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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIADE ESTADO DE EDUCAÇAO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
MARLENE MARQUES SOBREIRA
ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DA CÉLULA
LIDIANÓPOLIS 2009
2
MARLENE MARQUES SOBREIRA
ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DA CÉLULA
Projeto de trabalho apresentado à Universidade Estadual de Londrina, NRE-Ivaiporã e SEED, como requisito parcial para aprovação no Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação Paraná, sob a orientação da professora Drª. Lúcia Giuliano Caetano.
LIDIANÓPOLIS 2009
3
ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DA CÉLULA
MARLENE MARQUES SOBREIRA 1
RESUMO
O material foi elaborado dentro dos conteúdos estruturantes das Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná, contemplando conteúdo Biologia Celular. Buscou-se mediante o uso de uma pedagogia Histórico-Crítica, partindo de um método dialético de construção o conhecimento escolar de Saviani (1997) e Gasparin (2002), que parte da realidade social em que nosso aluno está inserido para o concreto elaborado cientificamente passando pelas seguintes etapas: “prática social inicial do conteúdo”, “Problematização”, “Instrumentalização”, “Catartase”, “Retorno a prática social final dos conteúdos”. Além da utilização do caderno pedagógico, contendo aulas práticas que possibilitarão o processo ensino-aprendizagem.
Palavras Chave: Metodologia Diferenciada. Aulas Práticas. Célula.
ABSTRACT
The material was created on structural contents of the Curricular Directory of the State of Parana, Brazil, contemplating Cellular Biology content. By the use of a Historical and Critical Pedagogy, getting started from a dialectical method of construction of Saviani (1997) and Gasparini (2002) school knowledge that part of the social reality in which our students are inserted, the following stages were used to get in to the scientific concrete pattern: "initial social practice of the content", "Problematization", "Instrumentalization", "Catartase", "Return to a final social practice of the content". Besides, a pedagogical book was used, containing practical lessons that will enable the teaching-learning process. Keywords: Different Methodology, Practical classes, Cell ___________________________ 1Professora de Biologia do Colégio Estadual D.Pedro I— E.F. e M. de Lidianópolis, Professora PDE — 2008, Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina Pós-Graduada em Qualidade na Educação e Arte - Educação pela Faculdade de Artes do Paraná.
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SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------.5
2.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO-------------------------------------------------------- 8
3.DESENVOLVIMENTO DO MATERIAL PEDAGÓGICO PRODUZIDO ------------- 10
3.1 PREPARO DE LÂMINAS PERMANENTES---------------------------------------------- 10
3.1.2 Resultado --------------------------------------------------------------------------------------- 12
3.2 CARACTERIZAÇÃO DE CÉLULA VEGETAL-------------------------------------------- 12
3.2.1 Resultado --------------------------------------------------------------------------------------- 14
3.3. OSMOSE EM CÉLULAS VEGETAIS DE Tradescantia sp--------------------------- 15
3.3.1 Resultado---------------------------------------------------------------------------------------- 17
3.4 MOVIMENTO CELULAR----------------------------------------------------------------------- 17
3.4.1 Movimento em células de elodea sp----------------------------------------------------- 18
3.4.2 Movimento nos melanóforos --------------------------------------------------------------- 19
3.4.3 Resultado---------------------------------------------------------------------------------------- 20
3.5 DIVISÃO CELULAR EM RAÍZ DE CEBOLA (Allium cepa)---------------------------- 20
3.5.2 Resultado---------------------------------------------------------------------------------------- 21
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------- 22
REFERÊNCIAS--------------------------------------------------------------------------------------- 23
5
1.INTRODUÇÃO
Os conhecimentos produzidos em Biologia crescem em ritmo acelerado.
Desta forma, devemos conscientizar nosso aluno de que estamos vivendo um
período de grande avanço do saber, e precisamos prepará-los para compreender os
avanços que virão, e para que estes acompanhem esse desenvolvimento é
necessário desenvolver; a capacidade de pensar, planejar, avaliar, inovar, e não
apenas tomar decisões ou reagir. A escola deve se preocupar em desenvolver
cidadãos com consciência crítica incorporada à formação científica.
