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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ JACQUELINE JÉSSICA FERMINO GESTÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO: UM ESTUDO DE CASO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA Biguaçu 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

JACQUELINE JÉSSICA FERMINO

GESTÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO: UM ESTUDO DE CASO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA

Biguaçu

2011

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JACQUELINE JÉSSICA FERMINO

GESTÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO: UM ESTUDO DE CASO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professora Orientadora Msc.: Evelize Mara de Souza Gomes Martins.

Biguaçu

2011

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JACQUELINE JÉSSICA FERMINO

GESTÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO: UM ESTUDO DE CASO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em

sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade

do Vale do Itajaí, em 02 de dezembro de 2011.

_______________________________

Profº Dr. Valério Cristifolini UNIVALI – Campus Biguaçu

Coordenador do curso Banca examinadora: __________________________________

Profª MSc.Evelize Mara de Souza Gomes Martins UNIVALI – Campus Biguaçu

Professora Orientadora

____________________________________ Profª M. Eng. Ely Teresinha Dionísio

UNIVALI – Campus Biguaçu Membro I

_______________________________________

Profª Esp. Josiane UNIVALI – Campus Biguaçu

Membro II

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Dedico este Trabalho de Conclusão de Estágio a

Deus pelo dom da vida.

Aos mestres, pelo dom da sabedoria.

Aos amigos, pelo dom da amizade.

família pelo dom do amor.

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AGRADECIMENTOS

Muitas pessoas me ajudaram e contribuíram para a concretização deste

desafio, assim gostaria de manifestar minha gratidão e admiração àqueles que

fizeram parte dessa caminhada.

Agradeço a Deus, por ter me colocado em uma família que sempre

esteve ao meu lado, mostrando que a vida é cheia de desafios, sacrifícios e

que temos uns aos outros para nos fortalecer e seguir em frente.

Ao Ministério Público do Estado de Santa Catarina que me deu à

oportunidade de realizar o Trabalho de Conclusão de Estágio e permitiu

visualizar os desafios, da organização para a elaboração deste trabalho.

Agradeço também aos meus colegas de trabalho que transformaram

esse momento em aprendizado e crescimento mútuo: Silvana, Miriam,

Cristiane, Renata, AnnaRosa, Marina, César, Denise, Gabriela, Yan, Juliana.

Aos supervisores de estágio e aos estagiários que participaram da coleta de

dados e ilustraram com clareza e comprometimento a realidade da Instituição.

A minha orientadora, Profª. Evelize, por ter me ajudado a realizar este

estudo e acreditado em meu potencial. Sempre com objetividade, mostrou com

segurança quais eram os próximos passos a seguir e como deveria ser

abordado cada um dos tópicos da pesquisa.

A Univali, ao curso de Administração e aos professores que forneceram

o embasamento teórico e as experiências práticas necessárias à realização

deste estudo e das diferentes atividades do cotidiano acadêmico-universitário.

Ao meu pai Maricel, apesar de não ser muito presente nesta caminhada,

mas sei que torce por mim. A minha mãe que é uma pessoa muito especial, um

exemplo de mãe pela sua paciência, dedicação e apoio nas horas mais difíceis,

pois sem ela não teria chegado até aqui. A minha avó que ajudou a minha mãe

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a cuidar de mim e das minhas irmãs. As minhas irmãs Janayna e

Jeanelise sempre prontas para me ouvir e ajudar em qualquer momento e que

sempre acreditaram em mim. Também ao meu cunhando Darlan que é muito

especial e a todos os familiares que acreditaram em mim.

Aos meus amigos de Universidade Monique, Marcela, Clayton, Joana,

João Vitor, Marcelo, Janete, Jéferson pela compreensão e companheirismo

nesta longa jornada, juntos dividimos alegrias e tristezas que com certeza

ficarão guardadas na minha memória e em meu coração.

Aos meus colegas de serviço voluntário a Rosângela, Carlos, Ana,

Fernanda, Claúdia, Suellen, Ingrid, Tânia que sempre estiveram comigo nesta

caminha e todas as criança.

A todos que direta e indiretamente, contribuíram para a realização deste

trabalho.

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“A maior recompensa do nosso trabalho, não é a que

nos pagam por ela, mas aquilo que ela nos

transforma.”

John Ruski

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RESUMO

Em toda e qualquer atividade profissional o estágio é o primeiro passo para o mercado de trabalho e uma forma de colocar em prática os conhecimentos adquiridos pela teoria. O Trabalho de Conclusão de Estágio foi realizado no Setor de Desenvolvimento Humano que situa-se na Av. Rio Branco, 701 onde se encontra o Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina. Tratou-se de um estudo que pretendeu analisar o Programa de Estágio do Ministério Público do Estado de Santa Catarina segundo a percepção dos estagiários e supervisores de campo, para isso pretendem-se verificar a expectativa e objetivos dos estagiários e supervisores de campo envolvidos no processo de estágio curricular, comparar as percepções dos mesmos, identificar as dificuldades e oportunidades vivenciadas por eles e levantar as oportunidades de estágio presentes no Ministério Público de Santa Catarina para pessoas com deficiência envolvida no processo de estágio curricular. É um estudo de caso descritivo que utilizou a abordagem qualitativa e para a coleta dos dados da pesquisa foi elaborado um roteiro estruturado com questões abertas para a elaboração das entrevistas. A amostra desta pesquisa compreende 16 estagiários e 14 supervisores de campo totalizando 30 entrevistados. O critério utilizado para a seleção da amostra a acessibilidade e a tipicidade. Elegeu-se as categorias de análise para a pesquisa: perfil do entrevistado, contribuição para a formação local, obrigações e deveres, direitos e avaliação semestral e inclusão de pessoas com deficiências. Com os dados obtidos por meio das respostas dos estagiários e supervisores de campo foi feita a análise dos resultados obtidos com relação ao Programa de Estágio do MPSC. Com relação ao perfil dos entrevistados identificou-se que em geral os estagiários são do sexo feminino, a faixa etária compreendida entre 17 e 20 anos, cursam ensino médio, o tempo no estágio está compreendido entre 7 a 12 meses e apenas um estagiário é portador de deficiência. Os supervisores de campo entrevistados em geral são do sexo masculino, jovens na faixa etária de 36 a 40 anos, com ensino superior completo, trabalham no MPSC a mais de 10 anos e tem sob a sua supervisão de 1 a 4 estagiários. A pesquisa revelou que o Programa apresenta algumas deficiências, assim deverão ser feitas mudanças para que se possa melhorar o andamento do mesmo. A prática do estágio curricular contribui significamente para o desenvolvimento acadêmico e profissional do estudante sendo uma alternativa valiosa para o seu desenvolvimento.

Palavras-chave: Programa de Estágio. Estagiários. Gestão de Pessoas.

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ABSTRACT

In every professional activity stage is the first step in the job market and a way of putting into practice the knowledge acquired by the theory. Work Completion stage was conducted by the Division of Human Development that is located on Avenida Rio Branco, 701 where the Internship Program of the Public Prosecutor of Santa Catarina. It was a study intended to analyze the Internship Program of the Public Prosecutor of the State of Santa Catarina as perceived by the trainees and supervisors in the field, for that it is intended to verify the expectations and objectives of the trainees and supervisors involved in the field stage curriculum, compare the perceptions of ourselves, identify the opportunities and difficulties experienced by them and get internship opportunities present in the prosecution of Santa Catarina for people with disabilities involved in the process of curricular. It is a case study used the descriptive and qualitative approach to collect research data has been prepared with a structured open questions for the preparation of the interviews. The sample in this study comprises 16 trainees and 14 field supervisors interviewed a total of 30. The criterion used for selecting the sample accessibility and typicality. He chose the categories of analysis for research: profile of the interviewee, contribution to local training, duties and obligations, rights and semester evaluation and inclusion of people with disabilities. With the data obtained through the responses of trainees and supervisors in the field was done to analyze the results obtained with respect to the Internship Program of the MPSC. With regard to the profile of respondents identified that in general the trainees are female, age between 17 and 20 years, attending high school, time on stage is between 7 to 12 months and only one trainee is holder of disability. The field supervisors interviewed are usually male, young people aged 36 to 40 years, with higher education, working in the MPSC to more than 10 years and has under his supervision from 1 to 4 trainees. The research showed that the program has some deficiencies, so changes should be made so that we can improve the way of it. The practice of curricular contributes significantly to the academic and professional development of student is a valuable alternative for their development. Keywords: Internship Program. Trainees. People Management

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1 – Organograma da Coordenadoria de Recursos Humanos........................67 Figura 2 – Edifício-sede do Ministério Público de Santa Catarina...........................116 Figura 3 – Organograma do MPSC.........................................................................117 Gráfico 1 – Sexo dos Estagiários ..............................................................................71 Gráfico 2 – Faixa Etária dos Estagiários ...................................................................72 Gráfico 3 – Escolaridade dos Estagiários .................................................................73 Gráfico 4 – Tempo de Estágio...................................................................................74 Gráfico 5 – Portador de Deficiência...........................................................................75 Gráfico 6 – Sexo dos Supervisores de Campo..........................................................76 Gráfico 7 – Faixa Etária dos Supervisores de Campo ..............................................77 Gráfico 8 - Escolaridade do Supervisor de Campo....................................................78 Gráfico 9 – Tempo que Trabalha no MPSC..............................................................79 Gráfico 10 – Estagiários sob sua Supervisão............................................................80 Quadro 1 – Evolução da Lei de Estágio....................................................................40 Quadro 2 – Categorias de Análise da Pesquisa........................................................63 Quadro 3 – Convergências e Divergências.............................................................101

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Sexo dos Estagiários................................................................................70 Tabela 2 - Faixa Etária dos Estagiários.....................................................................71 Tabela 3 - Escolaridade dos Estagiários...................................................................72 Tabela 4 - Tempo que Trabalha no MPSC................................................................74 Tabela 5 - Sexo dos Supervisores de Campo...........................................................76 Tabela 6 - Faixa Etária do Supervisor de Campo.....................................................76 Tabela 7 - Escolaridade do Supervisor de Campo....................................................77 Tabela 8 - Tempo que Trabalha no MPSC................................................................79 Tabela 9 - Estagiários sobre sua Supervisão............................................................79

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LISTA DE ABREVIATURAS

CEAF – Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional

CIDE – Coordenadoria de Inteligência e Dados Estruturados

COMSO – Coordenadoria de Comunicação Social

COPIJ – Coordenadoria de Processos e Informações Jurídicas

CORH – Coordenadoria de Recursos Humanos

COTEC – Coordenadoria da Tecnologia

CR – Coordenadoria de Recursos

GEBIB – Gerência de Biblioteca

GEPROD – Gerência de Produção

GERED – Gerência de Redes

GESUP – Gerência de Suporte

GETRAN – Gerência de Transporte

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MPSC – Ministério Público de Santa Catarina

SATS – Setor de Auditorias em Fundações e Entidades do 3º Setor

SDH – Setor de Desenvolvimento Humano

SGMP – Secretaria Geral do Ministério Público

STJ – Superior Tribunal de Justiça

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................15 1.1 OBJETIVOS............................................................................................................ 16

1.1.1 Objetivo geral....................................................................................................... 16

1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................... 16

1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 19

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................................................................................. 19

2.2 GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................. 191

2.3AS ATIVIDADES EM RECURSOS

HUMANOS........................................................193

2.4 DEFINIÇÃO DE ESTÁGIO CURRICULAR ........................................................... 197

2.5 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTÁGIO E A LEGISLAÇÃO ................................ 198

2.5.1 Lei nº. 6.494/1977................................................................................................ 29

2.5.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação............................................................... 30

2.5.3 Lei nº. 8.859/1994................................................................................................ 32

2.5.4 A Nova Lei de Estágio – 11.788/2008 ................................................................. 33

2.5.4.1 Quem Pode Fazer Estágio................................................................................33

2.5.4.2 Termo de Convênio...........................................................................................34

2.5.4.3 Termo de Compromisso....................................................................................34

2.5.4.4 Divisão de Estágio.............................................................................................35

2.5.4.5 Carga Horária do Estágio..................................................................................36

2.5.4.6 Duração do Estágio...........................................................................................37

2.5.4.7 Seguro...............................................................................................................38

2.5.4.8 Auxílio Transporte e Bolsa Auxílio.....................................................................39

2.5.4.9 Recesso.............................................................................................................40

2.6 INCLUSÃO DO DEFICIÊNTE NO ESTÁGIO CURRICULAR.................................. 42

2.7 O ESTÁGIO NA OPERACIONALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............46

2.7.1 Conceito de estágio ............................................................................................. 49

2.7.2 Vínculo empregatício ........................................................................................... 50

2.7.3 Estágio para estudantes estrangeiros ................................................................. 50

2.7.4 Número de vagas ................................................................................................ 50

2.7.5 Processo de seleção ........................................................................................... 51

2.7.6 Duração do estágio.............................................................................................. 51

2.7.7 Jornada de atividades.......................................................................................... 51

2.7.8 Auxílio transporte................................................................................................. 53

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2.7.9 Recesso............................................................................................................... 53

2.7.10 Legislação e saúde e segurança do trabalho .................................................... 53

2.7.11 Convênio............................................................................................................ 53

2.7.12 Ajuste do termo de compromisso ...................................................................... 54

2.7.13 Rescisão do termo de compromisso ................................................................. 54

2.7.14 Obrigação da instituição de ensino.................................................................... 55

2.7.15 Obrigação do Ministério Público ........................................................................ 56

2.7.16 Obrigação do supervisor de estágio ................................................................. 57

2.7.17 Obrigação dos estagiários ................................................................................. 57

2.7.18 Participação dos servidores no Programa de Estágio....................................... 58

3 METODOLOGIA........................................................................................................ 59

3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO.............................................................................. 59 3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................. 61 3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS..................................... 62 3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ....................................................... 64

4 APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS......................... 65

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO............................................................ 655

4.2 FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO DO MPSC ............................ 67

4.3 RESULTADOS DA PESQUISA APLICADA AOS ESTAGIÁRIOS E

SUPERVISORES DE ESTÁGIO DO MPSC ................................................................. 70

4.3.1 Perfil dos entrevistados ....................................................................................... 70

4.3.2.1 O Perfil dos estagiários.....................................................................................70

4.3.2.2 O Perfil dos supervisores de campo.................................................................75

4.3.2 Expectativas e Objetivos dos Estagiários e Supervisores de Campo do MPSC.80

4.3.2.1 A Expectativa e Objetivos dos Estagiários........................................................81

4.3.2.2 A Expectativa e Objetivos dos Estagiários Segundo os Supervisores de

Campo...........................................................................................................................83

4.3.3 A Percepção dos estagiários e supervisores de campo envolvidos no processo

de estágio curricular no MPSC..................................................................................... 84

4.3.3.1 A Percepção dos Estagiários............................................................................84

4.3.3.2 A Percepção dos Supervisores de Campo.......................................................91

4.3.3.3 Convergências e Divergências a respeito do Processo de Estágio Curricular

Obrigatório no MPSC....................................................................................................98

4.3.4 Dificuldades e oportunidades presentes no Processo de Estágio no MPSC .... 102

4.3.5 Inclusão dos estagiários portadores de deficiência no MPSC........................... 102

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4.3.5.1 A Percepção dos Estagiários..........................................................................103

4.3.5.2 A Percepção dos Supervisores de Campo......................................................104

5 CONLUSÃO .......................................................................................................... 1066

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 1099

APÊNDICES........................................................................................................... 11212

ANEXO........................................................................................................................116

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1 INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea apresenta ao homem inúmeros benefícios,

entretanto, para usufruí-los vivenciam-se dificuldades e aumentam-se as

exigências em praticamente todas as esferas.

Neste contexto, o mercado de trabalho necessita de pessoas cada vez

mais preparadas para atuar com qualidade na área profissional escolhida

atendo às necessidades das organizações. Essa preparação passa pela

aquisição de conhecimentos teóricos e também experiência profissional que

leva ao desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes desejáveis.

No Brasil, os estagiários são regulamentos pela Lei 11.788/2008 a qual

define estágio como:

[...] ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (BRASIL,2008).

A Instituição em que foi realizada esta pesquisa é o Ministério Público de

Santa Catarina – MPSC, o qual atua na defesa da ordem jurídica do regime

democrático e dos direitos sociais e individuais indisponíveis. Nesta

organização há um Programa de Estágio vigente desde 2002. Este Programa

passou por diversas transformações com relação à regulamentação

institucional e a sua amplitude. Atualmente, é regido por um Ato do Ministério

Público de Santa Catarina em conformidade com a Lei Federal já citada.

O Programa de Estágio tem o intuito de proporcionar aprendizagem

profissional a estudantes de ensino médio, profissionalizante, educação

especial e superior. É administrado pelo Setor de Desenvolvimento Humano da

Coordenadoria de Recursos Humanos. O Programa tem um total de 240 vagas

de estágio, sendo 10% (dez por cento) dessas vagas reservadas a estudantes

com deficiências. Dessas, 86 vagas são ocupadas por estagiários de ensino

superior e 81 são ocupadas por estagiários de ensino médio.

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Um dos critérios de seleção utilizado pelo órgão é a renda familiar, pois

o Programa admite preferencialmente estudantes com baixa renda e sem

experiência profissional.

A pesquisa desenvolvida no Setor de Desenvolvimento Humano – SDH

possibilitou identificar e compreender algumas dificuldades aparentemente

percebidas na execução deste Programa de Estágio, tais como: falta de

entrega de documentos no momento de inscrição no programa, abandono

escolar de estudantes de ensino médio, notas insuficientes para a permanência

no programa, baixa demanda por parte de estudantes com deficiência, entre

outros. Assim, entende-se que a análise do processo de estágio propiciará

subsídios aos gestores para tomar decisões acerca da temática exposta.

Desta forma, pretendeu-se responder ao seguinte problema de

pesquisa: Qual a percepção dos estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa de Estágio no Ministério Público do Estado de Santa Catarina?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

• Analisar o Programa de Estágio do Ministério Público do Estado de

Santa Catarina segundo a percepção dos estagiários e supervisores de

campo.

1.1.2 Objetivos específicos

• Descrever o funcionamento do Programa de Estágio do Ministério

Público de Santa Catarina.

• Verificar a expectativa e objetivos dos estagiários e supervisores de

campo envolvidos no processo de estágio curricular.

• Comparar as percepções dos envolvidos no processo de estágio

curricular acerca do Programa de Estágio do Ministério Público.

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• Identificar as dificuldades e oportunidades vivenciadas pelos estagiários

e supervisores de campo na operacionalização do Programa de Estágio

curricular.

• Levantar as oportunidades de estágio presentes no Ministério Público de

Santa Catarina para pessoas com deficiência envolvidas no processo de

estágio curricular.

1.2 JUSTIFICATIVA

A elaboração deste trabalho é relevante, pois se pode entender a

percepção dos supervisores de campo e estagiários com relação ao Programa

de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina, o que poderá reverter em

melhorias para o Programa.

O objetivo do Programa de Estágio do Ministério Público é preparar os

estagiários para o mercado de trabalho, oportunizando a aquisição de

conhecimento, responsabilidade, compromisso com o trabalho, pontualidade,

assiduidade entre outros, vindo ao encontro do que preconiza a Lei de Estágio

11.788/2008 quando conceitua o que é estágio.

A Lei foi sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 25

de setembro de 2008 e é conhecida como a Nova Lei de Estágio, essa Lei

mostra em seus artigos que tanto os estagiários, as instituições de ensino e as

empresas, que todos têm os seus direitos e suas obrigações e devem cumpri-

las.

Para inserir-se no mercado de trabalho a experiência profissional é

fundamental, pois quando os estudantes de ensino superior ou estudantes de

cursos técnicos vão à procura de um emprego, as organizações vão exigir

experiência na área que pretendem atuar, por isso é tão importante fazer

estágio. Desta forma, reveste-se de importância a seriedade na condução do

estágio para que o estagiário adquira experiência, responsabilidade,

compromisso com o trabalho, além de aprender sobre sigilo profissional e

comportamentos laborais desejáveis, como pontualidade e assiduidade.

Pacheco (2009, p. 42) enfatiza a importância do estágio dizendo que:

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[...] cabe ressaltar o papel fundamental do estágio no desenvolvimento econômico-cultural de um país, principalmente em um país emergente como o Brasil, que envida todos os esforços possíveis para dar um salto de qualidade. A qualidade tem como ponto de partida a sua preocupação com a educação, voltada para a efetividade utilidade profissional, que pressupõem não apenas o conhecimento teórico, mas o domínio das exigências que resultam da realidade do exercício das profissões.

Para a universidade essa pesquisa é importante, pois se apresenta

como mais um material para pesquisa bibliográfica, a respeito da gestão de

estagiários. Percebe-se uma carência de material disponível sobre o assunto.

O estágio na formação educacional ou profissional propicia que os

estudantes coloquem em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula,

o que acarreta amadurecimento profissional. Pode-se dizer que o estágio é o

alicerce para o mercado de trabalho.

Desta forma, o Trabalho de Conclusão de Estágio é importante tanto

para a acadêmica que elaborou esta pesquisa, pelo fato de ser estagiária da

organização quanto para a organização, pois o intuito desse estudo é auxiliar

na tomada de decisão do MPSC com relação aos assuntos pertinentes ao

Programa de Estágio.

O momento foi oportuno visto que o Setor de Desenvolvimento

Humano/SDH do Ministério Público de Santa Catarina que apresenta em seu

quadro um total de 167 estagiários foi sensível à proposta apresentada e

apoiou a realização da pesquisa que pretendeu analisar a percepção dos

estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa.

A pesquisa foi viável de ser realizada no período de um ano, pois os

custos foram mínimos, o acesso às informações foi permitido, visto que a

acadêmica é estagiária na organização e trabalha no Setor de

Desenvolvimento Humano/SDH no Programa de Estágio tendo facilidade de

acesso as informações. Os supervisores do setor tiveram interesse no

desenvolvimento desta pesquisa e contribuíram para o seu desenvolvimento.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta pesquisa analisou a percepção dos estagiários e supervisores de

campo a respeito do Programa de Estágio do Ministério Público de Santa

Catarina, mas para que se pudesse conhecer essa percepção, necessitou-se

ter conhecimento sobre o que é a administração pública; como funciona a

gestão de pessoas na administração pública; a definição de estágio curricular e

a evolução histórica do estágio; a sua legislação; as peculiaridades da inclusão

do deficiente no estágio curricular e o estágio na operacionalidade na

administração pública.

