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Graça Moura defende Macau e elogia Rocha Vieira Director: Carlos M. Coelho - rue Wiertz - ASP 8E150 - 1047 Bruxelles -tel(02)284 5551, fax (02)284 9551 FEVEREIRO - 2001 Intervenção de Regina Bastos Portugueses presos em Cabinda pág. 3 pág. 4 pág. 8 pág. 2 Incentivos ao Emprego Pacheco Pereira quer iniciativa do Parlamento Europeu texto na pág. 2 Destilação vínica Sérgio Marques pressiona Comissão Europeia Carlos Miguel Coelho O Deputado Vasco Graça Moura apoiou, na Sessão Plenária do PE em Estrasburgo, o relatório de Mário Soares sobre Macau, salientando “a necessidade de respeito total do estatuto e do quadro legal adoptados para Macau, quer no tocante aos direitos fundamentais, quer no tocante aos demais direitos e princípios da legalidade democrática que decorrem da Declaração Conjunta Sino- Portuguesa de 1987 e da Lei Básica de 1993, cuja articulação é muito utilmente recapitulada”, bem como “a necessidade de incentivar a cooperação entre a Europa e Macau em todas as vertentes, sendo mais do que evidente a conveniência de rápida nomeação de um representante da União Europeia para a Região Autónoma Especial ”. Arlindo Cunha denuncia esquecimento Meteu água... Deputados europeus eleitos por Portugal de todas as famílias políticas reclamaram maior atenção e apoio para as vítimas das cheias no nosso País. A Proposta de Resolução que subscrevi conjuntamente com Arlindo Cunha , foi discutida em simultâneo com outras Propostas de Resolução e deu lugar a uma Proposta Comum assinada pelos 4 partidos portugueses e Deputados de outros países. Requeria a solidariedade urgente da União Europeia e sublinhava a necessidade de mais rigor e responsabilidade na gestão do ambiente e do ordenamento do território. A solidariedade deverá ser um elemento essencial e permanente na construção europeia e , desta vez, não foi esquecida pelo Parlamento Europeu que aprovou o que propusémos praticamente por unanimidade. ( ver texto da resolução na pág.5) Menos feliz foi a Comissão Europeia. Começou por dizer "nem um Euro a mais" mas acabou por admitir , perante a pressão do Parlamento, que poderá haver lugar a apoios excepcionais face à gravidade da situação. É caso para dizer que, sobre as cheias em Portugal, a Comissão meteu água... Zona Franca da Madeira

Graça Moura defende Macau e elogia Rocha Vieira · O Deputado Vasco Graça Moura apoiou, na Sessão Plenária do PE em Estrasburgo, o relatório de Mário Soares sobre Macau, salientando

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Intervenção deRegina Bastos

Portuguesespresos emCabinda

pág. 3

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Incentivos aoEmprego

Pacheco Pereira queriniciat iva do ParlamentoEuropeu

texto na pág. 2

Destilaçãovínica

Sérgio Marquespressiona ComissãoEuropeia

Carlos Miguel Coelho

O Deputado Vasco Graça Moura apoiou, na SessãoPlenária do PE em Estrasburgo, o relatório de MárioSoares sobre Macau, salientando “a necessidade de respeitototal do estatuto e do quadro legal adoptados paraMacau, quer no tocante aos direitos fundamentais, quer notocante aos demais direitos e princípios da legalidadedemocrática que decorrem da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa de 1987 e da Lei Básica de 1993, cuja articulaçãoé muito utilmente recapitulada”, bem como “a necessidade deincentivar a cooperação entre a Europa e Macau em todas

as vertentes, sendo mais do que evidente a conveniência de rápida nomeação de umrepresentante da União Europeia para a Região Autónoma Especial”.

Arlindo Cunhadenuncia esquecimento

Meteu água...Deputados europeus eleitos por Portugal de todasas famílias políticas reclamaram maior atenção eapoio para as vítimas das cheias no nosso País.

A Proposta de Resolução que subscreviconjuntamente com Arlindo Cunha, foi discutidaem simultâneo com outras Propostas de Resoluçãoe deu lugar a uma Proposta Comum assinada pelos4 partidos portugueses e Deputados de outrospaíses.

