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PUB. JORNAL DIÁRIO INSULAR | FUNDADO EM 1946 | Jornal Diário | Terceira - Açores | Ano LXIX | N.º 21623 | PREÇO 0,60 EUROS | DIRECTOR JOSÉ LOURENÇO | www.diarioinsular.com PUB. BASE DAS LAJES Um mecanismo na Lei do Orçamento da Defesa é visto com maus olhos pela Casa Branca. Tudo pode atrasar nas Lajes. [06] Obama pode vetar lei FAP VS CÂMARA DA PRAIA A Força Aérea embargou duas obras na Praia, por se encontrarem na zona de servidão militar. A autar- quia critica a decisão. [08] Embargo contestado EMPRESA MAIS ANTIGA DE WHALE WATCHING NOS AÇORES VAI DEIXAR DE MERGULHAR COM A ESPÉCIE [página 12] DIÁRIO INSULAR SÁB | 10.10.15 GOLFINHOS SOB PRESSÃO FOTOGRAFIA ESPAÇO TALASSA

golfinhos sob pressão

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JORNAL DIÁRIO INSULAR | FUNDADO EM 1946 | Jornal Diário | Terceira - Açores | Ano LXIX | N.º 21623 | PREÇO 0,60 EUROS | DIRECTOR JOSÉ LOURENÇO | www.diarioinsular.com

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base das lajes

Um mecanismo na Lei do

Orçamento da Defesa é

visto com maus olhos pela

Casa Branca. Tudo pode

atrasar nas Lajes. [06]

Obama podevetar lei

FaP Vs câmara da Praia

A Força Aérea embargou

duas obras na Praia, por se

encontrarem na zona de

servidão militar. A autar-

quia critica a decisão. [08]

Embargocontestado

empresa mais antiga de whale watching nos açores vai deixar de mergulhar com a espécie

[página 12]

DIÁRIO INSULAR sáB | 10.10.15

golfinhos sob pressão

fotografia esPaço talassa

10.out.2015 DIÁRIO INSULARRegIãO|02|

Os AçOres sãO A regiãO dO pAíscOm mAis criAnçAs cOm bAixO pesO,segundO A AssOciAçãO pOrtuguesAcOntrA A ObesidAde infAntil. Que cAusAs vê pArA este fenómenO?Os dados apresentados resultam do estudo “Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI)” que monitoriza a obesidade infantil em vários países europeus. Atualmen-te na terceira fase do COSI Portu-gal (2012/2013) os dados indicam que nos Açores, de acordo com os critérios da OMS, 24% das crian-ças (6 aos 8 anos) apresenta exces-so de peso, 10% obesidade e 4% baixo peso. O facto de se verificar um aumento de crianças com baixo peso na região é preocupante e este fenómeno pode dever-se à situação socioeconómica das famílias. Se por um lado, muitas famílias pas-sam por dificuldades económicas, por outro, ainda existe falta de in-formação sobre escolhas alimenta-res saudáveis, que inevitavelmente se reflete nos hábitos alimentares e estado nutricional das crianças.

cOmO se pOde cOntOrná-lO?Muito já tem sido feito. Por exem-plo em 2009 a Presidência do Go-verno Regional criou um projeto de Prevenção e Tratamento da obesidade infantil na Região Autó-noma dos Açores, criando equipas multidisciplinares de intervenção, onde garantiu a contratação de um nutricionista em todas as Unidades de Saúde da Região. Por outro lado, e de acordo com o Plano Regional de Saúde 2014-2016, a promoção da alimentação saudável surge em várias áreas de intervenção, como na área da saúde infanto-juvenil e promoção da saúde em contexto

tânia Rocha, nutRicionista

A nutricionista Tânia Rocha fala ao DI sobre o fac-to de os Açores serem a região do país com mais crianças com baixo peso e deixa conselhos aos pais e às escolas.

Escola tempapel fulcralna alimentaçãodas crianças

“Existe água quente subterrânea... nesta ilha...”

Água quente precisa-sefrAnciscO mAdurO-diAs [10]

Entendam-se, o país está primeiro!m. pAtrãO neves [10]

“A vitória do PS nos Açores é relativa e curta.”

Breve análise sobre os resultados eleitoraisnunO melO Alves [11]

“Ele continua a fazer das suas...”

CavacofrAnciscO cOelhO [11]

“O tempo não é de jogos, mas de consensos.”

O resultado da primeira reunião de três horas entre a coligação PSD/CDS-PP e o Partido Socialista foi o esperado: NADA! As declarações de ambos, no fim da ronda, são de bradar aos céus: o líder do PS lamenta-se depois de uma reunião “inconclusiva” de que a coligação não apresentou propostas concre-tas e o líder da coligação lamenta-se ao achar que deveria ser o PS a apresentar as suas condições. E pronto! Nova reunião agendada para terça-feira, com Passos ain-da a adiantar estar disponível para fazer uma “adivinhação” das me-didas que os socialistas desejam ver aprovadas para garantir um acordo. Poucos saberão o que se discutiu durante três horas, mas a julgar por estas declarações, o mais provável é que tenha sido o sexo dos anjos, para ganhar tem-po. Do lado dos socialistas, para reunirem à esquerda e pressiona-rem à direita; do lado da coligação, ganhar tempo para desgastar a improvável solução de um gover-no de esquerda e assim pressionar os socialistas para se chegarem ao centro. Haverá certamente implíci-tas muitas outras estratégias que não cabem nestas linhas e todas elas legítimas, têm é de despa-char-se e quebrar com a tradição lusa de tudo demorar, de deixar as questões a marinar, para dar

aquele ar de tudo muito pensado, negociações muito ponderadas, conquistas de terreno pedregoso a pulso, e minado a passo, como se não soubéssemos que é pura perda de tempo e que, se quises-sem, tudo se passaria diferente e muito mais simplesmente. Alguém acredita que se tenham sentado à mesa sem propostas na mão e que se tivessem apenas discutido a questão da iniciativa? Mas isto é de gente que pretende chegar a um acordo? Não é assim que se conquistam os portugueses para a participação cívica, nomeadamen-te a mandatar através do voto os representantes que hão de nego-ciar soluções para o país. Enquan-to não derem sinais de empenha-mento nas negociações que não se podem arrastar indefinidamente, significa que não querem acordo e muito menos põem o interesse do país à frente do interesse parti-dário. Obviamente que este estado de coisas é um gozo para os co-mentadores que diariamente nos brindam com cenários, onde tudo vale e tudo vende. Admiram-se depois que os portu-gueses tenham dos políticos uma ideia quase indecorosa! São eles próprios através destes comporta-mentos que dão o pau para as co-lheres e... colheres cheias de coisa nenhuma.

Ora entãO diga lá... diga lá vOcê

DIÁRIO INSULAR 10.out.2015 RegIãO |03|

escolar. Ainda temos muito traba-lho pela frente, é verdade, e um novo desafio será prevenir o apa-recimento de crianças com baixo peso, para tal, deveremos repensar nos apoios a estas famílias, bem como apostar na sua educação ali-mentar, no sentido de conhecerem os alimentos mais nutritivos e sau-dáveis, que não são necessariamen-te os mais caros. Por outro lado, a escola tem um papel fulcral, uma vez que é onde as crianças passam uma grande parte do seu dia, sen-do portanto aí que ingerem uma parte substancial de alimentos.

Qual é a diferença entre uma crian-ça magra e saudável e uma com Que nos devemos preocupar?Ainda existe muito a ideia que uma criança mais magra é mais saudá-vel e, pelo contrário uma criança que está acima do peso não o é.

É preciso perceber que a defici-ência nutricional pode ocorrer in-dependente do peso, isto porque essa deficiência acontece quando se come muito ou se come pouco, ocorrendo em ambos os casos um desequilíbrio entre as necessida-des energéticas e a ingestão dos nutrientes. Por exemplo, existem crianças geneticamente magras, mesmo quando a alimentação é feita de forma adequada. Por ou-tro lado, o aumento de peso pode resultar do sedentarismo e não necessariamente do excesso de co-mida. Podemos então diferenciar uma “criança magra saudável” de uma “criança magra não saudável”, ou seja, uma criança “magra saudá-vel” é aquela que apesar de magra, alimenta-se bem, tem uma alimen-tação saudável, pratica atividade física, não tem problemas de saú-de. Por outro lado, uma “criança

magra não saudável” é aquela que mesmo magra, pode apresentar um perfil metabólico alterado, como alterações no perfil lipídico (coles-terol, triglicerídeos,…), tensão ar-terial mais elevada, maus hábitos

alimentares e um estilo de vida se-dentário. A preocupação passa por garantir uma alimentação saudável a todas as crianças.

Que conselhos deixa aos pais e en-carregados de educação para Que tenhamos crianças mais saudáveis?De um modo geral passa por evitar o excesso de consumo de açúcares,

especialmente no intervalo das re-feições, o excesso de consumo de sal e gordura, nomeadamente na confeção das refeições, incentivar que as crianças não fiquem mais de três horas sem comer, evitando

períodos prolongados de jejum, muitas vezes por imposição dos horários dos adultos, incentivar a toma do pequeno-almoço completo e equilibrado, incluindo uma fonte de lacticínios, farináceos (pão, bo-lachas, cereais,..) e fruta. Estabele-cer regras e limites às crianças no consumo de guloseimas, gelados, batatas fritas, refrigerantes. Pro-mover uma alimentação equilibra-da, evitando o consumo excessivo de proteínas (nutriente encontra-do principalmente na carne, peixe e ovos) e incentivando o consumo de produtos hortícolas (legumes e hortaliças) e fruta e incentivar as crianças a praticar atividade física.

o Que gostava de ver acontecer nas escolas?É fundamental a promoção de uma Alimentação Saudável nas escolas e para tal seria importante, por exemplo, regulamentar e monitori-zar o funcionamento das cantinas escolares, com o objetivo de garan-tir que seja oferecido as crianças refeições equilibradas, saudáveis e atrativas. Incentivar também a for-mação profissional dos cozinheiros e auxiliares, para que adquiram conhecimentos e técnicas sobre alimentação saudável. Por outro lado, gostaria que fosse distribu-ído fruta gratuitamente em todas as escolas, à semelhança do que já se verifica em algumas escolas a nível nacional e regional (projeto “Heróis da fruta”), com o objetivo de sensibilizar os mais novos e res-petivas famílias, para a importân-cia de uma alimentação saudável e promovendo o consumo de fruta. Através desta medida poderíamos também envolver os produtores locais. Seria também importante disponibilizar mais apoio nutricio-nal nas escolas, a crianças com ex-cesso peso e baixo peso, bem como sessões de educação alimentar, de caris mais prático, como ensinar a leitura dos rótulos, a ida ao su-permercado, escolhas alimentares saudáveis, workshops de culinária saudável… para as crianças e res-petivas famílias.

Fruta deve ser grátisem todas as escolas

10.out.2015 DIÁRIO INSULARRegIãO|04|

A selagem da lixeira e a construção de um aterro de inertes na ilha do Corvo avança “antes do final deste ano”, anunciou ontem o Governo Regional.A empreitada de selagem da lixei-ra e de construção de um aterro de inertes no Corvo foi adjudicada pelo Governo Regional à empresa Tecnovia Açores, Sociedade de Em-preitada S. A, por cerca de 400 mil euros.A obra, inscrita na Carta Regional de Obras Públicas, tem um prazo de execução de cerca de sete meses e enquadra-se no Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Aço-res, tendo como principal objetivo resolver os problemas ambientais decorrentes da lixeira a céu aberto, nomeadamente os impactes sobre a qualidade do ar e das águas, na saúde pública e na qualidade da

paisagem.

Aterro de inertesSegundo o executivo açoriano, a construção do aterro de inertes vai dotar o Corvo das condições ne-cessárias para a deposição dos re-síduos de construção e demolição produzidos na ilha, que atualmente não dispõem de destino final ade-quado.Este aterro destina-se apenas a de-pósito dos resíduos de construção e demolição não perigosos e que não podem ser reutilizados ou recicla-dos noutras obras.As opções do Governo Regional em matéria de gestão dos resíduos, - com a construção e pleno funciona-mento dos centros de processamen-to em sete das nove ilhas -, apontam para que a deposição de resíduos em aterro seja reduzida ao mínimo

indispensável e que os atuais locais de deposição sejam objeto de inter-venções de selagem e recuperação paisagística.

GrAciosA e FloresDe acordo com o executivo aço-riano, as empreitadas referentes à selagem de aterros na Graciosa e Flores estão em fase de conclusão, seguindo-se agora a obra de sela-gem no Corvo.No início de 2016 arranca a sela-gem do aterro de Santa Maria, já adjudicada.Também no próximo ano serão de-sencadeados os procedimentos para abertura dos concursos das selagens nas ilhas do Faial e São Jorge. Até 2020, a Região pretende prepa-rar para reutilização e reciclagem pelo menos 50 por cento dos resí-duos urbanos. A ilha do Corvo, classificada como Reserva da Biosfera pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultu-ra), é a mais pequena do arquipéla-go dos Açores e conta com cerca de 400 habitantes.

EmprEitada adjudicada por 400 mil Euros

corVo Aterro de inertes vai dotar a ilha de condições para a deposição de resíduos de construção e demolição não perigosos

A selagem da lixeira do Corvo arranca até ao final do ano. A empreitada vai custar 400 mil euros e tem um prazo de execução de cerca de sete meses.

Selagem da lixeira do Corvoavança antes do final do ano A décima edição do evento Angra

Night Runners, organizado pela Junta de Freguesia da Sé e pela As-sociação Prazer em Correr da Ilha Terceira, decorre na próxima quar-ta-feira, a partir das 19h30, com concentração na Praça Velha.Está prevista uma caminhada de cinco quilómetros e uma corrida de cinco, oito e doze quilómetros. Os percursos têm passagem pelo Mon-te Brasil.Segundo a organização do even-to, “tratando-se de uma atividade noturna, a utilização de lanterna é obrigatória e, por questões de segu-rança, também um colete ou roupa refletora”.

A terceira edição deste ano do Mer-cado Urbano de Artesanato (MUA) decorre em Ponta Delgada de 14 a 17 deste mês. O MUA, promovido pelo Centro Regional de Apoio ao Artesa-nato, em parceria com a Associação Anda & Fala, integra 10 espaços ex-positivo-comerciais a cargo de arte-sãos de áreas como as fibras vegetais, as escamas de peixe, a bijuteria, as queijadas da vila, o chá da Gorreana, os acessórios de moda, os vimes em papel, a tecelagem e a fotografia.

O livro “A Calúnia - o milagre”, da autoria de Ramiro Carrola, é lança-do na próxima segunda-feira, pelas 20h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo.Luís Rafael Martins do Carmo, pro-fessor do Seminário Maior de An-gra, será o orador convidado da ses-são de lançamento do livro, editado pela Chiado Editora.

décima Edição

EntrE 14 E 17 dEstE mês

livro dE ramiro carrola

Angra Night Runnersna próxima quarta-feira

Mercado de Artesanatoem Ponta Delgada

“A Calúnia - o milagre”lançado em Angra

fotogrAfiA fernAndo ferreirA

DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 pUbLIcIDADe |05|

10.out.2015 DIÁRIO INSULARRegIãO|06|

O presidente dos Estados Unidos da América pode estar a preparar-se para vetar a Lei do Orçamento da Defesa para 2016 (National Defense Authorization Act), o que atrasaria o processo de reavaliação de valên-cias para a Base das Lajes.De acordo com os media norte-ame-ricanos, a aprovação da lei, quarta-feira, no Senado, desafiou a ameaça de veto de Barack Obama.No centro da discórdia está um me-canismo incluído na lei que permite contornar tetos orçamentais e adi-cionar mais 89,2 biliões de dólares à despesa na área militar.Em concreto, a medida a que a Casa Branca se opõe transfere biliões de dólares para uma categoria pensada para emergências militares, deixan-do o Departamento da Defesa intro-duzir esses custos no défice.O senador democrata Jack Reed, da comissão das Forças Armadas do Senado dos EUA, considerou já que esta lei pretende ignorar o ver-dadeiro propósito dessa categoria e tratá-la como um “estratégia orça-mental” para contornar os limites de financiamento.“Porque estão os democratas a

opor-se a uma lei que autoriza o fi-nanciamento de que as nossas tro-pas precisam para operar?”, ques-tionou, por outro lado, o senador republicano John Tune.A concretizar-se, este seria o quin-to veto do mandato presidencial de Obama.Recorde-se que o National Defense Authorization Act compromete o Secretário da Defesa a submeter, até março, às comissões responsá-veis por estas pasta nas duas câma-ras do Congresso uma avaliação da viabilidade operacional da utiliza-ção das Lajes para acolher serviços de informação militar, para treino ar-ar de pilotos de caça e para a pre-sença rotativa de forças navais.Até um de abril, se o Secretário da Defesa considerar que as Lajes são uma opção viável para uma ou mais destas valências, deve submeter às comissões da Defesa do Congresso um plano de utilização.Sublinhe-se que a referência a no-vas valências para a base militar não é colocada em causa pela Casa Branca. Porém, o diferendo sobre o mecanismo orçamental pode atra-sar o processo das Lajes.

Lei do orçamento da defesa dos estados unidos da amÉriCa Para 2016

bASE DAS lAJES Lei aprovada pelo Senado volta a colocar hipótese da criação de centro de informações

Possível veto de Barack Obama pode atrasar reavaliação das Lajes

O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Roberto Montei-ro, defende que a aprovação da Lei do Orçamento da Defesa dos EUA para 2016 pelo Senado é “uma etapa ganha”, mas alerta para a necessida-de da Terceira não “cruzar” os bra-ços no esforço de construção de uma economia para a ilha que não esteja dependente da Base das Lajes.“É mais uma pequena etapa ganha em prol de um processo que dese-jamos que a curto, médio prazo ve-nha a produzir os seus efeitos. No entanto, tenho medo que as pessoas da Terceira desarmem quanto à luta que estão a travar para criar uma nova economia, porque surgiram

perspetivas claramente positivas”, reforçou o autarca.Quanto à reavaliação das valências da base, prevista na lei, Roberto Monteiro avançou ter “fé e esperan-ça de que seja caminhar no sentido de uma solução”.“No memorando de entendimento resultante da última Bilateral ficou, no seu ponto número cinco, a reso-lução de quer o governo português como o americano trabalharem afin-cadamente no sentido de encontra-rem novas soluções para a Base das Lajes, orientadas para o século XXI. Qualquer uma das propostas que es-tão em avaliação vão neste sentido”, afirmou.

roberto monteiro sobre eConomia indePendente das Lajes

Ilha não deve cruzar os braços

Uma estratégia para contornar tetos orçamentais é mal vista pela Casa Branca. Se a Lei do Orçamento da Defesa for vetada, tudo fica atrasado nas Lajes.

DIÁRIO INSULAR 10.out.2015 RegIãO |07|

Os ordenados dos trabalhadores da Base das Lajes devem baixar com as novas colocações. Os funcionários ainda não têm informações oficiais da FEUSAÇORES, mas sublinham que a tendência e a perceção que têm é essa.Na verdade, a falta de informações é, de acordo com Luís Moniz, da Comissão Representativa de Traba-lhadores Portugueses da Base das Lajes, um dos maiores entraves que se colocam à tomada de decisões por parte dos próprios funcioná-rios.“A FEUSAÇORES ainda não nos forneceu a lista de todas as posi-ções e qualificações. Já pedimos to-das essas informações”, sublinhou o responsável.A lista em causa já foi pedida há meses. Esta semana, altura em que ficou fechada a primeira fase das

colocações diretas, a Comissão Representativa dos Trabalhadores Portugueses da Base das Lajes vol-tou a pedir essa documentação.“Disseram-nos que estão à espera de ordens superiores, mas este é um direito da Comissão de Traba-lhadores que nos está a ser nega-do”, avançou.Só conhecendo os dados, frisa Luís Moniz, será possível saber de que forma é que o processo está a de-correr.É que nem o número de colocações diretas é oficialmente conhecido. Pensa-se que, neste momento, haja apenas 100 postos de trabalho ga-rantidos, isto é, postos em que não se verifica a alteração das especifi-cações de serviço.“É intenção da Comissão que todos os trabalhadores que não querem ir para casa sejam colocados. Se o

processo estiver a ir nesse senti-do, muito bem. Se, pelo contrário, o processo estiver a decorrer com percalços, como parece, então é si-nal que se calhar as coisas não es-tão a correr bem”, sustentou Luís Moniz.Embora os trabalhadores tenham assistido a sessões de esclarecimen-to, não se conhecem, do mesmo modo, os critérios da reorganização laboral.