Para que a aprendizagem seja significativa requer um resgate dos
conhecimentos prévios dos alunos.
Neste sentido, cabe a nós professor a função de mediadores da
aprendizagem, e este deve inserir estratégias didático-pedagógicas que promovam
discussões nas quais os alunos expressem suas idéias, e estabeleçam relação entre
o que já sabem e o conhecimento científico, construindo efetivamente o
conhecimento.
Para Ausubel:
Se tivesse que reduzir toda psicologia educacional em um só princípio,
diria o seguinte: o fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é
aquilo que o aprendiz já sabe. Averigúe isso e ensine-o de acordo. [Ausubel,
1978, p.iv].
Para Gasparin (2007) toda aprendizagem parte da prática social onde o
aluno está inserido, a partir desta prática social, o professor deve buscar a
teorização através de estratégias didático-pedagógicas que possibilite, então,
passar do senso comum, para os conceitos científicos e juízos universais
possibilitando refletir sobre o conhecimento aprendido, para que de volta a prática
social ocorra à compreensão de sua realidade em todas as dimensões.
Partindo desse principio buscou-se trabalhar dentro das Diretrizes curriculares
Estaduais com a proposta do professor Gasparin, utilizando a metodologia
trabalhada por ele. Nesta Teoria a Prática Social é o ponto de partida para
aprendizagem, é o momento em que o professor através de perguntas, debates,
tempestade de idéias e outros, desvendam o conhecimento que o aluno traz sobre o
assunto a ser trabalhado.
Sabemos que o estudante quando chega à escola, traz consigo
conhecimentos empíricos históricos e sociais relacionados à realidade onde está
6
inserido, e no seu trajeto escolar, devemos contextualizar, dentro do conteúdo de
Biologia, o conhecimento empírico em conhecimentos teórico-científicos.
Como diz Gasparin:
O professor e o aluno efetivam, aos poucos, o processo dialético de construção do conhecimento escolar que vai do empírico ao concreto pela mediação do abstrato, realizando as operações mentais de analisar, comparar, criticar, levantar hipóteses, julgar, deduzir, explicar, generalizar, conceituar etc. [Gasparin, 2007, p. 54].
O segundo passo após o levantamento da Pratica Social é a teorização nesta
etapa o professor trabalhará o conteúdo escolhido seguindo as três etapas da
teorização: problematização, instrumentalização e síntese. Na Problematização o
professor confecciona um questionário levantando situações problemas onde o
aluno é desafiado a buscar o conhecimento.
Para Gasparin (2007) a problematização é:
O processo de busca, de investigação para solucionar as questões de estudo, é o caminho que predispõe o espírito do educando para a aprendizagem significativa, uma vez que são levantadas situações-problema que estimulam o raciocínio. [Gasparin, 2007, p.35].
A problematização é o momento em que a prática social é posta em questão
pelo professor, para que este descubra o que seu aluno já sabe (senso comum) do
conteúdo a ser trabalhado, e a partir daí analisa, interroga e estabelece a
metodologia a ser desenvolvida, e as exigências sociais de aplicação desse
conhecimento. É na problematização que o conteúdo e a prática social tomam novas
feições e ambos começam a alterar-se; é o momento que começa a análise da
prática e da teoria, que irá sustentar a aprendizagem(Gasparin, 2007).
Instrumentalização são as estratégias didático-pedagógicas necessárias para
dinamizar as aulas, motivar, e facilitar a aprendizagem de forma agradável, para que
aconteça a construção do conhecimento científico.
Para Gasparin a instrumentalização é necessária:
A instrumentalização é o caminho pelo qual o conteúdo sistematizado é posto a disposição dos alunos para que assimilem e o recriem e, ao incorporá-lo, transformem-no em instrumento de construção pessoal e profissional.
Nessa atividade, os alunos estabelecem uma comparação intelectual entre seus conhecimentos cotidianos e os conhecimentos
7
científicos, apresentados pelo professor, possibilitando que eles incorporem esses conhecimentos. Nesse processo o professor auxilia os alunos a elaborarem sua representação mental do objeto do conhecimento. [Gasparin, 2007, p.53].
