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Grupo Técnico de Assistência e Consultoria em …acompanhamento técnico, e estão buscan-do maior produtividade que é o único cami-nho para a sustentabilidade. O estado de São

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Crise ou oportunidade?Acitricultura vive um dos momentos

mais delicados da história, com a desvalorização cambial, mesmo com os

bons preços praticados em dólar o resulta-do é negativo para o produtor; defensivos efertilizantes não desvalorizaram na mesmaproporção, os outros custos envolvidosquando não se mantiveram estáveis tiveramelevações.

No âmbito fitossanitário, doenças maisrecentes, como o greening nas regiões cen-tral e sul do estado e a pinta preta queavança com rapidez para o norte do estado,além de onerarem, obrigam o citricultor aadotar novos pacotes tecnológicos.

A CVC nossa velha conhecida já esta pre-sente em 43,28 % das plantas cítricas doestado de São Paulo, avançando com severi-dade, levando as plantas à morte econômi-ca em pouco tempo, diminuindo pela meta-de o potencial produtivo das áreas bastan-tes infestadas.

A morte súbita parece não estar avan-çando em distância, mas ainda destrói ta-lhões dentro dos epicentros da doença.

O citricultor está diminuindo, eram 27mil, relatos recentes apontam 10 mil, quecom certeza adotam mais tecnologias, temacompanhamento técnico, e estão buscan-do maior produtividade que é o único cami-nho para a sustentabilidade.

O estado de São Paulo em 1990 tinha723 mil hectares de citros, atualmente 580mil hectares. Com a pressão da indústria ca-navieira e a de reflorestamento esses núme-ros podem diminuir ainda mais a cada ano.

O nosso maior concorrente em sucoconcentrado, os Estados Unidos estão coma sua produção diminuída pela segunda sa-fra, em decorrência de freqüentes furacõese doenças como o cancro cítrico e recente-mente o greening.

O furacão Wilma atingiu o estado in-

Josimar Vicente DucattiJosimar Vicente DucattiJosimar Vicente DucattiJosimar Vicente DucattiJosimar Vicente DucattiEng.º Agrônomo GTACCCoordenador da Revista

2 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

teiro da Flórida, estima-se que seus prejuí-zos chegam a 13% da produção da próximasafra, provocando o maior aumento no pre-ço do suco concentrado dos últimos 10 anos,batendo no mês de novembro U$ 1750,00a tonelada na bolsa de Nova York.

Com todos esses fatos cabe nos umaindagação, será que com a adoção de umacitrucultura de alta tecnologia, produtiva, vi-veremos crise ou oportunidade?

Ao findar mais um ano os integrantes doGTACC aproveitam para desejar aos amigos,parceiros e citricultores um ano novo repletodas bênçãos do senhor.

Boa leitura.

7/09: Participação no X Dia da Laranja emParanavaí – PR onde foi ministrada apalestra: Tecnologias de manejo paraaumento de produtividade nos pomares,proferida pelo Consultor Kley BenedettiLeme.

15/09: Participação no IV Seminário deCitricultura de Goiânia onde foramproferidas as palestras: Novos plantios,novas técnicas e avaliação de retorno deinvestimento e capital: Leandro AparecidoFukuda, Manejo geral de plantas emformação: Sérgio Luis Facio e Perspectivasde áreas irrigadas (Sistema de implantaçãoe visão de manejo): Ramiro de Souza LimaNeto.

20/10: Atualização do curso de CFO(Certificado Fitossanitário de Origem) emCordeirópolis – SP no Centro APTA citros.

28/10 – Palestra: Aspectos Nutricionais paracitros de mesa, proferida pelo consultorRubens Paulo Stamato Júnior e Pragas edoenças da cultura dos citros proferida peloconsultor Roberto Aparecido Salva. NaAssociação dos Produtores Rurais deTocantins – MG.

28/10 – Reunião técnica com a empresaBASF em Bebedouro – SP para avaliaçãodos trabalhos realizados em 2005 e novasatividades para 2006.

01/11 Palestra: Manejo em viveirosprotegidos de citros/aplicação de produtos

sistêmicos, realizado pela empresa Bayer emAraraquara – SP e proferida pelo consultorRoberto Aparecido Salva.

25, 26 e 27/11 – Confraternização de finaldo ano do GTACC em Barretos – SP, ondeforam reunidos nossos familiares e parceirospara melhor integração entre todos.

28 e 29/11 Reunião com a empresa DuPontpara posicionamento de produtos erealização de curso gerencial em Indaiatuba- SP.

29/11 – Evento BASF: Plant Healthpromovido pela BASF em Ribeirão Preto –SP. Mais uma importante iniciativa de nossaparceira que certamente vai revolucionar omercado.

29/11: Participação no Encontro anual dosassociados da Vivecitrus em Ribeirão Preto –SP com as palestras: Poda mecânica doscitros e Custos de implantação de pomarese viabilidade econômica realizadas pelosconsultores Kley Benedetti Leme e LeandroAparecido Fukuda respectivamente.

7/12 – Apresentação e detalhamento doProjeto Laranja Nota 10 para o GTACC, coma presença do Dr. Eduardo Fermino Carlosdo Centro APTA Citros. Parabéns a todaequipe pela importante iniciativa.

7/12: Primeira reunião de trabalhos do PEG– Planejamento Estratégico GTACC que vairedirecionar os propósitos do grupo. Foram

definidos três grupos de trabalho ondeserão desenvolvidas novas linhas deatividades para o GTACC.

15 e 16/12: II Workshop de Citrospromovido pela empresa SIPCAM emÁguas de Lindóia – SP onde além daparticipação do GTACC, foi proferida umapalestra pelo Leandro Aparecido Fukudacom o tema: Citricultura x Cana-de-Açucar.

Revista “Ciência & Prática”Ano 5 - N.º 19Outubro/Novembro/DezembroÓrgão de informação, publicado sob a respon-sabilidade do Grupo Técnico de Assistência eConsultoria em CitrusAv. Sérgio Sessa Stamato, 64, Centro, Bebedou-ro - SP,CEP: 14.700.170Fone: (17) 3343-1717

Presidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Kley Benedetti Leme

Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:

Josimar Vicente Ducatti (Coordenador),

Ramiro de Souza Lima Neto, Leandro Ap. Fukuda, Apa-

recido Tadeu Pavani, Sivio Gil Rodrigues, Roberto Apare-

cido Salva e Décio Joaquim.

Editor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e Jornalista Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:

Luis Otávio Martins - MTB: 20.538

Impressão:Impressão:Impressão:Impressão:Impressão: Gráfica Santa Terezinha

PPPPPeriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade: Trimestral

Distribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição: Gratuita

Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 6.000 exemplares

e x p e d i e n t e

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"Agricultura é a nossa vida"Kunikazu Ninomiya

Diretor Presidente da Iharabras S. A. Indústrias Químicas

Chegar aos 40 anos de existên-Chegar aos 40 anos de existên-Chegar aos 40 anos de existên-Chegar aos 40 anos de existên-Chegar aos 40 anos de existên-cia é uma marca invejável. Qualcia é uma marca invejável. Qualcia é uma marca invejável. Qualcia é uma marca invejável. Qualcia é uma marca invejável. Qualo sentimento da Ihara após tero sentimento da Ihara após tero sentimento da Ihara após tero sentimento da Ihara após tero sentimento da Ihara após tergalgado esse patamar ?galgado esse patamar ?galgado esse patamar ?galgado esse patamar ?galgado esse patamar ?

Após superar inúmeras dificuldadesnos diversos cenários dentro e fora do País,obtendo o reconhecimento do setor atra-vés de produtos de qualidade e tomandoparte da evolução da agricultura brasilei-ra, esse feito, no momento em que o Bra-sil firma-se como potência mundial nosetor agrícola, representa para a Ihara umagrande conquista.

Evidente que devem ter sidoEvidente que devem ter sidoEvidente que devem ter sidoEvidente que devem ter sidoEvidente que devem ter sidomuitos os momentos decisivosmuitos os momentos decisivosmuitos os momentos decisivosmuitos os momentos decisivosmuitos os momentos decisivosnessa trajetória. Pnessa trajetória. Pnessa trajetória. Pnessa trajetória. Pnessa trajetória. Poderia referiroderia referiroderia referiroderia referiroderia referir-----se a alguns deles ?se a alguns deles ?se a alguns deles ?se a alguns deles ?se a alguns deles ?

A Ihara surgiu em São Paulo, em 1965,com o nome de Indústrias Químicas MitsuiIhara S.A. Quatro anos depois a sede e afábrica foram transferidas para Osasco, SP,em seu primeiro plano de expansão, apósa entrada de outras empresas na socieda-de. Em 1972 foi estabelecido o nomeIharabras S.A. Indústrias Químicas, com asaída da Mitsui, após transferência de açõesdesta para a Kumiai Chemical. Um anodepois o escritório voltou a ser na cidadede São Paulo. Em 1982 foi inaugurado oParque Industrial em Sorocaba, SP, distri-buído inicialmente em 10 hectares. Muitoimportante foi o ano de 1984 quando aempresa afirma seu respeito e confiançapelo solo brasileiro, tornando-se uma em-presa de capital nacional através daAgroinvest Kayatani S.A. Desde 1987, aadministração também passou paraSorocaba. A partir de 1994 a Ihara implantaos "Doze Princípios da Administração",passando a adotar uma filosofia que refle-te seu compromisso com a qualidade de

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Formado pela Esalq-Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiróz, em 1964, o

engenheiro agrônomo KKKKKunikazu Ninomiyaunikazu Ninomiyaunikazu Ninomiyaunikazu Ninomiyaunikazu Ninomiyaestá na direção da Ihara há 21 anos.

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2 vida de seus colaboradores, com o meioambiente e o sucesso do agricultor. Jun-tos, o Conjunto Administrativo, o ParqueIndustrial e a Estação Experimental ocu-pam uma área de 233 hectares, passan-do, em 2003, por inúmeras obras deampliação e reforma, destacando-se aconstrução do Centro de Convivência parao bem- estar de seus colaboradores. Final-mente destaco, em 2004, a mudança nocontrole acionário da Iharabras para osGrupos Nippon Soda, Kumiai Chemical eSumitomo Corporation, entre outros, pre-parando a empresa para os próximos anos,aliando a Ihara ao mercado mundial.

A Ihara preserva uma forte e tra-A Ihara preserva uma forte e tra-A Ihara preserva uma forte e tra-A Ihara preserva uma forte e tra-A Ihara preserva uma forte e tra-dicional ligação com o agricul-dicional ligação com o agricul-dicional ligação com o agricul-dicional ligação com o agricul-dicional ligação com o agricul-tortortortortor. É possível explicar isso?. É possível explicar isso?. É possível explicar isso?. É possível explicar isso?. É possível explicar isso?

