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Gestão da sustentabilidade nas estradas
Caso de reabilitação da Marginal de Oeiras a Cascais
Bruno Filipe Castanheira Costa
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia do Ambiente
Júri
Presidente: Professor Doutor António Jorge Gonçalves de Sousa
Orientador: Professor Doutor Manuel Guilherme Caras Altas Duarte Pinheiro
Vogal: Professor Doutor Filipe Manuel Mercier Vilaça e Moura
Novembro de 2012
ii
AGRADECIMENTOS
Gostava de mostrar a minha gratidão a todos que de forma directa ou indirecta, contribuíram para a
presente dissertação.
Agradecer a Deus por me dar força interior para superar as dificuldades que foram surgindo e por
iluminar o meu caminho.
De seguida, mostrar a minha maior estima ao meu orientador Prof. Manuel Pinheiro pela
oportunidade de desenvolver esta dissertação, pela disponibilidade e empenho que demonstrou para
me auxiliar sempre que necessário e por todo o conhecimento transmitido ao longo da realização da
dissertação.
Aos Engenheiros das Estradas de Portugal, designadamente, Eng.ª Maria João Nunes, Eng.º Helder
Lourenço, Eng.º Pedro Carvalho, aos Engenheiros da Construtora HCI / HTecnic e ao Engº Mário
Alves pela disponibilidade e contributo na melhoria do desenvolvimento do sistema de avaliação
LiderA para infra-estruturas rodoviárias, bem como na cedência de dados.
Aos meus pais agradecer pela sua compreensão, afecto, dedicação, paciência e incentivo na minha
formação enquanto pessoa e na forma como sempre ambicionaram que a minha carreira académica
tivesse o maior sucesso possível.
À minha família pelo apoio sempre demonstrado, e um especial agradecimento à Nera, Ricardo e
Paulo.
A todos os meus amigos agradeço o apoio, amizade e todos os bons momentos de convívio que me
proporcionaram, em especial a dois grandes amigos, à Leonor e José Carlos. Por fim, quero destacar
outro grande amigo, o Filipe, pelo seu companheirismo e pelos momentos bem passados nos
trabalhos de grupo que realizámos ao longo do curso.
iii
RESUMO
Nos últimos anos as infra-estruturas rodoviárias registaram um grande desenvolvimento e expansão,
contudo o planeamento, concepção e construção destas infra-estruturas mantiveram-se praticamente
inalteradas, não existindo inovações no sector sobre os factores ambiental e social. Deste modo, é
importante para alcançar a sustentabilidade generalizar métodos e técnicas que contribuam para um
bom desempenho ambiental e socioeconómico na construção e reabilitação deste tipo infra-
estruturas.
Esta dissertação tem como objectivo apoiar a procura de boas práticas ambientais aplicadas às infra-
estruturas rodoviárias, que traduzam um elevado nível de desempenho ambiental numa perspectiva
de sustentabilidade. Para tal foram (1) revistas as boas práticas, (2) desenvolvidos níveis de
desempenho para o sistema de avaliação da sustentabilidade LiderA (de G a A++), quer utilizando
uma abordagem de ciclo de vida, quer referenciando soluções a aplicar e (3) testada a sua aplicação
num caso de estudo.
O caso de estudo foi a reabilitação de seis infra-estruturas rodoviárias na Estrada Nacional Nº6 (EN6)
que figurava como promotor as Estradas de Portugal (EP) e como empresa de construção a HCI /
HTecnic. Os locais de intervenção foram designadamente a Ponte sobre a Ribeira do Jamor, os
Muros de contenção da plataforma rodoviária na zona da Gibalta, a Passagem Superior ao Caminho-
de-Ferro, duas Passagens Inferiores e a Passagem Pedonal.
Os resultados obtidos sobre as várias infra-estruturas intervencionadas evidenciaram que as obras de
reabilitação tiveram boas práticas em critérios chave, sendo de destacar: Valorização territorial (C1),
Integração paisagística (C5), Gestão de Resíduos Perigosos (C20), Acessibilidade aos utentes (C24),
Trabalho local (C33) e Controlo das ameaças humanas (Security) (C39). Por outro lado, foi possível
aplicar a Avaliação do Ciclo de Vida com desenvolvimento de valores nos critérios Baixas
necessidades (C7) e Intensidade em carbono (C9) na fase de reabilitação do sistema LiderA.
A aplicação ao caso em estudo que consistia em várias tipologias de infra-estruturas rodoviárias
permitiu evidenciar que a metodologia desenvolvida é passível de ser aplicada de forma ajustada a
qualquer tipologia de obra nas rodovias e pode ser um referencial para apoiar a procura de boas
práticas.
Palavras-Chave: Sustentabilidade, Desempenho ambiental, Estradas sustentáveis, Infra-estrutura
rodoviária; Sistema LiderA, Avaliação do Ciclo de Vida
iv
ABSTRACT
In the last few years the road infrastructure suffered an important development and expansion.
However, planning, design and construction of these facilities remained almost the same, since there
were no innovations in the sector on social and environmental factors. Thus, it is important to achieve
sustainability, by generalizing methods and techniques which will contribute to a higher environmental
and socio-economic performance in the rehabilitation and the construction of such infrastructures.
The purpose of this dissertation is to develop the LiderA system by searching for good environmental
practices which may be applied to road infrastructure, that reflect a high level of environmental
performance, from a sustainability perspective. Thus it was (1) review the best practices, (2)
developed performance levels for the LiderA sustainability assessment system (G to A++), either
using a life cycle approach, or by referencing solutions to apply and (3) tested their application in a
case study.
The case study involve the rehabilitation of a road infrastructures on Estrada Nacional Nº 6 namely six
construction works promoted by Estradas de Portugal (EP) and the construction company is HCI /
HTecnic.
The intervention sites are including the Bridge over the river Jamor, the Retaining walls in the zone of
Gibalta, the Railway Overpass, two Underpass and the Crosswalk.
The results of the several infrastructures intervened showed that the rehabilitation had good practices.
The key environmental performance criteria were Territorial enhancement (C1), Integration landscape
(C5), Hazardous waste management (C20), Accessibility to users (C24), Local labor (C33) and
Control human threats (Security) (C39). Besides, it was possible to apply Life Cycle Assessment with
developing values in criteria, such as, Low energy consumption (C7) and Carbon Intensity (C9) in the
rehabilitation phase of LiderA system.
The application to the case study consisting of several types of road infrastructures allows us to
emphasize that this methodology is able to be adjusted and applied to any kind of typology of road
infrastructures.
Keywords: Sustainability, Environmental performance, Sustainable road, Road infrastructure, LiderA
system, Life Cycle Assessment
v
Índice Geral
Agradecimentos ........................................................................................................................................ ii
Resumo ................................................................................................................................................... iii
Abstract.................................................................................................................................................... iv
Índice de Figuras ................................................................................................................................... viii
Índice de Quadros ................................................................................................................................... ix
Siglas, Abreviaturas e Acrónimos ........................................................................................................... xi
Capítulo 1 – Introdução ........................................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento geral .............................................................................................................. 1
1.2. Hipótese, objectivos e metodologia ......................................................................................... 6
1.3. Organização da dissertação .................................................................................................... 8
Capítulo 2 – Gestão da sustentabilidade - estradas ............................................................................... 9
2.1. Green Roads – o caminho para a sustentabilidade de rodovias ............................................ 9
2.2. Civil Engineering Environmental Quality and Assessment Scheme (CEEQUAL) ................... 13
2.3. Avaliação de Ciclo de Vida e Ecologia Industrial ....................................................................... 16
2.4. Estradas Sustentáveis ........................................................................................................... 17
2.4.1. Principais características das Estradas Sustentáveis ........................................................ 17
Gestão dos Recursos Hídricos ...................................................................................................... 17
Energia do Ciclo de Vida e Redução de Emissões ....................................................................... 19
Reciclar, Reutilizar e Renovável .................................................................................................... 20
Conservação e Gestão de Ecossistemas ...................................................................................... 21
Benefícios Sociais .......................................................................................................................... 22
2.4.2. Desenvolvimentos futuros e suas potencialidades ............................................................. 24
2.5. Outros Aspectos distintivos a considerar .............................................................................. 25
Capítulo 3 – Caso da Obra e intervenções previstas ............................................................................ 26
3.1. Enquadramento e justificação da obra .................................................................................. 26
3.1.1. Ponte sobre a Ribeira do Jamor ao km1+550 da EN6 ....................................................... 28
Caracterização da obra .................................................................................................................. 28
Trabalhos de intervenção ............................................................................................................... 29
3.1.2. Muros de Contenção da Plataforma Rodoviária da EN6, na zona da Gibalta ................... 29
Caracterização de obra .................................................................................................................. 29
vi
Trabalhos de intervenção ............................................................................................................... 31
3.1.3. Passagem Superior ao Caminho-de-Ferro ao km 3+600 da EN6 ...................................... 31
Caracterização de obra .................................................................................................................. 31
Trabalhos de intervenção ............................................................................................................... 32
3.1.4. Passagem Inferior ao km 8+700 da EN6 ............................................................................ 32
Caracterização da obra .................................................................................................................. 32
Trabalhos de intervenção ............................................................................................................... 33
3.1.5. Passagem Pedonal ao km 10+660 em Carcavelos ............................................................ 33
Caracterização da obra .................................................................................................................. 33
Trabalhos de intervenção ............................................................................................................... 34
3.1.6. Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6 .......................................................................... 34
Caracterização da obra .................................................................................................................. 34
Trabalhos de intervenção ............................................................................................................... 34
3.2. Cronograma dos trabalhos das várias frentes de obra ......................................................... 35
Capítulo 4 – Aplicação ao Caso de Estudo ........................................................................................... 36
4.1. LiderA aplicado a Infra-Estruturas Rodoviárias ..................................................................... 36
4.1.1. Enquadramento ................................................................................................................... 36
4.1.2 Critérios ................................................................................................................................. 37
Integração local .............................................................................................................................. 37
Recursos ........................................................................................................................................ 38
Cargas ambientais ......................................................................................................................... 40
Serviço de acessibilidade ............................................................................................................... 41
Vivência socioeconómica ............................................................................................................... 42
Uso sustentável .............................................................................................................................. 43
Capítulo 5 - Fase de Reabilitação das infra-estruturas rodoviárias ...................................................... 44
5.1. Desenvolvimento dos limiares ............................................................................................... 44
5.2. Unidade Funcional ................................................................................................................. 53
5.3. Avaliação do Desempenho Ambiental .................................................................................. 53
5.3.1. Ponte sobre a ribeira do Jamor ..................................................................................... 54
5.3.2. Muros de contenção da plataforma rodoviária na zona de Gibalta ............................... 65
Capítulo 6 - Fase de Operação da infra-estrutura rodoviária ................................................................ 76
vii
6.1. Desenvolvimento dos limiares ........................................................................................... 76
6.2. Avaliação do Desempenho Ambiental .............................................................................. 82
Capítulo 7 - Discussão dos resultados e limitações .............................................................................. 88
Capítulo 8 –Conclusões e recomendações futuras .............................................................................. 90
Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 92
Anexos ..................................................................................................................................................... 1
ANEXO I – Sistema de avaliação Greenroads.................................................................................... 3
ANEXO II – Projectos-piloto do sistema de avaliação Greenroads .................................................... 5
ANEXO III – Quadro dos limiares dos muros de contenção na zona de Gibalta................................ 6
ANEXO IV- Resultados intermédios da ACV da Ponte sobre a ribeira do Jamor ............................ 12
ANEXO V- Resultados intermédios da ACV dos Muros de Contenção na zona de Gibalta ............ 14
ANEXO VI- Avaliações do desempenho ambiental e ACV das restantes obras .............................. 17
ANEXO VII- Quadro dos Limiares na fase de operação ................................................................... 20
ANEXO VIII- Imagens das obras de reabilitação .............................................................................. 34
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Níveis de Certificação do sistema Greenroads (Fonte: (Muench e Anderson, 2009)) ........ 12
Figura 2- Distribuição dos pontos de Créditos Voluntários (em percentagem total) nas cinco
categorias (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011) ............................................................................ 13
Figura 3 – As cinco áreas das estradas sustentáveis (Fonte: (Bryce, 2008) ........................................ 17
Figura 4- Mapa com a localização das seis infra-estruturas intervencionadas .................................... 27
Figura 5- Ponte sobre a ribeira do Jamor .............................................................................................. 28
Figura 6- Muros de contenção do lado norte e sul, respectivamente ................................................... 29
Figura 7- Passagem Superior ao Caminho-de-Ferro ............................................................................ 31
Figura 8- Passagem Inferior ao km 8+700 da EN6 ............................................................................... 32
Figura 9- Tabuleiro apoiado em encontros de alvenaria ....................................................................... 33
Figura 10- Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6 ........................................................................... 34
Figura 11- Níveis de desempenho ........................................................................................................ 37
Figura 12 – Capa do relatório do desempenho ambiental dos Muros de Gibalta ................................. 53
Figura 13- Energia primária total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativa à Ponte de
Jamor ..................................................................................................................................................... 56
Figura 14- Fases da ACV na Energia primária total (percentagem) relativas à Ponte de Jamor ......... 57
Figura 15- Emissões de dióxido de carbono equivalente total (percentagem) dividida pelos vários
materiais relativas à Ponte de Jamor .................................................................................................... 58
Figura 16- Fases da ACV nas emissões de dióxido de carbono (percentagem) relativas à Ponte de
Jamor ..................................................................................................................................................... 59
Figura 17- Emissões de fosfato equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais
relativas à Ponte de Jamor .................................................................................................................... 61
Figura 18- Emissões de dióxido de enxofre equivalente total (percentagem) dividida pelos vários
materiais relativas à Ponte de Jamor .................................................................................................... 62
Figura 19- Energia primária total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativa aos Muros de
Gibalta ................................................................................................................................................... 67
Figura 20- Fases da ACV na Energia primária total (percentagem) relativas aos Muros de Gibalta ... 68
Figura 21- Emissões de dióxido de carbono equivalente total (percentagem) dividida pelos vários
materiais relativas aos Muros de Gibalta .............................................................................................. 69
Figura 22- Fases da ACV nas emissões de dióxido de carbono (percentagem) relativas aos Muros de
Gibalta ................................................................................................................................................... 70
Figura 23- Emissões de fosfato equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais
relativas aos Muros de Gibalta .............................................................................................................. 73
Figura 24- Emissões de dióxido de enxofre equivalente total (percentagem) dividida pelos vários
materiais relativas aos Muros de Gibalta .............................................................................................. 74
ix
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1- Os quatro níveis de certificação do sistema Greenroads (Fonte: (Muench e Soderlund,
2011)) .................................................................................................................................................... 12
Quadro 2- Áreas de intervenção para o sistema de avaliação CEEQUAL (fonte: (CEEQUAL, 2008) . 15
Quadro 3- Duração dos trabalhos nas frentes de obra ......................................................................... 35
Quadro 4- Energia primária do Cimento Portland ( Fonte: (Cembureau, 2008)) .................................. 46
Quadro 5- Impactes ambientais da produção do Cimento Portland ( Fonte: (Cembureau, 2008)) ...... 47
Quadro 6- Energia primária na produção dos vários materiais............................................................. 47
Quadro 7- Emissões de Dióxido de Carbono equivalente na produção dos vários materiais .............. 48
Quadro 8- Emissões de Fosfato equivalente na produção dos vários materiais .................................. 48
Quadro 9- Emissões de Dióxido de Enxofre equivalente na produção dos vários materiais ............... 49
Quadro 10- Consumos de combustível e emissões de CO2 dos camiões (Fonte: (IPCC, 1997))........ 50
Quadro 11- Integração Local: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor ................ 54
Quadro 12- Recursos: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor ............................ 55
Quadro 13- Energia primária dos vários materiais relativa à Ponte de Jamor ..................................... 55
Quadro 14- Fases da ACV na energia primária total relativas à Ponte de Jamor ................................ 56
Quadro 15- Relativização de valores na Energia primária referente à Ponte de Jamor ...................... 57
Quadro 16- Emissões de dióxido de carbono equivalente dos vários materiais relativas à Ponte de
Jamor ..................................................................................................................................................... 57
Quadro 17- Fases da ACV nas emissões totais de dióxido de carbono equivalente relativas à Ponte
de Jamor ................................................................................................................................................ 58
Quadro 18- Relativização de valores das emissões de dióxido de carbono equivalente referente à
Ponte de Jamor ..................................................................................................................................... 59
Quadro 19- Consumo de combustível na obra relativas à Ponte de Jamor ......................................... 59
Quadro 20- Consumo de electricidade na obra relativas à Ponte de Jamor ........................................ 59
Quadro 21- Cargas Ambientais: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor ............. 60
Quadro 22- Emissões de fosfato equivalente dos vários materiais relativas à Ponte do Jamor .......... 61
Quadro 23- Emissões de dióxido de enxofre equivalente dos vários materiais relativas à Ponte de
Jamor ..................................................................................................................................................... 62
Quadro 24- Conforto Ambiental: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor ............ 63
Quadro 25- Vivência Socioeconómica: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor .. 64
Quadro 26- Uso Sustentável: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor ................. 64
Quadro 27- Integração Local: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta ............. 65
Quadro 28- Recursos: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta ........................ 66
Quadro 29- Energia primária dos vários materiais relativa aos Muros de Gibalta ................................ 67
Quadro 30- Fases da ACV na Energia primária total relativas aos Muros de Gibalta .......................... 68
Quadro 31- Relativização de valores na Energia primária referente aos Muros de Gibalta ................. 68
Quadro 32- Emissões de dióxido de carbono equivalente dos vários materiais relativas aos Muros de
Gibalta ................................................................................................................................................... 69
x
Quadro 33- Fases da ACV nas emissões de dióxido de carbono (percentagem) relativas aos Muros
de Gibalta .............................................................................................................................................. 70
Quadro 34- Relativização de valores das emissões de dióxido de carbono equivalente referente aos
Muros de Gibalta ................................................................................................................................... 70
Quadro 35- Consumo de combustível na obra relativas aos Muros de Gibalta ................................... 71
Quadro 36- Consumo de electricidade na obra relativas aos Muros de Gibalta .................................. 71
Quadro 37- Cargas Ambientais: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta ......... 72
Quadro 38- Emissões de fosfato equivalente dos vários materiais relativas aos Muros de Gibalta .... 72
Quadro 39- Emissões de dióxido de enxofre equivalente dos vários materiais relativas aos Muros de
Gibalta ................................................................................................................................................... 73
Quadro 40- Conforto Ambiental: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta ........ 74
Quadro 41- Vivência Socioeconómica: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta
............................................................................................................................................................... 75
Quadro 42- Uso Sustentável: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta ............. 76
Quadro 43- Integração Local: Áreas e critérios de base considerados na EN6 ................................... 82
Quadro 44- Recursos: Áreas e critérios de base considerados na EN6 .............................................. 83
Quadro 45- Cargas Ambientais: Áreas e critérios de base considerados na EN6 ............................... 84
Quadro 46- Conforto Ambiental: Áreas e critérios de base considerados na EN6 ............................... 85
Quadro 47- Vivência Socioeconómica: Áreas e critérios de base considerados na EN6 .................... 86
Quadro 48- Uso Sustentável: Áreas e critérios de base considerados na EN6 ................................... 87
xi
SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS
AAE - Avaliação Ambiental Estratégica
ACV – Avaliação do Ciclo de Vida
AIA - Avaliação de Impacte Ambiental
APA – Agência Portuguesa do Ambiente
CEEQUAL – Civil Engineering Environmental Quality and Assessment Scheme
EN6 – Estrada Nacional Nº6 que liga Oeiras a Cascais
EPA - Environmental Protection Agency
ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais
EUA – Estados Unidos da América
EURF- European Union Road Federation
FEHRL - Federation of European Highway Research Laboratories
Iqar- Índice de Qualidade do Ar
LEED - Leadership in Energy and Environmental Design
OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
TMDA – Tráfego Médio Diário Anual
UE – União Europeia
1
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO
1.1. ENQUADRAMENTO GERAL
1.1.1. Rodovias – Importância como elemento de acessibilidade
Na actualidade, a mobilidade favorecida pelos sistemas de transporte e pelas acessibilidades tem um
lugar central nas políticas de desenvolvimento económico e social das sociedades. É também um
factor decisivo na influência da qualidade ambiental (local, regional, nacional e global) e constitui um
grande desafio à sustentabilidade do nosso padrão civilizacional (Fernandes e Figueira de Sousa,
2007).
É de notar que a mobilidade cada vez mais se identifica com deslocações rápidas em percursos mais
longos e em segurança. Deste modo existe a necessidade de inter-relacionar os transportes, a
mobilidade e a acessibilidade com outras variáveis territoriais: ambiente, população e actividades
económicas. Assim, é possível compreender o modo como essas variáveis se articulam e se
desenvolvem em diferentes unidades espaciais, cujo objectivo principal é o de conseguir a máxima
qualidade e nível de vida das populações, proporcionando-lhes uma repartição mais justa e
equilibrada da riqueza e melhores oportunidades.
Nos dias de hoje, muitos países utilizam como instrumento das políticas de desenvolvimento regional
a construção de infra-estruturas rodoviárias, de forma a promover as dinâmicas sociais, económicas e
atenuar as assimetrias regionais. As políticas da Comissão Europeia relativas às Redes
Transeuropeias de Transporte têm tido como principal objectivo promover o desenvolvimento destas
redes de forma a servirem a totalidade do continente europeu, reduzindo efectivamente o custo do
transporte entre as várias regiões geográficas e económicas da União Europeia (Ribeiro e Antunes,
2010). Este tipo de investimento nestas novas infra-estruturas permite melhorar as acessibilidades
locais e contribuir para um aumento da mobilidade (Fernandes e Figueira de Sousa, 2007).
Cada vez mais, as viagens tanto de automóvel como de outros meios de transporte têm tendência
para aumentar, dado que os planos de carreira e as oportunidades de emprego implicam maiores
deslocações entre casa e o posto de trabalho. Para além disso, com o aumento da esperança média
de vida, sobretudo, nos países desenvolvidos aumenta a procura de lazer e de viagens de férias por
todo o mundo. De igual modo, as transacções de bens têm vindo a aumentar tornando essencial a
existência de uma boa rede de infra-estruturas.
No que respeita às infra-estruturas rodoviárias têm-se registado grande desenvolvimento e expansão
nos últimos anos, contudo o planeamento, concepção e construção de infra-estruturas rodoviárias
mantiveram-se praticamente inalteradas. Segundo (Vita, 2008) é importante a pesquisa de novos
materiais e novas técnicas de construção com o objectivo de inovar o sector, tendo em conta a
vertente ambiental.
A pesquisa deve ser centrada sobre os procedimentos e materiais que minimizem as emissões dos
gases de efeito estufa, e que garantam uma maior vida útil e manutenções reduzidas às infra-
estruturas rodoviárias (Vita, 2008).
2
Por outro lado, as infra-estruturas rodoviárias existentes devem ser preservadas, designadamente
pavimentos, obras de arte, sinalização e equipamento de segurança, através de uma estratégia
racional de conservação e de reabilitação (Pereira e Pais, 2007).
Numa rede rodoviária o pavimento constitui um dos elementos da infra-estrutura com maior
degradabilidade, dado que está sujeito a acções mais severas, quer do tráfego quer do clima (Pereira
e Pais, 2007).
A construção e a reabilitação das infra-estruturas rodoviárias devem procurar ser sustentáveis
integrando a dimensão técnica, económica, social e ambiental, este modo é fundamental estabelecer
uma ligação nas fases de projecto, construção e conservação (FEHRL, 2004).
Os autores (Pereira e Pais, 2007) defendem que em particular no contexto urbano, qualquer
intervenção deve integrar a legislação vigente, procurando soluções de continuidade da prestação do
serviço da estrada que compreendam uma análise global, abrangendo as componentes estrutural e
funcional da estrada, tais como o conforto e a segurança. Este processo deve ser inserido numa
análise socioeconómica e ambiental, procurando maximizar a qualidade oferecida a utentes e não
utentes e minimizando os impactes ambientais.
1.1.2. Impactes ambientais
Segundo o Decreto-Lei nº 69/2000 por impacte ambiental entende-se o conjunto das alterações
favoráveis e desfavoráveis produzidas em parâmetros ambientais e sociais, num determinado período
de tempo e numa determinada área (situação de referência), resultantes da realização de um
projecto, comparadas com a situação que ocorreria, nesse período de tempo e nessa área, se esse
projecto não viesse a ter lugar.
As infra-estruturas rodoviárias, assim como toda a construção que serve de base às actividades
humanas apresentam impactes significativos em todo o seu ciclo de vida (Pinheiro, 2006).
Antes da fase de construção das infra-estruturas rodoviárias é importante o planeamento e a gestão
do território baseando-se numa série de instrumentos legais, cuja finalidade é planificar e ordenar de
forma sustentável os espaços que constituem o território nacional. Deste modo, devem ser avaliadas
as consequências directas e indirectas da presença da rodovia, nas áreas regulamentares e
condicionantes identificadas na caracterização do ambiente. A escolha dos traçados e a sua
ocupação na fase de construção e exploração traduzem-se nos principais impactes.
Por outro lado, segundo (Pinheiro, 2011a) a paisagem é outro factor a ter em conta na projecção de
uma rodovia, assim, deve-se proceder a uma análise dos impactes na paisagem através do
cruzamento das características da paisagem identificadas na situação de referência, com os aspectos
do projecto que induzem impactes neste factor ambiental e que se traduzem nas características
visuais do projecto.
No que respeita aos impactes sobre o clima da região provocados pela construção de uma infra-
estrutura rodoviária consistem nos efeitos da radiação diferencial sobre as faixas de rodagem,
variações de temperatura, humidade e regime de ventos, tendo influência no conforto humano e no
comportamento animal. Também a utilização de diferentes tipos de materiais utilizados na
pavimentação comportam-se de forma diferente em relação aos processos de irradiação de luz e de
3
calor, podendo provocar algumas alterações no microclima, nomeadamente na camada de ar mais
junto ao solo ( Pinheiro, 2011a).
Atendendo à geologia e hidrogeologia do local onde se implementa a infra-estrutura rodoviária podem
sofrer vários tipos de impactes, tendo em conta que as infra-estruturas por se tratar de estruturas
lineares desenvolvem-se, geralmente, por grandes extensões, podendo atravessar múltiplas
formações geológicas. Esta situação potencia a ocorrência de alterações ao nível da geologia e da
morfologia, de acordo com as características inerentes a essas formações (Brilha e Sá, 2007).
A inclusão deste tipo de projectos poderá ter impactes ao nível deste factor, por intervenção das
actividades humanas, principalmente no decorrer da fase de construção, dado que é durante esta
fase que se procedem a escavações, com potencial interferência directa sobre a geomorfologia,
geologia e hidrogeologia locais, uma vez que poderá haver alteração dos taludes e do sistema de
drenagem superficial (Brilha e Sá, 2007).
Os autores (Brilha e Sá, 2007) referem que ao nível do solo e uso do solo, a ocorrência de impactes
provocadas pelas infra-estruturas em causa verifica-se quando existe uma perda de capacidade de
uso do mesmo, por ocupação de área ocupada e/ou por alteração das características físicas,
químicas ou mecânicas dos solos.
A implantação de um projecto rodoviário poderá ter impactes ao nível dos recursos hídricos, por
intervenção das actividades humanas, sobre a quantidade e qualidade dos recursos hídricos
superficiais, quer durante a fase de construção, quer durante a fase de exploração.
Estes impactes traduzem-se na possibilidade de alteração dos percursos de linhas de água
(usualmente de carácter temporário), no transporte de materiais/contaminantes, com implicações no
respectivo caudal e nas características de qualidade da água, bem como os impactes nos respectivos
usos, em especial em zonas mais sensíveis.
A qualidade do ar é outra componente a ter em conta, na fase de construção, os principais impactes
negativos decorrentes de projectos rodoviários podem consistir nos seguintes aspectos: aumento de
poeiras e partículas em suspensão originadas pelas movimentações de terras, circulação de veículos
em pisos não asfaltados e em desmatações. Para além disso, outros impactes criados são a emissão
de compostos orgânicos voláteis e partículas, originados nas actividades de preparação e aplicação
de asfalto betuminoso, bem como o aumento da emissão de gases de combustão e partículas,
provenientes principalmente das emissões dos veículos e de outras máquinas de apoio a obra (
Pinheiro, 2011a).
Na fase de exploração os principais impactes negativos decorrentes de projectos rodoviários podem
resultar do aumento das emissões de poluentes atmosféricos pelos veículos motorizados que utilizam
a rodovia. De entre os poluentes atmosféricos dos veículos motorizados são de referir, partículas,
SO2, CO, NOx, hidrocarbonetos, entre outros (Moura, 2011).
Relativamente ao nível do ambiente sonoro, as alterações produzidas pela implantação de infra-
estruturas rodoviárias, nas suas diversas fases, devem-se a acções humanas, nomeadamente as
acções de construção de infra-estruturas, movimentação de veículos pesados e funcionamento da
maquinaria. Durante a fase de exploração, o funcionamento de uma rodovia constitui uma potencial
fonte de ruído, devido aos veículos em movimento, ou seja, o ruído derivado do funcionamento do
4
motor, do escape e da interacção pneu-pavimento da rodovia. Essencialmente no período nocturno, o
grau de incomodidade poderá ser bastante elevado junto dos receptores sensíveis.
É importante salientar que a flora e a fauna também são afectadas na construção destas infra-
estruturas, nomeadamente nos impactes resultantes da remoção do coberto vegetal.
Em relação à fauna os principais impactes são destruição e alteração dos habitats, o efeito barreira,
que resulta da dificuldade mecânica de transposição da rodovia e do afastamento dos animais,
devido ao aumento dos níveis de perturbação iniciando-se na fase de construção e continuando a
ocorrer na fase de exploração. Além disso, deve-se ter em conta a mortalidade por atropelamento de
espécies, que ocorre principalmente na fase de exploração.
Outro factor relevante é o património cultural, na fase de construção os principais impactes
decorrentes deste tipo de projecto ocorrem normalmente na afectação do património arqueológico,
arquitectónico existente.
É de notar que a produção de resíduos nas fases de construção/reabilitação destas infra-estruturas
devido às suas grandes dimensões geram uma elevada quantidade de resíduos (Mália e Brito, 2011).
Por fim, segundo ( Pinheiro, 2011a) a componente social é considerado como um dos factores com
maior relevância em projectos rodoviários. Com a sua análise pretende-se, por um lado, identificar as
principais características sociográficas da área em estudo e por outro, evidenciar as potenciais
afectações, directas e indirectas, associadas a implantação do traçado proposto e das alternativas em
estudo.
Na fase de construção os principais impactes correspondem à afectação da zona física da rodovia e
perda da função presente, a expropriações necessárias à implantação do traçado, bem como à
criação de algum emprego a nível local, face à necessidade da contratação de trabalhadores para o
desenvolvimento das obras. Para além disso, a presença de trabalhadores ou rendimentos do
trabalho pode contribuir, positivamente e temporariamente, para dinamizar a economia local, ao criar
rendimento, por exemplo na restauração e hotelaria, entre outros.
Na fase de exploração, alguns dos impactes a considerar são o favorecimento das acessibilidades,
não só em termos de diminuição da distância-tempo, mas também do custo associado, para além de
se assistir a um aumento do conforto dos utentes e a um aumento da proximidade de áreas sociais e
relações de vizinhança. Também pode surgir outros impactes sobre a população local,
nomeadamente, nas actividades relacionadas pelo tráfego automóvel, assim como, eventuais
mudanças nas estruturas económicas locais, motivadas pela maior aproximação aos mercados (de
capital, de trabalho, de recursos e matérias-primas), entre outros.
1.1.3. Desafios futuros na procura da sustentabilidade
O sector dos transportes rodoviários está adaptar-se à nova realidade e aos desafios que a
sociedade enfrenta. Apesar das previsões pessimistas devido à actual situação económica, não é de
se esperar um elevado aumento ou diminuição do transporte de passageiros, assim como no
transporte de mercadorias (EURF, 2009).
No entanto, seja qual for o cenário, a restrição da disponibilidade de financiamento para
investimento em infra-estruturas de transporte será contraproducente para a sustentabilidade. As
5
redes de infra-estrutura rodoviárias precisam de ser mantidas em qualquer circunstância, de forma a
garantir segurança necessária para os utentes da rodovia, assim como a manutenção em boas
condições das infra-estruturas para permitir boas acessibilidades à população.
Deste modo, é importante para alcançar a sustentabilidade generalizar métodos e técnicas que
contribuam para bom desempenho ambiental na construção/reabilitação deste tipo infra-estruturas.
Segundo (EURF, 2009), a infra-estrutura rodoviária é o elemento fundamental no sistema de
transportes europeus, e propõe:
desenvolver uma abordagem comum na procura da sustentabilidade nas estradas entre as
instituições europeias e partes interessadas tendo em conta os diferentes cenários
necessários para áreas urbanas e áreas rurais;
comunicar sobre uma nova abordagem com base nos critérios de desempenho – as estradas
devem ser entendidas a partir de uma perspectiva global, não só como geradoras de
impactes ambientais negativos, mas também como promotoras de riqueza, de apoio à
economia, criadoras de emprego, entre outros;
promover e expandir a investigação da União Europeia (UE) destinadas a reduzir os
impactes ambientais das infra-estruturas rodoviárias em todas as fases e estimular o
desenvolvimento dos seus benefícios socioeconómicos;
informar os cidadãos sobre as práticas sustentáveis nas infra-estruturas rodoviárias até agora
alcançadas e sensibilizar os mesmos sobre soluções que se traduzem num melhor
desempenho ambiental.
A reabilitação da rede rodoviária assumirá no futuro muito próximo uma importância que deverá
conduzir à adopção de uma visão proactiva na procura da sustentabilidade com base no domínio da
gestão rodoviária (Pereira e Pais, 2007).
Em Portugal, foi publicado segundo o Decreto-Lei nº 222/98 o Plano Rodoviário Nacional, que
consiste num documento legislativo que define a rede rodoviária nacional do continente, que
desempenha funções de interesse nacional ou internacional. O Plano referido engloba todas as infra-
estruturas rodoviárias construídas em zonas urbanas e rurais onde presentemente essas infra-
estruturas se encontram em fase de reabilitações.
No que respeita à legislação ambiental em vigor sobre a construção deste tipo de infra-estruturas
consiste no recurso a um instrumento preventivo da política de ambiente, designadamente, a
Avaliação de Impacte Ambiental (Decreto-Lei nº 69/2000), outro instrumento legal é o Regulamento
Geral do Ruído (Decreto-Lei nº 9/2007), e a Lei da Água (Decreto-Lei nº 54/2005).
O que se pretende tratar na dissertação é avaliar o nível de desempenho na procura da
sustentabilidade na aplicação a um caso concreto de reabilitação de várias infra-estruturas
rodoviárias em Portugal.
O caso concreto refere-se às obras de reabilitação da Estrada Nacional Nº6 que liga Oeiras a Cascais
(EN6) e consistem em seis infra-estruturas rodoviárias, nomeadamente, Ponte sobre a Ribeira do
Jamor ao km 1+550 da EN6, os Muros de contenção da plataforma rodoviária na zona da Gibalta
desde o km 2+830 ao 3+600 da EN6, a Passagem Superior ao Caminho-de-Ferro ao km 3+600 da
6
EN6, a Passagem Inferior ao km 8+700 da EN6, a Passagem Pedonal ao km 10+660 da EN6 e a
Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6.
1.2. HIPÓTESE, OBJECTIVOS E METODOLOGIA
1.2.1. Hipótese
A hipótese da dissertação é verificar se é possível desenvolver e aplicar limiares para identificar o
nível de procura da sustentabilidade de forma objectiva e útil a uma infra-estrutura rodoviária, tanto na
fase de reabilitação como na fase de operação, e tal poder contribuir para alcançar um bom
desempenho ambiental.
1.2.2. Objectivos
A presente dissertação de Mestrado tem como objectivo geral de estudo a procura de boas práticas
ambientais aplicadas às infra-estruturas rodoviárias, e que traduzam um elevado nível de
desempenho ambiental numa perspectiva de sustentabilidade.
Os objectivos específicos são: (1) desenvolvimento de níveis de desempenho (limiares); (2) utilização
e teste desta base de avaliação do desempenho na procura da sustentabilidade da EN6 tanto na fase
de reabilitação das várias infra-estruturas, como na fase de operação, isto é, na fase de serviço para
a comunidade.
1.2.3. Metodologia
As principais etapas metodológicas consideradas foram:
Identificação das boas práticas ambientais nas rodovias;
Identificação de níveis de bom desempenho e a sua tradução em níveis de limiares (classes);
Avaliação do desempenho do caso de reabilitação da EN6
Avaliação crítica
A metodologia tem por base o recurso a um sistema de avaliação ambiental para infra-estruturas
rodoviárias, cuja finalidade é avaliação do desempenho ambiental deste tipo de infra-estruturas. O
sistema de avaliação usado foi o Sistema LiderA, cujo próprio sistema foi desenvolvido e reformulado
tendo em conta o estado de arte actual. Deste modo, foi realizado uma pesquisa sobre sistemas de
avaliação de infra-estruturas rodoviárias internacionais, designadamente, o sistema de avaliação
Greenroads dos Estados Unidos da América (EUA), assim como o sistema avaliação Civil
Engineering Environmental Quality and Assessment Scheme (CEEQUAL) do Reino Unido.