Neste trabalho foi dentro da instrumentalização desenvolvido um caderno
pedagógico contendo aulas práticas do conteúdo Biologia Celular, que irá facilitar o
processo ensino aprendizagem . Também foram trabalhados vídeos, leitura de
textos, maquetes e esquemas em power point sobre a célula. A partir destas
estratégias proporcionadas e vivenciadas pelos alunos, estes podem realizar os
processos mentais capazes de comparar seus conceitos cotidianos aos conceitos
científicos apresentados, e a partir daí construir seus próprios conceitos.
Para Krasilchik:
As aulas de laboratório têm um lugar insubstituível nos cursos de Biologia, pois desempenham funções únicas: permitem que os alunos tenham contato direto com os fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando os organismos. Na analise do processo biológico, verificam corretamente o significado da variabilidade individual e a conseqüente necessidade de se trabalhar sempre em grupos de indivíduos para obter resultados validos. Além disso somente nas aulas práticas os alunos enfrentam os resultados não previstos, cuja interpretação desafia sua imaginação e raciocínio.[Krasilchik, 2004, p.86]
Qualquer que seja a modalidade didática que o professor escolha e use, ela pode ser complementada, com vantagem, por recursos tecnológicos como vídeo, retroprojetor, filmes, programas e ferramentas tecnológicas, entre muitos outros. .[Krasilchik, 2004, p.111]
Após a instrumentalização temos a catarse é a síntese de todo conhecimento
apropriado pelo aluno, os conteúdos agora são verdadeiramente significativos e
passam a ser partes integrantes e conscientes do sistema científico, cultural e social
de nosso aluno é a expressão elaborada da nova forma de entender a prática social
e a operação fundamental é a síntese. Para Gasparin (2007) a catarse é a síntese
do cotidiano e do científico, do teórico e do prático que o educando
chegou,marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua
construção social e sua reconstrução na escola. (Gasparin, 2007).
O ultimo passo do processo ensino-aprendizagem da pedagogia historio-
critíca de Gasparin, consiste na volta a prática social, ou seja, após todo o processo
de aprendizagem não basta apenas o aluno ter a compreensão teórica e concreta do
que aprendeu, ele precisa agora por em prática, ou seja, traduzir em atos, uma vez
que a prática transformadora é a melhor evidência da compreensão da teoria.
Para Gasparin o professor deve ao final de seu trabalho fazer com que:
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O aluno assuma, com os colegas e professores, em grupo, as ações que desempenhará. Só desta maneira o compromisso com a transformação da prática social começa a ser efetivamente exercido. Devem ser planejadas ações de curto e médio prazo. Ações cabíveis, exeqüíveis, pertinentes, não necessariamente grandes. [Gasparin, 2007, p. 151].
Neste contexto para que o processo ensino-aprendizagem ocorra é
necessário que nós professores enquanto educadores, ofereçamos aos nossos
alunos diferentes instrumentos de aprendizagem, que sejam capazes de auxilia-los
na construção do conhecimento a partir da realidade social onde está inserido, para
que este possa fazer as mudanças necessárias para que transformem o
conhecimento empírico,que já possui, e o transforme em conhecimento científico,
que possa transforma-los em verdadeiros cidadãos críticos e conscientes capazes
transformar sua prática social.
2-PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O projeto de pesquisa foi desenvolvido com o 1°ano A e B do Ensino Médio
no Colégio Estadual D. Pedro I – Ensino Fundamental e Médio, pertencente ao
município de Lidianópolis, Estado do Paraná. O seguinte trabalho teve a Teoria
Histórico-Cultural como suporte epistemológico dentro de uma proposta dialética
seguindo os cinco passos da Pedagogia Histórico-Crítica (SAVIANI, 1997;
GASPARIN, 2007). No seguinte trabalho foi utilizado um caderno pedagógico com
aulas práticas de Biologia Celular, a utilização de vídeos, maquetes, data show, e TV
pendrive.
1°Passo Prática Social: Inicialmente para que o aluno se sentisse desafiado,
mobilizado e sensibilizado em relação à aprendizagem, realizou-se uma tempestade
de idéias, com os alunos de cada turma, para descobrir os conhecimentos prévios
existentes sobre Biologia Celular relacionados à sua prática social, pois, estes
conhecimentos anteriores será o ponto de partida e servirá de suporte para uma
aprendizagem significativa.
