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Glaucia Cordeiro Advogada Especialista em Direito Previdenciário Professora no Curso Jurídico Legale Professora no Curso Ajurídica Membro da Comissão de Prerrogativas da OAB/SP Membro da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/SP https:www.facebook.com/GlauciaCor/ Glaucia.cs Professora Glaucia Cordeiro Site: https:www.glauciacordeiro.com.br

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Glaucia Cordeiro

Advogada Especialista em Direito

Previdenciário

Professora no Curso Jurídico Legale

Professora no Curso Ajurídica

Membro da Comissão de Prerrogativas da

OAB/SP

Membro da Comissão de Direito

Previdenciário da OAB/SP

https:www.facebook.com/GlauciaCor/

Glaucia.cs Professora Glaucia Cordeiro

Site: https:www.glauciacordeiro.com.br

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RESOLUÇÃO 126/05 CFM:RESOLUÇÃO 1635/02 CFM:

CONSIDERANDO que a períciamédico-legal é um ato médico, ecomo tal deve ser realizada,observando-se os princípios éticoscontidos no Código de Ética Médica;

CONSIDERANDO que a períciamédica caracteriza-se como atomédico por exigir conhecimentotécnico pleno e integrado daprofissão; sendo atividade médicolegal responsável pela produção daprova técnica em procedimentosadministrativos e ou em processosjudiciais e que deve ser realizada pormédico regularmente habilitado;

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RESOLUÇÃO 1931- Código de Ética Médica� É vedado ao médico:Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento emvirtude do exercício de sua profissão, salvo por motivojusto, dever legal ou consentimento, por escrito, dopaciente. Parágrafo único. Permanece essa proibição:a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ouo paciente tenha falecido; b) quando de seudepoimento como testemunha. Nessa hipótese, omédico comparecerá perante a autoridade e declararáseu impedimento; c) na investigação de suspeita decrime, o médico estará impedido de revelar segredoque possa expor o paciente a processo penal.

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� É vedado ao médico:Art. 76. Revelar informações confidenciais obtidasquando do exame médico de trabalhadores,inclusive por exigência dos dirigentes de empresasou de instituições, salvo se o silêncio puser emrisco a saúde dos empregados ou da comunidade.

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� É vedado ao médico:Art. 80. Expedir documento médico sem terpraticado ato profissional que o justifique, que sejatendencioso ou que não corresponda à verdade.Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens.

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� É vedado ao médico:Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário,deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bemcomo deixar de lhe dar explicações necessárias à suacompreensão, salvo quando ocasionarem riscos aopróprio paciente ou a terceiros.Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda,salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente,para atender ordem judicial ou para a sua própriadefesa.§ 1º Quando requisitado judicialmente o prontuárioserá disponibilizado ao perito médico nomeado pelojuiz.

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� É vedado ao médico:Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valoresvinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando nafunção de perito ou de auditor.Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando nafunção de auditor ou de perito, procedimentospropedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no últimocaso, em situações de urgência, emergência ou iminenteperigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, ofato ao médico assistente.Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quandodesignado para servir como perito ou como auditor, bemcomo ultrapassar os limites de suas atribuições e de suacompetência.

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“ O exame médico-pericial é um ato médico, ecomo tal, por envolver a interação entre o médico eo periciando, deve o médico perito agir com plenaautonomia, decidindo pela presença ou não depessoas estranhas ao atendimento efetuado, sendoobrigatórias a preservação da intimidade dopaciente e a garantia do sigilo profissional, nãopodendo em nenhuma hipótese, violar esteprincipio ético fundamental.”

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O advogado podeacompanhar a períciamédica, seja elaadministrativa ou judicial?

NOTA TÉCNICA nº 044/2012 -CONSELHO FEDERAL DEMEDICINA

Declaração/Autorização Participação Perícia Médica

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� NOTA TÉCNICA nº 044/2012 -CONSELHOFEDERAL DE MEDICINA

“Exame médico-pericial. Presença de advogado apedido do periciando. Possibilidade. Meroconforto psicológico. Sigilo profissionalpreservado. Autonomia profissional do perito.Garantia diante da não intervenção no ato pericialpelo advogado. Direito do médico-perito decidir arespeito da presença do advogado caso se sintapressionado. Necessidade de justificação porescrito.

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“Pelas razões jurídicas acimas expendidas, entendemos que oadvogado, no exercício de sua profissão, tem direito asseguradopelo art. 7º, inc. I, III e VI, letras “c” e “d” do EOAB, Lei 8.906/94de fazer-se acompanhar de seu cliente, quando solicitado, nosexames periciais em âmbito judicial ou administrativo. Todavia,a atuação do advogado, nestes casos, limitar-se-á a dar confortoe segurança jurídica ao periciando com sua presença, nãopodendo interferir no ato médico-pericial a ser realizado, que éde competência exclusiva do médico-perito designado para omister. Consignamos, também, que o exame pericial é um atomédico. Assim, na hipótese do médico-perito sentir-se, dealguma forma, pressionado por advogado que por ventura estejaacompanhando o periciando, assiste-lhe o direito – comfundamento em sua autonomia profissional8 -, de decidir acercada presença do profissional da advocacia no recinto em que aperícia for realizada, mediante explicitação por escrito de seusmotivos, sob pena de recusa da realização da perícia.

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RESOLUÇÃO 1488/98 CFM

Artigo 6º São atribuições e deveres do Perito Médico deinstituições providenciarias e seguradoras:I - Avaliar a (in)capacidade de trabalho do segurado, através doexame clínico, analisando documentos, provas e laudosreferentes ao caso Atuar, visando essencialmente a promoção dasaúde e prevenção da doença, conhecendo, para isto, osprocessos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;II - subsidiar tecnicamente a decisão para a concessão debenefícios. Atuar, visando essencialmente a promoção da saúdee prevenção da doença, conhecendo, para isto, os processosprodutivos e ambientes de trabalho da empresa;III - comunicar, por escrito, o resultado do exame médico-pericial ao periciando, com a devida identificação do peritomédico (CRM, nome e matrícula)Atuar, visando essencialmentea promoção da saúde e prevenção da doença, conhecendo, paraisto, os processos produtivos e ambientes de trabalho daempresa;IV - orientar o periciando para tratamento quandoeventualmente não o estiver fazendo e encaminhá-lo parareabilitação quando necessário.

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Artigo 10º São atribuições e deveres do perito-médico judicial eassistentes técnicos:I - Examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os examescomplementares necessários. Atuar, visando essencialmente apromoção da saúde e prevenção da doença, conhecendo, paraisto, os processos produtivos e ambientes de trabalho daempresa;II - O perito-médico e assistentes-técnicos ao vistoriarem o localde trabalho devem fazer-se acompanhar, se possível, pelopróprio trabalhador que está sendo objeto da perícia, paramelhor conhecimento do seu ambiente e função. Atuar, visandoessencialmente a promoção da saúde e prevenção da doença,conhecendo, para isto, os processos produtivos e ambientes detrabalho da empresa;III - Estabelecer o nexo causal, considerando o exposto noArtigo 4º e incisos.

