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Braz. J. Aquat. Sci. Technol., 2014, 18(1):9-18. 9 INTRODUÇÃO Manguezal é um ecossistema que ocorre em regiões tropicais e sub-tropicais ocupando áreas entremarés. É caracterizado por vegetação lenhosa típica, adaptada às condições de maré, salinidade, substrato inconsolidado e pouco oxigenado. Uma fauna típica compõe ainda esse ecossistema, igual- mente adaptada as características peculiares do ambiente (Soares, 1997). A fisionomia e formação da vegetação dos manguezais parecem ser fortemente controladas por padrões locais relacionados à maré e à drenagem da superfície terrestre. Por isso, Lugo & Snedaker (1974) classificam esta comunidade vegetal de acordo com topografia e influência da maré na distribuição das espécies típicas e das unidades fisionômicas. Segundo este sistema de classificação, os bosques de mangue podem ser: (1) Bosques ribeirinhos; (2) Bosques de franja e ilhota; e (3) Bosques de bacia. Uma característica marcante dos manguezais é a existência, em alguns bosques, de zonas ou faixas distintas, compostas por apenas uma espécie ou por um dado conjunto de espécies arbóreas. Dá-se o nome de zonação a distribuição dos organismos em áreas, camadas ou zonas distintas. Podem-se apresentar dois tipos de zonação: vertical e horizontal, e esta se divide em zona externa, interna, apicum e transição (Lugo & Snedaker, 1974; Cintrón & Schaeffer-Novelli, 1983; Schaeffer-Novelli et al., 2001). Para Lugo (1987 apud Sessegolo, 1997), as zonações obedecem a gradientes ambientais de salinidade, topografia e hi- drologia, entre outros, enquanto que as sucessões são fenômenos temporais. Segundo Snedaker (1982), a zonação no manguezal é uma expressão da sucessão vegetal, uma resposta a mudanças geomorfológicas e fisiológicas, e aos gradientes de marés, além de uma consequência da dispersão preferencial de propágu- los. O processo de desenvolvimento estrutural de um bosque pode ser descrito segundo modelo proposto por Jimenéz et al. (1985), e consiste nas seguintes etapas: (1) Período de colonização; (2) Período de desenvolvimento; (3) Período de maturidade; e (4) Senescência. Os bosques de mangue apresentam grande var- iabilidade, ao longo do litoral catarinense, em relação as suas características estruturais e funcionais. No litoral catarinense são encontradas três das seis espécies típicas de mangue, que ocorrem no Brasil: Rhizophora mangle (mangue vermelho), Laguncularia racemosa (mangue branco) e Avicennia schaueriana Stapf and Leechman ex Moldenke (mangue preto), além de algumas espécies associadas. Santa Catarina é o Estado limítrofe de dis- tribuição do ecossistema manguezal no Brasil, e possui poucas regiões onde o mesmo é bastante ex- pressivo como, por exemplo, Baía da Babitonga (São Francisco do Sul e Joinville) e a Ilha de Santa Catarina, sendo muitas vezes substituído por vegetação de marisma. O município Laguna é o limite austral dos manguezais no continente americano. Em outras regiões estuarinas do estado existem bosques com menor expressividade em termos de extensão, mas bastante importantes na contribuição da qualidade ambiental costeira, como aqueles manguezais localizados nas cidades de Barra Velha, Piçarras/Penha, Penha/Navegantes, Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, Bombinhas, Laguna, entre outros. A avaliação dos parâmetros estruturais é fun- damental para o acompanhamento em longo prazo PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DO MANGUEZAL DO RIO TAVARES POR ANÁLISE DA ESTRUTURA DE DIFERENTES BOSQUES OLIVEIRA, R.G. * & TOGNELLA, M.M.P. 1 1 - Universidade Federal do Espírito Santo *Corresponding author: [email protected] ABSTRACT Oliveira, R.G. & Tognella, M.M.P. (2014) Processo de colonização do manguezal do rio Tavares por análise da estrutura de diferentes bosques. Braz. J. Aquat. Sci. Technol. 18(1): 9-18. eISSN 1983-9057. DOI: 10.14210/bjast. v18n1.p9-18 Mangrove forests physiography was studied to understand the colonization process. Two transversals were made perpendicular to the Tavares River and twelve plots were established along an inundation flux. The quadrats were delimited and took structural data was collectd on specimens density, tree stature and diameter breast height. Avicennia schaueriana was the dominant species and Rhizophora mangle and Laguncularia racemosa were registries. Nine quad- rats was dominated by A. schaueriana, two of them showed R. mangle and one, L. racemosa. A. schaueriana is the most adapted species, dominating in basal area and it is the first species to colonize the plots. Our structural data give us some classification of the stand colonization, being able to differentiate forest in colonization, development and mature stages. Keywords: colonization, mangrove structure, mangrove forests.

