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Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa, Regulatória e Legislativa Guia 2019/2020 Fonte de informação e consulta para a elaboração das demonstrações financeiras do exercício que se encerra em 31 de dezembro de 2019

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Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa, Regulatória e Legislativa Guia 2019/2020

Fonte de informação e consulta para a elaboração das demonstrações financeiras do exercício que se encerra em 31 de dezembro de 2019

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2Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

Destaques do guiaEm sua 29o edição, o Guia das Demonstrações Financeiras, além de reunir e compilar as normas que impactarão na elaboração das demonstrações financeiras de 2019, traz também artigos, que abordam temas atuais relevantes que têm sido discutidos em nosso ambiente empresarial.

2Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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3Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

Sumário

5EconômicoAs reformas econômicas e o ritmo do crescimento interno

45NormativaNacional CPC, CFC, CVM, Ibracon, Bacen, Susep e CNSP

132Taxas e ÍndicesEvolução de taxas de câmbio, índices de inflação e juros a

Contexto Sinopses Taxas e índices

16ContábilRevolução industrial 4.0 e a profissão contábil

21NormativoA Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2019

25TributárioA necessária reforma do tributo sobre o lucro corporativo

38TecnológicoNovo mundo, novas competências

81NormativaInternacional IASB e FASB

96LegislativaTributos e contribuições Federais

Tributos e contribuições Estaduais/Municipais

Decisões do Poder Judiciário e do CARF a

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Contexto

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

4Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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5Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Econômico

5Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Felipe S. SouzaEconomista Chefe da Lafis Consultoria

As reformas econômicas e o ritmo do crescimento interno

Mesmo que a atual composição do Congresso seja marcada por um grande número de partidos – o que dificulta a articulação entre o Executivo e o Legislativo – no plano econômico as pautas apresentadas pelo governo este ano tiveram boa aceitação dos parlamentares, recebendo o apoio de pelo menos dois terços do Congresso.

A razão para esse alinhamento está na orientação econômica adotada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

A agenda do governo, que tem como foco as reformas do sistema previdenciário, tributário e administrativo, além da redução do Estado na economia, garante uma linha de coesão entre aqueles que formam a base governista.

Cenário Lafis - PIB

PIB real 2019 | Composição

PIBAgro

0,5%

PIBServiços

1,2%

PIB

0,9%

PIBIndústria

0,3%

Fonte: IBGE. Projeção: Lafis.

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7Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Assim, mesmo que a retomada do crescimento econômico ainda não tenha sido observada de forma vigorosa em 2019 (em razão do considerável grau de incerteza que influencia os agentes a postergar suas decisões de investimento, à espera dos efeitos das reformas pretendidas), espera-se para os próximos anos que o cenário econômico seja marcado por um ritmo de crescimento mais consistente e equilibrado entre os setores, assentado em fundamentos macroeconômicos mais saudáveis (como a trajetória de redução da dívida pública, inflação controlada e juros em menores patamares).

Adicionalmente, os níveis de inadimplência de pessoas físicas e jurídicas, que antes eram responsáveis pela paralisia do consumo das famílias e do investimento privado, estão voltando a patamares semelhantes aos níveis do pré-crise. As empresas, sobretudo, registraram em 2019 uma forte trajetória de redução da inadimplência, movimento que é apontado como condição sine qua non para a volta do investimento e das contratações no futuro.

Nível de inadimplência

Fonte: Banco Central

1,5%

Jan

Mar

Mai

2015 2016 2017 2018 2019

Jul

Set

Nov Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov Jan

Mar

Mai Jul

Set

2,0%

2,5%

3,0%

3,5%

4,0%

4,5%

PF PJ Total

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

No cenário descrito, a Lafis projeta para os próximos anos que o PIB apresentará uma taxa de crescimento mais consistente, oscilando em torno de 2% e influenciado por seus três componentes.

O PIB Indústria deverá ter um grande impacto nessa redinamização, impulsionado principalmente pela indústria de transformação e pela extrativa.

O PIB Serviços também apresentará crescimento consistente. Os segmentos Comércio e Outros Serviços deverão impactar positivamente o resultado.

Para o setor agropecuário, a Lafis projeta um crescimento satisfatório, mas com menor peso na determinação do PIB.

PIB real 2020-2023

Projeção: Lafis

2017

1,1%

2018

1,1%

2019 P

0,9%

2020 P

1,7%

2022 P

2,1%

2023 P

2,3%

2021 P

2,5%

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Mercado de trabalho

Desemprego em trajetória de redução

A trajetória projetada pela Lafis para o crescimento econômico não deverá impactar de forma tão direta o comportamento da taxa de desemprego, que deve apresentar tendência de queda, mas em ritmo mais lento do que o observado nos anos pré-crise.

Outra previsão para a composição do mercado de trabalho é a confirmação de um contingente de trabalhadores com características contratuais diferentes das atuais.

Isso se deve ao regime de contratação mais flexível respaldado pela nova lei trabalhista. O crescimento da população ocupada deverá se dar, em sua maior parte, pela expansão do contingente de trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira – que, na média, têm remuneração mais baixa que aqueles com com carteira assinada.

Taxa de desemprego | Em proporção da PEA (%).

2014 2015 2016 2017 2018 2019 P 2020 P 2021 P 2022 P 2023 P

6,8%

8,3%

11,3%

12,8%12,3% 11,9%

11,4%10,8%

10,4%9,8%

Fonte: IBGE

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Assim, se por um lado, essa nova característica possivelmente limitará a velocidade de expansão do rendimento médio e da massa salarial dos trabalhadores, por outro, ela deverá ter efeitos positivos, dando mais fluidez e agilidade aos processos de contratação e de distrato de contratos de trabalho, o que facilitará o processo de decisão dos empresários sobre a expansão ou redução do quadro de pessoal das organizações.

A redução projetada da taxa de desocupação seria maior não fosse o movimento de reinserção dos trabalhadores desalentados,¹ que vislumbram na retomada da atividade econômica uma oportunidade de recolocação no mercado de trabalho.

Como voltam a ser considerados nas estatísticas de desemprego, esses trabalhadores contribuem para ampliar o contingente de desocupados (desempregados que estão em busca de recolocação). Assim, a força de trabalho² se expande novamente e, em consequência, o índice de desemprego.

¹ A população desalentada é definida pelo IBGE como aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguiu trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerada muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade em que residia – se a oferta de trabalho existisse, essa população estaria disponível para assumir a vaga. ² A força de trabalho (ou População Economicamente Ativa - PEA) é constituída pela população ocupada e pela população desocupada. Assim, como haverá um movimento de reinserção dos desalentados na força de trabalho e a taxa de desemprego é definida pela fração dos trabalhadores desempregados na PEA, um aumento do denominador (PEA) faz elevar estatisticamente o nível de desemprego.

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Inflação - IPCA

Inflação controlada favorece juros baixos nos próximos anos

As divulgações mensais feitas pelo IBGE mostram que a inflação acumulada em 12 meses vem registrando percentuais abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central (4,25% a.a.). Isso se dá em virtude da baixa dinâmica que a economia ainda apresenta e que leva os formadores de preços a não conseguir ainda repassar aumentos de custos aos preços finais.

Para os próximos anos, a continuidade do ritmo de reaquecimento da economia abre espaço para que os preços livres possam se elevar com maior intensidade. No entanto, com a ancoragem das expectativas inflacionárias focadas na meta e a não observância de qualquer desequilíbrio na dinâmica de precificação da economia, acredita-se que a trajetória do IPCA oscile pouco em torno da meta de inflação.

IPCA: resultado acumulado nos últimos 12 meses (IBGE)

Fonte: IBGE. Projeções: Lafis.

5,00%

4,50%

4,00%

3,50%

3,00%

2,50%

out/18 nov/18 dez/18 jan/19 fev/19 mar/19

Meta IPCA

abr/19 mai/19 jun/19 jul/19 ago/19 set/19 out/19

4,56%

4,56%

3,75%4,05%

3,78%3,89%

4,58%

4,94%

4,66%

3,37%

3,22% 3,43%

2,89%2,54%

4,25%

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Política monetária - Selic

Seguindo o movimento dos bancos centrais no mundo e a fraca demanda interna, Copom deverá manter a Selic em patamar baixo

Desde a reunião ocorrida em julho, o Comitê de Política Econômica do Banco Central (Bacen) vem reduzindo a taxa básica de juros com uma velocidade considerável, em consonância com a conjuntura interna (marcada pelo elevado índice de ociosidade e a fraca dinâmica inflacionária). A manutenção desse cenário abre espaço para a continuidade de uma política monetária ativa (de redução dos juros) sem que isso leve a inflação a ultrapassar a meta estipulada pelo Bacen.

A redução da Selic também está em linha com a posição adotada por diversos bancos centrais ao redor do mundo nos últimos meses. Em outubro, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu cortar as taxas de juros no país pela terceira vez consecutiva. A redução foi de 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 1,50% e 1,75%. Antes, o Banco Central Europeu (BCE) já havia anunciado corte na sua taxa de juros, passando de -0,4% para -0,5% ao ano.

Evolução da Selic | Em proporção da PEA (%)

Fonte: Bacen. Taxa de Dezembro projetada pela Lafis.

4,50%

14,25%

2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 P 2020 P

10,00%

11,75%

13,75%

7,00%

5,91%6,41%

6,29%

2,95%3,75%

4,50%3,90%

10,67%

6,50%

4,50%

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Câmbio

Nova orientação fiscal deverá suavizar as oscilações cambiais

Em 2019, o cenário geopolítico mais uma vez teve papel relevante na taxa de câmbio. O aumento da tensão comercial entre Estados Unidos e China se acirrou. Como resultado desse cenário, que já traz temores de que as disputas comerciais extrapolem para uma guerra cambial, houve um movimento generalizado de aversão ao risco. Isso levou a uma desvalorização de moedas de países em desenvolvimento, entre elas o real. Para o próximo ano, a Lafis projeta uma taxa de câmbio média próxima a R$/US$ 3,92.

No entanto, no quadriênio 2021-2023, espera-se que o real retome a trajetória de valorização. Este movimento se dará devido às perspectivas de crescimento do consumo do mercado nacional e no avanço das exportações, trazendo consigo oportunidades relevantes de investimento externo e atração de capital estrangeiro. Cabe ressaltar que esta trajetória de valorização cambial deverá ser momentaneamente interrompida ao longo de 2022, dado a elevação da percepção de risco inerentes ao período eleitoral presidencial, retornando à trajetória nos anos posteriores.

Evolução da taxa de câmbio (R$/US$)

3,06dez

2017fev abr jun ago out fev abr jun ago outdez

3,163,263,363,463,563,663,763,863,964,064,164,264,364,46

2018 2019 Fonte: Bacen

Taxa de câmbio PTAX BCB (R$/US$) | média do ano, venda

3,49%3,19%

3,65%3,92% 3,90% 3,75% 3,84% 3,82%

2016 2017 2018 2019 P 2020 P 2021 P 2022 P 2023 P

Fonte: Bacen

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Política fiscal – Resultado

Composição rígida das contas públicas confirma convergência lenta ao equilíbrio fiscal

O esforço de contenção dos gastos da equipe econômica é, e deverá ser, a tônica da política fiscal deste governo. Tanto assim que, desde os primeiros dias de gestão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou colocar em prática uma clara estratégia de redução radical do déficit primário via privatizações, concessões e leilão de ativos.

Mesmo assim, a rígida estrutura dos gastos públicos, que incluem, em sua grande parte, o dispêndio com folha de pagamento e aposentadorias garantidas por lei, além de margens constitucionais que limitam a um montante mínimo as despesas com educação e saúde, restringe o esforço de contenção de gastos do governo. Por esse motivo, a Lafis não vislumbra a realização de superávit primário no horizonte projetado, apesar da significativa redução da trajetória da dívida primária no fim do período.

Evolução do resultado primário acumulado no ano

Fonte: Bacen

-155,8%

-110,6% -108,3%-128,1%

-81,7% -78,2%

-46,5%-23,5%

2016 2017 2018 2019 P 2020 P 2021 P 2022 P 2023 P

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Conclusão

Desde o início de 2019, os resultados dos principais indicadores econômicos descreveram uma trajetória de desaceleração do crescimento econômico, refletindo-se em revisões para baixo das projeções de crescimento do PIB. No primeiro dia do ano, as previsões indicavam um crescimento do PIB da ordem de 2% a 2,5% para 2019; no fim do ano, elas se situavam entre 0,7% e 1%.

A pergunta que fica é: por que foi tão difícil projetar um crescimento econômico para o ano, mais próximo da realidade?

A questão é ainda mais pertinente quando se constata que não foi registrado nenhum “fato novo” capaz de alterar substancialmente o ambiente político-econômico em 2019, como ocorreu nos quatro anos anteriores.*

A provável resposta está na inesperada manutenção do nível de confiança dos agentes em um patamar baixo, em especial os empresários, que ainda aguardam a definição das reformas programadas pelo Ministério da Economia.

No início de 2019, os empresários esperavam que emergisse um novo modelo de gestão pública, aliado à consolidação de uma agenda econômica que melhorasse o ambiente de negócios ao flexibilizar e abrandar as regras de contratação de trabalhadores e a taxação das pessoas físicas e jurídicas. Para que isso fosse possível, também era esperado, já nos primeiros meses do ano, que a classe política aprovasse algumas reformas de modo relativamente consensual, como era o caso da reforma da Previdência.

Essa expectativa não se materializou tão prontamente como se esperava, no entanto, a reforma acabou sendo aprovada somente no fim do ano.

Com tudo isso, manteve-se o cenário de incerteza, culminando na paralisia dos investimentos na maior parte do ano e em uma taxa de expansão do PIB mais comedida.

Contudo, mesmo que o início do processo de reformas econômicas não tenha se dado na velocidade desejada pelo mercado e pelo Executivo, a Lafis considera que os próximos anos apresentam um potencial de expansão econômica considerável, sobretudo quando se leva em conta a agenda econômica proposta pelo ministro Paulo Guedes e que inclui temas como a reforma administrativa, o esforço de

redução de gastos obrigatórios – a fim de abrir espaço fiscal para restabelecer os investimentos públicos – e um novo pacto federativo, com uma redivisão dos recursos provenientes de impostos entre as instâncias federal, estadual e municipal.

O objetivo é mudar a gestão das contas públicas nas três esferas de governo, para restabelecer os investimento públicos e, sobretudo, privados nos setores de infraestrutura nacional, como logística, saneamento básico, sistema gerador e distribuidor de energia. Esses investimentos, entre outros, deverão gerar o impulso inicial para a retomada da produção industrial e do consumo das famílias no médio prazo, em um ambiente econômico e institucional mais estável e como menos riscos para os agentes econômicos.

* Desde 2015, é possível listar “fatos novos”, que não podiam ser previstos pelos analistas econômicos e que distorceram decisivamente o cenário imaginado. Entre eles, a mudança na política econômica com a nomeação de Joaquim Levy como ministro da Fazenda em 2015; o processo de impeachment em 2016; o caso Joesley Batista em 2017; e os efeitos da greve dos caminhoneiros em 2018.

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Contábil

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Leandro ArditoSócio de Accounting & Consulting Services PwC Brasil

Revolução industrial 4.0 e a profissão contábilVivenciamos nos últimos anos importantes mudanças nas formas de pensar, trabalhar e fazer negócios entre empresas e consumidores, e em velocidades nunca vistas. Essas transformações estão integralmente conectadas e são consequência do aparecimento e desenvolvimento de novas tecnologias. Nos próximos dez anos, espera-se que esse processo seja ainda mais acelerado, com significativos impactos nos negócios, na competitividade e nas profissões, entre outros.

A primeira revolução industrial ocorreu no século XVII, com a introdução das máquinas a vapor, que substituíram a produção manual. No final do século XIX, veio a segunda revolução industrial, com a utilização da eletricidade, que possibilitou a produção em escala. Na metade do século XX, com a informática e as telecomunicações, tivemos a terceira revolução industrial. Hoje, vivemos uma quarta fase de mudanças intensas, também chamada revolução industrial 4.0, que é a era da tecnologia.

É praticamente impossível sobreviver nos dias de hoje sem smartphones e sem conexão à internet vinte e quatro horas por dia. Há dez anos, não parecia razoável imaginar modelos de negócios de hospedagem sem a propriedade (ou controle) de quartos de hotel, de mobilidade sem frotas de veículos e de produção de carros autônomos que não fosse por grandes montadoras. São as tecnologias conhecidas como disruptivas, que provocam rupturas nos modelos estabelecidos de negócios e concorrência para criar e/ou responder às novas demandas e interesses dos consumidores.

As principais tecnologias que prometem trazer mais impacto nos próximos anos são: inteligência artificial, machine learning, internet das coisas, blockchain, drones, impressão 3D, realidade virtual, realidade aumentada e robótica. Novas tecnologias devem estar sendo criadas enquanto lemos este texto.

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E a profissão contábil, ela sobreviverá? Como seremos impactados? Seremos substituídos por robôs? São várias as perguntas, dúvidas e inquietações no momento.

O primeiro passo é não negar, mas aceitar, que esse caminho de ruptura é um processo sem volta e já se iniciou há algum tempo. Novas tecnologias têm trazido benefícios em diversas áreas e atividades, com significativos impactos na qualidade de vida das pessoas. Um exemplo é o uso de inteligência artificial em diagnósticos médicos para analisar imagens e identificar células com anomalias.

Os algoritmos utilizados nos programas de diagnóstico, abastecidos com centenas de milhares de imagens e informações, são capazes de selecionar as células que apresentam indicações de anomalias/doenças em velocidades incrivelmente superiores às dos diagnósticos humanos, e com índices de acerto, em alguns casos, superiores aos de experts. Nessas situações, a atuação dos médicos, após os diagnósticos

automatizados, consistiu no exercício de julgamentos, com respostas mais rápidas e tratamentos mais efetivos, e, principalmente, na interação humana com seus pacientes.

Neste momento do texto, volta a pergunta: serei substituído por uma máquina? Pergunta pertinente, visto que, de acordo com o site Will Robots Take my Job?, a probabilidade de contadores e auditores serem substituídos por máquinas é de 94%! Pelo menos considerando a forma como atualmente são executadas as atividades rotineiras e repetitivas.

Superada a fase de negação, é importante partir para a ação. Como se espera que aconteça para a maioria das profissões que estão sendo submetidas a processos de transformação, é necessário, de forma urgente, promover a qualificação digital (digital upskilling) dos profissionais e a contínua qualificação/atualização técnica contábil. As tecnologias têm trazido importantes benefícios para a profissão contábil, como velocidade

nos fechamentos contábeis mensais, implementações de ERP, testes abrangentes de auditoria, capacidade de processamento e armazenamento de dados, rapidez na transmissão e divulgação de informações para stakeholders, acesso a novas fontes de investimentos, acesso imediato a fontes técnicas de informação e consultas. Esses processos serão cada vez mais em tempo real.

Nesse contexto, o digital upskilling é uma providência básica para qualquer profissional que pretenda seguir ativo nos próximos anos, e que também se aplica aos profissionais de contabilidade. Atividades rotineiras e repetitivas, como lançamentos e registros contábeis, entre outras, tendem a ser, e já estão sendo, executadas por máquinas em substituição aos profissionais. Entretanto, as máquinas não têm a capacidade de exercer julgamento profissional para definir políticas contábeis ou o tratamento contábil de uma transação específica.

De acordo com a publicação Future of Jobs 2018, do World Economic Forum, as principais competências e habilidades esperadas dos profissionais do futuro serão: criatividade, originalidade e iniciativa, raciocínio crítico, persuasão e negociação, atenção aos detalhes, resiliência, flexibilidade/adaptabilidade, capacidade de resolver problemas complexos, inteligência emocional, liderança e influência social. Ainda conforme a publicação, estimativas indicam que cerca de 75 milhões de postos de trabalho podem ser substituídos por máquinas até 2022. Por outro lado, também se estima que 133 milhões de novas posições, mais adaptadas à economia digital, podem ser criadas (a publicação recomenda, entretanto, cautela com tais estimativas e premissas).

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Historicamente, tomando como base o que ocorreu em revoluções industriais anteriores, postos de trabalho tradicionais foram realmente substituídos por máquinas. Porém, novas vagas, que requeriam melhores qualificações, também foram criadas. O conhecimento técnico abrangente e atualizado dos profissionais de contabilidade é fundamental para que eles possam se adaptar a esse novo ambiente e executar tarefas e atividades mais intelectuais, gerenciais, decisórias e interpretativas.

Desde 2010, com a adoção no Brasil dos pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), e das International Financial Reporting Standards (IFRS), temos discutido que os profissionais de contabilidade devem ser envolvidos/consultados durante os processos decisórios das empresas. Isso porque IFRS e CPC são frameworks baseados em princípios (conceitos) e não em regras, cujas aplicações devem levar em consideração a essência econômica das transações, não somente sua forma legal.

O envolvimento dos profissionais de contabilidade nos processos decisórios das empresas permite antecipar as consequências contábeis que determinados contratos e transações podem ter nas demonstrações financeiras e evitar surpresas relacionadas a impactos não só contábeis, mas também tributários, diferentes das expectativas. Observa-se, por exemplo, a complexidade da aplicação do IFRS 3 e do CPC 15 – Combinações de Negócios.

Após a adoção de IFRS/CPC, tornou-se praticamente impossível determinar corretamente a contabilização de compra (purchase accounting) sob IFRS 3 e CPC 15 sem que se tenha conhecimento completo sobre: o negócio que foi adquirido, por que se tomou a decisão de adquiri-lo, por que o preço de compra (contraprestação) foi determinado nos patamares estabelecidos, quais intangíveis se espera ter adquirido, quais os passivos contingentes, qual a essência econômica da transação etc. Nesse contexto mais amplo, nem sempre se concretiza o que o tomador de decisão sobre a aquisição esperava

ver refletido nas demonstrações financeiras. Portanto, a participação dos profissionais de contabilidade durante todo o processo permite até mesmo modificar o contrato antes da conclusão da transação.

No exercício de 2019, da mesma forma, requer alto grau de julgamento e decisões, inclusive sobre as divulgações nas demonstrações financeiras, a adoção da nova norma de arrendamentos – IFRS 16 e CPC 06(R2) – Operações de Arrendamento Mercantil, e da interpretação sobre posições tributárias (imposto de renda e contribuição social) incertas, IFRIC 23 e ICPC 22 – Incerteza sobre Tratamento de Tributos sobre o Lucro. No caso do IFRS 16 e CPC 06(R2), o passivo do arrendamento deve incluir ou excluir os elementos de PIS/Cofins embutidos no valor contratado? A taxa de desconto dos fluxos futuros deve considerar taxa real ou nominal? Um contrato de fornecimento contém um arrendamento embutido? A adoção será retrospectiva completa ou simplificada? Por quê?

Em 2018, o mesmo já havia ocorrido com as novas normas IFRS 15 e CPC 47 – Receita de Contrato com o Cliente e IFRS 9 e CPC 48 – Instrumentos Financeiros, adotadas a partir daquele exercício. A empresa é agente ou principal na transação de venda? O ativo financeiro é somente para realização de principal e juros?

Análises de essência econômica e exercício de julgamento dos profissionais de contabilidade também já começam a ser necessárias para as transações de empresas envolvendo as novas tecnologias. Por exemplo, qual o tratamento contábil correto para investimentos da empresa em criptomoedas? Instrumento financeiro sob IFRS 9 e CPC 48, ativo intangível sob IAS 38 e CPC 04 ou aplicação da norma de estoques IAS 2 e CPC 16?

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Os provedores de ERP estão migrando de equipamentos tradicionais para processamentos e armazenamentos em nuvem. Qual o tratamento contábil a ser aplicado pela empresa que é cliente desses ERPs em nuvem? Intangível sob IAS 38 e CPC 04, arrendamento sob IFRS 16 e CPC 06(R2) ou contrato de fornecimento de serviço? Poderíamos citar diversos pronunciamentos e situações que requerem julgamento dos profissionais de contabilidade.

Sendo assim, para que sejamos qualificados, capacitados e relevantes no processo de exercício de julgamento e tomada de decisão, devemos estar atualizados. Conforme dito anteriormente, IFRS e CPC são baseados em princípios, porém isso não significa que cada um aplica seu julgamento conforme o próprio entendimento sobre a transação. Para que as decisões contábeis sejam corretas, é imperativo que se conheça profundamente e em detalhes os pronunciamentos contábeis e o conceito utilizado pelos emissores dos pronunciamentos (IASB e CPC). O que foi considerado quando se escreveu determinado parágrafo?

Qual foi a lógica? Caso contrário, corremos o risco de sermos substituídos mais rapidamente, talvez por outro profissional mais qualificado tanto em termos técnicos quanto na dimensão digital.

Também é muito importante a participação efetiva no processo de emissão das normas e interpretações quando elas ainda estão em formato de minuta pública para comentários. É nesse momento, e não após a emissão dos pronunciamentos, que, por meio de cartas-comentários, pode-se influenciar o emissor sobre elementos que devem ser considerados e/ou excluídos.

Voltemos agora ao digital upskilling. Ainda de acordo com a publicação Future of Jobs 2018, estima-se que, até 2022, pelo menos 54% de todos os profissionais precisarão de qualificação e requalificação significativas. Desses, cerca de 35% devem necessitar de treinamentos por período de até seis meses, 9% devem precisar de requalificação durante período de um ano e 10% necessitarão de treinamentos sobre competências adicionais durante mais de um ano.

Além disso, espera-se que cerca de 54% das posições profissionais a serem criadas pela nova economia da indústria 4.0 exijam habilidades e competências que ainda não existem ou são desconhecidas.

Dessa forma, para que os profissionais de contabilidade ocupem posições relevantes, além do profundo conhecimento dos pronunciamentos contábeis – exigência básica – eles devem conhecer as tecnologias existentes, inserindo-se no mundo digital para conseguirem inclusive identificar as que podem ser utilizadas em seus ambientes de trabalho para realizar as tarefas repetitivas e rotineiras. Assim, eles poderão se dedicar às atividades mais intelectuais, gerenciais e decisórias.

A jornada já começou e não há tempo a perder. O mundo já mudou e se transformará ainda mais, e muito mais rapidamente. Os profissionais de contabilidade, assim como de diversas outras áreas, precisam acelerar sua requalificação digital e sua atualização sobre pronunciamentos contábeis. Nosso sucesso de hoje em diante não é garantido pelo que nos trouxe até aqui. Nosso futuro é agora. Façamos acontecer!

Boa leitura!

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Edgar D’AndreaSócio Líder de Cibersegurança e Privacidade PwC Brasil

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2019

O ano de 2019 foi um ano importante para a tramitação da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709, sancionada em 15 de agosto de 2018), e das alterações propostas na Medida Provisória nº 869/2018. Com a aprovação do texto final da LGPD pela Câmara, pelo Senado e pela sanção presidencial, ficou claro para o mercado brasileiro a intenção firme do governo de disciplinar o tratamento de dados pessoais por empresas públicas e privadas e exigir que haja maior atenção na proteção e segurança dessas informações.

Em 9 de julho, foi publicada no Diário Oficial a Lei nº 13.853/19 que criou a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão regulador da LGPD. A ANPD será composta de um Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade e de um Conselho Diretor integrado por cinco membros. O órgão foi vinculado à Presidência da República, com possibilidade de se tornar uma autarquia dentro de dois anos. A Lei 13.853 também possibilitou

a indicação de pessoa jurídica para atuar como Encarregado de Tratamento de Dados (uma das exigências da LGPD é a nomeação de um responsável por privacidade e proteção de dados).

A legislação tem o propósito de disciplinar, regulamentar e fomentar o tratamento de dados pessoais, estabelecendo diretrizes para as empresas em geral, no tratamento de dados, tais como: finalidade, transparência, e segurança, determinando bases legais para o tratamento de dados pessoais em todas as etapas do ciclo de vida da informação, tais como consentimento, legítimo interesse, atendimento de contratos, assim como definidos o direito aos titulares dos dados pessoais para que tenham acesso à informação, que possam solicitar correções e revogar o consentimento.