Quando foi constituída a Agroinvest,éramos onze agricultores. Não tínhamosconhecimentos industriais. Nossa forma-ção era eminentemente agrícola. E porsermos agricultores, não nos interessa ape-nas o sucesso comercial obtido com a ven-da dos produtos. Nos importa que o pro-dutor também esteja ganhando. Para isso

acreditamos que devemos trabalhar paraque ele consiga uma melhora geral no seunegócio. Que consiga melhorar sua ges-tão empresarial, melhorando a qualidadedo seu produto e aumentando a produti-vidade. Muitos agricultores percebem essadiferença que nos caracteriza. Essa é a ra-zão que explica porque estamos mais liga-dos aos agricultores.

Foram citados os "Doze Princípi-Foram citados os "Doze Princípi-Foram citados os "Doze Princípi-Foram citados os "Doze Princípi-Foram citados os "Doze Princípi-os da Administração". São elesos da Administração". São elesos da Administração". São elesos da Administração". São elesos da Administração". São elesque norte iam a gerência daque norte iam a gerência daque norte iam a gerência daque norte iam a gerência daque norte iam a gerência daempresa?empresa?empresa?empresa?empresa?

Recomendo a todos que procuremconhecê-los. Estamos à disposição para tal(www.ihara.com.br). Fazemos parte de umamplo Grupo de Estudos (Seiwajuku Bra-sil) que difunde as idéias de Kazuo Inamori,fundador da Kyocera Corporation, que diz"que para a empresa ser sustentável temque crescer dentro de uma base filosóficabem consolidada e que todos os seus co-laboradores devem ganhar com ela, nãoapenas seu proprietário ou acionistas". AIhara, na última década, conseguiu apri-morar o sistema de gestão tendo como

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base a implantação da nossa FilosofiaEmpresarial. Nos preparamos para cami-nhar firmemente com o crescimento daagricultura brasileira que daqui a algunsanos poderá ser líder mundial. Estamostrabalhando para criar, cada vez mais, va-lor agregado para os nossos acionistas,cumprir com a responsabilidade social efazer com que nossos colaboradores se-jam cidadãos na mais ampla acepção dapalavra.

Qual o preceito básico desseQual o preceito básico desseQual o preceito básico desseQual o preceito básico desseQual o preceito básico dessemodelo de gestão ?modelo de gestão ?modelo de gestão ?modelo de gestão ?modelo de gestão ?

É muito simples. Podemos, inclusive,traduzi-lo em uma única fórmula,R=PxDxC. Na empresa ou na vida pesso-al, os resultados obtidos (R) dependemda maneira de pensar (P) das pessoas quelideram, uma vez que em função dissoconsegue-se a dedicação (D) ou não doscolaboradores, aumentando automatica-mente a sua capacidade produtiva (C). Amaneira de pensar pode ser negativa, in-validando a dedicação e reduzindo a ca-pacidade produtiva. Assim, nunca o resul-tado obtido será positivo. Se pensar ape-nas que a situação financeira ou o preçobaixo inviabilizam uma ação, isso será su-ficiente para que nada aconteça. Ao con-trário, se tiver um pensamento objetivoestimulando sua dedicação, aumentará acapacidade de realização, aprendizado ouprodução, quer seja do agricultor, do es-tudante ou do pesquisador. É fantástico!Eu acredito que se essa "pequena" fórmulafosse adotada pelas Universidades, muda-ria o Brasil!

Às vezes, o pensamento negati-Às vezes, o pensamento negati-Às vezes, o pensamento negati-Às vezes, o pensamento negati-Às vezes, o pensamento negati-vo é inevitável. As empresas e osvo é inevitável. As empresas e osvo é inevitável. As empresas e osvo é inevitável. As empresas e osvo é inevitável. As empresas e osagricultores sofrem com as alte-agricultores sofrem com as alte-agricultores sofrem com as alte-agricultores sofrem com as alte-agricultores sofrem com as alte-rações econômicas. Como con-rações econômicas. Como con-rações econômicas. Como con-rações econômicas. Como con-rações econômicas. Como con-viver com isso ?viver com isso ?viver com isso ?viver com isso ?viver com isso ?

Numa gestão coerente as justificativaspara o não cumprimento de metas nãosão admitidas. Se os preços baixaram, meobrigo a ser mais produtivo. A agriculturaé uma atividade de alto risco. O agricultortem que ser consciente disso e gostar doque faz, antes de qualquer outro pensa-mento. Gostar do que se faz é o primeiropasso para se ganhar dinheiro. O clima,os preços, o mercado etc, nada justifica amenor dedicação, pois irá gerar queda deprodução. Se o preço baixar, tentaremosganhar com a elevação da produtividadeou através da melhoria da gestão, redu-

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zindo custos de uma forma coerente, ata-cando os pontos falhos. A economia nacompra de insumos nunca será a melhorforma de lucrar se estiver diminuindo aqualidade e a eficiência da produção.

Em relação à citricultura, os pro-Em relação à citricultura, os pro-Em relação à citricultura, os pro-Em relação à citricultura, os pro-Em relação à citricultura, os pro-dutores estão recebendo menosdutores estão recebendo menosdutores estão recebendo menosdutores estão recebendo menosdutores estão recebendo menosdo que no ano passado pelado que no ano passado pelado que no ano passado pelado que no ano passado pelado que no ano passado pelacaixa de laranja. Isso prejudicacaixa de laranja. Isso prejudicacaixa de laranja. Isso prejudicacaixa de laranja. Isso prejudicacaixa de laranja. Isso prejudicaos investimentos, não?os investimentos, não?os investimentos, não?os investimentos, não?os investimentos, não?

A situação cambial torna complicadaa rotina financeira de qualquer empresa,principalmente das agrícolas, mas lembran-do que citros é uma cultura perene ficaevidente também que o abandono dos tra-tos culturais em um determinado ano, teráreflexos pelos anos subseqüentes, não sen-do uma solução adequada. Na medida emque se está deixando de adubar um po-mar, por exemplo, por ser pequena a pro-dução ou menor o valor recebido pela fru-ta naquele momento, está se esquecendoque a planta também é constituída porraízes, tronco, galhos e, principalmente,por folhas, e que esse conjunto dependeda nutrição para poder, comercialmente,voltar a produzir melhor no ano vindouro.A criatividade nos momentos difíceis fazcom que consigamos soluções, muitasvezes, inesperadas.

Que soluções a Ihara pode ofe-Que soluções a Ihara pode ofe-Que soluções a Ihara pode ofe-Que soluções a Ihara pode ofe-Que soluções a Ihara pode ofe-recer para ajudar os citr icul-recer para ajudar os citr icul-recer para ajudar os citr icul-recer para ajudar os citr icul-recer para ajudar os citr icul-tores?tores?tores?tores?tores?

Além de oferecer nossa linha de pro-dutos comerciais e de incentivar os pro-dutores a se utilizarem da consultoria téc-nica, é hábito da empresa promover pro-jetos implementados em parceria com osagricultores. Um exemplo é o Sistema Plan-ta Forte, já tradicional na cultura da batatae que se apresenta em fase de desenvolvi-mento para citros. A partir de um modelomatemático (que se está desenvolvendocom a ajuda de várias instituições, entreelas o GTACC), a Ihara pretende que o pro-dutor possa avaliar sua própria atividade,melhorando sua capacidade administrati-va, descobrindo e corrigindo seus pontosdeficientes e ganhando com mais produ-tividade e qualidade. A Ihara também estádesenvolvendo pesquisas na cultura decitros, tanto em sua Estação Experimentalem Sorocaba, quanto na Bagisa S. A.,(neste caso de uma maneira mais específi-ca em relação aos problemas locais, emconjunto com o IAC e a Embrapa/Cruz das

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Almas) em propriedade agrícola de 15 milhectares na Chapada Diamantina, BA, des-tinada aos cultivos de tomate de mesa,batata, hortaliças, cacau, maçã, ameixa ecitros.

Qual o posicionamento da em-Qual o posicionamento da em-Qual o posicionamento da em-Qual o posicionamento da em-Qual o posicionamento da em-presa em relação à linha de pro-presa em relação à linha de pro-presa em relação à linha de pro-presa em relação à linha de pro-presa em relação à linha de pro-dutos para citros?dutos para citros?dutos para citros?dutos para citros?dutos para citros?

A citricultura passou a ser novamenteum importante foco da Ihara. A empresa,que nos anos 90 tinha uma importanteparticipação no mercado de citros, volta aconcentrar esforços sobre a cultura. Para2006 está programado o lançamento doacaricida Sanmite que, após passar por umexaustivo período de testes sob a respon-sabilidade do Departamento Técnico daIhara, sofreu modificações na sua maneirade ser utilizado, recebendo um novoposicionamento de uso, diferente de anosatrás, quando o produto foi lançado nomercado por outra empresa. Outras fortesposições da Ihara dizem respeito à conso-lidação no mercado de citros de produtoscomo o Convence (neonicotinóide de altaperformance no controle de pragas evetores de doenças), além do Tiger 100EC, inseticida que, usado em conjunto como Sumidan 150 SC, tornaram-se muito efi-cazes no controle da cochonilha ortézia.Além disso, a Ihara continuará a promo-ver produtos tradicionais de sua linha paraa citricultura, como Cercobin, Iharol, Nu-tri Phite, Fertamin e Highcrop.

De que maneira a Ihara preocu-De que maneira a Ihara preocu-De que maneira a Ihara preocu-De que maneira a Ihara preocu-De que maneira a Ihara preocu-pa-se em disseminar através dospa-se em disseminar através dospa-se em disseminar através dospa-se em disseminar através dospa-se em disseminar através doscolaboradores as idéias de ges-colaboradores as idéias de ges-colaboradores as idéias de ges-colaboradores as idéias de ges-colaboradores as idéias de ges-tão expostas aqui?tão expostas aqui?tão expostas aqui?tão expostas aqui?tão expostas aqui?

Foi criado, em 2003, um Programa deTrainees para a formação do Administra-dor Técnico de Venda. Esse profissional étreinado para melhorar sua produtividadecomercial baseado na nossa Filosofia Em-presarial. Assim, essas idéias chegarão àsrevendas, aos agricultores, enfim, à todosdo agronegócio. Atualmente, quase 40%dos nossos gerentes passaram pelo Pro-grama. As pessoas são o bem mais preci-oso da Ihara. É este patrimônio humano apedra angular de toda organização quecontinuará valorizada pelo constante de-senvolvimento de tecnologias de gestõesque garantam a excelência da Empresa,atribuindo "ares de ordem e progresso" etransformando resultados em vantagens àcomunidade.