O sistema referido é composto por um conjunto de áreas que integram um conjunto de vertentes
focadas sobre este tipo de infra-estruturas, assim como um conjunto de critérios que especificam os
aspectos a considerar em cada área.
Inicialmente, todos os critérios previamente definidos foram analisados, de forma a procurar um
conjunto de indicadores que transformasse os critérios mensuráveis. Os indicadores aferidos foram
sujeitos a processos de validação e refinamento através de reuniões com os Engenheiros
responsáveis pelas obras de reabilitação, de modo os indicadores serem fiáveis.
7
De seguida, procedeu-se à selecção dos critérios que são relevantes tanto na fase de reabilitação
das várias infra-estruturas intervencionadas, como na fase de operação.
Posteriormente, desenvolveu-se os limiares para cada critério, com base no benchmarking e em
pesquisa científica. É de notar que consoante o tipo de critérios os limiares podem ser quantitativos
ou prescritivos.
Após o desenvolvimento dos limiares aferiu-se uma média com recurso ao caso em estudo, de forma
a enquadrar esses limiares nas escalas criadas pelo LiderA.
Antes do processo de avaliação realizou-se para cada infra-estrutura um levantamento de dados
referentes à localização, caracterização, e trabalhos de intervenção.
Para além disso, ao longo do decorrer das obras de reabilitação existiu um acompanhamento e
verificação no local dos trabalhos de intervenção a fim de se constatar a existência de boas práticas.
Finalmente, com base na construção do quadro em níveis de limiares (classes) procedeu-se à
avaliação do desempenho ambiental nas fases de reabilitação e operação, da qual a classe obtida
pode possibilitar uma certificação.
No sentido de desenvolver a metodologia e selecionar um caso de estudo que permita a sua
aplicação foi acordada com as Estradas de Portugal (EP) e o empreiteiro as obras de reabilitação da
EN6. As intervenções de obra decorreriam em simultâneo com período da dissertação, permitindo um
acompanhamento e verificação. Por outro lado, o empreiteiro dispunha de equipas consistentes
existindo por parte deste e da EP interesse para que as obras obtivessem um bom desempenho
ambiental.
Como resultados esperados é de salientar a análise do caso de estudo na fase de serviço para a
comunidade, bem como na gestão ambiental de obras concretas de reabilitação de infra-estruturas
rodoviárias que melhorem o seu desempenho na procura da sustentabilidade. Esta avaliação
possibilita obter uma visão global sobre os impactes gerados quer no aspecto ambiental, social e
económico pelas actividades que decorrem das obras de reabilitação.
8
1.3. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
A dissertação está organizada em cinco capítulos principais, que reflectem as etapas metodológicas
efectuadas, bibliografia e anexos.
No Capítulo 1 é apresentado a importância das infra-estruturas rodoviárias como elemento de
acessibilidade, assim como, identificar os principais impactes ambientais que estão inerentes à
construção destas infra-estruturas. É também apresentado os desafios que se colocam às estradas
na procura da sustentabilidade. Por fim, salienta-se os objectivos, a hipótese que regem o presente
trabalho, a metodologia seguida e a organização do documento.
No Capítulo 2 descreve-se o sistema de avaliação CEEQUAL, e o sistema de avaliação Greenroads,
nomeadamente o seu aparecimento, metodologia e a sua importância na construção sustentável de
estradas, e é ainda abordado as boas práticas na procura de Estradas Sustentáveis.
No que respeita ao Capítulo 3 aborda-se a localização, caracterização e os trabalhos de intervenção
nas várias infra-estruturas intervencionadas.
O Capítulo 4 consiste na descrição do Sistema LiderA, assim como no desenvolvimento dos limiares
para cada critério e por fim apresenta-se a avaliação relativa às infra-estruturas rodoviárias em estudo
para as fases de reabilitação e operação.
No Capítulo 5 apresenta-se a discussão de resultados e conclusões deste estudo, tal como propostas
de desenvolvimento nesta área.
Nos anexos descreve-se os requisitos de projecto e créditos voluntários do sistema Greenroads e
projectos-piloto, quadros de limiares nas fases de reabilitação e operação do sistema LiderA, bem
como cálculos intermédios de duas obras de reabilitação, avaliações de desempenho ambiental e
fotografias das obras de reabilitação.
9
Capítulo 2 – GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE - ESTRADAS
2.1. GREEN ROADS – O CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE DE RODOVIAS
2.1.1. Enquadramento
Hoje em dia as infra-estruturas rodoviárias são parte de um conjunto de infra-estruturas de transporte
que permitem um desenvolvimento a nível de mobilidade e acessibilidade do próprio país, para além
de contribuir também para um desenvolvimento económico.
A rede de rodovias a nível mundial está a crescer a uma das taxas mais rápidas de sempre e nunca
antes registado anteriormente. Por cada 3 km encontra-se uma rodovia pavimentada em 97% dos
Estados Unidos continental (48 estados contíguos na parte central da América do Norte) (Singh,
2009). Outro dado importante é o comprimento total de estradas pavimentadas e não pavimentadas
no mundo é cerca de 33.5 milhões de quilómetros, em relação a Portugal esse dado é de
aproximadamente 82.900 km de estradas pavimentadas e não pavimentadas (The World Factbook,
2011).
A China tem um plano para a construção e renovação de mais de 1.2 milhões de quilómetros a fim de
construir “uma estrada para cada vila”. Para além da China, países como o Brasil, Rússia, Índia e
países africanos estão a desenvolver planos de investimentos para infra-estuturas rodoviárias. Na
mesma situação encontra-se também os EUA, em que o Presidente Obama aprovou um pacote para
a reabilitação e manutenção das auto-estradas (Singh, 2009).
Embora os benefícios económicos das rodovias sejam bem conhecidos, o impacte ambiental relativo
à construção destas é em parte subestimado. Segundo (Singh, 2009), os distúrbios na ecologia são
por norma bem documentados, todavia os estudos sobre os recursos necessários para construir uma
estrada são pouco abordados e estes têm um elevado contributo no impacte sobre o meio ambiente.
Por cada quilómetro de rodovia construída, toneladas de rocha, asfalto e aço são utilizados, assim
como elevados gastos de energia a vários níveis.
Por outro lado, a prática actual da indústria tende a se concentrar sobre os custos de curto prazo de
construção de estradas, deixando para segundo plano a redução de custos de ciclo de vida que
permitem a construção de estradas de uma forma mais sustentável (Bryce, 2008).
2.1.2. Procura de um sistema de avaliação
Na actualidade, o uso de sistemas de avaliação para quantificar os benefícios da sustentabilidade
está cada vez mais a aumentar de popularidade, também devido ao facto de existir cada vez mais
uma consciencialização ambiental. Nos Estados Unidos já existem mais de 60 sistemas de avaliação
da sustentabilidade de edifícios, desenvolvido por entidades privadas e públicas. Entre eles,
encontra-se o sistema Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) que consiste num
sistema de concepção e construção de edifícios sustentáveis.
Similar ao sistema de avaliação Green Building estabelecida pelo Green Building Council dos EUA,
que desencadeou um enorme expansão na construção de edifícios verdes, o sistema de avaliação
10
Greenroads é o começo para reformas profundas na forma como construir infra-estruturas
rodoviárias. Expansão urbana de hoje exige aos construtores de estradas uma abordagem na
sustentabilidade, de modo a enfrentar uma série de questões sensíveis envolvendo áreas como o ar,
solo, água, materiais de construção, uso de energia, biodiversidade, entre outros.
O sistema de avaliação Greenroads permite uma actualização do estado actual das melhores práticas
na construção de estradas, de modo a incluir novas tecnologias e know-how na mitigação dos
impactes ambientais. Este sistema pode avaliar as várias partes do processo de construção das infra-
estruturas rodoviárias e posteriormente avaliá-lo com base no seu desempenho ambiental. Esta
abordagem seria benéfica para a concepção e construção das redes rodoviárias, bem como na
manutenção das infra-estruturas rodoviárias existentes (Muench e Soderlund, 2011).
Para além do sistema de avaliação Greenroads, existem outros sistemas de avaliação que abordam
também a concepção e construção de estradas em diferentes países Um dos exemplos poder ser o
Green Highways Partnership (GHP) surgiu em 2002, quando a Federal Highway Administration (FHA)
juntamente com Environmental Protection Agency (EPA), estabeleceram como objectivo vital a
gestão ambiental. O GHP opera através de uma rede de parcerias públicas e privadas para estudar e
implementar as melhores práticas de gestão nas auto-estradas (GreenHighways, 2010).
Sistema de avaliação Greenroads
O sistema de avaliação Greenroads tem por base a quantificação das práticas sustentáveis
associadas à concepção e construção de estradas. Este sistema consiste na obtenção de créditos
para aprovação de práticas sustentáveis que sejam superiores às práticas comuns, resultando num
caminho para a certificação de projectos de estradas baseado no total de créditos obtidos (Muench e
Soderlund, 2011).
Fundamentalmente, o sistema ajuda na quantificação da sustentabilidade para projectos de rodovias.
Esta quantificação pode ser usada para:
Estabelecer um padrão em termos quantitativos da avaliação da sustentabilidade das
rodovias
Gerir e melhorar a sustentabilidade das rodovias
Promover a vantagem competitiva da sustentabilidade no mercado
Comunicar às partes interessadas e ao público em geral de uma forma compreensível as
decisões/acções no caminho para a sustentabilidade
Estimular a inovação
É caracterizado por ser um sistema de avaliação flexível (denominado de performance métrica) e que
pode ser usado para marcar posição entre projectos de infra-estruturas rodoviárias, cujos
desempenhos no caminho da sustentabilidade sejam distintos.
11
2.1.3. O início do sistema de avaliação Greenroads
O sistema surgiu em 2007 através de um projecto de investigação para avaliar a sustentabilidade das
infra-estruturas rodoviárias desenvolvido pela Universidade de Washington e a empresa de pesquisa
e engenharia CH2M HILL (Muench e Soderlund, 2011).
Todavia, a base do sistema de avaliação encontra-se em constante modificação, dado que vai
existindo cada vez mais informação recolhida e o aparecimento de novas práticas na indústria. Assim,
novos créditos podem ser adicionados e outros serem removidos, mostrando um sistema dinâmico
tendo em conta a tecnologia actual e as exigências futuras.
2.1.4. Metodologia do sistema de avaliação Greenroads
O sistema está dividido em dois tipos gerais: Requisitos do Projecto e Créditos Voluntários.
No mínimo, todos os projectos associados ao sistema de avaliação devem completar,
exclusivamente, os 11 Requisitos do Projecto, de forma a beneficiar de qualquer ponto atribuído nos
Créditos Voluntários (Muench e Soderlund, 2011).
Os Requisitos do Projecto estabelecem uma referência para qualquer projecto de rodovia para
alcançar a certificação e são destinados na procura de medidas sustentáveis desde a concepção,
planeamento, construção, operação e manutenção, tais como:
Decisões do âmbito económico e ambiental
Envolvimento do público
Projecto para um desempenho ambiental a longo prazo
Planeamento na construção
Planeamento na monitorização e manutenção
Por outro lado, existem as melhores práticas para a sustentabilidade a nível voluntário, e cuja
designação é de Créditos Voluntários. Estes Créditos Voluntários são atribuídos de 1 a 5 pontos,
dependendo do seu efeito sobre a sustentabilidade. Actualmente existem 37 Créditos Voluntários
totalizando em 108 pontos, para além disso o sistema também permite que no projecto se crie os
seus próprios Créditos Voluntários, designados de Custom Credits, que posteriormente são sujeitos a
aprovação de um total de 10 pontos, o que eleva o número total de pontos disponíveis para 118
(Muench e Soderlund, 2011).
Os principais fundamentos do sistema Greenroads são:
Simplicidade e objectividade
Aplicação de técnicas já existentes
Evolução do sistema
Mínima burocracia
Encorajamento para ir para além dos requisitos mínimos
2.1.5. Obtenção da Certificação
Como já foi referido anteriormente, os Requisitos do Projecto são o mínimo de etapas a realizar para
alcançar o que se considera uma green road. O cumprimento de todos os requisitos do projecto é um
passo imprescindível, pois a partir desse cumprimento é possível adquirir Créditos Voluntários, a fim
de obter uma certificação.
12
A obtenção da certificação é reconhecido pela equipa de trabalho em que um projecto tenha
cumprido todos os requisitos e que alcançou o suficiente dos 118 pontos possíveis de Créditos
Voluntários para superar um nível de certificação predeterminado (Muench e Soderlund, 2011).
Quadro 1- Os quatro níveis de certificação do sistema Greenroads (Fonte: (Muench e Soderlund, 2011))
Nível de Certificação Requisitos do Projecto Créditos Voluntários (pontos)
Certificado Todos 32-42
Prata Todos 43-53
Ouro Todos 54-63
Evergreen Todos > 64
Figura 1 – Níveis de Certificação do sistema Greenroads (Fonte: (Muench e Anderson, 2009))
A lista das várias categorias dos requisitos de projecto e dos créditos voluntários, encontra-se no
ANEXO I.
É de notar que o sistema de avaliação Greenroads deve procurar evitar e minimizar as principais
críticas apontadas ao LEED, deve ter em conta:
Certificação deve traduzir o balanço entre o rigor e a simplicidade
Os créditos devem ser ponderados para reflectir o efeito sobre a sustentabilidade da rodovia
Enfatizar o custo do ciclo de vida sobre o custo inicial
2.1.6. A ponderação no sistema de avaliação Greenroads
A figura abaixo mostra as ponderações das categorias dos Créditos Voluntários sem Custom Credits.
As ponderações são atribuídas conforme o número total de pontos de cada categoria. Nos pontos a
atribuir em cada critério correspondente às várias categorias estabeleceu-se inicialmente o mínimo de
1 ponto e o máximo de 5 pontos.
Os pontos para cada critério são definidos com base em estudos e na importância de algumas áreas
que surgem com elevado destaque na actualidade. O objectivo das ponderações é conseguir com
que o nível de desempenho ambiental caminhe para além da prática actual com recurso às novas
tecnologias.
13
Figura 2- Distribuição dos pontos de Créditos Voluntários (em percentagem total) nas cinco categorias (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
2.1.7 Futuro do sistema de avaliação Greenroads
Segundo (Glynn, 2009) ao incentivar projectos sustentáveis de transporte, começa-se a dar passos
significativos para conservar nossos recursos naturais, melhorando a qualidade das nossas vidas e
reafirmando o nosso compromisso com as gerações futuras.
Embora ainda exista um longo caminho a percorrer, quando todos estes conceitos são
implementados, o produto completo é uma estrada que reduz as emissões de gases tóxicos e de
efeito estufa, protege as bacias hidrográficas, reduz o uso de aterros sanitários, protege ecossistemas
e preserva o espaço para lazer, entre outros (Glynn, 2009).
As green roads vão provavelmente começar com pequenos conjuntos habitacionais e municípios,
uma vez que, os autarcas locais já viram os benefícios da construção de edifícios verdes. Os
benefícios e a redução de custos começam a ter repercussões em maior escala, e acredita-se que o
sistema de avaliação Greenroads irá contribuir para uma rápida adaptação em todos os níveis de
construção de rodovias (Gardner, 2008).
Segundo (Gardner, 2008), muitos sectores da sociedade têm percebido os benefícios da
sustentabilidade e a construção sustentável tem ocorrido no mercado de estruturas e teve resultados
positivos com o desenvolvimento de sistemas de avaliação Green Building. No entanto, o sucesso em
mercados privados não se traduz automaticamente em sucesso no sector público. As rodovias são de
entidades públicas e em que o seu financiamento é limitado e condicionado por políticas, resultando
numa conjectura diferente do sector privado, embora o desenvolvimento de novas técnicas
inovadoras mereçam a atenção dos políticos e autarcas para a concepção e reabilitação de rodovias.
2.2. CIVIL ENGINEERING ENVIRONMENTAL QUALITY AND ASSESSMENT SCHEME
(CEEQUAL)
No passado recente começaram a surgir sistemas de avaliação integrados direccionados para
projectos de construção civil, com base em requisitos, orientações e formas de avaliação,
destacando-se o CEEQUAL (Civil Engineering Environmental Quality and Assessment Scheme) no
Reino Unido.
19%
21%
13% 19%
28%
Tecnologia do Pavimento
Materiais e Recursos
Actividades de Construção
Ambiente e Água
Acesso e Equidade
14
O CEEQUAL foi originalmente desenvolvido por uma equipa liderada pela Institution of Civil
Engineers (ICE), com apoio financeiro do Department of Trade and Industry (DTI).
Actualmente, a administração do CEEQUAL é da responsabilidade da Crane Environmental Ltd,
Association for Consultancy and Engineering (ACE) e Civil Engineering Contractors Association
(CECA). O sistema CEEQUAL baseia-se nas boas práticas ambientais na construção e pretende
suportar a estratégia do Reino Unido, através da avaliação, do benchmarking e da rotulagem da
qualidade ambiental dos projectos de construção sustentável ( Pinheiro, 2006).
A gama de aplicação é bastante larga, dado que é apropriado para qualquer projecto de construção
incluindo estradas, caminhos-de-ferro, aeroportos, abastecimento e tratamento de água, centrais
térmicas e comércio.
As categorias de avaliação do sistema podem ser atribuídas: Projecto Global (Projectista ou
empreiteiro principal, em nome do Dono de Obra); Dono de Obra e Projectista (candidatam-se em
conjunto); Projecto (projectista); Construção (empreiteiro principal) e Concepção e Construção (para
equipas de projecto, não inclui Dono de Obra) ( Pinheiro, 2006).
O método de avaliação consiste em duas etapas, em primeiro é realizada uma auto-avaliação em que
o Dono de Obra, o projectista e/ou empreiteiro se candidata e apresenta uma auto-avaliação feita por
assessor formado pelo CEEQUAL, juntando a respectiva documentação de comprovativo. A segunda
etapa consiste na verificação do trabalho da fase anterior, feita por um verificador nomeado pelo
CEEQUAL.
Com intuito de seguir uma linha de orientação definida criou-se um manual onde são definidos os
critérios, assim como, cerca de 200 perguntas de avaliação dos mais diversos aspectos ambientais.
Actualmente lançou-se em 2008 a versão 4 que difere da versão 3 em alguns aspectos,
nomeadamente, na revisão de algumas áreas com a introdução de nova legislação, reformulação e
adição de novas questões, revisão das ponderações das várias áreas. Por fim, colocou-se à
disponibilização um total 2000 pontos no conjunto das várias questões definidas no manual em
comparação com 1000 pontos disponíveis na versão 3, aumentando assim a flexibilidade na definição
da importância relativa das perguntas dentro de cada uma das áreas (CEEQUAL, 2008).
O sistema CEEQUAL baseia-se em modelos económicos e financeiros dos seus clientes com base
na avaliação de uma ampla gama de questões ambientais e sociais, incluindo os efeitos na
comunidade em geral.
O plano inclui também questões económicas indirectas por meio de um conjunto de questões que
abordam áreas como energia, materiais e resíduos podendo influenciar significativamente o resultado
financeiro de um projecto. A ponderação usada na versão 4 para cada uma das áreas é a
apresentada seguidamente.
15
Quadro 2- Áreas de intervenção para o sistema de avaliação CEEQUAL (fonte: (CEEQUAL, 2008)
Área Descrição Ponderação
Gestão Ambiental de
Projecto
Avalia a necessidade de uma gestão ambiental activa que
assegure um bom desempenho ambiental. 10.9%
Uso do Solo Considera a minimização da ocupação do solo, cumprimento
de requisitos legais, entre outros. 7.9%
Paisagem
Foca-se nos aspectos da paisagem/territoriais do projecto,
características das amenidades, características locais,
perdas, mitigações e compensação de aspectos
paisagísticos e implementação de medidas.
7.4%
Ecologia e
Biodiversidade
Avaliação de zonas de elevado valor ecológico, a sua
conservação e protecção e as medidas de criação de
habitats, a sua monitorização e manutenção.
8.8%
Arqueologia e
Património Cultural
Envolve medidas a serem tomadas para identificação do
local, visando uma informação eficiente ao público. 6.7%
Recursos Hídricos Protecção dos recursos hídricos e controlo dos impactes,
que inclui os requisitos legais. 8.5%
Energia e Carbono
Análise energética e carbónica do ciclo de vida, uso de
emissões de energia e carbono, e desempenho energético e
carbónico do local
9.5%
Uso de Materiais
Minimização de impactes ambientais dos materiais utilizados
e dos resíduos, considerar o uso de materiais reutilizados e
reciclados e redução de materiais perigosos, tendo em conta
a durabilidade e a manutenção e futura demolição.
9.4%
Gestão de Resíduos
Projecto de minimização da produção de resíduos, tendo em
conta os requisitos legais, os resíduos provenientes da
preparação do local e uma gestão no local.
8.4%
Transporte
Envolve a localização do projecto face às infra-estruturas de
transportes, a minimização do impacte do tráfego resultante
do projecto, os transportes na construção e outros.
8.1%
Perturbação da
Vizinhança
Minimização deste factor, tendo em conta os requisitos
legais, considerando o ruído e vibrações, poluição do ar e
luminosa e os impactes visuais (integração paisagística)
7.0%
Relações com a
Comunidade Local e
Partes Interessadas
Consulta da comunidade através de programas específicos,
envolvimento com grupos locais 7.4%
16
No fim da avaliação dos projectos que se encontrem compatíveis com a legislação em vigor e
revelem boas práticas contribuindo para um bom desempenho são atribuídas as classificações de
Aprovado quando a pontuação atinge 25%, é atribuído Bom se a pontuação ultrapassa 40%, Muito
Bom se esta for superior a 60% e Excelente se for acima de 75%.
2.3. AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA E ECOLOGIA INDUSTRIAL
Uma das avaliações cada vez mais utilizada é Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e por vezes a
procura de soluções no âmbito do designado ecodesign ou até ecologia industrial. O conceito de
Ecologia Industrial teve seus princípios desenvolvidos a partir de diferentes áreas que evoluíam em
termos de significância durante o século XIX. Entre essas áreas, as que mais contribuíram para o
conceito foram a Ecologia, a Engenharia e a Economia.
Os economistas (Boulding, 1966), (Roegen, 1971), (Kapp, 1978), (Daly, 1980), (Erlich, 1970),
(Noogard, 1984) e (Constanza, 1999) pesquisaram as relações entre os ecossistemas naturais e
economia de forma equitativa e concluíram que a “economia deveria ser vista com um sistema aberto
a entrada de energia e fechado a entrada de materiais e a saída de resíduos” (Monteiro, 2011).
O caminho para a sustentabilidade passa pela implementação de uma filosofia de integração dos
diferentes sistemas produtivos, a natureza tem tendência a funcionar em ciclos, de modo a que os
desperdícios de um processo ou sistema tornam-se na matéria-prima de outro (Castanheira e Lopes,
2005).
A Ecologia Industrial é uma resposta, da comunidade de Engenharia, ao impacte do sistema industrial
nos ecossistemas naturais que o mantém. A relação indústria/ambiente actual deve ser modificada
evitando a realização de avaliações fragmentadas de impactes ambientais causados pela produção
industrial (Freire e Monteiro, 2011).
As oportunidades de redução da produção de resíduos e do consumo de matérias-primas e energia
devem ser analisadas de forma sistémica, visando interligar o destino de materiais e da sua
transformação em produto por meio de vários processos.
A Avaliação do Ciclo de Vida constitui uma ferramenta indispensável para o melhor acompanhamento
dos ciclos de produção e a identificação de alternativas de interação entre processos (Ferrão, 2009).
Por outro lado, a ACV de um produto, processo ou actividade é uma avaliação sistemática que
quantifica os impactes ambientais e os fluxos de energia e de materiais no ciclo de vida.
Este método abrange as diferentes fases, sendo cada vez mais importante analisar do berço à cova
é também conhecido em inglês como Cradle to the Grave, dado que é possível analisar o ciclo de
vida de um produto desde a fase da extracção das matérias-primas até à fase de fim de vida.
A aplicação da ferramenta ACV pode ser útil, (Henriques, 2011):
Identificação de oportunidades de desenvolver e melhorar certos aspectos ambientais dos
produtos em determinadas fases do seu ciclo de vida;
Política pública/ tomada de decisões relativas à definição de prioridades ou planeamento
estratégico;
Selecção de indicadores pertinentes de desempenho ambiental;
17
Marketing (clientes/ utilizadores predispõem-se cada vez mais a usar produtos que respeitem
o ambiente, logo as empresas procuram evidenciar interna e externamente de forma credível
a qualidade dos produtos ou processos, de acordo com requisitos de protecção ambiental,
através de: declaração ambiental, programa de rotulagem ecológica, entre outros).
2.4. ESTRADAS SUSTENTÁVEIS
Recentemente, o sector das infra-estruturas rodoviárias tem vindo a adoptar uma atitude pró-activa,
tendo em conta parâmetros ambientais e socioeconómicos. Começa a existir a utilização do conceito
de sustentabilidade em estradas com bom desempenho ambiental e socioeconómico, embora por
vezes não o quantificam e até efectuem um uso abusivo do conceito.
A política no sector rodoviário está a ser orientada, de uma forma gradual, com base num interesse
económico e na adaptação de preocupações sociais. Cada vez mais o princípio de que a infra-
estrutura é sustentável, está em volta da ideia de ser capaz de enfrentar mudanças que terão um
impacte sobre a própria infra-estrutura, como é o caso, da durabilidade e a taxa de utilização.
As Estradas Sustentáveis podem ser definidas de muitas formas, por exemplo para (Bryce, 2008) as
estradas tem que assegurar desempenho em cinco grandes áreas, cada um dos quais inclui vários
aspectos (Figura 3).
Figura 3 – As cinco áreas das estradas sustentáveis (Fonte: (Bryce, 2008)
2.4.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ESTRADAS SUSTENTÁVEIS
GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
A pavimentação das rodovias com base na incorporação do asfalto leva à impermeabilização do solo
traduzindo-se em graves problemas no nível das linhas de água. As consequências da diminuição da
infiltração e da recarga de aquíferos correspondem a um aumento do stress hídrico, assim como, do
impacte negativo sobre as actividades que derivam do uso destas linhas de água.
18
Os pavimentos produzem dois terços de excesso de escoamento e contribuem para dois terços de
declínio do nível freático, resultando em escassez de água em alguns locais (Fergunson, 2005).
Segundo (OCDE, 2008) estima-se que o número de pessoas a viver em áreas gravemente afectadas
pelo stress hídrico irá aumentar, em mais mil milhões, para um total de mais de 3.9 mil milhões de
pessoas.
Para além do problema do stress hídrico, as rodovias potenciam a poluição dos recursos hídricos
através da lixiviação de substâncias poluentes, tal como, os hidrocarbonetos, metais pesados como:
Arsénio, Cádmio, Crómio, Cobre, Níquel, Chumbo, Zinco, entre outros, resultante da infiltração
através de fendas ou zonas laterais do pavimento não impermeabilizadas.
No entanto, as concessões de estradas e os operadores privados encontram-se dotados de medidas
de mitigação na drenagem adequada da água contaminada, em termos de contenção e tratamento,
para evitar a libertação de poluentes para o meio ambiente. Antigamente, nas técnicas de drenagem
das águas pluviais existia o paradigma de que o excesso de água na rodovia ao se tornar perigoso
para os utentes devido à “aquaplanagem” potenciando a origem de acidentes, resolvia-se colectar a
água o mais rápido possível e descarregá-la para a envolvente (EURF, 2009).
Nos tempos actuais, esse paradigma está a ser alterado, abordando não só a questão da segurança
na rodovia, mas também a questão de protecção do ambiente. A água colectada é encaminhada para
um sistema de drenagem da rodovia e direccionada para tanques de sedimentação, evitando a
descarga directa para o solo. Deste modo, protege-se a qualidade da água através da redução da
quantidade de poluentes que são arrastados através da lixiviação para linhas de água adjacentes
(Grumbles, 2008).
Existem várias técnicas de controlo das águas pluviais provenientes das rodovias, como é o caso,
dos pavimentos porosos, das valas de bio-retenção, zonas húmidas artificiais, entre outros.
No que respeita à utilização de pavimento poroso, este destaca-se do pavimento tradicional através
da aplicação de uma camada de base de pedra que serve de reservatório à água infiltrada, antes do
encaminhamento para um sistema eficiente de tratamento da qualidade da água. Este tipo de
pavimento pode ser constituído pelo asfalto tradicional ou pavimento em betão, sem a incorporação
de materiais finos (GreenHighways, 2010).
As vantagens deste tipo de pavimentos consistem na prevenção de áreas alagadas na rodovia
minimizando a necessidade de medidas de controlo, bem como o melhoramento da qualidade das
águas drenadas e a redução da quantidade de superfícies impermeáveis.
As aplicações dos pavimentos de asfalto poroso têm sido usados com sucesso em alguns projectos-
piloto rodoviários nos EUA, mas, geralmente, este tipo de pavimento é recomendado para rodovias
com tráfego reduzido e circulação a velocidade moderada (Hossain e Scofield, 1992).
Relativamente à vala de bio-retenção, esta utiliza os solos e as plantas para remover os poluentes do
escoamento das águas pluviais. A componente da vala fornece um pré-tratamento de águas pluviais
para remover sedimentos grosseiros e poluentes dissolvidos enquanto o sistema bio-retenção remove
partículas mais finas e proporciona a oxigenação das águas pluviais. O escoamento é encaminhado
para um leito de areia, o que retarda a sua velocidade, e posteriormente distribui-se uniformemente
19
ao longo da camada orgânica superficial e do solo. A água infiltra-se lentamente através da bio-
retenção enquanto que outra parte é perdida por evapotranspiração (EPA, 1999).
As espécies vegetais adequadas a este tipo de tratamento são Phragmites communis, Juncus
inflexus, Cornus alba, Iris pseudocorus, Iris kaempferi, Lythum officinalis entre outras.
Este sistema, para além, de eliminar eficientemente os poluentes das águas pluviais também
contribui para atenuação da ocorrência de cheias, assim como, funciona como um método que
contribui para recarregar o nível dos aquíferos locais.
Finalmente, as zonas húmidas artificiais são estruturalmente similares às zonas húmidas naturais
sendo constituídas por plantas aquáticas num extracto pouco profundo. As águas pluviais
provenientes da rodovia circulam pelas zonas húmidas artificias resultando na remoção de poluentes
através da sedimentação e absorção biológica por parte das plantas e na decomposição dos
materiais orgânicos por partes dos microrganismos (GreenHighways, 2010). As zonas húmidas
artificiais estão entre as práticas na gestão das águas pluviais mais eficazes em termos de remoção
de poluentes, no baixo custo de manutenção e na sua boa integração paisagística. Um aspecto a
realçar é a menor biodiversidade da flora e fauna nas zonas húmidas artificiais em relação com zonas
húmidas naturais (GreenHighways, 2010).
Um exemplo de aplicação de zonas húmidas artificiais é um caso de uma cidade de Austrália,
nomeadamente Salisbury, que aplicou essa técnica para tratar a água proveniente de instalações de
captação da águas pluviais, com o objectivo de manter o abastecimento barato para as indústrias
locais (ex. indústria do algodão) e proteger as regiões urbanas da ocorrência de cheias (Programa
Cidades Sustentáveis, 2011).
É de notar que a construção e a melhoria de uma rodovia deve ser uma oportunidade modificar e
redesenhar a gestão dos recursos hídricos, a fim de proteger as reservas de água subterrânea, rios e
zonas húmidas e reduzir o risco de cheia.
ENERGIA DO CICLO DE VIDA E REDUÇÃO DE EMISSÕES
A construção de uma rodovia requer grande quantidade de energia, desde a produção de materiais
por exemplo asfalto e cimento, bem como na manutenção. A substituição de alguns materiais pode
ser a solução para a redução do consumo de energia na construção das infra-estruturas, como é o
caso da substituição do cimento, por cinzas volantes e escórias (USEPA, 2008).
Por outro lado, as características da rodovia podem contribuir para evitar o congestionamento do
tráfego automóvel, e consequentemente a redução do consumo de combustível e emissões de gases
de escape (Bryce, 2008).
Face à questão das emissões atmosféricas no ciclo de vida das matérias-primas, deve-se ter em
conta o seu consumo e os seus impactes associados. Desde a fase de extracção, com impacte na
regeneração natural da matéria-prima, até as fases de produção, transporte, aplicação e fim de vida
há uma grande quantidade de emissões atmosféricas e produção de resíduos perigosos, entre
outros. É de notar, que as emissões ligadas aos processos industriais de produção de material
podem ser potencialmente reduzidas aquando do uso de materiais alternativos.
20
A emissão de gases poluentes, por exemplo dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogénio (NOx),
entre outros, para a atmosfera é outro aspecto ambiental muito importante quando se considera o
ciclo de vida completo de uma rodovia (Bryce, 2008).
Houve algumas experiências iniciais em criar sumidouros de carbono relacionados com as rodovias,
em que parte das emissões produzidas pelo tráfego poderiam ser compensadas por implantação de
novas áreas verdes. Todavia, existe a oportunidade de tornar as próprias rodovias em sumidouros de
carbono, alguns estudos apontam que o cimento usado na pavimentação de rodovias e nas
estruturas absorve uma elevada quantidade de CO2, e que esta quantidade é proporcional à área de
superfície. Desta forma, uma percentagem importante de CO2 libertado durante a vida útil de uma
rodovia pode ser capturado pela própria rodovia sem recorrer a qualquer medida externa (EURF,
2009).
RECICLAR, REUTILIZAR E RENOVÁVEL
O uso de materiais reciclados na construção de uma infra-estrutura rodoviária pode reduzir
significativamente a quantidade de materiais encaminhados para aterros, assim como reduzir a
quantidade de matérias-primas necessárias. Os materiais reciclados que derivam de subprodutos
industriais permitem reduzir drasticamente a energia consumida na construção, reduzir as emissões
de gases de efeito de estufa e reduzir o custo geral da infra-estrutura (Bryce, 2008).
Alguns exemplos da incorporação de materiais reciclados são a reutilização de camadas de
pavimento danificado, resíduos de demolição, resíduos e subprodutos de outras actividades
industriais, como é o caso das cinzas provenientes da queima de carvão, uso de pneus usados,
reduzindo ao máximo o consumo de recursos naturais.
A utilização do uso de pneu usado em misturas betuminosas para a construção da rodovia é uma
questão chave. Permite uma redução do ruído, um melhor contacto entre a interface pneu/asfalto,
uma maior resistência a fissuras, boa durabilidade e uma manutenção mínima (Bryce, 2008).
Segundo a Comissão Europeia, cerca de 3,5 milhões de toneladas de pneus velhos são adicionadas
ao stock europeu de pneus usados todos os anos. Um terço destes pneus foi reciclado em 2007, em
grande parte para fazer agregados para uso na construção de rodovias, na reabilitação de pedreiras
e outros projectos (EURF, 2009).
Com base numa abordagem integrada de estradas sustentáveis e considerando que a operação é a
etapa mais longa da vida de uma estrada, muitos estudos analisam o consumo de combustível do
veículo do ponto de vista da infra-estrutura. Alguns estudos afirmam que um caminho para a redução
no consumo de combustível está inerente a uma manutenção adequada do pavimento e redução da
sua rugosidade.
Um estudo sueco Swedish National Road and Transport Research Institute mostra que o consumo de
combustível para um automóvel de passageiros aumenta aproximadamente 11% com asfalto rugoso,
em detrimento de asfalto menos rugoso (EAPA e Eurobitume, 2004).
No entanto, existem algumas questões na utilização de materiais reciclados, no âmbito da
rentabilidade e na sua disponibilidade que devem ser resolvidas. Em algumas situações os materiais
21
reciclados podem ter custos mais elevados no seu refinamento e transporte do que o custo de
escavação de matérias-primas.
Relativamente à sinalização luminosa, tem-se desenvolvido esforços na produção de sinais
luminosos de baixo consumo de energia e com melhor luminosidade. Os semáforos de última
geração são equipados com painéis fotovoltaicos no topo convertendo a luz solar em energia
eléctrica, enquanto que a iluminação é produzida por matrizes de light-emitting diode (LED). Cada vez
mais as infra-estruturas rodoviárias devem-se focar para uma situação de tráfego mais complexo,
assim como para mudanças demográficas, por exemplo, população mais envelhecida, maior
mobilidade, entre outras.
CONSERVAÇÃO E GESTÃO DE ECOSSISTEMAS
A conservação e a gestão dos ecossistemas têm um papel importante na minimização do impacte de
uma estrada na biodiversidade local. A biodiversidade local corresponde à variedade de formas de
vida e aos ecossistemas dos quais fazem parte. Dada a crescente evolução, torna-se cada vez mais
importante evitar a sua destruição e promover a preservação de habitats ( Pinheiro, 2011c).
As infra-estruturas rodoviárias provocam impactes sobre os ecossistemas naturais através da
fragmentação de habitats, na alteração dos fluxos dos recursos hídricos, na pressão sobre o solo,
entre outros. Um problema associado às mudanças dos fluxos dos recursos hídricos deve-se ao facto
da possibilidade de falta de água nos riachos a jusante da estrada, devido ao nível freático ser menor
originado pela maior impermeabilização provocada pela estrada. Uma solução é a construção de
pavimentos mais porosos de forma a não influenciar tão acentuadamente o nível freático, ajudando
também na filtração dos poluentes depositados nas superfície das estradas (Bryce, 2008).
