42
Universidade Candido Mendes - UCAM Pós – Graduação LATO SENSU A Vez do Mestre Kátia Santos de Carvalho GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU EFEITO NO ATUAL PAPEL DO GESTOR Rio de Janeiro 2004

GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

Universidade Candido Mendes - UCAM Pós – Graduação LATO SENSU

A Vez do Mestre Kátia Santos de Carvalho

GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O

SEU EFEITO NO ATUAL PAPEL DO GESTOR

Rio de Janeiro 2004

Page 2: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

2

KÁTIA SANTOS DE CARVALHO

GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEITO SETOR E O

SEU EFEITO NO ATUAL PAPEL DO GESTOR.

Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes Para obtenção parcial do Curso de pós-graduação Latu Sensu em Gestão Estratégica e Qualidade

Orientador: Prof. Celso Sanchez

RIO DE JANEIRO 2004

Page 3: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais pelo apoio e incentivo, carinho e afeto, a minha irmã, a minha sobrinha

Karolina,. Ao professor Celso Sanchez pelo apoio dado nesta monografia. Aos professores,

pelos conhecimentos transmitidos pelos conhecimentos durante esta jornada e aos meus

colegas por estes momentos de fraterna convivência e troca de informações.

Page 4: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

4

RESUMO

Uma Gestão estratégica vem sendo necessário em todos os ramos das atividades, e não

seria por menos no terceiro setor. Como o terceiro setor surgiu com a falência do Estado, o

setor privado começou a ajudar em questões sociais, por meio de instituições que passaram

a compôr o Terceiro Setor. Numa sociedade atual em que é relevante a Responsabilidade

Social, o trabalho voluntário sempre visando sem fins lucrativos. Obter uma gestão eficaz e

eficiente é sem dúvida o desafio para qualquer gestor que deseje estar atuando numa

instituição sem fins lucrativos e sem receitas próprias e com uma difusão em larga escala.

Obter um diferencial num meio em que tantas outras organizações executem a mesma

atividade se perpetuar é um desafio constante.

Page 5: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

5

SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 6

II GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR .............................................10

III.QUADRO TÉORICO ...................................................................................................12

3.1 CENÁRIO DO MERCADO DE TRABALHO .............................................................12

3.2 ANÁLISES QUE EXPLICAM ESSE CENÁRIO .........................................................13

3.4 NOVOS DESAFIOS .....................................................................................................17

3.5 EMPRESA SOCIAL E/OU EMPRESA SOLIDÁRIA .............................................. .20

3.6 TERCEIRO SETOR MOVIMENTA R$ 12 BILHÕES POR ANO NO PAÍS ...........21

3.7 TERCEIRO SETOR É ALIADO NO DESENVOLVIMENTO CT& I .......................24

IV METODOLOGIA .........................................................................................................26

4.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................................................26

4.2 COLETA DE DADOS ...................................................................................................26

4.3 TRATAMENTO DE DADOS .......................................................................................27

4.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ......................................................................................27

V ANÁLISE ........................................................................................................................29

VI CONCLUSÃO ..............................................................................................................33

REFERÊNCIAS..................................................................................................................35

Page 6: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

6

I. INTRODUÇÃO

O tema do presente estudo é a gestão estratégica no terceiro Setor e o crescimento

do terceiro setor e seu efeito no papel do gestor.

O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo

setor é o privado, responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor

privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que

compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações

sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter

público.

O importante é diferenciar uma associação de bairro ou um clube que ajuda os

próprios associados de uma entidade beneficente, que ajuda os carentes do bairro.

Nem toda entidade beneficente ajuda prestando serviços a pessoas diretamente. Por

exemplo: uma ONG que defenda os direitos da mulher, fazendo pressão sobre nossos

deputados, está ajudando indiretamente todas as mulheres.

Nesse contexto situa-se o papel do gestor, que será tratado nesse estudo sob o ponto

de vista de dois âmbitos: o administrador de empresas públicas e privadas que acaba por ser

responsável pelos projetos sociais da empresa e precisa conciliar a competitividade imposta

pelo capitalismo selvagem e a solidariedade através de projetos beneficentes, de forma

estratégica utilizando com base em informações sem prejudicar a ambos; e o gestor de

organizações não-governamentais que precisa vencer o desafio de reger uma empresa que

não possui receita própria e depende da caridade e boa vontade alheia para realizar seus

projetos.

Page 7: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

7

No Brasil de hoje, a voz dos mais variados grupos sociais se faz ouvir no espaço

público. Mesmo sendo organizações sem fins lucrativos estão sujeitas também a

concorrências de outras entidades que desenvolvem atividades similares. e mesmo estas

precisam garantir que seus produtos satisfaçam as necessidades do público a que se

destinam, de modo a assegurar sua perpetuidade e crescimento. e também para cobrar ações

do Estado e tomar iniciativas por si mesmos. Este protagonismo dos cidadãos determina

uma nova experiência de democracia no quotidiano, um novo padrão de atuação aos

governos e novas formas de parceria entre Sociedade Civil, Estado e Mercado.

. O surgimento de um Terceiro Setor - não governamental e não lucrativo - redefine

o Estado e o Mercado. Por outro lado, o Terceiro Setor também se vê, ele próprio,

confrontado ao desafio de qualificar e expandir suas ações de promoção de uma

solidariedade eficiente

A John Hopkins University e o Instituto Superior de Estudos da Religião revelam

que, no Brasil, foram registradas, recentemente, 220 mil instituições que, sem fins

lucrativos, dedicam-se à beneficência.

São 12 milhões de voluntários atendendo 9 milhões de pessoas diretamente, ou 8%

da nossa população. Esta é uma realidade insuspeita, capaz de medir uma parte enorme da

nossa sociedade civil. Uma realidade que detém um impressionante potencial de decisão no

país. E que traz a marca de duas características.

Primeira, e essencial: é a única portadora da bandeira do cumprimento de deveres,

num Brasil em que a exigência de direitos sem contrapartida há muito tempo depaupera o

processo social.

Segunda - circunstancial, mas fatal: ela não está organizada. Ou melhor: não estava.

Uma lei do governo federal precipitou um processo de reformulação. A lei, n° 9732/98, de

Page 8: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

8

01/04/98, eliminou as isenções fiscais de todas as instituições de assistência social, por

suspeita de fraudes. E assim o governo legislou para uma minoria fraudulenta. Mas

produziu o efeito de organizar a atividade beneficente no país. Esta organização tornou-se

parte substancial do Terceiro Setor.

O objetivo deste estudo é proporcionar informações relacionadas ao terceiro setor

(ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal.

