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Conteúdo Protegido BEIRA VICENTE, LDA. CATARINA ALEXANDRA MOREIRA MARTINS Fevereiro/2007 RELATÓRIO FINAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA DO AMBIENTE INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO

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BEIRA VICENTE, LDA.

CATARINA ALEXANDRA MOREIRA MARTINS

Fevereiro/2007

RELATÓRIO FINAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL

EM ENGENHARIA DO AMBIENTE

I N S T I T U T O P O L I T É C N I C O D A G U A R D A E S C O L A S U P E R I O R D E T E C N O L O G I A E G E S T Ã O

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I

Ficha de Identificação

Aluno: Catarina Alexandra Moreira Martins

Estabelecimento de Ensino: Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

Curso: Engenharia do Ambiente

Orientador na Escola: Prof. Pedro Rodrigues

Empresa Promotora de Estágio: Beira Vicente, Lda. Casal da Fraga

6005-260 São Vicente da Beira

Tel.272480480

Web: http://www.beiravicente.pt

Orientador na Empresa: Sr. José M. E. Mendes

Duração do Estágio: 8 semanas

De 18/12/2006 a 19/02/2007

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II

Plano de Estágio

Este estágio realizado na empresa Beira Vicente Lda. – Exploração e

Comercialização de Águas de mesa foi o primeiro contacto com o mundo do trabalho e

permitiu-me aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso de Engenharia do

Ambiente (EA), na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto

Politécnico da Guarda.

Objectivos Gerais:

Aquisição de uma experiência profissional após a conclusão do bacharelato;

Aumentar a capacidade de trabalhar em grupo em situações de trabalho real;

Aplicar os conhecimentos adquiridos durante o bacharelato;

Reconhecer problemas e propor soluções;

Estimular as capacidades de trabalho em laboratório.

Todas as actividades realizadas foram definidas pelo meu Orientador na Empresa,

as quais consistiram nas tarefas inerentes ao normal funcionamento do laboratório da

respectiva empresa, nomeadamente:

Objectivos Específicos:

Recolha das amostras de água; Preparação do material de laboratório; Preparação dos meios de cultura; Realização de análises químicas e microbiológicas;

Controlo da qualidade do produto semi-acabado e acabado;

Verificação da qualidade de matérias-primas no acto de recepção.

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III

Resumo

A água é essencial para a existência e bem-estar do ser humano, devendo estar

disponível em quantidade suficiente e ser de boa qualidade como garantia da manutenção

da vida. A água está num contínuo movimento na natureza, assumindo diferentes estados

(líquido, sólido e gasoso), num processo denominado de ciclo hidrológico ou ciclo natural

da água. Este ciclo deve ser entendido, do ponto de vista termodinâmico, como um sistema

aberto, sendo plausíveis flutuações na composição físico-química da água.

A indústria de engarrafamento de águas registou um enorme crescimento na sua

produção. As águas engarrafadas podem ser Águas de Nascente, Águas Minerais Naturais

ou Águas de Abastecimento para Consumo Humano. As duas primeiras são consideradas

globalmente naturais, não podendo sofrer quaisquer tratamentos e devendo ser

comercializadas sem adição de químicos ou aditivos, segundo a Directiva 96/70/CE.

Normalmente, as Águas de Nascente são de boa qualidade para o uso humano (água

potável), devido ao processo de filtragem pelas rochas, ou seja, aos fenómenos de

interacção água/rocha e por reacções biológicas e químicas naturais.

Este trabalho incidiu no controlo da qualidade de uma Água de Nascente de nome

comercial Fonte da Fraga, tendo como referência o Decreto-Lei n.º156/98. Para o controlo

da qualidade desta Água de Nascente, procedeu-se ao levantamento dos dados pré-

existentes no que diz respeito a parâmetros de análise química e microbiológica a partir dos

quais se observou que a Água de Nascente Fonte da Fraga é límpida, inodora, incolor e

insípida. Estes parâmetros organolépticos, para os quais os consumidores são muito

sensíveis, não representam por si só uma ausência de risco para a saúde pública e deste

modo, é necessário recorrer-se a determinações quantitativas das características físico-

químicas da água. Pela análise dos boletins de análise é possível constatar que as

concentrações desses constituintes ou não foram detectados nesta água ou as suas

concentrações são muito inferiores aos estabelecidos pelo Decreto-Lei n.º156/98.

Os parâmetros microbiológicos são os indicadores de contaminação microbiológica.

A presença destes não representam risco para a saúde pública, mas indica que poderão estar

presentes microrganismos causadores ou transmissores de doenças (patogénicos). São,

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IV

assim, indicadores de eventuais perigos para a saúde pública e a sua presença pode ser

muito variável ao longo do tempo.

A outra forma de se proceder ao controlo da qualidade da Água de Nascente Fonte

da Fraga foi através da determinação dos vários parâmetros de qualidade (microbiológicos

e físico-químicos) utilizados na indústria de engarrafamento, quer à água na sua origem,

quer ao produto final. Efectuaram-se, ainda, análises de controlo da qualidade

microbiológica das linhas de engarrafamento (análises microbiológicas ao ar ambiente, ao

vasilhame e às cápsulas).

A análise dos resultados confirma que durante o período de estágio, a água se

encontrava bacteriologicamente própria para consumo e que os microrganismos que

pontualmente surgem são os que constituem a flora natural da água e do solo que ela

atravessa. Assim, esta água de Nascente, em termos bacteriológicos, cumpre a legislação

nacional vigente.

Este estágio foi realizado no laboratório da Empresa Beira Vicente e dele resulta o

presente relatório que apresenta uma introdução referente ao tema ÁGUA e descreve as

funções desempenhadas durante o período de estágio.

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V

Agradecimentos

Depois de concluir esta etapa muito importante no percurso da minha vida profissional são

muitos aqueles a quem tenho de agradecer.

À Direcção da Empresa Beira Vicente, Lda. e em especial ao Sr. Pedro Matias pela

oportunidade da realização do Estágio Curricular nesta Empresa.

Ao meu Orientador na Empresa, Sr. José Manuel Mendes, pela disponibilidade,

acompanhamento, confiança e credibilidade em mim depositada.

Ao professor Pedro Rodrigues, meu orientador, pela disponibilidade, apoio, sugestões,

paciência e coordenação na realização deste relatório.

Aos técnicos da Empresa, António Manuel e Cecília pela atenção, auxilio, incentivo, apoio

mas, principalmente, pela amizade.

Um agradecimento especial ao meu irmão Rui, à minha cunhada Chantal e às minhas

“piquenas”, pela amizade e encorajamento, pois sem eles não seria possível a concretização

desta etapa, assim como ao Sr. Hermínio e Sra. Mª Angelina que sempre me apoiaram

como se fosse sua filha.

Ao meu pai pelo apoio, e à minha mãe, onde quer que ela esteja continua a olhar por

mim…

Aos amigos: Ana, Ângela, Clara, Célia e Caramelo pelas horas agradáveis e divertidas, pela

amizade e carinho em todos os momentos…já sinto a vossa falta!

Enfim, a todos que directa ou indirectamente me auxiliaram na realização deste relatório.

Muito obrigada!

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VI

Índice Geral

Ficha de Identificação ................................................................................................. I

Plano de Estágio ......................................................................................................... II

Resumo ..................................................................................................................... III

Agradecimentos ............................................................................................................... V

Índice de Imagens .................................................................................................... IX

Índice de Quadros ..................................................................................................... X

Índice de Ilustrações ................................................................................................. XI

Índice de Siglas ....................................................................................................... XII

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1 – A água .............................................................................................................. 2

1.1 – Categorias de águas naturais ................................................................. 3

1.2 – Qualidade das águas de nascente ........................................................... 6

2 – Parâmetros indicadores de qualidade da água de nascente ....................... 8

2.1 – Parâmetros organolépticos e físicos ....................................................... 9

2.1.1 – Cor ................................................................................................... 10

2.1.2 – Sabor e cheiro ................................................................................. 11

2.1.3- Condutividade eléctrica ................................................................... 11

2.2- Parâmetros químicos .............................................................................. 12

2.2.3- Sulfatos .............................................................................................. 14

2.2.4- Cálcio ................................................................................................ 14

2.2.7 - Sódio ................................................................................................. 15

2.2.8 - Potássio ............................................................................................ 15

2.3- Parâmetros microbiológicos................................................................... 16

2.3.1- Microrganismos totais (Germes Totais) ........................................ 17

2.3.2- Bolores e leveduras .......................................................................... 18

2.3.3- Coliformes totais e fecais ................................................................. 19

2.3.4- Estreptococos fecais ......................................................................... 20

2.3.6- Esporos de clostridios sulfito-redutores ......................................... 21

2.3.7- Enterobactérias ................................................................................ 22

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VII

A EMPRESA BEIRA VICENTE ......................................................................... 23

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO .................................... 27

1 - Descrição do processo de engarrafamento ................................................. 28

1.1- Engarrafamento nas linhas de vasilhame de tara não retornável ...... 28

2 – Processos de desinfecção .............................................................................. 35

3 – Resíduos produzidos .................................................................................... 35

4 – Laboratório ................................................................................................... 37

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS .................................................................. 41

1 – Procedimentos na recolha de amostras ...................................................... 42

1.1 - Conservação e armazenamento de amostras de água ........................ 42

1.2- Técnicas de conservação de amostras ................................................... 42

1.3 - Armazenamento ..................................................................................... 43

1.3.1- Análises microbiológicas ................................................................. 44

1.3.1.1- Cuidados gerais na colheita de amostras para análise

microbiológica .................................................................................................... 44

1.3.2- Análises físico-químicas ................................................................... 45

2 – Recolha de amostras para analises físico-químicas e microbiológicas. ... 45

3 - Preparação do material ................................................................................ 48

4 – Preparação dos meios de cultura ................................................................ 49

5.1– Análises químicas ................................................................................... 52

5.2– Análise microbiológico ........................................................................... 52

5.3 – Descrição ................................................................................................ 54

5.3.1 – Germes Mesófilos ........................................................................... 54

5.3.2 – Coliformes Totais ........................................................................... 55

5.3.3 – Coliformes Fecais ........................................................................... 55

5.3.4 – Estreptococos Fecais ...................................................................... 56

5.3.5 – Pseudomonas Aeruginosa ............................................................... 56

5.3.6 – Sulfito-Redutores ........................................................................... 56

5.3.7 – Bolores ............................................................................................. 57

5.3.8 – Estrafilococos Aureos ..................................................................... 57

5.4 – Testes de confirmação de microrganismos ......................................... 58

5.5 – Análises à qualidade do ar, cápsulas e vasilhame .............................. 59

6 - Controlo da qualidade ao produto semi-acabado e acabado .................... 61

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VIII

7 - Verificação na recepção de matérias-primas ............................................. 62

8 - Controlo de qualidade de instalações, equipamentos, reagentes e meios de

cultura ............................................................................................................................. 63

RESULTADOS/DISCUSSÃO ............................................................................... 65

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 72

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IX

Índice de Imagens Imagem 1 – Saída da pré-filtração e depósitos ................................................................ 29 

Imagem 2 – Rótulo Fonte da Fraga .................................................................................. 30 

Imagem 3 – Rótulo LIDL .................................................................................................. 30 

Imagem 4 – Sala nº.1 do laboratório ................................................................................ 37 

Imagem 5 – Sala nº.2 de laboratório ................................................................................ 38 

Imagem 6 – Zona destinada as análises físico-químicas ................................................. 38 

Imagem 7 – Zona destinada à lavagem e esterilização de material ............................... 39 

Imagem 8 – Deposição das colheitas................................................................................. 39 

Imagem 9 – Rampa de filtração ........................................................................................ 40 

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X

Índice de Quadros

Quadro 1 - Exigências para os três tipos de águas destinadas ao consumo humano ..... 5 

Quadro 2 - Valores indicadores para efeitos de controlo da qualidade da água ......... 10 

Quadro 3 – Valores indicadores para efeitos de controlo da qualidade do pH da água

...................................................................................................................................... 13 

Quadro 4 – Valores indicadores para efeitos de controlo da qualidade da água ......... 16 

Quadro 5 – Colheitas realizadas durante a laboração diária ........................................ 46 

Quadro 6 – Quantidade de amostras recolhidas na linha mista e linha de 5L............. 47 

Quadro 7 – Esterilização feita em autoclave ................................................................... 48 

Quadro 8 – Frequência de controlo microbiológico ....................................................... 53 

Quadro 9 – Limites admissíveis no controlo microbiológico de acordo com a legislação

vigente ......................................................................................................................... 58 

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XI

Índice de Ilustrações

Ilustração 1 – Ciclo Hidrológico ......................................................................................... 3 

Ilustração 2 – Organigrama da Empresa Beira Vicente (Adaptado de Beira Vicente)

...................................................................................................................................... 26 

Ilustração 3 – Fluxograma da Linha de 5L ..................................................................... 32 

Ilustração 4 – Fluxograma da Linha de 0,33L; 0,5L; 1,5L ............................................ 34 

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XII

Índice de Siglas

APHA – American Public Health Association

APIAM – Associação Portuguesa dos Industriais de Águas Minerais e Naturais e de

Nascente

ºC – graus Celsius

cm – centímetro

CF – Coliformes Fecais

CT – Coliformes Totais

CTP – Coliformes Totais Presumíveis

D.L. – Decreto – Lei

EA – Engenharia do Ambiente

EF – Estreptococos Fecais

ESTG – Escola Superior de Tecnologia e Gestão

FF – Fonte da Fraga

FdF1 – Fonte da Fraga 1

FdF2 – Fonte da Fraga 2

FdO – Fonte da Orada

FdF6 – Fonte da Fraga 6

FdF7 – Fonte da Fraga 7

h – horas

IGM – Instituto Geológico e Mineiro

L – litro

M – molaridade

m – metro

mm – milímetro

mg/L – miligrama por Litro

min – minutos

mL – mililitro

µm – micrómetro

µScm-1 – microSiemens por centímetro

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XIII

LAIST – Laboratório da Águas do Instituto Superior Técnico

LARSC – Laboratório da Administração Regional de Saúde do Centro

OMS – Organização Mundial de Saúde

PCA – Plate Count Agar

PET – Politereftalato de Etilo

pH – Potencial Hidrogeniónico

VB – Verde Brilhante

VMA – Valor Máximo Admitido

VP – Valor paramétrico

VMR – Valor Máximo Recomendado

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INTRODUÇÃO

“Que a água irrigue em abundância

as mentes de todos os que sejam

suficientemente conscientes para

perceberem a sua importância como

um bem raro, precioso e vital para a

humanidade.” Diogo Freitas do Amaral

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Relatório de Estágio Curricular

Engenharia do Ambiente 2

1 – A água

As mais bonitas imagens da Terra, aquelas que são agradáveis aos olhos, à imaginação, as

que são um convite ao relaxamento, têm sempre a água na sua composição: as ondas do

mar, as cataratas, um riacho cristalino, a neve sobre as montanhas, os lagos espelhados, as

gotas de chuva a caírem sobre as plantas, o orvalho…

A ciência tem demonstrado que a vida se originou na água e que ela constitui a matéria

predominante nos organismos vivos. É impossível imaginar um tipo de vida em sociedade

que dispense o uso da água: a água para beber e cozinhar, para a higiene pessoal e do lugar

onde vivemos, para o uso industrial, para a irrigação de culturas, para a geração de energia

e para a navegação.

A água constitui um recurso natural insubstituível sem o qual não seria possível viver na

Terra. De facto, está presente em múltiplas actividades do Homem e, como tal, é utilizada

para finalidades muito diversificadas, em que assumem maior importância, o abastecimento

doméstico e público, os usos agrícola e industrial e a produção de energia eléctrica.

A água actualmente existente pode considerar-se distribuída por três reservatórios

principais: os oceanos, os continentes e a atmosfera. O interior da Terra contém uma

quantidade apreciável de água, em dissolução ou combinada quimicamente com as rochas

(Peixoto, 1979).

A água, como substância essencial à vida, em particular, as águas minerais naturais e as

águas de nascente, tal como se encontram definidas na Legislação Portuguesa, é

considerada uma substância que, embora renovável (se não for degradada), é cada vez mais

rara e valiosa na sua forma pura, sendo extremamente vulnerável às agressões ambientais.

A sua degradação pode atingir estados irreversíveis, devido a influências externas aos seus

sistemas e ciclos naturais.

A quantidade total de água no planeta não diminui nem aumenta, apenas se renova

constantemente, permitindo que a água circule em diferentes lugares, sob diferentes

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Engenharia do Ambiente 3

formas. Este sistema fechado constitui o ciclo hidrológico ou ciclo da água e é uma

consequência do princípio da conservação da água nas suas três fases.

O ciclo hidrológico descreve uma sequência de fenómenos naturais pelos quais a água é

lançada na atmosfera através da evaporação à superfície e retorna novamente à superfície

por precipitação sólida ou líquida. No seu percurso, a água pode ser retida à superfície,

infiltra-se, escoa-se pelos rios ou evapora-se novamente para a atmosfera (Cruz, 1999).

Ilustração 1 – Ciclo Hidrológico

Adaptado de www.tecnociencias.es em 22 de Março de 2007

1.1 – Categorias de águas naturais

O corpo humano é, em grande parte, constituído por água e as suas perdas põem em risco a

vida. A água desempenha vários papéis importantes. Antes de mais, é o meio em que

ocorrem as transformações bioquímicas dos nutrientes, ajudando ao transporte dos

nutrientes do aparelho digestivo para o sangue e à eliminação dos resíduos. Também regula

a temperatura do corpo, ao absorver o calor libertado pela respiração dos tecidos. A água

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Engenharia do Ambiente 4

constitui assim um verdadeiro sustentáculo da vida, sendo necessária para a espécie

humana a ingestão diária de cerca de dois litros de água de modo a compensar as perdas

quotidianas.

Apesar da sua extrema importância, nem todas as águas possuem, garantidamente,

características naturais e saudáveis. Nem todas as águas são iguais porque nem todas têm a

mesma origem. Deste modo, nem todas têm características estáveis, nem são quimicamente

semelhantes, nem são naturais (Dias, 2005).

Segundo a Associação Portuguesa dos Industriais de Águas Minerais Naturais e de

Nascente (APIAM, 1999), existem três tipos principais de água para beber: água mineral

natural; água de nascente e outras águas destinadas ao consumo humano (sujeitas a

tratamento)

De acordo com o Decreto-Lei nº.156/98, de 6 de Junho (Anexo I) entende-se por:

a) “Água mineral natural – a água de circulação subterrânea, considerada

bacteriologicamente própria, com características físico-químicas estáveis na origem,

dentro da gama de flutuações naturais, de que podem eventualmente resultar efeitos

favoráveis à saúde e que se distingue da água de beber comum: pela sua pureza

original; pela sua natureza, caracterizada pelo teor de substâncias minerais,

oligoelementos ou outros constituintes”;

b) “Água de nascente – a água subterrânea, considerada bacteriologicamente própria,

com características físico-químicas que a tornam adequada para consumo humano no

seu estado natural”.

As águas subterrâneas integram a componente não visível e mais lenta do ciclo da água.