“Não nos dizem quais são os crité-rios para as colocações. Falam mui-to em qualificar... Resta saber o que é que isso quer dizer”, afirmou o responsável.Recorde-se que os trabalhadores da Base das Lajes que rescindiram por mútuo acordo começaram a sair no final do mês de setembro. Neste momento, a infraestrutura militar tem menos 140 funcionários portu-gueses.

base das lajes Pensa-se que estejam garantidos, isto é, sem alteração das especificações de serviço, apenas 100 postos de trabalho

trabalhadores FEUSAÇORES ainda não deu listas de posições e qualificações

Ordenados na Base das Lajesbaixam com novas colocações

Com a reorganização laboral na Base das Lajes, são expectáveis quebras nos ordenados dos trabalhado-res. Ainda não há, contudo, informações oficiais.

trabalhadores da infraestrutura militar queixam-se de falta de informação sobre a sua situação laboral

10.out.2015 DIÁRIO INSULARRegIãO|08|

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O Ministério da Defesa embargou duas obras na Praia da Vitória, por considerar que se encontravam den-tro da zona de servidão militar. A autarquia contesta a decisão e alega que os mapas em que o ministério

se baseia estão desatualizados.Em causa estão duas casas em cons-trução na zona do Pico Celeiro, na Praia da Vitória, próximo de onde existiam antes tanques de com-bustíveis, agora desativados. Uma

estava a começar a ser construída, mas a outra já estava quase conclu-ída e as duas famílias encontram-se numa situação complicada, porque têm compromissos com a banca e veem agora as obras paradas. Para Roberto Monteiro, presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória os embargos são “atos de abuso de poder do Ministério da Defesa”. “Nota-se que como os pa-receres estão a ser emitidos em Lis-boa, há um desconhecimento total

da realidade”, acusou.Segundo o autarca, o ministério con-sidera que as casas estão numa zona de servidão a um cone de uma pista “que já não existe há 50 anos”. Antes, a autorização da realização de obras na zona que rodeia a Base das Lajes era da competência da Força Aérea, na ilha Terceira, mas agora as decisões estão centraliza-das em Lisboa, no Ministério da Defesa.Para Roberto Monteiro, para além de atrasar o processo, esta centra-lização faz com que os decisores olhem para mapas “que não cor-respondem à realidade”. A zona de servidão militar à Base das Lajes foi decidida na década de 50 e desde então o mapa não foi alterado. Há cerca de um ano que foi apre-sentada uma proposta de revisão da servidão militar, que na altura foi contestada pela autarquia da Praia da Vitória, mas o processo ainda não teve desfecho. Os proprietários já enviaram um documento de recurso e se o Minis-tério da Defesa não revogar a deci-são, a autarquia ameaça pedir uma providência cautelar para suspen-der os efeitos do embargo.“Não tenho dúvidas nenhumas de que o tribunal está do lado das famí-lias e do município, tendo em con-ta que até nem houve por parte do Ministério da Defesa uma coerência de processo”, salientou Roberto Monteiro, alegando que existem ca-sas ao lado das obras embargadas que tiveram autorização para serem construídas.DI tentou obter uma reação da For-ça Aérea, mas até ao fecho da edi-ção não recebeu resposta ao email enviado.

base das lajes Obras realizadas na zona de servidão militar necessitam da autorização do Ministério da Defesa

Para o Ministério da Defesa, as casas encontram-se na zona de servidão militar à Base das Lajes. A autar-quia da Praia diz que a pista não existe há 50 anos.

Duas obras embargadas na Praiapelo Ministério da Defesa

autarquia diz que a decisão foi baseada num mapa desatualizado

DIÁRIO INSULAR 10.out.2015 RegIãO |09|

cds-pp propõe reforço de auxiliares, governo diz que já o fez

Pró-sucesso tem medidasde combate ao bullying

O secretário regional da Educação garante que a tutela está atenta ao bullying nas escolas e que reforçou o número de auxiliares e de profes-sores de educação especial. As po-líticas de proteção de crianças não são perfeitas, mas para Avelino Me-neses a perfeição só existe no céu. “Estou em crer que no arquipélago dos Açores, as escolas são efetiva-mente dos lugares mais seguros para crianças, quer em termos de segurança propriamente dita, quer em termos de muitos outros aspe-tos. É também nas escolas, nas can-tinas escolares, que eles aprendem a comer devidamente e muitas vezes essas aprendizagens são estragadas nalgumas casas”, salientou.Avelino Meneses foi ouvido, ontem, num grupo de trabalho da Comis-são de Assuntos Sociais, criado para analisar e avaliar as políticas de proteção de crianças na Região.

Questionado pela deputada do CDS-PP, Graça Silveira, sobre a coordenação entre as equipas mul-tidisciplinares de intervenção, Ave-lino Meneses disse que as respos-tas não são ótimas, mas são boas, garantindo que tanto nas equipas de intervenção precoce, como nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) existe uma “articu-lação boa” entre os membros dos vários departamentos do Governo Regional (Saúde, Solidariedade So-cial e Educação). Graça Silveira alertou o secretário para o problema do bullying nas escolas, defendendo um reforço do número de auxiliares e a sua for-mação. Segundo o governante, o programa Pró-Sucesso, que come-çou a ser implementado este ano, contempla medidas de combate ao bullying, em parceria com outros departamentos do Governo, incluin-

do mecanismos de sinalização. Avelino Meneses adiantou que a tutela contratou neste ano letivo “mais de 80 assistentes técnicos e operacionais”, alegando que esse reforço, mesmo colmatando a saída de outros, permitiu “o rejuvenes-cimento dessa categoria profissio-nal”.A deputada do CDS questionou ainda o secretário sobre o facto dos docentes de educação especial se-rem muitas vezes colocados a fazer substituição de docentes.Avelino Meneses admitiu que isso acontece, mas salientou que já fo-ram discutidas soluções com os sin-dicatos, no âmbito da discussão do Estatuto da Carreira Docente, que passam pelo reforço de pessoal e pela criação de “mecanismos que favoreçam a não deslocação de pro-fessores de apoio”.O governante acrescentou que no âmbito do concurso extraordiná-rio de integração de professores no quadro, em 2015, foram abertas 29 vagas para professores de educação especial, que passaram de 222 para 244.O grupo de trabalho ouviu ainda a presidente da equipa de Coor-denação Regional da Intervenção Precoce, Anabela Faria, que disse que as equipas de intervenção pre-coce começam agora a ter os meios adequados às necessidades, porque passaram a ser seguidos critérios de elegibilidade, que reduziram o número de crianças apoiadas por estas equipas.Em 2013/2014 foram apoiadas 352 crianças, apenas em seis concelhos das ilhas Terceira e São Miguel. No início de 2015, em todas as ilhas, contavam-se 258 crianças apoiadas, sendo que atualmente esse número desceu para as 180. Anabela Faria defendeu a neces-sidade de um reforço da formação das equipas e a formalização de par-cerias com hospitais e autarquias, por exemplo. Face à falta de verbas para reforçar os meios humanos, a responsável considerou que é preci-so fazer uma melhor gestão dos re-cursos existentes e promover uma maior articulação com as CPCJ e com o Instituto da Segurança Social dos Açores, para evitar a sobreposi-ção de recursos.

proteção de crianças Avelino Meneses diz que as escolas são seguras

Questionado pelos deputados, Avelino Meneses ad-mitiu que nem tudo nas escolas é perfeito, mas disse que são dos lugares mais seguros para as crianças.

O Governo Regional adjudicou on-tem a empreitada de intervenção na Ribeira Francisco Vieira, na fregue-sia do Raminho, por 551 mil euros, à empresa Transjet-Construções e Transportes, Lda.A empreitada, inscrita na Carta Re-gional de Obras Públicas, tem um prazo de execução de seis meses e prevê a proteção, regularização e controlo das cheias na ribeira, as-sim como a requalificação ambien-tal do leito e das margens. A linha de água irá sofrer uma inter-venção ao longo do seu trajeto de for-ma a facilitar o melhor escoamento dos caudais afluentes, consolidando os muros já existentes, construindo e reconstruindo alguns muros de su-porte lateral e criando duas bacias de retenção. A intervenção prevê ainda o reperfilamento das margens laterais com taludes estáveis e a criação de acessos às pastagens. Está também previsto o desassoreamento do leito, sendo que as operações de limpeza e desobstrução do leito e margem da ribeira serão realizadas ao longo de todo o traçado a intervencionar.

O governador nacional do Distrito 115 Centro Sul dos Lions de Portu-gal desloca-se aos Açores na próxi-ma semana para uma visita oficial às ilhas das Flores, Terceira e São Miguel.Carlos Manitto Torres estará nos três grupos do arquipélago, entre os dias 13 e 17 deste mês, para se inteirar da atividade localmente de-senvolvida pelo maior movimento mundial de clubes de serviço cívi-co, num programa que inclui ainda contatos com autoridades e visitas a instituições.Na ilha Terceira, o governador dos Lions visita a cidade da Praia da Vitória durante a manhã de terça-feira, enquanto na tarde do dia se-guinte apresenta cumprimentos ao presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, visita a Santa Casa da Misericórdia de Angra e participa na assembleia solene do Lions Clube da Terceira, presidido por Manuel Areias Amaral. Carlos Torres visita ainda o Diário Insu-lar, na manhã da próxima quinta-feira.

na freguesia do raminho

na próxima semana

governo adjudica obrana Ribeira Francisco Vieira

governador nacionaldos Lions nos Açores

10.out.2015 DIÁRIO INSULARRegIãO|08|

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O Ministério da Defesa embargou duas obras na Praia da Vitória, por considerar que se encontravam den-tro da zona de servidão militar. A autarquia contesta a decisão e alega que os mapas em que o ministério

se baseia estão desatualizados.Em causa estão duas casas em cons-trução na zona do Pico Celeiro, na Praia da Vitória, próximo de onde existiam antes tanques de com-bustíveis, agora desativados. Uma

estava a começar a ser construída, mas a outra já estava quase conclu-ída e as duas famílias encontram-se numa situação complicada, porque têm compromissos com a banca e veem agora as obras paradas. Para Roberto Monteiro, presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória os embargos são “atos de abuso de poder do Ministério da Defesa”. “Nota-se que como os pa-receres estão a ser emitidos em Lis-boa, há um desconhecimento total

da realidade”, acusou.Segundo o autarca, o ministério con-sidera que as casas estão numa zona de servidão a um cone de uma pista “que já não existe há 50 anos”. Antes, a autorização da realização de obras na zona que rodeia a Base das Lajes era da competência da Força Aérea, na ilha Terceira, mas agora as decisões estão centraliza-das em Lisboa, no Ministério da Defesa.Para Roberto Monteiro, para além de atrasar o processo, esta centra-lização faz com que os decisores olhem para mapas “que não cor-respondem à realidade”. A zona de servidão militar à Base das Lajes foi decidida na década de 50 e desde então o mapa não foi alterado. Há cerca de um ano que foi apre-sentada uma proposta de revisão da servidão militar, que na altura foi contestada pela autarquia da Praia da Vitória, mas o processo ainda não teve desfecho. Os proprietários já enviaram um documento de recurso e se o Minis-tério da Defesa não revogar a deci-são, a autarquia ameaça pedir uma providência cautelar para suspen-der os efeitos do embargo.“Não tenho dúvidas nenhumas de que o tribunal está do lado das famí-lias e do município, tendo em con-ta que até nem houve por parte do Ministério da Defesa uma coerência de processo”, salientou Roberto Monteiro, alegando que existem ca-sas ao lado das obras embargadas que tiveram autorização para serem construídas.DI tentou obter uma reação da For-ça Aérea, mas até ao fecho da edi-ção não recebeu resposta ao email enviado.

base das lajes Obras realizadas na zona de servidão militar necessitam da autorização do Ministério da Defesa

Para o Ministério da Defesa, as casas encontram-se na zona de servidão militar à Base das Lajes. A autar-quia da Praia diz que a pista não existe há 50 anos.

Duas obras embargadas na Praiapelo Ministério da Defesa

autarquia diz que a decisão foi baseada num mapa desatualizado

DIÁRIO INSULAR 10.out.2015 RegIãO |09|

cds-pp propõe reforço de auxiliares, governo diz que já o fez

Pró-sucesso tem medidasde combate ao bullying

O secretário regional da Educação garante que a tutela está atenta ao bullying nas escolas e que reforçou o número de auxiliares e de profes-sores de educação especial. As po-líticas de proteção de crianças não são perfeitas, mas para Avelino Me-neses a perfeição só existe no céu. “Estou em crer que no arquipélago dos Açores, as escolas são efetiva-mente dos lugares mais seguros para crianças, quer em termos de segurança propriamente dita, quer em termos de muitos outros aspe-tos. É também nas escolas, nas can-tinas escolares, que eles aprendem a comer devidamente e muitas vezes essas aprendizagens são estragadas nalgumas casas”, salientou.Avelino Meneses foi ouvido, ontem, num grupo de trabalho da Comis-são de Assuntos Sociais, criado para analisar e avaliar as políticas de proteção de crianças na Região.

Questionado pela deputada do CDS-PP, Graça Silveira, sobre a coordenação entre as equipas mul-tidisciplinares de intervenção, Ave-lino Meneses disse que as respos-tas não são ótimas, mas são boas, garantindo que tanto nas equipas de intervenção precoce, como nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) existe uma “articu-lação boa” entre os membros dos vários departamentos do Governo Regional (Saúde, Solidariedade So-cial e Educação). Graça Silveira alertou o secretário para o problema do bullying nas escolas, defendendo um reforço do número de auxiliares e a sua for-mação. Segundo o governante, o programa Pró-Sucesso, que come-çou a ser implementado este ano, contempla medidas de combate ao bullying, em parceria com outros departamentos do Governo, incluin-

do mecanismos de sinalização. Avelino Meneses adiantou que a tutela contratou neste ano letivo “mais de 80 assistentes técnicos e operacionais”, alegando que esse reforço, mesmo colmatando a saída de outros, permitiu “o rejuvenes-cimento dessa categoria profissio-nal”.A deputada do CDS questionou ainda o secretário sobre o facto dos docentes de educação especial se-rem muitas vezes colocados a fazer substituição de docentes.Avelino Meneses admitiu que isso acontece, mas salientou que já fo-ram discutidas soluções com os sin-dicatos, no âmbito da discussão do Estatuto da Carreira Docente, que passam pelo reforço de pessoal e pela criação de “mecanismos que favoreçam a não deslocação de pro-fessores de apoio”.O governante acrescentou que no âmbito do concurso extraordiná-rio de integração de professores no quadro, em 2015, foram abertas 29 vagas para professores de educação especial, que passaram de 222 para 244.O grupo de trabalho ouviu ainda a presidente da equipa de Coor-denação Regional da Intervenção Precoce, Anabela Faria, que disse que as equipas de intervenção pre-coce começam agora a ter os meios adequados às necessidades, porque passaram a ser seguidos critérios de elegibilidade, que reduziram o número de crianças apoiadas por estas equipas.Em 2013/2014 foram apoiadas 352 crianças, apenas em seis concelhos das ilhas Terceira e São Miguel. No início de 2015, em todas as ilhas, contavam-se 258 crianças apoiadas, sendo que atualmente esse número desceu para as 180. Anabela Faria defendeu a neces-sidade de um reforço da formação das equipas e a formalização de par-cerias com hospitais e autarquias, por exemplo. Face à falta de verbas para reforçar os meios humanos, a responsável considerou que é preci-so fazer uma melhor gestão dos re-cursos existentes e promover uma maior articulação com as CPCJ e com o Instituto da Segurança Social dos Açores, para evitar a sobreposi-ção de recursos.

proteção de crianças Avelino Meneses diz que as escolas são seguras

Questionado pelos deputados, Avelino Meneses ad-mitiu que nem tudo nas escolas é perfeito, mas disse que são dos lugares mais seguros para as crianças.

O Governo Regional adjudicou on-tem a empreitada de intervenção na Ribeira Francisco Vieira, na fregue-sia do Raminho, por 551 mil euros, à empresa Transjet-Construções e Transportes, Lda.A empreitada, inscrita na Carta Re-gional de Obras Públicas, tem um prazo de execução de seis meses e prevê a proteção, regularização e controlo das cheias na ribeira, as-sim como a requalificação ambien-tal do leito e das margens. A linha de água irá sofrer uma inter-venção ao longo do seu trajeto de for-ma a facilitar o melhor escoamento dos caudais afluentes, consolidando os muros já existentes, construindo e reconstruindo alguns muros de su-porte lateral e criando duas bacias de retenção. A intervenção prevê ainda o reperfilamento das margens laterais com taludes estáveis e a criação de acessos às pastagens. Está também previsto o desassoreamento do leito, sendo que as operações de limpeza e desobstrução do leito e margem da ribeira serão realizadas ao longo de todo o traçado a intervencionar.

O governador nacional do Distrito 115 Centro Sul dos Lions de Portu-gal desloca-se aos Açores na próxi-ma semana para uma visita oficial às ilhas das Flores, Terceira e São Miguel.Carlos Manitto Torres estará nos três grupos do arquipélago, entre os dias 13 e 17 deste mês, para se inteirar da atividade localmente de-senvolvida pelo maior movimento mundial de clubes de serviço cívi-co, num programa que inclui ainda contatos com autoridades e visitas a instituições.Na ilha Terceira, o governador dos Lions visita a cidade da Praia da Vitória durante a manhã de terça-feira, enquanto na tarde do dia se-guinte apresenta cumprimentos ao presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, visita a Santa Casa da Misericórdia de Angra e participa na assembleia solene do Lions Clube da Terceira, presidido por Manuel Areias Amaral. Carlos Torres visita ainda o Diário Insu-lar, na manhã da próxima quinta-feira.

na freguesia do raminho

na próxima semana

governo adjudica obrana Ribeira Francisco Vieira

governador nacionaldos Lions nos Açores

10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAROpINIãO|10| Diário Insular informa os estimados leitores que os artigos de opinião não devem exceder os 3.500 caracteres, incluindo espaços.

Água quente precisa-se

Dei de caras, há pouco tempo, com um cartaz de divulgação de um investi-mento feito na Graciosa,

no edifício das termas do Carapacho. Pomposamente falava em turismo ter-mal.Sem grande trabalho de memória lem-brei-me que os Açores têm, além das termas do Carapacho, as termas do Varadouro, no Faial e as das Furnas, em São Miguel.As dinâmicas são diferentes e as dimen-sões também, do mesmo modo que as possibilidades de acesso e o conheci-mento existente e divulgado à volta de cada uma delas não é o mesmo. No entanto e em resumo é um recurso que não existe, existindo embora e, so-bretudo, não está nem integrado, nem coordenado, nem assumido, apesar do dinheiro que se tem gasto e do que

se tem dito em torno. O resultado é a inexistência de uma verdadeira rede de locais, estabelecida, identificada, divulgada, estudada, dinamizada e ca-paz.É claro que a “maior hidrópole do mundo”, como já ouvi dizer, poderia ser suficiente para o que se quisesse fazer, neste campo, se os Açores se re-sumissem a São Miguel, mas como não é assim a realidade, resta saber o que se pretende/pode/quer/acha relevante fazer quanto ao resto, acreditando que será um poucochinho mais do que re-qualificar as requalificações, de vez em quando.Desde logo não conheço qualquer tipo de efectiva dinâmica governamental nesse sentido, que integre e dinamize um recurso onde as valências de am-biente, saúde e turismo, interno e ex-terno, se encontram.

