340
1 GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INCENTIVO À PRODUÇÃO EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL SIMÃO ROBSON OLIVEIRA JATENE Governador HELENILSON CUNHA PONTES Vice- Governador SIDNEY ROSA Secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção ENGª AGRª CLEIDE MARIA AMORIM DE OLIVEIRA Presidente da EMATER/PARÁ ADVº RODRIGO MENDES DE MENDES Diretor Administrativo da EMATER/PARÁ ENGª AGRº HUMBERTO BALBI REALI FILHO Diretor Técnico ENGº AGRª ROSIVALDO DA SILVA COLARES Supervisor do Regional Santarém da EMATER/PARÁ ENGª AGRº JOÃO CLOVIS DUARTE LISBOA Supervisor Adjunto do Regional Santarém da EMATER/PARÁ

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1

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INCENTIVO À

PRODUÇÃO

EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

SIMÃO ROBSON OLIVEIRA JATENE

Governador

HELENILSON CUNHA PONTES

Vice- Governador

SIDNEY ROSA

Secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção

ENGª AGRª CLEIDE MARIA AMORIM DE OLIVEIRA

Presidente da EMATER/PARÁ

ADVº RODRIGO MENDES DE MENDES

Diretor Administrativo da EMATER/PARÁ

ENGª AGRº HUMBERTO BALBI REALI FILHO

Diretor Técnico

ENGº AGRª ROSIVALDO DA SILVA COLARES

Supervisor do Regional Santarém da EMATER/PARÁ

ENGª AGRº JOÃO CLOVIS DUARTE LISBOA

Supervisor Adjunto do Regional Santarém da EMATER/PARÁ

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2

“O que nós vimos hoje, é tudo que a gente poderia imaginar para o

nosso assentamento.”.

assentado da comunidade de Vila Nova sobre a apresentação do

PDA.

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3

Plano de Desenvolvimento do Projeto de Assentamento Agroextrativista do Eixo Forte

Ficha Técnica

Adenauer Matos Beling

Engenheiro Ambiental

Dorivam Passos Administrador de Empresas - Técnico Agropecuário

Edinelson Saldanha Corrêa Engenheiro Ambiental - Mestre em Engenharia Química

Edson Rider dos Santos Souza Engenheiro Florestal

Inês da Silva Guahyba Santos Engenheira Agrônoma

Joaquim Cristovam de Andrade Sena Engenheiro Florestal

Lorena Cecília Teixeira e Sousa Médica Veterinária

Maria da Conceição Pinto de Oliveira Técnica em Magistério

Maria Liduína Bentes Tenório Pedagoga

Maria Margarete Araújo Salomão Engenheira Agrônoma

Marilda Costa Silva Pedagoga

Mário Tanaka Engenheiro Agrícola - Técnico Agropecuário

Maura Célia de Siqueira Chaves Pedagoga

Mônica Sousa Rodrigues Técnica Agropecuária

Paulo Sérgio Campos de Melo Engenheiro Agrônomo - Especialista em Heveicultura e Fitossanitarismo

Raquel Araújo Amaral Socióloga

Taciana Silva Miranda Técnica em Agropecuária

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4

AGRADECIMENTO

Federação das Associações de Moradores, Comunidades e Entidades

do Assentamento Agroextrativista do Eixo Forte

FAMCEEF

Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém

STTR-STM

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5

LISTA DE SIGLAS

ACS Agente Comunitário de Saúde.

APP Área de Preservação Permanente.

ARCON Agência Estadual de Regulação, Fiscalização e Serviços Públicos.

ATES Assessoria Técnica, Social e Ambiental.

CAGED Cadastro Geral de Empregos e Desempregados.

CDLAF Compra Direta Local da Agricultura Familiar.

CEAMA Centro de Estudo Avançados da Amazônia.

CEAPAC Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária.

CEFT-BAM Centro de Estudo, Pesquisa e Formação dos Trabalhadores do Baixo

Amazonas.

CELPA Centrais Elétricas do Pará.

CEPLAC Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira.

CFR Casa Familiar Rural.

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento.

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente.

COSANPA Companhia de Saneamento do Estado do Pará.

DAP. Documento de Aptidão ao Pronaf.

DETRAN Departamento de Trânsito do Estado do Pará.

DRP Diagnóstico Rural Participativo.

EJA Educação para Jovens e Adultos.

EMATER/PA Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do

Pará.

FAMCEEF Federação das Associações de Moradores, Comunidades e

Entidades do Projeto Extrativista do Eixo Forte

FLONA Floresta Nacional.

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

FUNDAC Fundo de Desenvolvimento e Ação Comunitária.

GPS Global Positioning System.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

IDESP Instituto de Desenvolvimento Econômico-Social do Pará.

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

IPAM Instituto de Pesquisa Ambiental.

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário.

PA Projeto de Assentamento.

PAA Programa de Aquisição de Alimentos.

PAE Projeto de Assentamento Agro-extrativista.

PDS Projeto de Desenvolvimento Sustentável.

PIB Produto Interno Bruto.

PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar.

PNATER Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.

PRA Projeto de Recuperação do Assentamento.

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6

PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

RB Relação de Beneficiário.

SAGRI Secretaria de Agricultura do Estado do Pará.

SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

SEMED Secretaria Municipal de Educação.

SEMINF Secretaria Municipal de Infra-estrutura.

SEMSA Secretaria Municipal de Saúde.

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

SEPAQ Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado do Pará.

SEPOF Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças.

SESC Serviço Social do Comércio.

SESI Serviço Social da Indústria.

SETRAN Secretaria Executiva de Transporte do Estado do Pará.

SMT Secretaria Municipal de Transporte.

STPP Sistema de Transporte Público de Passageiros.

STTR Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.

TDF Tratamento Fora de Domicílio.

UF’s Unidades Familiares.

UHE Usina Hidrelétrica.

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7

LISTA DAS TABELAS

Nº TABELA PÁGINA

01 PRINCIPAIS MUNICÍPIOS ATENDIDOS PELA

CELPA

35

02 QUADRO DEMONSTRATIVO DE NÚMERO DE

ALUNOS MATRICULADOS POR SÉRIE E REGIÃO

NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO – ANO: 2008

36

03 ALUNOS MATRICULADOS NO ENSINO SUPERIOR 2010 36

04 ALUNOS MATRICULADOS EM ESCOLAS DE

ÁREAS QUILOMBOLAS E INDÍGENAS

37

05 UNIDADES E SERVIÇOS DE SAÚDE QUE

COMPÕEM O SUS. SANTARÉM, 2009

39

06 DISTRIBUIÇÃO DE LEITOS HOSPITALARES

(EXISTENTES E CONTRATADOS) NA REDE SUS,

2009

40

07 DESTINO DOS DEJETOS. SANTARÉM, 2009 41

08 DISTRIBUIÇÃO DOS MICROSSISTEMAS DE

ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA ZONA RURAL -

2010

41

09 DESTINO DO LIXO NA CIDADE DE SANTARÉM,

2009

42

10 EVOLUÇÃO DA TAXA DE CRESCIMENTO DA

POPULAÇÃO 1980/91/96-2010

43

11 VALOR PERCENTUAL DA PRODUÇÃO DA

CULTURA TEMPORÁRIA EM SANTARÉM - 2008

47

12 PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO MUNICÍPIO DE

SANTARÉM 2007 A 2009

47

13 VALOR PERCENTUAL DA PRODUÇÃO DA

CULTURA PERMANENTE EM SANTARÉM - 2008

48

14 PRODUTO INTERNO BRUTO DE SANTARÉM 49

15 CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO DO PAE EIXO

FORTE

52

16 TIPOS DE SOLOS 52

17 VEGETAÇÃO 57

18 ESPÉCIES VEGETAIS 57

19 ESPÉCIES DA FAUNA 60

20 USO E COBERTURA DO SOLO 62

21 SISTEMAS AGRO-AMBIENTAIS DO EIXO FORTE 66

22 APTIDÃO AGRÍCOLA DOS SOLOS DO PAE EIXO FORTE 68

23 NÍVEL DE MANEJO E TIPO DE UTILIZAÇÃO POR

GRUPO

70

24 INFRAESTRUTURA EXISTENTE NO PAE EIXO FORTE 74

25 PONTES E BUEIROS 75

26 MÉDIA DE FILHOS POR FAMÍLIA NO PAE EIXO FORTE 81

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8

27 ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS EXIXTENTES 84

28 ENTIDADES POTENCIALMENTE PRESTADORAS DE

ASSESSORIA TÉCNICA, SOCIAL, AMBIENTAL, EXTENSÃO

RURAL E PESQUISA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PARÁ

96

29 GRUPOS, ENQUADRAMENTO E FINALIDADE DO PRONAF,

SAFRA 2010/2011

104

30 PRONERA - MODALIDADE E CUSTO ALUNO/ANO NA

REGIÃO NORTE DO BRASIL

109

31 DISTRIBUIÇÃO DA ESCOLARIDADE NO PAE EIXO FORTE 111

32 TIPOS DE HABITAÇÃO EXISTENTES NO PAE EIXO FORTE 119

33 Nº DE CASAS E PROFISSIONAIS DA ÁREA DA

CONSTRUÇÃO

121

34 CALENDÁRIO DE EVENTOS DO PAE EIXO FORTE 240

35 AÇÕES PROPOSTAS NO PROGRAMA DE ATES SISTEMAS

PRODUTIVOS

319

36 AÇÕES PROPOSTAS PROGRAMA ATES

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

322

37 AÇÕES PROPOSTAS PROGRAMA DE ATES GESTÃO

AMBIENTAL

325

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9

LISTA DAS FIGURAS

Nº FIGURA PÁGINA

01 LOCALIZAÇÃO DO PAE EIXO FORTE 27

02 BALNEÁRIOS EM APP COMUNIDADE VILA NOVA 54

03 BALNEÁRIOS EM APP COMUNIDADE VILA NOVA 54

04 BARRAGEM DA PENITENCIÁRIA SILVIO HALL DE MOURA 55

05 MICROSSISTEMA DE ABASTECIMENTO DA COMUNIDADE

DO CUCURUNÃ

56

06 ESPÉCIES FLORESTAIS DO PAE EIXO FORTE 59

07 ESPÉCIES DA FAUNA DO PAE EIXO FORTE 62

08 EXTRAÇÃO DE AREIA EM APP NA COMUNIDADE DE

CUCURUNÃ

64

09 EXTRAÇÃO DE AREIA EM APP NA COMUNIDADE DE

CUCURUNÃ

64

10 CAPACIDADE DE USO DO SOLO DO PAE EIXO FORTE 70

11 DELIMITAÇÃO DAS COMUNIDADES E INFRAESTRUTURA

COMUNITÁRIA

73

12 NATURALIDADE DOS ASSENTADOS 78

13 TEMPO MÉDIO QUE O ASSENTADO RESIDE NA

COMUNIDADE

78

14 QUANTO A DOCUMENTAÇÃO 79

15 ASSENTADOS NA RELAÇÃO DE BENEFICIÁRIOS 79

16 DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO NAS COMUNIDADES 80

17 ESTADO CIVIL DOS ASSENTADOS 80

18 DIVISÃO DOS ASSENTADOS POR FAIXA ETÁRIA 81

19 ASSENTADOS QUE CONTRIBUEM NAS ATIVIDADES DA

PROPRIEDADE

82

20 ASSENTADOS QUE POSSUEM ATIVIDADES

REMUNERADAS

82

21 DISTRIBUIÇÃO DA RENDA DOS BENEFICIÁRIOS 83

22 DISTRIBUIÇÃO DA ESCOLARIDADE DOS ASSENTADOS 83

23 ASSENTADOS QUE PARTICIPAM DE GRUPOS SOCIAIS 84

24 ACESSO À PROPRIEDADE DOS ASSENTADOS 86

25 CONDIÇÕES DE ACESSO NO VERÃO 86

26 CONDIÇÕES DE ACESSO NO INVERNO 87

27 SITUAÇÃO FUNDIÁRIA 87

28 TAMANHO DAS PROPRIEDADES 89

29 PAGAMENTO DO ITR 89

30 TIPO DE ENERGIA EXISTENTE NA PROPRIEDADE 90

31 PESCA ARTESANAL NO EIXO FORTE 91

32 CULTURAS TEMPORÁRIAS DO PAE EIXO FORTE 92

33 CULTURAS PERMANENTES DO PAE EIXO FORTE 93

34 PECUÁRIA PRATICADA NO PAE EIXO FORTE 93

35 COMPOSIÇÃO DA RENDA NO PAE EIXO FORTE 94

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10

36 QUANTO AO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS 101

37 TIPO DE CRÉDITOS RECEBIDOS 101

38 DISTRIBUIÇÃO DA ESCOLARIDADE DOS ASSENTADOS 111

39 FREQUÊNCIA DAS VISITAS DO ACS 113

40 USO DE PLANTAS MEDICINAIS 113

41 UTILIZAÇÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS 114

42 QUANTO AO PRÉ-NATAL 114

43 DESTINAÇÃO DO LIXO - MÉDIA DO ASSENTAMENTO 115

44 DESTINO DO LIXO - CUCURUNÃ 116

45 LAZER 117

46 TIPO DE HABITAÇÃO - PAREDE 119

47 TIPO DE HABITAÇÃO - COBERTURA 120

48 TIPO DE HABITAÇÃO - PISO 120

49 TIPO DE HABITAÇÃO - INSTALAÇÃO SANITÁRIA 120

50 PROPOSTA DE LIMITES DAS COMUNIDADES 126

51 DIA DE CAMPO SOBRE TURISMO DE BASE FAMILIAR 137

52 DIA DE CAMPO SOBRE TURISMO DE BASE FAMILIAR 138

53 MODELO SUGESTIVO DE CABANAS PARA A ESTAÇÃO

TURÍSTICA DO EIXO FORTE

140

54 LOCALIZAÇÃO DAS POUSADAS 141

55 ARVORISMO 145

56 CAVALGADA 146

57 PASSEIO DE BARCO 147

58 TIROLESA 148

59 TORRE DE OBSERVAÇÃO 149

60 MIRANTE 149

61 PESQUE E PAGUE 150

62 CANOAGEM 151

63 TRILHAS 152

64 PORTAL RECEPTIVO 154

65 FIGURA ILUSTRATIVA DO PORTAL RECEPTIVO 157

66 CICLOVIA DO EIXO FORTE 159

67 FIGURA ILUSTRATIVA DA CICLOVIA DO EIXO FORTE 160

68 FIGURA ILUSTRATIVA DOS PAINÉIS DE BOAS VINDAS 163

69 PAINÉIS DE BOAS VINDAS 163

70 OFICINAS DE PLANEJAMENTO DO PDA 165

71 GALINHA CAIPIRA 167

72 LOGOMARCA GALINHA “CABOCA” 169

73 CAPRINOCULTURA 172

74 PISCICULTURA EM TANQUE REDE 177

75 MELIPONICULTURA 181

76 OLERICULTURA ORGÂNICA 187

77 FLORICULTURA 192

78 MANDIOCA 196

79 CASA DE FARINHA 198

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11

80 FRUTICULTURA 202

81 DESPOLPADEIRA 203

82 DOCES E LICORES 204

83 AÇAÍ 208

84 BENEFICIAMENTO DO AÇAÍ 209

85 CURAUÁ 212

86 VIVEIRO DOS SONHOS 220

87 ÁGUA PARA TODOS 225

88 FARMÁCIA VIVA 228

89 CASA FAMILIAR RURAL 234

90 FOLCLORE 236

91 BIBLIOTECA COMUNITÁRIA 243

92 BIBLIOTECA CAMUNITÁRIA - VISTA FRONTAL/ LATERAL/

PLANTA BAIXA

245

93 ESCOLA DE MÚSICA 247

94 ARTESANATO 253

95 LOGOMARCA COORDENAÇÃO DE ESPORTES DO EIXO

FORTE

255

96 ESPORTES 256

97 COZINHA TRADIÇÃO 260

98 LOGOMARCA COZINHA TRADIÇÃO 261

99 RÁDIO COMUNITÁRIA 265

100 1.000.000 DE ÁRVORES 270

101 RECUPERAÇÃO DE APP 275

102 RECUPERAÇÃO DE NASCENTES 279

103 ASPECTO ATUAL DAS ESTRADAS DO ASSENTAMENTO 283

104 ESTRADAS VICINAIS ECOLÓGICAS 284

105 DESENHO ESQUEMÁTICO DA ESTRADA ECOLÓGICA 285

106 SANEAMENTO BÁSICO 289

107 CETAS - EIXO FORTE 295

108 ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO JUÁ 298

109 LOGOMARCA CONCURSO COMUNIDADE LIMPA,

COMUNIDADE LINDA

300

110 PRAÇA DA IGREJA ANTES E DEPOIS 301

111 SÃO BRÁZ ONTEM, HOJE E AMANHÃ 302

112 PAISAGISMO COMUNITÁRIO 303

113 EIXO FORTE SEM LIXO 307

114 DESENHO ESQUEMÁTICO DO GRUPO GESTOR DA

COMUNIDADE DO CUCURUNÃ

311

115 CONSELHOS GESTORES COMUNITÁRIOS 311

116 EIXO FORTE EMPREENDEDOR 332

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12

SUMÁRIO

PÁGINA

LISTA DE SIGLAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE FIGURAS

1. APRESENTAÇÃO 16

2. METODOLOGIA 17

2.1. Da Elaboração do Plano 17

2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no

Acompanhamento da Implantação do Plano

19

3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE

ASSENTAMENTO – PAE EIXO FORTE

23

3.1. Geral 23

3.1.1. Denominação do Imóvel 23

3.1.2. Denominação do Projeto de Assentamento 23

3.1.3. Data e Número da Portaria de Criação do Projeto de

Assentamento

23

3.2. Específica 23

3.2.1. Distância da Sede Municipal 23

3.2.2. Área Total 23

3.2.3. Área requerida no Código Florestal para Reserva

Legal

24

3.2.4. Área Preservação Permanente 24

3.2.5. Número de Famílias 24

3.2.6. Capacidade do Assentamento x Número de Famílias

Assentadas

24

3.2.7. Entidade Representativa 24

4. DIAGNÓSTICO RELATIVO Á ÁREA DE INFLUENCIA

DO PAE EIXO FORTE

25

4.1. Localização e Acesso 25

4.2. Contexto Sócio-Econômico e Ambiental da Área de

Influência do Projeto de Assentamento

28

4.2.1. Recursos Hídricos 29

4.2.1.1. Bacia do Amazonas 29

4.2.1.2. Bacia do Tapajós

4.2.1.3. Bacia do Arapiuns

29

30

4.2.1.4. Bacias dos Rios Moju, Mojuí, e Curuá Una 31

4.2.2. Relevo e Altimetria 31

4.2.2.1. Clima 32

4.2.3. Solos 32

4.2.4. Vegetação 33

4.2.5. Biodiversidade 34

4.2.6. Energia 35

4.2.7. Educação 35

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13

4.2.7.1. Casa Familiar Rural 37

4.2.8. Saúde e Saneamento 38

4.2.9. População 42

4.3. Economia 44

4.3.1. Sistemas Produtivos 44

4.3.2. Indústria 45

4.3.3. Agropecuária 46

4.3.4. Comércio 48

4.3.5. Turismo 49

4.4. Passivos Ambientais 50

5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO

AGROEXTRATIVISTA DO EIXO FORTE

52

5.1. Condições Físicas e Edafo-Climáticas do PAE Eixo

Forte

52

5.1.1. Relevo 52

5.1.2. Solos 52

5.1.3. Recursos Hídricos 54

5.1.4. Flora 57

5.1.5. Fauna 60

5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal 62

5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente 64

5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agro-Ecossistemas 65

5.1.9. Capacidade de Uso do Solo 67

5.1.10. Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos

Recursos Naturais e da Situação Ambiental do

Assentamento

71

5.2. Organização Espacial Atual 72

5.3. Situação do Meio Sócio-Econômico e Cultural 76

5.3.1. Histórico do Projeto de Assentamento 76

5.3.2. População e Organização Social 77

5.4. Infra-Estrutura Física, Social e Econômica 86

5.5. Sistemas Produtivos 90

5.5.1. Análise Sucinta dos Sistemas Produtivos 94

5.6. Serviços de Apoio à Produção 96

5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa 96

5.6.2. Crédito 101

5.6.3. Capacitação Profissional 108

5.7. Serviços Sociais Básicos 110

5.7.1. Educação 110

5.7.2. Saúde e Saneamento 112

5.7.3. Lazer 117

5.7.4. Cultura 118

5.7.5. Habitação 118

5.8. Análise das Limitações, Potencialidades e

Condicionantes

122

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14

6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DO PROJETO DE ASSENTAMENTO

123

6.1. Apresentação 123

6.2. Objetivos e Diretrizes Gerais 124

6.2.1. Organização Espacial 125

6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos 127

6.2.3 - Sistemas Produtivos 128

6.2.4. Meio Ambiente 130

6.2.5. Desenvolvimento Organizacional 132

6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no

Acompanhamento à Implantação do Plano

133

6.3. Programas 135

6.3.1. Programa Organização Espacial 135

6.3.1.1. Projeto Estação Turística do Eixo Forte 138

6.3.1.2. Projeto Ação, Aventura & Contemplação 142

6.3.1.3. Portal Receptivo do Eixo Forte 153

6.3.1.4. Ciclo Via Eixo Forte 158

6.3.1.5. Painéis de Boas Vindas ao Eixo Forte 161

6.3.2. Programa Produtivo 164

6.3.2.1. Subprograma Produção de Pequenos Animais 166

6.3.2.1.1. Projeto Galinha Caipira 166

6.3.2.1.2. Projeto Caprinocultura 170

6.3.2.1.3. Projeto Criação de Peixes em Tanque Rede 175

6.3.2.1.4. Projeto de Fortalecimento da Meliponicultura 179

6.3.2.2. Subprograma Olericultura Agroecológica 184

6.3.2.2.1. Projeto Hortas Orgânicas 184

6.3.2.2.2. Projeto Flores do Eixo Forte 189

6.3.2.3. Subprograma Mandioca 194

6.3.2.3.1. Projeto Fortalecimento do Cultivo da Mandioca 194

6.3.2.4. Subprograma Fruteiras Tropicais 199

6.3.2.4.1. Projeto Fortalecimento da Fruticultura Tropical no

Eixo Forte

199

6.3.2.4.2. Projeto de Fortalecimento e Incentivo ao Cultivo e

Manejo de Açaizais

205

6.3.2.5. Subprograma Fibras Naturais 210

6.3.2.5.1. Projeto Curauá 210

6.3.2.6. Subprograma Comercialização 215

6.3.2.6.1. Projeto Comercialização e Marketing 215

6.3.2.7. Subprograma Produção de Mudas 219

6.3.2.7.1. Projeto Viveiro de Sonhos 219

6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais 222

6.3.3.1. Subprograma Saúde 223

6.3.3.1.1. Projeto Água para Todos 223

6.3.3.1.2. Projeto Farmácia Viva 227

6.3.3.2. Subprograma Educação 231

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15

6.3.3.2.1. Projeto Casa Familiar Rural de Santarém - Eixo

Forte

231

6.3.3.3. Subprograma Cultura, Esporte e Lazer 235

6.3.3.3.1. Projeto Folclore 235

6.3.3.3.2. Projeto Festas e Festivais do Eixo Forte 238

6.3.3.3.3. Projeto Bibliotecas Comunitárias 242

6.3.3.3.4. Projeto Escola de Música do Eixo Forte 246

6.3.3.3.5. Projeto Artesanato 250

6.3.3.3.6. Projeto Time Legal 254

6.3.3.3.7. Projeto Cozinha Tradição 259

6.3.3.3.8. Projeto Rádio Comunitária 262

6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais 268

6.3.4.1. Projeto 1.000.000 de Árvores para o Eixo Forte 268

6.3.4.2. Projeto Recuperação de Áreas de Preservação

Permanente - APP

273

6.3.4.3. Projeto Recuperação e Conservação de Nascentes 276

6.3.4.4. Projeto Estradas Vicinais Ecológicas 283

6.3.4.5. Projeto Saneamento Básico Rural 286

6.3.4.6. Projeto Centro de Triagem de Animais Silvestres do

Eixo Forte - CETAS-EIXO FORTE

292

6.3.4.7. Área de Proteção Ambiental do Juá 297

6.3.4.8. Projeto Paisagismo Comunitário 300

6.3.4.9. Projeto Destino Adequado dos Resíduos Sólidos 304

6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de

Gestão do Plano

310

6.3.5.1. Projeto Conselhos Gestores Comunitários 310

6.3.5.2. Projeto Fortalecimento da FAMCEEF 314

6.3.6. Assessoria Técnica, Social e Ambiental – ATES 317

6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto,

Subprograma e/ou Programa

326

6.5. Disposições Gerais 328

6.5.1. Projeto Eixo Forte Empreendedor 329

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 334

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16

1. APRESENTAÇÃO

O Presente documento constitui-se como o Plano de

Desenvolvimento do Assentamento – PDA do Projeto Agroextrativista

PAE Eixo Forte, localizado em Santarém, no Estado do Pará. A

elaboração deste documento é parte integrante do cumprimento da Meta

I do Convênio 10.000/2008 celebrado entre Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária – INCRA SR30 e a Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará –

EMATER/PA. O Projeto Agroextrativista é uma modalidade especial de

assentamento, no qual as atividades desenvolvidas pelas populações

locais baseiam-se na extração de recursos naturais da floresta e sua

implantação busca garantir aos assentados o uso da terra em que vivem

e produzem, levando em conta suas características e costumes.

A construção deste PDA amparou-se nas determinações e

exigências do INCRA que normatizam o processo de implementação dos

assentamentos rurais no país, bem como na Resolução nº 387/2008 do

Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, na Norma Execução

Nº 71/2008 e no Manual Operacional de Assessoria Técnica Social e

Ambiental que estabelecem os procedimentos para o Licenciamento dos

Projetos de Reforma Agrária, essas definem, basicamente, o enfoque a

ser analisado pela equipe técnica a fim de focar nas demandas

essências e buscar soluções reais, contínuas que contribuam para o

melhoramento da qualidade de vida dos beneficiários. As questões aqui

levantadas foram amplamente discutidas pela equipe técnica

interdisciplinar juntamente com os comunitários, estes analisavam sua

condição atual nos aspectos produtivo, ambiental, social e econômico,

identificavam problemas e apontavam as possíveis soluções na

perspectiva de criar um ambiente apropriado e digno para viverem com

suas famílias sob a ótica da sustentabilidade e da preservação

ambiental.

É desta forma, envolvendo conhecimento local e conhecimento

técnico, que este Plano pretende ser um instrumento que subsidie

consultas e tomadas de decisões para implementação de Políticas

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17

Públicas, esperamos que contemple a realidade em todas as nuances a

que se pretendeu abordar.

A coordenação.

2. METODOLOGIA

2.1. Da Elaboração do Plano

O PDA do PAE Eixo Forte foi construído a partir do princípio

construtivista, com foco na participação e transparência do processo sob

os aspectos orientadores do Manual Operacional de Assessoria Técnica,

Social e Ambiental, Norma de Execução N°71/2008 e Conselho Nacional

do Meio Ambiente - CONAMA N°387/2006.

A elaboração do PDA do PAE Eixo Forte foi dividida em sete

fases:

Capacitação dos técnicos envolvidos no processo;

Planejamento das ações a serem realizadas;

Pesquisa de campo; revisão bibliográfica;

Sistematização dos dados;

Redação do documento final; e

Aprovação em assembléias por comunidade.

Em um primeiro momento realizou-se a capacitação do corpo

técnico, pelo fato do Convênio 10.000/2008 INCRA/EMATER, abranger

cinco municípios gerenciados pelo Regional de Santarém. Os principais

temas abordados nas oficinas foram: socialização do uso apropriado da

metodologia Diagnóstico Rural Participativo (PRA), visando estimular a

discussão de idéias, opiniões e conceitos com vista á solução de

problemas e busca de entendimento entre assentados e equipe técnica.

Vale ressaltar, que a utilização deste método, norteou tanto a construção

do PDA quanto o trabalho de assessoria técnica, social e ambiental.

Este método de pesquisa é participativo e utiliza um conjunto de técnicas

e ferramentas, oportunizando a construção de um diagnóstico do

assentamento. A partir de uma matriz na qual os assentados

compartilharam informações, registrando a percepção do grupo sobre

problemas e potencialidades do assentamento (EMATER, 2007). Outro

produto foi a elaboração conjunta, entre os técnicos, dos formulários

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18

individual e coletivo, atendendo os requisitos normativos vigentes e, por

fim, a prática de campo nas comunidades do Projeto de Assentamento

Agroextrativista do Eixo Forte - PAE Eixo Forte, com aplicação dos

formulários para averiguar a eficiência dos mesmos.

Na segunda fase, a equipe técnica de cada assentamento

reuniu-se para socializar as dúvidas, nivelar conhecimentos e traçar a

estratégia de ação a ser utilizada para a coleta dos dados em campo.

Nesta fase foi definida a programação das oficinas, bem como, as

técnicas e ferramentas utilizadas para adquirir as informações

necessárias para elaboração deste PDA.

Nos vários contatos, ao longo de 2009 e 2010, entre a equipe

técnica da EMATER/PA e as famílias assentadas foram utilizadas

diversas técnicas e ferramentas participativas de coleta e interpretação

de dados sócio-econômicos e ambientais, como reuniões, visitas,

oficinas, mapa falado, pontos fortes e fracos da comunidade, aplicação

de formulários semi-estruturados entre outros esquemas coletivos, no

intuito de buscar a integração do maior número de assentados para

possibilitar um diagnóstico mais abrangente sobre a origem e as

expectativas dessas famílias, bem como criar vínculos de

reconhecimento desses assentados com o plano de desenvolvimento

que, de fato, eles ajudaram a elaborar.

Na terceira fase, a equipe técnica (EMATER/PA) procurou

utilizar esses momentos de contatos coletivos ou individuais, para

sensibilizar os assentados sobre questões relativas à necessidade de

organização como fundamento para conquista da sustentabilidade do

projeto.

A quarta fase, diz respeito à pesquisa documental que foi

realizada nos acervos públicos e particulares disponíveis do município

de Santarém, bem como em sites governamentais oficiais.

Superadas as etapas anteriores, passou-se a quinta fase,

sistematização dos dados. Foi desenvolvido um software, a fim de

abstrair e filtrar as informações necessárias à elaboração do PDA.

Concluída esta fase, realizaram-se reuniões em todas as comunidades

do Eixo Forte, com o objetivo de apresentar os dados referentes ao

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19

diagnóstico do assentamento, a fim de validá-los e receber sugestões e

contribuições.

A sexta fase foi a fase de elaboração do plano. O PDA do PAE

Eixo Forte foi elaborado a partir de diversas reuniões e visitas feitas pela

equipe técnica da EMATER/PA à área do projeto, e contou, em todas as

fases, com a participação direta e efetiva da FAMCEEF - Federação das

Associações de Moradores, Comunidades e Entidades Extrativistas do

Eixo Forte. Ao elaborar o PDA, também se levou em consideração as

condicionantes ambientais apresentadas pela legislação vigente,

especificamente a Resolução N°289 do CONAMA, principalmente no

que se refere às restrições na utilização das áreas de preservação

permanente (APP), e a demarcação e conservação da reserva legal

(RL).

Seguindo esta perspectiva, deu-se a sétima fase, que foi a

aprovação em várias assembléias realizadas por comunidade, a qual

enfatizou, também uma ação reflexiva para sensibilizar o grupo acerca

da importância da preservação dos recursos naturais existentes na área

como forma de garantir a perenidade do próprio assentamento.

2.2. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no Acompanhamento

da Implantação do Plano

A execução da Reforma Agrária no Brasil exige a participação

dos atores sociais que aspiram à construção de uma sociedade mais

democrática, justa, soberana, igualitária e sustentável. A realização

desta reforma é condição para mudar a realidade econômica e social de

trabalhadores e trabalhadoras no campo e na cidade para vencer a

fome, a pobreza e a violência rompendo com o modelo de

desenvolvimento dominante, caracterizado por ser: excludente,

concentrador da terra, da renda, comprometido com o agronegócio,

responsável por expandir as monoculturas, destruir a biodiversidade, o

meio ambiente e comprometer a agricultura familiar.

Diante desta realidade, a sociedade civil organizada mergulha

em reflexões e discussões e tem como resposta a formulação da Política

Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural - PNATER, em 2004,

cujo objetivo maior é a consolidação de estratégias sistêmicas de

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desenvolvimento rural sustentável. De acordo com a PNATER: “Os

serviços públicos de ATER (realizados por entidades estatais e não

estatais) devem ser executados mediante o uso de metodologias

participativas, devendo seus agentes desempenhar um papel educativo,

atuando como animadores e facilitadores de processos de

desenvolvimento rural sustentável. Ao mesmo tempo, as ações de ATER

devem privilegiar o potencial endógeno das comunidades e territórios,

resgatar e interagir com os conhecimentos dos agricultores familiares e

demais povos que vivem e trabalham no campo em regime de economia

familiar e estimular o uso sustentável dos recursos locais”.

Em 2008 é lançado o Manual Operacional de Assessoria

Técnica Social e Ambiental - Manual de ATES e, anterior a esta data e

posterior a ela, um número expressivo de Normas de Execução

colocando em evidência esta temática. O presente Plano ampara-se na

Norma de Execução Nº71/2008, que estabelece critérios e

procedimentos referentes a ATES nos projetos de assentamento.

No que diz respeito à equipe técnica que participou desta

elaboração, que executará e que participará de implantação do plano,

esta, deverá adotar como um dos princípios a abordagem multidisciplinar

e interdisciplinar. A Norma de Execução N°71/2008 enfatiza não

somente a variedade de áreas do conhecimento que devem compor a

equipe de ATES, mas também a necessidade de diálogo permanente

entre as áreas de formação propiciando integração de saberes, sendo

imprescindível, estabelecer o mesmo fluxo de diálogo com os saberes

endógenos dos assentados. Desta forma, faz-se necessário a formação

de uma equipe técnica composta por engenheiro(a) ambiental,

engenheiro(a) de alimentos, engenheiro(a) agrônomo(a), engenheiro(a)

florestal, engenheiro(a) de pesca, médico(a) veterinário(a), pedagogo(a),

sociólogo(a), técnico(a) agrícola, técnico(a) em agropecuária e outros

profissionais das áreas das ciências sociais e da natureza.

A base pedagógica de apoio desta equipe técnica na elaboração

do presente plano está em consonância com a PNATER e tem como

aporte uma visão educativa construtivista, dialógica e dialética, orientada

para o desenvolvimento local alicerçado na visão agroecológica.

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As ações de mobilização e organização dos assentados para a

execução, avaliação e reprogramação deste PDA, passam

necessariamente, pela utilização do método DRP e suas técnicas e

ferramentas de diálogo, que devido a sua grande flexibilidade e

capacidade adaptativa são utilizadas em diversos processos de reflexão

coletiva. Tendo, portanto, forte relação com o planejamento e o

envolvimento dos assentados do PAE Eixo Forte, não apenas como

informantes, mas especialmente como cidadãos ativos, agentes de

ações coletivas, fomentadas por meio do diálogo e da reflexão.

A condução da ATES na implementação do plano foi em

consonância com as normativas e orientações vigentes, que

compreende ações como: planejar, orientar, coordenar e monitorar as

ações com enfoque sistêmico, observando a propriedade rural como um

todo, suas interfaces e potencialidades, levando em conta fatores

sociais, econômicos e ambientais.

O roteiro básico seguido pela ATES foi observado segundo aos

princípios e ferramentas do Guia Prático do Diagnóstico Rápido

Participativo da Secretaria da Agricultura Familiar, que são:

1) Sensibilização da Comunidade:

Apresentar a metodologia de trabalho aos assentados;

Problematizar questões referentes à geração de renda,

segurança alimentar e ou sistemas produtivos sustentáveis;

Encaminhamentos.

2) Uso de ferramentas de diagnóstico participativo visando levantar

informações sobre a área de atuação e percepções das famílias

sobre seus problemas e a realidade em que vivem.

3) Momento preciso da identificação dos problemas e planejamento

das ações visando:

Definição dos gargalos e desafios presentes na comunidade

(matriz Fofa - pontos fortes, oportunidades, pontos fracos e

ameaças);

Planejamento e priorização de ações na comunidade;

Encaminhamentos relativos às principais ações planejadas e

agendamentos posteriores.

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22

Esse trabalho antecede qualquer outra ação junto às Unidades

Familiares - UF’s, pois possibilitou ao técnico aprofundar seus

conhecimentos sobre a comunidade, identificando suas carências,

potencialidades e aspirações, o que facilitou o trabalho e as discussões

sobre o planejamento. De forma conjunta com as famílias os gargalos

identificados pelo grupo foram trabalhados para serem superados.

Para promover a implementação do presente plano foi

necessário que a equipe técnica do PAE Eixo Forte tivesse a sua

disposição uma logística básica que permitiu desenvolver um trabalho

sistemático e eficiente. Assim, foi identificada a necessidade de garantir

a infraestrutura básica, citada abaixo, para atender satisfatoriamente

este assentamento:

Uma sede, contendo:

o 01 sala de trabalho para os técnicos;

o 01 sala de reunião;

o 01 sala para recepção dos agricultores assentados;

o 01 telefone;

o Acesso a internet banda larga, disponível para todos os

computadores;

o 01 computador;

o 01 impressora.

Equipamentos necessários:

o 04 GPS;

o 01 câmara fotográfica;

o 03 notebook;

o 01 flip chart.

Veículo:

o 03 veículos;

o 01 moto.

O desempenho da equipe técnica no assentamento foi otimizado

através do estabelecimento de uma rede de parcerias, congregando

instituições governamentais e do terceiro setor tornando os efeitos das

ações executadas mais duradouros, haja vista, que os talentos humanos

e os recursos financeiros institucionais foram reunidos em ações

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conjuntas, contribuindo para a implementação de políticas públicas

indispensáveis avalizando a permanência das famílias no assentamento,

minimizando o êxodo rural.

3. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO – PAE

EIXO FORTE

3.1. Geral

3.1.1. Denominação do Imóvel

Eixo Forte

3.1.2. Denominação do Projeto de Assentamento

Projeto Agroextrativista do Eixo Forte – PAE Eixo Forte

3.1.3. Data e Número da Portaria de Criação do Projeto de

Assentamento

O Projeto Agroextrativista do Eixo Forte – PAE Eixo Forte foi

criado através da portaria INCRA/SR-30/Nº 44/05 de 20 de Dezembro de

2005, sob a matrícula Nº 1565, ficha 1565, livro nº 2, Cartório de

Registro de Imóveis da Comarca de Santarém/PA.

3.2. Específica

3.2.1. Distância da Sede Municipal

3 Km

3.2.2. Área Total

Registrada: 17.272,94 ha

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Medida: 17.272,94 ha

3.2.3. Área requerida no Código Florestal para Reserva Legal

Requerida: 80%

Medida: 13.818,35 ha (treze mil oitocentos e dezoito hectares e trinta

e cinco e ares)

Efetiva: 8.636,47 (oito mil seiscentos e trinta e seis hectares e

quarenta e sete ares)

3.2.4. Área Preservação Permanente

Requerida: 586,97 ha (quinhentos e oitenta e seis hectares e

noventa e sete ares)

Efetiva: 466,60 ha (quatrocentos e sessenta e seis hectares e

sessenta ares)

3.2.5. Número de Famílias

1029

3.2.6. Capacidade do Assentamento x Número de Famílias

Assentadas

Atualmente, no PAE Eixo Forte existem 1029 famílias assentadas,

segundo relação de beneficiários fornecida pelo INCRA, o que

está abaixo da capacidade do Assentamento prevista na portaria

de criação que é de 1400 (mil e quatrocentas) famílias.

3.2.7. Entidade Representativa

Federação das Associações de Moradores, Comunidades e

Entidades do Assentamento Agroextrativista do Eixo Forte –

FAMCEEF.

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4. DIAGNÓSTICO RELATIVO À ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PAE EIXO

FORTE

4.1. Localização e Acesso

Situado ao Norte do Brasil, Mesorregião do Baixo Amazonas,

microrregião de Santarém, o município de Santarém é o centro

polarizador da Região Oeste do Pará – área que abrange 722.358 km² e

abriga vinte e cinco Municípios. Suas coordenadas geográficas são: 2°

24’ 52’’ S e 54° 42’ 36’’ W e situa-se em nível médio de altitude de 35 m.

Ocupa uma área de 22.887 km², o que representa 1,83% do Estado do

Pará (IBGE 2000). É uma área de conformação irregular, sendo larga no

sentido leste e oeste e mais estreita ao sul.

Ao Norte, o Município de Santarém faz fronteira com os

Municípios de Óbidos, Alenquer e Monte Alegre, dividindo com eles o

leito do Rio Amazonas; limita-se ao Sul com os Municípios de Rurópolis

e Placas; ao Leste faz fronteira com os Municípios de Prainha e Uruará;

a Oeste com os de Juruti e Aveiro; e ao Centro com o Município de

Belterra.

O transporte aéreo é realizado através de vôos diários por

aeronaves de diferentes dimensões: Brasília, ATR 72, AIRBUS 320 e

Boeing – 737. O Boeing leva aproximadamente uma hora de viagem até

as cidades de Belém e Manaus, se estendendo, a partir das mesmas,

para outras regiões do país (nordeste, centro-oeste, sul, sudeste) e

exterior.

Por via terrestre o acesso até a Capital do Estado acontece

através da BR-163, Rodovia Federal Santarém-Cuiabá, ligando

Santarém ao Município de Rurópolis, com 229 km de estrada, cruzando

a partir daí a BR-230, Rodovia Transamazônica, percorrendo 90 km até

o Município de Placas, passando por diversos Municípios (Uruará,

Medicilândia, Brasil Novo, Altamira, Belo Monte, Anapu, Pacajá, Novo

Repartimento) até chegar a Tucuruí via BR-422, e em seguida percorrer

os municípios de Breu Branco, Goianésia, Tailândia, Mojú, Abaetetuba,

Barcarena, Ananindeua, para finalmente alcançar a BR 316, e a cidade

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de Belém, através de linhas regulares de ônibus cujas viagens duram

três dias durante o verão, podendo chegar a oito dias no período das

chuvas, nos meses de janeiro a junho. De acordo com os dados da

Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do

Pará – ARCON são percorridos, nesse trajeto, um total de

aproximadamente 1.397,70 km. No entanto a Diretoria de Transporte

Terrestre da Secretaria Executiva de Transportes do Estado do Pará –

SETRAN totaliza 1.068,5 km.

A modalidade hidroviária é o mais importante meio de

locomoção de passageiros e transporte de cargas devido à existência

dos vários rios que formam a rede hidrográfica (Amazonas, Tapajós,

Arapiuns, Curuá-Una, Moju e Mojuí) e desempenha importante papel na

economia local. Embarcações de médio porte (barco/motor e

navio/motor) fazem a navegação fluvial para as cidades de Belém,

Manaus e Macapá, com tempo de viagem de aproximadamente 60 horas

de duração. As embarcações de grande porte (navios cargueiros e

transatlânticos) fazem a navegação de longo curso. Com os Municípios

vizinhos, a mobilidade acontece através de vôos em aviões de tamanhos

médio e pequeno, de barcos com menor capacidade de cargas e

passageiros e por meio das rodovias Federais, Estaduais e Municipais.

De Santarém para a capital do Estado, via fluvial, são 880 quilômetros

de distância e para Manaus são 756 quilômetros.

O PAE dista da sede do município, Santarém, cerca de 3 km e

seu trajeto se dá pela Rodovia Fernando Guilhon, seguindo, logo adiante

pela Rodovia Everaldo Martins, PA 457. As duas vias são asfaltadas e

sinalizadas, com manutenção periódica e linhas de ônibus freqüentes

em todo o percurso, tornando, com isto o acesso bastante facilitado.

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Figura 01 - LOCALIZAÇÃO DO PAE EIXO FORTE

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4.2. Contexto Sócio-Econômico e Ambiental da Área Influência do

Projeto de Assentamento

Considerado de médio porte pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), Santarém é o segundo município mais

importante do Estado do Pará, situado a meia distância entre as duas

principais capitais da Região Amazônica, Belém e Manaus, é o centro

polarizador da Região Oeste do Pará, uma área que abrange 722.358

km² e abriga vinte e cinco Municípios. Constitui-se em centro polarizador

por oferecer melhor infra-estrutura econômica e social (escolas,

hospitais, universidades, estradas, portos, aeroporto, comunicações,

indústria e comércio etc.) e ter setor de serviços mais desenvolvido.

Informações oficiais do Censo IBGE 2010, divulgadas em 29/11/2010,

dão conta que a população do município é de 294.774 habitantes.

A história de Santarém começa com a primeira notícia que se

tem do contato do homem "civilizado" e os índios Tupaiús ou Tapajós.

Nurandaluguaburabara seria, talvez, o chefe dos Tupaiús, citado pelo

monge dominicano Frei Gaspar de Carvajal que fazia parte da expedição

de Francisco Orellana pela região, em 1542.

Em 1626, dá-se a chegada dos novos habitantes na região, na

maioria portugueses. O Começo da povoação de Santarém foi marcado

pela luta de terras entre índios e brancos. Santarém foi fundada pelo Pe.

João Felipe Bettendorff, em 22 de junho de 1661, recebendo o nome em

homenagem à cidade Portuguesa de Santarém. Logo ao chegar, o

fundador construiu, de taipa, a primeira capela de Nossa Senhora da

Conceição. Trinta e seis anos mais tarde, em 1697, ocorreu a

inauguração da Fortaleza do Tapajós, numa colina próxima ao Rio

Tapajós, para melhor proteção dos ataques de estrangeiros.

A Aldeia dos Tapajós, como era chamada, foi elevada à

categoria de vila, em 14 de março de 1758, por Francisco Xavier de

Mendonça Furtado, o então governador da Província do Grão Pará,

recebendo o nome de Santarém. Foi elevada à categoria de cidade, em

24 de outubro de 1848, em consequência de seu notável

desenvolvimento.

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29

4.2.1. Recursos Hídricos

De acordo com o relatório do Primaz (1996) a qualidade das

águas superficiais da região oeste do Pará, foi dividida em seis bacias,

que abrangem as seguintes dimensões territoriais.

4.2.1.1. Bacia do Amazonas

O rio Amazonas tem grande importância para o município, não

apenas pela sua alta navegabilidade e riqueza na variedade e

quantidade de pescados, mas também pelas suas terras de várzeas,

com elevada fertilidade natural, em virtude da deposição cíclica de

sedimentos, ricos em nutrientes. A bacia do Amazonas tem grande

representatividade na economia do município, pela produção

agropecuária já existente e pelo potencial a ser explorado.

O rio Amazonas, nasce a 5.300 metros de altura, na montanha

Nevado Mismi, nos Andes peruanos. Rio de águas barrentas, é

considerado o maior rio do mundo em extensão - com 6.885 km - e em

volume de água, despeja no mar 200.000 m3 por segundo. Corta a

região oeste paraense, e em Santarém uma extensão de 110 km,

abrangendo mais de 1/6 de toda a extensão territorial.

4.2.1.2. Bacia do Tapajós

Do encontro dos rios Juruena e São Miguel nasce o rio Tapajós,

rio de águas transparentes verde-azuladas. É a Segunda bacia em

extensão territorial dentro das terras do município de Santarém. O rio

Tapajós, um dos principais afluentes do rio Amazonas, corta a porção

central da região, de Sul para Norte, numa extensão de 132 km, até

desaguar no Amazonas, em frente a cidade de Santarém. No verão

deixam a mostra quase 100 km de praias em ambas as margens,

constituindo-se uma das maiores atrações turísticas do município,

consideradas pela mídia como as mais belas praias fluviais do mundo.

Em toda sua extensão dentro do município, tem grande largura,

chegando até 19 km, como defronte do Aramanaí (hoje município de

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30

Belterra). As terras às margens do rio Tapajós são de má qualidade,

com predominância do solo arenoso impróprios para agropecuárias

racionais. Seu potencial madeireiro já está bastante explorado, mas em

grande parte da bacia ainda predomina vegetação exuberante que

caracteriza floresta densa de terra firme, na qual está inserida a Floresta

Nacional do Tapajós, na margem direita do Tapajós.

Na bacia do Tapajós, além da beleza cênica (praias, lagos),

propícias ao turismo de lazer e ao turismo contemplativo (áreas com

botos, pássaros), merecem destaque as comunidades que se dedicam

ao artesanato (palha/cipós/fibras, madeira, cerâmica), tais como as

comunidades de Alter do Chão, Vila Franca, Anumã e Solimões.

4.2.1.3. Bacia do Arapiuns

Último grande afluente do rio Tapajós (margem esquerda), rio de

águas límpidas, muito pobre em fitoplâncton, e em conseqüência em

vida aquática, é navegável durante o ano todo. Suas terras marginais

estão entre as de pior qualidade, no município, o que dificulta bastante a

exploração de atividades agropecuárias na região. Seus maiores

potenciais são as belíssimas praias de areia branca - destacando-se a

praia de Ponta Grande - que podem transformá-lo num excelente pólo

turístico, principalmente do tipo ecológico (ecoturismo).

Ainda muito rico em madeira de lei, a área do Arapiuns, pode vir

a ter grande significado econômico, pela exploração de seus recursos

naturais e pela implantação de projetos de silvicultura, visando o manejo

sustentável.

Com a maior extensão territorial, a bacia do Arapiuns é

praticamente uma bacia interna, já que quase todos os cursos de água

que a compõe nascem e deságuam dentro do próprio município. Ao

longo da bacia existem inúmeras comunidades que se destacam na

fabricação de artesanatos, utilizando como matérias-primas palhas e

cipós diversos, além de cerâmica, madeira, tais como Cuipiranga,

Urucureá, Vila Gorete, São Pedro e São Miguel.

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31

4.2.1.4. Bacias dos Rios Moju, Mojuí, e Curuá Una

As bacias dos rios Moju e Mojuí são tributárias da bacia do rio

Curuá-Una e juntas, formam toda a malha hídrica existente na chamada

Região do Planalto, composta por inúmeros igarapés e rios de pequeno

porte, todos convergentes para o rio central, o Curuá-Una. Juntas

abrangem quase um terço das terras do município e são de fundamental

importância para a manutenção das atividades agropecuárias, que

mantém nas colônias boa parte da população rural do município. O rio

Curuá-Una deságua no rio Amazonas, a leste de Santarém, já no

município de Prainha. Tem grande significado econômico para

Santarém, pois nele está localizada a hidrelétrica de Curuá-Una, na

cachoeira do Palhão, a 72 km de distância da sede.

4.2.2. Relevo e Altimetria

De acordo com o projeto RADAM-BRASIL (NASCIMENTO,

1976), as principais unidades morfoestruturais identificadas na região

oeste paraense estão representadas pela Planície Amazônica, o

Planalto Rebaixado da Amazônia e o Planalto Tapajós-Xingu.

A Planície Amazônica ocupa a porção norte do município e

constitui as áreas de várzea, temporariamente submetidas às

inundações do rio Amazonas. Representa uma planície fluvial,

levemente alçada em relação à lâmina d'água, possuindo as menores

altitudes regionais, geralmente próximas a 20 metros. Compreende

depósitos aluviais, atuais e subatuais, com predomínio de argilas e

areias. A declividade varia de Plano, com declividade de 0 a 3%, Suave

Ondulado, com declividade de 8% a 20%, Forte Ondulado, com

declividade de 20% a 45%, a Montanhoso, com declividade acima de

45% com cristas alongadas ou em forma de chapada.

O Planalto Rebaixado da Amazônia representa uma superfície

intermediária entre a planície supramencionada e o Planalto Tapajós-

Xingu. Está bem caracterizado na porção centro-norte do município, ao

sul da sede municipal e ao norte da serra do Piquiatuba, situado entre as

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cotas de 50 a 100 metros. Representa uma superfície pediplanada,

desenvolvida sobre as rochas da formação Alter do Chão. Nesse

domínio morfológico, o PRIMAZ/Santarém caracterizou a presença de

aquíferos, livres, semi-confinados e confinados, com suas respectivas

profundidades (OLIVEIRA, 1996).

O Planalto Tapajós-Xingu é a feição morfológica dominante na

porção centro-sul do município, situada nas maiores altitudes regionais,

entre 100 e 150 metros, em média. É caracterizado por elevações de

topo plano, com encostas escarpadas e ravinadas, em forma de platôs,

onde se desenvolve uma drenagem espaçada, profunda, que tem o rio

Mojuí como um exemplo típico.

4.2.2.1. Clima

O município de Santarém está localizado numa região de

transição climática, caracterizada por variações de precipitação anual

entre 1.800 a 2.200 mm e um período seco relativamente curto. As

regiões Oeste do Pará assim como, Sudeste do Amazonas estão

situadas principalmente em áreas com maiores índices de chuva (acima

de 2.200 mm/ano), sem uma estação seca marcadamente definida.

Clima quente e úmido característico das florestas tropicais, não

sujeito a mudanças significativas de temperatura devido a sua

proximidade da linha do equador. A temperatura média anual varia de

25º a 28º C, as temperaturas mais elevadas ocorrem entre os meses de

julho a novembro, e o período de maior precipitação pluviométrica é de

dezembro a maio, com umidade relativa média do ar de 86%.

Em termos de classificação climática, a região encontra-se sob o

tipo climático Am da classificação de Köppen. O tipo Am pertence ao

domínio de clima tropical, caracterizado por apresentar total

pluviométrico anual elevado e moderado período de estiagem.

4.2.3. Solos

A estrutura geológica da região é complexa, constituída por

rochas de idade pré-cambriana do complexo Xingu, (granitos.

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33

magmáticos, granulitos etc.) grupo Tocantins (filititos, xistos, gnaisses,

quartixitos, metabassitos etc.) formação Rio Fresco com ou sem membro

azul (folhedos magnamesiferos, siltitos, argilitos, arenitos).

Predominam os Solos podzólicos Vermelho Amarelo textura

argilosa, latossolo Vermelho Amarelo distrófico textura argilosa relevo

Ondulado, podzólicos Vermelho Amarelo textura argilosa e solos

Litólicos Distróficos textura indiscriminada relevo forte Ondulado e solos

hidromórficos.

4.2.4. Vegetação

No bioma da Floresta Amazônica, os fatores biofísicos (chuva,

solos e relevo) propiciam a ocorrência de uma vegetação exuberante

com maior aptidão para uso sustentável dos recursos florestais e

conservação da biodiversidade. As florestas densas e úmidas

representam mais de um terço da área do Plano e se situam

principalmente no Norte e Oeste do Pará e Leste do Amazonas. Os tipos

de vegetação não florestal se encontram em áreas de várzea.

Como se encontra num dos complexos ecológicos mais ricos do

planeta, em termos de biodiversidade, na região Amazônica, um único

município tem diversos tipos de grupos de vegetação, que variam

bastante em função dos tipos de solos e da drenagem hídrica.

A cobertura vegetal do Município é bastante diversificada.

Predominando ainda a floresta ombrófila densa, com serras e florestas

abertas mistas; florestas latifoliadas; florestas ciliares de várzeas, que

margeiam os rios; áreas de campos naturais; matas secundárias;

capoeiras provocadas pelo desmatamento na exploração de madeira e

plantio de pastagem para formação de Fazendas.

Os desmatamentos estão bem caracterizados ao sul da cidade

de Santarém, entre a BR-163 e os rios Curuá-Una e Moju, seguindo para

o sul, ao longo da referida rodovia, a partir de sua margem direita

(sentido Cuiabá/Santarém), avançando também para leste, em direção

ao alto curso do rio Moju. Outra ampla área de ocorrência está situada

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34

na porção noroeste do município, entre o rio Arapiuns e o Lago Grande

do Curuai, notadamente às proximidades deste último.

A origem e a expansão desses desmatamentos decorrem de

atividade madeireira e/ou da implantação de fazendas, ou seja, são

áreas que foram desmatadas e, em seguida, abandonadas e

transformadas em pastagens mal manejadas ou utilizadas para a

produção de grãos.

4.2.5. Biodiversidade

Desde que apareceu a vida na Terra que a evolução faz com

que surjam novas espécies diferentes, à medida que vão se adaptando

às constantes modificações climáticas.

A diversidade biológica ou biodiversidade tem a ver com a

diversidade de ecossistemas, de espécies, de raças, de variedades e até

de genes. É a partir dessa diversidade que se obtém grande variedade

de alimentos, medicamentos e outras tantas substâncias essenciais a

nossa sobrevivência.

Para se ter uma idéia da biodiversidade da região da Amazônia,

uma nova espécie é registrada pelos cientistas a cada três dias. Como a

mata ali é muito fechada, nem sempre é fácil avistar os animais, mas

com os olhos bem atentos é possível enxergar, no meio das folhagens, o

sagui-de-santarém, macaco nativo que costuma frequentar as margens

do Rio Tapajós.

Na mata vivem também a capivara, a anta, o caititu, o

tamanduá-de-colete, o veado-roxo, a onça-pintada, a ararajuba, o

gavião-real e o uirapuru, entre muitos outros. Considerando a vegetação

existente na Região observa-se também a presença de alguns

mamíferos da família dosipodideos (tatus) taiacmideos (catitus), alguns

roedores (cotias) primatas (macacos) e répteis (jacarés), além das aves

da família dos Psitacídeos (araras e papagaios) dos galináceos (jacus)

gracídeos (mutuns e outros). As águas dos rios locais são o hábitat da

ariranha, do boto-tucuxi e dos peixes jaraqui, tambaqui e pirarucu.

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35

4.2.6. Energia

As Centrais Elétricas do Pará (CELPA) é a empresa responsável

pela distribuição e comercialização dos serviços de energia no

Município, que é abastecido pela linha de transmissão da UHE -

Hidroelétrica de Tucuruí e pela hidrelétrica de Curuá-Una, com 30,3

megawatts de potência instalada.

O setor de tecnologia da informação da Secretaria Municipal de

Finanças - SEMFIN registrou, através do Cadastro, a existência de

55.091 residências em 2010, sendo que, destas, 1.087 estão localizadas

na zona rural.

A CELPA, através de seu site, informa que no mesmo período, o

número de consumidores no município de Santarém é de 65.209. Sendo

Santarém o quarto maior mercado consumidor de energia no Estado do

Pará.

Tabela 01- Principais Municípios Atendidos pela CELPA

4º Trim. 2010

Principais Municípios MWh Nº Cons.

Belém 2.135.159 408.319

Ananindeua 412.966 137.321

Marabá 574.816 67.071

Santarém 244.164 65.209

Barcarena 153.900 28.412

Castanhal 184.406 53.092

Paragominas 99.827 28.895

Capanema 40.547 20.075

Altamira 80.300 24.574

Redenção 76.150 22.768

Total 4.002.235,00 855.736,00

Fonte: REDE CELPA

4.2.7. Educação

A rede educacional do Município conta com 457 escolas

públicas municipais que atendem 62.121 alunos; 44 escolas públicas

estaduais, que oferecem educação especial, ensino médio e

fundamental para 37.145 alunos, e registrou em 2008 a existência de 44

escolas da rede privada. Doze universidades (duas federais, uma

estadual e nove particulares) ofertam vagas para diversos cursos de

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graduação (ver tabela 23), conferindo à Santarém o título de pólo de

desenvolvimento em Educação Superior e Pesquisa da Região Oeste do

Pará.

Tabela 02 - QUADRO DEMONSTRATIVO DE NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS

POR SÉRIE E REGIÃO NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO – ANO: 2008

RE

GIÃ

O

de E

sco

la

N° DE ALUNOS NO

ENSINO

FUNDAMENTAL

de

alu

no

s

Pró

Jo

vem

N

º d

e a

lun

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o

EJA

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Pré

Es

co

lar

de a

lun

os d

e

Cre

ch

e

Ens.

Fund.

9

anos

Ens.

