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  Sustentabilidade da Bacia do Rio Paraná III: GESTÃO AMBIENTAL TERRITORIAL POR BACIA HIDROGRÁFICA por Marildo M. Shimizu Filho Karina Mireia Sene Bueno Heidgger Simone Pereira de Souza Orientadora: Patrícia Garcia da S. Carvalho M. Gomes Outubro, 2004

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Sustentabilidade da Bacia do Rio Paraná III:

GESTÃO AMBIENTAL TERRITORIAL

POR BACIA HIDROGRÁFICA

por

Marildo M. Shimizu Filho

Karina Mireia Sene Bueno Heidgger

Simone Pereira de Souza

Orientadora: Patrícia Garcia da S. Carvalho M. Gomes

Outubro, 2004

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Sustentabilidade da Bacia do Rio Paraná III:

GESTÃO AMBIENTAL TERRITORIAL

POR BACIA HIDROGRÁFICA

Monografia apresentada à ITAIPU Binacional

para a participação do concurso I Prêmio Itaipu

Cultivando Água Boa

Marildo M. Shimizu Filho

Karina Mireia Sene Bueno Heidgger

Simone Pereira de Souza

Orientadora: Patrícia Garcia da S. Carvalho M. Gomes

Outubro, 2004

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SUMÁRIO

1.  INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1 

2.  OBJETIVOS .................................................................................................................................. 2 3.  EMBASAMENTO TEÓRICO METODOLÓGICO ..................................................... ............. 3 

3.1.  GESTÃO AMBIENTAL .............................................................................................................. 4 

3.2.  DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL........................................................................................ 6 

3.3.  EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................................... 8 

4.OCUPAÇÃO REGIONAL DO OESTE DO PARANÁ ................................... ................................. 9 

5.  CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO PARANÁ III ................................................... ........... 11 

5.1.  LOCALIZAÇÃO ...................................................................................................................... 11 5.2.  CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA DA BACIA DO PARANÁ III ...................................................... 12 

5.3.  ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO DA BACIA DO PARANÁ III ............................................... 14 

5.4.  SAÚDE PÚBLICA NOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO PARANÁ III .............................................. . 17 

5.5.  ABASTECIMENTO E QUALIDADE DA ÁGUA DOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO PARANÁ III ....... 18 

6.OS PROBLEMAS AMBIENTAIS E CONFLITOS PELO USO DA ÁGUA ............................... 20 

6.1.  ZONAS DE RISCO AMBIENTAL NA BACIA DO PARANÁ III ..................................................... . 22 

7.  CONDICIONANTES AMBIENTAIS ......................................................... ............................... 24 

8.  AS INICIATIVAS DE GESTÃO AMBIENTAL ........................................................... ........... 26 

8.1.  OS TRATADOS BILATERAIS E A BACIA DO PRATA................................................................. 26 

8.2.  PROJETOS E PROGRAMAS DE ÂMBITO NACIONAL, ESTADUAL E REGIONAL PARA

GERENCIAMENTO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS................................................................................................. 28 

9.  PROPOSTAS PARA GESTÃO AMBIENTAL NA BACIA DO PARANÁ III ..................... 33 

10.  CONCLUSÃO ........................................................ ........................................................... ........... 54 

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 56 

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1. INTRODUÇÃO

A ITAIPU Binacional, através de um programa que visa orientar as ações

ambientais na Bacia do Paraná III (BPIII), estabeleceu o concurso I Prêmio Itaipu

Cultivando Água Boa, com o objetivo de socializar o conhecimento e incentivar a

produção científica, servindo de apoio na resolução de problemas, visando a

sustentabilidade regional.

O tema do concurso é a “Sustentabilidade da Bacia do Rio Paraná III”, com a

participação direcionada aos acadêmicos das Instituições de ensino superior

localizadas no estado do Paraná ou no município de Mundo Novo – Mato Grosso do

Sul, através de trabalhos de monografia contendo um ou mais sub-temas.

O presente trabalho abrange a sustentabilidade através do sub-tema Gestão 

Ambiental Territorial por Bacia Hidrográfica , escolhido pelos acadêmicos devido a

importância do recurso natural água e seus usos múltiplos, que induz à necessidade

de um planejamento e gerenciamento para haver normatização deste bem essencial

e econômico.

O levantamento de dados secundários da BPIII envolveu apenas o lado

brasileiro devido à dificuldade de obtenção de dados da margem paraguaia, no

entanto, nossa proposta de gestão envolve a bacia binacional.

Segundo Tundisi (2003) “a bacia hidrográfica tem certas características

essenciais que a torna uma unidade muito bem caracterizada e permite a integração

multidisciplinar entre diferentes sistemas de gerenciamento, estudo e atividadeambiental” (p.107).

Com isso, outros sub-temas podem ser associados, desenvolvendo uma

visão abrangente de planejamento, legislação, educação e tecnologias, com a

finalidade de compatibilizar o desenvolvimento econômico e a proteção do meio

ambiente e conseqüente melhoria da qualidade de vida da população.

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2. OBJETIVOS

A iniciativa deste estudo evidencia a importância de fatores essenciais para

uma adequada Gestão Ambiental Territorial por Bacia Hidrográfica visando a

sustentabilidade ambiental, social e econômica através de novas abordagens de

gerenciamento apresentadas no presente trabalho, garantindo a continuidade e

reativação das propostas e programas já existentes.

O objetivo de diversificar as possibilidades instrumentais na formação dos

acadêmicos, também permeia o desenvolvimento desta monografia, como

oportunidade de crescimento e aprimoramento na atividade de pesquisa.

O terceiro objetivo prende-se à assunção de toda a equipe de um pressuposto

básico para que possamos melhorar a qualidade de vida das populações brasileiras

e implementar de forma eficaz o desenvolvimento sustentável, qual seja, a noção de

cidadania.

“Nunca duvide que um grupo de cidadãos comprometidos e preocupados 

possa mudar o mundo. Na verdade, essa é a única forma de mudança que pode dar 

certo”.

Margaret Mead 

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3. EMBASAMENTO TEÓRICO METODOLÓGICO

Em primeiro plano, buscou interar-se das ações desenvolvidas pelo Programa

Cultivando Água Boa e outros programas governamentais com base na gestão

ambiental e, na seqüência, procurou-se selecionar o sub-tema que viria a compor a

pesquisa metodológica e, então, caracterizar e identificar problemas e conflitos

ambientais na região da Bacia do Paraná III (BPIII) nos aspectos sociais,

econômicos e ambientais.

Foram então definidos os marcos referenciais conceituais que nortearam o

desenvolvimento da monografia, são eles: a gestão ambiental por bacia hidrográfica,o desenvolvimento sustentável e a educação ambiental.

Os dados secundários foram obtidos no período de realização da monografia

(agosto e setembro, 2004). Utilizou-se de documentos do IBGE (2000) para

levantamento de variáveis como, situação populacional, situação de abastecimento

de água; fontes da ONU (2000), para identificar o Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH); FUNAI, para interar-se das civilizações indígenas na Bacia; ITAIPU,

dados de qualidade da água, projetos ambientais; bem como consulta aos dados de

Instituições governamentais tais como, IAPAR, EMATER, IBAMA, SEMA, IAP,

SUDERHSA, SANEPAR, EMBRAPA, dentre outras, além de informações de livros,

teses, periódicos, revistas, leis e decretos.

A apresentação estrutural da monografia baseou-se nas normas 10719, para

apresentação de relatórios técnico-científicos, e NBR 6028, para apresentação de

resumos. Tais normas estão de acordo com a Associação Brasileira de NormasTécnicas (ABNT).

Para o enriquecimento da monografia foram elaborados quatro mapas

(apresentados como figuras), tendo como matriz o mapa interativo de Zoneamento

Ecológico-Econômico do Paraná, fornecidos pelo Governo do Estado e a Secretaria

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do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, desenvolvido pela CELEPAR (Companhia

de Informática do Paraná)1.

A metodologia baseia-se na interpretação visual e automática da imagem domapa interativo por meio de ferramentas de geoprocessamento, em ambiente de

Sistema de Informações Geográfica (SIG – IDRISI KILIMANJARO, versão 14.00).

Buscou-se assim, determinar a localização da Bacia em questão, como objetivo de

interpretar as diversas faces e possibilidades para implantação de uma integrada

gestão ambiental territorial.

A partir dos projetos desenvolvidos pelo Programa Cultivando Água Boa,

criaram-se iniciativas em interface, com o propósito de dar continuidade às ações já

existentes. Tais relações foram bases para a elaboração do organograma, que se

conclui em uma iniciativa de implantação do paradigma de desenvolvimento

sustentável na Bacia do Paraná III. A representação evidenciou a importância da

gestão participativa e integrada entre Brasil e Paraguai, além da inclusão social e

educação ambiental.

O estudo, por não se tratar de uma monografia com relato de pesquisaempírica, torna-se apenas uma análise da documentação. A par disso, as propostas

apontadas merecem estudos práticos para efetivação das mesmas, não

desmerecendo, obviamente, as bases metodológicas que deram origem às

iniciativas.

3.1. Gestão Ambiental

O termo gestão ambiental é bastante abrangente, compreende um conjuntode procedimentos que visam a conciliação entre o desenvolvimento e a qualidade

ambiental, a partir da observação da capacidade de suporte do meio ambiente e das

necessidades identificadas tanto pela sociedade quanto pelo governo.

A Política Nacional do Meio Ambiente, através de exigências ambientais,

busca aprovar a sistematização de procedimentos técnicos e administrativos para

assegurar o aperfeiçoamento contínuo do desempenho ambiental de um

1 Por motivos da não disponibilidade ao alcance de dados referentes à margem direita (Paraguai) da

BPIII, não se fez a caracterização da mesma. 

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empreendimento ou de uma área a ser protegida e, em decorrência, obter o

reconhecimento de acordo com medida e práticas adotadas.

Nas regiões intensamente urbanizadas e industrializadas, o uso intensivo derecursos hídricos tem gerado escassez crescente e perda de qualidade das águas.

Com isso, verifica-se a necessidade de gerenciamento dos problemas em nível

regional, ou seja, no domínio da correspondente bacia hidrográfica, garantindo o

suprimento de água e melhoria da sua qualidade.

Sob esse ponto de vista, as bacias hidrográficas “integram uma visão

conjunta [...] uma vez que, mudanças significativas em qualquer dessas unidades,

podem gerar alterações, efeitos e/ou impactos a jusante nos fluxos energéticos de

saída (descarga, cargas sólidas e dissolvidas)” (GUERRA & CUNHA, 1996).

Ainda, para Guerra e Cunha (1996), “as mudanças que ocorrem no interior

das bacias hidrográficas podem ter causas naturais, porém nas últimas décadas a

ação antrópica tem participado como agente acelerador dos processos

modificadores e de desequilíbrios da paisagem”.

Neste sentido, torna-se necessário estabelecer procedimentos organizados

que visam atender as demandas de água, considerando-se a disponibilidade restrita

desse recurso, define-se assim, o planejamento ambiental em recursos hídricos.

O planejamento ambiental pode ser entendido segundo o conceito das

Unidades Ecodinâmicas, propostas por Tricart (1977) onde “o ambiente é visto de

acordo com a teoria dos sistemas, em que seu estado de equilíbrio pode ser rompido

pela atuação antrópica, gerando desequilíbrios temporários, ou até permanentes”.