Requeria a solidariedade urgente da União Europeiae sublinhava a necessidade de mais rigor eresponsabilidade na gestão do ambiente e doordenamento do território.

A solidariedade deverá ser um elemento essenciale permanente na construção europeia e , desta vez,não foi esquecida pelo Parlamento Europeu queaprovou o que propusémos praticamente porunanimidade. (ver texto da resolução na pág.5)

Menos feliz foi a Comissão Europeia. Começoupor dizer "nem um Euro a mais" mas acabou poradmitir, perante a pressão do Parlamento, quepoderá haver lugar a apoios excepcionais face àgravidade da situação.

É caso para dizer que, sobre as cheias em Portugal,a Comissão meteu água...

Zona Franca daMadeira

CARTA da EUROPA - Fevereiro 2001 pg 2

Arlindo Cunha denuncia "esquecimento"O Deputado do PSD Arlindo Cunha questionouo Comissário Franz Fischler sobre “se nãoconsidera justo aceitar a elegibilidade dascandidaturas portuguesas à destilação vínica(cerca de 450.000 hectolitros) e em que condiçõespensa fazê-lo e se não acha justificado rever estaparte das novas regras de destilação, voltando aestabelecer uma chave derepartição equitativa pelosEstados Membros produtores devinho”.

Arlindo Cunha recorda que “aentrada em vigor, em 1 de Agosto,da nova Organização Comum deMercado (OCM) do vinho veioalterar substancialmente as regrase proced imentos re la t ivos àsoperações de destilação.• Antes existia uma destilação preventiva, repartida

equitativamente por todos os Estados Membros,após a realização de um balanço global dosexcedentes vínicos. Esta destilação era realizadatradicionalmente no mês de Dezembro.

• Com o novo regulamento deixou de haver umbalanço vínico global e a destilação preventiva foisubstituída por uma destilação voluntária de vinhosdestinada à produção de álcoois de boca. Esta

operação é automática para quem se inscrever einicia-se logo em 1 de Setembro”.

Sucede, acrescenta Arlindo Cunha, “que asautoridades e os destiladores portugueses não sederam conta atempadamente destas profundasmudanças e, como é do conhecimento do Senhor

Comissário Franz Fischler, Portu-gal foi excluído do contingenteglobal de 12 milhões de hectolitrosde vinho a destilar”.

No texto enviado à ComissãoEuropeia, Arlindo Cunha refere“três razões de substância paraque esta situação injusta sejareparada: primeira, porque é notórioo profundo desequilíbrio que as no-vas regras criaram na União Europeia

em que apenas 2 Estados Membros absorveram 96%do contingente de vinhos destinados a destilação;segunda, porque é vital para Portugal o abastecimentode álcoois de boca destinados à sua produção de vinhosgenerosos, designadamente o vinho do Porto; terceira,porque sendo este o primeiro ano de aplicação da novapolítica vitivinícola foi manifesta a falta de informaçãoaos agentes do sector, justificando-se pois maisflexibilidade na aplicação desta medida”.

Continuação da primeira página

Se, como se espera, e desde já se indicia no relatórioSoares, se confirmarem amplamente os aspectospositivos da evolução da situação em Macau, não sepode deixar de ver nisso o resultado, não apenas dacuidada preparação da transferência de soberania porparte de Portugal e da China, mas também do especialempenhamento das autoridades actuais de Macau eainda - sendo importante lembrá-lo - da acçãoextraordinariamente relevante do últ imogovernador português de Macau, Vasco RochaVieira, sobre cujos méritos o Parlamento teveoportunidade de escutar o depoimento especialmenteautorizado do Comissário Patten em sessão plenária,em Dezembro de 1999. Essa actuação no terreno teveo mérito de garantir duradouramente, entre outrascoisas, o respeito dos direitos fundamentais e foi umaforma de luta serena e convicta por estes, sem odramatismo que caracterizou o combate dos que têmsido galardoados com o Prémio Sakharov, mas comuma eficácia e uma repercussão semelhantes”.

Vasco Graça Moura defendeu que “os aspectosmuito positivos apontados não devem, no entanto,levar as autoridades da União Europeia a seguiremulteriores desenvolvimentos com menos atenção.Alguns pontos, porventura explicáveis pela diferençade mentalidades, justificam-no: sabe-se ter havidoentretanto uma alteração ao Código das SociedadesComerciais, eventualmente susceptível de colidir comas regras da transparência em matéria de concursospúblicos, e também que a língua portuguesa está a sermenos utilizada, tanto no plano oficial, como no dacomunicação social e no escolar.

