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GESTÃO DE PROPRIEDADES LEITEIRAS: ACOMPANHAMENTO · (PSM); empresário familiar (EF) e empresário rural (ER). ... Os dados foram processados, analisados e devolvidos ao produtor

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GESTÃO DE PROPRIEDADES LEITEIRAS: ACOMPANHAMENTO TÉCNICO-ECONÔMICO DO PROLEG NO PERÍODO 1999 / 2000 (PROGRAMA DE LEITE DA REGIÃO DE GUARAPUAVA-PR) *

MATSUSHITA, Milton Satoshi 1

SEPULCRI, Odílio 2 PFAU, Luiz Augusto 3

VIECHNIESKI, Marco Aurélio 4 FOLDA, Francisco Sérgio 5

FRACASSO, Deomar Marcos 4 GRZYBOWSKI, Joaquim 6

RAMOS, Márcio Roberto 7

TAMBOSETTI, Valdir 8

TOMEN, Orestes 9

RESUMO Este trabalho apresenta a metodologia e os resultados de dois anos de acompanhamento e monitoramento em 25 propriedades de pecuária leiteira do programa de leite da região de Guarapuava - PR, PROLEG, com apoio da informática aplicada. Os resultados deste trabalho compreendem: a análise da produção de leite obtida no período de 1999 e 2000; a produtividade mensal do leite (litros totais por vaca por mês); produtividade do leite (litros por hectare por ano); tamanho do rebanho – número total de vacas (cabeças); custos variáveis; margem bruta por hectare (R$ / ha / ano) e margem bruta por vaca total (R$ / vaca total mês). Este acompanhamento proporciona informações mensais aos produtores, assistência técnica e extensão rural, na identificação dos gargalos da produção e de indicadores técnicos, econômicos e financeiros, subsidiando-os na tomada de melhores decisões pelos produtores, em função de seus objetivos.

* Trabalho apresentado no II Seminário Sul-Brasileiro de Administração Rural – Administração Rural para o século XXI. 13 a 15 de agosto de 2002. Centro de eventos da Universidade de Passo Fundo – RS e publicado em seus respectivos anais, p 251-262. 1 Eng. Agr., Especialista em Análise de Sistemas e Informática na Agropecuária, mestrando em Administração. Extensionista da EMATER-Paraná. 2 Eng. Agr., Pós-graduado em Gestão da Qualidade. Extensionista da EMATER-Paraná. 3 Médico Veterinário, MS em Nutrição Animal. Extensionista da EMATER-Paraná 4 Eng. Agr., Especialista em Bovinocultura de Leite, Extensionista Municipais da EMATER-Paraná. 5 Eng. Agr., Especialista Desenvolvimento Rural, Extensionista Municipal da EMATER – Paraná. EMATER - Paraná. 6 Técnico em Agropecuária, Extensionista Municipal da EMATER – Paraná. 7Eng. Agr., Extensionista da EMATER – Paraná. 8Zootecnista, Extensionista da EMATER – Paraná. 9Med. Vet., Extensionista da EMATER – Paraná.

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1. INTRODUÇÃO

Em um país capitalista o que se espera de uma empresa ou de qualquer atividade econômica é a geração de riqueza. Para identificar a riqueza gerada, basta calcular tudo o que se produz para o mercado ou consumo, menos tudo o que se gasta para produzir. Como resultado tem-se a riqueza gerada ou o valor agregado que poderá ser positivo ou negativo. Conforme apresentado na fórmula a seguir: (Receitas – Custos = Lucro ou Prejuízo). A sobrevivência de um empreendimento, dentre outros fatores, dar-se-á pela sua capacidade de gerar lucro.

O cenário atual caracteriza-se por acentuado ambiente concorrencial e acelerada evolução tecnológica. Cada vez mais as decisões precisam ser tomadas com agilidade, rapidez e precisão (Pozzebon & Freitas,1996). Tofler (1985, p.128-129) acredita que a informação é mais importante do que os fatores terra, trabalho, capital e matéria prima.

