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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Giuliano Tramontini GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ADAPTADO AO MOVIMENTO ESCOTEIRO Gravataí RS 2012

GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ADAPTADO AO … · Técnico em Segurança do Trabalho ... compararmos à outras “ciências“ é um assunto relativamente novo. O fundamento

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

Giuliano Tramontini

GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ADAPTADO AO MOVIMENTO ESCOTEIRO

Gravataí – RS

2012

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL

Giuliano Tramontini

GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ADAPTADO AO MOVIMENTO ESCOTEIRO

Trabalho apresentado para obtenção do Título Técnico em Segurança do Trabalho

Orientador: Professor Marco Batistella

Gravataí – RS

2012

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Dedico este trabalho: aos amores da minha vida, minha esposa

Elisangela e meus filhos Giovanni e Felipe.

Pelos momentos de paciência e compreensão durante esta

caminhada, pelo apoio e ânimo nos momentos difíceis.

A certeza de missão cumprida e de um futuro melhor.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus professores: pelo aprendizado transmitido, pelos desafios propostos,

pela indicação do caminho do conhecimento na busca de novas oportunidades e por

terem me preparado para novos desafios em minha vida profissional e pessoal.

Aos meus colegas: pela vivência neste período de formação, da troca de

experiências, das novas amizades e a busca de ultrapassar as dificuldades,

individualmente e em grupo.

Desejo sincero que cada um tenha sucesso no caminho escolhido.

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Baden Powell – Fundador do Movimento Escoteiro

- Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos problemas que

tiveram de vencer;

- Deixe o mundo um pouco melhor que encontrou;

- O caminho para se conseguir a felicidade é fazendo as outras

pessoas felizes.

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RESUMO

Durante a formação como Técnico em Segurança do Trabalho, aprendemos

que o ponto fundamental é a prevenção. De modo geral, realizamos a gestão da

segurança do trabalho pela prevenção e aplicação das normas regulamentadoras

(NRs) geralmente nos ambientes de trabalho nas empresas, entretanto quero

romper este paradigma e aplicar a gestão de segurança e seus conceitos de

prevenção em ambientes que não os de praxe, como, no Movimento Escoteiro.

Este trabalho é conceitual, mas ao mesmo tempo com aplicação prática em

uma demanda real, seu objetivo é relacionar os conhecimentos técnicos em

prevenção de acidentes e normas regulamentadoras de segurança e medicina do

trabalho, nas mais variadas atividades escoteiras, de atividades simples com

cinquenta jovens até uma atividade nacional, com cinco mil jovens. Preparar adultos

voluntários que atuem com estes jovens, apresentar sua responsabilidade legal,

aprimorar e aplicar nas rotinas das atividades, os conhecimentos sobre as normas

regulamentadoras, riscos e prevenção de acidentes, ou seja, da mesma forma que

aplicamos ferramentas de gestão em segurança do trabalho, aplicar essa mesma

gestão nesse ambiente do Movimento Escoteiro, mas respeitando suas

peculiaridades. É o início de um processo de mudança e melhoria no Brasil em

relação aos assuntos ligados à segurança e prevenção nas atividades escoteiras. O

caminho será difícil e longo, como toda mudança de cultura os resultados aparecem

no decorrer do tempo, o principal é que tenha um início, o plantio de uma semente

para o futuro, seja ele próximo ou distante e o resultado desse trabalho, com

absoluta certeza, beneficiará jovens e adultos no Movimento Escoteiro em todo país.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – COMPARATIVO DO MOVIMENTO ESCOTEIRO I .......................................................................... 35

TABELA 2 – COMPARATIVO DO MOVIMENTO ESCOTEIRO II ......................................................................... 36

TABELA 3– COMPARATIVO DE RISCOS, GRUPOS E CORES ......................................................................... 40

TABELA 4– SIMBOLOGIA DE CORES PARA MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS ...................................................... 43

TABELA 5– ATIVIDADES ESCOTEIRAS RELACIONADAS POR IDADES .............................................................. 56

TABELA 6– ATIVIDADES, RISCOS E CONTROLES I ...................................................................................... 58

TABELA 7– ATIVIDADES, RISCOS E CONTROLES II ..................................................................................... 58

TABELA 8– ATIVIDADES, RISCOS E CONTROLES III .................................................................................... 59

TABELA 9– CONTROLE DE ACIDENTES ....................................................................................................... 75

TABELA 10– CONTROLE DE CAPACITAÇÃO ................................................................................................ 77

TABELA 11– CONTROLE DE CRESCIMENTO ................................................................................................ 79

TABELA 12– DIMENSIONAMENTO DE BE EM ATIVIDADES ESCOTEIRAS ......................................................... 84

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1– QUADRO PINTADO DA FOTO DE B.P. ....................................................................................... 14

FIGURA 2– PROMESSA ESCOTEIRA. .......................................................................................................... 15

FIGURA 4– SINAL ESCOTEIRO MUNDIAL. ................................................................................................... 15

FIGURA 3– SAUDAÇÃO ESCOTEIRA MUNDIAL ............................................................................................ 15

FIGURA 5– VIDA EM EQUIPE. .................................................................................................................... 15

FIGURA 6– ORGANIZAÇÃO GERAL UEB ..................................................................................................... 17

FIGURA 7– LOBINHOS. ............................................................................................................................. 19

FIGURA 8– SINAL DOS LOBINHOS .............................................................................................................. 19

FIGURA 9– ESCOTEIROS. ......................................................................................................................... 19

FIGURA 10– SENIORES E GUIAS ............................................................................................................... 20

FIGURA 11– PIONEIROS ........................................................................................................................... 20

FIGURA 12– MODELO DO CICLO DE PDCA DO SISTEMA DE GESTÃO ......................................................... 25

FIGURA 13– PIRÂMIDE DE BIRD ................................................................................................................ 27

FIGURA 14– PILARES DO SISTEMA DE GESTÃO EM SEGURANÇA ................................................................. 29

FIGURA 15– DISTINTIVOS DOS CURSOS DE FORMAÇÃO ............................................................................. 31

FIGURA 16– DISTINTIVO DO CURSO DE FORMAÇÃO EM “ BRIGADA DE EMERGÊNCIAS” ................................. 32

FIGURA 17– DISTINTIVOS DE FORMAÇÃO EM SEGURANÇA NO UNIFORME ESCOTEIRO ................................. 32

FIGURA 18– FLUXO DE ACIDENTE EM SITUAÇÕES DE PERIGO .................................................................. 39

FIGURA 19 – ETAPAS DA CRIAÇÃO DO PPRA ............................................................................................ 41

FIGURA 20– EXEMPLO DE MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................ 43

FIGURA 21– SEQUÊNCIA DE GESTÃO DE SEGURANÇA PARA O USO DE EPCS E EPIS ................................... 44

FIGURA 22– EXEMPLOS DE EPCS ............................................................................................................ 45

FIGURA 23– EXEMPLOS DE EPIS ............................................................................................................. 45

FIGURA 24– EXEMPLO DE INDICADOR ....................................................................................................... 51

FIGURA 25– FORMULÁRIO DE APR - FRENTE ........................................................................................... 60

FIGURA 26– FORMULÁRIO DE APR - VERSO............................................................................................. 61

FIGURA 27– ESCOTEIRO E SUA MOCHILA .................................................................................................. 64

FIGURA 28– DICAS DE AJUSTE DE MOCHILA ............................................................................................... 67

FIGURA 29– FORMULÁRIO DE ICA - FRENTE ............................................................................................. 73

FIGURA 30– FORMULÁRIO DE ICA - VERSO ............................................................................................... 74

FIGURA 31– RESULTADO DO INDICADOR DE ACIDENTES ............................................................................ 76

FIGURA 32– RESULTADO DO INDICADOR DE CAPACITAÇÃO ........................................................................ 78

FIGURA 33– RESULTADO DO INDICADOR DE CRESCIMENTO ....................................................................... 80

FIGURA 34– DIMENSIONAMENTO DE BRIGADA DE EMERGÊNCIA .................................................................. 81

FIGURA 35– CARTAZ DA CAMPANHA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ........................................................... 91

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 13

2. CENÁRIO ATUAL .............................................................................................................................. 14

2.1. MOVIMENTO ESCOTEIRO (ME) - APRESENTAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO GERAL ................ 14

2.1.1. O MÉTODO ESCOTEIRO ........................................................................................................... 15

2.1.2 A ESTRUTURA GERAL DA ORGANIZAÇÃO .............................................................................. 16

MODALIDADE BÁSICA: ............................................................................................................................ 18

MODALIDADE DO MAR:........................................................................................................................... 18

MODALIDADE DO AR: ............................................................................................................................. 18

2.1.3 ORGANIZAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA ......................................................................................... 18

LOBINHOS (AS): ..................................................................................................................................... 19

ESCOTEIROS (AS): ................................................................................................................................. 19

SENIORES / GUIAS: ................................................................................................................................ 20

PIONEIROS (AS): .................................................................................................................................... 20

2.2. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADULTO VOLUNTÁRIO ........................................................ 21

CONSTITUIÇÃO FEDERAL – LEI Nº 8.069 DE 13/07/1990 – ECA .............................................................. 22

CÓDIGO CIVIL – LEI Nº 10.406 DE 10/01/2002 ....................................................................................... 22

CÓDIGO PENAL – LEI Nº 2.848 DE 17/12/1940 ....................................................................................... 22

POR (PRINCÍPIO, ORGANIZAÇÃO E REGRAS) REGULAMENTAÇÃO DA PRÁTICA ESCOTISMO NO BRASIL –

REGRA 130, 1º,2º E 3º PARÁGRAFOS ........................................................................................................ 22

2.3.SITUAÇÃO ATUAL EM PREVENÇÃO DE ACIDENTES E SEGURANÇA ..................................... 23

3. PROPOSTA DE GESTÃO EM SEGURANÇA ................................................................................... 24

3.0.1. FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA E SUA APLICAÇÃO ........................................................ 27

3.0.2. ORIENTAÇÕES GERAIS DA APLICAÇÃO ................................................................................. 30

3.0.2.1. CAPACITAÇÃO DOS ADULTOS ............................................................................................. 30

I) CURSO DE FORMAÇÃO EM GESTÃO DE SEGURANÇA EM ATIVIDADES ESCOTEIRAS:.................................... 30

II) CURSO DE FORMAÇÃO BRIGADA DE EMERGÊNCIAS ............................................................................... 31

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3.0.2.2. CONTEÚDO DO PROGRAMA ................................................................................................. 33

3.0.2.2.1. ANÁLISE DETALHADA DO CONTEÚDO ............................................................................. 34

1) INTRODUÇÃO GERAL (COMPARATIVO DO ESCOTISMO) ........................................................................... 34

2) DEFINIÇÕES DE GESTÃO EM SEGURANÇA ............................................................................................. 37

POLÍTICA DE SEGURANÇA: ..................................................................................................................... 37

GESTÃO EM SEGURANÇA: ...................................................................................................................... 37

ACIDENTES: .......................................................................................................................................... 37

RISCOS E PERIGOS: .............................................................................................................................. 38

TIPOS DE RISCOS: ................................................................................................................................. 39

PPRA – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS: ................................................................ 40

ETAPAS PARA CRIAÇÃO DE UM PPRA: .................................................................................................... 41

PCMSO – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL .................................................. 42

AR- ANÁLISE DE RISCOS: ...................................................................................................................... 42

MAPA DE RISCOS: ................................................................................................................................. 42

MEDIDAS DE CONTROLE: ....................................................................................................................... 44

EPC E EPI ( EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL):...................................................... 44

CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES): ................................................................... 46

SESMT (SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO): ........... 47

BRIGADA DE INCÊNDIO / EMERGÊNCIA: ................................................................................................... 48

EMERGÊNCIA E URGÊNCIA: .................................................................................................................... 49

ANÁLISE DE ACIDENTES: ........................................................................................................................ 49

INDICADORES DE GESTÃO: ..................................................................................................................... 50

3) POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SISTEMA DE GESTÃO ................................................................. 52

4) FUNDAMENTOS BÁSICOS SOBRE LEGISLAÇÃO – RESPONSABILIDADE LEGAL ............................................. 54

5) LIBERAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES ESCOTEIRAS E CONTROLE MÉDICO (CM) ....................... 54

6) ATIVIDADES ESCOTEIRAS E CORRELATAS .............................................................................................. 55

7) MÉTODOS DE CONTROLE – TIPOS DE RISCOS / ANÁLISE DE RISCOS ...................................................... 56

8) COMISSÃO DE SEGURANÇA (CS) .......................................................................................................... 62

9) CUIDADOS COM ERGONOMIA ................................................................................................................ 63

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10) SEGURANÇA EM USO DE MÁQUINAS NAS ATIVIDADES ............................................................................ 68

11) FORMULÁRIOS E INDICADORES ........................................................................................................... 71

12) SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA .......................................................................................... 81

13) PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS .......................................................................................................... 85

14) CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE HIGIENE ............................................................................................... 86

15) CAMPANHAS DE SEGURANÇA ............................................................................................................. 90

4. CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 92

GLOSSÁRIO ......................................................................................................................................... 93

REFERÊNCIAS BIBLIOGLÁFICAS....................................................................................................... 94

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1. INTRODUÇÃO

O estudo e aplicação da segurança no trabalho e contra acidentes, se

compararmos à outras “ciências“ é um assunto relativamente novo. O fundamento

da segurança em geral, que é a prevenção de acidentes bem como a gestão dessa

matéria, hoje é aplicado de forma restrita aos ambientes de trabalho. A aplicação de

conhecimento e ferramentas de prevenção gestão, podem e devem extrapolar estas

esferas, de forma a criar uma atitude preventiva em todos locais possíveis na

sociedade. Neste trabalho será aplicado em especial, no Movimento Escoteiro.

Será aqui apresentada uma análise da responsabilidade civil dos adultos

voluntários do ME que trabalham diretamente com os jovens, conectando este

assunto à situação atual de percepção e aplicação de conceitos de segurança no

ME e sugestões de ideias aplicadas e adaptadas das NRs para melhorias de

situações de riscos em atividades escoteiras futuras, através de formulários,

capacitações e compreensão mais profunda, de forma mais técnica, dos riscos

envolvidos e a forma de melhor gerir, diminuir e / ou cessar os riscos inerentes das

atividades escoteiras.

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2. CENÁRIO ATUAL

Para que possa ser desenvolvido e aplicado a proposta deste trabalho,

devemos conhecer o cenário do que é o ME, as responsabilidades dos adultos que

trabalham com os jovens, a legislação que regulamenta estas responsabilidades , as

dimensões dos riscos aplicados às atividades escoteiras e como são realizadas as

devidas prevenções com o conhecimento atual dentro do ME, desta forma, teremos

os parâmetros necessários às devidas melhorias e aplicação dos conceitos de

segurança do trabalho neste meio e pode-se ser criado, aplicado e mantido um

sistema de gestão de segurança eficaz.

2.1. MOVIMENTO ESCOTEIRO (ME) - APRESENTAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO

GERAL

Para que seja possível entender o foco,

desenvolvimento e aplicação deste trabalho é

necessário conhecer o movimento que motivou a

criação do mesmo..

O Movimento Escoteiro, uma instituição centenária,

fundada em 1907 pelo inglês Robert Stephenson Smyth

Banden-Powel, carinhosamente chamado de B.P. pelos

membros do ME. É um movimento de co-educação

(gêneros diferentes realizando atividades em conjunto) ,

apartidário, laico, voluntário e sem fins lucrativos. Seu objetivo é apoiar a educação

da escola e da família, através de um sistema de valores que é aplicado aos jovens,

baseado na honra, na promessa e lei escoteiras, o trabalho em equipe e a vida ao ar

livre, desta forma, o jovem assume a responsabilidade do seu desenvolvimento,

crescimento pessoal e caráter, sob orientação de adultos, nos quais o resultado final

será um (a) cidadão (ã), fraterno (a), leal, altruísta e disciplinado (a) para realizar seu

papel na sociedade no qual está inserido com plena responsabilidade.

Figura 1 – Quadro pintado

da Foto de B.P.

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O ME escoteiro é feito de jovens para jovens, com

adultos voluntários trabalhando como educadores e

orientadores, através de uma variada gama de atividades,

dividida por faixa etária com a função principal de apoiar o

desenvolvimento do caráter dos jovens. O ME no Brasil,

tem 88 anos e um efetivo 71.000 registrados, onde desse

efetivo total, 9.500 registrados somente no estado do Rio

Grande do Sul, efetivos esses somando todos jovens e

adultos voluntários.

