gestão integrada de gestão integrada de gestão integrada de

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  • DE MANEIRA ADEQUADADE MANEIRA ADEQUADA

    COMO LIDAR COM O LIXOCOMO LIDAR COM O LIXO

    RESDUOS SLIDOS NA

    AMAZNIA

    RESDUOS SLIDOS NA

    AMAZNIA

    RESDUOS SLIDOS NA

    AMAZNIA

    RESDUOS SLIDOS NA

    AMAZNIA

    GESTO INTEGRADA DEGESTO INTEGRADA DE

    GESTO INTEGRADA DEGESTO INTEGRADA DE

  • 1G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    GESTO INTEGRADA DERESDUOS SLIDOS

    NA AMAZNIA

    COMO LIDCOMO LIDCOMO LIDCOMO LIDCOMO LIDAR COM O LIXOAR COM O LIXOAR COM O LIXOAR COM O LIXOAR COM O LIXODE MANEIRA ADEQUDE MANEIRA ADEQUDE MANEIRA ADEQUDE MANEIRA ADEQUDE MANEIRA ADEQUADADADADADAAAAA

    sobre experincias transformadoras que vamos falarnesta publicao. Experincias que inspiram compromissos

    e continuidade com a perspectiva de transformar aesisoladas em aes integradas, hbitos que degradam o

    ambiente e as populaes em hbitos saudveis. Aexperincia exemplar aquela que pressupe envolvimento

    e atitudes persistentes no modo de encarar desafios,realizar projetos, arriscar relaes com o desconhecido,

    dar espao criatividade.A experincia instiga avaliaes, reflexes... Mescla

    vivncias, lembranas, anseios, dvidas, conflitos e buscas.Por se dar em processo, em movimento, nada a torna

    imutvel ou acabada. Cada agente da experincia podeacrescentar a sua marca, o seu estilo, o seu mtodo.

    Emerge do confronto e da colaborao. o passaporteentre o passado e o presente. Pode ser emblemtica para o

    futuro.

    Equipe tcnica do projeto

    GESTO INTEGRADA DERESDUOS SLIDOS

    NA AMAZNIA

  • 2 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    MINISTRIO DO MEIO AMBIENTEMinistro de Estado do Meio Ambiente

    Jos Carlos de Carvalho

    Secretria ExecutivaMnica Maria Librio Feitosa de Arajo

    SECRETARIA DE COORDENAODA AMAZNIA - SCA

    SecretriaMary Helena Allegretti

    Coordenador InstitucionalMario Assis Menezes

    Diretora do Programa de GestoAmbiental da Amaznia

    Vanessa Fleischfresser

    Diretora do Programa deDesenvolvimento Sustentvel

    Ana Maria Carvalho Ribeiro Lange

    SECRETARIA DE QUALIDADE AMBIENTALNOS ASSENTAMENTOS HUMANOS - SQA

    SecretriaRegina Elena Crespo Gualda

    Gerente do Projeto Gesto AmbientalUrbana e Regional

    Alfredo Gastal

    INSTITUTO BRASILEIRO DEADMINISTRAO MUNICIPAL - IBAM

    Superintendente GeralMara Biasi Ferrari Binto

    Superintendente de DesenvolvimentoUrbano e Meio Ambiente - DUMA

    Ana Lcia Nadalutti La Rovere

    Diretora da Escola Nacionalde Servios Pblicos - ENSUR

    Tereza Cristina Baratta

    EQUIPE TCNICA

    MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE

    SECRETARIA DE COORDENAODA AMAZNIA - SCA

    Gerente do Projeto Gesto UrbanaAmbiental na Amaznia

    Rosa de Lima Cunha

    Consultor em Resduos SlidosJorge Arthur Fontes Chagas de Oliveira

    SECRETARIA DE QUALIDADE AMBIENTALNOS ASSENTAMENTOS HUMANOS - SQA

    Assessora de Planejamento UrbanoSandra Soares de Mello

    INSTITUTO BRASILEIRO DEADMINISTRAO MUNICIPAL - IBAM

    Coordenador Tcnico de DesenvolvimentoUrbano e Meio Ambiente

    Victor Zular Zveibil

    Especialistas em Gesto Integradade Resduos Slidos

    Andra Pitanguy de RomaniJos Maria de Mesquita Jr.

    Karin SegalaMarcos Sant'Anna Lacerda

    Vicente de Andrade Jr.

    PUBLICAOTextoSolange DacachVictor Zular ZveibilKarin Segala

    RevisoLeandro Quarti Lamaro

    Projeto GrficoMaria Clara R. de Moraes

  • 3G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Apresentao Apresentao Apresentao Apresentao Apresentao 55555

    Problemas Urbanos na Regio Amaznica? Problemas Urbanos na Regio Amaznica? Problemas Urbanos na Regio Amaznica? Problemas Urbanos na Regio Amaznica? Problemas Urbanos na Regio Amaznica? 6 6 6 6 6

    Gesto Integrada de Resduos Slidos Gesto Integrada de Resduos Slidos Gesto Integrada de Resduos Slidos Gesto Integrada de Resduos Slidos Gesto Integrada de Resduos Slidos 88888

    Etapas de trabalho Etapas de trabalho Etapas de trabalho Etapas de trabalho Etapas de trabalho 1313131313

    Implementao e acompanhamento Implementao e acompanhamento Implementao e acompanhamento Implementao e acompanhamento Implementao e acompanhamento 2121212121

    Avanos e Conquistas Avanos e Conquistas Avanos e Conquistas Avanos e Conquistas Avanos e Conquistas 2323232323

    Sntese dos processos nos Municpios Sntese dos processos nos Municpios Sntese dos processos nos Municpios Sntese dos processos nos Municpios Sntese dos processos nos Municpios 2626262626

    SUMRIO

  • 4 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

  • 5G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    APRESENTAO

    Esta publicao registra as experincias de um pro-jeto cujo objetivo foi a construo e a elaboraoparticipativa de Planos de Gerenciamento Integra-do de Resduos Slidos (PGIRS), realizado em novemunicpios da Amaznia, ao longo dos anos de2001 e de 2002.

    De carter experimental e demonstrativo, consti-tui-se no componente resduos slidos do ProjetoGesto Urbana Ambiental para a Amaznia -GUAIA. Foi desenvolvido pelas Secretarias de Co-ordenao da Amaznia e de Qualidade Ambientalnos Assentamentos Humanos, do Ministrio doMeio Ambiente - MMA, em parceria com o Insti-tuto Brasileiro de Administrao Municipal - IBAMe apoio do governo da Holanda.

    As experincias se deram nos municpios de BreuBranco (Par), Caracara (Roraima), Cururupu(Maranho), Guajar-Mirim (Rondnia), Juna(Mato Grosso), Laranjal do Jari (Amap), Manicor(Amazonas), Porto Nacional (Tocantins) e Xapuri(Acre). Posteriormente, foi includo o Municpiode Tucuru (Par).

    A publicao apresenta, inicialmente, os antece-dentes do projeto, a pertinncia de um trabalhode interveno em problemas urbanos na RegioAmaznica e a proposta de Gesto Integrada deResduos Slidos.

    Em seguida, registra, de maneira sinttica, as eta-pas do trabalho e a metodologia adotada.

    Por ltimo, descreve os processos vividos pelasequipes nos municpios e as premissas bsicaspara a sua execuo, como sedimentao de par-cerias, elaborao de diagnsticos, definio deestratgias, resultados e lies aprendidas.

    Seu objetivo disseminar as prticas aqui relata-das, servindo de instrumental para motivar e ori-entar outras iniciativas dessa natureza, priorita-riamente na Amaznia. Desde que adequada srealidades locais, a metodologia para a GestoIntegrada de Resduos Slidos pode ser replicadaem qualquer outra regio.

  • 6 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    PROBLEMAS URBANOS NAREGIO AMAZNICA?

    e, ao mesmo tempo, os piores ndices de sanea-mento ambiental - expressos na precariedade dediversos servios bsicos, como o abastecimentode gua e a coleta e manejo de resduos slidos.Por fim, h a fragilidade institucional das prefeitu-ras municipais, carentes de recursos humanos,tcnicos e financeiros, tanto em nmero, quantoem qualificao. E, ainda que estejam sendoimplementados programas com o objetivo de pre-servar os recursos naturais e melhorar a qualidadede vida da populao, a verdade que poucos aten-tam para a questo ambiental urbana. Assim, atuarnas reas urbanas da Regio Amaznica torna-se ur-gente.

    Visando enfrentar esse desafio, o Ministrio doMeio Ambiente concebeu o Projeto Gesto Urba-na Ambiental para a Amaznia - GUAIA e realizouum seminrio regional, em novembro de 2000,em Belm (PA). Com o objetivo de reunir os diver-sos agentes, governamentais e no-governamen-tais, dos nove estados da Amaznia Legal, o en-contro conformou parcerias para enfrentar o tema,consagrando a questo urbana como uma priori-dade de trabalho na Amaznia. Na oportunidade,reforou-se a importncia do projeto e da aborda-gem dos graves problemas do lixo na regio. Apartir de ento, foi iniciado o Projeto Gesto Inte-grada de Resduos Slidos na Amaznia, por meiode uma parceria entre a Secretaria de Coordena-o da Amaznia - SCA e a Secretaria de Qualida-de Ambiental nos Assentamentos Humanos - SQA,com a cooperao tcnica e financeira do Gover-no Holands.

    Nos ltimos trinta anos, os recursos ambientaisabundantes na Amaznia, como florestas, guas eminrios, motivaram projetos de desenvolvimen-to e atraram correntes migratrias para os muni-cpios da regio. No entanto, o crescimento se deude modo acelerado e sem planejamento. Grandesobras, como estradas e hidreltricas, juntamentecom os garimpos e empresas mineradoras, serra-rias etc. acabaram levando ao surgimento de n-cleos urbanos sem infra-estrutura adequada. Re-sultado: contaminao das guas pelos garimpos,esgotos e lixo, dentre outros danos causados aomeio ambiente.

    Certamente o quadro descrito acima no ocorreapenas na Amaznia. Essa regio, porm, apre-senta algumas caractersticas que, somadas, tor-nam sua situao particularmente grave. Detmas maiores taxas de crescimento urbano do Pas

    Serraria - Juna

  • 7G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    O lixo um problema que no atingeapenas os grandes centros urbanos.Cidades de pequeno porte, ainda queproduzam menor quantidade, tambmsofrem com a degradao ambiental esocial relacionadas aos resduos sli-dos. Gerado por todos, seja no espaodomstico, nas vias pblicas, nos locaisde trabalho, nas escolas ou nos hospi-tais, o lixo faz parte da vida cotidiana. um assunto de todos e para todos,independentemente de formao,profisso ou classe social.

    Usar e jogar fora se tornouum hbito desmedido.Assim como jogar emqualquer lugar e dequalquer jeito.

    Ento, o lixo de todos e a respon-sabilidade por sua reduo, seudescarte apropriado,reaproveitamento, tratamento edestino final, tambm de todostambm de todostambm de todostambm de todostambm de todos.Foi a partir dessa perspectiva quese atuou nos nove municpios,visando a elaborao de planos degesto integrada de resduosslidos.

    SE RE SDUO SLIDO LIXO... DE QUEM O LIXO?

