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1 O TRABALHO NA RELAÇÃO CAMPO-CIDADE EM MACAÚBAS- BA 1 Fátima Crislaine Batista Rocha (UESB) 2 [email protected] Victor Andrade Silva Leal (UESB) 3 [email protected] GT7: TRABALHO, FLEXIBILIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO RESUMO Este artigo traz uma reflexão sobre o trabalho através da realidade objetiva de sujeitos trabalhadores do campo e da cidade. Parte-se de uma pesquisa empírica sobre o município de Macaúbas-BA, iniciada em 2012, e uma construção teórica obtida com o apoio do Grupo de Pesquisa Trabalho, Mobilidade e Relação Campo-Cidade e do Grupo de Pesquisa Estado, Capital, Trabalho e as Políticas de Reordenamentos Territoriais. Os dados retratam o processo de imposição do capital nas relações de trabalho ocorridas nesse espaço-tempo, e como a precarização do trabalho condiciona os sujeitos numa relação entre campo-cidade. PALAVRAS-CHAVE: Trabalho, precarização, relação campo-cidade. INTRODUÇÃO A exploração do ser humano se acentua com a consolidação do trabalho assalariado no capitalismo, enquanto necessidade maior e base para a reprodução da classe detentora dos meios de produção. Visando o acúmulo de capital, essa relação díspar entre classes se sustenta 1 Trabalho destinado ao IV ENCONTRO NACIONAL (ENGPECT) e X FÓRUM do Grupo de Pesquisa Estado, Capital, Trabalho/GPECT a realizar na Universidade Federal de Sergipe (Campus de São Cristóvão) de 09 a 11 de agosto de 2017, Brasil. Mestranda e bolsista-UESB do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo), com área de concentração em “Produção do Espaço”, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Pesquisadora vinculada ao grupo de pesquisa Trabalho, mobilidade do trabalho e relação campo-cidade e ao Grupo de Pesquisa Estado, Capital, Trabalho e as Políticas de Reordenamentos Territoriais” (GPECT), da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Mestrando e bolsista-UESB do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo), com área de concentração em “Produção do Espaço”, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Pesquisador vinculado ao grupo de pesquisa Trabalho, mobilidade do trabalho e relação campo-cidade e ao Grupo de Pesquisa Estado, Capital, Trabalho e as Políticas de Reordenamentos Territoriais” (GPECT), da Universidade Feder al de Sergipe (UFS).

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O TRABALHO NA RELAÇÃO CAMPO-CIDADE EM MACAÚBAS- BA1

Fátima Crislaine Batista Rocha (UESB)2

[email protected]

Victor Andrade Silva Leal (UESB)3

[email protected]

GT7: TRABALHO, FLEXIBILIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO

RESUMO

Este artigo traz uma reflexão sobre o trabalho através da realidade objetiva de sujeitos trabalhadores

do campo e da cidade. Parte-se de uma pesquisa empírica sobre o município de Macaúbas-BA,

iniciada em 2012, e uma construção teórica obtida com o apoio do Grupo de Pesquisa Trabalho,

Mobilidade e Relação Campo-Cidade e do Grupo de Pesquisa Estado, Capital, Trabalho e as Políticas

de Reordenamentos Territoriais. Os dados retratam o processo de imposição do capital nas relações de

trabalho ocorridas nesse espaço-tempo, e como a precarização do trabalho condiciona os sujeitos numa

relação entre campo-cidade.

PALAVRAS-CHAVE: Trabalho, precarização, relação campo-cidade.

INTRODUÇÃO

A exploração do ser humano se acentua com a consolidação do trabalho assalariado no

capitalismo, enquanto necessidade maior e base para a reprodução da classe detentora dos

meios de produção. Visando o acúmulo de capital, essa relação díspar entre classes se sustenta

1 Trabalho destinado ao IV ENCONTRO NACIONAL (ENGPECT) e X FÓRUM do Grupo de Pesquisa Estado,

Capital, Trabalho/GPECT a realizar na Universidade Federal de Sergipe (Campus de São Cristóvão) de 09 a 11

de agosto de 2017, Brasil. Mestranda e bolsista-UESB do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo), com área de concentração

em “Produção do Espaço”, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Pesquisadora vinculada ao

grupo de pesquisa Trabalho, mobilidade do trabalho e relação campo-cidade e ao Grupo de Pesquisa Estado,

