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Gs 38 logística sustentável

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Edição 38 Revista Geração Sustentável Logística Sustentável

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 3

Diretor ExecutivoPedro Salanek Filho

[email protected]

Diretora Administrativa e Relações CorporativasGiovanna de Paula

[email protected]

Projeto Gráfico e Direção de Arte Marcelo Winck

[email protected]

Conselho Editorial Pedro Salanek Filho, Antenor Demeterco Neto

e Ivan de Melo Dutra

Colaboraram nesta ediçãoJornalistas: Bruna Robassa e

Alexsandro T. Ribeiro [email protected]

RevisoraAlessandra Domingues

Assinaturas [email protected]

Fale [email protected]

Impressão Gráfica Capital

ISSN nº 1984-9699

A impressão da revista é realizada dentro do conceito de de-senvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação e tratamento de efluentes. A revista é produ-zida com papel certificado. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é tratado por uma la-vanderia especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe uma preocupação com os resíduos gerados.

Revista Geração Sustentável Publicada pela PSG Editora Ltda. CNPJ nº 08.290.966/0001-12 - Rua Bortolo Gusso, 577 - Curitiba - PR - Brasil - CEP: 81.110-200 - Fone: (41) 3346-4541 / Fax: (41) 3092-5141

www.geracaosustentavel.com.br

As matérias destacadas com o selo "Parceria Ge-ração Sustentável" referem-se à conteúdos elabo-

rados em parceria com empresas ou instituições que possuem projetos socioambientais. Tanto a divulgação dos projetos quanto a distribuição

dos exemplares são efetuadas de forma conjunta, pela revista e pela empresa mencionada

Conheça o mundo digital da Geração SuStentável

geracaosustentavel.com.brfacebook.com/RevistaGeracaoSustentavelrevistageracaosustentavel.blogspot.comtwitter.com/revistageracao

Revista Digital

Editorial

A revista Geração Sustentável é uma publicação bimestral inde-pendente e não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em ar-tigos ou colunas assinadas por entender que estes materiais são de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exce-to para fins didáticos. As fotos dessa edição recebem o crédito de divulgação. Tiragem da edição: 10.000 exemplares - 38ª Edição - maio/junho - Ano 8 - 2014

Esta edição traz um olhar diferenciado sobre o processo de sustentabi-lidade corporativa. A abordagem objetiva uma compreensão dos impactos criados (e como mitigá-los) no processo logístico.

Geralmente, os debates e as iniciativas ficam mais centrados nas soluções para os impactos causados pela matéria-prima ou por criatividade e inova-ções no processo produtivo, bem como na gestão de toda a cadeia dos resí-duos gerados, tanto na produção como no consumo.

De forma geral, o debate ainda está muito mais direcionado para o impac-to na industrialização dos produtos e pouco para os serviços ligados, direta ou indiretamente, a esses produtos. Um dos serviços que entram nesse deba-te, devido ao volume de emissão de gases poluentes, é o transporte. Para um entendimento do impacto dessa atividade, o último inventário de emissões de gases de efeito estufa realizado na cidade de São Paulo mostrou que mais de 60% das emissões são provenientes dos serviços de transporte. Dentro dessa atividade, o combustível chega a representar até 40% dos custos vari-áveis de manutenção de uma frota. Visando reduzir os impactos e encontrar soluções, algumas empresas de gerenciamento de frotas desenvolveram me-canismos para que seus clientes monitorem e controlem as emissões de CO2, provenientes da circulação dos seus veículos. Soluções para o gerenciamento desse abastecimento, que é uma maneira de tornar mais eficiente a operação, a qual, combinada ao gerenciamento das demais necessidades das frotas, está ajudando a reduzir as emissões de gases e garantir créditos de carbono.

Conforme informado pelo site cargobr, tratando-se dos EUA, até 2020, são esperadas 90,1 milhões de toneladas de mercadorias movendo-se diariamen-te nos Estados Unidos. E, nesse ritmo, espera-se um aumento de emissões de carbono em 40% nas próximas décadas, de acordo com o “Department of Energy’s Annual Energy Outlook”. Esses fatores combinados significam que empresas que transportam qualquer tipo de carga vão enfrentar uma impor-tante pressão para tornar suas operações mais ecológicas e sustentáveis.

Com o intuito de provocar mais esse debate e também de ampliar a visão sistêmica da sustentabilidade dos negócios, esta edição traz, na sua temática de capa, entrevistas e opiniões de profissionais que atuam no setor de trans-porte. Esta edição ainda traz uma matéria, do CPCE regional, sobre as iniciati-vas das empresas dos Campos Gerais, além de conteúdos sobre reciclagem de óleo de fritura e acercada atuação do WTC (Word Trade Center) da região Sul.

Boa leitura!Pedro Salanek Filho

Sinal verde para iniciativas sustentáveis no setor de transporte

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Anunciantes e Parcerias

11 MAFTIN

15 IPIRANGA

23 EBS

29 CIVITAS

37 RECICLAÇÃO

43 DFD

45 ExPOARqUITETURA

47 ECOBIKE

48 UNIMED

Sumário

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 4

03 Editorial 06 Sustentabilidade em foco 08 Sustentando 12 Entrevista – Maria de Fátima Gomes Pinheiro 16 Capa Logística sustentável 24 Responsabilidade Social Corporativa Boas práticas de sustentabilidade multiplicadas nos Campos Gerais 30 Desenvolvimento Local WTC: um clube da prosperidade

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 5

35 Talentos Voluntários 36 Gestão Estratégica 38 Gestão Ambiental Óleo de fritura vira sabão e ajuda hospital de Pernambuco 41 Governança Corporativa

42 Valor Compartilhado 44 Economia e Sustentabilidade 46 Vitrine Sustentável

24

30 38

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Sustentabilidade empresarial já deixou de ser um apelo de marketing e, quando realmente incorporada ao negócio, é um

diferencial que gera significativo aumento de eficiência operacional e redução

de riscos, a governança corporativa, a ecoeficiência e a gestão da cadeia de valor

são diferenciais que em longo prazo vão ditar as empresas mais competitivas e

diferenciadas no mercado.

Vejo a sustentabilidade com uma ótica empreendedora, pois o significado

da palavra passa de mero idealismo para ação e transformação. Isso

não é um ônus, é uma oportunidade de as organizações criarem valor compartilhado com a sociedade.

Ariel Pascke Assessor de projetos na Aliança Empreendedora, Embaixador do Movimento CHOICE, membro da AIESEC no Brasil, Graduando em Administração

pela FESP

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Sustentabilidade em Foco

Sustentabilidade é a capacidade de analisarmos nossas próprias atitudes

em relação aos que nos rodeiam, agindo de forma a tornar o nosso

planeta habitado por seres humanos que dão importância e prioridade às relações humanas, proteção à vida, cooperação, solidariedade, entre outras práticas socialmente

responsáveis.Yvy Karla Abbade

Diretoria Unilehu

João Zeni Engenheiro de meio ambiente / Pós em Análise

ambiental; Economia e meio ambiente e Engenharia de Segurança do Trabalho

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asdasO sucesso dos projetos de sustentabilidade passa

necessariamente pela Comunicação Socioambiental Estratégica, que os divulga adequadamente e, assim,

estreita os laços de confiança entre as organizações e as suas partes

interessadas.

Considerar a intangibilidade da Sustentabilidade é o mesmo que desconsiderar a sua gestão.

É necessário entender que os recursos que nos permitem

a vida também precisam ser administrados.

Giuliano Moretti Diretor da Preserva Ambiental Consultoria

Madelon Oliveira MBA de Gestão em Sustentabilidade Corporativa,,

,,,,Sustentabilidade em Foco

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 7

As políticas e as práticas de sustentabilidade estão ganhando cada vez mais

importância na nossa sociedade. Somos pequenos

elos que, juntos, podem fortalecer a qualidade de vida

dos nossos jovens e ajudar a garantir um futuro mais saudável e sustentável!

Roberto Lindermann Netz Presidente da AECIAR – Assoc. Empresas Cidade

Ind. Araucária/ Presidente da Junior Achievement Paraná/Gestor Administrativo e de Responsabilidade

Social na Gerdau – Unidade Guaíra

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Sustentando

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Sustentabilidade na decoração Decorar a casa com produtos modernos e design diferenciado, e ainda ajudar a preservar a natureza e dar espaço ao desenvolvimento de comunidades carentes já é uma realidade cada vez mais disseminada. Aliar sustentabilidade às tendências da decoração de interiores é uma proposta que vem ganhando cada vez mais adeptos. A Quinta das Aroeiras, loja virtual de decoração e presentes, tem conquistado consumidores com produtos selecionados por profissionais de design, arquitetura e arte, considerando a origem, a qualidade e a originalidade dos objetos. O resultado são produtos que priorizam a produção brasileira, os trabalhos sociais e o comércio justo, sempre respeitando o meio ambiente. Um exemplo que tem despertado a curiosidade e o interesse das pessoas são as luminárias feitas de filtro de café usado sobre estrutura de ferro. A reutilização dos filtros que iriam para o lixo resulta em objetos de design arrojado, que proporcionam uma luminosidade agradável e sóbria. O trabalho é desenvolvido por Rosely Ferraiol, que coleta os filtros usados em comunidades carentes, condomínios e escolas. Estima-se que, todos os meses, sejam retirados cerca de 30 mil filtros de café, que iriam para os lixões e aterros. O trabalho também é referência em responsabilidade social, pois a empresa é sediada dentro de um presídio e o trabalho artesanal é desenvolvido por detentos.

Acessórios reciclados Além dos objetos de decoração, a proposta de sustentabilidade também está presente em acessórios, como as bolsas feitas de banner de publicidade. As bolsas comercializadas na loja Quinta das Aroeiras são produzidas pela associação sem fins lucrativos Design Possível. A associação congrega estudantes, profissionais, ONGs e empresas com a proposta de aplicar o design em projetos, desenvolvimento de produtos, formação de pessoas, palestras e cursos e comercialização dos produtos. A produção busca aproximar o mercado consumidor e a produção das periferias. Segundo a associação, o design tem se mostrado uma ferramenta de gestão e uma alternativa de geração de renda. A proposta é de um design ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. Os produtos são feitos de banners de publicidade e sobras de produção da indústria automobilística, como pneus, correias e cintos de segurança, além de madeira, MDF, mosaico, tecido, entre outros. Segundo a arquiteta Mónica DefreitasSmythe, diretora da Quinta das Aroeiras, a ideia de criar a loja virtual veio justamente do desejo de levar aos consumidores uma proposta diferenciada de design e decoração. Por isso, a loja especializou-se em produtos que levam a marca da sustentabilidade, das responsabilidades social e ambiental, além da prioridade em produtos brasileiros e latino-americanos, que exaltem a identidade cultural dos povos latinos. Para conhecer mais sobre a proposta, bem como os produtos da Quinta das Aroeiras, acesse www.quintadasaroeiras.com.br.

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Lavamos nósCapacitar pessoas por meio da lavagem ecológica de carros, tornando-as empreendedoras individuais, é a missão do Lavamos nós. De acordo com a proposta do projeto, para lavar um carro com produtos biodegradáveis que não agridem o meio ambiente é utilizado um copo de água. Criado em São Paulo, pelo sistema de eco lavagem no sistema delivery, o lavador, com o uso de uma bicicleta elétrica, totalmente ecológica, leva todos os produtos para lavar o carro onde estiver estacionado. Trata-se da primeira franquia social de lavagem ecológica do Brasil de baixo custo em que os interessados recebem uma capacitação empreendedora gratuita com carga horária de 20 horas e certificado. Após a conclusão da capacitação, os interessados têm acesso a um microcrédito para comprar uma microfranquia, que tem valores entre R$ 900 a R$ 5 mil. Para garantir a empregabilidade desses franqueados, a Lavamos nós fechou parceria com as maiores redes de estacionamentos de São Paulo. Além de ser inovador, é um negócio simples, que atende o tripé da sustentabilidade, gerando renda imediata, profissionalizando as pessoas e criando novos protagonistas ambientais.

Contêiner vira sala de aula Um colégio de Curitiba decidiu usar uma forma ecologicamente correta para ampliar a sua infraestrutura e ensinar na prática a sustentabilidade. A escola transformou contêineres, cujo fim seria o lixo, em salas de aula.“Nós reutilizamos algo que seria jogado fora e reduzimos os gastos, já que não foram utilizados areia, cimento, tijolos, água, diversos recursos, contribuindo, assim, com a conservação do meio ambiente”, explica o diretor do Colégio Adventista do bairro Centenário, João Cesi. A recém inaugurada estrutura tem capacidade para 90 alunos de período integral e reforça o título de referência em “economia verde” recebido pela capital paranaense pela Organização das Nações Unidas, em 2012.