O Decreto-Lei nº.236/98 de 1 de Agosto (Anexo I) define como “Água para consumo

humano: as águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano;

águas subterrâneas destinadas à produção de água para consumo humano; águas de

abastecimento para consumo humano. ” Segundo o Decreto-Lei nº.243/01 (Anexo I)

entende-se por “água destinada ao consumo humano: toda a água no seu estado original, ou

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Engenharia do Ambiente 5

após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar, à preparação de alimentos ou a outros

fins domésticos, independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede

de distribuição, de um camião ou navio-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou

sem fins comerciais; toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para o

fabrico, transformação, conservação ou comercialização de produtos ou substâncias

destinadas ao consumo humano, excepto quando a utilização dessa água não afecta a

salubridade do género alimentício na sua forma acabada”.

A Legislação Portuguesa, alinhada pelas Directivas da União Europeia, fixa imposições

distintas para os três tipos de água destinados ao consumo humano (Quadro 1). Deste

modo, apenas podem ascender à categoria de águas minerais naturais e de nascente os tipos

mais nobres de águas subterrâneas. Estas são as únicas águas globalmente naturais, que não

podem sofrer quaisquer tratamentos e que, garantidamente, são comercializadas sem adição

de químicos ou aditivos.

Quadro 1 - Exigências para os três tipos de águas destinadas ao consumo humano

Água

Mineral

Natural

Água de

Nascente

Outras

Águas Para

Consumo

Humano

Circulação Subterrânea x

Estado natural e pureza original x

Identificação da captação x

Identificação de componentes característicos x x

Engarrafamento no local de captação x

Características estáveis e permanentes x x

Proibição de tratamentos químicos ou de aditivos x

Protecção aos aquíferos x

Próprias para beber

Adaptado de APIAM (1999)

Legenda 1:

- É exigido para o consumo humano;

x - Não é exigido para o consumo humano.

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Engenharia do Ambiente 6

A água de nascente tem de ser submetida durante dois anos a testes rigorosos antes de ser

comercializada com essa designação, dado que é necessário provar que os aquíferos de

onde provém estão isentos de poluição e implantados em locais protegidos de qualquer

ameaça poluidora. Assim que essa autorização seja concebida pelo Ministério da Indústria,

o regime jurídico geral da revelação e aproveitamento dos recursos geológicos, onde se

integram as águas de nascente, está sujeito à disciplina imposta pelo D.L.90/90, de 16 de

Março (Anexo I). De acordo com a nova legislação as águas de nascente pertencem ao

domínio privado e são legisladas pelo D.L.84/90 (Anexo I).

As regras relativas ao reconhecimento das águas minerais naturais e as características e

condições a observar nos tratamentos, rotulagem e comercialização das águas minerais

naturais e das águas de nascente são legisladas pelo D.L.156/98 de 6 de Junho (Cavaco e

Simões et al, 1998; APIAM, 1999 e 2001).

1.2 – Qualidade das águas de nascente

A composição química de uma água subterrânea é fruto da sua história por isso, a

composição química de uma água subterrânea é o verdadeiro “bilhete de identidade” dessa

água (Carvalho e Amador, 2001).

A biologia, a química inorgânica e a química orgânica têm um peso crescente nos estudos

hidrogeológicos porque cada vez mais é necessário caracterizar as águas subterrâneas em

termos qualitativos para as diversas utilizações.

Em Portugal está em vigor o D.L. nº. 243/01 (Anexo I), que será revogado pelo

306/07(Anexo I) que entrará em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2008, que impõe as

características que as águas devem apresentar para as diversas utilizações.

Para o consumidor directo, a qualidade da água é avaliada, numa primeira impressão, pelas

suas qualidades organolépticas, ou seja, pela cor, turbidez, cheiro e sabor. Para ser

adequada para o consumo deverá respeitar, além destas, muitas outras exigências que não

são passíveis de avaliação sensorial (Ferreira e Sousa, 1998).

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A qualidade das águas subterrâneas e, em particular a sua pureza depende de numerosos

factores. Entre estes destacam-se: o tipo de água meteórica infiltrada, o tipo de rochas

atravessadas em que circula, as interferências com outros aquíferos ou com águas

superficiais, a permanência no reservatório geológico, a temperatura, o tipo de coberto

vegetal, as actividades humanas e as metodologias de extracção (Carvalho e Amador,

2001).

As actividades humanas, a maior parte das vezes, funcionam no sentido de degradar a

qualidade das águas.

É difícil encontrar uma relação directa entre a composição química de determinada água e

cada um destes factores, pois eles não actuam independentemente uns dos outros, mas, a

maior parte das vezes, em simultâneo (Dias, 2005).

O primeiro dos factores enunciado será dos de maior influência na

composição/características de determinada água, uma vez que as águas permanecem muito

tempo em contacto directo com as formações geológicas que atravessam. De facto, nos

aquíferos onde existe água de nascente, o tempo de permanência da água em contacto com

a rocha pode ser da ordem das dezenas, centenas ou milhares de anos. No entanto, nem

sempre se consegue encontrar uma relação directa entre a composição química das rochas e

a composição química das águas daí provenientes (Dias, 2005).

Os primeiros sais de origem inorgânica que podem ser encontrados nas águas subterrâneas

são: cálcio, magnésio, sódio e potássio (catiões); cloreto, sulfato, bicarbonato e fluoreto

(aniões).

A presença mais abundante de determinado tipo de catião ou de anião confere a cada água

um carácter próprio e permite classifica-la de acordo com essa abundância.

O parâmetro mais imediato para o agrupamento de águas naturais é o total de sais

dissolvidos quantificado através da mineralização global. Segundo a APIAM (2001) o

referido parâmetro permite reunir as águas naturais em quatro grandes grupos: hipossalinas

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(ou muito fracamente mineralizadas); fracamente mineralizadas (ou pouco mineralizadas);

mesossalinas e hipersalinas (ou ricas em sais minerais).

Em consequência das formações geológicas que ocorrem no nosso país, a grande maioria

das águas portuguesas engarrafadas são hipossalinas (Cruz, 2001).

2 – Parâmetros indicadores de qualidade da água de nascente

Quando se pensa em qualidade da água para consumo humano, surge a necessidade de

conhecer, estabelecer, estudar e controlar um conjunto de características que fazem com

que a mesma, seja considerada adequada a suprimir as necessidades de água do nosso

organismo e que possam ser consumidas diariamente, sem quaisquer reservas.

O objectivo do controlo da qualidade, não é apenas classificar ou fazer uma selecção de

produtos, mas sim, aceitar ou não um produto, quer seja como matéria-prima, produto

semi-acabado ou produto acabado (Dias, 2005).

No caso da água de nascente, o controlo de qualidade é efectuado desde a nascente até ao

produto engarrafado e sua distribuição, incluindo a própria embalagem. Existem duas

modalidades de intervenção: o controlo e a vigilância sanitária. O controlo é um conjunto

permanente de acções de monitorização do funcionamento de um estabelecimento, sob os

pontos de vista quantitativo e qualitativo, levado a cabo pela entidade exploradora. Este

conjunto de observações e acções sistemáticas do funcionamento dos estabelecimentos

deverá ter como finalidade, detectar deficiências e promover o estudo de acções de

melhoria e/ou correcção dessas mesmas deficiências (INETI, 2001).

A vigilância é um conjunto periódico de acções de fiscalização e monitorização, da

responsabilidade das Autoridades de Saúde, com o objectivo de identificar e localizar

riscos para a saúde dos consumidores. A Autoridade de Saúde é o poder de intervenção do

Estado na defesa da saúde pública, na prevenção dos factores de risco e controlo de

situações susceptíveis de causarem prejuízos à saúde da pessoa ou dos aglomerados

populacionais (INETI, 2001).

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Na avaliação da qualidade da água recorre-se a um grande número de técnicas analíticas,

físicas, químicas e microbiológicas, cujo número e complexidade têm aumentado ao longo

das últimas décadas (Ferreira e Sousa, 1998).

As características físicas da água são representadas pela temperatura, cor, odor, sabor,

turbidez, pH e as características químicas pela presença e concentração de substâncias

dissolvidas sob a forma de iões. Contudo, nas águas subterrâneas raramente são

perceptíveis (Santos, 1997).

O material geológico, no qual estão armazenadas as águas subterrâneas tem influência na

composição das mesmas. Naturalmente, a água subterrânea ao atravessar os solos e as

rochas é enriquecida em sais minerais, em consequência das baixas velocidades de

circulação e das maiores pressões e temperaturas a que estão submetidas, podendo ocorrer,

em alguns casos, concentrações mais elevadas de componentes químicos específicos,

dependendo da composição desses solos e rochas (CETESB, 2001).

Do ponto de vista químico, as variações naturais de qualidade das águas são pequenas.

Assim, resultados elevados ou diferentes dos esperados poderão indicar a ocorrência de

situações anormais do meio no qual a água circula. Daí decorre a necessidade do

conhecimento prévio dos parâmetros químicos das formações aquíferas para se distinguir o

que é natural do que é oriundo de fontes antropogénicas (CETESB, 2001).

2.1 – Parâmetros organolépticos e físicos

Diz-se de uma água potável aquela que é inodora, incolor e insípida. Dentro dos parâmetros

físicos, encontram-se dois subgrupos de parâmetros: os organolépticos (sensoriais) e os

físicos propriamente ditos.

Os parâmetros organolépticos têm em consideração o sabor, o cheiro e a cor. Os

parâmetros físicos têm em consideração a turvação, a condutibilidade, e a temperatura.

Deste modo, os aspectos organolépticos e físicos têm influência directa nas características

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estéticas e organolépticas da água e parâmetros como a cor, cheiro e sabor podem ser o

primeiro indicador de um potencial risco para a saúde.

No Quadro 2 são apresentados os valores para os parâmetros referidos anteriormente,

segundo o D.L.243/01, uma vez que em relação ao D.L.156/98 este apenas refere que as

águas de nascente não podem apresentar nenhum defeito do ponto de vista organolépticos.

Quadro 2 - Valores indicadores para efeitos de controlo da qualidade da água

Parâmetro

D.L. nº.243/01

Valor

Paramétrico٭

Cor (mg/L PtCo) 20

Sabor, a 25ºC (Factor de diluição) 3

Cheiro, a 25ºC (Factor de diluição) 3

Turvação (UNT) 4

Sólidos dissolvidos totais (mg/L) ---

Temperatura (ºC) ---

Condutividade (µS/cm a 20ºC) 2500 ,Valor paramétrico – valor especificado ou concentração máxima ou mínima para uma propriedade ٭

elemento, organismo ou substância.

2.1.1 – Cor

A coloração da água pode ser “verdadeira”, cor da água após a eliminação da turbidez ou

“aparente”, quando a cor é devida não só às partículas em solução, mas também às

partículas em suspensão.

A importância da cor é sobretudo de ordem organoléptica, uma vez que é capaz de produzir

um efeito sensorial. Ela pode ser o indício de uma poluição provocada por diversas

substâncias químicas. Isto é, quando pura, e em grandes volumes, a água é azulada. Quando

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rica em ferro, é alaranjada (cor de tijolo). Quando rica em manganês, é negra e, quando rica

em ácidos húmicos, é amarelada (www.meioambiente.pro.br em 22/03/07).

Sempre que é medida a cor, deve ter-se o cuidado de anotar o valor de pH em que foi

realizada a medida, pois a sua intensidade aumenta com o pH. Da mesma forma, a cor é

influenciada por matérias sólidas em suspensão (turbidez), que devem ser eliminadas antes

da medida. Para águas relativamente límpidas a determinação pode ser feita sem a

preocupação com a turbidez, uma vez que neste caso a cor obtida é referida como sendo

aparente (www.meioambiente.pro.br em 22/03/07).

2.1.2 – Sabor e cheiro

O sabor e o cheiro de uma água dependem dos sais e gases dissolvidos.

Tanto o sabor, como o cheiro são características organolépticas de determinação subjectiva,

para os quais não existem instrumentos de observação nem unidades de medida mas que se

revestem de grande interesse na caracterização de águas potáveis destinadas a consumo

humano, devendo esta investigação ser feita in loco e ter confirmação laboratorial (Dias,

2005).

O sabor característico de algumas águas é devido à presença de iões e compostos que a

acompanham, sendo a água subterrânea, normalmente, desprovida de odor.

Nas águas potáveis, o cheiro e o sabor devem estar ausentes, embora segundo o

D.L.243/01, o valor paramétrico, por diluições sucessivas, corresponde à taxa de diluição 3

a 25ºC.

2.1.3- Condutividade eléctrica

A condutividade eléctrica é a medida da capacidade que a água tem para conduzir a

corrente eléctrica. Esta medida depende da concentração e do grau de dissociação dos iões,

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bem como da temperatura e da velocidade de migração dos iões. O transporte da corrente

eléctrica por electrólitos é assegurado pelo movimento de iões. Aplicando-se uma diferença

de potencial entre dois eléctrodos imersos numa das soluções, os iões dissolvidos migram

para os eléctrodos constituindo, desta forma, o fluxo da corrente eléctrica através da

solução. Esta corrente é tanto maior quanto mais concentrada for a solução em electrólitos,

isto porque o número de iões que se movem no seu interior é maior (Vaz, 1976).

A maior parte dos ácidos inorgânicos, bases e sais são bons condutores da corrente

eléctrica, uma vez que a dissociação é completa. Ao contrário, moléculas de compostos

orgânicos não se dissociam em solução aquosa e portanto não conduzem ou conduzem

muito mal a corrente eléctrica.

A condutividade eléctrica permite avaliar, de uma forma rápida e global, o seu grau de

mineralização.

Assim, a condutividade eléctrica permite a detecção de variações da concentração mineral

nas águas, o que constitui uma importante ferramenta no controlo analítico de uma água,

visto as variações deste parâmetro reflectirem uma evolução das condições inorgânicas ou

ambientais que justificam uma maior vigilância (Dias, 2005).

2.2- Parâmetros químicos

2.2.1- Valor de pH

No Quadro 3 são apresentados o valor limite de pH, e o valor paramétrico segundo o D.L.

156/98 e o D.L.243/01 e no qual pode observar-se que as águas de consumo público têm

uma menor gama do valor de pH.

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Quadro 3 – Valores indicadores para efeitos de controlo da qualidade do pH da água

Parâmetro D.L.156/98 D.L.243/01

Valor Limite Valor Paramétrico٭

pH (escala de Sorense) ≤9,5 ≥6,5 e ≤9,0 ,Valor paramétrico – valor especificado ou concentração máxima ou mínima para uma propriedade٭

elemento, organismo ou substância.

A determinação do valor de pH é uma das análises mais efectuadas na análise físico-

química da água, pois é a melhor forma de exprimir a concentração hidrogeniónica

traduzida no seu logaritmo de base 10.

O conhecimento deste parâmetro permite verificar o equilíbrio entre os constituintes ácidos

e alcalinos da água, visto que o pH constitui uma expressão qualitativa da acidez ou

alcalinidade de uma água num determinado momento. Assim, resulta de um conjunto

complexo de equilíbrios entre os componentes característicos da sua composição e da

actividade microbiológica, nem sempre muito evidentes (Vaz, 1976; Rodier, 1984).

O valor de pH das águas de nascente depende da sua origem, da natureza geológica do

terreno, da bacia hidrográfica, entre outros. Segundo a American Public Health Association

(APHA) o valor de pH nas águas limpas é determinado principalmente pela correlação

existente entre as concentrações de dióxido de carbono e dos iões carbonato e bicarbonato

situando-se, geralmente, entre 4 e 9. De um modo geral, o pH das águas potáveis oscila

entre 7,2 e 7,6 embora, as águas muito calcárias tenham um pH mais elevado. Porém,

muito raramente a acidez ou alcalinidade são uma contra-indicação à potabilidade. O pH

das águas subterrâneas varia geralmente entre 5,5 e 8,5 (Vaz, 1976).

A medida de pH deve ser feita no próprio local da colheita e complementarmente no

laboratório (Dias, 2005).

As características químicas das águas subterrâneas reflectem os meios por onde transitam,

guardando uma estreita relação com os tipos de rochas drenados e com os produtos das

actividades humanas adquiridos ao longo do seu percurso (Dias, 2005).

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De seguida são apresentados, a título informativo, alguns aniões/catiões que são

composição química das águas de nascente e fazem parte da inscrição obrigatória nos

rótulos do sector da água engarrafada.

2.2.2- Cloretos

O teor em cloretos (Cl-) das águas naturais varia imenso com a sua natureza. Assim, as

águas das montanhas têm um teor baixo em cloretos enquanto que as águas subterrâneas

têm concentrações mais elevadas.

A variação do teor em cloretos de uma água pode resultar de qualquer dos factores:

infiltração de água do mar em lençóis subterrâneos, poluição derivada de esgotos e águas

residuais em zonas industriais e/ou lexiviação superficial devido a chuvas fortes em zonas

áridas. Do ponto de vista sanitário, a existência de cloretos nas águas naturais em

concentração razoáveis não é prejudicial à saúde, tendo o inconveniente do sabor

desagradável que confere à água (Vaz, 1976).

2.2.3- Sulfatos

O ião sulfato (SO4

2-) é um dos principais constituintes aniónicos das águas naturais. A

maioria dos sulfatos são solúveis em água, com excepção dos de chumbo, bário e estrôncio.

Os iões sulfatos são por si só pouco tóxicos, no entanto, quando presente em quantidades

excessivas nas águas naturais pode causar perturbações gastrointestinais (Vaz, 1976).

2.2.4- Cálcio

O cálcio (Ca2+) é um metal alcalino-terroso extremamente frequente na natureza sob a

forma de carbonatos. No caso das águas subterrâneas, as variações da pressão e

temperatura, ora levam à solubilização do carbonato de cálcio, ora levam à precipitação. O

carbonato de cálcio é muito pouco solúvel em água pura. O teor de cálcio nas águas

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subterrâneas varia, de uma forma geral, de 10 a 100mg/L (www.meioambiente.pro.br em

22/03/07).

2.2.5- Magnésio

Este catião é o segundo mais importante intracelular, tendo um papel estabilizador da

membrana celular, protegendo a célula contra a retenção de sódio. O magnésio (Mg2+) é um

elemento cujo o comportamento geoquímico é muito parecido com o do cálcio e, em linhas

gerais, acompanha este elemento. Nas águas subterrâneas este catião ocorre com teores

entre 1 e 40mg/L (www.meioambiente.pro.br em 22/03/07).

2.2.6 – Nitratos

Nas águas subterrâneas os nitratos ocorrem em teores, geralmente, abaixo dos 5mg/L. Os

efeitos dos nitratos não são por si só perigosos para a saúde mas é a sua transformação em

nitritos, por uma acção bacteriana no organismo, que apresenta um risco potencial de

intoxicação (Vaz, 1976).

2.2.7 - Sódio

O sódio (Na+) é um elemento químico quase sempre presente nas águas subterrâneas

estando, portanto, presente num certo número de minerais. Porém a forma principal é

cloreto de sódio. Nas águas subterrâneas o teor de sódio varia entre 0,1 e 100mg/L. Em

geral, os sais de sódio não são consideradas substancias tóxicas, sendo facilmente

eliminadas pelos rins (Vaz, 1976).