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Capacitação profissional:necessidade ou obrigação?

Formar a melhor equipe na indústria. Estaé uma das diretrizes estratégicas da BASFpara 2015, pois a empresa líder mundi-

al da indústria química acredita que o trei-namento e a capacitação profissional de suaequipe são fatores chave na busca pela dife-renciação. É muito importante investir no ta-lento das pessoas para se montar uma gran-de equipe, seja em qualquer área. O dife-rencial hoje está nelas. De que modo pode-mos criar este diferencial? Vem através docomprometimento e da preparação destaspessoas para exercerem melhor sua ativida-de. Na agricultura não é diferente, sendomuito importante investir na capacitação dostrabalhadores rurais. Um bom exemplo é aaplicação de produtos fitossanitários, queexige conhecimento do aplicador sobre ocomportamento da praga que se quer con-trolar e da tecnologia correta para aplicar osprodutos, atingindo com precisão o alvo bi-ológico. A aplicação errada do produto vaigerar prejuízos causados pelo controle ine-ficaz e pela contaminação das pessoas e domeio ambiente.

Da mesma forma que precisamos da car-teira de motorista para guiar veículos, o apli-cador de produtos fitossanitários precisa docertificado de capacitação, é o que diz aNorma Regulamentadora de Segurança eSaúde no Trabalho na Agricultura (NR 31),publicada na portaria 86 do Ministério doTrabalho e Emprego em março de 2005.

A capacitação prevista nesta norma deveser proporcionada aos trabalhadores emprograma com carga horária mínima de 20horas, com conteúdo que aborde as formasde exposição direta e indireta aos fitossani-tários; sinais e sintomas de intoxicação emedidas de primeiros socorros; rotulagem esinalização de segurança; medidas higiêni-cas durante e após o trabalho; uso de vesti-mentas e equipamentos de proteção pesso-al e a limpeza e manutenção das roupas,vestimentas e equipamentos de proteçãopessoal.

São considerados válidos os programasde capacitação desenvolvidos por órgãos eserviços oficiais de extensão rural, institui-ções de ensino de nível médio e superior emciências agrárias e Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural - SENAR, entidades sindicais,associações de produtores rurais, coopera-tivas de produção agropecuária ou florestale associações de profissionais, desde queobedecidos os critérios estabelecidos poresta norma, garantindo-se a livre escolha de

PROTEÇÃO

Preparo da calda (Aplicadores realizando amesma operação: preparo da calda – diferença

entre o leigo e o profissional capacitado)

quaisquer destes pelo empregador.Além disto, o empregador rural ou equi-

parado, deve adotar as seguintes medidas:a) fornecer equipamentos de proteção indi-vidual e vestimentas adequadas aos riscos,que não propiciem desconforto térmico pre-judicial ao trabalhador;b) fornecer os equipamentos de proteçãoindividual e vestimentas de trabalho em per-feitas condições de uso e devidamente higi-enizados, responsabilizando-se pela descon-taminação dos mesmos ao final de cada jor-nada de trabalho, e substituindo-os sempreque necessário;c) orientar quanto ao uso correto dos dis-

positivos de proteção;

d) disponibilizar um local adequado para aguarda da roupa de uso pessoal;

e) fornecer água, sabão e toalhas para higi-ene pessoal;

f) garantir que nenhum dispositivo de pro-teção ou vestimenta contaminada seja leva-do para fora do ambiente de trabalho;

g) garantir que nenhum dispositivo ou ves-timenta de proteção seja reutilizado antesda devida descontaminação;

h) vedar o uso de roupas pessoais quandoda aplicação de produtos fitossanitários.

A Norma também determina que o tra-balho com máquinas, equipamentos e im-plementos deve ser realizado somente portrabalhadores capacitados e qualificadospara tais funções, exigindo que os equipa-mentos de aplicação sejam:

a) mantidos em perfeito estado de conser-vação e funcionamento;

Amadorismo (Não basta fornecer o EPIpara quem não sabe usar).

b) inspecionados antes de cada aplicação;

c) utilizados para a finalidade indicada;

d) operados dentro dos limites, especifica-ções e orientações técnicas.

Outros temas relevantes disciplinados

6 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

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7Outubro / Novembro / Dezembro Revista Ciência & Prática

O Programa EPI é uma iniciativa de responsabilidade social que visa aumentar a oferta eo uso de equipamentos de proteção individual para aplicação de produtos fitossanitári-os. Por meio de investimentos em ações educativas e de comunicação, a empresa buscaaumentar a conscientização e o uso dos EPI para proteger a saúde dos aplicadores.

O programa tem o desafio de eliminaras desculpas que normalmente são utiliza-das pelos trabalhadores e agricultores paranão adquirir e usar corretamente os EPI. Asdesculpas mais comuns para não utilizaçãodos EPI são: (ver quadro ao lado)

O programa EPI da BASF engloba ain-da uma série de atividades destinadas ao agri-cultor, como organização de palestras, diasde campo e treinamentos, além da distribui-ção de material educativo, como manuais,CD e vídeos com instruções sobre o uso cor-reto dos EPI. Para conseguir mais informa-ções e material educativo sobre o uso corre-to de EPI ou sobre a NR 31, basta ligar para aBASF (0800-0192500) ou solicitar informa-ções pelo e-mail [email protected].

Programa EPI da BASF. (Não basta fornecer o EPI para atender a lei, é necessáriotreinar o usuário e assegurar a qualidade das vestimentas de proteção).

Eng. AgrEng. AgrEng. AgrEng. AgrEng. Agr. Roberto Araújo. Roberto Araújo. Roberto Araújo. Roberto Araújo. Roberto AraújoGerente de Segurança de

Produto BASF S/A

Treinamento (Aplicador deve sercapacitado para usar corretamente o EPI)

pela NR31 dizem a respeito da necessidadede sinalizar as áreas tratadas e da conserva-ção, manutenção, limpeza e utilização dosequipamentos de aplicação, de forma a nãocontaminar poços, rios, córregos e quais-quer outras coleções de água.

Com relação ao armazenamento, a nor-ma veta que os fitossanitários sejam deixa-dos a céu aberto e determina que as edifi-cações destinadas ao armazenamento de-vem estar situadas a mais de 30 metros dashabitações e locais onde são conservadosou consumidos alimentos, medicamentos ououtros materiais, e de fontes de água.

Para aqueles que ainda tem dúvidas so-bre benefícios de se investir na capacitaçãoprofissional daqueles que aplicam os pro-dutos fitossanitários, hoje há um forte ar-gumento adicional: a lei obriga a capacita-ção.

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8 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

LANÇAMENTO

Professor Santin Gravena lança livro deManejo Ecológico de Pragas dos Citros

A citricultura brasileira conta pela primeira vez com um livro completo de manejo de pragas com tendência ecológica.Trata-se do “Manual Prático de Manejo Ecológico de Pragas dos Citros”. Foi editado pelo Professor Santin Gravenae sua equipe após 31 anos de lida diária com pragas que atacam a planta cítrica e após 28 anos do lançamento

das diretrizes do MIP-Citros no encontro de citros de Boquim, Sergipe em 1977.

Como foi estruturado

O livro foi elaborado com 4 grandescapítulos para atender de forma nítida anecessidade de compreensão de todo osistema econômico e ecológico formado pelaplanta, pelo solo, pelas pragas e organismosbenéficos que convivem na copa e nas raízes,pelos sistemas de produção existentes hojeem dia, e pelos desafios com que o citricultorse depara em tempos de globalização dasrelações entre paÍses nas questõesambientais e alimentares.

Primeiro Capítulo

O MANEJOO MANEJOO MANEJOO MANEJOO MANEJO

Neste capítulo estão abordados daforma mais clara possível para compreensãodo leitor os princípios e conceitos que regemo manejo ecológico de pragas. Há fartoacompanhamento de fotografias e gráficospara ilustrar o texto, este escrito comlinguagem simples, mas de cunhoessencialmente técnico para formação doprofissional que chamamos de Manejadorde Pragas (agrônomo, biólogo,administrador, gerente, citricultor, técnicoagropecuário, etc)

Segundo Capítulo

AAAAAS PRAGASS PRAGASS PRAGASS PRAGASS PRAGAS

Praticamente todas as pragas dacitricultura brasileira são apresentadas comindicações de importância, danos causados,imagens de reconhecimento, biologia,métodos de monitoramento e amostragem,e técnicas de manejo ecológico. A propostaé que o citricultor ou técnico, utilizando esse

manual, poderá minimizar seus gastos comtratamentos fitossanitários para aumentarsua margem de lucro frente às oscilações depreços em função de diminuição dedemanda e valorização do real.

Terceiro Capítulo

OS INIMIGOS NATURAISOS INIMIGOS NATURAISOS INIMIGOS NATURAISOS INIMIGOS NATURAISOS INIMIGOS NATURAIS

Pela primeira vez é dedicado, em livro,um capítulo próprio para todos ou quasetodos os organismos benéficos que ajudama manter as pragas em equilíbrio ou reduziras populações para níveis abaixo dos quecausam perdas econômicas aos produtores.O capítulo foi dividido em 3 partes,separando-se em grupos: predadores,parasitóides e patógenos. Nele, citricultorese técnicos, consultarão dados biológicos,identificarão espécies e saberão do papelque representam na manutenção dos seuspomares com qualidade ambiental eeconomia na produção. As informaçõesobtidas poderão ajudar a preservar asespécies benéficas para que trabalhem emfavor do produtor de laranja, tangerinas elimões.

Quarto Capítulo

A INSPEÇÃOA INSPEÇÃOA INSPEÇÃOA INSPEÇÃOA INSPEÇÃO

O livro termina com o capítulodestinado à inspeção ou amostragem depragas. É útil para todos os leitores, mas éessencial para os Inspetores de Pragas. Todosos métodos atuais de amostragem emonitoramento estão à disposição paraconhecer e praticar para auxiliar na tomadade decisão de manejo por parte dosManejadores de Pragas. Incorpora-se notexto bases para a utilização de CD-Romsobre manejo de pomares, tão necessáriohoje em dia pela rapidez exigida com atecnologia de informação.

Quem são os leitores

Todos os interessados em melhorarsuas atividades perante as tarefas de manejodos pomares encontrarão neste livroinformações indispensáveis para os diversossistemas de produção existentes atualmente.São 372 páginas e 855 imagens ilustrativasdos textos para serem consultadas no dia-dia do profissional. O que é mais importante,o livro está sendo apresentado para auxiliaros profissionais que lidam tanto naprodução convencional, quanto naintegrada e na orgânica, pois os princípiosdo manejo ecológico são os mesmos paratodos.