No decorrer do trabalho, serão estudados; as estratégias com base na informação, o

conceito, o surgimento, as metas e os desafios do terceiro setor; o perfil do profissional do

terceiro setor e o empreendedor social; o voluntariado empresarial e a gestão de pessoal; a

importância do terceiro setor para a sociedade, o surgimento das entidades não-

governamentais e os princípios da responsabilidade social.

A escolha do tema justifica como obter uma gestão eficaz e eficiente e estratégica e

ser uma das ferramentas mais importantes para a melhoria da qualidade de vida de nosso

país.

Além da união de nossos ideais e de solidariedade, é preciso buscarmos soluções

técnicas e organizacionais para sustentarmos e desenvolvermos nosso trabalho de forma

efetiva.

Considerando uma jornada de oito horas diárias, temos, de forma aproximada,

(descontando uma média de oito horas de sono) que um trabalhador com essa rotina passa

cerca 50% do seu tempo de vigília em seu ambiente de trabalho. Num cenário caracterizado

cada vez mais pelo ‘enxugamento’ de mão-de-obra, um mercado que favorece o

desdobramento daqueles que permanecem empregados, passando a assumir cada vez mais

funções (downsizing) imagina-se que essa média de tempo de convivência na empresa seja

ainda maior. Podemos traçar o seguinte raciocínio: ‘se um indivíduo trabalha numa

Page 9: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

9

corporação em desacordo com os valores éticos, ele passa cerca de 50% de sua vida agindo

de forma antiética, mesmo que movido por força das circunstâncias. Essa prática pode

acabar influindo na sua atuação fora do contexto de trabalho, refletindo-se na sua atuação

como cidadão. Desta forma, a conhecida cultura do ‘jeitinho’, da instituída ‘Lei de Gerson’,

popularizada num antigo comercial de cigarros, acaba se propagando e marcando

negativamente a sociedade brasileira.

A prática socialmente responsável, tanto em instituições públicas, quanto privadas,

consiste numa grande ferramenta para a consolidação de uma sociedade mais digna e

socialmente justa. Quadro que seria muito mais favorável, seja para o Estado, para o

Mercado ou para a Sociedade, ninguém mais se beneficia da miséria social. Numa

sociedade que não produz, que não gera renda, reduz-se o consumo e aumenta-se a

violência.

Nesse contexto, a hipótese formulada para o estudo é a seguinte: usar a gestão

como um diferencial estratégico, para alcançar a realidade do desenvolvimento sustentável

é preciso conceber as atuais crises sociais, econômicas e produtivas como oportunidade de

desconstrução e redesenho. E somente através da ética este desafio pode ser superado.

Assim como a mudança percebida pela postura atual dos profissionais de

comunicação em relação ao uso de drogas, especialmente do ‘cigarro’, noutros tempos tão

explorado pela mídia, fica o apelo da conscientização quanto ao emprego das práticas de

cidadania empresarial e à extinção da tão ultrapassada ‘Lei de Gerson’.

Page 10: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

10

II GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR

Gestão tem sido a base para estratégias, metas e novos desafios que diversos setores

têm vivido. A Globalização foi determinante para empresas de ramos diversos terem se

adaptado, as novas formas de gestões e o terceiro setor também sentiu o seu efeito neste

novo papel .

Conceituar estratégia não seria nada difícil, porém, o foco é saber onde o gestor

encontra a forma ideal e assertiva para implementar uma gestão adequada, num setor onde

não se visa os lucros mas não significa que se deixa de oferecer serviço com qualidade.

Mesmo tendo surgido e aplicada no meio militar, a estratégia não se limitou ao meio mas

se expandiu para diversas áreas corporativas ou não.

Michael Porter (1996), uma das grandes autoridades em estratégia competitiva e

define estratégia como:

“Realizar um conjunto de atividades, distinto dos competidores, que

signifique maior valor para os clientes e ou crie um valor comprável a um

custo mais baixo.”

Independente da estratégia o importante é saber que podem ser dirigidas a novos

produtos ou mercados, à redução de custos, ao crescimento das receitas ou à realização de

alianças e parcerias proveitosas e a superação e também ao alcance da missão das

instituições e com certeza no Terceiro Setor que precisa decidir de forma organizada que

Page 11: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

11

resposta pretendem ter para determinado período, definindo quais as metas e o que fazer

para atingi-las.

Segundo Mintzberg (2003,p 24.25)

“ A estratégia pode ser vista como uma força mediadora entre a

organização e seu ambiente. Por essa razão, a formulação da

estratégia envolve a interpretação do ambiente e o desenvolvimento

de padrões consistentes em uma série de decisões organizacionais

(estratégias) para lidar com essa estratégia principal.”

Outro fator importante principalmente se aplicado ao Terceiro Setor é aliar a

informação que é um elemento essencial para a criação, implementação e avaliação de

qualquer estratégia . Baseando as informações coletadas sobre diversas partes dos

ambientes que envolvem qualquer corporação são ambientes internos. E externos que após

coletadas as informações também deve ser objeto de um planejamento estratégico, e em

função das características da estratégia corporativa, Administração Pública ou Terceiro

Setor, os esforços podem ser concentrados na obtenção, tratamento e disseminação da

informação mais útil para apoiar e basear a execução da estratégia e as novas exigências

dos ambientes interno e externo.

Page 12: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

12

III QUADRO TEÓRICO

3.1 Cenário do Mercado de Trabalho

Neste momento de graves transformações sociais, econômicas e políticas, é difícil

analisar o processo. Só podemos apontar é para algumas tendências que devemos observar.

Segundo a economista Dra. Rosa Marques, em debate promovido no Núcleo de

Trabalho da PUC/SP em 05/05/98, tecemos alguns considerações da problemática do

Trabalho:

Qual o papel do trabalho no momento atual?

- Taxas de desemprego elevadas que não tem correspondente na história a não ser

na recessão.

- Desemprego de grande duração. Implica que os desempregados hoje raramente

voltarão a ser empregados.

- Perfil dos desempregados mais afetados:

- Maiores de 45 anos,

- Maioria de mulheres desempregadas do que homens,

- Jovens, que saem das escolas e não chegam a se integrar no trabalho.

Dentro do perfil dos desempregados a maioria é de menos qualificados. Cresce o

trabalho parcial e temporário - havendo rompimento das garantias do trabalho

Page 13: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

13

3

Seriam produzidas por novas tecnologias poupadoras de mão de obra? Novas técnicas de

produção? Outras formas de organização do trabalho e produção? Qualificações elevadas

justificariam os não qualificados? Se isto for verdade a taxa de desemprego é natural, associada ao

novo mundo, porém, estatísticas mostram que não é só o desqualificado que está desempregado. Se

o desemprego é natural, como conseqüência disso, tem sentido eliminar categorias, direitos e

conquistas adquiridos do trabalho.

