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Governador - Secretaria da Educação...Unidade de Saúde da Família, Centro de Especialidades Odontológicas, Laboratórios ... O que a letra da música reflete em nossa vida? b)

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Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

Políticas Públicas de Saúde

e Redes de Atenção à Saúde

Bucal

DISCIPLINA 3

MANUAL DO (A) PROFESSOR (A)

AGOSTO 2012

FORTALEZA - CEARÁ

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

2

Governador

Cid Ferreira Gomes

Vice-governador

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária de Educação

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto

Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo

Antonio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete

Cristiane Holanda

Coordenadora da Educação Profissional

Andréa Araújo Rocha

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

3

CONSULTORIA TECNICA E PEDAGOGICA

Vanira Matos Pessoa

Maria Idalice Silva Barbosa

Anna Margarida Vicente Santiago.

EQUIPE DE ELABORAÇÃO

Anna Margarida Vicente Santiago

Fabiane da Silva Severino Lima

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

4

Sumário

1. Apresentação ................................................................................................05

2. Objetivos de Aprendizagem .........................................................................06

4. Conteúdo Programático ............................................................................... 07

3. Atividades sócio afetivas ..............................................................................08

4. Atividades Cognitivas .................................................................................. 19

5. Avaliação parcial da disciplina...................................................................... 48

6. Referências bibliográficas sugeridas para o(a) professor (a).........................49

7. Referências bibliográficas do Manual ..........................................................51

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Apresentação

Este é o terceiro Manual Pedagógico de uma série que aborda temas

específicos da formação do técnico em Saúde Bucal integrado ao Ensino Médio. Cada

Manual corresponde a uma disciplina, sendo este referente à disciplina 3 do módulo

básico do curso – Políticas Públicas e Redes de Atenção à Saúde Bucal, com carga

horária de 40 horas/aula.

No intuito de deixar claro a(o) professor(a) o que é esperado do aluno ao final

da disciplina, este manual propõe os objetivos de aprendizagem referentes ao tema,

acompanhado do conteúdo de cada disciplina. Propõe atividades pedagógicas que focam

o eixo cognitivo e sócio afetivo do processo de aprendizagem. Disponibilizamos uma

bibliografia para o(a) professor(a), subsidiando-o(a) para aprofundar os debates em sala

de aula, bem como, uma bibliografia de referência do Manual.

Elaborado no intuito de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, este

Manual é um instrumento pedagógico que se constitui como um mediador para facilitar

tal processo em sala de aula embasado em um método problematizador e dialógico que

aborda os conteúdos de forma lúdica, participativa, tornando o aluno protagonista do

seu aprendizado, facilitando a apropriação dos conceitos de forma crítica e responsável.

É importante que o(a) professor(a) compreenda o propósito do método do

curso, e assim, se aproprie do conteúdo e da metodologia proposta por meio das

atividades pedagógicas, fazendo um estudo cuidadoso deste Manual e buscando

aperfeiçoar sua didática para conduzir com sucesso as atividades propostas.

Esperamos contribuir para a consolidação do compromisso e envolvimento de

todos (professores e alunos) na formação desse profissional tão importante para o

quadro da saúde do Ceará.

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Objetivos de Aprendizagem

Ao final da disciplina os alunos devem ser capazes de...

1. Descrever a história das políticas de saúde no Brasil Colônia a Constituição 1988 e

suas contribuições para a implantação do SUS;

2. Entender o funcionamento, princípios, legislação e estruturação do SUS;

3. Entender o processo histórico das Políticas de Saúde Bucal no Brasil;

4. Discutir acerca da Política Nacional de Saúde Bucal e a inserção da Saúde Bucal na

Política Nacional da Atenção Básica (PNAB);

5. Discutir Rede de Atenção à Saúde;

6. Identificar a rede de atenção à saúde bucal e os fluxos organizacionais de gestão do

cuidado nos diversos pontos de atenção;

7. Reconhecer as ações de saúde bucal nos diferentes níveis de atenção;

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Conteúdo Programático

1. História da Política de Saúde no Brasil;

2. Constituição Federal e a incorporação do SUS;

3. Controle Social no SUS;

4. Processo histórico das Políticas de Saúde Bucal no Brasil;

5. Política Nacional de Saúde Bucal e a Inserção da Saúde Bucal na Política Nacional

da Atenção Básica (PNAB);

6. Planos de Governos Federal, Estadual e Municipal referente ao setor da saúde bucal

na gestão atual;

7. Rede de Atenção à saúde bucal (pontos de atenção, referência e contra referência):

Unidade de Saúde da Família, Centro de Especialidades Odontológicas, Laboratórios

regionais de próteses dentárias, Urgência; serviços secundários e terciários e unidades

hospitalares;

8. Ações da Saúde Bucal nas diferentes áreas de atenção.

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Atividades sócio afetivas

1. TRANSFORMAÇÕES

Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia.

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Convidar a turma para ler e cantar a música: Como uma onda no Mar – Lulu

Santos;

2. Discutir a letra da música, tendo como referência os questionamentos abaixo:

a) O que a letra da música reflete em nossa vida?

b) Que paralelo podemos traçar entre a mensagem da música e as mudanças do

mundo atual?

Observações:

Prosseguir a discussão com base na evolução da Saúde ao longo dos anos que

vêm acompanhando as mudanças socioeconômicas e culturais que vão se

transformando ao longo do tempo.

Suscitar uma reflexão de que assim como tudo vai se transformando, as

Políticas de saúde devem ser transformadas para acompanhar as tendências do mundo

atual, em prol do alcance da qualidade e manutenção da saúde do Homem e da

sociedade, em geral.

Como uma Onda no Mar1

Lulu Santos

1 Letra disponível no endereço eletrônico: http://letras.mus.br/lulu-santos/47132/.

Acesso em 30 de julho de 2012.

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa

Tudo sempre passará

A vida vem em ondas

Como um mar

Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente

Viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo

No mundo

Não adianta fugir

Nem mentir

Pra si mesmo agora

Há tanta vida lá fora

Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Nada do que foi será

De novo do jeito

Que já foi um dia

Tudo passa

Tudo sempre passará

A vida vem em ondas

Como um mar

Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente

Viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo

No mundo

Não adianta fugir

Nem mentir pra si mesmo agora

Há tanta vida lá fora

Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

2. CORDEL

Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia.

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

3. Convidar a turma para ler o cordel: O dia em que o SUS visitou o Cidadão (o cordel

também está disponível em forma de vídeo no Youtube2 e cartilha no site da

internet3, podendo ser apresentado em vídeo) .

2 Vídeo disponível no endereço eletrônico: <

http://www.youtube.com/watch?v=TpQDq9hoCRc>. >. Acesso em: 01 de dezembro

de 2011.

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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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4. Ao final perguntar a turma:

Que experiências vocês têm com os serviços de saúde do SUS que gostariam

de compartilhar?

Qual a principal mensagem trazida pelo autor do Cordel?

O DIA QUE O SUS VISITOU O CIDADÃO (Lincoln Macário Maia)

Esta é uma boa história

Digna de um cordel

Trata de quando o SUS

E um usuário fiel

Resolveram discutir:

Cada um o seu papel

João sempre reclamou

Da fila e do atendimento

Sempre que precisou

Sentia um ressentimento

De nunca ser recebido

Conforme o merecimento

Mas João nunca fez nada

Só sabia reclamar

E nas decisões que tomo

Você vai me ajudar

Mas João lhe perguntou

Por que justamente eu

Não sou doutor nem político

Dinheiro só sei do meu

E missão igual a essa

Nunca me apareceu

Mas o SUS lhe disse logo:

Melhor que você não há

Você me conhece bem

Quando precisa esta lá

Consulta ou emergência

Não sabia que ele mesmo

Poderia ajudar

Tinha vários elementos

Pra situação mudar

Um dia em profundo sono

O SUS lhe apareceu

Foi logo se apresentando

E explicações lhe deu

Que o SUS não é do governo

Que o SUS também era seu

E ainda disse ao dormente:

Você vai me auxiliar

A ficar mais atraente

A mais pessoas curar

Mas sei que com sua ajuda

Eles vão se resolvendo

Por que não é só você

Tem muita gente querendo

Mas antes de me ajudar

você precisa saber

São vários os seus direitos

Você deve apreender

Se alguém não respeitar

Você vai se defender

Vou lhe mostrar um exemplo:

Quando você se internar

Tem direito de escolher

3 Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cordel2.pdf>. Acesso

em: 01 de dezembro de 2011.

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Sabe onde o furo está

Tem um jeito muito fácil

De todo mundo ajudar

Através da Ouvidoria

Você vai me procurar

E se ela não existe

Vai pedir para criar

Mas só isso não resolve

Respondeu João na hora

É preciso muito mais

E essa solução demora

É melhor procurar outro

Vou ter que ficar de fora

Não tenha medo João

Foi o que disse o SUS

Não queira fugir agora

Da missão que lhe propus

Se você não ajudar

Solução não se produz

É no grupo de trabalho

Que você tem que entrar

E a sua opinião

Lá você vai mostrar

E quando ver um problema

A solução vai buscar

E os problemas são muitos

Emendou o SUS dizendo

Quem vai lhe acompanhar

Se parente ou se amigo

Ninguém pode reclamar

E se estiver na fila

Uma outra novidade

No atendimento do SUS

Vale a solidariedade

E quem estiver mais doente

Tem a prioridade

João então respondeu

Eu tô gostando de ver

E o SUS lhe disse: tem mais

Melhor ainda vai ser

Se equipes e usuários

Tentarem se conhecer

Pra findar essa conversa

Agora preste atenção

Todas essas mudanças

E as outras que virão

Tem um nome bem bonito

É a humanização.

Então João acordou

Meio sem acreditar

Mas estava decidido

Não custa nada tentar

Se o SUS pediu ajuda

Todo mundo tem que dar.

3. MUDANÇAS

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar aos alunos que peguem as suas “bagagens” (bolsas, pastas, cadernos, etc.).

Orientar para que eles observem e gravem quem é a pessoa que está à sua direita e

à esquerda;

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2. Informar que ao final de uma contagem regressiva (5, 4, 3, 2, 1) todos deverão

trocar de lugar, de modo que ninguém fique ao lado de quem estava antes;

3. Realizar o fechamento conduzindo um debate com as perguntas:

O que sentimos com o exercício?

Que sentimentos nos mobilizam para mudanças?

