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www.cosmeticsonline.com.br Cosmetics & Toiletries (Brasil)/23 Vol. 32, mar-abr 2020 mente, são fontes de alguns dos mais potentes medicamentos. Também há sinergia entre as plantas e desaos ecológicos que devem ser examinados. Há plantas que se adaptam para proteger- -se das ameaças ambientais, como radiação UV, infecções micro- bianas, condições de aridez, ou calor ou frio excessivos. Como exemplo dessa adaptação, muitas vezes, as plantas contêm as vitaminas C e A, que ajudam na proteção de suas células, lem- brando que essas vitaminas, também, podem ajudar na proteção de nossa pele. Produtos naturais funcionais são usados para cuidados dos cabelos e do couro cabeludo, como óleos para condicionamento, e hena para tintura de cabelos. O óleo de coco e o de Aloe vera também são vendidos para benefícios do couro cabeludo, no combate à caspa, para diminuir a irritação e a coceira. Depois de a espécie da planta ser identicada, a grande per- gunta é: Qual parte da planta deve ser usada para obter o extrato: a or, a folha ou a raiz? Além da parte da planta, cada método de extração pode gerar uma diferente mescla de componentes. A escolha do solvente, por exemplo, pode ter impacto decisivo na composição do extrato, pois os componentes mais hidrólos são extraídos por solventes aquosos ou alcoólicos e os mais hidró- fobos são extraídos por solventes como hexano, ou por dióxido de carbono supercrítico. Frequentemente, a dica sobre o extrato certo é identicar o benefício nal desejado e, em seguida, realizar testes para fazer a triagem de um amplo leque de extratos em tempo relativamente curto. Depois que alguns materiais tiverem dado bons resultados na triagem inicial, devem ser realizados testes de triagem mais complexos, que, além de otimizar a extração, podem indicar plantas semelhantes que podem gerar extratos de melhor desem- penho. Em seguida, os melhores candidatos podem ser testados com protocolos clínicos ou de consumidor, visando conrmar a funcionalidade. Análises Químicas e Autenticação Tendo em mente temas como sustentabilidade, qualidade, segurança e funcionalidade, temos a necessidade de aplicar mé- todos para testar os ingredientes vegetais. Hoje em dia, são usadas inúmeras técnicas instrumentais, como análise física, química, cromatográca e espectroscópica. Esses métodos variam desde ações simples, como testes de cor, odor, densidade e índices de refração de óleos essenciais, até ações mais complexas, como identicar e quanticar os componentes-chave de um gel de Aloe vera, usando cromatograa a gás (GC), cromatograa líquida (LC) ou técnicas de espectroscopia por ressonância magnética nuclear (NMR). Essas técnicas espectroscópicas são poderosas porque podem separar cada um dos componentes importantes de uma mistura botânica complexa, fornecendo sua estrutura química por meio de uma precisa espectrometria de massa, ou no caso de NMR, o carbono ou o sinal de próton dos componentes. Em alguns casos, pode ser identicada uma série de componentes marcadores, os quais podem conrmar a identidade de plantas especícas usa- das para um extrato, ou seja, sua “impressão digital” especíca. Por exemplo, o termo ginseng abrange uma ampla gama de gêneros botânicos, como Panax Eleutherococcus (ou Acantho- panax), Codonopsis, Gynostemma e Withania. Os extratos são consumidos como complementos alimentares ou medicamen- A NATUREZA A FAVOR DA BELEZA! GRANLUX® AOX G3 ECO é um extrato antioxidante obtido da Picea abies, árvore abundante na Escandinávia. Rico em lignanas, compostos polifenólicos com comprovada ação captora de radicais livres semipolares. GRANLUX® AOX G3 ECO é um antioxidante eficaz em ambientes polar e lipídico. Proporciona mais versatilidade e qualidade no desenvolvimento de cosméticos infantis e para adultos e de produtos capilares e de skin care premium. Pode ser usado em produtos anticaspa, produtos para diabéticos e produtos para peles sensíveis e sensibilizadas! Trav. João Gama 101 – Jd. Arizona 13255-141 – Itatiba SP Fone: 11 4487-2650 / Fax: 11 4534-3415 www.highchem.com.br CONSULTE-NOS HIGH CHEM Comércio e Indústria de Produtos Químicos Ltda. Proteção eficaz contra estresse oxidativo Atividade antimicrobiana Atividade antiinflamatória Benefícios de GRANLUX ® AOX G3 ECO GRANLUX AOX ATIVO MULTIFUNCIONAL COM CERTIFICADO ECOCERT GRANLUX AOX suporta até 250ºC, mesmo recebendo radiações UV!

