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ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM GESTÃO EM ENFERMAGEM PROFESSORA: IRIS CORRÊA 1

GESTÃO EM ENFERMAGEM

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ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEMGESTÃO EM ENFERMAGEM

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1-Definições de introdução ao tema :

1.1-Administrar- é dirigir uma organização utilizando técnicas de gestão para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental.

1.2-Organização- é uma entidade social porque é constituída por pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para alcançar resultados — como gerar lucros.

o Organização formal. É a organização baseada em uma divisão de trabalho racional que especializa órgãos e pessoas em determinadas atividades. É a organização planejada definida no organograma, sacramentada pela direção e comunicada a todos por meio dos manuais de organização. É a organização formalizada oficialmente.

o Organização informal. É a organização que emerge espontânea e naturalmente entre os ocupantes de posições na organização formal e a partir dos relacionamentos humanos como ocupantes de cargos. Forma-se a partir das relações de amizade (ou de antagonismos) e do surgimento de grupos informais que não aparecem no organograma ou em qualquer outro documento formal.

1.3-Administrar em Enfermagem-

Drucker (1998, p. 2) diz que administrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar.

A administração é a ciência que tem por objeto as organizações formais em geral,

independente do tipo e finalidade. A relação instrumental do conteúdo da administração com

o trabalho da enfermagem tem conotações históricas, formalizadas pela Lei 7.498, de 25 de

junho de 1986 que dispõe sobre o exercício profissional da enfermagem.

2-Funções Administrativas:

Fayol(Administração Clássica) foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador:

• Planejar , • Organizar , • Controlar , • Coordenar e Comandar - POCCC. • Destas funções a que sofreu maior evolução foi o "comandar" que hoje chamamos de

Liderança.• Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão

alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções.

• Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.

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• Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos.

• Coordenar - A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.

• Controlar - Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.

3- Habilidades do Administrador

• Habilidades Técnicas: Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas administrativas. Saber decidir e solucionar problemas.

• Habilidades Humanas: Saber lidar com pessoas, comunicando-se eficientemente, negociando, conduzindo mudanças, obtendo cooperação e solucionando conflitos.

• Habilidades Conceituais: Ter Visão sistêmica

4- Atitudes do Administrador

Proativo, ousado, criativo, bom exemplo, cumpridor das promessas, saber utilizar seus princípios, ser cooperativo e ser um bom líder.

5-Teorias da Administração

5.1- Teoria Clássica –Henry Fayol

A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico e pela busca da máxima eficiência.Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade.

-Princípios Básicos da Administração Clássica:

Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor:

• Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da producão aumentando a produtividade.

• Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade.

• Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens.

• Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.

• Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.

• Prevalência dos interesses gerais - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais.

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• Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização.

• Centralização - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas.

• Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.

• Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar.

• Eqüidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa.

• Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.

• Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.

• Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos.

-Pontos Chaves da Administração Clássica:

• Obsessão pelo comando - Tendo como ótica a visão da empresa a partir da gerência administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade. Em função disso, é visto como obcecado pelo comando.

• A empresa como sistema fechado - A partir do momento em que o planejamento é definido como sendo a pedra angular da gestão empresarial, é difícil imaginar que a organização seja vista como uma parte isolada do ambiente.

• Manipulação dos trabalhadores - Bem como a Administração Científica, fora tachada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os trabalhadores.

5.2-Administração Científica – Taylor - se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. A conseqüência destas Teorias foi uma redução no custo dos bens manufaturados. Aquilo que fora um luxo acessível apenas aos ricos, como automóveis ou aparelhos domésticos, tornou-se disponível para as massas. Mais importante, foi o fato de que a teoria tornou possível o aumento dos salários, ao mesmo tempo em que reduzia o custo total dos produtos.

A Teoria da Administração Científica estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção enquanto a Teoria Clássica da Administração a estudava privilegiando a estrutura da organização.

5.3- Teoria das Relações Humanas, ou Escola das Relações Humanas: Elton Mayo

• é um conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a Grande Depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929.

Essas teorias criam novas perspectivas para a administração, visto que busca conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos. Até então, o trabalhador era tratado pela Teoria Clássica de forma muito mecânica. Com os novos estudos o foco mudou e do Homo economicus o trabalhador passou a ser visto como homos social.

