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Gilmar Mendes atacado porque quer acabar com lobistas golpistasPor Claudio Tognolli | Claudio Tognolli 1 hora 27 minutos atrsO deputado federal Valmir Assuno (PT) se pronunciou sobre o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes declarado a favor do financiamento privado de campanhas eleitorais.O petista considera a defesa de Gilmar Mendes totalmente incoerente e critica a deciso do ministro. J um completo absurdo um ministro do STF defender doao empresarial de campanha, mas fiquei estarrecido ao ver que ele [Mendes] usa como argumento que as empresas devem poder doar para os candidatos para atingir seus interesses, diz Valmir Assuno.A postura do ministro Gilmar Mendes, tambm desagradou a advocacia. Em seu voto, lido na quarta-feira (16/9), o ministro disse que a ao que discute a matria, de autoria da OAB, faz parte de um golpe autoritrio do Partido dos Trabalhadores para se manter no poder.Para o Colgio de Presidentes de Seccionais da OAB, a postura do ministro Gilmar foi grosseira, arbitrria e incorreta. No mais aceitvel a postura intolerante, smbolo de um Judicirio arcaico, que os ventos da democracia varreram. Os tempos so outros e a voz altiva da advocacia brasileira, que nunca se calou, no ser sequer tisnada pela ao de um magistrado que no se fez digno de seu ofcio, diz o Colgio, em nota.Em seu voto, Gilmar Mendes afirma que o ajuizamento da ao argumentando a inconstitucionalidade faz parte de um plano para que se estabelea o financiamento exclusivamente pblico. De acordo com o ministro, como o PT j se elegeu por meio do financiamento empresarial, agora quer impedir que seus opositores tenham acesso mesma fonte de renda.Para isso, argumentou Gilmar, o PT manipulou a OAB: O que houve, portanto, foi a absoro de um projeto de poder, defendido por um partido que j se confundia com o Estado brasileiro, por parte da sociedade civil organizada, no caso, pela OAB. O Conselho Federal da Ordem adotou a proposta e a apresentou ao STF.Para o deputado baiano, a situao ridcula, e a persuaso de Gilmar Mendes revela os vcios de um sistema poltico que precisa de uma reforma imediata.Sou contra doao empresarial para campanhas, pelo simples fato de empresa no votar e nem poder ser votada, portanto, no tem porque interferir no processo eleitoral, sobretudo com dinheiro, diz Valmir Assuno.Gilmar Mendes est certo: quer acabar com o lobby sujo ora vigente no Brasil.Por que a atividade de lobista ainda no regulada no Brasil? Porque, caso oficial, o trabalho do lobista iria requerer transparncia. E aqui, abaixo dos trpicos, transparncia palavro.Teramos uma soluo. o Projeto de Lei 1202, de 2007, que versa sobre Defesa de Interesses. Estipula identificar quem sos os grupos de presso interessados em certo tema, com quais parlamentares e onde vo ser feitas, mais pblica das luzes, as reunies para tratar de interesses.O projeto inclusive estabelece que a Controladoria-Geral da Unio dever ser a entidade que receber os registros e dar as credenciais para lobistas que vo atuar nas instncias do Poder Executivo. Assim como vigente nos EUA, Inglaterra, Frana e Mxico, o projeto, parado, determina quem no pode ser lobista: pessoas tenham, nos doze meses anteriores ao requerimento, exercido cargo pblico efetivo ou em comisso em cujo exerccio tenham participado, direta ou indiretamente, da produo da proposio legislativa objeto de sua interveno professional.Curiosamente proposto pelo PT e pelo partido tocado, o projeto foi enterrado de vez em 2013. Acompanhe os petistas presentes ao enterro do ser que geraram:http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=353631

Desde as sunshine laws, de 1946, o lobby legalizado nos EUA.L nos EUA o lobby ou grupo de presso funciona bem porque todo mundo sabe quem faz o que. E, seja no Congresso ou na Suprema Corte dos EUA, lobista obrigado a entrar com crach de lobista.