Gomes Tognella Manguezal Tavares 2014

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Dados de estrutura do manguezal do Rio Tavares em Florianópolis, SC.

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  • Braz. J. Aquat. Sci. Technol., 2014, 18(1):9-18.

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    INTRODUO

    Manguezal um ecossistema que ocorre em regies tropicais e sub-tropicais ocupando reas entremars. caracterizado por vegetao lenhosa tpica, adaptada s condies de mar, salinidade, substrato inconsolidado e pouco oxigenado. Uma fauna tpica compe ainda esse ecossistema, igual-mente adaptada as caractersticas peculiares do ambiente (Soares, 1997).

    A fisionomia e formao da vegetao dos manguezais parecem ser fortemente controladas por padres locais relacionados mar e drenagem da superfcie terrestre. Por isso, Lugo & Snedaker (1974) classificam esta comunidade vegetal de acordo com topografia e influncia da mar na distribuio das espcies tpicas e das unidades fisionmicas. Segundo este sistema de classificao, os bosques de mangue podem ser: (1) Bosques ribeirinhos; (2) Bosques de franja e ilhota; e (3) Bosques de bacia.

    Uma caracterstica marcante dos manguezais a existncia, em alguns bosques, de zonas ou faixas distintas, compostas por apenas uma espcie ou por um dado conjunto de espcies arbreas. D-se o nome de zonao a distribuio dos organismos em reas, camadas ou zonas distintas. Podem-se apresentar dois tipos de zonao: vertical e horizontal, e esta se divide em zona externa, interna, apicum e transio (Lugo & Snedaker, 1974; Cintrn & Schaeffer-Novelli, 1983; Schaeffer-Novelli et al., 2001). Para Lugo (1987 apud Sessegolo, 1997), as zonaes obedecem a gradientes ambientais de salinidade, topografia e hi-drologia, entre outros, enquanto que as sucesses so fenmenos temporais. Segundo Snedaker (1982), a zonao no manguezal uma expresso da sucesso

    vegetal, uma resposta a mudanas geomorfolgicas e fisiolgicas, e aos gradientes de mars, alm de uma consequncia da disperso preferencial de propgu-los. O processo de desenvolvimento estrutural de um bosque pode ser descrito segundo modelo proposto por Jimenz et al. (1985), e consiste nas seguintes etapas: (1) Perodo de colonizao; (2) Perodo de desenvolvimento; (3) Perodo de maturidade; e (4) Senescncia.

    Os bosques de mangue apresentam grande var-iabilidade, ao longo do litoral catarinense, em relao as suas caractersticas estruturais e funcionais. No litoral catarinense so encontradas trs das seis espcies tpicas de mangue, que ocorrem no Brasil: Rhizophora mangle (mangue vermelho), Laguncularia racemosa (mangue branco) e Avicennia schaueriana Stapf and Leechman ex Moldenke (mangue preto), alm de algumas espcies associadas.

    Santa Catarina o Estado limtrofe de dis-tribuio do ecossistema manguezal no Brasil, e possui poucas regies onde o mesmo bastante ex-pressivo como, por exemplo, Baa da Babitonga (So Francisco do Sul e Joinville) e a Ilha de Santa Catarina, sendo muitas vezes substitudo por vegetao de marisma. O municpio Laguna o limite austral dos manguezais no continente americano.