Fund

de 8

anos

Total

Cidade 64 9.478 9.771 11.377 700 2.987 372 1.322 40

Planalto 160 1.606 4.670 5.370 0 1.234 55 721 0

L. Grande 71 700 2.572 3.094 0 174 39 354 0

Arapiuns 67 522 3.168 3.191 0 155 0 274 0

Várzea 46 23 2.050 2.341 0 73 10 303 0

Tapajós 32 291 869 952 5 54 0 122 0

Arapixuna 17 83 12.360 21.838 0 0 0 4.175 794

Total 457 12.703 35.460 48.163 700 4.677 476 7.271 834

Fonte: Secretaria Municipal de Educação – SEMED, 2010

Tabela 03 - ALUNOS MATRICULADOS NO ENSINO SUPERIOR 2010

2008 2009 2010

UEPA Campus Santarém 611 650 681

FIT 2.070 2.167 2.199

CEULS/ULBRA 1.680 1.828 1.896

IESPES 1.231 3.201 3.585

UFRA 70 94 -

UVA - 298 -

IFPA - - 530

UFOPA - 2.781 2.698

Fonte: Inventário da Oferta e Infra-estrutura Turística de Santarém em 2010

UEPA/UFOPA/IESPES/IFPA/CELUS-ULBRA/FIT, 2010

Nota: UVA não informou 2010

No ano de 2009, vale destacar o número de alunos matriculados

em escolas de comunidades quilombolas e indígenas nas diversas

regiões. Na zona rural devido à extensão territorial, as escolas são

divididas em pólos, os quais agregam mais de uma escola.

A educação infantil na rede municipal é desenvolvida pelas

antigas creches municipais, sob a coordenação da Secretaria Municipal

de Educação – SEMED, com ensino pré-escolar. São 15 unidades, que

em 2009 atenderam 1.525 crianças na faixa etária de 2 anos e 6 meses

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a 6 anos e 11 meses de idade. As creches atendem metas fixas e estão

distribuídas pelos bairros.

TABELA 04 - ALUNOS MATRICULADOS EM ESCOLAS DE ÁREAS

QUILOMBOLAS E INDÍGENAS

ÁREAS

REGIÃO

Número de Alunos Matriculados em 2009

1ª a 4ª 5ª a 8ª Total

1ª/8ª

Pré-

escolar

EJA Total

Geral

Quilombola

Planalto 175 176 351 67 58 476

Várzea 226 161 387 63 36 486

Indígenas

Planalto 378 339 717 102 55 874

Arapiuns 262 205 467 72 36 575

Tapajós 224 185 409 69 24 502

Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2009

A educação infantil na rede municipal é desenvolvida pelas

antigas creches municipais, sob a coordenação da Secretaria Municipal

de Educação – SEMED, com ensino pré-escolar. São 15 unidades, que

em 2009 atenderam 1.525 crianças na faixa etária de 2 anos e 6 meses

a 6 anos e 11 meses de idade. As creches atendem metas fixas e estão

distribuídas nos bairros.

Existem também os cursos profissionalizantes promovidos pelo

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, Serviço de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, Serviço Social do Comércio –

SESC, Serviço Social da Indústria – SESI, Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural – SENAR e empresas da área de informática.

4.2.7.1. Casa Familiar Rural

As Casas Familiares Rurais tiveram origem na França, por

iniciativa de um grupo de famílias que procuravam uma formação

profissional e global dos seus filhos. Existem na França mais de 500

Associações de Casas Familiares Rurais e 54 mil pessoas em formação

(dados de 1996). Mais de 30 países no mundo utilizam a Pedagogia da

Alternância das Casas Familiares Rurais sob a coordenação da

Associação Internacional das Casas Familiares Rurais. No Brasil a

primeira CFR nasceu no Pernambuco em 1984 e em 1989 em Barracão,

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38

no Paraná. O Programa de Desenvolvimento das CFR’s amplia-se em

diversos estados do Brasil.

No Estado do Pará o Programa vem sendo desenvolvido desde

1994. Hoje existem 14 Casas Familiares Rurais em funcionamento,

sendo: 01 no município de Alenquer, 01 em Gurupá, 01 em Cametá, 01

em Medicilândia, 01 em Pacajá, 02 em Santarém, 01 em Juruti, 01 em

Uruará, 01 em Curuá, 01 Em Brasil Novo e 03 no Município de Óbidos.

A partir de 2004 entrou em funcionamento a primeira Casa

Familiar Rural de Ensino Médio, no município de Santarém.

Em cada região do Brasil uma Associação Regional das Casas

Familiares Rurais ARCAFAR coordena o funcionamento das CFR’s e

proporciona a formação aos responsáveis das associações e aos

monitores que organizam a formação. A partir de 2002, na região norte,

passaram a ser criadas as ARCAFAR estaduais.

Através de cursos profissionais com a Pedagogia da Alternância

é integrada uma formação geral, uma educação social e humana,

desenvolvendo o espírito do trabalho em grupo.

Na região do Eixo Forte, funciona a primeira turma

exclusivamente de uma região, em Santarém.

Sem as condições necessárias para desenvolver sua proposta

educativa a CFR do Eixo Forte não vem conseguindo motivar os jovens

da região para ingressarem em suas turmas, encontrando dificuldade em

mantê-las pelo período letivo planejado, devido à elevada taxa de

evasão.

4.2.8. Saúde e Saneamento

Os serviços de saúde são prestados pelo Sistema Único de

Saúde, sob a gestão do Município. A cobertura se dá nos níveis da

atenção básica de promoção da saúde e prevenção de doenças; na

assistência de média e alta complexidade (médicas ambulatoriais

especializadas complementadas com diagnóstico de maior

complexidade); e nos serviços de alta complexidade técnica e

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39

tecnológica que compreendem os serviços hospitalares especializados e

os procedimentos ambulatoriais de alta complexidade.

As atividades da Secretaria Municipal de Saúde – SEMSA são

operacionalizadas por 1.745 servidores da área de saúde (médicos,

enfermeiros, auxiliares, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos,

terapeutas, odontólogos, técnicos, equipes dos programas de saúde

etc.).

A infra-estrutura e os serviços do Sistema Único de Saúde estão

assim distribuídos na tabela 25:

Tabela 05 - UNIDADES E SERVIÇOS DE SAÚDE QUE COMPÕEM O SUS.

SANTARÉM, 2009.

Unidades Nº Serviços

Hospitais 7 Serviços de Densitometria

Ambulatório de Especialidades 3 Serviços de Ultrassonografia

Centro de Referência da Mulher 1 Centro de Referência da Criança

Centro de Referência AIDS/DST 1 Unidades de Hemodiálise

Serviço de Ass. Espec. HIV/Aids 1 Pólo Indígena

CEREST (Saúde do Trabalhador) 1 CTA Itinerante

Equipes de PSF 36 Serviços de Ecocardiografia

P. S. na Zona Urbana 1 Serviços de Tomografia

P. S. na Zona Rural 34 Unidades Móveis Fluviais

Pronto Socorro Municipal 1 Unidades Móveis Terrestre

Laboratórios de Análises Clínicas 15 Serviços de Fisioterapia

Serviço de Radiodiagnóstico 2 Ambulâncias (6) e ambulanchas (2)

Centro Especializado Odontologia 2 Serviços de Fonoaudiologia

Banco de Leite Humano 1 Unidade de Vigilância Sanitária

Central de Regulação 1 Centro de Controle de Zoonoses

Farmácia Popular 1 Laboratório de Águas

Fonte: Divisão de Unidades Ambulatoriais/SEMSA/Relatório de Gestão, 2009

O Município dispõe de 461 leitos, que corresponde a 1,41

leitos/1.000 hab. pelo SUS, quantidade inferior aos parâmetros

preconizados pela portaria MS/SAS 1101/02 (2-4 leitos/1000 hab).

(SEMSA 2007). O Relatório de Gestão 2009, da SEMSA, afirma que “a

totalidade desses leitos está concentrada na área urbana, assim como a

maioria dos Serviços Ambulatoriais de maior complexidade”. A tabela 26

revela a distribuição de leitos hospitalares (existentes e contratados) na

rede SUS. Município de Santarém, 2009.

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40

Tabela 06 - DISTRIBUIÇÃO DE LEITOS HOSPITALARES (EXISTENTES E

CONTRATADOS) NA REDE SUS, 2009

HOSPITAL

Leitos

Existentes

Leitos Contratados pela Rede SUS

Clínicas TOTAL

Méd

ica

Ped

iátr

ica

Ob

sté

tric

a

Cir

úrg

ica

Municipal 120 31 27 17 45 120

Imaculada

Conceição

73 25 17 8 11 61

Sagrada

Família

62 7 7 15 28 57

Regional 100 30 20 0 50 100

Santa

Rosa de

Lima

32 6 2 5 3 16

Irmã

Dulce

36 0 2 12 1 15

João XXIII 38 0 10 20 1 31

TOTAL 461 99 85 77 139 400

Leitos SUS/1.000hab. 1,41

Leitos do Município/1.000hab. = 1,63

Fonte: DASES/SEMSA/Relatório de Gestão, 2009

Na zona rural os serviços de saúde são ofertados através de 15

centros de saúde e 34 postos de saúde, com atuação permanente de

enfermeiros, apoiados por agentes comunitários de saúde – ACS.

Ambulanchas e unidades móveis (terrestres e fluviais) completam a

estrutura da saúde na zona rural.

O acesso de parte considerável da população aos serviços de

saúde são através dos programas e serviços especializados tais como:

Programa Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Programa de

Imunizações (cobertura vacinal), Controle de Doenças, Vigilância

Ambiental e Animal, saúde bucal, Serviços de Referência a outros

Municípios” (Tratamento Fora de Domicílio – TDF).

O relatório de Gestão 2009 da SEMSA afirma que “a Secretaria

de Saúde do Município possui um quadro de recursos humanos ainda

insuficiente para todas as suas necessidades operacionais,

principalmente técnicos de nível Superior, enfatizando que do total de

1.745 servidores atuais, 18% representam técnicos de nível superior;

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41

32%, técnicos de nível médio e 50% compõem a categoria de nível

básico.

O saneamento básico é constituído por uma rede de esgoto

sanitário numa extensão de 50 km, incompleto, uma vez que não existe

o coletor principal, nem a estação de tratamento e nem o emissário. O

Sistema de Drenagem abrange 53,32 Km, o que equivale a 8,94% do

sistema viário.

Tabela 07 - DESTINO DOS DEJETOS. SANTARÉM, 2009

DESTINO DAS FEZES / URINA RESIDÊNCIAS ( % )

Sistema de esgoto 2.885 4%

Fossa Negra 23.721 36%

Fossa Biológica 38.023 59%

Céu aberto 286 1%

TOTAL 64.915 100%

Fonte: SIAB /SEMSA

O abastecimento de água é efetuado pela Companhia de

Saneamento do Pará – COSANPA, através de 18 poços tubulares

profundos, com profundidade que varia de 180 a 270 metros profundos

(captação subterrânea), totalizando 30.200 ligações ativas, com uma

cobertura de 78% dos imóveis. Existem ainda 90 (noventa)

microssistemas como forma alternativa de abastecimento de água,

sendo 19 (dezenove) na Zona Urbana, atendendo mais de 5.188 (cinco

mil, cento e oitenta e oito) famílias e 71 (setenta e um) na Zona Rural,

beneficiando um total de 7.800 (sete mil e oitocentos) famílias,

distribuídos conforme tabela 10.

Tabela 08 - DISTRIBUIÇÃO DOS MICROSSISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE

ÁGUA NA ZONA RURAL - 2010

REGIÃO Nº DE

COMUNIDADES

Nº DE

MOCROSSISTEMAS

Região do Eixo Forte 05 06

Região Curuá-Una 13 16

Região da Santarém/Cuiabá 10 14

Região da Santarém/Cuiabá 08 09

Região da Santarém/Cuiabá 03 03

Região dos Rios 22 23

Total 61 71

Fonte: SIAB /SEMSA

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42

O relatório da COSANPA 2009 sobre o fornecimento de água

em Santarém afirma que: “a análise dos dados relativos à quantidade de

unidades atendidas na zona urbana revela que existe um total de 43.322

(quarenta e três mil, trezentos e vinte e duas) unidades consumidoras.

Na zona rural (planalto e várzea), 7.800 (sete mil e oitocentos)

cadastros, perfazem um total de 51.122 (cinqüenta e um mil, cento e

vinte e dois) unidades consumidoras”.

Seis mini usinas hidrelétricas atendem 1.800 famílias na área

rural. Poços particulares e oitenta e cinco poços rasos completam o

sistema de abastecimento de água na zona urbana.

O relatório da coleta de lixo da Secretaria Municipal de

Infraestrutura – SEMINF, afirma que a coleta de lixo é terceirizada e

alcança 100% dos domicílios, comércio da zona urbana e unidades de

saúde, mais Mojuí dos Campos e Alter do Chão. O destino dos resíduos

sólidos é o aterro municipal localizado na comunidade de Perema, área

do planalto, com capacidade para 200 toneladas/dia.

Os dados da tabela são do relatório de gestão da Secretaria

Municipal de Saúde e mostram os números do destino da coleta de lixo

na cidade de Santarém.

Tabela 09 - DESTINO DO LIXO NA CIDADE DE SANTARÉM, 2009

LIXO RESIDÊNCIAS ( % )

Coleta Pública 46.039 71%

Queima / Enterrado 17.325 27%

Céu aberto 1.527 2%

Total 64.891 100%

Fonte: SIAB/SEMSA

4.2.9. População

Considerado de médio porte pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística – IBGE, Santarém é o segundo município mais

importante do Estado do Pará, situado à meia distância entre as duas

principais capitais da Região Amazônica (Belém e Manaus). Informações

oficiais do Censo IBGE 2010, divulgadas em 29/11/2010, dão conta que

a população do município é de 294.774 habitantes, em 69.335 imóveis

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ocupados, do total de 83.830 domicílios particulares existentes no

Município de Santarém.

O Perfil Saúde 2009, do Programa Agentes Comunitários de

Saúde, da SEMSA revela que a população da várzea e rios era de

46.700 habitantes e a do planalto 53.012 moradores somando 99.712

habitantes na zona rural em 2009.

Os índices demográficos do município de Santarém, a partir da

década de 80 até 2000, indicam uma diminuição da população que vive

na zona rural e, conseqüentemente, um aumento da população na zona

urbana (Tabela). Este comportamento, particularmente no município de

Santarém, pode ser atribuído a vários fatores, tais como: assistência

técnica insuficiente, dificuldades de acessos a créditos, carência de

infra-estrutura básica (escola, posto de saúde, manutenção de estradas,

ramais, vicinais), transporte público deficiente e outros. Como

conseqüência muitas culturas, tradicionalmente cultivadas neste

município, tiveram suas áreas plantadas reduzidas.

Tabela 10 – EVOLUÇÃO DA TAXA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO

1980/91/96-2010

Anos Urbana Rural Total Taxa de

crescimento

% (base ano

1980)

Taxa de

crescimento

%(base ano

anterior)

1980 111.657 80.293 191.950 - -

1991 180.018 85.044 265.062 38,09 38,09

1996 166.023 76.732 242.755 26,47 - 8,42

1997(1) 165.773 76.617 242.390 26,28 - 0,15

1998(1 165.562 76.519 242.081 26,12 - 0,13

1999(1) 165.350 76.421 241.771 25,96 - 0,13

2000(2) 186.297 76.241 262.538 36,77 8,59

2001(1) 188.038 76.954 264.992 38,05 0,93

2002(1) 189.031 77.360 266.391 38,78 0,53

2003(1) 190.301 77.879 268.180 39,71 0,67

2004(1) 193.179 79.058 272.237 41,83 1,51

2005 (1) 194.439 79.573 274.012 42,75 0,65

2006(1) 195.902 80.172 276.074 43,83 0,75

2007(1) 197.353 80.765 278.118 44,89 0,74

2008(3) 176.931 95.773 272.704 42,07 - 1,95

2009(3) 181.685 99.712 281.397 46,60 3,19

2010(2) 215.947 78.827 294.774 53,57 4,75

Fonte: IBGE

ELABORAÇÃO E CÁLCULO: SEPOF/DIEPI/GEDE

(1) População Estimada pelo IBGE

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(2) Dados do Censo IBGE 2000 e 2010

(3) Dados populacionais coletados no Perfil da Saúde do Programa Agentes

Comunitários de Saúde da SEMSA. IBGE não estimou população rural e urbana em

2008 e 2009.

4.3. Economia

4.3.1. Sistemas Produtivos

A região do Oeste Paraense já teve vários ciclos econômicos,

em sua maioria, calcados no extrativismo vegetal ou mineral. Durante

muito tempo a sustentação da economia se baseou na extração das

chamadas drogas do sertão, na caça e pesca. O primeiro ciclo

importante foi o da borracha que, apesar de ter ficado longe da pujança

do que ocorreu em Manaus, teve forte significado econômico para a

região.

Encerrada essa fase, Santarém, durante muitos anos, teve sua

economia sustentada pelo extrativismo vegetal (látex, breu, jutaiçica,

cumaru, castanha-do-brasil, etc..) e por atividades agrícolas, como as

culturas de cacau, algodão, arroz e da juta, que trazida por imigrantes

japoneses tornou-se por muito tempo o principal produto de exportação

da região, até que a popularização das fibras sintéticas tornou-a

economicamente inviável.

Nessa mesma época já despontava um novo ciclo que iria trazer

forte surto de desenvolvimento e, com ele, uma série de reflexos

negativos para a zona urbana e rural da região, que foi o da exploração

aurífera no vale do rio Tapajós.

Apesar de sua extensão territorial e da considerável população

que possui o município de Santarém ainda não é auto-suficiente na

maioria dos produtos de origem agropecuária que consome. Com cerca

de 350.000 ha de áreas alteradas com aptidão agropecuária na região

do Planalto santareno, o município reserva um grande potencial para a

produção racional de grãos (Vide Zoneamento Agroecológico). A

agricultura e a pecuária, praticadas no município são

predominantemente do tipo familiar, desenvolvidas na forma tradicional,

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com pouco emprego de tecnologia e com iniciação em mecanização

agrícola.

Culturas como o açaí, cupuaçu, laranja, limão, pimenta-do-reino,

curauá e urucum, consorciadas com essências florestais também tem

apresentado bons resultados, tornando-se excelente alternativa para os

produtores familiares, já que não dependem de mecanização, utilizando

largamente o trabalho manual nas fases de plantio, tratos culturais e

colheita. As culturas de subsistência ou anuais como: abacaxi, arroz,

milho, feijão e mandioca e a criação de pequenos, médios e grandes

animais, ainda são as principais atividades desenvolvidas e de

sustentação nas propriedades rurais.

Atualmente a economia de Santarém está assentada nos

setores de comércio e serviços, no ecoturismo, nas indústrias de

beneficiamento (madeireiras, movelarias, olarias, panificadoras,

agroindústrias, beneficiamento de peixe etc.) e no setor agropecuário,

que segundo o IDESP, na sua pesquisa sobre o Produto Interno Bruto

dos Municípios 2008, destacou-se como maior produtor de arroz e soja

do Estado do Pará e como o terceiro maior produtor de mandioca do

Estado e o quarto do Brasil. A Secretaria de Estado de Pesca e

Aqüicultura do Pará, registrou na pesquisa “Estatística e Desembarque

Pesqueiro do Estado do Pará 2008”, que Santarém obteve o terceiro

melhor desempenho no desembarque de pescado do Estado do Pará,

alcançando 5.819 toneladas de pescado em 2008 No entanto, o setor de

comércio e serviços é o que apresenta maior peso na composição do

PIB local.

A regularização fundiária de posses ainda é muito precária em

nosso município, sendo que 80% dos requerentes são pequenos

agricultores de base familiar que desenvolvem suas atividades utilizando

a mão de obra familiar e seus lotes possuem em média 25 ha.

4.3.2. Indústria

O setor secundário é representado pelas chamadas indústrias

leves, de pequeno porte, que utilizam processos semi-industriais,

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limitando-se ao beneficiamento de alguns produtos primários e

extrativos: processamento de madeira, movelarias, beneficiamento de

látex, usinas de beneficiamento de arroz e de castanha, casas de

farinha, indústrias de beneficiamento de pescado, produção de alimentos

(panificadoras, torrefações, fábricas de refrigerantes), fábricas de gelo e

sabão, agroindústrias, pequenas unidades artesanais que trabalham

com madeira, barro, couro e fibra, marcenarias, indústrias de cerâmica

(tijolo, telha etc), material impresso, vestuário e confecções. Em 2008 a

participação do setor industrial no Produto Interno Bruto de Santarém foi

de 14%.

4.3.3. Agropecuária

O setor agropecuário se destaca na economia do Município. É

representado pelas atividades pesqueiras, pecuária de corte e leiteira,

agricultura, avicultura, extrativismo etc. No entanto, segundo o Centro de

Estudos Avançados da Amazônia – CEAMA, Santarém compra

semanalmente 120 toneladas de alimentos de outros mercados

produtores.

Atualmente a agricultura familiar é o segmento responsável pelo

abastecimento de parte considerável dos produtos que chegam à mesa

dos consumidores, considerado, por isso, de grande relevância para o

município.

As principais culturas cultivadas pela agricultura familiar são:

verduras e legumes, as culturas do milho, mandioca, arroz, e feijão,

coco, banana, cacau, café, laranja, limão, maracujá, melancia, fibra de

curauá, pimenta do reino, tomate, tangerina, urucu, polpas de frutas,

produção de açaí e castanha do Pará. Destacam-se ainda os produtos

medicinais e aqueles voltados para a indústria de cosméticos: cumaru,

óleo de copaíba, andiroba, mel de abelhas, leite de Amapá, sucuuba e

jenipapo etc. A tabela 11 mostra o valor percentual da produção dos

principais produtos da Cultura Temporária em Santarém no ano de 2008,

numa pesquisa do IDESP-PA.

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Tabela 11 - VALOR PERCENTUAL DA PRODUÇÃO DA CULTURA TEMPORÁRIA

EM SANTARÉM - 2008

Produto Valor percentual

Arroz em casca 34 %

Soja 28 %

Mandioca 23 %

Milho 10 %

Melancia 4 %

Feijão 1 %

Fonte: IBGE/PAM 2009

Elaboração: IDESP\SEPOF

A Tabela 12 mostra a Produção Agrícola do Município de

Santarém no período de 2007 a 2009 e em seguida a Figura 3 revela o

Valor Percentual da Produção dos Principais Produtos da Cultura

Permanente.

Tabela 12 - PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM 2007 A 2009

CULTURA 2007 2008 2009

ÁREA PROD REND ÁREA PROD REND ÁREA PROD REND

ha t kg/ha ha t kg/ha ha t kg/ha

ABACAXI (3) 250 5.000 20.000 125 2.500 20.000 125 2.500 20.000

ARROZ DE

SEQUEIRO(5) 15.000 40.500 2.700 14.500 39.150 2.700 10.400 28.080 2.700

ARROZ DE

SEQUEIRO 7.140 12.852 1.800 7.497 13.495 1.800 71.20 12.816 1.800

BANANA 470 11.862 17.599 470 8.271 17.599 470 8.271 17.599

CACAU DE

TERRA

FIRME

5 4 800 5 3 600 5 3 600

COCO 50 1.000 20.000 50 1.000 20.000 50 1.000 20.000

CUPUAÇU 330 624 1.891 330 624 1.891 330 624 3.000

FEIJÃO

CAUPI (4) 724 485 670 580 386 666 700 510 729

FEIJÃO

PHASEOLUS 200 120 600 160 96 600 170 102 600

MANDIOCA 15.000

180

mil 12.000 18.700

243,1

mil 13.000 20.000

260

mil 13.000

MILHO (1ª

Safra) 1.650 3.300 2.000 1.733 3.466 2.000 1.900 3.420 1.800

MILHO (5) 4.000 16.800 4.200 4.600 22.080 4.800 4.000 14.400 4.800

PIMENTA DO

REINO 90 225 2.500 90 225 2.500 197 493 2.500

SOJA 15.000 36.000 2.400 17.250 46.575 2.700 18.000 48.600 2.700

TOTAL 84.032 90.417 71.603

Fonte: IBGE-GCEA-PAM-LSPA 998/2009

Elaboração: SAGRI/GEEMA

Nota:

(1) Produção em mil frutos e Rendimento em frutos/ha, até 2000;

(2) Produção em mil cachos e Rendimento em cachos/ha, até 2000;

(3) Em mil frutos.

(4)(Vigna e Vigna Mecanizada)

(5)(Mecanizado)

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Tabela 13 - VALOR PERCENTUAL DA PRODUÇÃO DA CULTURA PERMANENTE

EM SANTARÉM - 2008

Produto Valor percentual

Banana 33 %

Laranja 27 %

Pimenta do reino 18 %

Coco 07 %

Urucu 06 %

Maracujá 05 %

Mamão 04 %

Fonte: IBGE/PAM 2009

Elaboração: IDESP\SEPOF

4.3.4. Comércio

As atividades comerciais de Santarém realizam-se em dois

sentidos: através da importação de insumos e produtos industrializados

do Centro-Sul do País e do mercado regional (Belém, Manaus e

Macapá) e através da circulação e comercialização da produção local,

que atende o mercado interno e o regional.

O segmento das micro e pequenas empresas comerciais,

conforme dados da Receita Federal, de março de 2006, somam 3.605

unidades de um total de 6.444 empresas e instituições cadastradas no

CNPJ em Santarém (indústrias, comércio, serviços, órgãos públicos,

cooperativas, organizações sociais etc.), sendo que 3.291 estão na

ativa.

De acordo com pesquisa realizada em 2008, pelo Centro de

Estudos Avançados da Amazônia – CEAMA, os estabelecimentos do

comércio varejista em Santarém totalizam 3.550 mercearias, 12 grandes

supermercados, 214 kit box e 85 mini box. No ramo atacadista existem

212 estabelecimentos.

O setor de Comércio e Serviços destaca-se na composição do

PIB municipal conforme dados do IBGE, através de sua Diretoria de

Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais apresentado na tabela.

Ele corresponde a 77% do Produto Interno Bruto de Santarém e é um

segmento que tem profunda e histórica dependência com os setores da

agropecuária e indústria.

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Tabela 14 - PRODUTO INTERNO BRUTO DE SANTARÉM

Produto Valor percentual

Serviço 77 %

Indústria 14 %

Agropecuária 09 %

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais, 2009

O segmento de comércio e serviços registrou o maior saldo de

empregos na economia local de acordo com os dados do cadastro geral

de empregados e desempregados do Ministério do Trabalho constantes

na tabela 29. O comércio foi o que gerou mais empregos em 2009, com

resultado de 3.562 contratações. No entanto nesse mesmo ano 3.644

trabalhadores foram desligados, apresentando variação negativa no

saldo de empregos, o mesmo acontecendo com o setor de serviços. Em

2008 o segmento serviços abriu 2.643 postos de trabalho e em 2009

esse valor foi reduzido para 1.913.

A construção civil que se destacou com a abertura 1.356 vagas

em 2008, não teve desempenho positivo em 2009 com apenas 863

novos empregos e desligamentos de 1.103 postos de trabalho, com

variação negativa de 13,33%. O setor agropecuário fechou 2009 com

saldo positivo de 3,62%, gerando 268 empregos segundo as estatísticas

de emprego do CAGED.

4.3.5. Turismo

Santarém apresenta vocação natural para o ecoturismo, o

turismo de base comunitária, o turismo de praias, o turismo histórico e

cultural, o turismo gastronômico, o turismo religioso e o turismo de

aventura. Também apresenta grande potencial para desenvolver outros

segmentos como o turismo de eventos e negócios.

Considerada oficialmente pelo Ministério do Turismo como uma

Cidade Turística desde 1998, Santarém tem bons indicadores e

qualidades para desenvolver os diversos segmentos do turismo A oferta

de infra-estrutura turística é representada pelos hotéis com boas

condições de recepção e hospedagem, pousadas, aeroporto

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internacional, restaurantes, porto com calado para receber navios

transatlânticos, agências de viagem, sistema de segurança pública, setor

de comunicações, agências bancárias, lojas de artesanato, serviços de

transporte, serviços e equipamentos de lazer etc.

É imensa a capacidade do segmento turístico em gerar emprego

e renda, fomentar a economia de outros setores, desenvolver a

economia solidária nas comunidades, fortalecer a identidade cultural das

populações, contribuir para a preservação do patrimônio histórico e

cultural, movimentar grande volume de recursos financeiros, melhorar as

relações humanas entre os povos, viabilizar o aproveitamento racional

dos recursos naturais, internalizar a riqueza, e contribuir para a

preservação ambiental.

Além do desenvolvimento do turismo, o município de Santarém

vive momentos de expectativas no contexto socioeconômico, cultural e

político: o movimento em torno da criação do Estado do Tapajós; a

construção do Centro de Referências e Tradições Turísticas e Culturais

do Tapajós, a implantação da Zona de Livre Comércio e de um Distrito

Industrial; o asfaltamento da BR 163 (Santarém-Cuiabá), a instalação da

ZPE (Zona de Processamento de Exportação); o ZEE (Zoneamento

Econômico-Ecológico) da Região Oeste do Pará e do Município de

Santarém etc.

4.4. Passivos Ambientais

Segundo o Relatório PRIMAZ (1996), as áreas desmatadas -

que representam aquelas áreas de onde foi retirada a cobertura florestal,

em geral florestal densa de terra firme e que, atualmente, começam a

ser ocupadas com vegetação secundária, de pequeno e médio porte,

passando a constituir capoeirões, representam uma superfície com

cerca de 4.170 km², correspondendo a 15,73% da área do município.

As duas Reservas Florestais do município são a Floresta

Nacional do Tapajós (FLONA TAPAJÓS) e a Reserva Florestal do

Palhão, além de uma extensa área reflorestada, situada ao norte da

FLONA, aqui denominada Área de Reflorestamento de Belterra. Há,

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51

ainda, a Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, localizada a oeste de

Santarém, que apresenta características de floresta secundária em

áreas onde já se efetivou a intervenção humana, podendo ser acessada

somente por via fluvial, e possui ricos complexos ecológicos com grupos

de vegetação distinta como floresta densa, com árvores e palmeiras de

25 a 35 metros de altura.

A Floresta Nacional do Tapajós, área com amplo predomínio de

Floresta Densa de Terra Firme, atualmente sob jurisdição do IBAMA, foi

criada pelo Decreto Federal Nº 73.684, de 19 de fevereiro de 1974. Está

localizada na porção central do município, entre a margem direita do rio

Tapajós e a BR-163, caracterizando uma faixa no sentido Norte-Sul. No

espaço municipal considerado, compreende uma área com cerca de

2.560 km² (1.515,00 km² em Santarém e 1.043,00 km² em Belterra), que

corresponde a 9,65% do total. Sua vegetação que margeia o rio compõe

um interessante contraste diante das areias claras das praias e as

formações rochosas. Abrange uma área de 600 hectares, constituindo

um ecossistema de floresta tropical densa, com relevo ondulado e

intrincada teia de igarapés e rios, além de cachoeiras de águas límpidas.

A Reserva Florestal do Palhão foi criada pelo Governo do

Estado, através do Decreto Nº 6.063, de 3 de março de 1968. Está

localizada na porção nordeste do município, próximo à hidrelétrica de

Curuá-Una, no km 64 da rodovia PA-370. Ocupa uma área de 11,72

km², medida e demarcada pelo INCRA, que corresponde a cerca de

0,044% de todo o espaço municipal, e apresenta áreas antrópicas

adjacentes. Sua vegetação compreende espécies de árvores nobres tais

como o pau amarelo, a maçaranduba, o cedro, a andiroba, o jatobá e

angelim; é também ocupada por rica fauna.

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52

5. DIAGNÓSTICO DO PROJETO DE ASSENTAMENTO

AGROEXTRATIVISTA DO EIXO FORTE

5.1. Condições Físicas e Edafoclimáticas do PAE Eixo Forte

5.1.1. Relevo

Tomando como base principal o laudo agronômico do PAE Eixo

Forte, a topografia se apresenta de forma bem diversificada, variando do

Relevo Plano ao Relevo Forte Ondulado, com predominância do relevo

Plano, não oferecendo, portanto, restrições sob esse aspecto, para

prática da agricultura e pecuária tradicional.

Tabela 15: CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO DO PAE EIXO FORTE

Classe de Relevo

Classes de Declividade

% Graus

Plano 0 - 5 0 - 2,9

Suave ondulado 5 -10 2,9 - 5,7

Ondulado 10 -15 5,7 - 8,5

Muito ondulado 15 – 25 8,5 – 14

Forte ondulado 25 – 47 14 – 25

Áreas de uso restrito 47 – 100 25 – 45

Área de preservação permanente >100 >45

Fonte: ZEE do estado do Pará, 2011 (CPRM, 2004)

5.1.2. Solos

No Projeto de Assentamento PAE Eixo Forte os solos

identificados são os seguintes:

Tabela 16 - TIPOS DE SOLOS

Símbolo Classe de solos Área (Km²) %

Latossolo Amarelo

LA Latossolo Amarelo 4.999,53 29

Argissolo Amarelo

PA Argissolo Amarelo 6.637,86 38

Neossolo Quartzarênico

RQg Neossolo Quartzarênico Hidromórfico 1.111,56 7

RQ Neossolo Quartzarênico 4.526,61 26

Total 17.275,56 100,00

Fonte: EMATER/PA, 2011

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53

Os Latossolos Amarelos são solos em geral profundos e bem

estruturados, sempre ácidos, nunca hidromórficos, ou seja,

desenvolvidos em condições de excesso d'água, sob influência de lençol

freático, porém são pobres em nutrientes para as culturas. São solos

que sofreram intemperização intensa dos constituintes minerais

primários, e mesmo secundários menos resistentes, e concentração

relativa de argilominerais resistentes e/ou óxidos e hidróxidos de ferro e

alumínio.

Os Argissolos Amarelos compreendem solos minerais não

hidromórficos, com baixos teores de Fe2O3 (na grande maioria menor

do que 7%), de coloração amarela – bruno amarelado a bruno forte.

Estes solos são profundos, apresentando um nível maior de coesão das

partículas no topo do horizonte B, influenciando o comportamento

desses solos quando utilizados com agricultura, diminuindo a percolação

d’água e dificultando a penetração das raízes das plantas cultivadas.

São apropriados para silvicultura. O relevo onde ocorrem varia de plano

e suave ondulado a ondulado, com nula/ligeira a moderada

suscetibilidade à erosão.

Neossolos Quartzarênicos são solos sem contato lítico (refere-se

à presença de material mineral extremamente resistente subjacente ao

solo, cuja consistência é de tal ordem que mesmo quando molhado torna

a escavação com a pá reta impraticável ou muito difícil e impede o livre

crescimento do sistema radicular e circulação da água) dentro de 50 cm

de profundidade, apresentando textura areia ou areia franca em todos os

horizontes até, no mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da

superfície do solo ou até um contato lítico. São essencialmente

quartzosos, tendo nas frações areia grossa e areia fina 95% ou mais de

quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de minerais

primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo). São solos em

via de formação, seja pela reduzida atuação dos processos

pedogenéticos ou por características inerentes ao material originário.

A situação do Eixo Forte reflete um erro cometido com

freqüência no processo de ocupação da Amazônia. A floresta

exuberante passa aos leigos a falsa impressão de que está assentada

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em solos ricos e bem estruturados, responsáveis pela manutenção de

toda aquela massa verde. No entanto, a própria floresta, resultado de um

processo evolutivo lento e sustentável, é a responsável pela sua

nutrição, a partir da decomposição do material orgânico produzido pela

própria floresta. Eliminada essa fonte, os solos se apresentam pobres e

sensíveis ao rigoroso regime hídrico da região, suscetíveis a processos

de erosão e lixiviação, drenando os já reduzidos estoques de reservas

minerais disponíveis para as plantas.

5.1.3. Recursos Hídricos

O PAE Eixo Forte apresenta uma rede hidrográfica bem

significativa, em parte é servido pelo Rio Tapajós e sendo também berço

de 3 (três) microbacias que alimentam os lagos do Juá (próximo a

Comunidade de Santa Maria), do Taparí (na comunidade de Ponta de

Pedras) e Lago Verde (em Alter-do-Chão), conforme Mapa A1. Embora

os três lagos estejam localizados fora da área do assentamento, os

igarapés que os alimentam ficam, praticamente em toda sua totalidade,

no interior do assentamento, e representam importante fonte de renda

para muitas famílias de assentados, que nesses lagos praticam a pesca

de subsistência.

Existem diversos conflitos em relação ao uso dos recursos

hídricos no PAE. Devido à ocupação desordenada que vem ocorrendo

através dos tempos, existe a presença de residências, balneários,

barragens, criação de animais e retirada de vegetação ciliar às margens

dos igarapés, principalmente os igarapés do Cucurunã e São Braz.

Figuras 01 e 03 - BALNEÁRIOS EM APP COMUNIDADE VILA NOVA

Fonte: EMATER/PA

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55

Dentre os principais conflitos em relação ao uso do recurso

hídrico é destacada a existência do Sistema Penitenciário, Centro de

Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura, que comporta

aproximadamente 700 pessoas e despeja os efluentes produzidos,

diariamente, no leito do Igarapé do Cucurunã. Esse fato vem

impossibilitando o uso do recurso hídrico para qualquer finalidade. Além

disso, essa contaminação chega ao Lago do Juá, que é fonte de renda e

subsistência das comunidades próximas e, portanto, ampliando a

magnitude desse impacto.

Figura 04 - BARRAGEM DA PENITENCIÁRIA SILVIO HALL DE MOURA

Fonte: EMATER;PA

As barragens também provocam impactos significativos nos

mananciais, pois essas instalações diminuem a quantidade de água,

tanto pelo assoreamento do leito de igarapés quanto pela modificação

do curso de igarapés, ao mesmo tempo, provocam a diminuição da

qualidade da água, pois ocorre o despejo demasiado de ração, ou seja,

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56

é despejada grande quantidade de nutrientes na água, culminando na

eutrofização1 dos corpos hídricos.

Em relação às águas subterrâneas, o PAE esta localizado sobre

um dos maiores lençóis freáticos do mundo, que é o aqüífero de Alter-

do-Chão. O Aquífero Alter do Chão é uma reserva de água subterrânea

localizada sob os estados do Pará, Amapá e Amazônia. Abastece a

totalidade de Santarém e quase a totalidade de Manaus através de

poços profundos. Dados iniciais revelam que sua área é de 437,5 mil

km2 com espessura de 545 m. Pesquisadores da Universidade Federal

do Pará desenvolvem estudos que podem revelar que o aquífero pode

ser maior que o calculado inicialmente, passando inclusive a ser maior

que o Aquifero Guarani. Com 86 mil quilômetros cúbicos, o aquifero é

suficiente para abastecer em aproximadamente 100 vezes a população

mundial.

Figura 05 - MICROSSISTEMA DE ABASTECIMENTO DA COMUNIDADE DO CUCURUNÃ

Fonte: EMATER/PA

Existem 07 (sete) microssistemas de abastecimento nas

seguintes comunidades: Cucurunã, São Braz, Vila Nova, Santa Rosa,

Ponta de Pedras, Irurama e São Pedro, contudo esses microssistemas

não são suficientes para atender a demanda dessas comunidades

1 Eutrofização – Processo causado pelo excesso de nutrientes em corpos d água, provocando a proliferação demasiada de algas e organismos aquáticos, prejudicando a qualidade natural da água.

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precisando do aumento de suas redes, assim como, a necessidade de

instalações de outros microssistemas em outras comunidades.

Existem também 02 (duas) empresas particulares que captam

água mineral no assentamento uma na comunidade de Cucurunã e outra

em Santa Rosa, sendo que essas não contribuem com nenhum tipo de

apoio e/ou royalties para o assentamento pelo do uso do recurso.

5.1.4. Flora

Considerando que a região já vem sendo ocupada há tempos, a

vegetação existente atualmente, é basicamente formada por capoeiras,

ou seja, vegetação secundária em diversos estágios de sucessão,

conforme tabela abaixo, além de Floresta Ombrófila Densa Submontana,

com sua mata perenifólia, sempre verde e sua vegetação densa e

arbustiva e Savanas.

Tabela 17 - VEGETAÇÃO

Vegetação Área (Hectares) Porcentagem

Culturas Cíclicas 21,00 0,122%

Floresta Ombrofila Densa Submontana 2.068,61 11,977%

Floresta Ombrofila Densa Submontana Dossel Emergente

964,79 5,586%

Floresta Ombrofila Densa Terras Baixas Dossel Emergente

1.263,10 7,313%

Savana Arborizada sem floresta-de-Galeria 0,73 0,004%

Savana Floresta 1.747,56 10,118%

Savana Parque sem Floresta de Galeria 147,41 0,854%

Vegetação secundária sem Palmeiras 9.080,39 52,575%

Savana Parque com Floresta de Galeria 1.977,67 11,451%

TOTAL 17.271,27 100%

Fonte: EMATER/PA, 2011

Devido o manejo tradicional da vegetação, de preparo de área

com queima e de agricultura itinerante e também considerando a baixa

fertilidade natural dos solos existentes, pode-se afirmar que muitas

riquezas vegetais foram desperdiçadas e que o tempo de regeneração

natural das capoeiras é lento, dificultando a prática da agricultura

tradicional. Porém, algumas espécies importantes, identificadas através

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de questionários aplicados aos assentados e das oficinas coletivas,

ainda estão presentes nessas áreas, relacionadas a seguir.

Fonte: EMATER/PA

Segundo o gráfico a seguir, algumas ainda são encontradas com

certa abundância e tem importante valor econômico dentro das

atividades extrativistas cotidianas dos assentados, como exemplo, a

Castanha-do-Pará, Andiroba, Copaíba, Cumaru e Pau d’Arco.

Tabela 18 - ESPÉCIES VEGETAIS

Nome comum Nome Científico

Andiroba Carapa guianeses

Barbatimão Stryphnodendro barbatiman Mart.

Sucuba Himatanthus sucuuba

Massaranduba Persea pyrifolia

Jatobá Hymanea courbaril

Sapucaia Lecythis pisonis

Seringueira Hevea brasiliensis

Jacarandá Jacaranda cuspidifolia

Marfim Balfourodendron riedelianum

Fava Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke

Sucupira Bowdichia SP

Pau D`arco/Ipê Tabebuia SP

Pau Rosa Aniba rosaeodora Ducke

Muiracatiara Astronium lecointei Ducke

Mogno Swietenia macrophylla King

Jarana Lecythis latifolium (AC. Smith) Rich

Itaúba Mezilaurus itauba – Meissn – Taub.

Freijó Cordia sp.

Cumaru Dipterix odorata Willd.

Copaíba Copaifera reticulata Ducke

Cedro Cedrelinga catenaeformis Ducke

Castanha do Pará Bertholetia excelsa

Acapu Vouacapoua americana Aubl.

Aquariquara Minquartia guianensis Aubl.

Angelim Dinisía excelsa

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Fonte: EMATER/PA

Das espécies identificadas algumas estão na lista do IBAMA de

espécies ameaçadas de extinção, a saber:

Bertholletia excelsa HBK. LECYTHIDACEAE. Nome popular:

“castanheira”, “castanheira-do-brasil”, (Amazonas, Pará,

Maranhão, Rondônia, Acre). Categoria: Vulnerável (V);

Aniba roseodora Ducke. LAURACEAE. Nome popular: “pau-rosa”

(Amazonas, Pará). Categoria: Em perigo (E);

Swietenia macrophylla King. MELIACEAE. Nome popular:

“mogno”, “águano”, “araputangá”, “caoba”, “cedroaraná”. (Acre,

Amazonas, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Maranhão).

Categoria: Em perigo (E). Destas o Pau Rosa e o Mogno são as

que correm mais risco devido sua exploração ter sido mais

intensa no passado.

1,8%

1,6%

3,0%

0,8%

14,2%

4,2%

2,6%

13,8%

2,2%

0,5%

9,8%

7,9%

1,7%

0,5%

0,7%

10,7%

1,8%

2,2%

0,7%

3,1%

0,7%

0,4%

0,8%

0,3%

0,9%

0,1%

12,9%

Sucupira

Angelim

Aquariquarica

Acapu

Castanha do Pará

Cedro

Copaíba

Cumaru

Fava

Freijó

Itaúba

Jarana

Mogno

Muiracatiara

Pau Rosa

Pau D'arco

Sucupira

Fava

Marfin

Jacarandá

Seringueira

Sapucaia

Jatobá

Massaranduba

Sucuba

Barbatimão

Andiroba

Figura 06 - ESPÉCIES FLORESTAIS DO PAE EIXO FORTE

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60

5.1.5. Fauna

Na região do Eixo Forte, ao longo dos anos, as pessoas

removeram grandes áreas de mata, afetando a flora e fauna local e

diminuindo significativamente o território dos animais silvestres. A

denominação animais silvestres se refere a todos os animais nativos da

região, como também aos migratórios, isto é, aqueles que passam uma

parte do seu ciclo de vida em território nacional.

Com a diminuição da área, esses animais necessitam sair de

seu ambiente natural à procura de alimento, entram em contato com

seres humanos, sendo capturados ou até mesmo mortos. Realizam,

eventualmente, ataques a rebanhos e a animais domésticos na zona

rural, já que suas presas naturais não mais existem na região.

Os seres vivos têm direitos, inclusive os animais silvestres, que

contam com proteção legal. Contudo, muitas vezes, estas leis são

desconhecidas e ignoradas. Segundo a Constituição Federal de 1988,

no artigo 225 e a Lei nº 9605 de 1998, matar, perseguir, caçar, apanhar

e utilizar "animais silvestres, nativos ou em rota migratória” é crime

ambiental punido através de detenção e multa, podendo ser aumenta

dependendo das circunstâncias nas quais o crime for realizado. Além da

lei, muitas instituições e pessoas assumem o compromisso de proteger

as espécies silvestres e manifestam sua responsabilidade ambiental.

A integração do ser humano com a Natureza é tão importante

quanto à integração dos seres humanos entre si. Quando entendemos

que somos parte e não proprietários da Natureza, iniciamos a

caminhada rumo a um mundo mais justo e sustentável.

De acordo com os agricultores, foram observadas as seguintes

espécies mais freqüentes quanto à fauna existente no PA, conforme a

tabela abaixo:

Tabela 19 - ESPÉCIES DA FAUNA

Nome comum Nome Científico

Gavião Rupornis magnirostris

Caititu Tayassu tajacu

Quati Nasua nasua

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Gato Maracajá Leopardus wiedii

Preguiça Bradypus infuscatus

Mucura Didelphis marsupialis

Tucano Ramphastes toco

Veado Mazama SP Jabuti Testudo tabulata

Tatu galinha Dasypus SP

Periquito Nannopsittaca dachilleae

Paca Agouti paca

Onça Panthera onça

Macaco Cebus Kaapori

Mutum Pauxi tuberosa

Cutia Dasyprota azarae

Cobra Bothrops asper

Capivara Hydrochoerus hydrochaeris

Arara Ara chloroptera

Anta Tapirus terrestris

Fonte: EMATER/PA

A vegetação é um dos componentes mais importantes para

manutenção da vida silvestre, na medida em que seu estado de

conservação e continuidade define a existência ou não de habitats para

as espécies, a manutenção de serviços ambientais ou mesmo o

fornecimento de bens essenciais a sobrevivência das populações.

Segundo os agricultores, os efeitos ocasionados pela ação do

homem, principalmente no que diz respeito à caça predatória e ao

desmatamento indiscriminado das espécies florestais nativas, já podem

ser notados com a diminuição do número de algumas espécies nativas

dessa região. No gráfico a seguir esta uma relação dos animais mais

mencionados nos levantamentos de campo.

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62

Fonte: EMATER/PA

5.1.6. Uso do Solo e Cobertura Vegetal

Segundo o mapa A2, as seguintes categorias de uso do solo

identificadas no PAE Eixo Forte são: Área sob influência, Capoeira,

Corpos d’água, Floresta Impactada, Pastagem,

Pastagem+Agricultura+Capoeira, Pastagem + Capoeira e Savana.

Tabela 20 - USO E COBERTURA DO SOLO

Fonte: EMATER/PA (2010)

0,09%

7,60%

1,92%

13,82%

8,60%

1,13%

13,15%

1,28%

10,01%

10,01%

3,05%

12,02%

7,05%

8,15%

0,15%

0,31%

0,37%

0,95%

0,18%

0,18%

Anta

Arara

Capivara

Cobra

Cotia

Mutum

Macacos

Onça

Paca

Periquito

Tatu

Jabuti

Veado

tucano

mucura

preguiça

Gato …

Quati

Catitu

Gavião

Figura 07 - ESPÉCIES DA FAUNA DO PAE EIXO FORTE

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A predominância do uso e cobertura do solo é de capoeira que

ocupa 38,78% do espaço territorial do assentamento, seguido pela

pastagem+agricultura+capoeira com 22,40% e 15,78% de floresta

impactada, isso demonstra que a área do assentamento vem sendo

intensamente antropizada ao longo do tempo, sendo principalmente a

agropecuária itinerante familiar a principal atividade responsável pela

configuração espacial atual.

A presença de 9,71% de Savanas, vegetação bem diferente de

uma Floresta Equatorial, pode ser justificada pela pouca presença de

corpos hídricos e pela característica de solos pouco férteis, por isso,

essa vegetação é menos utilizada para agricultura, mas tem grande

importância no que diz respeito à biodiversidade, pois comporta

inúmeras espécies com potencial extrativista, como é o caso do

barbatimão, folha de lixa, sucubeira, piquiá, muruci e etc.

Áreas de pastagem+capoeira e de pastagem aparecem no

gráfico com presença em 8,65% e 1,67% respectivamente, pode-se

entender que nesses locais estão principalmente produtores de médio e

grande porte que possuem áreas privadas, uma vez que essa atividade

não é identificada como uma pratica comum conforme a composição da

renda do assentamento no item 22.0, ou seja, estão dentro da área do

assentamento, mas não pertence ao assentamento e por isso, não são

de uso coletivo.

A área de influência existente é de apenas 2,77%, essas áreas

contemplam centros comunitários e núcleos populacionais,

consecutivamente, onde há maior população, essa informação pode

significar o baixo índice demográfico do assentamento, contudo, mostra

que apesar desse fato, boa parte do assentamento já foi utilizado por

atividade agropecuária.

Embora o assentamento seja o berço de 3 (três) microbacias, a

microbacia do Juá, a microbacia do Taparí e a Microbacia de Alter-do-

Chão, apenas poucas áreas são contempladas por esse recurso, pois

trata-se, na maioria dos casos de leitos de pequeno porte, somando

0,26% em relação a área total do assentamento.

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64

5.1.7. Reserva Legal e Área de Preservação Permanente

A análise do mapa B1 confirma o comentário no item anterior, as

Áreas de Preservação Permanente (APP) do assentamento somam

apenas 586,97 ha ou aproximadamente 3,4 % da área total, dos quais,

em diversos pontos desses mananciais encontram-se degradados,

significa que além do assentamento ser pouco irrigado por mananciais,

esses, tem sido mal aproveitado, cabendo então um programa

específico para recuperação dessas áreas e preservação das áreas

remanescentes.

É encontrado no PAE, principalmente nas Comunidades de

Cucurunã e São Braz, atividade mineradora para retirada de areia, seixo

e pedras para construção civil, em APP´s (morros). Essas atividades

podem ser vistas logo na entrada do PAE, que após o termino da

extração, essas áreas são abandonadas deixando áreas significativas

em avançado estágios de degradação, para complementar, essa

atividade é a principal responsável pela geração de áreas degradadas

no assentamento, sem que nenhuma punição ou compensação seja

tomada pelos danos gerados.

Figuras 08 e 09 - EXTRAÇÃO DE AREIA EM APP NA COMUNIDADE DE

CUCURUNÃ.

Fonte: EMATER/PA

A área total do PAE Eixo Forte é de 17.272,94 ha (incluindo

propriedades com Título Definitivo) e está disponibilizado para o manejo

um total de 16.685,97 ha, sendo que, as Áreas de Reserva Legal (ARL)

de uso coletivo somam 8.636,47 ha, aproximadamente 52% da área

disponível.

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65

Segundo o inc. I do art. 16 da medida provisória nº 2166, de 24

de agosto de 2001, toda propriedade rural localizada na Amazônia

Legal, deverá destinar no mínimo 80% de suas terras à Reserva Legal.

De acordo com o Código Florestal Brasileiro, Lei nº 4.771, de 15

de setembro de 1965, alterado pela medida provisória nº 2.166-67, de 24

de agosto de 2001, “Reserva Legal é uma área localizada no interior de

uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação

permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à

conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da

biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora”.

Entretanto, considerando o art. 3º do decreto 2.099, de 25 de

Janeiro de 2010, para a constituição da Reserva Legal, deve ser

observadas as hipóteses de aumento ou diminuição estabelecidas nos

respectivos Zoneamentos Ecológicos-Econômicos – ZEE. Em seu § 1º

considera que, o produtor localizado na área de consolidação do ZEE,

com supressão florestal realizada até o ano de 2006, poderá averbar a

sua reserva legal, para efeito de recomposição, em percentual de 50%.

Portanto, como o PAE Eixo Forte estando localizada dentro da

área de abrangência do ZEE da BR 163, a sua respectiva ARL

contempla uma área maior que o mínimo exigido legalmente,

significando que, a prioridade de ações que serão desenvolvidas tem

cunho sócio-ambiental e direcionadas para o manejo sustentável do

assentamento, seguindo como norma orientadora o Plano de Utilização

(PU) do PAE Eixo Forte.

5.1.8. Estratificação Ambiental dos Agro-Ecossistemas

De acordo com Toewns (1987) apud Cunha & Holanda (2007),

define agroecossistemas como "entidades regionais manejadas com o

objetivo de produzir alimentos e outros produtos agropecuários,

compreendendo as plantas e animais domesticados, elementos bióticos

e abióticos do solo, rede de drenagem e de áreas que suportam

vegetação natural e vida silvestre. Os agroecossistemas incluem, de

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66

maneira explícita o homem, tanto produtor como consumidor tendo, pois,

dimensões socioeconômicas, de saúde pública e ambiental".

Conhecer os sistemas agro-ambientais ou unidades da

paisagem leva a possibilidade de construção de sistemas sustentáveis

de produção, é na identificação dessas unidades/estratos que se tem

uma das ferramentas para um planejamento agro-ambiental especifico

para um dado local, para conseguir explorar de forma sustentável a área

a ser destinada à criação de um projeto de assentamento rural.

Foram identificados os sistemas agro-ambientes ou agros-

ecossistemas existentes do PAE Eixo Forte. Para isso foi realizado uma

estratificação ambiental unificando características de vegetação, solo

(pedologia), fertilidade e relevo (geomorfologia), utilizando as

informações contidas no ZEE da área de influência da BR-163 e o

Diagnóstico Ambiental Participativo. Com isso foram identificados os

sistemas agro-ambientais com diferentes características, cujas

informações estão e quantitativos estão na Figura e na Tabela a seguir.

Tabela 21 - SISTEMAS AGRO-AMBIENTAIS DO EIXO FORTE

Sistemas

Agro-

Ambientais

Descrições

Área (ha)

Área

(%)

I Ambientes com Florestas Secundárias, Pedologia

Argiloso Amarelo, Com Baixa disponibilidade de

nutrientes Planos e Suavemente Ondulado

4.860,49 28

II Ambientes com Florestas Secundárias, Pedologia

Neossolo Quatzarênico, Baixa disponibilidade de

nutrientes Planos e Suavemente Ondulados.

483,86 3

III Ambientes com Floresta Secundária, com

Latossolos Amarelos, Baixa disponibilidade de

nutrientes Planos e Suavemente Ondulado

3.736,03 22

IV Ambientes com Floresta densa com pedologia

Neossolo Quartezarênico, Baixa disponibilidade de

nutrientes Planos e Suavemente Ondulados

1.286,91 7

V Ambientes de Floresta Densa, com Pedologia

Argiloso Amarelo, Baixa disponibilidade de

nutrientes Planos e Suavemente Ondulado

2.688,40 16

VI Ambientes de Savana, com pedologia neossolo

quatzarênico, Baixa disponibilidade de nutrientes

Planos e Suavemente Ondulado

3.605,69 21

VII Ambientes com Floresta Densa, com Pedologia

Latossolo Amarelos, Baixa Disponibilidade de

Nutrientes Planos e Suavemente Ondulado

321,18 2

VIII Ambientes Savanados com predominância de

pedologia Argiloso Amarelo, Baixa disponibilidade

0 0

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67

de nutrientes Planos e Suavemente Ondulado

IX Ambientes Savanados com predominância de

Pedologia Latossolos Amarelos, Baixa

disponibilidade de nutrientes Planos e Suavemente

Ondulados

266,95 1

X Ambientes com Predominância de Culturas

Cíclicas, com latossolos Amarelos

21,00 0

Total 17.270,51 100

Fonte: EMATER/PA, 2011

De modo geral, a caracteristica predominate de

Agroecossistemas são de áreas planas e suavemente onduladas em

relação ao relevo e, de baixa disponibilidade de nutrientes em relação a

fertilidade do solo.

A predominancia de sistemas agro-ambientais é do tipo I, sendo

esses de florestas secundárias e solo argiloso arenoso de que abrange

um total de 28% da área do assentamento. O 2º agro-ambiente mais

encontrado, também é de floresta secundária, mas de latosolos

amarelos, somando 22%, enquanto que as áreas de florestas

secundárias com neossolo quartzarênico abrangem apenas 3% da área

total.

O agro-ambiente savanado como pedologia neossolo

quartizarênico também é encontrado de forma significativa, são áreas

localizadas principalmente próximas ao Rio Tapajós e representa 21%

da área total do assentamento, porém as savanas com latossolos

amarelos contempla 1% desse mosaico.

Sistemas Agro-ambientais com floresta densa de solos argiloso

amarelo são encontrados em 16% e, com neossolos quartazrênicos em

7% e com latossolo amarelo em 2% da área total do assentamento.

5.1.9. Capacidade de Uso do Solo

O Sistema FAO/Brasileiro, considera os níveis de manejo, assim

como uma estimativa da viabilidade de redução dos problemas através

do uso de capital e técnica, o que vai afetar diferentemente o grande e o

pequeno agricultor.

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68

Este sistema tem uma estrutura que permite seu ajustamento a

novos conhecimentos, inclusive adaptações regionais, sem perder a sua

unidade. Parte deste ajustamento é dada pela metodologia que sintetiza

as qualidades do ecossistema em relação a cinco parâmetros:

nutrientes, água, oxigênio, mecanização e erosão.

Também é considerada a possibilidade destes parâmetros terem

suas características alteradas pelo agricultor. Para isso, são

considerados os diferentes níveis de manejo, de acordo com a

tecnologia empregada.

Portanto, este sistema de classificação é interessante

principalmente pela importância dada às diferenças sócio-econômicas

das diferentes regiões do Brasil, através da consideração dos diferentes

níveis de manejo. Hoje, um solo que, em seu estado natural, não

favorece o uso agrícola, pode vir a ser um excelente solo para este fim

desde que empregadas algumas das tecnologias atualmente existentes.

Para um solo ideal, todos os parâmetros deveriam ser

totalmente favoráveis, não havendo deficiência de nutrientes, de água,

de oxigênio, nem suscetibilidade à erosão, nem impedimentos à

mecanização.

Entretanto, a existência de um solo ideal é apenas uma

suposição para efeitos de comparação, pois, na realidade, este solo não

existe. Todo solo apresenta algum tipo de problema, mais ou menos

relevante, relacionado a um ou mais parâmetros considerados nesta

classificação (Resende et. al., 1999).

Para a classificação da aptidão agrícola, são considerados três

níveis de manejo, estabelecidos de acordo com as práticas agrícolas,

nível tecnológico e capital utilizados na lavoura. Estes níveis de manejo

são relacionados na tabela a seguir.

Tabela 22 - APTIDÃO AGRÍCOLA DOS SOLOS DO PAE EIXO FORTE

Nível de Manejo

Práticas Agrícolas

Capital Aplicado no melhoramento e

conservação do solo e nas lavouras

Trabalho

A Refletem baixo nível tecnológico.

Praticamente não é aplicado.

Principalmente braçal. Alguma tração animal, com implementos simples.

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69

B Refletem nível tecnológico médio.

Modesta aplicação. Tração animal.

C Refletem alto nível Tecnológico.

Aplicação intensiva. Mecanização em quase todas as fases.

Fonte: (Resende et. al., 1999).

As letras A, B e C, maiúsculas ou minúsculas, indicam, portanto,

a aptidão para lavouras. A letra P, maiúscula ou minúscula, expressa a

aptidão para pastagem plantada, a letra N para pastagem natural e a

letra S para silvicultura.

A classe de aptidão é representada pela forma da letra

(maiúscula ou minúscula), e pela presença ou ausência de parênteses.

A letra maiúscula indica boa aptidão, a letra minúscula indica aptidão

regular e a letra minúscula entre parênteses representa aptidão restrita.