2.2.8 - Potássio

O potássio (K+) é um elemento químico abundante na crosta terrestre ocorrendo em

pequena quantidade nas águas subterrâneas. Este elemento não apresenta inconvenientes

para a saúde (www.meioambiente.pro.br).

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No Quadro 4 são apresentados os valores para os parâmetros referidos anteriormente,

segundo o D.L.243/01, que não podem ser comparados com o D.L.156/98 pois não são

especificados neste Decreto-Lei.

Quadro 4 – Valores indicadores para efeitos de controlo da qualidade da água

Parâmetro D.L. nº.243/01

Valor Paramétrico٭

Cloretos (mg/L Cl) 250

Sulfatos (mg/L SO4) 250

Cálcio (mg/L Ca) ---

Magnésio (mg/L Mg) ---

Oxidabilidade (mg/L O2) 5,0

Nitratos (mg/L NO3) 50

Nitritos (mg/L NO2) 0,5

Dureza ---

Sódio (mg/L Na) 200

Potássio (mg/L K) ---

Ferro (mg/L Fe) 200

Fluoreto (mg/L F) 1,5

,Valor paramétrico – valor especificado ou concentração máxima ou mínima para uma propriedade٭

elemento, organismo ou substância.

2.3- Parâmetros microbiológicos

Tendo em conta as desvantagens associadas à pesquisa de agentes patogénicos, uma vez

que estes têm acesso esporádico ao ambiente hídrico, não sobrevivendo muito tempo no

mesmo ou não serem diagnosticados em laboratório, foram idealizados processos para a

sua demonstração, que são denominados de microrganismos indicadores. Vivem

normalmente no intestino do homem e dos animais e a sua presença na água indica

contaminação fecal, que por sua vez, evidencia o risco da presença de microrganismos

patogénicos. A rapidez, especificidade, sensibilidade e resistência são características de um

bom indicador de contaminação (Dias, 2005).

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Os microrganismos são utilizados como indicadores da qualidade da água: tipo de

microrganismos que quando presentes na água evidencia que esta está poluída, com

material fecal de origem humana ou de animais de sangue quente. Isto indica que quaisquer

outros microrganismos desses indivíduos podem estar presentes. Portanto, a análise da água

não visa identificar ou quantificar microrganismos patogénicos, apenas aqueles indicadores

(http://ib.ufpel.edu.br em 29/03/07).

2.3.1- Microrganismos totais (Germes Totais)

As águas naturais não tratadas contêm uma microflora cuja importância e diversidade são

muito variáveis conforme o seu nível de poluição.

Os principais géneros bacterianos presentes na água são psicrófilos. O microrganismo

psicrófilo mais importante presente em águas frias é o Pseudomonas

(www.livronline.com).

Além de uma flora hídrica, a água contém diversos microrganismos provenientes das

partículas do solo, destacando-se como principais fontes de contaminação da água por

microrganismos entéricos de origem animal e humana (enterobactérias e enterococos), as

actividades agrícolas e os esgotos (Dias, 2005).

A determinação do teor de bactérias mesófilas é uma operação quase ritual na análise

microbiológica. Esta determinação pode constituir um índice de qualidade higiénica ou

traduzir a qualidade microbiológica de um alimento ou pode, ainda, ser aplicado para

avaliação das condições de higiene numa linha de produção.

A grande variedade de microrganismos presentes na água pode ter várias origens. As

colónias formadas correspondem a células presentes na água, ou seja, provém de uma

fracção de bactérias viáveis. A flora bacteriana de uma água é uma mistura de espécies

pertencentes a diferentes níveis tróficos. Desta forma, um meio nutritivo não pode

satisfazer todas as espécies. A contagem de colónias evidenciará uma pequena fracção da

população bacteriana total. A determinação do número total de microrganismos na água

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constitui uma prova complementar fornecendo indicações quanto ao teor e natureza da

matéria orgânica da amostra, sendo utilizada como indicador de poluição.

As águas subterrâneas possuem, geralmente, uma boa qualidade microbiológica e a

contagem total de bactérias irá dar indicação acerca da necessidade de medidas adequadas

para a sua protecção.

A análise da microflora a 22ºC e a 37ºC reflecte o nível de contaminação geral da água. Os

resultados devem ser analisados conjuntamente porque as possíveis variações podem

representar irregularidades na salubridade e qualidade da água. A contagem total de

bactérias fornece uma medida quantitativa directa das bactérias aeróbias e anaeróbias

facultativas viáveis capazes de crescer em meios selectivos em placas (Bourgeois et al,

1996; Dias, 2005).

2.3.2- Bolores e leveduras

Os bolores são fungos filamentosos, multicelulares, que crescem rapidamente sob a forma

de um emaranhado de filamentos, podendo assim cobrir uma vasta área em poucos dias

(www.microbiologia.ufba.br).

As leveduras são capazes de crescimento anaeróbico facultativo. Podem utilizar oxigénio

ou um componente orgânico como aceitador final de electrões, sendo um atributo valioso

porque permitem que esses fungos sobrevivam em vários ambientes.

Os bolores e as leveduras podem estar presentes no solo, no ar, poeiras e vegetais, sendo

bons indicadores da má qualidade higieno-sanitária e da deterioração ou má conservação

alimentar. Contrariamente às leveduras, alguns bolores são causadores de intoxicações

alimentares. As alterações causadas pelas leveduras nos alimentos manifestam-se sobre

dois aspectos: a presença física das leveduras (turvação ou película na superfície dos

líquidos) e o resultado do metabolismo das leveduras (aumento do pH, aromas particulares,

entre outros) (Dias, 2005).

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O aparecimento de leveduras e bolores nas indústrias alimentares pode ser evitado

mediante a aplicação de dois tipos de tratamentos: aqueles que são aplicados directamente

nos alimentos (congelação, desidratação, aplicação de produtos químicos, etc.) e aqueles

que visam limitarem as fontes de contaminação (cumprimento do código de boas práticas

de fabrico).

Os fungos raramente são encontrados em águas subterrâneas e em fontes, devido à baixa

concentração de nutrientes (Bourgeois et al, 1996).

2.3.3- Coliformes totais e fecais

Os grupos dos coliformes totais e fecais são os indicadores mais utilizados para avaliar a

qualidade microbiológica da água.

O termo de coliformes é utilizado para designar o grupo de microrganismos constituído

pelos géneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella, e Enterobacter que pertencem à família

Enterobacteriaceae (www.biologico.sp.gv.br em 22/03/07).

Os coliformes são microrganismos que apresentam as seguintes características: Gram

negativos, reacção oxidante negativa, bacilos não esporulados que crescem, aerobicamente,

em meio de agar contendo sais biliares e capazes de fermentar a lactose a 37ºC, em 48

horas, com produção de ácido e gás (http://aguas.igam.mg.gov.br em 22/03/07).

A presença de coliformes na água indica que podem estar presentes microrganismos

patogénicos. No entanto, não existe correlação entre o número de coliformes e o número de

microrganismos patogénicos.

O grupo de bactérias coliformes fecais está de acordo com todos os critérios aplicados na

definição dos coliformes totais e é utilizado para designar os coliformes com capacidade de

fermentar a lactose produzindo ácido e gás em 24 horas a 44ºC (http://ib.ufpel.edu.br em

29/03/07).

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De entre os coliformes termotolerantes, Escherichia coli merece especial atenção.

Raramente se detecta Escherichia coli quando a água está isenta de contaminação fecal. As

pesquisas de Escherichia coli e coliformes efectuadas a amostras de água são as mais

sensíveis na detecção de poluição fecal.

A confirmação da presença de Escherichia coli indica contaminação fecal e possível

presença de patogénicos intestinais. Elevadas contagens sugerem poluição recente ou

densa, por outro lado, baixas contagens reflectem poluição reduzida ou por vezes poluição

remota (Bourgeois et al, 1996; Rodier, 1984; Dias, 2005).

2.3.4- Estreptococos fecais

Dentro da família de Streptococcaceae, bactérias Gram positivas, catalase negativa,

aeróbios-anaeróbios facultativos, os estreptococos distingue-se pela sua forma em cocos,

pelo seu modo de agrupamento em pares ou cadeias e o seu carácter homofermentativo.

Assim, o critério para definir estes microrganismos baseia-se no crescimento a 10ºC e 45ºC

e a pH 9,6 em meio de cultura contendo cloreto de sódio (http://aguas.igam.mg.gov.br em

22/03/07).

O grupo dos estreptococos fecais englobam as espécies do género Enterococcus e podem

ter uma origem entérica encontrando-se preferencialmente nas fezes da maior parte dos

animais. Deste modo, este grupo de microrganismos é quase sempre indicativa de poluição

fecal.

As bactérias pertencentes ao grupo de estreptococos fecais são bactérias patogénicas que

podem provocar infecções. Dependendo da estirpe, duas a trinta horas após a ingestão desta

bactéria os sintomas aparecem sob a forma de náuseas, vómitos e diarreia. A presença de

estreptococos fecais e de coliformes fecais é, frequentemente, simultânea

(http://utilizadores.leirianet.pt em 30/03/07).

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2.3.5- Pseudomonas aeruginosa

O género Pseudomonas pertence à família Pseudomonodaceae. Dentro do género

pseudomonas, a espécie pseudomonas aeruginosa é a mais significativa em água de

abastecimento. A bactéria pseudomonas aeruginosa é Gram positiva com mobilidade

através de flagelo. Pode aparecer isolada, aos pares ou em pequenas cadeias

(www.sfdk.com.br em 02/04/07).

As bactérias da espécie pseudomonas aeruginosa são microrganismos relacionados com a

água de beber, sobretudo com a água mineral natural engarrafada. São facilmente isoladas

do solo e da água, onde vive livremente como saprófita, embora, em certas circunstâncias,

se possa assumir como patogénico oportunista para o ser humano. Apesar de ser um

temível agente patogénico oportunista, na maior parte dos casos pseudomonas aeruginosa é

completamente inócua (Dias, 2005).

As infecções causadas por este microrganismo surgem, fundamentalmente, em doentes que

já anteriormente sofriam de outra doença, podendo causar três principais tipos de infecções

graves: infecção aguda e localizada nos olhos, infecção crónica dos pulmões, infecção

grave e disseminada em doentes com sistema imunológico deficiente. (Bourgeois et al,

1996; www2.iq.usp.br em 30/03/07).

2.3.6- Esporos de clostridios sulfito-redutores

As bactérias que constituem o grupo Clostridium sulfito-redutores pertencem à família

Bacillaceae e ao género Clostridium. As características gerais do género Clostridium são

comuns a quase todas as espécies, porém, o responsável por intoxicações alimentares é

Clostridium perfringens. Este microrganismo inclui-se no conjunto dos microrganismos

sulfito-redutores que é o grupo que habitualmente se determina através da pesquisa de

esporos. Clostridium perfringens é um bastonete Gram positivo esporulado e anaeróbico

estrito, imóveis, podendo surgir isoladas, aos pares ou, embora raramente, em pequenas

cadeias e têm capacidade de fermentar hidratos de carbono, produzindo gás e ácido

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sulfúrico. Esta espécie consegue desenvolver-se a uma temperatura situada entre 20ºC e

50ºC, verificando-se um crescimento óptimo entre os 37ºC e 45ºC (http://www.sfdk.com.br

em 02/04/07).

Os clostridios sulfito-redutores encontram-se no solo, no ar, na água, nas fezes humanas e

dos animais e em diversos alimentos. Assim, os clostridios sulfito-redutores são

considerados indicadores de contaminação fecal. Os seus esporos, muito mais resistentes

que as formas vegetativas de coliformes fecais e de estreptococos fecais, permitindo revelar

uma contaminação fecal antiga.

Sabe-se hoje em dia que a sua especificidade fecal não é muito elevada, mas a análise deste

grupo nas águas tem interesse por outras razões. Permite apreciar a eficácia dos tratamentos

e o estado da limpeza das redes de distribuição. A presença desta bactéria é indesejável nas

águas utilizadas nas indústrias alimentares, pois causam problemas sanitários e

organolépticos (http://utilizadores.leirianet.pt em 30/03/07).

Os sintomas da sua ingestão são, sobretudo, diarreia e dores abdominais, podendo também

surgir febre, náuseas e vómitos (Dias, 2005).

2.3.7- Enterobactérias

A família Enterobacteriaceae é bastante numerosa, constituída por bacilos Gram negativos,

aeróbios-anaeróbios facultativos, asporogénicos, imóveis ou móveis. Deste modo, a análise

a estes microrganismos irá permitir verificar a presença de outras enterobactérias não

pesquisadas tais como, Citrobacter, Enterobacter, Salmonella, etc

(www.biocendobrasil.com.br em 02/04/07).

Não existe um método analítico de referência para estes microrganismos. A pesquisa destes

agentes patogénicos é efectuada recorrendo-se a meios de cultura selectivos que permitem

isolar e identificar diferentes microrganismos (segundo métodos internos da empresa).

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A EMPRESA BEIRA VICENTE

Beira Vicente

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Em Portugal existem importantes recursos hídrico, sendo o nosso país rico em Águas de

Nascente, encontrando-se 31 marcas de água actualmente existentes no mercado, das quais

13 engarrafam “Água de Nascente” situando-se estas, principalmente, no Maciço

Hespérico como é o caso da Água de São Vicente da Beira cujo nome comercial é Fonte da

Fraga (www.apiam.pt).

As características químicas da água e o tipo de profundidade de captação a executar

dependem das condições geológicas locais. A Água comercialmente designada Fonte da

Fraga (FF) é uma água de nascente natural, proveniente de fontes seleccionadas e

protegidas que brotam pujantemente de um conglomerado de grossos pedregulhos

graníticos localizados na Serra da Gardunha (www.beiravicente.pt).

A Empresa Beira Vicente Lda. – Exploração e Comercialização de Águas de Mesa, situada

no Casal da Fraga, Distrito e Concelho de Castelo Branco e Freguesia de São Vicente da

Beira, iniciou a sua actividade em 2001 com vinte e cinco pessoas a laborar e com uma

única linha de enchimento (5L). A empresa tem sofrido alterações ao longo do tempo,

nomeadamente, na montagem de uma segunda linha de enchimento comum para o

vasilhame PET - Politereftalato de etilo de1,5L;0,5L e 0,33L e de uma linha de enchimento

de vidro, com capacidade para o enchimento do vasilhame de 1L; 0,5L; e 0,25L, a qual

funciona ocasionalmente.

Os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das nascentes, para além de serem

analisados diariamente no laboratório da própria empresa, são regularmente analisados pelo

Laboratório de Águas do Instituto Superior Técnico (LAIST) e pelo Laboratório da

Administração Regional de Saúde do Centro (LARSC), Sub-Região de saúde de Castelo

Branco, de forma trimestral e semanal, respectivamente, de acordo com o D.L.156/98, e as

normas comunitárias aplicáveis (Directiva nº.96/70/CE, Anexo I). A qualidade

microbiológica do produto final é mensalmente controlada pelo LAIST e pelo Laboratório

da Sub-Região de Saúde de Castelo Branco. Paralelamente o laboratório da empresa realiza

análises de acordo com os planos de controlo internos para aprovação do produto final.

Engenharia do Ambiente 24

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O laboratório da Beira Vicente Lda., local onde realizei o meu estágio, encontra-se dividido

em duas áreas distintas, uma dedicada às análises físico-químicas (pH e condutividade

eléctrica) e outra dedicada às análises microbiológicas. Estas duas áreas estão devidamente

preparadas e equipadas de acordo com os requisitos necessários para a realização das

análises.

Para além do controlo em laboratório, existe um sistema de monitorização dos parâmetros

mais importantes do processo de engarrafamento da água levado a cabo pelo operador de

hora a hora. Estes parâmetros são depois controlados e confirmados por um operador

devidamente formado para o efeito. Actualmente, a empresa possui cerca de sessenta

colaboradores, distribuída por vários sectores, como se pode observar pelo apresentado na

Ilustração1. A empresa tem actualmente em funcionamento duas linhas de engarrafamento

para vasilhame de PET e uma linha de vidro, a qual apenas funciona ocasionalmente.

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Engenharia do Ambiente 26

Administração

Departamento

Financeiro

Departamento de

Manutenção

Departamento

Comercial

Chefe de

Vendas

Administrativo

Departamento de

Produção

Linha de

Enchimento

Vendedores

Departamento de

Qualidade

Laboratório

Ilustração 2 – Organigrama da Empresa Beira Vicente (Adaptado de Beira Vicente)

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CARACTERIZAÇÃO DO

PROCESSO PRODUTIVO

Serra da Gardunha

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Engenharia do Ambiente 28

1 - Descrição do processo de engarrafamento

A Empresa Beira Vicente Lda. possui dois tipos de engarrafamento: de tara retornável

(garrafa reutilizável de vidro) e de tara não retornável (garrafa e garrafão de PET).

No engarrafamento de tara retornável as capacidades das garrafas de vidro utilizadas são de

1L, 0,5L e 0,25L funcionando estas na mesma linha, sendo apenas necessária a adaptação

das peças dos diversos equipamentos de acordo com a capacidade da garrafa na linha.

Não irei referir o processo de engarrafamento de embalagens de tara retornável, uma vez

que esta raramente entra em funcionamento.

No engarrafamento de tara não retornável as capacidades do vasilhame PET utilizado são

de 5L; 1,5L; 0,5L e 0,33L. Neste caso existe uma linha de enchimento exclusivo para o

engarrafamento do vasilhame de 5L e outra para as restantes capacidades (linha mista).

1.1- Engarrafamento nas linhas de vasilhame de tara não retornável

A água é captada nas nascentes provenientes dos aquíferos designados de Fonte da Fraga 1

(FdF1), Fonte da Orada (FdO) – captações legalizadas em 1999 – Fonte da Fraga 2 (FdF2),

Fonte da Fraga 6 (FdF6) (desactivada) e Fonte da Fraga 7 (FdF7) – captações legalizadas

em 2001. Presentemente, encontram-se em fase de legalização as captações Fonte da Fraga

5 e 9.

Por gravidade, a água é conduzida através de condutas em PVC de alta densidade, sofrendo

uma Pré-Filtração (Imagem 1), antes de entrar num dos sete depósitos que a empresa possui

(Depósito 1, 2, 3, 4, 5, 6 e A).

Em seguida é bombeada para o interior da fábrica através de um sistema de condutas, onde

é novamente filtrada antes de ser engarrafada, garantido a sua qualidade microbiológica e

físico-química. Os filtros são constituídos por membranas com três gamas de porosidade

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(1µm; 0,35µm e 0,2µm) capazes de reter as partículas de menor dimensão em suspensão na

água.

Imagem 1 – Saída da pré-filtração e depósitos

Na Empresa Beira Vicente Lda. são fabricadas as garrafas e garrafões. Assim, as pré-

formas de PET que se encontram acondicionadas em caixas são colocadas no sistema de

alimentação e posicionamento através de um virador de caixas que eleva as pré-formas

alimentando as máquinas. Em seguida, são introduzidas no interior da máquina Sopradora

por meio de um sistema mecânico do tipo sem-fim e, são aquecidas gradualmente num

forno que atinge uma temperatura que ronda os 200ºC no caso das garrafas e

aproximadamente 100ºC no caso dos garrafões. Depois de aquecidos são introduzidas, em

número de seis no caso das garrafas e duas no caso dos garrafões, no interior de um molde.