2°Passo Problematização: Neste momento, foi apresentado ao aluno um
questionário que levou em consideração o conteúdo Biologia Celular a ser
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trabalhado e as exigências sociais de aplicação deste conteúdo.
Dimensões do conteúdo trabalhado
• Conceitual:
-O que é célula? O que você sabe sobre ela?
-Quais são as partes que compõe uma célula?
-Quais são as organelas que compõem a célula? E quais suas funções?
-Dê onde as células animais e vegetais retiram energia para sobreviver?
-Todos os seres vivos são formados por célula?
-Quais as Teorias de origem da vida no planeta?
- Como as células se reproduzem?
• Histórias:
-Quem descobriu a célula? E qual a importância histórica desse
acontecimento?
• Científica:
-Após o descobrimento da célula até hoje aconteceu grandes descobertas no
meio científico. Você pode falar algumas delas?
-O que são células tronco? E qual a importância delas na medicina?
-O que são transgênicos? E qual a sua importância para produção de
alimentos?
-O que é clonagem? E qual a sua importância econômica e social na
reprodução?
• Religiosa:
- Como a religião vê a origem dos seres vivos?
-Como a igreja vê a produção de transgênicos, a clonagem e a utilização de
células tronco?
- Como você vê os princípios éticos relacionados às células tronco, clonagem
e transgênicos?
• Econômica:
-Qual a importância econômica dos transgênicos para a produção de
alimentos na agricultura?
- Qual a importância econômica da clonagem?
• Política:
-Quais as Leis que amparam a utilização de células tronco e seu uso na
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medicina?
-Quais as leis que amparam a criação e produção de produtos transgênicos
no Brasil?
3°Passo Instrumentalização: Na instrumentalização foram utilizadas estratégias
didático-pedagógicas para o ensino de Biologia Celular como:
• A utilização de um caderno pedagógico contendo aulas práticas, que facilitou
a aprendizagem, pois, observou-se que o interesse dos alunos aumenta
quando levados ao laboratório;
• Exposição oral;
• Pesquisa na internet;
• Utilizaram-se vídeos;
• Produção de maquetes;
• Leitura de textos;
• Data show;
• Debates sobre células tronco, transgênicos e clonagem.
4°Passo Catarse: Na catarse foi solicitado aos alunos que em dupla produzissem
textos onde o conteúdo trabalhado foi contextualizando. Também foram produzidos
relatórios das aulas práticas do caderno pedagógico. Após comparar a prática social
inicial (conhecimento do senso comum) dos alunos com a catarse observou-se um
grande avanço nos conhecimentos científicos por parte destes. Avanço estes que se
deve a uma pratica pedagógica diferenciada.
5°Passo Prática Social Final: Ao termino da prática social final espera-se que o
aluno analise, entenda e tenha argumentos para defender de forma crítica seu modo
de pensar sobre os vários temas trabalhados no questionamento Problematizado.
3-DESENVOLVIMENTO DO MATERIAL PEDAGÓGICO PRODUZIDO
3.1 PREPARO DE LÂMINAS PERMANENTES
As lâminas permanentes têm por objetivo a utilização do material por longos períodos de tempo, no qual serão preservadas suas estruturas celulares. Para que se possa realizar o estudo histológico de órgãos, de tecidos, de células e conservar as características morfofisiológicas da célula viva, faz-se
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necessário à confecção de lâminas permanentes. Essas têm por objetivo a utilização do material por longos períodos, no qual serão preservadas suas estruturas celulares. Foram observadas ao microscópio óptico com clareza e nitidez as seguintes lâminas:
Células do fígado podem ser mono e
binucleadas –aumento 400X
Célula de fígado binucleda: C= citoplasma, N=
núcleo e Nu= nucléolo- aumento de 1000X
Células epiteliais ciliadas da traquéia (seta)-
aumento de 1000X
Células do tecido cartilaginoso da traquéia-
aumento 1000X
12
Células adiposas da traquéia- aumento 1000X
Células de tecido muscular com núcleos periféricos
– aumento 1000 X
Após a prática de lâminas permanentes ao microscópio os alunos formularam
algumas hipóteses, como:
_ Nunca pensei que as células fossem tão pequenas.
