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GISELE GAVINHOS ROCHA MARINA FERREIRA ALVES PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE NEUROPEDIATRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO-EPM Monografia apresentada à Universidade Federal de São Paulo para a obtenção do título de especialista em Intervenções Fisioterapêuticas em Doenças Neuromusculares São Paulo 2008

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GISELE GAVINHOS ROCHA

MARINA FERREIRA ALVES

PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES DO AMBULATÓRIO DE

NEUROPEDIATRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO

PAULO-EPM

Monografia apresentada à Universidade Federal de São Paulo para a obtenção do título de especialista em Intervenções Fisioterapêuticas em Doenças Neuromusculares

São Paulo

2008

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GISELE GAVINHOS ROCHA

MARINA FERREIRA ALVES

Perfil Clínico dos Pacientes do Ambulatório de Neur opediatria da

Universidade Federal de São Paulo - EPM

Monografia apresentada à Universidade Federal de São Paulo para a obtenção do título de especialista em Intervenções Fisioterapêuticas em Doenças Neuromusculares

Orientadora: Anna Carolina Chavier e Xaves.

São Paulo

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

DEPARTEMENTO DE NEUROLOGIA – SETOR DE DOENÇAS

NEUROMUSCULARES

Chefe de departamento: Dra. Débora Amado Scerni

Coordenador do curso de especialização em Intervenções Fisioterapêuticas em

Doenças Neuromusculares: Dr. Acary Souza Bulle de Oliveira

Dra. Sissy Veloso Fontes

Ft. Ms. Francis Meire Favaro

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Alves, Ferreira Marina e Rocha, Gavinhos Gisele

Perfil Clínico do Ambulatório de Neuropediatria da Universidade Federal de São

Paulo – São Paulo, 2008.

Monografia (Especialização) - Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de

Medicina. Programa de Pós Graduação em Intervenções Fisioterapêuticas em Doenças

Neuromusculares.

Titulo em Inglês: Clinical Profile of Ambulatory Neuropediatria of the Federal University of

São Paulo

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GISELE GAVINHOS ROCHA MARINA FERREIRA ALVES

Perfil Clínico dos Pacientes do Ambulatório de Neur opediatria da

Universidade Federal de São Paulo - EPM

Presidente da Banca: Ft. Maria Salete Conde

Banca Examinadora: ______________________________

______________________________

Aprovado em : ____/____/____

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a Deus, pois sem ele nada aconteceria.

As pessoas mais importantes da nossa vida, nossa família, mãe (Laura/Vera ), pai

(Carlito/Augusto ) e irmãos (Tiago/Natali).

AMO vocês de coração.

A todos vocês, meu sincero obrigada, saibam que vocês foram muito importante

na minha vida e neste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Queremos expressar nossa imensa gratidão a todos aquele que de alguma forma

contribuíram para a realização deste trabalho.

Aos nossos pequenos pacientes, pois sem eles não poderíamos realizar nossas

avaliações.

A nossa família por toda torcida ajuda, oração, sorriso e compreensão como filha e

irmã.

A minha amiga e colega de pesquisa Marina, que foi importante para a finalização

deste projeto.

A nossa orientadora Anna, obrigada por toda a ajuda, neste trabalho.

Aos nossos namorados que foram importantes na nossa vida acadêmica

As pessoas que foram coadjuvantes, mas que para nós foram essenciais.

A Mariana, uma das pioneiras do trabalho que por motivos pessoais não pode

continuar com a pesquisa. Você foi muito importante no inicio deste trabalho.

A todos nossos colegas da especialização, por esse um ano especial.

Aos nossos mestres, que nos ensinaram a ser profissionais e melhores pessoas

dentro desta linda profissão.

A todos que foram citados e não citados, nossos sinceros agradecimentos, vocês

fizeram parte desta monografia

OBRIGADA

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SUMÁRIO

Dedicatória..............................................................................................................vi. Agradecimentos......................................................................................................vii. Lista de Figuras.......................................................................................................xi. Lista de Tabela.......................................................................................................xii.

Resumo...............................................................................................................................xiii. 1.INTRODUÇÃO..................................................................................................................1. 1.1 Doenças Neuromusculares...............................................................................................1.

1.1.2 Miopatias......................................................................................................................1. 1.1.2.1 Miopatias Congênitas.................................................................................................2. 1.1.3 Distrofias Musculares...................................................................................................3. 1.1.3.1 Distrofias Musculares de Cintura e Membros............................................................4. 1.1.3.2 Distrofia Fascio Escapulo Umeral.............................................................................5. 1.1.3.3 Distrofia Miotônica Tipo I........................................................................................5.

1.1.3.4 Distrofia Muscular de Duchenne e Becker................................................................6. 1.1.3.5 Distrofia Muscular Congênita....................................................................................7. 1.1.3.6 Distrofia de Emery – Drefuss.....................................................................................8. 1.1.4 Miopatias Metabólicas..................................................................................................8. 1.1.4.1 Glicogenoses..............................................................................................................9. 1.1.4.2 Lipidoses....................................................................................................................9. 1.1.5 Miopatias Inflamatórias Adquiridas............................................................................10. 1.1.5.1 Dermatomiosite........................................................................................................10.

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1.1.5.2 Polimiosite................................................................................................................10. 1.1.6 Miopatias Endócrinas..................................................................................................11. 1.1.6.1 Hipertireoidismo......................................................................................................11. 1.1.6.2 Hipotireoidismo........................................................................................................11. 1.1.6.3 Doenças de Addison.................................................................................................12. 1.1.7 Miopatias Mitocondriais.............................................................................................12. 1.1.8 Miopatias Congênitas..................................................................................................13. 1.1.9Ataxia de Friedreich.....................................................................................................14. 1.1.10. Doenças Espinocerebelares......................................................................................15. 1.1.11 Atrofia Muscular Espinhal Progressiva....................................................................16. 1.1.12 Polineuropatias..........................................................................................................17. 1.1.12.1 Polineuropatias hereditárias Crônica......................................................................17. 1.1.12.1.1 A atrofia muscular Peroneal................................................................................18. 1.1.12.1.2 A neurite Intersticial hipertrófica........................................................................18. 1.1.12.1.3 A disfasia arreflexica hereditária........................................................................18. 1.1.12.1.4 A moléstia de Refsum.........................................................................................18. 1.1.12.2 Polineuropatias Adquiridas....................................................................................19. 1.1.12.2.1 Polineuropatias Tóxicas......................................................................................19. 1.1.12.2.2 Polineuropatias Toxinfecciosas..........................................................................20. 1.1.12.2.3 Polineuropatias pós – diftéricas..........................................................................20. 1.1.12.2.4 Polineuropatias Infecciosas.................................................................................21. 1.1.12.2.5 Polineuropatias Alérgicas....................................................................................21. 1.1.12.2.6 Polineuropatias de origem metabólica................................................................22.

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1.1.12.2.7 Na amiloidose Primária.......................................................................................22.

1.1.12.2.8 Polineuropatias pós deficiências nutritivas.........................................................22. 1.1.13 Tratamento................................................................................................................22. 1.1.14 Avaliação...................................................................................................................23. 2 OBJETIVO........................................................................................................................25. 3 MÉTODO..........................................................................................................................26. 3.1 Tipo de Estudo...............................................................................................................26. 3.2 Local de Experimento....................................................................................................26. 3.3 Casuístico.......................................................................................................................26. 3.4 Critério de Inclusão........................................................................................................27. 3.5 Critério de Exclusão.......................................................................................................27. 3.6 Método de avaliação......................................................................................................28. 4.RESULTADOS................................................................................................................29. 5. DISCUSÃO......................................................................................................................40. 6.CONCLUSÃO..................................................................................................................48. 7. ANEXOS..........................................................................................................................49. 8. REFERÊNCIAS...............................................................................................................58. Abstract

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LISTA DE FIGURAS

Gráfico 1: Representa os diagnósticos. Gráfico 2: Representa o sexo dos pacientes Gráfico 3: Representa o Tipo de Gestação. Gráfico 4: Representa se há pais consangüíneos. Gráfico 5: Representa o Tônus dos pacientes. Gráfico 6: Representa o Trofismo do paciente. Gráfico 7: Representa a amplitude de movimento em membros superior. Gráfico 8: Representa a amplitude de movimento em membros inferiores. Gráfico 9: Representa Retrações e deformidades. Gráfico 10: Representa o tipo de marcha. Gráfico 11: Representa se há presença de sinal de Gowers. Gráfico 12: Representa presença de dor. Gráfico 13: Representa as alterações da coluna vertebral. Gráfico 14: Representa as complicações associadas. Gráfico 15: Representa a independência nas atividades de vida diária.

x

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Referente a Idade dos pacientes do ambulatório.

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RESUMO

O estudo teve o objetivo de traçar um perfil clínico do ambulatório de

neuropediatria em doenças neuromusculares da Universidade Federal de São

Paulo – EPM, através da realização de uma ficha de avaliação fisioterapêutica

apropriada. Foram observadas umas amostras de 58 pacientes entre o período de

março a dezembro de 2007. Os itens avaliados são: diagnóstico, idade, sexo

gestação, tônus, trofismo, amplitude de movimento de membro superior e membro

inferior, retrações e deformidades, marcha, sinal de gowers, dor, alteração da

coluna vertebral, complicações associadas,e atividades de vida diária (AVD’s). Os

dados foram coletados a partir da primeira avaliação e realizado a estatística dos

16 itens, ilustrados por gráficos. Os resultados mostraram que entre os 17 tipos de

patologias 34, 48% apresentam Distrofia muscular de Duchenne, a média de idade

entre os pacientes atendidos é de 7,2 ±3.8 anos; o sexo masculino é o mais

atingido (70,69%), 44,83% dos partos são normais e a termos, e 84,48% dos pais

não são consangüíneos. Em relação a características físicas, 65,52% dos

pacientes são hipotônicos, 50% apresentam um trofismo normal, a ADM (MMSS e

MMII) é normal na maioria dos casos (84,48% e56,90% ), 50% não têm retração

ou deformidade, 73,14% têm a marcha independentete e 46,55% dos pacientes

não apresentam sinal de gowers .A dor acomete 34,48% dos pacientes, a

alteração da coluna vertebral mais freqüente é a hiperlordose lombar (51,72%),

39,66% apresentam escápulas aladas e 65,52% são independentes em suas

AVD’s. Os dados encontrados expressam algumas diferença em relação a

bibliografia. Acredita-se que isso ocorre pelo trabalho ser realizado com crianças

que apresentam, na maioria das vezes, no estagio inicial da doença.

Palavra – chaves: Doenças neuromusculares, avaliação, neuropediatria.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADM Amplitude de Movimento. AEC Ataxia Espinocerebelar. AMEP Amiotrofia Muscular Espinhal Progressiva. AVD Atividade de vida diária. CK Creatina Quinase. CPK Creatina Fosfato Quinase. DM Doença Muscular. DMB Distrofia Muscular de Becker. DMD Distrofia Muscular de Duchenne. DNM Doenças Neuromusculares. EMG Eletromiografia. ENMG Eletroneuromiografia. MMII Membros Inferiores. MMSS Membros Superiores.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. - DOENÇAS NEUROMUSCULARES:

As doenças neuromusculares (DNM) são um grupo de

doenças que apresentam distúrbios raros, hereditários ou adquiridos, que

afetam, a unidade motora, o trato cortiço-espinhal (trato piramidal), o cerebelo e

as vias espinocerebelares(1). Uma variedade de doenças apresenta um

comprometimento do neurônio motor inferior, seja por uma lesão do corpo do

neurônio motor no corno anterior da medula espinha, como exemplo a atrofia

espinhal progressiva e a esclerose lateral amiotrófica, ou pela produção de

lesões ao longo do nervo, ou adquiridas (polineuropatias diabéticas ou

alcoólicas)(1).Nas doenças que envolvem a unidade motora ocorrerá

comprometimento dos nervos periféricos, como nas neuropatias periféricas

hereditárias (Doença de Charcot – Marie – Tooth), ou dos próprios músculos,

como no caso das miopatias, ou ainda das placas mioneurais, tendo como

exemplo a Miastenia Grave(17).