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Será apresentado a seguir, o conceito da Administração Pública e seus

desdobramentos, como sua importância, sua divisão, entre outros.

Rosa (2006, p. 26) informa que a administração pública é um conjunto

de entidades que realiza suas atividades administrativas para suprir a

satisfação das necessidades coletivas do Estado.

Os três Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) praticam atos administrativos e exercem função administrativa (por exemplo, quando admitem pessoais, contratam terceiros, realizam procedimentos licitatórios etc.). O exercício da atividade administrativa por qualquer dos Poderes está sujeita às normas constitucionais próprias da Administração Pública. (ROSA, 2006, p. 27).

Ainda de acordo com Rosa (2006), a administração pública é dividida em

direta e indireta. A administração direta tem atuação direta pelo próprio Estado

e suas entidades: União, Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal.

A administração indireta, entretanto, está relacionada a pessoas

jurídicas de direito público ou privado, criadas através da lei específica:

autarquia, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista e

por associações e consórcios públicos. (ROSA, 2006, p.28).

Meirelles (2006, p.64) informa que a administração pública, em sua visão

global, atua junto com o Estado na realização de serviços, na busca pela

satisfação das necessidades coletivas.

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A administração não prática atos de governo; prática, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência dos órgãos e de seus agentes. São os chamados atos administrativos [...]

Meirelles (2006, p.65) afirma que “o Estado utiliza a administração para

pôr em prática as opções políticas do Governo, mas isso não quer dizer que a

Administração não tem poder de decisão, pois ela pode opinar e decidir sobre

assuntos jurídicos, técnicos, financeiros entre outros”.

Desta forma, a administração pública é constituída de órgãos e serviços

do Estado, na gestão de bens e interesses da comunidade. Meirelles (2006, p.

740) também divide a administração pública em direta e indireta.

A administração direta são órgãos que estão relacionados com a

estrutura administrativa da União como: autarquia, fundações públicas,

empresas públicas, entre outras. A administração indireta, entretanto, está

vinculada ao Ministério, e presta serviços públicos ou de interesses públicos.

(MEIRELLES, 2006, p. 740)

Segundo Medauar (2008, p. 44), a administração pública é dividida em

formal e organizacional. Do lado formal, a administração é considerada como

atividades do Estado que ajudam as instituições políticas a executarem funções

do governo que não se enquadram na legislação, nem na jurisdição, como

calçamento de ruas, da coleta de lixo, da rede de escolas públicas, entre

outros. Com relação ao lado organizacional são órgãos e entes estatais que

produzem serviços, bens e utilidades para a população no exercício das

funções de governo, como ministérios, secretarias, departamentos,

coordenadorias, entre outros.

Dessa forma, Medauar (2008, p. 61) relata que “administração direta é o

conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do Executivo e na

estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo.” A administração

indireta, porém, está relacionada a entidades dotadas de personalidades

jurídicas. Assim, o conjunto dessas entidades forma a administração indireta,

como: administração indireta federal, administração indireta estadual e

administração indireta municipal.

Analisa-se que a administração pública atua diretamente junto com o

Estado para satisfazer os interesses da sociedade. Para dar seqüência a

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revisão da literatura trata-se acerca da gestão de pessoas na administração

pública explicando a diferença que há na condução desses recursos nas

organizações públicas.

2.2 GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A gestão de pessoas na administração pública trata da hierarquia do

órgão público e os deveres de seus agentes públicos, desta forma a

administração pública necessita das pessoas para executar as atividades fins

da organização.

Segundo Russo (2009, p. 43) falar em gestão de pessoas é pensar em

gente, em mentalidade, em ação e pró-ação. A legislação e a estrutura

organizacional burocratizada e altamente hierarquizada podem ser os

responsáveis pela dificuldade de adequar a tecnologia da gestão de pessoas

por competências à gestão pública.

Para Chiavenato (2005, p. 6) gestão de pessoas é:

Uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia, dos processos internos e de uma infinidade de outras variáveis importantes.

Para Russo (2009, p.56), “as organizações públicas, estão em

transformação, obrigadas pela exigência da sociedade contemporânea à

melhoria da prestação de serviços públicos, com eficiência e eficácia”. Entretanto, para que uma organização implemente uma gestão de pessoas por competências deverá enfrentar mudanças organizacionais, desde o seu processo seletivo, seu sistema de remuneração, de avaliação de desempenho, de treinamento e de desenvolvimento. Isto significa iniciar, acompanhar, assessorar, medir resultados, dar feedbacks necessários, ter um planejamento estratégico condizente com o projeto, definir as competências individuais e organizacionais que serão valorizadas. (RUSSO, 2009, p.54)

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Segundo Bergue (2010, p. 17), “o processo (ou ciclo) administrativo

resulta da interação constante de quatro elementos ou fases fundamentais,

quais sejam: planejamento, organização, direção e controle”.

Bergue (2010, p.18) explica que a administração pública com relação

aos outros órgãos também tem seus insumos que processando gera produtos,

e eles são os bens e serviços públicos que são colocados à disposição da

coletividade.

O insumo que o Estado utiliza para a produção de bens e serviços pode

ser dividido em recursos materiais e recursos humanos. Os recursos materiais

ou financeiros são: as máquinas, os equipamentos, as instalações em geral,

entre outros. Os recursos humanos, entretanto, são o que se pode denominar

de agentes públicos. (BERGUE, 2010, p. 18).

Dessa forma, Bergue (2010, p.20) define agente público como [...]“ todas

as pessoas que prestam serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da

administração indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades

de economia mista).”

Bergue (2010, p.20) informa ainda que os agentes públicos são

classificados em: agentes políticos, servidores públicos e particulares em

colaboração com o poder público.

Bergue (2010, p. 21) completa que os cargos e empregos públicos estão

definidos na Constituição essencialmente nos incisos I e II do art. 37:

Art. 37. [...] I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas de títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo, ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargos em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

A Conferência Nacional de Recursos Humanos da Administração Pública

Federal (2009, p. 92) aborda que devido às grandes mudanças que estão

ocorrendo nas áreas econômicas, tecnológicas e de mercado vem-se

transformando o setor público na sua estrutura organizacional com relação a

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sua agilidade, eficiência e eficácia na prestação de serviços públicos. Desta

forma, se deve repensar as atuais práticas de recursos humanos.

A Conferência Nacional de Recursos Humanos da Administração

Pública Federal (2009, p.92) apresenta que a função de recursos humanos do

setor público é definido como:

Um conjunto estruturado de atividades seqüenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e as expectativas das atividades-fim da organização pública. Essas atividades podem ou não ser automatizadas por meio de um sistema de informação, que pode ser definido como um conjunto de partes integrantes e interdependentes que forma um todo com determinado objetivo e efetua uma função específica. Tem por missão melhorar o desempenho dos trabalhos realizados na organização por meio da automação das atividades.

A partir disso, observa-se que a gestão de pessoas na administração

pública aponta que as pessoas estão nas organizações para alcançar os

objetivos das organizações com eficiência e eficácia. As organizações públicas,

entretanto, estão passando por grandes mudanças e a gestão de pessoas

precisa se adequar a essas mudanças que estão ocorrendo.

A seguir, será apresentado o tópico sobre Recursos Humanos que tem

uma função muito importante para as organizações. As pessoas são muito

importantes para a organização, pois contratar a pessoa certa não e tão fácil.

2.3 AS ATIVIDADES EM RECURSOS HUMANOS

A gestão de Recursos Humanos cuida das pessoas da organização,

para isso a gestão de recursos humanos inclui um conjunto de funções e

atividades que podem ser sintetizadas nos seguintes itens: recrutamento seleção, treinamento, desenvolvimento e desenvolvimento. A seguir, os

tópicos serão apresentados.

Para Mikovich e Boudreau (2000, p. 162) recrutamento:

É o processo de identificação e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para posteriormente serem contratados para o emprego.

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O recrutamento é um processo bilateral onde o candidato à vaga tem

interesse em saber como será trabalhar nesta empresa e por outro lado a

organização quer saber como ou que tipo de empregado ela está contratando.

(MIKOVICH ; BOUDREAU, 2000, p. 163)

Segundo Longenecker, Moore, Petty ( 2004, p. 446) informam que:

Contratar as pessoas certas e obter seu desempenho motivado são fatores essenciais para atingir o potencial de qualquer negócio. Desta forma você determina o quanto seu potencial de sucesso pode ser grande – ou quanto seu fracasso pode ser terrível.

Longenecker, Moore, Petty (2004, p.448) mencionam que para recrutar

eficazmente é necessário saber onde e como obter candidatos qualificados,

existe várias formas de se procurar um candidato, mas e impossível generalizar

qual delas e melhor forma em vista das variações nos requisitos de pessoal. Os

autores indicam várias formas de como recrutar candidatos como Agências

Públicas de Emprego que oferecem sem custo uma relação de candidatos que

estejam procurando emprego ativamente, Agências de Emprego Particulares

que geralmente esse serviço deve ter um custo, outra forma e a Referência de

Emprego quando o funcionário e um bom empregado à empresa fazem uma

carta de recomendação, os autores informam que para as pequenas empresas

essa forma de recrutamento fornece mais emprego do que qualquer outra

forma, outro item e os Anúncios de Empregos Procurados que é recrutamento

mais utilizados por pequenas empresas que são anúncios feito em

classificados em jornais locais.

Segundo Chiavenato (2005, p. 112) o recrutamento é a forma que a

empresa utiliza para chamar candidatos. O recrutamento é uma forma de

comunicação às organizações divulgam as vagas e os candidatos são atraídos

para o processo seletivo.

O recrutamento consiste em procurar e atrair os candidatos para uma

determinada função. Desta forma, o próximo item a ser apresentado será o

processo de seleção.

Segundo Mikovich ; Boudreau (2000, p. 208) o processo de seleção é:

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A seleção é o processo de coletar e utilizar informações sobre os candidatos recrutados externamente para escolher quais deles receberão propostas de emprego. Frequentemente é antecedido por uma triagem, que identifica aqueles candidatos obviamente sem qualificações, antes de coletar qualquer informação adicional.

A seleção serve como um filtro, pois determina quais os candidatos

serão funcionários da organização. Pode-se dizer que hoje as empresas têm

procurado selecionar pessoas não apenas para preencher determinadas

funções. Elas procuram pessoas que possam dar contribuição de longo prazo,

trabalhando em equipe flexíveis, grupos de trabalho e aprendizado contínuo.

(MIKOVICH ; BOUDREAU, 2000, p. 210)

O processo de seleção e forma de ajudar as organizações escolherem

as pessoas certas para trabalhar no lugar certo. Ou seja, o processo de

seleção ajuda as organizações recrutarem os candidatos mais adequados aos

cargos existentes na empresa. (CHIAVENATO, 2005, p. 139)

Pode-se dizer que a seleção consiste na escolha e tomada de decisão

do candidato que ocupará o cargo disponível. Depois que o candidato forem

contratados eles precisam receber um treinamento, assim o próximo item a ser

trabalhado será o processo de treinamento.

Mikovich; Boudeau (2000, p. 338) mencionam que o treinamento é um

processo em que as pessoas podem ter a aquisição de habilidades,

conhecimentos, competências com o resultado de uma formação profissional,

ou uma atitude que resulte um uma melhoria das características dos

empregados e as exigências dos papeis funcionais.

O treinamento não se restringe só os funcionários novos ele deve ser

estendido os funcionários antigos também. Devido as grandes mudanças em

produtos, tecnologia, políticas e procedimentos no mundo dos negócios o

treinamento é indispensável para atualizar o conhecimento e as qualificações.

Apenas dessa forma os funcionários se tornaram capazes de atender às

demandas de mudança deles exigidas. (LONGENECKER, MOORE, PETTY,

2004, p. 453)

Para Chiavenato (2005, p. 339) o treinamento é:

É a experiência aprendida que produz uma mudança relativamente permanente em um individuo e que melhora sua

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capacidade de desempenhar um cargo. O treinamento pode envolver uma mudança de habilidades, conhecimentos, atitudes ou comportamento. Isso significa mudar aquilo que os empregados conhecem, como eles trabalham, suas atitudes perante os seus trabalhos ou suas interações com os colegas ou supervisores.

Pode-se dizer que o treinamento serve para desenvolver as

competências das pessoas, para que elas se tornem mais produtivas para as

organizações.

Segundo Mikovich; Boudeau (2000, p. 338) o desenvolvimento significa:

Processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras experiências.

De uma forma mais abrangente Chiavenato (2005, p. 370) salienta que o

desenvolvimento está diretamente ligado a educação e com a orientação para

o futuro. O desenvolvimento está focalizado no crescimento pessoal do

empregado e visa à carreira futura e não apenas o cargo atual.

Os dados sobre a avaliação de desempenho podem beneficiar os

trabalhadores e as organizações, podendo ser utilizados para efeito de

decisões administrativas, de desenvolvimento e de feedback aos avaliados.

Segundo Chiavenato (2005, p. 223) a avaliação de desempenho é um

processo que analisa o desempenho individual do funcionário, com relação as

atividades que ele desenvolve, das suas metas e resultados a serem

alcançados e sobre o seu potencial.

Para Krumm (2005, p. 207) o conceito de avaliação de desempenho parece

ser muito direto: “significa mensurar a produção de um trabalhador que

contribui para a produtividade”.

Pode dizer que a avaliação de desempenho e a forma de avaliar os

funcionários, saber o que eles aprenderam na organização.

Conclui-se que o desenvolvimento está diretamente ligado as

experiências que podem ou não está relacionadas com o cargo que ocupa na

organização, mais que pode proporcionar oportunidades para o seu

crescimento profissional.

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A Nova Lei de Estágio informa que os órgãos públicos podem conceder

estágio, desta forma o Ministério Público de Santa Catarina desde 2002 tem o

seu Programa de Estágio que é regulamentado pelo ato 87/2009 que

regulamenta o estágio neste órgão.

Trata-se, a seguir, sobre a definição de estágio curricular, quem pode

fazer estágio, sobre os conceitos de estágio obrigatório e não obrigatório, entre

outros assuntos relevantes para o desenvolvimento desta pesquisa.

2.4 DEFINIÇÃO DE ESTÁGIO CURRICULAR

O estágio possibilita o acesso para o mercado de trabalho, pois é o

primeiro contato que o estudante vai ter com a profissão que pretende atuar.

Assim, pode-se dizer que o estágio tem como finalidade aliar a teoria estudada

pelos estagiários as práticas organizacionais, desta forma é importante

compreender o conceito de estágio.

A Nova Lei de Estágio nº. 11.788 (2009, p. 7) propõem que o estágio é

um ato educativo supervisionado, que prepara os estudantes para o mercado

de trabalho. Os estagiários devem estar freqüentando o ensino médio, o ensino

superior, o ensino a distância, o ensino profissional, o ensino médio, de

educação especial e dos anos finais do ensino médio fundamental (quinta a

oitava série), assim como profissional da educação de jovens e adultos

(desenvolvido para pessoas que não estão mais com idade escolar).

Para Perachi (2007, p. 14) o estágio curricular é um item indispensável

para a formação acadêmica, pois é desta forma que o estudante poderá se

inserir no mercado de trabalho através das experiências adquiridas no estágio.

Pode-se dizer que o estágio contribui para a inclusão do estudante para

o mercado de trabalho.

O Ministério Público do Trabalho - MPT apresenta uma Cartilha

Esclarecedora sobre a Lei de Estágio nº. 11.788/2008 (BRASIL, 2008b, p. 9).

Define estágio como sendo ato educativo, elaborado num ambiente de

trabalho, que prepara o estudante para um trabalho produtivo e isso deve fazer

parte do projeto pedagógico do curso em que se insere.

Em perspectiva similar, Schwarz (2009, p. 30) diz que:

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O estágio é ato educativo escolar supervisionado voltado para a preparação para o trabalho produtivo de educandos, desenvolvido no ambiente de trabalho. O estágio deve fazer parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando, e visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular.

Schwarz (2009, p. 33) apresenta em suas perspectivas os direitos dos

estagiários que são: jornada máxima do estágio, duração máxima do contrato

de estágio, pagamento de bolsa-auxílio e auxílio-transporte, recesso e sobre a

divisão do estágio.

Segundo Schwarz (2009, p. 35), a lei de estágio informa sobre as cotas

de estagiários de ensino médio, educação especial e educação para jovens e

adultos (EJA): de 1 (um) a 5 (cinco) empregados pode conter 1 (um) estagiário;

de 6 (seis) a 10 (dez) empregados pode ter até 2 (dois) estagiários e acima de

25 (vinte e cinco) empregados pode ter até 20% (vinte por cento) de

estagiários. Essa cota não deve ser seguida para estudantes de ensino

superior e profissionalizante.

De acordo com as conceituações mencionadas define-se estágio nesta

pesquisa como sendo um ato educativo supervisionado preparando os

estudantes para o mercado de trabalho.

A seguir, apresenta-se a evolução do estágio através da sua legislação,

desde a primeira, Lei 6.494/1977, até a última, Lei 11.788/2008. Com o passar

do tempo às leis trouxeram vários benefícios aos estudantes como direito a

férias, as modalidades de estágio obrigatório e não obrigatório, modificações

na carga horária dos estudantes, entre outros.

2.5 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTÁGIO E A LEGISLAÇÃO

A Lei nº 11.788/2008 sancionada pelo Presidente Luís Inácio Lula da

Silva aborda os assuntos relativos à prática de estágio. Essa Lei revoga as Leis

nº 6.494 de 4 de dezembro de 1977 e a Lei nº 8.859 de 23 de março de 1994.

A seguir, será apresentada a evolução das Leis e também a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação, que ajudará a compreender porque houve essas

mudanças na Lei de Estágio.

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2.5.1 LEI Nº 6.494/1977

A Lei 6.494/1977 é considerada a primeira Lei de Estágio e apresenta

em seu escopo quem pode fazer estágio, a jornada de estágio, a bolsa de

estágio, entre outros assuntos que serão apresentados a seguir.

Segundo Santos (2006, p. 40), o Decreto nº 87.497 que regulamenta a

Lei nº 6.494/77 informa o conceito de estágio como sendo:

Consideram-se estágio curricular, para os efeitos deste Decreto, as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida de trabalho de seu meio, sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino.

Com relação à jornada de estágio, o horário do estágio deverá

compatibilizar com o horário escolar. Quando o estagiário estiver de férias

escolares as atividades do estágio serão estabelecidas entre a parte

concedente do estágio e a instituição de ensino. (SANTOS, 2006, p. 40)

Ficarão sob a responsabilidade da instituição de ensino as normas

específicas para a realização do estágio curricular, pois segundo Santos (2006,

p. 40) “como procedimento didático-pedagógico, é atividade de competência da

instituição de ensino a quem cabe a decisão sobre a matéria”.

A Lei de Estágio nº 6.494 aborda que o estagiário poderá receber bolsa

ou outra forma de pagamento que deverá ser de comum acordo entre o

estudante, a parte concedente e a instituição de ensino. (SANTOS, 2006, p. 41)

O Termo de Compromisso é um documento importantíssimo para a

existência do estágio, pois ele serve como um comprovante de que o estudante

fez o estágio. Esse documento é firmado entre o estagiário, a parte concedente

de estágio e a instituição de ensino. (SANTOS, 2006, p. 43)

A seguir, apresenta-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação que

normatiza a educação do país, está lei está intimamente relacionada com a Lei

de Estágio e, por isso é citada neste estudo.

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2.5.2 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO

Salienta-se que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação trata sobre o

direito a educação e o dever do Estado em prover o cidadão com a educação.

Nóbrega (2008) informa que em 20 de dezembro de 1961 aparece a

primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação n° 4.024, mas anteriormente

havia a Lei Orgânica do Ensino Industrial – LOEI, que era para alunos do

ensino profissionalizantes já que os cursos acadêmicos visavam à formação

intelectual do aluno.

Souza e Silva (1997, p. 13) informam que a Nova Lei de Diretrizes e

Bases da Educação nº 9.394 foi sancionada em 20 de dezembro de 1996 pelo

presidente Fernando Henrique Cardoso. Essa lei trouxe diversas mudanças em

relação às leis anteriores, como a inclusão da educação infantil, provendo o

cidadão com creches e pré-escolas sendo a primeira etapa da educação

básica.

Segundo Souza e Silva (1997, p. 3) a lei aborda sobre os direitos a

educação, os princípios e fins da educação nacional, o dever de educador,

entre outros.

Souza e Silva (1997, p.5) salientam que o artigo 1º da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação informa que:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

Com relação aos princípios e fins da educação nacional o artigo 2º

informa que:

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (SOUZA; SILVA, 1997, p. 9)

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Com relação ao Direito à Educação e do Dever do Educador o artigo 4º

informa que é o dever do Estado com a educação escolar pública a garantia de

ensino fundamental obrigatório e gratuito, progressiva extensão da

obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; atendimento educacional

especializado gratuito aos estudantes com necessidades especiais,

preferencialmente na rede regular de ensino; ensino noturno regular, adequado

às condições do educando; educação escolar regular para jovens e adultos;

atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de

programas suplementares de material didático - escolar, transporte,

alimentação e assistência à saúde; e os padrões mínimos de qualidade de

ensino. (SOUZA; SILVA, 1997, p. 15)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9.324 de 20 de

dezembro de 1966 apresenta os conceitos básicos da educação mencionados

pela Lei 11.788 com relação a educação, pois a Nova Lei de Estágio menciona

em seus incisos que os estudantes para poderem fazer estágio devem estar

freqüentando o ensino médio, superior, ensino a distância, e educação

especial, e dos anos finais do ensino médio fundamental e os profissionais da

educação de jovens e adultos. Desta forma, a LDB salienta como são

classificadas essas modalidades de ensino. (BRASIL, c, 1996)

Em se tratando de ensino superior a LDB aborda os tipos de cursos que

podem ser considerados como ensino superior e seus princípios, que serão

apresentados a seguir. (BRASIL c, 1996)

• Cursos de graduação: são destinados a estudantes que concluíram o

ensino médio, e tenham sido classificados em processo seletivo;

• Cursos de pós-graduação compreendendo programas de mestrado e

doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamentos e outros,

abertos a candidatos diplomados em curso de graduação e que

atendam as exigências das instituições de ensino;

• Cursos de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos

estabelecidos em a cada caso pelas instituições de ensino.

