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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
JACQUELINE JÉSSICA FERMINO
GESTÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO: UM ESTUDO DE CASO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA
Biguaçu
2011
JACQUELINE JÉSSICA FERMINO
GESTÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO: UM ESTUDO DE CASO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA
Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professora Orientadora Msc.: Evelize Mara de Souza Gomes Martins.
Biguaçu
2011
JACQUELINE JÉSSICA FERMINO
GESTÃO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO: UM ESTUDO DE CASO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em
sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade
do Vale do Itajaí, em 02 de dezembro de 2011.
_______________________________
Profº Dr. Valério Cristifolini UNIVALI – Campus Biguaçu
Coordenador do curso Banca examinadora: __________________________________
Profª MSc.Evelize Mara de Souza Gomes Martins UNIVALI – Campus Biguaçu
Professora Orientadora
____________________________________ Profª M. Eng. Ely Teresinha Dionísio
UNIVALI – Campus Biguaçu Membro I
_______________________________________
Profª Esp. Josiane UNIVALI – Campus Biguaçu
Membro II
Dedico este Trabalho de Conclusão de Estágio a
Deus pelo dom da vida.
Aos mestres, pelo dom da sabedoria.
Aos amigos, pelo dom da amizade.
família pelo dom do amor.
AGRADECIMENTOS
Muitas pessoas me ajudaram e contribuíram para a concretização deste
desafio, assim gostaria de manifestar minha gratidão e admiração àqueles que
fizeram parte dessa caminhada.
Agradeço a Deus, por ter me colocado em uma família que sempre
esteve ao meu lado, mostrando que a vida é cheia de desafios, sacrifícios e
que temos uns aos outros para nos fortalecer e seguir em frente.
Ao Ministério Público do Estado de Santa Catarina que me deu à
oportunidade de realizar o Trabalho de Conclusão de Estágio e permitiu
visualizar os desafios, da organização para a elaboração deste trabalho.
Agradeço também aos meus colegas de trabalho que transformaram
esse momento em aprendizado e crescimento mútuo: Silvana, Miriam,
Cristiane, Renata, AnnaRosa, Marina, César, Denise, Gabriela, Yan, Juliana.
Aos supervisores de estágio e aos estagiários que participaram da coleta de
dados e ilustraram com clareza e comprometimento a realidade da Instituição.
A minha orientadora, Profª. Evelize, por ter me ajudado a realizar este
estudo e acreditado em meu potencial. Sempre com objetividade, mostrou com
segurança quais eram os próximos passos a seguir e como deveria ser
abordado cada um dos tópicos da pesquisa.
A Univali, ao curso de Administração e aos professores que forneceram
o embasamento teórico e as experiências práticas necessárias à realização
deste estudo e das diferentes atividades do cotidiano acadêmico-universitário.
Ao meu pai Maricel, apesar de não ser muito presente nesta caminhada,
mas sei que torce por mim. A minha mãe que é uma pessoa muito especial, um
exemplo de mãe pela sua paciência, dedicação e apoio nas horas mais difíceis,
pois sem ela não teria chegado até aqui. A minha avó que ajudou a minha mãe
a cuidar de mim e das minhas irmãs. As minhas irmãs Janayna e
Jeanelise sempre prontas para me ouvir e ajudar em qualquer momento e que
sempre acreditaram em mim. Também ao meu cunhando Darlan que é muito
especial e a todos os familiares que acreditaram em mim.
Aos meus amigos de Universidade Monique, Marcela, Clayton, Joana,
João Vitor, Marcelo, Janete, Jéferson pela compreensão e companheirismo
nesta longa jornada, juntos dividimos alegrias e tristezas que com certeza
ficarão guardadas na minha memória e em meu coração.
Aos meus colegas de serviço voluntário a Rosângela, Carlos, Ana,
Fernanda, Claúdia, Suellen, Ingrid, Tânia que sempre estiveram comigo nesta
caminha e todas as criança.
A todos que direta e indiretamente, contribuíram para a realização deste
trabalho.
“A maior recompensa do nosso trabalho, não é a que
nos pagam por ela, mas aquilo que ela nos
transforma.”
John Ruski
RESUMO
Em toda e qualquer atividade profissional o estágio é o primeiro passo para o mercado de trabalho e uma forma de colocar em prática os conhecimentos adquiridos pela teoria. O Trabalho de Conclusão de Estágio foi realizado no Setor de Desenvolvimento Humano que situa-se na Av. Rio Branco, 701 onde se encontra o Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina. Tratou-se de um estudo que pretendeu analisar o Programa de Estágio do Ministério Público do Estado de Santa Catarina segundo a percepção dos estagiários e supervisores de campo, para isso pretendem-se verificar a expectativa e objetivos dos estagiários e supervisores de campo envolvidos no processo de estágio curricular, comparar as percepções dos mesmos, identificar as dificuldades e oportunidades vivenciadas por eles e levantar as oportunidades de estágio presentes no Ministério Público de Santa Catarina para pessoas com deficiência envolvida no processo de estágio curricular. É um estudo de caso descritivo que utilizou a abordagem qualitativa e para a coleta dos dados da pesquisa foi elaborado um roteiro estruturado com questões abertas para a elaboração das entrevistas. A amostra desta pesquisa compreende 16 estagiários e 14 supervisores de campo totalizando 30 entrevistados. O critério utilizado para a seleção da amostra a acessibilidade e a tipicidade. Elegeu-se as categorias de análise para a pesquisa: perfil do entrevistado, contribuição para a formação local, obrigações e deveres, direitos e avaliação semestral e inclusão de pessoas com deficiências. Com os dados obtidos por meio das respostas dos estagiários e supervisores de campo foi feita a análise dos resultados obtidos com relação ao Programa de Estágio do MPSC. Com relação ao perfil dos entrevistados identificou-se que em geral os estagiários são do sexo feminino, a faixa etária compreendida entre 17 e 20 anos, cursam ensino médio, o tempo no estágio está compreendido entre 7 a 12 meses e apenas um estagiário é portador de deficiência. Os supervisores de campo entrevistados em geral são do sexo masculino, jovens na faixa etária de 36 a 40 anos, com ensino superior completo, trabalham no MPSC a mais de 10 anos e tem sob a sua supervisão de 1 a 4 estagiários. A pesquisa revelou que o Programa apresenta algumas deficiências, assim deverão ser feitas mudanças para que se possa melhorar o andamento do mesmo. A prática do estágio curricular contribui significamente para o desenvolvimento acadêmico e profissional do estudante sendo uma alternativa valiosa para o seu desenvolvimento.
Palavras-chave: Programa de Estágio. Estagiários. Gestão de Pessoas.
ABSTRACT
In every professional activity stage is the first step in the job market and a way of putting into practice the knowledge acquired by the theory. Work Completion stage was conducted by the Division of Human Development that is located on Avenida Rio Branco, 701 where the Internship Program of the Public Prosecutor of Santa Catarina. It was a study intended to analyze the Internship Program of the Public Prosecutor of the State of Santa Catarina as perceived by the trainees and supervisors in the field, for that it is intended to verify the expectations and objectives of the trainees and supervisors involved in the field stage curriculum, compare the perceptions of ourselves, identify the opportunities and difficulties experienced by them and get internship opportunities present in the prosecution of Santa Catarina for people with disabilities involved in the process of curricular. It is a case study used the descriptive and qualitative approach to collect research data has been prepared with a structured open questions for the preparation of the interviews. The sample in this study comprises 16 trainees and 14 field supervisors interviewed a total of 30. The criterion used for selecting the sample accessibility and typicality. He chose the categories of analysis for research: profile of the interviewee, contribution to local training, duties and obligations, rights and semester evaluation and inclusion of people with disabilities. With the data obtained through the responses of trainees and supervisors in the field was done to analyze the results obtained with respect to the Internship Program of the MPSC. With regard to the profile of respondents identified that in general the trainees are female, age between 17 and 20 years, attending high school, time on stage is between 7 to 12 months and only one trainee is holder of disability. The field supervisors interviewed are usually male, young people aged 36 to 40 years, with higher education, working in the MPSC to more than 10 years and has under his supervision from 1 to 4 trainees. The research showed that the program has some deficiencies, so changes should be made so that we can improve the way of it. The practice of curricular contributes significantly to the academic and professional development of student is a valuable alternative for their development. Keywords: Internship Program. Trainees. People Management
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
Figura 1 – Organograma da Coordenadoria de Recursos Humanos........................67 Figura 2 – Edifício-sede do Ministério Público de Santa Catarina...........................116 Figura 3 – Organograma do MPSC.........................................................................117 Gráfico 1 – Sexo dos Estagiários ..............................................................................71 Gráfico 2 – Faixa Etária dos Estagiários ...................................................................72 Gráfico 3 – Escolaridade dos Estagiários .................................................................73 Gráfico 4 – Tempo de Estágio...................................................................................74 Gráfico 5 – Portador de Deficiência...........................................................................75 Gráfico 6 – Sexo dos Supervisores de Campo..........................................................76 Gráfico 7 – Faixa Etária dos Supervisores de Campo ..............................................77 Gráfico 8 - Escolaridade do Supervisor de Campo....................................................78 Gráfico 9 – Tempo que Trabalha no MPSC..............................................................79 Gráfico 10 – Estagiários sob sua Supervisão............................................................80 Quadro 1 – Evolução da Lei de Estágio....................................................................40 Quadro 2 – Categorias de Análise da Pesquisa........................................................63 Quadro 3 – Convergências e Divergências.............................................................101
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Sexo dos Estagiários................................................................................70 Tabela 2 - Faixa Etária dos Estagiários.....................................................................71 Tabela 3 - Escolaridade dos Estagiários...................................................................72 Tabela 4 - Tempo que Trabalha no MPSC................................................................74 Tabela 5 - Sexo dos Supervisores de Campo...........................................................76 Tabela 6 - Faixa Etária do Supervisor de Campo.....................................................76 Tabela 7 - Escolaridade do Supervisor de Campo....................................................77 Tabela 8 - Tempo que Trabalha no MPSC................................................................79 Tabela 9 - Estagiários sobre sua Supervisão............................................................79
LISTA DE ABREVIATURAS
CEAF – Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional
CIDE – Coordenadoria de Inteligência e Dados Estruturados
COMSO – Coordenadoria de Comunicação Social
COPIJ – Coordenadoria de Processos e Informações Jurídicas
CORH – Coordenadoria de Recursos Humanos
COTEC – Coordenadoria da Tecnologia
CR – Coordenadoria de Recursos
GEBIB – Gerência de Biblioteca
GEPROD – Gerência de Produção
GERED – Gerência de Redes
GESUP – Gerência de Suporte
GETRAN – Gerência de Transporte
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MPSC – Ministério Público de Santa Catarina
SATS – Setor de Auditorias em Fundações e Entidades do 3º Setor
SDH – Setor de Desenvolvimento Humano
SGMP – Secretaria Geral do Ministério Público
STJ – Superior Tribunal de Justiça
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................15 1.1 OBJETIVOS............................................................................................................ 16
1.1.1 Objetivo geral....................................................................................................... 16
1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................... 16
1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 19
2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................................................................................. 19
2.2 GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................. 191
2.3AS ATIVIDADES EM RECURSOS
HUMANOS........................................................193
2.4 DEFINIÇÃO DE ESTÁGIO CURRICULAR ........................................................... 197
2.5 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTÁGIO E A LEGISLAÇÃO ................................ 198
2.5.1 Lei nº. 6.494/1977................................................................................................ 29
2.5.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação............................................................... 30
2.5.3 Lei nº. 8.859/1994................................................................................................ 32
2.5.4 A Nova Lei de Estágio – 11.788/2008 ................................................................. 33
2.5.4.1 Quem Pode Fazer Estágio................................................................................33
2.5.4.2 Termo de Convênio...........................................................................................34
2.5.4.3 Termo de Compromisso....................................................................................34
2.5.4.4 Divisão de Estágio.............................................................................................35
2.5.4.5 Carga Horária do Estágio..................................................................................36
2.5.4.6 Duração do Estágio...........................................................................................37
2.5.4.7 Seguro...............................................................................................................38
2.5.4.8 Auxílio Transporte e Bolsa Auxílio.....................................................................39
2.5.4.9 Recesso.............................................................................................................40
2.6 INCLUSÃO DO DEFICIÊNTE NO ESTÁGIO CURRICULAR.................................. 42
2.7 O ESTÁGIO NA OPERACIONALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............46
2.7.1 Conceito de estágio ............................................................................................. 49
2.7.2 Vínculo empregatício ........................................................................................... 50
2.7.3 Estágio para estudantes estrangeiros ................................................................. 50
2.7.4 Número de vagas ................................................................................................ 50
2.7.5 Processo de seleção ........................................................................................... 51
2.7.6 Duração do estágio.............................................................................................. 51
2.7.7 Jornada de atividades.......................................................................................... 51
2.7.8 Auxílio transporte................................................................................................. 53
2.7.9 Recesso............................................................................................................... 53
2.7.10 Legislação e saúde e segurança do trabalho .................................................... 53
2.7.11 Convênio............................................................................................................ 53
2.7.12 Ajuste do termo de compromisso ...................................................................... 54
2.7.13 Rescisão do termo de compromisso ................................................................. 54
2.7.14 Obrigação da instituição de ensino.................................................................... 55
2.7.15 Obrigação do Ministério Público ........................................................................ 56
2.7.16 Obrigação do supervisor de estágio ................................................................. 57
2.7.17 Obrigação dos estagiários ................................................................................. 57
2.7.18 Participação dos servidores no Programa de Estágio....................................... 58
3 METODOLOGIA........................................................................................................ 59
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO.............................................................................. 59 3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................. 61 3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS..................................... 62 3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ....................................................... 64
4 APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS......................... 65
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO............................................................ 655
4.2 FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO DO MPSC ............................ 67
4.3 RESULTADOS DA PESQUISA APLICADA AOS ESTAGIÁRIOS E
SUPERVISORES DE ESTÁGIO DO MPSC ................................................................. 70
4.3.1 Perfil dos entrevistados ....................................................................................... 70
4.3.2.1 O Perfil dos estagiários.....................................................................................70
4.3.2.2 O Perfil dos supervisores de campo.................................................................75
4.3.2 Expectativas e Objetivos dos Estagiários e Supervisores de Campo do MPSC.80
4.3.2.1 A Expectativa e Objetivos dos Estagiários........................................................81
4.3.2.2 A Expectativa e Objetivos dos Estagiários Segundo os Supervisores de
Campo...........................................................................................................................83
4.3.3 A Percepção dos estagiários e supervisores de campo envolvidos no processo
de estágio curricular no MPSC..................................................................................... 84
4.3.3.1 A Percepção dos Estagiários............................................................................84
4.3.3.2 A Percepção dos Supervisores de Campo.......................................................91
4.3.3.3 Convergências e Divergências a respeito do Processo de Estágio Curricular
Obrigatório no MPSC....................................................................................................98
4.3.4 Dificuldades e oportunidades presentes no Processo de Estágio no MPSC .... 102
4.3.5 Inclusão dos estagiários portadores de deficiência no MPSC........................... 102
4.3.5.1 A Percepção dos Estagiários..........................................................................103
4.3.5.2 A Percepção dos Supervisores de Campo......................................................104
5 CONLUSÃO .......................................................................................................... 1066
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 1099
APÊNDICES........................................................................................................... 11212
ANEXO........................................................................................................................116
15
1 INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea apresenta ao homem inúmeros benefícios,
entretanto, para usufruí-los vivenciam-se dificuldades e aumentam-se as
exigências em praticamente todas as esferas.
Neste contexto, o mercado de trabalho necessita de pessoas cada vez
mais preparadas para atuar com qualidade na área profissional escolhida
atendo às necessidades das organizações. Essa preparação passa pela
aquisição de conhecimentos teóricos e também experiência profissional que
leva ao desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes desejáveis.
No Brasil, os estagiários são regulamentos pela Lei 11.788/2008 a qual
define estágio como:
[...] ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (BRASIL,2008).
A Instituição em que foi realizada esta pesquisa é o Ministério Público de
Santa Catarina – MPSC, o qual atua na defesa da ordem jurídica do regime
democrático e dos direitos sociais e individuais indisponíveis. Nesta
organização há um Programa de Estágio vigente desde 2002. Este Programa
passou por diversas transformações com relação à regulamentação
institucional e a sua amplitude. Atualmente, é regido por um Ato do Ministério
Público de Santa Catarina em conformidade com a Lei Federal já citada.
O Programa de Estágio tem o intuito de proporcionar aprendizagem
profissional a estudantes de ensino médio, profissionalizante, educação
especial e superior. É administrado pelo Setor de Desenvolvimento Humano da
Coordenadoria de Recursos Humanos. O Programa tem um total de 240 vagas
de estágio, sendo 10% (dez por cento) dessas vagas reservadas a estudantes
com deficiências. Dessas, 86 vagas são ocupadas por estagiários de ensino
superior e 81 são ocupadas por estagiários de ensino médio.
16
Um dos critérios de seleção utilizado pelo órgão é a renda familiar, pois
o Programa admite preferencialmente estudantes com baixa renda e sem
experiência profissional.
A pesquisa desenvolvida no Setor de Desenvolvimento Humano – SDH
possibilitou identificar e compreender algumas dificuldades aparentemente
percebidas na execução deste Programa de Estágio, tais como: falta de
entrega de documentos no momento de inscrição no programa, abandono
escolar de estudantes de ensino médio, notas insuficientes para a permanência
no programa, baixa demanda por parte de estudantes com deficiência, entre
outros. Assim, entende-se que a análise do processo de estágio propiciará
subsídios aos gestores para tomar decisões acerca da temática exposta.
Desta forma, pretendeu-se responder ao seguinte problema de
pesquisa: Qual a percepção dos estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa de Estágio no Ministério Público do Estado de Santa Catarina?
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
• Analisar o Programa de Estágio do Ministério Público do Estado de
Santa Catarina segundo a percepção dos estagiários e supervisores de
campo.
1.1.2 Objetivos específicos
• Descrever o funcionamento do Programa de Estágio do Ministério
Público de Santa Catarina.
• Verificar a expectativa e objetivos dos estagiários e supervisores de
campo envolvidos no processo de estágio curricular.
• Comparar as percepções dos envolvidos no processo de estágio
curricular acerca do Programa de Estágio do Ministério Público.
17
• Identificar as dificuldades e oportunidades vivenciadas pelos estagiários
e supervisores de campo na operacionalização do Programa de Estágio
curricular.
• Levantar as oportunidades de estágio presentes no Ministério Público de
Santa Catarina para pessoas com deficiência envolvidas no processo de
estágio curricular.
1.2 JUSTIFICATIVA
A elaboração deste trabalho é relevante, pois se pode entender a
percepção dos supervisores de campo e estagiários com relação ao Programa
de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina, o que poderá reverter em
melhorias para o Programa.
O objetivo do Programa de Estágio do Ministério Público é preparar os
estagiários para o mercado de trabalho, oportunizando a aquisição de
conhecimento, responsabilidade, compromisso com o trabalho, pontualidade,
assiduidade entre outros, vindo ao encontro do que preconiza a Lei de Estágio
11.788/2008 quando conceitua o que é estágio.
A Lei foi sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 25
de setembro de 2008 e é conhecida como a Nova Lei de Estágio, essa Lei
mostra em seus artigos que tanto os estagiários, as instituições de ensino e as
empresas, que todos têm os seus direitos e suas obrigações e devem cumpri-
las.
Para inserir-se no mercado de trabalho a experiência profissional é
fundamental, pois quando os estudantes de ensino superior ou estudantes de
cursos técnicos vão à procura de um emprego, as organizações vão exigir
experiência na área que pretendem atuar, por isso é tão importante fazer
estágio. Desta forma, reveste-se de importância a seriedade na condução do
estágio para que o estagiário adquira experiência, responsabilidade,
compromisso com o trabalho, além de aprender sobre sigilo profissional e
comportamentos laborais desejáveis, como pontualidade e assiduidade.
Pacheco (2009, p. 42) enfatiza a importância do estágio dizendo que:
18
[...] cabe ressaltar o papel fundamental do estágio no desenvolvimento econômico-cultural de um país, principalmente em um país emergente como o Brasil, que envida todos os esforços possíveis para dar um salto de qualidade. A qualidade tem como ponto de partida a sua preocupação com a educação, voltada para a efetividade utilidade profissional, que pressupõem não apenas o conhecimento teórico, mas o domínio das exigências que resultam da realidade do exercício das profissões.
Para a universidade essa pesquisa é importante, pois se apresenta
como mais um material para pesquisa bibliográfica, a respeito da gestão de
estagiários. Percebe-se uma carência de material disponível sobre o assunto.
O estágio na formação educacional ou profissional propicia que os
estudantes coloquem em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula,
o que acarreta amadurecimento profissional. Pode-se dizer que o estágio é o
alicerce para o mercado de trabalho.
Desta forma, o Trabalho de Conclusão de Estágio é importante tanto
para a acadêmica que elaborou esta pesquisa, pelo fato de ser estagiária da
organização quanto para a organização, pois o intuito desse estudo é auxiliar
na tomada de decisão do MPSC com relação aos assuntos pertinentes ao
Programa de Estágio.
O momento foi oportuno visto que o Setor de Desenvolvimento
Humano/SDH do Ministério Público de Santa Catarina que apresenta em seu
quadro um total de 167 estagiários foi sensível à proposta apresentada e
apoiou a realização da pesquisa que pretendeu analisar a percepção dos
estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa.
A pesquisa foi viável de ser realizada no período de um ano, pois os
custos foram mínimos, o acesso às informações foi permitido, visto que a
acadêmica é estagiária na organização e trabalha no Setor de
Desenvolvimento Humano/SDH no Programa de Estágio tendo facilidade de
acesso as informações. Os supervisores do setor tiveram interesse no
desenvolvimento desta pesquisa e contribuíram para o seu desenvolvimento.
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esta pesquisa analisou a percepção dos estagiários e supervisores de
campo a respeito do Programa de Estágio do Ministério Público de Santa
Catarina, mas para que se pudesse conhecer essa percepção, necessitou-se
ter conhecimento sobre o que é a administração pública; como funciona a
gestão de pessoas na administração pública; a definição de estágio curricular e
a evolução histórica do estágio; a sua legislação; as peculiaridades da inclusão
do deficiente no estágio curricular e o estágio na operacionalidade na
administração pública.
