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GESTÃO DE EFLUENTES LIQUIDOS PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS INTEGRADOS: QUALIDADE, AMBIENTE E SEGURANÇA MÓDULO: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS ACÇÃO: GESTÃO DE EFLUENTES LIQUIDOS Carga horária: 7 horas Formadora: Marisa Almeida Leiria, 22 de Dezembro de 2007

Gestão de Efluentes Liquidos

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Gestão de Efluentes Líquidos-ISLA

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GESTÃO DE EFLUENTES LIQUIDOS

PÓS-GRADUAÇÃO EM

GESTÃO DE SISTEMAS INTEGRADOS: QUALIDADE, AMBIENTE E

SEGURANÇA

MÓDULO: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

ACÇÃO: GESTÃO DE EFLUENTES LIQUIDOS

Carga horária: 7 horas

Formadora: Marisa Almeida

Leiria, 22 de Dezembro de 2007

Gestão de efluentes líquidos

Objectivos

O Formando deverá:

Conhecer e identificar os principais poluentes para a água;

Principal enquadramento legal sobre águas e águas residuais;

Conhecer tecnologias de tratamento de águas residuais

Reconhecer as vantagens e desvantagens de medidas

primárias e secundárias de tratamento

Gestão de efluentes líquidos

Conteúdo programático

1. Introdução1.1. Conceitos gerais1.2 Problemas globais de poluição da água;

2. Poluentes água: origem (fontes) e efeito2.1. Poluentes físicos;

2.2. Poluentes químicos;2.3 Poluentes biológicos

3. Principal Legislação nacional e europeia aplicável

4. Técnicas de controlo e prevenção4.1. ETA

4.2. ETAR etc ...

1 - INTRODUÇÃO

1.1 Conceitos gerais -Recursos hídricos – Água

Recurso mais abundante da terra (mais de dois termais de dois terçços do os do

planetaplaneta)

Formas e estados diferentes:

Água salgada – mares e oceanos; lagos salgados

Gelo – calotes polares; e/ou neves perpétuas (zonas de maior

altitude)

Rios, ribeiros ou cursos de água doce

Águas subterrâneas

Vapor - atmosfera

� 1% da água disponível – consumo humano

�RECURSO ESCASSO - Planeamento e GESTÃO

1.1 Conceitos gerais

Planeamento e Gestão de Recursos hídricos efectuado com base bacias bacias hidrogrhidrográáficasficas.

Instituto da Instituto da ÁÁguagua – elaboração do Plano Nacional da Água e dos Planos de Bacia hidrográfica dos rios internacionais: Minho, Douro, Tejo e Guadiana

CCDR - Norte: bacias do rio Lima, Cávado, Ave e Leça

CCDR – Centro: bacias do rio Vouga, Mondego e Lis

CCDR – Alentejo: bacias do rio Sado e Mira

CCDR – Algarve: bacias das ribeiras do Algarve

Plano Nacional da Plano Nacional da ÁÁguagua – aprovado pelo DL 112/2002 de 17 de Abril

Planos de bacias hidrogrbacias hidrográáficasficas:

InventInventáário de disponibilidades de recursos hrio de disponibilidades de recursos híídricos (ecossistemas e dricos (ecossistemas e zonas hzonas húúmidas), midas), infraestruturasinfraestruturas hidrhidrááulicas e de saneamento bulicas e de saneamento báásico; sico; zonas de riscos de cheias, de erosão ou de contaminazonas de riscos de cheias, de erosão ou de contaminaçção, proposta de ão, proposta de medidas e acmedidas e acçções ões –

Planos de Bacia Hidrográfica

LisDR 23/2002, de 03/03

AveDR 19/2002, de 20/03

LeçaDR 18/2002, de 19/03

CávadoDR 17/2002, de 15/03

VougaDR 15/2002, de 14/03

LimaDR 11/2002, de 08/03

MondegoDR 9/2002, 01/03

SadoDR 6/2002, 13/02

MiraDR 5/2002, de 08/02

DouroDR 19/2001, de 10/12

TejoDR 18/2001, de 07/12

MinhoDR 17/2001, de 05/12

GuadianaDR 16/2001, de 05/12

Bacias hidrográficas

Unidades morfo-estruturais de Portugal (INAG)

Aquíferos (INAG)

Figura – Distribuição

dos sistemas aquiferos

da orla ocidental

(http://snirh.pt)

Qualidade de água para consumo humano

BASE DE DADOS - Controlo de Qualidade da Água de Abastecimento

para Consumo

http://www.iambiente.pt/qualagua/

Permite análises à escala nacional, distrital, por concelho e por sub-

sistema

Tipo de captação (superficial, subterrânea, ...)