    Lixo

  • 8 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    COMO SE FCOMO SE FCOMO SE FCOMO SE FCOMO SE FAZAZAZAZAZ

    A prtica da gesto integrada dos resduos slidospressupe descentralizao, no s do recurso oudo planejamento, mas tambm da implementaodas propostas, respeitando a cultura e os hbitosda populao e incentivando as parcerias.

    Trabalhar em parceria, nesse caso, significa bus-car uma atuao conjunta entre os diferentes se-tores do governo e da sociedade, que muitas ve-zes apresentam pontos de vista e interesses di-vergentes. O desafio da parceria est em conside-rar e reconhecer essas diferenas, trabalhando paraum fim comum.

    GESTO INTEGRADADE RESDUOS SLIDOS

    O QUE O QUE O QUE O QUE O QUE Gesto Integrada de Resduos Slidos a maneirade conceber, implementar e administrar sistemasde Limpeza Pblica, considerando uma ampla par-ticipao dos setores da sociedade e tendo comoperspectiva contribuir para o desenvolvimentosustentvel.

    A sustentabilidade vista de forma abrangente,envolvendo as dimenses ambientais, sociais, cul-turais, econmicas, polticas e institucionais, o quesignifica:

    articulao de polticas e programas de vriossetores da administrao e vrios nveis degoverno, com envolvimento do legislativo e dacomunidade local

    garantia de recursos e continuidade das aesidentificao de tecnologias e solues

    adequadas a cada realidade.

    No que se refere aos resduos slidos, especifica-mente, as metas so reduzir sua gerao, aumen-tar a reutilizao e reciclagem do que foi gerado,promover o depsito e tratamento ambien-talmente saudvel dos rejeitos e estender a pres-tao dos servios a toda a populao.

    Nessa direo, os PGIRS desenvolvidos nos novemunicpios-piloto da Regio Amaznica aposta-ram em uma profunda mudana de comportamen-to, capaz de reverter polticas e prticas tradicio-nais, de maneira a resultar no que podem serconsiderados os pontos chave para aimplementao de uma gesto integrada de res-duos slidos:

    Uma andorinha s no faz vero ou...no faz gesto integrada

    diminuio do desperdcio e mudanas nopadro de consumo

    descarte adequado do lixo, com a separao,quando vivel, dos materiais reciclveis nafonte geradora

    melhoria dos servios de coleta de lixo e varriode logradouros

    erradicao dos lixesapropriao e transparncia de custos dos

    serviosretirada das crianas dos lixes e incluso

    social dos catadores gerao de trabalho e renda associada aos

    resduos.

  • 9G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    QUEM PQUEM PQUEM PQUEM PQUEM PARTICIPARTICIPARTICIPARTICIPARTICIPAAAAA

    O projeto Gesto Integrada de Resduos Slidosna Amaznia tem por princpio articular a Unio,estados e municpios para atuao conjunta. Essaarticulao foi mais sedimentada em alguns mu-nicpios do que em outros, mas confirmou-secomo de grande importncia, reforando a coo-perao tcnica, maximizando recursos financei-ros e humanos e valorizando o poder municipalcomo lder dos processos.

    No mbito de cada municpio procurou-se buscaras parcerias e articulaes necess-rias entre os di-versos setores da sociedade.

    Os resultados obtidos foram bastante diversifica-dos, refletindo as caractersticas especficas decada municpio e o envolvimento dos vrios ato-res com o PGIRS.

    Os papis desempenhados por cada um so des-critos a seguir.

    As prefeiturasAs prefeiturasAs prefeiturasAs prefeiturasAs prefeiturascompromisso com aarticulao intersetorialO fato de o setor de limpeza urbana, na maioria dosmunicpios, estar sob a responsabilidade de umasecretaria especfica - de obras, de infra-estruturaou mesmo de meio ambiente e turismo - no signi-fica necessariamente que apenas esse setor seja ca-paz de interferir no ciclo dos resduos slidos. Ou-tros setores da administrao municipal tambm po-dem - e devem - participar desse processo.

    Dimenses tcnico-operacionais, econmicas,ambientais, educacionais, sociais, institucionais epolticas precisam atuar de forma integrada. Porexemplo: enquanto a Secretaria de Educao deveser responsvel pela educao ambiental, a Secreta-ria de Sade cuida da preveno de doenas veicula-das pelo lixo, e a de Turismo trabalha por um turis-mo no-predatrio.

    Em se tratando de resduos slidos, necessrio tam-bm observar a inter-relao entre os responsveispor todas as suas etapas: gerao, separao na fon-te, acondicionamento, limpeza, coleta, reapro-veitamento, reciclagem, tratamento e disposio final.

    Em Cururupu, Breu Branco e Juna, foi relevante oenvolvimento direto dos prefeitos com o projeto. Emoutros municpios, como Porto Nacional e Manicor,os prefeitos disponibilizaram a estrutura administra-tiva e participaram do processo discutindo as pro-postas apresentadas pelos grupos executivos e de tra-balho. O exemplo de Porto Nacional ilustra a articu-lao intersetorial, com o engajamento das secretari-as municipais na implantao do Programa dos 3Rs(Reduzir, Reutilizar e Reciclar) nas suas prprias de-pendncias. Em Juna a Prefeitura assumiu o PGIRScomo prioridade de governo, envolvendo as secreta-rias e a populao, lanando a campanha O desafioO desafioO desafioO desafioO desafiodo Lixo.do Lixo.do Lixo.do Lixo.do Lixo.

    Reunio - Caracara

  • 10 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    A sociedade civilA sociedade civilA sociedade civilA sociedade civilA sociedade civil

    A participao da populao, das organizaes no-governamentais e demais entidades da sociedade ci-vil, como cooperativas, sindicatos e associaes debairros, deve ser ativa em todo o processo, de ma-neira a poder obter informaes, influindo e opinan-do sobre os objetivos, metas, prazos, recursos e, so-bretudo, atuando na implementao das aes.

    Deve ser destacado o papel da sociedade civil no pro-cesso educativo e informativo, assim como na cria-o de novas oportunidades de trabalho e gerao derenda e na fiscalizao da atuao do setor pblico.

    O engajamento dos diversos setores da sociedade dosmunicpios-piloto se deu de forma diferenciada. EmCururupu, destacaram-se os jovens que, organizadosem caravanas, divulgaram a proposta de elaboraodo Plano, incentivando a realizao de mutires delimpeza nos bairros. Em Laranjal do Jari, a populaoenvolveu-se efetivamente nas discusses para a ela-borao do PGIRS. Em Juna, a sociedade civil estevetodo o tempo participando dos diversos eventos eaes, incorporando a prtica dos 3Rs: Reduzir,Reciclar e Reutilizar (aos quais foram acrescentadosmais 2 Rs: Respeitar e Responsabilizar).

    Em Porto Nacional, a comunidade demonstrou interesseem participar da busca por melhores condies de vidapara o municpio, com destaque para as atuaes das asso-ciaes de bairros, dos catadores de lixo e dos garis.

    Em Manicor, o grupo de agentes ambientais volun-trios desenvolveu ampla campanha educativa para aerradicao das "lixeiras viciosas", destacando-se tam-bm a participao dos taxistas e estivadores.

    Em Xapuri, o engajamento da sociedade se deu atra-vs da participao no Frum Lixo e Cidadania, par-ceiro fundamental em todo o processo.

    Em Tucuru, onde a elaborao do PGIRS se iniciouquando os demais Planos j estavam sendo conclu-----dos, est prevista a ampliao dos espaos de partici-pao na etapa de implementao.

    As CAs CAs CAs CAs Cmaras Municipaismaras Municipaismaras Municipaismaras Municipaismaras Municipaisateno com a regulamentaoAs Cmaras Municipais tambm exercem um papel-chave nesse processo. A aprovao de instrumentoslegais fundamentais para a implementao de um sis-tema de gesto sustentvel - como regulamentos delimpeza urbana ou a regulamentao da cobrana detaxas e tarifas, no cdigo tributrio - depende dosvereadores.O engajamento dos representantes legislativos nosdebates e na adequao da legislao favoreceu a:

    elaborao de instrumentos legais em Manicor, Guajar-Mirim, Laranjal do Jari e Xapuri

    aprovao do Regulamento de LimpezaUrbana em Cururupu, Juna e Porto Nacional

    alteraes nas Leis Orgnicas de Breu Branco eCururupu

    implementao de novo cdigo tributrio,com a incluso da cobrana de uma taxa delimpeza pblica em Laranjal do Jari e Xapuri

    aprovao da lei de criao da diviso de limpezaurbana em Porto Nacional.

    O Ministrio PblicoO Ministrio PblicoO Ministrio PblicoO Ministrio PblicoO Ministrio Pblicovigilante dos direitosO Ministrio Pblico tem exigido das municipalidadesno s a retirada de crianas e adolescentes do traba-lho como catadores, mas tambm o encerramento doslixes, visando a minimizao dos impactos sociais eambientais causados por esses locais. Em decorrnciadessa atuao do Poder Judicirio, inmeros munic-pios vm assinando Termos de Compromisso de Ajus-tamento de Conduta - TCAC, nos quais se comprome-tem com prazos para a realizao das medidas exigidas.

    Em Xapuri, no incio do ano 2000, a prefeitura foi autu-ada pelo IBAMA, devido precariedade das condiesdo local de disposio final dos resduos slidos. Fir-mou-se um pacto entre o Ministrio Pblico do Estadodo Acre, a prefeitura e o IBAMA, e, desde ento, Xapurivem tratando a limpeza urbana como questo prioritriade poltica pblica, respondendo s exigncias acorda-das no Termo. Essa prioridade foi decisiva para o traba-lho de elaborao do PGIRS.

    interlocutora da vez

  • 11G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Os empresrios do comrcio e servios tambm soimportantes, por produzirem grande quantidade deresduos, coletados em conjunto com o lixo residencial.Em Guajar-Mirim, integrantes da associao comerci-al participaram da comisso de elaborao do Plano.

    A gesto integrada de resduos slidos tem por princ-pio garantir a criao de mecanismos de comunicaoem duas direes: do Plano para a sociedade e da soci-edade para o Plano. Dentro dessa perspectiva, ne-cessrio criar - ou reforar, caso j existam - os espa-os para a participao da sociedade no planejamento,acompanhamento e avaliao dos objetivos e do pro-cesso do Plano. Ou seja, promover o controle socialpara garantir sua implementao e resultados.

    FRUM NACIONALFRUM NACIONALFRUM NACIONALFRUM NACIONALFRUM NACIONALLIXO & CIDLIXO & CIDLIXO & CIDLIXO & CIDLIXO & CIDADADADADADANIAANIAANIAANIAANIA

    O Frum Nacional Lixo & Cidadania foi constitudo para tirarcrianas e jovens da catao de lixo e reinser-los na sociedadede forma digna. Visa capacitar os atuais catadores de lixes parao trabalho em programas de coleta seletiva nas cidades, erradicaros lixes e, desse modo, mudar radicalmente a atual situaoda disposio final do lixo no Brasil. composto por institui-es governamentais, organizaes no-governamentais(ONGs) e agncias internacionais.As metas propostas so as seguintes:

    retirar as crianas e os adolescentes do trabalho no lixocolocar na escola todas as crianas que hoje vivem do lixoreduzir a mortalidade infantilgerar oportunidades de emprego e renda para as famlias que

    vivem "no" e "do" lixotratar os catadores como parceiros prioritrios na coleta seletivaerradicar os lixesrecuperar as reas degradadas pelos lixes.