Além disso, na classificação de aptidão agrícola também á indicado a

qual grupo de aptidão o solo pertence. São 6 grupos, indicados por

números arábicos de 1 a 6, sendo que há um acréscimo das limitações e

diminuição da possibilidade de uso nessa ordem. Os grupos 1, 2 e 3

representam as terras com aptidão boa, regular e restrita para lavoura,

respectivamente, o grupo 4 terras com aptidão para pastagem plantada,

o grupo 5 para pastagem natural ou silvicultura e o grupo 6 aquelas sem

aptidão agrícola (Resende et. al., 1999). Os grupos e alternativas de

utilização das terras de acordo com o grupo de aptidão agrícola estão

representados na tabela 23.

Por último, cabe lembrar que no estabelecimento de valores

para os parâmetros avaliados, assim como na consideração das

possibilidades de aumentá-los ou reduzí-los, entre um grande número de

variáveis não quantificáveis, resultantes das experiências de cada

agricultor.

A interpretação da capacidade de uso do solo é uma importante

ferramenta para a utilização racional desse recurso natural

proporcionando melhorias nos sistemas agrícolas de qualquer Projeto de

Assentamento, ajudando a adotar medidas ou práticas conservacionistas

adequadas.

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70

Os métodos mais disseminados de avaliação da capacidade de

uso do solo são habitualmente aplicados para avaliação da viabilidade

técnica e econômica de uso de propriedades rurais. De acordo com

Mazzeto (2002) estes métodos privilegiam as atividades produtivas mais

intensas (de maior grau tecnológico) para as terras férteis e menos

suscetíveis a processos erosivos, enquanto para os terrenos

degradados, estéreis e/ou mais suscetíveis a processos erosivos

reservam-se as atividades de manejo sustentado ou preservação.

Tabela 23 - NÍVEL DE MANEJO E TIPO DE UTILIZAÇÃO POR GRUPO

Grupo Classe Aptidão

Nível de Manejo Tipo de utilização

A B C

Inte

nsid

ade d

as

limitaçõ

es

Aum

ento

das a

ltern

ativas

de u

so

1 Boa 1A 1B 1C Lavoura 2 Regular 2a 2b 2c 3 Restrito 3(a) 3(b) 3(c) 4 Boa 4P Pastagem plantada 4 Regular 4p 4 Restrito 4(p) 5 Boa 5N 5S Silvicultura e/ou

pastagem natural 5 Regular 5n 5s 5 Restrito 5(n) 5(s)

6 Preservação da flora e da fauna ou recreação

Sem aptidão para uso agrícola

Fonte: (Resende et. al., 1999).

De acordo com a figura 10, foram visualizados dois grupos de

solos no PAE Eixo Forte, descritos a seguir:

Fonte: IBGE dados cartográficos(2001), dados de campo modelos digitais do terreno composição coloridas

(bandas 543) imagens do sensor landsat 7 cenas 227/62,2009.

28,94%

38,39%

32,64%

0,03%

Figura 10 - CAPACIDADE DE USO DO SOLO DO PAE EIXO FORTE

1(a)bC

1(a)bC_p

6_t

Água

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71

Pode-se observar na figura 10, as porcentagens a qual cada

classe de solo esta representada, e utilizando as tabelas acima 1 e 2

consegue se interpretar o significado de cada grupo e classe:

Observa-se que 28,94% do gráfico está representado pelo

número e combinações de letras 1(a)bC, ou seja, são terras que

pertence ao grupo de aptidão 1, podem ser utilizadas para lavoura,

entretanto aptidão agrícola restrita para lavoura sob o nível de manejo A,

regulares em nível de manejo B e Boa em nível de manejo C. Isso

significa que são áreas que podem ser trabalhadas utilizando

mecanização em quase todas as fases, tendo necessidade de fazer

correção do solo.

Observa-se, também, que 38,39% do grupo 1(a)bC_p e 32,64%

correspondem à combinação 6_t. Isso significa que pertence ao grupo 6,

são terras sem aptidão para uso agrícola e deve ser destinada para

preservação da flora e da fauna ou recreação.

Os restantes 0,03% corresponde ao espelho d’água do

assentamento.

5.1.10. Análise Sucinta dos Potenciais e Limitações dos Recursos

Naturais e da Situação Ambiental do Assentamento

Avaliando o potencial dos recursos naturais existentes, pode-se

perceber que no assentamento existe pouca aptidão para uso agrícola e

ainda o fato das áreas já terem sido utilizadas durante anos, ou seja,

exaustão natural do solo, entende-se que as atividades agropecuárias

mais adequadas para serrem desenvolvidas no assentamento sejam

aquelas baseadas em princípios ecológicos de manejo, como

consórcios, sistemas agroflorestais, agricultura orgânica, associadas à

criação de animais de pequeno e médio porte.

Em relação à situação ambiental, considera-se que a qualidade

dos recursos hídricos superficiais está sendo mal utilizados com diversos

pontos com supressão da mata ciliar, assoreamentos, contaminação por

esgoto, há também a presença barragens irregulares, que diminuem a

oferta de água ao longo dos igarapés.

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72

Um dos principais problemas é a retirada de areia, seixo e

pedras para abastecer a demanda da construção civil em Santarém,

nenhuma ação tem sido tomada par regularizar essa situação, vale

mencionar, que além do dano ambiental provocado por essas

explorações, as vicinais de acesso também ficam deterioradas com a

presença constate de caminhões pesados prejudicando também pontes

e igarapés.

Mesmo diante desses fatos, o assentamento ainda é provido de

belas paisagens naturais, que precisam ser preservadas, por isso, o foco

principal do planejamento de ações é direcionado a exploração do

potencial turístico da área, pois se trata de uma atividade mais

condizente com a realidade da população local, que não depende tanto

da agropecuária, e sim de subempregos na sede da cidade de

Santarém.

Essa é uma forma de manter essa população administrando o

assentamento de forma a sustentar suas necessidades básicas,

mantendo também, o interesse da população mais jovem em se

tornarem lideranças futuras, na administração de suas organizações

comunitárias.

5.2. Organização Espacial Atual

O PAE Eixo Forte é formado por 16 (dezesseis) comunidades,

sendo estas: Cucurunã, Santa Luzia, São Francisco, São Pedro,

Pajuçara, São Braz, Ponta de Pedras, Andirobalzinho, São Raimundo,

Irurama, Santa Maria, São Sebastião, Santa Rosa, Vila Nova, Ponte Alta

e Jatobá. Segundo os levantamentos de campo, 93,6% das

propriedades existentes no PAE possuem energia elétrica.

As delimitações das comunidades estão demonstradas no na

figura 11. Apenas as comunidades onde o centro comunitário é próximo

à rodovia PA 457, possuem fácil acesso, todos os outros centros e

comunidades são ligados por vicinais que ficam em condições ruins,

principalmente no período de chuvas.

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73

Figura 11 - DELIMITAÇÃO DAS COMUNIDADES E INFRAESTRUTURA

COMUNITÁRIA

De acordo com levantamentos feitos na região, e segundo os

próprios moradores do PAE, hoje no Eixo Forte, moram efetivamente

nesta área cerca de 800 famílias em RB, distribuídas nas 16

comunidades.

Dentre um dos principais problemas existentes no

assentamento, pode-se descrever o fato de existir apenas um Posto de

Saúde em todo PAE, localizado na comunidade de São Braz, outro

problema relacionado a esse, é que as comunidades de Santa Maria,

Pajuçara e São Francisco do Carapanari não tem acesso ao posto, por

não existir uma linha de transporte que ligue direto essas comunidades,

portanto, a população dessas comunidades, quando necessitam do

Posto de Saúde tem que ir à sede da cidade de Santarém para

utilizarem serviços de saúde pública.

Como já mencionado anteriormente, apenas 7 (sete)

comunidades possuem microssistema de água encanada, são elas:

Cucurunã, Pajuçara, São Braz, São Sebastião, Vila Nova, Santa Rosa e

Irurama, sendo que essas não são totalmente abastecidas.

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74

Existem 14 (quatorze) escolas, sendo que destas, 02 são pólos

e as outras são anexas a estas; em sua maioria funcionam em prédios

de alvenaria e tem boa estrutura física para abrigar alunos e

professores; somente 1 (uma) possui o Ensino Médio, além de um

Centro de treinamento onde funciona a Casa Familiar Rural do

município.

Apenas as comunidades de Andirobal, Jatobá e Pajuçara não

possuem barracão comunitário.

Existem 4 (quatro) Cemitérios no Assentamento, sendo

necessário o planejamento para implantação de outros cemitérios, pois

no caso de São Braz, o existente já está chegando ao ponto de

saturação. Somente a Comunidade de Jatobá não possui Igreja.

Como mencionado no início, a principal dificuldade é o acesso

as comunidades distantes da Rodovia, pois as vicinais ficam muito

deterioradas no período chuvoso e durante a seca o problema continua

devido à poeira nas vias.

Há 01 (uma) biblioteca comunitária, denominada Prof.ª Cilene de

Oliveira, instalada desde 2008 na Comunidade Cucurunã que foi

planejada e construída em parceria entre a Emater, ICBS (Instituto

cultural Boanerges Sena), Associação Beneficente Água Vida,

Coordenadoria de Cultura do município e o Grupo de Apoio ao

Desenvolvimento Comunitário Sustentável - Grupo Verde. Esta atende

às crianças e jovens da comunidade e através do Projeto Ponto de

Cultura, da Secretaria de Cultura do Estado, foi contemplada com

aquisição de um computador, uma filmadora e uma máquina fotográfica

dando, com isto, suporte pedagógico em pesquisas e consultas.

Tabela24 - INFRAESTRUTURA EXISTENTE NO PAE EIXO FORTE

Comunidade

Igre

ja

Esco

la

Barr

acão

Co

mu

nit

ári

o

En

erg

ia

Elé

tric

a

Ág

ua

En

can

ad

a

Po

sto

de

Saú

de

Cem

itéri

o

OU

TR

OS

1 Andirobalzinho X X

2 Jatobá X X

3 Ponta de Pedras X X X X X

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75

4 Santa Luzia X X X UD

5 Santa Rosa X X X X X

6 São Pedro X X X X UD

7 São Raimundo X X X X

8 São Sebastião X X X X

9 Cucurunã X X X X X X

10 São Braz X X X X X X X

11 Irurama X X X X X

12 Ponte Alta X X X X

13 Santa Maria X X X X

14 São Francisco X

15 Vila Nova X X X X X X

16 Pajuçara X X X X

Fonte: EMATER/PA (2010).

Quanto às pontes e bueiros existentes no PAE, podemos

identificar que em todas as comunidades há necessidade de

manutenção desses, a fim de proporcionar segurança e melhores

condições de acesso entre as comunidades.

Tabela 25 - PONTES E BUEIROS

COMUNIDADE

QUANTIDADE

1. Andirobalzinho 01 Bueiro

2. Cucurunã 02 Pontes

3. Irurama 01 Bueiro e 01 Ponte

4. Jatobá 02 Bueiros e 01 Ponte

5. Pajuçara Não possui

6. Ponta de Pedras Não possui

7. Ponte Alta 02 Pontes

8. Santa Luzia 02 Pontes

9. Santa Maria 01 Ponte

10. Santa Rosa 01 Bueiro

11. São Braz 02 Pontes

12. São Francisco 02 Pontes e 01 Bueiro

13. São Pedro 01 Ponte

14. São Raimundo 01 Ponte

15. São Sebastião 01 Bueiro

16. Vila Nova 02 Pontes e 01 Bueiro

Fonte: EMATER/PA (2009)

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76

5.3. Situação do Meio Sócio-Econômico e Cultural

5.3.1. Histórico do Projeto de Assentamento

O PAE Eixo Forte é formado por 16 (dezesseis) comunidades,

sendo estas: Cucurunã, Santa Luzia, São Francisco, São Pedro,

Pajuçara, São Braz, Ponta de Pedras, Andirobalzinho, São Raimundo,

Irurama, Santa Maria, São Sebastião, Santa Rosa, Vila Nova, Ponte Alta

e Jatobá e os moradores do assentamento são, em sua maioria,

paraenses, outros são oriundos dos estados do Amazonas, Maranhão e

Piauí. É importante salientar que devido à proximidade do PAE com a

sede do município, esta região recebe muita influência urbana, muitos

moradores trabalham e se deslocam diariamente à Santarém, assim a

renda das famílias do PAE, é proveniente na sua maioria de salários.

Entre os anos de 2004 e 2005, o Sindicato dos Trabalhadores e

Trabalhadoras Rurais tomou a iniciativa de chamar as lideranças

comunitárias do Eixo Forte para tomarem providências a respeito de

toda a especulação sobre avanço da soja na cidade, evitando que

moradores perdessem suas áreas, o que já vinha acontecendo em

outras comunidades de Santarém, e despertar para o grande potencial

turístico existente. Com isso foi encaminhando ao INCRA, a proposta

transformar a área em um assentamento agroextrativista, como forma de

garantir a posse da terra.

Depois, o INCRA reuniu as lideranças, onde foram esclarecidos

para a população os benefícios de se criar o assentamento. Em seguida,

a proposta foi votada pelas lideranças e depois nas comunidades, a qual

teve aprovação unanime. Durante esse momento as Comunidades de

Juá, Caranazal e a Vila de Alter-do-chão, não quiseram fazer parte do

assentamento, pois entendiam que já tinham um perfil urbano.

Então, foi feito um 1º cadastro pela Prefeitura de Santarém,

sendo realizado por comunidade. Até então, não tinha um critério

definido de perfil de assentado, bastava somente morar no

assentamento e que fosse maior de 18 anos, ao mesmo tempo, o

INCRA também cadastrava as pessoas que procuravam a instituição

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77

utilizando os mesmo critérios, e assim foi feita a primeira relação de

beneficiários, contendo 1029 famílias.

Como era necessário ter uma entidade que representasse o

assentamento, foi criado um Conselho Gestor do Assentamento que

perdurou por 02 anos, onde dentro do Conselho foi criado uma

Comissão para que se pudesse abrir uma conta para receber o recurso,

depois, surgiu a necessidade de se criar uma entidade mais organizada

que pudesse representar todas as comunidades, quando foi criada a

Federação dos moradores do PAE Eixo Forte e assim esta até hoje.

A partir daí começaram a serem aplicados os primeiros créditos,

apoio inicial no valor de R$ 2.400,00 e também o crédito habitação no

valor de R$ 5.000,00, começando pela comunidade de Vila Nova, hoje

esse valor está em R$ 15.000,00, mais com proposta de ser aumentado

para R$ 20.000,00, até então existe entorno de 160 casa já construídas

e entregues aos comunitários.

Em 2006, a Federação realizou uma assembléia no sítio

Mapinguari para escolher a empresa de assistência técnica que prestaria

o serviço de atendimento ao assentamento, sendo escolhida a EMATER,

que vem realizando esse Plano de Desenvolvimento do PAE Eixo Forte.

Atualmente a Federação e o INCRA vêm buscando formas de

ajustar a relação dos beneficiários, principalmente no que diz respeito

aos funcionários públicos que moram e trabalham no assentamento,

como no caso de professores (as), para que esses possam usufruir das

linhas de créditos disponíveis.

Até então, a Federação já obteve algumas conquistas para o

assentamento, como o acesso a energia elétrica, a construção de

algumas escolas e a manutenção de ramais. O INCRA coordena o

assentamento e a EMATER desenvolve, além do PDA, diversas ações

em busca de melhorar as condições de vida dos moradores da área.

5.3.2. População e Organização Social

Durante o levantamento foi identificado que 100% dos

entrevistados do PAE Eixo Forte são formados por brasileiros. Segundo

a figura 12, a população do território do assentamento é composta na

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78

sua maioria (98,4%) por paraenses. A pequena parcela de migrantes

(1,7%) é oriunda dos estados do Amazonas (1.2%), Maranhão (0,3%) e

Piauí (0,2%).

Fonte: EMATER/PA

A média de tempo que os assentados entrevistados residem no

PAE Eixo Forte varia de 6 anos, a menor média, verificada na

comunidade de Ponte Alta, a 27 anos, os mais antigos, moradores das

comunidades de Irurama e Jatobá. Verifica-se que mais da metade

(53,33%) das famílias estão a mais de 20 anos residindo na área do

assentamento.

Fonte: EMATER/PA

Desses, verifica-se através do gráfico, que 97% dos assentados

entrevistados estão com sua documentação pessoal completa, enquanto

somente 3% apresentam pendências nesse item. O grande índice de

0,2% 1,2%

98,4%

0,3%

Figura 12 - NATURALIDADE DOS ASSENTADOS

Amazonense

Maranhense

Paraense

Piauense

21 18

27

22 23

6 11

14

22 19

27

21 20

13 14

0

15

30

Tem

po

(an

os)

Comunidade

Figura 13 - TEMPO MÉDIO QUE O ASSENTADO RESIDE NA COMUNIDADE

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79

assentados com documentação completa é relevante, pois é requisito

básico para que tenham acesso à cidadania.

Fonte: EMATER/PA

A maioria dos entrevistados (87%) consta da Relação de

Beneficiários (RB) do INCRA, enquanto que 13 % ainda não foram

incluídos. Esse é um dado importante, pois fazer parte da RB assegura

aos moradores o acesso à terra, aos créditos disponibilizados pelo

INCRA e a outros programas do governo federal.

Fonte: EMATER/PA

Com relação à população do assentamento, existe pequena

prevalência do gênero masculino (52%), contra o feminino (48%). Nas

16 comunidades do PAE Eixo Forte a distribuição da população também

apresenta equilíbrio com relação ao gênero, sendo que em oito (50%),

os homens são maioria, enquanto que em sete (43,75%) são as

mulheres maioria, e em uma (6,25%), Pajuçara, há igualdade entre

Pendência de

documentação 3%

Com toda

documentação 97%

Figura 14 - QUANTO A DOCUMENTAÇÃO

87%

13%

Figura 15 - ASSENTADOS NA RELAÇÃO DE BENEFICIÁRIOS

Está em RB

Não está em de RB

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80

homens e mulheres. A maior diferença é verificada na comunidade de

Andirobal com 67% de homens e 33% mulheres.

Fonte: EMATER/PA

Em relação ao estado civil dos entrevistados o gráfico mostra a

distribuição da população do assentamento, onde a maioria apresenta

união estável (38%), aparecendo em seguida os casados (31%) e os

solteiros (25%). Viúvos e divorciados são a minoria, 4% e 2%

respectivamente.

Fonte: EMATER/PA.

No PAE Eixo Forte a média de filhos por família dos assentados

varia de 4,7 a 2,7. Sendo que a Comunidade de Cucurunã apresenta a

maior média (4,776) e a comunidade de Santa Luzia a menor 2,737

filhos por família. Das 16 comunidades do assentamento, em sete

(43,75%) a média de filhos por família é superior a quatro, enquanto que

somente uma (6,25%) possui menos de três filhos por família. No total,

as 621 famílias entrevistadas, que residem no Assentamento, possuem

54

%

48

%

49

%

48

%

55

%

48

%

53

% 67

%

57

%

47

%

49

%

50

%

56

%

56

%

59

%

45

%

46%

52%

51%

52%

45%

52%

47%

33

% 43

% 53

%

51%

50%

44

%

44%

41

% 55

%

0,0%

15,0%

30,0%

45,0%

60,0%

75,0%

Figura 16 - DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO NAS COMUNIDADE

Masculino Feminino

25%

31%

4%

38%

2%

Figura 17 - ESTADO CIVIL DOS ASSENTADOS

Solteiro

Casado

Viúvo

União Estável

Divorciado

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2.423 filhos, com média 3,902 filhos por família. Dados importantes para

orientar os programas sociais a serem projetados para o Assentamento.

Tabela 26 - MÉDIA DE FILHOS POR FAMÍLIA NO PAE EIXO FORTE

Comunidade Nº de Famílias Nº de Filhos Média

Cucurunã 98 468 4,776

São Braz 82 293 3,573

Irurama 75 284 3,787

Santa Luzia 19 52 2,737

Ponta de Pedras 32 133 4,156

Ponte Alta 10 44 4,400

São Raimundo 10 42 4,200

Andirobal 4 18 4,500

Vila Nova 86 333 3,872

São Sebastião 32 116 3,625

Jatoba 21 71 3,381

Pajuçara 31 123 3,968

Santa Rosa 34 113 3,324

Santa Maria 50 175 3,500

São Pedro 20 80 4,000

São Francisco 17 78 4,588

Total 621 2423 3,902

Fonte: EMATER/PA

Identificou-se também que apenas pequena parcela (4%) da

população do PAE Eixo Forte é portadora de necessidades especiais.

A divisão por faixas etárias apresenta com maior concentração a

faixa dos adultos (47%), seguida pelas crianças (28%) e adolescentes

(15%), ficando os jovens e idosos iguais em 5%. Como a proporção de

idosos é ainda pequena, o PAE Eixo Forte pode ser considerado como

um assentamento jovem, no sentido de que as crianças, jovens e

adolescentes representarem a maioria.

Fonte: EMATER/PA

28%

15%

5%

47%

5%

Figura 18 - DIVISÃO DOS ASSENTADOS POR FAIXA ETÁRIA

Crianças

Adolescentes

Jovens

Adultos

Idosos

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82

A população ativa é maioria no PAE Eixo Forte, onde 68% dos

entrevistados contribuem nas atividades executadas nas propriedades, e

somente 32% não participam ativamente nas ações na propriedade,

índice que representa os idosos e crianças existentes no assentamento.

Fonte: EMATER/PA

É baixo o índice (27%) de assentados entrevistados que

possuem atividade remunerada, ficando a grande maioria (73%) sem

atividade remunerada. Devido às características do PAE Eixo Forte, o

aumento do índice dos que possuem atividade remunerada passa por se

encontrar uma forma de exploração da terra que garanta a agricultura

familiar, renda, reprodução social e permanência no campo. O modelo

não pode ser imposto de fora pra dentro e nem de cima para baixo, deve

ser instituído considerando as formações culturais e necessidades

econômicas dos assentados.

Fonte: EMATER/PA

68%

32%

Figura 19 - ASSENTADOS QUE CONTRIBUEM NAS ATIVIDADES DA PROPRIEDADE

Contribui nas atividades da propriedade

Não Contribui nas atividades da propriedade

73%

27%

Figura 20 - ASSENTADOS QUE POSSUEM ATIVIDADES REMUNERADAS

Não Participa

Tem Atividades

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83

O gráfico a seguir mostra que a origem da renda das famílias

assentadas é, na sua maioria (63%) proveniente de Salário, seguida

pelas Aposentadorias e Pensões (50%), enquanto que a Bolsa Família

representa 12% e o Seguro Defeso somente 1%. Existem famílias que

recebem mais de um tipo de benefício.

Fonte: EMATER/PA

Devido à existência de escolas municipais em todas as

comunidades do PAE Eixo Forte, mais da metade (57%) da população

possui o ensino fundamental completo, e 25% chegaram a completar o

ensino médio. Enquanto que 11% são apenas alfabetizados e 3% não

chegaram a ser alfabetizados. Com ensino superior incompleto existe

1% e, também com 1% é o índice dos que possuem ensino superior

completo. Entretanto, por já existir dentro do PAE Eixo Forte o ensino da

Casa Familiar Rural, baseada na Pedagogia da Alternância, esse

modelo pode servir como instrumento de desenvolvimento sustentável

dentro do assentamento.

Fonte: EMATER/PA

63%

12%

1%

Figura 21 - DISTRIBUIÇÃO DA RENDA DOS BENEFICIÁRIOS

Aposentadoria/Pencionista

Salário

Bolsa familia

Seguro Defeso

24%

2% 3% 11%

57%

25% 1%

1%

Figura 22 - DISTRIBUIÇÃO DA ESCOLARIDADE DOS ASSENTADOS

Sem idade

Não Alfabetizado

Alfabetizado

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior incompleto

Ensino Superior Completo

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84

A participação dos assentados entrevistados em grupos sociais

pode ser considerada baixa, onde um pouco mais da metade (52%) não

possuem ligação com nenhum grupo social. Tal fato dificulta a

identidade social e coletiva do assentamento, pois as relações de

proximidade ficam mais enfraquecidas.

Fonte: EMATER/PA

Abaixo, a relação de Comunidades localizadas no PAE Eixo Forte

e suas respectivas associações e representantes:

Tabela 27 - ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS EXIXTENTES

Nº COMUNIDADE ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS REPRESENTANTE

01

São Francisco Do Carapanarí

AMOSFRANC - Associação dos Produtores e Moradores de São Francisco; - Clube de Futebol; Delegacia Sindical;

Antonio Silva Ferreira

02

Irurama

AMOVIR - Associação dos Moradores da Vila do Irurama; - Clube de Futebol; Grupo de Mulheres; Delegacia Sindical; Catequese; Grupo de Jovens; Conselho Escolar; Núcleo da APRUSAN.

Jorge Henrique da Silva Lira

03

Santa Luzia

AMSLEF - Associação de Produtores e Moradores da Área da Comunidade de Santa Luzia; - Clube de Futebol; Equipe Catequética.

Márcia Elaine Queiroz de Souza

04

Vila Nova

ASCAIVIN - Associação Comunitária Agroextrativista Itaubal de Vila Nova; - Grupo de Mulheres; Delegacia Sindical.

Maria Aurenice Pedroso da Silva

05

Ponte Alta

AMTRAPA - Associação de Moradores, Trabalhadores Rurais e Agroextrativistas de Ponte Alta; - Clube de Futebol; Delegacia Sindical;

Raimundo Nonato de Araujo Lira

48%

52%

Figura 23 - ASSENTADOS QUE PARTICIPAM DE GRUPOS SOCIAIS

Participa de Grupo Social

Não Participa de Grupo Social

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85

06

Ponta de Pedras

AMNSGPP - Associação de Moradores Nossa Senhora Das Graças de Ponta de Pedras; - Clube de Futebol; Delegacia Sindical; Catequese.

Anivaldo Belém da Silva

07

São Sebastião

AMASEF - Associação de Moradores e Produtores Agroextrativista da Comunidade de São Sebastião do Eixo Forte; - Delegacia Sindical.

Ivaneide Gama Da Costa

08

Jatobá

AAAEJ - Associação de Agricultores Agroextrativista do Jatobá; - Delegacia Sindical; Grupo Familiar; Célula da Igreja da Paz.

Salustiano Figueira Castro

09

São Pedro

ACOSAPE - Associação Comunitária de São Pedro; - Clube de Futebol; Delegacia Sindical.

Ana Maria Sousa da Costa

10

Cucurunã

AMOCUCURUNÃ - Associação dos Moradores de Cucurunã; - Grupo Verde; AMC (Associação de Mulheres do Cucurunã; COOPAC (Cooperativa Agroindustrial do Cucurunã); JUCAC (Grupo de Jovens); Clube de Futebol; Delegacia Sindical e Equipe catequética.

Fernando dos Santos Miranda

11

São Braz

AMCSB - Associação de Moradores da Comunidade de São Brás; - Conselho Comunitário; Movimento de Mulheres; Delegacia Sindical; Clube de Futebol.

Ana Maria

12

Vila Nova

Associação de Moradores da Comunidade Vila Nova - Delegacia Sindical; Grupo de Mulheres.

Vanda

13

Santa Maria

ACSMA - Associação Comunitária de Santa Maria; - Clube de Futebol; Delegacia Sindical; Pastoral da Criança.

Sebastião Pereira Costa

14

Pajuçara

AMOPA - Associação de Moradores de Pajuçara; - Delegacia Sindical; Catequese.

Laudemir

15

São Raimundo

ACOMSAREF – Associação Comunitária de são Raimundo do Eixo Forte; - Clube de Futebol; Delegacia Sindical.

Maria Lúcia Barros

16

Santa Rosa

AMPROSJAR – Associação de Moradores e Produtores; - Delegacia Sindical; Clube de Futebol.

Domingos Souza

Fonte: EMATER/PA (2011).

Pôde-se constatar, através de conversas informais com os

assentados, que é muito freqüente pessoas que moram no município de

Santarém estarem interessadas na compra de lotes na região do Eixo

Forte, e os moradores da área sentem-se “tentados” a venderem sua

propriedade, na ilusão de, em Santarém, conseguirem encontrar

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86

melhores condições de vida. Isto faz com que, constantemente, os

jovens pertencentes às famílias tradicionais do PAE deixem suas casas,

o que pode vir a comprometer o futuro do assentamento.

5.4. Infra-Estrutura Física Social e Econômica

Quanto à infraestrutura, destacamos as condições das vias de

acesso às propriedades dos assentados entrevistados, já que este é

constituído, na sua maioria, através de vicinais/ramais (75%), da rodovia

PA (23%) e apenas 2% chegam às suas propriedades através de

picadas.

Fonte: EMATER/PA

Com relação às condições das vias de acesso que os

assentados utilizam, eles variam conforme a época do ano. No verão,

verifica-se que as dificuldades são pequenas, pois os assentados

entrevistados afirmaram que 76 % dos acessos nesse período podem

ser considerados bons e regulares, enquanto 18% são ruins e 6%

péssimos.

Fonte: EMATER/PA

2%

23%

75%

Figura 24 - ACESSO À PROPRIEDADE DOS ASSENTADOS

Picada

Rod. Pa

Vicinal/Ramal

40%

36%

18% 6%

Figura 25 - CONDIÇÕES DE ACESSO NO VERÃO

Bom

Regular

Ruim

Péssima

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No inverno o quadro se inverte, os índices de péssimo passam

de 6% para 32%, o bom de 40% para 22%, o regular de 36% para 9%, e

o ruim de 18% para 27%. Havendo uma queda na qualidade da

trafegabilidade dos assentados nesse período, influenciando

negativamente em todas as atividades exercidas no assentamento.

Fonte: EMATER/PA

A situação da estrutura fundiária dos assentados do PAE Eixo

Forte entrevistados é delicada, com grande concentração de minifúndios

onde apenas 2,24% deles possuem Título Definitivo da propriedade e, a

grande maioria (64,29%) possui Licença de Ocupação (LO). Existindo

ainda os que se enquadram como Posseiros (23,06%), os que possuem

Protocolo do INCRA (4,49%), Declaração do INCRA (2,24%) e

Concessão de Uso (3,67%). Nenhum entrevistado possui Título

Provisório (0%).

Fonte: EMATER/PA

Analisando a configuração espacial das propriedades,

identificamos que 43% dos assentados moram em lotes de menos de

22%

19%

27%

32%

Figura 26 - CONDIÇÕES DE ACESSO NO INVERNO

Bom

Regular

Ruim

Péssima

0,00%

3,67% 2,24%

64,29%

23,06%

4,49% 2,24%

Figura 27 - SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

Concessão de Uso

Declaração do INCRA

Licença de Ocupação

Posseiro

Protocolo do INCRA

Titulo Definitivo

Titulo Provisorio

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um hectare. De fato, esse percentual se concentra em centros

comunitários e vilas onde os lotes possuem o tamanho aproximado de

uma tarefa (¼ de ha), no qual existe a residência e um quintal, muitas

vezes sem cerca, onde normalmente criam-se galinhas. Portanto,

entende-se que esse grupo não tem como base principal de fonte de

renda a agricultura, sendo quantidade significativa no contexto do

assentamento e que precisam de programa específico que atenda esse

perfil “semi-urbano”.

Outro cenário, que é a maioria, é composto por assentados dos

quais seus lotes chegam a mais de 20 ha, representados

respectivamente: 26% de 1 a 5 ha; 11% de 5 à 10 ha; 9% de 10 à 20 ha;

e 11% mais de 20 ha. Esses são os que praticam algum tipo de

agropecuária e/ou extrativismo, os lotes geralmente são mais afastados

dos centros comunitários, os acessos são mais difíceis, mas é onde

geralmente estão localizadas os refúgios da vida silvestre, que também

precisam ser manejados de forma sustentável através de programa

específico para manter esses ecossistemas remanescentes e ou mesmo

tempo gerarem recursos naturais e renda em prol de um beneficio

socioambiental para o assentamento.

Obviamente, levando em consideração a baixa aptidão agrícola

dos solos existentes no assentamento, é fundamental o atendimento de

assistência técnica rural para esse público, direcionando esse a

melhores práticas agrícolas para o principal produto do local, a

Mandioca, assim como, para criação de animais, diversificação da

produção, manejo da fertilidade do solo através de capoeiras

enriquecidas, roças sem queima, utilização de adubação verde e

adubação orgânica e outras práticas convencionais e alternativas

adequadas às realidades locais, da mesma forma, uma vez que o

escoamento dessa produção é facilitado proximidade de Santarém,

aperfeiçoar os meios de processamento dos produtos da agropecuária

praticada, tudo isso, considerando as diferentes escalas de produção e o

tamanho dos lotes.

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89

Fonte: EMATER/PA

Ainda com relação à situação fundiária, o gráfico do pagamento

do ITR confirma os índices do gráfico anterior, onde somente 5% dos

assentados entrevistados possuem título definitivo da terra. Assim, com

relação ao ITR, o gráfico mostra que 5% dos assentados pagam o

imposto, enquanto que 95% não pagam.

Fonte: EMATER/PA

O gráfico a seguir, mostra que 93,6% das propriedades dos

entrevistados possuem energia elétrica. Essa informação é importante,

pois a energia elétrica pode contribuir para melhoria do padrão de vida,

diminuição da pobreza, geração de empregos, educação, nutrição,

segurança, fixação do homem no campo, promoção da cidadania,

desenvolvimento das atividades agroindustriais e artesanais. A

iluminação residencial proporciona uma luminosidade ambiental mais

adequada, além da possibilidade de reduzir as emissões decorrentes da

queima direta de produtos como o querosene e o óleo diesel, prejudiciais

à saúde, utilizados para atender as necessidades de iluminação. Como

43%

26%

11%

9%

11%

Figura 28 - TAMANHO DAS PROPRIEDADES

menos de 1 ha

de 1 a 5 ha

de 5 a 10 ha

de 10 a 20 ha

mais de 20 ha

5%

95%

Figura 29 - PAGAMENTO DO ITR

Imposto Territorial Rural

Não Pagam a Taxa

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90

também pode possibilitar o uso de equipamentos como TV, vídeo, etc.

nas escolas contribuindo para o aprendizado dos alunos.

Fonte: EMATER/PA

De fato, algumas comunidades já possuem um nível de

organização mais estruturada, como é o caso de Cucurunã, São Braz,

Irurama, Santa Luzia, Santa Maria e Ponta de Pedras, pois essas já

desenvolvem festivais e possuem instalações capazes de atender um

público significativo. Entretanto outra comunidades não possuem ou

estão em fase de idealização de infra estrutura e organização necessária

desenvolverem melhor projetos comunitários, como os festivais.

Quanto aos meios de comunicação mais utilizados no PAE

podemos afirmar que, segundo levantamentos de campo, a maioria das

comunidades é servida por telefone público, porém não há telefone

suficiente para atender a todos os moradores, o sistema de telefonia fixa

ou móvel, apesar da precariedade do sinal, pode ser a solução para este

impasse, já que a maioria dos moradores tem celular; há necessidade de

uma melhor atuação da Empresa de Correios e Telégrafos na região.

5.5. Sistemas Produtivos

A atividade agropecuária mais praticada é criação de galinha,

nesse ponto, têm-se uma boa oportunidade de investir em integrar essas

criações com os sistemas de cultivo e, assim, reduzir custos de

produção de ambos os sistemas.

Essa lógica também pode ser utilizada na criação de outros

animais de médio e grande porte, utilizando estratégia de sistemas

93,6%

0,2%

3,4% 0,7% 0,2%

1,9%

Figura 30 - TIPO DE ENERGIA EXISTENTE NA PROPRIEDADE

Possui Energia Eletrica

Gerador

Lamparina

Não Possui

Poronga

Vela

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agrossilvopastoris, consorciando com metodologias comentadas

anteriormente de adubação e enriquecimento de capoeiras.

A pesca é, de modo geral, pouco praticada no assentamento,

contudo nas comunidades de Santa Maria, Cucurunã, São Braz,

Pajuçara, São Francisco e Ponta de Pedras essa atividade faz parte da

subsistência familiar e tem potencial para desenvolver melhor essa

alternativa.

Existem 3 (três) lagos próximos ao assentamento e, pelo menos

em 2 (dois) os lagos do Juá e do Taparí, existe a possibilidade para a

prática da piscicultura, através do sistema de gaiolas, dessa forma,

transformar uma atividade de subsistência em uma com potencial de

aumentar a renda familiar.

Devido à maioria das comunidades estarem localizadas na

região central do PAE Eixo Forte, longe do Rio Tapajós, a grande

maioria (78%) dos assentados entrevistados não pratica a pesca

artesanal, e os que praticam (22%), o fazem com a finalidade de

abastecer a própria família, por isso a atividade não entra na

composição da renda do assentamento. Bem poucos assentados

praticam a pesca artesanal com fins comerciais.

Fonte: EMATER/PA

O extrativismo praticado no assentamento também não tem

“expressividade” econômica, faz parte da cultura local que aproveita

recursos naturais para o uso e consumo com a venda do excedente.

Contudo existe um bom potencial para desenvolver melhor essas

alternativas.

22%

78%

Pesca Artesanal

Pesca

Não Pesca

Figura 31 - no Eixo Forte

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A cultura da mandioca ainda tem importância econômica, social

e cultural significativa no PAE Eixo Forte. Das culturas temporárias, é

cultivada por 51,4% das famílias entrevistadas, sendo a base econômica

dos assentados. Apresentando baixíssima produtividade na região,

chegando a números inferiores a 10 toneladas de raiz por hectare, a

cultura elimina qualquer possibilidade de tornar-se a atividade lucrativa,

fruto de um processo ainda rudimentar de produção, com instalações

inadequadas de beneficiamento e equipamentos rústicos. Esse arcaico

sistema de produção se traduz num enorme desgaste humano, sem a

devida e justa compensação financeira que o dispêndio físico deveria

proporcionar. A segunda cultura mais cultivada é o milho (15,9%), as

demais culturas apresentam números insignificantes.

Figura 32 - CULTURAS TEMPORÁRIAS DO PAE EIXO FORTE

Fonte: EMATER/PA

Há uma grande variedade de culturas sendo cultivadas nos

quintais pelos assentados entrevistados, sendo todas elas fruteiras

tropicais, com destaque para o cupuaçu, caju e açaí que compõem o

quadro das mais cultivadas no PAE Eixo Forte. A produção oriunda

desse cultivo faz parte da dieta alimentar das famílias, com o pequeno

excedente sendo comercializado in natura na própria região do

assentamento.

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Figura 33 - CULTURAS PERMANENTES DO PAE EIXO FORTE

Fonte: EMATER/PA

A pecuária praticada pelos assentados entrevistados é variada e

em pequena escala, com a finalidade de garantia alimentar das próprias

famílias. A criação de galinha caipira é a mais freqüente entre as

famílias, 37% dos entrevistados possuem pequenas criações soltas nos

quintais.

Figura 34 - PECUÁRIA PRATICADA NO PAE EIXO FORTE

Fonte: EMATER/PA

A composição da renda está dividida entre as atividades

produtivas (67%) e os benefícios sociais (33%) recebidos pelas famílias

dos assentados entrevistados. Das atividades produtivas, as culturas

temporárias são as mais importantes (43%), seguido das culturas

permanentes (11%), pecuária (9%) e extrativismo (4%). Devido o

assentamento estar localizado em área intensamente antropizada

próxima à cidade de Santarém e ser composto predominantemente por

minifúndios, a renda proveniente do extrativismo é pequena se

comparada com a das culturas temporárias e permanentes.

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Fonte: EMATER/PA

É importante salientar que nas atividades produtivas realizadas

pelas famílias do assentamento, a maioria envolve todos os membros da

unidade familiar, ou seja, as tarefas são divididas entre homens,

mulheres e até mesmo as crianças, de alguma forma contribuem; isto é

visível quando trafega-se pela rodovia Everaldo Martins até Alter-do-

chão, quando ao longo da estrada percebe-se crianças em pequenas

bancas ou palhoças oferecendo produtos que seus pais e/ou irmãos

extraíram da floresta ou, de alguma forma, beneficiaram, tais como:

castanha de caju, doces, licores, bombons e compotas de caju, cupuaçu,

muruci, buriti, entre outros frutos.

O artesanato também é uma atividade bastante desenvolvida na

região do Eixo Forte, são muitos trabalhos em palha, como cestarias,

abanos, trançados, paneiros, tipitis; com sementes, colares, brincos,

pulseiras e biojóias em geral; em tecidos, como pinturas, bordados,

apliques, etc. Estes produtos são expostos e comercializados em Feiras

e eventos em Santarém, e também em Festivais que acontecem nas 16

Comunidades do PAE.

5.5.1. Análise Sucinta dos Sistemas Produtivos

Considerando que os principais sistemas produtivos praticados

por assentados são feitos ainda de maneiras tradicionais de produção e

a característica dos solos serem pouco férteis, verifica-se que a

atividade agrícola no PAE é pouco rentável.

43%

11% 9%

4%

33%

Figura 35 - COMPOSIÇÃO DA RENDA NO PAE EIXO FORTE

Culturas Temporárias

Culturas Permanentes

Pecuária

Extrativismo

Benefícios Sociais

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De toda forma, deve-se avaliar a condição do assentamento ser

próximo à sede da cidade de Santarém, entende-se, portanto, que é

valido o investimento em agricultura, desde que, busquem-se

alternativas de produção sustentáveis adequadas às realidades locais.

Por isso, as opções propostas a seguir são simplesmente alternativas

sustentáveis às atividades já desenvolvidas pelos assentados.

É possível que através do preparo de áreas sem o uso do fogo,

associados com a utilização de adubação verde (leguminosas) e

adubação orgânica, talvez, seja possível realizar um manejo adequado

do solo visando, em médio prazo, melhorar a produção de mandioca, por

exemplo, associado às boas práticas de cultivo dessa cultura, assim

como qualquer outra cultura.

O que já vem sendo praticado em outras regiões é o

enriquecimento de capoeira visando principalmente à introdução de

espécies vegetais que possibilitem acumular nutrientes, e assim, permitir

que a fertilização do solo ocorra pela decomposição da biomassa, como

acontece em ambientes naturais. Dessa forma, utilizando espécies

nativas que tem essas características, como Ingá, Imbaúba e outras

leguminosas, podem ser mais bem aproveitadas dentro de sistemas

produtivos.

Essas técnicas também podem ser utilizadas em capoeiras com

a finalidade de introduzir espécies perenes com valor econômico, como

é o caso do Açaí, Cupuaçu, Cacau e outras espécies nativas, que fazem

parte da cultura local.

Foi avaliado, de forma geral, que as criações de animais

“desconectados” de outros sistemas, como são desenvolvidas no PAE,

não apresentam resultados significativos, pois o manejo geralmente é

oneroso e de baixo retorno econômico para o produtor.

Os bens naturais extraídos por produtores são principalmente o

Açaí, Cupuaçu, Castanha-do-Pará e o Caju, que podem fazer parte da

proposta de enriquecimento de capoeiras, mas para o que se tem ainda,

uma alternativa é melhorar a organização comunitária e até mesmo,

desenvolvendo cooperativas para valorizar o produto no mercado local e

tirando a figura do atravessador do cenário.

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96

Em uma análise geral, existe ema série de alternativas que

podem ser úteis aos processos produtivos existentes no assentamento e

valorizar mais a produção local.

Entretanto, não podemos deixar de comentar, o fato de o PAE

Eixo Forte ser próximo à vila de Alter-do-Chão, ponto turístico conhecido

internacionalmente e o fato de que 43% dos assentados não praticam a

agricultura; uma atividade que tem grande potencial de possibilitar o tão

desejado desenvolvimento sustentável é a atividade turística.

Apresenta-se então a oportunidade de se aproveitar o marketing

promovido por Alter-do-Chão e investir na capacitação desses de

assentados para aproveitarem esse nicho econômico, considerando

também que dentro do PAE Eixo Forte, existem belas paisagens e

refúgios naturais que podem ser bem utilizados como atrativos turísticos.

5.6. Serviços de Apoio à Produção

5.6.1. Assistência Técnica e Pesquisa

As entidades potencialmente prestadoras de assessoria técnica,

social, ambiental, extensão rural e pesquisa no município de Santarém

são citadas na tabela abaixo, essas organizações governamentais e

não-governamentais realizam atividades em Santarém e região (Tabela

28).

Tabela 28: ENTIDADES POTENCIALMENTE PRESTADORAS DE ASSESSORIA TÉCNICA, SOCIAL, AMBIENTAL, EXTENSÃO RURAL E PESQUISA NO MUNICÍPIO

DE SANTARÉM, PARÁ.

ENTIDADE

TIPO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA AOMT-BAM

Formação, capacitação, combate a violência contra a mulher, meio ambiente, políticas públicas para as mulheres, moradia, agricultura e agroecologia.

CEAPAC Agroecologia. CEFT-BAM Apicultura, meliponicultura e créditos. CEPLAC Produção de cacau. EMATER/PA

Toda e qualquer atividade relacionada a agricultura familiar e crédito rural.

FUNDAC Produção agropecuária e organização social. GDA Agroecologia. IPAM

Meliponicultura, agroecologia, pecuária, manejo comunitário de animais silvestres e manejo de pirarucu.

ISAM Meio ambiente SAGRI Fomento ao agricultor familiar. SEBRAE

Acesso a novos mercados, acesso a tecnologia e inovações, facilitação e ampliação do acesso a serviços financeiros.

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97

SEMAB

Assistência técnica, extensão rural, pesquisa, agropecuária, pesca, extrativista, fiscalização e infraestrutura.

SEPAQ Aquicultura.

Fonte: PDA Tapará, 2010.

A EMATER/PA é a instituição com mais ampla infraestrutura

física e logística para prestar serviços de assistência técnica, extensão

rural e capacitação. As demais organizações atuam na capacitação e

prestação de assistência técnica e, portanto, podem vir a contribuir ou

atuar como parceiras em futuros projetos a serem desenvolvidos no PAE

Eixo Forte.

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do

Pará (EMATER/PA)

A EMATER/PA é uma empresa pública de direito privado que

possui a função oficialmente determinada pelo Governo Estadual de

prestar serviços especializados nas áreas de ciências agrárias e

humanas, sua atuação implica em pesquisa, assistência técnica,

extensão rural e elaboração de projetos no âmbito do Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF, e

elaboração de Documento de Aptidão ao PRONAF - DAP.

A EMATER/PA esta presente nos 143 municípios do Estado do

Pará, com estrutura constituída de um escritório Central, treze escritórios

Locais, doze escritórios Regionais, sete postos avançados e dois

Centros de Capacitação.

Secretaria de Agricultura do Estado do Pará (SAGRI/PA)

A SAGRI/PA possui uma Gerência Regional em Santarém e

escritórios que funcionam em repartições de alguns municípios do

Estado.

Apesar da SAGRI não ter atribuição de prestar, diretamente

assistência técnica, seus profissionais atuam de maneira conjunta com

os técnicos da EMATER/PA.

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Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira

(CEPLAC)

É um órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento - MAPA, criado em 1957. A missão desta Comissão é

promover a competitividade e sustentabilidade dos segmentos

agropecuários, agroflorestal e agroindustrial para o desenvolvimento das

regiões produtoras de cacau, tendo o cliente como parceiro.

Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado do Pará (SEPAQ)

Criada em julho de 2007 pela Lei N°7.019, assumiu o desafio de

formular, planejar, coordenar e executar as políticas e diretrizes para o

desenvolvimento sustentável, integrado e participativo das atividades

pesqueira e aquícola no Estado do Pará.

Instituto de Pesquisa Ambiental (IPAM)

É uma organização ambiental não-governamental fundada em

1995, com a missão de contribuir para um processo de desenvolvimento

da Amazônia que atenda ás aspirações sócias e econômicas da

população.

Fundo de Desenvolvimento e Ação Comunitária (FUNDAC)

O FUNDAC é uma organização não-governamental, oferece

serviços de assistência técnica, cursos de capacitação para jovens,

crianças e agricultores. Suas principais atividades estão relacionadas á

agricultura e pecuária em escala familiar e organização social.

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Centro de Estudo, Pesquisa e Formação dos Trabalhadores do

Baixo Amazonas (CEFT-BAM)

O CEFT-BAM é uma organização não-governamental sem fins

lucrativos, fundada em 1990, atua na formação técnica e política de seus

associados com temáticas sobre: técnicas agroflorestais, apicultura,

verticalização de produção, monitoria e planejamento estratégico,

associativismo e cooperativismo, economia solidária, comunicação

comunitária, alfabetização de jovens e adultos, apoio a criação de casas

familiares rurais - CFR.

Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária (CEAPAC)

O CEAPAC é uma entidade não-governamental, legalmente

criada em 1990, tem como objetivo trabalhar com a organização social,

educação popular e incentivo ao desenvolvimento da produção familiar

de base associativista. É constituído de 25 associados, dos quais nove

são ativos, a maioria destes atua no ramo da assessoria técnica em

agroecologia, produção familiar e organização social.

Grupo de Defesa da Amazônia (GDA)

É uma organização não governamental de defesa do meio

ambiente, fundada em 1978, constituída juridicamente na forma de

Associação, sem fins lucrativos, com sede na cidade de Santarém,

Estado do Pará.

Associação das Organizações das Mulheres Trabalhadoras do

Baixo Amazonas (AOMT-BAM)

É uma organização que tem por finalidade fortalecer as

organizações de mulheres comprometidas com a causa das

trabalhadoras, visando sua capacitação intelectual e engajamento na

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100

luta feminina, promovendo o desenvolvimento econômico social,

ambiental e cultural. É uma entidade autônoma, democrática,

independente, sem fins lucrativos. Constitui a base de uma intervenção

direta junto aos movimentos de mulheres quilombolas, indígenas,

pescadoras e outras categorias do campo e da cidade. Constituiu-se

legalmente em 15 de julho de 1990, tem a participação de 15 municípios

da região do Baixo Amazonas, com o objetivo de formalizar e construir

uma associação que pudesse lutar por melhoria de suas condições de

vida.

Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE)

O SEBRAE surgiu em 1972 para estimular o empreendedorismo

e o desenvolvimento do Brasil. É uma entidade privada e de interesse

público, apóia a abertura e expansão dos pequenos negócios e

transforma vidas de milhões de pessoas por meio de

empreendedorismo, geração de emprego e renda.

Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (SEMAB)

Tem por finalidade desenvolver a produção agropecuária,

pesqueira e extrativista do município de Santarém, implementando

tecnologia e infraestrutura em todo o processo da cadeia produtiva,

incentivando, apoiando e capacitando a população para o

desenvolvimento rural.

Instituto Gestor da Pesquisa na Amazônia (IGPA)

Organização não governamental que tem por objetivo a

produção e distribuição de mudas para reflorestamento da Amazônia.

Sua sede e campo de produção de mudas ficam localizados na

comunidade do Cucurunã, no Eixo Forte.

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101

5.6.2. Crédito

No PAE Eixo Forte o crédito disponibilizado vem sendo utilizado

pela maioria dos assentados. 82% dos entrevistados já foram

beneficiados com algum tipo de crédito: Apoio Inicial (INCRA), Aquisição

de material de construção (INCRA), Fomento (INCRA), FNO, PRONAF.

Fonte: EMATER/PA

Dos tipos de créditos disponibilizados aos assentados, o mais

acessado no PAE Eixo Forte é o Apoio Inicial concedido pelo INCRA,

com 68%, depois aparecem o PRONAF e Aquisição de Material de

Construção com 14%. Fomento (INCRA) e FNO são os menos

acessados, com 3% e 1% respectivamente.

Fonte: EMATER/PA

Após a instalação da família na unidade familiar é

disponibilizado, inicialmente, as seguintes linhas de créditos: apoio

inicial, apoio mulher, aquisição de materiais de construção, fomento,

adicional do fomento, recuperação/materiais de construção, reabilitação

14%

82%

4%

Figura 36 - QUANTO AO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS

Não Receberam

Já Receberam Algum tipo de Crédito

Não Souberam Informar

3%

68%

14%

1% 14%

Figura 37 -TIPO DE CRÉDITOS RECEBIDOS

Fomento (INCRA)

Apoio Inicial (INCRA)

Aquisição de Material de Construção

FNO

PRONAF

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102

de crédito produção, crédito ambiental e PRONAFs, que fazem parte da

política de reforma agrária para o estabelecimento do agricultor em seu

lote.

A seguir são descritas, de modo sucinto, as linhas de crédito

existentes e estendidas aos assentados, segundo a Instrução Normativa

Nº 67 de 15 de junho de 2011; são, também, citadas outras modalidades

correlatas de crédito destinadas aos mesmos.

Crédito Apoio Inicial (Valor R$ 3.200,00)

Destina-se à segurança alimentar e nutricional das famílias

assentadas, ao suprimento de suas necessidades básicas, bem como ao

fomento inicial de seu processo produtivo.

Apoio Mulher (Valor até R$ 2.400,00)

Visa o desenvolvimento de atividades agrícolas e/ou comerciais

no âmbito dos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária.

Aquisição de Material de Construção (Valor R$ 15.000,00)

Destina-se à aquisição de materiais necessários à construção

das habitações rurais nos assentamentos, inclusive banheiro e fossa,

bem como ao pagamento de mão-de-obra e serviço técnico específico

para a qualificação das habitações, até o limite de 20%.

Fomento (Valor R$ 3.200,00)

Destina-se ao fortalecimento das atividades produtivas e ao

desenvolvimento dos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária.

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Adicional do Fomento (Valor R$ 3.200,00)

Visa dar continuidade ao fortalecimento das atividades

produtivas e ao desenvolvimento dos Projetos de Assentamento da

Reforma Agrária.

Recuperação de Material de Construção (Valor até R$ 8.000,00)

Destina-se à aquisição de materiais para melhoria habitacional,

apontadas por meio de Laudo Técnico individual (Anexo VI da NE n.º

79/2008) e planilha orçamentária.

Reabilitação de Crédito Produção (Valor até R$ 6.000,00)

Destina-se à recuperação da capacidade de acesso a novos

créditos, possibilitando a quitação de financiamentos contraídos no

âmbito do Programa Especial de Crédito para Reforma Agrária -

PROCERA.

Crédito Ambiental (Valor R$ 2.400,00)

Destina-se a financiar o plantio de árvores e a realização dos

tratos culturais, durante dois anos, a partir da instalação de sistema

agroflorestal - SAF, necessária à restauração ambiental da área de

reserva legal dos assentamentos.

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

(PRONAF)

O PRONAF financia projetos individuais ou coletivos, que gere

renda aos agricultores familiares e assentados de reforma agrária. O

Programa foi criado em 1995 para atender o pequeno agricultor rural de

forma diferenciada, mediante apoio financeiro ao desenvolvimento de

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suas atividades agropecuárias e não-agropecuárias, exploradas com a

força de seu trabalho e com a de sua família.

O objetivo do PRONAF é fortalecer a agricultura familiar como

segmento gerador de postos de trabalho e renda, ou seja, contribuir para

um padrão de desenvolvimento sustentável para os agricultores

familiares e suas famílias, visando o aumento e a diversificação da

produção, com o conseqüente crescimento dos níveis de trabalho e

renda, proporcionando bem-estar social e qualidade de vida.

Existem dois instrumentos que regulam a aplicação dos recursos

do PRONAF, são eles o Manual de Crédito Rural e o Manuel de Política

Agrícola. Para fins de credito do PRONAF estes instrumentos

enquadram as famílias potencialmente beneficiadas em Grupos A, A/C,

B, C, AF entre outros (Tabela 9). Esta classificação leva em conta se as

famílias são assentadas de reforma agrária, sua renda bruta anual

gerada, o percentual desta renda que veio da atividade rural, o tamanho

e gestão da propriedade e a quantidade de empregados na unidade

familiar. Para cada grupo do PRONAF existe um conjunto de linhas de

credito, com condições de acesso e valores diferenciados, garantindo

assim uma maior proximidade da capacidade de endividamento da

família com as alternativas de financiamento de sua produção.

Tabela 29: GRUPOS, ENQUADRAMENTO E FINALIDADE DO PRONAF,

SAFRA 2010/2011.

GRUPOS ENQUADRAMENTO FINALIDADE A Agricultores familiares

assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), público alvo do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) e os reassentados em função da construção de barragens.

Financiamento das atividades agropecuárias e não-agropecuárias.

A/C Agricultores familiares assentados pelo PNRA ou público alvo do PNCF que já tenha contratado a primeira operação no Grupo “A”.

Financiamento do custeio de atividades agropecuárias, não-agropecuárias e de beneficiamento ou industrialização da produção.

B (Micro-crédito)

Agricultores familiares com renda bruta anual familiar de até R$ 6 mil.

Financiamento das atividades agropecuárias e não-agropecuárias no estabelecimento rural ou áreas comunitárias próximas.

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C Agricultores familiares titulares de DAP válida do Grupo “C”, emitida até 31/03/2008, que até 30/06/2008, ainda não tinham contratado as seis operações de custeio com bônus.

Financiamento de custeio isolado ou vinculado, até a safra de 2012/2013

Agricultura Familiar (AF)

Agricultores familiares com renda bruta anual acima de R$ 6 mil e até R$ 110 mil.

Financiamento da infraestrutura de produção e serviços de agropecuária e não-agropecuária no estabelecimento rural, bem como o custeio agropecuário.

JOVEM Jovens agricultores familiares, entre 16 de 29 anos, que cursaram ou estejam cursando o último ano em Centros de Formação por Alternância ou em Escolas Técnicas Agrícolas de nivelamento. Devem pertencer a famílias enquadradas no PRONAF ou que tenham participado de curso ou estágio de formação profissional que preencham os requisitos definidos pela SAF/MDA.

Financiamento de projetos de crédito de investimento propostos pelo jovem agricultor familiar.

MULHER Mulheres agricultoras, independentemente do estado civil, integrantes de unidades familiares enquadradas no PRONAF.

Atendimento de projetos de crédito de investimento propostos pela mulher agricultora.

FLORESTA Agricultores familiares enquadrados no PRONAF.

Financiamento de projetos de investimentos de sistemas agroflorestais.

AGRO ECOLOGIA

Agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto aqueles enquadrados nos Grupos “A”, “A/C” e “B”.

Financiamento de projetos de investimento de sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos.

AGRO INDUSTRIA

Agricultores familiares enquadrados no PRONAF para agricultura familiar e suas cooperativas e associações que comprovem que, no mínimo, 70% de seus participantes ativos são agricultores familiares e que, no mínimo, 55% da produção beneficiada, processada ou comercializada é oriunda de cooperados ou associados enquadrados no PRONAF.

Financiamento de projetos de investimento para a implantação, ampliação, recuperação ou modernização de pequenas e médias agroindústrias.

ECO Agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto aqueles enquadrados nos Grupos “A”, “A/C” e “B”.

Financiamento de projetos de investimento de tecnologias de energia renovável e ambientais, silvicultura, armazenamento hídrico, pequenos aproveitamentos hidroenergético e adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo.

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MAIS ALIMENTOS

Agricultores familiares enquadrados no PRONAF, exceto aqueles enquadrados nos Grupos “A”, “A/C” e “B”, observando-se que 70% da renda da família deve ser oriunda dos seguintes produtos e atividades: açafrão, arroz, café, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, fruticultura, olericultura, apicultura, aqüicultura, avicultura, bovinocultura de corte e de leite, caprinocultura, ovinocultura, pesca e suinocultura.

Financiamento de projetos de investimentos voltados á produção de açafrão, arroz, café, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, fruticultura, olericultura, apicultura, aqüicultura, avicultura, bovinocultura de corte e de leite, caprinocultura, ovinocultura, pesca e suinocultura.

Fonte: Cartilha SEBRAE, 2010/2011.

Os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os extrativistas, os

silvicultores, os agricultores e comunidades quilombolas ou povos

indígenas que atendam aos requisitos do Programa também podem

obter financiamento.

Existe também, de acordo com a Normativa de Execução do

INCRA Nº 63 de 14 de setembro de 2007, modalidades de crédito de

instalação, que os assentados podem acessar através do PRONAF: (1)

Modalidade de Apoio Inicial, que se destina a segurança alimentar das

famílias beneficiadas e ao suprimento de suas necessidades básicas,

através da aquisição de bens de consumo essenciais e indispensáveis à

qualidade de vida e ao início da fase produtiva do projeto de

assentamento; (2) Modalidade de Aquisição de Materiais de Construção,

destina-se a construção das habitações rurais nos projetos de

assentamento e inclui o pagamento de mão-de-obra; (3) Modalidade de

Fomento, destina-se a dar á geração de renda, a fim de garantir a

segurança alimentar das famílias através do fortalecimento das

atividades produtivas no entorno das habitações e experiências de

micro-crédito associativo; (4) Modalidade de Recuperação de Materiais

de Construção, se destina ás famílias de projeto de assentamento que

apresentem a necessidade de melhorias habitacionais apontadas por

meio de laudo técnico individual que identifique os valores necessários

para cada família, a serem investidos na reforma e/ou conclusão da

moradia.