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Casa sustentável em poucas horasUma casa de 45 m² que demora poucas horas para ser montada. Essa é a realidade das casas sustentáveis que a empresa Tecverde desenvolveu para o programa Minha Casa Minha Vida, com tecnologia de construção a seco. Pioneira em trazer o sistema wood frame ao Brasil e após utilizá-lo por quatro anos em casas de alto padrão, a Tecverde possibilitou que sua tecnologia fosse utilizada em casas faixa 1 do programa do governo federal. O sistema construtivo da Tecverde tem 70% de seu processo industrializado e permite a montagem da casa em menos de três horas. É sustentável, pois emite 80% menos CO2 e resulta em 85% menos resíduos, resíduos que fazem dessa indústria uma das maiores poluidoras do mundo. Além disso, após a ocupação da casa, há um excelente desempenho térmico e acústico que resulta em economia de luz e no bolso ao morador. O sistema da Tecverde é homologado na Caixa Econômica Federal e é disponibilizado a outras construtoras por meio de um modelo de licenciamento de tecnologia. A rápida e eficiente montagem das casas TecVerde foi mostrada ao vivo no mês de maio durante o Show Home Apucarana, no Paraná, em uma parceria entre a Tecverde e Construtora Ipanema.

As marcas mais verdes do mundoFoi divulgado em junho o levantamento “Best Global Green Brands” da consultoria Interbrand, referência mundial em gestão de marca. O estudo assinala as companhias líderes não só na implementação de práticas sustentáveis, mas também na capacidade de comunicar de forma eficaz seus esforços para os consumidores. Segundo a análise, grande parte das líderes é de marcas de carro, em destaque a campeã Ford. De acordo com a consultoria responsável pelo estudo, a indústria automotiva vem apresentando inovações e compromisso com a fabricação de veículos cada vez mais sustentáveis. Todas as marcas que fazem parte do ranking foram avaliadas em dois conjuntos de critérios: desempenho e percepção. A diferença entre as

duas avaliações de cada marca é chamada de "GAP", no ranking da Interbrand. Se o GAP for positivo, significa que a performance de sustentabilidade é maior do que a percebida pelos consumidores. Se esse índice for negativo, sinaliza que os consumidores percebem a marca de forma mais sustentável do que de fato ela é. Para saber quem entrou para a lista 50 Best Global Green Brands de 2014, acesse: http://www.interbrand.com/pt/

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Telhados verdesUm projeto de arquitetura que utiliza plantas nas coberturas dos imóveis pode mudar a realidade dos centros urbanos. Os chamados telhados verdes são uma forma de trazer a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente para a casa ou o apartamento. Além de alegrarem o cenário predominantemente cinza das cidades, eles auxiliam na drenagem da água da chuva e proporcionam isolamentos acústico e térmico. Os telhados vivos, como também são chamados, podem ser jardins em edifícios com telhado plano ou podem ser uma cobertura de gramíneas em telhados com inclinação. A grande vantagem são os isolamentos acústico e térmico. Uma pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a diferença de temperatura entre um prédio com telhado verde pode ser até 5°C menor do que um com cobertura de concreto. Além disso, nos edifícios com esse cuidado sustentável, a umidade relativa do ar é 15% maior. A drenagem da água das chuvas também é feita por esse jardim no alto das residências, assim como a absorção de poeira e poluição. Com isso, reduz-se a necessidade de escoamento de água e de sistemas de esgoto. Nesse jardim, é possível plantar pequenas hortas, com alface, brócolis e olerícolas em geral, além de se colocar vasos e flores. “É uma maneira de trabalhar uma questão ambiental, com uma visão não tão urbana, além de retomar o contato com a natureza”, explica o engenheiro agrônomo da empresa curitibana Esalgarden, Gustavo Milak.

Prêmio Eco Brasil 2014Ficam abertas até o dia 15 de agosto as inscrições para o Prêmio Eco Brasil 2014. O prêmio tem reunido os melhores exemplos de sustentabilidade empresarial realizados no país, no decorrer de três décadas. A premiação contempla duas modalidades de projetos: Elis (Estratégia, liderança, Inovação e Sustentabilidade), que analisa cases de empresas que incorporam a sustentabilidade em toda sua gestão, e Práticas de Sustentabilidade, que se subdivide nas categorias Sustentabilidade em Produtos ou Serviços e Sustentabilidade em Processos. Empresas de todo o país, públicas, privadas ou de economia mista, de todos os portes podem participar. Lançado pela Amcham em 1982, o Prêmio ECO foi pioneiro no reconhecimento de empresas que adotam práticas socialmente responsáveis. Além de reconhecer as melhores práticas empresariais no tema da sustentabilidade no Brasil, a iniciativa também disponibiliza uma avaliação dos projetos inscritos. Mais informações e inscrições podem ser feitas pelo site: http://www.premioeco.com.br/

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Entrevista

Maria de Fátima Gomes Pinheiro

Entregando de forma responsável

Gerente Corporativa de Responsabilidade Social dos Correios

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Maria de Fátima Gomes Pinheiro é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bacharel em Administração Postal pela Escola Superior de Administração Postal (ESAP), bacharel em Admi-nistração de Empresas pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e pós-graduada em Gestão pela Qualidade Total pela Universidade Federal do Amazonas e em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. É Geren-te Corporativa de Responsabilidade Social dos Correios, empresa pública com mais de 120 mil empregados. Atuou por mais de 27 anos nos Correios em diversas posições de gestão e executiva nas atividades: Financeiro, Suprimento, Re-cursos Humanos, Comercial, Logística, Licitações, Gestão de Contratos e Representação Institucional. Em 2011, parti-cipou do Atelier e Reunião do Grupo de Projeto "Desenvolvimento Sustentado", do Conselho de Administração da UPU (União Postal Internacional), em Berna/Suíça. Desde 2012, é representante dos Correios na área de Sustentabilidade junto ao programa Environmental Measuremente and Monitoring System (EMMS), que mede a eficiência da gestão de carbono, junto à International Post Corporation (IPC), com sede em Bruxelas/Bélgica.

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Como o tema sustentabilidade é tratado de forma estratégica nos Correios? O Plano Estratégico Correios 2020 definiu como Vi-são “Ser uma empresa de Classe Mundial” e elegeu a sustentabilidade (social/ambiental/econômica) como um dos valores da empresa.

Quais são as principais iniciativas de âmbitos local e nacional? Os Correios são uma organização que se preocupam com o futuro e já realizam consideráveis esforços ten-do como base o tripé da sustentabilidade. As ações sociais e ambientais desenvolvidas pela empresa es-tão alinhadas às diretrizes nacionais e internacionais de sustentabilidade. As ações se inserem no instrumento internacional da Organização das Nações Unidas "Objetivos do Milênio": 1. ERRADICAR A EXTREMA POBREZA E A FOME: Eco-Postal - Corporativo; Coleta Seletiva Solidária - Corpo-rativo; Correios Solidariedade Expressa - Corporativo.2. ATINGIR O ENSINO BÁSICO UNIVERSAL: Papai Noel dos Correios - Corporativo; Concurso Internacional de Redação de Cartas - Corporativo; Doação de Bens vin-culada aos Telecentros – DR/RS; Comitê Permanente de Acompanhamento do Funcionamento das Escolas Públicas – DR/BA; Visita de Escola aos Correios – DR/CE e DR/MG; Arrecadação de livros para apenados – DR/MS; 11 DRs desenvolvem outras iniciativas volta-das à educação.3. PROMOVER A IGUALDADE ENTRE OS SEXOS E A AU-TONOMIA DAS MULHERES: EcoPostal – Corporativo; Adesão aos Princípios de Empoderamento das Mu-lheres definidos pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) - Corporativo; Convênio com as secretarias de Direitos Humanos (SDH), de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e de Políticas para as Mulheres (SPM), vin-culadas à Presidência da República para desenvolver ações de fortalecimento dos Direitos Humanos e da Igualdade de Gênero e Raça dos Correios – Corporati-vo; 14% das DRs realizam outras ações de promoção

à diversidade, equidade e combate à discriminação.4. REDUZIR A MORTALIDADE NA INFÂNCIA: Arrecada-ção de leite em pó em eventos dos Correios - DR/MG.5. MELHORAR A SAÚDE MATERNA: Promoção de en-contro para gestantes abordando temas como a im-portância do pré-natal, primeiros cuidados com o bebê, amamentação, entre outros - DR/SPM.6. COMBATER O HIV/AIDS, A MALÁRIA E OUTRAS DO-ENÇAS: Lançamento de selos do Ziraldo sobre a Aids – Corporativo; Ações de combate à Dengue – DRs/ AM.7. GARANTIR A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: Coleta seletiva Solidária – Corporativo; Aprovação do Siste-ma de Gestão Ambiental dos Correios – Corporativo; Descarte adequado de lâmpadas, pneus, peças de veículos, resíduos hospitalares, etc. - Corporativo; Manutenção preventiva dos veículos, visando dimi-nuir a emissão de gases tóxicos na atmosfera - Cor-porativo; EcoPostal - Corporativo; Emissão de Selos Filatélicos (como meio de conscientizar a sociedade para a preservação dos recursos naturais) - Corporati-vo; Campanhas internas de sensibilização para o uso consciente dos recursos naturais - Corporativo; Reuso de água da chuva – DR/PE,RJ e AC; Caixa separadora de água e óleo – 10DRs; Desafio Ambiental – Corpo-rativo; Eventos de sensibilização no Dia Mundial do Meio Ambiente – Corporativo; Concurso Internacional de Redação de Cartas com tema ambiental – Mundial da União Postal Universal; Teste com o Carro Elétri-co em parceria com a Companhia Paulista de Força e Luz; 13 Eventos de sensibilização e/ou treinamento – DRs; Patrocínio do Encontro do Ministério Público no Meio Ambiente - Corporativo; Patrocínio da Conferên-cia das Américas para o Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável - Corporativo; Cartão combustível - Corporativo;Viveiro de mudas – DR/RJ; 22 ações ou projetos realizados em âmbito regional – DRs.8. ESTABELECER UMA PARCERIA MUNDIAL PARA O DESENVOLVIMENTO: Banco Postal - Corporativo; Eco-Postal - Corporativo; Inclusão Postal – Corporativo; Coleta Seletiva Solidária – Corporativo; Ação de pre-venção ao uso de drogas – DR/ AM.

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Os Correios já foram premiados e reconhecidos pelos seus projetos de logística reversa dos uniformes e malotes. Como funcionam esses projetos? Sim, por meio do projeto EcoPostal, os Correios foram premiados no 13º Concurso Inovação na Gestão Pú-blica Federal da ENAP, em 2008. O EcoPostal consis-te na doação de resíduos (malotes e uniformes sem condições de uso na atividade postal) à entidades sem fins lucrativos para servirem de matéria-prima de produtos artesanais, como bolsas, sandálias, mo-chilas, roupas infantis, etc. A ação evita o impacto ambiental, pois impede que essas peças sejam quei-madas ou descartadas em lixões. Promove, ainda, a geração de renda e emprego às famílias das entida-des sem fins lucrativos, a disseminação da consciên-cia ambiental e o resgate da cidadania, cumprindo as diretrizes de Responsabilidade Social Empresarial. O EcoPostal surgiu em 2003, com iniciativas regionais, entre as quais destacam-se as realizadas em Mato Grosso do Sul e no Paraná. Com a implantação do Sistema de Gestão Ambiental dos Correios em 2014, o EcoPostal será uma ação corporativa (desenvolvida em todo o país).

Como funciona o programa de Logística Reversa Do-miciliar? A Logística Reversa Domiciliar é o processo realizado no endereço do consumidor final, que consiste na coleta domiciliar de produtos que retornam por diver-sos motivos, sejam eles comerciais, erro no momento da emissão do pedido, garantia, defeitos de fabrica-ção ou de funcionamento.

Considerando que os Correios possuem o processo de logística na essência de seus negócios, quais são as ações para a redução e mitigação de emissão de carbono? • Tecnologia para a realização de videoconferências corporativas anuais, com objetivo de evitar desloca-mentos de empregados. • Inserção de veículos postais ecoeficientesna frota; especificações técnicas que garantam que 100% dos veículos adquiridos pela empresa atendam ao PRO-CONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) e ao PROMOT (Programa de Controle da Poluição de Ar por Motociclos e Veículos Similares).• Aumento da frota de Veículos Elétricos de Calça-dões (VECs) em operação.• Ação voluntária de incentivo ao plantio de mudas de árvores, a fins de compensar a emissão de CO2 gerada pela empresa.• Realização anual de inventários corporativos de emissão de CO2.• Serviços eletrônicos, como o V-Post e o e-Carta - re-cebimento de arquivos variáveis (mensagens em for-mato digital) para posterior tratamento eletrônico e impressão em centros de produção da empresa. Uma significativa parcela dessas mensagens é produzida em locais próximos dos seus endereços de entrega, o que melhora o tempo de entrega e propicia a econo-mia de combustíveis.