As rodovias podem actuar como efeito barreira criado devido ao seu desenvolvimento ser em
extensão mais do que em largura entre ecossistemas resultando numa ameaça à biodiversidade do
local, caso a concepção do projecto não tenha incorporado algumas medidas de minimização da
fragmentação de habitats (Magina, 2008).
No desenvolvimento da nova infra-estrutura rodoviária, deve-se encontrar o alinhamento mais
adequado na paisagem para minimizar o conflito das espécies com a rodovia. A gestão do
ecossistema em redor da estrada consiste na obtenção de soluções compatíveis com a
biodiversidade nativa da região. Por exemplo, na envolvente da rodovia formar corredores ecológicos
que ligam zonas protegidas possibilitando a continuidade das espécies e trocas entre indivíduos,
conduzindo a uma evolução dos ecossistemas e evitando muitas situações de atropelamento de
animais nas estradas.
Quando a fragmentação é inevitável e as medidas de mitigação são ineficazes, surge as medidas de
compensação através da criação de um novo habitat, de forma que as perdas na biodiversidade
provocadas pela construção da infra-estrutura sejam de algum modo compensadas.
Um exemplo de uma área com elevado valor ambiental é a auto-estrada espanhola A-381, que foi
premiada pela Federação Internacional de Transportes Rodoviários em 2003 devido às medidas
22
preventivas, correctivas e compensatórias onde 40% do orçamento total de construção foi investido
neste tipo de medidas (EURF, 2009).
A estrada que liga Jerez a Los Bairrios, inserida num Parque Natural, é um bom exemplo de uma
estrada sustentável. Algumas das medidas aplicadas consistiram na criação de ecotúneis para a
fauna, inclusão de barreiras acústicas especial desenhadas que apresentam um tamanho
padronizado, de forma a ter um impacte mínimo sobre a envolvente. Por outro lado, adopção de uma
série de medidas compensatórias, incluindo a protecção da águia imperial e lontras.
As rodovias podem inserir-se tanto em meios urbanos como naturais, o grande objectivo é que se
contribua para promover o conceito de paisagem global ( Pinheiro, 2006) onde o espaço rural e
urbano se interligam garantindo a sua normal funcionalidade.
A nova Convenção Europeia da Paisagem, também conhecida por Convenção de Florença, reforça a
gestão e planeamento da paisagem europeia como contexto na vida das pessoas e como parte do
seu património comum (European Landscape Convention, 2007).
As estradas sustentáveis devem apresentar à sociedade uma boa integração na paisagem,
respeitando os valores ambientais e proporcionando um nível de conforto de condução e segurança
ajustado ao bem-estar da população.
BENEFÍCIOS SOCIAIS
Ao longo de muito tempo que a construção sustentável tem sido definida como uma ferramenta
focada no ambiente natural, não abordando a questão dos efeitos do meio ambiente sobre o Homem.
As estradas têm um importante impacte nas economias locais, a concepção de uma estrada com um
bom traçado pode promover uma comunidade de negócios e uma maior oferta de empregos locais.
Por outro lado, uma estrada mal projectada pode de um modo directo ou indirecto influenciar os
negócios na região, obrigando as empresas a procurarem novos locais para as suas instalações
(Bryce, 2008).
No que respeita às quatro áreas referidas anteriormente encontram-se inerentes benefícios sociais,
por exemplo, a aplicação de pavimentos porosos permite uma maior recarga dos aquíferos locais,
assim como o tratamento das águas pluviais vai contribuir para uma maior qualidade de água da
região (Bryce, 2008).
Por outro lado, as rodovias são sinónimas de flexibilidade em termos de mobilidade. Actualmente,
existe um conjunto de Sistemas de Transporte Inteligentes que constitui uma ferramenta
extraordinária na melhoria da gestão rodoviária para que a mobilidade, ambiente e segurança sejam
reforçadas.
No contexto urbano a prestação de serviços em tempo real sobre o tráfego, condições da rodovia ou
lugares de estacionamento disponibiliza uma série de informações ao utente na gestão da sua
viagem. Estes sistemas podem contribuir para uma redução do tráfego gerado por condutores à
procura de um lugar para estacionar, assim como a utilização de vias reversíveis com o sentido de
acordo com as exigências do tráfego, informação de estradas alternativas em caso de acidentes,
23
entre outros. Todas estas informações possibilitam uma economia no combustível por parte dos
utentes promovendo uma maior protecção no ambiente.
No que respeita ao ruído de tráfego associado à mobilidade da população, este gera um impacte
negativo sobre a envolvente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 40% da
população europeia esteja exposta a ruído do tráfego rodoviário superior a 55 dB durante o dia
(EURF, 2009).
Os Estudos de Impacte Ambiental realizados para a construção de rodovias têm em conta o impacte
do ruído ambiental nos critérios de concepção do projecto, reconhecendo o ruído como um factor de
incomodidade. A entrada em vigor da Directiva sobre o Ruído Ambiente 2002/49/EC impõe aos
Estados Membros a formação de mapas de ruído, seguido de planos de acção.
Em geral, as práticas incluem pavimentos silenciosos e barreiras sonoras, bem como a
implementação de políticas que estabelecem limites de nível de ruído dependendo da área onde se
insere a rodovia e o período do dia.
Segundo (Molenaar, 2010) abordando o ciclo de vida de uma rodovia numa visão de sustentabilidade
pode-se definir a construção de uma estrada durável e sustentável, como uma infra-estrutura que
proporciona melhor serviço para o utente da estrada com o menor impacte ambiental possível.
Na Holanda, onde as actividades de intervenção nas várias fases de reabilitação, ampliação e
manutenção são bastante importantes, a infra-estrutura com "melhor serviço para o utente da
estrada" é definida como a que menores perturbações cria no tráfego. Este aspecto é um dos critérios
mais importantes no processo de adjudicação de obras para intervenções na maior parte das
rodovias (Molenaar, 2010).
Nos últimos anos, a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) tem realizado um papel determinante
como instrumento na especificação dos critérios ambientais que são incorporados na concepção das
políticas, planos e programas (Partidário 2007). A AAE procura superar as deficiências detectadas na
Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), permitindo que a tomada de decisões sobre questões
ambientais seja em tempo útil e baixo custo, promovendo o diálogo e a cooperação com a sociedade
civil.
A aplicação da AAE a projectos rodoviários faz com que seja possível avaliar alternativas no projecto
e considerar sinergias com outros planos e programas. Por exemplo, pode procurar a selecção de
rotas mais adequadas segundo o qual os impactes ambientais negativos sobre áreas com elevado
valor ecológico sejam evitados.
Na actualidade, existe a oportunidade de construir e reabilitar as infra-estruturas rodoviárias através
de materiais sustentáveis e projectos socialmente sensíveis que protejam os recursos naturais e que
contribuam positivamente para os aspectos socioeconómicos.
24
2.4.2. DESENVOLVIMENTOS FUTUROS E SUAS POTENCIALIDADES
O aparecimento de novas tecnologias, ainda que possam não ser viáveis no presente, funciona como
uma força motriz na aplicação de novas práticas na construção de infra-estruturas rodoviárias com o
intuito de alcançar uma melhoria contínua no desempenho ambiental.
A construção dos pavimentos das rodovias tem sido alvo de grandes desenvolvimentos tecnológicos.
Existem estudos que indicam que o revestimento dos pavimentos com dióxido de titânio (TiO2)
permite que ocorra uma reacção fotoquímica de conversão do NOx (poluente atmosférico proveniente
dos gases de escape dos veículos) em iões nitrato (Melo e Trichês, 2010).
Deste modo o dióxido de titânio funciona como fotocatalisador na reacção contribuindo para a
redução das concentrações de NOx na atmosfera. O destino final dos nitratos é o seu arrastamento
pela água das chuvas para os sistemas de drenagem da rodovia.
Esta tecnologia pode ser aplicada a pavimentação de calçadas, estacionamentos, praças, áreas de
lazer e estradas de baixo e médio volume de tráfego, dado que têm a características apropriadas na
exposição à luz solar.
Foram realizados ensaios em Itália e no Japão cujos resultados demonstram que as concentrações
de NOx na atmosfera são reduzidas em cerca de 50% (London Borough of Canden, 2006).
Ainda referente à pavimentação, mas abordando a área do ruído do tráfego automóvel a
Universidade do Minho encontra-se a investigar uma nova geração de pavimentos silenciosos. O
projecto pretende reduzir o ruído do tráfego rodoviário, é pioneiro em Portugal e pretende construir
pisos com propriedades acústicas melhoradas, através da integração de camadas de desgaste
duráveis, mas sustentáveis na sua relação custo-benefício. Deste modo a nova geração de
pavimentos será uma solução “inovadora, eficaz e económica” (Freitas, 2011).
Actualmente, o objectivo de uma empresa Norte Americana, nomeadamente, Solar Roadways é de
cobrir todas as estradas de asfalto com painéis solares fotovoltaicos e consequentemente acabar
com a dependência dos combustíveis fosseis de qualquer tipo (Brusaw, 2011).
Além de diminuir o consumo de petróleo, os painéis (de 4m2) concebidos pela empresa Solar
Roadways são feitos de material reciclado (vidro, plástico e borracha) e células solares que captam a
luz do Sol e a transformam em energia para iluminar as rodovias.
Cada painel solar é formado por três camadas. A camada da superfície da estrada proporciona uma
superfície aderente aos veículos, mas que, mesmo assim, permite a chegada da luz às células
solares. Esta camada inicial também contém LED’s e um componente de aquecimento, que é
accionado aquando da ocorrência de precipitação de neve. O sistema de LED's pode iluminar o
percurso de noite e alturas de visibilidade reduzida, pode emitir mensagens visíveis na estrada,
avisando os condutores para possíveis perigos. Está também previsto, a capacidade de detectar a
presença de animais na estrada, lançando avisos visuais que aparecem no piso.
As camadas electrónicas contêm as células solares e todos os circuitos para detectar as condições
exteriores e controlar as luzes, aquecimento e comunicações, criando um sistema de estradas
inteligentes. A camada final tem como função a distribuição da energia.
25
2.5. OUTROS ASPECTOS DISTINTIVOS A CONSIDERAR
Da análise efectuada pelo autor, alguns aspectos devem ser tidos em conta na concepção e
construção de estradas sustentáveis.
Um aspecto refere-se no balanço que deve existir entre o serviço e desempenho ambiental da
estrada. Deve-se procurar projectar o traçado de uma rodovia com base numa boa integração
paisagística, todavia o conforto e a segurança devem ser também pilares basilares na escolha desse
mesmo traçado.
Por outro lado, na fase da concepção de infra-estruturas rodoviárias, essencialmente em áreas
urbanas deve ser primordial, quando possível, a incorporação de uma rede de ciclovias ao longo das
estradas. No entanto, não basta construir ciclovias sem que exista em primeiro lugar segurança para
os utilizadores das mesmas.
No âmbito da visão de segurança sustentável as autoridades rodoviárias holandesas reclassificaram
as suas estradas em três categorias, cada uma com função própria e exclusiva: estradas para
percursos longos, vias de acesso a áreas residenciais e agrupamentos rurais e estradas de
distribuição que ligam os dois tipos de estradas acima referidos anteriormente..
Nas vias de acesso podem circular veículos motorizados e utilizadores vulneráveis (ex: peões e
ciclistas), pelo que os limites de velocidade têm de ser baixos. Nas estradas para percursos longos,
com cruzamentos desnivelados e faixas de rodagem com separadores centrais os limites de
velocidade são moderados. Em relação aos cruzamentos das estradas de distribuição, onde o tráfego
rápido conflui com o tráfego mais lento, as velocidades têm de ser obrigatoriamente reduzidas, por
exemplo com recurso a rotundas. As rotundas, permitem reduzir as velocidades nos cruzamentos e
evitar colisões frontais.
É de notar que as estradas dentro de cada categoria devem ser facilmente reconhecidas e
distinguidas das outras categorias através de traçados e sinalização própria. Esta reclassificação
permite um reforço na coerência e previsibilidade da rede rodoviária, assim como, é um exemplo de
como aplicar a gestão da rede rodoviária compatibilizando com as ciclovias.
Por fim, um aspecto que pode melhorar o serviço das estradas é o Sistemas de Transporte
Inteligentes que permitem aos utentes da via obter informações em tempo real sobre os limites de
velocidade e nas condições do trânsito, do tempo e das estradas. Estes sistemas foram adoptados
por vários Estados-Membros nas auto-estradas mais congestionadas ou propensas a acidentes, mas
penso que se poderia adoptar este tipo de tecnologia também a outro tipo de estradas com uma
elevada taxa de utilização, tendo em conta as suas vantagens na gestão do tráfego.
26
Capítulo 3 – CASO DA OBRA E INTERVENÇÕES PREVISTAS
3.1. ENQUADRAMENTO E JUSTIFICAÇÃO DA OBRA
A Estrada Nacional Nº6 (EN6) que liga Oeiras a Cascais, ou mais conhecida pela Avenida da
Marginal, foi inaugurada nos anos 40 e tem uma extensão aproximada de 20 km.
A EN6 é caracterizada por ser uma estrada costeira, atravessando a Costa do Estoril e que serve de
ligação de Oeiras a Cascais. Como características gerais da EN6, é de salientar a existência de duas
vias de circulação em cada um dos sentidos, possui um separador central estreito em passeio ao
longo da maior parte da sua extensão, embora em alguns locais ele não exista e noutros seja
substituído por pequenos pilares que são visíveis durante a condução nocturna (Guerreiro, 2008).
Outros aspectos importantes são a orientação da via ser predominantemente na direcção Este-Oeste
e a velocidade máxima permitida ao longo da via ser de 70 km/h, todavia existem vários troços onde
a velocidade de circulação é menor (Guerreiro, 2008).
Após inspecções técnicas constatou-se que existiam algumas infra-estruturas da EN6 que
apresentavam anomalias necessitando de obras de reabilitação (Ramos, 2010).
Como promotor das obras de reforço e reabilitação das infra-estruturas rodoviárias figura as Estradas
de Portugal (EP) e como empresa de construção a HCI / HTecnic.
A empreitada é constituída por várias frentes de obra que decorrem ao longo da mesma. A totalidade
de frentes de obra consiste em seis locais distintos, onde são efectuados trabalhos de reabilitação e
reforço das infra-estruturas (Ramos, 2010). O custo total da empreitada foi aproximadamente
2.500.000 €.
Os locais de intervenção são designadamente a Ponte sobre a Ribeira do Jamor ao km 1+550 da
EN6, os Muros de contenção da plataforma rodoviária na zona da Gibalta desde o km 2+830 ao
3+600 da EN6, a Passagem Superior ao Caminho-de-Ferro ao km 3+600 da EN6, a Passagem
Inferior ao km 8+700 da EN6, a Passagem Pedonal ao km 10+660 da EN6 e a Passagem Inferior ao
km 11+280 da EN6.
27
Figura 4- Mapa com a localização das seis infra-estruturas intervencionadas
28
Seguidamente sumariza-se as principais características das intervenções propostas em projecto e já
incluindo sugestões de alterações.
3.1.1. PONTE SOBRE A RIBEIRA DO JAMOR AO KM1+550 DA EN6
CARACTERIZAÇÃO DA OBRA
A Ponte sobre a Ribeira do Jamor encontra-se inserida na EN6 e caracteriza-se por possuir um
tabuleiro constituído por uma laje vigada em betão armado, com três vãos. Os pilares, encontros e
muros de avenida são formados de alvenaria de pedra aparelhada.
O tabuleiro é constituído por 8 vigas com 1,20 m de cutelo nos vãos e cerca de 2,20 m nos apoios
sobre os pilares, com 0,50 m de largura. As vigas estão afastadas entre si, a eixo, de cerca de 2,00
m.
Figura 5- Ponte sobre a ribeira do Jamor
No que respeita ao comprimento total do tabuleiro, este apresenta juntas nos encontros, de 66 m e de
65 m entre apoios dos encontros, dividido por três vãos, sendo o vão central ligeiramente maior, com
cerca de 25 m e os extremos com cerca de 20 m.
A largura do tabuleiro é de cerca de 16,6 m e comporta em cada sentido de circulação, uma faixa de
rodagem com duas vias com 3 m da largura cada uma, um passeio com 2,10 m livres e um guarda-
corpos em betão com 0,2 m.
Os muros de avenida dos encontros têm todos 7,10 m de extensão. Sob o encontro do lado de
Cascais existe uma passagem inferior pedonal com 2,40 m de largura útil sendo a altura livre mínima
sob a ponte de 1,90 m. É de notar que os guardas de segurança para peões são em betão armado
com 0,90 m de altura.
Por fim, a ponte tem ainda caixas de visita na extremidade da obra junto aos passeios, de acrotérios
em alvenaria de pedra e sumidouros para drenagem da via.
No que respeita à envolvente da Ponte sobre a Ribeira do Jamor é caracterizada por o lado norte
existir uma zona habitacional relativamente próximo da obra de arte. No lado sul existe alguma
actividade industrial com a presença de armazéns, por outro lado é de assinalar também a existência
da passagem de linha férrea do comboio regional.
29
TRABALHOS DE INTERVENÇÃO
Os trabalhos de reabilitação consistiram, designadamente, na substituição dos aparelhos de apoio,
introdução de juntas de dilatação, reparação localizada do tabuleiro, das vigas de estribo dos
encontros e pilares e nas zonas com armadura de corrosão à vista.
Também foi realizado o descasque do reboco existente nas vigas e lajes, que se encontrava solto, e
execução de um novo reboco. Procedeu-se à reparação de elementos, tais como, cornijas, guardas
de segurança para peões, sistema de drenagem do tabuleiro, assim como a reparação do pavimento
betuminoso e acabamentos.
De seguida, efectuou-se a limpeza geral dos paramentos de alvenaria dos encontros e pilares e
reparação de algumas juntas entre os blocos de alvenaria de pedra.
Por fim, procedeu-se à limpeza geral do leito e margens da ribeira e aplicação superficial de um
inibidor de corrosão migratório e pintura com tinta acrílica.
Como trabalho de reforço foi necessário juntar às vigas, barras de pré-esforço, através de
ancoragens em chapa de aço dimensionada para o efeito, na zona dos apoios e colocação de chapas
de aço nos vãos entre pilares e entre pilares e encontros. O custo total das obras de reabilitação da
Ponte sobre a ribeira do Jamor foi aproximadamente 750.000 €.
3.1.2. MUROS DE CONTENÇÃO DA PLATAFORMA RODOVIÁRIA DA EN6, NA ZONA DA GIBALTA
CARACTERIZAÇÃO DE OBRA
Os Muros de contenção da plataforma rodoviária na zona de Gibalta encontram-se inseridos na
Estrada Nacional Nº6 desenvolvem-se na direcção longitudinal da EN6, em ambos os lados da
estrada. A área a ser intervencionada tem de extensão aproximadamente 890 m.
Figura 6- Muros de contenção do lado norte e sul, respectivamente
Na zona do Alto da Boa Viagem, a plataforma rodoviária é constituída por duas vias com uma faixa
de rodagem no sentido Lisboa Cascais e três faixas no sentido inverso. Apresenta uma largura total
de 16,75 m, os passeios do lado Sul têm 1,20 m de largura útil revestidos com calçada portuguesa e
um separador central sobrelevado com 0,65 m de largura. A circulação de peões faz-se normalmente
apenas no lado Sul da plataforma rodoviária.
30
Após o Alto da Boa Viagem, a plataforma apresenta duas vias, cada uma com duas faixas de
rodagem com 6,10 m de largura, separador central sobrelevado com 0,60 m e passeios sobrelevados
com largura útil variável entre 1,20 m e 1,60 m no lado Sul e cerca de 1,00 m no lado Norte. Junto ao
miradouro o passeio tem uma largura média de cerca de 4,50 m.
No lado norte a intervenção tem uma extensão de aproximadamente 120 m, onde parte da plataforma
rodoviária é suportada por uma laje em betão armado, apoiada num muro com contrafortes de
alvenaria de pedra rebocados, e num muro de avenida com escadas de acesso ao talude inferior.
Entre contrafortes existe um muro que se encontra revestido por uma parede de alvenaria de tijolo.
Por outro lado, no lado Sul os muros ao longo da sua extensão têm diferentes características
estruturais.
Na zona do Alto da Boa Viagem, existe um muro em alvenaria de pedra argamassada rebocado de
altura variável que atinge no máximo 2,85 m de altura e adjacente ao muro existe um miradouro
revestido a calçada portuguesa.
Posteriormente, do km 2+890 até ao km 2+955, o muro apresenta uma altura variável de 2,85 a 8,50
m, com uma sobrelargura para o exterior com cerca de 1,00 m de espessura para além do passeio
adjacente, revestido a calçada portuguesa.
Do km 2+955 ao km 3+075 parte da plataforma rodoviária apoia sobre uma laje vigada de betão
armado que está assente nos contrafortes do muro de alvenaria de pedra. O muro e contrafortes
apresentam uma altura variável de 7,00 m até um máximo de 14,60 m, além disso adjacente a cerca
de metade do muro, existe uma caleira e um passeio em betão.
De seguida, do km 3+075 ao km 3+125 existe um muro de alvenaria de pedra que se encontra
revestido por um muro em betão com fraca densidade de armadura com uma altura variável entre os
0,40 e 7,00 m. Adjacente ao muro existe apenas um talude que não possui qualquer sistema para
escoamento de águas.
Do km 3+125 ao km 3+183 o muro de altura variável entre 0,40 e 4,50 m passa a ter contrafortes em
betão, de altura variável, 0,62 m de espessura e 0,64 m de largura, excepto o último com 0,93 m de
espessura e 2,05 m de largura.
É de salientar que ao km 3+500 encontra-se um acesso pedonal que vai dar ao farol da Gibalta, por
fim do km 3+550 ao km 3+600, junto à Passagem Superior ao Caminho-de-Ferro, existe um muro de
altura variável entre 2,50 e 11,50 m, com contrafortes em alvenaria de pedra.
Na plataforma rodoviária os guarda corpos existentes são na maior parte da extensão de cantaria de
pedra, existindo do km 2+955 ao km 3+075 guarda corpos metálicos.
No que respeita à envolvente dos Muros de contenção da plataforma rodoviária na zona de Gibalta é
caracterizada pelo lado sul ser constituída por alguma vegetação, designadamente, arbórea e
arbustiva. Para além disso, no lado sul existe na proximidade a linha do comboio regional ao longo
dos Muro de contenção da plataforma rodoviária.
No lado norte, a envolvente é caracterizada por alguma vegetação do tipo arbustiva.
31
TRABALHOS DE INTERVENÇÃO
Os trabalhos destinados à reabilitação e reforço dos muros de contenção foram designadamente,
reparação em profundidade do betão da viga e laje do muro, reforço estrutural dos muros através de
ancoragens e micro-estacas, reparação em profundidade do betão degradado, assim como a
selagem de fissuras estabilizadas.
Procedeu-se também à substituição de guarda corpos metálico, à limpeza, alinhamento e reparação
ou substituição de guardas de segurança, lancis, guarda corpos, passeios e muretes.
Por outro lado, efectuou-se a introdução de geodrenos, a limpeza e reconstrução de elementos do
sistema de drenagem do tabuleiro rodoviário e muros.
Por fim, pintou-se as superfícies expostas de betão armado com inibidor de corrosão multifuncional
migratório e com tinta acrílica. O custo total das obras de reabilitação dos Muros de contenção da
plataforma rodoviária na zona de Gibalta foi aproximadamente 639.000 €.
3.1.3. PASSAGEM SUPERIOR AO CAMINHO-DE-FERRO AO KM 3+600 DA EN6
CARACTERIZAÇÃO DE OBRA
A Passagem Superior de Caminho-de-Ferro encontra-se inserida na Estrada Nacional Nº6 sendo
constituída por um único vão. O tabuleiro em laje vigada e betão armado é apoiado em encontros de
alvenaria aparelhada que descarregam em estacas.
Figura 7- Passagem Superior ao Caminho-de-Ferro
O comprimento total da obra de arte é de 8,50 m e 16,00 m de largura, acrescido de dois passadiços
sobrelevados com 1,30 m de largura útil, revestidos com calçada portuguesa, separador central
sobrelevado com 0,65 m de largura e guarda corpos em betão armado.
O vão central desta obra, assegura a implantação do perfil transversal de via dupla do Caminho-de-
Ferro da Linha de Cascais.
A intersecção das duas vias localiza-se ao km 3+600 da EN6 e ao km 11+230 do Caminho-de-Ferro
da Linha de Cascais, segundo um ângulo de viés de 29,675 grados ao eixo da obra.
É de notar que a obra de arte está inserida em perfil longitudinal num trainel com 5,4% de inclinação,
cujo pavimento é em betuminoso.
No que respeita ao muro de ala no acesso a Caxias apresenta uma extensão de 20 m.
32
TRABALHOS DE INTERVENÇÃO
Os trabalhos de reabilitação consistiram no reforço do muro de ala no acesso a Caxias e na
introdução de geodrenos no muro. Procedeu-se à reparação em profundidade do betão do tabuleiro
com substituição das armaduras, substituição de aparelhos de apoio, reparação do reboco degradado
dos muros e pintura das superfícies expostas de betão armado com inibidor de corrosão
multifuncional migratório.
Por fim, efectuou-se a pintura geral das superfícies expostas com tinta acrílica. O custo total das
obras de reabilitação da Passagem Superior de Caminho-de-Ferro foi aproximadamente 732.000 €.
3.1.4. PASSAGEM INFERIOR AO KM 8+700 DA EN6
CARACTERIZAÇÃO DA OBRA
A Passagem Inferior ao km 8+700 da EN6 caracteriza-se por um tabuleiro em laje simplesmente
apoiada em dois encontros, cada um dos quais é um conjunto monolítico formado por um muro de
testa, com estribo para apoio do tabuleiro, e dois muros de avenida.
Figura 8- Passagem Inferior ao km 8+700 da EN6
A laje é em "betão armado - pré-esforçado" (com cabos de pré-esforço por pós-tensão, colocados
longitudinalmente) e os encontros são em "betão simplesmente armado" e têm fundação directa, por
sapatas. Prolonga-se superiormente, nos bordos livres, por pequenas consolas que correspondem a
parte dos passeios. Junto a esses mesmos bordos, existem vazamentos destinados ao alojamento de
tubagens.
Os muros de avenida têm as faces aparentes em planos verticais que também contêm as bordaduras
do tabuleiro e são encimados por pequenas lajes em consola, que se desenvolvem para o tardoz dos
mesmos e permitem a constituição dos passeios nas zonas dos encontros.
Os apoios da laje são materializados com chapas de chumbo brando e as juntas de dilatação são
preenchidas com parquet de cortiça.
A Passagem Inferior tem como principais características, um vão livre de cerca de 14,60 m de
extensão, uma altura livre mínima de 3,58 m (sob o bordo do lado Norte). Por fim, a largura total do
tabuleiro é de aproximadamente 16,5 m correspondendo 12,12 m à faixa de rodagem e 2,18 m ao
passeio e à bordadura do lado Norte e 2,20 m ao passeio e à bordadura do lado Sul.
33
TRABALHOS DE INTERVENÇÃO
Os trabalhos de intervenção resultaram, nomeadamente, na reparação dos bordos da laje do
tabuleiro, reparação do betão com exposição de armaduras e reparação das cornijas dos passeios,
nas zonas adjacentes às juntas entre o tabuleiro e os encontros.
Procedeu-se à substituição do pavimento por camada de betuminoso elastomérico, remoção das
inserções metálicas existentes com reparação da superfície de betão e renovação da instalação
eléctrica de iluminação do vão da obra.
Efectuou-se uma pintura geral de protecção de todas as superfícies de betão aparentes, com tinta à
base de resina acrílica e com tinta anti-graffiti, e instalou-se barreiras horizontais flexíveis, suspensas
a 3,50 m de altura, adjacentes aos alçados da obra. O custo total das obras de reabilitação da
Passagem Inferior ao km 8+700 da EN6 foi aproximadamente 249.000 €.
3.1.5. PASSAGEM PEDONAL AO KM 10+660 EM CARCAVELOS
CARACTERIZAÇÃO DA OBRA
A Passagem Pedonal encontra-se inserida na EN6 caracteriza-se por ser constituída por um tabuleiro
em betão armado, vigado, simplesmente apoiado em encontros de alvenaria, revestidos por alvenaria
de pedra aparelhada.
Figura 9- Tabuleiro apoiado em encontros de alvenaria
O tabuleiro é composto por uma laje de betão armado suportada por 8 vigas com cerca de 0,60 m de
altura e cerca de 0,40 m de largura, cujo afastamento entre eixos mede cerca de 1,90 m. Por outro
lado, o tabuleiro, tem uma largura total de 16,60 m, correspondendo 12,20 m à faixa de rodagem com
duas vias; 1,40 m ao passeio poente e 1,95 m ao passeio nascente, 0,45 m ao separador central, e
por fim dois espaços com 0,30 m cada para guarda corpos.
O comprimento total da obra de arte, medido entre as extremidades dos acrotérios, é de 6,85 m. O
vão livre, entre faces de encontros, é de 6,00 m enquanto que o tabuleiro tem um comprimento total
de 7,00 m, aproximadamente, medidos segundo o eixo da estrada. É de notar que o gabarit vertical
mínimo é de 3,29 m.
Os guarda-corpos possuem 0,86 m de altura total e são constituídos por barras de aço prismáticas,
limitados nas extremidades por acrotérios de pedra também prismáticos.
34
TRABALHOS DE INTERVENÇÃO
Os trabalhos de reabilitação consistiram na picagem do reboco que actualmente reveste as vigas e a
face inferior da laje, na demolição de todo o betão que se apresentava deteriorado e execução de
novas peças de apoio do tabuleiro.
Por outro lado, procedeu-se à colocação das novas armaduras das vigas e dos aparelhos de apoio,
betonagem das vigas; demolição do reboco e do betão das lajes e escovagem das armaduras com
jacto de areia.
Por fim, reconstituiu-se a geometria da secção com betão projectado e pintou-se todas as superfícies
de betão à vista. O custo total das obras de reabilitação da Passagem Pedonal foi aproximadamente
73.000€.
3.1.6. PASSAGEM INFERIOR AO KM 11+280 DA EN6
CARACTERIZAÇÃO DA OBRA
A Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6 sobre a Ribeira das Marianas. Caracteriza-se por ter dois
caminhos pedonais com um só vão, para além disso o tabuleiro é em laje vigada e betão armado,
simplesmente apoiado em encontros em muros de cantaria.
Figura 10- Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6
A obra de arte apresenta um vão teórico de 7,50 m e 15,90 m de largura, garantindo a implantação no
tabuleiro do perfil transversal da actual EN6, acrescido de dois passadiços sobrelevados com 1,80 m
de largura útil revestidos com calçada portuguesa e guarda corpos em betão armado.
Esta obra está inserida em perfil longitudinal numa zona quase plana, e não apresenta viés. O
pavimento é em betuminoso, e encontra-se em bom estado de conservação, tendo já sido sujeito a
diversas recargas.
TRABALHOS DE INTERVENÇÃO
As acções tomadas na reabilitação da infra-estrutura foi a limpeza das pinturas da superfície dos
encontros e muros de avenida e remoção do betão degradado do tabuleiro. Procedeu-se à limpeza e
substituição das armaduras, assim como a aplicação de betão projectado, reparação do betão em
profundidade nas carlingas e substituição dos aparelhos de apoio.
35
Além disso, efectuou-se a reparação da iluminação pública junto aos encontros sob o tabuleiro,
substituição das fixações da tubagem adjacente ao tabuleiro e por fim a colocação de juntas de
dilatação. O custo total das obras de reabilitação da Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6 foi
aproximadamente 66.000 €.
3.2. CRONOGRAMA DOS TRABALHOS DAS VÁRIAS FRENTES DE OBRA
Os trabalhos das frentes de obra em estudo encontram-se com datas definidas para a sua conclusão,
assim como a obra no seu global.
Quadro 3- Duração dos trabalhos nas frentes de obra
Frentes de obra Início Conclusão Duração de
dias úteis
Duração dias de
calendário
Ponte sobre a Ribeira do
Jamor 20-06-11 09-09-11 60 dias 82 dias
Muros de Contenção da
Plataforma Rodoviária 06-06-11 23-03-12 210 dias 292 dias
Passagem Superior ao
Caminho de Ferro 23-05-11 21-05-12 261 dias 365 dias
Passagem Inferior ao km
8+700 da EN6 04-07-11 02-09-11 45 dias 61 dias
Passagem Pedonal 26-03-12 21-05-12 41 dias 57 dias
Passagem Inferior ao km
11+280 da EN6 01-02-12 26-03-12 38 dias 54 dias
Total das 6 frentes de
obra 23-05-11 21-05-12 261 as 365 dias
36
Capítulo 4 – APLICAÇÃO AO CASO DE ESTUDO
4.1. LIDERA APLICADO A INFRA-ESTRUTURAS RODOVIÁRIAS
4.1.1. ENQUADRAMENTO
O sistema LiderA, resulta dos trabalhos de investigação, consultoria e projectos sobre
sustentabilidade na construção e ambientes construídos, efectuados desde 2000, que levaram à
publicação em 2005 da primeira versão e em 2007 às primeiras certificações ( Pinheiro 2011b).
O sistema LiderA baseia-se no conceito de reposicionar o ambiente na construção, na perspectiva da
sustentabilidade, assumindo-se como um sistema para liderar pelo ambiente. Encontra-se organizado
em vertentes que incluem áreas de intervenção, que são operacionalizas através de critérios que
permitem efectuar a orientação e a avaliação do nível de procura da sustentabilidade.
Para o LiderA a procura de sustentabilidade nos ambientes construídos assenta desde logo em seis
princípios a serem adoptados, os quais abrangem as seis vertentes consideradas no sistema. Os
princípios sugeridos para a procura da sustentabilidade são os seguintes:
Valorizar a dinâmica local e promover uma adequada integração;
Fomentar a eficiência no uso dos recursos;
Reduzir o impacte das cargas (quer em valor, quer em toxicidade);
Assegurar a qualidade do ambiente, focada no conforto ambiental;
Fomentar as vivências socioeconómicas sustentáveis;
Assegurar a melhor utilização sustentável dos ambientes construídos, através da gestão
ambiental e da inovação.
Estes princípios estabelecidos podem, por exemplo, fazer parte da política ambiental do
empreendimento, devem aplicar-se desde a fase inicial da concepção (planeamento e projecto) e são
compreendidos como o compromisso a atingir, o qual deve ser formalizado, passando a poder fazer
parte dos empreendimentos como uma estratégia de sustentabilidade ( Pinheiro, 2006).
No sistema, para orientar e avaliar o desempenho, existe um conjunto de critérios que
operacionalizam os aspectos a considerar em cada área. Estes critérios dispõem de diferentes níveis
de desempenho (1 a 10 ou superior) evoluem com a tecnologia, permitindo assim dispor de soluções
ambientalmente mais eficientes.
Os níveis de desempenho são numéricos que do ponto de vista de comunicação são transformados
em classes (de G a A+++) com base numa escala logarítmica.
O primeiro nível assenta no desempenho tecnológico mais utilizado, pelo que a prática construtiva
existente é considerada como nível usual (Classe E). No segundo nível o melhor desempenho
decorre da melhor prática construtiva viável à data (Classe C, B e até A), o terceiro assenta na
definição do nível de sustentabilidade elevado (procura de neutral ou regenerativo (Classes A++).
Para o sistema LiderA o grau de sustentabilidade por área é mensurável em classes de bom
desempenho crescentes: desde a prática (E) a classes C (superior a 25% à prática), B (37,5 %) e A
(50% ou factor 2). Na melhor classe de desempenho existe, para além da classe A, a classe A+,
37
associada a um factor de melhoria de 4 e a classe A++ associada a um factor de melhoria de 10 face
à situação inicial considerada, ou até mesmo A+++ que categoriza uma situação regenerativa.
Figura 11- Níveis de desempenho
O LiderA aplicado a infra-estruturas rodoviárias consiste em seis vertentes que se dividem em 22
áreas específicas incluindo um conjunto de pré-requisitos e de 43 critérios, permitindo avaliar o
desempenho da sustentabilidade a nível ambiental e socioeconómico. Este sistema tem por base
todo o ciclo de vida da infra-estrutura definido pela fase de planeamento, projecto, construção,
reabilitação e, por fim, operação.
Em 2008 houve um trabalho de aplicação a infra-estruturas rodoviárias desenvolvido por (Magina,
2008), todavia, este não considerou a aplicação de ACV.
Desde 2010 existe uma nova versão do LiderA, embora os limiares não estejam devidamente
ajustados a estas tipologias de obras rodoviárias.
4.1.2 CRITÉRIOS
O sistema de avaliação da sustentabilidade da infra-estrutura rodoviária é composto por seis
vertentes, nomeadamente, Integração local, Recursos, Cargas ambientais, Serviço de acessibilidade,
Vivência Socioeconómica e por fim Uso sustentável, que seguidamente se apresenta.
As linhas estratégicas de cada critério são explicitadas de seguida, tanto na fase de reabilitação como
na fase de operação.
INTEGRAÇÃO LOCAL
Esta vertente é focada na localização das infra-estruturas no que respeita à ocupação do solo, as
alterações ecológicas do território, a necessidade de valorizar o território e a rede ecológica e de
valorizar a paisagem e o património.
Valorização Territorial (C1)- deve-se ter em conta a construção nova em locais que possibilitem
assegurar a ocorrência de impactes reduzidos sobre o solo e a ecologia nativa. Um aspecto relevante
a dar prioridade é a possibilidade de valorizar um local através da reabilitação de infra-estruturas que
se encontrem degradadas.