2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Será apresentado a seguir, o conceito da Administração Pública e seus
desdobramentos, como sua importância, sua divisão, entre outros.
Rosa (2006, p. 26) informa que a administração pública é um conjunto
de entidades que realiza suas atividades administrativas para suprir a
satisfação das necessidades coletivas do Estado.
Os três Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) praticam atos administrativos e exercem função administrativa (por exemplo, quando admitem pessoais, contratam terceiros, realizam procedimentos licitatórios etc.). O exercício da atividade administrativa por qualquer dos Poderes está sujeita às normas constitucionais próprias da Administração Pública. (ROSA, 2006, p. 27).
Ainda de acordo com Rosa (2006), a administração pública é dividida em
direta e indireta. A administração direta tem atuação direta pelo próprio Estado
e suas entidades: União, Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal.
A administração indireta, entretanto, está relacionada a pessoas
jurídicas de direito público ou privado, criadas através da lei específica:
autarquia, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista e
por associações e consórcios públicos. (ROSA, 2006, p.28).
Meirelles (2006, p.64) informa que a administração pública, em sua visão
global, atua junto com o Estado na realização de serviços, na busca pela
satisfação das necessidades coletivas.
20
A administração não prática atos de governo; prática, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência dos órgãos e de seus agentes. São os chamados atos administrativos [...]
Meirelles (2006, p.65) afirma que “o Estado utiliza a administração para
pôr em prática as opções políticas do Governo, mas isso não quer dizer que a
Administração não tem poder de decisão, pois ela pode opinar e decidir sobre
assuntos jurídicos, técnicos, financeiros entre outros”.
Desta forma, a administração pública é constituída de órgãos e serviços
do Estado, na gestão de bens e interesses da comunidade. Meirelles (2006, p.
740) também divide a administração pública em direta e indireta.
A administração direta são órgãos que estão relacionados com a
estrutura administrativa da União como: autarquia, fundações públicas,
empresas públicas, entre outras. A administração indireta, entretanto, está
vinculada ao Ministério, e presta serviços públicos ou de interesses públicos.
(MEIRELLES, 2006, p. 740)
Segundo Medauar (2008, p. 44), a administração pública é dividida em
formal e organizacional. Do lado formal, a administração é considerada como
atividades do Estado que ajudam as instituições políticas a executarem funções
do governo que não se enquadram na legislação, nem na jurisdição, como
calçamento de ruas, da coleta de lixo, da rede de escolas públicas, entre
outros. Com relação ao lado organizacional são órgãos e entes estatais que
produzem serviços, bens e utilidades para a população no exercício das
funções de governo, como ministérios, secretarias, departamentos,
coordenadorias, entre outros.
Dessa forma, Medauar (2008, p. 61) relata que “administração direta é o
conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do Executivo e na
estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo.” A administração
indireta, porém, está relacionada a entidades dotadas de personalidades
jurídicas. Assim, o conjunto dessas entidades forma a administração indireta,
como: administração indireta federal, administração indireta estadual e
administração indireta municipal.
Analisa-se que a administração pública atua diretamente junto com o
Estado para satisfazer os interesses da sociedade. Para dar seqüência a
21
revisão da literatura trata-se acerca da gestão de pessoas na administração
pública explicando a diferença que há na condução desses recursos nas
organizações públicas.
2.2 GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A gestão de pessoas na administração pública trata da hierarquia do
órgão público e os deveres de seus agentes públicos, desta forma a
administração pública necessita das pessoas para executar as atividades fins
da organização.
Segundo Russo (2009, p. 43) falar em gestão de pessoas é pensar em
gente, em mentalidade, em ação e pró-ação. A legislação e a estrutura
organizacional burocratizada e altamente hierarquizada podem ser os
responsáveis pela dificuldade de adequar a tecnologia da gestão de pessoas
por competências à gestão pública.
Para Chiavenato (2005, p. 6) gestão de pessoas é:
Uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia, dos processos internos e de uma infinidade de outras variáveis importantes.
Para Russo (2009, p.56), “as organizações públicas, estão em
transformação, obrigadas pela exigência da sociedade contemporânea à
melhoria da prestação de serviços públicos, com eficiência e eficácia”. Entretanto, para que uma organização implemente uma gestão de pessoas por competências deverá enfrentar mudanças organizacionais, desde o seu processo seletivo, seu sistema de remuneração, de avaliação de desempenho, de treinamento e de desenvolvimento. Isto significa iniciar, acompanhar, assessorar, medir resultados, dar feedbacks necessários, ter um planejamento estratégico condizente com o projeto, definir as competências individuais e organizacionais que serão valorizadas. (RUSSO, 2009, p.54)
22
Segundo Bergue (2010, p. 17), “o processo (ou ciclo) administrativo
resulta da interação constante de quatro elementos ou fases fundamentais,
quais sejam: planejamento, organização, direção e controle”.
Bergue (2010, p.18) explica que a administração pública com relação
aos outros órgãos também tem seus insumos que processando gera produtos,
e eles são os bens e serviços públicos que são colocados à disposição da
coletividade.
O insumo que o Estado utiliza para a produção de bens e serviços pode
ser dividido em recursos materiais e recursos humanos. Os recursos materiais
ou financeiros são: as máquinas, os equipamentos, as instalações em geral,
entre outros. Os recursos humanos, entretanto, são o que se pode denominar
de agentes públicos. (BERGUE, 2010, p. 18).
Dessa forma, Bergue (2010, p.20) define agente público como [...]“ todas
as pessoas que prestam serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da
administração indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades
de economia mista).”
Bergue (2010, p.20) informa ainda que os agentes públicos são
classificados em: agentes políticos, servidores públicos e particulares em
colaboração com o poder público.
Bergue (2010, p. 21) completa que os cargos e empregos públicos estão
definidos na Constituição essencialmente nos incisos I e II do art. 37:
Art. 37. [...] I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas de títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo, ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargos em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
A Conferência Nacional de Recursos Humanos da Administração Pública
Federal (2009, p. 92) aborda que devido às grandes mudanças que estão
ocorrendo nas áreas econômicas, tecnológicas e de mercado vem-se
transformando o setor público na sua estrutura organizacional com relação a
23
sua agilidade, eficiência e eficácia na prestação de serviços públicos. Desta
forma, se deve repensar as atuais práticas de recursos humanos.
A Conferência Nacional de Recursos Humanos da Administração
Pública Federal (2009, p.92) apresenta que a função de recursos humanos do
setor público é definido como:
Um conjunto estruturado de atividades seqüenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e as expectativas das atividades-fim da organização pública. Essas atividades podem ou não ser automatizadas por meio de um sistema de informação, que pode ser definido como um conjunto de partes integrantes e interdependentes que forma um todo com determinado objetivo e efetua uma função específica. Tem por missão melhorar o desempenho dos trabalhos realizados na organização por meio da automação das atividades.
A partir disso, observa-se que a gestão de pessoas na administração
pública aponta que as pessoas estão nas organizações para alcançar os
objetivos das organizações com eficiência e eficácia. As organizações públicas,
entretanto, estão passando por grandes mudanças e a gestão de pessoas
precisa se adequar a essas mudanças que estão ocorrendo.
A seguir, será apresentado o tópico sobre Recursos Humanos que tem
uma função muito importante para as organizações. As pessoas são muito
importantes para a organização, pois contratar a pessoa certa não e tão fácil.
2.3 AS ATIVIDADES EM RECURSOS HUMANOS
A gestão de Recursos Humanos cuida das pessoas da organização,
para isso a gestão de recursos humanos inclui um conjunto de funções e
atividades que podem ser sintetizadas nos seguintes itens: recrutamento seleção, treinamento, desenvolvimento e desenvolvimento. A seguir, os
tópicos serão apresentados.
Para Mikovich e Boudreau (2000, p. 162) recrutamento:
É o processo de identificação e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para posteriormente serem contratados para o emprego.
24
O recrutamento é um processo bilateral onde o candidato à vaga tem
interesse em saber como será trabalhar nesta empresa e por outro lado a
organização quer saber como ou que tipo de empregado ela está contratando.
(MIKOVICH ; BOUDREAU, 2000, p. 163)
Segundo Longenecker, Moore, Petty ( 2004, p. 446) informam que:
Contratar as pessoas certas e obter seu desempenho motivado são fatores essenciais para atingir o potencial de qualquer negócio. Desta forma você determina o quanto seu potencial de sucesso pode ser grande – ou quanto seu fracasso pode ser terrível.
Longenecker, Moore, Petty (2004, p.448) mencionam que para recrutar
eficazmente é necessário saber onde e como obter candidatos qualificados,
existe várias formas de se procurar um candidato, mas e impossível generalizar
qual delas e melhor forma em vista das variações nos requisitos de pessoal. Os
autores indicam várias formas de como recrutar candidatos como Agências
Públicas de Emprego que oferecem sem custo uma relação de candidatos que
estejam procurando emprego ativamente, Agências de Emprego Particulares
que geralmente esse serviço deve ter um custo, outra forma e a Referência de
Emprego quando o funcionário e um bom empregado à empresa fazem uma
carta de recomendação, os autores informam que para as pequenas empresas
essa forma de recrutamento fornece mais emprego do que qualquer outra
forma, outro item e os Anúncios de Empregos Procurados que é recrutamento
mais utilizados por pequenas empresas que são anúncios feito em
classificados em jornais locais.
Segundo Chiavenato (2005, p. 112) o recrutamento é a forma que a
empresa utiliza para chamar candidatos. O recrutamento é uma forma de
comunicação às organizações divulgam as vagas e os candidatos são atraídos
para o processo seletivo.
O recrutamento consiste em procurar e atrair os candidatos para uma
determinada função. Desta forma, o próximo item a ser apresentado será o
processo de seleção.
Segundo Mikovich ; Boudreau (2000, p. 208) o processo de seleção é:
25
A seleção é o processo de coletar e utilizar informações sobre os candidatos recrutados externamente para escolher quais deles receberão propostas de emprego. Frequentemente é antecedido por uma triagem, que identifica aqueles candidatos obviamente sem qualificações, antes de coletar qualquer informação adicional.
A seleção serve como um filtro, pois determina quais os candidatos
serão funcionários da organização. Pode-se dizer que hoje as empresas têm
procurado selecionar pessoas não apenas para preencher determinadas
funções. Elas procuram pessoas que possam dar contribuição de longo prazo,
trabalhando em equipe flexíveis, grupos de trabalho e aprendizado contínuo.
(MIKOVICH ; BOUDREAU, 2000, p. 210)
O processo de seleção e forma de ajudar as organizações escolherem
as pessoas certas para trabalhar no lugar certo. Ou seja, o processo de
seleção ajuda as organizações recrutarem os candidatos mais adequados aos
cargos existentes na empresa. (CHIAVENATO, 2005, p. 139)
Pode-se dizer que a seleção consiste na escolha e tomada de decisão
do candidato que ocupará o cargo disponível. Depois que o candidato forem
contratados eles precisam receber um treinamento, assim o próximo item a ser
trabalhado será o processo de treinamento.
Mikovich; Boudeau (2000, p. 338) mencionam que o treinamento é um
processo em que as pessoas podem ter a aquisição de habilidades,
conhecimentos, competências com o resultado de uma formação profissional,
ou uma atitude que resulte um uma melhoria das características dos
empregados e as exigências dos papeis funcionais.
O treinamento não se restringe só os funcionários novos ele deve ser
estendido os funcionários antigos também. Devido as grandes mudanças em
produtos, tecnologia, políticas e procedimentos no mundo dos negócios o
treinamento é indispensável para atualizar o conhecimento e as qualificações.
Apenas dessa forma os funcionários se tornaram capazes de atender às
demandas de mudança deles exigidas. (LONGENECKER, MOORE, PETTY,
2004, p. 453)
Para Chiavenato (2005, p. 339) o treinamento é:
É a experiência aprendida que produz uma mudança relativamente permanente em um individuo e que melhora sua
26
capacidade de desempenhar um cargo. O treinamento pode envolver uma mudança de habilidades, conhecimentos, atitudes ou comportamento. Isso significa mudar aquilo que os empregados conhecem, como eles trabalham, suas atitudes perante os seus trabalhos ou suas interações com os colegas ou supervisores.
Pode-se dizer que o treinamento serve para desenvolver as
competências das pessoas, para que elas se tornem mais produtivas para as
organizações.
Segundo Mikovich; Boudeau (2000, p. 338) o desenvolvimento significa:
Processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras experiências.
De uma forma mais abrangente Chiavenato (2005, p. 370) salienta que o
desenvolvimento está diretamente ligado a educação e com a orientação para
o futuro. O desenvolvimento está focalizado no crescimento pessoal do
empregado e visa à carreira futura e não apenas o cargo atual.
Os dados sobre a avaliação de desempenho podem beneficiar os
trabalhadores e as organizações, podendo ser utilizados para efeito de
decisões administrativas, de desenvolvimento e de feedback aos avaliados.
Segundo Chiavenato (2005, p. 223) a avaliação de desempenho é um
processo que analisa o desempenho individual do funcionário, com relação as
atividades que ele desenvolve, das suas metas e resultados a serem
alcançados e sobre o seu potencial.
Para Krumm (2005, p. 207) o conceito de avaliação de desempenho parece
ser muito direto: “significa mensurar a produção de um trabalhador que
contribui para a produtividade”.
Pode dizer que a avaliação de desempenho e a forma de avaliar os
funcionários, saber o que eles aprenderam na organização.
Conclui-se que o desenvolvimento está diretamente ligado as
experiências que podem ou não está relacionadas com o cargo que ocupa na
organização, mais que pode proporcionar oportunidades para o seu
crescimento profissional.
27
A Nova Lei de Estágio informa que os órgãos públicos podem conceder
estágio, desta forma o Ministério Público de Santa Catarina desde 2002 tem o
seu Programa de Estágio que é regulamentado pelo ato 87/2009 que
regulamenta o estágio neste órgão.
Trata-se, a seguir, sobre a definição de estágio curricular, quem pode
fazer estágio, sobre os conceitos de estágio obrigatório e não obrigatório, entre
outros assuntos relevantes para o desenvolvimento desta pesquisa.
2.4 DEFINIÇÃO DE ESTÁGIO CURRICULAR
O estágio possibilita o acesso para o mercado de trabalho, pois é o
primeiro contato que o estudante vai ter com a profissão que pretende atuar.
Assim, pode-se dizer que o estágio tem como finalidade aliar a teoria estudada
pelos estagiários as práticas organizacionais, desta forma é importante
compreender o conceito de estágio.
A Nova Lei de Estágio nº. 11.788 (2009, p. 7) propõem que o estágio é
um ato educativo supervisionado, que prepara os estudantes para o mercado
de trabalho. Os estagiários devem estar freqüentando o ensino médio, o ensino
superior, o ensino a distância, o ensino profissional, o ensino médio, de
educação especial e dos anos finais do ensino médio fundamental (quinta a
oitava série), assim como profissional da educação de jovens e adultos
(desenvolvido para pessoas que não estão mais com idade escolar).
Para Perachi (2007, p. 14) o estágio curricular é um item indispensável
para a formação acadêmica, pois é desta forma que o estudante poderá se
inserir no mercado de trabalho através das experiências adquiridas no estágio.
Pode-se dizer que o estágio contribui para a inclusão do estudante para
o mercado de trabalho.
O Ministério Público do Trabalho - MPT apresenta uma Cartilha
Esclarecedora sobre a Lei de Estágio nº. 11.788/2008 (BRASIL, 2008b, p. 9).
Define estágio como sendo ato educativo, elaborado num ambiente de
trabalho, que prepara o estudante para um trabalho produtivo e isso deve fazer
parte do projeto pedagógico do curso em que se insere.
Em perspectiva similar, Schwarz (2009, p. 30) diz que:
28
O estágio é ato educativo escolar supervisionado voltado para a preparação para o trabalho produtivo de educandos, desenvolvido no ambiente de trabalho. O estágio deve fazer parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando, e visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular.
Schwarz (2009, p. 33) apresenta em suas perspectivas os direitos dos
estagiários que são: jornada máxima do estágio, duração máxima do contrato
de estágio, pagamento de bolsa-auxílio e auxílio-transporte, recesso e sobre a
divisão do estágio.
Segundo Schwarz (2009, p. 35), a lei de estágio informa sobre as cotas
de estagiários de ensino médio, educação especial e educação para jovens e
adultos (EJA): de 1 (um) a 5 (cinco) empregados pode conter 1 (um) estagiário;
de 6 (seis) a 10 (dez) empregados pode ter até 2 (dois) estagiários e acima de
25 (vinte e cinco) empregados pode ter até 20% (vinte por cento) de
estagiários. Essa cota não deve ser seguida para estudantes de ensino
superior e profissionalizante.
De acordo com as conceituações mencionadas define-se estágio nesta
pesquisa como sendo um ato educativo supervisionado preparando os
estudantes para o mercado de trabalho.
A seguir, apresenta-se a evolução do estágio através da sua legislação,
desde a primeira, Lei 6.494/1977, até a última, Lei 11.788/2008. Com o passar
do tempo às leis trouxeram vários benefícios aos estudantes como direito a
férias, as modalidades de estágio obrigatório e não obrigatório, modificações
na carga horária dos estudantes, entre outros.
2.5 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTÁGIO E A LEGISLAÇÃO
A Lei nº 11.788/2008 sancionada pelo Presidente Luís Inácio Lula da
Silva aborda os assuntos relativos à prática de estágio. Essa Lei revoga as Leis
nº 6.494 de 4 de dezembro de 1977 e a Lei nº 8.859 de 23 de março de 1994.
A seguir, será apresentada a evolução das Leis e também a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, que ajudará a compreender porque houve essas
mudanças na Lei de Estágio.
29
2.5.1 LEI Nº 6.494/1977
A Lei 6.494/1977 é considerada a primeira Lei de Estágio e apresenta
em seu escopo quem pode fazer estágio, a jornada de estágio, a bolsa de
estágio, entre outros assuntos que serão apresentados a seguir.
Segundo Santos (2006, p. 40), o Decreto nº 87.497 que regulamenta a
Lei nº 6.494/77 informa o conceito de estágio como sendo:
Consideram-se estágio curricular, para os efeitos deste Decreto, as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida de trabalho de seu meio, sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino.
Com relação à jornada de estágio, o horário do estágio deverá
compatibilizar com o horário escolar. Quando o estagiário estiver de férias
escolares as atividades do estágio serão estabelecidas entre a parte
concedente do estágio e a instituição de ensino. (SANTOS, 2006, p. 40)
Ficarão sob a responsabilidade da instituição de ensino as normas
específicas para a realização do estágio curricular, pois segundo Santos (2006,
p. 40) “como procedimento didático-pedagógico, é atividade de competência da
instituição de ensino a quem cabe a decisão sobre a matéria”.
A Lei de Estágio nº 6.494 aborda que o estagiário poderá receber bolsa
ou outra forma de pagamento que deverá ser de comum acordo entre o
estudante, a parte concedente e a instituição de ensino. (SANTOS, 2006, p. 41)
O Termo de Compromisso é um documento importantíssimo para a
existência do estágio, pois ele serve como um comprovante de que o estudante
fez o estágio. Esse documento é firmado entre o estagiário, a parte concedente
de estágio e a instituição de ensino. (SANTOS, 2006, p. 43)
A seguir, apresenta-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação que
normatiza a educação do país, está lei está intimamente relacionada com a Lei
de Estágio e, por isso é citada neste estudo.
30
2.5.2 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO
Salienta-se que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação trata sobre o
direito a educação e o dever do Estado em prover o cidadão com a educação.
Nóbrega (2008) informa que em 20 de dezembro de 1961 aparece a
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação n° 4.024, mas anteriormente
havia a Lei Orgânica do Ensino Industrial – LOEI, que era para alunos do
ensino profissionalizantes já que os cursos acadêmicos visavam à formação
intelectual do aluno.
Souza e Silva (1997, p. 13) informam que a Nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nº 9.394 foi sancionada em 20 de dezembro de 1996 pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso. Essa lei trouxe diversas mudanças em
relação às leis anteriores, como a inclusão da educação infantil, provendo o
cidadão com creches e pré-escolas sendo a primeira etapa da educação
básica.
Segundo Souza e Silva (1997, p. 3) a lei aborda sobre os direitos a
educação, os princípios e fins da educação nacional, o dever de educador,
entre outros.
Souza e Silva (1997, p.5) salientam que o artigo 1º da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação informa que:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Com relação aos princípios e fins da educação nacional o artigo 2º
informa que:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (SOUZA; SILVA, 1997, p. 9)
31
Com relação ao Direito à Educação e do Dever do Educador o artigo 4º
informa que é o dever do Estado com a educação escolar pública a garantia de
ensino fundamental obrigatório e gratuito, progressiva extensão da
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; atendimento educacional
especializado gratuito aos estudantes com necessidades especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino; ensino noturno regular, adequado
às condições do educando; educação escolar regular para jovens e adultos;
atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de
programas suplementares de material didático - escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde; e os padrões mínimos de qualidade de
ensino. (SOUZA; SILVA, 1997, p. 15)
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9.324 de 20 de
dezembro de 1966 apresenta os conceitos básicos da educação mencionados
pela Lei 11.788 com relação a educação, pois a Nova Lei de Estágio menciona
em seus incisos que os estudantes para poderem fazer estágio devem estar
freqüentando o ensino médio, superior, ensino a distância, e educação
especial, e dos anos finais do ensino médio fundamental e os profissionais da
educação de jovens e adultos. Desta forma, a LDB salienta como são
classificadas essas modalidades de ensino. (BRASIL, c, 1996)
Em se tratando de ensino superior a LDB aborda os tipos de cursos que
podem ser considerados como ensino superior e seus princípios, que serão
apresentados a seguir. (BRASIL c, 1996)
• Cursos de graduação: são destinados a estudantes que concluíram o
ensino médio, e tenham sido classificados em processo seletivo;
• Cursos de pós-graduação compreendendo programas de mestrado e
doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamentos e outros,
abertos a candidatos diplomados em curso de graduação e que
atendam as exigências das instituições de ensino;
• Cursos de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos em a cada caso pelas instituições de ensino.
