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Guerreiros Das Sombrasanciãos do clã estavam reunidos em uma grande sala de reuniões, com seis grandes janelas laterais; três de cada lado, que proporcionava uma vista deslumbrante

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Guerreiros Das Sombras

Alice Moraes

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Créditos

Todos os direitos reservados

© copyright 2018

Este livro é vendidio exclusivamente pela própria escritora. Caso tenhaadquirido de terceiros sem nenhuma nota de esclarecimento, DENUNCIE!

Arte de capa: Alice Moraes

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Dedicatória

Agradeço a Deus em primeiro lugar e a cada um de vocês que adquiriram esseexemplar e tornaram esse sonho possível.

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I

Quarenta dos melhores guerreiros da sociedade Amorf e mais alguns poucosanciãos do clã estavam reunidos em uma grande sala de reuniões, com seis grandesjanelas laterais; três de cada lado, que proporcionava uma vista deslumbrante da mata dolado de fora. A casa ficava no alto de uma montanha, bem afastada da agitação da cidade.Eles discutiam sobre os novos ataques de vampiros na região e quem seriam os possíveissuspeitos. Toda a população estava apavorada com a proporção de novas vítimas; uma acada noite. A expressão de todos ali evidenciava a seriedade do caso, mas semtransparecer exaltação.

A sociedade Amorf havia sido criada a pouco mais de trinta anos e agora tinhacomo líder um jovem guerreiro chamado Deivi, que herdou a liderança do clã de seu pai.Apesar do pouco tempo de criação, o clã era muito respeitado entre todas as sociedades eclãs independentes, que se destinam a caçar essas criaturas das trevas. Temidos entre osvampiros, os Amorfs não tem a mínima piedade para com essas criaturas e o código deética seguido por eles é extremamente rígido. Todos os vampiros que cruzassem ocaminho de qualquer membro do clã deveriam ser aniquilados no mesmo instante, nãoimportando quem fosse.

A reunião já se estendia por horas afinco de debate e todos se mantinhamconcentrados em tudo o que estava sendo falado. Um pequeno detalhe poderia fazer todaa diferença. Até que um estrondo, vindo da porta da frente, deixou todos alarmados ealguns se colocaram imediatamente em posição de combate. A porta da frente havia sidoarrombada e um rapaz careca de pouco mais de vinte anos, surgiu com o corpo de perfil.Três outros rapazes se juntaram a ele.

- Quem são vocês e o que querem!? – Disse o líder do grupo, um rapaz de poucomais de vinte anos e com os fios de cabelo espetados.

- Queremos sangue. – Respondeu o jovem careca, de forma maliciosa.- É muita petulância de vocês virem até aqui... mas foi bom, nos poupou o trabalho

de procurá-los.O rapaz careca mostrou um pequeno sorriso, deixando em evidência suas presas

afiadas.- Isso vai mostrar aos outros que nenhum amaldiçoado é páreo para os Amorfs.O jovem caçador voltou o olhar para os seus companheiros e em seguida falou.- Eu cuido deles sozinho.Sem qualquer arma em mãos o jovem caçador se lançou para atacá-los e

imediatamente os três vampiros, que acompanhavam o rapaz careca, se lançaram para oconfronto. Aos olhos de qualquer um aquela não era uma luta muito justa, mas não para ojovem caçador ou para os seus companheiros, que estavam acostumados a entrarem emconfronto sempre em desvantagem.

As três criaturas o atacavam ao mesmo tempo, obrigando-o a redobrar a atençãopara não ser ferido com gravidade. O caçador deu um salto mortal para trás de um dos

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vampiros e rapidamente sacou uma estaca, que estava presa à cintura, e golpeou acriatura fatalmente. Os outros dois vampiros lançaram um olhar raivoso e desferiram umataque duplo contra seu adversário, que conseguiu se defender habilmente. O vampiromais alto o atacou com um soco, bloqueado pelo guerreiro, em seguida o caçador osegurou pelo braço e o jogou contra a mesa, estilhaçando-a. Um dos caçadores seaproximou da criatura, pegou um pedaço de madeira do chão e desferiu um golpe fatal.

O único vampiro ainda de pé soltou um curto urro enquanto partia para atacá-lo.Desferiu um soco contra o caçador, atingindo apenas um espaço vazio, em seguida ogolpeou com outro soco, atingindo-o na face e fazendo-o dar alguns passosdesequilibrados para o lado. O caçador passou as costas da mão no canto da boca,limpando um pequeno filete de sangue e voltou a encará-lo com o olhar raivoso. Ele selançou para atacá-lo e desferiu uma sucessão de socos contra seu agressor, todosbloqueados pelo vampiro, que em resposta o golpeou no rosto. O caçador o atingiu comum chute na altura do pescoço, jogando-o contra o solo e rapidamente pegou sua estaca.Saltou sobre o corpo de seu oponente, cravando-a em seu coração.

O rapaz careca que, junto com os demais, apenas observava o confronto,começou a bater palmas caminhando na direção do caçador. Todos os guerreiroslançaram um olhar curioso para o vampiro, que sorria com a situação.

- Meus parabéns, você acabou de matar três jovens vampiros que nãodemonstraram ter tanta serventia. Espero que não esteja cansado, seria uma pena perdertoda a diversão. – Olhando-o com sarcásmo.