Nesta fase é feito o estiramento da pré-forma de garrafas e garrafões a uma pressão de 36

bar e 28bar, respectivamente, sendo o ar introduzido seco e isento de óleo.

O ar comprimido fornecido durante o sopro é proveniente de um compressor de alta

pressão e outro de baixa pressão, os quais funcionam em simultâneo e estão armazenados

num compartimento adequado, no exterior. Para além do ar comprimido, a sopradora é

também alimentada de água, cujo objectivo é permitir o arrefecimento das pré-formas. Para

tal, existem dois refrigeradores também no exterior.

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As garrafas e garrafões produzidas são transportados através de tapetes rolantes. As

garrafas são armazenadas em silos apropriados e os garrafões entram directamente na linha

de enchimento. Dos silos são conduzidas, as garrafas, por meio de transportadores de telas

para o posicionador cuja função é conduzi-las até às linhas de enchimento. De seguida, as

embalagens posicionadas são conduzidas através de transportadores à enchedora onde será

efectuado o enchimento com Água de Nascente seguindo-se a capsulagem. A capsuladora

encontra-se directamente ligada à máquina de enchimento, ocorrendo esta operação no seu

interior.

O engarrafamento é feito numa sala especialmente preparada para o efeito em que todo o ar

que nela entra, passa por um filtro microbiológico. Esse ar cria na sala de engarrafamento

uma sobrepressão, o que impede a entrada de poeiras e outras potenciais contaminações

para o seu interior.

No caso dos garrafões de 5L, o vasilhame já cheio é conduzido através de transportadores

em tela até à colocadora de asas de polietileno.

Seguidamente, as embalagens passam pela rotuladora, onde é colocado o respectivo rótulo.

A empresa utiliza dois rótulos distintos, como se pode observar na Imagem 2 e Imagem 3,

com denominações diferentes de acordo com o mercado a que se destina: Fonte da Fraga

ou Água de Nascente (LIDL).

Imagem 2 – Rótulo Fonte da Fraga

Imagem 3 – Rótulo LIDL

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A etapa que se segue é a codificação das embalagens as quais vão sofrer a marcação do lote

de enchimento e da data de validade.

A codificação do lote da Beira Vicente é efectuada do seguinte modo:

Exemplo:

L15107G ▬ Lote/ Dia de produção 151/ Ano 2007/ Hora de produção G (das 07H às

07H59)

VAL0509▬ Validade/ Maio de 2009 – mês e ano da data limite de utilização

A seguir à codificação dos garrafões de 5L, estes podem ter destinos diferentes, isto é,

podem ser agrupados em duas unidades (garrafões Fonte da Fraga), sendo depois

envolvidos com uma tira de filme retráctil que de seguida é retractilizado, seguindo no

transportador até ao paletizador e desenrolador ou sofrerem apenas estas duas últimas

etapas (garrafões Fonte da Fraga e LIDL). A Ilustração 3 esquematiza o processo produtivo

da linha de 5L.

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Ilustração 3 – Fluxograma da Linha de 5L

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Engenharia do Ambiente 33

No caso das garrafas Fonte da Fraga com capacidade de 1,5L estas podem ser agrupadas

em vinte e quatro unidades e envolvidas com uma tira de filme retráctil que de seguida é

retractilizado ou podem ser agrupadas em quatro unidades e envolvidas com uma tira de

filme retráctil, seguindo-se a retractilização e a colocação de pegas no pack. No caso de se

tratar da marca LIDL as garrafas passam pelas etapas referidas, no entanto, são agrupadas

em seis unidades e seguem o mesmo percurso referido anteriormente.

Relativamente às garrafas Fonte da Fraga com capacidade de 0,5L estas são agrupadas em

vinte unidades e envolvidas com uma tira de filme retráctil, seguindo-se a retractilização.

As garrafas Fonte da Fraga com capacidade de 0,33L são agrupadas em vinte e quatro

unidades e as garrafas LIDL em seis unidades e envolvidas com uma tira de filme retráctil

que de seguida é retractilizado. Neste caso, os packs de seis unidades são, ainda, agrupados

em quatro packs de modo a formar vinte e quatro unidades sendo estas, novamente,

envolvidas em filme retráctil e retractilizado.

Em seguida, as embalagens são transportadas para o paletizador cuja função é empilha-las

sobre a palete de madeira intercalando placas de cartão entre cada fileira. Por fim, procede-

se ao envolvimento das paletes com filme estirável de polietileno e ao seu armazenamento

para posterior transporte para o mercado. A Ilustração 4 evidencia o processo produtivo da

linha mista de enchimento.

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Ilustração 4 – Fluxograma da Linha de 0,33L; 0,5L; 1,5L

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2 – Processos de desinfecção

O necessário controlo microbiológico da água e de todo o sistema envolvido no processo

produtivo, obriga a que sejam realizados procedimentos que impeçam o desenvolvimento

de uma flora microbiana no circuito de enchimento. Assim, o processo de desinfecção é

feito diariamente nas tubagens que vão dos depósitos à enchedora, antes de se iniciar a

produção.

A desinfecção é feita do seguinte modo:

1. Fecha-se a torneira da conduta do depósito e retira-se toda a água que circula na

tubagem dos depósitos à enchedora;

2. A sala “CIP”, nome dado a esta sala, contém dois depósitos de água quente,

aproximadamente 90ºC. Esta água é conduzida pela tubagem até à máquina de

enchimento (bicos de enchimento) e ficará a circular durante 20 minutos, em

circuito fechado;

3. Passa-se álcool etílico por todos os bicos de enchimento;

4. Findo este tempo e depois de retirada a água quente volta-se a ligar a torneira dos

depósitos de modo a circular a água contida nestes e assim estabelecer a

temperatura no interior das condutas;

5. São rejeitadas as primeiras 24 garrafas e os primeiros 12 garrafões do produto

acabado, de forma a garantir as condições microbiológicas adequadas à produção.

A desinfecção aos depósitos e a desinfecção das tubagens das nascentes é feita uma ou

duas vezes por ano e é utilizado para além de água quente e um produto químico cujo

nome conhecido é Clorine L (Adaptado de Beira Vicente).

3 – Resíduos produzidos

“Entende-se por resíduos, quaisquer substâncias ou objectos de que o detentor se desfaz ou

tem a intenção ou obrigação de se desfazer…” (DL239/97, Anexo II). Actualmente a

gestão de resíduos é uma tarefa problemática, devido, essencialmente, à taxa crescente de

produção de resíduos per capita e diminuição dos potenciais locais para a sua eliminação.

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Face a esta problemática, Portugal, pela Portaria nº. 29-B/98, de 15 de Janeiro, define para

embalagens reutilizáveis a forma de gestão e os níveis mínimos de reutilização. De acordo

com a referida Portaria, os embaladores e os responsáveis pela colocação de produtos no

mercado nacional com embalagens reutilizáveis, devem estabelecer um Sistema de

Consignação que permita recuperar e reutilizar as suas embalagens depois de utilizadas

pelos consumidores. A consignação envolve a cobrança, no acto de compra, de um

depósito que pode ser reembolsado no acto de devolução. O distribuidor/comerciante é

obrigado a cooperar neste sistema, incluindo assegurar a recolha das embalagens usadas e o

seu armazenamento em condições adequadas.

Os embaladores ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional, são

obrigados a recolher as embalagens recebidas e armazenadas pelos

distribuidores/comerciantes e são responsáveis pelo seu destino final. Têm também que

comunicar anualmente ao Instituto dos Resíduos, agregada à Agencia para o Ambiente, os

quantitativos em causa, além de serem obrigados a elaborar um plano de gestão das

embalagens reutilizáveis.

Os distribuidores/comerciantes que comercializem bebidas refrigerantes, …, águas

minerais naturais, de nascente ou embaladas, em embalagens não reutilizáveis, devem

também comercializar a mesma categoria de produtos em embalagens reutilizáveis, de

forma a assegurar o direito de opção ao consumidor (Martinho e Gonçalves, 2002).

A empresa Beira Vicente, sendo um estabelecimento comercial e industrial promove a

reutilização (vasilhame de vidro e paletes de madeira) e a reciclagem (PET, plásticos e

cartão provenientes das matérias primas).

A sociedade Ponto Verde tem a finalidade de actuar como entidade gestora do Sistema

Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem (SIGRE). Este sistema é extensivo a todo

o país e a todos os materiais de embalagem. A marca Ponto Verde colocada numa

embalagem significa que, por essa embalagem, foi paga uma contribuição financeira a uma

sociedade nacional responsável pela valorização das embalagens, estabelecida de acordo

com os princípios definidos pela Directiva nº. 94/62/CE e respectiva legislação nacional

(Martinho e Gonçalves, 2002).

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O factor mais crítico dos resíduos é a recolha devido ao custo de transporte. Depois de todo

o material separado para a reciclagem (vidro, plástico e cartão) ser devidamente prensado, é

pesado e feito o seu transporte pela empresa Mário Oliveira Alves Nogueira, Lda.

Assim, fica patente que a empresa faz a reciclagem dos diferentes materiais e encaminha-os

para as devidas Unidades Recicladoras.

Devo referir que o destino final dos resíduos produzidos no laboratório (caixas de petri com

meios de cultura) é direccionado directamente, sem qualquer tipo de tratamento, no

contentor de lixo comum.

4 – Laboratório

O laboratório da empresa é constituído por duas áreas destinadas à análise da qualidade da

água, propriamente dito, e por um compartimento onde se procede ao arquivo de

documentos referentes a este sector da qualidade, ilustrada pela Imagem 4 designada como

sala n.º1 do laboratório, bem como um sistema de vigilância interna (gravação de imagens)

que se encontra disperso por toda a área de produção.

Imagem 4 – Sala nº.1 do laboratório

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Na Imagem 5 pode-se constatar que o laboratório se encontra dividido por plataformas de

vidro e alumínio

Imagem 5 – Sala nº.2 de laboratório

A Imagem 6 mostra o espaço dedicado às análises físico-químicas (pH e condutividade

eléctrica) e a Imagem 7 é referente ao local onde se procede a lavagem e esterilização de

material (localização de um lava-loiça e do autoclave).

Imagem 6 – Zona destinada as análises físico-químicas

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Imagem 7 – Zona destinada à lavagem e esterilização de material

A segunda zona destina-se ao armazenamento de material e reagentes utilizados na

preparação das amostras para análise. Outra funcionalidade deste lugar é reunir as colheitas

para posterior análise microbiológica (Imagem 8).

Imagem 8 – Deposição das colheitas

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Também é nesta área que se procede à filtração das amostras de água e à inoculação dos

meios de cultura e sua incubação em estufas com temperaturas predefinidas e estabilizadas

de acordo com os microrganismos a analisar (Imagem 9).

Imagem 9 – Rampa de filtração

É importante referir que diariamente são retiradas das diferentes linhas de enchimento três

amostras de produto acabado representativas do dia de produção. Duas dessas amostras são

encaminhadas para uma sala localizada na cave, com as condições necessárias à sua

preservação que são enunciadas no rótulo (proteger da luz, calor, odores fortes e conservar

em lugar fresco e seco) onde são guardados até ao termo da sua validade (2 anos). Findo

este tempo e caso não se verifique alterações macroscópicas nem reclamações dos clientes,

a água é despejada no esgoto comum.

A outra amostra é depositada numa sala específica, onde são criadas condições óptimas

para a possível criação de algas e bolores. Assim esta sala é provida de luminosidade

intensa e mantida a uma temperatura de 22ºC. As amostras são acondicionadas durante um

período de seis meses e caso se verifique a formação de algas e bolores esta água é

analisada, caso contrário é vertida no esgoto comum.

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ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

“Ao longo da vida, contemplamos as duas colunas que

estão ao lado da porta que pretendemos abrir. Uma

chama-se Medo, outra chama-se Desejo.

Olhamos para a coluna do Medo, e ali está escrito: tu vais

entrar num mundo desconhecido e perigoso, onde tudo o

que aprendeste até agora não servirá de nada.

Depois olhamos para a coluna do Desejo, e ali está

escrito: tu vais sair de um mundo conhecido, onde estão

guardadas as coisas que sempre quisestes, e pela quais

lutastes tanto.

Mas sorrimos, porque não existe nada que nos assuste,

nem nada que nos prenda. Com a segurança de quem

sabe o que quer, abrimos a porta.” Paulo Coelho

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Engenharia do Ambiente 42

1 – Procedimentos na recolha de amostras

1.1 - Conservação e armazenamento de amostras de água

A colheita de amostras em campo é, provavelmente, o passo mais importante de um

Programa de Monitorização de Qualidade de água e constitui a primeira fase da análise do

produto. Da correcta execução dos procedimentos depende a confiança nos resultados

finais e, portanto, as acções resultantes da interpretação dos dados gerados. O simples facto

de colher amostra no seu local de origem para colocá-la em contacto com as paredes de

recipientes e, portanto, sujeitando-a a um novo ambiente físico, pode ser suficiente para

romper esse equilíbrio natural e conferir mudanças na sua composição.

O intervalo de tempo entre a colheita das amostras e a realização das análises pode

comprometer de alguma maneira a sua composição inicial, especialmente quando é

necessário a avaliação da concentração de substâncias que se encontram em quantidades

muito pequenas.

Não existe um método universal de preservação de amostras de diferentes naturezas. Na

realidade, a completa e inequívoca preservação é impraticável, sendo impossível manter a

estabilidade para cada constituinte. No entanto, o emprego de técnicas de preservação

adequadas e a selecção correcta de frascos de armazenamento podem retardar as alterações

químicas e biológicas que acontecem, inevitavelmente, após abstracção da amostra do seu

ambiente natural.

Os principais objectivos dos métodos de preservação de amostras são: retardar a acção

biológica e a hidrólise dos compostos químicos e complexos, reduzir a volatilidade dos

constituintes e os efeitos de adsorção, preservar organismos, evitando alterações

morfológicas e fisiológicas (CETESB, 1987).

1.2- Técnicas de conservação de amostras

A refrigeração é a técnica mais empregue em trabalhos de campo. Embora não mantenha

completa integridade de todos os parâmetros, interfere de modo insignificante na maioria

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das determinações de laboratório. É uma técnica muito utilizada e a adoptada pelo

laboratório da empresa Beira Vicente, que utiliza as malas térmicas (as comuns geleiras) no

transporte e preservação de amostras para determinações microbiológicas e algumas

determinações físico-químicas. (CETESB, 1987).

1.3 - Armazenamento

Os recipientes mais utilizados na recolha e armazenamento de amostras para análises são os

de polietileno ou vidro borossilicatado e do tipo descartável, sendo estes últimos

empregados quando o custo da limpeza se torna muito oneroso.

No entanto, existem alguns factores que podem causar interferências, tais como: um

recipiente borossilicatado pode aumentar a concentração de sílica ou sódio presente na

água, os fluoretos podem reagir com o vidro, os hidrocarbonetos podem ser absorvidos pelo

polietileno e os metais pelo vidro. Dada a sua inércia química, a utilização de recipientes

em politetrafluoretileno é a mais aconselhável. De modo a evitar as reacções fotossensíveis,

a utilização de recipientes escuros ou opacos é essencial.

A limpeza dos recipientes é outra fase que pode pôr em causa a exactidão dos resultados

obtidos.

O tipo de frasco a ser utilizado depende da natureza da amostra a ser recolhida e dos

parâmetros a serem investigados. Não existe uma solução universal, havendo a necessidade

de escolher o material de acordo com a sua estabilidade, facilidade de transporte, custo,

resistência à esterilização, etc. A escolha dos frascos geralmente é feita de acordo com o

conjunto de determinações a serem realizadas na amostra recolhida, por exemplo, frascos

para colheita de amostras destinadas à análise biológica, microbiológica, físico-química,

etc. Desta forma, existem normas que discriminam o tipo de frasco a ser utilizado de

acordo com o parâmetro a ser analisado. No entanto, estas normas, excepto para alguns

parâmetros, não devem ser encaradas com tanta rigidez, fazendo-se valer, acima de tudo, o

bom senso e a experiência do pessoal responsável pela amostragem, pois é exactamente

isso que acontece no laboratório da Beira Vicente.

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1.3.1- Análises microbiológicas

Os tipos de frascos mais utilizados para o armazenamento das amostras destinadas a análise

microbiológica são os de material resistente às condições de autoclavagem (121ºC, 1atm) e

que atendam a outras condições como: não libertar substâncias tóxicas nem substâncias

nutritivas durante o processo de esterilização. Os frascos de plástico apresentam a

vantagem de serem leves, podendo ser usados, preferencialmente os de polietileno,

polipropileno ou policarbonato. Devido à sua menor resistência, os frascos de polietileno

devem ser evitados. Deve-se deixar sempre um espaço livre para posterior homogeneização

da amostra (CETESB, 1987).

Os frascos usados no laboratório da empresa para as colheitas são em vidro e antes de

serem levados à autoclave são bem lavados. Outra preocupação que se deve ter é verificar o

correcto enroscar da tampa, garantindo que não se verifique contaminação depois da

esterilização dos frascos.

1.3.1.1- Cuidados gerais na colheita de amostras para análise

microbiológica

É importante a implementação de técnicas assépticas quando da colheita de amostras de

água destinadas a determinações microbiológicas. Quando me dirigi aos locais da colheita

para proceder à sua recolha tive em conta os seguintes aspectos:

• O frasco ou garrafa é mantido fechado até ao momento da colheita;

• A amostra colhida deve ser representativa das características da água que é captada

para a fábrica;

• O volume da amostra colhida para a realização de cada ensaio era igual ou superior

a 100mL;

• Todas as amostras foram devidamente identificadas.

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Na colheita de campo, após a retirada da tampa segurei o frasco pela base. E após a

colheita, tive o cuidado de deixar um espaço vazio, desprezando uma pequena porção da

amostra. Este vazio permite a homogeneização da amostra, bem como a vida dos seres

aeróbios durante várias horas.

Para a conservação e preservação dos resultados analíticos a análise microbiológica foi

realizada no mais curto espaço de tempo. No caso de não ser possível, as amostras foram

acondicionadas sob refrigeração, a temperatura inferior ou igual a 4ºC, até à chegada ao

laboratório, num prazo máximo de até 30 horas após a colheita (CETESB, 1987).

1.3.2- Análises físico-químicas

Os frascos destinados às análises físico-químicas devem ser preparados, existindo para isso

vários métodos de descontaminação que utilizam soluções ácidas ou uma combinação

destes com agentes oxidantes, proporcionando limpeza eficiente da superfície interna do

recipiente de vidro ou plástico. Alguns procedimentos obrigaram que na lavagem não se

utilizasse detergentes comuns contendo apreciáveis quantidades de sais de fósforo.

(CETESB, 1987).