Os distúrbios Musculares da infância não devem ser apenas

considerados Como doença pediátrica2.

1.1.2 - MIOPATIAS

O termo miopatia refere-se a distúrbio que cause alterações

patológicas, bioquímicas, ou elétricas nas fibras musculares ou no tecido

intersticial dos músculos esqueléticos, não havendo evidências de alterações

secundárias aos processos orgânicos ou funcionais do sistema nervoso central

ou periférico(3). São patologias hereditárias ou adquiridas da musculatura

esquelética que resultam na disfunção de qualquer dos constituintes deste tecido,

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levando ao aparecimento de sintomas isoladas ou várias combinações de sinais

e sintomas tais como fraqueza muscular, mialgia, câimbras, atrofia ou pseudo-

hipertrofia muscular, miotonia e contratura muscular(2).

Porém a manifestação clínica chave é a fraqueza que pode ser

progressiva ou estática. As crianças maiores freqüentemente exibem a marcha

anserina da fraqueza dos músculos proximais, emaciação muscular, hipotonia

generalizada e reflexos tendíneos profundos abolidos ou reduzidos. O sinal de

Gowers é a necessidade de virar de bruços e, então, escalar as próprias pernas

com as mãos, para ir do decúbito dorsal para a posição ereta.

Os exames incluem, creatina-fosfoquinase sérica em níveis

intensamente elevados nas Distrofias de Duchenne e Becker;

eletroneuromiografia e estudos da condução nervosa; biópsia muscular e

nervosa – a biopsia muscular por agulha geralmente é suficiente, e as técnicas

histoquímica modernas muitas vezes permitem um diagnóstico definitivo; estudos

de DNA recombinantes; ultra-

sonografias, TC (Tomografia Computadorizada) e RM dos

músculos permitem a documentação precisa de miopatias específicas(3).

Apesar de consideradas raras, as doenças musculares

apresentam importância crescente, em decorrência da gravidade, da

necessidade de estudos genéticos e biológicos cada vez mais avançados e dos

recentes avanços diagnósticos, ocorridos, sobretudo na ultima década. Não há

tratamento definitivo para a maioria dessas doenças, porém para melhorar a

qualidade de vida deles, e sua independência, há muito que fazer(1).

As doenças musculares podem ser classificadas em:

1.1.2.1 -MIOPATIAS CONGÊNITAS:

As miopatias congênitas estruturais formam um grupo e

miopatias, as quais as manifestações são notadas já ao nascimento ou no

primeiro ano de vida, com mínima ou nenhuma progressão do quadro motor.

Inicialmente eram chamadas de miopatias benignas da infância, especialmente

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quando comparadas comas distrofias musculares cujas manifestações são

inexoravelmente progressivas. Atualmente este termo tem sido evitado, pois o

prognostico e o comprometimento motor nem sempre é favorável. O quadro

clinico caracteriza-se por hipotonia, atrofia, e fraqueza musculares generalizadas.

O músculo das porções proximal dos membros é preferencialmente afetado. As

deformidades osteoarticulares são comumente observadas e ocorrem devido à

fraqueza e hipotonia musculares. Os músculos faciais, mastigatórios e oculares

extrínsecos também têm como característica ser afetados. O nível cognitivo

tende a ser normal. Outras manifestações como arreflexia tendínea profunda,

disfagia, disfonia e mal oclusão dentária estão presentes. O prognostico esta

diretamente relacionado ao grau de comprometimento respiratório, e este

dependem a fraqueza a musculatura intercostal das deformidades torácicas e da

coluna vertebral(1).

Não exibem as alterações morfológicas da distrofia muscular(3).

• Doença das zonas centrais;

• Doença de múltiplas zonas;

• Miopatia nemalínica;

• Desproporção congênita dos tipos de fibras. (3).

Os níveis de creatina-fosfoquinase são normais ou apenas um

pouco elevados.

1.1.3 - DISTROFIAS MUSCULARES:

As distrofias musculares formam um grupo de doenças

caracterizadas clinicamente por fraqueza e atrofia muscular progressiva, com

grande variação quanto à intensidade do comprometimento motor e a época do

inicio das manifestações. Em geral, são doenças ocasionadas por defeitos

genéticos em genes responsáveis pela produção de proteínas específicas do

tecido muscular, podendo ser transmitidas por heranças autossômicas ou ligada

ao cromossomo X(1). Podem também ser divididos em vário tipos de acordo com

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a base de distribuição clínica, do padrão hereditário acima citado ou a gravidade

da atrofia muscular(2).

A aparência ao nascimento é normal, embora a concentração

plasmática de creatina kinase [CK] seja muito alta, e há hipertrofia muscular e

fraqueza, acompanhadas por emaciação e incapacidade progressiva(2).

1.1. 3.1 - Distrofias Musculares de Cintura e Membr os:

Formam um grupo de Miopatias de caráter progressivo

possuem grande variabilidade clínica e genética, causadas pela deficiência de

proteínas específicas do tecido muscular, e ambos os sexos são igualmente

afetados. O quadro clínico tem como característica atrofias e fraquezas

musculares com predomínio nas porções proximais dos membros (nas cinturas

pélvica e escapular). Muitos pacientes apresentam os sintomas já no primeiro

ano de vida, já a maioria inicia as manifestações após a primeira década de vida.

Há também uma grande variabilidade quanto ao grau de comprometimento

motor, em alguns casos há uma grande semelhança aos sintomas da DMD,

enquanto outros evoluem durante a vida com fraqueza muscular levemente

progressiva sem comprometimento das atividades de vida diária. Na maioria dos

casos o nível de enzima CK sérica encontra-se acima do normal. O diagnóstico

definitivo é obtido pelo exame de biopsia muscular como a calpaina, desferlina,

teletonina e sarcoglicanas(1).

1.1.3..2 - Distrofia Fascio Escapulo Umeral:

É uma forma de Distrofia muscular progressiva claramente

definida, porém podem ocorrem confusão com outras formar de miopatias,

sobretudo a forma das cinturas com algum tipo de amiotrofia espinhal, existem

dados de herança autossômica dominante e recessiva(2).

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A principio envolve músculos da face, com sintomatologia de

dificuldade em fechar os olhos, mais tarde aparece fraqueza nos músculos do

cíngulo escapular, e músculos tibiais anteriores(5). A biópsia dos músculos

demonstram uma variação quanto ao tamanho das fibras, centralização nuclear,

proliferação conjuntiva e perimisal, além de ocasionalmente infiltrado de células

mononucleares (6).

1.1.3.3 - Distrofia Miotônica tipo I:

A DM é a forma de distrofia mais comum na vida adulta,

transmitida por meio de uma herança autossômica dominante, o envolvimento

muscular caracteriza-se por miotonia e fraqueza(6).

A forma congênita apresenta característica de fraqueza facial,

hipotonia, equinovaro, escoliose, atraso no desenvolvimento motor e retardo

mental. É a forma mais grave da doença com o óbito freqüente após o

nascimento por complicações respiratórias. A forma clássica ocorre na

adolescência ou no adulto jovem, e tem como característica fraqueza muscular,

miotonia, catarata, calvice e leve alteração intelectual(6).

A forma infantil ou congênita , é severa, já que muitas

crianças apresentam artrogripose múltipla congênita. Também são freqüentes

natimortos, como em 94% é a linhagem materna que está acometida, pode haver

uma passagem de fator circulante através da placenta(3).

1.1.3.4 - Distrofia Muscular de Duchenne e Becker

A DMD é uma doença genética, que causa fraqueza muscular

progressiva a partir dos três anos de idade. Os sintomas em geral estão

presentes antes dos cinco anos, e atraso no inicio da marcha é usualmente

observado. A DMD manifesta-se por fraqueza muscular simétrica e progressiva,

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inicialmente nas pernas com os músculos das cinturas escapular e pélvica mais

comprometidos que dos pés e mãos. Inicialmente as crianças apresentam

quedas freqüentes, dificuldades para correr, subir escadas e levantar-se do chão.

Observa-se o clássico sinal de gowers, no qual a criança apóia-se nas pernas, no

joelho e quadril, para assumir posição ereta a partir da posição sentada.

Observa-se uma hiperlordose com a marcha assemelhando-se a de ganso

(anserina). Freqüentemente nota-se aumento do tamanho das panturrilhas

(Pseudo-hipertrofia) devido à infiltração conjuntivo-gordurosa do tecido muscular.

Em metade dos pacientes nota-se um retardo mental leve ou moderado.

Progressivamente a fraqueza muscular tornar-se pior, e por

volta dos 9 aos 12 anos de idade, a criança perde a capacidade de deambular. A

partir de então, complicações como deformidades de coluna e insuficiência

respiratória tornam o prognostico dessas crianças desfavoráveis; e o óbito ocorre

em geral, no final da segunda década de vida. A doença afeta apenas meninos,

pois e uma doença genética cujo defeito esta no cromossomo X. É causada pela

deficiência da distrofina, uma proteína da membrana da fibra muscular, a qual é

responsável por manter a integridade da fibra(1).

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) e a distrofia muscular

de Becker (DMB) são patologias progressivas e degenerativas, causadas por

ausência da proteína distrofina, essas são as miopatias mais comuns em

crianças, a DMD é classificada como forma severa e a DMB como leve. A DMD e

a DMB são heranças recessivas ligadas ao X, é uma mutação no gene da

proteína distrofina que esta ligada ao braço curto do cromossomo Xp21(6).

Os pacientes apresentam características de atrofia muscular

proximal seguida por atrofia distal, instabilidade, dificuldade para caminhar com

freqüentes quedas e perda de marcha por volta dos 12 anos de idade (2).

O óbito pode correr na segunda década de vida para a DMD,

ocasionado geralmente por problemas cardíacos ou respiratórios, os pacientes

com DMB apresentam uma sobrevida maior por volta da quinta a sexta década

de vida 3.

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A característica laboratorial mais marcante é o nível elevado

de creatina fosfatos quinase (CPK), são realizados exames clínicos de

eletromiografia e biópsia muscular, para o diagnostico de distrofia muscular é

necessário à realização de biópsia muscular (6).

1.1.3.5 - Distrofia muscular congênita

A distrofia muscular congênita (DMC) é um grupo de doenças

caracterizadas por um comprometimento muscular, que é notado já no

nascimento. O tecido muscular é distrófico e sem substrato histopatológico. É

observado que a perda das funções motoras já adquiridas, é leve ou quase

nenhuma. Uma das características marcantes da doença são as retrações

musculares,que podem estar presente desde o nascimento, e tem a tendência de

piorar durante a vida. A fraqueza muscular é predominante nos músculos

proximais dos membros, e músculos paravertebrais, cervicais, mastigatórios

também é acometido. A musculatura ocular extrínseca, em geral, é pouco

afetada. Os reflexos tendíneos são diminuídos ou abolidos. O nível sérico de CK

varia de normal a moderadamente elevado. A ENMG (Eletroneuromiograia)

revela na maioria dos casos um padrão tipicamente miopático. O prognóstico

depende do grau do comprometimento da musculatura respiratória e do

desenvolvimento de deformidades da coluna vertebral (1).

1.1.3.6 - Distrofia de Emery – Dreifuss

Essa distrofia muscular recessiva ligada ao cromossomo X é uma

distrofia rara, na qual o gene defeituoso localiza-se em Xq28 e a proteína

imperfeita é emerina(4).

É uma atrofia de evolução lenta com o inicio bem cedo na

infância, e é associada a contraturas proeminentes e precoces das articulações

do cotovelo e do tendão de Aquiles, rigidez da coluna vertebral e cardiomiopatia

e defeitos de condução, que podem ocasionar óbito súbito(7). Os meninos

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afetados têm intelecto normal. Há atrofia dos músculos dos membros inferiores,

de progressão também lenta. A maior parte dos pacientes sobrevive até a meia

idade(4).