Já existem algumas iniciativas/projetos para a uti-lização de veículos menos poluentes para a entrega de encomendas?A empresa apoia o desenvolvimento de tecnologia de ponta considerada ambientalmente responsável e re-aliza parcerias para testar o rendimento dos veículos elétricos abaixo destacados:• Carro Elétrico - Projeto desenvolvido em 2011, em parceria com a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), que teve como objetivo identificar o comporta-mento, vantagens e desvantagens da utilização de veículos movidos à energia elétrica e o impacto am-biental gerado pelo setor de transporte em geral. • Moto Elétrica – Teste piloto realizado em 2013, em parceria com a empresa Ribas Motos Indústrias e Co-mércio, do Grupo V MOTO/E-MAX, que forneceu qua-tro motos que funcionam com bateria recarregável (scooter elétrica) de tecnologia alemã e design italia-no, para avaliar a eficiência dos veículos na operação de distribuição de cartas e encomendas nas cidades de Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).• Bicicleta e Triciclo Elétricos– Parceria em fase de teste, iniciada em outubro de 2013, com a empresa ECOSTART, com três bicicletas e um triciclo, de fabri-cação brasileira, movidos por bateria de lítio e com autonomia para rodar, em média, 32 km, em veloci-dade máxima de 25 km/h. Dependendo do desem-penho apresentado, será avaliada a viabilidade de aquisição dessas modalidades de veículos para se-remutilizados nos Centros de Distribuição de cartas e encomendas da Empresa.Está em fase de avaliação técnica a viabilidade de aquisição de motos e bicicletas elétricas.

Com relação à utilização de embalagens para cor-respondência e encomendas, como que os Correios estão inovando para a utilização de embalagens menos impactantes?No caso das caixas, mais de 90% dos materiais uti-lizados são de papelão reciclado. Para os envelopes de papel, utiliza-se material reciclado ou com a certi-ficação FSC – Origem de Manejo Sustentável. O Enve-lope Postal Biodegradável, já citado, também é uma das iniciativas.

Como serão as embalagens no prazo de vinte ou trinta anos? Quais são as tendências e os estudos nesse sentido? A tendência é utilização de material reciclado ou re-ciclável, com tendência ao reaproveitamento, tipo embalagem vai-e-vem.

Que mensagem final gostaria de deixar aos leitores da revista Geração Sustentável?Os Correios têm compromisso com o meio ambiente e com os brasileiros. Nosso objetivo é plantar um real pre-sente para as futuras gerações. E um pensamento que compartilho é o de Oded Grajew, fundador da Grow: "A prática demonstra que um programa de responsabili-dade socioambiental só traz resultados positivos para a sociedade e para a empresa se for realizado de forma autêntica. É necessário que a empresa tenha essa cul-tura incorporada à sua visão de negócio."

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 14

Entrevista

Para o futuro teremos embalagens de material reciclado ou reciclável, com tendência ao reaproveitamento, tipo embalagem vai-e-vem

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Capa

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Logística sustentável

Conheça iniciativas que visam reduzir os impactos ambientais provenientes do transporte de cargas

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Bruna robassa

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versatilidade e a capacidade de co-nectar os diversos pontos de origens e destinos fazem com que o modo ro-doviário represente mais de 60% das

cargas movimentadas no país. Em uma relação direta, é um dos meios que apresenta maior nú-mero de problemas estruturais, e perde apenas para o modo aéreo em impacto ambiental. Em conjunto, o setor de transportes está entre os segmentos produtivos de maior emissão de ga-ses de efeito estufa (GEE), atrás da indústria e da geração de eletricidade. (gráficos 1 e 2 - pág. 22)

O último inventário de emissões de GEE rea-lizado na cidade de São Paulo mostrou que 61% das emissões eram provenientes do transporte. De acordo com informações da Associação Brasi-leira de Logística (Abralog), anualmente são trans-portados 1,7 trilhão de toneladas por quilômetro útil no país por todas as vias e 1,1 trilhão pelo modo rodoviário. Para que a as operações logís-ticas não sejam prejudicadas e para que deixem de trazer graves consequências ao meio ambien-te, é preciso que as empresas transportadoras de carga tornem cada vez mais suas operações mais ecológicas e sustentáveis. Apesar de tímidas, já existem iniciativas louváveis nesse sentido.

Gerenciamento e alternativas • Segundo Edson Carillo, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Abralog, o país tem evoluído no modelo de gestão dos transportes, com cada vez mais tecnologia embarcada e racionalização das rotas e atividades, apesar de ainda faltarem opções nos modos de transporte, por falta de in-fraestrutura e investimentos, o que tem sido o maior obstáculo.

Gerenciar o abastecimento é uma maneirade tornar mais eficiente a operação, que, combina-da ao gerenciamento das demais necessidades das frotas, ajuda a reduzir emissões de gases de

efeito estufa e garantir créditos de carbono para os frotistas, contribuindo para a sustentabilidade do negócio. De acordo com Carillo, para grandes distâncias, os modos aquaviário (hidroviário, la-custre e marítimo) e ferroviário têm um menor im-pacto na produção de carbono, com maior efici-ência energética e poderiam ser uma alternativa a ser explorada para redução da poluição.

“O país ainda está atrasado na questão da compensação da emissão de carbono por conces-sionárias de rodovias, mas a roteirização, o ras-treamento e a gestão de frotas contribuem para a melhor utilização dos recursos e, por sua vez, na melhor eficiência energética, e consequente im-pacto reduzido ao meio ambiente”, destaca.

Gestão de frotas • Algumas empresas de gerenciamento de frotas desenvolveram me-canismos para que seus clientes monitorem e controlem as emissões de CO2, provenientes de seus veículos.

Segundo conta Rodrigo Somogyi, gerente de Inovação da Ecofrotas, empresa que, desde sua origem, há 15 anos, se preocupa em dis-ponibilizar as melhores soluções econômicas e ambientais para seus clientes, gerir uma frota de forma sustentável significa se preocupar não apenas com a redução de custos, mas também com os impactos sociais e ambientais dos veí-culos. “Para tanto, a gestão sustentável de uma frota, além de envolver a redução do consumo de combustíveis fósseis e a substituição destes por outros renováveis, contempla a manutenção preventiva dos veículos e a capacitação dos con-dutores, entre outros aspectos”, ressalta.

Anualmente, a companhia investe 18% de seu faturamento em pesquisa, tecnologia e de-senvolvimento de novos produtos. Em 2009, a Ecofrotas contratou uma consultoria para de-senvolver uma metodologia de contabilização

A

De acordo com informações da associação Brasileira de logística (abralog), anualmente

são transportados 1,7 trilhão de toneladas por quilômetro útil no país por todas as vias e

1,1 trilhão pelo modo rodoviário

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 17

Page 18: Gs 38 logística sustentável

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Capa

de Gases de Efeito Estufa (GEE) das frotas dos clientes, e a KPMG, para auditar essa metodolo-gia. “Dessa forma, a Ecofrotas passou de forne-cedora a parceira estratégica de seus clientes”, destaca o gerente de inovação.

A empresa trabalha com grandes compa-nhias brasileiras, e os resultados variam de caso para caso. Em média, o trabalho desenvolvido pela companhia permite que suas empresas--clientes reduzam cerca de 20% dos custos e das emissões de CO2 de suas frotas, possibili-tando, assim, ganhos econômicos e ambientais. “Importante frisar que esse resultado é apenas uma média, pois são possíveis números ainda mais positivos, dependendo das ações adota-das pelos clientes”, lembra Somogyi.

Um exemplo é o Grupo Votorantim que, com 2400 veículos administrados pela Ecofrotas, conseguiu uma redução de 25% da emissão de

poluentes convencionais, 56% de melhoria na manutenção e 109% na melhoria de seus índi-ces de segurança. Outro exemplo é a BRF, que conta com 6 mil veículos administrados pela Ecofrotas. “Eles conseguiram uma redução de 44% de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e 45% de redução de veículos parados”, relata o gerente. Já a Medley, que possui 560 veículos administrados, reduziu em 58% suas emissões de GEE.

Ainda segundo Somogyi, é papel do gestor de frotas buscar alternativas para mitigar o im-pacto de seu trabalho no ambiente. “Essa miti-gação não é só por uma questão ambiental, mas também econômica. Veículos que emitem me-nos gases de efeito estufa estão rodando de for-ma mais eficiente, pois estão gastando menos combustível, o que resulta em economia. Além disso, a tendência é que, no futuro, as emissões

"a gestão sustentável de uma frota, além de envolver a redução do consumo de combustíveis fósseis e a substituição destes por outros renováveis, contempla a manutenção preventiva dos veículos e a capacitação dos condutores", Rodrigo Somogyi da Ecofrotas

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o país ainda está atrasado na questão da compensação da emissão de carbono por concessionárias de rodovias, mas a roteirização, o rastreamento e a gestão

de frotas contribuem para a melhor utilização dos recursos e, por sua vez,

na melhor eficiência energética, e consequente impacto reduzido ao meio

ambiente, Edson Carillo da Abralog

de carbono sejam taxadas. É relevante estarmos atentos e já procurarmos soluções”, alerta.

Competitividade • Independentemente do tamanho da frota dos veículos ou da empresa, a tendência é que a gestão de frota torne-se cada vez mais comum. “Afinal, ela permite redução de gastos e torna a empresa-cliente mais competiti-va”, destaca. Segundo o gerente de inovação da Ecofrotas, esse tipo de tema é mais comum nas grandes companhias e naquelas que já são en-gajadas na questão da sustentabilidade. “Nossa expectativa é que aumente, com o tempo, o nú-mero de empresas que buscam também ganhos ambientais e sociais. No geral, várias empresas estão começando a olhar para a gestão de fro-tas, mas não sabem como. A Ecofrotas torna-se parceira dessas companhias, ajudando-as se tornarem mais eficientes”, reforça.

Compensação • Programas como CO2 Neu-tro e Evento Neutro buscam identificar formas de reduzir, quantificar e compensar as emissões de carbono inevitáveis, com o apoio a projetos so-cioambientais brasileiros, certificados e audita-dos. Segundo explica Fernando Beltrame, sócio presidente da Eccaplan Consultoria, o Programa Evento Neutro, destinado a eventos, shows e fei-ras, e o CO2 Neutro, a empresas e serviços, foram os primeiros programas brasileiros criados de compensação de carbono, com apoio a projetos socioambientais certificados, conforme o Proto-colo de Kyoto. Esses programas são relativamen-te novos, têm seis anos, porém já foram apoia-dos em mais de 450 − 500 eventos ou empresas.

“Felizmente, com o aumento da conscienti-zação ambiental, engajamento das pessoas e urgência de mudarmos o modelo atual de produ-ção e consumo, os nossos selos de neutraliza-

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 19

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

ção de carbono têm crescido todos os anos”, re-lata. Segundo Beltrame, busca-se conscientizar as pessoas dos impactos atuais das mudanças climáticas, como é possível reduzir esse impacto com as atividades do dia a dia e apoiando pro-jetos socioambientais certificados e auditados.

Beltrame ainda lembra que os países de-senvolvidos signatários do Protocolo de Kyoto, possuem metas de redução de emissões de car-bono, onde parte dessa meta pode ser atingida com a compra de créditos de carbono (redução de emissões) em outros países. “Infelizmente, em alguns estados brasileiros apenas exigem que empresas publiquem suas emissões de carbono, porém sem nenhuma obrigação de redução ou compensação de carbono. Hoje, no Brasil, todos os eventos e empresas, que adqui-rem os Selos Evento Neutro e CO2 Neutro, fazem essa ação de forma voluntária, preocupada com o impacto ambiental de suas atividades e que-rendo participar do incentivo aos projetos socio-ambientais certificados e auditados”, explica.

Por meio de seus projetos especiais, a Ecca-plan realiza a neutralização de carbono de todos

os eventos realizados pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais, maior grupo empresarial brasileiro, incluindo o Fórum Empresarial de Comandatuba, Fórum Mundial de Meio Ambiente, entre outros, além de ter atuado em três Conferências Interna-cionais do Greenbuilding Council e em mais de 10 shows, como: Elton John, Robert Plant e Kiss.

Exemplos • Portais de e-commerce do Gru-po Flora BR (www.rioessencecosmeticos.com.br) e eCycle (www.ecycle.eco.br) assumiram o com-promisso de quantificar e compensar as emis-sões de carbono dos fretes utilizados nas com-pras de seus produtos. O eCycle tem seu foco na educação da população para o consumo sus-tentável, orientando seus esforços em variadas formas de oferta aos seus usuários de condições que contribuam para maior lucidez em suas prá-ticas de consumo. Tais formas se desdobram na construção de uma plataforma digital que con-solida conteúdos editoriais, prestação de ser-viços de utilidade pública associados ao apoio no descarte adequado dos objetos de consumo e oferta de produtos cuja utilidade seja conso-

Capa

Por terra, mar ou ar?Apesar de o sistema de transporte terrestre,

com ênfase no rodoviário, ser o mais utilizado no Brasil, a utilização de outros modais também é importante, impactante e precisa de investimen-tos e iniciativas que os tornem mais sustentáveis. Apesar da pequena participação no sistema cargário do Brasil (taxa que varia entre 0,4% a 1%), o modal aéreo registrou 50% de aumento no transporte de cargas desde 2003, e está entre os mais impactantes para o meio ambiente quando utilizado. Mesmo por conta das dificuldades lo-gísticas e do alto custo que esse modal possui, ele é essencial para as empresas que necessitam da entrega com urgência e também para aquelas que desejam garantir maior nível de segurança.