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- Deve o perito-médico judicial, fornecer cópia detodos os documentos disponíveis para que osassistentes-técnicos elaborem seus pareceres.

- Caso o perito médico judicial necessite vistoriara empresa (locais de trabalho e documentos sobsua guarda), ele deverá informar, oficialmente,o fato, com a devida antecedência, aosassistentes-técnicos das partes (ano, mês, dia ehora da perícia).

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Da obrigação de meio. Da inexistência de presunção de culpa� Há obrigação de meio quando a prestação exige que o agente empregue

determinados meios na consecução de um resultado, sem obrigá-lo, contudo agaranti-lo. A seu turno, a obrigação de resultado só será adimplida quandodeterminado resultado for alcançado.

� Conceitua Yuri A. Mendes de Almeida (2007):“A obrigação de meio é aquela em que o profissional não se obriga a um objetivo específico edeterminado. O que o contrato impõe ao devedor é apenas a realização de certa atividade, rumo aum fim, mas sem o compromisso de atingi-lo. O contratado se obriga a emprestar atenção,cuidado, diligência, lisura, dedicação e toda a técnica disponível sem garantir êxito. Nestamodalidade o objeto do contrato é a própria atividade do devedor, cabendo a este enveredar todos osesforços possíveis, bem como o uso diligente de todo seu conhecimento técnico para realizar oobjeto do contrato, mas não estaria inserido aí assegurar um resultado que pode estar alheio oualém do alcance de seus esforços. (...) Na obrigação de resultado, há o compromisso do contratadocom um resultado específico, que é o ápice da própria obrigação, sem o qual não haverá ocumprimento desta. O contratado compromete-se a atingir objetivo determinado, de forma quequando o fim almejado não é alcançado ou é alcançado de forma parcial, tem-se a inexecução daobrigação”.

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� Miguel Kfouri Neto, citando Zelmo Denari (2001, p. 192) discorre acerca das disposições do estatuto consumerista:

“Os médicos e advogados – para citarmos alguns dos mais conhecidos profissionais –são contratados ou constituídos com base na confiança que inspiram aos respectivos clientes. Assim sendo, somente serão responsabilizados por danos quando ficar demonstrada a ocorrência da culpa subjetiva, em quaisquer das suas modalidades: negligência, imprudência ou imperícia”.

O médico deve prestar os seus serviços com um determinado zelo, cuidado. Apenas se verificará o erro com o desvio de comportamento, a imprudência, a negligência e a imperícia. A responsabilidade civil do médico não decorre do mero insucesso ou insatisfação com o tratamento. Por Irany Novah Moraes (2003, p. 40):

“O erro médico vai ser tratado como desvio de comportamento do médico na execução do seu trabalho profissional, trabalho que, se tivesse sido feito dentro dos parâmetros estabelecidos pelos seus pares, não teria causado dano ao paciente”.

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�Dolo (intenção).�CulpaFormas pelas quais a culpa em sentido estrito se manifesta:� a) Negligência – inobservância do dever de cuidado, por

omissão;� b) Imprudência – resta caracterizada quando o agente

culpado resolve, desnecessariamente, enfrentar o perigo. Oinfrator atua com desrespeito às regras básicas de cautela;

� c) Imperícia – decorre da falta de aptidão ou habilidadeespecífica para a realização de uma atividade técnica oucientífica. Pressupõe-se que a conduta tenha comoprotagonista, um perito (ex: advogado, médico) que deixoude aplicar, corretamente, a técnica.

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� Danos Patrimoniais/ Danos Materiais�Lucro Cessante: representa a frustração de um ganho, "com certa probabilidade era deesperar, atendendo ao curso normal das coisas ou às especiais circunstâncias do caso concretoe, particularmente, às medidas e previsões adotadas, chamada perda de chance.�Dano Emergente: reflete a diminuição efetiva do patrimônio, incluindo também tudo aquiloque foi despendido para evitar a lesão ou o seu agravamento, bem como outras eventuaisdespesas relacionadas ao dano sofrido.

� Danos Extrapatrimoniais/ Dano Moral:�Dano à honraHonra SubjetivaHonra Objetiva�Dano á imagem

� A doutrina em geral define o direito à imagem a partir da perspectiva da pessoa física.Para Jean Carbonier, é atributo da pessoa física, um desdobramento do direito dapersonalidade (Cf. Cavalieri F.º, 2005, p. 125). Já Carlos Alberto Bittar (2004, p. 94) odefine como o direito que a pessoa tem sobre a sua forma plástica e respectivoscomponentes distintos que a indiviadualizam no seio da coletividade, compreendendo umconjunto de caracteres que a identificam no meio social; é dizer "é o vínculo que une apessoa à sua expressão externa, tomada no conjunto, ou em partes significativas".

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� O dano estético surgiu como desmembramento do dano puramentepsicológico, ligado inicialmente às "deformidades físicas que provocamaleijão e repugnância", desenvolvendo-se no sentido de abarcar tambémos "casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgostoou complexo de inferioridade" (Cavalieri F., 2005, p. 123).

� Esse dano não deve ser confundido com os reflexos patrimoniais do dano,tais como perda ou redução da capacidade laborativa – é categoriaautônoma, de modo que não há, e jamais houve, impedimento nacumulação entre esses diferentes danos, como já reconhecia o CódigoCivil de 1916, em seu art. 1.538.

� Segundo entendimento pacificado do STJ [04], o dano estético, ao contráriodo dano puramente moral, é concreto, é físico, ainda que não-patrimonial.Enquanto o dano moral propriamente dito seria de ordem puramentepsíquica, pertencente ao foro íntimo, o dano estético é visível, porqueconcretizado na deformidade.

� Por outro lado, Cavalieri F.º (2005, p. 123-124) aponta que o dano estéticonão passa de um aspecto do dano moral. "Em razão da sua gravidade eda intensidade do sofrimento, que perdura no tempo, o dano moral deveser arbitrado em quantia mais expressiva quando a vítima sofredeformidade física".

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Segundo entendimento pacificado do STJ, o danoestético, ao contrário do dano puramente moral, éconcreto, é físico, ainda que não-patrimonial.Enquanto o dano moral propriamente dito seria deordem puramente psíquica, pertencente ao foroíntimo, o dano estético é visível, porqueconcretizado na deformidade.