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O planejamento integrado deve desenvolver uma visão abrangente de

planejamento, políticas públicas, tecnologias e de educação a fim de promover um

processo de longo prazo em um contexto local, regional e global

É importante, no processo de implementação da Política Nacional de

Recursos Hídricos no Brasil, a iniciativa de incentivar, constantemente, a realização

de ações que possam incrementar o entendimento e aceitação dos princípios e

alicerces básicos que fundamentaram a Lei das Águas.

Um desses princípios é o da descentralização do processo operacional e

decisório. O princípio da democratização prevê a participação da sociedade, no

âmbito do Comitê de Bacia Hidrográfica e dos Conselhos Estaduais e Nacional, nas

decisões sobre gerenciamento. Uma das formas de assegurar essa participação foi

o estabelecimento de percentuais mínimos, dentro desses fóruns, de representantes

da sociedade.

Finalmente, uma das mais estratégicas atividades relacionadas com a

implementação de Política Nacional é a que diz respeito à promoção da difusão e da

educação à sociedade sobre a importância da gestão integrada e racional doscorpos de água. A chamada "educação para a gestão de recursos hídricos", é de

fundamental importância para o sucesso da Lei das Águas no Brasil.

3.2. Desenvolvimento Sustentável

As preocupações da comunidade internacional com os limites do

desenvolvimento do planeta datam da década de 60, quando começaram as

discussões sobre os riscos da degradação do meio ambiente. Tais discussõesganharam tanta intensidade que levaram a ONU a promover uma Conferência sobre

o Meio Ambiente em Estocolmo (1972).

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Em 1973, o canadense Maurice Strong lançou o conceito de

ecodesenvolvimento, cujos princípios foram formulados por Ignacy Sachs. Os

caminhos do desenvolvimento seriam seis: satisfação das necessidades básicas;

solidariedade com as gerações futuras; participação da população envolvida;

preservação dos recursos naturais e do meio ambiente; elaboração de um sistema

social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas;

programas de educação. Esta teoria referia-se principalmente às regiões

subdesenvolvidas, envolvendo uma crítica à sociedade industrial. Foram os debates

em torno do ecodesenvolvimento que abriram espaço ao conceito de

desenvolvimento sustentável.

No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento (UNCED), presidida por Gro Harlem Brundtland e Mansour Khalid,

apresentou um documento chamado Our Common Future , mais conhecido por

relatório Brundtland. O relatório diz que desenvolvimento sustentável é aquele que

“satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras

gerações satisfazerem suas próprias necessidades”.

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,realizada no Rio de Janeiro, em 1992, mostrou um crescimento do interesse mundial

pelo futuro do planeta; muitos países deixaram de ignorar as relações entre

desenvolvimento sócio-econômico e modificações no meio ambiente.

Porém, realizar um programa de desenvolvimento sustentável exige, enfim,

um alto nível de conscientização e de participação tanto do governo e da iniciativa

privada como da sociedade.

Para isso, todas as formas de relação do homem com a natureza devem ocorrer

com o menor dano possível ao ambiente.

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As políticas, os sistemas de produção, transformação, comércio e serviço,

assim como o consumo, têm de existir preservando a biodiversidade e as próprias

pessoas, enfim protegendo a vida no planeta.

3.3. Educação Ambiental

Para Guimarães apud Ruffino, et al .(1995), “a educação ambiental apresenta

uma nova dimensão a ser incorporada ao processo educacional, trazendo recente

discussão sobre as questões ambientais e as conseqüentes transformações de

conhecimento, valores e atitudes diante de uma nova realidade a ser construída”.

Segundo AB´SABER Apud Tundisi, J. G. et. al. (1993) a educação ambientalbusca resgatar atitudes e valores perdidos ou ainda desconhecidos, é um processo

que envolve um vigoroso esforço de recuperação de realidades e que garante um

compromisso com o futuro.

Nesse contexto, uma das unidades de estudo que admite ser adequada à

temática ambiental é a bacia hidrográfica, por ser uma unidade física do meio que,

atualmente, é tratada em várias políticas internacionais como ideal para manejo e

gestão ambiental, mostrando-se bastante eficaz, principalmente, quando se

pretende trabalhar interdisciplinarmente.

A educação ambiental enfatiza as regularidades, e busca manter o respeito

pelos diferentes ecossistemas e culturas humanas da Terra. O dever de reconhecer

as similaridades globais, enquanto se interagem efetivamente com as

especificidades locais, é resumido no seguinte lema: Pensar globalmente, agir 

localmente. 

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É fundamental que as comunidades planejem e implementem suas próprias

alternativas às políticas vigentes, dentre estas alternativas está a necessidade deajustes e reformas econômicas no atual modelo de crescimento com seus terríveis

efeitos sobre o ambiente e a diversidade de espécies, incluindo a humana, através

de atividades com a população e campanhas de conscientização ambiental com o

intuito de incrementar a participação nos aspectos relativos ao conhecimento e

melhoria de seu próprio ambiente.

4. OCUPAÇÃO REGIONAL DO OESTE DO PARANÁ

O processo de ocupação territorial do Oeste do Paraná2 é um fenômeno

relativamente recente advindo das migrações internas, da necessidade de expansão

da colonização e exploração dos recursos naturais.

Por volta dos anos 30 e 40, quando o ciclo da erva-mate já estava em

extinção, inúmeros migrantes atraídos pelo ciclo da madeira, ingressaram na região

do Paraná. Esses migrantes eram em grande parte poloneses, alemães e italianos,além de mineiros e nordestinos.

O ciclo da madeira promoveu a substituição de árvores por grandes lavouras

de cereais, algodão e feijão e a criação de rebanhos de suínos. A colonização era

liderada por companhias particulares, mais tarde passando para o gerenciamento do

governo do Estado, que criou o Departamento Administrativo do Oeste (1948),

posteriormente chamado de Departamento de Fronteira. Este órgão tinha por

objetivo estabelecer uma ocupação disciplinada e implantar infra-estrutura com

capacidade de melhoramentos na qualidade de vida da população.

A Região Oeste do Paraná passou por vários recortes, ou seja, divisões

municipais, ao longo do período de 1948 a 1954. Através desses recortes, o governo

ampliava sua presença, assegurando a eficácia de sua ação colonizadora.

2  Por integrar o Oeste do Paraná, a Bacia do Paraná III será por vezes assim mencionada.  

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A partir dos anos 50, a Região Oeste do Paraná passa a ser ocupada com

maior intensidade. Duas correntes migratórias compõem os fluxos mais importantes,

especialmente do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A partir dos anos 70, a Região Oeste do Paraná reduziu sua população em

126.451 habitantes, num processo de migração rural-urbana. O esvaziamento

populacional se deve em grande parte às mudanças estruturais na economia, que

afetaram diretamente o setor agrícola, iniciando-se rapidamente um processo de

urbanização e industrialização.

Nos anos 80, consolidam-se as aglomerações e insinuam-se novas

concentrações, como as de Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu, especialmente com a

construção da Usina Hidrelétrica Itaipu, iniciada em janeiro de 1975 e concluída em

13 de outubro de 1982, quando as comportas do canal de desvio foram fechadas e

começou a ser formado o reservatório da usina, cujas águas se estendem por todos

os municípios compreendidos na Costa Oeste, situado na Bacia Hidrográfica do

Paraná III.

No período de 1986 a 1991, essas concentrações absorveram 43% dosimigrantes da própria mesorregião e 58% da demais. Foz do Iguaçu recebeu o maior

contingente de imigrantes vindos de outras mesorregiões, enquanto Cascavel e

Toledo, receberam em maior proporção, os imigrantes da própria mesorregião, o que

pode justificar em parte a perda de população da maioria dos municípios do Oeste

Paranaense.

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5. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO PARANÁ III

5.1. Localização

Situa-se na Região Oeste do Estado do Paraná (Figura 5.1.1), envolvendo os

municípios (Figura 5.1.2) de Altônia, Cascavel, Céu Azul, Diamante do Oeste, Entre

Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon,

Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Missal, Nova Santa Rosa, Ouro Verde

do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, Ramilândia, Santa Helena, Santa Teresa

do Oeste, Santa Teresinha de Itaipu, São José das Palmeiras, São Miguel do

Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo e Vera Cruz do Oeste, ao qual éhabitada por mais de 900 mil pessoas.

Figura 5.1.1 - Localização da Bacia do Paraná III no Estado.

Fonte:Mapa interativo de Zoneamento Ecológico-Econômico do Paraná (adaptado).

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Figura 5.1.2 – Divisas Municipais da Bacia do Paraná III no Estado

Fonte:Mapa interativo de Zoneamento Ecológico-Econômico do Paraná (adaptado).

5.2. Caracterização Biofísica da Bacia do Paraná III

Drenagem: superfície aproximada de 8.383 km2, com área de drenagem dos

afluentes pertencentes ao território paranaense distribuindo suas águas diretamente

no rio Paraná (Reservatório de ITAIPU).

Hidrografia da Bacia e seus Afluentes:  a Bacia Hidrográfica do Paraná III

localiza-se entre os afluentes do rio Piquirí e do rio Iguaçu. Os principais afluentes da

bacia são rio Taturi, rio Chororó, rio Arroio Guaçu, rio São Francisco Verdadeiro, rioSão Francisco Falso, rio Paraná, córrego Dois Irmãos, rio São Vicente, rio Ocoí, rio

Pinto, rio Passo-Cuê, rio Guabiroba e córrego Matias Almada.

Clima: Genericamente na microrregião de Toledo e nas áreas baixas lindeiras

ao rio Paraná, próximas a Foz do Iguaçu, predomina o clima tropical, sub-quente,

superúmido com sub-seca, enquanto que na microrregião de Cascavel e demais

áreas da micro de Foz do Iguaçu, predomina o clima temperado brando,

superúmido, sem estação seca.

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Tipos   de Solos na Bacia do Paraná III : O tipo de solo predominante é o

latossolo vermelho, que é um solo profundo de alta fertilidade. Em sua grande

maioria, compreende terrenos suaves, com solos derivados principalmente dos

derrames basálticos, apresenta encostas levemente onduladas, com solos de textura

argilosa e ricos em matéria orgânica (Figura 5.2.1).

Figura 5.2.1 – Classes de Solos da Bacia do Paraná III no Estado.

Fonte:Mapa interativo de Zoneamento Ecológico-Econômico do Paraná (adaptado).

Uso do Solo:  a falta de planificação na ocupação do solo reduziu

drasticamente a cobertura florestal. A atividade agrícola ocupou tanto as áreas que

apresentavam boa aptidão como aquelas consideradas marginais, ocasionando

muitas vezes incompatibilidade de uso. Deve ser dado destaque à atividade

agropecuária e participação industrial voltada, principalmente, à agroindústria

regional.

Geologia e Topografia: o registro geológico no Estado do Paraná, ainda que

descontínuo, representa um intervalo de idades mais antigas que 2.800 milhões de

anos até o presente. O embasamento na Região Oeste do estado é formado porcobertura sedimentar mesozóica. A topografia da Região Oeste do Paraná é

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caracterizada pelo Terceiro Planalto, que consiste de planícies e montanhas

variando de 300 a 800 metros de altitude. As montanhas deste planalto são

geralmente mais escarpadas que os dos outros planaltos.

