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1 – Definição da Importância da Gestão Tributária: O Estado como sociedade política tem um fim geral, que é o bem comum, constituindo-se em meio para que os indivíduos (nós) possamos atingir nossos objetivos particulares. O Estado tem várias maneiras de atividades financeiras para gerir e aplicar os meios próprios para satisfazer suas necessidades (receitas), sendo a receita derivada de tributos e multas. A receita tributária é a atividade mais comum e mais eficiente. O tributo é o instrumento básico viabilizador de qualquer sociedade constituída. O Direito Tributário é um ramo autônomo do tributo. “Só há duas coisas inevitáveis na vida: a morte e os impostos.” Benjamin Franklin um jornalista, cientista e um dos líderes da revolução americana. A instituição e constituição do tributo, bem como sua arrecadação e cobrança em terras brasileiras, podem ser compreendidas, em termos históricos, a partir da arrecadação dos dízimos realizada pelos funcionários da Coroa Portuguesa, sendo que uma parte da arrecadação era destinada à cobertura das próprias despesas da Coroa e outra parte era repassada para a manutenção das atividades da Igreja católica, a qual era considerada quase um Estado dentro do Estado absolutista português. Muitos movimentos revoltosos históricos foram originados ou motivados por questões tributárias como: a Inconfidência Mineira, uma revolta ocorrida em 1789 na então capital Minas Gerais, contra o domínio português quando a coroa Portuguesa resolveu intensificar o seu controle fiscal sobre o Brasil; a Revolução de 1817 em Pernambuco, onde se verificou a revolta de grupos extremamente descontentes com a política de favorecimento implantada por Dom João, especialmente com o aumento do peso dos impostos da Colônia para manter as despesas da Corte e os gastos das campanhas militares; a Guerra dos Farrapos, mais conhecida como Farroupilha, um movimento separatista iniciado no RS, que durou de 1835 a 1845 e teve como uma de suas causas imediatas o fato de que o charque Riograndense era tributado mais pesadamente do que o similar oriundo da Argentina e do Uruguai; As críticas ao Sistema Tributário Brasileiro permanecem até os dias atuais, uma de suas muitas criticas é a complexidade. Outra questão importante refere-se ao peso da carga tributária, a qual atingiu 35,8% do PIB em 2008, segundo estudo da Receita Federal. Com essa breve descrição da área tributária e frisando a importância de estuda- la podemos ainda destacar: - A importância do Administrador nesse mercado; - A importância de um breve conhecimento sobre o assunto para gestão de uma empresa; - A influência dos tributos no dia a dia das pessoas;

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1 – Definição da Importância da Gestão Tributária:

O Estado como sociedade política tem um fim geral, que é o bem comum, constituindo-se em meio para que os indivíduos (nós) possamos atingir nossos objetivos particulares.

O Estado tem várias maneiras de atividades financeiras para gerir e aplicar os meios próprios para satisfazer suas necessidades (receitas), sendo a receita derivada de tributos e multas. A receita tributária é a atividade mais comum e mais eficiente.

O tributo é o instrumento básico viabilizador de qualquer sociedade constituída. O Direito Tributário é um ramo autônomo do tributo.

“Só há duas coisas inevitáveis na vida: a morte e os impostos.” Benjamin Franklin um jornalista, cientista e um dos líderes da revolução americana.

A instituição e constituição do tributo, bem como sua arrecadação e cobrança em terras brasileiras, podem ser compreendidas, em termos históricos, a partir da arrecadação dos dízimos realizada pelos funcionários da Coroa Portuguesa, sendo que uma parte da arrecadação era destinada à cobertura das próprias despesas da Coroa e outra parte era repassada para a manutenção das atividades da Igreja católica, a qual era considerada quase um Estado dentro do Estado absolutista português.

Muitos movimentos revoltosos históricos foram originados ou motivados por questões tributárias como:

a Inconfidência Mineira, uma revolta ocorrida em 1789 na então capital Minas Gerais, contra o domínio português quando a coroa Portuguesa resolveu intensificar o seu controle fiscal sobre o Brasil;

a Revolução de 1817 em Pernambuco, onde se verificou a revolta de grupos extremamente descontentes com a política de favorecimento implantada por Dom João, especialmente com o aumento do peso dos impostos da Colônia para manter as despesas da Corte e os gastos das campanhas militares;

a Guerra dos Farrapos, mais conhecida como Farroupilha, um movimento separatista iniciado no RS, que durou de 1835 a 1845 e teve como uma de suas causas imediatas o fato de que o charque Riograndense era tributado mais pesadamente do que o similar oriundo da Argentina e do Uruguai;

As críticas ao Sistema Tributário Brasileiro permanecem até os dias atuais, uma de suas muitas criticas é a complexidade. Outra questão importante refere-se ao peso da carga tributária, a qual atingiu 35,8% do PIB em 2008, segundo estudo da Receita Federal.

Com essa breve descrição da área tributária e frisando a importância de estuda-la podemos ainda destacar:- A importância do Administrador nesse mercado;- A importância de um breve conhecimento sobre o assunto para gestão de uma empresa;- A influência dos tributos no dia a dia das pessoas;- A enorme ligação entre administração, direito e contabilidade nesta área;- Criar perspectivas e objetivos para o desenvolvimento da cadeira;

2 – História dos Tributos e Limitações e Poderes do Estado de Direito em Matéria Tributária:

Para entender o dia a dia na administração de tributos (apuração, recolhimento, atendimento de obrigações acessórias ligadas aos tributos, etc), é de grande importância conhecer as funções dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em todas as esferas.

Já vimos na aula passada que a existência dos tributos está relacionada à construção da figura Estado, como centralizador e organizador dos padrões sociais de convivência de um povo, num determinado território ou até mesmo entre os povos em territórios diferentes. O Estado tributa porque precisa de recursos para tratar do que é de interesse comum, mas também porque tem poder para tanto, o chamado poder coercitivo. A ação de tributar é uma prática que perdura há séculos.

Qual a função dos tributos?Além da finalidade arrecadatória, pode-se dizer que alguns tributos exercem uma função regulatória, como um mecanismo utilizado pelos governos para executar a política fiscal e econômica. Ao instituir, aumentar e reduzir

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tributos, assim como ao conceder benefícios fiscais, os governos estão influenciando a economia como um todo por meio das decisões individuais dos seus diversos agentes econômicos.

Pode-se dizer, portanto, que os tributos influenciam as decisões das empresas, bancos, investidores, cidadãos, enfim todas as instituições que interagem num determinado ambiente, realizando transações entre si ou com outras instituições em nível internacional.

Sob essa ótica, os tributos exercem um papel importante na economia de qualquer país. Se bem administrados podem contribuir fortemente para o crescimento e desenvolvimento de uma nação. Se mal administrados podem sufocá-la, dificultando limitando ou mesmo reduzindo o seu potencial de crescimento.

Os tributos e a organização político-administrativaA estrutura do sistema tributário nacional segue em linhas gerais, a organização político-administrativa geral, destacada no quadro abaixo:

Poder/UF União Estados MunicípiosExecutivo Presidente da República e

MinistériosGovernador e Secretarias Prefeito e Secretarias

Legislativo Senado e Câmara dos Deputados Assembleia Legislativa Câmara de VereadoresJudiciário STF, STJ, Justiça do Trabalho,

Justiças Eleitoral e MilitarTribunal de Justiça, Juízes (Comarcas/Varas)

Utilizam a estrutura do Judiciário dos Estados

Em cada uma das esferas governamentais (federal, estadual e municipal), o Poder Legislativo é quem cria e altera os tributos, observadas algumas limitações que veremos a seguir, cabendo, ao Poder Executivo, a arrecadação dos tributos e a fiscalização dos contribuintes e ao Poder Judiciário, por sua vez, julgar as questões e conflitos surgidos entre governos e contribuintes.

Cabe destacar que essa estrutura, que se replica em cada uma das esferas governamentais, representada por meio das diversas entidades públicas, é tipiza de uma república federativa e, portanto, demonstra como o país se organiza para tratar de questões não tributárias, mas também das questões econômicas, ambientais, sociais, etc...

Fontes do Direito TributárioFontes são os “modos de expressão do Direito”, isso significa que as fontes do Direito brasileiro são as normas jurídicas, uma vez que é por meio delas que o direito se manifesta. Podemos classificar as fontes do Direito em fontes primárias e fontes secundárias.

As fontes primárias podem inovar em matéria jurídica, ou seja, por meio das fontes principais podem-se criar, modificar ou extinguir preceitos legais. São fontes primárias:

Constituição Federal – Estabelece as competências tributárias (poder de tributar) aos entes políticos e seus limites. É importante frisar que a CF não cria tributos, apenas confere competência para que as pessoas políticas instituam, por meio de lei, as exações tributárias (cobrança pontual de tributos e contribuições).

Emendas constitucionais – Podem alterar, dentro dos limites estabelecidos pelo poder constituinte originário, princípios e regras reguladoras de todo o Sistema Tributário Nacional STN. Exceto as denominadas “cláusulas pétreas” conforme art. 60 da CF.

Tratados e convenções internacionais – Revogam ou modificam a legislação tributária interna, e as leis que lhes forem posteriores devem adequar-se a eles. Na área tributária são comuns tratados destinados a evitar bitributação.

Leis complementares – O que diferencia as leis complementares das demais é o seu processo de votação, para aprovação de uma lei complementar é necessário maioria absoluta de votos, enquanto que para as demais leis se exige maioria simples. A lei complementar que rege os assuntos de natureza tributárias é o Código Tributário Nacional. A lei complementar em regra não cria tributos, eles devem ser criados por lei ordinária, medida provisória ou lei delgada.

Leis ordinárias – São em regra, o veículo normativo capaz de instituir ou extinguir tributos. Leis delgadas – São elaboradas pelo Presidente da República sobre matérias específicas quando o Congresso

Nacional assim autorizar. Medidas provisórias (MP) – São editadas pelo Presidente da República, nos casos de urgência e de relevância,

e têm força de lei ordinária. Devem ser apreciadas em cada uma das casas do Congresso Nacional no prazo de 60 dias, prorrogáveis automaticamente uma única vez por mais 60 dias. Têm validade então pelo prazo máximo de 120 dias, sendo o projeto de conversão em lei considerado aprovado por maioria simples.

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Decretos legislativos – São atos do Congresso Nacional que se prestam a disciplinar matérias privativas, entre essas matérias devem ser citados os tratados e convenções internacionais.

Resoluções do Senado Federal – Estabelecem as alíquotas mínimas e máximas do ICMS nas operações internas e são utilizadas também para resolver os conflitos específicos que envolvam interesses dos Estados.

Seguindo-se às leis na hierarquia jurídica temos também as fontes secundárias, são fontes que não devem inovar em relação às leis, mas que podem detalhar ou dar explicações práticas ou ainda reunir e consolidar num único texto legal a legislação dispersa sobre determinado tributo.

Decretos – São normas editadas pelo chefe do Poder Executivo para o cumprimento das leis tributárias. Normas complementares – Têm como objetivo explicitar as leis, os tratados e as convenções internacionais e

os decretos.

A pirâmide das fontes do Direito indica que a hierarquia deve ser observada na interpretação do conjunto de normas reguladoras dos contratos entre os diversos entes governamentais e a sociedade:

Quando não há previsão legal, os legisladores brasileiros, ao construir o CTN, preocuparam-se em antecipar a possibilidade de surgirem situações em que não houvesse uma previsão explicita em lei. Nesses casos o CTN dá a orientação para a interpretação da legislação tributária. Na ausência de lei explicita sobre um determinado assunto, devem ser adotados, sucessivamente na ordem indicada (arts. 107 a 112 do CTN): analogia, princípios gerais de direito tributário, princípios gerias de direito público e equidade (igualdade, disposição para se reconhecer imparcialmente o direito de cada um).

O CTN observa ainda, dentre outros detalhamentos fornecidos para a correta aplicação da regra de interpretação descrita, que o emprego da analogia não poderá implicar na exigência de tributo não previsto em lei, e que o emprego da equidade não poderá resultar da dispensa de pagamento do tributo.

A diferença entre publicação, vigência e aplicação:

Publicação: toda lei uma vez aprovada para que seja de reconhecimento de todos deve ser publicada. As leis federais, por exemplo, são publicadas no Diário Oficial da União, que é um jornal editado pela imprensa oficial do governo. No entanto, nem sempre a lei começa a surtir efeito logo após a sua publicação, o período de tempo no qual a lei surtirá deus efeitos chama-se vigência e é fixado na própria lei.

Vigência da legislação tributária no tempo: no que diz respeito às leis de natureza tributária, há normalmente um intervalo de tempo entre a sua publicação e a sua vigência. As leis tributárias que instituem ou majorem tributos devem obedecer ao princípio da anterioridade. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: os atos administrativos na data de sua publicação; as decisões com eficácia normativa trinta dias após a sua publicação; os convênios nas datas neles previstos.