Com relação aos cursos de educação especial a LDB salienta que são

os cursos que a educação profissional tecnológica abrange, ou seja, os de

formação inicial ou continuada ou qualificação profissional; de formação

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profissional técnica de nível médio; de educação profissional tecnológica de

graduação e pós-graduação. (BRASIL c, 1996)

O ensino médio é considerado como a etapa final da educação básica e

é determinado que a sua duração seja de três anos. É a forma de consolidam e

aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando

o prosseguimento dos estudos. (BRASIL c, 1996)

Traduz-se em preparação básica para o trabalho e a cidadania dos

estudantes, para continuar aprendendo, de modo a se adaptar com a

flexibilidade as novas condições de ocupação ou aperfeiçoamentos posteriores.

(BRASIL c, 1996)

Com relação à educação especial a LDB define como sendo a

modalidade escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,

para estudantes portadores de necessidades especiais. (BRASIL c, 1996)

Por fim, trata sobre a educação de jovens e adultos, quanto aos anos

finais do ensino fundamental. Essa modalidade é destinada aos estudantes que

não tiveram acesso ou a continuidade aos estudos do ensino médio ou

fundamental na idade apropriada. Desta forma, o sistema de ensino assegurará

gratuitamente aos jovens e adultos que não pudera efetuar os estudos na idade

regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as

características do aluno, seus interesses, condições de vida e trabalho,

mediante cursos e exames. (BRASIL c, 1996)

Portanto, o educando que não esteja regularmente matriculado em

cursos como mencionados, os quais estejam conceituados na Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional e previsto na Lei 11.788/2008, não poderão

realizar estágio.

Na seqüência, a Lei de Estágio nº 8.859 proporcionou algumas

mudanças na Lei nº 6.494.

2.5.3 LEI Nº 8.859/1994

A Lei nº 8.859 de 23 de março de 1994 foi publicada pelo Presidente

Itamar Franco e modifica a disposição da Lei nº 6.494 de 7 de dezembro de

1977, estendendo aos alunos de ensino especial o direito de participação nas

atividades de estágio. (BRASIL, 1994c).

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Desta forma, a Lei nº 8.859 informa em seus artigos que as pessoas

jurídicas de direito privado, as organizações de administração públicas e as

instituições de ensino só podem aceitar como estagiários, os alunos que

estiverem regularmente matriculados e freqüentando as instituições públicas

ou particulares. Essses alunos podem estar cursando ensino superior, 2º grau

profissionalizante, ou escolas de educação especial. A lei aborda que o estágio

deve proporcionar aprendizado e prática na linha de formação do estagiários,

necessita ser planejado, avaliado e acompanhado, executado em conformidade

com os curriciculos, programas e calendário escolar.

A seguir, será apresentada a Nova Lei de Estágio que trouxe direitos e

deveres para os estagiários e algumas obrigações para as instituições de

ensino e para as partes concedente do estágio.

2.5.4 A Nova Lei de Estágio – LEI Nº 11.788/2008

No dia 25 de outubro de 2008 o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

sancionou a Lei Nº 11.788 que ficou conhecida como a Nova Lei de Estágio e

revogou, desta forma, a Lei nº 6.494 e a Lei nº 8.859.

A Nova Lei de Estágio nº. 11.788 informa a respeito do termo de

compromisso, sobre a divisão do estágio que pode ser obrigatório e não

obrigatório, o auxílio transporte, o seguro, o direito ao recesso remunerado, o

convênio com as instituições de ensino, o percentual de vagas para pessoas

com deficiência entre outros benefícios.(BRASIL, 2009, p.8)

2.5.4.1 Quem pode fazer Estágio

Para realizar estágio os estudantes devem estar matriculados em uma

instituição de ensino e atender a alguns requisitos necessários explicitados na

lei.

Tanto a Nova Lei de Estágio como a Cartilha Esclarecedora da Lei de

Estágio informam que só poderá fazer estágio: Estudantes que tiverem freqüentando o ensino regular, em instituições de ensino superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do

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ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (art. 1º da Lei n° 11.788/2008)

Schwarz (2009, p. 30) em perspectiva similar complementa que só

podem fazer estágio estudantes que estão matriculados e freqüentando o

ensino regularmente, pode ser ensino a distância, ensino superior, ensino

profissional, ensino médio, de educação especial (oferecida a estudantes

portadores de necessidades especiais) e dos anos finais do ensino

fundamental (quinta a oitava série), assim como o curso profissional da

educação de jovens e adultos (desenvolvido para pessoas que não estão mais

em idade escolar).

Analisa-se que só poderá realizar estágio os estudantes que estiverem

freqüentando uma instituição de ensino e atenderem aos requisitos da Lei

11.788. Para que caso isso aconteça deverá ser assinado o Termo de

Compromisso.

Desta forma, a seguir, será apresentado o conceito de Termo de

Compromisso que tem um papel importantíssimo para que se possa fazer

estágio.

2.5.4.2 Termo de Convênio

Segundo a Nova Lei de Estágio nº 11.788/2008 (BRASIL, 2008 a) com

relação ao convênio, trata-se de um documento obrigatório que deverá ser

firmado entre a organização e a instituição de ensino, para que o estudante

possa fazer o estágio. Assim, poderá ser celebrado o Termo de Compromisso.

2.5.4.3 Termo de Compromisso

O Termo de Compromisso é um documento previsto na Lei de Estágio é

a forma concreta para caracterizar o estágio, sendo assim um documento

obrigatório. A seguir, verifica-se o que se comenta na literatura sobre esse

assunto.

Calsone (2010) informa que o mercado de trabalho precisou se adaptar

as regras do estágio. Há mudanças impostas pela lei referente aos direitos e

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deveres dos estudantes, das empresas e das instituições de ensino. As

instituições de ensino superior têm que adaptar os projetos pedagógicos com a

previsão do estágio opcional ou pedagógico para que o estudante possa fazer

estágio. As empresas têm que cumprir com as novas determinações

relacionadas a carga horária, duração do estágio, benefícios, entre outras, mas

é certo afirmar que a nova modalidade de estágio ainda não caracteriza vínculo

empregatício.

A Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio (BRASIL, 2008, p.17)

conceitua que:

O Termo de Compromisso é um acordo tripartite celebrado entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino, prevendo as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar.

Para Scwarz (2009, p. 15), o Termo de Compromisso é um documento

obrigatório que será feito entre o estudante, a parte concedente e a instituição

de ensino e só assim poderá se verificar a existência do vínculo empregatício

do estágio.

Segundo a Nova Lei de Estágio nº. 11.788 (2009, p. 17), no Termo de

Compromisso tem que aparecer a proposta pedagógica do curso, a modalidade

do estágio, isto é, se será obrigatório ou não obrigatório, além da carga horária

acordada entre a empresa e o estagiário.

Destaca-se que o Termo de Compromisso firma o contrato de estágio

entre o estudante, a parte concedente e a instituição de ensino e nele se

estabelecem as regras para o estágio aconteça.

A seguir, esclarece-se acerca da divisão do estágio que faz parte da Lei

de Estágio.

2.5.4.4 Divisão do Estágio – Obrigatório e Não Obrigatório

A presente divisão apresentada pela Lei de Estágio classifica o estágio

em obrigatório e não obrigatório e determina que será supervisionado pela

instituição de ensino.

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Para Veiga (2009, p. 52), o estágio obrigatório é uma disciplina que

deverá ser cumprida para que se possa ter o diploma do curso. Esse tipo de

classificação deverá atender os requisitos impostos pela instituição de ensino.

O estágio não obrigatório, entretanto, é uma atividade opcional, que ajuda a

aprimorar o ensino sem prejudicar a sua formação.

O estágio obrigatório “é o estágio definido como pré-requisito no projeto

pedagógico do curso para aprovação e obtenção do diploma. (§1º do art. 2º da

Lei nº. 11.788/2008)”. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, 2008, p. 9)

O estágio não obrigatório “é uma atividade opcional, acrescida à carga

horária regular e obrigatória”. (§2º do art. 2º da Lei nº. 11.788/2008)”.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, 2008, p. 9).

Para Schwarz (2009, p. 30) o estágio obrigatório está incluído no projeto

acadêmico do curso, sendo um requisito indispensável para a aprovação do

aluno e a obtenção do diploma. Com relação ao estágio não obrigatório, pode

ser desenvolvido como atividade opcional.

Verifica-se que enquanto o estágio obrigatório é uma condição imposta

por lei, o estágio não obrigatório é uma oportunidade dada ao aperfeiçoamento

que poderá ou não ser aproveitada pelos estudantes.

A carga horária do estágio deverá constar no Termo de Compromisso e

é sobre isso que se trata na seqüência.

2.5.4.5 Carga horária do Estágio

Cabe evidenciar que a carga horária do estágio é o período em que o

estagiário fica à disposição do empregador para prestar trabalho e representa

uma das mudanças previstas pela Nova Lei de Estágio.

Com relação à carga horária do estágio, esta é determinada em comum

acordo entre a parte concedente, ou seja, a organização e o aluno. Essa

informação deverá constar no Termo de Compromisso. O estudante de

educação especial e dos anos finais de ensino fundamental e na modalidade

profissional de educação de jovens e adultos pode fazer quatro horas diárias

somando um total de vinte horas semanais. Os estudantes de ensino superior,

de educação profissional de nível médio e do nível médio regular podem fazer

seis horas diárias somando um total de trinta horas semanais. Estudantes que

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os cursos alteram teoria e prática, nos períodos em que não estão

programadas aulas presenciais, desde que esteja previsto no projeto

pedagógico do curso, podem fazer oito horas diárias somando quarenta horas

semanais. (BRASIL, 2008, p. 14).

Com a redução da carga horária de trabalho que passou para seis horas

na maioria dos casos, muitos empresários já estão substituindo uma vaga de

oito horas por duas de quatro horas de estágio, diz-se que as empresas terão

que se adaptar com as novas regras. (CALSONE, 2010).

Schwarz (2009, p. 33) completa esclarecendo que as atividades

desenvolvidas no estágio serão definidas em comum acordo entre a instituição

de ensino, a empresa e o estudante ou seu representante legal para

estudantes menores de 18 anos. Essas informações devem constar no Termo

de Compromisso, ser compatíveis com as atividades escolares e não podem

ultrapassar quatro horas diárias de estágio ou seis horas. Os estudantes que

podem fazer quatro horas de estágio são estudantes de educação especial e

dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de

educação de jovens e adultos. Os estudantes de ensino superior, de educação

profissional de nível médio e do ensino médio regular podem fazer seis horas

de estágio.

Matos (2009) destaca que com a diminuição da carga horária de estágio

que passou para seis horas no máximo, dando um total de trinta horas

semanais, os estagiários estão tendo mais tempo para dedicarem-se aos

estudos. Completa afirmando que o estagiário está na empresa para aprender

e não para fazer a empresa dar lucro.

O estágio tem um tempo de duração previsto em lei e sobre essa

questão trata-se, a seguir.

2.5.4.6 Duração do Estágio

A duração do estágio está relacionada ao período que o estagiário

poderá permanecer na organização concedente da oportunidade.

Segundo Matos (2009), antes da Nova Lei de Estágio não era raro ver

um estagiário trabalhar na empresa quatro anos, desenvolvendo uma função

repetitiva, que já não lhe trazia nenhum aprendizado. Muitas vezes só fazia

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estágio para pagar seu curso universitário ou para pagar suas despesas. Para

a empresa isso era ótimo, pois não precisava contratá-lo como empregado.

Matos (2009) ressalta que atualmente os estagiários tem data para

entrar e sair nas organizações. Após completado dois anos que é o período

máximo que o estagiário pode permanecer em uma organização ela deverá

decidir se contrata o estagiário ou se ele será substituído por outro.

Com a modificação proposta, o estagiário passará a ter data certa para ser efetivado ou substituído por outro. E é justamente neste posto onde a medida é preocupante. Ela acaba abrindo espaço para a possibilidade de os empresários optarem por substituir um estagiário com potencial de ser efetivado na empresa, apenas pelo fato dele ter atingido o termino do contrato, a contratá-lo antes da conclusão de sua graduação. (MATOS, 2009)

Pacheco (2009, p. 17) complementa explicando que há exceção quando

tratar-se de estagiário portador de deficiência, pois a Nova Lei de Estágio

(2008) não prevê prazo para que os estudantes com deficiência façam estágio,

eles só devem estar estudando.

A seguir, será abordado sobre o seguro para os estagiários que deverá

aparecer no Termo de Compromisso.

2.5.4.7 Seguro

Em se tratando de seguro contra acidentes pessoais a Nova Lei de

Estágio salienta que é obrigação da parte concedente do estágio contratar em

favor do estagiário. A apólice deve ser compatível com valores de mercado,

conforme for estabelecido no Termo de Compromisso. (SCHWARZ, 2009, p.

25).

Segundo a Nova Lei de Estágio (2008) o seguro contra acidentes

pessoais para estudantes que fazem estágio obrigatório deverá ser pago pela

instituição de ensino.

Schwarz (2009, p. 25) informa que este seguro está relacionado a

acidentes pessoais e não a acidentes de trabalho, pois o estagiário não é

empregado para se falar de acidentes de trabalho.

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A Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio (2008, p. 18) menciona que o

seguro deve abranger acidentes pessoais ocorridos com estudantes durante o

período de vigência do estágio em todo território nacional. Esse seguro cobre

morte ou invalidez permanente, total ou parcial. O valor da indenização deve

ser compatível com o valor do mercado e deve constar no Certificado Individual

de Seguro de Acidentes Pessoais.

Para facilitar o acesso dos estagiários ao local de trabalho criou-se por

força da lei, o auxílio transporte. No entanto o benefício pode ser facultativo ou

não, conforme se verifica, a seguir.

2.5.4.8 Auxílio Transporte e Bolas Auxílio

O auxílio transporte e a bolsa auxílio são benefícios que podem ser

concedidos aos estagiários, desta forma o auxílio transporte é uma conquista

para os estagiários, conforme será abordado, a seguir.

A Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio menciona que o auxílio

transporte é um direito que o estagiário tem concedido pela organização e deve

auxiliar no deslocamento do estagiário ao local de estágio e seu retorno para a

casa. Esse auxílio transporte pode ser opcional para o estágio obrigatório.

(BRASIL, 2008, p. 15)

Em se tratando de bolsa-auxílio e auxílio-transporte Schwarz, (2009, p.

35) informa que o estagiário poderá receber tanto um quanto o outro e esse

pagamento pode ser mensal, diário ou por hora. Desta forma, o auxílio-

transporte é para o estagiário que necessite deste benefício para o

deslocamento da sua casa até o local do trabalho ou vice-versa. Para o estágio

obrigatório esse benefício é facultativo e salienta-se que a concessão desses

benefícios não caracteriza vínculo empregatício.

Verifica-se que o auxílio transporte é obrigatório, exceto para estudantes

que estiverem fazendo o estágio obrigatório e comprende-se que essa medida

procura não onerar a organização concedente de estágio. Possibilita assim,

que ela acolha em suas dependências, sem custos, alunos que necessitem

dessa experiência para se formar.

Além dos benefícios mencionados há também o recesso que é

concedido após um ano de estágio.

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2.5.4.9 Recesso

Segundo a Nova Lei de Estágio o recesso é o período em que o

estagiário deixa de trabalhar, conhecido também como férias, e deverá constar

no Termo de Compromisso.

Com relação ao recesso remunerado, o estagiário tem direito a férias no

período de 12 meses de estágio. Pode ter um recesso de 30 dias, sendo

período contínuo ou fracionado conforme for mais adequado tanto para a

empresa tanto para o estagiário. O recesso poderá ser concedido durante o

período de férias escolares e de forma proporcional ao período inferior a 12

meses. Essas informações devem constar no Termo de Compromisso.

(BRASIL, 2008, p. 16).

Na mesma perspectiva, Veiga (2009, p. 68) salienta que só poderá ser

considerado recesso quando o estagiário deixar de trabalhar, da mesma forma

como é garantida aos empregados as férias. Só poderá ser garantido esse

recesso quando o estagiário permanecer um ano ou mais na mesma

organização e esse recesso não poderá ser renunciado pelo estagiário, pois

esse período é destinado ao seu descanso, e um direito indisponível. O

recesso com a Nova Lei de Estágio é mais uma conquista adquirida.

O quadro 1, a seguir, apresenta a evolução do estágio desde a Lei nº

6.494 que é considerada como a primeira Lei de Estágio, a Lei n° 8.859 que

modificou a Lei 6.494 e a Lei nº 11.788 que é considerada a Nova Lei de

Estágio. Quadro 1 - Evolução da Lei de Estágio LEIS Lei nº. 6.494/1977 Lei nº. 8.859/1994 Lei n°. 11.788/2008

QUEM PODE FAZER ESTÁGIO

Estudantes regularmente matriculados e com freqüência efetiva nos cursos vinculados ao ensino oficial e particular, em nível superior e de 2º grau regular e supletivo.

Foi estendido aos alunos de escolas de educação especial o direito à participação em atividades de estágio. Os alunos que cursavam supletivos não podiam fazer estágio.

Os estudantes que estiverem freqüentando regulamente o ensino público e particular, ensino superior, educação profissionalizante da educação de jovens e adultos, educação profissional, entre outros podem fazer estágio.

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ESPÉCIE DE ESTÁGIO

O estágio independentemente do aspecto profissionalizante, direto e específico, poderia assumir a forma de atividade de extensão, mediante a participação do estudante em empreendimentos ou projetos pedagógicos de interesse social.

O estágio independentemente do aspecto profissionalizante, direto e específico, poderia assumir a forma de atividade de extensão, mediante a participação do estudante em empreendimentos ou projetos pedagógicos de interesse social.

A atividade de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.

JORNADA DO ESTÁGIO

Não previa especificamente a jornada de trabalho do estagiário. Estabelecia apenas que a jornada de atividade do estágio, a ser cumprida pelo estudante, deveria se compatibilizar com o seu horário escolar e com o período de tempo em que viesse a ocorrer o estágio.

Não previa especificamente a jornada de trabalho do estagiário. Estabelecia apenas que a jornada de atividade do estágio, a ser cumprida pelo estudante, deveria se compatibilizar com o seu horário escolar e com o período de tempo em que viesse a ocorrer o estágio.

Será feita de comum acordo entre a instituição de ensino, entre a parte concedente e o estudante. O estagiário pode fazer de quatro a seis horas de estágio.

CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório.

O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório.

O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório.

TEMPO DE DURAÇÃO DO ESTÁGIO

As instituições de ensino poderiam dispor sobre a carga-horária, duração e jornada de estágio curricular, que não poderia ser inferior a um semestre letivo.

As instituições de ensino poderiam disporão sobre a carga-horária, duração e jornada de estágio curricular, que não poderia ser inferior a um semestre letivo.

O tempo de duração do estágio é de dois anos na mesma organização.

AUXÍLIO TRANSPORTE

Não previa. Não previa. O auxílio transporte é concedido para estágio não obrigatório.

SEGUROS A instituição de ensino diretamente, ou através de atuação conjunta com agentes de integração providenciava seguro de acidentes pessoas em favor do estudante.

Não previa. A cobertura deve abranger acidentes pessoais ocorridos com o estudante durante o período de vigência do estágio, 24 horas/dias, no território nacional. Cobre morte ou invalidez permanente, total ou parcial, provocadas por acidentes.

BOLSA Com relação ao auxílio à bolsa, só

Com relação ao auxílio à bolsa, só

O estagiário poderá receber bolsa ou

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poderiam receber os alunos que estivessem cursando o estágio não obrigatório. O pagamento poderia ser feito em dinheiro ou como pagamento de mensalidade da escola, entre outros.

poderiam receber os alunos que estivessem cursando o estágio não obrigatório. O pagamento poderia ser feito em dinheiro ou como pagamento de mensalidade da escola, entre outros.

outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão para o estágio não obrigatório.

RECESSO Não previa. Nos períodos de férias escolares, a jornada de estágio era estabelecida de comum acordo entre o estagiário e a parte concedente do estágio, sempre com interveniência da instituição de ensino.

Não previa. Sempre que o estágio tiver duração igual ou superior a um ano o estagiário terá direito a um período de trinta dias de recesso, para ser gozado, preferencialmente, durante suas férias escolares.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, (2011).

Observando-se o quadro 1 que trata sobre a evolução do estágio nota-

se que desde a primeira lei até a atual, o estágio foi sofrendo modificações e

essas modificações trouxeram melhorias como: direito a férias, redução da

jornada de estágio, duração do estágio entre outros direitos.

Atualmente, verifica-se que por meio da Lei 11.788, os estagiários e as

empresas têm os seus direitos e deveres e para que tudo ocorra de forma

acertada os dois lados têm que cumprir com suas obrigações. As instituições

de ensino também são citados na lei e devem indicar o professor orientador do

estágio, que tem a tarefa de acompanhar as avaliações das atividades dos

estagiários e zelar pelo o cumprimento do termo de compromisso, zelar pelo

plano de atividades dos estagiários.

Na seqüência será apresentada a inclusão do deficiente no estágio

curricular de acordo com o que a Nova Lei de Estágio nº 11.788/20118 nos

informa.

2.6 INCLUSÃO DO DEFICIENTE NO ESTÁGIO

A seguir, será abordada a inclusão do deficiente no estágio curricular,

como deve ser realizada essa inclusão, sobre as cotas que serão destinadas a

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essas pessoas tanto em empresas públicas quanto privadas entre outros

assuntos.