4. ATÉ QUANDO?

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar aos alunos que escutam e/ou assistam ao vídeo “Até Quando?”;

2. Discutir a mensagem do vídeo a partir dos questionamentos abaixo:

a) Qual a mensagem trazida pela música?

b) Como podemos relacionar a letra da música ao papel da sociedade na construção do

Sistema Único de Saúde?

Até Quando?4

Gabriel O Pensador

4 Vídeo disponível no endereço eletrônico:

http://www.youtube.com/watch?v=2AnRkmNPfw0&feature=fvst. Acesso em 29 de

julho de 2012.

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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Não adianta olhar pro céu

Com muita fé e pouca luta

Levanta aí que você tem muito protesto

pra fazer

E muita greve, você pode, você deve,

pode crer

Não adianta olhar pro chão

Virar a cara pra não ver

Se liga aí que te botaram numa cruz e só

porque Jesus

Sofreu não quer dizer que você tenha

que sofrer!

Até quando você vai ficar usando

rédea?!

Rindo da própria tragédia

Até quando você vai ficar usando

rédea?!

Pobre, rico ou classe média

Até quando você vai levar cascudo

mudo?

Muda, muda essa postura

Até quando você vai ficando mudo?

muda que o medo é um modo de fazer

censura

Até quando você vai levando? (Porrada!

Porrada!!)

Até quando vai ficar sem fazer nada?

Até quando você vai levando? (Porrada!

Porrada!!)

Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é

deprimente

O seu filho sem escola, seu velho tá sem

dente

Cê tenta ser contente e não vê que é

revoltante

Você tá sem emprego e a sua filha tá

gestante

Você se faz de surdo, não vê que é

absurdo

Você que é inocente foi preso em

flagrante!

É tudo flagrante! É tudo flagrante!!

A polícia

Matou o estudante

Falou que era bandido

Chamou de traficante!

A justiça

Prendeu o pé-rapado

Soltou o deputado

E absolveu os PMs de Vigário!

A polícia só existe pra manter você na

lei

Lei do silêncio, lei do mais fraco

Ou aceita ser um saco de pancada ou vai

pro saco

A programação existe pra manter você

na frente

Na frente da TV, que é pra te entreter

Que é pra você não ver que o

programado é você!

Acordo, não tenho trabalho, procuro

trabalho, quero trabalhar

O cara me pede o diploma, não tenho

diploma, não pude estudar

E querem que eu seja educado, que eu

ande arrumado, que eu saiba falar

Aquilo que o mundo me pede não é o

que o mundo me dá

Consigo um emprego, começa o

emprego, me mato de tanto ralar

Acordo bem cedo, não tenho sossego

nem tempo pra raciocinar

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Não peço arrego, mas onde que eu

chego se eu fico no mesmo lugar?

Brinquedo que o filho me pede, não

tenho dinheiro pra dar!

Escola! Esmola!

Favela, cadeia!

Sem terra, enterra!

Sem renda, se renda! Não! Não!!

Muda que quando a gente muda o

mundo muda com a gente

A gente muda o mundo na mudança da

mente

E quando a mente muda a gente anda

pra frente

E quando a gente manda ninguém

manda na gente!

Na mudança de atitude não há mal que

não se mude nem doença sem cura

Na mudança de postura a gente fica

mais seguro

Na mudança do presente a gente molda

o futuro!

Até quando você vai ficar levando

porrada,

até quando vai ficar sem fazer nada

5. XIBOM BOMBOM

Material necessário: som e CD

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Convidar a turma para escutar a letra da música Xibom Bombom, de As Meninas;

2. Conduz um debate a partir das perguntas:

Qual a mensagem essa música nos traz?

Que relação podemos perceber entre a letra da música e o que

aprendemos em sala de aula?

XIBOM BOMBOM (As meninas)5

Bom xibom, xibom, bombom

Bom xibom, xibom, bombom

Mas eu só quero

Educar meus filhos

5 Letra da música e vídeo disponíveis no endereço eletrônico: < http://letras.mus.br/as-

meninas/44262/>. Acesso em 29 de julho de 2012.

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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Bom xibom, xibom, bombom

Bom xibom, xibom, bombom

Analisando essa cadeia hereditária

Quero me livrar dessa situação precária

Onde o rico cada vez fica mais rico

e o pobre cada vez fica mais pobre

E o motivo todo mundo já conhece

E que o de cima sobe e o de baixo desce

Tornar um cidadão

Com muita dignidade

Eu quero viver bem

Quero me alimentar

Com a grana que eu ganho

Não dá nem pra melar

E o motivo todo mundo já conhece

É que o de cima sobe e o de baixo desce

6. ASSUMINDO RESPONSABILIDADES

Coordenar a atividade a partir de uma das sugestões abaixo:

Sugestão 1 – convidar um dos alunos para ler a mensagem abaixo e ao final convidar

todos para refletir que lições podemos aprender a partir dela para o exercício do trabalho

nos serviços de saúde.

Sugestão 2 – Distribui uma cópia para cada aluno e solicitar que leiam a mensagem e

escrevam no papel uma reflexão para o exercício de sua profissão. Depois perguntar

quem gostaria de compartilhar sua reflexão com a turma.

A lição do ratinho6

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa

abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir

que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos –

Há uma ratoeira nacasa, uma ratoeira na casa! A galinha, então, disse:

- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para

o senhor, mas não me incomoda.

O rato foi até o porco e lhe disse:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer,

a não ser rezar. Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.

O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse:

6 Dinâmica adaptada do endereço eletrônico:

<http://www.slideshare.net/weltonmatos/trabalho-em-equipe-1703196 >. Acessado

em: 10/05/2012

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira

do fazendeiro.

Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua

vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia caído na ratoeira. No

escuro, ela não viu que a ratoeira havia prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a

cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com

febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma

canja de galinha.

O fazendeiro pegou seu cutelo (pequeno facão) e foi providenciar o

ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos

vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o

funeral.

O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

7. TIRO AO ALVO7

Material necessário: papel madeira ou cartolina, pincel, venda de olhos e papel ofício.

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Preparar previamente um alvo circular, de papel madeira ou cartolina, contendo em

seu centro a palavra SAÚDE, como o exemplo abaixo:

2. Posicionar o alvo a uma distância de 2 metros dos participantes;

7 Dinâmica adaptada do endereço eletrônico: http://www.kombo.com.br/materiais-

rh/dinamica.php?id=MTA2OGM2ZTRjODA1MWNmZDRlOWVhODA3MmUzMTg5ZTI=.

Acesso em: 29 de julho de 2012.

SAÚDE

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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3. Dividir a sala em três grupos;

4. Solicitar que cada grupo eleja um participante para representar o grupo na dinâmica;

5. Vender os olhos dos três representados escolhidos;

6. Entregar aos participantes um atirador ao alvo (Sugestão: bola de pedaço de papel

ofício amassada);

7. Informar que o objetivo da atividade é fazer com que os representantes escolhidos

acertem o alvo com a ajuda dos colegas do grupo;

8. Orientar que os demais integrantes do grupo só poderão expressar os seguintes

comandos: Siga à frente; Volte atrás; Siga à direita; Siga à esquerda; Pare; Atirar ao

alvo!

9. Informar que cada participante terá uma chance para acertar o alvo, dando lugar ao

grupo seguinte, havendo repetição da atividade até que algum grupo consiga atingir ao

alvo: SAÚDE!

8. DIVISÃO DA TURMA EM SUBGRUPOS

Estas atividades podem ser utilizadas quando o professor desejar a formação de

pequenos grupos em sala de aula.

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

SUGESTÃO 1

1. Confeccionar papéis contendo trechos de letras de diferentes músicas para a

formação de grupos;

2. Entregar os papéis com os trechos das músicas a cada aluno;

3. Orientar que os alunos, cantando a música, procurem os outros que completam a sua

canção;

Observação:

A atividade tem como objetivo fazer com que o grupo perceba a

importância do trabalho integrado para que se possa atingir os

objetivos. Refletir que, assim como representado na dinâmica, os

serviços de saúde para chegar ao objetivo de PROMOVER SAÚDE,

precisam que todos os seus serviços trabalhem em conjunto para atingir

seus objetivos.

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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4. Ao formarem os pequenos grupos solicitar que se apresentem em forma de coral,

cantando a música referente aos demais grupos;

SUGESTÃO 2

1. Solicitar aos alunos que levantem as mãos todas as pessoas que nasceram nos

meses de janeiro e fevereiro, e solicitar que se agrupem. Segue perguntando sobre o

restante dos meses do ano;

2. Ao final, forma-se 6 grupos de trabalho.

SUGESTÃO 3

Confeccionar previamente pequenos papéis em diversos formatos (círculos, quadrados,

triângulos, retângulos, semicírculos, etc.)

1. Distribui aleatoriamente os papéis entre os alunos e solicitar que se agrupem

conforme a forma geométrica que escolheu.

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

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Atividades Cognitivas

1. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia.

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar que respondam às perguntas referente ao

período indicado para seu grupo, após assistir ao filme Políticas de Saúde no

Brasil: um século de luta pelo direito à saúde:

Grupo 1 – período 1900 a 1930

Grupo 2 – período 1930 a 1945

Grupo 3 – período 1945 a 1964

Grupo 4 – período 1964 a 1988

Grupo 5 – período 1988 a 2006

PERGUNTAS

a) Como se caracteriza esse período histórico em termos da relação Estado

Sociedade?

b) O que chamou mais atenção sobre as políticas de saúde no Brasil durante esse

período?

c) Como se deu a atuação do governo neste período?

d) Como se deu a atuação da sociedade civil neste período?

e) Quais os principais desafios e conquistas que marcaram esse período em

relação às políticas de saúde no Brasil?

2. Convidar a turma para assistir ao filme: "Políticas de Saúde no Brasil: Um século

de luta pelo direito à saúde8" para responder ás perguntas referentes ao seu grupo;

8 Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cSwIL_JW8X8>. Acesso em: 01

de dezembro de 2011.

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CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL INTEGRADO

AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Documentário: "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde"

Filme realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da

Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal

Fluminense/UFF.

Duração: 1 hora

Sinopse

O documentário conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se

articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua

implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS. Sua

narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, um dever da

população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado

aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se

inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um

dever do Estado. Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores,

com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo.Para tornar a narrativa mais leve e

atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como

o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, por fim, a internet.