Os argumentos dos economistas estão no campo do micro e do macro. Na lógica do

micro há tendências de desmobilizar os trabalhadores. Eliminar os encargos sociais

significa tirar a proteção e diminuir as rendas familiares. No Brasil a média destes

benefícios é de 2,5% enquanto que na França isto significa 30%.

Barbosa e Oliveira (2001) propõe que, ao invés da leitura corrente acima apontada

pode-se pensar:

Emprego não é apenas função de tecnologia, é função de investimentos. Mudou a relação

capital trabalho. O capitalismo está em crise e ela está aberta desde a crise de 70. O PIB na

maioria dos países é ridículo. O capitalismo em crise é que produz a crise do desemprego. Nestas

épocas o capital introduz tecnologias pois são mais produtivas. São nas situações de arrefecimento

do capital que há novas tecnologias.

Page 14: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

14

Na crise do investimento - o capital é volátil - o produtivo fica em segundo plano ao

chamado capital financeiro. O capital produtivo migra para o financeiro que se reproduz sem base

material. O especulativo tem grande primazia.

Segundo Barbosa e Oliveira (2001), a globalização não traz nada de novo no

cenário capitalista, mas há diferenças no plano financeiro. A velocidade de informações

fortalece e fragiliza o capital que migra e parece virtual.

O trabalhador qualificado não está sequer protegido. Trabalhar a empregabilidade,

sob o prisma da educação é falso. Ela garante apenas os primeiros passos para o exercício

da cidadania.

No brasil da década de 70 o mercado de trabalho crescia com o assalariamento e

introdução no mercado formal. O Estado contratava e pagava bem.

Hoje o mercado de trabalho informal cresce enquanto o mercado formal se retrai

assustadoramente. Cai o salário e o trabalhador não tem empregos com direitos.

Coelho (2000) cita duas mudanças qualitativas na década de 90:

Em 1991 o salto de desemprego que não desce quando a economia cresce.

Em 1994 a relação de trabalho alterando-se de tal forma e o Governo não defende,

incentiva o trabalho temporário e há aumento de horas extras.

Na verdade não se tem dados reais sobre o mercado de trabalho e precisamos

construir novos indicadores para o Brasil.

Assim é preciso entender qual é o significado do trabalhador autônomo: Seria a

negação de outras categorias? Seriam profissionais liberais?

Quando há essa precariedade do trabalho e ela não é pequena, aumenta a busca só

de atividade. A juventude não idealiza uma profissão. Porém, Coelho (2000) reconhece a

Page 15: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

15

humanidade através do capitalismo sempre defendeu tecnologias capazes de poupar

trabalho.

Neste momento, com esta resultante - o nível de desemprego – Coelho (2000) pensa

que não se pode vê-la apenas como estrutural ou conjuntural - o nível de emprego é antes

de tudo social e não de emprego. Qual é a partilha do trabalho no conjunto da Nação? Qual

o reconhecimento social desse trabalho? É socialmente reconhecido o trabalho que gera

valor?

Nossa base é de exclusão! Se formos nos adaptar a este mercado posto não

formaremos para o mercado; pois no capitalismo sempre aparecem e desaparecem funções.

Em sendo a crise do capitalismo conjuntural e se mudou a relação capital trabalho,

onde faremos nossa ancoragem?

3.3 As Novas Demandas

Elas parecem decorrer de segmentos que também não são novos e nos introduzimos

na reemergência do chamado Terceiro Setor e das políticas focalistas.

BoaVentura de Souza Santos no Seminário Internacional: Sociedad y La Reforma

del Estado - La Reinvención Solidária del Estado - abril 1998), assim define o Terceiro

Setor:

" é una designação residual e vaga con que se pretende dar conta de um vastíssimo conjunto de organizações sociais que não são nem estatais ni mercantis, o seja, organizações sociais que por un lado, sendo privadas não visam fins lucrativos, e por outro lado, sendo animadas por objectivos sociais, públicos ou colectivos, não são estatais..."

Page 16: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

16

Hudson (1999) define o terceiro setor em três faces:

a) 3º setor como idéia, conceito e ideal que encarna valores sociais como altruísmo,

iniciativa, respeito à capacidade dos indivíduos de agirem por autoridade própria

a fim de melhorarem suas vidas e a de outros, solidariedade etc... valores difíceis

de serem executados entre nós por paradigmas culturais e educacionais,

b) 3º setor como realidade - porém pouco organizado e capacitado. Sobrepõe-se o

capital financeiro ao capital humano pelas mesmas dificultantes apontadas acima,

c) 3º setor como ideologia e com os seus distintos mitos: insignificância ou

incompetência e voluntarismo (e o da pura virtude ou imaculada conceição).

Hudson (1999) considera interessante para reflexão:

1 - o desafio da legitimidade do 3º setor para o estado e/ou país, e aqui é de

fundamental importância o marco legal,

2 - o desafio da eficiência - treinar gestores nas habilidades exigidas pelo setor:

capacitar gestores que vão capacitar organizações que vão capacitar comunidades, e pensar

a infra-estrutura,

3 - o desafio da sustentabilidade - a sustentabilidade financeira não é o único

problema, quase da mesma importância é o capital humano do setor. ressalto que o autor

refere-se que mesmo nos EUA a renda auferida através da filantropia mal chega aos 18% e,

diz ainda que 10% já seria um objetivo razoável. outras abordagens se impõe, por exemplo

o 3º setor como carreira e não como volta ao serviço governamental.

4 - o desafio da colaboração - colaboração com o estado, com o setor empresarial e

entre suas próprias fileiras.

Page 17: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

17

Uma pesquisa realizada em sete países e publicada na obra de Merege e Barbosa

(1998), evidencia que o 3º setor é uma grande força econômica. no entanto as doações

caritativas estão longe de representar a fonte principal de apoio, não é sequer a segunda. a

principal fonte são taxas e encargos sobre serviços, que representam 47% e a segunda

maior fonte é o governo 43%. as doações de particulares não passam de 10%.

Propõe ainda que mesmo na diversidade cumpre-nos buscar visão comum dos

graves problemas partilhados por todas as Organizações do 3º Setor: marco legal do direito

de montar organizações do 3º setor com amplo leque de finalidades; pleitear incentivos

fiscais para organizações e contribuintes e oferecer serviços essenciais ao setor: contábil,

treinamento, formação de grupos especializados, etc...

3.4 Novos Desafios

Além dos já pontuados por Hudson (1999), Nanus e Dobbs (2000) ressaltam:

- Relação entre mercado e instituições reguladoras do mesmo. Poderíamos

contribuir para criar novas formas de regulação deste mercado? Tenho claro que

nos confrontaremos com este mercado real?

- Relação com a administração pública legislativa e executiva para assegurar o

nosso marco legal. Procurar ajuda de legisladores e não apenas dos

"fiscalizadores" das leis.