Para Lancillotti (2003, p. 14), as pessoas com deficiência passaram a ter

amparo a partir da Lei de Diretrizes e Bases – LDB na Constituição de 1988, e

foi assim que os direitos dessas pessoas foram ampliados e passaram a ser

especificados no documento do MEC/SEESP – Política Nacional de

Integração/1994.

Lancillottti (2003, p. 82) enfatiza que sociedades como a Associação de

Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE trabalham na educação especial

dessas pessoas e na sua profissionalização por meio das oficinas pedagógicas

que segundo a autora:

[...] (propõem a educação pelo trabalho), posteriormente, os aprendizes podem ser encaminhados para as oficinas protegidas ou abrigadas (trabalho produtivo e remunerado em regime especial) e, em menos medida, para o mercado de trabalho. (LANCILLOTTI, 2003, p. 82)

Lancillottti (2003, p.84) destaca que apesar do discurso que o mercado

de trabalho vem exigindo das pessoas mais conhecimentos, devido a

complexidade das tarefas, vê-se a ampliação de trabalhos simples que exigem

mais do trabalhador. Desta forma, há funções mais simples que não

necessitam de uma formação e de muito conhecimento e que poderiam ser

desempenhadas por trabalhadores com deficiência. Assim, o discurso que as

pessoas com deficiência não são absorvidas pelo mercado por falta de

formação não explica o porquê que essas pessoas estão fora do mercado.

Em outra perspectiva, Gugel (2007, p. 63) informa que as pessoas com

deficiência eram chamadas como alejados, inválidos, incapacitados,

defeituosos, excepcionais, entre outros.

A principal preocupação do Estado, refletida na consciência da sociedade, era o amparo por comiseração e a assistência como proteção das pessoas com deficiência, reunidas em grupos de iguais, apartados do contexto comum e institucionalizados. Essas terminologias foram sendo alteradas por exigência e pressão constante dos movimentos sociais. (GUGEL, 2007, p. 63)

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Para Gugel (2007, p.74) foram criadas categorias para identificar os

diferentes tipos de deficiências existentes. O Art. 4º do Decreto nº 3.298/99,

expressamente alterado pelo Art. 70, do decreto nº 5.296/04, que regulamentou

as chamadas Leis de Acessibilidade, informa os seguintes tipos de

deficiências: deficiência física, deficiência auditiva, deficiência visual,

deficiência mental e deficiências múltiplas.

Segundo Gugel (2007, p. 190), a Lei nº. 8.859/94 relata que alunos de

educação especial com deficiência física, sensorial e mental podem fazer

estágio. O estágio para pessoas com deficiência serve como uma ferramenta

para a inserção, manutenção e ascensão no mercado de trabalho, estando

diretamente ligados aos preceitos constitucionais que garantem a educação

aliada ao trabalho.

Gugel (2007, p. 198) aborda que a Lei nº. 8.069/90 informa que as

pessoas com deficiência podem fazer estágio supervisionado, segundo os

princípios da proteção ao adolescente.

A base de educação inclusiva reconhece a existência da diferença – no caso os alunos com deficiência -, e coloca em prática a convivência com essa diversidade, promovendo a aprendizagem de todos. Com esse critério, a Constituição determina a qualificação para o trabalho com a criação de programas de prevenção e atendimento especializado para pessoas com deficiência física, sensorial ou mental, assinalando para integração social do adolescente com deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso de bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos Art. 227, Constituição. (GUGEL, 2007, p. 199)

Gugel (2007, p. 199) trata ainda que as instituições de ensino devam

colocar à disposição dos estagiários com deficiência as vagas de estágio e que

eles tenham acesso a elas. As pessoas com deficiências devem ter um apoio

especial como: ajuda técnicas, com serviços de atendimento prioritários para

os estagiários com deficiência auditiva (intérpretes de LIBRAS, se for o caso),

deficiência visual, mental ou múltipla.

Menciona que é de extrema importância na prática do estágio que as

organizações se adaptem as atividades para os estagiários conforme as

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características e necessidades da deficiência do estagiário, sem esquecer do

ambiente externo (ambiente físico, atitudes) que deverá ser acessível a essas

pessoas [...]. (GUGEL, 2007, p. 200).

Segundo, Gugel (2010, p.200) a Resolução do Conselho Nacional de

Educação – CNE/CEB nº. 1, de 21/01/04 destaca alguns requisitos

importantíssimos para o estágio supervisionado de pessoas com deficiência. É

necessária a adaptação de equipamentos, ferramentas, máquinas e locais de

estágio as necessidades dessas pessoas com deficiência, fornecendo recursos

que visem garantir a acessibilidade física e tecnológica e a prestação de

assistência que se fizer necessária durante o período de estágio; também a

realização de campanhas e oficinas de sensibilização de empresários e de

funcionários, como forma de eliminar obstáculos de ordem comportamental, os

quais impedem a integração da pessoa com deficiência com as atividades do

estágio supervisionado; por último deverá ser feito um acompanhamento, com

vistas a assegurar a manutenção dessas pessoas no estágio.

Em outra perspectiva Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 17)

explicam que a palavra deficiência tem como significado:

[...] uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico ou social.

Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 248) mencionam que o Ministério

Público do Trabalho se esforça na inserção das pessoas com deficiência,

fixando cotas de reserva de vagas, tanto em organizações públicas como

privadas. A exclusão das pessoas com deficiência do convívio social já é muito

antiga e reveladora de como estão distantes estas pessoas ainda do mercado

de trabalho e que se encontram em condições mínimas de cidadania erigidas

desde o principio da cultura ocidental.

Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 248) mencionam que toda a

pessoa tem direito de livre expressão, de ir e vir, de trabalhar, de estudar, a

saúde, entre outros. Mas as pessoas com deficiência têm dificuldades de

exercer seus deveres e direitos.

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Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 256) salientam que o Estatuto da

Criança e do Adolescente – ECA informa que:

[...] Art. 66, também obriga a que a sociedade brasileira atente para proteção do trabalho do adolescente deficiente, o que faz com acerto, visto que duplas são as peculiaridades do adolescente com deficiência, as quais suscitam necessidade mais intensa de proteção, para que se lhe possibilite a integração adequada na sociedade, afastando-o da política de caridade meramente assistencial, que impelirá inexoravelmente à marginalidade. (GUGEL, COSTA FILHO, RIBEIRO, 2007, p. 256).

A Lei de Estágio amplia o estágio profissionalizante para as escolas

especiais de qualquer grau. O direito a profissionalização assume papel de

socialização para as pessoas com deficiência, pois a única coisa que as

impede de trabalhar são as barreiras instrumentais, mesmo que elas tenham

deficiência física, mental, ou sensorial. Todas elas são superáveis, desde que

sejam rompidos os preconceitos herdados, talvez, das pessoas antigas, de que

a pessoa com deficiência é um pecador punido por Deus que deve ser

segregado. (GUGEL, COSTA FILHO, RIBEIRO, 2007, p. 256).

Observa-se que as pessoas com deficiência necessitam conhecer seus

direitos e exercê-los, pois têm direito à saúde, à educação, ao trabalho e ao

direito de ir e vir, sendo protegidos por leis.

Desta forma, apresenta-se na seqüência como é elaborado o estágio

nas organizações públicas.

2.7 O ESTÁGIO NA OPERACIONALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Este tópico apresentará sobre o estágio na sua operacionalidade na

administração pública, isto é, como é feito o estágio nos órgãos públicos, o

cumprimento da carga horária e o período de permanência no estágio, entre

outros.

Bergue (2010, p. 411) salienta que a criação e implementação de

programas de estágios na administração pública necessita orientar-se,

fundamentalmente, com vistas a diretriz de ganhos mútuos. Tanto a

administração pública quanto os estudantes envolvidos no processo de estágio

precisam auferir resultados que justifiquem o processo.

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Segundo Bergue (2010, p. 411), o programa de estágio na administração

pública é uma oportunidade de experiência e desenvolvimento profissional para

os acadêmicos de diversas áreas e há uma troca de experiência entre o

estagiário e a administração.

É de se ressaltar que a falta de definições claras sobre o desenvolvimento de um programa de estágios, que alcance desde um correto diagnóstico acerca das áreas potenciais de absorção, até as formas de seleção, orientação, acompanhamento, avaliação e desligamento de estagiários, pode conduzir a escolhas e atuações prejudiciais, sobretudo para a administração, resultado em frustrações, prejuízos de imagem da organização, transtornos administrativos e gastos estéreis. (BERGUE, 2010, p.412)

Bergue (2010, p.413) menciona que a administração deve deixar bem

claro o que espera do estagiário em termos de resultados e sobre as atividades

desenvolvidas por eles.

A fim de que possa obter resultados mais efetivos da interação de acadêmicos com a administração na forma de estágios, é indicado que cada estagiário seja vinculado a um “tutor”, que será seu agente de referência na administração. A esse agente tutor caberão as funções básicas de orientação, acompanhamento e avaliação do acadêmico, promovendo o devido registro de suas atividades e desempenho, a fim de que passagem do estudante pela administração possa ser, de fato, projetada como experiência capaz de ser demonstrada no futuro também no plano formal.

Com relação à clareza nas definições acerca dos programas de estágio

Pacheco (2009, p. 23) compartilha as experiências do Programa de Estágio no

Tribunal de Justiça que é regido pela portaria nº 520 de 2008 e suas atividades

são administradas pela Unidade de Gestão de Pessoas.

Segundo Pacheco (2009, p.23), para que o estudante possa fazer

estágio no Tribunal de Justiça o setor que estiver interessado em receber o

estagiário deve dispor, em sua lotação, de servidor com formação acadêmica

ou experiência profissional em área de conhecimento idêntica à do curso do

estudante. Tal condição visa proporcionar um acompanhamento de qualidade

na realização do estágio para não acarretar em danos para ambas as partes.

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Pacheco (2009, p.23) informa que com relação à quantidade de

estagiários o Tribunal de Justiça determina que não poderá ultrapassar 28%

dos cargos efetivos do quadro de pessoal e 10% do total das vagas serão

reservadas para estudantes portadores de deficiência.

No que se refere ao recrutamento e seleção, o processo seletivo é feito

por edital público e os estudantes portadores de deficiência passam por

processos específicos de recrutamento e seleção. (PACHECO, 2009, p. 23).

Sobre o pagamento da bolsa de estágio no STJ será pago conforme a

freqüência mensal do estagiário e serão descontados os dias correspondentes

às faltas registradas. Em caso de afastamento para tratamento de saúde o

estagiário deverá apresentar o atestado médico para que possam ser

compensadas as faltas. Mas, o estagiário poderá ser desligado do estágio se

apresentar atestado superior a 5 (cinco) dias, tiver faltas injustificadas por mais

de 3 (três) dias consecutivos, ou 5 (cinco) intercalados no período de um mês.

(PACHECO, 2009, p. 25)

O auxílio transporte será pago ao estagiário com relação aos dias

trabalhados e quanto ao período de recesso não receberá o mesmo.

(PACHECO, 2009, p. 25)

Segundo Pacheco (2009, p. 25), o estagiário deverá elaborar um

relatório das atividades desenvolvidas no estágio e entregá-los ao agente de

integração que repassa para a instituição de ensino. O estagiário deve manter

sigilo das informações, fatos e documentos de que tiver conhecimento em

decorrência do estágio. O estagiário terá como jornada de trabalho vinte horas

semanais, nos períodos de provas o estagiário terá sua carga horária reduzida

há duas horas diária.

Pode-se dizer que o Programa de Estágio do Tribunal de Justiça e

similar ao Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina o que

muda e com relação ao processo de seleção dos estagiários já que para o

Tribunal de Justiça esse processo e feito através de edital e para o MPSC e

esse processo através de divulgações nas instituições de ensino.

Sobre as atribuições, deveres e responsabilidade do estágio Pacheco

(2009, p. 25) informa que no STJ:

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O estagiário terá ciência dos seus deveres, atribuições e responsabilidades ao assinar o Termo de Compromisso de Estágio, onde se compromete a cumprir as normas legais e regulamentares aplicáveis ao estágio, bem como as normas do Tribunal. Os estudantes portadores de deficiência terão atribuições e responsabilidades compatíveis com sua condição. (PACHECO, 2009, p. 25)

Desta forma, analisa-se que o estágio na Administração Pública é

diferente da organização privada, principalmente com relação à contratação do

estagiário. Em organizações públicas o estagiário pode ficar dois anos e depois

tem que sair já na organização privada os estagiários podem ser contratados.

O Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina está em

conformidade com a Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008 e com o Ato

87/2009. Este programa está destinado a propiciar aos estudantes a

oportunidade de estágio, para alunos de ensino médio, médio

profissionalizante, educação especial e superior.

2.7.1 Conceito de estágio

Para o Ato 87/2009 considera-se estágio como sendo:

Ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio profissionalizante ou de educação especial. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)

O Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina dá

preferência a estudantes carentes de recursos financeiros, essa carência

deverá ser comprovada através da renda familiar mensal per capita e serão

priorizados aqueles estudantes sem experiências profissionais. Este programa

oferece as modalidades de estágio obrigatório e não obrigatório. (MINISTÉRIO

PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina o estágio obrigatório “é

aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para

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a aprovação e obtenção de diploma”. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA

CATARINA, 2009).

Desta forma, pode-se dizer que enquanto o estagiário não cumprir o

estágio obrigatório o estudante não poderá concluir o curso, pois faz parte do

projeto pedagógico do curso.

Enquanto que o estágio não obrigatório “é aquele desenvolvido como

atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória,”

(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

O estágio não obrigatório poderá ser realizado em qualquer semestre do

curso podendo ser realizado em organizações públicas e privado.

2.7.2 Vínculo empregatício

O estágio não cria nenhum vínculo empregatício em nenhuma de suas

modalidades tanto obrigatório como não obrigatório. É feito o Termo de

Compromisso entre o estudante, o Ministério Público e a instituição de ensino,

mas para que esse termo seja feito o estudante deverá estar matriculado e

freqüentando regularmente o ensino superior, ou ensino médio, ou educação

profissional, de ensino médio ou de educação especial. (MINISTÉRIO

PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)

2.7.3 Estágio para estudantes estrangeiros

Segundo o Ato 87/09 os estudantes estrangeiros devem estar

regulamente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou

reconhecidos e deve-se verificar o prazo do visto temporário do estudante para

ser concedido o estágio. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,

2009)

2.7.4 Número de vagas As vagas do Programa de Estágio são limitadas devido ao número de

servidores do quadro de pessoal do Ministério Público em exercício, sendo que

15% (quinze por cento) são destinadas a estágio de nível superior e 15%

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(quinze por cento) são destinadas estágio de nível médio. As pessoas com

deficiência têm um percentual de 10% (dez por cento) das vagas que são

oferecidas pela parte concedente do estágio. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE

SANTA CATARINA, 2009)

2.7.5 Processo de seleção

Esse processo é realizado pela Coordenadoria de Recursos Humanos

no Setor de Desenvolvimento Humano. Inicialmente é feita a divulgação da

vaga nas instituições de ensino conveniadas com o MPSC, assim os

estudantes interessados efetuarão seu cadastro no Setor de Desenvolvimento

Humano, e deverão ter a idade mínima de 16 (dezesseis) anos, estarem

regularmente matriculados no ensino médio, médio profissionalizante, na

educação especial ou ensino superior conforme o caso e demonstrarem

freqüência às aulas dentro das exigências mínimas fixadas pela entidade de

ensino, no semestre de admissão.

Os estudantes pré-selecionados passarão por um processo seletivo de

acordo com as necessidades apresentadas pela área que ofereceu a vaga.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

2.7.6 Duração do estágio

O estágio no Ministério Público de Santa Catarina segundo o ato

087/2009 será de no máximo 2 (dois) anos, essa limitação não se aplica ao

estagiário com deficiência. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,

2009).

2.7.7 Jornada de atividades

O estagiário terá uma jornada de 4 (quatro) horas diárias, sendo um total

de 20 (vinte) horas semanais, essas atividades deverão ser compatibilizadas

com os horários escolares e o expediente dos órgãos do Ministério Público. Se

a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou

finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio poderá ser

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reduzida pela metade, mas essa informação deverá constar no Termo de

Compromisso e para isso a instituição de ensino deverá encaminhar para o

Ministério Público o calendário de avaliações escolares ou acadêmicas. As

faltas ocasionadas por motivos de saúde serão consideradas faltas justificas

desde que seja apresentado o atestado médico. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE

SANTA CATARINA, 2009).

Ainda o estagiário poderá se ausentar do estágio sem qualquer prejuízo

por 8 (oito) dias consecutivos em razão de falecimento de cônjuge,

companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda

ou tutela e irmãos. Também poderá ausentar-se pelo dobro dos dias de

convocação, em virtude de requisição da Justiça Eleitoral durante os períodos

de eleição. Há a possibilidade de ausência por 1 (um) dia, por motivo de

apresentação para alistamento militar e seleção para o serviço militar e por 1

(um) dia, para doação de sangue. (ATO nº. 612/2009/PGJ)

Para que se possa gozar dos benefícios o estagiário deverá fazer a

comprovação mediante apresentação, respectivamente, de atestado de óbito,

declaração expedida pela Justiça Eleitoral, comprovante de comparecimento

no serviço militar e atestado de doação de sangue. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE

SANTA CATARINA, 2009).

Poderá ser concedido também ao estagiário licença para tratar de

assuntos pessoais pelo prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, sendo prorrogável

uma única vez e por igual período, essa licença será requerida por

antecedência mínima de 30 (trinta) dias e não poderá ser concedida essa

licença antes de 6 (seis) meses de estágio. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE

SANTA CATARINA, 2009).

Conclui-se, que os estagiários deveram cumprir sua carga horária de 20

(vinte) horas semanais caso o estagiário não possa cumprir deverá informar o

supervisor de estágio e apresentar um documento que comprove o motivo da

sua falta, desta forma não será descontado do seu salário essa falta.

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2.7.8 Auxílio transporte

Segundo o Ato 87/2009 do Ministério Público de Santa Catarina (2009) o

valor do auxílio transporte será pago aos estagiários e deverá ser definido por

Portaria do Procurador-Geral de Justiça.

2.7.9 Recesso

O Programa de Estágio informa em seu Ato 87/2009 que o estagiário

terá direito a 30 (trinta) dias de recesso, mas terá esse direito se permanecer

no estágio 1 (um) ano ou superior a um ano e esse recesso deverá ser gozado

preferencialmente durante o período de férias escolares. O estagiário não

receberá o auxílio transporte no período do recesso. (MINISTÉRIO PÚBLICO

DE SANTA CATARINA, 2009).

2.7.10 Legislação de saúde e segurança do trabalho

Conforme consta no ato 87/09 do Ministério Público de Santa Catarina

(2009) é de responsabilidade do órgão a legislação relacionada à saúde e

segurança no trabalho.

2.7.11 Convênios

Fica sob responsabilidade da organização firmar convênios de

concessão de estágio com instituições de ensino público ou privado

reconhecidas pelos órgãos competentes, nos quais se explicitará o processo

educativo compreendido nas atividades programadas para seus educandos,

bem como as condições de realização do estágio previsto neste ato. O

convênio será firmado no prazo de cinco anos, podendo ser renovado por igual

período. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

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2.7.12 Ajuste do termo de compromisso

O Termo de Compromisso será firmado entre o estagiário ou seu

representante legal, pelo Subprocurador-Geral do Ministério Público e pelo

representante legal da instituição de ensino, pelo período máximo de 2 (dois)

anos. O estagiário não poderá exercer nenhuma atividade remunerada, e o

estagiário não poderá exercer atividades concomitantes do Ministério Público,

com advocacia pública ou privada, ou estágios nessas áreas, assim como o

desempenho de função ou estágio em órgão do Poder Judiciário ou nas

Polícias Civil ou Federal. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,

2009).

Com relação ao ajustes no termo de compromisso está diretamente

ligada a renovação do termo de compromisso ou até mesmo a mudança de

instituição de ensino desta forma deverá ser feito outro documento.

2.7.13 Rescisão do termo de compromisso

Segundo consta no ato 87/09 do Ministério Público de Santa Catarina

(2009) à rescisão do Termo de Compromisso deverá ser feito quando o

estagiário não satisfazer a freqüência escolar mínima; não concluir o curso;

transferir-se para curso cujo currículo seja incompatível com as atividades

desenvolvidas no órgão; transferir-se para instituição de ensino não-

conveniada; abandonar o estágio, caracterizado pela ausência não-justificada

ao serviço, durante o ano civil, por mais de 10 (dez) dias; interromper o curso

na instituição de ensino; obtiver baixo rendimento nas avaliações de

desempenho a que for submetido; descumprir qualquer cláusula do Termo de

Compromisso. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

O Ministério Público poderá a qualquer tempo rescindir o Termo de

Compromisso, a seu critério, desde que comunique o fato ao estagiário com

antecedência mínima de quinze dias. Também o estagiário tendo interesse por

parte do Estagiário em rescindir o Termo de Compromisso, deverá comunicar o

Ministério Público, por escrito, com antecedência mínima de quinze dias.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

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Pode-se dizer que esse processo ocorre freqüentemente, muitos

estagiários pedem a rescisão porque encontraram algum estágio, pois o

período máximo que um estagiário pode permanecer e de 2 (dois), após esse

período os estagiários tem que procurar outro emprego ou estágio, pois não

podem ser contratados pelo fato de ser uma organização público.

2.7.14 Obrigações da instituição de ensino

O Ato 87/2009 do Ministério Público de Santa Catarina (2009) informa

que as obrigações das instituições de ensino consistem em celebrar o Termo

de Compromisso de admissão ao Programa com o educando ou com seu

representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente

incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do

estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação

escolar do estudante e ao horário e calendário escolar. (MINISTÉRIO

PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

Há também a obrigatoriedade de fornecer semestralmente os atestados

de matrícula, freqüência e aproveitamento dos estudantes selecionados pelo

Ministério Público e indicar o professor orientador, da área a ser desenvolvida

no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das

atividades do estagiário. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,

2009).

Deverá exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não

superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades e comunicar o eventual

abandono do estudante às aulas ou não-obtenção da freqüência mínima

exigida. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo entre a

entidade de ensino, o Ministério Público de Santa Catarina e o estudante, será

incorporado ao Termo de Compromisso por meio de aditivos à medida que for

avaliado, progressivamente, o desempenho do estudo. Caso a entidade de

ensino não elabore o Tempo de Compromisso, caberá ao Ministério Público a

responsabilidade de elaborá-lo. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA

CATARINA, 2009).

