos iacutendices de desemprego Obairro possui cerca de 18 mil habitantes sendo a maioria de mulheres e idosos Na minhaaacuterea sou responsaacutevel por aproximadamente 4000 pessoas destas vem aumentando a cadadia a procura a UBS por conta do desemprego e o alto custo da sauacutede privada

Trabalhamos com agendamento dos pre natais e puericultura para dois meses e sauacutedemental do idoso da mulher e hipertensodiabeacutetico mensal O nuacutemero de consultas diaacute-rio eacute de 24 sendo normalmente 12 de demanda espontacircnea Faccedilo 8 consultas de prenatal por semana 6 de puericultura 4 de sauacutede mental e sauacutede da mulher 10 de hiper-tensodiabeacutetico e 8 de sauacutede do idoso

A queixa mais comum na demanda espontacircnea eacute dor osteomuscular nos adultos efebre nas crianccedilas As infecccedilotildees do trato respiratoacuterio tambeacutem figuram entre as principaisqueixas Grande parte da populaccedilatildeo que procura a unidade sofre de doenccedilas crocircnicascomo diabetes hipertensatildeo dislipidemia artrose varizes DPOC cardiopatias e doenccedilasreumatoloacutegicas Existem dificuldades no acesso as especialidades meacutedicas e demais aacuterease especialidades da sauacutede e inconstacircncia no fornecimento de medicamentos

A base alimentar da populaccedilatildeo eacute farinaacuteceos e accediluacutecares Poucos fazem atividade fiacutesicaregular e a maioria tem sobrepeso ou obesidade O uso de drogas liacutecitas ou iliacutecitas tambeacutemeacute alto e natildeo dispomos de grupos locais de enfrentamento somente o CAPS

Outro grande problema eacute o uso indiscriminado de benzodiazepinicos e o alto iacutendice dedepressao e outras doenccedilas mentais somados a falta de apoio matricial e ao distacircncia-mento com o CAPS

O projeto de intervenccedilatildeo intitulado rdquoProjeto Viver Bemrdquoeacute uma proposta que visaaperfeiccediloar o enfrentamento das doenccedilas mentais e auxiliar os profissionais da APS alidar melhor com esse grave problema de sauacutede puacuteblica

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Estudos epidemioloacutegicos mostram que milhotildees de pessoas sofrem algum tipo de doenccedilamental no mundo e que esse nuacutemero tem aumentado de modo progressivo principalmentenos paiacuteses em desenvolvimento Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) no ano2000 a depressatildeo foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para acarga global da doenccedila Ateacute o ano 2020 a depressatildeo alcanccedilaraacute o segundo lugar no rankingdo Disability Adjusted Life Years (DALYs) Atualmente a depressatildeo eacute a segunda causa deincapacidade na faixa etaacuteria de 15 a 44 anos Diversos estudos apontam que a depressatildeoeacute um importante problema de sauacutede global causando impacto negativo na vida dos indi-viacuteduos e de suas famiacutelias aleacutem de elevar a demanda dos serviccedilos de sauacutede(MARAGNOGOLDBAUM GIANINI 2006 p 3)(BROMET et al 2011 p 3)((WHO) 2001)(FLECKet al 2002 p 3)(VALENTINI et al 2004 p 3)

No Brasil a prevalecircncia de depressatildeo na populaccedilatildeo geral ao longo da vida eacute de apro-ximadamente 17 Em um estudo internacional realizado em 18 paiacuteses a prevalecircnciaencontrada foi de 111 e entre os paiacuteses de renda meacutedia a maior prevalecircncia encon-trada foi no Brasil com percentual de 184 Quando se trata de cuidados primaacuterios noBrasil essa prevalecircncia pode chegar a 295 diferentemente do encontrado em pacientesna atenccedilatildeo primaacuteria da Espanha (96) Apesar de a depressatildeo ser uma condiccedilatildeo rela-tivamente comum de curso crocircnico e recorrente esses achados confirmam a perspectivade maior utilizaccedilatildeo dos recursos de sauacutede pelos indiviacuteduos com indicativo de transtornodepressivo Aleacutem disso esse transtorno eacute frequentemente associado agrave incapacitaccedilatildeo fun-cional e ao comprometimento da sauacutede fiacutesica(FLECK et al 2003)(VALENTINI et al2004)(HEGADOREN et al 2009)(LOPES et al 2011)

Quando pensamos em tratamento para uma das queixas mais comuns do pacientedepressivo a insocircnia esbarramos em um equiacutevoco que se propagou e que causa prejuizosaos pacientes os benzodiazepiacutenicos Disponiacuteveis desde 1960 e com um controle rigorosode sua prescriccedilatildeo devido ao seu potencial de adiccedilatildeo atraveacutes do formulaacuterio azul e daretenccedilatildeo de receita os benzodiazepiacutenicos (BZD) satildeo uma classe dos psicofaacutermacos dasmais prescritas atualmente No Brasil eacute a terceira classe de drogas mais prescritassendoutilizada por aproximadamente 4 da populaccedilatildeo(MARAGNO GOLDBAUM GIANINI2006)(BROMET et al 2011)(FLECK et al 2002)

Hoje em dia os BZD satildeo indicados apenas para o tratamento agudo e subagudo deansiedade insocircnia e crises convulsivas embora no passado tenham sido usados como pri-meira linha de tratamento para vaacuterios transtornos principalmente psiquiaacutetricos(FLECKet al 2003)

Por geralmente diminuiacuterem o seu efeito ansioliacutetico ao longo do tempo (em geral 3 a4 meses) os BZD natildeo satildeo indicados para tratamento de longo prazo e perdem seu lugarpara as drogas Z (agonistas dos receptores do GABA como zolpidem e zaleplam) queembora mais caras tecircm eficaacutecia semelhante e menos efeitos colaterais Outro dos fatorespreocupantes com relaccedilatildeo aos BZD que hoje nos levam a restringir sua prescriccedilatildeo eacute a

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

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MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

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Page 3: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

Geoacutergia Genestra Oliveira

Projeto Viver Bem - intervir para incluir do acolhimento aopsiquiatra como fazer

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoEspecialista na aten-ccedilatildeo baacutesicardquo e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Sauacutede Puacuteblica da Uni-versidade Federal de Santa Catarina

Profa Dra Faacutetima BuumlcheleCoordenadora do Curso

Rodrigo Otaacutevio Moretti PiresOrientador do trabalho

Florianoacutepolis Marccedilo de 2018

ResumoA atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) eacute mundialmente conhecida por solucionar os principaisproblemas de sauacutede da comunidade inclusive no que tange agrave sauacutede mental Atender sauacutedemental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo pois assumimos o desafio de trabalharcom as pessoas em sofrimento mental no seu mundo real ou a habitar mundos criadospor pessoas que vivenciam experiecircncias diferentes como por exemplo o mundo de quemusa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numa determinada comunidade O presenteprojeto de intervenccedilatildeo busca implementar na Unidade Baacutesica de Sauacutede do Atuba emColombo ndash PR um protocolo de atendimento e a criaccedilatildeo de um ambiente de acolhimentopara os pacientes da sauacutede mental bem como uma educaccedilatildeo continuada para que a equipeesteja apta ao atendimento desses pacientes agrave niacutevel da APS O meacutetodo utilizado para esseprojeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) As bases dedados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos da CAPES e sites doMinisteacuterio da Sauacutede Foi proposto para este projeto o modelo de resultados em promoccedilatildeode sauacutede definido por Nutbeam (1998) com os indicadores accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutedee resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede

Palavras-chave Acolhimento Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Sauacutede Mental

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo Geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 17