- Relacionaremos este marco legal com o "Balanço Social" das empresas?

- Devemos ter um sistema de contabilidade diferenciada?

Page 18: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

18

- Políticas Sociais e Políticas Subsidiárias para este 3º setor - entremeando entre o

crescimento econômico e bem estar social, entre política econômica e política

social, entre produção e assistência ?

- Devemos criar instrumentais democráticos, de controle efetivo deste chamado 3º

setor, para que não seja de novo, beneficiário apenas do Grande Capital?

- Precisamos de ampliar as bases sociais da democracia com garantias normativas

e condições materiais para seu exercício e portanto buscar uma maneira

complementar no mercado, ampliação e complexização do mercado. Sentido de

pertencer da comunidade - ética pública, comunicação e discussão pública sobre

os fundamentos morais da sociedade, participação na produção da esfera

pública?

Segundo Nanus e Dobbs (2000), algumas experiências dos trabalhos que vêm sendo

desenvolvidos neste setor:

- Desenvolvimento de projetos com Metodologia de Planejamento Participativo

Orientado por Objetivos,

- Capacitação de Recursos Humanos,

- Avaliações de Programas,

- Diagnoses Sociais, propostas de encaminhamentos, avaliações e monitoramento.

- Assessoria Técnica Científica para montagem de Seminários,

- Articulações entre distintos parceiros, quer seja na implantação de Projetos e

Seminários ou na implementação e Execução dos mesmos,

Page 19: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

19

- Organização de Grupos Informais em Grupos Formais,

- Articulação de Grupos Comunitários,

- Pesquisas: para elaboração de pareceres técnicos, para moderação e coordenação

de mesas redondas, debates, conferências, etc.

Algumas exigências:

- Conhecer dos mais variados segmentos pertencentes à sociedade e suas

demandas.

- Conhecer o que ocorre no seio das Entidades sem Fins Lucrativos e do Terceiro

Setor

- Ter domínio técnico científico nas áreas administrativas, técnicas,

organizacionais, etc...

- Ter competência para elaboração de projetos diversificados nos moldes das

exigências colocadas pelo mercado, inclusive o Internacional bem como

monitorá-los.

- Informar-se quotidianamente (através de todos os meios possíveis)

- Conhecer tecnologias inclusive as sociais, embora neste capitalismo novas

tecnologias já não exigem trabalhadores tão especializados.

- Conhecer línguas.

- Ter bom raciocínio, capacidade de decisão, lealdade e compromisso.

Page 20: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

20

3.5 Empresa Social e/ou Empresa Solidária

Há quem pense que na "empresa social" a identidade do grupo se produz gerando

justiça social, e que não se trata apenas de cumprir princípios de justiça prefixados segundo

os procedimentos, desenvolvendo honestamente a tarefa redistributiva, delimitada e

compartimentada. Se trata de elaborar e transformar os princípios de justiça. Sobretudo,

construir, ampliar e socializar os procedimentos sociais nos que tem lugar esta elaboração e

transformação.

Segundo Neder (1998), a empresa social busca e produz sinergias entre o mundo da

assistência e o mundo da produção. A idéia das sinergias se concentram em um ponto muito

simbólico e ao mesmo tempo muito concreto. Neder (1998, p. 6) salienta que:

"empresa social é uma empresa para todos os fins, só que seus benefícios se medem pela sua capacidade de produzir um valor agregado de natureza social, um valor do qual pode desfrutar toda a comunidade civil."

Devem passar entre o público, o privado e o mercado, inclusive no caso da

"assistência ao trabalho" das populações empobrecidas, envolvendo recursos materiais e

humanos, procedimentos de diversas fontes; trabalhando, para tornar cada lugar de

assistência em um laboratório produtivo de bem estar econômico e social. Podem ser

espaços de riscos e redes de segurança para os participantes.

Neder (1998, p. 7) cita um exemplo:

Page 21: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

21

“As Cooperativas de Assistência da Itália - graças a transformação cultural e institucional que atravessou a administração pública e envolveu administradores, funcionários, operadores e cidadãos em geral que liberaram de suas cabeças a idéia da necessidade de recorrer a cárceres de jovens.”

Em vários países do mundo se interrelacionam com empresas privadas e órgãos

públicos a nível local e nacional.

Muitos defensores dos direitos da cidadania, tais como Silva (1992), Souza (1998) e

Szazi (2001) acreditam que a empresa social (empresa solidária, associações, cooperativas

e ONGs) deve nascer da passagem da liberação dos que estão privados destes direitos, para

aquilo que está no território como direito de todos, pelo menos do ponto de vista da

Constituição Federal, no caso brasileiro. É evidente que o objetivo de empresas deste tipo é

conquistar os direitos da cidadania.

3.6 Terceiro Setor movimenta R$ 12 bilhões por ano no país

É possível fazer negócios de maneira responsável, ética e cidadã. A premissa,

adotada por número limitado de empresas no País, é regra básica da fabricante de

cosméticos e complementos nutricionais Natura, "desde a ponta do fornecedor de matérias-

primas até o relacionamento com o consumidor, passando pelo processo de transformação,

manufatura e logística de distribuição", afirma Rodolfo Guttilla, diretor de assuntos

corporativos.

A imagem da marca Natura como empresa comprometida com a preservação e

conservação dos recursos naturais e com o desenvolvimento sustentável e socialmente justo

foi comprovada em pesquisa realizada junto a seus consumidores: para 75% das mulheres e

Page 22: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

22

63% dos homens ouvidos o atributo "socialmente responsável" é tão importante quanto a

tecnologia e a confiança nos produtos.

Essa percepção do consumidor de priorizar compras de produtos de fabricantes que

desenvolvem programas sociais e de atuação responsável é ainda iniciante no País, mas

representa uma tendência sólida e irreversível. Segundo estudo realizado pelo Instituto

Ethos e pela Indicator Pesquisa de Mercado, a renda baixa ainda faz com que o brasileiro

defina a compra pelo preço, o que coloca o consumidor brasileiro muito distante de países

de Primeiro Mundo e até de outros em desenvolvimento. Apenas 16% considera esse tipo

de ação para definir a marca de um determinado produto que levará para casa. Na Austrália,

o índice é de 60%, nos Estados Unidos, de 53% e na Argentina, 24%.

O levantamento "Responsabilidade Social das Empresas - Percepção do

Consumidor Brasileiro" faz parte de um estudo global, o Corporate Social Responsability,

desenvolvido pelo instituto canadense Environics International, que reúne parceiros em 20

países. O Brasil o País ficou na décima-quarta posição.