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Durante o ano de 2019 houve um movimento intenso das empresas privadas e públicas no Brasil para iniciar as respectivas jornadas de adequação à LGPD, incluindo as atividades fundamentais de:

a. mapeamento das operações de tratamento de dados (pessoais);

b. análise dos principais gaps em relação às exigências da lei nos processos das empresas, nos modelos de negócio, nos sistemas e bancos de dados e, também, nas práticas de segurança e de proteção de dados pessoais;

c. definição ou nomeação do Encarregado de Tratamento de dados;

d. elaboração de um plano de ação com as principais atividades de adequação à lei, diante dos gaps identificados; e

e. definição do orçamento (Capex) para implementação dos processos e tecnologias necessários a fim de garantir a conformidade com a legislação.

De modo geral, as grandes empresas deram início em 2019 a seus projetos de diagnóstico de gaps com a LGPD e de elaboração do plano de ação para a sua adequação. Muitas delas já inclusive deram início ou estão por iniciar as atividades de implementação de processos e tecnologias de LGPD, tendo como objetivo o primeiro semestre de 2020. As empresas médias já estão se mobilizando e iniciando a suas jornadas de adequação à lei. Destacando que essa jornada imposta pela LGPD é de cunho multidisciplinar e exige, em grande parte do mercado, a adequação dos ecossistemas de negócio em que as empresas estejam inseridas.

Os setores que saíram na frente foram o de saúde, pelo enorme impacto decorrente do uso intenso de dados sensíveis inerentes ao setor, o de varejo e de produtos de consumo em geral, pelo de tratamento intensivo de dados pessoais, o de serviços financeiros, meios de pagamento e seguradoras, pelos volumes no tratamento de dados pessoais e, em particular, pela convergência de alguns aspectos de segurança cibernética exigidos por resoluções específicas do Banco Central.

Outro ponto de destaque no ano foi a apresentação do Projeto de Lei nº 5762/19, de autoria do deputado Carlos Bezerra, apresentado em 30 de outubro, com a proposta de postergar por mais dois anos a entrada em vigor da LGPD. O projeto permanece em análise, porém, muitas organizações acreditam que não há razão para recuar no cronograma de adequação à LGPD. Entendemos que aguardar o desfecho deste PL ou paralisar as iniciativas em curso, seria um retrocesso para as empresas. Nesse sentido, elencamos cinco motivos pelos quais as empresas devem manter o foco na jornada de adequação. Confira aqui:

1. Sanções e penalidades: os casos de vazamentos e utilização indevida de informações pessoais continuam sendo objeto de fiscalização e autuação pelo Ministério Público e demais órgãos de defesa do consumidor. Levam, também as exigências de direitos por parte dos próprios titulares dos dados, com fundamento nas normas vigentes.

2. Confiança de clientes e consumidores: a demonstração de respeito aos dados pessoais é um diferencial competitivo que cada vez mais a sociedade em geral – e os consumidores, em particular – levam em consideração para julgar a reputação de uma empresa. Por isso, muitas organizações estão exigindo dos ecossistemas de negócio a adequação à LGPD, seja para se diferenciar no mercado, seja para evitar casos de reclamações de consumidores ou fiscalização das autoridades.

3. Impacto nas relações comerciais internacionais: o movimento global de respeito aos dados pessoais, substancialmente capitaneado pela União Europeia, com a General Data Protection Regulation (GDPR), é uma realidade. As relações comerciais com empresas de países que já adotam leis de proteção de dados dependem cada vez mais da demonstração de esforços mútuos entre os países e de iniciativas na mesma direção de leis como a LGPD.

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4. Desenvolvimento tecnológico e inovação: estabelecer modelos digitais ou inovação tecnológica sem considerar a abordagem Privacy by Design (privacidade desde a concepção) e demais aspectos de tratamento de dados previstos na LGPD é um risco. Há inúmeras oportunidades de inovação e diferenciação na economia digital, e elas devem ser realizadas de maneira responsável, considerando-se os impactos que podem ter para toda a sociedade.

5. Uma jornada e não um projeto: independentemente do prazo de vigência da LGPD, a proteção de dados já é realidade no Brasil e no mundo e traz oportunidades únicas para que as empresas estabeleçam uma relação de confiança ainda maior com clientes, colaboradores, fornecedores, terceiros e com a sociedade em geral. As empresas que consideram à adequação à LGPD como um simples projeto, com começo, meio e fim, podem sentir-se incentivadas a aguardar o desfecho do PL nº 5.762/19. No entanto, aquelas empresas que têm clareza de que a adequação à LGPD é uma jornada vinculada a uma iniciativa

empresarial multidisciplinar, com benefícios diretos para a relação com empregados, clientes, fornecedores e terceiros, devem sim continuar ou iniciar seu processo de adequação a LGPD.

O atendimento à LGPD, traz em si, uma série de novas oportunidades de negócio como viabilizar inovações digitais com segurança, construir confiança na relação com clientes, fornecedores e a sociedade, dar maior transparência e segurança ao tratamento de dados pessoais, melhorar a relação comercial com países que possuem leis de proteção de dados, transformar a abordagem de gestão de dados e também habilitar que a empresa siga com segurança na economia digital. Neste contexto, a LGPD não tem como objetivo impedir ou inviabilizar negócios e uso intensivo de dados pessoais.

De fato, em 2019, LGPD se tornou para as empresas um tema de compreensão e de análise de risco e impacto e, em 2020, continuará sendo o foco do meio empresarial para a implementação das ações de atendimento à Lei.

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Dra. Elidie Palma Bifano*Advogada, Mestra e Doutora em Direito Tributário pela PUC/SP

A necessária reforma do tributo sobre o lucro corporativo

Reforma do Imposto sobre a Renda corporativo ao invés de uma reforma tributária?

Desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, todos os Presidentes da República, bem como os diversos representantes do Congresso Nacional, vêm apresentando projetos de reforma do sistema tributário, sem que qualquer delas tenha frutificado. Repetindo essa tradição, novamente surgem propostas para a reforma do sistema tributário, que exigem, como sempre, mudanças no texto constitucional. É inquestionável que se faz necessário promover reformas e aperfeiçoamentos nos tributos cobrados, tema de extrema importância e absolutamente necessário para que o País atinja os propósitos descritos no artigo 3°, da Carta Constitucional, ou seja, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, com a garantia do desenvolvimento nacional e a redução das desigualdades sociais e regionais.

Entretanto, ao que tudo indica, a grande dificuldade na aprovação desses projetos reside, exatamente, no fato de objetivarem, em sua maior parte, alterações na Constituição Federal. Destaque-se que muitos deles, ao pretenderem retirar ou reduzir competências dos entes tributantes - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - acabam por também retirar-lhes a autonomia política, assim afetando o equilíbrio da Federação. A retirada ou redução das competências tributárias dos entes federativos implica, também, afetar as condições de cumprimento das tarefas que o legislador constituinte lhes determinou.

(*) Por meio desta Seção de Contexto Tributário a PwC estimula o conhecimento e debate sobre temas da área tributária a partir de variadas perspectivas e visões de autores convidados a contribuírem com seus artigos. Portanto, o conteúdo deste artigo reflete exclusivamente a opinião do autor convidado sobre o tema.

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Os modelos de reforma tributária baseados em alterações constitucionais, até hoje apresentados, buscam substituir, na maior parte dos casos, os tributos existentes por outros que não garantem, em um primeiro momento e de forma adequada, a resolução do déficit público e das desigualdades regionais e sociais resultando no incumprimento dos ditames constitucionais. Ainda que tais propostas pretendam introduzir novos tributos, em substituição aos atuais, todas elas estão adstritas às tradicionais fontes de custeio adotadas na Constituição Federal, para impostos, também adotadas na maior parte dos países: riqueza nova ou renda, riqueza consumida ou produção e consumo e riqueza incorporada ou patrimônio. No que tange às contribuições para a seguridade social, as fontes de custeio seguem sendo aquelas também previstas no Texto Maior, receita/faturamento ou folha de pagamento.

Afora isso, as propostas que objetivam alterar o sistema tributário, no que tange aos impostos, deixam de lado a realidade, olvidando-se da economia digital e dos novos parâmetros de negócios, conquanto esse seja tema atual debatido em todo o mundo. Tampouco tais projetos mostram uma preocupação maior como as possibilidades que se abrem voltadas à tributação dos bens que, potencialmente, gerariam prejuízos ao homem ou à natureza, prática já adotada em diversos países. Dessa forma não há qualquer expectativa de que as reformas que se vêm propondo, possam conduzir a fontes de tributação representadas por novas riquezas ainda não colhidas.

É fato notório e conhecido que após a entrada em vigor da Constituição Federal, em outubro de 1988, que prestigia direitos sociais e individuais, liberdade e segurança, desenvolvimento e igualdade, formou-se um imenso contencioso tributário em que se

envolveram União, Estados, Distrito Federal e Municípios por conta de normas que, alegam os contribuintes, foram editadas à margem desses princípios.1 Com esse tipo de experiência, o contribuinte brasileiro não tem a convicção de que novos tributos criados ou velhos tributos reformulados, não venham a ser objeto das mesmas disputas entre os Fiscos e os contribuintes, disputas essas que se arrastam por anos nos tribunais, com imensos danos para os negócios no País, especialmente pela insegurança que trazem para todos.

Consideradas as dificuldades em implantar uma reforma do sistema tributário constitucional, impõe-se romper com os paradigmas que até agora nortearam as reformas apresentadas e tomar por foco a revisão da legislação infraconstitucional, sejam leis complementares ou ordinárias que tratam da matéria tributária, ou normas infralegais que operacionalizam o cálculo, a declaração e a arrecadação dos tributos.

Com esse objetivo é que se propõe, neste artigo, o exame de pontos reputados relevantes da legislação referente ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, aqui também tratado como IRPJ e imposto sobre o lucro corporativo, com o objetivo de propor, em caráter de urgência, mudanças ou aperfeiçoamentos que hoje se mostram absolutamente necessários para que se possa, de fato, ter um melhor ambiente de negócios no País, pautado na justiça e na segurança.

1 Desse contencioso, somente à União cabe a cifra de R$ 3,440 trilhões, valor correspondente a 50,4% das riquezas geradas pelo País, ou seja, metade do PIB. Veja-se www.etco.org.br

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Breve visão da legislação do imposto sobre o lucro corporativo: sua complexidade e a necessidade de reforma urgente

O Imposto sobre a Renda, previsto na Constituição Federal (art. 153, III) tem seu fato gerador definido pelo Código Tributário Nacional, artigos 43,44 e 45, sendo regulado pela Lei nº 4506/64, que convive com normas mais antigas, parcialmente mantidas, como é o caso do Decreto-Lei nº 5844/43 e da Lei nº 3470/58. Após a Lei nº 4506/64, muitas são as leis ordinárias que, alterando-a, tratam do imposto sobre o lucro corporativo, envolvendo tanto institutos novos que foram surgindo ao longo do tempo, como ajustes à sua base de cálculo, além do complexo tema das obrigações acessórias que, na mesma medida em que se informatizaram, crescerem em volume e dificuldades.

Para se ter uma noção, ainda que incompleta, da vastidão normativa voltada ao imposto sobre o lucro corporativo, basta examinar o conteúdo de sua regulamentação, o Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR, que consolida toda essa produção legislativa e permite ao contribuinte melhor orientar-se. O atual RIR, o Decreto nº 9580/18 adverte, em seu

art. 3º, que a matéria nele consolidada diz respeito à legislação publicada até 31 de dezembro de 2016, a despeito de editado em 2018, o que evidencia a dificuldade em proceder à consolidação desse universo legislativo. Com isso o contribuinte deve estar atento a eventuais novas normas publicadas após essa data sob risco de, cometendo equívocos, sofrer autuações e imposição de multas.

Em muitas circunstâncias algumas das normas voltadas ao imposto sobre o lucro corporativo foram editadas objetivando atender necessidades próprias de seu tempo, inclusive negócios ditados à época pela economia, sem que se voltasse a considerar sua adequação à realidade atual e, com isso, elas seguem cristalizadas no sistema e nunca mais foram revistas. Um rápido giro histórico pela legislação publicada a partir da Lei nº 4506/64, mostra as principais mudanças que nela se fizeram e suas razões.

Assim, na década de setenta, com a edição da Lei nº 6404/76, que introduziu a nova Lei de Sociedades por Ações, a legislação do IRPJ foi adaptada para conformar-se aos novos institutos trazidos pela reforma da lei societária, cumprindo essa tarefa o Decreto-Lei nº 1598/77. A partir da década de 90, revolucionou-se o imposto sobre o lucro corporativo com as seguintes medidas: (i) abandono do regime de tributação em bases territoriais, o lucro gerado no Brasil, para adotar-se o regime de tributação em bases universais, lucros auferidos no Brasil e no exterior; (ii) adoção de regras de preços de transferência em operações com empresas vinculadas no exterior; (iii) não tributação de lucros e dividendos e, por fim, (iv) introdução de normas voltadas à subcapitalização em negócios com empresas vinculadas no exterior.

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Com a entrada em vigor da Lei nº 11638/07, que determinou a aplicação, no Brasil, dos assim chamados padrões internacionais de contabilidade ou de convergência contábil2, a Lei nº 6404 foi modificada na parte atinente à escrituração contábil e às demonstrações financeiras de maneira que, novamente, as regras aplicáveis à apuração do imposto sobre o lucro corporativo necessitaram ser revistas. Essa tarefa coube à Lei nº 12973/14 que adaptou e alterou a legislação tributária às novas regras contábeis, valendo-se do expediente de neutralizar quase que totalmente os novos padrões contábeis, para fins tributários, atingindo assim o objetivo de neutralidade preconizado pela Exposição de Motivos da Lei nº 11638/07. Quanto às alterações no sistema normativo, alguns institutos contábeis resultaram incorporados pela norma tributária, como é o caso da combinação de negócios e seus efeitos na apuração de ágio (goodwill) e de deságio (ganho em compra vantajosa) com subsequentes reflexos fiscais.

O histórico da evolução da legislação do imposto sobre o lucro corporativo deixa claro que o modelo até hoje adotado de buscar soluções rápidas para situações que emergem, com a edição de novas normas por parte do legislador ordinário, sem maiores discussões dos interessados, têm levado os contribuintes a se defrontarem com imensas dificuldades na sua aplicação e, não raramente, têm sido fonte de conflitos com os princípios constitucionais, como se observa do imenso contencioso criado com o Fisco. Esse cenário, precisa ser revisto, quer pela grandiosidade dos negócios empresariais no Brasil, inclusive globalizados, quer pela dificuldade da empresa no atendimento a tantas demandas. Talvez o exemplo recente e mais contundente seja a já referida neutralização do IFRS que, além de gerar um sem fim de obrigações tributárias, pode trazer, atrás de si, autuações e multas.

É a partir desse vasto material legislativo e das dificuldades por ele geradas, que se passa a examinar eventuais oportunidades de reformulação da legislação do Imposto sobre a Renda, no que tange à tributação das pessoas jurídicas.

Adverte-se que não se comentará a urgente e necessária fusão do IRPJ com a Contribuição Social sobre o Lucro, visto tratar-se de mudança constitucional e não da legislação do IRPJ, como aqui proposto. De toda sorte fica aqui consignada a essencialidade desse passo pelo bem da atividade empresarial no País.

2 IFRS - International Financial Reporting Standards (IFRS)

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Base de cálculo do imposto sobre o lucro corporativo: necessário afastamento das práticas contábeis introduzidas pela Lei nº 11638

É sabido que o Brasil foi um dos poucos países a adotarem as práticas do IFRS nas demonstrações individuais, visto que tais regras se destinam a demonstrações consolidadas as quais, por sua vez, têm como função precípua informar partícipes de mercado a quem interessa conhecer a força e o poder dos grupos empresariais para decidir sobre seus investimentos. Essa escolha, embora adequada do ponto de vista contábil, mostrou-se extremamente perniciosa do ponto de vista tributário.

As práticas do IFRS operam, de forma resumida, por dois orientadores essenciais no que tange ao tratamento e divulgação da informação contábil: (i) reconhecimento das transações das entidades tendo em vista a sua essência econômica, característica tida como implícita na preparação das demonstrações financeiras, por ser elemento ínsito ao julgamento e interpretação do operador da contabilidade o qual busca identificar a função econômica que as partes buscaram na transação, com o abandono de sua forma jurídica, conforme Pronunciamento –

CPC 00(R2) , do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e (ii) critérios de avaliação de ativos e passivos, que se sustentam em metodologias para tanto definidas pela Contabilidade e que se orientam de forma prospectiva, voltados para o futuro e para a geração de caixa.

Do ponto de vista prático, as manifestações do CPC sobre o reconhecimento de operações de arrendamento mercantil (CPC 06 -R2), pagamento baseado em ações (CPC 10), combinações de negócios (CPC 15 – R2), das receitas de clientes (CPC 47) e contratos de concessões (Interpretação ICPC 1), dentre outros, consagram o uso da característica essência sobre a forma, afastando a representação pela forma legal que difira da substância econômica, o que não poderia resultar em representação fidedigna, conforme citam as Bases para Conclusões, do CPC 00. No que se refere aos critérios de avaliação de ativos e passivos, os ajustes a valor justo e a valor presente, são os maiores exemplos.

A tributação se orienta pela essência jurídica dos negócios, ou seja, pela causa jurídica ou função do negócio, conforme definida no sistema jurídico, e aceita pelas partes para atingirem a finalidade pretendida. Os impostos relacionados na Constituição Federal têm como fato gerador um negócio jurídico, indicado por uma correspondente ação: negócios jurídicos se pautam consoante sua causa jurídica. Além disso, os tributos estão submetidos a uma série de princípios constitucionais dos quais o mais relevante talvez seja o da capacidade contributiva que considera, além da pessoalidade, a condição de quem sofre o gravame tributário, ou seja, o contribuinte deve estar beneficiado ou dispor da riqueza que se busca tributar. Por fim, os tributos voltam-se a situações passadas, fato gerador ocorrido, enquanto a Contabilidade volta-se para o futuro.

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Dessa forma, o critério de reconhecimento de negócios por sua essência econômica, como o faz a Contabilidade, não se presta a fazer nascer a obrigação tributária, por não se enquadrar na hipótese de incidência descrita na lei. É clássico o exemplo das práticas contábeis que determinam seja reconhecido no balanço do arrendatário, e não do arrendador, os bens arrendados desde que observados certos requisitos, dentre eles que o arrendatário assuma riscos e benefícios do bem (CPC 06-R2), a despeito da operação de arrendamento, mercantil ou não, caracterizar-se como negócio jurídico típico, normatizado no sistema jurídico, sendo que esse contrato, de obrigatória observância para quem tem intenção de fazer tal negócio, gera efeitos fiscais.

Os critérios de avaliação contábil tampouco se prestam a evidenciar capacidade contributiva, essencial para que alguém posa ser onerado pelo tributo, pois reconhecem efeitos prospectivos, futuros, que podem ou não se confirmar e, somente, após confirmados é que poderão gerar efeitos fiscais. Assim, a contrapartida

da avaliação a valor justo de um ativo somente se configurará como renda tributável se representar um acréscimo patrimonial definitivo, disponível pelo beneficiário e realizado em crédito ou em moeda. A despeito do necessário cumprimento de tais condições para que renda possa ser tributada, a contrapartida da avaliação a valor justo pode ser utilizada, pela entidade, a seu bem prazer, inclusive para distribuição de dividendos e lucros.

Por essas razões, as práticas contábeis suportadas na prevalência da essência econômica ou nos seus próprios critérios de avaliação, foram expressamente neutralizadas, para fins fiscais, pela Lei nº 12973/14, nos termos das normas baixadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB, devendo ser objeto de registro na contabilidade em subconta retificadora do ativo ou do passivo.

Essa fórmula adotada para evitar a geração de efeitos tributários pelos IFRS, contudo não vem se mostrando adequada. A cada dia que passa o cenário de neutralização cresce mais, tomando um gigantismo inédito, visto

que a Contabilidade é ciência dinâmica que se deve posicionar com agilidade sobre novos negócios e situações econômicas, de tal sorte que se criou uma complexidade de normas para neutralizar cada um dos CPCs editados, em seu conjunto geradoras de altos custos para os contribuintes, afora o risco de erro e a imposição de autos de infração com multas elevadas. Esse cenário deve perpetuar-se visto que a Contabilidade não cessa de evoluir, acompanhando a economia, e o Direito Tributário deve colher os efeitos desses negócios, jurídicos, somente quando a riqueza do contribuinte se concretize, de forma definitiva.

Uma conclusão se impõe: a Lei nº 12973, e toda a sistemática por ela introduzida, que pretendia neutralizar os efeitos dos IFRS, falhou em seus propósitos e criou dificuldades e custos que o bom senso exige sejam afastados. A própria RFB se apercebeu desse fato e tomou iniciativa elogiável no sentido de eliminar tantas dificuldades apresentando, recentemente, para debate, projeto denominado “Novo Lucro Real” que tem por suporte duas premissas: nova forma de apuração do

lucro real e tratamento simplificado de certos eventos tributários. A nova forma de apuração do lucro real objetiva criar uma base de apuração que parta de receitas tributáveis deduzidas de custos e despesas dedutíveis, afastando o lucro líquido contábil, atual ponto de partida da apuração do lucro real, visto que ele estaria “contaminado” pelas práticas contábeis. O tratamento simplificado de certos eventos tributários implica tomar custos e receitas despidos de quaisquer influências contábeis.

Ainda assim, tanto o resultado fiscal quanto o universo onde se colhem os ditos eventos tributários é a contabilidade das sociedades. Com isso se cumpre a sina do cálculo do IRPJ no Brasil, desde sua criação, na década de 1930: a base inicial para sua montagem compõe-se dos valores consignados na contabilidade, seja a receita bruta seja o lucro líquido, únicos suportes confiáveis para retratar o fruto tributável da atividade empresarial, a renda real ou lucro real, conforme o determina o CTN, art. 43 e seguintes. Com isso não há razões para a criação de contabilidade paralela ou adicional, evitando-se, ao máximo, colher dados

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fora da contabilidade ou em controles formados extra livros contábeis. E mais, de acordo com a RFB, os controles de subcontas serão eliminados, o que é um extraordinário ganho para os contribuintes e o afastamento de fonte de novos contenciosos.

O modelo é, certamente, um passo importante e liberta as empresas da malsucedida neutralidade tributária. Segue garantido o uso das demonstrações financeiras, elemento confiável, acima de tudo, na apuração do IRPJ. A seleção de receitas e despesas que geram efeitos fiscais, aqui denominada “Resultado Fiscal”, nada mais é do que a manutenção do LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real, fantástico instrumento introduzido pelo Decreto-Lei nº 1598 e cuja função sempre foi registrar os ajustes ao lucro contábil, função essa primordial na apuração do tributo corporativo.

A sugestão que se apesenta de forma complementar a esse modelo seria, ao invés de se construir um resultado fiscal, que embora se negue seja uma nova contabilidade mas para muitos poderia contemplar essa natureza,

criar cláusulas gerais de natureza funcional, a exemplo de normas gerais e amplas cuja finalidade é cobrir todas as situações idênticas, semelhantes ou análogas, como a regra que veda a dedução de quaisquer provisões, exceto as autorizadas, ou aquela que permite a dedução de qualquer despesa desde que seja operacional e necessária, sem elencá-las taxativamente, o que seria impossível.

Nesse caso, uma possível e razoável solução seria introduzir apenas duas regras que neutralizem de forma geral e ampla essas divergências entre o Direito e a Contabilidade: (i) a neutralização de negócios reconhecidos na contabilidade segundo o princípio da essência sobre a forma; e (ii) a neutralização de efeitos do uso de critérios de avaliação consoante métodos contábeis, sem maiores especificações, cabendo ao contribuinte cumprir a lei e ao Fisco fazê-la cumprir. O LALUR seguiria registrando tais diferenças, em lugar dos controles hoje necessários, assim reduzindo o custo de observância e o risco de autuações fiscais.

Isenção de lucros e dividendos: como tratar em eventual reforma?

Questão de grande relevância quando se trata de uma reforma do IRPJ diz respeito à tributação dos lucros e dividendos que, no Brasil, são isentos do imposto sobre a renda, na distribuição bem como na declaração de rendimentos/ajuste dos sócios. O tema da manutenção dessa isenção, nos termos descritos, frequenta, com alguma assiduidade, os debates dos operadores do Direito, bem como os debates no Congresso Nacional, sempre dividindo opiniões.

Até o ano de 1995, quando entrou em vigor o art. 10, da Lei nº 9249, a distribuição de dividendos era tributada na fonte. A Exposição de Motivos da Lei nº 9249/95 esclarece que a isenção na distribuição e na declaração de rendimentos dos beneficiários objetivou simplificar a apuração do imposto corporativo, reduzindo as vias de planejamento fiscal, integrando a tributação das pessoas físicas e

jurídicas e, especialmente, optando-se por afastar a tributação do mesmo lucro por dois sujeitos passivos diferentes, fenômeno também conhecido por bitributação econômica. Essa decisão implicou, como consequência lógica, que as alíquotas de imposto sobre a renda do lucro corporativo fossem majoradas, enquanto a pessoa do sócio foi desonerada. Trata-se, ainda de acordo com a referida Exposição de Motivos, de escolha fiscal que pretendia estimular o investimento nas atividades produtivas, por parte dos investidores.

Essas afirmativas da lei eram absolutamente verdadeiras, pois à época, vigorando o regime de tributação dos lucros e dividendos na fonte, convivia-se com muitas situações diferentes o que trazia muitas complexidades. Assim, havia alíquotas diferenciadas para dividendos distribuídos por companhias abertas, por sociedades uniprofissionais, por

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empresas voltadas a atividades rurais, por sociedades tributadas com base no lucro presumido, para não domiciliados, na hipótese de existir tratado para evitar a dupla tributação da renda com previsão de alíquotas diversas das adotadas para os domiciliados no País.

Além disso, havia um sem número de situações em que se presumia serem os lucros distribuídos de forma disfarçada, a fim de evitar a incidência tributária, tipificadas em lei e outras livremente praticadas sem qualquer consequência, como era o caso do entesouramento de ações ou quotas. A isenção da distribuição de dividendos e lucros resultou na redução do contencioso tributário que existia em torno dessa incidência, especialmente dos caminhos alternativos que se tomavam para a ela fugir.

Desde a entrada em vigor da Lei nº 9249/95 surgiram propostas no Congresso Nacional para revogar seu art. 10, o qual prevê a isenção. Os principais argumentos apontados são: (i) discriminação contra as demais pessoas que auferem renda; (ii) perda de receita pela União; (iii) prejuízo

para a progressividade de que deve se revestir o Imposto sobre a Renda, assim beneficiando a camada mais rica da população e estimulando a transfiguração de renda do trabalho assalariado em renda do capital. A nosso ver nenhum desses argumentos merece prosperar.

Inicialmente, o lucro só é distribuído ao sócio depois de devidamente tributado na pessoa jurídica, hoje à razão da alíquota geral conjugada de IRPJ e correspondente adicional, de 25%, afora a Contribuição Social sobre o Lucro de 9%. Destaque-se que a receita, fruto da atividade da pessoa jurídica, primeiro passo para se chegar ao lucro, é fortemente gravada por diversos impostos que oneram a produção de bens e serviços, além das contribuições sociais que oneram a receita. Além disso, o nível de deduções do lucro líquido é cada vez menor, o que implica em aumento indireto do IRPJ. É crucial considerar que países que oneram a distribuição do dividendo têm, em geral, alíquotas menores de imposto sobre o lucro corporativo, a par de admitirem diversas deduções à base.

Nas empresas que se valem do capital financeiro para explorar sua atividade, esse capital é investido no negócio, aplicado em bens que se depreciam e na remuneração do capital humano, mão de obra que utiliza. Por essa razão carece de fundamento a argumentação de que trabalhadores e investidores estão em “situação equivalente” em relação aos rendimentos auferidos, razão pela qual os dividendos deveriam ser tributados. São fenômenos econômicos diversos e que não podem ser confundidos. A análise do lucro auferido deve ser feita em relação à receita bruta gerada, devendo ser enfatizado que o empresário é o profissional que assume o risco de obter ou não um bom sucesso com seu negócio.