O documentário é composto por 5 capítulos, que podem ser assistidos em sequência, com 60

minutos de duração, ou separadamente; cobrindo os seguintes períodos: 1900 a 1930; 1930 a 1945;

1945 a 1964; 1964 a 1988; e 1988 a 2006

3. Orientar aos grupos que sistematizem suas respostas por escrito para apresentação;

4. Apresentação dos grupos por ordem cronológica;

5. Conduzir um debate a partir da pergunta:

Quais as principais diferenças que percebemos no papel do governo e da

sociedade em relação às políticas de saúde em cada um dos períodos

históricos?

6. Fazer uma exposição abordando os seguintes tópicos:

Uma síntese cronológica dos principais acontecimentos históricos

relacionados às políticas de saúde no Brasil, relacionando com os debates em

sala de aula.

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Sugestão de referência bibliográfica: Livro9 Capítulo 1 – O Sistema Único de

Saúde, itens 1.1 a 1.3.

Os aspectos básicos do SUS

Sugestões de referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional das Secretarias Municipais de

Saúde. O SUS de A a Z : garantindo saúde nos municípios. 3. ed. Brasília :

Editora do Ministério da Saúde, 2009. 480 p. (Série F. Comunicação e

Educação em Saúde)

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei 8.080/90 da Constituição Federal. Dispõe

sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a

organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras

providências. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília,

DF.

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei 8.142/90 da Constituição Federal. Dispõe

sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde

(SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros

na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial [da] Republica

Federativa do Brasil. Brasília, DF.

2. ENTENDENDO OS PRINCÍPIOS E AS DIRETRIZES DO SUS

Material necessário: tarjetas, multimídia

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Entregar a cada aluno uma tarjeta e solicitar que escrevam, individualmente, uma

palavra que acreditem que possa representar o Sistema Único de Saúde (SUS);

2. Solicitar que todos leiam e justifiquem, em poucas palavras, suas respostas;

3. Prosseguir com uma das sugestões abaixo:

9 Brasil, Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema

Único de Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2011,

291p. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS, 2011. v.1.)

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SUGESTÃO 01: Realizar uma apresentação acerca das questões legais que baseiam o

SUS, com foco nos seus Princípios e Diretrizes e nas informações apresentadas no

texto: De Onde vem o SUS?;

SUGESTÃO 02: Conduzir à leitura do Texto: De Onde vem o SUS?

4. Preparar previamente 07 papéis contendo, em cada, o nome e uma curta definição

de um dos princípios e diretrizes do SUS: Universalidade, Integralidade, Equidade,

Participação da Comunidade, Descentralização, Regionalização e Hierarquização;

5. Dividir a sala em 07 grupos e pedir que, a cada um, para sortear um dos papéis que

foram previamente preparados, solicitando que os grupos não divulguem o que está

escrito no papel tirado;

6. Informar que cada grupo terá que preparar uma mini-peça que represente o que está

escrito no papel para que a plenária tente adivinhar qual princípio ou diretriz que está

sendo encenada;

7. Ao final, conduzir a discussão com base nos questionamentos abaixo:

a) Como se sentiram ao ter que encenar os princípios e diretrizes do Sus?

b) O que esses princípios/diretrizes representam para o SUS?

c) Como eles estão sendo representados no nosso dia-a-dia?

d) Enumere experiências reais vividas que possam representar como esses

princípios/diretrizes estão sendo atendidos ou não na realidade.

De Onde vem o SUS?10

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988

para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde.

Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de Assistência

Médica da Previdência Social (Inamps), ficando restrita às pessoas que contribuíssem

com a previdência social. As demais eram atendidas apenas em serviços filantrópicos.

A Constituição Federal é a lei maior de um país, superior a todas as outras leis.

É a lei que tem por finalidade máxima construir as condições políticas, econômicas,

10 Texto adaptado do material: BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.

Departamento de Atenção Básica. O trabalho do agente comunitário de saúde. Brasília :

Ministério da Saúde, 2009, 84 p.

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sociais e culturais que assegurem a concretização ou efetividade dos direitos humanos,

num regime de justiça social.

A Constituição Brasileira de 1988 preocupou-se com a cidadania do povo

brasileiro e se refere diretamente aos direitos sociais, como direito à educação, à saúde,

ao trabalho, ao lazer e à aprendizagem.

Em relação à saúde, a Constituição apresenta cinco artigos– os de nº 196 a 200.

O artigo 1961 diz que:

1. A saúde é direito de todos.

2. O direito à saúde deve ser garantido pelo Estado. Aqui, deve-se entender Estado

como Poder Público: governo federal, governos estaduais, o governo do Distrito Federal

e os governos municipais.

3. Esse direito deve ser garantido mediante políticas sociais e econômicas com acesso

universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e

recuperação e para reduzir o risco de doença e de outros agravos.

Conforme está expresso na Constituição, a saúde não está unicamente

relacionada à ausência de doença. Ela é determinada pelo modo que vivemos, pelo

acesso a bens e consumo, à informação, à educação, ao

saneamento, pelo estilo de vida, nossos hábitos, a nossa

maneira de viver, nossas escolhas. Isso significa dizer

que a saúde é determinada socialmente.

O artigo 198 da Constituição define que as

ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e hierarquizada e devem constituir um

sistema único, organizado de acordo com as seguintes

diretrizes:

1. Descentralização, com direção única em cada esfera

de governo;

2. Atendimento integral, com prioridade para as

atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços

assistenciais;

3. Participação da comunidade.

Em dezembro de 1990, o artigo 198 da

Constituição Federal foi regulamentado pela Lei nº

8.080, que é conhecida como Lei Orgânica de Saúde ou

Lei do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa lei

estabelece como deve funcionar o sistema de saúde em

todo o território nacional e define quem é o gestor em

cada esfera de governo. No âmbito nacional, o Ministro

da Saúde; no estadual, o Secretário Estadual de Saúde; no Distrito Federal/DF, o

Secretário de Saúde do DF; e, no município, o Secretário Municipal de Saúde. As

competências e responsabilidades de cada gestor também foram definidas.

Outra condição expressa no artigo 198 é a participação popular, que foi

detalhada posteriormente pela Lei nº 8.142, de dezembro de 1990.

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Apesar de ser um sistema de serviços de saúde em construção, com problemas

a serem resolvidos e desafios a serem enfrentados para a concretização dos seus

princípios e diretrizes, o SUS é uma realidade.

Ao SUS cabe a tarefa de promover e proteger a saúde, como direito de todos e

dever do Estado, garantindo atenção contínua e com qualidade aos indivíduos e às

coletividades, de acordo com as diferentes necessidades.

1.1 Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)

Para o cumprimento da tarefa de promover e proteger a saúde, o SUS precisa

se organizar conforme alguns princípios, previstos no artigo 198 da Constituição

Federal de 1988 e na Lei nº 8.080/1990, em que destacamos:

Universalidade – significa que o SUS deve atender a todos,

sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção

necessária, sem qualquer custo. Todos os cidadãos têm direito

a consultas, exames, internações e tratamentos nos serviços de

saúde, públicos ou privados, contratados pelo gestor público.

A universalidade é princípio fundamental das

mudanças previstas pelo SUS, pois garante a todos os

brasileiros o direito à saúde.

Integralidade – pelo princípio da integralidade, o SUS deve

se organizar de forma que garanta a oferta necessária aos

indivíduos e à coletividade, independentemente das condições

econômicas, da idade, do local de moradia e outros, com ações

e serviços de promoção à saúde, prevenção de doenças,

tratamento e reabilitação.

A integralidade não ocorre apenas em um único local,

mas no sistema como um todo e só será alcançada como

resultado do trabalho integrado e solidário dos gestores e

trabalhadores da saúde, com seus múltiplos saberes e práticas,

assim como da articulação entre os diversos serviços de saúde.

Equidade – o SUS deve disponibilizar serviços que promovam a justiça social, que

canalizem maior atenção aos que mais necessitam, diferenciando as necessidades de

cada um.

Na organização da atenção à saúde no SUS, a equidade traduz- se no

tratamento desigual aos desiguais, devendo o sistema investir mais onde e para quem as

necessidades forem maiores.

A equidade é, portanto, um princípio de justiça social, cujo objetivo é diminuir

desigualdades.

Participação da comunidade – é o princípio que prevê a organização e a participação

da comunidade na gestão do SUS.

FONTE

:BR

ASI

L (2

00

9)

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Essa participação ocorre de maneira oficial por meio dos Conselhos e

Conferências de Saúde, na esfera nacional, estadual e municipal. O Conselho de Saúde é

um colegiado permanente e deve estar representado de forma paritária, ou seja, com

uma maioria dos representantes dos usuários (50%), mas também com os trabalhadores

(25%), gestores e prestadores de serviços (25%). Sua função é formular estratégias para

o enfrentamento dos problemas de saúde, controlar a execução das políticas de saúde e

observar os aspectos financeiros e econômicos do setor, possuindo, portanto, caráter

deliberativo.

A Conferência de Saúde se reúne a cada quatro anos com a representação dos

vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a

formulação da política de saúde. É convocada pelo Poder Executivo (Ministério da

Saúde, Secretaria Estadual ou Municipal de Saúde) ou, extraordinariamente, pela

própria Conferência ou pelo Conselho de Saúde.

Descentralização – esse princípio define que o sistema de saúde se organize tendo uma

única direção, com um único gestor em cada esfera de governo. No âmbito nacional, o

gestor do SUS é o Ministro da Saúde; no estadual, o Secretário Estadual de Saúde; no

Distrito Federal/DF, o Secretário de Saúde do DF; e, no município, o Secretário

Municipal de Saúde. Cada gestor, em cada esfera de governo, tem atribuições comuns e

competências específicas.

O município tem papel de destaque, pois é lá onde as pessoas moram e onde as

coisas acontecem. Em um primeiro momento, a descentralização resultou na

responsabilização dos municípios pela organização da oferta de todas as ações e

serviços de saúde. Com o passar do tempo, após experiências de implantação, percebeu-

se que nem todo município, dadas suas características sociais, demográficas e

geográficas, comportariam assumir a oferta de todas as ações de saúde, e que há

situações que devem ser tratadas no nível estadual ou nacional, como é o caso da

política de transplantes.

Regionalização – orienta a descentralização das ações e serviços de saúde, além de

favorecer a pactuação entre os gestores considerando suas responsabilidades. Tem como

objetivo garantir o direito à saúde da população, reduzindo desigualdades sociais e

territoriais.

Hierarquização – é uma forma de organizar os serviços e ações para atender às

diferentes necessidades de saúde da população.