Capital, Trabalho e as Políticas de Reordenamentos Territoriais” (GPECT), da Universidade Federal de Sergipe

(UFS). Mestrando e bolsista-UESB do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo), com área de concentração

em “Produção do Espaço”, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Pesquisador vinculado ao

grupo de pesquisa Trabalho, mobilidade do trabalho e relação campo-cidade e ao Grupo de Pesquisa Estado,

Capital, Trabalho e as Políticas de Reordenamentos Territoriais” (GPECT), da Universidade Federal de Sergipe

(UFS).

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por vias legais da exploração do trabalho, no seu assalariamento, e supostamente, na sua

precarização, segundo Harvey (2006).

Através da extração da mais-valia acumula-se capital e nesse movimento contínuo de

sugar trabalho é que o próprio capital detém forças e toma as rédeas de sua reprodução na

sociedade, através do valor, constituindo em sua autovalorização, que adentra

ideologicamente e concretamente espaços agrários e urbanos. Na situação atual, com os

baixos salários e a terceirização, os trabalhadores se sujeitam a mais de uma forma de

trabalho, reproduzindo por vezes na mobilidade entre o campo e a cidade e vivendo a

precarização do trabalho expressando a luta de classes nesses espaços.

Na intenção de entender o trabalho, enquanto categoria fundante na relação entre

sociedade e natureza, bem como a forma contraditória da relação capital-trabalho, trazemos a

realidade de muitos trabalhadores do município de Macaúbas – BA. O mapa 1 que aponta a

localização do município de Macaúbas e as comunidades pesquisadas pode ser observado

abaixo:

Mapa 1- Localização do município de Macaúbas, e dos povoados pesquisados, 2012.

Como se pode notar no Mapa 1, os pontos de análise no campo se distribuíram numa

região entre cinco povoados, que são: Catulé, Pau D’arco, Pajeú do Pau D’arco, Serrote e

Carrapato, e pontos estratégicos da cidade. Em um dado momento da pesquisa, foram

aplicados 30 questionários no campo, e 30 questionários na cidade, trazendo um entendimento

singular do município através de informações sociais, políticas e econômicas, além de

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entrevistas e dados institucionais. Ressalta-se que, atualmente, a pesquisa busca aprofundar as

transformações no mundo do trabalho que ocorrem no campo e na cidade. Por um lado, tal

processo intensifica a mobilidade do trabalho no campo e a expansão da proletarização e, por

outro, a precarização das relações de trabalho desses sujeitos que se reproduzem, sobretudo,

nos espaços da periferia urbana, quando não tem que realizar deslocamentos mais distantes,

para fora do estado, em busca do trabalho.

Numa abordagem geral, segundo o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE), o município de Macaúbas possui uma população total de 47.067

habitantes, sendo a população urbana de 15.410 habitantes e a população rural 31.657 (IBGE,

2010). Tais números refletem uma pequena cidade, frente a um campo extenso, em questão de

habitantes e em território. Pode se atentar para a permanência camponesa, bem como uma

ligação forte dos trabalhadores da cidade com o campo, seja por relações sociais e familiares

de origem, e/ou econômicas mediadas pelas relações de trabalho. Apesar dessa realidade,

estudos mais recentes realizados no município apontam que mesmo contando com uma

população predominantemente rural, existem evidências concretas de um processo crescente

de proletarização dessa população, viabilizada, dentre outras questões, pelo controle privado

sobre a terra rural, bem como o processo de expansão e valorização do solo urbano.

Tendo por método de análise o materialismo histórico e dialético, traremos uma

análise conceitual da categoria trabalho no modo de produção capitalista, fundamentada

através da reflexão sobre as condições concretas de trabalho em Macaúbas, um debate

científico para a geografia. Portanto, realidade e epistemologia da ciência são processos que

tem por base a materialidade social em transformação. Para se ter uma melhor compreensão,

traremos a conceitualização teórica já embasada historicamente, sendo mais específica na

temática sobre o trabalho no modo de produção capitalista, e logo em seguida, um recorte

reflexivo da realidade em Macaúbas, reconstruindo teoricamente, o conhecimento sobre as

relações de trabalho na contemporaneidade.