No que se refere a sociedades profissionais, seja qual for seu porte, cujo resultado deriva do esforço dos sócios, pessoas físicas, conjugado com aqueles que a eles se associam, dotadas de mínimos capitais financeiros, certamente entender que elas exploram capital e dele tiram vantagem, é um grande equívoco.

Por fim há alguns aspectos relevantes a considerar e que justificam a manutenção da isenção: (i) as razões de simplificação do sistema, acima comentadas, seguem atuais, tendo-se em conta a escolha de política fiscal de evitar a dupla tributação econômica do lucro; (ii) remanesce o interesse em atrair investidores para o Brasil e esse é um poderoso instrumento para assim fazê-lo. A nosso ver nesta discussão devem ser afastados argumentos no sentido de que se faz um mau uso do regime de isenção, muitas vezes colocando-se pessoas físicas ao amparo de sociedades simuladas para fugir à tributação sob o regime de pessoas físicas. Esse é um tema próprio para a fiscalização e não pode orientar, por ter um caráter meramente pontual, a formulação de políticas fiscais e de leis que venham a prejudicar a economia a título de afastar práticas vedadas ou desleais.

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Dedutibilidade de juros calculados sobre o patrimônio líquido: como tratar em eventual reforma?

A mesma Lei nº 9249/95, em seu art. 9°, introduziu a possibilidade de as sociedades deduzirem juros calculados sobre as contas de patrimônio líquido - JCP, efetivamente pagos ou creditados aos sócios, a título de despesas com juros. Com isso os recursos que ao sócio pertencem e que permanecem em conta de patrimônio líquido resultam equiparados, para fins tributários, aos capitais emprestados à entidade, aplicados na atividade produtiva e objeto de remuneração. Observe-se, do ponto de vista estritamente societário, que aos sócios é legítimo contratarem a remuneração de contas do patrimônio líquido, sendo essa uma decisão de natureza puramente negocial e só a eles afeta. A novidade da Lei nº 9249/95,

portanto, foi autorizar a dedução fiscal dessa despesa, a exemplo de empréstimos contratados com terceiros, determinando, para tanto, limitações e condições especificas.

A Exposição de Motivos da Lei esclarece que o objetivo de admitir essa despesa foi equiparar os diversos tipos de rendimentos do capital e sua tributação. Para fins tributários, essa despesa tem natureza de despesa financeira na sociedade que remunera o sócio, assumindo a natureza de receita financeira na sociedade que recebe o pagamento/crédito. O pagamento/crédito dos juros submete-se à tributação na fonte à alíquota de 15%, compensável com o IRPJ devido na declaração de ajuste da beneficiária, ao final do período base.

Independentemente do que os sócios tenham avençado, a dedução dos juros pagos/creditados limita-se, de acordo com a Lei nº 9249/95, à variação pro-rata dia da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP do Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES, hoje designada TLP - Taxa de Longo Prazo,

pelo o período em que o patrimônio líquido ficou sujeito a tal exposição financeira. De outro lado, o pagamento/ crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução desses juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.

Assim como ocorreu com a isenção de dividendos e lucros, o instituto do JCP vem sendo objeto de questionamento desde sua introdução, já tendo sido propostos diversos projetos de lei para revogá-lo. O principal argumento é que ele representa dedução indevida que subtrai recursos aos cofres públicos em benefício das sociedades empresariais e de seus sócios. Tal afirmativa não se sustenta, pois se os sócios deixassem de emprestar recursos à sociedade, elas deveriam tomá-los no mercado, certamente com custos maiores dos que os previstos em lei para o JCP. Outro argumento que não se sustenta é que o JCP poderia representar forma de

pagamento de dividendo disfarçada, o que não se aplica no atual contexto de isenção na distribuição de lucros, uma vez que o JCP é tributado à razão de 15% na fonte.

Ainda que eventualmente se implemente em data futura a redução da alíquota nominal corporativa deve-se manter o incentivo ao sócio para investir na sociedade, pois se lhe for retirada tal oportunidade, ele poderá buscar o mercado financeiro onde existem investimentos inclusive não tributados, extremamente atraentes. Com isso frustra-se, novamente, o crescimento da sociedade em favor de um preconceito que não se pode admitir.

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Revisão de critérios na dedução de despesas

Conquanto o Brasil tenha incorporado importantes institutos internacionais em matéria de IRPJ, como se comentou, remanescem em nossa legislação resquícios do passado que por não mais se justificarem, devem ser revistos quer por não se mostrarem compatíveis com os novos negócios, quer por acarretarem tratamento não isonômico entre contribuintes. Comentam-se algumas dessas situações:

i. Perdas no recebimento de créditos: as perdas no recebimento de créditos, em grande parte dos países, se orientam pelo reconhecimento contábil e correspondente baixa, sejam entidades financeiras ou não. Se, em momento futuro, ocorrer a recuperação do crédito ela é devidamente tributada. A norma brasileira impõe gatilhos à dedução que variam entre: a existência ou não de garantias; o valor e idade de crédito; a exigência ou não de procedimentos judiciais; a condição

econômico-jurídica do devedor; a existência ou não de relação de controle. Afora isso, é necessário manter documentação comprobatória de todas essas situações, em detalhes surpreendentes, para fazer prova junto ao Fisco. Disso resulta um imenso contencioso tributário que se repete a cada ano, com prejuízos para o Fisco e para o contribuinte. O critério contábil de baixa obedece, nas empresas, importantes razões voltadas à percepção dos empresários em relação a seus clientes e ela deve ser respeitada pelo Fisco, pois o administrador presta contas de seus atos à sociedade, podendo por isso responder. No caso das instituições financeiras, o Banco Central do Brasil, guardião da solvência financeira e do mercado, mantém regras aceitando níveis de subjetivismo do julgamento do banqueiro, o que a RFB não faz, conquanto não tenha qualquer interferência nesse complexo e delicado mercado. É curioso que no caso das instituições financeiras, a

matéria prima de sua atividade é o crédito, de forma similar às empresas que operem com matérias primas que se deterioram, e que, diversamente das instituições financeiras, estão autorizadas a levar a resultado, de imediato, suas perdas por deterioração.

ii. Despesas com royalties e assistência técnica: a dedutibilidade dos gastos com royalties e assistência técnica sempre sofreu grandes limitações por se entender que esses pagamentos serviriam como forma de distribuir lucros, assim fugindo à tributação na sua distribuição. Ocorre que desde 1995 os lucros e dividendos distribuídos não são tributados pelo imposto sobre a renda na fonte, primeira razão pela qual tais restrições devem ser reexaminadas e, quiçá, abandonadas. A segunda razão é que o mundo atual pressupõe riquezas diferentes a serem tributadas e negócios envolvendo a exploração de direitos que produzem rendimentos, royalties, e assistência técnica no uso de tecnologias e similares, tornam-se cada vez mais relevantes e sua oneração

excessiva afasta os investidores e restringe as oportunidades de crescimento econômico. As regras de preços de transferência brasileiras, diferentemente de outros países, não alcançam os pagamentos de royalties em operações de importação de direitos, o que cria tratamento não isonômico com os exportadores de intangíveis. Essencial, portanto, que essa restrição vetusta à dedutibilidade dos royalties e assistência técnica seja revista e resulte afastada para que se integre na filosofia que orientou a não tributação dos dividendos.

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Oportunidade para adotar a declaração de rendimentos conjunta?

Considerando-se que o momento é de discussão de mudanças que representem avanços, parece bastante razoável que o governo brasileiro busque por soluções adotadas em outros países e que se mostraram muito bem-sucedidas.

A tributação conjunta, pelo imposto corporativo, de sociedades integrantes do mesmo grupo econômico, é instituto adotado em diversos países do mundo, observadas condições que variam localmente. O conceito de grupo, para tal finalidade, também é dado em cada país, sendo certo que há grupos de sociedades formalizados de acordo com leis específicas e grupos de sociedades de fato, em atendimento a situações particulares criadas por vínculos societários comuns sem observância de qualquer normatização específica.

O Brasil já teve uma legislação que permitia a prática da tributação em conjunto das empresas de um mesmo grupo econômico, de direito ou de fato, o Decreto-Lei nº 1598/77, em seu art. 2° que, embora à época tenha sido calorosamente recepcionado por muitos, resultou revogado no ano imediatamente seguinte ao argumento de que “durante os trabalhos de regulamentação da matéria evidenciaram-se dificuldades intransponíveis que fatalmente tumultuariam o sistema fiscal e inviabilizariam, na prática, a tributação pela unidade econômica - em oposição à jurídica - recomendando-se, por conseguinte, a revogação dos dispositivos que a autorizavam.”

As razões dessa calorosa recepção residem em dois fatos relevantes, o conceito de grupo de sociedades e a consolidação de bases de cálculo tributáveis de diferentes sociedades que se encontram sob controle comum. A tributação conjunta é, via de regra, uma opção do grupo e pode vigorar por prazos diferentes a depender dos interesses locais. Da mesma forma, a interrupção do regime pode estar associada a eventos diferentes em cada local, a depender de interesses fiscais particulares.

O principal instrumento de que se valem as diversas legislações para efetivar a consolidação das bases tributáveis das diversas sociedades que compõem o grupo de sociedades, é, como regra geral, a desconsideração da personalidade jurídica de cada entidade. Essa mudança implica reconhecer que a tributação estará orientada por um critério puramente econômico, afastando-se os resultados auferidos por cada uma das entidades jurídicas. Por essa razão a adoção desse tipo de tributação é facultativa a quem possa interessar, acarretando a utilização da base tributável do grupo econômico como se fora auferida por um único contribuinte. Neste caso resulta atribuir a essa consolidação a característica de uma unidade econômica de produção, cujos resultados somente podem ser refletidos na controladora do grupo. É interessante observar que essa conclusão se alinha com as práticas contábeis do IFRS, que toma como referência o grupo de entidades sob controle comum, nas chamadas demonstrações financeiras consolidadas.

O modelo de tributação conjunta do Decreto-Lei nº 1598/77 alinha-se muito bem com as modernas práticas internacionais, pois contempla grupos de direito e de fato, protegendo, acima de tudo, a entidade individual na medida em que a repartição do imposto entre as sociedades tributadas em conjunto, se não fosse regulada na convenção de grupo, obedeceria critérios equitativos para os sócios minoritários de cada sociedade, e somente com a aprovação da maioria desses sócios poderia ser atribuído a uma sociedade ônus superior ao que estaria sujeita se fosse tributada como contribuinte individual. As sociedades tributadas em conjunto eram solidariamente responsáveis pelo cumprimento das obrigações principais e acessórias, inclusive as relativas à determinação da base de cálculo, à apresentação da declaração de rendimentos e ao pagamento das multas, juros de mora e correção monetária decorrentes do descumprimento dessas obrigações.

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A tributação conjunta, como aqui proposto, pode permitir aos contribuintes, melhor alocação de recursos entre as entidades que compõem o grupo, aumentando a eficiência da gestão tributária, reduzindo custos com operações de planejamento tributário que impliquem transferência de riquezas tributáveis, permitindo a compensação de prejuízos fiscais de forma transparente, evitando planejamentos perigosos e em desacordo com a lei. Além disso, é certo que ocorrerá correspondente redução do custo de observância e conformidade, reduzindo o contencioso tributário.

Para o Fisco, em geral, a tributação consolidada do grupo pode reduzir custos de fiscalização, aumentar a neutralidade do sistema tributário, limitar o incentivo à prática de operações de planejamento tributário entre pessoas jurídicas integrantes de grupos econômicos. Além disso, o Brasil poderia alinhar-se com as práticas internacionais e assim atrair mais investimentos.

Este parece ser o momento apropriado para examinar a introdução da declaração conjunta, pois o cenário econômico é muito diverso daquele da década de 1970, quando editado o Decreto-lei nº 1598/77. Hoje o Brasil conta com muitas empresas multinacionais e muitos grupos, compostos por empresas que se interconectam e complementam, como se foram uma só, operando em uma economia de grande complexidade. Com isso têm eles, grupos, a obrigação de preparar demonstrações financeiras consolidadas, regra contábil de obrigatória observância, quando a entidade controla uma ou mais entidades, independentemente de qualificá-las como companhias e, sequer, como companhias abertas. As demonstrações consolidadas são demonstrações contábeis de grupo econômico, de grande utilidade para a finalidade de facilitar, e só para tal finalidade, a coleta de dados para a tributação conjunta. Isso significa que um suposto grande entrave para obter tais dados, como ocorreu na década de 1970, foi afastado.

O Brasil adotou o SPED - Sistema Público de Escrituração Digital que contempla campos específicos para a Escrituração Contábil Digital - ECD, com um bloco K, designado por – Conglomerados Econômicos - Empresas obrigadas e dispensadas, cujo objetivo é apresentar saldos consolidados da controladora e suas controladas, ajustes de consolidação referentes às eliminações de transações entre o grupo e por fim os saldos consolidados que dão origem às demonstrações consolidadas, além de outras informações como eventos especiais ocorridos durante o ano. O preenchimento desse bloco tornou-se obrigatório para as empresas que devem elaborar e apresentar demonstrações consolidadas.

Com esses elementos, a nosso ver, seria possível implementar a declaração conjunta, ultrapassadas as dificuldades que no passado se apontavam, com muitos ganhos para todos.

Conclusão

Além das hipóteses aqui discutidas, há um imenso espaço para que sejam sugeridas mudanças na legislação do IRPJ, com forte impacto nas empresas. Para se caminhar mais adiante, basta meditar sobre as situações concretas que cada empresário vive e formular pontos para debate em grupos especializados ou em entidades representativas de categorias, encaminhando-as a quem de direito.

Tendo em vista que a doutrina mais abalizada considera que o imposto sobre a renda é o tributo que captura com maior acerto a riqueza a ser tributada, somente o debate sério e consistente, não oportunista, da incidência do IRPJ permitirá atingir o objetivo constitucional de uma sociedade livre, justa e solidária, garantindo-se o desenvolvimento nacional e a redução das desigualdades.

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Tecnológico

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Sérgio AlexandreSócio e líder da área de Digital da PwC Brasil

Novo mundo, novas competências

Como a transformação digital está moldando o futuro do trabalho e dos negócios

Entre as diversas transformações trazidas pela 4ª Revolução Industrial, registramos significativas mudanças na forma como vivemos em sociedade, nos relacionamos com o trabalho e nos conectamos uns com os outros. Muito em breve, observaremos impactos oriundos de nossas interações com os robôs como parte de abordagens de negócios radicalmente novas, baseadas em modelos digitais emergentes e voltadas para aumentar a competitividade, a produtividade e a colaboração. É um mundo novo, que requer novas capacitações e competências.

As transformações esperadas nesse novo ambiente são profundas. De uma perspectiva histórica, nunca houve um tempo de maior oportunidade ou de ameaça tão iminente. A preocupação, no entanto, é que os tomadores de decisão ainda estejam orientados por pensamentos tradicionais, hierarquizados, lineares (com base em experiências passadas) ou demasiadamente absorvidos por

questões imediatistas e sejam incapazes de pensar estrategicamente sobre as forças de transformação digital que estão moldando o nosso futuro.

Na PwC, nós acreditamos que a verdadeira transformação para lidar com os desafios do mundo digital venha do que denominamos “poder da perspectiva”. Os problemas de negócios nunca foram tão complexos; tentar resolvê-los da mesma antiga forma não gerará os resultados que o mercado demanda. A solução para a maioria dos desafios que enfrentamos em meio à transformação digital – seja internamente ou apoiando nossos clientes – está associada à maneira como encaramos os problemas, não mais por uma única lente de análise, mas por meio da combinação de três lentes essenciais: negócios, experiência e tecnologia, em uma abordagem que chamamos de BXT (Business, eXperience and Technology), destacada na figura a seguir.

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Para adotar essa abordagem na proposta de soluções para os problemas que enfrenta, cada organização precisa fazer alguns questionamentos em relação às três dimensões envolvidas. Por exemplo:

Ao avaliar a dimensão do negócio (B), a empresa compreende a necessidade de uma estratégia digital abrangente e executável? Qual o propósito da organização? O que impulsiona os líderes? Que obstáculos eles estão tentando superar? É fundamental desenvolver uma abordagem nova e diversificada de resolver problemas e se perguntar: a solução proposta é viável?

Para fazer a conexão com o fator X, da experiência humana, é preciso entender a jornada do consumidor e o que ele está procurando. As organizações precisam desenvolver uma rede de competências e incentivar mentes criativas a explorar esse fator humano. A solução por eles proposta é desejável?

Na dimensão T (Tecnologia), ferramentas essenciais como robótica, inteligência artificial ou as plataformas em nuvem promovem conexões ágeis com os consumidores, colaboradores e outros públicos de maneira mais eficiente e rentável do que antes. Ao aplicá-las, é preciso considerar também as necessidades de segurança e aspectos de gestão dos dados. Nesse contexto, a solução proposta é factível?

Diante das perspectivas que essa nova abordagem traz, a questão principal não é mais saber quanto tempo as organizações precisam para tornar a transformação digital uma prioridade estratégica, visando atender às demandas do novo mundo, mas sim como abraçá-la e utilizá-la para gerar vantagem competitiva e impulsionar os resultados do negócio.

Também fica clara a importância de desenvolver novas competências para alcançar essas novas perspectivas. A discrepância entre as habilidades que as pessoas têm hoje e as que elas precisam ter para trabalhar no novo mundo digital é uma das questões mais críticas do nosso tempo.

Pesquisas da PwC mostram que um em cada três empregos pode ser fortemente afetado ou desaparecer na próxima década por causa das mudanças tecnológicas. Isso afetaria quase metade de todos os empregos de baixa qualificação e um terço das vagas semiqualificadas no mundo.

No Brasil, os indicadores mostram que o sistema educacional não está conseguindo preparar adequadamente os jovens para a economia digital. Prova disso é que o desemprego no País entre 18 e 24 anos supera o dobro da média registrada para todas as faixas etárias.

NegócioA mudança nos negócios necessária para transformar a maneira como uma organização opera.

ExperiênciaA interface entre ser humano e tecnologia necessária par criar uma experiência útil e envolvente.

TecnologiaA tecnologia necessária para incorporar a nova solução em um sistema da empresa.

Transformação

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Portanto, contratar novos talentos para lidar com a disrupção atual não é uma saída para o problema, simplesmente porque não há oferta suficiente de mão de obra qualificada no mercado. Para se manterem competitivas, as empresas precisam investir desde já na capacitação de seus empregados, em um processo que chamamos de digital upskilling.

Um esforço estratégico de upskilling envolve identificar as competências que serão mais valiosas no futuro, as empresas que precisarão delas, as pessoas que necessitam de trabalho e que poderiam obter essas competências de maneira plausível e o treinamento baseado em tecnologia que poderia ajudá-las, coordenando todos esses elementos de acordo com as etapas mostradas na figura a seguir.

Analise a situação e defina a iniciativa

Elabore um plano de habilidades

Avalie e aconselhe os profissionais individualmente

Sincronize as tarefas e engaje os talentos

Selecione os treinamentos e seus provedores

Administre o projeto e monitore os resultados

Seis passos para fazer o upskilling do seu pessoal

Fonte: strategy+business. “A strategist’s guide to upskilling”

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Iniciamos esse processo na própria PwC, colocando em prática as medidas que, em nossa visão, as organizações ao redor do mundo precisam adotar. Começamos oferecendo aos nossos profissionais novos conhecimentos e oportunidades de adquirir as competências essenciais para o mundo digital, sejam elas comportamentais ou tecnológicas.

É claro que nem todos precisarão aprender a desenvolver código de programação, mas muitas pessoas deverão entender as aplicações de inteligência artificial, machine learning, análise de dados, drones e outras tecnologias que já fazem parte do nosso dia a dia em casa, no escritório ou nos nossos clientes.

Como parte dessa transformação, as pessoas precisarão demonstrar autonomia e habilidades de liderança mais fortes para enfrentar o desafio do aprendizado contínuo, inspirar os colegas, trabalhar em comunidade, capacitar outras pessoas e tomar boas decisões sobre o uso e a implementação de novos modelos digitais.

Como exemplo da nossa nova forma de trabalhar na PwC, criamos uma comunidade denominada Digital Lab., para que nosso pessoal possa contribuir com inovações, como na automação de processos, e compartilhá-las com seus colegas. Isso nos ajuda a melhorar a qualidade dos nossos serviços, a operar com mais eficiência e a reduzir o trabalho manual repetitivo. Assim, podemos nos concentrar em oferecer soluções mais inteligentes e personalizadas, além de gerar uma experiência melhor para nossos profissionais e nossos clientes. Algumas das automações criadas no nosso Digital Lab. já têm dezenas de milhares de downloads dentro da rede global de firmas da PwC, ajudando a acelerar nossa transformação digital.

Mas nosso esforço de digital upskilling vai muito além do que estamos fazendo dentro da própria firma. Em linha com o nosso propósito de construir confiança na sociedade e resolver problemas importantes, investiremos nos próximos quatro anos US$ 3 bilhões em todo o mundo não só no treinamento do nosso pessoal, mas também em ferramentas e iniciativas para apoiar nossos clientes e a sociedade em geral.

Queremos debater soluções para esse desafio com um amplo conjunto de atores, como formuladores de políticas públicas, empresas, instituições de ensino e organizações não governamentais, para avançar na formação das próximas gerações. Nosso foco é apoiá-los no processo de transformação digital como parte de nossas iniciativas de responsabilidade social.

Nossa convicção é que há uma necessidade urgente de organizações, governos, educadores e cidadãos se unirem para apoiar a força de trabalho a adquirir as competências exigidas pelo novo mundo digital. Cada país precisará abordar essa questão de acordo com sua realidade econômica, suas demandas de desenvolvimento, suas condições demográficas atuais e futuras e o acesso à inovação tecnológica.

Em breve, a inteligência artificial (IA) provocará um novo efeito transformador nos mercados de consumo, afetando pessoas, organizações e governos em todo o mundo. Os consumidores estão acolhendo bem as perspectivas de mudança e acreditam que a IA pode acelerar avanços médicos, democratizar e aprimorar serviços e até liberar alguma sobrecarga da força de trabalho.

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As previsões mais otimistas dão conta de que essa tecnologia tem potencial para “amplificar” as habilidades humanas, na medida em que as máquinas ajudarão a processar e analisar a abundância de dados gerada a todo momento, liberando os seres humanos para se dedicar a criar e a tomar de decisões de alto nível.

Os avanços são inevitáveis. Alguns desejados, outros temidos. Comece, portanto, a se preparar para um futuro com IA e a capitalizar o potencial dessa tecnologia. Abrace a transformação digital, com a mente aberta – novas perspectivas e novas lentes para enxergar o mundo. Esteja preparado para orientar as pessoas sobre os medos que elas possam ter. Treine seus profissionais, capacitando-os a adquirir as novas competências em um ambiente de colaboração permanente e dê a eles autonomia para que se arrisquem a inovar. Ao longo de todo esse processo, é importante lembrar: neste novo mundo de aprendizado permanente, todos precisamos assumir o papel ora de alunos, ora de professores, orientadores ou mentores. Aprender, desaprender, reaprender são as palavras de ordem.

Referências:

Novo mundo. Novas competências

https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/consultoria-negocios/2019/novo-mundo-novas-competencias.html

A strategist’s guide to upskilling

https://www.strategy-business.com/feature/A-strategists-guide-to-upskilling?gko=0bb8b

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Sinopse

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Sinopse Normativa Nacional

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Edson ArisaSócio Líder de Financial Services PwC Brasil

Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC)

Em 2019, mantendo o processo permanente de revisão dos pronunciamentos, das orientações e das interpretações já emitidos, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) incluiu em audiência pública diversos documentos, os quais têm seus conteúdos resumidos nas páginas seguintes. Até a data da elaboração deste Guia, não houve emissão de novo pronunciamento técnico, nem de novas orientações e de interpretações técnicas.

Para uma visualização melhor dos documentos emitidos pelo CPC e da correlação com as normas internacionais e as homologações dadas pelos diversos órgãos reguladores, apresentamos as tabelas a seguir.