Durante o estágio, os frascos destinado às análises do pH e da condutividade são os

mesmos utilizados na análise microbiológica, ou seja, só é feita uma colheita diária de água

para serem efectuadas as análises microbiológicas e posteriormente o restante volume da

amostra foi utilizado para a medição do pH e condutividade.

2 – Recolha de amostras para analises físico-químicas e microbiológicas.

A recolha de amostras de água para análise é a primeira etapa para uma correcta avaliação

da qualidade da mesma. Para esse efeito, deve estabelecer-se um plano de amostragem

cujos objectivos definem a técnica utilizada e onde se descreve o tempo, a frequência, a

localização e o tipo de amostragem.

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No laboratório da Empresa a recolha de amostras têm como objectivo a realização de um

controlo de rotina da qualidade, no qual se pretende avaliar as concentrações de

determinados parâmetros, verificando se eles se encontram dentro de limites estabelecidos.

Os resultados podem e devem servir para efectuar correcções.

Geralmente, são executados dois tipos de amostragem: a instantânea e a composta. Para a

amostra instantânea é feita uma única recolha (como no caso das Nascentes, Depósitos,

Filtro e Pré-Filtro) num determinado momento (geralmente realizado por volta das 7 ou 8

horas da manhã). Este tipo de amostra representa as condições em que a água se encontra

no início do processo laboral. O Quadro 5 refere o local e a frequência das colheitas

realizadas na empresa.

Quadro 5 – Colheitas realizadas durante a laboração diária

Local da colheita Zona em que é feita a

colheita

Frequência/hora da

colheita

Zona Exterior Pré-Filtraçao

Colheita diária, de manhã Reservatórios 1,2,3,4,5,6 e A

Zona da Filtração Sala branca

(antes da enchedora)

Zona das Enchedoras Cuba de 0,33L/0,5L/1,5L Colheita diária, primeiro

produto acabado Cuba de 5L

Nascentes FdF1;FdF2;FdO e FdF7 Colheita diária, de manhã

No caso do produto acabado durante o tempo de laboração a amostragem é feita às horas

ímpares da produção para as diferentes linhas de enchimento (Quadro 6), isto é, de duas em

duas horas é retirada uma embalagem da cada linha de enchimento (após a rotulagem e

marcação) e levada para o laboratório onde são realizadas as análises, a cada embalagem

individualmente.

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Quadro 6 – Quantidade de amostras recolhidas na linha mista e linha de 5L

Capacidade [mL] Recolha para

análises

Recolha para salas

na cave (arquivo)

Total

330 9 3 12

500 9 3 12

1500 9 3 12

5000 9 3 12

Frequência/hora

da recolha

Horas impares

durante o dia de

produção

Geralmente, no

final de cada turno

A colheita de água das nascentes, depósitos, filtros e pré-filtros, geralmente efectua-se

através de condutas com torneira para recolha. No processo de recolha de amostras da água

que efectuei diariamente, das captações para as análises, a primeira acção, foi deixar correr

a água em jacto durante cerca de cinco minutos de modo a permitir a renovação da água na

canalização. De seguida, procedi à esterilização da torneira, flamejando com uma mecha de

algodão embebido em álcool. Após a esterilização abri a torneira deixando a água correr

fortemente para arrastar eventuais partículas queimadas. Após regular o caudal fiz o

enchimento do mesmo, mantendo-o inclinado de modo a evitar contaminação pelas poeiras

do ambiente. O frasco deve estar destapado apenas o tempo indispensável à recolha da água

e conter todas as indicações necessárias referentes à recolha (local, hora, nome da colheita,

etc.).

Semanalmente, realizei um controlo do caudal de cada captação, permitindo deste modo,

controlar os períodos de bombagem e de paragem da exploração da captação, bem como

registar os caudais de exploração, instantâneos, assim como o volume acumulado de água

captada num determinado período de tempo. A medição do caudal consiste, na observação

do tempo, no enchimento repetido de um recipiente de capacidade conhecida. Na mesma

altura, determinei e registei o valor da temperatura da água de cada captação.

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3 - Preparação do material

Os processos de esterilização e desinfecção permitem o controlo do desenvolvimento dos

microrganismos. São métodos essenciais e indispensáveis em laboratório. Assim, em cada

análise fiz o seguinte:

O autoclave (UNICLAVE 88), aparelho especial para esterilização, usa o calor húmido

para total e completa destruição de todas as formas de vida, quer patogénicos ou não

patogénicos. O calor húmido, na forma de vapor saturado sob pressão, é aplicado

correntemente na esterilização de meios de cultura, soluções e materiais contaminados

(Quadro 7). Assim, para um determinado valor de temperatura, o vapor está à máxima

pressão e tem a maior densidade possível. A esterilização pelo calor seco é utilizada na

esterilização de material de vidro e plástico. É de referir que o calor seco penetra nas

substâncias mais lentamente, pelo que, é necessário usar temperaturas mais elevadas e

tempos de contacto mais longos.

Quadro 7 – Esterilização feita em autoclave

Material a esterilizar Temperatura [ºC] Tempo [min]

Soluções

(Water Plate Count Agar)

101 30

Material para colheitas

Meios de cultura 121 15

As pipetas utilizadas no laboratório, depois de utilizadas, são lavadas e passadas por álcool

etílico. É introduzido, na extremidade, uma mecha de algodão para evitar o contacto directo

na pipetagem, e são envolvidas em sacos de papel de alumínio. Na estufa faz-se a

esterilização, a 150ºC durante hora e meia.

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4 – Preparação dos meios de cultura

A preparação dos meios de cultura, salvo raras excepções, segue sempre o mesmo tipo de

procedimento uma vez que, na maior parte dos casos, são adquiridos no mercado, os meios

desidratados, pelo que basta adicionar água a uma quantidade pré determinada do meio de

cultura desidratado. Depois de preparado, este é colocado no autoclave a 121ºC durante 15

minutos. Após a autoclavagem, retira-se o frasco e deixa-se arrefecer. Espalha-se

aproximadamente 10 ml do meio, pelas caixas de petri de 60mm, dispostas em cima da

bancada do laboratório. Deixa-se solidificar o meio, no interior das caixas de petri

devidamente identificadas (nome do meio e data) e finalmente armazenados no interior do

frigorífico (máximo 10 dias) até à sua utilização.

O Water Plate Count Agar (PCA) é o meio de cultura utilizado para pesquisa de germes

mesofilos. Pesa-se 23,5g para 1L de água destilada, dissolve-se e aquece-se até à ebulição.

Reparte-se em frascos de 100ml e esteriliza-se, só depois se guarda no interior da bancada

(no escuro). Funde-se a quantidade necessária diariamente na autoclave 15 minutos em

vapor fluente (fervura no interior da autoclave), para que não volte a solidificar, mantém-

se, enquanto necessário, em banho-maria (45ºC/50ºC). O meio preparado apresenta uma

cor de mel, quando desidratado fica amarelo-torrado.

O Membrane Lauryl Sulfato Broth é o meio de cultura capaz de pesquisar os coliformes

totais. Pesa-se 76,2g para 1L de água destilada, dissolvendo-se e aquecendo até à ebulição.

Adiciona-se 15g de Agar granulado e deixa-se ferver aproximadamente um minuto.

Esteriliza-se e antes de repartir pelas placas de petri deixa-se arrefecer até

aproximadamente aos 48ºC, e depois de solidificado guarda-se no frigorífico. O meio

desidratado apresenta uma coloração bege e quando preparado apresenta uma cor de vinho.

O mFC Agar é o meio de cultura utilizado na pesquisa de coliformes fecais. Pesa-se 52g

para 1L de água destilada e esterilizada a121ºC durante 15minutos em autoclave. Dissolve-

se e aquece-se até à ebulição e só depois se junta 10ml de Ácido Rosálico deixando ferver

mais um minuto. Como é um meio de cultura directo, isto é, não esteriliza na autoclave,

deixa-se arrefecer, reparte-se pelas placas e armazena-se.

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O Rosalic Ácido é um ácido em pó standard usado em meios de cultura microbiológicos.

Pesa-se 1g para 100ml de Hidróxido de Sódio (NaOH a 0,2M) e dissolve-se bem. Na

preparação do reagente NaOH a 0,2M pesa -se 0,8g de NaOH a 0,2M e introduz-se num

balão de 100ml perfazendo o seu volume com água destilada.

A preparação do mEnterococos Agar é feita, pesando 42g para 1L de água destilada e

previamente esterilizada. Dissolve-se e aquece-se até à ebulição, tendo especial atenção se

esta ficar cor-de-rosa ou com partículas sólidas, pois, neste caso não pode ser utilizada. O

meio desidratado apresenta uma cor bege e quando preparado para utilização conveniente

apresenta uma cor bege escuro. Este meio de cultura é utilizado na pesquisa de

estreptococos fecais.

O Manitol Salt Agar é utilizado na pesquisa de estafilococos áureos. Começa-se por pesar

111g para 1L de água destilada, dissolver e aquecer até à ebulição. Esteriliza-se na

autoclave, arrefece e reparte-se pelas placas. O meio apresenta uma cor vermelho vivo e

quando desidratado, apresenta uma cor bege rosado.

O Yeaft Glucose Chloramphenicol (YGC) é o meio de cultura utilizado para detectar

bactérias e bolores. Pesa-se 41,1g para 1L de água destilada dissolver e aquecer até à

ebulição. Esteriliza-se na autoclave, arrefece e reparte-se pelas placas. O meio de cultura

apresenta uma cor bege e quando desidratado um bege claro.

A Gelose Selectiva é o meio de cultura utilizado na pesquisa de pseudomonas aeruginosas.

Pesa-se 47g para 1L de água destilada (aguarda-se 4 ou 5 minutos), dissolve-se e aquece-se

até à ebulição, esterilizando em autoclave 15 minutos a 121ºC. Arrefece, agita-se e

distribui-se pelas placas de petri. O meio tem uma cor bege claro e quando desidratado

branco pérola.

O Iron Sulphite Meat Liver Agar é o meio de cultura utilizado na pesquisa de Clostridium

Sulfito-redutores. Pesa-se 46,5g para 1L de água destilada, aguarda-se 4 ou 5 minutos,

dissolve-se e aquece-se até à ebulição. Divide-se o preparado em duas partes iguais, uma

das partes reparte-se em tubos de ensaio com cerca de 10ml de meio em cada tubo e

esterilizar normalmente as duas partes. A parte que não foi repartida pelos tubos de ensaio

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Engenharia do Ambiente 51

é repartida pelas placas, vertido lentamente junto ao bordo de forma a não provocar bolhas

de ar. Guarda-se no frigorífico até um máximo de 10 dias. No momento de usar, funde-se o

meio dos tubos de ensaio e mantêm-se a 50ºC em banho-maria. O meio apresenta uma cor

amarelo-torrado e quando desidratado um bege claro

A Gelose Nutritiva a 21 por 1000 é o meio de cultura de sólido, bom para a cultura de

bactérias que não apresentem exigências especificas, sendo utilizada para o isolamento de

microrganismos. Pesa-se 21g para 1L de água destilada, aguarda-se 4 ou 5 minutos,

dissolve-se e aquece-se até à ebulição. Esteriliza-se, agita-se e reparte-se em placas.

Apresenta uma cor amarelo-torrado e desidratado é bege escuro.

O Verde Brilhante é o meio de cultura utilizado para os testes confirmativos de coliformes.

Pesa-se 40g para 1L de água destilada, dissolve-se bem e reparte-se em tubos de ensaio

com 10ml cada, aproximadamente. Introduz-se dentro de cada tubo de ensaio um tubo

duran invertido e rolha-se. Esteriliza-se na autoclave 15min a 121ºC, verifica-se se o tubo

duran ficou completamente cheia. Este meio apresenta uma cor verde-esmeralda, muito

brilhante, como o próprio nome indica e quando está desidratado tem um esverdeado claro.

Bile Esculina Agar é o meio de cultura utilizado para a identificação e presença de

estreptococos fecais. Pesa-se 57g para 1L de água destilada. Dissolve-se e aquece-se até à

ebulição. Esteriliza-se e deixa-se arrefecer até aos 50ºC, aproximadamente, agita-se e

reparte-se em placas. Apresenta uma cor amarelo-torrado e quando desidratado um bege

escuro.

Bacto Coagulase Plasma é o teste usado na identificação de estafilococos áureos. Bacto

coagulase plasma: são plasma de coelho seco e estandardizados usados para detectar a

enzima da coagulase produzida pelos estafilococos áureos. Utiliza-se uma seringa estéril e

introduz-se 3ml de água destilada estéril num frasco, agita-se bem e guarda-se no

frigorífico até 10 dias.

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5 – Procedimentos analíticos

5.1– Análises químicas

No laboratório da Beira Vicente, as análises físico-químicas são feitas usando os

recipientes das colheitas para as análises microbiológicas e só depois destas terem sido

efectuadas, como é óbvio.

As medições são efectuadas com os respectivos aparelhos de medição: o pH 330/set e o

LF330/set, para pH e condutividade, respectivamente.

Os valores da temperatura, condutividade e pH obtidos na água das captações são

registados em Ficha de Controlo da Empresa (Anexo III), assim como os valores de

condutividade eléctrica e pH obtidos na água engarrafada.

5.2– Análise microbiológico

Na primeira hora de laboração de cada uma das linhas de enchimento, é recolhida uma

amostra à qual é efectuada uma análise completa, isto é, é realizada a contagem dos

microrganismos totais e a contagem e pesquisa de coliformes totais e fecais, estreptococos

fecais, Pseudomonas aeruginosa, esporos de clostridios sulfito-redutores, utilizando os

procedimentos referentes no D.L.243/01 e, ainda, a contagem e pesquisa de Staphylococcus

aureus, germes e bolores e leveduras (de acordo com métodos internos do laboratório,

normas ISO 6222 e ainda pela NP 4343).

Ao longo do dia e a cada hora ímpar durante a produção é realizada uma análise

microbiológica que envolve a contagem dos germes mesófilos e a contagem e pesquisa de

coliformes totais, bolores e leveduras utilizando um método interno do laboratório.

O Quadro 8 representa a frequência do controlo microbiológico e os resultados obtidos são

registados em Ficha de Controlo da Empresa (Anexo IV).

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Quadro 8 – Frequência de controlo microbiológico

Local Análise Frequência

Captações

(FdF1;FdF2;FdO e FdF7)

Germes mesofilos

Coliformes totais

Coliformes fecais

Estreptococos fecais

Pseudomonas aeruginosa

Sulfito-redutores

1 Vez por dia Saída da Pré-Filtraçao

Depósitos (1,2,3,4,5,6 e A)

Saída da filtração final

Produto final

Germes mesofilos

Coliformes totais

Coliformes fecais

Estreptococos fecais

Pseudomonas aeruginosa

Sulfito-redutores

Bolores

Estafilococos aureos

1 Vez por dia

(início da produção)

Germes mesofilos

Coliformes totais

Bolores

Durante a produção

(todas as horas ímpares)

A técnica utilizada na quantificação dos microrganismos é a técnica das membranas

filtrantes. Os seus princípios de funcionamento são básicos e executados numa rampa de

filtração: a amostra de água é colocada no copo (componente da rampa de filtração) onde é

inserida uma membrana de porosidade definida (0,45µm e 0,22µm, no caso da

determinação para as Pseudomonas aeruginosa). As amostras recolhidas são passadas por

estes copos que têm acoplado uma bomba que suga a água e permite que os

microrganismos, caso existam, fiquem retidos na membrana.

Posteriormente, o filtro é colocado na superfície do meio de cultura específico, previamente

preparados e esterilizados. Após um período de incubação é feita a contagem, sendo o

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resultado em Unidades Formadoras de Colónias por mL ou simplesmente, n.º de colónias /

250mL, por exemplo, mas dependendo do volume da análise.

Entre cada análise das diferentes amostras é feita a esterilização da rampa de filtração. Com

auxílio de uma garra, queimam-se os copos e a própria rampa com o bico de Bunsen, isto é,

durante alguns minutos, a chama do bico fica em contacto com o material. Após

arrefecimento dos copos introduz -se a membrana e procede -se à filtração.

5.3 – Descrição

5.3.1 – Germes Mesófilos

Os germes mesófilos são todos os microrganismos, bactérias, leveduras e bolores com bom

crescimento a temperaturas entre os 20ºC e 40ºC.

Nas águas de nascente, discriminamos as bactérias de flora saprófita que se desenvolvem a

22ºC às 72h das bactérias que se desenvolvem a 37ºC às 24h, e que são mais directamente

relacionadas com contaminação de origem humana ou animal.

É utilizada a técnica de incorporação, que consiste na quantificação de colónias

desenvolvidas no seio de meio de cultura PCA, que contêm substâncias nutritivas

necessárias à multiplicação dos germes nos dois períodos de incubação.

Trabalha-se junto ao bico de buzen, pipetando-se para 2 placas de petri 1mL de amostra.

Junta-se, aproximadamente, 10ml de PCA em estado líquido mantido a uma temperatura

aproximadamente 45/46ºC em banho-maria. O meio PCA é fundido e mantido a esta

temperatura para que se evite a destruição dos possíveis microrganismos existentes na água

em estudo. Agita-se as placas de petri em forma de 8 e deixa-se solidificar e só depois se

volta as placas com a parte superior para baixo. Por fim é feita a incubação: uma placa

durante 24h a 37ºC e a outra placa durante 72h a 22ºC

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Após os períodos de incubação, conta-se as colónias incorporadas, desenvolvidas em cada

placa. Cada colónia corresponde a um germe vivo existente na amostra. O resultado

expressa-se em número de colónias / 1ml

5.3.2 – Coliformes Totais

Esteriliza-se a rampa de filtração e coloca-se, assépticamente, uma membrana de 0,45µm

no filtro da rampa. Coloca-se o copo, introduz-se 250ml de amostra e liga-se a bomba.

Abre-se a torneira da rampa para que o vácuo permita a passagem da água através da

membrana, desliga-se a bomba e fecha-se a torneira. Retira-se do copo a membrana com

ajuda de uma pinça estéril pegando-lhe apenas na extremidade. Este procedimento é igual

na pesquisa dos diferentes microrganismos, apenas variando a quantidade da amostra na

pesquisa de sulfito-redutores (50mL) e de Estrafilococos áureos (500mL). Por fim, coloca-

se a membrana sobre o meio Membrane Lauryl Sulfato Broth com a parte quadriculada da

membrana para cima e tendo o cuidado de não deixar bolhas de ar debaixo da membrana.

Coloca-se na incubadora durante 48h a 37ºC.

A leitura é feita observando-se a coloração das colónias e dos halos. As colónias amarelas e

laranja + halos amarelos no meio, debaixo da membrana, representam a presença de

Coliformes Totais Presumíveis (CTP). De cada CTP faz-se uma repicagem para Gelose

Nutritiva que incuba a 37ºC durante 24h.

Da cultura desenvolvida, passa-se para o Verde Brilhante (VB) a 37ºC durante 24h.

. Se o VB for negativo indica a não presença de Coliformes Totais (CT).

. Se VB for positivo indica a presença de CT pois houve formação de bolhas de gás no tubo

duran.