O rapaz soltou um assobio estridente e um grupo de vinte vampiros e vampirasadentraram o local, todos armados com espadas e pistolas automáticas. O caçador sejuntou aos demais e olhou para o grupo a sua frente, apreensivo. Uma das vampiras, quesegurava duas espadas, se aproximou do rapaz careca e as entregou a ele.

- Que comece a festa. – Com o olhar malicioso.Os Amorf estavam desarmados, mas rapidamente tiraram essa desvantagem

usurpando as espadas de seus oponentes. O tilintar das lâminas se chocando e os gritosde raiva e dor logo tomaram conta do ambiente. Jatos arteriais mancharam o chão e asparedes, deixando tudo ali num tom avermelhado grotesco. As lâminas das espadasdecepavam membros e rasgavam a carne, abrindo cortes profundos e às vezes fatais.Vampiros com a cabeça decepada e caçadores com cortes profundos e com buracos debala em locais fatais, sangravam jogados no chão até a morte.

Poças de sangue se juntavam e formava pequenos lagos cor vermelha escarlate.O cheiro de suor e sangue impregnou o local, tornando-o desagradável para os humanos esatisfatórios para os vampiros, fazendo com que alguns poucos, embarcados peloinebriante aroma, abandonassem a batalha se ajoelhando em volta do líquido parasaboreá-lo, e acabavam com suas vidas ceifadas pelas mãos dos guerreiros.

Uma garota ruiva saiu correndo do local sem olhar para trás.- É esse tipo de guerreiro que compõe o clã? Um desertor? Não me surpreende

que estejam perdendo. – Disse um dos vampiros para Deivi.O caçador franziu o cenho e correu para atacá-lo desferindo um golpe com sua

espada, mas teve seu ataque bloqueado. As lâminas soltaram um ruído estridente ao sechocarem. Eles estavam com os rostos a poucos centímetros de distância. O vampiro deu

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um solavanco com a espada, empurrando-o para trás. Deivi segurou a espada com asduas mãos e fixou o olhar em seu adversário, em seguida desferiu um ataque, golpeandoapenas um espaço vazio. As espadas de ambos os guerreiros se moviam com rapidez eprecisão, atacando e se defendendo.

A criatura soltou um longo grunhido antes de se lançar para atacá-lo, porém seuataque foi bloqueado pelo guerreiro, que em resposta o golpeou com um chute um poucoabaixo das costelas, fazendo-o dar alguns passos para trás e encurvar o corpo. Deivisaltou em sua direção e o golpeou com a lâmina de sua espada de baixo para cima,abrindo um profundo e extenso corte no peito de seu oponente. O vampiro soltou um urrogutural de dor e se prostrou no chão, logo após a espada do caçador abriu outro corte tãoprofundo e extenso quanto o primeiro, fazendo-o desmoronar. O caçador se aproximou dacriatura, que ostentava uma profunda expressão de dor, e como golpe de misericórdiadecepou sua cabeça.

O caçador abafou um grito com os dentes cerrados ao ser atingido de raspão nascostelas por uma bala. Ele se virou na direção que o projétil foi disparado, mas não havianinguém com uma arma apontada em sua direção. Havia sido atingido por uma balaperdida, uma bala que atravessara o corpo de Lívia. Correu na direção da caçadora, masantes que pudesse alcançá-la foi atingido por um soco no rosto, que o jogou a poucosmetros de onde estava. O caçador tentou se levantar, mas antes que o fizesse sentiu umpar de mãos o segurar pela gola da camiseta e o suspender no ar, lançando-o com umaforça brutal contra a parede do outro lado do cômodo.

Seu agressor correu em sua direção e o atingiu com um chute no estômago. Ocaçador tossiu algumas vezes e se apoiou sobre os antebraços. Um generoso filete desaliva e sangue escorreu de sua boca e gotejou em direção ao solo, olhando-o de maneiradisforme. Voltou o olhar para o vampiro a sua frente, ele o encarava com profundo ódio. Opouco vento que penetrava pelas janelas balançava fracamente seus longos cabelosnegros. O caçador fixou o olhar na criatura, sentindo o gosto amargo da derrota. Suascostelas ardiam. Soltou um curto rosnado e se levantou com um solavanco, em seguidadesferiu um soco destinado à face de seu adversário, mas o vampiro o bloqueou e girouseu punho, imobilizando-o. Deivi franziu o cenho e logo após escutou alguns de seusdedos estralarem.

A criatura inclinou o pescoço de sua vítima para o lado e o caçador pôde sentir obafo quente dele se aproximar de seu pescoço. Seu coração se acelerou com apossibilidade de ter seu sangue saboreado por um vampiro. Ele tentou se soltar, mas comapenas uma das mãos era praticamente impossível. Sentiu as presas da criatura roçandoem seu pescoço e em seguida ouviu um grunhido de espanto. O vampiro o soltou e eleimediatamente se virou para ver o que tinha acontecido.

Uma estaca de madeira havia atravessado seu peito. O rapaz colocou a mão sobrea ponta da estaca, sentindo o líquido pegajoso que a cobria. O caçador voltou o olhar nadireção da porta e viu a garota ruiva com uma balestra apontada em sua direção. Ele fezum pequeno aceno para ela, que retribuiu, e logo após pegou sua espada do chão egolpeou um vampiro no abdômen.