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Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Pronunciamentos, orientações e interpretações emitidos pelo CPC e homologações dos órgãos reguladores

Pronunciamentos técnicos

Homologação dos órgãos reguladores

Pronunciamento técnico Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

CPC 00 (R1)

Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro

02.12.11 15.12.11 Framework 675/11 1.374/11NBC TG Estrutura Conceitual

4.144/12 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 01 (R1)

Redução ao Valor Recuperável de Ativos

06.08.10 07.10.10 IAS 36 639/10 NBC TG 01 (R3)

3.566/08 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 02 (R2)

Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis

03.09.10 07.10.10 IAS 21 640/10 NBC TG 02 (R2)

4.524/16 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 03 (R2)

Demonstração dos Fluxos de Caixa

03.09.10 07.10.10 IAS 7 641/10 NBC TG 03 (R3)

3.604/08 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 04 (R1)

Ativo Intangível 05.11.10 02.12.10 IAS 38 644/10 NBC TG 04 (R3)

4.534/16 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 05 (R1)

Divulgação sobre Partes Relacionadas

03.09.10 07.10.10 IAS 24 642/10 NBC TG 05 (R3)

3.750/09 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 06 (R2)

Operações de Arrendamento Mercantil

06.10.17 21.12.17 IFRS 16 787/17 NBC TG 06 (R3)

CPC 07 (R1)

Subvenção e Assistência Governamentais

05.11.10 02.12.10 IAS 20 646/10 NBC TG 07 (R1)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 08 (R1)

Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários

03.12.10 16.12.10 IAS 39 649/10 1.313/10NBC TG 08

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

30.10.08 12.11.08 - 557/08 1.138/08NBC TG 09

- - 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

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Homologação dos órgãos reguladores

Pronunciamento técnico Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

CPC 10 (R1)

Pagamento Baseado em Ações 03.12.10 16.12.10 IFRS 2 650/10 NBC TG 10 (R2)

3.989/11 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 11 Contratos de Seguro 05.12.08 17.12.08 IFRS 4 563/08 NBC TG 11 (R1)

- 517/15 605/14 -

CPC 12 Ajuste a Valor Presente 05.12.08 17.12.08 - 564/08 1.151/09NBC TG 12

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 13 Adoção Inicial da Lei no 11.638/07 e da Medida Provisória no 449/08

05.12.08 17.12.08 - 565/08 1.152/09NBC TG 13

- 517/15 605/14 -

CPC 15 (R1)

Combinação de Negócios 03.06.11 04.08.11 IFRS 3 665/11 NBC TG 15 (R3)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 16 (R1)

Estoques 08.05.09 08.09.09 IAS 2 575/09 alt. 624/10

NBC TG 16 (R1)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 17 (R1)

Contratos de Construção (revogado a partir de 01.01.18)

19.10.12 08.11.12 IAS 11 691/12 1.411/12NBC TG 17

- - 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 18 (R2)

Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto

07.12.12 13.12.12 IAS 28 696/12 1.424/13NBC TG 18 (R2)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13

CPC 19 (R2)

Negócios em Conjunto 09.11.12 23.11.12 IFRS 11 694/12 NBC TG 19 (R2)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I I

CPC 20 (R1)

Custos de Empréstimos 02.09.11 20.10.11 IAS 23 672/11 1.172/09NBC TG 20 (R1)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 21 (R1)

Demonstração Intermediária 02.09.11 20.10.11 IAS 34 673/11 NBC TG 21 (R3)

- 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 22 Informações por Segmento 26.06.09 31.07.09 IFRS 8 582/09 NBC TG 22 (R2)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

26.06.09 16.09.09 IAS 8 592/09 NBC TG 23 (R1)

4.007/11 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

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Homologação dos órgãos reguladores

Pronunciamento técnico Data da aprovação

Data da divulgação

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SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

CPC 24 Evento Subsequente 17.07.09 16.09.09 IAS 10 593/09 NBC TG 24 (R1)

3.973/11 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

26.06.09 16.09.09 IAS 37 594/09 NBC TG 25 (R1)

3.823/09 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 26 (R1)

Apresentação das Demonstrações Contábeis

02.12.11 15.12.11 IAS 1 676/11 NBC TG 26 (R4)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 27 Ativo Imobilizado 26.06.09 31.07.09 IAS 16 583/09 NBC TG 27 (R3)

4.535/16 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 28 Propriedade para Investimento 26.06.09 31.07.09 IAS 40 584/09 NBC TG 28 (R3)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola

07.08.09 16.09.09 IAS 41 596/09 NBC TG 29 (R2)

- - 605/14 - -

CPC 30 (R1)

Receitas (revogado a partir de 01.01.18)

19.10.12 08.11.12 IAS 18 692/12 NBC TG 30 - 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada

17.07.09 16.09.09 IFRS 5 598/09 NBC TG 31 (R3)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 32 Tributos sobre o Lucro

17.07.09 16.09.09 IAS 12 599/09 NBC TG 32 (R3)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 33 (R1)

Benefícios a Empregados 07.12.12 13.12.12 IAS 19 695/12 NBC TG 33 (R2)

4.424/15 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 35 (R2)

Demonstrações Separadas 31.10.12 08.11.12 IAS 27 693/12 NBC TG 35 (R3)

- 517/15 605/14 - -

CPC 36 (R3)

Demonstrações Consolidadas 07.12.12 20.12.12 IFRS 10 698/12 NBC TG 36 (R3)

- 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 37 (R1)

Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade

05.11.10 02.12.10 IFRS 1 647/10 NBC TG 37 (R4)

- 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (revogado a partir de 01.01.18)

02.10.09 19.11.09 IAS 39 604/09 NBC TG 38 (R3)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

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50Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Homologação dos órgãos reguladores

Pronunciamento técnico Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação

02.10.09 19.11.09 IAS 32 604/09 NBC TG 39 (R4)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 40 (R1)

Instrumentos Financeiros: Evidenciação

01.06.12 30.08.12 IFRS 7 684/12 NBC TG 40 (R2)

- 517/15 605/14 3.847 e 3.848/12

322/13AN I

CPC 41 Resultado por Ação 08.07.10 06.08.10 IAS 33 636/10 NBC TG 41 (R1)

- 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 42 Contabilidade em Economia Hiperinflacionária

07.12.2018 21.12.2018 IAS 29 805/18 NBC TG 42 - - - - -

CPC 43 (R1)

Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 15 a 41

03.12.10 16.12.10 IFRS 1 651/10 1.315/10NBC TG 43

- 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 44 Demonstrações Combinadas 02.12.11 02.05.13 - 708/13 NBC TG 44 - - 605/14 - 322/13AN I

CPC 45 Divulgação de Participações em outras Entidades

07.12.12 13.12.12 IFRS 12 697/12 NBC TG 45 (R2)

- 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 46 Mensuração do Valor Justo 07.12.12 20.12.12 IFRS 13 699/12 NBC TG 46 (R1)

- 517/15 605/14 - 322/13AN I

CPC 47 Receita de Contrato com Cliente

04.11.16 22.12.16 IFRS 15 762/16 NBC TG 47 - - - - -

CPC 48 Instrumentos Financeiros 04.11.16 22.12.16 IFRS 9 763/16 NBC TG 48 - - - - -

CPC 49 Contabilização e Relatório Contábil de Planos de Benefícios de Aposentadoria

06.04.18 18.04.18 IAS 26 - NBC TG 49 - - - - -

CPC PME (R1)

Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas com Glossário de Termos

04.12.09 16.12.09 IFRS for SMES

- NBC TG 1000 (R1)

- - - - -

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51Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Orientações técnicas

Homologação dos órgãos reguladores

Orientação técnica Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

OCPC 01 (R1)

Entidades de Incorporação Imobiliária

05.12.08 17.12.08 - 561/08 alt. 624/10

1.154/09CTG 01

- - 605/14 - -

OCPC 02

Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008

30.01.09 30.01.09 - Ofício-Circular CVM/SNC/SEP no 01/2009

1.157/09CTG 02

- Carta-Circular DECON 001/09

605/14 3.847 e 3.848/12

-

OCPC 03

Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação (CPC 14 (R1)) (revogado a partir de 01.01.18)

02.10.09 19.11.09 - Ofício-Circular CVM/SNC/SEP no 03/2009

1.199/09CTG 03

- - 605/14 3.847 e 3.848/12

-

OCPC 04

Aplicação da Interpretação Técnica ICPC 02 às Entidades Brasileiras de Incorporação Imobiliária

03.12.10 16.12.10 - 653/10 1.317/10CTG 04

- - 605/14 - -

OCPC 05

Contratos de Concessão 03.12.10 29.12.10 - 654/10 1.318/10CTG 05

- - 605/14 3.847 e 3.848/12

-

OCPC 06

Apresentação de Informações Financeiras Pro Forma

02.12.11 02.05.13 - 709/13 CTG 06 - - - - -

OCPC 07

Evidenciação na Divulgação dos Relatórios Contábil- -Financeiros de Propósito Geral

26.09.14 11.11.14 - 727/14 CTG 07 - - - - -

OCPC 08

Reconhecimento de Determinados Ativos e Passivos nos Relatórios Contábil-Financeiros de Propósito Geral das Distribuidoras de Energia Elétrica emitidos de acordo com as Normas Brasileiras e Internacionais de Contabilidade

28.11.14 09.12.14 - 732/14 CTG 08 - - - - -

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52Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Interpretações técnicas

Homologação dos órgãos reguladores

Interpretação técnica Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

ICPC 01 (R1)

Contratos de Concessão 02.12.11 15.12.11 IFRIC 12 677/11 1.261/09ITG 01

- - 605/14 3.847 e 3.848/12

-

ICPC 02 Contrato de Construção do Setor Imobiliário (revogado a partir de 01.01.18)

04.12.09 24.12.09 IFRIC 15 612/09 1.266/09ITG 02

- - 605/14 - -

ICPC 03 Aspectos Complementares das Operações de Arrendamento Mercantil

04.12.09 24.12.09 IFRIC 4, SIC 15 e SIC 27

613/09 ITG 03 (R1) - - 605/14 - -

ICPC 06 Hedge de Investimento Líquido em Operação no Exterior (revogado a partir de 01.01.18)

04.12.09 24.12.09 IFRIC 16 616/09 1.259/09ITG 06

- 517/15 605/14 - -

ICPC 07 Distribuição de Lucros in Natura

04.12.09 04.12.09 IFRIC 17 617/09 ITG 07 (R1) - 517/15 605/14 - -

ICPC 08 (R1)

Contabilização da Proposta de Pagamento de Dividendos

01.06.12 30.08.12 - 683/12 1.398/12ITG 08

- 517/15 605/14 3.847/12 3.848/12

-

ICPC 09 (R2)

Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial

26.09.14 27.11.14 - 729/14 ITG 09 (R1) - 517/15 605/14 3.847/12 3.848/12

-

ICPC 10 Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimento dos Pronunciamentos TécnicosCPCs 27, 28, 37 e 43

04.12.09 24.12.09 - 619/09 1.263/09ITG 10

- 517/15 605/14 3.847/12 3.848/12

-

ICPC 11 Recebimento em Transferência de Ativos de Clientes (revogado a partir de 01.01.18)

04.12.09 24.12.09 IFRIC 18 620/09 1.264/09ITG 11

- 517/15 605/14 - -

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53Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Homologação dos órgãos reguladores

Interpretação técnica Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

ICPC 12 Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares

04.12.09 24.12.09 IFRIC 1 621/09 1.265/09ITG 12

- 517/15 605/14 - -

ICPC 13 Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental

08.07.10 06.08.10 IFRIC 5 637/10 ITG 13 (R1) - 517/15 605/14 - -

ICPC 14 Cotas de Cooperados em Entidades Cooperativas e Instrumentos Similares

05.11.10 - IFRIC 2 - - - - 605/14 - -

ICPC 15 Passivos Decorrentes de Participação em um Mercado Específico – Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos

08.07.10 06.08.10 IFRIC 6 638/10 1.289/10ITG 15

- - 605/14 - -

ICPC 16 Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos Patrimoniais

03.12.10 16.12.10 IFRIC 19 652/10 ITG 16 (R1) - 517/15 605/14 - -

ICPC 17 Contratos de Concessão: Evidenciação

02.12.11 15.12.11 SIC 29 677/11 1.375/11ITG 17

- 517/15 605/14 3.847/12 3.848/12

-

ICPC 18 Custos de Remoção de Estéril (Stripping) de Mina de Superfície na Fase de Produção

01.02.13 19.09.13 IFRIC 20 714/113 ITG 18 - - - - -

ICPC 19 Tributos 26.09.14 27.11.14 IFRIC 21 730/14 ITG 19 - - - - -

ICPC 20 Limite de Ativo de Benefício Definido, Requisitos de Custeio (Funding) Mínimo e sua Interação

26.09.14 27.11.14 IFRIC 14 731/14 ITG 20 - - - - -

ICPC 21 Transação em Moeda Estrangeira e Adiantamento

07.07.17 21.12.17 IFRIC 22 786/17 ITG 21 - - - - -

ICPC 22 Incerteza sobre Tratamento de Tributos sobre o Lucro

07.12.18 21.12.18 IFRIC 23 804/18 ITG 22 - - - - -

ICPC 23 Aplicação da Abordagem de Atualização Monetária Prevista no CPC 42

07.12.18 21.12.18 IFRIC 7 806/18 ITG 23 - - - - -

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54Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Revisões técnicas

Homologação dos órgãos reguladores

Revisão técnica Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

Revisão 01

Revisão de Interpretações Técnicas

06.12.13 17.12.13 - 717/13 - - 517/15 - - -

Revisão 01

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

08.01.10 28.01.10 - 624/10 1.273/10 - 517/15 - - -

Revisão 02

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

08.04.11 27.04.11 - - - - 517/15 - - -

Revisão 03

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

06.12.13 17.12.13 - 718/13 - - 517/15 - - -

Revisão 04

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

14.03.14 14.08.14 - 723/14 - - 517/15 - - -

Revisão 05

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

14.03.14 14.08.14 - 724/14 - - - - - -

Revisão 06

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

26.09.14 27.11.14 - 728/14 - - - - -

Revisão 07

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

22.12.14 23.12.14 - 733/14 - - - - - -

Revisão 08

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

07.08.15 05.11.15 - 739/15 - - - - - -

Revisão 09

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

04.08.16 22.12.16 - 760/16 - - - - - -

Revisão 10

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

04.08.16 22.12.16 - 761/16 - - - - - -

Revisão 11

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

02.09.16 28.10.16 - - NBC TG 1000 (R1)

- - - - -

Revisão 12

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

01.12.17 21.12.17 - 788/17 - - - - - -

Revisão 13

Revisão de Pronunciamentos Técnicos

05.10.18 01.11.18 - 802/18 Revisão NBC 01

- - - - -

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55Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Audiências públicas CPC

Homologação dos órgãos reguladores

Audiências públicas CPC Data da aprovação

Data da divulgação

IASB CVM Deliberação

CFCResolução

BacenResolução CMN

SusepCircular

AneelDespacho

ANTTComunicado

ANSResolução normativa

Edital de audiência 04/2018

Revisão de pronunciamentos técnicos CPC nº 14

28/12/2018 28/01/2019 - - - - - - - -

Edital de audiência 01/2019

Pronunciamento técnico CPC 50 – Contratos de seguro

22/04/2019 22/06/2019 - - - - - - - -

Edital de audiência 02/2019

Revisão do pronunciamento técnico CPC 00 – Estrutura conceitual do relatório financeiro

29/08/2019 28/10/2019 - - - - - - - -

Edital de audiência 03/2019

Revisão de pronunciamentos técnicos CPC nº 14

29/08/2019 28/10/2019 - - - - - - - -

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56Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Pronunciamentos, Interpretações e Orientações

Nesta seção, damos sequência ao trabalho efetuado desde a emissão do Guia de Demonstrações Financeiras de 2018/2019, em que elencamos tanto os novos normativos como as revisões efetuadas pelo CPC em pronunciamentos, interpretações e orientações já emitidos, sem a pretensão de ser a referência única para identificar as alterações realizadas nos pronunciamentos e seus impactos.

No ano de 2019, não foi emitido nenhum novo Pronunciamento Técnico, mas passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2019 o CPC 06 (R2) – Operações de Arrendamento Mercantil, correlato ao IFRS 16 – Leases.

Também passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2019 a Interpretação Técnica ICPC 22 - Incerteza sobre Tratamento de Tributos sobre o Lucro, correlato ao IFRIC 23 - Uncertainty over Income Tax Treatment.

Informações adicionais sobre esse pronunciamento e essa interpretação podem ser obtidas na seção Sinopse Normativa Internacional – IASB.

A leitura deste Guia de Demonstrações Financeiras não substitui a leitura dos pronunciamentos, interpretações e orientações.

Audiências públicas

Durante o ano de 2019, foram conduzidas três audiências públicas e encerradas outras quatro pelo CPC, a saber:

Edital de Audiência Pública nº 04/2018 – Revisão de Pronunciamentos Técnicos CPC nº 14 – encerrada em 28/01/2019.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) ofereceu à Audiência Pública a revisão de pronunciamentos técnicos visando adequar o termo usado no título do Pronunciamento Técnico CPC 06, até então denominado “Operações de Arrendamento Mercantil”, para “Arrendamentos”. O objetivo foi adaptar melhor o uso do termo à realidade desse tipo de operação do Brasil. No idioma inglês, também houve alteração de “Leasing” para “Leases”.

Inclusão da seguinte nota: O termo “arrendamento” adotado neste pronunciamento corresponde à tradução do termo ‘leases’ na língua inglesa e pode abranger contratos (mas não se limita a) de arrendamento, aluguel, locação e outros contratos que conferem à entidade que reporta o direito de uso de um ativo em troca de uma contraprestação.

Para o CPC, as alterações propostas auxiliarão os preparadores e usuários da informação contábil a compreender o alcance e a aplicação das mudanças oriundas do CPC 06 (R2), que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2019.

Apesar de já encerrada esta Audiência Pública e do CPC 06 (R2) já estar em vigor desde 1º de janeiro de 2019, o nome do mesmo ainda não foi alterado, permanecendo como Operações de Arrendamento Mercantil.

Edital de Audiência Pública nº 01/2019 – Pronunciamento Técnico CPC 50 – Contratos de Seguro – encerrada em 22/06/2019.

Apresentou a minuta do Pronunciamento Técnico CPC 50 – Contratos de Seguro (correspondente ao IFRS 17 – Insurance

Contracts), que substituirá a norma atualmente vigente sobre Contratos de Seguro (CPC 11, correspondente ao IFRS 4 – Insurance Contracts), após um longo processo de revisão da norma internacional realizado pelo IASB. O objetivo do CPC 50 – Contratos de Seguros é assegurar que uma entidade forneça informações relevantes, que representem de forma fidedigna a essência desses contratos, por meio de um modelo de contabilidade consistente. Essas informações fornecem uma base para os usuários das demonstrações contábeis avaliarem o efeito que os contratos de seguros têm na posição financeira, no desempenho financeiro e nos fluxos de caixa da entidade.

O IFRS 17 foi emitido pelo IASB – International Accounting Standard Board, em maio de 2017, e é aplicável aos períodos de relatório anuais com início em ou após 1º de janeiro de 2021.

Informações adicionais sobre essa norma podem ser obtidas na seção Sinopse Normativa Internacional – IASB, no item 1.2 – Tópicos cujas normas e interpretações serão aplicáveis para os exercícios iniciados em ou a partir de 2020.

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Edital de Audiência Pública nº 02/2019 - Revisão de Pronunciamentos Técnicos CPC 00 – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro – encerrada em 28/10/2019.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) submeteram à Audiência Pública Conjunta a Minuta do Pronunciamento Técnico 00 (R2).

A revisão estabelece alterações no CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual, emitido em 2011, com destaque para:

• o objetivo do relatório financeiro;

• as características qualitativas da informação financeira útil;

• a descrição da entidade que relata e seu limite;

• definições de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas;

• critérios para a inclusão de ativos e passivos nas demonstrações contábeis (reconhecimento) e orientação sobre quando removê-los (desreconhecimento);

• bases de mensuração e orientação sobre quando usá-las;

• conceitos e orientações sobre apresentação e divulgação.

Segundo o CPC, as alterações propostas auxiliarão os preparadores e usuários da informação contábil a entender melhor o alcance das mudanças oriundas da aplicação do CPC 00 (Estrutura Conceitual corresponde ao Conceptual Framework em IFRS).

Para fins dos IFRS, as alterações da Estrutura Conceitual (Conceptual Framework) entram em vigor em 1º de janeiro de 2020.

Informações adicionais sobre esse pronunciamento podem ser obtidas na seção Sinopse Normativa Internacional – IASB, no item 1.2 – Tópicos cujas normas e interpretações serão aplicáveis para os exercícios iniciados em ou a partir de 2020.

Edital de Audiência Pública nº 03/2019 – Revisão de Pronunciamentos Técnicos CPC nº 14 – encerrada em 28/10/2019.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) oferecem à Audiência Pública Conjunta a Minuta de Revisão de Pronunciamentos Técnicos n.º 14.

Esta revisão estabelece alterações em diversos Pronunciamentos, Interpretações e Orientação Técnicos em decorrência da edição do CPC 00 (Estrutura Conceitual), da alteração na definição de combinação de negócios no CPC 15, da alteração da definição de omissão material ou divulgação distorcida material e da alteração da denominação do CPC 06 (R2) para Arrendamentos.

A alteração da denominação do Pronunciamento Técnico CPC 06, até então denominado “Operações de Arrendamento Mercantil” para “Arrendamentos”, visa adequar o termo à realidade desse tipo de operação do Brasil, haja vista que o termo no idioma inglês também foi alterado de “Leasing” para “Leases”.

Visando ainda poder enfatizar que as profundas alterações introduzidas no Pronunciamento Técnico CPC 06, na sua versão revisada (R2), como reflexo da edição pelo IASB do IFRS 16 (Leases), tornaram mais abrangente o alcance do Pronunciamento, o CPC propõe também a inclusão da seguinte nota de rodapé:

O termo “arrendamento” adotado neste pronunciamento corresponde à tradução do termo ‘leases’ na língua inglesa e pode abranger contratos (mas não se limita a) de arrendamento, aluguel, locação e outros contratos que conferem à entidade que reporta o direito de uso de um ativo em troca de uma contraprestação

A vigência das alterações propostas pelo CPC será dada pelos órgãos reguladores que a aprovarem. As normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB (denominadas IFRS) estabelecem que as alterações equivalentes as que estão sendo propostas pelo CPC devem ser adotadas a partir de 1º de janeiro de 2020.

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Valdir CoscodaiSócio Líder de Risk & Quality PwC Brasil

Conselho Federal de Contabilidade (CFC)Uma das funções do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é emitir legislação sobre a profissão contábil, que estabelece os conceitos, regras e procedimentos de auditoria e contabilidade (normas técnicas), bem como regula o exercício profissional em si (normas profissionais). A seguir, apresentamos as principais normas técnicas e profissionais emitidas pelo CFC em 2019.

Normas profissionais – Contabilidade

Destacamos a NBC PG 01, publicada em fevereiro de 2019 e em vigor a partir de 1º de junho de 2019, que aprovou o novo Código de Ética Profissional do Contador (CEPC), em substituição à Resolução CFC nº 803/96. A norma tem por objetivo fixar a conduta do contador, quando no exercício da sua atividade e nos assuntos relacionados à profissão e à classe.

Assim como as normas de auditoria, o CEPC é convergente aos padrões da International Federation of Accountants (IFAC). O código aborda conceitos revisados para adequação à nova realidade do contador e incluiu orientações que não constavam no código anterior, como conflito de interesses, conteúdo de propostas e publicidade dos serviços.

Normas técnicas – Auditoria

Sobre os aspectos de auditoria regulamentados pelo CFC, em fevereiro de 2019, foi dada nova redação à NBC TA 250, que dispõe sobre considerações de leis e regulamentos na auditoria de demonstrações contábeis. Além disso, os seguintes comunicados foram aprovados em 2019:

• CTA 27 – Relatórios sobre as Demonstrações Contábeis de Entidade de Incorporação Imobiliária (fevereiro)

• CTA 25 (R1) – Emissão do Novo Modelo de Relatório do Auditor Independente (abril)

• CTR 04 – Relatório de Revisão sobre as Informações Trimestrais (ITR) elaboradas por Entidade de Incorporação Imobiliária (maio)

• CTR 01 (R1) – Emissão de Relatório de Revisão das Informações Trimestrais (ITR) (agosto)

Esses comunicados são equivalentes a comunicados técnicos emitidos pelo Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes. Mais detalhes estão apresentados na Sinopse Normativa do Ibracon.

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Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Christiano SantosSócio de Accounting & Consulting Services PwC Brasil

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Apresentamos a seguir, pela relevância dos assuntos, a sinopse de normas selecionadas que foram aprovadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde a emissão do nosso Guia de Demonstrações Financeiras de 2018 até a data de preparação desta publicação.

Instruções

Instrução CVM no 603, de 31 de outubro de 2018 – Altera dispositivos das Instruções CVM no 414 e 600

A norma altera a Instrução CVM nº 414 e diz que a oferta pública de distribuição de CRI depende de prévio registro na CVM, exceto nos casos em que há dispensa de registro prevista em regulamentação específica. Fica dispensada a participação de instituição intermediária nas ofertas públicas para captação de até R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais), desde que atendidos os critérios previstos na ICVM nº 414.

Por consequência, a norma também altera a ICVM nº 600 com relação às vedações à companhia securitizadora.

Instrução CVM no 604, de 13 de dezembro de 2018 – Alterações em instruções da CVM decorrentes do Projeto Estratégico de Redução de Custos de Observância

Esta instrução trata de alterações em diversas instruções em função da implementação da primeira fase do Projeto Estratégico de Redução de Custos de Observância, que tem como propósito apresentar o caminho a ser percorrido pela CVM para reduzir progressivamente o custo de observância entre os participantes do mercado de capitais.

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Instrução CVM no 605, de 25 de janeiro de 2019 – Alterações nas Instruções CVM nº 476, 521 e 555.

Esta norma traz as seguintes modificações nas ICVM:

nº 476 – Alteração para permitir que apenas CRI e CRA emitidos por companhias securitizadoras que sejam registradas como companhias abertas na CVM possam ser objeto de oferta com esforços restritos;

nº 555 – Inclusão do art. 92, que trata das normas de conduta dos administradores e gestores, no rol de infrações grave;

nº 521 – As inclusões de novas hipóteses de infração grave no art. 33 abarcam o art. 10, que trata da adoção de providências para evitar declarações falsas e a indução dos usuários a erros nas classificações de risco de crédito emitidas, e o art. 15, que impõe que os relatórios de classificação de risco devem observar os procedimentos e metodologias adotados pela agência.

Instrução CVM no 606, de 25 de março de 2019 – Alterações na Instrução CVM nº 555 para inclusão de dispositivos relativos aos fundos de investimentos previstos no artigo 3º na Lei nº 12.431 – Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura – FI-Infra.

Os Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura – FI-Infra passam a ser regidos pela ICVM nº 555/2014, com ajustes entendidos pela CVM como necessários para acomodar algumas peculiaridades oriundas da Lei nº 12.431/2011, que contém, por exemplo, limites de aplicação em determinados ativos como exigência para a obtenção de benefício tributário por seus cotistas.

Instrução CVM nº 607, de 17 de junho de 2019 – Dispõe sobre o rito dos procedimentos relativos à atuação sancionadora no âmbito da CVM

A Lei nº 13.506/2017 trouxe uma série de aprimoramentos no âmbito do processo administrativo sancionador, como o aumento do limite máximo da penalidade de multa, a previsão expressa da possibilidade de substituição do processo administrativo sancionador por outros meios de supervisão e a introdução do acordo

administrativo em processo de supervisão. Tais mudanças reforçam o conjunto de instrumentos regulatórios que podem ser utilizados pela CVM no exercício de sua função de supervisão e sanção do mercado de valores mobiliários.

Instrução CVM nº 608 e 609, de 25 de junho de 2019 – Dispõem sobre multas cominatórias e revoga a Instrução CVM nº 452

Leva em consideração os novos limites estabelecidos pela Lei nº 13.506, de 13 de novembro de 2017, para o valor máximo da multa cominatória que pode ser fixada pela CVM com base no § 11 do art. 11 da Lei nº 6.385, de 1976, e propõe a revisão dos valores aplicáveis às multas ordinárias e extraordinárias impostas pela autarquia às pessoas que, respectivamente, deixem de prestar informações periódicas ou eventuais exigidas em atos normativos ou que deixem de cumprir ordens específicas emitidas pela CVM.

Instrução CVM nº 610, de 5 de agosto de 2019 – Altera dispositivos da Instrução CVM nº 497, que dispõe sobre a atividade de agente autônomo de investimento

Altera o modelo de autorregulação aplicável aos agentes autônomos de investimento, instituído na Instrução CVM nº 497/2011, a fim de restringir a função das entidades credenciadoras ao credenciamento desses participantes, deixando as atividades de supervisão, fiscalização e sanção, no âmbito da autorregulação de que se trata, somente a cargo das entidades administradoras de mercados organizados, sem prejuízo da competência da CVM.

Instrução CVM nº 611, de 15 de agosto de 2019 – Altera a Instrução CVM nº 308

Permite que o prazo para prestação de serviços de auditoria independente pela mesma firma possa ser de dez anos consecutivos, ainda que o Comitê de Auditoria Estatutário (CAE) seja instalado (e esteja em pleno funcionamento) até a data de encerramento do terceiro exercício social a contar da contratação do auditor independente.

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Instrução CVM nº 612, de 21 de agosto de 2019 – Altera, acrescenta e revoga dispositivos da Instrução CVM nº 505

A principal alteração consiste na introdução de dispositivos que visam aprimorar os mecanismos de controles internos dos intermediários no que se refere a eventos que envolvam dois grupos de fatores de riscos operacionais: o risco de eventos de qualquer natureza que possam provocar a parada da execução de suas atividades, em decorrência da interrupção de seus processos críticos, e o risco de falhas relacionadas à segurança da informação associadas aos processos, sistemas e infraestrutura de tecnologia da informação.

Instrução CVM nº 613, de 21 de agosto de 2019 – Altera a Instrução CVM nº 607

A alteração estabelece que o valor máximo da pena de que trata o art. 61, I, e o valor máximo da pena-base pecuniária, de que trata o Anexo 63, assim como os procedimentos de que tratam os artigos 62, 63, 65, 66 e 67 desta instrução, não são aplicáveis às infrações praticadas antes da entrada em vigor da Lei nº 13.506, que permanecem sujeitas ao limite de pena pecuniária então vigente.

Instrução CVM nº 614, de 3 de setembro de 2019 - Altera dispositivos da Instrução CVM nº 481

Altera o anexo 21-F relativo ao conteúdo do boletim de voto a distância.

Instrução CVM nº 615, de 2 de outubro de 2019 – Altera dispositivos de diversas instruções CVM relativas aos fundos

Esta norma altera a seção de constituição de diversos tipos de fundos, mais especificamente, a formalização do ato de constituição.

Daniela TerukoGerente de Auditoria da PwC Brasil

Carolina BarrancoGerente Sênior de Capital Markets & Accounting Advisory Services PwC Brasil

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Deliberações CVM

Deliberação CVM nº 804, de 27 de novembro de 2018

Aprova e torna obrigatória para as companhias abertas a Interpretação Técnica ICPC 22 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da incerteza sobre o tratamento de tributos sobre o lucro.

Deliberação CVM nº 805, de 27 de dezembro de 2018

Aprova e torna obrigatório para as companhias abertas o Pronunciamento Técnico CPC 42 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da contabilidade em economia hiperinflacionária.