Percebe-se pelos estudos realizados pela EMATER-Paraná (1999 e 2000), que há possibilidade de ganhos nas propriedades rurais com uma eficiente gestão das informações, que gere indicadores padrões, facilitadores e agilizadores de tomada de decisões.

Os desafios crescentes que a modernidade e a globalização introduziram nas empresas, só poderão ser superados através da melhoria na qualidade e na velocidade das informações a serem utilizadas para a tomada de decisões. Para tanto, a empresa rural necessita-se medir e analisar os resultados, identificar os pontos críticos para agregação de valores e aprimorá-los, controlar as operações para garantir os resultados esperados. Neste sentido, o primeiro passo em qualquer atividade agropecuária é a apuração dos indicadores de resultados: Quanto dinheiro minha propriedade/ empresa rural está gerando? Quanto dinheiro está custando para operá-la? Quais são os fatos e dados que gerarão os indicadores para medir os resultados? Feito isto, se o produtor/empresário rural está satisfeito com os resultados, procede-se a melhoria contínua e repete-se o processo produtivo, mantendo-se o padrão de qualidade e produtividade já atingidas. Por outro lado, se os resultados não satisfazem os objetivos do produtor/empresário rural, devem-se buscar as causas desse resultado insatisfatório, fazendo um diagnóstico para identificar onde se encontram as causas dos problemas que afetam os resultados da empresa ou da atividade, para orientar a tomada de decisão e ação para correção do problema (planejamento). A tomada de decisão e a ação correta estão tornando-se cada vez mais importantes na gestão das propriedades/empresas rurais. Diariamente surgem problemas (resultado indesejável de um trabalho, ou de um processo), que precisam ser resolvidos, dificultados pelos recursos escassos de pessoal, de tempo ou de custeio. Toma a melhor decisão quem tem a melhor informação. Assim, identificar bem os problemas, suas causas e priorizá-las é uma questão fundamental na tomada de decisão. Para isto são necessários métodos que privilegiem fatos e dados concretos.

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2. METODOLOGIA 2.1 Área de abrangência

Este trabalho, gestão da propriedade leiteira, faz parte, juntamente com outros componentes, do Programa de Leite da Região de Guarapuava - PROLEG, desenvolvido na região central do Estado do Paraná. Está sendo executado nos municípios de Guarapuava, Laranjeiras do sul, Nova Laranjeiras, Campina do Simão, Quedas do Iguaçu e Virmond, selecionados dentro de uma bacia leiteira de 31 municípios com 6.259 produtores e uma produção diária média de 217.988 litros de leite (EMATER-Paraná, 1999).

2.2 Seleção do Publico

As unidades de produção podem ser classificadas de vários tipos, em função de o meio rural não ser um todo homogêneo. No trabalho de (Yu & Sereia, 1993), sob o título "Tipificação e Caracterização dos Produtores Rurais do Paraná - 1980", utilizando dos critérios: contratação de força de trabalho; tecnificação; capitalização, receita e despesas; classificaram os produtores do Estado do Paraná nas categorias: produtores de subsistência (PS); produtores simples de mercadoria (PSM); empresário familiar (EF) e empresário rural (ER). A seleção do público e das propriedades (25 propriedades) seguiram esta mesma metodologia, conforme seu nível tecnológico e capitalização, para que possam ser analisadas separadamente. As propriedades selecionadas para acompanhamento pertencem às categorias: PSM (22 propriedades) e Empresário Familiar (3 propriedades).

2.3 Coleta dos dados

Foi realizado o levantamento das propriedades leiteiras, mensalmente através de formulário específico. Os dados foram processados, analisados e devolvidos ao produtor.

O presente estudo corresponde ao período 1.999 (01 de janeiro a 31 de dezembro) e 2.000 (01 de janeiro a 31 de dezembro).