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O relator Ministro Antônio de Pádua, ao relatar oREsp 401124/BA, julgado em 05.10.2004, sintetizouo assunto ao ditar que “permite-se a cumulação devalores autônomos, um fixado a título de danomoral e outro, a título de dano estético, derivadosdo mesmo fato, quando forem passíveis deapuração em separado, com causasinconfundíveis”, destacando, no julgamento doRESP 156118/RJ, também de sua relatoria e datadode 29.03.2005, que “a jurisprudência da Corteassentou ser possível a cumulação do dano moralcom o dano estético decorrentes do mesmo fato.”

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DANO

Nexo Causal

elemento referencial entre a conduta e o

resultado

AÇÃO RESULTADO

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”e convive, lado a lado, com a cláusula geral de responsabilidade subjetiva, in verbis:“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

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Art. 2º - Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e os exames complementares, quando necessários, deve o médico considerar: I - a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal; II - o estudo do local de trabalho; III - o estudo da organização do trabalho; IV - os dados epidemiológicos; V - a literatura atualizada; VI - a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas; VII - a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e outros; VIII - o depoimento e a experiência dos trabalhadores; IX - os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da área da saúde.

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� As causas complementares são também conhecidascomo concausas, causalidade conjunta ou comum.

Sergio Cavalieri Filho (2012. p. 80) afirma queconcausa é outra causa que, juntando-se à principal,concorre para o resultado. Ela não inicia neminterrompe o processo causal, apenas o reforça, talcomo um rio menor que deságua em outro maior,aumentando-lhe o caudal. Em outras palavras, sãocircunstâncias que concorrem para o agravamento dodano, mas que não tem a virtude de excluir o nexocausal desencadeado pela conduta principal, nem de,por si só, produzir o dano.

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� A saúde ganha inquestionável importânciadiante do conceito estabelecido pela OMS “é ocompleto bem-estar físico, mental e social e nãosomente ausência de afecções e enfermidades”.

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� No Processo Penal, busca-se uma reconstituição dos fatos,tal como se deram anteriormente, de forma fiel, tanto quantopossível. Não basta o convencimento do julgador. Deve-sebuscar a reconstrução histórica do fato imputado ao réu econsiderado contrário ao ordenamento jurídico pátrio.Provar, no processo, é, então, demonstrar “a existência ouinexistência de um fato, a falsidade ou veracidade de umaafirmação”.(REIS, Alexandre Cebrian Araújo;GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Processo Penal: ParteGeral. 15. ed. reform., São Paulo: Saraiva, 2010, ColeçãoSinopses Jurídicas, v. 14. p. 125.)

� no Processo Penal, impera a busca pela verdade real,excepcionalmente atendo-se o Juiz à verdade formal, umavez que os direitos contestados na lide penal sãoindisponíveis, buscando o Estado exercer o jus puniendi.

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SAÚDE

Art. 196 a 200, CF

Lei 8080/90

ASSISTÊNCIA

Art. 203 e 204, CF

Lei 8742/93

PREVIDÊNCIA

Art. 201 e 202, da CF

Lei 8213/91

Lei 8212/91

Dec. 3048/99

Seguridade Social

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BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

• BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA- L.O.A.S 8742/93

• APOSENTADORIA POR INVALIDEZ-Art. 42 e seguintes, da LB; Art. 43 e

seg. Dec. 3048/99• AUXÍLIO- DOENÇA- Art.59 e seguintes, da LB; Art. 71 seg. Dec.

3048/99• AUXÍLIO- ACIDENTE- Art.86 e

seguintes, da LB; Art. 104 e seg. Dec. 3048/99

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→ Indenização por ato ilícito (danomaterial)

� Conforme disciplina o artigo 950, caput e parágrafo único do CódigoCivil:Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido nãopossa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidadede trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucroscessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente àimportância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação queele sofreu.

� Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que aindenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

� A competência para processar e julgar as ações indenizatórias,conforme EC 45 é de competência da Justiça do Trabalho.

� Pode requerer que a empresa arque com o custeio do tratamentomédico e fisioterápico.

� Indenização por dano material na forma de pensão mensal vitalícia

Natureza Acidentária

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→ Indenização por ato ilícito (danomoral)

� Conforme disciplina o artigo 186 do Código Civil dispõe que:“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ouimprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete ato ilícito”.

� A inobservância das normas de proteção à saúde e à segurança dotrabalhador pela Reclamada constituiu fato violador que repercutena personalidade da vítima, em sua esfera mais íntima, abalando aprópria valoração no meio em que vive e atua, o que enseja aresponsabilização civil e, consequentemente, a obrigação emindenizar o dano moral sofrido pelo trabalhador.

Natureza Acidentária

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Considera-se pessoa comdeficiência aquela que temimpedimentos de longoprazo de natureza física,mental, intelectual ousensorial, os quais, eminteração com diversasbarreiras, podem obstruirsua participação plena eefetiva na sociedade emigualdade de condiçõescom as demais pessoas.

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� De acordo com o tipo de incapacidade é quese caracteriza o tipo de benefício que seráconcedido:

� Total e permanente- Aposentadoria por

Invalidez

� Total temporária- Auxílio - doença

� Parcial e permanente- Auxílio - acidente

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Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.Art. 373. O ônus da prova incumbe:I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbênciado encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:I - recair sobre direito indisponível da parte;II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo.

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Art. 374. Não dependem de prova os fatos:I - notórios;II - afirmados por uma parte e confessados pela partecontrária;III - admitidos no processo como incontroversos;IV - em cujo favor milita presunção legal de existência oude veracidade.Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comumsubministradas pela observação do que ordinariamenteacontece e, ainda, as regras de experiência técnica,ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com oPoder Judiciário para o descobrimento da verdade.

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Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, acinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidãopara fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a suaconformidade com o documento original não for impugnada poraquele contra quem foi produzida.§ 1o As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial decomputadores fazem prova das imagens que reproduzem,devendo, se impugnadas, ser apresentada a respectivaautenticação eletrônica ou, não sendo possível, realizada perícia.§ 2o Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, seráexigido um exemplar original do periódico, caso impugnada averacidade pela outra parte.§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa demensagem eletrônica.

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Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações.Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput, mas sua exposição será realizada em audiência, intimando-se previamente as partes.Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5o.

� Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.

� Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.

Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá:I - impugnar a admissibilidade da prova documental;II - impugnar sua autenticidade;III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade;IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá basear-se em argumentação específica, não se admitindo alegação genérica de falsidade.

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�Finalidades:� Atestados para abonos de faltas laborais ou

escolares;� Para fins previdenciários;� Atestados para intervenção compulsória;� Atestados de aptidão física;� Atestados de comparecimento à consulta

médica (também chamados de declaração de comparecimento)

� Atestado de óbito.