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107

TERRA SOL

A Norma de Execução INCRA/DD N°76/2008, estabelece

critérios e procedimentos referentes á implantação de Projetos de Ação

de Fomento á Agroindustrialização, á comercialização e a atividades

pluriativas solidárias (TERRA SOL). O TERRA SOL agrega projetos de

ação a serem implementados em Assentamentos de Reforma Agrária

em fase de estruturação ou consolidação.

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)

Criado através da Lei N°10.696/2003, o PAA é uma das ações

do Programa Fome Zero, tendo como objetivo garantir o acesso a

alimentos de qualidade e regularidade necessárias ás populações em

situação de insegurança alimentar e nutricional. Visa também contribuir

para a formação de estoques estratégicos e permite aos agricultores

familiares que armazenem seus produtos para que sejam

comercializados a preços mais justos, além de promover a inclusão

social no campo.

Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA)

O SUASA é um sistema unificado e coordenado pela União, que

foi regulamentado em 2006, e conta com a participação dos municípios e

Estados através de adesão. Este sistema permite que produtos

inspecionados por qualquer instância (Municipal, Estadual e Federal) do

SUASA possam ser comercializados em todo o país.

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

A Lei N°11.947/2009, em seu artigo 14, determina a utilização de

pelo menos 30% dos recursos repassados pelo FNDE para alimentação

escolar, na compra de produtos da agricultura familiar e do

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empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando os

assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais

indígenas e as comunidades quilombolas.

5.6.3. Capacitação Profissional

Abaixo são descritos de maneira resumida os serviços de

capacitação profissional disponibilizados aos Assentados no município

de Santarém.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR)

O SENAR é uma entidade vinculada á Confederação da

Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que é a entidade representante

do setor rural brasileiro. O SENAR foi criado pela Lei N°8.315/1991, tem

como objetivo organizar, administrar e executar, em todo o território

nacional, a Formação Profissional Rural e Promoção Social de Jovens e

Adultos que exerçam atividades no meio rural.

Casa Familiar Rural (CFR)

A idéia central que move as CFR’s é inserir a realidade do meio

rural do local no ensino escolar. Para isso o ensino é orientado

geralmente com os métodos de ensino de Paulo Freire. A duração das

atividades na CFR é de três anos, em regime de internato, com a

adoção do método de alternância onde os jovens, maiores de quatorze

anos, passam uma semana na sede da CFR estudando e duas semanas

em uma propriedade rural colocando os conhecimentos adquiridos em

prática.

Através dos cursos profissionais com fichas pedagógicas que

fazem parte da pedagogia da alternância são integradas a formação

geral (interdisciplinar), a educação social e humana, e o

desenvolvimento do espírito do trabalho em grupo. Assim a pedagogia

da alternância, baseada na realidade profissional dos jovens, é a forma

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de vinculação do conhecimento teórico e prático, ou seja, “aprender a

aprender”.

Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA)

É um Programa do INCRA para educação de trabalhadores(as)

das áreas de reforma agrária. O Programa faz parte de uma política

pública de Educação no Campo desenvolvida nas áreas de Reforma

Agrária, assumida pelo governo brasileiro, criado com intuito de

fortalecer o meio rural enquanto território de vida em todas as suas

dimensões: econômica, social, política, cultural e ética.

A Norma de Execução INCRA/DD N°73/2008 estabelece valores

unitários por aluno/ano referente á execução dos projetos no âmbito do

PRONERA (Tabela 30).

Tabela 30: PRONERA - MODALIDADE E CUSTO ALUNO/ANO NA REGIÃO NORTE

DO BRASIL.

Nível de Ensino Modalidade Custo Aluno/Ano

Região Norte

Alfabetização Alfabetização R$ 900,00

Anos Iniciais R$ 1.000,00

Anos Finais R$ 1.100,00

Ensino Médio EJA Médio R$ 4.000,00

Normal Médio R$ 4.000,00

Ensino Médio -

Formação Técnica

Agrícola, Agropecuário, Agroflorestal,

Agroecologia, outros

R$ 4.300,00

Curso Superior Licenciatura, Ciências Jurídicas,

outras

R$ 4.500,00

Ciências Agrárias (Agronomia,

Engenharia Florestal e Veterinária)

R$ 4.800,00

Fonte: MEC, 2011.

Outras atividades

Além das atividades descritas, há outras na região que oferecem

cursos de capacitação de maneira esporádica a agricultores rurais,

geralmente atendendo as demandas diretas dos mesmos ou de suas

entidades representativas. Como por exemplo: EMATER/PA, SAGRI,

SEBRAE, CEAPAC, INCRA, FUNDAC, CEPLAC, CEFT-BAM, AOMT-

BAM, etc.

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5.7. Serviços Sociais Básicos

5.7.1. Educação

A rede educacional do município de Santarém, conta com 457

escolas públicas municipais que atendem 62.121 alunos, 44 escolas

públicas estaduais que oferecem educação especial, ensino médio e

fundamental para 37.145 alunos, e registrou no ano de 2008 a existência

de 44 escolas da rede privada. Doze instituições de ensino superior

(duas federais, uma estadual e nove particulares) ofertam vagas para

diversos cursos de graduação, conferindo a Santarém o título de pólo de

desenvolvimento em Educação Superior e Pesquisa da região Oeste do

Pará.

Na zona rural, devido à extensão territorial, as escolas são

divididas em pólos, os quais agregam mais de uma escola, como é o

caso do PAE Eixo Forte, que possui 04 (quatro) escolas anexas à Escola

Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,

localizada na comunidade do Cucurunã e 10 (dez) escolas anexas à

Escola Municipal de Ensino Fundamental Boaventura Queiroz, da

comunidade de São Brás.

Em 2009 o demonstrativo de alunos matriculados na zona rural

apresentou a seguinte estatística:

1º ao 4º ano: 378 alunos 5º ao 8º ano: 339 alunos Pré Escolar: 103 alunos EJA: 55 alunos Total Geral: 875 alunos

Mais da metade (57%) da população do PAE Eixo Forte possui o

ensino fundamental completo, e 25% chegaram a completar o ensino

médio. Enquanto que 11% são apenas alfabetizados e 3% não

chegaram a ser alfabetizados. Com ensino superior incompleto existe

1% e, também com 1% é o índice dos que possuem ensino superior

completo. Entretanto, por já existir dentro do PAE Eixo Forte o ensino da

Casa Familiar Rural, baseada na Pedagogia da Alternância, esse

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111

modelo pode servir como instrumento de desenvolvimento sustentável

dentro do assentamento.

Fonte: EMATER/PA

Tabela 31 - DISTRIBUIÇÃO DA ESCOLARIDADE NO PAE EIXO FORTE

Classes de Idade

Escolaridade

Não

tem

id

ad

e

Não

Alf

ab

eti

zad

o

Alf

ab

eti

zad

o

En

sin

o

Fu

nd

am

en

tal

En

sin

o M

éd

io

Cu

rso

cn

ico

En

sin

o S

up

eri

or

Inco

mp

leto

En

sin

o S

up

eri

or

Co

mp

leto

Menos 6 38 3 1 7 0 0 2 0

7 a 10 0 0 3 119 0 0 0 0

11 a 14 0 1 2 150 0 0 0 0

15 a 17 0 1 2 35 30 0 0 0

18 a 24 0 0 0 0 0 0 0 0

25 a 40 0 10 27 221 176 0 14 9

mais 40 0 53 174 284 55 0 3 10

Fonte: EMATER/PA

É importante salientar que no PAE há duas (02) escolas pólos,

uma com Ensino Fundamental Completo e outra com Ensino

Fundamental e Médio, e outras 14 escolas que funcionam como anexos

a estas. Há, também, o ensino de jovens e adultos (EJA) e quando os

alunos terminam o ensino fundamental e desejam prosseguir com os

estudos, muitos passam a estudar em Santarém. A merenda escolar,

disponibilizada aos alunos, segundo informações dos próprios

assentados, é de boa qualidade e em quantidade suficiente para

alimentar os estudantes.

2% 3% 11%

57%

25% 1%

1%

Figura 38 - DISTRIBUIÇÃO DA ESCOLARIDADE DOS ASSENTADOS

Sem idade

Não Alfabetizado

Alfabetizado

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior incompleto

Ensino Superior Completo

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112

Quanto aos professores, a maioria, está cursando ou já possui o

ensino superior completo; sendo que estes que atuam nas escolas do

PAE são remanescentes do próprio assentamento e moram na região, o

que pode ser visto como ponto positivo, pois favorece o ensino

aprendizado, já que são educadores conhecedores da realidade local

que estão educando crianças, jovens e adultos do Eixo Forte.

O transporte escolar funciona regularmente e atende a todas as

comunidades do PAE, porém a dificuldade é encontrada quando

5.7.2. Saúde e Saneamento

No município de Santarém, o saneamento básico é constituído

por uma rede de esgoto sanitário numa extensão de 50 km incompletos,

uma vez que não existe o coletor principal, nem a estação de

tratamento, nem o emissário. O Sistema de Drenagem abrange 53,32

km, o que equivale a 8,94% do sistema viário.

O abastecimento de água é efetuado pela Companhia de

Saneamento do Pará - COSANPA, através de 18 poços tubulares

profundos, com profundidade que varia de 180 a 270 metros (captação

subterrânea), totalizando 30.200 ligações ativas, com cobertura de 78%

dos imóveis. Existem ainda 90 (noventa) microssistemas como forma

alternativa de abastecimento de água, sendo 19 (dezenove) na Zona

Urbana, atendendo mais de 5.188 (cinco mil cento e oitenta e oito)

famílias e 71 (setenta e um) na Zona Rural, beneficiando um total de

7.800 (sete mil e oitocentas) famílias.

O relatório da COSANPA 2009 sobre o fornecimento de água em

Santarém, afirma que na zona rural (planalto e várzea) 7.800 (sete mil e

oitocentos) cadastros perfazem um total de 51.122 (cinqüenta e um mil

cento e vinte duas) unidades consumidoras. Seis mini usinas hidrelétricas

atendem 1.800 (um mil e oitocentas) famílias na área rural; poços

particulares e 85 (oitenta e cinco) poços rasos completam o sistema de

abastecimento de água na zona rural.

A freqüência das visitas dos Agentes de Saúde às comunidades

do PAE Eixo Forte é bastante variada, indo de quinzenal a anual,

existindo ainda as comunidades onde os assentados entrevistados

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113

informaram que não recebem nenhuma visita. A maior freqüência

apresentada no gráfico é a mensal, onde 44% dos entrevistados

informaram que recebem, em seguida aparece a dos que não recebem

visitas com 34%, índice considerado elevado, pois os Agentes de Saúde

desempenham papel central na mediação entre os sistemas formal e

informal de saúde nos assentamentos.

Fonte: EMATER/PA

No PAE Eixo Forte, 47% dos assentados entrevistados cultivam

e usam plantas medicinais como remédio caseiro na forma de chás,

xaropes, garrafadas, banhos, etc., enquanto que uma pequena parcela

comercializa os remédios que produzem. O uso e cultivo de plantas

medicinais é uma prática milenar que continua resistindo ao tempo,

apesar dos avanços da medicina e da tecnologia. A natureza

proporciona ao homem uma infinidade de plantas com valores

medicinais, e a flora brasileira é uma rica fonte de ervas que podem

auxiliar no tratamento e prevenção de vários males.

Fonte: EMATER/PA

7%

44%

8% 4%

3%

34%

Figura 39 - FREQUÊNCIA DAS VISITAS DO ACS

Quinzenal

Mensal

Bimestral

Semestral

Anual

Não Visita

47% 53%

Figura 40 - USO DE PLANTAS MEDICINAIS

Usam Plantas medicinais

Não Usa

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114

Mesmo o gráfico apresentando baixo percentual (13%) de

consumo de bebida alcoólica no PAE Eixo Forte, dando a falsa

impressão de que não chega a se constituir problema na comunidade,

as declarações colhidas durante as oficinas para levantamento de dados

mostram que o consumo de álcool pelos jovens é problema sério. E a

problemática da juventude frente ao alcoolismo merece atenção

especial, pois o ambiente social em que vivem é fator que pode interferir

no aumento do consumo de álcool pelos jovens.

Fonte: EMATER/PA

Pode ser considerado baixo o índice das mulheres do

assentamento que fazem o pré-natal, pois apenas 46% das

entrevistadas foram consultadas regularmente e fizeram os exames

básicos a fim de diagnosticar algumas patologias que possam afetar a

mãe o feto durante a gestação. Esses dados do pré-natal confirmam a

baixa freqüência das visitas dos Agentes de Saúde às comunidades do

PAE Eixo Forte, onde 34% dos entrevistados afirmaram que não

recebem nenhuma visita durante o ano.

Fonte: EMATER/PA

Não Utilizam 87%

Utilizam 13%

Figura 41 - UTILIZAÇÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

Não Usa

Bebidas Alcoolicas

54%

46%

Figura 42 - QUANTO AO PRÉ-NATAL

Não Usa

Fazem Pré-Natal

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115

Quanto ao Saneamento, o gráfico da destinação do lixo é a

constatação de que a população dos assentados do PAE Eixo Forte

ainda recorre à prática da queimada para realizar a limpeza das

propriedades. A grande maioria (88%) pratica a queima do lixo,

produzindo fumaça formada de gás carbônico e a sua concentração na

atmosfera é uma das grandes responsáveis pelo aumento do efeito

estufa e do aquecimento do planeta. Além disso, também traz problemas

para a saúde humana, como alergias, doenças respiratórias e

dermatológicas.

Fonte: EMATER/PA

O relatório da coleta de lixo da Secretaria Municipal de

Infraestrutura - SEMINF afirma que a coleta de lixo é terceirizada e

alcança 100% dos domicílios, comércio da zona urbana e unidades de

saúde, mais Mojuí dos Campos e Alter do Chão. O destino dos resíduos

sólidos é o lixão municipal localizado na comunidade de Perema, área

do planalto, com capacidade para 200 (duzentas) toneladas/dia.

Em comunidades como São Brás e Cucurunã (figura 44), que

são beneficiadas com o serviço de coleta pública, o índice de queima do

lixo é substituído pelo índice de lixo coletado. O centro da comunidade,

servido pela coleta pública responde pelos 34% de lixo coletado. Os

40% de assentados que responderam queimar o lixo, estão em áreas da

comunidade, Ramal dos Coelhos e Cajutuba, que não são beneficiados

pelo serviço de coleta pública.

6% 6%

88%

Figura 43 - DESTINAÇÃO DO LIXO - MÉDIA DO ASSENTAMENTO

Enterra

Joga nos Pes da Plantas

Queima

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116

Fonte: EMATER/PA

Em relação ao saneamento, constatou-se que o tipo de fossa

mais utilizado é do tipo fossa negra, sem nenhum tratamento adequado

o que pode favorecer a proliferação de doenças, principalmente através

do consumo de água dos igarapés que são, muitas vezes, a destinação

final destes dejetos.

Quanto à questão da saúde, os serviços são prestados pelo

Sistema Único de Saúde, sob gestão do Município. A cobertura se dá nos

níveis da atenção básica de promoção da saúde e prevenção de doenças;

na assistência de média e alta complexidade; e nos serviços de alta

complexidade técnica e tecnológica que compreendem os serviços

hospitalares especializados e os procedimentos ambulatoriais de alta

complexidade.

As atividades da Secretaria Municipal de Saúde - SEMSA são

operacionalizadas por 1.745 (um mil setecentos e quarenta e cinco)

servidores da área de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares,

farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas, odontólogos, técnicos,

equipes dos programas de saúde, etc.).

Segundo relatório da SEMSA, na zona rural os serviços de saúde

são ofertados através de 15 centros de saúde e 34 postos de saúde, com

atuação permanente de enfermeiros, apoiados por Agentes Comunitários

de Saúde - ACS. Ambulanchas e unidades móveis (terrestres e fluviais)

completam a estrutura de saúde na zona rural.

O acesso de parte considerável da população aos serviços de

saúde é através dos programas e serviços especializados, tais como:

Programa Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Programa de Imunizações

(cobertura vacinal), Controle de Doenças, Vigilância Ambiental e Animal,

40%

9% 15%

34%

2%

Figura 44 - DESTINO DO LIXO - CUCURUNÃ

Queima

Enterra

Joga Nos Pés das Plantas

Coleta Publica

Outros

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117

Saúde Bucal, Serviços de Referência a outros municípios (TFD). Segundo

os entrevistados do PAE Eixo Forte, as doenças mais frequentes em

crianças são verminoses, em função do consumo diária de água sem

tratamento adequado, enquanto que nos adultos, a gripe, resfriados e

viroses são as mais comuns. Estas enfermidades são tratadas no Posto

de Saúde, localizado na comunidade São Braz ou pelos ACS que atuam

na área.

5.7.3. Lazer

A maioria absoluta dos assentados entrevistados respondeu que

a atividade de lazer preferida no assentamento é o futebol.

Fonte: EMATER/PA

Todas as comunidades do Eixo Forte são equipadas com campos

de futebol, possuem pelo menos um time de futebol estruturado e

realizam torneios e um campeonato, todos os anos. Além disso, nas

festividades de padroeiros e festivais de produtos das comunidades, as

disputas esportivas sempre estão incluídas nas programações.

O futebol feminino vem sendo bastante incentivados nas

comunidades do Eixo Forte.

Uma parcela de 6% dos entrevistados apontou os balneários

como lazer preferido pelos moradores do assentamento e 8% indicaram

outras atividades.

86%

6% 8%

Figura 45 - LAZER

futebol

balneário

outros

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118

5.7.4. Cultura

Desde o início da década o Eixo Forte vem desenvolvendo um

trabalho de resgate de manifestações culturais da região.

Com o advento da realização de festivais, como o do Açaí, em

Santa Luzia e Farinha e Artesanato, no Cucurunã, as demais

comunidades do Eixo Forte incluíram em seus calendários, festivais que

têm por objetivo valorizar o produtor e os principais produtos de cada

comunidade. Assim, surgiram os festivais do Tacacá, da Mandioca, do

Charutinho, da Galinha Caipira, entre outros.

Para enriquecer a programação cultural desses festivais, grupos

folclóricos foram criados ou recriados, como o Pássaro Tucano, de São

Bráz, o Boi Tucum, do Cucurunã e a Quadrilha Baila Brasil, do Irurama.

Na esteira dessas agremiações, algumas dezenas de outros grupos

folclóricos apresentam-se nas programações culturais do assentamento

e também naquelas promovidas pela Prefeitura Municipal, como Festival

Folclórico do município e Feira da Cultura Popular.

As festas religiosas representam outro ponto importante na cultura

local. Todas as comunidades do Eixo Forte homenageiam seus

padroeiros com procissões, novenas e quermesses.

Todo o ano se realiza no Cucurunã o Auto de Natal que reúne as

mais diversas formas de expressão cultural da comunidade, entre elas:

dança, música, poesia e teatro.

Também é intensa a participação dos jovens das comunidades do

Eixo Forte nas apresentações dos Botos Cor-de-rosa e Tucuxi, de Alter-

do-Chão.

5.7.5. Habitação

O PAE Eixo Forte, conforme citado anteriormente, comporta,

além de seus moradores tradicionais, balneários ou casas nas quais

seus proprietários passam somente os finais de semana. É muito

comum encontrar este tipo de situação, favorecida, principalmente pela

proximidade deste com a sede, Santarém. Há muitas casas construídas

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119

em alvenaria, com padrão de alta qualidade, até mesmo no que diz

respeito às casas construídas com recurso da Reforma Agrária.

Tabela 32: TIPOS DE HABITAÇÃO EXISTENTES NO PAE EIXO FORTE.

Parede Cobertura Piso Instalação Sanitária

Insta

laç

ão

Hid

ráu

lica

Insta

laç

ão

Elé

tric

a

Telh

a

Palh

a

Mad

eir

a

Terr

a

Cim

en

to

Cerâ

mic

o

Bu

raco

sem

Pare

de

Bu

raco

co

m P

are

de

Pri

vad

a

co

m F

ossa

Pri

vad

a

co

m P

ed

ra

Alvenaria 182 8 0 14 116

32 10 28 87 37 114 158

Barro 4 3 0 6 1 0 1 1 3 2 5 7

Palha 9 37 0 41 4 1 5 11 8 22 8 30

Madeira 179 71 0 67 136

8 17 51 90 53 96 193

Lona 0 2 0 2 0 0 1 0 0 1 1 1

Mista 92 18 0 15 73 5 2 19 40 32 44 88

Fonte: EMATER/PA

De acordo com os gráficos abaixo, pode-se verificar que há, no

PAE, a maioria das casas construídas em alvenaria, 41% e madeira,

31%, sendo que prevalece a cobertura de telha de barro em 76% das

habitações. Residências com estrutura mais rústica ou de baixa

qualidade apresentam-se em menor quantidade, é o caso de casas

feitas de barro, 9% e lona, 1%, cobertas com palha 24%.

Fonte: EMATER/PA

31%

1%

9% 41%

0%

18%

Figura 46 - TIPO DE HABITAÇÃO - PAREDE

alvenaria

barro

palha

madeira

lona

mista

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120

Fonte: EMATER/PA

Já em relação ao tipo de piso utilizado nas casas, constatou-se

que a maioria, 63%, se constitui de cimento ou cerâmica.

Fonte: EMATER/PA

Prevalece, quanto às instalações sanitária, as construções tipo

privada com fossa (44%), seguida de privada com pedra (28%) e do tipo

buraco com parede (21%).

Fonte: EMATER/PA

76%

24% 0%

Figura 47 - TIPO DE HABITAÇÃO - COBERTURA

telha

palha

cavaco

28%

63%

9%

Figura 48 - TIPO DE HABITAÇÃO - PISO

Terra

Cimento

Cerâmico

7%

21%

44%

28%

Figura 49 - TIPO DE HABITAÇÃO - INSTALAÇÃO SANITÁRIA

buraco s/ parede

buraco c/ parede

privada c/ fossa

privada c/ pedra

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É importante frisar que no PAE, 51%, ou seja, apenas a metade

dos moradores entrevistados afirmou possuir água encanada em casa,

demonstrando que há um grande percentual, 49%, de moradores sem

acesso a este serviço essencial para realização de atividades diárias;

isto difere consideravelmente do acesso à energia elétrica, já que

afirmaram que, a maioria, 92% possui energia elétrica em suas

residências.

O diagnóstico realizado no PAE proporcionou, ainda, verificar a

quantidade de casas e profissionais da área da construção, por

comunidade. Abaixo, eis a relação:

Tabela 32 - Nº DE CASAS E PROFISSIONAIS DA ÁREA DA CONSTRUÇÃO

Comunidade

Ped

reir

o

Carp

inte

iro

Ele

tric

ista

En

can

ad

or

Qu

an

tid

ad

e

de c

as

as

Santa Rosa 08 08 03 01 63 São Raimundo 02 01 01 01 49 Santa Luzia 01 01 01 01 45 Jatobá 01 00 00 00 42 São Francisco 05 04 00 03 43 Ponta de Pedras 02 02 02 02 56 Cucurunã 09 07 04 05 120 Vila Nova 05 04 03 04 130 Pajuçara 05 04 02 05 52 São Pedro 03 02 01 01 78 Andirobalzinho 00 00 00 00 17 São Braz 10 10 00 01 200 Santa Maria 07 07 02 07 43 São Sebastião 07 03 01 04 60 Ponte Alta 05 01 00 00 54 Irurama 25 20 02 10 93 TOTAL 95 74 22 45 1.145

Fonte: EMATER/PA (2010)

É importante salientar que apesar do diagnóstico apresentar o

número de 1.145 casas construídas, os formulários aplicados se deram

em torno de 605 famílias, já que o restante encontrava-se sempre

fechada, algumas, inclusive, com aspecto de abandono.

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5.8. Análise das Limitações, Potencialidades e Condicionantes

Avaliando o potencial dos recursos naturais existentes, pode-se

perceber que no assentamento existe pouca aptidão para uso agrícola

aliando essa realidade ao fato das áreas já terem sido utilizadas durante

anos provocando a exaustão natural do solo, entende-se, portanto, que

as atividades agropecuárias mais adequadas para serem desenvolvidas

no assentamento sejam aquelas baseadas em princípios ecológicos de

manejo, como consórcios, sistemas agroflorestais, agricultura orgânica,

associadas à criação de animais de pequeno e médio porte.

Em relação à situação ambiental, considera-se que os recursos

hídricos superficiais estão sendo mal utilizados com diversos pontos com

supressão da mata ciliar, assoreamentos e contaminação por esgoto, há

também a presença barragens irregulares favorecendo para diminuir a

oferta e a qualidade de água ao longo dos igarapés.

Um dos principais problemas é a retirada de areia, seixo e

pedras para abastecer a demanda da construção civil em Santarém,

nenhuma ação tem sido tomada par regularizar essa situação, vale

mencionar, que além do dano ambiental provocado por essas

explorações, as vicinais de acesso também ficam deterioradas com a

presença constate de caminhões pesados prejudicando também pontes

e igarapés.

Em relação às organizações sociais, avaliamos a existência de

um contraste, pois existem associações bem organizadas e que realizam

ações comunitárias bem sucedidas, entretanto, algumas comunidades

não apresentam organização adequada para desenvolverem trabalhos

coletivos, essa realidade dificulta um processo de construção do

desenvolvimento sustentável.

Por isso é fundamental que se incentive ações no sentido de

orientar os comunitários a se organizarem melhor para promover

atividades de desenvolvimento coletivo, como cooperativismo,

associativismo e administração rural, para esses terem conhecimentos

suficientes para serem gestores de suas propriedades e comunidades.

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Outra característica do assentamento é o fato dos assentados

terem como maior fonte de renda o salário, significa que boa parte dos

assentados trabalharem em Santarém e não têm como base econômica

a agropecuária, o que influencia, por exemplo, na perspectiva de uso

das áreas, dando margem ao comércio ilegal de terra. Portanto, torna-se

fundamental criar alternativas para essa população desenvolverem

alternativas viáveis para que esses fixem suas atividades principais no

Assentamento.

Mesmo diante desses fatos, o assentamento ainda é provido de

belas paisagens naturais, que precisam ser preservadas, por isso, o foco

principal do planejamento de ações é direcionado a exploração do

potencial turístico da área, pois trata-se de uma atividade mais

condizente com a realidade da população local, que não depende tanto

da agropecuária, e sim de sub empregos na sede da cidade de

Santarém.

Essa é uma forma de manter essa população administrando o

assentamento de forma a sustentar suas necessidades básicas,

mantendo também, o interesse da população mais jovem em se

tornarem lideranças futuras, na administração de suas organizações

comunitárias.

6. PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

DO PROJETO DE ASSENTAMENTO

6.1. Apresentação

O Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável do PAE

Eixo Forte é o resultado da reflexão conjunta entre a equipe técnica e os

beneficiários, que buscam orientar a trajetória de desenvolvimento

socioeconômico e ambiental desses produtores rurais familiares.

Não se podem descartar os dez anos de presença da extensão

rural na região do assentamento, o que permitiu resgatar toda uma série

de debates sobre os problemas da região e os rumos a tomar para

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garantir a sustentabilidade e perenidade de uma vida sob novas e

melhores condições.

6.2. Objetivos e Diretrizes Gerais:

O processo de organização e mobilização social que possibilitou a

constituição do PAE Eixo Forte tem por objetivo uma produção

extrativista e agropecuária, entre outras, que garanta a qualidade de vida

das famílias do assentamento. No entanto, a manutenção e recuperação

das características ambientais originais é também um objetivo almejado

pelos moradores locais, que demonstram preocupação com seu futuro,

uma vez que conhecem diversos exemplos, inclusive no próprio

assentamento, de situações em que o descaso com o meio ambiente

vem trazendo conseqüências negativas principalmente sobre a

qualidade da água. Isto é, situações aonde o uso inadequado dos

recursos naturais vem comprometendo a perenidade do processo

produtivo e, consequentemente, da reprodução social das famílias.

Este planejamento é norteado pela integração das atividades

produtivas e organizacionais, com ações que garantam a melhoria do

meio ambiente, sendo este entendido como produto da interação entre

os recursos naturais e as ações do homem que visam garantir o bem-

estar socioeconômico da população local.

Para cumprir o seu papel social os recursos naturais devem ser

utilizados de forma a preservar a sua função ecológica e sua capacidade

produtiva e reprodutiva ao longo do tempo, produzindo benefícios para a

população do assentamento e do entorno do assentamento, razão pela

qual o planejamento de uso deve levar em conta os impactos a curto,

médio e longo prazos.

A preocupação com as questões ambientais deve permear todos

os programas deste plano, pois todas as ações produtivas e extrativistas

desenvolvidas têm, direta ou indiretamente, efeito sobre o meio

ambiente. Nesse rol de interdependência devem ser destacadas as

ações que garantam no seu conjunto o desenvolvimento harmônico da

região, assim relacionados: Programa Turismo de Base Familiar;

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125

Programa Organização Social; Programa de Produção Agropecuária;

Programa de Resgate da Atividade Extrativista; Programa Social;

Programa Ambiental; e Programa Atividades Não Agrícolas.

6.2.1. Organização Espacial

A ocupação da região que hoje se denomina Eixo Forte, iniciou

obedecendo aos critérios naturais que regem esse tipo de intervenção

humana no ambiente. As famílias pioneiras chegaram, pó volta do final

do século XIX, e começaram a se aglomerar em pequenos povoados,

situados às margens dos igarapés que funcionavam como vias de

locomoção de pessoas e da produção extrativista da época.

Muitos dos problemas ambientais que hoje a população enfrenta

no Eixo Forte são heranças dessa ocupação desordenada, sem

obedecer a critérios técnicos. Apenas seguindo o sentido de

sobrevivência, diante da floresta densa que prevalecia na região e a

população indígena que não aceitava a presença dos humanos. Daí a

necessidade de ocupar as margens de igarapés, que funcionavam como

única forma de ligação entre os moradores locais e a “civilização”.

Em 1977, com a abertura da rodovia Everaldo Martins, o critério

de ocupação e utilização da terra deixa de ser o igarapé e passa a ser a

rodovia. Cria-se então o termo “Eixo Forte”, mostrando a importância da

estrada na forma de ocupação da região: “Desenhamos na lousa o mapa

da região, colocamos a estrada como eixo principal, os ramais como

raios e a força do povo como tração a impulsionar o veiculo a se

locomover. Portanto, temos ai um Eixo Forte, porque a força está na

gente. Este foi o significado do nome que todos nós aclamamos e que

soou bem aos ouvidos de todos. Logo tomamos gosto por esse nome,

nome pelo qual a região é conhecida até hoje: EIXO FORTE”.

A proposta de organização do presente plano procura corrigir

algumas distorções provocadas pela ocupação desordenada da região,

seguindo uma percepção da própria população que reconhece a

necessidade de resgatar aspectos ambientais desconsiderados pelos

pioneiros da região, sem causar novos impactos, de natureza social.

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126

Assim, através de um processo educativo pretende-se resgatar a

principal vocação da região, que é o extrativismo, uma vez que as

características do solo do assentamento demandariam altos

investimentos em tecnologia e recursos financeiros para ajustá-los às

exigências nutricionais e físicas da agropecuária convencional.

Um intenso programa de reflorestamento passa pelo

desenvolvimento de uma campanha de conscientização que crie uma

“cultura florestal”, uma vez que as gerações mais novas vêm sendo

pressionadas permanentemente pela cultura urbanista que cerca o

assentamento. Mesmo parecendo um paradoxo, parte dos jovens a

reivindicação pelo resgate da cultura tradicional do assentamento.

O assentamento está dividido em 15 comunidades. Isso se

considerarmos Andirobalzinho como uma extensão da comunidade de

São Pedro, como foi proposto pelas lideranças das duas comunidades.

Figura 50 - PROPOSTA DE LIMITES DAS COMUNIDADES

A proposta de organização espacial prevê a manutenção da

individualidade das comunidades no aspecto cultural. As diferenças

devem ser preservadas, estudadas e enriquecidas, pois a grande

vocação da região, atualmente, é o turismo de base familiar e essas

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127

peculiaridades locais passam a ser interessantes produtos, do ponto de

vista do turismo.

Todas as demais propostas produtivas estão direta ou

indiretamente vinculadas ao desenvolvimento do projeto turístico, que

pode gerar um novo período de desenvolvimento com respeito

ambiental, valorização da cultura local e autogerido pelos assentados.

6.2.2. Serviços e Direitos Sociais Básicos

Um aspecto cultural marcante dos povos é a organização social,

que compreende os papéis exercidos pelos indivíduos na sociedade e as

ações decorrentes do desempenho desses papéis. A organização social

engloba os diverso campos de atuação humana: econômico (atividades

produtivas, comércio, serviços, político e religioso). Na organização

social, são importantes as relações de poder que se estabelecem entre

os individuos que a compõem. Mas o poder no sentido social da palavra,

significa capacidade de agir, de produzir resultados que foram

predeterminados. O poder manifesta-se em diversos grupos socias ou

em diversa esferas da vida em sociedade.

O termo organização social faz também eco da dimensão social

dos problemas econômicos cujo exame apela aos olhares cruzados de

todas as ciências do homem. O estabelecimento de um diálogo entre

disciplinas apela antes de tudo a uma melhor compreensão das suas

relações, à confrontação dos seus métodos e dos seus objetivos.

Na atual sociedade, segundo depoimento dos próprios

assentados, os vínculos entre as comunidades são mais fracos, as

pessoas mantêm relações mais distanciadas. No entanto, associações e

grupos informais são algumas formas de organização comunitária que

costumam ser eficientes entre a população rural.

As pessoas podem aproveitar a existência de grupos, como

religiosos e outros, que já costumam se reunir periodicamente, para

propor a organização com o objetivo de melhorar suas vidas. E melhoria

significa ter acesso à saúde, transporte, educação, moradia de

qualidade, esporte, lazer, entre outras coisas.

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128

Ainda que a colaboração de agentes externos à comunidade,

como técnicos de extensão, seja desejável, as iniciativas devem partir

das próprias pessoas, sejam mulheres, jovens ou crianças. Todos

devem ter voz, pois podem contribuir com sua experiência e sabem os

problemas e dificuldades que enfrentam. O essencial é que as decisões

sejam tomadas em grupo, com a participação de todos.

O Programa de Garantira dos Serviços e Direitos Sociais Básicos

foi elaborado tendo como eixo principal a organização da população

para uma ação reivindicativa sustentável, passando pela implantação de

um modelo de organização das comunidades, mais representativo,

possibilitando se ouvir todos os segmentos organizados das

comunidades, seguindo pelo fortalecimento das comissões específicas

(saúde, educação, cultura, esporte e lazer, etc.) da FAMCEEF. Tudo

isso, apoiado por um programa de capacitação e consultoria executado

pela equipe de ATES.

6.2.3 - Sistemas Produtivos

No PAE Eixo Forte encontram-se as mais diversas formas de

geração de renda baseadas na agricultura, pecuária, pesca, criação de

pequenos animais e extrativismo. Todas de forma bastante empírica,

com baixa utilização de recursos tecnológicos e, em consequência,

reduzida produtividade.

Constatou-se que o cultivo da mandioca e a comercialização da

farinha é o carro chefe da produção agropecuária da região.

Algumas famílias das comunidades próximas ao lago do Juá e

Tapari dedicam-se a atividade de pesca artesanal. Quanto à produção

extrativista pode-se observar que algumas famílias do Assentamento

trabalham com a extração do açaí, cupuaçu, piquiá, castanha-do-brasil e

cumaru.

Na criação, o destaque é para a galinha caipira, que é praticada

por um grande número de famílias, sendo que a maioria absoluta o faz

apenas com o objetivo da subsistência. As granjas de produção de

galinhas em regime de confinamento estão se proliferando na região.

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129

Porém, a população tem restrições a esse modelo de produção, sendo

tema de debate na elaboração do Plano de Utilização do Assentamento.

O Sistema Produtivo proposto parte do princípio que o rumo do

desenvolvimento do Eixo Forte passa pelo Turismo de Base Familiar e

pela produção de base Agroecológica. Dessa forma, não será

estimulada a expansão da monocultura.

A mandioca será trabalhada muito mais pela sua importância

histórica e cultural, que pelo seu desempenho agronômico e econômico

de hoje. Planeja-se manter os atuais índices de área plantada,

investindo-se em produtividade, eficiência gerencial e tecnológica. A

forma tradicional de produção será preservada por tratar-se de um

interessante produto turístico.

O interesse concentrado das famílias em determinados produtos,

demonstrado nas reuniões de elaboração do PDA mostra que existe

uma tendência do Eixo Forte tornar-se um pólo produtor de quatro

produtos, a saber: açaí; hortaliças orgânicas; galinha caipira; e mel de

abelhas nativas.

As cadeias produtivas desenhadas para esses produtos propõem

momentos de produção individual, intercalados com atividades

desenvolvidas de forma coletiva, proporcionando dessa forma que se

crie um ambiente favorável à construção futura de um sistema

cooperativo.

A pesca, mesmo sendo praticada atualmente com base em

acordos que têm por objetivo proteger o estoque pesqueiro dos lagos

onde é realizada, será desenvolvida paralelamente a um processo

educativo que tem por objetivo implantar um sistema de criação de

peixes em tanques redes, substituindo-se gradativamente a prática da

pesca pela da criação.

Será desenvolvido um intenso programa de reflorestamento que

devolverá ao Eixo Forte a tradição da prática extrativista, que já foi base

a atividade econômica da região.

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130

6.2.4. Meio Ambiente

O extrativismo é apontado às vezes como opção inviável para o

desenvolvimento da Amazônia. Tal conclusão apóia-se em uma visão

dessa atividade como simples coleta de recursos, o que excluiria

técnicas como cultivo, criação e beneficiamento. No caso da região

amazônica, essa visão é estreita, pois não leva em conta a cultura das

populações locais, que favorece a harmonia com a natureza.

Assim, é preciso ampliar essa concepção, admitindo alguma

tecnologia e usos dos recursos naturais incluídos no modo de vida e na

cultura extrativistas. A situação concreta do extrativismo na Amazônia

recomenda a construção de um conceito mais específico. Em primeiro

lugar, definir extração como coleta limitada aos estoques naturais reduz

a atividade ao extrativismo mineral, à apropriação do meio físico do

ecossistema natural (recursos, por natureza, não-renováveis). É preciso,

portanto, distinguir extração mineral de bioextrativismo. Este se refere ao

uso econômico dos recursos renováveis dos ecossistemas naturais.

Nesse caso, não se pode admitir como objeto uma natureza intocada, já

que as florestas são afetadas pelo uso humano.

A especificidade da Amazônia, quanto à intervenção das

populações tradicionais nos ecossistemas naturais, é a diversificação do

uso dos recursos em sistemas de coleta, cultivo e criação de animais.

Tais sistemas de manejo estão fundados na cultura tradicional das

populações amazônicas, que favorecem uma relação harmônica com a

natureza. Isso acontece porque as populações que vivem nas florestas

têm, em função do relativo isolamento e da forte influência do meio

natural, um modo de vida e uma cultura, diferenciados. Seus hábitos

dependem dos ciclos naturais, e a forma como apreendem a realidade e

a natureza é baseada não só em experiência e racionalidade, mas

também em valores, símbolos, crenças e mitos. Essa simbiose

homem/natureza, presente tanto na prática de produção quanto nas

representações simbólicas do ambiente, permite que tais sociedades

acumulem vasto conhecimento sobre os recursos naturais.

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131

Seringueiros e índios vêem na floresta a sua morada e a de seus

ancestrais, um ambiente conhecido e acolhedor, objeto de seu saber e

de suas crenças e fonte de sua subsistência. Já empresários

agropecuários vêem um ambiente estranho e hostil, um obstáculo a ser

superado para que tenham acesso à fonte de seu lucro. As mesmas

razões explicam a existência de duas formas de extrativismo: o mercantil

capitalista e o da pequena produção familiar e/ou comunitário. O

primeiro é típico da empresa extrativista (seringal, castanhal,

mineradoras, etc.) e os outros são próprios de grupos tradicionais

(seringueiros, castanheiros, pescadores, índios etc.).

No PAE Eixo Forte observamos os dois casos. Na primeira forma

a extração de minérios (areia para construção), incentivada pela

indústria da construção civil; e na segunda forma, a coleta de açaí e

cumaru, estimulada pela valorização desses produtos no mercado

nacional, além do pescado, como forma de subsistência de um número

considerável de moradores das comunidades do Eixo Forte, que atuam

de forma organizada, principalmente no lago do Juá.

A atividade extrativista, tão presente na cultura da região,

lembrada com frequência pelos moradores mais antigos, hoje representa

um percentual quase insignificante na economia do assentamento,

aparecendo como ítem de subsistência para uma pequena parcela dos

moradores da região.

O diagnóstico da região nos mostra que praticamente 50% da

área do assentamento apresenta vegetação típica de áreas fortemente

antropizadas, chegando em alguns locais críticos ao ponto de

degradação. O resgate da atividade extrativista passa obrigatoriamente

por um intenso processo de reflorestamento, até porque, o delicado

equilíbrio das relações solo/água não permite projetar para a região

utilização intensa desses recursos com fins de produção agropecuária.

Independente das medidas tomadas para fazer a restauração de uma

área, é muito importante se praticar a educação ambiental, já que é uma

ferramenta que muitas vezes sozinha resolve.

Diante da situação atual, na qual foi identificada uma série de

“conflitos” entre o uso dos recursos naturais relacionados com as

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legislações ambientais atuais, os casos mais significativos são as

ocupações de Áreas de Proteção Permanente, especificamente a

margens de igarapés, que em muitos casos, essas residências

(balneários, fazendas chácaras), são habitadas por famílias que não se

enquadram no perfil de beneficiário e que comumente não possuem

títulos dessas áreas, associando essas ocupações aos impactos que

elas geram, como por exemplo, a contaminação dos igarapés por

dejetos humanos e animais e a poluição visual gerada por outros

resíduos sólidos que são freqüentes nessas áreas. Porém, não podemos

descartar a ação danosa às Áreas de Proteção Permanente, praticadas

pelos assentados que residem às margens de igarapés.

Considerando que essa situação envolve um complexo de

irregularidades bem delicadas, propomos um programa de

desenvolvimento direcionado apenas para tratar das questões referentes

ao passivo ambiental identificado, que serão relatados a seguir.

(Recuperação de Nascentes, Recomposição de Áreas de APP e

Reserva Legal, Reflorestamento).

Com relação à extração de minerais (areia, pedras, etc.), nesse

caso, consideramos o que é apresentado no Plano de Utilização do

Assentamento, ou seja, que essas empresas se regularizem perante aos

órgãos ambientais e as legislações pertinentes e assim, em acordo com

comunidades, com a prefeitura e outros órgãos se proponham a fazer,

no mínimo, um programa específico para recuperação da área

degradada, se comprometendo a recomporem o solo e a vegetação da

área explorada, consonante com o programa de reflorestamento, assim

como, a manutenção constante de ramais, vicinais, pontes e acessos,

pois são as principais causadoras de danos á essas vias, seguindo o

programa de estradas vicinais ecológicas, conforme relatado adiante.

6.2.5. Desenvolvimento Organizacional

O modelo organizacional proposto no plano é resultado da

combinação entre a proposta de organização constante no Plano Diretor

Participativo do Município de Santarém e o modelo proposto pelo

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Estatuto Social da Federação das Associações de Moradores,

Comunidades e Entidades do Assentamento Agroextrativista do Eixo

Forte.

Assim, os Conselhos Gestores Comunitários, compostos por

representantes de todas as entidades comunitárias formal ou

informalmente constituídas garantem ampla participação dos diversos

segmentos comunitários nas tomadas de decisão, bem como conferem

autonomia às comunidades e responsabilidade no rumo do

planejamento das ações a serem desenvolvidas naquela comunidade.

As Comissões de Trabalho, definidas pelo estatuto da FAMCEEF,

vão proporcionar organicidade às decisões das comunidades,

estabelecendo de forma participativa prioridades e estratégias de

encaminhamentos às questões dos diversos setores a serem atendidos

pelas CT’s.

6.2.6. A Assessoria Técnica, Social e Ambiental no

Acompanhamento à Implantação do Plano

Para atender aos desafios, os serviços de ATES devem ser

executados mediante o uso de metodologias participativas, devendo

seus agentes desempenhar um papel educativo, atuando como

animadores e facilitadores de processos de desenvolvimento rural

sustentável. Ao mesmo tempo, as ações de ATES devem privilegiar o

potencial endógeno das comunidades e territórios, resgatar e interagir

com os conhecimentos dos agricultores familiares e demais povos que

vivem e trabalham no campo em regime de economia familiar, e

estimular o uso sustentável dos recursos locais.

Ao contrário da prática extensionista convencional, estruturada

para transferir pacotes tecnológicos, a nova ATES deve atuar partindo

do conhecimento e análise dos agroecossistemas e dos ecossistemas

aquáticos, adotando um enfoque holístico e integrador de estratégias de

desenvolvimento, além de uma abordagem sistêmica capaz de

privilegiar a busca de equidade e inclusão social, bem como a adoção de

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134

bases tecnológicas que aproximem os processos produtivos das

dinâmicas ecológicas.

Nesta perspectiva, a ATES deve estabelecer um novo

compromisso com os seus beneficiários e com os resultados

econômicos e socioambientais relacionados e derivados de sua ação,

não podendo omitir-se diante de eventuais externalidades negativas

geradas por sua intervenção e pelas suas recomendações técnicas,

como ocorreu no período da Revolução Verde. Isto exige uma nova

postura institucional e um novo profissionalismo, que esteja centrado em

uma práxis que respeite os diferentes sistemas culturais, contribua para

melhorar os patamares de sustentabilidade ambiental dos

agroecossistemas, a conservação e recuperação dos recursos naturais

e, ao mesmo tempo, assegure a produção de alimentos limpos, com

melhor qualidade biológica, acessíveis ao conjunto da população. Para

isto, é fundamental que os agentes de ATES, sejam eles técnicos,

agricultores ou outras pessoas que vivem e trabalham no meio rural,

possuam os conhecimentos e habilidades requeridas para a execução

de ações compatíveis com a nova Política Nacional de ATER.

Para tanto, a Política de ATER reconhece a pluralidade, as

diferenças regionais, a diversidade socioeconômica e ambiental

existente no meio rural e nos diferentes territórios, abrindo espaço para

experiências de caráter bastante variado, mas que sejam guiadas pelos

princípios e diretrizes enunciadas na PNATER.

A ATES no desenvolvimento do plano será um instrumento de

apoio as coordenações, associações e cooperativas, dando suporte

técnico e subsídios às atividades propostas no diagnóstico realizado no

assentamento, podendo orientar os agricultores na elaboração de

projetos, contribuindo assim para a consolidação de políticas públicas,

monitorando e avaliando a aplicação dos créditos e outros recursos

estimulando a participação de homens, mulheres, jovens e crianças. Os

parceiros a serem buscados são: Prefeituras, Secretarias de Estado,

Banco do Brasil, Banco da Amazônia, INCRA, iniciativa privada e outros.

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6.3. Programas

6.3.1. Programa Organização Espacial

A agricultura familiar é um segmento importante no cenário rural

brasileiro, pois responde por cerca de 40% da riqueza gerada no meio

rural. Contudo, as inovações tecnológicas, bem como as transformações

ocorridas no campo nas últimas décadas vêm modificando as relações

sociais de trabalho no meio rural, o que força aos produtores buscar

alternativas de renda além da proveniente do trabalho agrícola.

Neste cenário, é fundamental enfocar as famílias de agricultores

que vivem da produção agrícola e vêm experimentando o turismo como

uma alternativa de incremento ao árduo trabalho do campo, valorizando

os saberes locais e a cultura rural. Aponta-se então uma tendência para

a pluriatividade, ou seja, membros da família passam a desenvolver

atividades não agrícolas, ligadas ao comércio, educação, serviços,

administração pública, entre outras, combinados aos membros que

trabalham na produção rural. Dentre essas atividades o turismo aparece

através de serviços de alimentação, hospedagem, venda de produtos,

comércio, eventos, etc.

Essa diversificação das atividades no campo gera trabalho para

os membros da família, bem como incentiva o associativismo entre os

produtores de uma localidade, proporcionando benefícios econômicos,

sociais e ambientais para a região, como redistribuição da renda,

valorização da cultura local, resgate das tradições, exercício da

autogestão, além de melhorar a auto-estima. Por fim, cabe ressaltar

ainda que uma atividade como esta deva ser bem planejada, com

participação de todos os atores envolvidos, para evitar impactos

irreversíveis, principalmente no que diz respeito à cultura e tradições

locais.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário define o Turismo Rural

na Agricultura Familiar, como: “A atividade turística que ocorre na

unidade de produção dos agricultores familiares que mantêm as

atividades econômicas típicas da agricultura familiar, dispostos a

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valorizar, respeitar e compartilhar seu modo de vida, o patrimônio

cultural e natural, ofertando produtos e serviços de qualidade e

proporcionando bem estar aos envolvidos.”

Um conjunto de fatores configura a vocação turística da região do

Eixo Forte:

a) localização: O assentamento limita-se a noroeste com o aeroporto

internacional Wilson Fonseca; a leste com a sede do município de

Santarém; e a oeste com a vila balneária de Alter-do-Chão, o ponto

turístico mais procurado do oeste do estado;

b) revestimento florístico: O município de Santarém tem diversos tipos

de grupos de vegetação, que variam bastante em função dos tipos de

solos e da drenagem hídrica. Na região do Eixo Forte, temos um resumo

desses diferentes grupos, podendo-se observar desde áreas com

cobertura típica de serrado e savana, até a floresta densa,

oportunizando a possibilidade de diferentes paisagens aos visitantes;

c) hidrografia: Situado na bacia hidrográfica do Tapajós, o PAE Eixo

Forte é circundado, em seu perímetro norte pelas águas cristalinas do rio

Tapajós, formando um total de quase 30 km de praias, onde se

destacam as praias de Ponta de Pedras e Pajuçara. No seu interior, a

rede de igarapés que compõem as três microbacias dos lagos do Juá,

Verde e Taparí, atrai centenas de visitantes todos os fins de semana

para um mergulho em suas águas geladas;

d) cultura local: A produção de farinha de mandioca e seus derivados

sempre foi o principal item da economia dessa região. A farinha

produzida na região, conhecida como “Farinha do Cucurunã” era

disputada nas feiras e mercados de Santarém. O artesanato em palha

também se destaca entre os itens comercializados na área do

assentamento;

e) infraestrutura: o assentamento é cortado de leste a oeste pela

rodovia PA 457, também chamada rodovia Dr. Everaldo de Sousa

Martins, que faz a ligação entre a sede do município e do aeroporto

internacional com o distrito de Alter-do-Chão.

Foi a partir do asfaltamento da rodovia PA 457, em 1987, que o

turismo passou a destacar-se como atividade econômica na região. Ao

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mesmo tempo em que, o acesso facilitado às praias do Eixo Forte se

apresentava como uma alternativa econômica aos moradores da região,

que comercializavam sua produção na beira da estrada, agravou-se o

problema do êxodo rural, uma vez que as famílias mais abastadas do

município forçavam os moradores locais a vender suas terras, que se

transformariam em chácaras de fim-de-semana. Os antigos donos foram

transformados em caseiros e zeladores de suas antigas propriedades.

Figura 51 - DIA DE CAMPO SOBRE TURISMO DE BASE FAMILIAR

Fonte: EMATER/PA

A partir do ano de 2.000, entidades governamentais e não

governamentais coordenadas pelo CEFT-BAM iniciaram uma série de

debates que tinha por objetivo a construção de um Plano Alternativo de

Desenvolvimento Sustentável para o Baixo Amazonas, o Projeto

Tucumã. Nesse plano, o Turismo de Base Familiar já aparecia como um

dos eixos de sustentação da proposta de desenvolvimento. Em

novembro de 2001, uma das oficinas que tinham por objetivo conceituar

esse tipo de turismo foi realizada na comunidade do Cucurunã, no Eixo

Forte, por se identificar ali o potencial para implantação de projetos

baseados nesse modelo.

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Figura 52 - DIA DE CAMPO SOBRE TURISMO DE BASE FAMILIAR

Fonte: EMATER/PA

Em 2004, a EMATER/PA realiza um curso de Turismo Rural

Comunitário, para jovens da CFR de Santarém, situada no Centro de

Treinamento Chico Roque, na Rod. PA 457, comunidade de São Brás.

Na conclusão desse curso os jovens realizaram um “Dia de Campo”,

quando recepcionaram, na praia de Pajuçara, um grupo de convidados

pré-selecionados pela coordenação, momento em que expuseram o

conteúdo construído nos quatro dias de curso.

A criação da Estação Turística do Eixo Forte vai determinar uma

nova configuração espacial à região, que passará a pensar seus

problemas e soluções com base nessa nova perspectiva de

desenvolvimento local.

6.3.1.1. Projeto Estação Turística do Eixo Forte

a) Apresentação:

Construir uma hospedagem charmosa é o sonho de muitos

brasileiros. Quem vislumbra a possibilidade de criar um empreendimento

onde possa conhecer pessoas diferentes, levar uma vida menos

estressante e ainda ganhar dinheiro sempre pensa numa pousada. De

preferência em um local bucólico, na montanha ou na praia. Na região

do Eixo Forte não é diferente. Muitos assentados sonham com a

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possibilidade de aproveitar o conjunto de características favoráveis a

implantação de projetos dessa natureza.

Foi a partir de depoimentos de assentados que se começou a

“desenhar” um projeto que atendesse às expectativas dos moradores e

aproveitasse o grande potencial turístico da região. Nasceu assim a idéia

da “Estação Turística do Eixo Forte”, um complexo de pousadas

localizadas em diferentes comunidades do assentamento, levando em

consideração os diferentes cenários que o assentamento oferece, aliado

a uma série de outros atrativos turísticos que podem ser explorados na

região. Tudo isso em harmonia com o meio ambiente, com absoluto

controle dos próprios assentados, tendo como foco principal o modo de

vida e a cultura local.

b) Justificativa:

A proposta de construção de pousadas no PAE Eixo Forte foi

definida não só considerando-se o potencial turístico da região do Eixo

Forte, que por si só já é suficiente para justificar sua implementação.

Mas também, e principalmente pela localização do futuro

empreendimento. A localização geográfica, no centro de um triângulo

imaginário que tem nos vértices o aeroporto, a sede do município e a vila

de Alter-do-Chão, cria uma situação extremamente favorável ao projeto,

sendo uma alternativa de hospedagem para todos os visitantes de nosso

município que queiram um local tranquilo e de fácil acesso, aumentando,

assim, a possibilidade de um bom índice de ocupação das unidades.

c) Objetivo Geral:

Implantar estrutura básica para o funcionamento do complexo de

pousadas da “Estação Turística do Eixo Forte”.

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d) Objetivos Específicos:

Gerar emprego e renda para famílias do PAE Eixo Forte;

Capacitar trabalhadores do PAE Eixo Forte para atuarem no

projeto;

Captar recursos físicos e financeiros para a execução do projeto;

Assessorar os debates que conduzirão a criação da Estação

Turística do Eixo Forte, inclusive forma jurídica;

Criar a organização responsável pela gestão do empreendimento;

Elaborar Plano de Negócio da Estação Turística do Eixo Forte;

Elaborar projeto arquitetônico da Estação Turística do Eixo Forte;

Adquirir veículo Van para transporte de hóspedes;

Adquirir veículo utilitário para apoio administrativo.

e) Estratégia:

O projeto sugestivo apresentado aos assentados prevê a

construção de cabanas individuais cobertas de palha, com opção de

camas de casal ou solteiro, com varanda, banheiro e WC. Salão para

refeições, eventos e espaço para comercialização de artesanato.

Paralelo à construção das pousadas serão desenvolvidos projetos de

atividades ligadas à ação, aventura e contemplação.

Figura 53 - MODELO SUGESTIVO DE CABANAS PARA A ESTAÇÃO TURÍSTICA

DO EIXO FORTE

Fonte: EMATER/PA

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A estratégia de implantação do projeto prevê a realização de

oficinas para elaboração de um Plano de Negócio que definirá o perfil do

empreendimento, como por exemplo: Tamanho do Negócio,

Participantes, Forma de Organização, Posição de Mercado; Inovações;

Produtividade; Recursos Físicos e Financeiros; Rentabilidade;

Desempenho e Aperfeiçoamento da Gestão; Desempenho e Atitude dos

Trabalhadores; Responsabilidade Social, entre outros itens

indispensáveis para que se alcance o sucesso desejado.

Figura 54 - POUSADAS

Todas as comunidades do assentamento foram incluídas no plano

para a construção de pousadas, por ocasião da realização das oficinas

de planejamento.

d) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Gerar emprego e renda para

cerca de 150 assentados e/ou

familiares de assentados do

PAE Eixo Forte

ATES, FAMCEEF INCRA

02 Elaborar 01 Plano de Negócios ATES, FAMCEEF INCRA

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da Estação Turística do Eixo

Forte

03 Elaborar 01 projeto

arquitetônico da Estação

Turística do Eixo Forte

ATES, FAMCEEF INCRA

04 Montar Plano de Qualificação

de mão-de-obra para

assentados que trabalharão na

Estação Turística do Eixo Forte

ATES, FAMCEEF INCRA

05 Adquirir de 02 (dois) veículos

Van

ATES, FAMCEEF INCRA

06 Adquirir 01 (um) veículo

utilitário

ATES, FAMCEEF INCRA

g) Resultados Esperados:

Além dos 150 empregos diretos gerados pelo projeto, outros oito

projetos de ação, aventura e contemplação, diretamente ligados à

Estação Turística do Eixo Forte, irão gerar cerca de mais 200 empregos,

principalmente para as camadas mais jovens da população local.

Além disso, parte da produção agrícola, artesanal e prestação de

serviços previstos nesse plano serão direcionados ao público usuário da

Estação.

6.3.1.2. Projeto Ação, Aventura & Contemplação

a) Apresentação:

Os empreendimentos ligados à ação, aventura e contemplação

foram pensados como atividades geradoras de renda, complementares

ao projeto de construção de pousadas. A dimensão da área do

assentamento e a diversidade paisagística da região possibilitam o

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aproveitamento desse potencial como fonte geradora de trabalho e

renda, principalmente para os jovens.

Outro aspecto a se destacar é a estreita ligação dessas atividades

com a necessidade de desenvolvimento de uma cultura

preservacionista. O meio ambiente é parceiro sine qua non para o

desenvolvimento das atividades de ação, aventura e contemplação.

Numa região aonde o meio ambiente vem sendo tão agredido, como no

Eixo Forte, o incentivo a ações geradoras de renda, vinculadas com a

preservação do meio ambiente, vão gerar um ambiente de

sustentabilidade favorável ao desenvolvimento do assentamento.

Entre as atividades de ação, aventura e contemplação, foram

escolhidas para serem desenvolvidas no PAE Eixo Forte, as seguintes:

Arvorismo, Cavalgada, Passeio de Barco, Tirolesa, Torre de Observação

e/ou Mirante, Pesque & Pague, Canoagem e Trilhas.

b) Justificativa:

É consenso que os jovens do meio rural, principalmente aqueles

moradores de propriedades classificadas como “de base familiar”, não

demonstram interesse em dar continuidade à profissão seguida pelos

pais. A falta de acesso a tecnologias que tornem o trabalho rural de base

familiar menos exaustivo, vem promovendo uma busca de alternativas

para os filhos de agricultores, que os afaste do “cabo da enxada”. É

comum, atualmente, os filhos ouvirem, de suas mães a ameaça de

“voltar para o cabo da enxada” em casos de insucesso na vida

estudantil.

No Eixo Forte, onde a influência urbana é grande, e a relação com

a cidade é permanente, esse sentimento de negação da atividade

agrícola se faz mais presente. Trabalhos realizados na região, através

do incentivo à realização de festas e festivais que valorizam a produção

e cultura local, demonstram a possibilidade de resgate da auto-estima e

valorização da atividade produtiva do meio rural, pela população mais

jovem.