O lema mundial do Movimento Escoteiro é “Sempre

Alerta“, entretanto devido às peculiaridades de suas idades e atividades, será

apresentado um variação de lema e sinal escoteiro

2.1 .1. O MÉTODO ESCOTEIRO

O ME possui um método de trabalho aplicado a

esses jovens através de 05(cinco) fundamentos básicos

que o compõe:

1) Aceitação da Promessa e Lei escoteira: O ME

possui uma promessa (juramento), no qual o jovem

se compromete com responsabilidades, incluído

cumprir a lei escoteira, lei essa, composta por dez

(10) artigos;

Figura 2 – Promessa

Escoteira.

Figura 5 – Vida em equipe.

Figura 4 – Saudação Escoteira Mundial

Figura 3 – Sinal Escoteiro Mundial.

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2) Aprender Fazendo: No método, os jovens colocam em prática o que aprendem,

trabalhando e exercendo a informação recebida. Em suas atividades raros

momentos ficam somente na teoria do conhecimento;

3) Vida em Equipe: Os jovens são liderados pelos próprios jovens de sua idade,

orientados por adultos voluntários, divididos em equipes de seis (06) ou oito (08)

jovens, no qual cada um assume uma responsabilidade de ação em um

determinado momento. Este programa que aplicamos, chamado de Sistema de

Patrulhas é realizado pelos jovens entre onze (11) e dezoito (18) anos;

4) Atividades progressivas, atraentes e variadas: Neste item do método, são

aplicadas aos jovens, atividades progressivas, em duração e grau de dificuldade

diferenciados. Elas são atraentes em seu conteúdo para que os participantes

tenham interesse em desenvolvê-las, contato direto com a natureza,

desenvolvimento de técnicas úteis e aplicáveis á realidade, distintivos para a as

progressões individuais e desafios em geral, divididos por faixa etária.

5) Desenvolvimento pessoal com orientação individual: O Chefe escoteiro é o

adulto voluntário responsável pelas orientações e aconselhamentos no

desenvolvimento pessoal de cada jovem. Ele cuida para que cada um

desenvolva suas potencialidades, através do seu esforço e realidades

individuais, bem como o desenvolvimento e cuidados da integridade física, moral

e intelectual de cada um.

2.1.2 A ESTRUTURA GERAL DA ORGANIZAÇÃO

As atividades escoteiras são executadas na UEL (unidade escoteira local), que

pode ser um grupo escoteiro, reunião das seções, composto por: lobinhos,

escoteiros, seniores / Guias e pioneiros, ou ainda seções escoteiras autônomas,

composto apenas por lobinhos, ou escoteiro, ou seniores / guias ou Pioneiros de

forma independente. Através dessas duas formas de praticar o escotismo,

encontram-se os jovens e os adultos voluntários.

As UEL localizadas em uma mesma região da cidade, ou cidades próximas,

são organizados por DE (distritos escoteiros).

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Acima dos DE está a Região Escoteira, no qual pertencemos a Região

Escoteira do Estado do Rio Grande do Sul. Todas regionais escoteiras estão

vinculadas à UEB (União dos Escoteiros do Brasil), ou simplesmente, Escoteiros do

Brasil.

Abaixo a representação da estrutura geral:

Figura 6 – Organização geral UEB

Unidades Escoteiras Locais (UEL) : São responsáveis pela aplicação direta

do ME aos jovens, formados por Grupos Escoteiros (Coordenado por uma

Assembleia Geral composta por todos associados do grupo escoteiro, gerido

por uma diretoria eleita e designada em conjunto com seus escotistas) ou

Seções Escoteiras Autônomas (Coordenado por uma Assembleia de pais

local e gerido por um ou mais escotistas).

União dos Escoteiro do Brasil (UEB), ou simplesmente: Escoteiros

do Brasil, formado por órgãos executivos do ME nacional (CAN :

Conselho de Administração Nacional / DEN: Diretoria Executiva)

NAcioanal

Regiões Escoteiras, formado por sua Diretoria Regional ,

que promove o desenvolvimento do ME nos estados.

Distritos Escoteiros (DE), formado pela união de UEL,

coordenado por um(a) Comissário(a) distrital.

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Na aplicação do escotismo no país, as UEL podem ser baseadas, em uma das

três modalidades existentes:

Modalidade Básica:

Esta modalidade é o escotismo típico, a forma em geral que todos conhecem.

Esta é modalidade com maior número de integrantes e suas atividades geralmente

são voltadas para excursionismo, montanhismo e campismo, entre outras atividades

típicas.

Modalidade do Mar:

Na modalidade de escotismo do mar, além dos fundamentos aplicados no

escotismo da modalidade básica, eles desenvolvem atividades tipicamente

marinheiras, através de atividades em embarcações, sejam elas à vela ou motor,

atividades de mergulho, etc., além de manterem algumas tradições da Marinha

Brasileira.

Modalidade do Ar:

O Escotismo do ar, também é fundamentado como a modalidade básica, mas

possuem atividades e interesses focados em atividades relacionadas com a

aeronáutica e desenvolvimento aeroespacial. Geralmente desenvolvem suas

atividades, próximos ou em instalações da Força Aérea Brasileira ou Aeroportos.

2.1.3 ORGANIZAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA

O ME é composto por jovens de diferentes idades, com características e

interesses diferentes, por isso são separados por faixa etária para que o programa

escoteiro seja adequado a cada um deles.

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Assim são divididos:

Lobinhos (as):

Jovens com idades entre seis (06) anos e

meio e dez (10) anos. As atividades para estes

jovens são mais lúdicas e tem como fundo de

cena a história de Mogli, o menino lobo. Trabalha-

se a amizade, o compartilhar e o

desenvolvimento das suas habilidades manuais

em geral. São agrupados em uma

Alcateia, um grupo de até vinte e quatro (24)

jovens, divididos em quatro (04) grupos menores

de seis (06), chamados de matilhas. As matilhas

podem ser compostas por meninos e meninas,

denominadas matilhas mistas, coordenados por

adultos voluntários, chamados de Velhos Lobos. O

lema dos lobinhos é “Melhor possível”, (pois os

velhos lobos esperam que o jovem faça o melhor

possível em suas atividades). Sua saudação é

igual aos demais, mas o sinal são dois (02) dedos

como na figura ao lado.

Escoteiros (as):

Jovens com idades entre

onze (11) e quatorze (14) anos.

Considerado a fase das aventuras.

Reunidos em uma tropa com até

trinta e dois jovens (32), divididos

em equipes de oito (08) no qual

chamamos de patrulha. Cada

patrulha é liderada por um dos

próprios jovens que a compõe,

chamado de Monitor. Os adultos

Figura 7 – Lobinhos.

Figura 9 – Escoteiros.

Figura 8 – Sinal dos Lobinhos (se

observar bem, representa uma

cabeça de Lobo )

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voluntários que coordenam uma tropa, são chamados de Chefes Escoteiros. As

atividades destes jovens são mais intensas e constantes, focadas principalmente em

atividades ao ar livre. Seu lema, sinal e saudação, são os mesmos que o mundial.

Seniores / Guias:

Jovens com idades entre quinze (15) e

dezessete (17). A fase escoteira do desafio.

Agrupados em uma tropa de até vinte e quatro

(24) jovens, divididos em equipe de até seis (06)

elementos. Assim como os Escoteiros, estas

equipes são chamadas de patrulhas, lideradas

pelos próprios jovens, também chamados

Monitores. Os seniores são os rapazes e guias

são as garotas. São coordenados por adultos voluntários, chamados de Chefes

Seniores.

As patrulhas de escoteiros e seniores / guias, podem ser mistas ou não, (nas

mistas os rapazes e garotas estão juntos na mesma patrulha) e no outro formato

eles trabalham separados, em patrulhas só de rapazes ou só de garotas. Quando

são mistas, obviamente, são respeitadas as intimidades e características de cada

gênero. Seu lema, sinal e saudação, são os mesmos que o mundial.

Pioneiros (as):

Considerados jovens adultos. São escoteiros com idades entre dezoito (18) e

vinte e um anos (21). Neste grupo, não há uma organização por patrulhas, mas sim

equipes divididas por áreas de interesse sem

número limitado de jovens. O conjunto de

pioneiros ou das equipes é chamado de Clã de

pioneiros, referência esta aos Cavaleiros

Medievais; Como o lema deles é “Servir”, neste

período que participam como pioneiros,

trabalham como apoio em projetos sociais em

geral, no próprio ME. Muitas vezes trabalham

ativamente em construções de casas, como auxiliares, vivenciando o seu lema. Eles

Figura 10 – Seniores e Guias

Figura 11 – Pioneiros

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são preparados para atuarem posteriormente como gestores ou Chefes de UEL. Os

pioneiros são orientados por um adulto ou um casal de adultos voluntários,

chamados de Mestres Pioneiros. Os Clãs são mistos (rapazes e garotas, juntos,

mas com suas individualidades respeitadas), como já comentado, o seu lema é

Servir e o sinal e a saudação escoteiras são iguais a da mundial.

2.2. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADULTO VOLUNTÁRIO

O ME é muito dinâmico, com níveis muito diferentes de atividades e idades,

consequentemente, situações de riscos diferentes. Neste cenário, os adultos

voluntários que trabalham com eles, passam à ser os responsáveis pela integridade

física, psíquica e moral neste mosaico de jovens. Essa responsabilidade começa a

partir do momento que seus pais ou responsáveis legais passam sua tutela aos

Chefes ou dirigentes, mesmo que em um espaço temporário das atividades, como

em um sábado à tarde ou em atividades de poucos dias ou seja, esse Chefes e

Dirigentes da UEL adquirem a responsabilidade civil direta desses jovens.

Os adultos do ME são preparados e capacitados para desenvolver da melhor

forma possível o trabalho educacional com estas crianças e adolescentes, através

de cursos oferecidos pela regional dos Escoteiros do Brasil.

Na aplicação das atividades escoteiras em geral, esses Chefes, utilizam o bom

senso e o conhecimento de vida mas que infelizmente nem sempre são suficientes

e onde muitas vezes necessitam ter um conhecimento mais técnico sobre riscos e

prevenção às situações perigosas.

Abaixo, serão citados alguns textos extraídos da Constituição Federal, Código

Civil, Código Penal e as Regras do POR (Princípio, Organização e Regras) da União

dos Escoteiros do Brasil, que relacionam esta realidade e que levam um

conhecimento mais claro aos adultos voluntários sobre essa responsabilidade e

servirá para fundamentação legal dos cuidados junto aos jovens.

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22

Constituição Federal – Lei Nº 8.069 de 13/07/1990 – ECA

Art.2° Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Art.70 É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.

Código Civil – Lei Nº 10.406 de 10/01/2002

Art.186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art.187 Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Código Penal – Lei Nº 2.848 de 17/12/1940

Art.135 Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.

POR (Princípio, Organização e Regras) Regulamentação da Prática

Escotismo no Brasil – Regra 130, 1º,2º e 3º parágrafos

A segurança nas atividades escoteiras deve ser a preocupação primeira de seus dirigentes sendo a responsabilidade pela mesma da diretoria do nível a quem está subordinado o evento.

A segurança nas atividades pressupõe, dentre outros requisitos, a presença de adultos responsáveis capacitados nas habilidades necessárias a sua realização, uso de equipamento adequado, preparação prévia dos participantes e planejamento.

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23

A realização de qualquer atividade escoteira esta condicionada à existência de planejamento apropriado contendo todas as informações relativas ao local, meio de transporte, recursos existentes, eventuais fatores de risco e as atividades que serão realizadas, que deve ser aprovado pela diretoria da UEL - Unidade Escoteira Local.

Os artigos das leis citadas, bem como os parágrafos do POR, não tem a

pretensão de uma análise legal ou desenvolvimento deste trabalho em função disso,

serve apenas de forma geral, esclarecer e informar. Também servem como

referência para fortalecer a tomada de ações e aplicação de ferramentas de

prevenção visando a proteção de todos que participam do ME.

2.3.SITUAÇÃO ATUAL EM PREVENÇÃO DE ACIDENTES E SEGURANÇA

O cenário atual do ME em segurança:

Regras gerais de segurança no POR (como já apresentado anteriormente) ;

Manual de segurança de 1990 (oferece boas orientações de segurança, mas

está defasado às novas realidades);

Experiência e bom senso dos voluntários que trabalham com os jovens;

Contar com a sorte para que não ocorram acidentes;

Inexistência de uma política e uma gestão de segurança formalizada pela

instituição;

Inexistência de indicadores para estudo e controle de acidentes;

Inexistência de processos padronizados de segurança;

Exposição dos jovens à riscos variados e muitos não identificados;

Exposição da Instituição “Escoteiros do Brasil“ através de suas diretorias e

escotistas em seus níveis de responsabilidades à responderem sanções

legais, em caso de algum sinistro envolvendo jovens ou até mesmo os

adultos.

As documentações e manuais existentes, orientam as melhores práticas de

segurança em atividades escoteiras, com dicas e conselhos importantes, baseados

no conhecimento e vivências dos voluntários que os criaram. Eles devem ser

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seguidos e utilizados como ferramentas de apoio, entretanto, cada vez mais gerir e

evitar os acidentes é de plena responsabilidade de Chefes e Dirigentes. Atualmente

no ME não existe uma política e uma gestão de segurança oficialmente criada pela

instituição, fundamentada em conhecimento técnico ou capacitação adequada aos

adultos voluntários e nesse caso, trabalhamos apenas com controles pontuais e

contamos com a sorte e bom senso nesses eventos. Devido às novas realidades

das famílias da sociedade, meios de informação e sem esquecer, muitas vezes a

ideia que essas famílias tem que o ME é único responsável pelos seus filhos (no

qual de certa forma o é, mesmo que temporariamente) , necessita-se a

implementação e manutenção de uma política e um sistema de gestão em

segurança concreta e fundamentada no conhecimento técnico profissional. Criar,

aplicar e manter uma política consistente de segurança às atividades escoteiras é o

caminho necessário para um escotismo mais seguro e uma proteção extra aos

responsáveis da instituição.

Segue a proposta de uma política e ferramentas de gestão em segurança,

como de análise de riscos, formulários de apoio e indicações mais técnicas,

adaptando os conhecimentos e normas da SST (Saúde e Segurança do Trabalho) e

normas técnicas da ABNT ao ME.

3. PROPOSTA DE GESTÃO EM SEGURANÇA

A proposta é apresentar a criação e a manutenção de uma política de

segurança e um sistema de gestão baseado nessa política, junto à União dos

Escoteiros do Brasil, baseada em conhecimento técnico profissional, apoiada por

ferramentas de prevenção de acidentes, análise de riscos, meios de capacitação de

adultos voluntários e adaptação de algumas das NRs da CLT , Lei 6514 de 22 de

dezembro de 1977, para realidade do Movimento Escoteiro. Essa gestão deve ser

concreta, robusta, eficiente de simples entendimento, fácil implementação,

manutenção e com avaliações frequentes em todos níveis do ME para melhorias

contínuas.

Para que este formato de gestão seja de fato eficaz, fica a sugestão de um

modelo de PDCA, ferramenta esta de gestão da melhoria contínua dos processos

em geral, onde, P (Plan) planejar a criação, implementação e manutenção, D (Do)

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Fazer, executar o que foi planejado, C (Chek) Checar, verificar, os resultados das

ações, A (action) , Agir, corrigir, baseado na etapa anterior, corrigir alguma etapa

do processo para melhoria do todo, fechando o ciclo de PDCA. Segue abaixo o

modelo:

O ciclo do sistema de gestão, em conjunto com uma análise mais crítica na

“Pirâmide de Bird“, completam-se no foco principal, que é a prevenção dos

acidentes.

Figura 12 – Modelo do Ciclo de PDCA do Sistema de Gestão

As comissões de

segurança,

nos níveis locais,

regionais e nacional

irão avaliar a

necessidade de

algum

tipo de mudança, ou

não, no sistema

de Gestão.

Periodicamente

realizar workshops,

seminários, etc.. e

realizar o estudo de

indicadores para

avaliar a

manutenção

do sistema de

Gestão.

Capacitação de

adultos voluntários

em cursos :

Capacitação em

Segurança com

carga horária

mínima de 20hs

(obrigatório) e

mais um curso

complementar

específico de

Primeiros-- Socorros

e Prevenção de

Incêndios de carga

horária mínima de

20hs (facultativo).

________________

_

Implementação da

Gestão em

Segurança.

Enviar proposta da

política de

Gestão de Segurança

à União dos

Escoteiros do Brasil.

Atualizar e revisar

periodicamente.

Baseado nas informações

compiladas do processo anterior ,

reavaliar, reestruturar a

Gestão de Segurança. Nos

pontos necessários , se assim precisar.)

- Workshops, seminários, palestras, cursos;

acompanhamento de indicadores

de acidentes.