_ Achei a célula muito bonita, é interessante pensar que nosso corpo é um
amontoado de células.
_ Sempre pensei que as células fossem todas iguais.
_ O microscópio é algo fantástico.
3.1.2. RESULTADO
Esta atividade do caderno pedagógico foi trabalhada com a utilização do data
show, inicialmente foram apresentadas as técnicas de preparo de lâminas
permanentes, e várias lâminas de diferentes tecidos animais. Em seguida fomos
para o laboratório observar ao microscópio óptico as lâminas permanentes
produzidas no laboratório da UEL, os alunos conseguiram visualizar os limites
celulares, citoplasma e núcleo celular. Ao final da aula foi os alunos elaboraram um
relatório.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DE CÉLULA VEGETAL
Na aula de caracterização de células vegetais foi explicado ao aluno, que,
além da membrana plasmática, na célula vegetal apresenta a parede celulósica que
é constituída basicamente por celulose, ela é espessa, resistente, dá sustentação e
proteção mecânica à célula. Na célula também encontramos o vacúolo que pode
ocupar até 95% do volume de uma célula madura, é revestido por uma membrana
13
lipoprotéica, tem a função de armazenar água e outras substâncias, participa do
controle das trocas de água entre a célula e o meio extracelular e são os
responsáveis pelo controle osmótica da célula
Uma outra característica da célula vegetal é a presença de plastos, sendo que
os cloroplastos têm um papel fisiológico mais expressivo. Neles estão localizados
pigmentos, enzimas e coenzimas responsáveis pela formação dos compostos
orgânicos responsáveis pelo processo da fotossíntese.
No decorrer da aula foram observadas as seguintes lâminas:
Célula da epiderme da Elodea observada com
aumento de 400X
A - parede celulósica e B - cloroplastos
Folha de Elodea em aumento 1000X
A - Cloroplastos
:
Epiderme inferior de Tradescantia
A- parede celulósica
Epiderme inferior de Tradescantia
A – Vacúolo contendo antocianina
A
14
Epiderme de Tradescantia evidenciando um
estômato onde os cloroplastos estão presentes
somente nas células guardas - aumento de 400x
Detalhe das células guardas mostrando em:
A -cloroplastos e em B – ostíolo (abertura) -
aumento de 1000X
Após a prática de caracterização de célula vegetal os alunos fizeram os seguintes
comentários:
_ “Adorei as imagens, nunca pensei que a célula fosse tão linda”.
_ “Eu via a planta verde mas não imaginava que era devido aos cloroplastos”.
3.2.1 Resultado
Na sala de aula foram construídas pelos próprios alunos utilizando sua
criatividade maquetes de: célula bacteriana, animal e vegetal, utilizando-se de gel,
botões, miçangas, isopor e massa de modelar (fig. 2,3e 4). Assim eles puderam
assimilar as diferenças entre esses três tipos celulares. Num segundo momento os
alunos foram levados ao laboratório, onde o material estava previamente preparado,
prepararam lâminas a fresco de Elodea e lâminas a fresco de Tradescantia, nesta
aula os alunos identificaram parede celular, cloroplastos, núcleo e vacúolo de suco
celular (fig.1). Estes fizeram os desenhos das células e estruturas observadas. Ao
final da aula os alunos assistiram ao vídeo, Biologia tudo sobre a célula:
http://www.youtube.com/watch?v=f1E9BXmeAXU.
15
Fig.1-Aluna observando a célula vegetal ao
microscópio óptico.
Fig. 2- Maquete de célula vegetal feita pelos
alunos
Fig.3- Maquete de célula animal feita pelos
alunos
Fig. 4-Maquete de célula bacteriana feita pelos
alunos
3.3. OSMOSE EM CÉLULAS VEGETAIS DE Tradescantia sp
No decorrer da aula foi explicado aos alunos que a membrana plasmática é
considerada semipermeável, pois permite a passagem do solvente e impede ou
dificulta a passagem de certos solutos, sendo este processo denominado de
permeabilidade seletiva.