Desde que o diagnostico seja rápido o suficiente, a inserção

de marcapasso cardíaco pode preservar a vida do paciente. O tratamento de

contraturas inclui exercícios de alongamento, de acordo com explanação a

seguir.

A atrofia associada em geral é leve. No entanto, devido à

rigidez da coluna vertebral em toda sua extensão, o paciente é incapaz de

compensar a atrofia dos músculos extensores do quadril com lordose lombar,

como é comum acontecer em muitas outras doenças neuromusculares. Em vez

disso, o paciente mantém o centro de massa, com deformidade eqüina crescente

nos tornozelos, levando à contratura secundária do tendão de Aquiles. Caso

essas contraturas passem a ser graves, podem por si só, prejudicar a mobilidade

e exigir correção cirúrgica percutânea. O tratamento deve ter como objetivo o

controle da progressão das deformidades(4).

1.1.4 - MIOPATIAS METABÓLICAS:

Apresenta-se como flacidez na lactância, ou em crianças

maiores, fraqueza ou cãibras musculares ao exercício(3). As principais causas

são:

1.1.4.1 - Glicogenoses:

As glicogenoses musculares são caracterizadas por deficiência

congênita de uma das enzimas do metabolismo do glicogênio. Um defeito nessas

enzimas impede que o paciente utilize o glicogênio com a fonte de energia

durante a realização de exercícios físicos intenso. A apresentação clinica das

diferentes glicogenoses pode ser com hipotonia ou fraqueza muscular Tipo II

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(doença de Pompe) com herança autossômica recessiva e deficiência da maltase

ácida e Tipo III (doença de Forbes-Cori), ou com intolerância ao exercício,

cãibras, fadiga e mioglobulina [Tipo V (doença de Mc Ardle) com deficiência da

miofosforilase e Tipo VII (doença de Tarui) com deficiência da Fosfofrutoquinase].

A doença de Pompe manifesta-se ainda com hepatocardiomegalia.

O diagnostico e feito com a clinica e com a biópsia de músculo,

a qual apresenta um padrão de miopatia vacuolar. A coloração com acido

periódico de Shiff (PAS) é positivo, mostrando que o conteúdo dos vacúolos é de

glicogênio(8).

1.1.4.2 – Lipidoses:

A deficiência de carnitina que é uma doença de transmissão

autossômica recessiva pode manifestar-se com fraqueza muscular e intolerância

ao exercício.

O diagnostico é feito através de biopsia muscular, em que são

encontrados vacúolos ricos em gorduras, vistos com o uso do reagente Oil red.

Para o tratamento há necessidade da reposição oral ou endovenosa da carnitina

de 2 à 6g/dia(8).

1.1.5 - MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS ADQUIRIDAS:

1.1.5.1- Dermatomiosite:

A Dermatomiosite da infância se caracteriza por rash cutâneo

de predomínio em região periorbitária e superfície das regiões extensoras,

acompanhado de fraqueza muscular de predomínio proximal, mialgia e certa

rigidez, com evolução em alguns meses para acometimento generalizado.

Calcificações subcutâneas ocorrem em cerca de 50% dos casos(6).

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1.1.5.2 - Polimiosite

A polimiosite é uma doença inflamatória dos músculos, cuja

causa não é conhecida, e que pode ser bastante aguda, colocando a vida em

risco, ou menos aguda, ou ainda crônica e incapacitante, devido à perda

progressiva dos músculos. No passado havia certa confusão entre doença

muscular inflamatória em estágio tardio e uma das distrofias musculares, porque

todas essas doenças tendem a terminar com perda de músculos e substituição

por tecido adiposo e/ou fibroso. Polimiosite refere-se a um grupo de miopatias

inflamatórias adquiridas. A atrofia dos músculos proximais, que leva à dificuldade

para levantar-se da cadeira, subir escadas ou elevar-se, é caracterizada

importante. Os músculos ficam doloridos e às vezes, sensíveis. A CK sérica

eleva-se e a EMG revela alterações miopaticas. A biópsia muscular mostra

infiltrado inflamatório e necrose(4).

1.1.6 - MIOPATIAS ENDÓCRINAS:

Os distúrbios endócrinos, como hipotireoidismo,

hiperparatireoidismo e osteomalácia, podem causar atrofia e dor muscular. O

tratamento médico do distúrbio endócrino alivia os sintomas musculares, mas os

pacientes podem precisar de atendimento fisioterapêutico enquanto os sintomas

não são controlados(4).

1.1.6.1– Hipertireoidismo:

Quatro formas de miopatias podem se associar ao

hipertireoidismo. Miopatia tireotóxica que se apresenta de forma crônica com

fraqueza proximal com reflexos normais ou aumentados. Oftalmoplegia

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exoftalmica onde a exoftalmica se acompanha de acometimento da musculatura

ocular externa. Paralisia periódica hipocalemia, predominando em adultos jovens

e na raça amarela e o tratamento da tireotoxicose previnem ataques adicionais.

Miastenia grave se apresentará com hipertireoidismo em 5% dos casos enquanto

o inverso é raro (0,5 %). O tratamento deve ser feito independentemente para

cada doença(6).

1.1.6.2 – Hipotireoidismo:

Síndrome de Kocher - Debré - Semelaigne caracterizada por

hipotireoidismo congênito e hipertrofia muscular, lentificação da contração e do

relaxamento muscular. Síndrome de Hoffmann é outra forma de miopatia

hipótireóidea com padrões, mas sem hipertrofia muscular. O hipotireoidismo ainda

pode se apresentar como uma síndrome miopática das cinturas com hiporreflexia.

O tratamento do hipotireoidismo corrige as síndromes musculares (6).

1.1.6.3 – Doença de Addison:

Caracterizada por fraqueza, fadiga e câimbras e provavelmente

se relacionam com alterações hidroeletroliticas e metabolismo dos carboidratos,

acarretando quadro miopático ou paralisia periódica hipercalêmica(6).

1.1.7 – MIOPATIAS MITOCONDRIAIS:

A primeira doença mitocondrial foi descrita por Enerst at al, em

1959, sobre um paciente eutiroideano que apresentava longo histórico de

sintomas relacionados a um estado de permanente hipermetabolismo com

alterações morfológicas e bioquímicas da mitocôndria começaram (Doença de

Luft). Somente na década de 1970 é que outras doenças mitocondriais

começaram a ser descritas, principalmente seus aspectos bioquímicos. Apesar de

o conhecimento de que a mitocôndria possui seu próprio DNA (Dnamt) ser antigo

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(1963), A caracterização completa da seqüência nucleotidica do DNAmt humano

só foi desvendada em 1981 por Anderson et al. Essa descoberta tornou possível

fazer a ligação entre as alterações bioquímicas, estruturais e histopatológicas das

doenças até então descritas, com várias mutações do DNAmt. As primeiras

descrições no DNAmt deram-se em 1988, com os trabalhos de Holt et al, e Wallce

et.al. Até 1992, apenas 5 mutações haviam sido descritas. Em 9 anos de

pesquisa, a partir de então mais de 100 mutações de ponto diferentes foram

publicadas (128 mutações descritas até abril de 2001) e muito mais ainda se

espera descobrir com sequenciamento do genoma nuclear humano, pois o correto

funcionamento e a estrutura da mitocôndria dependem da perfeita integridade e

interação dos dois genomas ( mitocondrial e nuclear)(9).

As mitocôndrias são organelas intracitoplasmaticas envoltas

por duas membranas e estão presentes na quase totalidades das células

eucariontes. A principal função atribuída à mitocôndria é a e promover energia à

célula. Estima-se que mais de 90% de ATP necessário aos diversos propósitos

biológicos seja produzido por essa organela. Além disso, estão também

envolvidas com a biosintese de pirimidinas e do grupo hemes da hemoglobina

(por meio de enzimas especificas), bem como com o metabolismo de colesterol e

neurotransmissores. Tem ainda funções na produção de radicais livres para

propósitos específicos na célula (sinalização celular e processo inflamatório) e na

detoxicação desses mesmos radicais em outras situações(9).

A produção de energia ocorre devido a um processo chamado

de fosforilação oxidativa, que se baseia no transporte e na utilização de

determinados substratos por vários complexos enzimáticos. Os dois principais

substratos oxidados para o fornecimento de energia são piruvato (produto da

glicólise) e os ácidos graxos livres. Os sistemas enzimáticos que os oxidam são:

complexo enzimático piruvato desidrogenase e beta oxidativo respectivamente,

sendo o ultimo ainda dependente de varias etapas intermediarias em que a

carnitina é necessária(9).

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1.1.8 – MIOPATIAS CONGÊNITAS:

São miopatias degenerativas hereditárias que se manifestam

ao nascimento ou então nos primeiros anos de vida em forma de hipotonia

muscular ou retardo do desenvolvimento neuropsicomotor(2).

Existem vários tipos de miopatia congênita e se diferenciam

através das associações má formativas e pela biópsia muscular. A doença do

Core central é caracterizada pela fraqueza muscular, por hipotonia.

A miopatia nemalínica dividi-se em três tipos clínicos:

• Miopatia neonatal grave, com hipotonia

intensa, contraturas articulares e óbito precoce em virtude de

infecções respiratórias de repetição;

• Forma moderada e de progressão lenta,

caracterizando uma forma clássica da doença, e que se

manifesta por hipotonia e fraqueza de predomínio proximal, além

de envolvimento da musculatura facial e alterações dismórficas.

• De inicio no adulto(6).

1.1.9 - ATAXIA DE FRIEDREICH:

A ataxia de Friedreich é uma das forma mais comuns de ataxia

na infância e adolescência. É uma doença genética de herança autossômica

recessiva causada por mutação de cromossomo 9. O inicio da doença ocorre na

primeira ou segunda década de vida e a manifestações são decorrentes do

envolvimento do cerebelo e do cordão posterior da medula. Os principais sinais e

sintomas são incoordenação motora, desequilíbrio, nistagmo, fala escandida e

arreflexia tendinea profunda. Outros achados incluem sinal de Babinski, fraqueza

e atrofias musculares, cifoescoliose, deformidades dos pés (pés cavos),

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cardiomiopatias e diabetes. Os pacientes, mais raramente, podem desenvolver

atrofia do nervo óptico, paralisias de nervos cranianos, deficiência mental e

redução das sensibilidades superficiais. A doença progride lentamente e os

pacientes perdem a capacidade de deambular pr volta dos 25 a 35 anos de idade.

Os fatores prognósticos são cardiomiopatia, cifoescoliose e a insuficiência

respiratória restritiva, com sobrevida variando de 20 a 30 anos após o inicio da

doença.

O diagnostico é obtido por critérios clínicos e exames

complementares. A eletroneuromiografia (ENMG) demonstra em muitos casos

sua leve ou moderada redução das velocidades de condução dos nervos

periféricos. Os exames de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância

magnética (RM) d crânio revelam em alguns casos atrofia do cerebelo. O

diagnostico definitivo é obtido pelo exame de DNA(1).