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www.cosmeticsonline.com.br Cosmetics & Toiletries (Brasil)/23 Vol. 32, mar-abr 2020

mente, são fontes de alguns dos mais potentes medicamentos.

Também há sinergia entre as plantas e desaÞ os ecológicos que

devem ser examinados. Há plantas que se adaptam para proteger-

-se das ameaças ambientais, como radiação UV, infecções micro-

bianas, condições de aridez, ou calor ou frio excessivos. Como

exemplo dessa adaptação, muitas vezes, as plantas contêm as

vitaminas C e A, que ajudam na proteção de suas células, lem-

brando que essas vitaminas, também, podem ajudar na proteção

de nossa pele. Produtos naturais funcionais são usados para

cuidados dos cabelos e do couro cabeludo, como óleos para

condicionamento, e hena para tintura de cabelos. O óleo de

coco e o de Aloe vera também são vendidos para benefícios do

couro cabeludo, no combate à caspa, para diminuir a irritação

e a coceira.

Depois de a espécie da planta ser identiÞ cada, a grande per-

gunta é: Qual parte da planta deve ser usada para obter o extrato:

a ß or, a folha ou a raiz? Além da parte da planta, cada método de

extração pode gerar uma diferente mescla de componentes. A

escolha do solvente, por exemplo, pode ter impacto decisivo na

composição do extrato, pois os componentes mais hidróÞ los são

extraídos por solventes aquosos ou alcoólicos e os mais hidró-

fobos são extraídos por solventes como hexano, ou por dióxido

de carbono supercrítico.

Frequentemente, a dica sobre o extrato certo é identiÞ car o

benefício Þ nal desejado e, em seguida, realizar testes para fazer

a triagem de um amplo leque de extratos em tempo relativamente

curto. Depois que alguns materiais tiverem dado bons resultados

na triagem inicial, devem ser realizados testes de triagem mais

complexos, que, além de otimizar a extração, podem indicar

plantas semelhantes que podem gerar extratos de melhor desem-

penho. Em seguida, os melhores candidatos podem ser testados

com protocolos clínicos ou de consumidor, visando conÞ rmar

a funcionalidade.

Análises Químicas e Autenticação

Tendo em mente temas como sustentabilidade, qualidade,

segurança e funcionalidade, temos a necessidade de aplicar mé-

todos para testar os ingredientes vegetais. Hoje em dia, são usadas

inúmeras técnicas instrumentais, como análise física, química,

cromatográÞ ca e espectroscópica. Esses métodos variam desde

ações simples, como testes de cor, odor, densidade e índices de

refração de óleos essenciais, até ações mais complexas, como

identiÞ car e quantiÞ car os componentes-chave de um gel de Aloe

vera, usando cromatograÞ a a gás (GC), cromatograÞ a líquida

(LC) ou técnicas de espectroscopia por ressonância magnética

nuclear (NMR).

Essas técnicas espectroscópicas são poderosas porque podem

separar cada um dos componentes importantes de uma mistura

botânica complexa, fornecendo sua estrutura química por meio

de uma precisa espectrometria de massa, ou no caso de NMR, o

carbono ou o sinal de próton dos componentes. Em alguns casos,

pode ser identiÞ cada uma série de componentes marcadores, os

quais podem conÞ rmar a identidade de plantas especíÞ cas usa-

das para um extrato, ou seja, sua “impressão digital” especíÞ ca.

Por exemplo, o termo ginseng abrange uma ampla gama de

gêneros botânicos, como Panax Eleutherococcus (ou Acantho-

panax), Codonopsis, Gynostemma e Withania. Os extratos são

consumidos como complementos alimentares ou medicamen-

A NATUREZA A FAVOR DA BELEZA!

GRANLUX® AOX G3 ECO é um extrato antioxidante obtido da Picea abies, árvore

abundante na Escandinávia. Rico em lignanas, compostos polifenólicos com

comprovada ação captora de radicais livres semipolares. GRANLUX® AOX G3 ECO é um

antioxidante eficaz em ambientes polar e lipídico. Proporciona mais versatilidade e

qualidade no desenvolvimento de cosméticos infantis e para adultos e de produtos

capilares e de skin care premium. Pode ser usado em produtos anticaspa, produtos

para diabéticos e produtos para peles sensíveis e sensibilizadas!

Trav. João Gama 101 – Jd. Arizona

13255-141 – Itatiba SP

Fone: 11 4487-2650 / Fax: 11 4534-3415

www.highchem.com.br

CONSULTE-NOS

HIGH CHEM Comércio e Indústria de Produtos Químicos Ltda.