% de análises em falta

% de análises em violação dos VMA

exemplos

Exemplos de parâmetros de Qualidade de água

Parâmetro n Média Desv. padrão Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo

pH 184 7,5 0,5 6,3 7,3 7,5 7,8 9,3

Condutividade (µS/cm) 181 949 561 307 730 840 1090 7045

Dureza total (ºF) 184 37,1 25,8 0,6 26,4 36,3 44,4 321,0

Cálcio (mg/l) 185 91 69 2 60 90 114 850

Magnésio (mg/l) 184 63 59 0,5 29 50 91 850

Sódio (mg/l) 170 86 86 4 43 62 91 805

Potássio (mg/l) 168 4,4 5,7 0,6 1,9 3,0 5,4 61,6

Bicarbonato (mg/l) 186 350 100 12,2 300 358 409 647

Sulfato (mg/l) 185 81 136 5 31 52 92 1735

Cloreto (mg/l) 186 131 134 21 75 103 150 1633

Nitrato (mg/l) 165 7,4 14,2 0 0,6 1,5 8,4 78,7

Segundo o Plano Nacional da Água (PNA):

Distribuição do uso dos recursos hídricos em Portugal

75% 16% 9%

Doméstica

Indústria

Agricultura

Os sectores de actividade industrial que apresentam maiores consumos:

- fabricação de pasta de papel e cartão;

- indústria alimentar e de bebidas;

- indústria metalúrgica;

- indústria de produtos químicos.

FONTES DE ÁGUA

Fontes de água para o processo de fabrico e para consumo

Captações subterrâneas: poços, furos, minas

Captações superficiais: rios, lagoas, pluviais

Rede de água pública

Será um caixote do lixo “moderno”?

1.2 Problemas globais de poluição da água

2 - Poluentes água: origem (fontes) e efeito

2. Poluição da Água

Natureza:

a temperatura física, as matérias em suspensão, a cor, etc.os microorganismos microbiológícos, tais como as bactérias, os virus, os protozoários, etc.química: poluição mineral (sais, metais pesados, etc.) ou poluição orgânica (pesticidas, hidrocarbonetos, solventes, etc.)

Origem:

urbana: águas residuais da comunidade, águas pluviais, lixos, etc.industrial: resíduos líquidos e sólidos de actividades industriais (refinarias, fábricas de papel, etc.), armazenamento de produtos (hidrocarbonetos, resíduos industriais, etc. ou extracção de matérias-primas (minas, pedreiras, etc.)agrícola: práticas de cultivo (adubos, produtos de protecção das plantas, etc.), propagação de sedimentos, a indústria alimentar (matadouros, etc.);Intrusão salina: exploração intensiva das águas subterrâneas pode fazer baixar o nível da água nos aquíferos provocando a penetração da água do mar e desse modo, a sua progressiva salinização:Radiactividade: explorações mineiras; centrais nucleares

Poluição da águaQuando as suas características físicas, químicas e/ou biológicas se encontram alteradas, pela acção do Homem, de tal modo que a sua utilização para o fim a que se destina, se encontra inviabilizada.

� Os efeitos nocivos da poluição hídrica na:

Na sasaúúdede- perturbação da saúde alterações no comportamento das populações; Na economiaeconomia- a nível industrial e turístico;No ambienteambiente - degradação da paisagem e perturbação ou alteração dos ecossistemas.

ÁGUA - CONTAMINAÇÃO HÍDRICA

2.1 e 2.2. Poluentes

Cor - capacidade de absorver certas radiações do espectro do visível. A cor de uma água deve-se à presença de substâncias que lhe proporcionam cor (húmos/amarelada, ferro/vermelho, manganésio/negro). Também o conteúdo em fitoplâncton pode afectar este parâmetro.

pH - traduz a intensidade de acidez e alcalinidade - o pH das águas naturais deve-se à composição dos terrenos por ela atravessados.