Cobertura Florestal : nesta região do Estado predomina a floresta estacional

semidecidual, o último grande remanescente deste tipo de floresta no Sul do Brasil.

No interior, prevalecem as pastagens, com vegetação de pequeno porte

caracterizada pela mata pluvial subtropical devastada, intercalada de mata cultivada

pela extensa área como pela diversidade das espécies.

5.3. Economia e Desenvolvimento da Bacia do Paraná III

Num momento, situado na segunda metade do século XIX, houve a

organização de grupos locais que exploravam a madeira, a erva-mate e a existência

de supostas riquezas minerais nos leitos dos rios.

A população indígena também foi marcante na Região, com grande influência

da cultura, principalmente nos países fronteiriços ao Brasil. A integração regional e

seus impactos na Região, precisam ser analisados de forma distinta, pois, uma vez

que envolve áreas internacionais, deve-se levar em conta discussões sobre o papel

da fronteira. Um segundo elemento norteador de uma discussão a respeito da

integração regional refere-se ao papel da Região no Brasil, analisando a relação

com os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Um terceiro enfoque seria a

integração da Região Oeste do Paraná no Mercosul, ou seja, na bacia do Prata.

Em termos econômicos, o parque agroindustrial de aves e suínos tornou-se

um comprador de insumos, principalmente de Santa Catarina, criando-se umintercâmbio comercial importante. O avanço do pólo automobilístico no Paraná e a

nova fase de investimentos industriais demonstra uma nova reordenação das

atividades produtivas, antes concentradas no Estado de São Paulo.

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O perfil competitivo da economia do Oeste do Paraná na região do Prata e,

conseqüentemente, no Mercosul, deve-se a forma como foi estruturado seu aparelho

produtivo e, principalmente, o perfil dos custos de produção e de transportes para

colocar suas mercadorias próxima dos consumidores dos outros países.

Na atualidade, existem produtos mais sensíveis a competição no Cone Sul.

Entre eles, podem-se destacar os cereais (milho, trigo, arroz, cevada), lácteos (leite,

queijo), frutas temperadas (uva, pêssego, pêra, ameixa, maçã, entre outros),

hortícolas (alho, batata, cebola), carnes (bovina e couros) e oleoginosas (soja e

girassol).

A agropecuária na Região Oeste do Paraná não possui uma estrutura de

custos muito diferente da média brasileira, apesar das suas características

geográficas permitirem uma mecanização mais intensiva e melhoramento da

produção de soja.

O setor industrial da Região conseguiu encontrar mercado para boa parte de

sua produção, um exemplo é o caso das fecularias, cuja produção em grande parte

é exportada para Argentina. Por outro lado, os municípios da região sãoresponsáveis por uma quantidade cada vez maior de encargos no suprimento de

serviços públicos, o que implica em problemas de equilíbrio orçamentário.

Apesar da condição geral da região, alguns municípios têm seus problemas

minimizados, no aspecto das finanças públicas, através do recebimento de royalties, 

de produção de energia elétrica, e ICMS ecológico, por manter reservas naturais em

seu território.

Outros dados de relativa importância são refere-se a densidade demográfica

da população urbana e rural. A população da Bacia do Paraná III representa 9,84%

do total de 9,6 milhões de habitantes do estado do Paraná (IBGE, 2000).

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A população urbana e rural da BPIII corresponde a 10,35% e 7,57%,

respectivamente, segundo dados IBGE 2000.

Alguns municípios da BPIII possuem contingentes populacionais maiores nasáreas rurais, tais como Mercedes, Missal, Quatro Pontes e Ramilândia. Este fato

deve-se ao pouco desenvolvimento dessas cidades, atrelando um desenvolvimento

voltado, principalmente, para a agroindústria

Vale notar que a região possui cinco reservas indígenas, sendo duas no

Estado do Paraná, compreendendo São Miguel do Iguaçu, Diamante D’Oeste e

Ramilândia, e três situadas no município de Mundo Novo/MS.

O desenvolvimento econômico e também social da Região Oeste do Paraná

caracteriza-se, cada vez mais, pela polarização. Alguns municípios apresentam força

de atração sobre atividades produtivas, deixando os municípios menores com uma

dinâmica cada vez mais dependente dos pólos.

Os eixos econômicos Foz do Iguaçu-Cascavel e Cascavel-Guaíra podem

servir de linha de desenvolvimento integrado, permitindo maior propagação de

dinamismo para a região.

A ligação Guaíra-Foz do Iguaçu é marcada pela existência de um conjunto de

municípios influenciados intensamente pela formação do Reservatório de Itaipu,

propiciando um alto potencial turístico, pouco explorado até os dias atuais.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é proposto como uma medida

fortemente associada ao conceito de desenvolvimento sustentável. Este índice

considera variáveis associadas à qualidade de vida, como longevidade, maturidade

educacional e renda da população. No entanto, a forma como estes aspectos são

considerados, não favorece a identificação de incoerências e inconsistências nos

modelos construídos.

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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios da Bacia do

Paraná III está entre os oitos melhores do estado. Um dos principais fatores para

essa evolução é a redução no índice de mortalidade infantil que passou de 14,7 para

13,7 em cada mil nascidos vivos. O índice varia de 0 a 1, os valores acima de 0,800

considera-se um desenvolvimento humano alto, segundo Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Na média entre os estados, o Paraná ficou

em sexto lugar com IDH 0,786.

O IDH dos 29 municípios da Bacia do Paraná III está entre 0,850 e 0,697, que

correspondem aos 940.000 habitantes da Bacia. Dentre esses municípios

encontram-se não só os melhores IDH´s como também os piores IDH´s do Paraná.

O menor IDH é verificado no município de Ramilândia/PR com um indicador

de 0,697, tendo o setor rural como principal atividade.

Quatro Pontes, com 0,850, possui o maior IDH da Bacia. No ranking estadual,

perde somente para Curitiba, com IDH de 0,856.

O município de Mundo Novo no Estado de Mato Grosso do Sul possui um IDH

de 0,761, sendo considerado um índice médio.

5.4. Saúde Pública nos Municípios da Bacia do Paraná III

A saúde é uma das áreas prioritárias do desenvolvimento humano.

Juntamente com a educação básica, a água potável para beber, o saneamento

adequado, o planejamento familiar e a nutrição.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e o Instituto Superior deEstudos Pedagógicos (apud  PIERUCCINI, et al , s/d), “o meio ambiente em um

contexto de desenvolvimento sustentável deve considerar o ser humano no centro

das preocupações, assumindo seu direito a uma vida saudável e produtiva em

harmonia com a natureza”.

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A solução dos problemas de saúde associados ao meio ambiente, vão além

do setor de saúde. Essa articulação é evidenciada na Região Oeste do Paraná, uma

vez que permitem ações setorizadas, desarticuladas e integradas.

A Região Oeste do Paraná tem uma vasta cobertura de tratamento de água,

no entanto, a contaminação gerada pelos efluentes, na maioria sem tratamento,

compromete a qualidade dos mananciais e a segurança da água de abastecimento.

Porém, as preocupações ambientais na região ainda não impulsionaram a discussão

e efetividade de ações para solucionar o problema do esgoto.

É verificada na região a incidência de doenças de veiculação hídrica

decorrentes da deficiência de saneamento básico, tais como: cólera, diarréia e

gastrointerites, outras doenças intestinais, leptospirose, hepatites, esquistossomose

e febre amarela.

5.5. Abastecimento e Qualidade da Água dos Municípios da

Bacia do Paraná III

Abastecimento de Água:  o sistema Botucatu, ou aqüífero Guarani, é o

principal sistema aqüífero da bacia sedimentar do Paraná, representando cerca de

80% das reservas do Estado, ao qual confere um cenário privilegiado de maior

reservatório de águas subterrâneas do mundo.

No Paraná, aproximadamente 80% das cidades de pequeno porte têm

atendimento com água do subsolo. As águas subterrâneas são utilizadas, em geral,

para abastecimento de indústrias, hotéis, condomínios, irrigação, etc.

Levando-se em conta a problemática enfocada, especialmente em áreas

críticas (cidades em regiões de divisor de bacia), as águas subterrâneas,

apresentam-se como uma reserva estratégica, ainda pouco explorada, que poderá

contribuir de forma significativa, para o equacionamento da mesma.

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O Departamento de Águas Subterrâneas da Superintendência de

Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (SUDERHSA) tem

prioridade sobre o estudo e desenvolvimento dos aqüíferos do Estado do Paraná.

Os principais instrumentos implementados pela SUDERHSA, com relação ao

gerenciamento de tais sistemas aqüíferos, objetivando seu uso sustentado, são as

atividades de licenciamento (Outorga do uso) e aplicação da Lei do ICMS Ecológico.

A companhia responsável por 99% da distribuição de água do Paraná é a

SANEPAR. Em todo o estado já foram implantados 800 sistemas de abastecimento

por poços profundos, totalizando 65% de localidades equipadas com este sistema.

Qualidade da Água: o uso de indicadores de qualidade de água consiste no

emprego de variáveis que se correlacionam com as alterações ocorridas na

bacia/microbacia, sejam estas de origens antrópicas ou naturais.

Segundo MOTA (1995), para cada uso de água, são exigidos limites máximos

de impurezas que a mesma pode conter. Estes limites, quando estabelecidos por

organismos oficiais, são chamados de padrões de qualidade.

A rede de monitoramento de qualidade das águas tem como objetivo manter

um banco de dados com informações sobre a qualidade dos rios, fornecendo

subsídios para avaliação de estudos e projetos de aproveitamento de múltiplos usos

dos recursos hídricos e fornecer informações para o enquadramento dos corpos de

água em classes.

A BPIII constitui-se uma bacia peculiar em termos de utilização e conservação

dos recursos hídricos. O uso e ocupação do solo motivaram os usuários de recursoshídricos desta bacia a se organizarem na forma estabelecida pela lei paranaense de

gerenciamento de recursos hídricos, estando o processo de formação da Associação

de Usuários, futura Agência de Bacias, e do respectivo Comitê, na eminência de

reconhecimento, pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

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Devido a falta de pontos de monitoramento das águas do Rio Paraná, a

ITAIPU Binacional lançou, dentro do “Programa Cultivando Água Boa”, o sub-projeto

de "Monitoramento e Avaliação Ambiental do Reservatório e Bacia Hidrográfica de

Influência de Itaipu". O objetivo, deste sub-projeto é readequar,, complementar e

operar uma rede de monitoramento e avaliação formada por estações permanentes

e/ou temporárias, a fim de fornecer parâmetros e indicadores ambientais que

orientem e atestem a melhoria dos aspectos ambientais controlados.

Em se tratando de monitoramento de chuva, existem na Bacia do Paraná III

aproximadamente 60 pontos de amostragem, monitorados pela ANEEL,

SUDERHSA, COPEL, INEMET E IAPAR.

6. OS PROBLEMAS AMBIENTAIS E CONFLITOS PELO USO

DA ÁGUA

Na Região Oeste do Paraná, considerando a dimensão geoambiental, grande

parte dos solos sofrem alterações por conta do intensivo processo de mecanização

nos últimos anos, onde o setor agropecuário passou por constantes

aperfeiçoamentos no seu sistema de produção, através do uso de insumos

químicos, máquinas e sementes melhoradas, ao qual contribuiu para o aumento da

produção de alimentos.