O processo de passagem de moléculas de água através da membrana no
sentido da solução menos concentrada para mais concentrada é denominado
osmose.
Este é um processo físico importante na sobrevivência das células, ajuda a
controlar o gradiente de concentração de sais em todas as células vivas. A osmose
é um processo passivo de transporte de água da membrana celular, ou seja,
processo realizado sem gasto de energia pela célula.
16
Quando uma célula é colocada em meio hipertônico, mais concentrado em
soluto em relação ao seu citoplasma, esta perde água e como conseqüência há uma
diminuição do volume celular, no caso de uma célula vegetal o volume celular não é
alterado, devido a presença da parede celulósica, e o vacúolo é que sofrera
alteração de volume perdendo água, este estado é denominado de plasmólise,
porém quando colocada em meio hipotônico, menos concentrado em soluto, a
célula aumenta de volume, no caso da célula vegetal, o vacúolo é que tem seu
volume aumentado, este processo é denominado de deplasmólise. Apos esta
explicação foram observadas as seguintes lâminas:
Epiderme com água
Detalhe da parede celular (A) aumento de 1000X
A – Vacúolo - aumento 200X
Epiderme com solução hipertônica – Plasmólise
Plasmólise (vacúolo reduzido A) aumento de
100X
Plasmólise (vacúolo reduzido) aumento de 200X
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Epiderme em meio Hipotônico - Deplasmólise
Deplasmólise – vacúolo (A) voltando ao volume
original) aumento de 200X
Deplasmólise -aumento de 200X -A= vacúolo
Após a prática de osmose em células vegetais os alunos fizeram os seguintes
comentários:
_ “Não imaginava que a célula perdia água quando uma verdura murchava ao ser
temperada com sal”.
_ Comentaram a grande diferença entre a célula animal e vegetal
_ “Entendi porque quando se coloca a alface murcha na água ela ficava bonita
novamente”.
3.3.1 RESULTADO
Após trabalhar o conteúdo sobre transportes através da membrana em sala
de aula. Os alunos foram levados ao laboratório, onde, foram preparadas lâminas
com células de Tradescantia em contato com diferentes concentração de solução
salina desta forma os alunos visualizaram ao microscópio o processo de osmose em
células vegetais.
3.4 MOVIMENTO CELULAR
Foi explicado ao aluno que o citoplasma das células vivas está em constante
movimento tanto em células vegetais quanto animais, e este movimento denomina-
se ciclose, no caso das células vegetais.
A ciclose esta relacionado com o deslocamento de materiais e organelas
dentro da célula, devido ao movimento intracelular, as células vegetais são capazes
18
de aproveitar melhor a quantidade de luz que recebem, espalhando os seus
cloroplastos uniformemente no citoplasma, quando há pouca luz e agrupando-os,
quando há excesso de luz.
As células animais assim como as vegetais também possuem movimento,
temos como exemplo os melanóforos que são células animais que possuem um
grande número de prolongamentos citoplasmáticos, e apresentam no seu interior o
pigmento melanina. A mudança na coloração de muitos peixes esta relacionada à
migração de pigmentos dos prolongamentos citoplasmáticos celulares da periferia
em direção ao centro.
Após a explicação foram observadas lâminas de Elodea sp e melanóforos em
escama de peixe, através da TV pendrive.
3.4.1 Movimento em células de Elodea sp
Epiderme de Elodea sp aumento de 200X
Ciclose aumento de 400X
Ciclose aumento de 400X
Ciclose aumento de 400X
19
3.4.2 Movimento nos melanóforos
Melanóforo aumento de 200X
Melanóforo aumento de 200X
Melanóforo, pigmento migrou para o centro
aumento de 200x
Após a prática de movimento celular os alunos fizeram o seguinte comentário:
_ “Não imaginava que a célula tinha movimento”.
3.4.3 RESULTADO
Ao trabalhar com os alunos movimento celular em célula animais e vegetais,
estes puderam entender a célula como algo dinâmico, mudando o conceito de que a
célula tratava-se de algo imóvel, estático. A partir deste momento o aluno entendeu
a célula de forma dinâmica e em constante interação com o meio em que se
encontra.
