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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

REUNIÃO DO SANTANDERAMANHÃ, 18h, NO SINDICATO

Edição Diária 7189 | Salvador, terça-feira, 11.04.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

GREVE GERAL

Conjuntura desfavorável abala a saúde

Ciclo interrompido. Salário mínimo desvalorizado

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O governo passa o rolo compressor no trabalhador com medidas retrógradas que retiram direitos históricos dos brasileiros. Para barrar o projeto neoliberal, só a resistência. O Sindicato dos Bancários da Bahia mobiliza a categoria para participar da greve geral, no próximo dia 28. O Brasil vai parar. Página 3

O Brasil vai parar

ELEIçÃO DO SINDICATO.DIAS 9, 10 E 11 DE MAIO.

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 11.04.20172 BRASIL

Propostas encaminhadas ao Congresso deterioram relações de trabalhoFABiAnA PACheCO imprensa@bancariosbahia.org.br

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Cenário difícil pode elevar depressão

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTe 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTe 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTe 4590 DRT-BA e Rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Carolina Sales. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS & DEBATES

Antídoto ao neoliberalismo

Rogaciano Medeiros *

Semana passada, duas das principais perso-nalidades da intelectualidade brasileira aborda-ram questões que tocam no cerne, no âmago da grave crise política e econômica. Atingem o epi-centro das instabilidades que se arrastam desde quando a direita, insatisfeita com a quarta der-rota seguida nas urnas, em 2014, resolveu roer a corda e buscar, de qualquer jeito, um atalho para reconquistar o poder central no Brasil.

O economista Márcio Pochmann, professor da Unicamp e ex-presidente do Ipea (Institu-to de Pesquisas Econômicas Aplicadas), chama atenção para o risco de os setores ultraconserva-dores forçarem ainda mais a barra constitucio-nal e suspenderem as eleições do próximo ano. Entende que somente uma resistência de massa pode conter mais uma cartada suja do golpismo.

O jurista Pedro Serrano, que sempre navegou pela Ciência Política, destaca a metamorfose do autoritarismo, sempre procurando meios para parecer um regime democrático. Para isso, ul-timamente tem trocado o fuzil pela toga. Como exemplo, cita o Brasil, onde, segundo ele, o Ju-diciário tem sido usado para encobrir o Estado de exceção.

Na leitura de Serrano, a obsessão da direita em aniquilar Lula não é pessoal. O ódio e o antilulis-mo têm origem classista. Ou seja, buscam destruir tudo o que ele significa enquanto representação da vontade popular. Também afirmou que a única sa-ída é a resistência organizada do povo, como prin-cipal e maior guardião da Constituição.

Por enquanto, com as instituições sob controle, as classes dominantes tentam apressar, o máximo possível, a concretização da agenda neoliberal, de forma que os objetivos maiores estejam assegura-dos até dezembro de 2018. Depois, independente-mente do resultado da eleição do próximo ano, o desafio será manter a legislação neoliberal. O que não é difícil para o grande capital, diante do enor-me poder de “convencimento” do dinheiro.

Essa seria a alternativa menos traumática, sem a exacerbação do arrepio constitucional, pois a ruptura já ocorreu desde o ano passado, com o impeachment sem crime de responsabilidade.

De novo, o Brasil brasileiro parece viver o tí-pico caso do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Mas, está provado, se unificar e re-sistir, é possível derrotar o bicho, por mais feio que seja. Só não pode é subestimá-lo. Afinal, como lembra Pochmann, em mais de 500 anos de história, são apenas 50 anos de democracia.

Sem dúvida, somente o movimento popular or-ganizado e de massa é capaz de conter a ofensiva neoliberal, pautada no autoritarismo disfarçado de democracia, sob o beneplácito dos holofotes da mídia associada. Só há saída pela via da política, e o antídoto ao neoliberalismo é o povo. O percurso é penoso, mas é possível vencer. E como é.

*Rogaciano Medeiros é jornalistaTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

O RITMO de vida alucinante. As metas no trabalho. O assédio moral. A extra-polação da jornada. O neoliberalismo impõe uma rotina difícil ao cidadão e os reflexos são sentidos na saúde. No Brasil, 5,8% das pessoas sofrem com depressão, o maior índice da América Latina.

A média mundial é de 4,4%, aponta estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde. O país é também o recordista mundial em prevalência de transtornos de ansiedade, com índice de 9,3%. Ao todo são 18,6 milhões de brasileiros.

As perspectivas para o Brasil não são boas. Com a política neoliberal do gover-no Temer, o cenário tende a piorar. A regu-lamentação da terceirização e as reformas trabalhista e previdenciárias são exemplos.

As três propostas pioram as relações de trabalho e deixam os cidadãos desprote-gidos. A jornada pode aumentar para até 14 horas diárias, o salário reduzir, as férias acabarem, assim como a aposentadoria.

Os bancários sabem bem como são os reflexos de um ambiente de trabalho altamente estressante. A pressão diária para vender produtos e o assédio moral fazem da categoria uma das mais atingi-das por doenças ocupacionais, sobretudo de cunho psicológico. Dados do INSS, de 2013, apontam 18 mil bancários afasta-dos, 53% por transtornos mentais.