5.3.3 – Coliformes Fecais

Filtra-se 250mL de amostra por uma membrana de 0,45µm e coloca-se sobre o meio mFC

Agar com a parte quadriculada para cima e vai incubar durante 24h a 37ºC.

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A leitura é feita contando todas as colónias azuis metalizadas que indicam a presença de

Coliformes Fecais (CF), podendo-se também fazer um VB para confirmação (incubar 24h a

37ºC).

. Se VB for negativo indica a não presença de CF

. Se VB for positivo indica a presença CF, logo formação de bolhas de gás no tubo duran.

5.3.4 – Estreptococos Fecais

Filtra-se 250ml de amostra por uma membrana de 0,45µm e coloca-se sobre o meio

mEnterococos Agar com a parte quadriculada para cima, incubando na estufa durante 48h a

37ºC. Da cultura desenvolvida faz-se o teste da Catalase.

. Se Catalase negativa implica fazer uma estria em Bili-Esculina que vai incubar 24h a

37ºC. Se originar Esculina com cor preta então temos Estreptococos Fecais (EF)

. Se Catalase positiva rejeitamos a cultura de EF

5.3.5 – Pseudomonas Aeruginosa

Filtra-se 250ml de amostra por uma membrana de 0,22µm e coloca-se sobre o meio de

Gelose Selectiva com a parte quadriculada para cima e vai incubar durante 48h a 37ºC. Se

existirem colónias duvidosas (colónias não fluorescentes), deve-se colocar a placa mais 24h

à temperatura ambiente.

Na leitura, conta-se as colónias esverdeadas com aparência fluorescente e de cada colónia,

faz-se uma repicagem para Gelose Nutritiva (Incubar 24h a 37ªC).

5.3.6 – Sulfito-Redutores

Neste ensaio é necessário preparar a amostra: introduzindo, aproximadamente 80ml de

água a analisar num recipiente estéril e pasteurizar a amostra em banho-maria a 80ºC;

retirar do recipiente e arrefecê-lo bruscamente em água fria. Os esporos anaeróbios

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sulfito-redutores resistem a este tratamento, contrariamente aos outros germes e formas

vegetativas, que são destruídos, pondo os sulfito-redutores em evidência na análise.

Repete-se a operação descrita anteriormente para os coliformes totais. Filtra-se 50ml de

amostra por uma membrana de 0,45µm e coloca-se sobre o meio de Iron Sulphite Meat

Liver Agar com a parte quadriculada para baixo em total aderência ao meio, não podendo

existir bolhas de ar entre o meio e a membrana. Introduz-se o meio Iron Sulphite Meat

Liver Agar de um tubo em cima da membrana vazando-o lentamente de forma a não

provocar bolhas de ar. Deixa-se solidificar e verifica-se que a anaerobiose ficou feita.

Procede-se à incubação a 37ºC até um máximo de 120h.

Após 24h e 48h, se existir desenvolvimento de colónias, deve-se manter a incubação ate às

120h. Conta-se todas as colónias pretas (o sulfato de sódio contido no meio é reduzido em

sulfureto pelos clostridiuns sulfito-redutores e reage com os iões de ferro que provocam o

enegrecimento das colónias).

5.3.7 – Bolores

Filtra-se 250ml de amostra por uma membrana de 0,45µm e coloca-se sobre o meio YGC

com a parte quadriculada para cima e vai incubar durante 48h a 37ºC. Conta-se todas as

colónias de bolores.

5.3.8 – Estrafilococos Aureos

Filtra-se 500ml de amostra por uma membrana de 0,45µm e coloca-se sobre o meio

Manitol Salt Agar com a parte quadriculada para cima e vai incubar durante 48h a 37ºC.

Conta-se as colónias amarelas, cremes e laranjas e rejeita-se as colónias rugosas. De cada

colónia faz-se uma repicagem para Manitol Salt Agar e volta-se a incubar 24h a 37ºC. Da

cultura desenvolvida faz-se o teste da Catalase e Coagulase.

. Se Coagulase positiva indica a presença de Estafilococos Áureos.

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O Quadro 9 relaciona o controlo bacteriológico das captações, circuito de água e produto

final com o estipulado pelas leis em vigor.

Quadro 9 – Limites admissíveis no controlo microbiológico de acordo com a legislação vigente

Captações Circuito de água e

produto final

Germes totais 24h a 37ºC ≤ 5 Colónias / 1mL ≤ 20 Colónias / 1mL

Germes totais 72h a 22ºC ≤ 20 Colónias / 1mL ≤ 100 Colónias / 1mL

Coliformes Totais 0 Colónias / 250mL 0 Colónias / 250mL

Coliformes Fecais 0 Colónias / 250mL 0 Colónias / 250mL

Estreptococos Fecais 0 Colónias / 250mL 0 Colónias / 250mL

Pseudomonas Aeruginosas 0 Colónias / 250mL 0 Colónias / 250mL

Sulfito-Redutores 0 Colónias / 50mL 0 Colónias / 50mL

Estafilococos Aureos 0 Colónias / 500mL 0 Colónias / 500mL

Bolores 0 Colónias / 250mL 0 Colónias / 250mL

5.4 – Testes de confirmação de microrganismos

Os testes de confirmação dos microrganismos baseiam-se: isolamento de bactérias,

pesquisa da Catalase, identificação da Coagulase, confirmação de Coliformes, confirmação

de Estreptococos.

O isolamento de bactérias consiste na passagem asséptica de colónias suspeitas de um meio

inicial para o meio de purificação. Esteriliza-se a ansa na chama até ao rubro e deixa-se

arrefecer, perfurando o meio 3 ou 4 vezes numa parte isenta de cultura. Colhe-se uma

pequena porção de cultura e semeia-se bem à superfície no meio de purificação. Incuba-se

24h a 37ºC.

Na pesquisa de Catalase, coloca-se uma ou duas gotas de H2O2 a 10 volumes numa lâmina

bem limpa. Com uma ansa de platina previamente esterilizada na chama, colhe-se uma

colónia e introduz-se nas gotas de H2O2. Se houver formação de bolhas é indicação de

Catalase positiva.

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Na identificação da Coagulase usa-se material esterilizado. Com uma seringa, introduz-se

0,5ml de Bacto Coagulase Plasma num tubo de ensaio rolhado. Emulsiona-se 3 ou 4

colónias cultivadas em Gelose Nutritiva e agita-se suavemente. Incuba-se em banho-maria

4h a 37ºC. Observa-se de hora a hora sem agitar o frasco, se houver formação de coágulo é

indicação de Coagulase positiva.

Na confirmação de Coliformes Totais, colhe-se com a ansa esterilizada na chama, uma

pequena porção da cultura desenvolvida na Gelose Nutritiva e deixa-se num tubo de Verde

Brilhante. Deixa-se incubar 48h a 37ºC. Se existir fermentação (com gás) no tubo duran e

turvação do meio o teste é positivo. Na confirmação de Coliformes Fecais procede-se de

igual modo e incuba-se 24h a 44ºC.

Na confirmação de Estreptococos, após Catalase negativa, fazer uma repicagem para o

meio de cultura Bílis-Esculina Agar e incuba-se 24h a 37ºC. A observação de estria preta

em Bílis-Esculina Agar o teste é positivo e indica a presença de Estreptococos Fecais.

5.5 – Análises à qualidade do ar, cápsulas e vasilhame O ar não é um meio propício ao crescimento dos microrganismos, mas sim um meio de

transporte, dada a ausência de alimento.

Os microrganismos presentes no ambiente vão provocar a contaminação de produtos e das

superfícies.

A determinação da qualidade do ar, cápsulas e vasilhame é efectuada uma vez por dia e

registada em Ficha de Controlo da Empresa (Anexo IV)

Para a determinação da qualidade do ar expõe-se placas contendo YGC colocadas

aproximadamente a 1 metro do chão e afastados a 1 metro das paredes e num período de

uma hora. A incubação deve ser feita a 37ºC durante 24 horas. A avaliação de bolores,

bacilos Gram positivos e todos os esporos propagados pelo pó (matéria suspensa) que por

via da gravidade se deposita nas placas contendo o meio valida a qualidade do ar.

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Os locais de colheita são seleccionados em função do risco de contaminação e são feitas

duas colheitas de cada local: nas zonas de produção do vasilhame (sala das sopradoras) e na

sala branca (zona dos silos e do enchimento).

No controlo da qualidade microbiológica do ar, efectuou-se a contagem de bolores e

leveduras pelo método interno da empresa.

Para um importante controlo das superfícies em contacto com a água a ser engarrafada, o

controlo à qualidade do vasilhame é feito do seguinte modo: corta-se papel de alumínio na

medida do gargalo das garrafas e garrafões (duas amostras de cada) e é flamejado no local

da recolha (embebendo-se uma mecha de algodão levado à chama e passado pelo papel de

alumínio) colocando-o no vasilhame de forma a isola-lo do ambiente exterior, isto é, de

forma a evitar posterior contaminação bacteriológica quando do seu transporte para o

laboratório.

No laboratório, com o auxílio de um funil, coloca-se água destilada e previamente

esterilizada no interior de cada vasilhame (na quantidade respectiva da capacidade do

vasilhame), tapa-se novamente para se poder agitar lentamente afim de a água percorrer

toda a superfície interior da garrafa ou garrafão. De seguida, faz-se a pesquisa

microbiológica utilizando a técnica descrita anteriormente.

Este controlo é realizado para todo o vasilhame utilizado na produção com o objectivo de

verificar as condições de armazenamento e transporte do vasilhame.

No caso das cápsulas procede-se à análise das mesmas, de forma semelhante ao descrito

anteriormente.

Em quatro recipientes distintos (dois para as cápsulas das garrafas e dois para as cápsulas

do garrafão) é colocado álcool etílico de forma a cobrir o fundo e leva-se à chama. Corta-se

papel de alumínio com a medida dos recipientes e passa-se pela chama bem como a pinça

utilizada para a recolha das cápsulas, ou seja, todo o material utilizado para a recolha das

cápsulas é esterilizado e envolvido em papel de alumínio também flamejado. Já no local de

armazenamento das cápsulas é colhido as amostras para o interior dos recipientes, isola-se

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e em laboratório é feita a adição de água purificada e a análise microbiológica seguindo os

passos referidos anteriormente.

Caso algum dos ensaios de controlo for positivo, deve-se de imediato localizar o foco de

contaminação e criar todas as condições para que tal não volte a ocorrer.

6 - Controlo da qualidade ao produto semi-acabado e acabado

Para além do controlo laboratorial, químico e microbiológico da água das captações e

produto final, a conformidade do produto engarrafado é também avaliada através da

enumeração e verificação de um conjunto de actividades especificas do processo fabril

levada a cabo pelos operadores, os quais registam de hora a hora o controlo efectuado

dessas actividades e pelos técnicos que duas vezes por dia (uma em cada turno), realizam

também esse controlo e verificam se os operadores fizeram o respectivo registo na Ficha de

Controlo (Anexo V).

A conformidade do produto engarrafado é também avaliada através do controlo da

qualidade das matérias-primas subsidiárias: fabrico do vasilhame. Verifica-se três vezes ao

dia (para além do controlo feito pelo operador) e em duplicado. São feitas medições em

altura, diâmetro e peso de garrafões e garrafas e registadas também numa Ficha de

Controlo da Empresa (Anexo VI).

O controlo da qualidade do vasilhame PET produzido na empresa a partir de pré-formas e,

ainda, o controlo das cápsulas, armazenadas em silos adequados, sofrem uma inspecção

visual periódica de forma a verificar o cumprimento de especificações de fabrico e o

controlo microbiológico.

Diariamente, é também efectuado um controlo do peso do vasilhame já engarrafado. Este

controlo consiste na pesagem de 4 unidades produzidas na linha mista e 4 unidades de

garrafão, nas horas impares e registadas no programa específico de volumes efectivos –

ACCEPT.

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7 - Verificação na recepção de matérias-primas

O departamento da qualidade também verifica e controla a recepção de matérias-primas. Os

técnicos ficam incumbidos da fiscalização e aprovação na entrada de matéria-prima que é

empregada no processo de engarrafamento (VII)

Quando descarregada no cais, é dado o conhecimento ao técnico que prontamente se

desloca ao local e examina tanto a ficha de identificação dos produtos como faz uma

inspecção cuidada de cada matéria-prima.

Uma situação frequente, é o facto do canudo do filme retráctil usado na formação dos

packs das garrafas, não encaixar na máquina (Túnel). Para evitar que esse produto seja

aprovado indevidamente, foi criado um canudo em alumínio (molde) representativo do

tamanho adequado do canudo do filme retráctil vindo do fornecedor. Confere-se o produto,

usando o canudo metálico (molde) para a sua medição. A sua aprovação só é feita caso se

verifiquem as medidas correctas.

As pré-formas encontram-se acondicionadas em caixas contendo milhares de unidades.

Seria uma tarefa impensável conferir unidade por unidade. Neste caso, observa-se as pré-

formas localizadas no topo da caixa e a sua respectiva ficha de identificação.

A fiscalização das restantes matérias-primas (pegas dos garrafões, cápsulas, rótulos, entre

outros) era feita de modo semelhante.

Os reagentes (meios de cultura, álcool etílico, etc.) e todo o material usado no laboratório,

como por exemplo as embalagens contendo as caixas de Petri, são de igual modo

conferidas e armazenadas pelo técnico, em locais destinados para o efeito.

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8 - Controlo de qualidade de instalações, equipamentos, reagentes e meios

de cultura

O desenvolvimento efectivo de uma série de actividades permite melhorar o desempenho

do laboratório e assegurar resultados correctos e fiáveis. O controlo de qualidade permite

também o reconhecimento de erros, quando ocorrem e a tomada de medidas correctivas

imediatas, impedindo que a informação saia incorrecta do laboratório.

Os programas de manutenção geralmente contemplam dois aspectos:

1) Manutenção de rotina – tarefas necessárias, incluindo a limpeza, para manter em

funcionamento todos os elementos que constituem determinado equipamento.

O ambiente de trabalho deve estar isento de pó tanto quanto possível e a área deve

ter uma distribuição que permita a circulação fácil de acordo com o fluxo de

trabalho.

As bancadas ou mesas de trabalho devem ser limpas e desinfectadas sempre que

necessário ou pelo menos duas vezes ao dia, o piso nunca deve ser limpo com

vassoura e sim com pano humedecido em solução desinfectante/detergente, usando-

se dois baldes, de modo que se tenha sempre um deles com a solução

água/desinfectante limpa e outro, com água, para enxaguar o pano sujo.

2) Manutenção periódica – a sua frequência ou periodicidade é definida em função

do tipo de equipamento e respectiva utilização. Os equipamentos mais utilizados

exigem uma manutenção mais frequente do que aqueles usados raramente.

Os reagentes e meios de cultura também devem sofrer um controlo de qualidade

tendo início no acto de entrega, com a observação externa das suas características.

Devem, ainda, ser testados periodicamente com culturas positivas e negativas de

forma a efectuar o controlo dos meios de cultura e reagentes (Anexo VIII).

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O bom desempenho dos reagentes e meios de cultura passa também pela preocupação em

mantê-los armazenadas em conformidade com as instruções do fabricante, usualmente em

locais secos, em condições de temperatura abaixo de 25ºC e sem incidência directa da luz

(Beira Vicente, 2002).

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RESULTADOS/DISCUSSÃO

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Durante o período de estágio foi-me possível desenvolver todas as actividades realizadas

no laboratório excepto a leitura de análises microbiológicas. Isso deveu-se ao facto de

existir uma distribuição de tarefas entre os técnicos. Assim sendo, quem labora no 1º turno,

faz as colheitas e o do 2º turno faz as leituras. O meu horário foi das 8h às 17h, isto é, no 1º

turno. Na teoria foi-me explicado o método da contagem de colónias, mas é certo que não o

fiz na prática.

De acordo com dados da empresa, posso afirmar que a análise dos resultados confirma que

durante o período de estágio, a água se encontrava bacteriologicamente própria para

consumo e que os microrganismos que pontualmente surgiram são os que constituem a

flora natural da água e do solo que ela atravessa. Do ponto de vista higieno-sanitário, trata-

se de uma água de boa qualidade dado que, o crescimento de microrganismos que traduzem

contaminação fecal foi muito reduzido. A ausência dos denominados microrganismos

indicadores dos vários parâmetros permitem afastar a possibilidade de poluição recente ou

antiga de natureza fecal ou semelhante e a existência de bactérias patogénicas. Assim, esta

água de Nascente, em termos bacteriológicos, não exibe riscos para a saúde do Homem.

Relativamente aos resultados obtidos nas análises efectuadas ao ar ambiente, ao longo do

período de estágio, foi possível verificar que não foram detectados bolores e leveduras no

ar das salas das sopradoras, dos silos e da sala branca. Porem, é do conhecimento geral, que

é quase impossível de conseguir a esterilidade do ar. Logo, se forem detectados

microrganismos, estes só causarão problemas se forem introduzidos no produto final de

forma directa pelo ar da sala branca ou da sala das sopradoras e silos, cápsulas ou por

qualquer outro meio, e aí se desenvolverem. Por outro lado, a técnica utilizada para avaliar

a qualidade do ar é uma técnica pouco precisa, uma vez que apenas as partículas com

determinadas dimensões sedimentam durante o tempo de exposição da placa. Através desta

técnica obtém-se apenas uma estimativa aproximada da contaminação do ar nas diferentes

zonas. Assim, como não existe legislação no que diz respeito às análises microbiológicas

ao ar ambiente este factor torna-se pouco relevante.

No que diz respeito as cápsulas e superfície interna do vasilhame, foi possível conhecer que

não existiu crescimento de coliformes totais nem bolores e leveduras, podendo-se afirmar

que o nível de contaminação microbiano nas cápsulas e vasilhame é inexistente.

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No que diz respeito aos parâmetros físicos e físico-químicos, o D.L156/98, de 6 de Junho é

omisso. Tal facto prende-se com o tipo de água de nascente ter características próprias de

cada captação e susceptíveis de sofrer modificações químicas e organolépticas sem que isso

a torne imprópria para consumo.

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CONCLUSÃO

“Sejam quais forem os resultados

com êxito ou não, o importante é

que no final possa dizer: fiz o que

pude.” Pasteur

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Engenharia do Ambiente 69

Pelo historial da Beira Vicente Lda. podemos concluir que a água de nascente Fonte da

Fraga, até à data do meu estágio, se revelou bacteriologicamente própria para consumo

humano, uma vez que os parâmetros microbiológicos se encontram dentro dos limites

estabelecidos pelo D.L156/98 de 6 de Junho. Assim, pelo que me foi dado a conhecer, a

água de nascente Fonte da Fraga ostenta uma boa qualidade, uma vez que os valores não

excedem os limites estabelecidos pela legislação vigente, sendo esses valores bastante mais

baixos que os estabelecidos pela legislação.

Em termos físico-químicos, estamos perante uma água de nascente com valores de

temperatura que rondam os 10-12ºC e valores de pH inferiores a 7, isto é, entre 5,5 e 6,5. A

determinação do valor de pH e condutividade eléctrica da água engarrafada tem interesse

para a empresa apenas do ponto de vista de controlo interno.

