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Seção Gestão Cultural Texto escrito por Liliana Sousa e Silva. Socióloga, doutora em Cultura e Informação pela ECA/USP. Desenvolve estudos e pesquisas em políticas culturais e gestão cultural, além de prestar consultoria a instituições e projetos culturais.

Gestao Cultural

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Seção Gestão CulturalTexto escrito por Liliana Sousa e Silva. Socióloga, doutora em Cultura e Informação pela ECA/USP. Desenvolve estudos e pesquisas em políticas culturais e gestão cultural, além de prestar consultoria a instituições e projetos culturais.

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1. Apresentação

A   área   de   Gestão   Cultural   deste   site   apresenta   subsídios   para   os   processos   de concepção, planejamento, elaboração, gerenciamento e avaliação de projetos culturais. Com esses  conteúdos,  pretendemos  contribuir  para  o   trabalho  de  gestores   culturais, assim como fornecer material de apoio para a formação de agentes culturais locais. 

Para começar,  apresentamos uma definição de gestão cultural  e  damos  início  a uma conversa sobre os conceitos de cultura. Em seguida, trazemos algumas ferramentas que podem auxiliar  no desenvolvimento de projetos culturais.  Ao  final  de cada  tópico,  em “Para saber mais”, há indicações de sites e documentos complementares para consulta 1. Lembramos que os outros conteúdos do site (vídeos, debates e Saiba Mais) poderão ajudar  na qualificação do  trabalho dos gestores  e subsidiar  a  elaboração de projetos culturais.

1 Não nos responsabilizamos pela manutenção desses sites na web.

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2. O que é gestão cultural?

Gestão cultural é um conjunto de atividades relacionadas à concepção, implementação, gerenciamento e avaliação de planos, políticas,  programas,  projetos e ações voltados para  a  produção,   a   distribuição  e  o  uso  da   cultura.  Ela   busca  atender   a   demandas culturais da sociedade e promover o desenvolvimento de suas representações simbólicas.

Os  processos  de  gestão   cultural  podem dar­se   tanto  no  âmbito   de  organizações  da administração pública  –  como secretarias  de  cultura,  museus,  centros  culturais,  entre outras instituições –, como também em empresas, fundações ou institutos privados, em organizações da sociedade civil,  ou mesmo em grupos culturais  ou comunitários.  Em cada   uma   dessas   instâncias,   a   gestão   assumirá   características   específicas,   com diferentes graus de complexidade, e poderá recorrer a ferramentas de gestão que melhor se adeqüem aos seus objetivos.

A administração pública,  por exemplo, pode atender a determinadas necessidades de grupos ou indivíduos, ou mesmo desenvolver ações de interesse público (com foco no desenvolvimento de uma região, na geração de oportunidades de emprego e renda, na ampliação do acesso aos meios de produção e fruição cultural, na melhoria das condições de vida  da  população,  entre  outros  objetivos).  A  gestão no  âmbito  de  uma empresa privada   pode   visar   aos   retornos   institucionais   que   um   projeto   cultural   é   capaz   de proporcionar, ou às benesses fiscais obtidas por meio do uso da legislação de incentivo à cultura.   Uma   empresa   que   atua   no   mercado   cultural   pode   preocupar­se   com   a concorrência ou com produtos e serviços que gerem lucro. Uma organização sem fins lucrativos, por sua vez, pode privilegiar meios para garantir  a sustentabilidade de sua proposta ou mesmo a sua auto­sustentabilidade. Estes são apenas alguns exemplos que mostram a diversidade de objetivos possíveis e a complexidade que a gestão cultural envolve; para cada situação, haverá ferramentas de gestão mais ou menos adequadas, mas é importante lembrar que não há modelos gerais a seguir. 

Tendo em vista a variedade de situações em que a gestão é requerida, assim como a pluralidade   de   demandas   culturais   que   possa   vir   a   responder,   a   gestão   envolve criatividade na busca de alternativas e  inovação. Além disso, exige uma sensibilidade para a compreensão e a análise de dinâmicas sociais diversas, a capacidade de entender os processos criativos e de estabelecer relações de cooperação com o mundo artístico e suas diversidades expressivas.

Considerando que não existem modelos gerais, a gestão cultural precisa criar referenciais próprios   de   ação,   adaptados   às   suas   particularidades,   a   partir   do   conhecimento   do contexto no qual vai atuar. Como agente de mudança, o gestor precisa estar atento ao cenário cultural,   identificando demandas, potencialidades, desejos e fragilidades locais, assumindo, dessa forma, um papel de mediador que opera entre atores diversos.

A gestão cultural pode envolver uma perspectiva de curto, médio ou longo prazo; pode efetivar­se no âmbito de políticas, programas, projetos, ou mesmo em eventos ou ações pontuais. Neste site, a gestão será abordada sob o ponto de vista de um projeto cultural específico,   com   começo,   meio   e   fim   determinados,   e   serão   apresentadas   algumas ferramentas que podem contribuir para a sua viabilização.

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2.1 Para saber mais:

BARROS, José  Márcio. “Diversidade cultural  e gestão: apontamentos preliminares”.  IV ENECULT   –   Encontro   de   Estudos   Multidisciplinares   em   Cultura,   Faculdade   de Comunicação / UFBA, 2008. Disponível em http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14323­01.pdf. Acesso em 07/12/2009.O que o debate sobre a proteção e a promoção da diversidade cultural tem a ver com a questão da gestão cultural?  Deve­se buscar  uma gestão da diversidade cultural  ou a pluralização dos modelos de gestão?

CUNHA,  Maria  Helena.   “Gestão  cultural:   construindo  uma   identidade  profissional”.  III  ENECULT   –   Encontro   de   Estudos   Multidisciplinares   em   Cultura,   Faculdade   de Comunicação / UFBA, 2007. Disponível   em  http://www.cult.ufba.br/enecult2007/MariaHelenaCunha.pdf.   Acesso   em 07/12/2009.  Reflexão  sobre  o  processo  de  constituição  da  profissão  em gestão  cultural,   desde  a década   de   1980,   período   de   institucionalização   do   setor   público   de   cultura   e   da complexificação do mercado de trabalho.

MARTINELL, Alfons. “Los agentes culturales ante los nuevos retos de la gestión cultural”. Revista Iberoamericana de Educación, n. 20, mai/ago 1999.Disponível em http://www.rieoei.org/rie20a09.htm. Acesso em 07/12/2009.Reflexão crítica sobre o conceito de agente cultural utilizado nos países ibero­americanos.

Revista Observatório Itaú Cultural/OIC – n.6 (jul./set. 2008). São Paulo SP: Itaú Cultural, 2008. Disponível   em  http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/000991.pdf.   Acesso   em 07/12/2009.Reflexão   sobre  os  caminhos  para   formação  profissional   do  gestor   cultural.  Quais   os desafios que o setor público e as instituições privadas enfrentam para a formação e a qualificação de profissionais no campo da cultura?

SOUSA E SILVA, Liliana. “Gestão cultural na e para a cidade”. Cultura e Mercado. Artigo escrito para o Observatório Itaú  Cultural,  em maio de 2008, em colaboração de Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira. Disponível   em  http://www.culturaemercado.com.br/ideias/gestao­cultural­na­e­para­a­cidade. Acesso em 07/12/2009.A gestão cultural na e para a cidade parte da idéia de que os cidadãos são criadores de sua própria cultura, não apenas espectadores, o que implica em atuar com a cultura no plano do cotidiano. 