Porém, estas modificações no meio ambiente, causam impactos negativos,

tais como: desmatamento de grandes áreas, com danos à flora e à fauna; erosão do

solo; redução da fertilidade do solo; salinização do solo; poluição ambiental por

fertilizantes e pesticidas; impacto no meio sócio-econômico-cultural, entre outrosfatores que ligam a produção agropecuária com questões globais, como poluição

atmosférica, aquecimento terrestre e diminuição da camada de ozônio.

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Quanto à captação e armazenamento das águas, caracteriza-se o problema

da contaminação da água por dejetos, pois um recurso hídrico tem capacidade

restringida pela demanda de resíduos depositados, dependendo de sua vazão e de

outras características. São verificadas construções inadequadas de fossas,

lançamento de esgoto não tratado em rios e riachos.

Outro aspecto importante na questão ambiental é a coleta e tratamento do

lixo, com agraves nas áreas rurais, onde o cenário da insuficiência da coleta leva os

agricultores a optarem por enterrá-lo ou queimá-lo.

Exemplos de atividades potencialmente impactantes na BPIII, incluem a

ocorrência de atividades degradadoras do tipo mineração, na maioria dos municípios

que abrangem a bacia através da exploração de areia, argila, basalto e granito. A

atividade de mineração provoca muitas alterações no ambiente, causando impactos

no solo, na água e no ar.

Outras formas de poluição podem ser verificadas na região como a

urbanização, em especial nas cidades de Cascavel e Foz do Iguaçu, através da

poluição gerada pelos meios de transporte e pela ausência ou deficiência desaneamento básico e ambiental. Este último impacto também deve ser considerado

nos pequenos municípios da região.

A atividade agrícola na bacia é predominante, mas é a suinocultura a que

mais preocupa as autoridades de saúde e ambientais, classificada como atividade

produtiva com grande potencial poluidor, pelos seguintes aspectos: (a) grande

volume de dejeto de suíno - produz cerca de 2,5 mais dejetos do que um ser

humano; (b) sistema de criação por confinamento - traz um aumento de volume econcentração.

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A implementação de projetos de gestão ambiental, com ênfase no controle da

poluição hídrica, ocasionada pela produção intensiva de suínos, passa a requerer

investimentos em infra-estrutura das propriedades, sistemas adequados de nutrição

dos animais e de tratamento dos dejetos.

De maneira geral, ocorrem várias formas de impacto ambiental: a eutrofização

e o assoreamento do rio, ambos resultantes da erosão do solo. O processo erosivo é

intensificado por práticas agrícolas agressivas e inadequadas como o deslocamento

de fertilizantes químicos e dejetos de animais à bacia e o acúmulo de agrotóxicos no

solo.

Porém, com uma gestão adequada e um bom planejamento rural e urbano, os

problemas ambientais seriam eliminados, ou ao menos minimizados.

6.1. Zonas de Risco Ambiental na Bacia do Paraná III

Constituem-se em Zonas de Risco Ambiental qualquer local que, devido à

existência de atividades potencialmente impactantes, causam danos ambientais e

colocam em risco a vida humana e a fragilidade de um ecossistema, bioma, meio

físico e atividades econômicas, sociais ou de lazer.

No Estado do Paraná foi desenvolvido pela Secretaria de Estado do Meio

Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), a caracterização e mapeamento de zonas

de risco ambiental, como ferramenta de planejamento que possibilitasse ações

proativas das instituições ambientais paranaenses que atuam de forma direta ou

indireta na área ambiental.

Na Região Oeste do Estado, onde se situa a BPIII, destacam-se algumas

zonas de risco ambiental como, Cascavel que possui atividades de abatedouros

bovinos, agropecuária, aplicação de agrotóxicos e outros biocidas, desmatamento,

farinhas protéicas, óleos essenciais e refino de soja.

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No município de Altônia a ocorrência de impacto ambiental provém de

atividades de metalurgia e fecularia. Em Foz do Iguaçu há ocorrência de atividades

impactantes, como usina de asfalto, estação de tratamento de água e esgoto, e

drenagem.

O município de Toledo se destaca como zona de risco ambiental, decorrente

das atividades de beneficiamento de sementes, fabricação de rações, abatedouro de

aves e de suínos, acabamento de couros e peles, curtimento de peles ao cromo,

empreendimento de tratamento e disposição final resíduos, fabricação de Cerveja,

entre outras.

Outros municípios destacados como área de risco procedem das mais

variadas atividades, a exemplo, abatedouros de aves em Matelândia, destilaria de

álcool em Marechal Cândido Rondon, fecularia em Quatro Pontes e Terra Roxa,

atividade agropecuária e aplicação de agrotóxicos e outros biocidas em Vera Cruz

do Oeste, Céu Azul, Santa Tereza do Oeste, fundição de metais em Mercedes,

curtimento de peles ao cromo em Pato Bragado e laticínios em Ouro Verde do

Oeste.

Atividade ao qual abrange vários municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná

III é a Hidrelétrica de Itaipu, tornando zona de risco ambiental os municípios de Foz

do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia, Missal, Santa Helena, Santa Terezinha de Itaipu,

São Miguel do Iguaçu, entre outros, ocorrendo influência direta ou indireta.

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Figura 6.1.1 – Zonas de Risco Ambiental e Condicionantes Ambientais daBacia do Paraná III.

Fonte:Mapa interativo de Zoneamento Ecológico-Econômico do Paraná (adaptado).

7. CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Unidades de Conservação e Áreas Protegidas na BPIII (Figura 6.1.1):  As

unidades de conservação integrantes do S.N.U.C. (Sistema Nacional de Unidades

de Conservação) dividem-se em dois grupos, Unidades de Proteção Integral e

Unidades de Uso Sustentável. Na Região Oeste do Paraná as Unidades de

Proteção Integral são os Parques Nacionais do Iguaçu e de Ilha Grande.

O Parque Nacional do Iguaçu abrange áreas dos municípios de Foz do

Iguaçu, Medianeira, Matelândia, Céu Azul e São Miguel do Iguaçu, porém somente

uma parte da região de Céu Azul envolve a Bacia do Paraná III.

O Parque Nacional de Ilha Grande estende-se um conjunto de 158 ilhas e

área de 78.875ha, ao qual abrange parte da Bacia do Paraná III os municípios de

Altônia, Guaíra, no Paraná e Mundo Novo/MS.

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As unidades de conservação de Uso Sustentável da Região Oeste do Paraná

são “Área de Proteção Ambiental Ilhas e Várzeas do Rio Paraná” e “Área de

Relevante Interesse Ecológico da Cabeça do Cachorro”.

Na área que abrange o Lago de ITAIPU há um sistema de áreas protegidas

da ITAIPU Binacional, que inclui ainda sete unidades de conservação, totalizando

35.858 ha. No Paraguai foram criadas as Reservas Biológicas Itabó (11.260 ha),

Limoy (14.332 ha), Carapá (3.250 ha) e Tatijupi (2.243 ha), e no Brasil os Refúgios

Biológicos Bela Vista (1.908 ha) e Santa Helena (1.483 ha). O Refúgio Biológico de

Maracajú (1.356 ha) abrange área comum ao Brasil e Paraguai.

Além de duas reservas e cinco refúgios biológicos que somam 35.858 ha de

áreas, o Lago de Itaipu é ainda cercado por uma Faixa de Proteção reflorestada,

com 13 milhões de árvores, equivalente a 63.376 ha o que impede seu

assoreamento e poluição.

Contam ainda como áreas protegidas as Reservas Particulares do Patrimônio

Natural, no município de Medianeira com a RPPN Narciso Luiz Vanini I, em

Ramilândia a RPPN Cotrefal lI, em Diamante do Oeste a RPPN Estância Alvorada,

RPPN Estância Serra Morena, RPPN Naude P. Prates e RPPN Rubens

Piovezan, em Vera Cruz do Oeste a RPPN Almiro Liberali, em Toledo a RPPN

Wilson e Leonilda Donin, RPPN Osvaldo Hoffmann, RPPN Augusto Dunke, em Terra

Roxa a RPPN Fazenda Penélope e RPPN Fazenda Rincão, em Guaíra a RPPN

Benedito A. Santos Filho e RPPN Edela Toldo e outros, dedicadas à proteção e

manutenção da diversidade biológica, e de seus recursos naturais e culturais

associados.

As civilizações indígenas da Bacia do Paraná III: Segundo dados da FUNAI, a

BPIII é habitada por cinco civilizações de etnia Guarani, ocupando-se de uma área

de 232 ha, no município de São Miguel do Iguaçu, 1745 ha no município de

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Diamante D’Oeste e Ramilândia, e três grandes áreas no município de Mundo

Novo/MS, somando-se 32 mil ha.

A Figura 6.1.1 demonstra as áreas indígenas no Estado do Paraná, porém ogeorefenciamento elaborado pelo grupo se deteve somente a Bacia do Paraná, não

delimitando o Estado de Mato grosso do Sul, que áreas indígenas no município

Mundo Novo/MS, único que compreende o Estado dentro da Bacia do Paraná III.

No município de Mundo Novo, distribuem-se nas seguintes áreas de proteção

ambiental: APA da Bacia do Rio Iguatemi, APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, além

do Jardim Botânico Dorcelina de Oliveira Folador.

A presença de populações tradicionais em áreas protegidas é resultante da

preocupação que a humanidade passou a ter com o lado ambiental e social, nos

últimos trinta anos. A idéia de populações tradicionais está essencialmente ligada à

preservação de valores, de tradições e de culturas.Todavia, essas áreas

preservadas tornam-se, ao ver de muitos, condicionantes ambientais, impedindo a

exploração dos recursos naturais.

8. AS INICIATIVAS DE GESTÃO AMBIENTAL

8.1. Os Tratados Bilaterais e a Bacia do Prata

A demarcação que define os limites Brasil/Paraguai foi afirmada com a

assinatura do Tratado de Limites em 9 de janeiro de 1872, que define a fronteira

desde a foz do rio Apa, no atual estado do Mato Grosso do Sul, até a foz do rio

Iguaçu no Paraná.

O Tratado de Limites Brasil/Paraguai, assim estabelece em seu artigo 1º:

“O território do Império do Brasil divide-se com a República do Paraguay pelo 

álveo do Rio Paraná, desde onde começam as possessões brasileiras na foz do 

Iguassú até o Salto Grande das Sete Quedas do mesmo rio Paraná...”.

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Outro documento bilateral implantado na fronteira Brasil/Paraguai refere-se ao

Tratado de Itaipu, de 16 de abril de 1973, que coloca em seu artigo 1º:

“As Altas Partes Contratantes convêm em realizar [...] o aproveitamento hidroelétrico dos recursos hídricos do rio Paraná [...] desde e inclusive o Salta 

Grande de Sete Quedas ou Salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu”.

Esse tratado abriu caminho para a construção da barragem e da Hidrelétrica

de ITAIPU, criando-se um lago artificial com aproximadamente 1.400 Km2.