1. TRABALHO, A RELAÇÃO CAPITAL-TRABALHO, E A PRECARIZAÇÃO.

Do ponto de vista científico e filosófico, sabe-se que o ser humano ao modificar a

natureza, modifica a si mesmo, pois, segundo Lessa e Tonet (2011), o ser humano, se faz

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humano, diferente do animal, ao pré-idear novos conhecimentos e objetivá-los na natureza

para satisfazer suas necessidades. Ao transformá-la, cria uma nova situação, que cria concreta

e ideologicamente novas necessidades humanas, num movimento cíclico e continuo de

gerações humanas e espaços diferenciados.

A casualidade dada pela natureza e posta pelos seres humanos em sociedade

(relações sociais) para a reprodução da vida no mundo, não faz destes dominadores da

natureza, mas, de outro modo, sujeitos a ela e à própria totalidade social.

Assim, a transformação da natureza pelo ser humano é realizada através do trabalho,

sendo este a categoria mediadora da relação entre homem-natureza, pois, conforme Marx

(apud ANTUNES, 2004, p. 26), “como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o

trabalho, por isso, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas de

sociedade, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza e,

portanto, vida humana”.

Dessa forma, ao transformar a natureza por meio do trabalho, os seres humanos

criam coisas úteis, valores de uso, “[...] coisas que sirvam para satisfazer a necessidades de

alguma espécie” (MARX, 1983, p. 149). Sendo assim, o trabalho útil perpassou por todas as

sociedades, estando presente no trabalho escravo, feudal, assalariado, ou qualquer outro.

Mas o trabalho não é simples ação humana sobre a natureza. Existe todo um

complexo referente à forma como esse trabalho está articulado na sociedade, sob os valores e

éticas do dado momento histórico e sua condição concreta e econômica na produção do

espaço.

A sociedade primitiva, por exemplo, se reproduzia em terras coletivas de forma

nômade e/ou seminômade. Nesse momento o trabalho está relacionado à sobrevivência que

ocorre de forma coletiva, com a captação de alimentos e a produção de instrumentos

rudimentares. Com o processo de sedentarização, ou seja, com a inserção da agricultura e o

aprimoramento das técnicas, a sociedade passa a se fixar no espaço e a se organizar em clãs

(famílias), numa divisão social do trabalho interna e patriarcal baseada na propriedade privada

que surge nesse processo. Na realização do trabalho percebem que o sustento familiar é

garantido com o aumento da produtividade. Aqui, tem-se o início da produção de excedente e

com ela o surgimento da mercadoria – mesmo que em sua forma ainda germinal – pois ao

produzir este excedente, até mesmo enquanto meios de produção, o mesmo pode ser trocado

direta ou indiretamente conforme os valores e necessidades dos diferentes clãs, por outras

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mercadorias ou até mesmo por serviços, caracterizando-se como um trabalho abstrato, com

características além do valor de uso, o valor de troca.

Com esse processo produtivo do valor de troca, e na intenção de acúmulo de bens

dentro e fora dos clãs para o suporte familiar e hierárquico, as terras deixam de ser coletivas e

passam a ser disputadas frente ao antagonismo entre classes: uma dominante e a outra

dominada. Essa lógica de classes perdura por diferentes períodos históricos, possuindo

características específicas dos modos de produção vigente. No capitalismo não é diferente.

Segundo Antunes (2004), há, além da ordenação da propriedade privada no espaço, o

desenvolvimento de uma sociedade de classes particular à generalização da lógica da

mercadoria. Somado isso ao desenvolvimento das forças produtivas, o trabalho abstrato e o

capital, que, segundo Marx (1984), “[...] é um instrumento de produção; [...] um trabalho

passado, objetivado (MARX, 1984, p. 3), torna-se uma ordem maior que passa a comandar o

conjunto social, as relações entre os sujeitos, e a si mesma.

No modo de produção capitalista, há nesse conjunto social, a necessidade de uma

estrutura política e jurídica que favoreça os interesses das classes dominantes, e sua

representação institucional através do consentimento das sociedades; com poder, tal classe

implementa o Estado burguês. Assim, tem-se a institucionalização da propriedade privada e

da sociedade de classes típicas do capitalismo.