3.5 DIVISÃO CELULAR EM RAÍZ DE CEBOLA (Allium cepa)
Foi explicado ao aluno que divisão celular é de grande importância para o
crescimento celular e reparação de tecidos, como é cíclica é chamada de ciclo
20
celular e está dividido em: Intérfase e Mitose. A célula em intérfase encontra-se em
sua maior atividade metabólica, e nela são evidentes a membrana o citoplasma e o
núcleo
A mitose é uma fase contínua, mas para efeitos de estudos está dividida em
quatro fases, são elas: Prófase, metáfase, anáfase e telófase. Nesta atividade serão
observadas células vegetais em diferentes estágios da Mitose.
Após a explicação foram observadas as seguintes laminas, através da TV
pendrive:
Células diferenciadas A (adultas)-aumento:
200X
Células meristemáticas em:
intérfase A, prófase- B e anáfase - C
aumento:200X
Células meristemáticas em: interfase - A
metáfase – B e telófase - C aumento: 400X
Célula meristemáticas em: interfase - A e anáfase
– B- aumento: 400X
21
Células meristemáticas em: interfase - A e
anáfase – B - aumento: 400X
, Célula meristemáticas em: interfase - A,
metáfase – B - aumento: 400X
Após a prática divisão celular os alunos fizeram os seguintes comentários:
_ “As fases são iguais ao desenho que nós vimos”
_ “Achei legal entender como que nossas células se multiplicam”.
_ “Agora deu para entender melhor as fases da mitose”.
3.5.1 RESULTADO
O conteúdo divisão celular foi trabalhado inicialmente em sala com o aluno,
onde foram estudadas todas as fases da divisão celular, com apresentação de
power point, vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=ZjNLvJC0VMc ) sobre mitose.
Posteriormente foram para o laboratório observar as lâminas sobre divisão celular
em raiz de cebola. Após a aula prática passei em data show as fotos da aula
apresentada acima e os alunos conseguiram identificar todas as fases da mitose.
3.6 TRANGÊNICOS, CLONAGEM E CÉLULAS TRONCOS
Os transgênicos, clonagem e células tronco foram trabalhados através de
textos distribuídos aos alunos e pesquisa na internet. A partir destes realizou-se um
debate, onde a sala foi dividida em duas equipes, uma que defendia transgênicos,
clonagem e células tronco e outra que era contra. Durante o debate dos alunos
perceberam que os mesmos melhoraram muito seus argumentos tanto na defesa,
quanto no ataque contra os temas propostos. Ao final do debate os alunos chegaram
à conclusão de que, qualquer um dos três assuntos trabalhados tem seus prós e
seus contras, e aceita-los ou não, depende dos valores de cada um, e que esses
22
valores mudam de acordo com o país de origem, a religião, o grau de estudo, a
situação social, a importância econômica e outros.
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não há duvida de que através da metodologia utilizada, e dos recursos
didático-pedagógicos como caderno pedagógico utilizado para nortear aulas
práticas, vídeos, data show, maquetes e outros meios, os alunos conseguem
aprender melhor, estimula o interesse e isto reflete no rendimento observado nas
avaliações. Aumentou também a capacidade de resolução de problemas, e o
entendimento de assuntos atuais como clonagem, células tronco e transgênicos,
onde o aluno teve mais argumentos para amadurecer seu posicionamento. O
educando teve maior desenvolvimento na socialização nos trabalhos em grupos,
onde conseguiu trabalhar de forma ordenada e facilitadora da aprendizagem.
23
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, David Paul e NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional.
Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
GASPARIN, JoãoLuiz. Uma Didática para Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas:
Autores Associados, 2007.
KRASILCHIK, Myriam. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2004.
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares
para o Ensino Médio – Biologia. Curitiba, Paraná: SEED, 2008.
RENZI, DENISE e SOBREIRA, MARLENE, M. e LIMA, SELMA M. R. Caderno
Pedagógico- Estratégias didático-pedagógicas para o Ensino da Célula. 2008.
Estado do Paraná.35 p.