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Resolução CFM 1658/2002Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seufornecimento direito inalienável do paciente, não podendo importarem qualquer majoração de honorários.Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em fichaprópria e/ou prontuário médico os dados dos exames e tratamentosrealizados, de maneira que possa atender às pesquisas de informaçõesdos médicos peritos das empresas ou dos órgãos públicos daPrevidência Social e da Justiça.Art. 3º Na elaboração do atestado médico, o médico assistenteobservará os seguintes procedimentos: I - especificar o tempoconcedido de dispensa à atividade, necessário para a recuperação dopaciente; II - estabelecer o diagnóstico, quando expressamenteautorizado pelo paciente; III - registrar os dados de maneira legível; IV- identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ounúmero de registro no Conselho Regional de Medicina.�ASO Atestado de Saúde Ocupacional

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� Art. 11 da lei 10259/01. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.

� Recomendação Conjunta nº 01 CNJ/AGU/MTPS

� Plenus CV3- HISMED- Laudo Pericial Administrativo

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Preâmbulo- é a Qualificação dos dados da perícia, contém nome do perito, a sua titulação, nome da autoridade que determinou o exame, local, dia, hora.Quesitos- Transcrição dos QuesitosHistórico- Contém o relato do interessado e outras pessoas que possam auxiliar a ação pericial para esclarecimento de uma lesão, acidente, violência, morte.Descrição- Descreve os exames realizados de forma fiel e minuciosa e verificações realizadas.Discussão- Traz as impressões do perito a cerca dos fatos, comentários de exames, registros do histórico, referências, citações relativas aos fatos analisados.Conclusão- é a síntese dos exames e discussão.Resposta aos Quesitos- Devem ser respostas conclusivas, claras e elucidativas, a fim de influenciar no julgamento da causa.

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É a resposta a uma consulta feita por interessado aum ou mais médicos, a uma comissão deprofissionais ou a uma sociedade científica sobrefatos referentes a questão a ser esclarecida.Os pareceres são compostos de quatro partes:preâmbulo, exposição, discussão e conclusões.Não possui descrição, pois em regra NÃO hárealização de exames.

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� Em ações judiciais, o prontuário médico, exames complementares ou outrosdocumentos poderão ser liberados por autorização expressa (por escrito) do próprioassistido ou segurado (RES CFM,1.488/98, art 9º).

� Entrega de cópia do laudo ao segurado – Quando o segurado solicita cópia doLaudo Médico-Pericial e/ou seus exames complementares, o Instituto tem aobrigação de fornecê-lo desde que o segurado solicitante seja devidamenteidentificado; em atenção ao dispositivo constitucional contido no art. 5º inciso II:“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em virtudeda Lei” e inciso XXXIII “Todos têm o direito a receber dos órgãos públicosinformações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral que serãoprestadas no prazo da Lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujosigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. As informaçõescontidas na documentação médica pertencem ao segurado e ao INSS que mantém asua posse no sentido físico e é responsável pela sua guarda, por períodoindeterminado, podendo o segurado ter acesso ao que lhe diz respeito. Ofornecimento de cópias parciais ou completas dos referidos documentos médicosnão implica qualquer infração ética ou na quebra do sigilo profissional, desde queatenda ao interesse do segurado, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindívelà segurança da sociedade e do Estado, bem como a inviolabilidade da vida privada,da honra e da imagem das pessoas.

� O juiz poderá requisitar o laudo existente ao Instituto que tem a obrigação defornecê-lo, não o médico. Ainda que no momento da requisição o autor do laudo jánão esteja em exercício, persiste a obrigação do INSS de atender à mesma.

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Art. 410 da IN 77. O Perito Médico poderá, quando entender necessário, solicitar ao MédicoAssistente do beneficiário que forneça informações a ele relativas para fins do disposto nos §2º do art. 43 e

§ 1º do art. 71, ambos do RPS ou para subsidiar emissão de laudo médico pericialconclusivo, conforme Anexo VI.

Parágrafo único. Considera-se Médico Assistente o profissional responsável pelodiagnóstico, tratamento e acompanhamento da evolução da doença do paciente.

Art. 410-A da IN 77. A avaliação médico-pericial é parte integrante da fase instrutória doprocesso concessório do benefício por incapacidade, devendo ser registrada no laudomédico constante do SABI. Entretanto, a formalização do processo administrativo não écondição prévia necessária para a realização da perícia médica nos casos de auxílio-doença. (Incluído pela IN INSS/PRES nº 85, de 18/02/2016)Art. 411 da IN 77. O segurado poderá solicitar remarcação do exame médico pericial poruma vez, caso não possa comparecer.

Art. 412 da IN 77. O INSS realizará a perícia médica do segurado no hospital ou naresidência, mediante a apresentação de documentação médica comprovando a internação oua impossibilidade de locomoção.

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Art. 464. A prova pericial consiste em exame,vistoria ou avaliação.§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:I - a prova do fato não depender de conhecimentoespecial de técnico;II - for desnecessária em vista de outras provasproduzidas;III - a verificação for impraticável.

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� Perícia Médica Previdenciária;� Perícia Médica Criminal;� Perícia Médica Administrativa;� Perícia Médica Trabalhista;� Perícia Médica Securitária;� Perícia Médica Cível (Erro médico).

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� Em 10 de setembro de 2015, a Presidência da República editou o Decretonº 8.516, que, além de criar o Cadastro Nacional de Especialistas,reconhece, em seu artigo 4º, a Comissão Mista de Especialidades (CME),vinculada ao CFM, e determina que a ela compete definir asespecialidades médicas no Brasil. São 54 especialidades oficiais:

1. Acupuntura; 2. Alergia e imunologia; 3. Anestesiologia; 4. Angiologia; 5.Cancerologia; 6. Cardiologia; 7. Cirurgia cardiovascular; 8. Cirurgia da mão; 9.Cirurgia de cabeça e pescoço; 10. Cirurgia do aparelho digestivo; 11. Cirurgiageral; 12. Cirurgia pediátrica; 13. Cirurgia plástica; 14. Cirurgia torácica; 15.Cirurgia vascular; 16. Clínica médica; 17. Coloproctologia; 18. Dermatologia;19. Endocrinologia e metabologia; 20. Endoscopia; 21. Gastroenterologia; 22.Genética médica; 23. Geriatria; 24. Ginecologia e obstetrícia; 25. Hematologia ehemoterapia; 26. Homeopatia; 27. Infectologia; 28. Mastologia; 29. Medicina deemergência; 30. Medicina de família e comunidade; 31. Medicina do trabalho;32. Medicina de tráfego; 33. Medicina esportiva; 34. Medicina física ereabilitação; 35. Medicina intensiva; 36. Medicina legal e perícia médica; 37.Medicina nuclear; 38. Medicina preventiva e social; 39. Nefrologia; 40.Neurocirurgia; 41. Neurologia; 42. Nutrologia; 43. Oftalmologia; 44. Ortopediae traumatologia; 45. Otorrinolaringologia; 46. Patologia; 47. Patologiaclínica/medicina laboratorial; 48. Pediatria; 49. Pneumologia; 50. Psiquiatria;51. Radiologia e diagnóstico por imagem; 52. Radioterapia; 53. Reumatologia;54. Urologia.