1.1.10 - ATAXIAS ESPINOCEREBELARES (AEC):

As AEC compõem um grupo heterogêneo de doenças

genéticas, de herança autossômica dominante, sua principal manifestação clínica

é a incoordenação motora, outras manifestações que estão usualmente presentes

são espasticidades, fraqueza e atrofias musculares, oftalmoparesia, atrofia óptica,

degeneração de retina, distonia, parkinsonismo, coréia, fasciculações, disfunção

cognitiva, polineuropatia periférica, retração palpebral e ataxia. Atualmente vários

subtipos de AEC tem sido identificados dependendo dos sinais e sintomas e da

localização cromossômica do defeito genético. Em geral, o inicio das

manifestações ocorre após os 20 anos de idade. A doença progride lentamente e

a sobrevida varia de 20 a 30 anos após o inicio da doença. Os exames de TC e

RM do crânio revelam atrofia do cerebelo, das olivas e do tronco encefálico. No

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Brasil a forma mais comum de AEC é o tipo 3, também conhecido como doença

de Machado –Joseh (DMJ). Os pacientes com DMJ possuem etnia portuguesa –

açoriana, e os sinais neurológicos mais importantes são ataxia cerebelar,

espasticidade, distonia, parkinsonismo e atrofia muscular. Outros sinais e

sintomas incluem oftalmoplegia externa progressiva, disfagia, fasciculações e

retração palpebral. As funções corticais superiores são poupadas. A DMJ é

causada por uma repetição expandida do trinuclotideo CGA no cromossomo 14(1).

1.1.11 - ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL PROGRESSIVA:

“’A atrofia muscular espinhal progressiva (AMEP) é uma doença

pura do NMI de herança autossômica recessiva, com lócus gênico mapeado no

cromossomo 5q 11-2-13.3 (SMA 5q)” (10)

Aparece em três formar de manifestação clinica em função da

gravidade;

• Tipo I – Doença de Werdnig Hoffman :

Tem inicio com uma hipotonia neonatal, de severa fraqueza

muscular, alterações da deglutição, fasciculações de língua e evolução inexorável

com óbito por volta de um ano de idade geralmente por insuficiência respiratórias

e suas complicações. O exame de CK se apresenta normal, a

eletroneuromiografia não é de fácil interpretação, e a biópsia muscular mostra

atrofia tanto de fibras do tipo I quanto do tipo II(6).

• Tipo II – Intermediária:

Tem início com alguns meses de vida, manifestando fraqueza

muscular generalizada. A criança adquire marcha e evolui por alguns anos com

óbito na adolescência. Os principais diagnósticos diferenciais são as distrofias

musculares da infância. A enzima CK pode apresentar-se normal ou aumentada, a

eletroneuromiografia evidencia alterações neurogênicas agudas e crônicas e a

biopsia muscular mostra agrupamento de fibras do mesmo tipo histológico(6).

• Tipo III – Doença de Kugelberg Welander :

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Ocorre entre o cinco e quinze anos de idade, podendo aparecer

casos mais precoces de evolução mais benignas, pois pode cursar um período de

estabilização ou mesmo de relativa melhora recorrente de reinervação muscular

compensatória. A perda da marcha ocorre por volta dos 8 aos dez anos, de forma

espontânea ou relacionada a traumas, fraturas ou cirurgias. Os achados

laboratoriais são semelhantes ao da forma intermediária(6).

1.1.12 – POLINEUROPATIAS:

Todas as formas de polineuropatias são raras durante a

infância, particularmente no primeiro ano da vida. Compreendem dois grandes

grupos: as polineuropatias hereditárias e as polineuropatias adquiridas(2).

1.1.12.1 – Polineuropatias hereditárias crônicas – Incluem

diversas entidades das quais algumas puderam ser diferenciadas graças as

particularidades clinicas ou histológicas, enquanto outras carecem ainda de

classificação, devido à raridade e à falta de estudo anatomo-patologico completo.

30,32. Na maioria dos casos a herança é autossômica dominante embora possa

ocorrer em algumas famílias herança autossômica recessiva e mais raramente

herança ligada ao sexo. É freqüente encontrar-se aspectos clínicos em comum

com as heredodegenerações espinocerebelares e até mesmo formas de transição

entre ambas(2).

O inicio do quadro pode dar-se em qualquer idade desde a

primeira infância ate a adolescência, e as manifestações clinicas são amplamente

variáveis, desde tão leves ao ponto de passarem despercebidas e serem

transmitidas aos descendentes, até tão graves que causem invalidez precoce,

assemelhando-se à DMP ou atrofia espinhal progressiva. Em alguns casos a

doença permanece subclínica, só sendo demonstrada eletromiograficamente

através do achado de diminuição da velocidade de condução(2).

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Na maioria das vezes se trata de crianças que embora não

apresentem retardo motor evidente permanecem hipotônicas, caem

freqüentemente e têm dificuldades para correr. Os reflexos profundos encontram-

se diminuídos ou abolidos e cedo se manifestam incoordenações apendiculares.

Mais raramente se observam alterações da sensibilidade superficial ou profunda.

Contraturas musculares, de deformidades esqueléticas nos pés tais como pés de

abóbodas alta e cifoescoliose, também podem ocorrer. Os músculos distais

sempre se apresentam mais comprometimentos do que os proximais o que é um

dado muito importante para o diagnostico diferencial com algumas formas de

miopatias(2).

Entre as entidades melhor diferenciadas se citam atrofia

muscular peroneal (Charcot-Marie-Tooth), a neurite intersticial hipertrófica

(Dejerine – Sottas), a distasia arrefléxica hereditária ( Roussy- Levy) e a moléstia

de Refsum(2).

1.1.12.1.1 – A atrofia muscular peroneal - apresenta inicio

tardio no fim da infância ou durante a segunda década, manifestando-se

insidiosamente por debilidade e atrofias musculares de predomínio distal nos

membros inferiores, e deformidades esqueléticas nos pés. Com o passar dos

anos são acometidos também os membros superiores(2).

Ao exame anatomo-patologico encontram-se degenerações

dos nervos periféricos, dos cornos anteriores e funículos dorsais da medula

espinhal e também dos gânglios espinhais. Na maioria dos casos a herança é do

tipo autossômico dominante(2).

1.1.12.1.2 – A neurite intersticial hipertrófica - é de inicio

variável desde o primeiro ano até a idade adulta, apresentando quadro motor

semelhante ao anterior, acrescido de ataxia do tipo cerebelar ou sensitivo.

Encontra-se também espessamento dos nervos periféricos, visíveis ou palpável,

de inicio nos ramos mais proximais (plexo cervical), que constitui um sinal muito

sugestivo da moléstia, embora nem sempre seja evidenciável precocemente. As

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lesões aqui também acometem essencialmente os nervos periféricos, com graus

variados de degeneração axonal e desmielinização segmentar, os cornos

anteriores e os funículos dorsais da medula espinal. Em 25% dos casos

observam-se anormalidades pupilares e cifoescoliose. A herança é autossômica

dominante com penetrancia incompleta(2).

1.1.12.1.3 – A distasia arreflexica hereditária - é de inicio

precoce e evolução muito lenta, manifestando-se com caracteres clínicos mistos

tanto da ataxia de Friedreich, como da amiotrofia de Charcot - Marie –Tooth.

Parece mais lógico considerá-la uma forma de degeneração espinocerebelar na

qual predomina a síndrome radiculocordonal posterior(2).

1.1.12.1.4 – A moléstia de Refsum - corresponde a um

distúrbio do metabolismo lipídico herdado de forma autossômica recessiva,

levando ao acumulo do ácido fitânico embora seja mais comum nos adultos pode

iniciar-se na infância dos 4 aos 7 anos de idade. Os aspectos clínicos

fundamentais são retinite pigmentosa, surdes, ataxia cerebelar, polineuropatia, e

ictiose. A evolução clinica do quadro ataxico e polineuritico, se da em surtos e

remissões. Ao exame anátomo – patológico encontra-se degeneração dos tractos

olivo-cerebelares, cornos anteriores e nervos periféricos, observando-se também

acumulo de lípides e globo pálido(2).

1.1.12.2 – Polineuropatias adquiridas :

1.1.12.2.1 – Polineuropatias tóxicas – metais pesados como

o chumbo, o arcênico e o tálio podem eventualmente intoxicar a criança quando

essa ingere acidentalmente inseticidas, raticidas e produtos de uso em

agricultura. No entanto, esses três metais quando s trata de grupos etários mais

baixos, causam freqüentemente quadros de encefalopatias, sendo

comprometimento do sistema nervoso periférico mais encontrado nos adultos.

Isso se aplica particularmente aos casos de intoxicação pelo chumbo e pelo tálio,

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que apesar de causarem grave comprometimento do SNC com numerosas

seqüelas, apenas muito raramente comprometem os nervos periféricos de

crianças e em geral com alimentação do MMII(2).

Já ingestão de arcênico pode levar à instalação de quando

sensitivo motor nos quatro membros, com predomínio distal e acometimento

ocasional dos nervos fasciais, que se desenvolvem após o curto período de

sintomas inespecíficos, tais como dor abdominal, vômitos, diarréia e epistaxe,

atingindo a máxima intensidade após um período de uma e duas semanas. Pode

ocorrer também comprometimento renal. Tratamento é efetuado com o uso de

dois – três – dimercapopropanol (BAL)(2).

A intoxicação pelo mercúrio é responsável pelo aparecimento

de uma condição clínica muito rara chamada acrodinia (heritroderma ou pink

disease ), que acomete preferencialmente crianças de três meses à cinco anos,

caracterizando-se pela presença de erupções cutâneas, edema e debilidade

muscular nos quatro membros. A instalação do quadro é gradual, sendo

procedida por sintomas inespecíficos durante algumas semanas. Embora o uso

do dois – três – dimercapopropanol (BAL) nesses casos seja bastante

controvertido, o prognóstico é favorável, ocorrendo comumente a recuperação

num período variável de um mês a um ano, e sem deixar seqüelas(2).

A neuropatia produzida por intoxicação medicamentosa é rara

em crianças, e na maioria das vezes depende de suscetibilidade individual. Em

relação a isoniazida é universalmente aceito que não se trata exatamente de

toxicidade mas de mecanismo de competição entre a isoniazida e a piridoxina, de

modo que a administração simultânea dessa ultima evitará tal complicação. Da

mesma forma, é rara a neuropatia produzida por substâncias de uso industrial ou

domestico 9 inseticidas, produtos de limpeza, etc...), já que a ingestão ou

aspiração de tais produtos causa preferencialmente quadros gastrintestinais,

hematológicos ou encefalopáticos(2).

1.1.12.2.2 – Polineuropatias toxinfecciosas – a instalação do

quadro se deve à elaboração de neurotoxina pelo agente infectante(2).

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1.1.12.2.3 – Polineuropatia pós – diftérica - é bastante rara

hoje em dia devido a devido à difusão do uso da vacina tríplice, ocorrendo apenas

em 10 e 20% dos pacientes infectados e predominando no grupo etário de dois a

cinco anos. Manifesta-se com um tempo de latência variável de poucos dias a

dois meses após a infecção original, o que torna difícil a determinação do

mecanismo de ação exato da toxina. É discutível se essa tem ação direta local na

fibra nervosa, ou se trata de mecanismo imuno-alérgico também causando

desmielinização segmentar nas fibras(2).

Os primeiros sinais de comprometimento neurológico

costumam ser a paralisia da acomodação e o acometimento dos nervos bulbares.

Em seguida se instala quadro sensitivo-motor em geral simétrico, predominando

nos membros inferiores e ocasionalmente atingindo o tronco e os músculos

respiratórios. A paralisia do nervo espinal ocorre com freqüência alta (42%) na

revisão de 48 casos feita em nosso meio por Cyper(2).

O LCR costuma mostrar hiperproteinorraquia, daí a

importância do diagnóstico diferencial com a síndrome de Guillan-Barré, que pode

ser feito apenas com base em elementos semiológicos. Se não ocorrerem

complicações respiratórias, o prognóstico é bom, com recuperação completa

dentro de dois meses e um ano(2).

A paralisia causada por certas espécies carrapatos que

elaboram neurotoxinas (Dermacenter andersoni e D. variabilis) é citada neste item

pois seu mecanismo de ação ainda é controvertido. Poder-se-ia tratar tanto de um

bloqueio da condução do impulso nervoso, através das fibras somáticas motoras,

como de um bloqueio da despolarização ao nível da junção nervosa. Admite-se

até como possível o comprometimento direto do músculo pela neurotoxina.