3. Gestão cultural e conceitos de cultura

Quando falamos em gestão cultural, a que cultura estamos nos referindo? Essa é uma questão que se colocará  para o gestor cultural,  pois ele  se verá  diante de diferentes concepções de cultura e terá que fazer uma escolha. A cultura não é uniforme em suas 

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propostas e conseqüências; ela pode envolver até mesmo visões diferenciadas (por vezes conflitantes) sobre  o que é  cultura  ou  o que se deve fazer com ela.  Assim, a gestão cultural vai além da simples aplicação de ferramentas de gestão; ela envolverá sempre uma escolha do “tipo” de cultura que se quer promover. 

O debate mais comum sobre conceitos de cultura em gestão cultural, assim como nas políticas culturais, é aquele que distingue o que seria um sentido amplo de um sentido restrito de cultura. Para Marilena Chaui  2,  a cultura, no sentido restrito, é  associada a determinadas práticas e idéias produzidas por grupos que se especializam em diferentes formas de manifestação cultural – as artes, as ciências, as técnicas, as filosofias. Sob esse ponto de vista, a cultura estaria relacionada a um saber especial, superior, restrito a determinados grupos. Já a cultura em sentido amplo pode ser entendida como o modo como   indivíduos   ou   grupos   respondem   às   suas   próprias   necessidades   e   desejos simbólicos;  é  o  conjunto de práticas,   idéias e  sentimentos que exprimem as  relações simbólicas dos homens com a realidade (natural, humana, sagrada). Nessa perspectiva, todos os seres humanos participam da cultura, seja como produtores de idéias, práticas e símbolos, seja como reprodutores da cultura estabelecida. 

O sentido amplo de cultura é freqüentemente associado ao conceito antropológico, que, em  linhas gerais,  entende a cultura como o conjunto  de padrões de comportamento, regras, costumes, valores, crenças, práticas e saberes acumulados e transmitidos dentro de um determinado grupo social. No entanto, vale assinalar que mesmo na Antropologia não existe uma definição única do que seja cultura, pois cada linha teórica adota uma perspectiva específica na abordagem que faz das dinâmicas culturais.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), buscando delinear uma definição abrangente de cultura para as políticas culturais, define cultura como:

conjunto de características distintas espirituais,  materiais,   intelectuais  e  afetivas  que caracterizam uma sociedade ou um grupo social. Abarca, além das artes e das  letras, os modos de vida, os sistemas de valores, as tradições e as crenças. 3 

É   importante  lembrar  que uma gestão cultural  que adote  o conceito  antropológico de cultura, que parta do pressuposto de que “cultura é tudo”, não consegue dar conta da amplitude dessa noção, nem gerar mecanismos capazes de viabilizá­la na prática. Assim, para   evitar   que   os   projetos   limitem­se   apenas   às   boas   intenções,   é   imprescindível reconhecer os limites de seu campo de atuação, adotando­se um conceito operacional de cultura. Ou seja, o gestor precisará definir, por si mesmo, o que atribui um caráter cultural ao   seu   projeto:   essa  definição   irá   corresponder   a   um   determinado   entendimento   de cultura.

Como exemplo, o Ministério da Cultura (MinC), desde o início da gestão de Gilberto Gil (2003),  adotou  um conceito  abrangente,  antropológico,  que  considera   três  dimensões interdependentes   da   cultura:   a   dimensão   simbólica,   relacionada   ao   imaginário,   às expressões artísticas e práticas culturais;  a cultura como cidadania e direito; a cultura 

2 CHAUI, Marilena et alii. Política cultural. Porto Alegre: Mercado Aberto/Fundação Wilson Pinheiro, 1984.3 UNESCO (Mondiacult, México, 1982).

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como economia, geradora de crescimento, emprego e renda. Essa definição norteia todos os programas da instituição e delimita, ainda que de forma bastante ampla, o escopo de suas ações.

3.1 Para saber mais:

Para aprofundar  a  discussão sobre conceitos de cultura e sua relação com a gestão cultural, consulte os materiais disponíveis neste site:

VÍDEOSO que é cultura? Programa Cultura VivaCultura e    Cidadania    Cultura e    Sustentabilidade    Cultura    e Educação    Cultura e Liberdade Cultura e Arte Cultura, Encontros e Diálogos Cultura Digital Redes Sociais A Teia 

DEBATESCultura e Sustentabilidade Cultura e Educação Arte e Pensamento Tradição, Memória e Ruptura Cultura Digital e Novas GramáticasRedes Sociais e Comunicação 

BOTELHO, Isaura. “As dimensões da cultura e o lugar das políticas públicas”. São Paulo em Perspectiva, 15 (2) 2001. Disponível emhttp://marista.edu.br/files/2009/01/as­dimensoes­da­cultura­e­o­lugar­das­politicas­publicas.pdf. Acesso em 07/12/2009.  O artigo analisa o universo cultural  sob a ótica das dimensões que permitem formular estratégias diversificadas de políticas públicas na área da cultura.

BRANDÃO, Carlos R. “Viver de criar – Cultura, cultura popular, arte e educação”.  TVE Brasil.Disponível  em  http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2005/lacp/tetxt1.htm.  Acesso em 07/12/2009.O autor mostra como os seres humanos são uma estranha espécie de seres vivos, pois apesar de possuírem uma mesma herança genética, criam maneiras diversas de ser e viver,  pensar e sentir,   falar  e expressar sentimentos, saberes e sentidos por meio de imagens e de idéias.

COELHO, Teixeira. A cultura e o seu contrário. São Paulo: Iluminuras, 2009, Capítulo 1 – “Nem tudo é cultura” (p. 17­48). 

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Disponível   em  http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/001054.pdf.   Acesso   em 07/12/2009.Para o autor, cultura não é o todo e nem tudo é cultura; cultura é uma parte do todo. A idéia antropológica, segundo a qual cultura é tudo, não serve para os estudos de cultura, menos ainda para os estudos e a prática da política cultural.

MARTINS, Maria Helena Pires. “A importância da arte na cultura”. EducaRede, O Assunto é. Disponível em http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=16&id_subtema=1. Acesso em 07/12/2009. Tudo é cultura? Sim e não, dependendo de usarmos o conceito amplo de cultura ou o conceito   restrito.  Nesse  texto,  a  autora discute questões como: cultura e arte,  cultura contemporânea,   aprendizado   cultural,   sugerindo,   também,   como   tratar   a   cultura   na escola.

4. Financiamento da cultura

O   financiamento   da   cultura   relaciona­se   ao   conjunto   de   iniciativas,   medidas   ou mecanismos capazes de prover recursos  financeiros para o desenvolvimento do setor cultural.  Existem diversas   formas  de   financiamento  da  cultura,  que  podem ser  assim resumidas:

• Fundos públicos (internacionais, federais, estaduais, municipais)• Receitas geradas pela comercialização de produtos e/ou serviços• Recursos   privados   provenientes   de   pessoas   físicas   ou   jurídicas   (investimento, 

doação ou patrocínio – com ou sem utilização das leis de incentivo fiscal à cultura)• Permutas ou apoios culturais

Em alguns países, como a França, prevalece a idéia de que a cultura deve ser subsidiada pelo  Estado;  assim,  várias  atividades  culturais   recebem subvenções  do  governo.  Em outros  países,   como  os  Estados  Unidos,   há   uma   forte   tradição  de   financiamento  da cultura  pela   iniciativa  privada  (seja  por  pessoas  físicas  ou   jurídicas),  com  institutos  e fundações empresariais que destinam fundos a diversos tipos de projetos e segmentos artísticos. 