Com relação aos cursos de educação especial a LDB salienta que são
os cursos que a educação profissional tecnológica abrange, ou seja, os de
formação inicial ou continuada ou qualificação profissional; de formação
32
profissional técnica de nível médio; de educação profissional tecnológica de
graduação e pós-graduação. (BRASIL c, 1996)
O ensino médio é considerado como a etapa final da educação básica e
é determinado que a sua duração seja de três anos. É a forma de consolidam e
aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando
o prosseguimento dos estudos. (BRASIL c, 1996)
Traduz-se em preparação básica para o trabalho e a cidadania dos
estudantes, para continuar aprendendo, de modo a se adaptar com a
flexibilidade as novas condições de ocupação ou aperfeiçoamentos posteriores.
(BRASIL c, 1996)
Com relação à educação especial a LDB define como sendo a
modalidade escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
para estudantes portadores de necessidades especiais. (BRASIL c, 1996)
Por fim, trata sobre a educação de jovens e adultos, quanto aos anos
finais do ensino fundamental. Essa modalidade é destinada aos estudantes que
não tiveram acesso ou a continuidade aos estudos do ensino médio ou
fundamental na idade apropriada. Desta forma, o sistema de ensino assegurará
gratuitamente aos jovens e adultos que não pudera efetuar os estudos na idade
regular, oportunidades educacionais apropriadas, considerando as
características do aluno, seus interesses, condições de vida e trabalho,
mediante cursos e exames. (BRASIL c, 1996)
Portanto, o educando que não esteja regularmente matriculado em
cursos como mencionados, os quais estejam conceituados na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional e previsto na Lei 11.788/2008, não poderão
realizar estágio.
Na seqüência, a Lei de Estágio nº 8.859 proporcionou algumas
mudanças na Lei nº 6.494.
2.5.3 LEI Nº 8.859/1994
A Lei nº 8.859 de 23 de março de 1994 foi publicada pelo Presidente
Itamar Franco e modifica a disposição da Lei nº 6.494 de 7 de dezembro de
1977, estendendo aos alunos de ensino especial o direito de participação nas
atividades de estágio. (BRASIL, 1994c).
33
Desta forma, a Lei nº 8.859 informa em seus artigos que as pessoas
jurídicas de direito privado, as organizações de administração públicas e as
instituições de ensino só podem aceitar como estagiários, os alunos que
estiverem regularmente matriculados e freqüentando as instituições públicas
ou particulares. Essses alunos podem estar cursando ensino superior, 2º grau
profissionalizante, ou escolas de educação especial. A lei aborda que o estágio
deve proporcionar aprendizado e prática na linha de formação do estagiários,
necessita ser planejado, avaliado e acompanhado, executado em conformidade
com os curriciculos, programas e calendário escolar.
A seguir, será apresentada a Nova Lei de Estágio que trouxe direitos e
deveres para os estagiários e algumas obrigações para as instituições de
ensino e para as partes concedente do estágio.
2.5.4 A Nova Lei de Estágio – LEI Nº 11.788/2008
No dia 25 de outubro de 2008 o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sancionou a Lei Nº 11.788 que ficou conhecida como a Nova Lei de Estágio e
revogou, desta forma, a Lei nº 6.494 e a Lei nº 8.859.
A Nova Lei de Estágio nº. 11.788 informa a respeito do termo de
compromisso, sobre a divisão do estágio que pode ser obrigatório e não
obrigatório, o auxílio transporte, o seguro, o direito ao recesso remunerado, o
convênio com as instituições de ensino, o percentual de vagas para pessoas
com deficiência entre outros benefícios.(BRASIL, 2009, p.8)
2.5.4.1 Quem pode fazer Estágio
Para realizar estágio os estudantes devem estar matriculados em uma
instituição de ensino e atender a alguns requisitos necessários explicitados na
lei.
Tanto a Nova Lei de Estágio como a Cartilha Esclarecedora da Lei de
Estágio informam que só poderá fazer estágio: Estudantes que tiverem freqüentando o ensino regular, em instituições de ensino superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do
34
ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (art. 1º da Lei n° 11.788/2008)
Schwarz (2009, p. 30) em perspectiva similar complementa que só
podem fazer estágio estudantes que estão matriculados e freqüentando o
ensino regularmente, pode ser ensino a distância, ensino superior, ensino
profissional, ensino médio, de educação especial (oferecida a estudantes
portadores de necessidades especiais) e dos anos finais do ensino
fundamental (quinta a oitava série), assim como o curso profissional da
educação de jovens e adultos (desenvolvido para pessoas que não estão mais
em idade escolar).
Analisa-se que só poderá realizar estágio os estudantes que estiverem
freqüentando uma instituição de ensino e atenderem aos requisitos da Lei
11.788. Para que caso isso aconteça deverá ser assinado o Termo de
Compromisso.
Desta forma, a seguir, será apresentado o conceito de Termo de
Compromisso que tem um papel importantíssimo para que se possa fazer
estágio.
2.5.4.2 Termo de Convênio
Segundo a Nova Lei de Estágio nº 11.788/2008 (BRASIL, 2008 a) com
relação ao convênio, trata-se de um documento obrigatório que deverá ser
firmado entre a organização e a instituição de ensino, para que o estudante
possa fazer o estágio. Assim, poderá ser celebrado o Termo de Compromisso.
2.5.4.3 Termo de Compromisso
O Termo de Compromisso é um documento previsto na Lei de Estágio é
a forma concreta para caracterizar o estágio, sendo assim um documento
obrigatório. A seguir, verifica-se o que se comenta na literatura sobre esse
assunto.
Calsone (2010) informa que o mercado de trabalho precisou se adaptar
as regras do estágio. Há mudanças impostas pela lei referente aos direitos e
35
deveres dos estudantes, das empresas e das instituições de ensino. As
instituições de ensino superior têm que adaptar os projetos pedagógicos com a
previsão do estágio opcional ou pedagógico para que o estudante possa fazer
estágio. As empresas têm que cumprir com as novas determinações
relacionadas a carga horária, duração do estágio, benefícios, entre outras, mas
é certo afirmar que a nova modalidade de estágio ainda não caracteriza vínculo
empregatício.
A Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio (BRASIL, 2008, p.17)
conceitua que:
O Termo de Compromisso é um acordo tripartite celebrado entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino, prevendo as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar.
Para Scwarz (2009, p. 15), o Termo de Compromisso é um documento
obrigatório que será feito entre o estudante, a parte concedente e a instituição
de ensino e só assim poderá se verificar a existência do vínculo empregatício
do estágio.
Segundo a Nova Lei de Estágio nº. 11.788 (2009, p. 17), no Termo de
Compromisso tem que aparecer a proposta pedagógica do curso, a modalidade
do estágio, isto é, se será obrigatório ou não obrigatório, além da carga horária
acordada entre a empresa e o estagiário.
Destaca-se que o Termo de Compromisso firma o contrato de estágio
entre o estudante, a parte concedente e a instituição de ensino e nele se
estabelecem as regras para o estágio aconteça.
A seguir, esclarece-se acerca da divisão do estágio que faz parte da Lei
de Estágio.
2.5.4.4 Divisão do Estágio – Obrigatório e Não Obrigatório
A presente divisão apresentada pela Lei de Estágio classifica o estágio
em obrigatório e não obrigatório e determina que será supervisionado pela
instituição de ensino.
36
Para Veiga (2009, p. 52), o estágio obrigatório é uma disciplina que
deverá ser cumprida para que se possa ter o diploma do curso. Esse tipo de
classificação deverá atender os requisitos impostos pela instituição de ensino.
O estágio não obrigatório, entretanto, é uma atividade opcional, que ajuda a
aprimorar o ensino sem prejudicar a sua formação.
O estágio obrigatório “é o estágio definido como pré-requisito no projeto
pedagógico do curso para aprovação e obtenção do diploma. (§1º do art. 2º da
Lei nº. 11.788/2008)”. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, 2008, p. 9)
O estágio não obrigatório “é uma atividade opcional, acrescida à carga
horária regular e obrigatória”. (§2º do art. 2º da Lei nº. 11.788/2008)”.
(MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, 2008, p. 9).
Para Schwarz (2009, p. 30) o estágio obrigatório está incluído no projeto
acadêmico do curso, sendo um requisito indispensável para a aprovação do
aluno e a obtenção do diploma. Com relação ao estágio não obrigatório, pode
ser desenvolvido como atividade opcional.
Verifica-se que enquanto o estágio obrigatório é uma condição imposta
por lei, o estágio não obrigatório é uma oportunidade dada ao aperfeiçoamento
que poderá ou não ser aproveitada pelos estudantes.
A carga horária do estágio deverá constar no Termo de Compromisso e
é sobre isso que se trata na seqüência.
2.5.4.5 Carga horária do Estágio
Cabe evidenciar que a carga horária do estágio é o período em que o
estagiário fica à disposição do empregador para prestar trabalho e representa
uma das mudanças previstas pela Nova Lei de Estágio.
Com relação à carga horária do estágio, esta é determinada em comum
acordo entre a parte concedente, ou seja, a organização e o aluno. Essa
informação deverá constar no Termo de Compromisso. O estudante de
educação especial e dos anos finais de ensino fundamental e na modalidade
profissional de educação de jovens e adultos pode fazer quatro horas diárias
somando um total de vinte horas semanais. Os estudantes de ensino superior,
de educação profissional de nível médio e do nível médio regular podem fazer
seis horas diárias somando um total de trinta horas semanais. Estudantes que
37
os cursos alteram teoria e prática, nos períodos em que não estão
programadas aulas presenciais, desde que esteja previsto no projeto
pedagógico do curso, podem fazer oito horas diárias somando quarenta horas
semanais. (BRASIL, 2008, p. 14).
Com a redução da carga horária de trabalho que passou para seis horas
na maioria dos casos, muitos empresários já estão substituindo uma vaga de
oito horas por duas de quatro horas de estágio, diz-se que as empresas terão
que se adaptar com as novas regras. (CALSONE, 2010).
Schwarz (2009, p. 33) completa esclarecendo que as atividades
desenvolvidas no estágio serão definidas em comum acordo entre a instituição
de ensino, a empresa e o estudante ou seu representante legal para
estudantes menores de 18 anos. Essas informações devem constar no Termo
de Compromisso, ser compatíveis com as atividades escolares e não podem
ultrapassar quatro horas diárias de estágio ou seis horas. Os estudantes que
podem fazer quatro horas de estágio são estudantes de educação especial e
dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de
educação de jovens e adultos. Os estudantes de ensino superior, de educação
profissional de nível médio e do ensino médio regular podem fazer seis horas
de estágio.
Matos (2009) destaca que com a diminuição da carga horária de estágio
que passou para seis horas no máximo, dando um total de trinta horas
semanais, os estagiários estão tendo mais tempo para dedicarem-se aos
estudos. Completa afirmando que o estagiário está na empresa para aprender
e não para fazer a empresa dar lucro.
O estágio tem um tempo de duração previsto em lei e sobre essa
questão trata-se, a seguir.
2.5.4.6 Duração do Estágio
A duração do estágio está relacionada ao período que o estagiário
poderá permanecer na organização concedente da oportunidade.
Segundo Matos (2009), antes da Nova Lei de Estágio não era raro ver
um estagiário trabalhar na empresa quatro anos, desenvolvendo uma função
repetitiva, que já não lhe trazia nenhum aprendizado. Muitas vezes só fazia
38
estágio para pagar seu curso universitário ou para pagar suas despesas. Para
a empresa isso era ótimo, pois não precisava contratá-lo como empregado.
Matos (2009) ressalta que atualmente os estagiários tem data para
entrar e sair nas organizações. Após completado dois anos que é o período
máximo que o estagiário pode permanecer em uma organização ela deverá
decidir se contrata o estagiário ou se ele será substituído por outro.
Com a modificação proposta, o estagiário passará a ter data certa para ser efetivado ou substituído por outro. E é justamente neste posto onde a medida é preocupante. Ela acaba abrindo espaço para a possibilidade de os empresários optarem por substituir um estagiário com potencial de ser efetivado na empresa, apenas pelo fato dele ter atingido o termino do contrato, a contratá-lo antes da conclusão de sua graduação. (MATOS, 2009)
Pacheco (2009, p. 17) complementa explicando que há exceção quando
tratar-se de estagiário portador de deficiência, pois a Nova Lei de Estágio
(2008) não prevê prazo para que os estudantes com deficiência façam estágio,
eles só devem estar estudando.
A seguir, será abordado sobre o seguro para os estagiários que deverá
aparecer no Termo de Compromisso.
2.5.4.7 Seguro
Em se tratando de seguro contra acidentes pessoais a Nova Lei de
Estágio salienta que é obrigação da parte concedente do estágio contratar em
favor do estagiário. A apólice deve ser compatível com valores de mercado,
conforme for estabelecido no Termo de Compromisso. (SCHWARZ, 2009, p.
25).
Segundo a Nova Lei de Estágio (2008) o seguro contra acidentes
pessoais para estudantes que fazem estágio obrigatório deverá ser pago pela
instituição de ensino.
Schwarz (2009, p. 25) informa que este seguro está relacionado a
acidentes pessoais e não a acidentes de trabalho, pois o estagiário não é
empregado para se falar de acidentes de trabalho.
39
A Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio (2008, p. 18) menciona que o
seguro deve abranger acidentes pessoais ocorridos com estudantes durante o
período de vigência do estágio em todo território nacional. Esse seguro cobre
morte ou invalidez permanente, total ou parcial. O valor da indenização deve
ser compatível com o valor do mercado e deve constar no Certificado Individual
de Seguro de Acidentes Pessoais.
Para facilitar o acesso dos estagiários ao local de trabalho criou-se por
força da lei, o auxílio transporte. No entanto o benefício pode ser facultativo ou
não, conforme se verifica, a seguir.
2.5.4.8 Auxílio Transporte e Bolas Auxílio
O auxílio transporte e a bolsa auxílio são benefícios que podem ser
concedidos aos estagiários, desta forma o auxílio transporte é uma conquista
para os estagiários, conforme será abordado, a seguir.
A Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio menciona que o auxílio
transporte é um direito que o estagiário tem concedido pela organização e deve
auxiliar no deslocamento do estagiário ao local de estágio e seu retorno para a
casa. Esse auxílio transporte pode ser opcional para o estágio obrigatório.
(BRASIL, 2008, p. 15)
Em se tratando de bolsa-auxílio e auxílio-transporte Schwarz, (2009, p.
35) informa que o estagiário poderá receber tanto um quanto o outro e esse
pagamento pode ser mensal, diário ou por hora. Desta forma, o auxílio-
transporte é para o estagiário que necessite deste benefício para o
deslocamento da sua casa até o local do trabalho ou vice-versa. Para o estágio
obrigatório esse benefício é facultativo e salienta-se que a concessão desses
benefícios não caracteriza vínculo empregatício.
Verifica-se que o auxílio transporte é obrigatório, exceto para estudantes
que estiverem fazendo o estágio obrigatório e comprende-se que essa medida
procura não onerar a organização concedente de estágio. Possibilita assim,
que ela acolha em suas dependências, sem custos, alunos que necessitem
dessa experiência para se formar.
Além dos benefícios mencionados há também o recesso que é
concedido após um ano de estágio.
40
2.5.4.9 Recesso
Segundo a Nova Lei de Estágio o recesso é o período em que o
estagiário deixa de trabalhar, conhecido também como férias, e deverá constar
no Termo de Compromisso.
Com relação ao recesso remunerado, o estagiário tem direito a férias no
período de 12 meses de estágio. Pode ter um recesso de 30 dias, sendo
período contínuo ou fracionado conforme for mais adequado tanto para a
empresa tanto para o estagiário. O recesso poderá ser concedido durante o
período de férias escolares e de forma proporcional ao período inferior a 12
meses. Essas informações devem constar no Termo de Compromisso.
(BRASIL, 2008, p. 16).
Na mesma perspectiva, Veiga (2009, p. 68) salienta que só poderá ser
considerado recesso quando o estagiário deixar de trabalhar, da mesma forma
como é garantida aos empregados as férias. Só poderá ser garantido esse
recesso quando o estagiário permanecer um ano ou mais na mesma
organização e esse recesso não poderá ser renunciado pelo estagiário, pois
esse período é destinado ao seu descanso, e um direito indisponível. O
recesso com a Nova Lei de Estágio é mais uma conquista adquirida.
O quadro 1, a seguir, apresenta a evolução do estágio desde a Lei nº
6.494 que é considerada como a primeira Lei de Estágio, a Lei n° 8.859 que
modificou a Lei 6.494 e a Lei nº 11.788 que é considerada a Nova Lei de
Estágio. Quadro 1 - Evolução da Lei de Estágio LEIS Lei nº. 6.494/1977 Lei nº. 8.859/1994 Lei n°. 11.788/2008
QUEM PODE FAZER ESTÁGIO
Estudantes regularmente matriculados e com freqüência efetiva nos cursos vinculados ao ensino oficial e particular, em nível superior e de 2º grau regular e supletivo.
Foi estendido aos alunos de escolas de educação especial o direito à participação em atividades de estágio. Os alunos que cursavam supletivos não podiam fazer estágio.
Os estudantes que estiverem freqüentando regulamente o ensino público e particular, ensino superior, educação profissionalizante da educação de jovens e adultos, educação profissional, entre outros podem fazer estágio.
41
ESPÉCIE DE ESTÁGIO
O estágio independentemente do aspecto profissionalizante, direto e específico, poderia assumir a forma de atividade de extensão, mediante a participação do estudante em empreendimentos ou projetos pedagógicos de interesse social.
O estágio independentemente do aspecto profissionalizante, direto e específico, poderia assumir a forma de atividade de extensão, mediante a participação do estudante em empreendimentos ou projetos pedagógicos de interesse social.
A atividade de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.
JORNADA DO ESTÁGIO
Não previa especificamente a jornada de trabalho do estagiário. Estabelecia apenas que a jornada de atividade do estágio, a ser cumprida pelo estudante, deveria se compatibilizar com o seu horário escolar e com o período de tempo em que viesse a ocorrer o estágio.
Não previa especificamente a jornada de trabalho do estagiário. Estabelecia apenas que a jornada de atividade do estágio, a ser cumprida pelo estudante, deveria se compatibilizar com o seu horário escolar e com o período de tempo em que viesse a ocorrer o estágio.
Será feita de comum acordo entre a instituição de ensino, entre a parte concedente e o estudante. O estagiário pode fazer de quatro a seis horas de estágio.
CLASSIFICAÇÃO DO ESTÁGIO
O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório.
O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório.
O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório.
TEMPO DE DURAÇÃO DO ESTÁGIO
As instituições de ensino poderiam dispor sobre a carga-horária, duração e jornada de estágio curricular, que não poderia ser inferior a um semestre letivo.
As instituições de ensino poderiam disporão sobre a carga-horária, duração e jornada de estágio curricular, que não poderia ser inferior a um semestre letivo.
O tempo de duração do estágio é de dois anos na mesma organização.
AUXÍLIO TRANSPORTE
Não previa. Não previa. O auxílio transporte é concedido para estágio não obrigatório.
SEGUROS A instituição de ensino diretamente, ou através de atuação conjunta com agentes de integração providenciava seguro de acidentes pessoas em favor do estudante.
Não previa. A cobertura deve abranger acidentes pessoais ocorridos com o estudante durante o período de vigência do estágio, 24 horas/dias, no território nacional. Cobre morte ou invalidez permanente, total ou parcial, provocadas por acidentes.
BOLSA Com relação ao auxílio à bolsa, só
Com relação ao auxílio à bolsa, só
O estagiário poderá receber bolsa ou
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poderiam receber os alunos que estivessem cursando o estágio não obrigatório. O pagamento poderia ser feito em dinheiro ou como pagamento de mensalidade da escola, entre outros.
poderiam receber os alunos que estivessem cursando o estágio não obrigatório. O pagamento poderia ser feito em dinheiro ou como pagamento de mensalidade da escola, entre outros.
outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão para o estágio não obrigatório.
RECESSO Não previa. Nos períodos de férias escolares, a jornada de estágio era estabelecida de comum acordo entre o estagiário e a parte concedente do estágio, sempre com interveniência da instituição de ensino.
Não previa. Sempre que o estágio tiver duração igual ou superior a um ano o estagiário terá direito a um período de trinta dias de recesso, para ser gozado, preferencialmente, durante suas férias escolares.
Fonte: Elaborado pela pesquisadora, (2011).
Observando-se o quadro 1 que trata sobre a evolução do estágio nota-
se que desde a primeira lei até a atual, o estágio foi sofrendo modificações e
essas modificações trouxeram melhorias como: direito a férias, redução da
jornada de estágio, duração do estágio entre outros direitos.
Atualmente, verifica-se que por meio da Lei 11.788, os estagiários e as
empresas têm os seus direitos e deveres e para que tudo ocorra de forma
acertada os dois lados têm que cumprir com suas obrigações. As instituições
de ensino também são citados na lei e devem indicar o professor orientador do
estágio, que tem a tarefa de acompanhar as avaliações das atividades dos
estagiários e zelar pelo o cumprimento do termo de compromisso, zelar pelo
plano de atividades dos estagiários.
Na seqüência será apresentada a inclusão do deficiente no estágio
curricular de acordo com o que a Nova Lei de Estágio nº 11.788/20118 nos
informa.
2.6 INCLUSÃO DO DEFICIENTE NO ESTÁGIO
A seguir, será abordada a inclusão do deficiente no estágio curricular,
como deve ser realizada essa inclusão, sobre as cotas que serão destinadas a
43
essas pessoas tanto em empresas públicas quanto privadas entre outros
assuntos.
Para Lancillotti (2003, p. 14), as pessoas com deficiência passaram a ter
amparo a partir da Lei de Diretrizes e Bases – LDB na Constituição de 1988, e
foi assim que os direitos dessas pessoas foram ampliados e passaram a ser
especificados no documento do MEC/SEESP – Política Nacional de
Integração/1994.