Embora seja de distribuição universal, a doença é edêmica em algumas áreas dos

EUA e acomete principalmente meninas, com início das manifestações clínicas

cinco a dez dias após a infestação. Desenvolve-se paralisia flácida ascendente,

simétrica, rapidamente evolutiva, levando à paralisia dos músculos respiratórios e

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bulbares no prazo de 12 a 36 horas. A porcentagem de óbito é muito alta, a não

ser que se elimine rapidamente o agente infestante(2).

1.1.12.2.4- Polineuropatias infecciosas – (Polirradiculoneurite

ou síndrome de Guillain-Barré) – constitui a forma mais freqüente de

polineuropatia na infância, acometendo crianças de qualquer idade com um

máximo de incidência dos quatro aos nove anos. Já ouve referência a casos

ocorridos durante o quarto e o sexto mês de vida. A etiologia é desconhecida,

sendo a doença rotulada como infecciosa porque em 50 a 70% dos casos existe

quadro infeccioso, específico ou inespecíficos, precedendo de uma a várias

semanas o início da sintomatologia neurológica. Na maioria das vezes de trata de

infecções viróticas ou bacterianas das vias aéreas superiores, mas já foram

descritos também casos de hepatite, mononucleose infecciosa, sarampo, rubéola,

febre tifóide, escarlatina e outras. Existem fortes evidências de que se trate de

processo imuno-alérgico, talvez associado ã existência de um “slow-vírus”,

embora não se tenha podido demonstrar ainda etiologia viral direta(2).

Também a mononucleose infecciosa pode levar ao

aparecimento de síndromes, mielite transversa ou hipertensão intracraniana grave

com rigidez descerebrada. Essa etiologia deve ser sempre lembrada em

pacientes jovens com instalação abrupta de sinais neurológicos, mesmo que não

existam sinais de comprometimento sistêmico. O prognóstico é bom na maioria

dos pacientes(2).

1.1.12.2.5 – Polineuropatias Alérgicas – Quadros

neurológicos variados, desde encefalites e reações meníngeas até radiculites,

mononeurites e eventualmente polineurites podem manifestar-se após as

imunizações tanto ativas como passivas, sobretudo antitifóides, antipertussis, anti-

rábica, e anti-diftérica mais comumente sete a dez dias após inoculação da

segunda dose(2).

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1.1.12.2.6 – Polineuropatias de origem metabólica – a

neuropatia diabética pode acometer os nervos cranianos e periféricos, as raízes,

os plexos nervosos e o sistema nervoso autônomo. Sua ocorrência em crianças é

relativamente raras e, na maioria das vezes, limita-se a debilidade muscular

simétrica moderada, às vezes assintomática, afetando mais os MMII do que os

MMSS, e acompanhada de abolição dos reflexos profundos e distúrbios da

sensibilidade. Em 10% das crianças diabéticas encontra-se diminuição da

velocidade de condição(2).

1.1.12.2.7 – Na amiloidose primária não se encontram

manifestações neurológicas durante a infância. Já a amiloidose secundária

podem comprometer nervos periféricos de forma localizada ou generalizada,

quase sempre ocorrendo em associação com alguma doença crônica de base(2).

1.1.12.2.8 – Polineuropatias pós deficiências nutri tivas – as

deficiências nutritivas múltiplas, tanto em crianças de país subdesenvolvido como

dependentes de síndrome de má absorção, podem produzir quadros neurológicos

variados, acometendo o sistema nervoso central ou periférico. O acometimento do

sistema nervoso periférico é predominantemente motor ou sensitivo, às vezes se

limitando a hiporreflexia e parestesias. Podem ocorrer associadamente anemia

macrocítica. Dentre essas deficiências nutritivas mais bem caracterizada é

beribéri, ou deficiência de tiamina, que se manifesta por graus variáveis de

hipotonia muscular, debilidade e alterações da sensibilidade, associadas a

hiperirritailidade e astenia. Nos lactentes, a insuficiência cardíaca e a

encefalopatias de Werncke são mais freqüentes do que polineuropatias(2).

1.1.13 - Tratamento:

A fisioterapia em doenças neuromusculares é muito importante.

As patologias que causam inatividade acentuam mais rapidamente, as contraturas

e as deformidades na criança. É necessário evitar contraturas prevenir retrações,

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pois estas acentuam a perda de deambulação, em um estágio em que a fraqueza

muscular não está acentuada(2).

A prevenção mais eficaz é o estiramento passivo dos músculos

principalmente nos flexores das coxas e iliotibiais. Outra medida eficaz é as

tenotomias subcutâneas, pois não necessitam de anestesias prolongadas, após a

cirurgia é necessários uso de goteiras e a prevenção de cifoescoliose. Ao contrario

das cirurgias ortopédicas corretivas que são contra indicadas pelos riscos

anestésicos e imobilização(14).

No caso de DMD, é importante estimular a criança andar o

maior tempo possível, além de incentivá-la a praticar natação e massagem. Na

fáscio-escapular e nas Cinturas, pode-se trabalhar com exercícios de resistência

máxima, pois essas doenças apresentam comprometimento cardíaco(2). Na ataxia

de Friedreich o tratamento é baseado na fisioterapia motora, prevenindo

deformidades e treinando a marcha, dando uma atenção maior ao

comprometimento cardíaco. O tratamento das Ataxias Cerebelares, é baseado em

uma abordagem multidisciplinar, a fisioterapia atua também no intuito de prevenir

retrações e deformidades(1).

Nas Atrofias Espinhais Progressivas, a fisioterapia visa prevenir

escolioses, fazendo uma adequação postural. Na doença de Charcot-Marie-Tooth,

a fisioterapia visa o fortalecimento da musculatura das porções distais, e

prevenindo também retrações. O tratamento cirúrgico ortopédico é indicado nas

deformidades dos pés para melhorar seu posicionamento(1).

1.1.14 - Avaliação:

O principal objetivo de uma avaliação, em pacientes com

doenças crônicas é otimizar suas funções diárias, se tratando das DNM é

importante para prolongar sua independência funcional.

A ficha de avaliação fisioterapêutica do ambulatório de

neuropediatria da UNIFESP-EPM (anexo I) foi montada para suprir a necessidade

de ter uma avaliação voltada para a fisioterapia.

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A realização da avaliação foi a partir dos acometimentos e da

evolução das doenças neuromusculares em pediatria. Esta sofreu várias

mudanças ao longo de um mês, até se tornar definitiva e vigorar no ambulatório.

A avaliação é dividida em 7 partes: 1 identificação do paciente,

2 anamnese, 3 desenvolvimento motor, 4 exames físicos, 5 Tabela dos sintomas

da hipoventilação pulmonar, 6 atividade de vida diária (AVD’s) e 7 orientações

fisioterapêuticas.

O paciente após passar por uma triagem médica é

encaminhado para o setor de fisioterapia acompanhado por seu cuidador. Neste

setor, é feita a avaliação e se necessário alguma intervenção em relação ao

tratamento em que este paciente está realizando.

A importância da ficha de avaliação é o arquivamento de

informações dos pacientes, pois eles retornam ao ambulatório a cada três meses,

podendo ser refeita esta avaliação e ter um parâmetro da evolução da doença.

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2. OBJETIVO:

O estudo teve o objetivo de traçar um perfil clínico do

ambulatório de neuropediatria em doenças neuromusculares da Universidade

Federal de São Paulo – EPM, através da realização de uma avaliação

fisioterapêutica voltada às doenças neuromusculares na infância.

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3. MÉTODOS:

3.1 - Tipo de Estudo:

Estudo transversal e prospectivo.

3.2 - Local do Experimento:

Universidade Federal de São Paulo – EPM.

3.3 - Casuístico:

Consistirá na aplicação de uma avaliação fisioterapêutica

realizada para o ambulatório de neuropediatria em doenças neuromusculares

da Universidade Federal de São Paulo – EPM. Inicialmente, crianças são

consultadas com médicos do ambulatório e posteriormente são avaliadas por

um grupo de fisioterapeutas.

Esta avaliação será realizada entre o período de Março a

Dezembro de 2007, sendo considerada a primeira avaliação de cada paciente.

Os levantamentos realizados, começaram à partir de uma

coleta de dados retirados da ficha de avaliação e passadas para uma tabela.

Foram utilizados uma mostra de 58 pacientes com diagnósticos variados em

doenças neuromusculares e avaliados os itens descritos baixo.

Serão analisados os seguintes dados:

• Diagnóstico;

• Idade;

• Gestação;

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• Sexo;

• Pais Consangüíneos;

• Tônus;

• Trofismo;

• ADM (MMSS);

• ADM (MMII);

• Retrações e Deformidades;

• Marcha;

• Sinal de Gowers;

• Dor;

• Alterações da Coluna Vertebral;

• Complicações Associadas;

• AVD’s.

3.4 - Critério de Inclusão:

Serão incluídos no estudo pacientes com diagnóstico definido

que tiverem acompanhamento médico no ambulatório de neuropediatria da

Universidade Federal de São Paulo –EPM.

3.5 - Critério de Exclusão:

Pacientes sem diagnostico definido, pacientes maiores de 18

anos, pacientes que não necessitem de acompanhamento fisioterapêutico e

pacientes que não tenham diagnóstico de doença neuromuscular.

3.6 - Métodos de Avaliação

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A coleta dos dados foi realizada na primeira avaliação

fisioterapêutica, retirando os dados e colocado em uma tabela. O resultado foi

obtido com a estatística, em porcentagem, dos 16 dados, ilustrados pelo gráfico.

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4. RESULTADOS:

A ficha de avaliação (anexo 1) foi realizada para conhecer o

perfil clínico dos pacientes do ambulatório de neuropediatria (floop baby),

pesquisou-se 58 fichas de pacientes. Os itens avaliados foram: diagnóstico,

idade, sexo gestação, tônus, trofismo, amplitude se movimento de membro

superior ( ADM MMSS), ADM de membro inferior (MMII), retrações e

deformidades, marcha, sinal de gowers, dor, alteração da coluna vertebral,

complicações associadas e atividades de vida diária (AVD’s).

Gráfico I:

Durante a avaliação foram constatadas 17 (dezessete) tipos de

doenças neuromusculares, entre elas 34,48% apresentam Distrofia muscular de

Duchenne; 12,07% apresentam Distrofia Muscular Congênita; a miopatia

mitocondrial e a miopatia congênita, cada uma delas, apresentam 8,62%; a

síndrome de Charcot – Marie – Tooth aparece com 6,90% a seguir temos a

Distrofia muscular de cintura e membros, a ataxia cerebelar, a amiotrofia espinha

tipo II, a miotonia de Thonsen e a ataxia espinocerebelar, aparecendo com 3,45%

dos casos cada, e finalmente a Síndrome de Guillan Barre, a ataxia

telengitectasia, a miastenia congênita, a mononeuropatia, a paralisia periódica

hipercalêmica, a distrofia miotonica, e, a ataxia de Friedreich, representando cada

uma delas com 1,72% dos casos.

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0

5

10

15

20

25

30

35

Porcentagem (%)

Diagnóstico

Distrofia M uscular de Duchenne

M ononeuropatias

Ataxia Espinocerebelar

Ataxia de Friederich

Distrofia M uscular Congênita

M iopatia M itocondrial

Sindrome de Guillan Barré

M iopatia Congênita

Distrofia M uscular Cintura eM embrosAtaxia Cerebelar

Charcot - M arie - Tooth

Ataxia Telengetectasia

Amio tro fia Espinhal Tipo II

Distrofia M iotonica

M iastenia Congênita

M iotonia de Thonsen

Paralisia Peridica Hipocalemica

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tabela I:

A média de idades desses pacientes é de 7,210526, sendo que

variou entre 1ano a 16anos, as crianças predominaram com 87,93% e os

adolescentes com 12%.