- Capacitação de Adultos

Voluntários

- Implementação da Gestão de

Segurança nas U.E.L

Definição da política de Gestão de

Segurança -

U.E.B Nacional

P D

C A

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Na Figura 13 é apresentado uma versão mais atualizada da Pirâmide de Bird,

onde a base de todo processo de antecipação de acidentes, baseia-se em

Planejamento, Avaliação e Gestão:

A Pirâmide de Acidentes que será abordada (figura

abaixo) é o resultado de um estudo estatístico que representou

um marco histórico para a segurança. Este estudo foi realizado

em 1969 por Frank E. Bird Jr, um grande nome e estudioso do

assunto segurança e controle de perdas. Para realizá-lo, Bird

analisou 1.753.498 acidentes industriais que foram reportados

por 297 companhias, as quais representavam 21 grupos

industriais diferentes, empregando 1.750.000 colaboradores

que trabalharam cerca de 3 bilhões de homens-horas durante o

período de exposição analisado. O resultado deste estudo é a

famosa relação 1-10-30-600 entre os níveis da pirâmide.

........além dos níveis originalmente definidos por Bird, foram

acrescentados à pirâmide outros dois níveis também muito

conhecidos pelos profissionais da área e extremamente

importantes para o entendimento da sequência de eventos que

leva à um acidente. Os níveis acrescentados estão destacados.

(Fonte:http://qssmanapratica.blogspot.com.br/2010/08/piramide-de-

acidentes-perda.html )

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Figura 13 – Pirâmide de Bird (Fonte: http://qssmanapratica.blogspot.com.br/2010/08/piramide-

de-acidentes-perda.html)

3.0.1. FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA E SUA APLICAÇÃO

Toda criação, implementação e manutenção da proposta de Gestão de

Segurança para UEB é fundamentada em quatro (04) pilares básicos:

I - Formalizar e instituir uma política e um sistema de gestão em

segurança:

Esse é a primeira ação e fundamental para as demais. O primeiro passo deve

ser iniciado para um longa jornada, a UEB , através do DEN e a inserção da Política

e Sistema de Gestão em segurança no POR, irá formalizar e institucionalizar essa

matéria como importante para todas UEL no país. A partir dessa ação, começa o

Perda Maior

Óbito

Perda Menor Incapacidade

temporária ou definitiva

Dano à Propriedade - Equipamento

Quase Perda ( Quase acidente –incidente )

Situações Abaixo do Padrão – PERIGOS

Atos abaixo do padrão;

Condições do ambiente abaixo do padrão ( participantes/terceiros ).

Planejamento, Avaliação e Gestão

Habilidades inadequadas ( capacitação inadequada ou inexistente );

Procedimentos , Avaliação de Risco , Planejamento da tarefa : Inadequados ou inexistentes. Etc.

1

10

30

600

0

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28

processo de relevância do assunto em todo país e um norte claro e direcionado para

todos, entretanto nesse processo, a manutenção de apoio da instituição na

aplicação e melhorias contínuas são essenciais na perpetuação dessa política e

gestão.

II – Capacitar os adultos voluntários:

Uma vez formalizada essa gestão pelo órgão maior que é responsável pelo

escotismo no país, inicia-se a segunda fase, que é capacitação.

Como no ME a massa crítica de atuação dos adultos voluntários é diretamente

nas UEL, a proposta de capacitação dos mesmos, inicia-se através das equipes de

formação regionais com o apoio de profissionais da área de SST preparando-os

como multiplicadores e facilitadores desse processo de gestão, onde posteriormente

possam capacitar esses adultos voluntários que atuam diretamente em suas UEL.

III - Atender a legislação:

O motivo de criar e implantar um Sistema de Gestão de Segurança em

Atividades Escoteiras é justamente elevar o nível de conhecimento e percepção de

riscos, para minimiza-los e/ou cessa-los, prevenindo a ação de possíveis sanções

legais contra a instituição, dirigentes e escotistas, decorrentes de uma possível lesão

ou óbito de ordem física, psíquica ou moral de um adulto ou jovem no ME

brasileiro. O embasamento deste item norteia-se na Constituição Federal, Lei

nº8.069 de 13 de Julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente, Art 2º e

Art.70, Código Civil, Lei Nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Art.186 e Art.187,

Código Penal, Lei 2.848 de, 17 de dezembro de 194, Art. 135, POR, Regra 130 e a

utilização dos conceitos e ferramentas de prevenção de acidentes da CLT, Lei nº

6.514 de 22/12/1977 / Portaria 3.214 de 08/06/1978, as Normas Regulamentadoras

(NRs). Muitas vezes não tem-se a percepção geral da grande responsabilidade legal

no qual todos estão inseridos e conectados no que diz respeitos aos nossos jovens

nas atividades escoteiras.

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IV - Avaliar e corrigir:

Em qualquer processo de gestão é necessário saber onde se quer ir, ter clara

as metas, os meios e constantemente avaliar se as ações que planejadas e

aplicadas tem os resultados esperados, se estão além ou abaixo do planejado.

Nessa etapa da Gestão de segurança é:

Criar e utilizar indicadores* em todos níveis (local, regional e nacional ) para

“ medir “, “ verificar “ se as ações tomadas em busca das as metas são as

corretas e estão de acordo com o planejado;

Avaliar esses indicadores (local, regional e nacional) para realizar as devidas

correções de planejamento e ações, ou manter o que está sendo realizado;

Essas avaliações acontecerão frequentemente em reuniões*, em todos

níveis do escotismo (CAN, Regiões escoteiras e UEL).

*Os indicadores criados, a forma de usa-los, quando e como serão realizadas as

reuniões, mais a frente serão apresentados com mais detalhes.

Figura 14 – Pilares do sistema de gestão em segurança

I II II

I

IV

Avaliar e

corrigir

Atender a

legislação

Formalizar e

Instituir a

política e o

sistema de

gestão em

segurança

Capacitar os

adultos

voluntários

Gestão de Segurança em Atividades

Escoteiras

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30

3.0.2. ORIENTAÇÕES GERAIS DA APLICAÇÃO

A visão geral da gestão já foi apresentada, entretanto, o que segue

basicamente é a aplicação das ferramentas de gestão e das NRs na aplicação

prática. No desenvolver da apresentação, será relacionado as NRs e sua

aplicabilidade conceitual adaptada às atividades escoteiras. A partir desse ponto do

trabalho, o cronograma de capacitação dos adultos, será o guia dessa relação de

embasamento técnico.

3.0.2.1. CAPACITAÇÃO DOS ADULTOS

A capacitação dos adultos está ligada diretamente ao aperfeiçoamento do

conhecimento técnico e aplicação das ferramentas nas atividades, dessa forma o

processo de aplicação, medição, avaliação e correção serão embasados no

conhecimento do assunto e não apenas em suposições e a sorte.

O projeto inicial é criar e aplicar dois cursos:

I) Curso de formação em Gestão de Segurança em atividades escoteiras:

Aqui o conceito de atividades escoteiras engloba tanto na sede como atividades

externas:

Implantar na formação escoteira, junto às equipes regionais de formação;

Obrigatório para dirigentes e escotistas;

Facultativo para Pioneiros, pois em momento breve os mesmos poderão

atuar, como instrutores, escotistas ou dirigentes;

Carga horária de 20hs / aula (como proposta inicial);

O Conteúdo programático e as suas devidas explicações e motivos desse

curso serão apresentados à seguir nesse trabalho;

Ao término do curso receberão um distintivo para aplicação no uniforme, no

qual estará informando á todos que o mesmo está capacitado na área de

Gestão e Segurança de Atividades Escoteiras. Sugestão de distintivo:

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Figura 15 – Distintivo do curso de formação em “ gestão de segurança em atividades escoteiras ”

II) Curso de formação Brigada de Emergências

Implantar na formação escoteira, junto às equipes regionais de formação, como

aperfeiçoamento de conhecimentos e onde a prevenção falhar, o que foi aprendido

nesse curso, venha a minimizar as perdas, seja da integridade física das pessoas

envolvidas ou a integridade material do local onde ocorreu o sinistro. Este curso

deve ser aplicado por profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros,

técnicos de enfermagem, técnicos em segurança, bombeiros civil ou militar), através

de parcerias da UEB junto à instituições publica e privadas, ou ainda diretamente

com esses profissionais capacitados para esse fim.

Facultativo para todos: dirigentes, escotistas e pioneiros;

Carga horária de 20hs / aula (proposta inicial);

Ao término do curso receberão um distintivo para aplicação no uniforme, no

qual estará informando á todos que o mesmo está capacitado na formação

de primeiro socorros e prevenção de incêndios. Sugestão do distintivo:

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Figura 16 – Distintivo do curso de formação em “ Brigada de emergências”

Sugestão de local para fixar os distintivos de formação no uniforme dos

dirigentes, escotistas ou pioneiros:

Figura 17 – Posição dos distintivos de formação em segurança no uniforme escoteiro

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33

3.0.2.2. CONTEÚDO DO PROGRAMA

1- Introdução geral (Comparativo Escotismo atual);

2- Definições de Gestão em Segurança;

3- Política nacional de segurança e Sistema de Gestão;

4- Fundamentos básicos sobre legislação - Responsabilidade legal;

5- Liberação para participação em atividades e escoteiras e controles médicos ( CM

) (NR-7 *: PCMSO)

6- Atividades escoteiras e correlatas (NR-10*: Segurança em instalações e serviços

em eletricidade / NR-11*: Transporte, movimentação, armazenamento e manuseio

de materiais / NR-18*: Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da

construção /NR- 26*: Sinalização de segurança / NR- 33*: Segurança e saúde nos

trabalhos em espaços confinados / NR-35*: Trabalho em altura);

7- Métodos de controle – Tipos de riscos / Analises de riscos – (NR-9: PPRA *);

8- Comissão de Segurança (NR -5 *: CIPA);

9- Cuidados com Ergonomia (NR-17*: Ergonomia);

10- Segurança em uso de máquinas nas atividades (NR-12*: Segurança em trabalho

com máquinas e equipamentos);

11- Formulários e Indicadores;

12- Situações de urgência e emergência (NR-4*: SESMT / ABNT - NBR14276);

13- Proteção contra incêndios (NR-23*: Proteção contra incêndios);

14- Condições sanitárias e de Higiene (NR-24* Condições sanitárias e de conforto

nos locais de trabalho);

15- Campanhas de segurança. (NR-9*: PPRA)

*CLT: Lei nº 6.514 de 22/12/1977 / Portaria 3.214 de 08/06/1978

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3.0.2.2.1. ANÁLISE DETALHADA DO CONTEÚDO

Para um melhor entendimento e ligação do programa de capacitação proposto

com as NRs e as demais ferramentas de gestão, a seguir será apresentado uma

análise mais detalhada de cada item:

1) Introdução Geral (Comparativo do Escotismo)

Esse primeiro item é ponto inicial para um entendimento mais profundo de todo

processo seguinte no sistema de gestão, pois será realizada a comparação dos tipos

de atividades escoteiras das décadas anteriores até os dias atuais e também essa

relação das famílias e a sociedade dessas épocas com a cultura e a educação de

seus filhos, ou seja, o escotismo de cada período:

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Chefe Giuliano Tramontini-10/2012 - Versão.001 -

Formulário006

Foco Década de 70 Década de 80 Década de 90 2000 até agora..

Sociedade

* Ditadura /Censura *

Movimentos contra a

ditadura/ agitação social /

Greves * Alguma

estabilidade econômica

*Indice de criminalidade mas

baixo devido a repressão *

Leis controladas e aplicadas

de forma severa pelo estado.

* Iníco abertura política e social e início

do processo de transição entre regimes (

ditatorial-democrático ) a partir da 2º

metade da decada / Primeiras eleições

diretas pós ditadura / *Aumento

demográfico nas cidades/* Crise

financeira * Fase de transição de

regimes e surge uma nova Constituição

Federal em 1988.

* Até meados da década de 90,

finalização do processo de

transição entre regimes

*Inexistência de censura /

liberdade de expressão *

Sistema democrático mais

consolidado - Nova constituição

1993 *Maior estabilidade

econômica * Aumento da

ciminalidade * Criação do

Estatuto da Criança e do

Adolescente - ECA na

Constiuição Federal, mas com

cobrança pesada dessa

legislação, somente mais para

o final da década de 90.

* Regime democrático pleno * Liberação

sexual extrema e latente *Liberdade total

de expressão *Ecomomia estável

*Epidemia de entorpecentes

*Comunicação e informação global *

Reformulação do Código Civil Brasileiro

em 2002 * Cobrança pesada por parte dos

poderes públicos e da sociedade para a

proteção extrema da criança e do

adolescente na aplicação do ECA

Educação

* Alto grau de analfabetismo *

Educação totalmente

controlada e direcionada pelo

estado, devido a forma de

regime de administação no

país, os alunos ficam

calados, não respondem, não

enfrentam, os professores e o

mestres são autoridade maior

e com conhecimento pleno de

tudo, os jovens devem

obedecer sem questionar *

Poucos meios de

comunicação e os mesmos

também controlados pelo

estado ( jornais-rádios-início

da TV), * Informação lenta e

desatualizada *A educação

prepara " operários".

* Busca pelo aumento do alfabetismo *

Preocupação expressiva com a evasão e

repetência* em reflexo o regime militar a

forma de respeito aos professores aínda

é estável e o mestre é que possui o

conhecimento unicamente * A busca da

cidadania nas escolas pelo

assitencialismo é deixado de lado o

conetúdo mais acadêmico * Maior

abertura de informações ( Tv, Rádio,

jornais, revista ) * fluxo da comunicação

e informações um pouco melhor

* Convocação do governo á

sociedade civil e escolas para

desenvolvimento da melhoria do

ensino * Metade para o final da

década, melhoria expressiva do

ensino comparado em períodos

anteriores* Inicia um processo

de perda de valores e com isso

o desrespeito aos professores *

Além dos meios de midias

tradicionais (Tv , rádio, jornal,

etc..) Entra neste cenário o

início da Internet * Melhoria na

comunicação geral ( telefones

convecionais e celulares ) *

Informaçõe muito mais rápidas

e precisas * Surge a Aldeia

Global.

* Reformulação da estratégia de ensino

nas escolas * Falta de respeito dos

alunos com professores* * Alta tecnologia

( Internet + PCs + notebooks + tablets +

celulares ) * Quantidade de informação

absurda, muitas vezes inuteis ou de

fontes inseguras)* Velocidade absurda da

comunicação em geral

Tabela Comparativa: Sociedade X EducaçãoXFamíliaX Escotismo

Período

Tabela 1 – Comparativo do Movimento Escoteiro I

Tabela 1_Parte 1 / 2 – Comparativo Movimento Escoteiro Anterior X Atual

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36

Familia

* Único modelo de família

formada por pai+mãe+filhos

aceitável pela sociedade *

Grande quantidade de filhos

* Pai trabalhava para o

sustento e mãe ficava em

casa criando os filhos * O

pai mandava e a mãe e os

filhos obedeciam * censura

de idéias* repressão sexual

e de informações* Os pais

empunham seus valores aos

filhos de forma impositiva *

Pouca ou inexistência de

diálogo entre os pais e os

filhos * A mulher era criada

para casar e ter filhos e

continuar esse ciclo. *

disciplina " Espartana" *

Nem se falava ou cogitava o

uso de entorpecentes

* Continua o único modelo de família

formada poi pai+mãe+filhos como a

aceitável na sociedade * devido a crise

financeira no país as famílias tem menos

filhos * Começa um processo de

equiparação entre pai e mãe * as

mulheres começam sair para trabalhar e

estudar mais, o casal sustenta a casa *

Começa um processo de liberação de

diálogo nas famílias * Inicia um processo

de liberação sexual e entorpecentes

* Começa ser aceito pela

sociedade novos modelos de

família além do modelo

tradicional, aparecem: Só pai ou

só mãe, casais homosexuais :

pai+pai ou só mãe+mãe, mas

aínda sem legislação concreta

para esses casos * Com

estabilidade econômica, os pais

trabalhando ( seja qual for

modelo)melhora o nível

econômico* Menos tempo para

ficar com os filhos, devido a

ausência os pais , com isso e os

novos modelos de famílias eles

são mais permissivos* Diálogo

aberto sobre todos tipos de

assuntos em casa* Início de uma

perda de parâmetros e valores na

sociedade em geral * Devido a

aumento da liberação sexual,

ocorre o aumento do índice de

adolescentes grávidas

principalmente em classes

sociais mais baixas * Aumento

expressivo do consumo de

entorpecentes em geral

*Totalmente aceito na sociedade todos

tipos de modelos existentes de famílias,

inclusive com lesgislação própria do

assunto * Elevado índice de consumo,

trabalha-se muito para adquirir mais* Pais

sem tempo para os filhos devida alta

carga de trabalho , com isso os jovens

perdem as referências básicas de valores

já em casa * Devido a gerações anteriores

serem muito reprimidas, ocorre o oposto,

regra geral do tudo pode, tudo liberado ,

falta de respeito básico com os demais *

Egocentrismo acentuado na sociedade e

principalmente nos jovens * Carga de

informação absurda * Muitos pais

tercerizam a educação para escolas ou

instituções como o Movimento Escoteiro

* Liberação sexual e uso de entopecentes

extremos * Alto ídice de criminalidade

Movimento * *

Escoteiro

* Aplicado apenas para

garotos * Seguia o modelo

da sociedade, o Chefe

mandava e o escoteiro

obedecia * Atividades era

planejadas de forma geral,

mas muitas vezes não se

leva em conta a segurança

dos jovens * Faziam

atividades externas sem

muito controle dos pais *

Extrema disciplina e rigidez,

muitas vezes confundido

com militarismo * Número

razoável de jovens e adultos

participantes

* Inicia o processo de co-educação ,

participação do dois genêros nas

atividades, garotos e garotas juntos, mas

em tropas separadas * ME aínda com

traços de obediência sega em relação ao

chefe, mas começa um processo bem

lento de flexibilidade nas relações

pessoais * Apoio do governo em geral (

até início da decada de 90 ) O ME

explode de participantes, cresce

exponecialmente no estado do RS e no

país de forma geral * Começa maior

controle na segurança nas atividades e

maior controle dos pais em saídas

externas.