Entre as iniciativas que visam reduzir os impactos ambientais no transporte aéreo está a parceria entre a companhia aérea GOL Linhas Aéreas Inteligentes e a Secretaria de Desenvol-vimento Econômico de Minas Gerais (SEDE), que realizaram em junho o primeiro voo verde a partir do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), com destino a Brasília (DF). O objetivo é transformar o Estado na primeira plataforma integrada de produção de BioQAv no Brasil e o Ae-

roporto Internacional Tancredo Neves no primeiro aeroporto "verde" do Brasil, além de tornar os céus brasileiros cada vez mais limpos e o setor de aviação civil mais sustentável.

Em continuidade à ação, entre os meses de junho e julho 2014, voos foram abastecidos com biocombustível e todos os voos que transportaram a Seleção Brasileira do Aeroporto do Galeão/Rio de Janeiro para os demais destinos que sediaram os jogos do mundial tiveram um blend (mistura) de 4% de bioquerosene de aviação. A previsão de economia foi de aproximadamente 218 toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. No total, foram mais de 69 toneladas de combustível renovável e 217.809 quilos a menos de gás carbô-nico entre 12 de junho e 14 de julho.

No caso da malha ferroviária, o Brasil possui cerca de 30 mil quilômetros, quando, para atender a atual demanda, seria necessário quase o dobro de quilometragem. Não são poucos os obstáculos para esse modal. Segundo dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferrovi-ários (ANTF), as ferrovias representam 28% das cargas movimentadas no País, sendo o seu frete, em média, 12% inferior ao rodoviário.

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"Com o aumento da conscientização ambiental, engajamento das pessoas e urgência de mudarmos o modelo atual de produção e consumo, os nossos selos de neutralização de carbono têm crescido todos os anos", Fernando Beltrame da Eccaplan Consultoria

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

ante ao consumo sustentável em suas variadas formas, tais como artigos de higiene pessoal e cosméticos livres de química nociva, composta-gem doméstica, entre outros.

“Acreditamos poder contribuir dessa forma para que indivíduos possam, progressivamente, no que se refere às suas práticas de consumo, apropriarem-se de repertório que lhes confira condições de assumir, para além de consumido-res, o papel de cidadãos, com as responsabili-dades e direitos que daí derivam”, diz Onofre de Araújo Neto, fundador e CEO eCycle.

Ele explica que o compromisso da eCycle em quantificar e compensar as emissões de carbo-no nos fretes trata-se de uma questão de coe-rência com a proposta de valor da entidade em assumir a responsabilidade de, ao entregar os produtos que oferecem, mitigar os efeitos am-bientais dessa ação. “Para isso, desenvolvemos algumas iniciativas nesse sentido. Uma delas é a parceria com a Eccaplan, na neutralização das emissões dos fretes associados às entregas dos produtos que oferecemos. Outra, garantir a reciclagem das embalagens dos produtos que

oferecemos nas linhas de cosméticos e higiene pessoal por meio da logística reversa, em acor-do com o que determina a política nacional de resíduos sólidos (PNRS) em vigor”, explica. Os projetos foram concebidos durante o primeiro semestre deste ano, com previsão de implanta-ção no quarto bimestre de 2014.

Segundo reforça o CEO, diferentemente de muitos outros países em que o maior volume de emissões se associa à geração de energia elé-trica, baseada em matrizes não renováveis, no caso do Brasil, após reduzirmos as emissões as-sociadas ao desmatamento, a principal origem concentra-se nos transportes. “Infelizmente, o que observamos sob a ótica da administração pública é o fomento ao consumo do transporte individual, baixa qualidade na gestão dos trans-portes públicos e muito baixa sensibilidade aos problemas relacionados à poluição atmosférica. Ou seja, se por um lado ainda nos beneficiamos de uma matriz energética baseada em fontes renováveis, deixamos muito a desejar quanto a políticas relacionadas à infraestrutura logística e de mobilidade urbana”, opina.

Visando aumentar a capacidade de transporte por essa via, o governo federal pretende investir R$ 200 bilhões no setor até 2025, dos quais R$ 33 bilhões na região Sul. A projeção é aumentar a participação das ferrovias no transporte para 32% até 2020, com investimentos previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para a ampliação da malha ferroviária. Além dos ganhos financeiros, a natureza também lucra com o uso das ferrovias para o transporte de cargas. Um trem de carga com 100 vagões tira das estradas cerca de 360 caminhões, o que significa menos poluição e menos acidentes.

Apesar da grande extensão marítima do Brasil, de mais de 9 mil km, o transporte marítimo ainda não tem todo o seu potencial devidamente utilizado. Esse modal representa, praticamente, a totalidade dos serviços de transporte no comércio exterior. Sua grande utilização no transporte inter-nacional, atualmente responsável por cerca de 90% das cargas, é dada devido ao seu baixo custo. O investimento necessário para otimizar e modernizar esse sistema é grande, então, fazer o setor, respon-sável por 11,72% do movimento de carga registrado no país, crescer é difícil, mas não impossível.

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Responsabilidade e conscientização • O vice-presidente de Marketing e Comunicação da Abralog lembra que a responsabilidade por um transporte mais sustentável e ecológico deve ser compartilhada entre todos. “A sociedade por exigir um produto com mais responsabilida-de ecológica, os embarcadores por sua exigên-cia e preocupação com as causas ambientais e o prestador de serviço (transportadora) em prover modelos sustentáveis. Mas, para isso, devemos reconsiderar o foco nas tarifas de fre-te, que acaba, por exemplo, fazendo com que a frota seja envelhecida e, consequentemente, mais poluente, visto que os valores praticados geralmente não permitem que a transportadora invista em recursos e tecnologia”, analisa.

De acordo com Somogyi, da Ecofrotas o nível de conscientização das empresas brasileiras em

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 22

emissões anuais de Gee por Setor

Matriz de transportes

fonte: www.cutco2.org

Fonte: Ministério dos transportes - 2010 - agência Porto Consultoria e aDM do Brasil (Base:tKu)

tratamento e Disposição de

resíduos4%Desmatamento

10%uso

residencial, Comercial e

Serviços10%

Geração de eletricidade

21%

Produção e Distribuição de Combustíveis

Fósseis11%

agricultura13%

transporte14%

Ferroviário25%

rodoviário58%

aquaviário13%

Dutoviário3,6% aéreo

0,4%

Indústria17%

relação ao gerenciamento de suas frotas ainda está em fase inicial. “Há uma grande preocupa-ção em se reduzir custos e aumentar eficiência. Portanto, a questão econômica continua sendo a maior razão para se apostar em gestão de fro-tas. Já os ganhos ambientais começaram a cha-mar a atenção das empresas mais recentemen-te”, relata.

Conforme o segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Ministério da Ciên-cia e Tecnologia, em 2005, as emissões antrópicas líquidas de gases de efeito estufa foram estima-das em 1.637.905 Gg CO2. O setor de Energia, que engloba o subsetor de Transporte, foi responsável por 19% das emissões totais de CO2. Somente o subsetor de Transportes foi responsável por 43% das emissões de CO2 do setor de Energia e por 8,1% do total de emissões de CO2 totais.

O modal rodoviário, cujo consumo cresceu 72% de 1990 a 2005, respondeu sozinho por 41% das emissões totais do setor de Energia no referido ano e por 92% das emissões de transpor-tes. “Esses números tendem a aumentar com o tempo, dado o crescimento constante da frota de veículos no Brasil. Por isso, é importante que to-dos os agentes que lidam de uma forma ou outra com o trânsito preocupem-secom essa questão”, orienta o gerente de inovação da Ecofrotas.

Para Beltrame, da Accaplan Consultoria, falta conscientização não apenas no setor empresa-rial, mas principalmente do governo e da socieda-de civil, que teriam a capacidade de exigir e privi-legiar apenas empresas ou instituições realmente preocupadas com o meio ambiente e o impacto de suas atividades. Segundo ele, existem formas simples para as empresas que precisam/desejam compensar seus impactos.

“O importante seria, num primeiro momen-to, a empresa calcular o seu inventário de emis-sões de carbono, que seria uma "foto" de como ela impacta hoje o meio ambiente, quanto às emissões de carbono. Num segundo momento, avaliar como reduzir esse impacto ambiental, e, por fim, para as emissões inevitáveis, a empre-sa pode compensar com apoio a projetos socio-ambientais certificados e auditados, de preser-vação florestal ou tecnologias limpas (parques eólicos, pequenas centrais hidrelétricas, uso de biomassa), que já tiveram o seu benefício am-biental comprovado e possuem o incentivo fi-nanceiro de créditos de carbono”, orienta.

Ele lembra que hoje, no Brasil, está em debate a Política por Pagamentos Ambientais, que busca criar um mecanismo local para incentivar financei-ramente projetos socioambientais.

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Page 24: Gs 38 logística sustentável

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 24

Boas práticas de sustentabilidade multiplicadas nos

Campos GeraisConselho Paranaense de Cidadania Empresarial proporciona

troca de experiências entre organizações da região

Responsabilidade Socialc o r p o r a t i v a

Bruna robassa

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O rganizações dos mais variados se-tores e portes dos Campos Gerais contam com um ambiente no qual as suas práticas podem ser compar-

tilhadas e aperfeiçoadas. O Conselho Paranaen-se de Cidadania Empresarial (CPCE), instituição ligada à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), atua na região como articulador para oportunizar a integração das instituições em atividades e projetos de responsabilidade socio-ambiental corporativa.

De acordo com Ney da Nóbrega Ribas, diretor regional do CPCE Campos Gerais, as empresas locais careciam de um espaço como esse. “Trata--se de uma nova cultura que permeia o dia a dia de todos. No CPCE, estamos construindo esse espaço, que integra organizações com objetivos comuns, de maneira que os projetos e as boas práticas de cada um possam ser incorporados, replicados ou até mesmo inspirem outros a so-marem-se ao Conselho”, relata.

Entre as ações que têm sido promovidas na região, com o objetivo de unir as empresas e compartilhar boas práticas, está o projeto Cam-pos Gerais Cidadão. Já foram realizadas quatro edições, duas em Ponta Grossa e duas em Castro, reunindo mais de 50 organizações e mais de 300 de voluntários. “A ideia é torná-lo itinerante, nos diversos municípios da região, pois é um evento que ao mesmo tempo em que promove cidada-nia, permite que as organizações apresentem à Comunidade o que estão fazendo, dentro e fora de suas sedes”, explica Ribas.

De acordo com ele, o grande resultado tem sido o interesse cada vez maior, tanto de empre-sas e organizações como de outras cidades solici-tando a realização em suas comunidades. “Neste momento, estamos reavaliando para torná-lo ain-da mais efetivo e atrativo para todos. O fato é que

se tornou um evento com calendário fixo para o CPCE Campos Gerais”, comemora.

Entre outras ações que tem o envolvimento do CPCE na região, o articulador destaca o Fó-rum de Responsabilidade Social, com a realiza-ção de duas edições que foram muito concorri-das. Da mesma maneira como tem ocorrido com o Campos Gerais Cidadão, o CPCE pretende ter um calendário de fóruns com temas pontuais e específicos que atendam os interesses do maior número possível de indústrias, empresas e orga-nizações dos mais variados setores, como: fórum de educação para a sustentabilidade, direitos hu-manos, fórum de responsabilidade socioambien-tal corporativo e outros.

Outras ações a destacar são as realizadas por parceiros e integrantes do CPCE, como o Progra-ma de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho - liderado pela Prefeitura Municipal, e o Fórum Paranaense Acessibilidade de Ponta Grossa, realizado pelo Conselho Regio-nal de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) com a parceria do SESI e SENAI. “Ambos com efetiva participação dos mais diversos segmentos, com alcance social transformador e muitos resultados já alcançados, demonstrando que quando os ob-jetivos e propósitos são bons, a sociedade apoia e participa”, lembra o diretor.

Participação ativa • O Crea-PR é signatário do Pacto Global, segue os seus 10 princípios e está entre as organizações que participam ati-vamente das interações propostas pelo CPCE. “Muitas das ações que praticamos, provenientes desse compromisso com o Pacto Global, acabam se enquadrando também como boas práticas de cidadania empresarial e, por isso, divulgamo-las no CPCE Campos Gerais”, conta Vânder Della Co-letta Moreno, gerente regional do Crea-PR.