A jovem ruiva sacou uma das estacas do cinto que usava transpassado nopescoço e fez mais um disparo, atingido com precisão um vampiro três metros a sua

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frente. Pouco a pouco as criaturas iam caindo, tornando-se muito inferior ao número decaçadores.

- Vamos embora! – Disse o jovem careca, olhando para seus companheiros,apreensivo.

Com uma velocidade absurda eles atravessaram o que restou da porta edesapareceram em meio à montanha, deixando para trás um verdadeiro cenário de guerra.Vários corpos estavam espalhados por todo o cômodo. Os móveis ficaram completamentedanificados, com exceção de um pequeno lustre de formato piramidal preso no teto.Manchas de sangue danificaram toda a pintura da parede e boa parte de piso.

***

- O que ainda não entendi foi o que os motivou a nos atacarem? – Disse Lexis, agarota ruiva, sentada no sofá com as penas cruzadas.

Ela tinha um curativo no lado esquerdo da testa e um hematoma avermelhado nocanto da boca, consequências da única luta corporal que teve antes de sair para buscarsua arma. Vinte dos quarenta guerreiros que lutaram mais cedo estavam reunidos em umaampla sala de estar; com três sofás de madeira maciços e estofados de veludo preto, setecadeiras combinando com os sofás espalhadas pela sala e uma lareira na parede ao ladooposto da porta.

- A única coisa que esse ataque revelou é que esses vampiros são novos aqui,eles não temem a nós. Nenhum grupo seria corajoso o suficiente para invadir uma reuniãodo clã. – Disse Deivi, sentado de costas para a porta, sem camiseta, deixando emevidência seus músculos bem definidos e com uma faixa amarrada em volta de suascostelas.

- Temo que este não seja o último ataque deles. – Revelou Mary, uma jovem loirae de corpo esguio, sentada ao lado de Deivi.

- Mas quem são eles e o que querem? – Começou Marcos, sentado de frente paraa maioria dos guerreiros. Ele era o mais baixo entre os homens e os cabelos com fioscastanho caíam sobre sua testa num corte disforme.– E o mais importante, quem está portrás desse ataque?

Houve um ligeiro silêncio entre eles.- Há uma lenda que diz que chegará uma época em que o clã Amorf será

constantemente atacado, e seu fim chegará pelo filho do primeiro vampiro morto pelasmãos do mais antigo guerreiro Amorf. – Todos prestavam muita atenção no que Ariel dizia,alguns com ar de seriedade e outros com zombaria. – A salvação do clã virá pela pessoaportadora da marca sagrada, símbolo do clã, a única capaz de deter todo o mal que caírasobre os Amorfs.

Ao terminar sua narração Ariel se encostou à cadeira observando a todos comatenção. Passou a mão pela sua farta cabeleira negra.

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- Isso é besteira! Depositar toda a esperança em uma única pessoa. – DisseMurilo, aborrecido. Ele estava em pé, encostado na parede.

- Pode ser que sim e pode ser que não. – Disse Diana, uma jovem morena e decabelos curtos, sentada no sofá de frente para ele.

- São apenas boatos! – Em tom elevado e ficando ereto. Seus traços ficaram aindamais fortes e seus olhos, já marcados pela idade, se enrijeceram. – Esses vampiros nãoquerem nada mais do que arruaça, assim como todos os outros.

- Onde você ouviu isso? – Perguntou Deivi, olhando-o intrigado.- Eu escutei uma conversa entre dois anciãos no jantar, que você não foi semana

passada, na mansão do Alexander.- Quem eram esses anciãos? – Perguntou Lexis.- Não sei. Não os vi, mas acho que um deles era o Almir.- Vocês não vão acreditar numa bobagem dessas? – Disse Murilo, incrédulo.A porta da frente foi aberta e um jovem de estatura mediana surgiu com a

expressão tensa.- Todos vocês peguem suas armas e se preparem. Há uma movimentação

estranha lá fora.O rapaz fechou a porta com a mesma rapidez que a abriu. Todos os guerreiros,

que estavam sentados, se levantaram rapidamente. Murilo correu até a estátua, num doslados da lareira, com o topo em forma de cabeça de leão com a boca aberta e apressionou, afundando-a cerca de cinco centímetros. Girou a cabeça da estátua 180° paraa esquerda e se afastou. Cinquenta centímetros ao redor da lareira se moveram parafrente e giraram, revelando um grande arsenal com espadas, bestas, estacas de váriostamanhos, arcos, aljavas repletas de flechas de madeiras, facões, machadinhas com umae duas lâminas e muitas facas e adagas embainhadas.

Cada guerreiro pegou a arma que tinha mais habilidade e pelo menos duasestacas. Alguns correram até as três janelas que davam acesso ao jardim, entre eles Lexise Ariel, que ficaram agachados olhando atentamente em busca de qualquer movimentaçãoestranha. Tudo estava relativamente calmo até que um estrondo foi ouvido, vindo daentrada da residência. Todos se viraram em direção à porta da sala de estar, receosos.