Parece haver ainda indícios de alterações no tocante àlei eleitoral, em certos aspectos concernentes àAdminis tração Públ ica e à c lass i f i cação dosfuncionários, ao sistema de saúde e ao ensino superior.Espera-se que se trate de aspectos superficiais que nãovenham a traduzir um afastamento da União Europeiae um empobrecimento da autonomia de Macau, embenefício das práticas vigentes noutros países da áreaou de uma diluição menos aceitável na própria China”.

Graça Moura defende MACAU

CARTA da EUROPA - Fevereiro 2001 pg 3

Regina Bastos apoia incentivos ao empregoA Deputada do PSD Regina Bastos apoiou umrelatório em que se propõe “dinamizar acooperação entre os Estados-membros na análise,investigação e acompanhamento da política domercado de trabalho, no contexto de uma economiabaseada no conhecimento, identificando as melhorespráticas, promovendo intercâmbios e transferênciasde experiências, a par de uma política de informaçãoactiva de forma a que o cidadão europeu apreendafacilmente quais os objectivos estratégicos em matériade emprego”.

Regina Bastos, que participou no debate noPlenário do Parlamento Europeu sobre incentivoscomunitários no domínio do emprego, recordouque “o artigo 2.° do Tratado estatui como umdos objectivos da União Europeia a promoção deum elevado nível de emprego.

Mais recentemente, sublinhou Regina Bastos, oConselho Europeu de Lisboa definiu comoobjectivo estratégico da União torná-la noespaço económico mais dinâmico e competitivodo planeta, fundado no conhecimento e capaz degarantir um sustentável crescimento económico,potenciador de mais e de melhores empregos e demaior coesão social”.

Para Regina Bastos, “este relatório visa contribuirpara alcançar este novo desafio nascido em Lisboa,comportando a igualdade de oportunidades entre

homens e mulheres no domíniodo emprego, o que constitui umdos quatro pilares da estratégiaeuropeia de emprego”.

Regina Bastos considera aindafundamental “assegurar oenvolvimento dos parceirossociais e de demais entidades locais e regionaisneste esforço que deve ser de todos. Por outro lado,uma avaliação da existência de infra-estruturas quefacilitem o acesso e a manutenção do trabalho a homense a mulheres, tais como creches e assistência social aodomícilio, é igualmente imprescindível”.

Para a Deputada social democrata, “o ParlamentoEuropeu é já, no âmbito do processo de consulta, umimportante actor na definição das orientações anuaispara o emprego, importando, agora, que participetambém na avaliação quantitativa e qualitativa doimpacto global da Estratégia Europeia de Emprego”.

Regina Bastos defendeu que “uma crescente dotaçãoorçamental neste domínio afigura-se como algo depositivo e indispensável”, alertando no entanto parao facto de “a utilização de fundos públicos dever serfeita com equilíbrio e com parcimónia, sempre comelevado rigor”, sublinhando que “a afectação derecursos deve acompanhar as necessidades reais econcretas e ter em conta a execução orçamental decada rubrica” .

Costa Neves na JugosláviaO Deputado do PSD Carlos Costa Neves, naqualidade de Relator-Geral do ParlamentoEuropeu para o Orçamento da União Europeiapara 2002, deslocou-se a Belgrado, integrandouma delegação de parlamentares europeus.

A Delegação do Parlamento Europeu, compostapor seis Deputados das Comissões dos NegóciosEstrangeiros e do Orçamento manteve, naJugoslávia , contactos ao mais a l to nível ,nomeadamente com o Presidente Kostunica, como Presidente do Parlamento e com os Ministrosdos Negócios Estrangeiros, da Justiça e do Inte-rior.

Costa Neves definiu como objectivo desta visita“a avaliação da actual situação na Jugoslávia, o

impacto da ajuda concedida pelaUnião Europeia a seguir ao iníciodo processo de democratização daJugoslávia, lembrando que o apoioda União Europeia àquele país estevebloqueado durante o consulado deMilosevic e perspectivar os apoiosfuturos da União, salientando aimportância para este efeito do relatório neste momentoem curso no Banco Mundial”.