    A exemplo do Frum Nacional, tm sido criados inmerosFruns Estaduais e Municipais.

    PPPPPara filiao e informaes: gua e Vara filiao e informaes: gua e Vara filiao e informaes: gua e Vara filiao e informaes: gua e Vara filiao e informaes: gua e Vida - Centro de Estudosida - Centro de Estudosida - Centro de Estudosida - Centro de Estudosida - Centro de Estudosde Saneamento Ambiental - Tde Saneamento Ambiental - Tde Saneamento Ambiental - Tde Saneamento Ambiental - Tde Saneamento Ambiental - Tel.: 11-3032-6014 / 3034-4468el.: 11-3032-6014 / 3034-4468el.: 11-3032-6014 / 3034-4468el.: 11-3032-6014 / 3034-4468el.: 11-3032-6014 / 3034-4468eeeee-mail: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected]

    T irando crianase jovens do lixo

    Pensar globalmente,agir localmente

    Em muitos municpios brasileiros tem sido implantada a Agen-da 21 Local, documento base da RIO 92 que sinaliza para apossibilidade de tornar as cidades sustentveis. Seja qual for oseu porte, a cidade s poder ser considerada "sustentvel" se:

    no desperdia recursos financeirosno esgota os recursos naturais e no degrada o

    meio ambientevaloriza e protege a naturezapotencializa a utilizao dos recursos locais no

    atendimento s suas necessidadesreconhece os papis diferenciados de homens e mulheres

    na implementao das polticas pblicasamplia as oportunidades de gerao de trabalho e rendabusca a diversificao da economia localpromove a sade dos seus habitantes, valorizando a

    medicina preventivapromove a universalizao do acesso moradia e aos

    servios de saneamento ambiental (abastecimento de gua,esgotamento sanitrio, resduos slidos, drenagem e controlede vetores)

    garante o acesso de todos ao transporte coletivocuida da segurana e do abastecimento alimentar da

    populaopreserva o seu patrimnio histrico e culturalgarante a participao da sociedade nos processos de

    deciso.

    AGENDAGENDAGENDAGENDAGENDA 21A 21A 21A 21A 21

    A exemplo disso, emergem conselhos, comits, redes,oramentos participativos. Multiplicam-se iniciativascomo os Fruns Lixo e Cidadania e as Agendas 21, dembito local, que tm como referncia as iniciativasdesenvolvidas nos nveis nacional e estadual.

    Em Juna, por exemplo, foi criado pelo poder local oFrum Permanente Lixo e Cidadania, como estratgiade manuteno das discusses para implantao doPGIRS. Em Xapuri, tanto o Frum Lixo e Cidadaniacomo a Agenda 21 local, j em funcionamento, pas-saram a ser o canal de discusso para a formulao eimplementao do PGIRS.

    criana no lixonunca mais

  • 12 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Os governos estaduaisOs governos estaduaisOs governos estaduaisOs governos estaduaisOs governos estaduaisOs governos estaduais esto participando do projeto comcontribuies de natureza e intensidade variadas. Emgeral, os interlocutores esto nas Secretarias Estaduaisde Meio Ambiente e de Planejamento. Por intermdiodeles, foram definidos e realizados os contatos com osmunicpios. Em especial nos estados onde existem reasou tcnicos especficos voltados para a questo de res-duos slidos, verificou-se no s um acompanhamentoconstante s visitas da equipe do MMA/IBAM aos muni-cpios, como tambm uma participao direta na cons-truo dos Planos de Gerenciamento Integrado de Res-duos Slidos.

    Esse apoio ocorreu de maneira particularmente positi-Esse apoio ocorreu de maneira particularmente positi-Esse apoio ocorreu de maneira particularmente positi-Esse apoio ocorreu de maneira particularmente positi-Esse apoio ocorreu de maneira particularmente positi-va nos estados do Tva nos estados do Tva nos estados do Tva nos estados do Tva nos estados do Tocantins, Amazonas, Aocantins, Amazonas, Aocantins, Amazonas, Aocantins, Amazonas, Aocantins, Amazonas, Acre e Pcre e Pcre e Pcre e Pcre e Par.ar.ar.ar.ar.

    Em TEm TEm TEm TEm Tocantins, por exemplo, a participao do governoocantins, por exemplo, a participao do governoocantins, por exemplo, a participao do governoocantins, por exemplo, a participao do governoocantins, por exemplo, a participao do governoestadual se deu por meio de suporte tcnico no levanta-estadual se deu por meio de suporte tcnico no levanta-estadual se deu por meio de suporte tcnico no levanta-estadual se deu por meio de suporte tcnico no levanta-estadual se deu por meio de suporte tcnico no levanta-mento de informaes, realizao de palestras na comento de informaes, realizao de palestras na comento de informaes, realizao de palestras na comento de informaes, realizao de palestras na comento de informaes, realizao de palestras na co-----munidade, capacitao para servidores da limpeza p-munidade, capacitao para servidores da limpeza p-munidade, capacitao para servidores da limpeza p-munidade, capacitao para servidores da limpeza p-munidade, capacitao para servidores da limpeza p-blica, contribuio na elaborao do projeto executivoblica, contribuio na elaborao do projeto executivoblica, contribuio na elaborao do projeto executivoblica, contribuio na elaborao do projeto executivoblica, contribuio na elaborao do projeto executivodo aterro sanitrio e na coleta seletiva para o Municpiodo aterro sanitrio e na coleta seletiva para o Municpiodo aterro sanitrio e na coleta seletiva para o Municpiodo aterro sanitrio e na coleta seletiva para o Municpiodo aterro sanitrio e na coleta seletiva para o Municpiode Pde Pde Pde Pde Porto Nacional.orto Nacional.orto Nacional.orto Nacional.orto Nacional.

    O Estado do Amazonas, por meio do Instituto de Pla-O Estado do Amazonas, por meio do Instituto de Pla-O Estado do Amazonas, por meio do Instituto de Pla-O Estado do Amazonas, por meio do Instituto de Pla-O Estado do Amazonas, por meio do Instituto de Pla-nejamento Ambiental do Amazonas - IPnejamento Ambiental do Amazonas - IPnejamento Ambiental do Amazonas - IPnejamento Ambiental do Amazonas - IPnejamento Ambiental do Amazonas - IPAAM, orientouAAM, orientouAAM, orientouAAM, orientouAAM, orientouo Municpio de Manicor na definio da rea parao Municpio de Manicor na definio da rea parao Municpio de Manicor na definio da rea parao Municpio de Manicor na definio da rea parao Municpio de Manicor na definio da rea parainstalao de aterro sanitrio e dos procedimentos ne-instalao de aterro sanitrio e dos procedimentos ne-instalao de aterro sanitrio e dos procedimentos ne-instalao de aterro sanitrio e dos procedimentos ne-instalao de aterro sanitrio e dos procedimentos ne-cessrios para o licenciamento, bem como na elabocessrios para o licenciamento, bem como na elabocessrios para o licenciamento, bem como na elabocessrios para o licenciamento, bem como na elabocessrios para o licenciamento, bem como na elabo-----rao de um projeto executivo para o aterro.rao de um projeto executivo para o aterro.rao de um projeto executivo para o aterro.rao de um projeto executivo para o aterro.rao de um projeto executivo para o aterro.

    No ANo ANo ANo ANo Acre, contribuio fundamental foi dada pelo Ins-cre, contribuio fundamental foi dada pelo Ins-cre, contribuio fundamental foi dada pelo Ins-cre, contribuio fundamental foi dada pelo Ins-cre, contribuio fundamental foi dada pelo Ins-tituto do Meio Ambiente do Atituto do Meio Ambiente do Atituto do Meio Ambiente do Atituto do Meio Ambiente do Atituto do Meio Ambiente do Acre, que acompanhou ocre, que acompanhou ocre, que acompanhou ocre, que acompanhou ocre, que acompanhou odesenvolvimento do Plano em Xapuri durante todo odesenvolvimento do Plano em Xapuri durante todo odesenvolvimento do Plano em Xapuri durante todo odesenvolvimento do Plano em Xapuri durante todo odesenvolvimento do Plano em Xapuri durante todo oprocesso.processo.processo.processo.processo.

    A SECTA SECTA SECTA SECTA SECTAM - Secretaria Estadual de Cincia, TAM - Secretaria Estadual de Cincia, TAM - Secretaria Estadual de Cincia, TAM - Secretaria Estadual de Cincia, TAM - Secretaria Estadual de Cincia, Tecnologiaecnologiaecnologiaecnologiaecnologiae Meio Ambiente do Estado do Pe Meio Ambiente do Estado do Pe Meio Ambiente do Estado do Pe Meio Ambiente do Estado do Pe Meio Ambiente do Estado do Par exerceu papel fun-ar exerceu papel fun-ar exerceu papel fun-ar exerceu papel fun-ar exerceu papel fun-damental para a conformao do consrcio Breu Bran-damental para a conformao do consrcio Breu Bran-damental para a conformao do consrcio Breu Bran-damental para a conformao do consrcio Breu Bran-damental para a conformao do consrcio Breu Bran-co/Tco/Tco/Tco/Tco/Tucuru e na articulao com a Eletronorte.ucuru e na articulao com a Eletronorte.ucuru e na articulao com a Eletronorte.ucuru e na articulao com a Eletronorte.ucuru e na articulao com a Eletronorte.

    O Ministrio doO Ministrio doO Ministrio doO Ministrio doO Ministrio doMeio Ambiente - MMAMeio Ambiente - MMAMeio Ambiente - MMAMeio Ambiente - MMAMeio Ambiente - MMAA parceria entre Secretarias do Ministrio do Meio Am-biente foi fundamental para o desenvolvimento de tra-balhos articulados dentro do prprio Ministrio, o quepermitiu trabalhar com enfoques interprofissionais na for-mulao do projeto e na definio de uma metodologiade trabalho.

    Foi tambm uma forma de somar esforos, ampliando acapacidade de trabalho da Secretaria de Coordenao daAmaznia - SCA na questo dos Resduos Slidos, temade ao prioritria da Secretaria de Qualidade Ambientalnos Assentamentos Humanos - SQA.

    O Instituto BrasileiroO Instituto BrasileiroO Instituto BrasileiroO Instituto BrasileiroO Instituto Brasileirode Administraode Administraode Administraode Administraode AdministraoMunicipal - IBAMMunicipal - IBAMMunicipal - IBAMMunicipal - IBAMMunicipal - IBAMCom larga trajetria no apoio ao aprimoramento da ges-to municipal, nos mais variados campos, e com proje-tos especficos na rea da Gesto Integrada de ResduosSlidos, especialmente em programas de capacitao, as-sessoria e elaborao de material didtico, o IBAM foi ainstituio escolhida para, em parceria com a equipe doMMA, conceber a metodologia e realizar as atividadesprevistas. Para isso, montou equipe tcnica especializa-da para os trabalhos de campo e para a coordenao eavaliao dos processos.

    tarefa importante dos estados apoiar os municpios nasetapas de implementao do Plano, alocando os recur-sos humanos e financeiros possveis, complementarmen-te aos esforos federais e municipais.

    Caber tambm aos estados, em parceria com o MMA, oapoio a atividades de divulgao e capacitao para a mul-tiplicao da metodologia deste projeto, observando asexperincias desenvolvidas nos municpios-piloto.