O prestígio da marca Natura junto a consumidores e à sociedade foi construído

através de ações como o manejo adequado das reservas de andiroba, no Amazonas, e de

cupuaçu, em Rondônia, pelas comunidades locais dentro de padrões definidos pelo Forest

Stewardship Council e o Conservation Agriculture Networ, através do Programa de

Certificação de Ativos. O compromisso da marca também envolve o controle de emissão de

poluentes tanto das frotas de caminhões de empresas terceizadas que fazem a distribuição

de seus produtos, até o uso de gás R134a, inofensivo à camada de ozônio, nos aparelhos de

ar condicionado. Para evitar a emissão de substâncias nocivas, a Natura nunca utilizou o

gás CFC em seus produtos. Ela opta pelo butano-propano como propelente nos

desodorantes aerosóis.

Page 23: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

23

A fabricante de cosméticos também é reconhecida por seu trabalho social em

diversas frentes: no Programa Escola, no Projeto Jequitinhonha, na Cooperativa de

Costureiras, nos Barracões Culturais da Cidadania, no Programa de Promoção do

Voluntariado, além de estar associada a outras iniciativas e organizações do Terceiro Setor

e apoiar diversas instituições beneficentes.

Como parte de seu projeto de internacionalização, a Natura publica, desde o ano

passado, um relatório anual de responsabilidade corporativa no modelo proposto pela

Global Reporting Initiative (GRI), instituição mundial apoiada por uma grande rede de

organizações multilaterais e da sociedade civil. No mundo, apenas 110 empresas publicam

seus relatórios dentro deste molde, sendo a Natura a pioneira no Brasil, ao lado de grandes

grupos como Basf (alemã), Ford Motor e Procter & Gamble (norte-americanas).

Com participação de 1,5% no PIB nacional, o Terceiro Setor - constituído por

organizações privadas sem fins lucrativos que geram bens, serviços públicos e privados

com o objetivo de obter desenvolvimento político, econô-mico, social e cultural no meio

em que atuam - movimenta anualmente cerca de R$ 12 bilhões, emprega 1,2 milhão de

pessoas e atrai ao redor de 1,5 milhão de voluntários.

O Brasil registra hoje mais de 250 mil instituições, formadas por organizações não-

governamentais (ONGs), sem fins lucrativos, e que receberam, em 1995, doações da ordem

de R$ 1,1 bilhão provenientes de quase 15 milhões de brasileiros, segundo dados do

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão vinculado ao Ministério do Planejamento.

Estima-se que o número de doadores já havia triplicado em 1998, chegando a 44,2

milhões de pessoas, ou 50% da população adulta brasileira, segundo dados da Comunidade

Solidária, entidade de promoção social do governo federal em parceria com lideranças da

sociedade civil. Para expandir e fortalecer sua atuação, o Terceiro Setor enfrenta quatro

Page 24: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

24

grandes desafios: legitimar-se junto à sociedade, tornar-se mais profissional na sua gestão,

buscar novas e criativas formas de financiamento e fazer parcerias com o Estado e o setor

privado, segundo palestra de Lester Salamon, catedrático da Universidade John Hopkins

que participou, no final de setembro, do Seminário Internacional sobre Perspectivas para o

Terceiro Setor no Século XXI, realizado pela área de Educação Comunitária do Senac São

Paulo e o Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo.

A vinda de Salamon faz parte da estratégia do Senac São Paulo de fortalecer sua

atuação por meio de ações sócio-educativas que mobilizem, integrem e desenvolvam

pessoas e organizações. Entre as iniciativas estão a criação da Universidade Aberta do

Terceiro Setor e a formação de uma Rede Social, que visa integrar as organizações que

compõem o Terceiro Setor.

3.7 Terceiro setor é aliado no desenvolvimento de CT&I

Segundo Vieira (2001), a Ciência e Tecnologia pode contar com o terceiro setor

como um aliado de peso que se mostra cada vez mais engajado no processo de

desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro. Hoje, na abertura do Workshop O

papel e inserção do terceiro setor no processo de construção e do desenvolvimento da

CT&I, o ministro Ronaldo Sardenberg ressaltou a importância deste aliado na difusão de

novas tecnologias e no revigoramento do debate público sobre a importância da C&T para

o País.

Durante dois dias, mais de 40 representantes de instituições do Terceiro Setor, que

atuam em CT&I de diversas áreas e regiões do País estarão reunidos no Instituto Israel

Pinheiro, em Brasília, para discutir novas formas de articulação e parcerias capazes de

Page 25: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

25

alavancar a participação da sociedade civil organizada na definição de políticas e

elaboração de projetos.

Segundo o ministro, o workshop é fruto do processo de integração iniciado no ano

passado com a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação que

institucionalizou o diálogo entre o governo e todos os segmentos da sociedade cientes do

papel estratégico da C&T.

- As instituições que compõem o chamado terceiro setor não são concorrentes do

Estado e tampouco se sobrepõem ao papel deste. Ao contrário, elas são nossas

parceiras -, afirmou Sardenberg.

De acordo com Sardenebrg, além da participação efetiva no processo de concepção

e execução das atividades de C&T, as organizações do terceiro setor desempenham

importante papel de mobilização, conscientização e difusão de novas tecnologias que

contribuam para elevar o bem-estar da sociedade.

O Brasil é um país repleto de boas idéias, mas é preciso que essas boas idéias

cheguem ao mercado gerando bem-estar, riquezas e maior competitividade -, afirmou o

ministro, ressaltando que esta tarefa deve ser conduzida de forma compartilhada e com a

contribuição substantiva do terceiro setor.

Segundo Ronaldo Sardenberg, a transformação de autarquias em organizações

sociais reflete esta nova esfera de ação social que também é pública, mas não

necessariamente estatal.

Como exemplo, ele citou o contrato de gestão firmado entre o MCT e o Centro de

Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) que aportou mais inteligência e transparência nas

políticas e programas científicos e tecnológicos e criou um espaço de interlocução

permanente junto à sociedade.

Page 26: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

26

IV METODOLOGIA

4.1 Tipo de Pesquisa

Quanto aos meios, a pesquisa realizada para este trabalho foi de cunho bibliográfico

porque para a fundamentação teórico-metodológica do trabalho foi realizada uma

investigação sobre os seguintes assuntos: o conceito, o surgimento, as metas e os desafios

do terceiro setor; o perfil do profissional do terceiro setor e o empreendedor social; o

voluntariado empresarial e a gestão de pessoal; a importância do terceiro setor para a

sociedade, o surgimento das entidades não-governamentais e os princípios da

responsabilidade social. O conteúdo da pesquisa foi levantado através da leitura da

bibliografia existente sobre o terceiro setor no âmbito administrativo. Para isso, foram

consultados livros, revistas especializadas ou não, jornais e consultas a bibliotecas de

universidades.