Prof. Santin GravenaProf. Santin GravenaProf. Santin GravenaProf. Santin GravenaProf. Santin Gravena

Gravena Ltda / GTACC

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10 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

PERSPECTIVAS

Futuro dos Citros na FlóridaO estudo detalhado do segmento de produção de mudas pode fornecer

um bom panorama do futuro da citricultura da Flórida.

Panorama Geral

O Estado da Flórida com média de220 milhões de caixas (2001 – 2005) e 75milhões de plantas de laranja em produção(‘Florida Agriculture Statistics Service’ 2004)é a segunda maior região produtora de ci-tros do mundo, sendo superada somentepor São Paulo que nos últimos cinco anosproduziu em média 350 milhões de caixascom aproximadamente 180 milhões de plan-tas em produção.

A Flórida vem passando por grandesproblemas fitossanitários nos últimos me-ses reflexo dos furacões Charley, Frances,Ivan, Jeanne e Wilma que atingiram a regiãoprodutora de citros, danificaram várias plan-tas e disseminaram o Cancro Cítrico queaparentemente estava sendo controlado noEstado. Até novembro de 2005 haviam sidoconstatados focos da doença em 22 conda-dos e os relatos mais recentes foram encon-trados nas principais áreas produtoras decitros. Estima-se que o número de árvoresem produção esteja 8% menor do que onúmero registrado em 2004 e que os pro-blemas fitossanitários devam levar a erradi-cação mais 10% das plantas de citros.

Além do Cancro Cítrico, em agosto de 2005foram detectados focos de Greening empomares residenciais e recentemente empomares comerciais o que pode reduzir ain-da mais o número de plantas no Estado.

Produção de Mudas

Um dos segmentos mais afetados porestas doenças é o de produção de mudas.Dentre os focos de Cancro Cítrico registra-dos, quatro deles foram constatados em vi-veiros ou próximos a viveiros de mudas quetiveram que erradicar sua produção ou es-tão em quarentena visto que a legislaçãolocal determina erradicação de qualquer es-pécie de plantas cítricas em um raio de 580metros e determina quarentena em qual-quer planta cítrica que esteja localizada numraio de 1.160 metros do foco da doença.

Já em relação ao Greening a situaçãoé ainda mais preocupante, pois dos 46 vi-veiros existentes em 2005, 28% são emambiente aberto, 54% possuem estruturas

cobertas com filme plástico e laterais semi-abertas, e o restante (17%) possuem umacombinação dos dois sistemas. Os viveirosparcialmente “protegidos” possuem insta-lações bastante precárias e ineficientes nocontrole do psilídeo, vetor da bactéria Can-didatus Liberibacter, que transmite o Gree-ning. Muitos viveiros estão próximos a po-mares e/ou plantas matrizes produtoras desementes e correm sério risco de contami-nação por Greening e Cancro. Além disso,não se observa nenhum bom controle deprevenção de doenças nos viveiros em rela-ção ao trânsito de pessoas, máquinas, equi-pamento, cerca viva, rodolúvio, uniformes,sistema de irrigação localizado, etc...

O número de viveiros na Flórida vemdiminuindo drasticamente nos últimos anos.Em 1960 havia 1.428 viveiros, em 1985 onúmero caiu para 292 viveiros e atualmentesão apenas 46 produtores de mudas cítri-cas. A maioria dos viveiros (67,4%) produzmenos de 25.000 mudas e apenas 2 delessão considerados viveiros de porte grande,com mais de 200.000 mudas produzidaspor ano. Nota-se um desinteresse e falta deprofissionalismo muito grande de parte dosviveiristas que produzem mudas cítricas, mui-tos deles já trabalham com plantas orna-mentais e estão cada vez mais diminuindo aparticipação dos citros na unidade de pro-dução. O principal motivo da redução no

número de viveiros está relacionado a me-nor procura por mudas pelo setor produti-vo, baixa remuneração obtida pelos viveiris-tas além da falta de mão de obra, prejuízoscausados por fenômenos climáticos e riscode contaminação por Cancro Cítrico e Gree-ning.

Segundo o Annual Report 2004-05do ‘Bureau of Citrus Budwood Registration’a produção de mudas cítricas da Flórida em2005 é de somente 2.145.259 unidades; amenor desde 1995 (Figura 1). Estes núme-ros se equivalem a produção de mudas dadécada de 70 na qual a média de produçãogirava ao redor de 1.500.000 plantas, bemdiferente dos números de mudas produzi-das nas décadas de 80 e 90; média de4.500.000 de plantas.

Esta drástica redução do número demudas vai refletir diretamente na produtivi-dade da Flórida nos próximos anos, pois onúmero de mudas produzidas atualmentedificilmente será suficiente para repor as per-das que estão ocorrendo de plantas por Tris-teza, Cancro Cítrico, Greening e outros da-nos causados pelos furacões. Segundo exe-cutivo da Florida’s Natural Growers, StephenCaruso, este é um dos principais fatores quecontribuirá para uma produção inferior a200 milhões de caixas de laranja/ano para aFlórida nos próximos 5 anos.

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11Outubro / Novembro / Dezembro Revista Ciência & Prática

Distribuição das variedadesCopa x Porta Enxerto

As laranjas doces representam 65%das mudas produzidas em 2005 e 85% dototal de plantas cítricas da Flórida. Dentre aslaranjas doces, as variedades Hamlin e Va-lência representam 31 e 53% respectivamen-te do total de plantas de laranja do parque

citrícola. Desde 2002 a Hamlim vem sendo avariedade mais enxertada nos viveiros segui-do de perto pela Valência, todavia na déca-da de 90 o número de mudas produzidasde Valência sempre foi duas vezes superiorao número de mudas de Hamlin. Pode-seconstatar também que 25% das novas mu-das que estão indo ao campo são 'Grape-fruit', que atualmente representa 10% dototal de plantas cítricas da Flórida (Figuras 2e 3).

Analisando este cenário, a curto/mé-dio prazo, pode-se projetar um aumento daárea de Hamlin em relação à Valência e tam-bém aumento de plantas de 'Grapefruit' emrelação à área de laranja doce. O aumentoda área de Hamlin tornaria os Estados Uni-dos ainda mais dependente do suco de la-ranja concentrado produzido no Brasil parafazer o 'blend' com o suco americano, visto

EngEngEngEngEngososososos Agr Agr Agr Agr Agrososososos da CITROGRAF MUDAS da CITROGRAF MUDAS da CITROGRAF MUDAS da CITROGRAF MUDAS da CITROGRAF MUDASMarcelo ZanettiMarcelo ZanettiMarcelo ZanettiMarcelo ZanettiMarcelo Zanetti

([email protected])

Christiano César Dibbern GrafChristiano César Dibbern GrafChristiano César Dibbern GrafChristiano César Dibbern GrafChristiano César Dibbern Graf([email protected])

que esta variedade possui menor concen-tração de sólidos solúveis que as variedadesde meia-estação e tardia. Já um contínuoaumento da área de Grapefruit pode serconsiderado muito arriscado visto que estavariedade é considerada uma espécie alta-mente susceptível ao Cancro Cítrico.

Dentre os porta-enxertos propaga-dos, 5 deles representam 88% de toda pro-dução dos quais Citrumelo Swingle é o pre-

ferido desde o ano de 1989 seguido peloCitrange Carrizo. O Carrizo Kuharske, quesurgiu comercialmente em 2002 tem sido oporta-enxerto que mais cresceu nos últimosanos devido a sua resistência a Nematóidese o Citrumelo F80-8 tem perdido espaçopara outros porta enxertos como a Cleópa-tra e Smooth Flat Seville.

Visando minimizar os problemas comCancro Cítrico e prevendo um sistema deprodução de mudas na presença do Gree-ning a questão sobre uma legislação de pro-dução de mudas em ambiente protegidoestá cada vez mais em evidência no Estado.Todavia problemas de ordem climática, comoventos fortes e altas temperaturas, manejode nutrição, falta de mão de obra e princi-palmente a redução da procura de mudaspor parte do setor produtivo são os grandesdesafios para os viveiristas da Flórida.

Fonte:Fonte:Fonte:Fonte:Fonte:

BUREAU OF CITRUS BUDWOODREGISTRATION, Annual Report2004-2005, Florida Departmentof Agriculture and CostumerServices, AGO 2005.

FLORIDA AGRICULTURESTATISTICS SERVICE, CitrusSummary 2003-04, FloridaDepartment of Agriculture andCostumer Services, FEV 2005.

FLORIDA AGRICULTURESTATISTICS SERVICE, CommercialCitrus Inventory 2004, FloridaDepartment of Agriculture andCostumer Services, DEZ 2004.

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12 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

MANEJO

Inspecionando Pragas eInimigos Naturais em Citros

Apartir desta edição da revista, estare mos abordando a inspeção das pragas e dos inimigos naturais na cultura de

citros, individualmente, de forma simples eobjetiva, para que o produtor possa realizara inspeção em sua fazenda, auxiliando-o natomada de decisão para o manejo. Para co-meçar, falaremos como deve ser realizada ainspeção para o ácaro da ferrugem que nes-ta época do ano começa aumentar sua po-pulação atingindo picos nos meses de de-zembro e janeiro, causando grandes danosaos frutos. Somente para relembrar, deve-mos realizar as inspeções em intervalos de 7a 10 dias na primavera e verão e a cada 15dias no outono e inverno. Outra tarefa im-portante é dividir a propriedade em talhõesde 1.000 a 2.000 plantas, inspecionando-se 1% das plantas de cada talhão. É impor-tante lembrar que, em talhões com menosde 1.000 plantas, o número mínimo a serinspecionado é de 10 plantas. O caminha-mento, durante as inspeções, deve ser em"zigue-zague" ou similar, avaliando-se plan-tas aleatoriamente dentro do talhão, paraque a amostragem seja representativa.

Inspeção do Ácaro da Ferrugem(Phyllocoptruta oleivora)

Pomar em Formação (do plantio ao inícioPomar em Formação (do plantio ao inícioPomar em Formação (do plantio ao inícioPomar em Formação (do plantio ao inícioPomar em Formação (do plantio ao inícioda produção de frutos):da produção de frutos):da produção de frutos):da produção de frutos):da produção de frutos): inspecionar 3 fo-lhas semi-maduras da safra (nem verde es-curo, nem verde muito claro), observando-se 1 cm2 na parte inferior e próxima à pontada mesma, sendo que a folha deve estar naperiferia, distribuindo os pontos de amos-tragem ao redor da planta de forma unifor-me.