  • 13G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    ETAPAS DE TRABALHO

    Definio dos municpios-pilotoDefinio dos municpios-pilotoDefinio dos municpios-pilotoDefinio dos municpios-pilotoDefinio dos municpios-piloto

    O projeto contemplou inicialmente nove munic-pios-piloto, um em cada estado amaznico. A se-leo dos municpios buscou englobar realidadesdistintas em termos de populao, localizao,histria de ocupao e o interesse efetivo damunicipalidade em:

    preservar os recursos hdricosdar maior proteo s reas de preservaoexpandir o potencial para o eco-turismoproteger a floresta e a biodiversidadereverter hbitos equivocados que poluem e

    degradam o ambiente

    ATIVIDATIVIDATIVIDATIVIDATIVIDADES PRELIMINARESADES PRELIMINARESADES PRELIMINARESADES PRELIMINARESADES PRELIMINARES viver o processo e irradiar, comomunicpio-piloto, essa experincia para outrosmunicpios.

    Contatos e levantamentos preliminaresContatos e levantamentos preliminaresContatos e levantamentos preliminaresContatos e levantamentos preliminaresContatos e levantamentos preliminares

    Cada municpio foi visitado por tcnicos do MMA edo IBAM, com o objetivo no s de confirmar ointeresse local pelo projeto, mas tambm de reali-zar um levantamento preliminar sobre o perfil his-trico-geogrfico e demogrfico, assim como dosproblemas no campo dos servios de limpeza p-blica e disposio final de resduos. O resultado foia produo de um diagnstico sucinto do cenrioencontrado em cada municpio, documento queserviu de insumo para as etapas posteriores.

    Este projeto buscou proporcionar todos os espaos e canais possveis para a consolidao dos processosparticipativos e o estabelecimento de parcerias. Essa preocupao orientou a concepo da metodologiae o desenho das etapas de trabalho, descritas a seguir:

    Grupo de trabalho - Cururupu

  • 14 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Como marco inicial dos trabalhos, realizou-se emManaus, em abril de 2001, uma Oficina deCapacitao, cujos objetivos foram os de apresen-tar a proposta do trabalho, difundir conceitos,socializar os diagnsticos realizados, sensibilizaras administraes municipais para enfrentar o pro-blema e, principalmente, definir as estratgiasadequadas a serem desenvolvidas em cada local.

    Participaram do evento trs representantes pormunicpio, sendo um da esfera de deciso - pre-feito, secretrio; um tcnico da esfera operacional,responsvel pelo servio de limpeza urbana; e umrepresentante da sociedade civil. Alm disso, tam-bm estiveram presentes representantes dos r-gos estaduais de meio ambiente e a equipe doMMA/IBAM.

    OFICINA DE CAPOFICINA DE CAPOFICINA DE CAPOFICINA DE CAPOFICINA DE CAPACITACITACITACITACITAO AO AO AO AO PPPPPARA O PROJETARA O PROJETARA O PROJETARA O PROJETARA O PROJETOOOOOEsse encontro entre as diversas partes envolvidasno projeto permitiu:

    integrar representantes estaduais, municipaise as equipes do MMA e IBAM

    discutir e aprofundar os diagnsticos elabora-dos nas atividades preliminares

    transmitir e uniformizar conceitos, diretrizes,mtodos, demandas e propostas

    intercambiar as experincias de limpezaurbana de cada municpio

    desenhar o processo adequado a cadamunicpio na perspectiva do envolvimento dosdiversos agentes locais na elaborao dos planosde gesto, sedimentando parcerias e lideranas

    preparar e maximizar a utilizao do apoiotcnico disponibilizado pelo MMA/IBAM para aelaborao dos planos, considerando umhorizonte de quatro meses de trabalho.

    Participantes da Oficina de Capacitao - Manaus 2001

  • 15G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    DESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTVIMENTO DOS PROCESSOS DE ELABORAOO DOS PROCESSOS DE ELABORAOO DOS PROCESSOS DE ELABORAOO DOS PROCESSOS DE ELABORAOO DOS PROCESSOS DE ELABORAODOS PGIRS NOS MUNICPIOSDOS PGIRS NOS MUNICPIOSDOS PGIRS NOS MUNICPIOSDOS PGIRS NOS MUNICPIOSDOS PGIRS NOS MUNICPIOS

    "Desde o incio, a preocupao com o limitedos quatro meses de trabalho esteve presente,tanto para ns como para eles. Masrepetamos a todos que, apesar de as visitasserem limitadas, os processos estariam apenassendo desencadeados e o importante seria darcontinuidade a eles".(Andra Pitanguy de Romani)

    Ciclos de viagensCiclos de viagensCiclos de viagensCiclos de viagensCiclos de viagens

    Ciclo de Viagens foi a denominao dada, pela equi-pe tcnica, para a forma de assessoria aos munic-pios. No total, ocorreram cinco ciclos, espaadosde um ms, com permanncia do tcnico do IBAMpor quatro a sete dias em cada municpio. Duran-te as visitas, eram definidas e desenhadas, em par-ceria com a comunidade, as atividades tcnicas,de divulgao e participao a serem desenvolvi-das no perodo subseqente. Nesse processo, foide fundamental importncia que as equipes lo-cais assumissem o compromisso de garantir a con-tinuidade dessas atividades.

    Cada experincia local apresentou peculiaridades,trazendo tona dificuldades e acertos. Os pro-cessos foram pautados em estratgias planejadaspara identificar os aspectos a serem transforma-dos, cuidando sempre de respeitar as caractersti-cas locais e de motivar os diversos setores da so-ciedade para uma participao efetiva, no s naconstruo do PGIRS, mas tambm em suaimplemen-tao.

    Um grande nmero de atividades compem o pro-cesso da construo dos PGIRS. Dentre elas, des-tacam-se as seguintes:

    identificao e sensibilizao dos diversos ato-res para sedimentao de parcerias que contem-plem a questo dos resduos slidos

    levantamento e atualizao de dados referentes limpeza pblica

    compreenso de todo o sistema operacionaldesde a coleta at o disposio final, avaliando seudesempenho

    estudos para a elaborao ou redefinio dosroteiros de coleta de lixo

    realizao de estudos e levantamentos sobre agerao de lixo por habitante e as caractersticasfsicas dos resduos

    identificao dos grandes geradores de lixoidentificao de reas adequadas para a

    implantao de aterros sanitriosanlise da legislao vigente, incluindo leis

    orgnicas municipais, cdigos de posturas, delimpeza urbana e ambientais, orientando suaatualizao

    Reunio - Juna

  • 16 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    para conhecer mais

    levantamentos cartogrficos destacando aextenso e os nomes das ruas, os limites dosbairros e os recipientes para depsito de lixo(com nmero e localidade)

    levantamento das formas de arrecadao paramanuteno dos servios (IPTU, taxas, tarifas...)

    levantamento da situao dos catadores de lixoque atuam nos municpios

    levantamento de mercado local e regional paramateriais reciclveis

    DiagnsticoDiagnsticoDiagnsticoDiagnsticoDiagnstico

    Por permitir a identificao de problemas e avisualizao de prioridades, o diagnstico umaetapa fundamental em qualquer projeto. Natemtica especfica - resduos slidos -, impor-tante para conhecer a situao do sistema de lim-peza urbana de cada municpio, assim como a suainsero na administrao local. No mbito de umprojeto de caractersticas participativas, como ocaso deste, o diagnstico ganha relevncia aindamaior, pois, quando bem fundamentado, consti-tui um instrumento bsico de informao, deven-do delinear as estratgias de ao.

    Em um primeiro momento, os diagnsticos foramrealizados durante as visitas preliminares feitaspela equipe do MMA/IBAM aos municpios, ecomplementados com informaes colhidas naOficina de Manaus e ao longo dos meses iniciaisde trabalho em campo.

    Foram observados alguns elementos comuns aosnove municpios:

    problemas de sade da populao, causados pelaprecariedade dos servios de saneamento e pela au-sncia de aes de educao sanitria

    deficincias bsicas nos sistemas de limpezapblica, tanto no campo operacional quanto no ad-

    sugestes para programas de higiene esegurana no trabalho e de capacitao profissional

    articulao com as vrias secretarias munici-pais para incorporao da questo dos resduosslidos nos seus programas e aes

    informaes sobre trabalhos, convnios eprojetos relacionados limpeza urbana emandamento no municpio

    elaborao de material informativo.

    ministrativo, revelando a inexistncia decontroles operacionais e de custo, assim como d euma fiscalizao adequada

    ausncia de aterro sanitrio, com disposiofinal dos resduos em lixes, sem qualquerprocedimento de tratamento

    resduos de unidades de sade coletados edestinados juntamente com os resduoscomuns (residenciais e comerciais)

    predomnio de resduos de embalagens eplsticos (principalmente PET) nos lixes

    alto ndice de reaproveitamento domstico damatria orgnica

    resduos especiais de serrarias causandoproblemas especficos de queimadas epoluio atmosfrica

    varrio das vias e dos logradouros realizada nasua maioria apenas nas reas centrais

    servios de poda e capina realizados de formaprecria e sem planejamento

    carncia de legislao especfica para regular alimpeza urbana

    ausncia de comunicao do servio delimpeza com a comunidade

    ausncia de programas permanentes deeducao ambiental.

  • 17G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Levando-se em conta a especificidade de cada lo-cal, sua dinmica, calendrios e agendas, os pro-cessos desenvolvidos sugeriram aes, criaraminterlocues e sedimentaram parcerias para a ela-borao dos Planos.

    O papel da assessoria tcnicaO papel da assessoria tcnicaO papel da assessoria tcnicaO papel da assessoria tcnicaO papel da assessoria tcnica

    A equipe do MMA/IBAM buscou, em sua atuaojunto aos municpios, no fazer apenas o papel deconsultoria tcnica, mas se incorporar aos gruposlocais, motivar e animar iniciativas e eventos, re-forar articulaes e, ao mesmo tempo,conscientizar e capacitar a sociedade para o pro-cesso de elaborao do Plano.

    O consultor, vindo de outra regio, necessita passarpor um processo de entrosamento. O seu papel impulsionar o trabalho, trocar informaes e conhe-cimentos tcnicos. importante que seja reconhe-cido como algum que chega para colaborar.

    O conhecimento da realidade da comunidade per-mite uma relao mais estreita com a populaolocal. Nesse sentido, importante que a equipeparticipe do dia-a-dia da cidade, no se limitandos atividades especficas do Plano. Foi o que acon-teceu em Caracara (RR), onde a consultora acom-panhou os preparativos da festa da padroeiraN. S do Livramento, se envolveu na organizaoda Conferncia Intermunicipal dos Direitos da Cri-ana e do Adolescente e ainda participou do trei-namento da Pastoral da Sade. Em Xapuri (AC),outro exemplo dessa postura. L, aproveitando umevento cultural - FFFFFestival Anual de Praiaestival Anual de Praiaestival Anual de Praiaestival Anual de Praiaestival Anual de Praia -, a equi-pe montou um estande com fotos, cartazes e fra-ses relativos limpeza urbana do municpio, almde uma caixa para colher sugestes, denominadaReciclando IdiasReciclando IdiasReciclando IdiasReciclando IdiasReciclando Idias. Para a equipe tcnica MMA/IBAM, essas oportunidades so traduzidas comoo momento de "sentir-se fazendo parte".

    um jeito de trabalharMetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologiaMetodologia

    "Trabalhar com a populaopara que ela tenha espinha dorsalpara que ela levante a cabeapara que ela chegue a saberque ela tem um papele para que ela assumaa execuo desse papel."(Rosa de Lima Cunha)

    A metodologia de viso participativa tem a pos-sibilidade de agregar vrios olhares sobre aquesto com a qual se pretende trabalhar. A par-ticipao de diferentes setores da sociedade foiconsiderada como principal diretriz de todo otrabalho. A existncia de um grupo de coordena-o local fundamental para desencadear aes,promover intervenes e facilitar intercmbios.