    Em outras regies estuarinas do estado existem bosques com menor expressividade em termos de extenso, mas bastante importantes na contribuio da qualidade ambiental costeira, como aqueles manguezais localizados nas cidades de Barra Velha, Piarras/Penha, Penha/Navegantes, Itaja, Balnerio Cambori, Itapema, Bombinhas, Laguna, entre outros.

    A avaliao dos parmetros estruturais fun-damental para o acompanhamento em longo prazo

    PROCESSO DE COLONIZAO DO MANGUEZAL DO RIO TAVARES POR ANLISE DA ESTRUTURA DE DIFERENTES BOSQUES

    OLIVEIRA, R.G.* & TOGNELLA, M.M.P.1

    1 - Universidade Federal do Esprito Santo*Corresponding author: [email protected]

    ABSTRACT

    Oliveira, R.G. & Tognella, M.M.P. (2014) Processo de colonizao do manguezal do rio Tavares por anlise da estrutura de diferentes bosques. Braz. J. Aquat. Sci. Technol. 18(1): 9-18. eISSN 1983-9057. DOI: 10.14210/bjast.v18n1.p9-18 Mangrove forests physiography was studied to understand the colonization process. Two transversals were made perpendicular to the Tavares River and twelve plots were established along an inundation flux. The quadrats were delimited and took structural data was collectd on specimens density, tree stature and diameter breast height. Avicennia schaueriana was the dominant species and Rhizophora mangle and Laguncularia racemosa were registries. Nine quad-rats was dominated by A. schaueriana, two of them showed R. mangle and one, L. racemosa. A. schaueriana is the most adapted species, dominating in basal area and it is the first species to colonize the plots. Our structural data give us some classification of the stand colonization, being able to differentiate forest in colonization, development and mature stages.

    Keywords: colonization, mangrove structure, mangrove forests.

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    dos processos ecolgicos que ocorrem em florestas como, por exemplo, processos de sucesso de esp-cies. O principal objetivo deste estudo averiguar o processo de colonizao do manguezal do Rio Tavares avaliando a estrutura e a composio de espcies em diferentes bosques, podendo contribuir com a produo de dados e embasamento terico para os estudos ecolgicos do manguezal do Rio Tavares e suas respostas s mudanas ambientais naturais ou induzidas pelo homem, nas diversas escalas temporais.

    MATERIAIS E MTODOS

    O presente estudo foi realizado no manguezal do Rio Tavares localizado na Baa Sul (Figura 1), ao sul da zona central do Municpio de Florianpolis (Ilha de Santa Catarina). O manguezal estudado situa-se na bacia hidrogrfica do Rio Tavares, que a segunda maior da ilha em superfcie, composta principalmente por dois cursos dgua localizados quase inteiramente na regio oeste: o Rio Tavares (com aproximadamente 7 Km de extenso, com poucos e estreitos afluentes e desaguando na Baa Sul) e o Ribeiro da Fazenda, que se une ao Rio Tavares (Caruso, 1983).

    Para escolha das parcelas foram analisadas fotografias areas da regio, referentes obtidas em novembro de 2001, sendo determinadas as reas onde seria possvel avaliar o processo de colonizao do bosque e onde no ocorresse a presena de clareiras.

    Neste estudo foram realizadas 12 parcelas no manguezal do Rio Tavares, sendo que na margem esquerda foram posicionadas as parcelas I, II, III, IV e V, situadas perpendicularmente ao canal do rio ao longo de um canal de mar, sendo denominadas do continente para a margem do rio. Na margem direta foram distribudas perpendicularmente margem

    as parcelas VI, VIII e IX, nomeadas da borda do rio para o continente, e foram distribudas paralelamente margem as demais (VII, X, XI e XII) (Figura 2). Destaca-se a ocorrncia das trs espcies existentes para o sudeste-sul do Brasil, A. schaueriana, L. racemosa e R. mangle, em diferentes composies estruturais. Foram obtidos dados de posicionamento para cada parcela amostrada com GPS Garmin.

    A coleta de dados foi realizada de maio a outu-bro de 2004 e de maro a maio de 2005. A metodologia de amostragem baseada em Schaeffer-Novelli & Cintrn (1986). Cada parcela tem tamanho de 20x20m, contendo no mnimo 30 a 40 indivduos, cuja altura seja superior a 1,3m, conforme metodologia citada acima.