Por outro lado não encontro esforço público ou privado actual no que toca à investigação e conhecimento das propriedades dessas águas, sejam elas mais quentes ou mais mornas, condu-cente à sua efectiva promoção e uso.Resulta daí que a divulgação é pobre, desconexa, desinteressante, desliga-da do esforço global que interessaria fazer e fora do conceito holístico que deveria existir.Entro agora aqui com a ilha Terceira.Não sendo propriamente uma nascen-te de água quente e, por isso mesmo, não podendo ser apelidada de termal, no sentido estrito da palavra, existe água quente subterrânea, já analisada, descoberta e identificada nesta ilha, só que o poço que a descobriu está sela-do. Ora isso permite colocar a possi-bilidade de se ter, a prazo, mais um ponto possível de usufruto da génese

vulcânica das ilhas, o que permitiria ter uma rede de quatro pontos no ar-quipélago, variada e diversificada.Tenho para mim que a valorização desse recurso, aqui, desequilibraria a nosso favor este impasse em que vi-vemos, há décadas, pois este tipo de actividade tanto pode ser interessante para quem queira ficar quinze dias, como para quem queira passar por lá em um ou durante os dois ou três dias que resolva passar numa dada ilha e, sem dúvida, estabelece uma ponte muito sólida entre a natureza e o ser humano, nestas ilhas. Geoparque Açores, Parques Naturais dos Açores, Governo Regional dos Açores, Universidade dos Açores, Au-tarquias, Câmara de Comércio…; Não faltam entidades que podem ser res-ponsabilizadas pelo impasse ou que devem ser envolvidas no sucesso.

franciscO [email protected]

Quando quase uma semana de-pois das eleições legislativas não temos um Primeiro-Mi-

nistro indigitado para formar Governo, num país frágil, muito frágil, vulnerável, muito vulnerável, é impos-sível que me proponha reflectir publi-camente sobre qualquer outro tema que não o do rescaldo das eleições.Quando os acontecimentos políticos se sucedem em catadupa, com múltiplos actores e emitindo sinais contrários, qualquer reflexão sobre o momento presente é rapidamente ultrapassada por nova bizarrice e torna-se desactu-alizada da manhã para a tarde.Mas, todavia, há factos que perduram e há gestos que marcam…A voracidade de interpretações criati-vas, ditadas por uma militância cega e inconsequente, não apaga a realidade dos factos: a coligação PSD/CDS ga-nhou as eleições legislativas e em 40 anos de democracia portuguesa, como aliás em qualquer país democrático, quem ganha as eleições é responsável pela iniciativa de formar governo. É incompreensível, além de incoerente e contraditório, que quem perdeu as eleições se coloque agora “em bicos

de pés” para chegar ao poder, maqui-nando estratagemas que rotulam de democráticos para estropiar o voto livre dos portugueses.O Presidente Cavaco Silva ainda não indigitou o líder da coligação vence-dora a formar Governo (apesar da nossa esquerda, e até comentadores supostamente informados e sérios, o criticarem despudoradamente por o ter feito). E podia tê-lo feito. Era, aliás, o que esperava a maioria das pessoas que se mantêm racionais e objectivas, na alucinação retórica que tomou conta do nosso país. Porém, o Presidente voltou a surpreender, pela positiva (a história não deixará de lhe fazer justiça!), tal como já antes o ti-nha feito, pressionando os partidos políticos para um amplo consenso na-cional de governo. É coerente e coloca o país acima de todos os interesses partidários, o que parece incomodar muita gente. Qual será a resposta dos partidos…?E a resposta esboça-se sob a forma de gestos que vão assinalando um caminho e que não se apagam. Quem esqueceu, por exemplo, o gesto de desencadear uma luta fratricida pelo

poder socialista com o pretenso argu-mento de que a vitória do então líder era “poucochinha”, ou o de agora de, perante uma derrota estrondosa, não se demitir? É este líder, enfraquecido pela derrota e descredibilizado pela incoerência das atitudes, que traça gestos no presente em nome de um partido que se reivindica de charnei-ra mas que está a reboque de um mau perdedor. E ele multiplica gestos que colocam em causa a herança do parti-do socialista de que (apesar de efeme-ramente) deveria ser fiel guardião mas que ameaça comprometer.Primeiro critica o Presidente da Repú-blica sem que se perceba porquê, uma vez que reconhece não ter este indi-gitado um Primeiro-Ministro e estar a exercer a pressão para que os partidos do arco da governação, isto é também o PS, construam uma plataforma de en-tendimento estável para a governação do país. O desrespeito institucional não é uma estratégia em que partidos responsáveis se revejam; neste caso é esquizofrénico pois a opção presiden-cial favorece o PS. Outro gesto inten-cionalmente marcante foi começar por se reunir com o PCP, provavelmente o

partido comunista mais ortodoxo da Europa e mera quinta força política no actual espectro nacional com um total de 8% de votos. É esta a prioridade do partido socialista?!.Só posso supor que se trate de uma estratégia para ganhar força negocial com a coligação mas mesmo como tal é arriscada. É arriscada para o PS, sendo impensável que militantes ou simpatizantes advoguem maiorita-riamente ligações à esquerda radical em que o partido nunca se reviu. O risco já iminente de fractura interna aumenta o que sendo negativo para o PS, arrastará consigo o seu líder, de forma mais rápida e hostil do que a já inevitável. É, pois, arriscada também para o líder socialista. Mas importo-me muito mais por ser arriscada para o país: internamente, protela a cons-trução de um caminho necessário e urgente, externamente, acrescenta uma nota de indefinição e instabilida-de que afectará a credibilidade a custo de todos nós conquistada.O tempo não é de jogos mas de consen-sos. Entendam-se a bem do país!

www.mpatraoneves.pt

Entendam-se, o país está primeiro!m. PaTrãO neves

DIÁRIO INSULAR 10.OUT.2015 OpINIãO |11|Diário Insular informa os estimados leitores que os artigos de opinião não devem exceder os 3.500 caracteres, incluindo espaços.

franciscO cOelhO

Cavaco

Éverdade que, em Março, livramo-nos dele. Até lá, ele continua a fazer das suas…

Cavaco não foi ao 5 de Outubro. Embora tivesse rudo pensado, andou meditando pelo pátio dos bichos… Depois chamou o líder do seu partido e encarregou-o de amanhar uma solução de Gover-no. Quer dizer: meteu a Consti-tuição em banho-maria, fez-se de moderno, e declarou clara prefe-rência por uma solução.Mas depois de quatro anos e meio de austeritaria, o povo trabalha-dor arriscou novas opções, novas experiências. O tabu da esquerda incapaz de construir uma solução de governo, no entanto, move-se.O PS, referencial incontornável para a estabilidade, bem resolveu fazer aquilo que a Cavaco doía: pôs-se a dialogar, à esquerda e à direita, à cata duma solução es-tável e consentânea com o cerne do seu programa. E Belém, agora, já chamou Costa… E voltaram os tempos da Política!Noutra sede, Cavaco resolveu pro-por uma revisão constitucional. Para além do reforço dos pode-res do PR, queria os seus vigários (Representantes da República) sentadinhos no Conselho de Mi-nistros… Esqueceu-se o saudoso porque a “graça” da figura perdeu o “ministro”?Eis outro assunto que também ao Parlamento competirá a seu tem-po resolver…

Os resultados das eleições confirmaram parte das tendências que se forma-ram nos meses que ante-

cederam o ato eleitoral. A coligação Portugal à Frente (PaF) ganhou ine-quivocamente as eleições: elegeu mais deputados e teve mais votos, sendo a força política concorrente mais vo-tada. Mesmo tendo perdido a maio-ria absoluta, a vitória da PaF é anda mais significativa e evidente tendo em conta que nas últimas eleições, para o Parlamento Europeu, a coligação foi derrotada pelo PS, embora, nessa altura, a vitória socialista foi conside-rada “poucochinho” pelo próprio PS. Esse vitória amarga levou ao derrube de António José Seguro na liderança do Partido e quando António Costa assumiu a liderança do PS, quer as sondagens, quer as expectativas dos eleitores, indiciavam uma expressiva vitória nas legislativas sobre a PaF, tendo até hipótese de chegar à maioria absoluta. Mas o PS viria a ser o grande derrotado das eleições, por falhar re-dondamente todos os seus objetivos. Ao longo do ano que antecedeu as eleições o PS andou sem estratégia política e ao reboque dos aconteci-mentos, oscilando entre apresentar-se como responsável, defendendo que o País respeite e assuma os seus com-promissos, e entre piscar o olho à ex-trema esquerda insurgindo-se contra a austeridade e “colando-se” à vitória do Siryza na Grécia, até percebe que o Syriza não conseguiria nada do que prometera aos gregos, e que teria que recuar aceitando as imposições dos

resgates.Esta falta de clareza quando à sua estratégia para a solução do proble-ma nacional - talvez provocada pelas franjas da extrema esquerda dentro do PS - em vez de revelar aos eleitores um PS com capacidade de ser alterna-tiva revelou antes um Partido à deri-va e sem as suas referências. O elei-torado insatisfeito e revoltado com a situação imposta pela Troika, em vez de votar PS - por saber as responsa-bilidades o PS tivera nessa matéria - optou por votar na esquerda radical (nas europeias esse eleitorado tinha premiado Marinho e Pinto). E o Bloco de Esquerda registou uma subida no-tória, tendo beneficiado de votos que fugiram ao PS.A coligação PaF, por ter sido sempre clara nos seus propósitos - de não dei-xar o País cair numa deriva demagó-gica - conseguiu transmitir confiança e propósito. Conseguiu passar a men-sagem que fez o que necessitava de ser feito e que esse rumo começara a dar frutos, com impactos positivos na economia. O PS mostrou-se hesitante nas suas convicções - nunca se saben-do se tentaria ser alternativa na forma de atingir os objetivos ou se pretendia ser alternativa nos objetivos (como o BE quer ser).Nos Açores o cenário foi um bocadi-nho diferente. No caso do BE nos Aço-res, foi idêntico, tendo sido catapul-tado, pela mesma tendência nacional, para um resultado também histórico na Região. Ao contrário do que aconte-ceu a nível nacional, o PS ganhou nos Açores, tendo eleito mais deputados e

obtido mais votos. Porém, nos Açores, a coligação PaF concorreu separada. O CDS-PP até concorreu coligado com o PPM na Aliança Açores, algo que não surtiu os efeitos desejados.Nos Açores o CDS-PP foi eleitoralmen-te castigado pelo voto útil: a distância que cultivou em relação à PaF fez com o PSD recebesse os votos destinados a manter a coligação PSD/CDS no poder. Na Madeira ocorreu o mesmo: o CDS tinha tentado distanciar-se da coliga-ção da República e como tal, também foi castigado, perdendo o deputado eleito em 2011.Diria até que passou-se com o CDS nos Açores aquilo que aconteceu ao PS no todo nacional: a ambiguidade em relação ao projeto nacional ajudou ao voto útil noutras forças políticas (PSD e BE respetiva-mente). Contudo, nos Açores, há uma nuance interessante: a vitória do PS nos Açores é relativa e curta. A soma dos votos do CDS e do PSD iguala, praticamente, a votação obtida pelo PS. Ou seja, pode-se inferir que, caso a coligação PaF tivesse sido extensível aos Açores, dissipando ambiguidades, haveria uma forte probabilidade da PaF ter ganho também na Região. Agora resta-nos esperar para sabermos se as ambiguidades já passaram ao PS e se será um partido do centro-esquer-da ou se embarcará em radicalismos que não representam nem a maioria da população que votou no dia 4, nem a maioria dos próprios socialistas. Será o PS a decidir se Portugal será desgover-nado pela extrema esquerda ou se man-terá o rumo da consolidação orçamental e económica. Que decida bem.

Breve análise sobre os resultados eleitoraisnUnO MelO alves

10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAROpINIãO|10| Diário Insular informa os estimados leitores que os artigos de opinião não devem exceder os 3.500 caracteres, incluindo espaços.

Água quente precisa-se

Dei de caras, há pouco tempo, com um cartaz de divulgação de um investi-mento feito na Graciosa,

no edifício das termas do Carapacho. Pomposamente falava em turismo ter-mal.Sem grande trabalho de memória lem-brei-me que os Açores têm, além das termas do Carapacho, as termas do Varadouro, no Faial e as das Furnas, em São Miguel.As dinâmicas são diferentes e as dimen-sões também, do mesmo modo que as possibilidades de acesso e o conheci-mento existente e divulgado à volta de cada uma delas não é o mesmo. No entanto e em resumo é um recurso que não existe, existindo embora e, so-bretudo, não está nem integrado, nem coordenado, nem assumido, apesar do dinheiro que se tem gasto e do que

se tem dito em torno. O resultado é a inexistência de uma verdadeira rede de locais, estabelecida, identificada, divulgada, estudada, dinamizada e ca-paz.É claro que a “maior hidrópole do mundo”, como já ouvi dizer, poderia ser suficiente para o que se quisesse fazer, neste campo, se os Açores se re-sumissem a São Miguel, mas como não é assim a realidade, resta saber o que se pretende/pode/quer/acha relevante fazer quanto ao resto, acreditando que será um poucochinho mais do que re-qualificar as requalificações, de vez em quando.Desde logo não conheço qualquer tipo de efectiva dinâmica governamental nesse sentido, que integre e dinamize um recurso onde as valências de am-biente, saúde e turismo, interno e ex-terno, se encontram.

Por outro lado não encontro esforço público ou privado actual no que toca à investigação e conhecimento das propriedades dessas águas, sejam elas mais quentes ou mais mornas, condu-cente à sua efectiva promoção e uso.Resulta daí que a divulgação é pobre, desconexa, desinteressante, desliga-da do esforço global que interessaria fazer e fora do conceito holístico que deveria existir.Entro agora aqui com a ilha Terceira.Não sendo propriamente uma nascen-te de água quente e, por isso mesmo, não podendo ser apelidada de termal, no sentido estrito da palavra, existe água quente subterrânea, já analisada, descoberta e identificada nesta ilha, só que o poço que a descobriu está sela-do. Ora isso permite colocar a possi-bilidade de se ter, a prazo, mais um ponto possível de usufruto da génese

vulcânica das ilhas, o que permitiria ter uma rede de quatro pontos no ar-quipélago, variada e diversificada.Tenho para mim que a valorização desse recurso, aqui, desequilibraria a nosso favor este impasse em que vi-vemos, há décadas, pois este tipo de actividade tanto pode ser interessante para quem queira ficar quinze dias, como para quem queira passar por lá em um ou durante os dois ou três dias que resolva passar numa dada ilha e, sem dúvida, estabelece uma ponte muito sólida entre a natureza e o ser humano, nestas ilhas. Geoparque Açores, Parques Naturais dos Açores, Governo Regional dos Açores, Universidade dos Açores, Au-tarquias, Câmara de Comércio…; Não faltam entidades que podem ser res-ponsabilizadas pelo impasse ou que devem ser envolvidas no sucesso.

franciscO [email protected]

Quando quase uma semana de-pois das eleições legislativas não temos um Primeiro-Mi-

nistro indigitado para formar Governo, num país frágil, muito frágil, vulnerável, muito vulnerável, é impos-sível que me proponha reflectir publi-camente sobre qualquer outro tema que não o do rescaldo das eleições.Quando os acontecimentos políticos se sucedem em catadupa, com múltiplos actores e emitindo sinais contrários, qualquer reflexão sobre o momento presente é rapidamente ultrapassada por nova bizarrice e torna-se desactu-alizada da manhã para a tarde.Mas, todavia, há factos que perduram e há gestos que marcam…A voracidade de interpretações criati-vas, ditadas por uma militância cega e inconsequente, não apaga a realidade dos factos: a coligação PSD/CDS ga-nhou as eleições legislativas e em 40 anos de democracia portuguesa, como aliás em qualquer país democrático, quem ganha as eleições é responsável pela iniciativa de formar governo. É incompreensível, além de incoerente e contraditório, que quem perdeu as eleições se coloque agora “em bicos

de pés” para chegar ao poder, maqui-nando estratagemas que rotulam de democráticos para estropiar o voto livre dos portugueses.O Presidente Cavaco Silva ainda não indigitou o líder da coligação vence-dora a formar Governo (apesar da nossa esquerda, e até comentadores supostamente informados e sérios, o criticarem despudoradamente por o ter feito). E podia tê-lo feito. Era, aliás, o que esperava a maioria das pessoas que se mantêm racionais e objectivas, na alucinação retórica que tomou conta do nosso país. Porém, o Presidente voltou a surpreender, pela positiva (a história não deixará de lhe fazer justiça!), tal como já antes o ti-nha feito, pressionando os partidos políticos para um amplo consenso na-cional de governo. É coerente e coloca o país acima de todos os interesses partidários, o que parece incomodar muita gente. Qual será a resposta dos partidos…?E a resposta esboça-se sob a forma de gestos que vão assinalando um caminho e que não se apagam. Quem esqueceu, por exemplo, o gesto de desencadear uma luta fratricida pelo

poder socialista com o pretenso argu-mento de que a vitória do então líder era “poucochinha”, ou o de agora de, perante uma derrota estrondosa, não se demitir? É este líder, enfraquecido pela derrota e descredibilizado pela incoerência das atitudes, que traça gestos no presente em nome de um partido que se reivindica de charnei-ra mas que está a reboque de um mau perdedor. E ele multiplica gestos que colocam em causa a herança do parti-do socialista de que (apesar de efeme-ramente) deveria ser fiel guardião mas que ameaça comprometer.Primeiro critica o Presidente da Repú-blica sem que se perceba porquê, uma vez que reconhece não ter este indi-gitado um Primeiro-Ministro e estar a exercer a pressão para que os partidos do arco da governação, isto é também o PS, construam uma plataforma de en-tendimento estável para a governação do país. O desrespeito institucional não é uma estratégia em que partidos responsáveis se revejam; neste caso é esquizofrénico pois a opção presiden-cial favorece o PS. Outro gesto inten-cionalmente marcante foi começar por se reunir com o PCP, provavelmente o

partido comunista mais ortodoxo da Europa e mera quinta força política no actual espectro nacional com um total de 8% de votos. É esta a prioridade do partido socialista?!.Só posso supor que se trate de uma estratégia para ganhar força negocial com a coligação mas mesmo como tal é arriscada. É arriscada para o PS, sendo impensável que militantes ou simpatizantes advoguem maiorita-riamente ligações à esquerda radical em que o partido nunca se reviu. O risco já iminente de fractura interna aumenta o que sendo negativo para o PS, arrastará consigo o seu líder, de forma mais rápida e hostil do que a já inevitável. É, pois, arriscada também para o líder socialista. Mas importo-me muito mais por ser arriscada para o país: internamente, protela a cons-trução de um caminho necessário e urgente, externamente, acrescenta uma nota de indefinição e instabilida-de que afectará a credibilidade a custo de todos nós conquistada.O tempo não é de jogos mas de consen-sos. Entendam-se a bem do país!