    Na maioria dos municpios, os participantes daOficina de Manaus criaram as bases para essacoordenao, atravs da formao das comissesou grupos de trabalho. Mas, em cada local, a par-ticipao se articulou de modo diferenciado. Emalgumas cidades, foi criada uma comisso espec-fica para elaborao do PGIRS, como em Juna;em outras, a estratgia se configurou atravs daliderana de grupos, comits ou fruns j instala-dos, como o de Lixo e Cidadania, em Xapuri.

    Esses grupos apresentaram perfis diversificados eforam compostos, basicamente, por tcnicos, po-lticos, educadores, profissionais de sade, lide-ranas comunitrias, integrantes de sindicatos ede cooperativas, componentes da Agenda 21 Lo-cal e do Frum Lixo e Cidadania.

    O processo participativoO processo participativoO processo participativoO processo participativoO processo participativo

  • 18 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    UM ANO SE PASSOU... NOVE PLANOS (+1)* DE GERENCIAMENTOINTEGRADO DE RESDUOS SLIDOS

    * A princpio previsto para contemplar nove mu-nicpios, o projeto acabou incorporando um novoparticipante: Tucuru, vizinho de Breu Branco, noPar. Depois que os trabalhos em Breu Brancoindicaram a necessidade de solues em parceriapara os problemas comuns de tratamento e dis-

    posio final do lixo, os dois municpios, localiza-dos s margens do grande lago que forma a Hidre-ltrica de Tucuru, passaram a trabalhar para a for-mao de um Consrcio Intermunicipal. Essa aoconjunta tambm conta com o importante apoiode uma empresa estatal, a Eletronorte.

    "Nosso trabalho esteve pautado no desenvolvimento de um processo baseado na inteno-ao.Buscvamos sempre demonstrar o compromisso com o projeto e com o municpio atravs do nossoenvolvimento e engajamento em aes que estivessem sendo realizadas, mesmo que no diretamenteligadas rea de resduos slidos".(Karin Segala)

    Na viso de um dos componentes da comissodo Municpio de Manicor (AM):"Cada visita do consultor era uma alegria...com aconsultoria temos mais respaldo, mais credibilidadejunto populao... a presena da consultora eramais uma oficina: nos ensinava como agir, a tomardiretrizes".

    Acompanhamento dos processosAcompanhamento dos processosAcompanhamento dos processosAcompanhamento dos processosAcompanhamento dos processos

    Aps cada ciclo de viagens, a equipe tcnica MMA/IBAM se reuniu para debater o avano dos proje-tos nos nove municpios, considerando ametodologia referencial proposta e os processosem desenvolvimento para a construo dos PGIRSem cada cidade.

    Alguns critrios principais nortearam esse acom-panhamento, permitindo orientar os ajustes ne-cessrios e a tomada de decises em cada caso.Entre esses critrios, destacam-se:

    avano na coleta de dados para o plano degesto

    comprometimento do prefeito e secretriosparticipao do representante estadualparticipao da Cmara de Vereadoresenvolvimento da comunidadeaes de melhoria no gerenciamento do

    sistema de limpeza urbana.

  • 19G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Um ano aps o incio dos trabalhos, realizou-se,em maio de 2002, uma segunda oficina, emManaus (AM). O evento teve por objetivos a apre-sentao dos resultados das atividades, a avalia-o dos processos desenvolvidos em cada local ea definio de estratgias e caminhos para a con-tinuidade dos trabalhos contemplando aimplementao dos PGIRS. Contou tambm comuma novidade: a presena de Tucuru, o dcimomunicpio a se juntar ao projeto.

    Como na primeira oficina, estiveram presentes trsrepresentantes de cada municpio, incluindo umdecisor - o prefeito ou um secretrio -, um gerenteou funcionrio da rea operacional de resduosslidos e um da comunidade. Em alguns casos, osmunicpios designaram vereadores para desempe-

    nhar esse papel. Mas o importante que todos osescolhidos estavam diretamente envolvidos nos pro-cessos desencadeados em suas cidades. Tambmparticiparam ativamente os representantes dos r-gos estaduais, que acompanharam os trabalhos.

    Na ocasio, esses participantes tiveram a oportu-nidade de refletir sobre o processo e asmetodologias utilizadas para o desenvolvimentodos Planos e os resultados obtidos, considerandoas necessidades e potencialidades de seus muni-cpios. Enfim, pensar de que modo, por meio dasparcerias estabelecidas, poderiam ser imple-mentados os PGIRS. Cada experincia relatada ins-pirava novas idias, aes ou novas demandas, e,principalmente, a preocupao com a perspectivada sustentabilidade dos Planos.

    OFICINA DE A OFICINA DE A OFICINA DE A OFICINA DE A OFICINA DE AVVVVVALIAOALIAOALIAOALIAOALIAO

    Participantes da Oficina de Avaliao - Manaus 2002

  • 20 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Juna

  • 21G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    IMPLEMENTAOE ACOMPANHAMENTO

    DAQUI PRA FRENTE TUDO PODE SER DIFERENTE...

    As prximas etapas a serem desenvolvidas voltam-se para a implementao dos Planos de Geren-ciamento de Resduos Slidos pelos municpios epara o acompanhamento dessas atividades pela equi-pe tcnica do MMA/IBAM.

    Conforme j foi possvel verificar, cada PGIRS temsuas prprias caractersticas e prioridades. Cada ci-dade criou canais especficos de articulao e parti-cipao para construir e, agora, implementar o Pla-no. Em novos ciclos de viagens - dessa vez, mais es-paados -, os municpios seguiro contando coma equipe disponibilizada pelo MMA/IBAM, prontapara dirimir dvidas, ajudar a redirecionar ativida-des e motivar a manuteno dos processosparticipativos locais.

    Um dos pressupostos para a implementao dosPlanos a existncia de uma estrutura poltico-ad-ministrativa que coordene o sistema de limpeza ur-bana, avaliando, promovendo reajustes, atualizan-do, criando interface com os demais programas eservios urbanos e mantendo fruns nos quais asociedade tenha a sua participao garantida.

    A Oficina de Avaliao de Manaus foi tambm a opor-tunidade para se discutir as premissas fundamen-tais para a construo dessa estrutura. Atividadesrealizadas em grupos, divididos por temas, concen-traram-se na reviso e aprofundamento do conceitode sustentabilidade, ou seja, da possibilidade deimplementao e manuteno dos Planos.

    Verificou-se que, para a implementao dos PGIRS,deve-se buscar garantir:

    SUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTABILIDABILIDABILIDABILIDABILIDADE SOCIALADE SOCIALADE SOCIALADE SOCIALADE SOCIAL

    sensibilizao e mobilizao permanente dopoder pblico e dos diferentes segmentos sociais

    consolidao e ampliao do controle socialrealizao de campanhasincluso dos funcionrios da limpeza pblicaimplantao de programas de educao ambientalinsero social dos catadores

    SUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTABILIDABILIDABILIDABILIDABILIDADEADEADEADEADEPOLTICOPOLTICOPOLTICOPOLTICOPOLTICO-INSTITUCIONAL-INSTITUCIONAL-INSTITUCIONAL-INSTITUCIONAL-INSTITUCIONAL

    garantia da implementao dos instrumentoslegais e dos Planos, a partir da conscientizao, doenvolvimento, da capacitao e da fiscalizao

    garantia da continuidade do PGIRS,independentemente das mudanas polticas

    disseminao de informaesidentificao de agentes locais para

    multiplicao de iniciativascriao de fruns permanentes de debate para

    o fortalecimento da participao popularcriao de polticas especialmente voltadas

    para o setor de resduos slidos nos estadoselaborao de legislao especfica para a rea

    de limpeza urbanacriao de um setor de gerenciamento da

    limpeza urbana nos municpios

  • 22 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    "Este milnio apresenta problemas qualitativamente novos, para os quais preciso encontrar soluesigualmente novas. Seria presuno crer que os seres humanos so capazes de delinear, configurar emonitorar um processo de construo de um futuro humanizado? Como pessoas e instituies seenvolveriam nesse processo, e qual o nvel de comprometimento delas? Que parmetros utilizar paradefinir a sustentabilidade regional?Que fazer para que os que aqui esto no tenham que se movimentar de novo em busca de outroEldorado, ou ficar e deixar como lembrana as marcas do egocentrismo exacerbado?"(Equipe de elaborao do Plano de Juna - Mato Grosso)

    SUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTABILIDABILIDABILIDABILIDABILIDADEADEADEADEADEECONMICAECONMICAECONMICAECONMICAECONMICA

    estabelecimento de taxas de coletadiferenciadas para gerador comum, grandegerador e gerador de resduos especiais

    estabelecimento de bases de clculo paracobrana, considerando o princpio dadivisibilidade

    definio de mecanismos de cobrana

    SUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTSUSTENTABILIDABILIDABILIDABILIDABILIDADEADEADEADEADETCNICOTCNICOTCNICOTCNICOTCNICO-OPERACIONAL-OPERACIONAL-OPERACIONAL-OPERACIONAL-OPERACIONAL

    estruturao de equipe responsvelcapacitao e valorizao de garis, gerentes,

    fiscais, responsveis pelo gerenciamento e pelomonitoramento

    controle socialdimensionamento dos servios: equipamentos

    e manutenodisposio final adequadafiscalizao e monitoramento do sistema

    Reunio com os moradores - Porto Nacional

  • 23G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    AVANOS E CONQUISTASPRA FRENTE QUE SE ANDA

    Durante o desenvolvimento dos trabalhos nos muni-cpios, diversas iniciativas foram tomando forma e con-tribuindo para a melhoria dos servios de limpeza ur-bana, sem aguardar a finalizao dos planos degerenciamento integrado. Solues tcnicas e de ges-to foram produzidas pelos atores locais, contando comrecursos humanos e financeiros prprios.Pode-se citar, como exemplos: criao de rgo local de limpeza pblica (Juna ePorto Nacional)

    aprovao de lei ou regulamento de limpezaurbana (em vrios municpios) melhoria das condies de trabalho dos garis;contratao de pessoal para o servio de limpezapblica; aquisio de equipamentos e veculos;aprovao da cobrana da taxa de lixo (Juna) reordenamento da coleta (Xapuri) instalao de lixeiras e ampliao da coleta diriapara toda a cidade (Manicor)

    Garis uniformizados - Guajar-Mirim

  • 24 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    Mutiro - Manicor

    adoo de meios disponveis no local para aestruturao da coleta domiciliar (como as carroas deCururupu) implementao de novas aes de limpeza e recupe-rao do maquinrio (Guajar - Mirim) coleta diferenciada dos resduos de sade (Xapuri) criao da associao de catadores (Porto Nacional) implantao de lixeiras pblicas e carrinhos decoleta com desenho apropriado realidade local(nas palafitas de Laranjal do Jari) seminrios e mutires de limpeza (Breu Branco eCururupu) realizao de campanhas educativas (em todosos municpios) estabelecimento de parcerias com instituies deensino e pesquisa (Porto Nacional) iniciativas para consorciamento intermunicipal(Breu Branco com Tucuru).