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 25

o Projeto Campos Gerais Cidadão

tornou-se um evento com calendário fixo para o CPCe local",

Ney da Nóbrega Ribas, diretor

regional do CPCE

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Entre essas práticas, Moreno destaca a cole-ta e destinação responsável de medicamentos vencidos, pilhas, baterias, lâmpadas, eletrônicos e materiais de informática, reutilização de papel impresso, uso responsável de papel e descarte adequado, redução no uso de materiais descar-táveis, uso racional de computadores e ar condi-cionado, adequação dos imóveis do conselho às normas de acessibilidade e instalação de equi-pamentos eletrônicos para possibilitar o atendi-mento de pessoas surdas.

“Também estimulamos as associações de engenheiros a adotarem os mesmos princípios e desenvolverem ações de responsabilidade so-cioambiental. Já aos acadêmicos de engenharia, agronomia e geociências de nosso Programa Crea Júnior promovemos palestra sobre controle social e

Responsabilidade Socialc o r p o r a t i v a

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 26

combate à corrupção e apoiamos a divulgação de projetos desenvolvidos dentro das instituições de ensino à comunidade”, conta o gerente regional.

Ainda de acordo com Moreno, a participação no CPCE Campos Gerais fez o Crea dar ainda mais importância às ações relacionadas ao Pacto Glo-bal, levando-os a criar o “Comitê de Responsabili-dade Socioambiental Corporativa” local, formado por alguns colaboradores do escritório do Crea em Ponta Grossa, que periodicamente se reúnem, avaliam resultados e estudam novas ações possí-veis, inclusive aproveitando boas práticas de ou-tras empresas que também fazem parte do CPCE.

Troca de experiências • “O ambiente do CPCE proporciona a troca de experiências entre as empresas e faz com que as boas práticas de uma organização possam ser aproveitadas por outras, em um efeito multiplicador que ampli-fica as ações. Além das reuniões mensais entre os representantes das empresas, a realização dos fóruns de responsabilidade socioambiental corporativa oportuniza que cada empresa mos-tre sua área de atuação e as ações que pratica, partilhando as experiências com outras organiza-ções”, relata.

A empresa Iguaçu Celulose também participa ativamente dos encontros do CPCE. Entre as boas as boas práticas adotadas pela empresa que pos-suem relação com o CPCE estão o Programa Guar-diões da Natureza, que atua nas comunidades ru-rais próximas às áreas de atuação florestal, Projeto Formar para inclusão de portadores de deficiência em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e o Programa Jovem Aprendiz, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação,no qual muitos aprendizes são efeti-vados e tornam-se reconhecidos profissionais.

A Iguaçu Celulose também auxilia na divulga-ção de campanhas públicas de saúde, desenvol-ve o Programa Apicultor na Floresta e Programa Círculos de Diálogos em parceria com o SESI.

De acordo Andrea Carneiro Gonçalves Reu-sing, coordenadora de Recursos Humanos da empresa, são muito produtivas as reuniões com o CPCE, especialmente pela oportunidade de tro-car experiências e complementar as ações que a empresa já estava desenvolvendo com as expe-riências compartilhadas por outras instituições. “Sempre aprendemos algo com as experiências compartilhadas, ficamos cada dia mais inteira-dos de novas técnicas e novos projetos, os quais podemos tomar como inspiração para desenvol-ver ainda mais projetos e ações junto aos colabo-radores e às comunidades”, conta.

"Muitas das ações que praticamos acabam se enquadrando também como boas práticas de cidadania empresarial e, por isso, divulgamo-las no CPCe Campos Gerais", Vânder Della Coletta Moreno, Crea-PR

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 27

Segundo Andrea, muitas vezes a empresa aca-ba adotando as experiências trocadas como uma oportunidade de melhoria de suas práticas, os de-poimentos e as sugestões que ocorrem durante as reuniões. “Podemos tomar como base e adaptar as nossas realidades. Às vezes, percebemos que muitos, além da nossa organização, estão preo-cupados em melhorar, isso nos ajuda a seguir em frente e tentar sempre fazer algo melhor”, destaca.

Oportunidade de desenvolvimento • Outra grande organização que participa das interações promovidas pelo CPCE é a regional Sul da Heineken Brasil. A assessora de Relações Corporativas da empresa, Nadja Marai Kincheski Marques, vê o CPCE como uma instituição que agrega e potencia-liza a prática de ações de Responsabilidade Social e possibilita a troca de sinergia. “Vivenciamos no decorrer desse tempo como parte do conselho da entidade inúmeras oportunidades de desenvolver

a prática conjunta de iniciativas como o Campos Gerais Cidadão e até mesmo a troca de moeda so-cial, havendo oportunidade de envolver voluntários e a empresa em iniciativas de outros parceiros em semanas internas de Segurança, Saúde e Meio Am-biente, além de ações específicas de cada empresa que fomos envolvidas nas ocasiões”, destaca.

Ainda de acordo com Nadja, o CPCE possibili-tou o encontro e, à medida que as reuniões foram acontecendo e o planejamento estratégico sendo executado, os integrantes do grupo foram cada vez mais encontrando sinergias e oportunidades de um trabalho conjunto, “tanto que atualmente nos dividimos em grupos de trabalho por temas e vocações, facilitando dessa maneira a troca e o crescimento das iniciativas”, relata.

Na opinião da assessora da regional Sul da Heineken Brasil, o CPCE tem uma preocupação contínua com a formação desse grupo, trazendo capacitação para seus participantes, potenciali-

vivenciamos inúmeras oportunidades de desenvolver a prática conjunta de iniciativas como o Campos Gerais Cidadão e até mesmo a troca de moeda social, havendo oportunidade de envolver voluntários e a empresa em ações específicas, Nadja Marai Kincheski Marques, da Heineken Brasil

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Responsabilidade Socialc o r p o r a t i v a

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 28

empresas conselheiras do CPCe Campos GeraisaBC Projetos, águia Sistemas, Banco do Brasil, Brasil Foods(Ponta Grossa e Carambeí), Cargill,

CCr rodonorte, Cebrac, Cescage, Colégio Sagrada Família, Colégio Sagrado Coração de Jesus, Colégio Sepam, Consaúde, Copel, Correios, Crea, Faculdade união, FateB, Grupo Cidade Clima, Grupo Hübner, Heineken Brasil, Hotel Planalto, Iguaçu Celulose e Papel, InSS, Instituto GrPCoM, Macponta, Masisa do Brasil, oaB Ponta Grossa, Pincéis tigre, Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, Prefeitura Municipal de Castro, rPC tv, Sanepar, SeSI, SenaI, Sindicato de Panificação e Confeitaria dos Campos Gerais, Sindimadeira, Sindimetal, tetra Pak, transportadora Primo, uePG, unimed, utFPr e village Hotel.

"Ficamos cada dia mais inteirados de novas técnicas e novos projetos, os quais podemos tomar como inspiração para desenvolver ainda mais ações junto aos colaboradores e às comunidades", Andrea Carneiro Gonçalves Reusing, da Iguaçu Celulose

zando os integrantes com o conhecimento neces-sário para que possam, ao desenvolver a prática da responsabilidade social, terem em mente mui-to além das suas demandas como empresa, “mas pensando num processo muito maior de transfor-mação, de geração de mudança por meio de uma iniciativa cooperada”, destaca.

Para ela, o CPCE é uma entidade altamente importante para o dia a dia da prática de res-ponsabilidade socioambiental e também ajudou agregando conhecimento e contatos com outras corporações de diversos segmentos, num espaço de troca pautado no desenvolvimento.

“Posso afirmar que a empresa vive dois mo-mentos, um antes e outro depois do CPCE, tama-nha foi a oportunidade que vislumbramos por intermédio das discussões e oportunidades que juntos construímos e desenvolvemos para os Campos Gerais. Com o CPCE, sentimo-nos parte da solução, agentes de mudança e principalmen-

te temos voz para sermos ouvidos dentro do que desejamos e sonhamos para nossa região! Tenho certeza de que a entidade cresce porque as em-presas que fazem parte desse conselho crescem, despertam e focalizam iniciativas por meio de um esforço cooperado”, conclui.

De acordo com a gerente regional do SESI/SE-NAI/IEL, Denise Beninca De Paula, o CPCE promo-ve a integração dos setores e ações que estimu-lam o desenvolvimento de todas as áreas, sempre focando na sustentabilidade e no desenvolvimen-to da indústria. “Utilizando os conhecimentos técnicos dos grandes parceiros e colaboradores, o CPCE organiza eventos e desenvolve sistemas para um futuro sustentável, exercitando a cidada-nia da população e levando informações impor-tantes sobre geração de renda, educação, saúde e meio ambiente dentro da proposta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, finaliza.

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U

Confira como a sustentabilidade norteia as ações da World Trade Center, um clube de executivos que conta com membros de peso, como Facebook, Microsoft, Volvo e

a Referência, braço da empresa Gritsch no ramo de terceirização de frotas

um clube da prosperidade

WTC

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento Local

m clube de empreendedores e empre-sários focados na promoção do avanço profissional e econômico de seus sócios e colaboradores, com forte compromisso

no desenvolvimento de uma economia sustentável. Este é o espírito do World Trade Center (WTC)

Business Club, associação brasileira integrante da rede internacional da World Trade Center Associa-tion, a maior associação de executivos do planeta.

Promover conexões no mundo dos negócios entre pessoas que desempenham um fundamen-tal papel de decisão nas empresas. Segundo o diretor executivo do WTC para a região Sul, Die-

go Pettinazzi Rodrigues, este é um dos principais focos do WTC. “Seguimos uma linha global de promoção de conexões no mundo dos negócios, facilitando o dia a dia dos empresários e altos executivos, criando ambientes propícios para que esses players do mundo corporativo se en-contrem, estimulando, assim, os negócios, bem como otimizando o tempo nas negociações”.

Com associados em todo o Brasil, o WTC é um clube de negócios que tem como foco a prosperi-dade de seus membros, embasado no tripé con-teúdo, networking e internacionalidade. O WTC reúne empresas de peso nos mais variados seg-

30

alexsandro t. ribeiro

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pois são eles que definem os rumos do negócio e dão o desenho às relações dos setores em que suas empresas atuam. Por isso, também busca-mos trazer para o WTC empresas de médio e prin-cipalmente de grande porte”, afirma Rodrigues.

Avançar nos negócios, desenvolvendo a sociedade • A preocupação do WTC, no entanto, não se limita ao desenvolvimento dos negócios de seus associados, mas também no crescimento e avanços da sociedade. “Buscamos, em todos os locais em que o WTC se instala, propiciar e brindar a sociedade com um empreendimento imobiliário que supra suas principais necessida-des, como centro de eventos e hotéis. As regiões em que buscamos instalar tais empreendimentos sempre são afastadas dos centros das metrópo-les, em locais em que há escassez de investimen-tos em infraestrutura, justamente porque busca-mos levar a possibilidade do desenvolvimento junto às nossas ações. Portanto, não apenas fa-cilitamos a conexão entre os agentes de decisão do mundo corporativo, mas também oferecemos à sociedade uma estrutura que possibilite a pros-peridade, o desenvolvimento socioeconômico da comunidade em que nos instalamos”.

A unidade do clube em São Paulo foi a primei-ra do WTC no Brasil, fundada em 1995. Hoje, no estado paulista, o WTC já é um complexo formado por 5 unidades de negócios - Torre de Negócios, D&D Shopping, Centro de Eventos, Sheraton São Paulo WTC Hotel e o WTC Business Club. No res-tante do país, o clube conta com mais três unida-des, em Belo Horizonte, em Joinville e em Curitiba.

mentos do mercado, como a gigante do ramo de soluções para internet e redes sociais, Facebook, a Microsoft, a TetraPak, Philips e Pepsico.

O WTC é criterioso na escolha de quem par-ticipará do seleto grupo de executivos e empre-sários. Não nos preocupamos com a quantidade de participantes, mas sim com a qualidade. Com o potencial, poderá nos apresentar e representar para os demais membros do grupo.

“Nosso público-alvo são os tomadores de deci-são de cada indústria, aqueles que desempenham o principal, ou um dos principais papéis dentro da corporação – presidente, diretor, entre outros-,

“nosso público-alvo são os tomadores de decisão de cada indústria, aqueles que desempenham o principal, ou um dos principais papéis dentro da corporação, pois são eles que definem os rumos do negócio e dão o desenho às

relações dos setores em que suas empresas atuam", Diego Pettinazzi Rodrigues - diretor executivo do World Trade Center Business Club para a região Sul

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Desenvolvimento Local

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Pensar no desenvolvi-mento da sociedade de-monstra a preocupação do WTC com a sustentabilidade aplicada às suas ações. “A sustentabilidade não con-siste em apenas plantar uma árvore e regar. É um conceito que está intimamente liga-do às temáticas políticas, financeiras, econômicas e também ambientais. Em nossos eventos, mesmo quando não é o tema do de-bate, a sustentabilidade se faz presente em nossas dis-cussões. Nosso encontros passam pela sustentabili-dade corporativa. Buscamos levar sempre um conteúdo relevante aos empresários e executivos onde são atin-gidos os pilares da sustenta-bilidade. Isso, obviamente, afora toda a preocupação com as ações sustentáveis nas gestões dos empreen-dimentos do WTC em todo o Brasil”, aponta Rodrigues.