Os valores de pH compatíveis com a vida das espécies aquáticas estão compreendidos entre 5 e 9, situando-se os mais favoráveis entre 6 e 7. Numa descarga com pH ácido ocorre dissolução de metais pesados, o pH alcalino provoca precipitação desses metais.

Sólidos - material insolúvel - elevados teores de sólidos diminuem a actividade fotossintética da vegetação aquática, podem ainda conduzir ao desenvolvimento de depósitos de lamas e consequente desenvolvimento de condições anaeróbias (sem O2). Têm ainda forte influencia em características como a cor e o sabor.

Carência Química de Oxigénio (CQO) - quantidade de oxigénio consumido pelas matérias oxidáveis - de origem orgânica e mineral - existentes na água; a presença destas substâncias provoca o esgotamento de oxigénio dissolvido nos cursos de água.

2.1 e 2.2. Poluentes

Óleos e gorduras - estas substâncias estão no grupo das mais

estáveis e dificilmente biodegradáveis. A maioria destas substâncias

são insolúveis em água e apresentam menor densidade que esta,

sendo portanto responsáveis pela impermeabilização das lâminas

líquidas, impedindo a realização de trocas gasosas.

Metais Pesados - são elementos como o Cádmio (Cd), Cobre (Cu),

Crómio(Cr), Ferro (Fe), Mercúrio (Hg), Manganês(Mn), Níquel(Ni),

Chumbo(Pb) e Zinco(Zn), provenientes na sua maioria da poluição

industrial. Alguns destes metais são tóxicos em concentrações

elevadas; no caso particular do Cd, Hg e Pb são extremamente

tóxicos e bioacumuláveis.

Sais dissolvidos - principalmente cloretos, fluoretos e sulfatos

Poluentes / Contaminantes HídricosParâmetro Unidades Descrição/Origem Efeitos no Meio

Alcalinidade mg/lCaCO3

Resulta da presença de hidróxidos, carbonatos e elementos como o cálcio, magnésio, sódio e potássio. Mede a capacidade da água neutralizar ácidos.

Pode interferir no tratamento da água ou do efluente

Azoto Amoniacal mgNH4/lResulta da degradação incompleta da matéria orgânica. Eutrofização

Azoto orgânico mgN/l

Nutriente essencial.Resulta de descarga domésticas e industriais.

Eutrofização

CBO5 (Carência Bioquímica de Oxigénio)

mgO2/l

Mede a quantidade de oxigénio utilizada pelos microorganismos na degradação bioquímica da matéria orgânica num período de 5 dias, a 20°C.

Reflecte a existência de matéria orgânica biodegradável.

Cianetos mgCN/l Poluição Industrial Tóxico para os seres vivos

Cobre mgCu/lDescargas industriais e tratamentos agrícolas

Coliformes Fecais NMP/100 ml Poluição doméstica e agrícola Problemas de saúde pública

Coliformes Totais NMP/100 ml Poluição doméstica e agrícola Problemas de saúde pública

Poluentes / Contaminantes Hídricos

Parâmetro Un idades Descr ição/Or igem Efeitos no M eio

Condutiv idade m S /cm Presença de iões (Ca, Na, H CO 3)

A fectam a activ idade biológ ica

dos organism os aquáticos ;

podem prov ocar incrus tações

em caldeiras e tubagens

CQO (Carência Quím ica

de Ox igénio)m gO 2/l

M ede a quantidade de ox igénio

equiv a lente à ox idação da m atéria

orgânica atrav és de um ox idante

quím ico

Reflecte a ex is tência de

m atéria orgânica

Dureza mgCaCO 3/l Presença de catiões (M g e Ca)

A ltera a capacidade da água

dis solv er o s abão; corros ão e

incrus tações nas caldeiras e

tubagens

Fenóis m gFenol/l

Poluição indus tria l; deg radação da

m atéria v egetal, pes ticidas e

herbicidas

Tóx icos ; conferem s abor e cor

à água

Ferro m gFe/l

Natura l nas águas s ubterrâneas ;