Dessa forma, têm-se serviços voltados para o atendimento das necessidades

mais comuns e frequentes desenvolvidas nos serviços de Atenção Primária à Saúde com

ou sem equipes de Saúde da Família. A maioria das necessidades em saúde da

população é resolvida nesses serviços. Algumas situações, porém, necessitam de

serviços com equipamentos e profissionais com outro potencial de resolução. Citamos

como exemplo: as maternidades, as policlínicas, os prontos-socorros, hospitais, além de

outros serviços classificados como de média e alta complexidade, necessários para

situações mais graves.

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Esses diferentes serviços devem possuir canais de comunicação e se relacionar

de maneira que seja garantido o acesso a todos conforme a necessidade do caso,

regulado por um eficiente sistema de regulação.

Todas as pessoas têm direito à saúde, mas é importante lembrar que elas

possuem necessidades diferentes. Para que se faça justiça social, é necessário um olhar

diferenciado, por meio da organização da oferta e acesso aos serviços e ações de saúde

aos mais necessitados, para que sejam minimizados os efeitos das desigualdades sociais.

O SUS determina que a saúde é um direito humano fundamental e é uma

conquista do povo brasileiro!

3. PESQUISA EM CAMPO

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Dividir a turma em trios e orientar uma atividade:

Pesquisa em campo:

a) Fazer um levantamento sobre os espaços de participação que existem em

seu bairro/comunidade nos diversos setores: educação, saúde, esporte e lazer,

geração de renda, meio ambiente, etc.

b) Escolher um dos movimentos sociais e entrevistar algum membro que

participa desse movimento social:

- Qual a sua representação nesse movimento?

- O que lhe motiva a participar?

- Em sua opinião, quais as questões mais importantes que são debatidas nas

reuniões?

- Quem pode participar desse movimento?

2. Fazer um Relatório da entrevista;

4. A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

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1. Dividir a turma em 5 grupos, orienta que escolham um coordenador e um relator

que deverão assumir o seguinte papel:

Coordenador do momento: controla o tempo e não deixa o grupo fugir do

assunto;

Relator: sistematiza as respostas do grupo registrando por escrito.

2. Solicitar aos grupos que conversem e respondam as perguntas, com base nas

entrevistas realizadas na atividade anterior:

a) Que contribuições a participação da sociedade pode trazer para construção de

uma sociedade mais igualitária, democrática e justa?

b) Quais as formas de participação que sua comunidade tem assumido no

tocante as decisões referentes à saúde, ao ambiente, ao trabalho, à religião, à

educação, à habitação e à cultura?

c) O que vocês destacam como importante que abre espaço para participação

dos cidadãos nas políticas de saúde no Brasil?

3. Informar aos grupos que as apresentações serão no formato de “Mesa Redonda de

Debate”. Serão convidados para Mesa os Coordenadores e Relatores dos grupos

que assumirão a seguinte tarefa:

Coordenadores: apresentam como foi o trabalho do grupo em termos de

debate, concentração dos participantes, dificuldades e facilidades em relação

ao debate do tema, adequação do tempo, novos interesses surgidos sobre o

tema;

Relatores: fazer a leitura das respostas do grupo;

Professor(a): coordenação da Mesa (controle do tempo e da escuta atenciosa

e respeitosa de todos)

4. Desfazer a Mesa Redonda e perguntar a turma:

Como se sentiram em participar de um debate em forma de Mesa Redonda?

5. Convidar para leitura do texto: Participando no SUS, de Lana Bleicher. Ao final

perguntar:

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O que acharam do Texto?

Que dúvidas ainda existem sobre o tema?

PARTICIPANDO DO SUS11

Ao longo de nossa vida participamos dos vários âmbitos que nos constroem

enquanto seres humanos e cidadãos, na família, comunidade, escola, trabalho, espaços

institucionalizados ou não. Participar segundo Bordenave12

(1994), é o caminho natural

para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si

mesmo, dominar a natureza e o mundo. Na efetivação dessa participação, favorecemos

nossa condição de saúde ou doença e, consequentemente, de uma boa qualidade de vida.

Ações de saúde não se realizam no vazio ou em objetos inanimados: ações de

saúde sempre se realizam com e em seres humanos. Tradicionalmente, entendia-se que

a ação de saúde seria realizada pelo profissional de saúde sobre um paciente – aliás, não

é a toa que ele é chamado paciente! Mas, por mais passiva que seja a situação do

paciente, e por mais dono do poder que queira ser o profissional de saúde, nunca se

pode retirar uma característica fundamental da ação de saúde: ela é uma relação

humana, entre seres humanos. E, exatamente, por ser humano, o paciente nunca é

inteiramente passivo: a ação de saúde também depende dele para acontecer.

A produção de ações e serviços de saúde é imprescindível à interação entre

prestadores e usuários de tais ações. Os serviços de saúde não podem ser produzidos na

ausência do “consumidor” desses, ao contrário de mesas ou sapatos, que podem ser

fabricados e estocados sem um consumidor, o qual, só passa a ser necessário ao se fazer

a comercialização destas mercadorias. Os usuários, então, são mais que meros

“consumidores” são também co-produtores destes serviços e ações. Disto resulta que a

definição de necessidades e diretrizes no setor não pode ser monopólio dos

“especialistas”, mas devem ser partilhadas com os co-produtores dos serviços: os

usuários.

11Texto adaptado do texto de:

BLEICHER, Lana. Saúde para todos já! Fortaleza: Expressão gráfica, 2004. 110p.

Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Participasus%20%20Politica%20Nacion

al%20de%20GP%20para%20o%20SUS.pdf>. Acesso em: 01 de novembro 2011. 12 BORDENAVE, J. D. O que é participação. São Paulo: editora Brasiliense,1986.

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Por melhor e mais competente que seja o médico, o tratamento não terá sucesso

se o paciente não cooperar em seguir as prescrições recomendadas. Ou seja, até mesmo

na situação individual é necessário existir um mínimo de “participação” por quem

“recebe” a ação de saúde.

Disso decorre que as primeiras vezes em que se começou a falar em participação

nos serviços de saúde, o que se estava querendo dizer é que a população deveria aceitar

mais docilmente as orientações que os profissionais de saúde faziam. Antônio Ivo de

Carvalho (1995) nos conta que havia um entendimento de que as pessoas ficavam

doentes por falta de informação de como tratar a água, de como escovar os dentes, de

que alimentos consumir.

Houve um tempo em que a participação assumiu um caráter bem mais

politizado, principalmente, durante a ditadura. A participação popular tinha o objetivo

de denunciar que a grave situação de saúde da população estava relacionada à forma

injusta, exploradora e nada democrática de como se organizava a sociedade. Participar

implicava em lutar por coisas bem mais amplas do que aquelas com as quais a

participação comunitária se ocupava, como liberdade de expressão, autonomia, poder

para os trabalhadores. A participação social geralmente se refere à institucionalização da

participação.

E a participação pode ser Institucionalizada? Como isto acontece?

É quando a participação passa a ser regulamentada pelas leis, pelas instituições,

pelos regimentos, por normas explicitadas, próprias de uma sociedade democrática.

Enquanto na visão anterior a questão era atacar o sistema, nesta, o sistema passa a

aceitar que ocorra participação dentro dele.

Usa-se muito o termo controle social como sinônimo de participação, uma vez

que esta consistiria no controle que a sociedade faz sobre o Estado e os serviços que ela

presta. Nenhum problema quanto a isso, desde que se faça uma ressalva, essa expressão

também é bastante usada querendo dizer exatamente o contrário: o controle exercido

pelo Estado sobre a sociedade, através de diversos instrumentos. Feita esta advertência,

podemos falar em controle social sem o risco de sermos mal compreendidos. Para

facilitar, usaremos o termo participação social.

Existem diversas formas da sociedade participar da gestão do SUS. Porém, por

serem previstas em lei, as duas mais conhecidas são: as conferências de saúde e os

conselhos de saúde. Inicialmente as disposições sobre os conselhos e conferências de

saúde deveriam fazer parte da lei 8.080/90. Entretanto, os artigos que falavam tanto da

participação social quanto do financiamento do sistema foram vetados pelo então

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presidente Fernando Collor. É por isso que estes dois assuntos se encontram na lei

8.142/90, que afinal conseguiu ser aprovada alguns meses depois da lei 8.080/90.

Já ouvi falar nos Conselhos de Saúde, mas ainda não compreendi o que de fato são.

Os Conselhos de Saúde são formas de exercício da democracia participativa que

objetivam garantir os direitos de cidadania e saúde. Não substituem, mas interagem com

os poderes instituídos, ou seja, com o Executivo, Legislativo e Judiciário.

É obrigatória a existência de conselhos de saúde em cada uma das três esferas de

governo: municipal, estadual e federal. Mas nada impede que também se criem

conselhos para um conjunto de municípios (microrregião), um distrito sanitário ou para

uma unidade específica de saúde, o que seria um conselho local.

Aliás, a organização de conselhos locais de saúde pode funcionar como um bom

catalisador da participação social, porque é no debate do cotidiano de uma unidade de

saúde que se aprende e se exercita a aventura de tentar práticas mais democráticas de

organização dos serviços de saúde.

Os conselhos de saúde são órgãos em que um conjunto de representantes toma

parte na gestão do SUS. Portanto, o gestor em saúde (que é o secretário ou ministro da

Saúde, dependendo da esfera de governo considerada) não é o único a decidir sobre o

que será feito em questões de saúde. Esses representantes são de segmentos diferentes:

do governo e dos prestadores de serviço, de profissionais de saúde e de usuários. O

conselho deve ser permanente, ou seja, deve se reunir com regularidade.

A lei também diz que os Conselhos de Saúde devem ser paritários. Isto

significa que metade dos conselheiros deve ser de representantes dos usuários. Quanto

às demais representações, a Lei 8.142 não esclarece seus percentuais, mas existe uma

recomendação do Conselho Nacional de Saúde (resolução 33. de 23/12/92) onde

possam ser compostos em 25% de prestadores de serviços, tanto públicos (governo)

quanto privados.

Nesta mesma resolução, faz-se a sugestão de que o número de conselheiros não

seja inferior a 10 nem superior a 20 membros. Evidentemente isso se trata apenas de

uma recomendação. O fundamental – e obrigatório – é manter a paridade.

O documento ainda enumera algumas entidades, que podem ser consideradas no

momento de definir a composição do conselho, dentro do segmento de usuários:

Representante(s) de movimentos comunitários organizados na área da saúde;

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Representante(s) de conselhos comunitários, associações de moradores ou

entidades equivalentes;

Representante(s) de associações de portadores de deficiência;

Representante(s) de associações de portadores de patologias;

Representante(s) de entidades de defesa do consumidor.