Vigência da legislação tributária no espaço: a legislação vigora nos limites do território do ente federativo respectivo. Leis estrangeiras, em regra, não são aplicáveis em nosso país.

- Constituição Federal e Emendas Constitucionais - Leis Complementares (CTN)- Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, tratados e Convenções Internacionais- Decretos, Atos do Poder Executivo e Jurisprudências

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Aplicação: é preciso frisar que a lei pode estar em vigor, mas não será aplicável se não ocorrerem os fatos previstos como causadores da obrigação tributária. A aplicação refere-se, portanto, a uma situação concreta na qual a lei é ou não aplicável.

Poder de TributarA Constituição federal consagrou o princípio do federalismo delimitando e dividindo entre os entes políticos o poder de tributar, garantindo o equilíbrio entre a União, Estados, Municípios e o Distrito Federal.

Características intrínsecas da competência tributária: Inalterabilidade: as pessoas políticas não podem ampliar suas competências tributárias, somente emenda

constitucional poderá realizar tal intento. Facultatividade: o ente federativo pode exercitar ou não sua competência tributária. Ex: imposto sobre grandes

fortunas, pois a União não exerceu sua competência para instituir tal imposto. Privatividade: as competências constituídas pela CF a determinado ente federativo implicam interdição,

negação desse mesmo poder a outro ente federativo. Indelegabilidade: não é possível ao ente político que recebeu a competência delegá-la a outro ente ou a outra

entidade. Irrenunciabilidade: em razão de a competência ser proveniente de uma regra constitucional, mesmo que o ente

político não a queira, ou dela não se valha, essa atitude não lhe emprega o direito de renunciar á competência. Incaducabilidade: essa característica garante ao ente político valer-se desse poder de tributar quando desejar

sem que tenha que se preocupar com seu “prazo de validade”. O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela que a Constituição a tenha atribuído.

A capacidade tributária ativa não se confunde com competência, pois a competência vem em decorrência de uma regra constitucional, já a capacidade vem delegada em decorrência de um alei ordinária. O CTN admite a delegação da atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. Ressalta-se que a atividade de legislar não pode ser delegada e que não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo de arrecadar tributos (art. 7º).

Modalidades de competência tributária:Competência comum: diz respeito ás taxas e contribuições de melhoria, as quais podem ser instituídas tanto pela União quanto pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as competências materiais outorgadas pela Constituição para cada ente político.

Competência privativa: refere-se à instituição de companhia privativa sobre determinado conteúdo econômico (propriedade, renda, consumo, patrimônio, etc.).

Competência especial: refere-se à instituição das contribuições especiais e do empréstimo compulsório.

Competência residual: é exclusiva da União para a instituição de novos impostos e novas contribuições sociais, desde que esta criação atenda as seguintes condições: instituição por lei complementar, não cumulatividade, fato gerador e base de cálculo diferente dos impostos já discriminados na Constituição.

Competência extraordinária: na iminência ou no caso de guerra, a União poderá instituir o Imposto Extraordinário de Guerra, sobre conteúdos econômicos compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão supridos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Limitações ao Poder de Tributar:As limitações ao poder de tributar devem ser observadas sob dois aspectos: o primeiro diz respeito aos princípios, os quais regulam, norteiam a competência dos entes políticos; o segundo as imunidades, regras que proíbem a tributação sobre certos bens, pessoas ou fatos a fim de proteger determinados conteúdos axiológicos (é o ramo da filosofia que estuda os valores) contidos na Constituição. Além de estabelecer quais são os tributos que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir e cobrar, a Constituição Federal estabelece limites, que funcionam como princípios gerais, as quais devem se subordinar todas as normas de natureza tributária.

Os princípios constitucionais, que funcionam como limitações ao poder coercitivo (obrigatório) dos governos em suas diversas esferas, são os seguintes:

Princípio da Legalidade: este princípio estabelece que os entes federativos não possam exigir (instituir e cobrar) ou aumentar tributos sem que isto tenha sido estabelecido por lei. Para alguns tributos que além da

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função de arrecadação cumprem função de regulação da economia, o poder de aumentar os tributos é concedido ao Poder Executivo, dentro das condições e limites estabelecidos em lei. São eles: Impostos sobre importação; Impostos de exportação; Impostos sobre produtos industrializados; Impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou relativas a valores mobiliários;

O princípio da legalidade traz uma proteção para o cidadão, uma vez que o processo de tramitação de uma lei é público e segue um ritual específico de legitimação. Assim o contribuinte pode tomar conhecimento do que está sendo discutido antes mesmo da publicação da lei. Se a Constituição não criasse essa limitação, o cidadão ficaria totalmente exposto às vontades do Poder Executivo.

Princípio da Igualdade (Isonomia): este princípio estabelece que o agente arrecadador deva tratar de forma igual os contribuintes com uma situação econômica semelhante. A situação econômica equivalente é chamada no âmbito tributário de capacidade contributiva. Segundo o princípio da igualdade, quem tem maior poder aquisitivo deve pagar mais tributos. Esta é a lógica que orienta, por exemplo, a progressividade da tabela do imposto de renda das pessoas físicas.

Princípio da Irretroatividade: ele proíbe os entes federativos de retroagir os efeitos da lei, cobrando tributos sobre fatos ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentados. O objetivo deste princípio é proteger o contribuinte em relação aos efeitos tributários dos atos praticados, e decorre de um principio mais amplo do Direito, que diz respeito à lei não poder retroagir para prejudicar o direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

Principio da Anterioridade: foi promulgado na Constituição Federal com intuito de proibir a cobrança de um tributo no mesmo exercício financeiro da lei que o houvesse instituído ou aumentado. Como esse texto gerou alguns problemas já que se a Lei fosse alterada no dia 31 de dezembro o tributo poderia ser cobrado a partir de 01 de janeiro, a emenda constitucional N.42 de 19/12/2003, corrigiu tal distorção ao acrescentar a alínea “c”, estabelecendo que a cobrança do tributo não possa ocorrer antes de decorridos 90 dias da data da publicação de antecedência (anterioridade nonagesimal) deve ser observado de forma paralela e cumulativa à anterioridade de exercício. Com isso o contribuinte tem, portanto uma segurança de no mínimo 90 dias entre a data da publicação da lei e sua vigência.

Exemplificando: Uma lei municipal que aumente a alíquota do ISS, em julho de 2011, só será aplicável aos eventos ocorridos a partir de janeiro de 2012. Se observada apenas a anterioridade nonagesimal, alíquota maior poderia ser cobrada já em novembro de 2011, mas, em atendimento à anterioridade de exercício a cobrança só poderá ser feita no exercício seguinte, ou seja, a partir do início de 2012. Já se a mesma lei fosse publicada em 31 de dezembro de 2011 a nova alíquota só alcançaria os eventos ocorridos a partir de 01 de abril de 2012, pois, embora pelo princípio da anterioridade de exercício pudesse ser exigida já em janeiro de 2012, pelo principio da anterioridade nonagesimal seria necessário esperar 90 dias da publicação da lei.

Princípio da vedação ao confisco (significa a tomada de propriedade de uma determinada pessoa ou organização sem compensação por parte do ente político): este princípio estabelece que o tributo não possa ter caráter confiscatório, ou seja, não pode destruir o patrimônio daquele que esta sendo tributado, ou inviabilizar as atividades econômicas produtoras de riqueza.

Princípio da liberdade de tráfego: a Constituição estabelece que os entes da Federação não possam limitar o tráfego de pessoas e mercadorias por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. Tal princípio não significa que operações interestaduais ou intermunicipais estejam isentas de tributação, e sim que não pode haver elevação de tributos pelo simples fato de serem interestaduais ou intermunicipais.

Princípio da uniformidade geográfica: trata-se de regra constitucional a ser observada pela União, impedindo-a que institua tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estados, Distrito Federal e Municípios.

Princípio da não diferenciação tributária: esse princípio veda que exista diferença tributária em razão da procedência ou destino dos bens ou serviços.

Princípio da capacidade contributiva: tem o intuito de alcançar a chamada Justiça Fiscal, sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados conforme a capacidade econômica do contribuinte.

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Princípio da progressividade: a progressividade determina que quanto maior a base de cálculo maior será a alíquota.

Princípio da não cumulatividade: visa evitar o famoso efeito cascata dos tributos, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante já cobrado.

Princípio da seletividade: tem o poder de selecionar os bens tributários, aplicando-lhes alíquotas diferentes de acordo com seu grau de essencialidade. Quanto mais essencial for um produto, menor será a alíquota aplicável.

Imunidade TributáriaA imunidade tributária ocorre quando a regra constitucional impede a incidência da regra jurídica de tributação, criando um direito subjetivo público de exigir que o Estado se abstenha de cobrar tributos. Trata-se de uma não incidência constitucionalmente qualificada. Logo, o que é imune não pode ser tributado.

É preciso ter clareza de que imunidade e isenção são institutos distintos, enquanto a imunidade está situada no plano constitucional, a isenção vem amparada por lei ordinária do ente político que possui competência para a instituição de determinado tributo. Apenas quem tem poder para instituir tem poder para isentar, quanto a imunidade cabe somente a Constituição estabelecê-la.

A Constituição concede ainda imunidade tributária, ou seja, proíbe a instituição de imposto que incida sobre:- templos de qualquer culto;- livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão;- o patrimônio e a renda ou serviços da União, Estados e Municípios;- o patrimônio e a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais de trabalhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, observados alguns requisitos.

A imunidade concedida ao patrimônio e à renda ou serviços da União, dos Estados e dos Municípios é extensiva às autarquias no que se refere as suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, mas não se aplica aos concessionários de serviços públicos, a quem poderá ser concedida isenção mediante lei especial e tendo em vista o interesse comum. É importante destacar que a imunidade não alcança todo o tipo de tributo apenas a espécie denominada “imposto”.

3 – Sistema Tributário Nacional

O STN é um conjunto de disposições relacionadas na constituição de um Estado, destinadas a regulamentar a atividade tributária deste. Tais disposições delineiam os instrumentos da tributação: impostos, taxas e contribuição de melhoria.

Administração TributáriaDiscutidos os principais aspectos relativos ao ambiente em que se dá a tributação no que diz respeito ao Poder Legislativo, para melhor conhecer o ambiente, é necessário verificar também as atribuições ao Poder Executivo, com relaçao a cobrança e fiscalização de tributos.

Como já mencionado, cabe ao Poder Executivo comandar a máquina da arrecadação, o que significa: Apurar o valor dos tributos devidos, ou conferir o valor apurado pelo contribuinte dependendo do tipo de

tributo; Instituir obrigações relacionadas ao processo de arrecadação/fiscalização/cobrança, tais como: remessa

periódica de informações, escrituração de livros específicos para apuração de imposto, emissão de notas fiscais;

Fiscalizar as pessoas e atividades relacionadas ao tributo; Cobrar os tributos, inclusive buscando a via judicial, quando necessário (divida ativa); Fornecer documentos comprobatórios de quitação do contribuinte (certidões negativas); Responder às consultas feitas pelo contribuinte em matéria tributária;

Cada ente da federação fiscaliza os tributos a seu cargo, em nível federal a fiscalização não esta restrita a um só órgão: o Ministério do Trabalho e Emprego fiscaliza o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e a Receita Federal fiscaliza as contribuições previdenciárias e o restante dos tributos. Já nos âmbitos estadual e municipal existem normalmente Secretarias de Fazenda ou de Finanças que efetuam a arrecadação e fiscalização dos tributos.

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O processo judicial tributárioO processo existe para resolver as questões entre fisco e contribuinte, do ponto de vista do fisco não há necessidade de recorrer à justiça para constituir seu crédito, ou seja, para que seja determinado que existe uma divida do contribuinte para com o governo, já que tem o poder de fazê-lo unilateralmente, sem o ocnsentimento do contribuinte. As ações de iniciativa do fisco são, portanto, para cobrar os créditos inscritos na chamada divida ativa.

Usualmente existem dois tipos de ações de iniciativa do fisco:Execução Fiscal – destinada a cobrança dos créditos da Fazenda Pública, desde que inscritos na dívida ativa;Cautelas Fiscal – tem por objetivo tornar indisponíveis os bens do contribuinte.