No contexto do Liberalismo Econômico, com a ascensão da burguesia, a expansão

do mercado, do dinheiro, do capital bancário, do desenvolvimento das genes pré-capitalistas

do capital, há uma generalização do trabalho abstrato, da exploração da mais-valia e do

assalariamento – que vem a caracterizar incisivamente o modo de produção capitalista. Isso

que vem a diferenciar o capital do sistema capitalista. Mészáros (apud PANIAGO, 2012),

apresenta essa diferença, ao afirmar a relação de continuidade do capital:

O capital, portanto, existe muito antes da sua forma capitalista, como

também todos os aspectos da forma plenamente desenvolvida do capital –

incluindo a mercantilização da força de trabalho, que é o passo mais

importante para alcançar a forma mais desenvolvida, a capitalista –

apareceram em algum grau na história muito tempo antes da fase capitalista,

em alguns casos, até milênios antes (MÉSZÁROS apud PANIAGO, 2012, p.

22).

De acordo com a autora, Mészáros caracteriza o capital enquanto “transhistórico”,

pois o mesmo possui uma relação intrínseca com o trabalho, (capital-trabalho no

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desenvolvimento das sociedades) e, portanto, a sua existência pré ou pós capitalistas, moldado

às vestes do modo de produção.

Segundo Tonet (2013), no modo de produção capitalista, as relações de troca, com a

exploração da força de trabalho para fins de produção de mercadorias, a natureza é cada vez

mais transformada pelo capital, sendo a burguesia uma classe ativa nesse controle do processo

produtivo de riqueza. Como afirma:

A produção de mercadorias implica, por sua vez, a transformação da

natureza. No entanto, essa transformação ganha uma forma particular no

capitalismo. Ao contrário do escravismo e do feudalismo, onde as classes

dominantes apenas usufruíam a produção sem se ocuparem diretamente dela,

no capitalismo, também a burguesia embora não contribua para a produção

da riqueza material, tem em suas mãos o controle direto do processo

produtivo, portanto, é uma classe ativa e não meramente dissipadora de

riqueza (TONET, 2013, p 35).

A relação capital-trabalho no capitalismo consiste na tendência ao assalariamento.

Ou seja, essa classe dominante (a burguesia) tem sob seu controle jurídico e econômico a

maior parte das propriedades, no caso privadas, e contém os meios de produção. A classe

dominada está subsumida à venda da sua força de trabalho, em que o valor desta, seja

equiparado à sobrevivência do sujeito trabalhador, e ao valor socialmente atribuído à

economia de mercado. Nesse sentido há reificação (coisificação) na relação sociedade –

natureza. Segundo Lukács (2010):

Torna-se necessário um peculiar trabalho mental para que o homem do

capitalismo penetre nessa fetichização e descubra, por trás das categorias

reificadas (mercadoria, dinheiro, preço etc.) que determinam a vida cotidiana

dos homens, a sua verdadeira essência, isto é, a de relações sociais entre os

homens (LUKÁCS, 2010, p. 19).

Portanto, há a separação real da sociedade e a natureza, a partir da reificação advinda

do trabalho assalariado no capitalismo, e sua reprodução ideológica, entre os detentores dos

meios de produção com relativo domínio sobre a natureza, e os detentores apenas da força de

trabalho.

Também não se trata de algo dual, pois as relações sociais não se resumem entre uma

classe dominante e uma classe dominada. A sociedade possui uma formação social com

diferentes traços culturais e políticos, mas que carregam consigo historicamente

principalmente a luta de classes. Essas relações, sob o determinante capital-trabalho no espaço

vai conduzir o cotidiano e princípios ideológicos da sociedade, que baseada na exploração de

trabalho, serão materializadas em diversas formas desumanas, naturalizadas na aparência do

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espaço. Esse espaço passa a ser espoliado com relações contraditórias que envolve a extração

de mais-valia do trabalho humano.

2. A QUESTÃO TRABALHO EM MACAÚBAS.

A transformação do trabalho concreto em trabalho abstrato (ANTUNES, 2005), ou

seja, a tendência ao assalariamento, representa, de fato, a submissão de uma classe por outra,

em que uma sobrevive à custa da outra e ao mesmo tempo lhe nega/inferioriza, por não se

apropriar da riqueza que obteve com sua própria força de trabalho. Assim, é pela submissão

do trabalho assalariado que acentua a luta de classes.