O suspeito ataque dos EUA à SíriaÉ HISTóRICO o comportamento impe-rialista e invasor dos Estados Unidos ao

Oriente Médio. Os interesses por trás dos recursos energéticos e a disponibilidade bélica para atacar a região voltaram com todo o gás após a eleição de Donald Trump, que autorizou os primeiros ataques à Síria.

A atitude gera indignação em entidades e organizações por todo o mundo. Uma é o Conselho Mundial da Paz. Em nota, ex-pressa solidariedade ao povo sírio e repu-dia o comportamento dos EUA.

Como aconteceu com o Iraque, a inter-venção imperialista na Síria acontece com base em suposto uso de armas químicas na cidade de Khan Sheikhoun perto de Idleb.

OS EMpREGADOS e ex-empregados do Banco do Brasil substituídos na se-gunda ação do anuênio devem parti-

Anuênio do BB é tema de assembleiacipar da assembleia, hoje, às 18h30, no auditório do Sindicato. Serão tratadas questões pertinentes ao processo.

Categoria bancária sofre com rotina alucinante

Trump manda atacar base do exército na Síria

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, terça-feira, 11.04.2017 3GREVE GERAL

O Brasil vai parar no dia 28 para barrar o projeto neoliberalROSe LiMA imprensa@bancariosbahia.org.br

manoel porto

manoel porto

Para garantir direitos, adesão é fundamental

Itaú e o descaso com o bem-estar OS BANCáRIOS do Itaú estão de olho nos programas de retorno e readaptação ao trabalho do banco que mais lucra no país. As dificuldades encontradas são motivo de cobrança dos trabalhadores cansados dos desrespeitos.

Em reunião do GT que trata de saúde e condições de trabalho, na semana pas-sada, os empregados exigiram mudanças nos programas para que os bancários pos-sam retornar ao trabalho de forma saudá-vel e segura, sem a ameaça de um novo agravo na situação psicológica ou de uma possível demissão por produtividade.

Os trabalhadores sugeriram a partici-pação nos programas de retorno e de uma equipe multidisciplinar para fazer a aten-ção correta à saúde do bancário e, princi-palmente, o fim da discriminação e assé-dio moral por parte da empresa.

pARA evitar que o governo Te-mer meta a mão nos direitos dos brasileiros, é fundamental que os trabalhadores, inclusive bancários, participem da greve geral, no dia 28 de abril.

Em jogo, a aposentadoria e os benefícios garantidos pela CLT (Consolidação das Leis Traba-lhistas). Com a desculpa de que as relações de trabalho precisam se modernizar, o governo conspi-ra para tirar direitos importantes.

A reforma trabalhista pre-vê negociação direta entre tra-balhador e empregador sobre a

jornada de trabalho, podendo chegar a 12 horas diárias, re-dução do intervalo de descanso para 30 minutos e remuneração por produtividade. As medidas enfraquecem o poder de nego-ciação das categorias.

Outro perigo é a reforma da Previdência. A proposta, em fase mais avançada no Congresso Nacional, aumenta para 65 anos a idade mínima para aposentaria e contribuição por 49 anos para ter direito ao benefício integral.

Como a maioria dos parla-mentares na Câmara Federal e no Senado representam os in-teresses do grande capital, so-mente parando o país, literal-mente, o governo pode recuar. Assim, nem mesmo a mídia será capaz de convencer a opi-nião pública e fazer o povo cair em mais uma armadilha.

Comissão para a eleição do SindicatoJOSÉ Antônio dos Santos (Santander), Edna Casaes (Bradesco) e Fernando Dantas (Bra-desco) são os nomes eleitos para compor a Comissão Eleitoral responsável pelo pleito do Sindicato dos Bancários da Bahia.

A comissão foi retirada, na noite de ontem, durante assembleia. O prazo para inscrição das chapas encerra na quinta-feira. A eleição para escolha da direção no triênio 2017-2020 acontece nos dias 9, 10 e 11 de maio.

Resistência contra a reforma trabalhistaO GOVERNO trabalha de forma acelerada para aprovar a refor-ma trabalhista. Por isso, é pre-ciso ampliar a resistência para conter a medida. Os efeitos são catastróficos, a exemplo da jor-nada diária de até 12 horas.

Também há sugestão de mu-dança nos contratos de traba-lho: por hora trabalhada e por produtividade. Tem ainda a imposição do negociado sobre o legislado, com o objetivo de enfraquecer a organização sin-dical e afastar os sindicatos das negociações.

Com a alteração, direitos his-toricamente conquistados po-dem ser perdidos como férias,

13º salário, FGTS, aviso prévio e licença maternidade.

As consequências da refor-ma trabalhista são desastrosas. O assunto foi debatido, na ma-nhã de ontem, na Assembleia Legislativa da Bahia, durante audiência pública.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Au-gusto Vasconcelos, que também representou a CTB no debate, reafirmou a necessidade de os trabalhadores, em especial os bancários, estarem unidos neste momento em que estão em jogo importantes direitos daqueles que concretamente geram a ri-queza deste país.