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� Conhecimento técnico e científico no objeto da perícia;

� Profundo conhecimento de profissiografia, disciplina legal e administrativa;

� Domínio da Legislação;� Cumprir seu mister com imparcialidade, de

forma neutra auxiliar a Justiça (não faz julgamentos, acusa ou defende lados, apenas conclui com base nos elementos apresentados empregando a ciência médica.

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� O Perito oficial (INSS);� Perito AD HOC – nomeado pelo juízo em cada

processo, considerado de confiança do juiz –cível, trabalhista, administrativo (CRM), justiçadesportiva, etc.;

� Assistente técnico – perito de confiança daspartes no processo (autor ou réu).

Art 466, §1º, CPC: Os assistentes técnicos são deconfiança da parte e não estão sujeitos aimpedimento ou suspeição.

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� Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa,prestar informações inverídicas responderápelos prejuízos que causar à parte e ficaráinabilitado para atuar em outras perícias noprazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,independentemente das demais sançõesprevistas em lei, devendo o juiz comunicar ofato ao respectivo órgão de classe para adoçãodas medidas que entender cabíveis.

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Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;II - indicar assistente técnico;III - apresentar quesitos.

OBS: No Juizado Especial FederalArt. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação das partes.§ 1o Os honorários do técnico serão antecipados à conta de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pública, seu valor será incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.§ 2o Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e indicar assistentes.

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Art. 468. O perito pode ser substituído quando:I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhefoi assinado.§ 1o No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência àcorporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa aoperito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízodecorrente do atraso no processo.§ 2o O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, osvalores recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficarimpedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.§ 3o Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2o, a parteque tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá promoverexecução contra o perito, na forma dos arts. 513 e seguintes desteCódigo, com fundamento na decisão que determinar a devolução donumerário.

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Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso.§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.

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Art. 469. As partes poderão apresentar quesitossuplementares durante a diligência, que poderãoser respondidos pelo perito previamente ou naaudiência de instrução e julgamento.Parágrafo único. O escrivão dará à parte contráriaciência da juntada dos quesitos aos autos.Art. 470. Incumbe ao juiz:I - indeferir quesitos impertinentes;II - formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa.

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�Inicias�Suplementares�Esclarecimento ou Aclaramento

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� Conhecer as especificidades da matéria é essencial pararealizar um quesito congruente, objetivo e que auxilie naconclusão pretendida dos fatos;

� Os quesitos devem ser claros, objetivos e específicos aosfatos que pretende provar;

� Quesitos devem estar pautados na pretensão deduzida napetição inicial, documentos e contestação;

� Os quesitos devem ser lógicos e trazer uma cronologiadirecionado ao entendimento da sua pretensão, com afinalidade de convencer o juiz e buscando direcionar econduzir o raciocínio do perito a conclusão esperada;

� Os quesitos devem ser elaborados de forma a demonstrar osfatos relevantes, documentos relevantes anexos que possamlevar ao raciocínio lógico do perito na demonstração daverdade real das pretensões deduzidas;

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CUIDADO�Evitar Elaborar quesitos:� Vagos;� Impertinentes ao processo;� Ininteligíveis;� Repetitivos;� Longos;� Cheio de tópicos e subtópicos;

� Que possam levar a conclusão desfavorável;

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Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.§ 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.§ 2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do Ministério Público;II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.

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� Perícia Médica é a lógica do Direito; não é daMedicina.

� O conhecimento da lógica do Direito torna aqueleque elabora perícias em um tipo específico deespecialista, o especialista em Medicina Legal ePerícias Médicas.

� O perito poderá necessitar de parecer de um oumais especialistas para subsidiá-lo em seu laudo.

� Como se trata de documento dirigido a leigos emMedicina (as partes, juízes, advogados) os laudospericiais devem ter linguagem objetiva e acessível,sem linguagem médica abusiva.

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� Resposta vaga� Resposta padrão� Resposta inconclusiva

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Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericialquando as partes, na inicial e na contestação,apresentarem, sobre as questões de fato, parecerestécnicos ou documentos elucidativos queconsiderar suficientes.

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Art. 473. O laudo pericial deverá conter:I - a exposição do objeto da perícia;II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou;IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.

O que nos importa observar no Laudo também é se foi realizada:

�Procedimentos utilizados pelo médico perito�Entrevista com o periciando

� Se analisou os documentos médicos relatórios, prontuários, exames médicos.� Se ouviu pessoas (testemunhas)

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Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.§ 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.§ 4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.

Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.

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Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a parte, indicar mais de um assistente técnico.

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Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.§ 3o A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.

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Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito.Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

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VOTO / EMENTA AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. DIVERGÊNCIA ENTRE LAUDOPERICIAL E ATESTADOS MÉDICOS. DESVINCULAÇÃO DO JUIZ EM RELAÇÃO AO LAUDO PERICIAL.PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. AUSÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE OS MEIOS DEPROVA. 1. O laudo pericial concluiu pela ausência de incapacidade para o trabalho. O acórdão recorrido, invocando oart. 436 do CPC, chegou a conclusão diversa com base em exames, atestados e relatórios produzidos na rede pública desaúde. Dessa forma, reconheceu direito ao restabelecimento de auxílio-doença. 2. O INSS arguiu divergência comjulgados do Superior Tribunal de Justiça. Nesse caso, o incidente de uniformização de jurisprudência pressupõedemonstração de contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça (art. 14, § 2º, daLei nº 10.259/2001). Se os julgados indicados como paradigmas não representam a jurisprudência dominante da Corte,não cabe incidente de uniformização. 3. O acórdão paradigma representado pelo REsp 226.094 considerou que não temdireito a aposentadoria por invalidez o segurado em relação ao qual a perícia médica judicial conclui pela inexistênciade incapacidade para o trabalho. O acórdão paradigma representado pelo EREsp 198.189 reformou julgado pelo fato deter contrariado a conclusão de laudo pericial. Esses julgados não representam a jurisprudência dominante do SuperiorTribunal de Justiça. Aquela mesma Corte tem decidido mais recentemente que o magistrado não está vinculado àsconclusões do laudo pericial, podendo firmar o seu livre convencimento com base nos demais elementos dos autos(AgREsp 1.000.210, DJe 18/10/2010; AgREsp nº 1.055.886, DJe 09/11/2009; REsp 965.597, DJ 17/9/2007). 4. O INSSarguiu divergência com acórdão paradigma da 1ª Turma Recursal de Minas Gerais, segundo o qual os laudos e examesmédicos particulares não têm força para afastar a conclusão da perícia, porque produzidos unilateralmente pela parteinteressada. Divergência jurisprudencial configurada. Pedido de uniformização admitido nesta parte. 5. Laudos eatestados médicos obtidos unilateralmente pelo segurado equiparam-se a mero parecer de assistente técnico, de formaque, em regra, não devem prevalecer sobre a conclusão divergente de laudo pericial judicial, elaborado sob o crivo docontraditório por médico presumivelmente imparcial. Não obstante, com base no princípio do livre convencimentomotivado, na ausência de hierarquia entre os meios de prova e na expressa autorização legal para se desvincular dolaudo pericial (art. 436 do CPC), pode o julgador, desde que fundamentadamente, priorizar a conclusão dodocumento técnico unilateral em detrimento do laudo pericial. O item 4 da ementa do acórdão recorrido concatenoumotivação satisfatória para afastar a conclusão do laudo pericial. 6. A TNU já decidiu que “tanto para a verificaçãoda existência do direito ao benefício por incapacidade quanto para a apreciação do tempo a partir do qual tal direitodeve ser exercido (DIB), o julgador não está adstrito às informações do laudo pericial. Existentes outras provas nosautos diretamente relacionadas ao direito postulado (caso de atestados médicos, formulários de internações,comprovantes de licenças, exames realizados anteriormente pelo próprio órgão previdenciário, dentre outros), estasdevem ser apreciadas e valoradas, podendo causar impressão suficiente no julgador de modo a resultar emconvicção, parcial ou integralmente, divergente do exposto pelo médico perito” (Pedido nº 2007.63.06.007601-0,Relator Juiz Federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, DJ 08/01/2010). 7. Incidente parcialmente conhecido e,nesta parte,improvido. (PEDILEF 200934007005809, JUIZ FEDERAL ROGÉRIO MOREIRA ALVES, DOU 25/05/2012.)