Já as ações de iniciativa do contribuinte podem ser:Ação anulatória de lançamento tributário – objetiva anular o processo administrativo de lançamento do tributo, caso a exigência de tributo seja indevida na visão do contribuinte. É uma aão que discute um caso pontual;Ação declaratória – examina a relação juridica tributária, se pede ao juiz que julgue se existe ou não relação juridica que ensejaria a cobrnaça de tributo, neste caso o resultado do julgamento alcança as relações futuras;Ação de consignação em pagamento – ação cabível quando o fico cria algum tipo de obstáculo ao pagamento do tributo por parte do contribuinte, vinculando ao pagamento de outros tributos ou cumprimento de exigências semfundamento legal;Ação de repetição de indébito – pede que a Fazenda Pública se obrigue a restituir tributo pago indevidamente pelo contribuinte;Mandado de Segurança – é a garantia constitucional do cidadão contra o poder público, pode ser impetrado (obtido na autoridade competente) pelo contribuinte desde que tenha um direito liquido e certo me seja lesado ou ameaçado por ato de autoridade.

Exercícios de Fixação:1) Em que caso a legislação tributária poderá estar em vigor e não ser aplicável?2) Qual o princípio tributário que veda aos entes federativos exigir ou aumentar tributos sem lei que o

estabeleça?3) Qual o princípio tributário que veda aos entes federativos cobrar tributos sobre fatos geradores ocorridos

anteriormente ao início da vigência da lei que os instituiu ou aumentou?4) Qual o princípio tributário que veda aos entes federativos cobrar tributos do mesmo exercício financeiro em

que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou?5) Qual o princípio tributário que veda aos entes federativos instituir tratamento diferenciado a contribuintes que

se encontrem em situação equivalente?6) Estudo de caso:

Analise o caso abaixo e responda as seguintes questões:a) A quem cabe fiscalizar o ISS (Imposto Sobre Serviço)?b) Se a Expozebu é isenta, qual a razão de o promotor estar solicitando a documentação dos shows

programados?c) Que tipo de ação cabe ao Ministério Público quando há suspeita de sonegação?d) No caso relatado na repostagem, está havendo abuso de poder por parte do promotor de justiça?e) Se está havendo abuso de poder, que tipo de iniciativa os organizadores da feira podem adotar para

proteger o seu direito? O que pode ser alegado?

Papéis trocados – MP faz papel de fiscal na cobrança de impostoNão é papel do Ministério Público fiscalizar o pagamento de quaisquer tributos. Ao MP cabe denunciar

possíveis sonegadores, mas somente depois de findo o devido processo administrativo instaurado pelas autoridades fiscais. Segundo um ministro do Supremo Tribunal Federal, a corte já estabeleceu que o MP não pode entrar com Ação Civil Pública com esse objetivo, mas tenta esse caminho “para contornar o inquérito criminal”. Esse é o tipo de conflito que se trava agora em Uberaba (MG). Lá o promotor de justiça Laércio Conceição Lima ameaça com pena de prisão os contribuintes que deixarem de apresentar uma lista com dezenas de exigências fiscais consideradas arbitrárias pelos tributaristas ouvidos por este site. Procurado, o promotor não quis responder às críticas.

Com a justificativa de fiscalizar a concessão de licença prévia e o controle do recolhimento do ISS (Imposto Sobre Serviço), o promotor solicita, entre outros documentos, relação dos shows e eventos programados. O alvo principal do promotor é a famosa Expozebu, a mais importante feira de gado do país, que goza de isenção tributária, mas promove shows em sua feira. Entre as exigências feitas à organização da feira estão a cópia de todos os contratos firmados com empresas e artistas, e de todas as notas fiscais dos serviços contratados para a confecção dos ingressos, cartões magnéticos e convites das últimas três edições da feira. A Expozebu 2005 acontece entre 29 de abril e 10 de maio.

Matéria retirada do Livro de Contabilidade Tributária do Amaury Rezende, Edição 2010, Pág. 40

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4 – Classificação dos Tributos; conceitos, competência, fato gerador, tipos de contribuintes:

Segundo o CTN, o conceito de tributo é: “ Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa e plenamente vinculada.”

Com isto podemos afirmar que são características dos tributos: Prestação pecuniária: é uma contribuição a que alguém está obrigado. Pecuniária significa que é representado

por dinheiro, assim, o tributo é uma obrigação em dinheiro. Compulsório deriva do verbo compelir, que significa constranger, forçar, obrigar. Aquele que o praticou será

obrigado independente de sua vontade a pagar o tributo. Instituído em lei, a criação ou instituição de um tributo depende de ser veiculada por meio de lei, conforme

princípio constitucional da legalidade, não se admitindo a criação de tributo por outros meios que não sejam a lei.

Não constitui sanção ao ato ilícito, a obrigatoriedade do pagamento de um tributo nasce da prática de um ato lícito, o que se aplica quando há a ocorrência de ato ilícito é a penalidade, a multa.

Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, significa que para efetuar a cobrança a administração pública deverá agir na forma e nos limites fixados em lei.

Classificação dos TributosOs tributos podem ser classificados de diversas formas. A abordagem adotada aqui foi a de classificar os tributos quanto à espécie, à função e à relação com o patrimônio e a renda das pessoas.

Espécies TributáriasImpostos: Os impostos são tributos cobrados sem a exigência de qualquer contraprestação específica por parte do governo. A sua cobrança decorre do acontecimento de uma situação específica estabelecida em lei. Como o caso do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Observação: sua receita deve ter destinação específica conforme art. 167, IV da CF.

Taxa: as taxas são tributos vinculados exigível em razão do exercício regular do poder de polícia (assim entendida a atividade pública que limita e disciplina direito, interesse ou liberdade a favor do interesse público no que se refere a segurança, higiene, ordem, costumes) ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

Obs.: Devemos distinguir taxa de tarifa: a taxa é compulsória, remunera serviços públicos fundamentais prestados diretamente pelo Estado; já a tarifa é facultativa, remunera serviços prestados indiretamente pelo Estado.

Contribuição de Melhoria: são tributos que o governo pode cobrar pela valorização de imóveis em decorrência da execução de uma obra pública, como por exemplo a pavimentação de ruas. Destina-se a custear parcialmente a obra realizada.

Contribuições Especiais: ela tem como principal característica a finalidade para a qual são criadas. Subdividem-se em: Contribuições sociais gerais: são instituídas para financiar atividades ligadas à ordem social, com exceção da

seguridade social. Ex: contribuição ao salário educação. Contribuições sociais para seguridade social: destinadas a financiar à manutenção da seguridade social, sendo

que compreende os direitos à saúde, previdência e assistência social. Ex: CSLL, PIS. Contribuições de intervenção no domínio econômico: têm por fim intervir no domínio econômico e o produto

da sua arrecadação deve ser destinado a própria atividade interventiva. Ex: Cide-petróleo. Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas (corporativas): a finalidade é custear os

interesses das categorias de atividades profissionais. Ex: Anuidade do CRA. Contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública – Cosip: é de competência dos municípios e do

Distrito Federal e tem como finalidade o serviço de iluminação pública. Contribuições sociais para a seguridade social dos servidores: esta contribuição, de competência comum dos

entes federativos, visa a financiar a previdência social dos servidores públicos.

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Empréstimo Compulsório: podem ser instituídos pela União exclusivamente para atender despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra ou sua eminência. O valor arrecadado deve ser restituído ao contribuinte conforme as condições estipuladas na lei que o instituiu.

FunçãoUm tributo pode ter função fiscal, extrafiscal ou parafiscal. A classificação apresentada decorre de os tributos serem usados também com outras funções que não a de simples arrecadação.

Um tributo tem função fiscal quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos; extrafiscal quando o objetivo é a interferência no domínio econômico e parafiscal quando destinado ao custeio de atividades que, em princípio, não integram as funções do Estado.

Relação com o patrimônio e a renda das pessoasTodos os tributos em última instância reduzem a riqueza das pessoas. No entanto alguns tributos incidem diretamente sobre o patrimônio ou renda chamados tributos diretos como IRPF.

Obrigação TributáriaÉ o vinculo que se estabelece entre o Estado (credor – sujeito ativo – Fisco) e o particular (devedor – sujeito passivo – Contribuinte) em função de uma prestação de cunho patrimonial, prevista na legislação.

Obrigação Principal: Surge com a ocorrência do fato gerador previsto em lei e tem por objeto uma obrigação de dar (dar dinheiro – pagar). Ex.: Pagar o tributo ou a multa.

Obrigação Acessória: Decorre da legislação tributária e tem por objetivo deveres instrumentais (obrigação de fazer ou não fazer) previstos em favor da arrecadação ou da fiscalização de tributos. Ex.: emitir notas fiscais.

Obs.: A obrigação acessória não cumprida converte-se em obrigação principal no que se refere ao pagamento da multa. A dispensa do pagamento do tributo não desobriga o contribuinte do cumprimento da obrigação acessória prevista em lei.

Fato GeradorÉ a materialização da situação prevista em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência. Hipótese de incidência é a obrigação legal de um fato de forma hipotética, prévia e genérica a qual uma vez concretizada, enseja o nascimento da obrigação principal (fato gerador).

Considera-se ocorrido o fato gerador e existente seus efeitos quando: Tratando-se de situação de fato, surge a obrigação tão logo ocorram as circunstâncias materiais necessárias; Tratando-se de situação jurídica, considera-se ocorrido o fato gerador tão logo tais situações estejam

definitivamente constituídas de acordo com as normas do direito aplicável;

Sujeito AtivoDe acordo com o disposto no artigo 119 do CTN, o sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o cumprimento.

O sujeito ativo é o titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária, podendo ser a pessoa jurídica pública ou privada no Direito Brasileiro. A delegação ou transferência, por meio de lei, da capacidade tributária ativa não se confunde com a competência tributária.

Sujeito PassivoNo que se refere ao sujeito passivo da obrigação principal, o artigo 121 do CTN o define como:- Contribuinte – sujeito passivo direto (aquele que possui uma relação direta e pessoal com o fato gerador);- Responsável – sujeito passivo indireto (aquele que não sendo contribuinte e portanto não tendo uma relação direta e pessoal com o fato gerador, tem a obrigação de pagar o tributo em virtude de uma imposição legal).

No que tange ao sujeito passivo da obrigação acessória, o legislador deverá indicar as pessoas que serão responsáveis pelo cumprimento das obrigações acessórias, conforme os interesses da arrecadação ou da fiscalização.

Convenções particulares: O artigo 123 do CTN estabelece que se não houver disposição em lei em contrário, os contratos particulares não podem alterar a definição do sujeito passivo da obrigação tributária. Ex: Num contrato de

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locação o pagamento do IPTU pode ser atribuído ao locatário, no entanto, em caso de não pagamento o Fisco irá cobrar do proprietário e não do locatário.

Solidariedade: A solidariedade passiva em matéria tributária caracteriza-se toda vez que duas ou mais pessoas são simultaneamente obrigadas a pagar o tributo, de acordo com casos previstos em lei. Na solidariedade não existe beneficio de ordem, não existe a figura do devedor principal. Sendo assim o Fisco poderá cobrar o tributo de qualquer um dos devedores solidários.O próprio artigo 124 do CTN indica quais as hipóteses em que configurará a solidariedade passiva, a saber:- Quando os solidários tem interesse comum na situação que constitua o fato gerador. Ex.: Condomínio – em caso de não pagamento do IPTU a Prefeitura pode exigir o pagamento de qualquer um dos moradores a sua escolha;- Quando ocorre por determinação prevista em lei, independente da existência de interesse comum entre os solidários. Ex.: Construção civil neste caso o empreiteiro e o proprietário são responsáveis solidários pelo pagamento do INSS da obra;

Capacidade tributária passiva: a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil, de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício das atividades civis ou comerciais ou profissionais, de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.

Base de cálculoÁ base de cálculo é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota para apuração do montante de tributo a pagar. Deve ser definida em lei complementar e suas alteração está sujeita aos princípios da legalidade, anterioridade e irretroatividade.

AlíquotasÉ importante salientar que nenhum tributo pode ser fixo, é preciso haver a imposição de uma alíquota para a respectiva cobrança, sendo para o imposto proporcional, a alíquota é única para qualquer base de cálculo e sendo o imposto progressivo há aplicação de alíquotas variadas, progressivas ou regressivas.

Caso Específico do ISSO art. 8º da Lei Complementar 123/2006, fixou apenas a alíquota máxima (5%) do imposto sobre serviços, deixando de fixar as alíquotas mínimas. O que determina a alíquota do ISS é a lista de serviços da lei complementar 406/68 e salvo alguma exceção a menor é de 2%.

Crédito Tributário: nasce com a ocorrência do fato gerador, mas para dar-lhe certeza e liquidez se faz necessário a atuação do fisco a fim de atestar sua existência e determinar o valor exato a pagar, sendo essa atuação chamada de lançamento.

O crédito tributário pode ser suspenso, extinto ou excluído conforme legislação específica. Suspensão corresponde ao impedimento temporário de exigir o crédito por iniciativa do poder público ou do sujeito passivo para discutir a validade. Extinção corresponde ao término do direito do sujeito ativo de cobrar a obrigação em casos como quando a obrigação é considerada indevida ou quitada pelo contribuinte. Exclusão corresponde a renúncia do direito do sujeito ativo de exigir o crédito tributário, configurando-se como uma concessão de benefício em favor do sujeito passivo. Ocorre por isenção ou anistia.