No intuito de traçar a trajetória do conflito de classes em Macaúbas, compreendendo

a totalidade das relações de trabalho no capitalismo, primeiramente, buscou-se fazer um

detalhamento das falas e sua abstração para a compreensão teórica. Nesse sentido, trataremos

o percurso dos trabalhadores entrevistados, desde o nível educacional às presentes relações de

trabalho, fazendo uma análise entre dados do campo e da cidade. Cabe entender as

contradições expressas nesses dados, e como o trabalho assalariado e precarizado se

intensifica no município.

Daremos inicios a tais especificidades do trabalho no município de Macaúbas. No

que se refere à educação, houve contrastes entre os estudos adquiridos pelos entrevistados no

campo e na cidade. Como se pode observar na Tabela 1, na cidade, houve a predominância de

pessoas que completaram o ensino médio, e uma quantidade considerável de estudantes do

ensino superior. No campo, a quantidade de alfabetizados e pessoas que estacionaram o

ensino fundamental se destaca se comparado com a cidade. O ensino médio no campo

apresenta-se em um patamar parecido com o da cidade, apesar de ser quase inexistente

estudantes do ensino superior, o que significa que muitos desses, após conclusão do ensino

médio, possuem dificuldades de dar continuidade a formação profissional, e são

imediatamente determinados na sua condição objetiva, a vender sua força de trabalho direta

ou indiretamente no campo e/ou na cidade.

Tabela 1 – Dados totais e percentuais do grau de escolaridade

entrevistados por nível educacional, Macaúbas - Bahia, 2012.

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Categorias Cidade Campo

% %

Não Estudou 7 6

16

31

27

19

1

Até Alfabetização 5

15

24

32

16

1ª a 4ª

5ª a 8ª

Ensino Médio

Ensino Superior

Total

100

100

Fonte: Pesquisa de campo, Janeiro /2012.

Ao questionar as dificuldades ligadas aos estudos, os trabalhadores da cidade

lamentaram suas condições financeiras e o fato de ter que conciliar o estudo com o trabalho.

No campo, as dificuldades de estudar também estão ligadas às condições financeiras dos

camponeses, na dificuldade de conciliar trabalho e estudo, além da distância das escolas, por

situarem em outros povoados e/ou na cidade. Os moradores antigos lamentam não ter

estudado por não terem tido apoio dos pais na época. Percebe-se que a condição financeira foi

a mais citada, no campo e na cidade, para explicar a deficiência educacional. Logo, a base

familiar e estrutural interferiu nos estudos, não sendo esta uma questão de escolha, mas

determinadas pelas condições objetivas.

Ao averiguar as relações trabalhistas do campo e da cidade, percebeu-se um

percentual considerável de trabalhadores que se encontravam na condição de desempregados.

De acordo com os questionários, na cidade, houve uma abrangência de 72% de adultos que

estavam trabalhando, ainda que em condições de trabalho, muitas vezes, desfavoráveis. E no

campo 83% dos entrevistados destacaram estar exercendo alguma atividade de trabalho, como

mostra a Tabela 2. Ressalta-se as realidades diferentes encontradas entre os trabalhadores da

cidade e do campo, uma vez que, no campo, parte significativa desses sujeitos possuem uma

relação direta com a terra, não estando nas mesmas condições de trabalhadores totalmente

expropriados dos meios de produção e dos instrumentos de trabalho.

Tabela 2 - Relação de trabalhadores, Macaúbas- Bahia, 2012.

Categorias Cidade Campo

% %

Quantidade de pessoas que trabalham. 72 83

Quantidade de pessoas que não trabalham. 28 17

Total de adultos (População ativa) 100 100

Fonte: Pesquisa de campo, Janeiro/2012.

Na cidade, a profissão mais encontrada foram os funcionários públicos, professores,

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comerciantes e empregadas domésticas, o que caracteriza a abrangência do setor de serviço.