Audiência debate impactos da reforma trabalhista no país. Só prejuízos

Durante assembleia, ontem, no Sindicato, bancários elegem Comissão eleitoral para pleito da entidade

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 11.04.20174

SAQUE

RETROCESSO

Governo interrompe ciclo de valorização do salário. Só perdasBáRBARA AGuiAR imprensa@bancariosbahia.org.br

mínimo sem aumento real em 2018

O SALáRIO mínimo é uma das variáveis mais importantes no debate econômico brasilei-ro. No entanto, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou que para 2018 não ha-verá aumento real para os tra-balhadores.

Segundo o ministro, será considerada a retração de 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto)

de 2016, ano base para definição do mínimo em 2018. Portanto, o que vai ser levado em conta é apenas o valor inflacionário de 2017. O salário passa então de R$ 937,00, para R$ 979,00. Au-mento de apenas R$ 42,00.

Além do impacto negati-vo sobre a saúde e educação, a PEC 55, atualmente Emen-da Constitucional 95/16, que limita pelos próximos 20 anos os investimentos públicos à in-flação aferida no ano anterior, interfere também em uma das políticas de distribuição de renda mais relevantes dos últi-mos anos: a valorização do sa-lário mínimo.

Média de nove gols no futsal A RODADA foi recheada de bo-las na rede no Campeonato de Futsal dos Bancários. A média foi de mais de nove gols por jogo. Só na primeira partida, foram 11. A equipe do Elite fez mais e o certame terminou em 7 x 4 contra o Cartola.

O segundo jogo teve uma goleada mais elástica. O Do-lar meteu oito gols para cima do Anônimos, que reagiu com apenas duas bolas na rede. A última batalha foi mais equi-

librada. O Ressaca e o Pressão VIP, tradicionais papa-títulos dos torneios do Sindicato dos Bancários, se enfrentaram. O placar do jogo, cinco a dois para o Ressaca.

As disputas que acontecem normalmente aos sábados, no Ginásio de Esporte, ladeira dos Aflitos, terão mudança de data e horário devido à Semana Santa. O embate entre Resenha e Cash será na terça-feira, às 20h. Fi-quem atentos.

Desconto para a peça Compadre de OgumOS BANCáRIOS sindicaliza-dos têm desconto de 50% no valor do ingresso do espetáculo Compadre de Ogum, em cartaz no Espaço Cultura Barroqui-nha, aos sábados e domingos,

até o dia 30, sempre às 19h. A peça, dirigida por Edvard

Passos, é uma adaptação da obra de Jorge Amado que narra a história do biscateiro Massu das Sete Portas, um homem ne-gro que, com a ajuda de amigos, organiza o batizado na igreja do seu filho “galego”, cujo padri-nho será o orixá Ogum.

O ingresso custa R$ 40,00 (in-teira) e pode ser adquirido atra-vés do site www.sympla.com.br ou no local a partir das 17h, ape-nas no dia das apresentações.

Segundo henrique Meirelles, proposta do governo é salário mínimo de R$ 979,00 em 2018. Aumento de apenas R$ 42,00.

leonardo parente

FANTASMAS Para o juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, não há como identificar e muito menos punir os responsáveis por informações vazadas para a imprensa. Comparou a um “caça fantasmas”. Acontece que os vazamentos são sempre seletivos, feitos por encomenda para prejudicar alvos de interesse do es-quemão golpista. Sem dúvida, uma declaração de conveniência.

ÉTICA Ao afirmar que não vê nenhum “conflito ético” em aparecer em fotos, sorrindo, em conversas de pé de ouvido, com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), investigado na Lava Jato, Sérgio Moro assina embaixo das reclamações de Lula. A defesa do ex-presidente questiona judicialmente a falta de im-parcialidade do magistrado para julgá-lo.

DECORO A argumentação de Sérgio Moro para negar “con-flito ético” por aparecer em fotos com Aécio Neves (PSDB), in-vestigado pela Lava Jato, é de que o senador tucano tem foro privilegiado. Um absurdo. Na magistratura, a maioria esma-gadora considera quebra de decoro. Por aí dá para imaginar a concepção de ética do mais influente e poderoso juiz do Brasil, no período pré e pós golpe.

NOVAMENTE Apontado como um provável nome a ser escolhido pelo Congresso Nacional, no caso de o presidente Temer ser cassado, o jurista e ex-ministro Nelson Jobim vol-tou a criticar duramente o desespero da direita em inabilitar o ex-presidente Lula. "Por que a presunção absoluta e certa da culpa? Por que tal certeza? Especulo. Uns, de um facciosismo raivoso, intransigente, esterilizador da razão, dizem que a Jus-tiça deve ser feita com antecipação. Sem saber, relacionam e, mesmo, identificam Justiça com Vingança".

CARÍSSIMO O PSDB continua a pagar um preço político muito elevado pelo apoio ao golpe do impeachment. Como se não bastasse o fato de os presidenciáveis do partido serem os mais impopulares, agora uma nova pesquisa mostra que o inte-resse pelos tucanos na internet caiu consideravelmente.

Peça está em cartaz até o dia 30