Poluição indus tria l ou com origem

no terreno

A ltera a cor e o s abor; provoca

m anchas nas roupas e na louça

s anitária

F lúor m gF/lAdubos fos fatados e unidades de

produção de ácido fos fórico

Em concentrações elevadas

interfere com o m etabolism o

do cálcio

Fós foro m gP/lÁguas res iduais domés ticas e

indus tria isEutrofização

Poluentes / Contaminantes Hídricos

Parâmetro Unidades Descrição/Origem Efeitos no Meio

Metais PesadosPoluição industrial ou dissolução de

minérios

Tóxicos. Alguns são

bioacumuláveis

Nitratos mgNO3/lFertilizantes agrícolas e descarga de

efluentes

Eutrofização. Podem tornar a

água imprópria para o

consumo humano

Óleos e Gorduras mg/l Doméstica e industrialDificultam o arejamento do

meio aquático

Óxigénio Dissolvido mgO2/l

Teores elevados indicam uma boa

capacidade de autodepuração da

água, e a capacidade de manter a

vida no meio aquático em boas

condições.

Valores baixos são perigosos

para vida aquática;

Eutrofização

pH Sorensen Intensidade de acidez e alcalinidade

Condiciona a vida no meio

aquático, bem como a

utilização da água

Sólidos Dissolvidos Totais mg/l Sais inorgânicos solúveis

Afectam a pressão osmótica e

consequentemente a

actividade biológica aquática;

afectam o uso na indústria e

na agricultura

Poluentes / Contaminantes Hídricos

Parâmetro Unidades Descrição/Origem Efeitos no Meio

SST mg/lMatéria em suspensão transportada

pela água

Colmatam o fundo dos rios e

lagos; dificultam a penetração

da luz e a utilização da água

para a maior parte dos fins.

Substâncias TensioactivasOperações de lavagem e limpeza

industriais e domésticas

Dão origem à formação de

espumas persistentes, que

impedem a oxigenação da

água

Temperatura °CDescarga de águas de indústrias ou

centrais termoeléctricas

Afecta o teor de oxigénio

dissolvido; pode inibir a

utilização para outros fins

Turvação NTU

Presença de colóides orgânicos e

inorgânicos, argila e produtos

resultantes da erosão, óxidos

metálicos, fibras vegetais e

microorganismos

Interfere com a passagem da

luz solar; dificulta a utilização

em processos industriais ou na

produção de alimentos e

bebidas

3 - Principal Legislação nacional e europeia aplicável

LEGISLAÇÃO –CAPTAÇÃO E REJEIÇÃO DE ÁGUAS

DL nº 46/94 de 22 de Fevereiro - Estabelece o regime de utilização do domínio público hídrico. Alterado pelo DL n.º 234/98 (22 de Julho), no que diz respeito a “limpeza de linhas de água” – REVOGADO na data de entrada em vigor dos actos legislativos previstos nos n.ºs1 e 2 do artigo 102º, do DL58/2005 - MAS AINDA NÃO implementado na prática

DL nº 47/94 de 22 de Fevereiro - Estabelece o regime económico e financeiro de utilização do domínio público hídrico.

DL nº 236/98 de 1 de Agosto - Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos (ex. estabelece os valores limite de concentração a respeitar nas descargas de águas residuais; para a qualidade de águas superficiais, subterrâneas, no solo e em colectores).

DL n.º 243/01 (5 de Setembro) – Aprova as normas relativas à qualidade da água para consumo humano;

Portaria n.º 797/2004, de 12-07-2004 - Fixa as taxas a cobrar pela captação de águas públicas destinadas a uso industrial. Revoga a Portaria n.º 30/83, de 8 de Janeiro

Lei n.º 58/2005, de 29-12-2005 - Aprova a Lei da Água, transpondo para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, e estabelecendo as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas , Decl. de Rectificação n.º 11-A/2006, de 23-02-2006

LEGISLAÇÃO –CAPTAÇÃO E REJEIÇÃO DE ÁGUAS

Lei n.º 77/2006, de 30-03-2006- Complementa a transposição da Directiva n.º

2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, que

estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política da água, em

desenvolvimento do regime fixado na Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro

DL n.º 306/2007, de 27-08-2007- Ministério do Ambiente, do Ordenamento do

Território e do Desenvolvimento Regional - Estabelece o regime da qualidade da

água destinada ao consumo humano, revendo o Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5

de Setembro, que transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva n.º

98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro.