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2.7.15 Obrigações do Ministério Público Compete ao Ministério Público de Santa Catarina (2009) sob a

coordenação e supervisão da Coordenadoria de Recursos Humanos, firmar

convênios com instituições de ensino interessadas em propiciar as seus

estudantes o acesso ao Programa de Estágio. Também selecionar dentre os

estudantes inscritos, quais participarão do programa, observando a

compatibilidade entre o seu curso e as atividades a serem desenvolvidas e

priorizando os estudantes que apresentarem menor renda familiar per capita.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

A coordenadoria de Recursos Humanos deve solicitar aos estudantes,

no ato de inscrição do Programa de Estágio o comprovante de matrícula ou de

freqüência escolar atualizado, a fotocópia do Cadastro de Pessoas Físicas

(CPF) e a Carteira de Identidade (RG), a última declaração do Imposto de

Renda ou outro comprovante de renda familiar, o comprovante de residência, e

a declaração de que não exerce qualquer atividade ou estágio remunerado, em

órgão público ou na iniciativa privada, fazendo-se assistir por seus pais ou

responsáveis, se menor de 18 anos. O estagiário deverá apresentar atestado

médico comprovando a aptidão física, à realização das atividades de estágio.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

Será indicado pela Coordenadoria de Recursos Humanos membro ou

servidor de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional

na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e

supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente. Há a necessidade de

contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice

seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no

Termo de Compromisso. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,

2009).

Quando o estágio ocorre nas Comarcas fora da Grande Florianópolis, o

procedimento de seleção será realizado pelo Coordenador Administrativo ou

pelo membro do Ministério Público responsável pelo estagiário. (MINISTÉRIO

PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

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2.7.16 Obrigações do supervisor de estágio

O supervisor de estágio conforme o Ato 87/2009 também tem suas

obrigações que se referem a orientação do estagiário na iniciação ao trabalho e

propiciar a aplicação prática de seus conhecimentos acadêmicos; fiscalizar o

cumprimento da jornada de trabalho e comunicar à Coordenadoria de Recursos

Humanos as eventuais faltas injustificadas; proceder, em formulário próprio, a

avaliação de desempenho do estagiário, ao final de cada semestre, e elaborar,

semestralmente, relatório das atividades desempenhadas pelo estagiário;

acompanhar a freqüência e o rendimento escolar do Estagiário e comunicar à

Coordenadoria de Recursos Humanos os problemas porventura encontrados; e

solicitar do estagiário ao final de cada semestre letivo, no decorrer da execução

do Termo de Compromisso, seu atestado de freqüência e aproveitamento.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

As obrigações dos supervisores de estágio ajuda os supervisores a

estarem mais presentes nas atividades desenvolvidas pelos estagiários, desta

forma os estagiários e os supervisores terão um contato mais direto.

2.7.17 Obrigações do estagiário

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (2009) são obrigações

dos estagiários: atender às orientações da chefia do órgão no qual esteja

desempenhando suas funções; cumprir o horário de trabalho estipulado; manter

sigilo acerca dos fatos de que tiver conhecimento no exercício de suas funções.

Durante a realização do estágio, o estudante de ensino médio não

poderá ser reprovado e o estudante de ensino superior deverá obter aprovação

em no mínimo 60% do número de disciplinas cursadas. (MINISTÉRIO

PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

Conclui-se que essas obrigações dadas as estagiários serve como uma

forma ensinar os estagiários a questão da responsabilidade, já que o objetivo

do estágio e preparar os estagiários para o mercado de trabalho.

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2.7.18 Participação de servidores no Programa de Estágio

O servidor do Ministério Público poderá participar do Programa de

Estágio na modalidade de estágio obrigatório e deverá obedecer as normas do

Ato 87/2009. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)

Mediante requerimento fundamentado dirigido à Secretaria-Geral do

Ministério Público, e com a concordância de sua chefia, o servidor submetido à

jornada de trabalho semanal de 40 horas poderá tê-la reduzida em até 10

horas, desde que a complemente com atividades relacionadas ao estágio

curricular obrigatório.

Os servidores de Ministério Público que realizarem estágio obrigatório

não farão jus à percepção da contraprestação nem ao auxílio-transporte.

Pode-se dizer que a participação dos servidores públicos no Programa

de Estágio serve como um incentivos para que os servidores possam estudar e

sem se preocupar com um para fazer seu estágio.

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3 METODOLOGIA

A seguir, apresenta-se a metodologia empregada para a realização

desta pesquisa no Ministério Público de Santa Catarina que teve por objetivo

analisar o Programa de Estágio do Ministério Público do Estado de Santa

Catarina segundo a percepção dos estagiários e supervisores de campo.

Inicialmente trata-se do delineamento do estudo que apresenta a

caracterização da pesquisa, na seqüência a delimitação do estudo que se

refere ao contexto e sujeitos da pesquisa. Também há a apresentação dos

procedimentos que guiaram a coleta de dados e instrumentos de coletas de

dados, e por fim, trata-se sobre como foi realizada a análise dos dados.

3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Para realização desta pesquisa foi escolhida a abordagem qualitativa,

pois se pretendeu analisar a percepção dos estagiários e supervisores de

estágio sobre o Programa de Estágio.

Segundo Richardson (1999, p. 79) a pesquisa qualitativa é:

Uma tentativa de compreender detalhes dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados e convecções subjetivas dos entrevistados tem primazia explicativa sobre o conhecimento teórico do investigador.

Segundo Vergara (2003) uma pesquisa pode ser caracterizada pelos

fins e pelos meios empregados para sua realização.

Quanto aos fins teve finalidade descritiva, pois descreve o Programa de

Estágio do Ministério Público de Santa Catarina apresentando suas

características.

Segundo Marconi e Lakatos (2006, p. 189), as pesquisas descritivas:

Consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave [...].

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Quanto aos meios utilizou-se o estudo de caso, a pesquisa de campo, a

pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica para a coleta de dados

primários e secundários.

Estudo de caso que conforme Vergara (2003, p.49) é um estudo

circunscrito a poucas unidades, como pessoas, uma empresa ou um órgão

público e tem caráter de profundidade e detalhamento podendo ser realizado

ou não no campo.

Escolheu-se realizar a pesquisa de campo que implica em analisar uma

situação e a partir de sua avaliação gerar propostas de mudanças, e

aprimoramento do Programa de Estágio.

Conforme Marconi e Lakatos (2006, p.188) pesquisa de campo:

É utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.

Também foi utilizada a pesquisa documental e bibliográfica. Para

Marconi e Lakatos (2007, p. 62), a pesquisa documental é aquela que trata da

fonte de coleta de dados que está restrita a documentos que podem ser

escritos ou não.

A pesquisa bibliográfica é aquela que abrange todas as bibliografias que

já se tornaram públicas com relação ao tema escolhido, desde publicações

avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,

material cartográficos, até meios de comunicação orais como rádios, gravação

em fita, magnética e audiovisuais: filme e televisão. Seu objetivo é fazer com

que o pesquisador tenha documentos que possam ser utilizados em seu

trabalho. (MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 71).

Portanto, essa pesquisa realizou o levantamento de informações por

meio de livros, artigos, sites da internet, trabalhos acadêmicos e documentos

fornecidos pelo Setor de Recursos Humanos – MPSC para a coleta dos dados

secundários e os dados primários foram coletados conforme relatados neste

estudo nas teorias e instrumentos de coleta de dados.

3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

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A presente pesquisa foi realizada no Ministério Público de Santa

Catarina (Anexo A), mas precisamente em sua sede localizada na Rua

Bocaiúva, 1750, no centro de Florianópolis, no Edifício Casa do Barão. A

organização possui um total de 167 estagiários de ensino médio e ensino

superior distribuídos em todo o Estado de Santa Catarina.

Mas desta pesquisa foram excluídos os estagiários de direito e os MP

residentes, pois os mesmo trabalham com outro ato e seu processo de seleção

é diferente do processo utilizado pelos estagiários de ensino médio e superior,

assim não seria viável a inclusão desses estagiários na pesquisa até porque a

pesquisadora não trabalha diretamente com esses estagiários.

A sede da organização foi escolhida para a coleta dos dados primários

por concentrar o maior número de estagiários e supervisores de campo.

Para Marconi e Lakatos (2007, p.41), “o universo ou população é o

conjunto de seres animados que representam pelo menos uma característica

em comum [...]. E a amostra é uma porção ou parcela, convenientemente

selecionada do universo [...]”. Segundo Marconi e Lakatos (2007, p.30) a

amostragem “é uma parcela convenientemente selecionada do universo

(população; é um subconjunto do universo).”

A amostragem pode ser dividida em probabilística e não probabilística.

Neste trabalho, foi utilizada a amostragem não probabilística que segundo

Marconi e Lakatos (2007, p. 51):

A característica principal das técnicas de amostragem não probabilística é a de que, não fazendo uso de formas aleatórias de seleção, torna-se impossível a aplicação de fórmulas estatísticas para o cálculo, por exemplo, entre outros, de erros de amostra. Dito de outro modo, não podem ser objetos de certos tipos de tratamento estatísticos.

A abordagem não probabilística pode ser intencional, por tipicidade e por

acessibilidade.

Marconi e Lakatos (2007, p. 52) informam que a amostragem não

probabilística intencional é a mais utilizada, esta pesquisa é direcionada à

opinião de determinados elementos da população, mas não representativos

dela.

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62

Para Vergara (2003, p. 51) uma pesquisa não probabilística por

acessibilidade é “longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona

elementos pela facilidade de acesso a ele.”

A amostragem não probabilística por tipicidade é um grupo de pessoas

que o pesquisador considere representativos para o público alvo, que requer

profundo conhecimento dessa população. (VERGARA, 2003, p. 51)

A amostragem desta pesquisa foi por tipicidade, selecionando-se um

estagiário e um supervisor de campo de cada setor e também priorizou-se os

que já estão há mais tempo realizando estágio.

Foi composta por 16 estagiários e 14 supervisores de estágio dando um

totalizando de 30 pessoas entrevistadas. A diferença existente entre o número

de estagiários e supervisores se dá em virtude, que há supervisores de estágio

responsáveis por mais de um setor.

3.3 TÉCNICA E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para que se pudesse realizar a coleta de dados, foi solicitada

autorização para o Coordenador Administrativo do Ministério Público de Santa

Catarina. Utilizou-se a técnica da entrevista que para Marconi e Lakatos (2007,

p. 92) é:

[...] um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.

Existem vários tipos de entrevistas que podem ser utilizadas e nesta

pesquisa optou-se pela entrevista padronizada ou estruturada, que segundo

Marconi e Lakatos (2007, p. 93) seguem “um roteiro previamente estabelecido,

com perguntas já predeterminadas e é realizada com pessoas selecionadas de

acordo com o plano”. (Apêndice A e B).

A entrevista foi marcada de acordo com a disponibilidade dos

supervisores de estágio e dos estagiários e todos os gestores foram receptivos

e se mostraram dispostos a contribuir com a acadêmica. A coleta de dados

ocorreu no período de 14 a 27 de setembro de 2011.

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63

A coleta foi realizada em dez dias, a pesquisadora iniciou a entrevista se

apresentando, informando o tema e o objetivo desta pesquisa. Logo em

seguida, foi identificada a sua formação, o cargo que ocupa e o tempo de

serviço na organização. A pesquisadora fez as perguntas e disponibilizou o

tempo que foi necessário para as respostas, de modo geral a duração das

entrevistas foi de 35 (trinta e cinco) minutos. As anotações foram realizadas a

medida que a entrevista acontecia. Ao final a pesquisadora agradeceu o tempo

disponibilizado e indagou se havia dúvida ou algo a acrescentar.

A seguir, apresenta-se o quadro 2, que mostra as categorias de análise

que mostraram a construção dos roteiros de entrevistas estruturadas que se

encontram nos apêndices A e B.

Quadro 2 - Categoria de análise da pesquisa.

Pesquisados Categorias de Análise Definição Operacional

Perfil do entrevistado Escolaridade, idade, setor que trabalha, sexo, portador de deficiência, tempo de estágio.

Contribuição para a formação Expectativa e objetivos quanto as contribuições para sua formação.

Local Acolhimento, estrutura física, estrutura hierárquica.

Obrigações e deveres Cumprimento de horário, desempenho escolar, manter sigilo das informações, entre outros.

Direitos Férias, auxílio transporte, seguro contra acidentes pessoais, bolsa estágio.

Estagiários

Avaliação semestral Cumprimento da avaliação, feedback formal.

Perfil do entrevistado Escolaridade, idade, setor que trabalha, sexo, portador de deficiência, tempo que trabalha no MPSC.

Local Localização física do supervisor, se a estrutura física favorece o feedback.

Obrigações e deveres Cumprimento de horário, comunicação de faltas ao SDH, documentação.

Supervisores

Avaliação semestral Cumprimento da avaliação, feedback formal.

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64

Pessoas com deficiência Inclusão dessas pessoas no Programa de Estágio.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, (2011).

3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS Após a coleta dos dados foi realizada a análise ou interpretação dos

dados que segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 169) é:

É a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Essas relações podem ser estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-feito, produtor-produto, de correlações, de análise de conteúdo etc.

A análise de conteúdo conforme Richadson (199, p. 79) é utilizada para

estudar materiais do tipo qualitativos que são aqueles que não podem ser

aplicados técnicas aritmética. Desta forma, procurou-se fazer as análises dos

dados organizando as respostas dos entrevistados e agrupando-as.

Os dados relativos ao perfil dos entrevistados foram tabulados no

Programa Excel e gerados gráficos em formato de pizza para melhor

visualização dos dados e interpretação. Exceção feita a apresentação dos

setores em que estagiários e supervisores de estágio desempenham suas

funções, pois optou-se por criar uma lista de abreviaturas para que ficassem

mas claras as informações.

Os resultados foram apresentados de forma descritiva de acordo com os

objetivos do estudo.

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65

4 APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Após ter sido apresentado o tema e o problema de pesquisa, a revisão

teórica que se julgou pertinente e a metodologia da pesquisa, apresentam-se

os resultados alcançados de acordo com os objetivos propostos.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O Ministério Público – MP “é uma instituição permanente, essencial à

função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do

regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.”

(art.127, CF/88)

A Instituição está situada no centro de Florianópolis, com sede na Casa

do Barão, localizada na Rua Bocaiúva, 1750, e seus outros três prédios

sediam-se também no centro da Capital. Além disso está representada nos

fóruns de todas as comarcas do estado de Santa Catarina.

Sua missão é “promover a defesa dos direitos da população, visando à

redução dos conflitos e à construção da paz social.”

A sua visão é ser uma instituição que sirva de referencial pelos padrões

de eficiência e regularidade na geração de resultados úteis à sociedade e na

garantia dos direitos do cidadão. Seus valores são: independência, ética,

legalidade, efetividade, moralidade, solidariedade, harmonia, transparência,

justiça e confiança.

O órgão é uma instituição independente do Poder Jurídico, do Poder

Executivo, do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas. Tem como função

fiscalizar o cumprimento da lei, defendendo os direitos da coletivo, e não

aqueles que possam beneficiar apenas uma pessoa, mas sim um grupo isolado

de pessoas.

Atua no direito indisponível, como o direito à vida, à liberdade e à saúde,

nos direitos difusos e coletivos que estão relacionados a todos, como a

proteção do meio ambiente, do consumidor e do patrimônio público entre

outros.

O Ministério Público é dividido em órgãos da administração superior,

administração, de execução e auxiliares. Os órgãos da administração superior

do Ministério Público são: a Procuradoria-Geral de Justiça;

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• o Colégio de Procuradores de Justiça;

• o Conselho Superior do Ministério Público;

• a Corregedoria-Geral do Ministério Público.

Os órgãos de administração do Ministério Público:

• as Procuradorias de Justiça;

• as Promotorias de Justiça.

Os órgãos de execução do Ministério Público são:

• o Procurador-Geral de Justiça;

• O Colégio de Procuradores de Justiça;

• o Conselho Superior do Ministério Público;

• os Procuradores de Justiça;

• a Coordenadoria de Recursos;

• os Promotores de Justiça.

Os órgãos auxiliares do Ministério Público são:

• a Secretaria-Geral do Ministério Público;

• os Centros de Apoio Operacional;

• a Comissão de Concurso;

• o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;

• os órgãos de Apoio Técnico e Administrativo;

• os Estagiários.

Segundo dados fornecidos pela Coordenadoria de Recursos Humanos -

CORH, o quadro geral e atual de funcionários da instituição é compreendido

por membros: promotores e procuradores de justiça; servidores públicos de

cargo de provimento efetivo e comissionado; estagiários de direito; estagiários

dos demais cursos e funcionários terceirizados.

A coordenação do Programa de Estágio do Ministério Público de Santa

Catarina está sob o Setor de Desenvolvimento Humano que se subordina a

Coordenadoria de Recursos Humanos, como se pode observar na figura 1, a

seguir.

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67

Figura 1 – Organograma da Coordenadoria de Recursos Humanos

Fonte: Ministério Público do Estado de Santa Catarina (2011)

O Setor de Desenvolvimento Humano tem como funções: prestar

assessoramento aos órgãos de apoio, às coordenadorias e aos centros de

relacionamento humano; elaborar e aplicar programas educativos que visem o

desenvolvimento de novas habilidades do corpo funcional da instituição;

coordenar o Programa de Saúde do Trabalhador, o Programa de Bolsa de

Trabalho, o Estágio Extra-Curricular e outros Programas que vierem a ser

implementados pela Coordenadoria de Recursos Humanos, entre outras

funções.

Por ser uma organização que tem em seu quadro funcional um número

expressivo de estagiários precisa de um Programa eficiente para que possa

atender as necessidades dos estagiários e da instituição. Nos anexos A e B

apresenta-se a foto do edifício sede e o organograma da instituição.

4.2 FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO DO MPSC

O Programa de Estágio do MPSC contribui para o desenvolvimento

pessoal e profissional dos estagiários, além de facilitar o posterior ingresso

destes no mercado de trabalho, tanto por meio do aprendizado proporcionado

quanto pela oportunidade de estágio em uma instituição amplamente

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reconhecida e valorizada pela sociedade. Desta forma, será apresentado a

seguir como funciona o Programa de Estágio, a criação da vaga de estágio, o

recrutamento e seleção, a admissão do estagiário, o curso de integração com

os estagiários novos, o acompanhamento das notas atestado de matriculo e

freqüência ou histórico escolar, avaliação de desempenho e rescisão ou

renovação do termo de compromisso.

O processo de criação da vaga de estágio se dá através de um pedido

feito a Secretaria-Geral do MPSC com pedido da criação, assim depois do

deferimento da vaga esse pedido é enviado para o Setor de Desenvolvimento

Humano - SDH para que se possa dar continuidade ao processo. O SDH

encaminha um e-mail para o setor que solicitou a vaga informando sobre o

deferimento da vaga, solicitando a descrição das atividades e a o nome do

supervisor de estágio e sua formação. Se for uma vaga para o interior e

encaminhado um e-mail, informando sobre o processo seletivo e toda a

documentação necessária para a contratação do estagiário.

Processo de recrutamento e seleção e feito através da divulgação da

vaga nas instituições de ensino conveniadas com o órgão, neste e-mail consta

as informações sobre a vaga e dos documentos necessários para se

candidatar a vaga como: documento de identidade, CPF, comprovante de

residência, comprovante de renda familiar e o atestado de matrícula. Com

esses documentos os candidatos a vaga devem comparecer no SDH

preencher um cadastro e aguarda ser chamado para fazer a entrevista. Para o

processo de seleção o Programa de Estágio da preferência a estudantes de

baixa renda, desta forma e enviado e-mail para o supervisor de estágio

marcando o dia da entrevista técnica. O SDH deverá receber um e-mail com a

resposta do supervisor de estágio sobre a entrevista.

Com relação à admissão do estudante e recebido um e-mail com a

aprovação do estudante, desta forma, o SDH entre em contato com o

estudante informando que ele foi contratado e solicitado ao estudante que

providencie um atestado de saúde ocupacional, uma foto 3x4 e se ele tem

conta no banco do Brasil. A documentação do estudante e enviada para a

Secretaria Geral do Ministério Público – SGMP para protocolar, em seguida e

feito um processo administrativo com as documentações do estudante, e

elaborado o Termo de Compromisso, o plano de atividade, elaborar nota e

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69

declaração para abertura da Conta Corrente no Banco do Brasil, inserir dados

dos estudantes na tabela de seguro, incluir os dados do estudante no sistema,

inserir o estudante na folha de pagamento. O SDH faz o monitoramento da

entrega de todos os documentos pelo estudante.

O curso de integração e ambientação e feito com os estudantes que

entram no Programa de Estágio o objetivo deste encontro é apresentar a

Instituição aos estagiários, sua função, sua estrutura, alguns trabalhos e

campanhas realizadas e sua cultura, explicar os direitos e deveres dos

estagiários, o funcionamento do Programa de Estágio e o comportamento

esperado no ambiente de trabalho. Este curso tem a duração de

aproximadamente de 4 (quatro) horas são convidados alguns servidores e

promotores de justiça para participarem desse encontro e a equipe do SDH.

O acompanhamento da entrega do atestado de matrícula, freqüência, boletim e histórico escolar são solicitados aos estagiários a cada

semestre esses documentos, após a entrega desses documentos essas

informações são inseridas na tabela de controle onde constam todas as

informações sobre o estudante. Se o estudante não conseguir o índice de

aproveitamento necessário para sua aprovação se avalia a necessidade de

rescisão do Termo de Compromisso de Estágio.

A avaliação de desempenho é realizada semestral pelos supervisores

de estágio com os estagiários. O SDH envia o formulário de avaliação aos

supervisores de estágio, após as respostas dos supervisores essa informação

e colocada na tabela de controle de estagiários. Uma cópia da avaliação de

estágio e arquivada na pasta do estagiário e a original e enviada para a

instituição de ensino.