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A proposta de aproveitamento do potencial para desenvolvimento

de atividades de ação, aventura e contemplação pretende demonstrar

que o meio onde vivem pode oferecer oportunidades de trabalho e renda

compatíveis com as aspirações da juventude rural.

c) Objetivo Geral:

Geração de trabalho e renda prioritariamente para jovens do PAE

Eixo Forte, através do desenvolvimento de atividades de ação, aventura

e contemplação.

d) Objetivos Específicos:

Implantar projetos que gerem trabalho e renda para jovens do

Eixo Forte;

Aproveitar o potencial turístico da região;

Fortalecer as organizações de jovens do Eixo Forte;

Oferecer opções de atividades para os freqüentadores da Estação

Turística do Eixo Forte.

e) Estratégia:

Através das organizações de jovens das comunidades do PAE

Eixo Forte, serão discutidas as possibilidades de aproveitamento do

potencial de cada comunidade, de acordo com os levantamentos

realizados durante as oficinas de elaboração do PDA do PAE Eixo Forte.

As atividades identificadas como potencialmente viáveis de serem

desenvolvidas no assentamento são: Arvorismo, Cavalgada, Passeio de

Barco, Tirolesa, Torre de Observação e/ou Mirante, Pesque & Pague,

Canoagem e Trilhas.

1) Arvorismo: O arvorismo surgiu da necessidade de biólogos e

pesquisadores em deslocarem-se pelas copas das árvores a fim de

intensificarem suas pesquisas. Nos anos 90, com a introdução de

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técnicas e equipamentos verticais, o arvorismo despontou-se como

atividade de aventura proporcionando emoção, lazer e entretenimento

para pessoas de todas as idades.

O Brasil é o país que apresenta em maior número, recursos

naturais e áreas com potencial para o desenvolvimento e implantação

dessa atividade de aventura.

Figura 55 - ARVORISMO

No Eixo Forte são vários os lugares que apresentam potencial

para o desenvolvimento de atividades ligadas ao arvorismo. As oficinas

de planejamento do PDA indicaram as comunidades de São Raimundo,

Jatobá, São Pedro, Santa Rosa, Ponte Alta, Vila Nova, Irurama, São

Bráz, São Francisco, Vila Nova, Cucurunã e Santa Maria, para

concentrarem essas atividades.

2) Cavalgada: Três jovens do Eixo Forte experimentaram transformar

uma atividade, até então, de lazer, num negócio. Estava criado o Grupo

de Cavalgada JJC. O grupo oferecia aos visitantes, três opções de

cavalgada: a Cavalgada Matutina, que era o percurso mais longo,

percorria trilhas do Eixo Forte, que incluíam visitas às propriedades, com

paradas em pequenos igarapés. Era realizada pela manhã. A outra

opção era o Pôr-do-Sol Montado. Um percurso de cerca de uma hora

onde se observava alguns aspectos da diversidade da vegetação da

região, atividades de uma propriedade rural de base familiar, como a

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fabricação de farinha, concluindo de forma apoteótica num platô de

vegetação rasteira, de onde se tinha uma visão espetacular do pôr-do-

sol no Tapajós. A terceira opção, e a mais procurada era a Cavalgada ao

Luar, quando o grupo oferecia um passeio de cerca de duas horas pelas

trilhas da região, sempre em noites de lua cheia.

Se aspectos de gerenciamento não garantiram que o negócio se

firmasse, a experiência serviu para demonstrar o potencial da atividade,

que agregado a um projeto maior, como o da Estação Turística do Eixo

Forte, certamente se tornará uma excelente opção de renda para jovens

do assentamento.

Figura 56 - CAVALGADA

Nas oficinas de planejamento para elaboração do PDA, as

lideranças presentes indicaram as comunidades de São Raimundo, São

Pedro, Jatobá, Ponte Alta, Vila Nova, Irurama, Santa Maria, São

Francisco e Cucurunã, como aquelas que apresentam maior potencial

para o desenvolvimento da atividade.

3) Passeio de Barco: Os passeios em barcos regionais pelas águas do

rio Tapajós, com paradas em lindas praias de areias brancas, partindo

das comunidades de Ponta de Pedras e Pajuçara, as duas comunidades

do assentamento localizadas às margens do Tapajós, indicadas nas

oficinas de elaboração do PDA para explorarem essa atividade, podem

aproveitar todo o grande potencial que a região oferece.

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Figura 57 - PASSEIO DE BARCO

Esse potencial inclui um almoço típico a base de peixes regionais,

servido à bordo; caminhadas pelas praias, onde se pode estabelecer

contato com moradores; banho nas águas claras do rio Tapajós; uma

esticada até o fenômeno do encontro das águas, verdes esmeraldas do

Tapajós e as argilosas do Amazonas, localizado em frente a Cidade de

Santarém; uma entrada no Lago do Juá, com suas paisagens típicas e

seus habitantes, incluindo, se tiver sorte, um show dos botos, o passeio

dos peixes-bois, a revoada de pássaros, etc; passeio até a frente da

cidade para observar o movimento de barcos de cargas e passageiros,

mercado municipal com suas variedades de produtos regionais, como

frutas, verduras, farinhas, peixes e plantas medicinais, Catedral de N. Sª

da Conceição, padroeira da cidade, sendo o prédio mais antigo da

cidade. O rio Tapajós oferece inúmeras as possibilidades de

organização de roteiros, ricos de atrações.

4) Tirolesa: A Tirolesa sem dúvida é a atividade mais gostosa e

emocionante nos esportes de aventura, não exige esforço físico do

praticante permitindo sentir à emoção de voar contemplando a natureza

por um ângulo diferente. Mas isso não quer dizer que não proporcione

muito prazer, emoção e adrenalina. Pelo contrário a altura pode causar

medo e preocupação, mas após praticar a tirolesa, a sensação de ter

"vencido" a altura proporciona uma incrível sensação de liberdade,

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conquista e superação de limites, desenvolvendo e estimulando o

autocontrole.

Para praticar tirolesa, é preciso um cuidado todo especial quanto

ao quesito segurança. É necessário o uso de equipamentos de

escaldada como mosquetão (espécie de elo de metal), cadeirinha

(confeccionada com fitas de nylon altamente resistentes que veste o

quadril da pessoa), peitoral (fita de nylon que veste o peito) e cordas

apropriadas.

Figura 58 - TIROLESA

As comunidades de: São Pedro, Jatobá, Santa Rosa, Ponte Alta,

Vila Nova, Santa Luzia, Irurama, São Sebastião, Pajuçara, Santa Maria e

Cucurunã, durante as oficinas de planejamento do PDA identificaram a

possibilidade de implantação do projeto naquelas comunidades.

5) Torre de Observação e/ou Mirante: A melhor forma de iniciar um

passeio é tendo uma visão geral do que se vai conhecer. Uma torre de

observação ou um mirante, localizados em pontos estratégicos do

assentamento, permitem uma visão privilegiada de praticamente toda a

área do assentamento. Uma visita à torre de observação em momentos

como um pôr-do-sol, certamente se tornarão inesquecíveis aos

visitantes.

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Figura 59 - TORRE DE OBSERVAÇÃO

As comunidades de Santa Rosa, Santa Luzia, São Bráz,

Cucurunã e São Francisco identificaram a possibilidade de implantação

de Tosses de Observação, enquanto as comunidades de Jatobá, Ponte

Alta, Vila Nova e São Sebastião identificaram lugares apropriados à

construção de Mirantes.

Figura 60 - MIRANTE

6) Pesque-pague: É uma modalidade de pesca que se pratica como um

esporte ou hobby, sem que dela dependa a subsistência do pescador.

Também se pode chamar de pesca de lazer ou pesca amadora.

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150

É realizada dentro de lagos, artificiais ou naturais, onde o

pescador paga pela quantidade de quilos pescados durante o dia.

Hoje em dia, a maioria dos "Pesque-pagues" foram transformados

na modalidade de pesca esportiva.

Figura 61 - PESQUE E PAGUE

As comunidades de Jatobá e Ponte Alta identificaram em suas

áreas de influência potencial para explorar esta atividade, bem como as

comunidades de São Francisco, no lago do Carapanari e São Sebastião

e Ponta de Pedras, no lago do Tapari.

7) Canoagem: A canoagem é um esporte náutico, praticado com a

utilização de embarcações (canoa ou caiaque). Porém, na região do

assentamento, antes da abertura da PA 457, rodovia Dr. Everaldo de

Sousa Martins, que corta do Eixo Forte, os homens utilizam pequenas

embarcações para o transporte e locomoção. É por onde escoava toda a

produção da região, com destaque para a farinha e produtos

extrativistas.

A idéia é regatar essas trilhas fluviais e permitir aos visitantes um

passeio cheio de aventura, partindo das diversas comunidades

localizadas principalmente na microbacia hidrográfica do Juá, levando-os

até o lago, destino dos antigos moradores da região, que ali passavam

para embarcações de maior porte e seguiam viagem até a sede do

município.

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151

Figura 62 - CANOAGEM

As comunidades de Santa Maria, Cucurunã, São Bráz, Vila Nova

e Ponte Alta, essas na microbacia do lago do Juá, e as comunidades de

São Raimundo e São Pedro, localizadas na microbacia do lago Verde,

vêem na canoagem uma boa oportunidade de aproveitamento do

potencial turístico dos cursos d’água que banham essas comunidades,

além da comunidade de Pajuçara que vê no próprio rio Tapajós a

possibilidade de exploração de serviços dessa natureza.

O aproveitamento dos igarapés para a prática da canoagem exige

um intenso trabalho de reflorestamento das suas margens.

8) Trilhas: As trilhas são aberturas naturais ou criadas pelo homem com

o objetivo de permitir o uso público de áreas naturais e suprir as

necessidades recreativas de maneira a manter o ambiente estável e

permitir ao visitante a devida segurança e conforto.

As trilhas possibilitam o acesso a áreas e monumentos mais

isolados e preservados (formações naturais, sítios históricos e

arqueológicos, paisagem etc.); possibilitam também a observação de

fauna e flora; experiências educativas ao explorar aspectos geológicos,

geográficos ou a história natural; aumenta a segurança do visitante, já

que minimiza riscos de acidentes e de se perder; além de possibilitar o

desenvolvimento de uma atividade física em ambiente natural.

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152

Com a implantação e utilização de trilhas ocorrem impactos, que

são mudanças inerentes a qualquer atividade.

Dentre os impactos positivos, destaca-se a oportunidade do

visitante entrar em contato com a natureza e conhecer seus diversos

ecossistemas, compreendendo suas relações, o que pode se tornar uma

ferramenta eficaz na valorização e proteção do meio ambiente.

Impactos negativos são mudanças nas características originais dos

recursos, e podem ser observados em diferentes aspectos. Dentre os

impactos mais comuns, relacionados às trilhas, destacam-se os

ocasionados no solo, na vegetação e na fauna.

Figura 63 - TRILHAS

Todas as comunidades do Assentamento, apontaram a atividade

como potencialmente favorável de ser implementada nessas

comunidades.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Gerar emprego e renda para 200

jovens assentados e/ou

familiares de assentados do PAE

Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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153

02 Elaborar 01 Plano de Negócios

por atividade de Ação, Aventura

e Contemplação

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Considerando-se a média de três jovens por atividade planejada e

a indicação de 71 projetos, durante a realização das oficinas de

planejamento do PDA, espera-se beneficiar diretamente cerca de 200

jovens, além de uma quantidade indefinida de beneficiados indiretos.

Espera-se também difundir entre os jovens, noções de

empreendedorismo que possibilitará, mesmo àqueles que não estão

diretamente envolvidos com os projetos, pensarem em viabilizar seus

sonhos de um negócio próprio, aproveitando as potencialidades da

região.

Outro resultado esperado, através do fortalecimento das

organizações de jovens, é o distanciamento de problemas hoje

vivenciados pelos jovens na região, principalmente no que diz respeito à

alcoolismo e drogas.

6.3.1.3. Portal Receptivo do Eixo Forte

a) Apresentação:

Aqui começa o PAE Eixo Forte. A construção do Portal Receptivo

do Eixo Forte pretende ser um marco divisor entre a agitação do centro

urbano e a proposta de harmonia com a Natureza oferecida pela

Estação Turística do Eixo Forte. Na entrada de muitas cidades e regiões

turísticas do país, estão erguendo essas estruturas arquitetônicas que

têm múltiplas funções, de natureza turística, cultural, de segurança etc.

Além de servir como referência para informações turísticas sobre

o Município e região, o Portal Receptivo do Eixo Forte será instalado de

forma a abrigar posto de informações sobre a promoção de eventos

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154

culturais, esportivos e folclóricos, que proporcionem entretenimento aos

que visitam a região, além da comercialização de produtos da terra. O

espaço servirá, ainda, como forma de integração com o serviço público,

principalmente o setor de segurança pública e de trânsito, que poderão

utilizar o local para realização de ações educativas e de fiscalização.

b) Justificativa:

Portal Turístico: porta principal, entrada e saída, mecanismo legal

de controle, organização, orientação e fiscalização do turismo. Com esta

definição e através dos estudos acadêmicos baseado em vários

referenciais teóricos turísticos, propõe-se este projeto.

Com a implantação do Portal Receptivo do Eixo Forte o município

de Santarém ganhará um instrumento capaz de ajudar no controle,

fiscalização, organização, informação do turismo na região do Eixo Forte

e Alter-do-Chão.

Figura 64 - PORTAL RECEPTIVO

No município de Santarém a indústria do turismo sente a

influência de outros mercados concorrentes, que estão investindo um

maior número de recursos para aperfeiçoar a oferta de produtos e

serviços que satisfaçam os desejos e necessidades de seus clientes,

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155

traduzindo estas ações em oportunidades de melhoria de todo o

processo turístico.

Durante muitas décadas as potencialidades turísticas da região do

Eixo Forte permaneceram inexploradas principalmente pela falta de

comunicação. Contudo, sua posição geográfica privilegiada, facilita o

deslocamento de todos aqueles que quiserem diferentes opções de

lazer, aventura e contato com a Natureza.

A proposta de projeto de implantação do Portal Receptivo do Eixo

Forte na entrada do assentamento, com a supervisão da Federação das

Associações de Moradores, Comunidades e Entidades Extrativistas do

Eixo Forte é a de orientar, informar, coordenar e fiscalizar ou orientar o

fluxo de turismo rodoviário da região do Eixo Forte e Alter-do-Chão.

Pode-se justificar a implantação de um portal em função de uma

acentuada melhora na qualidade, no atendimento e nas informações

turísticas, conseqüentemente a melhora nos serviços: receptivo,

emissivo, fiscalizativo, educativo, informativo, de orientação, arrecadador

de impostos e taxas para serem revestidos em melhoria e estimulo a

atividade turística.

Neste sentido centram-se os objetivos deste projeto em que a

comunidade turística possa colher os frutos de seu trabalho. O potencial

turístico da região do Eixo Forte ainda está em desenvolvimento. O

enfoque deste como instrumento de apoio ao turista e também aos

investidores interessados, assim como à própria comunidade local, à

iniciativa privada e ao poder público. A intenção é a de demonstrar a

importância do conhecimento do mercado a fim de dar uma qualidade no

setor turístico.

c) Objetivo Geral:

Construção do Portal Receptivo do Eixo Forte.

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156

d) Objetivos Específicos:

Orientar os turistas que chegam ao Eixo Forte acerca dos

atrativos, pontos turísticos e dos serviços prestados pelo trade

turístico;

Controle estatístico, números de visitantes que entram e sai no

Eixo Forte;

Fiscalizar as agências de turismo, operadoras turísticas e

transportadoras turísticas, verificando o cumprimento da

legislação em vigor e as deliberações normativas estabelecidas

pela SEMTUR / EMBRATUR ;

Coibir o turismo ilegal e informal, e servir como instrumento de

apoio ao turista e ao trade turístico.

e) Estratégias:

Para o bom funcionamento do Portal Receptivo há necessidade

de que o mesmo obedeça a um planejamento onde as tarefas ficarão

claras: precisa-se de uma seção de fiscalização; controle do turismo;

marketing; estatística; apoio ao turista e ao trade turístico.

Será de competência a prestação de serviços de apoio e

orientação ao turista, fiscalização do turismo receptivo e emissivo,

levantamento estatístico, define-se como sendo um instrumento

facilitador para que todo o aparelhamento do Portal Receptivo satisfaça

de maneira eficaz as necessidades coletivas do turismo.

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157

Figura 65 - FIGURA ILUSTRATIVA DO PORTAL RECEPTIVO

Fonte: EMATER/PA

O modelo apresentado nesse plano é meramente sugestivo. O

projeto arquitetônico do Portal Receptivo do Eixo Forte poderá ser

definido em concurso coordenado pela SEMTUR - Secretaria Municipal

de Turismo de Santarém, aberto a arquitetos e engenheiros do município

e sua construção negociada com o Ministério do Turismo.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Construir 01 Portal Receptivo na

rodovia PA 457

ATES,

FAMCEEF

INCRA

Ministério do

Turismo

g) Resultados Esperados:

Espera-se, com a implantação do Portal Receptivo do Eixo Forte,

que a qualidade do turismo na região do Eixo Forte e Alter-do-Chão

venham melhorar.

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Municípios que desenvolveram uma política séria para o setor

turístico já estão colhendo frutos. Espera-se que através desta proposta

haja um aprimoramento da atividade na região, tornando-o cada vez

mais eficiente, de boa qualidade e que este mostre a sua força na

geração de empregos, impostos e transformação social.

6.3.1.4. Ciclovia Eixo Forte

a) Apresentação:

As conclusões do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças

Climáticas, divulgadas em Paris recentemente, mostram a necessidade

de uma virada radical nos modos de vida. Sem dúvida teremos de

buscar meios de inverter esta tendência que vai a um beco sem saída.

Algo precisa ser feito, evidentemente. Respostas já começam a ser

formuladas. E uma delas certamente se centrará nesta escolha de novos

meios de transporte individual e coletivo. Curiosamente uma alternativa

de transporte, a menos poluente (poluição zero), há muito já havia sido

inventada e encontra-se disponível, desde o início do século XX. Trata-

se da bicicleta. Este veículo facilmente associa-se ao sentimento de

liberdade, bom humor e boa saúde. As suas potencialidades no

contributo à uma melhor qualidade de vida não estão sendo

devidamente avaliadas. A bicicleta impõe um ritmo próprio, o tempo

fluindo lento e silencioso. Sustenta um verdadeiro balé de corpos em

movimento. A vida desliza com mais beleza, tranqüilidade e prazer.

As ciclovias exercem um grande fascínio sobre a população em

geral, em especial nos ciclistas leigos. A crença que só a segregação do

ciclista em relação ao trânsito proporciona segurança no pedalar é muito

enraizada. A realidade apresentada por pesquisas mostra que não é

bem assim. Não restam dúvidas que ciclovias têm qualidades, mas não

existe milagre e elas também apresentam seus pontos fracos. Talvez o

ponto mais forte do conceito ciclovia esteja no imaginário das pessoas.

Ciclovia é uma dentre várias opções técnicas de segurança de trânsito

para melhoria da vida do ciclista.

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159

b) Justificativa:

Como ocorreu na maioria das cidades brasileiras, a expansão da

indústria automobilística em Santarém foi, aos poucos, absorvendo os

usuários da bicicleta, que gradativamente foram se transferindo para o

veiculo automotor sejam automóveis ou motocicletas.

A busca de uma vida mais saudável fez ver em muitas pessoas a

necessidade de substituir práticas sedentárias por atividades físicas, que

contribuíssem com uma melhoria na qualidade de vida. Nesse contexto

a bicicleta é uma excelente opção de transporte, unindo prática esportiva

e lazer. O que importa é que o ciclista sinta segurança sem perder o

prazer de pedalar.

É uma alternativa barata eficiente e saudável de locomoção, além

de ser uma opção a mais para o Transporte Urbano principalmente

quando integrada ao sistema de transporte coletivo da cidade.

c) Objetivo Geral:

Construir uma ciclovia paralela à rodovia PA 457 e oferecer uma

opção segura de acesso ao Eixo Forte, às pessoas que desejam fazê-lo

através da utilização de bicicletas como meio de locomoção.

Figura 66 - CICLOVIA DO EIXO FORTE

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d) Objetivos Específicos:

Aumentar o fluxo de visitantes ao Eixo Forte;

Garantir maior segurança aos assentados que utilizam a bicicleta

como meio de transporte;

Oferecer uma alternativa barata, eficiente e saudável de

locomoção no Eixo Forte;

Ampliar as opções de lazer, esporte e turismo;

Permitir maior integração e fiscalização ao meio-ambiente;

Contribuir para o aumento da qualidade de vida dos assentados

do PAE Eixo Forte.

e)Estratégia:

A construção de uma ciclovia na PA 457 possibilitará a inclusão

de um grande número de turistas com o perfil planejado no

desenvolvimento da Estação Turística do Eixo Forte. As categorias de

turismo ligadas a ação e aventura, sol e praia, e natureza, combinam

perfeitamente com o perfil do usuário de bicicleta.

Figura 67 - FIGURA ILUSTRATIVA DA CICLOVIA DO EIXO FORTE

Fonte: EMATER/PA

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161

Além disso, o morador do Eixo Forte também se beneficiará

enormemente, uma vez que a bicicleta se apresenta como uma opção

mais barata de deslocamento. E a segurança oferecida pela ciclovia

certamente atrairá um número maior de adeptos a essa modalidade de

locomoção.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Construir 26 km de ciclovia

paralela à rodovia PA 457

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

O poder de ação que uma ciclovia disponibiliza para uso da

bicicleta não pode ser negligenciado, incluem desde as deslocações

quotidianas para o local de trabalho, crianças às escolas, ao que diz

respeito a compras, serviços, lazer, atividades esportivas, sociais e uma

infinidade de outras possibilidades. Como esta de que a ciclovia, no Eixo

Forte, se destacaria como algo especial para o turismo.

6.3.1.5. Painéis de Boas Vindas ao Eixo Forte

a) Apresentação:

A maioria das pessoas não sabe da importância da Comunicação

Visual em nosso dia-a-dia. Mesmo tendo consciência dessa realidade, a

Identidade Visual se mostra cada vez mais necessária como ferramenta

de publicidade e notificação diversificada nos mais complexos

segmentos sociais e comerciais.

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162

Se por exemplo andarmos pelas ruas, notaremos de forma

precisa as mais diversas sinalizações e anúncios dos mais diversos

gêneros e tamanhos, ao alcance de nossa visão e sentidos.

A comunicação visual garante os posicionamentos exacerbados,

tornando certas marcas representantes de produto, em sua categoria.

O homem usuário convive com estímulos exteriores que afetam

os sentidos, induz no modo de pensar, de usar e de consumir.

b) Justificativa:

O reconhecimento do produto implica no contato visual ou mesmo

no uso anterior.

As placas permitem esse reconhecimento, a identidade visual

como o rótulo do produto traz, informações sobre ingredientes ou

composição, finalidade do produto, modo de uso, além do aspecto

informacional. Da mesma forma, as placas também agregam valores ao

produto.

Sendo assim, as empresas têm tido mais consciência da

importância destes novos meios de comunicar uma idéia e/ou uma

marca e, portanto, investem cada vez mais nisto. Afinal, Comunicação

Visual e Promoção são excelentes instrumentos de consolidação e

renovação de sua imagem ou mesmo ótimas ferramentas de vendas e

divulgação de produtos e serviços.

c) Objetivo Geral:

Confeccionar e instalar nas comunidades do PAE Eixo Forte,

placas de comunicação com os visitantes, fornecendo informações

básicas sobre cada comunidade.

d) Objetivos Específicos:

Facilitar a localização do turista no PAE Eixo Forte;

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163

Divulgar datas importantes na comunidade, para os visitantes;

Padronizar a comunicação visual do assentamento.

e) Estratégias:

As placas deverão conter informações como: nome da

comunidade, frase de boas vindas; mapa de localização da comunidade

no assentamento; população; ano de fundação; principais produtos;

principais festividades, logomarca da Estação Turística, entre outras.

Figura 68 - FIGURA ILUSTRATIVA DOS PAINÉIS DE BOAS VINDAS

Fonte: EMATER/PA

As placas deverão ser instaladas em pontos estratégicos da

estrada, na entrada de cada comunidade.

Figura 69 - PAINÉIS DE BOAS VINDAS

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As placas deverão medir 2,00 metros de largura por 3,50 metros

de altura.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Confeccionar e instalar 15

(quinze) placas de boas vindas

nas comunidades do PAE Eixo

Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Maior divulgação da Estação Turística do Eixo Forte;

Turistas bem informados sobre as comunidades do PAE Eixo

Forte.

6.3.2. Programa Produtivo

A implantação de um programa produtivo para o PAE Eixo Forte

deve priorizar estratégias de planejamento e gestão eficientes, voltadas

para o uso sustentável dos recursos naturais ainda disponíveis, na

recomposição de áreas onde esses recursos naturais encontram-se

praticamente exauridos, na perspectiva de se buscar um equilíbrio entre

a sustentabilidade ambiental e o aumento da produtividade dos

processos produtivos, gerando o desenvolvimento econômico

sustentável da região.

Com isso, as atividades inerentes ao programa produtivo visam à

identificação das potencialidades produtivas, a diversificação das

atividades econômicas, implementação de práticas agrícolas que elevem

a produtividade, e a definição da cadeia de produção e comercialização.

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165

A confluência da proteção dos recursos naturais, juntamente com

a possibilidade do usufruto desses recursos pelas famílias assentadas,

sem que ocorra a deterioração do meio ambiente, é o principal objetivo

na implementação desse programa, que é alcançar o desenvolvimento

socioeconômico e ambiental sustentável do assentamento.

Figura 70 - OFICINAS DE PLANEJAMENTO DO PDA

Fonte; EMATER/PA

As atividades e demandas partiram da própria comunidade, onde

os seus desejos e expectativas, manifestados durante todo o período de

interação com a equipe técnica, foram respeitados. As informações que

serviram de base para elaborar os projetos produtivos para o

assentamento, foram coletadas durante diversas oficinas e reuniões da

equipe técnica com os moradores do assentamento, além de

levantamentos dos recursos naturais realizados no campo, possibilitando

a formulação de algumas estratégias.

Para execução das atividades propostas nesse programa

sugerimos a participação da comunidade em todas as etapas, desde o

planejamento até a elaboração de um cronograma eficiente e eficaz para

todas as fases da atividade.

As propostas geraram subprogramas que integram o Programa

Produtivo, assim delineado:

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166

6.3.2.1. Subprograma Produção de Pequenos Animais

6.3.2.1.1. Projeto Galinha Caipira

a) Apresentação:

Um grupo de moradores do Eixo Forte, coordenados pela

Delegacia Sindical do STTR e assessorados pela Emater-Pará,

programou para 2004 uma discussão sobre criação de galinhas caipiras.

Dessa discussão nasceu a idéia de uma galinha “caboca”, genuinamente

amazônica, produto da miscigenação das raças de fundo de quintal

alimentadas com ração elaborada a partir de matéria prima da região.

O passo seguinte foi a realização de uma oficina. Programou-se

como produto dessa oficina a elaboração de um Sistema de Criação de

Galinhas Caipiras segundo a realidade do grupo. A metodologia adotada

consistiu na distribuição de material bibliográfico com antecedência de

15 dias e, durante a semana de realização do evento, o confronto da

informação técnica com o conhecimento empírico de cada um. O

resultado foi um sistema básico, que certamente será alterado na

condução do processo, mas que corresponde ao nível das técnicas

necessárias para a criação de galinhas caipiras, assimiladas pelo grupo.

b) Justificativa:

A demanda por galinha caipira vem crescendo de forma contínua

na região do assentamento. O calendário de realização de festas e

festivais no Eixo Forte já garante o consumo da produção atual de

galinha caipira na região. Além disso, é um produto bem procurado pelos

moradores da sede do município que transitam pela rodovia PA 457, por

ser a principal matéria prima para a elaboração de um dos pratos típicos

da região e vem se tornando cada vez mais raro nas feiras livres e

supermercados. Com a implantação da Estação Turística do Eixo Forte,

essa demanda certamente aumentará, e de olho nesse mercado, todas

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167

as comunidades do assentamento elegeram a criação de galinha caipira

como um dos projetos de geração de renda para seus moradores.

Figura 71 - GALINHA CAIPIRA

c) Objetivo Geral:

Implantação de um Sistema de Produção de Galinha Caipira

envolvendo produtores(as) das comunidades de São Raimundo, São

Pedro, Jatobá, Santa Rosa, Ponta de Pedras, São Sebastião, Irurama,

Santa Luzia, Vila Nova, Ponte Alta, São Bráz, São Francisco, Santa

Maria, Pajuçara e Cucurunã.

d) Objetivos Específicos:

Gerar trabalho e renda para as famílias do PAE Eixo Forte;

Melhorar a qualidade do plantel de galinhas caipiras na região;

Garantir o fornecimento de galinha caipira para os eventos

festivos do assentamento;

Agregar valor ao produto final através da comercialização de

galinha caipira abatida e resfriada e galinha caipira defumada.

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168

e) Estratégias:

A cadeia produtiva desenhada sugere etapas coletivas e

individuais de produção, dando início no que seria um empreendimento

coletivo, com base em unidades familiares.

Considerando-se o tamanho das propriedades, que na sua

maioria são pequenas chácaras de tamanho a partir de 2.500 m2, cada

família terá uma Unidade de Produção de Ovos Galados composta por

um galo e 10 matrizes, em galinheiro de 3,6 m2 e área de pastoreio de

50 m2. Os ovos serão enviados para a Unidade de Incubação de onde

cada família receberá 80 pintos de um dia. Esses pintos irão para

Unidades de Recria compostas por galinheiros de 20 m2, com área de

pastoreio de 240 m2, onde permanecerão por cerca de 120 dias, até

atingirem peso de abate. Cada família iniciará com 2 módulos para 80

aves, o que permitirá uma renovação do plantel a cada 60 dias.

Gradativamente, de acordo com a capacidade de expansão de cada

projeto, o prazo pode ser reduzido com a incorporação de novos

módulos.

Do projeto também constará uma Unidade de Produção de Ração

Orgânica, tendo como principais matérias primas o milho, a mandioca e

diversas espécies amazônicas que completarão a composição da ração.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Capacitar 200 produtores/as

para criação de galinha caipira

no sistema de criação indicado

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Implantar 150 Unidades

Familiares de Recria de Galinha

Caipira

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar 150 projetos de Criação

de Galinha Caipira

ATES,

FAMCEEF

PRONAF A

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169

03 Implantar 50 Unidades de

Produção de Ovos Galados

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Elaborar 50 projetos de

Unidades de Produção de Ovos

Galados

ATES,

FAMCEEF

PRONAF A

06 Identificar propriedades que

receberão 03 Unidades de

Incubação para produção de

pintos de 1 dia

ATES,

FAMCEEF

INCRA

07 Elaborar 03 projetos de Unidade

de Incubação

ATES,

FAMCEEF

PRONAF A

08 Plantar de 10 ha de milho ATES,

FAMCEEF

INCRA

09 Elaborar 10 projetos de plantio

de Milho

ATES,

FAMCEEF

PRONAF A

10 Instalar 01 Unidade de Produção

de Ração Orgânica

ATES,

FAMCEEF

INCRA

11 Elaborar 01 projeto de Unidade

de Produção de Ração Orgânica

ATES,

FAMCEEF

PRONAF A

g) Resultados Esperados:

Essa primeira fase do projeto tem como principal resultado a se

esperar a organização dos produtores e da produção. A galinha caipira é

um produto com espaço garantido no mercado regional e a possibilidade

de crescimento do projeto é significativa.

Figura 72 - LOGOMARCA GALINHA “CABOCA”

Fonte; EMATER/PA

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170

Com a produção mensal inicial, de 6.000 aves, é possível atender

a demanda interna do assentamento, através de seu calendário de

festas e festivais, da Estação Turística do Eixo Forte, dos restaurantes

do assentamento e a venda direta nos diversos pontos instalados no

assentamento. Para tanto, se desenvolverá todo um trabalho de

marketing, divulgando as características naturais do processo de

produção da galinha.

6.3.2.1.2. Projeto Caprinocultura

a) Apresentação:

Este projeto tem como finalidade garantir a incorporação de

culturas de maior valor agregado e criação de ovinos nos assentamentos

rurais e desta forma promover a ampliação da oferta de alimentos,

integrando-se à Política Estadual de Segurança Alimentar; bem como

identificar oportunidades de mercado para um planejamento agrícola que

viabilize culturas sem agrotóxico propiciando a sua inserção em nichos

de mercado com vistas à superação da pobreza na área rural. A criação

dos animais domésticos supracitados, de maneira sustentável, em

harmonia com o meio ambiente, através do manejo adequado, de

caráter preventivo e não mais curativo, respeitando a capacidade e

suporte dos solos e das pastagens naturais da Amazônia. Assim como

dando preferências para arranjos produtivos integrados, onde o

subproduto de um vegetal poderá servir de parte da alimentação de

pequenos ruminantes, aves e suínos permitindo ainda o aproveitamento

dos dejetos destes, através do uso de técnicas como a compostagem,

para adubação daqueles vegetais que serviram de alimento aos animais.

A interação homem, meio ambiente e animais devem prevalecer, porém,

o modelo de criação desses rebanhos está passando por um processo

de transição, onde o sistema convencional começa a ser substituído por

um modelo agroecológico, através de uma abordagem holística da

propriedade.

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171

b) Justificativa:

A criação de animais se torna importante na sustentabilidade da

unidade produtiva familiar. Esses animais representam fonte de proteína

de primeira qualidade e seus derivados, com custo acessível, além de

promover geração de renda a médio e longo prazo para as famílias

assentadas.

No PAE Eixo Forte há um baixo desempenho quanto a criação

desses animais e isso se deve a vários fatores, entre eles, podemos

citar: falta de tecnologias adequadas utilizadas nos sistemas produtivos,

alimentação e manejo inadequados, baixo potencial genético do plantel,

falta de capacitação dos produtores para gerenciamento das

propriedades (EMATER, 2010). Conseqüentemente, instalam-se

sistemas de produção que muitas vezes tornam-se extrativistas e

predatórios, responsáveis pela disseminação de doenças. Haja vista,

que estas não apresentam sustentabilidade econômica levando os

produtores à falência, a uma baixa de qualidade de vida, degradação do

meio ambiente, desemprego e por fim ao êxodo rural. Este projeto visa

contribuir para um novo estágio de produção alicerçada na organização

social e capacitação dos produtores, no uso sustentável dos recursos

disponíveis na unidade familiar e na produtividade das áreas trabalhadas

a partir da diversificação de culturas e a geração de renda.

c) Objetivo Geral:

Potencializar, elevar e incentivar a produção e a produtividade de

caprinos e ovinos no PAE Eixo Forte, através de um dinâmico

acompanhamento técnico dentro dos princípios agroecológicos, os quais

visam geração de renda e a melhoria da qualidade de vida das famílias

assentadas.

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172

d) Objetivos Específicos:

Proporcionar as famílias assentadas, alternativas para a geração

de renda;

Fortalecer as ações para o desenvolvimento da cadeia produtiva

de criação de pequenos animais no PAE Eixo Forte;

Articular e fortalecer as organizações dos assentados junto às

comunidades;

Capacitar e motivar as famílias assentadas quanto às práticas de

criação, manejo e prevenção sanitária dos animais para que

alcancem a eficiência reprodutiva e produtiva dos rebanhos, bem

como, dos seus produtos e subprodutos de origem animal;

Incentivar e fortalecer a verticalização da produção.

e) Estratégias:

As oficinas para elaboração do Plano de Desenvolvimento do

PAE Eixo Forte indicaram as comunidades de Pajuçara, Santa Maria,

Cucurunã, São Bráz, Irurama, Vila Nova, Ponte Alta, Santa Rosa, São

Sebastião, São Francisco, São Pedro e São Raimundo, como prioritárias

para a implantação de projetos de caprinos/ovinos.

Figura 73 - CAPRINOCULTURA

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173

A produção de carne caprina/ovina no Brasil tem aumentado

muito nos últimos anos. O grande fator que colabora para este fato é o

elevado potencial de mercado consumidor nos grandes centros urbanos

(MATOS, Luis 2010). O criador familiar deve estar atento às exigências

do mercado consumidor, produzindo animais rústicos e com melhores

carcaças, sem descuidar da rentabilidade da produção. A qual está

diretamente ligada às instalações e o manejo.

Pastagens: os ovinos por terem hábitos muito seletivos de alimentação

cortam a forragem rente ao solo, precisam de pasto com altura no

mínimo cinco centímetros. Em 8:00 h de pastejo ingerem uma

quantidade de 1.200 g de matéria orgânica. Com gramíneas adequadas

à criação de ovinos como: Brachiarias, capim Elefante, e o gênero

Cynodon, Leguminosas como: Puerária, Calopogônio, Amendoim

forrageiro, Leucena e etc. O solo do pasto deve ser bem drenado, pois a

umidade faz com que aumente a predisposição dos animais a problemas

de casco e a infestações de vermes.

Centro de Manejo: é o local onde será feita a contenção dos animais

para vermifugação, vacinação, desmamas, aparos de cascos entre

outros.

Abrigo Noturno: aprisco deve ser construído de forma simples e de

baixo custo, de forma que permita segurança e conforto animal. Os

materiais devem ser os que estão disponíveis na propriedade como:

madeira para serem reaproveitadas, paus roliços, varas ou ripas de

bambu, palha, cavaco e etc. Pé direito com 2,5 m de altura, largura 4,0

m e comprimento 8,0 m, com divisões internas; Piso ripado com altura

do chão de 1,20 m; Piso de ripas de madeira de 5 cm x 1 cm com vão de

1,5 cm; Telhado com telhas de palha ou cavacos, duas águas e linha de

cumeeira no sentido leste-oeste; Oitões fechados com madeira; material

disponível na propriedade; Mureta lateral com 1,10 m de altura,

construída com madeira; Duas cortinas feitas de sacos de fibra ou lona,

no tamanho de 4,0 m x 1,8 m, reguláveis de baixo para cima nas

paredes laterais para proteger os animais dos fortes ventos e chuva.

Baia para 1 carneiro/bode adulto reprodutor de 3,00 m²/animal (3,00 m x

1,00 m); Baia para 6 ovelhas com cordeiros 2,00 m²/animal (3,00 m x

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174

7,00 m) para até 10 animais. Projeção para cada fêmea conceber três

borregos ao longo de 2 anos; Corredor de passagem 1,00 m; Rampa

embarcadouro com 1,80 m de comprimento, 0,80 m de largura e 1,00 m

de altura com cercas laterais de 0,80 m de altura; Rede elétrica para

alimentar 1 lâmpada de 100 W/aprisco; Cocho de madeira para sal

mineral ou alimentação de 0,20 m de largura x 0,40 m de profundidade x

2,40 m de comprimento; Bebedouro para os animais com capacidade

em média 8 litros d’água por animal.

Abate para consumo e ou comercialização se dará pelos oito

meses a um ano de idade dos animais. Onde os machos deverão ser

castrados com pouca idade, no período do aleitamento.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Capacitar 30 famílias assentadas

do PAE Eixo Forte em sistema

agrossilvipastoril;

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Implantar 02 (duas) Unidades

Demonstrativas

Agrossilvipastoris

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Orientar a elaboração de 30

Planos de Negócios para

exploração de caprinos/ovinos

de corte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Promover 03 (três) palestras

sobre essências florestais no

sistema agrossilvipastoril

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Melhoria na qualidade de vida e autonomia econômica das

famílias assentadas, utilizando práticas agrossilvipastoris na criação e

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175

manejo dos pequenos animais e permitindo a integração das diversas

fases da cadeia produtiva das espécies animais e vegetais envolvidas,

formando um ciclo sustentável.

6.3.2.1.3. Projeto Criação de Peixes em Tanque Rede

a) Apresentação:

A criação de peixes em tanques-rede (gaiolas flutuantes) é uma

técnica recentemente implantada na aquicultura brasileira, que vem se

expandindo com sucesso no Estado, tornando-se popular devido ao fácil

manejo e rápido retorno do investimento, além de ser excelente

alternativa para a produção de peixes em cursos d'água onde a prática

da piscicultura convencional torna-se impraticável.

Por não precisar construir barragens e diques, a alternativa da

criação de peixes em tanques-rede é perfeita do ponto de vista da

proteção ambiental, constituindo-se em atividade que apresenta mínimo

impacto e degradação ao meio ambiente e, também, por possibilitar o

aproveitamento de ambientes aquáticos já existentes (rios, igarapés,

lagos, açudes, etc.).

Diante deste contexto, e levando-se em consideração a

preocupação em se garantir a segurança alimentar mediante o

aproveitamento dos abundantes recursos hídricos existentes no PAE

Eixo Forte, o projeto de cultivo de Tambaqui em tanque-rede tem como

proposta também agregar renda as atividades existentes no

assentamento e possibilitar uma melhor qualidades de vida aos

beneficiários.

b) Justificativa:

A situação de vulnerabilidade que vive as famílias assentadas

com relação às condições de vida e ao acesso a bens e serviços

constituem-se em um determinante negativo para indicadores de saúde,

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176

como por exemplo, a probabilidade de morrer antes do primeiro ano de

vida e a desnutrição em crianças menores de 10 anos de idade. Todo o

anterior favorece a instalação de situações de insegurança alimentar e

nutricional o que leva a certa dependência das chamadas políticas

compensatórias.

Embora a Amazônia tenha sido considerada uma região de

fartura, ainda uma parcela significativa de sua população apresenta

dificuldades para o acesso e alimentação. Este panorama nutricional

também é favorecido nestas comunidades pela falta de aproveitamento

de recursos locais, mostrando um aproveitamento insuficiente do

potencial nutritivo dos alimentos que produzem.

Visando produzir e disponibilizar no PAE Eixo Forte alimento de

qualidade e boa procedência, o presente projeto tem sua importância

fundamentada na carência das comunidades e na necessidade de se

amenizar tais carências.

Outro aspecto a se observar é a pressão sobre os estoques

pesqueiros, no lago do Juá. Embora exista um acordo de pesca onde a

pesca predatória é evitada, pela proximidade do lago do centro urbano, a

pressão externa é intensa e faz-se necessário pensar em alternativas

que minimizem este efeito. A criação de peixes em tanques-redes

diminui diretamente a pressão sobre o estoque, através da substituição

da pesca pela criação, e indiretamente, pelo aproveitamento dos

resíduos da alimentação lançada nos tanques, pela fauna local,

estimulando o aumento populacional.

c) Objetivo Geral:

O presente projeto tem por objetivo o cultivo de Tambaqui

(Colossoma macropomum) no sistema intensivo em tanques-redes no

lago do Juá.

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d) Objetivos Específicos:

Produção de proteína animal de qualidade;

Melhorias quantitativas e qualitativas na dieta alimentar dos

assentados;

Ocupação e geração de renda;

Redução da pressão sobre os estoques pesqueiros.

e) Estratégia:

Famílias de pescadores de cinco comunidades participarão do

projeto: Cucurunã, Santa Maria, São Brás, Irurama, Vila Nova e São

Pedro.

Figura 74 - PISCICULTURA EM TANQUE REDE

A aquisição dos materiais (insumos e investimentos) e execução

da capacitação será no primeiro mês de execução do projeto, salvo a

ração que será adquirida de acordo com o período do cultivo.

Para o inicio do cultivo será utilizada ração farelada 55% já que os

animais pretendidos estarão com media de 5,0 a 7,0 cm. Para se efetuar

o calculo de ração para os meses iniciais será utilizada uma

percentagem do peso total da biomassa (PB). No primeiro mês serão

utilizados 10% da biomassa total. Para o mês 2 será utilizado 7% da

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biomassa total e a ração a ser administrada será de 45% de PB; no mês

3 será utilizado 5% da biomassa total e a ração a ser administrada será

de 36% de PB; no mês 4, será utilizado 2% da biomassa total e ração

extrusada 28% PB; mês 5, será utilizado 1,5% da biomassa total e

ração extrusada 28% PB; nos meses de 6 a 9 será utilizado 1% da

biomassa total e ração extrusada 28% PB; para os demais meses será

utilizado 1% da biomassa total e ração extrusada 22% PB.

Nos três primeiros meses o arraçoamento diário será fracionado

em quatro porções. Duas vezes pela manhã e duas à tarde. A partir do

sexto mês passara a ser fornecida em duas porções diárias pela manhã

e ao final da tarde.

A biometria dos animais deverá ser realizada mensalmente, e

consistirá no acompanhamento do crescimento e do ganho de peso do

animal. Onde através de uma amostra será realizada o cálculo para a

obtenção da biomassa total.

Ao final do ciclo - 12 meses - será realizada a despesca total dos

tanques redes e uma limpeza adequada para a realização de um novo

peixamento.

Visando minimizar ao máximo os impactos ambientais que

poderão ocorrem com o cultivo o proponente tomará como medidas

mitigadoras:

Não cultivar espécies não nativas a região (exóticas), evitando

assim que caso haja um sinistro que possa levar os animais a

saírem dos tanques rede os mesmos possam ser introduzidos na

natureza uma vez que estes são nativos da região, não

ocasionando impactos para o meio ambiente como predação de

outras espécies, competição por alimento ou degradação do

meio;

Utilizar-se de cálculo de ração para determinar quantidade a ser

administrada no cultivo, evitando-se assim lançar na água mais

do que o animal comeria. Reduzindo assim alterações na

qualidade da água, devido a decomposição desta sobra de ração.

O que também ajuda o produtor a diminuir custos uma vez que a

ração ainda é um dos gargalos da piscicultura na região.

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e) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Capacitar 45 pescadores/as para

criação de peixe em tanque-rede

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Implantar 02 Unidades de

Observação

ATES,

FAMCEEF

INCRA

f) Resultados Esperados:

Contribuir para segurança alimentar dos assentados;

Produção de proteína animal de qualidade;

Melhorias quantitativas e qualitativas na dieta alimentar dos

comunitários;

Geração de renda e ocupação além de redução da pressão sobre

os estoques pesqueiros.

6.3.2.1.4. Projeto de Fortalecimento da Meliponicultura

a) Apresentação:

Apesar de a região amazônica oferecer condições ecológicas e

clima favoráveis à implementação de projetos de meliponicultura, essa

atividade ainda não possui uma legislação quanto a criação de abelhas

sem ferrão e a comercialização do mel, isso devido a grande variação de

espécies existentes.

A meliponicultura é uma atividade sustentável, pois

ecologicamente criar abelhas significa trabalhar para sua preservação e

tem um papel muito importante para manutenção da floresta.

Economicamente viável, pois o mel produzido pelas abelhas nativas é

diferenciado e tem mercado garantido. E socialmente justo, pois os

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beneficiários serão as populações do assentamento que por tradição e

vocação já criam estas abelhas.

A exploração do mel de abelha e outros produtos das colméias

tem se revelado uma boa alternativa para geração de renda extra ao

homem do campo, já que muito pouco interfere nas suas atividades

rotineiras, no trato de suas culturas, melhorando, inclusive a

produtividade das arvores frutíferas pela ação polinizadora das abelhas.

Com a implantação das ações previstas neste projeto podemos

afirmar que a cadeia produtiva da meliponicultura estará mais

consolidada nessas comunidades, proporcionando meios dos

beneficiários terem aumento real em sua renda, com melhoria na

qualidade de vida e do meio ambiente bem como na sua alimentação.

b) Justificativa:

As abelhas sem ferrão (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae),

diferentemente das Apis mellifera (italianas, africanas ou ainda,

européias), como o próprio nome diz, não possuem glândula de veneno,

nem ferrão. São abelhas nativas que produzem um mel bem

característico, muito apreciado por todos que o provam. Além do mel,

estas abelhas têm um papel importantíssimo na manutenção da floresta:

são polinizadores de até 90% das plantas dependendo da região (Kerr et

al., 1996). A retirada indiscriminada de ninhos de abelhas sem ferrão,

sem dúvida, irá afetar o desequilíbrio das populações da floresta pela

conseqüente escassez de polinizadores o que inviabilizaria a reprodução

dessas plantas e diminuiria sua freqüência em poucas gerações. Além

de aumentar a abundância de frutos, a criação de abelhas sem ferrão

(Meliponicultura) é uma atividade que pode aumentar a renda do

agricultor podendo ser conduzida, até mesmo, por crianças e jovens que

teriam ocupação em horas vagas, além de promover uma postura

ecológica mais atuante de todos os envolvidos. A Amazônia possui mais

de 200 espécies de abelhas sem ferrão, das aproximadamente 400

espécies que existem em todo o mundo. Tanto potencial pode e deve

ser aproveitado, implementando a produção agrícola do produtor

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181

familiar, dando-lhe mais opções para a melhoria de sua qualidade de

vida, tendo ganhos em diferentes aspectos, seja no aumento de renda

bruta, pela venda direta dos produtos das abelhas ou serviços afins

como confecção de colméias para a criação racional e acessórios para a

Meliponicultura, seja na conservação do ambiente em que vive e do qual

é dependente.

O que estamos propondo são ações de fortalecimento da

atividade de meliponicultura e da organização dos produtores que vem

desenvolvendo a atividade e para os que a pretendem iniciar, em todas

as comunidades do assentamento, conforme indicativo das oficinas de

planejamento do PDA do PAE Eixo Forte.

Figura 75 - MELIPONICULTURA

c) Objetivo Geral:

Estruturar a cadeia produtiva do mel produzido pelas abelhas sem

ferrão nas propriedades do PAE Eixo Forte, no município de Santarém.

d) Objetivos Específicos:

Educar as famílias sobre a importância das abelhas sem ferrão

para ecossistema;

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182

Capacitar os produtores na criação racional das abelhas sem

ferrão e prestar assistência técnica na construção e instalação de

meliponários, no manuseio das colméias e na coleta e

processamento do mel;

Organizar a produção, coleta e comercialização do mel das

abelhas sem ferrão.

e) Estratégias:

Para atingir os objetivos, o projeto tem como metodologia a ser

empregada, o princípio da participação dos beneficiários em todas as

atividades do projeto, envolvendo todos os atores envolvidos nas ações

do projeto, entre elas:

Planejamento Estratégico das Ações: O proponente, parceiros e a

comunidade em geral realizarão tão logo que inicie o projeto um

planejamento com base nas metas e atividades propostas assim

definindo melhor as atividades, prazos, responsáveis, indicadores,

parceiros, etc.

Cursos Técnicos: Serão capacitados produtores que já têm uma

iniciativa ou interesse em trabalhar com meliponicultura, sendo que essa

capacitação visa o aprimoramento no desenvolvimento da atividade

dentro das técnicas de manejo racional e ambiental das colméias, além

de aumentar a produtividade e as boas práticas a meliponicultura.

Intercâmbio: Atividade a ser desenvolvida por grupo de produtores do

PAE. A visita será feita nas unidades de produção dos meliponicultores

do município ou região. Esta atividade constitui de vista aos meliponários

e troca de conhecimentos e experiências entre os criadores com a

supervisão de um técnico do projeto.

Assistência Técnica: É o acompanhamento feito junto aos

meliponicultores em suas propriedades. Esta atividade é muito

importante para o processo de formação e a aprimoramento das

técnicas de manejo adequado. A meta é realizar visitas uma vez por mês

a cada meliponicultor em suas unidades de produção (meliponário).

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Comercialização: Junto com os beneficiários, organizar um plano de

comercialização do mel e capacitar os meliponicultores para

comercialização de seus produtos.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Realizar 02 (dois) cursos

temáticos com 16 h de duração

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Capacitar 60 (sessenta)

meliponicultores para produção

de mel e pólen.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Orientar a elaboração de 60

Planos de negócio para criação

de abelhas nativas

04 Elaborar 500 (quinhentos)

folders sobre a importância da

meliponicultura para a

manutenção da floresta

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Realizar 04 (quatro)

Intercâmbios

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Implantar num período de 01 ano 350 colméias racionais;

Aumento da capacidade de produção em 50 % num período de

02 anos;

Aumento da produção com a implantação de técnicas adequadas

de manejo nos meliponários;

Boas práticas de manejo sendo executadas pelos

meliponicultores;

Agregar valor aos produtos;

Aumento da renda dos meliponicultores;

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184

Facilitar a comercialização dos produtos.

6.3.2.2. Subprograma Olericultura Agroecológica

A agricultura orgânica é uma das atividades que mais se

desenvolve no mundo. Cresce a uma taxa anual de 10% no Brasil, 20%

nos Estados Unidos e 25% na Europa. Além disso, grande parte da

sociedade tem despertado para a importância de se ingerir alimentos

saudáveis e da utilização de modos de produção que preservem o meio

ambiente.

Pesquisa realizada pela Embrapa mostra um cenário da

agricultura brasileira: mais consumidores, mudanças de hábitos

alimentares e maior procura por produtos agropecuários de boa

qualidade. Por estes motivos, cada dia mais a agricultura orgânica tem

chamado a atenção não só de produtores, mas da sociedade em geral.

Atualmente, a demanda por alimentos orgânicos supera a oferta do

produto.

6.3.2.2.1. Projeto Hortas Orgânicas

a) Apresentação:

Produção orgânica, muito mais do que uma produção que não

usa agrotóxico, é uma produção baseada em tecnologias limpas e

sustentáveis para gerar produtos dentro de boas práticas de segurança

alimentar.

A produção orgânica é o resgate de uma técnica de cultura

esquecida com a implantação da Revolução Verde no pós-guerra.

A Revolução Verde, que na realidade foi a Revolução da Indústria

Química, erguendo a bandeira da erradicação da fome, abandonou as

boas práticas da segurança alimentar.

Passado este período, pelos efeitos da massificação da

informação com a ampla divulgação das notícias pela mídia, o cidadão

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185

comum passa a tomar conhecimento de verdadeiros desastres

ecológicos, com graves conseqüências para a saúde humana. Descobre

o risco que corre ao consumir um alimento produzido de forma

convencional, potencialmente contaminado com resíduos tóxicos.

É nesse cenário de sucessivas crises que geraram um quadro de

desconfiança, que os produtores orgânicos passam a receber o apoio da

população. Conhecendo os princípios da produção orgânica, o cidadão

passa a identificá-la como referência de alimento de qualidade.

A produção orgânica criou o paradigma de que a produção de

alimento não é um assunto exclusivamente mercantilista. É preciso estar

associado a preceitos ecológicos, sanitários e éticos. A produção

orgânica utiliza-se de tecnologias limpas e sustentáveis.

b) Justificativa:

É um sistema de produção que se caracteriza por diversificação

de espécies vegetais, manejo adequado do solo, uso de adubos verdes,

de adubos orgânicos (estercos, húmus, compostos, etc), rotações de

cultura, controle biológico e outras técnicas combinadas.

A produção orgânica emprega, em grande parte, técnicas

originadas na observação da natureza.

A pesquisa tem revelado métodos que agilizam os processos

existentes na natureza. Um grande exemplo é a utilização de

compostagem para a nutrição das culturas.

Na natureza, os resíduos orgânicos (folhas, insetos, etc.) são

processados pela microflora existente, transformando em adubos para

serem utilizados pelas plantas. Esse é o processo existente nas matas.

O homem aperfeiçoou o processo para gerar adubo para a

nutrição das culturas pelo método da compostagem.

A pesquisa científica tem comprovado que o mais importante na

produção orgânica é manter a cultura bem nutrida, com solo em

equilíbrio.

Outra técnica empregada na agricultura orgânica é da policultura,

ou seja, manter o ambiente de cultivo com uma boa diversidade de

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186

culturas. Essa técnica procura manter em harmonia as pragas e seus

predadores.

Quando, por qualquer motivo da natureza, acontecer um

desequilíbrio, entra em ação métodos naturais de combate às pragas e

doenças para reequilibrar o ambiente. Para inibir ou eliminar as pragas e

doenças são utilizados caldas e métodos à base de plantas.

A água utilizada na irrigação das culturas é obrigatoriamente

limpa, proveniente de fontes ou mananciais sem qualquer contaminação.

O manejo do solo segue um conjunto de regras que proporcionam

o uso sustentável, sem degradação.

O plantio é feito em curva de nível para evitar a lavagem da terra

pela água da chuva ou da irrigação.

São aplicadas as técnicas de adubação verde e rotação de

cultura. A adubação verde, entre outras propriedades, é feita para

aumentar a matéria orgânica do solo e intensificar a ação de organismos

benéficos. A rotação de cultura, entre outras propriedades, é feita para

não esgotar o solo de determinados nutrientes, já que cada cultura

consome mais um nutriente do que outro. Além disso, a rotação quebra

o ciclo das pragas com a troca da cultura para outra que tem outros

predadores.

A produção orgânica tem uma garantia adicional para o

consumidor: a garantia de qualidade orgânica dada pelas organizações

certificadoras que atestam que a produção seguiu as boas práticas

recomendadas. Todos os produtos com a identidade orgânica passam

por um processo de fiscalização que garante que foram produzidos

pelos métodos limpos estabelecidos nas normas das certificadoras.

c) Objetivo Geral:

Gerar trabalho e renda para famílias do PAE Eixo Forte, através

da implantação de um Sistema de Produção de Hortaliças Orgânicas.

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d) Objetivos Específicos:

Melhorar a qualidade da alimentação dos moradores do PAE Eixo

Forte;

Abastecer com produtos “limpos” as pousadas da Estação

Turística do Eixo Forte;

Difundir entre os produtores de hortaliças orgânicas, princípios de

associativismo.

e) Estratégia:

Os produtores do PAE Eixo Forte elegeram todas as

comunidades para produção de hortaliça orgânica, com vistas ao

promissor mercado que se apresenta, considerando-se a implantação do

projeto turístico, a proximidade com a sede do município, além do

constante fluxo de pessoas na rodovia PA 457.

Figura 76 - OLERICULTURA ORGÂNICA

A implantação dos projetos produtivos vai exigir um amplo debate

entre os produtores envolvidos, pois o que se pretende é a formatação

de um Sistema Integrado de Produção, onde as unidades produtoras de

hortaliças serão individuais, mas o planejamento e a comercialização

serão realizados de forma coletiva.

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Nesse sistema os resíduos de uma unidade produtora servirão de

matéria prima em outra, diminuindo custos e eliminando a produção de

lixo. Assim, resíduos da produção de hortaliças alimentarão aves,

caprinos e peixes. As fezes desses animais adubarão hortaliças e

fruteiras. A mucilagem do curauá integrará a ração de caprinos e aves, e

assim por diante.

e) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Capacitar 100 famílias em

Olericultura Orgânica

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Elaborar de forma participativa

60 Planos de Negócio de

produção de hortaliças

orgânicas

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Implantar 05 Hortas Orgânicas

de 0,25 ha, em cada

comunidade selecionada

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Elaborar 60 projetos de Hortas

Orgânicas

ATES,

FAMCEEF

PRONAF A

g) Resultados Esperados:

Com a implantação do projeto de Hortaliças Orgânicas espera-se

suprir a demanda da Estação Turística do Eixo Forte e abastecer as

feiras e minimercados do assentamento de produtos de qualidade.

Espera-se também congregar os produtores em torno de uma

organização associativista que facilite o processo produtivo e possibilite

aos associados uma visão de futuro promissora para o empreendimento.

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189

6.3.2.2.2. Projeto Flores do Eixo Forte

a) Apresentação:

Planta ornamental é toda planta cultivada por sua beleza. São

muito usadas na arquitetura de interiores e no paisagismo de espaços

externos. Há indícios que desde os primórdios da humanidade, algumas

espécies como o lírio branco (Lilium candidum) eram cultivados para

esse fim (o lírio branco, especificamente, foi registrado em pinturas da

civilização minóica, sendo este o registro mais antigo do cultivo desta

espécie).

As espécies ornamentais foram selecionadas pelos humanos a

partir de caracteres visualmente atraentes, como flores e inflorescências

vistosas, coloridas e perfumadas, folhagem de cores e texturas distintas,

formato do caule, ou por seu aspecto geral. Ao longo do tempo, os

homens perceberam que poderiam aprimorar qualidades desejáveis em

uma planta a partir de cruzamentos entre indivíduos particularmente bem

dotados. Assim começaram a surgir novas variedades, com novas cores,

flores maiores e mais duráveis, mais resistência ao clima ou a

predadores. As rosas, cultivadas há milênios no Oriente Médio, já não se

apresentam mais em seu estado original, mas a imensa variedade de

formas e híbridos obtidos ao longo de todos esses anos de cultivo são

sintomáticos da capacidade humana de transformar a natureza para

atender suas necessidades.

A descoberta da América em 1492 trouxe ao Velho Mundo uma

nova fonte de plantas ornamentais completamente diferentes das que se

cultivava havia milênios. Bromélias, orquídeas, aráceas e muitas outras

foram prontamente levadas à Europa e se tornaram extremamente

populares. As expedições ao Sudeste Asiático a partir do Século XVI

revelaram aos europeus outra grande fonte de espécies desconhecidas

e exóticas, que até hoje concorrem com as espécies americanas em

popularidade nas estufas e jardins tropicais.