5 RESULTADOS ESPERADOS 19

REFEREcircNCIAS 21

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1 Introduccedilatildeo

O municiacutepio de Colombo fica na regiatildeo metropolitana de Curitiba no estado do Pa-ranaacute Sua histoacuteria tem iniacutecio no final do seacuteculo XIX quando imigrantes italianos receberamterras do governo para se instalarem no local A cidade permanece ateacute hoje com a agricul-tura hortifrutigranjeira sendo sua maior fonte de renda bem como a uva e suas inuacutemerasviniacutecolas e a tatildeo conhecida Festa da Uva Tambeacutem destaca-se na induacutestria mineral extra-tora (prefeitura) Possui pouco mais de 200 mil habitantes PIB per capita de cerca deR$ 675000 (IBGE 2008) eacute um IDH de 0733 PNUD 2010 70 do territoacuterio eacute de aacuterearural e possu 42 bairros urbanos

O Atuba bairro onde estaacute a UBS desse trabalho estaacute localizado na divisa entre osmuniciacutepios de Curitiba e Pinhais proacuteximo agrave BR 216 ao Shopping Colombo e a muitoscomeacutercios Natildeo se trata de uma aacuterea rural e sofre com alguns problemas tiacutepicos dasgrandes macrorregiotildees do nosso paiacutes falta de saneamento baacutesico poucas aacutereas de lazeralta criminalidade e grande quantidade de moradores com altos iacutendices de desemprego Obairro possui cerca de 18 mil habitantes sendo a maioria de mulheres e idosos Na minhaaacuterea sou responsaacutevel por aproximadamente 4000 pessoas destas vem aumentando a cadadia a procura a UBS por conta do desemprego e o alto custo da sauacutede privada

Trabalhamos com agendamento dos pre natais e puericultura para dois meses e sauacutedemental do idoso da mulher e hipertensodiabeacutetico mensal O nuacutemero de consultas diaacute-rio eacute de 24 sendo normalmente 12 de demanda espontacircnea Faccedilo 8 consultas de prenatal por semana 6 de puericultura 4 de sauacutede mental e sauacutede da mulher 10 de hiper-tensodiabeacutetico e 8 de sauacutede do idoso

A queixa mais comum na demanda espontacircnea eacute dor osteomuscular nos adultos efebre nas crianccedilas As infecccedilotildees do trato respiratoacuterio tambeacutem figuram entre as principaisqueixas Grande parte da populaccedilatildeo que procura a unidade sofre de doenccedilas crocircnicascomo diabetes hipertensatildeo dislipidemia artrose varizes DPOC cardiopatias e doenccedilasreumatoloacutegicas Existem dificuldades no acesso as especialidades meacutedicas e demais aacuterease especialidades da sauacutede e inconstacircncia no fornecimento de medicamentos

A base alimentar da populaccedilatildeo eacute farinaacuteceos e accediluacutecares Poucos fazem atividade fiacutesicaregular e a maioria tem sobrepeso ou obesidade O uso de drogas liacutecitas ou iliacutecitas tambeacutemeacute alto e natildeo dispomos de grupos locais de enfrentamento somente o CAPS

Outro grande problema eacute o uso indiscriminado de benzodiazepinicos e o alto iacutendice dedepressao e outras doenccedilas mentais somados a falta de apoio matricial e ao distacircncia-mento com o CAPS

O projeto de intervenccedilatildeo intitulado rdquoProjeto Viver Bemrdquoeacute uma proposta que visaaperfeiccediloar o enfrentamento das doenccedilas mentais e auxiliar os profissionais da APS alidar melhor com esse grave problema de sauacutede puacuteblica

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Estudos epidemioloacutegicos mostram que milhotildees de pessoas sofrem algum tipo de doenccedilamental no mundo e que esse nuacutemero tem aumentado de modo progressivo principalmentenos paiacuteses em desenvolvimento Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) no ano2000 a depressatildeo foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para acarga global da doenccedila Ateacute o ano 2020 a depressatildeo alcanccedilaraacute o segundo lugar no rankingdo Disability Adjusted Life Years (DALYs) Atualmente a depressatildeo eacute a segunda causa deincapacidade na faixa etaacuteria de 15 a 44 anos Diversos estudos apontam que a depressatildeoeacute um importante problema de sauacutede global causando impacto negativo na vida dos indi-viacuteduos e de suas famiacutelias aleacutem de elevar a demanda dos serviccedilos de sauacutede(MARAGNOGOLDBAUM GIANINI 2006 p 3)(BROMET et al 2011 p 3)((WHO) 2001)(FLECKet al 2002 p 3)(VALENTINI et al 2004 p 3)

No Brasil a prevalecircncia de depressatildeo na populaccedilatildeo geral ao longo da vida eacute de apro-ximadamente 17 Em um estudo internacional realizado em 18 paiacuteses a prevalecircnciaencontrada foi de 111 e entre os paiacuteses de renda meacutedia a maior prevalecircncia encon-trada foi no Brasil com percentual de 184 Quando se trata de cuidados primaacuterios noBrasil essa prevalecircncia pode chegar a 295 diferentemente do encontrado em pacientesna atenccedilatildeo primaacuteria da Espanha (96) Apesar de a depressatildeo ser uma condiccedilatildeo rela-tivamente comum de curso crocircnico e recorrente esses achados confirmam a perspectivade maior utilizaccedilatildeo dos recursos de sauacutede pelos indiviacuteduos com indicativo de transtornodepressivo Aleacutem disso esse transtorno eacute frequentemente associado agrave incapacitaccedilatildeo fun-cional e ao comprometimento da sauacutede fiacutesica(FLECK et al 2003)(VALENTINI et al2004)(HEGADOREN et al 2009)(LOPES et al 2011)

Quando pensamos em tratamento para uma das queixas mais comuns do pacientedepressivo a insocircnia esbarramos em um equiacutevoco que se propagou e que causa prejuizosaos pacientes os benzodiazepiacutenicos Disponiacuteveis desde 1960 e com um controle rigorosode sua prescriccedilatildeo devido ao seu potencial de adiccedilatildeo atraveacutes do formulaacuterio azul e daretenccedilatildeo de receita os benzodiazepiacutenicos (BZD) satildeo uma classe dos psicofaacutermacos dasmais prescritas atualmente No Brasil eacute a terceira classe de drogas mais prescritassendoutilizada por aproximadamente 4 da populaccedilatildeo(MARAGNO GOLDBAUM GIANINI2006)(BROMET et al 2011)(FLECK et al 2002)

Hoje em dia os BZD satildeo indicados apenas para o tratamento agudo e subagudo deansiedade insocircnia e crises convulsivas embora no passado tenham sido usados como pri-meira linha de tratamento para vaacuterios transtornos principalmente psiquiaacutetricos(FLECKet al 2003)

Por geralmente diminuiacuterem o seu efeito ansioliacutetico ao longo do tempo (em geral 3 a4 meses) os BZD natildeo satildeo indicados para tratamento de longo prazo e perdem seu lugarpara as drogas Z (agonistas dos receptores do GABA como zolpidem e zaleplam) queembora mais caras tecircm eficaacutecia semelhante e menos efeitos colaterais Outro dos fatorespreocupantes com relaccedilatildeo aos BZD que hoje nos levam a restringir sua prescriccedilatildeo eacute a

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

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MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

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  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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ResumoA atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) eacute mundialmente conhecida por solucionar os principaisproblemas de sauacutede da comunidade inclusive no que tange agrave sauacutede mental Atender sauacutedemental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo pois assumimos o desafio de trabalharcom as pessoas em sofrimento mental no seu mundo real ou a habitar mundos criadospor pessoas que vivenciam experiecircncias diferentes como por exemplo o mundo de quemusa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numa determinada comunidade O presenteprojeto de intervenccedilatildeo busca implementar na Unidade Baacutesica de Sauacutede do Atuba emColombo ndash PR um protocolo de atendimento e a criaccedilatildeo de um ambiente de acolhimentopara os pacientes da sauacutede mental bem como uma educaccedilatildeo continuada para que a equipeesteja apta ao atendimento desses pacientes agrave niacutevel da APS O meacutetodo utilizado para esseprojeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) As bases dedados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos da CAPES e sites doMinisteacuterio da Sauacutede Foi proposto para este projeto o modelo de resultados em promoccedilatildeode sauacutede definido por Nutbeam (1998) com os indicadores accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutedee resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede

Palavras-chave Acolhimento Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede Sauacutede Mental

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo Geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 17

5 RESULTADOS ESPERADOS 19

REFEREcircNCIAS 21

9

1 Introduccedilatildeo

O municiacutepio de Colombo fica na regiatildeo metropolitana de Curitiba no estado do Pa-ranaacute Sua histoacuteria tem iniacutecio no final do seacuteculo XIX quando imigrantes italianos receberamterras do governo para se instalarem no local A cidade permanece ateacute hoje com a agricul-tura hortifrutigranjeira sendo sua maior fonte de renda bem como a uva e suas inuacutemerasviniacutecolas e a tatildeo conhecida Festa da Uva Tambeacutem destaca-se na induacutestria mineral extra-tora (prefeitura) Possui pouco mais de 200 mil habitantes PIB per capita de cerca deR$ 675000 (IBGE 2008) eacute um IDH de 0733 PNUD 2010 70 do territoacuterio eacute de aacuterearural e possu 42 bairros urbanos

O Atuba bairro onde estaacute a UBS desse trabalho estaacute localizado na divisa entre osmuniciacutepios de Curitiba e Pinhais proacuteximo agrave BR 216 ao Shopping Colombo e a muitoscomeacutercios Natildeo se trata de uma aacuterea rural e sofre com alguns problemas tiacutepicos dasgrandes macrorregiotildees do nosso paiacutes falta de saneamento baacutesico poucas aacutereas de lazeralta criminalidade e grande quantidade de moradores com altos iacutendices de desemprego Obairro possui cerca de 18 mil habitantes sendo a maioria de mulheres e idosos Na minhaaacuterea sou responsaacutevel por aproximadamente 4000 pessoas destas vem aumentando a cadadia a procura a UBS por conta do desemprego e o alto custo da sauacutede privada

Trabalhamos com agendamento dos pre natais e puericultura para dois meses e sauacutedemental do idoso da mulher e hipertensodiabeacutetico mensal O nuacutemero de consultas diaacute-rio eacute de 24 sendo normalmente 12 de demanda espontacircnea Faccedilo 8 consultas de prenatal por semana 6 de puericultura 4 de sauacutede mental e sauacutede da mulher 10 de hiper-tensodiabeacutetico e 8 de sauacutede do idoso

A queixa mais comum na demanda espontacircnea eacute dor osteomuscular nos adultos efebre nas crianccedilas As infecccedilotildees do trato respiratoacuterio tambeacutem figuram entre as principaisqueixas Grande parte da populaccedilatildeo que procura a unidade sofre de doenccedilas crocircnicascomo diabetes hipertensatildeo dislipidemia artrose varizes DPOC cardiopatias e doenccedilasreumatoloacutegicas Existem dificuldades no acesso as especialidades meacutedicas e demais aacuterease especialidades da sauacutede e inconstacircncia no fornecimento de medicamentos

A base alimentar da populaccedilatildeo eacute farinaacuteceos e accediluacutecares Poucos fazem atividade fiacutesicaregular e a maioria tem sobrepeso ou obesidade O uso de drogas liacutecitas ou iliacutecitas tambeacutemeacute alto e natildeo dispomos de grupos locais de enfrentamento somente o CAPS

Outro grande problema eacute o uso indiscriminado de benzodiazepinicos e o alto iacutendice dedepressao e outras doenccedilas mentais somados a falta de apoio matricial e ao distacircncia-mento com o CAPS

O projeto de intervenccedilatildeo intitulado rdquoProjeto Viver Bemrdquoeacute uma proposta que visaaperfeiccediloar o enfrentamento das doenccedilas mentais e auxiliar os profissionais da APS alidar melhor com esse grave problema de sauacutede puacuteblica

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Estudos epidemioloacutegicos mostram que milhotildees de pessoas sofrem algum tipo de doenccedilamental no mundo e que esse nuacutemero tem aumentado de modo progressivo principalmentenos paiacuteses em desenvolvimento Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) no ano2000 a depressatildeo foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para acarga global da doenccedila Ateacute o ano 2020 a depressatildeo alcanccedilaraacute o segundo lugar no rankingdo Disability Adjusted Life Years (DALYs) Atualmente a depressatildeo eacute a segunda causa deincapacidade na faixa etaacuteria de 15 a 44 anos Diversos estudos apontam que a depressatildeoeacute um importante problema de sauacutede global causando impacto negativo na vida dos indi-viacuteduos e de suas famiacutelias aleacutem de elevar a demanda dos serviccedilos de sauacutede(MARAGNOGOLDBAUM GIANINI 2006 p 3)(BROMET et al 2011 p 3)((WHO) 2001)(FLECKet al 2002 p 3)(VALENTINI et al 2004 p 3)

No Brasil a prevalecircncia de depressatildeo na populaccedilatildeo geral ao longo da vida eacute de apro-ximadamente 17 Em um estudo internacional realizado em 18 paiacuteses a prevalecircnciaencontrada foi de 111 e entre os paiacuteses de renda meacutedia a maior prevalecircncia encon-trada foi no Brasil com percentual de 184 Quando se trata de cuidados primaacuterios noBrasil essa prevalecircncia pode chegar a 295 diferentemente do encontrado em pacientesna atenccedilatildeo primaacuteria da Espanha (96) Apesar de a depressatildeo ser uma condiccedilatildeo rela-tivamente comum de curso crocircnico e recorrente esses achados confirmam a perspectivade maior utilizaccedilatildeo dos recursos de sauacutede pelos indiviacuteduos com indicativo de transtornodepressivo Aleacutem disso esse transtorno eacute frequentemente associado agrave incapacitaccedilatildeo fun-cional e ao comprometimento da sauacutede fiacutesica(FLECK et al 2003)(VALENTINI et al2004)(HEGADOREN et al 2009)(LOPES et al 2011)

Quando pensamos em tratamento para uma das queixas mais comuns do pacientedepressivo a insocircnia esbarramos em um equiacutevoco que se propagou e que causa prejuizosaos pacientes os benzodiazepiacutenicos Disponiacuteveis desde 1960 e com um controle rigorosode sua prescriccedilatildeo devido ao seu potencial de adiccedilatildeo atraveacutes do formulaacuterio azul e daretenccedilatildeo de receita os benzodiazepiacutenicos (BZD) satildeo uma classe dos psicofaacutermacos dasmais prescritas atualmente No Brasil eacute a terceira classe de drogas mais prescritassendoutilizada por aproximadamente 4 da populaccedilatildeo(MARAGNO GOLDBAUM GIANINI2006)(BROMET et al 2011)(FLECK et al 2002)

Hoje em dia os BZD satildeo indicados apenas para o tratamento agudo e subagudo deansiedade insocircnia e crises convulsivas embora no passado tenham sido usados como pri-meira linha de tratamento para vaacuterios transtornos principalmente psiquiaacutetricos(FLECKet al 2003)

Por geralmente diminuiacuterem o seu efeito ansioliacutetico ao longo do tempo (em geral 3 a4 meses) os BZD natildeo satildeo indicados para tratamento de longo prazo e perdem seu lugarpara as drogas Z (agonistas dos receptores do GABA como zolpidem e zaleplam) queembora mais caras tecircm eficaacutecia semelhante e menos efeitos colaterais Outro dos fatorespreocupantes com relaccedilatildeo aos BZD que hoje nos levam a restringir sua prescriccedilatildeo eacute a

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

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LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo Geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 17