No que respeita à fase de operação a pressão sobre o solo devido à implementação de uma infra-
estrutura rodoviária é bastante significativa. É importante ter em conta o tráfego automóvel sobre a
infra-estrutura, dado ser um factor que contribui para essa pressão.
38
Optimização Ambiental (C2)- na fase de construção/reabilitação deve-se procurar optimizar a área
de implantação do estaleiro de obra.
Na fase de operação, a emissão de partículas proveniente do tráfego automóvel deve ter especial
atenção tendo em conta Tráfego Médio Diário Anual (TMDA) de uma rodovia. Este tipo de partículas
são inaláveis e a sua presença na atmosfera de zonas habitadas tem grande efeito negativo ao nível
da saúde humana.
Valorização Ecológica (C3)- valor ecológico dos locais pode diminuir através das intervenções
humanas, deste modo é essencial potenciar o valor ecológico do local: deve-se tentar manter, no
local, todas as espécies fauna e flora (em especial as endémicas), procurando ainda aumentar a
biodiversidade e/ou área ecológica presente. A nível de obras de reabilitação é denotar o importante
contributo na valorização ecológica através da redução do tempo de intervenção previsto.
Interligação de Habitats (C4)- o ambiente construído deve integrar e respeitar as zonas naturais
existentes, minimizando a afectação das mesmas, sobretudo, em evitar a existência do efeito barreira
que origina uma implantação de uma infra-estrutura rodoviária. As soluções para o efeito barreira
seriam direccionadas na criação de eco-passagens, nomeadamente, ecocondutas, ecotúneis e
ecodutos que permitem a passagem de fauna e também o contínuo vegetal natural (no caso dos
ecotúneis e ecodutos) para ambos os lados da rodovia.
Integração Paisagística (C5)- reflecte a importância de valorizar a paisagem naturalizada através da
minimizição do impacte visual dos estaleiros na bacia visual do local.
Na fase de operação, as grandes dimensões que apresenta uma infra-estrutura rodoviária, contribui
para um grande impacte sobre uma paisagem, assim deve-se procurar que este tipo de infra-
estruturas tenha um enquadramento adequado à envolvente.
Protecção e valorização do património (C6)- o património construído pode ter uma grande
influência na identidade e características do local e como tal deve ser conservado e valorizado. Deste
modo, importa avaliar os danos causados pelas actividades de obra de uma forma directa ou indirecta
sobre o património (bens móveis ou imóveis) causando a sua destruição total ou parcial.
RECURSOS
O consumo de recursos assume um papel fundamental para o equilíbrio do meio ambiente, dado que
os impactes provocados podem ser bastante significativos. Desta forma, e com especial foco na fase
de construção de infra-estruturas rodoviárias, é emergente o controlo e a optimização de processos
nas actividades a desenvolver para garantir uma melhor gestão dos recursos.
Baixas necessidades (C7)- tem como objectivo avaliação do consumo de energia primária
relacionado com o tipo de materiais utilizados na construção, promovendo o uso daqueles que
possuem valores mais baixos.
39
Na fase de operação, avaliação pode ser baseada no consumo de combustíveis ou da electricidade,
com o objectivo de criar soluções que assentem essencialmente no uso de fontes de energia
alternativas.
Equipamentos eficientes (C8)- permite avaliar o consumo de energia por parte dos equipamentos. É
importante cada vez mais a escolha de equipamentos que tenham uma eficiência elevada, de forma a
contribuir para um menor consumo a níveis energéticos.
Intensidade em carbono (C9)- avalia as emissões de dióxido de carbono equivalente na produção
dos materiais utilizados na construção. A intensidade em carbono estabelece o balanço de carbono
emitido face à utilização de energia, quer esta seja proveniente de fontes renováveis, quer seja
proveniente de fontes não renováveis. É necessário apostar em energias que emitam menores
quantidades de carbono para a atmosfera.
Na fase de operação importa avaliar as emissões dióxido de carbono equivalente emitidas pelo
sistema de escape do automóvel tendo em conta o perfil da rodovia.
Consumo de água potável (C10)- possibilita a avaliação dos consumos de água proveniente da
rede de abastecimento público nos trabalhos de obra. A importância da água como um recurso
natural de grande valor económico, ambiental e social, pressupõe uma boa gestão quer na redução
dos consumos, tendo em conta adequabilidade da água à sua utilização, bem como na eficácia dessa
mesma utilização. Para além disso, pode-se introduzir mecanismos de reutilização das águas,
sempre que seja possível, com uma menor qualidade de água associada ao fim a que se destina.
Na fase de operação, os espaços exteriores podem ser responsáveis por elevados consumos de
água, como é o caso da rega de zonas verdes, sendo necessário optimizar esses consumos.
Gestão das águas locais (C11)- contribui para a necessidade de manter o ciclo normal das águas.
Deve-se desenvolver esforços na diminuição das escorrências superficiais para evitar eventuais
efeitos de cheia em momentos de pluviosidade. Deste modo, é importante o desenvolvimento de um
sistema de gestão das águas locais focado na infiltração e drenagem para linhas de águas naturais e
na retenção de poluentes em zonas com eventuais contaminantes.
Durabilidade (C12)- o consumo dos materiais está directamente ligado à durabilidade dos materiais
e das infra-estruturas construídas. Com a aplicação de materiais mais duráveis a longevidade da
infra-estrutura será maior, minimizando o consumo de materiais de construção e os impactes
ambientais inerentes às manutenções e fase de reabilitação.
Materiais locais (C13)- privilegia o uso de materiais locais ( até um máximo de 100 km), contribuindo
para minimizar os consumos e emissões do transporte, bem como fomentar a dinâmica da economia
local.
40
Materiais de baixo impacte (C14)- tem como objectivo impulsionar o uso de materiais com reduzido
impacte ambiental, nomeadamente através do recurso a materiais certificados ambientalmente (pelo
rótulo ecológico ou por outros sistemas de certificação reconhecidos), de materiais reciclados ou
materiais com melhor desempenho ambiental.
Produção local de alimentos (C15)- é importante potenciar a zona envolvente ( ex. taludes) das
rodovias com o aparecimento local de alimentos, como ervas aromáticas, árvores de fruto, e hortas
sociais.
CARGAS AMBIENTAIS
Este tipo de infra-estruturas assim como as actividades associadas geram pressões sobre os
ecossistemas tornando necessário o seu controlo e possíveis soluções para efeito de minimização
dessas mesmas pressões.
Tratamento de águas residuais (C16)- permite avaliar as decargas de fosfato equivalente para os
efluentes resultantes da produção de materiais usados na construção. É importante desenvolver
sistemas de tratamento local eficaz para o tratamento de águas residuais, como é o caso de fito-
ETAR´s.
Caudal de reutilização de águas usadas (C17)- uma das formas de reduzir o consumo de água
assenta na reutilização das águas residuais.
Caudal de emissões atmosféricas (C18)- permite avaliar as emissões de dióxido de enxofre
equivalente proveniente do fabrico de materiais usados na construção. As actividades de combustão
dão origem, entre outras, a emissões de partículas, dióxido de enxofre, sendo fundamental reduzir
essas emissões na fonte.
Em relação à fase de operação, este critério pretende estimar as emissões de enxofre equivalente
proveniente do sistema de escape do automóvel. Denota-se que existe um esforço para reduzir o teor
de enxofre nos combustíveis, segundo o Decreto-Lei 89/2008 regula o teor de enxofre na gasolina e
no gasóleo para 10 ppm (Marques, 2010).
Produção de resíduos (C19)- avalia a quantidade de resíduos produzida em obra. A redução da
produção de resíduos deve ser encarada como uma meta a atingir, definindo, desde logo, as
técnicas, soluções e materiais que permitam reincorporar os resíduos ou que produzam,
efectivamente, menores quantidades.
Na fase de operação é também avaliado a quantidade de resíduos produzidos nos parques de
estacionamento e postos de abastecimento.
41
Gestão de resíduos perigosos (C20)- avalia a política adoptada na gestão resíduos perigosos,
tendo em conta a redução da produção, condições usadas no armazenamento e também o destino
final.
Valorização de resíduos (C21)- tem como objectivo avaliar a reincorporação de resíduos na obra,
designadamente, resíduos de construção e demolição. Os resíduos reutilizados são aqueles que
podem apresentar mais-valias, uma vez que a energia necessária para o seu processo de
reaproveitamento pode ser, em princípio, menor do que nos reciclados.
Fontes de ruído para o exterior (C22)- a necessidade de dispor de níveis de ruído ambientalmente
aceitáveis, quer para a vida humana, quer para os animais, é fundamental. Tal objectivo pode ser
promovido através do controlo das fontes de ruído para a envolvente.
Poluição ilumino-térmica (C23) - o efeito de ilha de calor, provocado pelas alterações do balanço
térmico do local, tem consequências a um nível global, facto que se comprova pelas condições
ambientais desagradáveis, quer pelo aumento de temperatura que se cria em alturas de calor, quer
em situações inversas por um rápido arrefecimento. Em relação à iluminação, sobretudo durante o
período nocturno, pode constituir uma fonte de poluição visual que, no caso de não ser contida, pode
interferir com os ecossistemas e com o desenvolvimento de algumas actividades humanas e deve,
deste modo, ser atenuada.
SERVIÇO DE ACESSIBILIDADE
Para além de se focar a construção de infra-estruturas rodoviárias na gestão dos aspectos ecológicos
e ambientais que estão associados, é necessário ter em consideração a satisfação dos utentes,
nomeadamente, no conforto, na segurança, na mobilidade que este tipo de infra-estruturas apresenta.
Acessibilidade aos utentes (C24)- avalia o tempo de condicionamento e quantidade de restrição de
acessos da rodovia. É importante que caso existiam condicionamentos na rodovia, sejam realizados
no menor tempo possível de forma a minimizar constrangimentos aos utentes.
Conforto (C25)- fomenta o bem-estar dos utentes que usam este tipo de infra-estruturas com base
nas suas características de comodidade.
Condições de trânsito (C26)- tem como objectivo informar os utentes das condições e
operacionalidade da rodovia.
Segurança da infra-estrutura (C27)- permite avaliar os elementos da infra-estrutura que contribuem
para a segurança dos trabalhadores na construção. Também avalia a segurança da infra-estrutura
para os utentes que a frequentam.
42
VIVÊNCIA SOCIOECONÓMICA
A vivência socioeconómica é uma vertente que relaciona directamente a sociedade com a infra-
estrutura em si. Com base nos vários aspectos sociais e económicos que compõem esta interacção
deve-se procurar que esta interacção seja cada vez mais sólida e livre de incompatibilidades.
Acesso aos transportes públicos (C28)- torna-se importante criar condições para a utilização
destes tipos de transporte, com maior preferência para os de carácter mais ecológico, valorizando-se
a proximidade a transportes públicos ou a criação de meios de transporte ecológico.
Mobilidade de baixo impacte (C29)- reduzir a necessidade de transportes, promover a utilização de
meios de locomoção que tenham baixos impactes, através da criação de infra-estruturas (pedonais,
ciclovias) que permitam o seu uso e a existência de parqueamento próprio para veículos de baixo
impacte.
Solução inclusiva (C30) - é necessário fomentar a acessibilidade de pessoas com diferentes
limitações e adequar e habilitar as infra-estruturas para este tipo de mobilidade.
Flexibilidade - adaptabilidade aos usos (C31)- capacidade de inclusão de diferentes estruturas nas
infra-estruturas rodoviárias, de modo que possibilite uma evolução na adaptação a diferentes usos.
Dinâmica económica (C32)- assegurar acessos locais para zonas que potenciem actividades
económicas.
Trabalho local (C33)- contribui para dinamizar a economia local, através da criação de trabalho para
as empresas locais.
Amenidades locais (C34)- a proximidade dos utentes às amenidades locais deve ser entendida
como uma mais-valia para os ambientes locais. Deve-se procurar a valorização das amenidades
locais fomentando a sua presença e criação, a sua manutenção e o seu acesso nas proximidades,
preservando as suas funções.
Interacção com a comunidade (C35)- a população deve usufruir das infra-estruturas, podendo até
ser promovidas actividades (por exemplo, desportivas e culturais) permitindo a interacção destes com
a comunidade adjacente, fomentando relações de proximidade e vizinhança.
Capacidade de controlo (C36)- é importante que os utentes tenham a possibilidade de controlar
alguns elementos da infra-estrutura rodoviária, nomeadamente, os semáforos, de forma a facilitar a
sua mobilidade.
43
Condições de participação e governância (C37)- promover uma troca alargada de informação
entre os responsáveis pelo projecto e os eventuais utilizadores nas várias fases de ciclo de vida da
infra-estrutura.
Controlo dos riscos naturais (safety) (C38)- fomentar a adopção de medidas que assegurem um
risco reduzido em caso de catástrofes naturais sobre a infra-estrutura.
Controlo das ameaças humanas (security) (C39)- adopção de medidas que inibem o vandalismo e
a criminalidade.
Custos no ciclo de vida (C40)- constitui um parâmetro essencial e importante para o sucesso e a
viabilidade de uma construção, visto ser uma forma de maximizar a rentabilidade da infra-estrutura,
minimizando simultaneamente a sua manutenção.
USO SUSTENTÁVEL
Uso sustentável assenta na gestão dos aspectos ambientais, quer através da disponibilização de
informação aos agentes envolvidos, quer através do sistema de gestão, pode assegurar a
consistência e a concretização dos critérios e soluções com reflexos no desempenho ambiental, uma
dinâmica de controlo e melhoria contínua ambiental das infra-estruturas rodoviárias e a promoção da
inovação.
Condições de utilização ambiental (C41)- é importante identificar de todos os tipos de informação
disponível e entregue aos operadores da infra-estrutura rodoviária relativamente ao aspectos
ambientais, funcionamento de equipamentos, plantas da estrada, especificações de manutenção,
monitorizações, entre outros.
Sistema de gestão ambiental (C42)- deve ser adoptado um sistema de gestão ambiental e
mecanismos de gestão ambiental adequados às infra-estruturas rodoviárias (formal, certificado ou
não), tratando-se de sistemas que podem contribuir para a boa gestão e manutenção do desempenho
dos edifícios e zonas exteriores, corroborando o seu bom desempenho ambiental.
Inovações (C43)- um dos elementos que se deve reforçar e incentivar, aquando da aplicação de
soluções que promovam a sustentabilidade é a adopção de medidas completamente inovadoras, que
melhorem o desempenho ambiental nos critérios anteriormente sugeridos.
44
Capítulo 5 - FASE DE REABILITAÇÃO DAS INFRA-ESTRUTURAS RODOVIÁRIAS
5.1. DESENVOLVIMENTO DOS LIMIARES
Na construção do sistema LiderA na fase de reabilitação das infra-estruturas rodoviárias procedeu-se
ao desenvolvimento dos limiares (classes LiderA) para cada critério. No (ANEXO III) é apresentado a
título de exemplo o quadro de limiares ajustada para os Muros de Contenção da plataforma rodoviária
na zona de Gibalta.
Valorização Territorial (C1)
A possibilidade de valorizar um local através da reabilitação de infra-estruturas degradadas é um
contributo importante na preservação de áreas naturais.
O indicador escolhido para este critério foi a percentagem de área adicional a ocupar
permanentemente na reabilitação da infra-estrutura. Deste modo quanto menor for a área ocupada
melhor é a classe de desempenho em que se insere o critério.
Optimização Ambiental (C2)
Nas fases de construção ou reabilitação é importante a optimização da área de implantação do
estaleiro de obra.
Para determinar a prática comum, teve-se em conta o tipo de perfil e as dimensões da EN6. A área
da infra-estrutura rodoviária é de cerca de 16 m2 por metro de extensão de obra de arte. Pressupondo
que a prática comum para implementação de um estaleiro para esta obra de arte é de ocupação de
uma área de aproximadamente o dobro dessa área, correspondendo a 32 m2 por metro de extensão
de obra de arte.
Valorização Ecológica (C3)
A biodiversidade é definida como a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens,
incluindo, inter alia, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os
complexos ecológicos dos quais fazem parte, compreende a diversidade dentro de cada espécie,
entre as espécies e dos ecossistemas. (IAIA, 2005)
A construção e a reabilitação deste tipo de infra-estruturas afectam os ecossistemas e tem efeito na
biodiversidade, deste modo deve-se implementar medidas que potenciem o valor ecológico do local
com espécies autóctones.
O objectivo é manter o estado natural onde seja possível de forma a compensar aquilo que se
perdeu. A aplicação deve seguir uma ordem lógica de proximidade: no local; área adjacente ou fora
da área de intervenção, onde se exige a obtenção de um sistema ecológico igual ou mesmo melhor
ao que se encontrava antes da intervenção.
Um dos elementos da infra-estrutura rodoviária que pode contribuir para um aumento do valor
ecológico são os taludes, que segundo o Decreto-lei n.º 262/88, a definição de talude consiste no
45
volume de terra de alta inclinação ligando dois locais de cotas diferentes coberto por vegetação
natural ou instalada, que actua como muro de suporte, impedindo o desmoronamento do solo.
Para um bom desempenho ambiental é fundamental que os taludes sejam compostos por espécies
arbóreas e arbustivas criando um ecossistema complexo, bem como contra erosão do talude.
Através do coberto vegetal promove-se uma barreira contra a erosão, melhorando a estrutura do solo
pela adição de matéria orgânica, bem como, aumentando a sua capacidade de retenção de água e
reduzindo a velocidade de escoamento à superfície. (Ferreira and Vinicius, 2007).
No processo de sucessão ecológica as espécies de pequeno porte tendem a ser substituídas por
outras de porte arbóreo, possibilitando ambientes mais estáveis.
As espécies arbóreas promovem locais ecológicos atraindo dispersores como pássaros, insectos e
outros animais de pequeno porte que são importantes para promover desenvolvimento do
ecossistema, assim como melhora o impacte visual (Ferreira and Vinicius, 2007).
Por outro lado, uma ameaça à biodiversidade é a existência de espécies invasoras, segundo o
Decreto-Lei nº 565/99, a introdução de espécies não indígenas na Natureza pode originar situações
de predação ou competição com espécies nativas, a transmissão de agentes patogénicos ou de
parasitas e afectar seriamente a diversidade biológica, as actividades económicas ou a saúde
pública, com prejuízos irreversíveis e de difícil contabilização.
Integração Paisagística (C5)
Os impactes provocados pelos estaleiros de construção são numerosos sobretudo no local de
implantação do estaleiro e nas suas imediações, degradando o meio ambiente e a qualidade de vida
dos cidadãos. O impacte visual gerado pela vedação de um estaleiro é também um aspecto
importante a considerar, uma vez que o seu mau estado de conservação constitui um tipo de
agressão ambiental (Couto and Teixeira, 2006).
Assim, é relevante a adopção de medidas que integrem da melhor forma possível os estaleiros na
envolvente, nomeadamente, utilização de tapumes; lona caracterizada de uma forma adequada que
cobre a fachada das obras de intervenção; proibição de publicidade e por fim, organização e limpeza
da obra.
Protecção e valorização do património (C6)
Decorrente dos trabalhos de intervenção nas obras de reabilitação deve-se de assegurar a
salvaguarda do património bem como valorizar o património existente.
Distinguiu-se dois tipos de valorização dos elementos das infra-estruturas rodoviárias, o primeiro
corresponde às intervenções estruturais, como é o caso da obra de arte, pavimento e enquadramento
da envolvente. O outro tipo é de pequenas intervenções, nomeadamente, passeios, taludes,
sinalização, iluminação e sistemas de drenagem.
Para além da valorização dos elementos é necessário contabilizar afectação da envolvente com o
decorrer dos trabalhos. Esses impactes podem estar associados à infra-estrutura, assim como a bens
móveis ou imóveis de uma forma permanente (ex. aparecimento de fissuras nos edifícios) ou apenas
temporária (ex: poeiras).
46
Os limiares de alguns critérios como é o caso das Baixas necessidades (C7), Equipamentos
eficientes (C8), Intensidade em Carbono (C9), Consumo de água potável (C10), Tratamento das
águas residuais (C16), Caudal de emissões atmosféricas (C18), Produção de resíduos (C19),
Custos no ciclo de vida (C40) são de base quantitativa e diferem tendo em conta a tipologia da
infra-estrutura, ou seja, no caso de pontes, muros de contenção, passagens superiores, passagens
inferiores ou passagens pedonais.
Por outro lado, os critérios, designadamente, Baixas necessidades (C7), Intensidade em Carbono
(C9), Tratamento das águas residuais (C16) e Caudal de emissões atmosféricas (C18) foram
mensurados com base na consulta de Declarações Ambientais de Produto e estudos científicos sobre
os vários materiais de construção.
No presente estudo foram usados 16 materiais, nomeadamente, cimento, aço, tubos polietileno de
alta densidade (PEAD), resina epoxy, tinta acrílica, madeira, placas metálicas de aço, rede metálica,
aparelhos de apoio, betão, guarda-corpos metálicos, areia, rede fibra de vidro, argamassa, emulsão
betuminosa e por fim, asfalto.
As Declarações Ambientais de Produto são desenvolvidas de forma voluntária e apresentam
informação ambiental quantificada relativa ao ciclo de vida de um produto de modo a permitir a
realização de comparações entre produtos que satisfaçam a mesma função. Estas declarações são
baseadas em dados relativos à Avaliação do Ciclo de Vida do produto verificados de forma
independente (interna ou externamente), resultados da Análise de Inventário de Ciclo de Vida ou
módulos de informação de acordo com as normas internacionais ISO 14040:2006 e ISO 14044:2006
(De Brito e Pinheiro, 2010).
Os valores consultados nas Declarações Ambientais de Produto referentes aos materiais de
construção correspondem às fases Cradle-to-Gate.
A título de exemplo, a Declaração Ambiental de Produto no caso do Cimento Portland contém os
valores do consumo de energia para a produção de cimento, como mostra o quadro abaixo.
Quadro 4- Energia primária do Cimento Portland ( Fonte: (Cembureau, 2008))
Energia primária
(MJ/1000 kg) Pré-Fábrica Fábrica Total
Recursos naturais
Renováveis 132 0 132
Não renováveis 1370 2501 3871
Recursos secundários
Renováveis 0 157 157
Não renováveis 0 638 638
Total 1502 3296 4798
Sobre as categorias de impactes ambientais, para o mesmo caso do Cimento Portland, obteve-se os
dados para as emissões de dióxido de carbono equivalente, enxofre equivalente e fosfato
equivalente.
47
Quadro 5- Impactes ambientais da produção do Cimento Portland ( Fonte: (Cembureau, 2008))
Categorias de impactes
ambientais Unidades Pré-fábrica Fábrica Total
Aquecimento Global kg CO2 eq/1000 kg 118 781 899
Acidificação kg SO2 eq/1000 kg 1,1 1,3 2,4
Destruição da camada do
ozono
kg CFC-11 eq/1000 kg 4,3E-5 0 4,3E-5
Formação de oxidantes
fotoquímicos
kg C2H4 eq/1000 kg 0,13 0,12 0,25
Eutrofização kg PO4 eq/1000 kg 0,05 0,2 0,25
Após esta análise é apresentado de seguida uma síntese dos consumos de energia primária,
emissões de dióxido de carbono equivalente, emissões de fosfato equivalente e emissões de dióxido
de enxofre equivalente dos materiais usados no estudo correspondente à fase de produção (incluí
todos os processos desde a exploração da matéria-prima até ao produto final).
Quadro 6- Energia primária na produção dos vários materiais
Material Unidades Energia primária
Cimento Portland (Cembureau, 2008) MJ/kg 4,8
Aço (Bossenmayer, 2010a) MJ/kg 32
Tubos de PEAD (PlasticsEurope, 2008) MJ/m 11,1
Resina epoxy (Thornéus, 2011) MJ/kg 74
Tinta acrílica (Schminke, 2011) MJ/m2 36
Madeira (Bossenmayer, 2012) MJ/m3 1125
Placas metálicas de aço (Rautaruukki, 2007a) MJ/kg 16,7
Rede metálica (Bossenmayer, 2010b) MJ/m2 30,6
Aparelhos de apoio (Rautaruukki, 2007b) MJ/kg 18
Betão (Marinkovic, 2010) MJ/m3 20,1
Guarda-corpos (Rautaruukki, 2007b) MJ/m 216
Areia (Marinkovic, 2010) MJ/kg 27,8
Rede de fibra de vidro (Bossenmayer, 2010c) MJ/m2 12,1
Argamassa (Bosssenmayer, 2008) MJ/kg 2,6
Emulsão betuminosa (Walters, 2011) MJ/m2 1,4
Asfalto (Hassan, 2011) MJ/ton 723,9
No que se referente às emissões de dióxido de carbono equivalente distinguiu-se os tipos de cimento
usados, visto que a percentagem de clínquer difere em ambos. A percentagem de clínquer no
cimento de tipo I é entre 95 a 100% e no cimento de tipo II é entre 80 a 94%. Segundo (Henriques,
2011), a produção de clínquer é uma relevante fonte de emissões de dióxido de carbono equivalente
para a atmosfera no fabrico do cimento. Assim, o cimento de tipo I tem um impacte mais negativo nas
emissões de dióxido de carbono equivalente no ambiente do que o cimento de tipo II.
No que respeita à tinta acrílica foi diferenciada na aplicação a Pontes e a Muros, dado que os
consumos de tinta na Ponte foram de 0,3 kg/m2 e nos Muros foram de cerca de 0,41 kg/m
2.
48
Quadro 7- Emissões de Dióxido de Carbono equivalente na produção dos vários materiais
Material Unidades Emissão de Dióxido de Carbono equivalente
Cimento Portland (tipo I) (Cembureau, 2008) kg CO2 eq/kg 0,9
Cimento Portland Cálcário (tipo II) (Henriques, 2011) kg CO2 eq/kg 0,6
Aço (Bossenmayer, 2010a) kg CO2 eq/kg 1,7
Tubos de PEAD (PlasticsEurope, 2008) kg CO2 eq/m 0,3
Resina epoxy (Thornéus, 2011) kg CO2 eq/kg 1,5
Tinta acrílica aplicada a Pontes (Tratek, 2011) kg CO2 eq/m2 0,6
Tinta acrílica aplicada a Muros (Tratek, 2011) kg CO2 eq/m2 0,9
Madeira (Bossenmayer, 2012) kg CO2 eq/ m3 25,8
Placas metálicas de aço (Rautaruukki, 2007a) kg CO2 eq/kg 0,9
Rede metálica (Bossenmayer, 2010b) kg CO2 eq/m2 2,2
Aparelhos de apoio (Rautaruukki, 2007b) kg CO2 eq/kg 1,1
Betão (Thiebault, 2010) kg CO2 eq/ m3 260
Guarda-corpos (Rautaruukki, 2007b) kg CO2 eq/m 13
Areia (Marinkovic, 2010) kg CO2 eq/kg 0,1
Rede de fibra de vidro (Bossenmayer, 2010c) kg CO2 eq/m2 0,5
Argamassa (Bosssenmayer, 2008) kg CO2 eq/kg 0,3
Emulsão betuminosa (Walters, 2011) kg CO2 eq/m2 0,02
Asfalto (Hassan, 2011) kg CO2 eq/ton 32,1
Quadro 8- Emissões de Fosfato equivalente na produção dos vários materiais
Material Unidades Emissão de Fosfato
equivalente
Cimento Portland (Cembureau, 2008) kg PO4 eq/kg 2,50E-04
Aço (Bossenmayer, 2010a) kg PO4 eq/ kg 2,89E-04
Tubos de PEAD (PlasticsEurope, 2008) kg PO4 eq/m 6,24E-05
Resina epoxy (Thornéus, 2011) kg PO4 eq/kg 5,77E-03
Tinta acrílica aplicada a Pontes (Tratek, 2011) kg PO4 eq/m2 2,70E-03
Tinta acrílica aplicada a Muros (Tratek, 2011) kg PO4 eq/m2 3,69E-03
Madeira (Bossenmayer, 2012) kg PO4 eq/ m3 3,72E-02
Placas metálicas de aço (Rautaruukki, 2007a) kg PO4 eq /kg 4,40E-06
Rede metálica (Bossenmayer, 2010b) kg PO4 eq/m2 4,55E-04
Aparelhos de apoio (Rautaruukki, 2007b) kg PO4 eq/kg 4,70E-06
Betão (Thiebault, 2010) kg PO4 eq/ m3 6,71E-02
Guarda-corpos (Rautaruukki, 2007b) kg PO4 eq/m 5,64E-05
Rede de fibra de vidro (Bossenmayer, 2010c) kg PO4 eq/m2 1,89E-04
Argamassa (Bosssenmayer, 2008) kg PO4 eq/kg 6,60E-05
Emulsão betuminosa (Walters, 2011) kg PO4 eq/m2 1,33E-05
Asfalto (Hassan, 2011) kg PO4 eq/ton 2,60E-05
49
Quadro 9- Emissões de Dióxido de Enxofre equivalente na produção dos vários materiais
Material Unidades Emissão de Dióxido de
enxofre equivalente
Cimento Portland (Cembureau, 2008) kg SO2 eq/kg 2,40E-03
Aço (Bossenmayer, 2010a) kg SO2 eq/ kg 3,40E-03
Tubos de PEAD (PlasticsEurope, 2008) kg SO2 eq/m 6,39E-03
Resina epoxy (Thornéus, 2011) kg SO2 eq/kg 2,58E-02
Tinta acrílica aplicada a Pontes (Tratek, 2011) kg SO2 eq/m2 2,87E-03
Tinta acrílica aplicada a Muros (Tratek, 2011) kg SO2 eq/m2 3,92E-03
Madeira (Bossenmayer, 2012) kg SO2 eq/ m3 1,83E-01
Placas metálicas de aço (Rautaruukki, 2007a) kg SO2 eq / kg 4,00E-03
Rede metálica (Bossenmayer, 2010b) kg SO2 eq/m2 5,37E-03
Aparelhos de apoio (Rautaruukki, 2007b) kg SO2 eq/kg 2,30E-03
Betão (Thiebault, 2010) kg SO2 eq/ m3 4,25E-01
Guarda-corpos (Rautaruukki, 2007b) kg SO2 eq/m 2,76E-02
Areia (Marinkovic, 2010) kg SO2 eq/kg 5,00E-06
Rede de fibra de vidro (Bossenmayer, 2010c) kg SO2 eq/m2 2,32E-03
Argamassa (Bosssenmayer, 2008) kg SO2 eq/kg 4,56E-04
Emulsão betuminosa (Walters, 2011) kg SO2 eq/m2 5,54E-04
Asfalto (Hassan, 2011) kg SO2 eq/ton 9,50E-02
Numa abordagem de Avaliação do Ciclo de Vida, os critérios Baixas necessidades (C7) e
Intensidade em Carbono (C9) foram estudados através de cinco fases do ciclo de vida nas várias
infraestruturas intervencionadas. Estas cinco fases consistiram na fase de produção dos materiais, na
fase de transporte dos materiais, na fase de transporte dos trabalhadores, na fase de obra, e na fase
de fim de vida.
Na fase de produção dos materiais considerou-se como fronteira, todos os processos desde a
extracção das matérias-primas até a obtenção do produto final na fábrica.
Relativamente à fase de transporte dos materiais, salienta-se que os dados obtidos em relação à
origem de alguns materiais são de distribuidores, e não sobre o local de produção, deste modo os
resultados sobre esta fase podem não ser os mais precisos.
Sobre o meio de transporte os materiais foram transportados por dois tipos de camiões: camião com
semi-atrelado com capacidade de transporte de 25 toneladas e outro camião com grua com
capacidade de transporte de 12 toneladas.
Assumiu-se dois pressupostos, o primeiro pressuposto reside no facto da variação dos consumos e
emissões entre os dois camiões ser cerca de 30%. O segundo pressuposto é que a variação dos
consumos e emissões entre o mesmo tipo de camião com carga e de sem carga é de
aproximadamente 20%.
50
Quadro 10- Consumos de combustível e emissões de CO2 dos camiões (Fonte: (IPCC, 1997))
Tipo de camião
Consumo de
combustível com
carga [l/100km]
Consumo de
combustível sem
carga [l/100km]
Emissão de CO2
com carga [gCO2
eq/km]
Emissão de CO2
sem carga [gCO2
eq/km]
Camião com semi-
atrelado 40 32 770 616
Camião com grua 28 22 539 431
Na fase de transporte dos trabalhadores, foi assumido um cenário de referência de modo a estimar os
consumos de energia e emissões de dióxido de carbono equivalente relativos à deslocação dos
trabalhadores das suas habitações para a obra. Neste cenário salientou-se 4 tipos de meio de
transporte, designadamente, de automóvel, autocarro, mota e comboio.
No que respeita à fase de obra, é estudado os consumos de combustível e as emissões de dióxido de
carbono equivalente proveniente do funcionamento dos equipamentos usados nos trabalhos de
intervenção.
É de notar que as emissões de dióxido de carbono no ano de 2010 eram de 226,7 g CO2/kWh (EDP,
2010).
Por fim, a fase de fim de vida que corresponde ao transporte dos resíduos gerados na obra para
aterro foram contabilizados os consumos de combustível e as emissões de dióxido de carbono
equivalente.
Nesta Avaliação do Ciclo de Vida não se considerou na fase de operação o uso pelos veículos, dado
que a natureza das obras são de reabilitação de infra-estruturas rodoviárias (que ainda não está
estruturalmente degradada afectando o tráfego) pelo que essa utilização permanece inalterada, ou
seja, o Tráfego Médio Diário é praticamente constante antes e após a conclusão das obras.
Durabilidade (C12)
O tipo de materiais e a sua durabilidade contribui para a longevidade da infra-estrutura. Deste modo,
a durabilidade da infra-estrutura é avaliada tendo em conta o tempo para efectuar manutenções,
pequenas intervenções e intervenções estruturais.
Materiais Locais (C13)
Os materiais para a construção de uma infra-estrutura rodoviária podem percorrer distâncias muito
superiores a 100 km, e com o intuito de reduzir as emissões do transporte é necessário implementar
medidas para que se localizem a uma distância mais próxima. A avaliação deste critério traduz-se na
percentagem de materiais locais usados na obra.
Materiais de baixo impacte (C14)
A incorporação de materiais reciclados ou renováveis pode trazer benefícios ao nível de impactes
causados pelo uso de materiais originais, poupando vários aspectos ambientais considerados, tal
como os prejuízos causados pelo transporte (gastos de energia), pressão sobre os recursos naturais,
51
entre outros. Este critério é avaliado consoante a percentagem de materiais de baixo impacte usados
na obra.
Caudal de reutilização de águas usadas (C17)
A reutilização da água é uma solução que minimiza o consumo de água da rede de abastecimento,
desta forma o critério mede a percentagem de água reutilizada.
Gestão de resíduos perigosos (C20)
Na gestão de resíduos perigosos é importante o seu condicionamento de forma a evitar possíveis
contaminações para o meio ambiente. Essa gestão é avaliada consoante o bom ou mau
condicionamento de resíduos perigosos e na possibilidade de medidas que reduzam esses resíduos.
Valorização de resíduos (C21)
Os resíduos produzidos, nomeadamente, os resíduos de construção e demolição em vez de serem
depositados em aterro, podem-se criar soluções que possibilitem a reincorporação desses resíduos.
Fontes de ruído para o exterior (C22)
Os equipamentos usados produzem ruído para a envolvente, podendo o ruído produzido ultrapassar
os limites legais vigentes. Segundo o Decreto-lei nº 9/2007 do regulamento geral do ruído define que
as zonas habitadas não devem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 55 dB(A), expresso
pelo indicador Lden, e superior a 45 dB(A), expresso pelo indicador Ln.
Neste critério é considerado a potência sonora dos equipamentos, o horário de funcionamento, a
existência de queixas por parte da população sobre o ruído proveniente das actividades de obra e a
distância da infra-estrutura rodoviária aos aglomerados populacionais.
Acessibilidade aos utentes (C24)
As obras de reabilitação podem causar condicionamentos de tráfego automóvel e restrições de
acessos, é importante adoptar medidas que contribuam para atenuar esses efeitos.
Assim, avalia-se a percentagem de tempo que existe condicionamentos e restrições durante toda a
fase de trabalhos da obra.
Segurança da infra-estrutura (C27)
No que respeita à segurança dos trabalhadores nos vários trabalhos que desempenham, é importante
implementar um conjunto de medidas que garantam uma maior segurança. Neste critério é avaliado
as medidas de segurança de índole colectiva e individual. É também analisado a correcta
implementação dos equipamentos de protecção, manutenção em bom estado dos equipamentos de
protecção, formação e sensibilização dos trabalhadores à utilização dos equipamentos (Godinho e
Pereira, 2006).
E por fim, avalia-se no caso em que unicamente os trabalhadores com formação e aptidão
adequadas tenham acesso a zonas de risco elevado e temporariamente.
52
Trabalho local (C33)
Um contributo na dinamização da economia local é a contratação de empreiteiros/subempreiteiros
locais que ajudam à criação de emprego local. O critério em questão avalia a percentagem de
empreiteiros/subempreiteiros que estão associados às obras de reabilitação.
Condições de participação e governância (C37)
Ao longo do ciclo de vida da infra-estrutura é útil uma troca de informação entre as pessoas ligadas
ao projecto de construção e os utentes da infra-estrutura. Neste critério avalia-se se ocorre na fase
inicial de projecto uma troca alargada de informação entre os responsáveis pelo projecto e os
eventuais utilizadores do espaço; bem como reuniões periódicas nas várias fases do projecto e
construção entre projectistas e utilizadores. Por outro lado, avalia-se se as tomadas de decisão da
equipa de projecto, ocorrem paralelamente à consulta da população local e se existe interacção com
a população durante a fase de operação (ex: Implementação de sistemas online – internet).