2.4 Critério de separação do custo do leite do cust o da carne

Segundo Gomes (1999), a correta apropriação do custo de produção da atividade leiteira é complexa, em razão de algumas características: • Produção conjunta e simultânea de carne, leite e forragem. • Elevada participação da mão-de-obra familiar, cuja apropriação de custos é

sempre muito subjetiva. • Produção contínua na qual é feito um corte, por período, para análise anual ou

semestral. • Altos investimentos em terras, benfeitorias, máquinas e animais, cuja apropriação

dos custos também tem elevada dose de subjetividade. Em função dessa complexidade, é necessário uma boa interação do técnico,

que está determinando o custo, com o produtor, para uma interpretação dos resultados mais próximos da realidade.

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A atividade leiteira tem produção conjunta de carne e leite, pois quando se trata do rebanho leiteiro tem-se, como resultado, a produção de leite e de animais (bezerros que nascem, novilhas que crescem, vacas que são descartadas, etc.). É muito difícil separar o que vai para produção de leite e o que vai para a produção de animais. Para tanto, conforme o mesmo autor, há necessidade de utilizar uma metodologia adequada para separar tais custos.

Para separar o custo da atividade leiteira global (carne e leite) e o custo só do leite, utiliza-se distribuir os custos proporcionalmente à renda bruta de cada setor. Como exemplo, se a renda bruta do leite representa 80% e a renda bruta da venda de animais 20%, corresponde ao percentual que cada componente contribui na participação dos custos totais.

2.5 Processamento dos dados

Os dados coletados mensalmente são processados através do Sistema Gestão da Pecuária Leiteira – GPL, planilha desenvolvida em Excel pela EMATER-Paraná, com o objetivo de acompanhar e analisar os custos só do leite e da atividade leiteira, diagnosticar e planejar a atividade na propriedade rural.

2.6 Metodologia de interpretação das informações O desempenho, a performance, ou os resultados de uma empresa/

propriedade rural poderá ser medido e analisado comparativamente, selecionando-se, previamente, indicadores de desempenho, conforme os objetivos do pecuarista. A comparação poderá ser feita com o seu próprio desempenho, ao longo dos anos, considerando-se o início como ano zero e tomando-o como base, sendo igual a 100%, verifica-se seu crescimento, ou não, a cada ano.

Pode-se, também, compará-la a empresas/propriedades com certo grau de homogeneidade, isto é, situem-se numa mesma microregião, possuam estruturas semelhantes e desenvolvam as mesmas explorações, num mesmo período, utilizando-se dos mesmos indicadores. - Elementos utilizados para análise:

Lucro = (Quantidade Produzida x Preço) – Custo Tot al - Procedimento de análise:

No curto prazo (período de um ano): - Analise da Margem Bruta (MB): MB=RB-CV (renda bruta - custo variável) O parâmetro ou referência de todos os indicadores de desempenho a serem

utilizados deverá ser extraído do próprio grupo de produtores, sendo escolhido entre as melhores do grupo, fazendo sempre a correlação com resultados já obtidos, por outros produtores semelhantes, na área em estudo, para não ficar restrito somente ao grupo.

- Análise da Renda Bruta (RB): RB = Quantidade Produzida x Preço Selecionar a referência para a Renda Bruta.

• Se a Renda Bruta é mais alta, não deve ser a causa do problema;

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• Se mais baixa, as razões deverão estar relacionadas à produtividade (eficiência gerencial, tecnológica, operacional e de insumos). Passar então para a quantidade produzida por unidade (produtividade).