Portaria n.º 1450/2007, de 12-11-2007 - Fixa as regras do regime de utilização

dos recursos hídricos

DL n.º 226-A/2007, de 31-05-2007 - Estabelece o regime da utilização dos

recursos hídricos: Ex. autorização pode ser substituída por uma comunicação

prévia às autoridades competentes quando captações de água com potência

igual ou inferior a 5cv, ou nos casos previstos nos planos de gestão de bacia ou

nos planos especiais de ordenamento do território aplicáveis

Utilização do domínio hídrico público

Todas as captações estão sujeitas a licenciamento e/ou notificação

junto da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional

(CCDR) – futuras ARH.

No caso de rejeição de águas residuais é necessário ter em atenção

os valores limite de descarga de cada um dos contaminantes,

estabelecidos pela entidade reguladora da descarga - ARH.

DL n.º 226-A/2007, de 31-05-2007 - Estabelece o regime da utilização dos recursos hídricos

Ainda não totalmente implementado na prática

Art. 4 º realização de obras. Projecto tem de ser aprovado pelas autoridades competentes

Art.º 5 - n.º 4 – O utilizador deve possuir um registo actualizado dos valores de autocontrolo impostos pela licença valores do autocontrolo ou dos programas de monitorização,

Art. 5 ; n.º 6 qualquer acidente ou anomalia grave no funcionamento das instalações, nomeadamente com influencia nas condições de rejeição de águas residuais deve ser comunicada em 24 horas;

art.º 19-é necessaria licença para a realização de trabalhos de pesquisa e construção para captação de águas subterrâneas do domínio público;

art.º 41 define as fases para pesquisa e captação de águas subterrâneas;

art.º 48 -50 rejeição de águas residuais é sujeita a licença

LEGISLAÇÃO – CAPTAÇÃO E REJEIÇÃO DE ÁGUAS

Secção III – rejeição de águas residuais do DL46/94 (revogado)

Art. 39º - Conteúdo da licença

LICENLICENÇÇAA

Conteúdo- Caudal rejeitado

- Valores dos parâmetros fixados para a

descarga

- Periodicidade das descargas

- Equipamento de controlo

- Parâmetros a analisar

- Métodos analíticos e precisão dos resultados

- Frequência e tipo de amostragem

- Periodicidade de envio dos registos à

entidade licenciadora

- O dever de apresentar na DRARN apólice de seguro

- Outros elementos, caso justifique

Secção III – rejeição de águas residuais

Art. 40º - Autocontrolo, inspecção e fiscalização de descargas

Obrigatório sistema de autocontrolo (descrição incluída na licença)

Encargos da instalação e exploração do titular da licençaTitular da licença

Manutenção de um registo actualizado dos valores de auto-controlo

Fornecer toda a informação necessárias a acções de inspecção ou fiscalização

No caso dos resultados de análises do titular, sobre a mesma amostra, serem diferentes dos apresentados pelo pessoal da fiscalização/inspecção, deve-se recorrer a um terceiro laboratório acreditado (IPQ) .

��Registos

Registos

DL n.º 46/94, 22/2 - Estabelece o regime de licenciamento da utilização do

domínio hídrico

Secção III – rejeição de águas residuais

Art. 37º - Condições gerais de licenciamento

Prazo de 48 horas para utilizador comunicar à DRARN

anomalia grave de funcionamentodas instalações ou acidente

DL n.º 46/94, 22/2 - Estabelece o regime de licenciamento da utilização do

domínio hídrico

Principais Principais Principais Principais finsfinsfinsfins

1. Águas para consumo humano (revogado)

2. Águas para suporte da vida aquícola

3. Águas balneares

4. Águas de rega

Normas de Normas de Normas de Normas de descargadescargadescargadescarga

1. Em águas superficiais

2. Em águas do litoral

3. Em águas territoriais

4. Em águas subterrâneas e no solo

5. Em colectores municipais (depende dos casos)

DL n.º 236/98, 1/8 - Estabelece normas, critérios e objectivos da qualidade da água

DL n.º 236/98 de 01 de AGOSTO

Em destaque....