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� Incapacidade laborativa é a impossibilidade de desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação, em conseqüênciade alterações morfopsicofisiológicas provocadas por doença ouacidente.

� O risco de vida, para si ou para terceiros, ou de agravamento, que apermanência em atividade possa acarretar, será implicitamenteincluído no conceito de incapacidade, desde que palpável eindiscutível.

→ O conceito de incapacidade deve ser analisado quanto ao grau, àduração e à profissão desempenhada.

O Grau da incapacidade laborativa pode ser parcial ou total:

� a) será considerado como parcial o grau de incapacidade que aindapermita o desempenho de atividade, sem risco de vida ouagravamento maior e que seja compatível com a percepção de salárioaproximado daquele que o interessado auferia antes da doença ouacidente;

� b) será considerada como total a incapacidade que gera aimpossibilidade de permanecer no trabalho, não permitindo atingir amédia de rendimento alcançada, em condições normais, pelostrabalhadores da categoria do examinado.

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Quanto à duração a incapacidade laborativa pode ser temporáriaou de duração indefinida/permanente

� a) considera-se temporária a incapacidade para a qual sepode esperar recuperação dentro de prazo previsível;

� b) a incapacidade permanente/indefinida é aquelainsuscetível de alteração em prazo previsível com os recursosda terapêutica e reabilitação disponíveis à época.

Quanto à profissão a incapacidade laborativa pode ser:

� a) uniprofissional – aquela em que o impedimento alcançaapenas uma atividade específica;

� b) multiprofissional – aquela em que o impedimentoabrange diversas atividades profissionais;

� c) omniprofissional – aquela que implica a impossibilidadedo desempenho de toda e qualquer atividade laborativa,sendo conceito essencialmente teórico, salvo quando emcaráter transitório.

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1ª Composição Adjunta da 10ª Junta de RecursosNúmero do Processo: 44232.245507/2014-46Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ATENDIMENTO BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE DUQUE DECAXIASEspécie: AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSAssunto: INDEFERIMENTO Relator: GEILSON DOS SANTOS DA CRUZEMENTA: AUXÍLIO DOENÇA. MÉDICO PERITO DO INSS NÃO SE MANIFESTOU SOBREDOCUMENTO EMITIDO POR MÉDICO ASSISTENTE. INCAPACIDADE LABORAL APONTADA EMATESTADO EMITIDO POR MÉDICO ASSISTENTE. PREVIDÊNCIA SOCIAL TEM O DEVER EMCONCEDER O MELHOR BENEFÍCIO. É CABÍVEL A PRORROGAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:ART. 59 DA LEI 8.213/91 C/C ENUNCIADO Nº 5 DO CRPS EDITADO PELA RESOLUÇÃO Nº 2/1993, DE2/12/1993, PUBLICADO NO DOU DE 18/01/1994 C/C NOTA TÉCNICA CGMBEN Nº 177 EDITADA, EM19.06.2006, PELA DIVISÃO DE CONSULTORIA DE BENEFÍCIOS C/C DESPACHO DAJ/LDV Nº 005/2013DE 04/02/2013 C/C INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01 DO CRPS C/C ART. 6º DA RESOLUÇÃO DOCONSELHO FEDERAL DE MEDICINA Nº 1.488 DE 11/02/1998 C/C MEMO CIRCULAR GP/CRPS Nº11/2013. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDONo caso em questão, entendo que restou caracterizada a incapacidade laborativa, face aos documentos emitidos por médicosassistentes. Logo, é cabível concessão do auxílio doença pleiteado. Por conseguinte, não merece prosperar o entendimento aduzidopelo INSS que indeferiu o pleito de prorrogação do benefício alegando “existência de capacidade laborativa” Quanto à Data daCessação do Benefício (DCB), o entendimento deste Colegiado, é o mesmo da Jurisprudência dos Tribunais Superiores, no sentidode que, o benefício só deve ser cessado mediante a realização de nova perícia que constate a recuperação total do segurado para assuas atividades laborativas ou mediante a sua reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, uma vez que a altaprogramada fere o Art.62 da Lei 8.213/91 - (TRF 1ª Região, REOMS 200533000252771, 1ª Turma Suplementar, Juiz Mark YoshidaBrandão, e-DJF1 em 17/08/2011, p. 121). Já se decidiu que “é ofensiva ao princípio da razoabilidade a conduta da AutarquiaPrevidenciária em presumir que as causas que ensejaram a incapacidade para o trabalho estariam superadas a contar de uma datapreviamente estimada, sem que realizado qualquer exame ao término do período inicialmente estipulado para a percepção doaludido benefício ou mesmo transferir para o segurado a responsabilidade de conseguir agendar uma nova data para períciaquando deficiente a máquina administrativa a ponto de ensejar a criação da alta programada”. (TRF 1ª Região - Processo na Origem:105041218964 – Rel. Rosymayre Gonçalves de Carvalho, DJ em 02.04.2012, p. 249). Há que se atinar, que o Princípioda Veracidade confere aos médicos, o dever do compromisso com a verdade, mesmoquando atuam como assistentes de uma das partes. Nesse sentido, assinale-se, também ocontido no art. 80 do Código de Ética Médica, que assim dispõe: “É vedado ao médico“Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que sejatendencioso ou que não corresponda à verdade.” O Enunciado nº 5 do CRPS editado pela Resolução Nº2/1993, de 2/12/1993, publicado no DOU de 18/01/1994, dispõe que “a Previdência Social deve conceder o melhor benefício a queo segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido.”