Controlo das Ameaças Humanas (Security) (C39)
Este tipo de infra-estruturas está sujeito ao vandalismo, desta forma é necessário adoptar medidas
que o inibem.
Na avaliação deste critério salienta-se como medidas no combate ao vandalismo, a videovigilância,
área do estaleiro vedada, portaria para o controlo de entradas e saídas de pessoas e máquinas e por
fim, guardas de segurança.
Sistema de gestão ambiental (C42)
Na procura de um melhor desempenho ambiental é fundamental a implementação de sistemas de
gestão ambiental.
No entanto, no meio da construção por vezes é complicado implantar práticas de gestão exequíveis
e, principalmente, que sejam efectivamente cumpridas. Por isso, neste critério foi desenvolvido um
sistema de gestão ambiental por níveis evoluindo em 3 patamares até chegar ao quarto, no qual já
está praticamente apto para a certificação segundo a ISO 14001 ( Pinheiro, 2010).
Inovações (C43)
Este critério é focado no desenvolvimento de elementos inovadores que contribuam para um bom
desempenho do projecto.
53
5.2. UNIDADE FUNCIONAL
Para uma melhor compreensão dos dados posteriormente expostos, importa comparar com uma
unidade que seja relevante, isto é a unidade funcional considerada para relativizar o desempenho foi
metro linear da infra-estrutura intervencionada, tendo conta o seu tipo de perfil, para o período de vida
útil acrescida de vinte e cinco anos.
Através da unidade funcional é possível comparar os dados entre os vários tipos de infra-estruturas
em estudo.
5.3. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL
O processo de avaliação ocorreu ao longo do decurso das intervenções nas várias infra-estruturas
rodoviárias. Os dados recolhidos foram obtidos no estaleiro central da HCI / HTecnic, gentilmente
cedidos pelo Engº Nuno Cerqueira, Engº António Domingues, Engª Alexandra Batista, Engº Bruno
Monteiro, Engª Mónica Martinho e Engº João Mota.
De seguida, após a análise dos dados é apresentada a avaliação detalhada de duas infra-estruturas,
nomeadamente, a Ponte sobre a Ribeira do Jamor e os Muros de contenção da plataforma rodoviária
da zona de Gibalta. No ANEXO VI são apresentadas as avaliações das restantes quatro infra-
estruturas referentes aos seus desempenhos ambientais, assim com as análises de ACV.
Nas avaliações às obras de reabilitação das seis infra-estruturas intervencionadas foi realizado para
cada infra-estrutura um relatório explicitando com detalhe a avaliação, como mostra a figura abaixo.
Figura 12 – Capa do relatório do desempenho ambiental dos Muros de Gibalta
54
5.3.1. PONTE SOBRE A RIBEIRA DO JAMOR
Através do posicionamento do Sistema LiderA nas obras de reabilitação da Ponte sobre a ribeira do
Jamor a classe obtida insere-se numa classe certificável A, o que em termos ambientais significa, em
relação à prática comum, uma melhoria do desempenho ambiental de cerca de 50%.
São apresentados seguidamente para as Áreas e Vertentes a descrição sumária dos desempenhos,
indicando-se também o posicionamento atingido em cada um dos critérios do Sistema LiderA,
organizados de acordo com as respectivas vertentes. É de notar, que do Sistema LiderA para infra-
estruturas rodoviárias foram selecionados os critérios relevantes na fase de reabilitação.
Na vertente da Integração Local os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária
surgem nos critérios da Valorização territorial (C1), da Optimização ambiental da implantação
(C2), da Integração paisagística local (C5) e da Protecção e valorização do património (C6)
como se poderá comprovar no quadro seguinte.
Quadro 11- Integração Local: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
INTEGRAÇÃO LOCAL
SOLO 11% S
Valorização territorial C1 A++
Optimização ambiental da implantação
C2 A
4 Critérios PAISAGEM E PATRIMÓNIO
3% S Integração paisagística C5 A+
14% Proteção e valorização do património
C6 A
Na área do Solo, no critério da Valorização Territorial (C1), constatou-se que as intervenções
efectuadas foram pontuais na infra-estrutura rodoviária, de modo que não existiu necessidade de
implementar na envolvente outro tipo de infra-estruturas. Desta forma permitiu a valorização da infra-
estrutura sem recorrer a uma área adicional a ocupar na envolvente e permitindo assegurar a
ocorrência de impactes reduzidos para o solo e seus usos.
Ao considerar a Optimização ambiental da implantação (C2), verificou-se que a área do estaleiro
de obra era 1,4 m2 por metro de extensão de obra de arte, correspondendo a uma melhoria de 50%
face à prática comum. A boa organização do estaleiro evidenciada também contribui para uma boa
implementação, atendendo às sensibilidades ambientais do espaço.
Na Integração paisagística (C5), destaca-se que as vedações existentes do estaleiro não continham
publicidade, existia uma rede de cobertura nos andaimes e o estaleiro estava bem organizado. Um
aspecto a salientar, reside no facto de o estaleiro não possuir tapumes nas delimitações deste, o que
poderia facilitar uma boa integração na envolvente.
Em relação à Paisagem e Património (C6), as obras de reabilitação permitiram uma valorização da
infra-estrutura, um melhoramento na iluminação da via, assim como, uma melhoria no
enquadramento da envolvente. É de referir que nenhum bem móvel ou imóvel foi afectado no decurso
dos trabalhos, todavia, existem sempre impactes temporários causados na envolvente da infra-
estrutura, designadamente, na libertação de poeiras.
55
Na vertente dos Recursos os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária surgem
nos critérios de Baixas necessidades (C7), de Equipamentos Eficientes (C8), de Intensidade em
carbono (C9), do Consumo de água potável (C10), da Gestão das águas locais (C11), da
Durabilidade (C12), como se poderá comprovar seguidamente.
Quadro 12- Recursos: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
RECURSOS
ENERGIA 18% S
Baixas Necessidades C7 A
Equipamentos Eficientes C8 A
Intensidade em Carbono C9 A
ÁGUA 9% S Consumo de água potável C10 A
Gestão das águas locais C11 A
MATERIAIS 5% S
Durabilidade C12 A
8 Critérios Materiais locais C13 C
32% Materiais de baixo impacte C14 D
Na área da Energia, ambos os critérios de Baixas necessidades (C7), de Equipamentos Eficientes
(C8), de Intensidade em carbono (C9) obtiverem uma classificação que corresponde a uma
melhoria de 50% face à prática comum. As boas práticas evidenciadas e o facto de HCI / HTecnic ser
certificada pela ISO 14001 demonstram a preocupação no que respeita à monitorização e possível
redução dos custos energéticos e emissões atmosféricas.
Com base na consulta de Declarações Ambientais de Produtos e estudos científicos sobre os vários
materiais utilizados na obra obteve-se valores para as Baixas necessidades (C7) e Intensidade em
carbono (C9), 774 MJ ano-1
m-1
e 34 kg CO2 eq ano-1
m-1
, respectivamente.
Os resultados finais da Energia primária sobre os vários materiais utilizados tendo em conta as
quantidades usadas em obra encontram-se no quadro seguinte.
Quadro 13- Energia primária dos vários materiais relativa à Ponte de Jamor
Material Unidades Quantidades usadas em
obra
Energia primária [MJ]
Energia primária [MJ ano-
1m
-1]
Cimento Portland (Tipo II)
kg 4.620 22.167 13
Resina epoxy kg 580 42.920 26
Tinta acrílica m2 2.900 104.284 63
Placas metálicas de aço
kg 51.325 857.127 519
Aparelhos de apoio
kg 1.280 23.040 14
Areia kg 7.500 208.275 126
Argamassa kg 7.662 19.615 12
Total 1.277.428 774
56
Na figura abaixo, que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra no consumo de energia primária, constata-se que a maior percentagem
corresponde às placas metálicas de aço, seguida da areia.
Figura 13- Energia primária total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativa à Ponte de Jamor
Os cálculos efectuados nos critérios Baixas necessidades (C7) e Intensidade em carbono (C9)
referentes à fase de transporte dos materiais, fase de transporte dos trabalhadores e fase de obra
encontram-se no ANEXO IV.
Nesta reabilitação da Ponte sobre a ribeira do Jamor foram reincorporados a totalidade dos resíduos,
desta forma a fase de fim de vida foi suprimida.
No quadro seguinte são apresentados os resultados finais das várias fases da Avaliação do Ciclo de
Vida, destacando-se a fase de produção como a que maior contribui para a Energia primária total.
Quadro 14- Fases da ACV na energia primária total relativas à Ponte de Jamor
Energia primária [MJ] Energia primária [MJ ano
-1m
-1]
Fase de produção 1.277.428 774
Fase de transporte dos materiais
69.232 42
Fase de transporte dos trabalhadores
6.669 4
Fase de obra 51.293 31
Total 1.404.622 851
Cimento Portland Calcário (Tipo II)
1,74%
Resina epoxy 3,36%
Tinta acrílica 8,16%
Placas metálicas de aço 67,10%
Aparelhos de apoio 1,80% Areia
16,30%
Argamassa 1,54%
57
Figura 14- Fases da ACV na Energia primária total (percentagem) relativas à Ponte de Jamor
Relativizando os resultados em valor absoluto obtidos na Energia primária, é possível verificar que o
consumo total de energia primária nas obras de reabilitação da Ponte sobre a ribeira do Jamor é
equivalente ao consumo de combustível de 33 automóveis num ano.
Quadro 15- Relativização de valores na Energia primária referente à Ponte de Jamor
Energia primária total [MJ] 1.404.622
Consumo de combustível do automóvel [L/100 km]
6,00
Distancia média percorrida de automóvel num ano [km ano
-1]
20.000
Nº de automóveis 33
No que se refere ao critério Intensidade em carbono (C9), os resultados finais das emissões de
dióxido de carbono equivalente sobre os vários materiais utilizados tendo em conta as quantidades
usadas em obra encontram-se no quadro abaixo.
Quadro 16- Emissões de dióxido de carbono equivalente dos vários materiais relativas à Ponte de Jamor
Material Unidades Quantidades
usadas em obra Emissões CO2 eq [kg CO2 eq]
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
Cimento Portland (Tipo II)
kg 4.620 2.934 2
Resina epoxy kg 580 870 1
Tinta acrílica m2 2.900 1,807 1
Placas metálicas de aço
kg 51.325 47.378 29
Aparelhos de apoio
kg 1.280 1.391 1
Areia kg 7.500 395 0,2
Argamassa kg 7.662 2.145 1
Total 56.920 34
Fase de produção 91%
Fase de transporte dos materiais
4,9%
Fase de transporte dos trabalhadores
0,5%
Fase de obra 4%
58
Na figura abaixo que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra nas emissões de dióxido de carbono equivalente constata-se que a
maior percentagem corresponde às placas metálicas de aço, seguida do cimento Portland.
Figura 15- Emissões de dióxido de carbono equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativas à Ponte de Jamor
No quadro seguinte são apresentados os resultados finais das várias fases da Avaliação do Ciclo de
Vida, destacando-se a fase de produção como a que maior contribui para as emissões totais de
dióxido de carbono equivalente.
Quadro 17- Fases da ACV nas emissões totais de dióxido de carbono equivalente relativas à Ponte de Jamor
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq]
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
Fase de produção 56.920 34
Fase de transporte dos materiais
3.702 2
Fase de transporte dos trabalhadores
1.300 1
Fase de obra 4.195 3
Total 66.116 40
Cimento Portland Cálcário (Tipo II)
5,15%
Resina epoxy 1,53%
Tinta acrilica 3,18%
Placas metálicas de aço
83,24%
Aparelhos de apoio 2,44%
Areia 0,69% Argamassa
3,77%
59
Figura 16- Fases da ACV nas emissões de dióxido de carbono (percentagem) relativas à Ponte de Jamor
Relativizando os resultados em valor absoluto obtidos nas emissões de dióxido de carbono
equivalente, é possível verificar que essas emissões das obras de reabilitação da Ponte sobre a
ribeira do Jamor são equivalente às emissões de dióxido de carbono de 26 automóveis num ano.
Quadro 18- Relativização de valores das emissões de dióxido de carbono equivalente referente à Ponte de Jamor
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq] 66.116
Emissão média de CO2 [kg CO2 km-1
] 0,13
Distancia média percorrida de automóvel num ano [km ano
-1]
20.000
Nº de automóveis 26
No que respeita aos Equipamentos Eficientes (C8), o valor final foi de 7,20E-04 Tep ano-1
m-1
.
Quadro 19- Consumo de combustível na obra relativas à Ponte de Jamor
Consumo de combustível na obra [L] Consumo de
combustível [Tep] Consumo de combustível
[Tep ano-1
m-1
]
1.080 1 5,38E-04
Quadro 20- Consumo de electricidade na obra relativas à Ponte de Jamor
Consumo de electricidade na obra [kWh]
Consumo de combustível [Tep]
Consumo de combustível [Tep ano
-1 m
-1]
3.448 0,3 1,82E-04
A área referente a Água, no Consumo de água potável (C10), constatou-se a adopção de boas
práticas valorizando o recurso que é essencial, como é a água. De uma análise global não se
observou nenhuma forma de desperdício de água nas intervenções efectuadas. O consumo total de
água foi de 43 L ano-1
m-1
.
Fase de produção 86,1%
Fase de transporte dos materiais
5,6%
Fase de transporte dos trabalhadores
2,0%
Fase de obra 6,3%
60
Ao nível da Gestão das águas locais (C11), foi possível verificar a existência de bacias de retenção
nas preparações da calda de cimento e na retenção dos finos e inertes. Para além disso, a drenagem
das águas ocorreu naturalmente constituindo uma medida de boa prática.
Na área dos Materiais, a Durabilidade (C12) foi prevista a ocorrência de manutenções de
conservação após 1 ano, assim como as pequenas intervenções foram estimadas a realizarem-se
num prazo de 5 anos e por fim as intervenções estruturais serem realizadas após 25 anos.
Ao nível dos Materiais locais (C13) constatou-se que 25% dos materiais utilizados são produzidos a
menos de 100 km da obra de arte, designadamente a areia e o cimento.
Referente ao Materiais de baixo impacte (C14), verificou-se que cerca de 20% dos materiais
produzem um impacte reduzido no ambiente, nomeadamente a areia.
Na vertente das Cargas Ambientais os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária
surgem nos critérios do Tratamento das águas residuais (C16), do Caudal de emissões
atmosféricas (C18), da Produção de resíduos (C19), da Gestão de resíduos perigosos (C20), da
Valorização de resíduos (C21), das Fontes de Ruído para o exterior (C22), como se poderá
comprovar no quadro seguinte.
Quadro 21- Cargas Ambientais: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
CARGAS AMBIENTAIS
EFLUENTES 3% S
Tratamento das águas residuais
C16 A
Caudal de reutilização de águas usadas
C17 E
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
3% S Caudal de emissões atmosféricas
C18 A
RESÍDUOS 3% S
Produção de resíduos C19 A
Gestão de resíduos perigosos
C20 A+
7 Critérios Valorização de resíduos C21 A++
12% RUÍDO EXTERIOR 3% S Fontes de ruído para o exterior
C22 A
Na área dos Efluentes, no critério do Tratamento das águas residuais (C16) observou-se a
presença de bacias de retenção impedindo as águas residuais de serem descarregadas para o meio.
Este tipo de práticas é importante no controlo destas águas para posteriormente serem
encaminhadas para os locais devidos.
De modo análogo à metodologia aplicada para a obtenção dos valores dos critérios Baixas
necessidades (C7) e Intensidade em carbono (C9) determinou-se o valor de fosfato para o critério
Tratamento das águas residuais (C16) de 8E-03 kg PO4 eq ano-1
m-1
.
Os resultados finais das emissões de fosfato equivalente sobre os vários materiais utilizados tendo
em conta as quantidades usadas em obra encontram-se no quadro abaixo.
61
Quadro 22- Emissões de fosfato equivalente dos vários materiais relativas à Ponte do Jamor
Material Unidades Quantidades
usadas em obra Emissões PO4 eq [kg PO4 eq]
Emissões PO4 eq [kg PO4 eq ano
-1m
-1]
Cimento Portland (Tipo II)
kg 4.620 1 7E-04
Resina epoxy kg 580 3 2E-03
Tinta acrílica m2 2.900 8 5E-03
Placas metálicas de aço
kg 51.325 0,2 1E-04
Aparelhos de apoio
kg 1.280 0,01 4E-06
Argamassa kg 7.662 1 3E-04
Total 13 8E-03
Na figura abaixo que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra nas emissões de fosfato equivalente constata-se que a maior
percentagem corresponde à tinta acrílica, seguida da resina epoxy.
Figura 17- Emissões de fosfato equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativas à Ponte de Jamor
No critério Caudal de reutilização de águas usadas (C17), verificou-se que não existiu nenhuma
reutilização das águas usadas ao longo do decurso da obra, sendo uma prática comum.
Na área das Emissões Atmosféricas, o Caudal de emissões atmosféricas (C18) obteve uma
classificação de 50% face às práticas comuns actuais, tendo em conta sobretudo as boas práticas
verificadas.
Estimou-se o valor de dióxido de enxofre emitido pela produção dos vários materiais de construção
através da metodologia aplicada anteriormente descrita. O valor obtido foi de 1E-01 kg SO2 eq ano-
1m
-1.
Os resultados finais das emissões de dióxido de enxofre equivalente sobre os vários materiais
utilizados tendo em conta as quantidades usadas em obra encontram-se no quadro abaixo.
Cimento Portland Calcário (Tipo II)
8,83%
Resina epoxy 25,59%
Tinta acrilica 59,94%
Placas metálicas de aço
1,73% Aparelhos de apoio
0,05%
Argamassa 3,87%
62
Quadro 23- Emissões de dióxido de enxofre equivalente dos vários materiais relativas à Ponte de Jamor
Material Unidades Quantidades
usadas em obra Emissões SO2 eq [kg SO2 eq]
Emissões SO2 eq [kg SO2
eq ano-1
m-1
]
Cimento Portland (Tipo II)
kg 4.620 11 7E-03
Resina epoxy kg 580 15 9E-03
Tinta acrílica m2 2.900 8 5E-03
Placas metálicas de aço
kg 51.325 205 1E-01
Aparelhos de apoio
kg 1.280 3 2E-03
Areia kg 7.500 0,04 2E-05
Argamassa kg 7.662 3 2E-03
Total 246 1E-01
Na figura abaixo que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra nas emissões de dióxido de enxofre equivalente constata-se que a
maior percentagem corresponde às placas metálicas de aço, seguida do resina epoxy.
Figura 18- Emissões de dióxido de enxofre equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativas à Ponte de Jamor
Na área dos Resíduos, a Produção de resíduos (C19), foi controlada e diferenciado por tipologia os
resíduos em contentores desde a sua origem. A produção de resíduos foi de aproximadamente 5 kg
ano-1
m-1
.
Em relação à Gestão de resíduos perigosos (C20), constatou-se que HCI / HTecnic é certificada
para armazenar, manipular e transportar os resíduos perigosos para operador adequado.
Na Valorização de resíduos (C21), existiu a reintegração de todos os resíduos produzidos em obra
o que confere uma valorização máxima de resíduos. A reintegração total de resíduos na infra-
estrutura contribui para que os impactes gerados no transporte para o seu destino final sejam nulos,
assim como se evita a ocupação destes resíduos num aterro.
Cimento Portland Calcário (Tipo II)
4,50%
Resina epoxy 6,08%
Tinta acrilica 3,38%
Placas metálicas de aço
83,41%
Aparelhos de apoio 1,20%
Areia 0,02%
Argamassa 1,42%
63
Na área do Ruído Exterior, nas Fontes de ruído para o exterior (C22), verificou-se que os
equipamentos usados eram na maior parte de baixa potência sonora, em que o horário de
funcionamento era em regime diurno. Apesar da infra-estrutura se localizar relativamente perto de
uma zona habitacional, não se chegou a registar nenhuma queixa sobre ruído provocado pelas
actividades realizadas.
Na vertente do Serviço de acessibilidade os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura
rodoviária surgem nos critérios das Acessibilidades aos utentes (C24) e da Segurança da infra-
estrutura (C27).
Quadro 24- Conforto Ambiental: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
SERVIÇO DE ACESSIBILIDADE
MOBILIDADE 10% S Acessibilidade aos utentes
C24 A+
2 Critérios
CONDIÇÕES E ACESSO
5% S Segurança da infra-estrutura
C27 A
15%
Na área da Mobilidade, a Acessibilidade aos utentes (C24) foi evidenciado ao longo dos decurso
das obras de reabilitação que a percentagem de tempo em condicionamentos foi muito reduzida,
existindo apenas restrição da velocidade na substituição dos aparelhos de apoio da Ponte sobre a
ribeira do Jamor.
Na área das Condições e Acesso, no que respeita à Segurança da infra-estrutura (C27), através do
acompanhamento na obra constatou-se um conjunto de medidas adoptadas que contribui para a
segurança dos trabalhadores, nomeadamente medidas de segurança colectiva, bem como individual.
Por outro lado, a implementação correcta dos equipamentos de protecção, assim como a
manutenção em bom estado dos equipamentos de protecção. Por fim, a formação e sensibilização
dos trabalhadores à utilização dos equipamentos foram factores a serem levados em conta na
questão da segurança.
Na vertente da Vivência Socioeconómica os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura
rodoviária surgem nos critérios do Trabalho local (C33), do Controlo das ameaças humanas (39),
como se poderá comprovar no quadro seguinte.
64
Quadro 25- Vivência Socioeconómica: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
VIVÊNCIA SOCIOECONÓMICA
DIVERSIDADE ECONÓMICA
5% S Trabalho local C33 A+
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO
7% S
Condições de participação e governância
C37 E
4 Critérios Controlo das ameaças humanas - (Security)
C39 A+
19% CUSTOS NO
CICLO DE VIDA 7% S
Custos no ciclo de vida
C40 C
Na área da Diversidade Económica, no Trabalho local (C31) comprovou-se que mais de metade dos
subempreiteiros, nomeadamente cerca de 87% são locais sendo um contributo importante para
dinamizar a economia local.
Na área da Participação e Controlo, denotou-se que no critério Condições de participação e
governância (C37), não existiu nenhuma troca de informação entre os responsáveis pelo projecto e
os eventuais utilizadores da infra-estrutura.
No Controlo das ameaças humanas- (Security) (C39), verificou-se a existência de várias medidas
que consideram a segurança do estaleiro, como é o caso da vedação nas limitações do estaleiro, a
existência de uma portaria para o controlo de pessoas e máquinas, e por fim, a existência de pessoas
de vigilância nesse controlo.
No critério Custos no ciclo de vida (C40), é de salientar que a obra de arte teve um custo de 455 €
ano-1
m-1
, decorrente da melhoria na durabilidade da infra-estrutura, assim como, reduzir pontualmente
as necessidades de manutenções.
Na vertente do Uso Sustentável o melhor desempenho aferido na infra-estrutura rodoviária surge no
critério das Sistema de gestão ambiental (C42), e no critério Inovações (C43) como se poderá
comprovar no quadro seguinte.
Quadro 26- Uso Sustentável: Áreas e critérios de base considerados na Ponte de Jamor
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
USO SUSTENTÁVEL
GESTÃO AMBIENTAL
5% S Sistema de gestão ambiental
C42 A
2 Critérios
INOVAÇÃO 3% S Inovações C43 A+
8%
65
Na área da Gestão ambiental, no critério do Sistema de gestão ambiental (C42) verificou-se que a
HCI / HTecnic é certificada pela ISO 14001 constituindo uma melhoria de 50% face à prática comum.
Deste modo HCI / HTecnic fica comprometida com protecção do meio ambiente no desenvolvimento
das suas actividades.
Por último, as Inovações (C43), constatou-se uma inovação no modo estrutural no que respeita ao
levantamento do tabuleiro para substituição dos aparelhos de apoio, e por redução das cargas
ambientais, nomeadamente, na reincorporação de resíduos.
5.3.2. MUROS DE CONTENÇÃO DA PLATAFORMA RODOVIÁRIA NA ZONA DE GIBALTA
Através do posicionamento do Sistema LiderA nas obras de reabilitação dos Muros de contenção da
plataforma rodoviária na zona de Gibalta a classe obtida insere-se numa classe certificável A, o que
em termos ambientais significa, em relação à prática comum, uma melhoria do desempenho
ambiental de cerca de 50%.
De modo similar à avaliação anteriormente descrita referente à Ponte sobre a ribeira do Jamor será
também apresentado seguidamente para as Áreas e Vertentes a descrição sumária dos
desempenhos dos Muros de contenção da plataforma rodoviária na zona de Gibalta, indicando-se
também o posicionamento atingido em cada um dos critérios do Sistema LiderA, organizados de
acordo com as respectivas vertentes.
Com base no Sistema LiderA para infra-estruturas rodoviárias foram selecionados os critérios
relevantes na fase de reabilitação sobre esta tipologia.
Na vertente da Integração Local os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura surgem nos
critérios da Valorização territorial (C1), da Optimização ambiental da implantação (C2), da
Integração paisagística local (C5) e da Protecção e valorização do património (C6) como se
poderá comprovar no quadro seguinte.
Quadro 27- Integração Local: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
INTEGRAÇÃO LOCAL
SOLO 9% S
Valorização territorial C1 A+
Optimização ambiental da implantação
C2 A+
ECOSSISTESMAS NATURAIS
2% S Valorização ecológica C3 A++
5 Critérios PAISAGEM E PATRIMÓNIO
3% S Integração paisagística C5 A+
14% Proteção e valorização do património
C6 A
Na área do Solo, no critério da Valorização Territorial (C1), constatou-se que para além das
intervenções efectuadas na infra-estrutura, foram reintegrados resíduos entre contrafortes. Esta
reintegração de resíduos provocou uma maior pressão sobre o solo, bem como a sua
impermeabilização.
66
Ao considerar a Optimização ambiental da implantação (C2), verificou-se que a área do estaleiro
de obra era 0,4 m2 por metro de extensão de obra de arte, correspondendo a uma melhoria de 4
vezes face à prática comum. A boa organização do estaleiro evidenciada também contribui para uma
boa implementação, atendendo às sensibilidades ambientais do espaço.
Na Valorização ecológica (C3), houve a manutenção das espécies arbóreas autóctones nos taludes
promovendo a continuação destas nos locais onde se encontram inseridas independentemente dos
trabalhos realizados na infra-estrutura.
É possível identificar algumas espécies nos taludes, designadamente, a cana (Arundo donax), o
pinheiro bravo (Pinus Pinaster) e a palmeira (Phoenix canarienses).
Na Integração paisagística (C5), destaca-se que as vedações existentes do estaleiro não continham
publicidade, existia uma rede de cobertura nos andaimes e o estaleiro estava bem organizado.
Um aspecto que poderia melhorar a integração paisagística tendo em conta a topografia do local e as
zonas onde não existia vegetação, seria a possibilidade da utilização de uma lona com a imagem do
estado final da infra-estrutura.
Em relação à Paisagem e Património (C6), as obras de reabilitação permitiram uma valorização da
infra-estrutura, do talude, dos passeios em ambos os lados da rodovia, para além da melhoria do
sistema de drenagem. Por fim, a valorização do enquadramento da infra-estrutura na envolvente é
outro aspecto positivo que se deve ter em conta. É de referir que nenhum bem móvel ou imóvel foi
afectado no decurso dos trabalhos, todavia, existem sempre impactes causados na envolvente da
infra-estrutura, designadamente, na libertação de poeiras.
Na vertente dos Recursos os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária surgem
nos critérios de Baixas necessidades (C7), de Equipamentos Eficientes (C8), de Intensidade em
carbono (C9), do Consumo de água potável (C10), da Gestão das águas locais (C11), da
Durabilidade (C12), como se poderá comprovar seguidamente.
Quadro 28- Recursos: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
RECURSOS
ENERGIA 18% S
Baixas Necessidades C7 A
Equipamentos Eficientes C8 A
Intensidade em Carbono C9 A
ÁGUA 9% S Consumo de água potável C10 A
Gestão das águas locais C11 A
MATERIAIS 5% S
Durabilidade C12 A
8 Critérios Materiais locais C13 C
32% Materiais de baixo impacte C14 C
Na área da Energia, ambos os critérios de Baixas necessidades (C7), de Equipamentos Eficientes
(C8), de Intensidade em carbono (C9) obtiverem uma classificação que corresponde a uma
melhoria de 50% face à prática comum. As boas práticas evidenciadas e o facto de HCI / HTecnic ser
certificada pela ISO 14001 demonstra a preocupação no que respeita à monitorização e possível
redução dos custos energéticos.
67
Com base na consulta de Declarações Ambientais de Produto e estudos científicos sobre os vários
materiais utilizados na obra obteve-se valores para as Baixas necessidades (C7) e Intensidade em
carbono (C9), 738 MJ ano-1
m-1
e 7 kg CO2 eq ano-1
m-1
, respectivamente.
Os resultados finais da Energia primária sobre os vários materiais utilizados tendo em conta as
quantidades usadas em obra encontram-se no quadro seguinte.
Quadro 29- Energia primária dos vários materiais relativa aos Muros de Gibalta
Material Unidades Quantidades
usadas em obra
Energia primária
[MJ]
Energia primária [MJ ano-
1m
-1]
Cimento Portland kg 138.270 663.419 30
Aço kg 1.600 51.200 2
Tubos de PEAD m 1.050 11.693 1
Resina epoxy kg 70 5.180 0,2
Tinta acrílica m2 7.000 251.720 11
Madeira m3 10 11.272 1
Guarda-corpos metálicos
m 105 22.680 1
Areia kg 540.780 15.017.461 675
Rede de fibra de vidro
m2 7.000 84.594 4
Argamassa kg 60.123 153.915 7
Total 16.442.205 731
Na figura abaixo que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra no consumo de energia primária constata-se que a maior percentagem
corresponde à areia, seguida do cimento Portland.
Figura 19- Energia primária total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativa aos Muros de
Gibalta
Os cálculos efectuados nos critérios Baixas necessidades (C7) e Intensidade em carbono (C9)
referentes à fase de transporte dos materiais, fase de transporte dos trabalhadores e fase de obra
encontram-se no ANEXO V.
Cimento Portland 4,03%
Aço 0,31%
Tubos de PEAD 1,10%
Resina epoxy 0,03%
Tinta acrilica 1,55%
Madeira 0,07%
Guarda-corpos metálicos
0,14%
Areia 92,28%
Rede de fibra de vidro 0,52% Argamassa
0,95%
68
No quadro seguinte são apresentados os resultados finais das várias fases da Avaliação do Ciclo de
Vida, destacando-se a fase de produção como a que maior contribui para a Energia primária total,
seguida da fase de obra.
Quadro 30- Fases da ACV na Energia primária total relativas aos Muros de Gibalta
Energia primária [MJ] Energia primária [MJ ano
-1m
-1]
Fase de produção 16.273.133 731
Fase de transporte dos materiais
46.019 2
Fase de transporte dos trabalhadores
54.171 2
Fase de obra 155.300 7
Fase de fim de vida 2.592 0,1
Total 16.531.215 743
Figura 20- Fases da ACV na Energia primária total (percentagem) relativas aos Muros de Gibalta
Relativizando os resultados em valor absoluto obtidos na Energia primária, é possível verificar que o
consumo total de energia primária nas obras de reabilitação dos Muros de contenção da plataforma
rodoviária na zona de Gibalta é equivalente ao consumo de combustível de 383 automóveis num ano.
Quadro 31- Relativização de valores na Energia primária referente aos Muros de Gibalta
Energia primária total [MJ] 16.531.215
Consumo de combustível do automóvel [L/100 km]
6,00
Distancia média percorrida de automóvel num ano [km ano
-1]
20.000
Nº de automóveis 383
No que respeita ao critério Intensidade em carbono (C9), os resultados finais das emissões de
dióxido de carbono equivalente sobre os vários materiais utilizados tendo em conta as quantidades
usadas em obra encontram-se no quadro abaixo.
Fase de produção 99%
Fase de transporte dos materiais
0,3%
Fase de transporte dos trabalhadores
0,3%
Fase de obra 1%
Fase de fim de vida 0,02%
69
Quadro 32- Emissões de dióxido de carbono equivalente dos vários materiais relativas aos Muros de Gibalta
Material Unidades Quantidades
usadas em obra Emissões CO2 eq [kg CO2 eq]
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
Cimento Portland (Tipo I)
kg 11.550 10.383 0,47
Cimento Portland Calcário (Tipo II)
kg 126.720 80.467 3,62
Aço kg 1.600 2.688 0,12
Tubos de PEAD m 1.050 298 0,01
Resina epoxy kg 70 105 0,005
Tinta acrílica m2 7.000 5.962 0,27
Madeira m3 10 259 0,01
Guarda-corpos metálicos
m 105 1.369 0,06
Areia kg 540.780 28.450 1,28
Rede de fibra de vidro
m2 7.000 3.786 0,17
Argamassa kg 60.123 16.834 0,76
Total 150.603 7
Na figura abaixo, que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra nas emissões de dióxido de carbono equivalente, constata-se que a
maior percentagem corresponde ao cimento Portland (Tipo II), seguida da areia.
Figura 21- Emissões de dióxido de carbono equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativas aos Muros de Gibalta
No quadro seguinte são apresentados os resultados finais das várias fases da Avaliação do Ciclo de
Vida, destacando-se a fase de produção como a que maior contribui para as emissões totais de
dióxido de carbono equivalente.
Cimento Portland (tipo I)
7%
Cimento Portland Cálcário (tipo II)
53%
Aço 2%
Tubos de PEAD 3%
Resina epoxy 0,07%
Tinta acrilica 4%
Madeira 0,2%
Guarda-corpos metálicos
1%
Areia 19%
Rede de fibra de vidro 3%
Argamassa 11%
70
Quadro 33- Fases da ACV nas emissões de dióxido de carbono (percentagem) relativas aos Muros de Gibalta
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq]
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
Fase de produção 150.603 7
Fase de transporte dos materiais
2.461 0,1
Fase de transporte dos trabalhadores
11.296
0,5
Fase de obra 13.360 0,6
Fase de fim de vida 139 0,01
Total 177.858 8
Figura 22- Fases da ACV nas emissões de dióxido de carbono (percentagem) relativas aos Muros de Gibalta
Relativizando os resultados em valor absoluto obtidos nas emissões de dióxido de carbono
equivalente, é possível verificar que essas emissões das obras de reabilitação dos Muros de
contenção da plataforma na zona de Gibalta são equivalente às emissões de dióxido de carbono de
69 automóveis num ano.
Quadro 34- Relativização de valores das emissões de dióxido de carbono equivalente referente aos Muros de Gibalta
Emissões CO2 eq [kg CO2 eq] 177.858
Emissão média de CO2 [kg CO2 km-1
] 0,13
Distancia média percorrida de automóvel num ano [km ano
-1]
20.000
Nº de automóveis 69
Fase de produção 84,68%
Fase de transporte dos materiais
1,38%
Fase de transporte dos trabalhadores
6,35%
Fase de obra 7,51%
Fase de fim de vida 0,08%
71
No que respeita aos Equipamentos Eficientes (C8), o valor final foi de 1,62E-04 Tep ano-1
m-1
.
Quadro 35- Consumo de combustível na obra relativas aos Muros de Gibalta
Consumo de combustível na obra [L] Consumo de
combustível [Tep] Consumo de combustível
[Tep ano-1
m-1
]
4.009 3 1,5E-04
Quadro 36- Consumo de electricidade na obra relativas aos Muros de Gibalta
Consumo de electricidade na obra [kWh] Consumo de
combustível [Tep] Consumo de combustível
[Tep ano-1
m-1
]
3.049 0,3 1,3E-05
A área da Água, no Consumo de água potável (C10), constatou-se a adopção de boas práticas
valorizando o recurso que é essencial, como é a água. Uma boa prática consistiu na captação de
água de um furo que existia nas imediações dos muros de contenção para os trabalhos afectos à
obra. De uma análise global não se observou nenhuma forma de desperdício de água nas
intervenções efectuadas. O consumo total de água foi de 36 L ano-1
m-1
.
Ao nível da Gestão das águas locais (C11), foi possível verificar a existência de bacias de retenção
nas preparações da calda de cimento e na retenção dos finos e inertes. Para além disso, a drenagem
das águas ocorreu naturalmente constituindo uma medida de boa prática.
Na área dos Materiais, a Durabilidade (C12) foi prevista a ocorrência de manutenções de
conservação após 1 ano, assim como as pequenas intervenções foram estimadas a realizarem-se
num prazo de 5 anos e por fim as intervenções estruturais serem realizadas após 25 anos.
Ao nível dos Materiais locais (C13) constatou-se que 33% dos materiais utilizados são produzidos a
menos de 100 km da obra de arte, designadamente a areia, cimento e bago de arroz.
Referente ao Materiais de baixo impacte (C14), verificou-se que cerca de 25% dos materiais
produzem um impacte reduzido no ambiente, nomeadamente, a madeira e a areia.
Na vertente das Cargas Ambientais os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária
surgem nos critérios do Tratamento das águas residuais (C16), do Caudal de emissões
atmosféricas (C18), da Produção de resíduos (C19), da Gestão de resíduos perigosos (C20), da
Valorização de resíduos (C21) das Fontes de Ruído para o exterior (C22), como se poderá
comprovar no quadro seguinte.