Lançamento: A materialização do crédito é denominada lançamento. O lançamento pode se dar de várias formas: de ofício, por declaração ou por homologação.

5 – Substituição Tributária:

Material a parte.

6 – Tributos instituídos na Constituição Federal:

Impostos da UniãoII – Imposto de Importação

Aspecto material: importar produtos estrangeiros;Características: exceção ao princípio da anterioridade, pois suas alíquotas podem ser alteradas pelo Poder

Executivo desde que obedecidos os limites legais. Art. 153 do CF; Função extrafiscal.

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IE – Imposto de Exportação Aspecto material: exportar produtos nacionais ou nacionalizados;Características: exceção ao princípio da anterioridade, pois suas alíquotas podem ser alteradas pelo Poder

Executivo desde que obedecidos os limites legais. Art. 153 do CF; Função extrafiscal.

IR – Imposto de RendaAspecto material: auferir renda e proventos de qualquer natureza;Características: exceção ao princípio da anterioridade; Renda é o produto do capital, do trabalho ou da

combinação de ambos, proventos são os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito renda, sendo que sempre deve existir majoração patrimonial.

IPI – Imposto sobre Produtos IndustrializadosAspecto material: industrializar produtos e importar produtos industrializados. Considera-se industrializado o

produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade ou o aperfeiçoe para o consumo.

Características: exceção ao princípio da anterioridade, pois suas alíquotas podem ser alteradas pelo Poder Executivo desde que obedecidos os limites legais. Art. 153 do CF; Função extrafiscal. Ocorre a compensação de crédito de IPI. E em virtude da imunidade tributária não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

IOF – Imposto sobre Operações FinanceirasAspecto material: realizar operações de crédito, de câmbio e de seguro ou relativas a títulos ou valores

mobiliários.Características: exceção ao princípio da anterioridade, pois suas alíquotas podem ser alteradas pelo Poder

Executivo desde que obedecidos os limites legais. Art. 153 do CF; Função extrafiscal. Apresenta quatro fatos geradores: realizar operação de crédito, operação de câmbio, operação de seguro, e operação de títulos ou valores mobiliários. O imposto incide sobre operações, isto é, negócios jurídicos que tenham esses bens como objetivos.

ITR – Imposto Territorial Rural Aspecto material: ser proprietário de imóvel territorial rural.Características: de acordo com o Art. 153 da CF o ITR será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma

a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. Ainda no artigo trata da imunidade tributária, determinando a não incidência do imposto sobre pequenas glebas rurais (porção de terra, terreno próprio para cultura) exploradas pelo proprietário que não possua outro imóvel. Já o inciso III do mesmo parágrafo trata da parafiscalidade do ITR e dispõe que o imposto será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem desde que não implique em redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

IGF – Imposto sobre Grandes FortunasAspecto material: possuir grandes fortunas.Característica: esta prevista na CF, mas uma lei complementar deve definir o que são grandes fortunas para

fins de incidência.

Impostos Residuais – Competência ResidualAspecto material: podem ser instituídos desde que não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos

discriminados na CF.Características: devem ser não cumulativos e instituídos por meio de lei complementar.

Imposto ExtraordinárioAspecto material: pode ser instituído na iminência ou no caso de guerra externa.Características: exceção à competência privativa dos Estados, Municípios e Distrito Federal para instituir

impostos, não esta sujeito ao principio da anterioridade e o imposto será suprimido gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Impostos dos Estados e Distrito FederalITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações

Aspecto material: transmitir causa mortis bens e direitos e realizar doações de quaisquer bens ou direitos.Características: a) relativamente a bens imóveis e respectivos direitos o imposto compete ao Estado ou

Distrito Federal da situação do bem. b) relativamente a bens móveis, títulos e créditos o imposto compete ao Estado ou Distrito Federal onde se processar o inventário ou arrolamento ou tiver domicílio o doador. A competência para sua instituição será regulada por lei complementar quando: 1. O doador tiver domicílio ou residência no exterior; 2. o de

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cujus (é uma expressão forense que se usa no lugar do nome do falecido) possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve seu inventário processado no exterior.

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosAspecto material: realizar operação de circulação de mercadorias; prestação de serviços de transporte

interestadual e intermunicipal; e serviços de comunicação.Características: incide sobre:

a) As operações de circulação de mercadorias: mercadorias são as coisas móveis destinadas ao comércio;b) A prestação de serviços de transporte e comunicação, de caráter oneroso;c) A produção, importação, circulação, distribuição e consumo de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos

e de energia elétrica;d) As operações de extração, circulação, distribuição e consumo de minerais;e) A entrada de bem ou mercadoria importados por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte

habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade, assim como o serviço prestado no exterior cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço.

Imunidades tributárias: a) não incide ICMS sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços a destinatários no exterior, assegurados à manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; b) não incide sobre operações que destinem a outro Estado petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; c) não incide sobre ouro; d) não incide nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiofusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.

O ICMS é não cumulativo, compensando-se o que for devido com os créditos cabíveis em cada situação especifica. O Senado tem competência para estabelecer alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação por meio de resolução. É facultado ao Senado estabelecer, nas operações internas as alíquotas mínimas e máximas para resolver conflitos específicos que envolva interesse de Estados. Ainda é importante frisar que cabe a lei complementar definir seus contribuintes; dispor sobre substituição tributária; disciplinar o regime de compensação do imposto (princípio da não-cumulatividade).

IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos AutomotoresAspecto material: ser proprietário de veículo automotor.Características: de acordo com o artigo 155 da CF o IPVA terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal

e poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

Impostos dos Municípios e do Distrito FederalIPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana

Aspecto material: ser proprietário de imóvel territorial urbano.Características: o IPTU poderá ser progressivo, nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o

cumprimento da função social da propriedade; é a progressividade extrafiscal. Também poderá ter alíquotas diferentes em razão da localização e uso do imóvel. A progressividade também poderá ser fiscal, pois as alíquotas poderão variar de acordo com o valor do imóvel.

O CTN dispõe no artigo 32 que para efeitos do IPTU, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, desde que observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos construídos e mantidos pelo Poder Público como: meio-fio ou calçamento; canalização de águas pluviais; abastecimento de água; sistema de esgotos; rede de iluminação pública; escola primária ou posto de saúde.

ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens ImóveisAspecto material: transmissão de inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por natureza

ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.Características: bem imóvel por natureza significa o solo com sua superfície, seus acessórios e adjacências

naturais (arredores), compreendendo árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e subsolo; e bem imóvel por acessão física é tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada a terra, os edifícios e construções.

O imposto não incide sobre os direitos reais de garantias; a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio da pessoa jurídica em realização de capital; e no caso de transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se nesses casos, a atividade predominante do adquirente for à compra e venda desses bens, ou locação de bens ou arrendamento mercantil.

ISS – Imposto sobre Serviços

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Aspecto material: prestar serviços de qualquer natureza não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar.

Características: o imposto incide sobre o serviço proveniente do exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior. Considera-se o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicilio prestado, exceto os casos previstos nos incisos de I a XXII quando o imposto será devido no local da prestação.

Cabe á lei complementar fixar suas alíquotas mínimas e máximas; excluir da incidência do ISS as exportações de serviços para o exterior; regular a forma e condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e serão revogados.

Tributos incidentes sobre a receita

Diversos são os tributos que incidem sobre a receita das empresas. Alguns atingem a maior parte das empresas e das receitas por elas obtidas, independentemente do setor de atividade, como é o caso das contribuições para:

1. Programa de Integração Social (PIS)2. Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP)3. Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

Em outros casos, o tributo incide, normalmente, sobre as receitas de determinadas atividades, mas não de outras, como, por exemplo:

1. Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) – atividades de comercialização estão sujeitas à incidência deste imposto

2. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – atividades de industrialização estão sujeitos a este imposto3. Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)- incidente sobre atividades de prestação de serviços

A venda de um só produto industrializado, por exemplo, pode gerar a obrigação de pagar vários tributos simultaneamente como: PIS, COFINS, IPI e ICMS. Da mesma forma, uma única indústria que, além de fabricar e vender um determinado produto, também presta serviços de assistência técnica estará sujeita ao IPI, ICMS e ISSQN, sendo que o que vale nesse caso é o fato gerador e não a natureza jurídica da empresa.

PIS – PASEP - COFINS

São contribuições sociais com funções fiscais de arrecadação e incide sobre as recitas auferidas por todas as entidades. A tributação do faturamento das empresas pode se dar de duas formas:

a) Regime de incidência cumulativa, as alíquotas são aplicadas ao valor da receita bruta, ajustada por algumas exclusões permitidas na legislação, em geral relacionadas a itens que não se configuram como receitas (devoluções, abatimentos, reversões de provisões). Lucro Presumido.

b) Regime de incidência não cumulativa, as alíquotas são aplicadas à receita ajustada na mesma forma da base cumulativa, mas permite-se também que o contribuinte reduza o valor da contribuição devida no montante relativo à mesma alíquota aplicada aos valores de compras de bens para revenda, insumos utilizados na produção de produtos ou serviços. Lucro Real.

Para a maioria dos casos, o regime de incidência é uma escolha que cabe à própria empresa, condicionada à escolha do regime de tributação de Imposto de Renda escolhido.

Cumulativo Alíquotas: PIS/PASEP – 0,65% sobre faturamentoPIS/PASEP – 1% sobre folha de pagamentoCOFINS – 3% sobre faturamentoCOFINS – 4% sobre as receitas auferidas a partir de 01/09/2003 pelos bancos

Não Cumulativo Alíquotas:PIS/PASEP – 1,65% sobre faturamentoCOFINS – 7,6% sobre faturamento

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ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosO ICMS é um imposto de competência dos Estados, que incide sobre as operações relativas à circulação de

mercadorias, prestação de serviços interestaduais e intermunicipais, e serviços de comunicação, ainda que iniciados no exterior como visto em aula anteriormente. É um imposto não cumulativo, que funciona no sistema de débitos e créditos. Ao adquirir bens ou serviços tributados pelos ICMS o contribuinte adquire um crédito (direito de compensação futura) junto ao fisco, relativo ao imposto pago em sua aquisição.

Em alguns casos com objetivo de ter um maior controle da arrecadação os Estados criaram a figura da substituição tributária. Neste tipo de situação atribui-se a um determinado elo da cadeia a responsabilidade de antecipar os recolhimentos que ocorreriam nas transações subsequentes, no entanto a lógica primária do imposto é mantida, e o imposto é calculado com base em um suposto valor final de venda. No caso de substituição tributária o contribuinte responsável pelo recolhimento do ICMS por conta dos demais elos da cadeia deverá somar ao preço cobrado o imposto incidente nas operações subsequentes.

O ICMS é um imposto embutido no preço, ou seja, ele incide sobre o bem ou serviço, mas integra o próprio preço de venda. É importante destacar que se um bem é vendido por R$ 100,00 e é tributado a 17%, o vendedor cobrara do comprador os R$ 100,00, mas irá destacar na nota fiscal R$ 17,00 de ICMS. Observe que esta metodologia de cálculo implica em uma alíquota real maior do que a nominal, ou seja, os R$ 17,00 cobrados de imposto correspondem a 20,48% dos R$ 83,00 que correspondem à receita líquida (R$ 100,00 - R$ 17,00 = R$ 83,00).

Alíquotas Exemplos: São Paulo: 18%; Rio Grande do Sul: 17%; Santa Catarina: 12%; Ceará: 7%;

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

O IPI é um imposto de competência da União, que tem duas funções bem definidas a reguladora da economia e a protecionista que aumenta ou reduz alíquotas visando incentivar ou desestimular a venda de alguns produtos.

É um imposto incidente sobre produtos industrializados, em linhas gerais considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, tais como:

- transformação – obtenção de espécie nova;- beneficiamento – modifica funcionamento, utilização, acabamento ou aparência;- montagem – reunião que resulte em nova unidade;- acondicionamento ou reacondicionamento – altera apresentação pela colocação de embalagem, exceto apenas para transporte;- renovação ou recondicionamento – produto deteriorado ou inutilizado em condições de utilização.

As alíquotas do IPI são determinadas através da tabela de Incidência do Imposto sobre Produto Industrializado – TIPI, alguns produtos estão sujeitos a alíquotas especificas e outros ad valorem (conforme o valor). No caso de ad valorem (conforme o valor), as alíquotas vão de zero até 365,63%, porém a maioria das alíquotas está abaixo de 20%.