No Brasil há um padrão misto de financiamento da cultura, que mescla recursos públicos a   “fundo   perdido”   (investimento   realizado   sem   expectativa   de   retorno   do   montante investido,   realizado   geralmente   pelo   Estado),   recursos   incentivados   (por   meio   da legislação de incentivo fiscal à cultura) e recursos privados de empresas (mediante apoio e/ou  patrocínio   corporativo,   com  intenção  de  ganho   simbólico   ou  de   imagem).  Cabe destacar que o setor cultural é formado por atividades rentáveis (geralmente ligadas às indústrias culturais)  e por atividades não rentáveis que, por não estarem  inseridas na lógica do mercado, precisam ser apoiadas por outras fontes. Dessa forma, para garantir a vitalidade   cultural   da   sociedade,   é   necessário   existir   uma   diversidade   de   fontes   de recursos para a cultura.

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A Agenda 21 da Cultura 4 defende que o financiamento público da cultura seja garantido por diversos instrumentos, como o financiamento direto de programas e serviços públicos, o   apoio   a   atividades   da   iniciativa   privada   por   meio   de   subvenções,   assim   como mecanismos   de   microcrédito,   fundos   de   risco,   entre   outros.   Também   considera fundamental a criação de sistemas legais que ofereçam incentivos fiscais às empresas que investirem em cultura, porém sempre tendo em vista o respeito ao interesse público. 

O financiamento público direto da cultura é efetivado por meio de repasse de verbas para a  manutenção de  instituições e   fundações culturais;  de  subsídios  a  artistas  e  grupos culturais; de fundos de cultura que financiam projetos de interesse público, geralmente por meio de editais (instrumentos de seleção pública de projetos).

No Brasil, o uso de editais para a seleção de projetos culturais é cada vez mais freqüente e   faz   com   que   a   destinação   dos   recursos   para   a   área   cultural   seja   feita   de   forma transparente,   com   regras   claras   e   critérios   objetivos.   As   seleções   públicas   são estratégicas para o acesso aos meios de produção da cultura e para o fortalecimento da diversidade cultural. É importante lembrar que os editais de fomento a projetos culturais não são exclusivos de órgãos da administração pública; hoje é  comum ver empresas privadas que lançam editais para a seleção de projetos, visando alinhar suas ações de patrocínio às estratégias de comunicação corporativa da empresa.

Dessa forma, entre as várias alternativas existentes (lembrando que ainda estamos longe de dar  conta  de   toda  a  demanda  do setor  cultural  brasileiro),  o  gestor  cultural  pode pleitear recursos para o financiamento de seus projetos culturais. Para isso, é importante ficar atento aos programas de fomento à cultura e editais lançados no país, não só na esfera governamental, mas também na iniciativa privada. Cada edital terá características específicas e o gestor precisará verificar quais são aqueles que poderiam abarcar os seus projetos.  Também precisa   levar  em conta  que muitos  editais  exigem que os  projetos estejam enquadrados nas leis de incentivo.

As  leis de  incentivo fiscal  à  cultura, por sua vez, podem ser consideradas como uma forma indireta de financiamento público. Esse mecanismo permite o abatimento de parte do valor investido em projetos culturais (desde que previamente aprovados pelo governo) nos  impostos devidos por pessoas físicas ou  jurídicas. Hoje no Brasil  existem leis de incentivo no âmbito federal, estadual e municipal. 

Conforme a esfera de governo, a dedução recairá sobre os impostos correspondentes, por exemplo: 

• Legislação federal – Imposto de Renda (IR)• Legislação estadual – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de 

Serviços (ICMS)• Legislação  municipal  –   Imposto  Predial  e  Territorial  Urbano   (IPTU)  ou   Imposto 

sobre Serviço (ISS)

4 A Agenda 21 da Cultura é um documento elaborado no “Fórum Universal das Culturas – Barcelona 2004” para orientar as políticas públicas de cultura.

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Embora contribua de fato para a ampliação dos recursos destinados ao financiamento da cultura, o uso das  leis  de  incentivo ainda é  polêmico.   Isso porque a maior parte dos recursos canalizados a projetos culturais é proveniente dos cofres públicos (uma vez que o governo abre mão de parte dos impostos que receberia). Porém, a destinação desses recursos  é   feita,  em  última   instância,  pelas  empresas,  que  decidem os  projetos  que querem   incentivar.   Assim,   projetos   que   estão   distantes   das   regiões   de   atuação   das empresas ou que não trazem retornos à sua imagem institucional, não conseguem ser beneficiados por esse mecanismo. Vivemos hoje no Brasil  5 um intenso debate sobre a continuidade, as mudanças ou possíveis revisões que precisam ser feitas nas leis, para que elas possam trazer benefícios de forma mais abrangente e democrática.

Por fim, as receitas próprias dos projetos podem ser obtidas por meio da comercialização de  ingressos,  produtos e/ou serviços derivados diretamente do processo de produção cultural,  ou   também da  venda  de  outros  produtos  e  serviços  oferecidos  em espaços próximos ao da realização das atividades. Também podem decorrer da aplicação dos direitos autorais,  com o pagamento de  royalties  aos criadores ou aos detentores dos direitos patrimoniais referentes às obras.

Direito AutoralA Lei nº 9.610, de 19/02/1998, ou Lei de Direito Autoral, regula os direitos de autor e outros que lhes são conexos.

O Direito de Autor ou Direito Autoral  é  o ramo do Direito Privado que regula as  relações   jurídicas,   advindas   da   criação   e   da   utilização   econômica   de   obras  intelectuais   estéticas   e   compreendidas   na   literatura,   nas   artes   e   nas   ciências.* (Carlos Alberto Bittar)

Direitos que os criadores intelectuais têm em relação às suas obras:

• Direito patrimonial – Formas de uso e exploração econômica da obra.• Direito moral – Direito do autor de ter a autoria da obra a ele atribuída.• Direitos   conexos   –   Direitos   reconhecidos   a   determinadas   categorias   que   auxiliam   na   criação, 

produção ou difusão da obra intelectual (direitos dos que utilizam obras intelectuais para manifestar seu talento ou realizar sua produção, mas que não são obrigatoriamente os autores).

Domínio Público

O Direito Autoral tem um prazo de proteção – quando termina o prazo, a obra deixa de pertencer ao domínio privado e passa a ser de domínio público (de uso  livre de  todos). De acordo com o artigo 41 da Lei  nº 9.610/98,   os   direitos   patrimoniais   do   autor   perduram   por   70   anos   contados   de   1º   de   janeiro   do   ano subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil.