Foram também encontrados agricultores, trabalhadores terceirizados e informais. No campo,

houve uma unanimidade de lavradores, em que alguns complementam a renda sendo

professores, faxineiros e praticando alguns bicos no próprio campo ou na cidade. Entre as

mulheres camponesas verificou-se uma predominância da dupla, ou tripla, jornada de trabalho

realizada tanto nos espaços da lida com a terra, o trabalho doméstico e, por vezes, o

assalariamento, ainda que temporário (Ver gráficos 1 e 2).

Gráfico 1 – Tipos de trabalho na cidade. Macaúbas - Bahia, 2012.

Gráfico 2 – Tipos de trabalho no campo. Macaúbas - Bahia, 2012.

Fonte: Enquete realizada em pesquisa de campo. Janeiro /2012.

Elaboradora: Rocha (2012)

Fonte: Enquete realizada em pesquisa de campo. Janeiro /2012.

Elaboradora: Rocha (2012)

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Analisando os pagamentos mensais dos trabalhadores do campo e da cidade, houve

um contraste, como mostra o Gráfico 3. Dos trabalhadores que ganham até um salário

mínimo, a quantidade referente à cidade é de 32%, enquanto que no campo chega a 51% dos

trabalhadores, o que reflete no campo o pagamento de até um salário mínimo na profissão do

lavrador e a precarização do trabalho nas diversas funções do campo. Por outro lado, isso não

quer dizer que o trabalho na cidade também não seja precário e se reverte, no geral, na baixa

remuneração recebida pelos mesmos. Acrescenta-se ainda que no campo, apesar dos baixos

rendimentos recebidos, o trabalho assalariado, no geral, se associa a outras formas de trabalho

praticadas na terra, o que se por um lado permite que esses realizem exaustiva jornada de

trabalho como condição de sobrevivência, por outro possuem no trabalho na terra uma renda

complementar.

Entre 1 a 3 salários mínimos na cidade apresentam 27% dos trabalhadores, enquanto

que no campo, apenas 4% adquirem tal benefício. Nota-se que esses se associam ao setor de

serviços. Na cidade, os que ganham de 4 a 5 salários mínimos somam 4%, enquanto que no

campo não existe nenhum trabalhador nesse patamar. Dos entrevistados, apenas 1% dos

trabalhadores da cidade ganha um pagamento mensal acima de 5 salários mínimos. Percebe-se

no Gráfico 3, a precariedade que tanto os trabalhadores do campo quanto da cidade estão

submetidos.

A variação entre campo-cidade também ocorre na bolsa benefício, em que na cidade

Gráfico 3 – Relação de pagamentos mensais no campo e na cidade. Macaúbas

- Bahia, 2012.

Fonte: Enquete realizada em pesquisa de campo. Janeiro /2012.

Elaboradora: Rocha (2012)

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apresenta 8% de beneficentes e no campo 11% de beneficentes. Na cidade, houve apenas 1%

de pensão e no campo 3% de pensões. E a aposentadoria, na cidade, abrange 26% dos

trabalhadores, e no campo, 32% usufruem desse pagamento. Nesse último caso, considera-se

uma quantidade significativa de aposentados na cidade e, principalmente, no campo. Ao

entrevistar essas pessoas, o pagamento da aposentadoria interfere consideravelmente na

sobrevivência, tanto do campo, quanto da cidade, a ponto de, para muitas famílias, essa ser a

renda principal. No intuito de aprofundar essas diferenças das relações de trabalho, foi

questionado a esses trabalhadores as suas dificuldades.

Na cidade, as dificuldades mais mencionadas foram a incapacidade dos trabalhadores

de si manter entre 1 a 3 salários mínimos e o excesso da carga horária de trabalho, chegando a

ser de 15 horas diárias, o que interfere, diretamente, nas condições de saúde desses

trabalhadores, devido à rotina e os sacrifícios realizado no cumprimento da extensiva jornada

de trabalho. Houve dificuldades também em conciliar o trabalho do campo e o da cidade, ou

mesmo localizado em outro município, havendo pouca disponibilidade de tempo para a

família. As mulheres apontam a obrigação de ter várias funções para manter a família,

inclusive dentro de casa, além das dificuldades no acesso ao transporte, realidade que atinge,

mais diretamente, a população que reside na zona rural. Nessa relação de dificuldades,

compreende-se que as famílias que possuem até três salários mínimos ou mais, são porque

trabalham 60 horas semanais, ou seja, só conseguem adquirir uma renda minimamente

aceitável à custa da degradação intensa de sua força de trabalho.