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� OMS emitiu a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.

� Força Vinculante da CIF pela Convenção de Direitos da Pessoa com Deficiência /Convenção de Nova York, da ONU, assinada em 2007 na cidade de Nova York.

� Referendada pelo nosso ordenamento jurídico com status de Emenda Constitucional

� Conceito de Incapacidade e Deficiência� Avaliação de:�Benefícios Assistenciais;�Deficiência e seus graus;�Sistema Pericial- Estatuto dos Deficientes.

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Art. 475. Tratando-se de perícia complexa queabranja mais de uma área de conhecimentoespecializado, o juiz poderá nomear mais de umperito, e a parte, indicar mais de um assistentetécnico.

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� A perícia Biopsicossocial vem tomando corpo noPoder Judiciário, principalmente no que tange aosbenefícios assistenciais e previdenciários porincapacidade, para em sentido amplo, analisar aquestão do enforque da Incapacidade Social.Inclusive considerando-as para fins de reconhecerdireitos na esfera judicial, privilegiando aavaliação das condições pessoais, sociais,econômicas, culturais, garantindo proteger aspossíveis

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Súmula 80 da TNUNos pedidos de benefício de prestação continuada (LOAS), tendo em vista o advento da Lei 12.470/11, para adequada valoração dos fatores ambientais, sociais, econômicos e pessoais que impactam na participação da pessoa com deficiência na sociedade, é necessária a realização de avaliação social por assistente social ou outras providências aptas a revelar a efetiva condição vivida no meio social pelo requerente.

Súmula 78 da TNUComprovado que o requerente de benefício é portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatizaçãosocial da doença.

Podemos ver estes contornos nas Súmulas 78 e 80 da TNU (Turma Nacional de Uniformização) :

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Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela quetem impedimento de longo prazo de natureza física,mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação comuma ou mais barreiras, pode obstruir sua participaçãoplena e efetiva na sociedade em igualdade de condiçõescom as demais pessoas.§ 1o A avaliação da deficiência, quando necessária, serábiopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional einterdisciplinar e considerará: (Vigência)I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;III - a limitação no desempenho de atividades; eIV - a restrição de participação.

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� A CID-10 proporciona um “diagnóstico” dedoenças, perturbações ou outras condições desaúde, que é complementado pelas informaçõesadicionais fornecidas pela CIF sobrefuncionalidade.6 Em conjunto, as informaçõessobre o diagnóstico e sobre a funcionalidade,dão uma imagem mais ampla e maissignificativa da saúde das pessoas ou dapopulação, que pode ser utilizada em tomadasde decisão.

� A família de classificações internacionais daOMS constitui uma ferramenta valiosa para adescrição e a comparação da saúde daspopulações num contexto internacional.

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� Este volume contém a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade eSaúde, conhecida como CIF1. O objetivo geral da classificação é proporcionar umalinguagem unificada e padronizada assim como uma estrutura de trabalho para adescrição da saúde e de estados relacionados com a saúde. A classificação define oscomponentes da saúde e alguns componentes do bem-estar relacionados com asaúde (tais como educação e trabalho). Os domínios contidos na CIF podem,portanto, ser considerados como domínios da saúde e domínios relacionados com asaúde. Estes domínios são descritos com base na perspectiva do corpo, do indivíduoe da sociedade em duas listas básicas:

� (1) Funções e Estruturas do Corpo, e� (2) Atividades e Participação.� Como classificação, a CIF agrupa sistematicamente diferentes domínios de uma

pessoa com uma determinada condição de saúde (e.g. o que uma pessoa com umadoença ou perturbação faz ou pode fazer).

� A Funcionalidade é um termo que engloba todas as funções do corpo, Atividades eparticipação; de maneira similar, incapacidade é um termo que inclui deficiências,limitação de atividades ou restrição na participação. A CIF também relaciona osfatores ambientais que interagem com todos estes constructos. Neste sentido, aclassificação permite ao utilizador registar perfis úteis da funcionalidade,incapacidade e saúde dos indivíduos em vários domínios.

� A CIF pertence à “família” das classificações internacionais desenvolvida pelaOrganização Mundial da Saúde (OMS) para aplicação em vários aspectos da saúde.A família de classificações internacionais da OMS proporciona um sistema para acodificação de uma ampla gama de informações sobre saúde (e.g. diagnóstico,funcionalidade e incapacidade, motivos de contato com os serviços de saúde) eutiliza uma linguagem comum padronizada que permite a comunicação sobre saúdee cuidados de saúde em todo o mundo, entre várias disciplinas e ciências.

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� Como a CIF é uma classificação da saúde e dos estadosrelacionados com a saúde, também é utilizada por sectores, taiscomo, seguros, segurança social, trabalho, educação, economia,política social, desenvolvimento de políticas e de legislação emgeral e alterações ambientais. Por estes motivos foi aceite comouma das classificações sociais das Nações Unidas, sendomencionada e estando incorporada nas Regras Uniformes paraa Igualdade de Oportunidades para Pessoas comIncapacidades Assim, a CIF constitui um instrumentoapropriado para o desenvolvimento de legislação internacionalsobre os direitos humanos bem como de legislação a nívelnacional.

� A CIF é útil num âmbito muito largo de aplicações diferentes,por exemplo, em segurança social, na avaliação da gestão doscuidados de saúde, em inquéritos à população a nível local,nacional e internacional.

� Oferece uma estrutura conceptual para a informação aplicávelaos cuidados de saúde pessoais, incluindo a prevenção, apromoção da saúde e a melhoria da participação, removendoou atenuando as barreiras sociais e estimulando a atribuiçãode apoios e de facilitadores sociais. É também útil no estudodos sistemas de cuidados de saúde, tanto em termos deavaliação como de formulação de políticas.

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� Duas pessoas com a mesma doença podemter níveis diferentes de funcionamento, eduas pessoas com o mesmo nível defuncionamento não têm necessariamente amesma condição de saúde.

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Visão geral dos componentes da CIF DEFINIÇÕES

No contexto de saúde:Funções do corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas).Estruturas do corpo são as partes anatómicas do corpo, tais como, órgãos, membros e seus componentes.Deficiências são problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda.Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo.Participação é o envolvimento de um indivíduo numa situação da vida real.Limitações de atividade são dificuldades que um indivíduo pode ter na execução de atividades.Restrições de participação são problemas que um indivíduo pode enfrentar quando está envolvido em situações da vida realFatores ambientais constituem o ambiente físico, social e atitudinal em que as pessoas vivem e conduzem sua vida.A Tabela 1 dá uma visão geral desses conceitos, que são explicados em termos operacionais na secção 5.1. Como está indicado na tabela:• A CIF tem duas partes, cada uma com dois componentes:Parte 1. Funcionalidade e Incapacidade (a) Funções do Corpo e Estruturas do Corpo (b) Atividades e Participação

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� A avaliação da deficiência e do grau de impedimentoobservará os instrumentos de avaliação da deficiência,quando necessária, será biopsicossocial, realizada porequipe multiprofissional e interdisciplinar econsiderará: (Vigência)- 2 anos, contados da entradaem vigor desta Lei.