- Quantidade produzida: A quantidade de leite produzida anualmente depende do tamanho do rebanho e de sua produtividade. Depende, também, da quantidade de alimentos volumosos, concentrados e de sua produtividade. - Análise do Custo Variável O custo variável é proveniente da quantidade de insumos e serviços utilizados

na produção de leite, multiplicada pelos seus preços. Para o produtor de leite todos os custos são ruins, porém não é isto que

ocorre. Existem os custos bons, estratégicos, que são aqueles que agregam valor ao produto e à propriedade (aqueles cujo produto marginal é positivo) e os custos ruins que são aqueles que não agregam valor (retrabalho, desperdício, má qualidade, operador despreparado, ociosidade e outros). Um bom gerente deve saber distinguí-los para fazer os cortes dos custos certos, para não diminuir o valor agregado. Para melhor entendimento, a Margem Bruta representa o Valor Agregado Bruto. Passos para a análise do custo variável: Selecionar a referência para custo variável • Custo variável/ litro/ mês e por ano; • Custo variável total/ ano. Análise do custo variável por unidade de fator:

• Se mais alto, ou igual à referência, combinado com a Renda Bruta mais baixa, caracteriza-se ineficiência econômica e buscam-se as razões para tal;

• Se mais alto, deve-se buscar as razões desse custo alto analisando a composição percentual de cada item de custo mais expressivo, incluindo preço dos insumos, quantidade, produtos substitutos, etc.

No médio (2 a 3 anos) e no longo prazo (4 a 10 anos )

Analisar os custos totais, a adequação da estrutura da propriedade (instalações, máquinas, equipamentos, implementos, etc.) frente aos objetivos propostos.

2.7 Devolução, comunicação das informações e capaci tação aos produtores

O acompanhamento de 25 propriedades, faz parte da estratégia para monitorar toda a assistência técnica na identificação dos gargalos da produção e de indicadores técnicos, econômicos e financeiros, para subsidiar a tomada de decisão e o planejamento da produção por parte dos produtores. Os extensionistas, mensalmente, de posse dessas informações, comunicam e orientam aos produtores os ajustes e alterações a serem efetuadas em sua produção de leite, ou no planejamento. Para a capacitação e divulgação são utilizados os métodos rotineiros da extensão rural, como dias de campo, cursos, reuniões e outros.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados abaixo descritos são referentes aos 25 produtores acompanhados durante os anos 1.999 e 2.000.

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Os gráficos de linha foram elaborados com os valores mensais referentes aos anos de 1.999 e 2.000, enquanto os gráficos de barra apresentam o percentual de evolução dos produtores para cada uma das variáveis analisadas, sendo classificados e distribuídos em quatro grupos, conforme o critério descrito a seguir:

Inferior - aquele que está abaixo da “média menos um desvio padrão”; Média Baixa – aquele que está entre a “média menos um desvio padrão” e a

“média”; Média Alta – aquele que está entre a “média” e a “média mais um desvio

padrão”; e Superior – aquele que está acima da “média mais um desvio padrão”.

O grupo superior apresenta, dentro da variável selecionada, o melhor desempenho, sendo, portanto, referência para os demais produtores. O grupo superior, também deverá procurar melhorar seu desempenho através da melhoria contínua e tecnologias que sejam viáveis técnica e economicamente.

3.1 Produção

Os 25 produtores obtiveram em 1.999 uma produção total de 543.069 litros e em 2.000 uma produção total de 773.702 litros, o que representa um incremento de 42,46 %. Gráfico 01 – Produção mensal de leite - 1.999/2.000 (litros/mês).

PRODUÇÃO MENSAL DE LEITE (litros/mês) - (1999/2000)

61.350

70.271

42.334

40.636

41.199

38.938

39.025

40.686

44.649

50.758

52.02249.863

45.790

57.168

51.769

51.654

58.281

52.578

56.438

68.313

74.943

76.530

73.721

77.854

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

60.000

65.000

70.000

75.000

80.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Meses

Pro

duçã

o

1.999 2.000

O volume de leite produzido sofre influência das seguintes variáveis:

• Tamanho do rebanho (número e % de vacas no rebanho); • Produtividade por vaca (produção por lactação; persistência de lactação;

Intervalo entre partos; % de vacas em lactação; Idade do primeiro parto).