-Experiência de Hawthorne

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A Escola das Relações Humanos surgiu efetivamente com a Experiência de Hawthorne, realizada em uma fábrica no bairro que dá nome a pesquisa, em Chicago, EUA.

O médico e sociólogo australiano Elton Mayo, fez testes na linha de produção, na busca por variáveis que influenciassem, positiva ou negativamente, na produção.

Mayo fez estudos sobre a influência da luminosidade, do trabalho em grupo, da qualidade do ambiente e descreveu-as afirmando que o cuidado com os aspectos sociais era favorável aos empresários.

Com as conclusões iniciais tomadas a partir da Experiência de Hawthorne, novas variáveis são acrescentadas ao dicionário da administração:

• a integração social e comportamento social dos empregados; • as necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de recompensa

e sanções não-materiais; • o estudo de grupos informais e da chamada organização formal; • o despertar para as relações humanas dentro das organizações; • a ênfase nos aspectos emocionais e não-racionais do comportamento das pessoas; • a importância do conteúdo dos cargos e tarefas para as pessoas;

-Críticas à Teoria das Relações Humanas

As principais criticas à essa escola é de que ela apresenta uma visão inadequada dos problemas de relações industriais, limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levaram gradualmente a teoria a um certo descrédito. A concepção ingénua e romântica do operário colaboraram rapidamente para que esta teoria fosse repensada. O seu enfoque manipulativo e certamente demagogo não deixou de ser descoberto e identificado pelos operários e seus sindicatos.

6- Teoria neoclássica: Peter Drucker

Toda organização existe, não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados. É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada, estruturada e orientada. Daí a ênfase colocada nos objetivos organizacionais e nos resultados pretendidos como forma de avaliar o desempenho das organizações. Os objetivos são valores visados ou resultados desejados pela organização. A organização espera alcançá-los por meio de sua operação eficiente. Se a operação falha, os objetivos são parcialmente alcançados ou simplesmente frustrados. São os objetivos que justificam a existência e operação de uma organização. Um dos melhores produtos da Teoria Neoclássica é a chamada Administração por Objetivos (APO).

-Princípios básicos da organização

Os neoclássicos dão algumas pinceladas adicionais no conceito de organização formal. A organização consiste em um conjunto de posições funcionais hierárquicas orientado para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. Os princípios fundamentais da organização formal são:

• Divisão do trabalho O objetivo imediato e fundamental de toda organização é a produção de serviços. Para ser eficiente, a produção deve basear-se na divisão do

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trabalho, que nada mais é do que a maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas que o constituem. A divisão do trabalho começou a ser praticada a partir da Revolução Industrial, provocando uma mudança radical no conceito de produção pela fabricação maciça por meio da máquina em substituição ao artesanato e da aplicação da especialização do trabalhador na linha de montagem.

• Especialização Como conseqüência do princípio da divisão do trabalho surge a especialização: cada órgão ou cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas.

• Hierarquia Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a organização em camadas ou níveis de autoridade. Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o volume de autoridade do administrador. Ao mesmo tempo em que diminui a necessidade de conhecimento técnico-operacional.

• Amplitude administrativa A amplitude média adotada pela organização determina a configuração geral de sua estrutura organizacional. Uma amplitude média estreita com um maior número de níveis hierárquicos produz uma estrutura alta e alongada. Ao contrário, uma amplitude média larga com poucos níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional achatada e dispersada horizontalmente.

7- Processo decisório:

-Compreende as decisões a serem tomadas pela equipe a curto, médio e longo prazo.

O ser humano, ao desempenhar qualquer papel na sociedade ou nas organizações, procura agir de acordo com modelos construídos ao longo de sua vida (experiências/vivências) nas organizações, essas escolhas são constantes, é a essência das atividades administrativas é, fundamentalmente, um processo de tomada de decisão e este, por sua vez, uma atividade eminentemente humana.

A tomada de decisão deve ser coerente com uma filosofia de trabalho, de desenvolvimento de pessoal, do estilo de liderança adotado e de como o profissional se compromete com a profissão e com o seu grupo de trabalho.