Pomar em produção (a partir do início daPomar em produção (a partir do início daPomar em produção (a partir do início daPomar em produção (a partir do início daPomar em produção (a partir do início daprodução):produção):produção):produção):produção): inspecionar 3 frutos verdes daparte externa da planta, observando a partedo fruto entre o sol e a sombra, em uma

Ácaro da ferrugem e ovos(Foto de TAMU-USA);

Ácaro ferrugem mais de 30(Foto de SG)

Ácaro ferrugem alta infestação(Foto de SG);

única batida de lente (1 cm2), distribuindoos pontos de amostragem ao redor da plan-ta de forma uniforme.

Como fazer a anotação na ficha de inspe-Como fazer a anotação na ficha de inspe-Como fazer a anotação na ficha de inspe-Como fazer a anotação na ficha de inspe-Como fazer a anotação na ficha de inspe-ção:ção:ção:ção:ção: anotar o número de ácaros existentes em1 cm2, sendo que deveremos anotar númerode 0 a 30 ácaros por cm2, correspondente acada fruto inspecionado (Figura 2).

Como calcular o número e aporcentagem de infestação

Ao terminar a inspeção, o inspetor devecontar quantos, dos frutos inspecionados,apresentavam a quantia de 5 ou + ácaros, onúmero obtido deve ser anotado na colunaNúmero. O mesmo procedimento deve serrefeito, contando quantos dos frutos apre-sentavam a quantia de 20 ou + ácaros, edepois, para o número de frutos com 30 ou+ ácaros.

Depois de preencher a Coluna Número,devemos calcular a porcentagem de frutosinfestados pela praga. Para isso, temos quesaber o total de frutos avaliados. Relembran-do, para Ferrugem, inspecionam-se 3 frutos

ou folhas por planta. Esse valor (3) deve sermultiplicado pelo total de plantas avaliadas.Por exemplo, se inspecionamos 20 plantas,devemos fazer 20 x 3, o que nos dá 60. En-tão, 60, é o total de frutos avaliados ou visa-dos. Depois, basta observarmos o númeroque preenchemos na Coluna Número, acres-centar dois zeros (00) e dividir pelo total defrutos inspecionados e assim teremos a por-centagem de infestação do ácaro da ferru-gem, nas 3 quantidades de ácaros por cm2(Figura 2).

Nível de ação sugerido:Nível de ação sugerido:Nível de ação sugerido:Nível de ação sugerido:Nível de ação sugerido: 30% de frutos com5 ou + ácaros/cm2 e/ou 10% de frutos com20 e/ou 30 ou mais ácaros/cm2.

Leitura recomendada:Gravena, S. Manual Prático de Manejo Eco-lógico de Pragas dos Citros. Jaboticabal: Gra-vena. 2005. 372p.Gravena, S. Manual Prático de Manejo Ins-peção de Pragas dos Citros. Jaboticabal: Gra-vena. 2002. 52p.Software Recomendado: eMEPGravenaCi-trus. Jaboticabal: Gravena. 2004.

Folhas semi-maduras Visada de inspeção (Foto de SG).

Figura 2. Ficha de Inspeção exemplo para talhão de 1000 plantas ou menos, Modelo da Gravena (Só a parte do ácaro da Ferrugem).

Biólogo (Tec. Agr.)

José Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaGRAVENA Ltda e GTACC

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PRAGAS

Parlatória do tronco: perigo à vistaNo último ano citrícola, 2004/2005, a

cochonilha de carapaça parlatória dotronco, conhecida também como "pi-

cuinha", Parlatoria cinerea, aumentou infes-tação nos pomares paulistas.

Desde quando ela existe?

Esta cochonilha de carapaça foi vista pelaprimeira vez, no tronco das árvores em 1990.Inicialmente foi confundida com a, Parlato-ria pergandii. Pouco tempo depois se cons-tatou que ela existia porém em menor den-sidade. Na verdade era a parlatória do tron-co, P. cinerea, a que estávamos vendo e eramais abundante.

Os prejuízos na citricultura

Infesta normalmente casca do tronco epernadas sugando a seiva continuamente,o que causa desfolha geral e queda na pro-dução. Os danos pareciam ser semelhantesaos da escama farinha do tronco, Unaspiscitri, mas verificamos, posteriormente, queesta espécie não era tão agressiva como aescama farinha, pois não chega a provocarrachaduras na casca. Entretanto, com infes-tações elevadas e intensas, os danos pas-sam a ser mais evidentes. A parlatória dotronco ataca também as raízes e infesta osfrutos sob o cálice, ainda verdes, podendoocorrer queda posteriormente.

Ocorrência na planta cítrica

A cochonilha parlatória do tronco ocor-re principalmente no tronco das plantas(Foto 1), mas também é vista nos ramos se-cundários e terciários, à medida que a infes-tação aumenta. Podem chegar até o frutoainda verde (Foto 2), se a cochonilha estiverem alta infestação no tronco. No sentidocontrário podem chegar às raízes (Foto 3).No tronco e ramos, a época de preferência éno verão (Figura 1) quando é mais abun-

dante do que nas demais estações. Nas raí-zes, atacam durante o outono, inverno e pri-mavera, sendo mais abundantes no invernoe primavera do que no outono. Nos frutosela se perde na colheita ou na queda ao solo,mas nas raízes permanece ao longo dos anosem reprodução partenogenética, ou seja,não ocorre acasalamento para gerar os fi-lhotes. Tanto nos frutos como nas raízes éde difícil controle pelo local e pela inope-rância dos inseticidas sistêmicos atuais dis-poníveis.

A idade da planta

A cochonilha parlatória do tronco atacaplantas desde 3 anos de idade em densida-

de baixa, sendo maior aos 4 anos. Em estu-do realizado por Odnei Donizete Fernandes,sob nossa orientação de mestrado, naUnesp de Jaboticabal, em 1990/1991, noEstado de São Paulo, indicou que plantasde 4 anos de idade apresentam o maior picode infestação (Figura 2). Plantas de 16 a 19anos apresentam-se na seqüência com mai-or infestação. Entretanto, plantas de 5 a 15anos são de menor susceptibilidade à co-chonilha, se não houver desequilíbrios acen-tuados. A maior circulação de nitrogênio li-vre, que ocorre, tanto em plantas novas comfluxo vegetativo constante, quanto em plan-tas velhas estressadas pela idade, têm a pre-ferência dessas cochonilhas. O mesmo ocor-re com plantas de 5 a 15 anos que sofreramdeclínio ou colapso por outras pragas e do-enças, pois estando estressadas acabam porpermitir maior quantidade de nitrogênio cir-culando na forma livre, atraindo, assim, ascochonilhas.

Inimigos Naturais e ControleBiológico

São muitos os inimigos naturais da co-chonilha parlatória do tronco. Mas o con-trole biológico é baixo devido principalmentea ocorrência da praga em locais protegidoscomo o cálice do fruto e as raízes, além dehaver sempre uma película de poeira prote-gendo as colônias que ocorrem na casca dotronco e pernadas. Os predadores mais im-portantes são o bicho lixeiro, Cereochrysacubana, e as joaninhas coccidófilus, (Fotos4 e 5), Pentilia egena. Como parasitóides,existe a vespinha Aphytis hispanicus. Comopatógenos, ocorrem 7 espécies de fungos,sendo os do gênero Nectria e Fusarium, osmais freqüentes e comuns embora de baixaeficiência aparentemente.

Foto 1 - Planta empoeirada ou “pipocamento”mostrando visualmente ataque no tronco

14 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

Foto 2 - Cochonilha parlatória do tronco sobo cálice do fruto

Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2

Foto 3 - Cochonilha parlatória do tronco quedesceu até a raiz

Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1

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Foto 4 - Joaninha coccidófilus na formalarval atacando a parlatória

Inspeção, Níveis de Açãoe Não Ação

Identifica-se, primeiramente, a plantaatacada pelo método visual que é a aparên-cia empoeirada e "pipocada" da casca (Foto1 e 6). Em seguida retira-se casca e examina-se a presença de cochonilhas vivas (Foto 7) efilhotes (Foto 8). Na Foto 9 está a demons-tração de uso da lente para inspeção de cor-te de casca. Se ocorrer filhotes vivos ou pelomenos 2 cochonilhas/cm2 de casca, em mé-dia, é momento de iniciar tratamento dirigi-

Foto 5 - Joaninha coccidófilus naforma adulta atacando a parlatória

16 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

do ao tronco, que é a melhor forma de con-trole. Isso deve evitar que as cochonilhasatinjam os frutos ou as raízes. Como nívelde não-ação, podemos indicar que não sedeve aplicar inseticidas se ocorrer presençade predadores em abundância se movimen-tando na casca do tronco e pernadas e senão se notar ainda a praga infestando fru-tos e raízes.

Foto 6 - Tronco exibindo sinais de presençada cochonilha parlatória do tronco

Foto 7 - Corpo da parlatória do troncona forma adulta, retirada a carapaça

Seletividade na aplicação

Inseticidas fosforados de contato sãoindicados para aplicação no tronco e perna-das. O jato dirigido é forma seletiva ecológi-ca de controle, mas se houver predadoresno tronco e pernadas não há produtos sele-tivos. Em orgânicos, a Calda Sulfocálcica é aindicada, mas na ação direta sobre joani-nhas não é seletivo. Para ambos os siste-mas, somente óleos minerais são seletivos.

Manejo Ambiental

Quebra-ventos que barram filhotes emtrânsito pelo vento e manutenção do mato

Foto 8 - Filhote, recém nascido do ovo,caminhando sobre a casca infestada

Foto 9 - Lente de bolso para identificarparlatória (adulta, ovos e filhtoes) na inspeção

Prof. Santin GravenaProf. Santin GravenaProf. Santin GravenaProf. Santin GravenaProf. Santin Gravena

Gravena Ltda e GTACC

no meio da rua abrigando inimigos natu-rais são as medidas clássicas para diminuirnaturalmente a infestação de cochonilha pi-cuinha. Além dessas duas práticas, a raspa-gem de tronco é outra técnica ambientalpossível, principalmente em pomares orgâ-nicos.