Agora em 2014 o progressista The Nation publicou que h nos EUA 12,281 lobistas registrados. Mas, como nem tudo so flores, desde 2002 h uma onda de lobistas ilegais no pas. O analista James Thurber indica que j h 100 mil lobistas ilegais nos EUA movimentando US$ 9 bilhes ao ano. O caso em que tais foras mais gastaram dinheiro data de 1973, e tratou da legalizao do aborto: o caso Roe v. WadeVejam vocs o que a transparncia faz: o escritrio de advocacia Holland & Knight anunciou, orgulhoso, que somente em 2001 ganhou US$ 13.9 milhes com atividades de lobistas legais. Grupos religisos gastam em mdia nos EUA US$ 400 milhes com lobistas que defendem seus temas.bvio que no Brasil ningum vai legalizar o lobby: porque, uma vez imposto como legal, portanto factvel de fiscalizao, seria um raio X detestvel: tiraria do armrio, enfim, os interesses de quem luta para no mostr-losGilmar quer combater o lobby ilegal: merece todo o nosso apoio.

Zelotes aponta novas fraudes de scios da GloboPor CdB em setembro 17, 2015Por Redao, com ACS de Porto Alegre:

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou na ltima segunda-feira, durante audincia pblica na Assembleia Legislativa gacha, que as investigaes da Operao Zelotes trazem um conjunto consistente de indcios sobre a ramificao, no Rio Grande do Sul, do esquema de sonegao e fraudes tributrias praticadas junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscal (Carf).

A Operao Zelotes foi desencadeada no dia 28 de maro deste ano por diversos rgos federais para desbaratar um esquema de fraudesRelator da subcomisso que acompanha o andamento da Operao Zelotes, na Cmara Federal, Pimenta fez um resumo das investigaes realizadas pela Polcia Federal e pelo Ministrio Pblico Federal, na audincia pblica convocada pela Frente Parlamentar de Defesa dos Servios Pblicos. Segundo o parlamentar, o MP Federal deve apresentar, ainda neste ms, a primeira etapa da denncia, que deve trazer a responsabilizao de seis grandes empresas, sendo uma delas do Rio Grande do Sul.

Dos 74 casos sob investigao, h um primeiro grupo que envolve seis empresas e valores da ordem de R$ 5,7 bilhes, cuja denncia deve sair ainda neste ms. Essa denncia propor a responsabilizao criminal de pessoas fsicas e a responsabilizao civil dessas seis empresas disse Pimenta.

A Operao Zelotes foi desencadeada no dia 28 de maro deste ano por diversos rgos federais para desbaratar um esquema de fraudes tributrias envolvendo grandes empresas brasileiras e multinacionais. As investigaes foram conduzidas por uma fora-tarefa formada pela Receita Federal, Polcia Federal, Ministrio Pblico Federal e Corregedoria do Ministrio da Fazenda. O Grupo RBS, a Gerdau, os bancos Bradesco, Santander, Safra, Pontual e Bank Boston, as montadoras Ford e Mitsubishi e um grupo de outras grandes empresas esto sendo investigadas pela suspeita de pagamento de propina a integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para anular multas tributrias milionrias.

Entre os crimes investigados na Zelotes esto advocacia administrativa, trfico de influncia, corrupo, associao criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministrio da Fazenda, o esquema envolveria a contratao de empresas de consultoria que, mediante trnsito facilitado junto ao Conselho, conseguiam controlar o resultado do julgamento de forma a favorecer o contribuinte autuado. Constatou-se que muitas dessas consultorias tinham como scios conselheiros ou ex-conselheiros do Carf. Segundo as investigaes feitas at aqui, pelo menos 74 processos tributrios podem ter sido fraudados, provocando um prejuzo de aproximadamente R$ 21,6 bilhes aos cofres pblicos. Os casos que esto sob investigao teriam ocorrido entre os anos de 2005 e 2015.

Os desdobramentos da Zelotes no RS

O plenarinho da Assembleia ficou lotado para a audincia pblica presidida pela deputada Stela Farias (PT), presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Servios Pblicos. Alm do deputado Paulo Pimenta, falaram sobre a Operao Zelotes representantes do Tribunal de Contas do Estado, do Ministrio Pblico, da Ajuris, OAB, Defensoria Pblica, Sindifisco, CUT, CTB e do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais (Tarf), rgo estadual gacho correlato do Carf. Estamos promovendo essa audincia no para fazer proselitismo, mas sim para iniciar um trabalho srio aqui no Estado, disse a parlamentar ao abrir o encontro. A Frente Parlamentar pretende acompanhar os desdobramentos da Operao Zelotes no Rio Grande do Sul.

Paulo Pimenta destacou que h vrios tipos de irregularidades sendo investigadas: vendas de sentenas com pagamento de propina, negociao para indicao de conselheiros, trocas de conselheiros de turmas e pedidos de vistas para retardar o julgamento de processos. Segundo o parlamentar, as investigaes mostraram a existncia de duas mfias agindo conjuntamente com a participao de conselheiros, escritrios de advocacia e contabilidade e empresas de consultoria de fachada.