A renovação do Termo de Compromisso o SDH faz o monitoramento

do Termo de Compromisso através deste monitoramento e verificado se o

estagiário pode renovar, se for possível e enviado um e-mails ao supervisor

para verificar se ele tem interesse na renovação se a resposta for positiva e

feito a renovação do Termo de Compromisso.

Com a resposta negativa e feita a rescisão do Termo de Compromisso o SDH fará esse documento assim que o documento estiver

pronto o estagiário deverá colher a assinatura do supervisor de campo e a

assinatura da instituição de ensino. E analisado a necessidade de indenização

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de férias, se o estagiário estiver direito, solicitar a devolução do crachá,

agendar a entrevista de desligamento, e consultar o supervisor de estágio ao

interesse em substituir o estudante.

Após a apresentação do funcionamento do Programa de Estágio será

apresentado a seguir, os resultados da pesquisa feita aos estagiários e

supervisores de campo com relação ao Programa.

4.3 RESULTADOS DA PESQUISA APLICADA AOS ESTAGIÁRIOS E

SUPERVISORES DE ESTÁGIO DO MPSC

A seguir, apresenta-se e discute-se os resultados do estudo de caso

proposto para responder ao seguinte problema de pesquisa: Qual a percepção

dos estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa de Estágio

no Ministério Público do Estado de Santa Catarina?

4.3.1 Perfil dos Entrevistados

Na coleta de dados com os estagiários e supervisores de campo

identificou primeiramente o perfil dos entrevistados.

4.3.1.1 O Perfil dos Estagiários

A seguir, será apresentado o perfil dos estagiários participantes da

pesquisa. Investigou-se as variáveis: sexo, idade, escolaridade, setor que

trabalha, tempo de estágio e se é portador de alguma deficiência.

Tabela 1 – Sexo dos estagiários

Classificação N° de Estagiários % Feminino

Masculino

11

5

69

31 Total 16 100

Fontes: dados primários (2011)

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Gráfico 1 - Sexo dos estagiários

Sexo dos Estagiários

69%

31%

FemininoMasculino

Fonte: dados primários (2011).

Constatou-se que 69% dos estagiários do Programa de Estágio são do

sexo feminino e 31% são do sexo masculino. O percentual elevado do sexo

feminino justifica-se, pois as mulheres apresentam um número muito elevado

de cadastro no programa de estágio. Há alguns setores que tem preferência

pelo sexo feminino em função da natureza do trabalho realizado. Tabela 2 – Faixa etária dos estagiários

Classificação N° de Estagiários % 17 a 20 anos

21 a 30 anos

11

5

69

31 TOTAL 16 100

Fonte: dados primários (2011)

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Gráfico 2 – Faixa etária dos estagiários

Faixa etária

69%

31%

17 a 20 anos21 a 30 anos

Fonte: dados primários (2011).

Após a organização dos dados da variável faixa etária dos estagiários,

constatou-se que 69% dos estagiários possuem idade de 17 a 20 anos, 31%

tem idade entre 21 a 30 anos. Verifica-se desta forma, que por se tratar de

estágio, a faixa etária dos estudantes não varia, até porque a idade mínima

para fazer estágio é de 16 anos, mas não tem idade máxima, pois o estudante

só tem que estar estudando.

O ato 87/2009 do MPSC informa que estágio é o: Ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio profissionalizante ou de educação especial. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)

Desta forma, observa-se que conforme o Ato 87/2009 que rege o

Programa de Estágio do MPSC o estudante deve está freqüentando um curso

superior ou ensino médio ou profissionalizante.

Tabela 3 – Escolaridade Classificação N° de Estagiários %

Ensino Médio Ensino Superior

10

6

62

38 Total 16 100

Fonte: dados primários (2011)

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Gráfico 3 - Escolaridade

Escolaridade

62%

38%

Ensino MédioEnsino Superior

Fontes: dados primários (2011)

De acordo com o gráfico 3, 62% dos estagiários pesquisados estão

cursando o ensino médio, e 38% estão cursando ensino superior. Como houve

acesso aos dados relativos a toda população por meio do cadastro

disponibilizado pelo Setor de Desenvolvimento Humano, verificou-se que há 86

estudantes que estão cursando o ensino superior e o ensino médio representa

81 estudantes. Em razão da amostra priorizar estagiários que estão a mais

tempo no Programa de Estágio, houve a diferença no resultado.

Com relação ao setor em que cada entrevistado estagia citam-se: que

há estagiários na Gerência de Transporte – GETRAN, no Setor de Reprografia,

na Gerência de Produção – GEPROD, na Coordenadoria de Recursos – CR,

na Assessoria Militar – Cerimonial, na Coordenadoria de Inteligência e Dados

Estruturados - CIDE, na Coordenadoria de Recursos Cível - CR, na Gerência

de Biblioteconomia – GEBIB, no Centro de Aperfeiçoamento Funcional –

CEAF, na Coordenadoria de Comunicação Social – COMSO, na Gerência de

Redes – GERED, no Setor de Auditorias e Fundações e Entidades do 3º Setor

– SATS, no Setor de Protocolo – correio, na Coordenadoria de Processos e

Informações Jurídicos - COPIJ, na Coordenadoria de Tecnologia da Informação

– COTEC e por fim na Gerência de Suporte – GESUP. Assim, percebe-se que

a pesquisadora focou em cada setor da organização para que o estudo de caso

abrangesse toda a estrutura organizacional.

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Tabela 4 – Tempo de estágio Classificação N° de estagiários % 1 a 6 meses

7 a 12 meses

Mais de 1 ano

4

9

3

25

56

19 TOTAL 16 100

Fonte: dados primários (2011)

Gráfico 4 – Tempo de estágio.

Tempo de Estágio

25%

56%

19%

1 a 6 meses7 a 12 mesesMais de 1 ano

Fonte: dados primários (2011)

Com relação ao tempo de estágio, o gráfico 4 demonstra que em geral

os estagiários entrevistados estão no Programa de Estágio de 7 a 12 meses

representando 56%, em seguida vem os estagiários que estão no Programa de

1 a 6 meses representando 25% e, por último, os estagiários que estão a mais

de um ano no estágio representando 19%.

Segundo o Ato 87/2009 do MPSC o período máximo que o estagiário

pode realizar estágio é de 2 anos.

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Gráfico 5 – Portador de deficiência

Portador de Deficiência

6%

94%

Com deficiênciaSem deficiência

Fonte: dados primários (2011)

De acordo com o gráfico 5, apenas 6% dos estagiários entrevistados tem

alguma deficiência. O Programa de Estágio do MPSC tem cotas para pessoas

com deficiência sendo 10% das vagas destinadas a esses estudantes.

Atualmente o programa conta com 3 (três) estudantes portadores de

deficiência sendo que um encontra-se na Coordenadoria de Comunicação

Social que tem deficiência física, outro no Setor de Livrarias que tem

deficiência mental e um na Gerência de Patrimônio que também apresenta

deficiência física. Percebe-se assim que há uma dificuldade para encontrar esses

estudantes portadores de deficiência.

Verificou-se que os estagiários entrevistados mostra que em geral são

do sexo feminino a faixa etária está entre 17 e 20 anos, sobre a escolaridade

os estagiários estão no ensino médio, o tempo no estágio está compreendido

entre 7 a 12 meses e apenas um estagiário é portador de deficiência.

4.3.1.2 O Perfil dos Supervisores de Campo

A seguir, será apresentado o perfil dos supervisores de campo. As

variáveis investigas foram: sexo, idade, escolaridade, setor que trabalha, tempo

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que trabalha no MPSC, portador de deficiência e quantos estagiários tem sobre

sua supervisão.

Tabela 5 – Sexo dos supervisores

Classificação N° de Supervisores % Feminino Masculino

6

8

69

31 Total 14 100

Fontes: dados primários (2011)

Gráfico 6 – Supervisor de campo

Sexo dos Suprvisores

43%

57%

FemininoMasculino

Fonte: dados primários (2011).

Constatou-se que 43% dos supervisores de campo do Programa de

Estágio são do sexo feminino e 57% são do sexo masculino. Tabela 6 – Faixa etária dos supervisores

Classificação N° Estagiários % 25 a 30 anos 31 a 35 anos 36 a 40 anos 41 a 46 anos 47 acima

2

3

4

3

2

14

21

30

21

14

TOTAL 14 100

Fonte: dados primários (2011)

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Gráfico 7 – Faixa etária dos supervisores de campo

Faixa Etária dos Supervisores

14%

21%

30%

21%

14%

25 a 30 anos31 a 35 anos 36 a 40 anos41 a 46 anos47 acima

Fonte: dados primários (2011)

Após a organização dos dados da variável faixa etária dos supervisores,

constatou-se que 30% dos supervisores de campo estão na faixa etária entre

36 a 40 anos, 21% têm idade entre 31 a 35 anos e 21% entre 41 a 46 anos. A

faixa etária entre 25 a 30 anos e acima de 47 anos representam à

porcentagem de 14% cada um. Desta forma, observa-se que os supervisores

de campo são jovens. Tabela 7 – Escolaridade dos supervisores de campo

Classificação N° de Supervisores % Mestrado Pós – Graduação Superior Completo Superior Incompleto

1

2

8

3

7

14

21

31 Total 14 100

Fonte: dados primários (2011)

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78

Gráfico 8 – Escolaridade dos supervisores de campo

Escolaridade dos supervisores de campo

7%14%

58%

21%

MestradoPós - GraduaçãoSuperior Completo Superior Incompleto

Fontes: dados primários (2011)

De acordo com o gráfico 8, 58% dos supervisores de campo têm o

ensino superior completo, 21% têm o ensino superior incompleto, 14%

possuem cursos de pós-graduação e 7% têm mestrado. O ato 87/2009 informa

que é obrigação do MPSC:

Indicar membro ou servidor de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

Com relação ao setor em que são cada supervisor que atua citam-se

são supervisores que atuam na Coordenadoria de Tecnologia da Informação –

COTEC, na Gerência de Redes – GERD, no Centro de Aperfeiçoamento

Funcional – CEAF, na Coordenadoria de Inteligência e Dados Estruturados -

CIDE, na Gerência de Produção – GEPROD, na Coordenadoria de Recursos -

CR, na Coordenadoria de Processos e Informações Jurídicos - COPIJ, na

Gerência de Suporte - GESUP, na Coordenadoria de Comunicação Social -

COMSO, o Setor de Protocolo, o Setor de Reprografia, na Assessoria Militar,

na Gerência de Biblioteca – GEBIB, e por fim na Gerência de Transporte -

GETRAN.

Assim, percebe-se que a pesquisadora focou em cada setor da

organização para que o estudo de caso abrangesse toda a estrutura da

organização.

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79

Tabela 8 – Tempo que trabalha no MPSC

Fonte: dados primários (2011)

Classificação N° de estagiários % Até 1 anos 2 a 10 anos Mais de 10 ano

1

6

7

7

46

50 TOTAL 14 100

Gráfico 9 – Tempo de trabalho no MPSC

Tempo de trabalho

7%

43%50%

Até 1 anos2 a 10 anosMais de 10 ano

Fonte: dados primários (2011)

O gráfico 9 apresenta o tempo que os supervisores de campo trabalham

no MPSC, observa-se que 50% dos supervisores de estágio já estão na

organização a mais de 10 anos, 43% estão de 2 a 10 anos, e apenas 7% estão

no máximo a 1 ano trabalhando na organização.

Com relação a deficiência identificou-se que não há nenhum supervisor

com deficiência, porém não significa que MPSC não tem funcionários

portadores de deficiência. Tabela 9 – Quantos estagiários sob sua supervisão

Classificação N° de estagiários %

De 1 a 4 De 5 a 10

10

4

71

29 TOTAL 14 100

Fonte: dados primários (2011)

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80

Gráfico 10 – Quantos estagiários tem sob sua supervisão

N° de estagiários sobre sua supervisão

71%

29%

1 a 45 a 10

Fontes: dados primários (2011)

O gráfico 10 apresenta a quantidade de estagiários que cada supervisor

tem sob sua supervisão. Observa-se que 71% dos supervisores tem sob sua

supervisão de 1 a 4 estagiários e 29% tem de 5 a 10 estagiários sobre sua

supervisão. Segundo o ato 87/2009 que rege o Programa de Estágio do MPSC

os supervisores de estágio só podem orientar no máximo até 10 (dez)

estagiários simultaneamente.

Os supervisores de campo entrevistados em geral são do sexo

masculino, jovens na faixa etária de 36 a 40 anos, com ensino superior

completo, trabalham no MPSC há mais de 10 anos e tem sob a sua supervisão

de 1 a 4 estagiários.

4.3.2 Expectativas e objetivos com relação ao estágio

Analisa-se na seqüência a percepção dos estagiários e supervisores de

campo com relação aos objetivos e as expectativas com o Programa de

Estágio do MPSC.

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4.3.2.1 As Expectativas e Objetivos dos Estagiários

Com relação às expectativas dos estagiários, verificou-se por meio

das respostas apresentadas que é poder colocar em prática o que estão

aprendendo teoricamente em sala de aula, adquirir conhecimento e

experiências.

Os comentários a seguir ilustram essa análise.

Segundo o estagiário 2 é “poder colocar em prática o que estou

aprendendo teoricamente em sala de aula”.

Já o estagiário 6 eles mencionam que “procurar prática na teoria tida em

sala de aula”.

O estagiário 8 responderam que sua expectativa e ter conhecimento,

experiência e aprendizado.

Já o estagiário 3 salienta que sua expectativa com o estágio e ter uma

renda.

Há também quem espera ter o acesso facilitado no mercado de trabalho,

conforme cita o estagiário 4 que “seu intuito e chegar ao mercado de trabalho

com experiência e talvez mais facilidade”.

O estagiário 9 esclarece a questão relacionada a expectativa de adquirir

experiência, quando relata que é tanto no aspecto referente ao relacionamento

interpessoal no ambiente de trabalho, quanto no aspecto técnico.

Verifica-se que enquanto o estagiário 11 tinha com o estágio a

expectativa de ter responsabilidade e adquirir conhecimentos, o estagiário 14

informa que esperava fazer várias atividades, mas com poucas

responsabilidades.

A busca pelo conhecimento, experiências aliando a teoria a prática e

ter o acesso facilitado no mercado de trabalho, reflete de modo geral a

expectativa dos estagiários do MPSC. Tal aspiração vem ao encontro do

conceito de estágio de Schwarz (2009, p. 30) que salienta:

O estágio é ato educativo escolar supervisionado voltado para a preparação para o trabalho produtivo de educandos, desenvolvido no ambiente de trabalho. O estágio deve fazer parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando, e visa ao aprendizado de

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competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular.

Quanto aos objetivos relacionados à escolha por fazer estágio, não

diferem muito de suas expectativas, mas há a inserção de outras variáveis,

conforme analisa-se na seqüência. Os estagiários buscam adquirir experiência para o mercado de trabalho,

aprendizado, mas há os que têm por objetivo a busca de uma renda. A esse

respeito apresentam-se os comentários, a seguir a respostas dos estagiários

respectivamente.

O estagiário 10 reponde que seu objetivo com o estágio “é financeiro, ter

uma renda e ser independente”.

Já o estagiário 3 menciona que é “ter uma renda”.

O estagiário 11 salienta que é “ajudar na renda familiar”.

A resposta do estagiário 16 condensa o pensamento dos entrevistados,

pois menciona que “adquirir conhecimento e ter experiência na área, ter uma

renda e uma ocupação”.

Há um estagiário do ensino médio que buscou o estágio pelo fato de ter

como objetivo cursar Direito e fazer concurso público. O mesmo relata que:

[...] pelo fato de eu querer cursar faculdade de Direito e prestar concurso público, acredito que este período foi um aprendizado muito amplo, que poderei usá-lo quando eu for em busca de outros objetivos. (Estagiário 4)

O estagiário 5 afirma que é “aprender cada vez mais e construir uma

rede de relacionamentos sólidos e úteis para o meu futuro.”

Conclui-se que as respostas dos estagiários estão de acordo com a

teoria, pois as expectativas e objetivos contemplam a preparação para o

trabalho produtivo e o desenvolvimento das competências requeridas pela

atividade profissional. Na seqüência apresentam-se as percepções dos

supervisores de campo com relação as expectativas e objetivos dos

estagiários.

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4.3.2.2 As Expectativas e Objetivos dos Estagiários segundo os Supervisores

de Campo

De modo geral os supervisores de campo tiveram dificuldades para

responder a respeito das expectativas dos estagiários.

O supervisor 2 aborda que não tinha subsídios para identificá-los.

O supervisor 9 apontou que a intenção dos estagiários é colocar em

prática o que aprendem no curso, mas há casos também de estudantes que

percebem no estágio uma oportunidade de aprendizado.

A falta de informação a respeito das vagas de estágio para os

candidatos é constatada pelo supervisor 12.

Quando questionados acerca dos objetivos dos estagiários com o

estágio, as respostas fluíram facilmente, exceção feita ao supervisor 13 que

não soube responder porque nunca fez entrevista com os estagiários. “Informa

que é a primeira vez que é supervisor de estágio”.

Os objetivos identificados compreendem a busca pelo crescimento

profissional, a aplicação dos conhecimentos teóricos na prática do estágio, o

aprendizado, a confrontação da teoria com a prática, a experiência e a renda.

O supervisor de campo 5 respondeu que:

[...] que é a oportunidade de trabalho que seja capaz de oferecer conhecimento e de colocar em prática conhecimentos compatíveis com a escolaridade. (Estagiário 5)

Já o supervisor de campo 6 responde que o objetivo deles e aprender,

sempre estão bem interessados e com muita vontade de trabalhar.

Os supervisores 3, 7 e 10 citam a busca pela renda como um objetivo do

estágio. Há quem entenda que é esse o objetivo principal, conforme lê-se, a

seguir:

O supervisor de campo 3 informa que o objetivo é receber uma bolsa e

aprender com o estágio. [...] o objetivo deles é basicamente a remuneração, independentemente do tipo de serviço e de aprendizado, mas de forma geral acabam ganhando muito mais aprendizado do que imaginavam. (Supervisor 7)

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O supervisor de campo 10 salienta que “o maior objetivo é ter uma

renda, mais em algumas situações a experiência é para aprendizado”.

O supervisor 8 relata que objetivo principal é a experiência no mercado

de trabalho, visto que sempre solicita estudantes sem experiência na área.

O supervisor 11 aborda que o objetivo dos estagiários é adquirir

experiência, porque trata-se da primeira oportunidade para o mercado de

trabalho.

Observa-se que os supervisores de campo apresentam respostas

divergentes com relação ao principal objetivo dos estagiários se candidatarem

à vaga, alguns retratam principalmente a questão financeira e outros a questão

do aprendizado. No entanto, a percepção dos supervisores está de acordo com

os objetivos dos estagiários, pois alguns estagiários respondem que o objetivo

do estágio era a questão financeira, mas de modo geral é para o aprendizado.

4.3.3 A percepção dos estagiários e supervisores de campo sobre o Programa

de Estágio do MPSC

Analisa-se, a seguir a percepção dos estagiários e supervisores de

campo envolvidos no processo, acerca do Programa de Estágio do MPSC.

4.3.3.1 A Percepção dos Estagiários

Aborda-se na seqüência com relação à forma de divulgação das vagas de estágio no MPSC.

Os estagiários 2,3,4,5 e 10 souberam da vaga por meio de outros

estagiários que fazem parte do Programa de Estágio ou já estagiaram na

instituição e também por pessoas que trabalham no MPSC. Outra forma de

divulgação e a notícia da por meio de pessoas amigos ou parentes. Em outra

perspectiva os estagiários 6,7,8,9,13 e 15 souberam da vaga por meio da

instituição de ensino que fez a divulgação por e-mail ou mural.

[...] soube pela faculdade que encaminha e-mails diários com vagas de estágio, em um desses li sobre o Programa de Estágio do MPSC. (Estagiário 6)

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Assim, pode-se afirmar que em geral os estagiários tomaram

conhecimento da vaga por colegas, amigos ou parentes, muitos dos quais já

fizeram ou fazem estágio no MPSC. Outros estagiários souberam da vaga por

e-mails recebidos pela instituição de ensino.

Sobre o processo de seleção, o MPSC informa que as vagas de estágio

serão divulgadas nas instituições de ensino que tem convênio com a

organização e os estudantes que tiverem interesse deverão comparecer no

SDH para fazerem cadastro. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,

2009).

Com relação ao ambiente de trabalho as pessoas com quem trabalham

e sobre o estágio de modo geral faz-se as seguintes considerações.

De modo geral a percepção dos estagiários é que o MPSC dispõem de

ótimas instalações físicas, material para a realização do trabalho abundante, as

pessoas são atenciosas, respeitosas, dispostas a colaborar.

Há estagiários que acham que é um bom local para se estagiar. Já o

estagiário 7 menciona:

[...] o estágio me dá conhecimentos novos. O local onde trabalho é ótimo. E um ambiente onde todos se dão super bem. Todos em geral são pessoas bacanas.(Estagiário 7)

O estagiário 4 relata a produtividade e competência dizendo que é

“ótima relação com meus colegas e o local em que trabalho é muito produtivo

em vários aspectos”. Da mesma forma o estagiário 9 também relata a

produtividade e competência dizendo que é “muito bom ambiente e suporte e

as pessoas muito competentes e esforçadas”.

O estagiário 16 menciona que o seu chefe é flexível, o ambiente e

agradável, e as pessoas são legais. Embora os relatos enfatizem as qualidades pessoais dos grupos aos

quais pertencem, chama a atenção o relato do estagiário 3.

[...] o estágio foi muito bom pra minha vida, pois me proporcionou muita independência. E as pessoas foram um pouco difícil de lidar com elas. (Estagiário 3)

Também a qualidade do ambiente físico é citada com satisfação, mas

destaca –se a percepção do estagiário 12 que relata:

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[...] acho o estágio muito bom, o local de trabalho poderia ser mais arejado. No momento estou sem mesa, pois o estagiário que trabalha na parte da manhã ficou junto comigo no mesmo horário. As pessoas são bem legais e sempre ajudam quando necessito. (Estagiário 12)

Por último, convém mencionar o relato do estagiário 6, pois não percebe

relação entre teoria e a prática relatando que “o trabalho não é muito na área

eu estudo, mas o ambiente e os colegas tornam agradável a atividade

executada”.