O controlo feito pelo laboratório é essencial na monitorização dos pontos críticos de

controlo das linhas de engarrafamento e na detecção de fraudes em reclamações por parte

do cliente e/ou consumidor.

Também gostaria de mencionar alguns reparos de forma a contribuir no melhoramento e

consequente aperfeiçoamento de processos internos:

No meu ponto de vista o laboratório da Beira Vicente apenas está preparado e equipado de

acordo com os requisitos mínimos e necessários para a realização das análises. A meu ver,

o laboratório tem dimensões demasiado reduzidas e as suas áreas não são perfeitamente

individualizadas de forma a obter-se um estudo mais aprofundado e fidedigno das

características da água analisada, bem como os factores que a podem influenciar. A

contribuição das análises feitas pelos laboratórios acreditados (LAIST e LARSC) não é por

si só uma mais valia na qualidade da água pois as análises são feitas semanalmente ou

trimestralmente, respectivamente. Assim, possuir o Certificado da Qualidade seria uma

forma de mostrar ao cliente que a empresa cumpre com as normas de qualidade exigidas.

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Engenharia do Ambiente 70

O laboratório não tem um sistema de filtração de ar, o que poderá proporcionar uma má

qualidade do ar, isto é, que poderá levar a possíveis focos de contaminação bacteriana e

assim influenciar as análises realizadas.

O laboratório deveria ser equipado com dois autoclaves, um para a descontaminação dos

meios de cultura e utensílios, e outro para a esterilização dos meios de cultura e material a

ser utilizado nos ensaios microbiológicos. Desta forma poderiam ser evitadas

contaminações cruzadas que podem sempre existir quando tal divisão não é efectuada.

Aos próprios funcionários deveria ser dada mais formação e informação uma vez que

constatei ignorância e falta de alguns cuidados de Higiene e Segurança no processo

produtivo.

Gostaria ainda de referir, que a empresa dá pouca importância no que respeita a parâmetros

ambientais. Como por exemplo: na Serra, mais precisamente perto do local das nascentes,

existir resíduos deixados deliberadamente pelos operários; encontrar no departamento de

manutenção óleos a verterem directamente no chão; não haver recipientes próprios para a

separação de resíduos (reciclagem de papel e plástico) nos vários departamentos da

empresa, entre outros.

Depois de feitas as leituras das análises microbiológicas, as caixas de petri (contendo os

nutrientes adequados à proliferação microbiológica) são depositados no contentor de lixo

comum sem qualquer tipo de esterilização.

O aspecto mais positivo é que a empresa se encontra em fase de acreditação ambiental e

terão de ser tomadas medidas para que situações, como estas sejam melhoradas ou

simplesmente desapareçam.

Nesta fase final do relatório não posso deixar de mencionar que a realização do estágio

possibilitou a aplicação de conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Assim, os

conhecimentos apreendidos no curso de Engenharia do Ambiente foram essenciais para que

pudesse realizar da melhor forma as tarefas solicitadas. Saliento a título de exemplo, as

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Relatório de Estágio Curricular

Engenharia do Ambiente 71

disciplinas de controlo da Qualidade da Água e Efluentes, Microbiologia e Tratamento de

Águas de Consumo.

Apesar de inicialmente me sentir um pouco inibida e de temer o realizar de tarefas

desconhecidas, consegui vencer este receio. Para tal, muito contribuiu a forma como fui

aceite na Empresa, o que me proporcionou um grande conforto, de tal forma, que sem

conseguir esquecer o sentido de responsabilidade, consegui ultrapassar esta barreira. Nos

primeiros dias, observei a forma como os técnicos desempenhavam as suas funções, o que

me permitiu tirar as minhas próprias conclusões e reproduzir essas tarefas.

O estágio permitiu-me ainda superar o medo de não conseguir realizar determinadas

tarefas, pois temia não conseguir cumprir integralmente as actividades que me fossem

indicadas. Mas, a cooperação e apoio dos técnicos da empresa Beira Vicente foi crucial não

só para a minha integração como também no desempenho das minhas funções.

Ainda durante esta etapa – o estágio – tive a possibilidade de adquirir novos conhecimentos

e métodos de trabalho, de modo a exercer com maior eficiência as diversas actividades.

Como aspectos menos positivos, tenho a apontar a realização de tarefas que considerei

morosas, rotineiras e até assustadoras, como por exemplo as colheitas no alto da Serra, e

ainda o facto de não ter realizado as leituras das análises microbiológicas.

Concluo, assim, pelas razões já expostas, que o curso de EA foi de crucial importância, ao

longo do estágio, no desempenho das minhas funções. Procurarei, por isso, ter em conta os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso de modo a desempenhar, no futuro, as

actividades que me sejam solicitadas com rigor e profissionalismo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APHA – American Public Health Association, 1995. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19th ed., American Public Health Association, Washington DC.

APIAM – Associação Portuguesa dos Industriais de águas minerais e de nascente,

1999. Conheça o Papel da Água Mineral e da Água de Nascente. Caderno 1, APIAM, Lisboa.

APIAM – Associação Portuguesa dos Industriais de águas minerais e de nascente,

2001. Conheça as Água Naturais. Caderno 3, APIAM, Lisboa. BOURGEOIS, C. M. et LEVEAU, J. Y., 1996. Microbiologie Alimentaire – Aspect

microbiologique de la securité et de la qualité des aliments. Collection Sciences et Techniques Agro alimentaires, Techniques & Documentation.

BEIRA VICENTE, 2002. Arquivos da Empresa. Versão On-line

(http://www.beiravicente.pt) CARVALHO, J. M., AMADOR, F., 2001. Cadernos Didácticos de Ciências.

Volume 2, Edição: Ministério da Educação, Departamento do Ensino Secundário, 1ªEdição, Lisboa. Versão On-line no site do Ministério da Educação (http://www.des.min-edu.pt).

CAVACO, C., SIMÕES, J. M., 1998. Água – Desenvolvimento e Bem Estar.

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CETESB, COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL,

1987. Guia de colecta e preservação de amostras de água. 1ª.ed.; São Paulo. CETESB, 2001. Métodos simplificados para análises bacteriológicas de água. São

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Microbiologia Aplicada às Industrias Alimentares. 2ª edição; INETI. CRUZ, José F. Alcântara da, 1999. Objectivos e Critérios para a Elaboração das

Propostas de Fixação dos Perímetros de Protecção. Preservação da Qualidade das Águas Minerais Naturais e Águas de Nascente. Instituto Geológico e Mineiro.

CRUZ, José F. Alcântara da, 2002. Engarrafamento de Águas Minerais Naturais e

de Nascente e Termalismo em 2001, Volume 39, nº.2. Instituto Geológico e Mineiro. DECRETO – LEI n.º84 /90. Diário da República. DECRETO – LEI n.º90/90. Diário da República. DECRETO – LEI n.º237/97. Diário da República. DECRETO – LEI n.º156/98. Diário da República.

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DECRETO – LEI n.º236/98. Diário da República. DECRETO – LEI n.º243/01. Diário da República. DECRETO – LEI n.º306/07. Diário da República. DIAS, L.A.M, 2005. Controlo da Qualidade da Água de Nascente. Trabalho de Fim

de Curso, Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Santarém, Santarém. DIRECTIVA n.º96/70/CEE FERREIRA, W. F. C. e SOUSA, J.C. F., 1998. Microbiologia. LIDEL – Edições

Técnicas, Lda.; Volume I, Lisboa. INSTITUTO NACIONAL ENGENHARIA TECNOLOGIA INOVAÇÃO, IP

(2001). Água Subterrânea: Conhecer para Proteger e Preservar. Versão On-line no site do INETI (http://e-geo.ineti.pt/geociencias/edicoes_online/diversos/agua_subterranea/)

INSTITUTO NACIONAL ENGENHARIA TECNOLOGIA INOVAÇÃO, IP

(1999). Preservação da Qualidade das Águas Minerais Naturais e Águas de Nascente VersãoOn-line (http://e-geo.ineti.pt/geociencias/edicoes_online/diversos/aguas/indice.htm).

INSTITUTO GEOLOGICO MINEIRO (1999). Preservação da Qualidade das

Águas Minerais Naturais e Águas de Nascente. INSTITUTO GEOLOGICO MINEIRO (2001). Água Subterrânea: Conhecer para

Preservar o Futuro. ISO 9308-1, Water quality - Detection and enumeration of Escherichia coli and

coliform bactéria. ISO 7899-2, Water quality – Detection and enumeration of intestinal enterococci NORMA PORTUGUESA, NP 4343 (1998) Qualidade da Água: pesquisa e

quantificação de Estafilococos. MARTINHO, M. G. M. e GONÇALVES, M. G. P., 2002. Gestão de Resíduos.

Universidade Aberta; 1ªEdição, Lisboa. PEIXOTO, J. P., 1979. O Ciclo da Água em Escala Global. Comissão Nacional do

Ambiente; 2ª Edição, Lisboa. PINHO, S. I. T., 2006. Relatório Final para a obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia do Ambiente, Escola de Tecnologia e Gestão da Guarda, Instituto Politécnico da Guarda, Guarda.

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RODIER, J., 1984. L’analyse de l’eau : eau naturelles, eau résiduaires, eau de mer. 7eed.; Paris, Dunod.

SANTOS, A. C., 1997. Noções de Hidroquímica. In: Hidrogeologia: Conceitos e

Aplicações, Fortaleza. VAZ, M. C. T. A., 1976. Química Aplicada à Engenharia Sanitária. Universidade

Nova de Lisboa, Lisboa. Referências bibliográficas consultadas na Internet http://www.aguas.igam.mg.gov.br (Consultado dia 22 de Março de 2007) http://www.apiam.pt (Consultado dia 22 de Março de 2007) http://www.beiravicente.pt (Consultado dia 29 de Março de 2007) www.biocendobrasil.com.br (Consultado dia 2 de Abril de 2007) www.biologico.sp.gv.br (Consultado dia 22 de Março de 2007) http://ib.ufpel.edu.br (Consultado dia 29 de Março de 2007) www.livronline.com (Consultado dia 22 de Março de 2007) www.meioambiente.pro.br (Consultado dia 22 de Março de 2007) www.sfdk.com.br (Consultado dia 2 de Abril de 2007) www.tecnociencias.es (Consultado dia 22 de Março de 2007) http://utilizadores.leirianet.pt (Consultado dia 30 de Março de 2007) http://www2.iq.usp.br (Consultado dia 30 de Março de 2007)

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ANEXOS

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ANEXO I

LEGISLAÇÃO PORTUGUESA

REFERENTE A ÁGUAS

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Decreto-Lei n.º 236/98 de 1 de Agosto

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 1.º

Objectivo

O presente diploma estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a

finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos

seus principais usos.

Artigo 2.º

Âmbito

1. Para a prossecução do objectivo mencionado no artigo anterior, o presente

diploma define os requisitos a observar na utilização das águas para os seguintes fins:

a) Águas para consumo humano:

a1) Águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo

humano;

a2) Águas subterrâneas destinadas à produção de água para consumo

humano;

a3) Águas de abastecimento para consumo humano;

b) Águas para suporte da vida aquícola:

b1) Águas doces superficiais para fins aquícolas - águas piscícolas;

b2) Águas do litoral e salobras para fins aquícolas - águas conquícolas;

b3) Águas do litoral e salobras para fins aquícolas - águas piscícolas;

c) Águas balneares;

d) Águas de rega.

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Decreto-Lei n.o 243/2001

ANEXO I

Parte A)

Parâmetros microbiológicos

1. Para a água destinada ao consumo humano fornecida por sistemas de

abastecimento público, redes de distribuição, camiões ou navio-cisterna, ou utilizada numa

empresa da indústria alimentar:

Parâmetro Valor parâmetro Unidade

Escherichia coli (E.coli). 0 Número /100 ml.

Enterococos 0 Número /100 ml.

2. Para as águas postas à venda em garrafas ou outros recipientes:

Parâmetro Valor parâmetro Unidade

Escherichia coli (E.coli). 0 Número

/250 ml.

Enterococos 0 Número

/250 ml.

Pseudomona aeruginosa 0 Número

/250 ml.

Número de colónias a 22°C. 100 Número /

ml.

Número de colónias a 37°C. 20 Número /

ml.

Parte B)

Parâmetros químicos

1. Para a água destinada ao consumo humano fornecida por sistemas de

abastecimento público, redes de distribuição, camiões ou navio-cisterna, ou utilizada numa

empresa da indústria alimentar ou posta à venda em garrafas ou outros recipientes:

Número Parâmetro Valor parâmetro Unidade Notas

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1 Acrilamida 0,10 μg/l Nota 1

2 Antimónio 5,0 μg/l Sb

3 Arsénio 10 μg/l As

4 Benzeno 1,0 μg/l

Número Parâmetro Valor parâmetro Unidade Observações

5 Benzo(a) pireno 0,010 μg/l

6 Boro 1,0 mg/l B

7 Bromatos 10 μg/l BrO3 Nota 2.

8 Cádmio 5,0 μg/l Cd

9 Crómio 50 μg/l Cr V. n. 3.

10 Cobre 2,0 mg/l Cu V. n. 3.

11 Cianetos 50 μg/l Cn

12 1,2 dicloroetano 3,0 μg/l

13 Epicloridrina 0,10 μg/l Nota 1.

14 Fluoretos 1,5 mg/l F

15 Chumbo

25 (de 25 de Dezembro

de 2003 até 25 de

Dezembro de 2013). 10

(após 25 de Dezembro

de 2013).

μg/l Pb Notas 3 e 4.

16 Mercúrio 1 μg/l Hg

17 Níquel 20 μg/l Ni Nota 3.

18 Nitratos 50 mg/l NO3 Nota 5.

19 Nitritos 0,5 mg/l NO2 Nota 5.

20 Pesticida individual 0,10 μg/l Notas 6 e 7.

21 Pesticidas — total. 0,50 μg/l Notas 6 e 8.

22

Hidrocarbonetos

aromáticos

policíclicos (HAP)

0,10 μg/l

Soma das

concentrações

dos compostos

especificados.

Nota 9.

23 Selénio 10 μg/l Se

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24 Tetracloroeteno e

tricloroeteno 10 μg/l

Soma das

concentrações

dos compostos

Especificados

Número Parâmetro Valor parâmetro Unidade Observações

25

Trihalometanos —

total (THM).

100 μg/l

Soma das

concentrações

dos compostos

especificados

Nota 10.

26 Cloreto de vinilo 0,50 μg/l Nota 1.

Notas

Nota 1 - O valor paramétrico refere -se à concentração residual do monómero na

água, calculada em função das especificações, da migração máxima do polímero

correspondente em contacto com a água. Este valor deve ser confirmado na altura da

aquisição do produto.

Nota 2 - Um valor tão baixo quanto possível sem comprometer a eficácia da

desinfecção. Quanto à água a que se refere o n.o 1, alíneas a), b) e d), do artigo 7.o, este

valor deve ser respeitado pelo menos após 10 anos civis da data de entrada em vigor da

Directiva n.o 98/83. No período compreendido entre os 5 e 10 anos, após a entrada em

vigor da Directiva n.o 98/83, o valor paramétrico para os bromatos deverá ser de 25

BrO3lg/l.

Nota 3 - O valor aplica-se a uma amostra de água destinada ao consumo humano

obtida na torneira, por um método de amostragem adequado, e recolhida de modo a ser

representativa do valor médio mensal ingerido pelos consumidores.

Nota 4 - Quanto à água a que se refere o n.o 1, alíneas a), b) e d), do artigo 7.o, este

valor deverá ser respeitado o mais tardar 15 anos civis após a entrada em vigor da Directiva

n.o 98/83. No período compreendido entre 5 e 15 anos, após a entrada em vigor da

Directiva n.o 98/83, o valor paramétrico para o chumbo será de 25lg/l Pb. Deverão ser

tomadas todas as medidas necessárias para reduzir, tanto quanto possível, a concentração

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do chumbo na água destinada ao consumo humano durante o período necessário ao

cumprimento do valor paramétrico. A aplicação destas medidas deverá, prioritariamente,

privilegiar os pontos em que as concentrações de chumbo na água destinada ao consumo

humano são as mais elevadas.

Nota 5- Compete às entidades gestoras, nomeadamente dos sistemas com ETA,

assegurar à saída das estações de tratamento de água a condição [nitratos]/50 +

[nitritos]/3«1, em que os parênteses rectos representam as concentrações em mg/l para os

nitratos [N03] e para os nitritos [N02], bem como do valor limite de 0,10 para os nitritos.

Nota 6 - Entende-se por pesticidas:

• Insecticidas orgânicos;

• Herbicidas orgânicos;

• Fungicidas orgânicos;

• Nematocidas orgânicos;

• Acaricidas orgânicos;

• Algicidas orgânicos;

• Rodenticidas orgânicos;

• Controladores orgânicos de secreções viscosas;

• Produtos afins, nomeadamente reguladores do crescimento e seus

metabolitos, produtos de degradação e de reacção importantes.

Só necessitam de ser pesquisados os pesticidas cuja presença seja provável num

determinado sistema de fornecimento de água para consumo humano.

Nota 7 - O valor paramétrico aplica-se individualmente a cada pesticida. No caso

da aldrina, da dialdrina, do heptacloro e do epóxido do cloro, o valor paramétrico é de

0,030 lg/l.

Nota 8 - Pesticidas totais, significa a soma de todos os pesticidas detectados e

quantificados durante o controlo da qualidade da água.

Nota 9 - Os compostos especificados são:

• Benzo[b] fluorateno;

• Benzo[k] fluorateno;

• Benzo[ghi] perileno;

• Indeno [1,2,3-cd] pireno.

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Nota 10 - Sempre que possível, sem que, no entanto, se comprometa a desinfecção,

deve ser reduzida a concentração em compostos organoclorados na água. Os compostos

especificados são: clorofórmio, bromofórmio, dibromoclorometano e bromodiclorometano.

Quanto à água a que se refere o n.o 1, alíneas a), b), c) e e), do artigo 7.o, este valor

(100lg/l) deve ser respeitado, o mais tardar 10 anos civis após a entrada em vigor da

Directiva n.o 98/83. O valor de THM de 150lg/l deve ser respeitado no período

compreendido entre os 5 e os 10 anos após a entrada em vigor da referida directiva.

Deverão ser adoptadas todas as medidas necessárias para reduzir, tanto quanto possível, a

concentração de THM na água destinada ao consumo humano, durante o período previsto

até o cumprimento do valor paramétrico. A aplicação das medidas deverá, prioritariamente,

privilegiar os pontos em que as concentrações de THM na água destinada ao consumo

humano são mais elevadas.

Parte C)

Parâmetros indicadores

Estabelecidos apenas para efeitos de controlo de água destinada ao consumo

humano fornecida por sistemas de abastecimento público, redes de distribuição, camiões ou

navio-cisterna, ou utilizada numa empresa da indústria alimentar ou posta à venda em

garrafas ou outros recipientes:

Parâmetro Valor parâmetro Unidade Notas

Alumínio 200 μg/l Al

Amónio 0,50 mg/l NH4

Cloretos 250 mg/l Cl Nota 1.