A produção média anual por produtor em 1.999 foi de 21.712 litros e em 2.000 31.869 litros, resultante de uma variação que foi desde um decréscimo de 29,37% a

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um acréscimo de 147,87% por produtor, sendo distribuídos em quatro grupos, conforme demonstrado no gráfico abaixo: Gráfico 02 – Grupos com acréscimo/decréscimo em percentagem na produção total de leite no período 1.999/2.000.

5

9 9

2

0

3

6

9

< 3,8% 3,8% a 48,8% 48,9% a 93,8% > 93,8%

Grupos de % de aumento de Produção

de P

rodu

tore

s

� Grupo inferior: 5 produtores (20%) com aumento de produção inferior a 3,8%, onde na prática todos tiveram decréscimo na produção;

� Grupo média baixa: 9 produtores (36%) com aumento de produção entre 3,8 a 48,8%;

� Grupo média alta: 9 (36%) produtores com aumento de produção entre 48,9 a 93,8%;

� Grupo superior: 2 (8%) produtores com aumento de produção superior a 93,8%. Quadro 01 – Grupos com acréscimo/decréscimo na produção total de leite – 1.999/2.000 (% de acréscimo).

Ano Evolução 1.999 / 2.000 (%) Indicadores Inferior Média baixa Média alta Superior

Acréscimo (%) < 3,8 3,8 a 48,8 48,9 a 93,8 > 93,8 N.º de produtores 5 9 9 2 Relação dos n.º dos Produtores

1, 3, 5, 9 e 25 2, 4, 6, 11, 13, 15, 18, 22 e 24

7, 8, 12, 14, 16, 19, 20, 21 e 23

10 e 17

3.2 Produtividade mensal de leite a) Produtividade mensal de leite (litros por vaca total por mês) A produtividade média mensal de leite em litros por vaca total por mês, em 1.999 foi de 216,41 litros e em 2.000 foi de 261,25 litros, o que representa uma melhoria de 20,72 %. A produção mensal ainda apresenta oscilações bastante significativas, com picos de redução de produtividade mais acentuadas no outono e aumento de produtividade mais acentuadas no final de inverno, conforme demonstrado no gráfico abaixo:

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Gráfico 03 – Produtividade mensal de leite - 1.999/2.000 (litros/vaca total/mês).

PRODUTIVIDADE MENSAL DE LEITE (litros/vaca total/mê s) - (1999/2000)

2 4 5

2 9 6

1 9 7

1 9 5

2 0 9

2 0 31 9 8

1 9 3

2 0 8

2 4 1

2 4 02 3 5

2 1 5

2 6 8

2 2 6 2 2 3

2 4 4

2 1 0 2 2 5

2 7 6

3 1 1

2 7 6

2 8 3

2 9 6

180

200

220

240

260

280

300

320

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Meses

Pro

dutiv

idad

e

1.999 2.000

O acréscimo na produtividade é resultante da melhoria genética do rebanho,

alimentação e manejo, sendo distribuídos em quatro grupos, conforme demonstrado no gráfico abaixo: Gráfico 04 – Grupos com acréscimo/decréscimo em percentagem na produtividade média durante o ano (litros por vaca total por mês), no período 1.999/2.000.

5

8

9

3

0

5

10

< 0 % 0 a 27,3 % 27,4 a 62,1 % > 62,1 %

Grupos de % de aumento de P rodutividade

� Grupo inferior: 5 produtores (20%) com decréscimo na produtividade; � Grupo média baixa: 8 produtores (32%) com aumento de produtividade entre 0,0

a 27,3%; � Grupo média alta: 9 produtores (36%) com aumento de produtividade entre 27,4

a 62,1%;

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� Grupo superior: 3 produtores (12%) com aumento de produtividade superior a 62,1%.

Quadro 02 – Grupos com acréscimo/decréscimo na produtividade média de leite (litros por vaca total – 1.999/2.000 (% de acréscimo).