Para Costa Neves, a sua integração nestadelegação na qualidade de Relator-Geral para oOrçamento, “significa a vontade política de darsustentação ao apoio da União Europeia e ao seuenquadramento face a outros compromissos jáassumidos”.

CARTA da EUROPA - Fevereiro 2001 pg 4

Zona Franca da Madeira:Sérgio Marques pressiona Comissão Europeia

Está em causa odesenvolvimentode uma dasRegiões maisdesfavorecidas daUnião Europeia

Sérgio Marques questionou a Comissão Europeiasobre se esta vai ou não adoptar, em breve, umadecisão relativa à Zona Franca da Madeira, quefoi objecto de investigação, por dúvidas dacompatibilidade do regime de auxílios de Estadocom o Direito Comunitário.

O Deputado madeirense recorda que «o regime deauxílios financeiros e fiscais que integram a ZonaFranca da Madeira (ZFM), foidevidamente autorizado pelaComissão em 1987.».

Para Sérgio Marques «aposição da ComissãoEuropeia , i rredutível emtomar em consideração em matériade auxílios de Estado a situação deultraperiferia da Madeira, consagradano Tratado de Amesterdão , e dasautoridades portuguesas, irredutíveis ,igualmente, na defesa da legitimidade do regimede auxílios em vigor na ZFM, levaram à abertura,pela Comissão, em Julho de 2000, dumprocedimento formal de investigação, pordúvidas da compatibilidade do regime de auxíliosvigente na ZFM com o Direito Comunitário».

Sérgio Marques sustenta, assim, que «a aberturado procedimento formal de investigação colocou

em causa o clima de confiança imprescindível aodesenvolvimento da ZFM, transmitindo-se para oexterior uma imagem de inconsistência do regime coma consequente possível deslocação dos operadores parapraças concorrentes. Foi também colocado em causaum dos principais vectores de desenvolvimento re-gional, pois é bem conhecida a mais valia que a ZFMtem trazido para o desenvolvimento económico e socialda Madeira, nomeadamente ao permitir a instalação

de novos pro jec tos deinvestimento, a diversificação daestrutura produtiva, a aquisiçãode know-how e a geração deemprego qualificado, a criação depostos de trabalho (actualmenterondam os 2700) e a promoção daMadeira no exterior».

Para Sérgio Marques, «está emcausa o desenvolvimentoduma das regiões maisdesfavorecidas da UniãoEuropeia e de Portugal, pelo

que importa pedir alguns esclarecimentos à Comissão.A regulamentação comunitária que estabelece as regrassobre condução dos procedimentos formais deinvestigação concede à Comissão um largo período detempo para adoptar uma decisão no âmbito deste tipode procedimentos, que pode mesmo ultrapassar os 18meses, a contar da data do seu início».

Citando José Saramago,Vasco Graça Moura em defesa dos Direitos de Autor

delimitação rigorosa do conceito de uso privadode uma cópia. Se o conceito de uso privado nãoforçar à coincidência com a esfera doméstica ou àutilização da cópia apenas pelo seu autor, em vezde resolver os principais problemas, a directivacontinuará a constituir um estímulo à piratariamais desbragada”.

Vasco Graça Moura c i tou uma mensagemsubscrita, entre outros, pelo Prémio Nobel JoséSaramago : “Como art i s tas , preocupa-nosparticularmente que a cópia maciça não autorizadapossa minar de forma decisiva o meio de vida de todosquantos integram a comunidade criativa. Aqueles quenada têm a ver com o processo criativo iriam consumiro fruto do trabalho alheio sem reinvestimentoprodutivo, a menos que a cópia privada mantenhaefectivamente o seu estatuto de cópia privada”.

O Deputado Vasco Graça Moura defendeu que“uma directiva sobre os direitos de autor nãopode ser escandalosamente lesiva dosprotagonistas activos desse processo que são osautores em todas as áreas da criação cultural.

Ora, acrescentou, a maior parte das excepçõesprevistas quanto ao direito de autor abre um processode tipo ‘canceroso’, dando lugar à proliferaçãodescontrolada e selvagem das utilizações abusivas”.