Tomada de Decisão em Enfermagem• O Processo Decisório costuma ser entendido como sinônimo de administração. • Essas habilidades encontram forte apoio em instrumentos, técnicas e estratégias estabelecidas. • A qualidade das decisões tomadas pelos líderes/administradores é o fator de maior peso em seu sucesso ou fracasso. • Entende-se que o processo de tomada de decisão é realmente um processo que envolve fenômenos tanto individuais como sociais, baseado em premissas de fatos e de valores, que inclui a escolha de um comportamento, dentre uma ou mais alternativas, com a intenção de aproximar-se de algum objetivo desejado. Teoria da decisão : procuram estabelecer de forma sistematizada as etapas desse processo e as variáveis que influenciam as pessoas em suas escolhas. • Decidir – escolher entre algumas alternativas. • Decisão – processo de análise e escolha de uma alternativa disponível objetivando a resolução de uma situação. (CHIAVENATO) Fases do Processo Decisório: Algumas etapas devem ser percorridas quando se tem uma decisão a ser tomada. São descritas como:

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• Percepção do problema; • Definição do problema; • Coleta de dados; • Análise dos dados; • Redefinição do problema; • Procura de soluções alternativas; • Escolha ou decisão; • Implementação; • Avaliação. • As decisões variam numa escala das mais simples até as mais complexas (Carvalhal); • As mais simples ocorrem a nível inconsciente e as ações são reflexas e condicionadas; • Decisões programadas quem toma a decisão deve possuir informações suficientes para perceber e delimitar o problema, propor as soluções alternativas e escolher a que será implementada. • Teorias desenvolvidas poderão ajudar a identificar, descrever, explicar, prever, solucionar e corrigir os problemas envolvidos nas diversas etapas do processo decisório. 1. Percepção do problema:- percepção de que algo fora da normalidade está acontecendo, nem sempre o problema está bem delimitado. 2. Definição do problema:- se faz a primeira tentativa de definir o problema, é importante que haja distinção entre o que é causa e o que é sintoma. 3. Coleta de dados:- todos os indivíduos envolvidos na situação deverão ser ouvidos, a fim de se obterem informações mais detalhadas sobre a origem da situação. A informação é a base para a decisão quanto ao que deve ser feito. Considera-se pontos como: A) administração, B) regulamentos de pessoal, C) Condições de trabalho, D) equipamentos e E) outros itens relacionados com a função que cada um exerce. 4. Análise dos dados:- caracteriza-se pela distinção das informações relevantes ao fato, de modo que possibilite o estudo do problema a ser identificado. Tem por objetivo visualizar o problema segundo diferentes dimensões. 5. Redefinição do problema:- tentar novamente definir qual é o problema,ou quais são os problemas. 6. Procura de soluções alternativas:- uma das fases mais importantes e também a mais complicada. Deve-se contemplar quais seriam as várias propostas de soluções alternativas de que se dispõe e quais as possíveis conseqüências de cada uma delas. 7. Escolha ou decisão:- compreende uma série de outras decisões que visam programar e controlar a implementação.Três tipos principais: • decisões intermediárias: de natureza puramente executiva; • decisões de apelação: pressionadas pelos subordinados; quando ocorrem com freqüência, refletem inadequação da estrutura administrativa; • decisões criativas: rompem os padrões vigentes. 8. Implementação e avaliação do processo decisório:- momento da escolha em si, correspondem a uma série de decisões seqüenciais que visam à implementação da alternativa escolhida e posterior avaliação desta, na prática. Depois de algum tempo, avaliar, se perceber que não deu certo e utilizar estratégias alternativas.

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• O ENFERMEIRO E A TOMADA DE DECISÃO: O enfermeiro ao assumir um trabalho em instituições, se depara indiscutivelmente com situações diversas que lhe exigem conhecimentos, habilidades e atitudes coerentes, precisas e imparciais para uma tomada de decisões que venha ao encontro de seus valores pessoais e éticos e ao mesmo tempo em que atenda aos objetivos e metas da organização. Conceitos-Chave § O profissional que decide com sucesso entende a importância que tem os valores, a experiência de vida, as preferências e a forma de pensamento das pessoas nas alternativas escolhidas. § O ato de decidir e avaliar as decisões aumenta a experiência de quem decide. § Várias áreas de resolução de problemas e tomada de decisão na organização são diferentes da decisão pessoal ou profissional. § Duas importantes considerações na tomada de decisão na organização são a maneira como o poder a influencia e a questão de ser uma tomada de decisão administrativa precisa ser apenas “satisfatória”. § A ciência da administração produz várias ferramentas e técnicas de análise de

problemas administrativos e de tomada de decisão.