Idade Quantidade %

Crianças 51 87,90%

1a 2 3,45%

2a 6 10,34%

3a 4 6,90%

4a 4 6,90%

5a 3 5,17%

6a 7 12,07%

7a 4 6,90%

8a 6 10,34%

9a 6 10,34%

10a 6 10,34%

11a 3 5,17%

12a 0 0

Adolescentes 7 12,10%

13a 4 6,90%

14a 1 1,72%

15a 1 1,72%

16a 1 1,72%

Total 58 100,00%

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Média

da idade 7,210526

Desvio

padrão (DV) 3,797259

Gráfico II:

Em relação ao sexo dos pacientes atendidos no ambulatório,

pode-se constatar que 70,69% dos pacientes são do sexo masculino e 29,31%

são do sexo feminino.

0

20

40

60

80

Porcentagem (%)

Sexo

Feminino

Masculino

Gráfico III:

O gráfico referente a gestação representa 44,83% partos

normais e a termos, 32,76%dos partos foram cesarianas a termo, 5,17% foram

partos normais pré-termo e parto cesariana pré-termo e cesariana pós termo

ambos com 8,62%.

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0

10

20

30

40

50

Porcentagem(%)

Gestação

a termo/ normal

a termo/ cesariana

pré-termo/ normal

pré-termo/cesariana

Gráfico IV:

Neste gráfico 84,48% possuem pais não consangüíneos e

15,52% apresentam pais consangüíneos.

0

20

40

60

80

100

Porcentagem (%)

Pais Consaguíneos

Não

Sim

Gráfico V:

O item tônus apresentou que 65,52% dos pacientes são

hipotônicos, 32,76% apresentam o tônus normal e 1,72% apresentam distonia.

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0

20

40

60

80

Porcentagem (%)

Tônus

Hipotonia

Normal

Distonia

Gráfico VI:

Quanto ao trofismo verificou-se que 50% os pacientes

apresentam trofismo normal, 36,21% apresentam hipotrofia, 8,62% apresentam

de atrofia e 5,17% apresentam hipertrofia.

0

10

20

30

40

50

Porcentagem (%)

Trofismo

Normal

Hipotrofia

Hipertrof ia

Atrofia

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Gráfico VII:

Em relação a ADM (MMSS) 84,48% dos pacientes não

apresentam alteração, 12,07% possuem frouxidão ligamentar e 3,45%

apresentam ADM diminuída.

0

20

40

60

80

100

Porcentagem (%)

ADM (MMSS)

Normal

Frouxidão ligamentar

Diminuida

Gráfico VIII:

No gráfico de ADM (MMII) mostrou que a maioria dos pacientes

não apresentam alteração (56,9%), 37,93% tem diminuição de ADM e somente

5,17% possui frouxidão ligamentar.

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0

10

20

30

40

50

60

Porcentagem (%)

ADM (MMII)

Normal

Diminuida

Frouxidão ligamentar

Gráfico IX:

Metade (50%) dos pacientes não apresenta nenhum tipo de

retrações ou deformidades, porém os tipos de deformidades e retrações são:

flexão de tornozelo (44,83%), flexão de joelho (12,07%), flexão de pé (3,45%) e

flexão de cotovelo (1,72%).

0

10

20

30

40

50

Porcentagem (%)

Retrações e Deformidades

Ausente

Flexão de tornozelo

Flexão de joelho

Flexão de pé

Flexão de cotovelo

Gráfico X:

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A marcha é independente (73,14%) na maioria dos casos,

porém 13,79% dos pacientes não iniciaram a marcha e 12,07% pacientes que

são dependentes .

0

20

40

60

80

Porcentagem (%)

Marcha

Independente

Dependente

Sem Marcha

Gráfico XI:

Neste gráfico 46,55% dos pacientes não apresentam sinal de

gowers, 41,38% apresentam sinal de gowers e 13,07% não apresentam marcha

para testar.

0

10

20

30

40

50

Porcentagem (%)

Sinal de Gowers

Ausente

Presente

Sem marcha

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Gráfico XII:

A maiorias dos pacientes não apresentam dor (65,52%) e

34,48% possuem dor.

0

20

40

60

80

Porcentagem (%)

Dor

Ausente

Presente

Gráfico XIII:

Não há alteração da coluna vertebral em 37,93% dos

pacientes, porém 51,72% apresentam hiperlordose lombar, 22,41% possuem

escoliose, 3,45% possui hipercifose torácica e 1,72% apresentam retificação

torácica.

0

10

20

30

40

50

60

Porcentagem (%)

Alteração da Coluna Vertebral

Hiperlordose lombar

Normal

Escoliose

Hipercifose torácica

Retif icação torácica

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Gráfico XIV:

O gráfico mostra que 43,10% dos pacientes não apresentam

complicações associadas à patologia, no entanto 39,66% apresentam escápulas

aladas, 27,59% possuem pseudo-hipertrofia, 6,90% apresentam hiperextensão

de joelho, 3,45% possuem subluxação de quadril e 1,72% apresentam cãibra.

0

10

20

30

40

50

Porcentagem (%)

Complicações associadas

Ausente

Escápula alada

Pseudohipertrofia

Hiperextensão de joelho

Subluxação de quadril

Caibrã

Gráfico XV:

Na avaliação de AVD’s 65,52% são independentes e 34,48%

são dependentes em sua AVD’s.

0

20

40

60

80

Porcentagem (%)

AVD's

Dependente

independente

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5. DISCUSSÃO:

Diagnóstico:

Na casuística desse estudo, a doença mais comum encontrada

foi a DMD (Distrofia Muscular de Duchenne), representando 34,48% dos

pacientes do ambulatório, segundo Otsuka et al em 2005, também descreve a

DMD como a de distrofia mais comum. No Brasil ocorre por ano, cerca de 700

novos casos(11). Apesar de ser uma doença rara, é a miopatia mais comum na

infância(1). A Miopatia Mitocondrial e a Miopatia Congênita segundo nosso

resultado representam 8,62% dos casos cada um, as doenças mitocondriais tem

a prevalência mundial de 1/100.00(13) . A doença de Charcot –Marie –Tooth

representa 6,9%, assim como as Miopatias Mitocôndriais e as Congênitas são

menos comuns que a DMD. Em seguida, segundo nosso estudo e demonstrando

ser ainda menos freqüente, aparecem as Atrofias Espinocerebelares, Distrofias

Musculares de Cintura e Membros, Ataxias Cerebelares, Amiotrofia Espinhal Tipo

II, Miotonia de Thonsen com 3,45% cada, e por fim podemos constatar que as

doenças neuromusculares mais rara são as Mononeuropatias, a Ataxia de

Friedreich, a Síndrome de Guillan Barre, a Ataxia Telengitectasia, a Distrofia

Miotônica, a Miastenia Congênita e a Paralisia Periódica Hipocalêmica com 1,72%

dos pacientes atendidos em nosso ambulatório.

Sexo e Idade:

Quanto ao sexo, a prevalência é masculina, apresentando

70,69% dos casos, o que está diretamente relacionado com a prevalência do

diagnóstico que aponta a DMD como a doença mais comum. Este tipo de distrofia

afeta pessoas do sexo masculino, sendo que as mulheres são portadoras (12). O

sexo feminino representa 29,31% dos pacientes.

O ambulatório é especializado em síndrome da criança

hipotônica, “Floopy Baby”, por isso há uma grande predominância de crianças no

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estágio inicial da doença. Para que possamos distinguir as condições do tônus da

criança corretamente e sua hipotonia, é importante, considerar sua idade (13). A

média de idade no ambulatório é de 7,2±3,8.

Gestação:

Segundo Reed (1980), há uma relação entre crianças

hipotônicas neuromusculares e gestação a termo, pois estas crianças por não

serem prematuras não apresentam a hipotonia fisiológica do recém-nascido ou

doenças sistêmicas graves (2). No ambulatório 44,83% as mães tiveram partos

normais e a termos, 32,8%dos partos foram cesarianas a termo e 65,52% dos

pacientes são hipotônicos, na maioria estes pacientes hipotônicos

Pais Consangüíneos:

No ambulatório de doenças neuromusculares 84,48% os pais

não são consangüíneos e 15,5% apresentam pais consangüíneos. As DNM são

divididas em hereditárias e adquiridas (15). Muitas dessas entidades apresentam

padrão familiar autossômico dominante, outras apresentam de forma esporádica (16). Os estudo realizado com recém nascidos dos que apresentavam

consangüinidade associada a hipotonia 50% (4/8) era associado com Doença

metabólica e 3/39 (7,6%) com DNM (17) .

Há uma grande importância no aconselhamento genético, para

identificar as mutações genéticas e proteínas defeituosas nas doenças

neuromusculares, pois é importante saber a possível relação da transmissão do

distúrbio para filhos ou membros familiares (4-15).

Tônus:

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A hipotonia aparece em 65,52% dos casos, dentre estes a

idade varia entre 1 (um) e 13 (treze) anos. Segundo autores(18-19), há uma grande

variedade de doenças infantis nas quais a hipotonia é sinal predominante ou

secundário. No estudo realizado por Vasta I et al 2005 com 87 RN relaciona a

hipotonia Neonatal em 1/3 dos pacientes com Desordem do SNP (sistema nervoso

periférico), dos 66 com diagnostico de hipotonia neonatal, 46,9 % apresentavam

doença neuromuscular (17). O tônus normal aparece em 32,8% dos casos

presentes no ambulatório e a distonia é presente em apenas um caso de Miopatia

Mitocondrial, representando 1,72%.

Trofismo:

Em casos avançados da DMD, por exemplo, ocorrem

anormalidades do aumento nas fibras do tipo II e Atrofia nas fibras do tipo I (17).

Em nossos estudos podemos constatar que apenas um caso de DMD apresentou

atrofia muscular, e o mesmo não estava em estágio avançado. A atrofia muscular

aparece no perfil clínico dos pacientes atendidos com apenas 8,62% dos casos,

sendo estes Miopatia Mitocondrial, a Distrofia Muscular de Duchenne já citada, a

Distrofia muscular Cintura e Membros, a Distrofia Muscular Congênita, e a

Doença de Charcot – Marie –Tooth. A hipertrofia aparece em 5,17% dos

pacientes, pois é característica de algumas doenças específicas como Miopatia

de Thonsen e Distrofia Miotônica. Segundo LEVY, em 2002, na doença de

Thonsen ocorre uma verdadeira hipertrofia de fibras, com presença de miofribilas

adicionais (6). Os fenômenos miotônicos parecem ser mais intensos, envolvendo

todos os músculos esqueléticos, tanto proximais quanto distais. A hipotrofia

aparece em 36,21% dos casos, e o trofismo normal, representa 50% dos

pacientes, isso se dá pelo estágio inicial e pela idade dos pacientes.

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Amplitude de Movimento:

As ADM’s de MMSS e MMII foram estudas como fatores

importantes, pois avalia o desequilíbrio muscular que afetam diretamente as

atividades de vida diária e sua funcionalidade, por ser uma limitação física (11). Os

dados colhidos mostraram que 84,48% possuem ADM de MMSS normal, 3,45%

possuem essa ADM de MMSS diminuída e são portadores de DMD. É comum na

DMD, o aumento dos encurtamentos musculares que limitam as articulações(20).

Nos membros superiores, em estágios intermediários, observa-se o envolvimento

e fraqueza do músculo peitoral maior, bíceps, tríceps, e braquiorradial(21). Apenas

12,07% apresentam frouxidão ligamentar.

Já a ADM de MMII apresentam números diferentes, 56,9%

apresentam ADM de MMII normal, 37,93% a ADM aparece diminuída, e 5,17%

apresentam frouxidão ligamentar.

Retrações e Deformidades:

50% dos pacientes não apresentam retrações e deformidades.

Em nossos achados o paciente portador de Ataxia de Friedreich não apresenta

nenhuma retração ou deformidade, no entanto na literatura encontrou que a

Ataxia de Friedreich tem como um dos sinais a deformidade dos pés(1). Os

resultados encontrados foram que 44,38% possuem flexão de tornozelo, 12,07%

apresentam flexão de joelho, 3,45% tem alteração de flexão de pé e flexão de

cotovelo é de 1,72%.