    Foram observados os seguintes parmetros para cada espcie: nmero de indivduos e de troncos (vivos e mortos), dimetro (cm), altura (m) e presena de propgulos e plntulas. A altura foi estimada com telmetro ptico e o dimetro foi obtido diretamente, empregando-se trena calibrada em . Em laboratrio, esses dados foram trabalhados e transformados em densidade absoluta (convertida para indivduos por hectare) e relativa e dominncia por classe de dimetro, por espcie, para troncos e indivduos. Cada um destes parmetros serve como indicativo da estrutura e do funcionamento do bosque, pois determinando a maturidade, a espcie predominante e o grau de preservao do mesmo, pode-se avaliar como est ocorrendo o processo de ocupao desse ecossistema.

    Diferentemente do proposto pela literatura (Schaeffer-Novelli & Cintrn 1986), os dados de estrutura foram avaliados em classes de dimetro em intervalos de 2,5cm entre elas. Esta diviso foi proposta como mtodo para avaliar os processos de colonizao entre as parcelas.

    Figura 1 - Localizao esquemtica do manguezal do Rio Tavares (Florianpolis, SC), destacando a rea de estudo.

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    Para diferenciar os indivduos mortos entre mor-talidade natural e induzida pelo homem, em campo, foram realizadas observaes do tipo de morte do indivduo. Estes dados foram utilizados para a inter-pretao dos processos de colonizao das parcelas.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Analisando os dados de estrutura, a parcela I (Tabela I), localizada no interior do manguezal (Figura 2), apresentou o menor DAP mdio, o que resultou na maior densidade de indivduos entre todas as parcelas, destacando-se R. mangle com 68,9% dos indivduos (Tabela II) e A. schaueriana dominando em rea basal. A parcela IX, tambm no interior do bosque, mas na margem oposta do rio em relao parcela I, registrou a menor densidade de indivduos (Tabela I) dominando A. schaueriana tanto em rea basal quanto em densidade de indivduos (Tabela II).

    A parcela XI, na margem direita do rio, apresentou a menor rea basal total (10,28m/ha). A parcela XII, na margem esquerda rio na mesma direo da parcela XI, registrou o maior DAP mdio (12,4cm) e o maior ndice de rea basal total (31,63m/ha), sendo que A. schaueriana domina em rea basal e em densidade de indivduos.

    A proporo de troncos por indivduos manteve-se prxima a 1 em todas as parcelas, sendo indicativo de um baixo estresse ambiental como, por exemplo, variao de salinidade ou condies de anoxia que drenam energia do indivduo e, consequentemente, aumentam o nmero de troncos para cada indi-vduo. Bosques bem desenvolvidos, crescendo sob condies adequadas, tm uma relao de troncos por indivduo prximo a 1 e sob condies menos favorveis aumentam o nmero de ramificaes por indivduos (Shaeffer Novelli & Citrn, 1986).

    Na parcela XI, situada na margem direita do rio, A. schaueriana apresenta domnio em rea

    Figura 2 - Localizao esquemtica das parcelas na rea de estudo (IPUF, 2001, escala 1:8.000), sendo o curso de gua central o Canal do Rio Tavares.

    Tabela 1 - Caracterizao estrutural das parcelas.

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    basal (5,45m/ha), L. racemosa, em dominncia de indivduos (55,17%) e R. mangle ocorre de forma menos representativa (Tabela III). Nas parcelas I e II, conforme pode ser observado na Tabela III, o domnio em nmero de indivduos registrado para R. mangle com 68,89 e 40,87%, respectivamente.

    Conforme pode ser observado na Tabela II, A. schaueriana apresentou os maiores valores de rea basal viva em todas as parcelas e dominou em nmero de indivduos em 75% das parcelas.