5 RESULTADOS ESPERADOS 19

REFEREcircNCIAS 21

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1 Introduccedilatildeo

O municiacutepio de Colombo fica na regiatildeo metropolitana de Curitiba no estado do Pa-ranaacute Sua histoacuteria tem iniacutecio no final do seacuteculo XIX quando imigrantes italianos receberamterras do governo para se instalarem no local A cidade permanece ateacute hoje com a agricul-tura hortifrutigranjeira sendo sua maior fonte de renda bem como a uva e suas inuacutemerasviniacutecolas e a tatildeo conhecida Festa da Uva Tambeacutem destaca-se na induacutestria mineral extra-tora (prefeitura) Possui pouco mais de 200 mil habitantes PIB per capita de cerca deR$ 675000 (IBGE 2008) eacute um IDH de 0733 PNUD 2010 70 do territoacuterio eacute de aacuterearural e possu 42 bairros urbanos

O Atuba bairro onde estaacute a UBS desse trabalho estaacute localizado na divisa entre osmuniciacutepios de Curitiba e Pinhais proacuteximo agrave BR 216 ao Shopping Colombo e a muitoscomeacutercios Natildeo se trata de uma aacuterea rural e sofre com alguns problemas tiacutepicos dasgrandes macrorregiotildees do nosso paiacutes falta de saneamento baacutesico poucas aacutereas de lazeralta criminalidade e grande quantidade de moradores com altos iacutendices de desemprego Obairro possui cerca de 18 mil habitantes sendo a maioria de mulheres e idosos Na minhaaacuterea sou responsaacutevel por aproximadamente 4000 pessoas destas vem aumentando a cadadia a procura a UBS por conta do desemprego e o alto custo da sauacutede privada

Trabalhamos com agendamento dos pre natais e puericultura para dois meses e sauacutedemental do idoso da mulher e hipertensodiabeacutetico mensal O nuacutemero de consultas diaacute-rio eacute de 24 sendo normalmente 12 de demanda espontacircnea Faccedilo 8 consultas de prenatal por semana 6 de puericultura 4 de sauacutede mental e sauacutede da mulher 10 de hiper-tensodiabeacutetico e 8 de sauacutede do idoso

A queixa mais comum na demanda espontacircnea eacute dor osteomuscular nos adultos efebre nas crianccedilas As infecccedilotildees do trato respiratoacuterio tambeacutem figuram entre as principaisqueixas Grande parte da populaccedilatildeo que procura a unidade sofre de doenccedilas crocircnicascomo diabetes hipertensatildeo dislipidemia artrose varizes DPOC cardiopatias e doenccedilasreumatoloacutegicas Existem dificuldades no acesso as especialidades meacutedicas e demais aacuterease especialidades da sauacutede e inconstacircncia no fornecimento de medicamentos

A base alimentar da populaccedilatildeo eacute farinaacuteceos e accediluacutecares Poucos fazem atividade fiacutesicaregular e a maioria tem sobrepeso ou obesidade O uso de drogas liacutecitas ou iliacutecitas tambeacutemeacute alto e natildeo dispomos de grupos locais de enfrentamento somente o CAPS

Outro grande problema eacute o uso indiscriminado de benzodiazepinicos e o alto iacutendice dedepressao e outras doenccedilas mentais somados a falta de apoio matricial e ao distacircncia-mento com o CAPS

O projeto de intervenccedilatildeo intitulado rdquoProjeto Viver Bemrdquoeacute uma proposta que visaaperfeiccediloar o enfrentamento das doenccedilas mentais e auxiliar os profissionais da APS alidar melhor com esse grave problema de sauacutede puacuteblica

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Estudos epidemioloacutegicos mostram que milhotildees de pessoas sofrem algum tipo de doenccedilamental no mundo e que esse nuacutemero tem aumentado de modo progressivo principalmentenos paiacuteses em desenvolvimento Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) no ano2000 a depressatildeo foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para acarga global da doenccedila Ateacute o ano 2020 a depressatildeo alcanccedilaraacute o segundo lugar no rankingdo Disability Adjusted Life Years (DALYs) Atualmente a depressatildeo eacute a segunda causa deincapacidade na faixa etaacuteria de 15 a 44 anos Diversos estudos apontam que a depressatildeoeacute um importante problema de sauacutede global causando impacto negativo na vida dos indi-viacuteduos e de suas famiacutelias aleacutem de elevar a demanda dos serviccedilos de sauacutede(MARAGNOGOLDBAUM GIANINI 2006 p 3)(BROMET et al 2011 p 3)((WHO) 2001)(FLECKet al 2002 p 3)(VALENTINI et al 2004 p 3)

No Brasil a prevalecircncia de depressatildeo na populaccedilatildeo geral ao longo da vida eacute de apro-ximadamente 17 Em um estudo internacional realizado em 18 paiacuteses a prevalecircnciaencontrada foi de 111 e entre os paiacuteses de renda meacutedia a maior prevalecircncia encon-trada foi no Brasil com percentual de 184 Quando se trata de cuidados primaacuterios noBrasil essa prevalecircncia pode chegar a 295 diferentemente do encontrado em pacientesna atenccedilatildeo primaacuteria da Espanha (96) Apesar de a depressatildeo ser uma condiccedilatildeo rela-tivamente comum de curso crocircnico e recorrente esses achados confirmam a perspectivade maior utilizaccedilatildeo dos recursos de sauacutede pelos indiviacuteduos com indicativo de transtornodepressivo Aleacutem disso esse transtorno eacute frequentemente associado agrave incapacitaccedilatildeo fun-cional e ao comprometimento da sauacutede fiacutesica(FLECK et al 2003)(VALENTINI et al2004)(HEGADOREN et al 2009)(LOPES et al 2011)

Quando pensamos em tratamento para uma das queixas mais comuns do pacientedepressivo a insocircnia esbarramos em um equiacutevoco que se propagou e que causa prejuizosaos pacientes os benzodiazepiacutenicos Disponiacuteveis desde 1960 e com um controle rigorosode sua prescriccedilatildeo devido ao seu potencial de adiccedilatildeo atraveacutes do formulaacuterio azul e daretenccedilatildeo de receita os benzodiazepiacutenicos (BZD) satildeo uma classe dos psicofaacutermacos dasmais prescritas atualmente No Brasil eacute a terceira classe de drogas mais prescritassendoutilizada por aproximadamente 4 da populaccedilatildeo(MARAGNO GOLDBAUM GIANINI2006)(BROMET et al 2011)(FLECK et al 2002)

Hoje em dia os BZD satildeo indicados apenas para o tratamento agudo e subagudo deansiedade insocircnia e crises convulsivas embora no passado tenham sido usados como pri-meira linha de tratamento para vaacuterios transtornos principalmente psiquiaacutetricos(FLECKet al 2003)

Por geralmente diminuiacuterem o seu efeito ansioliacutetico ao longo do tempo (em geral 3 a4 meses) os BZD natildeo satildeo indicados para tratamento de longo prazo e perdem seu lugarpara as drogas Z (agonistas dos receptores do GABA como zolpidem e zaleplam) queembora mais caras tecircm eficaacutecia semelhante e menos efeitos colaterais Outro dos fatorespreocupantes com relaccedilatildeo aos BZD que hoje nos levam a restringir sua prescriccedilatildeo eacute a

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 6: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

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1 Introduccedilatildeo

O municiacutepio de Colombo fica na regiatildeo metropolitana de Curitiba no estado do Pa-ranaacute Sua histoacuteria tem iniacutecio no final do seacuteculo XIX quando imigrantes italianos receberamterras do governo para se instalarem no local A cidade permanece ateacute hoje com a agricul-tura hortifrutigranjeira sendo sua maior fonte de renda bem como a uva e suas inuacutemerasviniacutecolas e a tatildeo conhecida Festa da Uva Tambeacutem destaca-se na induacutestria mineral extra-tora (prefeitura) Possui pouco mais de 200 mil habitantes PIB per capita de cerca deR$ 675000 (IBGE 2008) eacute um IDH de 0733 PNUD 2010 70 do territoacuterio eacute de aacuterearural e possu 42 bairros urbanos