De acordo com o Plano Nacional de Recursos Hídricos (FGV, 1998) o

território brasileiro foi sub-dividido em 9 bacias, sendo que as bacias do Rio Paraná,Paraguai e Uruguai compõem a parcela brasileira da bacia do rio da Prata.

A bacia do rio da Prata envolve cinco países da América do Sul: Argentina,

Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. O principal rio é o Paraná, pois apenas se torna

rio da Prata quando o Rio Paraná se junta ao rio Uruguai próximo da foz do rio da

Prata no Oceano Atlântico. A bacia do Prata é importante para a economia dos

países da região, pois 70% do PIB dos cinco países é gerado na bacia.

Em maio de 1968 os países da bacia do Prata estabeleceram o CIC (Comitê

Intergovernamental Coordenador da Bacia do Prata) com a finalidade de

desenvolver as ações de interesse comum dentro da bacia.

Em 1969 os governos aprovaram o tratado da bacia do Prata, que entrou em

vigor em agosto de 1970, com o objetivo de desenvolver esforços conjuntos para

promover o desenvolvimento e a integração física da bacia e suas áreas de

influência direta. Este tratado tinha como objetivos específicos os entendimentos,

dentro da área de recursos hídricos, para: (a) facilitar a navegação; (b) utilização

racional da água com uso múltiplo eqüitativo; (c) preservação e o fomento da vida

animal e vegetal; (d) projetos de interesse comum relacionados com o inventário,

avaliação e o aproveitamento dos recursos naturais da área.

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A Bacia é gerenciada por um “Programa Marco para a Gestão Sustentável

dos Recursos Hídricos da Bacia do Prata, Considerando os Efeitos Hidrológicos

Decorrentes da Variabilidade e Mudanças Climáticas”, desenvolvido no âmbito do

CIC, iniciado em 2002 objetivando a gestão sustentável das águas da bacia, com

apoio financeiro do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF).

Um aspecto relevante quanto à questão das águas da Bacia do Paraná, com

ênfase na BPIII, são as ações que podem desencadear o uso internacional das

águas da bacia, com possibilidade de geração de conflito de uso uma vez que a

BPIII, em específico, encontra-se a montante de todos os países abrangidos pela

bacia do Prata, podendo apresentar repercussões a jusante. Neste sentido, éimportante que o planejamento das bacias brasileiras contemplem esta possibilidade

evitando potenciais conflitos.

8.2. Projetos e Programas de Âmbito Nacional, Estadual e

Regional Para Gerenciamento de Bacias Hidrográficas

Para uma boa gestão ambiental é fundamental que programas e projetos de

esfera sócio-ambiental sejam implantados como fatores indispensáveis para o bomgerenciamento dos recursos naturais.

Para facilitar os diagnósticos dos problemas e vulnerabilidades dos recursos

hídricos, surgem os Programas e Projetos Nacionais e Regionais. Os Programas

Nacionais são de médio e longo prazo, voltados a assuntos estratégicos referentes

aos recursos hídricos no âmbito nacional e têm caráter permanente.

Os Programas Regionais são voltados aos biomas nacionais ou outras áreasde especial interesse, que necessitam de um planejamento integrado dos recursos

hídricos associados ao desenvolvimento regional e à preservação dos ecossistemas.

Pensando na necessidade e na importância desses instrumentos, procurou-se

levantar os programas mais relevantes desenvolvidos (Quadro 8.2.1), dando certa

importância para a área específica em estudo: Bacia Hidrográfica do Paraná III.

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Vale lembrar que grandes partes dos programas ocorrem em condições de

abrangência maiores que a Bacia do Paraná III, porém não deixam de ser

instrumentos para aplicação na Bacia. Os programas mais voltados para a Bacia sãoaqueles desenvolvidos pela ITAIPU Binacional, com a implantação do Mega

Programa CULTIVANDO ÁGUA BOA, a fim de orientar as ações ambientais da

ITAIPU Binacional na Bacia do Paraná III, que se encontram voltadas para toda a

área de influência do reservatório da hidrelétrica.

Neste momento, o Programa conta com mais de 70 projetos e subprojetos

nas áreas de planejamento, execução, tecnologias e monitoramento.

A Hidrelétrica tem como meta das ações a ser desenvolvidas na Bacia

Hidrográfica do Paraná III: (a) identificar atividades desenvolvidas na Bacia; (b)

modificar meios de produção; (c) controlar aspectos ambientais; (d) licenciar

atividades; (e) capacitar produtores; (f) estruturar assistência técnica; (g) monitorar;

(h) organizar produtores e; (i) aplicar a educação ambiental.

Ainda referente aos projetos e programas, destaca-se a implantação pela

SANEPAR do “Programa de Conservação de Mananciais” , visando a melhoria das

bacias hidrográficas do manancial de um sistema de abastecimento, garantindo a

qualidade das águas superficiais em bacias inferiores a 200 Km2.

Outra atividade a ser enfatizada é o “Programa Manejo do Solo e Água” - PSA

- desenvolvido pelo Instituto Agronômico do Paraná, objetivando a produção de

pesquisas para avaliar o potencial dos recursos naturais e desenvolver técnicas para

preservação das áreas agrícolas e dos recursos hídricos do Paraná. O PSA possuidiversos projetos em andamento, dos quais, muitos abrangem a Bacia do Paraná III,

como (a) monitoramento agroclimático do Estado do Paraná; (b) uso racional de

resíduo de suínos na região Oeste do Estado do Paraná; (c) zoneamento agrícola do

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Estado do Paraná; (d)desenvolvimento tecnológico do plantio direto em áreas sob

influência do Lago de Itaipu; (e) monitoramento do aporte de sedimentos no Lago de

Itaipu e modelagem dos riscos de erosão na Bacia do Rio Paraná; (f) dinâmica de

semeadoras em municípios lindeiros à Represa de Itaipu; monitoramento qualitativo

e quantitativo dos recursos hídricos nas bacias hidrográficas - PNMA II; (g) difusão

de técnicas para a melhoria da qualidade do plantio direto na região do Paraná III;

(h) identificação de propriedades rurais com potencial risco de poluição dos recursos

hídricos por águas residuárias de suínos;(i) avaliação de máquinas de semeadura de

plantio direto e pulverizadores de tração animal na agricultura familiar, entre outros.

9. PROPOSTAS PARA GESTÃO AMBIENTAL NA BACIA DOPARANÁ III

A iniciativa deste estudo evidencia a importância de fatores essenciais para

uma adequada Gestão Ambiental Territorial por Bacia Hidrográfica visando a

sustentabilidade ambiental, social e econômica através de novas abordagens de

gerenciamento apresentadas no presente trabalho, garantindo a continuidade e

reativação das propostas e programas já existentes.

Como ápice para que todas a propostas venham a assegurar a efetiva

implantação do paradigma de desenvolvimento na Bacia do Paraná III, sugere-se a

gestão ambiental integrada entre Brasil e Paraguai a fim de desenvolver uma visão

abrangente de planejamento, políticas públicas, tecnológicas e de educação. O

planejamento integrado requer um processo de longo prazo com a participação de

usuários, autoridades, cientistas e do público em geral, além das organizações e

instituições públicas e privadas.

Durante o II Encontro do  Programa Cultivando Água Boa, representantes

paraguaios apontaram a necessidade de maior coesão entre os esforços e iniciativas

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de sustentabilidade desenvolvidas nos dois países, no sentido de somar esforços, e

ao mesmo tempo, compartilhar dificuldades e acertos.

Neste contexto, pode-se perceber a pertinência da gestão integrada, uma vezque as ações implementadas nas micro-bacias possam vir a ser agregada em sub-

bacias, desencadeando-se metodologias que sejam aplicadas em toda a Bacia do

Paraná III.

Para a efetiva descentralização, a implantação de Comitês de Bacia torna-se

essencial, uma vez que objetivam a classificação dos cursos d’água, o

acompanhamento do uso racional dos recursos hídricos e o estudo integrado. Os

Comitês deverão desempenhar importante papel de coordenação e deliberação,

procurando-se valorizar o processo participativo.

A Bacia do Paraná III é de domínio federal, portanto com a implantação do

comitê na Bacia3 poderá, em tempo futuro, articular-se com comitês de bacia

estaduais a serem fundados, além de proferir integrações com Agências de Bacia. O

ideal seria que cada sub-bacia criasse seu comitê, voltando-se para uma visão

sistêmica e integrada do ambiente.

Diante desse conceito, surgem as seguintes propostas multi e intersetoriais

apresentadas no organograma a seguir (Figura 9.1), ao qual busca-se a

conectividade das ações, com o intuito de promover o desenvolvimento sustentável

na Bacia Hidrográfica do Paraná III.

Instrumento de grande importância para esse processo, a educação

ambiental (EA) deve ser tratada em sua dimensão total, à medida que pode levar auma maior consciência do indivíduo a respeito de si mesmo, através de sua relação

com o entorno, com a natureza e com os outros. Com base nesta concepção, o

organograma apresenta a EA como fonte alimentadora de todo o processo.

O Programa Cultivando Água Boa foi inserido como a iniciativa que,

atualmente, congrega uma série de ações promotoras da formação de Comitês de

Micro-bacias, sendo neste sentido, utilizado nesta abordagem como matriz de

3 De acordo com publicações do Diário Oficial Nº 6722 de 05/05/2004, o decreto Nº 2924 institui oComitê da Bacia do Paraná III e designou seus integrantes, compostos por representantes do PoderPúblico, Setores Usuários de Recursos Hídricos e Sociedade Civil Organizada.

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referência para o desenvolvimento de novas propostas de promoção da auto-

sustentabilidade nas comunidades locais.

As propostas apresentadas buscam uma interface a partir dos seis Comitêsinseridos no Programa Cultivando Água Boa sob responsabilidade da ITAIPU

Binacional, e agregam mais uma esfera de atuação do Programa, elevando-a ao

status de Comitê, qual seja, o “Turismo Sustentável”.

Partindo-se da idéia matriz de gestão por bacia hidrográfica, propõem-se

novas ações conjuntas com municípios pertencentes à Bacia Hidrográfica do

Paraná III, de forma que sejam co-responsáveis pela recuperação e manutenção

das sub-bacias pertencentes ao território municipal, utilizando como recursos

financeiros os royalties advindos de ITAIPU e do ICMS Ecológico, onde o primeiro

contempla os municípios limítrofes ao reservatório de ITAIPU e o segundo os

municípios do Estado do Paraná que possuem mananciais de abastecimento hídrico

e/ou unidades de conservação.