O IPI é imposto não cumulativo funcionando de maneira semelhante ao ICMS. Em relação ao preço do produto o IPI é um tributo “por fora”, ou seja, a alíquota incide sobre o preço do produto, e é somada ao valor do produto. Assim, se um produto é vendido ao preço de R$ 100,00 e é tributado a 5%, o vendedor cobrará do comprador R$ 105,00, referente ao preço do produto mais IPI.

Lembrando que no caso de empresas comerciais que compram com IPI, o imposto pago na nota vai diretamente para o custo da mercadoria vendida e, portanto é lançado diretamente no valor dos estoques. E também no caso de compra para imobilização temos que observar que o IPI soma na base de cálculo do ICMS quando nos demais casos isso não acontece.ISS – Imposto Sobre Serviço

O ISS é um imposto municipal como já vimos na aula anterior, e tem função predominante fiscal, ou seja, de fornecer recursos financeiros para o Município. Em 2004, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional, o ISS foi responsável por 42% da receita tributária consolidada de todos os Municípios brasileiros.Embora de competência municipal, a incidência do ISS está limitada à lista dos serviços que podem ser objeto de tributação, definida em lei complementar.

Anteriormente à Lei Complementar N. 116/03, havia muita controvérsia quanto ao local da prestação do serviço, quando o prestador e o adquirente dos serviços estavam em Municípios diferentes. Na esteira desta discussão, muitas empresas prestadoras de serviços transferiram suas matrizes para cidades vizinhas às grandes metrópoles, nas quais a alíquota de ISS era mais baixa. Com a LC 116/03 se estabeleceu que o local da prestação de serviços (e, portanto, o Município a quem é devido o imposto) é o do estabelecimento prestador dos serviços ou, na sua falta, o

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local de domicilio do prestador de serviços. No entanto, para alguns serviços a LC determina que o ISS deva ser pago em favor do Município onde o serviço foi prestado ou está localizado o tomador, conforme o caso, entre os quais se destacam:

- importação de serviços;- alguns serviços ligados à construção civil, cessão de mão de obra e empreitada;- serviços de limpeza, decoração e jardinagem;- vigilância e segurança.

Outra observação importante é que o ISS e o ICMS não podem incidir sobre a mesma operação. Em alguns casos em que a legislação especifica a tributação pelo ICMS dos materiais fornecidos pelo prestador de serviços, o valor destas materiais não deve compor a base de cálculo do ISS.

O ISS é um imposto cumulativo, ou seja, é cobrado em todas as operações sem direito a crédito de operações anteriores. A apuração do imposto é feita mediante aplicação da alíquota sobre a base de cálculo. Alguns Municípios oferecem a possibilidade do pagamento de um montante fixo para pequenos empreendedores e profissionais liberais, desobrigando-os do pagamento do tributo calculado em função dos serviços prestados. Por ser um tributo cumulativo, nenhum registro destacado do montante de tributo embutido no valor pago pela prestação de serviços na empresa compradora é necessário.

AlíquotasAs alíquotas de ISSQN em de Porto Alegre e em quase todo o RS variam de 2%, 2,5%, 3%, 3,5%, 4%, 4,5% e 5% dependendo da atividade e da regra de cada Município.

Tributos incidentes sobre o comércio exterior

II – Imposto de Importação

O II é um imposto de competência da União, de função predominantemente extrafiscal, utilizado como instrumento de controle de política cambial e de comércio exterior. E suas alíquotas podem ser especificas ou ad valorem. Embora o fato gerador do tributo seja à entrada dos bens importados no território nacional, em virtude do disposto no Decreto-Lei N. 37/66, o STF entendeu que o fato gerador considera-se consumado no momento do desembaraço aduaneiro. De acordo com a decisão do STF, portanto, uma mercadoria cuja importação tenha sido iniciada, ou mesmo que já esteja no porto brasileiro, está sujeita a mudança de alíquota se ainda não houver ocorrido o desembaraço aduaneiro.

IE – Imposto de Exportação

O IE é um imposto de competência da União, de função predominantemente extrafiscal, utilizado como instrumento de controle de política cambial e de comércio exterior e tem muita similaridade com II. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).

Exercícios:1) Uma empresa atua no comércio varejista de móveis para escritório, tendo obtido receitas com a venda de

mercadorias de R$ 105.000,00 no mês de janeiro de 2012. Uma das vendas, no valor de R$ 5.000,00 foi cancelada, e a empresa concedeu descontos incondicionais no valor de R$ 10.000,00. Calcule o PIS e COFINS pelo regime de incidência cumulativo.

2) E para a mesma empresa com as mesmas observações faça o mesmo cálculo de PIS e COFINS só que agora pelo regime de incidência não cumulativo, considerando compras de mercadorias liquidas de IPI no valor de R$ 50.000,00, e a empresa teve ainda despesas com energia elétrica no montante de R$ 5.000,00.

3) Se uma mercadoria foi vendida dentro do Estado do RS ao valor nominal de R$ 1.600,00 com ICMS embutido de 17% na mercadoria. Qual será o valor do ICMS destacado na Nota Fiscal e qual será a alíquota real embutida no preço da mercadoria.

4) Uma empresa comercial varejista sediada no Ceará adquiriu a prazo, em 02 de janeiro, de uma empresa comercial atacadista situada em Pernambuco, mercadorias para revenda no valor de R$ 12.000,00. Sobre tais mercadorias quando em operação interestadual entre Estados do Nordeste, incide ICMS à alíquota de 12%. Ao

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emitir a nota fiscal, o atacadista destacou o ICMS normalmente. O comerciante varejista revendeu, no mesmo mês, também a prazo, metade das mercadorias que havia comprado por R$ 20.000,00, para um consumidor final residente em CE. O ICMS devido para tais operações, quando dentro do Estado do Ceará é de 17%. Ao final desta operação qual será o valor do imposto devido pela empresa varejista ao Estado do CE?

5) Uma indústria fabricante de estantes de aço adquire matéria-prima para utilização no processo produtivo, por R$ 30.000,00 mais IPI de 5%. As estantes quando vendidas serão tributadas pelo IPI a uma alíquota de 10%. No mesmo período em que efetuou a compra, a indústria fabricou e vendeu estantes por R$ 80.000,00 mais IPI. Ao final do período qual será o valor do imposto devido pela indústria?

6) A mesma indústria do exercício anterior está situada no Rio Grande do Sul e tem tributação de IMCS com alíquota de 17% tanto na compra quando na venda. Neste caso qual será o valor a pagar de ICMS da indústria neste mês. E se as estantes fossem destinadas a imobilização teria alguma diferença no valor do IPI e ICMS, se a resposta for afirmativa calcule a diferença.

7) Uma empresa prestadora de serviços no municio de Gravataí, que tenha prestado serviços no montante de R$ 60.000,00 no mês de fevereiro de 2012, sendo que a alíquota cobrada no Município para a sua atividade é de 2%, deverá recolher qual valor de imposto para Prefeitura de Gravataí?

8) A mesma empresa do exercício 07, ao emitir uma de suas notas fiscais no valor de R$ 22.000,00 teve retido pela empresa contratante o equivalente a 3,5% de ISS. Com esta nova informação haverá alguma alteração no imposto a pagar?

9) Uma empresa comercial varejista sediada no Rio Grande do Sul adquiriu a prazo, em 03 de março, de uma empresa comercial atacadista situada em Santa Catarina, mercadorias para revenda no valor de R$ 30.000,00. Sendo o ICMS de SC 12%. Ao emitir a nota fiscal, o atacadista destacou o ICMS normalmente. O comerciante varejista revendeu, no mesmo mês, também a prazo, o equivalente a um terço da mercadoria que havia comprado por R$ 25.000,00, para um consumidor final residente em Porto Alegre/RS. O ICMS devido para tais operações, quando dentro do Estado do RS é de 17%. Ao final desta operação qual será o valor do imposto devido pela empresa varejista ao Estado do Rio Grande do Sul? Caso a empresa seja optante pelo lucro real, regime não cumulativo, quanto a empresa irá pagar de PIS e COFINS aproveitando os devidos créditos das compras?

Tributos incidentes sobre remuneração do trabalho

FGTS – Fundo de garantia por tempo de serviçoO FGTS é um fundo público de poupança compulsória, criado em 1966. É formado pela contribuição de 8%

sobre a folha salarial das empresas e tem por função formar um fundo de indenização para o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é identificado para cada trabalhador, o qual pode ser utilizado em algumas situações definidas em lei, tais como: demissão sem justa causa, aquisição de casa própria, aposentadoria e algumas doenças do trabalhador ou de seus dependentes. Os recursos hoje em dia são administrados pela Caixa Econômica Federal.

INSS – Contribuições previdenciáriasA Seguridade Social compreende um conjunto de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade,

destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social. O art. 195 da CF estabelece que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de contribuições sociais dos empregadores e trabalhadores.

As alíquotas vão variar para os empregados de 8% a 11% conforme a faixa salarial, para empresas de 20% a 28,8% dependendo do grau de risco da atividade, e 11% no caso de retenção nas notas de prestação de serviço sobre o valor da mão de obra.

Tributos incidentes sobre o patrimônio

IPVA – Imposto sobre propriedades de veículos automotoresO IPVA é um imposto direto, de competência estadual sobre a propriedade de veículos em geral, destinado a

suprir o orçamento dos Estados na conservação de rodovias, assim como na sinalização de estradas e vias municipais. Metade de sua arrecadação é repassada ao Município onde o veículo está registrado. O fato gerador do IPVA é a propriedade de veículo automotor, o que é um evento que tem duração ininterrupta, por um determinado espaço de tempo. O imposto é anual, ou no momento da compra quando se tratar de veículo novo (0Km).

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As alíquotas variam de um Estado para o outro e são definidas a partir do valor de mercado do veículo ou no caso de veículo novo pelo valor da nota fiscal.

As alíquotas do imposto são:

SulRio Grande do Sul: 3%Santa Catarina: 2%Paraná: 2,5%

SudesteSão Paulo: 3% e 4%Rio de Janeiro: 4%Minas Gerais: 4%Espírito Santo: 2%

Distrito Federal: 3%

NordesteBahia: 2,5% e 3,5%Sergipe: 2%Alagoas: 2,5%Pernambuco: 2,5%Paraíba: 2%Rio Grande do Norte: 2,5%Ceará: 2,5%Piauí: 2,5%Maranhão: 2,5%

NorteTocantins: 2%Pará: 2,5%Amapá: 3%Amazonas: 3%Roraima: 3%Rondônia: 3%Acre: 2%

Centro-OesteMato Grosso: 3%Mato Grosso do Sul: 2,5%Goiás: 2,5 e 3,75%

IPTU – Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbanaO IPTU é um imposto direto, de competência municipal, que incide sobre a propriedade, posse ou domínio

útil de prédios e terrenos localizados na zona urbana do Município, caracterizando-se um fato gerador do tipo permanente. O seu cálculo é efetuado mediante a aplicação da alíquota vigente, conforme a legislação do Município em que está localizada a propriedade, sobre o valor venal (valor de mercado) do imóvel, calculado por meio de critérios estabelecidos em lei municipal.

Alguns dos critérios que determinam o valor do imóvel são: tipo de imóvel (casa, apartamento, loja), área, ocupação, ano e padrão de acabamento da construção, localização, características da rua e da região onde se situa o imóvel, preços correntes das transações no mercado imobiliário.

Alíquotas paliçada atualmente em Porto Alegre:Imóveis residenciais: 0,85%Imóveis não residenciais: 1,10%Terrenos: varia de 1,50% a 6,00%Terrenos com projeto arquitetônico de imóvel residencial aprovado pela PMPA: 0,95%Terrenos com projeto arquitetônico de imóvel não residencial aprovado pela PMPA: 1,20%Imóveis utilizados na produção agrícola: 0,03%

ITR – Imposto sobre propriedade territorial rural

O ITR é cobrado anualmente e apurado mediante cálculo do contribuinte, posteriormente homologado pela autoridade tributária. Aplica-se a alíquota sobre o valor da terra nua tributável (VTNt). O valor da terra nua tributável, obtido pela multiplicação do valor da terra nua (ou seja, sem qualquer tipo de benfeitoria ou beneficiamento, inclusive plantações) pelo quociente entre a área tributável e a área total.

A alíquota utilizada varia com a área da propriedade e seu grau de atualização, que é a relação percentual entre a área efetivamente utilizada pela atividade rural e a área aproveitável do imóvel rural. Quanto maior a área e quanto menor o grau de utilização, maior a alíquota do ITR, variando de 0,3% a 20%.