Tomada de Decisão pode ser :• Pela minoria • Pela maioria • Pelo consenso 8-Motivação e Desempenho Humano:-Motivação: Em administração, motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta. É o conjunto de motivos que levam o indivíduo a agir de uma determinada forma. Em outras palavras, a motivação é baseada em emoções.

- Teorias de motivação : A motivação sem dúvida é intrínseca a cada indivíduo, e pode-se afirmar que ninguém motiva ninguém. Hoje até se reforça a noção de que pode haver animação, estímulo, atribuindo-se aos chefes de unidades pequenas a atividade, se não a denominação, de “animador”. Mais provável que motivar é desmotivar .No entanto, há alguns aspectos a lembrar quando se trata desse assunto. Um deles é que motivação não garante desempenho.

• Um trabalhador absolutamente desmotivado numa dada unidade, ao mudar de local e de condições de trabalho, passa a fazer o que lhe é pedido na maioria das vezes. Isso é, sem dúvida, insuficiente, mas já permite que se consiga viabilizar a relação entre as partes, que parecia impossível, investindo na lealdade da organização para com seus membros – outro dos ditames da Administração da Qualidade. É necessário haver gerência para que isso ocorra, sem o que ninguém perceberá a inadequação do trabalhador à tarefa ou seu estado de desmotivação. Motivação é algo que a organização espera a priori do trabalhador, como apresentam pelo menos duas teorias clássicas:

1. A hierarquia de necessidades de Maslow – divide as necessidades dos indivíduos em cinco grandes categorias: fisiológicas (comer, beber, dormir, abrigarse, etc.), de segurança (sentir-se

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seguro em termos físicos e até de vínculo de emprego), sociais (fazer parte de algo e de um grupo), reconhecimento (verreconhecido por outros o seu trabalho) e auto-reconhecimento (satisfazer-se com o próprio trabalho). Estas representam as necessidades dos indivíduos, embora não de maneira exaustiva e não com essa conotação estanque, de que é necessário satisfazê-las de acordo com sua “hierarquia”. Afinal, a hierarquia presume que alguém contratado por salário mínimo jamais estará preocupado com auto-realização e que, a rigor, quem está no estágio de auto-realização desconsiderará eventuais dores de dentes e até dificuldades financeiras diante da sua satisfação com o trabalho

2. Os fatores higiênicos e motivacionais de Herzberg – presume que a maioria das questões usualmente tratadas sob o grande rótulo de motivação pode ser dividida em dois grupos: fatores higiênicos e motivacionais. Os primeiros são aqueles relacionados a condições de trabalho, salário, tipo de chefia, etc. Fica definido que na ausência destes a probabilidade de o individuo se motivar diminui. As características relativas às tarefas seriam colocadas sob a denominação “motivacionais”. Na verdade, à luz do que vinha sendo discutido verifica-se que os fatores higiênicos seriam aqueles cuja ausência “atrapalharia” a motivação e, a rigor, empurraria os trabalhadores para além da indiferença, na direção da desmotivação, e cuja presença os deixaria próximos da indiferença, mas sem qualquer conotação negativa. Resolvidos os fatores higiênicos, seria possível discutir motivação. No entanto, mesmo aceitar essa afirmativa significa uma linearidade que não faz justiça ao ser humano, que por vezes se motiva, apesar das piores condições, “pela causa” ou por qualquer outra razão. O problema é que pode haver prazo para a aceitação dessas situações menos favoráveis. Motivação tem uma importante e generalizada conotação positiva. Esse termo costuma ser associado a prazer no trabalho, desafio na tarefa, respeito à individualidade. No entanto, não é possível desconsiderar o papel dos estímulos do autoritarismo, da punição e do medo como fatores motivacionais. Talvez de duração mais curta e certamente menos aceitável nos dias de hoje, é inegável que esses fatores têm influência importante no produto do trabalho, se não no envolvimento do trabalhador em sua tarefa.