Os trabalhadores da cidade que possuem trabalho no campo queixaram da estiagem

da seca no município, a exposição ao sol e a dificuldade de plantar de meia (relação de

meeiros). Os comerciantes possuem a dificuldade de lidar com clientes, pela compra de fiado,

ainda característica de pequena cidade e, muitas vezes por não possuir condições de ter um

funcionário. Muitos queixaram a ausência de oportunidade de trabalho e as dificuldades em

sobreviver como desempregados, entres outros que criticaram sua limitação frente à

instabilidade empregatícia dos contratos. Professores fizeram críticas com a falta de estrutura

não oferecida pelo Estado e a desorganização dentro de trabalhos públicos.

Um dos problemas citados no campo foi a dificuldade que os camponeses possuem

de obter recursos financeiros para preparar a terra para o plantio e demais atividades que

envolvem o custo alto na plantação, além de terem que deixar de cuidar da própria roça, para

cuidar de outras, se sujeitando ao assalariamento, ainda que temporário; ou seja, têm que se

sujeitarem à vários tipos de trabalhos para garantir, minimamente, a manutenção da família.

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Para quem é do campo e possui trabalho na cidade, a maior dificuldade é a locomoção, que,

em sua maioria, é feito através da bicicleta; ter que levar comida para o trabalho; e a

dificuldade de viver de bicos. Dessa maneira, a dificuldade está em conciliar o trabalho do

campo com a cidade, ou seja, reproduzir a vida nessa intensa mobilidade.

Diante das dificuldades dos trabalhadores na cidade e no campo, foi questionado a

essas pessoas se elas trocariam a cidade pelo campo e vice-versa. Como pode-se analisar o

Gráfico 4, apenas 17% dos trabalhadores da cidade disseram que trocaria a cidade pelo

campo, enquanto a maioria, 83% não trocariam. No campo, apenas 7% das pessoas afirmaram

que trocariam, enquanto 93% dos camponeses não trocariam suas moradias do campo pela

cidade.

Os trabalhadores da cidade que declararam não ter interesse em morar no campo, se

justificaram, principalmente, pelo trabalho profissional que o segundo não oferece, e

indagaram não ter como se manter no campo, sob o viés econômico. Afirmaram possuir uma

melhor condição de vida na cidade. Entre outros afirmaram que gostam do movimento da

cidade e não conseguiria conviver com a dinâmica mais lenta do campo. Vários disseram estar

acostumados a encontrar estabelecimentos comerciais e serviços que necessitam. Já os

entrevistados que declararam que trocaria a cidade pelo campo disseram que: “Lá no campo é

mais tranquilo. Já tem energia, celular, água encanada”; “Futuramente, pretendo morar no

campo, pois lá a qualidade de vida é melhor”; “Trocaria por causa da criação”, e alguns veem

a propriedade rural como investimento, com a especulação imobiliária.

Já os camponeses que afirmaram que não desejam viver na cidade apontaram,

principalmente, o caráter mercantil das relações, realidade bem diferente dos laços de

Gráfico 4 - Sobre o fato de os trabalhadores trocarem o local

de residência. Macaúbas - Bahia, 2012.

Fonte: Enquete realizada em pesquisa de campo. Janeiro /2012.

Elaboradora: Rocha (2012)

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solidariedade que ainda é possível encontrar no campo. Um camponês argumenta: “Pegar ali

tudo no quilim, vocês me desculpa viu! Mas vou não [...] tem uns pés de coqueiro aqui, tanto

pé de fruta, imbu, manga perde, não tem quem dá conta. Daqui até março, tem imbu, laranja e

lá tudo é comprado”. Outro motivo foi o trabalho, muitos camponeses comentaram: “Por que

a profissão da gente é lavrador, a roça é nossa preferência”; “Porque eu gosto de cuidar da

criação”; “Porque eu planto, cultivo e cuido”; “Se eu fosse pra lá, eu teria que ter um trabalho

diferente do que faço”. Alguns acostumaram no campo e não se veem distante dele, e relatam:

“Acostumei no campo, estou na idade. Sem estudo, eu vou fazer o que lá?”; “Eu nasci e me

criei aqui”. Nas falas, percebe-se que os camponeses não adaptariam à cidade, pois veem

nessas dificuldades associadas à compra, ao trabalho assalariado em meio ao desemprego,

sem a distração do campo. Já a minoria de entrevistados que disseram que trocaria o campo

pela cidade argumentaram que a cidade possui mais conforto, e só iriam por causa da água e a

energia que lá oferece, por não ter esses recursos, no período, em povoados como o Carrapato.