    Na parcela XII h ocorrncia de A. schaueriana e L. racemosa, sendo esta representada por menos de 1% de dominncia de indivduos com uma rea basal total de 0,07m/ha (Tabela II). Embora essa parcela esteja localizada na margem do rio, no h presena de R. mangle. Em geral, na distribuio horizontal do manguezal, a espcie dominante comumente R.

    mangle (Lugo & Snedaker, 1974; Cintrn & Schaeffer-Novelli, 1983; Schaeffer-Novelli et al., 2001), mas isso no acontece neste ponto, onde h dominncia de A. schaueriana, tanto em rea basal quanto em densi-dade de indivduos, respectivamente, com 31,52m/ha e 99,65% (Tabela II). Estas observaes indicam que a zonao e a disposio das espcies ao longo de um gradiente varivel de um bosque para outro, devido suas peculiaridades ambientais.

    Na anlise da altura mdia por espcie (Tabela III), A. schaueriana apresentou a maior altura mdia, com exceo das parcelas VI e VII, nas quais a R. mangle apresentou os maiores valores. J em relao altura mdia total, destaca-se a parcela XII com a presena de rvores mais altas e tambm com maior desvio padro entre as observaes.

    Analisando as curvas referentes s distribuies de frequncia de indivduos por classe de dimetro para cada parcela (Figura 3), pode-se concluir que as parcelas I e V apresentam tipo de distribuio em forma de J invertido, onde h predomnio de indivduos nos intervalos de dimetro 2,6-5,0 cm e 5,1-7,5 cm, respectivamente. Este tipo de curva de distribuio de indivduos indica um processo de mortalidade natural, causado por competio devido maior densidade de mortos nas classes inferiores, associada a processo de amadurecimento do bosque, que apresenta alta probabilidade de se sustentar devido disponibilidade de indivduos jovens (Soares et al., 2003). Porm, no caso dessas parcelas h uma baixa dominncia de indivduos mortos, sendo representada por 5,19 e 8,16%, respectivamente, do total de indivduos. Isso pode representar o ingresso recente de indivduos na rea sem estar ocorrendo ainda o processo de com-petio que induziria uma alta mortalidade de juvenis.

    Em relao parcela I e analisando os resulta-dos da interpretao das fotografias areas realizadas por Lugli (2004), pode-se afirmar que esta parcela rep-resenta um processo de colonizao recente, iniciada a partir do ano de 1994.

    As parcelas IV e IX possuem distribuio de indivduos mais homognea, com densidades prximas em quase todas as classes de dimetro. Proporcionalmente, na parcela IV h tanto indivduos vivos quanto mortos para as classes de DAP entre 2,6-7,5 cm, mas os indivduos mortos so na maioria devido ao corte de rvores de A. schaueriana, que representa cerca de 20,8% do total de indivduos dessa parcela, causando um impacto acentuado na estrutura do bosque.

    As parcelas II, III, VI, VII, X e XI apresentam curvas normais de distribuio de frequncia. Nas parcelas II e III, os indivduos esto concentrados principalmente nas classes entre 2,6-5,0 cm e 5,1-7,5cm. Na parcela VI, as classes representativas de

    Tabela 2 - Dados de rea basal e porcentagem de indivduos por espcie, onde: Lg: Laguncularia racemosa, Av: Avicennia schaueriana e Rz: Rhizophora mangle..

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    indivduos vivos e mortos situam-se entre 2,6-5,0 cm e 5,1-7,5cm, mas os indivduos mortos esto em menor quantidade, representando 13,5% do total de indivduos. Na VII h predomnio de indivduos na classe de DAP 5,1-7,5 cm. E, nas parcelas X e XI, a maior densidade de indivduos est entre as classes de DAP de 2,6-5,0 cm e 5,1- 7,5 cm. Nesse tipo de curva de distribuio, o bosque caracteriza-se como sendo relativamente homogneo. Neste caso, o domnio de indivduos ocorre nas classes de dimetro mdio; os mortos apresentam-se nas classes intermedirias, indicando bosques saudveis, cuja mortalidade um processo natural de amadurecimento do bosque e recrutamento de novos indivduos, mesmo que es-pordico, e os jovens depois de um tempo morrem por competio (Soares et al., 2003). Das parcelas que apresentam este tipo de curva, em geral, todas con-tinham indivduos nas classes extremas de dimetro.