9-conhecimento de gerenciamento de R.H-Recursos Humanos:-Def: de R.H: ARH(administração de recursos humanos) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas”, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho

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♦ As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro de organizações, e estas dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar sucesso.

♦ Até pouco tempo atrás, o relacionamento entre pessoas e organizações era considerado antagônico e conflitante. Acreditava-se que os objetivos das organizações (lucro, aumento da produtividade, redução de custos, etc.,) eram incompatíveis com os objetivos das pessoas (melhores salários, lazer, qualidade de vida, etc..).

♦ A solução empregada era a do confronto, ganha-perde, onde se media força e caso uma parte levava tudo, a outra ficava com muito pouco ou quase nada.

♦ Recentemente (a partir da década de 90), verificou-se que, se a organização quer alcançar seus objetivos, ela precisa saber canalizar os esforços das pessoas para que também estas atinjam seus objetivos individuais, e com isso, ambos as partes saiam ganhando. Trata-se de uma relação do tipo ganha-ganha, que requer negociação, participação e sinergia de esforços.

♦ Atualmente trabalha-se para que haja convergência entre os objetivos organizacionais e individuais

Objetivos OrganizacionaisObjetivos Individuais

• Crescimento sustentado• Lucratividade• Produtividade• Qualidade dos produtos/serviços• Novos mercados• Novos clientes• Competitividade• Imagem no mercado

• Melhores salários• Melhores benefícios• Estabilidade/segurança no

emprego• Qualidade de vida• Oportunidades de crescimento• Liberdade de atuação• Lazer• Reconhecimento e valorização

-AS PESSOAS COMO PARCEIRAS DA ORGANIZAÇÃO-Administração Participativa:

♦ Atualmente, dentro das organizações, todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso.

♦ Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnologia. Os acionistas e investidores contribuem com capital e investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos. Os empregados contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização. Os clientes e consumidores contribuem para a organização, adquirindo seus bens ou serviços colocados no mercado.

♦ Cada um dos parceiros da organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela sua contribuição. Cada parceiro está disposto a continuar investindo seus recursos na medida em que obtém retornos e resultados satisfatórios de seus investimentos.

♦ As pessoas devem ser visualizadas como parceiras das organizações, pois constituem parte integrante do capital intelectual da organização. As organizações bem sucedidas se deram conta disso e tratam seus funcionários como parceiros do negócio e fornecedores de competências e não mais como simples empregados contratados.

Pessoas como recursosPessoas como parceiros

• Isolados nos cargos • Agrupados em equipes

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• Horário rígido• Normas e regras• Subordinação ao chefe• Fidelidade à organização• Dependência da chefia• Alienação à organização• Ênfase na especialização• Executoras de tarefas• Destrezas manuais• Mão-de-obra

• Metas negociadas• Resultados• Atendimento ao cliente• Vinculação à missão• Interdependência colegas• Comprometimento• Ética e responsabilidade• Fornecedoras atividades• Ênfase no conhecimento• Inteligência e talento

10-A ENFERMAGEM E A ADMINISTRAÇÃO :

Nos diversos serviços de saúde, especificamente no campo hospitalar, a gerência em

enfermagem tem adotado essencial importância na articulação entre os diversos profissionais da

equipe, além de organizar o processo de trabalho de a enfermagem procurarando concretizar as

ações a serem alcançadas junto com clientes, que buscam estes serviços para considerar às suas

necessidades de saúde-doença. Na enfermagem o profissional responsável legalmente para

assumir a atividade gerencial é o enfermeiro, a quem compete a coordenação da equipe de

técnicos e auxiliares de enfermagem, condução e viabilização do processo cuidativo, tendo

como princípio norteador de suas ações o direito da população à saúde integral, realizadas de

forma digna, segura e ética.

Florence Nightingale foi considerada a enfermeira pioneira a introduzir a administração no ambiente hospitalar, consolidando de forma precoce o princípio da divisão do trabalho na enfermagem ou seja, as ladies nurses deveriam pensar e administrar o trabalho e as nurses deveriam executá-lo.