Proteção eficaz contra estresse oxidativo

Atividade antimicrobiana

Atividade antiinflamatória

Benefícios de GRANLUX® AOX G3 ECO

GRANLUX AOX

ATIVO MULTIFUNCIONAL COM CERTIFICADO ECOCERT

GRANLUX AOX suporta até

250ºC, mesmo recebendo

radiações UV!

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24/Cosmetics & Toiletries (Brasil) www.cosmeticsonline.com.br Vol. 32, mar-abr 2020

RECURSOS DO

ROYAL BOTANIC GARDENS

O Royal Botanic Gardens (Kew, Surrey, Reino Unido) foi fundado

em 1759 e vem acumulando a mais diversiÞ cada coleção de recursos

botânicos do planeta. Inclui mais de 7 milhões de plantas secas em

sua Herbarium Collection, 1,25 milhão de fungos secos e 50.000

amostras de DNA de plantas. Dois bilhões de sementes, salvas da

extinção, encontram-se atualmente no Kew’s Millennium Seed Bank,

e essas coleções representam mais de 95% dos gêneros de ß ores

e mais de 60% dos gêneros de fungos conhecidos. As informações,

que estão em uma série de bases de dados, incluem os nomes, a

taxonomia, as características, a distribuição, a Þ logenia e a fenologia

(como alterações sazonais) e o status de conservação.

Além disso, mais de 300 cientistas oferecem seus conhecimen-

tos especíÞ cos sobre química dos vegetais. Em conjunto, esses

recursos podem ajudar na seleção de fontes de plantas de quali-

dade cultivadas com sustentabilidade, para a obtenção de ótima

bioatividade, além de potenciais adulterantes. Eles também podem

dar suporte aos objetivos da indústria de cosméticos, para atender

às suas políticas de biodiversidade, como as que derivam da Con-

venção sobre Diversidade Biológica e dos protocolos de Nagoia.2

Para mais informações, entre no site www.kew.org.

tosos, mas há variações signiÞ cantes em seus componentes.

Os métodos LC-MS já identiÞ caram malonyl-ginsenosides em

quatro espécies de Panax vendidas como ginseng, e esses mes-

mos métodos também apontaram diferenças segundo o local de

origem do ginseng, como Panax ginseng (ginseng asiático), P.

quinquefolius (ginseng americano) ou P. notoginseng (ginseng

Sanchi).11 Portanto, os resultados desses métodos podem dar

informações úteis para identiÞ car rapidamente a fonte e, poten-

cialmente, a qualidade do ginseng que estiver sendo vendido.

O Chiral GC (cromatógrafo a gás da Hewlett-Packard) é um

instrumento que pode ser útil para a autenticação de extratos e

óleos essenciais. As plantas produzem metabólitos em muitas

situações, como moléculas quirais, e os enantiômeros podem

separar uma espécie da outra dentro de um mesmo gênero – que podem gerar propriedades histológicas muito diferentes. Por exemplo, o (R)-limoneno é responsável pelo odor das laranjas, ao passo que o (S)-limoneno transmite odor de limão; o (R)-carvone tem odor de hortelã e o (S)-carvone tem odor de cominho. Ao medir a quiralidade dos componentes de um óleo, é possível identificar as relações quirais, que podem ser usadas como “impressão digital” química para a detecção de óleos essenciais misturados com substitutos sintéticos, que estão tipicamente na forma racêmica, ou pela adição de outros óleos mais baratos, com propriedades semelhantes.

Talvez um dos mais poderosos recursos para a identiÞ cação química é espectrometria de massa de relação isotópica (IRMS), mas ela exige um operador muito experiente e um arquivo de óleos essenciais validados, de proveniência conhecida, para serem usados como padrão de comparação. Esse recurso pode ser utilizado para identiÞ car extratos adulterados, bem como para determinar as diferentes origens botânicas ou geográÞ cas, permitindo deÞ nir a proveniência das amostras.