Clostridium perfringens

(incluindo esporos) 0 N/100 ml Nota 2

Cor 20 mg/l PtCo

Condutividade 2 500 μS/cm a 20°C Nota 1.

pH. ≥ 6,5 e ≤ 9 unidades de pH Notas. 1 e 3

Ferro 200 μg/l Fe

Magnésio 50 mg/l Mg

Cheiro, a 25°C 3 Factor de diluição

Oxidabilidade 5,0 mg/l O2 Nota 4

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Sulfatos 250 mg/l SO4 Nota 1.

Sódio 200 mg/l Na

Sabor, a 25°C 3 Factor de diluição

Parâmetro Valor parâmetro Unidade Notas

Número de colónias Sem alteração

anormal

N/ml a 22°C

N/ml a 37°C

Bactérias coliformes 0 N/100 ml Nota 5.

Carbono orgânico total

(COT).

Sem alteração

anormal mg/l C Nota 6

Turvação 4 UNT Nota 7

α -total 0,1 Bq/l

β -total 1,0 Bq/l

Trítio 50 Bq/l Nota 8 e 10

Dose indicativa total 0,10 mSv/ano Nota 8 e 10

Nota 1 - A água não deve ser agressiva para os materiais com que entra em

contacto.

Nota 2 - Parâmetro a ser controlado quando a origem de água for superficial ou por

ela influenciada. Caso se verifique o incumprimento deste valor paramétrico, deverá ser

investigado todo o sistema de fornecimento para identificar existência de risco para a saúde

humana devido à presença de outros microrganismos patogénicos, por exemplo

criptosporidium.

Nota 3 - Para a água sem gás contida em garrafas ou outros recipientes, o valor

mínimo do pH pode ser reduzido para 4,5 unidades. Para a água, em garrafas ou outros

recipientes, naturalmente rica ou artificialmente enriquecida em dióxido de carbono, o

valor mínimo pode ser mais baixo

Nota 4 - Caso seja analisado o COT (carbono orgânico total), não é necessária a

determinação da oxidabilidade.

Nota 5 - Para as águas contidas em garrafas ou outros recipientes, as unidades são

N/250 ml.

Nota 6 - Dispensada a análise para abastecimentos inferiores a 10 000 m3/dia.

Nota 7 - No caso de águas superficiais, o valor paramétrico da turvação à saída do

tratamento deve ser « 1UNT.

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Nota 8 - Frequências de controlo são fixadas no anexo II, quadro B1), do presente

diploma.

Nota 9 - Com excepção do trítio, potássio —40, radão e produtos de desintegração

do radão, frequências de controlo e localizações mais adequadas para os pontos de controlo

são estabelecidas no anexo II, quadro B1), do presente diploma.

Nota 10 - As propostas de programa de controlo da qualidade da água a apresentar

nos termos da nota 8, sobre frequências de controlo, e da nota 9, sobre as frequências de

controlo, métodos de controlo e localizações mais adequadas para os pontos de controlo,

serão adoptadas de acordo com o disposto neste diploma. Eventuais alterações poderão

ocorrer futuramente nos termos dos artigos 11.oe 12.º da Directiva n.º 98/83/CE.

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DIRECTIVA 96/70/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

de 28 de Outubro de 1996

Que altera a Directiva 80/777/CEE do Conselho relativa à aproximação das

legislações dos Estados-membros respeitantes à exploração e à comercialização de águas

minerais naturais

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o

seu artigo 100. °A,

Tendo em conta a proposta da Comissão (1),

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social (2),

Deliberando nos termos do procedimento previsto no artigo 189.ºB do Tratado (3),

(1) Considerando que a Directiva 80/777/CEE (4) harmonizou as legislações dos

Estados-membros respeitantes à exploração e comercialização de águas minerais naturais;

(2) Considerando que os objectivos primordiais de quaisquer normas aplicáveis às

águas minerais naturais devem ser a protecção da saúde dos consumidores, evitar que estes

possam ser induzidos em erro e garantir uma concorrência leal;

(3) Considerando que é conveniente proceder à alteração da Directiva 80/777/CEE

para ter em conta o progresso científico e técnico verificado desde 1980; que também é

conveniente proceder a uma racionalização das disposições dessa directiva, em harmonia

com outras disposições da legislação comunitária no domínio dos géneros alimentícios;

(4) Considerando que, para simplificar os procedimentos administrativos, é

necessário dilatar o período de reconhecimento das águas minerais naturais provenientes de

países terceiros;

(5) Considerando que é necessário clarificar as circunstâncias em que é permitida a

utilização de ar enriquecido em ozono para separar componentes instáveis das águas

minerais naturais em condições que garantam que a composição da água não é afectada, no

que respeita aos seus componentes essenciais;

(6) Considerando que a composição analítica das águas minerais naturais deve

passar a figurar obrigatoriamente na rotulagem, por forma a garantir a informação dos

consumidores;

(7) Considerando que é adequado estabelecer algumas disposições em matéria de

águas de nascente;

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(8) Considerando que, para garantir o correcto funcionamento do mercado interno

das águas minerais naturais, é recomendável adoptar um procedimento que permita o

desenvolvimento de acções coordenadas entre os Estados-membros em situações urgentes

que possam representar um risco para a saúde pública;

(9) Considerando que é conveniente estabelecer um procedimento para a adopção

de determinadas disposições de pormenor relativas às águas minerais naturais,

nomeadamente no que respeita aos teores-limite de determinados componentes dessas

águas; que deverão ser igualmente adoptadas as disposições necessárias para que os teores

elevados de determinados componentes passem a figurar na rotulagem; que deverão ser

determinados métodos de análise, incluindo limites de detecção, para a determinação da

ausência de poluição nessas águas e os métodos de amostragem e de análise necessários

para a determinação das características microbiológicas das águas minerais naturais;

(10) Considerando que qualquer decisão relativa a águas minerais naturais que

possa ter efeitos na saúde pública deve ser adoptada após consulta do Comité científico da

alimentação humana,

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MINISTÉRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E

DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto

O Decreto -Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro, que transpôs para ordem jurídica

interna a Directiva n.º 98/83/ CE, do Conselho, de 3 de Novembro, relativa à qualidade da

água destinada ao consumo humano, manteve aspectos fundamentais do anterior diploma, o

Decreto –Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. Este definia já o essencial das obrigações das

entidades gestoras, nomeadamente a apresentação do programa de controlo da qualidade da

água para consumo humano, a frequência de amostragem de acordo com a população

servida, a comunicação dos incumprimentos de valores paramétricos e de outras situações

que comportassem risco para a saúde humana, a publicação trimestral dos resultados

obtidos nas análises de demonstração de conformidade, a comunicação, até 31 de Março de

cada ano, dos dados analíticos da implementação do programa de controlo da qualidade da

água relativos ao ano transacto, a realização de análises preferencialmente em laboratórios

de ensaios credenciados e os métodos analíticos de referência.

Relativamente ao anterior diploma legal, o Decreto –Lei n.º 243/2001, de 5 de

Setembro, modificou a lista dos parâmetros a realizar, alterou alguns valores paramétricos,

abordou de uma forma mais racionalizada o controlo dos pesticidas, estabeleceu que o

controlo da qualidade da água passava a ser feito na torneira do consumidor e definiu a

necessidade de regulamentação das situações em que a gestão e a exploração de um sistema

de abastecimento público de água estão sob a responsabilidade de duas ou mais entidades

gestoras.

Contudo, a alteração mais significativa foi a criação de uma autoridade competente,

o Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), responsável pela coordenação da

implementação do diploma. Procedeu -se, assim, à concentração de um conjunto essencial

de atribuições, anteriormente dispersas por várias entidades públicas, o que dificultava uma

maior eficiência da Administração na fiscalização de uma matéria essencial à protecção da

saúde humana. Deste modo, criou -se um quadro institucional mais favorável à consecução

do objectivo tendente a alcançar melhores indicadores da qualidade para a água de

consumo humano.

Passaram mais de cinco anos sobre a publicação daquele diploma, que se traduziu

em consequências globalmente muito positivas para a qualidade da água destinada ao

consumo humano, materializadas através de diversos indicadores objectivos.

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No entanto, um balanço rigoroso sobre a sua implementação não pode deixar de

identificar um conjunto de aspectos que importa rever, e que estão na base da presente

revisão.

Não estando prevista, a curto ou médio prazo, a revisão da Directiva n.º 98/83/CE,

do Conselho, de 3 de Novembro, diploma que procedeu à sua transposição, torna -se

inadiável a revisão do Decreto -Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro.

Optou -se na presente revisão por incorporar os aspectos vertidos no anterior

diploma legal e na Portaria n.º 1216/2003, de 16 de Outubro, relativa à repartição de

responsabilidades entre entidades gestoras quanto ao controlo da qualidade da água para

consumo humano.

Há, no entanto, um conjunto de razões que justificam a revisão do Decreto -Lei n.º

243/2001, de 5 de Setembro. Por um lado, a necessidade de proceder à definição de uma

abordagem mais racionalizada para as zonas de abastecimento com volumes médios diários

inferiores a 100 m3, nomeadamente no que concerne à frequência de amostragem.

Acresce a necessidade de garantir a desinfecção como processo de tratamento para a

redução da ainda elevada percentagem de incumprimentos dos valores paramétricos

relativos aos parâmetros microbiológicos. De facto, o esforço técnico e financeiro realizado

nos sistemas em alta, materializado em vultuosos investimentos, nem sempre foi

acompanhado pela renovação e ampliação dos sistemas em baixa, pelo que ainda não se

reflectiu plenamente na qualidade da água que chega ao utilizador final.

Torna -se ainda indispensável a definição e a implementação de um programa de

controlo operacional, já que é essencial o controlo regular e frequente de todos os

componentes do sistema de abastecimento, por forma a optimizar a qualidade da água no

consumidor.

Por outro lado, a experiência decorrente da aplicação do regime ora revisto sustenta

a necessidade de introdução de novos parâmetros no controlo da qualidade da água, tendo

em conta a existência, em algumas zonas do País, de águas com dureza elevada ou

agressivas, ou com frequente aparecimento de florescências de cianobactérias, razões pelas

quais deverão ser controladas através da análise de parâmetros específicos.

Tendo em conta que a água para consumo humano pode ser fornecida através de

sistemas públicos ou particulares de abastecimento, torna -se também necessário proceder

ao tratamento das especificidades destes últimos.

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Relevante para a decisão de revisão do actual diploma foi igualmente a necessidade

de adaptar melhor a legislação nacional relativa à qualidade da água para consumo humano

à Directiva n.º 98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro.

Para além destas razões, há outras situações que, embora de menor importância,

foram objecto de clarificação no presente decreto -lei.

Foram ouvidos a Associação Nacional de Municípios Portugueses e os órgãos de

governo próprio das Regiões Autónomas.

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ANEXO II

LEGISLAÇÃO

PORTUGUESA REFERENTE

A RESÍDUOS

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Decreto-Lei n.o 239/97 de 9 de Setembro

Artigo 3.o

Definições

Para efeitos do presente diploma, entende-se por:

a) Resíduos: quaisquer substâncias ou objectos de que o detentor se desfaz ou

tem intenção ou obrigação de se desfazer, nomeadamente os previstos em portaria dos

Ministros da Economia, da Saúde, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

e do Ambiente, em conformidade com o Catálogo Europeu de Resíduos, aprovado por

decisão da Comissão Europeia;

b) Resíduos perigosos: os resíduos que apresentem características de

perigosidade para a saúde ou para o ambiente, nomeadamente os definidos em portaria dos

Ministros da Economia, da Saúde, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

e do Ambiente, em conformidade com a Lista de Resíduos Perigosos, aprovada por decisão

do Conselho da União Europeia;

c) Resíduos industriais: os resíduos gerados em actividades industriais, bem

como os que resultem das actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e

água;

d) Resíduos urbanos: os resíduos domésticos ou outros resíduos semelhantes,

em razão da sua natureza ou composição, nomeadamente os provenientes do sector de

serviços ou de estabelecimentos comerciais ou industriais e de unidades prestadoras de

cuidados de saúde, desde que, em qualquer dos casos, a produção diária não exceda 1100 l

por produtor;

e) Resíduos hospitalares: os resíduos produzidos em unidades de prestação de

cuidados de saúde, incluindo as actividades médicas de diagnóstico, prevenção e

tratamento da doença, em seres humanos ou em animais, e ainda as actividades de

investigação relacionadas;

f) Outros tipos de resíduos: os resíduos não considerados como industriais,

urbanos ou hospitalares;

g) Produtor: qualquer pessoa, singular ou colectiva, cuja actividade produza

resíduos ou que efectue operações de tratamento, de mistura ou outras que alterem a

natureza ou a composição de resíduos;

h) Detentor: qualquer pessoa, singular ou colectiva, incluindo o produtor, que

tenha resíduos na sua posse;

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i) Gestão de resíduos: as operações de recolha, transporte, armazenagem,

tratamento, valorização e eliminação de resíduos, incluindo a monitorização dos locais de

descarga após o encerramento das respectivas instalações, bem como o planeamento dessas

operações;

j) Recolha: a operação de apanha de resíduos com vista ao seu transporte;

l) Transporte: a operação de transferir os resíduos de um local para outro;

m) Armazenagem: a deposição temporária e controlada, por prazo não

indeterminado, de resíduos antes do seu tratamento, valorização ou eliminação;

n) Reutilização: a reintrodução, em utilização análoga e sem alterações, de

substâncias, objectos ou produtos nos circuitos de produção ou de consumo, por forma a

evitar a produção de resíduos;

o) Valorização: as operações que visem o reaproveitamento dos resíduos,

identificadas em portaria do Ministro do Ambiente;

p) Tratamento: quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou

biológicos que alterem as características de resíduos, por forma a reduzir o seu volume ou

perigosidade, bem como a facilitar a sua movimentação, valorização ou eliminação;

q) Estações de transferência: instalações onde os resíduos são descarregados

com o objectivo de os preparar para serem transportados para outro local de tratamento,

valorização ou eliminação;

r) Estações de triagem: instalações onde os resíduos são separados, mediante

processos manuais ou mecânicos, em materiais constituintes destinados a valorização ou a

outras operações de gestão;

s) Eliminação: as operações que visem dar um destino final adequado aos

resíduos, identificadas em portaria do Ministro do Ambiente;

t) Instalação de incineração: qualquer equipamento técnico afecto ao

tratamento de resíduos por via térmica, com ou sem recuperação do calor produzido por

combustão, incluindo o local de implantação e o conjunto da instalação, nomeadamente o

incinerador, seus sistemas de alimentação por resíduos, por combustíveis ou pelo ar, os

aparelhos e dispositivos de controlo das operações de incineração, de registo e de vigilância

contínua das condições de incineração;

u) Aterros: instalações de eliminação utilizadas para a deposição controlada de

resíduos, acima ou abaixo da superfície do solo.

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Portaria n.o 29-B/98 de 15 de Janeiro

CAPÍTULO II

Embalagens reutilizáveis

2.o

Sistema de consignação

1. Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no

mercado nacional que empreguem embalagens reutilizáveis para acondicionar os seus

produtos devem estabelecer um sistema de consignação que permita recuperar e reutilizar

as suas embalagens depois de usadas pelos consumidores.

2. A consignação envolve necessariamente a cobrança aos consumidores, no

acto da compra, de um depósito, que só pode ser reembolsado no acto da devolução. O

Governo poderá fixar, por despacho conjunto dos Ministros da Economia e do Ambiente e

depois de consultadas as associações representativas dos sectores envolvidos, o valor

mínimo do depósito, que deverá ser transmitido ao longo de toda a cadeia de distribuição e

que deve estimular a devolução da embalagem, sem ultrapassar o seu valor real.

3. O distribuidor/comerciante é obrigado a cobrar e a reembolsar o depósito

previsto no número anterior, bem como a assegurar a recolha das embalagens usadas, no

local de venda, e o seu armazenamento em condições adequadas.

4. Para efeito da recuperação de embalagens prevista nos números anteriores,

os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no mercado nacional

podem implantar locais destinados à recolha das embalagens usadas.

5. O depósito referido nos números anteriores não está sujeito a qualquer

pagamento adicional e o seu valor deve ser claramente identificado na embalagem ou no

suporte utilizado para a indicação do preço de venda do produto.

6. Os embaladores e ou os responsáveis pela colocação de produtos no

mercado nacional são obrigados a proceder à recolha das embalagens recebidas e

armazenadas pelo distribuidor/comerciante dentro de um prazo a acordar entre as partes.

7. O distribuidor/comerciante não é obrigado a aceitar nem a armazenar

embalagens usadas cujo tipo, formato ou marca de produto não comercialize.

8. Com o objectivo de assegurar o direito de opção do consumidor, todos os

distribuidores/comerciantes que comercializem bebidas refrigerantes, cervejas, águas

minerais naturais, de nascentes ou outras águas embaladas e vinhos de mesa (excluindo

aqueles com a classificação de vinho regional e VQPRD) acondicionados em embalagens

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não reutilizáveis devem comercializar também a mesma categoria de produtos

acondicionados em embalagens reutilizáveis.

9. As embalagens reutilizáveis não podem ser introduzidas nos circuitos

municipais de recolha de resíduos.

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A Sociedade Ponto Verde tem por missão organizar e gerir - em nome dos

Embaladores/Importadores, Fabricantes de Embalagens e Materiais de Embalagem e

Distribuidores - a retoma e valorização de resíduos de embalagens, através da

implementação do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE),

também conhecido como Sistema Ponto Verde.

Até 2005, o objectivo fundamental da Sociedade Ponto Verde era viabilizar a

reciclagem de um mínimo de 25% das embalagens não-reutilizáveis comercializadas em

Portugal, com um mínimo de 15% para cada tipo de material de embalagem (plástico, aço e

alumínio, vidro, papel/cartão e madeira), em consonância com as obrigações estabelecidas

pela Directiva Comunitária 94/62/CE para o nosso país:

• valorizar um mínimo de 50% do peso total de resíduos de embalagens não-

reutilizáveis;

• reciclar um mínimo de 25%, em peso, desse total;

• reciclar um mínimo de 15% para cada tipo de material.

Atingidos estes objectivos, Portugal prepara-se para um desafio ainda maior. Até

final de 2011 deverá:

• valorizar 60% do peso total dos resíduos de embalagens colocadas no

mercado

• reciclar um mínimo de 55% desses resíduos

• reciclar um mínimo de:

- 60% de vidro

- 60% de papel/cartão

- 50% de metal

- 22,5% de plástico

- 15% de madeira

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ANEXO III

CONTROLO

FÍSICO-QUÍMICO

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ANEXO IV

CONTROLO

MICROBIOLÓGICO

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CONTROLO

MICROBIOLÓGICO

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ANEXO V

CONTROLO

DA LINHA DE

PET

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ANEXO VI

CONTROLO DE FABRICAÇÃO

DE VASILHAME PET

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ANEXO VII

RECEPÇÃO DE

MATÉRIAS-PRIMAS

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ANEXO VIII

CONTROLO NEGATIVO

DOS MEIOS DE CULTURA