10.1-ENFERMAGEM ATUAL E A QUALIDADE TOTAL PROPOSTA POR DEMINGEnfermagem deste século, começa a incorporar novos métodos e técnicas, a realizar as mudanças necessárias ao seu desenvolvimento e a alcançar a qualidade da assistência, resolvemos desenvolver um trabalho com a finalidade de oferecer uma contribuição aos estudos sobre o assunto, bem como difundí-lo em nosso meio profissional.

O Gerenciamento da Qualidade (Total Quality Management - TQM) é um processo através do qual se busca implantar a filosofia da Qualidade Total, cuja principal finalidade é a melhoria contínua dos produtos ou serviços, pelo aprimoramento do trabalho dos diversos membros e de todas as áreas da organização.

Teoria da Qualidade proposta por Deming é bastante abrangente e representativa do pensamento da Qualidade,

“Os 14 princípios de Deming” :

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1 - Crie constância de propósitos para melhoria do produto e do serviço :O SE tem compromisso com o gerenciamento da Qualidade, que apesar de não definida oficialmente existe uma missão para este serviço que, apesar de não ser bem conhecida, valoriza a satisfação dos clientes.2 - Adote a nova filosofiaCom relação a esta recomendações o pessoal de enfermagem procura não errar, mas ainda existem erros, que a preocupação com a qualidade do serviço pôde ser observada nas atitudes, que existe alguma preocupação em buscar sugestões do paciente e que o pessoal se esforço deatender o paciente bem.

3 - Cesse a dependência da inspeção em massaO Princípio 3 está aplicado de forma semelhante aos dois anteriores A análise de suas recomendações mostra que existe uma preocupação em melhorar os processos e esta deve ser contínua, o pessoal deve saber o que e como fazer, que seu erro pode atrapalhar o serviço de outras pessoas e que procura avaliar a satisfação do paciente para melhorar o processo desenvolvido.

4 - Acabe com a prática de aprovar orçamentos apenas com base no preço:

Já o Princípio 4, deve ser de aprimoramento contínuo, pois a Enfermagem deve participar da escolha do material que utiliza, este normalmente não deve faltar, nem atrasar e ser de boa qualidade.

5 - Melhore constantemente o sistema de produção e de serviçosO Princípio 5 também deve ser bem utilizado precisando somente de melhoramento contínuo.A Enfermagem deve buscar o aprimoramento de seus serviços para melhor atender ao paciente, deve procurar identificar e resolver definitivamente os problemas, transforma-se ao longo do tempo pela introdução de inovações e de novas tecnologias e que busca o conhecimento pelo aprimoramento do pessoal.

6 - Institua treinamentoO Princípio 6 em suas recomendações mostra que este SE deve manter um setor para treinamento,ou uma empresa associada para este fim , deve treinar os recém-admitidos e transferidos, treinar para as inovações e novas metodologias, utilizando tanto o treinamento formal como formal e informal no seu dia –a- dia..

7 - Adote e institua a liderançaO Princípio 7 é um dos que nos diz que apesar de algumas vezes ser utilizado, muita coisa precisa ser feita para que seu emprego seja adequado. Verificamos que no serviço de enfermagem a supervisão ainda é muito importante para a efetividade do serviço, apesar disto, com certa freqüência existe cooperação e participação, muitas vezes se adota o trabalho em equipe e algumas vezes os chefes atuam como facilitadores.

8 - Afaste o medoO Princípio 8 também demonstrando que muita coisa precisa mudar para que sua aplicação seja correta. Vimos que não é freqüente o pessoal dar sugestões, que as punições são mais usuais que as recompensas e, talvez por isto, o pessoal normalmente tem medo das mudanças e de pedir orientações.

9 - Rompa as barreiras entre os diversos setores de pessoalO Princípio 9, portanto, o mesmo pode ser dito em relação à sua utilização. Constatou-se que freqüentemente que deve haver um clima de trabalho conjunto entre os setores, e deve estar claro como um setor se relaciona com os demais e que deve haver uma interação adequada entre eles, mas cada setor procura realizar bem o seu trabalho.

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10 - Elimine slogans, exortações e metas para a mão de obraO Princípio 10 devemos evitar os slogans as chefias devem atuar como facilitadoras buscando alcançar as boas condições de trabalho.