Leitura recomendada:Correia, A. do C. B. Fungos associados a Parlatoriacinérea Hadden (Hemíptera: Diaspididae) em Ci-tros. Jaboticabal: UNESP. 1996. 88p. (Dissertaçãode Mestrado).Fernandes, O. D. Diversidade, distribuição geo-gráfica e flutuação populacional de Parlatoria (He-míptera: Diaspididae) na região citrícola do Estadode São Paulo. Jaboticabal: UNESP. 1992. 100p.(Dissertação de Mestrado).Gravena, S. Manual Prático de Manejo Ecológicode Pragas dos Citros. Jaboticabal: Gravena. 2005.372p.Santos, A. C. dos. Aspectos bioecológicos e seleti-vidae de agroquímicos à coccidophilus citricolaBrèthes (Coleóptera: Coccinellidade). Jaboticabal:UNESP. 1995. 91p. (Dissertação de Mestrado).

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INDUSTRIALIZAÇÃO

Por Dentro da Laranja

Esse artigo tem como objetivo forne-cer ao leitor algum conhecimento re- levante sobre a laranja e quais os pro-

dutos que obtemos no seu processamento.E a resposta começa pela definição do

que é uma caixa de laranja: a reposta é exa-tamente 40,8 kg de laranja; tem esse valorcom vírgula, pois equivale a 90 libras de pesoque uma unidade de medida usada na In-glaterra e nos Estados Unidos. Assim umalibra equivale a 0,4543 kg.

Em uma caixa de laranja com 40,8 kgtemos então os seguintes produtos:

O suco é o principal produto da citri-cultura, e por isso outra pergunta que nor-malmente fazemos é quanto suco produzuma caixa de laranja? A resposta varia mui-to por causa do rendimento; que é a quan-tidade de açúcares e água na laranja; assimoutra definição importante surge, é o BrixBrixBrixBrixBrix ea resposta é bastante simples: é percenta-gem em peso de açúcares em uma solução.Assim uma caixa normalmente produz de18 a 21 litros de suco variando o BrixBrixBrixBrixBrix entre12 a 16 quando madura. Outro termo tam-bém muito usado nos pomares é o RatioRatioRatioRatioRatio;que é a tradução do inglês para "relação"';ou seja, é a relação entre o brix e a acidez dosuco, e a colheita da laranja é liberada quan-do os índices atendem ao padrão; ponto dematuração; do suco que pretendemos fa-bricar.

Portanto para se fazer uma tonelada deSuco a 65º Brix (FCOJ), precisamos concen-trar o suco naturalmente extraído. Dividin-do o Brix do suco natural da laranja peloBrix que queremos e então retirar a águanessa proporção.(Ex: um suco de 14º Brixnatural, precisa ser concentrado em 4,64 ve-zes, ou seja, precisamos de 4.640 kg dessesuco para fazer uma tonelada à 65º Brix,como uma caixa produz (40,8 kg x 44,81%),18,28 kg de suco. Assim: 4.640/18,28 acha-mos 256 cx laranjas para fazer uma tonela-

O que temos em uma caixa de laranja?

18 Outubro / Novembro / DezembroRevista Ciência & Prática

da de suco a 65º Brix. Esses valores comodito anteriormente variam muito de laranjapara laranja, mas o importante e entendercomo é feito o raciocínio dessas contas, paraentendermos como é feito o cálculo de ren-dimento industrial do suco).

Durante o processo de industrializaçãoalém do suco são gerados vários outros sub-produtos com valor comercial. Dentre aque-les que sobressaem temos: os óleos essen-ciais, o D'Limonene e o farelo de popa. Sãoprodutos que tem diferentes aplicaçõescomo, por exemplo, a fabricação de produ-tos químicos e solventes, aromas e fragrân-cias, tintas, cosméticos, complemento pararações animais e outras aplicações de me-nor importância. Vamos apresentar aqui osmais interessantes. Óleos essenciaisÓleos essenciaisÓleos essenciaisÓleos essenciaisÓleos essenciais são pro-dutos que tem aplicação na indústria ali-mentícia e farmacêutica, podem ser usadosdiretamente para dar sabor a bebidas, sor-vetes e outros alimentos ou ser utilizadosna fabricação de cosméticos, como sabone-tes e perfumes. Sua remoção é feita por ja-tos de água enquanto uma centrifugaçãofaz a separação, então as bolsas de óleo dacasca das frutas se rompem e a liberação domesmo.Outro subproduto do processo deindustrialização da laranja é o D'LimoneneD'LimoneneD'LimoneneD'LimoneneD'Limoneneque é empregado em solventes de resinas,borrachas, pigmentos e tintas. Mui-to usado na fabricação de adesivos,serve também como componentearomático nas indústrias farmacêu-ticas e alimentícias. Ajuda na ob-tenção de sabores artificiais dementa e hortelã durante a fabrica-ção de doces, balas e gomas demascar. É a fração oleosa, incolor ede leve odor cítrico obtida da prensagem doresíduo úmido, casca, bagaço e sementes.Farelo de polpaFarelo de polpaFarelo de polpaFarelo de polpaFarelo de polpa obtido através do tratamen-to de resíduos sólidos e líquidos remanes-centes da extração do suco, cascas, semen-tes e polpas. Material equivalente a 50 % dopeso de cada fruta, tem a umidade de apro-ximadamente de 82 %. O produto é peleti-zado após a trituração, depois secado até aumidade de 12%. Em geral usado como com-plemento para ração animal, principalmen-te na bovinocultura de corte e leite. É umproduto muito sensível que deve ser muitobem cuidado e armazenado, além de acon-dicionado para transporte, pois pode fer-mentar e embolorar rapidamente ficando im-prestável para esse fim.

Esses produtos acima descritos tambémsão aproveitados e comercializados pelasindústrias. Segundo a Secex no ano de 2003

tivemos as exportações citrícolas assim divi-didas:

As exportações citrícolas, compostasprincipalmente pelo suco de laranja concen-trado e congelado e seus subprodutos, per-fizeram 4,47 %, das exportações do agrone-gócio ou 1,87 % da exportações brasileirastendo o valor de 1bilhão e 370 milhões dedólares.

Assim fica claro que da laranja estamosaproveitando todos os produtos, e isso devecontribuir para melhorar a receita das fábri-cas e dos produtores envolvidos nessa ca-deia produtiva.

• Polpa Cítrica49,24 % (20,09 kg)

• Suco44,81 % (18,28 kg ou 18,28 Litros),

• Células Congeladas2,67% (1,09 kg)

• Óleo essencial da Casca1,79%(0,73 kg)

• D’limonene0,92% (0,37 kg)

• Líquidos Aromáticos0,57%(0,23 kg)

Ramiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima NetoRamiro de Souza Lima Neto

Eng.º Agrônomo GTACC

ProdutoProdutoProdutoProdutoProduto TTTTToneladasoneladasoneladasoneladasoneladas DolaresDolaresDolaresDolaresDolaresFarelo de Polpa 858,7 Milhões 65 milhõesCitros Frescos 120,8 Milhões 37 milhõesÓleos essencial 23,6 Milhões 70 milhõesSLCC 1.054,1 Milhões 910 milhõesOutros Sucos 543,3 Milhões 288 milhões

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19Outubro / Novembro / Dezembro Revista Ciência & Prática

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TECNOLOGIA

Procedimentos Técnico-Operacionaispara aplicação de Defensivos Agrícolas

Dando seqüência ao artigo publicado na última edição, estaremos discorren-do sobre os princípios básicos e pro-

cedimentos operacionais para que se possaefetuar uma correta calibragem das máqui-nas, bem como sobre problemas operacio-nais diversos com turbo-pulverizadores eainda alguns fatores que influem na quali-dade da aplicação, tais como mistura de pro-dutos e pH da calda.

1.3 - Princípios básicos operacionais

São os seguintes os pontos básicosfundamentais para que as pulverizações efe-tuadas com pistola e turbo-pulverizadoresresultem em melhor eficiência, a custo me-nor:

1.3.1 - Pistolas de pulverização

Na pulverização de plantas pequenasou de pequeno porte, onde há uma baixadensidade foliar, é recomendado o uso depistolas de pulverização, já que o uso deturbo-pulverizadores resultaria em grandeperda de produtos, devido ao grande inter-valo existente entre as plantas. Porém, àmedida que as plantas vão se desenvolven-do e ocupando os espaços vazios, deve setrocar o uso de pistolas pelos turbo-pulveri-zadores, uma vez que o uso desses equipa-mentos induzem e ocasionam menos erros,decorrentes de movimentação e desloca-mento dos mesmos, devido a uma maiorregularidade, ao contrário do que se obtémcom as aplicações efetuadas com pistolas,onde o elemento humano entra como fatormultiplicador das deficiências e inadequa-ções de seu uso. Considera-se a viabilidadedo uso de turbo-pulverizadores a partir do3º ano de idade do pomar, dependendo doseu desenvolvimento vegetativo.

Operação correta com pistolasde pulverização

O uso de pistolas de pulverização ne-cessita que o operador tenha um conheci-mento prévio de sua movimentação, cami-nhamento e ajuste, para que o resultadoobtido possa ser o melhor possível. Este co-nhecimento se resume aos seguintes aspec-tos:- movimentação do operador em relação ao

alvo- deslocamento em relação à planta.

A movimentação do operador em rela-ção ao alvo deverá ser efetuada a uma velo-cidade constante e adequada ao tipo, di-mensões e altura da copa, ao mesmo tempoem que se desloque numa trajetória possí-vel à uma deposição uniforme das gotassobre o alvo.

Aplicações onde o operador se situaem cima de uma plataforma montada sobreo próprio equipamento, apesar de ser maiscômoda, têm se mostrado ineficiente e irre-gular, pela ocorrência mais freqüente de fo-cos de reinfestação nos locais mal aplicadosou não atingidos pelo jato de pulverização.Por outro lado, o caminhamento do opera-dor induz a um maior cansaço ao final dodia, que pode da mesma forma comprome-ter a qualidade da aplicação. Por esta razão,é aceitável o uso de uma plataforma maislarga que o próprio equipamento, que co-loque o operador mais próximo do alvo,permitindo uma melhor cobertura da plan-ta, desde que a velocidade de deslocamen-to e movimentação do equipamento este-jam adequadas à realização da operação edesde que o porte das plantas seja realmen-te pequeno, podendo ser completamentecoberto, mesmo com uma aplicação a umadistância um pouco mais longa. As recomen-dações operacionais completas são as se-guintes:

a) Deve-se iniciar a aplicação por um dasextremidades da copa da planta, cuidandode introduzir o jato dentro da copa, se forplanta adulta, com movimentos verticais e

horizontais, para efetuar uma cobertura in-terna, por completo.b) Após o procedimento anterior, ou se asplantas são de pequeno porte, o operadorse deslocará ao redor da copa, oscilando apistola em movimentos, que podem ser debaixo para cima e de cima para baixo, desdeque o operador cuide de fazer uma faixa dereposição a cada passada, uma vez que seudeslocamento linear pode ocasionar áreasde pouca densidade de gotas, ou aindamovimentos circulares, que facilitam a pe-netração das gotas dentro da copa e na faceposterior das folhas, mas que têm o incon-veniente de serem mais cansativos, poden-do trazer um maior desgaste ao operador,antes do final do dia.c) Após completar o semicírculo de aplica-ção ao redor da planta, introduzir novamen-te o jato, ao final da operação, conformedescrito no item a, quando se tratar de plan-ta adulta.d) Os procedimentos descritos em a, b, e cdeverão ser repetidos nas plantas seguintese na outra metade da copa, quando do re-torno na rua seguinte, completando-se as-sim o processo.