Mas é bom lembrar que essas sugestões foram dadas pelos membros do

Conselho Nacional de Saúde com base em uma certa experiência acumulada. Nada

impede que, em um dado município, existam outras entidades bem mais representativas

da sociedade ou que tenham um histórico no debate e enfrentamento das questões de

saúde.

Uma advertência feita no documento é a de que os representantes dos usuários

sejam indicados pelas suas entidades. Isto é de vital importância para que o conselho

seja representativo de verdade. Infelizmente algumas vezes isto não acontece. Há

prefeitos que “elegem” quem deve ser o representante de cada entidade de usuários. Às

vezes, os “representados” nem sabem quem é que os representa. Tudo isso compromete

a participação social.

Raquel Dodge (2003) classifica as funções do conselho de saúde em três

naturezas: deliberativa, consultiva e fiscalizatória.

O dicionário define deliberar como resolver depois de exame ou discussão,

decidir. De fato, quando a Lei 8142/90 art.1º parágrafo 2º afirma que o conselho de

saúde atua na formulação de estratégias da política de saúde, o que se está expondo é

uma função deliberativa do conselho de saúde.

Além disso, o Conselho de Saúde pode convocar uma conferência de saúde

extraordinária.

As funções consultivas de um Conselho de Saúde também são importantes,

ainda que um Conselho não deva se contentar em desempenhar apenas este papel.

Exemplos:

Propor adoção de critérios que definam qualidade e melhor resolutividade;

Propor medidas para o aperfeiçoamento da organização do funcionamento

do Sistema Único de Saúde - SUS (Resolução 33 de 23/12/92).

Quanto às funções fiscalizatórias, cabe ao conselho de saúde estar vigilante

no que se refere a:

o Recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei

8.080/90 art.33);

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o Desenvolvimento das ações e serviços de saúde (Resolução 33 de

23/12/92).

Agora está mais claro o que é e como funciona um Conselho de Saúde. Fale mais

um pouco sobre outra instância de participação, as Conferências de Saúde!

Enquanto os conselhos são órgãos permanentes, as conferências são eventos

realizados a cada 4 anos ou, extraordinariamente, quando convocadas pelo poder

executivo ou pelo conselho de saúde. Em função da periodicidade com que acontecem,

sua finalidade é avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação

da política de saúde (Lei 8.142/90 art.1º parágrafo 1º).

As conferências, tal como os conselhos de saúde, devem ser paritárias. A

representação nas conferências costuma ser ascendente: nas municipais são eleitos os

representantes para as estaduais e nessas são tirados os delegados para a nacional. Um

município muito grande pode ter, antes da conferência municipal, conferências distritais

e locais. O fato é que as conferências permitem que um número de pessoas muito maior

que o de conselheiros possa discutir e decidir sobre saúde. Apenas para ter uma idéia: da

8ª Conferência Nacional de Saúde participaram mais de quatro mil pessoas, das quais

mil eram delegados (ou seja, com direito a voto).

Além dos dispositivos acima citados, para concretizarmos a participação na

gestão pública, fazem-se necessários à adoção de outras práticas e mecanismos

inovadores que podem ser agrupados de acordo com as instâncias, atores e segmentos

sociais envolvidos:

Mecanismos Instâncias Atores e segmentos

sociais envolvidos

Controle social Conselhos de Saúde e

Conferências de Saúde. Governo e sociedade.

Escuta permanente das

opiniões e demandas

da população

Atualmente identificados,

principalmente, pelas ouvidorias

do SUS.

Opiniões de usuários e

consultas públicas.

Processos

participativos de gestão

Integrando a dinâmica de cada

instituição e órgão do SUS, nas

três esferas de governo.

Conselhos gestores,

mesas de negociação,

direção colegiada,

câmaras setoriais e

comitês técnicos, entre

outros.

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33

Intersetorialidade

Relações entre diferentes setores

de governo, nas quais fica

caracterizado o compartilhamento

de decisões entre diferentes

instituições e setores que atuam

na produção social da saúde.

Diferentes setores de

governo.

Mobilização social

Voltada à ampliação da

consciência sanitária, do direito à

saúde e à cidadania, com impacto

sobre os poderes instituídos no

Estado.

Governo e sociedade.

Quantos espaços de participação! Mas afinal de contas se é tão fácil participar do

SUS porque escutamos tantas críticas sobre a efetivação do controle social?

Vimos como devem ser os conselhos e conferências de saúde. Criar ou não um

Conselho de Saúde não é uma opção do gestor: é uma obrigação. Recomenda-se que os

conselhos sejam criados por uma Lei própria, discutida e aprovada pelo poder

legislativo da respectiva esfera de governo. Também é desejável que o conselho se

reúna com periodicidade, que conte com uma estrutura apropriada, tais como: sala de

reunião e funcionários. Isso porque, além das reuniões gerais do conselho, existem

também comissões internas que se propõem a estudar assuntos específicos, como

orçamento e recursos humanos, por exemplo.

Gostaríamos de advertir que nem sempre o cumprimento de todas as exigências

legais garante uma participação social efetiva. Muitas vezes o conselho atende a todas

as obrigações e recomendações, mas não toma para si, de fato, as funções deliberativas

e fiscalizatórias. Não são raros os Conselhos de Saúde que se limitam a aprovar

passivamente todos os projetos que o gestor encaminha (e que só os submete à votação

quando obrigado). É comum não só conselheiros desconhecerem seu papel, como

também gestores dificultarem a ação do Conselho, não disponibilizando as informações

necessárias; não efetivando os cronogramas que permitam tempo para análise e debate

das propostas; não efetivando as deliberações tomadas pelo Conselho. Também é

comum o uso dos Conselhos somente como forma de legitimar e dar uma aparência

“democrática” à gestão.

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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

34

Inúmeros Conselhos de Saúde cumprem apenas a formalidade da aprovação

automática de planos de saúde, relatórios de gestão e projetos que se destinem à

captação de verbas federais. Não é rara a indicação de conselheiros, que deveriam

representar usuários, ser feita por prefeitos. São abundantes os casos em que gestores e

profissionais de saúde monopolizam o controle da pauta. Tudo isso porque a mera

institucionalização de mecanismos de participação social – conselhos e conferências de

saúde – não garantem por si só a existência de uma participação social efetiva. O

desafio, portanto, é muito maior que o de cumprir ou o de fazer cumprir a lei: trata-se de

tirá-la da frieza dos compêndios jurídicos e insuflá-la de vida, trazendo-a para o meio

das pessoas.

Sinto-me desafiada! Como tornar isso realidade?

Para tal não existe receita, mas alguns princípios podem ser levados em conta.

Um deles poderia ser resumido da seguinte forma: se você quer que as pessoas

participem, valorize o que elas têm a dizer. É muito comum os profissionais de saúde,

do alto de seus conhecimentos técnico-científicos, desqualificarem as falas, as

preocupações, as proposições dos usuários, perdendo assim a oportunidade de

estabelecer um diálogo entre saberes que são diferentes, mas que se complementam.

Também é extremamente fácil a acusação de que as pessoas são desinteressadas,

que não participam das reuniões. Minha pouca experiência na área me leva a pensar que

as pessoas que tendem a abandonar espaços de “participação” tão cedo percebem que

suas decisões não são encaminhadas; que as informações necessárias à tomada de

decisão não se encontram disponíveis; que a participação se restringe a dizer sim ou não

a propostas que chegam prontas. Outro ponto a salientar, é a necessidade de que exista

um efetivo vínculo entre o “representante” e os “representados”, e que as posições

defendidas no conselho por aquele sejam discutidas com estes, a fim de que seja

garantida a legitimidade da representação.

Por outro lado, há experiências riquíssimas de participação social verdadeira e

com resultados. Há também gestores comprometidos com a qualidade do serviço, aos

quais interessa que a população seja co-autora do processo.

E você? Conhece ou já ouviu falar do Conselho Municipal de Saúde de sua

cidade? Pense nas unidades de saúde que você já conheceu e na que você trabalha: elas

têm conselho local de saúde? Quem são os conselheiros? Que tal tentar conhecê-los?

5. POLÍTICAS DE SAÚDE BUCAL NO BRASIL NA VISÃO POPULAR

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Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar que os alunos, individualmente, realizem uma entrevista com seus pais ou

outros familiares com uma maior experiência de vida, com base no roteiro abaixo:

a) Indagar se utilizavam serviços de odontologia na infância, citando-os. E quais os

serviços utilizados na atualidade?

b) Questionar se tem percebido que esses serviços vêm sofrendo alterações ao

longo dos anos.

2. Orientar que façam um relatório da entrevista.

6. HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE BUCAL NO BRASIL

Material necessário: audiovisual (opcional)

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar que os alunos apresentem o relatório da entrevista realizada;

2. Conduzir a aula a partir de uma das sugestões listadas abaixo:

SUGESTÃO 01: Apresentar um pouco sobre o processo histórico das Políticas de

Saúde Bucal no Brasil, enfatizando o processo de valorização das ações de saúde bucal

ao longo dos anos, principais marcos históricos, a implantação da Estratégia Saúde da

Família e a inserção dos serviços de Saúde Bucal como forma de valorização de suas

ações nas políticas públicas do País;

SUGESTÃO 02: Conduzir os alunos à leitura comentada do texto: Políticas de Saúde

Bucal, devendo o professor aprofundar as temáticas apresentadas no texto.

3. Realizar uma discussão com base nos questionamentos abaixo:

a) Qual a relação histórica entre as Políticas de Saúde no Brasil e as Políticas de

Saúde Bucal?

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b) Como você definiria a Saúde Bucal no Brasil nos dias atuais?

c) As mudanças suscitadas pelo texto acerca da Saúde Bucal no Brasil foram

percebidas nas falas das pessoas entrevistadas previamente?

POLÍTICAS DE SAÚDE BUCAL13

Helenita Correa Ely

Danusa Queiroz e Carvalho

Márcia dos Santos

BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE BUCAL NO BRASIL

As políticas públicas de saúde no Brasil mantiveram, historicamente, uma relação direta

com a política econômica e apresentaram, como característica fundamental, a divisão

das ações: de um lado as ações de saúde pública e, de outro, a assistência médica. Para a

compreensão de cada fato apresentado é necessário conhecer o momento histórico em

que se deu, bem como as circunstâncias e a conjuntura que levaram à sua ocorrência.