Tabela de alíquotas do ITR em função da área e grau de utilização:

Área total do imóvel (em hectares)

GRAU DE UTILIZAÇÂO – GU (EM %)Maior que 80 Maior que 65

até 80Maior que 50

até 65Maior que 30

até 50Até 30

Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00Maior que 50 até 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00Maior que 200 até 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30Maior que 500 até 1.000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70Maior que 1.000 até 5.000 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00

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a) Exemplo prático de como funciona o ITR: uma agroindústria possui entre seus bens uma propriedade rural de 3.000 hectares, dos quais 300 hectares correspondem à área comprovadamente imprestável para qualquer tipo de exportação, atestada por órgão federal de fiscalização. A área utilizada em atividades produtivas corresponde a 2.160 hectares, e a propriedade está avaliada (valor da terra nua) em R$ 100.000,00.

O cálculo do imposto ficará da seguinte forma:Valor total da terra nua: R$ 100.000,00Área total: 3.000 háÁrea tributável: 2.700 há (3.000 há – 300 há)Quociente área tributável/área total: R$ 90.000,00 (R$ 100.000,00 x 90%)Grau de utilização: 70% (2.160 há / 2.700 há)Alíquota aplicável: 1,6% (em função do grau de utilização, entre 65% e 80% e tamanho da propriedade – entre 1.000 a 5.000 hectares)ITR: R$ 1.440,00 (R$ 90.000,00 x 1,6%)

ITBI – Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens imóveisO ITBI é um imposto de competência municipal de função predominantemente fiscal. Duas características são

importantes para separar a incidência do ITBI, de competência municipal, do ITCD que é um imposto de competência estadual. Incide ITBI nas transmissões de bens imóveis ou direitos a eles relativos realizados de forma onerosa e entre vivos. No caso de transmissão por herança (causa mortis), ou doação, não incide ITBI e sim ITCD. As alíquotas são definidas através de legislação municipal, diversos Municípios adotam as alíquotas de 0,5% para transmissão de imóveis financiados pelo SFH e 2% nos demais casos. A base de cálculo é o valor venal do imóvel assim como o IPTU.

Existe há quase 40 anos – está na Lei Federal nº 6.015/73 -, que fornece desconto nas custas para a escritura do imóvel, e se restringe a imóveis adquiridos com fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O teto máximo para as despesas com a escritura, conforme a Associação dos Notários e Registradores do Estado do Paraná (Anoreg-PR) chega a R$ 607,99. ”Imóvel pago à vista não inclui esse desconto. A lei é válida apenas para imóveis financiados, desde que o comprador apresente uma declaração de que é a primeira vez que ele utiliza o SFH”, explica o coordenador de atendimento do 2º Ofício de Registro de Imóveis de Londrina, Ulisses Machado da Silva Sobrinho. Quem obtém a moradia pelo programa Minha Casa, Minha Vida o desconto pode ser de até 75% sob o valor do registro do imóvel, caso seja adquirido pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). ”Nos demais casos dos financiamentos do programa o desconto no registro do imóvel é de 50%”.

AlíquotasPorto Alegre: o ITBI é de 3% conforme LC197/89 consolidada em 31/12/2011 sobre o valor venal do imóvel. E alíquota de 0,5% para os valores efetivamente financiados nos contratos de financiamento imobiliário, inclusive consórcios imobiliários, com prazo mínimo de 05 anos e para recursos do FGTS do adquirente, sendo que o valor total a ser contemplado com a alíquota reduzida está limitado em 68.000 UFMs (unidade financeira municipal), ou seja, em torno de cento e oitenta e oito mil novecentos e quatro reais (68.000 x 2,78).

Conforme a Lei N. 2.140 de 31 de dezembro de 2002, em Cachoeirinha as alíquotas do ITBI são:Art. 14 As alíquotas do Imposto sobre a propriedade Territorial Urbana são as seguintes:I - valor venal do terreno até 30.000 (trinta mil) URM`s (Unidade de Referência Municipal), alíquota de 1,0% (um por cento);II - valor venal acima de 30.000 (trinta mil) URM`s e até 60.000 (sessenta mil) URM`s, alíquota de 1,2%;III - valor venal acima de 60.000 (sessenta mil) URM`s e até 120.000 (cento e vinte mil) URM`s, alíquota de 1,4%;IV - valor venal acima de 120.000 (cento e vinte mil) URM`s e até 240.000 (duzentos e quarenta mil) URM`s, alíquota 1,6%;V - valor venal acima de 240.000 (duzentos e quarenta mil) URM`s, alíquota de 1,8%.Parágrafo Único - As alíquotas serão aplicadas de forma progressiva e gradual, de modo que sobre cada intervalo de valor, incida a alíquota correspondente, conforme o seguinte modelo:"Valor Venal 257.000 URM`s (acima de 240.000 URM`s):1,0% sobre 30.000 URM`s;1,2% sobre 30.000 URM`s;1,4% sobre 60.000 URM`s;1,6% sobre 120.000 URM`s; e 1,8% sobre o valor excedente (17.000 URM`s)

ITCD – Imposto de transmissão causa mortis e doaçãoO Imposto sobre a Transmissão “Causa Mortis” e Doação, de quaisquer bens ou direitos tem como fato

gerador a transmissão "causa mortis" (herança ou testamento) e a doação, a qualquer título, de:

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I - propriedade ou domínio útil de bens imóveis e de direitos a eles relativos; II - bens móveis, títulos e créditos, bem como dos direitos a eles relativos.

Considera-se doação qualquer ato ou fato em que o doador, por liberalidade, transmite bens, vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou presumidamente, incluindo-se as doações efetuadas com encargos ou ônus.

Estão sujeito a tributação todos os bens imóveis doados localizados no Estado, os bens móveis, títulos e créditos transmitidos em decorrência de inventário processado no Estado, ou por doação em que o doador tiver domicilio no Estado, entre outros. Todos os bens doados estão sujeitos a incidência do ITCD, entre eles imóveis, semoventes, veículos, máquinas, joias, dinheiro, participações societárias e outros.

O valor a pagar é calculado aplicando-se as alíquotas abaixo sobre a base de calculo do imposto, que é o valor venal dos bens, dos títulos ou dos créditos transmitidos, apurado mediante a avaliação da Receita Estadual:

- na transmissão “causa mortis”: 4%- na transmissão por doação: 3%As alíquotas acima são aplicáveis para fatos geradores ocorridos a partir de 31/12/2009, para períodos

anteriores é só acessar as tabelas no site da receita federal (Sefaz).

Tributos incidentes sobre lucrosIncidem sobre o lucro das empresas dois tributos: o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) e

a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). O IR incide tanto sobre a renda das pessoas quanto das empresas e quando se trata de IR relativo a pessoas jurídicas é costume usar a sigla IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica).

A base de cálculo dos dois tributos é o lucro, na forma definida na legislação. Uma vez que cada tributo tem a sua legislação específica, o valor em reais da base de cálculo de cada um pode ser diferente. Segundo a legislação do IRPJ, o lucro tributável pode ser apurado de três formas, ou regimes de tributação: Lucro Real, Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado. O contribuinte pode optar em qual modalidade de apuração quer ser tributado, observadas algumas restrições ligadas à atividade realizada ou ao volume de receitas.

O Lucro real corresponde ao lucro apurado pela contabilidade, ajustado por adições exigidas e exclusões e compensações permitidas pela legislação. O lucro presumido corresponde ao lucro calculado pela aplicação, ao valor do faturamento, de um percentual de margem de lucro determinado na legislação, ou seja, o lucro não é apurado pelo encontro entre receitas e despesas do período, mas sim presumido. Corresponde a um processo de apuração simplificada da base de cálculo do imposto. Já o lucro arbitrado é apurado de forma semelhante ao presumido, com acréscimo de 20%, quando a receita é conhecida, ou por parâmetros técnicos, em situações especiais em que não é possível determinar o montante do faturamento.

IR – Imposto de rendaO IR é um imposto de natureza basicamente fiscal, ou seja, arrecadatória, de competência da União, que tem

como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda. As alíquotas variam para pessoas físicas de 15% a 27,5% em tabela progressiva e para pessoas jurídicas é de 15% mais adicional de 10% sobre a parcela de lucro que exceder a R$ 20.000,00 mensais.

O contribuinte pessoa jurídica pode optar em apurar o imposto em períodos trimestrais ou anuais, sendo que este último condiciona a apurar pela modalidade de lucro real. Porém se optar pela apuração anual, o contribuinte está obrigado a fazer antecipações mensais do IRPJ, que serão compensadas com o IRPJ devido, calculado na Declaração de Ajuste, o valor da antecipação pode ser calculado de acordo com as regras do lucro real ou baseado numa estimativa de lucro.

Para exemplificar o IR vamos utilizar neste caso a denominação lucro tributável, em substituição a lucro real, lucro presumido ou lucro arbitrado, para não interferir no entendimento da lógica de cálculo do IR, que é comum as três modalidades. O que muda de uma opção para outra é a metodologia de apuração da base de cálculo, e não a metodologia de cálculo do imposto.

a) Uma empresa começou a funcionar em julho de 2011. Obteve lucro tributável de R$ 130.000,00 no ano, assim distribuído: 3º trimestre (julho-setembro) R$ 50.000,00; 4º trimestre (outubro-dezembro) R$ 80.000,00. Assim optando pela apuração trimestral, efetuaria os cálculos da seguinte maneira:

IR 3º trimestre/2011Lucro Tributável R$ 50.000,00Alíquota normal (R$ 50.000,00 x 15%) R$ 7.500,00Adicional do imposto: não é devido pois o lucro no trimestre foi inferior a R$ 60.000,00 (R$ 20.000,00 x 3 meses)IRPJ a pagar R$ 7.500,00

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IR 4º trimestre/2011Lucro Tributável R$ 80.000,00Alíquota normal (R$ 80.000,00 x 15%) R$ 12.000,00Adicional do imposto: tem que ser calculado pois ultrapassou a base ((R$ 80.000,00 – R$ 60.000,00) x 10%)

R$ 2.000,00

IRPJ a pagar R$ 14.000,00

O IR total a pagar no decorrer do ano é de R$ 21.500,00, somando os dois trimestres.

b) Para a mesma empresa se o IRPJ for devido ao final do ano, temos:Lucro Tributável (R$ 50.000,00 + R$ 80.000,00) R$ 130.000,00Alíquota normal (R$ 130.000,00 x 15%) R$ 19.500,00Adicional do imposto: tem que ser calculado, pois ultrapassou a base (R$ 130.000,00 - R$ 120.000,00 = R$ 10.000,00 x 10%)

R$ 1.000,00

IRPJ a pagar R$ 20.500,00

Obs.: Observamos que, mesmo sem mudar o valor do lucro tributável, a mudança da periodicidade de apuração de trimestral para anual provocou uma economia de R$ 1.000,00 (R$ 21.500,00 – R$ 20.500,00) no imposto a ser pago no ano.

CSLL – Contribuição social sobre lucro líquidoA CSLL amparou-se no art. 195 da CF, que trata das contribuições para o custeio da seguridade social, e é de

competência da União, incidente sobre o lucro das pessoas jurídicas, incluindo neste grupo aqueles que são equiparados à pessoa jurídica para fins de tributação do imposto de renda.

Apesar de ser semelhante a elaboração da base de cálculo ao imposto de renda, não é necessariamente igual, a CSLL é calculada mediante aplicação da alíquota ao resultado tributável apurado nas modalidades resultado ajustado, resultado presumido ou resultado arbitrado.A apuração e o recolhimento estão atrelados à escolha do regime de tributação do IR, e seguem o mesmo modelo de antecipações mensais, caso a empresa tenha optado pela apuração anual.

Assim como no IR vamos exemplificar como funciona a CSLL, para uma empresa que começou a funcionar em julho de 2011, e obteve resultado tributável pela CSLL de R$ 130.000,00, no ano, assim distribuídos: 3º trimestre (julho a setembro) R$ 50.000,00; 4º trimestre (outubro a dezembro) R$ 80.000,00. Optando pela apuração trimestral, a empresa efetuaria os cálculos a seguir:

CSLL 3º trimestre/2011 Lucro Tributável R$ 50.000,00CSLL (R$ 50.000,00 x 9%) R$ 4.500,00

CSLL 4º trimestre/2011 Lucro Tributável R$ 80.000,00CSLL (R$ 80.000,00 x 9%) R$ 7.200,00

CSLL total a pagar no decorrer do ano é de R$ 11.700,00, somando os dois trimestres.

Optando pela apuração anual, a mesma empresa estaria sujeita ao pagamento de antecipações mensais de CSLL, a serem compensadas quando da apuração do montante devido ao final do ano, Sendo que mesmo com a apuração anual o valor final a pagar de CSLL no período de um an

7 – Formas de Tributação para pessoas jurídicas:

Lucro PresumidoConsiste em modalidade mais simplificada de apuração em relação ao lucro real, na qual o lucro é estimado

(presumido) pela aplicação de um percentual sobre a receita bruta obtida pelo contribuinte. O percentual representa, portanto, a suposta margem de lucro que a empresa obteve no período, ele é estabelecido pela legislação e tem variações em função do porte da empresa.