    As parcelas VIII e XII apresentam um tipo de curva que definimos como bimodal, onde na parcela VIII h predominantemente indivduos vivos (98,5% de dominncia na parcela) nas classes entre 5,1-7,5 cm e 15,1-17,5 cm, principalmente; e na XII, nas trs primeiras classes de DAP (que corresponde de 0,1cm at 7,5 cm) e, posteriormente, entre 20,1-35,0 cm de dimetro.

    Lugli (2004) utilizou fotografias areas para interpretaes sobre uma clareira deste manguezal em estudo, empregando o princpio da esteroscopia para determinar os diferentes padres da vegetao, para isto baseou-se em diferentes texturas, tons de cinza e altura que pudessem indicar processo de ocupao dos bosques de mangue. As parcelas VIII e IX localizam-se no interior do bosque na margem direita do rio, em uma rea que segundo esta autora possui caractersticas de vegetao de alto porte, com densidade mdia, representando bosques de mangue maduros dominados pela espcie A. schaueriana.

    As parcelas III, IV e V, localizadas ao longo da gmboa na margem esquerda do rio, e as parce-las VI, VII, X, XI e XII dispostas na margem do Rio Tavares, tambm possuem caractersticas similares s descritas por Lugli (2004), correspondendo tambm a bosques maduros. Entretanto, para a parcela XI obteve-se dominncia de L. racemosa em densidade (Tabela II), e no por A. schaueriana, como proposto no padro definido por Lugli (2004).

    As parcelas I e II localizam-se na poro mais interna do bosque na margem esquerda do rio, ocor-rendo em rea classificada por Lugli (2004) como possuindo caractersticas similares as descritas anteri-ormente, mas na prtica no foi isso o observado, pois estas parcelas apresentam dominncia de R. mangle em densidade de indivduos e possui caractersticas de vegetao de mdio porte.

    A representatividade de indivduos mortos foi bastante baixa em todas as parcelas, refletindo em muitas ocasies a mortalidade natural esperada para o bosque de mangue. Exceto na parcela IV que, como descrito anteriormente, h indivduos cortados, o que resultou na maior taxa de mortalidade registrada, con-forme pode ser observado na Tabela II e na Figura 3.

    Na Figura 4 encontram-se descritos os dados de anlise por classe de dimetro para cada espcie presente nas parcelas considerando-se indivduos vivos e mortos.

    Destaca-se nas parcelas I e II (Figura 4) a dom-inncia de indivduos para R. mangle, principalmente nas classes de dimetro entre 2,6-5,0 cm e nas classes de 2,6- 5,0 cm e 5,1-7,5 cm, respectivamente. Essa dominncia mais expressiva na parcela I, onde se registra tambm menor densidade das outras esp-cies. Conforme pode ser visualizado, a espcie pio-neira nessas duas parcelas foi A. schaueriana, apre-sentando indivduos nas classes de maior dimetro, sendo, posteriormente, substituda por R. mangle e L. racemosa, esta em menor densidade que aquela.

    Tabela 3 - Altura mdia (m) das espcies, altura total mdia e desvios padres, e altura do dossel, onde: Lg: L. racemosa, Av: A. schaueriana e Rz: R. mangle.

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    Nas parcelas III e IX h uma maior distribuio das espcies ao longo das diferentes classes de dimetro (Figura 4), mas A. schaueriana se sobres-sai, sendo seguida por R. mangle. J na parcela IV ocorre predomnio de A. schaueriana, que est sendo sucedida por L. racemosa, muito provavelmente em funo do impacto causado pelo corte de rvores de

    A. schaueriana de menor porte. muito comum na rea de estudo a utilizao de troncos e galhos finos dessa espcie para a captura de caranguejos pela tcnica da redinha. Esta atividade de coleta, utilizada por muitos pescadores, altamente predatria, tanto para os caranguejos, pela sua captura, como para rvores, pelo seu corte.

    Figura 3 - Densidade indivduos/hectare, vivos () e mortos (), por classe de DAP.