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Entendam-se, o país está primeiro!m. PaTrãO neves

DIÁRIO INSULAR 10.OUT.2015 OpINIãO |11|Diário Insular informa os estimados leitores que os artigos de opinião não devem exceder os 3.500 caracteres, incluindo espaços.

franciscO cOelhO

Cavaco

Éverdade que, em Março, livramo-nos dele. Até lá, ele continua a fazer das suas…

Cavaco não foi ao 5 de Outubro. Embora tivesse rudo pensado, andou meditando pelo pátio dos bichos… Depois chamou o líder do seu partido e encarregou-o de amanhar uma solução de Gover-no. Quer dizer: meteu a Consti-tuição em banho-maria, fez-se de moderno, e declarou clara prefe-rência por uma solução.Mas depois de quatro anos e meio de austeritaria, o povo trabalha-dor arriscou novas opções, novas experiências. O tabu da esquerda incapaz de construir uma solução de governo, no entanto, move-se.O PS, referencial incontornável para a estabilidade, bem resolveu fazer aquilo que a Cavaco doía: pôs-se a dialogar, à esquerda e à direita, à cata duma solução es-tável e consentânea com o cerne do seu programa. E Belém, agora, já chamou Costa… E voltaram os tempos da Política!Noutra sede, Cavaco resolveu pro-por uma revisão constitucional. Para além do reforço dos pode-res do PR, queria os seus vigários (Representantes da República) sentadinhos no Conselho de Mi-nistros… Esqueceu-se o saudoso porque a “graça” da figura perdeu o “ministro”?Eis outro assunto que também ao Parlamento competirá a seu tem-po resolver…

Os resultados das eleições confirmaram parte das tendências que se forma-ram nos meses que ante-

cederam o ato eleitoral. A coligação Portugal à Frente (PaF) ganhou ine-quivocamente as eleições: elegeu mais deputados e teve mais votos, sendo a força política concorrente mais vo-tada. Mesmo tendo perdido a maio-ria absoluta, a vitória da PaF é anda mais significativa e evidente tendo em conta que nas últimas eleições, para o Parlamento Europeu, a coligação foi derrotada pelo PS, embora, nessa altura, a vitória socialista foi conside-rada “poucochinho” pelo próprio PS. Esse vitória amarga levou ao derrube de António José Seguro na liderança do Partido e quando António Costa assumiu a liderança do PS, quer as sondagens, quer as expectativas dos eleitores, indiciavam uma expressiva vitória nas legislativas sobre a PaF, tendo até hipótese de chegar à maioria absoluta. Mas o PS viria a ser o grande derrotado das eleições, por falhar re-dondamente todos os seus objetivos. Ao longo do ano que antecedeu as eleições o PS andou sem estratégia política e ao reboque dos aconteci-mentos, oscilando entre apresentar-se como responsável, defendendo que o País respeite e assuma os seus com-promissos, e entre piscar o olho à ex-trema esquerda insurgindo-se contra a austeridade e “colando-se” à vitória do Siryza na Grécia, até percebe que o Syriza não conseguiria nada do que prometera aos gregos, e que teria que recuar aceitando as imposições dos

resgates.Esta falta de clareza quando à sua estratégia para a solução do proble-ma nacional - talvez provocada pelas franjas da extrema esquerda dentro do PS - em vez de revelar aos eleitores um PS com capacidade de ser alterna-tiva revelou antes um Partido à deri-va e sem as suas referências. O elei-torado insatisfeito e revoltado com a situação imposta pela Troika, em vez de votar PS - por saber as responsa-bilidades o PS tivera nessa matéria - optou por votar na esquerda radical (nas europeias esse eleitorado tinha premiado Marinho e Pinto). E o Bloco de Esquerda registou uma subida no-tória, tendo beneficiado de votos que fugiram ao PS.A coligação PaF, por ter sido sempre clara nos seus propósitos - de não dei-xar o País cair numa deriva demagó-gica - conseguiu transmitir confiança e propósito. Conseguiu passar a men-sagem que fez o que necessitava de ser feito e que esse rumo começara a dar frutos, com impactos positivos na economia. O PS mostrou-se hesitante nas suas convicções - nunca se saben-do se tentaria ser alternativa na forma de atingir os objetivos ou se pretendia ser alternativa nos objetivos (como o BE quer ser).Nos Açores o cenário foi um bocadi-nho diferente. No caso do BE nos Aço-res, foi idêntico, tendo sido catapul-tado, pela mesma tendência nacional, para um resultado também histórico na Região. Ao contrário do que aconte-ceu a nível nacional, o PS ganhou nos Açores, tendo eleito mais deputados e

obtido mais votos. Porém, nos Açores, a coligação PaF concorreu separada. O CDS-PP até concorreu coligado com o PPM na Aliança Açores, algo que não surtiu os efeitos desejados.Nos Açores o CDS-PP foi eleitoralmen-te castigado pelo voto útil: a distância que cultivou em relação à PaF fez com o PSD recebesse os votos destinados a manter a coligação PSD/CDS no poder. Na Madeira ocorreu o mesmo: o CDS tinha tentado distanciar-se da coliga-ção da República e como tal, também foi castigado, perdendo o deputado eleito em 2011.Diria até que passou-se com o CDS nos Açores aquilo que aconteceu ao PS no todo nacional: a ambiguidade em relação ao projeto nacional ajudou ao voto útil noutras forças políticas (PSD e BE respetiva-mente). Contudo, nos Açores, há uma nuance interessante: a vitória do PS nos Açores é relativa e curta. A soma dos votos do CDS e do PSD iguala, praticamente, a votação obtida pelo PS. Ou seja, pode-se inferir que, caso a coligação PaF tivesse sido extensível aos Açores, dissipando ambiguidades, haveria uma forte probabilidade da PaF ter ganho também na Região. Agora resta-nos esperar para sabermos se as ambiguidades já passaram ao PS e se será um partido do centro-esquer-da ou se embarcará em radicalismos que não representam nem a maioria da população que votou no dia 4, nem a maioria dos próprios socialistas. Será o PS a decidir se Portugal será desgover-nado pela extrema esquerda ou se man-terá o rumo da consolidação orçamental e económica. Que decida bem.

Breve análise sobre os resultados eleitoraisnUnO MelO alves

10.out.2015 DIÁRIO INSULARRegIãO|12|

A empresa mais antiga de whale watching nos Açores, o Espaço Ta-lassa, das Lajes do Pico, vai deixar de mergulhar com golfinhos. Serge Viallelle, proprietário, diz que não quer participar da crescente pres-são que está a ser colocada sobre a espécie na Região.Em declarações ao DI, o responsável sublinhou que a situação tem vindo a agravar-se nos últimos anos. Ain-da que, nas ilhas, as regras sobre a observação de cetáceos e sobre o mergulho sejam apertadas, não há fiscalização, pelo que é habitual ver-se quase 30 mergulhadores em barcos que, sublinha Serge Viallel-le, com certeza passam mais de três horas na água com os animais - o que não é permitido.E ainda que esses casos sejam co-nhecidos, refere, sem provas sufi-cientes - e, mais uma vez, sem fis-calização - não é fácil avançar com ações judiciais sobre esses observa-dores.“É um comportamento irrespon-sável e eu não quis que a minha empresa participasse disso”, sus-tentou.O respeito pela lei e pelos animais é, de acordo com o proprietário, um código de honra para o Espaço Ta-lassa que, ao longo dos anos, tem aplicado as suas próprias medidas de proteção aquando do mergulho com golfinhos.“Em 2001 estabelecemos o código de ‘soft encounter’. Nós é que va-mos mergulhar com eles, não são eles que estão ali para nós. Mas no fundo, quisémos também, com isso, limitar os riscos para os clientes: pedimos atestados, não fazemos saídas no dia-a-dia, temos pacotes de uma semana para termos tempo - porque o tempo é a chave -, te-

mos uma tripulação especializada”, avançou, sustentando, contudo, que já não é possível continuar a vender esta atividade e, ao mesmo tempo, apelar a uma atitude sustentável e ao turismo responsável quando não é isso que acontece.É por isso que, em 2018, o Espaço Talassa vai deixar de mergulhar com golfinhos. Essa alteração vai ocorrer apenas daqui a dois anos porque, entretanto, a empresa já conta com marcações e sabe que, com uma importância de 12% no to-tal da faturação, seria “impossível” deixar de vender a atividade agora, sem que isso tivesse impactos fi-nanceiros graves. Apesar disso, Serge Viallelle acre-dita que será possível, depois, re-mediar os impactos da cessação de atividade, nomeadamente com a

substituição por outras iniciativas. Neste momento, frisou, o Espaço Talassa está a apostar em passeios a pé e, no próximo ano, vão ser ofe-recidos pacotes que incluem apre-sentações sobre temáticas que vão desde a cultura da vinha, passando pela baleação ou pelo aparecimento de baleias azuis.“Já comecei a contactar com os meus clientes, agências na Alema-nha, na Inglaterra e no Canadá e até agora o impacto tem sido muito positivo e se calhar não vou perder assim tanto, se calhar até ganho, porque é a imagem da empresa que está em causa: uma imagem séria, ligada à sustentabilidade e ao turis-mo responsável”, referiu.Serge Viallelle espera que outras empresas sigam as mesmas pisadas e que, ao mesmo tempo, as autori-

dades cumpram o seu trabalho.“Uma nova lei é nada se não houver controlo. Uma nova lei nunca será justa se os nossos representantes continuarem a fechar os olhos pe-rante atividades ilegais. E não estou a referir-me só às embarcações que estão sedeadas nos Açores, mas tam-bém a algumas, o que já denunciei, que ostentam bandeiras estranhas e que operam de forma impune nas águas dos Açores”, escreve na carta difundida na internet.O proprietário do Espaço Talassa chama ainda a atenção para a ne-cessidade de regular o mergulho com tubarões, uma atividade que “emergiu de um dia para o outro, sobretudo na Horta e na Madalena, que dá um bom dinheiro - e ainda bem -, mas que não tem os riscos calculados para os clientes”.

mergulho com golfinhos Empresas transportam mais de 20 mergulhadores e passam mais de três horas dentro de água

Há regras, mas não há fis-calização e isso, diz Serge Viallelle, serve de pouco. O Espaço Talassa, nas La-jes do Pico, vai deixar de mergulhar com golfinhos em 2018.

Mergulho com golfinhos pode estara pressionar a espécie nos Açores

empresa mais antiga de whale watching da região vai deixar atividade

fotografia Espaço talassa

DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 pUbLIcIDADe |13|

10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAROpINIãO|14|

Implementação dos Cuidados Paliativos nos Açores: necessidades, desafios e po-tencialidades numa Região Ultraperiféri-ca, por vezes, “escondida” na sua “açoria-nidade”.

Em jEito dE introdução…Este ano, o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos celebra-se a 10 de outubro sob o lema “Vidas escondidas, doentes escon-didos”. Numa tentativa de “trazer à luz os mais escondidos” e, como tal, os mais vulneráveis, esta iniciativa assenta numa visão de acesso universal aos cuidados paliativos para todos os que deles neces-sitem.Segundo a Worldwide Hospice and Pallia-tive Care Association, promotora habitual do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, são os mais vulneráveis (crianças, idosos, pessoas seropositivas e/ou ou SIDA, homo e transsexuais, presidiários, soldados, residentes em meios rurais) os que me-nos acesso têm a cuidados paliativos de qualidade. A este grupo de “escondidos” acrescentamos os exilados, repatriados e migrantes, os quais, em virtude das suas condições e formas únicas de vida, estão em risco de ficar privados dos cuidados de que necessitam e aos quais têm direito. Também menos visíveis e, como tal, mais “escondidos” estão aqueles que residem em regiões ultraperiféricas, remotas e ar-quipelágicas, como é o caso das ilhas aço-rianas. É sobre estes e o desenvolvimento de cuidados paliativos neste contexto que esta reflexão incide maior enfoque.

o quE são cuidados paliativos?Os cuidados paliativos são cuidados ativos e globais, prestados a pessoas em intenso sofrimento decorrente de doença grave, incurável, progressiva, sobretudo quando em fase avançada e/ou terminal. Este tipo de cuidados tem por objetivo melhorar a qualidade de vida, promover a dignidade da pessoa doente e apoiar os seus familia-res, durante toda a trajetória de doença e no luto. Note-se, porém, que os cuidados paliativos não devem confinar-se à fase fi-nal da vida (1-2). Cada vez mais, a evidência científica tem demonstrado os benefícios duma introdu-ção precoce dos cuidados paliativos, con-juntamente e de modo integrado com tra-tamentos com intencionalidade curativa, repercutindo-se em termos de quantidade e qualidade de vida (3). Acresce ainda que os cuidados paliativos têm contribuído para uma redução de hospitalizações des-necessárias, sobretudo no final da vida, estando ainda associados a uma redução de custos inerentes a medidas diagnósti-cas e tratamentos agressivos, muitas vezes desproporcionados (3). Neste sentido, o contributo dos cuidados paliativos esten-de-se para além do controlo sintomático, já que potencia uma melhor gestão da si-tuação do doente e uma eficiente gestão de recursos.

quais as nEcEssidadEs dE cuidados paliativos nos açorEs?Estima-se que cerca de 60% das pessoas falecidas em determinada região, por ano, teriam necessitado, em algum momento, de cuidados paliativos; esta percentagem aumenta para 80% nas situações de doença oncológica. Mais, é recomendado que, por cada 100.000 habitantes, deveria haver 10 camas de cuidados paliativos (nível especia-lizado), em termos de assistência domiciliá-ria deveria haver, em média, 1-1,5 equipas, e todos os hospitais deveriam ter uma equipa intra-hospitalar de suporte (4-8).Em 2011, a população açoriana era de 246.102 habitantes, dos quais 137.699 residiam na ilha de São Miguel, 56.062 na ilha Terceira, 15.038 na ilha do Faial, 14.144 na ilha do Pico e, os demais cida-dãos eram residentes nas ilhas de São Jor-ge, Santa Maria, Flores, Graciosa e Corvo (9). Considerando as estimativas acima enunciadas e com bases nestes dados, ha-veria, nos Açores e em 2011, uma neces-sidade de, pelo menos, 24 camas de cui-dados paliativos. Acresce ainda que, em 2012, 76,1% das pessoas que morrem na Região Autónoma dos Açores (RAA) tive-ram, como causa de morte, uma situação passível de causar necessidades múltiplas e complexas, suscetíveis de beneficiar de cuidados paliativos (i.e., 32,7% dos óbi-tos foram devidos a doenças do aparelho circulatório, 25,2% por tumores malignos, 13,4% por doenças do aparelho respirató-rio, e 4,8% por diabetes) (10). Face ao exposto, denota-se a necessidade premente de implementação de cuidados paliativos na RAA. Esta situação impõe, pois, desafios transformacionais para os profissionais de saúde e requer o estabele-cimento dum enquadramento ético que in-tegre os princípios dos cuidados paliativos na gestão, acompanhamento e cuidado à pessoa em situação crónica e/ou paliativa.

como consagrar o dirEito univEr-sal aos cuidados paliativos para todos os açorianos?Em Portugal e, como tal, nos Açores, o direito aos cuidados paliativos está con-sagrado, por lei (Lei nº 52/2012 de 5 de setembro). Não obstante, o acesso a cui-dados paliativos carateriza-se por assime-trias de cariz diverso: geográficas, econó-micas, de diagnóstico, e de idade (2). A RAA é uma das regiões do país aonde o desenvolvimento dos cuidados paliativos é pautado de maior complexidade, sobre-tudo devido aos desafios inerentes a uma grande dispersão geográfica, à insularida-de e localização ultraperiférica. Conscien-tes da necessidade de implementação e desenvolvimento de cuidados paliativos, diversas iniciativas foram realizadas, ao longo da última década, nesta matéria. A título de exemplo, destacam-se as inicia-tivas seguintes: programas de formação pós-graduada em cuidados paliativos pro-movidos pelo Governo Regional (regime

de b-learning) e pela Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores (regime presen-cial e por videoconferência); atividades formativas de curta duração organizadas por diversas entidades, nomeadamente pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos – Núcleo Regional dos Açores; e Proposta de Programa Regional de Cui-dados Paliativos elaborado e apresentado pela Secção Regional da RAA da Ordem dos Enfermeiros. Em nosso entender, pese embora as necessidades e desafios reconhecidos, há, como resultado destas iniciativas, potencialidades e elementos facilitadores a uma efetiva implementação e desenvolvimento de cuidados paliativos nos Açores. As complexas caraterísticas de insularida-de e localização ultraperiférica dos Açores (à semelhança de outros arquipélagos da Macaronésia e/ou de países com grande dispersão geográfica e áreas remotas como o Canadá e Austrália) implicam que as estimativas quanto aos tipos de números de camas, equipas e serviços de cuidados paliativos sejam definidos no âmbito de um plano estratégico devidamente defini-do, e que inclua um ‘Modelo Integrado de Serviços de Cuidados Paliativos’. Acresce ainda a necessidade de perspetivar os cui-dados paliativos como uma necessidade e matéria de saúde pública, implementando políticas de saúde que promovam a quali-dade e acesso a este tipo de cuidados (11). As seguintes recomendações podem ser particularmente úteis para o desenvolvi-mento do modelo integrado de cuidados paliativos acima enunciado: (i) Integração, mediante definição e implementação de abordagens e níveis de cuidados paliativos diversos, mudança de paradigma de con-ceção de cuidados, colaboração inter-pro-fissional, inclusão dos cuidados paliativos na agenda política e abordagens comunitá-rias; (ii) Formação, com a implementação de programas formativos de níveis distin-tos, de cariz interdisciplinar e com a inte-gração dos cuidados paliativos na forma-ção pré-graduada de todos os profissionais de saúde; (iii) Clarificação de conceitos; (iv) Avaliação e monitorização efetiva da oferta de cuidados paliativos já existente e das decisões éticas e cuidados prestados em fim de vida; (v) Investigação, para uma prática de cuidados e definição de inter-venções com base em evidência (11).

Em jEito dE conclusão…Os cuidados paliativos são uma necessi-dade e direito de todos os cidadãos que padecem de doença grave, incurável, pro-gressiva, geradora de intenso sofrimento e/ou que ameace a vida. Em Portugal, este direito está consagrado por lei e é inde-pendente da idade, género, etnia, diag-nóstico, sexualidade, residência/geografia. Neste sentido, há que focar a atenção no risco que certas vidas têm de ficar “escon-didas” e, como tal “esquecidas”, como é

o caso das vidas daqueles que vivem (n)a “Açorianidade”. As recomendações, plano estratégico e modelo integrado aqui suma-riamente apresentados darão, no nosso entender, ênfase a um ‘Modelo específi-co-flexível-açoriano, centrado no cidadão-cliente’ que garanta a acessibilidade, justi-ça, dignidade e continuidade de cuidados dentro dum contexto arquipelágico pecu-liar como os Açores.

rEfErências:(1) MARTINS PEREIRA, Sandra – Cuidados Paliativos. Confrontar a morte. Lisboa: Univer-sidade Católica Editora, 2010.(2) MARTINS PEREIRA, Sandra – Palliative Care in Portugal and Europe: Different Con-cepts and Organizational Models, Different Levels of Development, Different Needs and (Potential for) Further Development. Atención Primaria, 46(Espec Cong 1) (2014), p.2.(3) HAINES, Ian E – Managing patients with advanced cancer: the benefits of early referral for palliative care. Medical Journal of Australia, Vol. 194, Nº 3, p.107-108.(4) CAPELAS, Manuel Luís – Cuidados Paliati-vos: Uma Proposta para Portugal. Cadernos de Saúde, Vol. 2, N.º 1 (2009), p.51-57.(5) FERRIS, Frank et al. – A Model to Guide Patient and Family Care: Based on Nationally Accepted Principles and Norms of Practice. Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 24, Nº 2 (2002), p.106-123.(6) FRANKS, Peter J et al. – The level of need for palliative care: a systematic review of the literature. Palliative Medicine, Vol. 14, Nº 2 (2000), p.93-104.(7) GÓMEZ-BATISTE, Xavier et al. – Organi-zación de Servicios y Programas de Cuidados Paliativos. Madrid: Arán Ediciones, 2005.(8) HERRERA, Emilio et al. – Regional Palliati-ve Care Program in Extremadura: An Effecti-ve Public Health Care Model in Sparsely Po-pulated Region. Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 33, Nº 5 (2007), p.591-598.(9) SERVIÇO REGIONAL DE ESTATÍSTICA DOS AÇORES. Censos 2011. [Consult. 27 mar-ço. 2015]. Disponível na internet:<URL: http://estatistica.azores.gov.pt/upl/%7B93c000f3-e5fc-4083-9efb-86f5138810e7%7D.pdf.(10) INE, DGS/MS, PORDATA – Óbitos por algumas causas de morte. [Consult. 27 março. 2015]. Disponível na internet:<URL: http://www.pordata.pt/Municipios/% C3%93bitos+por+algumas+causas+de+morte+(percentagem)-373.(11) MARTINS PEREIRA, Sandra et al. – A public health approach to improving palliative care for older people. In: VAN DEN BLOCK, Lieve et al. Palliative Care for Older People. A Public Health Perspective. Oxford: Oxford Uni-versity Press, 2015; p.275-291.

(1) Enfermeira, Licenciada em Ciências da Educação, Mestre e Doutora em Bioética, Pós-doutoramento em Investigação em Cuidados Paliativos. Co-coordenadora do Grupo de Tra-balho sobre Formação em Cuidados Paliativos em Enfermagem da European Association for Palliative Care.(2) Enfermeiro, Mestre em Saúde Pública, Mes-tre e Doutor em Investigação em Serviços de Saúde, especialidade de Organização e Gestão de Serviços de Saúde. Professor na Universi-dade de Las Palmas de Gran Canaria. Membro do Grupo de Trabalho sobre Formação em Cui-dados Paliativos em Enfermagem da European Association for Palliative Care.

DIA MUNDIAL DOS CUIDADOS pALIATIVOS10 de OUTUbrO de 2015

“Hidden lives, hidden patients”– vidas escondidas, doentes escondidosSandra MarTinS Pereira (1) &

PablO Hernández-MarrerO (2)

10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAROpINIãO|14|

Implementação dos Cuidados Paliativos nos Açores: necessidades, desafios e po-tencialidades numa Região Ultraperiféri-ca, por vezes, “escondida” na sua “açoria-nidade”.