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190

b) Justificativa:

A floricultura brasileira começou a se destacar como atividade

agrícola de importância econômica há mais de 20 anos, mas foi nos

últimos 10 anos que se verificou um crescimento significativo da oferta

de alguns produtos da floricultura e do paisagismo, em função da opção

de produtores, situados próximos de importantes centros de consumo,

de entrar nesta atividade na busca de uma alternativa rentável para suas

pequenas propriedades rurais. Com o desenvolvimento de pesquisas

próprias e incremento à produção, a floricultura está se tornando uma

nova realidade econômica.

O Brasil tem grandes chances de se tornar um significativo

produtor e exportador de flores e plantas ornamentais no cenário

mundial, porém há desafios a serem vencidos e que representam a

utilização da aplicação de tecnologias avançadas nos sistemas de

produção, uso de material genético adequado, treinamento e

capacitação da mão de obra, profissionalismo nas áreas gerencial,

comercial, de logística e distribuição, explorações das aptidões

regionais, organização das estruturas comerciais e incentivos a

tecnologias de embalagem e pós-colheita.

No segmento de flores o consumo anual per capita médio está em

torno de R$ 8,00 a R$ 9,00, o que representa um mercado visivelmente

pouco explorado, mesmo quando não se compara com o consumo de

países desenvolvidos. Anteriormente a 1994, com o mercado fechado e

uma alta inflação não era necessário muito tino empresarial para fazer

sucesso. A improdutividade era disfarçada e o mercado era

indubitavelmente de demanda, colocando o varejo numa posição

confortável. De 1994 até nossos dias passamos a sentir o que significa

uma economia de mercado. A globalização desfez barreiras e os

produtos importados chegaram com grande impacto, gerando

desemprego e estimulando muitas pessoas a abrirem seu próprio

negócio. Este movimento trouxe para o mercado pessoas nem sempre

bem preparadas, não apenas no negócio de flores, mas de um modo

geral para o gerenciamento de uma loja de varejo.

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191

O Brasil atual tem de um lado um enorme mercado que é

competitivo e pode crescer até quatro vezes nos próximos anos, mas de

outro lado, um mercado ainda muito imaturo, que necessita de

coordenação e orientação para crescer.

A região do Norte representa apenas 1% da produção nacional,

com 90 ha de produção e 156 produtores.

Dentro desse contexto, o município de Santarém praticamente

não aparece nas estatísticas nacionais, dado o caráter incipiente da

floricultura local.

c) Objetivo Geral:

Gerar trabalho e renda para famílias do PAE Eixo Forte, através

da implantação de um projeto de produção e comercialização de flores

tropicais.

d) Objetivos Específicos:

Ampliar as opções de mercado para produtos do PAE Eixo Forte;

Desenvolver sistema de gestão e organização entre produtores

de flores tropicais no PAE Eixo Forte;

Melhorar o desempenho comercial do segmento, implantando

estratégias de marketing para implementar a participação nos

mercados.

e) Estratégia:

Para se estabelecer no mercado local e posteriormente no

regional, o produtor de plantas ornamentais do Oeste do Pará deve

procurar se organizar, profissionalizando-se desde a produção até a

comercialização no atacado e no varejo, procurar maiores informações

junto a entidades que possam lhe oferecer dados de pesquisas para

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192

alcançar a melhoria da qualidade de seus produtos e acima de tudo unir

as forças através do associativismo para alcançar seus objetivos.

Importante lembrar a estratégica localização do Eixo Forte em

relação ao mercado local, o que pode contribuir sobremaneira para o

fortalecimento dos produtores perecíveis do assentamento.

Figura 77 - FLORICULTURA

As oficinas de planejamento do PDA indicam as comunidades de

Jatobá, São Pedro, Santa Rosa, Ponte Alta, Vila Nova, Irurama, São

Sebastião, Ponta de Pedras, São Francisco, Santa Maria, Pajuçara, São

Bráz e Cucurunã como potenciais produtoras de flores tropicais no

assentamento. Algumas iniciativas como o projeto Sanflor e COOPAC já

colocam uns poucos produtores do Eixo Forte no mercado local de flores

e mudas de plantas ornamentais.

A estratégia de produção e comercialização de flores tropicais no

Eixo Forte prevê a organização da categoria e criação de espaços de

comercialização para flores de corte e mudas de plantas ornamentais.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Capacitar 40 famílias em

Floricultura Tropical

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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193

02 Implantar 04 ha de Flores

Tropicais de corte

ATES,

FAMCEEF

INCRA -

PRONAF A

03 Construir 40 Viveiros de

mudas de Plantas

Ornamentais

ATES,

FAMCEEF

INCRA -

PRONAF A

04 Implantar espaço para

comercialização de flores, no

Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Elaborar de forma

participativa 40 Planos de

Negócio de produção de

Flores Tropicais

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Realizar Festival das Flores

do Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

07 Realizar Intercâmbio com

produtores do nordeste

paraense, através do Flor

Pará (Frutal)

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Com a implantação do projeto Flores do Eixo Forte, espera-se

tornar a área do assentamento, referência regional em produção e

comercialização de flores tropicais.

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194

6.3.2.3. Subprograma Mandioca

6.3.2.3.1. Projeto Fortalecimento do Cultivo da Mandioca

a) Apresentação:

A mandioca é cultivada desde antes do descobrimento do Brasil,

pelos indígenas e representa, atualmente, a subsistência e a segurança

alimentar para milhões de brasileiros, em todas as regiões do país.

No sul e sudeste do Brasil, a cultura da mandioca vem passando

por um processo de modernização de seu cultivo, que fornece matéria

prima para a produção de alimentos, como a farinha e a fécula para a

indústria.

Na região norte, o sistema de cultivo predominante é ainda o

processo rudimentar de derruba e queima, com utilização de baixos

níveis tecnológicos, resultando em produtividades inferiores a 15

toneladas por hectare. Situação que se agrava ainda mais quando

falamos da região do Eixo Forte, onde a produtividade média é de 9,4

t/ha. Esse arcaico sistema de produção se traduz num enorme desgaste

humano, sem a devida e justa compensação financeira que o dispêndio

físico deveria proporcionar.

Mas o baixo nível tecnológico dos agricultores do assentamento

não pode ser explicado apenas pela falta de tecnologias adequadas

colocas à sua disposição, mas também pela falta de capacidade e

condições de inovar, pois o seu desempenho e a viabilidade das suas

atividades dependem de um conjunto de fatores e agentes que formam

um sistema integrado e harmônico, que requer ações sistêmicas e

multidisciplinares.

Mesmo assim, através de inovação tecnológica simples, tem se

verificado que o assentado é capaz de dobrar a produtividade da cultura

da mandioca sem adicional de custos financeiros, sendo necessário

apenas que adote mudanças no sistema de produção da cultura. O que

está sendo proposto neste projeto é um sistema tecnológico conhecido

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195

como O Trio da Produtividade na Cultura da Mandioca, um processo

simples que valoriza o potencial genético da cultura pela utilização no

plantio de manivas-semente, o arranjo espacial entre as plantas e a

concentração das capinas nos primeiros 150 dias da cultura.

b) Justificativa:

O cultivo da mandioca é de grande relevância econômica no

município de Santarém, especialmente no PAE Eixo Forte. Segundo o

IBGE/2009 o município de Santarém possui aproximadamente vinte mil

hectares plantados, com uma produtividade de aproximadamente doze

toneladas de raiz por hectare, produtividade esta considerada baixa em

comparação com a produtividade de outros estados, sendo que no PAE

Eixo Forte identificou-se uma produtividade ainda menor. O presente

projeto propõe aumentar essa produtividade através do consórcio da

mandioca com outras espécies alimentares de ciclo curto, como feijão,

milho e arroz. Bem como, a implantação de novas tecnologias de baixo

custo, também conhecidas como “Trio da Produtividade,” que preconiza

o uso de manivas-semente, espaçamento e capinas no sistema de

produção de mandioca.

c) Objetivo Geral:

Mediante acompanhamento técnico, promover a geração de

renda com garantia de segurança alimentar a partir do cultivo da

mandioca, e toda a cadeia produtiva do produto, incentivando os

produtores familiares que desenvolvem esta atividade, propiciando maior

segurança e respaldo técnico para o desenvolvimento da atividade.

c) Objetivos Específicos:

Realizar levantamento de produtores com potencial para o

desenvolvimento do cultivo da mandioca;

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196

Orientar os agricultores familiares sobre a importância da

introdução de novas tecnologias;

Motivar os agricultores sobre as práticas ideais de colheita e

beneficiamento da produção;

Incentivar a verticalização da produção através do associativismo

na fase de industrialização do produto;

Implantação de agroindústrias de farinha e derivados nas

comunidades indicadas;

Fortalecer a organização dos produtores.

d) Estratégias:

Nas oficinas de planejamento para elaboração do PDA, os

assentados orientaram a produção de mandioca para todas as

comunidades do assentamento. As comunidades de Cucurunã, São

Brás, Santa Maria, Irurama, Vila Nova respondem atualmente por mais

de 60% da produção de mandioca da região do assentamento PAE Eixo

Forte.

Figura 78 - MANDIOCA

Neste projeto serão trabalhados três componentes do sistema de

produção da cultura da mandioca, proporcionando aumento na

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197

produtividade das raízes sem elevar o seu custo de produção, através

da adoção da tecnologia “Trio da produtividade”, assim descrita:

Seleção e preparo de material para plantio: recomenda-se

retirar manivas de plantas com idade entre 8 a 12 meses, da parte

mediana da planta, eliminando a parte inferior fibrosa (que corre o

risco de não brotar) e a parte superior herbácea (que pode não

germinar). Fazer o corte reto de manivas (nunca em bisel ou bico

de gaita) no tamanho de 20 cm, contendo de 5 a 7 gemas. O

corte reto permite aumentar o número de raízes na planta, tendo

como resultado o aumento de produção. No aspecto fitossanitário

devem-se eliminar as plantas doentes que não servem para

propagação de material. No corte das manivas devem-se eliminar

também as atacadas por doenças que apresentam geralmente

manchas de coloração marrom no centro ou as brocadas por

pragas.

Espaçamento: plantar em fileiras duplas no espaçamento de

1,00 m x 1,00 m.

Capinas: a falta do controle do mato resulta em perdas na

colheita de até 90% e representa 35% do custo de produção. As

capinas devem ser feitas com enxada e realizadas durante os 150

dias após o plantio da mandioca que é o período de formação das

raízes.

É importante que as manivas sejam plantadas no início das

chuvas em covas com profundidade média de 10 cm, com as estacas

colocadas na posição horizontal.

Serão implantadas agroindústrias de farinha, de pequeno porte,

nas comunidades de: São Raimundo, São Pedro, Santa Rosa, Irurama,

Vila Nova, São Bráz, Cucurunã e Santa Maria, conforme resultado das

oficinas de planejamento do assentamento.

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198

Figura 79 - CASA DE FARINHA

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Manter os atuais 100 hectares

plantados de mandioca

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Duplicar a produtividade da

mandioca através da adoção

do Sistema de Produção

apropriado

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Capacitar 350 produtores de

mandioca no Sistema de

Produção Trio da

Produtividade

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Realizar oficinas para

elaboração de Planos de

Negócio para todos os

produtores de mandioca do

assentamento

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Elaborar 100 projetos para

cultivo e produção de

mandioca no Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA/

PRONAF A

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199

06 Instalar 08 agroindústrias de

farinha

ATES,

FAMCEEF

INCRA/

PRONAF A

g) Resultados Esperados:

Duplicar a produtividade da cultura;

Capacitação técnica dos assentados;

Diversificação da produção;

Criar um modelo de produção de mandioca para os assentados;

Garantia de geração de renda as famílias produtoras;

Padronização na produção de farinha do Eixo Forte;

Produtores de mandioca organizados.

6.3.2.4. Subprograma Fruteiras Tropicais

6.3.2.4.1. Projeto Fortalecimento da Fruticultura Tropical no Eixo

Forte

a) Apresentação:

O setor da fruticultura na Amazônia é considerado a quarta

atividade mais significante na Amazônia, porém do ponto de vista social

tem um importante papel na distribuição de renda para a população, por

envolver milhares de pequenos produtores com suas respectivas

famílias bem como o setor da industrialização.

É um ramo que envolve grande quantidade de mão de obra,

sendo ideal para a agricultura familiar, principalmente quando explorada

em forma de sistema agroflorestais, alem de ser forte geradora de renda,

mantendo um fluxo constante para toda a cadeia produtiva.

Mais especificamente na região do Baixo Amazonas, além do açaí

e de outras espécies regionais como o cupuaçu e taperebá, que se

destacam pelos sabores e aroma, existe também um grande potencial

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200

econômico através da produção de frutas exóticas como abacaxi,

maracujá, acerola, manga, laranja, graviola entre outras.

Boa parte das frutas amazônicas tem hoje forte apelo comercial

no Brasil e no mundo, pela curiosidade que despertam e pelos sabores

únicos cada vez mais apreciados.

b) Justificativa:

Um ponto importante da fruticultura na região é a sua

complementação na dieta alimentar das famílias de agricultores, sendo

fonte de água, calorias, celulose, carboidratos, vitaminas, minerais e até

mesmo proteínas. Além do valor alimentício o cultivo de frutíferas

apresenta outros pontos importantes para o contexto socioeconômico da

região do Baixo Amazonas como:

Utilização intensiva de mão-de-obra;

Possibilita um grande rendimento por área, sendo uma ótima

alternativa para pequenas propriedades rurais;

Possibilita o desenvolvimento de agroindústrias de pequeno a

grande porte;

Possibilita a utilização de áreas alteradas, além de contribuir para

recuperar o passivo ambiental nas propriedades rurais.

Apesar de todo esse potencial socioeconômico que cerca a

fruticultura, esta ainda vem encontrando sérios entraves para alcançar o

pleno desenvolvimento tais como:

Falta de incentivos financeiros;

Falta de assistência técnica qualificada e continua aos produtores;

Falta de novas tecnologias que propiciem uma produção continua

e em quantidade e qualidade durante todo o ano;

Falta de fortalecimento das associações e cooperativas de

produtores para organizar a cadeia produtiva;

Falta de agroindústrias familiares e de capacitação para a

manipulação e beneficiamento das frutas;

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201

Portanto o presente projeto vem propor ações que venham a

fortalecer a fruticultura na região, buscando suprir os entraves acima

citados, criando uma fonte de renda continua, melhorando a qualidade

de vida das famílias envolvidas, além de ser uma alternativa sustentável,

pois aproveita áreas atualmente alteradas recuperando o passivo

ambiental de muitas propriedades rurais.

c) Objetivo Geral:

Estruturar a cadeia produtiva da fruticultura no PAE Eixo Forte,

através de capacitações e assistência técnica continua aos produtores,

garantindo assim um amento na renda, diversificação das propriedades

e da alimentação destas famílias.

d) Objetivos Específicos:

Capacitar as famílias sobre a importância econômica, ambiental e

social da diversificação das propriedades através da utilização de

arranjos frutíferos;

Capacitar os produtores sobre novas técnicas na produção e

cultivo de frutíferas (irrigação, produção e seleção de mudas de

espécies adequadas a região, correção e adubação do solo);

Capacitar os produtores sobre boas práticas na agroindústria,

aproveitamento e beneficiamento de frutas tropicais;

Implantar Unidades Demonstrativas de agroindústrias e produção

de polpas e doces utilizando frutas da região.

e) Estratégia:

Para atingir os objetivos, o projeto tem como metodologia a ser

empregada, o princípio da participação dos beneficiários em todas as

atividades do projeto, envolvendo todos os atores envolvidos nas ações

do projeto.

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202

Principais atividades para a implementação do projeto:

Planejamento estratégico das ações:

O Proponente, parceiros e a comunidade em geral realizarão tão

logo que inicie o projeto um planejamento com base nas metas e

atividades propostas assim definindo melhor as atividades,

prazos, responsáveis, indicadores, parceiros, espécies a serem

priorizadas nos arranjos, com ênfase nas espécies indicadas nas

oficinas de planejamento, ou seja: acerola, graviola, cupuaçu,

castanha do Pará, muruci, caju, taperebá, goiaba e bacaba.

Figura 80 - FRUTICULTURA

Cursos técnicos:

Serão capacitados produtores que já tem uma iniciativa ou tem

interesse em trabalhar com fruticultura, sendo que essa

capacitação visa o aprimoramento no desenvolvimento da

atividade dentro das técnicas de cultivo, adubação orgânica,

podas, irrigação e consorcio de espécies buscando aumentar a

produtividade das fruteiras.

Também serão oferecidas capacitações sobre aproveitamento e

beneficiamento de frutas tropicais, e boas praticas na

agroindústria, garantindo desta forma uma nova fonte de renda as

famílias envolvidas

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Assistência técnica:

É o acompanhamento feito junto aos produtores em suas

propriedades. Esta atividade é muito importante para o processo

de formação e a aprimoramento das técnicas de manejo

adequado. A meta é realizar visitas uma vez por mês a cada

produtor orientando as melhores formas de conduzir os plantios e

a produção das fruteiras.

Agroindústrias:

Serão implantadas agroindústrias para produção de polpa de

frutas, nas comunidades indicadas nas oficinas de planejamento;

Figura 81 - DESPOLPADEIRA

Também serão implantadas agroindústrias para o beneficiamento

e aproveitamento de frutas, onde os produtores terão a

oportunidade de produzir doces, geléias, licores, bombons com o

excedente da produção. Ou seja, uma forma de se armazenar

sem prejuízos os frutos que não serão comercializados in natura.

Essas agroindústrias serão estrategicamente implantadas

conforme indicação as oficinas de planejamento.

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Figura 82 - DOCES E LICORES

Comercialização:

Junto com os beneficiários, organizar um plano de

comercialização de frutas in natura e de produtos resultantes do

beneficiamento e aproveitamento destas frutas tropicais.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Realizar 06 (seis) cursos

temáticos com 16 horas de

duração para 120

produtores/as;

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Capacitar e assessorar 120

(cento e vinte) produtores/as

sobre novas técnicas na

fruticultura;

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar 120 projetos de

fruticultura irrigada para

financiamento.

ATES,

FAMCEEF

INCRA/

PRONAF A

04 Implantar 10 (dez) unidades de

agroindústria familiar para

produção de polpa de frutas.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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205

05 Implantar 15 (quinze) unidades

de agroindústrias familiares

para produção de doces e

licores.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Acompanhamento técnico

continuo de 120 produtores;

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

30 hectares de sistemas agro florestais, com ênfase na fruticultura

implantados no prazo de dois anos;

Sistema produtivo de 120 famílias melhorado e diversificado;

120 produtores capacitados sobre fruticultura nas diversas fases

da cadeia produtiva;

120 projetos de fruticultura elaborados para financiamento em

linhas específicas do PRONAF;

Produção de frutas significativamente aumentada através da

utilização de técnicas adequadas de manejo e irrigação dos

sistemas produtivos;

Boas práticas de manejo sendo executadas pelos produtores;

Valor agregado aos produtos através do aproveitamento e

beneficiamento das frutas;

Renda dos produtores aumentada em 15% através da fruticultura;

Comercialização dos produtos facilitada através da associação

que representa os produtores.

6.3.2.4.2. Projeto de Fortalecimento e Incentivo ao Cultivo e Manejo

de Açaizais

a) Apresentação:

O açaí, Euterpe oleraceae Mart, pertence á família Palmae. É

uma fruta bastante apreciada nacional e internacionalmente. De

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206

ocorrência em toda Amazônia, frutifica quase o ano todo, em maior

quantidade de julho a dezembro.

A industrialização de polpas de frutas oriundas da Amazônia é um

mercado em franca expansão e ao mesmo tempo ainda insipiente, em

curto prazo haverá um grande crescimento deste setor no país.

Este produto, açaí, ganha mercado nas mais diferentes formas de

produtos como licores, vinhos, geléias, sorvetes, pó, energético,

suplemento alimentar, entre outros.

O fator predominante para este fenômeno é a grande aceitação

desse produto no mercado consumidor internacional, devido ao alto

valor nutricional e propriedades terapêuticas da fruta, bem como a boa

aceitação de produtos made in Amazônia frequentemente associados

com preservação ambiental, vida na natureza e saúde. Até a década de

1980, a exploração do açaizeiro (fruto, palmito e folhas) era feita

somente de forma extrativa. A partir de 1990, o cultivo dessa palmácea

na Região Norte do país, face ao aumento da demanda, experimentou

sensível crescimento, em razão de incentivos financeiros e

disponibilização de novas técnicas de cultivo e manejo.

O açaizeiro, por não ser espécie arbórea, não tem interesse para

a indústria madeireira, mas é de grande importância para a preservação

da floresta amazônica. Para o estabelecimento da cultura é necessário

que o produtor rural conheça o custo de sua produção, para poder

comparar com o preço de mercado e decidir pela manutenção ou não do

plantio e da área de exploração extrativa. A decisão de plantar culturas

perenes, pela irreversibilidade da sua introdução ao sistema de cultivo,

deve ser bem planejada.

b) Justificativa:

O cultivo do açaí é de grande importância econômica para o PAE

Eixo Forte e região santarena, fonte de renda para as famílias do

assentamento, visto que esta atividade já acontece no PAE de forma

extrativista, o objetivo maior é incentivar os plantios existente e estimular

o cultivo de forma manejada no local. No Brasil, o Estado do Pará é o

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207

maior produtor da fruta, sendo responsável por mais de 85% da

produção, o açaí é uma iguaria exótica, sendo apreciada em várias

regiões do Brasil e do mundo (Wikipédia, A enciclopédia livre). O

principal mercado do açaí ainda é a região Norte. O Pará é o maior

produtor e consumidor, com um consumo que ultrapassa 180.000

toneladas por ano (OLIVEIRA et al, 2002). O presente projeto propõe

implantar sistemas agroflorestais, ou seja, consórcio de açaí com outras

culturas alimentares e espécies florestais, com implantação de novas

tecnologias de plantio que venha garantir ao produtor melhor

aproveitamento da área e aumento na produtividade, proporcionando

assim uma melhor geração de renda aos produtores familiares do

município.

c) Objetivo Geral:

Fortalecer e incentivar os agricultores familiares que vêm

desenvolvendo a atividade, assim como aqueles que pretendem iniciar o

cultivo; promover o desenvolvimento sócio-econômico e cultural da

comunidade, mediante o acompanhamento técnico, dando assim maior

segurança e respaldo técnico para o desenvolvimento da atividade.

d) Objetivos Específicos:

Realizar levantamento (visitas) das áreas exploradas para

diagnóstico da situação atual;

Orientar os agricultores familiares sobre a importância do manejo

da cultura;

Motivar os agricultores sobre as práticas ideais de colheita e

beneficiamento da produção;

Valorizar e estimular a produção do açaí;

Melhorar a produtividade (quantidade) e qualidade do açaí na

região;

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208

Implantar uma área de produção de açaí, exemplar, que sirva de

modelo para as áreas afins, que queiram cultivar/produzir o fruto;

Incentivar a verticalização da produção através do

associativismo/cooperativismo.

e) Estratégias:

Para que a meta proposta seja atingida, as propriedades serão

assistidas de forma sistemática pela equipe de ATES, onde o produtor e

os membros de sua família receberão orientações sobre a melhor forma

de como conduzir suas atividades produtivas, através de visitas em suas

propriedades, reuniões com a comunidade, cursos sobre manejo de

açaizais, implantação de unidade demonstrativa, demonstração de

métodos, entre outras técnicas a serem utilizadas.

Todas as comunidades do assentamento demonstraram interesse

em desenvolver o manejo e cultivo do açaizeiro.

Figura 83 - AÇAÍ

As comunidades de: São Raimundo, São Pedro, Vila Nova, Santa

Luzia, Irurama, Santa Maria e Cucurunã pretendem implantar

agroindústrias para o beneficiamento do açaí.

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209

Figura 84 - BENEFICIAMENTO DO AÇAÍ

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSO

01 Mapear as áreas de exploração

existentes, de açaizais nativos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Implantar 03 (três) Unidades

Demonstrativas (UD) de manejo de

açaizais

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar 75 Planos de Negócio

com produtores de fruteiras

tropicais

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Capacitar 75 produtores em cultivo

do açaizeiro

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Capacitar 75 produtores em

associativismo e cooperativismo

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Implantar 07 agroindústrias de

beneficiamento do açaí

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Aumentar a produtividade do açaí (qualidade e quantidade);

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210

Capacitação técnica dos Assentados;

Diversificação da produção ao implantar o sistema agroflorestal;

Verticalização da produção no próprio assentamento;

Garantia de geração de renda as famílias produtoras.

6.3.2.5. Subprograma Fibras Naturais

6.3.2.5.1. Projeto Curauá

a) Apresentação:

Há décadas o curauá já vinha sendo plantado em pequena escala

pelos produtores do Lago Grande, com a produção da fibra sendo

utilizada exclusivamente para a confecção de cordame.

Mesmo apresentando potencial para se transformar em alternativa

econômica para a agricultura familiar, somente nos últimos seis anos a

produção adquiriu garantia de comercialização, após a indústria paulista

PEMATEC, incentivada pelo Governo do Estado, instalar sua fábrica de

produção de manta agulhada em Santarém.

Hoje, a CENTRALAGO, organização que congrega cinco

Associações de Produtores do Lago Grande, desenvolve trabalho de

articulação para a comercialização de toda fibra do curauá produzida na

região. O mesmo trabalho vem sendo realizado pelas associações de

Juruti e Belterra, sob acompanhamento técnico da EMATER.

O uso de tecnologias que visem reduzir custos e aumentar a

produtividade, aliado ao gerenciamento eficiente, passaram a ter

especial importância nessa nova fase, pois os produtores estão

integrados a mercados cada vez mais competitivos, requerendo,

portanto, ação gerencial inteligente e eficaz para garantir o sucesso do

empreendimento.

É praticamente impossível prevermos qual será a demanda futura

desse mercado pela fibra natural do curauá.

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211

b) Justificativa:

A cadeia produtiva do curauá, principalmente no segmento

agrícola da produção de fibra seca natural, pode se transformar no

grande fornecedor de ocupação e renda para a agricultura familiar do

Estado do Pará, como acontece com o sisal no Estado da Bahia, onde

mais de 900 mil pessoas estão envolvidas diretamente com a cultura.

A parte aproveitável da planta é a folha, de onde é extraída a fibra

natural do curauá. Fibra já fartamente pesquisada é indicada para

substituir a fibra de vidro na fabricação de vários produtos, dentre eles o

plástico, além da sua utilização na indústria automotiva para confecção

de peças e para o artesanato. O resíduo do desfibramento das folhas

(mucilagem) pode ser utilizado na alimentação animal ou como adubo

orgânico.

A Unidade de Observação do Curauá, na comunidade de São

Pedro comprovou a perfeita adaptação da cultura para as condições de

solo e clima da região do Eixo Forte.

c) Objetivo Geral:

Consolidar a cultura do curauá na região do Eixo Forte, como

base para fornecimento de matéria prima para a confecção de peças de

artesanato e mucilagem para complementar alimentação dos projetos de

pequenos animais.

c) Objetivos Específicos:

Aproveitamento e recuperação de solos degradados a partir da

implantação do curauá consorciado com essências florestais;

Aumento da renda dos produtores de curauá através da

comercialização de mudas;

Fortalecimento da produção e comercialização de artesanato,

com a introdução da fibra do curauá como matéria-prima;

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212

Comercialização do excedente de fibras com a indústria.

d) Estratégia:

Sete comunidades foram indicadas para a implantação do projeto

Curauá. São elas: São Pedro, Santa Rosa, Ponte Alta, Vila Nova, São

Brás, Santa Maria e Cucurunã.

Figura 85 - Curauá

A planta se desenvolve mesmo em solos ácidos, pouco férteis e

com elevado teor de alumínio, como os solos do Lago Grande e região

do Eixo Forte em Santarém. Entretanto, verifica-se que, nesses casos, o

peso das folhas tem diminuído ao longo dos anos de cultivo na mesma

área, bem como a coloração das folhas que deixaram de ser verde

intenso, passando à verde claro, conseqüência da diminuição do teor de

nutrientes no solo.

O preparo do solo na agricultura familiar pode ser realizado sem a

utilização do fogo. A capoeira deve ser derrubada e a biomassa da

vegetação picada com terçado, deixando-a sobre o solo como cobertura

morta. As árvores de valor econômico encontradas na área devem ser

preservadas da derrubada. Sem a utilização do fogo o plantio do curauá

pode ser realizado em qualquer época do ano.

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213

O plantio das mudas pode ser feito em covas com profundidade

suficiente para evitar o tombamento das mudas (10 a 15 cm). O plantio

do curauá pode ser solteiro, mas para melhor aproveitamento de área,

recomenda-se seu plantio consorciado com frutíferas e/ou essências

florestais não madeireiras. Dentre outras, a EMATER vem

recomendando o cumaru e a andiroba, essências que possuem boa

comercialização na região. As essências são plantadas no espaçamento

de 16m x 3m, com 208 plantas por hectare.

Como toda cultura, o curauá sente a concorrência das ervas

daninhas, principalmente no primeiro ano. Roço e a amontoa são os

únicos tratos culturais recomendados.

É recomendável a utilização da mucilagem proveniente do

beneficiamento das folhas do curauá como adubação orgânica. Se

possível, realizar também adubação foliar com urina de gado diluída em

água na concentração de 2%.

A primeira colheita de folhas é feita após um ano do plantio. As

demais colheitas podem ser realizadas a cada 3 a 4 meses.

A colheita é manual, através de puxões, folha por folha.

Anualmente cada planta pode produzir até 48 folhas (aproximadamente

3 kg de folha), que são reunidas em fardos e levadas para serem

beneficiadas para produção da fibra natural.

O transporte das folhas para o beneficiamento é um componente

importante na formação do custo de produção da cultura. Deve-se

buscar sempre a menor distância a percorrer, por isso a necessidade do

beneficiamento ser feito o mais próximo possível da área de plantio do

curauá. Se possível, dentro da área de plantio, favorecendo também a

aplicação da mucilagem como adubação orgânica do curauá.

O rendimento na colheita das folhas depende da disposição e

habilidade de cada trabalhador, variando de 300 a 700 kg de folha por

homem dia.

O beneficiamento do curauá envolve as operações de

desfibramento mecânico das folhas, lavagem e secagem das fibras. O

desfibramento deve ser realizado na propriedade do agricultor para

facilitar o aproveitamento da mucilagem como ração animal ou adubo

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214

orgânico. Os operadores precisam ser treinados e disporem de

equipamentos de proteção individual (EPI). O rendimento da máquina

desfibradora “Tapuia” depende da habilidade do operador, variando de

2,0 a 4,0 kg de fibra seca por hora de trabalho. A máquina funciona com

motor a diesel de 5 hp, que consome em média 250 ml/diesel/hora.

A fibra precisa passar por um processo de lavagem em tanques

com água limpa, onde é lavada e enxaguada para a limpeza dos

resíduos da mucilagem que ficam agregados à fibra. Depois é colocada

em varais ou estufa solar para a secagem e posterior enfardamento,

quando está pronta para a comercialização. A fibra não lavada fica

escura e perde valor na hora da comercialização.

Em média, 16 folhas de curauá pesam 1 kg e cada planta produz

uma média de 48 folhas por ano. O rendimento médio de fibra seca do

curauá fica em torno de 6% do peso da folha, propiciando uma

produtividade de 3.600 kg de fibra seca por hectare/ano e 60 toneladas

de mucilagem.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Implantar 5 hectares de curauá ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Capacitar 20 produtores no

cultivo do curauá

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar 20 projetos de

produção de curauá

ATES,

FAMCEEF

INCRA/

PRONAF A

g) Resultados Esperados:

Com a introdução da cultura do curauá na região do Eixo Forte

esperam-se os seguintes resultados:

Produtores com mais opções de renda;

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215

Aumento do valor agregado, através da confecção e

comercialização local de artesanato;

Aproveitamento das áreas degradadas do assentamento;

Espécies florestais de valor econômico plantadas em consórcio.

6.3.2.6. Subprograma Comercialização

6.3.2.6.1. Projeto Comercialização e Marketing

a) Apresentação:

A venda é o ponto sensível para o sucesso dos empreendimentos. A

comercialização da produção do PAE Eixo Forte poderá ser realizada de

várias formas e em vários pontos de vendas distintos, preferencialmente

diretamente ao consumidor.

Alguns espaços já existentes no assentamento, para venda

direta ao consumidor, enfrentam problemas que vão da falta de

capital de giro para manutenção de estoque, até a falta de uma

estratégia definida de marketing que possibilite ao produtor(a)

visualizar todo o processo produtivo agregado à etapa de

comercialização.

b) Justificativa:

Entre os problemas verificados hoje, no processo de

comercialização no Eixo Forte, podemos citar: desagregação do

grupo, baixa produtividade, dificuldade em atingir o público

consumidor, baixa qualidade dos produtos, variação de preço,

entre outros.

Para reduzir os riscos de fracasso e descontinuidade dos

empreendimentos os empreendedores do Eixo Forte devem

exercer a cidadania ativa e, como cidadãos, estimular a agregação

de suas redes produtivas para o desenvolvimento e a melhoria da

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216

qualidade do produto, contribuindo para a satisfação individual e

coletiva. Em relação ao mercado e comercialização o gargalo esta

no baixo controle do processo comercial, no pequeno

conhecimento do mercado e das tendências de consumo e falta de

inovação. Tudo isso se relaciona a aspectos como formação de

preço, design inadequado, baixo volume de produção, resistência

a mudanças e falta de visão sistêmica do processo produtivo.

c) Objetivo Geral:

Implantar um Sistema de Comercialização e Marketing para os

produtos e serviços gerados no PAE Eixo Forte, com base na estrutura

atualmente instalada no próprio assentamento.

d) Objetivos Específicos:

Revitalizar pontos de venda existentes no assentamento;

Padronizar programação visual dos pontos de venda existentes

no assentamento;

Capacitar comerciantes para melhor atender os consumidores;

Divulgar a produção do PAE Eixo Forte;

Associar boas práticas ambientais ao processo de

comercialização;

Estabelecer marcas que personalizem todos os produtos do

assentamento.

e) Estratégias:

i) Criação de demanda:

Publicidade – divulgar a história do empreendimento, nossos

objetivos e resultados através dos veículos de comunicação,

Prospecto (folder), e camiseta.

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217

Promoção e vendas – participação em feiras de artigos

artesanais e de economia solidária (FEPAM, Feira da Cultura

Popular), exposições dos produtos em espaços institucionais,

ofertas em datas comemorativas, parcerias com lojas solidárias,

integrar a rede de comércio justo.

Embalagem - sacolas com identificação do

projeto/empreendimento, em material que possa proporcionar a

reutilização por várias vezes.

Atendimento - personalizado, através de pessoas capacitadas

para bem atender o consumidor.

Marcas - desenvolvimento de marcas próprias, com selo de

qualidade “Eixo Forte”.

ii) Vendas:

Direta ao consumidor – através da revitalização dos espaços

existentes no próprio assentamento: Feira do Cucurunã,

Mercadinhos e Pontos Comerciais), Lojinhas de souvenir das

pousadas e Barracas nas Praias de Ponta de Pedras e Pajuçara.

iii) Assistência ao cliente - pós venda:

Verificar a satisfação do cliente após aquisição do produto;

Divulgação de novos produtos e promoções sazonais.

Será realizado um levantamento dos pontos de venda existentes

no Eixo Forte e desenvolver um processo de qualificação dos

proprietários para ajustar esses pontos às exigências do consumidor

moderno, ou seja: programação visual do estabelecimento adequada

aos produtos e ao consumidor; atendimento qualificado; e preços justos.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Cadastrar pontos de venda

interessados em pertencer à

Rede Eixo Forte de

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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218

Comercialização

02 Capacitar 60 famílias dos

proprietários dos pontos de

venda

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar 12 projetos de

Revitalização dos Pontos de

Venda

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Capacitar 60 assentados por

ano em Marketing, incluindo

criação de marcas e

embalagens alternativas

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Criar pontos de avaliação da

satisfação co consumidor em

todos os Pontos de Venda do

projeto

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Assessorar a participação das

comunidades do PAE Eixo Forte

em Feiras como: FEPAM, Feira

da Cultura Popular, Frutal, etc.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

07 Editar 5.000 folders de

divulgação dos produtos do PAE

Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

08 Confeccionar 5.000 camisetas

de divulgação dos produtos do

PAE Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

09 Adquirir 02 caminhões ¾ para

transporte da produção

ATES,

FAMCEEF

INCRA

10 Adquirir 01 caminhão baú

refrigerado para transporte de

produtos perecíveis (polpa,

frutas in natura, açaí, etc.)

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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219

g) Resultados Esperados:

Implementar as vendas da empresa através de ferramentas de

divulgação dos produtos;

Modificação na forma de abordar o cliente;

Análise do preço, concorrente e mercado;

Interesse pelo produto por parte do cliente.

6.3.2.7. Subprograma Produção de Mudas

6.3.2.7.1. Projeto Viveiro de Sonhos

a) Apresentação:

O Projeto Viveiro de Sonhos está inserido no contexto amazônico,

em comunidades integrantes do Projeto de Assentamento

Agroextrativista da região do Eixo-Forte, onde residem diversas

populações tradicionais, dentre as quais podemos destacar pescadores,

agricultores familiares e descentes indígenas.

Neste sentido, pretende-se através do desenvolvimento do

projeto, enfrentar os principais problemas que atingem as comunidades

envolvidas, como: a ausência de perspectiva de renda entre a juventude;

pouca formação profissional; limitação das oportunidades de

empreendimentos próprios; alto índice de alcoolismo e gravidez precoce;

e utilização inadequada dos recursos naturais.

Serão atendidos pelo projeto 90 jovens comunitários,

descendentes das populações tradicionais da região, na faixa-etária de

17 a 29 anos, sem perspectiva de renda e baixo nível de formação

profissional.

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220

Figura 86 - VIVEIRO DOS SONHOS

b) Justificativa:

Embora uma leitura superficial do quadro de usuários de bebida

alcoólica na região nos leve a afastar a gravidade da situação, uma

análise mais apurada traz à tona um dos grandes problemas enfrentados

pelas famílias do assentamento, que é o alcoolismo entre os jovens.

Considerando a necessidade de mudas de qualidade para suprir a

demanda dos projetos agrícolas previstos no PDA, pensou-se na

possibilidade de convidar jovens de todas as comunidades do

assentamento para, ao mesmo tempo produzir as mudas, receber uma

remuneração e simultaneamente receber as orientações necessárias

para implementar uma atividade geradora de renda.

c) Objetivo Geral:

O Principal Objetivo do projeto é contribuir de forma participativa

com a realização de sonhos empreendedores por meio de apoio aos

jovens que desejam criar seus próprios negócios, oportunizando

alternativas de geração de renda das famílias abrangidas.

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221

d) Objetivos Específicos:

Atender a demanda de mudas no PAE Eixo Forte;

Gerar trabalho e renda para jovens do PAE Eixo Forte;

Oferecer possibilidade de realização das aspirações profissionais

aos jovens do PAE Eixo Forte;

Desenvolver habilidades dos jovens do PAE Eixo Forte;

Fortalecer os laços entre as organizações de jovens do PAE Eixo

Forte.

e) Estratégias:

Três viveiros serão implantados, nas comunidades de Irurama,

Santa Maria e Cucurunã, respectivamente. Todas as tarefas de

implantação e condução do processo de produção das mudas serão

realizadas pelo grupo, que paralelo a essas atividades receberão

capacitação com o objetivo de desenvolver habilidades gerais,

específicas a cada projeto e gerenciais. O período de qualificação

encerra com a elaboração de um Plano de Negócios.

O projeto será desenvolvido por meio de atividades que vão

desde a identificação dos sonhos empreendedores dos jovens até a

elaboração de planos de negócios específicos, conforme as vocações e

viabilidades identificadas, por meio de uma metodologia participativa.

Espera-se que em 24 meses sejam elaborados 90 planos de

negócios com viabilidade social, ambiental e econômica para que, em

um possível desdobramento do projeto por mais 24 meses, seja buscado

o financiamento desses pequenos negócios, proporcionando a colheita

dos frutos do viveiro de sonhos. Isto configura a sustentabilidade do

projeto e a possibilidade de sua reaplicação em outras áreas da região

amazônica.

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222

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Implantar 03 viveiros para

produção de mudas de fruteiras

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Capacitar 90 jovens na produção

de mudas

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Desenvolver processo de

qualificação para o trabalho para

90 jovens

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Elaborar de forma participativa

90 Planos de Negócios

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Com a implantação do Projeto Viveiro dos Sonhos, espera-se

aumentar a perspectiva de renda entre a juventude; aumentar a

formação profissional dos jovens; mostrar oportunidades para

implementação de empreendimentos próprios; reduzir o índice de

alcoolismo e gravidez precoce; e utilização adequada dos recursos

naturais.

6.3.3. Programa de Garantias de Direitos Sociais

Não se pode pensar um plano de desenvolvimento sustentável,

baseado apenas na formulação de um programa de geração de renda.

Concomitantemente e de forma articulada devem ser planejadas ações

voltadas ao desenvolvimento humano. Sabe-se que o desenvolvimento

depende dos indivíduos que compõem uma iniciativa social. É, portanto,

muito mais uma questão de maturidade, confiança, criatividade,

sabedoria e coerência do que de habilidades técnicas e conhecimentos

específicos. A solução da questão fundiária é um passo importante que

deve ser complementado com ações que possibilitem a convivência, o

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223

relacionamento social e profissional, enfim, o bem estar coletivo que

possibilite a harmonia necessária para quem vai conduzir em conjunto o

destino de uma região. Entre essas ações estão programas sociais de

saúde, qualidade na educação, de esporte, de cultura e lazer e ainda

promovendo a vivência social fortalecendo os laços de solidariedade,

cidadania e civismo para os trabalhadores rurais e seus familiares,

criando assim, as condições necessárias para que sejam os verdadeiros

protagonistas de seu desenvolvimento. Cumprindo, de forma ampla, os

princípios que caracterizam a função social da terra.

As ações e propostas apresentadas a seguir foram construídas

pelas próprias famílias assentadas no decorrer das dinâmicas do DRP,

sendo, portanto fruto da interação entre a comunidade e a equipe

responsável pela elaboração do PDA.

6.3.3.1. Subprograma Saúde

6.3.3.1.1. Projeto Água para Todos

a) Apresentação:

Mais de 20 milhões de crianças irão morrer nos países em

desenvolvimento nos próximos dez anos se os governos não tomarem

providências urgentes para combater a crescente crise de doenças

preveníveis que são ocasionadas pela falta de saneamento, segundo um

relatório divulgado no Dia Mundial da Água por duas das principais

agências de desenvolvimento britânicas.

O relatório afirma que 2,4 bilhões de pessoas em todo o mundo

carecem de condições sanitárias adequadas e 6.000 crianças morrem

todo o dia por não disporem de acesso à redes de água e esgoto.

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224

b) Justificativa:

A falta de acesso à água potável e ao saneamento consiste uma

preocupação crescente nos municípios brasileiros. Constatamos de

forma recorrente que aqueles sem acesso à água e ao saneamento são

igualmente vítimas de marginalização, exclusão ou discriminação. O seu

acesso insatisfatório à água e saneamento não consiste numa infeliz

consequência da sua situação de pobreza, constituindo antes o

resultado de decisões políticas que excluem e deslegitimam a sua

existência, uma situação que vem perpetuar a sua pobreza.

O mundo está se tornando crescentemente urbano, com mais

pessoas vivendo em cidades e vilas, do que em zonas rurais. Quarenta

por cento deste crescimento ocorre na periferia, as quais incluem

habitações já estabelecidas, de maneira informal e não planificada, há

muito, bem como novas habitações. Os municípios e os Estados

continuam falhando no planejamento deste crescimento.

Atualmente, no Eixo Forte, apenas sete, das quinze comunidades

do assentamento possuem microssistema de abastecimento de água,

que atendem menos de 50% da população dessas comunidades.

As demais comunidades continuam se abastecendo

prioritariamente de água de igarapés que não apresentam a qualidade

necessária ao consumo humano.

c) Objetivo Geral:

Implantar e/ou ampliar microssistemas de abastecimento de água

e rede de distribuição de água em todas as comunidades do PAE Eixo

Forte.

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225

Figura 87 - ÁGUA PARA TODOS

d) Objetivos Específicos:

Oferecer água de qualidade, em quantidade suficiente, a todos os

assentados do PAE Eixo Forte;

Evitar a disseminação de doenças transmissíveis por falta de

água de boa qualidade;

Oferecer uma rede de distribuição que evite o desperdício de

água entre o Microssistema e a residência do assentado.

e) Estratégias e Metas:

CO

MU

NID

AD

E

MO

RA

DIA

S

SIT

UA

ÇÃ

O

AT

UA

L

PROPOSTA

VOLUME

(LITROS)

REDE

DISTRIBUIÇÃO LOCALIZAÇÃO

Santa Luzia 45 Não tem 15.000 3 km Próximo à

Igreja

São 43 Não tem 15.000 2 km Piçarreira

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226

Francisco

São

Sebastião

60 10.000 15.000 2 km Campo de

futebol

Irurama 93 10.000 15.000 3 km Campo de

futebol

Pajuçara 52 10.000 15.000 2 km Estudar

localização

Vila Nova 130 10.000 15.000

(1)

3 km Escola

10.000 2 km Ramal da

Farinha

10.000 2 km Tira

Ressaca

Ponte Alta 54 Não tem 15.000 2 km Estudar

localização

São

Raimundo

(2)

49 Não tem 10.000 2 km Estudar

localização

10.000 2 km Estudar

localização

Santa Maria

(3)

43 Não tem - - -

São Brás 200 30.000

(4)

10.000

4 km Rocinha

15.000 3 km Paraíso

Cucurunã 120 10.000

(5)

20.000 2 km Escola

15.000 2 km Ramal dos

Coelhos

10.000 1 km Cajual

Santa Rosa 63 10.000

(6)

15.000 2 km Rua Jucá

São Pedro 95 não tem 15.000 5 km Estudar

localização

10.000 Andirobalzinho

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227

Ponta de

Pedras

56 não tem 15.000 3 km rua 29 de

junho

Jatobá 42 não tem 15.000 3,5 km Escola

(1) Substituição do atual de 10.000 l por um de 15.000 l;

(2) Proposta de 2 microssistemas devido à dispersão das moradias;

(3) Optou por sistema de abastecimento individual com recurso do apoio

inicial;

(4) O sistema atual continuará atendendo aos moradores do centro,

onde existem cerca de 70 moradias;

(5) Ampliar o atual sistema de 10 para 20 mil litros;

(6) Ampliação do atual sistema e mudança de localização.

f) Resultados Esperados:

O principal resultado esperado com a implantação de

microssistemas de abastecimento de água em todas as comunidades é

a melhoria da qualidade de vida das 1.031 famílias inscritas no PAE Eixo

Forte.

6.3.3.1.2. Projeto Farmácia Viva

a) Apresentação:

A Mãe Natureza proporciona ao homem uma infinidade de plantas

com valores medicinais. A flora brasileira constitui uma fonte inesgotável

de saúde e nossos ancestrais sempre souberam se aproveitar desta

riqueza, pois o uso das plantas medicinais existe desde o início dos

tempos.

No princípio existia apenas o conhecimento empírico. Hoje,

porém, muitas pesquisas científicas comprovam as propriedades

medicinais de várias plantas, comprovando (ou não) o uso popular

destas plantas. É importante ressaltar que, ao contrário do que muitos

imaginam, algumas plantas fazem mal à saúde e por isso não devemos

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228

fazer uso indiscriminado desta terapia. Sempre que possível, deve-se

procurar orientação de profissionais da área e não tomar qualquer tipo

de chá encontrado no mato, pois algumas espécies são muito parecidas

e pode se usar uma espécie perigosa, por engano.

b) Justificativa:

O poder curativo das plantas é conhecido desde a antiguidade.

Ainda hoje, a medicina moderna continua buscando nas plantas o poder

para curar antigos males que ainda perturbam a humanidade.

Embora o uso das ervas medicinais tenha sido bastante difundo

nestas últimas décadas, seu potencial poderia ser bem mais explorado.

É possível reduzir o consumo de medicamentos industrializados,

fazendo o uso correto das plantas medicinais.

Em todas as comunidades do Eixo Forte, é comum a utilização

das plantas na preparação de chás e xaropes, principalmente pela

ausência de Postos de Saúde na grande maioria das comunidades.

Assim, para os males mais comuns que acometem a população, é

normal se recorrer ao poder das plantas.

Figura 88 - FARMÁCIA VIVA

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229

Esse conhecimento normalmente está restrito às pessoas mais

idosas das comunidades, não se observando entre os mais jovens o

interesse pela continuidade dessa prática.

c) Objetivo Geral:

Construir marco regulatório em todas as etapas da cadeia

produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, a partir dos modelos e

experiências existentes no Eixo Forte, promovendo a adoção das boas

práticas de cultivo, manipulação e produção de plantas medicinais e

fitoterápicos, conforme legislação vigente.

d) Objetivos Específicos:

Desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa,

desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas

medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva;

Estabelecer mecanismos de incentivo ao desenvolvimento

sustentável das cadeias produtivas de plantas medicinais e

fitoterápicos;

Promover o uso sustentável da biodiversidade e a socialização

dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos genéticos de

plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado;

Promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de

uso de plantas medicinais, fitoterápicos e remédios caseiros;

Desenvolver estratégias de comunicação, formação

técnico‐científica e capacitação no setor de plantas medicinais e

fitoterápicos.

e) Estratégias:

Através de metodologias participativas, proporcionar o

desenvolvimento de ações que possibilitem o ordenamento dos

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230

conhecimentos empíricos existentes nas comunidades e aliá-los ao

conhecimento científico, possibilitando assim o uso seguro e sustentável

dos recursos genéticos disponíveis no assentamento, em prol da

população local.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Levantar espécies utilizadas com

fins medicinais, considerando:

classificação botânica, indicação

de uso e formas de utilização.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Capacitar 45 moradores do

assentamento quanto ao uso das

plantas na medicina

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Publicar cartilha com

informações sobre utilização de

plantas na medicina

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Promover a interação entre o

setor público, universidades,

centros de pesquisa e ONGs que

atuam nessa área de através da

realização de 01 Seminário sobre

plantas medicinais e

desenvolvimento de fitoterápicos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Espera-se com essas medidas resgatar e valorizar o

conhecimento secular, desenvolvido e acumulado através de gerações,

e garantir para a atual e futuras gerações o uso sustentável desses

recursos.

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231

6.3.3.2. Subprograma Educação

6.3.3.2.1. Projeto Casa Familiar Rural de Santarém - Eixo Forte

a) Apresentação:

O Projeto da Casa Familiar Rural de Santarém nasceu da

necessidade do segmento rural do Oeste do Pará de acompanhar as

rápidas transformações do mundo de hoje. É uma iniciativa comunitária,

que conta com o apoio de organismos públicos e entidades da

sociedade civil. Tem a missão de proporcionar a formação no ensino

fundamental e médio, além da qualificação em agricultura aos jovens a

partir de 14 anos do meio rural do município de Santarém, com ênfase

na realidade regional, na cidadania e na participação associativa.

A cada ano temos uma nova geração de jovens que nascem no

interior de nosso país, filhos de famílias tradicionalmente rurais,

naturalmente vocacionados para a profissão de agricultor.

Estes jovens, que se integram às atividades da propriedade rural,

logo começam a ser atraídos pelas médias e grandes cidades, que

parecem oferecer um padrão de vida que o jovem não consegue

vislumbrar na agricultura.

Sabemos que a realidade é diferente. No Brasil os jovens que

atualmente vão para as cidades dificilmente conseguem se inserir no

mercado, ficando restritos a subempregos.

Isto ocorre porque jovens que dispõem de trabalho, habitação e

alimentação não deixam tudo isto para trás e vão em busca do

desconhecido. A base da agricultura do Brasil é familiar. Mais da metade

de nossa produção de alimentos provém deste tipo de agricultura,

baseada em técnicas que não conseguiram acompanhar a rápida

evolução do mundo nesta mudança de século.

O reflexo mais importante deste fato, é que os agricultores não

conseguem auferir o lucro necessário para obter qualidade de vida no

campo porque não conseguem imprimir qualidade e competitividade aos

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232

seus produtos, fatores indispensáveis para "participar" da acirrada

disputa dos mercados atuais.

b) Justificativa:

O Projeto da Casa Familiar Rural quer mudar esta realidade, com

uma visão atual de gestão compartilhada entre o setor público e privado.

A idéia central da CFR é levar aos jovens do campo conceitos de

cidadania e conhecimentos para se tornarem os "novos agricultores",

que serão valorizados agora e no futuro, como os responsáveis pela

produção de alimentos e pela preservação do meio ambiente.

O que vem se observando ao longo desses quase 10 anos de

atividades da CFR no Eixo Forte é a grande dificuldade de transformar

em ação toda a filosofia de ensino proposta pela pedagogia da

alternância. A limitação dos recursos financeiros, humanos e materiais,

estimulam uma taxa de evasão bastante elevada. Numa região com

mais de 1.000 famílias, com milhares de jovens em idade escolar,

poucos são os jovens que acreditam na possibilidade de transformação

de sua realidade através da proposta da Casa Familiar Rural.

O conceito de CFR aliado aos conceitos da permacultura, desde

que devidamente implantado, busca também atuar na auto-estima dos

jovens da região, oferecendo infraestrutura e metodologia em escala

suficiente para atrair aqueles que pretendem firmar-se na sociedade

desenvolvendo atividades ligadas ao uso da terra.

c) Objetivo Geral:

Dotar a Casa Familiar Rural do Eixo Forte da infraestrutura

necessária para transformá-la em verdadeira alternativa educacional

para os jovens do PAE Eixo Forte.

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233

d) Objetivos Específicos:

Oferecer alternativas de ensino fundamental e médio aos

assentados que pretendam se qualificar para atividades ligadas a

produção agropecuária, turismo e áreas afins, dentro dos

princípios da pedagogia da alternância;

Criar mais um atrativo turístico para a região, através da oferta de

espaço desenvolvido em harmonia com a natureza, mostrando

alternativas viáveis para problemas ligados a questão da água,

saneamento, habitação, energia e alimentação;

Buscar a sustentabilidade financeira da CFR através da receita

oriunda dos eventos promovidos pelo centro.

e) Estratégias:

A partir das discussões entre integrantes da CFR e equipe técnica

de elaboração do PDA optou-se pela transformação da CFR do Eixo

Forte num centro de permacultura ou ecocentro, com o objetivo de

oferecer oportunidades de educação e referências em sustentabilidade.

Os Ecocentros mantêm um centro de referência em que desenvolvem

soluções práticas para os problemas atuais das populações brasileiras,

incluindo estratégias de habitação ecológica, saneamento responsável,

energia renovável, segurança alimentar, cuidado com a água e

processos de educação de forma vivenciada.

Dessa forma busca-se também a sustentabilidade financeira da

CFR, através da realização de cursos e oficinas práticas, ofertadas a

população em geral, que vão desde o curso padrão de Permacultura até

as oficinas específicas sobre as soluções desenvolvidas em cada área.

A estrutura será construída em área cedida pela Federação, à

Casa Familiar Rural, na estrada que liga a comunidade de São Bráz à

Santa Maria.

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234

Figura 89 - CASA FAMILIAR RURAL

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Construir as instalações da CFR

do Eixo Forte, dentro dos

princípios da Permacultura

CFR,

FAMCEEF,

ATES

INCRA,

Governo do

Estado, MMA

02 Definir 15 áreas para

implantação de unidades

demonstrativas da CFR, uma

em cada comunidade do

assentamento

CFR,

FAMCEEF,

ATES

INCRA

03 Capacitar do corpo técnico da

CFR em permacultura

CFR, ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Jovens do PAE Eixo Forte qualificados para desenvolver

atividades produtivas sustentáveis;

CFR economicamente sustentável;

Princípios da permacultura difundidos entre os moradores do PAE

Eixo Forte.

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235

6.3.3.3. Subprograma Cultura, Esporte e Lazer

Reconhecendo a importância da cultura, do esporte e do lazer

para a melhoria da qualidade de vida dos assentados, o PDA do PAE

Eixo Forte, propõe a implementação de políticas e projetos voltados ao

desenvolvimento humano, à inclusão social, à ampliação de emprego e

renda, à democratização das oportunidades de acesso, produção e

consumo de bens culturais, à interação intercomunitária, além da

manutenção e ampliação de equipamentos culturais e desportivos

comunitários.

6.3.3.3.1. Projeto Folclore

a) Apresentação:

Folclore é a maneira de agir, pensar e sentir de um povo ou grupo

com as qualidades ou atributos que lhe são inerentes, seja qual for o

lugar onde se situa o tempo e a cultura. Não é apenas o passado, a

tradição, ele é vivo e está ligado à nossa vida de um jeito muito forte. Por

isso, é tão importante conhecê-lo.

O saber folclórico é o que aprendemos informalmente no mundo,

por meio do convívio social. Ele é universal, embora aconteçam

adaptações locais ou regionais, como conseqüência dos acréscimos da

coletividade. "Folclore é o conjunto de coisas que o povo sabe, sem

saber quem ensinou."

Em um país como o Brasil, tão diverso, tão grande, com tantas

expressões diferentes, com tantos jeitos de ser, de brincar, de conviver e

rezar, que vão se modificando de lugar para lugar, e a toda hora, não

podemos falar de uma única cultura, mas das muitas culturas que o

formam. Cultura, como nós a entendemos, diz respeito ao modo de ser e

de viver dos grupos sociais: a língua, as regras de convívio, o gosto, o

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236

que se come, o que se bebe, o que se veste vão formando aquilo que é

próprio de um povo.

A cultura popular é tudo isso bem misturado e refletido nos muitos

jeitos de ser do brasileiro.

b) Justificativa:

O folclore assume grande importância na história de todos os

povos, pois por meio desse conjunto pode-se conhecer a antiga cultura e

a formação da cultura presente nos dias de hoje. Dentre as

características que possui é possível identificar os fatos folclóricos a

partir do anonimato, já que todos os componentes folclóricos são de

autoria desconhecida; da aceitação coletiva, já que cada pessoa absorve

a essência folclórica e a repassa aos outros a partir de seu entendimento

próprio; e da transmissão oral, já que antigamente não havia meios de

comunicação como na atualidade. Para manter vivo o folclore típico de

cada região existem datas específicas para a realização dos festejos e

artes.

c) Objetivo Geral:

Incentivar o resgate das manifestações folclóricas em todas as

comunidades do PAE Eixo Forte.

Figura 90 - FLOCLORE

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237

d) Objetivos Específicos:

Mapear as diferentes formas de manifestações folclóricas do Eixo

Forte;

Envolver as escolas do Eixo Forte no trabalho de resgate das

manifestações folclóricas;

Realizar festivais folclóricos que valorizem as organizações locais;

Conectar as organizações folclóricas com as grandes questões

ambientais e sociais do assentamento.

e) Estratégias:

As comunidades de São Brás, Irurama e Cucurunã já vêm

realizando um trabalho de resgate dessas manifestações e o resultado

são organizações folclóricas bem distintas e de grande beleza estética e

cultural, como: o Pássaro Tucano de São Brás; a Quadrilha Baila Brasil

do Irurama; e o Boi Tucum do Cucurunã.

A organização de eventos, o assessoramento no momento das

pesquisas históricas, a viabilização do apoio logístico, e a orientação

para obtenção de patrocínio cultural, são algumas das formas de

incentivar a população do Eixo Forte nesse trabalho.

De origem inglesa, o folclore é uma palavra originada pela junção

das palavras folk, que significa povo; e lore, que significa sabedoria

popular. Formou-se então a palavra folclore que quer dizer sabedoria do

povo.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Mapear os grupos folclóricos

existentes

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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238

02 Assessorar a realização de um

Festival Folclórico do Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Assessorar a elaboração de

projetos para obtenção de

patrocínio cultural

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Através do folclore o povo entende um pouco de sua história.

Suas tradições preservadas são alicerces para que possamos conhecer

nosso passado e legar o seu conhecimento para as futuras gerações,

através das diversas manifestações focadas no folclore.

