Glossário do livro Capitalismo Tardio, por Mandel.

Acumulação de capital: Aumento do valor do capital pela transformação de parte da mais-valia em capital adicional. A parcela da mais-valia que não é acumulada será improdutivamente consumida pelos capitalistas ou por seus dependentes.

Aumento da mais-valia absoluta: Aumento obtido pelo prolongamento do dia ou semana de trabalho sem um aumento proporcional dos salários dos produtores diretos.

Aumento da mais-valia relativa: Aumento obtido por uma redução da parte do dia ou semana de trabalho durante a qual o trabalhador reproduz o equivalente a seu salário sem uma redução global do dia ou semana de trabalho, o que se consegue através de um aumento da produtividade do trabalho na agricultura e nos ramos da indústria que produzem bens de consumo para a classe operária.

Burguesia compradora: Setor da classe dirigente dos países coloniais e semicoloniais que, embora possuindo e acumulando capital, está intimamente ligada ao imperialismo estrangeiro, especialmente por meio das funções intermediarias do capital comercial (importações e exportações), e que não costuma dedicar-se ao investimento industrial.

Capacidade coletiva de trabalho: Soma de todo o trabalho manual e intelectual indispensável numa fábrica capitalista moderna para que ocorra o processo de produção física. Por extensão: a capacidade social coletiva de trabalho é a soma do trabalho manual e intelectual à disposição da sociedade como um todo para a organização de sua vida econômica. A produção mercantil e a vigência da lei do valor surgem da fragmentação dessa capacidade social coletiva em trabalhos privados executados independentemente uns dos outros. Sob um sistema de produção de valor de uso (o comunismo primitivo ou futuro, por exemplo), os produtores associados dividem conscientemente essa capacidade social coletiva de trabalho entre as diferentes esferas de produção e atividades comunais.

Capital: Valor de troca que procura aumentar ainda mais de valor. O capital surge primeiro numa sociedade de pequenos produtores de mercadorias sob a forma de proprietários de dinheiro (comerciantes ou usuários) que intervêm no mercado com o objetivo de comprar mercadorias a fim de revendê-las com lucro.

Capital circulante: Parte do capital constante usada para comprar matérias-primas, energia e produtos auxiliares, mas o capital necessário para comprar força de trabalho.

Capital constante: Parte do capital usada para comprar prédios, maquinaria, matérias-primas ou energia, e cujo valor permanece constante porque se

incorpora ao valor das mercadorias finais e se conserva por meio da atividade da força de trabalho.

Capital fixo: Parte do capital constante usada para comprar prédios e maquinaria.

Capital produtivo: Parte do capital social investida em setores onde se produz mais valia diretamente. O capital improdutivo, assim como o capital comercial ou bancário, pode adquirir parte da mais-valia social total porque isso ajuda a reduzir o tempo de rotação do capital, ou a ampliar o alcance da produção por meio do crédito para além dos limites operantes do próprio capital produtivo, e assim contribui indiretamente para o aumento de mais-valia.