Deliberação CVM nº 806, de 27 de dezembro de 2018

Aprova e torna obrigatória para as companhias abertas a Interpretação Técnica ICPC 23 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da aplicação da abordagem de atualização monetária prevista no Pronunciamento Técnico CPC 42.

Deliberação CVM nº 809, de 19 de fevereiro de 2019

Estabelece dispensa com relação ao período de vedação previsto nas ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários registradas e estabelece temporariamente a possibilidade de análise reservada de pedidos de registros de ofertas públicas de distribuição de ações e de emissores de valores mobiliários admitidos à negociação.

Deliberação CVM nº 814, de 3 de abril de 2019

Altera a Deliberação CVM nº 558, de 12 de novembro de 2008, e estabelece que o nome do relator sorteado será excluído dos sorteios seguintes, até que todos os membros do Colegiado tenham sido contemplados em iguais condições.

Deliberação CVM nº 817, de 18 de abril de 2019

Revoga integralmente a Deliberação CVM nº 559, de 19 de novembro de 2008, que delegava competência à Superintendência de Relações com Empresas para manifestar a opinião da CVM sobre o reconhecimento de situações em que não se justifica a sua atuação para exigir o cumprimento de determinados requisitos no âmbito de operações de reestruturação societária, nos casos em que especifica.

Deliberação CVM nº 818, de 30 de abril de 2019

Dispensa a necessidade de aprovação prévia pela CVM de material publicitário utilizado em oferta pública registrada de distribuição de valores imobiliários.

Deliberação CVM nº 819, de 25 de junho de 2019

Altera a Deliberação CVM nº 463, de 25 de julho de 2003, que estabelece procedimentos a serem seguidos nos recursos ao Colegiado de decisões dos superintendentes da CVM.

Deliberação CVM nº 829, de 27 de setembro de 2019

Dispõe sobre a realização, pelas companhias abertas, das publicações ordenadas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, de acordo com a nova redação dada ao art. 289 pela Medida Provisória nº 892, de 5 de agosto de 2019.

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Ofícios-circulares

Ofício-Circular nº 3/2018/CVM/SRE, de 9 de novembro de 2018

Orienta sobre o novo Sistema Cadastro de Agentes Fiduciários (SCAF) e o prazo para apresentação das informações cadastrais atualizadas por intermédio dele.

Ofício-Circular nº 3/2018/CVM/SMI/SIN, de 28 de novembro de 2018

Informa que o contrato celebrado entre o intermediário brasileiro e o intermediário estrangeiro deve contemplar a obrigação do intermediário estrangeiro em apresentar ao intermediário brasileiro as informações cadastrais devidamente atualizadas, capazes de suprir as exigências presentes na regulamentação da CVM que dispõe sobre o cadastro de clientes no âmbito do mercado de valores mobiliários, mais especificamente, a Instrução CVM nº 301/99 (ICVM 301).

Ofício-Circular nº 12/2018/CVM/SIN, de 30 de novembro de 2018

Reforça a obrigatoriedade de segregação entre as atividades de administração ou gestão de carteiras e outras atividades exercidas pela pessoa jurídica, que possam originar conflitos de interesse. Tal segregação também deve se refletir (1) no modelo de negócios da gestora, para que não se evidencie qualquer favorecimento a intermediários do grupo a que a gestora ou administradora pertence; e (2) na estrutura organizacional da pessoa jurídica, para que, até mesmo em relação a alçadas, gestão, processos decisórios e linhas de reporte, não persista qualquer nível indevido de confusão entre as duas atividades.

Ofício Circular Conjunto nº 2/2018/CVM/SIN/SPREV, de 3 de dezembro de 2018

Altera a Resolução CMN nº 3.922 e introduz, entre outros pontos, critérios relacionados aos prestadores de serviço que podem administrar ou gerir fundos de investimento nos quais os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) podem aplicar seus recursos.

Ofício-Circular CVM/SNC/SEP nº 02/2018, de 12 de dezembro de 2018

Trata de registros contábeis referentes ao reconhecimento de receita nos contratos de compra e venda de unidade imobiliária não concluída nas companhias abertas brasileiras do setor de incorporação imobiliária. Eles devem ser observados na elaboração das Demonstrações Financeiras para o exercício social encerrado em 31/12/2018.

Ofício-Circular nº 4/2018/CVM/SMI, de 14 de dezembro de 2018

Orientação aos agentes autônomos de investimentos (AAI) e as instituições que os contratam sobre obrigações relacionadas às atividades dos agentes autônomos de investimentos.

Ofício-Circular nº 10/2018/CVM/SEP, de 17 de dezembro de 2018

A nova funcionalidade do Sistema Empresas NET será aplicável para informar as movimentações realizadas com os valores mobiliários de emissão da companhia e derivativos a eles referenciados. Tais movimentações estão sujeitas à aplicação da Instrução CVM nº 358/02.

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Ofício Circular Conjunto nº 1/2018/CVM/SIN/SOI, de 17 de dezembro de 2018

Altera a periodicidade de envio do informe de Fundos 157 no âmbito do Projeto Estratégico de Custos de Observância.

Ofício Circular Conjunto nº 1/2019/CVM/SEP/SIN/SMI/SNC/SRE, de 8 de janeiro de 2019

Faz referência ao comunicado realizado pela CVM em 7/1/2019 sobre o lançamento da ferramenta de Protocolo Digital, uma nova funcionalidade inserida no contexto da Plataforma de Cidadania Digital, com o objetivo de conferir maior automação dos fluxos de documentos.

Ofício Circular Conjunto nº 1/2019/CVM/SIN/SMI, de 10 de janeiro de 2019

Aprovou e publicou comunicados que relacionam países e jurisdições com deficiências estratégicas na prevenção à lavagem de dinheiro e no combate ao financiamento do terrorismo.

Ofício-Circular CVM/SNC/SEP nº 01/2019, de 11 de janeiro de 2019

Orienta quanto a aspectos relevantes a serem observados na elaboração das demonstrações financeiras para o exercício social encerrado em 31/12/2018, em que foram incluídos dois novos temas: “Aspectos dos Contratos de Leasing – IFRS 16” e “ICMS base de cálculo PIS e Cofins”.

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Patrícia AgostinetoDiretora de Accounting & Consulting Services PwC Brasil

Ibracon − Instituto dos Auditores Independentes do Brasil Com o objetivo de orientar os auditores independentes na emissão de relatórios de auditoria e revisão de demonstrações contábeis, o Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) emitiu, em 2019, os Comunicados Técnicos (CT) no 1/2017 (R1) e no 08/2011 (R4), sobre os quais discorremos a seguir.

Orientação aos auditores independentes para a emissão do novo modelo de relatório do auditor independente – CT no 01/2017 (R1)

Em 2017, o Ibracon emitiu o CT no 01/2017, aplicável aos relatórios de auditoria emitidos sobre as demonstrações contábeis referentes aos exercícios ou períodos findos em, ou após, 31 de dezembro de 2016, em conexão com a aplicação das normas de auditoria decorrentes da adoção do “Novo Relatório do Auditor Independente” à época.

Em abril de 2019, o Ibracon emitiu a versão revisada desse comunicado, aprovado pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade) por meio do CTA 25 (R1), incluindo orientações quanto aos reflexos do relatório da administração e da apresentação dos principais assuntos de auditoria (PAAs) nos relatórios de auditoria de entidade regulada ou supervisionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Houve também a inclusão de anexos com modelos de relatórios nos casos em que há impossibilidade de atendimento simultâneo das duas estruturas de relatório financeiro – práticas contábeis adotadas no Brasil e normas internacionais de relatório financeiro (IFRS); de relatório de abstenção parcial e de relatório aplicável a entidades não listadas com títulos emitidos nos termos da Instrução CVM nº 476/2009.

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Orientação aos auditores independentes para emissão de relatórios de revisão sobre as Informações Trimestrais (ITR) elaboradas por entidades de incorporação imobiliária – CT no 02/2019

Em maio de 2019, o Ibracon emitiu o CT nº 02/2019, aprovado pelo CFC por meio do CTR 04, com o objetivo de orientar os auditores independentes na emissão de relatórios de revisão sobre Informações Trimestrais (ITR) elaboradas por entidades de incorporação imobiliária registradas na CVM, para os trimestres encerrados após 31 de dezembro de 2018, em linha com os requerimentos do Ofício-Circular/CVM/SNC/SEP nº 02/2018.

Por meio desse documento, a CVM determinou que fosse mantida a prática contábil de reconhecimento de receita ao longo do tempo para determinados contratos de incorporação imobiliária residencial no Brasil, em resposta às discussões sobre o impacto do Pronunciamento Técnico CPC 47 – Receita de contrato com cliente (IFRS 15 – Revenue from Contracts

with Customers), em empresas brasileiras desse segmento. No referido ofício-circular, a CVM requer uma afirmação na nota explicativa de base de elaboração das demonstrações financeiras de que os aspectos relacionados à transferência de controle na venda de unidades imobiliárias seguem o entendimento da administração da companhia quanto à aplicação do CPC 47, alinhado com aquele manifestado pela CVM.

O Ibracon entende que as entidades de incorporação imobiliária no Brasil que elaborarem suas ITR de acordo com a base de elaboração contida no Ofício-Circular/CVM/SNC/SEP nº 01/2018, se adequadamente divulgadas, não precisarão modificar a conclusão do auditor no relatório de revisão trimestral dessas entidades. O órgão ainda requer a inclusão de um parágrafo de ênfase chamando a atenção sobre a base de elaboração utilizada na ITR.

O referido CT deve ser lido em conjunto com o CT 01/2019, aprovado pelo CFC por meio do CTA 27, que aborda o assunto em questão para a emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações financeiras encerradas em, ou após, 31 de dezembro de 2018.

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Orientação aos auditores independentes para emissão de relatórios de revisão sobre as Informações Trimestrais – ITR– CT no 08/2011 (R4)

Em agosto de 2019, o Ibracon emitiu o CT nº 08/2011 (R4), aprovado pelo CFC por meio do CTR 01 (R1), que dá nova redação ao CT nº 08/2011 (R3), com orientação aos auditores independentes para emissão de relatórios de revisão sobre as Informações Trimestrais (ITR).

A principal alteração refere-se ao texto do parágrafo de “Outros Assuntos” sobre a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), para alinhamento ao texto sobre a DVA utilizado nos modelos de relatórios de auditoria anual constantes no CT nº 01/2017 (R1).

Outra alteração refere-se à exclusão de questões relacionadas a entidades de incorporação imobiliária, em virtude da emissão do CT nº 02/2019, em maio de 2019, com orientações específicas para a emissão de relatórios de revisão sobre ITR de tais entidades.

A íntegra desses e dos demais comunicados emitidos em 2019 está disponível no site do Ibracon (www.ibracon.com.br).

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Marco CastroSócio Líder de Auditoria PwC Brasil

Banco Central do Brasil - BACEN

Ao longo de 2019 o Banco Central do Brasil (BACEN) realizou algumas consultas públicas sobre temas relevantes e de interesse para o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional, com o objetivo de receber sugestões e manifestações do público em geral, antes da tomada de decisões e da implementação de medidas regulatórias por parte do BACEN.

A seguir destacamos as principais discussões que ocorreram durante o ano e que visam uma maior aproximação da regulação contábil aplicável ao Sistema Financeiro Nacional com as melhores práticas reconhecidas internacionalmente, especificamente os padrões estabelecidos pelo International Accounting Standards Board (IASB).

Edital de Consulta Pública nº 71/2019, de 04 de setembro de 2019 (data final da consulta 31/10/2019): Divulga proposta de resolução que dispõe sobre os critérios para mensuração, reconhecimento e evidenciação contábeis de investimentos em participações em coligadas, controladas e controladas em conjunto, no País ou no exterior, por instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

A proposta consiste na incorporação ao Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif) os preceitos das normas internacionais de contabilidade, ou seja, IAS 28 - Investments in Associates and Joint Ventures, IFRS 3 - Business Combinations e IFRS 12 - Disclosure of Interests in Other Entities. Além disso, a proposta normativa detalha os procedimentos para o reconhecimento das operações de incorporação, fusão e cisão, inclusive com tratamento específico para operações envolvendo cooperativas de crédito. O edital não abrange as administradoras de consórcio e instituições de pagamento.

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Sumariamos a seguir os principais itens da proposta que prevê uma segregação das operações de aquisição de participações ocorridas entre:

i. Partes Independentes ii. Entidades do Mesmo Grupo

Econômico

Partes Independentes

As aquisições de participações em coligadas, controladas e controladas em conjunto cujo vendedor seja independente da instituição adquirente devem ser reconhecidas, inicialmente, pelo valor de aquisição, segregando-se os seguintes itens:

• valor justo dos ativos identificáveis, deduzido do valor justo dos passivos assumidos na investida na data da aquisição, calculado com base na proporção da participação adquirida do capital da investida sobre o valor do patrimônio líquido dessa investida naquela data, limitado ao valor de aquisição; e

• ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), se houver, e subsequentemente deve ser amortizado, em contrapartida ao resultado do período, de acordo com o prazo definido em estudo técnico para realização dos benefícios econômicos futuros que fundamentaram seu reconhecimento.

O valor justo deve ser segregado e classificado de acordo com os seguintes fundamentos econômicos, comprovados por documentação que demonstre:

i. valor contábil do patrimônio líquido da investida na data da aquisição, apurado segundo o método de equivalência patrimonial e subsequentemente, com os ajustes registrados em contrapartida ao resultado do período e em conta destacada do patrimônio líquido, respectivamente, de acordo com os registros realizados pela investida;

ii. diferença positiva entre o valor justo e o valor contábil de ativos e passivos da investida na data da aquisição, se houver, e subsequentemente, apropriado como despesa, proporcionalmente à baixa integral ou parcial, depreciação, amortização ou redução ao valor recuperável; e

iii. ativos e passivos identificáveis e mensuráveis com confiabilidade, não registrados na contabilidade da investida na data da aquisição, se houver, e subsequentemente, devem ser ajustados de acordo com a regulamentação específica para mensuração desses itens.

O valor de eventual diferença positiva entre o valor de aquisição e o valor apurado pelo método de equivalência patrimonial, que não tenha fundamento econômico em benefícios futuros deve ser reconhecido imediatamente no resultado do período como despesa não operacional.

O valor de aquisição deve considerar, além do valor justo dos ativos transferidos pela adquirente, todas as outras contraprestações, inclusive passivos incorridos pela adquirente devidos aos antigos proprietários da adquirida e participações patrimoniais emitidas pela adquirente, assim como eventuais ajustes realizados após a data de aquisição já previstos na negociação.

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As participações já detidas pela instituição adquirente somente devem ser reavaliadas no caso de aquisição de controle em etapas, no momento da aquisição de controle. O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) eventualmente resultante de aquisição de nova participação em entidade da qual a investidora detenha o controle deve ser registrado em conta destacada do patrimônio líquido da investidora, pelo valor líquido dos efeitos tributários.

A avaliação a valor justo dos ativos identificáveis e dos passivos assumidos devem ser objeto de asseguração realizada por auditor independente.

Entidades do Mesmo Grupo Econômico

As aquisições de participações em coligadas, controladas e controladas em conjunto cujo vendedor faça parte do mesmo grupo econômico da instituição adquirente devem ser reconhecidas, inicialmente, pelo valor contábil do patrimônio líquido da investida na data da aquisição, apurado segundo o método de equivalência patrimonial. O valor de eventual diferença entre o valor de aquisição e o valor contábil do patrimônio líquido apurado deve ser reconhecido no resultado do período, como despesa ou receita não operacional.

Avaliação pelo método da equivalência patrimonial

Na determinação da equivalência patrimonial, o valor do investimento deve ser calculado mediante a aplicação da porcentagem de participação no capital da investida sobre o valor do patrimônio líquido dessa investida na data-base, depois de efetuados os ajustes necessários para eliminar os efeitos decorrente de:

• integralizações parciais de aumentos de capital;

• diversidade de critérios contábeis em relação aos previsto na regulamentação contábil vigente aplicável às instituições financeiras e demais instituição autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

• exclusão do patrimônio líquido da investida de resultados não realizados, decorrentes de negócios efetuados com a investidora, e de negócios com outras coligadas, controladas e controladas em conjunto; e

• exclusão de eventuais participações recíprocas admitidas pela regulamentação vigente.

Após esses ajustes, as instituições devem avaliar se há evidências objetivas de redução do valor recuperável do valor contábil da participação societária, sendo que, eventual perda deve ser alocada nas controladas, primeiramente ao valor do ágio por expectativa de rentabilidade futura e após, ao valor contábil da participação societária. Essa é diretamente afetada no caso de investimentos em coligadas e controladas em conjunto.

Os passivos contingentes assumidos na aquisição do investimento, devem ser avaliados pelo maior valor entre o valor justo na data da aquisição da participação e o valor apurado segundo a regulamentação específica aplicável ao reconhecimento e mensuração de passivos contingentes e provisões.

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Se a participação da instituição investidora nos prejuízos da investida superar o valor contábil do investimento, a instituição deve alocar o valor de sua parcela nos prejuízos da investida que exceder o valor contábil da sua participação aos demais itens que compõem o investimento líquido de acordo com a prioridade definida para sua liquidação. Caso supere o valor do investimento líquido, a instituição deve reconhecer um passivo, exceto se comprovar a ausência de obrigações perante terceiros. A instituição somente deve voltar a reconhecer a sua parcela no resultado da investida caso essa parcela exceda as perdas não reconhecidas.

No momento em que a entidade investida deixe de se caracterizar como coligada, controlada ou controlada em conjunto, a instituição investidora deve classificar, mensurar, reconhecer e evidenciar os investimentos em participações nessa entidade de acordo com a regulamentação contábil específica aplicável a instrumentos financeiros.

Priscila Fernandes Gerente Sênior do Accounting & Consulting Services PwC Brasil

Edital de Consulta Pública nº 70/2019, de 17 de janeiro de 2019: Divulga proposta de circular que dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terrorismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.

A proposta traz aprimoramentos mais abrangentes em relação à regulamentação em vigor, visando aumentar a eficiência e a efetividade dos procedimentos e dos controles voltados à prevenção à lavagem de dinheiro no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. Também é considerada mais enfática na abordagem com base no risco, levando em conta a experiência na aplicação das normas em vigor, bem como as discussões sobre a matéria, tanto no âmbito interno, especialmente por meio da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, quanto no âmbito externo, notadamente no Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi).

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A proposta de norma prevê a obrigatoriedade de implementação de política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e determina o conteúdo mínimo dessa política. Estabelece, ainda, exigências relacionadas com diversos pontos, tais como:

i. procedimentos destinados a conhecer os clientes, incluindo sua identificação, qualificação e classificação de risco;

ii. avaliação interna de risco;

iii. registros de operações;

iv. monitoramento, seleção e análise de operações e situações suspeitas, incluindo as comunicações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf);

v. procedimentos destinados a conhecer os funcionários próprios e terceirizados, parceiros, fornecedores e prestadores de serviços terceirizados, incluindo a identificação e a qualificação desses terceiros; e

vi. mecanismos de acompanhamento e controle e de avaliação de efetividade da política e dos procedimentos adotados.

Outros normativos expedidos ao longo de 2019, que merecem destaque:

Resolução nº 4.720, de 30 de maio de 2019: Dispõe sobre os critérios gerais para elaboração e divulgação de demonstrações financeiras pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

A seguir sumariamos os principais itens desta resolução que modificam as práticas atuais e entram em vigor em 1º de janeiro de 2020.

Esta Resolução não se aplica às administradoras de consórcio e às instituições de pagamento.

As demonstrações financeiras anuais, relativas ao exercício social, e semestrais, relativas aos semestres findos em 30 de junho e 31 de dezembro devem conter: (i) Balanço Patrimonial; (ii) Demonstração do Resultado; (iii) Demonstração do Resultado Abrangente; (iv) Demonstração dos

Fluxos de Caixa; e (v) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, acompanhadas das respectivas notas explicativas. As demonstrações financeiras semestrais relativas aos semestres findos em 30 de junho podem ser acompanhadas de notas explicativas selecionadas, de acordo com os procedimentos definidos pelo Banco Central do Brasil.

Estão dispensadas da elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa as instituições de capital fechado, as cooperativas de crédito singulares e as sociedades de crédito ao microempreendedor e empresa de pequeno porte que tenham patrimônio líquido, na data-base de 31 de dezembro do exercício imediatamente anterior, inferior dois milhões de reais.

As demonstrações financeiras intermediárias são aquelas em que as divulgações são relacionadas a períodos menores que seis meses e devem ser:

(i) elaboradas de acordo com as disposições aplicáveis às demonstrações semestrais e anuais, incluindo os mesmos critérios, procedimentos, práticas e políticas contábeis; ou

(ii) elaboradas de forma condensada, incluindo notas explicativas selecionadas, de acordo com os procedimentos definidos pelo Banco Central do Brasil.

As instituições financeiras devem, na elaboração e divulgação das demonstrações financeiras, representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da instituição, de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas previstos na regulamentação vigente.

As demonstrações financeiras devem ser apresentadas de maneira que proporcione informação relevante, confiável, comparável e compreensível, inclusive com relação a políticas contábeis, além de:

• serem elaboradas no pressuposto da continuidade das suas atividades no futuro previsível;

• apresentarem separadamente cada classe relevante de itens similares, evidenciando de forma segregada os itens de natureza ou função diferente, exceto se não forem relevantes;

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• observarem que os registros dos ativos e passivos, receitas e despesas segundo o regime de competência e sem compensação, exceto se exigido ou permitido por norma específica emanada do Conselho Monetário Nacional ou do Banco Central do Brasil;

• divulgarem informações comparativas em relação ao período anterior para todos os valores apresentados nas demonstrações financeiras do período corrente, assim como para as informações narrativas e descritivas que vierem a ser apresentadas, se for relevante para a compreensão do conjunto das demonstrações;

• manterem consistência na apresentação das demonstrações financeiras de um período para outro.

As notas explicativas, devem conter de forma explícita e sem reserva, informação de que as demonstrações financeiras estão em conformidade com a regulamentação emanada do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil.

A divulgação das demonstrações financeiras deve ser realizada no sítio da instituição ou em repositório na internet, de acesso público gratuito, que tenha o objetivo específico de divulgação de documentos contábeis e financeiros. As cooperativas de crédito podem divulgar suas demonstrações financeiras no sitio da cooperativa central ou da confederação à qual esteja filiada, na internet.

O relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do período e o relatório de auditoria independente devem acompanhar as demonstrações financeiras semestrais e anuais. Além disso, para instituições constituídas sob a forma de companhia aberta ou que sejam enquadradas no Segmento 1 (S1), no Segmento 2 (S2) ou no Segmento 3 (S3), devem conter a comunicação dos principais assuntos de auditoria por parte dos auditores.

Resolução nº 4.734, de 27 de junho de 2019: Estabelece condições e procedimentos para a realização de operações de desconto de recebíveis de arranjo de pagamento integrante do Sistema de Pagamentos Brasileiro baseado em conta pós-paga e de depósito à vista e de operações de crédito garantidas por esses recebíveis, por parte das instituições financeiras; e altera o art. 2º da Resolução nº 4.593, de 28 de agosto de 2017.

As medidas regulatórias visam a promover a solidez, a eficiência e a concorrência nas operações de desconto de recebíveis de arranjo de pagamento, nas operações de crédito garantidas por recebíveis dessa natureza, assim como na prestação de serviço de pagamento no âmbito do sistema financeiro, em um contexto de coexistência de múltiplas entidades registradoras realizando o registro e a constituição de gravames e de ônus sobre recebíveis.

Esta resolução entra em vigor em 3 de agosto de 2020.

Resolução nº 4.737, de 29 de julho de 2019: Dispõe sobre o fornecimento, pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, das informações de adimplemento de pessoas naturais e de pessoas jurídicas aos gestores de bancos de dados de que trata a Lei nº 12.414, de 9 de junho de 2011, e sobre as condições para a obtenção e o cancelamento de registro desses gestores.

Os gestores de bancos de dados, devidamente registrados no Banco Central do Brasil, devem receber as informações que compõem o histórico das seguintes operações de seus clientes de operações de crédito; de arrendamento mercantil; de autofinanciamento realizadas por meio dos grupos de consórcio (repassadas pelas administradoras de consórcio); e de outras operações com características de concessão de crédito.

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O histórico das operações, incluem:

i. a data da concessão do empréstimo ou financiamento, ou da assunção da obrigação ou compromisso de pagamento;

ii. o valor original total do empréstimo ou financiamento concedido, ou da obrigação ou compromisso assumido;

iii. os valores das prestações de empréstimo ou financiamento, ou das parcelas das obrigações ou compromissos, indicadas as datas de vencimento; e

iv. os valores pagos, mesmo que parciais, das prestações de empréstimo ou financiamento, ou das parcelas das obrigações ou compromissos, indicadas as datas de pagamento.

No caso de venda ou transferência da operação, a obrigação de prestar a informação será da instituição que mantiver o registro contábil da operação em seu ativo, conforme disposto na regulamentação vigente.

A Resolução fornece ainda orientações sobre o registro de gestor de banco de dados, das funções de diretor responsável, da política de segurança da informação e do cancelamento do registro. Esta Resolução entrou em vigor na data de sua publicação.

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Resolução nº 4.747, de 29 de agosto de 2019: Estabelece critérios para reconhecimento e mensuração contábeis de ativos não financeiros mantidos para venda pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

Essa Resolução entrará em vigor em 1º de janeiro de 2021 e não se aplica às administradoras de consórcio e às instituições de pagamento.

O ativo não financeiro mantido para venda ou o grupo de alienação que inclui também passivos associados, não abrangido no conceito de ativo financeiro, deve atender as seguintes condições:

I - seja realizado pela sua venda, esteja disponível para venda imediata em suas condições atuais e sua alienação seja altamente provável no período máximo de um ano; ou

II - tenha sido recebido pela instituição em liquidação de instrumentos financeiros de difícil ou duvidosa solução não destinados ao próprio uso.

Os ativos não financeiros mantidos para venda devem ser reconhecidos inicialmente na adequada rubrica contábil do ativo circulante ou não circulante realizável a longo prazo, conforme o prazo esperado de venda, na data do seu recebimento pela instituição, ou seja, quando se obteve a posse, o domínio e o controle do ativo. Quando a instituição decidir vende-los devem estar registrados no ativo circulante.

A avaliação desses ativos financeiros mantidos para venda deve ser o menor valor entre:

I. o valor contábil líquido do ativo, deduzidas as provisões para perdas por redução ao valor recuperável e a depreciação ou amortização acumulada; e

II. o valor justo do ativo, avaliado conforme o disposto na regulamentação específica, líquido de despesas de vendas.

As instituições devem reavaliar o valor justo dos ativos não financeiros mantidos para venda, líquido de despesas de venda, no mínimo anualmente e sempre que houver evidências ou novos fatos que indiquem redução significativa nesse valor.

Caso o valor justo apurado seja inferior ao valor do ativo deve ser reconhecida a diferença como perda por redução ao valor recuperável do ativo. Caso o valor justo seja superior pode se reconhecer o ganho limitado à perda por redução ao valor recuperável reconhecida em períodos anteriores.

Se o ativo não financeiro mantido para venda for colocado em uso deve ser reclassificado para o adequado grupo contábil.

Resolução nº 4.748, de 29 de agosto de 2019: Dispõe sobre os critérios para a mensuração do valor justo de elementos patrimoniais e de resultado por instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

Estabelece que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem observar o Pronunciamento Técnico CPC 46 – Mensuração do Valor Justo, aprovado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) em 7 de dezembro de 2012, na mensuração de elementos patrimoniais e de resultado, nas situações em que a mensuração pelo valor justo de tais elementos esteja prevista em regulamentação específica. Essa resolução não se aplica às administradoras de consórcio e às instituições de pagamento.

Os procedimentos contábeis estabelecidos por esta Resolução devem ser aplicados prospectivamente a partir da data de sua entrada em vigor em 1º de janeiro de 2020.