Para Graça Moura, “quanto mais excepçõesprevistas, mais se enfraquece o direito a regular!Quanto mais excepções facultativas, mais se prejudicaa uniformização e a coordenação das legislaçõesnacionais nesta matéria. Por isso é de extremaimportância a limitação do alcance dessas excepções”.

Graça Moura refer iu “a necessidade de

CARTA da EUROPA - Fevereiro 2001 pg 5

Cheias em Portugal: Acção e não promessasCarlos Coelho, Deputado do PSD ao ParlamentoEuropeu, afirmou, em Estrasburgo, que “maisuma vez se faz apelo à solidariedade europeia ecabe à Comissão Europeia encontrar as formasde o concretizar. Que não se esconda, acrescentou,atrás da insuficiência das verbas. As pessoas aflitasnão querem ouvir desculpas administrativas.Cabe-nos provar que a Europa para além de umaideia generosa é uma construção eficaz”.

O Deputado social democrata, que participou nodebate em Plenário sobre as recentes inundaçõesem Portugal e que, em conjunto com o DeputadoArlindo Cunha, foi autor de uma Proposta deResolução, sublinhou que “a natureza foi uma vezmais impiedosa e a fúria da chuva incessante e dosrios desregrados semearam a destruição e a dor. Houvedanos materiais vultosos, famílias desalojadas, feridose mortos”.

Para Carlos Coelho, “há duas questões de fundo queinteressa recordar: No Plano Global : A protecção

do Ambiente e as MudançasClimáticas . Há a lguns anosapenas, quem falava nisso erautópico, alarmista e até um poucolouco. Hoje a evidência é clara paratodos e temos de decidir com eficáciapara impedir que a situação piore;

No Plano de Portugal: Que não haja dúvidas: nãopretendo ceder à demagogia . O Governo do meu Paíse as autoridades locais não são responsáveis pelaschuvas que caíram, mas há uma responsabilidade deque não se podem eximir: mais rigor no ordenamentodo território, maior resistência à especulaçãourbana, recusar a construção nos leitos de cheia,melhor gestão dos leitos dos rios e das descargasdas barragens.

Temos todos de colaborar não apenas para socorreragora quem precisa de ajuda, mas acautelando asmedidas e as acções que previnam e reduzam aprobabilidade de desastres semelhantes no futuro”.

RESOLUÇÃO do P.E.sobre as Cheias em PortugalConsiderando as graves condições climatéricas quetêm vindo a assolar Portugal neste Inverno,particularmente as que se verificaram no fim-de-semana de 26 a 28 de Janeiro, especialmente no Nortee Centro do país;

Considerando que os seus efeitos provocaram perdasde vidas humanas e enormes sofrimentos pessoais,assim como a destruição ou danificação de habitaçõese de bens utilitários de milhares de famílias;

Considerando os avultados danos materiais,nomeadamente a destruição de infra-estruturas detransportes, industriais e comerciais, de redestelecomunicações e de energia, elevados prejuízos naagricultura e na pesca, e em todas as actividadeseconómicas em geral;

Considerando que se aponta para a existência dedezenas de milhões de contos de prejuízos;

Expressa os seus sinceros pêsames às famílias dasvítimas e manifesta a sua solidariedade para com aspessoas desalojadas e que perderam os seus haverese a todas as populações afectadas, muitoparticularmente às das bacias dos rios Douro,Mondego e Tejo;

Enaltece os esforços levados a cabo pelas diversasentidades portuguesas envolvidas e que semobilizaram no sentido de auxiliarem as vítimas dasinundações, em particular, as várias corporações debombeiros, organismos militares e organizações devoluntários;

Solicita à Comissão que, em colaboração com o governoportuguês e com as autoridades locais, atribua umapoio financeiro excepcional para complementar osmeios postos ao dispor pelas entidades portuguesasno sentido de dar resposta às necessidades urgentesdas populações mais afectadas, à reconstrução dasinfra-estruturas destruídas e à recuperação dasactividades económicas;

Insiste de novo junto da Comissão e das autoridadesdos Estados-membros, de acordo com anterioresposições adoptadas por este Parlamento, na urgênciade serem tomadas medidas vocacionadas para aprevenção e socorro em situações de emergência oucatástrofe que incluam a dotação de meios técnicos ehumanos operacionais adequados;