4.2 Coleta de Dados

Os dados necessários para a realização do estudo foram coletados por meio de

pesquisa bibliográfica em livros, dicionários, revistas, jornais e artigos com dados

pertinentes ao assunto, que trazem muitas informações atuais de escritores conceituados

sobre o tema. Para fazer este levantamento, buscou-se informações a respeito do terceiro

setor na literatura administrativa.

Page 27: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

27

4.3 Tratamento dos Dados

Os dados coletados são, essencialmente, levantados por terceiros e trazem reflexões,

argumentações, interpretações, análises e conclusões desses autores. O tratamento dos

dados exigiu um método de considerável complexidade, de modo que posso trabalhar com

alguma segurança no terreno ideologizado em que se transforma, freqüentemente, a

literatura das ciências sociais. Exigiu um método que compreenda os problemas e suas

formulações, como delimitados pelas condições de existência. Portanto, permeados por

interesses, representações da realidade e ambigüidade, que correspondem ao perene

movimento da sociedade, suas lutas e seus acordos. Em outras palavras, o tratamento dos

dados exigiu um método que permita ao pesquisador ir além do fenômeno da comunicação

e da linguagem, distinguindo aparência de essência; que nos chame a atenção para o caráter

contraditório das coisas e das afirmações do pensamento, e que leve o pesquisador a olhar

para os objetos e as produções humanas como coisas que se relacionam e constituem um

processo totalizante. O método escolhido é, pois, o dialético.

4.4 Limitações do Método

O tratamento dos dados pelo método dialético tem dificuldade e riscos. Entre as

dificuldades está a própria complexidade que lhe dá consistência, mas que também exige do

pesquisador maior rigor. Entre os riscos, conta-se a tendência a simplificações,

Page 28: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

28

principalmente ao desvio mecanicista, que às vezes confunde dialética com abordagens

positivistas. Entretanto, não há o melhor sem ousadia. Tampouco existe ousadia sem risco.

Sendo assim, foram grandes as dificuldades encontradas para, através da pesquisa

bibliográfica, desenvolver e elucidar um tema como o gestão estratégica no terceiro setor e

o seu efeito no atual papel do gestor.

Page 29: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

29

V ANÁLISE

Através deste estudo, esta pesquisadora pôde constatar que a situação do serviço

social é como a de qualquer outra profissão. Os profissionais do terceiro setor estão dentre

aquelas profissões previstas para o Século XXI tais como as de tecnologias avançadas; dada

a gravidade das relações humanas, interpessoais e o alto índice de exclusão social que se

observa em todo o mundo. As relações humanas encontram-se muito deterioradas,

principalmente em uma sociedade onde se prioriza o valor econômico em detrimento do

valor humano. E se considerarmos que a profissão do Assistente Social, em qualquer

segmento de sua atuação, agrega valores - valores humanos - não econômicos, haveremos

de entender, que desde que tenhamos alta capacidade técnica e formação cotidiana, teremos

papel fundamental nesta transição.

A pesquisadora entende que a prática da atividade beneficente está dentro do que é

específico do Serviço Social; mas também que como em todas as profissões sobretudo as

das áreas humanas e sociais, devemos buscar uma postura mais transdisciplinar, mais

integradora contribuindo com os nossos conhecimentos e somando-os a outros para a

construção de novas relações sociais mais humanizadas. As formas são bastante

diversificadas e dependem sempre dos serviços contratados, eles requerem-me

conhecimentos os mais diversos e nem sempre estes são específicos do serviço social

apenas. É preciso que tenhamos competências, mas também humildade para aprendermos e

buscarmos aquilo que não sabemos. Na área de consultoria, de planejamento participativo,

Page 30: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

30

nesta busca de tecnologias sociais, é preciso entendermos que o trabalho em redes é

fundamental.

A pesquisadora acredita que em qualquer sistema político e econômico, e, sobretudo

no sistema capitalista tenhamos que trabalhar valores. Hoje, mesmo nos países de primeiro

mundo, os chamados valores humanos estão subjulgados e certamente por isto temos visto

barbáries inclusive neles. Sinal de que a questão dos valores humanos não diz respeito

somente à pobres e excluídos - embora seja evidente que eles são a absoluta maioria -

porque a maioria da população é pobre. Todavia, há outras questões que nos levam a

refletir sobre isso, e elas nos dizem daquilo que chamo de a insustentabilidade social posta

no mundo. Estamos num mundo que não agrada mais a ninguém, nem aos ricos, nem aos

pobres. Embora tenhamos um estado de direito ele não nos tem livrado da barbárie. O que

vemos por hora é: uma imensidão de excluídos e uma minoria enclausurada. As crianças e

adolescentes das classes altas também estão vitimizadas. Também são vítimas de violência,

também tem suas vidas organizadas em agendas e tudo indica que também não estão

felizes. Apenas o valor material não nos torna felizes, muito menos seguros. Parece-me

evidente que se as pessoas, os seres humanos, tiverem atitudes e posturas mais

humanitárias, a tendência é de que o sistema político e econômico também se altere. O

sistema não é alheio às pessoas. São pessoas que operam neste ou naquele sistema e é

destas pessoas, inclusive de nós, que estamos falando.

Todos os seres humanos precisam de uma identificação, de um significado social, e

isto muitas vezes está ligado ao fato de fazerem parte de uma empresa. Quantos de nós não

observamos nos ônibus, no metrô, nos trens e até mesmo nas ruas, pessoas com crachás,

com uniformes e que ostentam estes símbolos como formas de identificação social? Penso

que isto também contribui para maior lucratividade das empresas. Penso ainda que o fato

Page 31: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

31

das empresas investirem no social acaba reforçando esta imagem. Qualquer um de nós nos

identificaríamos com uma empresa comprometida com o social. E quando nos

identificamos com uma empresa, quando nos sentimos fazendo parte dela é claro que isto

reflete-se em produtividade. Não penso que há algo de errado nisso, afinal, todas as

empresas tem um papel social que vai além de gerar empregos e tratar bem seus

empregados, com salários diretos e indiretos - que são adquiridos pelos chamados

benefícios sociais.

Nós é que as vezes interpretamos isto equivocadamente. Senão vejamos: porque é

que chamamos a "assistência social" - aquela que dá a cesta básica, que dá o medicamento,

que dá a assistência médica, que dá o leite, etc ..., de mal necessário - mas, ao mesmo

tempo chamamos estes mesmos ítens de "benefícios sociais", adquiridos pelo trabalhador

quando são mantidos pelas empresas? Penso ser preconceituosa essa nossa forma de

vermos e nos relacionarmos. Eu pessoalmente, vejo de maneira muito interessante esta

postura de algumas empresas. Elas não deixaram de ser capitalistas, elas não deixaram de

buscar os lucros, elas apenas investem nos seus entornos sociais de forma que tenham

maiores retornos, sobretudo lucrativos.