ANEXOS(22)

XVIIIXVIII – Valores limites de emissão (VLE) na descarga

de águas residuais

XXIIXXII - Métodos analíticos de referência para descarga

de águas residuais

DL n.º 236/98, 1/8 - Estabelece normas, critérios e objectivos da qualidade da água

DL n.º 236/98 de 01 de AGOSTO

1. A média mensal dos valores, para cada uma das substâncias da norma não ultrapassa o valor limite correspondente na respectiva norma de descarga.

2. O valor máximo relativo a um mês de laboração para cada uma das substâncias da norma não ultrapassa o dobro do valor limite correspondente

Art. 69º - Verificação da conformidade

CONFORMIDADE

DL n.º 236/98, 1/8 - Estabelece normas, critérios e objectivos da qualidade da água

LicenLicençça fixa:a fixa:-Resultados do autocontrolo enviados à CCDR –Centro;-Frequência de amostragem e análise;-Local da colheita-Periodicidade de envio dos resultados;

VALORES LIMITE DE EMISSÃO (VLE) NA DESCARGA DE ÁGUAS RESIDUAIS (ANEXO XVIII do DL 236/98) -

resumo

Características das águas residuais domésticas

Fonte: Kiely, G; Ingeniería Ambiental

4 – Técnicas de prevenção e controlo

CONTROLO DE CONTAMINAÇÃO

Para solucionar o problema da poluição hídrica podem considerar-se medidas

preventivas e/ou curativas:

MEDIDAS PREVENTIVAS - RACIONALIZAÇÃO DOS CONSUMOS DE ÁGUA E

MINIMIZAÇÃO DAS DESCARGASUtilizar a água estritamente necessária para a actividade a desenvolver (sensibilização);

utilização de tecnologias menos poluentes;

recirculação de água e utilização de circuito fechado;

a vigilância e controlo;

Manter a água de arrefecimento de equipamentos em circuito fechado;

bombas de vácuo de equipamentos;

permutadores de calor nas centralinas de óleo/água

Reutilizar a água resultante do processo de depuração (da ETAR) para operações de limpeza de linhas, rega de

jardins, ou WC.

….

campanhas de informação

MEDIDAS CURATIVAS - FIM DE LINHA

Tratamento de águas residuais para limitar os valores de emissão

CONTROLO DE CONTAMINAÇÃO

VANTAGENS DAS MEDIDAS PREVENTIVAS

Menores consumos de materiais e de energia;

Menores riscos de emissão relacionados com acidentes e avarias;

Maior facilidade de cumprimento da legislação;

Menores custos de tratamento em processos de depuração;

Possibilidade de recuperar materiais;

Menor custo de taxas de utilização do domínio público hídrico.

Formadores: Helena Sousa; Isabel LuísCTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro

Controlo das contaminações - Indústria

As indústrias têm obrigatóriamente de gerir adequadamente a

descarga dos seus efluentes industriais e têm duas opções, das quais

vai depender a definição dos parãmetros a monitorar e os valores

limites a cumprir:

Descarga em colectores municipais

Vai ser o município a estabelecer as normas de descarga no colector

de modo a que seja garantido o cumprimento legal à saída da ETAR

Municipal.

Descarga no meio natural (água ou solo)

O tratamento a efectuar às águas residuais resultantes de actividades

industriais (e domésticas) deve garantir que o efluente final não

causa degradação do ambiente, pelo que deverão cumprir com os

valores limites tendo em conta este meio receptor – Licença de

descarga.

Amostragem

a amostra recolhida deve ser representativa (composição

homógenea) e em volume suficiente que permita a repetição de

ensaios;

durante a deslocação para o laboratório não deve sofrer alterações de

temperatura;

dependendo do tipo de parâmetro a analisar poderá ser necessário

conservar a amostra;

o local de recolha deve ser de fácil acesso e em condições de

segurança.

Amostragem

• Colheita automática

• Quando as características do efluente não são

constantes

• Minimiza o número de análises a efectuar

• Permite a determinar de um maior número de

parâmetros

Amostra composta

• Colheita manual

• Características do efluente são constantes

• Amostra composta pode mascarar

características como o pH

• Quando se pretende determinar parâmetro cujo

valor se pode alterar ao proceder à composição

da amostra (GASES DISSOLVIDOS, TEMPERATURA, pH,

METAIS PESADOS DISSOLVIDOS, ETC.)