72
Quadro 37- Cargas Ambientais: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
CARGAS AMBIENTAIS
EFLUENTES 3% S
Tratamento das águas residuais
C16 A
Caudal de reutilização de águas usadas
C17 E
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
3% S Caudal de emissões atmosféricas
C18 A
RESÍDUOS 3% S
Produção de resíduos C19 A
Gestão de resíduos perigosos
C20 A+
7 Critérios Valorização de resíduos C21 A
12% RUÍDO EXTERIOR 3% S Fontes de ruído para o exterior
C22 A+
Na área dos Efluentes, no critério do Tratamento das águas residuais (C16) observou-se a
presença de bacias de retenção impedindo as águas residuais de serem descarregadas para o meio.
Este tipo de práticas é importante no controlo destas águas para posteriormente serem
encaminhadas para os locais devidos.
De modo análogo à metodologia aplicada para a obtenção dos valores dos critérios Baixas
necessidades (C7) e Intensidade em carbono (C9) determinou-se o valor de fosfato para o critério
Tratamento das águas residuais (C16) de 3E-03 kg PO4 eq.ano-1
m-1
.
Os resultados finais das emissões de fosfato equivalente sobre os vários materiais utilizados tendo
em conta as quantidades usadas em obra encontram-se no quadro abaixo.
Quadro 38- Emissões de fosfato equivalente dos vários materiais relativas aos Muros de Gibalta
Material Unidades Quantidades
usadas em obra Emissões PO4 eq [kg PO4 eq]
Emissões PO4 eq [kg PO4 eq ano
-1m
-1]
Cimento Portland kg 11.550 35 2E-03
Aço kg 1.600 0,5 2E-05
Tubos de PEAD m 1.050 1 3E-06
Resina epoxy kg 70 0,4 2E-05
Tinta acrílica m2 7.000 26 1E-03
Madeira m3 10 0,4 2E-05
Guarda-corpos metálicos
m 105 0,01 3E-07
Rede de fibra de vidro
m2 7.000 1 6E-05
Argamassa kg 60.123 4 2E-04
Total 67 3E-03
Na figura abaixo, que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra nas emissões de fosfato equivalente, constata-se que a maior
percentagem corresponde ao cimento Portland, seguida da tinta acrílica.
73
Figura 23- Emissões de fosfato equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativas aos Muros de Gibalta
No critério Caudal de reutilização de águas usadas (C17), verificou-se que não existiu nenhuma
reutilização das águas usadas ao longo do decurso da obra, sendo uma prática comum.
Na área das Emissões Atmosféricas, o Caudal de emissões atmosféricas (C18) obteve uma
classificação de 50% face às práticas comuns atuais, tendo em conta sobretudo as boas práticas
verificadas.
Estimou-se o valor de dióxido de enxofre emitido pelo fabrico dos vários materiais de construção
através da metodologia aplicada anteriormente descrita. O valor obtido foi de 2E-02 kg SO2 eq ano-
1m
-1.
Quadro 39- Emissões de dióxido de enxofre equivalente dos vários materiais relativas aos Muros de Gibalta
Material Unidades Quantidades
usadas em obra Emissões SO2 eq [kg SO2 eq]
Emissões SO2 eq [kg SO2 eq ano
-1m
-1]
Cimento Portland kg 11.550 332 1E-02
Aço kg 1.600 5 2E-04
Tubos de PEAD m 1.050 7 3E-04
Resina epoxy kg 70 2 8E-05
Tinta acrílica m2 7.000 39 2E-03
Madeira m3 10 2 8E-05
Guarda-corpos metálicos
m 105 3 1E-04
Areia kg 540.780 3 1E-04
Rede de fibra de vidro
m2 7.000 16 7E-04
Argamassa kg 60.123 27 1E-03
Total 436 2E-02
Na figura abaixo, que diz respeito à contribuição dos diferentes materiais tendo em conta as
quantidades usadas em obra nas emissões de dióxido de enxofre equivalente, constata-se que a
maior percentagem corresponde ao cimento Portland, seguida da tinta acrílica.
Cimento Portland 51,57%
Aço 0,69%
Tubos de PEAD 0,10%
Resina epoxy 0,60%
Tinta acrilica 38,58%
Madeira 0,56%
Guarda-corpos metálicos
0,01%
Rede de fibra de vidro
1,97%
Argamassa 5,92%
74
Figura 24- Emissões de dióxido de enxofre equivalente total (percentagem) dividida pelos vários materiais relativas aos Muros de Gibalta
Na área dos Resíduos, a Produção de resíduos (C19), foi controlada e diferenciado por tipologia os
resíduos em contentores desde a sua origem. A produção de resíduos foi de aproximadamente 2 kg
ano-1
m-1
.
Em relação à Gestão de resíduos perigosos (C20), constatou-se que HCI / HTecnic é certificada
para armazenar, manipular e transportar os resíduos perigosos para operador adequado.
Na Valorização de resíduos (C21), existiu a reintegração de 10% dos resíduos produzidos em obra
o que confere uma melhoria 50 % melhor que a prática comum. A reintegração de resíduos na infra-
estrutura contribui para que os impactes gerados no transporte para o seu destino final sejam nulos,
assim como se evita a ocupação destes resíduos num aterro.
Na área do Ruído Exterior, nas Fontes de ruído para o exterior (C22), verificou-se que os
equipamentos usados eram metade de baixa potência sonora, em que horário de funcionamento era
em regime diurno. É de notar que a infra-estrutura localiza-se relativamente longe de alguma
habitação e não se chegou a registar nenhuma queixa sobre ruído provocado pelas actividades
realizadas.
Na vertente do Serviço de acessibilidade os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura
rodoviária surgem nos critérios das Acessibilidades aos utentes (C24) e da Segurança da infra-
estrutura (C27).
Quadro 40- Conforto Ambiental: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
SERVIÇO DE ACESSIBILIDADE
MOBILIDADE 10% S Acessibilidade aos utentes
C24 A+
2 Critérios CONDIÇÕES E
ACESSO 5% S
Segurança da infra-estrutura
C27 A 15%
Na área da Mobilidade, a Acessibilidade aos utentes (C24), foi evidenciado ao longo dos decurso
das obras de reabilitação que a percentagem de tempo em condicionamentos foi muito reduzida,
Cimento Portland 76,09%
Aço 1,25%
Tubos de PEAD 1,54%
Resina epoxy 0,41%
Tinta acrílica 8,99%
Madeira 0,42%
Guarda-corpos metálicos
0,66% Areia 0,62%
Rede de fibra de vidro 3,72%
Argamassa 6,29%
75
existindo em alguns casos restrições pontuais de uma via de trânsito para descarregar material para
a frente de obra.
Na área das Condições e Acesso, no que respeita à Segurança da infra-estrutura (C27), através do
acompanhamento na obra constatou-se um conjunto de medidas adoptadas que contribui para a
segurança dos trabalhadores, nomeadamente medidas de segurança colectiva, bem como individual.
Por outro lado, a implementação correcta dos equipamentos de protecção, assim como a
manutenção em bom estado dos equipamentos de protecção. Por fim, a formação e sensibilização
dos trabalhadores à utilização dos equipamentos foram factores a serem levados em conta na
questão da segurança.
Na vertente da Vivência Socioeconómica os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura
rodoviária surgem nos critérios do Trabalho local (C33), do Controlo das ameaças humanas (39),
como se poderá comprovar no quadro seguinte.
Quadro 41- Vivência Socioeconómica: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
VIVÊNCIA SOCIOECONÓMICA
DIVERSIDADE ECONÓMICA
5% S Trabalho local C33 A+
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO
7% S
Condições de participação e governância
C37 E
4 Critérios Controlo das ameaças humanas - (Security)
C39 A+
19% CUSTOS NO
CICLO DE VIDA 7% S
Custos no ciclo de vida
C40 C
Na área da Diversidade Económica, no Trabalho local (C33) comprovou-se que mais de metade dos
subempreiteiros são locais sendo um contributo importante para dinamizar a economia local.
Na área da Participação e Controlo, denotou-se que no critério Condições de participação e
governância (C37), não existiu nenhuma troca de informação entre os responsáveis pelo projecto e
os eventuais utilizadores da infra-estrutura.
No Controlo das ameaças humanas- (Security) (C39), verificou-se a existência de várias medidas
que consideram a segurança do estaleiro, como é o caso da vedação nas limitações do estaleiro, a
existência de uma portaria para o controlo de pessoas e máquinas, e por fim, a existência de pessoas
de vigilância nesse controlo.
No critério Custos no ciclo de vida (C40), é de salientar que a obra de arte teve um custo de
reabilitação de 29 € ano-1
m-1
decorrente da melhoria na durabilidade da infra-estrutura, assim como,
reduzir pontualmente as necessidades de manutenções.
Na vertente do Uso Sustentável o melhor desempenho aferido na infra-estrutura rodoviária surge nos
critérios das Sistema de gestão ambiental (C42), e no critério Inovações (C43) como se poderá
comprovar no quadro seguinte.
76
Quadro 42- Uso Sustentável: Áreas e critérios de base considerados nos Muros de Gibalta
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
USO SUSTENTÁVEL
GESTÃO AMBIENTAL
5% S Sistema de gestão ambiental
C42 A
2 Critérios INOVAÇÃO 3% S Inovações C43 A+
8%
Na área da Gestão ambiental, no critério do Sistema de gestão ambiental (C42) verificou-se que a
HCI / HTecnic é certificada pela ISO 14001 constituindo uma melhoria de 50% face à prática comum.
Deste modo HCI / HTecnic fica comprometida com protecção do meio ambiente no desenvolvimento
das suas actividades.
Por último, as Inovações (C43), constatou-se que existiu uma preocupação em realizar as obras de
intervenção na infra-estrutura sem desalojar uma família que habita nas imediações. A redução de
cargas ambientais, nomeadamente, a reincorporação de parte dos resíduos em obra é factor bastante
relevante no destino final destes.
Capítulo 6 - FASE DE OPERAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA RODOVIÁRIA
6.1. DESENVOLVIMENTO DOS LIMIARES
Na construção do sistema LiderA na fase de operação para infra-estruturas rodoviárias procedeu-se
ao desenvolvimento dos limiares (classes LiderA) para cada critério apresentado no ANEXO VII.
Valorização Territorial (C1)
Relativamente à pressão sobre o solo por parte da implantação deste tipo de infra-estrutura, neste
critério a avaliação é feita através TMDA da rodovia.
Optimização ambiental da implantação (C2)
As partículas emitidas pelos veículos foram mensuradas com base na classificação do Índice de
Qualidade do Ar (Iqar) para partículas de dimensão menores que 10 mícron (APA, 2012).
Interligação de habitats (C4)
Com o intuito de evitar a existência do efeito barreira, é avaliado a percentagem de passagens
hidráulicas, eco-passagens e vedações existentes na infra-estrutura rodoviária.
Integração paisagística (C5)
Para uma boa integração paisagística da infra-estrutura é importante adoptar medidas que visem
esse objectivo, como é o caso de utilizar materiais locais e característicos da região, paletes de cores
nas infra-estruturas que melhor se enquadrem na envolvente. Por fim, um aspecto a ter em conta é a
manutenção do estado e das características dos taludes antes da implementação da infra-estrutura.
77
Protecção e valorização do património (C6)
Na protecção e valorização do património avaliou-se a afectação directa de bens móveis e imóveis,
assim como afectação indirecta por parte da infra-estrutura rodoviária.
Baixas necessidades (C7)
Cada vez mais é importante aumentar a eficiência energética no que respeita à iluminação,
nomeadamente, nos candeeiros públicos e nos semáforos. Este critério pode ser avaliado de forma
quantitativa na medição do consumo energético na iluminação, onde os limiares foram construídos
com base em dados recolhidos do relatório de sustentabilidade de 2010 da EP. Por outro lado, a
avaliação pode ser efectuada de forma prescritiva, ou seja, através de medidas que procurem a
eficiência energética, designadamente no tipo de utilização de lâmpadas na iluminação de uma
rodovia e na optimização do consumo de energia, por exemplo, na distribuição optimizada de
candeeiros públicos.
Equipamentos eficientes (C8)
Neste critério avalia-se a percentagem de equipamentos eficientes que compõe a infra-estrutura
rodoviária como por exemplo: a iluminação, sistemas de rega, sinalização de mensagem variável,
postos de SOS e semáforos.
Intensidade em carbono (C9)
No que respeita às emissões de dióxido de carbono equivalente dos automóveis numa rodovia, este
critério avalia a influência do perfil da rodovia na velocidade média praticada.
Existem modelos de estimativa de emissões dos gases de escape dos automóveis, como é o caso do
COPERT III que relaciona o factor de emissão segundo a velocidade média de circulação (km/h)
(Moura, 2011).
Consumo de água potável (C10)
Na optimização dos consumos de água potável avaliou-se a implementação de medidas, através da
aplicação de sistemas de monitorização acessíveis às pessoas ligadas à gestão da infra-estrutura,
recolha e utilização de águas pluviais para rega, utilização de espécies autóctones, ou de espécies
adaptáveis às condicionantes locais, que não necessitam de muita água.
Por fim, avalia-se utilização de sistemas de rega eficientes nos espaços exteriores, por exemplo
(sistemas de rega automática, gota a gota, com sensor de humidade).
Gestão das águas locais (C11)
Com o objectivo de promover as infiltrações das águas pluviais avalia-se os elementos não
impermeabilizados da infra-estrutura rodoviária, designadamente, taludes, bermas, separador central
e pavimento.
78
Durabilidade (C12)
Neste critério avalia-se a longevidade das infra-estruturas rodoviárias tendo em conta o seu tempo de
vida útil.
Os critérios Materiais locais (C13) e Materiais de baixo impacte (C14) não são considerados na
fase de operação, dado que a substituição dos materiais na infra-estrutura é englobada na fase de
reabilitação.
Produção local de alimentos (C15)
Nas zonas verdes deve-se fomentar a plantação de árvores de fruto e/ou ervas aromáticas. Este
critério avalia a percentagem da área dos taludes ocupados por árvores de fruto e/ou ervas
aromáticas.
Tratamento das águas residuais (C16)
Este critério avalia a percentagem de drenantes com tratamento, assim como o tipo de tratamento.
Caudal de emissões atmosféricas (C18)
Na construção deste limiar, recorreu-se a Avaliação do Ciclo de Vida do diesel para obter o dado
sobre o factor de emissão de enxofre equivalente por litro de combustível.
De forma a estimar as emissões de enxofre equivalente provenientes da queima do combustível no
tráfego automóvel foi tido em conta o TMDA e a extensão da EN6.
Produção de resíduos (C19)
Na produção de resíduos na infra-estrutura rodoviária considerou-se como fronteira da análise os
parques de estacionamento e postos de abastecimento. A composição dos resíduos assumiu-se
matéria orgânica, papel, vidro, plástico de filme e rígido e embalagens tetra pak. Constatou-se o tipo e
o número de contentores do lixo e pressupôs-se que a periodicidade da recolha dos resíduos era de
uma vez por semana na EN6.
Valorização de resíduos (C21)
Na avaliação da valorização de resíduos é considerado o local de deposição de resíduos, com
separação de resíduos para reciclagem.
Fontes de ruído para o exterior (C22)
Na redução do ruído para envolvente foi dado prioridade à redução na fonte em vez da redução no
receptor.
As medidas para redução na fonte consistem, na aplicação de um piso mais poroso (redução de 7-10
dB), redução de velocidade perto dos aglomerados populacionais (redução de metade da velocidade
corresponde a redução de ruído 5-6 dB), listas perpendiculares na rodovia e estreitamento através de
pinos reflectores (Instituto do Ambiente, 2002).
79
No que respeita à redução do ruído no receptor, as medidas a considerar foram o uso de barreiras
acústicas (redução 5-10 dB) e o uso de revestimento vegetal como barreira atenuante de ruído
(redução do ruído de 1 dB por 10 m de plantação) (Instituto do Ambiente, 2002).
Poluição ilumino-térmica (C23)
Para minimizar os efeitos térmicos pode-se adoptar medidas, nomeadamente, na existência de
estacionamento subterrâneo ou à superfície com sombreamento; na aplicação de materiais e
soluções construtivas adequados às condições climatéricas locais tendo em conta: reflectância,
emissividade e radiação térmica. Outras medidas são a existência de arborização; existência de
corpos hídricos com médio/elevado impacte na redução da temperatura, adopção de elementos de
cores claras nos elementos que compõe a infra-estrutura e a utilização de pavimento com elevada
reflectância.
Sobre a minimização dos efeitos lumínicos as medidas aplicadas são utilização de luminárias com
intensidade adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida, no
controlo do tipo de iluminação passível de prejudicar habitats humanos e naturais (como por exemplo
publicidade, painéis luminosos). Por fim outra medida a ser aplicada é a possibilidade de controlo da
iluminação (intensidade e horários).
Conforto (C25)
Com o objectivo de aumentar o conforto dos utentes da infra-estrutura rodoviária avaliou-se,
sinalização adequada e marcas na rodovia visíveis, orientação desfavorável (amanhecer e
entardecer) face ao sol reduzida, piso com vibração inferior a 5 a 10 Hz evitando a ressonância no
sistema tórax-abdómen (Balbinot e Tamagna, 2002), e por fim, o traçado da rodovia pouco sinuoso.
Condições de trânsito (C26)
As condições de trânsito são avaliadas no que respeita à utilização de sistemas de vigilância, sinais
de alerta em troços com elevado índice de sinistralidade, sistema de alerta sobre as condições da via
(ex: Sinalização de Mensagem Variável), disponibilidade de informação sobre a operacionalidade da
estrada e estruturas de apoio ao utente (ex: postos de SOS).
Segurança da infra-estrutura (C27)
Na construção deste limiar foi contactado a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) que
na pessoa do Engº Mário Alves indicou algumas soluções relevantes nas medidas a serem usadas
para promover a segurança da infra-estrutura rodoviária.
As medidas a adoptar são, designadamente, a existência de passeios de ambos lados da rodovia
com dimensão que satisfaça o fluxo pedonal; estruturas arquitéctonicas que assegurem a segurança
aos ciclistas; separador central intransponível; semáforos ou passagens superiores/inferiores
pedestres que assegurem os fluxos pedonais perto dos aglomerados populacionais.
Por outro lado, é importante que os acessos da rodovia sejam orientados de forma optimizada para
favorecer o fluxo de tráfego; sistemas de redução da velocidade máxima de projecto em locais com
80
fraca visibilidade ou na proximidade de cruzamentos; estruturas que tenham a funcionalidade de
protecção contra intempéries (conforme a geografia do local); eficácia dos sistemas de drenagem de
águas pluviais da rodovia e o traçado da estrada pouco sinuoso.
Acesso aos transportes públicos (C28)
O acesso aos transportes públicos é avaliado segundo número de transportes públicos e sua
periodicidade e se os transportes públicos operam isoladamente ou se estão integrados em rede.
Neste critério é distinguido o local se é em meio urbano ou meio rural. Caso seja em meio urbano a
prática comum assumiu-se que apenas se encontra disponível um meio de transporte público regular,
entre 500 e 1000m. Em meio rural a prática comum pressupõe-se que apenas se encontra disponível
um meio de transporte público regular, entre 1000 e 5000m.
Mobilidade de baixo impacte (C29)
Para procurar uma mobilidade de baixo impacte neste tipo de infra-estruturas é preciso avaliar a
existência de caminhos pedonais, ciclovias conectadas entre si, parqueamento de bicicletas,
balneários afectos ao parqueamento de bicicletas. Para além disso, avalia-se a existência de serviços
para poolshare de carros híbridos ou a combustíveis ecológicos, existência de lugares de
estacionamento exclusivos para veículos ecológicos, postos de carregamento de veículos eléctricos e
serviços de transfers local ou de mini-bus.
Soluções inclusivas (C30)
Nas soluções inclusivas tendo em conta Decreto-Lei n.° 123/97 que diz respeito a um conjunto de
normas técnicas na eliminação de barreiras arquitectónicas, considerou-se na avaliação uma
inclinação máxima nos sentidos longitudinais e transversais dos passeios, os pavimentos dos
passeios e vias de acesso serem compactos e a altura mínima de colocação das placas de
sinalização fixadas em postes. Devem existir sinais acústicos complementares nos semáforos, para
orientação das pessoas com deficiência visual; o sinal verde para os peões, nos semáforos, deve
estar aberto o tempo suficiente para permitir a travessia com segurança e nas zonas das passadeiras
existir o desnível suave em ambos os lados da estrada.
Flexibilidade - Adaptabilidade de usos (C31)
Neste tipo infra-estruturas é importante promover adaptabilidade a diferentes usos, avaliou-se a
possibilidade da inclusão de espaços verdes, de ciclovias e de caminhos pedonais.
Dinâmica económica (C32)
Na dinâmica económica é abordado o lado da envolvente e da infra-estrutura rodoviária. Na
envolvente é avaliado as actividades desenvolvidas de forma permanente ou temporária. Na infra-
estrutura é avaliado a capacidade de rentabilizar espaços de lazer e a venda energia produzida
através de fontes renováveis.
81
Trabalho local (C33)
Neste critério é avaliado a oferta de emprego em actividades relacionadas com o espaço público
envolvente nos vários sectores e a criação de empregos qualificados que contribua para o
desenvolvimento da região onde se insere.
Amenidades locais (C34)
No local onde se insere a infra-estrutura é importante ter em conta a distância a amenidades naturais
(ex: rio, bosque, lago, mar, entre outras) e humanas (ex: farmácia, centro de saúde, posto de
bombeiros, entre outras). Distinguiu-se entre meio urbano, cuja prática comum assumiu-se que
existem até três amenidades humanas e/ou naturais a uma distância de 1000 m da infra-estrutura e
em meio rural a prática comum considerou-se que existem até três amenidades humanas e/ou
naturais a uma distância de 5000 m da infra-estrutura.
Interacção com a comunidade (C35)
No que respeita à interacção da infra-estrutura rodoviária com a comunidade considerou-se a criação
de actividades sociais e culturais, número de passadeiras que satisfaz os aglomerados populacionais
e a presença de cartazes de informação para a comunidade.
Capacidade de controlo (C36)
Na capacidade de controlo foi avaliado a existência e a sua proximidade de semáforos que têm botão
de controlo de trânsito e em locais com aglomerados populacionais se a frequência era maior de
semáforos com botão de controlo de trânsito.
Condições de participação e governância (C37)
Neste critério avalia-se a execução de reuniões periódicas entre pessoas ligadas à manutenção da
infra-estrutura e a população, a comunicação antecipadamente da realização de obras de
conservação à população, a monitorização do grau de satisfação da população local e a
monitorização do grau de satisfação dos utentes.
Controlo dos Riscos Naturais (Safety) (C38)
No controlo dos riscos naturais considerou-se como medidas a serem tomadas, designadamente, na
identificação dos riscos naturais em fase de projecto e apresentação de soluções face a eventuais
fenómenos climatéricos extremos, segurança aos riscos de pluviosidade acrescida, segurança ao
risco eólico/vento e segurança aos riscos sísmicos.
Controlo das Ameaças Humanas (Security) (C39)
No controlo das ameaças humanas avalia-se a utilização de câmeras de videovigilância e a
existência de vigilantes com capacidade de acção que circulem na infra-estrutura rodoviária no
período diurno e nocturno.
82
Custos no ciclo de vida (C40)
Na avaliação deste limiar foi tido em conta o contrato de manutenção da EP do distrito de Lisboa
aplicado ao caso em estudo.
Condições de utilização ambiental (C41)
Nas condições de utilização ambiental foram consideradas as seguintes medidas, disponibilização na
internet de informação sobre o projecto, informação sobre a operacionalidade da estrada, informação
do tráfego na EP e se todos utentes da rodovia estão informados sobre as condições de utilização
ambiental (ex: distribuição de panfletos).
Os limiares dos critérios Valorização ecológica (C3), Caudal de reutilização de águas usadas
(C17), Gestão de resíduos perigosos (C20), Acessibilidade aos utentes (C24), Sistema de
gestão ambiental (C42) e Inovações (C43) são os mesmos que os usados na fase de reabilitação
de modo que não são descritos neste subcapítulo.
6.2. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL
O processo de avaliação através do posicionamento do Sistema LiderA na fase de operação da EN6
a classe obtida insere-se numa classe certificável B, o que em termos ambientais significa, em
relação à prática comum, uma melhoria do desempenho ambiental de cerca de 37,5%.
De seguida, são apresentados para as Áreas e Vertentes a descrição sumária dos desempenhos,
indicando-se também o posicionamento atingido em cada um dos critérios seleccionados como
relevantes na fase de operação do Sistema LiderA, organizados de acordo com as respectivas
vertentes.
Na vertente da Integração Local os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária
surgem nos critérios da Optimização ambiental da implantação (C2) e da Protecção e valorização
do património (C6) como se poderá comprovar no quadro seguinte.
Quadro 43- Integração Local: Áreas e critérios de base considerados na EN6
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
INT
EG
RA
ÇÃ
O
LO
CA
L SOLO 7% S
Valorização territorial C1 C
Otimização ambiental da implantação
C2 A
ECOSSISTEMAS NATURAIS
5% S
Valorização ecológica C3 B
Interligação de habitats C4 E
6 Critérios PAISAGEM E PATRIMÓNIO
2% S
Integração paisagística C5 B
14% Proteção e valorização do património
C6 A
Na área do Solo, no critério da Valorização Territorial (C1), verificou-se que o TMDA é de 36.639
automóveis por dia correspondendo a um volume de tráfego bastante significativo e
consequentemente traduzindo-se numa elevada pressão sobre o solo adjacente ao pavimento.
83
Na Optimização ambiental da implantação (C2), o índice de qualidade do ar na EN6 é de 31 µg/m3
o que equivale a uma melhoria de 50% face à prática comum. Apesar do nível de tráfego ser bastante
significativo, como se trata de uma estrada costeira as condições são favoráveis à dispersão dos
poluentes melhorando a qualidade do ar.
Ao considerar a Valorização ecológica (C3), constata-se que cerca de metade da área dos taludes
da rodovia encontram-se ocupados por espécies arbóreas, designadamente espécies autóctones.
Na Interligação de habitats (C4), as passagens existentes consistem em passagens hidráulicas e
com vedação circundante na envolvente.
No que respeita à Integração paisagística (C5), verificou-se a utilização de materiais locais e
característicos da região, o uso de palete de cores nas infra-estruturas que melhor se enquadrem na
envolvente e a manutenção de 50% do estado e das características dos taludes antes da
implementação da infra-estrutura.
Em relação à Paisagem e Património (C6), não ocorreu uma afectação directa de bens móveis (ex:
automóveis) ou bens imóveis (ex: património edificado).
Na vertente dos Recursos os desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária podem-se verificar
seguidamente.
Quadro 44- Recursos: Áreas e critérios de base considerados na EN6
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
RE
CU
RS
OS
ENERGIA 17% S
Baixas necessidades C7 B
Equipamentos eficientes C8 B
Intensidade em Carbono C9 C
ÁGUA 8% S
Consumo de água potável C10 C
Gestão das águas locais C11 C
7 Critérios MATERIAIS 5% S Durabilidade C12 C
32% PRODUÇÃO ALIMENTAR
2% S Produção local de alimentos C15 E
Na área da Energia, no critério Baixas necessidades (C7), o consumo energético estimado é de 35
GJ ano-1
, e uma pequena percentagem da iluminação pública é através de lâmpadas LED.
A percentagem da utilização de Equipamentos eficientes (C8) é de cerca de 50% de utilização de
equipamentos eficientes, nomeadamente na utilização de sistema de rega regulado com relógio
horário e substituição de luminárias existentes por lâmpadas LED.
No critério Intensidade em carbono (C9) assumiu-se que os automóveis utilizam como combustível
o gasóleo. Segundo o autor (Rei, 2007) estimou-se uma velocidade média na EN6 de 40 km/h,
correspondendo a um factor de emissão de dióxido de carbono equivalente de 180 g CO2 eq/vkm.
A área referente a Água, no Consumo de água potável (C10), verificou-se a utilização de espécies
autóctones, ou de espécies adaptáveis às condicionantes locais e a utilização de sistemas de rega
eficientes.
Na Gestão das águas locais (C11), os elementos não impermeabilizados da infra-estrutura
rodoviária consistiam apenas nos taludes que contribuem para a infiltração das águas.
84
Na área dos Materiais, a Durabilidade (C12) foi prevista um período de vida útil de 120 anos,
considerando a tecnologia actual não obstante que ao longo do tempo as intervenções efectuadas
vão prolongando a durabilidade da infra-estrutura rodoviária superando a durabilidade inicialmente
projectada.
A Produção local de alimentos (C15) nesta infra-estrutura rodoviária, designadamente, nos taludes
e espaços verdes não possuem plantação de árvores de fruto e/ou ervas aromáticas.
Na vertente das Cargas Ambientais os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura rodoviária
surgem nos critérios Gestão de resíduos perigosos (C20), Poluição ilumino-térmica (C23) como
se poderá comprovar no quadro seguinte.
Quadro 45- Cargas Ambientais: Áreas e critérios de base considerados na EN6
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
CA
RG
AS
AM
BIE
NT
AIS
EFLUENTES 3% S
Tratamento das águas residuais
C16 B
Caudal de reutilização de águas usadas
C17 E
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
2% S Caudal de emissões atmosféricas
C18 C
RESÍDUOS 3% S
Produção de resíduos C19 B
Gestão de resíduos perigosos
C20 A
Valorização de resíduos C21 B
8 Critérios RUÍDO EXTERIOR 3% S Fontes de ruído para o exterior
C22 B
12% POLUIÇÃO
ILUMINO-TÉRMICA 1% S Poluição ilumino-térmica C23 A
Na área dos Efluentes, no critério do Tratamento das águas residuais (C16), constatou-se que as
águas pluviais são colectadas e encaminhadas para a ETAR municipal.
No critério Caudal de reutilização de águas usadas (C17), observou-se que não existiu nenhuma
reutilização das águas usadas, procurando reduzir o consumo de água da rede de distribuição.
Referente à área das Emissões Atmosféricas, o Caudal de emissões atmosféricas (C18), tendo em
conta o TMDA da EN6 corresponde à libertação de 1.095 kg SO2 eq dia-1
para atmosfera.
Na área dos Resíduos, a Produção de resíduos (C19), estimou-se que aproximadamente a 1000 ton
ano-1
nos parques de estacionamento e postos de abastecimento.
Em relação à Gestão de resíduos perigosos (C20), existem boas práticas para o condicionamento
de resíduos perigosos.
Na Valorização de resíduos (C21), verificou-se a existência de contentores para os vários tipos de
resíduos, nomeadamente, para o plástico, papel/cartão, vidro, pilhas e resíduos indiferenciados.
Na área do Ruído Exterior, o critério Fontes de ruído para o exterior (C22) foi avaliado na redução
na fonte e no receptor o ruído. Na redução na fonte constatou-se a redução de velocidade perto dos
aglomerados populacionais através de listas perpendiculares e estreitamento através de pinos
reflectores na rodovia.
Por outro lado, na redução do ruído no receptor observou-se o uso de revestimento vegetal como
barreira atenuante de ruído.
Na Poluição ilumino-térmica (C23) a avaliação foi dividida nas 2 componentes: térmica e lumínica.
85
Sobre os efeitos térmicos verificou-se a aplicação de materiais e soluções construtivas adequados às
condições climatéricas locais, a existência de arborização e corpos hídricos com elevado impacte na
redução da temperatura e a adopção de elementos de cores claras nos elementos que compõe a
infra-estrutura.
Relativamente aos efeitos lumínicos, observou-se a utilização de luminárias com intensidade
adequada e cuja projecção de luz incida somente na área a iluminar pretendida, bem como a
regulação do sistema de iluminação através de um relógio horário.
Na vertente do Serviço de acessibilidade os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura
rodoviária surgem nos critérios das Acessibilidades aos utentes (C24) e da Condições de trânsito
(C26).
Quadro 46- Conforto Ambiental: Áreas e critérios de base considerados na EN6
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
CO
NF
OR
TO
AM
BIE
NT
AL
Mobilidade 5% S Acessibilidade aos utentes C24 A+
Conforto da infra-estrutura
5% S Conforto C25 B
4 Critérios Condições e acesso
5% S Condições de trânsito C26 A
15% S Segurança da infra-estrutura C27 C
Na área da Mobilidade, a Acessibilidade aos utentes (C24) ao longo do troço da rodovia a
percentagem de tempo em condicionamentos ou restrição aos acessos foi bastante reduzida.
No que respeita ao Conforto (C25), verificou-se a sinalização adequada e marcas visíveis na
rodovia, assim como uma rugosidade do piso com uma vibração que não causa perturbações na
saúde dos utentes da infra-estrutura.
As Condições de trânsito (C26) observadas consistiram na existência de sistemas de vigilância,
sistema de alerta sobre as condições da via, como por exemplo Sinalização de Mensagem Variável, e
na disponibilidade de informação sobre a operacionalidade da rodovia.
A Segurança da infra-estrutura (C27) evidenciada correspondeu a largura dos passeios de ambos
os lados da rodovia com dimensão que satisfaz o fluxo pedonal, a existência de separador central
transponível, utilização de sistemas de redução da velocidade máxima de projecto em locais com
fraca visibilidade ou na proximidade de cruzamentos. Para além disso, constatou-se a eficácia dos
sistemas de drenagem de águas pluviais da rodovia, assim como, a existência de semáforos ou
passagens superiores/inferiores pedestres que assegurem os fluxos pedonais perto dos aglomerados
populacionais.
Na vertente da Vivência Socioeconómica os melhores desempenhos aferidos na infra-estrutura
rodoviária surgem nos critérios Soluções inclusivas (C30), Dinâmica económica (C32),
Amenidades locais (34), Interacção com a comunidade (C35), como se poderá comprovar no
quadro seguinte.
86
Quadro 47- Vivência Socioeconómica: Áreas e critérios de base considerados na EN6
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
VIV
ÊN
CIA
SO
CIO
EC
ON
ÓM
ICA
ACESSO PARA TODOS
5% S
Acesso aos transportes Públicos
C28 D
Mobilidade de baixo impacte
C29 D
Soluções inclusivas C30 A
DIVERSIDADE ECONÓMICA
4% S
Flexibilidade - Adaptabilidade aos usos
C31 C
Dinâmica económica C32 A
Trabalho local C33 B
AMENIDADES E INTERAÇÃO
SOCIAL 4% S
Amenidades locais C34 A+
Interação com a comunidade
C35 A
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO
4% S
Capacidade de controlo C36 B
Condições de participação e governância
C37 C
Controlo dos riscos naturais - (Safety)
C38 D
13 Critérios Controlo das ameaças humanas - (Security)
C39 C
19% CUSTOS NO
CICLO DE VIDA 2% S Custos no ciclo de vida C40 C
No que respeita à área Acesso para todos, constatou-se no Acesso aos transportes públicos (C28)
a existência de um meio de transporte público regular até 500 m, designadamente, o comboio
regional.
Na Mobilidade de baixo impacte (C29) verificou-se que existia caminhos pedonais em ambos os
lados da rodovia, com dimensões adequadas ao fluxo de pessoas.
Relativamente às Soluções inclusivas (C30) os pavimentos dos passeios e vias de acesso são
compactos e as suas superfícies revestidas de material cuja textura proporciona uma boa aderência,
uma altura mínima de 2 m na colocação das placas de sinalização fixadas em postes. Por fim, o sinal
verde para os peões nos semáforos encontra-se aberto o tempo suficiente para permitir a travessia
com segurança.
Na Flexibilidade - Adaptabilidade aos usos (C31) determinou-se a possibilidade de inclusão de
ciclovias e espaços verdes na infra-estrutura rodoviária.
A Dinâmica económica (C32) é abordada segundo a envolvente e a infra-estrutura em si. Com base
na consulta do Plano Director Municipal (PDM) de Oeiras estimou-se que 40% da frente de estrada é
de sector terceário (serviços e turismo). Na infra-estrutura registou-se a capacidade da estrada de se
rentabilizar através de exploração de espaços de lazer.
No Trabalho local (C33) verificou-se a oferta de emprego em actividades relacionadas com o espaço
público envolvente, no caso sector terciário; e estimou-se a criação de um terço de empregos
qualificados no desenvolvimento da região onde se insere a infra-estrutura rodoviária.
No que respeita às Amenidades locais (C34) observa-se a existência de mais de 5 amenidades
humanas, por exemplo loja de géneros alimentares e farmácia, assim como a existência de pelo
menos 2 amenidades naturais (areia e mar) numa distância até 500 m.
87
Na Interacção com a comunidade (C35) constatou-se a criação de mais que uma actividade social
e cultural que incentivem a interacção com a comunidade, bem como a presença de cartazes de
informação para a comunidade.
A Capacidade de controlo (C36) evidenciada consistiu na utilização de semáforos com botão de
controlo de trânsito em cerca de metade do total de semáforos instalados na infra-estrutura e também
na existência de pelo menos um semáforo com botão de controlo de trânsito de 500 m em 500 m
perto dos aglomerados populacionais.
No que respeita às Condições de participação e governância (C37) evidenciou-se a comunicação
antecipadamente da realização de obras de conservação à população através de várias formas de
comunicação (ex: internet, cartazes).