No campo da saúde bucal, tendo essas políticas como pano de fundo, há, na literatura

recente, alguns trabalhos que constroem, com propriedade, crítica e detalhamento, os

diversos momentos em que se fez a história da Saúde Bucal no Brasil. Neste texto serão

apenas apresentados os principais aspectos que definem a cronologia das políticas de

saúde bucal no País. São eles:

Século XIX

Algumas ações regulatórias do exercício profissional na área da saúde. A odontologia

passa a ser considerada uma profissão sanitária no Brasil.

Século XX

13

Texto retirado na íntegra do material:

ELY, H.C.; CARVALHO, D.Q.; SANTOS, M. Políticas de Saúde Bucal. Disponível em:

<http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2200.pdf>. Acesso em 30 de julho de

2012.

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37

No início do século, a saúde pública concentrava seus esforços em ações de saneamento

e combate às epidemias e endemias, por meio do Sanitarismo Campanhista. A

assistência à saúde, a partir de 1923, constituiu a primeira forma organizada de sistema

previdenciário, quando da criação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP).

Datam deste período os primeiros relatos abordando uma tímida oferta de serviços de

saúde bucal nas CAP.

Década de 30 - Expansão no país do sistema econômico de características industriais,

passando a saúde do corpo do trabalhador a ser o centro da atenção. São criados os IAP

(Institutos de Assistência e Previdência) cuja principal característica é um acentuado

controle do Estado na Previdência. De acordo com Cerveira (2003), os poucos registros

sobre a política de saúde bucal na primeira metade do século, revelam-na vinculada a

ações curativas voltadas, prioritariamente, às gestantes, pré-escolares e escolares.

Década de 50 - 60 - Criado o Ministério da Saúde (1953). A Odontologia passa a ter

espaço na estrutura administrativa no então chamado Serviço Nacional da Fiscalização

da Odontologia. Acontece a implementação, pelo Serviço Especial de Saúde Pública

(SESP), do Sistema Incremental de Atenção ao Escolar. No mesmo período, tem início

a fluoretação das águas de abastecimento público no Brasil, em Aimorés (MG) e Baixo

Guandu (ES).

1957 - Promulgada a Lei Estadual nº 3I25 , tornando obrigatória fluoretação das águas

de abastecimento público no Estado do Rio Grande do Sul, iniciativa pioneira no Brasil.

1964 - O Estado passa a ser o gerenciador do sistema de seguro social. Realizada a III

Conferência Nacional de Saúde que apontou para a municipalização da saúde. Nesta

conferência se deu um dos maiores avanços da Odontologia em Saúde Coletiva - a

inclusão da prevenção da cárie dentária pelo uso do flúor no Plano Nacional de Saúde

Pública.

Década de 70 – A escassez de recursos e a exclusão da população não trabalhadora

provocam um descrédito da população para com os serviços de saúde pública no país,

provocando uma crise no modelo. A abertura política intensificou o Movimento pela

Reforma Sanitária.

Nos anos 70, o Sistema Incremental, sob a responsabilidade da Fundação SESP, ganhou

dimensão nacional, realizando atenção odontológica voltada exclusivamente aos

escolares de 7 a 14 anos. Foi intensificado o emprego de medidas preventivas e

introduziu-se a utilização de pessoal auxiliar em trabalho a quatro mãos.

1974 - Este ano representa um marco para a odontologia com a promulgação da Lei

Federal 6050 que tornou obrigatória a fluoretação das águas de abastecimento público

em todo o país.

1976 – Criação do Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento do

Nordeste (PIASS), uma proposta de característica predominantemente ambulatorial,

com oferta de ações de saúde bucal que incluíam a atenção ao adulto (ainda que

mutilatória e centrada nas urgências).

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1978 – Realização da Conferência Internacional de Saúde de Alma-Ata. Decorrente do

paradigma da Medicina Comunitária, fortemente influenciada pelas definições da

Conferência de Alma-Ata surgiu a “Odontologia Simplificada” que se colocava como

uma nova opção frente à dicotomia prevenção-cura. Embora esta proposta não tenha se

consolidado no país, pois não conseguiu alterar a lógica programática do Sistema

Incremental, ela trouxe ganhos importantes como a formação e incorporação de pessoal

auxiliar, o trabalho em equipe, uma nova concepção de espaços físicos, o

desenvolvimento da ergonomia, a ênfase na prevenção (criação de escovários) e a

educação em saúde bucal nas escolas públicas de primeiro grau. Houve a expansão do

PIASS a todo o território nacional.

Década de 80 – Ganhou força no País o movimento da Reforma Sanitária. Observou- se

o recrudescimento dos movimentos populares. No Distrito Federal, o Programa

Integrado de Saúde Escolar (PISE) adotou a odontologia simplificada em toda sua rede,

com produção de equipamentos e insumos, sendo referência para todo o País. O

PREVSAÚDE, embora não sendo aprovado, propôs a efetivação da saúde bucal como

uma das cinco principais ofertas das unidades de saúde. No Conselho Consultivo da

Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), o Programa de Ações Integradas de

Saúde (PAIS) propiciou, para vários municípios, a incorporação de recursos para

aquisição de equipamentos odontológicos nas escolas de primeiro grau e subsidiou os

salários dos profissionais. As Ações Integradas de Saúde (AIS) significaram um avanço

nos processos incipientes de municipalização da saúde e participação da população

junto ao sistema de saúde. Na segunda metade desta década, a saúde bucal foi

fortemente marcada pela corrente preventivista escandinava, impulsionando, no setor

público, ações de prevenção individual e coletiva centradas principalmente na redução

da incidência da cárie dentaria, com emprego maciço de cariostáticos e selantes, bem

como no uso amplo do flúor.

1983 - Como decorrência das eleições diretas para governadores, em 1982, surgiram

alguns programas de saúde baseados nos princípios da reforma sanitária. Em Minas

Gerais, a coordenação estadual de saúde bucal implantou, em boa parte de sua rede de

serviços (nas escolas de 1º grau e em algumas unidades de saúde), o programa de

odontologia simplificada, com produção própria de equipamentos e insumos (por meio

de convênio com a PUC-Minas).

1986 - Realização da VIII Conferência Nacional de Saúde que estabeleceu as bases para

a reestruturação do sistema de saúde brasileiro.

Realizada também a I Conferência de Saúde Bucal que trouxe à discussão aspectos

relevantes das condições da atenção odontológica da população e afirmou a odontologia

com parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo. Neste ano, foi criada, no

Ministério da Saúde, a Área Técnica de Saúde Bucal, que realizou o primeiro

Levantamento Epidemiológico de Saúde Bucal com abrangência a todas as regiões do

País, denominado “Brasil, Zona Urbana”, revelando uma preocupante realidade de

saúde bucal dos brasileiros.

1987 – A criação do Sistema Unificado Descentralizado de Saúde (SUDS), significou a

intenção do governo federal em dar início à implantação do SUS.

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Sua principal característica foi a estadualização das ações, por meio da fusão das

secretarias estaduais de saúde com as diretorias regionais do INAMPS. Porém, na área

da saúde bucal não significou um grande avanço, reforçando a estratégia do INAMPS

de manutenção do Sistema Incremental para os escolares do 1º grau.

1988 - Promulgada a Constituição Federal que cria o Sistema Único de Saúde e define a

saúde como “um direito de todos e um dever do Estado”.

A Área Técnica de Saúde Bucal do Ministério da Saúde programou pela primeira vez,

em nível nacional, uma política específica para a odontologia, o Programa Nacional de

Prevenção da Cárie Dentária – PRECAD.

1989 - O Ministério da Saúde, através da Portaria 22/89, normatizou a produção

brasileira de creme dental fluoretado. Esta norma propiciou a presença de flúor em

aproximadamente 95% dos dentifrícios comercializados no país.

Década de 90 – Decorrente das mudanças na área da saúde implantadas pela nova

constituição, o Sistema Único de Saúde - SUS é regulamentado e implantado em todo

território nacional.

1990 - O SUS foi regulamentado pelas leis 8.080 (Lei Orgânica da Saúde) e 8142, que

estabeleceram os princípios organizacionais do sistema: hierarquização, participação

popular e descentralização.

1991 - Decorrentes de iniciativa da nova coordenação da Área Técnica de Saúde Bucal

do MS, foram criados, através de Portaria Ministerial, os Procedimentos Coletivos em

Saúde Bucal (PC I, PCII e PCIII). Os PC reforçaram as ações de caráter preventivo nos

serviços públicos municipais, além de serem acompanhados de uma política especial de

incentivos financeiros que, de certa forma, propiciaram a expansão do setor.

1993 - Realização da II Conferência Nacional de Saúde Bucal que propôs uma nova

política de saúde bucal com efetiva inserção no SUS e que garantiu o acesso e a

equidade da assistência odontológica.

1994 - O Ministério da Saúde criou o Programa de Saúde da Família (PSF), apoiado

pelos resultados positivos alcançado pelo Programa de Agentes Comunitários de Saúde

(PACS).

1996 - Edição da NOB/96 que avançou para a municipalização da saúde e instituiu a

forma de pagamento da atenção básica pela base populacional - PAB (Piso da

Assistência Básica). A NOB/96 teve como objetivo o fortalecimento da implantação do

PSF e do PACS.

Século XXI

As políticas públicas de saúde neste novo século reafirmam e expandem o modelo

centrado na família. Em 2000 foi editada a Portaria MS/GM nº. 1444 que cria o

incentivo para incorporação da Equipe de Saúde Bucal no PSF. Neste ano iniciou o

Projeto SB 2000 para avaliar as condições de saúde bucal da população brasileira.

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2000 - A saúde bucal foi oficialmente incluída na estratégia de Saúde da Família

(Portaria 1444 de 28/12/2000). Criaram-se os incentivos para implantação das equipes

de saúde bucal (ESB), propostas em duas modalidades: modalidade I, com 1 Cirurgião-

Dentista (CD) e 1 Auxiliar de Consultório Dentário (ACD). Modalidade II com 1 CD, 1

ACD e 1 Técnico em Higiene Dentária (THD). As ESB vincularam-se às equipes de

saúde da família (ESF) na relação de 1 ESB para 2 ESF.

2001 – A Portaria 267, de 06/03/01, regulamentou as ações das ESB na estratégia de

Saúde da Família.

2003 - Concluído o levantamento epidemiológico de saúde bucal e divulgado o

Relatório Descritivo do Projeto SB Brasil 2003: condições de saúde bucal da população

brasileira (Brasil, 2003). Nova Portaria acabou com a obrigatoriedade imposta pela

relação de 1 ESB para 2 ESF.