Chama à atenção dos Estados membros para anecessidade cada vez mais premente de inverter aactual destruição de ecossistemas, de empreender umsaneamento a longo prazo do meio ambiente, incluindoo dos rios e respectivos leitos, e dos sistemas de rega,diques e barragens;

CARTA da EUROPA - Fevereiro 2001 pg 6

Aterro do Oeste:Moreira da Silva quersuspensão das obras

O Deputado do PSD, JorgeMoreira da Silva, em carta

dirigida à Comissária Margot Wallström, requerque a Comissão Europeia “solicite ao GovernoPortuguês a suspensão imediata das obras deconstrução do Aterro Sanitário do Oeste, atéque seja realizado um estudo de impactoambiental que ateste a sustentabilidade doprojecto” .

Na referida carta, Moreira da Silva recorda que,através de uma pergunta escrita que dirigiu àComissão, no passado mês de Outubro, “alerteipara o facto de, na minha opinião, como na opinião demuitos e reputados t écnicos portugueses , alocalização prevista para o Aterro Sanitário doOeste não assentar em critérios de racionalidadee de respeito pelos cidadãos e pelo meioambiente”.

Na resposta, a Comissão Europeia confirmouque o projecto em questão não foi alvo denenhuma avaliação de impacto e afirmou que“se, uma vez analisados todos os esclarecimentosapresentados pelas autoridades portuguesas, aComissão confirmar que o local escolhido para oprojecto possui aquíferos considerados como reservasestratégicas para a região e que, consequentemente, opro jec to é suscept íve l de exercer impactossignificativos no Ambiente, a Comissão ver-se-áobrigada a recorrer a todos os instrumentos jurídicosprevisto no Tratado CE para assegurar a correctaaplicação do direito comunitário”.

Graça Moura e asnovas fronteiras doLivro

Nos tempos que correm não éapenas o conceito do livro que

está a mudar; o conceito de literacia também está. Aignorância ou a incapacidade de domínio das novastecnologias na área da palavra escr i ta e doconhec imento provocará , inev i tave lmente , oaparecimento de novas formas de iliteracia com todosos custos humanos, sociais, económicos e culturaiscorrespondentes.

Por isso mesmo, deve temperar-se ao menosmetodologicamente a euforia que tem sido dominanteem reuniões internacionais, com o seu máximo no

Conselho de Lisboa, quanto ao papel das novastecnologias no desenvolvimento da União e na lutacontra o desemprego em termos acelerados. Mas nãose trata apenas de reflectir nas questões do livro, daedição electrónica, do printing on demand eproblemas afins. Não fará sentido adoptar medidasdivergentes ou até porventura contraditórias notocante às políticas da edição electrónica e do livro,dos direitos de autor ou do e-learning. A definição ea coordenação das linhas que hão-de nortear taispolíticas carecem cada vez mais da verificação de pelomenos dois pressupostos: o apoio crescente de peritosqualificados, habilitando os políticos num campo queregra geral eles não dominam bem, e a opção pordispositivos legais susceptíveis de rápida adaptação àevolução das tecnologias e do mercado.

Carlos Coelho contraimigração clandestina

O Deputado do PSD CarlosCoelho defendeu a existênciade “uma política comum dos

Estados Membros, em matéria de imigração e deasilo, que só pode ser eficiente se for concebida deforma abrangente e adequada aos requis i tosdemográficos, económicos e humanitários dos EstadosMembros”.

Carlos Coelho defendeu que é “igualmenteimportante que haja uma articulação com oaumento da cooperação judiciária e policial, tantono quadro da Europol como do Eurojust.

Há que promover uma solidariedade europeia, combase nas conclusões de Tampere, e assente nosprincipios: do co-desenvolvimento, ou seja, oestabelecimento de parcerias com os países deorigem e de trânsito; de integração de imigrantesem situação regular, que passa pela implementaçãode uma política em favor da igualdade dos direitoseconómicos e sociais e uma luta contra qualquerforma de discriminação; e da luta contra o tráficode seres humanos”, acrescentou.