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    Em relao parcela V (Figura 4), observa-se aumento de densidade de A. schaueriana nas classes de dimetro entre 2,6-5,0 cm e entre 7,6-10 cm. As demais espcies presentes tambm foram mais frequentes nessas classes de dimetros inferiores a 10,0 cm. A parcela VI registra maior ocorrncia

    de R. mangle nas classes entre 10,1-12,5 cm, com A. schaueriana distribuindo-se em todas as classes de dimetro e apresentando maior densidade em dimetros inferiores a 10,0 cm. Similar a parcela VI, a VII apresenta maior frequncia de ocorrncia de R. mangle nas classes de dimetro de 5,1 cm at 10 cm.

    Figura 4 - Distribuio de indivduos, por densidade (nmero indivduos/ha) por classes de DAP nas parcelas, entre as espcies e suas condies de sobrevivncia.

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    Na parcela VIII h o domnio de A. schaueriana tendo presena quase constante ao longo das difer-entes classes de dimetro, registrando um pequeno aumento no intervalo de 2,6-5,0 cm. Na parcela IX, A. schaueriana dominante em todos os dimetros observados, a parcela apresenta ainda registros dis-cretos das outras duas espcies nas menores classes de dimetro (Tabela II). Na parcela X, A. schaueriana ocorre principalmente na classe de dimetro 5,1-7,5 cm sendo seguida por L. racemosa. J na parcela XI, o domnio em densidade de indivduos de L. racemosa, entre 5,1-7,5 cm, declinando nas classes de dimetros seguintes. E, na XII h dominncia de 99,65% de densidade de indivduos de A. schaueriana.

    As parcelas III e IV esto localizadas no interior do bosque, prximas a um canal na margem esquerda do rio apresentando similaridade em relao dom-inncia de A. schaueriana e as demais espcies. As parcelas VII e VIII esto localizadas na margem direita do rio e possuem caractersticas estruturais semelhantes com domnio de A. schaueriana tanto em densidade de indivduos como em rea basal (m/ha). As parcelas V, VI e X esto localizadas nas margens ao longo do rio ajustando entre si suas caractersticas. As parcelas XI e XII possuem algumas similaridades, mas diferem em termos de dominncia, pois na parcela XI, a espcie L. racemosa domina em densidade. As parcelas I, II e IX so as que possuem menos simi-laridade estrutural em relao s outras parcelas. H variaes de frequncia de ocorrncia das espcies em diversas classes de dimetro, mas A. schaueriana foi presena constante em todas as classes, o que resultou a maior rea basal em relao s outras duas espcies em todas as parcelas.

    No presente estudo, A. schaueriana apresenta a maior rea basal em todas as parcelas. Resultados similares foram obtidos por Souza et al. (1993) para o manguezal do Pontal da Daniela, onde L. racemosa foi espcie dominante, mas A. schaueriana foi a espcie com maior altura e com maior rea basal mdia.

    A parcela I registrou o maior ndice de densidade de indivduos com menor DAP mdio, devido alta concentrao desses mesmos indivduos em classes de DAP entre 2,6-5,0 cm, sendo jovens e indicando um processo de colonizao recente. A parcela IX possui a menor densidade de indivduos por hectare e a parcela XI a menor rea basal total com o terceiro menor valor de dimetro mdio. E a XII apresentou o maior DAP mdio e rea basal total por apresen-tar 22,7% dos seus indivduos nas ltimas classes dimetro observadas neste estudo (entre 17,6-20,0 e 20,1-35,0 cm), levando a interpretao de que esta estrutura representa o bosque mais velho entre todas as parcelas analisadas.

    No Rio Tavares, R. mangle domina em regies de topografia mais baixa, em geral, caracterizada pela presena de microcanais, onde h grande circulao e alta frequncia de inundao, como ocorre com a parcela I, e A. schaueriana se localiza, preferencial-mente, em pequenas elevaes topogrficas, onde so submetidas a curtos perodos de submerso da mar, que no caso so as reas onde esta espcie possui dominncia em densidade de indivduos. Este padro tambm observado por Cunha-Lignon (2001).