Para que haja uma melhor geração degotas pelo bico, é recomendável que o ope-rador esteja posicionado a uma distânciamínima da planta, executando-se a opera-ção de maneira que haja um espaço não in-ferior a 1 metro entre o bico da pistola e aplanta, de forma que as gotas geradas pos-sam ganhar uma certa turbulência e favore-cer sua penetração no interior da planta.

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Pulverização com uso de atomizador

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1.3.2 - Turbo-pulverizadores

Estes equipamentos constituem-se ba-sicamente de um sistema de ventilação pró-pria, que podem ser acionados tanto pelatomada de força do trator (TDF), como pormotor auxiliar, ambos através de um eixocardam, que faz a transmissão do movimen-to até a turbina. A função principal do ven-tilador é gerar um grande volume de ar, oqual ao ser direcionado para uma árvore,permita que o ar retido pela copa e folhas,seja arrastado e substituído por aquele ge-rado pelo equipamento, saturado por umapopulação bastante densa de gotas, com odefensivo, permitindo a sua deposição nasfolhas, frutos e órgãos internos da planta.

Copas de árvores muito densas podemprejudicar a penetração e deslocamento dear e da nuvem de pulverização, pelo efeito"barreira", sendo que com o uso de equipa-mentos dotados de motor auxiliar e quepossuem sistema de turbilhonamento dofluxo de ar gerado, este efeito pode ser mi-nimizado. Este efeito é ainda mais agravadoquando há frutos nas plantas que, devido asua quantidade e peso, causam um obstá-culo ainda maior ocasionando uma piordeposição do produto, se não houver o cor-reto ajuste das gotas. Por esta razão, deve-se salientar que a distância entre os bicos depulverização e a saída do fluxo de ar até asplantas é muito importante para que se con-siga obter a substituição do volume de arexistente dentro da copa por outro que es-teja saturado pelo defensivo.

Operação correta comturbo-pulverizador

A operação correta com turbo-pulveri-zadores é função direta dos seguintes fato-res:- velocidade de deslocamento;- pressão de trabalho;- volume de aplicação;- número e disposição de bicos na barra depulverização;- condições climáticas durante a aplicação.

a) Velocidade de deslocamento.

Este é um dos parâmetros que maisocasiona maus resultados nas aplicações.Normalmente tende-se a trabalhar com ve-locidades diferentes das recomendadas, afim de se obter melhores rendimentos ope-racionais, o que pode ocasionar duas situa-ções distintas:

- operação a baixa velocidade - 1 a 3 km/hora;- baixo rendimento operacional;- volume de aplicação em excesso;- escorrimento e baixa penetração da caldano interior da planta;

- gasto excessivo de produtos.- operação com velocidade mais alta - acimade 4,5 km/hora.- pouco tempo para que o ar saturado comproduto penetre na planta;- sub-dose do produto aplicado;- baixo ou nenhum controle da praga oudoença;- necessidade de reaplicações.

Para que os fatores acima descritos nãoinfluenciem o resultado da aplicação é ne-cessário e essencial que o equipamento ope-re com velocidade de deslocamento entre3,0 e 4,5 km/hora, de acordo com o volumede ar produzido e a densidade da planta aser tratada. Esta velocidade permitiria seobter uma boa penetração, evidentementese complementada com o ajuste correto emnúmero de bicos e o ajuste correto da pres-são de trabalho. Portanto, para cada tipo decopa, porte ou altura da planta, deve-se de-finir e ajustar corretamente a velocidade,sempre em função da qualidade de deposi-ção das gotas e não apenas em função daprodutividade do equipamento.

b) Pressão de trabalho

O uso de bicos de jato cônico vazio compressões muito altas, ocasiona um espectrode gotas não homogêneo. Por outro lado,pressões muito baixas irão gerar gotas mui-to grossas e pesadas, não conseguindo se-rem transportadas adequadamente pelascorrentes de ar. Por esta razão, recomenda-se trabalhar com o equipamento ajustadona pressão de 120 a 200 libras/pol2 ou 8 a13 bars.

O procedimento normalmente usadode se alterar o volume de calda através davariação da pressão, devido ao fato de alte-rar completamente o espectro de gotas, re-sulta em grandes perdas, tanto por evapo-ração das gotas finas, quando a pressão ficaacima do recomendado, como pelo escorri-mento de calda sobre as folhas, quando apressão fica abaixo do recomendado. Alémdisto, o uso de pressões muito altas, associ-ada ao efeito abrasivo de alguns produtos,acelera o processo de desgaste e deteriorarapidamente os bicos, alterando significati-vamente o padrão de espectro e distribui-ção de gotas, bem como o volume de caldaaplicado.

Outro fator a ser considerado é quequando se aumenta demasiadamente a pres-são de trabalho, ocorre a ionização das go-tas, que passam a ter carga elétrica negati-va, igual à carga elétrica das plantas, o quepoderá fazer com que a copa venha a repelira nuvem de pulverização, desviando-a doalvo pretendido.

c) Volume de pulverização.

A conceituação, errada, de que o uso

de altos volumes de aplicação, com escorri-mento dos produtos sobre as folhas é in-dicativo de um bom padrão de pulveriza-ção, deve ser deixada de lado. A recomen-dação correta do volume a ser utilizado estáno conhecimento e avaliação da própria la-voura, da densidade das plantas, espaça-mentos, das pragas e/ou doenças a seremcontroladas e das condições climáticas exis-tentes. Além disto, trabalhos realizados peloCEA / IAC, em parceria com o Fundecitrus,utilizando conhecimentos desenvolvidos naárea de Tecnologia de Aplicação de Produ-tos Fitossanitários (TAPF) na distribuição doar da turbina, da calda e da adequação dotamanho de gotas, mostram, por exemplo,que não há uma relação direta entre o volu-me de calda aplicado e o controle do ácaroda Leprose, indicando que a tendência atu-al de redução dos volumes de calda está setornando uma alternativa bastante viável emuito interessante.

O volume de aplicação pode ser deter-minado de acordo com a altura da planta eo diâmetro da copa, através da seguinte fór-mula:V.A. = 3,14 x (diâm)2 / 4porém, a recomendação de 2,5 L a 3,5 L decalda por metro de altura da planta, ou ain-da a recomendação de 0,5 L a 0,8 L por m2de copa, constituem-se em bons indicativospráticos para uma boa cobertura e penetra-ção, mas sempre ressaltando que para cadacaso específico deve haver uma recomenda-ção diferenciada, devendo inclusive ser ovolume adequado em função do modelo eregulagem do pulverizador utilizado.

d) Número e disposição dos bicos de pul-verização.

O número e disposição de bicos temmuito a ver com as plantas, seu porte, den-sidade foliar, estatura e os espaçamentos uti-lizados. Estes fatores causam bastante difi-culdades na determinação do equipamentoa ser utilizado e na aplicação. Deve-se trans-formar o volume a ser aplicado em um mai-or número possível de gotas finas, para quese obtenha a mais alta densidade, penetra-ção e deposição dos mesmas. Isto é obtidocom o uso de bicos com orifícios adequa-dos à vazão, com difusores de um ou doisfuros que resultem sempre em jato cônicovazio e a correta distribuição dos bicos nabarra de pulverização. Portanto, ao se esta-belecer o volume de calda necessária, bemcomo a velocidade ideal, deve-se adequar aquantidade de bicos para que atenda àque-le volume, naquela velocidade de trabalho.

Quanto à disposição dos bicos, reco-menda-se a seguinte ordem:- bicos superiores - são aqueles direciona-dos para atingirem o topo das plantas edevem estar posicionados em ângulos quevariam de 0º a 15º de inclinação até ângu-

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los de 30º a 40º de inclinação, sendo res-ponsáveis pela cobertura de 0 a 15% da áreafoliar.- bicos centrais - são os responsáveis, demaneira geral, pela maior quantidade degotas geradas e que irão atingir a maiorquantidade das folhas situadas na parte cen-tral ou mediana da planta, devendo esta-rem posicionados em ângulos que variamde 30º a 40º de inclinação até ângulos de60º a 70º de inclinação, sendo responsáveispela cobertura de 60 a 70% da área foliar.- bicos inferiores - são direcionados à basedas plantas e devem estar posicionados emângulos que variam de 60º a 70º de inclina-ção até ângulos de 110º de inclinação, sen-do responsáveis pela cobertura de 20 a 25%da área foliar.

Nas plantas baixas, pode-se direcionaros bicos superiores para baixo, acompanhan-do os ângulos dos bicos centrais, ou mes-mo isolá-los, deixando-os sem uso. O mes-mo pode ocorrer com os bicos inferiores.

e) Condições climáticas durante aaplicação

O fator climático mais importante a serconsiderado é a umidade relativa do ar, jáque a gota ao perder água por evaporação,terá também reduzido seu peso, aumentan-do sua deriva ou desvio da trajetória inicial,inclusive devido à influência do vento queentrará como fator agravante.

Portanto, as recomendações quanto àscondições climáticas limites para se inter-romper uma pulverização são as seguintes:

- umidade relativa do ar - mínimo de 55%- velocidade do vento - acima de 10 km/horaou 3 m/s- temperatura ambiente - acima de 35º

2. Problemas operacionais comturbo-pulverizadores

Existem aspectos operacionais negati-vos em relação à direção e intensidade dos

ventos, quando trabalhando com turbo-pulverizadores, como a seguir discriminados:

- Ventos contra ou a favor do deslocamentoda máquina -

Os turbos geram sua própria correntede ar, porém isto não facilitará uma boa de-posição em condições de ventos intensos,multidirecionais ou mesmo em rajadas, quepoderão influir diretamente na pulverização,facilitando ou prejudicando a deposição degotas. Ventos com direção no mesmo senti-do de deslocamento, contra ou a favor, irãoatuar sobre a cortina de gotas, distorcendo-a ou alterando sua trajetória ideal. Nestecaso, o melhor que se tem a fazer é inter-romper a aplicação.