*BITTAR, Carlos Alberto. Direito de Autor. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

5 A Lei Rouanet, por exemplo, há vários anos vem sendo objeto de debate devido às distorções que decorrem de sua aplicação. Em 2009, o Ministério da Cultura apresentou um projeto de lei para a sua reformulação.

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4.1 Para saber mais:

• BARBOSA, Frederico. “Os dispêndios com políticas públicas culturais em 2003”. In: BRASIL. Ministério da Cultura.  Instituto de Pesquisas Econômicas.  Economia e política cultural: acesso, emprego e financiamento. Brasília: Ministério da Cultura, 2007, p. 233­250. (Capítulo 8). Disponível   em  http://www.ipea.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=501. Acesso em 07/12/2009.O texto apresenta dados quantitativos e uma análise dos dispêndios culturais por esfera de governo, grandes regiões e unidades da federação, em 2003. Segundo o autor, nesse ano o financiamento público da cultura no Brasil ultrapassou 2 bilhões de reais.

• DURAND, José Carlos. “Cultura como objeto de política pública”.  São Paulo em Perspectiva,   15   (2),   abr/Jun   2001.   Disponível   em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000200010. Acesso em 07/12/2009. O  artigo   aborda  alguns   anacronismos,   ambigüidades,   indefinições  e   vazios   da gestão cultural pública no Brasil, do nível local ao nacional. 

• GOVERNO DA BAHIA /  Secretaria de Cultura.  Orientações para elaboração de projetos culturais. Salvador, BA: Fundação Cultural do Estado da Bahia, agosto de 2008.Disponível em http://www.fundacaocultural.ba.gov.br/editais/pdf/manual_projetos.pdf.   Acesso   em 07/12/2009. Esse manual foi  criado com o objetivo de capacitar agentes culturais, artistas e produtores, assim como informá­los sobre formas e possibilidades existentes de financiamento   da   cultura.   Em   “Oportunidades”   há   quadros   com   organizações, programas e editais de fomento à cultura.

• NASCIMENTO, Alberto Freire. “Política cultural e financiamento do setor cultural”. IV   ENECULT   –   Encontro   de   Estudos   Multidisciplinares   em   Cultura.   Salvador, UFBA, maio de 2008.Disponível em http://www.cdp.ufpr.br/ucap/anexos/organizacao_de_eventos/parte02/financiamento_cultura/politica_cultural_financiamento_setor_cultural.pdf.   Acesso   em 07/12/2009.No Brasil,  a histórica falta de recursos financeiros públicos para o setor cultural alimenta discussões sobre política cultural e modelos de financiamento da cultura. Nos últimos anos o setor empresarial   firmou­se como agente de financiamento, beneficiado pelas leis de incentivo fiscal nas várias instâncias de governo.

• SARKOVAS, Yacoff. “Quem Paga a Conta da Cultura”. Folha de S. Paulo, Opinião, Tendências / Debates, 09 de Julho de 2003.http://www.canalcontemporaneo.art.br/e­nformes.php?codigo=145#4 (livre). Acesso em 07/12/2009.

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Para o autor, a falta de compreensão sobre a natureza das fontes de financiamento da cultura levou boa parte do meio cultural a cometer equívocos estratégicos, como abrir mão de fundos públicos de financiamento e se tornar cúmplice de um sistema de   incentivo   fiscal   que   transfere   dinheiro   e   responsabilidade   públicos   para   o interesse privado.

• “Seminário Perspectivas do Investimento em Cultura”Palestras   proferidas   no   “Seminário   Perspectivas   do   Investimento   em   Cultura”, realizado pela Pinacoteca, Secretaria do Estado da Cultura e Governo do Estado de São Paulo em 2008. O seminário teve por objetivo fomentar o debate sobre o financiamento da cultura no país e a parceria entre a ação estatal e a sociedade civil. Disponível em http://www.jleiva.com.br/seminarios. Acesso em 07/12/2009.

Editais:

Ministério da Cultura – Observatório de editaisDisponível   em  http://www.cultura.gov.br/site/categoria/editais­ministerio­da­cultura. Acesso em 07/12/2009.Editais   do   Ministério   da   Cultura   e   seleções   públicas   de   iniciativas   de   empresas, instituições e entidades governamentais em todo o Brasil. 

Cultura e Mercado – EditaisDisponível   em  http://www.culturaemercado.com.br/category/editais.   Acesso   em 07/12/2009. Oportunidades de financiamento público e privado para empreendedores.

5. Ferramentas de gestão

5.1 Concepção e elaboração de projetos culturais

De maneira geral, “projeto” pode ser entendido como um instrumento de organização do trabalho, que abrange a descrição de etapas e recursos necessários para se alcançar um determinado objetivo. Segundo Hermano Thiry­Cherques 6, trata­se de uma organização transitória,  que compreende uma seqüência  de  atividades dirigidas  à  geração de um produto singular em um tempo dado.

De acordo com essa definição, um projeto terá um objetivo claramente identificável em termos de custos, prazos e qualidade; ou seja, terá um resultado, um produto, que pode ser um bem tangível ou intangível, um serviço ou mesmo um conjunto de idéias. Além disso, um projeto será transitório, o que significa que terá um ciclo de vida determinado, com começo, meio e fim; ele extingue­se quando o seu objetivo é alcançado. Por fim, um projeto é um conjunto articulado de ações, com uma seqüência de atividades.

6 THIRY­CHERQUES, Hermano R. Projetos culturais: técnicas de modelagem. Rio de Janeiro: FGV, 2006, p. 15.

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Na área cultural, os projetos ganham uma dimensão adicional:  são iniciativas voltadas para a ação sobre objetos reais e ideais que expressam valores espirituais – sentimentos  e conhecimentos – significativos para determinado grupo social. 7

A elaboração de um projeto é essencial tanto para a produção de uma atividade artístico­cultural,   como  para  a  solicitação  de  apoios  e  patrocínios.  O  projeto   deve   indicar   de maneira clara e objetiva as atividades que se pretende realizar, como, quando e onde irão ocorrer, quem as desenvolverá e qual será o seu custo total.

Um projeto nasce do desejo de uma pessoa ou grupo e de uma identidade artística ou cultural;   no  entanto,   se  não   levar   em conta  o   contexto  e  as  demandas   culturais   da sociedade, terá dificuldade para justificar­se. O processo de concepção e elaboração de um projeto cultural pode ser iniciado pela construção do “mapa do desejo” e do “mapa da demanda”, detalhados a seguir. 8 

Mapa do desejo 

O “mapa do desejo” ajuda a identificar o que inspira e motiva a pessoa ou o grupo de criação a elaborar um projeto, assim como a definir a sua identidade artística ou cultural. As questões abaixo podem ser úteis para a construção desse mapa e para subsidiar posteriormente a formulação do projeto cultural:

• O  que   o   projeto   cultural   irá   gerar?  Um  bem  artístico?  Um  serviço?   Um   novo conhecimento? Uma idéia? Qual (is)?

• Que linguagem artístico­cultural será priorizada?• Quais são os beneficiários potenciais do resultado do projeto? • Que tipo de relação com o público se deseja estabelecer?• Por que queremos desenvolver esse projeto específico?• Quais as finalidades do projeto?