Pimenta afirmou ainda que as investigaes da Operao Zelotes foram profundamente prejudicadas pela ao do Judicirio, mais especificamente, da 10 Vara da Fazenda de Braslia, que chegou a ser batizada de cemitrio. Feita a investigao preliminar, a Polcia Federal e o Ministrio Pblico Federal pediram a priso de 26 pessoas, entre eles, 9 conselheiros do Carf, mas a Justia negou. Tambm foram negados pedidos de autorizao para interceptaes telefnicas e telemticas, e para a quebra do sigilo do inqurito. Foi tudo ao contrrio do que aconteceu na Operao Lava-Jato, assinalou.

O parlamentar destacou a deciso da Corregedora Nacional de Justia, ministra Nancy Andrighi, que determinou a notificao do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, responsvel pela 10 Vara Federal do DF, a partir de uma representao feita por ele para averiguao dos critrios que embasaram essas decises. Em maio, a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1 regio j havia acatado representao do Ministrio Pblico Federal contra o mesmo magistrado.

Aps a juza Mariana Bor assumir o processo, comentou ainda Pimenta, uma nova etapa da Operao Zelotes comeou, com foco de atuao em quatro cidades: Braslia, So Paulo, Rio de Janeiro e Santo ngelo. A operao de busca realizada na cidade gacha envolveu uma empresa de consultoria, na qual o ministro Augusto Nardes, do TCU, tinha uma sociedade com o sobrinho Carlos Juliano Ribeiro Nardes. Essa empresa estaria envolvida em negociaes no mbito do Carf que esto sob investigao. Com o surgimento de nomes com foro privilegiado, parte do processo foi remetida para o Supremo Tribunal Federal (STF) que decidir sobre o futuro dessas investigaes.

As investigaes da Operao Zelotes, acrescentou o relator da Subcomisso da Cmara Federal, revelaram que os dois grupos tinham um esquema muito sofisticado de funcionamento. Foram criadas empresas de consultoria laranjas que funcionavam como captadoras de negcios, visitando empresas com problemas fiscais e oferecendo a soluo desses problemas junto ao Carf. Essas grandes empresas que esto sendo investigadas pagavam pelos servios dessas consultorias em sua contabilidade oficial. Est tudo documentado. A tese que chegou a ser levantada por uma dessas empresas, de que ela teria sido vtima de escritrios de advocacia, j foi desconstituda, uma vez que os pagamentos foram feitos diretamente a essas empresas de consultoria que esto sob investigao.

O silncio miditico em torno da Zelotes

O fato de, entre os envolvidos, aparecerem empresas de comunicao e grandes anunciantes da imprensa brasileira, est contribuindo, na avaliao de Pimenta, para o silncio miditico que cerca o caso, especialmente quando se compara com a cobertura que realizada sobre as investigaes da Operao Lava Jato. No difcil entender esse silncio. Entre os envolvidos esto alguns dos maiores anunciantes do pas. Estamos diante de um escndalo de propores absurdas. Aqui ningum rouba migalhas, so casos de 100, 200, 500 milhes. a corrupo da elite.

O juiz Mauro Caum Gonalves, da Associao dos Juzes do Rio Grande do Sul (Ajuris), afirmou que a Zelotes muito simblica por revelar a relao promscua do empresariado com alguns setores da administrao pblica. O magistrado tambm comentou a postura da maior parte da mdia neste caso. A maioria dessa grande mdia est silenciosa. compreensvel. Uma das seis grandes famlias que dominam a mdia no Brasil, que aqui do Rio Grande do Sul, est sob investigao. Os senhores deputados, que tm imunidade parlamentar, tem que aproveitar essa condio para denunciar esses crimes. E a sonegao uma forma de corrupo, sim, afirmou.

Digenes de Oliveira lembrou o depoimento que prestou, em 2001, na CPI da Segurana Pblica, durante o governo Olvio Dutra. As provas contra a RBS esto aqui na Assembleia, no Ministrio Pblico Federal e na Junta Comercial. Falem com o procurador Celso Trs que ele conhece o assunto. No dia 5 de novembro de 2001, nesta mesma sala, denunciei a RBS pelas prticas de lavagem de dinheiro e sonegao fiscal. Naquela poca, o grupo devia cerca de R$ 212 milhes. Entrei com uma representao junto ao Ministrio Pblico Federal que tambm se amorcegou, lamentou Digenes, que foi bastante aplaudido aps sua fala.