    Segundo Soares (1995), as diferentes esp-cies de vegetais de mangue esto distribudas no manguezal em zonas, em relao linha da gua; dessa forma, temos geralmente o mangue vermelho (Rhizophora) ocupando os locais prximos ao mar, na margem de rios e locais lamosos, pelo fato de seus rizforos permitirem sustentao no sedimento lodoso, e o mangue branco (Laguncularia) ocupa lo-cais mais afastados dos rios e do mar, geralmente de topografia mais elevada, com sedimento mais seco e mais arenoso, os quais so protegidos das ondas e da fora dos rios.

    O modelo de desenvolvimento estrutural proposto por Jimnez et al. (1985) consiste nas eta-pas de perodo de colonizao, desenvolvimento, maturidade e senescncia. Considerando essas fases, procurou-se interpretar o estgio em que se encontram os bosques estudados. As parcelas I e II apresentam os valores mais altos de densidade de indivduos com os menores dimetros mdios em relao ao restante das parcelas, permitindo enquadr-las como parcelas em perodo de colonizao.

    As parcelas III, IV, V, VII, X e XI caracterizam-se em perodo de desenvolvimento, pois os valores de densidade de indivduos, rea basal e altura so considerados como valores intermedirios, podendo ainda haver um incremento desses valores. Observa-se nessas parcelas uma densidade bastante elevada (Figura 3) de indivduos nas classes de dimetro inferiores a 7,5 cm.

    Em relao aos bosques classificados como em perodo de maturidade incluem-se as parcelas VI, VIII, IX e XII. Na Figura 3 pode-se observar que esses bosques apresentam uma distribuio mais homognea em todas as classes de dimetro, reg-istrando freqncia de indivduos nas classes de dimetro superiores a 15,0 cm. Quanto altura do dos-sel (Tabela IV) so os bosques que vo apresentar as maiores rvores e tambm os valores mais elevados de altura mdia.

    Entretanto, apesar do enquadramento geral dos bosques estudados nas categorias propostas por Jimnez et al. (1985), esta avaliao difcil de se realizar em bosques nos limites latitudinais de dis-tribuio. Por exemplo, percebe-se pela anlise das

  • Braz. J. Aquat. Sci. Technol., 2014, 18(1):9-18.

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    fotografias areas que as parcelas classificadas como em desenvolvimento registram essa colonizao de forma muito lenta, ocorrendo h pelo menos dez anos.

    As classificaes propostas para as parcelas VI e XII podem ser comprovadas nas anlises de Lugli (2004) onde na fotografia de 1938 j se pode visual-izar a colonizao desse bosque. Os dados obtidos neste estudo corroboram as interpretaes realizadas pela autora tendo em vista que os dados de estrutura apresentam uma densidade alta de A. schaueriana com dimetros ao redor de 35 cm.

    Pode-se afirmar que os estudos ecolgicos necessitam de dados bsicos sobre a estrutura do ecossistema e que as interpretaes funcionais so processos mais lentos que respondem diretamente s influncias ambientais e quelas induzidas pelo homem em diferentes escalas temporais. Concluindo, pode-se dizer que:

    - A espcie Avicennia schaueriana presena constante em todas as classes de dimetro, domi-nante em rea basal em todas as parcelas, sendo a espcie que colonizou primeiro os bosques de mangue estudados.

    - Apesar das baixas temperaturas apresenta-das no Estado de Santa Catarina, Rhizophora mangle dominante em indivduos em duas parcelas, devido aos bosques estarem localizados em regies com presena de canais e variao da mar e em bosques onde se encontram protegidas por outras espcies.

    - As parcelas I e II esto em Perodo de Colonizao, as parcelas III, IV, V, VII, X e XI encon-tram-se em Perodo de Desenvolvimento, e as parce-las VI, VIII, IX e XII esto em Perodo de Maturidade.

    AGRADECIMENTOS

    As autoras agradecem a Universidade do Vale do Itaja pelo apoio tcnico e logstico durante o de-senvolvimento deste estudo.

    A primeira autora agradece a Universidade do Vale do Itaja pela bolsa concedida para a realizao do trabalho de concluso de curso.

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    Submetido: Junho/2012Revisado: Outubro/2012

    Aceito: Outubro/2013