* Aprimoramento da co-

educação, no final da década já

existem muitas tropas mistas e

patrulhas mistas ( garotos e

garotas juntos )* Maior integração

e flexibilidade na relação dos

adultos voluntários e jovens do

movimento, no final da década,

maior permissividade das coisas

* Reformulação um pouco maior

na aplicação do método escoteiro

* Em 1990 é publicado o manual

de segurança em atividades

escoteiras* Ocorre a estagnação

do crescimento do efetivo e

inclusive com perda significativa

de participantes, muitos Grupos

Escoteiros fecham por falta de

participantes * Controle dos pais

em atividade externas, mas sem

muito envolvimento direto,

começa o processo de

passagem de responsabilidade

da educação e das ações dos

filhos ao ME.

* No início da década, começa um processo de

retomada de crescimento de efetivo, mas nada

comparada na década de 80. *Reformulação total

da aplicação do método voltada mais para o

desenvolvimento do jovem como um todo e não só

em aspectos técnicos como era anteriormente *

Melhor capacitação dos adultos, mas aínda com

algumas falhas pontuais , como a questão de

segurança *A co-educação é trabalhada na

integra com jovens , sem separação * Relação dos

jovens com os adultos ( chefes ou dirigentes ) é

totalmente aberta, ás vezes até faltando com

respeito * Os pais cobram segurança, detalhes

das atividades, conforto, uma análise mais crítica

das atividades na sede do grupo escoteiro e

externas e desejam resultados educacionais com

seus filhos de forma rápida e sem muita

profundidade de participação, muitos casos,

passam 100% da responsabilidades desses

jovens ao ME e se algo não acontecer como

esperavam, ameçam sanções legais, mas não

esquecem que seus filhos são reflexo da

educação que recebem em casa, ou não recebem.

Década de 70 Década de 80 Década de 90 2000 até agora..

* * O Movimento Escoteiro possui um método criado a mais de cem (100anos ) , pelo fundador , B.P, entretanto a forma de aplicação do método vem sendo adaptado a

realidade das sociedades de cada país e de cada época , pois o Movimento Escoteiro é chamado de " Movimento " pois está em constante mudança, melhorias e

adaptações. E a forma da sociedade , da educação e família de cada época, infulencia diretamente na forma de aplicação do método escoteiro aos jovens.

Tabela 2 – Comparativo do Movimento Escoteiro II

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2) Definições de Gestão em Segurança

Serão apresentadas algumas definições dos conceitos utilizados na área de

segurança nos quais serão aplicados na gestão adaptado ao ME.

Política de Segurança:

É a definição de uma “política“, uma forma de trabalhar, forma de agir, que seja

viva e latente, ou seja, métodos e ações, de uma empresa ou instituição sobre um

determinado assunto específico, para padronizar, comprometer e beneficiar a todos,

como qualidade, segurança, meio ambiente, etc. Esta “Política“ deve:

Ser específica para cada assunto e instituição;

Proporcional ao tamanho e a natureza de suas atividades, seja ela qual for;

Dever ser clara e possível de ser cumprida;

Ter comprometimento de todos envolvidos a começar pela alta diretoria;

Deve ser amplamente difundida, acessível, aplicada e melhorada nos

ambientes.

Gestão em Segurança:

A gestão, ou um sistema de gestão, é todo gerenciamento (gestão, gerir.)

criado, implantado, medido e avaliado para certificar que o proposto na política e nas

diretrizes de trabalho de uma instituição sobre determinado assunto, segurança,

como exemplo, sejam comprovadas sua aplicação e seu método, através de

ferramentas específicas de gestão, como: PDCA, indicadores, etc. para que possam

ser avaliados sua eficácia.

Acidentes:

Segue abaixo as citações de alguns conceitos de acidente, serve como

referência para que cada um possa chegar a sua própria definição e entendimento:

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CONCEITO LEGAL (ACIDENTE DO TRABALHO ) : (...) Ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução , temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. (Lei 8.213/91)

CONCEITO TÉCNICO (...) Evento não desejado e não planejado que resulta em danos a pessoas, as propriedades ou a perda de produção, a partir do contato de uma determinada fonte de energia ou material com o corpo humano ou com a estrutura material. SEGUNDO O DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA.... Definição: A interrupção abrupta de uma atividade, ocasionada por um fenômeno inesperado(...)

CONFORME O PROF. LEANDOR BALBINOT, ACIDENTE OU FATALIDADE É UM.... EVENTO produtor de traumas,mortes, lesões (incapacitantes ou não), perdas materiais, danos ao patrimônio e ao meio ambiente, ocasionados por falta de PREVENÇÃO . (Fonte: Slides “Introdução à Segurança Ocupacional” de

autoria do Prof. Leandro Balbinot - Senac Gravataí 2011)

Riscos e Perigos:

Segue abaixo a citação sobre riscos e perigos:

Perigo

É uma fonte (material ou energia) ou situação potencial de provocar danos em termos de lesões, doenças, prejuízos, dano ao Meio Ambiente ou a combinação destes.

Risco

É a combinação da probabilidade de ocorrência e da severidade de um

determinado evento perigoso.

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(Fonte: Slides “Introdução à Segurança Ocupacional” de autoria do Prof. Leandro Balbinot - Senac Gravataí 2011)

Conforme apresentado em aula pelo Professor Leandro Balbinot, em uma

situação de perigo, ou a presença do perigo, não podemos considerar a

inexistência do risco, mas é possível através de ferramentas de prevenção, ou a “

gestão do risco “, minimizar esses riscos de forma que eles sejam minimizados á

níveis toleráveis no que diz respeito a segurança dos envolvidos.

Tipos de Riscos:

Na SST, temos listado no anexo da Portaria nº 25, de 29/12/1994 – anexo IV

da NR-5, Tabela I a classificação dos principais risco ocupacionais, mas como

estamos adaptando as normas ao ME, segue abaixo uma tabela de riscos similar

adaptada:

Fluxo do Acidente com

exposição ao PERIGO

PERIGO

EXPOSIÇÃO

PROBABILIDADE

Risco

Acidente Dano

Figura 18 – Fluxo de acidente em situações de PERIGO

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Grupo1: Verde Grupo2: Vermelho Grupo3: Marrom Grupo4: Amarelo Grupo5: Azul

Riscos Físicos

Riscos Químicos

Riscos Biológicos

Riscos Ergonômicos

Riscos de Acidentes

Ruído Poeiras Vírus Esforço físico

intenso Batidas contra

Frio Fumos Bactérias Transporte

manual de peso

Contusão / Esmagamento / Amputação

Calor Névoas Protozoários Postura

inadequada Queda

Umidade Neblina Fungos Equipamento inadequado

Queda de nível

Gases Parasitas Ritmo excessivo

de atividades Eletricidade

Químicos em

Geral

Atividades em tempos

prolongados e noturno

Ferramentas e Equipamentos

defeituosos ou

inadequados

Fatores gerias de stress físico

e psíquico

Probabilidade de incêndio ou explosão

Corte /

Perfuração

Afogamento

Atropelamento

Animais

peçonhentos

Queimaduras

Tabela 3– Comparativo de Riscos, Grupos e Cores

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais:

No uso de ferramentas de prevenção de acidentes, a principal utilizada pelos

profissionais da área é o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

É um documento criado e aplicado nas empresas, através de um estudo das

funções de trabalho que a empresa possui e os riscos do ambiente inerentes à essa

função nos quais podem gerar um determinado acidente. Este documento é

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baseado em uma norma regulamentadora (NR-9) contemplando não somente o

levantamento dos riscos de cada função, mas também indicando métodos de

controle, como programas educacionais e de treinamento de assuntos específicos

(proteção auditiva, proteção respiratória, etc.) e a indicação de EPCs (equipamentos

de proteção coletiva), como enclausuramento de máquinas para diminuir ou cessar

ruídos beneficiando todos trabalhadores de um setor de forma “coletiva“ e a

indicação de EPIs (equipamentos de proteção individua) , como óculos de proteção

contra a projeção de partículas em geral, protetores auditivos contra ruídos, luvas

para proteção das mãos, quando as medidas de gerais de proteção coletiva não

forem suficientes ou não puderem ser aplicadas, protegendo individualmente cada

trabalhador.

Etapas para criação de um PPRA:

ANTECIPAR

RECONHECER

AVALIAR

CONTROLAR

1º Etapa: Este será o início, o responsável pela segurança irá

realizar o estudo inicial em todos ambientes de todos possíveis

perigos e riscos de forma indiscriminada e não classificada .

2º Etapa: Após antecipar os possíveis problemas de segurança,

será o momento de identifica-los de forma mais crítica e classifica-

los, separando por riscos de acidentes e doenças ocupacionais e

após essa classificação geral, por dano, Ex. Perda de audição –

ruído, batidas contra – acidentes, etc.

3º Etapa: Realizada as etapas anteriores, ocorre o processo de

avaliação, onde, dependendo do risco ocorre a medição desses

riscos, como nível de ruído de um ambiente através de

equipamentos de medição ( avaliação quantitativa ) ou ainda

reconhecendo determinado risco sob sua forma de ação, piso

escorregadio – risco de acidentes, não existe nesse caso uma

medição, apenas um determinação do tipo de dano ( avaliação

qualitativa ).

4º Etapa: Todas etapas da criação do PPRA são muito

importantes, entretanto não adianta realiza-las com excelência se na

última etapa, o controle, não aplicar e determinar de forma correta,

medidas de controle eficientes e adequadas para cada risco

identificado e o seu nível potencial de dano, como, controle médico

adequado, processos mais seguros, o uso e de forma correta de

EPCs e EPIs das pessoas expostas a esses riscos.

Figura 19 – Etapas da criação do PPRA

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PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

Baseado nas informações do PRRA criado (funções com seus riscos inerentes)

O PCMSO, Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, é o documento

desenvolvido e aplicado por um médico do trabalho, baseado também uma Norma

Regulamentadora (NR-7) que irá propor a avaliação contínua da saúde do

trabalhador, através de exames periódicos (clínicos ou complementares, como de

sangue, audiometrias, eletrocardiogramas etc.) no qual através destes exames ele

monitora a saúde de todos em função de riscos e doenças ocupacionais por um

processo de prevenção de aparecimento ou agravamento dos mesmos.

AR- Análise de Riscos:

A análise de risco ou também chamado de APR (Análise Preliminar de riscos)

é um formulário que deve ser preenchido com bastante atenção, por uma pessoa

qualificada, treinada, para realizar o estudo através de uma levantamento e

preenchimento dessa AR e identificar todos riscos possíveis em uma tarefa ou

trabalho e indicar meios de cessar ou minimizar esses riscos que podem levar a

algum tipo de acidente. Não existe um padrão determinado, cada empresa ou

instituição pode criar o seu, mas que esse formulário seja criado para um fácil

entendimento e preenchimento e que de fato possa ser usado como uma ferramenta

eficaz de controle e prevenção de acidentes.

Mapa de Riscos:

Esta uma das ferramentas de prevenção de acidentes indicando os riscos

gerais inerentes de um determinado setor, quem podem ser de ordem Física (Cor

Verde), Química (Cor Vermelha), Biológica (Cor Marrom), Ergonômica (Cor Amarela)

ou de Acidentes (Cor Azul). É uma representação gráfica como uma planta baixa do

local, com a distribuição destes riscos representados por cores e círculos, nos quais

indicam o(s) tipo(s) de risco(s), o seu nível de intensidade bem como a quantidade

de trabalhadores expostos a esses riscos. Ele é feito pela equipe da CIPA

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(Comissão Interna de Controle de Acidentes) em um estudo (conversa) com os

trabalhadores do setor que está envolvido. Segue um exemplo de mapa de risco:

Tabela de simbologia de cores para criação de um mapa de riscos ambientais:

Figura 20 – Exemplo de mapa de riscos ambientais

Tabela 4– Simbologia de cores para mapa de riscos ambientais

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Medidas de Controle:

Será considerado o conceito de medidas de controle, o conjunto de ações

realizadas pelos responsáveis da segurança de uma instituição (empresa, etc.) para

prever, monitorar, cessar ou minimizar todos e quaisquer riscos do ambiente que

possam causar acidentes e/ou doenças ocupacionais, protegendo a integridade

física e psíquica dos trabalhadores ou participantes de forma geral dessa

determinada instituição.

Exemplos: PPRA, PCMSO, Mapa de risco, Análise de risco, EPCs, EPIs, etc..

EPC e EPI ( Equipamentos de proteção coletiva e Individual):

Nos processos de controle, prevenção de acidentes e proteção, os EPCs e

EPIs, sempre são os últimos recursos a serem usados, como base pode seguir a

seguinte sequência:

Planejamento antecipado

de processos ou atividades

seguros.

Proteção coletiva de todos

envolvidos ( EPC )

Proteção individual de

todos envolvidos ( EPI )

Figura 21 – Sequência de gestão de segurança para o uso de EPCs e EPIs

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EPC (equipamento de proteção coletiva): equipamento específico para a

proteção de forma coletiva.

Ex: Placa de sinalização de segurança, cone de segurança, fita zebrada para

limitação de área, etc..

EPI (equipamento de proteção individual): como o próprio nome já

especifica, são equipamentos para a proteção de cada pessoa específica

aos riscos que estão expostos, de forma individual, ele não deve ser

emprestado ou usado para o fim que não foi determinado.

Ex: Capacete, óculos de segurança, luvas, protetores auditivos, sapatos de

segurança, etc.

Figura 22 – Exemplos de EPCs

Figura 23 – Exemplos de EPIs

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Os EPCs bem como os EPIs, são equipamentos indicados no PPRA, na parte

das medidas de controles específicos aos riscos determinados, os EPIs devem ser

comprados com nº de CA (certificado de autorização), expedido pelo Ministério do

Trabalho e que possuem um data de validade no qual devem ser constantemente

checados, o CA é a garantia de confiabilidade do equipamento que irá cessar ou

minimizar o risco para qual foi fabricado.

CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes):

A CIPA, comissão interna de prevenção de acidentes, o próprio nome já define

seu objetivo, que é através de ações juntamente com os profissionais da área de

segurança de uma empresa, prevenir acidentes e doenças ocupacionais.

A constituição, objetivos e criação da CIPA, estão descritos em norma

regulamentadora a NR-5. È uma comissão constituída por representantes da

empresa no qual é indicado pela diretoria e representantes dos empregados que

escolhidos pelos demais através de um processo eleitoral com voto direto, as

pessoas que participam dessa comissão, são comumente chamados de “Cipeiros” e

possuem a responsabilidade de apoiar, fiscalizar e desenvolver tudo que for

relacionado à segurança do trabalho nas empresas. A quantidade de participantes

da CIPA depende do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) que

está diretamente indicado a um chamado grupo de atividades, (Exemplo: CNAE

:23.92-3 – Fabricação de Gesso e Cal , Grupo : C-12) e um Tabela ( Tabela I ) de

dimensionamento de empregados, relacionado essa lista de grupo do CNAE e a

Tabela I, todos apresentados na NR-5 , no qual fornece o dimensionamento mínimo

obrigatório que deve ser criado em uma empresa.

A definição de CIPA aqui serve apenas como referência de entendimento, pois

será relacionado por associação à uma comissão semelhante adaptado as

necessidades do ME.