Na pretensão de desvendar as relações de trabalho entre o campo e a cidade em

Macaúbas, foi questionada à sociedade a frequência de sua mobilidade. De acordo com o

Gráfico 5, na cidade, 1/3 da população frequenta o campo de 8 em 8 dias, e o restante varia 15

em 15 dias, mês em mês. Os que moram na cidade e possuem trabalho no campo se deslocam

durante toda a semana, menos aos sábados e domingos. Ou variam a cada dois dias e duas

vezes na semana. Afere-se, portanto, uma significativa mobilidade da população entre o

campo e a cidade, mas, sobretudo, do primeiro em direção a essa última, seja por conta das

dificuldades de manter a família unicamente com o trabalho no campo, a falta de recursos

para investir na produção agrícola, a fragmentação da unidade de produção, ou no caso dos

filhos desses a busca por trabalhos assalariados, ainda que temporário, ou de serviços

educacionais, sobretudo.

Muitos vão ao campo de ano em ano, ou semestralmente, e alguns não vão de forma

alguma. O transporte mais utilizado pelos trabalhadores da cidade é o carro e a moto, sendo

poucos os que vão a pé e de ônibus.

A maioria dos camponeses também frequenta a cidade de 8 a 8 dias, devido ao

movimento da feira e a venda dos produtos da lavoura na cidade. Outros vão à cidade de 15 a

15 dias, ou de mês em mês, para receber e fazer pagamentos bancários, além de utilizar o

comércio da cidade. Os que moram no campo e trabalham na cidade a frequentam todos os

dias, menos aos sábados e domingos. O meio de transporte mais utilizado pelos camponeses é

o ônibus, sendo poucos os que possuem carro e moto.

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Considerando, portanto, as relações de trabalho no município de Macaúbas, como uma

realidade que expressa, de modo desigual e combinado, as contradições do modo de

produção, percebe-se a tendência significativa do crescimento do trabalho abstrato,

assalariado, que se intensifica, direta ou indiretamente, nas diversas funções sociais de

trabalho no campo e na cidade, sendo a exploração e a precarização do trabalho, algo muito

presente no cotidiano desses sujeitos, que veem na venda da força de trabalho, a forma

imediata de se reproduzirem. As determinações do capital condicionam a realidade objetiva

desses sujeitos, através da subsunção do trabalho, que não se realizam de forma plena

enquanto seres sociais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada para a composição desse artigo traz consigo detalhes sobre a

objetividade dos trabalhadores do município de Macaúbas – BA, que em meio as condições

sociais impostas pelas relações capitalistas, encontram na relação entre o campo e a cidade

uma saída para tentar obter a manutenção de sua reprodução imediata. Foi observado, com

isso, apenas um fragmento do que realmente está velado sob as máscaras fenomênicas das

relações sociais estudadas.

As determinações sociais que privilegiam a reprodução do capital tendem a coisificar a

classe trabalhadora, pondo-a em uma posição de mera reprodutora desse sistema que a

aprisiona, e os sujeitam a cargas horarias excessivas em diversas funções de trabalho,

condicionados em si, na precarização. Isso mostra a necessidade imediata da sociedade pensar

em outras formas de reprodução da vida, pautadas sobre outros valores e condições de

superação do capitalismo.

A relação campo-cidade, nesse sentido, está presente nas diversas formas de

sociedade, porém viu-se aqui como ela está determinada na sociedade capitalista, e como a

mobilidade de muitos trabalhadores é em si, a forma objetiva de sustento familiar, por mais

precarizado que o caracterize. Portanto, se vê a necessidade de aprofundar nessas questões

sobre o trabalho, caminhando para uma compreensão da totalidade a qual está inserida.

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