I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;III - a limitação no desempenho de atividades; eIV - a restrição de participação.Incapacidade: fenômeno multidimensional que abrangelimitação do desempenho de atividade e restrição daparticipação, com redução efetiva e acentuada da capacidadede inclusão social, em correspondência à interação entre apessoa com deficiência e seu ambiente físico e social;→ PORTARIA CONJUNTA Nº 02 INSS/MDS

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Conforme art. 465 do NCPC de ofício ou arequerimento das partes, o juiz poderá, emsubstituição à perícia, determinar a produção deprova técnica simplificada, quando o pontocontrovertido for de menor complexidade.

� A prova técnica simplificada consistirá apenasna inquirição de especialista, pelo juiz, sobreponto controvertido da causa que demandeespecial conhecimento científico ou técnico.

� Durante a arguição, o especialista, que deveráter formação acadêmica específica na áreaobjeto de seu depoimento, poderá valer-se dequalquer recurso tecnológico de transmissão desons e imagens com o fim de esclarecer ospontos controvertidos da causa.

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PERÍCIA MÉDICA X ESPECIALISTA

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL.PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA PORESPECIALISTA. PEDIDO PROVIDO.1. Não é meramente processual a questão da realização de perícia médica por

especialista, pois o trato acerca das características da prova pericial admissível emcasos envolvendo discussão sobre capacidade laborativa não envolve o reexame daprova, mas, sim, a valoração jurídica da prova, e mesmo porque a análise destascaracterísticas é inerente à amplitude objetiva das garantias constitucionais da ampladefesa e do contraditório. 2. A regra de que a perícia médica deve ser realizada porperitos especialistas na área médica sobre a qual deverão opinar, prevista no § 2º doart. 145 do CPC, subsidiariamente aplicável aos Juizados Federais, somente pode serexcepcionada quando médicos generalistas possuam conhecimento técnico suficiente,a exemplo dos quadros médicos simples. 3. Quando, como no caso, a seguradaapresenta um quadro médico complicado, complexo, sendo portadora de uma doençaneurológica rara, a realização de perícia médica por especialista em neurologia é umdireito a ser preservado. 4. Pedido de uniformização provido, anulando-se o acórdão ea sentença para a reabertura da instrução com a realização de perícia por médiconeurologista.

(Processo nº 2008.72.51.00.1862-7 - Relator(a) JUÍZAFEDERAL JACQUELINE MICHELS BILHALVA - DJ05/11/2010 - TNU)

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PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - TRABALHADORA RURAL - LAUDOPERICIAL QUE CONCLUI PELA CAPACIDADE DA AUTORA - PERÍCIA FEITA POR MÉDICO SEMESPECIALIDADE NA ÁREA DE SAÚDE DOS MALES ALEGADOS PELA AUTORA - PEDIDO DENOVA PERICIA INDEFERIDO - EVIDENTE CERCEAMENTO DE DEFESA - SENTENÇA ANULADA.(TRF1 - APELAÇÃO CIVEL: AC 29037 GO 2005.01.99.029037-9)

00204 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0009886-52.2010.4.03.0000/SP 2010.03.00.009886-6/SPRELATORA : Juíza Federal Convocada MONICA NOBRE AGRAVANTE : FRANCISCO DASCHAGAS INOCENCIO ADVOGADO : MARIA CECILIA MARQUES TAVARES AGRAVADO :Instituto Nacional do Seguro Social - INSS ADVOGADO : FABIO EDUARDO NEGRINI FERRO :HERMES ARRAIS ALENCAR ORIGEM : JUIZO DE DIREITO DA 1 VARA DE ITU SP No. ORIG. :09.00.00115-5 1 Vr ITU/SP DECISÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL.PESSOAPORTADORA DE DEFICIÊNCIA. PROVA PERICIAL E TESTEMUNHAL.

1. (...)

2. Necessária a realização de prova pericial a ser feita com médico especialista, até porque o seuindeferimento implicaria em cerceamento de defesa, porquanto a incapacidade da autora para aatividade laborativa não restou demonstrada no feito. (...Omissis...) (TRF4 - AGRAVO DEINSTRUMENTO: AG 1294 PR 2007.04.00.001294-0)

PERÍCIA MÉDICA X ESPECIALISTA

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� DOENÇA PROFISSIONAL: É entendida como doençaprofissional a produzida ou desencadeada pelo exercíciodo trabalho peculiar a determinada atividadeocupacional, ligada a profissão e constante da respectivarelação elaborada pelo Ministério do Trabalho e daPrevidência Social.

� NTEP (NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICOPREVIDENCIÁRIO)– art. 21-A, da LB e Lista C, do AnexoII, ao Decreto 3.048/99 (Classificação Nacional deAtividades Econômicas – CNAE X CID)

→ CNAE→ LISTA C do Anexo II, ao Decreto 3.048/99→ HISMED

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� CAT inicial irá se referir a acidente de trabalhotípico, trajeto, doença profissional, do trabalho ouóbito imediato;

� CAT de reabertura será utilizada para casos deafastamento por agravamento de lesão de acidentedo trabalho ou de doença profissional ou do trabalho;

� CAT de comunicação de óbito, será emitidaexclusivamente para casos de falecimento decorrentede acidente ou doença profissional ou do trabalho,após o registro da CAT inicial.

→ na CAT de reabertura, deverão constar as mesmasinformações da época do acidente, exceto quanto aoafastamento, último dia trabalhado, atestado médicoe data da emissão, que serão relativos à data dareabertura. Não será considerada CAT de reaberturaa situação de simples assistência médica ou deafastamento com menos de quinze dias consecutivos.

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� CAVALIERE FILHO, Sérgio. Programa deResponsabilidade Civil. 10. Ed. São Paulo: Atlas, 2012.

� SAVARIS, José Antônio e JUNIOR, Marco AurélioSerau. Os impactos do Novo CPC Nas AçoesPrevidenciárias. São Paulo: LTR80, 2016.

� BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de ProcessoCivil Anotado, 2ª edição. São Paulo: Saraiva, 2016.

� FARINELI, Alexsandro Menezes; SILVA, JulianaNovaes Souto da; SILVA, Fabio Agostinho da. Períciasmédicas e benefícios previdenciários,2ª edição. Leme/São Paulo : Mundo Jurídico, 2015.