O Atuba bairro onde estaacute a UBS desse trabalho estaacute localizado na divisa entre osmuniciacutepios de Curitiba e Pinhais proacuteximo agrave BR 216 ao Shopping Colombo e a muitoscomeacutercios Natildeo se trata de uma aacuterea rural e sofre com alguns problemas tiacutepicos dasgrandes macrorregiotildees do nosso paiacutes falta de saneamento baacutesico poucas aacutereas de lazeralta criminalidade e grande quantidade de moradores com altos iacutendices de desemprego Obairro possui cerca de 18 mil habitantes sendo a maioria de mulheres e idosos Na minhaaacuterea sou responsaacutevel por aproximadamente 4000 pessoas destas vem aumentando a cadadia a procura a UBS por conta do desemprego e o alto custo da sauacutede privada

Trabalhamos com agendamento dos pre natais e puericultura para dois meses e sauacutedemental do idoso da mulher e hipertensodiabeacutetico mensal O nuacutemero de consultas diaacute-rio eacute de 24 sendo normalmente 12 de demanda espontacircnea Faccedilo 8 consultas de prenatal por semana 6 de puericultura 4 de sauacutede mental e sauacutede da mulher 10 de hiper-tensodiabeacutetico e 8 de sauacutede do idoso

A queixa mais comum na demanda espontacircnea eacute dor osteomuscular nos adultos efebre nas crianccedilas As infecccedilotildees do trato respiratoacuterio tambeacutem figuram entre as principaisqueixas Grande parte da populaccedilatildeo que procura a unidade sofre de doenccedilas crocircnicascomo diabetes hipertensatildeo dislipidemia artrose varizes DPOC cardiopatias e doenccedilasreumatoloacutegicas Existem dificuldades no acesso as especialidades meacutedicas e demais aacuterease especialidades da sauacutede e inconstacircncia no fornecimento de medicamentos

A base alimentar da populaccedilatildeo eacute farinaacuteceos e accediluacutecares Poucos fazem atividade fiacutesicaregular e a maioria tem sobrepeso ou obesidade O uso de drogas liacutecitas ou iliacutecitas tambeacutemeacute alto e natildeo dispomos de grupos locais de enfrentamento somente o CAPS

Outro grande problema eacute o uso indiscriminado de benzodiazepinicos e o alto iacutendice dedepressao e outras doenccedilas mentais somados a falta de apoio matricial e ao distacircncia-mento com o CAPS

O projeto de intervenccedilatildeo intitulado rdquoProjeto Viver Bemrdquoeacute uma proposta que visaaperfeiccediloar o enfrentamento das doenccedilas mentais e auxiliar os profissionais da APS alidar melhor com esse grave problema de sauacutede puacuteblica

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Estudos epidemioloacutegicos mostram que milhotildees de pessoas sofrem algum tipo de doenccedilamental no mundo e que esse nuacutemero tem aumentado de modo progressivo principalmentenos paiacuteses em desenvolvimento Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) no ano2000 a depressatildeo foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para acarga global da doenccedila Ateacute o ano 2020 a depressatildeo alcanccedilaraacute o segundo lugar no rankingdo Disability Adjusted Life Years (DALYs) Atualmente a depressatildeo eacute a segunda causa deincapacidade na faixa etaacuteria de 15 a 44 anos Diversos estudos apontam que a depressatildeoeacute um importante problema de sauacutede global causando impacto negativo na vida dos indi-viacuteduos e de suas famiacutelias aleacutem de elevar a demanda dos serviccedilos de sauacutede(MARAGNOGOLDBAUM GIANINI 2006 p 3)(BROMET et al 2011 p 3)((WHO) 2001)(FLECKet al 2002 p 3)(VALENTINI et al 2004 p 3)

No Brasil a prevalecircncia de depressatildeo na populaccedilatildeo geral ao longo da vida eacute de apro-ximadamente 17 Em um estudo internacional realizado em 18 paiacuteses a prevalecircnciaencontrada foi de 111 e entre os paiacuteses de renda meacutedia a maior prevalecircncia encon-trada foi no Brasil com percentual de 184 Quando se trata de cuidados primaacuterios noBrasil essa prevalecircncia pode chegar a 295 diferentemente do encontrado em pacientesna atenccedilatildeo primaacuteria da Espanha (96) Apesar de a depressatildeo ser uma condiccedilatildeo rela-tivamente comum de curso crocircnico e recorrente esses achados confirmam a perspectivade maior utilizaccedilatildeo dos recursos de sauacutede pelos indiviacuteduos com indicativo de transtornodepressivo Aleacutem disso esse transtorno eacute frequentemente associado agrave incapacitaccedilatildeo fun-cional e ao comprometimento da sauacutede fiacutesica(FLECK et al 2003)(VALENTINI et al2004)(HEGADOREN et al 2009)(LOPES et al 2011)

Quando pensamos em tratamento para uma das queixas mais comuns do pacientedepressivo a insocircnia esbarramos em um equiacutevoco que se propagou e que causa prejuizosaos pacientes os benzodiazepiacutenicos Disponiacuteveis desde 1960 e com um controle rigorosode sua prescriccedilatildeo devido ao seu potencial de adiccedilatildeo atraveacutes do formulaacuterio azul e daretenccedilatildeo de receita os benzodiazepiacutenicos (BZD) satildeo uma classe dos psicofaacutermacos dasmais prescritas atualmente No Brasil eacute a terceira classe de drogas mais prescritassendoutilizada por aproximadamente 4 da populaccedilatildeo(MARAGNO GOLDBAUM GIANINI2006)(BROMET et al 2011)(FLECK et al 2002)

Hoje em dia os BZD satildeo indicados apenas para o tratamento agudo e subagudo deansiedade insocircnia e crises convulsivas embora no passado tenham sido usados como pri-meira linha de tratamento para vaacuterios transtornos principalmente psiquiaacutetricos(FLECKet al 2003)

Por geralmente diminuiacuterem o seu efeito ansioliacutetico ao longo do tempo (em geral 3 a4 meses) os BZD natildeo satildeo indicados para tratamento de longo prazo e perdem seu lugarpara as drogas Z (agonistas dos receptores do GABA como zolpidem e zaleplam) queembora mais caras tecircm eficaacutecia semelhante e menos efeitos colaterais Outro dos fatorespreocupantes com relaccedilatildeo aos BZD que hoje nos levam a restringir sua prescriccedilatildeo eacute a

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 7: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Estudos epidemioloacutegicos mostram que milhotildees de pessoas sofrem algum tipo de doenccedilamental no mundo e que esse nuacutemero tem aumentado de modo progressivo principalmentenos paiacuteses em desenvolvimento Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) no ano2000 a depressatildeo foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para acarga global da doenccedila Ateacute o ano 2020 a depressatildeo alcanccedilaraacute o segundo lugar no rankingdo Disability Adjusted Life Years (DALYs) Atualmente a depressatildeo eacute a segunda causa deincapacidade na faixa etaacuteria de 15 a 44 anos Diversos estudos apontam que a depressatildeoeacute um importante problema de sauacutede global causando impacto negativo na vida dos indi-viacuteduos e de suas famiacutelias aleacutem de elevar a demanda dos serviccedilos de sauacutede(MARAGNOGOLDBAUM GIANINI 2006 p 3)(BROMET et al 2011 p 3)((WHO) 2001)(FLECKet al 2002 p 3)(VALENTINI et al 2004 p 3)

No Brasil a prevalecircncia de depressatildeo na populaccedilatildeo geral ao longo da vida eacute de apro-ximadamente 17 Em um estudo internacional realizado em 18 paiacuteses a prevalecircnciaencontrada foi de 111 e entre os paiacuteses de renda meacutedia a maior prevalecircncia encon-trada foi no Brasil com percentual de 184 Quando se trata de cuidados primaacuterios noBrasil essa prevalecircncia pode chegar a 295 diferentemente do encontrado em pacientesna atenccedilatildeo primaacuteria da Espanha (96) Apesar de a depressatildeo ser uma condiccedilatildeo rela-tivamente comum de curso crocircnico e recorrente esses achados confirmam a perspectivade maior utilizaccedilatildeo dos recursos de sauacutede pelos indiviacuteduos com indicativo de transtornodepressivo Aleacutem disso esse transtorno eacute frequentemente associado agrave incapacitaccedilatildeo fun-cional e ao comprometimento da sauacutede fiacutesica(FLECK et al 2003)(VALENTINI et al2004)(HEGADOREN et al 2009)(LOPES et al 2011)