Amostra pontual

CaracterísticasTipo de amostragem

Tipologias de águas residuais

Definições (art.º 3º do DL 236/98 de 1 Agosto)

«Águas residuais domésticas» —águas residuais de instalações

residenciais e serviços, essencialmente provenientes do

metabolismo humano e de actividades domésticas;

«Águas residuais industriais» — todas as águas residuais

provenientes de qualquer tipo de actividade que não possam ser

classificadas como águas residuais domésticas nem sejam águas

pluviais;

«Águas residuais urbanas» — águas residuais domésticas ou a

mistura destas com águas residuais industriais ou com águas

pluviais;

Águas residuais urbanas

Definições - DL 152/97, alterado pelo DL 248/98

«Tratamento primário»:o tratamento das águas residuais urbanas por qualquer processo físico e

ou químico que envolva a decantação das partículas sólidas em suspensão, ou por outro processo

em que a CBO 5 das águas recebidas seja reduzida de, pelo menos, 20%antes da descarga e o

total das partículas sólidas em suspensão das águas recebidas seja reduzido de, pelo menos,

50%;

«Tratamento secundário»:o tratamento das águas residuais urbanas que envolve geralmente um

tratamento biológico com decantação secundária ou outro processo que permita respeitar os

valores constantes do quadro n.o 1 do anexo I;

«Tratamento apropriado»:o tratamento das águas residuais urbanas por qualquer processo e ou

por qualquer sistema de eliminação que, após a descarga, permita que as águas receptoras

satisfaçam os objectivos de qualidade que se lhes aplicam;

«Lamas»: as lamas residuais, tratadas ou não, originadas pelo funcionamento de estações de

tratamento de águas residuais urbanas; Tratamento secundário

«Um equivalente de população (1 e. p.)»:a carga orgânica biodegradável com uma carência bio-

química de oxigénio ao fim de cinco dias (CBO 5) de 60 g de oxigénio por dia. A carga, expressa

em e. p., será calculada com base na carga média semanal máxima recebida na estação de

tratamento durante um ano, excluindo situações excepcionais, tais como as causadas por chuvas

intensas;

Rejeição de Águas Residuais

No caso de rejeição de águas residuais é necessário ter em atenção

os valores limite de descarga de cada um dos contaminantes,

estabelecidos pela entidade reguladora da descarga.

O tratamento de águas residuais é realizado nas Estações de

Tratamento de Águas Residuais.

Diferentes origens

Diferentescaracterísticas

Diferentes sistemas de tratamento

Efl. DomésticosEfl. Industriais

Processos de Tratamento de Águas Residuais

Pré-Tratamento

GRADAGEM

Separação de sólidos flutuantes de grandes dimensões (trapos, garrafas de plástico,

etc.)

DESARENADOR

Separação de areias

FLOTAÇÃO ou FLUTUAÇÃO

Remoção de óleos e gorduras (processo inverso à sedimentação)

HOMOGENEIZAÇÃO

Para proporcionar uma maior homogeneidade do efluente para os processos

seguinte

Caudal e Carga orgânica

Equilíbrio de nutrientes e Equilíbrio de pH

Tratamento Primário

Também denomidado clarificação, sedimentação ou decantação

OBJECTIVOS:

Produzir um efluente com características melhoradas para a etapa seguinte

Possibilitar uma separação de sólidos – lamas primárias

VANTAGENS:

Redução da carga de sólidos em suspensão

Redução do CBO5

Separação de material flutuante

Homogeneização parcial de caudais e carga orgânica

Tratamento Primário

COAGULAÇÃO / FLOCULAÇÃO

Sais de Ferro

Cal

Alumínio

Tratamento Secundário

OBJECTIVO:

Biodegradar a matéria orgânica em produtos não contaminantes

(H2O, CO2 e biomassa (lamas))