2004 - Lançamento, pela Coordenação Nacional de Saúde Bucal do Ministério da

Saúde, das Diretrizes para a Política Nacional de Saúde Bucal, reforçando a inclusão da

ESB no PSF, criando os Centros de Especialidades Odontológicas - CEO e organizando

um sistema nacional de vigilância sanitária dos teores de flúor.

O Ministério da Saúde definiu a área de Saúde Bucal como uma de suas

prioridades e lançou o Programa Brasil Sorridente como política de governo.

Realização da III Conferência Nacional de Saúde Bucal com foco no acesso e

qualidade em saúde bucal, superando a exclusão social.

2006 - Editou-se a Portaria MS/GM nº 648 que regulamentou a Atenção Básica e

definiu as ações de saúde bucal nesse nível de atenção. Lançado o Pacto pela Saúde que

adotou dois indicadores para a saúde bucal (Primeira Consulta Programática e

Procedimentos Coletivos) com o objetivo de organizar o acesso aos serviços e subsidiar

o planejamento das ações.

2008 – Nova legislação federal regulamentou as profissões de Auxiliar de Saúde Bucal

(ASB) e Técnico de Saúde Bucal (TSB), respectivamente, as antigas denominações dos

ACD e THD.

7. POLÍTICAS DE SAÚDE BUCAL NO BRASIL

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar que cada aluno fale individualmente acerca das ações de saúde bucal que

já tenham utilizado ou que algum membro da família tenha tido acesso;

2. Discutir com base nos questionamentos abaixo:

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1. De que forma as experiências vividas foram satisfatórias ou não para sua

vida?

2. Você acredita que os serviços de saúde bucal possam desempenhar outras

funções além dessas relatadas pelo grupo?

3. Realizar uma explanação acerca da Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil

Sorridente) e suas Diretrizes, focando nos seus objetivos, avanços históricos, nas áreas

de atuação que são priorizadas, princípios norteadores e processos de trabalho

preconizados;

4. Com base nas informações apresentadas, conduzir a discussão com base nas

seguintes indagações:

a) O que a Política Nacional trouxe de avanço/retrocesso para a Saúde Bucal no

Brasil?

b) Que outras ações podem ser identificadas como prioridade das intervenções

em Saúde Bucal e que não foram citadas previamente pelo grupo?

8. PRIORIDADES POLÍTICAS DE SAÚDE FEDERAIS, ESTADUAIS E

MUNICIPAIS

Material necessário: o professor(a) deve pesquisar previamente o Documento referente

ao Plano de Governo Municipal referente ao setor saúde e xerocar para os alunos.

Disponibilizamos neste Manual os Documentos referentes aos Governos: Federal e

Estadual.

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Dividir a turma em 3 equipes e orientar que leiam atenciosamente o Documento do

Plano de Governo de sua equipe e prepare uma apresentação para os colegas:

Sugestão de biografia para guiar a aula expositiva:

BRASIL, Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. A

Política que faz muitos brasileiros voltarem a sorrir. Política Nacional de

Saúde Bucal: Brasil Sorridente. Brasília: Ministério da Saúde. 2003. 8p.

BRASIL, Ministério da Saúde. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal.

Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Brasília: Ministério da Saúde.2004.

16p.

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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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Grupo 1 – Ler o Documento referente ao Plano de Governo Federal referente ao

item da saúde.

Grupo 2 – Ler o Documento referente ao Plano de Governo Estadual referente

ao item da saúde.

Grupo 3 - Ler o Documento referente ao Plano de Governo Municipal referente

ao item da saúde.

2. Apresentação das equipes;

3. Conduzir um debate a partir das perguntas:

a) Quais as convergências e divergências que percebemos nas prioridades entre as esferas

de governo federal, estadual e municipal?

b) As prioridades dos governos referentes ao setor da saúde estão atendendo as

necessidades de saúde da população em geral?

c) De que forma a Saúde Bucal foi apontada como uma das prioridades dos Planos de

Governo?

d) Que outros aspectos deveriam ser prioridade de governos para o setor saúde na opinião

de vocês? Por quê?

4. Orientar que os mesmos grupos façam uma pesquisa no laboratório de informática,

respondendo à pergunta:

1. Que notícias veiculadas nos sites oficiais dos Governos e na mídia em geral

demonstram que as prioridades para o setor saúde contidas nos Planos dos Governos estão

sendo efetivadas nas esferas: federal, estadual e municipal?

5. Conduzir a apresentação das notícias pelos grupos, organizando-a por esferas de

governo;

6. O professor deve comentar as notícias relacionadas a cada esfera de governo

relacionando as prioridades elencadas nos planos destacando o papel dos gestores,

dos usuários e dos profissionais de saúde na efetivação do SUS.

9. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL NO BRASIL

Materiais necessários: tarjetas, multimídia.

Coordenar a atividade a partir das seguintes

orientações:

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1. Entregar a cada aluno uma tarjeta previamente confeccionada contendo o nome de

um dos equipamentos sociais onde o profissional de saúde bucal possa exercer suas

funções nos âmbitos da prevenção, promoção, tratamento e reabilitação da saúde. Segue

alguns dos exemplos no quadro abaixo:

Quadro 1: Exemplos de equipamentos sociais em que o profissional de Saúde Bucal

pode exercer suas funções de trabalho.

UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE

IGREJA SISTEMA DE

VIGILÂNCIA

SANITÁRIA

CRECHE ESCOLAR ABRIGO DE IDOSOS UNIDADE DE

PRONTOATENDIMENTO

ESCOLA HOSPITAL DE MÉDIO E

GRANDE PORTE

UNIVERSIDADE

CENTRO DE

ESPECIALIDADES

ODONTOLÓGICAS

LABORATÓRIOS

REGIONAIS DE

PRÓTESES DENTÁRIAS

CLÍNICA

ODONTOLÓGICA

PARTICULAR

UNIDADE

ODONTOLÓGICA

MÓVEL

CENTRO

COMUNITÁRIO

PESQUISA CIENTÍFICA

2. Solicitar que os alunos fiquem de pé e procurem se agrupar de mãos dadas com os

colegas que possuam instituições contidas nas tarjetas que tenham relação entre si;

3. Após formação dos grupos, questionar a turma com as seguintes indagações:

a) Quantos grupos foram formados?

b) Quais relações identificadas para a formação dos grupos?

c) Que outras relações ainda podem ser percebidas? Os grupos formados possuem

alguma relação entre si?

Observação:

A atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam a relação que existe

entre todos esses equipamentos sociais e de saúde colocados nas tarjetas. Ao final da

atividade, espera-se que todos formem um grande círculo de mãos dadas, mostrando que

todas as instituições e serviços apresentam relação entre si, formando uma grande Rede

de Atenção à Saúde do SUS.

FONTE: BRASIL (2009)

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4. Realizar uma exposição acerca do Modelo de Atenção à Saúde do Brasil, com

enfoque nos serviços organizados por meio de uma rede de atenção, inserindo os

Serviços de Saúde Bucal nesse contexto.

10. HISTÓRIAS DA VIDA COTIDIANA

Material necessário: barbantes e tarjetas.

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Dividir a turma em 5 grupos, e solicitar que cada grupo escolha uma cor;

2. Distribuir os casos e orientar a seguinte tarefa:

a) Ler o caso com atenção identificando os pontos de atenção a saúde que o

protagonista da história percorreu devido o seu problema de saúde;

b) Escrever em tarjetas todos os pontos de atenção à saúde;

c) Identificação dos Princípios e Diretrizes do SUS que foram atendidos;

d) Cada grupo deve construir um mapa vivo representativo dos pontos de atenção

identificado na rede;

3. Solicitar aos grupos que apresentem seus mapas;

4. Coordenar um debate com as seguintes perguntas:

a) O que cada mapa trouxe de diferente em relação aos pontos de atenção?

Sugestão de biografia para guiar a aula expositiva:

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 648, de 28 de março de 2006. Aprova a

Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e

normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da

Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

PAIM, J.S. Modelos de Atenção à Saúde no Brasil. In: Giovanella, L et al. Políticas e

Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011, p. 547-574.

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AO ENSINO MÉDIO DISCIPLINA 3

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b) O que os mapas trazem em comum em relação aos pontos de atenção?

c) De que forma os princípios e diretrizes do SUS foram atendidos durante o

desenvolvimento dos casos?

5. Coordenar um trabalho coletivo desafiando a turma a retratar toda a rede de atenção

à saúde por meio de um mapa vivo único que represente todos os pontos de atenção

que todos os protagonistas das histórias percorreram;

6. Após finalizar a construção do mapa vivo esclarecer para turma os principais

aspectos da organização e funcionamento de todos pontos representados no mapa;

7. Realizar uma exposição com o tema: “Redes de Atenção à Saúde”, abordando os

seguintes tópicos:

* Conceito e elementos constitutivos das Redes de Atenção à Saúde;

* Modelo de Atenção à Saúde para condições agudas e crônicas;

SUGESTÃO DE REFERÊNCIA:

Livro: MENDES, E.V. As redes de atenção à saúde. 2 ed. Brasília: Organização Pan-

Americana da Saúde, 2011, 549 p.

Caso1 – Daniel e Tiago

Daniel e Tiago foram convidados para passar um fim de semana em uma casa de

praia dos pais de uma amiga. Então, resolveram pedir a moto do tio Valdir emprestada

para viajar. O tio Valdir conversou com os pais dos garotos e resolveu emprestar porque

considera seus sobrinhos rapazes responsáveis, sendo que Tiago o mais velho com 19

anos já tem carteira e dirige moto a 2 anos.

Tiago e Daniel curtiram o fim de semana e no retorno para casa, dirigindo na

estrada, um carro fez uma ultrapassagem em local perigoso e colidiu com a moto que

Tiago dirigia. Os dois garotos ficaram muito mal. Em seguida, pessoas próximas

socorreram chamando o SAMU que chegou depois de algum tempo levando os rapazes

para o hospital terciário mais próximo.

Caso 2 – Luciana

Luciana, 18 anos, gestante de 20 semanas, sendo a primeira gestação. Faz

acompanhamento de pré-natal com a enfermeira e o médico responsável pela sua equipe

de Saúde da Família. Em uma das consultas do pré-natal, Mariana relatou que

rotineiramente ao escovar os dentes, percebe um sangramento acentuado que tem lhe

chamado muita atenção. Assim, Dra. Roberta, enfermeira, encaminha a paciente para a

consulta com o Dr. Cláudio, cirurgião-dentista da unidade. Luciana há mais de 05 anos

não comparece à consulta odontológica, pelo fato de não ter tido mais condições de

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pagar o plano odontológico e, como não sabia que a Unidade de Saúde oferecia esses

serviços, não mais frequentou os serviços odontológicos. No entanto, agora na gestação,

sendo encaminhada pela enfermeira da unidade, Luciana comparece à consulta do Dr.