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SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina

do Trabalho):

O SESMT é o setor das empresas, composto pelos profissionais da área de

saúde e segurança do trabalho (SST), que é responsável por toda gestão

(planejamento, prevenção, campanhas, atendimentos de urgência, etc..) da área de

SST de uma empresa, tem a sua regulamentação na norma regulamentadora NR-4.

Ela é composta pelos seguintes profissionais: Engenheiro de Segurança do

Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico em Segurança do

Trabalho e Técnico em Enfermagem do Trabalho. A participação desses

profissionais, bem como a quantidade de cada um deles nas empresas dependem

de dois fatores:

I) O Grau de Risco (GR) da empresa: (Exemplo: Empresas de comércio

varejista de discos, CDs,DVDs e fitas, são classificadas como Grau de

RISCO 1 e empresas de Fabricação de cimento, são classificadas como

Grau de RISCO4), ou seja dependendo da atuação da empresa e os riscos

de acidentes ou potencial de prejudicar a saúde do trabalhador, que possam

ser relevantes a esse tipo de atuação ela recebe uma classificação de risco,

como no exemplo acima, vender CDs e DVDs com certeza é menos

provável ocorrerem acidentes ou ser mais prejudicial a saúde do trabalhador

em qualquer nível a fabricar cimento. O Grau de risco, também está ligado

ao CNAE da empresa.

II) Número de empregados: Dependendo do número de funcionários que

trabalham na empresa e a sua relação com o grau de risco especificado,

teremos determinados profissionais de SST bem como a quantidade de

horas de atuação da empresa e quantidade desses profissionais que atuarão

nessa empresa.

Exemplo: Uma empresa de Grau RISCO1 com 525 funcionários terá

obrigatoriamente no mínimo 01 Técnico em Segurança do Trabalho

trabalhando 08hs diárias, 05 dias por semana na empresa , sendo que uma

empresa de Grau de RISCO 4 com os mesmos 525 funcionários, terá

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obrigatoriamente no mínimo, 04 Técnicos de Segurança do Trabalho, 01

Engenheiro de Segurança do Trabalho, 01 Médico do Trabalho e 01

Técnico em Enfermagem do trabalho, todos trabalhando 08hs diárias com no

mínimo 5 dias por semana.

O dimensionamento do SESMT é consultado na NR-4, no Quadro I – Relação

de CNAE correspondente ao Grau de Risco e no Quadro II – Tabela de

dimensionamento do SESMT (relação do GR com os profissionais para

dimensionamento do SESMT).

Assim como a definição da CIPA, a definição de SESMET, servem apenas

como referência de entendimento, pois será relacionado por associação à um tipo de

serviço similar no ME.

Brigada de Incêndio / Emergência:

Nas empresas, ou instituições em geral, dependendo do seu porte ou atuação,

além de existirem os profissionais da SST já citados anteriormente, que tem como

objetivo a prevenção de acidentes e sinistros em geral, é criada e treinada uma

equipe para atendimento de emergências, com a função de também apoiar no

processo de prevenção, mas atuam diretamente nas ações corretivas, como nos

casos de incêndios, primeiros socorros, sinistros em geral. Essa equipe é treinada

por profissionais capacitados nos assuntos que irão atuar e podem desenvolver seu

trabalho de forma exclusiva no atendimento desses sinistros (bombeiro civil, por

exemplo) ou os próprios funcionários que atuam nas mais diversas áreas de uma

empresa, administrativo, produção, etc. que atuarão nessas situações de

emergências somente caso ocorram e sejam chamados. Essa equipe em especial,

seja por quem for formada é chamada de Brigada de Incêndio ou Brigada de

Emergência.

Essa Brigada, geralmente é coordenada por um profissional área de SST, um

Técnico em segurança do Trabalho, por exemplo e a sua dimensão em quantidades

mínimas de participantes, forma de atuação e treinamento está dimensionada em

um norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) a NBR 14276.

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Emergência e Urgência:

Emergência: Situação extremamente crítica, com risco eminente de vida,

podendo causar dano imediato á vida ou ao patrimônio, precisa ser resolvida

imediatamente de pronto, de forma prioritária.

Exemplos: Uma parada cardiorespiratoria, hemorragia grave, risco

eminente de colapso de uma estrutura;

Urgência: Situação crítica e grave, deve ser resolvida ou atendida em

menor espaço de tempo possível para que não ocorra agravamento maior,

não tão crítica e grave como a emergência mas necessita de atenção

especial.

Exemplos: Fratura, luxação ou entorse, manutenção de estrutura predial ou

máquina, caso não ocorra em curto médio prazo pode causar dano.

Análise de Acidentes:

Na área de SST, quando ocorre um acidente, apesar de se trabalhar

intensivamente na prevenção desses, é realizado uma investigação, uma análise,

das causas secundarias e da causa principal, a causa raiz, desse acidente, para que

justamente seja realizado ações corretivas e preventivas, para que esse mesmo tipo

de acidente não volte acontecer. Geralmente cada empresa, possui um formulário

criado específico para essa investigação, os profissionais da SST e juntamente com

a CIPA, analisam como foi o acidente, conversando com os envolvidos, acidentado,

testemunhas e formalizando seu parecer e sugestões dessas ações.

CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho):

Nas empresas, quando ocorrem os acidentes, além da análise de acidentes,

deve obrigatoriamente ser preenchido um formulário chamado de CAT (comunicado

de acidente do trabalho. O Objetivo de preenchimento é justamente comunicar o

governo, através do Ministério do Trabalho, sobre os acidentes ocorridos na

empresa, poderão ter as estatísticas de quantidade de acidentes, tipo desses

acidentes, tipo empresa que ocorreu, etc..e também serve para o governo calcular o

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FAP (fator acidentário de prevenção) , o FAP é um índice no qual o governo através

de algumas variáveis, como, número de acidentes, subgrupo de classificação que

empresa está inclusa, o valor anual de investimento em segurança do trabalho , etc..

ocorre a cobrança desse índice, que pode chegar em até 6% do valor bruto da folha

de pagamento da empresa.

Resumidamente a CAT faz com que o governo tenha informações sobre os

acidentes e obriga um maior investimento em segurança e saúde ocupacional aos

trabalhadores das empresas.

Indicadores de Gestão:

Em qualquer sistema de gestão (gerenciamento) é necessário avaliar e corrigir

as ações nos quais foram planejadas para as metas programadas e as ações que de

fato que foram executadas. Para quaisquer sistemas gestão, independente do que

se pretende gerenciar, é muito importante que se possa medir, para avaliar. Essa

medição é realizada através de “indicadores“, esses indicadores são a

representação gráfica de dados coletados sobre determinado assunto ou informação

que se quer medir para poder ser analisado em função de uma meta. Um indicador

deve conter:

Quais dados se quer avaliar em função de algo (Exemplo: Quantidade de

pessoas treinadas em um assunto em um período de tempo);

Qual a meta deve ser atingida (Exemplo: 10% do quadro de funcionários

devem ser treinados em “abandono de área em caso de sinistros” ,

mensalmente), essa meta deve ser realista e factível, não adianta criar uma

meta impossível de ser realizada, pois gera frustração em todos envolvidos,

retrabalho e mostra falta de análise crítica e planejamento para criação da

meta;

Apresentar um indicativo de melhoria de como será alcançada a meta

(Exemplo: quanto mais funcionários treinados melhor, ou quanto menos

acidentes melhor);

Pode-se ainda conter uma curva de tendência para qual o caminho está

seguindo as ações;

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Os indicadores criados devem ser usados como ferramentas úteis e efetivas

nas análises críticas de tomadas de decisões e nas de ações de

manutenção ou correções do sistema gerenciado.

Exemplo de Indicador:

Figura 24 – Exemplo de Indicador

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3) Política Nacional de Segurança e Sistema de Gestão

Os próximos assuntos são bem importantes, pois nesse momento será

apresentado a implementação, manutenção e melhorias da Política e o Sistema de

Gestão de Segurança aos adultos do ME. As informações devem ser bem claras,

pois o sucesso de todo projeto, depende da compreensão e aceitação de todos no

desenvolvimento do projeto. Já foi apresentado anteriormente a definição e os

componentes de uma política em gestão de segurança, segue abaixo uma sugestão

ao Movimento Escoteiro:

Política Nacional de Segurança no Movimento Escoteiro:

A União dos Escoteiros do Brasil, através de suas diretorias em todos níveis de

escotismo no país, nacional, regional e local, suas equipes de formação de adultos e

seus escotistas em suas Unidades Escoteiras Locais, comprometem-se a :

I. Prevenir, minimizar e cessar, sendo possíveis, os riscos físicos, psíquicos e

morais nos quais os membros dessa instituição, principalmente crianças e

adolescentes, estão expostos nas atividades escoteiras em qualquer nível

de responsabilidade por parte dos seus dirigentes e escotistas;

II. Criar, manter e melhorar continuamente, um sistema de Gestão em

Segurança em atividades escoteiras, de forma a operacionalizar as

necessidades de demanda dos demais itens dessa política.

III. Capacitar os adultos voluntários em cursos referentes às matérias de gestão

de segurança em atividades escoteiras com o objetivo de conhecer e aplicar

os conceitos de prevenção em acidentes de forma geral, bem como as

matérias de situações de emergências de forma a atuar com rapidez e

eficiência, para minimizar as consequências de fatos que possam atentar as

integridades física, psíquica e moral dos membros desta instituição,

principalmente as crianças e os adolescentes em todas atividades escoteiras

em todos níveis, bem como esses adultos voluntários participarem

ativamente dos cursos oferecidos pela instituição e aplicar os conhecimentos

em sua UEL;

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IV. Pelo sistema de gestão e da capacitação, atender a legislação brasileira em

sua íntegra, nas matérias que dizem respeito às responsabilidades dos

adultos voluntários do Movimento Escoteiro Brasileiro, representados por

seus dirigentes, escotistas e demais voluntários em todos níveis, em relação

à proteção física, psíquica e moral de seus membros juvenis as crianças e

adolescentes ;

V. Realizar frequentes avaliações e melhorias no sistema de gestão, através

das comissões de segurança, nos níveis de responsabilidades que lhe

cabem, bem como proporcionar e facilitar momentos e recursos para a

aplicação desse e dos demais itens.

Importante aqui salientar, que a Política acima, é apenas uma sugestão de

criação e exemplo de possível aplicação.

O sistema de gestão:

Nas definições anteriores e na Figura-12, temos a apresentação de um modelo

de criação, implantação e manutenção de um Sistema de Gestão em Segurança,

como já comentado, o sistema de gestão em si é a operacionalização da política,

onde indica o quando, onde, como e porque devem ser feitos para um sucesso

efetivo da aplicação.

Onde, utilizando a ferramenta do PDCA:

I. Apresentar a UEB á nível nacional a proposta de aplicação de uma política

e um sistema de gestão para melhoria no controle prevenção de acidentes

em atividades escoteiras em geral. Que essa política e sistema de gestão,

possam ser inclusive implementados como uma nova regra no POR,

documento máximo em regras no ME brasileiros;

II. Uma vez aprovado, capacitar os adultos voluntários, para que os mesmos

possuam o conhecimento adequado para implementar e manter;

III. De fato implementar a política e o sistema de gestão onde de fato as

atividades do ME ocorrem, nas UEL;

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IV. Periodicamente, como sugestão inicial, nível local trimestral, nível regional

semestral e nível nacional anual, realizar, debates em reuniões, workshops,

etc. sobre a eficiência do sistema de gestão;

V. Baseado nos debates e indicadores de controle gerados, verificar a

necessidade ou não de mudanças na política e sistema de gestão em

segurança;

VI. E por último e fechando o ciclo de PDCA do sistema de gestão, uma vez

avaliado e identificado algum fator de melhoria, realiza-lo através da UEB

nacional e repassar aos demais níveis de escotismo no país.

4) Fundamentos básicos sobre legislação – responsabilidade legal

Neste item do programa de curso, será apresentado, conforme já citado no

item 2.2 desse trabalho, o embasamento legal, no qual aponta a responsabilidade do

adulto voluntário no ME, perante ao jovens, ou seja, toda carga de compromisso que

se deve ter ao estar em atividades escoteiras junto com esses jovens.

5) Liberação para participação em atividades escoteiras e controle médico

(CM)

Em relação as atividades escoteiras de um modo em geral, conforme o método

escoteiro, elas devem ser atrativas e variadas, com isso teremos atividades mais

simples e de pouco esforço físico, até atividades de alta intensidade. A ideia e é criar

e aplicar de forma regular um controle médico simples.

Na norma regulamentadora (NR-7), o PCMSO (Programa de Controle Médico e

Saúde ocupacional), bem como o ASO (Atestado Médico Ocupacional), já

apresentado nas definições do sistema de gestão em segurança, deixam mais claros

a ideia de controle, em termos de saúde dos participantes do ME.

A sugestão é implantar no processo de gestão, a solicitação um atestado

médico para verificar as condições de saúde e no caso positivo de algum problema

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de saúde, prevenir possíveis agravamentos, acidentes e talvez até óbitos. Assim

sendo:

Que se torne obrigatório a todos participantes no ME, sejam eles jovens ou

adultos;

Que tenha uma atualização no mínimo semestral;

Que seja descrito pelo médico que realizou o exame para este atestado,

informar se o membro participante está liberado para atividades físicas ou se

alguma restrição (sejam de exercícios físicos ou alimentar);

Caso tenha alguma patologia específica, bem como o uso de medicamentos,

seja indicado e determinado por prescrição médica as doses e horários de

uso dos mesmos;

Só seja liberada a participação dos membros do ME nas atividades,

principalmente crianças e adolescentes com a apresentação deste atestado

em sua UEL.

Devemos lembrar que somos diretamente responsáveis pelos jovens e a

apresentação deste atestado antes do início da participação de fato nas atividades é

uma das ferramentas de prevenção dos acidentes, pois todos dirigentes e chefes

estarão cientes nos problemas de saúde e limitações físicas de cada membro.

6) Atividades escoteiras e correlatas

Geralmente no ME as atividades escoteiras, são realizadas aos sábados, na

sede de cada UEL, entretanto fora esta atividade, vamos chamar de “normal”, ainda

temos manutenção de equipamentos e obras ( pintura, manutenção elétrica,

construção ) e inúmeras outras realizadas fora da sede escoteira: acampamentos,

jornadas ( caminhadas ), passeios culturais, gincana,etc., toda envolvendo os jovens

e os adultos. Com isso também possuímos inúmeros riscos inerentes á estas

atividades.

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56

Para tanto, criei um tabela com as atividades e tarefas realizadas por jovens e

adultos no ME, em momento próximo será relacionado aos riscos e medidas de

controle á essas atividades, por enquanto, segue abaixo:

Tabela 5– Atividades escoteiras relacionadas por idades

7) Métodos de Controle – Tipos de Riscos / Análise de Riscos

Para controlar os riscos, a principal ferramenta é a prevenção, através do

conhecimento dos tipos de riscos, com a antecipação de ações, levantamento das

atividades, tarefas e relaciona-las e determinar os métodos de controle até serem

extintos ou minimizados é o caminho correto para evitar acidentes.

Como foi apresentado na parte de definições, devemos trabalhar com alguma

ferramenta similar ao PPRA. A seguir, será apresentado:

Chefe Giuliano Tramontini-

10/2012 - Versão.001 -

Formulário004

LOBINHOS

( 07 - 10 anos )

ESCOTEIROS

( 11 - 14 anos )

SÊNIORES/GUIAS

( 15 - 17 ANOS )

PIONEIROS

( 18 - 21 ANOS )

ADULTOS

( ACIMA DE 21 ANOS )

Jogos ativos

Jogos intelectuais

Atividades sociais

Atividades esportivas

Atividades em altura ( até 2m)

Atividades em altura ( acima 2m)

Atividades aquáticas

Atividades em espaços restritos / confinados

Atividades noturnas

Atividades com manuseio de ferramentas perfurocortantes

Atividades com manuseio de fogo ( fogueiras, fogareiros,

fogões )

Atividades ao ar livre / Exposição intepéries

Atividades em locais protegidos da interpéries

Atividades de caminhada ( até 500m)

Atividades de caminhada (de 500m à 5.000m )

Atividades de caminhada ( acima de 5.000m )

Deslocamentos de bicicletas

Deslocamentos com veículos particulares

Deslocamentos com veículos coletivos ( terrestres , aquáticos

aéreos)Manuseio de equipamentos e ferramentas ( Rocadeiras,

podadoras, motosserras, furadeiras, lixadeiras, etc.)