Lancillottti (2003, p. 82) enfatiza que sociedades como a Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE trabalham na educação especial
dessas pessoas e na sua profissionalização por meio das oficinas pedagógicas
que segundo a autora:
[...] (propõem a educação pelo trabalho), posteriormente, os aprendizes podem ser encaminhados para as oficinas protegidas ou abrigadas (trabalho produtivo e remunerado em regime especial) e, em menos medida, para o mercado de trabalho. (LANCILLOTTI, 2003, p. 82)
Lancillottti (2003, p.84) destaca que apesar do discurso que o mercado
de trabalho vem exigindo das pessoas mais conhecimentos, devido a
complexidade das tarefas, vê-se a ampliação de trabalhos simples que exigem
mais do trabalhador. Desta forma, há funções mais simples que não
necessitam de uma formação e de muito conhecimento e que poderiam ser
desempenhadas por trabalhadores com deficiência. Assim, o discurso que as
pessoas com deficiência não são absorvidas pelo mercado por falta de
formação não explica o porquê que essas pessoas estão fora do mercado.
Em outra perspectiva, Gugel (2007, p. 63) informa que as pessoas com
deficiência eram chamadas como alejados, inválidos, incapacitados,
defeituosos, excepcionais, entre outros.
A principal preocupação do Estado, refletida na consciência da sociedade, era o amparo por comiseração e a assistência como proteção das pessoas com deficiência, reunidas em grupos de iguais, apartados do contexto comum e institucionalizados. Essas terminologias foram sendo alteradas por exigência e pressão constante dos movimentos sociais. (GUGEL, 2007, p. 63)
44
Para Gugel (2007, p.74) foram criadas categorias para identificar os
diferentes tipos de deficiências existentes. O Art. 4º do Decreto nº 3.298/99,
expressamente alterado pelo Art. 70, do decreto nº 5.296/04, que regulamentou
as chamadas Leis de Acessibilidade, informa os seguintes tipos de
deficiências: deficiência física, deficiência auditiva, deficiência visual,
deficiência mental e deficiências múltiplas.
Segundo Gugel (2007, p. 190), a Lei nº. 8.859/94 relata que alunos de
educação especial com deficiência física, sensorial e mental podem fazer
estágio. O estágio para pessoas com deficiência serve como uma ferramenta
para a inserção, manutenção e ascensão no mercado de trabalho, estando
diretamente ligados aos preceitos constitucionais que garantem a educação
aliada ao trabalho.
Gugel (2007, p. 198) aborda que a Lei nº. 8.069/90 informa que as
pessoas com deficiência podem fazer estágio supervisionado, segundo os
princípios da proteção ao adolescente.
A base de educação inclusiva reconhece a existência da diferença – no caso os alunos com deficiência -, e coloca em prática a convivência com essa diversidade, promovendo a aprendizagem de todos. Com esse critério, a Constituição determina a qualificação para o trabalho com a criação de programas de prevenção e atendimento especializado para pessoas com deficiência física, sensorial ou mental, assinalando para integração social do adolescente com deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso de bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos Art. 227, Constituição. (GUGEL, 2007, p. 199)
Gugel (2007, p. 199) trata ainda que as instituições de ensino devam
colocar à disposição dos estagiários com deficiência as vagas de estágio e que
eles tenham acesso a elas. As pessoas com deficiências devem ter um apoio
especial como: ajuda técnicas, com serviços de atendimento prioritários para
os estagiários com deficiência auditiva (intérpretes de LIBRAS, se for o caso),
deficiência visual, mental ou múltipla.
Menciona que é de extrema importância na prática do estágio que as
organizações se adaptem as atividades para os estagiários conforme as
45
características e necessidades da deficiência do estagiário, sem esquecer do
ambiente externo (ambiente físico, atitudes) que deverá ser acessível a essas
pessoas [...]. (GUGEL, 2007, p. 200).
Segundo, Gugel (2010, p.200) a Resolução do Conselho Nacional de
Educação – CNE/CEB nº. 1, de 21/01/04 destaca alguns requisitos
importantíssimos para o estágio supervisionado de pessoas com deficiência. É
necessária a adaptação de equipamentos, ferramentas, máquinas e locais de
estágio as necessidades dessas pessoas com deficiência, fornecendo recursos
que visem garantir a acessibilidade física e tecnológica e a prestação de
assistência que se fizer necessária durante o período de estágio; também a
realização de campanhas e oficinas de sensibilização de empresários e de
funcionários, como forma de eliminar obstáculos de ordem comportamental, os
quais impedem a integração da pessoa com deficiência com as atividades do
estágio supervisionado; por último deverá ser feito um acompanhamento, com
vistas a assegurar a manutenção dessas pessoas no estágio.
Em outra perspectiva Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 17)
explicam que a palavra deficiência tem como significado:
[...] uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico ou social.
Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 248) mencionam que o Ministério
Público do Trabalho se esforça na inserção das pessoas com deficiência,
fixando cotas de reserva de vagas, tanto em organizações públicas como
privadas. A exclusão das pessoas com deficiência do convívio social já é muito
antiga e reveladora de como estão distantes estas pessoas ainda do mercado
de trabalho e que se encontram em condições mínimas de cidadania erigidas
desde o principio da cultura ocidental.
Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 248) mencionam que toda a
pessoa tem direito de livre expressão, de ir e vir, de trabalhar, de estudar, a
saúde, entre outros. Mas as pessoas com deficiência têm dificuldades de
exercer seus deveres e direitos.
46
Gugel, Costa Filho e Ribeiro (2007, p. 256) salientam que o Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA informa que:
[...] Art. 66, também obriga a que a sociedade brasileira atente para proteção do trabalho do adolescente deficiente, o que faz com acerto, visto que duplas são as peculiaridades do adolescente com deficiência, as quais suscitam necessidade mais intensa de proteção, para que se lhe possibilite a integração adequada na sociedade, afastando-o da política de caridade meramente assistencial, que impelirá inexoravelmente à marginalidade. (GUGEL, COSTA FILHO, RIBEIRO, 2007, p. 256).
A Lei de Estágio amplia o estágio profissionalizante para as escolas
especiais de qualquer grau. O direito a profissionalização assume papel de
socialização para as pessoas com deficiência, pois a única coisa que as
impede de trabalhar são as barreiras instrumentais, mesmo que elas tenham
deficiência física, mental, ou sensorial. Todas elas são superáveis, desde que
sejam rompidos os preconceitos herdados, talvez, das pessoas antigas, de que
a pessoa com deficiência é um pecador punido por Deus que deve ser
segregado. (GUGEL, COSTA FILHO, RIBEIRO, 2007, p. 256).
Observa-se que as pessoas com deficiência necessitam conhecer seus
direitos e exercê-los, pois têm direito à saúde, à educação, ao trabalho e ao
direito de ir e vir, sendo protegidos por leis.
Desta forma, apresenta-se na seqüência como é elaborado o estágio
nas organizações públicas.
2.7 O ESTÁGIO NA OPERACIONALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Este tópico apresentará sobre o estágio na sua operacionalidade na
administração pública, isto é, como é feito o estágio nos órgãos públicos, o
cumprimento da carga horária e o período de permanência no estágio, entre
outros.
Bergue (2010, p. 411) salienta que a criação e implementação de
programas de estágios na administração pública necessita orientar-se,
fundamentalmente, com vistas a diretriz de ganhos mútuos. Tanto a
administração pública quanto os estudantes envolvidos no processo de estágio
precisam auferir resultados que justifiquem o processo.
47
Segundo Bergue (2010, p. 411), o programa de estágio na administração
pública é uma oportunidade de experiência e desenvolvimento profissional para
os acadêmicos de diversas áreas e há uma troca de experiência entre o
estagiário e a administração.
É de se ressaltar que a falta de definições claras sobre o desenvolvimento de um programa de estágios, que alcance desde um correto diagnóstico acerca das áreas potenciais de absorção, até as formas de seleção, orientação, acompanhamento, avaliação e desligamento de estagiários, pode conduzir a escolhas e atuações prejudiciais, sobretudo para a administração, resultado em frustrações, prejuízos de imagem da organização, transtornos administrativos e gastos estéreis. (BERGUE, 2010, p.412)
Bergue (2010, p.413) menciona que a administração deve deixar bem
claro o que espera do estagiário em termos de resultados e sobre as atividades
desenvolvidas por eles.
A fim de que possa obter resultados mais efetivos da interação de acadêmicos com a administração na forma de estágios, é indicado que cada estagiário seja vinculado a um “tutor”, que será seu agente de referência na administração. A esse agente tutor caberão as funções básicas de orientação, acompanhamento e avaliação do acadêmico, promovendo o devido registro de suas atividades e desempenho, a fim de que passagem do estudante pela administração possa ser, de fato, projetada como experiência capaz de ser demonstrada no futuro também no plano formal.
Com relação à clareza nas definições acerca dos programas de estágio
Pacheco (2009, p. 23) compartilha as experiências do Programa de Estágio no
Tribunal de Justiça que é regido pela portaria nº 520 de 2008 e suas atividades
são administradas pela Unidade de Gestão de Pessoas.
Segundo Pacheco (2009, p.23), para que o estudante possa fazer
estágio no Tribunal de Justiça o setor que estiver interessado em receber o
estagiário deve dispor, em sua lotação, de servidor com formação acadêmica
ou experiência profissional em área de conhecimento idêntica à do curso do
estudante. Tal condição visa proporcionar um acompanhamento de qualidade
na realização do estágio para não acarretar em danos para ambas as partes.
48
Pacheco (2009, p.23) informa que com relação à quantidade de
estagiários o Tribunal de Justiça determina que não poderá ultrapassar 28%
dos cargos efetivos do quadro de pessoal e 10% do total das vagas serão
reservadas para estudantes portadores de deficiência.
No que se refere ao recrutamento e seleção, o processo seletivo é feito
por edital público e os estudantes portadores de deficiência passam por
processos específicos de recrutamento e seleção. (PACHECO, 2009, p. 23).
Sobre o pagamento da bolsa de estágio no STJ será pago conforme a
freqüência mensal do estagiário e serão descontados os dias correspondentes
às faltas registradas. Em caso de afastamento para tratamento de saúde o
estagiário deverá apresentar o atestado médico para que possam ser
compensadas as faltas. Mas, o estagiário poderá ser desligado do estágio se
apresentar atestado superior a 5 (cinco) dias, tiver faltas injustificadas por mais
de 3 (três) dias consecutivos, ou 5 (cinco) intercalados no período de um mês.
(PACHECO, 2009, p. 25)
O auxílio transporte será pago ao estagiário com relação aos dias
trabalhados e quanto ao período de recesso não receberá o mesmo.
(PACHECO, 2009, p. 25)
Segundo Pacheco (2009, p. 25), o estagiário deverá elaborar um
relatório das atividades desenvolvidas no estágio e entregá-los ao agente de
integração que repassa para a instituição de ensino. O estagiário deve manter
sigilo das informações, fatos e documentos de que tiver conhecimento em
decorrência do estágio. O estagiário terá como jornada de trabalho vinte horas
semanais, nos períodos de provas o estagiário terá sua carga horária reduzida
há duas horas diária.
Pode-se dizer que o Programa de Estágio do Tribunal de Justiça e
similar ao Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina o que
muda e com relação ao processo de seleção dos estagiários já que para o
Tribunal de Justiça esse processo e feito através de edital e para o MPSC e
esse processo através de divulgações nas instituições de ensino.
Sobre as atribuições, deveres e responsabilidade do estágio Pacheco
(2009, p. 25) informa que no STJ:
49
O estagiário terá ciência dos seus deveres, atribuições e responsabilidades ao assinar o Termo de Compromisso de Estágio, onde se compromete a cumprir as normas legais e regulamentares aplicáveis ao estágio, bem como as normas do Tribunal. Os estudantes portadores de deficiência terão atribuições e responsabilidades compatíveis com sua condição. (PACHECO, 2009, p. 25)
Desta forma, analisa-se que o estágio na Administração Pública é
diferente da organização privada, principalmente com relação à contratação do
estagiário. Em organizações públicas o estagiário pode ficar dois anos e depois
tem que sair já na organização privada os estagiários podem ser contratados.
O Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina está em
conformidade com a Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008 e com o Ato
87/2009. Este programa está destinado a propiciar aos estudantes a
oportunidade de estágio, para alunos de ensino médio, médio
profissionalizante, educação especial e superior.
2.7.1 Conceito de estágio
Para o Ato 87/2009 considera-se estágio como sendo:
Ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio profissionalizante ou de educação especial. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)
O Programa de Estágio do Ministério Público de Santa Catarina dá
preferência a estudantes carentes de recursos financeiros, essa carência
deverá ser comprovada através da renda familiar mensal per capita e serão
priorizados aqueles estudantes sem experiências profissionais. Este programa
oferece as modalidades de estágio obrigatório e não obrigatório. (MINISTÉRIO
PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina o estágio obrigatório “é
aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para
50
a aprovação e obtenção de diploma”. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA
CATARINA, 2009).
Desta forma, pode-se dizer que enquanto o estagiário não cumprir o
estágio obrigatório o estudante não poderá concluir o curso, pois faz parte do
projeto pedagógico do curso.
Enquanto que o estágio não obrigatório “é aquele desenvolvido como
atividade opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória,”
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
O estágio não obrigatório poderá ser realizado em qualquer semestre do
curso podendo ser realizado em organizações públicas e privado.
2.7.2 Vínculo empregatício
O estágio não cria nenhum vínculo empregatício em nenhuma de suas
modalidades tanto obrigatório como não obrigatório. É feito o Termo de
Compromisso entre o estudante, o Ministério Público e a instituição de ensino,
mas para que esse termo seja feito o estudante deverá estar matriculado e
freqüentando regularmente o ensino superior, ou ensino médio, ou educação
profissional, de ensino médio ou de educação especial. (MINISTÉRIO
PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)
2.7.3 Estágio para estudantes estrangeiros
Segundo o Ato 87/09 os estudantes estrangeiros devem estar
regulamente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou
reconhecidos e deve-se verificar o prazo do visto temporário do estudante para
ser concedido o estágio. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,
2009)
2.7.4 Número de vagas As vagas do Programa de Estágio são limitadas devido ao número de
servidores do quadro de pessoal do Ministério Público em exercício, sendo que
15% (quinze por cento) são destinadas a estágio de nível superior e 15%
51
(quinze por cento) são destinadas estágio de nível médio. As pessoas com
deficiência têm um percentual de 10% (dez por cento) das vagas que são
oferecidas pela parte concedente do estágio. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE
SANTA CATARINA, 2009)
2.7.5 Processo de seleção
Esse processo é realizado pela Coordenadoria de Recursos Humanos
no Setor de Desenvolvimento Humano. Inicialmente é feita a divulgação da
vaga nas instituições de ensino conveniadas com o MPSC, assim os
estudantes interessados efetuarão seu cadastro no Setor de Desenvolvimento
Humano, e deverão ter a idade mínima de 16 (dezesseis) anos, estarem
regularmente matriculados no ensino médio, médio profissionalizante, na
educação especial ou ensino superior conforme o caso e demonstrarem
freqüência às aulas dentro das exigências mínimas fixadas pela entidade de
ensino, no semestre de admissão.
Os estudantes pré-selecionados passarão por um processo seletivo de
acordo com as necessidades apresentadas pela área que ofereceu a vaga.
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
2.7.6 Duração do estágio
O estágio no Ministério Público de Santa Catarina segundo o ato
087/2009 será de no máximo 2 (dois) anos, essa limitação não se aplica ao
estagiário com deficiência. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,
2009).
2.7.7 Jornada de atividades
O estagiário terá uma jornada de 4 (quatro) horas diárias, sendo um total
de 20 (vinte) horas semanais, essas atividades deverão ser compatibilizadas
com os horários escolares e o expediente dos órgãos do Ministério Público. Se
a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou
finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio poderá ser
52
reduzida pela metade, mas essa informação deverá constar no Termo de
Compromisso e para isso a instituição de ensino deverá encaminhar para o
Ministério Público o calendário de avaliações escolares ou acadêmicas. As
faltas ocasionadas por motivos de saúde serão consideradas faltas justificas
desde que seja apresentado o atestado médico. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE
SANTA CATARINA, 2009).
Ainda o estagiário poderá se ausentar do estágio sem qualquer prejuízo
por 8 (oito) dias consecutivos em razão de falecimento de cônjuge,
companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda
ou tutela e irmãos. Também poderá ausentar-se pelo dobro dos dias de
convocação, em virtude de requisição da Justiça Eleitoral durante os períodos
de eleição. Há a possibilidade de ausência por 1 (um) dia, por motivo de
apresentação para alistamento militar e seleção para o serviço militar e por 1
(um) dia, para doação de sangue. (ATO nº. 612/2009/PGJ)
Para que se possa gozar dos benefícios o estagiário deverá fazer a
comprovação mediante apresentação, respectivamente, de atestado de óbito,
declaração expedida pela Justiça Eleitoral, comprovante de comparecimento
no serviço militar e atestado de doação de sangue. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE
SANTA CATARINA, 2009).
Poderá ser concedido também ao estagiário licença para tratar de
assuntos pessoais pelo prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, sendo prorrogável
uma única vez e por igual período, essa licença será requerida por
antecedência mínima de 30 (trinta) dias e não poderá ser concedida essa
licença antes de 6 (seis) meses de estágio. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE
SANTA CATARINA, 2009).
Conclui-se, que os estagiários deveram cumprir sua carga horária de 20
(vinte) horas semanais caso o estagiário não possa cumprir deverá informar o
supervisor de estágio e apresentar um documento que comprove o motivo da
sua falta, desta forma não será descontado do seu salário essa falta.
53
2.7.8 Auxílio transporte
Segundo o Ato 87/2009 do Ministério Público de Santa Catarina (2009) o
valor do auxílio transporte será pago aos estagiários e deverá ser definido por
Portaria do Procurador-Geral de Justiça.
2.7.9 Recesso
O Programa de Estágio informa em seu Ato 87/2009 que o estagiário
terá direito a 30 (trinta) dias de recesso, mas terá esse direito se permanecer
no estágio 1 (um) ano ou superior a um ano e esse recesso deverá ser gozado
preferencialmente durante o período de férias escolares. O estagiário não
receberá o auxílio transporte no período do recesso. (MINISTÉRIO PÚBLICO
DE SANTA CATARINA, 2009).
2.7.10 Legislação de saúde e segurança do trabalho
Conforme consta no ato 87/09 do Ministério Público de Santa Catarina
(2009) é de responsabilidade do órgão a legislação relacionada à saúde e
segurança no trabalho.
2.7.11 Convênios
Fica sob responsabilidade da organização firmar convênios de
concessão de estágio com instituições de ensino público ou privado
reconhecidas pelos órgãos competentes, nos quais se explicitará o processo
educativo compreendido nas atividades programadas para seus educandos,
bem como as condições de realização do estágio previsto neste ato. O
convênio será firmado no prazo de cinco anos, podendo ser renovado por igual
período. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
54
2.7.12 Ajuste do termo de compromisso
O Termo de Compromisso será firmado entre o estagiário ou seu
representante legal, pelo Subprocurador-Geral do Ministério Público e pelo
representante legal da instituição de ensino, pelo período máximo de 2 (dois)
anos. O estagiário não poderá exercer nenhuma atividade remunerada, e o
estagiário não poderá exercer atividades concomitantes do Ministério Público,
com advocacia pública ou privada, ou estágios nessas áreas, assim como o
desempenho de função ou estágio em órgão do Poder Judiciário ou nas
Polícias Civil ou Federal. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,
2009).
Com relação ao ajustes no termo de compromisso está diretamente
ligada a renovação do termo de compromisso ou até mesmo a mudança de
instituição de ensino desta forma deverá ser feito outro documento.
2.7.13 Rescisão do termo de compromisso
Segundo consta no ato 87/09 do Ministério Público de Santa Catarina
(2009) à rescisão do Termo de Compromisso deverá ser feito quando o
estagiário não satisfazer a freqüência escolar mínima; não concluir o curso;
transferir-se para curso cujo currículo seja incompatível com as atividades
desenvolvidas no órgão; transferir-se para instituição de ensino não-
conveniada; abandonar o estágio, caracterizado pela ausência não-justificada
ao serviço, durante o ano civil, por mais de 10 (dez) dias; interromper o curso
na instituição de ensino; obtiver baixo rendimento nas avaliações de
desempenho a que for submetido; descumprir qualquer cláusula do Termo de
Compromisso. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
O Ministério Público poderá a qualquer tempo rescindir o Termo de
Compromisso, a seu critério, desde que comunique o fato ao estagiário com
antecedência mínima de quinze dias. Também o estagiário tendo interesse por
parte do Estagiário em rescindir o Termo de Compromisso, deverá comunicar o
Ministério Público, por escrito, com antecedência mínima de quinze dias.
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
55
Pode-se dizer que esse processo ocorre freqüentemente, muitos
estagiários pedem a rescisão porque encontraram algum estágio, pois o
período máximo que um estagiário pode permanecer e de 2 (dois), após esse
período os estagiários tem que procurar outro emprego ou estágio, pois não
podem ser contratados pelo fato de ser uma organização público.
2.7.14 Obrigações da instituição de ensino
O Ato 87/2009 do Ministério Público de Santa Catarina (2009) informa
que as obrigações das instituições de ensino consistem em celebrar o Termo
de Compromisso de admissão ao Programa com o educando ou com seu
representante ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente
incapaz, e com a parte concedente, indicando as condições de adequação do
estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação
escolar do estudante e ao horário e calendário escolar. (MINISTÉRIO
PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
Há também a obrigatoriedade de fornecer semestralmente os atestados
de matrícula, freqüência e aproveitamento dos estudantes selecionados pelo
Ministério Público e indicar o professor orientador, da área a ser desenvolvida
no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das
atividades do estagiário. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,
2009).
Deverá exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não
superior a 6 (seis) meses, de relatório das atividades e comunicar o eventual
abandono do estudante às aulas ou não-obtenção da freqüência mínima
exigida. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo entre a
entidade de ensino, o Ministério Público de Santa Catarina e o estudante, será
incorporado ao Termo de Compromisso por meio de aditivos à medida que for
avaliado, progressivamente, o desempenho do estudo. Caso a entidade de
ensino não elabore o Tempo de Compromisso, caberá ao Ministério Público a
responsabilidade de elaborá-lo. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA
CATARINA, 2009).