Um dos próximos em-preendimentos do WTC será em Curitiba, onde, segundo o sócio-gerente do clube de negócio, têm-se intensifi-cado as atuações do WTC. “O World Trade Cen-ter em Curitiba completa três anos em agosto, e tem se consolidado como um forte grupo de empresários que vêm crescendo muito nos últi-mos encontros, sendo formado por setores dos mais diversos segmentos. Partimos, agora, para a construção do empreendimento na região. Já começamos a pesquisa do espaço em toda a Re-gião Metropolitana de Curitiba. O interessante é que quem nos diz o que deve ser feito do empre-endimento, ou seja, se será um hotel ou um cen-tro de eventos são os próprios membros do WTC de Curitiba, que estão integrados à comunidade, e que podem identificar as carências da região”.

O futuro dos negócios • Se uma das preo-cupações do WTC é a sustentabilidade aplicada aos negócios, atuar na formação e conscientiza-ção dos futuros executivos que serão protagonis-tas na economia é uma das soluções encontra-das pelo clube de negócios.

O Programa de Formação de Jovens Executi-vos é um plano de estágio desenvolvido e acom-panhado pelo WTC e oferecido aos universitários que querem fazer parte de um mundo corporati-vo e tornar-se um executivo de sucesso. Segundo Rodrigues, do WTC, o programa, que já formou mais de 300 jovens, é garantia da continuidade e ampliação das ações do clube. “O grande de-safio é sempre aprender a lidar, motivar, liderar a geração Y, e a geração Z, que está chegando. As expectativas são as melhores possíveis. A ex-pansão do WTC no Brasil ocorre por jovens que nasceram nesse modelo, por isso, precisamos re-plicar o quanto antes. Isso sem contar que o mer-cado ganha muito com isso, pois “fornecemos” muita mão de obra qualificada para dezenas de empresas em São Paulo e Belo Horizonte”.

O programa promove aos jovens a oportu-nidade de conhecer e fazer parte de inúmeras empresas dos mais variados ramos de negócios, ampliando, assim, a rede de contato dos futuros executivos. “Os jovens executivos convivem em

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um ambiente 100% corporativo, conversando e lidando diariamente com players do mercado. Logo, as práticas sustentáveis aplicadas nas médias e grandes empresas foram aspiradas por essa geração. Uma turma, inclusive, os alunos conviveram com um Comitê de Sustentabilidade em São Paulo, frequentado por diretores de sus-tentabilidade das maiores empresas do país”, afirma Rodrigues.

Para isso, os candidatos são submetidos a um processo seletivo, seguido de um treinamen-to contínuo e intensivo de negociação, vendas, relacionamento com cliente e liderança para ace-lerar o desenvolvimento de suas competências técnicas e comportamentais.

Após anos de sucesso, segundo o diretor exe-cutivo do WTC, o programa passa agora por um processo de remodelagem. “O mercado mudou, e como aplicamos o programa desde 2007, preci-sávamos oxigenar”. De acordo com Rodrigues, há previsão de ampliar a formação para outras cida-des, como Curitiba, nessa nova fase do programa.

Sustentabilidade: uma estratégia de sucesso • A Referência Locadora de Veí-culos é a prova de que ações responsáveis na gestão e nas estratégias de ações de uma empresa com foco na inte-gração da sociedade e no de-senvolvimento social podem surtir efeitos diretos e signi-ficativos na saúde financeira das empresas, que, atuante no setor de terceirização de frotas desde 1992, carrega a preocupação com a susten-tabilidade em sua missão e seus valores.

Braço do Grupo Gritsch no setor de locação de fro-ta, a Referência conta com know-how em logística de mais de 40 anos, sendo a primeira locadora de veícu-los a ser certificada pela ISO 9002, oferecendo excelentes soluções para empresas que desejam terceirizar sua frota. A Referência conta com oito lojas próprias e 25 postos avançados de atendimento por todo o Brasil.

A Referência é uma das empresas que integra o se-

leto grupo da WTC em Curiti-ba. Segundo o sócio-gerente da empresa, Ter-cio Gritsch, a participação no clube fortalece as relações da Referência com outras instituições, promovendo uma rede de negócios. “Sempre participamos dos eventos do WTC, reunindo-nos com o comitê de diretores e presidentes das em-presas, trocando informações com empresários dos mais variados segmentos do mercado. É um fórum muito interessante para um network, propondo uma coesão muito forte com o grupo, principalmente pelo caráter informal dos encon-tros, que ocorrem de forma leve, sem ter pauta pesada”, comenta.

Quarto colocado no ranking de maiores fabri-cantes de carros do mundo, o Brasil possui a 7.ª maior frota de veículos de passeio do planeta, com aproximadamente 45 milhões de carros, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com os altos custos para manutenção dos veículos próprios, a terceirização de frota vem se consolidando

Com foco no desenvolvimento e prosperidade do mundo corporativo, o WTC reúne empresários e executivos de peso para debater soluções sustentáveis para o mercado

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Desenvolvimento Local

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como uma das soluções para as empresas, pos-sibilitando a eliminação dos gastos com compra (emplacamento e licenciamento) do veículo, pre-ocupações com seguros da frota, manutenção preventiva, renovação da frota e mais uma série de vantagens.

Em meio a esse mercado em expansão no Brasil, a Referência tem se destacado pela pre-ocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente aliado aos negócios. De acordo com Gritsch, a Referência trabalha apenas com for-necedores que possuam política de destinação de resíduos sólidos, sobretudo às empresas que realizam a manutenção da frota da empresa, hoje com mais de dois mil veículos. “Procuramos sempre cadastrar fornecedores com essa preo-cupação, com programas de destinação de re-síduos. Além disso, buscamos sempre fazer uso na frota de veículos com a opção bicombustível, assim como motivamos nossos clientes a fazer uso do Etanol”, afirma Gritsch.

A Referência não atende apenas empresas, ocupando-se também com a locação individual. Porém, a terceirização de frota é a principal atua-ção da locadora, conforme aponta Gritsch. “Hoje, para nós da Referência, o mercado corporativo representa 70% do faturamento do nosso fatu-ramento. Os 30% remanescente é de locação no varejo, ou seja, para turismo ou para passeio”.

Com essa pluralidade de clientes, a Referên-cia, segundo o sócio-gerente da empresa, para além dos impactos ambientais provenientes do uso da frota, preocupa-se também com questões

de acessibilidade, oferecendo veículos adaptados para pessoas com deficiência física. “Na Referên-cia, dispomos de veículos com câmbio automáti-co, bem como automóveis de passeio e utilitários preparados para transporte de cadeirantes”.

Para Gritsch, um pouco da consciência sus-tentável na gestão da empresa deve-se à partici-pação nos debates do WTC. “A sustentabilidade está presente sempre nos debates. É clara nossa preocupação com ela nas discussões. E é sem-pre frutífero para nós da Referência, que apro-veitamos todas as informações e cases apresen-tados no WTC. Trazemos tudo o que coletamos nos fóruns para a empresa, buscando, também, divulgar para nossos clientes, na tentativa de ampliar a comunidade sustentável”.

Estratégias responsáveis sócio e ecologica-mente têm conferido à Referência destaque no setor de locação de automóveis com impacto em seu faturamento. “Focamos muito na ques-tão da sustentabilidade, hoje, sobretudo pela própria cobrança do mercado, pois prestamos serviços para várias multinacionais que buscam em nós ações responsáveis, como o de controle e redução de poluentes. Para isso, temos o en-volvimento de toda nossa equipe, que participa de campanha nas várias cidades em que opera-mos, envolvendo-se em eventos de preservação ambiental, em contato direto com secretarias de meio ambiente e demais entidades que se pre-ocupam com a sustentabilidade. Isso tem nos dado resultados significativos”, afirma o sócio--gerente da Referência.

“Focamos muito na questão da sustentabilidade hoje, sobretudo pela própria cobrança do mercado, pois prestamos serviços para várias multinacionais que buscam em nós ações responsáveis, como o de controle e redução de poluentes", Tercio Gritsch, sócio-gerente da Referência Locadora de Veículos

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Rafael Giuliano Voluntário e pesquisa novas interações de aprendizagem, além de ser Incentivador e Editor de Jornadas na Matka Editora

o fim da última reunião da ReVE - Rede de Voluntariado Empresarial, estava reunindo minhas coisas, quando um dos participantes, pro-

fissional de Recursos Humanos numa das em-presas que compõem a rede, aproximou-se, pediu licença e disse que tinha uma pergunta complicada a me fazer.

Convidei-o a sentar-se, deixando de lado papéis e anotações. Então, perguntei qual era sua dúvida. Ele começou, de imediato, a rela-tar-me sobre a dificuldade de implementar um programa de voluntariado em sua organização. Enumerou desafios, implicações legais, a falta de apoio de alguns dos gestores e, seu maior receio, a possível não adesão pelos colabora-dores. Por fim, perguntou: “Qual seria o melhor projeto, causa ou iniciativa a propor, de manei-ra que garanta a adesão de toda a empresa?”.

Sorri e contei a ele que desde que assumi o compromisso de escrever esta coluna para a Revista Geração Sustentável, tenho a oportu-nidade de participar de encontros e diálogos com pessoas fantásticas, ouvindo suas histó-rias e lições de vida, e as surpreendentes nar-rativas sobre as transformações que ocorrem com aqueles que se dedicam ao voluntariado.

Falei das histórias que se originavam na dor da perda, especialmente daqueles envolvidos em iniciativas ligadas à saúde, atuando em hospitais ou centros de apoio, e a fascinante maneira de como a vida desses voluntários se modifica, ganhando novos propósitos. Conheci pais que perderam seus filhos, e ouvi de um deles que hoje sua missão é “fazer com que outros pais não derramem lágrimas por causa da mesma doença que levou meu filho. Mas, se ainda houver lágrimas, haverá também um ombro compreensivo”. Apesar de ser triste sua história, ele a contava com um sorriso orgulho-so, lembrando-se de quantas pessoas já aju-dou nos últimos dois anos dedicados à causa.

Outros são atraídos pela solidariedade, imaginando poder contribuir com o próximo, até perceber que eles mesmos se tornam grandes beneficiados, pois, ao aplicar seus talentos em ações com tanto significado na vida de pessoas, acabam redescobrindo seus próprios potenciais, extraindo lições para suas

relações afetivas e carreira profissional.Quase todos heróis (ainda) anônimos, des-

conhecidos pela grande maioria, mas sem os quais, talvez, nossa sociedade seria um pouco menos humana, menos sustentável. Pessoas que têm suas próprias jornadas, mas que deci-diram caminhar lado a lado com outras pesso-as, envolvendo-se em suas histórias, transfor-mando as vidas do outros e as suas próprias.

Depois de compartilhar algumas dessas histó-rias, por fim, disse que a melhor maneira de res-ponder à sua dúvida era perguntando às pessoas, aos próprios colaboradores da empresa, sobre onde e como desejavam contribuir voluntaria-mente e, talvez, questionar se e onde eles já atu-am, antes mesmo de lançar todo um programa.

Cerca de um mês após o nosso encontro, o mesmo profissional me telefonou dizendo que havia seguido minha sugestão, entrevistando uma série de colaboradores sobre suas inicia-tivas e, para sua surpresa, havia descoberto aproximadamente dez iniciativas ocorrendo no entorno da empresa, as quais já contavam com o apoio tanto de trabalhadores quanto de seus familiares. Havia histórias fantásticas de superação e outras que ainda requeriam mui-to apoio, o que orientará as diretrizes de um novo programa de incentivo ao voluntariado.

Antes de desligar o telefone, perguntei a ele sobre a possibilidade de entrevistar alguns desses voluntários, a fim de conhecer melhor suas histórias e lições aprendidas. Ele disse não haver problema algum. Então nos despe-dimos e desligamos.

Fiquei inquieto, pensando em todas as histórias que eu já ouvi e tantas outras que vi-venciei. Imaginei o poder dessas lições sendo compartilhadas e tomei uma decisão: convi-dar outras pessoas para nos contar sobre suas Jornadas Voluntárias!

Este é um convite especial desta edição da coluna Talentos Voluntários que, em conjunto com a Matka Editora, está projetando a publi-cação de um eBook com histórias de Jornadas Voluntárias. Se você acredita que tem algo para compartilhar e ensinar, escreva e conte sua história: [email protected]!