Conclui-se, que embora a percepção seja positiva com relação ao

ambiente em que acontece o estágio é oportuno a organização investigam a

respeito dos casos distintos apresentados.

Outro questionamento feito aos estagiários e sobre o contato com o supervisor de campo e o relacionamento entre eles.

Os estagiários revelam que tem contato diariamente com o supervisor de

campo que dão feedback, orientam sobre as tarefas e acompanham os

resultados.

O estagiário 4 menciona que “sim, tenho contato diário com o supervisor

de estágio e temos uma boa relação”.

Em outra perspectiva o estagiário 5 relata que:

[...] não possuo contato direto com o supervisor que consta no contrato, uma vez que ele não está diariamente observando os meus trabalhos. Meu supervisor não comenta sobre o meu desempenho e quando ele quer falar algo sempre manda alguém fazer isso por ele. (Estagiário 5)

Há relatos dos estagiários 12 e 14 que afirmam que os supervisores

estão sempre em reuniões ou viajando, respectivamente.

Para a organização é interessante repensar os tipos de compromissos

que os supervisores atuais assumem perante a organização para que indique

pessoas que possam atender o disposto no ato 87/2009 que menciona que é

obrigação do supervisor de campo orientar o estagiário na iniciação ao trabalho

e proporcionar a aplicação de seus conhecimentos acadêmicos. (MINISTÉRIO

PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

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Com relação às obrigações dos estagiários levantou-se que quando

perguntados a respeito se conhecem suas obrigações os mesmos respondem

que sim, mas raramente desenvolvem sua respostas.

O estagiário 3 menciona que é cumprir minha carga horária que é de 4

horas de estágio e avisar o supervisor quando se atrasar, entre outras.

O estagiário 6 diz que as obrigações constam no contrato de estágio.

Revela o estagiário 16 participou de uma palestra e lá foi informado

sobre suas obrigações como estagiário.

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (2009) são obrigações

dos estagiários:

• atender às orientações da chefia do órgão no qual esteja desempenhando suas funções; • cumprir o horário de trabalho estipulado; • manter sigilo acerca dos fatos de que tiver conhecimento no exercício de suas funções; • durante a realização do estágio, o estudante de ensino médio não poderá ser reprovado e o estudante de ensino superior deverá obter aprovação em no mínimo 60% do número de disciplinas cursadas, e entre outras.

A esse respeito, entende-se que os estagiários não relataram em

profundidade suas obrigações, sabem a carga-horária que necessitam cumprir,

a obrigação de serem assíduos e pontuais e que devem responder ao

supervisor em caso de problemas.

Outro aspecto questionado aos estagiários e se eles conseguem

conciliar os estudos e o estágio e como é feito esse acompanhamento.

Os estagiários respondem que conseguem conciliar os estudos e o

estágio. Quanto à cobrança informam que é feito acompanhamento

semestralmente pelo SDH que solicita a documentação.

O estagiário 6 informa que:

[...] sim, estou conseguindo manter uma rotina de estudos conciliada ao estágio. O MPSC, no final do semestre escolar, busca informa-se sobre o desempenho e freqüência solicitando índice de aproveitamento e disciplinas aprovadas e reprovadas dos seus estagiários. (Estagiário 6)

O estagiário 3 revela que no início teve dificuldades, mas superou.

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[...] no começo nem tanto, mas agora já estou conseguindo. Minha supervisora está sempre me perguntado sobre os assuntos escolares. (Estagiário 3)

O estagiário 15 relata que inclusive tem oportunidade de estudar no

estágio e que SDH faz essa cobrança relativa ao rendimento escolar.

Segundo o ato 87/2009 que rege o Programa, se a instituição de ensino

adotar uma semana de prova, o estagiário poderá reduzir sua carga horária

pela metade nesse período. Essa informação é estipulada no Termo de

Compromisso para ajudar a garantir um bom desempenho dos estagiários no

estudo, mas as instituições de ensino devem enviar ao MPSC o calendário

dessa avaliação para o estudante ser dispensado. Conforme as normas do

Programa, os estagiários não podem reprovar se isso acontecer é feita a

rescisão do Termo de Compromisso. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA

CATARINA, 2009).

Conclui-se que os estagiários estão conseguindo conciliar os estudos

com o estágio conforme as respostas, mas se tratando do rendimento escolar

esse acompanhamento é feito pelo SDH, porem o Ato 87/2009 indica que essa

obrigação é do supervisor de campo.

A seguir, trata-se das atividades desenvolvidas pelos estagiários e se

as mesmas constam no Plano de Atividades do Termo de Compromisso.

De modo geral os estagiários gostam do que fazem e suas atividades

estão de acordo com o Plano de Atividades que integra o Termo de

Compromisso. Eles têm ciência do teor dos documentos.

Há relatos que enfatizam as dificuldades com as atividades no início,

mas foram auxiliados e superaram as mesmas. Também citou-se o

esclarecimento por meio da entrevistas realizadas para a contratação.

O estagiário 4 diz que:

[...] As atividades desenvolvidas por mim estão de acordo com as mesmas que constam no Plano de Atividades do Termo de Compromisso. Eu gosto destas atividades por mais que às vezes eu sinta dificuldades em realizá-las, o que são supridas ligeiramente por meu supervisor. (Estagiário 4)

O estagiário 7 menciona que:

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[...] Sim, no inicio eram difíceis, mas depois fui aprendendo e

gosto das tarefas que faço. Sim, tudo que realizo está no plano

de atividades.

Houve comentários que mostram a adequação das atividades de estágio

ao curso do estudante por meio de remanejamento, o que ocorreu com

estagiário 8.

Poucos estagiários relatam as atividades rotineiras que realizam e

apenas um não tem ciência das atividades que constam em seu Programa de

Atividades.

Segundo a Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio (BRASIL, 2008,

p.17):

O Termo de Compromisso é um acordo tripartite celebrado entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino, prevendo as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar.

Desta forma, o Termo de Compromisso deve informar as atividades

desenvolvidas pelos estagiários e essas atividades devem ter relação com o

aprendizado acadêmico.

Conclui-se, que os estagiários estão desenvolvendo suas atividades de

acordo com o Plano de Atividades e que a organização remaneja estagiários

caso detecte problemas.

A respeito da avaliação de estágio investigou-se que os estagiários têm

ciência da avaliação, quase todos já foram avaliados e concordam com o

resultado.

Segue a resposta do estagiário 9 para ilustrar dizendo que já fiz, foi bom

para receber uma resposta quanto ao meu desempenho no estágio e concordo

com a resposta.

Verificou-se que há apenas quatro estagiários com menos de seis

meses de estágio e há seis deles que nunca foram avaliados. Detectou-se

atraso em algumas avaliações e a organização necessita da atenção a essa

questão.

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O supervisor de estágio conforme o Ato 87/2009 tem suas obrigações e

uma delas é elaborar, semestralmente, relatório das atividades

desempenhadas pelo estagiário. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA

CATARINA, 2009).

Conforme as normas do Programa as avaliações semestrais são

obrigações do supervisor de campo, o SDH encaminha a avaliação, ele

responde e devolve para o SDH. Depois de feita essa avaliação é enviada para

a instituição de ensino e uma cópia é arquivada na pasta do estagiário.

Outro aspecto questionado aos estagiários foi com relação aos

benefícios oferecidos. Verificou-se que os estagiários estão satisfeitos com

os benefícios oferecidos, mas houve relatos que mencionam a insatisfação

com o auxílio transporte. Tal percepção pode ser observada no relato do

estagiário 5:

[...] a remuneração é uma das melhores do mercado, porém o

auxílio transporte não comporta toas as idas e vindas no

MPSC. (Estagiário 5)

Conforme a Nova Lei de Estágio 11.788/2008 os estagiários tem direito

ao auxílio transporte, ao recesso remunerado, podem ficar até dois anos na

mesma organização, entre outros. O Ato que rege o Programa de Estágio do

MPSC, menciona que os estagiários tem direito a jornada de 4 (quatro) horas

diárias tanto para o estágio obrigatório ou não obrigatório, recesso remunerado,

poderá ausentar-se por 8 (oito) dias consecutivos em razão de falecimento de

cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob

guarda ou tutela e irmãos; (Incluído pelo Ato n. 612/2009/PGJ), dobro dos dias

de convocação, em virtude de requisição da Justiça Eleitoral durante os

períodos de eleição; (Incluído pelo Ato n. 612/2009/PGJ) e poderá ser

concedido aos estagiários licença para tratar de assuntos pessoas pelo prazo

de 45 (quarenta e cinco) dias, sendo prorrogável por igual período, e não

poderá ser concedida essa licença antes de 6 (seis) meses de estágio.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)

O salário é de R$ 600,00 (seiscentos reais) para o ensino superior e R$

490,00 (quatrocentos e noventa) para o ensino médio. O auxílio transporte é de

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91

R$ 60,00 (sesenta reais) tanto para ensino médio como para ensino superior.

Apenas um estagiário não está satisfeito com o valor da remuneração.

Com relação a avaliação geral do Programa de Estágio uma parte dos

entrevistados está extremamente satisfeita e não mudaria em nada o Programa

de Estágio.

Ilustra-se a seguir a resposta do estagiário 10 mencionando que “está

bom, pois o estágio do MP ajuda quem realmente necessita, até porque é o

meu primeiro estágio”.

Muitas sugestões foram realizadas tais como: mudar o auxílio transporte

para vale-transporte, haver mais rigor nas entrevistas e menos indicações para

elevar o nível dos candidatos, diminuir o tempo de revisão dos documentos

para o ingresso após a escolha do candidato, haver rodízios entre setores,

efetuar a retirada de carpe e adotar cadeiras ergonométricas para todos,

possibilitar que o supervisor tenha mais tempo para orientar o estagiário e que

atente para a forma como faz a delegação de tarefas.

4.3.3.2 A Percepção dos Supervisores de Campo

Com relação à forma de divulgação das vagas de estágio de modo

geral os supervisores de campo desconhecem como é realizada.

Há porém aqueles que estão inteirados a respeito do processo.

O supervisor de campo 4 relata que acha adequada, pois a divulgação

nas instituições de ensino facilita e permite o conhecimento da vaga para um

maior número de interessados. O supervisor de campo 6 informa que sempre

que precisa de estagiários de nível médio, ou quando termina o contrato de

estágio, entra em contato com o SDH e fazem o processo.

O supervisor de campo 7 acha que as vagas são pouco divulgadas.

Convém enfatizar que o supervisor de campo 8 informa que:

[...] houve dificuldades em relação à divulgação das vagas disponível ficando um período relativamente longo sem que aparecessem candidatos para as vagas solicitadas.

Relata que o que está funcionando atualmente é a indicação dos atuas

estagiários aos seus colegas de curso.

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O processo de seleção é feito pelo SDH, setor que faz a divulgação das

vagas para as escolas e universidades que tem convênio com a organização.

Os estudantes interessados na vaga vão até o setor e preenchem um cadastro

e trazem uma série de documentos que são solicitados como: CPF, identidade,

comprovante de residência, comprovante de renda familiar, declaração de

imposto de renda familiar, carteira de trabalho e o atestado de matrícula. Com

todos os documentos entregues os candidatos estão concorrendo à vaga.

Observa-se que os supervisores de campo não conhecem como é feito

esse processo, são poucos os que têm essa informação. As respostas dos

supervisores corroboram as respostas dos estagiários quando relatam que à

divulgação é realizada por intermédio de colegas que fizeram ou estão fazendo

estágio no MPSC e pelas universidades.

Outro questionamento feito aos supervisores de campo é sobre o preparo da estrutura física e das pessoas do setor para receber os

estagiários.

De modo geral os setores estão preparados para receber os estagiários,

seja com relação à estrutura física como no preparo das pessoas. Apenas dois

setores não se sentem aptos no momento para atender os estagiários.

O supervisor 1 informa que está sem preparo para receber os

estagiários.

O supervisor de campo 10 salienta que o setor não está preparado para

receber os estagiários, nem as pessoas que trabalham com ele. E com relação

às pessoas com deficiência também não.

Quando questionados a respeito dos estagiários com deficiência física,

há quatro setores que não se acham habilitados para receber esses

estagiários. Outros relatam à necessidade de adaptação, citam que depende

da natureza da deficiência.

O supervisor de campo 9 informa que a estrutura física do setor

necessita de ajustes para receber estagiários com deficiência física.

O supervisor de campo 5 menciona que quanto aos estagiários com

deficiência, dependendo de qual for, a natureza da atividade prejudica a

execução adequada das tarefas.

O supervisor de campo 7 relata:

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93

[...] quanto aos deficientes nosso setor tem dificuldades para adaptação, pois parte do serviço é braçal e exige inclusive bom condicionamento físico para transportar grandes volumes processuais. (Estagiários 7)

O supervisor de campo 11 acha que sim, mas por ser um setor que

trabalha com máquinas, e por ser um ambiente muito pequeno, não estaria

adequado para receber os estagiários com deficiência.

Para a inserção dos deficientes percebe-se a necessidade de

esclarecimentos e mapeamento de atividades que possam ser desenvolvidas

de maioria produtiva em cada setor, pois percebeu-se uma grande divergência

de percepção entre supervisores de campo.

Refere-se ao contato que os supervisores de campo têm com os estagiários. O supervisor de campo 1 informa que não tem contato diário, mas

observa seu crescimento. O supervisor de campo 3 informa que conversa com

o estagiário quando há necessidade de apontar algo a melhorar ou para

destacar um trabalho bem feito.

Cabe evidenciar a resposta do supervisor de campo 5:

[...] quanto ao contato diário sim, mas quanto a conversa sobre o desempenho nas oportunidades de avaliação ou acompanhamento não. Como o desempenho sempre foi maior do que a expectativa, pouco se comenta sobre o assunto.

Em outra perspectiva o supervisor 10 procura conversar com relação às

notas dos estagiários, pois sabe que é um dos critérios para continuarem no

estágio. Quanto a conversar diariamente, relata que é mais difícil, pois sempre

tem muito serviço a realizar.

De modo geral, os supervisores de estágio estão presentes nas

atividades desenvolvidas pelos estagiários, tirando suas dúvidas, dando

feedback e acompanhando o seu crescimento.

Com relação às atividades desenvolvidas pelos estagiários os

supervisores de campo acreditam que estão satisfeitos com as atividades e

que estão de acordo com o Plano de Atividades.

O supervisor de campo 5 responde que:

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94

[...] Creio que estejam satisfeitos com a atividade que

realizam, e que estão de acordo com o Plano de Atividades do

Termo de Compromisso.

O supervisor de campo 9 verifica que apreciam as atividades

desenvolvidas, mas alguns precisam um pouco mais de iniciativa.

É dever do supervisor de campo avaliar as atividades desenvolvidas

pelos estagiários, observar seu desenvolvimento nas atividades e verificar se

as atividades estão de acordo com o Plano de Atividades.

Quando perguntado aos supervisores se acham que os estagiários conseguem conciliar o estudo com o estágio, relatam que sim.

O supervisor de campo 1 menciona que sim e informa que dá

oportunidade para os estagiários estudarem no período de provas no setor,

assim como os supervisores 11 e 16. Na mesma perspectiva o supervisor de

campo 2 diz que os estagiários possuem a liberdade para conciliar o estudo

com o estágio.

De uma forma mais abrangente o supervisor de campo 4 salienta que:

[...] sim, acha que os estagiários conseguem conciliar os estudos com o estágio porque a jornada de atividades de 4 horas diárias facilita a conciliação. (Estagiário 4)

A resposta do supervisor de campo 6 confirma a existência dessa

flexibilidade, pois sempre que não estão trabalhando os estagiários, está

liberado para estudar ou para fazer seus trabalhos escolares.

O supervisor de campo 7 salienta que:

[...] os que são dedicados sim, no entanto acredito que alguns sentem grandes dificuldades, uns não somente por causa do estágio.

O supervisor de campo 9 relata que:

[...] tento ser flexível para que todos priorizem os estudos, mas

sem deixar de lado as responsabilidades do estágio, pois é a

porta de entrada para o mercado de trabalho.

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Conclui-se que os supervisores de campo dão oportunidade para os

estagiários estudarem, sempre que sobra tempo no estágio. Eles sabem que

se os estagiários reprovarem ele têm que sair do estágio, também conforme

relatos anteriormente registrados entendem os objetivos dos estagiários com

relação ao estágio.

Com relação ao acompanhamento da freqüência e o rendimento escolar do estagiário. Os estagiários indicam ao responderem a esse

questionamento que conseguem conciliar as atividades e os supervisores

fazem a mesma avaliação.

Apenas um supervisor não faz esse acompanhamento, os demais

controlam a freqüência pelo ponto eletrônico na intranet e o aproveitamento no

estágio pelo controle das atividades delegadas.

O supervisor de campo 8 salienta que:

[...] a freqüência é constante, pois tem contato direto com todos. Quanto ao rendimento procura manter conversas com a equipe a respeito disso.

Praticamente todos fazem esse acompanhamento da freqüência e

rendimento e atendem o ato 87/2009 que delega a obrigação ao supervisor de

campo.

Sobre as obrigações do supervisor de campo apenas um informa que

formalmente não conhece. Os outros conhecem como relata o supervisor de

campo 12 dizendo que preenche relatório semestral, controla freqüência e

orienta sobre as atividades do dia-a-dia.

Muito poucos supervisores mencionaram suas obrigações, o Programa

de Estágio manda um e-mail para os supervisores informando sobre elas.

Segundo o ato que rege o Programa de Estágio em consonância com a Nova

Lei de Estágio são:

• Orientar o Estagiário na iniciação ao trabalho e propiciar a aplicação prática de seus conhecimentos acadêmicos; • Fiscalizar o cumprimento da jornada de trabalho e comunicar à Coordenadoria de Recursos Humanos as eventuais faltas injustificadas; • Proceder, em formulário próprio, a avaliação de desempenho do Estagiário, ao final de cada semestre;

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• Elaborar, semestralmente, relatório das atividades desempenhadas pelo Estagiário; • Acompanhar a freqüência e o rendimento escolar do Estagiário e comunicar à Coordenadoria de Recursos Humanos os problemas porventura encontrados; e • Solicitar do Estagiário ao final de cada semestre letivo, no decorrer da execução do Termo de Compromisso, seu atestado de freqüência e aproveitamento. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).

Outro aspecto a ser apresentado é com relação à avaliação semestral.

Apenas três supervisores não tiveram a oportunidade de fazer a avaliação

semestral dos estagiários. No entanto, nem todos conversam com os

estagiários a respeito dos resultados.

O supervisor de campo 1 menciona que “sim, já fez. Mas não conversa

com o estagiário sobre as repostas”.

O supervisor de campo 5 responde que:

[...] sim, feedback: pouco, após as avaliações como o desempenho é adequado, nunca houve urgência em tratar dessas questões. (Estagiário 5)

Outro informa que o estagiário participa inclusive do processo de

avaliação. O supervisor de campo 11 responde que “sim, pois faz a avaliação

junto com o estagiário”.

Quase todos os supervisores já fizeram as avaliações e tentam

conversar com os estagiários para que não fique nenhuma dúvida com relação

à nota recebida. É uma das obrigações dos supervisores aplicam essa

avaliação.

Com relação aos benefícios oferecidos aos estagiários os supervisores

de campo acham justos e há os que acrescentam que é essencial.

O supervisor de campo 8 relata que:

[...] sim, e ainda acho que o maior benefício que o estudante adquire no estágio é a experiência profissional em uma instituição de grande porte.

Conclui-se, desta forma que os supervisores de campo concordam com

os benefícios oferecidos MPSC.

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Com relação ao Programa de Estágio, há supervisores de campo que

estão satisfeitos e nada mudariam na gestão. Porém, outros contribuem

sugerindo mudanças.

O supervisor de campo 1 salienta que “deveria ser passado para as

estagiárias informações sobre o que realmente faz o MPSC”.

O supervisor de campo 3 acha que:

[...] deveria ter mais orientação aos supervisores de estágio, talvez um documento escrito e uma divulgação maior para toda a instituição sobre os objetivos do Programa de Estágio para que todos no setor tenham clara a função do estágio e este seja realmente um aprendizado. (Supervisor de 1)

O supervisor de campo 8 relata:

[...] que é um programa bem sucedido, onde os estudantes estão crescendo muito com suas novas experiências. Só acho que seria interessante a realização de mais encontros e integração entre os estudantes. (Supervisor 8)

O supervisor de campo 10 salienta que o estágio é muito bom para

quem quer realmente aprender, porém em algumas situações as tarefas dos

estagiários é quase a de um técnico do MP. Talvez seja muita responsabilidade

para quem está aprendendo.

O supervisor de campo 11 ressalva que poderia mudar a forma de como

é feito o processo de seleção ele não acha esse modelo adequado.

Por último, o supervisor de campo 12 acrescenta:

[...] que a Coordenadora do SDH deveria está mais presente, ela deveria ter mais contado com os supervisores de campo “ter um contato mais direto”. (Supervisor 12)

Um dos supervisores de campo chamou a atenção respondendo que o

estagiário deveria ficar mais tempo no Programa, mas conforme a Nova Lei de

Estágio e o ato 87/2009 que rege o Programa de Estágio do MPSC menciona,

o estagiário poderá ficar na mesma instituição de ensino por até 2 anos no

máximo. É o tempo suficiente para conhecer a organização tanto com relação

ao funcionamento técnico, operacional como para desenvolver atitudes e

habilidades.

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Conforme os relatos anteriores verificam-se que os supervisores deram

sugestões para melhorar o Programa de Estágio e outros acham que está tudo

bom e não mudariam nada. Sugerem mais esclarecimentos sobre a missão do

MPSC, mais orientação e divulgação sobre o papel do supervisor de campo,

mais encontro de integrações com os estagiários, processo de seleção deveria

mudar.

A seguir, apresentará as convergências e as divergências com relação

ao Programa de Estágio sob a visão dos supervisores de campo e estagiários.