- Temos que ajudá-los. – Disse Viviam, olhando-os com duas espadas em mãos.Ela era a única que destoava completamente dos demais guerreiros. Cabelos de tamanhomédio azul cerúleo, maquiagem carregada e piercing de argola no nariz.

- Tem razão. Murilo e Viviam venham comigo, o restante fique aqui. Vamos checarqual a situação e logo voltamos com informações. – Decidiu Lexis, segurando umabalestra, sua arma preferida, em mãos.

Os três saíram pela porta correndo e seguiram por um corredor até a sala devisitas; onde estava concentrado o ataque. Lexis seguia um pouco a frente dos demais,quando um vampiro surgiu de repente e saltou em sua direção. A jovem imediatamenteefetuou um disparo certeiro no coração da criatura.

- Vamos rápido! Eles já começaram a se espalhar pela casa. – Olhandorapidamente para os companheiros.

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Ao chegarem viram um cenário não tão diferente de quando estavam na sala dereuniões. Lexis contou pelo menos dez vampiros armados e muito bem treinadosespalhados pelo cômodo.

- Segurem as pontas aqui, já trago reforços. – Sussurrou Lexis, em seguidadisparou correndo até a sala de estar.

A caçadora abriu a porta abruptamente e o olhar de todos se voltou em suadireção.

- Eu contei pelo menos dez vampiros, mas pode ser que tenham mais deles aqui.Eles estão armados e foram muito bem treinados, assim como os que lutamos mais cedo.– Caminhando para mais perto de seus companheiros. – Aqueles que não tiveremferimentos sérios venham comigo.

Ela caminhou até a cadeira onde Deivi estava sentado.- Você que não se atreva a sair daqui, não está em condições de combate. –

Olhando-o nos olhos. – Me dê suas espadas e fique com a minha besta.Colocou a arma sobre o colo dele e pegou as duas espadas que segurava.- Eu sei me virar sozinho. – Disse um pouco aborrecido.O caçador tentou se levantar, mas uma dor latente em suas costelas o fez se

sentar novamente.- Você não me ouviu? Não pode entrar em uma luta corpo a corpo. A besta será

mais útil.O olhou uma última vez com o semblante sério e se juntou aos demais perto da

porta. Assim que saíram pediu para que Oregom, que portava duas espadas, e paraMaxwell, que trazia consigo uma besta, ficassem vigiando a entrada com os olhos eouvidos bem atentos, em seguida dispararam até a sala de visitas. Os combatentes dearco e flecha e balestra estacaram próximos ao batente da porta e lançaram seus disparos,na maioria das vezes fatais, abrindo caminho para que o restante pudesse combater emterreno mais aberto.

Aos poucos os vampiros foram caindo e ficando em grande desvantagem. Ospoucos que restaram em pé, percebendo a situação, bateram em retirada.

Apesar do pouco tempo de duração o confronto deixou um rastro grande dedestruição. Os móveis estavam todos tombados no chão e manchados de sangue. Amesinha de centro fora partida ao meio e o vidro ficou estilhaçado pelo chão. A televisãode quarenta e duas polegadas foi danificada por três disparos, e muito sangue ensopoutodo o tapete e manchou boa parte do chão e das paredes. Não ouve nenhuma morte porparte dos Guerreiros das Sombras apenas alguns feridos, três deles com ferimentosgraves; dois com disparos em locais onde a perca de sangue é mais significativa e umdeles com um extenso corte horizontal na região do abdômen.

No subsolo da própria residência havia um hospital particular com cinco macas ediversos aparelhos clínicos cruciais para manter a vida em casos de pacientes com maisgravidade. Os três guerreiros feridos foram levados ao local pelos próprios companheiros eos outros que tiveram apenas ferimentos leves foram atendidos pelos próprios colegas,que possuíam um treinamento básico de primeiros socorros. Uma equipe médica, queprestava serviços ao clã havia anos, foi chamada às pressas. A vida de três irmãos corriaperigo!

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Os seis que estavam na sala de estar e os dois que vigiavam a entrada do cômodose juntaram ao restante no local do ataque.

- Meu Deus! Que destruição! – Exclamou a jovem morena de cabelos curtos. Elahavia sido ferida no braço esquerdo no confronto anterior e agora usava uma blusa demanga comprida, para encobrir os muitos pontos que recebeu.

- Ouve feridos com gravidade? – Perguntou Deivi, olhando ao redor comseriedade.

- Apenas três. – Respondeu Viviam.- É o segundo ataque em menos de 24 horas. – Disse Ariel, sentado em um sofá

todo retalhado. – Isso nunca aconteceu antes.- Tem razão, alguma coisa está mudando entre os vampiros e algo me diz que

haverá novos ataques muito em breve. – Disse Mary, escorada na televisão com os braçoscruzados e o olhar sério.

- Precisamos tomar uma atitude. Não podemos ficar parados esperando que elesnos ataquem! – Disse Marcos, intenso.

- E vamos. É por isso que eu vou amanhã falar com Alexander. – Disse Deivi.- Em que aquele velho pode nos ajudar? – Perguntou Murilo, com desdém.- Mais respeito ao falar de Alexander, não se esqueça que ele lutou bravamente

pelo clã. – Repreendeu Lexis, encarando-o.- Vou conversar com ele sobre essa lenda, com certeza ele poderá me revelar

mais detalhes.- Não acredito que você vai levar essa besteira a sério! – Esbravejou Murilo. A

barba por fazer e o rosto marcado pela idade lhe dava um ar de constante aborrecimento.– Vamos arriscar nossas vidas, o futuro do clã, para ir atrás de um “salvador” que nemsabemos se realmente existe? – Levantando-se, profundamente irritado.

