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GESTÃO E MEDOS NO COTIDIANO ESCOLAR: relatos de · PDF file2 A imaginação de um mundo diferente do que aí está e ao qual precisamos dar sentido, passa pela gestão do cotidiano

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GESTÃO E MEDOS NO COTIDIANO ESCOLAR:

relatos de diretores de escola

Márcia de Fátima Delanholo Sturm

Profª. Drª. Alda Regina Tognini Romaguera (orientação)

Uniso/ Programa de Pós Graduação em Educação

Eixo temático 2 - Pesquisa e Práticas Educacionais.

Pôster

INTRODUÇÃO

A justificativa do tema escolhido para investigação da minha dissertação passa pela

minha trajetória de vida acadêmica. Desde os primeiros dias de escola, passando pela

formatura do Magistério e do bacharelado em Administração de Empresas, seguido das

licenciaturas em Pedagogia e Matemática e dos cursos de pós-graduação em Didática,

Gestão Escolar, MBA e agora o Mestrado em Educação, vivi momentos únicos, repletos de

emoções, medos, lutas, desafios, convívios e histórias. Histórias de uma menina do interior,

de professora e educadora dedicada à profissão, de supervisora de ensino da rede

municipal de Sorocaba em busca da tão sonhada educação de qualidade.

E, nesta trajetória, foi crescendo minha preocupação com os problemas presentes no

cotidiano escolar, vivenciados principalmente pelo diretor de escola, porém que se refletia

no trabalho de toda equipe: nos funcionários, professores e alunos. Tenho comigo que a

superação dos problemas do cotidiano implica no exercício articulado de questionamentos

em relação ao instituído, de profanação do poder, quando este vem reforçar os problemas

presentes nesse cotidiano e da biopolítica como “luta da vida e das formas da vida contra o

poder, que procura submetê-las a seus fins por meios muitas vezes ilegítimos.” (AGAMBEN,

2007, p. 7).

Em um mundo onde tudo parece ter-se tornado necessário e inevitável, sagrado,

recorro à Agamben (2007) que procura resistir, des-criar o que existe, tentando ser mais

forte do que está aí. Isso equivale a ir em busca da infância, ou seja, de nossa capacidade

de jogar e de amar, de viver na intimidade de um ser estranho, não para fazê-lo conhecido,

e sim para estar ao lado dele sem medo de ficar entre o dizível e o indizível; equivale a

perseguir sinais de subjetividade, de liberdade humana. Isso porque um mundo em que

tudo é necessário e nada é possível é um mundo sem sujeito, um mundo sem liberdade,

sem possibilidade de criar o novo. Faz-se necessário imaginar e criar um mundo novo,

diferente do atual.

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A imaginação de um mundo diferente do que aí está e ao qual precisamos dar

sentido, passa pela gestão do cotidiano escolar e pela educação, em busca da superação

dos medos, desafios e problemas que se apresentam no mundo contemporâneo, no qual,

segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (2008), as certezas da modernidade sólida

se foram, e, com isso, na era líquido-moderna, a utopia do controle sobre os mundos social

e natural se desmoronou.

A supervisão de ensino se caracteriza por fazer a “ponte” entre as escolas e o

sistema de ensino dentro de um cenário de reformulação de estruturas organizacionais onde

a descentralização e a participação são o pano de fundo dos discursos oficiais. Neste

contexto, transfere-se o poder à esfera pública municipal, cabendo ao supervisor apropriar-

se da mediação nos processos de mudança, contribuir com as equipes escolares na análise

e reflexão da práxis, considerando a complexidade e especificidade de cada unidade escolar

na busca constante do alinhamento junto ao sistema de ensino e na resolução de

problemas.

A atuação como supervisora de ensino, trabalhando com as escolas da rede

municipal e com as unidades de educação infantil da rede particular, que também estão

vinculadas ao sistema municipal de ensino, pautou-se, desde o princípio, no propósito de

uma relação aberta e dialógica com as equipes escolares.