Essa técnica mede a quantidade relativa de isótopos em uma amostra, como a relação de isótopos estáveis de carbono, hidrogênio, nitrogênio ou oxigênio. Esse método, por exemplo, vem sendo aplicado para caracterizar vinhos por meio da relação deutério/hidrogênio do etanol e da água, em amostras de vinhos. Essas variações recebem inß uência da variedade do vinhedo, de

sua localização, da data da colheita e das condições ambientais. A análise desses dados possibilita a caracterização do local das uvas mesmo em áreas bem deÞ nidas, como ocorre em certos distritos da França.13

Finalmente, uma técnica muito poderosa par identiÞ car uma amostra desconhecida é a análise do DNA, pela qual o DNA de uma amostra desconhecida é comparado a uma ampla base de dados de DNA, a base do Royal Botanic Gardens DNA Bank Database, que contém mais de 50.000 amostras (ver box). O DNA da planta Þ ca dentro das estruturas do núcleo, da mitocôndria e dos cloroplastos da célula ligada à membrana. Como ocorre com os seres humanos, o DNA da planta traz, em sua estrutura, o código genético do desenvolvimento e da manutenção celular. Esse código genético varia entre as espécies e pode ser usado com o objetivo de identiÞ cação.

Conclusões

Tendo em vista que a categoria de produtos naturais para os cuidados dos cabelos continua se expandindo, a autenticação e o suprimento responsável de extratos botânicos devem ser pontos focais. É de fundamental importância que o consumidor possa se assegurar de que os produtos tenham, consistentemente, alta qualidade e sejam seguros para o uso. Produtos naturais oferecem muitos benefícios de cuidado dos cabelos. Mas, assim como os cabelos, esses produtos podem apresentar variações. Portanto, é importante conhecer profundamente a composição dos ingredien-tes naturais para otimizar seus benefícios. Finalmente, marcas de produtos capilares que usam ingredientes naturais de qualidade e de fontes sustentáveis conseguem assegurar que suas práticas contribuam para dar suporte às plantas em ambientes naturais, preservando o planeta para as próximas gerações.

Referências 1. Sherrow V. Encyclopedia of Hair, A Cultural History. Greenwood

Press, London, 2006 2. Convetion on Bilogical Diversity. About the Nagoya Protocol. On-line.

Disponível em: https://www. cbd. int/ abs/ about/. Acesso em 21/9/2019 3. Persistent Market Research. (2018). Global market study on orange

essential oil: Increasing use in aromatherapy owing to lucrative demand from hospitality services. On-line. Disponível em: https://www. persistencemarketresearch. com/ market-research/ orange--essential-oil-market. asp. Acesso em 21/9/2019

4. Misa DD, Das SS, Dey S. Volatile proÞ ling from heartwood of East Indian sandalwood tree. J Pharm Res 7(4):299-303, 2013

5. Howes MR, Simmonds MSJ, Kite GC. Evaluation of the quality of sandalwood essential oils by gas chromatography-mass spectro-metry. J Chromatogr A 1028:307-312, 2004

6. John MD, Paul TM, Jaiswal PK. Detection of adulteration of polye-thylene glycols in oil of sandalwood. Indian Perfum 35:186-187, 1991

7. Do TKT, Hadji-Minaglou F, Antoniotti S, Fernandez X. Authenticity of essential oils. Trends Anal Chem 66:146-157, 2015

8. Schulz H, Quilitzsch R, Krüger H. Rapid evaluation and quantitative analysis of thyme, oregano and chamomile essential oils by ATR-IR and NIR spectroscopy. J Mol Struct 661-662:299-306, 2003

9. Bozzi A, Perrin C, Austin S, Arce F. Vera, quality and authenticity of commercial aloe vera powders. Food Chem, 103:22-30, 2007

10. Roe AL, McMillan DA, Mahony C. A tiered approach for the evaluation of the safety of botanicals used as dietary supplements: an industrial strategy. Clin Pharm Ther 104(3):446-457, 2018

11. Kite GC, Howes MJR, Leon CJ, Simmonds MSJ. Liquid chromatogra-phy/ mass spectrometry of malonyl-ginsenosides on the authentication of ginseng. Rapid Commun Mass Spectrom 17:238-244, 2003

12. Martin GJ, Guillon C, Martin ML, Cabanis M T, Tep Y, Aerny J. Natu-ral factors of isotope fractionation and the characterization of wines. J Agric Food Chem 36:316-322, 1988

Publicado originalmente em inglês, Cosmetics & Toiletries 134(6):54-63, 2019

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Dispersões de Pigmentos

e o Sensorial de Batons

s batons desempenham papel

importante no mercado atual de

cosméticos. A empresa de pes-

quisa de mercado Mintel prevê que o

segmento dos cosméticos de cor deverá

crescer 36% e atingir cerca de US$ 3,28

bilhões em 2021.1 Nada menos do que

83% das mulheres usam maquilagem e

49% declararam que o batom é um dos

principais itens entre seus produtos para

maquilagem.1 Com essa grande demanda

de consumo pelo batom, torna-se funda-

mental que os formuladores de cosméti-

cos desenvolvam produtos para atender

a essa necessidade e, ao mesmo tempo,

conheçam as expectativas e tendências

que ocorrem nesse mercado.