Em jEito dE introdução…Este ano, o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos celebra-se a 10 de outubro sob o lema “Vidas escondidas, doentes escon-didos”. Numa tentativa de “trazer à luz os mais escondidos” e, como tal, os mais vulneráveis, esta iniciativa assenta numa visão de acesso universal aos cuidados paliativos para todos os que deles neces-sitem.Segundo a Worldwide Hospice and Pallia-tive Care Association, promotora habitual do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, são os mais vulneráveis (crianças, idosos, pessoas seropositivas e/ou ou SIDA, homo e transsexuais, presidiários, soldados, residentes em meios rurais) os que me-nos acesso têm a cuidados paliativos de qualidade. A este grupo de “escondidos” acrescentamos os exilados, repatriados e migrantes, os quais, em virtude das suas condições e formas únicas de vida, estão em risco de ficar privados dos cuidados de que necessitam e aos quais têm direito. Também menos visíveis e, como tal, mais “escondidos” estão aqueles que residem em regiões ultraperiféricas, remotas e ar-quipelágicas, como é o caso das ilhas aço-rianas. É sobre estes e o desenvolvimento de cuidados paliativos neste contexto que esta reflexão incide maior enfoque.

o quE são cuidados paliativos?Os cuidados paliativos são cuidados ativos e globais, prestados a pessoas em intenso sofrimento decorrente de doença grave, incurável, progressiva, sobretudo quando em fase avançada e/ou terminal. Este tipo de cuidados tem por objetivo melhorar a qualidade de vida, promover a dignidade da pessoa doente e apoiar os seus familia-res, durante toda a trajetória de doença e no luto. Note-se, porém, que os cuidados paliativos não devem confinar-se à fase fi-nal da vida (1-2). Cada vez mais, a evidência científica tem demonstrado os benefícios duma introdu-ção precoce dos cuidados paliativos, con-juntamente e de modo integrado com tra-tamentos com intencionalidade curativa, repercutindo-se em termos de quantidade e qualidade de vida (3). Acresce ainda que os cuidados paliativos têm contribuído para uma redução de hospitalizações des-necessárias, sobretudo no final da vida, estando ainda associados a uma redução de custos inerentes a medidas diagnósti-cas e tratamentos agressivos, muitas vezes desproporcionados (3). Neste sentido, o contributo dos cuidados paliativos esten-de-se para além do controlo sintomático, já que potencia uma melhor gestão da si-tuação do doente e uma eficiente gestão de recursos.

quais as nEcEssidadEs dE cuidados paliativos nos açorEs?Estima-se que cerca de 60% das pessoas falecidas em determinada região, por ano, teriam necessitado, em algum momento, de cuidados paliativos; esta percentagem aumenta para 80% nas situações de doença oncológica. Mais, é recomendado que, por cada 100.000 habitantes, deveria haver 10 camas de cuidados paliativos (nível especia-lizado), em termos de assistência domiciliá-ria deveria haver, em média, 1-1,5 equipas, e todos os hospitais deveriam ter uma equipa intra-hospitalar de suporte (4-8).Em 2011, a população açoriana era de 246.102 habitantes, dos quais 137.699 residiam na ilha de São Miguel, 56.062 na ilha Terceira, 15.038 na ilha do Faial, 14.144 na ilha do Pico e, os demais cida-dãos eram residentes nas ilhas de São Jor-ge, Santa Maria, Flores, Graciosa e Corvo (9). Considerando as estimativas acima enunciadas e com bases nestes dados, ha-veria, nos Açores e em 2011, uma neces-sidade de, pelo menos, 24 camas de cui-dados paliativos. Acresce ainda que, em 2012, 76,1% das pessoas que morrem na Região Autónoma dos Açores (RAA) tive-ram, como causa de morte, uma situação passível de causar necessidades múltiplas e complexas, suscetíveis de beneficiar de cuidados paliativos (i.e., 32,7% dos óbi-tos foram devidos a doenças do aparelho circulatório, 25,2% por tumores malignos, 13,4% por doenças do aparelho respirató-rio, e 4,8% por diabetes) (10). Face ao exposto, denota-se a necessidade premente de implementação de cuidados paliativos na RAA. Esta situação impõe, pois, desafios transformacionais para os profissionais de saúde e requer o estabele-cimento dum enquadramento ético que in-tegre os princípios dos cuidados paliativos na gestão, acompanhamento e cuidado à pessoa em situação crónica e/ou paliativa.

como consagrar o dirEito univEr-sal aos cuidados paliativos para todos os açorianos?Em Portugal e, como tal, nos Açores, o direito aos cuidados paliativos está con-sagrado, por lei (Lei nº 52/2012 de 5 de setembro). Não obstante, o acesso a cui-dados paliativos carateriza-se por assime-trias de cariz diverso: geográficas, econó-micas, de diagnóstico, e de idade (2). A RAA é uma das regiões do país aonde o desenvolvimento dos cuidados paliativos é pautado de maior complexidade, sobre-tudo devido aos desafios inerentes a uma grande dispersão geográfica, à insularida-de e localização ultraperiférica. Conscien-tes da necessidade de implementação e desenvolvimento de cuidados paliativos, diversas iniciativas foram realizadas, ao longo da última década, nesta matéria. A título de exemplo, destacam-se as inicia-tivas seguintes: programas de formação pós-graduada em cuidados paliativos pro-movidos pelo Governo Regional (regime

de b-learning) e pela Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores (regime presen-cial e por videoconferência); atividades formativas de curta duração organizadas por diversas entidades, nomeadamente pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos – Núcleo Regional dos Açores; e Proposta de Programa Regional de Cui-dados Paliativos elaborado e apresentado pela Secção Regional da RAA da Ordem dos Enfermeiros. Em nosso entender, pese embora as necessidades e desafios reconhecidos, há, como resultado destas iniciativas, potencialidades e elementos facilitadores a uma efetiva implementação e desenvolvimento de cuidados paliativos nos Açores. As complexas caraterísticas de insularida-de e localização ultraperiférica dos Açores (à semelhança de outros arquipélagos da Macaronésia e/ou de países com grande dispersão geográfica e áreas remotas como o Canadá e Austrália) implicam que as estimativas quanto aos tipos de números de camas, equipas e serviços de cuidados paliativos sejam definidos no âmbito de um plano estratégico devidamente defini-do, e que inclua um ‘Modelo Integrado de Serviços de Cuidados Paliativos’. Acresce ainda a necessidade de perspetivar os cui-dados paliativos como uma necessidade e matéria de saúde pública, implementando políticas de saúde que promovam a quali-dade e acesso a este tipo de cuidados (11). As seguintes recomendações podem ser particularmente úteis para o desenvolvi-mento do modelo integrado de cuidados paliativos acima enunciado: (i) Integração, mediante definição e implementação de abordagens e níveis de cuidados paliativos diversos, mudança de paradigma de con-ceção de cuidados, colaboração inter-pro-fissional, inclusão dos cuidados paliativos na agenda política e abordagens comunitá-rias; (ii) Formação, com a implementação de programas formativos de níveis distin-tos, de cariz interdisciplinar e com a inte-gração dos cuidados paliativos na forma-ção pré-graduada de todos os profissionais de saúde; (iii) Clarificação de conceitos; (iv) Avaliação e monitorização efetiva da oferta de cuidados paliativos já existente e das decisões éticas e cuidados prestados em fim de vida; (v) Investigação, para uma prática de cuidados e definição de inter-venções com base em evidência (11).

Em jEito dE conclusão…Os cuidados paliativos são uma necessi-dade e direito de todos os cidadãos que padecem de doença grave, incurável, pro-gressiva, geradora de intenso sofrimento e/ou que ameace a vida. Em Portugal, este direito está consagrado por lei e é inde-pendente da idade, género, etnia, diag-nóstico, sexualidade, residência/geografia. Neste sentido, há que focar a atenção no risco que certas vidas têm de ficar “escon-didas” e, como tal “esquecidas”, como é

o caso das vidas daqueles que vivem (n)a “Açorianidade”. As recomendações, plano estratégico e modelo integrado aqui suma-riamente apresentados darão, no nosso entender, ênfase a um ‘Modelo específi-co-flexível-açoriano, centrado no cidadão-cliente’ que garanta a acessibilidade, justi-ça, dignidade e continuidade de cuidados dentro dum contexto arquipelágico pecu-liar como os Açores.

rEfErências:(1) MARTINS PEREIRA, Sandra – Cuidados Paliativos. Confrontar a morte. Lisboa: Univer-sidade Católica Editora, 2010.(2) MARTINS PEREIRA, Sandra – Palliative Care in Portugal and Europe: Different Con-cepts and Organizational Models, Different Levels of Development, Different Needs and (Potential for) Further Development. Atención Primaria, 46(Espec Cong 1) (2014), p.2.(3) HAINES, Ian E – Managing patients with advanced cancer: the benefits of early referral for palliative care. Medical Journal of Australia, Vol. 194, Nº 3, p.107-108.(4) CAPELAS, Manuel Luís – Cuidados Paliati-vos: Uma Proposta para Portugal. Cadernos de Saúde, Vol. 2, N.º 1 (2009), p.51-57.(5) FERRIS, Frank et al. – A Model to Guide Patient and Family Care: Based on Nationally Accepted Principles and Norms of Practice. Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 24, Nº 2 (2002), p.106-123.(6) FRANKS, Peter J et al. – The level of need for palliative care: a systematic review of the literature. Palliative Medicine, Vol. 14, Nº 2 (2000), p.93-104.(7) GÓMEZ-BATISTE, Xavier et al. – Organi-zación de Servicios y Programas de Cuidados Paliativos. Madrid: Arán Ediciones, 2005.(8) HERRERA, Emilio et al. – Regional Palliati-ve Care Program in Extremadura: An Effecti-ve Public Health Care Model in Sparsely Po-pulated Region. Journal of Pain and Symptom Management, Vol. 33, Nº 5 (2007), p.591-598.(9) SERVIÇO REGIONAL DE ESTATÍSTICA DOS AÇORES. Censos 2011. [Consult. 27 mar-ço. 2015]. Disponível na internet:<URL: http://estatistica.azores.gov.pt/upl/%7B93c000f3-e5fc-4083-9efb-86f5138810e7%7D.pdf.(10) INE, DGS/MS, PORDATA – Óbitos por algumas causas de morte. [Consult. 27 março. 2015]. Disponível na internet:<URL: http://www.pordata.pt/Municipios/% C3%93bitos+por+algumas+causas+de+morte+(percentagem)-373.(11) MARTINS PEREIRA, Sandra et al. – A public health approach to improving palliative care for older people. In: VAN DEN BLOCK, Lieve et al. Palliative Care for Older People. A Public Health Perspective. Oxford: Oxford Uni-versity Press, 2015; p.275-291.

(1) Enfermeira, Licenciada em Ciências da Educação, Mestre e Doutora em Bioética, Pós-doutoramento em Investigação em Cuidados Paliativos. Co-coordenadora do Grupo de Tra-balho sobre Formação em Cuidados Paliativos em Enfermagem da European Association for Palliative Care.(2) Enfermeiro, Mestre em Saúde Pública, Mes-tre e Doutor em Investigação em Serviços de Saúde, especialidade de Organização e Gestão de Serviços de Saúde. Professor na Universi-dade de Las Palmas de Gran Canaria. Membro do Grupo de Trabalho sobre Formação em Cui-dados Paliativos em Enfermagem da European Association for Palliative Care.

DIA MUNDIAL DOS CUIDADOS pALIATIVOS10 de OUTUbrO de 2015

“Hidden lives, hidden patients”– vidas escondidas, doentes escondidosSandra MarTinS Pereira (1) &

PablO Hernández-MarrerO (2)

DIÁRIO INSULAR 10.OUT.2015 OpINIãO |15|

Terra Chã, 3 de Outubro de 2015Sabemos da visita dos sogros e logo plane-amos descalcificar a máquina de café. Não a usamos há meses, e eles gostam daquele ritual do cafezinho.A ver se não nos esquecemos de tocar as pi-lhas ao relógio da sala. E ao da cozinha. Ou então de substituí-los aos dois, que devem ter avariado.De resto, mudar a rede de descanso para a outra parede, prender o varão do duche e transferir o bengaleiro para o escritório. E chega.A não ser que pintemos os quartos. Há que tempos falamos nisso. Dávamos um jeito ao salitre, pintávamos tudo e mudávamos a cortinas.Aliás, já que mudávamos as cortinas dos quartos, mudávamos as da casa toda. Re-cuperávamos a cómoda velha, colávamos as mesas-de-cabeceira e trocávamos as fitas aos estores.Bom, mesmo, era pôr portadas. E vidros duplos. Haverá tempo?Felizmente, no corredor não há muito que fazer. Dávamos uma pintadela, só para lavar a cara, e mudávamos os candeeiros. Podíamos centrar melhor a foto da Sandra. E pintar a tijoleira.Ou arrancá-la.As portas também precisavam de uma pin-turinha, que os cães arranham-nas. Mas, nesse caso, atacávamos já os tectos falsos também. E encomendávamos uma estante.Precisamos de mais uma estante. Uma para o corredor, duas para o escritório e ficava tratado.Entretanto, recarregávamos os extintores, mudávamos o sofá e comprávamos uma máquina de sopas. Lá fora, semeávamos relva no curro, arranjámos novas cepas de beladonas e entrelaçávamos melhor as eras.E estava feito. Feito!Quando tivéssemos tempo, então sim, tra-távamos do WC suplementar, do conserva-tory, do canil, do apartamento na garagem e da limpeza da mata. Fazíamos nova fossa e levantávamos uma sebe a Oeste.Talvez os primos quisessem vender o cer-rado.Mas, para já, vou só descalcificar a máquina do café. Não me esqueci de comprar kits, pois não?

Terra Chã, 6 de Outubro de 2015Em miúdo, ia muito ao futebol. O meu pai tinha um gratificado e leva-va-me na camioneta da Polícia. Sen-távamo-nos, eu no meio dos agentes e ele ao lado do condutor, muito sério, e ressoavam de imediato na minha cabeça as primeiras flautas do Sem-per Fidelis, de John Philip Sousa.Eu não sabia que se chamava Sem-per Fidelis ou quem era John Phi-lip Sousa. Conhecia apenas aquelas flautas, que imaginava tocadas por raparigas. O sussurro dos trompetes. Clarinetes e cornetins num frémito. A explosão dos trombones, homens agora – bombos, pratos e tambores, e trompas, e fagotes, em glória e fi-delidade.Na verdade, eu também não sabia o que era um cornetim. Gostava daque-la marcha. Era a marcha do Campo de Jogos Municipal de Angra, em dia de jogo do Lusitânia. Tocava antes, ao intervalo e depois da partida.Ainda hoje consigo assobiá-la.Chegávamos muito cedo, a tempo de abrir os portões. E era naquelas primeiras duas horas, ainda os joga-dores não tinham chegado, que acon-tecia o meu jogo. Os velhos estacio-navam na cabeceira, onde deixavam senhoras fazendo renda. Os pais de família enchiam a bancada, com os seus rádios e as suas almofadinhas de napa. Os durões ficavam no peão, fumando e insultando o árbitro.Às vezes eu percorria o perímetro todo de uma vez, como se os humo-res das diferentes tribos compuses-sem eles próprios uma marcha de John Philip Sousa, com a sua húbris e a sua anagnórise, o seu pathos e o seu clímax. Outras vezes sentava-me apenas, comendo amendoins, até que aquele lugar me parecia a montanha cósmica, o axis mundi, a libertação do fluxo da vida no corpo da Terra.Mais tarde fui jogador. Jornalista desportivo. Até convidado de honra. Nunca mais encontrei a verdade de-finitiva que se escondia naquelas tar-des do Municipal. Já ninguém toca as marchas de John Philip Sousa.

Terra Chã, 7 de Outubro de 2015São oito da manhã quando começamos a subir a Canada da Serra. Hoje o céu acordou desanuviado, com a limpidez feérica que sempre faz suceder aos longos dias de chuva. E, antes mes-mo de chegarmos às charolesas do Zé Maria da Adega, há dois cerrados com angus e ramo-grandes dispostas como que num xadrez, muito pretas umas, vermelhíssimas as outras.Pastam numa serenidade conforma-da, até feliz. Mas a certa altura pas-samos na curva e duas delas erguem a cabeça, com um ar inquiridor. E eu pergunto-me: o que vêem os animais quando nos vêem passar? O que vê um bicho quando olha um homem? O que vêem estas bezerras destina-das ao matadouro quando passamos os dois, eu e a Catarina, com roupas desportivas e cães presos a trelas?Conhecemos o que dos animais nos disse tanta literatura, mas em to-dos os casos o homem manteve-se no centro. A ratazana de Gunther Grass, o cão de Thomas Mann, até a baleia de Ahab – todos eles existiram primeiramente em função de nós. A quinta de Orwell foi uma metáfora para a nossa sociedade. Os patos e os ratos de Walt Disney assumiram formas humanas.Mas alguma coisa eles hão-de ver quando nos olham. Continuará o ho-mem no centro do planeta? Continu-ará o sol no centro do sistema? O que serão a dor e o prazer, exactamente? E o desejo, e a humildade, e o medo, e a melancolia? E essa fome sem remé-dio a que se chama poesia?A ciência estuda os animais sen-cientes, prova-nos que eles podem sentir e garante-nos que esse estado não está tão distante do pensamento quanto isso. Mas que papel represen-ta num encontro assim a consciência? Que curiosidade, que perplexidade há naqueles olhares? Sobretudo: o que vêem os outros animais quando olham os nossos cães e se apercebem que eles vivem connosco, na nossa casa, segundo as nossas regras, co-mendo a nossa comida?

Terra Chã, 9 de Outubro de 2015Amanhã vou ao transitário buscar umas paletes. Chegou a hora de fazer uma poltrona para a Jasmim.Não me iludo quanto à originalidade do empreendimento. Já toda a gente aprendeu a fazer móveis a partir de pa-letes. Mas desde que tenho dois cães que a poltrona do Melville é o único motivo de discórdia entre eles.Os casais sem filhos podem ser bas-tante ridículos. Nós não disfarçamos nada bem.De maneira que, na terça-feira, passei na Construtora e comprei pregos e pa-rafusos, colchetes e cantoneiras. Creio que não precisarei da serra circular, mas se precisar peço ao Chico. De res-to, o berbequim, a lixadeira e o serrote já ali estão de lado, e fitas métricas é o que aí não falta.A pistola de pregos dispenso – carpin-taria sem martelo nem parece carpin-taria. É natural que venha a precisar de mais lixa, mas logo se vê. Quanto aos colchetes, a ver se não acabo por usar cantoneira em tudo.De qualquer modo, se não sobrassem peças não teria graça.Vou começar por escolher a palete mais feia para a base e depois afixar-lhe outra por cima. Para os braços e as costas, estou quase certo de que uma inteira é de mais, pelo que estou preparado para cerrar. Lixar será tra-balhoso, mas com paciência chega-se lá. Só pintar me chateia.Ainda não sei que acabamento aplica-rei, mas o Celso da CIN costuma ter boas ideias. Seja como for, eu teria sempre de passar na cidade a comprar as esponjas.A ver se não me esqueço de avisar a minha pobre mãe de que vai ter de for-rar almofadas outra vez. Mas primeiro ainda preciso de arranjar uma carrinha emprestada, que no carro não consigo enfiar uma palete sequer.Vou dar um toque ao João.Se correr bem, ainda faço mais umas quantas poltronas para o jardim, que não tarda aí a Primavera. Acho que vou comprar uma serra eléctrica. E um creme hidratante.

‘Tás sentada de esplanada?