Mapa da demanda

O   “mapa   da   demanda”   refere­se   às   circunstâncias   (culturais,   sociais,   econômicas, políticas, estéticas) que reclamam atitudes e que justificam a importância do projeto em um determinado contexto. Pode  reduzir as incertezas no momento inicial de concepção do projeto cultural e possibilitar um conhecimento mais aprofundado sobre as  variáveis que podem afetá­lo. As questões que ajudam na elaboração desse mapa são:

• Por que o projeto é importante?• Existe demanda para o projeto?• O momento econômico é favorável à realização do projeto?• Existem oportunidades evidentes para a ação que se pretende iniciar?• Existem ameaças e riscos? Quais são? Como lidar com eles? 

7 THIRY­CHERQUES, Hermano R. Op. cit. p. 288 A construção do “mapa do desejo” e do “mapa da demanda” foi inspirada no documento: “Como estruturar um projeto cultural”. PREFEITURA DA CIDADE DE LONDRINA. Incubadora de projetos – Um serviço cultural para toda a cidade, Rede da Cidadania.

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• O universo do projeto é  suficientemente conhecido ou serão necessários outros estudos?

• A   idéia   é   inédita?   Existem   outras   iniciativas   similares?   Caso   afirmativo,   qual poderia ser o nosso diferencial em relação a elas?

• Quanto, aproximadamente, poderá custar um projeto como este?• Quem poderia se interessar em financiá­lo?

Para subsidiar a elaboração dos mapas, pode­se recorrer aos materiais disponíveis neste site, tais como: VÍDEOSO que é cultura? Programa Cultura VivaCultura e Cidadania Cultura e Sustentabilidade Cultura e Educação Cultura e Liberdade Cultura e Arte Cultura, Encontros e Diálogos Cultura Digital Redes Sociais A Teia 

DEBATESCultura e Sustentabilidade Cultura e Educação Arte e Pensamento Tradição, Memória e Ruptura Cultura Digital e Novas GramáticasRedes Sociais e Comunicação 

5.2 Planejamento do projeto cultural

O planejamento – que pode ser situado na fase da “pré­produção” – é o momento de definição  das  estratégias  para  a   realização  do  projeto   cultural.   É   importante  dedicar atenção especial a essa etapa, para que o projeto tenha sucesso. O planejamento ajuda na determinação da direção a ser seguida para se alcançar o resultado desejado; é uma ação  que  possibilita  maior   eficiência  diante  das   condições  existentes  no  ambiente  e aumenta as possibilidades de êxito de uma iniciativa. Para Romulo Avelar  9, “planejar é abrir espaço no cotidiano para pensar o futuro”. 

Entre os itens a serem abordados no planejamento do projeto cultural, estão:

• Abrangência geográfica – Locais de apresentação, exposição ou distribuição do produto resultante do projeto.

• Logística da ação – Transporte, hospedagem, alimentação.

9 AVELAR, Romulo. O Avesso da Cena. Notas sobre produção e gestão cultural. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008, p. 176.

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• Logística da distribuição – Como o produto vai chegar até as pessoas? • Estratégia   operacional   –   Etapas   de   trabalho;   quem   faz   o   quê;   fluxo   das 

informações; perfil da equipe e dos fornecedores.• Estratégia de divulgação – Canais de comunicação adequados ao público­alvo, ao 

orçamento e à natureza do produto ou serviço.• Análise  jurídica – Direitos autorais  (verificação da possibilidade de utilização de 

uma obra); contratações; seguros; taxas e impostos aplicáveis.• Estratégias   para   o   extraordinário   –   Planos   de   contingência   para   eventuais 

ocorrências.• Cronograma estimado – Seqüência de atividades a serem desenvolvidas e prazos 

para a realização de cada etapa. • Composição   de   recursos   –   Previsão   de   receita;   recursos   próprios;   possíveis 

patrocinadores, apoiadores, parceiros; plano de cotas; programas de fomento; leis de incentivo.

• Montagem   de  checklist  –   Instrumento   de   verificação   e   acompanhamento   das atividades. 

5.3 Formulação de um projeto cultural

Ainda que a formulação de um projeto cultural varie de acordo com as características do grupo, do tipo de projeto, da linguagem artística, do possível financiador ou de formulários pré­definidos, existem componentes básicos para a sua elaboração. Ao preparar o projeto a partir dos itens elencados a seguir, o gestor poderá fazer as adaptações necessárias para enquadrá­lo em diferentes situações ou programas, para a captação de recursos ou mesmo para subsidiar a fase de execução das atividades.

Identificação do projeto

A primeira página do projeto  geralmente  traz  informações básicas que permitem uma rápida identificação de seu conteúdo, tais como:

• Título do projeto• Área   /  Modalidade  /  Segmento  em que se  encaixa   (artes  cênicas,  audiovisual, 

música, artes visuais, patrimônio cultural, literatura, cultura popular, cultura digital, entre outras)

• Identificação do proponente (entidade ou pessoa que propõe o projeto)• Local (is) de desenvolvimento• Período de abrangência (datas para início e fim)• Resumo executivo (resumo curto e objetivo do que será feito, para quem e com 

qual finalidade)

Objeto 

O que será feito?

Definição das principais características e produtos do projeto: se é uma ação, uma atividade ou um produto cultural.

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Onde será feito? 

Descrição da localização geográfica e dos espaços onde as ações irão ocorrer.

Objetivos

Para que o projeto será feito?

Os   objetivos   devem   ser   expostos   de   maneira   clara   e   sucinta,   expressando   os resultados esperados: produtos e benefícios (a curto, médio ou longo prazo).

• Objetivo geral: o que se pretende alcançar; produto final do projeto.• Objetivos específicos: ações que contribuirão para o alcance do objetivo geral.

Justificativa

Por que o projeto será feito?

Aqui   se   apresentam   as   motivações   e   razões   para   a   realização   do   projeto, enfatizando­se as circunstâncias que favorecem a sua execução, a  importância de sua   realização,   as   contribuições   para   seu   público­alvo   e   os   atributos   que   o diferenciam de outros projetos. 

É   o   momento   de   convencimento   da   importância   do   projeto   e   da   capacidade   do proponente em realizá­lo. Podem ser inseridos dados de diagnóstico que mostrem as vantagens que o projeto pode trazer e dados quantitativos para ilustrar os potenciais benefícios do projeto. 

Perguntas norteadoras:

• Como surgiu o projeto? Qual o seu histórico? Quais as motivações para formulá­lo?

• Em que contexto se insere o projeto? Qual a necessidade ou carência detectada? Qual a importância do projeto nesse contexto? 

• Que circunstâncias favorecem a sua execução?• Qual   o   diferencial   do   projeto?   (por   exemplo:   criatividade,   contemporaneidade, 

tradição, alcance social, inovação nas linguagens artísticas, entre outros)• Quais os benefícios que o projeto poderá trazer para a população?• Qual a experiência do proponente?

Aqui se apresentam:

• As vantagens estratégicas que o projeto pode trazer.• Os benefícios sociais que pode proporcionar.• A relevância do projeto no atendimento de demandas culturais da sociedade.• O impacto no contexto em que será desenvolvido.

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Público­alvo

Para quem o projeto será feito? 

Identificação do público que se quer atingir e expectativa de atendimento (quantidade direta e indireta de público). 

Perguntas norteadoras:

• Para quem o projeto foi pensado e proposto?• Qual o perfil do público­alvo?• Qual a estimativa de público?