Lucro RealÉ o lucro líquido do período de apuração, apurado de acordo com a legislação societária e ajustado pelas

adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação do IR. Qualquer empresa pode optar

Page 21: gestão tributária

pela tributação do lucro real, mas algumas são obrigadas a utilizar esta modalidade, em função de características relacionadas a tamanho (porte) e tipo de atividade desenvolvida.

IR – O regulamento do imposto de renda estabelece a obrigatoriedade da adoção do regime de apuração pelo lucro real para empresas que excedam um determinado limite de receita total (48 milhões no ano de exercício), instituições financeiras, Factoring e empresas que usufruem de benefícios fiscais de isenção ou redução do IR.

Lucro ArbitradoTambém consiste na aplicação de percentual sobre a receita bruta, e diferencia-se do lucro presumido por ser

aplicado, em geral, por iniciativa da autoridade fiscal, quando diante de situações tais como enquadramento indevido no lucro presumido, ausência ou vícios na escrituração contábil, dentre outras. Os percentuais para estimativa do lucro são os mesmos do lucro presumido acrescidos em 20%. O contribuinte também pode optar pelo lucro arbitrado, o que só se justifica em situações limite, uma vez que esta opção é sempre pior do à tributação pelo lucro presumido.

Regime de tributação do IRPJ Regime de tributação da CSLL Regime de incidência do PIS/PASEP e COFINS

Lucro Presumido Resultado presumido Incidência cumulativaLucro Real Resultado contábil ajustado Incidência não cumulativaLucro Arbitrado Resultado arbitrado PIS/COFINS cumulativa

A opção pelo regime de tributação é feita no inicio de cada ano, no momento do primeiro recolhimento e vale para todo o exercício financeiro, podendo ser alterado no ano seguinte se a empresa assim desejar.

Lucro Real: Tabela de adições e exclusões para elaboração do lucro contábil

Lista de Adições e Exclusões para apuração de IRPJ e CSLL IRPJ CSLL1. Ajustes credores de exercícios anteriores Adição2. Perdas incorridas no mercado de renda variável que excederem os

ganhos no período de apuraçãoAdição

3. Perdas incorridas em operações day-trade no período de apuração Adição4. Participações e gratificações a administradores e dirigentes Adição5. Perdas em operações no exterior exceto hedge Adição Adição6. Rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, que devem ser

considerados pelos seus valores antes de descontado o tributo Exclusão Exclusão

7. Excesso relativo aos preços de transferências arbitrados mediante ajustes pelos métodos admitidos pela legislação

Adição Adição

8. Lucros disponibilizados no exterior Adição9. Multas por infrações fiscais cobradas DE OFICIO, impostas por

infrações ou transgressões de leis de natureza não tributáriaAdição Adição

10. Lucros distribuídos disfarçadamente Adição Adição11. Comissões condicionadas ao recebimento do cliente Adição Adição12. Pagamento a sociedade civil de profissão regulamentada controlada por

pessoa física controladora de fonte pagadoraAdição

13. Prejuízo na baixa de investimento adquirido por incentivo fiscal Adição14. Amortização de ágio na aquisição de investimento avaliado pela

equivalência patrimonialAdição

15. Amortização de deságio na aquisição de investimento avaliado pela equivalência patrimonial

Exclusão

16. Alimentação de empregados quando não fornecida indistintamente a todos

Adição Adição

17. Seguro de vida de sócios ou acionistas Adição18. Prejuízo por desfalque, apropriação indébita ou furto praticado por

sócios ou acionistasAdição

19. Aquisição com cupom fiscal que não atender as exigências da legislação Adição Adição20. Remuneração de diretores de S.A. que não residam no país Adição

E assim a lista continua tendo aproximadamente 76 itens e esta a disposição no site da receita federal.

Exemplo de Cálculo:

Page 22: gestão tributária

O exemplo apresentado a seguir é bastante simplificado, apenas para permitir a comparação entre os regimes de tributação. Uma empresa obteve, no primeiro trimestre do ano, um lucro de R$ 400.000,00 assim discriminados:

DRE do período – 1º Trimestre de 2012Itens R$ R$Receita da Venda de Mercadorias e Serviços 1.500.000,00 Venda de mercadorias 1.000.000,00 Venda de serviços 500.000,00(-) Impostos incidentes sobre vendas - 400.000,00= Receita líquida operacional 1.100.000,00(-) Custo das mercadorias e serviços vendidos - 600.000,00= Lucro Bruto 500.000,00(-) Despesas com vendas - 130.000,00(-) Despesas administrativas - 40.000,00(+) Receitas financeiras 50.000,00(+) Resultado de equivalência patrimonial 20.000,00 - 100.000,00= Lucro antes do IRPJ e CSLL 400.000,00

Dentre as despesas administrativas, R$ 2.000,00 referem-se a despesas não dedutíveis conforme a legislação do IRPJ. Também para a CSLL o somatório de despesas indedutíveis da base de cálculo é igual a R$ 2.000,00.Resposta

Lucro Presumido: Poderão optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas cuja receita bruta total, no ano calendário anterior, tiver sido igual ou inferior a 48 milhões de reais ou ao limite proporcional de 4 milhões multiplicados pelo número de meses de atividade do ano.

Tabela de percentuais de presunção do IRPJAtividade % de PresunçãoComercial, industrial, transporte de carga e serviços hospitalares 8%Revendas, para consumo, combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural

1,6%

Prestação de serviços:a) Exclusivamente prestação de serviços: faturamento anual até R$ 120.000,00 16%b) Exclusivamente superior a R$ 120.000,00 anuais e demais serviços não

exclusivamente32%

c) Transporte (exceto carga) 16%

Tabela de percentuais de presunção da CSLLAtividade % de PresunçãoPessoas jurídicas em geral 12%Prestação de serviços, exceto hospitalares; intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; e factoring

32%

Exemplo de Cálculo:Considerando o mesmo exemplo utilizado para a demonstração do cálculo do lucro real:

DRE do período – 1º Trimestre de 2012Itens R$ R$Receita da Venda de Mercadorias e Serviços 1.500.000,00 Venda de mercadorias 1.000.000,00 Venda de serviços 500.000,00(-) Impostos incidentes sobre vendas - 400.000,00= Receita líquida operacional 1.100.000,00(-) Custo das mercadorias e serviços vendidos - 600.000,00= Lucro Bruto 500.000,00(-) Despesas com vendas - 130.000,00(-) Despesas administrativas - 40.000,00(+) Receitas financeiras 50.000,00(+) Resultado de equivalência patrimonial 20.000,00 - 100.000,00= Lucro antes do IRPJ e CSLL 400.000,00

Resposta.

Page 23: gestão tributária

Simples NacionalÉ um sistema de tributação nacional que consiste no pagamento unificado de até oito impostos como IRPJ,

PIS, COFINS, CSLL, INSS Patronal e IPI (se for contribuinte do IPI), podendo incluir também ICMS e ISS. Este novo tratamento é dado apenas a empresas de pequeno porte e micro-empresas, enquadradas conforme Lei Complementar N.123 de 14/12/2006.

Definição ampla de micro e pequena empresa, está atrelada ao valor da receita bruta de vendas que uma empresa obtém durante o ano fiscal, sendo considerada micro empresas as com receitas anuais até R$ 240.000,00 e pequena empresa com vendas anuais acima de R$ 240.000,00 até R$ 2.400.000,00. A possibilidade de optar pelo SIMPLES Nacional está condicionada ao atendimento de uma série de condições relacionadas a:

a) Tipo de atividade econômica desenvolvida: por exemplo, instituições financeiras não podem ser optante pelo SIMPLES;

b) Origem do capital social: sociedades de cujo capital participe estrangeiro residente no exterior não pode ser optante pelo SIMPLES;

c) Forma de organização social: empresas organizadas com sociedades por ações estão impedidas;d) Limite máximo de faturamento: só poderão optar pelo SIMPLES micro e pequenas empresas;A base de cálculo é a receita bruta, entendida como tal o produto da venda de bens e serviços nas operações de

conta própria, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. As alíquotas aplicáveis variam por faixa de faturamento e atividade, e constam no anexo da Lei N. 123/06.Sua apuração deve ser efetuada após a empresa ter todos os dados mensais sobre suas receitas brutas, para cada tipo de receita, existe um tipo de tabela, que varia de alíquota por conta das respectivas receitas. A lei trata as receitas por atividades, ou seja, há a necessidade de segregação pois uma empresa que presta serviço e revende mercadorias não poderia aplicar a mesmo alíquota para a atividade de serviços e de revenda respectivamente.

Devem ser separados os seguintes tipos de receitas: Receitas decorrentes da revenda de mercadoria; Receitas decorrentes da venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte; Receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como a de locação de bens móveis e outras que não

relacionadas como vetadas na Lei Complementar N. 123/06; Receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária; Receitas decorrentes da exportação de mercadorias para o exterior, inclusive as vendas realizadas por meio

comercial exportadora ou do consórcio previsto na lei complementar; Construção de imóveis e obras de engenharia em geral; Academias de dança, de capoeira, de ioga....; Transporte municipal e interestadual de passageiros.

RetençõesO ISS retido de empresas optante pelo SIMPLES pela contratante, pode ser abatido do ISS devido conforme tabela de alíquotas.

CréditosAs empresas enquadradas no SIMPLES não geram crédito de impostos para as empresas compradoras ou clientes. Mas permite ao tomador de serviço ou comprador, a partir da publicação pela Receita Federal de um Ato Declaratório Interpretativo (N.15), não optante pelo SIMPLES Nacional ter direito a crédito correspondente ao ICMS incidente sobre as suas aquisições de mercadorias, de micro e pequenas empresas, desde que destinadas a comercialização ou industrialização e observado, como limite, o ICMS efetivamente devido pelas optantes SIMPLES Nacional em relação a essas aquisições, conforme descrito pela LC N.123/06, que foi alterada pela LC N.128/08.

Tabelas:

ANEXO I (Vigência a Partir de 01.01.2012)Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio

Receita Bruta em 12 meses R$ Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS

Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%

De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%

De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%

Page 24: gestão tributária

De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

ANEXO II (Vigência a Partir de 01.01.2012)

Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Indústria

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS IPI

Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50%

De 180.000,01 a 360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50%

De 360.000,01 a 540.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50%

De 540.000,01 a 720.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50%

De 720.000,01 a 900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00

8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00

8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00

9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00

9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50%

De 1.800.000,01 a 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50%

Page 25: gestão tributária

1.980.000,00De 1.980.000,01 a

2.160.000,0010,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00

10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00

10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00

10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00

11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00

11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00

11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00

12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00

12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50%

ANEXO III (Vigência a Partir de 01.01.2012)

Alíquotas e Part.do Simples Nacional - Receitas de Locação

de Bens Móveis e de Prestação de Serviços

Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ISS

Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00%

De 180.000,01 a 360.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%

De 360.000,01 a 540.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%

De 540.000,01 a 720.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%

De 720.000,01 a 900.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

Exemplo de cálculo:

A empresa Comercial A, optante pelo SIMPLES Nacional na condição de ME, obteve, até julho de 2011, receita bruta acumulada de R$ 100.000,00. Nos meses de agosto e setembro, auferiu receita de R$ 60.000,00 e R$ 25.000,00, respectivamente. Calcule o valor do imposto devido em Agosto e em Setembro pela empresa.

Exercícios Diversos

Page 26: gestão tributária

1) Uma empresa atua no comércio varejista, tendo obtido receitas com a venda de mercadorias dentro do RS no montante de R$ 215.000,00 no mês de março de 2012. Uma das vendas, no valor de R$ 8.000,00 foi cancelada, e a empresa concedeu descontos incondicionais no valor de R$ 12.000,00. Sendo que para atender a essa necessidade de seus clientes a empresa fez uma compra do Estado de SC no valor R$ 160.000,00 no mesmo mês. Sabendo que o ICMS na compra do Estado SC para o RS é de 12% e que o ICMS interno do RS para venda é de 17$%. Calcule o ICMS, o PIS e COFINS pelo regime de incidência cumulativo e pelo regime de incidência não cumulativo.

2) Uma empresa industrial sediada no Rio de Janeiro adquiriu a prazo, em 02 de abril, de uma indústria situada no Rio Grande de Sul, matéria-prima no valor de R$ 45.000,00, mais 10% de IPI, e o ICMS interestadual foi de 17%. A indústria do RJ industrializou a matéria-prima e vendeu, no mesmo mês, também a prazo, parte dos produtos por R$ 40.000,00, para um consumidor final residente no RJ. O ICMS dentro do Estado do RJ é de 17% e o IPI desta indústria na venda é de 8%. Ao final da operação qual será o valor do imposto devido pela empresa indústria do Estado do RJ?