56
2.7.15 Obrigações do Ministério Público Compete ao Ministério Público de Santa Catarina (2009) sob a
coordenação e supervisão da Coordenadoria de Recursos Humanos, firmar
convênios com instituições de ensino interessadas em propiciar as seus
estudantes o acesso ao Programa de Estágio. Também selecionar dentre os
estudantes inscritos, quais participarão do programa, observando a
compatibilidade entre o seu curso e as atividades a serem desenvolvidas e
priorizando os estudantes que apresentarem menor renda familiar per capita.
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
A coordenadoria de Recursos Humanos deve solicitar aos estudantes,
no ato de inscrição do Programa de Estágio o comprovante de matrícula ou de
freqüência escolar atualizado, a fotocópia do Cadastro de Pessoas Físicas
(CPF) e a Carteira de Identidade (RG), a última declaração do Imposto de
Renda ou outro comprovante de renda familiar, o comprovante de residência, e
a declaração de que não exerce qualquer atividade ou estágio remunerado, em
órgão público ou na iniciativa privada, fazendo-se assistir por seus pais ou
responsáveis, se menor de 18 anos. O estagiário deverá apresentar atestado
médico comprovando a aptidão física, à realização das atividades de estágio.
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
Será indicado pela Coordenadoria de Recursos Humanos membro ou
servidor de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional
na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e
supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente. Há a necessidade de
contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice
seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no
Termo de Compromisso. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,
2009).
Quando o estágio ocorre nas Comarcas fora da Grande Florianópolis, o
procedimento de seleção será realizado pelo Coordenador Administrativo ou
pelo membro do Ministério Público responsável pelo estagiário. (MINISTÉRIO
PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
57
2.7.16 Obrigações do supervisor de estágio
O supervisor de estágio conforme o Ato 87/2009 também tem suas
obrigações que se referem a orientação do estagiário na iniciação ao trabalho e
propiciar a aplicação prática de seus conhecimentos acadêmicos; fiscalizar o
cumprimento da jornada de trabalho e comunicar à Coordenadoria de Recursos
Humanos as eventuais faltas injustificadas; proceder, em formulário próprio, a
avaliação de desempenho do estagiário, ao final de cada semestre, e elaborar,
semestralmente, relatório das atividades desempenhadas pelo estagiário;
acompanhar a freqüência e o rendimento escolar do Estagiário e comunicar à
Coordenadoria de Recursos Humanos os problemas porventura encontrados; e
solicitar do estagiário ao final de cada semestre letivo, no decorrer da execução
do Termo de Compromisso, seu atestado de freqüência e aproveitamento.
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
As obrigações dos supervisores de estágio ajuda os supervisores a
estarem mais presentes nas atividades desenvolvidas pelos estagiários, desta
forma os estagiários e os supervisores terão um contato mais direto.
2.7.17 Obrigações do estagiário
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (2009) são obrigações
dos estagiários: atender às orientações da chefia do órgão no qual esteja
desempenhando suas funções; cumprir o horário de trabalho estipulado; manter
sigilo acerca dos fatos de que tiver conhecimento no exercício de suas funções.
Durante a realização do estágio, o estudante de ensino médio não
poderá ser reprovado e o estudante de ensino superior deverá obter aprovação
em no mínimo 60% do número de disciplinas cursadas. (MINISTÉRIO
PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
Conclui-se que essas obrigações dadas as estagiários serve como uma
forma ensinar os estagiários a questão da responsabilidade, já que o objetivo
do estágio e preparar os estagiários para o mercado de trabalho.
58
2.7.18 Participação de servidores no Programa de Estágio
O servidor do Ministério Público poderá participar do Programa de
Estágio na modalidade de estágio obrigatório e deverá obedecer as normas do
Ato 87/2009. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)
Mediante requerimento fundamentado dirigido à Secretaria-Geral do
Ministério Público, e com a concordância de sua chefia, o servidor submetido à
jornada de trabalho semanal de 40 horas poderá tê-la reduzida em até 10
horas, desde que a complemente com atividades relacionadas ao estágio
curricular obrigatório.
Os servidores de Ministério Público que realizarem estágio obrigatório
não farão jus à percepção da contraprestação nem ao auxílio-transporte.
Pode-se dizer que a participação dos servidores públicos no Programa
de Estágio serve como um incentivos para que os servidores possam estudar e
sem se preocupar com um para fazer seu estágio.
59
3 METODOLOGIA
A seguir, apresenta-se a metodologia empregada para a realização
desta pesquisa no Ministério Público de Santa Catarina que teve por objetivo
analisar o Programa de Estágio do Ministério Público do Estado de Santa
Catarina segundo a percepção dos estagiários e supervisores de campo.
Inicialmente trata-se do delineamento do estudo que apresenta a
caracterização da pesquisa, na seqüência a delimitação do estudo que se
refere ao contexto e sujeitos da pesquisa. Também há a apresentação dos
procedimentos que guiaram a coleta de dados e instrumentos de coletas de
dados, e por fim, trata-se sobre como foi realizada a análise dos dados.
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Para realização desta pesquisa foi escolhida a abordagem qualitativa,
pois se pretendeu analisar a percepção dos estagiários e supervisores de
estágio sobre o Programa de Estágio.
Segundo Richardson (1999, p. 79) a pesquisa qualitativa é:
Uma tentativa de compreender detalhes dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados e convecções subjetivas dos entrevistados tem primazia explicativa sobre o conhecimento teórico do investigador.
Segundo Vergara (2003) uma pesquisa pode ser caracterizada pelos
fins e pelos meios empregados para sua realização.
Quanto aos fins teve finalidade descritiva, pois descreve o Programa de
Estágio do Ministério Público de Santa Catarina apresentando suas
características.
Segundo Marconi e Lakatos (2006, p. 189), as pesquisas descritivas:
Consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave [...].
60
Quanto aos meios utilizou-se o estudo de caso, a pesquisa de campo, a
pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica para a coleta de dados
primários e secundários.
Estudo de caso que conforme Vergara (2003, p.49) é um estudo
circunscrito a poucas unidades, como pessoas, uma empresa ou um órgão
público e tem caráter de profundidade e detalhamento podendo ser realizado
ou não no campo.
Escolheu-se realizar a pesquisa de campo que implica em analisar uma
situação e a partir de sua avaliação gerar propostas de mudanças, e
aprimoramento do Programa de Estágio.
Conforme Marconi e Lakatos (2006, p.188) pesquisa de campo:
É utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.
Também foi utilizada a pesquisa documental e bibliográfica. Para
Marconi e Lakatos (2007, p. 62), a pesquisa documental é aquela que trata da
fonte de coleta de dados que está restrita a documentos que podem ser
escritos ou não.
A pesquisa bibliográfica é aquela que abrange todas as bibliografias que
já se tornaram públicas com relação ao tema escolhido, desde publicações
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
material cartográficos, até meios de comunicação orais como rádios, gravação
em fita, magnética e audiovisuais: filme e televisão. Seu objetivo é fazer com
que o pesquisador tenha documentos que possam ser utilizados em seu
trabalho. (MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 71).
Portanto, essa pesquisa realizou o levantamento de informações por
meio de livros, artigos, sites da internet, trabalhos acadêmicos e documentos
fornecidos pelo Setor de Recursos Humanos – MPSC para a coleta dos dados
secundários e os dados primários foram coletados conforme relatados neste
estudo nas teorias e instrumentos de coleta de dados.
3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
61
A presente pesquisa foi realizada no Ministério Público de Santa
Catarina (Anexo A), mas precisamente em sua sede localizada na Rua
Bocaiúva, 1750, no centro de Florianópolis, no Edifício Casa do Barão. A
organização possui um total de 167 estagiários de ensino médio e ensino
superior distribuídos em todo o Estado de Santa Catarina.
Mas desta pesquisa foram excluídos os estagiários de direito e os MP
residentes, pois os mesmo trabalham com outro ato e seu processo de seleção
é diferente do processo utilizado pelos estagiários de ensino médio e superior,
assim não seria viável a inclusão desses estagiários na pesquisa até porque a
pesquisadora não trabalha diretamente com esses estagiários.
A sede da organização foi escolhida para a coleta dos dados primários
por concentrar o maior número de estagiários e supervisores de campo.
Para Marconi e Lakatos (2007, p.41), “o universo ou população é o
conjunto de seres animados que representam pelo menos uma característica
em comum [...]. E a amostra é uma porção ou parcela, convenientemente
selecionada do universo [...]”. Segundo Marconi e Lakatos (2007, p.30) a
amostragem “é uma parcela convenientemente selecionada do universo
(população; é um subconjunto do universo).”
A amostragem pode ser dividida em probabilística e não probabilística.
Neste trabalho, foi utilizada a amostragem não probabilística que segundo
Marconi e Lakatos (2007, p. 51):
A característica principal das técnicas de amostragem não probabilística é a de que, não fazendo uso de formas aleatórias de seleção, torna-se impossível a aplicação de fórmulas estatísticas para o cálculo, por exemplo, entre outros, de erros de amostra. Dito de outro modo, não podem ser objetos de certos tipos de tratamento estatísticos.
A abordagem não probabilística pode ser intencional, por tipicidade e por
acessibilidade.
Marconi e Lakatos (2007, p. 52) informam que a amostragem não
probabilística intencional é a mais utilizada, esta pesquisa é direcionada à
opinião de determinados elementos da população, mas não representativos
dela.
62
Para Vergara (2003, p. 51) uma pesquisa não probabilística por
acessibilidade é “longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona
elementos pela facilidade de acesso a ele.”
A amostragem não probabilística por tipicidade é um grupo de pessoas
que o pesquisador considere representativos para o público alvo, que requer
profundo conhecimento dessa população. (VERGARA, 2003, p. 51)
A amostragem desta pesquisa foi por tipicidade, selecionando-se um
estagiário e um supervisor de campo de cada setor e também priorizou-se os
que já estão há mais tempo realizando estágio.
Foi composta por 16 estagiários e 14 supervisores de estágio dando um
totalizando de 30 pessoas entrevistadas. A diferença existente entre o número
de estagiários e supervisores se dá em virtude, que há supervisores de estágio
responsáveis por mais de um setor.
3.3 TÉCNICA E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Para que se pudesse realizar a coleta de dados, foi solicitada
autorização para o Coordenador Administrativo do Ministério Público de Santa
Catarina. Utilizou-se a técnica da entrevista que para Marconi e Lakatos (2007,
p. 92) é:
[...] um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.
Existem vários tipos de entrevistas que podem ser utilizadas e nesta
pesquisa optou-se pela entrevista padronizada ou estruturada, que segundo
Marconi e Lakatos (2007, p. 93) seguem “um roteiro previamente estabelecido,
com perguntas já predeterminadas e é realizada com pessoas selecionadas de
acordo com o plano”. (Apêndice A e B).
A entrevista foi marcada de acordo com a disponibilidade dos
supervisores de estágio e dos estagiários e todos os gestores foram receptivos
e se mostraram dispostos a contribuir com a acadêmica. A coleta de dados
ocorreu no período de 14 a 27 de setembro de 2011.
63
A coleta foi realizada em dez dias, a pesquisadora iniciou a entrevista se
apresentando, informando o tema e o objetivo desta pesquisa. Logo em
seguida, foi identificada a sua formação, o cargo que ocupa e o tempo de
serviço na organização. A pesquisadora fez as perguntas e disponibilizou o
tempo que foi necessário para as respostas, de modo geral a duração das
entrevistas foi de 35 (trinta e cinco) minutos. As anotações foram realizadas a
medida que a entrevista acontecia. Ao final a pesquisadora agradeceu o tempo
disponibilizado e indagou se havia dúvida ou algo a acrescentar.
A seguir, apresenta-se o quadro 2, que mostra as categorias de análise
que mostraram a construção dos roteiros de entrevistas estruturadas que se
encontram nos apêndices A e B.
Quadro 2 - Categoria de análise da pesquisa.
Pesquisados Categorias de Análise Definição Operacional
Perfil do entrevistado Escolaridade, idade, setor que trabalha, sexo, portador de deficiência, tempo de estágio.
Contribuição para a formação Expectativa e objetivos quanto as contribuições para sua formação.
Local Acolhimento, estrutura física, estrutura hierárquica.
Obrigações e deveres Cumprimento de horário, desempenho escolar, manter sigilo das informações, entre outros.
Direitos Férias, auxílio transporte, seguro contra acidentes pessoais, bolsa estágio.
Estagiários
Avaliação semestral Cumprimento da avaliação, feedback formal.
Perfil do entrevistado Escolaridade, idade, setor que trabalha, sexo, portador de deficiência, tempo que trabalha no MPSC.
Local Localização física do supervisor, se a estrutura física favorece o feedback.
Obrigações e deveres Cumprimento de horário, comunicação de faltas ao SDH, documentação.
Supervisores
Avaliação semestral Cumprimento da avaliação, feedback formal.
64
Pessoas com deficiência Inclusão dessas pessoas no Programa de Estágio.
Fonte: Elaborado pela pesquisadora, (2011).
3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS Após a coleta dos dados foi realizada a análise ou interpretação dos
dados que segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 169) é:
É a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Essas relações podem ser estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-feito, produtor-produto, de correlações, de análise de conteúdo etc.
A análise de conteúdo conforme Richadson (199, p. 79) é utilizada para
estudar materiais do tipo qualitativos que são aqueles que não podem ser
aplicados técnicas aritmética. Desta forma, procurou-se fazer as análises dos
dados organizando as respostas dos entrevistados e agrupando-as.
Os dados relativos ao perfil dos entrevistados foram tabulados no
Programa Excel e gerados gráficos em formato de pizza para melhor
visualização dos dados e interpretação. Exceção feita a apresentação dos
setores em que estagiários e supervisores de estágio desempenham suas
funções, pois optou-se por criar uma lista de abreviaturas para que ficassem
mas claras as informações.
Os resultados foram apresentados de forma descritiva de acordo com os
objetivos do estudo.
65
4 APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Após ter sido apresentado o tema e o problema de pesquisa, a revisão
teórica que se julgou pertinente e a metodologia da pesquisa, apresentam-se
os resultados alcançados de acordo com os objetivos propostos.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
O Ministério Público – MP “é uma instituição permanente, essencial à
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.”
(art.127, CF/88)
A Instituição está situada no centro de Florianópolis, com sede na Casa
do Barão, localizada na Rua Bocaiúva, 1750, e seus outros três prédios
sediam-se também no centro da Capital. Além disso está representada nos
fóruns de todas as comarcas do estado de Santa Catarina.
Sua missão é “promover a defesa dos direitos da população, visando à
redução dos conflitos e à construção da paz social.”
A sua visão é ser uma instituição que sirva de referencial pelos padrões
de eficiência e regularidade na geração de resultados úteis à sociedade e na
garantia dos direitos do cidadão. Seus valores são: independência, ética,
legalidade, efetividade, moralidade, solidariedade, harmonia, transparência,
justiça e confiança.
O órgão é uma instituição independente do Poder Jurídico, do Poder
Executivo, do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas. Tem como função
fiscalizar o cumprimento da lei, defendendo os direitos da coletivo, e não
aqueles que possam beneficiar apenas uma pessoa, mas sim um grupo isolado
de pessoas.
Atua no direito indisponível, como o direito à vida, à liberdade e à saúde,
nos direitos difusos e coletivos que estão relacionados a todos, como a
proteção do meio ambiente, do consumidor e do patrimônio público entre
outros.
O Ministério Público é dividido em órgãos da administração superior,
administração, de execução e auxiliares. Os órgãos da administração superior
do Ministério Público são: a Procuradoria-Geral de Justiça;
66
• o Colégio de Procuradores de Justiça;
• o Conselho Superior do Ministério Público;
• a Corregedoria-Geral do Ministério Público.
Os órgãos de administração do Ministério Público:
• as Procuradorias de Justiça;
• as Promotorias de Justiça.
Os órgãos de execução do Ministério Público são:
• o Procurador-Geral de Justiça;
• O Colégio de Procuradores de Justiça;
• o Conselho Superior do Ministério Público;
• os Procuradores de Justiça;
• a Coordenadoria de Recursos;
• os Promotores de Justiça.
Os órgãos auxiliares do Ministério Público são:
• a Secretaria-Geral do Ministério Público;
• os Centros de Apoio Operacional;
• a Comissão de Concurso;
• o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional;
• os órgãos de Apoio Técnico e Administrativo;
• os Estagiários.
Segundo dados fornecidos pela Coordenadoria de Recursos Humanos -
CORH, o quadro geral e atual de funcionários da instituição é compreendido
por membros: promotores e procuradores de justiça; servidores públicos de
cargo de provimento efetivo e comissionado; estagiários de direito; estagiários
dos demais cursos e funcionários terceirizados.
A coordenação do Programa de Estágio do Ministério Público de Santa
Catarina está sob o Setor de Desenvolvimento Humano que se subordina a
Coordenadoria de Recursos Humanos, como se pode observar na figura 1, a
seguir.
67
Figura 1 – Organograma da Coordenadoria de Recursos Humanos
Fonte: Ministério Público do Estado de Santa Catarina (2011)
O Setor de Desenvolvimento Humano tem como funções: prestar
assessoramento aos órgãos de apoio, às coordenadorias e aos centros de
relacionamento humano; elaborar e aplicar programas educativos que visem o
desenvolvimento de novas habilidades do corpo funcional da instituição;
coordenar o Programa de Saúde do Trabalhador, o Programa de Bolsa de
Trabalho, o Estágio Extra-Curricular e outros Programas que vierem a ser
implementados pela Coordenadoria de Recursos Humanos, entre outras
funções.
Por ser uma organização que tem em seu quadro funcional um número
expressivo de estagiários precisa de um Programa eficiente para que possa
atender as necessidades dos estagiários e da instituição. Nos anexos A e B
apresenta-se a foto do edifício sede e o organograma da instituição.
4.2 FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA DE ESTÁGIO DO MPSC
O Programa de Estágio do MPSC contribui para o desenvolvimento
pessoal e profissional dos estagiários, além de facilitar o posterior ingresso
destes no mercado de trabalho, tanto por meio do aprendizado proporcionado
quanto pela oportunidade de estágio em uma instituição amplamente
68
reconhecida e valorizada pela sociedade. Desta forma, será apresentado a
seguir como funciona o Programa de Estágio, a criação da vaga de estágio, o
recrutamento e seleção, a admissão do estagiário, o curso de integração com
os estagiários novos, o acompanhamento das notas atestado de matriculo e
freqüência ou histórico escolar, avaliação de desempenho e rescisão ou
renovação do termo de compromisso.
O processo de criação da vaga de estágio se dá através de um pedido
feito a Secretaria-Geral do MPSC com pedido da criação, assim depois do
deferimento da vaga esse pedido é enviado para o Setor de Desenvolvimento
Humano - SDH para que se possa dar continuidade ao processo. O SDH
encaminha um e-mail para o setor que solicitou a vaga informando sobre o
deferimento da vaga, solicitando a descrição das atividades e a o nome do
supervisor de estágio e sua formação. Se for uma vaga para o interior e
encaminhado um e-mail, informando sobre o processo seletivo e toda a
documentação necessária para a contratação do estagiário.
Processo de recrutamento e seleção e feito através da divulgação da
vaga nas instituições de ensino conveniadas com o órgão, neste e-mail consta
as informações sobre a vaga e dos documentos necessários para se
candidatar a vaga como: documento de identidade, CPF, comprovante de
residência, comprovante de renda familiar e o atestado de matrícula. Com
esses documentos os candidatos a vaga devem comparecer no SDH
preencher um cadastro e aguarda ser chamado para fazer a entrevista. Para o
processo de seleção o Programa de Estágio da preferência a estudantes de
baixa renda, desta forma e enviado e-mail para o supervisor de estágio
marcando o dia da entrevista técnica. O SDH deverá receber um e-mail com a
resposta do supervisor de estágio sobre a entrevista.
Com relação à admissão do estudante e recebido um e-mail com a
aprovação do estudante, desta forma, o SDH entre em contato com o
estudante informando que ele foi contratado e solicitado ao estudante que
providencie um atestado de saúde ocupacional, uma foto 3x4 e se ele tem
conta no banco do Brasil. A documentação do estudante e enviada para a
Secretaria Geral do Ministério Público – SGMP para protocolar, em seguida e
feito um processo administrativo com as documentações do estudante, e
elaborado o Termo de Compromisso, o plano de atividade, elaborar nota e
69
declaração para abertura da Conta Corrente no Banco do Brasil, inserir dados
dos estudantes na tabela de seguro, incluir os dados do estudante no sistema,
inserir o estudante na folha de pagamento. O SDH faz o monitoramento da
entrega de todos os documentos pelo estudante.
O curso de integração e ambientação e feito com os estudantes que
entram no Programa de Estágio o objetivo deste encontro é apresentar a
Instituição aos estagiários, sua função, sua estrutura, alguns trabalhos e
campanhas realizadas e sua cultura, explicar os direitos e deveres dos
estagiários, o funcionamento do Programa de Estágio e o comportamento
esperado no ambiente de trabalho. Este curso tem a duração de
aproximadamente de 4 (quatro) horas são convidados alguns servidores e
promotores de justiça para participarem desse encontro e a equipe do SDH.
O acompanhamento da entrega do atestado de matrícula, freqüência, boletim e histórico escolar são solicitados aos estagiários a cada
semestre esses documentos, após a entrega desses documentos essas
informações são inseridas na tabela de controle onde constam todas as
informações sobre o estudante. Se o estudante não conseguir o índice de
aproveitamento necessário para sua aprovação se avalia a necessidade de
rescisão do Termo de Compromisso de Estágio.
A avaliação de desempenho é realizada semestral pelos supervisores
de estágio com os estagiários. O SDH envia o formulário de avaliação aos
supervisores de estágio, após as respostas dos supervisores essa informação
e colocada na tabela de controle de estagiários. Uma cópia da avaliação de
estágio e arquivada na pasta do estagiário e a original e enviada para a
instituição de ensino.
A renovação do Termo de Compromisso o SDH faz o monitoramento
do Termo de Compromisso através deste monitoramento e verificado se o
estagiário pode renovar, se for possível e enviado um e-mails ao supervisor
para verificar se ele tem interesse na renovação se a resposta for positiva e
feito a renovação do Termo de Compromisso.