6.3.3.3.2. Projeto Festas e Festivais do Eixo Forte

a) Apresentação:

Há cerca de 10 anos, as comunidades do Eixo Forte iniciaram um

trabalho de resgate cultural, que tem por objetivo centrar o

desenvolvimento da região no turismo comunitário, no respeito ao meio

ambiente e na produção de base familiar. Assim, surgiram os festivais,

como forma de unir a divulgação do folclore local com os produtos mais

produzidos nas comunidades. Nesse momento surgiu o Festival do Açaí,

em Santa Luzia; o Festival da Farinha e Artesanato do Cucurunã; o

Festival da Mandioca do Irurama; do Tacacá, em São Brás, e assim por

diante.

b) Justificativa:

Os festivais foram planejados para divulgar e valorizar as

atividades desenvolvidas pelas comunidades do Eixo Forte. Porém,

como as datas dos eventos concentram-se preferencialmente no

segundo semestre do ano, por ser o período de menor ocorrência de

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239

chuvas, favorecendo assim o deslocamento e o acesso do público, o que

se observava era um acúmulo de eventos num mesmo período. Assim,

os comunitários ficavam impedidos de prestigiar os festivais de seus

vizinhos, bem como o público da cidade era obrigado a optar por um ou

por outro evento. Dessa forma, aqueles que não tinham as mesmas

condições das comunidades maiores, tinham suas festas esvaziadas,

não favorecendo assim, o alcance dos objetivos propostos.

Com o advento da criação do PAE Eixo Forte e da estruturação

da FAMCEEF, a EMATER-PA propôs a montagem conjunta de um

Calendário de Eventos que buscasse distribuir ao longo desse período

de menor intensidade de chuvas, as festas e festivais da região. O

resultado, embora ainda apresente superposição de datas, já foi um

grande avanço. E a elaboração do projeto Festas e Festivais do Eixo

Forte é mais um reforço na organização das comunidades daquela

região.

c) Objetivo Geral:

Fortalecimento cultural, econômico e social da região do Eixo

Forte, através da divulgação e comercialização da produção e da cultura

local, em eventos organizados pelas entidades comunitárias.

d) Objetivos Específicos:

Revitalizar, valorizar e estimular a produção agropecuária e

extrativista da região;

Oferecer lazer e entretenimento aos moradores e visitantes;

Divulgar atividades produtivas desenvolvidas no assentamento;

Promover o desenvolvimento sócio-econômico e cultural da

região do Eixo Forte;

Contribuir para a permanência do homem rural no seu habitat;

Resgatar a cultura da região;

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240

Oportunizar a venda de produtos fabricados pelos moradores do

assentamento;

Promover o intercâmbio sociocultural dos moradores das

diferentes comunidades do assentamento.

e) Estratégias:

A estratégia de execução do Projeto Festas e Festivais do Eixo

Forte é o fortalecimento dos eventos comunitários através da integração

das 15 comunidades do assentamento na realização de cada evento.

Dessa forma, se poderia montar um cronograma de participação

de famílias nos eventos, possibilitando a abertura de um espaço de

comercialização que beneficiaria um grande número de assentados.

Já houve uma primeira experiência reunindo as 15 comunidades

para montagem de um calendário de eventos e o resultado é o que se

segue:

Tabela 34 - CALENDÁRIO DE EVENTOS DO PAE EIXO FORTE

MÊS COMUNIDADE EVENTO

JAN São Brás Festividades de São Brás

MAR Jatobá Festival da Castanha

ABR Irurama Aniversário de Irurama

MAI

Cucurunã Aniversário da Sociedade Esportiva

Ponta de Pedras Festividade de N.Sª das Graças

Santa Maria Festividade do Padroeiro

Santa Luzia Aniversário da Comunidade

JUN Irurama Festividade de Santo Antônio

Vila Nova Festividade de São João

São Pedro

/Andirobalzinho

Festividade de São João

São Brás Arraiar do Juve

São Pedro Festividade de São Pedro

Santa Luzia Arrasta Pé do Marçá

JUL São Brás Festival do Tacacá

São Raimundo Aniversário do Clube São Raimundo

Eixo Forte Festival das Flores

AGO Eixo Forte Fornada de Letras do Eixo Forte

Cucurunã Festival da Farinha e Artesanato

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241

Santa Rosa Festividade de Santa Rosa de Lima

SET Irurama Aniversário do Clube de Futebol

Ponte Alta Festividade de São Francisco de Assis

São Francisco Festividade de São Francisco de Assis

OUT Santa Luzia Festival do Açaí

São Raimundo Festividade de N.Sª Aparecida

Pajuçara Festividade de N.Sª de Nazaré

Cucurunã Festividade de N.Sª das Graças

NOV

Irurama Festival da Mandioca e Artesanato

São Pedro Festival da Integração Rural

Ponta de Pedras Festival do Charutinho

Santa Maria Festival do Cupuçaí

Pajuçara Festival do Caju

DEZ Santa Luzia Festividade de Santa Luzia

A capacitação dos grupos organizadores, tanto no aspecto

organizacional como na melhoria da qualidade dos produtos oferecidos

nos eventos, é outro ponto a se observar para a melhoria da qualidade

dessas festas, para que se atinjam os objetivos propostos.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Montar um calendário que

busque a conciliação de datas

para evitar superposição de

eventos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Montar Plano de Divulgação

Conjunto dos eventos, através

da confecção de

calendário/cartaz

ATES,

FAMCEEF

INCRA,

Patrocinadores

03 Assessorar as 15

comunidades na elaboração

de projetos de captação de

recursos (patrocínio cultural)

ATES,

FAMCEEF

INCRA,

Patrocinadores

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242

04 Capacitar equipes

organizadoras das 15

comunidades do

assentamento em realização

de eventos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

O principal resultado esperado com a elaboração do Projeto

festas e Festivais do Eixo Forte e a melhoria da qualidade dos eventos

realizados, e a integração das comunidades através dos eventos,

possibilitando a criação de um permanente espaço de comercialização,

através da participação de todas as comunidades em todos os eventos.

6.3.3.3.3. Projeto Bibliotecas Comunitárias

a) Apresentação:

A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o

momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta.

No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que

nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de

relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com um

livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa forma, lendo -

embora, muitas vezes, não nos demos conta.

A atividade de leitura não corresponde a uma simples

decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e

compreender o que se lê.

Nesse processamento do texto, tornam-se imprescindíveis

também alguns conhecimentos prévios do leitor, entre eles os de mundo,

que correspondem ao acervo pessoal do leitor. Nesse sentido afirma

Leonardo Boff: cada um lê com os olhos que tem. E interpreta onde os

pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender o

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243

que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua

visão de mundo. Isto faz da leitura sempre uma releitura.

c) Justificativa:

O único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor.

É ele mesmo quem constrói as imagens acerca do que está lendo. Por

isso ela se revela como uma atividade extremamente frutífera e

prazerosa. Por meio dela, além de adquirirmos mais conhecimentos e

cultura, o que nos fornece maior capacidade de diálogo e nos prepara

melhor para atingir às necessidades de um mercado de trabalho

exigente, experimentamos novas experiências, ao conhecermos mais do

mundo em que vivemos e também sobre nós mesmos, já que ela nos

leva à reflexão.

Desse modo, a leitura se configura como um poderoso e

essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem.

c) Objetivo Geral:

Implantar Bibliotecas Comunitárias nas 15 comunidades do PAE

Eixo Forte.

Figura 91 - BIBLIOTECA COMUNITÁRIA

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d) Objetivos Específicos:

Estimular o hábito da leitura entre as famílias dos assentados;

Divulgar publicações que promovam a educação ambiental da

população local;

Ampliar a abrangência da Biblioteca;

Auxiliar na qualificação de trabalhadores/as através da leitura;

Melhorar o rendimento escolar de crianças e jovens da

comunidade.

e) Estratégia:

Pequenas construções medindo 5,00 x 4,00 metros são

suficientes para abrigar um acervo necessário ao início desse trabalho

de incentivo ao desenvolvimento do hábito da leitura.

Será necessário também a aquisição de 01 computador, 05

estantes de ferro, 01 sistema de refrigeração de ar e antena para

captação de sinal de internet, por biblioteca.

O acervo será formado a partir de campanhas de doação de

livros, entre pessoas físicas e entidades públicas, além do material

doado através do projeto Arca das Letras.

O gerenciamento das bibliotecas será executado por entidades

comunitárias.

As bibliotecas montarão acervo fotográfico das comunidades,

resgatando material entre os moradores mais antigos e fazendo o

registro das atividades atuais.

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245

Figura 92 - BIBLIOTECA COMUNITÁRIA- VISTA FRONTAL/LATERAL/PLANTA

BAIXA

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Construir e implantar

bibliotecas comunitárias nas

15 comunidades do

assentamento

ATES,

FAMCEEF,

INCRA

INCRA

02 Implantar do projeto Arca das

Letras nas 15 bibliotecas

comunitárias implantadas

ATES,

FAMCEEF,

INCRA

INCRA

03 Realizar evento cultural com

objetivo de incentivo à leitura

- Fornada de Letras do Eixo

Forte

ATES,

FAMCEEF,

INCRA

INCRA,

Patrocinadores

04 Adquirir 15 computadores

completos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Adquirir 75 estantes de ferro ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Adquirir 15 centrais de ar ATES, INCRA

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246

condicionado FAMCEEF

07 Adquirir 15 máquinas

fotográficas

ATES,

FAMCEEF

INCRA

08 Capacitar 45 jovens (03 por

comunidade) para

gerenciarem as bibliotecas de

suas comunidades

ATES,

FAMCEEF

INCRA

09 Instalar 15 pontos de internet,

nas 15 bibliotecas

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Espera-se que a população do Eixo Forte faça uso desse

importante instrumento para o desenvolvimento individual e coletivo.

O hábito da leitura é adquirido pelas crianças, desde que pais e

professores as incentivem e materiais impressos de boa qualidade

estejam disponíveis na hora e lugar certos. As bibliotecas comunitárias

têm como principal foco a formação de uma geração futura que tenha

nos livros um dos alicerces para a formatação de seus valores e

perspectivas.

6.3.3.3.4. Projeto Escola de Música do Eixo Forte

a) Apresentação:

A música é uma das mais antigas e valiosas formas de expressão

da humanidade e está sempre presente na vida das pessoas. Antes de

Cristo, na Índia, China, Egito e Grécia já existia uma rica tradição

musical. Na Antiguidade, filósofos gregos consideravam a música como

“uma dádiva divina para o homem.”

Segundo historiadores, o fazer musical de uma forma ou de outra,

sempre esteve presente nas sociedades, desde as mais primitivas até as

atuais. Sem dúvida, o nível de complexidade musical se alterou com o

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247

passar do tempo, mas não perdeu a sua característica de reunir

pessoas. Hoje se percebe que a música tem a capacidade de aglutinar

crianças, jovens e adultos, para cantar, tocar um instrumento, ou ambas.

Assim, podemos afirmar que a vivência musical faz parte do dia-a-dia do

ser humano e é muito salutar para o desenvolvimento de trabalhos

grupais e que a aprendizagem musical abre portas para outras

informações.

b) Justificativa:

Não é para formar músicos que a musicalização vem ganhando

espaço nas escolas, sendo incluídas até no currículo. A música ajuda a

afinar a sensibilidade dos alunos, aumenta a capacidade de

concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória,

além de ser forte desencadeador de emoções.

Cada ser humano que descobre sua voz fica mais seguro de si e

com a auto-estima elevada. Fazer música, principalmente em grupo, no

coletivo, traz a noção da importância da ordem e da disciplina, da

organização, do respeito ao outro e a si mesmo.

Trabalhar com música na Educação é um fazer artístico. Os

ganhos que a prática musical proporciona, seja pela expressão das

emoções, pela sociabilidade, pela disciplina, pelo desenvolvimento do

raciocínio, são valiosíssimos, e para a vida toda.

Figura 93 - ESCOLA DE MÚSICA

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248

c) Objetivo Geral:

O ensino da música tem por objetivos gerais abrir espaço para

que os jovens possam se expressar e se comunicar através dela, bem

como promover experiências de apreciação e abordagem em seus

vários contextos culturais e históricos.

d) Objetivos Específicos:

Contribuir para a formação integral do indivíduo;

Reverenciar os valores culturais;

Difundir o senso estético;

Promover a sociabilidade e a expressividade;

Introduzir o sentido de parceria e cooperação;

Auxiliar o desenvolvimento motor, pois trabalha com a sincronia

de movimentos;

Criar a banda Sinfônica do Eixo Forte.

e) Estratégia:

Firmar convênio com a Fundação Carlos Gomes;

Estabelecer parcerias nas diversas esferas (municipal, estadual e

federal) para viabilizar o projeto;

Definir local (espaço físico) que servirá de sede para a futura

Banda Sinfônica;

Adquirir material didático, de expediente, móveis, etc;

Contratar instrutor e monitores;

Selecionar jovens nas 15 comunidades do assentamento.

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249

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Firmar Convênio de

Cooperação Técnica para

criação da Banda Sinfônica

do Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA,

Fundação

Carlos Gomes,

FUNARTE,

MINC, Lei

SEMEAR

02 Construir/Adaptar espaço

físico para funcionamento da

sede da Banda Sinfônica do

Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA,

Fundação

Carlos Gomes,

FUNARTE,

MINC

03 Aquisição de material didático

e material de reposição

ATES,

FAMCEEF

INCRA,

Fundação

Carlos Gomes,

FUNARTE,

MINC

04 Contratação de 01 instrutor ATES,

FAMCEEF

Fundação

Carlos Gomes,

FUNARTE,

MINC

05 Formação de monitores

locais

ATES,

FAMCEEF

INCRA,

Fundação

Carlos Gomes,

FUNARTE,

MINC

g) Resultados Esperados:

O trabalho com música desenvolve as habilidades físico-

cinestésica, espacial, lógico-matemática, verbal e musical. Ao entrar em

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250

contato com a música, zonas importantes do corpo físico e psíquico são

acionadas - os sentidos, as emoções e a própria mente. Por meio da

música, a criança ou o jovem expressa emoções que não consegue

expressar com palavras. A música fez bem para a autoestima do jovem,

já que alimenta a criação.

6.3.3.3.5. Projeto Artesanato

a) Apresentação:

O Artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou

produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da

indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos

pertencentes à chamada cultura popular.

Considera-se Artesanato todo trabalho manual, onde mais de

80% da peça foi fruto da transformação da matéria-prima pelo próprio

artesão. Além disso, esse produto normalmente reflete a relação desse

artesão com o meio onde vive e a sua cultura.

Artesanato pode ser com ou sem ajuda de ferramentas e

mecanismos caseiros, que as pessoas dão às matérias brutas, sobras e

lixo do consumo industrial, visando produzir peças utilitárias, artísticas e

recreativas, com ou sem fim comercial.

Na concepção do escritor mexicano Otávio Paz, Prêmio Nobel de

Literatura, falar de artesanato é falar mais de pessoas do que de objetos,

pois o produto resultante do trabalho artesanal é um produto “com alma”,

onde estão presentes o saber, a arte, a criatividade e a habilidade.

A partir da Revolução Industrial, que iniciou na Inglaterra, o

artesanato foi fortemente desvalorizado, deixou de ser tão importante, já

que neste período capitalista o trabalho foi dividido colocando

determinadas pessoas para realizarem funções específicas, essas

deixaram de participar de todo o processo de fabricação. Além disso, os

artesãos eram submetidos a péssimas condições de trabalho e baixa

remuneração. Este processo de divisão de trabalho recebeu o nome de

linha de montagem.

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251

Hoje, o artesanato voltou a ter prestígio e importância. Continua a

buscar elementos naturais para desenvolver suas peças originadas do

barro, couro, pedra, folhas e ramos secos entre outros. Em todas as

regiões é possível encontrar artesanatos diversificados originados a

partir da natureza típica do local e de técnicas específicas.

O artesanato é reconhecido em áreas como a de bijuterias,

bordados, cerâmica, vidro, gesso, mosaicos, pinturas, velas, sabonetes,

saches, caixas variadas, reciclagem, patchwork, metais, brinquedos,

arranjos, apliques, além de várias técnicas distintas utilizadas para a

fabricação de peças.

b) Justificativa:

A criatividade que caracteriza o povo brasileiro e os artesãos e

artistas populares em particular, os materiais utilizados e as técnicas

empregadas na confecção dos produtos artesanais, traduzem a sua

identidade e a riqueza da sua cultura. Toda essa riqueza, aliada aos

atrativos naturais e turísticos e a simpatia do seu povo, atraem e

seduzem admiradores do mundo inteiro, transformando-os em

consumidores em potencial e colocando o Brasil na moda. Mas, não

basta ser um produto brasileiro para se ter garantia de sucesso.

Além de materializar a alma da cultura brasileira, o artesanato é

um setor da economia cujo crescimento possui alto potencial de geração

de trabalho e renda, merecendo uma política de desenvolvimento

sustentável voltada para o setor e associada a projetos sociais e de

desenvolvimento turístico.

Costuma-se dizer que existem 10 razões para se investir em

artesanato:

1. Eleva a auto-estima;

2. Ajuda a relaxar, sair do estresse;

3. Favorece as relações pessoais;

4. É ótima forma de passar o tempo;

5. Sempre ajuda na hora de presentear;

6. É boa fonte de renda;

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252

7. Ajuda a incrementar o orçamento da família;

8. É ótimo para começar o próprio negócio;

9. Oferece boas margens de lucro; e

10. É um mercado que só faz crescer.

c) Objetivo Geral:

Incentivar a produção artesanal do PAE Eixo Forte através do

desenvolvimento de um programa de qualificação da mão de obra

existente e valorização da matéria-prima local.

d) Objetivos Específicos:

Levantar as diversas frentes de trabalho artesanal existentes no

assentamento;

Investir na melhoria da qualidade da produção atual;

Incentivar a pesquisa de matéria-prima disponível na área do

assentamento;

Desenvolver novas formas, mais funcionais, a produtos

tradicionais da região;

Incentivar os jovens a dar continuidade à produção de artesanato.

e) Estratégias:

Todas as comunidades elegeram o artesanato como uma das

formas de geração de renda.

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253

Figura 94 - ARTESANATO

Através de um Plano de Qualificação que inclui oficinas,

intercâmbios, pesquisas de materiais e formas, desenvolvimento de

marcas, treinamento em gestão etc. pretende-se valorizar o artesanato

local e transformá-lo em um negócio viável para as pessoas que

optarem por essa forma de geração de renda.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Identificar artesãos já atuantes

no assentamento p/

comunidade

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Montar programa de

qualificação de forma

participativa

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar Planos de Negócio do

Artesanato

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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254

g) Resultados Esperados:

O resgate das vocações regionais, levando à preservação das

culturas locais e à formação de uma mentalidade empreendedora, por

meio da capacitação das organizações e de seus artesãos para a

sociedade de mercado, onde o padrão de qualidade e a capacidade de

produção são alguns dos fatores que determinam a aceitação deste

produto no mercado interno e externo.

6.3.3.3.6. Projeto Time Legal

a) Apresentação:

Em 1947, o jornalista Mário Rodrigues Filho publica o livro O

negro no futebol brasileiro. O prefácio realizado por Gilberto Freyre

indica que este estudo é uma valiosa contribuição para o entendimento

da sociedade e da cultura brasileira, na sua transição da fase

predominantemente rural para a predominantemente urbana.

Levantando questões entre a racionalidade e a irracionalidade do

comportamento humano.

Através da ascensão deste esporte tornou-se possível a

sublimação do homem brasileiro, algo que anteriormente só se

conseguia através de feitos heróicos, ou ações admiráveis que o

exército, a Marinha e as Revoluções mais ou menos patrióticas abriam

aos brasileiros brancos e, principalmente, mestiços ou de cor.

O futebol tem na sociedade brasileira, em grande parte formada

por elementos primitivos da cultura, uma importância toda especial que

demorou muito tempo para ser estudada. Este esporte assumiu uma

expressão contrária à moralidade dominante em nosso meio. O

desenvolvimento do futebol, não num esporte como os outros, mas

numa verdadeira instituição brasileira, tornou possível a valorização de

vários daqueles elementos irracionais de nossa formação social e

irracional (por exemplo o samba e a capoeira, elementos presentes no

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255

estilo de jogo do brasileiro), o que possibilitou que o futebol brasileiro

saísse do estilo original britânico e se tornasse uma dança cheia de

surpresas irracionais e variações como é.

A sublimação do futebol auxiliou para o engrandecimento do

negro na cultura brasileira. "E entre os meios mais recentes - isto é, dos

últimos vinte ou trinta anos - de ascensão social do negro ou do mulato

ou do cafuzo no Brasil, nenhum excede, em importância, ao futebol".

O futebol teve uma participação decisiva na democratização racial

do Brasil e, portanto, na construção de uma nação integral.

b) Justificativa:

Nas comunidades rurais do estado o futebol é apontado por mais

de 90% da população como a principal forma de lazer das comunidades.

No Eixo Forte Não é diferente.

O Campeonato de Futebol do Eixo Forte de 2010, organizado

pela Coordenação de Esportes do Eixo Forte, reuniu 08 equipes, de 06

comunidades, num total de 120 atletas que proporcionaram, por 06

meses, um intercâmbio esportivo que, se melhor aproveitado, pode

contribuir para o fortalecimento da unidade necessária para a

consolidação do PAE Eixo Forte.

Figura 95 - LOGOMARCA COORDENAÇÃO DE ESPORTES DO EIXO FORTE

A Coordenação de Esportes do Eixo Forte é uma organização

informal, assessorada pela Liga de Futebol de Santarém, que reúne as

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256

principais equipes futebolísticas do Eixo Forte e organiza as

competições esportivas naquela região.

c) Objetivo Geral:

O projeto Time Legal propõe a regularização dos atuais times de

futebol da região, através da discussão de estatutos que objetivem

responsabilidades sociais e ambientais às associações esportivas e a

consequente incorporação dessa faixa da população aos projetos sociais

e ambientais do assentamento, além da revitalização dos campos de

futebol das 15 comunidades do assentamento.

Figura 96 - ESPORTES

d) Objetivos Específicos:

Reconhecer o potencial de mobilização do esporte,

principalmente o futebol, nas comunidades do Eixo Forte;

Fortalecer as organizações esportivas através da regularização

estatutária;

Fortalecer as disputas esportivas, explorando seu potencial no

turismo comunitário;

Estreitar o relacionamento entre as comunidades do Eixo Forte;

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257

Incorporar essa faixa da população nas atividades sociais e

ambientais do assentamento;

Revitalizar os campos de futebol, inclusive com iluminação, das

15 comunidades do PAE Eixo Forte.

e) Estratégias:

Alguns times de futebol, no Eixo Forte, como o Juventude, São

Brás e S. E. Cucurunã, já acumulam conquistas, dentro e fora de suas

comunidades de origem, que garantem a essas organizações um

considerável respaldo entre os moradores da região. Com isso, esses

times vêm se mantendo em evidência ao longo dos anos, acumulando

um considerável patrimônio, como sedes próprias, terrenos, campos de

futebol, mas principalmente, um patrimônio social que precisa ser

respeitado e melhor aproveitado em prol do desenvolvimento

comunitário.

Se considerarmos que mesmo as pequenas comunidades têm

pelo menos um time de futebol, e que nas comunidades maiores esse

número dobra ou triplica, isso representaria alguma coisa entre 20 e 25

times na área do assentamento. Sabendo-se que cada time é mantido

permanentemente por 25 pessoas em média, teríamos aí um público

entre 500 e 620 pessoas, que através de seus representantes nos

Conselhos Gestores Comunitários, poderiam contribuir de forma

bastante efetiva com o processo de desenvolvimento regional.

Através de reuniões e palestras pretende-se mostrar aos

“boleiros”, como são chamados os praticantes do futebol, a importância

de sua participação na comunidade e a importância de se entender a

prática do esporte como forma de evolução física, mental e social.

No estatuto social do Sociedade Esportiva Cucurunã, consta na

alínea b, do artigo 1º, dos objetivos: “Proporcionar aos associados,

dentro de suas possibilidades eventos de caráter esportivo, recreativo,

social e ambiental”. A inclusão de responsabilidades sociais e

ambientais no estatuto abre a possibilidade de desenvolvimento de um

indefinido número de ações envolvendo os aficionados do esporte.

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258

Através de consultoria à Coordenação de Esportes do Eixo Forte,

se pretende assessorar a elaboração e divulgação das atividades

esportivas da área de influência do PAE Eixo Forte.

Através da revitalização dos campos de futebol, com iluminação,

pretende-se oferecer opção da prática noturna do esporte e até uma

opção captação de recursos através do aluguel do campo.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Cadastrar todas as

organizações esportivas do Eixo

Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Incentivar e orientar a

transformação dessas

organizações em associações

esportivas com responsabilidade

social e ambiental

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Assessorar a Coordenação de

Esportes na elaboração do

Calendário de Futebol do Eixo

Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Divulgar Calendário de Futebol

do Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Revitalizar 15 campos de

futebol, incluindo sistema de

iluminação

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Esportistas conscientes de suas responsabilidades sociais e

ambientais;

Maior participação dos jovens nas atividades esportivas;

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259

Organizações esportivas fortalecidas;

Conselhos Gestores Comunitários com maior representatividade.

6.3.3.3.7. Projeto Cozinha Tradição

a) Apresentação:

As comunidades do Eixo Forte possuem uma rica tradição

culinária, baseada nos principais produtos da região: a mandioca, a

galinha caipira, o caju, o açaí, o cupuaçu, entre outros.

Com a realização das festas e festivais que têm entre seus

objetivos o resgate e o aprimoramento desses costumes gastronômicos,

a lista de iguarias preparadas nesses eventos vem aumentando. Daí a

idéia de sistematizar, socializar entre os assentados, divulgar em escala

mais ampla e comercializar os produtos resultantes dessa pesquisa

culinária.

b) Justificativa:

Alguns produtos que têm como matéria prima a galinha caipira, o

açaí, o pescado, vêm se mantendo no cardápio diário dos comunitários,

e de uma forma dinâmica se adaptando a novos gostos e costumes. Já

outros produtos, como o tarubá, o carimã, o caxiri, e outros derivados da

mandioca estão mais presentes na lembrança dos mais velhos que

propriamente na mesa das atuais gerações.

Acompanhar a evolução do aproveitamento das matérias-primas,

sem perder de vista as formas tradicionais de utilização desses produtos

é uma necessidade, diante da possibilidade da utilização da gastronomia

local como importante produto turístico a ser explorado no

desenvolvimento do presente plano.

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260

c) Objetivo Geral:

O principal objetivo do projeto é a criação de um espaço de

resgate, experimentação, capacitação, produção e comercialização de

produtos da gastronomia do Eixo Forte.

Figura 97 - COZINHA TRADIÇÃO

d) Objetivos Específicos:

Concentrar em um único local as tradições culinárias do Eixo

Forte;

Desenvolver linha editorial a partir dessas experiências culinárias;

Manter restaurante típico da região, para comercialização e

divulgação da gastronomia local;

Gerar renda para as famílias envolvidas no projeto;

Qualificar a mão-de-obra local, principalmente os mais jovens,

dentro das tradições locais;

Produção e venda de produtos;

Desenvolvimento de experiências gastronômicas com produtos

regionais;

Apoio aos eventos culturais da comunidade.

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261

e) Estratégias:

A estratégia de implementação do projeto prevê a construção de

uma cozinha experimental dotada de espaço para realização de eventos

de capacitação, acoplada a um pequeno restaurante, em comunidade a

ser definida pelos assentados.

Nesse espaço serão realizadas atividades de resgate e

aprimoramento das receitas tradicionais da região e sistematização

dessas receitas.

Figura 98 - LOGOMARCA COZINHA TRADIÇÃO

Os produtos finais serão: publicações culinárias que poderão ser

comercializadas; cardápios que serão oferecidos no restaurante da

Cozinha Tradição; produtos industrializados que serão comercializados

no próprio restaurante e nos espaços de comercialização do

assentamento.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Construir 01 cozinha

industrial experimental

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Construir 01 restaurante

acoplado á cozinha industrial

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Desenvolver pesquisa entre

1.031 famílias de assentados

sobre costumes alimentares

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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262

da atualidade e de seus

antepassados

04 Desenvolver processo de

capacitação de 20 pessoas

interessadas em coordenar

as atividades de resgate

culinário

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Editar e publicar livro de

registro do resgate culinário

do PAE Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Editar e publicar 200 folders

contendo receitas por produto

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Cultura alimentar da região valorizada;

Cultura alimentar utilizada como produto turístico;

Cultura alimentar utilizada como fonte de renda para as famílias

do assentamento.

6.3.3.3.8. Projeto Rádio Comunitária

a) Apresentação:

Inaugurado na primeira metade da década de 1920 no mundo, o

rádio se torna em poucos anos um meio de comunicação voltado às

massas. No princípio o aparelho era pesado e artigo restrito a um

pequeno setor da sociedade, contudo, com as necessidades de se

expandir (em público e lucros), a radiodifusão avança e se propaga entre

os mais diversos segmentos sociais. De acordo com Costella (2002,

p.167), “em apenas uma década a radiodifusão conquistou todas as

regiões civilizadas do globo terrestre”.

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263

No Brasil não foi diferente. Fundado em 1922 na comemoração

da Independência, no Rio de Janeiro, o rádio pegou carona no

desenvolvimento comercial brasileiro para, na década de 1930, formar

uma estrutura firme, com programação bem estruturada e transmissão

abrangente, popularizando-se como meio de comunicação. E com isso

surgiu a concorrência, que fez as emissoras buscarem cada vez mais

alcançar o grande público. Desta forma a programação foi sendo

organizada a partir do interesse dos ouvintes - em sua maioria do

segmento mais popular – tendo em vista, obviamente, as prioridades dos

empresários e as condições financeiras que lhes fossem mais

favoráveis.

Nem a TV ou a Internet foram capazes de retirar do rádio a sua

característica de veículo de comunicação popular. Todavia, a

comercialização da programação e o vínculo dos empresários do setor

com políticos limitam os conteúdos aos interesses pessoais em

detrimento das reais necessidades dos ouvintes. Portanto, o meio de

comunicação idealizado por Roquette-Pinto como instrumento de

“educação, de ensino e de alegria” (COSTELLA, 2002, p. 178) é uma

utopia ante a realidade das emissoras brasileiras.

Como qualquer área de atuação relacionada às questões sociais,

a comunicação tem seus objetivos quanto aos seus agentes. Tétu (1997)

considera que esta permite constituir um suporte à imagem e identidade

da coletividade, podendo agir no melhoramento destes. Ele observa que

a comunicação tem três princípios básicos: Constituir a imagem ou

melhorá-la, ação voltada para o exterior; Afirmar e valorizar o sentimento

de pertencimento dos agentes, ação voltada para o público interno da

empresa-coletividade; Estimular a mudança, por fim, ação destinada a

seu pessoal, aos habitantes e, também, à “clientela” externa. O objetivo

de tudo isto sendo aquele de fortalecer o sentimento de pertencimento a

um território (TÉTU, 1997, p. 444).

Neste contexto, se sobressai a comunicação comunitária, que se

propõe a ser um instrumento de mobilização social, instigador da

cidadania e da democracia, comprometido não com grandes

empresários, mas com o desenvolvimento cultural e social.

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264

b) Justificativa:

No momento em que a globalização passa a desterritorializar

cultura e política, transformando o que é local em global, e vice-versa.

Faz-se necessária uma mídia que busque um enfoque regional dos

temas abordados. É importante informar as pessoas sobre o que

acontece nos quatro cantos do mundo, mas deve-se considerar que

também é relevante apresentar notícias que lhes acrescentem um

sentimento de pertinência a fim de conscientizar este público a respeito

dos fatos referentes à sua cidade, bairro e rua.

Já que grandes meios de comunicação são ligados a interesses

que estão muito aquém das comunidades e periferias do país, cabe à

comunicação comunitária fazer o papel de buscar a proximidade com

aqueles que muito pouco se destacam nos grandes jornais, Rádios, TVs,

etc. E o rádio com sua característica de veículo popular, configura-se

como a principal forma de trazer às comunidades os assuntos que estão

mais próximos dos seus olhos e ouvidos.

Sobre Rádio Comunitária, Peruzzo (2007) destaca a necessidade

de esta ser um veículo estimulador da cidadania, baseando-se em

princípios da comunicação libertadora. Transmite uma programação de

interesse social vinculada à realidade local, não tem fins lucrativos,

contribui para ampliar a cidadania, democratizar a informação, melhorar

a educação informal e o nível cultural dos receptores sobre temas

diretamente relacionados às suas vidas. A emissora radiofônica

comunitária permite ainda a participação ativa e autônoma das pessoas

residentes na localidade e de representantes de movimentos sociais e

de outras formas de organização coletiva na programação, nos

processos de criação, no planejamento e na gestão da emissora.

Neste contexto, deve-se observar o papel do jovem na sociedade

atual. É importante avaliar o posto da juventude na época em que as

culturas se misturam – por conta das transformações provocadas pelo

avanço da tecnologia, internet, enxurrada de informações etc.-, o que

resulta em grande influência na formação pessoal dos indivíduos e pode

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265

ocasionar um afastamento do sujeito em relação à cultura do seu meio,

da sua comunidade.

No Eixo Forte, onde a proximidade com o centro urbano e o

“bombardeio” cultural massificado influencia fortemente a formação da

população local, jovens preocupados com a valorização da cultura local

vêm desenvolvendo ações nesse sentido e uma dessas possibilidades,

demonstradas em diversos eventos ligados ao setor de comunicação, é

a criação de rádios comunitárias, que auxiliem o fortalecimento, resgate

e a preservação de hábitos e valores que marcaram a chegada dos

antigos desbravadores daquela região da Amazônia, e mesmo dos

antigos moradores, nativos da própria região.

c) Objetivo Geral:

Criação e implantação da Rádio Comunitária Voz do Eixo Forte.

Figura 99 - RÁDIO COMUNITÁRIA

d) Objetivos Específicos:

Valorizar a cultura local;

Incentivar novos valores culturais locais;

Facilitar a comunicação entre os assentados do PAE Eixo Forte;

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266

Divulgar informações que melhorem a qualidade de vida dos

moradores locais;

Apoiar a programação esportiva local;

Criar espaço para debate das questões de interesse da

população local.

e) Estratégias:

Criação da Associação Comunitária e Assembléia

Constituinte: O primeiro passo para se constituir a rádio comunitária é

se criar a Associação Comunitária Voz do Eixo Forte, que será a

entidade mantenedora, esta Associação será uma entidade sem fins

lucrativos e deverá ser criada com base na legislação. Uma Assembléia

Constituinte será realizada, criando os cargos relacionados a entidade e

um comitê para cuidar administrativamente da rádio;

Envio de Papéis ao Ministério das Comunicações: Depois de

criada a Associação e legalizada, o próximo passo é enviar os

documentos ao Ministério das Comunicações. Esses documentos são;

os dados da Associação, o pedido de inclusão no cadastro do Ministério

e requerimento de demonstração de interesse em instalar rádio

Comunitária;

Análise de entidades e regulamentação: A documentação

enviada será analisada pela equipe de outorgas do Ministério das

Comunicações, decidirão quais as entidades que receberão autorização

definitiva para funcionar como Radio Comunitária. O Ministério, após a

finalização do processo, publica no Diário Oficial da União e coloca na

sua página eletrônica a lista de Radicoms autorizadas a funcionar,

porém, segundo a lei, a rádio não estaria totalmente autorizada a operar

e necessitaria aguardar a decisão da Casa Civil e do Congresso Federal

para operar.

Tramitação no Congresso: O Congresso Nacional recebe o

processo da rádio, analisa, e da um parecer. Se favorável a emissora é

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267

autorizada a entrar no ar por decreto legislativo. Processo este

geralmente muito demorado;

Qualificação da Equipe Técnica: A equipe de ATES

desenvolverá programa de capacitação que possibilite aos moradores

locais, preferencialmente os jovens, a elaboração de grade de

programas da emissora, apresentação dos programas pelos próprios

moradores e a gestão da associação de forma sustentável.

g) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Assessorar a criação da

Associação Comunitária Voz

do Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Assessorar a elaboração e

envio de documentos ao

Ministério das Comunicações

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Qualificar a equipe técnica da

rádio comunitária para

condução da programação da

mesma

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Assessorar o

dimensionamento e aquisição

dos equipamentos necessários

ATES,

FAMCEEF

INCRA

h) Resultados Esperados:

Com a criação da Rádio Comunitária espera-se que através da

comunicação comunitária os assentados tenham um “reforço” no

desenvolvimento do sentimento de pertencimento e outras

características, como participação, interação, interesses coletivos acima

dos individuais, identidades, cooperação e cultura comum. Desta forma,

espera-se estimular uma prática social coletiva e solidária, de união, a

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268

fim de facilitar a superação de problemas. Questão importante que deve

ser ressaltada é que a comunicação comunitária deve ter como

protagonista o próprio indivíduo da comunidade. Em uma mídia

comunitária, a programação deve ser construída e desenvolvida a partir

das necessidades dos moradores do lugar.

6.3.4. Programa de Garantia de Direitos Ambientais

6.3.4.1. Projeto 1.000.000 de Árvores para o Eixo Forte

a) Apresentação:

O resgate da atividade extrativista no PAE Eixo Forte passa

obrigatoriamente por um programa de reflorestamento, que devolva à

região sua vocação natural, subtraída da população tradicional por

diversos fatores, já relatados em itens anteriores. Por sua vez, o

reflorestamento depende do desenvolvimento de uma cultura florestal

também já distante da prática atual dos moradores da região do Eixo

Forte, porém desejada pela maioria da população, que pretende

construir naquele lugar um espaço de desenvolvimento gradativo e

sustentável, que devolva já para essa geração e garanta para as

próximas o bem estar social ao qual todo cidadão brasileiro tem direito.

O Projeto “1.000.000 de Árvores para o Eixo Forte”, mais que um

projeto de reflorestamento é um projeto de educação ambiental e

pretende ser o primeiro passo no sentido do desenvolvimento de um

grande projeto de reflorestamento para aquela região. Entende-se que

para se desenvolver uma ação sustentável é necessário, antes, educar e

motivar a população no sentido do protagonismo, para garantir a

continuidade do projeto, independente da necessidade de estímulos

externos.

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269

b) Justificativa:

Reflorestar uma região como o Eixo Forte não é tarefa simples.

Embora experiências desenvolvidas na região, como a da Associação

Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico, no km 03 da rodovia PA

457, mostrem que é possível, viável e importante. A experiência ali

desenvolvida mostra o poder de recuperação dos solos, visível através

de intensa atividade biológica observada pela presença de alguns

indicadores de recuperação como minhocas e pequenos insetos de

atividade subterrânea. A presença de pássaros e pequenos mamíferos é

outro indicador de transformação da biosfera.

Quando falamos em revitalização ou restauração de uma área

degradada, devemos ser muito criteriosos, não existe uma receita a se

seguir, cada região possui suas especificidades e também os motivos

para se aplicar as técnicas de restauração são os mais diversos. Cada

caso pode ser tratado de forma diferente. Um bom começo para saber

que medida tomar é avaliar o potencial da região em se recuperar

sozinha. Um local bastante plano, úmido e fértil, não demorará muito a

ser repovoada pela vegetação adjacente (se esta existir). Já uma região

muito acidentada, árida e de solo pobre não voltará rapidamente às suas

condições de origem, mesmo que mantida intocada.

c) Objetivo Geral:

Estimular o desenvolvimento de uma conscientização coletiva da

população do Eixo Forte, através do desenvolvimento de um projeto de

reflorestamento amparado numa forte estratégia de marketing, para

consolidar a “cultura da floresta” entre os assentados do PAE Eixo Forte.

d) Objetivos Específicos:

Resgatar a atividade extrativista no PAE Eixo Forte;

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270

Capacitar a população do Eixo Forte para implantação de

Sistemas Agroflorestais;

Sensibilizar crianças, jovens e adultos sobre a necessidade do

reflorestamento;

Demonstrar a viabilidade econômica da “floresta em pé”;

Restaurar a paisagem da região, com fins de aproveitamento

turístico;

Desenvolver atividades lúdicas de educação ambiental nas

escolas;

Envolver todas as organizações comunitárias em torno da

necessidade do reflorestamento.

e) Estratégias:

Todos os 1.031 assentados no PAE Eixo Forte participarão do

projeto “1.000.000 Milhão de Árvores para o Eixo Forte”, através do

plantio de 100 mudas de espécies arbóreas, sejam elas essências

florestais, frutíferas e/ou ornamentais, por ano. O plantio se repetirá por

dez anos consecutivos, quando se alcançará a meta de 1.000.000 de

árvores plantadas.

Figura 100 - 1.000.000 DE ÁRVORES

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271

Depois de examinado cada caso, opta-se por uma recuperação

passiva, ou ativa, e um fator de importante relevância é a escala de

prioridades dentro de uma unidade de conservação. Uma recuperação

ativa bem feita sempre é mais rápida, mas demanda custo e mão de

obra.

A recuperação passiva consiste em, uma vez sanados os

problemas que causam a erosão (muros de contenção no caso do

desabamento de encosta), ou uma vez isolada a área, deixar o solo em

pousio, para que se recupere sozinho. Esse procedimento muitas vezes

funciona bem, especialmente em regiões em que o dano é pouco e não

se sofre de invasões de gramíneas e cipós. A recuperação passiva tem

a vantagem de não demandar mão de obra ou manutenção.

Já a recuperação ativa pode ser realizada de diversas formas:

plantio de mudas cultivadas; e transplante de vegetação vizinha (válido

somente em regiões em que não se tem disponibilidade de mudas de

viveiros). O plantio direto vem sendo cada vez mais usado graças a seu

baixo custo e bom desempenho.

Esse método consiste simplesmente em se semear a área após

pequeno revolvimento do solo com as espécies desejadas. Pode-se

também simplesmente tomar as mínimas medidas necessárias para que

a revitalização ocorra: ”limpar” a área de alguma eventual gramínea

invasora, fazer o controle de cipós, ou mesmo o corte de alguma espécie

exótica também invasora e com características alelopáticas.

Vale ressaltar que é imprescindível o uso de apenas espécies

nativas e autóctones da região para uma restauração adequada. Pode-

se selecionar o potencial de cada espécie para a restauração desejada.

Toda região possui espécies que tem propriedades úteis na

recuperação, basta saber usá-las.

O manejo temporário se faz necessário, principalmente no

sistema plantio direto, e consiste basicamente na roça de gramíneas (na

maioria das vezes somente “coroar” a muda e acumular palhada em

volta resolve) ou em outros casos no controle de cipós.

Todas as medidas tomadas no sentido de se conter a erosão

(muro de contenção de encostas, etc.) devem ser realizadas antes do

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272

período chuvoso, a menos que o trabalho seja seguido pelo plantio de

mudas ou a semeadura, que deve coincidir com as chuvas, já que a

possibilidade de rega na maioria das vezes é nula.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Envolver 1.000 famílias na

campanha “1.000.000 de

Árvores para o Eixo Forte”

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Plantar 100 árvores, por família,

por ano, ao longo de 10 anos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Produzir 100.000 mudas de

espécies autóctones, por ano

ATES,

FAMCEEF, IGPA

INCRA

04 Realizar 05 palestras por ano

em cada escola das

comunidades do PAE Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Desenvolver e distribuir material

de divulgação da campanha:

3.000 camisas; 5.000 folders;

2.000 cartazes.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Incentivar a realização de um

torneio esportivo anual para

divulgar a campanha

ATES,

FAMCEEF

INCRA

07 Buscar apoio da mídia para

divulgação da campanha

ATES,

FAMCEEF

INCRA

08 Realizar 04 intercâmbios por

ano, com 25 assentados cada,

para conhecimento de

experiências exitosas

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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273

g) Resultados Esperados:

O principal resultado esperado na execução do projeto “1.000.000

de Árvores para o Eixo Forte” é a criação de uma massa crítica que

possa conduzir um processo de reflorestamento no PAE Eixo Forte.

Espera-se que crianças, jovens e adultos tenham consciência da

necessidade de resgatar o equilíbrio perdido na relação com a natureza,

ao longo de todo o século passado, para possibilitar uma convivência

harmoniosa com a mesma, por todo o século que se iniciou, trazendo de

volta a qualidade de vida para as famílias que ali vivem e trabalham.

6.3.4.2. Projeto Recuperação de Áreas de Preservação Permanente -

APP

a) Apresentação:

Nos ambientes tropicais, os modelos convencionais de produção

agrícola têm gerado degradação dos recursos naturais e um manejo

cada vez mais caro e trabalhoso. Isso acontece, em grande parte, por

serem modelos desenvolvidos em países de clima temperado, nos quais

as características do solo, a radiação solar e as chuvas são muito

diferentes dos ambientes tropicais, em que os ecossistemas são mais

complexos e exigem um tratamento diferenciado.

Para obter produção agrícola em equilíbrio com o ambiente

tropical em que vivemos os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são uma

forma para juntar produção agrícola e conservação florestal, gerando

alimento e renda sem agredir a natureza, em equilíbrio com a dinâmica

tropical. Além disso, podem ser uma importante ferramenta para a

restauração de ecossistemas degradados.

Os SAFs podem ser utilizados em locais que o Poder Público

determinou como “espaços especialmente protegidos”, com a intenção

de conservar o meio ambiente e assegurar o uso sustentável dos

recursos naturais.

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274

As ações de recuperação de APP terão como foco a educação

ambiental, tendo como objetivos criar um ambiente favorável no

assentamento para que os produtores possam:

Compreender como e por que certos espaços estão protegidos

pelas leis ambientais;

Aprender a identificar esses espaços na área do assentamento;

Entender em que casos poderão cultivar uma agrofloresta.

b) Justificativa:

Uma produção integrada com a floresta aproveita de forma

inteligente os recursos, mantém as principais dinâmicas que a natureza

levou milhares de anos para estabelecer e diminui o gasto de energia

com o manejo.

Essa reintegração do ser humano com a natureza resulta em um

sistema de produção biodiverso, estratificado e produtivo, análogo aos

ecossistemas naturais, e manejados segundo os princípios da sucessão.

A legislação ambiental, no intuito de proteger o meio ambiente,

determinou que alguns espaços devessem ser especialmente

protegidos. Entre eles, estão as Áreas de Preservação Permanente

(APP).

A metodologia de recuperação das Áreas de Preservação

Permanente - APPs está regulamentada na resolução Nº 429 do

CONAMA e estabelece que a recuperação de APP possa ser feita pelos

seguintes métodos:

Condução da regeneração natural de espécies nativas;

Plantio de espécies nativas; e

Plantio de espécies nativas conjugado com a condução da

regeneração natural de espécies nativas.

c) Objetivo Geral:

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275

Recompor a mata ciliar, dos cursos d’água do PAE Eixo Forte,

utilizando espécies nativas com maior concentração de fruteiras de valor

econômico conjugado com a condução da regeneração natural de

espécies nativas.

Figura 101 - RECUPERAÇÃO DE APP

d) Objetivos Específicos:

Resgatar a qualidade das águas dos cursos d’água do PAE Eixo

Forte;

Aumentar a renda da família, através do aproveitamento

econômico das espécies frutíferas da mata ciliar;

Eliminar os fatores de degradação do meio ambiente;

Realizar os tratos culturais das áreas durante todas as fases por

pelo menos 24 meses;

Monitorar as áreas em recuperação.

e) Estratégias:

Para as condições do PAE Eixo Forte, a proposta de plantio de

espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de

espécies nativas parece a mais adequada e estabelece os seguintes

requisitos e procedimentos:

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276

Manutenção dos indivíduos de espécies nativas estabelecidos,

plantados ou germinados, pelo tempo necessário, sendo no

mínimo dois anos, mediante coroamento, controle de plantas

daninhas, de formigas cortadeiras, adubação quando necessário

e outras;

Adoção de medidas de prevenção e controle do fogo;

Adoção de medidas de controle e erradicação de espécies

vegetais ruderais e exóticas invasoras, de modo a não

comprometer a área em recuperação;

Proteção, quando necessário, das espécies vegetais nativas

mediante isolamento ou cercamento da área a ser recuperada,

em casos especiais e tecnicamente justificados;

Preparo do solo e controle da erosão, quando necessário;

Prevenção e controle do acesso de animais domésticos;

Adoção de medidas para conservação e atração de animais

nativos dispersores de sementes; e

Plantio de espécies nativas.

No caso de plantio de espécies nativas, mesmo quando

conjugado com a regeneração natural, o número de espécies e de

indivíduos por hectare, plantados ou germinados, deverá buscar

compatibilidade com a fitofisionomia local, visando acelerar a cobertura

vegetal da área recuperada.

Assim, o produtor familiar poderá cultivar frutos, sementes, entre

outros em sua agrofloresta, lembrando que ela deve garantir a

conservação das espécies nativas e do ambiente.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Realizar 01 campanha de

conscientização sobre APP &

Legislação Ambiental

ATES, FAMCEEF INCRA

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02 Elaboração de 2.000 cartilhas

sobre Áreas Protegidas

ATES, FAMCEEF INCRA

03 Plantio de espécies nativas,

como: cupuaçu, açaí, buriti,

etc...

ATES, FAMCEEF INCRA,

IGPA,

Viveiro dos

Sonhos

04 Realizar 05 oficinas de manejo

de APP, por ano

ATES, FAMCEEF INCRA

05 Monitorar as ações

desenvolvidas

ATES, FAMCEEF INCRA

g) Resultados Esperados:

Recuperação da estabilidade das encostas e margens dos corpos

de água;

Manutenção dos corredores de flora e fauna;

Manutenção da drenagem e dos cursos de água intermitentes;

Manutenção da biota, ou seja, do conjunto de seres vivos daquele

ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros

grupos de organismos;

Manutenção da vegetação nativa; e

Manutenção da qualidade das águas.

6.3.4.3. Projeto Recuperação e Conservação de Nascentes

a) Apresentação:

As ações de Recuperação e Conservação das Nascentes dos

cursos d’água do PAE Eixo Forte não são apenas atitudes que

satisfazem a legislação ou propiciam a continuidade do aproveitamento

das águas para as mais variadas atividades humanas, mas são, acima

de tudo, ações concretas em favor de um anseio da população daquela

região, que há anos reivindica junto aos órgãos ambientais do estado e

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278

município uma atitude que coíba os abusos praticados por fazendeiros e

comunitários, que vêm comprometendo seriamente a qualidade e a

quantidade da água dos igarapés que cortam o assentamento.

Entende-se por nascente o afloramento do lençol freático, que vai

dar origem a um curso d’água (igarapé ou rio). Em virtude de seu valor

inestimável dentro de uma propriedade agrícola, deve ser tratada com

cuidado todo especial.

b) Justificativa:

A nascente ideal é aquela que fornece água de boa qualidade,

abundante e contínua, localizada próxima do local de uso e de cota

topográfica elevada, possibilitando sua distribuição por gravidade, sem

gasto de energia.

É bom ressaltar que, além da quantidade de água produzida pela

nascente, é desejável que tenha boa distribuição no tempo, ou seja, a

variação da vazão situe-se dentro de um mínimo adequado ao longo do

ano. Esse fato implica que a bacia não deve funcionar como um

recipiente impermeável, escoando em curto espaço de tempo toda a

água recebida durante uma precipitação pluvial. Ao contrário, a bacia

deve absorver boa parte dessa água através do solo, armazená-la em

seu lençol subterrâneo e cedê-la, aos poucos, aos cursos d’água através

das nascentes, inclusive mantendo a vazão, sobretudo durante os

períodos de seca. Isso é fundamental tanto para o uso econômico e

social da água - bebedouros, irrigação e abastecimento público, como

para a manutenção do regime hídrico do corpo d’água principal,

garantindo a disponibilidade de água no período do ano em que mais se

precisa dela.

Assim, o manejo de bacias hidrográficas deve contemplar a

preservação e melhoria da água quanto à quantidade e qualidade, além

de seus interferentes em uma unidade geomorfológica da paisagem

como forma mais adequada de manipulação sistêmica dos recursos de

uma região.

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279

As nascentes, cursos d’água e represas, embora distintos entre si

por várias particularidades, quanto às estratégias de preservação,

apresentam como pontos básicos comuns o controle da erosão do solo

por meio de estruturas físicas e barreiras vegetais de contenção,

minimização de contaminação química e biológica e ações mitigadoras

de perdas de água por evaporação e consumo pelas plantas.

c) Objetivo Geral:

Elaborar e desenvolver projetos de Conservação e Recuperação

de Nascentes, de forma participativa, em cada uma das 15 comunidades

do PAE Eixo Forte.

Figura 102 - RECUPERAÇÃO DE NASCENTES

d) Objetivos Específicos:

Envolver os assentados no levantamento, análise e busca de

soluções para o problema das nascentes localizadas na área do

assentamento;

Envolver alunos e professores em todas as etapas do processo

de Conservação e Recuperação das Nascentes;

Levantar e georreferenciar todas as nascentes localizadas na

área do PAE Eixo Forte;

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280

Levar ao conhecimento dos assentados, a legislação referente à

Conservação e Recuperação de Nascentes.

e) Estratégia:

Devem-se promover as seguintes modificações e tomar os

seguintes cuidados para recuperar e manter a boa condição de sua

nascente: a) A área adjacente à nascente (APP) deve ser toda cercada a

fim de evitar a penetração de animais, homens, veículos, etc. Todas as

medidas devem ser tomadas para favorecer seu isolamento, tais como

proibir a pesca e a caça, evitando-se a contaminação do terreno ou

diretamente da água. Quando da realização de alguma obra ou serviço

temporário, deve-se construir fossas secas a 30 m, no mínimo,

mantendo-se uma vigilância constante para não haver poluição da área

circundante à nascente; b) A posição de uma nascente na propriedade

pode determinar a melhor distribuição das diferentes atividades e

também da infra-estrutura do sistema produtivo. A área imediatamente

circundante à nascente, em um raio de 50 m, é só e exclusivamente,

uma Área de Preservação Permanente. A proibição de se fazer qualquer

tipo de uso dessa área, é para evitar que, com um cultivo, por exemplo,

a nascente fique sujeita à erosão e que as atividades agrícolas de

preparo do solo, adubação, plantio, cultivos, colheita e transporte dos

produtos levem trabalhadores, máquinas e animais de tração para o

local, contaminando física, biológica e quimicamente a água; c) Devem

ser retiradas todas e quaisquer habitações, galinheiros, estábulos,

pocilgas, depósitos de defensivos ou outra construção que possam, ou

por infiltração das excreções e produtos químicos, ou por carreamento

superficial (enxurradas), contaminar o lençol freático bem como poluir

diretamente a nascente. Recomenda-se desativação da antiga estrutura,

possivelmente poluidora, mantendo o local limpo e exposto ao sol pelo

menos por alguns meses antes de se reiniciar o aproveitamento da

água. No caso de produtos químicos, deve-se proceder a análise da

água; d) A maioria das estradas construídas no meio rural não passou

por um planejamento adequado, com o objetivo de proteger as

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281

nascentes. É costume projetar as estradas perto de rios e nascentes por

serem esses terrenos naturalmente mais planos e, portanto, de relevo

mais favorável. Assim, realizam-se cortes para construção da estrada

em locais indevidos do terreno, deixando o solo exposto a diferentes

processos de erosão causados pelas chuvas, o que torna o terreno mais

compactado e, portanto, mais propício à formação de enxurradas. Os

barrancos também soltam terra que vai atingir a fonte de água. Além de

tudo isso, essas estradas expõem a nascente ao acesso de homens,

animais e trânsito de máquinas; e) Pela descrição hidrológica fica claro

que a nascente é o afloramento ou manifestação do lençol freático na

superfície do solo, cujo desempenho e características são resultantes do

ocorrido, em termos de infiltração, em toda a bacia hidrográfica – a

chamada Área de Contribuição – e não apenas da área circundante da

nascente – Área de Preservação Permanente – que, hidrologicamente,

por ser de pequena extensão perante a bacia como um todo, a água que

infiltra nessa área pouco contribui na vazão. Assim, toda a área de bacia

merece atenção quanto à preservação do solo, e todas as técnicas de

conservação, objetivando tanto o combate à erosão como a melhoria

das características físicas do solo, notadamente aquelas relativas à

capacidade de infiltração da água da chuva ou da irrigação, vão

determinar maior disponibilidade de água na nascente em quantidade e

estabilidade ao longo do ano, incluindo a época das secas; f) O processo

de recuperação se completa com a recuperação da cobertura vegetal

das APPs já degradadas, deve-se distinguir as orientações quanto ao

tipo de afloramento de água, ou seja, sem ou com acúmulo de água

inicial, pois o encharcamento do solo ou a submersão temporária nas

chuvas, do sistema radicular dos indivíduos plantados, a profundidade

do perfil e a fertilidade do solo são alguns dos fatores que devem ser

considerados, pois são seletivos para as espécies que vão conseguir se

desenvolver.

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282

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Identificar e georreferenciar as

nascentes localizadas na região

do PAE Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Elaborar mapa das nascentes do

Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar projetos individuais de

recuperação e/ou conservação

considerando os aspectos

observados

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Monitorar as ações

desenvolvidas

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Assentados conscientes de sua responsabilidade, com relação à

conservação e recuperação de nascentes;

Assentados conhecedores da legislação pertinente ao assunto;

Escolas da região conscientes de sua responsabilidade

ambiental;

Nascentes preservadas e/ou em estado de recuperação;

Água dos igarapés e lagos do assentamento em maior quantidade

e qualidade;

Menor índice de propagação de doenças transmissíveis pela

água.

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283

6.3.4.4. Projeto Estradas Vicinais Ecológicas

a) Apresentação:

A atividade agropecuária tem forte peso na economia do Eixo

Forte e o escoamento da produção depende da boa conservação das

estradas vicinais. Com a chegada do período chuvoso, geralmente as

estradas pioram, diminuindo sua trafegabilidade.

Os cerca de 80 km de estradas vicinais do assentamento vêm

passando repetidamente por um processo de recuperação/degeneração,

que se repete a cada ano. Isso devido ao modelo de

construção/recuperação adotado e também às características estruturais

do terreno, no assentamento, que favorece a ação danosa das chuvas.

b) Justificativa:

Além do comprometimento da trafegabilidade, frequentemente as

estradas rurais estão mal conservadas com erosão do solo e

assoreamento de cursos d’água. Com a chegada das chuvas isto se

agrava, pois o tráfego faz com que as vias sofram um desgaste mais

intenso, comprometendo ainda mais o deslocamento de pessoas e

produtos. Estudos realizados pelo IPT - Instituto de Pesquisas Técnicas

do Estado de São Paulo demonstram que 70% dos casos de

assoreamento dos cursos d’água são provocados por estradas mal

planejadas ou mal conservadas.

Figura 103 - ASPECTO ATUAL DAS ESTRADAS DO ASSENTAMENTO

Fonte; EMATER/PA

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284

Com a utilização de técnicas adequadas é possível controlar o

processo de erosão e a degradação ambiental, além de garantir o

tráfego normal de veículos e o escoamento da produção agrícola

durante as épocas de chuvas e seca. Outra vantagem desse trabalho é

a redução significativa de recursos destinados à manutenção destas

estradas.

Além do assoreamento dos mananciais e diminuição da vida útil

das estradas, outro impacto provocado pela manutenção e planejamento

deficientes é a eutrofização ou eutroficação que é um fenômeno

causado pelo excesso de nutrientes numa massa de água, provocando

um aumento excessivo de algas. Estas, por sua vez, fomentam o

desenvolvimento dos consumidores primários e eventualmente de outros

elementos da teia alimentar nesse ecossistema. Este aumento da

biomassa pode levar a uma diminuição do oxigênio dissolvido,

provocando a morte e consequente decomposição de muitos

organismos, diminuindo a qualidade da água e eventualmente a

alteração profunda do ecossistema.

c) Objetivo Geral:

Construir e/ou reconstruir estradas vicinais adequadas às

condições ambientais do assentamento.

Figura 104 - ESTRADAS VICINAIS ECOLÓGICAS

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d) Objetivos Específicos:

Manter a boa trafegabilidade das estradas vicinais do PAE Eixo

Forte;

Possibilitar o escoamento da produção agrícola/extrativista o ano

todo;

Aumentar a vida útil das estradas vicinais do PAE Eixo Forte;

Diminuir o impacto sobre os leitos d’água pela enxurrada.

e) Estratégia:

A prática convencional para manutenção de estradas vicinais

resume-se a retirar o solo e aprofundar o leito das estradas. O custo

aparentemente reduzido transforma-se em desperdício quando as

primeiras chuvas praticamente tornam sem efeito todo o trabalho

realizado. As estradas vicinais ecológicas são aquelas que colocam o

conceito de consciência ambiental em primeiro plano, desde o projeto

até a manutenção. A estratégia para implantação das estradas vicinais

ecológicas obedece aos seguintes passos: 1) Conformação do leito da

estrada; 2) Construção de bacias de captação da água da chuva; 3)

Implantação de faixas de revegetação em nível; 4) Enriquecimento das

faixas usando espécies nativas, com potencial agroextrativista.