10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAR|16| OpINIãO

No segundo maior país do mundo, na segunda mais populosa província do Canadá, na segunda

maior cidade do país, a primeira Casa dos Açores em terras canadia-nas simboliza há 37 anos os açoria-nos do Québec que são quase 80% dos portugueses de Montreal. Das nossas 15 Casas em 6 nacionalida-des, esta é a única que fala açoriano com pronúncia francesa…

Uma grande comUnidadeO Canadá foi o último grande des-tino da emigração açoriana, na se-quência do Brasil e dos Estados Unidos da América ou mesmo da Bermuda e do Havai. A nossa emi-gração sistemática para este país conta apenas 62 anos, considerando o protocolo assinado em 1953 entre Portugal e Canadá, mas foi tão in-tensiva que já corresponde à grande maioria dos cerca de meio milhão de portugueses em geral (de pri-meira, segunda e terceira gerações) registados na estatística canadiana de 1991.Os portugueses, especialmente aço-rianos, radicaram-se sobretudo na província do Ontário (202.000), mas também no Québec (43.000) e na Columbia Britânica (23.000) ou até nas províncias de Alberta (9.700) e Manitoba (9.500).Em Montreal, estima-se que 78% dos portugueses residentes são oriundos dos Açores, maioritaria-mente da ilha de São Miguel. São da Ribeira Grande, de Rabo de Peixe, da Lagoa, concentraram-se inicial-mente no chamado “bairro portu-guês” mas, nas últimas três décadas, dispersaram para cidades próximas como Laval ou Sainte-Thérèse.Foi aqui que se estabeleceu a pri-meira Casa dos Açores do Canadá, em 1978, ainda antes das do Ontá-rio (1985) ou do Winnipeg (1992).

a primeira no canadáA Casa dos Açores do Québec foi fundada a 18 de julho de 1978, na cidade de Montreal, por iniciativa dos açorianos Tadeu Rocha, Car-los Saldanha, Maria Elvira Salda-nha-Teixeira, Joviano Vaz e Manuel Contente. A sua comissão instala-dora ficou constituída pelos cinco fundadores e ainda Aires Whytton da Silva, António Bairos, Guilherme Álvares Cabral e Norberto Aguiar,

procedendo à elaboração dos pri-meiros estatutos.Só 13 anos depois foi eleita a pri-meira direção efetiva, em assem-bleia geral de sócios realizada a 18 de novembro de 1991, na sua sede provisória da rua St-Joseph. Ficou constituída por Guilherme Álvares Cabral (presidente), António Tava-res (vice-presidente), Manuel Antó-nio Pereira (secretário), Benjamim Moniz (tesoureiro) e ainda Carlos Saldanha, Norberto Aguiar, Alfredo Ponte, Victor Puim e José Coelho (vogais).Guilherme Cabral, o primeiro pre-sidente eleito, nasceu em 1939, na Bélgica, mas depressa viajou para a ilha de São Miguel, a terra da sua família. Com 25 anos de idade, emigrou para o Canadá, residindo primeiro na cidade de Toronto, em 1964, e fixando-se depois na cidade de Montreal, em 1973. Fez carreira profissional no ramo imobiliário, mas foi também presidente da Cai-xa Portuguesa de Montreal.Sob a sua presidência, a Casa dos Açores transferiu-se para uma se-gunda sede provisória, na rua St-Dominique, inaugurada em feve-reiro de 1992. A primeira direção aqui eleita era presidida por Manuel António Pereira, que conduziu os destinos da instituição até ao ano 2000.

Filarmónicas e FolcloreManuel Pereira nasceu em 1942 na freguesia de S. José, em Ponta Del-gada, e emigrou para o Canadá em 1967, recém-casado. Começou por

trabalhar no aeroporto de Montre-al e, dois anos depois, transferiu-se com a família para os Estados Uni-dos da América, como supervisor de uma fábrica de tecidos em New Bedford. Regressado a Montreal em 1971, fez os cursos de mecânica e imobiliária, mas foi no departamen-to de compras da companhia de aviação KLM que estabilizou a sua atividade profissional até aposentar-se em 1998.Desde sempre e ainda hoje ligado à Casa dos Açores do Québec, adqui-riu a atual sede própria em 1996, pelo valor de 170 mil dólares, gra-ças a um empréstimo por 10 anos com a sua responsabilidade pessoal e a de Guilherme Cabral, João Reis, Eduardo Leite e Alfredo Ponte. Esta sede, localizada no número 229 da rua Fleury Oeste e inaugurada a 22 de março de 1997, dispõe de bar, salão e biblioteca, dispensando ain-da parte do edifício para instalação provisória da Filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval.Outras duas filarmónicas encon-tram-se formalmente constituídas no seio da comunidade lusitana da província do Québec – a Filarmó-nica Portuguesa de Montreal, agora em fase de inatividade, e a Banda de Nossa Senhora dos Milagres.Na sede atual funciona também o Rancho Folclórico “Ilhas de Encan-to” da Casa dos Açores do Québec, o oitavo grupo de folclore existente na comunidade portuguesa, que foi fundado em 1997 com 27 dançari-nos, nove músicos e quatro canta-deiras, sob a direção de João Rebelo.

Sucede ao primeiro Rancho de Can-tares e Bailares da Casa dos Açores do Québec, criado em 1992 por ini-ciativa de José de Sousa, José Cor-deiro e Tony Melo, e convive com outros cinco ranchos resistentes – Campinos do Ribatejo, Cana Ver-de, Estrelas do Atlântico, Rancho Folclórico de Santa Cruz e Praias de Portugal.

privando com Bill gatesA nossa “embaixada açoriana” em Montreal tem recebido a visita ofi-cial de diversas entidades, como sejam o presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Alberto Romão Madruga da Costa (1994), o presidente do Go-verno Regional dos Açores, Carlos César (1997), o Bispo de Angra, D. António Sousa Braga (1999), o Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas, José Cesário (2003) ou o presidente da Assem-bleia da República, João Bosco Mota Amaral (2003).Depois de Guilherme Álvares Ca-bral, Manuel António Pereira, Ema-nuel Martins, Gil do Couto, Damião de Sousa e Dora Barão, a Casa dos Açores do Québec é atualmente pre-sidida, desde 2010, por Benjamim Moniz.Benjamim Moniz nasceu em Rabo de Peixe, em 1949, e emigrou com a família em 1966. Primeiro viveu nos Estados Unidos da América, em East Providence, com a esposa na-tural da Ribeira Grande, onde tive-ram os primeiros dois de três filhos. Depois radicou-se no Canadá, em Montreal, desde que em 1975 rece-beu uma “carta de chamada” para reunir a família, agora já com cinco netos. Filho de carpinteiro, traba-lhou sempre numa companhia de construção de móveis de alta quali-dade, chegando mesmo a construir a secretária do escritório de Bill Gates em Manhattan e a biblioteca da sua mansão em Long Island. “Ele era tão simpático que até me ajudou a acartar as madeiras”, explica o mar-ceneiro micaelense que privou com o magnata americano...

(Continua)

(*) Deputado no Parlamento dos Açores(*) No âmbito da deslocação realizada à XVIII Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores

AçOriAnOs nO QUébec (1)

A Casa dos Açores com sotaque francêsJOsé AndrAde (*)

10.OUT.2015 DIÁRIO INSULAR|16| OpINIãO

No segundo maior país do mundo, na segunda mais populosa província do Canadá, na segunda

maior cidade do país, a primeira Casa dos Açores em terras canadia-nas simboliza há 37 anos os açoria-nos do Québec que são quase 80% dos portugueses de Montreal. Das nossas 15 Casas em 6 nacionalida-des, esta é a única que fala açoriano com pronúncia francesa…

Uma grande comUnidadeO Canadá foi o último grande des-tino da emigração açoriana, na se-quência do Brasil e dos Estados Unidos da América ou mesmo da Bermuda e do Havai. A nossa emi-gração sistemática para este país conta apenas 62 anos, considerando o protocolo assinado em 1953 entre Portugal e Canadá, mas foi tão in-tensiva que já corresponde à grande maioria dos cerca de meio milhão de portugueses em geral (de pri-meira, segunda e terceira gerações) registados na estatística canadiana de 1991.Os portugueses, especialmente aço-rianos, radicaram-se sobretudo na província do Ontário (202.000), mas também no Québec (43.000) e na Columbia Britânica (23.000) ou até nas províncias de Alberta (9.700) e Manitoba (9.500).Em Montreal, estima-se que 78% dos portugueses residentes são oriundos dos Açores, maioritaria-mente da ilha de São Miguel. São da Ribeira Grande, de Rabo de Peixe, da Lagoa, concentraram-se inicial-mente no chamado “bairro portu-guês” mas, nas últimas três décadas, dispersaram para cidades próximas como Laval ou Sainte-Thérèse.Foi aqui que se estabeleceu a pri-meira Casa dos Açores do Canadá, em 1978, ainda antes das do Ontá-rio (1985) ou do Winnipeg (1992).

a primeira no canadáA Casa dos Açores do Québec foi fundada a 18 de julho de 1978, na cidade de Montreal, por iniciativa dos açorianos Tadeu Rocha, Car-los Saldanha, Maria Elvira Salda-nha-Teixeira, Joviano Vaz e Manuel Contente. A sua comissão instala-dora ficou constituída pelos cinco fundadores e ainda Aires Whytton da Silva, António Bairos, Guilherme Álvares Cabral e Norberto Aguiar,

procedendo à elaboração dos pri-meiros estatutos.Só 13 anos depois foi eleita a pri-meira direção efetiva, em assem-bleia geral de sócios realizada a 18 de novembro de 1991, na sua sede provisória da rua St-Joseph. Ficou constituída por Guilherme Álvares Cabral (presidente), António Tava-res (vice-presidente), Manuel Antó-nio Pereira (secretário), Benjamim Moniz (tesoureiro) e ainda Carlos Saldanha, Norberto Aguiar, Alfredo Ponte, Victor Puim e José Coelho (vogais).Guilherme Cabral, o primeiro pre-sidente eleito, nasceu em 1939, na Bélgica, mas depressa viajou para a ilha de São Miguel, a terra da sua família. Com 25 anos de idade, emigrou para o Canadá, residindo primeiro na cidade de Toronto, em 1964, e fixando-se depois na cidade de Montreal, em 1973. Fez carreira profissional no ramo imobiliário, mas foi também presidente da Cai-xa Portuguesa de Montreal.Sob a sua presidência, a Casa dos Açores transferiu-se para uma se-gunda sede provisória, na rua St-Dominique, inaugurada em feve-reiro de 1992. A primeira direção aqui eleita era presidida por Manuel António Pereira, que conduziu os destinos da instituição até ao ano 2000.

Filarmónicas e FolcloreManuel Pereira nasceu em 1942 na freguesia de S. José, em Ponta Del-gada, e emigrou para o Canadá em 1967, recém-casado. Começou por

trabalhar no aeroporto de Montre-al e, dois anos depois, transferiu-se com a família para os Estados Uni-dos da América, como supervisor de uma fábrica de tecidos em New Bedford. Regressado a Montreal em 1971, fez os cursos de mecânica e imobiliária, mas foi no departamen-to de compras da companhia de aviação KLM que estabilizou a sua atividade profissional até aposentar-se em 1998.Desde sempre e ainda hoje ligado à Casa dos Açores do Québec, adqui-riu a atual sede própria em 1996, pelo valor de 170 mil dólares, gra-ças a um empréstimo por 10 anos com a sua responsabilidade pessoal e a de Guilherme Cabral, João Reis, Eduardo Leite e Alfredo Ponte. Esta sede, localizada no número 229 da rua Fleury Oeste e inaugurada a 22 de março de 1997, dispõe de bar, salão e biblioteca, dispensando ain-da parte do edifício para instalação provisória da Filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval.Outras duas filarmónicas encon-tram-se formalmente constituídas no seio da comunidade lusitana da província do Québec – a Filarmó-nica Portuguesa de Montreal, agora em fase de inatividade, e a Banda de Nossa Senhora dos Milagres.Na sede atual funciona também o Rancho Folclórico “Ilhas de Encan-to” da Casa dos Açores do Québec, o oitavo grupo de folclore existente na comunidade portuguesa, que foi fundado em 1997 com 27 dançari-nos, nove músicos e quatro canta-deiras, sob a direção de João Rebelo.

Sucede ao primeiro Rancho de Can-tares e Bailares da Casa dos Açores do Québec, criado em 1992 por ini-ciativa de José de Sousa, José Cor-deiro e Tony Melo, e convive com outros cinco ranchos resistentes – Campinos do Ribatejo, Cana Ver-de, Estrelas do Atlântico, Rancho Folclórico de Santa Cruz e Praias de Portugal.

privando com Bill gatesA nossa “embaixada açoriana” em Montreal tem recebido a visita ofi-cial de diversas entidades, como sejam o presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Alberto Romão Madruga da Costa (1994), o presidente do Go-verno Regional dos Açores, Carlos César (1997), o Bispo de Angra, D. António Sousa Braga (1999), o Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas, José Cesário (2003) ou o presidente da Assem-bleia da República, João Bosco Mota Amaral (2003).Depois de Guilherme Álvares Ca-bral, Manuel António Pereira, Ema-nuel Martins, Gil do Couto, Damião de Sousa e Dora Barão, a Casa dos Açores do Québec é atualmente pre-sidida, desde 2010, por Benjamim Moniz.Benjamim Moniz nasceu em Rabo de Peixe, em 1949, e emigrou com a família em 1966. Primeiro viveu nos Estados Unidos da América, em East Providence, com a esposa na-tural da Ribeira Grande, onde tive-ram os primeiros dois de três filhos. Depois radicou-se no Canadá, em Montreal, desde que em 1975 rece-beu uma “carta de chamada” para reunir a família, agora já com cinco netos. Filho de carpinteiro, traba-lhou sempre numa companhia de construção de móveis de alta quali-dade, chegando mesmo a construir a secretária do escritório de Bill Gates em Manhattan e a biblioteca da sua mansão em Long Island. “Ele era tão simpático que até me ajudou a acartar as madeiras”, explica o mar-ceneiro micaelense que privou com o magnata americano...

(Continua)

(*) Deputado no Parlamento dos Açores(*) No âmbito da deslocação realizada à XVIII Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores

AçOriAnOs nO QUébec (1)

A Casa dos Açores com sotaque francêsJOsé AndrAde (*)

DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 DeSpORtO |17|

FUTEBOL

NACIONAL SENIORESSÁBADO, 15:00

Angrense/Praiense(municipal de Angra)

LIGA MEO AÇORESDOMINGO, 11:30

Barreiro/Vitória(campo do Barreiro)

DOMINGO, 15:00Rabo Peixe/Lusitânia

(campo Bom Jesus)

Marítimo/Vilanovense(estádio de Sta. Cruz)

TAÇA AFAHDOMINGO, 15:00

Marítimos/Fontinhas(campo São Mateus)

Lajense/Boavista(campo das Lajes)

BASqUETEBOL

LIGA MASCULINASÁBADO, 16:30

Barcelos/Lusitânia(escola de Barcelos)

DOMINGO, 17:00Oliveirense/Lusitânia

(Salvador Machado)

LIGA FEMININASÁBADO, 15:30

Olivais/Boa Viagem (pav. Augusto Correia)

PROLIGASÁBADO, 20:00

Benfica “B”/Terceira (pav. Fidelidade)

DOMINGO, 13:15Estoril/AngraBasket

(pav. Salesianos)

vOLEIBOL

PRIMEIRA DIvISÃOSÁBADO, 16:30

AJFB/Sp. Espinho(Vitorino Nemésio)

TéNIS DE MESA

ETTU CUP(SeXtA A DOMINGO)

GDCSJ/DT/Yroni/GSK(Luxemburgo)

DIvISÃO DE HONRASÁBADO, 14:00

Porto Salvo/USFC (Leões Porto Salvo)

CARtAZ pARA O FIM De SeMANA

Prosseguindo o trabalho efetuado na época desportiva 2014/15, com vis-ta à almejada captação e fixação de atletas, o prestigiado Terceira Basket Club já levou a efeito esta temporada (2015/16) mais duas ações de capta-ção, dirigidas, na circunstância, ao escalão etário de minis e realizadas nas escolas do 1.º ciclo de São João de Deus, na freguesia de Santa Lu-zia, e da Terra Chã.

1.ª AÇÃO DE CAPTAÇÃODeste modo, a designada 1.ª ação de divulgação e captação de bas-quetebol levada a cabo pelo Tercei-ra Basket na campanha em curso aconteceu no passado dia 22 de se-tembro, na Escola EB1 de São João de Deus.Estiveram então presentes os trei-nadores e atletas da coletividade, Francisco Simões, Daniel Brandão, Fe Tomassi, Eduardo Sousa, Filipe Pinheiro, Matt Smith e Tiago Rai-

mundo.Segundo o emblema angrense, “a iniciativa processou-se com mui-ta dinâmica e alegria, tendo os 60 alunos das quatro turmas presentes ficado bastante satisfeitos e agrada-dos com a atividade efetuada. No final, teve lugar a tradicional foto de família, bem como um período de perguntas e respostas aos nossos atletas seniores”.O clube promotor da diligência dei-xa ainda um agradecimento à pro-fessora Luísa Silva “que nos deu abertura e condições para que esta ação fosse um verdadeiro sucesso”.

2.ª AÇÃO DE CAPTAÇÃOEntretanto, a segunda iniciativa do género sucedeu no dia 24 de se-tembro, na Escola EB1/JI Professor Maximino F. Rocha, na freguesia da Terra Chã, igualmente no concelho de Angra do Heroísmo. Colaboraram os treinadores e atle-

tas do Terceira Basket, Francisco Simões, Fe Tomassi, Eduardo Sou-sa, Filipe Pinheiro, Matt Smith e Tiago Raimundo.Tendo outra vez por base fonte do clube, “a ação decorreu com imen-sa dinâmica e alegria, tendo os 80 alunos das quatro turmas presentes ficado bastante satisfeitos e agrada-dos com a atividade desenvolvida. No final teve lugar a foto de família, assim como um período de pergun-tas e respostas aos nossos atletas seniores”.Também aqui, a agremiação sediada na cidade açoriana Património Mun-dial deixa um agradecimento à pro-fessora Ângela Abreu “que nos deu abertura e condições para que esta ação fosse, tal como a anterior, um enorme êxito desportivo e social”.Mantendo aquela que é a sua linha de atuação (em que a formação hu-mana e desportiva é uma espécie de bandeira), o Terceira Basket, cuja comissão de gestão é liderada por Vítor Soares, deve apostar em ou-tros projetos semelhantes ao longo da temporada vigente, os quais, em boa verdade, também funcionam como um excelente meio de promo-ção da prestigiada modalidade.

NAS ESCOLAS DO CONCELHO DE ANGRA

FORMAÇÃO DESPORTIVA é uma prioridade no projeto do Terceira Basket Club

Eventos tiveram como palco as escolas do 1.º ciclo de São João de Deus e da Terra Chã. Terceira Basket Club fala em sucesso desportivo e social.

Terceira Basket realiza ações de captação

10.OUt.2015 DIÁRIO INSULARDeSpORtO|18|

O Diretor Regional do Turismo real-çou, em Ponta Delgada, a importân-cia dos eventos de ‘Trail Run’ para a promoção dos Açores, salientan-do a divulgação que permitem das paisagens da Região como cenários de competição e, simultaneamente, como produto turístico de lazer, através dos trilhos. João Bettencourt, que falava na apresentação do ‘Epic Trail Run Azores – ETRA’, frisou que este evento “além de trazer à Região centenas de pessoas, com impacto direto na economia local, permite mostrar aquilo que de melhor os Açores têm para oferecer e para ca-tivar muitos amantes do turismo de natureza por esse mundo fora”. “Está provado que a visibilidade deste tipo de eventos, que tiram par-tido dos nossos recursos naturais e

potenciam a sua qualidade ambien-tal, associando a vertente lúdica e competitiva, contribui eficazmente para atrair praticantes deste tipo de desportos, mas também um nicho de mercado de turistas que privile-giam o contato com a natureza, que consequentemente se traduzirá no aumento de fluxos turísticos para a Região”, frisou.João Bettencourt afirmou que o Go-verno dos Açores apoia a realização deste tipo de eventos, que colocam em destaque a Região “através da sua diversidade e particularidade paisagística, e da sua especial ape-tência para a prática de desportos em contato com a Natureza”, resul-tando assim “num enorme sucesso na promoção dos Açores e na cria-ção de notoriedade do arquipélago como destino de turismo de nature-

za nos mercados internacionais”.Na sua intervenção, o Diretor Re-gional salientou que este segmento tem grandes perspetivas de cresci-mento a nível mundial, acrescen-tando que os Açores têm todas as condições para se posicionarem in-ternacionalmente como destino de turismo de natureza.Nesse sentido, destacou a importân-cia dos trilhos terrestres, um produ-to de ano inteiro e transversal a to-das as ilhas, recordando que existem atualmente no arquipélago 80 trilhos homologados, com uma extensão to-tal superior a 716 quilómetros.“Apesar da oferta já consolidada, os Açores ainda podem crescer neste produto, tanto em oferta, como em procura, agora mais do que nunca, face a esta nova realidade que o tu-rismo açoriano vive atualmente”, afirmou, aludindo ao melhoramen-to das acessibilidades na Região em virtude da revisão do modelo de transporte aéreo ocorrido em mar-ço e que impulsionou o crescimen-to do setor do turismo a níveis de dois dígitos.