    Esses resultados podem ser verificados nos relatossobre cada municpio, apresentados adiante.

    O sucesso das experincias foi resultado de umaconjuno de fatores: o efetivo comprometimen-

    to do prefeito e do secretariado municipal, a cons-tituio de uma equipe municipal bsica, a parti-cipao da Cmara de Vereadores, o engajamentodos diferentes setores da comunidade, a partici-pao do representante estadual.

    Alguns dos municpios destacaram-se pelo preen-chimento de todos os quesitos, resultando emprodutos de altssima qualidade. Outros aindaenfrentam uma srie de dificuldades em um oumais desses pontos prioritrios. Todas as experi-ncias, entretanto, geraram frutos positivos. Mes-mo as barreiras encontradas trouxeram a oportu-nidade de aprendizado, retratando a complexida-de da gesto municipal na realidade da Amaznia(que, nesse aspecto, no difere muito da de ou-tras regies brasileiras).

    A flexibilidade das formas de assessoria e a agili-dade na tomada de decises institucionais tam-bm foram fatores de extrema importncia para aadequao s diferentes realidades e demandas.

  • 25G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s n a A m a z n i a

    A BUSCA POR RECURSOSA BUSCA POR RECURSOSA BUSCA POR RECURSOSA BUSCA POR RECURSOSA BUSCA POR RECURSOS

    Em paralelo elaborao dos Planos, constituiu-se ainda um objetivo complementar, qual seja, ode informar e orientar os municpios quanto aoportunidades e linhas de financiamento dispo-nveis para a implementao do projeto.

    Entre os caminhos possveis, destacou-se o lan-amento de edital do Fundo Nacional do MeioAmbiente para resduos slidos, com chamadaespecfica para a Regio Amaznica. Dois dosmunicpios participantes deste projeto - Juna (MT)e Porto Nacional (TO) - foram contemplados comrecursos direcionados para a implantao de ater-ros sanitrios.

    Outras linhas de financiamento, do OramentoGeral da Unio e da Caixa Econmica Federal, be-neficiaram os municpios de Cururupu, Xapuri e BreuBranco, e complementaram aportes para Juna e Por-to Nacional. Em todos esses casos, a apresentaodos PGIRS, elaborados dentro da perspectivaparticipativa aqui indicada, foi fator diferencial paraa seleo dos municpios.

    Tambm nesse perodo, sete estados amaznicos bus-caram recursos e apoio do Programa Nacional do MeioAmbiente para a formulao das Polticas Estaduais deResduos Slidos, numa iniciativa que pode vir a refor-ar ainda mais os objetivos deste projeto.

    LIO APRENDIDLIO APRENDIDLIO APRENDIDLIO APRENDIDLIO APRENDIDAAAAA

    O sucesso dos processos implementados fundamenta-se em um trip formado pelos seguin-tes fatores bsicos: tema catalizador: o lixo um tema capaz de mobilizar todos os cidados e os vrios atorespolticos e sociais; capaz de atrair atenes, interesses, congregar iniciativas e conscientizarpara a questo ambiental urbana de maneira mais ampla. terreno frtil: a existncia ou a construo de um ambiente propcio para a elaborao eimplementao do Plano, traduzido em compromisso do Prefeito, entrosamento dos secret-rios municipais, capacidade de construir e manter parcerias e a organizao e participao dacomunidade. Essas caractersticas garantiram a manuteno dos processos na ausncia dosconsultores. abordagem tcnica adequada: a postura da consultoria de no impor mtodos e soluesprontas, contribuindo na construo do processo com conhecimento tcnico, capacidade demobilizao e motivao para o trabalho

    (Sandra Soares de Mello)

  • 26 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o sssss n a A m a z n i a

    rea geogrfica: 48.263 km2Populao: 14.186 habitantes

    rea geogrfica: 48.283 km2Populao: 38.038 habitantes

    rea geogrfica: 4.705 km2Populao: 11.956 habitantes

    rea geogrfica: 25.114 km2Populao: 38.045 habitantes

    rea geogrfica: 30.966 km2Populao: 28.196 habitantesCaracara - Roraima

    Manicor - Amazonas

    Xapuri - Acre

    Guajar-Mirim - Rondnia

    Laranjal do Jari - Amap

    SNTESE DOS PROCESSOS NOS MUNICPIOSSNTESE DOS PROCESSOS NOS MUNICPIOSSNTESE DOS PROCESSOS NOS MUNICPIOSSNTESE DOS PROCESSOS NOS MUNICPIOSSNTESE DOS PROCESSOS NOS MUNICPIOS

    Fonte: IBGE 2000

  • 27G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s s s s s n a A m a z n i a

    rea territorial: 4.015,36 km2Populao: 32.907 habitantes

    rea geogrfica: 673 km2Populao: 33.686 habitantes

    rea geogrfica: 26.426 km2Populao: 38.036 habitantes

    rea geogrfica: 4.753 km2Populao: 44.966 habitantes

    Breu Branco - Par

    Juna - Mato Grosso

    Tucuru - Par

    Porto Nacional - Tocantins

    ISSO AQUI UM POUQUINHO DE BRASIL...

    rea geogrfica: 2.095 km2Populao: 73.740 habitantes

    Cururupu - Maranho

  • 28 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o sssss n a A m a z n i a

    O nome Breu Branco se deve grande presena, noterritrio do municpio, de uma espcie de rvore daqual se extrai a resina branca utilizada na fabricaode breu.

    O municpio surgiu durante o momento deoperacionalizao da Hidreltrica de Tucuru. Na oca-sio, 1.200 famlias que moravam em um povoadoprestes a ser alagado pelo represamento do RioTocantins precisaram ser transferidas para um novolocal, dando origem a Breu Branco. Em 1991, ocor-reu a emancipao do lugar (Lei n. 163/91), cujo ter-ritrio foi desmembrado dos municpios de Tucuru,Moju e Rondon do Par.

    Localizado na mesorregio do sudeste paraense, namicrorregio de Tucuru, Breu Branco possui rea de4.015,36 km, o que corresponde a 0,33% do total do Es-tado do Par. Conforme dados do IBGE referentes ao anode 2000, a populao do municpio de 32.907 habitan-tes, dos quais 15.945 vivem em rea urbana e 16.962 narea rural. Nos ltimos tempos, a retomada das obras dafase II da Hidreltrica de Tucuru vem atraindo novos mo-radores, que chegam em busca de oportunidades de tra-balho e, assim, contribuem para uma taxa de crescimentodemogrfico de 12,94% ao ano, uma das mais altas doestado.

    A agropecuria e a extrao de madeira constituem abase econmica do municpio, empregando boa par-te da mo-de-obra local. Alm disso, o extrativismovegetal continua sendo uma das atividades mais di-nmicas e importantes do lugar.

    O abastecimento e a distribuio de gua tratada aten-dem a somente 15% dos domiclios. Poucas residnci-as dispem de fossas spticas. Na maioria, h fossanegra, e a gua usada para consumo domstico pro-vm de poos construdos prximos s fossas.

    Situao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaEm Breu Branco, a responsabilidade pela execuo dosservios de limpeza urbana da Secretaria Municipalde Obras. Cerca de 70% da populao so atendidospelo sistema de coleta - dos 13.668 quilos de resduosslidos gerados diariamente, 9.568 so coletados. Naparte central da cidade, assim como nas principais viasasfaltadas prximas ao centro, todo o servio de lim-peza urbana mantm regularidade diria. J nas reasperifricas, a coleta de lixo alternada, e os demaisservios so executados de acordo com a disponibili-dade de equipamentos, veculos e recursos humanos.

    BREU BRANCO - PAR

  • 29G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s s s s s n a A m a z n i a

    O diagnstico do sistema de limpeza urbana sinali-zou os seguintes problemas:

    inexistncia de aterro sanitrio: todo o lixo coleta-do lanado a cu aberto no lixo, situado na locali-dade de Vaquejada, a 4km da cidade

    inexistncia de caminho coletor compactadorcoleta domiciliar onerosapresena de crianas no lixo, separando matrias

    comerciveis para depois vend-los no prprio mu-nicpio

    no-cobrana da taxa de limpeza pblicabaixa capacidade gerencial do setor de limpezainexistncia de cursos de capacitao dos garisfrgil organizao da populao no tocante s ques-

    tes relativas limpeza urbana.

    O processoO processoO processoO processoO processoNo se logrou, em Breu Branco, uma ampla partici-pao da populao e das entidades locais no pro-cesso de elaborao do PGIRS. Isso pode ser explica-do, em parte, pelo fato de o municpio apresentarcaractersticas de migrao constante e recente. Poroutro lado, foi possvel consolidar algumas parceriasestratgicas, com o propsito de implementar asaes contidas no Plano. Destaca-se a participaoda Eletronorte, da Cmara de Vereadores de BreuBranco, da Prefeitura Municipal de Tucuru e da Se-cretaria Estadual de Cincia Tecnologia e Meio Ambi-ente - SECTAM/PA.

    Realizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanos

    De ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnico-----operacional:operacional:operacional:operacional:operacional:otimizao da coleta dos resduos domiciliaresmelhorias no gerenciamento dos servios comple-

    mentares da limpeza urbana do municpiodesenvolvimento de estudos para o aproveitamen-

    to da serragem de madeira como adubo orgnico ecombustvel para atender a regio

    De ordem poltica:De ordem poltica:De ordem poltica:De ordem poltica:De ordem poltica: perspectiva de um plano consorciado degerenciamento integrado dos resduos domiciliarese spticos para os municpios de Breu Branco eTucuru, incluindo tratamento e disposio final ade-quados

    criao do Conselho Municipal de Meio Ambiente,faltando somente sua aprovao pela Cmara Muni-cipal

    De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:alteraes na Lei Orgnica, a partir de indicaes

    do PGIRS

    De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:possibilidade de implantao de uma oficina de

    capacitao para os catadores, com o objetivo de ins-tru-los quanto ao reaproveitamento de restos de ma-deira para a criao de produtos comerciveis

    desenvolvimento de programas de educaoambiental a partir de convnio entre a Eletronorte e aprefeitura, com nfase na capacitao de professo-res, tendo como meta atingir sete mil alunos matri-culados na rede de ensino formal

  • 30 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o sssss n a A m a z n i a

    CARACARA - RORAIMA

    de solucionar o problema de gerao de trabalho erenda, vem investindo no potencial eco-turstico deCaracara.

    A quase totalidade da rea urbana do municpio pro-vida de rede de drenagem de guas pluviais e de redede esgoto, com uma estao de tratamento prim-rio, num complexo de trs lagoas de estabilizao deesgoto. Por outro lado, apenas 30% das vias urbanasso pavimentadas.

    Situao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaO responsvel pela execuo do servio de limpezaurbana o Departamento de Transporte da Secreta-ria Extraordinria de Desenvolvimento.

    A coleta de lixo domiciliar e comercial prestada deforma regular e atende a 90% da populao, incluin-do-se a coleta de resduos das unidades de sade.