Ano Evolução 1.999 / 2.000 (%) Indicadores Inferior Média baixa Média alta Superior

Acréscimo (%) < 0,0 0,0 a 27,3 27,4 a 62,1 > 62,1 N.º de produtores 5 16 2 2 Relação dos n.º dos Produtores

5, 8, 11, 14 e 25 2, 4, 6, 9, 10, 12, 13, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24

1 e 7 3 e 17

b) Produtividade de leite (litros por hectare por ano) A produtividade média de leite em litros por hectare por ano, em 1.999 foi de 2.370,72 litros e em 2.000 foi de 2.765,88 litros, o que representa uma melhoria de 16,69 %. Este acréscimo na produtividade está distribuídos em quatro grupos, conforme demonstrado no gráfico abaixo: Gráfico 05 – Grupos com acréscimo/decréscimo em percentagem na produtividade de leite (litros por hectare por ano), no período 1.999/2.000.

6

7

10

2

0

5

10

< 0 0 a 33,3 33,4 a 91,6 > 91,6

Grupos de % de aumento de P rodutividade

� Grupo inferior: 6 produtores (24%) com decréscimo na produtividade; � Grupo média baixa: 7 produtores (28%) com aumento de produtividade entre 0,0

a 33,3%; � Grupo média alta: 10 produtores (40%) com aumento de produtividade entre 33,4

a 91,6%; � Grupo superior: 2 produtores (8%) com aumento de produtividade superior a

91,6%. Quadro 03 – Grupos com acréscimo/decréscimo na produtividade média de leite (litros por hectare ano – 1.999/2.000 (% de acréscimo).

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Ano Evolução 1.999 / 2.000 (%) Indicadores Inferior Média baixa Média alta Superior

Acréscimo (%) < 0,0 0,0 a 33,3 33,4 a 91,6 > 91,6 N.º de produtores 6 7 10 2 Relação dos n.º dos Produtores

1, 5, 6, 10, 15 e 25 2, 3, 7, 8, 9, 13 e 21

4, 11, 12, 14, 16, 18, 19, 20, 23 e 24

17 e 22

3.3 Tamanho do rebanho - número total de vacas (cabeças) A quantidade média de vacas totais por mês, em 1.999 foi de 208 cabeças e em 2.000 foi de 248 cabeças, o que representa um aumento de 19,23 %.

O número de vacas no início de janeiro de 2000 era de 229 cabeças e de 263 no final de dezembro de 2.000, o que representa uma variação de 14,85%. Este aumento no número de vacas é resultante da compra de 37 vacas (16,16% do número inicial de vacas), 55 novilhas que passaram a ser vacas (24,02% do número inicial de vacas), venda de 57 vacas (24,89% do número inicial de vacas) e morte de uma vaca (0,44% do número inicial de vacas). O gráfico abaixo demonstra a variação mensal no número total de vacas: Gráfico 06 – Gráfico da evolução do número total de vacas - 1.999/2.000 (cabeças).

NÚMERO TOTAL DE VACAS (cabeças) - (1999/2000)

2 5 1

2 3 8

2 1 3

2 1 3

2 1 2

2 1 7

2 1 12 1 5

2 1 0

1 9 7

1 9 2

1 9 72 0 9

2 1 5

2 6 3

2 6 1

2 7 7

2 4 12 4 82 5 1

2 5 0

2 3 9

2 3 1

2 2 9

180

200

220

240

260

280

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

1.999 2.000

O acréscimo no número de vacas pelos produtores estão distribuídos em

quatro grupos, conforme demonstrado no gráfico abaixo:

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Gráfico 07 – Grupos com acréscimo/decréscimo em percentagem no número de vacas total (cabeças), no período 1.999/2.000.