- Não, não sacrificaremos tudo por causa de uma lenda. Apenas eu vou atrásdessa pessoa.

- Você não pode ir sozinho, pode ser perigoso. – Preocupou-se Lexis.- Agradeço sua preocupação, mas de certa forma Murilo está certo, por isso vou

sozinho. Se eu morrer vocês perdem apenas um guerreiro.- Não fale assim, você não é apenas um guerreiro, é também nosso amigo e

membro dessa família. – Disse Diana, franzindo o cenho, desgostosa.- Quer queira ou não, nós somos guerreiros e isso pode acontecer com qualquer

um e a qualquer momento. – Disse Viviam, em um canto mais afastado de todos, porématenta a tudo o que era dito.

Diana se virou para olhá-la com um misto de raiva e incompreensão.- O que foi? Estou sendo apenas realista.- Já está decidido, irei amanhã falar com Alexander e não tem nada que um de

vocês possa dizer para me convencer do contrário. – Concluiu Deivi. – Agora vamos todosdormir, amanhã temos muito trabalho a fazer.

Todos se retiraram e no meio do caminho formaram pequenos grupos discutindosobre a decisão de seu líder, em seguida cada um rumou para seu quarto. Estavam todosexaustos e apreensivos com a situação. Temiam pelo fim do clã, temiam por suas vidas etemiam ainda mais em deixar que os vampiros os vencessem e conquistassem mais

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espaço. Todos estavam dispostos a fazer qualquer coisa para não deixar que seusmaiores inimigos vencessem.

II

O dia na sede dos Amorf começou cedo. Todos acordaram logo ao nascer do sol ecomeçaram a arrumar a bagunça da noite anterior. Alguns dos caçadores foram até aslojas de móveis no centro da cidade, enquanto o restante tentava consertar o que haviasido danificado.

Deivi passou pelos guerreiros que estavam espalhados pela sala, pegou sua moto,uma Harley-Davidson com o guidão e rodas cromadas, e seguiu até a casa de Alexander,distante cerca de dois quilômetros da sede dos Amorfs. Estacionou próximo ao meio-fio etirou o capacete. Encarou a residência por alguns instantes e logo após desmontou damotocicleta. Torcia para que aquela visita não fosse perda de tempo. Suas costelasestavam praticamente recuperadas, graças a um feitiço que garantia a todos os caçadoresAmorfs um fator de cura acelerado.

Se aproximou da mansão com passos largos e firmes, queria acabar logo com adúvida que sentia em relação à lenda. A mansão em que Alexander morava era belíssima,pintada em toda sua extensão em um tom perolado, dando às vezes a impressão de queas paredes eram feitas de um tipo de material reluzente. O jardim cobria toda a extensãoda fachada da mansão com sua grama verde cortada rente ao chão. Uma única fonte emformato retangular disforme enfeitava a entrada da casa, jorrando água a todo o momentopor uma abertura no centro do objeto.

A mansão pertencia ao clã Amorf e era oferecida como moradia ao guerreiroselecionado para proteger todos os objetos valiosos do clã guardados ali. Alexander estavaà frente da mansão havia muitos anos e acabou se tornando o principal homem deconfiança.

Deivi observou o cômodo por alguns instantes enquanto esperava por Alexander.O lugar era espaçoso. Três sofás num tom de cinza escuro estavam dispostos mais aocentro de maneira uniforme. Um lustre de cristal em formato piramidal estava preso ao tetoperfeitamente centralizado. As paredes eram pintadas num tom claro, bem parecido com apintura externa. Uma televisão de cinquenta polegadas estava presa em um suporte naparede e um quadro com a imagem de Alexander fora pendurado no alto da parede aolado aposto da porta.

- Deivi. – Disse descendo a escadaria. – Há quanto não o vejo.Alexander tinha um olhar que transmitia seriedade e caminhava sempre com uma

postura perfeitamente alinhada.- É muito bom vê-lo também Alexander. – Mostrando-lhe um pequeno sorriso.- Por que não veio ao jantar?

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- Tinha alguns assuntos para resolver.- Entendo. O que o traz até mim? – Sentando-se num dos sofás.- Estamos com problemas e precisamos de sua ajuda. – O sorriso sumiu de sua

face e em seu lugar apareceu um semblante sério.- Sente-se, por favor. – Indicando o sofá a sua frente. – Se precisam que eu lute

novamente fiquem sabendo que minhas habilidades não são mais como antes. – Sorrindo.- Não será preciso, quero sua ajuda com outro assunto.- Então meu jovem, deixe de rodeios e vá direto ao assunto.Deivi se mexeu no assento antes de prosseguir.- A sede do nosso clã sofreu dois ataques em menos de 24 horas. É visível que os

vampiros que estão nos atacando têm uma estratégia definida e são muito bem treinados,com certeza eles irão continuar nos atacando a menos que façamos alguma coisa paraimpedir que isso aconteça. Temos que fazer alguma coisa antes que eles acabem com onosso clã!