No Controlo dos riscos naturais - (Safety) (C38) foi identificado os riscos naturais em fase de
projecto e apresentação de soluções face a eventuais fenómenos climatéricos extremos, enquanto
que no Controlo das ameaças humanas - (Security) (C39) salienta-se o facto de existir câmeras de
videovigilância.
No critério dos Custos no ciclo de vida (C40) foi estimado o custo de manutenção da infra-estrutura
rodoviária que é de cerca de 196 € ano-1
m-1
.
Na vertente do Uso Sustentável o melhor desempenho aferido na infra-estrutura rodoviária surge nos
critérios das Condições de utilização ambiental (C41), Sistema de gestão ambiental (C42), e no
critério Inovações (C43) como se poderá comprovar no quadro seguinte.
Quadro 48- Uso Sustentável: Áreas e critérios de base considerados na EN6
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
US
O
SU
ST
EN
TÁ
VE
L
GESTÃO AMBIENTAL
6% S
Condições de utilização ambiental
C41 A
3 Critérios Sistema de gestão ambiental C42 A
8% INOVAÇÃO 2% Inovações C43 A
Na área da Gestão Ambiental, as Condições de utilização ambiental (C41) evidenciadas consistem
na informação sobre a operacionalidade da rodovia e na disponibilização da informação sobre o
tráfego no site da EP.
O Sistema de gestão ambiental (C42) implementado consiste no controlo e monitorização de vários
aspectos ambientais, designadamente, na qualidade do ar e a água, assim como no controlo dos
níveis de ruído e na componente biológica.
Nas Inovações (C43) constatou-se como elemento inovador a importância das características da
infra-estrutura rodoviária tem para as actividades de lazer tendo em conta a sua proximidade com
amenidade naturais.
88
Capítulo 7 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E LIMITAÇÕES
Os resultados obtidos evidenciam que foi possível identificar níveis de desempenho e boas práticas,
sendo uma base fundamentada para criar a escala de desempenho LiderA para esta tipologia de
infra-estruturas rodoviárias.
Os dados e estudos existentes
Os dados existentes sobre características dos materiais, bem como sobre o desempenho das obras é
reduzido, pelo menos no que diz respeito a publicações fiáveis, assim esta é uma importante
limitação, que levou a uma pesquisa e avaliação de ciclo de vida suplementar.
No entanto esta abordagem é um contributo, havendo uma importante margem de progressão e
necessidade de desenvolvimento a efectuar. Assim dado o reduzido número de dados optou-se por
análise pontual ou de ACV em vez da desejável análise e tratamento estatístico.
A metodologia utilizada
A metodologia utilizada permitiu encontrar os limiares, no entanto a limitação de dados, levou a
aplicação de metodologias de quantificação (ACV) que podem ter uma certa incerteza que se reflecte
na precisão.
Um aspecto relevante é a relação entre as classes de desempenho e soluções de índole prescritiva
que, por vezes, se efectua por reflexão aferição pericial sendo desejável a procura de quantificação.
As funções de desempenho e resultados foram aferidos com especialistas ambientais e rodoviários
quer do promotor, quer do empreiteiro que contribuiriam para a sua validação.
No entanto existe parâmetros que por formação profissional na área rodoviária, como a segurança ou
condições de trânsito, que os peritos sugerem que sejam apenas binários (cumprido a legislação ou
não) o que levou a consultar outras entidades (ACA-M – Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados).
Este envolvimento permitiu de forma prescritiva criar uma escala progressiva com outro nível de
consenso. Uma possibilidade futura pode passar também por gerar um maior consenso na
generalidade dos critérios.
A variabilidade das obras
Dado existir uma grande variabilidade nas tipologia de infra-estruturas rodoviárias foi importante
escolher uma obra com diferentes tipologias, nomeadamente, ponte, pavimentos, muros de
contenção, passagem superior, passagens inferiores e passagem pedonal.
Assim a extrapolação para outras tipologias deve ser analisada de forma cuidada, sendo uma
limitação importante.
89
Hipótese da tese (que pode criar níveis de desempenho e avaliar de forma a contribuir para o
bom desempenho ambiental)
A hipótese da dissertação foi analisada e comprovada, dado que se desenvolveu os limiares sendo,
posteriormente, aplicados a um caso de estudo para alcançar um bom desempenho ambiental, nas
diferentes fases, reabilitação e operação.
Por outro lado, a metodologia utilizada permite posicionar as obras de reabilitação num desempenho
ambiental e destacar as boas práticas, pelo que a sua aplicação, à priori, pode contribuir para a boa
prática. No entanto é desejável que a aplicação de ACV seja alargada a outros parâmetros.
Aplicação em fase de obra vs projecto
A aplicação foi concretizada em fase de obra, embora havendo evidências de recomendações a ser
desenvolvidas e integradas no projecto (exemplo: inclusão de resíduos a reutilizar nos muros de
contenção e numa ponte) o que mostra a potencialidade de aplicação no projecto, salienta-se que
poderia ainda ter um maior contributo se tal venha a ocorrer em projecto.
Risco de dupla contagem no sistema LiderA
No critério da Inovação (C43) pode existir o risco de dupla contagem de critérios, já que uma boa
solução na energia é contabilizada na energia e se for inovadora aqui também. Pese embora neste
ponto destina-se a valorizar não só o desempenho, mas promover soluções inovadores na
construção, onde a perspectiva é mais de fomentar a inovação. Ou seja existe dupla contagem, mas
está focada na promoção de inovação.
Nos restantes pode ocorrer, mais num sentido que uma solução pode ter contributos em diferente
atributos ambientais, o que não deve ser entendido como dupla contagem, mas diferentes benefícios
ou melhoria de desempenho.
90
Capítulo 8 –CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FUTURAS
O presente trabalho efectuou (1) revisão das boas práticas, (2) desenvolvimento de níveis de
desempenho para o sistema de avaliação da sustentabilidade sistema LiderA (de G a A++), quer
utilizando uma abordagem de ciclo de vida, quer referenciando soluções a aplicar e (3) e teste a sua
aplicação num caso de estudo.
A aplicação ao caso em estudo consistia em várias tipologias de infra-estruturas, nomeadamente,
ponte, pavimentos, muros de contenção, passagem superior, passagens inferiores e passagem
pedonal o que evidencia que a metodologia é passível de ser aplicada de forma ajustada a qualquer
tipologia de infra-estrutura rodoviária.
A tese permitiu o desenvolvimento, ajuste e aplicação de um método de avaliação do desempenho
ambiental na procura de boas práticas ambientais aplicadas às infra-estruturas rodoviárias,
traduzindo um elevado nível de desempenho ambiental numa perspectiva de sustentabilidade.
Embora exista um conjunto de estudos de avaliação do desempenho ambiental de infra-estruturas
rodoviárias, tais como (Magina, 2008), (Muench e Anderson, 2009), entre outros não consideram a
extrema variabilidade das infra-estruturas, tais como, pontes, muros de contenção, pavimentos entre
outras. Por outro lado, avaliação do desempenho é por vezes circunscrita sem existir uma Avaliação
Ciclo de Vida (ACV) de forma a considerar os impactes em todas as fases.
Existem já alguns estudos que abordam ACV, nomeadamente (Gervásio, 2010) entre outros, todavia
não são muitas das vezes integrados em sistemas de avaliação da sustentabilidade. Deste modo,
este trabalho apresenta um contributo estruturante na aplicação da sustentabilidade às diferentes
fases, designadamente, na fase de reabilitação e operação com ajustamento do sistema LiderA.
Para além disso, foi possível aplicar ACV com desenvolvimento de valores nos critérios Baixas
necessidades (C7) e Intensidade em carbono (C9) na fase de reabilitação do sistema LiderA.
Com base na ACV referente às obras de reabilitação das seis infra-estruturas intervencionadas,,
numa análise em que não contabiliza a fase de operação, conclui-se que a fase que mais contribui
para o consumo de energia e para emissões de CO2, SO2 e PO4 é a fase de produção dos materiais.
A seguir à fase produção, a fase de obra e a fase transporte dos materiais são as que têm mais
expressão nos consumos e emissões.
Na procura da sustentabilidade é importante que as novas tecnologias possibilitem a optimização de
processos de forma a reduzir os impactes ambientais gerados na produção dos materiais. Por outro
lado, na fase de obra a escolha de equipamentos mais eficientes pode traduzir-se numa redução dos
consumos. Em relação à fase de transporte dos materiais deve-se fazer um esforço e dar prioridade
na escolha de materiais locais ou nacionais para encurtar distâncias, e assim minimizar de uma forma
significativa os impactes gerados.
Os resultados obtidos sobre as várias infra-estruturas intervencionadas evidenciam que as obras de
reabilitação tiveram boas práticas em critérios chaves, sendo de destacar: Valorização territorial
(C1), Integração paisagística (C5), Gestão de Resíduos Perigosos (C20), Acessibilidade aos
utentes (C24), Trabalho local (C33) e Controlo das ameaças humanas (Security) (C39).
91
No que respeita à fase de operação a metodologia abordada foi aplicada ao caso de estudo,
nomeadamente, na EN6 permitindo também obter um nível de desempenho ambiental.
Neste trabalho existiram algumas limitações, mas nenhuma delas foi impeditiva para a finalização do
mesmo. A primeira limitação a destacar reside no facto das práticas regulamentares na área da
segurança, nomeadamente, nos critérios Condições de trânsito (C26) e Segurança da infra-
estrutura (C27) seja necessário procurar um consenso entre as áreas de ambiente, projecto
rodoviário e empreiteiros de modo a definir práticas acordadas que vão para além da legislação e que
possam traduzir-se numa melhoria da segurança rodoviária.
Actualmente, ainda não existe uma base sólida de Declarações Ambientais de Produto direccionadas
para os materiais de construção de infra-estrutura rodoviárias, dificultando a obtenção de dados mais
rigorosos, sendo um aspecto a desenvolver em futuros trabalhos.
Outra limitação consiste na pouca sistematização de valores e de médias alargadas em estudos
sobre os consumos de energia e água nas obras de construção/reabilitação de infra-estruturas
rodoviárias, sendo também uma recomendação para trabalhos futuros.
É de notar para a possibilidade de alguns limiares de índole qualitativa puderem sofrer algum
processo de ajustamento nas próximas evoluções do próprio sistema.
Por fim, este trabalho serve de base para a elaboração de trabalhos futuros, aprofundando os temas
abordados e melhorando o método de avaliação tendo em conta as tecnologias futuras. Por outro
lado, também pode servir de base para outro tipo de estudos, dado que os resultados de índole
quantitativa proporcionam a oportunidade de estimar os impactes ambientais gerados na reabilitação
e construção de outras infra-estruturas rodoviárias.
92
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A.1
ANEXOS
ANEXO I – Sistema de avaliação Greenroads
ANEXO II – Projecto-piloto do sistema de avaliação Greenroads
ANEXO III – Quadro dos limiares dos Muros de contenção na zona de Gibalta
ANEXO IV – Resultados intermédios da ACV da Ponte sobre a ribeira do Jamor
ANEXO V – Resultados intermédios da ACV dos Muros de contenção na zona de Gibalta
ANEXO VI – Avaliações do desempenho ambiental e ACV das restantes obras
ANEXO VII – Quadro dos limiares na fase de operação
ANEXO VIII – Imagens das obras de reabilitação
A.3
ANEXO I – SISTEMA DE AVALIAÇÃO GREENROADS
Quadro I.1 Requisitos de projecto (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
Requisito do projecto Nº Requisito do
projecto
Processo de Revisão Ambiental RP-1
Custo de Análise de Ciclo de Vida RP-2
Inventário do Ciclo de Vida RP-3
Plano de Controlo da Qualidade RP-4
Plano de Mitigação de Ruído RP-5
Plano de Gestão de Resíduos RP-6
Plano de Prevenção da Poluição RP-7
Desenvolvimento de Baixe Impacte RP-8
Sistema de Gestão do Pavimento RP-9
Plano de Manutenção RP-10
Programa Educacional RP-11
Quadro I.2- Créditos Voluntários: Área Ambiente e Água (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
Área: Ambiente e Água – total de 21 pontos
Nº C Critério Pontos
1 Sistema de Gestão Ambiental 2
2 Controlo do Fluxo de Águas Pluviais 1-3
3 Qualidade das Águas Pluviais 1-3
4 Análise de Custo do Sistema de Drenagem 1
5 Vegetação 1-3
6 Restauração de Habitats 3
7 Conectividade Ecológica 1-3
8 Poluição Luminosa 3
Quadro I.3- Créditos Voluntários: Área Acesso e Equidade (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
Área: Acesso e Equidade – total de 30 pontos
Nº C Critério Pontos
9 Segurança Rodoviária 1-2
10 Sistemas de Transporte Inteligentes 2-5
11 Soluções Inclusivas 5
12 Redução das Emissões de Tráfego 5
13 Acesso Pedonal 1-2
14 Acessibilidade de Bicicletas 1-2
15 Acessibilidade do Tráfego 1-5
16 Scenic Views 1-2
17 Programa Cultural 1-2
A.4
Quadro I.4- Créditos Voluntários: Área Actividade de Construção (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
Área: Actividades de Construção - total de 14 pontos
Nº C Critério Pontos
18 Sistema de Gestão da Qualidade 2
19 Sensibilização Ambiental 1
20 Plano de Reciclagem 1
21 Redução do uso de Combustíveis Fósseis 1-2
22 Redução das emissões dos equipamentos 1-2
23 Redução das emissões na pavimentação 1
24 Controlo do consumo de água 2
25 Garantia do construtor 3
Quadro I.5- Créditos Voluntários: Área Materiais e Recursos (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
Área: Materiais e Recursos - total de 23 pontos
Nº C Critério Pontos
26 Análise de Ciclo de Vida 2
27 Reutilização do Pavimento 1-5
28 Balanço da Terraplanagem 1
29 Materiais Reciclados 1-5
30 Materiais Regionais 1-5
31 Eficiência Energética 1-5
Quadro I.6- Créditos Voluntários: Área Tecnologia de Pavimentos (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
Área: Tecnologia de Pavimentos - total de 20 pontos
Nº C Critério Pontos
32 Pavimento de longa-vida 5
33 Pavimento Poroso 3
34 Asfalto de mistura quente 3
35 Pavimento “frio” 5
36 Pavimento acústico 2-3
37 Avaliação do desempenho do pavimento 1
Quadro I.7- Créditos Voluntários: Área Custom Credits (Adaptado: (Muench e Soderlund, 2011)
Custom Credits
Nº C Critério Pontos
CC-1 Custom Credit 1 1-5
CC-2 Custom Credit 2 1-5
A.5
ANEXO II – PROJECTOS-PILOTO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO GREENROADS
Após a criação do sistema de avaliação Greenroads procurou-se desenvolver projectos-piloto com o
principal objectivo de verificação da funcionalidade do sistema de avaliação, presentemente existem
50 projectos-piloto nos EUA.
Um caso de estudo situa-se numa estrada a este do Parque Nacional de Yellowstone, a cerca de 85
km da cidade de Cody, estado do Wyoming. Ao longo de quatro anos a estrada foi sofrendo
melhorias ao longo de 11 km, designadamente, através do aumento da largura da via, melhoria da
visibilidade, melhoria dos guardas de protecção rústicos para garantir uma maior segurança, na
melhoria dos sistemas de drenagem e na repavimentação do asfalto degradado. Alguns materiais
foram reutilizados, grande parte da rocha utilizada foi extraída de locais próximos, a repavimentação
foi usada a mistura quente de asfalto e os muros de contenção e taludes foram construídos tendo
uma conta a paisagem natural. (Yellowstone East Entrance, 2010)
Figura II.1- Projecto-piloto no Parque Nacional Yellowstone (fonte: (Yellowstone East Entrance, 2010)
Figura II.2– Guardas de protecção rústicos (à esquerda), pavimentação da estrada com mistura quente de asfalto (ao centro) e reutilização da rocha para estabilização do talude (à direita) (fonte: (Yellowstone East Entrance,
2010)
A.6
ANEXO III – QUADRO DOS LIMIARES DOS MUROS DE CONTENÇÃO NA ZONA DE GIBALTA
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
INT
EG
RA
ÇÃ
O L
OC
AL
SOLO 9%
Valorização territorial
C1
Percentagem
de área
adicional a
ocupar (%)
< 1 [1-10[ [10-50[ [50-62.5[ [62.5-75[ [75-87.5[ [87.5-100]
Optimização ambiental da implantação
C2
m2 de
estaleiro/m de
extensão da
obra de arte
≤0,3 ]0,3-1] ]1-16] ]16-19] ]19-23] ]23-26] ]26-32]
ECOSSISTEMAS NATURAIS
2% Valorização
ecológica C3
Manutenção ou replantação de espécies arbóreas autóctones nos taludes (Inserção de espécies arbóreas noutros locais equivale à perda de 2 créditos): » [90 - 100]% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 10 créditos » [75-90[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 8 créditos » [50-75[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 6 créditos » [37,5-50[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 5 créditos » [25-37,5[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 4 créditos »[12,5-25[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 3 créditos » ]0-12,5[ % da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 2 créditos Caso em que não exista espécies arbóreas nos taludes, promover a manutenção ou replantação de coberto vegetal: [75-100]% da área dos taludes com coberto vegetal- 6 créditos ]50-75]% da área dos taludes com coberto vegetal- 5 créditos ]25-50]% da área dos taludes com coberto vegetal - 4 créditos ]12,5-25]% da área dos taludes com coberto vegetal- 3 créditos ]0-12,5]% da área dos taludes com coberto vegetal- 1 crédito Trabalhos de desmatação ( com abate de espécies arbóreas invasoras) - 1 crédito
Nº de créditos
cumprime
nto de ≥
10
créditos
cumpriment
o de 8
créditos
cumprimen
to de 6
créditos
cumprimento
de 5 créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimen
to de 2
créditos
cumprimento
de 0 crédito
A.7
4 Critérios
PAISAGEM E PATRIMÓNIO
3%
Integração paisagística
C5
Utilização de tapumes que melhor se enquadre na fisionomia da cidade e da envolvente - 2 créditos lona caracterizada de uma forma adequada que cobre a fachada das obras de intervenção - 2 créditos proibição de publicidade - 2 créditos utilização de redes nos andaimes - 1 crédito organização e limpeza da obra - 2 créditos
Nº de créditos
cumprime
nto de ≥ 6
créditos
cumpriment
o de 5
créditos
cumprimen
to de 4
créditos
cumprimento
de 3 créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimen
to de 1
crédito
cumprimento
de 0 crédito
14% Proteção e valorização do património
C6
1) Valorização dos elementos infra-estrutura rodoviária através intervenções estruturais: Obra de arte- 25 créditos Piso- 25 créditos Enquadramento na envolvente- 5 créditos 2) Valorização dos elementos da infra-estrutura rodoviária através de pequenas intervenções (aplicação de o dobro de créditos caso se aplique aos 2 lados da estrada): Passeios - 5 créditos Taludes- 5 créditos Sinalização- 5 créditos Iluminação- 5 créditos Sistemas de drenagem- 5 créditos 3) Afectação da Envolvente: a3) Aplicar a Redução do número de créditos, caso se aplique aos 2 lados da estrada, aplica-se o dobro dos créditos: Infra-estrutura: Temporário- 2 créditos, Permanente-6 créditos Bem móvel: Temporário-1 crédito, Permanente- 3 créditos Bem imóvel: Temporário-3 créditos, Permanente- 9 créditos
Nº de créditos
Cumprim
ento de ≥
60 créditos
Cumpriment
o de 55
créditos
Cumprime
nto de 30
créditos
Cumprimento
de 20
créditos
Cumprimento
de 10
créditos
Cumprime
nto entre
[4-9]
créditos
Cumprimento
entre [0-3]
créditos
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
RE
CU
RS
OS
ENERGIA 18%
Baixas Necessidades
C7 [MJ ano-1
m-1
] 15 148 738 923 1107 1292 1476
Equipamentos Eficientes
C8 [TEP ano-1
m-1
] 4,00E-06 4,00E-05 2,00E-04 2,50E-04 3,00E-04 3,50E-04 4,00E-04
Intensidade em Carbono
C9 [kg CO2 eq
ano-1
m-1
] 0,1 1 7 9 11 12 14
ÁGUA 9% Consumo de água potável
C10 L ano-1
m-1
0,7 7 36 45 54 63 72
A.8
Gestão das águas locais
C11 Nº de medidas
(2) +
medidas
de
valorização
(2) +
medidas de
boas
práticas
Drenagem
Total -
Linhas de
água
principais e
secundárias
(2)
Drenagem
Total -
Linhas de
água
principais (1)
MATERIAIS 5%
Durabilidade C12
Tempo de vida útil das obras de arte: 25 anos
Manutenção ( semestral até 2 anos): Semestral- 0 crédito;
1 ano - 1 crédito; 2 anos - 2 créditos
Pequenas intervenções (3 a 5 anos): 3 anos - 2 créditos;
4 anos- 4 créditos; 5 anos- 8 créditos
Intervenções estruturais (10, 25, 50 anos): 10 anos- 2
créditos; 25 anos- 6 créditos; 50 anos- 12 créditos
Nº de créditos Satisfaz 20
créditos
Satisfaz 18
créditos
Satisfaz 12
créditos
Satisfaz 9
créditos
Satisfaz 8
créditos
Satisfaz 7
créditos
Satisfaz 6
créditos
8 Critérios Materiais locais
C13 Materiais
locais (%) » [90 - 100] » [75-90[ » [50-75[ » [37.5-50[ » [25-37.5[ » [12.5-25[ » [0-12.5]
32% Materiais de baixo impacte
C14
Quantidade
total de
materiais
certificados
e/ou de baixo
impacte e
reciclados/ren
ováveis. (%)
» [90 - 100] » [75-90[ » [50-75[ » [37.5-50[ » [25-37.5[ » [12.5-25[ » [0-12.5]
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
CA
RG
AS
AM
BIE
NT
AIS
EFLUENTES 3%
Tratamento das águas residuais
C16 [kg PO4 eq
ano-1
m-1
] 8,00E-05 8,00E-04 4,00E-03 5,00E-03 6,00E-03 7,00E-03 8,00E-03
Caudal de reutilização de águas usadas
C17 Água
reutilizada (%)
[90 -
100] [75-90[ [50-75[ [37.5-50[ [25-37.5[ [12.5-25[ [0-12.5]
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
3% Caudal de emissões atmosféricas
C18 [kg SO2 eq
ano-1
m-1
] 4,00E-04 4,00E-03 2,00E-02 2,50E-02 3,00E-02 3,50E-02 4,00E-02
A.9
RESÍDUOS 3%
Produção de resíduos
C19
Quantidade
Resíduos
Produzida [kg
ano-1
m-1
]
0,04 0,4 2 2,5 3 3,5 4
Gestão de resíduos perigosos
C20
Gestão de resíduos perigosos:
Mau condicionamento de residuos perigosos - 0 crédito
Bom condicionamento de residuos perigosos - 2 créditos
Redução dos residuos perigosos - 3 créditos
Cumprimento
de 3 créditos
Cumprimento
de 2 créditos
Cumprimento
de 0 crédito
7 Critérios Valorização de resíduos
C21
Incorporação
de resíduos
em obra (%)
20 15 10 7 5 3 0
12% RUÍDO
EXTERIOR 3%
Fontes de ruído para o exterior
C22
Potência sonora dos equipamentos:
100% dos equipamentos de baixa potência sonora- 5
créditos, 75% dos equipamentos de baixa potência
sonora- 4 créditos, 50% dos equipamentos de baixa
potência sonora- 3 créditos, 25% dos equipamentos de
baixa potência sonora- 2 créditos, inferior a 25 % dos
equipamentos de baixa potência sonora- 1 créditos
Horário de funcionamento: Diurno e uma potência sonora
excedida inferior a 1%- 5 créditos, Diurno e uma potência
sonora excedida de 10%- 4 créditos, Diurno e uma
potência sonora excedida em 20%- 3 créditos, Diurno e
uma potência sonora excedida em 30%- 2 créditos,
Nocturno e uma potência sonora excedida em 10%- 1
crédito, Nocturno e uma potência sonora excedida em
20%- 0 créditos
Existência de queixas por parte da população sobre o
ruído das actividades de obra: 0 queixas- 5 créditos
Distância da infra-estrutura rodoviária aos aglomerados
populacionais: Distância a mais de 200m de aglomerados
populacionais- 5 créditos, Distância a 150m de
aglomerados populacionais- 2 créditos, Distância a 100m
de aglomerados populacionais- 3 créditos, Distância a
50m de aglomerados populacionais- 2 créditos, Distância
Nº de créditos
Cumprim
ento de
18
créditos
Cumprimento
de 15
créditos
Cumprimento
de 11
créditos
Cumprime
nto de 5
créditos
Cumprimento
de 4 créditos
Cumprimento
de 3 créditos
Cumprimento
de 1 crédito
A.10
a 25 m de aglomerados populacionais- 1 crédito,
Distância a menos de 25 m de aglomerados
populacionais- 0 créditos
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
SE
RV
IÇO
DE
AC
ES
SIB
ILID
AD
E
MOBILIDADE 10% Acessibilidade aos utentes
C24
Tempo de
condicionam
ento (%)
< 1 [1-10[ [10-50[ [50-62.5[ [62.5-75[ [75-87.5[ [87.5-100]
2 Critérios CONDIÇÕES E
ACESSO 5%
Segurança da infra-estrutura
C27
Aplicação de Medidas de segurança, sempre que
necessária:
a) Colectiva- 3 créditos
b) Individual- 1 créditos
Implementação correcta dos equipamentos de protecção- 1
crédito
Manutenção em bom estado dos equipamentos de
protecção- 1 crédito
Formação e sensibilização dos trabalhadores à utilização
dos equipamentos- 1 crédito
Permitir unicamente que trabalhadores com formação e
aptidão adequadas tenham acesso a zonas de risco
elevado e temporariamente- 1 crédito
Nº créditos
Não
existênci
a de
acidente
s de
trabalho
cumprimento
de 8 créditos
cumprimento
de 7 créditos
cumprimen
to de 6
créditos
Acidentes
sem perda
de dias de
trabalho
Acidentes
com perda
de dias de
trabalho
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
VIVÊNCIA SOCIOECONÓMICA
DIVERSIDADE ECONÓMICA
5% Trabalho local
C33
Nº de
Empreiteitos
/Subempreite
iros locais
(%)
[90 -
100] [75 - 90[ [50 - 75[ [37,5 - 50[ [25 - 37,5[ [12,5 - 25[ [0 - 12,5[
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO
7%
Condições de participação e governância
C37
» Parâmetros aplicáveis:
1. Promover na fase inicial de projecto uma troca alargada
de informação entre os responsáveis pelo projecto e os
eventuais utilizadores do espaço (2 créditos);
2. Promover reuniões periódicas nas várias fases do
projecto e construção entre projectistas e utilizadores (2
créditos);
Nº de
créditos
Satisfaz
9
créditos
Satisfaz 7
créditos
Satisfaz 6
créditos
Satisfaz 5
créditos
Satisfaz 4
créditos
Satisfaz 2
créditos
Satisfaz 0
créditos
A.11
3.Tomadas de decisão da equipa, paralelamente à
consulta da população local (2 créditos);
4. Interacção com a população durante a fase de operação
(ex: Implementação de sistemas online - internet (3
créditos)).
4 Critérios
Controlo das ameaças humanas - (Security)
C39
Videovigilância- 1 crédito
Área do estaleiro vedada - 1 crédito
Portaria para o controlo de entradas e saídas de pessoas e
máquinas - 1 crédito
Guardas de segurança - 1 crédito
Nº créditos
cumprim
ento de
4
créditos
cumprimento
de 3 créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 1 crédito
19% CUSTOS NO
CICLO DE VIDA 7%
Custos no
ciclo de vida C40 € ano
-1m
-1 0,4 4 20 24 29 34 39
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
US
O
SU
ST
EN
TÁ
VE
L
GESTÃO AMBIENTAL
5% Sistema de gestão ambiental
C42
Sistemas de
gestão
ambiental ou
certificações
reconhecidas
ISO 14001 Nível III Nível II Nível I Sem gestão
2 Critérios
INOVAÇÃO 3% Inovações C43
Nº. de
elementos
inovadores
Aplicação
de mais de
2
elementos
Aplicação
de 2
elementos
inovadores
Aplicação de
1 elemento
inovador
Não foram
utilizados
quaisquer
elementos
inovadores
8%
A.12
ANEXO IV- RESULTADOS INTERMÉDIOS DA ACV DA PONTE SOBRE A RIBEIRA DO JAMOR
Quadro IV.1- Consumo dos camiões no transporte do material para a obra de reabilitação
Tipo de material
Localização Distância à obra [km]
Tipo de Camiões
Nº de Camiões
Consumos dos camiões com carga
[L]
Distância à fábrica
(retorno) [km]
Consumo dos
camiões sem carga
[L]
Argamassas Castanheira do
ribatejo 240
Camião semi-
atrelado 2 192 240 154
Areia e cimento Charneca da Caparica e Alhandra
66 Camião
com grua 1 18 66 15
Aço Vila Franca de
Xira 41
Camião com grua
4 46 41 37
Aparelhos de apoio
Rep. Checa 2.900 Camião
com grua 1 812 2.900 650
Total combustível
consumido [L]
Total combustível consumido
[MJ]
Unidade funcional
[MJ ano-1m
-1]
Total 1.068
855 1.923 69.232 42
Quadro IV.2- Emissões de dióxido de carbono equivalente dos camiões no transporte do material para a obra de reabilitação
Tipo de material Localização Distância à obra [km]
Tipo de Camiões
Nº de Camiões
Emissões dos camiões com carga [kg CO2
eq]
Distância à fábrica
(retorno) [km]
Emissões dos camiões sem carga [kg CO2
eq]
Argamassa Castanheira do
ribatejo 240
Camião semi-atrelado
2 370 240 296
Areia e cimento Charneca da Caparica e Alhandra
66 Camião com
grua 1 36 66 28
Aço Vila Franca de Xira 41 Camião com
grua 4 88 41 71
Aparelhos de apoio
Rep. Checa 2.900 Camião com
grua 1 1.563 2.900 1.250
Total de emissões
[kg CO2 eq ]
Unidade funcional [kg CO2 ano
-1m
-1]
Total 2.057
1.645 3.702 2
A.13
Quadro IV.3- Consumo e emissões de dióxido de carbono equivalente sobre a fase de transporte dos trabalhadores
Quadro IV.4- Consumo do combustível na fase de obra
Quadro IV.5- Emissões de dióxido de carbono equivalente na fase de obra
Nº de trabalhadores em
obra
Deslocações diárias dos
trabalhadores [km dia
-1]
Meio de transporte
Taxa de ocupação
[nº de lugares]
Consumo de combustível [L/ 100km] (à exepção do
comboio [kWh/km])
Consumo de combustível
[L] (à exepção do
comboio [kWh])
Factores de emissão [kg CO2 eq/km]
Total de emissões [kg CO2 eq]
2 30 Automóvel 5 6 0,7 0,2 12,0
3 30 Autocarro 85 43 0,5 0,07 6,6
3 30 Comboio 208 11 4,8 0,01 1,2
2 30 Motociclo 1 2,4 1,4 0,03 1,9
Total combustível
consumido [L] 3
Total de emissões [kg CO2 eq]
1.300
Nº total de
dias 60
Total combustível consumido [MJ]
6.669 Unidade funcional [kg
CO2 eq ano-1m
-1]
1
Unidade funcional [MJ ano-
1m
-1]
4
Consumo de electricidade [kWh] Emissões de CO2 em 2010 [kg CO2 eq/kWh]
Emissões de CO2 [kg CO2 eq]
Consumo de combustível [L]
Emissão de CO2 do combustível [kg CO2 eq]
Total de emissões [kg CO2 eq]
Unidade funcional [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
3.448 0,23 782 1.080 3.413 4.195 3
Consumo de electricidade [kWh] Consumo de electricidade [MJ] Consumo de
combustível [L] Consumo de
combustível [MJ] Total de combustível [MJ]
Unidade funcional [MJ
ano-1m
-1]
3.448 12.413 1.080 38.880 51.293 31
A.14
ANEXO V- RESULTADOS INTERMÉDIOS DA ACV DOS MUROS DE CONTENÇÃO NA ZONA DE GIBALTA
Quadro V.1- Consumo dos camiões no transporte do material para a obra de reabilitação
Tipo de material
Localização Distância à obra [km]
Tipo de Camiões
Nº de Camiões
Consumos dos camiões com carga
[L]
Distância à fábrica
(retorno) [km]
Consumos dos camiões sem carga
[L]
Cimento Alhandra 41 Camião de
grua 12 132 41 106
Argamassa Anadia 240 Camião de
grua 5 337 240 269
Areia Vale de Milhaços
22 Camião semi-
atrelado 12 106 22 84
Areia
Vale de Milhaços
22 Camião de
grua 19 117 22 94
Madeira Lisboa 18 Camião de
grua 1 3 18 3
Aço Torres Vedras 55 Camião de
grua 1 15 55 12
Total combustível
consumido [L]
Total combustível consumido
[MJ]
Unidade funcional [MJ
ano-1m
-1]
Total 710
568 1.278 46.019 2
Quadro V.2- Emissões de dióxido de carbono equivalente dos camiões no transporte do material para a obra de reabilitação
Tipo de material
Localização Distância à obra [km]
Tipo de Camiões
Nº de Camiões
Emissões dos camiões com carga [kg CO2 eq]
Distância à fábrica
(retorno) [km]
Emissões dos camiões sem carga [kg CO2 eq]
Cimento Alhandra 41 Camião de
grua 12 255 41 204
Argamassa Castanheira do Ribatejo 240 Camião de
grua 5 648 240 519
Areia Vale de Milhaços 22 Camião semi-
atrelado 12 203 22 163
Areia Vale de Milhaços 22 Camião de
grua 19 225 22 180
Madeira Lisboa 18 Camião de
grua 1 6 18 5
Aço Torres Vedras 55 Camião de
grua 1 30 55 24
Total de emissões
[kg CO2 eq ]
Unidade funcional [kg CO2 ano
-1m
-1]
Total 1.367
1.094 2.461 0,1
A.15
Quadro V.3- Consumo e emissões de dióxido de carbono equivalente sobre a fase de transporte dos trabalhadores
Quadro V.4- Consumo do combustível na fase de obra
Consumo de electricidade [kWh] Consumo de electricidade [MJ] Consumo de
combustível [L] Consumo de
combustível [MJ] Total de combustível [MJ]
Unidade funcional [MJ
ano-1m
-1]
3.049,00 10976,4 4.009 144.324 155.300 7
Quadro V.5- Emissões de dióxido de carbono equivalente na fase de obra
Consumo de electricidade [kWh]
Emissões de CO2 em 2010 [kg CO2 eq/kWh]
Emissões de CO2 [kg CO2 eq]
Consumo de combustível
[L]
Emissão de CO2 do combustível [kg CO2 eq]
Total de emissões [kg CO2 eq]
Unidade funcional [kg CO2
eq ano-1m
-1]
3.049 0,23 691 4.009 12.668 13.360 1
Nº de trabalhadores em obra
Deslocações diárias dos
trabalhadores [km dia
-1]
Meio de transporte
Taxa de ocupação [nº de lugares]
Consumo de combustível [L/
100km] (à exepção do comboio [kWh/km])
Consumo de combustível
[L] (à exepção do comboio
[kWh])
Factores de emissão [kg CO2 eq/km]
Total de emissões [kg CO2 eq]
5 30 Carro 5 6 1,8 0,20 30,0
5 30 Autocarro 85 43 0,8 0,07 11,0
28 30 Comboio 208 11 44,4 0,01 10,9
2 30 Mota 1 2,4 1,4 0,03 1,9
Total combustível consumido [L]
4 Total de emissões [kg
CO2 eq] 11.296
Nº total de
dias 210 Total combustível
consumido [MJ] 54.171
Unidade funcional [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
1
Unidade funcional [MJ ano
-1m
-1]
2
A.16
Quadro V.5- Deposição dos resíduos no aterro (consumos de combustível)
Tipo de resíduos
Toneladas Aterro Distância à obra [km]
Tipo de Camiões
Nº de Camiões
Consumos de
combustível dos
camiões com carga
[L]
Distância ao aterro (retorno)
[km]
Consumos de
combustível dos
camiões sem carga
[L]
RCD 32 Soarvarmil 22,00 Camião semi-
atrelado 2 18 22,00 14
RCD 3 Ecolabor 25 Camião de
grua 1 7 25 6
RCD 7 Proresi 55 Camião de
grua 1 15 55 12
Total de combustível
[L]
Total de combustível
[MJ]
Unidade funcional [MJ ano
-1m
-1]
Total 40
32 72 2.592 0,1
Quadro V.6- Deposição dos resíduos no aterro (emissões de dióxido de carbono equivalente)
Tipo de resíduos
Toneladas Aterro Distância à obra [km]
Tipo de Camiões
Nº de Camiões
Emissões dos
camiões com carga [kg CO2 eq]
Distância ao aterro
(retorno) [km]
Emissões dos
camiões sem carga
[kg CO2 eq]
RCD 32 Soarvarmil 22,00 Camião semi-
atrelado 2 34 22 27
RCD 3 Ecolabor 25 Camião de grua
1 13 25 11
RCD 7 Proresi 55 Camião de grua
1 30 55 24 Total de
emissões [kg CO2 eq ]
Unidade funcional [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
Total 77
62 139 0,01
A.17
ANEXO VI- AVALIAÇÕES DO DESEMPENHO AMBIENTAL E ACV DAS RESTANTES OBRAS
Obra de reabilitação
Passagem Superior Caminho-de-Ferro
Passagem Inferior ao km 8+700 da EN6
Passagem Pedonal ao km 10+660 da EN6
Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6
VERTENTES ÁREA Wi Pre-Req.