“Acreditamos sinceramente que esta nova realidade, associada à realiza-ção de eventos como este, que acres-centam valor ao destino Açores, tornando-o numa referência inter-nacional de turismo de natureza, irá influenciar positivamente a captação de fluxos turísticos”, salientou. O Epic Trail Run Azores é dispu-tado ao longo de dois dias, tendo início hoje com um trail noturno de 15 quilómetros ao longo da Reserva Florestal do Pinhal da Paz. Amanhã é realizado um trail diurno de 27 quilómetros, que atravessará a Lagoa do Fogo, entre outras pai-sagens, terminando nas Portas do Mar, em Ponta Delgada.“Estamos perante um projeto que nasce com a ambição de se tornar uma referência no panorama in-ternacional do ‘Track Running’, uma modalidade de atletismo com grande projeção mediática e que tem vindo a conquistar adeptos de todas as partes do Mundo”, disse João Bettencourt, afirmando que o ETRA “é mais um evento que nasce nos Açores para o Mundo”.

TRAIL RUN em clara expansão nas ilhas do arquipélago açoriano

Trail Run promove imagem dos Açores

Governo destaca a importância de eventos de ‘Trail Run’ para a promoção do arquipélago. ‘Epic Trail Run Azores – ETRA’ decorre este fim de semana.

COMO DEStINO DE NAtUREZA

fotografia www.epictrailrunazores.com

DIÁRIO INSULAR 10.OUt.2015 DeSpORtO |19|

4.ª JORNADA DA LIGA MEO AÇORES

Lusitânia e Vilanovense com viagens complicadas

Está agendada para amanhã, domin-go, a quarta jornada da Liga Meo Açores, em futebol. Conferimos, a propósito, os jogos em exibição e respetivas equipas de arbitragem:São Roque – Vale Formoso, 15:00, campo de São Roque. Árbitro: José Pereira. Assistentes: João Medeiros e Luís Fundo. Prainha – Sporting de Guadalupe, 15:00, campo do Vitória (Pico). Árbitro: Duarte Travassos. Assistentes: Nuno Medeiros e Fábio Oliveira. Observador: Paulo Sousa.Rabo de Peixe – Lusitânia, 15:00, campo do Bom Jesus. Árbitro: Hé-lio Duarte. Assistentes: Nuno Costa e Marco Silva. Observador: Hélder Medeiros. Barreiro – Vitória, 11:30, campo do Barreiro. Árbitro: Dioc-lécio Ávila. Assistentes: João Paulo Medeiros e Rodrigo Pereira. Marí-timo – Vilanovense, 15:00, estádio de Santa Cruz da Graciosa. Árbitro: Márcio Duarte. Assistentes: José Valério e Rogério Sousa.

AFAHVejamos agora o programa para o fim de semana, sob a égide da As-sociação de Futebol de Angra do Heroísmo (AFAH):Taça AFAH: amanhã, 15:00, Marí-timos – Fontinhas e Lajense – Bo-avista. Taça Fernando Pacheco Pe-reira de Juniores “A”: hoje, Lajense – Angrense (15:00) e Lusitânia – Praiense (15:30). Campeonato de Juniores “B”: hoje, 13:00, Barreiro – Angrense e Lusitânia – Lajense; quarta-feira, 19:00, Angrense – La-jense e Barreiro – Lusitânia.Torneio de Abertura de Juniores “C”: amanhã, 11:30, Angrense – Lu-sitânia e Praiense – Lajense. Torneio de Abertura de Juniores “D”: hoje, 10:00, Fontinhas – Lusitânia “B”, Bo-avista – Angrense “B”, Lusitânia “A” – Vilanovense e Lajense – Praiense. Torneio de Abertura de Juniores “E”: amanhã, 09:30, Praiense “A” – Boavista, Marítimos – Angrense

“B”, Lajense “A” – Lusitânia “A”, Lusitânia “B” – Lajense “B”, An-grense “A” – Barreiro e Vilanoven-se – Fontinhas. Terça-feira, 19:00, Praiense “B” – Barreiro. Quinta-fei-ra, 18:30, Boavista – Marítimos.

FUTSALContinuando na área de jurisdição da AFAH, viramos agulhas para o futsal:Torneio de Abertura de Seniores: hoje, Grupo “A”, União Praiense – Porto Judeu (19:00, Vitorino Ne-mésio) e São Sebastião – São Carlos (19:00, São Sebastião). Grupo “B”, São Brás – Casa da Ribeira (19:00, Casa da Ribeira) e Posto Santo – Lusitânia (19:00, pavilhão muni-cipal de Angra). Grupo “C”, Porto Martins – Matra-quilhos (19:00, Porto Martins) e La-deira Grande – União Sebastianen-se (21:00, pavilhão municipal de Angra). Grupo “D”, Agualva – Bis-coitos (21:00, Vitorino Nemésio) e Barbarense – Doze Ribeiras (19:00, Santa Bárbara).Torneio de Abertura de Juniores “A”: hoje, 17:00, Casa da Ribeira – Marítimo (final), Matraquilhos – São Sebastião (3.º/4.º lugares), União Praiense – Barbarense (5.º/6.º lugares) e Biscoitos – Posto Santo (7.º/8.º lugares). Torneio de Abertura de Juniores “B”: amanhã, Ladeira Grande – Por-to Judeu (15:00), Posto Santo – Ma-rítimo (14:00), Barbarense – Matra-quilhos (14:00) e Biscoitos – Casa da Ribeira (14:00). Terça-feira, Ma-traquilhos – Posto Santo (19:30). Quarta-feira, Casa da Ribeira – Por-to Judeu (20:00).Torneio de Abertura de Juniores “C”: hoje, 15:00, Barbarense – Pos-to Santo e Agualva – União Praien-se. Torneio de Abertura de Juniores “D”: amanhã, Casa da Ribeira – Posto Santo (10:00), Matraquilhos – Lusitânia (11:30), Biscoitos – São Sebastião (10:00) e Porto Judeu – Barbarense (10:00).Torneio de Abertura de Juniores “E”: hoje, Posto Santo – Casa da Ri-beira (10:00), São Sebastião – Bis-coitos (10:00), Barbarense – Ladei-ra Grande (10:00) e Matraquilhos – Cabo da Praia (11:30). Quarta-fei-ra, São Sebastião – Ladeira Grande (17:00).

LUSITÂNIA E VILANOVENSE querem contrariar dificuldades e somar pontos

Equipa de João Eduardo Alves visita Rabo de Peixe, ao passo que os subordinados de Nuno Janeiro atu-am na ilha branca, ante o líder Marítimo.

Uma vez que Federação Portugue-sa de Basquetebol e Associação Nacional de Juízes de Basquetebol continuam sem chegar a acordo re-lativamente ao pagamento dos valo-res em falta às equipas de arbitra-gem, tudo aponta para que os jogos da primeira jornada dos diversos campeonatos nacionais não contem com a presença dos juízes.Ainda assim, o Conselho de Arbi-tragem da Federação procedeu às respetivas nomeações, o que, se-gundo conseguimos apurar, deixa em aberto a possibilidade de um entendimento de última hora (o que, inclusive, pode ter acontecido já depois do fecho desta edição).

O Santa Clara, da Liga de Honra, apurou-se quinta-feira para a ter-ceira eliminatória da Taça de Portu-gal, ao vencer no terreno do Pedras Rubras, no desempate por grandes penalidades (7-6), depois da igual-dade sem golos no final do prolon-gamento. Na próxima fase da prova rainha, a equipa das ilhas de bru-ma volta a visitar uma formação do Campeonato Nacional de Seniores, deslocando-se agora ao campo do Trofense.

A Associação de Atletismo da Ilha Terceira (AAIT) leva a efeito, entre 23 e 25 de outubro, na escola básica e secundária Tomás de Borba, um curso de admissão de juízes de atle-tismo e uma reciclagem de juízes. O evento funciona no seguinte ho-rário: 23/10 – 20:00/23:00; 24/10 – 09:00/13:00 e 14:00/17:00; 25/10 – 09:00/13:00 e 14:00/15:30. São requisitos a escolaridade mínima obrigatória; 16 anos de idade à data do exame; e bom comportamento moral, cívico e desportivo.A ficha de inscrição deve ser en-viada para o endereço eletrónico [email protected] ou, então, entregue na sede da AAIT, sita ao Jardim dos Cortes-Reais, n.º 30, Es-paço F – Estrada Gaspar Corte-Real, 9700-030 Angra do Heroísmo.

BASQUEtEBOL

FUtEBOL

AtLEtISMO

Jogos nacionais sem árbitros oficiais

Santa Clara segue na taça

Associação promove curso e reciclagem

fotografia pedro alves/di

10.OUt.2015 DIÁRIO INSULARDeSpORtO|20|

Os árbitros terceirenses Sérgio Silva e José Silveira, ambos filia-dos no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, integram a equipa de arbitragem que dirige esta tarde, a partir das 16:30, o dérbi entre Gualtar e Sporting de Braga, váli-do para a sexta jornada da fase re-gular do Campeonato Nacional da Primeira Divisão de Futsal Mascu-lino, temporada 2015/16.A aguardada peleja concretiza-se no pavilhão desportivo da escola EB 2/3 de Gualtar, na cidade dos arcebispos, sendo que o Gualtar ocupa o 10.º lugar da classificação geral e o Sporting de Braga o ter-ceiro, daí o natural favoritismo dos forasteiros.Sérgio Silva desempenha as fun-ções de primeiro árbitro e José Sil-veira as de segundo juiz de campo. O cronometrista indicado é o inter-nacional Ruben Guerreiro, o qual pertence aos quadros do Conselho de Arbitragem da Associação de

Futebol do Algarve.

TORNEIO DE ABERTURA Por outro lado, em desafio em atra-so da primeira ronda do Torneio de Abertura de Futsal da Associa-ção de Futebol de Angra do Hero-ísmo, escalão de seniores masculi-nos, Grupo “C”, a Ladeira Grande, atuando na condição de visitada (pavilhão da escola da Ribeirinha), bateu, na noite da passada quarta-feira, o Porto Martins, por duas bolas a uma. Olhando para o quadro da classifi-cação geral, lidera o Matraquilhos FC, com seis pontos acumulados (2V0E0D) – que confirma, deste modo, o estatuto de favorito do grupo. Ladeira Grande e Porto Mar-tins somam três pontos (1V0E1D). O União Sebastianense ainda não pontuou (0V0E2D). A primeira fase da competição ter-mina já este fim de semana, confor-me, aliás, peça publicada também nesta edição.

PRIMEIRA DIVISÃO DE FUtSAL

PRIMEIRA DIVISÃO DE VOLEIBOL

DUPLA TERCEIRENSE continua em grande estilo na arbitragem nacional

Dupla terceirense no Gualtar/Braga

Fonte albergaSp. Espinho (16:30)

Associação de Jovens da Fonte do Bastardo e Sporting Clube de Es-pinho (dois históricos do voleibol luso) rivalizam hoje, sábado, a par-tir das 16:30, no pavilhão do com-plexo desportivo Vitorino Nemésio, cidade da Praia da Vitória, em pele-ja válida para a ronda inaugural do aguardado Campeonato Nacional da Primeira Divisão de Voleibol Masculino. Como sempre acontece, a entrada é livre. Para além do embate a efetuar na ilha Terceira – com certeza o mais emotivo do dia, atendendo ao pre-visível equilíbrio de forças –, que envolve dois sérios pretendentes ao almejado título, a jornada comporta ainda os jogos que se seguem:Hoje: Esmoriz – Castêlo da Maia,

Sporting das Caldas – Académica de Espinho, SL Benfica – Ginásio Vilacondense e Vitória de Guima-rães – Académica de São Mamede. O duelo Leixões – Atlântico da Ma-dalena foi adiado para o dia 21 de outubro.

FEMININOSEm relação ao género feminino, quadro competitivo em que militam as picoenses do Clube Desportivo Ribeirense, a abertura da magna prova é sinónimo de rodada dupla. Partidas em cartaz: Hoje: Castêlo da Maia – Belenen-ses, Boavista – Santo Tirso, Lusó-fona – Ribeirense do Pico, Sporting de Braga – Leixões, Atlético VC – Porto Vólei 2014 e Escola Pedro E. Lobato – Gueifães. Amanhã: Belenenses – Lusófona, Sporting de Braga – Boavista, Atlé-tico VC – Castêlo da Maia, Gueifães – Santo Tirso, Escola Pedro E. Lo-bato – Ribeirense do Pico e Porto Vólei 2014 – Leixões.

Encontro realiza-se hoje, às 16:30, no complexo Vitorino Nemésio.

ALEXANDRE AFONSO pretende recolocar a Fonte na rota dos títulos

FotograFia pedro alves/di

DIÁRIO INSULAR 10.OUT.2015 pUbLIcIDADe |21|

DIÁRIO INSULAR - FIchA TécNIcA: Propriedade: Propriedade: Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda., nº. Pessoa Coletiva: 512002746 nº. registo título 101105, Jornal diário de manhã, composição e Impressão: Oficinas gráficas da Sociedade Terceirense de Publicidade, Lda. Sede: Administração e Redação - Avenida Infante D. Henrique, n.º 1, 9701-098 Angra do Heroísmo Terceira - Açores – Portugal. Telefone: 295401050 | Telefax: 295214246. [email protected] | www.diarioinsular.com | [email protected] Diretor: José Lourenço. chefe de Redação: Armando Mendes. Redação: Hélio Jorge Vieira, Fátima Martins, Helena Fagundes, Carina Barcelos e Oriana Barcelos. Desporto: Mateus Rocha (coordenador), Luís Almeida, Daniel Costa, José Eliseu Costa e Carlos do Carmo. colaboradores: António Bulcão, João Bosco Mota Amaral, Francisco dos Reis Maduro-Dias, Ramiro Carrola, Luiz Fagundes Duarte, Gustavo Moura, José Guilherme Reis Leite, Eduardo Ferraz da Rosa, António Ventura, António Vallacorba, Diniz Borges, Jorge Moreira, Paulo Gomes, Daniel de Sá, Soares de Barcelos, José Eduardo Machado Soares, Fábio Vieira, Arnaldo Ourique, José Decq Mota, Artur Lima, Cláudia Cardoso, Berto Messias, Luís Couto, José Aurélio Almeida, João Bruto da Costa, Aníbal Pires, Mário Cabral e Luís Filipe Miranda Fotografia: António Araújo, João Costa,Fausto Costa e Pedro Alves. Design gráfico: António Araújo. Agência e Serviços: Lusa. Edição Eletrónica: Rui Azevedo. Sócios-Gerentes com mais de 10% de capital: Paula Cristina Lourenço, José Lourenço, Carlos Raulino, Manuel Raulino e Paulo Raulino. Tiragem desta edição: 3.500 exemplares; Tiragem média do mês anterior: 3.500 exemplares; Assinatura mensal: 12 euros.

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Informamos todos os SÓCIOS que o nosso CLU-BE vai festejar o seu aniversário no dia 24 de OU-TUBRO DE 2015 (Sábado), tendo início o almoço às 13H00.Os sócios que desejem participar no nosso conví-vio com familiares e amigos devem proceder à sua inscrição no CLUBE.No dia 24 de Outubro, o CLUBE estará reservado até às 17H00 para sócios, familiares e convidados inscritos para o convívio.

Contactar: Tel.: 295 212 051 (Todos os dias das 17H00 às 22H00)

Telemóvel: 962 497 110 (Todos os dias)

Email: [email protected]

2041

MUNICIPIO DE ANGRA DO HEROÍSMOcâmara Municipal de Angra do Heroísmo

aViso n.º 65/2015suspensÃo de trÂnsito

A Câmara Municipal de Angra do Heroís-mo avisa a população em geral que será sus-penso o trânsito a partir das 22:00 horas do dia 11 de outubro até às 16:00 horas do dia 12 de outubro de 2015, na Rua do Salinas, freguesia da Sé, destinado à remo-ção de bens móveis, do edifício n.º 21.

Angra do Heroísmo, 9 de outubro de 2015.

O Presidente da Câmara MunicipalJosé Gabriel do Álamo de Meneses

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10.OUt.2015 DIÁRIO INSULARDeSpORtO|20|

Os árbitros terceirenses Sérgio Silva e José Silveira, ambos filia-dos no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, integram a equipa de arbitragem que dirige esta tarde, a partir das 16:30, o dérbi entre Gualtar e Sporting de Braga, váli-do para a sexta jornada da fase re-gular do Campeonato Nacional da Primeira Divisão de Futsal Mascu-lino, temporada 2015/16.A aguardada peleja concretiza-se no pavilhão desportivo da escola EB 2/3 de Gualtar, na cidade dos arcebispos, sendo que o Gualtar ocupa o 10.º lugar da classificação geral e o Sporting de Braga o ter-ceiro, daí o natural favoritismo dos forasteiros.Sérgio Silva desempenha as fun-ções de primeiro árbitro e José Sil-veira as de segundo juiz de campo. O cronometrista indicado é o inter-nacional Ruben Guerreiro, o qual pertence aos quadros do Conselho de Arbitragem da Associação de

Futebol do Algarve.

TORNEIO DE ABERTURA Por outro lado, em desafio em atra-so da primeira ronda do Torneio de Abertura de Futsal da Associa-ção de Futebol de Angra do Hero-ísmo, escalão de seniores masculi-nos, Grupo “C”, a Ladeira Grande, atuando na condição de visitada (pavilhão da escola da Ribeirinha), bateu, na noite da passada quarta-feira, o Porto Martins, por duas bolas a uma. Olhando para o quadro da classifi-cação geral, lidera o Matraquilhos FC, com seis pontos acumulados (2V0E0D) – que confirma, deste modo, o estatuto de favorito do grupo. Ladeira Grande e Porto Mar-tins somam três pontos (1V0E1D). O União Sebastianense ainda não pontuou (0V0E2D). A primeira fase da competição ter-mina já este fim de semana, confor-me, aliás, peça publicada também nesta edição.

PRIMEIRA DIVISÃO DE FUtSAL

PRIMEIRA DIVISÃO DE VOLEIBOL

DUPLA TERCEIRENSE continua em grande estilo na arbitragem nacional

Dupla terceirense no Gualtar/Braga

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Sporting das Caldas – Académica de Espinho, SL Benfica – Ginásio Vilacondense e Vitória de Guima-rães – Académica de São Mamede. O duelo Leixões – Atlântico da Ma-dalena foi adiado para o dia 21 de outubro.

FEMININOSEm relação ao género feminino, quadro competitivo em que militam as picoenses do Clube Desportivo Ribeirense, a abertura da magna prova é sinónimo de rodada dupla. Partidas em cartaz: Hoje: Castêlo da Maia – Belenen-ses, Boavista – Santo Tirso, Lusó-fona – Ribeirense do Pico, Sporting de Braga – Leixões, Atlético VC – Porto Vólei 2014 e Escola Pedro E. Lobato – Gueifães. Amanhã: Belenenses – Lusófona, Sporting de Braga – Boavista, Atlé-tico VC – Castêlo da Maia, Gueifães – Santo Tirso, Escola Pedro E. Lo-bato – Ribeirense do Pico e Porto Vólei 2014 – Leixões.

Encontro realiza-se hoje, às 16:30, no complexo Vitorino Nemésio.

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A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo avisa a população em geral que será suspen-so o trânsito, nos dias 12 e 13 de outubro de 2015, na Rua Prof. José de Melo, fregue-sia da Ribeirinha, em virtude da reposição do pavimento asfáltico.Angra do Heroísmo, 9 de outubro de 2015.