4

6

11

4

0

4

8

12

< 0 = 0 0 a 45,6 > 45,6

Grupo s de % de A umento de Vacas T o ta l

� Grupo inferior: 4 produtores (16%) com decréscimo no número total de vacas; � Grupo média baixa: 6 produtores (24%) que permaneceram com o mesmo

número de vacas totais; � Grupo média alta: 11 produtores (44%) com aumento no número de vacas totais

em até 45,6%; � Grupo superior: 4 produtores (16%) com aumento de no número de vacas totais

superior a 45,6%. Quadro 04 – Grupos com acréscimo/decréscimo no número de vacas totais (cabeças) –1.999/2.000 (% de acréscimo).

Ano Evolução 1.999 / 2.000 (%) Indicadores Inferior Média baixa Média alta Superior

Acréscimo (%) < 0,0 Igual a 0,0 0,0 a 45,6 > 45,6 N.º de produtores 4 6 11 4 Relação dos n.º dos Produtores

9, 13, 19 e 23 1, 3, 4, 5, 11 e 25 2, 6, 7, 8, 12, 14, 16, 18, 20, 21 e 24

10, 15, 17 e 22

3.4 Custo variável O custo variável médio por litro de leite, em 1.999 foi de 0,1730 reais e em 2.000 foi de 0,1503 reais, o que representa uma redução no custo de 13,12 %, não considerando a inflação do período. O decréscimo no custo variável está distribuídos em quatro grupos, conforme demonstrado no gráfico abaixo:

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Gráfico 08 – Grupos com acréscimo/decréscimo em percentagem no custo variável (R$/litro), no período 1.999/2.000.

2

4

16

3

0

4

8

12

16

> 21,4 0,0 a 21,4 -39,0 a 0,0 < -39,0

Grupo s de % de aumento no s C usto s Variáve is

� Grupo inferior: 2 produtores (8%) com aumento nos custos variáveis superiores a

21,4%; � Grupo média baixa: 4 produtores (16%) com aumento nos custos variáveis em

até 21,4%; � Grupo média alta: 16 produtores (64%) com decréscimo nos custos variáveis em

até 39,0%; � Grupo superior: 3 produtores (12%) com decréscimo nos custos variáveis

superior a 39,0%. Quadro 05 – Grupos com acréscimo/decréscimo nos custos variáveis (R$/litro) –1.999/2.000 (%).

Ano Evolução 1.999 / 2.000 (%) Indicadores Inferior Média baixa Média alta Superior

Acréscimo (%) > 21,4 0,0 a 21,4 21,4 a -39,0 > -39,0 N.º de produtores 2 4 16 3 Relação dos n.º dos Produtores

8 e 23 1, 2, 12 e 15 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 13, 14, 16, 17, 18,

20, 21, 24 e 25

11, 19 e 22

3.5 Margem Bruta a) Margem Bruta por hectare (R$ / ha / ano)

Para a análise dos resultados foi selecionada a variável Margem bruta por hectare (R$/mês) como sendo a mais representativa, por tratar-se de sistema de produção de leite a pasto e pela possibilidade de poder comparar o resultado do leite com outras explorações. A margem bruta média por hectare ano (margem bruta total da atividade leiteira dividida pela área efetiva de pastagem), em 1.999 foi de 354,94 reais e em 2.000 foi de 500,85 reais, o que representa uma aumento na margem bruta de 41,11%, não considerando a inflação do período.

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O aumento na margem bruta está distribuída em quatro grupos, conforme demonstrado no gráfico abaixo: Gráfico 09 – Grupos com acréscimo/decréscimo em percentagem na margem bruta (R$/hectare/ano), no período 1.999/2.000.

8

5

9

3

0

5

10

< 0,0 0,0 a 100,5 100,6 a 241,6 > 241,6

Grupo s de % de aumento nas M argens B rutas

� Grupo inferior: 8 (32%) produtores com decréscimo na margem bruta; � Grupo média baixa: 5 produtores (20%) com melhoria na margem bruta em até

100,5%; � Grupo média alta: 9 produtores (36%) com melhoria na margem bruta de 100,6

até 241,6%; � Grupo superior: 3 produtores (12%) com melhoria na margem bruta superior a

241,6%. Quadro 06 – Grupos com acréscimo/decréscimo nas margens brutas (R$/hectare/ano) –1.999/2.000 (%).