Vamos inspirar novos voluntários pelo va-lor da história de quem já está nesta jornada…

Jornadas VoluntáriasHistórias sobre lições para a vida!

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Conheci pais que perderam seus filhos, e ouvi de um

deles que hoje sua missão é “fazer com que outros pais

não derramem lágrimas por causa da mesma doença

que levou meu filho. Mas, se ainda houver lágrimas, haverá também um ombro

compreensivo"

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HuGo WebeR JR. Consultor em Gestão Verde. Diretor da AGRESSOR ZERO – Sustentabilidade Corporativa

stava lendo um delicioso livro intitu-lado “O FOCO DEFINE A SORTE”, de Dulce Magalhães, o qual me inspirou para escrever esta coluna.

O livro em questão é uma reflexão sobre nossas atitudes perante a vida e o caminho que escolhemos.

É sobre a nossa dificuldade em compreen-der que somos responsáveis por nossas es-colhas, nossos rumos e, consequentemente, nossa sorte.

Ao mesmo tempo em que ilumina nossa maneira para agir de forma mais consciente, ensina a aceitar e a usar os momentos difíceis como um trampolim para novos caminhos.

Na questão de sustentabilidade, é assim mesmo. “O que somos é a consequência de nossas atitudes”, conforme ensinava Buda há muito tempo.

Em recente pesquisa realizada no Brasil, fica evidente que cada um de nós representa um obstáculo ao senso de responsabilidades ambiental e social. Quando perguntados se estão comprometidos com o meio ambiente, mais de 99% dos entrevistados – homens e mulheres de todas as faixas e regiões do País – afirmam que sim.

Mas esse alegado comprometimento não possui boas notícias: os que se dizem total-mente comprometidos são apenas 25%. E quando é examinado com atenção como esse compromisso se transforma em ações ambien-tais – tipo evitar uso de automóveis, segregar de maneira correta os resíduos, minimizar o tempo de banho ou ainda abolir do uso de sa-colas plásticas, foram ouvidas diversas descul-pas e nenhuma atitude prática.

Entre nossas pequenas atitudes ambiental-mente incorretas, em nosso cotidiano, 56% não colocam o lixo reciclável no compartimento ade-quado; 73% confessam preferir locomover-se

em carros ao uso de bicicleta ou do transporte público; 84% quase sempre deixam escorrer água pelo ralo em banhos demorados e nada menos do que 94% usam as abomináveis saco-las plásticas distribuídas nos supermercados.

O meio ambiente que nos desculpe, sabe-mos que é errado, sentimo-nos culpados, mas...

• 70% fazem impressões sem necessidade;• 84% tomam banhos de mais 4 minutos;• 84% jogam lixo nos lugares errados;• 68% não trocam o carro por outro meio

de transporte;• 96% deixam a torneira aberta ao escovar

os dentes;• O sexo masculino é o que mais se permite

“pecados ambientais”. Quanto às mulheres, 60% a mais que os homens nem se importam em gas-tar muita água em suas atividades domésticas.

Foram entrevistados 2.269 brasileiros de todas as regiões do Brasil a fim de medir suas práticas sobre o que é ou não ambientalmente responsável e o que é considerado ou não bené-fico para o meio ambiente e à saúde do Planeta.

Esse é o resultado de uma pequena amostra de pesquisa, mas devemos considerar que essa é uma tendência consolidada nos hábitos e pa-drões do brasileiro em relação aos seus pensa-mentos e atitudes relativos ao meio ambiente.

É... Os dados estão sobre a mesa e a sorte está lançada!

Temos que perceber que nossa visão de mundo e nossas atitudes precisam mudar para uma consciência ambiental compatível com as necessidades do mundo atual. Seria muito cô-modo para nós esperar que um grande Zelador do Ecossistema venha à Terra e corrija os nos-sos abusos ambientais.

PS: Em São Paulo, nos dias atuais, quando se pergunta as características da água, a res-posta vem rápida: Insípida, inodora, incolor e insuficiente.

O foco e a sustentabilidade

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Em São Paulo, nos dias atuais, quando se pergunta as características da água, a resposta vem rápida: Insípida, inodora, incolor e insuficiente

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a “É preciso que algo mude para que tudo continue como está” Giuseppe di Lampedusa - “ O Leopardo”

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Gestão Ambiental

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Óleo de fritura vira sabão e ajuda hospital de

PernambucoIniciativa de indústria da região já resultou na retirada de três milhões

de litros de óleo do meio ambiente em pouco mais de seis anos

Bruna robassa

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lém dos benefícios para o meio am-biente, o projeto “Mundo Limpo, Vida Melhor”, desenvolvido pela ASA Indús-tria de Pernambuco, é um claro exem-

plo de iniciativa sustentável que atinge e benefi-cia diversos atores da sociedade. Presente em 38 municípios do Estado de Pernambuco, incluindo o Distrito de Fernando de Noronha, o programa consiste na coleta de óleo de fritura para utiliza-ção no processo de fabricação de sabão em barra por meio de ações de educação ambiental. Por seu caráter social, os recursos financeiros são destinados a um hospital de referência de atendi-mento à população carente do estado.

Segundo Flávia Moura, gerente de Responsa-bilidade Socioambiental da indústria responsável pelo projeto, o “Mundo Limpo, Vida Melhor” nas-ceu em 2008, em decorrência de uma necessida-de de melhoria no processo de tratamento de uma matéria-prima graxa, a borra de soja, utilizada na fabricação do sabão amarelo Bem Te Vi, que gera-va um efluente agressivo ao meio ambiente. “Essa necessidade surgiu ao mesmo tempo em que a ASA atendia a um pedido de apoio financeiro ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) para restauração do Hospital Pedro II e, em seguida, a necessidade da continuidade do apoio para seu funcionamento”, relata.

Dessa forma, surgiu a proposta de a indústria manter a doação ao IMIP por meio dessa ação de coleta de óleo de fritura. “Esse óleo substitui a borra de soja, eliminando um efluente de alto custo de tratamento. O programa apresenta um benefício externo à sua atividade empresarial já que contribuiu para a preservação dos recursos hídricos no estado”, reforça Flávia. Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), 1 litro de óleo polui 20 mil litros de água.

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esse óleo substitui a borra de soja, eliminando um efluente de alto custo de tratamento. o

programa apresenta um benefício externo à sua atividade empresarial já que contribuiu para

a preservação dos recursos hídricos no estado, Flávia Moura da Asa Indústria

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Gestão Ambiental

O programa conta com “participação ativa da sociedade por intermédio de um trabalho intenso de educação ambiental, sensibilizando a popula-ção e fornecendo infraestrutura e logística de co-leta com a criação de Pontos de Entrega Voluntá-ria (PEV) próximos às fontes geradoras, tornando acessível a doação desse resíduo”, destaca. Hoje, são cerca de 350 pontos de coleta e o volume de óleo coletado pelo programa desde 2008 é de aproximadamente três milhões de toneladas, com uma média atual de coleta de 65 toneladas por mês. Além disso, o “Mundo Limpo Vida Melhor” contribui com a preservação de 58 bilhões de litros de água e conservação de seis bacias hidrográfi-cas, entre elas as do Rio Capibaribe, Rio Ipojuca, Rio Goiana, Rio Una e Fernando de Noronha.

Educação ambiental e parcerias • O “Mun-do Limpo Vida Melhor” possui uma equipe dedi-cada de 15 profissionais, entre eles três especia-listas ambientais que dão suporte ao processo de educação ambiental e um profissional exclusivo para atender a demanda de pessoas que telefo-nam querendo orientação de como destinar seu resíduo de forma ambientalmente correta. Em pouco mais de seis anos, mais 6,5 mil pessoas já foram treinadas.

O programa tem hoje mais de dois mil par-ceiros, sendo 230 escolas das redes pública e privada, 370 condomínios, 12 shoppings, seis presídios, diversos órgãos públicos, indústrias, hotéis, universidades e com o sistema S (SESI, SENAI, SESC, SENAC, SEBRAE). “Toda essa cadeia de parceiros garantiu o crescimento contínuo nos seis anos de programa”, destaca Flávia.

Metas do programa - Substituir 50% do óleo de soja virgem utilizado na fabricação do Sabão especial Bem te vi por

óleo de fritura reduzindo a utilização dos recursos naturais;- estando presente em 20% do estado de Pernambuco (rMr, Zona da Mata e agreste) objetiva-se

a expansão territorial, alcançando a cobertura total da Zona da Mata, chegando à região do agreste num raio de até 300 km de distância da capital, aumentando a contribuição para a preservação das bacias hidrográficas envolvidas;

- Dobrar a participação de escolas para aumentar o potencial disseminador dos conceitos am-bientais para crianças e jovens, ajudando na formação de cidadãos conscientes no que diz respeito à conservação ambiental;

- aumentar o número de Pevs para aproximar cada vez mais a comunidade das ações de preserva-ção ambiental desenvolvidas pelo Programa.

reConHeCIMentoS- Prêmio de Sustentabilidade da Federação das Indústrias do estado de Pernambuco 2012- Prêmio de Meio ambiente Crea Pe 2013- Participação na Conferência nacional de Meio ambiente 2013/ Brasília- Prêmio vasconcelos Sobrinho de Meio ambiente 2014 concedido pelo CPrH Companhia Pernambu-

cana de recursos Hídricos

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MiGuel SeRediuk MilanoEngenheiro florestal, mestre e doutor em ciências florestais e realiza anualmente, em Curitiba, o Fórum Sustentabilidade & Governança

mês do meio ambiente passou e o discurso de sempre sobre o leite derramado continuou sendo ape-nas discurso, oportunista e apenas

retórico. A falta d’água em São Paulo e os ris-cos de apagões devido aos baixos níveis dos reservatórios são a tônica da vez. Mas como este é ano de eleições para os executivos estaduais e federal, com alguma sorte será possível influenciar programas de governo. Casualidades à parte, como a economia e as empresas impactam mais a sustentabilidade que os governos e suas regulações, quer nega-tiva como positivamente, é mais com olho nas corporações que escrevo este texto.

Em artigo no The Guardian, George Mon-biot sugere que o colapso total é a salvação possível para o sistema econômico que inven-tamos, pois, se falharmos, nos autodestruire-mos. Paradoxalmente, é a mesma trágica so-lução para o crescimento contínuo impossível num planeta limitado, onde todos os limites foram rompidos. Para o autor, nosso cresci-mento econômico é mero artefato do uso de combustíveis fósseis, não tendo sido o capi-talismo nem o comunismo os responsáveis por todo progresso humano e suas patologias decorrentes, como a concentração de rique-zas, os conflitos e a destruição planetária, mas sim o carvão, o petróleo e o gás. Na meta--tendência da expansão movida a carbono, as ideologias têm sido tramas secundárias, e se-guiremos vasculhando cada canto do planeta em busca de óleo e gás para sustentar nossa proposição impossível e suicida.

Mas há iniciativas surgidas dessa mesma economia que sugerem esperança. Em res-posta ao derramamento de óleo do acidente do superpetroleiro Exxon Valdez em março de 1989 no Alasca e com o propósito de orientar uma nova forma de fazer negócios, um peque-no grupo de investidores e ambientalistas fun-dou a ONG Ceres. Missão: mobilizar investido-res e negócios de ponta na construção de uma economia global próspera e sustentável. Hoje, a ONG influencia investimentos de trilhões de

dólares. Só o fundo de pensão CalPERS, um de seus associados, maneja uma carteira supe-rior a US$ 250 bilhões, e a influente conferên-cia anual da ONG atrai executivos dos maiores e mais importantes bancos, fundos de pensão e corporações do planeta, além de dirigentes de fundações e universidades americanas que têm bilionários fundos para investir.

Apesar de exceções honrosas, por aqui nossas empresas avançam lentamente e, em geral, empurradas pelo mercado. Comandadas por executivos que enxergam pouco além dos resultados financeiros de curto prazo e bônus anuais, limitam suas análises às suas conexões diretas sem considerar o legado que constroem.

É urgente, portanto, desenvolvermos sis-temas de governança corporativa que façam avançar o desempenho de nossas empresas em sustentabilidade, trazendo com isso a transparência que reduz riscos aos investido-res. Entram aí as certificações com verifica-ções independentes. Por sinal, atores globais com negócios que impactam territórios, natu-reza e comunidades, notadamente no setor de commodities agrícolas e minerais, já impõem duras condições a seus fornecedores: redução ou neutralização de emissões; desmatamento zero; trabalho infantil forçado ou análogo ao trabalho escravo zero. Tudo demonstrável via auditorias das certificações, num movimento virtuoso que força a transparência voluntária das corporações.

Num planeta com países cada vez mais po-pulosos, socialmente complexos e economias integradas, o processo civilizatório vai se rein-ventando para suprir lacunas que os estados nacionais, os acordos internacionais e os orga-nismos multilaterais não dão conta de cobrir. Já não bastam leis e políticas públicas. São necessárias intervenções que, decorrente de políticas e práticas privadas, das empresas às pessoas e suas famílias, possibilitem prospe-ridade econômica com estabilidade ambiental e equidade social. Para isso, uma nova educa-ção também se faz necessário, de qualidade e forjada mais em ciência e menos em ideologia.