Figura 105 - DESENHO ESQUEMÁTICO DA ESTRADA ECOLÓGICA

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Fonte: Anildes Lopes Evangelista, Junho/2010

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Manter e Construir 80 km de

estradas vicinais no Eixo Forte

respeitando o conceito de

estrada ecológica

FAMCEEF INCRA

g) Resultados Esperados:

Os resultados esperados com a implantação das estradas vicinais

ecológicas são:

Aumento da vida útil das estradas;

Diminuição da perda de solo por lixiviação ou enxurrada;

Melhoria da recarga dos lençóis freáticos através da infiltração

gradativa da água acumulada;

Enriquecimento ambiental das margens das estradas;

Opção de renda através do aproveitamento de espécies de valor

econômico.

6.3.4.5. Projeto Saneamento Básico Rural

a) Apresentação:

As comunidades envolvidas no Projeto de Assentamento

Agroextrativista - PAE Eixo Forte vem sofrendo alterações das

características ambientais e culturais devido à pressão urbana e de

manifesta exploração mineradora, causando, com isso, impactos

socioambientais irreversíveis, como por exemplo, a perda da qualidade e

da quantidade dos recursos hídricos, a perda de atrativos turísticos e,

por conseguinte, a desterritorialização da população local.

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Dentre essas alterações, são destacadas as condições insalubres

de saneamento no local. Portanto, este projeto apresenta alternativas de

Saneamento Básico adequados à realidade rural, visando melhorar a

qualidade de vida da população dessas comunidades e também servir

de modelo para outras comunidades, através da divulgação do projeto e

dos resultados oriundos a partir deste contexto.

b) Justificativa:

O Brasil tem mais de 23 milhões de pessoas na zona rural sem

esgoto tratado corretamente,o que corresponde a 75% da população

rural. Um reflexo desta situação é observado na área de saúde, onde há

um índice de mortalidade causada por diarréia (principal doença

provocada pela falta de saneamento) semelhante à de países pobres da

África e é o terceiro maior da América do Sul, segundo dados da OMS

(2004).

Este quadro estabelecido é, proporcionalmente, identificado no

Estado do Pará. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

(2008), coordenada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística), o Estado do Pará, no quesito Gestão Municipal do

Saneamento Básico, encontra-se à margem do protagonismo na

excelência de serviços de esgotamento sanitário. Alguns dados são

importantes para entender este fenômeno:

Apenas 9 (nove) municípios do Estado do Pará possuem, serviço

de esgotamento sanitário, envolvendo Prefeituras e outras

entidades executoras. Em números relativos isso chega a ífimos

6,25% do total de 144 municípios do Estado;

Em apenas 3 (três) municípios do Estado do Pará existe um

instrumento legal normatizador do serviço de esgotamento

sanitário.

No Eixo Forte, 66% das residências não possuem instalações

sanitárias adequadas, segundo DRP realizado no assentamento, o que

corresponde a cerca de 660 moradias.

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A apreensão e interpretação destes dados consagram, ainda, a

fragilidade na execução deste tipo de política pública às comunidades.

Por este posto, algumas iniciativas tecnológicas seriam

contumazes para minimizar a precariedade nas questões sanitárias do

Assentamento, desta feita, justificar a intervenção social proposta por

este projeto.

As alternativas propostas são as seguintes:

Banheiro seco ou compostável – Esse modelo possibilita que

os dejetos humanos sejam tratados e reutilizados com segurança

como adubo na agricultura, em recuperação de áreas

degradadas, em áreas de pousios e na produção de mudas de

essências florestais, frutíferas e ornamentais. Conforme fotos a

baixo.

O processo ocorre da seguinte forma: Após o preenchimento de

aproximadamente 150 litros do tambor, o resíduo passa inicialmente por

digestão anaeróbica, sofrendo um aquecimento natural, entre de 50º e

60º C, por cerca de 45 dias, onde os microorganismos patógenos

morrem, após esse procedimento, aos dejetos já previamente tratados

são conduzidos a um sistema de vermicompostagem (compostagem

acelerada por minhocas), por um período de 30 dias aproximadamente,

quando a matéria orgânica é mineralizada (transformada em húmus),

estando então prontamente disponível para o uso agrícola, com

segurança, ou seja, sem riscos de contaminação em contato com o

produtor e sem odores.

Vale ressaltar que esse modelo esta direcionado a famílias que

não possuem sanitários com água, que trabalham diretamente na

agricultura e também em áreas de roçado.

Outra ressalva importante é que, por questões de normatização,

torna-se proibido o uso desse tipo de adubo orgânico no cultivo de

hortaliças, assim como, deve-se evitar a utilização desse adubo nas

fruteiras em frutificação quando essas são colhidas no chão.

Bacia de evapotranspiração ou fossa ecológica - Nesse

modelo o efluente do vaso sanitário é tratado por digerido

anaerobicamente por bactérias, passando em seguida por um

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289

biofiltro feito de pedras e plantas, onde o efluente líquido é

absorvido pelas plantas e retorna para atmosfera através da

evapotranspiração (suor das plantas), o excesso de água, quando

houver, pode ser direcionado para irrigação ou para um

sumidouro comum.

Essa alternativa é indicada a famílias que possuem banheiro com

água e Centros Comunitários.

c) Objetivo Geral:

Proporcionar a preservação de recursos hídricos e da melhoria da

qualidade de vida das populações residentes nas comunidades do PAE

Eixo Forte, desprovidas de recursos financeiros, através do saneamento

básico e da sustentabilidade ambiental.

Figura 106 - SANEAMENTO BÁSICO

d) Objetivos Específicos:

Promover ações de educação ambiental direcionadas ao

saneamento rural;

Implantar alternativas de saneamento em propriedades rurais;

Divulgar essa iniciativa em outras comunidades que transcendem

o assentamento;

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Difundir novas tecnologias de cunho socioambiental amplo e

justo.

e) Estratégias:

A 1ª atividade a ser desenvolvida é fazer reuniões com os

moradores das comunidades do PAE Eixo Forte a serem beneficiadas

pelo projeto. A parceria entre instituição de ATES, A FAMCEEF e as

comunidades definirá onde será implementado o projeto, bem como, de

que forma se realizará uma pré-seleção das famílias a serem

beneficiadas.

As famílias pré-selecionadas serão visitadas pela instituição de

ATES e priorizadas de acordo com os seguintes critérios:

Propriedades com más condições de saneamento básico;

Propriedades que estão situadas às margens de igarapés;

Propriedades que utilizem poços rasos com suspeita de

contaminação por fossas.

Após as visitas as propriedades serão identificadas uma a uma e

serão averiguadas quais alternativas são mais adequadas a cada caso,

levando em consideração se são produtores ou não, e se possuem

banheiros com sistema de abastecimento de água ou não.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Articular em 01 reunião com a

Federação do assentamento a

mobilização das comunidades

para reuniões de socialização

do assunto

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Promover 1 (um) intercâmbio

com experiências bem-

sucedidas nas comunidades que

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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291

já possuam trabalhos voltados

para esta temática

03 Qualificar 10 (dez) assentados

através de Demonstração

Técnica acerca das iniciativas

de construção do Banheiro Seco

e da Bacia de

Evapotranspiração

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Reduzir em 50% o número de

residências sem instalações

sanitárias adequadas nos

próximos 5 anos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

O que se espera como resultado da implantação desse projeto é,

inicialmente, que as famílias beneficiadas possam ter melhor qualidade

de vida através desses sistemas de saneamento, ou seja, diminua a

incidência de doenças advindas de contaminações fecais. Em segundo

plano, que essas alternativas proporcionem a preservação ambiental dos

recursos naturais, a elucidação da população, favorecendo o potencial

natural turístico da comunidade.

É esperado também, que essas alternativas cheguem a outras

comunidades a fim a conscientização se multiplique, até um dia, vir a

fazer parte de uma política pública para atender as mais diversas

situações.

Na perspectiva da sustentabilidade do projeto, ao seu término, por

se tratar de tecnologia de fácil implantação e baixo custo, se efetivará

por meio da apreensão e elucidação da população pela importância do

saneamento básico e no conhecimento prático para construção dessas

alternativas facilitando que essas se propaguem naturalmente.

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6.3.4.6. Projeto Centro de Triagem de Animais Silvestres do Eixo

Forte - CETAS-EIXO FORTE

a) Apresentação:

O Brasil comporta um dos maiores contingentes de espécies

silvestres do planeta e situa-se entre os maiores do mundo em

biodiversidade.

Apesar dessa posição privilegiada, o que se constata é um rápido

declínio das populações animais, sendo que 395 espécies animais

encontram-se ameaçadas de extinção, ocupando o 2º lugar em número

de espécies de aves ameaçadas.

As principais causas da diminuição das populações animais é a

redução de habitats devido à destruição da cobertura vegetal primária,

crescente ocupação humana e a exploração econômica. As outras

causas são o tráfico de animais silvestres e a caça.

Para combater essas práticas os órgãos governamentais realizam

ações de fiscalização na tentativa de coibir os crimes contra a fauna e

apreender animais vitimados ou comercializados ilegalmente.

A legislação preconiza que os animais apreendidos sejam

prioritariamente soltos, e nesse sentido propõe-se a criação do Centro

de Triagem de Animais Silvestres do Eixo Forte - CETAS-EIXO FORTE,

que visa prestar um atendimento integral ao animal desde a sua

recepção até sua destinação final.

O CETAS é um empreendimento autorizado pelo IBAMA,

somente de pessoa jurídica, com finalidade de: receber, identificar,

marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres

provenientes da ação da fiscalização, resgates ou entrega voluntária de

particulares; pode ser definido como um serviço de recepção de animais

silvestres nativos, onde é prestado atendimento médico veterinário com

suporte laboratorial e acompanhamento biológico, visando à plena

recuperação do animal para primordialmente reintegrá-lo à natureza.

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b) Justificativa:

A diminuição da população de animais silvestres no Eixo Forte é

facilmente constatada quando se conversa com os moradores mais

antigos, que presenciaram momentos de abundância da vida silvestre no

lugar. Em pesquisa realizada pela extensão rural, observa-se que os

animais silvestres mais citados na pesquisa, como observados na

natureza, são as cobras e os macacos, lembrados por pouco menos de

14% dos entrevistados, enquanto que animais como: catitu, gavião,

mucura e anta, foram lembrados por menos de 0,2% dos moradores

pesquisados. Daí a necessidade de criação de uma estrutura de

proteção aos animais silvestres.

Quando observados os dispositivos legais, constata-se que a

maioria dos órgãos governamentais não vem cumprindo o determinado

pela legislação e não dispõem em sua estrutura organizacional de um

órgão que responda diretamente pela fauna.

Para que sejam cumpridas algumas das exigências faz-se urgente

a implantação de serviços voltados à fauna, com infra-estrutura também

para o manejo de animais silvestres com o objetivo de reintegrá-los à

natureza.

c) Objetivo Geral:

Implantação de um Centro de Triagem de Animais Silvestres do

Eixo Forte - CETAS-EIXO FORTE, pelo terceiro setor da sociedade, sob

o controle dos assentados, para prestar atendimento aos animais

silvestres acidentados ou apreendidos pelos órgãos de fiscalização no

comércio ilegal, e realizar ações de defesa e proteção da fauna silvestre,

dando cumprimento à legislação.

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d) Objetivos Específicos:

Obtenção de diagnóstico sobre a fauna silvestre e o meio

ambiente na região do PAE Eixo Forte;

Propiciar a pesquisa a partir de materiais biológicos dos animais

atendidos;

Obter informações sobre patologias de interesse em saúde

pública;

Propor recuperação ou compensação ambiental em ações lesivas

aos animais e ao meio ambiente;

Auxiliar no combate ao tráfico de animais silvestres;

Viabilizar projetos de formação e capacitação técnica e de

educação ambiental;

Incentivar a criação de corredores ecológicos na região do

assentamento;

Atuar na elaboração de políticas públicas;

Disponibilizar informações sobre fauna e meio ambiente aos

meios de comunicação;

Estimular estudos de inventário da fauna silvestre.

e) Estratégias:

O CETAS-EIXO FORTE corresponderá à classe B e atenderá três

diferentes finalidades: a proteção dos animais, a pesquisa e a educação.

Os trabalhos são realizados por uma equipe treinada e qualificada. Os

exames mais sofisticados de diagnóstico, quando necessários, são

realizados por institutos de pesquisa e universidades, através de

acordos de cooperação técnica.

Por indicação das oficinas de planejamento do PDA, ficará

localizado na comunidade do Irurama.

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Figura 107 - CETAS - EIXO FORTE

Os animais serão manejados e reabilitados de maneira a

possibilitar sua soltura na localidade de procedência. Os animais que

não se reabilitarem deverão ser encaminhados após alta médica para

zoológicos, criadouros e instituições de pesquisa com a devida

autorização do IBAMA.

O CETAS-EIXO FORTE estará aberto à visitação pública. Por

intermédio de visitas monitoradas, a população poderá conhecer

algumas de suas instalações e receber informações sobre os animais

internados, fauna silvestre, tráfico de animais, e meio ambiente.

Para a exposição de locais que alojam animais silvestres será

necessária a obtenção da devida autorização do IBAMA, lembrando que

na área de reabilitação de animais silvestres não é permitida a entrada

de pessoas estranhas ao serviço. Outra forma de colaboração na área

da educação será por meio da realização de palestras. Para atender

essa demanda deverão ser editados vídeos, DVDs e publicações que

facilitarão os trabalhos de divulgação. Todas essas informações também

poderão estar disponíveis via Internet.

Os recursos necessários para a implantação do CETAS-EIXO

FORTE foram divididos, de forma sintética, em três diferentes itens:

Instalações;

Equipamentos, materiais e serviços;

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Pessoal.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Construir, em área de 05 ha, as

estruturas necessárias ao

funcionamento do CETAS-EIXO

FORTE

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Oferecer 6 vagas de estágio

para universitários do Eixo

Forte, ao ano

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Oferecer 10 vagas de estágio

para jovens da CFR do Eixo

Forte, ao ano

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Realizar 3 projetos ao ano ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Realizar 1 evento público ao ano ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

O conceito desenvolvido para a criação do CETAS-EIXO FORTE

está contribuindo para o entendimento das relações homem e meio,

onde o animal é uma vítima constante do processo desenvolvimentista e

deve ser considerado não como um recurso, mas sim como um

patrimônio ambiental.

As finalidades do CETAS-EIXO FORTE são inúmeras e os

animais nele atendidos prestam um grande serviço ao fornecer

informações valiosas para elaboração de diagnóstico ambiental, porém,

o principal resultado esperado é a reintegração do animal ao meio e a

preocupação para que esse permaneça o mais íntegro possível, não só

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está sendo demonstrado um profundo respeito à vida, mas também um

avanço de natureza humanitária.

6.3.4.7. Projeto Área de Proteção Ambiental do Juá

a) Apresentação:

Espaços livres como parques, praças, jardins, florestas e áreas de

proteção natural possuem grande importância, pois, proporcionam

melhorias significativas na área urbana, colaborando para o equilíbrio do

clima local, contribuindo para a prevenção de inundações, deslizamentos

e neutralização de poluições, além de compor "ilhas verdes", servindo de

refúgio para a fauna local. No ponto de vista social, proporciona áreas de

lazer, esporte, recreação, educação, atividades sociais e principalmente

melhoria da qualidade de vida da população.

Os assentados do PAE Eixo Forte demonstraram preocupação

com os acontecimentos referentes à ocupação do terreno que circunda o

lago do Juá, em 2009, quando milhares de pessoas invadiram,

desmataram suas margens e expôs a vulnerabilidade desse importante

ecossistema, berçário de inúmeras espécies de nossa fauna aquática.

b) Justificativa:

O Lago do Juá é de grande importância econômica para os

moradores do PAE Eixo Forte, pois um considerável número de famílias

tira dali seu sustento, através de acordo de pesca que garante a

exploração sustentável dos recursos pesqueiros do lago.

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Figura 108 - ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO JUÁ

A ligação entre o PAE Eixo Forte e a microbacia do Juá se reforça

quando consideramos que essa microbacia é composta por mais de uma

dezena de igarapés, todos eles localizados dentro da área do

assentamento, ficando apenas o lago, alimentado por todos esses

cursos d’água, fora do assentamento.

Além desse elo físico, existe também a ligação cultural e social da

comunidade do Juá com os moradores do PAE Eixo Forte, sendo

aqueles, parceiros importantes nas diversas lutas travadas na região

pela defesa do meio ambiente local.

É premente a necessidade de se preservar esse frágil

ecossistema local, onde características de savana, cerrado e floresta

amazônica se alternam, num arranjo único que precisa ser, inclusive,

melhor estudado.

Soma-se a tudo isso uma grande quantidade de peças cerâmicas

e artefatos, indicam ali um rico sítio arqueológico que guarda sob o solo

um pouco da cultura dos nossos antepassados. Ali, existe a necessidade

de se realizar pesquisas para tentar descobrir mais sobre a cultura, o

modo de viver e trabalhar das antigas civilizações que viviam em nosso

município.

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c) Objetivo Geral:

Criar a Área de Proteção Ambiental do Juá, compreendendo toda

a microbacia do Juá.

d) Objetivos Específicos:

Garantir espaço para preservação da fauna e flora da região;

Desenvolver pesquisas de cunho científico, nas áreas de

botânica, arqueologia, antropologia, etc;

Estabelecer parceiras com entidades de ensino, pesquisa e

extensão;

Desenvolver atividades ligadas ao turismo ecológico, de base

familiar;

Desenvolver projetos de educação ambiental para os moradores

do assentamento e do município de Santarém.

e) Estratégia:

Os assentados do PAE Eixo Forte solicitam a incorporação à área

do assentamento, da área correspondente a APP do lago do Juá (500 m

a partir de sua quota máxima). Essa área somada à área de influência

dos igarapés que o alimentam irá compor a Área de Proteção Ambiental

do Juá.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Elaboração do projeto técnico

da APA do Juá

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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g) Resultados Esperados:

Microbacia do Lago do Juá protegida e preservada, garantindo

suas funções para essa e as futuras gerações;

Barreira física contra a expansão imobiliária irregular (invasões),

garantindo um espaço verde para a cidade de Santarém;

Espaço de lazer para a população do município;

Projeto Estação Turística do Eixo Forte valorizado com a criação

da APA.

6.3.4.8. Projeto Paisagismo Comunitário

a) Apresentação:

Em 2004, o GUARDIÃO – Grupo de Defesa do Meio Ambiente da

Região do Eixo Forte, um grupo de entidades idealizado pela igreja

Católica, lançou o concurso “Comunidade Limpa, Comunidade Linda”

com o objetivo de estimular a participação dos comunitários na

preservação do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida das

comunidades do Eixo Forte.

Figura 109 - LOGOMARCA CONCURSO COMUNIDADE LIMPA, COMUNIDADE

LINDA

Pelo regulamento do concurso as comunidades teriam três meses

para apresentar e executar pequenos projetos nos seguintes temas:

Lixo: destino dado ao lixo caseiro e comunitário; Arborização e

Jardinagem: ações no sentido de melhorar as áreas verdes da

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comunidade e valorização do aspecto paisagístico; Limpeza: não só

relacionada com a coleta de lixo, mas também com a programação

visual da comunidade, eliminando focos de poluição visual; Prédios

Comunitários: restauração e/ou cuidados na preservação dos prédios

comunitários.

Figura 110 - PRAÇA DA IGREJA ANTES E DEPOIS

Fonte; EMATER/PA

A iniciativa resultou na preocupação dos moradores locais com a

aparência de suas comunidades. Na época, a comunidade do Cucurunã

foi a vencedora, com o projeto de revitalização da praça em frente à

igreja de Nossa Senhora das Graças. Através de uma grande

mobilização de toda a comunidade e do esforço físico, principalmente,

dos jovens, foi construído calçamento, utilizando pedras retiradas nas

proximidades da vila, foi realizado o plantio de mudas de árvores,

plantas ornamentais e grama, foram implantados alguns recursos

paisagísticos como: a gruta de Nossa Senhora; e uma ponte nos jardins,

entre outras soluções.

Seguindo essa mesma preocupação, a comunidade de São Bráz

também vem realizando projeto de iniciativa comunitária, no sentido de

melhorar o aspecto paisagístico da comunidade. O projeto sugerido pelo

órgão de ATES foi abraçado pela população local que vem realizando

promoções para angariar os recursos necessários para a realização das

obras, que vêm sendo executadas pelos próprios moradores da vila.

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Figura 111 - SÃO BRÁZ ONTEM, HOJE E AMANHÃ

Fonte: EMATER/PA

b) Justificativa:

O planejamento e execução de Projetos Paisagísticos

Comunitários é um importante instrumento de empoderamento dos

assentados, no que diz respeito ao processo de desenvolvimento local.

A sensação de “poder fazer” tira os assentados da apatia atual

que prevalece entre os moradores de comunidades tradicionais, de que

o poder público é o único responsável pela execução de obras que

possam melhorar o aspecto da comunidade.

A busca de soluções simples e a utilização de recursos materiais

locais conferem aos projetos uma identidade própria, muito interessante

quando se pretende trazer para a região, turistas de outras localidades,

que valorizam esse tipo de iniciativa.

c) Objetivo Geral:

Assessorar os Conselhos Gestores Comunitários na elaboração e

execução de Projetos Paisagísticos que valorizem a cultura local.

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Figura 112 - PAISAGISMO COMUNITÁRIO

d) Objetivos Específicos:

Melhorar o aspecto visual das comunidades do PAE Eixo Forte;

Aproximar as entidades comunitárias, através da execução das

obras em regime de mutirão.

b) Estratégias:

Usando a técnica da “Tempestade de Idéias”, valorizar soluções

emanadas da própria comunidade;

Pesquisar, em conjunto com os assentados, materiais disponíveis

que podem ser utilizados na execução dos projetos;

Capacitar grupos interessados, em “Implantação e Manutenção

de Jardins”;

Buscar parceria com o Poder Público Municipal para obras de

iluminação pública, quando necessárias;

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f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Assessorar os 15 Conselhos

Gestores Comunitários na

elaboração e execução de

projetos paisagísticos

comunitários

ATES, FAMCEEF INCRA

02 Capacitar 05 assentados por

comunidade em “Implantação e

Manutenção de Jardins”

ATES, FAMCEEF INCRA

g) Resultados Esperados:

Muito mais importante que as melhorias no aspecto visual das

localidades, o que se observa como resultado da ação é: o

fortalecimento da auto-estima; o reforço no processo de organização

comunitária; e uma predisposição para enfrentar novos desafios.

6.3.4.9. Projeto Destino Adequado dos Resíduos Sólidos

a) Apresentação:

Atualmente um dos maiores problemas encontrados em nossas

sociedades é o manejo apropriado dos resíduos sólidos, a falta de infra-

estrutura mínima para destinação adequada do lixo é uma triste

realidade vivenciada no mundo todo.

No PAE Eixo Forte, essa situação vem se agravando

gradativamente, pois anualmente aumenta o numero de turistas e

poucas iniciativas, tanto no sentido da sensibilização quanto de

alternativas, são realizadas e essas, não conseguem ter um efeito

continuado, ou seja, ainda se faz ano após ano, campanhas de limpeza

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de praias e igarapés, sem que isso tenha realmente um resultado

positivo na sociedade como um todo.

Para realidade dos assentados é importante inicialmente,

campanhas de sensibilização, onde será repassado exemplos de

alternativas desenvolvidas no Brasil e em outros países, assim como,

implantar unidades demonstrativas coleta seletiva de lixo, reutilização e

reciclagem de resíduos sólidos.

b) Justificativa:

Devido ao fato do principal foco deste trabalho ser direcionado

para o turismo, pela tendência natural do Assentamento, faz-se

necessário o desenvolvimento de um programa específico para tratar

sobre os resíduos sólidos gerados pelos comunitários e trazidos por

turistas que freqüentam semanalmente as comunidades do PAE Eixo

Forte.

A maioria das comunidades não tem acesso ao serviço de Coleta

de Lixo Municipal, levando os comunitários a darem destinação

inadequada aos resíduos gerados, sendo esses, na maioria das vezes,

queimados, enterrados ou simplesmente jogados nos quintais e

igarapés, prejudicando não somente o meio ambiente, mas também a

qualidade de vida dos moradores e visitantes e, conseqüentemente, dos

atrativos turísticos existentes.

Por isso, entendermos ser viável tecnicamente que comunitários

possam utilizar alternativas para diminuir esse problema e, até mesmo,

transformar esse problema em soluções, sendo esse, um ponto

estratégico para a promoção do desenvolvimento sustentável no PAE

Eixo Forte.

c) Objetivo Geral:

Promover ações que possibilitem uma ampla participação do

assentado em debates sobre origem e destinação dos resíduos sólidos

no PAE Eixo Forte.

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306

d) Objetivos Específicos:

Reduzir o impacto socioambiental causado pelos resíduos sólidos

gerados nas comunidades.

Realizar levantamento do tipo de lixo gerado em todas as

comunidades;

Realizar campanhas de educação ambiental sobre o lixo, em

todas as comunidades do PAE Eixo Forte;

Implantar em todas as escolas do PAE Eixo Forte, unidades de

compostagem e vermicompostagem para reciclar os resíduos

orgânicos gerados diariamente, consorciados com o cultivo

orgânico de hortaliças, plantas medicinais, aromáticas, frutíferas e

ornamentais;

Realizar oficinas em todas as comunidades sobre reutilização de

garrafas pet e plásticos em geral;

Realizar oficinas em todas as comunidades sobre reciclagem e

reutilização de resíduos;

Implantar 1 (uma) unidade demonstrativa de reciclagem e

reutilização de papéis;

Implantar sistema de coleta seletiva resíduos em todas as

comunidades, principalmente aquelas de maior fluxo turístico;

Realizar campanhas de educação ambiental específicas para

turistas nas praias e balneário do PAE Eixo Forte.

e) Estratégia:

Será feito um levantamento específico a respeito dos tipos de

resíduos mais comuns produzidos nas comunidades, através de visitas

freqüentes e aplicação de questionário investigando sobre o que os

comunitários compram no dia-a-dia e o que fazem com os resíduos

gerados, realizado por um período de 6 meses.

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307

Figura 113 - EIXO FORTE SEM LIXO

A partir desse levantamento, serão elaboradas campanhas de

educação ambiental direcionada para a realidade consumista

identificada, fazendo-se os devidos ajustes para cada comunidade. Essa

campanha será a base do desenvolvimento de todos os outro objetivos

específicos e por isso, não terá um fim.

Inicialmente será feito uma apresentação de um diagnóstico geral

e especifico de cada comunidade, em seguida, será feito apresentação

de alternativas se sucesso conhecidas e após disso será elaborado de

forma participativa um plano de ação que vise mitigar os problemas

existentes.

Será proposta a criação de um comitê em cada comunidade que

irá implantar e acompanhar o desenvolvimento do plano de ação, assim

como, ficara responsável junto com a Empresa de ATES, fazer

avaliações contínuas desse plano e propor ajustes quando necessário.

Dentro desse plano de ação está contida a implantação de

unidades de compostagem e vermicompostagem, em todas as escolas

do PAE Eixo Forte. Essa atividade também inicia com uma palestra de

educação ambiental onde será detalhado o que é, para que é e como

funciona a compostagem e a vermicompostagem.

Será proposto que os alunos sejam os próprios gestores de todo

processo que envolve a atividade, servindo então, de ensino prático e

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308

teórico que integra diferentes disciplinas, para melhorar o entendimento

dos estudantes sobre a utilização dessas ciências no dia-a-dia, na

esperança que esses conhecimentos sejam levados às suas famílias,

vizinhos e etc. Dessa forma, proporcionar aos estudantes, não somente

a sensibilização ambiental da temática, mas todo aspecto

socioeconômico intrínseco à atividade.

Continuando o Plano de Ação, serão realizadas oficinas a respeito

da reutilização de garrafas pet e da reciclagem de papéis, de acordo

com o diagnóstico levantado e monitorado pelos comitês criados. Após a

realização dessas oficinas, será identificada pelos comitês, em qual

comunidade será implantada uma unidade demonstrativa de reutilização

e reciclagem de resíduos, ficando a critério das comunidades, a

implantação de outras unidades.

Na seqüência da estratégia, os comitês junto com a empresa de

ATES e os comunitários de modo geral, irão padronizar coletores de lixo

para que os resíduos gerados nas comunidades que não tirem uma

alternativa apropriada sejam coletados e transportados adequadamente

pelo serviço de coleta de resíduos municipal.

Outro ponto fundamental nessa estratégia é realizar nos

balneários, campanhas durante o ano todo, sendo principalmente

durante as altas temporadas turísticas, campanhas expressivas de

sensibilização dos turistas.

Para isso, é necessário que haja coletores seletivos distribuídos

abundantemente pelos balneários, sendo a responsabilidade de

manutenção dos próprios comunitários. Também serão colocadas placas

de orientação em locais estratégicos e confeccionadas cartilhas

divulgando a campanha aos turistas.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSO

01 Levantamento de dados de

campo nas 15 (quinze)

ATES e

FAMCEEF

INCRA

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309

comunidades.

02 Realizar 1 (um) Seminário em

cada comunidade para

elaboração dos planos de

ações e criação dos comitês

de resíduos sólidos.

ATES e

FAMCEEF

INCRA

03 Implantar 1 (uma) Unidade de

Compostagem e

Vermicompostagem em cada

escola do PAE Eixo Forte.

ATES e

FAMCEEF

INCRA

04 Realizar 15 (quinze) oficinas

sobre reutilização e

reciclagem de resíduos

sólidos.

ATES e

FAMCEEF

INCRA

05 Implantar 1 (uma) Unidade de

Reutilização e Reciclagem de

resíduos de resíduos sólidos

ATES e

FAMCEEF

INCRA

06 Construir pelo menos 15

(quinze) postos de coleta de

lixo seletivo, sendo 1 (um) em

cada comunidade.

ATES e

FAMCEEF

INCRA

07 Elaborar cartilha sobre o

projeto PAE Eixo Forte sem

lixo e colocar pelo menos 2

(dois) outdoor em cada

comunidade sobre a

campanha.

ATES e

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Mitigar o problema com resíduos sólidos nas comunidades.

Educar os comunitários sobre a importância desse tema, dando a

esses, expectativas de retorno econômico direto e indireto.

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310

Integrar os mais jovens a participarem mais ativamente das ações

comunitárias.

Desenvolver atividades que possam agregar renda aos

comunitários.

6.3.5. Programa de Desenvolvimento Organizacional e de Gestão do

Plano

6.3.5.1. Projeto Conselhos Gestores Comunitários

a) Apresentação:

A comunidade do Cucurunã, no Eixo Forte, experimenta, desde o

ano de 2002, um modelo de organização social, baseado nesse

cruzamento de percepções dos diversos componentes daquele grupo

social, representados por todas as entidades comunitárias, dos mais

diversos setores, reunidos para orientar os caminhos a serem seguidos

pela comunidade.

Entre bons e maus momentos, a comunidade experimentou um

dos períodos mais promissores para a comunidade, através de

conquistas de reivindicações junto ao poder público, melhoria do poder

de mobilização da comunidade para solução de problemas pela própria

comunidade e um significativo aumento da autoestima dos comunitários.

b) Justificativa:

O Plano Diretor Participativo do Município de Santarém, criou o

Sistema Integrado de Planejamento e Participação na Política de

Desenvolvimento - SIPPD, responsável pelo planejamento,

acompanhamento e controle da gestão municipal, com participação do

Poder Público e sociedade civil, aí representada pelos Conselhos

Gestores Comunitários - CGCom.

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311

Figura 114 - DESENHO ESQUEMÁTICO DO GRUPO GESTOR DA COMUNIDADE

DO CUCURUNÃ

Aos CGComs compete: deliberar nos processos de elaboração,

atualização, controle, acompanhamento e avaliação dos Planos Locais

de Desenvolvimento Comunitário.

Segundo o art 182 do Plano Diretor Participativo do Município de

Santarém, os CGComs “compõem-se de um representante de cada

organização social formal ou informal, atuante na área de abrangência

da comunidade ou bairro.”

c) Objetivo Geral:

Implantar Conselhos Gestores Comunitários em todas as

comunidades do PAE Eixo Forte.

Figura 115 - CONSELHOS GESTORES COMUNITÁRIOS

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312

d) Objetivos Específicos:

Valorizar as organizações comunitárias existentes;

Capacitar membros das organizações existentes para melhor

exercerem a função de conselheiros(as);

Incentivar e orientar a Implantação/Fortalecimento de

organizações de jovens, mulheres e produtores nas comunidades

do assentamento;

Incentivar a regularização das organizações comunitárias

informais existentes.

e) Estratégia:

A estratégia de implantação dos CGCom’s inicia com a

valorização das organizações existentes nas comunidades. É importante

para o bom funcionamento dos conselhos, que as organizações que os

compõem venham exercendo suas atividades dentro dos objetivos a que

se propõem.

Os conselhos comunitários tradicionalmente são compostos por

pessoas, na maioria das vezes desligadas das demais organizações

comunitárias existentes. Assim, o conselho passa a ser mais uma

entidade a “competir” pelos espaços decisórios dentro da comunidade.

Os CGCom’s, compostos por representantes das organizações

existentes, é uma somatória dos mais diversos interesses comunitários,

e tem como principal objetivo a definição de prioridades e estratégias

coletivas para a superação dos problemas. Para tanto é fundamental

que todos os segmentos organizados da comunidade estejam

representados.

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313

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Implantar Conselhos Gestores

Comunitários nas 15

comunidades do assentamento

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Capacitar 150 Conselheiros/as ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Incentivar e Orientar a

Implantação/Fortalecimento de

organizações de jovens nas 15

comunidades do assentamento

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Incentivar e Orientar a

Implantação/Fortalecimento de

organizações de mulheres

(clube de mães, associação de

mulheres, etc.) nas 15

comunidades do assentamento

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Incentivar e Orientar a

Implantação/Fortalecimento de

organizações de produtores

(mandioca, açaí, etc.) nas 15

comunidades do assentamento

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Incentivar e Orientar à

regularização das organizações

comunitárias existentes

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Com os segmentos sociais e profissionais da comunidade

devidamente organizados e representados nos Conselhos Gestores

Comunitários espera-se uma participação mais efetiva da comunidade

nas tomadas de decisão nos níveis da comunidade e do assentamento.

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314

Espera-se também, com as organizações devidamente associadas à

federação, o fortalecimento da mesma e a facilitação da mobilização da

população, da divulgação das informações e da condução dos destinos

do assentamento.

6.3.5.2. Projeto Fortalecimento da FAMCEEF

a) Apresentação:

A FAMCEEF - Federação das Associações de Moradores,

Comunidades e Entidades do Assentamento Agroextrativista do Eixo

Forte foi criada em 21 de maio de 2007, com o objetivo de representar

os interesses coletivos das Associações de Moradores e Comunidades

do Eixo Forte, além de: promover a qualidade de vida dos moradores;

fortalecer as comunidades tradicionais e suas organizações comunitárias

e intercomunitárias; buscar a captação de recursos financeiros com

entidades nacionais, internacionais e ONG’s; desenvolver programas de

capacitação dos moradores; conduzir o processo de regularização

fundiária das comunidades e representá-las em todas as questões a

esse respeito; estimular parceiras para o desenvolvimento das

comunidades; acompanhar todos os processos decorrentes das ações

voltadas para a área do assentamento; participar do processo de gestão

do assentamento; apoiar as ações de conservação do assentamento;

propor e defender políticas voltadas à melhoria das atividades

agroextrativistas das comunidades; realizar atividades sócio-culturais;

estimular e apoiar as iniciativas e projetos de uso sustentável dos

recursos naturais existentes no assentamento; desenvolver projetos de

fortalecimento organizacional de si próprio e das associações,

comunidades e entidades; desenvolver estratégias para viabilizar

mercados para os produtos das comunidades; lutar para melhorar as

condições de infra-estrutura nas comunidades; integrar no processo de

definição dos gestores do INCRA e poder público municipal relacionados

ao assentamento; e aturar na formulação de políticas públicas

relacionadas ao assentamento.

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315

Para atender a esses objetivos, numa área de abrangência de

mais de 12.000 ha, com 15 comunidades e mais de 1.000 famílias, a

FAMCEEF dispõe apenas do esforço e dedicação de seus dirigentes.

Normalmente utilizam-se recursos próprios para abastecer seus

veículos particulares para deslocamento no assentamento para

mobilizar, acompanhar e tomar outras providências junto às entidades

associadas. Outra dificuldade é a definição de locais para reuniões e

assembléias, uma vez que a federação não dispõe de sede própria.

Assim, propõem-se a construção de uma sede dotada dos

equipamentos necessários para que a FAMCEEF tenha uma estrutura

que lhe dê as condições necessárias para o desenvolvimento de ações

que possibilitem o alcance de seus objetivos.

b) Justificativa:

O sucesso na implementação do Plano de Desenvolvimento do

Assentamento e a eficácia na aplicação do Plano de Utilização depende

em seu maior grau da capacidade que terá a FAMCEEF de planejar

ações, acompanhar atividades, monitorar indicadores, fiscalizar

situações, avaliar resultados, mobilizar pessoas, encaminhar demandas,

reivindicar direitos, negociar soluções, entre outras atribuições, junto às

entidades e pessoas envolvidas com o desenvolvimento do PAE Eixo

Forte.

É praticamente impossível imaginarmos uma federação com esse

nível de atuação com a atual estrutura da FAMCEEF.

Investir na estruturação da federação é investir na possibilidade

de sucesso do próprio assentamento.

Além da estrutura física, a federação define em seu estatuto a

criação de Comissões de Trabalho, para auxiliar e agilizar os trabalhos

da Diretoria Executiva.

Essas Comissões de Trabalho, são: Comissão Fundiária;

Comissão de Formação e Capacitação; Comissão de Apoio à Produção

e Comercialização; Comissão de Comunicação; Comissão de

Infraestrutura; Comissão de Meio Ambiente; Comissão de Segurança;

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316

Comissão de Saúde; Comissão de Educação, Cultura e Lazer; e

Comissão de Transporte.

c) Objetivo Geral:

Dotar a FAMCEEF da estrutura física e equipamentos

necessários ao desempenho de suas atribuições e acessorar a

implantação e funcionamento das Comissões de Trabalho.

d) Objetivos Específicos:

Construir prédio onde funcionará a sede da FAMCEEF;

Dotar a sede com móveis, materiais e equipamentos necessários

ao seu bom funcionamento;

Fortalecer a FAMCEEF através da implantação das CT’s;

Favorecer a autogestão do PDA e PU;

Favorecer uma ampla participação da população na gestão do

PDA e execução do PU.

e) Estratégias:

A construção da estrutura física, dotada dos bens materias que

lhe permitirão atender às necessidades daqueles que a ocuparão, será

apenas um primeiro passo na verdadeira proposta de fortalecimento da

FAMCEEF. Esse fortalecimento se dará no momento em que

representantes das endidades que a compõem estejam capacitados e

conscientes de suas reponsabilidades na implementação do Plano.

Isso se concretizará com a criação das Comissões de Trabalho, a

saber: Fundiária; de Formação e Capacitação; de Apoio à Produção e

Comercialização; de Comunicação; de Infraestrutura; de Meio Ambiente;

de Segurança; de Saúde; de Educação, Cultura e Lazer; e de

Transporte.

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317

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Construir sede da FAMCEEF,

dotada de recepção, salas de

diretoria, reuniões, ATES,

administração, auditório c/ 500

lugares, copa/cozinha,

banheiros, sanitários, depósito,

garagem, móveis, equipamentos,

veículos e material de expediente

FAMCEEF INCRA

02 Assessorar a criação das

Comissões de Trabalho

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Montar e implementar plano de

capacitação para membros das

CT’s

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Assessorar planejamento das

atividades das CT’s

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Com a implementação do projeto de fortalecimento da FAMCEEF

espera-se alcançar a excelência na gestão do Plano de

Desenvolvimento do Assentamento, além da eficácia e eficiência na

aplicação do Plano de Utilização do PAE Eixo Forte.

6.3.6. Assessoria Técnica, Social e Ambiental – ATES:

De acordo com o manual operacional de ATES, compreende-se

como atividades de ATES o conjunto de técnicas e métodos,

constitutivos de um processo educativo, de natureza solidária,

continuada, pública e gratuita, voltada a promoção da igualdade entre

homens e mulheres, construção do conhecimento e das ações

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318

direcionadas a qualidade de vida das famílias assentadas de reforma

agrária tomando por base a qualificação das pessoas, das comunidades

e de suas organizações, e visando a sua promoção em termos

ambientais, econômicos, sociais e culturais, no âmbito local, territorial e

regional, dentro do que enseja o desenvolvimento rural sustentável

(Manual Operacional de ATES, 2008). Ou seja, a ATES é um

mecanismo do Governo Federal criado para dar suporte aos assentados,

no sentido de favorecer conhecimentos que os levem a aproveitar

melhor sua unidade produtiva, bem como buscar ferramentas que os

ajudem a contribuir com a melhoria da qualidade de vida das famílias

assentadas. Partindo desse pressuposto este programa será norteado

pelas seguintes premissas:

1. Atuar com equipes multidisciplinares adotando metodologias

educativas e participativas respeitando tradições, costumes e

conhecimentos das famílias assentadas valendo-se de princípios

agroecológicos.

2. Atender aos interesses e necessidades dos assentados, tendo

por base de ação os programas descritos neste plano;

3. Identificar e promover a articulação com os diferentes organismos

públicos e privados que estejam desenvolvendo investimentos de

interesse para o PAE;

4. Garantir a disponibilidade permanente e contínua de serviços de

ATES para todas as fases das atividades econômicas realizadas

no assentamento, desde a produção até a comercialização a fim

de promover a segurança alimentar e a viabilidade econômica.

Diante destas premissas o programa possui os seguintes

objetivos:

1. Descrever as ações de ATES e cronograma de atividades a

serem desenvolvidas durante a execução e acompanhamento da

implantação deste Plano de Ação;

2. Identificar os principais atores responsáveis pela formulação e

implementação do plano;

3. Apresentar a metodologia a ser desenvolvida pelo núcleo de

ATES para sistematizar informações, avaliar e replanejar ações;

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319

Para que a Assessoria Técnica, Social e Ambiental, atenda as

peculiaridades do PAE Eixo Forte e seja implementada com sucesso

faz-se necessário a existência de uma equipe multidisciplinar que seja

capaz de atender as demandas Sociais (organizações sociais,

educação, saúde, cultura, lazer), Ambientais (lixo, passivo ambiental,

projetos de manejo etc.) e Econômicas (produção, comercialização,

segurança alimentar etc) do PAE Eixo Forte. A composição desta equipe

deve estar de acordo com o limite estabelecido na Norma de

Execução/INCRA/DD/Nº 71 de 2008 que determina o número mínimo de

técnicos de ATES para atender o número de famílias existentes no PA.

Além da composição desta equipe multidisciplinar o serviço de

ATES estabelecerá parcerias com entidades governamentais e não

governamentais a fim de melhor assessorar a implementação de cada

um dos programas descritos neste plano e consequentemente melhorar

a qualidade de vida das pessoas que residem neste PAE.

As tabelas abaixo farão por áreas de desenvolvimento, um

esboço das principais ações de ATES, bem como seus respectivos

realizadores e fontes financiadoras:

Desenvolvimento dos Sistemas Produtivos:

Tabela 35: AÇÕES PROPOSTAS NO PROGRAMA DE ATES SISTEMAS

PRODUTIVOS.

Nº AÇÃO RESPONSÁVEL RECURSO

01 Acompanhamento das atividades

produtivas em campo e

capacitação dos assentados,

através da utilização de técnicas

mais eficientes e que não

apresentem risco ao meio

ambiente ou à população.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Assistência na elaboração e

acompanhamento de projetos nas

diversas áreas de produção para

que os assentados tenham

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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320

acesso a financiamentos e

também sejam orientandos para

o uso responsável dos mesmos.

03 Promover ações que gerem

renda e agregação de valores

aos produtos comercializados

pelo PAE. Por exemplo:

qualificação dos produtores

quanto a questões sanitárias,

organização de feiras e

associações para venda direta

aos consumidores.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Orientações no sentido de

proporcionar aumento da

produtividade. Por exemplo:

utilização de variedades de maior

qualidade e produtividade, uso

adequado de defensivos

orgânicos, uso de solos com

maior potencial produtivo.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

05 Elaborar projetos específicos e

oferecer cursos de capacitação

na área agrícola enfocando as

culturas (anuais e perenes) de

maior potencial para região.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Promover cursos de

aproveitamento de espécies

nativas para que haja aumento da

renda familiar e melhoria da

qualidade de vida da população.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

07 Assessoria para identificação de

mercados e formas de

comercialização mais rentáveis

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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321

aos produtores através da

elaboração de projetos, e busca

por financiamento, para a

construção de instalações

coletivas nas comunidades para o

processamento e

armazenamento da produção

agropecuária.

08 Orientar, acompanhar e capacitar

os pecuaristas sobre melhoria da

qualidade genética e nutricional

dos animais, manejo de

pastagens, atender exigências do

PU para diminuição de conflitos e

prejuízos na agricultura e na

pecuária.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

09 Orientação técnica para

aproveitamento de produtos e

subprodutos da pecuária de

pequenos animais, tais como o

leite e seus derivados, a carne e

seus processados.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

10 Orientações através de oficinas

para construção de currais e

galpões para facilitar a coleta de

esterco a serem utilizados como

fertilizantes no próprio

assentamento, a fim de que gere

uma fonte de renda extra aos

assentados.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

11 Orientações sobre avicultura,

construção de galpões, manejo

nutricional e sanitário de aves de

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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322

corte e postura, através de cursos

e oficinas.

Desenvolvimento Social:

Tabela 36: AÇÕES PROPOSTAS PROGRAMA ATES DESENVOLVIMENTO

SOCIAL.

Nº AÇÃO RESPONSÁVEL RECURSO

01 Articulação com diversos órgãos

governamentais e não

governamentais a fim de ampliar

e aumentar a qualidade de

serviços nas áreas de educação,

saúde, moradia, energia elétrica,

sistemas de esgoto, água

encanada, entre outros.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Elaborar programas em parceria

com a prefeitura (através da

Secretaria Municipal de Saúde)

voltados para saúde da mulher a

fim de oferecer, atenção especial

as gestantes, palestras de

autoestima, DST, métodos

contraceptivos, planejamento

familiar e outros que garantam

atendimento de qualidade às

mulheres assentadas, a partir

das demandas das CT’s.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Implantação de um programa de

educação sexual nas escolas do

assentamento voltado para o

público jovem, a partir das

demandas das CT’s..

ATES,

FAMCEEF

INCRA

04 Intermediar articulação junto à ATES, INCRA

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Secretaria Municipal de Saúde e

a Secretaria Estadual de Saúde

para que os principais problemas

relacionados à saúde no

assentamento sejam sanados,

tais como a necessidade de

atuação de agentes de saúde

comunitários (ACS), a

disponibilização de transporte de

emergência e a construção de

novos postos de saúde na área

do assentamento com estrutura

para atender as comunidades, a

partir das demandas das CT’s..

FAMCEEF

05 Promover campanhas

educativas, palestras e oficinas

sobre destino adequado do lixo,

higiene pessoal e segurança

alimentar com presença de

profissionais das áreas a fins

com objetivo de garantir uma vida

saudável às famílias assentadas.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

06 Intermediar a articulação entre as

secretarias municipal e estadual

de educação (SEMED e SEDUC)

com as lideranças do

assentamento para que os

principais problemas

relacionados à educação no

assentamento sejam sanados,

tais como a construção de

escolas com salas e carteiras em

quantidade suficiente para os

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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324

alunos, caixas d'água, transporte

escolar, oportunidade de

educação para jovens e adultos,

ampliação dos níveis de ensino e

outros.

07 Elaborar e desenvolver projetos

de incentivo a cultura e ao lazer

nas comunidades através de

parcerias com a prefeitura e

outros órgãos governamentais e

não governamentais.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

08 Assessorar e acompanhar as

organizações sociais

comunitárias visando o

fortalecimento das mesmas de

maneira que sejam capazes de

gerir este plano. Buscar parcerias

a fim de oferecer assistência

jurídica e contábil. Apoiar a

criação de grupos de jovens,

mulheres e idosos nas

comunidades onde ainda não

existem estes grupos.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

09 Promover iniciativas voltadas à

capacitação e bem estar dos

jovens, como por exemplo,

práticas esportivas, cursos

técnicos profissionalizantes,

cursos de artes (música, teatro,

desenho entre outras), apoio e

recuperação de jovens com

envolvimento em atividades

ilícitas.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

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325

Desenvolvimento Ambiental:

Tabela 37: AÇÕES PROPOSTAS PROGRAMA DE ATES GESTÃO AMBIENTAL

Nº AÇÃO RESPONSÁVEL RECURSO

01 Intermediar articulação entre

SEMED, SEDUC, assentados e

outras entidades para

desenvolvimento de um programa

de educação ambiental a ser

realizado através das escolas do

PAE a fim de auxiliar na

sensibilização de crianças e

comunitários em geral sobre as

questões ambientais.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Promover ações visando a

proteção da biodiversidade e a

manutenção das fontes de renda e

subsistência da população do

assentamento através das

seguintes ações: recuperação de

áreas degradadas, reflorestamento

de margens de lagos e igarapés,

plantio de palmeiras e árvores

frutíferas nativas.

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Acompanhar e assessorar a

perfeita aplicação das normas

emanadas no Plano de Utilização

do Assentamento

ATES,

FAMCEEF

INCRA

Metodologia para Sistematizar Informações (Avaliação)

A equipe de ATES, juntamente com as famílias assentadas

estarão em constante avaliação e monitoramento das ações

implementadas, realimentando o plano e restabelecendo os objetivos e

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326

as respectivas estratégias para alcançá-los. A sistematização das

informações adquiridas durante a execução do plano será feita pela

equipe de ATES através de metodologias educativas e participativas

para que haja compartilhamento de responsabilidades na tomada de

decisões. Sugere-se como uma das metodologias a serem adotadas

para esta avaliação a realização de assembléias anuais com a

participação das famílias assentadas e da equipe multidisciplinar de

ATES para que juntas possam fazer o redirecionamento dos objetivos,

metas e atividades para o próximo período. Deve-se fazer mobilização

com antecedência, principalmente com as lideranças de todos os

segmentos das comunidades (não esquecer mulheres jovens, crianças e

idosos) para que estas possam ter condições de estender o convite ao

maior numero de famílias possíveis a fim de garantir a legitimação do

processo.

6.4. Indicativos de Sustentabilidade – Sobre o Projeto,

Subprograma e/ou Programa:

O Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável do PAE

Eixo Forte é o resultado da reflexão conjunta entre a equipe técnica e os

beneficiários, que buscam orientar a trajetória de desenvolvimento

socioeconômico e ambiental desses produtores rurais familiares.

O caráter participativo da elaboração do plano e o tempo de

acompanhamento da equipe técnica já conferem um grau de

sustentabilidade às propostas apresentadas.

A organização espacial definida pelas oficinas de planejamento

permite e garante a preservação das características históricas e culturais

de cada comunidade do Eixo Forte, entendendo que o PDA não é uma

nova história, mas a continuação de uma história que já vem sendo

escrita por várias gerações que, entre erros e acertos, definiu as bases

para o modelo de desenvolvimento que hoje se desenha.

A ocupação da região, os problemas ambientais, são heranças

que nortearam a necessidade de resgatar aspectos ambientais

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327

desconsiderados pelos pioneiros da região, sem causar novos impactos,

de natureza social.

A sustentabilidade do Programa de Garantira dos Serviços e

Direitos Sociais Básicos foi pensada tendo como eixo principal a

organização da população para uma ação reivindicativa, passando pela

implantação de um modelo de organização das comunidades, mais

representativo, possibilitando se ouvir todos os segmentos organizados

das comunidades, seguindo pelo fortalecimento das comissões

específicas (saúde, educação, cultura, esporte e lazer, etc.) da

FAMCEEF. Tudo isso, apoiado por um programa de capacitação e

consultoria executado pela equipe de ATES.

O Sistema Produtivo proposto parte do princípio que o rumo do

desenvolvimento do Eixo Forte passa pelo Turismo de Base Familiar e

pela produção de base Agroecológica. Dessa forma, não será

estimulada a expansão da monocultura.

O modelo foi desenhado se pensando sempre no aproveitamento

total dos recursos. Assim, os resíduos de uma cadeia produtiva serão

matéria prima para outra cadeia, reforçando a idéia da sustentabilidade

no Sistema Produtivo do PAE Eixo Forte.

As propostas de geração de emprego e renda, pautados no

turismo e na produção agropecuária de base agroecológica buscam a

sustentabilidade econômica da população sem esquecer um passado de

utilização indiscriminada dos recursos naturais que marcaram a memória

dos moradores mais antigos e a paisagem atual da área do

assentamento.

A sustentabilidade ambiental está amparada num vasto programa

de reflorestamento e educação ambiental que têm por objetivo regatar

aspectos históricos da região que já teve no extrativismo a principal base

de sua economia.

A sustentabilidade gerencial do projeto está explícita no modelo

organizacional proposto no plano, resultado da combinação entre a

proposta de organização constante no Plano Diretor Participativo do

Município de Santarém e o modelo proposto pelo Estatuto Social da

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328

Federação das Associações de Moradores, Comunidades e Entidades

do Assentamento Agroextrativista do Eixo Forte.

Assim, os Conselhos Gestores Comunitários e as Comissões de

Trabalho, definidas pelo estatuto da FAMCEEF, conferem autonomia às

comunidades e responsabilidade no rumo do planejamento das ações a

serem desenvolvidas naquela comunidade, estabelecendo de forma

participativa prioridades e estratégias de encaminhamentos às questões

dos diversos setores do PAE Eixo Forte.

Para atender esses desafios, os serviços de ATES devem ser

executados mediante o uso de metodologias participativas, devendo

seus agentes desempenhar um papel educativo, atuando como

animadores e facilitadores de processos de desenvolvimento rural

sustentável.

6.5. Disposições Gerais

Levando-se em consideração algumas peculiaridades do PAE

Eixo Forte, que o fazem diferentes dos demais assentamentos dessa

natureza, principalmente quando observamos que: a população

tradicional foi, progressivamente abandonando as atividades

agropecuárias e extrativistas e hoje, metade da população do

assentamento busca sua manutenção e de sua família com a prática de

serviços; que se pretendêssemos trazer de volta essas famílias para as

essas práticas, estaríamos estimulando uma forte pressão sobre os já

escassos recursos naturais da região; que a vocação ao turismo e a

proximidade com a zona urbana do município permitem o

desenvolvimento de serviços não diretamente ligados á agropecuária e

extrativismo, resolveu-se incluir no PDA um programa que incentivasse

essa parcela de assentados, considerando-se que essas atividades são

importantes e fundamentais para a manutenção da sustentabilidade do

assentamento.

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329

6.5.1. Projeto Eixo Forte Empreendedor

a) Apresentação:

O Empreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta

própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um

empreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$

36.000,00 por ano, não ter participação em outra empresa como sócio

ou titular e ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou

o piso da categoria.

Entre as atividades que podem ser desenvolvidas, destacamos

aquelas que mais se adéquam às condições do PAE Eixo Forte:

1. Açougueiro

2. Alfaiate

3. Artesão

4. Barbeiro

5. Bordadeira

6. Borracheiro

7. Cabeleireiro

8. Carpinteiro

9. Chocolateiro

10. Churrasqueiro

11. Comerciante

12. Costureira

13. Crocheteira

14. Doceira

15. Encanador

16. Fotógrafo

17. Jardineiro

18. Lavadeira de roupas

19. Locador de DVDs e similares

20. Manicure/pedicure

21. Mecânico de motocicletas

22. Mecânico de veículos

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330

23. Merceeiro/vendeiro

24. Mototaxista

25. Moveleiro

26. Oleiro

27. Padeiro

28. Pedreiro

29. Pintor de paredes

30. Professor particular

31. Promotor de eventos

32. Promotor de turismo local

33. Proprietário de bar e congêneres

34. Proprietário de camping

35. Proprietário de carro de som para fins publicitários

36. Proprietário de casa de sucos

37. Proprietário de lanchonete

38. Proprietário de Restaurante

39. Proprietário de sala de acesso à Internet

40. Proprietário de salão de jogos de sinuca e bilhar

41. Quitandeiro

42. Reciclador de borracha, madeira, papel e vidro

43. Redeiro

44. Reparador de bicicleta

45. Salgadeira

46. Serigrafista

47. Tricoteira

48. Verdureiro

Toda atividade a ser exercida, mesmo na residência, necessita de

autorização prévia da Prefeitura, que nesse caso será gratuita.

b) Justificativa:

Segundo a figura 28, que mostra a distribuição do tamanho dos

lotes no PAE Eixo Forte, 43% dos assentados possuem menos de um

hectare para morar e trabalhar.

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331

Com o advento da pavimentação da rodovia PA 457, que liga

Santarém a Alter-do-Chão, aumentou o interesse da população do

município pelas propriedades localizadas no Eixo Forte. Assim, os

moradores tradicionais se desfizeram de suas propriedades e

concentraram-se em pequenos lotes urbanos, localizados nas

comunidades.

Esses produtores e seus familiares abandonaram as atividades

agrícolas e passaram a prestar serviços e/ou fabricar produtos de

maneira informal, entendida por eles mesmos como “bico”, tanto que

73% dos entrevistados responderam não possuir atividade remunerada.

O Projeto Eixo Forte Empreendedor pretende localizar e estimular

esses pequenos empreendedores a qualificar seus empreendimentos e

buscar a legalização de suas atividades.

Com a regularização de suas atividades o Empreendedor

Individual protege-se contra reclamações trabalhistas e o seu

empregado terá direito a todos os benefícios previdenciários como, por

exemplo, aposentadoria, seguro-desemprego, auxílio por acidente de

trabalho ou doença e licença maternidade.

c) Objetivo Geral:

Qualificar assentados que se dedicam às atividades de

organização, administração e execução, principalmente na geração de

renda, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos,

mercadorias ou serviços, gerando um novo método com o seu próprio

conhecimento, com fins de melhorar a qualidade de vida de sua família.

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332

Figura 116 - EIXO FORTE EMPREENDEDOR

d) Objetivos Específicos:

Qualificar assentados e seus familiares em atividades geradoras

de renda, tidas como não agrícolas;

Tirar da informalidades assentados e seus familiares que já

exerçam atividades não agrícolas nas comunidades;

Inserir, com qualidade, produtos e serviços prestados por

assentados, no mercado do município;

Habilitar assentados e seus familiares para o desenvolvimento de

produtos e serviços não agrícolas para os quais tenham aptidão;

e) Estratégia:

A execução do Projeto Eixo Forte Empreendedor atenderá a

seguinte estratégia:

Identificação do potencial empreendedor, que já desenvolve

alguma atividade (serviço e/ou produto) e os que desejam

desenvolver essas atividades;

Execução de Plano de Qualificação que prevê o desenvolvimento

das habilidades básicas (contextualização do empreendimento na

sociedade), gerenciais (organização familiar, gestão e marketing

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333

do projeto) e específicas (tecnologia e métodos apropriados à

situação do empreendedor);

Elaboração de Plano de Negócios detalhando os passos para a

implantação do projeto;

A estratégia prevê a identificação, qualificação e planejamento

das ações para 20 empreendedores a cada 2 anos.

f) Metas:

Nº META RESPONSÁVEL RECURSOS

01 Realizar pesquisa para

identificar empreendedores em

potencial no PAE Eixo Forte

ATES,

FAMCEEF

INCRA

02 Executar processo de

qualificação incluindo

desenvolvimento de habilidades

básicas, de gestão e

específicas para 20 assentados

a cada 2 anos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

03 Elaborar 20 Planos de Negócio,

a cada 2 anos

ATES,

FAMCEEF

INCRA

g) Resultados Esperados:

Com a execução do Projeto Eixo Forte Empreendedor espera-se:

Aumentar a oferta de trabalho e renda no PAE Eixo Forte sem

exercer pressão sobre os recursos naturais do assentamento;

Aumentar a oferta de produtos e serviços para a população de

Santarém que frequenta a região;

Garantir direitos trabalhistas e previdenciários aos trabalhadores

que hoje estão na informalidade;

Qualificar a mão-de-obra da região.

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