Com a resposta negativa e feita a rescisão do Termo de Compromisso o SDH fará esse documento assim que o documento estiver
pronto o estagiário deverá colher a assinatura do supervisor de campo e a
assinatura da instituição de ensino. E analisado a necessidade de indenização
70
de férias, se o estagiário estiver direito, solicitar a devolução do crachá,
agendar a entrevista de desligamento, e consultar o supervisor de estágio ao
interesse em substituir o estudante.
Após a apresentação do funcionamento do Programa de Estágio será
apresentado a seguir, os resultados da pesquisa feita aos estagiários e
supervisores de campo com relação ao Programa.
4.3 RESULTADOS DA PESQUISA APLICADA AOS ESTAGIÁRIOS E
SUPERVISORES DE ESTÁGIO DO MPSC
A seguir, apresenta-se e discute-se os resultados do estudo de caso
proposto para responder ao seguinte problema de pesquisa: Qual a percepção
dos estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa de Estágio
no Ministério Público do Estado de Santa Catarina?
4.3.1 Perfil dos Entrevistados
Na coleta de dados com os estagiários e supervisores de campo
identificou primeiramente o perfil dos entrevistados.
4.3.1.1 O Perfil dos Estagiários
A seguir, será apresentado o perfil dos estagiários participantes da
pesquisa. Investigou-se as variáveis: sexo, idade, escolaridade, setor que
trabalha, tempo de estágio e se é portador de alguma deficiência.
Tabela 1 – Sexo dos estagiários
Classificação N° de Estagiários % Feminino
Masculino
11
5
69
31 Total 16 100
Fontes: dados primários (2011)
71
Gráfico 1 - Sexo dos estagiários
Sexo dos Estagiários
69%
31%
FemininoMasculino
Fonte: dados primários (2011).
Constatou-se que 69% dos estagiários do Programa de Estágio são do
sexo feminino e 31% são do sexo masculino. O percentual elevado do sexo
feminino justifica-se, pois as mulheres apresentam um número muito elevado
de cadastro no programa de estágio. Há alguns setores que tem preferência
pelo sexo feminino em função da natureza do trabalho realizado. Tabela 2 – Faixa etária dos estagiários
Classificação N° de Estagiários % 17 a 20 anos
21 a 30 anos
11
5
69
31 TOTAL 16 100
Fonte: dados primários (2011)
72
Gráfico 2 – Faixa etária dos estagiários
Faixa etária
69%
31%
17 a 20 anos21 a 30 anos
Fonte: dados primários (2011).
Após a organização dos dados da variável faixa etária dos estagiários,
constatou-se que 69% dos estagiários possuem idade de 17 a 20 anos, 31%
tem idade entre 21 a 30 anos. Verifica-se desta forma, que por se tratar de
estágio, a faixa etária dos estudantes não varia, até porque a idade mínima
para fazer estágio é de 16 anos, mas não tem idade máxima, pois o estudante
só tem que estar estudando.
O ato 87/2009 do MPSC informa que estágio é o: Ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio profissionalizante ou de educação especial. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)
Desta forma, observa-se que conforme o Ato 87/2009 que rege o
Programa de Estágio do MPSC o estudante deve está freqüentando um curso
superior ou ensino médio ou profissionalizante.
Tabela 3 – Escolaridade Classificação N° de Estagiários %
Ensino Médio Ensino Superior
10
6
62
38 Total 16 100
Fonte: dados primários (2011)
73
Gráfico 3 - Escolaridade
Escolaridade
62%
38%
Ensino MédioEnsino Superior
Fontes: dados primários (2011)
De acordo com o gráfico 3, 62% dos estagiários pesquisados estão
cursando o ensino médio, e 38% estão cursando ensino superior. Como houve
acesso aos dados relativos a toda população por meio do cadastro
disponibilizado pelo Setor de Desenvolvimento Humano, verificou-se que há 86
estudantes que estão cursando o ensino superior e o ensino médio representa
81 estudantes. Em razão da amostra priorizar estagiários que estão a mais
tempo no Programa de Estágio, houve a diferença no resultado.
Com relação ao setor em que cada entrevistado estagia citam-se: que
há estagiários na Gerência de Transporte – GETRAN, no Setor de Reprografia,
na Gerência de Produção – GEPROD, na Coordenadoria de Recursos – CR,
na Assessoria Militar – Cerimonial, na Coordenadoria de Inteligência e Dados
Estruturados - CIDE, na Coordenadoria de Recursos Cível - CR, na Gerência
de Biblioteconomia – GEBIB, no Centro de Aperfeiçoamento Funcional –
CEAF, na Coordenadoria de Comunicação Social – COMSO, na Gerência de
Redes – GERED, no Setor de Auditorias e Fundações e Entidades do 3º Setor
– SATS, no Setor de Protocolo – correio, na Coordenadoria de Processos e
Informações Jurídicos - COPIJ, na Coordenadoria de Tecnologia da Informação
– COTEC e por fim na Gerência de Suporte – GESUP. Assim, percebe-se que
a pesquisadora focou em cada setor da organização para que o estudo de caso
abrangesse toda a estrutura organizacional.
74
Tabela 4 – Tempo de estágio Classificação N° de estagiários % 1 a 6 meses
7 a 12 meses
Mais de 1 ano
4
9
3
25
56
19 TOTAL 16 100
Fonte: dados primários (2011)
Gráfico 4 – Tempo de estágio.
Tempo de Estágio
25%
56%
19%
1 a 6 meses7 a 12 mesesMais de 1 ano
Fonte: dados primários (2011)
Com relação ao tempo de estágio, o gráfico 4 demonstra que em geral
os estagiários entrevistados estão no Programa de Estágio de 7 a 12 meses
representando 56%, em seguida vem os estagiários que estão no Programa de
1 a 6 meses representando 25% e, por último, os estagiários que estão a mais
de um ano no estágio representando 19%.
Segundo o Ato 87/2009 do MPSC o período máximo que o estagiário
pode realizar estágio é de 2 anos.
75
Gráfico 5 – Portador de deficiência
Portador de Deficiência
6%
94%
Com deficiênciaSem deficiência
Fonte: dados primários (2011)
De acordo com o gráfico 5, apenas 6% dos estagiários entrevistados tem
alguma deficiência. O Programa de Estágio do MPSC tem cotas para pessoas
com deficiência sendo 10% das vagas destinadas a esses estudantes.
Atualmente o programa conta com 3 (três) estudantes portadores de
deficiência sendo que um encontra-se na Coordenadoria de Comunicação
Social que tem deficiência física, outro no Setor de Livrarias que tem
deficiência mental e um na Gerência de Patrimônio que também apresenta
deficiência física. Percebe-se assim que há uma dificuldade para encontrar esses
estudantes portadores de deficiência.
Verificou-se que os estagiários entrevistados mostra que em geral são
do sexo feminino a faixa etária está entre 17 e 20 anos, sobre a escolaridade
os estagiários estão no ensino médio, o tempo no estágio está compreendido
entre 7 a 12 meses e apenas um estagiário é portador de deficiência.
4.3.1.2 O Perfil dos Supervisores de Campo
A seguir, será apresentado o perfil dos supervisores de campo. As
variáveis investigas foram: sexo, idade, escolaridade, setor que trabalha, tempo
76
que trabalha no MPSC, portador de deficiência e quantos estagiários tem sobre
sua supervisão.
Tabela 5 – Sexo dos supervisores
Classificação N° de Supervisores % Feminino Masculino
6
8
69
31 Total 14 100
Fontes: dados primários (2011)
Gráfico 6 – Supervisor de campo
Sexo dos Suprvisores
43%
57%
FemininoMasculino
Fonte: dados primários (2011).
Constatou-se que 43% dos supervisores de campo do Programa de
Estágio são do sexo feminino e 57% são do sexo masculino. Tabela 6 – Faixa etária dos supervisores
Classificação N° Estagiários % 25 a 30 anos 31 a 35 anos 36 a 40 anos 41 a 46 anos 47 acima
2
3
4
3
2
14
21
30
21
14
TOTAL 14 100
Fonte: dados primários (2011)
77
Gráfico 7 – Faixa etária dos supervisores de campo
Faixa Etária dos Supervisores
14%
21%
30%
21%
14%
25 a 30 anos31 a 35 anos 36 a 40 anos41 a 46 anos47 acima
Fonte: dados primários (2011)
Após a organização dos dados da variável faixa etária dos supervisores,
constatou-se que 30% dos supervisores de campo estão na faixa etária entre
36 a 40 anos, 21% têm idade entre 31 a 35 anos e 21% entre 41 a 46 anos. A
faixa etária entre 25 a 30 anos e acima de 47 anos representam à
porcentagem de 14% cada um. Desta forma, observa-se que os supervisores
de campo são jovens. Tabela 7 – Escolaridade dos supervisores de campo
Classificação N° de Supervisores % Mestrado Pós – Graduação Superior Completo Superior Incompleto
1
2
8
3
7
14
21
31 Total 14 100
Fonte: dados primários (2011)
78
Gráfico 8 – Escolaridade dos supervisores de campo
Escolaridade dos supervisores de campo
7%14%
58%
21%
MestradoPós - GraduaçãoSuperior Completo Superior Incompleto
Fontes: dados primários (2011)
De acordo com o gráfico 8, 58% dos supervisores de campo têm o
ensino superior completo, 21% têm o ensino superior incompleto, 14%
possuem cursos de pós-graduação e 7% têm mestrado. O ato 87/2009 informa
que é obrigação do MPSC:
Indicar membro ou servidor de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
Com relação ao setor em que são cada supervisor que atua citam-se
são supervisores que atuam na Coordenadoria de Tecnologia da Informação –
COTEC, na Gerência de Redes – GERD, no Centro de Aperfeiçoamento
Funcional – CEAF, na Coordenadoria de Inteligência e Dados Estruturados -
CIDE, na Gerência de Produção – GEPROD, na Coordenadoria de Recursos -
CR, na Coordenadoria de Processos e Informações Jurídicos - COPIJ, na
Gerência de Suporte - GESUP, na Coordenadoria de Comunicação Social -
COMSO, o Setor de Protocolo, o Setor de Reprografia, na Assessoria Militar,
na Gerência de Biblioteca – GEBIB, e por fim na Gerência de Transporte -
GETRAN.
Assim, percebe-se que a pesquisadora focou em cada setor da
organização para que o estudo de caso abrangesse toda a estrutura da
organização.
79
Tabela 8 – Tempo que trabalha no MPSC
Fonte: dados primários (2011)
Classificação N° de estagiários % Até 1 anos 2 a 10 anos Mais de 10 ano
1
6
7
7
46
50 TOTAL 14 100
Gráfico 9 – Tempo de trabalho no MPSC
Tempo de trabalho
7%
43%50%
Até 1 anos2 a 10 anosMais de 10 ano
Fonte: dados primários (2011)
O gráfico 9 apresenta o tempo que os supervisores de campo trabalham
no MPSC, observa-se que 50% dos supervisores de estágio já estão na
organização a mais de 10 anos, 43% estão de 2 a 10 anos, e apenas 7% estão
no máximo a 1 ano trabalhando na organização.
Com relação a deficiência identificou-se que não há nenhum supervisor
com deficiência, porém não significa que MPSC não tem funcionários
portadores de deficiência. Tabela 9 – Quantos estagiários sob sua supervisão
Classificação N° de estagiários %
De 1 a 4 De 5 a 10
10
4
71
29 TOTAL 14 100
Fonte: dados primários (2011)
80
Gráfico 10 – Quantos estagiários tem sob sua supervisão
N° de estagiários sobre sua supervisão
71%
29%
1 a 45 a 10
Fontes: dados primários (2011)
O gráfico 10 apresenta a quantidade de estagiários que cada supervisor
tem sob sua supervisão. Observa-se que 71% dos supervisores tem sob sua
supervisão de 1 a 4 estagiários e 29% tem de 5 a 10 estagiários sobre sua
supervisão. Segundo o ato 87/2009 que rege o Programa de Estágio do MPSC
os supervisores de estágio só podem orientar no máximo até 10 (dez)
estagiários simultaneamente.
Os supervisores de campo entrevistados em geral são do sexo
masculino, jovens na faixa etária de 36 a 40 anos, com ensino superior
completo, trabalham no MPSC há mais de 10 anos e tem sob a sua supervisão
de 1 a 4 estagiários.
4.3.2 Expectativas e objetivos com relação ao estágio
Analisa-se na seqüência a percepção dos estagiários e supervisores de
campo com relação aos objetivos e as expectativas com o Programa de
Estágio do MPSC.
81
4.3.2.1 As Expectativas e Objetivos dos Estagiários
Com relação às expectativas dos estagiários, verificou-se por meio
das respostas apresentadas que é poder colocar em prática o que estão
aprendendo teoricamente em sala de aula, adquirir conhecimento e
experiências.
Os comentários a seguir ilustram essa análise.
Segundo o estagiário 2 é “poder colocar em prática o que estou
aprendendo teoricamente em sala de aula”.
Já o estagiário 6 eles mencionam que “procurar prática na teoria tida em
sala de aula”.
O estagiário 8 responderam que sua expectativa e ter conhecimento,
experiência e aprendizado.
Já o estagiário 3 salienta que sua expectativa com o estágio e ter uma
renda.
Há também quem espera ter o acesso facilitado no mercado de trabalho,
conforme cita o estagiário 4 que “seu intuito e chegar ao mercado de trabalho
com experiência e talvez mais facilidade”.
O estagiário 9 esclarece a questão relacionada a expectativa de adquirir
experiência, quando relata que é tanto no aspecto referente ao relacionamento
interpessoal no ambiente de trabalho, quanto no aspecto técnico.
Verifica-se que enquanto o estagiário 11 tinha com o estágio a
expectativa de ter responsabilidade e adquirir conhecimentos, o estagiário 14
informa que esperava fazer várias atividades, mas com poucas
responsabilidades.
A busca pelo conhecimento, experiências aliando a teoria a prática e
ter o acesso facilitado no mercado de trabalho, reflete de modo geral a
expectativa dos estagiários do MPSC. Tal aspiração vem ao encontro do
conceito de estágio de Schwarz (2009, p. 30) que salienta:
O estágio é ato educativo escolar supervisionado voltado para a preparação para o trabalho produtivo de educandos, desenvolvido no ambiente de trabalho. O estágio deve fazer parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando, e visa ao aprendizado de
82
competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular.
Quanto aos objetivos relacionados à escolha por fazer estágio, não
diferem muito de suas expectativas, mas há a inserção de outras variáveis,
conforme analisa-se na seqüência. Os estagiários buscam adquirir experiência para o mercado de trabalho,
aprendizado, mas há os que têm por objetivo a busca de uma renda. A esse
respeito apresentam-se os comentários, a seguir a respostas dos estagiários
respectivamente.
O estagiário 10 reponde que seu objetivo com o estágio “é financeiro, ter
uma renda e ser independente”.
Já o estagiário 3 menciona que é “ter uma renda”.
O estagiário 11 salienta que é “ajudar na renda familiar”.
A resposta do estagiário 16 condensa o pensamento dos entrevistados,
pois menciona que “adquirir conhecimento e ter experiência na área, ter uma
renda e uma ocupação”.
Há um estagiário do ensino médio que buscou o estágio pelo fato de ter
como objetivo cursar Direito e fazer concurso público. O mesmo relata que:
[...] pelo fato de eu querer cursar faculdade de Direito e prestar concurso público, acredito que este período foi um aprendizado muito amplo, que poderei usá-lo quando eu for em busca de outros objetivos. (Estagiário 4)
O estagiário 5 afirma que é “aprender cada vez mais e construir uma
rede de relacionamentos sólidos e úteis para o meu futuro.”
Conclui-se que as respostas dos estagiários estão de acordo com a
teoria, pois as expectativas e objetivos contemplam a preparação para o
trabalho produtivo e o desenvolvimento das competências requeridas pela
atividade profissional. Na seqüência apresentam-se as percepções dos
supervisores de campo com relação as expectativas e objetivos dos
estagiários.
83
4.3.2.2 As Expectativas e Objetivos dos Estagiários segundo os Supervisores
de Campo
De modo geral os supervisores de campo tiveram dificuldades para
responder a respeito das expectativas dos estagiários.
O supervisor 2 aborda que não tinha subsídios para identificá-los.
O supervisor 9 apontou que a intenção dos estagiários é colocar em
prática o que aprendem no curso, mas há casos também de estudantes que
percebem no estágio uma oportunidade de aprendizado.
A falta de informação a respeito das vagas de estágio para os
candidatos é constatada pelo supervisor 12.
Quando questionados acerca dos objetivos dos estagiários com o
estágio, as respostas fluíram facilmente, exceção feita ao supervisor 13 que
não soube responder porque nunca fez entrevista com os estagiários. “Informa
que é a primeira vez que é supervisor de estágio”.
Os objetivos identificados compreendem a busca pelo crescimento
profissional, a aplicação dos conhecimentos teóricos na prática do estágio, o
aprendizado, a confrontação da teoria com a prática, a experiência e a renda.
O supervisor de campo 5 respondeu que:
[...] que é a oportunidade de trabalho que seja capaz de oferecer conhecimento e de colocar em prática conhecimentos compatíveis com a escolaridade. (Estagiário 5)
Já o supervisor de campo 6 responde que o objetivo deles e aprender,
sempre estão bem interessados e com muita vontade de trabalhar.
Os supervisores 3, 7 e 10 citam a busca pela renda como um objetivo do
estágio. Há quem entenda que é esse o objetivo principal, conforme lê-se, a
seguir:
O supervisor de campo 3 informa que o objetivo é receber uma bolsa e
aprender com o estágio. [...] o objetivo deles é basicamente a remuneração, independentemente do tipo de serviço e de aprendizado, mas de forma geral acabam ganhando muito mais aprendizado do que imaginavam. (Supervisor 7)
84
O supervisor de campo 10 salienta que “o maior objetivo é ter uma
renda, mais em algumas situações a experiência é para aprendizado”.
O supervisor 8 relata que objetivo principal é a experiência no mercado
de trabalho, visto que sempre solicita estudantes sem experiência na área.
O supervisor 11 aborda que o objetivo dos estagiários é adquirir
experiência, porque trata-se da primeira oportunidade para o mercado de
trabalho.
Observa-se que os supervisores de campo apresentam respostas
divergentes com relação ao principal objetivo dos estagiários se candidatarem
à vaga, alguns retratam principalmente a questão financeira e outros a questão
do aprendizado. No entanto, a percepção dos supervisores está de acordo com
os objetivos dos estagiários, pois alguns estagiários respondem que o objetivo
do estágio era a questão financeira, mas de modo geral é para o aprendizado.
4.3.3 A percepção dos estagiários e supervisores de campo sobre o Programa
de Estágio do MPSC
Analisa-se, a seguir a percepção dos estagiários e supervisores de
campo envolvidos no processo, acerca do Programa de Estágio do MPSC.
4.3.3.1 A Percepção dos Estagiários
Aborda-se na seqüência com relação à forma de divulgação das vagas de estágio no MPSC.
Os estagiários 2,3,4,5 e 10 souberam da vaga por meio de outros
estagiários que fazem parte do Programa de Estágio ou já estagiaram na
instituição e também por pessoas que trabalham no MPSC. Outra forma de
divulgação e a notícia da por meio de pessoas amigos ou parentes. Em outra
perspectiva os estagiários 6,7,8,9,13 e 15 souberam da vaga por meio da
instituição de ensino que fez a divulgação por e-mail ou mural.
[...] soube pela faculdade que encaminha e-mails diários com vagas de estágio, em um desses li sobre o Programa de Estágio do MPSC. (Estagiário 6)
85
Assim, pode-se afirmar que em geral os estagiários tomaram
conhecimento da vaga por colegas, amigos ou parentes, muitos dos quais já
fizeram ou fazem estágio no MPSC. Outros estagiários souberam da vaga por
e-mails recebidos pela instituição de ensino.
Sobre o processo de seleção, o MPSC informa que as vagas de estágio
serão divulgadas nas instituições de ensino que tem convênio com a
organização e os estudantes que tiverem interesse deverão comparecer no
SDH para fazerem cadastro. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA,
2009).
Com relação ao ambiente de trabalho as pessoas com quem trabalham
e sobre o estágio de modo geral faz-se as seguintes considerações.
De modo geral a percepção dos estagiários é que o MPSC dispõem de
ótimas instalações físicas, material para a realização do trabalho abundante, as
pessoas são atenciosas, respeitosas, dispostas a colaborar.
Há estagiários que acham que é um bom local para se estagiar. Já o
estagiário 7 menciona:
[...] o estágio me dá conhecimentos novos. O local onde trabalho é ótimo. E um ambiente onde todos se dão super bem. Todos em geral são pessoas bacanas.(Estagiário 7)
O estagiário 4 relata a produtividade e competência dizendo que é
“ótima relação com meus colegas e o local em que trabalho é muito produtivo
em vários aspectos”. Da mesma forma o estagiário 9 também relata a
produtividade e competência dizendo que é “muito bom ambiente e suporte e
as pessoas muito competentes e esforçadas”.
O estagiário 16 menciona que o seu chefe é flexível, o ambiente e
agradável, e as pessoas são legais. Embora os relatos enfatizem as qualidades pessoais dos grupos aos
quais pertencem, chama a atenção o relato do estagiário 3.
[...] o estágio foi muito bom pra minha vida, pois me proporcionou muita independência. E as pessoas foram um pouco difícil de lidar com elas. (Estagiário 3)
Também a qualidade do ambiente físico é citada com satisfação, mas
destaca –se a percepção do estagiário 12 que relata:
86
[...] acho o estágio muito bom, o local de trabalho poderia ser mais arejado. No momento estou sem mesa, pois o estagiário que trabalha na parte da manhã ficou junto comigo no mesmo horário. As pessoas são bem legais e sempre ajudam quando necessito. (Estagiário 12)
Por último, convém mencionar o relato do estagiário 6, pois não percebe
relação entre teoria e a prática relatando que “o trabalho não é muito na área
eu estudo, mas o ambiente e os colegas tornam agradável a atividade
executada”.