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GESTÃO AMBIENTAL DA BACIA DOPARANÁ III

PARAGUAIBRASIL

GESTÃO INTEGRADA

GESTÃO POR BACIAHIDROGRÁFICA

COMUNIDADE AVA-GUARANI AGENDA 21

CORREDOR DEBIODIVERSIDADEINCLUSÃO SOCIAL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMA

AGRICULTURA FAMILIARE ORGÂNICA

AVALIAÇÃO E FICALIZAÇÃO DAAPLICAÇÃO DOS ROYALTES DE

ITAIPU E ICMS ECOLÓGICO

MDL COM BAMBU

APICULTURACOCO

MANEJO DEPALMÁCEAS

MANEJO DOBAMBU

OFICINA DOBAMBU

USINA DE RECICLAGEMDA FIBRA DO COCO E DA

BANANA

EXPANSÃO DOPROJETO COLETA

SOLIDÁRIA

IMPLANTAÇÃO DE TRILHAINTERPRETATIVA E CENTRO DE

INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL NA SUB-BACIA DO RIO MATIAS ALMADA

IMPLANTAÇÃO DOCOMITÊ GESTOR DA SUB-

BACIA DO RIO MATIASALMADA

ELABORAÇÃO DAAGENDA 21 DO PEDAÇO -

SUB-BACIA DO RIOMATIAS ALMADA

OFICINAS DEARTESANATO COMFIBRA DO COCO E

BANANA

ZONA TAMPÃO

EFETIVAÇÃO DO CORREDORDE BIODIVERSIDADE

CRIAÇÃO DERPPNs

IMPLANTAÇÃO DO PARADIGMA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA BACIA DO PARANÁ I

PROGRAMA CULTIVANDOÁGUA BOA

ESTRUTURA DE GESTÃO PROPOSTA

ESFERAS DE ATUAÇÃO - PROGRAMACULTIVANDO ÁGUA BOA

PROJETOS E AÇÕES PROPOSTAS NOPROGRAMA CULTIVANDO ÁGUA BOA

LEGENDA

SUGESTÕES DE PROJETOS E AÇÕES 

 

Figura 9.1 – Organograma representativo de interface das iniciativas e propostas para o de

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Porém, estes royalties pagos aos municípios não possuem um destino restrito

as ações ambientais, ao qual faz-se necessária uma nova política para a aplicação

destes recursos, visando um desenvolvimento sustentável e possibilitando o

gerenciamento das sub-bacias nos municípios contemplados com estes benefícios.

Outra proposta para o financiamento de ações de gerenciamento é a conexão

aos Estudos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) pertencente ao

programa Gestão por Bacias Cultivando Água Porã, desenvolvido pela ITAIPU, para

a implantação de MDL com bambu, visto este ter uma grande capacidade de

absorção de CO2 e ser classificado como C4, que se refere ao número de átomos de

carbono presentes no primeiro produto de fixação do CO2.

Os projetos desenvolvidos a partir do MDL são capazes de gerar reduções

Certificadas de Emissões (Certified Emission Reductions – CERs). Os CERs

gerados por projetos nos países em desenvolvimento, como o Brasil, podem ser

adquiridos pelos países industrializados ou empresas nesses países de forma a

atingirem suas metas de redução ou compensarem a omissão de medidas locais ou

internas. Estes certificados podem ser comercializados através das Bolsas de

Valores e de Mercadorias.

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo poderão ser

implementados nos setores energético, de transporte e florestal. No setor florestal,

pode-se falar em projetos de florestamento e reflorestamento, os quais permitem que

o carbono, pelo crescimento das árvores, seja removido da atmosfera. Assim, a

floresta plantada atuaria como um sumidouro de carbono ou promoveria, como tem

sido usado, o "seqüestro de carbono". Esse seqüestro é possível porque a

vegetação realiza a fotossíntese, processo pelo qual as plantas retiram carbono da

atmosfera, em forma de CO2 , e o incorporam a sua biomassa (troncos, galhos e

raízes).

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Com os créditos de carbono gerados, dentro de uma perspectiva de mudança

social e econômica, possibilitará a melhoria na qualidade de vida das comunidades

que dependem do meio ambiente para sua sobrevivência.

Concomitante ao projeto de MDL com bambu propõe-se a sua aplicação em

diversos setores, gerando emprego e renda na área de artesanato; mobiliário;

decoração interior; paisagismo; alimentação; laminado para forro e piso; uso do

carvão para tratamento da água; uso do ácido pirolenhoso como insumo para

agricultura; construção civil, podendo-se implementar oficinas do bambu nas

comunidades lindeiras a Bacia do Paraná III, com especial destaque para a

comunidade Avá-guarani.

O bambu é uma planta que possui fibras mais resistentes que o aço por

unidade de massa e constitui 6% da produção global de fibra, perdendo apenas para

a fibra da madeira. Possui rápida propagação e crescimento acelerado, sendo

considerado um recurso altamente renovável.

O Brasil conta com a maior diversidade de florestas endêmicas de bambu, sendo

que o estado do Paraná está entre os que possuem maior diversidade de florestasde bambu.

A promoção do arranjo produtivo do bambu explicita uma série de condições

favoráveis compreendendo alguns fundamentos importantes, que apontam para a

inclusão social e perspectivas de melhoria da qualidade de vida, sob o ponto de vista

da sustentabilidade.

Nesta mesma linha de raciocínio, prendem-se os trabalhos de melhoria daspropriedades na Bacia do Paraná III desenvolvido pela ITAIPU, que partiram do

princípio de que os modos de produção causam grandes impactos ambientais, na

maioria das vezes por desconhecimento. Para tal, lançou-se o Programa de

Agricultura Familiar composto por pequenos produtores.

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Uma vez que o projeto visa a sustentabilidade, fortalecimento da agricultura

familiar e melhorias na qualidade de vida dos agricultores e consumidores, diante de

uma análise do potencial da região, verifica-se a possibilidade da produção apícola

através da palmácea Cocus nucifera , o popular coqueiro. 

A apicultura é reconhecidamente uma atividade com participação ativa na

geração de benefícios sociais, econômicos e ecológicos.

Em todo o país, são centenas de milhares de empregos diretos, apenas nos

serviços de manutenção dos apiários, da produção de equipamentos e do manejo

dos produtos de mel, pólen, cera, geléia, apitoxina e polinização de pomares, dentre

outros.

É uma importante atividade para a diversificação da propriedade rural,

geração de emprego e renda, aumento da produtividade dos diversos cultivos pela

ação polinizadora das abelhas, além de fator preponderante para preservação do

meio ambiente.

Na região Oeste do Paraná a grande maioria dos municípios utilizam-se da

apicultura como fonte de renda. Em se tratando dos municípios lindeiros da Bacia do

Paraná III, obtiveram no ano de 2001 uma produção média anual de 372 toneladas

de mel. Essa produção, se bem manejada, sustenta um “marketing ecológico” devido

aos diversos produtos apícolas, garantindo desenvolvimento pra região.

O Cocus nucifera  é uma planta apícola de alto potencial de floração,

estendendo-se por todo o ano. Apesar da produção de coco na região ser baixa por

exigir solos arenosos, a ocorrência na Vila Bananal de plantações de coqueiros,correspondendo a 120 mil m2 e produção estimada de 300cocos/pé/ano, é passível

de manejo apícola, uma vez que venha a beneficiar a população local.

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O fato de a apicultura exigir sistemas orgânicos trás benefícios múltiplos, pois

estimula o produtor a não fazer uso de defensivos agrícolas; favorecendo-se da

produção natural hoje exigida pelo mercado consumidor, aumento da produtividade

acompanhada pelas alternativas de produtos apícolas devido a ação polinizadora,

além da geração de renda.

É nesta linha que se faz positiva a interface entre o que existe e o que se

propõe neste estudo, posto que o cultivo de coqueiros através da agricultura

orgânica e familiar trará maior rentabilidade e sustentabilidade para as comunidades.

Ainda dentro do projeto de agricultura orgânica e familiar, o manejo de

palmáceas e o manejo de bambu são fatores condizentes com os ideais das

propostas do projeto da ITAIPU binacional.

O manejo do Bambu faz interconexão com o Projeto de Agricultura Familiar

por ter um grande potencial de geração de renda devido a suas múltiplas utilizações.

No Continente Asiático, o bambu é uma das espécies do reino vegetal mais

utilizadas, sendo quase impossível relacionar suas várias e múltiplas utilizações.

O cultivo de espécies exóticas de palmáceas também pode abrir novas alternativas

para os produtores rurais e o próprio meio ambiente. A produção de pupunha e

palmeira-real, por exemplo, apresenta-se como uma alternativa de fonte de renda

para a comunidade e uma trégua para a mata atlântica que neste século,

principalmente na década de 50, foi vítima do extrativismo desordenado do Euterpe 

edulis , o popular palmito-juçara.

Sem a planta, aves ficaram sem alimento e o solo sem um de seus principaiselementos de proteção. Como o palmito Juçara é protegido por lei e seu manejo

segue normas muito rígidas, apenas palmitos de projetos aprovados pelo Instituto

Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) podem ser

explorados comercialmente.

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Para diminuir o problema e garantir a possibilidade do corte, uma das

principais opções para a comunidade rural é o plantio da palmeira-real, espécie

originária da Austrália, que pode ser cultivada na forma de lavoura em áreas

desmatadas.

A espécie também é uma alternativa para a reconstituição de mata ciliar que

impede o assoreamento dos rios, e seu valor comercial é semelhante ao do palmito-

 juçara. Além da palmeira real, outras espécies, como a pupunha (Bactris gasipaes ),

estão merecendo a preferência dos produtores devido à sua precocidade,

rusticidade e perfilhamento (produção de novos brotos). Enquanto o palmito-juçara

chega a ponto de corte aos 12 anos e a palmeira real aos quatro anos, a pupunhaatinge porte comercial em um ano e meio. O perfilhamento também garante uma

produtividade de 15 anos consecutivos às lavouras, enquanto que as outras

espécies não apresentam caráter de exploração contínua.

Uma das vantagens da pupunha é a camada morta formada pelas folhas, algo

que ajuda na devolução de nutrientes para a terra e diminui o uso de insumos

agrícolas.

Ela, ainda, mantém a cor clara após o corte, o que não é comum na espécie

Juçara. Isso facilita o processamento e oferece um tempo maior para a

comercialização in natura .

Eventualmente, caso haja a implantação da proposta apresentada neste

trabalho, os “palmiteiros” (coletores de palmito) sairão da clandestinidade e passarão

a atuar de maneira responsável dentro da cadeia produtiva do palmito, com a

geração de renda para as famílias, conservação da mata atlântica e melhorqualidade de vida.

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As ações devem ser descentralizadas junto aos municípios e às famílias

cadastradas. A parceria justificará o aumento da consciência ambiental, a coleta de

palmito, o plantio de sementes no campo, a produção de mudas em viveiros

florestais municipais, o plantio de mudas no campo e o comércio de palmito

registrado. A educação ambiental deve estar presente, promovendo a sensibilização,

a conscientização e a participação da comunidade.

Portanto, é inevitável a tomada de medidas que impeçam o contrabando do

palmito Juçara na região, principalmente, do Parque Nacional do Iguaçu. Segundo

Apolônio Rodrigues, chefe do setor de Manejo do Parque, “a derrubada das

palmeiras afeta em vários níveis os processos ecológicos e diminui a reproduçãodas espécies, fragilizando ainda mais a unidade de conservação”.

O artigo 225 do Código Florestal, em seu parágrafo primeiro e inciso VII,

assegura que cabe ao Poder Público “proteger a fauna e a flora, vedadas na forma

da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a

extinção de espécies ou submetem os animais à crueldade”.

É importante, portanto, que novas iniciativas surjam como alternativas derenda. O Paraná já tem um projeto definido para o plantio do palmito nas regiões

litorâneas, dessa forma serve de exemplo para que uma ação igual seja implantada

na Região Oeste do Paraná, contribuindo para a renda das comunidades e,

sobretudo, ir extinguindo o contrabando do palmito Juçara no Parque Nacional do

Iguaçu.