- Fiquei sabendo da invasão durante a reunião de ontem. – Alisando sua cabeleiracastanha.

- Eles nunca ousaram nos desafiar com tantos guerreiros reunidos. - Então vocês querem minha ajuda para descobrir o que eles estão tramando? –

Franzindo o cenho.- Não exatamente. Um dos meus guerreiros nos contou sobre uma lenda...- Sim já sei, a famosa lenda sobre o fim do clã Amorf. – Olhando-o. – O que você

quer exatamente que eu faça?- Há como saber se essa lenda é realmente verdadeira? – Inclinando o tronco à

frente.- A resposta é não. – Levantando-se e ficando de costas para Deivi. – É uma

lenda, não dá para prever se é verdadeira ou não.- Eu preciso fazer alguma coisa para salvar esse clã.- E como você pretende achar esse tal “salvador”? – Virando-se para olhá-lo.- Eu penso que quem poderá salvar o clã tem a mesma linhagem que o primeiro

vampiro morto. – Ficando ereto.- E o que você pretende fazer com essa informação?- Se eu descobrir quem é essa pessoa vou atrás dela e vou trazê-la comigo. - Tenho uma ideia melhor, que tal você voltar para a sede e montar uma estratégia

de ataque. – Sentando-se com as pernas cruzadas.- Como vou montar uma estratégia de ataque se nem ao menos conheço meus

adversários, ou o que eles querem? Não sabemos nada a respeito desses novos vampiros.- Estude-os então.- Nós faremos isso, mas quero ter uma segunda opção.Alexander o encarou por vários instantes, considerando sua proposta- Está bem, mas se falhar não venha colocar a culpa em mim.- Jamais faria isso, meu amigo. – Sorrindo.- Eu não posso te ajudar, mas conheço alguém que pode. Vou pedir ao meu

motorista para trazer o Pedro até aqui. – Caminhando até o telefone.

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- Mas ele é um louco. Não entendo como ele pode me ajudar – Olhando-oaturdido.

- É o que dizem, porém posso lhe garantir que ele é bem lúcido. – Sorrindo. – Essamentira foi criada para protegê-lo.

***

- O que vocês acham dessa história de Deivi ir atrás desse suposto herói? –Perguntou Emiliam, agachado perto da mesinha de centro. Seus cabelos castanho-clarospendiam sobre sua testa.

- Eu já falei o que acho. – Retrucou Murilo, com um tom nem um pouco amigável.- Eu acho loucura, mas ele é o líder. A decisão é dele. – Disse Marcos.- E por que não falou isso antes? Poderíamos tê-lo convencido a mudar de ideia. –

Murilo o olhava irritado. – Você é um covarde mesmo.- Quem é covarde aqui! – Esbravejou Marcos, avançando em sua direção.- Você. – Levantando-se e encarando-o. – Se está pensando que falar alto comigo

vai me fazer sentir medo de você, pode tirar o cavalinho da chuva. – Inclinado o troncopara frente e apontado o dedo para o seu peito.

- Seu ignorante desgraçado. – Entre dentes.Marcos pulou em cima de seu adversário e os dois caíram no chão com um baque

abafado. Ele se ajoelhou sobre o tórax de Murilo e desferiu dois socos em seu rosto, emseguida foi atingido por uma cabeçada na testa. Murilo se levantou e cerrou um dospunhos, golpeando-o no peito e o jogando estatelado no chão, logo após o levantou pelagola da camiseta, fitando-o com o olhar raivoso. No canto de sua boca um pequeno filetede sangue começou a escorrer.

- Solte-o! – Disse Stephane, se aproximando dos dois. – Ele não é seu verdadeiroinimigo.

Murilo o soltou, jogando-o contra o chão, em seguida disse com o semblanteirritadiço.

- Sorte sua que ela apareceu, caso contrário, ia ter que tomar sopa de canudinho.Marcos, ainda um pouco desorientado com a cabeçada que recebeu, o observou

se afastar com a expressão séria.- Ele está procurando uma segunda opção, esses vampiros não estão somente

atrás de diversão, eles querem algo mais. – Disse Lexis. Ela havia adentrado a sala depois que a luta já havia sido interrompida.- Deivi está tentando salvar a todos nós, ele mais do que ninguém quer que esse

clã permaneça em pé. Ele cresceu aqui entre os guerreiros mais fortes. – Continuou,caminhando até o centro da sala. – E vocês ao invés de apoiar o seu líder ficam julgando-oinjustamente.

- Ele quer nos afundar! – Esbravejou Murilo, retornando ao perceber que o assuntonão havia sido encerrado. – Deivi não merecia ser líder, ele não tem visão.

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- Ele é um ótimo líder, muitos anciãos já o elogiaram. – Olhando-o com seriedade.- A palavra de um bando de velho esclerosado não significa nada.- Mais respeito aos antigos guerreiros deste clã. – Avançando rapidamente em sua

direção com uma postura intimidadora. - Falo como eu quiser. – Encarando-a de igual para igual.Lexis cerrou o punho e o acertou na boca do estômago, fazendo-o levar

imediatamente as mãos em volta do local atingido, em seguida lhe passou uma rasteira e ogirou, imobilizando seu braço atrás das costas.