Quando pensamos em tratamento para uma das queixas mais comuns do pacientedepressivo a insocircnia esbarramos em um equiacutevoco que se propagou e que causa prejuizosaos pacientes os benzodiazepiacutenicos Disponiacuteveis desde 1960 e com um controle rigorosode sua prescriccedilatildeo devido ao seu potencial de adiccedilatildeo atraveacutes do formulaacuterio azul e daretenccedilatildeo de receita os benzodiazepiacutenicos (BZD) satildeo uma classe dos psicofaacutermacos dasmais prescritas atualmente No Brasil eacute a terceira classe de drogas mais prescritassendoutilizada por aproximadamente 4 da populaccedilatildeo(MARAGNO GOLDBAUM GIANINI2006)(BROMET et al 2011)(FLECK et al 2002)

Hoje em dia os BZD satildeo indicados apenas para o tratamento agudo e subagudo deansiedade insocircnia e crises convulsivas embora no passado tenham sido usados como pri-meira linha de tratamento para vaacuterios transtornos principalmente psiquiaacutetricos(FLECKet al 2003)

Por geralmente diminuiacuterem o seu efeito ansioliacutetico ao longo do tempo (em geral 3 a4 meses) os BZD natildeo satildeo indicados para tratamento de longo prazo e perdem seu lugarpara as drogas Z (agonistas dos receptores do GABA como zolpidem e zaleplam) queembora mais caras tecircm eficaacutecia semelhante e menos efeitos colaterais Outro dos fatorespreocupantes com relaccedilatildeo aos BZD que hoje nos levam a restringir sua prescriccedilatildeo eacute a

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

17

assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

19

4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 8: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

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capacidade de gerar toleracircncia e dependecircncia que podem ser perpetuadas por diversosfatores prescriccedilatildeo errocircnea e continuada pelo meacutedico aumento da dose pelo proacuteprio pa-ciente necessidade psicoloacutegica da droga (algo bastante usual e observado em ambienteambulatorial)(HEGADOREN et al 2009)

13

2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 9: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

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2 Objetivos

21 Objetivo GeralAprimorar a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na UBS Atuba com enfase no acolhimento do

usuaacuterio nas estrateacutegias natildeo medicamentosas de tratamento e na capacitaccedilatildeo dos profis-sionais para o correto seguimento baseados na estratificaccedilatildeo de risco em Sauacutede Mental

22 Objetivos Especiacuteficosbull Identificar os pacientes em sofrimento psiacutequico e em uso de medicaccedilotildees psicotroacutepicas

bull Capacitar os profissionais da APS (Enfermeiros meacutedicos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede) para o cuidado frente ao paciente psiquiaacutetrico tantonos quadros agudos quanto na continuidade do tratamento

bull Criar um ambiente de acolhimento e um espaccedilo de escuta juntamente com a psico-logia terapia ocupacional meacutedico de famiacutelia e psiquiatra

bull Apresentar e disponibilizar aos profissionais da APS um protocolo de atendimentoe tratamento das urgecircncias psiquiaacutetricas

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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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3 Revisatildeo da Literatura

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede afirma que natildeo existe definiccedilatildeo rdquooficialrdquode sauacutedemental Diferenccedilas culturais julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentesafetam o modo como a rdquosauacutede mentalrdquoeacute definida Sauacutede mental eacute um termo usado paradescrever o niacutevel de qualidade de vida cognitiva ou emocional A sauacutede Mental podeincluir a capacidade de um indiviacuteduo de apreciar a vida e procurar um equiliacutebrio entre asatividades e os esforccedilos para atingir a resiliecircncia psicoloacutegica Admite-se entretanto queo conceito de Sauacutede Mental eacute mais amplo que a ausecircncia de transtornos mentaisrdquo

1 Sauacutede Mental eacute o equiliacutebrio emocional entre o patrimocircnio interno e as exigecircncias ouvivecircncias externas Eacute a capacidade de administrar a proacutepria vida e as suas emoccedilotildees dentrode um amplo espectro de variaccedilotildees sem contudo perder o valor do real e do precioso Eacuteser capaz de ser sujeito de suas proacuteprias accedilotildees sem perder a noccedilatildeo de tempo e espaccediloEacute buscar viver a vida na sua plenitude maacutexima respeitando o legal e o outro 2 SauacutedeMental eacute estar de bem consigo e com os outros Aceitar as exigecircncias da vida Saber lidarcom as boas emoccedilotildees e tambeacutem com as desagradaacuteveis alegriatristeza coragemmedoamoroacutedio serenidaderaiva ciuacutemes culpa frustraccedilotildees Reconhecer seus limites e buscarajuda quando necessaacuterio 3 Os seguintes itens foram identificados como criteacuterios de sauacutedemental

1 Atitudes positivas em relaccedilatildeo a si proacuteprio 2 Crescimento desenvolvimento e auto-realizaccedilatildeo 3 Integraccedilatildeo e resposta emocional 4 Autonomia e autodeterminaccedilatildeo 5 Per-cepccedilatildeo apurada da realidade 6 Domiacutenio ambiental e competecircncia social(GONCcedilALVES1992)(AMARAL 1997)(BREcircDA 2004)

Historicamente a partir do seacuteculo XIX o hospital psiquiaacutetrico se constituiacutea como ouacutenico recurso para tratamento da loucura Nesse modelo de tratamento o cuidado aoldquodoente mentalrdquo estava diretamente relacionado agrave exclusatildeo Para tratar era necessaacuterioseparar a pessoa com transtorno mental da sua famiacutelia e do conviacutevio social De um ladoa famiacutelia era considerada ameaccedilada pela loucura e por isso necessitava ser protegidaDe outro lado o isolamento deveria ser realizado porque a famiacutelia propiciaria a alienaccedilatildeomental por ser fraca no seu poder controlador e disciplinar Nesse modelo o familiar eraalijado do tratamento o que reforccedilava a culpa e associava este familiar agrave causalidade dadoenccedila mental(NAVARINI A 2008)

Nos uacuteltimos vinte anos a aacuterea da sauacutede mental no contexto nacional vem se con-duzindo em um processo complexo de auto-afirmaccedilatildeo por um saberfazer que supere omodelo biomeacutedico medicalizante e hospitalocecircntrico busca sustentar-se sobre dispositivosde atenccedilatildeo comunitaacuteria territoriais focalizados na pessoa em sofrimento psiacutequico e sua fa-miacutelia por meio de uma praxis transformadora e em constante construccedilatildeo Em construccedilatildeopor estarmos diante do novo e desconhecido modo de fazer sauacutede mental na perspectiva

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 11: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

psicossocial remetendo-nos agrave necessidade de constituir um saberfazer natildeo reproduzidoque atenda demandas natildeo declaradas anteriormente pois a praxis fundamentada nomodelo biomeacutedico e a loacutegica de ser dos hospitais psiquiaacutetricos era e eacute de domiacutenio dos pro-fissionais que atuavam na psiquiatria vigiar excluir isolar e ofertar medicamentos satildeosaberes que atendem ao tratamento da doenccedila mental Jaacute atender o sujeito em sofrimentopsiacutequico e sua famiacutelia nas dimensotildees sociais de inclusatildeo reabilitaccedilatildeo psicossocial inserccedilatildeocomunitaacuteria e na produccedilatildeo social de vida integrando trabalho lazer cultura educaccedilatildeo esauacutede natildeo satildeo accedilotildees naturalmente prescritas nos compecircndios e manuais de sauacutede mentale psiquiatria(LUCCHESE 2005)