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Carlos MattaSócio de Financial Services PwC Brasil

Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

IntroduçãoO mercado segurador brasileiro cada vez mais se aproxima e se adequa aos padrões internacionais de normatização de seguros europeu Solvency II. Além disso, o IFRS 17 – Insurance Contracts / CPC 50 – Contratos de Seguro é pauta recorrente de todas as reuniões realizadas pelos Comitês técnicos da Superintendência de Seguros Privados (Susep). É nesse contexto que, em 2019, a Susep e o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) emitiram, respectivamente, nove circulares e duas resoluções normativas aplicáveis as Demonstrações Financeiras

das entidades supervisionadas. Os principais aspectos contábeis relevantes a serem observados pelos elaboradores de demonstrações financeiras a partir de 2019 são oriundos das circulares Susep emitidas em 2018 e 2019, como por exemplo as alterações da Circular no 517/15 (575/18 e 583/18). Já em relação às resoluções do CNSP, é importante que os elaboradores observem principalmente a Resolução CNSP no 368/18, bem como a já emitida Resolução no 321/15 que apresenta aspectos contábeis relevantes para a elaboração das demonstrações financeiras findas em 31 de dezembro 2019, bem como orientações para os trabalhos dos auditores independentes.

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Normativos que impactam o exercício de 2019:

Circular Susep no 575, de 17 de agosto de 2018: altera a Circular no 517/15 no que tange à escrituração contábil, plano de contas, notas explicativas, registro dos direitos a salvados e ressarcimentos e estudo técnico de Redução ao Valor Recuperável (RvR).

Entre outras alterações da Circular Susep no 575/18, destacam-se estas que deverão ser implementadas pelas sociedades a partir de 1º de janeiro de 2019:

• Escrituração: o normativo exclui de seu texto a referência de que as sociedades devem obedecer aos princípios de escrituração constantes na Resolução no 750/93, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), uma vez que esta foi revogada. Ainda sobre o tema, dois novos parágrafos dizem expressamente que a escrituração deverá seguir as orientações e os modelos de contabilização contidos no manual de contabilidade disponibilizado no site da Susep em sua versão mais atualizada.

• Direitos a salvados e a ressarcimentos: trata-se de estimativas contábeis que podem ser registradas após a liquidação de um sinistro e consequente aquisição de direitos em relação a salvados ou a ressarcimentos, desde que atendidos os princípios internacionais de contabilidade referendados pela Susep e que haja base de dados que permita a análise de consistência de suas premissas.

A mensuração dos direitos a salvados e ressarcimentos deverá ser a valor corrente de saída, por meio de metodologia formalizada em nota técnica atuarial. Os direitos a salvados e ressarcidos serão registrados separadamente dos salvados e dos ressarcimentos não estimados ativados contabilmente.

• Notas explicativas: além dos requerimentos relativos a salvados e a ressarcimentos que já constavam na Circular Susep no 517/15 e alterações posteriores, o normativo requer aprimoramento de divulgação de notas explicativas sobre as expectativas de prazo para realização e o desenvolvimento das efetivas realizações dos ativos de direitos a salvados e a ressarcimentos estimados reconhecidos no ativo. A divulgação deverá ser analítica, agrupada mensalmente para 12 meses. Já nos meses subsequentes, deverá ser agrupada em períodos máximos de seis meses. Em adição ao parágrafo anterior, a sociedade também deverá implementar quadro de movimentação de direito a salvados e a ressarcimentos.

• Estudo técnico de RvR: os estudos técnicos de Redução ao Valor Recuperável (RvR) deverão conter tratamento adotado para os créditos de prêmios a receber vencidos relativos a riscos decorridos. Ainda sobre o RvR, a Susep esclareceu que, salvo quando existir estudo técnico, a sociedade deverá efetuar a baixa integral dos créditos de prêmios a receber vencidos relativos a riscos decorridos por devedor.

• Plano de contas: inclusão de subcontas e desdobramentos de subcontas no elenco de contas. A seguir, são enumerados de (i) a (xi) os grupamentos impactados: (i) 1141 – Créditos a Receber; (ii) 1151 – Ativos não Circulantes Mantidos para Venda; (iii) 1158 – Outros Valores e Bens; (iv) 1213 – Títulos e Créditos a Receber; (v) 1214 – Outros Valores e Bens; (vi) 3133 – Salvados; (vii) 3134 – Ressarcimentos; (viii) 3194 – Salvados e Ressarcimentos ao Ressegurador; (ix) 3223 – Salvados; (x) 3224 – Ressarcimentos; (xi) 3294 – Salvados e Ressarcimentos ao Retrocessionário.

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Circular Susep no 583, de 19 de dezembro de 2018: altera a Circular Susep no 517/15 no que tange ao Teste de Adequação de Passivos (TAP), normativos convergentes com o Instituto Brasileiro de Atuária (IBA) e esclarecimento de temas já conhecidos.

• Compensação obrigatória dos fluxos de caixa do TAP: já está em vigor o requerimento da compensação obrigatória dos fluxos de caixa do TAP, que obedece à agregação por provisão técnica e regime financeiro, ainda que esteja em desacordo com algumas passagens do IFRS 17. A Susep estuda critérios mais flexíveis de compensação dos fluxos de caixa para que fiquem de acordo com a futura norma internacional de contabilidade a ser adotada.

• CPA-002 – Auditoria Atuarial Independente: a Susep reafirma a adoção do referido pronunciamento técnico emitido pelo IBA em seu versionamento mais atualizado, de 28 de setembro de 2018, no que não contrariar os normativos aplicáveis.

• Orientações de normativos: no art. 245 do normativo, fica ainda mais claro que todas as entidades supervisionadas pela Susep deverão obedecer às orientações disponibilizadas no site da autarquia, na seção “Orientações de Normativos”.

Circular Susep no 585, de 19 de março de 2019: altera a Circular Susep no 563/17 e Circular no 564/17, em específico algumas disposições sobre o funcionamento de planos de previdência com cobertura por sobrevivência.

Embora esse normativo faça diversas considerações sobre o funcionamento de previdências, destacam-se a seguir apenas os reflexos contábeis:

• Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC): em conjunto com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), a Susep decidiu que as supervisionadas que comercializarem produtos de plano de previdência complementar com cobertura por sobrevivência devem manter os recursos na PMBaC após o prazo de diferimento das contribuições até que haja manifestação do participante ou habilitação dos beneficiários, apenas para planos estruturados no regime de capitalização financeira, uma vez que essa regra tem aplicabilidade técnica para planos estruturados no regime de capitalização atuarial.

Circular Susep no 589, de 5 de julho de 2019: altera a Circular Susep no 529/16, em específico algumas disposições sobre o controle indefinido de entidades supervisionadas.

• Seguradoras e resseguradoras sem controle acionário definido: o normativo traz mudanças na Circular Susep no 529/16 com o intuito de demonstrar ao mercado de seguros que o órgão supervisionador prevê a existência de seguradoras e resseguradores que não tenham controle acionário definido, sendo esse o caso de sociedades que possuam ações emitidas em bolsa de valores. Tal definição não está em desacordo com nenhum normativo emitido pela Susep anteriormente. Sendo assim, não gera incongruência de passagens normativas. Cabe ainda destacar que no art. 2º da circular, foi incluída uma menção sobre também atender aos requerimentos da Resolução CNSP no 330/15 e alterações posteriores, que trata do mesmo assunto do normativo da Susep.

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Orientações de normativos Susep

Foram emitidas/atualizadas três orientações de normativos Susep que devem ser observadas na elaboração das demonstrações financeiras de entidades seguradoras. São elas:

• Manual de Práticas e Procedimentos Contábeis do Mercado Segurador – emitida em janeiro de 2019;

• Provisões Técnicas – atualizada em julho de 2019;

• Teste de Adequação de Passivos – atualizada em julho de 2019; e

• Auditoria Atuarial Independente – atualizada em julho de 2019.

Cabe ainda destacar que nenhuma entidade supervisionada pela Susep está desobrigada de observar as orientações dos normativos, conforme requerido pela alteração posterior da Circular Susep no 517/15 (de número 583/18).

Ofício Circular Eletrônico no 1/2019/Susep/DIR3/CGMOP/COMOC

Em 10 de julho de 2019, a Susep emitiu esse ofício circular com o intuito de orientar as supervisionadas e os auditores contábeis independentes sobre o que deve constar nos relatórios referenciados no artigo 139, alíneas “a” e “b” do inciso II, da Resolução CNSP no 321/15. O relatório circunstanciado sobre a adequação dos procedimentos contábeis e das práticas de divulgação de informações das demonstrações financeiras deverá conter um parágrafo afirmando a inexistência de inadequações ou as inadequações identificadas, independentemente da opinião do relatório sobre as demonstrações financeiras do mesmo período, bem como o detalhamento das inadequações, comentários, planos de ações da supervisionada e prazo para cumprimento das ações propostas.

Já o relatório circunstanciado sobre a adequação dos controles internos aos riscos suportados pela supervisionada deverá conter dois capítulos. O primeiro é o relatório já conhecido que os auditores contábeis emitem sobre o artigo 242 da Circular Susep no 517/15. O documento deverá respeitar requisitos mínimos constantes no ofício. O segundo capítulo deverá conter as deficiências de controles internos comunicadas à administração, segregadas em “significativas” e “outras deficiências”, bem como a descrição e a explicação dos possíveis impactos de tais deficiências, como estabelecido pela NBC TA 265 – Comunicação de Deficiências de Controles Internos.

Alvaro BuenoGerente de Auditoria da PwC Brasil

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• Limites de retenção: a Susep fez mais algumas considerações sobre os limites de retenção das supervisionadas. A supervisionadora deixa claro que, independentemente de os valores de retenção estarem acima de 5% ou 10%, conforme for o caso, ela poderá, por meio de autorização prévia, admitir o cálculo efetuado pela supervisionada, bem como determinar valores de retenção inferiores, conforme sua interpretação dos fatos e circunstâncias. Por fim, a Susep frisa que os valores de limite de retenção deverão ser calculados de acordo com a política de gestão de riscos da supervisionada – riscos que devem estar claramente definidos em suas referidas políticas.

• Rotação da auditoria independente: a Susep determina que é obrigatória a substituição dos membros responsáveis pela auditoria a cada cinco exercícios sociais completos, e não mais a substituição da firma de auditoria independente e de seus membros responsáveis.

Circular Susep no 590, de 29 de julho de 2019: altera a Circular Susep no 517/15 no que se refere à Estrutura de Gestão de Riscos (EGR) e revoga a Circular Susep nº 344/07, que dispunha sobre controles internos específicos para a prevenção contra fraudes.

• Estrutura de Gestão de Riscos: a partir do próximo exercício fiscal, as entidades supervisionadas deverão atentar a novos requisitos relativos à implementação da EGR, que deverá cumprir minimamente todos os requisitos do normativo. São eles:

• Comunicação à Susep da aprovação formal da nomeação ou destituição do gestor de riscos (GR);

• Inclusão explícita de diretrizes sobre “prevenção, detecção e combate a fraudes” na Política de Gestão de Riscos;

• Elaboração de relatório anual pelo GR; e

• Implementação de cronograma de treinamentos relativos à EGR.

• Revogação da Circular no 344/07: circular que há mais de uma década é alvo de atenção do mercado segurador, pois trata dos controles internos responsáveis pela prevenção a fraude dentro das sociedades seguradoras, foi revogada por esse normativo. Tal decisão foi tomada pela SUSEP, pois a nova EGR possuirá estrutura suficiente para mitigar os riscos oriundos de fraudes de forma até mais abrangente que a antiga Circular SUSEP no 344/07. Sua revogação significa dizer que os auditores independentes não mais precisarão emitir relatório circunstanciado sobre os aspectos determinados pela Circular SUSEP no 344, bem como não haverá mais a necessidade de nomeação de um diretor com as atribuições de prevenção de fraudes, uma vez da existência do GR e do diretor de controles internos.

Normativos que impactam o exercício de 2020Resolução CNSP no 368/18, de 13 de dezembro de 2018: altera a Resolução CNSP no 321/15, em específico as disposições sobre os limites de retenção e a rotação dos auditores independentes.

• Patrimônio líquido ajustado – limite de retenção (LR): o conceito de PLA-LR foi introduzido na Resolução CNSP no 321/15. Ele deverá ser usado para fins de referência dos limites de retenção. Considerando, por exemplo, o art. 80, § 5º, que versa sobre o aumento de capital em dinheiro ou bens após as datas-bases de junho ou dezembro, a supervisionada no passado poderia calcular no mês subsequente os limites de retenção com base no PLA do mês de aumento. Agora, com o novo normativo, a referência passa a ser PLA-LR.

• Limite de retenção de resseguradores: o art. 81 dispõe sobre uma nova exigência aos resseguradores: solicitar autorização à Susep quando os limites de retenção forem superiores a 20% do PLA-LR.

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Sinopse Normativa Internacional

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Gisele SterzekDiretora de Accounting & Consulting Services PwC Brasil

Sinopse Normativa Internacional - IASB

Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS) emitidas pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB)

1. Normas emitidas pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) e interpretações emitidas pelo Comitê de Interpretações (IFRIC)

Em 2019, o movimento mais importante das novas normas e interpretações refere-se às entradas em vigor do IFRS 16 – Leases e do IFRIC 23 – Uncertainty over Income Tax Treatments. Assim como em anos anteriores, as alterações relacionadas aos aprimoramentos anuais do ciclo de 2015 – 2017, trouxeram impactos às demonstrações financeiras. Adicionalmente, já se observam movimentações de análises iniciais sobre potenciais efeitos da futura aplicação do IFRS 17 – Insurance Contracts.

A seguir, relacionamos as alterações que julgamos mais relevantes, especialmente para o ambiente brasileiro. O objetivo desse sumário é chamar a atenção para tais alterações e não pretende substituir e nem substitui a leitura das modificações em si.

Outras alterações aos pronunciamentos que se aplicam a partir de 1o de janeiro de 2019 e que não estão relacionadas à adoção do IFRS 16 ou IFRIC 23, são principalmente relacionadas a esclarecimentos das normas que já estavam em vigor.

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1.1 Tópicos cujas normas e interpretações são aplicáveis para exercícios de 2019

a. IFRS 16 - Leases

A norma entrou em vigor em 1o de janeiro de 2019 e substituiu o IAS 17 - Leases.

Anteriormente, de acordo com o IAS 17, os arrendatários eram requeridos a distinguir os contratos de arrendamento entre financeiros e operacionais, com base nos critérios orientados pela norma. Como consequência, os arrendamentos financeiros eram registrados no balanço patrimonial com reflexos similares à compra financiada de um ativo, enquanto os arrendamentos operacionais não eram registrados no balanço patrimonial, mas como despesa ao longo do período do contrato. Agora, o IFRS 16 exige que os arrendatários reconheçam no balanço patrimonial, o passivo de arrendamento que reflita os pagamentos futuros desse arrendamento em contrapartida do ativo de direito de uso. Portanto, a norma remove a distinção anterior de classificação e reconhecimento entre arrendamentos operacionais e financeiros.

O IFRS 16 concede duas isenções opcionais aos arrendatários que, se aplicadas, dispensam o reconhecimento dos contratos como ativos e passivos, e então podem ser tratados como despesa ao longo dos períodos:

• Contratos de baixo valor - quando o ativo objeto do contrato é de baixo valor. A determinação de baixo valor é um julgamento da administração e a avaliação deve ser feita individualmente por ativo.

• Contratos com prazo igual ou inferior a 12 meses - arrendamentos de 12 meses ou menos, exceto se houver opção de compra. A base de avaliação também deve ser efetuada de forma individual por arrendamento.

A contabilização para os arrendadores não mudará de forma significativa, mas algumas diferenças podem surgir como resultado da nova orientação sobre a definição de arrendamento. Os arrendadores poderão ser afetados indiretamente por eventuais mudanças nas negociações de novos contratos por conta do impacto da norma nas demonstrações financeiras dos arrendatários. Pode haver um efeito prático indireto importante para os arrendadores.

O IFRS 16 define um arrendamento como um contrato, ou parte de um contrato, que transmite o direito de controlar o uso de um ativo identificado (ativo subjacente) por um período de tempo em troca de contraprestação. À primeira vista, a definição parece direta. No entanto, na prática, pode ser desafiador avaliar se um contrato transmite o direito de usar um ativo ou se, em vez disso, é um contrato para um serviço que é fornecido, usando o ativo subjacente.

Com essa definição, o IFRS 16 deve ter impacto significativo nas demonstrações financeiras das empresas (arrendatárias). Espera-se que muitos dos contratos antes fora do balanço patrimonial passem a integrá-lo, com consequências relevantes nos índices financeiros, incluindo índices de alavancagem. Dependendo da indústria e do volume de contratos de arrendamento classificados como operacionais pela norma anterior, a aplicação do IFRS 16 pode resultar em um aumento

significativo da dívida no balanço patrimonial. Atenção também deve ser dada para potenciais consequências em outros contratos que contêm cláusulas de covenants vinculados a índices financeiros que tendem a ser alterados pela nova norma contábil.

A demonstração do resultado também será afetada, pois as despesas totais são, em geral, mais altas nos primeiros anos de um arrendamento e menores em anos posteriores, se comparado com a prática atual (IAS 17). Isso se deve à combinação de uma depreciação linear do direito de uso do ativo e do método da taxa efetiva de juros aplicado sobre o passivo de arrendamento, que inicialmente é reconhecido a valor presente. Além disso, as despesas operacionais serão substituídas por juros e depreciação. Assim, métricas centrais como o EBITDA irão mudar.

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No momento de transição para a nova norma, os arrendatários poderiam ter escolhido entre o “método retrospectivo completo” ou uma “abordagem simplificada” que não exige reapresentação dos comparativos. Ainda sobre o método simplificado, o efeito cumulativo da aplicação da norma é reconhecido como um ajuste do saldo inicial de lucros acumulados (ou de outro componente do patrimônio líquido, conforme apropriado), na data da adoção inicial.

A principal mensagem é que a mudança é muito grande. A administração precisa se assegurar de que as empresas obtiveram dados, sistemas e processos para identificar todos os contratos afetados pela norma, além de ter capturado as informações necessárias para mensurar o direito de uso do ativo e o correspondente passivo de arrendamento. É importante mencionar também sobre as adaptações que devem ser feitas das demonstrações financeiras para atendimento dos requisitos de divulgação da norma.

b. IFRIC 23 – Uncertainty over Income Tax Treatment

Em junho de 2017, o IASB emitiu o IFRIC 23, que é uma interpretação do IAS 12 – Income Taxes. A Interpretação visa reduzir a diversidade na maneira como as empresas reconhecem e mensuram um passivo ou ativo tributário quando há incerteza sobre os tratamentos de imposto de renda. Com isso ficará mais fácil a comparação das posições financeiras e o desempenho de empresas.

O IAS 12 traz requisitos para o reconhecimento e mensuração de passivos e ativos de imposto de renda corrente ou diferido. No entanto, nem ele nem o IAS 37 – Provisions, Contingent Liabilities and Contingent Assets trazem informações específicas relacionadas à contabilização do imposto de renda por ocasião da aplicação da lei tributária a uma transação ou quando uma circunstância específica é incerta.

Nos casos em que a aplicação da lei tributária é incerta, as empresas utilizam tratamentos contábeis variados sobre dedutibilidade de determinadas despesas e não tributação de determinadas receitas ou ganhos, o que dificulta a comparação entre as posições e o desempenho financeiro das empresas.

A interpretação explica como reconhecer e mensurar ativos e passivos de tributos sobre lucros (no Brasil, imposto de renda e contribuição social), diferidos e correntes, nos casos em que há incerteza sobre o tratamento de um imposto (posições ou teses fiscais que ainda não foram aceitas pela autoridade tributária). Em especial, ela determina que:

• seja determinada a unidade de contabilização apropriada, avaliando se o tratamento tributário incerto deve ser considerado separadamente ou em conjunto como um grupo de tratamentos incertos, dependendo de qual abordagem oferece uma previsão melhor de resolução da incerteza;

• a entidade deve assumir que uma autoridade tributária irá examinar os tratamentos tributários incertos e ter conhecimento total de todas as informações relacionadas (desconsiderar o risco de detecção);

• a entidade deve refletir o efeito da incerteza na contabilização do tributo sobre o lucro quando não for provável que as autoridades tributárias irão aceitar o tratamento adotado;

• o impacto da incerteza deve ser mensurado utilizando o método do valor mais provável ou do valor esperado, dependendo de qual método oferece uma melhor previsão de resolução da incerteza; e

• os julgamentos e as estimativas devem ser reavaliados sempre que as circunstâncias mudarem ou houver novas informações que afetem os julgamentos.

Embora não haja novos requisitos de divulgação, as entidades são relembradas do requisito geral de fornecer informações sobre julgamentos e estimativas realizados na elaboração das demonstrações financeiras, de acordo com o IAS 1 – Presentation of Financial Statements.

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c. Aprimoramentos no ciclo 2015-2017 - alterações ao IAS 23, IAS 12, IAS 28, IAS 19, IFRS 9, IFRS 3 e IFRS 11

c.1 IAS 23 - Borrowing Costs - Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização

Em dezembro de 2017, o IASB emitiu uma alteração ao IAS 23 como parte das melhorias anuais ao ciclo de normas IFRS 2015-2017.

O IAS 23 especifica quais custos de empréstimos devem ser capitalizados como parte do custo de um ativo qualificável, isto é, um ativo que leva um período de tempo substancial para ficar pronto para o uso ou a venda pretendida.

A alteração esclarece que, se um empréstimo específico permanecer em aberto após o correspondente ativo qualificável estar pronto para o uso ou venda (conforme o caso), ele se tornará parte de empréstimos gerais para fins de determinação dos custos de empréstimos elegíveis para capitalização em outros ativos

qualificáveis, para os quais não existam empréstimos específicos. Esta alteração deve ser aplicada de forma prospectiva, para os custos de empréstimos incorridos em ou após 1o de janeiro de 2019.

c.2 IAS 12 – Income Taxes - Efeitos do Imposto de Renda dos Pagamentos de Instrumentos Classificados no Patrimônio Líquido

O IASB também alterou o IAS 12 como parte do ciclo de melhorias anuais às normas IFRS 2015-2017.

Esclarece que os efeitos tributários (impostos sobre a renda) sobre distribuições de dividendos relacionados a instrumentos financeiros classificados no patrimônio líquido, devem seguir a classificação das transações ou eventos passados que geraram os lucros distribuíveis. Este requerimento é aplicável para todos os efeitos de imposto de renda relacionadas a dividendos, incluindo distribuições cujos tratamentos contábeis sejam similares a dividendos (exemplo: juros sobre

capital próprio). Anteriormente não estava claro se esses efeitos de imposto de renda das distribuições deveriam ser reconhecidos no resultado ou no patrimônio líquido. Portanto, o reconhecimento do benefício fiscal de juros sobre o capital próprio deve ser feito na demonstração de resultado quando representar em essência a distribuição de lucros (ou seja, dividendos).

c.3 Participações anteriormente detidas em uma operação conjunta que se torna uma controlada sob IFRS 3 (emendas ao IFRS 3 – Business Combinations)

As alterações esclarecem que a obtenção de controle sobre um negócio que anteriormente era uma operação conjunta (sob IFRS 11) da adquirente, é uma combinação de negócios em estágios (step-acquisition). Dessa forma, a adquirente deve remensurar a participação anteriormente detida na operação conjunta ao valor justo, na data da aquisição.

A alteração ao IFRS 3 é aplicável para combinações de negócios ocorridas em exercícios fiscais que se iniciam a partir de 1o de janeiro de 2019.

c.4 Participações anteriormente detidas em uma operação conjunta na qual se obtém controle conjunto sob IFRS 11 (emenda ao IFRS 11 – Joint Arrangements)

As alterações no IFRS 11 esclareceram que, quando uma empresa obtém o controle conjunto de um negócio que é uma operação conjunta, ela não remensura as participações anteriormente detidas nessa operação conjunta.

A alteração ao IFRS 11 é aplicável para transações ocorridas em exercícios fiscais que se iniciam a partir de 1o de janeiro de 2019.

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d. Outras alterações

d.1 Alterações ao IAS 19 – Employee Benefits - Alterações, Reduções e Liquidações de Planos

Em fevereiro de 2018, o IASB emitiu a emenda ao IAS 19 que esclarece sobre a contabilização de situações nas quais ocorrem alterações, reduções ou liquidações nos planos de benefício definido.

A alteração ao IAS 19 especifica que, quando ocorrer um evento de alteração, redução ou liquidação de um plano de benefício definido, a empresa deverá atualizar as premissas anteriormente utilizadas e remensurar o custo de serviço corrente e os juros líquidos pelo período remanescente, após as modificações.

Para tanto, as entidades devem:

• Calcular o custo de serviços correntes e juros líquidos para o restante do período de apresentação, após uma alteração, redução ou liquidação de plano, utilizando as premissas atualizadas a partir da data da mudança.

• Qualquer redução em um superávit deve ser reconhecida imediatamente no resultado, seja como parte do custo de um serviço passado, seja como um ganho ou perda na liquidação. Em outras palavras, uma redução em um superávit deve ser reconhecida no resultado mesmo que esse superávit não tenha sido reconhecido previamente em razão do impacto do teto do ativo.

• Reconhecer separadamente quaisquer mudanças no teto do ativo por meio de outros resultados abrangentes.

d.2 Alterações ao IAS 28 - Investments in Associates and Joint Ventures

O IFRS 9 - Financial Instruments exclui de seu escopo participações societárias em coligadas e empreendimentos conjuntos, os quais são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial de acordo com o IAS 28.

A alteração ao IAS 28 esclareceu que a referida exclusão de escopo no IFRS 9 se aplica apenas aos elementos dos investimentos que forem contabilizados pelo método de equivalência patrimonial.

Dessa forma, a contabilização de instrumentos financeiros de longo prazo com uma coligada ou joint venture que, em substância, fazem parte do investimento líquido nessas investidas, mas para os quais o método de equivalência patrimonial não se aplica, deve seguir os requerimentos do IFRS 9.

1.2 Tópicos cujas normas e interpretações serão aplicáveis para exercícios sociais iniciados em ou a partir de 2020

a. IFRS 17 – Insurance Contracts

O IFRS 17 foi emitido em maio de 2017, em substituição ao IFRS 4 - “Contratos de Seguros”, com adoção inicial em 1o de janeiro de 2021.

Em 2019, o IASB concluiu sua revisão sobre as principais questões reportadas pelo mercado sobre a implementação do IFRS 17. Esse processo resultou em um Exposure Draft “Amendments to IFRS 17”, que propôs emendas em oito diferentes áreas da norma, além de alterações menores para esclarecimentos do texto original. Um dos assuntos propostos refere-se à postergação da data efetiva de adoção para períodos iniciados em ou após 1o de janeiro de 2022. O IASB tem

expectativa de finalizar as análises dos comentários recebidos do Exposure Draft no segundo trimestre de 2020.

Atualmente, ao utilizar o IFRS 4, as seguradoras de diferentes países utilizam diferentes modelos de contabilidade para contratos de seguro. Essa diversidade na prática dificulta a comparabilidade entre a posição financeira das seguradoras em diferentes países. Além disso, os modelos contábeis existentes para contratos de seguro não fornecem aos investidores as informações significativas e necessárias para entendimento da posição financeira, do desempenho e da exposição a riscos da seguradora.

As novas regras irão afetar as demonstrações financeiras e os indicadores-chave de desempenho de todas as entidades que emitem contratos de seguro ou contratos de investimento com características de participação discricionária.

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O IFRS 17 - “Contratos de Seguros” fornece um modelo contábil único que mensura contratos de seguros utilizando estimativas atuais, para que investidores possam entender e comparar as posições financeiras e o desempenho de empresas que emitem contratos de seguro em qualquer país.

A referida norma estabelece um modelo geral de mensuração para as seguradoras (em inglês, Building Block Approach (BBA)), requerendo que as estimativas de seus contratos de seguro sejam remensuradas a cada período de reporte. De acordo com o modelo geral, os contratos devem ser mensurados utilizando os seguintes elementos:

• Fluxos de caixa descontados estimados;

• Ajuste de risco, e

• Margem contratual de seguro que representa o resultado a apropriar do contrato e será reconhecida como receita durante o período de cobertura.