Carlos Coelho acentuou a necessidade de lutarcontra a imigração clandestina, e em particularcontra as formas de exploração que daí advêm: “éuma situação que se tem vindo a agravar não sóporque se tem revelado altamente lucrativa e menosarriscada que outros tipos de tráficos, como por ex. otráfico de droga, mas também porque esta actividadeacaba por ser favorecida pelas insuf ic iênciaslegislativas e operacionais dos Estados Membros, epor tudo o mais que permite aos clandestinos entrar emanter-se nesses territórios”.

CARTA da EUROPA - Fevereiro 2001 pg 7

Arlindo Cunha quermais apoios para osfrutos secos

O Deputado Arl indo Cunhadefendeu que “não faz sentidoprolongar mais um ano as já de si

escassas medidas existentes de apoioaos frutos secos e não dizer mais nadasobre o futuro deste sector.

O que faz sim sentido, acrescenta ArlindoCunha, é que os frutos de casca rija sejamtratados como um sector de corpo inteirono âmbito da Organização Comum deMercado das frutas e legumes”.

Arlindo Cunha recordou que “aschamadas frutas de casca rija, tambémdesignados por frutos secos, como a amêndoa, a noz, opistácio e a avelã, a que se junta também, ainda quediferente na sua natureza, a alfarroba, constituem umadas produções mais típicas das regiões do Sul da Europa.

Ocupam solos geralmente pobres, onde outras eventuaisa l ternat ivas não vingam, criam emprego e sãoprofundamente respeitadoras do ambiente, pois que amaioria dos seus sistemas culturais é do tipo tradicional eaté biológico.

Apesar de serem muito importantes na economia dessasregiões periféricas específicas, as frutas de casca rija têmuma expressão relativamente marginal no contexto daagricultura europeia”.

Para Arlindo Cunha, “este sector tem sido ummanifesto enteado da PAC se o compararmos com otratamento dado a outras produções agrícolas e mesmo aoutro tipo de frutas.

Enquanto as medidas futuras anunciadas pelaComissão Europeia não surgem é de elementarprudência, dado os atrasos em cadeia, prolongar asajudas existentes não por um ano, mas por dois,como pretende a Comissão de Agricultura doParlamento Europeu”.

Moreira da Silva apoiaDirectiva sobre OGM's

O Deputado Jorge Moreira da Silvaapoiou a proposta de revisão daDirect iva sobre disseminaçãovoluntár ia de organismos

geneticamente modificados (OGM’s) para o ambiente,por considerar que “está no justo equilíbrio entre aliberdade de investigar e o imperativo de protecçãoda saúde pública e do meio ambiente.

Por um lado não restringe a investigação e admite mesmoa aplicação limitada para fins experimentais de sementes

OGM. Por outro, define regras mais claras e maisrestritivas da libertação de OGM para o ambienteprotegendo o consumidor e a biodiversidade, acrescentou”.

Moreira da Silva destacou também o facto “ de aslicenças (de uso das sementes transgénicas) serem deduração limitada assim como o de se ter tornadoobrigatório o controlo após a colocação no mercado.

No entanto, sublinhou, a revisão destaDirectiva só estará completa quando aComissão Europeia avançar com iniciativaslegislativas que concretizem os principiosagora enunciados de responsabilizaçãoambiental e de rotulagem e rastreabilidadedos produtos contendo OGM”.

Em resumo, defendeu o Deputadosocial democrata, “a biotecnologia estáa operar uma autêntica revolução naciência, na economia e até na política.

Uma revolução de esperança mas também de risco.

Por isso, os fundamentalismos do tipo - sim porque sim enão porque não - não nos levam a lado nenhum”.

Sérgio Marques:Compensar oalargamento

“No momento em que a União Europeiase mobiliza em torno desse grande e

histórico desafio da reunificação europeia através doalargamento a leste, este enorme desafio não pode fazerdiminuir a atenção e o empenho que a União tem deforçosamente dar à Região Mediterrânea. O alargamentoa leste tem de ser equilibrado, com uma realizaçãoplena da parceria EURO-MED”.

Até porque, sublinhou Sérgio Marques, “os objectivosprimeiros que justificam ambos são os mesmos. Nãofará sentido, acrescentou, garantir a paz, a estabilidade, asegurança, a democracia e o desenvolvimento na Europaalargada e não garantir estes valores também nessa grandezona de proximidade da Europa que é o Mediterrâneo”.