- E você merece ser líder? – Colocando o joelho sobre suas costas. – Sedependêssemos de você já estaríamos mortos há tempos. É você que não tem visão. –Soltando-o. – Esse assunto está encerrado, vamos voltar ao trabalho, ainda temos muitoque fazer.

***

Um dos empregados de Alexander conduziu Pedro até a sala de visitas, onde opatrão estava reunido com Deivi, e logo após se retirou. O ancião trajava roupas sociais ecarregava uma maleta escura. Mantinha sempre a expressão séria e o olhar desconfiadode tudo e de todos. Logo que ele se sentou Deivi lhe contou todo seu dilema.

- E você quer minha ajuda para encontrar a pessoa que diz a profecia?- Sim.- Pois bem, Alexander leve-nos até seu escritório. – Levantando-se.- Sigam-me.Eles seguiram por um corredor, onde duas pessoas poderiam caminhar lado a lado

tranquilamente. Ao chegarem Deivi fechou a porta e se sentou em volta da mesa com osdemais. O cômodo era bem amplo. Alexander, sentado em sua poltrona preta atrás damesa, apoiou os cotovelos nos braços da poltrona e uniu as mãos na altura do queixo,olhando-os.

- A lenda diz que o fim do clã chegará pelas mãos do filho do primeiro vampiromorto pelo mais antigo guerreiro Amorf. – Disse Pedro, com o olhar distante.

- Certo. – Concordou Alexander.- Eu preciso do sangue do vampiro para fazer um feitiço de localização.- Por coincidência, ou não, o primeiro guerreiro fez um colar com as pressas do

primeiro vampiro que matou e esse colar está guardado aqui sob minha proteção. –Levantando-se e virando-se de costas para eles. – Não só o colar como também todos osartefatos que representam algo para todo o clã. – Retirando um quadro pendurado naparede ao seu lado direito e revelando um painel digital.

Alexander digitou a senha e uma porta secreta foi aberta. Eles entraram em umcorredor iluminado por lâmpadas fluorescentes, viraram a esquerda no final do corredor eAlexander digitou mais uma senha e outra porta foi aberta. A porta deslizou

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silenciosamente e eles adentraram em um grande espaço cheio de objetos dispostos emprateleiras e bustos, em vários pontos do cômodo. O dono da casa os conduziu ao localexato onde o colar se encontrava repousando sobre um busto branco. Duas pressas decerca de dois centímetros estavam penduradas em um cordão de couro marrom.

- Com sorte ainda tem sangue nessas pressas. – Levantando o colar na altura dosolhos e analisando-o.

Caminharam até uma mesinha poucos metros da entrada. Alexander abriu umadas gavetas e pegou uma tesoura de metal de ponta fina e um recipiente de plástico. Comcuidado raspou o sangue das pressas sobre o recipiente de plástico, e logo após oentregou a Pedro.

- Vai servir. – Balançando suavemente o recipiente e espalhando o conteúdo.- E agora? – Perguntou Deivi. - Daqui eu assumo. Ele colocou a maleta sobre a mesa e a abriu. Dentro havia muitos frascos com

líquidos de diferentes cores e espessura. Pegou um dos frascos e fechou a maleta,colocando-a de lado, pegou o recipiente com o pó de sangue e despejou o conteúdodentro do frasco que segurava, em seguida o agitou. Instantes depois o líquido do frascoganhou uma tonalidade de vermelho sangue.

- Me dê uma folha de papel. – Disse, olhando fixamente para o frasco.Alexander abriu uma das gavetas e puxou uma folha de papel A4 de dentro, em

seguida lhe entregou. Pedro a colocou em sua frente e despejou o líquido no cantosuperior esquerdo da folha, sua mão tremia um pouco. Disse algumas poucas palavrasnuma língua que nenhum dos guerreiros conhecia e a corrente de ar dentro do cômodocomeçou a se alterar. Instantes depois o líquido começou a se mover pela superfície atéformar uma palavra.

- Vantala... – Disse com ar de satisfação. – É nessa cidade que está à pessoa quevocê procura.

Deivi encarou a palavra escrita na folha com admiração. Nunca havia presenciadoantes um feitiço como aquele.

- Muito obrigado pela sua ajuda.- Fico feliz que ainda posso ajudá-los, faz tanto tempo que não estou mais na ativa.

– Abrindo um pequeno sorriso.- Desculpe senhores, mas agora eu devo partir. – Disse, olhando-os rapidamente e

seguindo até a saída com passos ligeiros.Deivi pilotou sua moto de volta a residência sabendo que teria uma difícil missão

pela frente, encontrar uma pessoa, que ele nem sabia se era homem ou mulher, em umacidade com mais de trinta mil habitantes. Não seria nada fácil e ele não fazia à menor ideiade que estratégia tomaria para encontrá-la, mas para salvar o futuro do clã ele iria até asúltimas consequências. Estacionou a moto às pressas e correu para a sala de visitas, ondea maioria dos guerreiros estava reunida. Alguns terminavam de arrumar a bagunçaprovocada pelo confronto da noite anterior e outros conversavam sentados nos sofásnovos.

- Chamem os outros! – Ordenou com a expressão séria.