As pacientes com DMD apresentam retrações e deformidade

em flexores de tornozelo, joelho e pé, segundo artigo (12) nos mostra que isso

ocorre por eles apresentarem pouca mobilidade ou estarem em cadeira de rodas,

não realizarem exercícios de alongamento e mobilidade articulares, e finalmente

por não utilizarem órteses. A Distrofia Muscular de Cinturas e Membros é a única

que apresenta retrações e deformidades em cotovelo, a literatura mostra que esta

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patologia acomete primariamente grupos musculares das cinturas incluindo a

cintura escapular que quando afetada limita a movimentação nos MMSS (8).

A Distrofia Muscular Congênita possuem retrações e

deformidades de joelho, tornozelo e pé. As miopatias mitocôndrias em tornozelo e

nas miopatias congênitas em tornozelo e joelho.

Marcha:

Segundo Thompson & Fahal et al, as primeiras manifestações

clinicas do paciente com DMD, a criança demora pra sentar-se, ficar e pé e

caminhar, e quando começa a andar, a queda é freqüente(6). Com a progressão

da doença, o menino afetado perde a marcha por volta dos 8 aos 12 anos(20). Na

distrofia tipo Cinturas, os sintomas em alguns casos têm inicio mais precoce e

progressão rápida, a moda que em outros casos tem inicio mais tardio, permitindo

a marcha até a idade adulta(8). Em nossos achados 12,07% possuem marcha

dependente e dois pacientes portadores de AMEP tipo II com três anos de idade

estão incluso nos 13,79% que não possuem marcha porque na AMEP tipo II

(Amiotrofia Espinhal Progressiva), as crianças são capazes de se sentar sem

apoio, mas não chegam a deambular(15). 73,1% dos pacientes possuem marcha

independente, o que está diretamente relacionada com a idade, ou com a

evolução da doença.

Sinal de Gowers:

A criança com DMD adota o sinal de Gowers, que é uma

manobra adotada para levantar-se do chão decorrente da fraqueza dos músculos

extensores da coluna e dos quadris, a criança começa a estender o tronco

escalando com as mãos sobre os joelhos, coxas e quadril até assumir a posição

de pé (20). Nas Distrofias musculares de Cintura, a sintomatologia é semelhante a

DMD, a Distrofia Muscular Congênita, tem como uma característica marcante às

retrações musculares(1). Constatamos que 46,55% dos pacientes não

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apresentam sinal de gowers, 41,38% apresentam sinal de gowers presente dos

casos de DMD, Miopatia Congênita, Distrofia Muscular Cintura e Membros,

Distrofia Muscular Congênita e Miopatia Mitocondrial, 13,07% não conseguem

realizar o teste por não realizar a posição ortostática.

Dor:

Na maioria das bibliografias não há associação da dor com as

DNM (doenças neuromusculares), porém foi encontrado um artigo científico que

relaciona dor como um problema comum em DNM (11).

Em nosso ambulatório a maioria dos pacientes relatam dor

(65,52%), e 34,5% não relatam dor, destes pacientes que relatam dor, 3,4%

apresentam dor grau 2; 5,2% apresentam dor grau 4; 12% apresentam dor grau 6;

7% apresentam dor grau 8 e 7% apresentam dor grau 10, de acordo com a escala

analógica da dor utilizada na avaliação .

Alterações da Coluna Vertebral:

Na DMD a hiperlordose lombar é a deformidade mais precoce

resultante da fraqueza dos músculos glúteos máximo e abdominais. A pelve fica

em anteversão. A fim de compensar este desequilíbrio e se manter em pé,

fazendo com que o individuo projete o tronco para trás, aumentando ainda mais a

curvatura lombar(19). As alterações da coluna vertebral também estão freqüentes

nas demais doenças encontradas no ambulatório. No geral 51,72% possuem

hiperlordose lombar. A escoliose, muitas vezes, já é presente no período que

antecede a perda da marcha, mas, quando a criança, é confinada á cadeira de

rodas, sua progressão é intensificada, devido ao aumento generalizado associado

à ação da gravidade(20), 22,4% das crianças avaliadas tem escoliose

, 37,93% dos pacientes do ambulatório não possuem

alterações, pois tem idade entre dois e sete anos, ou seja, estão no estágio inicial

e ainda não aparecem as alterações e compensações posturais,

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Complicações Associadas:

Em nosso perfil clínico levantado, observamos algumas

complicações associadas presentes, a escapula alada é uma complicação

presente em 39,66% dos casos, associada a Distrofia Muscular congênita,

Miopatia Congênita, Distrofia Muscular de Duchenne, Distrofia, Muscular Cintura e

Membros, Doença de Charcot-Marie-Tooth, Miopatia Mitocondrial, Miastenia

Congênita, Ataxia Cerebelar. Na fase de fraqueza da musculatura proximal dos

membros superiores e da cintura escapular, no paciente com DMD, é evidente um

dos sinais característicos a escápula alada(20). A pseudo-hipertrofia aparece em

27,59% dos casos presentes na DMD, e na Doença de Thonsen. O aumento do

volume muscular é causado pela proliferação anormal do tecidos intersticiais nas

fibras do músculo grastrocnêmio, denominada pseudohipertrofia(12). A

hiperextensão de joelho representa 6,9% das complicações associadas e

aparecem nas Amiotrofia Espinhal Tipo II, na Doença de Charcot-Marie-Tooth, e

em um dos casos de DMD. Nas Distrofias musculares congênitas, uma

característica entre outras é a luxação do quadril(4), sendo essa uma complicação

em 3,45% das crianças e todas com diagnóstico de Distrofia Muscular

Congênita, Apenas 1,72% relata cãibras, 43,10% não relatam complicações

associadas.

Atividades de Vida Diária:

As maiorias dos pacientes são independentes para realizar

suas atividades de vida diária normal, assim como mostra o resultado de 65,52%,

isso mostra que a maioria está no estágio inicial da doença, e apenas 34,48% são

dependentes, estes dependentes, representam uma idade baixa que ainda não

adquiriu deambulação e ainda não conseguem realizar as tarefas de vida diária,

ou estão em estágios mais evoluídos das doenças. Silva et al (2006) afirma que a

perda de mobilidade e de locomoção influencia na independência funcional dos

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pacientes, a ponto deles valorizarem mais as melhora funcional do que qualquer

outra melhora (11).

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6.CONCLUSÃO:

Foram observados diferenças nos nossos item de ADM

(MMSS), ADM (MMII), retrações e deformidades, marcha, sinal de Gowers, dor e

alteração da coluna vertebral, em relação a bibliografia e outros centros de

pesquisas em doenças neuromusculares, ambulatório de neuropediatria da

Universidade federal de São Paulo- EPM. Acreditamos que esse confronto de

informações ocorra pela idade do público alvo atendido em nosso ambulatório,

que é de crianças mais novas.

Sugerimos que mais estudos dentro da área de pediatria em

doenças neuromusculares seja realizado, com um número maior de pacientes,

para uma melhor análise dos dados.

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7. ANEXOS

7.1 Anexo I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP-EPM)

DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA

DISCIPLINA DE NEUROLOGIA CLÍNICA

SETOR NEUROMUSCULAR

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NEURO PEDIA TRIA

1. IDENTIFICAÇÃO

Data de Avaliação:___/___/___ RH_________________________

Nome:__________________________________________________________________________

Data de Nascimento:___/___/___ Idade:_____ Sexo: M ( ) F ( )

RG______________________________ CPF__________________________________

Naturalidade:_______________________________Estado:______________________

Etnia B ( ) N ( ) A ( ) Escolaridade:_________________________

Nome da mãe:____________________________________________Idade: _________

Profissão:____________________________ __E-mail___________________________

Telefone: Res:_______________/ Celular:___________________

Endereço:_______________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

CEP:_______________Cidade/estado:________________________

Diagnóstico: _____________________________________________________________________

( ) à confirmar ( ) confirmado

2. ANAMNESE

2.1) QP: ________________________________________________________________________

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2.2) HMP:_______________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

2.3) HMA:______________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

2.4) Medicamentos em uso:________________________________________________________

2.5) Gestação: ( ) pré-termo ( ) a termo ( ) pós-termo

Peso:______ Altura:__________

Tipo de parto: ______________________ Apgar:______________________

2.6) Problemas obstétricos

2.6.1) Infecções: ( ) não ( ) sim

Qual:________________________________________________________________________

2.6.2) Sangramentos: ( ) não ( ) sim

Como:_______________________________________________________________________

2.6.3) Doenças prévias: ( )não ( ) sim

Quais:________________________________________________________________________

2.6.4) Internação antes do parto: ( )não ( ) sim

Motivo:_______________________________________________________________________

2.6.5) Pais consangüíneos: ( ) não ( ) sim

Qual parentesco?________________________

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2.6.6) Problemas graves ou similares na família: ( ) não ( ) sim

Quais:________________________________________________________________________

2.7) Heredograma:

2.8) Tratamentos Realizados Anteriormente:

( ) Fisio Motora ( ) Fisio Respiratória ( ) Hidroterapia ( ) Fonoaudiologia

( ) T. O. ( ) Nutrição ( ) Psicólogo ( ) Outro, qual?______________________________________

Há quanto tempo realiza o tratamento?_________________________________________________

Qual a freqüência? Dias da semana____________________________________________________

Tempo de terapia__________________________________________________________________

2.9) Tratamentos Realizados Atualmente:

( ) Fisio Motora ( ) Fisio Respiratória ( ) Hidroterapia ( ) Fonoaudiologia

( ) T. O. ( ) Nutrição ( ) Psicólogo ( ) Outro, qual?______________________________________

Há quanto tempo realiza o tratamento?_________________________________________________

Qual a freqüência? Dias da semana____________________________________________________

Tempo de terapia__________________________________________________________________

3. TABELA DE DESENVOLVIMENTO

Desenvolvimento SIM NÃO TEMPO NORMAL

(“idade limite”)

Sorri 8 semanas

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Bom contato ocular 3 meses

Alcança objeto 5 meses

Sustenta a cabeça 3 meses

Senta com apoio 6 meses

Senta sem apoio 10 meses

Engatinha 10 mese

Anda com auxílio 12 meses

Anda sem auxilio 18 meses

Palavras isoladas 18 meses

Fala frases 30 meses

4. EXAME FÍSICO

4.1) Tônus

( ) Normal ( ) Hipotonia ( ) Hipertonia Espástica, onde?___________ (circular abaixo)

0 ( ) Tônus muscular normal.

1 ( ) Hipertonia leve. Aumento do tônus muscular com restrição do movimento passivo de

extremidade e mínima resistência em menos da metade de seu arco de movimento.

2 ( ) Hipertonia moderada. Aumento de tônus muscular durante a maior parte do arco de

movimento, mas pode se movimentar passivamente a parte afetada com facilidade.

3 ( ) Hipertonia intensa. Aumento proeminente do tônus muscular, com dificuldade para

efetuar movimentos passivos.

4 ( ) Hipertonia extrema. A parte afetada permanece rígida, tanto para a flexão como para extensão.

Fonte: Ashworth B. Preliminary trial of carisoprodol in multiple sclerosis. Practitioner.1964;192:540-542.