    Em relao aos resduos slidos, os principais pro-blemas apontados pelo diagnstico foram:

    rea de disposio final caracterizada como lixo acu aberto, sem tratamento ou fiscalizao

    limpeza de logradouros realizada somente em pocade eventos comemorativos na cidade, quando soorganizados mutires para esse fim

    A palavra Caracara de origem indgena e significa"gavio pequeno". As primeiras residncias do povoa-do comearam a surgir por volta de 1900, mas o locals foi elevado condio de municpio em 1955 (LeiFederal n. 2495), no ento territrio federal deRoraima.

    Situado entre as capitais Boa Vista (RR) e Manaus(AM), junto aos limites navegveis do Rio Branco,Caracara funciona como principal entreposto comer-cial do extremo norte, ligando-o ao restante do Pas. o mais extenso (48.263 Km2) e o mais populosomunicpio de Roraima: 14.186 habitantes, dos quais8.236 vivem na rea urbana e 6.050 na zona rural(fonte: IBGE 2000).

    Durante muito tempo, a economia local esteve volta-da para a distribuio de derivados de petrleo para aRegio Norte, o que se dava atravs do terminal daPETROBRS l instalado. Com a intensificao dotransporte rodovirio - mais regular que o fluvial, quedepende do nvel do rio - e a desativao do terminal- em funo da transferncia da fonte energtica determeltrica para hidreltrica -, houve uma queda sig-nificativa na oferta de empregos, assim como nas re-ceitas do municpio. A prefeitura, na condio de maiorempregador, precisou efetuar uma drstica reduono seu corpo funcional, e, desde ento, na tentativa

  • 31G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s s s s s n a A m a z n i a

    Apesar de no se poder considerar o processoparticipativo sedimentado, foi possvel observar que,de forma gradativa e sistemtica, se estabeleceu umdilogo entre as Secretarias Municipais, mais especi-ficamente as de Educao, Bem-Estar Social, Sade eMeio Ambiente, que passaram a desenvolver diver-sas aes em conjunto. Do mesmo modo, precisocitar o engajamento, ao longo dos trabalhos, das en-fermeiras do Programa de Sade da Famlia, prestan-do um trabalho educativo junto s famlias atendidaspelo programa, e dos representantes da Pastoral daSade.

    Realizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanos

    De ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnico-----operacional:operacional:operacional:operacional:operacional:estudos, em conjunto com tcnicos da FUNASA,

    para a escolha de rea para implantao de aterrosanitrio

    atualizao dos dados referentes situao da lim-peza pblica do municpio

    criao de mtodo para avaliao do desempenhodo sistema de coleta e verificao da quantidade delixo gerado

    De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:levantamento de legislao estadual e municipal

    voltada para a rea ambientalelaborao da minuta do regulamento de limpeza

    urbana

    De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:reunies com representantes comunitrios, com o

    intuito de apresentar o projeto e discutir estratgiaspara aes conjuntas

    um amplo programa educativo, intitulado Adotesua calada, voltado para o envolvimento dos mora-dores na manuteno da limpeza da cidade, foi ela-borado com a participao das secretarias mucicipais deMeio Ambiente e Turismo; de Educao, Cultura e Des-porto; de Bem Estar Social; de Sade, da iniciativa privadae de lderes municipais religiosos. A marca da campanha ea frase temtica resultaram de um concurso realizado jun-to s escolas estaduais e municipais

    irregularidade na freqncia dos roteiros de coletadomiciliar

    cdigo de postura ultrapassado (1980) einexistncia de legislao para o sistema de limpezapblica

    ausncia de programas educativoscarncia de recursos humanos qualificados.

    A prefeitura de Caracara j vinha buscando modifi-car esse sistema, elegendo prioridades:

    instalao de um aterro sanitrio na atual rea dedisposio de lixo, com verba do Ministrio do MeioAmbiente, atravs de emenda parlamentar

    implantao de uma unidade de segregao ecompostagem junto ao aterro sanitrio, com verbada FUNASA - Fundao Nacional de Sade

    terceirizao dos servios de limpeza delogradouros

    desenvolvimento de uma ampla campanhaeducativa junto populao

    implantao de uma poltica de fiscalizao.

    A elaborao do PGIRS contou com o apoio da Se-cretaria Extraordinria de Meio Ambiente e Turismo,da Secretaria Municipal de Educao, Cultura e Des-porto, da Secretaria de Bem Estar Social e da Secre-taria de Sade, na qual se destacou o Programa deSade da Famlia.

    O processoO processoO processoO processoO processoNa avaliao da equipe que assessorou o PGIRS, nose logrou consolidar, em Caracara, um processoparticipativo consistente, capaz de garantir a conti-nuidade e sustentabilidade das aes em resduosslidos. Uma das provveis justificativas para essefato a constatao de que a prefeitura tem tido bas-tante acesso a recursos e verbas, especialmenteoriundas do nvel federal, para programas e projetosvariados. O conjunto desses investimentos e a atua-o direta da prefeitura promovem programas soci-ais e avanos na infra-estrutura urbana, mas no tmpor caracterstica conduzir a uma maior participaoe responsabilizao dos cidados/moradores.

  • 32 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o sssss n a A m a z n i a

    bastante limitado e a utilizao de mo-de-obra infanto-juvenil, com remunerao baixssima, comum.

    O servio de tratamento e distribuio da gua ineficiente, atendendo, por meio de oito poosartesianos, a cerca de 60% da populao urbana.Como no existe rede de coleta de esgoto, os mora-dores utilizam o sistema de fossas spticas.

    Situao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaEm Cururupu, o servio de limpeza urbana est soba responsabilidade da Secretaria Municipal de Obrase Servios Urbanos. O lixo depositado em latesde 200 litros - distribudos em pontos definidos pelaprefeitura na regio central e em algumas esquinasde bairros perifricos - para posterior coleta por car-roas. O sistema, porm, no atende a mais do que50% da populao urbana. Servios como varrio,capina e pintura de meio-fio so realizados com fre-qncia bastante irregular. Os resduos de serviosde sade, embora estejam sendo coletados de formadiferenciada, atravs de carroas especficas, so lan-ados, como os demais, no lixo a cu aberto.

    O diagnstico do sistema de limpeza urbana deCururupu j apontava, antes mesmo do incio dos

    O nome Cururupu tem origem indgena tupinamb.Os primeiros habitantes do lugar chegaram no scu-lo XVII, durante o processo de colonizao do litoraldo Maranho, dando incio a atividades como a agri-cultura e a pesca, que at hoje constituem a base daeconomia local. Em 1841, Cururupu passou condi-o de vila, e, em 1920, foi elevado categoria demunicpio.

    Localizado na Zona de Reentrncias Maranhenses (de-finida pelo governo do estado como rea prioritriapara o desenvolvimento do eco-turismo), Cururupupossui um territrio de 673 km2, dos quais 288 km2esto situados em rea insular. A populao, de 33.686habitantes - 21.399 residentes em rea urbana e12.287 em rea rural -, formada, em grande parte,por descendentes dos escravos negros que trabalha-ram nas lavouras da regio.

    O desenvolvimento econmico de Cururupu foi mar-cado, inicialmente, pelo cultivo de cana-de-acar emandioca, quando o municpio chegou a contar comindstrias de acar, cachaa e farinha. Com a deca-dncia do ciclo aucareiro, a economia local passou ase basear na pesca e na agricultura familiar de subsis-tncia. Hoje em dia, a prefeitura o principal agenteempregador do municpio. O mercado de trabalho

    CURURUPUMARANHO

  • 33G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s s s s s n a A m a z n i a

    De ordemDe ordemDe ordemDe ordemDe ordem tcnico tcnico tcnico tcnico tcnico-----operacional:operacional:operacional:operacional:operacional:estudo em plantas cartogrficas visando o

    dimensionamento e estruturao da coleta domiciliarporta-a-porta, tendo em vista os seguintes itens: dis-posio, na cidade, dos lates utilizados como dep-sito de lixo; pavimentao das ruas; nomes e exten-ses das ruas; limites dos bairros; e nmero de do-miclios

    levantamentos sobre a gerao de lixo por habi-tante e as caractersticas fsicas dos resduos slidos

    investimento no sistema de acondicionamento ecoleta de resduos slidos de servios de sade

    estruturao dos servios prestados peloscarroceiros no mbito do sistema pblico de limpe-za urbana, com o incio da discusso sobre a criaode uma associao ou cooperativa para a categoria,assim como a melhoria das condies de trabalho,traduzida no acesso aos EPI (Equipamentos de Pro-teo Individual) e s ferramentas necessrias ao de-senvolvimento das atividades

    transferncia da rea de disposio final do lixo,com a retirada do lixo da beira da estrada, aberturade vala para enterrar o lixo e preparao de terrenopara implantao do aterro sanitrio

    De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:integrao com a rede de ensino local, de modo a

    se conhecer as experincias j desenvolvidas sobrea questo dos resduos slidos. O objetivo foi aotimizao de recursos pblicos e metodolgicos nombito das aes desenvolvidas para a preservaodo meio ambiente, atravs da identificao de aespara a integrao escola, meio ambiente, agricultu-ra, infra-estrutura e outros

    De ordem polticoDe ordem polticoDe ordem polticoDe ordem polticoDe ordem poltico-legal:-legal:-legal:-legal:-legal:aprovao do Regulamento de Limpeza Urbanaestruturao do Departamento de Limpeza Urba-

    na (DLU)busca de recursos de emenda parlamentar para a

    instalao de aterro sanitrio

    trabalhos, para problemas de falta de planejamento,de controle operacional e de fiscalizao. No entan-to, um grande desafio foi assumido pela prefeitura epor todos que colaboraram durante o processo deelaborao do Plano: conseguir que, num curto perodode tempo, a coleta domiciliar porta-a-porta atingisse todaa cidade. Para tanto, o municpio contou com a participa-o atuante da Agenda 21 Local, composta por membrosde sindicatos, pescadores, associaes comunitrias e re-presentantes do poder pblico municipal.

    O processoO processoO processoO processoO processoO trabalho teve incio com a divulgao do Plano nardio local e a sensibilizao da populao e de seg-mentos organizados da sociedade por meio de con-vites formais. O processo foi coordenado por umacomisso, dividida em cinco grupos de trabalho: Fis-calizao; Operacional; Administrativo; EducaoAmbiental; Legislao/Finanas.

    Ao longo do perodo no qual se realizaram os traba-lhos, dois momentos podem ser destacados: o semi-nrio de lanamento do Plano na cidade - que contoucom a participao de mais de cem muncipes - e ofrum de consolidao e apresentao dos resulta-dos obtidos.

    Quanto participao popular, destacaram-se os jo-vens que, organizados em mais de vinte caravanas,divulgaram a proposta de elaborao do Plano, infor-maram sobre a importncia da populao se engajarno processo e incentivaram a realizao de mutiresde limpeza nos bairros.

    Em resumo, todas as partes envolvidas na elabora-o do PGIRS em Cururupu deram um exemplo deconstruo participativa e de vontade poltica, atuan-do ativamente na implementao de mudanas im-prescindveis para um bom gerenciamento dos res-duos slidos do municpio.

    Realizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanos

  • 34 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o sssss n a A m a z n i a

    exportao de produtos primrios, tendo como prin-cipais atividades a pesca e a extrao de frutos comoo aa e a castanha.