Ano Evolução 1.999 / 2.000 (%) Indicadores Inferior Média baixa Média alta Superior

Acréscimo (%) < 0,0 0,0 a 100,5 100,6 a 241,6 > 241,6 N.º de produtores 8 5 9 3 Relação dos n.º dos Produtores

1, 3, 4, 6, 8, 15, 20 e 23

4, 7, 9, 10 e 23 2, 12, 13, 14, 16, 17, 18, 21 e 24

11, 19 e 22

b) Margem Bruta por vaca total (R$ / vaca total mês) A margem bruta média por vaca total por mês (margem bruta total da atividade leiteira dividida pelo número total de vacas – vacas em lactação mais vacas secas), em 1.999 foi de 31,03 reais e em 2.000 foi de 48,05 reais, o que representa uma aumento na margem bruta de 54,85%, sem considerar a inflação do período.

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Gráfico 10 – Grupos com acréscimo/decréscimo em percentagem na margem bruta (R$/vaca total/mês), no período 1.999/2.000.

8

5

9

3

0

5

10

< 0,0 0,0 a 100,5 100,6 a 241,6 > 241,6

Grupo s de % de aumento nas M argens B rutas

� Grupo inferior: 4 (16%) produtores com decréscimo na margem bruta; � Grupo média baixa: 8 (32%) produtores com melhoria na margem bruta em até

86,9%; � Grupo média alta: 9 produtores (36%) com melhoria na margem bruta de 87,0 até

179,2%; � Grupo superior: 4 produtores (16%) com melhoria na margem bruta superior a

179,2%. Quadro 07 – Grupos com acréscimo/decréscimo nas margens brutas (R$/vaca total/mês) –1.999/2.000 (%).

Ano Evolução 1.999 / 2.000 (%) Indicadores Inferior Média baixa Média alta Superior

Acréscimo (%) < 0,0 0,0 a 100,5 100,6 a 241,6 > 241,6 N.º de produtores 4 5 9 3 Relação dos n.º dos Produtores

1, 8, 20 e 25 3, 4, 5, 6, 12, 14, 15 e 23

2, 9, 13, 16, 17, 18, 21, 22 e 24

7, 10, 11 e 19

4. CONCLUSÕES Pelos resultados apresentados chegou-se às seguintes conclusões: • O acréscimo na produção total é resultante da melhoria na produtividade e no

aumento do número de matrizes pelos produtores; • Existe uma amplitude grande nos índices gerais dos produtores, o que permite

distinguir a heterogeneidade do grupo, principalmente no que se refere ao número de matrizes e indicadores que estão diretamente correlacionados;

• A constatação de dois períodos anuais de sazonalidade da produção nos meses de março a maio e outubro a dezembro;

• Houve um aumento de produtividade por vaca no segundo ano de 20,72% e um aumento por hectare de 16,69%;

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• Houve uma redução de custo no segundo ano, mesmo não considerando a inflação do período, de 13,2%, atribuída à redução do fornecimento de alimentos concentrados para animais com produção média abaixo de dez litros diários;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: EMATER-Paraná. Realidade municipal 1998/99 . Curitiba, 1999. GOMES, Sebastião Teixeira. Revista Balde Branco , março de 1999, pág. 43-48.

São Paulo: Cooperativa Paulista de laticínio, 1999. POZZEBON, Marlei; FREITAS, Henrique H. M. R. Construindo um EIS (enterprise

information system) da (e para a) empresa . Revista de administração. São Paulo v. 31, n.º 4. P. 19-30, outubro/dezembro de 1996.

TOFLER, A. A empresa flexível . Rio de Janeiro: Record, 1985. 244 p. YU, Chang Man; Sereia, Vanderlei José. Tipificação e caracterização dos

produtores rurais do Estado do Paraná 1980 . Londrina: IAPAR, 1993.