Apresenta-se nesse memorial algumas formas como (re) descobri, nos fazeres, nos

saberes, a dimensão das minhas ideias e práticas na carreira do magistério, onde estou há

20 anos. Escrever um pouco sobre a própria história significa retomar situações e diálogos,

complementar lacunas, buscar respostas e, sobretudo, justificar ações e escolhas, diante do

nosso mundo incerto, líquido e contemporâneo.

Contudo, nos sentidos que atribuo a cada experiência vivida, reconheço a

singularidade presente no meu modo de ser educadora. Lembranças particulares,

individuais, que se tornam memórias coletivas. Vestígios reveladores do movimento dialético

pelo qual nos constituímos como profissional. Considero importante a oportunidade de tecer

este contexto, pois

[...] a experiência de construir sua biografia educativa possibilita ao sujeito um exame crítico em relação às relações interpessoais que foram marcantes no próprio processo educativo. [...] é importante lembrar que a análise crítica e reflexiva das experiências passadas, vividas no âmbito de instituições educativas, possibilita também um olhar em profundidade, desde o sujeito que investiga, para as dinâmicas internas das instituições. Para o processo formativo humano isto é muito importante uma vez que somos, ao mesmo tempo, sujeitos individuais e coletivos, que nos construímos na dialética de processos que dizem respeito às nossas histórias individuais e coletivas (DURAN; SANTOS NETO, 2005, p. 146).

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Atualmente na supervisão de ensino, busco mergulhar nas contribuições que o meu

trabalho pode proporcionar aos inúmeros alunos da cidade de Sorocaba, seja nas atividades

de gestão ou nas ações educativas relacionadas à Secretaria da Educação e ao cotidiano

escolar do sistema municipal de ensino.

A distância entre o que dizem os discursos oficiais e o que ocorre nas práticas

escolares e nos sistemas é materializada na forma como nossas escolas se organizam,

como dividem os tempos e espaços, como por vezes desconsideram momentos e situações

do cotidiano que poderiam ampliar o trabalho educativo e o da gestão escolar para além dos

muros escolares.

Minha busca atual, para além das atribuições relacionadas ao exercício do cargo

público, é o de me fazer pesquisadora na área da educação. Embora segundo Morin (2006),

a pesquisa, a descoberta avança no vácuo da incerteza e da incapacidade de decidir, busco

desenvolver uma pesquisa que contribua para o fortalecimento da gestão escolar, por meio

da reflexão e identificação dos medos e problemas enfrentados pelo principal gestor das

instituições educacionais, os diretores de escola, no cotidiano escolar líquido e

contemporâneo. Os medos, as incertezas e os problemas são muitos e variados. Contudo,

como afirma Morin (2006), é preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em

meio a arquipélagos de certeza.

A certeza que tenho, recorrendo a Freire (2000), é de que a nossa presença no

mundo, implicando escolha e decisão, não é neutra. A capacidade de observar, perguntar,

comparar, de avaliar para, decidindo, escolher, com o que, intervindo na vida do cotidiano,

exercemos nossa cidadania, se constitui uma competência vital.

Parece que mudar o mundo é tão difícil quanto possível. E como destacou Freire

(2000) durante toda a sua vida dedicada à educação, esta só tem sentido porque o mundo

não é necessariamente isto ou aquilo, por que os seres humanos são tão projetos quanto

podem ter projetos para o mundo. A educação tem sentido porque aprendemos que é

aprendendo que nos fazemos e nos refazemos, porque nos assumimos como seres

capazes de saber, de saber que sabemos e de saber que não sabemos.