Sérgio Marques, que participou na reunião do II Fo-rum Parlamentar Euro-Mediterrâneo salientou que“a Estratégia Comum aprovada no Conselho Europeu daFeira, contém os objectivos e prevê domínios de acção àaltura deste desafio. O mesmo não se poderá dizer dosmeios disponíveis”.

No I I Forum Par lamentar Euro-Mediterrâneoparticipam delegações de parlamentares dos paísesda bacia mediterrânica, uma delegação do ParlamentoEuropeu e delegações dos parlamentos nacionais dosEstados-membros. A delegação da Assembleia daRepública, presidida por Almeida Santos, integrava oVice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSDGuilherme Silva e o Deputado socialista RicardoCastanheira.

CARTA da EUROPA - Fevereiro 2001 pg 8

CARTA DA EUROPA

Pacheco Pereira quer iniciativado PE sobre os portuguesespresos em Cabinda

Em carta dirigida ao Presidente da Comissão deNegócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, o

Deputado do PSD e Vice-Presidente do Parlamento, José Pacheco Pereira,solicita que a questão dos portugueses detidos em Cabinda seja “incluídana agenda da Comissão, de forma a que o Parlamento Europeu possaestudar o que pode fazer para contribuir para a sua libertação”.

Nesta carta, Pacheco Pereira recorda que, “desde Maio do ano 2000 que seencontram sequestrados no interior de Cabinda, na República Popular deAngola, os Senhores Sérgio Alves Fidalgo, Manuel da Mota Nunes e Marco daCosta Santos, trabalhadores numa empresa local, feitos prisioneiros pelaFrente Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), grupo de guerrilha que lutapela independência do enclave.

A situação dos portugueses é muito má; encontram-se doentes e detidos emcondições de grande privação e, apenas há uma semana, se obteve a confirmaçãode que estavam vivos. A FLEC colocou um conjunto de reivindicações decarácter político ao governo português para a sua libertação, que inclui umadeclaração política sobre a independência do território, que, como é óbvio, estenão pode aceitar à luz do direito internacional”.

Pacheco Pereira, considerando ser esta “uma matéria de direitos humanosque pela sua delicadeza exige uma atenção da opinião públicainternacional, que pressione os captores dos portugueses, e os leve alibertá-los sem demora”, solicita ao Presidente da Comissão de NegóciosEstrangeiros que inclua esta questão na agenda da Comissão, “de formaa que o Parlamento Europeu possa estudar o que pode fazer para contribuirpara a sua libertação”.

José Pacheco PereiraTelf: (32.2) 28.45371Fax: (32.2) 28.49371e-mail: [email protected]

Vasco Graça MouraTelf: (32.2) 28.45369Fax: (32.2) 28.49369e-mail: VGraç[email protected]

Teresa Almeida GarretTelf: (32.2) 28.45566Fax: (32.2) 28.49566e-mail: [email protected]

Arlindo CunhaTelf: (32.2) 28.45381Fax: (32.2) 28.49381e-mail: [email protected]

Carlos Costa NevesTelf: (32.2) 28.45374Fax: (32.2) [email protected]

Sérgio MarquesTelf: (32.2) 28.45404Fax: (32.2) 28.49404e-mail: [email protected]

Jorge Moreira da SilvaTelf: (32.2) 28.45448Fax: (32.2) 28.49448e-mail: [email protected]

Carlos CoelhoTelf: (32.2) 28.45551Fax: (32.2) 28.49551e-mail: [email protected]

Regina BastosTelf: (32.2) 28.45790Fax: (32.2) 28.49790e-mail: [email protected]

Os Deputados do PSD

Boletim Informativo daDelegação do PSD do GRUPO DO PARTIDO POPULAR EUROPEU

Director: Carlos Miguel Coelho Redacção: José Luís Fernandes e Sandra NunesIlustrações: Júlio Pisa

rue Wiertz - ASP 8E150 1047 Bruxelles tel(02)284 5551 fax (02)284 9551

Com o alargamento, a população e a superfície daUE crescem 1/3 mas o PIB crescerá apenas 5%(Relatório da CE sobre a Coesão)

Em 8 dos 12 Estados candidatos à adesão orendimento médio por habitante é 40% da médiacomunitária. (idem)

Esse rendimento equivale a cerca de 50% dorendimento dos 3 países menos prósperos onde seinclui Portugal. (idem).