Governança para a sustentabilidade

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nossas empresas avançam lentamente e,

em geral, empurradas pelo mercado.

Comandadas por executivos que enxergam

pouco além dos resultados financeiros de curto prazo e bônus

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diretas sem considerar o legado que constroem

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daniella Mac doWellSócia Diretora da NOZ – Desenvolvimento e Cocriação em Sustentabilidade e Líder da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade em Curitiba

a primeira coluna, apresentei minha visão sobre como o conceito de res-ponsabilidade social corporativa, sus-tentabilidade empresarial e valor com-

partilhado vem sendo abordados. A ideia hoje é trazer alguns exemplos sobre onde e como esses projetos vem acontecendo dentro das empresas.

Conversando com alguns executivos de empresas, uma ideia pareceu recorrente: o conceito de projeto de valor compartilhado está, para eles, intimamente ligado ao fato de gerar renda para a comunidade, trazendo, ao mesmo tempo, ganho econômico direto para a empresa (estando o projeto de valor comparti-lhado diretamente relacionado ao próprio ne-gócio). Cito aqui dois exemplos.

Em conversa com Fernando Lorenz, execu-tivo de negócios, fiquei sabendo sobre como foi significativa sua experiência com o projeto “Viveiros Parceiros”, que desenvolveu quan-do atuava no Paraná, na Arauco, empresa que fabrica compensados de madeira e outros pro-dutos de origem florestal. O projeto foi criado após verificação de que as mudas produzidas em um viveiro próximo à área de operação da empresa eram mais caras do que as mudas compradas em outro viveiro, localizado a 300 km de distância da empresa, inclusive em ou-tro estado. A empresa tinha, inicialmente, duas soluções: (1) comprar do viveiro distante, pa-gando um valor menor no total, mesmo com frete incluído (o que, além de não incentivar a produção local e a geração de empregos na comunidade próxima, geraria um impacto am-biental maior pelo deslocamento), ou; (2) de-senvolver um projeto de valor compartilhado, identificando como auxiliar o viveiro local a ser mais produtivo e baixar os custos das mudas para, a partir disso, ser fornecedor não só da empresa, mas também de outras organizações locais. A empresa optou pela segunda solução: “diria que, sem uma visão de responsabilidade social e de compartilhar valor, a empresa nem pensaria em resolver esse problema, porque era um problema do viveiro, não dela. Analisa-mos quais eram as vantagens competitivas do viveiro longínquo e qual poderia ser a solução para o viveiro vizinho. A grande vantagem era que o outro viveiro, por estar perto de uma uni-versidade, tinha assessoria sobre produtivida-de em enraizamento”, contou Lorenz. A empre-sa decidiu contratar um consultor externo para o viveiro vizinho, para aumentar sua produtivi-dade e baixar os custos da mudas. “Seis meses

depois do início do projeto, o valor das mudas havia se equiparado”, concluiu Lorenz.

Outro projeto, do sul da Bahia, vem incen-tivando produtores rurais a plantarem palmito de pupunha. A Inaceres, empresa que proces-sa e comercializa o palmito de pupunha, pre-cisava garantir uma produção constante e de qualidade. A solução encontrada foi por meio de um projeto de valor compartilhado, incenti-vando e capacitando agricultores que, tradicio-nalmente, cultivavam cacau ou comercializa-vam o látex da seringueira, ambos com valores baixos, geralmente pagos por intermediários. O projeto contou ainda com a parceria do Ins-tituto Ventura, obtendo financiamento para esses agricultores (que dificilmente consegui-riam levantar sozinhos esses valores), além da TechnoServ, que realiza todo o processo de formação dos envolvidos. O resultado é o culti-vo constante e de qualidade do palmito de pu-punha para a empresa que encabeçou o pro-jeto, gerando mais renda para os agricultores na metade do tempo que levariam para ganhar esse valor em outras culturas tradicionais do local. Ganha a empresa, ganha a comunidade.

Citei esses exemplos por serem bem categó-ricos e diretos na conexão entre o ganho de ren-da pela comunidade e o ganho para o core bu-siness da empresa. Mas, se Michael Porter diz que "valor compartilhado é criar valor econômi-co com base na geração de benefícios sociais", deixo aqui uma pequena reflexão: o que são benefícios sociais? E, por meio dessa reflexão, cabe aos empreendedores, executivos, empre-sários e gestores se perguntarem: que benefí-cios sociais o negócio da minha empresa gera? Que impactos sociais negativos meu negócio pode gerar? De que forma meu negócio pode existir sem causar danos para a sociedade? De que forma meu negócio pode impulsionar ações para um desenvolvimento social sustentável?

Acredito profundamente que o compromisso das empresas e de seus líderes com esse tipo de reflexão tornará mais curto o caminho rumo a uma sociedade mais justa, sustentável e feliz.

Por fim, como acredito num mundo menos individual e mais compartilhado, no qual múl-tiplos olhares enriquecem o entendimento de qualquer questão, conto contigo para contri-buir e cocriar comigo o espaço dessa coluna: mande sugestões, críticas, informações e di-cas de empresas ou projetos para [email protected].

Valor compartilhado na prática

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O conceito de projeto de valor compartilhado está intimamente ligado ao fato de gerar renda para a comunidade, trazendo ao mesmo tempo, ganho econômico direto para a empresa

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daniel THáMestre em Economia Ambiental e Economia Internacional, consultor

s ONGs ambientalistas não vão "sal-var o mundo". O que de fato fazem é: testar pilotos que podem ganhar es-cala; levantar problemas ambientais

que podem ser endereçados por políticas pú-blicas. Eis que os Governos também não vão "salvar o mundo". O andamento das negocia-ções internacionais sobre mudanças climáti-casé apenas um indicador da inação política de norte a sul, leste a oeste. De fato, os únicos agentes que podem fazê-lo são as empresas.

Mas não são justamente as empresas que, ao visar performance e lucratividade para seus acio-nistas como única prioridade, se utilizam dos re-cursos naturais de forma insustentável? Sim, e é por isso que detêm o poder de mudança.

A economia de mercado aloca bens e ser-viços pelo cruzamento entre demandas e ofer-tas; mudanças nos preços produzem ajustes nos padrões de consumo e de produção. As alocações dos recursos de produção se dão pelos preços: mudanças nestes produzem ajustes e privilegiam inovação tecnológica e redução de materiais.

Os preços são balizadores de trocas mutua-mente benéficas e representam a combinação socialmente ideal entre a abundância relativa (escassez) e o valor (percepção social) dos fato-res de produção. Conforme Adam Smith, a busca privada pelo lucro se traduz em benefícios à so-ciedade por atender as necessidades humanas.

Eis que a lógica da mão-invisível não vêm produzindo os efeitos desejados... mas isso ocorre não porque a economia de mercado é falha, mas porque há distorção nos próprios preços por não contabilizarem externalidades.

Ao visar o lucro (e, genuinamente, apenas isso), as empresas demandam, combinam, transformam e administram capitais financei-ros, físicos, humanos, sociais e naturais. As empresas que mais geram valor são aquelas que gerem todos os valores de maneira susten-tável ao seu negócio. Incontáveis esforços aca-dêmicos precificam, por exemplo, os valores intangíveis (porém, à mercado) de uma marca ou de uma patente tecnológica. Empresas ino-

vadoras se instalam em Nova Iorque em busca do capital social que por lá abunda.

Apenas recentemente, entretanto, inicia-ram-se esforços de precificação do capital natural. Esse é o capital que permite à Ambev captar água em quantidade e qualidade sufi-ciente do sistema Cantareira para atender suas demandas. Alterações negativas nesse capital gerariam custos bastante tangíveis: necessida-de de reuso de água, maiores custos de trata-mento... A perda desse capital pode resultar na necessidade de relocação da planta.

O capital natural ainda não está à venda. Por enquanto, ao menos, começou a ser preci-ficado e revelado, e esse é o primeiro e neces-sário passo para ser incorporado.

O principal exemplo dessa irreversível ten-dência é a PUMA, que desde 2010 publica sua DRE Ambiental. Em 2012, para chegar aos US$ 300 MM de lucro líquido a empresa causou ex-ternalidades de US$ 94 MM. Ou seja, quase 1/3 de sua lucratividade não deveria ter existido, e sim abatido suas emissões de gases de efeito estufa, gerido seus resíduos de forma correta, retornado água limpa aos rios dos quais captou o recurso fundamental à sua produção.

Empresas como Coca-Cola e Unilever tam-bém estão produzindo seus demonstrativos ambientais. Iniciativas como o TEEB e o B Team compilam métodos e agregam pressão institu-cional. Edimburgo sediou em 2013 o primeiro Fórum Mundial de Capital Natural. Oito países assinaram, na Rio +20, um pedido para que governos incorporem o capital natural nas con-tabilidades nacionais.

Caso a precificação e contabilização do capital natural se torne a norma no mundo dos negócios, as empresas pagarão por suas externalidades (precificadas à mercado). O sis-tema de preços promoverá as realocações so-cialmente ótimas dos fatores de produção de forma orgânica; as empresas eficientes, inova-doras e bem geridas sobreviverão; as demais deixarão de existir. O ambiente empresarial de amanhã continuará o mesmo; o planeta estará bem melhor. Estamos na encruzilhada.

Incorporando o Capital Natural A grande encruzilhada empresarial

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eis que a lógica da mão-invisível não vêm produzindo os efeitos desejados... mas isso ocorre não porque a economia de mercado é falha, mas porque há distorção nos próprios preços por não contabilizarem externalidades

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Escrever sobre Responsabilidade Social é um verdadeiro desa-

� o porque ainda não existe um consenso universal sobre o real sig-

ni� cado do termo e os assuntos que estão inseridos no conceito ainda

estão em construção. De fato, nós da ISO temos dado uma contribui-

ção a este debate por meio do grupo de trabalho sobre Responsabili-

dade Social que desenvolve a futura norma ISO 26000 para orientar

esse tema tão variado, complexo e quase sempre controverso.

Se a abordagem usada pelos autores é muito abrangente, na in-

tenção de re� etir sua complexidade, corre-se o risco de tratar o

tema com super� cialidade. Se os autores focam demais em uma

questão ou em um grupo pequeno de temas, � ca difícil transmitir

uma visão geral da ampla gama de conceitos envolvidos. Entretan-

to, os autores deste livro foram hábeis em evitar essas duas armadi-

lhas e conseguiram comunicar toda a riqueza que o verdadeiro

entendimento do conceito de responsabilidade social requer, tanto

na profundidade quanto na abrangência.

• ALAN BRYDEN Secretário-geral da ISO – International Organization for Standardization

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José Carlos Barbieri

Jorge Emanuel Reis C

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José Carlos Barbieri é mestre e doutor em Administração, é professor do Departamento de Administração da Produção e Operações da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EA-ESP-POI) desde 1992. Foi professor em reno-madas instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e a Pontifícia Universidade Católica de São Pau-lo. Foi pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). É professor do programa de pós-graduação stricto sensu da EAESP, da linha de pesquisa em gestão ética, socioambiental e de saúde. Pesquisador e coordenador de diversos projetos de pesquisa nas áreas de gestão da inovação, do meio am-biente e da responsabilidade social. Coor de na-dor do Centro de Estudos de Gestão Empresa-rial e Meio Ambiente da FGV/EAESP. Membro do Fórum de Inovação da FGV/EAESP. Parti-cipou da comissão do INMETRO para criação de normas sobre certi� cação de sistemas de responsabilidade social. Participa de comitês cientí� cos de diversas revistas e congressos cientí� cos, nacionais e internacionais, e de vá-rias agências de fomento.CONTATO COM O AUTOR: [email protected]

Jorge Emanuel dos Reis Cajazeira. Enge-nheiro mecânico pela Universidade Federal da Bahia,mestre e doutor pela FGV/EAESP. Exe-cutivo da área de competitividade da Suzano Papel e Celulose, onde trabalha desde 1992. Elei-to pela revista Exame, em 2005, como um dos quatro executivos mais inovadores do Brasil. Foi expert nomeado pela ABNT para a redação das normas ISO 9001 e ISO 14001 (1995-2004), coordenou os trabalhos para a criação da nor-ma NBR 16001 – Responsabilidade Social e pre-sidiu a comissão do INMETRO para criação de um sistema nacional para certi� cação socioam-biental. Em 2004, foi eleito o primeiro brasileiro a presidir um comitê internacional da ISO, o Working Group on Social Responsibility (ISO 26000). É membro do comitê de critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), coordenador do comitê de inovação e ativos intangíveis (FNQ) e ex-presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).CONTATO COM O AUTOR: [email protected]

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