GESTÃO E MEDOS NO COTIDIANO ESCOLAR

Inúmeros medos, problemas e desafios se apresentam no cotidiano escolar, líquido e

contemporâneo. Mundo esse onde as incertezas prevalecem, num cenário que tem como

pressuposto condições moderno-líquidas e instabilidades constantes. Os desafios só

aumentaram desde a mudança da Modernidade Sólida para a Modernidade Líquida,

metáfora ilustrada por Bauman (2001), para referir-se à contemporaneidade e a essa nova

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etapa da modernidade, a pós-modernidade, onde ocorre a reorganização do capitalismo

industrial na transição de uma sociedade de produtores a uma sociedade de consumidores,

numa busca incessante pelo novo, pelo fluido, pelo fugaz. Tempos mutantes. Tempos

líquidos. Daí o pressuposto de que “tudo que é sólido se desmancha no ar”.

Como esclarece Bauman, tudo é visto como líquido, pois

Os fluidos se movem facilmente. Eles “fluem”, “escorregam”, “respingam”, “transbordam”, “vazam”, “inundam”, “borrifam”, “pingam”; são “filtrados”, “destilados”; diferentemente dos sólidos, não são facilmente contidos - contornam certos obstáculos, dissolvem outros e invadem e inundam seu caminho. Do encontro com os sólidos emergem intactos, enquanto os sólidos que os encontraram, se permanecerem sólidos, são alterados - ficam molhados ou encharcados. A extraordinária mobilidade dos fluidos é que associa a idéia de leveza. (BAUMAN,2001, p.8),

A constante busca por mudanças implica numa sucessão de trocas compulsivas e

sucessivas, seja de produtos, seja de informações e até mesmo de subjetividades e

relações. Tudo isso traz temores, anseios, incertezas dos laços humanos e novos

problemas para a educação e para a gestão escolar em particular.

Nesse sentido, mais importante que ações técnicas e burocráticas, a atuação, como

supervisor de ensino, está vinculada ao caminhar da escola e da sociedade, no intuito de

desenvolver uma parceria na busca da mitigação ou resolução dos problemas que se fazem

presentes nesse cotidiano.

Nesse contexto, o retorno à Universidade, como mestranda em Educação, e a opção

pela linha do cotidiano escolar, ocorre, porque, nesta, realizam-se pesquisas com enfoque,

entre outros, nas múltiplas dimensões desse cotidiano, tendo em vista a cultura nas relações

educacionais e as múltiplas tensões originadas pelas mudanças existentes na sociedade

contemporânea que se refletem no ambiente educativo. E é por se refletir no ambiente

educativo, que nos desperta preocupações sobre o contexto contemporâneo e a gestão

escolar, tema desta dissertação.

Ao cursar, como aluna especial, a disciplina Desafios do Contemporâneo no

Cotidiano Escolar I, cuja ementa previa discutir os desafios colocados pelo contemporâneo,

conceituado por Agamben (2009) “entre o não ainda e o já passou”, analisando as

características do mundo e as relações com os fundamentalismos pedagógicos na

construção de políticas, projetos e atitudes de professores e de outros atores envolvidos no

processo educativo e, ao discutir dentro da referida disciplina o texto “Desafios Educacionais

na Modernidade Líquida: Cotidiano, Medo e Indisciplina” (SOARES; NOGUEIRA, 2010),

inquietações são provocadas a respeito dos medos, problemas e desafios presentes no

cotidiano escolar.

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Segundo Bauman (2008, p. 8), medo é “o nome que damos a nossa incerteza: nossa

ignorância da ameaça e do que deve ser feito – do que pode e do que não pode – para fazê-

la parar ou enfrentá-la, se cessá-la estiver além do nosso alcance”. Os motivos para se ter

medo estão por toda parte, não se encontram em falta nesta nossa época, altamente

carente em matéria de certeza, segurança e proteção.