Este artigo pesquisa como as disper-

sões de pigmento, isoladamente, podem

apresentar variáveis atributos sensoriais

e diferentes desempenhos do produto.

Dispersões de pigmento são usadas nos

produtos labiais mais coloridos, como

batons e glosses labiais, e são um fa-

tor vital nesses produtos, uma vez que

função dele é dar cor. Atualmente, há

disponibilidade de uma variedade de

matérias-primas para que o formulador

crie produtos coloridos para os lábios.

Isso torna desaÞ ador fazer a escolha dos

óleos carreadores ideais para os pigmen-

tos, que também são a chave do suces-

so para produtos de cor para os lábios.

Dispersões de pigmento consistem

em um óleo com pigmento em pó em di-

ferentes concentrações. As dispersões são

tipicamente processadas em moinho de

esferas ou moinho de três cilindros, para

misturá-las, reÞ ná-las e homogeneizá-las.

A qualidade da dispersão de pigmento

resultante exerce impacto no desempenho

geral do batom, pois o óleo contribui para

a percepção sensorial e para outros aspec-

tos,2 que serão examinados mais adiante

neste artigo, ao passo que o pó contribui

para a cor.

Para ajudar o formulador a deÞ nir o

óleo carreador mais adequado à disper-

são de um pigmento em determinado

batom, foi realizado um estudo com 21

óleos. As dispersões mais promisso-

ras foram testadas, em relação às suas

qualidades sensoriais e estéticas, em

produtos para os lábios, usando o mé-

todo de análise descritiva quantitativa

(ADQ). Essa é uma abordagem-padrão

para análises sensoriais e parte do treina-

mento de um painel para a diferenciação

e a separação das percepções sensoriais

de dada categoria de produtos.3 O mé-

todo demonstrou comprovadamente que

gera resultados consistentes ao longo do

tempo e pode fornecer perÞ s sensoriais

ou comparações sensoriais signiÞ cantes

entre diversas amostras.

Projeto Experimental: Formulação

O processo de fabricação de um ba-

tom começa com uma dispersão pré-mis-

turada de um pigmento em pó em um

óleo adequado. A dispersão deve ter a cor

apropriada, uma partícula de pigmento de

dimensões ajustadas e as características

reológicas corretas. Também deve ser

suÞ cientemente Þ no para que não haja

possibilidade de ocorrer separação.

DispersõesPara este estudo, foi usado um mistura-

dor dispensador (Dispermat CV3-Plus,

da VMA-Getzmann GmbH, Reichshof,

Alemanha) com dimensões laboratoriais,

para dispersar os pigmentos nos óleos

carreadores. O dispositivo usado funciona

como se fosse um moinho de esferas, no

qual o pigmento é disperso pela interação

mecânica entre as pequenas esferas do

moinho. Todo o processamento e os testes

foram realizados em um laboratório de

pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Na escolha dos óleos para a dispersão

dos pigmentos foram levados em consi-

deração aspectos fundamentais, como

custos, prazos de realização, índice de

refração e viscosidade. Os custos e os

cronogramas foram considerados por

motivos comerciais óbvios. O índice de

refração foi considerado para o brilho e

a viscosidade para a estabilidade da dis-

persão e para a facilidade de seu manuseio

durante a produção.

Como foi dito anteriormente, 21 óleos

foram pesquisados em uma pesquisa teó-

rica inicial. Desses 21 óleos, 15 foram

escolhidos para participar da dispersão

de pigmento, com base nos critérios men-

cionados no parágrafo anterior. Os 15

Déarbhale Lynn, Celine Marque, Jennifer FarrellOriß ame, Bray, Co, Wicklow, Irlanda

O

As dispersões de pigmento desempenham papel fundamental nos produtos cosméticos para os lábios, tanto do ponto de vista funcional quanto sensorial. Este artigo explora os vários óleos carreadores para dispersão de pigmentos e pesquisa suas características comportamentais, seu impacto geral e sua infl uência na textura fi nal de um batom.

Las dispersiones de pigmento juegan un papel clave em los productos cosméticos para lábios desde una perspectiva funcional y sensorial. Este artículo explora vários aceites carreadores de pigmentos e investiga sus rasgos de comportamiento, impacto general e infl uencia en la textura fi nal de un lápis labial.

Pigment dispersions play a key role in cosmetic lip products from both a functional and sensorial perspective. This article explores various carrier oils in pigment dispersions and investigates their behavioral traits, overall impact and infl uence on the fi nal texture of a lipstick.