Além desse modelo geral, o IFRS 17 também prevê, como forma de simplificar o processo de adoção, a abordagem de alocação do prêmio (em inglês, Premium Allocation Approach (PAA)). Esse modelo simplificado é aplicável para certos contratos de seguro, incluindo aqueles com cobertura de até um ano. Para contratos de seguro com características de participação direta, a abordagem da taxa variável se aplica (em inglês, Variable Fee Approach). Essa

abordagem é uma variação do modelo geral. Ao aplicar a abordagem da taxa variável, a participação da seguradora nas mudanças no valor justo dos itens subjacentes é incluída na margem contratual do serviço.

Sobre a última abordagem, a norma permite uma escolha entre reconhecer as mudanças nas taxas de desconto no resultado ou diretamente em outros resultados abrangentes. É esperado que a escolha reflita a forma como as seguradoras contabilizam seus ativos financeiros segundo o IFRS 9.

O IFRS 17 é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1o de janeiro de 2021, com possível postergação para 2022, conforme mencionado no início deste tópico. O IFRS 17 pode ser aplicado retrospectivamente, de acordo com o IAS 8, mas ele também tem a previsão da “abordagem retrospectiva modificada” e da “abordagem de valor justo”, dependendo da disponibilidade de informação para a transição.

b. Estrutura conceitual para relatórios financeiros

Em março de 2018, o IASB emitiu a revisão da Estrutura Conceitual para Relatórios Financeiros (Estrutura Conceitual, ou Conceptual Framework) - substituindo a versão anterior dela, emitida em 2010. A versão revisada da Estrutura Conceitual tem como data efetiva 1o de janeiro de 2020, com adoção antecipada permitida.

Felipe BrazileiroGerente do Accounting & Consulting Services PwC Brasil

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88Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

A Estrutura Conceitual descreve o objetivo e os conceitos relacionados aos relatórios financeiros e seus propósitos gerais. É com base nesses conceitos que o IASB requer que as entidades forneçam informações financeiras que sejam úteis para investidores, credores e outros participantes do mercado.

A revisão da Estrutura Conceitual inclui:

• novo capítulo sobre mensuração;

• orientações sobre desempenho financeiro nos relatórios;

• definições aprimoradas de ativos e passivos e orientações que apoiam essas definições; e

• esclarecimentos em áreas importantes, como os papéis de administração, prudência e incerteza de medição nos relatórios financeiros.

Em conjunto com essas alterações, também foram atualizadas as referências à Estrutura Conceitual nas demais normas IFRS.

c. Definição de negócio (alterações à IFRS 3 – Business Combinations)

Em outubro de 2018, o IASB emitiu alteração ao IFRS 3 sobre a Definição de Negócio que possui data efetiva a partir de 1° de janeiro de 2020.

A definição de “negócio” é importante porque a contabilização da aquisição de um conjunto de atividades e ativos depende da correta avaliação de que se trata de um negócio ou apenas de um grupo de ativos. Uma diferença importante entre essas duas situações é que o ‘goodwill’ é reconhecido apenas em uma situação de aquisição de negócio, e não no caso de aquisição de um conjunto de ativos.

Assim, para facilitar as avaliações das empresas, essas alterações:

• confirmaram que um negócio deve incluir inputs e processos relevantes, que em conjunto contribuem de forma significativa para a criação de outputs;

• disponibilizaram um teste que auxilia na análise sobre se uma empresa adquiriu um grupo de ativos e não um negócio: quando o valor justo dos ativos adquiridos estiver substancialmente todo concentrado em um único ativo (ou em um grupo de ativos similares);

• estreitaram as definições de outputs, cujo foco passa a ser geração de retorno por meio de produtos fornecidos e serviços prestados a clientes, excluindo geração de retornos sob a forma de redução de custos e outros benefícios econômicos.

d. Projeto de Iniciativas de Divulgação - definição de material (emendas aos IAS 1 – Presentation of Financial Statements e IAS 8 – Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates and Errors)

Em outubro de 2018, o IASB emitiu a definição de “material” e fez alterações pertinentes no IAS 1 e IAS 8, que possuem data efetiva de aplicação a partir de 1° de janeiro de 2020. Além disso, também são fornecidas orientações para ajudar a melhorar a consistência na aplicação do referido conceito.

A definição de material ajuda as empresas a determinarem se as informações sobre um item, transação ou um outro evento qualquer, devem ser fornecidas aos usuários das demonstrações financeiras. No entanto, nem sempre essa definição é objetiva, sendo necessário fazer julgamentos sobre a materialidade na preparação das demonstrações financeiras.

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

As alterações esclarecem a definição de material e sua aplicação:

• Alinham a redação da definição de material em todas as normas do IFRS e outras publicações;

• Inclui alguns requisitos de suporte do IAS 1 na definição para dar-lhe mais destaque; e

• Deixa clara a explicação que acompanha a definição de material.

A expectativa é de que essas alterações ajudem as empresas no julgamento de materialidade sem ter que alterar substancialmente os requisitos existentes.

e. Reforma da IBOR e seus efeitos nos relatórios financeiros - Fase 1

A taxa interbancária LIBOR, assim como outras taxas semelhantes (reforma das “IBOR”), está em processo de substituição, cuja conclusão é esperada para os próximos anos. Sabe-se da relevância da utilização da taxa no mercado financeiro global e, portanto, isto pode trazer impactos relevantes na mensuração e no reconhecimento de instrumentos financeiros das empresas.

A reforma da LIBOR e de outras taxas IBOR trará efeitos para as demonstrações financeiras de empresas em todos os segmentos. São esperados impactos especialmente relacionados à contabilidade de hedge (porém, não limitados a hedge accounting).

No contexto desta reforma, em maio de 2019, o IASB publicou o “Exposure Draft” do Interest Rate Benchmark Reform. O documento propõe exceções para requisitos específicos de contabilidade de hedge do IFRS 9 e do IAS 39, nesse contexto.

Foram identificados dois grupos de questões contábeis que poderiam ter implicações nos relatórios financeiros, como segue:

• Questões de pré-substituição da taxa: que afetam os relatórios financeiros no período anterior à substituição de um benchmark de taxa de juros existente por uma taxa alternativa; e

• Questões de substituição: que podem afetar os relatórios financeiros quando um benchmark de taxa de juros existente é substituído por uma taxa alternativa.

Nesse momento, o IASB decidiu priorizar os problemas de pré-substituição, o que inclui pontos de atenção para os requerimentos de hedge accounting, especificamente no que tange às avaliações prospectivas da relação de hedge: (i) impacto nos requerimentos de transações altamente prováveis, (ii) avaliações prospectivas e (iii) componentes de risco separadamente identificáveis.

Além dessas questões mencionadas acima, os demais requisitos de contabilidade de hedge permaneceriam inalterados.

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Kieran McManusSócio de Capital Markets & Accounting Advisory Services PwC Brasil

Junta de Normas de Contabilidade Financeira (FASB)O FASB emitiu as seguintes Accounting Standards Updates (ASU ou Atualização) durante o ano de 2019. Para mais informações, ver site da PwC CFO Direct (https://www.pwc.com/us/en/cfodirect.html) ou da PwC Inform (https://inform.pwc.com):

ASU 2019-01 - Leases (Topic 842) - Codification Improvement

O FASB emitiu a Atualização das Normas Contábeis no 2016-02, “Arrendamentos” (Tópico 842), para aumentar a transparência e a comparabilidade entre organizações, reconhecendo ativos e passivos de arrendamento mercantil no balanço e divulgando informações essenciais sobre transações de locações.

O Board tem em sua agenda um projeto de melhorias anuais em andamento para esclarecer a codificação de maneira geral e/ou para corrigir a aplicação não adequada da norma. Não se espera que os itens incluídos nesse projeto tenham um valor significativo a ponto de afetar as práticas contábeis atuais ou criar um custo administrativo relevante para a maioria das entidades. As alterações nessa atualização são de natureza semelhante aos itens normalmente abordados no projeto de melhorias de codificação. No entanto, o Board decidiu emitir uma atualização separada para as melhorias relacionadas à atualização 2016-02 a fim de aumentar a conscientização dos stakeholders sobre as emendas e acelerar as melhorias.

As alterações nessa atualização incluem os seguintes itens levados à atenção do Conselho por meio dessas interações com os stakeholders:

1. Determinação do valor justo do ativo subjacente por arrendadores que não são fabricantes ou revendedores (Issue 1).

2. Apresentação da demonstração do fluxo de caixa - tipo de venda e arrendamentos financeiros diretos (Issue 2).

3. Divulgações de transição relacionadas ao Tópico 250, “Mudanças Contábeis e Correções de erros” (Issue 3).

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

As disposições de transição e a data efetiva para essa atualização se aplicam aos Issues 1 e 2. As alterações nessa atualização modificam o Tópico 842, que apresenta diferentes datas efetivas para entidades comerciais públicas e entidades que não sejam empresas públicas.

A data efetiva dessas emendas é para exercícios iniciados após 15 de dezembro de 2019 e períodos intermediários dentro desses exercícios para as seguintes empresas:

1. Entidades comerciais públicas.

2. Entidades sem fins lucrativos que emitiram ou são devedoras de obrigações por negociações, cotadas em bolsa ou em bolsa de valores de mercado de balcão.

3. Planos de benefícios a funcionários que arquivam demonstrações financeiras na Securities and Exchange Commission (SEC).

Para todas as outras entidades, a data efetiva é para os exercícios iniciados após 15 de dezembro de 2019 e períodos intermediários nos exercícios fiscais iniciados após 15 de dezembro de 2020.

A aplicação antecipada é permitida. Uma entidade deve aplicar as emendas a partir da data em que aplicou o Tópico 842 pela primeira vez, usando a mesma metodologia de transição em conformidade com o parágrafo 842-10-65-1 (c).

ASU 2019-02 - Entertainment - Films - Other Assets - Film Costs (Subtopic 926-20) and Entertainment - Broadcasters - Intangibles - Goodwill and Other (Subtopic 920-350): Improvements to Accounting for Costs of Films and License Agreements for Program Materials (a consensus of the Emerging Issues Task Force)

O Subtópico 926-20, “Entretenimento - Filmes - Outros ativos - Custos com filmes”, anteriormente incluía diferentes requisitos de capitalização para a produção de filmes na indústria de entretenimento com base no tipo de conteúdo produzido.

Considerando as mudanças significativas nos modelos de produção e distribuição da indústria do entretenimento, alguns stakeholders questionaram se as orientações de capitalização para séries de televisão episódicas no Subtópico 926-20 forneceram informações relevantes para investidores e outros usuários. Os stakeholders também sugeriram alinhar o Subtópico 920-350, “Entretenimento - Emissoras - Intangíveis - Ágio e outros”, o qual fornece orientações para contratos de licença de materiais do programa, para quaisquer alterações feitas no Subtópico 926-20.

Dessa forma, as alterações se aplicam a emissoras e entidades que produzem e distribuem filmes e séries de televisão esporádicas.

Essa melhoria soluciona os problemas na aplicação das orientações existentes como o resultado de mudanças na indústria e reflete melhor a economia de como certas entidades monetizam seu conteúdo. A apresentação e

divulgação de requisitos também aumentam a transparência das informações fornecidas aos usuários das demonstrações financeiras sobre o conteúdo produzido e licenciado.

As alterações serão efetivas para as entidades comerciais públicas para fins fiscais para os exercícios iniciados após 15 de dezembro de 2019 e períodos intermediários dentro desse ano fiscal. Para todas as outras entidades, as emendas são efetivas para os exercícios após 15 de dezembro de 2020 e períodos intermediários nesse exercício.

A adoção antecipada é permitida, incluindo em um período intermediário, (1) para empresas públicas nos períodos para os quais as demonstrações financeiras ainda não foram emitidas e (2) para todas as outras entidades em períodos para os quais as demonstrações financeiras ainda não foram disponibilizadas para emissão.

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ASU 2019-03 - Not-for-Profit Entities (Topic 958): Updating the Definition of Collections

O FASB emitiu essa atualização para aprimorar a definição do termo “collections” no Glossário Principal do FASB Accounting Standards Codification e deixar alinhada com a definição utilizada no American Alliance of Museums’ (AAM) Code of Ethics for Museums (the Code). Além disso, o FASB fez uma correção técnica no Tópico 360 - “Ativo Imobilizado”, para esclarecer que a orientação da contabilização e divulgação para “collections” no Subtópico 958-360, “Entidades sem fins lucrativos - propriedade, instalações e equipamentos”, também se aplica a entidades comerciais e entidades sem fins lucrativos, consistente com o indicado na declaração 116.

As alterações nessa atualização se aplicam a todas as entidades, incluindo entidades comerciais, que mantêm “collections”. Modificam a definição do termo “collections” e exigem que uma entidade detentora de “collections” divulgue sua política para o uso de recursos a partir da data em que os itens da “collection” são desativados (ou seja, removidos de uma “collection”).

Se uma entidade detentora de “collection” tiver uma política que permita que receitas provenientes de itens de “collections” desativadas sejam utilizadas como “direct care”, sua definição deve ser divulgada.

As alterações nessa atualização são efetivas para as demonstrações financeiras anuais emitidas para exercícios iniciados após 15 de dezembro de 2019 e para períodos intermediários com exercícios iniciados após 15 de dezembro de 2020. A aplicação antecipada das alterações é permitida.

As alterações nessa atualização devem ser aplicadas em uma base prospectiva.

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Tópico 1: Melhorias na codificação resultantes de 11 de junho de 2018 e 1o de novembro de 2018 - Perdas de crédito - Reuniões do Transition Resource Group (TRG)

As emendas ao Tópico 326 e outros tópicos nessa atualização incluem itens relacionados às alterações na Atualização 2016-13, discutidas em junho e novembro de 2018, nas reuniões do TRG sobre perdas de crédito. As alterações esclarecem e tratam questões específicas dos stakeholders sobre certos aspectos das alterações na atualização 2016-13.

Tópico 2: Melhorias na codificação para Atualização 2016-13

As emendas ao Tópico 326 e outros tópicos nessa atualização incluem itens relacionadas às emendas da Atualização 2016-13, trazidas à atenção da diretoria pelos acionistas.

Tópico 3: Melhorias na codificação para Atualização 2017-12 e outros itens de hedging

As emendas ao Tópico 815 nessa atualização incluem itens relacionados à Atualização 2017-12 e outros itens de contabilidade de hedge trazidos à atenção do Conselho pelos acionistas.

ASU 2019-04 - Codification Improvements to Topic 326, Financial Instruments -Credit Losses, Topic 815, Derivatives and Hedging, and Topic 825, Financial Instruments

O Board tem em sua agenda um projeto em andamento para melhorar a codificação ou corrigir sua aplicação não intencional. Geralmente, não se espera que os itens abordados nesse projeto tenham um efeito significativo nas práticas contábeis ou que criem um custo administrativo significativo para a maioria das entidades.

As alterações nessa atualização são semelhantes a esses itens. No entanto, foi decidido emitir uma atualização para a melhoria nas Atualizações 2016-01, 2016-13 e 2017-12, aumentando a conscientização dos stakeholders sobre as emendas e acelerando as melhorias na codificação.

As alterações nessa atualização afetam uma variedade de tópicos na codificação e aplicam-se a todas as entidades relatoras no escopo da orientação contábil afetada.

Além disso, servem para esclarecer, corrigir erros ou melhorar a codificação. Devem facilitar a codificação, o entendimento e a aplicação, eliminando inconsistências e fornecendo esclarecimentos.

Flávia MacielGerente Sênior de Accounting & Consulting Services PwC Brasil

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Tópico 4: Melhorias na codificação para Atualização 2016-01

As emendas ao Tópico 321 e outros tópicos dessa atualização estão relacionadas às alterações na Atualização 2016-01, trazidas à atenção do Board pelos stakeholders.

Tópico 5: Melhorias na codificação resultantes de 1º de novembro de 2018 - Reunião do TRG sobre perdas de crédito

As emendas ao Tópico 326 e outros tópicos nessa atualização incluem itens relacionados às alterações da Atualização 2016-13 discutidas em 1o de novembro de 2018 pela reunião TRG sobre perdas de crédito. As alterações esclarecem ou tratam dos stakeholders.

ASU 2019-05 - Financial Instruments - Credit Losses (Topic 326): Targeted Transition Relief

O FASB recebeu várias cartas de solicitação para que o Board considerasse alterar as diretrizes de transição. As entidades que enviaram essas cartas observaram que certos preparadores de demonstrações financeiras começaram (ou estão planejando) a eleger a opção de valor justo em ações de ativos financeiros adquiridos, embora essas entidades tenham mensurado historicamente os ativos financeiros similares ao custo amortizado. Sem as facilitações de transição proporcionadas pelas emendas nessa atualização, essas entidades observaram que seria necessário manter a metodologia de mensuração dupla para processos idênticos, ou que instrumentos financeiros semelhantes que estão sendo gerenciados da mesma maneira não forneceriam aos usuários das demonstrações financeiras informações úteis para a decisão, pois as informações das demonstrações financeiras não seriam comparáveis.

Ou seja, a parte dos instrumentos financeiros de uma entidade mensurados pelo valor justo não pode ser comparável a outros instrumentos financeiros idênticos ou similares, mensurados com base no custo amortizado pertencente à mesma entidade.

As alterações nessa atualização tratam das preocupações desses stakeholders em fornecer uma opção para eleger irrevogavelmente a opção de valor justo para certos ativos previamente mensurados pelo custo amortizado. Para essas entidades, o auxílio da transição aumentará a comparabilidade das demonstrações financeiras, fornecendo uma opção para alinhar as metodologias de mensuração para os ativos financeiros. Além disso, esse auxílio à transição também pode reduzir os custos para algumas entidades cumprirem as emendas na ASU 2016-13 enquanto ainda fornece aos usuários das demonstrações financeiras informações úteis para suas decisões.

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ASU 2019-06 - Intangibles - Goodwill and Other (Topic 350), Business Combinations (Topic 805), and Not-for-Profit Entities (Topic 958): Extending the Private Company Accounting Alternatives on Goodwill and Certain Identifiable Intangible Assets to Not-for-Profit Entities

Em 30 de maio, o FASB emitiu a ASU 2019-06, atualização que estende a alternativa para a contabilização do ágio e ativos intangíveis adquiridos em uma combinação de negócios, que anteriormente era disponível apenas para empresas privadas, para todas as entidades sem fins lucrativos.

A entidade sem fins lucrativos que aderir à alternativa contábil do ágio deve:

• amortizar o ágio existente e futuro linearmente por 10 anos, ou por um período inferior a 10 anos se apropriado;

• realizar testes do valor recuperável;

• ter uma opção para testar a redução no valor recuperável no nível da entidade ou na unidade.

Uma entidade sem fins lucrativos que elege a alternativa contábil para ativos intangíveis reconheceria menos ativos intangíveis separados em aquisições futuras e, em vez disso, incorporaria esses intangíveis no ágio.

Update 2019-07 - Codification Updates to SEC Sections - Amendments to SEC Paragraphs Pursuant to SEC Final Rule Releases No. 33-10532, Disclosure Update and Simplification, and Nos. 33-10231 and 33-10442, Investment Company Reporting Modernization, and Miscellaneous Updates (SEC Update)

As alterações dessa atualização representam mudanças na codificação relacionadas a SEC Final Rule Releases nos. 33-10532, 33-10231 e 33-10442. Vários parágrafos da SEC foram atualizados de acordo com a emissão dessas SEC Final Rule Releases (no 33-10532, Disclosure Update and Simplification, e nos 33-10231 and 33-10442, Investment Company Reporting Modernization). Além disso, também foram incorporadas outras atualizações para alinhamento ao código eletrônico de regulamentos federais.

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Sinopse Legislativa

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Durval PortelaSócio Líder de Consultoria Tributária e Societária PwC Brasil

O objetivo desta seção é reunir as principais alterações relevantes ocorridas, durante o ano de 2019, na área Tributária e em outras de interesse para o desenvolvimento da atividade empresarial.

A carga tributária no Brasil é elevada e decorrente de um sistema complexo, com inúmeras obrigações acessórias. Neste cenário, as alterações tributárias preocupam as organizações porque mudanças perpassam todas as divisões operacionais de uma organização e afetam um grande número de processos de tomada de decisão. Afinal, tributos têm a característica primordial de estarem presentes em virtualmente todos e quaisquer conjuntos informacionais de uma empresa, sejam eles de ordem transacional, relatórios financeiros em geral ou indicadores de performance.

E soma-se a este ambiente um cenário de transformação tecnológica totalmente inusitado, experimentado na última década, já bastante avançado no Brasil e aos poucos alcançado por outras jurisdições. Não apenas as organizações operam em um ambiente amplamente digital, mas também as autoridades fiscais, numa realidade principalmente representada por um crescente número de reportes fiscais “on-line” em tempo real, pela disponibilização regular de vastos conjuntos de dados em formato digital, pelo cruzamento de informações em âmbito global, pela referenciação cruzada de dados entre diversas autoridades, dentre outros exemplos.

Portanto, no âmbito da Função Fiscal da empresa, é fundamental para o gestor conhecer o impacto que todas essas mudanças e transformações podem provocar, saber como abordá-las de forma otimizada (tanto de um ponto de vista de custo vs. benefício, como por uma ótica de alocação funcional), que tecnologias utilizar, que mecanismos de mensuração de desempenho e efetividade adotar, e como preparar os recursos sob sua gestão (pessoas, sistemas etc.) para um crescimento evolutivo da Função. Tudo isso sustentado em um orçamento tão preciso quanto possível, com um roadmap de projetos internos alinhados com as estratégias da organização e que não seja prejudicial à dinâmica de negócios.

Na PwC, dedicamos tempo e recursos especificamente para entender todos esses desafios cotidianos e estratégicos que se apresentam para os nossos clientes, apoiando suas organizações nos esforços para superá-los e preparando as suas Funções Fiscais para o futuro!

Essa coletânea, que não compreende toda a legislação publicada no período, foi elaborada com o intuito de ser utilizada apenas como uma referência. Esse conteúdo não representa um serviço de consultoria da PwC. Sua aplicação em situações concretas deve ser feita com o apoio de assessores legais, após a análise do inteiro teor

dos referidos atos.

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Tributos e Contribuições Federais

Reforma da Previdência - Emenda Constitucional nº 103/2019

Em 13 de novembro de 2019, foi publicada a Emenda Constitucional nº 103, para, entre outros assuntos, alterar as regras da concessão de aposentadorias, além de outras normas do sistema de seguridade social, nos moldes que, resumidamente, seguem:

Da seguridade social e das contribuições sociais

A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, podendo, em relação às contribuições, ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedida pelo Regime Geral da Previdência Social.

As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso de contribuições sobre a receita ou o faturamento e o lucro.

São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados e do trabalhador, bem como demais segurados da previdência social. Essa regra não se aplica aos parcelamentos previstos na legislação vigente até a data de entrada em vigor dessa Emenda Constitucional (EC), sendo vedadas a reabertura ou a prorrogação de prazo de adesão.

Contribuições e alíquotas

Por sua vez, a viger a partir de 1º de março de 2020, até que a lei altere as alíquotas da contribuição para a seguridade social devidas pelo segurado empregado, inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avulso, estas serão de:

i. até um salário-mínimo: 7,5%;

ii. acima de um salário-mínimo até R$ 2.000,00: 9%;

iii. de R$ 2.000,01 até R$ 3.000,00: 12%; e

iv. de R$ 3.000,01 até o limite do salário de contribuição: 14%.

As alíquotas acima serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição do segurado, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.

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Transação tributária - “Contribuinte Legal” - MP nº 899/2019

Em 17 de outubro de 2019, foi publicada a Medida Provisória nº 899, a qual estabelece os requisitos e as condições para que a União e os devedores ou as partes adversas realizem transação resolutiva de litígio, nos termos do Código Tributário Nacional (CTN), na forma que, resumidamente, segue:

O disposto nessa MP é aplicado:

i. aos créditos tributários não judicializados sob a administração da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) do Ministério da Economia;

ii. à dívida ativa e aos tributos da União cuja inscrição, cobrança ou representação incumbam à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); e

iii. no que couber à dívida ativa das autarquias e das fundações públicas federais cuja inscrição, cobrança e representação incumbam à PGFN e aos créditos cuja cobrança seja competência da Procuradoria-Geral da União (PGU).

Para fins dessa MP, são modalidades de transação:

a. a proposta individual ou por adesão na cobrança da dívida ativa;

b. a adesão nos demais casos de contencioso judicial ou administrativo tributário; e

c. a adesão no contencioso administrativo tributário de baixo valor.

Transação na cobrança da dívida ativa da União

A transação poderá ser proposta pela PGFN, de forma individual ou por adesão, ou por iniciativa do devedor, ou pela Procuradoria-Geral Federal (PGF) e pela PGU. Essa proposta deverá expor os meios para a extinção dos créditos nela contemplados e estará condicionada, no mínimo, à assunção dos compromissos mencionados na MP.

A transação poderá dispor sobre:

i. a concessão de descontos em créditos inscritos em dívida ativa da União que, a exclusivo critério da autoridade fazendária, sejam classificados como irrecuperáveis ou de difícil recuperação, desde que inexistam indícios de esvaziamento patrimonial fraudulento;

ii. os prazos e as formas de pagamento, incluídos o diferimento e a moratória; e

iii. o oferecimento, a substituição ou a alienação de garantias e de constrições.

A MP permite a utilização de mais de uma das citadas alternativas previstas para o equacionamento dos créditos inscritos em dívida ativa da União, vedada a acumulação das reduções mencionadas nessa MP com quaisquer outras asseguradas na legislação em relação aos créditos abrangidos pela proposta de transação, sendo vedada, ainda que esta envolva:

i. a redução do montante principal do crédito inscrito em dívida ativa da União;

ii. as multas aplicadas em caso de sonegação, fraude e conluio e na falta de lançamento ou recolhimento do IPI, previstas no § 1º do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996 e no § 6º do artigo 80 da Lei nº 4.502/1964, e as de natureza penal; e

iii. os créditos (a) do Simples Nacional; (b) do FGTS; e (c) não inscritos em dívida ativa da União.

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A proposta de transação observará os seguintes limites:

a. Quitação em até 84 meses, contados da data da formalização da transação.

b. Redução de até 50% do valor total dos créditos a serem transacionados, estabelecendo a MP condições diferenciadas para pessoas físicas e para micro ou pequenas empresas.

A MP dispõe que, a referida proposta não suspende a exigibilidade dos créditos por ela abrangidos nem o andamento das respectivas execuções fiscais, bem como elenca hipóteses que implicam na sua rescisão.

Transação por adesão no contencioso tributário de relevante e disseminada controvérsia jurídica

De acordo com a MP, o Ministro da Economia poderá propor aos sujeitos passivos transação resolutiva de litígios tributários ou aduaneiros que versem sobre relevante e disseminada controvérsia jurídica, com base em manifestação da PGFN e da Secretaria Especial da RFB do Ministério da Economia.

A proposta de transação por adesão, a qual definirá as exigências a serem cumpridas, as reduções ou as concessões oferecidas, os prazos e as formas de pagamento admitidas, observados os limites e as vedações constantes na norma em análise, será divulgada na imprensa oficial e nos sítios dos respectivos órgãos na Internet, mediante edital que especifique, de maneira objetiva, as hipóteses fáticas e jurídicas nas quais a Fazenda Nacional propõe a transação no contencioso tributário, aberta à adesão de todos os sujeitos passivos que nelas se enquadrem e satisfaçam às condições previstas nessa MP e no edital.

Dentre outras questões, a MP dispõe que compete ao Secretário Especial da RFB, no que couber, disciplinar as hipóteses de transação de créditos tributários não judicializados no contencioso administrativo tributário, inclusive de pequeno valor, conforme definido em ato do Ministro da Economia.