É interessante ler um artigo publicado na Folha de São Paulo, que aborda a mesma

questão, com relação à um grande produtor de softwares para jogos computadorizados. Este

empresário criou e mantém um programa de recuperação de viciados compulsivos em jogos

computadorizados. Quando eu comecei a ler esta reportagem, confesso que procovou-me

no mínimo uma curiosidade: Porque é que ele investe no que pode lhe gerar mais lucro? Ao

final da reportagem a resposta estava clara. Não interessava à este empresário os viciados

compulsivos em jogos, vez que estes eram também os maiores devedores. Então era óbvio

que ele criasse tal programa e com ele estivesse interessado em "tratar dos viciados

Page 32: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

32

compulsivos em jogos" e com isso aumentasse seus lucros. Esta é a lógica do sistema

capitalista.

Conjunto de organizações da sociedade civil de direito privado e sem fins lucrativos

que realiza atividades em prol do bem comum. Integram o terceiro setor instituições como

as organizações não-governamentais (ONGs) e as organizações da sociedade civil de

interesse público (OSCIPs) em geral. Organizações a serviço de interesses corporativas, a

exemplo de sindicatos e clubes, não compõem o terceiro setor.

Page 33: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

33

VI. CONCLUSÃO

O tema do presente estudo foi a gestão estratégica no terceiro setor e seu efeito no

atual papel do gestor.

O objetivo deste estudo foi o de proporcionar informações relacionadas ao terceiro

setor (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e

Societal.

No decorrer do trabalho, foram estudados: o conceito, o surgimento, as metas e os

desafios do terceiro setor; o perfil do profissional do terceiro setor e o empreendedor social;

o voluntariado empresarial e a gestão de pessoal; a importância do terceiro setor para a

sociedade, o surgimento das entidades não-governamentais e os princípios da

responsabilidade social.

Acredito ser de fundamental importância contribuirmos para que o 3º setor no Brasil

seja mais emergente e saia da "invisibilidade" e até do "limbo" no qual se encontra.

Propiciarmos melhor desenvolvimento ao Terceiro Setor do Mercado, com as chamadas

empresas sociais, solidárias, associativas, micro-associativas destinadas a geração de

emprego e renda para os excluídos me parece um dever ético.

Desenvolver e poder desenvolver com as populações empobrecidas esta proposta de

formas diferenciadas de empresas que se interseccionam na assistência e na produção pois

tenho a clareza que mais do que nunca, faz-se necessária uma interface humana entre o frio

mundo globalizado e a calorosa expressão dos problemas sociais além da imensa ausência

de cidadania.

Page 34: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

34

Acredito no 3º setor sintonizado com o novo paradigma de uma nova realidade, que

traz no seu bojo um novo desafio: a verdadeira democratização das relações na sociedade.

O enfrentamento da pobreza só será possível com um sistema de garantia de direitos,

portanto favorecendo instrumentais concretos de erradicação da pobreza. Quero frisar: não

só a miséria econômica e social, mas também a cultura da subalternidade existente nos

países subdesenvolvidos.

Alias, o sociólogo e professor José Pastore renomado especialista brasileiro em

questões do trabalho diz que: "O trabalho do futuro vai se realizar numa atmosfera que

poderíamos chamar de "escolar" onde todos deverão estar aprendendo o tempo todo. Os

trabalhadores do futuro terão que ser polivalentes e cuidar da sua capacidade de aprender

muito mais do que preservar especializações. O conceito de emprego, na verdade, será em

muitos casos substituídos pelo conceito de tarefas, projetos, missões a cumprir, atividades a

desempenhar". Diz ainda este mesmo autor que dentre as profissões do Século XXI o

Serviço Social estará no mesmo patamar das profissões tecnológicas, dado a gravidade da

degradação das relações interpessoais e humanas. Então, convido-os a serem

permanentemente estudantes.

Page 35: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

35

REFERÊNCIAS

BEAL, Adriana; Gestão Estratégica da Informação. São Paulo. Editora Atlas, 2004.

BARBOSA, Maria Nazaré Lins; OLIVEIRA, Carolina Felippe. Manual de ONGs: guia

prático de orien-tação jurídica. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001. 178p.

CAMARGO, M. F. de, SUZUKI, F. M., UEDA, Mery, SAKIMA, R. Y. e GHOBRIL, A.

N. Gestão do Terceiro Setor no Brasil - Estratégias de captação de recursos para

organizações sem fins lucrativos. São Paulo, Futura, 2001. 204p.

CARVALHO, Nanci Valadares de. Autogestão - O Nascimento das ONGs. Editora

Brasiliense. 2ª ed. rev. 1995.193p.

COELHO, Simone de Castro. Terceiro Setor: Um Estudo Comparado Entre Brasil e

Estados Unidos. São Paulo: Editora Senac, 2000. 223p.

CORULLÓN, Mónica Beatriz Galiano; FILHO, Barnabé Medeiros . Voluntariado na

Empresa Gestão eficiente da participação cidadã. Editora Fundação Peirópolis, 2002.

144p.

COSTA, Aloysio Teixeira. Administração de entidades sem fins lucrativos. São Paulo:

Nobel, 1992.

Page 36: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

36

CURTY, Ana Luisa. Visão introdutória in Gestores Sociais - textos de apoio. São Paulo:

s/nº, pp. 1-15, 1998.

CURY, Thereza Christina Holl. "Elaboração de projetos sociais". In Gestores Sociais -

textos de apoio. São Paulo: s/nº, pp. 55-82, 1998.

DOHME, Vania. Voluntariado equipes produtivas - Como liderar ou fazer parte de

uma delas. São Paulo: Editora Mackenzie, 2001. 210p.

DONEGANA, Constanzo. Eles, os excluídos. Superando a Apartação Social com a

Comunhão. São Pau-lo, Editora Cidade Nova, 1995. 124p.

DRUCKER, Peter. Administração de Organizações Sem fins Lucrativos. São Paulo:

Pioneira, 1995. 166p.

FERNANDES, Rubem César. & PIQUET, Leandro. ONGs Anos 90: A Opinião dos

Dirigentes Brasileiros. Rio de Janeiro: ISER,1991.

____________________. Privado, Porém Público: o Terceiro Setor na América Latina.

Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1984. 156p.

____________________. "O que é o terceiro setor?" In: 3º Setor - desenvolvimento

social sustentado. Rio de Janeiro: GIFE, Paz e Terra, 1997.

Page 37: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

37

FERREIRA, Márcia R. P. & CARVALHO, Sônia R. Primeiro Guia de Adoção de

Crianças e Adolescen-tes do Brasil - Novos caminhos, dificuldades & possíveis

soluções. Carapicuiba,SP: Fundação Orsa. S/d. 177p.