Muitos domiacutenios cientiacuteficos e tecnoloacutegicos inovadores que atendem as questotildees psicos-sociais estatildeo sendo efetivados e ou descobertos no dia-a-dia dos serviccedilos que superaram areproduccedilatildeo do fazer e rdquoarriscaramrdquotransformar as relaccedilotildees internas de gestatildeo e trabalhoAssim concretizam atividades pioneiras de substituiccedilatildeo agrave hospitalizaccedilatildeo do usuaacuterio Osserviccedilos referidos satildeo em sua maioria os Centros de Atenccedilatildeo Psicossocial (CAPS) equipa-mentos do niacutevel especializado de atendimento aos portadores de transtorno mental Massabemos que apenas a estruturaccedilatildeo de CAPS para atender a sauacutede mental na perspectivapsicossocial natildeo basta eacute necessaacuterio que os diversos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede formem umarede precisa que responda as demandas da sauacutede mental em co-responsabilidade com a co-munidade Assim o niacutevel primaacuterio de atenccedilatildeo se apresenta como um rdquoespaccedilordquoprivilegiadopara que esse envolvimento ocorra pois a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) ao reco-mendar accedilotildees definidoras do modelo de atenccedilatildeo em sauacutede mental ressaltou a importacircnciada atenccedilatildeo primaacuteria para garantir o tratamento na comunidade ((WHO) 2001)(LAN-CETTI 2006)

Atender sauacutede mental no niacutevel primaacuterio eacute um processo complexo haacute operaccedilatildeo de umardquocomplexidade invertidardquo ao tomarmos o pressuposto tradicional de que temos no SUSuma hierarquizaccedilatildeo e que a cada um dos niacuteveis de atenccedilatildeo agrave sauacutede (primaacuterio secundaacuterioterciaacuterio) corresponde um niacutevel de complexidade (do menor para o maior) temos que ocuidado hospitalar eacute mais complexo Entretanto a complexidade observada aiacute eacute somenteaquela relacionada ao consumo de rdquotecnologias durasrdquo ou agravequelas tecnologias materiaisrelacionadas agrave induacutestria farmacecircutica e de equipamentos meacutedicos No campo da atenccedilatildeopsiquiaacutetrica observamos que os procedimentos realizados nos hospitais psiquiaacutetricos satildeordquo procedimentos simples e que tendem agrave simplificaccedilatildeordquo(p 108) pois a proacutepria vida dopaciente nesses locais vai se conduzindo quanto maior for o periacuteodo de internaccedilatildeo numaloacutegica de perda da complexidade e padronizaccedilatildeo simplificada tiacutepica da institucionalizaccedilatildeohoraacuterio de acordar de banho de alimentaccedilatildeo local uacutenico de circulaccedilatildeo ateacute mesmo olazer eacute padronizado em locais e acontecimentos repetitivos De certo modo o mundo eacuteposto dentro da instituiccedilatildeo pois haacute um controle total dos espaccedilos-tempos nos hospitaispsiquiaacutetricos(MALTA MERHY 2003)(GOFFMAN 2003)

De modo muito diverso ao abordarmos a atenccedilatildeo agrave sauacutede mental no niacutevel primaacuterio

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

23

Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 12: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

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assumimos o desafio de trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundoreal e esse cuidado eacute rdquo complexo porque [estaacute situado] no atravessamento do territoacuteriogeograacutefico com o territoacuterio existencial [e assim] somos obrigados a fabricar mundosrdquo(p109) ou a habitar mundos criados por pessoas que vivenciam experiecircncias diferentescomo por exemplo o mundo de quem usa drogas ou de quem apresenta um deliacuterio numadeterminada comunidade(MALTA MERHY 2003)

No paiacutes a estrateacutegia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) para efetivar suas diretrizes eassegurar agrave populaccedilatildeo brasileira o acesso a cuidados primaacuterios e agrave melhoria de sua quali-dade de vida eacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) Acreditam-se que articulaccedilotildees entrePSF e atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na loacutegica da Reforma Psiquiaacutetrica podem ocorrer umavez que ambos tecircm princiacutepios e diretrizes que se convergem a busca em romper com omodelo meacutedico hegemocircnico o desafio de tomar a famiacutelia em sua dimensatildeo soacutecio-culturalcomo objeto de atenccedilatildeo de planejar e executar accedilotildees num determinado territoacuterio promo-ver cidadaniaparticipaccedilatildeo comunitaacuteria e constituir novas tecnologias para melhoria daqualidade de vida das pessoas

Mas as aproximaccedilotildees destes modelos situam-se mais nas convergecircncias rdquodo modoque deveria serrdquode cada um Observa-se um relativo desconhecimento da realidade sobreas necessidades de sauacutede mental na atenccedilatildeo primaacuteria em todo o Brasil pois apesar damarcante presenccedila das demandas de sauacutede mental nas aacutereas de abrangecircncia dos PSFas equipes frequumlentemente expressam dificuldades de identificaccedilatildeo e acompanhamentodas pessoas com transtorno mental nas comunidades Associado a isso observa-se queos indicadores disponiacuteveis nos sistemas de informaccedilatildeo municipal regional e nacional datildeoconta somente de informaccedilotildees sobre internaccedilotildees em hospitais psiquiaacutetricos ou de interna-ccedilotildees por transtorno mental em hospitais gerais e de atendimento em CAPS(OLIVEIRAVIEIRA ANDRADE 2006)

A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) em suas dez recomendaccedilotildees para a sauacutedemental no mundo apontou a relevacircncia da atuaccedilatildeo da Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)para a promoccedilatildeo de sauacutede mental nas comunidades Dentre essas recomendaccedilotildees eacute dadodestaque agrave funccedilatildeo das equipes de sauacutede baacutesica no desenvolvimento de accedilotildees visando aorastreamento encaminhamento e monitoramento dos usuaacute-rios que possuem transtornosmentais No contexto brasileiro o grande potencial para o desenvolvimento dessas accedilotildeeseacute o Programa Sauacutede da Famiacutelia (PSF) tendo em vista que esse programa foi elaboradocomo forma de estruturar os serviccedilos da APS no paiacutes e servir como primeiro contatoda populaccedilatildeo com os serviccedilos de sauacutede puacuteblica ((WHO) 2001)(OLIVEIRA VIEIRAANDRADE 2006)

19

4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 13: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

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4 Metodologia

O meacutetodo utilizado para esse projeto de intervenccedilatildeo foi o Planejamento EstrateacutegicoSituacional (PES) atraveacutes da definiccedilatildeo dos problemas da comunidade da priorizaccedilatildeo dosproblemas da descriccedilatildeo do problema selecionado da seleccedilatildeo dos noacutes criacuteticos do desenhodas operaccedilotildees e da elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

Foram realizadas 3 reuniotildees de equipe com o objetivo de listar os problemas encontra-dos na UBS e apoacutes elencarmos o que seria usado neste projeto analisamos os noacutes criacuteticosparticiparam dessa reuniatildeo os ACS enfermeira da equipe teacutecnica em enfermagem daequipe e meacutedica da equipe

Os problemas listados durante as reuniotildees de equipe foram Falta de accedilotildees para otratamento dos pacientes com sofrimento psiacutequico dificuldade de adesatildeo dos pacientes agravemedicaccedilatildeo para DM2 e HAS gravidez na adolescecircncia uso de drogas e aacutelcool Durante areuniatildeo foi priorizado o problema da sauacutede mental pelo seu grande impacto nos demaisproblemas e por ser visto pela equipe teacutecnica como um grande desafio

Noacutes criacuteticos falta de resolutividade do CAPS distacircncia do centro de convivecircnciapreconceito em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais e seu tratamento falta de apoio familiar faltade organizaccedilatildeo da unidade falta de espaccedilo para atividade fiacutesicas e de entretenimento nacomunidade falta de consulta meacutedica com clinico e com o psiquiatra principalmente porfalta de organizaccedilatildeo da agenda e falta de psiquiatra no municiacutepio