Aspectos que podem auxiliar na definição do público: 

• Local onde o projeto será desenvolvido; condições de vida da população.• Linguagem   a   que   se   refere   (artes   visuais,   artes   cênicas,   música,   audiovisual, 

literatura etc.).• Proposta (experimental, popular, massiva, erudita etc.).• Faixa etária.

Estratégias de Ação / Metodologias

Como o projeto será feito?

Aqui   são  descritos  os  procedimentos,  etapas  e  estratégias  a  serem adotados  na execução do projeto. É importante apresentar domínio da metodologia, bem como a sua adequação aos objetivos do projeto, para demonstrar a capacidade de gestão do proponente.

Perguntas norteadoras:

• Como os objetivos do projeto serão alcançados?• Quais são as etapas do projeto?• Quais são os procedimentos para cumprimento de cada etapa?• Quem são os responsáveis por cada etapa? Que atividades desenvolverão?• Quais são os recursos disponíveis / necessários?

Recursos Humanos: quem vai realizar o projeto? 

o Definição da equipe; atribuições; requisitos para cada função; remuneração; fluxos de trabalho; formas de contratação; profissionais; fornecedores.

Recursos Físicos e Materiais: com que meios o projeto deve contar?

o Áreas físicas disponíveis / característicaso Áreas complementares necessárias

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o Material de consumo o Material permanente (mobiliário e equipamentos)

Recursos Institucionais: quais são as fontes de recursos? 

o Receitas   previstas,   programas   de   fomento,   leis   de   incentivo,   recursos próprios, patrocínios, apoios etc.

o Parcerias (instituições envolvidas e suas funções)

As etapas do projeto podem ser divididas em pré­produção, produção e pós­produção:

• Pré­produção: etapa de planejamento (delineamento da idéia, análise de contexto, definição das estratégias de trabalho e elaboração do projeto; definição da equipe; orçamento; cronograma; estratégias de captação de recursos).

• Produção:   fase   de   execução   do   projeto,   com   implementação   das   atividades previstas.

• Pós­produção: etapa de conclusão do trabalho (prestação de contas, avaliação dos resultados, elaboração de relatórios finais).

Plano de Comunicação

Como o projeto será divulgado? 

A montagem do Plano de Comunicação envolve as seguintes etapas:

• Identificação do público­alvo:  perfil  das pessoas a serem atingidas pelo projeto (faixa etária, sexo, classe social, crenças, atitudes, expectativas); quantidade de público (potencial de retorno da ação).

• Definição das estratégias de comunicação: indicação dos canais de comunicação que   serão   utilizados   para   a   divulgação   das   ações   (mídias   e   veículos   de comunicação – canais de rádio, TV, imprensa escrita, sites etc.) e dos materiais gráficos   (folders,   cartazes,   filipetas,   catálogos,   banners   etc.),   com   respectiva descrição (especificação do tipo de peça; dimensões). 

Plano de Distribuição

Como o produto será distribuído?

No caso de projetos que resultem em produtos concretos, como CDs, livros, jornais ou mesmo espetáculos, apresentações e exposições, indica­se aqui a tiragem do produto (quantidade), o número de ingressos e as formas para a sua distribuição. 

Alguns editais e  leis de  incentivo prevêem que 20% do produto sejam distribuídos gratuitamente – nesses casos,  pode­se  inserir  uma  lista  com entidades que serão beneficiadas (escolas, bibliotecas, museus, centros culturais etc.).

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Informações que integram o Plano de Distribuição:

• Número total de ingressos / exemplares• Cota para venda (preço normal / preço promocional)• Cota para patrocinador ou órgão financiador• Cota para distribuição gratuita• Previsão de receita

Cronograma 

Quando o projeto será realizado?

O cronograma é  uma  ferramenta  que situa  no   tempo as  ações ou procedimentos necessários para a realização do projeto:  identifica o  início e o fim de cada tarefa, mostra a sucessão de tarefas e o fluxo de trabalho.

Mais informações em: Ferramentas de gestão ­ Gerenciamento de projetos 

Orçamento

Quanto o projeto irá custar? 

O   orçamento   é   um   plano   financeiro   para   implementação   do   projeto   cultural,   que funciona   como   uma   referência   para   o   controle   de   gastos.   Um   bom   orçamento possibilita o correto dimensionamento do volume de recursos a serem captados, ajuda a evitar gastos por impulso e reduz as chances de prejuízo financeiro.

Perguntas norteadoras: 

• Qual o custo de cada etapa do cronograma?• Quais valores unitários e totais?• Qual o valor total do projeto?• Quais são as fontes previstas?

O orçamento pode ser apresentado em forma de planilha, na qual são discriminados todos os itens que envolvem despesas, com valores unitários e totais. Geralmente os projetos   prevêem   recursos   para:   pessoal   e   serviços;   infra­estrutura;   material   de consumo;   material   gráfico;   custos   administrativos;   comunicação   e   divulgação; impostos e taxas. 

O valor total do projeto é a soma de todos os itens da planilha. Vale considerar que a maioria dos editais possui uma cota limite de financiamento; caso o projeto extrapole o valor   determinado,   precisará   comprovar   a   existência   de   outras   fontes   de financiamento. 

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Os procedimentos para a montagem do orçamento são os seguintes: 10

1. Listagem dos itens de despesaListar minuciosamente todos os itens do projeto cultural que signifiquem despesas. É preciso levar em consideração as taxas e os impostos que incidirão sobre as operações; para isso, é importante consultar um contador sobre os recolhimentos obrigatórios que deverão ser pagos no projeto.

2. Classificação das despesasOs itens de despesa devem ser classificados de acordo com sua natureza, por exemplo: remuneração de pessoal, serviços de terceiros, materiais, despesas de comunicação, despesas administrativas etc. 

3. Realização de tomada de preçosCom a estrutura orçamentária em mãos, é  o momento de iniciar a pesquisa de preços.   Para   que   o   orçamento   seja   o   mais   preciso   possível,   é   recomendável efetuar pelo menos três cotações de cada item. 

4. Lançamento de valoresOs valores coletados são lançados na planilha, em suas respectivas rubricas (ou seja,   categorias   de   despesas).   Nesse   momento,   é   importante   acrescentar   um percentual  que   funcione  como  margem de  segurança.  Porém,  esse  percentual varia bastante no mercado e não existe um padrão a ser tomado como referência única.  

5. Revisão do orçamentoApós a finalização da planilha orçamentária, será possível conhecer o custo total do projeto cultural. Nesse momento é preciso avaliar o potencial de captação de recursos ou vendas para verificar a viabilidade do projeto.

10 AVELAR, Romulo. O Avesso da Cena. Notas sobre produção e gestão cultural. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008.