- Ventos laterais -

Em aplicações onde o vento se situalateralmente à maquina, é recomendávelque o conjunto pulverizador se desloquemais próximo do lado da árvore oposto àdireção do vento. Agindo assim, está se fa-vorecendo o deslocamento das gotas, queestarão sendo projetadas na mesma dire-ção do vento, aumentando-se a sua veloci-dade de deslocamento, facilitando a suapenetração na copa.

3. Outros fatores que atuam naqualidade da aplicação

3.1 - Misturas de produtos

Como se sabe, as misturas de produtossão bastante utilizadas, aproveitando a mes-ma operação para fazer diversos tipos detratamentos, porém as mesmas devem serrealizadas com cautela, pois as misturas po-dem proporcionar efeitos sinérgicos, inibi-dores ou antagônicos, o que pode influir naqualidade da aplicação. Há um efeito sinér-gico quando a adição de um produto au-menta a ação ou eficiência de outro, mas háo efeito antagônico quando a adição de um

produto reduz o efeito de outro ou aindacausa toxicidade às plantas, como no casoda mistura de óleos minerais com enxofre.Além disto, é importante verificar a seqüên-cia de diluição de produtos na calda de apli-cação, pois a não observação desta seqüên-cia pode alterar ou prejudicar a solubilidadedos produtos.

Para se diminuir estes efeitos, deve-seobedecer à seguinte ordem:

1º - Pós molháveis (fazer pré-mistura antesde colocar no tanque)2º - Suspensões concentradas.3º - Pós solúveis.4º - Suspensões aquosas.5º - Soluções.6º - Concentrados emulsionáveis.7º - Óleos.

3.2 - Correção do pH da água

O pH da água tem uma forte influênciana eficiência dos produtos, pois provoca ahidrólise alcalina alterando a mistura da cal-da seja por quebra de emulsão, má disper-são do produto, maior deposição no fundodo tanque ou estratificação. O Ph é cons-tantemente alterado, por vários fatores, sen-do o principal deles a temperatura. É neces-sário que se conheça o pH da água de pul-verização, de todas as fontes disponíveis e éimportante que se conheça também o pHdos produtos a serem utilizados, pois casopH de algum dos produtos seja diferentedo pH da água, será necessário que se faça acorreção do pH da água, antes da misturado produto a fim de se evitar que ocorra ahidrólise alcalina e conseqüente redução nameia vida do produto.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, C. A. - Guia de aplicação de de-fensivos agrícolas em Citros.MATUO, T. - Técnicas de Aplicação de De-fensivos Agrícolas - Jaboticabal, FUNEP 1990.RAMOS, H. H. - Visão Agrícola (USP / ESALQ)- julho/dezembro 2004.

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Rubens PRubens PRubens PRubens PRubens Paulo Stamato Jraulo Stamato Jraulo Stamato Jraulo Stamato Jraulo Stamato Jr.....Engº. Agrônomo GTACC

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CONSULTORIA

GTACC - Mais do que um grupoRetrospectiva

Há seis anos, numa pequena e sim-ples sala em Bebedouro nascia o GTACC, es-távamos num fim de ano e muita lembrançanos vem à cabeça. Era um período difícil dacitricultura e um pequeno grupo de técni-cos foi reunindo-se e agregando mais pes-soas com o mesmo pensamento: “a valori-zação do profissional de agronomia em es-pecial a dos consultores em citros e o apri-moramento técnico para levar sempre infor-mações importantes aos citricultores”. Naépoca da fundação éramos oito pessoasonde foi embasada a filosofia de trabalho econvivência do grupo. Nestes anos fomosagregando mais pessoas e uma perda nosabalou que foi a do saudoso Luiz Venturade Aquino que Ele levou para o andar decima. Em pouco tempo nos mudamos parauma sede maior já em um prédio bem loca-lizado em um edifício no centro de Bebe-douro. Desde os primeiros meses o GTACCnão parou mais de crescer.

Hoje

Atualmente o GTACC conta com umamoderna sede para atender os clientes ami-

Reunião na antiga sede

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gos e parceiros. Nas nossas instalações sedestacam a sala de estudos que leva o nomedo Aquino onde possuímos um acervo delivros, revistas, documentos, trabalhos, etc.,ligados à citricultura e a nossa sala de reuni-ões que leva o nome da Dra. Veridiana Vic-toria Rosseti, onde são discutidos assuntos

Sede atual

de interesse técnico e administrativo do gru-po. Nosso grupo cresceu e hoje contamoscom 15 integrantes.

Atuação

O grupo atua hoje em mais de 120cidades, principalmente São Paulo, MinasGerais e Paraná. (Figura 1). Abrange mais de450 propriedades agrícolas e 230 produto-res, perfazendo um total de mais de 32 mi-lhões de plantas cítricas em assistência téc-nica. Atuamos ainda no ramo da consulto-ria e auditoria onde estes números são ain-da mais expressivos. O potencial na área deviveiros é muito grande, chegando a setemilhões de mudas produzidas em ambienteprotegido.

Parceiros

Contamos com a parceria das maisimportantes empresas envolvidas com a ci-tricultura e dentro de nossa proposta os par-ceiros são de fundamental importância, poisparticipam de forma intensa no nosso apri-moramento. Elas nos dão subsídios de seusprodutos para que possam ser bem utiliza-dos e ao mesmo tempo sabemos das novi-

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dades antes que cheguem ao mercado. Atu-amos também muito em reposicionamentode produtos. Realizamos dias de campo,palestras, áreas pólo e demonstrativa. Emnossas reuniões trocamos informações mú-tuas sobre problemas que encontramos nocampo como: deficiência ou eficiência deprodutos, mau uso, misturas, etc. Por outrolado, nutrimos as parceiras de informaçõesde campo e de tendências do mercado citrí-cola em geral.

Revista/Home Page

Nossa revista está entre as mais im-portantes publicações específicas de citrosque levam informações em linguagem sim-ples para o citricultor. Até hoje é distribuídagratuitamente para o acesso de todos emtodo o Brasil e exterior. Nossa home page émuito acessada e presta um serviço de reco-locação profissional de pessoas ligadas aosetor, previsão do tempo, notícias, etc.

Eventos: Simpósio e Workshop

Nosso Simpósio de Citricultura Irri-gada já virou tradição no calendário citríco-la e no próximo ano irá para a sua quartaedição. O mesmo vale para nosso Workshopque a cada ano discute assunto de interessedos agricultores e está indo para sua tercei-ra edição.

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Viagens Técnicas

O grupo já esteve em vários paisesbuscando novas tecnologias e integrando-se com técnicos de diferentes citriculturas.A participação em congressos nacionais einternacionais é freqüente, proporcionandoacúmulo expressivo de conhecimentos.

Stand GTACC

Semana da Citricultura

Marcamos presença no evento mai-or de nosso setor que é a Semana de Citri-cultura. Nosso stand muito bem localizadorecebeu vários agricultores, amigos, pesqui-sadores.

Integrantes do grupo GTACC

Filantropia

Quando fundamos o GTACC resol-vemos, em caso de dissolução do grupo,doar todo o nosso patrimônio para o Hospi-tal de Câncer de Barretos, que é referencial anível nacional no tratamento da doença. Odestino às vezes nos prega uma peça e quan-do menos esperávamos nosso colega de gru-po precisou fazer tratamentos naquela ins-tituição, onde recebeu cuidados especiaisgratuitamente. A partir daí começamos afazer eventos em prol desta entidade e anu-almente são feitas doações e visitas ao hos-pital.

O presente

O GTACC caminha ao lado de seusclientes e torna a citricultura um negócio lu-crativo, colocando seus produtores assisti-dos no mais alto nível tecnológico e de efici-ência administrativa. Os anos se passaram,mas uma coisa o GTACC nunca perdeu quefoi trilhar no caminho ético, da amizade, daresponsabilidade e da conivência com os cli-entes buscando o bem comum.

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Nossos parceiros

Figura 1 - Número de plantas por município

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PRÁTICA

A técnica à serviço da eficiência

Acrise pela qual passou a citriculturabrasileira no final da década de 1990, com a violenta queda de preço do

produto, não abalou a confiança com queRondes Antonio Cardoso encarava a ativi-dade, iniciada em 1983 com apenas milplantas na Fazenda Santa Teresa, em Uru -SP.

Com 10 anos na época, RodsonReginaldo Cardoso, filho mais velho e omais novo, Rondes Antonio Cardoso Júni-or, com apenas 5 anos de idade, não sabi-am exatamente qual era a lucratividade dacultura, mas lembram, com saudade, queos preços da fruta estavam bons para oprodutor e por isso seu pai sempre podiainvestir em novas máquinas e implemen-tos agrícolas em cada safra. E os lucros dacultura de laranja ainda permitiam que afamília fosse adquirindo novas proprieda-des e ampliando o número de plantas cul-tivadas, que hoje está em torno de 100mil.

No início, os Cardoso vendiam ape-nas para o mercado de fruta fresca, mes-mo porque a produção era pequena. Masà medida que a produção foi aumentan-do, com a aquisição de novas proprieda-des, a família passou a fornecer tambémpara a indústria.

Rodson atualmente com 32 anosformado em Direito, pretende seguir fiel-mente seu pai em uma característica: acre-ditar no conhecimento, na tecnologia, noaprendizado constante. E, constatando

que um produtor com o porte a que tinhachegado era praticamente forçado a acom-panhar e a aplicar qualquer evolução tec-nológica da citricultura, não hesitou embuscar, sempre que necessário, ajuda téc-nica de especialistas no setor. O que Rod-son continua fazendo, agora junto aos téc-nicos do GTACC.

A década de 90 foi uma época difí-cil para a família Cardoso, que chegou ater problemas de crédito devido a quedado preço da laranja, para arcar com todosos compromissos assumidos na época emque expandiu seus negócios.

Mas a aplicação da moderna tec-nologia, aliada ao trabalho constante e

dedicado, sempre acaba dando o devidoretorno, como garante Rodson, para quema citricultura ainda é uma as melhoresopções para o produtor rural no Estado deSão Paulo.

Isso não impede que ele tambémdefenda a diversificação de culturas comoprevenção para possíveis problemas futu-ros, e como fonte alternativa de rendimen-to para qualquer propriedade rural.

Desde que se apliquem, em qual-quer produção agrícola, as mais moder-nas tecnologias, seja na formação das cul-turas¸ no cultivo, na comercialização dasafra ou na administração geral da propri-edade agrícola.

Rodson Reginaldo Cardoso