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Ariel, que estava sentado no sofá ao lado de Diana, se levantou e foi chamar osdemais guerreiros. Em poucos minutos todos estavam reunidos. Deivi se posicionou aocentro.

- Amanhã partirei para Vantala e na minha ausência Lexis ficará no comando. –Olhando a todos.

Um burburinho começou entre os integrantes do clã, que ficaram supressos com anotícia.

- Quer dizer que a lenda é realmente verdadeira? – Perguntou Mary, olhando-ocom curiosidade.

- Ainda é cedo para afirmar isso, a única coisa que sei é que a pessoa existe e viveem Vantala.

- Quanto tempo pretende ficar fora? – Perguntou Marcos, em pé com os braçoscruzados sobre o peito.

- Ainda não sei... alguns dias talvez. – Respondeu dando de ombros.- Muitos dias você quer dizer. Vai ser como procurar uma agulha num palheiro,

pode demorar semanas, meses sendo otimista. – Disse Viviam, de maneira sarcástica,sentada próxima a entrada.

- Concordo com a Viviam. – Disse Lexis, olhando-a rapidamente. – E por isso achoque você deve levar mais um para te ajudar na procura. – Ela estava sentada no sofá afrente de Deivi, com as pernas cruzadas.

- Vou sozinho, mais um iria desfalcar nosso clã além do necessário. - Desfalcar o nosso clã? – Abrindo um pequeno sorriso. – Aqui é só a sede, os

Amorfs possuem centenas de guerreiros.- Já disse que não. - Isso é suicídio. – Levantando-se bruscamente. – Você não sabe o que vai

encontrar por lá, não sabe se em Vantala há vampiros ou não.- Se tiver eu os mato. – Com um ar de superioridade.- Até quando? Você não percebe a desvantagem? – Pausa. – E como pretende

lutar contra os vampiros e ao mesmo tempo achar quem procura? – Olhando-o aborrecida.O fitou por mais alguns instantes e caminhou rapidamente para seu quarto.- Ela tem razão. – Disse Ariel, encarando-o. – Você é um excelente guerreiro, mas

não é imortal.Deivi ficou pensativo por alguns instantes e em seguida falou.- Vou dormir, estou muito cansado e amanhã terei um longo dia. – Fingindo uma

postura sonolenta.Aos poucos os guerreiros foram se retirando. Na face de alguns dos caçadores

estava nítido o receio que sentiam com a decisão de seu líder. Mirabel foi a última a deixaro cômodo. Subiu as escadas apressadamente e seguiu até seu quarto. Ao chegarencontrou Lexis, sua irmã, sentada na beirada de sua cama, com a cabeça baixa e asmãos agarravam os fios de seu cabelo.

- Você está bem? – Perguntou enquanto se sentava em sua cama.- Acho que sim. – Fitando-a rapidamente.

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Diferente da irmã que era ruiva de nascença, Mirabel tinha os cabelos castanho-escuros. O único detalhe semelhante nas duas era o nariz avantajado que herdaram deseu pai.

- O que te incomoda?- Não sei nem por onde começar. – Com ar cansado.- Você sabe que pode se abrir comigo, não sabe?- Claro que sei. Você é minha irmã querida. – Sorrindo carinhosamente.- Estou aqui para o que você precisar. Nós só temos uma à outra e eu...- Vou te apoiar sempre.Lexis voltou o olhar para o chão por uma fração de segundos e em seguida Mirabel

falou.- Você lembra quando falou isso para mim?- Jamais vou me esquecer... eram tempos muito difíceis.- Havíamos acabado de perder nossos pais e estávamos perdidas, sem rumo. Eu

estava com medo do futuro, estava com medo do presente, estava com medo da vida, evocê, forte como sempre, segurou a minha mão e olhou dentro dos meus olhos. Naquelemomento eu senti como se não precisasse temer nada. Você me salvou de uma quedafatal.

- Não sabia que minhas palavras tinham sido tão fortes assim. - Foram. – Caminhando até a cama da irmã e sentando-se. – Use aquela força que

você demonstrou para se libertar e se por acaso não for o suficiente, saiba que podesempre contar comigo. Eu vou sempre te apoiar. – Olhando-a como ela havia feito anosatrás.

Lexis fitou os olhos da irmã por alguns instantes e logo após a abraçou com força.Era reconfortante saber que ela tinha alguém com quem pudesse desabafar, com acerteza de que suas palavras não seriam usadas contra ela no final.

- Você ainda tem tido aqueles... – Lexis arqueou a sobrancelha, não entendendoonde ela queria chegar. – Aquelas... – A jovem colocou o dedo sobre os lábios da irmã.

- Jamais termine essa frase em voz alta. – Olhando-a com repreensão. – Asparedes aqui podem ter ouvidos e você sabe o que aconteceria, não só a mim, sedescobrissem isso.

- Desculpa. Sei que esse assunto é proibido, mas estou um pouco preocupadacom você. – Olhando-a com temor.

- Não se preocupe tudo está como deveria. – Abrindo um pequeno sorriso. – Agoravamos dormir. Algo me diz que teremos um dia cheio amanhã.

Lexis deu um beijo no rosto da irmã e se deitou em sua cama. Fixou o olhar no tetoe ficou por vários minutos pensando sobre o assunto que Mirabel acabou levantando.

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