4.3.3.3 Convergências e Divergências a respeito do Processo de Estágio

Curricular Obrigatório no MPSC segundo a Percepção dos Estagiários e

Supervisores

Será discutido a respeito das convergências e das divergências da

percepção sob o Programa de Estágio.

Verifica-se que com relação aos objetivos e as expectativas os

estagiários e os supervisores estão de acordo, pois tanto um quanto o outro

mencionam que buscam adquirir crescimento profissional, a aplicação dos

conhecimentos teóricos na prática do estágio, o aprendizado, a confrontação

da teoria com a prática, a experiência e a renda.

Com relação à forma de divulgação das vagas de estágio, os

supervisores de campo e os estagiários relatam que a divulgação é feita por

intermédio de colegas e pelas universidades, mas, de modo geral os

supervisores de campo não sabiam como é feita à divulgação das vagas. Desta

forma, pode-se dizer que houve uma divergência entre as respostas dos

supervisores de campo e os estagiários sobre a forma de divulgação das

vagas.

Com relação à estrutura física, os estagiários e os supervisores de

campo acham adequados para receber os estagiários. Há relatos tanto de

estagiários como supervisores que são destoantes, mas tratam-se de casos

isolados.

Outro aspecto questionado foi com relação ao contato direto entre supervisor e de modo geral ambos informam que mantêm contato, tirando

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suas dúvidas, dando feedback, entre outros. Porém, percebe-se que há de

ambas as partes a percepção de que seria interessante maior contato direto.

Verifica-se que com relação às obrigações dos estagiários de modo

geral os estagiários respondem que conhecem mais não relatam em

profundidade.

Com relação à conciliação dos estudos e o estágio, verifica-se que

tanto os supervisores de campo como os estagiários salientam que conseguem

conciliar os dois e que têm oportunidades de estudar no local de estágio.

Outro aspecto que merece destaque relaciona-se as atividades desenvolvidas pelos estagiários. Os supervisores confirmam a resposta

dada pelos estagiários que relatam que gostam das atividades desenvolvidas

no estágio, mas merece destaca que a resposta de um estagiário que informou

que as atividades desenvolvidas no estágio não estavam de acordo com as

atividades de seu curso.

Outro aspecto e com relação à avaliação semestral a grande maioria

dos estagiários responderam que já fizeram essa avaliação e concordam com

as respostas. Mas com relação às respostas dos supervisores de campo

alguns responderam que não conversam com os estagiários sobre a avaliação.

Com relação a inclusão de pessoas com deficiência no Programa de

Estágio ambos concordam com essa inclusão, pois o Programa ajudará a

diminuir esse preconceito que ainda existe com essas pessoas. Mas convém

ressaltar que houve divergência com relação a inclusão desses estudantes em

alguns setores, pois alguns supervisores responderam que não estão

preparados para receber esses estagiários e que podem até prejudicar o

andamento das atividades desenvolvidas no setor. Quando questionados a

respeito dos estagiários com deficiência física, informaram que depende da

natureza da deficiência.

Outro aspecto e com relação a melhorias no Programa de Estágio tanto

os estagiários quanto os supervisores mencionaram que o Programa de

Estágio deveria passar por algumas mudanças.

Outra divergência é com relação às obrigações dos supervisores de campo alguns informaram que não sabiam direito quais são suas obrigações

como supervisor de campo, já outros informaram que as conheciam da mesma

forma alguns estagiários também deram essa resposta. Desta forma, o SDH

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deverá passar essas informações para os estagiários e supervisores de campo

com mais freqüência.

Com relação aos benefícios oferecidos os estagiários mencionaram

que o auxílio transporte poderia mudar para vale transporte, desta forma

aumentaria seu valor, pois atualmente o valor do auxílio transporte é de 60

reais e para alguns estagiários que moram longe não compensa, em oposição

a essa informação os supervisores mencionam que está bom.

Verifica-se que com relação há convergência de percepção entre

supervisores de campo e estagiários relacionados aos objetivos e perspectives

do estágio, a adequação da estrutura e preparo das pessoas para receber os

estagiários, o desejo de haver mais conato direto de ambos as partes,

conciliação dos estudantes e o estágio, a inclusão de estudantes com

deficiência no Programa de Estágio. Mas, pode-se destacar algumas

divergências com relação à inclusão de estudantes com deficiência no

Programa de Estágio alguns setores não estão preparados para receber esses

estudantes. Teve algumas respostas negativas com relação à estrutura física

do setor. Com relação aos benefícios tivemos uma divergência com as

respostas dos supervisores de campo e dos estagiários. Sobre as obrigações

dos supervisores de campo teve algumas divergências com relação a esse

pergunta.

Outro tópico e com relação ao Programa de Estágio os estagiários e os

supervisores de campo alguns responderem que não mudariam nada no

Programa, mais alguns estagiários e supervisores contribuíram com alguns

sugestões que poderiam melhorar a Programa. Desta forma, será apresentado o quadro 3 sobre as convergências e

divergências.

Quadro 3 - Convergência e divergência

Categoria de análise Convergência Divergência

Expectativa e objetivos dos estagiários

Sobre os objetivos as respostas dos supervisores e estagiários estão de acordo como as respostas dos supervisores, pois ambos responderam que é a questão financeira e o aprendizado.

Não houve.

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Processo de divulgação das vagas

Pode-se dizer que houve uma convergência nas repostas dos estagiários sobre o processo de divulgação da vaga, pois suas respostas sobre esse processo foi através de amigos, e-mail, cartaz na escola, e entre outros.

Com relação às respostas dos supervisores e dos estagiários houve uma divergência, pois os supervisores responderam que não sabiam como era feito esse processo.

Ambiente de trabalho Sobre o ambiente o estagiários respondem que a estrutura física e adequada.

Observa-se que houve uma divergência em relação aos estagiários e os supervisores de campo com relação a essa resposta.

Contato com o supervisor de campo

Observou-se que os estagiários e os supervisores de campo mencionam que têm contato com os supervisores de campo.

Não houve.

Obrigações dos estagiários Percebe-se que a grande maioria dos estagiários não conhece suas obrigações.

Não houve.

Conciliar os estudos e o estágio

Nota-se que a grande maioria dos estagiários e supervisores de campo respondem que conseguem conciliar os estudos e o estágio, pois eles tem oportunidade de estudar no estágio.

Não houve.

Atividades desenvolvidas no estágio

Percebe-se que tanto os estagiários como os supervisores responde que gostam das atividades desenvolvidas no estágio.

Não houve.

Avaliação semestral Nota-se que os estagiários já fizeram a avaliação semestral e que tiveram um feedback.

Com relação às repostas dos supervisores de campo tivemos uma divergência, pois alguns mencionam que fazem essa avaliação mas não conversam com os estagiários sobre as respostas.

Benefícios Percebe-se que a maioria dos estagiários e supervisores de campo estão de acordo com os benefícios oferecidos.

Tivemos uma divergência com relação ao valor do auxilio transporte, alguns estagiários não estão contentes com o valor desse auxílio.

Inclusão de pessoas com deficiência

Tanto os estagiários e os supervisores concordam com a inclusão dessas pessoas no Programa de Estágio.

Mas alguns setores não estão preparados para receber esses estudantes no seu dia-a-dia.

Avaliação do Programa de Estágio

Os estagiários e supervisores de campo mencionaram várias sugestões para melhorar o Programa de Estágio.

Alguns estagiários e supervisores que não mudariam nada no Programa.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, (2011).

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4.3.4 Dificuldades e oportunidades presentes no Processo de Estágio no

MPSC

Sobre as dificuldades e oportunidades presentes no Programa de

Estágio, será analisada a percepção dos estagiários e supervisores de campo.

Verifica-se pelas respostas dos supervisores de campo que alguns

setores não estão preparados para receber os estagiários com deficiência, pois

a estrutura física poderia atrapalhar e algumas atividades que dependendo da

deficiência também poderiam prejudicar.

Outra questão é com relação à oportunidade de trazer os supervisores

de campo para o processo de contratação dos estagiários, fazer com que

participem mais do processo, que eles dêem sua opinião sobre como o SDH

está trabalhando, pois assim ocorreriam melhorias para o Programa.

Destaca-se como dificuldade a operacionalização da avaliação

semestral, pois o ideal é que cada supervisor de campo responda junto com o

estagiário, mas alguns supervisores não têm muito tempo para sentar e

conversar sobre o desempenho de cada estagiário. Inclusive, alguns

estagiários responderam que não tem contato direto com seu supervisor, sendo

esta outra dificuldade.

Outra dificuldade para o Programa de Estágio é encontrar estudantes

portadores de deficiência, pois há vagas, mas não se consegue encontrar

esses estudantes, o Programa de Estágio deveria melhorar a forma de

divulgação dessas vagas.

Conclui-se que tanto na percepção dos estagiários e dos supervisores

de campo o Programa de Estágio apresenta algumas dificuldade e

oportunidades que devem ser melhoradas.

4.3.5 Inclusão dos estagiários portadores de deficiência no MPSC

Segundo o Ato que rege o Programa de Estágio do MPSC as pessoas

com deficiência têm um percentual de 10% (dez por cento) das vagas que

são oferecidas à comunidade. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA

CATARINA, 2009).

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4.3.5.1 A Percepção dos Estagiários

Com relação a inclusão de estagiários com deficiência no Programa de

Estágio. Constatou-se que os estagiários aceitam e estão preparados para

recebê-los.

O estagiário 1 informa que:

[...] acha bom, é uma boa oportunidade para eles mostrarem sua capacidade em desenvolver tarefas, não é por causa da deficiência que são menos aptos, que uma pessoa normal. (Estagiário 1)

O estagiário 2 aborda que acha muito bom, todos tem direito de se

relacionar normalmente.

A estagiária 4 aborda que:

[...] essa inclusão foi algo muito útil, já que em meio ao século

XXI desta: ainda vivemos em um país onde existem

preconceitos contra tais deficiências. (Estagiário 4)

Cabe evidenciar a resposta do estagiário 5 que informa:

[...] que conhece apenas duas pessoas com deficiência física que fazem estágio no MPSC. Ele acha muito importante a inclusão dessas pessoas e também de portadores de deficiência mental, pois todos merecem chances de obter sucesso e bem estar. (Estagiário 5)

Na mesma perspectiva a estagiária 6 informa que avalia como correta

essa inclusão o Programa de Estágio que visa trazer experiência aos

estudantes, é uma primeira oportunidade no mercado e não vê motivo para não

incluir pessoas com deficiência.

O estagiário 7 avalia como fundamental, pois todos têm que ter as

mesmas chances. Na mesma linha a estagiária 8 informa que é uma

oportunidade para essas pessoas, já que o estágio é um aprendizado.

O estagiário 9 retrata que e muito importante essa inclusão e uma

iniciativa muito boa do programa. Em perspectiva similar o estagiário 10

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informa que acha bom, porque diminuiria o preconceito com essas pessoas. O

estagiário “11” salienta que é boa essa inclusão até porque são pessoas com

deficiência, mas têm a mesma capacidade que a nossa.

A estagiária 12 simplesmente responde que concorda. De forma mais

simples o estagiário 13 acha que é boa. A estagiária 14 menciona que acha

necessária essa inclusão.

A estagiária 15 salienta que essas vagas deveriam ser mais divulgadas

nas escolas e universidades, e concorda com a inclusão. Já o ultimo estagiário

“16” a ser entrevistado menciona que acho boa essa inclusão.

Verifica-se que os estagiários estão preparados para receber esses

estudantes, e que concordam com a inclusão, até por o estágio é um

aprendizado e através do estágio eles vão adquirir experiências para o

mercado de trabalho.

4.3.5.2 A Percepção dos Supervisores de Campo

Com relação à inclusão de estagiários com deficiência no Programa de

Estágio. Constatou-se que os supervisores de campo aceitam e estão

preparados para recebê-los.

O supervisor de campo 1 acha necessária a inclusão.

O supervisor de campo 3 relata: [...] avalia positivamente, mas é necessário suporte do setor responsável para nos orientar sobre a melhor forma de receber esses estudantes. (Estagiário 3)

O supervisor de campo 4 acha que é fundamental, pois todos devem ter

direito de fazer um estágio, sem discriminação. O supervisor de campo 5

menciona que qualquer iniciativa de inclusão é positiva.

O supervisor de campo 7 diz que:

[...] é de grande importância para a sociedade, mas deve-se levar em consideração a real utilidade desses serviços prestados. (Estagiários 7)

Convém enfatizar a resposta do supervisor de estágio 8 informa que em

seu setor há um estudante com deficiência. Ele é tratado exatamente como os

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demais. Também vejo outros estudantes com deficiência executando muito

bem suas atividades. Na minha avaliação acho que o programa é um sucesso.

O supervisor de campo 10 avalia que toda inclusão é positiva. O

problema é saber se o MP está preparado para receber essas pessoas. Já o

supervisor de campo “11” menciona que sim, acha muito boa essa inclusão.

Pode-se dizer que os supervisores de campo estão de acordo com

inclusão, mas não estão preparados para receber esses estudantes no seu dia-

a-dia. Atualmente o programa conta com três estagiários com deficiências, dois

de ensino médio e uma de ensino superior.

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5 CONCLUSÃO

O objetivo do Programa de Estágio do Ministério Público do Ministério

Público de Santa Catarina é preparar os estagiários para o mercado de

trabalho, oportunizando a aquisição de conhecimento, responsabilidade,

compromisso com o trabalho, pontualidade, assiduidade entre outros, vindo ao

encontro do que preconiza a Lei de Estágio 11.788/2008 quando conceitua o

que é estágio.

Desta forma, está pesquisa teve como intuito analisar a percepção dos

estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa de Estágio do

Ministério Público de Santa Catarina. Com os objetivos específicos pretendeu

verificar as expectativas e objetivos dos estagiários e supervisores de campo

envolvidos no processo de estágio curricular; comparar as percepções acerca

do Programa de Estágio do MPSC dos envolvidos no processo de estágio

curricular; identificar as dificuldades e oportunidades vivenciadas na

operacionalização do estágio curricular e levantar as oportunidades de estágio

presentes no Ministério Público de Santa Catarina para pessoas com

deficiência envolvidas no processo de estágio curricular.

Verificou-se que o perfil dos estagiários entrevistados mostra que em

geral são do sexo feminino a faixa etária está entre 17 e 20 anos, sobre a

escolaridade os estagiários estão no ensino médio, o tempo no estágio está

compreendida entre 7 a 12 meses e apenas um estagiário é portador de

deficiência.

Foi possível identificar que os estagiários souberam da vaga por meio de

amigos, que geralmente estagiam ou estagiaram no MPSC e pela instituição de

ensino, suas expectativas e objetivos com o estágio residem em adquirir

experiências e renda, gostam do ambiente e as pessoas são respeitosas e

atenciosas, quase todos mantêm contato diariamente com o supervisor, estão

cientes que tem obrigações como estagiários, e estão conseguindo conciliar os

estudos com o estágio, gostam das atividades que desenvolvem, quase todos

já fizeram avaliação semestral e acham que os benefícios estão de acordo,

concordam com a inclusão das pessoas com deficiência no programa e fariam

algumas mudanças no programa. Estão de acordo com a inclusão de

estudantes com deficiência no Programa de estágio, foram apresentadas

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algumas oportunidades e dificuldades pelos estagiários, e sobre as divergência

e convergências também foram apresentadas.

Os supervisores de campo entrevistados em geral são do sexo

masculino, jovens na faixa etária de 36 a 40 anos, com ensino superior

completo, trabalham no MPSC mais de 10 anos e tem sob a sua supervisão de

1 a 4 estagiários.

Identificou-se que quase todos os supervisores de campo não sabem

como é feita a divulgação das vagas, acreditam que os estagiários querem

adquirir conhecimento, experiência e renda, acham que a estrutura física e as

pessoas estão preparadas para receber estagiários, quase sempre mencionam

que tem contato com os estagiários, diariamente quase sempre acham que os

estagiários gostam das atividades que desenvolvem, que estão conseguindo

conciliar os estudos com o estágio, com relação a freqüência, e o

acompanhamento e feito pelo ponto eletrônico diariamente, mas em geral não

conhece suas obrigações, com relação a inclusão de pessoas com deficiência

são favoráveis e efetuariam algumas alterações na operacionalização do

Programa. Também foi questionado pelos supervisores a questão das

convergências e divergência com relação ao Programa de estágio e com

relação às oportunidades e as dificuldades como as avaliações semestrais,

pois os supervisores mencionam que e bem difícil fazer essa avaliação e

passar um feedback para os estudantes.

Diante das respostas dos estagiários e supervisores de campo, serão

apresentadas algumas propostas que podem contribuir para o gerenciamento

do Programa de Estágio do MPSC.

Este programa passou por diversas transformações com relação à

regulamentação institucional e a sua amplitude. Atualmente, é regido pelo Ato

87/2009 do Ministério Público de Santa Catarina em conformidade com a Lei

Federal.

Propõem-se fazer uma integração com os supervisores de campo,

assim, como e feita com os estagiários, até porque foi mencionado pelos

supervisores que eles não sabem como funciona o Programa e nem como são

feitas às divulgações das vagas de estágio, Também fazer uma cartilha como é

feita para os estagiários para que possam tirar dúvidas com relação ao

Programa e ter mais informações dobre o mesmo, pois foi identificado que os

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supervisores não conhecem suas obrigações. Haveria a tentativa de estar mais

presentes no andamento do programa.

Retornar com mais freqüência à integração com os estagiários novos no

Programa, para que eles conheçam seus direitos e suas obrigações.

Trabalhar a questão da inclusão de pessoas com deficiência, entrar em

contato com as escolas, universidades para fazer essa inclusão, tem-se tantas

vagas e apenas três desta estão ocupadas.

Outro aspecto foi o processo de seleção que foi questionado pelos

supervisores e estagiários, alguns destacaram que poderia ser aperfeiçoado.

Desta forma, acredita-se que como era feito anteriormente, com entrevista com

a psicóloga que analisava o perfil do candidato, era melhor até porque não

havia tantos estagiários pedindo relotação (mudança de setor).

Com sugestão para trabalhos futuros sugiro que sejam abordados outros

setores, incluir também na pesquisa estagiários de direito e os MP residentes

que também são estagiários.

Para o mercado de trabalho é fundamental a experiência profissional,

pois quando os estudantes de ensino superior ou estudantes de cursos

técnicos vão à procura de um emprego, as organizações em que pretendem

atuar privilegiam esse aspecto. Desta forma, reveste-se de importância a

seriedade na condução do estágio para que o estagiário adquira experiência,

responsabilidade, compromisso com o trabalho, além de aprender sobre sigilo

profissional e comportamentos laborais desejáveis, como pontualidade e

assiduidade.

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APÊNDICES APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTRUTURADA – supervisores de campo

SUPERVISORES

• Perfil do entrevistado

Sexo:

Idade:

Escolaridade:

Setor que trabalha:

Tempo que trabalha no MPSC:

Portador de deficiência: Qual:

Quantos estagiários têm sobre sua supervisão:

• Categorias de análises associadas ao Programa de Estágio do MPSC

1 – Qual a sua percepção sobre a forma de divulgação do estágio?

2 – De modo geral qual(is) o(s) objetivo(s) dos candidatos à vaga? Como

percebe as expectativas deles ao se candidatarem às vagas?

3 – Você acha que a estrutura física do setor que você trabalha e as pessoas

que trabalham com você estão preparadas para receber esses estagiários? E

os com deficiência?

4 - Você mantém contato diariamente com os estagiários? Conversa sobre o

desempenho deles estágio?

5 - Você acha que os estagiários gostam das atividades que realizam? Essas

atividades estão de acordo com o Plano de Atividades do Termo de

Compromisso?

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6 - Como é realizado o acompanhamento da freqüência e rendimento do

estagiário?

7 - Você conhece suas obrigações como supervisor de estágio?

8 – Acha que os estagiários conseguem conciliar os estudos com o estágio?

9 – Você já aplicou alguma Avaliação de Estágio? Você conversa com o(s)

estagiário(s) sobre a avaliação?

10 – Você está de acordo com os benefícios que MPSC proporciona aos

estagiários?

11 – Como você avalia a inclusão de pessoas com deficiência no Programa de

Estágio?

12 - Como você avalia o Programa de Estágio? Se você pudesse mudar

alguma coisa o que seria?

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APÊNDICES B - ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTRUTURADA – estagiários

ESTAGIÁRIOS

• Perfil do entrevistado

Sexo:

Idade:

Escolaridade:

Setor que trabalha:

Tempo de estágio:

Portador de deficiência: Qual:

• Categorias de análises associadas ao Programa de Estágio do MPSC

1 – Como você ficou sabendo do Programa de Estágio do MPSC?

2 – Qual era a sua expectativa com relação ao estágio quando se candidatou a

vaga?

3 – Qual(is) o(s) seu(s) objetivo(s) com o estágio?

4 – O que você acha do estágio, do local que você trabalha e das pessoas que

trabalham com você?

5 – Você tem contato diariamente com o supervisor de estágio? O supervisor

de estágio conversa com você, sobre o seu desempenho como estagiário?

6 – Você conhece as suas obrigações como estagiário?

7 – Você está conseguindo conciliar os estudos com o estágio? Como é

realizado o acompanhamento de sua freqüência e seu rendimento escolar?

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8 – Com relação às atividades desenvolvidas no estágio você gosta do que

faz? Essas atividades estão de acordo com as atividades que constam no

Plano de Atividades do Termo de Compromisso?

9 - Você já ouviu falar da Avaliação de Estágio? Você já fez alguma? E como

foi? Você concorda com as respostas que obteve?

10 - Você está de acordo com os benefícios que o MPSC lhe proporciona?

11 – Como você avalia a inclusão de pessoas com deficiência no Programa de

Estágio?

12 – Como você avalia o Programa de Estágio? Se você pudesse mudar

alguma coisa o que seria?

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ANEXOS

ANEXO A - Edifício sede da organização Figura 2 – Edifício-sede do Ministério Público de Santa Catarina

Fonte: Ministério Público de Santa Catarina (2011

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ANEXO B – Organograma da organização Figura 3 - Organograma do MPSC

Fonte: Ministério Público de Santa Catarina (2011)