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Exemplo de planilha orçamentária (adaptada da planilha da Lei Rouanet):

Item 1­ Descrição das Atividades 2­ Quantidade 3­ Unidade 4­ Quantidade

5­ Valor Unitário

6­ Total da linha

7­ Total

Item de despesa Quantidade de cada item da 

coluna 1

Unidade de despesa 

referente à atividade 

mensurada na coluna 2

Quantidade de unidade de despesa descrita na coluna 3

Preço de cada 

unidade de despesa

Coluna 2X

Coluna 4X

Coluna 5

Soma dos totais de 

cada linha da Fase

1 PRÉ­PRODUÇÃOItens de despesas das atividades preparatórias do projeto (pesquisa, curadoria, levantamentos, serviços preliminares, direitos autorais etc.)Exemplo: Pesquisador 1 Mês 3Total de Pré­produção

2 PRODUÇÃO/EXECUÇÃOItens relativos à execução do projeto.Exemplo: Músicos 10 Faixa 14Exemplo: Aluguel de estúdio 1 Hora 50Total de Produção/Execução

3 DIVULGAÇÃO/COMERCIALIZAÇÃOPeças de divulgação do projeto.Exemplo: Folder ­ Projeto Gráfico

1 Serviço 1

Exemplo: Folder ­ impressão 1 Unidade 1.000Total de Divulgação/Comercialização

4 CUSTOS ADMINISTRATIVOSItens de administração do projeto, não da empresa. Exemplo: Coordenador do Projeto

1 Mês 5

Exemplo: Contador 1 Mês 5Total de Custos Administrativos

5 IMPOSTOS/RECOLHIMENTOSPagamento de CPMF e INSS Total de Impostos/Recolhimentos

6 ELABORAÇÃO/AGENCIAMENTO

10% do somatório das atividades de 1 a 5 

1 Serviço 1

Total de Elaboração e AgenciamentoTOTAL DO PROJETO (somatório de 1 a 6)

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5.4 Gerenciamento do projeto cultural

Checklist

Um checklist bem elaborado será um instrumento precioso no momento de execução do projeto. Sua utilização permite a checagem de cada procedimento necessário à realização do projeto, reduzindo a chance de eventuais esquecimentos. O registro do andamento das ações permite à equipe identificar as providências pendentes e favorece a tomada de decisões. 

A elaboração do checklist  inicia­se com a identificação das etapas e dos procedimentos necessários   para   a   concretização   do   projeto;   em   seguida,   essas   informações   são organizadas em  formulários,  o  que  facilita  o   lançamento  de  dados e  a  consulta  pela equipe.

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Exemplo de checklist (apresentação de espetáculo teatral): 11

Observação: os itens abaixo variam conforme as características do projeto cultural e devem ser  adaptados às necessidades específicas de cada ação.

Evento:Nome do espetáculo:Produtor:Informações sobre o espetáculo:

Diretor / Coreógrafo / Duração / Release / Direitos Autorais etc.Programação / Locais de apresentação:

Cidade / Data / Horário / Local de apresentação / Endereço / Telefone / Fax / Pessoa de contato / Mapa do espaço e equipamentos / Ingressos

Cachês:Forma de pagamento:Recibo:Contratos:Integrantes da equipe:

Nome / Função / DocumentoCronograma:

Dia ___/___ Atividades: Transporte (aéreo / rodoviário / traslados):

Equipe / Cenários / Figurinos /EquipamentosHospedagem:

Rooming list (Número de apartamentos single / casal / duplos / triplos)Alimentação (restaurantes / lanches):Camarins (itens necessários):Construção do cenário:Espaço cênico:

Características / DimensõesMaterial cênico:Equipamentos e materiais:

Descrição / Empresa locadoraMerchandising:

Inserção de logomarca / Venda de materialProgramação visual e produção de material gráfico:

Agência / Peças gráficas (especificações, logomarcas aplicadas) / Gráfica / Criação e produção de site / Produção de banners e placas

Assessoria de imprensa:Registro fotográfico:Registro em vídeo:Clipping (impresso e eletrônico):Distribuição do material gráfico:Segurança:Carregadores:Liberações:

SBAT – Sociedade Brasileira de Autores Teatrais / ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição/ Corpo de Bombeiros / Prefeitura Municipal

Patrocinadores:Apoiadores:Venda de ingressos:Envio de convites:

11 Adaptado do livro: AVELAR, Romulo.  O Avesso da Cena. Notas sobre produção e gestão cultural. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008, p. 182­198.

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Cronograma

A montagem de um cronograma – ferramenta de organização das atividades do projeto em seqüência temporal – é uma ação imprescindível para o bom gerenciamento do fator tempo. O cronograma permite a visualização de momentos críticos, confere maior clareza para a tomada de decisões e possibilita o controle dos prazos para cumprimento de cada tarefa.

A forma usual de montagem do cronograma é em uma tabela que contém as etapas do projeto e seu período de execução (pode ser por semana, quinzena ou mês). Geralmente é   dividido   em   pré­produção   (preparação,   momento   prévio   da   execução   do   projeto), produção   (execução  do  projeto)  e  pós­produção   (finalização  do  projeto).  Um método interessante  para  a  sua  montagem é   trabalhar   de   trás  para   frente,  obedecendo  aos seguintes passos:

1. Escolha da data ideal para lançamento ou estréiaDeve­se levar em conta o calendário da cidade ou região, as datas comemorativas, feriados,  eventos,  entre  outros  aspectos  que  possam  ter  efeitos  nas ações  do projeto.

2. Estabelecimento de datas­limite para cada atividadeUma  vez  definida  a  data  de   lançamento   ou  estréia,   inicia­se  a  montagem  do cronograma. O trabalho consiste em estabelecer datas­limite para o cumprimento de cada atividade. Em seguida, as atividades são encadeadas seqüencialmente, observando­se   a   existência   de   pré­requisitos   de   umas   em   relação   às   outras, considerando­se, também, as margens de segurança necessárias para garantir a estabilidade da produção.

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Exemplo de cronograma (no caso, o projeto é de montagem de uma peça teatral):

Fases EtapasMês

Data limite1 2 3 4 5 6 7

Pré­produção

Elaboração do projeto               Dia / Mês

Captação de recursos Dia / Mês

Direitos autorais               Dia / Mês

Composição da equipe               Dia / Mês

Produção

Locação de espaço               Dia / Mês

Ensaios               Dia / Mês

Locação de equipamentos e teatro               Dia / Mês

Criação e confecção de figurinos               Dia / Mês

Criação e confecção do cenário               Dia / Mês

Produção gráfica Dia / Mês

Montagem do cenário               Dia / Mês

Divulgação Dia / Mês

Temporada               Dia / Mês

Desmontagem do cenário                Dia / Mês

Pós­produção

Elaboração do relatório final               Dia / Mês

Devolução de materiais e objetos               Dia / Mês

Elaboração do relatório financeiro                Dia / Mês

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Gestão orçamentária

A partir do início efetivo das ações previstas no projeto cultural, as despesas começam a ocorrer. Nesse momento, é fundamental ter controle total sobre a execução dos gastos e buscar  a  otimização  dos   recursos  disponíveis.  A  planilha  orçamentária,  elaborada  na etapa de planejamento, servirá de guia e deverá ser consultada sistematicamente para que os valores previstos em cada rubrica não sejam excedidos. 

Caso   ocorram   fatos   imprevistos   ou   mudanças   nos   planos   previamente   traçados,   é possível   que   surja   a   necessidade   de   efetuar   ajustes   nas   rubricas   originais.   Essas alterações   deverão   levar   em   conta   o   montante   de   recursos   disponível   e   manter equilibrada a relação entre despesas e receitas. Se o projeto estiver sendo realizado com recursos provenientes de leis de incentivo fiscal à cultura ou de programas públicos de fomento, é fundamental seguir os trâmites indicados pelo órgão responsável para efetuar alterações na planilha orçamentária.