Cláudio. Durante a consulta, o dentista explica que durante a gestação, pelas alterações

hormonais, há um aumento da sensibilidade dental e da quantidade de cáries, bem como

as gengivas ficam mais sensíveis e desprotegidas, o que vem causando os sangramentos

excessivos relatados. Dr. Cláudio, ao examinar a cavidade oral de Luciana, percebe a

mesma precisa fazer um tratamento endodôntico, conhecido popularmente por canal. E,

assim, a encaminha para os serviços de Especialidades Odontológicas de referência da

região.

Caso 3 – Mariana

Na comunidade Barra Funda mora Mariana que tem 7 anos e mora com seus pais

e seus dois irmãos de 3 anos e outro de 10. No fim da tarde de sexta-feira, Mariana

chegou da escola e estava com febre e começou a vomitar. A Unidade de saúde está

fechada e os pais lhe deram um remédio para febre. No domingo, Mariana tinha piorado

bastante com febre muito alta e vômitos e muito dor no pescoço. Os pais levaram ao

hospital, onde Mariana foi internada. Sendo que, no dia seguinte, ela não resistiu e foi a

óbito. O médico informou à família que era um caso de meningite e que procurasse a

Unidade de Saúde da Família para tomar as medidas necessárias para proteger a família

e as crianças com quem Mariana tivesse tido algum contato.

A mãe de Mariana foi a Unidade de Saúde e conversou com a enfermeira que

informou que iria solicitar à Central Assistência Farmacêutica do município a

medicação e entrar em contato com Coordenação da Vigilância em Saúde apoiar a

equipe a tomar as ações necessárias.

Caso 4 - Sr Baltazar

Sr Baltazar tem 54 anos, casado pai de 8 filhos, trabalha na área de construção

civil em uma grande obra que acontece na cidade. Durante o trabalho, sofre uma queda

de uma altura de 7 metros e fica desacordado. A população aciona o Serviço de

Atendimento de Urgência (SAMU) que o leva para o hospital de trauma de referência

da cidade. Chegando lá, é atendido por uma equipe de médicos de várias especialidades.

Faz diferentes tipos de exames para investigar os danos causados pela queda. Assim, os

médicos diagnosticam uma fratura no fêmur que necessita de uma intervenção cirúrgica

de urgência e um trauma na região da face que necessita de intervenção do cirurgião-

dentista e traumatologista Buco-maxilo-facial para correção do trauma, assim como do

médico cirurgião-plástico para correção estética da face. Ao fazer os procedimentos

indicados, Sr. Baltazar se recupera e é encaminhado para consultas com o cirurgião-

dentista da cidade onde mora para confecção da prótese dentária, pois havia perdido

alguns dentes durante a queda.

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Caso 5 - Sra Helena

Helena tem 48 anos, tem 3 filhos e trabalha como manicure em um salão de

beleza e fuma uma carteira de cigarro por dia há mais de 15 anos. Helena está há mais

de um mês com dor de dente e resolveu marcar uma consulta. Após um tempo de espera

foi atendida na unidade de saúde e o dentista examinou sua boca e encaminhou para o

Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), por haver suspeitado de um câncer na

boca. A consulta foi agenda na Central de Marcação de Consultas. No dia marcado

Helena compareceu e o dentista do CEO encaminhou Helena para o Hospital do Câncer

por meio de uma Guia. Helena foi orientada pela agente de saúde a conseguir

autorização para um transporte que lhe ajude a fazer o tratamento no Hospital da capital.

11. PAPEL DO TSB NOS DIVERSOS CAMPOS DE ATUAÇÃO

Material necessário: barbantes e tarjetas.

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Dividir a turma em 03 grupos;

2. Solicitar que cada grupo visite um dos principais campos de atuação do técnico em

saúde bucal (Unidade de Saúde da Família, Centro de Especialidades Odontológicas, e

unidades hospitalares) para entrevistar algum TSB, com base no roteiro abaixo:

a) Discutir as principais atribuições do TSB nesse ambiente de trabalho.

b) Identificação dos artigos do Código de Ética que não estão sendo

respeitados durante o processo de trabalho.

c) Aplicabilidade dos princípios e diretrizes do SUS no atendimento aos

usuários do serviço.

3. Conduzir para que os grupos preparem um mural informativo contendo os aspectos

investigados durante a visita técnica;

4. Orientar que os grupos apresentem seus murais para a turma;

5. Conduzir uma discussão com base nos dados obtidos, enfatizando o papel do TSB

nesses diferentes campos de atuação e como o Código de Ética e os princípios e

diretrizes do SUS são atendidos nesses serviços.

Observações:

A atividade tem como propósito fazer com que os temas “Ética profissional” e

“Legislação do SUS” sejam trabalhados de forma transversal nas diferentes atividades

de formação do profissional de saúde;

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As visitas deverão ser previamente agendadas e serem supervisionadas pelo

professor responsável pela disciplina, ou outro profissional competente.

5. AVALIAÇÃO PARCIAL DA DISCIPLINA

O professor(a) deverá consultar o Guia do Curso para se apropriar dos instrumentos de

avaliação e suas formas de aplicação em sala de aula.

Como parte da avaliação referente à dimensão cognitiva da aprendizagem nesta

disciplina, sugerimos os seguintes elementos para avaliação:

Nota referente à participação crítica durante as atividades desenvolvidas;

Desempenho durante as apresentações de relatórios de visitas e entrevistas

recomendadas durante as atividades;

Discussão crítica de casos apresentados nas atividades;

Elaboração de uma Prova com questões subjetivas:

Sugestões de questões para Prova subjetiva:

1. Destaque os pontos mais relevantes da História da Política de Saúde no Brasil;

2. Detalhe acerca das contribuições do SUS para o atual sistema de saúde oferecido

pelo país.

3. A partir das atividades vivenciadas e das leituras em sala de aula comente sobre

a relevância da Participação e Controle social no SUS;

4. Discussão entre as relações entre a história das Políticas de Saúde no Brasil e as

Políticas de Saúde Bucal?

5. Desenvolva um mapa acerca da rede de atenção à saúde bucal no Brasil,

detalhando suas especificidades e atribuições dos TSB

Observação: fica a critério do professor(a) desdobrar outras perguntas ou acrescentar

outras que considere importantes.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SUGERIDAS PARA O PROFESSOR

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei 8.080/90 da Constituição Federal. Dispõe sobre as

condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial

[da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF.

______ Lei 8.142/90 da Constituição Federal. Dispõe sobre a participação da

comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências

intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF.

______ Coordenação Nacional de Saúde Bucal. A Política que faz muitos brasileiros

voltarem a sorrir. Política Nacional de Saúde Bucal: Brasil Sorridente. Brasília:

Ministério da Saúde. 2003. 8p.

______ Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Secretaria de Atenção à

Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal.

Brasília: Ministério da Saúde.2004. 16p.

______ Portaria nº 648, de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de

Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da

Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes

Comunitários de Saúde (PACS).

______ O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios / Ministério da Saúde,

Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. Brasília : Editora do

Ministério da Saúde, 2009. 480 p. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde)

______ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde /

Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2011, 291p. (Coleção

Para Entender a Gestão do SUS, 2011. v.1.)

______ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da

Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 197

p. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, 3)

CARVALHO, A. I. de B., RIBEIRO, P. Políticas de saúde : fundamentos e diretrizes

do SUS. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]

: CAPES : UAB, 2010. 82p

ESCOREL, S., et al. O Programa de Saúde da Família e a construção de um novo

modelo para a atenção básica no Brasil. Rev Panam Salud Publica/Pan Am J Public

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Health, 21(2), 2007. Disponível em http://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v21n2-3/11.pdf.

Acesso em: 01 de Dezembro de 2011.

MENDES, E.V. As redes de atenção à saúde. 2 ed. Brasília: Organização Pan-

Americana da Saúde, 2011, 549 p.

PAIM, J.S. Modelos de Atenção à Saúde no Brasil. In: Giovanella, L et al. Políticas e

Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011, p. 547-574.

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7. REFERÊNCIAS DO MANUAL

ATÉ quando – Gabriel Pensador. 2010. Disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=2AnRkmNPfw0&feature=fvst>. Acesso em 29 de

julho de 2012.

BLEICHER, L. Saúde para todos já! Fortaleza: Expressão gráfica, 2004. 110p.

Disponível

em:<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Participasus%20%20Politica%20Nac

ional%20de%20GP%20para%20o%20SUS.pdf>. Acesso em: 01 de novembro 2011.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. O trabalho do agente comunitário de saúde. Brasília : Ministério da

Saúde, 2009, 84 p.

______ Núcleo Técnico da Política de Humanização. O dia que o SUS visitou o

cidadão. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cordel2.pdf>.

Acesso em: 01 de dezembro de 2011.

BORDENAVE, J. D. O que é participação. São Paulo: editora Brasiliense,1986.

COMO uma Onda. Lulu Santos. Disponível em: < http://letras.mus.br/lulu-

santos/47132/>. Acesso em 30 de julho de 2012.

ELY, H.C.; CARVALHO, D.Q.; SANTOS, M. Políticas de Saúde Bucal. Disponível

em: <http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2200.pdf>. Acesso em

30 de julho de 2012.

MATOS, W. Uma reflexão sobre o trabalho em equipe: A lição do ratinho.

Disponível em: < http://www.slideshare.net/weltonmatos/trabalho-em-equipe-

1703196>. Acesso em 10 de maio de 2012.

O DIA em que o SUS visitou o cidadão. 2011. Disponível em: <

http://www.youtube.com/watch?v=TpQDq9hoCRc>. Acesso em: 01 de dezembro de

2011.

POLÍTICAS de saúde no Brasil – Filme COMPLETO. 2011. Disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=cSwIL_JW8X8>. Acesso em: 01 de dezembro de

2011.

TIRO ao alvo. Kombo. Disponível em: < http://www.kombo.com.br/materiais-

rh/dinamica.php?id=MTA2OGM2ZTRjODA1MWNmZDRlOWVhODA3MmUzMTg5

ZTI=>. Acesso em: 29 de julho de 2012.

XIBOM Bombom. As meninas. Disponível em: < http://letras.mus.br/as-

meninas/44262/>. Acesso em 29 de julho de 2012.

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Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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