Estudar os medos contemporâneos é tocar num dos pontos centrais da modernidade

líquida, visto que, conforme declara Bauman (2010), os medos agora são difusos, eles se

espalharam. É difícil definir e localizar as raízes desses medos, já que os sentimos, mas não

os vemos. É isso que faz com que os medos contemporâneos sejam tão terrivelmente

fortes, e os seus efeitos sejam tão difíceis de amenizar. Eles emanam virtualmente em todos

os lugares e não têm raiz. São muitos e diversos, mas se alimentam uns aos outros. A

combinação desses medos cria um sentimento de insegurança e mal estar. Nós nos

sentimos inseguros, ameaçados, ansiosos e sem saber como proceder.

Contudo, só poderemos contribuir para a reflexão e enfrentamento dessas questões,

se conseguirmos identificar quais são os principais problemas e os medos que fazem parte

do cotidiano dos diretores de escola, na visão e na voz desses atores que se encontram na

linha de frente desse cenário.

Assim, tendo em vista os mais variados problemas enfrentados pelo diretor de escola

e refletindo sobre os mesmos, levantamos algumas questões pertinentes a esse cenário:

Quais os medos e desafios do diretor na escola contemporânea? Quais os dispositivos

presentes na gestão escolar? Qual a relação da biopolítica e biopoder, no trabalho do diretor

de escola? Como as relações do diretor afetam o trabalho da equipe escolar? Quais os

medos do diretor de escola em situações de mudança? Qual a percepção do supervisor de

ensino sobre a relação da equipe gestora e a sua prática cotidiana?

Diante de tantas questões, esta pesquisa, que terá como teóricos Zigmunt Bauman,

Giorgio Agamben e Michel Foucault, entre outros, tem como objetivo geral responder quais

são os problemas de gestão e os medos relatados pelos diretores de escola no cotidiano

escolar público? Ou ainda, como os diretores percebem sua gestão num cotidiano escolar

no contexto líquido e contemporâneo?

Os objetivos específicos desse trabalho são: 1) identificar a percepção de diretores

de escola sobre sua gestão; 2) levantar a opinião dos diretores sobre uma gestão escolar

adequada ao momento líquido e contemporâneo; 3) identificar quais são os medos dos

diretores relativos ao cotidiano escolar e 4) relacionar os medos relatados com as

características do mundo líquido.

Os procedimentos para coleta de relatos de gestores, será por meio de entrevistas

individuais, seguindo os padrões éticos de consentimento livre esclarecido e voluntário. Foi

construído um roteiro flexível de perguntas sobre o cotidiano e os sentimentos individuais

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envolvidos nesse cotidiano escolar. Apresentamos abaixo um fragmento de relato obtido

com uma diretora de escola:

Medo de que? ... Às vezes, de tudo. Medo quando? ... Às vezes, sempre. Medo ... Às vezes, por nada. Refletindo sobre esse sentimento, penso que ele não nasceu de uma hora para outra. Ele foi surgindo com o passar do tempo, das vivências, da rotina do dia a dia (que, aliás, de rotina não tem nada!), da demanda de tantas atividades diversas, de tantos pequenos detalhes. Acredito na somatória de situações para seu desencadeamento.” (...) (...) O peso da responsabilidade, o não poder errar, as cobranças pontuais e com datas e horas marcadas, a sobrecarga de trabalho dos anos e anos à frente de uma escola, cobra seu preço diante da saúde emocional e por consequência da saúde física. O medo pode ser impiedoso!!! (...) Com o passar dos anos o papel do educador e o relacionamento com as crianças e com famílias foi se transformando. São muitas as expectativas, gerando uma nova demanda de ações que exige cada vez mais tempo, dedicação, equilíbrio. O diretor precisa mediar eventuais ocorrências com serenidade, bom senso e imparcialidade. Há um desgaste emocional que precisa ser compensado de alguma maneira (lazer, atividade física, hobby, troca entre as colegas, terapias...)

Diante do problema apresentado tem-se como hipótese que os problemas de gestão

escolar e os medos relatados pelos diretores de escola estão diretamente relacionados às

características líquidas do mundo contemporâneo.