    O abastecimento de gua alcana aproximadamente70% da rea urbana e o sistema de esgoto atinge 14km de extenso, limitando-se s reas centrais da cida-de. Dos 468 km de ruas, apenas 9% so asfaltados.

    Situao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaEm Guajar-Mirim, o servio de limpeza urbana estsob a responsabilidade da Secretaria Municipal deObras, que executa, diretamente, a varrio de pra-as, a poda e capina, a coleta de entulho e a pinturade meio fio. A coleta e o transporte dos resduos do-miciliares - servios que atendem a cerca de 70% dapopulao - so executados por terceiros, atravs decontrato com empresa particular.

    O diagnstico do sistema de limpeza urbana desta-cou, como problemas fundamentais do municpio, aausncia de local adequado para a disposio finaldos resduos e a falta de fiscalizao, pelo poder p-blico, dos servios terceirizados de coleta. Atualmente,a empresa coletora deposita o resduo a cu abertoem terreno de sua propriedade, o que atrai para olocal, todos os dias, um grande nmero de catadores.

    Outros pontos identificados no diagnstico foram afalta de um planejamento e monitoramento das ativi-

    O nome Guajar-Mirim tem origem tupi-guarani esignifica "cachoeira pequena". Situado na fronteiraoeste do Brasil, o municpio faz limite com a Bolvia,s margens do Rio Madeira, e possui a maior rea depreservao do estado, composta por reservas ind-genas, unidades de conservao e reservasextrativistas.

    A histria de Guajar-Mirim remonta ao ano de 1860,quando imigrantes nordestinos, atrados pela possi-bilidade de extrao de ltex da floresta, deram incioao povoamento do local. Em 1903, o Brasil, signat-rio do Tratado de Petrpolis, comprometeu-se junto Bolvia em construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamor, o que incrementou o desenvolvimento dopovoado. Em 1928, Guajar-Mirim ganhou autono-mia poltica e administrativa.

    A rea total do municpio de 25.114km2 . A popula-o, de 38.045 habitantes - sendo 33.035 na rea ur-bana e 5.010 na rea rural -, muito heterognea,caracterizada, principalmente, pela mestiagem en-tre ndios e bolivianos.

    Durante muito tempo, Guajar-Mirim teve como prin-cipal atividade econmica a produo agrcola, queera facilmente escoada atravs da ferrovia. Com adesativao da via frrea, intensificou-se o comrciocom a Bolvia, notadamente a partir dos anos 1990,quando foi criada a rea do livre comrcio. Atualmen-te, a economia do municpio depende, sobretudo, da

    GUAJAR- MIRIMRONDNIA

  • 35G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s s s s s n a A m a z n i a

    De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:De ordem legal:elaborao do Regulamento de Limpeza Urbanamobilizao para criao de Conselho Municipal

    do Meio Ambiente

    Dos recursos humanos:Dos recursos humanos:Dos recursos humanos:Dos recursos humanos:Dos recursos humanos:cadastramento dos catadores do lixo e dos com-

    pradores de sucataaquisio de equipamentos de proteo individual

    para a equipe operacional

    De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:De ordem educativa:lanamento de campanha educativa Um bom

    cidado no joga lixo no cho junto s escolas dacidade, mediante a realizao de concurso dedesenho e exposio de materiais

    proposta de realizao de feira de cincia tendocomo temtica os resduos slidos

    divulgao do trabalho em programas de rdiorealizao da I Feira do lixo que no lixoelaborao e aplicao de questionrio sobre a

    limpeza dos domiclios e logradouros em algunsbairros da cidade

    O LixoO lixo que no lixoLixo tratado sadeDepende da virtude:Joga na lata do lixo

    Pois, todo o bom cidadoNo joga lixo no choReciclar d dinheiro,Procure um bom parceiro

    Logo que acaba a festaTrata-se da limpeza,A cidade beleza:Joga o lixo na cesta.(Igncio Sanchez - membro da comisso de trabalho)

    dades de varrio, poda e capina (medidas que setornam ainda mais necessrias diante da escassez demo-de-obra disponvel); a ausncia de coleta dife-renciada dos resduos de sade; e a necessidade dese estabelecer um canal de comunicao entre a co-munidade e a Secretaria de Obras.

    O processoO processoO processoO processoO processoEm Guajar-Mirim, o processo participativo de elabo-rao do Plano teve incio com a criao de uma co-misso de trabalho formada por funcionrios das Se-cretarias Municipal e Estadual de Educao, Municipalde Planejamento, Municipal de Sade, representantesda Cmara de Vereadores, da associao comercial,de associaes de moradores e de cooperativas. A equi-pe do governo estadual tambm se fez presente (atra-vs da SEDAM - Secretaria de Estado do Desenvolvi-mento Ambiental) em algumas das atividades do pro-jeto, como a Feira do lixo que no lixo.

    A princpio, eram realizadas reunies semanais naSecretaria de Planejamento, que funcionou comoaglutinadora das aes e estratgias. No entanto, ainstabilidade do quadro poltico local acabou preju-dicando a legitimidade do trabalho, e a comisso seenfraqueceu. Ainda assim, com todas as dificuldades,este projeto colaborou para o estabelecimento de umarelao mais estreita da administrao municipal coma estadual, e tambm para um entendimento maisamplo sobre as dimenses da limpeza urbana.

    Realizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanosRealizaes e avanos

    De ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnicoDe ordem tcnico-----operacional:operacional:operacional:operacional:operacional:realizao de estudo geotcnico e definio de rea

    para implantao de aterro sanitriolevantamento dos pontos crticos de limpeza na

    cidade e quantificao das lixeiras necessriascriao de instrumentos para monitoramento do

    desempenho do servio de coleta de resduos domi-ciliares e comerciais

  • 36 G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o sssss n a A m a z n i a

    a rea urbana, num processo que durou at 1992.Hoje, cerca de 80% da populao de Juna vivem nacidade, tendo como principal atividade econmica aextrao de madeira, seguida por transporte, comr-cio, agricultura e pecuria. Nos ltimos tempos, osetor agrcola vem se expandindo novamente, com ocultivo de caf consorciado com cupuau, castanha,seringueira, aa, guaran, coco, urucum e pupunha.

    A infra-estrutura de saneamento bsico precria. Arede de gua tratada, insuficiente para atender po-pulao, chega a apenas 44% dos domiclios e, almdisso, o municpio no possui rede de esgotos.

    Situao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaSituao da limpeza urbanaA Secretaria Municipal de Obras e Servios Pblicos,responsvel pela execuo dos servios de limpezaurbana, mesmo antes do incio da elaborao do Planoj apresentava dois resultados bastante expressivos: acoleta de lixo atingia 100% da cidade e a disposiofinal dava-se em aterro controlado. Desde 1997, o po-der pblico local vem desenvolvendo vrias iniciativasem relao aos resduos slidos, tais como:

    desativao de um lixo e instalao de um aterrocontrolado

    universalizao da coleta e aumento da freqnciaem alguns bairros

    busca de recursos junto a rgos federais para im-plantao de um aterro sanitrio.

    JUNA - MATO GROSSO

    O Municpio de Juna surgiu em conseqncia da ex-panso da fronteira agrcola brasileira, na dcada de1970, como parte do programa POLAMAZNIA, queprevia a implantao de um ncleo habitacional na li-gao entre Vilhena (RO) e Aripuan (MT). Diferente-mente da maioria dos empreendimentos na regio, deiniciativa privada, o "Projeto Juna" foi coordenado pelaCompanhia de Desenvolvimento de Mato Grosso -CODEMAT, que buscou ocupar terras de boa fertilida-de, norteada pela idia de que o processo de coloniza-o seria a melhor alternativa para a implantao dacidade. Em 1979, Juna foi elevado a distrito, obtendoa emancipao em 1982 (lei n. 4456/82).

    Localizado na regio noroeste do Estado do MatoGrosso, o municpio possui uma rea de 26.426 km,dos quais 61% pertencem a reservas indgenas. A po-pulao de 38.036 habitantes, sendo que 32.000residem em rea urbana e 6.036 na zona rural (fon-te: IBGE 2000).

    A maior parte da populao composta por agricul-tores vindos do sul do Pas, que trouxeram o modelode cultivo baseado na mecanizao e na monoculturade plantas temporrias. At 1988, a maioria doshabitantes residia na zona rural. Mas, a partir desseano, com o incio da falncia do modelo agrcola im-plantado e o surgimento de melhores oportunidadeseconmicas nos garimpos de diamantes descober-tos na regio, houve um grande fluxo migratrio para

  • 37G e s t o I n t e g r a d a d e R e s d u o s S l i d o s s s s s n a A m a z n i a

    A participao comunitria marcou fortemente esseprocesso, destacando-se nos eventos como:

    a Semana do Lixo, criada pela Secretaria Municipalde Meio Ambiente para apresentar sociedade a par-ceria estabelecida entre o poder local e o PGIRS

    o Seminrio O Desafio do Lixo, no qual se discutiu,pela primeira vez, o Anteprojeto do Regulamento deLimpeza Urbana. Contou com a participao de 170pessoas

    o Seminrio sobre Educao Ambiental, promovi-do pelo GT de Educao Ambiental

    o Frum Permanente Lixo e Cidadania, estabeleci-do pelo poder local como estratgia de manutenodas discusses para implantao do PGIRS, dandosuporte tcnico e pedaggico s aes da prefeitura

    a campanha Juna: Quem Ama Cuida, com a qualse reforou a adeso da populao, comrcio, orga-nizaes no-governamentais e do poder pblico aoPGIRS do municpio.

    Durante todo o processo de elaborao do Plano, Junafoi a prova de que investir no planejamento participativoe na gesto compartilhada garantia de solues maisadequadas e sustentveis para qualquer cidade. Amobilizao em torno da questo do lixo mostrou quetrabalhar de forma multi e interdisciplinar o nicomeio de otimizar os poucos recursos pblicos existen-tes na grande maioria das prefeituras municipais, e,ainda, o melhor modo de garantir uma longa durabili-dade para os resultados obtidos.

    Em Juna, apostou-se na criatividade, ilustrada por idiascomo a da campanha dos 5 Rs, que consistia em cincoprincpios bsicos:

    Reutilizar - bloquinhos para anotaesReciclar - papis utilizados para elaborao de convites

    para os eventos relacionados ao projetoReduzir - sacolas feitas de algodoRespeitar - sacos de lixo para serem utilizados nos

    carros feitos pelo Grupo da Terceira IdadeResponsabilizar - assumir a implantao/

    sustentabilidade do PGIRS.

    A educao ambiental foi outro aspecto positivo en-contrado no municpio. Periodicamente so desen-volvidos programas de conscientizao para a lim-peza da cidade, com o apoio de escolas, de organi-zaes sociais e dos meios de comunicao. E, pelomenos uma vez por ano, a populao se mobiliza,organizando mutires de limpeza para a remoode resduos do fundo dos quintais. Iniciativas comoessas permitiram que o processo de elaborao doPGIRS contasse com apoio logstico da prefeitura etivesse acesso a informaes importantes para arealizao dos trabalhos.

    No entanto, muitas melhorias ainda eram neces-srias. O diagnstico do sistema de limpeza urbanado municpio apontou alguns problemas, como a di-ficuldade de coleta em poca de chuva, a inexistnciade um estudo de viabilidade econmica parareciclagem e compostagem dos resduos e, aind