Conclui-se, que embora a percepção seja positiva com relação ao
ambiente em que acontece o estágio é oportuno a organização investigam a
respeito dos casos distintos apresentados.
Outro questionamento feito aos estagiários e sobre o contato com o supervisor de campo e o relacionamento entre eles.
Os estagiários revelam que tem contato diariamente com o supervisor de
campo que dão feedback, orientam sobre as tarefas e acompanham os
resultados.
O estagiário 4 menciona que “sim, tenho contato diário com o supervisor
de estágio e temos uma boa relação”.
Em outra perspectiva o estagiário 5 relata que:
[...] não possuo contato direto com o supervisor que consta no contrato, uma vez que ele não está diariamente observando os meus trabalhos. Meu supervisor não comenta sobre o meu desempenho e quando ele quer falar algo sempre manda alguém fazer isso por ele. (Estagiário 5)
Há relatos dos estagiários 12 e 14 que afirmam que os supervisores
estão sempre em reuniões ou viajando, respectivamente.
Para a organização é interessante repensar os tipos de compromissos
que os supervisores atuais assumem perante a organização para que indique
pessoas que possam atender o disposto no ato 87/2009 que menciona que é
obrigação do supervisor de campo orientar o estagiário na iniciação ao trabalho
e proporcionar a aplicação de seus conhecimentos acadêmicos. (MINISTÉRIO
PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
87
Com relação às obrigações dos estagiários levantou-se que quando
perguntados a respeito se conhecem suas obrigações os mesmos respondem
que sim, mas raramente desenvolvem sua respostas.
O estagiário 3 menciona que é cumprir minha carga horária que é de 4
horas de estágio e avisar o supervisor quando se atrasar, entre outras.
O estagiário 6 diz que as obrigações constam no contrato de estágio.
Revela o estagiário 16 participou de uma palestra e lá foi informado
sobre suas obrigações como estagiário.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (2009) são obrigações
dos estagiários:
• atender às orientações da chefia do órgão no qual esteja desempenhando suas funções; • cumprir o horário de trabalho estipulado; • manter sigilo acerca dos fatos de que tiver conhecimento no exercício de suas funções; • durante a realização do estágio, o estudante de ensino médio não poderá ser reprovado e o estudante de ensino superior deverá obter aprovação em no mínimo 60% do número de disciplinas cursadas, e entre outras.
A esse respeito, entende-se que os estagiários não relataram em
profundidade suas obrigações, sabem a carga-horária que necessitam cumprir,
a obrigação de serem assíduos e pontuais e que devem responder ao
supervisor em caso de problemas.
Outro aspecto questionado aos estagiários e se eles conseguem
conciliar os estudos e o estágio e como é feito esse acompanhamento.
Os estagiários respondem que conseguem conciliar os estudos e o
estágio. Quanto à cobrança informam que é feito acompanhamento
semestralmente pelo SDH que solicita a documentação.
O estagiário 6 informa que:
[...] sim, estou conseguindo manter uma rotina de estudos conciliada ao estágio. O MPSC, no final do semestre escolar, busca informa-se sobre o desempenho e freqüência solicitando índice de aproveitamento e disciplinas aprovadas e reprovadas dos seus estagiários. (Estagiário 6)
O estagiário 3 revela que no início teve dificuldades, mas superou.
88
[...] no começo nem tanto, mas agora já estou conseguindo. Minha supervisora está sempre me perguntado sobre os assuntos escolares. (Estagiário 3)
O estagiário 15 relata que inclusive tem oportunidade de estudar no
estágio e que SDH faz essa cobrança relativa ao rendimento escolar.
Segundo o ato 87/2009 que rege o Programa, se a instituição de ensino
adotar uma semana de prova, o estagiário poderá reduzir sua carga horária
pela metade nesse período. Essa informação é estipulada no Termo de
Compromisso para ajudar a garantir um bom desempenho dos estagiários no
estudo, mas as instituições de ensino devem enviar ao MPSC o calendário
dessa avaliação para o estudante ser dispensado. Conforme as normas do
Programa, os estagiários não podem reprovar se isso acontecer é feita a
rescisão do Termo de Compromisso. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA
CATARINA, 2009).
Conclui-se que os estagiários estão conseguindo conciliar os estudos
com o estágio conforme as respostas, mas se tratando do rendimento escolar
esse acompanhamento é feito pelo SDH, porem o Ato 87/2009 indica que essa
obrigação é do supervisor de campo.
A seguir, trata-se das atividades desenvolvidas pelos estagiários e se
as mesmas constam no Plano de Atividades do Termo de Compromisso.
De modo geral os estagiários gostam do que fazem e suas atividades
estão de acordo com o Plano de Atividades que integra o Termo de
Compromisso. Eles têm ciência do teor dos documentos.
Há relatos que enfatizam as dificuldades com as atividades no início,
mas foram auxiliados e superaram as mesmas. Também citou-se o
esclarecimento por meio da entrevistas realizadas para a contratação.
O estagiário 4 diz que:
[...] As atividades desenvolvidas por mim estão de acordo com as mesmas que constam no Plano de Atividades do Termo de Compromisso. Eu gosto destas atividades por mais que às vezes eu sinta dificuldades em realizá-las, o que são supridas ligeiramente por meu supervisor. (Estagiário 4)
O estagiário 7 menciona que:
89
[...] Sim, no inicio eram difíceis, mas depois fui aprendendo e
gosto das tarefas que faço. Sim, tudo que realizo está no plano
de atividades.
Houve comentários que mostram a adequação das atividades de estágio
ao curso do estudante por meio de remanejamento, o que ocorreu com
estagiário 8.
Poucos estagiários relatam as atividades rotineiras que realizam e
apenas um não tem ciência das atividades que constam em seu Programa de
Atividades.
Segundo a Cartilha Esclarecedora da Lei de Estágio (BRASIL, 2008,
p.17):
O Termo de Compromisso é um acordo tripartite celebrado entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino, prevendo as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar.
Desta forma, o Termo de Compromisso deve informar as atividades
desenvolvidas pelos estagiários e essas atividades devem ter relação com o
aprendizado acadêmico.
Conclui-se, que os estagiários estão desenvolvendo suas atividades de
acordo com o Plano de Atividades e que a organização remaneja estagiários
caso detecte problemas.
A respeito da avaliação de estágio investigou-se que os estagiários têm
ciência da avaliação, quase todos já foram avaliados e concordam com o
resultado.
Segue a resposta do estagiário 9 para ilustrar dizendo que já fiz, foi bom
para receber uma resposta quanto ao meu desempenho no estágio e concordo
com a resposta.
Verificou-se que há apenas quatro estagiários com menos de seis
meses de estágio e há seis deles que nunca foram avaliados. Detectou-se
atraso em algumas avaliações e a organização necessita da atenção a essa
questão.
90
O supervisor de estágio conforme o Ato 87/2009 tem suas obrigações e
uma delas é elaborar, semestralmente, relatório das atividades
desempenhadas pelo estagiário. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA
CATARINA, 2009).
Conforme as normas do Programa as avaliações semestrais são
obrigações do supervisor de campo, o SDH encaminha a avaliação, ele
responde e devolve para o SDH. Depois de feita essa avaliação é enviada para
a instituição de ensino e uma cópia é arquivada na pasta do estagiário.
Outro aspecto questionado aos estagiários foi com relação aos
benefícios oferecidos. Verificou-se que os estagiários estão satisfeitos com
os benefícios oferecidos, mas houve relatos que mencionam a insatisfação
com o auxílio transporte. Tal percepção pode ser observada no relato do
estagiário 5:
[...] a remuneração é uma das melhores do mercado, porém o
auxílio transporte não comporta toas as idas e vindas no
MPSC. (Estagiário 5)
Conforme a Nova Lei de Estágio 11.788/2008 os estagiários tem direito
ao auxílio transporte, ao recesso remunerado, podem ficar até dois anos na
mesma organização, entre outros. O Ato que rege o Programa de Estágio do
MPSC, menciona que os estagiários tem direito a jornada de 4 (quatro) horas
diárias tanto para o estágio obrigatório ou não obrigatório, recesso remunerado,
poderá ausentar-se por 8 (oito) dias consecutivos em razão de falecimento de
cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
guarda ou tutela e irmãos; (Incluído pelo Ato n. 612/2009/PGJ), dobro dos dias
de convocação, em virtude de requisição da Justiça Eleitoral durante os
períodos de eleição; (Incluído pelo Ato n. 612/2009/PGJ) e poderá ser
concedido aos estagiários licença para tratar de assuntos pessoas pelo prazo
de 45 (quarenta e cinco) dias, sendo prorrogável por igual período, e não
poderá ser concedida essa licença antes de 6 (seis) meses de estágio.
(MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009)
O salário é de R$ 600,00 (seiscentos reais) para o ensino superior e R$
490,00 (quatrocentos e noventa) para o ensino médio. O auxílio transporte é de
91
R$ 60,00 (sesenta reais) tanto para ensino médio como para ensino superior.
Apenas um estagiário não está satisfeito com o valor da remuneração.
Com relação a avaliação geral do Programa de Estágio uma parte dos
entrevistados está extremamente satisfeita e não mudaria em nada o Programa
de Estágio.
Ilustra-se a seguir a resposta do estagiário 10 mencionando que “está
bom, pois o estágio do MP ajuda quem realmente necessita, até porque é o
meu primeiro estágio”.
Muitas sugestões foram realizadas tais como: mudar o auxílio transporte
para vale-transporte, haver mais rigor nas entrevistas e menos indicações para
elevar o nível dos candidatos, diminuir o tempo de revisão dos documentos
para o ingresso após a escolha do candidato, haver rodízios entre setores,
efetuar a retirada de carpe e adotar cadeiras ergonométricas para todos,
possibilitar que o supervisor tenha mais tempo para orientar o estagiário e que
atente para a forma como faz a delegação de tarefas.
4.3.3.2 A Percepção dos Supervisores de Campo
Com relação à forma de divulgação das vagas de estágio de modo
geral os supervisores de campo desconhecem como é realizada.
Há porém aqueles que estão inteirados a respeito do processo.
O supervisor de campo 4 relata que acha adequada, pois a divulgação
nas instituições de ensino facilita e permite o conhecimento da vaga para um
maior número de interessados. O supervisor de campo 6 informa que sempre
que precisa de estagiários de nível médio, ou quando termina o contrato de
estágio, entra em contato com o SDH e fazem o processo.
O supervisor de campo 7 acha que as vagas são pouco divulgadas.
Convém enfatizar que o supervisor de campo 8 informa que:
[...] houve dificuldades em relação à divulgação das vagas disponível ficando um período relativamente longo sem que aparecessem candidatos para as vagas solicitadas.
Relata que o que está funcionando atualmente é a indicação dos atuas
estagiários aos seus colegas de curso.
92
O processo de seleção é feito pelo SDH, setor que faz a divulgação das
vagas para as escolas e universidades que tem convênio com a organização.
Os estudantes interessados na vaga vão até o setor e preenchem um cadastro
e trazem uma série de documentos que são solicitados como: CPF, identidade,
comprovante de residência, comprovante de renda familiar, declaração de
imposto de renda familiar, carteira de trabalho e o atestado de matrícula. Com
todos os documentos entregues os candidatos estão concorrendo à vaga.
Observa-se que os supervisores de campo não conhecem como é feito
esse processo, são poucos os que têm essa informação. As respostas dos
supervisores corroboram as respostas dos estagiários quando relatam que à
divulgação é realizada por intermédio de colegas que fizeram ou estão fazendo
estágio no MPSC e pelas universidades.
Outro questionamento feito aos supervisores de campo é sobre o preparo da estrutura física e das pessoas do setor para receber os
estagiários.
De modo geral os setores estão preparados para receber os estagiários,
seja com relação à estrutura física como no preparo das pessoas. Apenas dois
setores não se sentem aptos no momento para atender os estagiários.
O supervisor 1 informa que está sem preparo para receber os
estagiários.
O supervisor de campo 10 salienta que o setor não está preparado para
receber os estagiários, nem as pessoas que trabalham com ele. E com relação
às pessoas com deficiência também não.
Quando questionados a respeito dos estagiários com deficiência física,
há quatro setores que não se acham habilitados para receber esses
estagiários. Outros relatam à necessidade de adaptação, citam que depende
da natureza da deficiência.
O supervisor de campo 9 informa que a estrutura física do setor
necessita de ajustes para receber estagiários com deficiência física.
O supervisor de campo 5 menciona que quanto aos estagiários com
deficiência, dependendo de qual for, a natureza da atividade prejudica a
execução adequada das tarefas.
O supervisor de campo 7 relata:
93
[...] quanto aos deficientes nosso setor tem dificuldades para adaptação, pois parte do serviço é braçal e exige inclusive bom condicionamento físico para transportar grandes volumes processuais. (Estagiários 7)
O supervisor de campo 11 acha que sim, mas por ser um setor que
trabalha com máquinas, e por ser um ambiente muito pequeno, não estaria
adequado para receber os estagiários com deficiência.
Para a inserção dos deficientes percebe-se a necessidade de
esclarecimentos e mapeamento de atividades que possam ser desenvolvidas
de maioria produtiva em cada setor, pois percebeu-se uma grande divergência
de percepção entre supervisores de campo.
Refere-se ao contato que os supervisores de campo têm com os estagiários. O supervisor de campo 1 informa que não tem contato diário, mas
observa seu crescimento. O supervisor de campo 3 informa que conversa com
o estagiário quando há necessidade de apontar algo a melhorar ou para
destacar um trabalho bem feito.
Cabe evidenciar a resposta do supervisor de campo 5:
[...] quanto ao contato diário sim, mas quanto a conversa sobre o desempenho nas oportunidades de avaliação ou acompanhamento não. Como o desempenho sempre foi maior do que a expectativa, pouco se comenta sobre o assunto.
Em outra perspectiva o supervisor 10 procura conversar com relação às
notas dos estagiários, pois sabe que é um dos critérios para continuarem no
estágio. Quanto a conversar diariamente, relata que é mais difícil, pois sempre
tem muito serviço a realizar.
De modo geral, os supervisores de estágio estão presentes nas
atividades desenvolvidas pelos estagiários, tirando suas dúvidas, dando
feedback e acompanhando o seu crescimento.
Com relação às atividades desenvolvidas pelos estagiários os
supervisores de campo acreditam que estão satisfeitos com as atividades e
que estão de acordo com o Plano de Atividades.
O supervisor de campo 5 responde que:
94
[...] Creio que estejam satisfeitos com a atividade que
realizam, e que estão de acordo com o Plano de Atividades do
Termo de Compromisso.
O supervisor de campo 9 verifica que apreciam as atividades
desenvolvidas, mas alguns precisam um pouco mais de iniciativa.
É dever do supervisor de campo avaliar as atividades desenvolvidas
pelos estagiários, observar seu desenvolvimento nas atividades e verificar se
as atividades estão de acordo com o Plano de Atividades.
Quando perguntado aos supervisores se acham que os estagiários conseguem conciliar o estudo com o estágio, relatam que sim.
O supervisor de campo 1 menciona que sim e informa que dá
oportunidade para os estagiários estudarem no período de provas no setor,
assim como os supervisores 11 e 16. Na mesma perspectiva o supervisor de
campo 2 diz que os estagiários possuem a liberdade para conciliar o estudo
com o estágio.
De uma forma mais abrangente o supervisor de campo 4 salienta que:
[...] sim, acha que os estagiários conseguem conciliar os estudos com o estágio porque a jornada de atividades de 4 horas diárias facilita a conciliação. (Estagiário 4)
A resposta do supervisor de campo 6 confirma a existência dessa
flexibilidade, pois sempre que não estão trabalhando os estagiários, está
liberado para estudar ou para fazer seus trabalhos escolares.
O supervisor de campo 7 salienta que:
[...] os que são dedicados sim, no entanto acredito que alguns sentem grandes dificuldades, uns não somente por causa do estágio.
O supervisor de campo 9 relata que:
[...] tento ser flexível para que todos priorizem os estudos, mas
sem deixar de lado as responsabilidades do estágio, pois é a
porta de entrada para o mercado de trabalho.
95
Conclui-se que os supervisores de campo dão oportunidade para os
estagiários estudarem, sempre que sobra tempo no estágio. Eles sabem que
se os estagiários reprovarem ele têm que sair do estágio, também conforme
relatos anteriormente registrados entendem os objetivos dos estagiários com
relação ao estágio.
Com relação ao acompanhamento da freqüência e o rendimento escolar do estagiário. Os estagiários indicam ao responderem a esse
questionamento que conseguem conciliar as atividades e os supervisores
fazem a mesma avaliação.
Apenas um supervisor não faz esse acompanhamento, os demais
controlam a freqüência pelo ponto eletrônico na intranet e o aproveitamento no
estágio pelo controle das atividades delegadas.
O supervisor de campo 8 salienta que:
[...] a freqüência é constante, pois tem contato direto com todos. Quanto ao rendimento procura manter conversas com a equipe a respeito disso.
Praticamente todos fazem esse acompanhamento da freqüência e
rendimento e atendem o ato 87/2009 que delega a obrigação ao supervisor de
campo.
Sobre as obrigações do supervisor de campo apenas um informa que
formalmente não conhece. Os outros conhecem como relata o supervisor de
campo 12 dizendo que preenche relatório semestral, controla freqüência e
orienta sobre as atividades do dia-a-dia.
Muito poucos supervisores mencionaram suas obrigações, o Programa
de Estágio manda um e-mail para os supervisores informando sobre elas.
Segundo o ato que rege o Programa de Estágio em consonância com a Nova
Lei de Estágio são:
• Orientar o Estagiário na iniciação ao trabalho e propiciar a aplicação prática de seus conhecimentos acadêmicos; • Fiscalizar o cumprimento da jornada de trabalho e comunicar à Coordenadoria de Recursos Humanos as eventuais faltas injustificadas; • Proceder, em formulário próprio, a avaliação de desempenho do Estagiário, ao final de cada semestre;
96
• Elaborar, semestralmente, relatório das atividades desempenhadas pelo Estagiário; • Acompanhar a freqüência e o rendimento escolar do Estagiário e comunicar à Coordenadoria de Recursos Humanos os problemas porventura encontrados; e • Solicitar do Estagiário ao final de cada semestre letivo, no decorrer da execução do Termo de Compromisso, seu atestado de freqüência e aproveitamento. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA CATARINA, 2009).
Outro aspecto a ser apresentado é com relação à avaliação semestral.
Apenas três supervisores não tiveram a oportunidade de fazer a avaliação
semestral dos estagiários. No entanto, nem todos conversam com os
estagiários a respeito dos resultados.
O supervisor de campo 1 menciona que “sim, já fez. Mas não conversa
com o estagiário sobre as repostas”.
O supervisor de campo 5 responde que:
[...] sim, feedback: pouco, após as avaliações como o desempenho é adequado, nunca houve urgência em tratar dessas questões. (Estagiário 5)
Outro informa que o estagiário participa inclusive do processo de
avaliação. O supervisor de campo 11 responde que “sim, pois faz a avaliação
junto com o estagiário”.
Quase todos os supervisores já fizeram as avaliações e tentam
conversar com os estagiários para que não fique nenhuma dúvida com relação
à nota recebida. É uma das obrigações dos supervisores aplicam essa
avaliação.
Com relação aos benefícios oferecidos aos estagiários os supervisores
de campo acham justos e há os que acrescentam que é essencial.
O supervisor de campo 8 relata que:
[...] sim, e ainda acho que o maior benefício que o estudante adquire no estágio é a experiência profissional em uma instituição de grande porte.
Conclui-se, desta forma que os supervisores de campo concordam com
os benefícios oferecidos MPSC.
97
Com relação ao Programa de Estágio, há supervisores de campo que
estão satisfeitos e nada mudariam na gestão. Porém, outros contribuem
sugerindo mudanças.
O supervisor de campo 1 salienta que “deveria ser passado para as
estagiárias informações sobre o que realmente faz o MPSC”.
O supervisor de campo 3 acha que:
[...] deveria ter mais orientação aos supervisores de estágio, talvez um documento escrito e uma divulgação maior para toda a instituição sobre os objetivos do Programa de Estágio para que todos no setor tenham clara a função do estágio e este seja realmente um aprendizado. (Supervisor de 1)
O supervisor de campo 8 relata:
[...] que é um programa bem sucedido, onde os estudantes estão crescendo muito com suas novas experiências. Só acho que seria interessante a realização de mais encontros e integração entre os estudantes. (Supervisor 8)
O supervisor de campo 10 salienta que o estágio é muito bom para
quem quer realmente aprender, porém em algumas situações as tarefas dos
estagiários é quase a de um técnico do MP. Talvez seja muita responsabilidade
para quem está aprendendo.
O supervisor de campo 11 ressalva que poderia mudar a forma de como
é feito o processo de seleção ele não acha esse modelo adequado.
Por último, o supervisor de campo 12 acrescenta:
[...] que a Coordenadora do SDH deveria está mais presente, ela deveria ter mais contado com os supervisores de campo “ter um contato mais direto”. (Supervisor 12)
Um dos supervisores de campo chamou a atenção respondendo que o
estagiário deveria ficar mais tempo no Programa, mas conforme a Nova Lei de
Estágio e o ato 87/2009 que rege o Programa de Estágio do MPSC menciona,
o estagiário poderá ficar na mesma instituição de ensino por até 2 anos no
máximo. É o tempo suficiente para conhecer a organização tanto com relação
ao funcionamento técnico, operacional como para desenvolver atitudes e
habilidades.
98
Conforme os relatos anteriores verificam-se que os supervisores deram
sugestões para melhorar o Programa de Estágio e outros acham que está tudo
bom e não mudariam nada. Sugerem mais esclarecimentos sobre a missão do
MPSC, mais orientação e divulgação sobre o papel do supervisor de campo,
mais encontro de integrações com os estagiários, processo de seleção deveria
mudar.
A seguir, apresentará as convergências e as divergências com relação
ao Programa de Estágio sob a visão dos supervisores de campo e estagiários.
4.3.3.3 Convergências e Divergências a respeito do Processo de Estágio
Curricular Obrigatório no MPSC segundo a Percepção dos Estagiários e
Supervisores
Será discutido a respeito das convergências e das divergências da
percepção sob o Programa de Estágio.