Manutenção predial SEM eletrecidade

Manutenção predial COM eletrecidade

Manuteção de equipamentos em geral

Preparação de alimentos

TABELA GERAL DE ATIVIDADES ESCOTEIRAS

Espaços marcados, realiza a

atividadeLEGENDA:

ATIVIDADE /TAREFA

SEÇÃO POR IDADE

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57

I) Tabela de atividades, riscos e controle, similar á tabela de “aspectos, perigos

e impactos”, normalmente utilizada na área de SST. Tabela essa que

contém as atividades, os riscos inerentes destas atividades e a forma de

melhor controlar esses riscos, indicando uma ação preventiva, como o uso

de EPC ou EPI, etc.;

II) Um formulário, criado e baseado em formulário existentes para análise de

riscos, ou conhecido também por APR ( análise preliminar de risco) .este

formulário tem a função de justamente ser preenchido todos dados possíveis

para um estudo e avaliação dos riscos inerentes de uma determinada

atividade ou tarefa e consequentemente a adoção de ações necessárias

para cessar ou minimizar esses riscos.

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Chefe Giuliano Tramontini-10/2012 - Versão.001

-Formulário003

ATIVIDADE /TAREFA RISCOS EPI(S) / EPC(S) RECOMENDADO(S) OBSERVAÇÕES GERAIS

Higienização

predial e

utensílios em

geral

Físico ( ruidos, umidade) / Químicos

(poeiras / neblinas/ químicos de limpeza ) /

Biológico ( bactérias, fungos) / Ergonômico

( esforço físico intenso / levantamento e

transporte manual de peso / postura

inadequada / equipamento inadequado ) /

Acidente ( batida contra / contusão / queda

/ queda de nível ferramentas e equipamentos

defeituosas ou Inadequadas )

Luva de latéx, óculos de proteção, placa de segurança

Usar luvas diferentes para higienização

de sanitários, lavagem de louças e

demais áreas. Preferencialmente usar

óculos de proteção na higienização de

sanitários.

Manutenção

predial SEM Elétrica

Físico ( ruidos, frio, calor, umidade) /

Químicos ( poeiras / neblinas/ químicos de

limpeza ) / Ergonômico ( esforço físico

intenso / levantamento e transporte manual de

peso / postura inadequada/ equipamento

inadequado ) / Acidente ( batida contra /

contusão / queda / queda de nível

ferramentas e equipamentos defeituosas ou

Inadequadas )

Luva de latéx, luva de vaqueta, óculos de proteção,

mascara semi facial PFF1 , sapato de segurança

com biqueira, capacete, cinto tipo

parquedista+talabarte, placa de segurança e ou fita

zebrada

Luva de latex para trabalhos com

químicos e água, luva de vaqueta para

ativdades com atrito nas mãos,

máscara para proteção respiratória em

caso de poeiras, sapato de segurança

contra escorregões e quedas de objetos

nos pés, capacete para queda de

objetos na cabeça, cinto tipo

paraquedista + talabarte para trabalhos

em altura acima de 2m.

Manutenção

predial COM Elétrica

Físico ( ruidos, frio, calor, umidade) /

Químicos ( poeiras / neblinas/ químicos de

limpeza ) / Ergonômico ( esforço físico

intenso / levantamento e transporte manual de

peso / postura inadequada/ equipamento

inadequado )/ Acidente ( batida contra /

contusão / queda / queda de nível /

eletricidade / Probabilidade de Incêndio ou

Explosão / ferramentas e equipamentos

defeituosas ou Inadequadas / Queimaduras )

Luva de borracha ou de vaqueta, capacete, sapato

de segurança sem metais, cinto+

talabarte+escadas, todos para trabalhos em

eletrecidade e trabalho em altura acima de 2m,

óculos de proteção, ferramentas isoladas para

trabalho em eletricidade conforme a carga, placa de

segurança , fita zebrada, bloquear e etiquetar quadro

geral de energia.

Muito cuidado com trabalhos em

eletrecidade, desligar a carga da rede ,

isolar a àrea e trabalho apenas para

profissionais da área .Atenção ,

trabalhos em eletricidade podem

levar ao óbito.

Chefe Giuliano Tramontini-10/2012 - Versão.001

-Formulário003 -

ATIVIDADE

/TAREFARISCOS EPI(S) / EPC(S) RECOMENDADO(S) OBSERVAÇÕES GERAIS

Manutenção de

equipamentos

Físico ( ruidos,) / Químicos ( poerias /

neblinas/ químicos de limpeza ) /

Ergonômico ( esforço físico intenso /

levantamento e transporte manual de peso /

postura inadequada/ equipamento inadequado

) / Acidente ( batida contra / contusão /

queda / queda de nível / eletricidade /

Probabilidade de Incêndio ou Explosão /

ferramentas e equipamentos defeituosas ou

Inadequadas /Queimaduras )

Luva multitato, luva de vaqueta ou luva de latéx,

óculos de proteção , sapato de segurança,

ferramentas adequadas e placa de segurança

Planejar a manutenção com

antecedência, usar o EPIs adequado,

isolar a àrea para segurança dos

demais e realizar a mnutenção somente

capacitado na mesma.

Manutenção de

material de

sapa( Facão ,

machadinha,

machado, pá,

etc.)

Ergonômco ( Postura

inadequada/Equipamento inadequado ) /

Acidente ( Batida contra / Contusão /

Ferramentas e Equipamentos Defeituosas ou

Inadequadas / Corte - Perfuração )

Luva de raspa ou anti corte , óculos de segurança,

placa de segurança e ou fita zebrada

Orientar jovens e adulsto da forma

correta de manutenção, planejar a

manutenção com antecdência, usar os

EPIs adequados e isolar àrea para

trabalhar com segurança para todos.

Atividades de

preparo de

alimentação

Físico ( Ruidos / Frio / Calor / Umidade ) /

Biológico ( Bactérias / Protozoários /

Fungos / Parasita) / Ergonômco

(Levantamento e transporte manual de peso /

Postura inadequada/Equipamento inadequado

/ Ritmo excessivo de atividades / Atividade em

tempos prolongados e noturno ) /Acidente (

Batida contra / Contusão - Esmagamento -

Amputação / Queda / Eletricidade /

Ferramentas e Equipamentos Defeituosas ou

Inadequadas / Probabilidade de Incêndio ou

Explosão / Corte - Perfuração / Queimaduras

.

Luvas de latéx, touca para os cabelos, sapatos de

segurança, luva anti-corte, avental de napa, luva para

alta temperaturas, restringir o tráfego de pessoas na

cozinha ou cantina

Cuidado na pré- preparo e preparo dos

alimentos, Realizar a higine pessoal

adequada e so ambiente que irá

trabalhar. Cuidados com cortes e

perfurções, superfícies quentes, contato

direto com a chama de fogo,

escorregões e tráfego de muitas

pessoas no local

TABELA DE ATIVIDADES, RISCOS E CONTROLE - Pg.1/5

TABELA DE ATIVIDADES, RISCOS E CONTROLE - Pg.2/5

Tabela 6– Atividades, Riscos e Controles I

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Chefe Giuliano Tramontini-10/2012 - Versão.001

-Formulário003 -

ATIVIDADE /TAREFA EPI(S) / EPC(S) RECOMENDADO(S) OBSERVAÇÕES GERAIS

Atividades com

fogo e GLP(

cozinha, fogo de

conselho,

fogueiras em

geral )

Físico ( Calor ) / Químico ( Gases / Vapores

) / Ergonômico ( Levantamento e transporte

manual de peso / Postura

inadequada/Equipamento inadequado /

atividade noturna / Acidente ( Batida contra

/ Contusão / Amputação / Queda /

Ferramentas e Equipamentos Defeituosas ou

Inadequadas / Probabilidade de Incêndio ou

Explosão / Corte - Perfuração / Animais

peçonhentos / Queimaduras)

Uso de luvas de vaqueta e óculos de segurança são

ideais, não usar combustíveis líquidos, ter próximo

um balde de água ou pá com terra em abundáncia

próximos.

Cuidado na preparação de fogos de

cozinha e fogueiras em geral, limpar a

àrea a ser utilizada ( removendo as

leivas de grama e material combustível

próximos ) a utilização de no mínimo

uma luva de vaqueta é o ideal. Em

hipótese alguma utilizar combustíveis

liquidos ( gasolina, alcool, querosene

,etc) pelo risco de explosão e

queimaduras graves, bem como a

contaminação do meio ambiente.

Trabalhar na área com as lenhas de

forma organizada para que não ocorram

acidentes. Em caso de princípio de

incêndio utilizar o balde água ou terra

próximos colocados estratégicamente

para essas situações. Cuidado na

manipulação de botijão de GLP ( gás de

cozinha) usar somente os de 5K, 8Kg e

13Kg, nos quais possuem válvulvas de

segurança. Usar cartuchos de gás para

fogareiros e lampiões em área abertas,

ventiladas e sem possibilidade de

ignição . Treinar para o uso adequado

dos mesmos. Realizar a manutenção

TABELA DE ATIVIDADES, RISCOS E CONTROLE - Pg. 5/5

Tabela 8– Atividades, Riscos e Controles III

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Figura 25 – Formulário de APR - Frente

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Figura 26 – Formulário de APR - Verso

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8) Comissão de Segurança (CS)

Foi apresentado nas definições no sistema de gestão de segurança o conceito

de CIPA, no ME será indicado criação de uma comissão semelhante em funções,

onde:

A CIPA escoteira, vamos assim relacionar, será chamada de Comissão de

Segurança (CS);

A CS será criada em todos níveis de escotismo no Brasil, ( Local, Regional e

Local);

A CS Local será composta preferencialmente pelos Chefes responsáveis de

cada seção ou algum outro Chefe por ele indicado, então será assim

composta: por parte da Chefia, quatro Chefes (01 Chefe dos lobinhos,01

Chefe dos escoteiros, 01 Chefe dos seniores/guias e 01 Chefe dos

Pioneiros), 01 dirigente da UEL, indicado como Diretor de Segurança que

coordenará os trabalhos dessa CS, e por parte dos pais, 04 pais, sendo um

de cada seção(01 pai dos lobinhos, 01 pai dos escoteiro, 01 pai dos

seniores/guias e 01 pai dos pioneiros), nos quais serão os representantes

dos pais. A CS Local terá no máximo 09 e no mínimo 03 participantes (01

dirigente da UEL, 01 representante da Chefia e 01 representante dos pais e

dos participantes, sairão 03 delegados (01 dirigente, 01 representante dos

Chefes e 01 representante dos pais) para serem os responsáveis em

participar de reuniões e palestras da CS Regional, no quais levarão, dados e

ideias de sua UEL para avaliação e melhoria do sistema de gestão;

A CS Regional será composta por 01 dos dirigentes do escritório regional,

chamado de Diretor Regional de Segurança, responsável para coordenar os

trabalhos dessa CS e os delegados das UEL, pelos participantes entre os

delegados, será escolhido um secretário para apoiar administrativamente e

delegados regionais ( 02 por região) mais o Diretor Regional ( totalizando 03

participantes) , para representar a sua regional em reuniões e palestras nas

CS Nacional;

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63

A CS Nacional será composta por 01 dirigente nacional, chamado de Diretor

de Segurança Nacional, com a função de coordenar os trabalhos e levar as

informações e sugestões de melhorias do sistema ao CAN e DEN e em

contrapartida informar as CSs regionais sobre as deliberações realizadas

pela diretoria nacional em suas reuniões. Além do Diretor de Segurança

Nacional, a CS nacional será composta pelos delegados regionais, nos

quais, escolherão entre os participantes, um Diretor de Segurança Nacional

Adjunto e um Secretário para apoio administrativo;

A principal função da CS em todos seus níveis será manter, avaliar e

melhorar o sistema de gestão em segurança.

9) Cuidados com ergonomia

Alguns conceitos importantes:

Ergonomia:

É o estudo científico de adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de trabalho ás capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas do homem.

A ERGONOMIA é uma ciência multidisciplinar com a base formada por várias outras ciências. A antropometria e a Biomecânica fornecem as informações sobre as dimensões e os movimentos do corpo humano. A Anatomia e a Fisiologia Aplicada fornecem os dados sobre a estrutura e o funcionamento do corpo humano. A Psicologia, os parâmetros do comportamento humano. A Medicina do Trabalho, os dados de condições de trabalho que podem ser prejudiciais ao organismo humano. Da mesma forma, a Higiene industrial, a Física, a Estatística e outras ciências fornecem informações a serem utilizadas pela ERGONOMIA, de forma a possibilitar o conhecimento e o estudo completo do sistema homem-máquina-ambiente de trabalho, visando a uma melhor adequação do trabalho ao homem. Adaptação dos instrumentos, condições e ambiente de trabalho às capacidades psicofisiológicas antropométricas e biomecânicas do homem. ( Fonte: http://www.sogab.com.br/saudebiosseg.htm)

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D.O.R.T.(Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao

Trabalho):

São lesões ocorridas em ligamentos, músculos, tendões e

em outros segmentos corporais relacionadas com o uso

repetitivo de movimentos, posturas inadequadas e outros

fatores como a força excessiva.

( Fonte: http://www.sogab.com.br/saudebiosseg.htm)

Foi indicado aqui o conceito de

ergonomia e D.O.R.T., pois baseado

nesses conceitos será apresentado uma

abordagem nos cuidados de uso de

mochilas, principalmente pelos jovens,

justamente para que não ocorram lesões

em sua estrutura osteomuscular nos quais

podem deixar sequelas no crescimento

desses jovens. A ergonomia é uma

ciência nova e ampla, poderíamos realizar

estudos ergonômicos nas mais variadas situações, entretanto por uma questão de

foco e demanda aplicada será abordado somente o assunto específico.

No ME atualmente, muito dos jovens e adultos ao utilizarem uma mochila para

suas atividades externas (acampamentos, caminhadas, passeios), carregam tudo

que “ talvez” possam necessitar naquela atividade, sem muitas vezes levar em conta

a real necessidade de carregar muito material em sua mochila e o mais grave,

quanta carga( massa, peso..) sua mochila irá exercer sobre sua estrutura

osteomuscular ou que tipo de problemas esse excesso de peso podem causar em

seu corpo.

Os especialistas na área de fisioterapia e ergonomia, informam que crianças

entre 7 e 14 anos( idades de lobinhos e escoteiros) são os jovens mais afetados

pelo uso inadequado de mochilas, lembrando que nessa faixa etária é o principal

momento da vida de uma criança onde ocorre a estruturação osteomuscular em seu

desenvolvimento, por isso os cuidados devem ser redobrados e as lesões evitadas.

Figura 27 – Escoteiro e sua Mochila

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Fica a dúvida comum á todos, quanto deve ter de massa( peso) a mochila que

o jovem ou adulto no ME podem carregar?

O indicado pelos profissionais da área é que : 10% é o ideal ,15% o aceitável e

20% n da sua massa corporal, com carga máxima de 25kgs( para adultos), exemplo:

um Sênior com 70kg, deverá carregar por essa regra no máximo 7Kgs. Entretanto

muitas vezes não existe a possibilidade de carregar o material que não ultrapasse

esses 10%. Então baseado nas pesquisas realizadas, surge as seguintes equações

de cálculo, sempre preferindo o limite dos 10% de sua massa corporal:

Onde:

Para :Lobinhos ( 7-10anos) e Escoteiros(11-14anos):

Exemplo um lobinho de 45kg:

MC=45, onde Cmax= (45x10)/100 = 4,5 kg

Esse lobinho com uma MC de 45kg, o ideal é que carregue no máximo 4,5kg

em sua mochila.

Para : Sêniores/Guias(15-18anos), Pioneiros(18-21anos) e adultos ( acima

de 21 anos):

Exemplo um Sênior de 76kg:

MC=76, onde Cmax= (76x15)/100 = 11,4kg

Esse Sênior com uma MC de 76kg, o ideal é que carregue no máximo 11,4kg

em sua mochila.

Cmax= Carga máxima da mochila

MC= Massa corporal (peso da pessoa)

Cmax=(MCx10)/100

Cmax=(MCx15)/100

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Além da massa de carga da mochila deve ser levado em conta também:

Compra correta: Compre mochilas de boa qualidade, fabricada com

material de boa tecnologia e adequada ao seu porte físico, exemplo compra

um mochila de 70l de volume para um lobinho.

Arrumação adequada:

Não pode ficar nada machucando nenhuma parte do corpo (costas, ombros,

barriga, etc.);

O peso dos utensílios, roupas e materiais em geral, devem ser bem

distribuídos para que a mochila não fique pesando para um dos lados;

Faça uma lista de utensílios, roupas, equipamentos e alimentação

necessários para o tipo e tempo de atividade que irá usar a mochila, leve

somente o necessário realmente.