Essa ação pode envolver a participação da EMBRAPA, FAEP, IBAMA,

EMATER, IAPAR, IAP, Instituições de Ensino, ITAIPU, entre outras, a fim de motivare dar bases técnicas de um ideal cultivo e manejo sustentável para as comunidades

rurais.

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Para benefício de tal projeto propõe-se que as famílias, a fim de aumentar sua

renda, reflorestem áreas degradadas, preservem nascentes ou enriqueçam uma

floresta que esteja dentro de sua propriedade com mudas de palmeira-real ou

pupunha, fazendo posterior manejo da área plantada.

Torna-se necessário direcionar as políticas públicas para a promoção da

inclusão social, elevando a mobilidade social, combatendo as desigualdades

econômicas, territoriais, de gênero, raça, idade e condições informais de trabalho. A

exclusão social deve ser enfrentada por meio de políticas econômicas que

promovam o crescimento e a geração de empregos, por políticas sociais que

universalizem o acesso à proteção social e por políticas culturais emancipadoras.

A ampliação e diversificação de oportunidades de trabalho e negócios

dependem da redução do analfabetismo funcional, do aumento nos índices de

escolaridade e da disseminação da cultura científica. Pensando na disseminação da

cultura, aliada ao crescimento econômico, procurou-se identificar alternativas que

venham a fortalecer o desenvolvimento sustentável na Bacia do Paraná III.

Implantar Usina de Reciclagem da Fibra de Banana e de Coco é umaproposta inovadora e de fantástico aproveitamento na região da Bacia do Paraná III.

Procura-se destacar a iniciativa justamente pelas possibilidades que a atividade

possa vir a oferecer, bem como a perfeita interface que formará com os projetos já

desenvolvidos pelo Programa Cultivando Água Boa.

No mundo moderno, em que considerações ecológicas freqüentemente

condenam a utilização de materiais de difícil renovação ou não renováveis (turfas,

xaxim, vermiculita), bem como materiais de difícil biodegradabilidade (Poliestireno,Lã de rocha), as fibras vegetais certamente serão uma das melhores alternativas.

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Os rejeitos do coco verde geram volumes significativos e crescentes de

material, que atualmente são enterrados em lixões, causando problemas,

especialmente em grandes centros urbanos. A geração do rejeito corresponde a

85% do peso do fruto.

A fibra do coco é 100% reciclável, sendo um material versátil por possuir alta

resistência, durabilidade e resiliência. Esses materiais, além de fonte de matéria

orgânica, servem como fonte de proteínas, enzimas e óleos essenciais, passíveis de

recuperação e aproveitamento.

O coco maduro pode ser usado como combustível para caldeiras, ou na

manufatura de cordoalha, tapetes, estofamentos e capachos, estudos mais recentes

sugerem ainda a utilização do resíduo da casca verde na agricultura intensiva,

principalmente no cultivo de plantas ornamentais e hortaliças (Figura 9.2); na

indústria de papel; na engenharia de alimentos para complementação alimentar

humana e animal e na produção de enzimas; na indústria de construção civil e em

matrizes polimétricas.

Figura 9.2 - Xaxins produzidos a partir da fibra do coco.

A fibra da bananeira também revela-se ótima aliada ao desenvolvimento

sustentável. A idéia do uso da fibra para a geração de renda na Região Oeste do

Paraná surgiu a partir do conhecimento do sucesso de uma cooperativa de Minas

Gerais na produção de artesanato com uso da fibra da bananeira e, posteriormente,

analisou-se a potencialidade da região na geração da matéria-prima.

A Cooperativa Gente de Fibra, instalada no município de Maria da Fé/MG

trabalha com peças decorativas e utilitárias, feitas à base de papel, fibra debananeira e pigmentos de terra. Os trabalhos são exportados no Brasil e exterior. A

Fonte: Vivero Mario, 2003. 

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oficina conta com 30 artesãos que encontraram no trabalho alternativa de renda e

valor ambiental (Figura 9.3).

Figuras 9.3 - Artesãos da Oficina Gente de Fibra preparando a fibra dabananeira (à esquerda) e entrelaçando a mistura da fibra da bananeira com opapel Kraft (à direita).

Fonte: Cooperativa Gente de Fibra, Maria da Fé/MG.

Para o artista plástico responsável pela Oficina, Domingos Tótora,

"Preservar implica reaproveitar, reutilizar, além de não destruir, num ato de 

solidariedade com o meio e com as pessoas [...].Esse trabalho melhorou a vida de 

todos. É uma questão social” .

A potencialidade da região da Bacia do Paraná III encontra-se na VilaBananal, com a emancipação de Santa Terezinha de Itaipu e a criação do

reservatório de Itaipu, a Vila Bananal ficou isolada a 60 km do restante do Município

de Foz do Iguaçu e com difícil acesso, o que dificulta seu desenvolvimento. Na Vila

Bananal, residem 151 pessoas, sendo a grande maioria (75%) empregados nas

fazendas e vivendo em residências cedidas pelas mesmas.

Sua extensa área é ocupada por 22 propriedades rurais, sendo destas, 12

enquadradas como grandes propriedades rurais divididas da seguinte forma: (a)2.510 hectares de pastagens com um rebanho de 4.354 cabeças de gado; (b) 1.733

hectares de cultivos entre safra de verão normalmente com plantio de soja com uma

produtividade de 3000kg/h e safra de inverno dividida entre milho e trigo; (c) 200

hectares de plantio de bananeira com uma produção média de 6.000 a 8.000

toneladas ano; (d) 15 hectares de café com aproximadamente 15.000 pés e uma

produtividade de 5.000 sacas; (e) 12 hectares de coqueiros com início de

produtividade realizado em 2003 com uma produção aproximada de

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300cocos/pé/ano; (f) Além de pequenas áreas de reservas florestais mantidas pelas

propriedades desta localidade.

Há na região, devido ao cultivo de bananeiras, a produção de Balas deBanana feitas na própria comunidade e comercializadas em toda a região,

contribuindo para a geração de renda. Foi a partir deste cenário que se propôs neste

trabalho o uso múltiplo deste recurso vegetal utilizando a fibra da bananeira na

confecção de artesanatos, aumentando dessa forma as alternativas de renda da

população. Pode-se, ainda, inserir instalações de um centro de comercialização de

produtos artesanais e de informações turísticas.

A fibra processada pode ser usada na indústria têxtil e em toalhas de papel,

panos de limpeza, peças de vestuário descartáveis. Os resíduos podem ser usados

como complemento na ração animal, ou podem servir, após tratamento adequado,

como substrato para cultivo de fungos comestíveis. Outra possibilidade, também, de

uso desses resíduos é a compostagem, para fabricação de adubo.

Se for uma propriedade agrícola, em que a atividade principal é o cultivo de

vegetais, a compostagem e o uso para cultivo de fungos comestíveis podem ser omais indicado. Se nessa propriedade houver animais, talvez o acréscimo à ração

possa se mostrar interessante.

Dessa forma, o que era denominado resíduos do coco e banana, passam a

ser transformados em matérias-primas de processos produtivos de mercadorias

sofisticadas, ou seja, em oportunidades de geração de riqueza e de postos de

trabalho ao longo de uma cadeia agroindustrial.

Portanto, observa-se que a produtividade da Vila Bananal a coloca num

cenário de alternativas tanto para implantação de oficinas de reciclagem da fibra

da banana, bem como oficinas de reutilização do coco.

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As alternativas para uso dos resíduos da agroindústria da banana no Brasil

estão sendo intensamente estudadas por equipe da ESALQ (Escola Superior de

Agricultura Luiz de Queiroz, da USP). Em 1991 iniciaram esses estudos,

estabelecendo um convênio com a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e

Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Outra aliada a programas de produção

artesanal é o SEBRAE-MG e SEBRAE-ES. Os programas servem de modelo de

bases fundamentais para a implantação na região da Bacia do Paraná III.

Tais ações partem da interface entre o projeto Coleta Solidária e

Agricultura Orgânica, além de iniciativas de educação ambiental, ambos projetos

desenvolvidos pelo Programa Cultivando Água Boa. No domínio estadual, ainterconexão vale-se com o projeto “Paraná 12 meses” e “Desperdício Zero”.

O fato do artesanato de fibras de banana estar associado ao uso de papel, a

parceria entre o Projeto Coleta Solidária torna-se válida uma vez que os "agentes

ambientais" recolhem em média de 70 Kg de papel/dia.

A utilização dos resíduos das fibras vegetais na compostagem afirma a

parceria com o Projeto Agricultura Orgânica.Outras instituições capazes deformarem parcerias são: Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP);

EMBRAPA-Pr; SENAC; ARAFOZ; Empresa Brasileira de Assistência Técnica e

Extensão Rural (EMATER).

Ao combater a exclusão social a partir da promoção do desenvolvimento, com

a geração de empregos, o crescimento do mercado interno, o acesso ao

conhecimento e a distribuição de renda, Governo e sociedade estão dando passos

vigorosos na construção de soluções duradouras que possam enfrentar acriminalidade e a violência e que sinalizem para o povo brasileiro o começo de um

novo momento de paz e prosperidade em nosso país.

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Outra proposta de ação conjunta consiste na efetivação do corredor de

biodiversidade, através de criação de Reservas Particulares do Patrimônio

Natural (RPPN´s) e zonas tampões. 

As RPPN´s são áreas destinadas à conservação da natureza em

propriedades particulares. Foi criada em 1990, para legitimar as intenções

conservacionistas de proprietários rurais.A Lei 9.985 de 2000 que aprovou o Sistema

de Unidades de Conservação (SNUC), deu mais força as RPPN´s, tornado-as

categoria de Unidade de Conservação.

Nas RPPN´s, o dono da terra continua sendo o proprietário, que passa a

contar com o apoio de organizações no planejamento do uso, manutenção e

proteção dessas reservas.

As RPPN´s podem ser criadas em áreas onde sejam identificadas condições

naturais primitivas, recuperadas ou cujas características justifiquem ações de

recuperação, pelo seu valor paisagístico ou para preservação do ciclo biológico de

espécies vegetais e animais.Podendo nessas áreas realizar pesquisas científicas,

educação ambiental e ecoturismo, com apoio do IBAMA, empresas, prefeituras,ONG´s e instituições educacionais.

Aquele proprietário de terra que cria uma RPPN tem isenção do ITR (Imposto

Territorial Rural) para a área declarada, pode encaminhar projetos, com o apoio de

ONG´s, para o Fundo Nacional do Meio Ambiente, para financiar a manutenção da

reserva e tem prioridade na concessão de créditos agrícolas.

As RPPN’s podem ser consideradas como as melhores aliadas dos parques ereservas criados pelo governo, pois ajudam a proteger seu entorno, formando

corredores de vegetação que servem de abrigo e pontos de passagem de animais

silvestres.

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Esses corredores permitem a circulação da fauna, impedindo que grupos

familiares fiquem isolados entre si, o que geraria problemas de consangüinidade e

aumentaria os riscos de extinção, pois um corredor ecológico ou de biodiversidade é

um mosaico de usos da terra que ligam fragmentos de floresta natural através da

paisagem.