Durante   todo   o  processo,   é   fundamental  manter   organizados  os  documentos   fiscais, inclusive os comprovantes de recolhimento de taxas e impostos, para posterior prestação de   contas.   É   recomendável,   também,   lançar   paulatinamente   os   valores   gastos   nas planilhas   de   prestação   de   contas   indicadas   pela   organização   financiadora,   o   que contribuirá para o controle do orçamento.

Além da planilha orçamentária, outro instrumento valioso na gestão orçamentária é o fluxo de caixa, que permite o acompanhamento das entradas e saídas de recursos financeiros. Esse  instrumento  pode ser  montado na  forma de um quadro,  onde são  lançadas as receitas e as despesas. 

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Exemplo de quadro de fluxo de caixa: 12

Entradas

Fonte Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezSaldo do ano anteriorPatrocínio AApoio BBilheteria

Venda de produtosApresentações fechadasOutras

Total das entradas

Saídas

Despesa Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezPessoal

Materiais de consumoPassagens e hospedagemServiços de terceirosMaterial gráficoMídia

Despesas diversasTotal das saídas

Resumo

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezTotal das entradasTotal das saídasSaldo mensalSaldoacumulado

12 Adaptado do livro: AVELAR, Romulo.  O Avesso da Cena. Notas sobre produção e gestão cultural. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008, p. 232­233.

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Documentação

O registro do processo de trabalho poderá auxiliar na elaboração de relatórios parciais e do   relatório   final,  assim como na prestação  de contas  à   organização  financiadora.  A documentação gerada – fotografia, vídeo, áudio, textos, depoimentos etc. – poderá ser apresentada   ao   público   ou   à   imprensa,   ou,   ainda,   em   instrumentos   de   divulgação institucional. Além disso, contribuirá para a composição do  portfólio  do grupo, ajudando em futuros projetos, além de garantir a memória de projetos realizados. 

5.5 Avaliação do projeto cultural

A   avaliação  vem   se   tornando   uma   exigência   dos   financiadores,   que   querem demonstrações objetivas de que seus recursos foram bem aplicados e que conseguiram atingir os resultados esperados. No entanto, além de cumprir uma exigência externa, a avaliação pode ser um precioso instrumento de monitoramento da execução do projeto, de  correção  de   rota   (para  contornar  eventuais  problemas  que  surjam no  caminho)  e mesmo de verificação do alcance dos objetivos do projeto. 

A   avaliação   pode   ser   efetuada   a   partir   da   criação   de   indicadores   que   permitam   a comparação entre os resultados previstos e os resultados obtidos de fato com a execução do   projeto.   Os   indicadores   podem   ser   quantitativos   (por   exemplo:   número   de participantes, espetáculos, beneficiados etc.) ou qualitativos (visibilidade na mídia, grau de satisfação do público, uso da verba total do projeto, entre outros).

Perguntas norteadoras:

• O que precisa ser avaliado?• Como pode ser avaliado? • Quais os instrumentos adequados para a avaliação?• Como e para quem será apresentada essa avaliação? 

5.6 Para saber mais

GOVERNO DA BAHIA / Secretaria de Cultura. Orientações para elaboração de projetos  culturais. Salvador, BA: Fundação Cultural do Estado da Bahia, agosto de 2008.Disponível   em  http://www.fundacaocultural.ba.gov.br/editais/pdf/manual_projetos.pdf. Acesso em 07/12/2009. Esse   manual   foi   criado   com   o   objetivo   de   capacitar   agentes   culturais,   artistas   e produtores,   assim   como   informá­los   sobre   formas   e   possibilidades   existentes   de financiamento da cultura. 

Manual de Apoio à  Elaboração de Projetos de Democratização Cultural.  Programa de Democratização Cultural Votorantim.Disponível em http://www.blogacesso.com.br/forum/manual.pdf. Acesso em 07/12/2009.   

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Esse material de orientação, composto por manual e vídeo, foi criado para informar e contribuir para a elaboração de projetos que possam ampliar as oportunidades de práticas culturais para a população.

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA / Departamento Nacional.  O desafio de elaborar e viabilizar  projetos  culturais  sob as diretrizes  da  tecnologia  SESI Cultura.  Brasília,  DF: SESI­DN, 2007, volume 2.Disponível em http://www.sesipr.org.br/uploadAddress/O_Desafio_de_elaborar_e_viabilizar_projetos_culturais%5B13042%5D.pdf. Acesso em 07/12/2009.   O documento foi concebido para dar suporte aos gestores culturais do Serviço Social da Indústria (SESI) que atuam na área da cultura, no sentido da elaboração, enquadramento e realização de projetos culturais, assim como na utilização dos mecanismos públicos de fomento e incentivo.

6. Referências bibliográficas

“Agenda 21 da Cultura”. Revista Observatório Itaú Cultural/OIC – n.1 (jan./abr.2007). São Paulo, SP: Itaú Cultural, 2007.

AVELAR, Romulo.  O Avesso da Cena.  Notas sobre produção e gestão cultural.  Belo Horizonte, MG: Duo Editorial, 2008.

BARBOSA,   Frederico.   “Os   dispêndios   com   políticas   públicas   culturais   em   2003”.   In: BRASIL. Ministério da Cultura. Instituto de Pesquisas Econômicas.  Economia e política cultural: acesso, emprego e financiamento.  Brasília, DF: Ministério da Cultura, 2007, p. 233­250. (Capítulo 8). 

BITTAR, Carlos Alberto. Direito de Autor. Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária, 2005.

BOTELHO, Isaura. “As dimensões da cultura e o lugar das políticas públicas”. São Paulo em Perspectiva, 15 (2), 2001. 

CHAUI,  Marilena et  alii.  Política cultural.  Porto  Alegre,  RS:  Mercado Aberto/Fundação Wilson Pinheiro, 1984. (Tempo de Pensar, 1)

COELHO, Teixeira. A cultura e o seu contrário. São Paulo, SP: Iluminuras, 2009. 

DURAND,   José   Carlos.   “Cultura   como   objeto   de   política   pública”.  São   Paulo   em Perspectiva, 15 (2), abr/Jun 2001.

GOVERNO DA BAHIA / Secretaria de Cultura. Orientações para elaboração de projetos  culturais. Salvador, BA: Fundação Cultural do Estado da Bahia, agosto de 2008.

NASCIMENTO,  Alberto  Freire.   “Política  cultural  e   financiamento  do  setor  cultural”.  IV ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador, UFBA, maio de 2008.

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PREFEITURA   MUNICIPAL   DE   LONDRINA.   “Como   estruturar   um   projeto   cultural”. Incubadora de projetos – Um serviço cultural para toda a cidade, Rede da Cidadania. 

SARKOVAS,  Yacoff.   “Quem Paga  a  Conta  da  Cultura”.  Folha  de  S.  Paulo,  Opinião, Tendências / Debates, 09 de Julho de 2003.

THIRY­CHERQUES,   Hermano   R.  Projetos   culturais:   técnicas   de   modelagem.   Rio   de Janeiro, RJ: FGV, 2006.