Conforto:

Ao comprar a mochila, “vista-a” para sentir o conforto e se a mesma adapta-

se bem eu seu corpo;

Ao usar a mochila, ajuste todas fitas reguláveis que interferem no conforto, a

mochila quanto mais próxima ao corpo e com a “ barrigueira” ajustada na

cintura, mais conforto terá no uso;

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Abaixo mais dicas para o uso correto da mochila:

Figura 28 – Dicas de ajuste de mochila

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68

10) Segurança em uso de máquinas nas atividades

No ME em poucos momentos utiliza-se máquinas em geral, entretanto, vai ser

listado máquinas mais comuns, que existem a possibilidade de utilização em algum

momento, baseado nisso será apresentado orientações e normas de segurança

baseados na norma regulamentadora (NR-12) para uma maior segurança e

prevenção de acidentes dos operadores.

Classificação das máquinas quanto à fonte de energia:

I) Elétricas: Máquinas nos quais possuem um motor elétrico e sua fonte de

energia é a eletricidade. Esta eletricidade pode ser contínua (CC - corrente

Contínua), oriunda de baterias, geralmente baterias de 12v ou2 4v ou 36v ou

alternada( CA – corrente alternada), oriunda da rede elétrica, normalmente

de capacidade de carga de 110v, 220v.

II) Autopropelidas: Máquinas que possuem um motor de combustão. Sua

fonte de energia pode ser, Gasolina ou a combinação de Gasolina com óleo

lubrificante 2 tempos.

Classificação das máquinas quanto a sua função:

I) Cortador de grama: O próprio nome define a função, serve para corta

grama. Pode ser elétrico ou autopropelido. Geralmente utilizado em áreas

planas, com gramado de médio a baixa altura. Possui um motor que faz girar

lâminas de aço para realizar o corte;

II) Aparador de grama: Elétrico, sua principal função é realizar o acabamento

do corte de grama, mas também é utilizado para corte em pequenas áreas e

grama de baixa altura. Possui um motor que faz girar um eixo, que em sua

extremidade possui um carretel com fio de nylon que realiza o corte;

III) Roçadeira: Pode ser elétrico ou autopropelida . Seu motor é mais potente.

Sua função é cortar grama alta, mato, inço até pequenos arbustos, utilizado

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em grandes áreas. Como o aparador de grama, possui um motor que faz

girar um eixo, esse eixo faz girar um carretel com nylon de maios espessura

ou lâminas de aço, dependendo do tipo de serviço a ser realizado;

IV) Podadora: Está máquina para realizar a poda de arbustos e árvores

com galhos de baixa bitola. Pode ser elétrico ou autopropelido. O motor é

ligado um sistema de corte, onde as lâminas funcionam em um vai e vêm no

qual realiza o corte. Ainda existem podadoras com cabo extensor para

alcançar lugares mais altos;

V) Moto Serra: As menos potentes são elétricas e as mais potentes para

trabalho mais pesado e contínuo são autopropelidas. Sua função é realizar

o corte de troncos e galhos de árvores de bitolas maiores;

VI) Furadeira: Serve para realizar furos nas mais diversas superfícies e

materiais. São elétricas e podem ser manuais ou de bancada (ficam fixas

em uma mesa);

VII) Lixadeira: Existem várias modelos, podem ser do tipo treme-treme,

circular, de bancada etc., mas sua função é lixar superfícies e materiais

diversos;

VIII) Serras Tico-tico / Circular / Sabre: São elétricas, geralmente

manuais, mas algumas podem se de bancadas, servem para serrar os mais

diferentes tipos de materiais.

IX) Eletrodomésticos em geral: As máquinas que usamos em nosso dia

a dia em nossa residência ou sede do grupo escoteiro. São elétricas, e

servem para as mais variadas funções, liquidificador, batedeira, cafeteira,

micro ondas, aspirador de pó, ventilador, etc..

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Para utilização forma segura do uso das máquinas apresentadas segue:

Utilizar a máquina adequada para tarefa específica. Exemplo: Se a tarefa a

ser realizada for o corte de um mato alto, usar a roçadeira, pois o aparador

de grama ou cortador de grama não são adequado para essa tarefa.

Usando a máquina correta a tarefa será mais rápida, segura e eficaz;

Conhecer o funcionamento e operação da máquina a ser utilizada, através

de curso ou estudo dos manuais;

Utilizar os EPIs e EPCs indicados para a proteção individual e coletiva para

realização da tarefa;

Ter um controle mais rígido na manutenção preventiva e corretiva das

máquinas. Esse controle pode ser realizado através da criação de um

formulário e um calendário para realização da manutenção;

As manutenções devem ser realizadas por profissionais habilitados e

capacitados nessas máquinas;

Antes de iniciar a tarefa, realizar um inspeção prévia das máquinas, pode ser

criado um check list para verificar a limpeza, funcionamento e abastecimento

das mesmas ( se for o caso);

Em máquinas elétricas que será utilizado extensão elétrica, a extensão deve

ter a bitola do fio adequada a potência da máquina ( um eletricista pode

dimensionar esse item), usar plugs e conexões corretos e intactos, ao longo

do fio , não deve ter emendas;

Máquinas autopropelidas devem ser verificadas o nível de combustível e

abastecer se necessário ( IMPORTANTE: No abastecimento da máquina,

além da questão de segurança é preciso ter o cuidado de não derramar o

combustível da máquina no solo por uma questão de proteção ambiental ).

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11) Formulários e Indicadores

Em todo sistema de gestão, como já comentado anteriormente, existe a

necessidade de alguns formulários e indicadores, para padronizar e organizar as

informações e para medir de forma eficaz os resultados realizados para comparar

com o planejado.

Formulários:

No processo de gestão qualquer formulário que for criado, precisa ser

observado por alguns pontos importantes:

I) Que ele seja criado com uma função específica para organização e

padronização de algum processo;

II) Que ao ser criado ele seja de fato utilizado pelos envolvidos e que aqueles

que usarem esse formulário, entendam a importância e necessidade de uso;

III) Que após criado, seja realizado um treinamento de uso por aquele que criou,

para que não tenha dúvidas no uso;

IV) Deve ser incluído nele um nº de controle, (Exemplo: formulário001), a

autoria de quem o criou , a versão com a data de atualização, para que não

seja utilizados ultrapassados, ou versões não revisadas, pois é comum nas

melhorias de um processo de gestão, alterações de formulários para adaptar

novas realidades.

Além do formulário de APR (análise preliminar de risco) já apresentado para

ser utilizado como ferramenta de prevenção, segue uma formulário criado também

como sugestão na aplicação no sistema de gestão, que deverá ser utilizado após a

ocorrência de acidentes, ele é a junção da ideia de um formulário de investigação de

acidentes e uma CAT( porém mais simples) , este formulário serve para analisar a

ocorrência de um acidente e descobrir sua causa raiz, o motivo principal do

acidente, devendo evitar que ele ocorra novamente, informar as diretorias em todos

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níveis de escotismo envolvidos, oficializar na instituição e serve como dado de

entrada para o indicador de acidentes para posterior estudo e avaliação da eficácia

da gestão de segurança.

Esse formulário foi chamado de ICA (Investigação e Comunicado de

Acidente), segue:

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Figura 29 – Formulário de ICA - Frente

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Figura 30 – Formulário de ICA - Verso

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Indicadores:

A questão dos Indicadores para medição da gestão, já foi explicado com mais

detalhes anteriormente nas definições, o que segue a sugestão do uso de três (03)

indicadores para o ME, que são:

Indicador de acidentes: Este indicador tem o objetivo de medir a

quantidade, e os tipos de acidentes nos doze (12) meses do ano.

Tabela 9– Controle de acidentes

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O resultado da planilha:

Indicador de Capacitação: Específico para medir a quantidade de

participantes dos cursos propostos de “Gestão em Segurança“ e ”Controle

de emergências”, no período de doze (12) meses.

Figura 31 – Resultado do Indicador de Acidentes

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Tabela 10– Controle de capacitação

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78

O resultado da planilha:

Indicador de Crescimento: Acompanha a medição do crescimento de

participantes registrados no ME, dividido por faixa etária e seção no período

de doze (12) meses.

Figura 32 – Resultado do Indicador de Capacitação

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79

Tabela 11– Controle de crescimento

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80

O resultado da planilha:

O importante na utilização desses indicadores é alimentar os dados de forma

contínua, real e cruzar as informações entre eles no momento da análise crítica para

real avaliação da eficácia do sistema de gestão na busca das melhorias.

Figura 33 – Resultado do Indicador de Crescimento

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81

12) Situações de Emergência e Urgência

Nas definições gerais, foram apresentados os conceitos de emergência,

urgência e brigada de incêndio/emergência, o foco desse item especial é mostrar o

dimensionamento da estrutura de uma brigada de emergência, as responsabilidades

de cada função, uma sugestão de dimensionamento para atividades escoteiras e

orientações gerais de plano de emergências.

Importante lembrar, que o dimensionamento da brigada, depende da

quantidade de pessoas participando na sede ou atividade externa e o grau de risco.

Figura 34 – dimensionamento de brigada de emergência

Coordenador Geral

Coordenador de Brigada

Chefe de Seção Chefe do Ponto de Encontro Chefe de Trânsito

Brigadista de Trânsito Brigadista do Ponto de Encontro Líder de Fila

Cerra Fila

Comunicações

Rastreador

Brigadista Socorrista / Bombeiro

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82

As funções de cada componente adaptado ao ME:

Coordenador Geral: É o responsável por coordenar e orientar toda brigada

de emergência. Ele que aciona a brigada e determina o abandono de área

se necessário. Pode ser o Diretor de Segurança ou o Diretor de Escotismo,

seu adjunto ou um Chefe mais antigo e capacitado para a função;

Comunicações: Fica responsável por acionar as equipes de segurança

pública;

Coordenador de Brigada: Ele se reportará direto ao coordenador geral e os

demais chefes de cada função se reportarão a ele. È o responsável por

deslocar as pessoas com segurança para uma área segura em caso de

sinistro e através de suas orientações, minimizar as perdas, se assim for

possível;

Brigadista Socorrista / Bombeiro: Adulto ou na impossibilidade, Pioneiro,

capacitado em combate de incêndios e primeiros socorros. Responde

diretamente ao coordenador de brigada, sua função é combater a incêndios

em fase inicial e controlável e prestar atendimento de primeiros socorros

quando necessário. Esta função pode ser realizada por uma ou mais

pessoas, pode ser separado brigadista socorrista de brigadista bombeiro,

tudo vai depender da quantidade de voluntários disponíveis para atuar

nessas funções;

Chefe de Seção: Podes ser o próprio chefe da seção (lobinhos, escoteiro,

sênior/guia ou pioneiro) ou por ele indicado. Será responsável por

resguardar a integridade física dos jovens sob sua responsabilidade, irá

coordenar o abandando de área e os demais brigadistas sob seu comando,

informará o coordenador de brigada que estão todos seguros;

Líder de fila: Será um dos assistentes da seção , terá a função de liderar a

fila de jovens e adultos até o ponto de encontro. Deve ser conhecedor das

saídas de emergência e rotas de fuga;

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83

Cerra fila: Também deverá ser um chefe assistente da seção. Sua

responsabilidade é se posicionar no final da fila para apoiar o líder de fila e

ter a certeza de não ficar nenhum jovem para trás;

Rastreador: Poderá ser qualquer adulto da UEL, sua função é repassar

todos locais, salas, banheiros, etc., para fazer a última verificação se não foi

deixado nenhum jovem ou adulto para trás e caso o tenha , encaminha-lo

para uma área segura;

Chefe do ponto de encontro: Ligado diretamente ao comando do

coordenador de brigada. Sua função é coordenar e organizar o recebimento

e checagem do pessoal no ponto de encontro (ponto pré-definido, área

segura para todos);

Brigadista do ponto encontro: Sua função é auxiliar o chefe do ponto de

encontro em organizar e controlar a situação no momento de emergência;

Chefe de trânsito: Em caso de algum sinistro com abandono de área, sua

função é isolar a área e manter os curiosos longe do sinistro, conter o

trânsito caso seja necessário e direcionar as viaturas das equipes de

serviços de segurança pública ao local;

Brigadista de trânsito: Auxiliar e apoiar o chefe de trânsito em suas

funções.

No assunto 3.0.2.1, item 2, fala de forma geral do curso de formação de

brigada de emergência, a função desse curso é justamente preparar os adultos e

Pioneiros do ME para a contenção e ação em situações de emergência e urgência.

Segue a apresentação de uma proposta de dimensionamento de uma brigada

de emergência para atividades escoteiras. O embasamento de estudo para a criação

desse dimensionamento é a norma regulamentadora 4 ( NR-4: SESMT) e a norma

ABNT NBR14276:2006.

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Chefe Giuliano Tramontini-10/2012 - Versão.001

-Formulário005

Classificação de Locais e Atividades

Grau de

Risco de

Carga

Incêndio

Grau de

Risco de

acidentes

NR-4

População

Profissonais: ( ES ) Engenheiro de Segurança

/ ( M ) Médico / ( E ) Enfermeiro / ( TS )

Técnico em Segurança / ( TE ) Técnico em

Enfermagem / ( B ) Bombeiro Civil.

( BE ) Brigadista de

Ermegências (

Prevenção e combate à

princípio de incêndios+

Primeiros Socorros )

E1 e E5 - Atividades em Sede 1 até 10 * 1

F3- Atividades escoteiras em ginásios, arenas

( edificações permanentes)2 10 à 20 * 2

40 * 4

60 * 5

80 * 6

100 1 Ts 7

120 1 Ts 8

140 1 Ts 9

160 1 Ts 10

180 1 Ts 11

200 1 Ts 12

300 1 Ts 13

400 1 Ts 14

500 1 Ts + 1 M + 1E +TE 15

1000

De 1.000 à 1.999 +1 ES, acima, 1 ES para cada

3.000 / 1 M para cada 1.000 / 1 E para cada 1.000 /

1 TE para cada 500 / 1 B para cada 1.000 / 1 TS

para cada 1.000

Para grupo 100 acrescentar +

2 BE

500 1 ES+1 M+1 E+4 TS+2 TE+1 B 17

1000 1 ES+1 M+1 E+4 TS+3 TE+1 B 27

1500 1 ES+1 M+1 E+4 TS+5 TE+1 B 27

2000 1 ES+2 M+2 E+4 TS+7 TE+2 B 31

2500 1 ES+2 M+2 E+4 TS+9 TE+2 B 31

3000 2 ES+3 M+3 E+4 TS+11 TE+3 B 35

3500 2 ES+3 M+3 E+4 TS+13 TE+3 B 35

4000 2 ES+4 M+4 E+4 TS+15 TE+4 B 39

4500 2 ES+4 M+4 E+4 TS+17 TE+4 B 39

5000 2 ES+5 M+5 E+4 TS+20 TE+5 B 43

Chefe Giuliano Tramontini-10/2012 - Versão.001

-Formulário005

Classificação de Locais e Atividades

Grau de

Risco de

Carga

Incêndio

Grau de

Risco de

acidentes

NR-4

População

Profissonais: ( ES ) Engenheiro de Segurança

/ ( M ) Médico / ( E ) Enfermeiro / ( TS )

Técnico em Segurança / ( TE ) Técnico em

Enfermagem / ( B ) Bombeiro Civil.