4.2) Trofismo

A) Normal B) Atrofia C) Hipertrofia D) Hipotrofia

( ) MSD ( ) MSE ( ) MID ( ) MIE

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4.3) ADM (passiva)

(N) Normal (D) Diminuído (F) Frouxidão articular

4.3.1) Ombro: Flexão ( ) Extensão ( ) Abdução ( ) Adução ( ) R.Interna ( ) R.Externa ( )

4.3.2) Cotovelo: Flexão ( ) Extensão ( )

4.3.3) Punho: Flexão ( ) Extensão ( ) D. ulnar ( ) D. radial ( )

4.3.4) Mãos: Flx. dedos ( ) Ext. dedos ( ) Add. dedos ( ) Abd. dedos ( )

4.3.5) Quadril: Flexão ( ) Extensão ( ) Abduçã o( ) Adução ( ) R.Interna ( ) R.Externa ( )

4.3.6) Joelho: Flexão ( ) Extensão ( )

4.3.7) PÉ: Dorsiflexão ( ) Flexão Plantar ( )

4.4) Força Muscular (0 a 5)

FM D E FM D E FM D E

Flexão do pescoço COTOVELO QUADRIL

Ext. do pescoço Flexão Flexão

TRONCO Extensão Extensão

Flexão ANTEBRAÇO JOELHO

Extensão Pronação Flexão

OMBRO Supinação Extensão

Flexão PUNHO TORNOZELO

Extensão Flexão Dorsiflexão

Adução Extensão Flexão Plantar

Abdução MÃOS PÉS

Rotação Interna Flexão dos dedos Flexão dos artelhos

Rotação Externa Extensão dos dedos Extens dos artelhos

Abdução do polegar

Escala Medical Research Council (MRC) modificada por Daniels &Worthingham. Daniels L., Worthingham C. Muscle Testing:

Techniques of manual examination. 5 ™ed. Philadelphia, PA:WB Saunders Co 1986

4.5) Queixas musculares

Queixas MSD

prox.

MSD

dist.

MSE

prox.

MSE

dist.

MID

prox.

MID

Dist

MIE

prox.

MIE

dist.

Fraqueza

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Fasciculação

Cãibra

4.6) Retrações Musculares/Deformidades

Grupos Musculares D E

Flexores do ombro

Flexores do cotovelo

Flexores do punho

Flexores dos dedos da mão

Flexores do quadril

Flexores do joelho

Flexores do tornozelo

Flexores dos dedos do pé

4.7) Marcha

( ) Independente ( ) s/ alteração ( ) Espática ( ) Claudicante ( ) Festinante ( ) Tesoura

( ) Atáxica ( ) Anserina ( ) Outra:____________________________________________________

Alterações: ______________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

( ) Se não possui, com qual idade perdeu?__________

Faz uso de meios auxiliares? ( ) Não ( ) Sim, qual?

( ) 1bengala ( ) 2 bengalas ( ) bengala 4pt. ( ) andador

( ) muleta canadense ( ) muleta axial ( ) órteses ( ) tutores

( ) anti equino ( ) outro________________________________

( ) Cadeirante ( ) manual ( ) motorizado ( ) adaptada ( ) com apoio de cabeça

4.8) Equilíbrio (Pontuação 0-4)

a. Sentado para em pé __________

b. Em pé sem apoio __________

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c. Sentado sem apoio __________

d. Em pé para sentado __________

e. Transferências __________

f. Em pé com os olhos fechados __________

g. Em pé com os pés juntos __________

h. Reclinar à frente com os braços estendidos __________

i. Apanhar objeto do chão __________

j. Virando-se para olhar para trás __________

k. Girando 360 graus __________

l. Colocar os pés alternadamente sobre um banco __________

m. Em pé com um pé em frente ao outro __________

n. Em pé apoiado em um dos pés __________

TOTAL:__________

Fonte: Wood-Dauphinee S, Berg K, Bravo G, Williams JI: The Balance Scale: Responding to clinically meaningful changes. Canadian

Journal of Rehabilitation 10: 35-50,1997.

4.9) Sinal De Gowers

( ) Ausente ( ) Presente, quando apareceu?_________________

4.10) Coordenação Motora

Index-index: ( ) Realiza ( ) Não realiza

Index-nariz: ( ) Realiza ( ) Não realiza

Calcanhar-joelho: ( ) Realiza ( ) Não realiza

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4.11) Sensibilidade Superficial

( ) Preservada ( ) Alterada, onde?_________________

4.12) Dor

( ) Não ( ) Sim, onde? _________

Qual o grau?_______ (de acordo com a tabela abaixo)

4.13) Curvaturas da coluna vertebral

( ) Normais ( ) Hipercifose torácica ( ) Hiperlordose lombar

( ) Retificação torácica ( ) Retificação lombar ( ) Escoliose

4.14) Complicações associadas

5. TABELA DOS SINTOMAS DA HIPOVENTILAÇÃO PULMONAR ( por ordem de

freqüência)

SIM NÃÔ

Escápula alada

Pseudo hipertrofia do tríceps

sural

Sub-luxação de ombro

Sub-luxação de quadril

Hiperextensão de joelho

SIM NÃO

Fadiga

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Fonte: Bach JR. Evolução Natural. In: Guia de exames e

tratamento das doenças neuromusculares. São Paulo:

Santos. 2004. p 12.

6. ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

AVD’s Alimentação Higiene Vestuário Locomoção

Independente

Com assistência

Assistência

Total

Falta de ar

Cefaléia matinal ou contínua

Sonolência durante o dia e episódios

freqüentes de sono

Despertar durante o sono com falta de ar

ou taquicardia

Dificuldade para deglutir

Dificuldade de concentração

Pesadelos freqüentes

Pesadelos com dificuldade respiratória

Sintomas e sinais de insuf. Cardíaca

devido ao comprometimento respiratório

Edema de MMII

Irritabilidade, ansiedade

Despertar freqüente durante o sono para

urinar

Função intelectual prejudicada

Diminuição do rendimento escolar

Depressão

Perda excessiva de peso

Dores musculares

Comprometimento da memória

Falta de controle das secreções de via

aéreas

Obesidade

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7. ORIENTAÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS

( ) Alongamentos ( ) Transferências

( ) Posicionamentos ( ) Indic. cadeira de rodas

( ) Conservação de energia ( ) Andador

( ) Marcha ( ) Indic.got. polipropileno

( ) Indic.apoio anti eqüino ( ) Joelheira

( ) Indic. colar cervical ( ) Estabilizador de ombro

( ) Bengala

( ) Outros Exercícios domiciliares( )Passivos( )Ativos( )Ativo assistido:____________________

________________________________________________________________________________

( ) Encaminhamento p/ fisioterapia e hidroterapia Local:__________________________________

MÉDICO:_______________________________________________CRM:____________

FISIOTERAPEUTA:_________________________________ CREFITO:___________

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8. REFERÊNCIAS

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abordagem fisioterapêutica. In Moura EW, Silva PAC. Fisioterapia. Aspectos

clínicos e práticos da reabilitação. 1 edição. São Paulo: Artes médicas 2005; 221-

46.

2.Reed UC, miopatias. In: Diament A. neurologia Infantil; 3ºed. São Paulo:

Atheneu, 1996, p 531 - 61.

3.Lissover T, Cloyden G. Doenças Neuromusculares, In Lissover T, Cloyden G,

Manual Ilustrado de Pediatria. Rio de Janeiro: Guanabara Kooan1998; p. 305-10.

4.Fahal IH, Eduards RHT, Thompson N. Distúrbios musculares. In Stokes M.

Neurologia para fisioterapeutas. São Paulo: editorial Prensier 2000; Cap 16 -

21p.215- -285 - 290

5. Laurent R. In: Distúrbios da Musculatura Esquelétca, In: Sistema do Corpo Cap

8, 122-26

6. Annes M., Calia, LC. In Afecções Neurológicas Periféricas, Oliveira, ASB.,

Levy,JA. Reabilitação em doenças Neurologicas, Ed. Atheneu, São Paulo.2003.p.

38-58.

7. Bailer MG, Mc Daniel NL, Kelly TE. Progression of cardiac disease in Emery –

Dreifuss muscular dystrophy. Clin Cardiol 1991, 14: 411 – 416.

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8. Oliveira, ASB., Gabbai, AA., Mora, LS. Miopatias: Atualização no Diagnóstico e

Tratamento.

9. Nasseh IE, Tengan.CH, Kiyomoto BH, Gabbai AA, Doenças Mitocondrais. Ver.

Neurociências 9(2): 60-69, 2001.

10. Bowen J, GregoryRP, Squier M. The post-irradition lower moor neuron

syndrome. Neuropaty? Brain 119:1429-1439. 1997.

11. Silva MB, Asa SKP, Maria NNS, Zanella EM, Fávero FM, FukujimaMM, Fontes

SV, Olveira ASB: Análise dos Instrumentos de Avaliação na Miopatia. In Revista

Neurociêcias V14,N2, 2006. 029-043

12. Santos NM, Rezende MM, Terni A, Hayashi ACB, Fávero FM, Quadros AAJ,

Reis LIO, Adissi M, Langer AL, Fontes SV, Oliveira ASB: Perfil clínico e funcional

dos pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne assistidos na Associação

Brasilira de Distrofia Muscular (ABDIM), In Revista Nrociênciasv14 N1, 2006: 015-

022

13. Jarovsky D, Shiozawa P, Rosalino UAC, Barros MD: Mithocondrial diseases: a

review, In Reviewing Basic Sciences. 2006; 4(4): 343-350

14. Waltom JN & Gardner-Medwin D. Progressive Muscular Dystrophy and the

Myotonic Disorders. In Disorders of Voluntary Muscle Walton JN; Ed ed 3,

Churchill, London, 1974, p 561.

15. Mastaglia FL, Laing NG. Investigation of muscle disease. J Neurol Neurosurg

Psych. 1996, 60: 256-74.

16. Scola RH, Trentin A, Vaez R, Gignon VF, Costa TG, Wernwck LC: Miopatia por

Corpos Esferóides In Arq Neuropsiquiatr. 2005; 63 (2-A): 332-334.

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17. Bach JR. Guia de exame e tratamento das doenças neuromusculares. São

Paulo: Santos; 2004. p. 5-11.

18. WALTON. J. N. – The “floppy” Infant. Cerebral Palsy Bul. 2: 10, 1960.; 19. JEBSEN, R. H.; KNOBLOCH, H & GRANT, D.K. - Differencial diagnosis of infantile hypotonia: the use of the electromyograph and the developmental and neurologic examination as aids. Amer J. Dis Chil. 101: 8, 1961. 20. OTSUKA M.A.; BOFFA.C.F.B. & VIEIRA. A.A.M. Distrofias Musculares – Fisioterapia Aplicada, Ed. Revinter, em 2005, pag. 2 - 13, 39 -40. 21. EMERY, A.E.H. Duchenne Muscular Dystropy. Oxford Monograph on Medical Genectis, n24, Londo, 1993.

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Abstract

This study has as a goal to trace a clinic profile of the neuropediatry ambulatory in

neuromusclar diseases at the Universidade Federal de São Paulo – EPM, through

the development of an appropriate questionaire for phisioterapeutic evaluation .

Samples from 58 patients were analysed from march to december of 2007. The

analysed items were: dignostic, age, pregnancy gender, trofism, range of motion of

the upper and lower limb, shrinkage or deformations, and walk , gowers sign, ache,

changes in the spine, associated complications, and daily activities (ADL). The

data was collected from the first evaluation and the statistics were derived from the

16 items described above, as ilustrated by the graphics. The results show that

amongst the 17 pathology types, 34,5% resulted in Duchene musclar dystrophy,

the average age of the attended patients is 7,2 ±3.8 years old. The male gender is

the most affected (70,7%), 74,8% of the childbirths were normal and terms and

(84,5%) of the parents do not have the same blood type. In terms of physical

characteristics, 65,5% of the patients were hipotonics, 50% presented normal

trofism, the ROM (MMSS and MMII) was normal in most of the cases, 50% did not

have shrinkage or deformations, 73,14% independent place, 46,55% of the

patients do not show gowers signs. Ache was present in 34,5% of the patients,

most often the spine change were low back (51,32%), 49,7% presented shoulder

blade winged and 65,5% were indepentent on their ADL. The collected data

represents some of the differences related to the literature. It is believed that the

results occured because this work was performed with kids, for the most par, had

the disease at the initial stage.

Keywords : neuromusclar diseases, evaluation, pediatric neurology