MECANISMOS DE SEPARAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

Biodegradação

Desorpção com ar

Adsorção

finaisprodutosoutrosbiomassanovaNHCONutrientesOOrgânicaMatériabactérias

+++ →++ 322

Tratamento Secundário

TIPOS DE SISTEMAS

Culturas em suspensão

Alta concentração de microorganismos

Exemplo mais comum: lamas activadas

Culturas fixas

Crescimento de capa bacteriana numa superfície (pedra, material

plástico, etc,) exposto ao ar

Exemplos: leitos percoladores; biodiscos

Culturas mistas, biológicos em suspensão e fixos

Tecnologias de Tratamento

TIPOS DE SISTEMAS

Fotos de ETARI’s

Foto: Tanque de Arejamento em ETAR por LAMAS ACTIVADAS

Fonte: www.college.ucla.eduFoto: Tanque de Arejamento Primário em ETAR

por LAMAS ACTIVADAS

Tecnologias de Tratamento

Fotos de ETARI’s

Saída de efluente secundário

Tecnologias de Tratamento

Fotos de ETARI’s

leitos percoladores

fonte: SMAS Almada

lagunagem

Fonte: http://photos.innersource.com

Tecnologias de Tratamento

Fotos de ETARI’s

Tratamento biológico -

biofiltros

fonte: SMAS Almada

Reactor UASB

Fonte: ETAR Guaraná

Tecnologias de Tratamento

Fotos de ETARI’s

Separador de hidrocarbonetos

Tecnologias de Tratamento

TRATAMENTO DO EFLUENTE DOMÉSTICO

SANEAMENTO BÁSICO: ETAR

FOSSA SÉPTICA

TRATAMENTO DO EFLUENTE INDUSTRIAL: ex.

OBRA DE ENTRADA – GRADAGEM, DESARENADOR

HOMOGENEIZAÇÃO - NEUTRALIZAÇÃO

FLUTUAÇÃO

COAGULAÇÃO - FLOCULAÇÃO

SEDIMENTAÇÃO

DESIDRATAÇÃO DE LAMAS

EFLUENTE BRUTO

DESARENADOREQUALIZAÇÃO FLUTUAÇÃO COAGULAÇÃO FLOCULAÇÃO SEDIMENTAÇÃO

ÁGUATRATADA

FILTRAÇÃO

REUTILIZAÇÃODESCARGA

LAMAS

SECAGEM

LAMAS SECAS

ÁGUA

Esquema de uma ETAR

Tecnologias de Tratamento

TRATAMENTO DO EFLUENTE doméstico: ex.

1 - OBRA DE ENTRADA – GRADAGEM,

2 - Densadeg é um órgão que combina três etapas: a desarenação e o desengorduramento da água residual e a decantação primária avançada dos sólidos em suspensão que são sedimentáveis, com adição de reagentes (cloreto férrico e polielectrólito). A água residual segue para os biofiltros

3 - classificador de areias

4 - separador de gorduras

5 - biofiltros são uns tanques com enchimento de pequenas partículas de argila expandida muito porosa, com diferentes tamanhos. A água residual é injectada por baixo juntamente com ar. A matéria orgânica que ainda esteja presente na água éremovida pelas bactérias fixas ao meio de enchimento

6 – água tratada vai filtros de areia para remover sólidos que ainda persistam e seguidamente passa por um processo de desinfecção por lâmpadas U.V.(ultravioleta), que eliminam os organismos patogénicos

Tecnologias de Tratamento

TRATAMENTO DO EFLUENTE doméstico: ex.

7 - lamas resultantes da decantação no Densadeg vão para o espessador gravítico. Posteriormente são encaminhadas para o digestor anaeróbio

8 - digestão anaeróbia das lamas tem como objectivo mineralizar a matéria orgânica, através da acção de bactérias anaeróbias a uma temperatura elevada. Desta digestão resulta um biogás (que contém cerca de 60% de Metano). Depois de digeridas, as lamas são desidratadas

9 - biogás é armazenado no gasómetro e é aproveitado para produção de energia térmica e eléctrica, por co-geração (para aquecimento das lamas do digestor e outros consumos energéticos da ETAR). DESIDRATAÇÃO DE LAMAS

10 –desidratação é adicionado às lamas um reagente (polieléctrolito). lamas desidratadas são acondicionadas no silo de lamas e reutilizadas posteriormente como fertilizante (valorização agrícola).

Esquema de uma ETAR doméstica

ETAR de Portinho da Costa