11 - Suprima as cotas numéricas para a mão de obraO Princípio 11 , significa que tudo precisa mudar para que seja bem utilizado, pois as metas numéricas ainda são utilizadas no serviço de enfermagem , a preocupação com a “quantidade” ainda é significativa para o serviço de enfermagem , poucas vezes o pessoal de enfermagem participa da elaboração das metas e por isto, nem sempre existe o compromisso de alcançá-las.Então o pessoal de enfermagem deve se esmerar em participação de todos em elaborações de metas com a finalidade de se ter compromisso em atingir os objetivos proposto por todos. A enfermagem busca a qualidade nos serviços que presta em vez de se preocupar com o número de pacientes a ser atendidos.

12 - Remova as barreiras que privam as pessoas do justo orgulho pelo trabalho bem executadoO Princípio 12 freqüentemente o pessoal de enfermagem sente orgulho em trabalhar no hospital e tem condições de aproveitar seu potencial, porém, com menor freqüência sente que seu trabalho está sendo bem feito e reconhecido e que poucas vezes consideram boas as condições em que ele ocorre.

13 - Estimule a formação e o auto-aprimoramento de Todo As pessoas nem sempre são consideradas o maior patrimônio da instituição, apesar de serem constantes os investimentos em capacitação, de haver incentivo à participação em eventos e do pessoal demonstrar interesse pelo aprimoramento. As pessoas precisam ser consideradas pelas suas chefias.

14 - Tome a iniciativa para realizar a transformaA utilização do Princípio 14 as recomendações que podemos dizer que a chefia não devem medir esforços para alcançar a qualidade, e deve utilizar o planejamento para alcançá-la e que, com certa freqüência, as pessoas conhecem os princípios da Qualidade e que todos devem se comprometer com o programa de qualidade.

11-ROTINAS DO SERVIÇO DE ENFERMAGEM – PARA O TÉCNICO NO SETOR HOSPITALAR: ROTINAS: DEF. São procedimentos diários que devemos obedecer para a padronização do serviço de enfermagem.

Rotinas do técnico no setor hospitalar: Receber do colega os pacientes (no setor), tomando conhecimento das ocorrências;Fazer a leitura do livro de relatório geral;Obedecer à escala diária de leitos;

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Fazer, na folha de prescrição, anotações claras e legíveis de todos os cuidados prestados e de todas as observações feitas, assinando sempre ao final das mesmas;

Cumprir as rotinas estabelecidas;Solicitar a presença do enfermeiro sempre que houver dúvidas;Atender sempre aos chamados dos pacientes;Preparar a unidade para admissões, e receber o paciente;Preparar o paciente para alta e transferências;Preparar o corpo em caso de óbito e encaminhá-lo, caso exista, à capela do hospital;Executar todos os cuidados prescritos e necessários ao paciente:

. higiene oral e corporal;

. mudanças de decúbito;

. prevenção e tratamento de escaras;

. lavagem intestinal;

. aspirações (oral e traqueal);

. verificação de sinais vitais (na rotina, na admissão e no pré e pós-operatório), além de assistência em parada cárdio-respiratória; . lavagem gástrica;. aplicações quentes e frias; . colocação de eletrodos; . tricotomias; . preparo e administração de medicamentos; . preparo do paciente para exames específicos; . instalação de oxigênio com cateter nasal, e traqueostomia; . coleta de material para exames; . fornecimento e retirada de comadres e patinhos, e encaminhamento dos mesmos para central de material; . observação e registro do aspecto das eliminações;. auxílio em pequenas cirurgias (traqueostomia, punção de veia profunda);. auxílio ao paciente em todas as ações que ele não conseguir executar sozinho, tais como: comer, locomover-se, comunicar-se, etc.

Consevar todo o material da unidade;Comunicar ao enfermeiro a falta de qualquer material ou medicamento, e as intercorrências; Participar de cursos, trabalhos e pesquisas realizadas no hospital; Em serviço noturno, obedecer à escala de descanso; Participar de reunião com a chefia, sempre que for convocado.

12-NORMAS DE ENFERMAGEM: É o estabelecimento de uma medida, de um padrão, de uma técnica ou de critérios de desempenho, mediante os quais se podem determinar níveis desejáveis de assistência a ser prestada e avaliar a quantidade e qualidade do trabalho realizado. Ex: Normas da sala de parto

PROFESSORA: IRIS CORRÊA 14