CRITÉRIO NºC DESEMPENHO
AMBIENTAL ATINGIDO
DESEMPENHO AMBIENTAL ATINGIDO
DESEMPENHO AMBIENTAL ATINGIDO
DESEMPENHO AMBIENTAL ATINGIDO
INTEGRAÇÃO LOCAL
SOLO 9% S
Valorização territorial C1 A+ A+ A++ A++
Optimização ambiental da implantação
C2
C B D A
ECOSSISTESMAS NATURAIS
2% S Valorização ecológica C3 E - B -
5 Critérios PAISAGEM E PATRIMÓNIO
3% S Integração paisagística C5 A+ A+ A+ A+
14% Proteção e valorização do património
C6 A A++ A A
RECURSOS
ENERGIA 18% S
Baixas Necessidades C7 A A A A
Equipamentos Eficientes C8 A A A A
Intensidade em Carbono C9 A A A A
ÁGUA 9% S
Consumo de água potável C10 A
A A A
Gestão das águas locais C11 A A A A
MATERIAIS 5% S
Durabilidade C12 A
A A A
8 Critérios Materiais locais C13 C B C C
32% Materiais de baixo impacte C14 C
C C C
CARGAS AMBIENTAIS
EFLUENTES 3% S
Tratamento das águas residuais
C16 A A A A
Caudal de reutilização de águas usadas
C17 E E E E
A.18
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
3% S Caudal de emissões atmosféricas
C18 A A A A
RESÍDUOS 3% S
Produção de resíduos C19 A A A A
Gestão de resíduos perigosos
C20 A+ A+ A+ A+
7 Critérios Valorização de resíduos C21 B E E E
12% RUÍDO EXTERIOR 3% S Fontes de ruído para o exterior
C22 A B A+ A
SERVIÇO DE ACESSIBILIDAD
E MOBILIDADE 10% S Acessibilidade aos utentes C24 A A A+ A+
2 Critérios CONDIÇÕES E
ACESSO 5% S
Segurança da infra-estrutura
C27 A A A A 15%
VIVÊNCIA SOCIOECONÓMICA
DIVERSIDADE ECONÓMICA
5% S Trabalho local C33 A+ A+ A+ A+
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO
7% S
Condições de participação e governância
C37 E E E E
4 Critérios Controlo das ameaças humanas - (Security)
C39 A+ A+ A+ A+
19% CUSTOS NO
CICLO DE VIDA 7% S Custos no ciclo de vida C40 C C C C
USO SUSTENTÁVEL
GESTÃO AMBIENTAL
5% S Sistema de gestão ambiental
C42 A A A A
2 Critérios INOVAÇÃO 3% S Inovações C43 A A A A
8%
Classe Final A A A A
A.19
Quadro VI.1- Consumos de combustível na ACV das restantes obras
Passagem Superior ao
Caminho-de-Ferro Passagem Inferior ao km 8+700 da
EN6 Passagem Pedonal Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6
Energia
primária [MJ]
Energia primária [MJ
ano-1m
-1]
Energia primária [MJ]
Energia primária [MJ ano
-1m
-1]
Energia primária [MJ]
Energia primária [MJ
ano-1m
-1]
Energia primária [MJ] Energia primária
[MJ ano-1m
-1]
Fase de produção 1.370.204 1.923 20.924.462 57.327 2.615.099 14.943 2.117.300 11.292
Fase de transporte dos
materiais
63.963 90 93.626 257 64.567 369 63.812 340
Fase de transporte dos trabalhadores
29.010 41 5.002 14 4.557 26 4.224 23
Fase de obra 101.912 143 785.106 2.151 176.533 1.009 98.928 528
Fase de fim de vida
1.140 3 65.318 179 2.265 12 2.256 12
Total 1.566.230 2.200 21.873.514 59.927 2.863.021 16.359 2.286.520 12.195
Quadro VI.2- Emissões de dióxido de carbono na ACV das restantes obras
Passagem Superior ao Caminho-de-
Ferro Passagem Inferior ao km 8+700
da EN6 Passagem Pedonal Passagem Inferior ao km 11+280 da EN6
Energia primária [kg
CO2 eq]
Energia primária [kg CO2 eq ano
-
1m
-1]
Energia primária [kg
CO2 eq]
Energia primária [kg CO2 eq ano
-
1m
-1]
Energia primária [kg
CO2 eq]
Energia primária [kg CO2 eq ano
-
1m
-1]
Energia primária [kg
CO2 eq]
Energia primária [kg CO2 eq ano
-1m
-1]
Fase de produção
24.618 35 160.486 440 42.192 241 16.973 91
Fase de transporte dos
materiais
3.420 5 5.006 14 3.453 20 3.412 18
Fase de transporte dos trabalhadores
5.653 8 975 3 888 5 823 4
Fase de obra 8.463 12 68.681 188 15.403 88 8.684 46
Fase de fim de vida
61 0,2 3.493 10 121 1 121 1
Total 42.215 59 238.641 654 62.057 355 30.012 160
A.20
ANEXO VII- QUADRO DOS LIMIARES NA FASE DE OPERAÇÃO
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
INT
EG
RA
ÇÃ
O L
OC
AL
SOLO 7%
Valorização territorial
C1 TMDA [nº de
automóveis dia-1
] 489 4.885 24.426 30.533 36.639 42.746 48.852
Otimização ambiental da implantação
C2 µg/m3 ]0 a 10] ]10 a
20] ]20 a 35] ]35 a 50] ]50 a 75] ]75 a 100] ]100 a 120]
ECOSSISTEMAS NATURAIS
5%
Valorização ecológica
C3
Manutenção ou replantação de espécies arbóreas autóctones nos taludes, em caso de trabalhos de conservação na infra-estrutura (Inserção de espécies arbóreas noutros locais equivale à perda de 2 créditos): » [90 - 100]% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 10 créditos » [75-90[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 8 créditos » [50-75[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 6 créditos » [37,5-50[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 5 créditos » [25-37,5[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 4 créditos »[12,5-25[% da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 3 créditos » ]0-12,5[ % da área dos taludes ocupados por espécies arbóreas autóctones- 2 créditos Caso em que não exista espécies arbóreas nos taludes, promover a manutenção ou replantação de coberto vegetal, em caso de trabalhos de conservação na infra-estrutura: [75-100]% da área dos taludes com coberto vegetal- 6 créditos ]50-75]% da área dos taludes com coberto vegetal- 5 créditos ]25-50]% da área dos taludes com coberto vegetal - 4 créditos ]12,5-25]% da área dos taludes com coberto vegetal- 3 créditos ]0-12,5]% da área dos taludes com coberto vegetal- 1 crédito Trabalhos de desmatação ( com abate de espécies arbóreas invasoras) - 1 crédito
Nº de créditos
cumprim
ento de
≥ 10
créditos ,
caso não
exista
taludes
cumprim
ento de
8
créditos
cumprimento
de 6 créditos
cumprimento
de 5 créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 0 crédito
Interligação de habitats
C4
Passagens
hidraulicas,
ecopassagens, e
vedação (%)
50%
passagens
hidraulicas e
50% Eco-
50%
passagens
hidraulicas e
50% Eco-
75%
passagens
hidraulicas e
25% Eco-
75%
passagens
hidraulicas e
25% Eco-
100
%passagens
hidráulicas e
com vedação
A.21
passagens
mais
eficientes e
com vedação
circundante
passagens
menos
eficientes e
com vedação
circundante
passagens
mais
eficientes e
com vedação
circundante
passagens
menos
eficientes e
com vedação
circundante
circundante
6 Critérios
PAISAGEM E PATRIMÓNIO
2%
Integração paisagística
C5
Utilização de materiais locais e característicos da
região- 2 créditos
Palete de cores nas infra-estruturas que melhor se
enquadrem na envolvente- 2 créditos
Aplicar o dobro dos créditos caso se aplique a
ambos os lados da rodovia:
Manutenção de 50 % do estado e das
características dos taludes antes da implementação
da infra-estrutura- 1 créditos
Manutenção de 100 % do estado e das
características dos taludes antes da implementação
da infra-estrutura- 2 créditos
Nº de créditos
cumprim
ento de
8
créditos
cumprimento
de 7 créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimento
de 3 créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 0 créditos
14% Proteção e valorização do património
C6
Não afectação directa de bens móveis ( ex: carros)-
1 crédito
Não afectação directa de bens imóveis ( ex:
património edificado, zonas hortícolas, espaços
verdes)- 2 créditos
Não afectação indirecta (ex. raio afectação)- 3
créditos
Nº de créditos
cumprim
ento de
6
créditos
cumprim
ento de
4
créditos
cumprimento
de 3 créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 1 créditos
cumprimento
de 0 créditos
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
RE
CU
RS
OS
ENERGIA 17% Baixas necessidades
C7
Tipo de utilização de lâmpadas na iluminação de
uma rodovia:
Aplicação do dobro dos créditos caso a iluminação
da rodovia seja na totalidade constituída pelo tipo
de lâmpadas usado:
lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão
(HPSV/HPMV)- 0 créditos
lâmpadas de indução magnética- 2 créditos
lâmpadas LED ( Light-emitting diode) - 4 créditos
Aplicação da optimização do consumo de energia:
Distribuição Optimizada- 4 créditos
Consumo
energético [GJ
ano-1
] ou Nº de
créditos
Consum
o
energéti
co de
0,6 GJ
ano-1 ou
cumprim
ento de
14
créditos
Consum
o
energéti
co de 6
GJ ano-
1 ou
cumprim
ento de
12
créditos
Consumo
energético de
28 GJ ano-1
ou
cumprimento
de 8 créditos
Consumo
energético
de 35 GJ
ano-1 ou
cumprimen
to de 6
créditos
Consumo
energético de
42 GJ ano-1
ou
cumprimento
de 4 créditos
Consumo
energético de 49
GJ ano-1 ou
cumprimento de 2
créditos
Consumo
energético
de 56 GJ
ano-1 ou
cumprimento
de 0 créditos
A.22
Uso de Fontes de Energia Renovável- 6 créditos
Equipamentos eficientes
C8
Aplicado aos vários tipos de equipamentos (ex:
iluminação, sistemas de rega, Sinalização de
mensagem variável, postos de SOS e semáforos)
numa rodovia:
[90 - 100]% de utilização de equipamentos
eficientes - 12 créditos
[75-90[% de utilização de equipamentos eficientes -
10 créditos
[50-75[% de utilização de equipamentos eficientes -
8 créditos
[37,5-50[% de utilização de equipamentos eficientes
- 6 créditos
[25-37,5[% de utilização de equipamentos eficientes
- 4 créditos
[12,5-25[% de utilização de equipamentos eficientes
- 2 créditos
]0-12,5[ % de utilização de equipamentos eficientes
- 0 créditos
Nº de créditos
cumprim
ento de
12
créditos
cumprim
ento de
10
créditos
cumprimento
de 8 créditos
cumprimen
to de 6
créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimento de 2
créditos
cumprimento
de 0 créditos
Intensidade em Carbono
C9
Emissões dos gases de escape, nomeadamente o
dióxido de carbono tendo em conta o tipo de perfil
da rodovia, avaliação da velocidade média
praticada na rodovia para veículos a gasóleo;
Velocidade média de 20km/h - 220 g CO2eq/vkm
Velocidade média de 40km/h -180 g CO2eq/vkm
Velocidade média de 60km/h -160 g CO2eq/vkm
Velocidade média de 80km/h -120 g CO2eq/vkm
Velocidade média de 100km/h -160 g CO2eq/vkm
Velocidade média de 120km/h - 200 g CO2eq/vkm
g CO2 eq/vkm 120 130 140 160 180 200 220
ÁGUA 8% Consumo de água potável
C10
Redução do consumo de água:
Sistemas de monitorização acessíveis ao pessoal
ligado à gestão da infra-estrutura (ex: contadores de
água) - 2 créditos;
Recolha e Utilização de águas pluviais para rega -
3 créditos;
Utilização de espécies autóctones, ou de espécies
Nº de créditos
cumprim
ento de
9
créditos
cumprim
ento de
7
créditos
cumprimento
de 6 créditos
cumprimen
to de 5
créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimento de 2
créditos
cumprimento
de 0 créditos
A.23
adaptaveis às condicionantes locais, que não
necessitam de muita água - 2 créditos;
Utilização de sistemas de rega eficientes (sistemas
de rega automática, gota a gota, com sensor de
humidade, etc.) - 2 créditos
Gestão das águas locais
C11
Elementos não impermeabilizados da infra-estrutura
rodoviária:
Taludes- 2 créditos
Bermas- 2 créditos
Separador central- 2 créditos
Piso mais poroso- 2 créditos
Nº de créditos
cumprim
ento de
8
créditos
cumprim
ento de
6
créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 0 créditos
7 Critérios MATERIAIS 5% Durabilidade C12 Período de vida
útil [anos] 960 384 192 132 120 108 96
32% PRODUÇÃO ALIMENTAR
2% Produção local de alimentos
C15
1. Plantação de árvores de fruto e/ou ervas
aromáticas nas zonas verdes:
» ]90 - 100]% da área dos taludes ocupados por
árvores de fruto e/ou ervas aromáticas- 8 créditos
» ]90 - 75]%da área dos taludes ocupados por
árvores de fruto e/ou ervas aromáticas- 7 créditos
» ]75 - 50]% da área dos taludes ocupados por
árvores de fruto e/ou ervas aromáticas- 6 créditos
» ]50 - 37,5]% da área dos taludes ocupados por
árvores de fruto e/ou ervas aromáticas- 5 créditos
» ]37,5 - 25]% da área dos taludes ocupados por
árvores de fruto e/ou ervas aromáticas- 4 créditos
» ]25 - 12,5]% da área dos taludes ocupados por
árvores de fruto e/ou ervas aromáticas- 3 créditos
» ]12,5 - 0[ % da área dos taludes ocupados por
árvores de fruto e/ou ervas aromáticas- 2 créditos
2. Existência de locais de armazenamento da
produção alimentar - 1 crédito
3. Fornecimento de utensílios necessários à
produção alimentar - 1 crédito
Nº de créditos
cumprim
ento de
8
créditos
cumprim
ento de
7
créditos
cumprimento
de 6 créditos
cumprimen
to de 4
créditos
cumprimento
de 3 créditos
cumprimento de 2
créditos
cumprimento
de 0 créditos
A.24
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
CA
RG
AS
AM
BIE
NT
AIS
EFLUENTES 3%
Tratamento das águas residuais
C16
Drenantes
com
tratamento e
tipo de
tratamento
(%)
» [75 -
100]% de
drenantes
com
tratamento
em Fito-
Etar
» [50-75[%
de
drenantes
com
tratamento
em Fito-Etar
» [0-50[% de
drenantes
com
tratamento
em Fito-Etar
» [100-
75[% de
drenantes
com
tratamento
em ETAR
Municipal
» [75-50[%
de drenantes
com
tratamento
em ETAR
municipal
» [50-25[% de
drenantes com
tratamento em
ETAR
municipal
» [25-0[% de
drenantes com
tratamento em
ETAR
municipal
Caudal de reutilização de águas usadas
C17
Água
reutilizada
(%)
» [90 -
100]%
água
reutilizada
» [75-90[%
água
reutilizada
» [50-75[%
água
reutilizada
» [37.5-
50[% água
reutilizada
» [25-37.5[%
água
reutilizada
» [12.5-25[%
água reutilizada
» [0-12.5] %
água
reutilizada
EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
2% Caudal de emissões atmosféricas
C18
Emissões de
dióxido de
enxofre [kg
SO2 eq dia-1
]
15 146 730 913 1095 1278 1460
RESÍDUOS 3%
Produção de resíduos
C19
Quantidade
de resíduos
produzidos
[ton ano-1
]
16 160 800 1000 1200 1400 1600
Gestão de resíduos perigosos
C20
Estruturas habilitadas na gestão de resíduos
perigosos:
Mau condicionamento de residuos perigosos - 0
crédito
Bom condicionamento de residuos perigosos - 2
créditos
Redução dos residuos perigosos - 3 créditos
Nº de
créditos
Cumpriment
o de 3
créditos
Cumprimento
de 2 créditos
Cumprimento
de 0 crédito
Valorização de resíduos
C21
Aplicação dos seguintes parâmetros:
1. Local de deposição de resíduos , com separação
de resíduos para reciclagem:
a. amarelo - embalagens de plástico, metal e
embalagens de cartão para bebidas - 1 crédito;
b. azul - embalagens de papel e cartão, jornais,
revistas e papel de escrita - 1 crédito;
c. verde - embalagens de vidro - 1 crédito;
d. vermelho (pilhão) - pilhas e baterias - 1
crédito;
Nº de
créditos
Cumprime
nto de 8
créditos
Cumpriment
o de 7
créditos
Cumprimento
de 6 créditos
Cumprime
nto de 5
créditos
Cumprimento
de 4 créditos
Cumprimento
de 3 créditos
Cumprimento
de 0 créditos
A.25
e. "castanho" - resíduos orgânicos - 1 crédito;
f. "cinza" (resíduos indiferenciados, que no caso
de não se proceder à compostagem poderá incluir
os resíduos orgânicos) - resíduo geralmente não
reciclável, misturado ou contaminado, não sendo
possível de separação - 1 crédito;
g. electrão - equipamentos eléctricos e
electrónicos - 1 crédito;
h. outros tipos de resíduos - 1 crédito.
2. Existência de um local onde se procede à
deposição final de resíduos orgânicos para efectuar
a compostagem (1 crédito);
8 Critérios RUÍDO EXTERIOR 3% Fontes de ruído para o exterior
C22
Reduzir na fonte:
Piso mais poroso (redução de 7-10dB)- 2 créditos
Redução de velocidade perto dos aglomerados
populacionais (redução de metade da velocidade
corresponde a redução de ruído 5-6 dB):
Listas perpendiculares na rodovia- 2 créditos
Estreitamento através de pinos reflectores - 2
créditos
Reduzir no receptor:
Uso de Barreiras acústicas ( redução 5-10 dB) - 1
crédito
Uso de revestimento vegetal como barreira
atenuante de ruído( redução do ruído d 1 dB por 10
m de plantação) - 1 créditos
Nº de
créditos
Cumprime
nto de 8
créditos
Cumpriment
o de 7
créditos
Cumprimento
de 6 créditos
Cumprime
nto de 5
créditos
Cumprimento
de 3 créditos
Cumprimento
de 1 créditos
Cumprimento
de 0 créditos
12% POLUIÇÃO ILUMINO-TÉRMICA
1% Poluição ilumino-térmica
C23
1) Efeitos térmicos na infra-estrutura, aplicar o
dobro dos créditos caso se aplique a ambos os
lados da rodovia:
a) Existência de estacionamento subterrâneo ou à
superfície com sombreamento - 1 crédito até 50%
dos lugares de estacionamento, 2 créditos para
mais de 50%;
b) Aplicação de materiais e soluções construtivas
adequados às condições climatéricas locais (tendo
em conta: reflectância (albedo); emissividade; e
radiação térmica) - 1 crédito até 50% dos materiais
Nº de
créditos
Cumprime
nto de 22
créditos
Cumpriment
o de 18
créditos
Cumprimento
de 14
créditos
Cumprime
nto de 10
créditos
Cumprimento
de 6 créditos
Cumprimento
de 4 créditos
Cumprimento
de 0 créditos
A.26
e soluções construtivas, 2 créditos para mais de
50% dos materiais e soluções construtivas;
c) Existência de arborização - 1 crédito até 50% das
áreas dos taludes, 2 créditos para mais de 50% das
áreas;
d) Existência de corpos hídricos com médio/elevado
impacte na redução da(s) temperatura(s) - 2
créditos.
e) Adopção de elementos de cores claras nos
elementos que compõe a infra-estrutura (ex:
passeios) - 1 crédito até 50% das áreas, 2 créditos
para mais de 50% das áreas;
d) Pavimento com elevada reflectância- 2 créditos
2) Efeitos luminicos na infra-estrutura, aplicar o
dobro dos créditos caso se aplique a ambos os
lados da rodovia:
a) Utilização de luminárias com intensidade
adequada e cuja projecção de luz incida somente
na área a iluminar pretendida - 1 crédito até 50%
das luminárias, 2 créditos para mais de 50% das
luminárias;
b) Controlo do tipo de iluminação passível de
prejudicar habitats humanos e naturais (como por
exemplo publicidade, painéis luminosos) - 1 crédito
até 50% das áreas, 2 créditos para mais de 50%
das áreas;
c) Possibilidade de controlo da iluminação
(intensidade e horários) - 1 crédito até 50% das
luminárias, 2 créditos para mais de 50% das
luminárias.
A.27
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
SE
RV
IÇO
DE
AC
ES
SIB
ILID
AD
E
MOBILIDADE 5% Acessibilidade aos utentes
C24
Tempo de
condicionam
ento ou
restrições
aos acessos
< 1% do
tempo de
condiciona
mento ou
restrições
aos
acessos
[1-10[ %
do tempo
de
condiciona
mento ou
restrições
aos
acessos
[10-50[ % do
tempo de
condicionament
o ou restrições
aos acessos
[50-62.5[
% do
tempo de
condiciona
mento ou
restrições
aos
acessos
[62.5-75[ %
do tempo de
condicionam
ento ou
restrições
aos acessos
[75-87.5[ % do
tempo de
condicionament
o ou restrições
aos acessos
[87.5-100] %
do tempo de
condicionam
ento ou
restrições
aos acessos
CONFORTO DA INFRA-ESTRUTURA
5% Conforto C25
Sinalização adequada e marcas na rodovia visíveis
- 1 crédito
Orientação desfavorável (amanhecer e entardecer)
face ao sol reduzida - 2 créditos
Piso com vibração inferior a 5 a 10 Hz causa
ressonância no sistema tórax-abdomen - 2 créditos
Traçado da rodovia pouco sinuoso- 2 créditos
Nº créditos
cumprimen
to de 7
créditos
cumprimen
to de 6
créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimen
to de 3
créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 1 crédito
cumprimento
de 0 créditos
4 Critérios
CONDIÇÕES DE ACESSO
5%
Condições de trânsito
C26
Sistemas de vigilância- 2 créditos
Sinais de alerta em troços com elevado índice de
sinistralidade- 2 créditos
Sistema de Alerta sobre as condições da via (ex:
Sinalização de Mensagem Variável)- 1 crédito
Disponibilidade de informação sobre a
operacionalidade da estrada - 2 créditos
Estruturas de apoio ao utente ( ex: postos de SOS)-
1 crédito
Nº créditos
cumprimen
to de 8
créditos
cumprimen
to de 6
créditos
cumprimento
de 5 créditos
cumprimen
to de 4
créditos
cumprimento
de 3 créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 0 créditos
15% Segurança da infra-estrutura
C27
Existência elementos de protecção aos utentes da
infa-estrutura rodoviária:
Passeios de ambos lados da rodovia com dimensão
que satisfaz o fluxo pedonal- 2 créditos
Estruturas arquitéctonicas que assegurem a
segurança aos ciclistas- 2 créditos
Separador central transponível- 2 créditos
Separador central intransponível- 4 créditos
Semáforos ou passagens superiores/inferiores
pedestres que assegurem os fluxos pedonais perto
Nº créditos
cumprimen
to de 16
créditos
cumprimen
to de 14
créditos
cumprimento
de 12 créditos
cumprimen
to de 10
créditos
cumprimento
de 6 créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimento
de 2 créditos
A.28
dos aglomerados populacionais- 2 créditos
Acessos da rodovia orientados de forma optimizada
para favorecer o fluxo de tráfego- 2 créditos
Sistemas de redução da velocidade máxima de
projecto em locais com fraca visibilidade ou na
proximidade de cruzamentos- 2 créditos
Estruturas que tem a funcionalidade de protecção
contra intempéries ( conforme a geografia do local)-
1 crédito
Eficácia dos sistemas de drenagem de águas
pluviais da rodovia- 1 crédito
Traçado da estrada pouco sinuoso- 1 crédito
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
VIV
ÊN
CIA
SO
CIO
EC
ON
ÓM
ICA
ACESSO PARA TODOS
5%
Acesso aos transportes Públicos
C28
Nº de meios de transportes
públicos regulares (pelo menos de hora
em hora) e distância aos
mesmos
Localização
a menos de
500m (ou
5000m em
meio rural)
de um nó de
transportes
públicos com
3 tipos de
transporte
diferentes e
existência de
outros meios
de transporte
à mesma
distância
Localização
a menos de
500m (ou
5000m em
meio rural)
de um nó de
transportes
públicos com
3 tipos de
transportes
diferentes
Localizaçã
o a menos
de 500m
(ou 5000m
em meio
rural) de
um nó de
transportes
públicos
Existência de
3 meios de
transporte
público
regular até
500m (ou
5000m em
meio rural),
fornecendo
ligação a um
nó de
transportes
públicos.
Existência de
2 meios de
transporte
público
regular até
500m (ou
5000m em
meio rural)
Existência de
1 meios de
transporte
público
regular até
500m (ou
5000m em
meio rural)
Apenas se
encontra
disponível 1
meio de
transporte
público
regular, entre
500 e 1000m
(entre 1000e
5000m em
meio rural)
Mobilidade de baixo impacte
C29
1. Caminhos pedonais:
a. se existirem de ambos lados da rodovia (2
créditos); se as dimensões forem adequadas ao
fluxo de pessoas que, porventura, realizarão
diariamente esse trajecto (adicionam-se 1 créditos);
2. Ciclovia num raio de 100m (1 crédito);
Nº de créditos
Implementar
am-se 13
créditos ou
mais
(incluindo o
ponto 1 a)
Implementar
am-se 11
créditos
(incluindo o
ponto 1 a)
Implement
aram-se 9
créditos
(incluindo
o ponto 1
a)
Implementar
am-se 7
créditos
(incluindo o
ponto 1 a)
Implementar
am-se 5
créditos
(incluindo o
ponto 1 a)
Cumprimento
3 créditos
Cumprimento
0 créditos
A.29
a. Duas ou mais ciclovias num raio de 100m ( 3
créditos)
3.Para cada um dos seguintes dois pontos
atribuiem-se 2 créditos se a medida servir até 50%
dos habitantes/utilizadores e 3 créditos se servir
mais do que 50% dos habitantes/utilizadores)
a. Parqueamento de bicicletas;
b. Balneários afectos ao parqueamento de
bicicletas;
4. Serviços para Poolshare de Carros , Carros
Hibridos ou a Combustiveis ecológicos (eléctricos,
biodiesel, hidrogénio, etc) (2 créditos);
5. Existência de lugares de estacionamento
exclusivos para veículos ecológicos (1 crédito);
6. Posto de carregamento de veículos eléctricos (2
créditos);
7. Serviços de transfers local ou de Mini-Bus (1
crédito, caso seja eléctrico ou híbrido adiciona-se 1
crédito).
Soluções inclusivas
C30
Passeios e vias de acesso: a inclinação máxima, no
sentido longitudinal, dos passeios e vias de acesso
circundante aos edifícios é de 6 % e, no sentido
transversal, de 2 %. - 1 crédito
Os pavimentos dos passeios e vias de acesso
devem ser compactos e as suas superfícies
revestidas de material cuja textura proporcione uma
boa aderência. - 1 crédito
A altura mínima de colocação das placas de
sinalização fixadas em postes, nas paredes ou em
outro tipo de suportes, bem como dos toldos ou
similares, quando abertos, é de 2 m. - 1 crédito
Devem existir sinais acústicos complementares nos
semáforos, para orientação das pessoas com
deficiência visual. - 1 crédito
O sinal verde para os peões, nos semáforos, deve
estar aberto o tempo suficiente para permitir a
travessia com segurança, a uma velocidade de 2
Nº créditos
Cumpriment
o de 6
créditos
Cumprimento
de 4 créditos
Cumprime
nto de 3
créditos
Cumprimento
de 2 créditos
Cumprimento
de 1 créditos
Cumprimento
de 0 créditos
A.30
m/s. - 1 crédito
Nas zonas das passadeiras existir o desnivel suave
em ambos os lados da estrada - 1 crédito
DIVERSIDADE ECONÓMICA
4%
Flexibilidade - Adaptabilidade aos usos
C31
Aplicação dos seguintes parâmetros, aplicar o dobro
dos créditos caso se aplique a ambos os lados da
rodovia:
Inclusão de espaços verdes - 1 crédito
Inclusão de ciclovias - 1 crédito
Expansão de caminhos pedonais - 1 crédito
Nº créditos
Cumpriment
o de 6
créditos
Cumprimento
de 5 créditos
Cumprime
nto de 4
créditos
Cumprimento
de 3 créditos
Cumprimento
de 2 créditos
Cumprimento
de 1 crédito
Cumprimento
de 0 créditos
Dinâmica económica
C32
1. Na envolvente, aplicar o dobro dos créditos caso
se aplique a ambos os lados da rodovia:
a. Na vizinhança da estrada com actividades
económicas (1 crédito por cada 25 % da frente de
estrada se forem actividades temporárias e 1 crédito
por cada 10 % da frente de estrada se forem
actividades permanentes);
2. Na estrada:
a. Capacidade da infra-estrutura de se rentabilizar
através de exploração de espaços de lazer- 2
créditos;
b. Por venda de energia produzida através de
fontes renováveis ( ]0-50[% de utilização energias
renováveis - 2 créditos e entre ]50 – 100]% de
utilização energias renováveis - 4 créditos);
Nº de créditos
Cumpriment
o de 14
créditos
Cumprimento
de 10
créditos
Cumprime
nto de 6
créditos
Cumprimento
de 5 créditos
Cumprimento
de 4 créditos
Cumprimento
de 2 créditos
Cumprimento
de 0 créditos
Trabalho local C33
Aplicação dos seguintes parâmetros, aplicar o dobro
dos créditos caso se aplique a ambos os lados da
rodovia:
Fomentar a oferta de emprego em actividades
relacionadas com o espaço público envolvente:
sector primário (1 crédito); sector secundário (1
crédito); sector terciário (1 crédito);
Criação de empregos qualificados que contribua
para o desenvolvimento da região onde se insere
(entre [0 – 33]% do emprego criado - 1 crédito,
entre ]33 – 66]% - 2 créditos e entre ]66 – 100]% - 3
créditos);
Nº de créditos
Cumpriment
o de 6
créditos
Cumprimento
de 5 créditos
Cumprime
nto de 4
créditos
Cumprimento
de 3 créditos
Cumprimento
de 2 créditos
Cumprimento
de 1 crédito
Cumprimento
de 0 créditos
A.31
AMENIDADES E INTERAÇÃO
SOCIAL 4%
Amenidades locais
C34
1. Amenidades naturais existentes: » Parque, rio, bosque, lago, mar, entre outras. 2. Amenidades humanas existentes: » Loja de géneros alimentares, farmácia, centro de saúde, escola primária e/ou secundária, posto de bombeiros, esquadra de P.S.P., entre outros equipamentos e serviços.
Nº de amenidades existentes
Existência de
mais de 5
amenidades
humanas e
a existência
de pelo
menos 3
amenidades
naturais até
500m (ou
5000m em
meio rural)
Existência de
mais de 5
amenidades
humanas,
com a
existência de
pelo menos 2
amenidades
naturais até
500m (ou
5000m em
meio rural)
Existência
de 3 a 5
amenidade
s humanas
e
existência
de
amenidade
s naturais
até 500m
(ou 5000m
em meio
rural)
Existência de
pelo menos 3
amenidades
humanas,
com
existência de
amenidades
naturais até
1000m (ou
5000m em
meio rural)
Existência de
pelo menos 3
amenidades
humanas
sem
existência de
amenidades
naturais até
1000m (ou
5000m em
meio rural)
Existem até 3
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
500m (ou
5000m em
meio rural)
Existem até 3
amenidades
humanas
e/ou naturais
a uma
distância de
1000m (ou
5000m em
meio rural)
Interação com a comunidade
C35
Promover a criação de actividades sociais e
culturais que incentivem a interacção com a
comunidade [apenas 1 actividade] - 1 crédito [> 1
actividade] - 3 créditos
nº de passadeiras que satisfaz os aglomerados
populacionais - 3 créditos
presença de cartazes de informação para a
comunidade - 2 créditos
Nº créditos Satisfaz os 7
créditos
Satisfaz os 6
créditos
Satisfaz os
5 créditos
Satisfaz os 4
créditos
Satisfaz 3
créditos
Satisfaz 2
créditos
Satisfaz 1
crédito
PARTICIPAÇÃO E CONTROLO
4%
Capacidade de controlo
C36
Aplicação dos seguintes parâmetros, aplicar o dobro
dos créditos caso se aplique a ambos os lados da
rodovia:
Semáforos com botão de controlo de trânsito entre
[0-50[ % dos semáforos totais da rodovia - 2
créditos e entre [50-100[ % dos semáforos totais da
rodovia - 3 créditos
500m em 500m existe pelo menos um semáforo
com botão de controlo de trânsito perto dos
aglomerados populacionais - 1 crédito
maior frequência de semáforos com botão de
controlo de trânsito (de 250 em 250m) tendo em
conta os locais mais frequentados- 2 créditos
Nº de créditos
Cumprimento
de 6 créditos
Cumprime
nto de 5
créditos
Cumprimento
de 3 créditos
Cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 1 crédito
Cumprimento
de 0 créditos
Condições de participação e governância
C37
1. Promover reuniões periódicas entre pessoas
ligadas à manutenção da infra-estrutura e a
população - 1 crédito;
Nº de créditos Satisfaz 7
créditos
Satisfaz 6
créditos
Satisfaz 5
créditos
Satisfaz 4
créditos
Satisfaz 2
créditos
Satisfaz 1
crédito
Satisfaz 0
créditos
A.32
2. Comunicação antecipadamente da realização de
obras de conservação à população através de
várias formas de comunicação (ex: internet,
cartazes) - 2 créditos;
3. Monitorização do grau de satisfação da
população local- 2 créditos
4. Monitorização do grau de satisfação dos utentes-
2 créditos
Controlo dos riscos naturais - (Safety)
C38
Soluções para reduzir riscos naturais:
1. identificação dos riscos naturais em fase de
projecto e apresentação de soluções face a
eventuais fenómenos climatéricos extremos (4
créditos);
2. segurança aos riscos de pluviosidade acrescida
(2 créditos se foi considerada parcialmente e 4
créditos se foi considerada estrutural para cheias de
200 anos ou mais);
3. segurança ao risco eólico/vento (2 créditos se foi
considerada parcialmente e 4 créditos se foi
considerada estrutural para ventos da ordem dos
100 km/h);
4. segurança aos riscos sísmicos (2 créditos se foi
considerada parcialmente, para além do
regulamentarmente disposto e 4 créditos se foi
considerada estrutural, para além do
regulamentarmente disposto).
Nº créditos
Cumpriment
o de ≥ 14
créditos
Cumprimento
de 12
créditos;
Cumprime
nto de 10
créditos;
Cumprimento
de 8 créditos;
Cumprimento
de 6 créditos;
Cumprimento
de 4 créditos;
Cumprimento
de 2 créditos;
13 Critérios
Controlo das ameaças humanas - (Security)
C39
Videovigilância- 2 créditos
Existência de vigilantes com capacidade de acção
que circulem na infra-estrutura rodoviária no período
diurno - 1 crédito; e nocturno- 2 crédito
Nº créditos
Cumprime
nto de 4
créditos;
Cumprimento
de 3 créditos;
Cumprimento
de 2 créditos;
Cumprimento
de 1 créditos;
Cumprimento
de 0 créditos;
19% CUSTOS NO
CICLO DE VIDA 2%
Custos no ciclo de vida
C40 € ano-1
m-1
3 26 131 163 196 228 261
A.33
VERTENTES ÁREA Wi CRITÉRIO NºC LIMIARES UNIDADES A++ A+ A B C D E
US
O S
US
TE
NT
ÁV
EL
GESTÃO AMBIENTAL
6%
Condições de utilização ambiental
C41
Disponibilização na internet de informação sobre o
projecto- 1 crédito
Informação sobre a operacionalidade da estrada - 2
créditos
Informação do tráfego na EP- 1 crédito
Todos utentes da via estão informados sobre as
condições de utilização ambiental (ex: distribuição
de panfletos) - 3 créditos
Nº créditos cumprimento
de 7 créditos
cumprimento
de 4 créditos
cumprimen
to de 3
créditos
cumprimento
de 2 créditos
cumprimento
de 1 crédito
cumprimento de 0
créditos
3 Critérios Sistema de gestão ambiental
C42
Sistemas de
gestão
ambiental ou
certificações
reconhecidas
ISO 14001 Nível III Nível II Nível I Sem gestão
8% INOVAÇÃO 2% Inovações C43
Nº. de
elementos
inovadores
Existem mais
que 2
elementos
inovadores
Existem 2
elementos
inovadores
Existem 1
elemento
inovador
Não foram
utilizados
quaisquer
elementos
inovadores
A.34
ANEXO VIII- IMAGENS DAS OBRAS DE REABILITAÇÃO
Figura VIII.1- Plataforma de trabalho Figura VIII.2 Cobertura para impedir levantamento
de poeiras
Figura VIII.3- Separação dos resíduos por Figura VIII.4- Bacia de retenção tipologias após serem produzidos
Figura VIII.5- Substituição gradual do betuminoso Figura VIII.6- Manga plástica para impedir
contaminações