( BE ) Brigadista de

Ermegências (

Prevenção e combate à

princípio de incêndios+

Primeiros Socorros )

500 1 ES+1 M+1 E+4 TS+2 TE+1 B 17

1000 1 ES+1 M+1 E+4 TS+3 TE+1 B 25

1500 1 ES+1 M+1 E+4 TS+5 TE+2 B 25

2000 1 ES+2 M+2 E+4 TS+7 TE+3 B 33

2500 1 ES+2 M+2 E+4 TS+9 TE+4 B 33

3000 2 ES+3 M+3 E+4 TS+11 TE+5 B 41

3500 2 ES+3 M+3 E+4 TS+13 TE+6 B 41

4000 2 ES+4 M+4 E+4 TS+15 TE+7 B 49

4500 2 ES+4 M+4 E+4 TS+17 TE+8 B 49

5000 2 ES+5 M+5 E+4 TS+20 TE+10 B 57

6000

1 ES para cada 3.000 / 1 M para cada 1.000 / 1 E

para cada 500 /1 TS para cada 1.000 / 1 TE para

cada 250 / 1 B para cada 250

Para grupos de 100

acrescentar + 8 BE

F7 - Grandes atividades escoteiras com

montagem de construção provisória ( tipo

lonas de circo, arenas, etc) + Barracas +

botijão e refis de GLP

Alto 4

TABELA DE DIMENSIONAMENTO DE PROFISSIONAIS E BRIGADA DE EMERGÊNCIAS- Pg.1/2

Dimensionamento baseado ABNT - NBR - 14276:2006 - Brigadadas de Incêndio e Lei 6.517 de 22/09/77 - NR-4 , Quadros I e II

F7 - Grandes atividades escoteiras com

montagem de construção provisória ( tipo

lonas de circo, arenas, etc)

Médio 4

6000

Baixo

H60 - Locais de atendimento médico

( Ambulatórios / Clínicas )3

1 ES para cada 3.000 / 1 M para cada 1.000 / 1 E

para cada 500 /1 TS para cada 1.000 / 1 TE para

cada 250 / 1 B para cada 250

Para grupos de 100

acrescentar + 4 BE

TABELA DE DIMENSIONAMENTO DE PROFISSIONAIS E BRIGADA DE EMERGÊNCIAS- Pg.2/2

Tabela 12– Dimensionamento de BE em atividades escoteiras

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Plano de emergência: É um documento que serve como referência e

orientação para realizar os procedimentos em caso de emergências, no qual

contém:

As principais informações da instituição que o criou;

Os procedimentos para abandono de área quando necessário;

A descrição dos recursos disponíveis de apoio aos serviços de segurança

pública;

A indicação das rotas de fuga, pontos de encontro, ponto de reunião da

brigada e melhores rotas de acesso á instituição pelos serviços de

segurança publica;

Dimensionamento da brigada de emergência e as responsabilidades de seus

integrantes;

13) Proteção contra Incêndios

Em geral, as UEL quase não possuem sistemas de prevenção e combate á

incêndios, algumas não tem extintores portáteis, outras nem isso, mas ainda temos

aquelas que sua sede está inserida em uma instituição, uma clube, escola, etc, aí

estas dispõe de recursos provenientes de seus provedores.

Segue algumas orientações baseadas na norma regulamentadora (NR-23)

adaptada ao ME, que trata da matéria de proteção contra incêndios. Algumas já

possuem, outras na terão condições, mas o importante é conhecer os recursos

possíveis e utilizar o que for possível.

O ideal é que os adultos e pioneiros participem do curso de “brigada de

emergência”;

Pelo menos os diretores conheçam a legislação estadual, bem como as

normas técnicas contra incêndios;

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Se “possível” que a UEL possua ou use da sua própria instituição provedora

os recursos:

Sistema de alarmes contra incêndios;

Chuveiros automático ( sprinklers);

Mangueiras e hidrantes;

Extintores manuais, preferencialmente do tipo água pressurizada, pó

químico seco e CO2, na impossibilidade de todos, pelo menos 02 tipos, o de

água pressurizada e o de pó químico seco (PQS) pois estes atendem boa

parte das classes de incêndios;

Os locais de atividades devem possuir saídas de emergência com livre

acesso, em número suficiente para a população que o ocupa o local e

sinalizada com placa ou sinal luminoso;

Todos devem ser treinados e conhecer, o procedimento de abando de área

em caso de sinistro;

Devem ser treinados a maior quantidade de pessoal possível nos sistemas

de prevenção (alarmes, por exemplo) e combate inicial contra incêndios;

14) Condições Sanitárias e de Higiene

Na maioria das vezes é relacionado a questão da segurança somente com os

acidentes, entretanto, a atenção devem ser dada de forma mais geral em certos

casos, como a questão da qualidade das condições sanitárias e de higiene dos

ambientes, pois estão diretamente relacionados com a saúde e bem estar das

pessoas que utilizam um determinado local, seja na sede escoteira ou acampando ,

qualquer local sem o mínimo de condições sanitárias e de higiene certamente atrai

vetores de contaminação atacando diretamente a saúde de todos, sempre queremos

trabalhar com prevenção e não na correção dos problemas. Segue algumas

indicações gerais baseado na norma regulamentadora ( NR-24), que orienta sobre

esta matéria.

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87

Condições Sanitárias:

Nas sedes das UEL, regionais e nacional devem possuir banheiros /

vestiários separados por gênero (feminino e masculino) para que se possa

ser respeitado suas individualidades, intimidades e peculiaridades de cada

um;

Nos banheiros / vestiários devem possuir:

Vaso sanitário com tampa e apoio e se possível mictório, em material de

louça vitrificada para fácil higienização e descarga automática ou forçada,

bem como dispensador de papel higiênico, preferencialmente fechado para

proteção contra contaminação do ambiente;

Lavatório (pia) com torneira com água limpa e corrente, dispensador de

sabonete líquido e toalha de papel descartável;

O piso e as paredes devem ser revestidos de material resistente, seguro e

impermeável para fácil higienização se possível de azulejo ou porcelana;

O vaso sanitário deve ser instalado em reservado para preservar as

intimidades do usuário;

Os banheiros / vestiários devem possuir ralos para escoamento da

água de chuveiro, da água da higienização do ambiente, bem como do

vaso sanitário devidamente conectados á rede de esgoto principal,

quando não for possível, conectados a um fossa séptica específica

para este fim;

Os banheiros devem possuir coletores de lixo separados, para papel

higiênico com tampa, de preferência com pedal para não ocorrer

contato e para papel toalha;

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88

Os banheiros / vestiários dotados de chuveiros, devem:

Fornecer água limpa e corrente, bem como água quente para clima frio;

Ser instalados em altura apropriada e segura;

Se forem elétricos, devem ser instalados por pessoa capacitada e

devidamente aterrados á rede elétrica para segurança do usuário;

Se forem do tipo de aquecimento por “junker”( aquecedor externo) , indicar

nos registros reguladores a água quente e a água fria;

Se possível estrado ou tapete anti derrapante para maior segurança;

Instalados em área reservada para preservar a intimidade do usuário;

Por uma questão de segurança e conforto, se possível, banheiros /

vestiários, possuir uma área em separado, segura e seca para troca de

vestimentas;

Em caso de atividades como acampamentos, onde muitas vezes não é

possível o uso de sanitário e banho regulares, deverá ser criado uma latrina

e chuveiro de campanha para atender os requisitos mínimos de higiene,

sendo instalados em locais apropriados, longe de fontes de água limpa e

separado por gênero (feminino e masculino).

Todos ambientes devem ser limpos e higienizados com maior rigor possível

e sempre que necessário para a manutenção das condições de uso e evitar

a atração de vetores e causa de doenças. Sempre lembrando de utilizar os

químicos de limpeza e EPIs corretos.

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89

Condições de higiene:

As condições gerais de um excelente higiene dos ambientes, são as

condições de manter uma boa saúde á todos que vivem ali;

Todos ambientes, sejam eles quais forem devem ser limpos, organizados e

devidamente higienizados diariamente;

Não deve ocorre o acumulo de qualquer tipo de lixo, principalmente

orgânico, pois é fonte de alimento para vetores de doenças, como ratos e

baratas, devem ser descartados de forma adequada conforme legislação

municipal e se possível diariamente;

Por uma questão de prevenção, se possível, anualmente realizar detetização

de todos ambientes e instalar nos ambientes, armadilhas contra roedores,

interna e externamente;

Em locais onde ocorrem o preparo e manuseio de alimentos:

Devem conter lavatório (pia) em material resistente, impermeável e seguro

de fácil higienização, se possível 02(dois) , um para higienização pessoal e

outra para preparo e manuseio de alimentos;

No lavatório, que for utilizado para higienização pessoal, deve possuir

dispensador de sabonete líquido incolor e inodoro e de papel toalha;

O ambiente em torno do local de manuseio e preparo de alimentos, deve

ser revestido de material, resistente, impermeável, seguro e lavável para

melhor higienização;

Preferencialmente localizados sem acesso direto a banheiros;

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90

Se possível, portas e janelas serem fechadas com telas milimetradas para

evitar a entrada de insetos nos ambientes;

As pessoas que manuseiam e preparam os alimentos, preferencialmente

que utilizem vestimentas adequadas a essa função e cabelos presos e

protegidos para evitar contaminações nos alimentos e sempre higienizando

as mãos para uma maior eficiência no controle de contaminação;

Por ser uma área em contato direto com alimentos, deve ser higienizada

com extremo rigor e frequência, utilizando os químicos de limpeza indicados

e os EPIs adequados;

As regras de higiene aqui apresentadas, na melhor forma possível, devem

ser aplicada não somente das sedes, mas em atividades externas,

principalmente em acampamentos, pois o fato não existirem recursos

disponíveis, não pode justificar a falta de higiene e limpeza, pelo contrário,

os cuidados devem ser maiores;

15) Campanhas de Segurança

Na área de SST, nas empresas, geralmente o SESTM com apoio da CIPA,

baseado no planejamento do PPRA e mais intensivamente na SIPAT (semana

interna de prevenção de acidentes) desenvolvem e aplicam ações de programas e

campanhas de prevenção de acidentes nas mais variadas áreas, proteção auditiva,

proteção respiratória, stress físico e emocional, justamente para trabalha em cima da

prevenção de acidentes e na melhoria da saúde do trabalhador.

Outra ferramenta simples, mas bem eficaz são as DDS (diálogo diário de

segurança) ou ainda as DSS (diálogo semanal de segurança), onde é investido um

tempo de 5 a 15 minutos no qual algum profissional do SESMT ou até mesmo o líder

da equipe, apresenta e debate sobre uma assunto relacionado a segurança ou

saúde no trabalho.

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A ideia é desenvolver programas e campanhas similares no ME. Pode-se

realizar um DMS ( diálogo mensal de segurança), já que as atividades são somente

nos sábados e programas ou campanhas contínuas sobre assuntos relacionados á

segurança e saúde dos escoteiros em suas atividades. Segue um exemplo de

campanha.

Figura 35 – Cartaz da campanha de prevenção de acidentes em atividades escoteiras

escoteirase Emergência em atividades escoteiras II

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4. CONCLUSÃO

No desenvolvimento desse trabalho, foi criada uma linha de ligação do

conhecimento da área de SST e apresentação de um modelo de gestão bem voltado

e totalmente adaptado à realidade do Movimento Escoteiro, acredito que tenha

apresentado uma nova visão de aplicação e de fato quebrado o paradigma que

segurança do trabalho pode ser usada em benefício de outras instituições além das

empresas, inclusive pelas amplas possibilidades de aplicação do conhecimento, este

profissional poderia ser chamado tranquilamente apenas de Técnico em Segurança,

pois sua função vai muito além da segurança dos trabalhadores, tenho a visão que

seja cuidar a saúde e segurança do máximo de pessoas possíveis.

Acredito que, se consigamos aplicar e manter os conceitos e o modelo de

gestão apresentados, além de um melhor controle na prevenção dos acidentes,

também seja bem provável que teremos uma nova geração de trabalhadores com

maior conhecimento na prevenção e controle desses acidentes, o jovem do

Movimento Escoteiro que vê seu Chefe atuando e preocupado com a sua

segurança, com certeza incorpora no seu dia a dia e na sua vida futura esses

valores e conceitos. Aí começa a mudança de cultura que tanto buscamos nas

empresas em relação à saúde e segurança no trabalho, a base é essa, trabalhar,

mesmo que de forma mais lenta e sutil, mas de forma contínua, em um tempo de

médio e longo prazo toda essa questão de segurança com pelo menos uma parte da

sociedade, os escoteiros, que aos poucos e constantemente, como na homeopatia

irá internalizar o aprendizado e ocorrerá a mudança de atitudes, aí conseguimos

aplicar o conceito maior de educação.

Espero realmente contribuir de forma concreta e real com o nosso objetivo

maior como profissionais da área da saúde como um todo que é a preservação da

vida. Lembremos que a vida e a saúde é o nosso maior prêmio, é a nossa inspiração

a nossa força motriz para vencer os desafios e os percalços do caminho da nossa

jornada profissional e pessoal, que sejamos sempre atentos ao zelo das pessoas e

de suas vidas. Que essa seja uma semente que gere uma árvore com bons frutos e

que eu tenha contribuído, mesmo que pouco, para um Mundo melhor.

Sempre Alerta !

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GLOSSÁRIO

APR: Análise Preliminar de Riscos AR - Análise de Riscos

AR: Análise de Riscos

ASO: Atestado de Saúde Ocupacional

BI: Brigada de Incêndio

BE: Brigada de Emergência

BP: Baden Powell, Fundador do Movimento Escoteiro

CA: Certificado de Aprovação

CAN: Conselho de Administração Nacional – ME

CAT: Comunicado de Acidente de Trabalho

CC: Código Civil Brasileiro

CF: Constituição Federal

CIPA: Comissão Interna de prevenção de acidentes

CNAE: Código Nacional de Atividade Econômica

CLT: Consolidação das Leis Trabalhistas

CP: Código Penal Brasileiro

CS: Comissão de Segurança

DE: Distrito Escoteiro

DEN: Diretoria Executiva Nacional - ME

DIRIGENTE: Adulto voluntário que atua na gestão do ME

DOR: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente

EPC: Equipamento de Proteção Coletiva

EPI: Equipamento de Proteção Individual

ESCOTISTA: Adulto voluntário que atua diretamente com os jovens do ME

GE: Grupo Escoteiro

GLP: Gases Liquefeitos de Petróleo

LER: Lesão de esforço repetitivo

ME: Movimento Escoteiro

NBR: Normas Técnicas Brasileiras

NR: Normas Regulamentadoras

PCMSO: Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional

POR: Princípios, Organização e Regras (Documento no qual Legisla o ME no Brasil)

PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SST: Saúde e Segurança do Trabalho

SESMT: Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

SIPAT: Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

UEB: União dos Escoteiros do Brasil

UEL: Unidade Escoteira Local

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REFERÊNCIAS BIBLIOGLÁFICAS

Brasil, Princípio , Organização e Regras (P.O.R.) do Movimento Escoteiro

Brasil. Manuais de Legislação Atlas - Segurança e Medicina do Trabalho -

Normas regulamentadoras da Lei nº 6.514 de 22/12/1977 e suas atualizações,

67º Edição ,Editora Atlas São Paulo

BRASIL. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 16a. ed,

Saraiva, 2010.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:

promulgada em 5 de outubro de 1988. 44a.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

Brasil. Estatuto da Criança e do Adolescente E.C.A.- Lei de 13 de julho de 1990

Brasil. Consolidação das Leis Trabalhistas (C.L.T.) – Editora Saraiva – Autor :

Obra Coletiva – 37º Edição – 2010 – Atualizada e Ampliada

Brasil. Brigadas de emergências Normas complementares de apoio: NBR14276:

2006.

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95

Fontes de referências de websites na Internet

http://www.brasilcultura.com.br/historia/sociedade-no-regime-militar/

http://www.cjf.jus.br/revista/seriemon04.htm

http://cac-

php.unioeste.br/projetos/gpps/midia/seminario1/trabalhos/Educacao/eixo1/46marliap

arecidadelimachini.pdf

http://www.nalijsouza.web.br.com/educacao_brasil.pdf

http://www.extremos.com.br/noticias/110321-Bem-Estar-Mochilas-devem-ter-ate-10-

porcento-do-nosso-peso/

http://mochileiroliso.blogspot.com.br/2009/01/uma-vez-que-este-blog-trata-de.html

http://www.sosaventura.com/2011/08/arrumando-mochila-para-um-

acampamento.html

http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v12n6/aop002.pdf

http://qssmanapratica.blogspot.com.br/2010/08/piramide-de-acidentes-perda.htm

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96

Fontes das Figuras

Figura 1: http://lobos234.blogspot.com.br/2009/11/patrulha-lobo-ja-tem-blogue.html

Figura 2: http://www.guialopes.com.br/capa-escoteiro.shtml

Figura 3: http://www.reocities.com/yosemite/6070/baixar/DISTINT.HTM

Figura 4: http://geanjosvoluntarios.blogspot.com.br/2010/10/tradicoes-

escoteiras.html

Figura 5: http://www.territorioextremo.com.br/blog/territorio-extremo/o-fundador-do-

escotismo

Figura 7: http://www.viamaxi.com.br/2011/06/lobinhos-do-grupo-escoteiro-santo-

antonio-plantam-mais-de-200-arvores-em-propriedade-rural/

Figura 8: http://www.oocities.org/escotismo/ramos/lob/alc-1.htm

Figura 9: http://tropasouzalobo150.wordpress.com/

Figura10: http://vitruvioalencar.blogspot.com.br/2011/06/escoteiros-discipulos.html

Figura11: http://www.projetomorada.blogger.com.br/

Figura 19: http://www.areaseg.com/sinais/mapaderisco.html

Figura23: http://www.espacosinal.com/Placas%20e%20adesivos.html

Figura 24: http://blog.opovo.com.br/correiotrabalhista/epi-e-epc/epi-1/

Figura28: http://www.toonman.com.pt

Figura29: http://www.sosaventura.com/2011/08/arrumando-mochila-para-um-

acampamento.html