Mapa operacionalFalta de resolutividade do CAPS trazer o CAPS tambeacutem para dentro da unidade

criando grupos de apoio dentro da UBS com participaccedilatildeo de psicoacutelogos e terapeutasocupacionais pois facilita o acesso e diminui o nuacutemero de faltas Periodicidade quinzenal

Falta de apoio familiar realizar visitas domiciliares e convidar os familiares para ir ateacutea unidade em reuniotildees especiacuteficas para eles com o objetivo de esclarecer duacutevidas sobre asdoenccedilas e seus tratamentos Periodicidade mensal

Falta de organizaccedilatildeo da unidade falta de consultas meacutedicas identificar e estratificaros pacientes de sauacutede mental realizar visitas domiciliares e organizar a agenda Solicitarjunto ao conselho municipal de sauacutede a contrataccedilatildeo de meacutedico psiquiatra ou o convecircniocom universidades e clinicas para que os pacientes mantenham o acompanhamento como meacutedico especialista conforme a necessidade de maneira raacutepida Periodo 2 meses

Falta de espaccedilo para atividades fiacutesicas e entretenimento na unidade Criar um grupode caminhadacorrida na comunidade com participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem eagentes comunitaacuterios de sauacutede uma vez por semana Disponibilizar aulas de alongamentomeditaccedilatildeo e terapia ocupacional dentro da unidade Fazer uma sessatildeo mensal de cinemadentro da unidade com posterior discussatildeo sobre o filme Organizar semestralmente umpasseio com os pacientes ateacute locais proacuteximos como museus parques e zooloacutegico

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 14: Geórgia Genestra Oliveiraƒ³rgia_Genestra_Oliveira.pdfGeórgia Genestra Oliveira Projeto Viver Bem - intervir para incluir: do acolhimento ao psiquiatra, como fazer? Monografia apresentada

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

As bases de dados consultadas foram SCIELO LILACS portal de perioacutedicos daCAPES e sites do Ministeacuterio da Sauacutede

Os descritores foram sauacutede mental planejamento em sauacutede e intervenccedilatildeo em sauacutedemental

O projeto de intervenccedilatildeo seraacute feito para abranger os usuaacuterios do SUS na UBS doAtuba em Colombo ndash PR em sofrimento psiacutequico ou em uso de medicamentos psicotroacute-picos e os funcionaacuterios da UBS - meacutedicos enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e agentescomunitaacuterios de sauacutede Seratildeo feitas accedilotildees dentro da UBS e na comunidade que auxiliemno processo de recuperaccedilatildeo dos pacientes Bem como accedilotildees internas com a equipe teacutecnicacom o objetivo de melhorar o atendimento ao usuaacuterio durante crises agudas e a educaccedilatildeoem sauacutede para aprimorar os conhecimentos a respeito das principais causas das doenccedilasmentais e suas implicaccedilotildees fiacutesicas emocionais e na sociedade

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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo Geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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5 Resultados Esperados

A caracteriacutestica intriacutenseca de intervenccedilotildees de Promoccedilatildeo de Sauacutede seu caraacuteter ampli-ado envolvendo vaacuterios atores sociais e diversas estrateacutegias tem implicaccedilotildees diretas sobrea forma de medir seu impacto e efetividade O exito desse projeto de intervenccedilatildeo certa-mente os resultados seraacute vistos por muitos e muitos anos e iraacute aleacutem do que eacute possiacutevelimaginar durante sua construccedilatildeo Foi proposto para este projeto o modelo de resultadosem promoccedilatildeo de sauacutede definido por Nutbeam (1998) adaptado para esse projeto sendoos indicadores

Accedilotildees de promoccedilatildeo de sauacutede Educaccedilatildeo em sauacutede comunicaccedilatildeo facilidade de acessoconhecimento sobre sauacutede mental Facilitaccedilatildeo por meio de grupos Adesatildeo ao tratamentoproposto Participaccedilatildeo comunitaacuteria empoderamento comunitaacuterio opiniatildeo do usuaacuterio

Resultados intermediaacuterios sociais e de sauacutede (determinantes de sauacutede modificaacuteveis)serviccedilo puacuteblico eficaz ambiente saudaacutevel estilo de vida saudaacutevel

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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

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    • Objetivos Especiacuteficos
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Referecircncias

AMARAL M Atenccedilatildeo agrave sauacutede mental na rede baacutesica estudo sobre a eficacia domodelo assistencial Satildeo Paulo n 7 1997 Curso de Medicina Universidade Estadual deCampinal Citado na paacutegina 13

BROMET E et al Cross-national epidemiology os dsm-iv major depressive episodeBMC periodic p 9ndash15 2011 Citado na paacutegina 10

BREcircDA M O cuidado ao portador de transtorno psiacutequico na atenccedilatildeo baacutesica de sauacutedeRevista de Sauacutede Puacuteblica p 471ndash480 2004 Citado na paacutegina 13

FLECK M et al Associaccedilatildeo entre sintomas depressivos e funcionamento social emcuidados primaacuterios agrave sauacutede Revista de Sauacutede Puacuteblica p 431ndash438 2002 Citado napaacutegina 10

FLECK M et al Diretrizes da associaccedilatildeo meacutedica brasileira para o tratamento dadepressatildeo Revista Brasileira de Psiquiatria p 114ndash122 2003 Citado na paacutegina 10

GOFFMAN E Manicocircmios prisotildees e conventos Satildeo Paulo Editora Perspectiva 2003Citado na paacutegina 14

GONCcedilALVES R PRAacuteTICAS EM SAUacuteDE PROCESSOS DE TRABALHO ENECESSIDADES SAtildeO PAULO EDITORA USP 1992 Citado na paacutegina 13

HEGADOREN K et al The many faces os depression en primary care Texto contextoenfermagem p 155ndash164 2009 Citado na paacutegina 10

LANCETTI A Cliacutenica peripateacutetica Satildeo Paulo Editora Hucitec 2006 Citado napaacutegina 14

LOPES M et al Depressatildeo e qualidade de vida em jovens de 18 a 24 anos Revista dePsiquiatria do Rio Grande do Sul p 103ndash108 2011 Citado na paacutegina 10

LUCCHESE R A enfermagem psiquiaacutetrica e sauacutede mental a necessaacuteria constituiccedilatildeo decompetecircncias na formaccedilatildeo e na praacutetica do enfermeiro Satildeo Paulo n 43 2005 Curso deEscola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo Citado na paacutegina 14

MALTA D MERHY E A micropoliacutetica do trabalho em sauacutede revendo algunsconceitos REME Rev Min Enferm v 7 p 61ndash66 2003 Citado 2 vezes nas paacuteginas 14e 15

MARAGNO L GOLDBAUM M GIANINI R Prevalecircncia de transtornos mentaiscomuns em populaccedilotildees atendidas pelo programa sauacutede da famiacutelia (qualis) no municiacutepiode satildeo paulo brasil Cad Saude Publica p 1639ndash1648 2006 Citado na paacutegina 10

NAVARINI V A H A famiacutelia do portador de transtorno mental identificando recursosadaptativos Texto e Contexto Enfermagem p 680ndash688 2008 Citado na paacutegina 13

OLIVEIRA A VIEIRA M ANDRADE S Sauacutede mental na sauacutede da famiacuteliasubsiacutedios para o trabalho assistencial SAtildeO PAULO EDITORA OLHO DrsquoAGUA 2006Citado na paacutegina 15

24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

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    • Objetivos Especiacuteficos
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      • Metodologia
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24 Referecircncias

VALENTINI W et al Treinamento de cliacutenicos para o diagnoacutestico e tratamento dadepressatildeo Revista de Sauacutede Puacuteblica p 523ndash528 2004 Citado na paacutegina 10

(WHO) W H O The world health report 2001 - Mental Health New UnderstandingNew Hope 2001 Disponiacutevel em lthttpwwwwhointwhr2001en[Links]gt Acessoem 12 Dez 2017 Citado 3 vezes nas paacuteginas 10 14 e 15

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