Medo dos mais variados e diversos: da incerteza sobre a condição humana; das

mudanças na rotina do trabalho; dos conflitos interpessoais; das atividades conexas ao

cargo; dos dispositivos da biopolítica e biopoder presentes na gestão escolar; da

insegurança física e emocional; da violência local e global; das transformações tecnológicas;

dos desafios educacionais no mundo contemporâneo, entre outros.

CONSIDERAÇÕES

Penso que esta pesquisa se justifica por ser o medo, causador de problemas outros

no ambiente educacional e consequentemente na busca da qualidade da educação. O

cotidiano escolar passa por situações novas que merecem ter uma análise e reflexão de um

contexto maior de interferências e formação de pessoas.

Esse medo instalado pode provocar, ou não, sentimento de impotência, doença

física, psíquica, emocional e social, imobilização profissional, enfim, formas de interação

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distintas da utopia e dos ideais perseguidos pela educação: solidariedade, ações coletivas,

laços sociais que promovam rede de relações mais humanas, entre outros. Deste modo,

pesquisar os medos no cotidiano escolar se faz necessário, e como agente fundamental na

gestão e nas interações, conhecer o que o diretor de escola relata sobre seus problemas

pode dar indícios de seus comportamentos frente à condição contemporânea.

Se buscamos compreender os sentidos da escola contemporânea e os seus

desafios, tendo em vista romper com o instituído e transformá-lo, essa transformação não se

dará no corpo das leis ou na implantação dos programas e projetos dissociados do que se

passa no cotidiano escolar. Acompanhar o que se passa na escola e interferir no estado de

coisas instituído implica colocar em foco o modo como as formas de governar tem implicado

em práticas de gestão, de trabalho e de formação. Trata-se de interferir no modo de

funcionamento das políticas, no regime de enunciação e fabricação do que tem sido

apontado como problema e desafio a ser enfrentado pela escola pública.

Apesar dos desafios impostos à escola contemporânea num mundo cada vez mais

disperso e refratário à reflexão, essa instituição milenar, hoje espaço estratégico de gestão

de vida, ainda se faz extremamente necessária, visto que se constitui num espaço de

narrativas e projetos de vida, de sociabilidade, de desenvolvimento do ser humano enquanto

ser humano, em busca da própria identidade, do conhecimento e do aprender a pensar tão

necessários para se constituir como sujeito autônomo, crítico, consciente, participativo,

transformador e protagonista de sua história e da sociedade.

REFERÊNCIAS

AGAMBEN, G. Profanações. Traduzido por Selvino José Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007. ________. O que é contemporâneo? e outros ensaios. Editora Argos. Chapecó. Santa Catarina, 2009. BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Editora Jorge Zahar. Rio de Janeiro, 2001. ________. Tempos Líquidos. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Editora Zahar. Rio de Janeiro, 2007a. ________. Medo Líquido. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Editora Zahar. Rio de Janeiro, 2008. ________. Capitalismo Parasitário e outros temas contemporâneos. Editora Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2010. DURAN, M. C. G. e SANTOS NETO, E. Histórias de vida na formação de mestres pesquisadores em educação: vivenciando o método, enfrentando dificuldades, construindo

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possibilidades. In: Revista Educação e Linguagen, nº 11 – Memórias na Educação, ano 8, jan.-jun. 2005, São Bernardo do Campo, SP: UMESP, p. 123-151. FOUCAULT, M. O nascimento da medicina social. In: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 9 ed. Organização, introdução e revisão técnica de Roberto Machado. Editora Graal, Rio de Janeiro, 1990. FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro / Edgar Morin; tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. – 11. Ed.- São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2006. SOARES, M.L. de A. e NOGUEIRA, E. J. Desafios Educacionais na modernidade líquida: cotidiano, medo e indisciplina. Reorganização do trabalho apresentado no III Congresso Internacional Cotidiano – diálogos sobre diálogos (Rio de Janeiro, 2010).