GALBRAITH, John Kenneth. A Sociedade Justa. Uma perspectiva Humana. Rio de

Janeiro: Campus, 1996. 176p.

GOHN, Maria da Glória. Mídia, Terceiro Setor e MST - Impactos sobre o futuro das

cidades e do campo. Petrópolis,RJ: Vozes, 2000. 182p.

___________________. Os sem terra, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 1997.

___________________. "Movimentos populares de luta pela moradia no Brasil - 1980-92 -

tendências e perspectivas. In: Brasil e a nova ordem internacional". Anais do IX

Congresso Nacional dos Sociólogos. São Paulo: SINSESP, 1994.

GRECO, Marco Aurelio, MARTINS, Ives Gandra da Silva. Direito e Internet: relações

jurídicas na sociedade informatizada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001.

257p.

HUDSON, Mike. Administrando Organizações do Terceiro Setor. O Desafio de

Administrar sem receita. São Paulo: Makron Books, 1999. 309p.

Page 38: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

38

IOSCHPE, Evelyn Berg (org). Terceiro Setor: Desenvolvimento Social Sustentado. Rio

de Janeiro: Paz e Terra, 1997. 173p.

LANDIM, Leilah (org). Ações em Sociedade. Militância, Caridade, Assistência etc.. Rio

de Janeiro: Nau, 1998. 288p.

______________. Para Além do Mercado e do Estado? Filantropia e Cidadania no

Brasil. Rio de Janeiro: ISER, Junho de 1993.

______________. ONGs: Um Perfil. Cadastro das Filiadas à Associação Brasileira de

ONGs. Rio de Janeiro: ISER,1996. 220p.

MEREGE, Luiz Carlos, BARBOSA, Maria Nazaré Lins. 3º Setor: reflexões sobre o

marco legal. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1998.

__________________, ALVES, Mário Aquino. Desenvolvendo a filantropia empresarial

através da educação: uma experiência brasileira. Cadernos do III Setor. São Paulo:

Fundação Getulio Vargas - Escola de Administração de Empresas de São Paulo, 1997.

MONTENEGRO, Thereza. O que é ONG. São Paulo: Brasiliense, 1994. 98p. (Coleção

Primeiros Passos).

NANUS, Burt & DOBBS, Stephen M. Liderança para o Terceiro Setor: Estratégias de

Sucesso para Organizações sem Fins Lucrativos. São Paulo: Futura, 2000. 262p.

Page 39: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

39

NEDER, Ricardo Toledo. As ONGs na reconstrução da sociedade civil no Brasil. In:

Seminário Inter-nacional Sociedade e a Reforma do Estado. São Paulo, 1998. pp. 1-8.

NORIEGA, Maria Elena & MURRAY, Milton. Apoio Financeiro: Como Conseguir. São

Paulo: Texto Novo, 1997. 176p.

PADILHA, Andrea Fernandes Nunes. Terceiro Setor: Fiscalização e outras formas de

controle. Recife: Nossa Livraria, 2002. 159p.

PAES, José Eduardo Sabo. Fundações e Entidades de Interesse Social - Aspectos

jurídicos, administrativos, contábeis e tributários . Brasília: Brasília Jurídica, 1999.

488p.

PEREIRA, Custódio. Captação de Recursos (Fund Raising) - Conhecendo melhor

porque as pessoas contribuem. São Paulo: Editora Mackenzie, 2001. 222p.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser, WILHEIM, Jorge e SOLA, Lourdes. Sociedade e Estado

em Transformação. São Paulo: Editora UNESP; Brasília: ENAP, 1999. 453p.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser & GRAU, Nuria Cunill(org.). O público não-estatal na

Reforma do Estado. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1999. 498p.

Page 40: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

40

PRINGLE, Hamish & THOMPSON, Marjorie: Marketing Social. São Paulo: Makron

Books, 2000. 258p.

RAFAEL, Edson José. Fundações e direito - 3º Setor. São Paulo: Companhia

Melhoramentos, 1997.

RICO, Elizabeth Melo (org.). Avaliação de políticas sociais: uma questão em debate.

São Paulo: Instituto de Estudos Especiais, Cortez, 1998.

SCHERER - WARREN, Ilse. "Organizações Não-Governamentais na América Latina: seu

papel na construção da sociedade civil. Sociedade Civil: organizações em movimentos." In:

São Paulo em Perspectiva, v. 8, pp.6-14. São Paulo: Revista da Fundação Seade, 1994.

________. "Trajetória das ONGs na América Latina - anotações de pesquisa". In:

JUNQUEIRA, Luciano A. Prates (coord.). Brasil e a nova ordem internacional. Anais do

IX Congresso Internacional dos Soció-logos. São Paulo: Sinsesp, 1992.

SILVA, Ana Amélia da. "Do privado para o público: ONGs e os desafios da consolidação

democrática". In: JUNQUEIRA, Luciano A. Prates (coord.). Brasil e a nova ordem

internacional. Anais do IX Con-gresso Internacional dos Sociólogos. São Paulo: Sinsesp,

1992.

Page 41: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

41

SOUZA, Maria do Rosário. "Gestão de projetos sociais". In Gestores Sociais - textos de

apoio. São Pau-lo: s/nº, 1998. pp. 83-110.

SZAZI, Eduardo. Terceiro setor: Regulação no Brasil. São Paulo: Gife e Editora da

Fundação Peirópolis, 2001. 312p.

TENÓRIO, Fernando G. Elaboração de Projetos Comunitários. Abordagem prática.

São Paulo: Edições Loyola. 1995. 86p.

______________________. Gestão de ONGs - Principais Funções Gerenciais. São

Paulo: Editora Fun-dação Getúlio Vargas. 1997. 139p.

______________________. (coord.). Gestão social: metodologia e casos. Rio de Janeiro:

Fundação Getulio Vargas, 1998.

UTSUNOMIYA, Fred Izumi. O desafio da gestão da comunicação institucional de

organizações do terceiro setor brasileiro. Dissertação de mestrado. Universidade de São

Paulo, 2001. 231p.

VAZ, Gil Nunes. Marketing Institucional. O Mercado de Idéias e Imagens. São Paulo:

Pioneira, 1995. 360p.

VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania - A sociedade civil na globalização. Rio de

Janeiro: Record, 2001. 403p.

Page 42: GESTÃO ESTRATÉGICA NO TERCEIRO SETOR E O SEU … SANTOS DE CARVALHO.pdf · (ONG's - Organizações Não Governamentais )e atividades de Marketing Social e Societal. No decorrer

42

WILHEIM, A. M. Iniciativas empresariais e projetos sociais sem fins lucrativos.

Cadernos ABONG. São Paulo, nº 12, 1995.