Os corredores ecológicos representam uma das estratégias mais promissoras

para o planejamento regional eficaz de conservação e preservação de flora e fauna,

com o desígnio de unir Reservas Legais, matas ciliares, RPPN’s, Parques Estaduais,

Municipais e Nacionais.

As reservas da biosfera devem se prevalecer de zonas que favoreçam sua

preservação. Tais zonas se compreendem entre as zonas núcleo, zonas tampão e

de transição.

A finalidade das zonas é apoiar a criação e o fortalecimento de espaços

territoriais especialmente protegidos a fim de conservar espécies, habitats,

ecossistemas representativos e a variabilidade genética dentro das espécies,

garantindo que os ecossistemas representativos mantenham suficiente proteção noque concerne ao equilíbrio ecológico destes.

A Zona Núcleo é a área ou um conjunto de áreas de proteção. A sua

exploração deve se restringir às pesquisas científicas e, em alguns casos, podem

ser utilizadas para uso extrativo das populações locais. A Zona Tampão funciona

como uma zona de amortização para proteger a área núcleo. E por fim, a Zona de

Transição é onde se podem desenvolver diversas atividades agrícolas, ocupação do

solo e outras formas de exploração.

A Lei Florestal paranaense define Zona Tampão em seu art. 10º como “a

porção territorial adjacente a uma unidade de conservação, submetida a restrições

de uso, com o propósito de protegê-la das alterações decorrentes da ação humana

nas áreas vizinhas”.

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A ligação destes remanescentes isolados por corredores de vegetação natural

é uma estratégia para mitigar os efeitos da ação antrópica e garantir a

biodiversidade nos mesmos. Dentre os princípios que regem a questão dos

corredores ecológicos, três merecem maior enfoque: o do desenvolvimento

sustentável, o da prevenção e o da proteção da biodiversidade.

Além da conscientização, uma medida que geralmente se revela eficiente em

médio prazo é a busca de alternativas econômicas para as comunidades da região.

Essas alternativas podem ser, por exemplo, o engajamento em atividades de

ecoturismo (guias, donos e funcionários de restaurantes, venda de produtos) ou a

confecção de produtos comercializáveis na RPPN, ou para seus visitantes(artesanato, doces, geléias, sucos com matéria-prima da região).

Faz-se necessária a participação de associações locais, que congregue

pessoas com interesses comuns, sirva para disseminar idéias e conseguir maior

apoio na resolução dos problemas da região. Além das entidades locais, é

importante que os proprietários de RPPN’s se organizem e se associem para

poderem ter mais força, tanto junto às instituições locais, entre elas prefeituras;

como às instituições federais, a exemplo o IBAMA.

O “Programa Município Verde” desenvolvido no Estado do Paraná busca

estudar incentivos legais à criação de RPPN’s, portanto, faz-se oportuno que tal

iniciativa some-se ao “Programa Biodiversidade Nosso Patrimônio”, desenvolvido

pela ITAIPU, a fim de implementar uma inter-conexão entre o Parque Nacional do

Iguaçu e de Ilha Grande (MS). Pode-se, também, integrar ao “Projeto Paraná

Biodiversidade”, prometendo uma associação essencial para conectividade dos

fragmentos e sensibilização de proprietários dessas áreas.

É excêntrico analisar a economia do Oeste do Paraná e não destacar a

grande potencialidade turística da região, onde 13,95% da população está vinculada

a atividades voltadas ao turismo.

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Diante deste quadro, considera-se o turismo uma grande ferramenta para a

geração de renda, desde que se torne sustentável. Pensando neste perfil, propomos

alternativas para a sustentabilidade turística da região.

Os conceitos de turismo sustentável e desenvolvimento sustentável estão

interligados, assim, segundo SWARBROOKE (2000), a expressão ‘turismo

sustentável’ refere-se ao “turismo que reconhece a importância da comunidade local,

a forma como as pessoas são tratadas e o desejo de maximizar os benefícios

econômicos do turismo para esta comunidade”.

Foz do Iguaçu foi sede dos Jogos Mundiais da Natureza em setembro de

1997.O evento trouxe à cidade cerca de 800 atletas reunindo uma série de

modalidades esportivas utilizando os recursos da água, da terra e do ar. Também se

envolveram na organização cerca de 5.000 pessoas.

Os Jogos Mundiais da Natureza foi incluído na agenda do Comitê Olímpico

Internacional para que uma segunda edição fosse realizada em 2001, fato que não

se realizou por motivos que possivelmente advieram de questões políticas e

administrativas.

Todavia, a par da probabilidade de que novas edições ocorram na região,

propõe-se a busca de iniciativas e alentos para que o evento ocorra novamente de

forma que traga maior rentabilidade para a população local. Para este fim, sugere-se

um plano de formação de guias constituído pela população local de modo que

promova o turismo sustentável na região.

No mundo do turismo sustentável, não se deve deslembrar dos benefíciosque os turistas buscam como alimentação saudável, alojamentos limpos e serviços

de qualidade. A par disso, discute-se a certificação em turismo sustentável. Para o

turista, um selo verde de aprovação significa que uma empresa está mais propensa

a proceder de acordo com aquilo que proclama.

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Servindo de alavanca para a proposta apresentada, o EMBRATUR criou, em

agosto de 1995, o “Programa Nacional de Municipalização do Turismo”, que visa

realizar o planejamento do turismo nos municípios com o objetivo de ajudar os

administradores municipais a colocar em prática o turismo sustentável em suas

comunidades e, com isso, descentralizar as gestões turísticas.

Neste passo, surge a oportunidade de incentivar o EMBRATUR a promover

um sub-programa que possa ser implementado na Região Oeste do Paraná. O sub-

programa pode, ainda, ser associado a outras instituições como IBAMA,

respondendo a iniciativas envolvendo a população do entorno do Parque Nacional

do Iguaçu; ITAIPU, que já possui programas sociais envolvendo inicialmentepopulações da Bacia do Paraná III; e o SENAC, que desenvolve um curso de

formação de guia de turismo e as instituições universitárias.

A Agenda 21 é um documento consensual para o qual contribuíram governos

e instituições da sociedade civil de 178 países num processo preparatório que durou

dois anos e culminou com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre

Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992, no Rio de Janeiro, também

conhecida por ECO-92.

Trata-se de um programa de ação fundamentado num documento de 40

capítulos, que constitui a mais ousada e abrangente tentativa já realizada de

promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando

métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica, a partir de um

processo de articulação e parceria entre o governo e a sociedade.

O Brasil, assim como os demais países signatários dos acordos oriundos daECO-92, assumiu o compromisso de elaborar e implementar a sua própria Agenda

21, de acordo com as suas peculiaridades.

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Poucos municípios brasileiros iniciaram a elaboração de suas Agendas 21

locais, mas já existem bons exemplos de localidades em etapas de construção e até

de conclusão desse processo participativo de planejamento, como a Agenda 21 do

Pedaço integrado no Programa Cultivando Água Boa, que visam contribuir na

transformação do desenvolvimento nacional com base no ideário da

sustentabilidade.

No município de Foz do Iguaçu, um convênio entre a Prefeitura Municipal e a

Faculdade União das Américas, possibilitou o desenvolvimento de um Programa de

Revitalização Ambiental da Sub-bacia do Rio Matias Almada, entregue a

comunidade em Agosto do corrente ano. Neste documento está sugerida a criaçãodo Comitê Gestor da Sub-bacia do Almada, iniciativa este que vem de encontro às

proposições do II Encontro do Programa Cultivando Água Boa, no qual foi sugerido

que em cada município da BPIII seja implementado pelo menos um Comitê Gestor

de Recursos Hídricos.

Outra sugestão do Programa de Revitalização refere-se à implantação de um

Centro de Interpretação Ambiental e de uma trilha interpretativa na Sub-bacia

do Almada. Iniciativa esta que irá promover um espaço de discussão e de realizaçãode encontros da comunidade engajada na elaboração da Agenda 21 do Pedaço e do

Comitê Gestor. A Trilha Interpretativa funcionará como espaço de sensibilização da

comunidade para a importância de se preservar os recursos naturais, com especial

atenção aos recursos hídricos.

A elaboração da Agenda 21 do Pedaço, referente à Sub-bacia do Rio Matias

Almada, deverá contar com a participação das instituições governamentais, da

sociedade civil, das lideranças locais e do Pólo Universitário de Foz do Iguaçu.

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10. CONCLUSÃO

Este trabalho procurou caracterizar a Bacia Hidrográfica do Paraná III em

âmbito físico, social e econômico, evidenciando as potencialidades regionais para a

recomendação de alternativas, que contribuam para uma adequada Gestão

Ambiental Territorial por Bacia Hidrográfica, integrada e descentralizada, entre Brasil

e Paraguai, visando a sustentabilidade ambiental, social e econômica.

Porém, buscou-se inserir novas propostas em interface com as já existentes,

garantindo a continuidade e reativação das mesmas, focalizando-as num ideário de

desenvolvimento sustentável, através da inclusão social juntamente com a educaçãoambiental.

Foram sugeridas novas ações conjuntas com os municípios pertencentes à

Bacia Hidrográfica do Paraná III, de forma que estes sejam co-responsáveis pela

recuperação e manutenção das sub-bacias pertencentes a eles, criando-se comitês

para cada uma delas. Para isso, recomendou-se o uso de recursos financeiros, tais

como os royalties  advindos da ITAIPU e do ICMS Ecológico, assim como novos

recursos, a exemplo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.

A interligação das ações propostas apresenta o Programa Agricultura Familiar

e Orgânica conectado ao manejo de palmáceas e de bambu, ao qual abrangem

novas sugestões, como implantação de oficinas do bambu, oficinas de artesanato,

usinas de reciclagem do coco e da banana e expansão do “Projeto Coleta Solidária”,

promovendo inclusão social, em destaque a comunidade Avá-Guarani.

Outra proposta de ação conjunta consiste na efetivação do corredor de

biodiversidade, através de criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural

(RPPN´s) e zonas tampões, para preservação do ciclo biológico de espécies

vegetais e animais.

A implementação de ações voltadas para o desenvolvimento da Agenda 21

do Pedaço, sugerida apenas para um dos municípios da BPIII, poderá se tornar uma

estratégia ampla para toda a bacia, a partir deste projeto piloto, assegurando assim,

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a efetivação do instrumento gerencial, administrativo e participativo de execução do

paradigma do desenvolvimento sustentável no âmbito local.

A proposição de um Turismo sustentável na Bacia Hidrográfica do Paraná III,deve reconhecer a importância das comunidades locais e maximizar os benefícios

advindos deste conceito, através de capacitação de guias, reativação dos Jogos

Abertos da Natureza e certificações ambientais, avaliando os serviços aos turistas

com práticas favoráveis ao meio ambiente.

Assim, todas as propostas visam a sustentabilidade econômica e sócio-

ambiental da Bacia Hidrográfica do Paraná III, sendo que as comunidades locais

devem se imcumbir da tarefa de assegurar a qualidade de vida e ambiental, através

da rejeição dos modelos de exploração destrutiva dos recursos naturais e buscando

proteção em benefício desta e das futuras gerações.

Porém, este documento exige uma maior discussão das idéias e propostas

aqui apresentadas, pois foram utilizadas apenas bases teóricas, necessitando de

estudos práticos para a efetivação das mesmas.

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