Verifica-se que com relação aos objetivos e as expectativas os
estagiários e os supervisores estão de acordo, pois tanto um quanto o outro
mencionam que buscam adquirir crescimento profissional, a aplicação dos
conhecimentos teóricos na prática do estágio, o aprendizado, a confrontação
da teoria com a prática, a experiência e a renda.
Com relação à forma de divulgação das vagas de estágio, os
supervisores de campo e os estagiários relatam que a divulgação é feita por
intermédio de colegas e pelas universidades, mas, de modo geral os
supervisores de campo não sabiam como é feita à divulgação das vagas. Desta
forma, pode-se dizer que houve uma divergência entre as respostas dos
supervisores de campo e os estagiários sobre a forma de divulgação das
vagas.
Com relação à estrutura física, os estagiários e os supervisores de
campo acham adequados para receber os estagiários. Há relatos tanto de
estagiários como supervisores que são destoantes, mas tratam-se de casos
isolados.
Outro aspecto questionado foi com relação ao contato direto entre supervisor e de modo geral ambos informam que mantêm contato, tirando
99
suas dúvidas, dando feedback, entre outros. Porém, percebe-se que há de
ambas as partes a percepção de que seria interessante maior contato direto.
Verifica-se que com relação às obrigações dos estagiários de modo
geral os estagiários respondem que conhecem mais não relatam em
profundidade.
Com relação à conciliação dos estudos e o estágio, verifica-se que
tanto os supervisores de campo como os estagiários salientam que conseguem
conciliar os dois e que têm oportunidades de estudar no local de estágio.
Outro aspecto que merece destaque relaciona-se as atividades desenvolvidas pelos estagiários. Os supervisores confirmam a resposta
dada pelos estagiários que relatam que gostam das atividades desenvolvidas
no estágio, mas merece destaca que a resposta de um estagiário que informou
que as atividades desenvolvidas no estágio não estavam de acordo com as
atividades de seu curso.
Outro aspecto e com relação à avaliação semestral a grande maioria
dos estagiários responderam que já fizeram essa avaliação e concordam com
as respostas. Mas com relação às respostas dos supervisores de campo
alguns responderam que não conversam com os estagiários sobre a avaliação.
Com relação a inclusão de pessoas com deficiência no Programa de
Estágio ambos concordam com essa inclusão, pois o Programa ajudará a
diminuir esse preconceito que ainda existe com essas pessoas. Mas convém
ressaltar que houve divergência com relação a inclusão desses estudantes em
alguns setores, pois alguns supervisores responderam que não estão
preparados para receber esses estagiários e que podem até prejudicar o
andamento das atividades desenvolvidas no setor. Quando questionados a
respeito dos estagiários com deficiência física, informaram que depende da
natureza da deficiência.
Outro aspecto e com relação a melhorias no Programa de Estágio tanto
os estagiários quanto os supervisores mencionaram que o Programa de
Estágio deveria passar por algumas mudanças.
Outra divergência é com relação às obrigações dos supervisores de campo alguns informaram que não sabiam direito quais são suas obrigações
como supervisor de campo, já outros informaram que as conheciam da mesma
forma alguns estagiários também deram essa resposta. Desta forma, o SDH
100
deverá passar essas informações para os estagiários e supervisores de campo
com mais freqüência.
Com relação aos benefícios oferecidos os estagiários mencionaram
que o auxílio transporte poderia mudar para vale transporte, desta forma
aumentaria seu valor, pois atualmente o valor do auxílio transporte é de 60
reais e para alguns estagiários que moram longe não compensa, em oposição
a essa informação os supervisores mencionam que está bom.
Verifica-se que com relação há convergência de percepção entre
supervisores de campo e estagiários relacionados aos objetivos e perspectives
do estágio, a adequação da estrutura e preparo das pessoas para receber os
estagiários, o desejo de haver mais conato direto de ambos as partes,
conciliação dos estudantes e o estágio, a inclusão de estudantes com
deficiência no Programa de Estágio. Mas, pode-se destacar algumas
divergências com relação à inclusão de estudantes com deficiência no
Programa de Estágio alguns setores não estão preparados para receber esses
estudantes. Teve algumas respostas negativas com relação à estrutura física
do setor. Com relação aos benefícios tivemos uma divergência com as
respostas dos supervisores de campo e dos estagiários. Sobre as obrigações
dos supervisores de campo teve algumas divergências com relação a esse
pergunta.
Outro tópico e com relação ao Programa de Estágio os estagiários e os
supervisores de campo alguns responderem que não mudariam nada no
Programa, mais alguns estagiários e supervisores contribuíram com alguns
sugestões que poderiam melhorar a Programa. Desta forma, será apresentado o quadro 3 sobre as convergências e
divergências.
Quadro 3 - Convergência e divergência
Categoria de análise Convergência Divergência
Expectativa e objetivos dos estagiários
Sobre os objetivos as respostas dos supervisores e estagiários estão de acordo como as respostas dos supervisores, pois ambos responderam que é a questão financeira e o aprendizado.
Não houve.
101
Processo de divulgação das vagas
Pode-se dizer que houve uma convergência nas repostas dos estagiários sobre o processo de divulgação da vaga, pois suas respostas sobre esse processo foi através de amigos, e-mail, cartaz na escola, e entre outros.
Com relação às respostas dos supervisores e dos estagiários houve uma divergência, pois os supervisores responderam que não sabiam como era feito esse processo.
Ambiente de trabalho Sobre o ambiente o estagiários respondem que a estrutura física e adequada.
Observa-se que houve uma divergência em relação aos estagiários e os supervisores de campo com relação a essa resposta.
Contato com o supervisor de campo
Observou-se que os estagiários e os supervisores de campo mencionam que têm contato com os supervisores de campo.
Não houve.
Obrigações dos estagiários Percebe-se que a grande maioria dos estagiários não conhece suas obrigações.
Não houve.
Conciliar os estudos e o estágio
Nota-se que a grande maioria dos estagiários e supervisores de campo respondem que conseguem conciliar os estudos e o estágio, pois eles tem oportunidade de estudar no estágio.
Não houve.
Atividades desenvolvidas no estágio
Percebe-se que tanto os estagiários como os supervisores responde que gostam das atividades desenvolvidas no estágio.
Não houve.
Avaliação semestral Nota-se que os estagiários já fizeram a avaliação semestral e que tiveram um feedback.
Com relação às repostas dos supervisores de campo tivemos uma divergência, pois alguns mencionam que fazem essa avaliação mas não conversam com os estagiários sobre as respostas.
Benefícios Percebe-se que a maioria dos estagiários e supervisores de campo estão de acordo com os benefícios oferecidos.
Tivemos uma divergência com relação ao valor do auxilio transporte, alguns estagiários não estão contentes com o valor desse auxílio.
Inclusão de pessoas com deficiência
Tanto os estagiários e os supervisores concordam com a inclusão dessas pessoas no Programa de Estágio.
Mas alguns setores não estão preparados para receber esses estudantes no seu dia-a-dia.
Avaliação do Programa de Estágio
Os estagiários e supervisores de campo mencionaram várias sugestões para melhorar o Programa de Estágio.
Alguns estagiários e supervisores que não mudariam nada no Programa.
Fonte: Elaborado pela pesquisadora, (2011).
102
4.3.4 Dificuldades e oportunidades presentes no Processo de Estágio no
MPSC
Sobre as dificuldades e oportunidades presentes no Programa de
Estágio, será analisada a percepção dos estagiários e supervisores de campo.
Verifica-se pelas respostas dos supervisores de campo que alguns
setores não estão preparados para receber os estagiários com deficiência, pois
a estrutura física poderia atrapalhar e algumas atividades que dependendo da
deficiência também poderiam prejudicar.
Outra questão é com relação à oportunidade de trazer os supervisores
de campo para o processo de contratação dos estagiários, fazer com que
participem mais do processo, que eles dêem sua opinião sobre como o SDH
está trabalhando, pois assim ocorreriam melhorias para o Programa.
Destaca-se como dificuldade a operacionalização da avaliação
semestral, pois o ideal é que cada supervisor de campo responda junto com o
estagiário, mas alguns supervisores não têm muito tempo para sentar e
conversar sobre o desempenho de cada estagiário. Inclusive, alguns
estagiários responderam que não tem contato direto com seu supervisor, sendo
esta outra dificuldade.
Outra dificuldade para o Programa de Estágio é encontrar estudantes
portadores de deficiência, pois há vagas, mas não se consegue encontrar
esses estudantes, o Programa de Estágio deveria melhorar a forma de
divulgação dessas vagas.
Conclui-se que tanto na percepção dos estagiários e dos supervisores
de campo o Programa de Estágio apresenta algumas dificuldade e
oportunidades que devem ser melhoradas.
4.3.5 Inclusão dos estagiários portadores de deficiência no MPSC
Segundo o Ato que rege o Programa de Estágio do MPSC as pessoas
com deficiência têm um percentual de 10% (dez por cento) das vagas que
são oferecidas à comunidade. (MINISTÉRIO PÚBLICO DE SANTA
CATARINA, 2009).
103
4.3.5.1 A Percepção dos Estagiários
Com relação a inclusão de estagiários com deficiência no Programa de
Estágio. Constatou-se que os estagiários aceitam e estão preparados para
recebê-los.
O estagiário 1 informa que:
[...] acha bom, é uma boa oportunidade para eles mostrarem sua capacidade em desenvolver tarefas, não é por causa da deficiência que são menos aptos, que uma pessoa normal. (Estagiário 1)
O estagiário 2 aborda que acha muito bom, todos tem direito de se
relacionar normalmente.
A estagiária 4 aborda que:
[...] essa inclusão foi algo muito útil, já que em meio ao século
XXI desta: ainda vivemos em um país onde existem
preconceitos contra tais deficiências. (Estagiário 4)
Cabe evidenciar a resposta do estagiário 5 que informa:
[...] que conhece apenas duas pessoas com deficiência física que fazem estágio no MPSC. Ele acha muito importante a inclusão dessas pessoas e também de portadores de deficiência mental, pois todos merecem chances de obter sucesso e bem estar. (Estagiário 5)
Na mesma perspectiva a estagiária 6 informa que avalia como correta
essa inclusão o Programa de Estágio que visa trazer experiência aos
estudantes, é uma primeira oportunidade no mercado e não vê motivo para não
incluir pessoas com deficiência.
O estagiário 7 avalia como fundamental, pois todos têm que ter as
mesmas chances. Na mesma linha a estagiária 8 informa que é uma
oportunidade para essas pessoas, já que o estágio é um aprendizado.
O estagiário 9 retrata que e muito importante essa inclusão e uma
iniciativa muito boa do programa. Em perspectiva similar o estagiário 10
104
informa que acha bom, porque diminuiria o preconceito com essas pessoas. O
estagiário “11” salienta que é boa essa inclusão até porque são pessoas com
deficiência, mas têm a mesma capacidade que a nossa.
A estagiária 12 simplesmente responde que concorda. De forma mais
simples o estagiário 13 acha que é boa. A estagiária 14 menciona que acha
necessária essa inclusão.
A estagiária 15 salienta que essas vagas deveriam ser mais divulgadas
nas escolas e universidades, e concorda com a inclusão. Já o ultimo estagiário
“16” a ser entrevistado menciona que acho boa essa inclusão.
Verifica-se que os estagiários estão preparados para receber esses
estudantes, e que concordam com a inclusão, até por o estágio é um
aprendizado e através do estágio eles vão adquirir experiências para o
mercado de trabalho.
4.3.5.2 A Percepção dos Supervisores de Campo
Com relação à inclusão de estagiários com deficiência no Programa de
Estágio. Constatou-se que os supervisores de campo aceitam e estão
preparados para recebê-los.
O supervisor de campo 1 acha necessária a inclusão.
O supervisor de campo 3 relata: [...] avalia positivamente, mas é necessário suporte do setor responsável para nos orientar sobre a melhor forma de receber esses estudantes. (Estagiário 3)
O supervisor de campo 4 acha que é fundamental, pois todos devem ter
direito de fazer um estágio, sem discriminação. O supervisor de campo 5
menciona que qualquer iniciativa de inclusão é positiva.
O supervisor de campo 7 diz que:
[...] é de grande importância para a sociedade, mas deve-se levar em consideração a real utilidade desses serviços prestados. (Estagiários 7)
Convém enfatizar a resposta do supervisor de estágio 8 informa que em
seu setor há um estudante com deficiência. Ele é tratado exatamente como os
105
demais. Também vejo outros estudantes com deficiência executando muito
bem suas atividades. Na minha avaliação acho que o programa é um sucesso.
O supervisor de campo 10 avalia que toda inclusão é positiva. O
problema é saber se o MP está preparado para receber essas pessoas. Já o
supervisor de campo “11” menciona que sim, acha muito boa essa inclusão.
Pode-se dizer que os supervisores de campo estão de acordo com
inclusão, mas não estão preparados para receber esses estudantes no seu dia-
a-dia. Atualmente o programa conta com três estagiários com deficiências, dois
de ensino médio e uma de ensino superior.
106
5 CONCLUSÃO
O objetivo do Programa de Estágio do Ministério Público do Ministério
Público de Santa Catarina é preparar os estagiários para o mercado de
trabalho, oportunizando a aquisição de conhecimento, responsabilidade,
compromisso com o trabalho, pontualidade, assiduidade entre outros, vindo ao
encontro do que preconiza a Lei de Estágio 11.788/2008 quando conceitua o
que é estágio.
Desta forma, está pesquisa teve como intuito analisar a percepção dos
estagiários e supervisores de campo com relação ao Programa de Estágio do
Ministério Público de Santa Catarina. Com os objetivos específicos pretendeu
verificar as expectativas e objetivos dos estagiários e supervisores de campo
envolvidos no processo de estágio curricular; comparar as percepções acerca
do Programa de Estágio do MPSC dos envolvidos no processo de estágio
curricular; identificar as dificuldades e oportunidades vivenciadas na
operacionalização do estágio curricular e levantar as oportunidades de estágio
presentes no Ministério Público de Santa Catarina para pessoas com
deficiência envolvidas no processo de estágio curricular.
Verificou-se que o perfil dos estagiários entrevistados mostra que em
geral são do sexo feminino a faixa etária está entre 17 e 20 anos, sobre a
escolaridade os estagiários estão no ensino médio, o tempo no estágio está
compreendida entre 7 a 12 meses e apenas um estagiário é portador de
deficiência.
Foi possível identificar que os estagiários souberam da vaga por meio de
amigos, que geralmente estagiam ou estagiaram no MPSC e pela instituição de
ensino, suas expectativas e objetivos com o estágio residem em adquirir
experiências e renda, gostam do ambiente e as pessoas são respeitosas e
atenciosas, quase todos mantêm contato diariamente com o supervisor, estão
cientes que tem obrigações como estagiários, e estão conseguindo conciliar os
estudos com o estágio, gostam das atividades que desenvolvem, quase todos
já fizeram avaliação semestral e acham que os benefícios estão de acordo,
concordam com a inclusão das pessoas com deficiência no programa e fariam
algumas mudanças no programa. Estão de acordo com a inclusão de
estudantes com deficiência no Programa de estágio, foram apresentadas
107
algumas oportunidades e dificuldades pelos estagiários, e sobre as divergência
e convergências também foram apresentadas.
Os supervisores de campo entrevistados em geral são do sexo
masculino, jovens na faixa etária de 36 a 40 anos, com ensino superior
completo, trabalham no MPSC mais de 10 anos e tem sob a sua supervisão de
1 a 4 estagiários.
Identificou-se que quase todos os supervisores de campo não sabem
como é feita a divulgação das vagas, acreditam que os estagiários querem
adquirir conhecimento, experiência e renda, acham que a estrutura física e as
pessoas estão preparadas para receber estagiários, quase sempre mencionam
que tem contato com os estagiários, diariamente quase sempre acham que os
estagiários gostam das atividades que desenvolvem, que estão conseguindo
conciliar os estudos com o estágio, com relação a freqüência, e o
acompanhamento e feito pelo ponto eletrônico diariamente, mas em geral não
conhece suas obrigações, com relação a inclusão de pessoas com deficiência
são favoráveis e efetuariam algumas alterações na operacionalização do
Programa. Também foi questionado pelos supervisores a questão das
convergências e divergência com relação ao Programa de estágio e com
relação às oportunidades e as dificuldades como as avaliações semestrais,
pois os supervisores mencionam que e bem difícil fazer essa avaliação e
passar um feedback para os estudantes.
Diante das respostas dos estagiários e supervisores de campo, serão
apresentadas algumas propostas que podem contribuir para o gerenciamento
do Programa de Estágio do MPSC.
Este programa passou por diversas transformações com relação à
regulamentação institucional e a sua amplitude. Atualmente, é regido pelo Ato
87/2009 do Ministério Público de Santa Catarina em conformidade com a Lei
Federal.
Propõem-se fazer uma integração com os supervisores de campo,
assim, como e feita com os estagiários, até porque foi mencionado pelos
supervisores que eles não sabem como funciona o Programa e nem como são
feitas às divulgações das vagas de estágio, Também fazer uma cartilha como é
feita para os estagiários para que possam tirar dúvidas com relação ao
Programa e ter mais informações dobre o mesmo, pois foi identificado que os
108
supervisores não conhecem suas obrigações. Haveria a tentativa de estar mais
presentes no andamento do programa.
Retornar com mais freqüência à integração com os estagiários novos no
Programa, para que eles conheçam seus direitos e suas obrigações.
Trabalhar a questão da inclusão de pessoas com deficiência, entrar em
contato com as escolas, universidades para fazer essa inclusão, tem-se tantas
vagas e apenas três desta estão ocupadas.
Outro aspecto foi o processo de seleção que foi questionado pelos
supervisores e estagiários, alguns destacaram que poderia ser aperfeiçoado.
Desta forma, acredita-se que como era feito anteriormente, com entrevista com
a psicóloga que analisava o perfil do candidato, era melhor até porque não
havia tantos estagiários pedindo relotação (mudança de setor).
Com sugestão para trabalhos futuros sugiro que sejam abordados outros
setores, incluir também na pesquisa estagiários de direito e os MP residentes
que também são estagiários.
Para o mercado de trabalho é fundamental a experiência profissional,
pois quando os estudantes de ensino superior ou estudantes de cursos
técnicos vão à procura de um emprego, as organizações em que pretendem
atuar privilegiam esse aspecto. Desta forma, reveste-se de importância a
seriedade na condução do estágio para que o estagiário adquira experiência,
responsabilidade, compromisso com o trabalho, além de aprender sobre sigilo
profissional e comportamentos laborais desejáveis, como pontualidade e
assiduidade.
109
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111
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112
APÊNDICES APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTRUTURADA – supervisores de campo
SUPERVISORES
• Perfil do entrevistado
Sexo:
Idade:
Escolaridade:
Setor que trabalha:
Tempo que trabalha no MPSC:
Portador de deficiência: Qual:
Quantos estagiários têm sobre sua supervisão:
• Categorias de análises associadas ao Programa de Estágio do MPSC
1 – Qual a sua percepção sobre a forma de divulgação do estágio?
2 – De modo geral qual(is) o(s) objetivo(s) dos candidatos à vaga? Como
percebe as expectativas deles ao se candidatarem às vagas?
3 – Você acha que a estrutura física do setor que você trabalha e as pessoas
que trabalham com você estão preparadas para receber esses estagiários? E
os com deficiência?
4 - Você mantém contato diariamente com os estagiários? Conversa sobre o
desempenho deles estágio?
5 - Você acha que os estagiários gostam das atividades que realizam? Essas
atividades estão de acordo com o Plano de Atividades do Termo de
Compromisso?
113
6 - Como é realizado o acompanhamento da freqüência e rendimento do
estagiário?
7 - Você conhece suas obrigações como supervisor de estágio?
8 – Acha que os estagiários conseguem conciliar os estudos com o estágio?
9 – Você já aplicou alguma Avaliação de Estágio? Você conversa com o(s)
estagiário(s) sobre a avaliação?
10 – Você está de acordo com os benefícios que MPSC proporciona aos
estagiários?
11 – Como você avalia a inclusão de pessoas com deficiência no Programa de
Estágio?
12 - Como você avalia o Programa de Estágio? Se você pudesse mudar
alguma coisa o que seria?
114
APÊNDICES B - ROTEIRO DE ENTREVISTA ESTRUTURADA – estagiários
ESTAGIÁRIOS
• Perfil do entrevistado
Sexo:
Idade:
Escolaridade:
Setor que trabalha:
Tempo de estágio:
Portador de deficiência: Qual:
• Categorias de análises associadas ao Programa de Estágio do MPSC
1 – Como você ficou sabendo do Programa de Estágio do MPSC?
2 – Qual era a sua expectativa com relação ao estágio quando se candidatou a
vaga?
3 – Qual(is) o(s) seu(s) objetivo(s) com o estágio?
4 – O que você acha do estágio, do local que você trabalha e das pessoas que
trabalham com você?
5 – Você tem contato diariamente com o supervisor de estágio? O supervisor
de estágio conversa com você, sobre o seu desempenho como estagiário?
6 – Você conhece as suas obrigações como estagiário?
7 – Você está conseguindo conciliar os estudos com o estágio? Como é
realizado o acompanhamento de sua freqüência e seu rendimento escolar?
115
8 – Com relação às atividades desenvolvidas no estágio você gosta do que
faz? Essas atividades estão de acordo com as atividades que constam no
Plano de Atividades do Termo de Compromisso?
9 - Você já ouviu falar da Avaliação de Estágio? Você já fez alguma? E como
foi? Você concorda com as respostas que obteve?
10 - Você está de acordo com os benefícios que o MPSC lhe proporciona?
11 – Como você avalia a inclusão de pessoas com deficiência no Programa de
Estágio?
12 – Como você avalia o Programa de Estágio? Se você pudesse mudar
alguma coisa o que seria?
116
ANEXOS
ANEXO A - Edifício sede da organização Figura 2 – Edifício-sede do Ministério Público de Santa Catarina
Fonte: Ministério Público de Santa Catarina (2011
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ANEXO B – Organograma da organização Figura 3 - Organograma do MPSC
Fonte: Ministério Público de Santa Catarina (2011)