O Presidente da Câmara MunicipalJosé Gabriel do Álamo de Meneses

RTP-ASÁBADO 16:00 Atlântida - Madeira 17:35 Águade Mar 18:20 Viajar é Preciso 18:53 Pit Stop 19:25 Sabores das Ilhas 20:00 Telejornal Açores Direto 20:44 A Mãe do Senhor Ministro 21:30 OCometa da República 22:15 CAFÉ MODERNO 22:35 Pedro e Inês 23:30 Telejornal Açores 00:00RTP Informação/RTP Açores

DOMINGO 17:00 Consulta Externa 17:35 Água de Mar 18:20 Festival da Canção Infantil Baleia de Marfim 20:00 Telejornal Açores 20:40 Whats Up - Olhar a Moda 21:15 Teledesporto 22:00CAFÉ MODERNO 22:15 Pedro e Inês 00:00 RTP Informação/RTP Açores Fonte: http://www.rtp.pt/acores

RTP1SÁBADO 05:25 Zig Zag 07:00 Bom Dia Portugal Fim de Semana Direto 09:08 Surf Report 09:18 A Praça 10:24 Agora Nós 11:30 Uma Mesa Por-tuguesa Com Certeza... Em Portugal 12:00 Jornalda Tarde Direto 13:10 Voz do Cidadão 13:29 Aqui Portugal Direto 19:00 Telejornal Direto 19:45 Linha da Frente 20:13 Memórias da Revolução 20:28 O Homem do Saco 21:45 The Master - O Mentor (Filme) 00:21 Bullitt (Filme) 02:14 Futebol: Maga-zine Liga dos Campeões 02:42 Janela Indiscreta VII 03:18 Músicas de África 04:14 Televendas 05:00As Horas Extraordinárias

DOMINGO 05:30 Zig Zag 07:00 Bom Dia Portugal Fim De Semana Direto 09:00 Eucaristia Domini-cal Direto 10:00 Velhos Amigos 11:00 Bbc Terra 12:00 Jornal Da Tarde Direto 13:11 MemóriasDa Revolução 13:15 Só Visto! 14:15 Arrow 15:45Futebol: Seleção Nacional (Aa) Pré-match Direto 16:00 Futebol: Seleção Nacional (Aa) Sérvia X Portugal Direto 18:00 Programa A Designar 19:00Telejornal Direto 20:00 The Voice Portugal Estreia 21:45 Hora Da Sorte: Sorteio Do Joker 22:15Guerra É Guerra Estreia (Filme) 00:00 Resumos - Qualificação Euro 2016 00:30 As Chaves Do Poder (Filme) 02:30 Só Visto! 03:15 Televendas 05:00 ConsigoFonte: http://www.rtp.pt/rtp1

RTP2SÁBADO 06:00 Euronews Direto 06:45 Zig Zag 09:50 A Cavalo 10:20 Biosfera 10:51 Palácios de Portugal 11:19 Hotéis Lendários 11:47 QualificarMais 12:18 Cosmos: A Odisseia no Espaço 13:04Pais Desesperados 13:57 Desporto 2 Futsal: Campeonato Nacional Futsal 2015/2016 Bo-avista x Benfica Direto 18:02 Olhar o Mundo 18:48 Visita Guiada 19:21 Cuidado Com a Língua! 19:38 Os Simpsons 20:00 Jornal 2 Direto 20:48Orson Welles Estreia 21:47 Já Vi Este Filme 21:50 O Segredo de um Cuscuz (Filme) 00:18 Já Vi Este Filme 00:23 Conversa Capital Estreia 01:10 Deep PurpleEstreia 02:07 Cosmos: A Odisseia no Espaço 02:53 Euronews Direto

DOMINGO 06:00 Euronews Direto 07:00 Zig Zag 10:00 Caminhos 10:30 70x7 11:00 Programa a designar 11:30 Surf Total 12:00 Portugal 3.0 12:45 Voz do Cidadão 13:00 Pais Desesperados 14:00 Desporto 2 Futsal: Campeonato Nacional Futsal 2015/2016 Sporting x AD Fundão Direto 18:00 Criar é Fundamental 18:30 Palcos Agora 19:00 Produtos da Terra 19:30 Palácios de Portugal 20:00 Jornal 2

Direto 20:30 Uma Nação em Armas Estreia 21:30 Os Influentes 22:30 A Entrevista de Maria Flor Pedroso Estreia 23:00 Custódio Castelo na Cidade da Praia 23:55 Olhar o Mundo 00:35 Euronews Direto Fonte: http://www.rtp.pt/rtp2

SICSÁBADO 05:15 Etnias 05:55 Julius Jr 06:45 Masha E O Urso 07:05 H2o Aventuras De Sereias 07:35 Phineas & Ferb 08:25 Alvin E Os Esquilos 08:50 Sonic Boom 09:20 Os Vingadores 09:40 Dragões: Em Busca Do Desconhecido 10:15 Violetta 11:15 O Nosso Mundo - 24/7 Wild 12:00 Primeiro Jornal 13:00 Alta Definição 13:55 Fama Show 14:45 Grande Matiné: Miúdos E Graúdos 16:45 Sessão Hollywood: Ami-gos Improváveis Estreia 19:00 Jornal Da Noite 20:30Coração D´ouro 21:30 Totoloto 21:45 A Regra Do Jogo 22:50 Som De Cristal 23:50 House Of Cards 00:35 Cinema: Millenium 1, Os Homens Que Odeiam As Mulheres 03:25 Televenda

DOMINGO 05:30 Julius Jr 06:00 Lego Ninjago 06:30H2o Aventuras De Sereias 07:00 Pac-man E As Aventuras Fantasmagóricas 07:30 Sonic Boom 08:00Os Vingadores 08:30 Violetta 09:15 Violetta 10:15E-especial 11:00 Vida Selvagem - Attenborough 60 Years In The Wild 12:00 Primeiro Jornal 13:15 Portugal Em Festa 19:00 Jornal Da Noite 20:30 Peso Pesado 22:30 Cinema 01:45 Cinema 02:15 TelevendaFonte: http://sic.sapo.pt/

TVISÁBADO 05:30 Os Mundos de Mia 06:00 KidKanal - Winx 06:20 A Lenda de Despereaux 07:53 Inspector Max 12:00 Jornal da Uma 13:00Chicago Fire 14:50 Stardust - O Mistério da Estrela Cadente 17:30 A Quinta 19:00 Jornal das 8 20:27A Única Mulher 21:25 A Quinta 22:15 Detenção de risco 00:50 Ora Acerta 02:00 Filha do Mar 02:46 Sonhos Traídos 03:45 TV Shop

DOMINGO 05:15 Batanetes 05:30 Os Mundos de Mia 06:00 Os Mundos de Mia 06:30 Kid Kanal - Winx 07:00 Detective Maravilhas 08:00 Campeões e Detectives 08:45 Querido, Mudei a Casa! 09:30Oitavo Dia 10:00 Missa 11:30 Câmara Exclusiva 12:00 Jornal da Uma 13:00 Somos Portugal 19:00Jornal das 8 20:45 A Quinta 00:00 A Quinta 00:15Rainhas de Nova Iorque 01:15 Ora Acerta 02:30Sonhos Traídos 03:30 TV Shop Fonte: http://www.tvi.iol.pt/

SPORT TV destaques

SÁBADO 00:00 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto3Direto 00:00 Sport.tv2 Wnba Indiana X Minnesota Direto 00:55 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Motogp Direto 01:00 Sport.tv3Wrestling 01:55 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto2 Direto 03:00 Sport.tv3 Desportos De Combate Direto 03:35 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto3 Direto 04:30 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Motogp Direto 04:30 Sport.tv2 TénisAtp World Tour 500PequimDireto 05:00 Sport.tv4 Golfe Presidents Cup Direto 06:00 Sport.tv3 Desportos Radicais Direto 09:00 Sport.tv5 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto 11:00 Sport.tv4 Golfe European Tour British Masters Direto 11:30 Sport.tv5 Infor-maçãoCamp. Mundo F12015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto 12:00 Sport.tv5 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto

13:00 Sport.tv3 Voleibol Camp. Da Europa Sérvia X Finlândia Direto 13:30 Sport.tv5 RugbyCamp. Do Mundo Samoa X Escócia Direto 15:30 Sport.tv1 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto 15:45 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Austrália X P.gales Direto 16:00 Sport.tv3 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Islândia X Letónia Direto 16:00 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Azerbaijão X Itália Direto 16:00 Sport.tv2 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Cazaquistão X Holanda Direto 16:00 Sport.tv4 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Noruega X Malta Direto 16:50 Sport.tv3 Informação Uefa Euro 2016 Qualifica-ção Direto 18:00 Sport.tv1 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação Direto 18:45 Sport.tv3 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Andorra X Bélgica Direto 18:45 Sport.tv2 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Bósnia E Herzegovina X P. Gales Direto 18:45 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Rep. Checa X Turquia Direto 18:45 Sport.tv4 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Croácia X Bulgária Direto 19:00 Sport.tv5 Rugby Camp. Do MundoInglaterra X Uruguai Direto 19:30 Sport.tv3 InformaçãoUefa Euro 2016 Qualificação Direto 22:00 Sport.tv1 InformaçãoÚltimas Notícias Direto 22:30 Sport.tv1 Rugby Camp. Do Mundo Resumo Do Dia Direto

DOMINGO00:10 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto2 Warm Up Direto 00:40 Sport.tv5 Gp Japão Motogp Warm Up Direto 01:30 Sport.tv4 GolfePresidents CupDireto 02:00 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto3 Corrida Direto 03:20 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Moto2 Corrida Direto 04:00 Sport.tv2 TénisAtp World Tour 500TóquioFinal Direto 04:30 Sport.tv5 Informação Moto Gp Gp Japão Direto 05:00 Sport.tv5 Camp. Do Mundo Gp Japão Motogp Corrida Direto 05:00 Sport.tv4 Golfe Presidents Cup Direto 05:00 Sport.tv2 Ténis Atp World Tour 500 Tóquio Final Direto 06:00 Sport.tv3 Desportos Radicais Direto 10:00 Sport.tv2 Informação Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Direto 10:30 Sport.tv2 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Pré Grelha Direto 11:00 Sport.tv2 Camp. Mundo F1 2015 Formula 1 Russian Grand Prix Corrida Direto 11:00 Sport.tv4 GolfeEuropean Tour British Masters Direto 11:00 Sport.tv5 RugbyCamp. Do MundoArgentina X Namíbia Direto 11:30 Sport.tv3 Ténis Atp World Tour 500 Pequim Final Direto 13:30 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Itália X Roménia Direto 15:10 Sport.tv3 Andebol Camp. Da Europa Portugal X Dinamarca Qualificação Feminina Direto 15:45 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo França X Irlanda Direto 16:00 Sport.tv2 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Ilhas Faroé X Roménia Direto 16:00 Sport.tv4 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Arménia X Albânia Direto 16:00 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Grécia X Hungria Direto 16:50 Sport.tv2 Informação Uefa Euro 2016 QualificaçãoDireto 18:45 Sport.tv4Futebol Jogo De Preparação Dinamarca X França Direto 18:45 Sport.tv2 FutebolUefa Euro 2016 Qua-lificação Polónia X Rep. Irlanda Direto 18:45 Sport.tv3 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Gibraltar X Escócia Direto 18:45 Sport.tv1 Futebol Uefa Euro 2016 Qualificação Alemanha X Geórgia Direto 19:00 Sport.tv5 Rugby Camp. Do Mundo Estados Unidos X Japão Direto 19:30 Sport.tv4 Informação Uefa Euro 2016 Qualificação DiretoFonte: http://www.sporttv.pt/

TELEVISÃO

InfOrmaçõESFARMÁCIAS DE SERVIÇOAngra do Heroísmo | MisericórdiaPraia da Vitória | Cabral

DOMIngOAngra do Heroísmo | CentralPraia da Vitória | Silva

TAp pORTugAl295 540 047Partidas para Lisboa: 17h40/20h40

SATA AIR-AÇORES | 295 540 047Partidas: 10h00, 14h15, 14h20, 20h55 Ponta Delga-

da; 11h30 S. Jorge; 16h25 Horta; 11h30 Graciosa;

15h45 Pico.

MISSAS SÁBADOSAngra 16:00 Estabelecimento Prisional; 17:00 Lar

de Idosos (Santa Casa); 18:00 Sé, São Pedro e São

Luís; 17:00 São Gonçalo; 19:00 Santuário Concei-

ção, S. Bento e S. João de Deus; 20:00 Santa Luzia.

Praia 20h00 3º e 4º Sáb de cada mês Igreja de

S. Pedro - Biscoitos; 19h00 Igreja do Coração Ima-

culado de maria - Biscoitos; 16:00fontinhas; 17:00Lajes; 17:30matriz da Praia; 18:00 Capela do Bairro

Joaquim alves, S. Brás e Vila nova; 19:00 Casa da

ribeira, Lajes e agualva; 19:30 Santa rita.

SERVIÇOS RElIgIOSOS - Igreja Evangélica Baptista

Angra DOmInGOS - rua Jacinto Cândido, 3.

19:30 Culto Q. - Feira Estudo Bíblico e Oração.

PraiaDOmInGOS - rua da Estrela, 41 11:30 Culto

- www.iebpv.org.

mETEOrOLOGIa

FLORES

CORVO

3-2 METROS 20/40 KM/H

gRupO OCIDEnTAl

Períodos de céu muito nublado com abertas. Agua-

ceiros. Vento norte fraco (05/12 km/h), tornando-se

gradualmente fresco (30/40 km/h) com rajadas até 50

km/h e rodando para leste. Mar encrespado, tornando-

se gradualmente cavado. Ondas noroeste de 3 metros,

tornando-se norte de 2 metros.

STA CRuz DAS FlORES 16ºC 20ºC

Água do mar 21ºC

MARÉS 06:53 Baixa-mar | 12:58 Preia-Mar19:14 Baixa-mar | - - : - - Preia-Mar

DIÁRIO InSulAR 10.OuT.2015 AgEnDA |23|

Centro Cultural de Angra do Heroísmo“RICKI E OS FLASH .2D”De 08 a 12 de outubro, 21h00

Auditório do Ramo Grande“MAZE RUNNER: PROVAS DE FOGO”16 e 17 outubro, 21h00

FAROl DAS COnTEnDASVisita todas as quartas-feiras

Hora de Inverno - 13.30 às 16.30

gRupO CEnTRAl

Períodos de céu muito nublado com abertas. Agua-

ceiros. Vento norte moderado (20/30 km/h) durante

a madrugada, tornando-se bonançoso (10/20 km/h) e

rodando para nordeste. Mar de pequena vaga a cavado.

Ondas noroeste de 3 metros, tornando-se norte de 2

metros.

AngRA DO HEROíSMO 18ºC 22ºC

Água do mar 21ºC

FAIAL

GRACIOSA

S. JORGE

TERCEIRAPICO

3-2 METROS 20/30 KM/H

S. MIGUEL

SANTA MARIA3-2 METROS 10/30 KM/H

Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros

fracos durante a madrugada e manhã. Vento noroeste

fresco (30/40 km/h) com rajadas até 50 km/h durante

a madrugada, tornando-se gradualmente bonançoso

(10/20 km/h) rodando para nordeste. Mar cavado, tor-

nando-se gradualmente de pequena vaga. Ondas oeste

de 3 metros, tornando-se noroeste de 2 metros.

pOnTA DElgADA 17ºC 22ºC

Água do mar 22ºC

gRupO ORIEnTAl

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A atribuição do Prémio Nobel 2015 da Literatura à escritora Svetlana Aleksievitch chamou a atenção do mundo para uma obra singular, que tem vindo a ganhar crescente notoriedade na Europa não só pelo seu carácter propriamente literário e estilo narrativo quanto pela problemá-tica sociopolítica, cultural e filosófica que a atravessa e profundamente modela na vertente ensaística. Nascida em 1948 na Ucrânia, então pertencente à URSS, o seu difícil (e arriscado...) trabalho de pesquisa e escrita (mormente recolha de entre-vistas, arquivo de confissões e registo de histórias de vida), oscilando sempre entre textos profundamente realistas (alguns quase surrealistas e para-ficcionais de tão cruamente contados...), numa espécie de investigação antropológica de campo, misto de pesquisa etnológico-civilizacional e de reportagem jornalística –, tem vindo a permitir a Svetlana Aleksievitch abordar, denunciando, fundamentalmente a expe-riência histórica, ética, espiritual, ideológica e psico-existencial da chamada era pós-so-viética e das implicações que as suas mais relevantes fracturas sociopolíticas (Peres-troika), ambientais (Chernobyl), bélicas (II Guerra Mundial e guerra do Afeganistão) e institucionais (nomeadamente o regime de Loukachenko e o novo czarismo impe-rial de Putin), atingindo todas as classes e camadas populacionais da extinta URSS, provocaram na dramática reconfiguraçãodestinal e simbólica do chamado “homem soviético”, na sua mentalidade e desencan-tos patrióticos ou nacionalistas, porém aci-ma de tudo na sua fixação “utópica” num passado “comunista” perdido e volatiliza-do, – naquilo que afinal se traduz no de-senvolvimento sofredor (pático e amiúde patológico) de uma série de mecanismos compensatórios e ilusórios (ressentidos, frustrados, desenganados mas ao mesmo tempo quase delirantes e regressivos), conforme todos os livros de Aleksievitch o revelam, desde 1985 (sobre testemunhos femininos da II Grande Guerra) até ao mais recente O Fim do Homem Soviético (único livro seu traduzido em português, obra vencedora do Premio Médicis Ensaio e Livro do Ano escolhido pela Revista Lire em 2013), títulos de uma obra muito ape-lativa e à qual voltaremos aqui.

Utopia e DesenganosArtur LimA, Líder do CdS/PP-AçoreS

Açorianos não perceberamproposta da Aliança Açores

Do Ponto De vista Do CDs-PP, qUe PrinCiPais fatores terão ContriBUíDo Para os resUltaDos eleitorais na “aliança açores” (CDP-PP/PPM) nos açores?em primeiro lugar, entendo que os Aço-rianos não perceberam que a “Aliança Açores” e a candidatura do Professor Félix rodrigues poderia contribuir para garantir a maioria de estabilidade que o País precisava para continuar a sair da recessão, como tem vindo a acon-tecer. Se tivesse sido eleito o candidato desta coligação sentar-se-ia na bancada do CdS na Assembleia da república, assegurando a maioria que se perdeu. Por outro lado, o facto de o PSd não ter feito coligação com o CdS-PP nos Açores, à semelhança da coligação nacional, foi decisivo para que, em contraciclo com o restante território na-cional, a direita ter perdido as eleições nos Açores. Basta fazer as contas aos resultados e percebe-se que, mesmo com o baixo resultado da “Aliança Aço-res”, dava para o PSd manter os três deputados que tinha elegido nas Legis-lativas de 2011. mas as consequências das decisões que foram tomadas ficam para quem as tomou. entendo ainda que dada a confusão que se instalou

nos eleitores, fruto de não existir nos Açores uma candidatura que replicasse a coligação nacional, levou a que o voto útil funcionasse para o PSd, em vez de para a candidatura CdS/PPm. Nas regi-ões Autónomas verificou-se ainda outro fenómeno: é que o sentido de voto dos eleitores seguiu a tendência nacional para algumas forças políticas.

É Possível tirar ConClUsões Des-tes resUltaDos Para as legislati-vas regionais Do PróxiMo ano?Não. Nunca se conseguem fazer extra-polações de resultados nacionais para resultados regionais. Basta ver na his-tória democrática açoriana que nunca os mesmos partidos conseguiram ter resultados iguais ou semelhantes em eleições distintas. os Açorianos conse-guem perfeitamente distinguir os atos eleitorais e isto é patente nos resulta-dos eleitorais.

qUal a sUa leitUra Dos resUlta-Dos naCionais Da aliança PsD-PP?Foi uma grande vitória da coligação “Portugal a Frente” tendo em conta a conjuntura nacional. importa não es-quecer que os socialistas afundaram o País e que o Governo PSd/CdS herdou

um programa imposto por entidades externas (que nos emprestaram dinhei-ro para pagar salários e pensões) e teve que adotar medidas de austeridade para conseguir mandar embora a troi-ka e devolver a soberania a Portugal. todos os sacrifícios que os Portugueses fizeram já começam a dar sinais de re-toma que são evidentes a nível nacional e os portugueses perceberam que não vale a pena cair em tentação e repe-tir aventuras. Neste sentido, espera-se que o PS tenha agora a capacidade de ler os resultados eleitorais e, acima de tudo, assuma uma postura responsável para não voltar a atirar Portugal para a bancarrota.

na sUa PersPetiva, CoMo evolUirá a sitUação PolítiCa naCional nos PróxiMos teMPos, tenDo Presente qUe não há Maioria aBsolUta no ParlaMento?António Guterres governou vários anos sem maioria absoluta e a direita portu-guesa foi responsável ao ponto de dei-xar governar o País. o que se espera é que o PS deixe governar quem ganhou as eleições, fazendo propostas válidas e sérias contribuindo para a governação do País.

eduArdoFerrAz dA roSA

opinião