3) Uma empresa comercial varejista sediada no Rio Grande do Sul adquiriu a prazo, em 04 de abril, de uma empresa comercial atacadista situada em Santa Catarina, mercadorias para revenda no valor de R$ 50.000,00. Sendo o ICMS de SC 12%. O comerciante varejista revendeu, no mesmo mês, também a prazo, estas mercadorias que havia comprado por R$ 85.000,00, para um consumidor final residente em Porto Alegre/RS. O ICMS devido para tais operações, quando dentro do Estado do RS é de 17%. Ao final desta operação qual será o valor do imposto devido pela empresa varejista ao Estado do Rio Grande do Sul? Caso a empresa seja optante pelo lucro real, regime não cumulativo, quanto à empresa irá pagar de PIS e COFINS aproveitando os devidos créditos das compras?

4) Uma empresa que iniciou suas atividades em Fevereiro de 2011. Obteve lucro tributável de R$ 240.000,00 no ano, sendo distribuídos da seguinte forma: 1º trimestre R$ 55.000,00; 2º trimestre R$ 60.000,00; 3º trimestre R$ 59.000,00 e 4º trimestre R$ 66.000,00. Calcule quanto à empresa irá pagar de IR e CS optando pela apuração trimestral, a cada trimestre e o valor do montante anual.

5) Uma empresa que iniciou suas atividades em Abril de 2011. Obteve lucro tributável de R$ 190.000,00 no ano, sendo distribuídos da seguinte forma: 2º trimestre R$ 60.000,00; 3º trimestre R$ 50.000,00 e 4º trimestre R$ 80.000,00. Calcule quanto a empresa irá pagar de IR e CSLL optando pela apuração trimestral, a cada trimestre e o valor do montante anual. Considerando que esta empresa é optante pelo regime de incidência não cumulativo calcule também quanto irá pagar de PIS e COFINS sabendo que para obtenção deste lucro tributável a empresa teve compras no valor de R$ 130.000,00 com direito a crédito. Ao final deste exercício considerando apenas o lucro, as compras, e os impostos explícitos explique se a empresa citada esta trabalhando com lucro ou prejuízo até o presente momento.

6) Para uma empresa que apresenta as informações descriminadas abaixo no DRE, que é optante pelo lucro real, regime de incidência não cumulativo, considerando que o valor do CMV é todo composto por compras de mercadorias, calcule o ICMS, o PIS, a COFINS, o IR e a CS. Considerando ainda que a empresa está situada no RS com alíquota de ICMS interna de 17% e que fez as compras de Santa Catarina que tem alíquota do ICMS interestadual de 12%, que entre as suas despesas administrativas tem R$ 6.800,00 de despesas não dedutíveis do IRPJ conforme legislação e R$ 5.700,00 indedutíveis da base de cálculo da CSLL. E o resultado de equivalência patrimonial também não pode ser deduzido das bases de cálculo tanto do IR quanto da CSLL. Ao final deste exercício considerando o resultado do DRE e os impostos explícitos no exercício, explique se a empresa citada esta trabalhando com lucro ou prejuízo até o presente momento.

DRE do período – 1º Trimestre de 2012Itens R$ R$Receita da Venda de Mercadorias e Serviços 1.300.000,00 Venda de mercadorias 800.000,00 Venda de serviços 500.000,00(-) Impostos incidentes sobre vendas - 200.000,00= Receita líquida operacional 1.100.000,00

Page 27: gestão tributária

(-) Custo das mercadorias e serviços vendidos - 550.000,00= Lucro Bruto 550.000,00(-) Despesas com vendas - 100.000,00(-) Despesas administrativas - 60.000,00(+) Receitas financeiras 40.000,00(+) Resultado de equivalência patrimonial 20.000,00 - 100.000,00= Lucro antes do IRPJ e CSLL 450.000,00

7) Para o mesmo exercício anterior, calcule os mesmos impostos só que considerando opção pelo regime tributário presumido trimestral. Considere as mesmas adições e exclusões citadas acima, com exceção do resultado de equivalência patrimonial que neste caso deve ser substituído pelas receitas financeiras que somam a base de cálculo do IR e da CSLL. Ao final deste exercício considerando o resultado do DRE e os impostos explícitos no exercício, explique se a empresa citada esta trabalhando com lucro ou prejuízo até o presente momento.

8) A empresa Ampla Indústria e Comércio Ltda., optante pelo SIMPLES Nacional na condição de ME, iniciou suas atividade em Janeiro de 2011, e obteve até julho de 2011, receita bruta acumulada de R$ 140.000,00, que estão distribuídos de forma igual mês a mês. Nos meses de agosto e setembro, auferiu receita de R$ 30.000,00 e R$ 40.000,00, respectivamente. Calcule o valor do imposto devido em Agosto e em Setembro pela empresa. Considerando que toda a receita auferida foi no comércio.

9) Considerando que a mesma empresa do exercício N.8, acumulou receita bruta de outubro a dezembro de 2011 sempre no montante de R$ 40.000,00 mensais. Calcule quanto a empresa irá pagar de Simples Nacional em Janeiro de 2012, caso sua receita auferida seja de R$ 50.000,00.

10) A empresa HP12C Indústria e Serviços Ltda., optante pelo SIMPLES Nacional na condição de EPP, iniciou suas atividade em Fevereiro de 2011, e obteve até julho de 2011, receita bruta acumulada de R$ 420.000,00, que estão distribuídos de forma igual mês a mês, sendo 40% referente a prestação de serviços e 60% referente a indústria. Nos meses de agosto e setembro, auferiu receita de R$ 90.000,00 e R$ 110.000,00, respectivamente, sendo divididos na mesma proporção citada acima para indústria e serviços. Calcule o valor do imposto devido em Agosto e em Setembro pela empresa.

11) Uma indústria que iniciou suas atividades em Janeiro de 2011. Obteve lucro tributável de R$ 270.000,00 no ano, sendo distribuídos da seguinte forma: 1º trimestre R$ 60.000,00; 2º trimestre R$ 65.000,00; 3º trimestre R$ 75.000,00 e 4º trimestre R$ 70.000,00. Calcule quanto à empresa irá pagar de IR e CSLL optando pela apuração trimestral, a cada trimestre e o valor do montante anual. Considerando que esta empresa é optante pelo regime de incidência não cumulativo calcule também quanto irá pagar de IPI, PIS e COFINS sabendo que para obtenção deste lucro tributável a empresa teve compras no valor de R$ 170.000,00 mais 5% de IPI com direito a crédito. E o que o IPI na venda foi de 10% sobre o lucro tributável. Ao final deste exercício considerando apenas o lucro, as compras, e os impostos explícitos explique se a empresa citada esta trabalhando com lucro ou prejuízo até o presente momento.

8 - Funcionamento dos Processos Administrativos e Judiciais Tributários:

Responsabilidade Tributária: a Lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte.

Responsabilidade dos sucessores: são pessoalmente responsáveis conforme o Art. 131 do CTN: I – o adquirente ou remitente (é aquele que praticou a remição, que é o ato de o devedor pagar a dívida e resgatar o bem), pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; II – o sucessor a qualquer título; III – o espólio (patrimônio de uma pessoa depois de sua morte e antes de concluído o respectivo inventário).

Sucessão de empresas: a pessoa jurídica de direito que resultar de fusão, transformação, incorporação ou cisão de outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato.

Denúncia espontânea: a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, ou seja, a denúncia espontânea afasta a cobrança da multa. Sendo que não configura denúncia espontânea quando já iniciado algum procedimento administrativo relacionado com a infração, tampouco descumprimento da obrigação acessória.

Page 28: gestão tributária

Suspensão da exigibilidade do crédito tributário;São causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, isto é, que impedem o Fisco de ajuizar execução fiscal:Moratória: É a dilatação do prazo de pagamento da dívida concedida pelo credor ao devedor, sua concessão depende de lei e poderá ser concedida em caráter geral ou individual.Depósito no valor do montante integral: Faculdade que tem o contribuinte ou responsável de efetuar um depósito no valor integral da dívida no procedimento administrativo ou judicial. O depósito no valor do montante integral evita a correção monetária do débito, bem como a fluência de juros de mora.Recursos administrativos: De acordo com a legislação reguladora do processo administrativo relativo a cada tributo, o sujeito passivo tem o direito de contestar lançamento que considere irregular ou abusivo.Liminar em mandado de segurança: Preenchidos os requisitos do artigo 7º, inciso III, da Lei 12.016/09, o juiz poderá determinar a suspensão do ato que deu motivo ao pedido.Liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial: Acrescentado pela LC 104/01, este inciso vem corrigir uma omissão do CTN, uma vez que a tutela antecipada ou medida liminar concedida em qualquer ação judicial tem a mesma intenção, como no caso do mandado de segurança, de evitar o ônus tributário para o sujeito passivo antes que seja apreciado o mérito da lide judicial.Parcelamento: Espécie de moratória cuja concessão depende de preenchimento dos requisitos definidos em Lei, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. Ex: REFIS e PAES foram exemplos de parcelamentos de dívidas fiscais com a União.

Extinção do crédito tributário: modalidades de extinção do créditoPagamento: é a forma mais comum, liquidação do débito.Compensação: quando o sujeito passivo for ao mesmo tempo devedor e credor do sujeito ativo, as obrigações se extinguem até onde se compensarem.Transação: a transação em matéria tributária deve ser autorizada por lei e presume a concessão mútua do sujeito ativo e passivo da obrigação.Remissão: significa o perdão total ou parcial da dívida, depois de constituído o crédito tributário, e deve estar autorizado em Lei.Decadência: é o perecimento do dever-poder da administração de efetuar o lançamento tributário devido ao decurso de certo lapso temporal. O direito de constituir o crédito por intermédio do lançamento se extingue após cinco anos, contados: a) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; b) da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado o lançamento anteriormente efetuado.Prescrição: é a perda do direito à ação de cobrança do crédito tributário, a prescrição do direito do Fisco corresponde à perda do direito do Fisco ingressar com a execução fiscal. O Fisco tem cinco anos contados da data da constituição definitiva do crédito tributário para cobrar judicialmente a dívida tributária.Conversão do depósito em renda: após a decisão definitiva administrativa ou judicial favorável ao sujeito ativo, o depósito integral efetuado nos autos é convertido em renda a favor deste.Pagamento antecipado e homologação do lançamento: nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o sujeito passivo antecipa o pagamento com base em apuração realizada por ele próprio sem prévio exame da autoridade administrativa.Consignação em pagamento: ação judicial utilizada nos casos taxativos do artigo 164 do CTN.Decisão administrativa ou judicial transitada em julgado: a decisão positiva em favor do sujeito passivo, em processo administrativo ou judicial, extinguirá o crédito tributário.Dação em pagamento em bens imóveis: somente serão aceitos na forma e condições previstas na lei (hipótese acrescentada pela LC 104/01).

Exclusão do crédito tributário: são modalidades de exclusão do crédito tributárioIsenção: é a dispensa do pagamento de tributo, concedido de forma geral ou específica, por meio de lei. A lei isentiva poderá estipular prazo e condições para sua concessão. As isenções poderão ser revogadas a qualquer tempo, salvo aquelas concedidas por prazo certo em função de determinadas condições.As isenções poderão ser revogadas a qualquer tempo, salvo aquelas concedidas por prazo certo e em função de determinadas condições.Anisitia: consiste no perdão das penalidades pecuniárias antes da constituição do crédito tributário. A anistia só atinge as infrações cometidas antes da lei que a concede.

Garantias e privilégios do crédito tributário: A enumeração das garantias previstas no CTN é exemplificativa e não taxativa, pois, observadas as regras gerais da Constituição e do próprio Código, a lei pode estabelecer outras garantias:Totalidade dos bens: responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, de seu espólio ou sua massa falida, inclusive os bens gravados por ônus real ou

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cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula. Penhora on line.Presunção de fraude: a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito na dívida ativa presume-se fraudulenta.Concurso de credores: a cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.Concurso de preferências: a) Geral: o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação trabalhista ou do acidente de trabalho, seguinte a ordem de preferência entre pessoas jurídicas de direito público de União, Estados e Municípios; b) No caso de falência e recuperação judicial: a partir das mudanças na Lei de Falências, o crédito tributário de modo simplificado, executando-se as multas e os juros de mora ficou em terceiro lugar nas preferências de pagamento da falência, depois dos trabalhistas e dos com garantia real.

Administração TributáriaDívida ativa tributária: de acordo com o artigo 201 do CTN, constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado para pagamento pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.Certidões negativas: a Lei poderá exigir que a prova de quitação de determinado tributo, quando exigível (concordata, concorrência pública, etc), seja feita por certidão negativa, sendo que a positiva com efeitos de negativa tem o mesmo fim.