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Contrato de Trabalho Verde e Amarelo - Outras alterações na legislação trabalhista - MP nº 905/2019

Em 12 de novembro de 2019, foi publicada a Medida Provisória nº 905, para instituir o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo e alterar a legislação trabalhista, nos termos que, resumidamente, seguem:

Contrato de Trabalho Verde e Amarelo

A MP instituiu o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, uma modalidade de contratação destinada à criação de novos postos de trabalho para as pessoas entre 18 e 29 anos de idade, para fins de registro do primeiro emprego em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Poderão ser contratados nessa nova modalidade trabalhadores com salário-base mensal de até 1,5 salário-mínimo nacional.

A contratação de trabalhadores nessa modalidade será realizada exclusivamente para novos postos de trabalho, e terá como referência a média do total de empregados registrados na folha de pagamentos entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2019, limitada a 20% do total de empregados da empresa.

O trabalhador admitido por outras formas contratuais de trabalho, uma vez dispensado não poderá ser readmitido pelo mesmo empregador por meio dessa nova modalidade prevista na MP no prazo de 180 dias, contados da data da dispensa.

O Contrato de Trabalho Verde e Amarelo será celebrado por prazo determinado, por até 24 meses, a critério do empregador, e será convertido automaticamente em contrato por prazo indeterminado quando ultrapassado o referido prazo.

Pagamentos antecipados, benefícios econômicos às empresas e FGTS

Dispõe a MP que, ao final de cada mês, ou de outro período de trabalho, caso acordado entre as partes, desde que inferior a um mês, o empregado receberá o pagamento imediato das parcelas referentes (i) à remuneração; (ii) ao décimo terceiro salário proporcional;

e (iii) às férias proporcionais, com acréscimo de um terço do salário; e a indenização sobre o FGTS poderá ser paga, por acordo entre empregado e empregador, de forma antecipada, mensalmente, ou em outro período de trabalho acordado entre as partes, igualmente desde que inferior a um mês.

Por sua vez, a indenização sobre o FGTS será paga sempre por metade, sendo o seu pagamento irrevogável, independentemente do motivo de demissão do empregado, mesmo que por justa causa.

A alíquota mensal relativa à contribuição devida para o FGTS será de 2% na modalidade de contratação em questão, independentemente do valor da remuneração.

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Isenções - Contribuições sobre a folha de pagamentos

Ficam as empresas isentas das seguintes parcelas, incidentes sobre a folha de pagamentos dos contratados na modalidade em questão:

i. Contribuição previdenciária a cargo da empresa de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, destinadas a retribuir o trabalho.

ii. Salário-educação.

iii. Contribuições sociais destinadas às instituições Sesi, Sesc, Sest, Senai, Senat, Senac, Incra, Sebrae, Senar, Sescoop.

Essa norma produzirá efeitos quando atestado, por ato do Ministro da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, na forma da MP.

Prazo para contratação

Fica permitida a contratação pela modalidade em questão no período de 1º de janeiro de 2020 a 31 de dezembro de 2022, observadas as particularidades dispostas nessa MP.

Despedida sem justa causa - Extinção da contribuição social de 10% - Efeitos a partir 1º de janeiro de 2020

A referida MP extingue a contribuição social devida pelos empregadores em caso de despedida de empregado sem justa causa, à alíquota de 10%.

Esse dispositivo produzirá efeitos a partir de 1º de janeiro de 2020.

CLT - Principais alterações Alimentação (artigos 457 e 458 da CLT)

O fornecimento de alimentação, seja in natura ou por meio de documentos de legitimação como tíquetes, vales, cupons, cheques, cartões eletrônicos destinados à aquisição de refeições ou de gêneros alimentícios, não tem natureza salarial e nem é tributável para efeito da contribuição previdenciária e dos demais tributos incidentes sobre a folha de salários, tampouco integra a base de cálculo do imposto sobre a renda da pessoa física.

Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a habitação, o vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornece habitualmente ao empregado, e em nenhuma hipótese será permitido o pagamento de bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

Essa norma produzirá efeitos quando atestado, por ato do Ministro da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, na forma da MP.

Salário-maternidade e seguro-desemprego

O seguro-desemprego e o salário-maternidade compõem o salário de contribuição para fins de apuração da contribuição ao INSS.

Sobre os valores pagos ao beneficiário do seguro-desemprego, será descontada a respectiva contribuição previdenciária e o período será computado para efeito de concessão de benefícios previdenciários (vigência a partir de 1º de março de 2020).

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Participação nos lucros

A MP prevê que um dos procedimentos de negociação, para a determinação da participação nos lucros ou resultados, será a comissão paritária escolhida pelas partes. No entanto, a Lei nº 10.101/2000 estabelecia que essa comissão deveria ser integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria.

Além disso, dispõe a MP que as partes podem adotar os procedimentos de negociação estabelecidos na lei (comissão paritária, convenção ou acordo coletivo simultaneamente, bem como restabelecer múltiplos programas de participação nos lucros ou nos resultados, observada a periodicidade estabelecida na lei ora alterada).

Na fixação dos direitos substantivos e das regras adjetivas, inclusive no que se refere à fixação dos valores e à utilização exclusiva de metas individuais, a autonomia da vontade das partes contratantes será respeitada e prevalecerá em face do interesse de terceiros.

Consideram-se previamente estabelecidas as regras fixadas em instrumento assinado anteriormente ao pagamento da antecipação, quando prevista e com antecedência de, no mínimo, 90 dias da data do pagamento da parcela única ou da parcela final, caso haja pagamento de antecipação.

A inobservância à periodicidade estabelecida macula exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma, na forma dessa MP.

A participação nos lucros ou nos resultados tratados na lei ora alterada poderá ser fixada diretamente com o empregado, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, na forma da referida MP.

Essa norma produzirá efeitos quando atestado, por ato do Ministro da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, na forma da MP.

Pagamento de prêmios

São válidos os prêmios, definidos no artigo 457 da CLT, independentemente da forma do seu pagamento e do meio utilizado para a sua fixação, inclusive por ato unilateral do empregador, ajuste este realizado com o empregado ou com o grupo de empregados, bem como por norma coletiva, inclusive quando pagos por fundações e associações, desde que sejam observados os seguintes requisitos:

i. sejam pagos, exclusivamente, a empregados, de forma individual ou coletiva;

ii. decorram de desempenho superior ao ordinariamente esperado, avaliado discricionariamente pelo empregador, desde que o desempenho ordinário tenha sido previamente definido;

iii. o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores seja limitado a quatro vezes no mesmo ano civil e, no máximo, de um no mesmo trimestre civil;

iv. as regras para a percepção do prêmio devem ser estabelecidas previamente ao pagamento; e

v. as regras que disciplinam o pagamento do prêmio devem permanecer arquivadas por qualquer meio, pelo prazo de seis anos, contado da data de pagamento.

Por fim, a MP também traz alterações nas regras dos planos de custeio e de benefícios da seguridade social.

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Preços de Transferência - Alterações - IN RFB nº 1.870/2019

Em 30 de janeiro de 2019, foi publicada a Instrução Normativa RFB nº 1.870, para alterar a Instrução Normativa RFB nº 1.312/2012, a qual dispõe sobre as normas de Preços de Transferência, no que se destaca, resumidamente, a seguir:

Operações de importação

Entre outras disposições, a nova IN prevê que o cálculo do preço parâmetro deverá ser efetuado no ano-calendário em que bem, serviço ou direito for importado, excetuada a hipótese de adoção do Método do Preço de Revenda menos Lucro (PRL).

Se o preço praticado na aquisição for superior àquele utilizado como parâmetro, o valor resultante do excesso de custo, despesa ou encargos será considerado indedutível na determinação do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre

o Lucro Líquido (CSLL) e deverá ser adicionado às bases de cálculo no ano-calendário em que o bem, serviço ou direito tiver sido realizado, por alienação ou baixa a qualquer título.

Método PRL

Os preços de venda, a serem considerados no cálculo do preço líquido de venda para a metodologia do Preço de Revenda menos Lucro (PRL), serão os preços das operações de venda a varejo e no atacado no mercado interno, realizadas pela própria pessoa jurídica importadora com compradores não vinculados, observadas as demais disposições da IN.

Na hipótese de adoção desse método, o contribuinte deverá calcular o preço praticado médio ponderado computando as aquisições realizadas no período de apuração, os saldos de estoques existentes no início do período e expurgando os valores e as quantidades remanescentes em seu encerramento.

Operação com commodities

A IN dispõe que, para a operação com commodities deverá ser utilizado o método do Preço sob Cotação na Importação (PCI) ou o método do Preço sob Cotação na Exportação (PECEX).

Para esses dois métodos, os preços parâmetros serão determinados a partir da cotação média da data da transação.

Para fins de aplicação dos métodos supracitados, consideram-se commodities os produtos listados no Anexo I da IN ora alterada, e que estejam sujeitos:

i. a preços públicos em bolsas de mercadorias e futuros, listadas no Anexo II da IN ora alterada; ou

ii. a preços públicos nas instituições de pesquisas setoriais internacionalmente reconhecidas, listadas no Anexo III da IN ora alterada.

Caso não seja possível identificar a data da transação, o preço parâmetro deverá ser calculado com base na cotação média da data do registro da declaração de importação de mercadoria.

Da margem de divergência

Até 31 de dezembro de 2018, será considerada satisfatória a comprovação, nas operações com pessoas jurídicas vinculadas, quando o preço parâmetro médio ponderado divirja em até 5%, para mais ou para menos, do preço praticado médio ponderado.

Já a partir de 1º de janeiro de 2019, será considerada satisfatória a comprovação, nas operações com pessoas jurídicas vinculadas, quando o preço praticado médio ponderado divirja em até 5%, para mais ou para menos, do preço parâmetro médio ponderado.

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Consolidação da legislação do IRPJ e da CSLL - Alterações - IN RFB nº 1.881/2019

Foi publicada, em 5 de abril de 2019, a Instrução Normativa RFB nº 1.881/2019, alterando as regras de apuração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), disciplinadas na IN RFB no 1.700/2017, conforme adiante se resume.

Algumas dessas modificações são adiante, resumidamente, comentadas:

Receita bruta (artigo 26)

Salvo disposição em contrário, a receita bruta será reconhecida no período de apuração em que for configurada a aquisição de sua disponibilidade econômica ou jurídica, independentemente da avaliação quanto à probabilidade de não recebimento do valor pactuado ou contratado.

Na hipótese da exportação de bens para o exterior, a receita bruta será determinada pela conversão, para reais, de seu valor expresso em moeda estrangeira à taxa de câmbio fixada no boletim de abertura pelo Banco Central, para compra, em vigor na data de embarque dos bens para o exterior, nos termos da legislação tributária.

Se for adotado procedimento contábil do qual resulte valor de receita bruta ou momento de reconhecimento dessa receita diferente do estabelecido pela legislação tributária, a pessoa jurídica deverá registrar a diferença mediante lançamento a débito ou a crédito em conta específica de ajuste da receita bruta, a qual será considerada no cálculo da receita líquida. Essa diferença será apurada entre a receita bruta

reconhecida e mensurada, conforme determinado pela legislação tributária, e a receita reconhecida e mensurada, de acordo com o procedimento contábil adotado pela pessoa jurídica.

Diferença de procedimento contábil e fiscal (artigo 67A)

Para cada operação, e em cada período de apuração, a pessoa jurídica deverá computar, na determinação do lucro real e do resultado ajustado, a diferença decorrente da aplicação de procedimento contábil, a qual resulte de valor e/ou momento diferente daquele em que a receita bruta deva ser reconhecida e/ou mensurada nos termos da legislação tributária.

Em obediência ao regime de competência, a parcela de custos e despesas pagos ou incorridos, correspondente ao ajuste da receita bruta do período de apuração, também será excluída ou adicionada na forma da IN ora retratada.

O controle na Parte B do e-LALUR e do e-LACS poderá ser feito por meio de valores globais, desde que a pessoa jurídica mantenha detalhamento específico por origem da diferença que permita a identificação da operação da qual seja decorrente.

Essas regras não se aplicam às diferenças verificadas em adiantamentos recebidos de clientes nas operações de bens para o exterior.

Perdas no recebimentos de créditos (artigo 71)

Para fins de efetivação do registro da perda, os créditos com e sem garantia, definidos na legislação, serão considerados pelo seu valor original, acrescido de reajustes previstos em contrato considerados até a data da baixa, inclusive juros e outros encargos pelo financiamento da operação e eventuais acréscimos moratórios decorrentes da não liquidação, deduzidos os valores amortizados.

Essa mesma regra é válida para as perdas de créditos relativos a contratos inadimplidos até 7 de outubro de 2014.

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Poderão ser deduzidos como despesas somente créditos decorrentes das atividades de pessoas jurídicas para os quais tenham sido cumpridos os requisitos legais, ainda que vencidos há mais de cinco anos sem que tenham sido liquidados pelo devedor, notadamente em relação aos créditos que exigirem procedimentos judiciais.

A dedução de perdas pode ser efetuada em período de apuração posterior àquele em que forem cumpridos os requisitos para a sua dedutibilidade, desde que mantidas as condições no momento da dedução.

Dedução de doações (artigos 139 e 141)

É possível a dedução de doações do lucro operacional da pessoa jurídica, nos limites legais permitidos, feita à entidade beneficiária que seja organização da sociedade civil (Lei nº 13.019/2014), desde que cumpridos os demais requisitos legais (antes: entidade civil reconhecida como de utilidade pública por ato formal de órgão competente da União).

A dedutibilidade dessas doações e daquelas feitas às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) independe tanto de certificação quanto de reconhecimento da condição de utilidade pública das beneficiárias das doações, mas fica condicionada ao enquadramento das beneficiárias no inciso I do artigo 2º da Lei nº 13.019/2014 e ao cumprimento dos requisitos da Lei nº 9.790/1999.

Mais-valia paga na aquisição de investimentos (artigos 186 e 187)

Depois da incorporação, da fusão e da cisão, as exclusões das mais-valias integrantes do custo do bem que lhe deu causa será feita na Parte A do e-LALUR e do e-LACS, com a respectiva baixa nas contas da Parte B, originadas dos ajustes das reduções desses bens e efetuadas antes desses eventos societários.

A IN, ora comentada, também traz procedimentos para os casos em que a sucessora do evento de incorporação, fusão ou cisão não seja a antiga investidora, e ainda trata da hipótese em que a mais-valia seja decorrente de aquisição de participação societária

entre partes dependentes, ou de ocorrer alguma das situações que impeça a dedutibilidade de tais valores (falta de laudo ou de seu registro intempestivo, alienação do bem pela investida).

Também consta da IN, o tratamento a ser dado à menos-valia, bem como os efeitos da participação adquirida em estágios nas operações de incorporação, fusão e cisão (artigo 190).

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CPC 06 (R2) - “Operações de Arrendamento Mercantil” - IN RFB nº 1.889/2019

Em 8 de maio de 2019, foi publicada a Instrução Normativa RFB nº 1.889, alterando a IN RFB nº 1.753/2017, para nela incluir o Anexo V referente ao CPC 06 (R2) - “Arrendamento Mercantil”, dispondo sobre os procedimentos para anulação dos efeitos tributários desse novo pronunciamento contábil, conforme, resumidamente, se alinha:

Inicialmente, a nova IN relaciona os itens do CPC 06 (R2) que, se adotados, contemplam modificação ou adoção de novos métodos ou critérios contábeis. Esclarece ainda que os demais itens desse pronunciamento contábil não citados na IN, os quais envolvam a aplicação, mesmo que indiretamente, dos procedimentos contábeis nela identificados, também contemplam modificação ou adoção de novos métodos ou critérios contábeis.

IRPJ/CSLL - Arrendatária - Lucro real

Exclusões do lucro líquido na determinação do lucro real e do resultado ajustado

A arrendatária poderá excluir das mencionadas bases de cálculo:

i. as contraprestações pagas ou creditadas (vencidas) por força do contrato, as quais não tenham sido reconhecidas como despesas;

ii. os custos diretos iniciais incorridos, os quais façam parte do custo do ativo de direito de uso; e

iii. os custos incorridos na desmontagem e na remoção do ativo, os quais façam parte do custo do ativo de direito de uso.

Ativos de direito de uso - Neutralização de efeitos

A arrendatária deverá neutralizar os efeitos no resultado, ou no custo de produção de bens ou nos serviços, que sejam decorrentes dos ativos de direito de uso e dos passivos de arrendamento.

Devem ser adicionadas ao lucro líquido na parte A do e-LALUR e do e-LACS, para fins de determinação do lucro real e do resultado ajustado, todas as despesas e custos deles decorrentes, como:

a. depreciações, das quais, na hipótese de se referirem a custo de produção de bens ou serviços, deverá ser efetuada a adição no período de apuração em que a depreciação for apropriada como custo;

b. perdas por redução ao valor recuperável;

c. outras realizações do ativo, como alienação ou baixa, mesmo após eventual reclassificação contábil; e

d. perdas na avaliação com base no valor justo.

Os ganhos na avaliação com base no valor justo e as reversões das perdas por redução ao valor recuperável poderão ser objeto de exclusão no cômputo das bases de cálculo antes mencionadas.

Passivos de arrendamento

Devem ser adicionadas ao lucro líquido na parte A do e-LALUR e do e-LACS, para fins de determinação do lucro real e do resultado ajustado, todas as despesas deles decorrentes, como:

a. despesas financeiras reconhecidas; e

b. despesas relativas aos pagamentos variáveis de arrendamento, na hipótese em que o valor da contraprestação excluída, conforme disposto na IN, não tenha sido reduzido pelo valor das referidas despesas.

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Podem ser excluídas do lucro líquido, na determinação do lucro real e do resultado ajustado demonstrados na parte A do e-LALUR e do e-LACS, as receitas decorrentes da situação em que há redução do passivo de arrendamento com contrapartida no resultado.

Essas exclusões somente poderão ser feitas caso o arrendamento se refira a bem móvel ou imóvel que esteja intrinsecamente relacionado com a produção ou com a comercialização de bens e serviços.

Demais disposições

A aquisição pela arrendatária de bens arrendados em desacordo com as disposições contidas na Lei nº 6.099/1974, nas operações em que seja obrigatória a sua observância, será considerada operação de compra e venda a prazo.

A IN ora tratada também traz regras para a arrendatária de contrato de arrendamento mercantil:

a. em transação de venda e retroarrendamento (itens 98 a 103 do CPC 06 (R2)); e

b. para a arrendatária que apura IRPJ e CSLL pelo lucro presumido e arbitrado.

Pessoa jurídica arrendatária - Apuração do PIS e da COFINS no regime não cumulativo

A arrendatária poderá descontar créditos sobre os valores das contraprestações de operações de arrendamento mercantil celebradas com pessoa jurídica, exceto optante pelo Simples Nacional.

O crédito é vedado sobre a depreciação do ativo de direito de uso, mesmo após eventual reclassificação contábil.

A arrendatária poderá desconsiderar, na apuração do total de receitas que compõem a base de cálculo das contribuições:

a. os ganhos na avaliação com base no valor justo;

b. as reversões das perdas por redução ao valor recuperável; e

c. as receitas decorrentes da situação em que há redução do passivo de arrendamento com contrapartida no resultado.

Essas disposições também se aplicam à determinação do crédito relacionado às operações de importação, quando estas estiverem sujeitas ao pagamento do PIS/COFINS-Importação.

Contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos contabilizados como arrendamento mercantil

O disposto no novo Anexo, trazido pela IN em foco, também se aplica aos contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas contábeis e da legislação comercial, sem prejuízo das demais disposições da legislação tributária.

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PIS/COFINS e PIS/COFINS-Importação - Regulamentação - Consolidação de normas - IN nº 1.911/2019

Os destaques, de forma resumida, da IN nº 1.911, publicada em 15 de outubro de 2019, a qual consolidou as normas relativas ao PIS e à COFINS e revogou mais de 50 instruções normativas relativas à matéria, estão apresentados a seguir.

Entre outros assuntos, a IN dispõe sobre os contribuintes, os responsáveis, as receitas isentas e com suspensão, a composição e a exclusão da base de cálculo, os regimes especiais, inclusive os de tributação diferenciada, a tributação das instituições financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central.

Decisões judiciais sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS

A IN trouxe norma específica em relação ao cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado, as quais versam sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, em linha com o que já tinha deixado expresso por meio da Solução de Consulta Interna COSIT nº 13/2018, no sentido de que o montante a ser excluído da base de cálculo mensal das contribuições é o valor mensal do ICMS a recolher.

A referida norma ainda tratou do seguinte:

i. Caso, na determinação das contribuições do período, a pessoa jurídica apurar e escriturar de forma segregada cada base de cálculo mensal, conforme o Código de Situação Tributária (CST), faz-se necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de identificação da parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de cálculo mensal do PIS e da COFINS.

ii. Para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS em cada uma das bases de cálculo das contribuições, a segregação do ICMS mensal a recolher será determinada com base na relação percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) das contribuições e a receita bruta total, auferidas em cada mês.

iii. Para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devem-se preferencialmente considerar os valores escriturados por esta na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFD-ICMS/IPI), transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos à apuração do referido imposto.

iv. No caso de a pessoa jurídica estar dispensada da escrituração do ICMS, na EFD-ICMS/IPI, em um ou mais períodos abrangidos pela decisão judicial com trânsito em julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base

nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos.

Tomada de créditos no regime não cumulativo

A IN trouxe as seguintes disposições sobre a tomada de créditos de PIS e COFINS:

i. O direito de utilizar os créditos em questão prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição.

ii. As pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração não cumulativa deverão apurar e registrar os créditos de forma segregada, discriminando-os em razão de sua natureza, origem e vinculação.

iii. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações.

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iv. O valor dos créditos apurados não constitui receita da pessoa jurídica, servindo somente para desconto do valor apurado das contribuições.

Conceito de insumos

Segundo a IN, são insumos os bens ou os serviços considerados essenciais ou relevantes, os quais integram o processo de produção ou de fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços.

Assim, não obstante ter assinalado no Parecer Normativo COSIT nº 5/2018, sobre os itens de gastos que dão ou não direito de crédito, a referida IN descreve também as situações de concessão e de vedação de créditos.

São enquadrados como insumos, segundo a IN:

i. bens ou serviços que, mesmo utilizados após a finalização do processo de produção, de fabricação ou de prestação de serviços, tenham sua utilização decorrente de imposição legal;

ii. bens ou serviços considerados essenciais ou relevantes, os quais integram o processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços e sejam considerados insumos na produção ou na fabricação de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;

iii. combustíveis e lubrificantes consumidos em máquinas, equipamentos ou veículos responsáveis por qualquer etapa do processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços;

iv. bens ou serviços aplicados no desenvolvimento interno de ativos imobilizados sujeitos à exaustão, bem como utilizados no processo de produção, de fabricação ou de prestação de serviços;

v. bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível, o qual resulte em insumo utilizado no processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços; ou bem destinado à venda ou em serviço prestado a terceiros;

vi. embalagens de apresentação utilizadas nos bens destinados à venda;

vii. serviços de manutenção, necessários ao funcionamento de máquinas e equipamentos, utilizados no processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços;

viii. bens de reposição, necessários ao funcionamento de máquinas e equipamentos, utilizados no processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços;

ix. serviços de transporte de produtos em elaboração realizados em ou entre estabelecimentos da pessoa jurídica;

x. bens ou serviços especificamente exigidos pela legislação, para viabilizar a atividade de produção de bens ou de prestação de serviços por parte da mão de obra empregada nessas atividades, como no caso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

No entanto, a IN não enquadra como insumos:

i. bens incluídos no ativo imobilizado;

ii. embalagens utilizadas no transporte do produto acabado;

iii. bens e serviços utilizados na pesquisa e prospecção de minas, jazidas e poços de recursos minerais e energéticos;

iv. bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível, o qual não chegue a ser concluído ou seja concluído e explorado em áreas diversas da produção ou fabricação de bens e da prestação de serviços;

v. serviços de transporte de produtos acabados realizados em ou entre estabelecimentos da pessoa jurídica;

vi. despesas destinadas à viabilização da atividade da mão de obra empregada no processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços, como alimentação, vestimenta, transporte, cursos, plano de seguro e seguro de vida;

vii. bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos em operações comerciais; e

viii. bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos nas atividades administrativas, contábeis e jurídicas da pessoa jurídica.

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A IN considera como serviço qualquer atividade prestada por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica, mediante retribuição, e como bem não só produtos e mercadorias, mas também os intangíveis.

Em relação à tomada de créditos sobre ativos imobilizados, a IN dispõe que é vedada a utilização dos créditos sobre encargos de depreciação acelerada incentivada, apurados na forma do artigo 324 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR de 2018), e na hipótese de aquisição de bens usados.

A IN elenca ainda todas as situações de setores da atividade econômica que tenham tributação diferenciada das contribuições, além de reproduzir regimes especiais como REIDI, RECAP, REPES, entre outros.

As regras de tributação do PIS e da COFINS devidos na importação também estão reproduzidas na IN sob foco.

Decadência

Dispõe ainda a IN que o prazo para a constituição de créditos do PIS e da COFINS extingue-se após cinco anos, contados:

a. do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; ou

b. da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado por vício formal o lançamento do crédito tributário anteriormente efetuado.

Escrituração comercial e fiscal e comprovantes de lançamento - Meio eletrônico, óptico ou equivalente - Possibilidade de destruição de documentos originais - ADI RFB nº 4/2019

Em 11 de outubro de 2019, foi publicado o Ato Declaratório Interpretativo nº 4, o qual dispõe que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal, bem como os comprovantes de lançamentos neles efetuados, podem ser armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente para fins de conservação destes até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

De acordo com o referido ato, o documento digital e a sua reprodução terão o mesmo valor probatório do documento original perante a autoridade administrativa em procedimentos de fiscalização, observados os critérios especificados. Desse modo, os documentos originais poderão ser destruídos depois de digitalizados, ressalvados os documentos de valor histórico, cuja preservação é sujeita à legislação específica.

Tal ato também dispõe que os documentos armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente poderão ser eliminados depois de transcorrido o prazo de prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que eles se referem.

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Conceito de insumos em face da decisão do STJ, no RESP nº 1.221.170/PR - Parecer Normativo COSIT nº 5/2018

O Parecer Normativo COSIT nº 5/2018, publicado em 18 de dezembro de 2018, apresenta as principais repercussões, no âmbito da RFB, decorrentes da definição do conceito de insumos para fins de tomada de créditos de PIS/COFINS, conforme estabelecido pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 1.221.170/PR.

Consoante à referida tese acordada na decisão judicial:

O “critério da essencialidade” diz com o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço, constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência.

O “critério da relevância” é identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja pelas singularidades de cada cadeia produtiva ou “por imposição legal”.

Com base nessa premissa, o Parecer apresenta vários exemplos de gastos incorridos pelas pessoas jurídicas, indicando a possibilidade ou não de créditos das contribuições, à luz dos parâmetros definidos pelo citado julgamento do STJ.

Entre outras disposições, o Parecer esclarece que somente podem ser considerados insumos itens relacionados com a produção de bens destinados à venda ou à prestação de serviços a terceiros, o que não abarca itens que não estejam sequer indiretamente relacionados com tais atividades.

Afirma que, para fins de apuração de créditos das contribuições, não há insumos na atividade de revenda de bens, notadamente porque a essa atividade foi reservada a apuração de créditos em relação aos bens adquiridos para revenda (inciso I, caput do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003).

Em razão disso, exemplifica que não constituem insumos geradores de créditos para pessoas jurídicas dedicadas à atividade de revenda de bens: (a) combustíveis e lubrificantes utilizados em veículos próprios de entrega de mercadorias; (b) transporte de mercadorias entre centros de distribuição próprios; (c) embalagens para transporte das mercadorias, entre outros.

Reconhece, por outro lado, que o conceito estabelecido pela Primeira Seção do STJ permite o creditamento para insumos do processo de produção de bens destinados à venda ou à prestação de serviços, e não apenas insumos do próprio produto ou serviço comercializados, como vinha sendo interpretado pela RFB.

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Acordos Internacionais

Acordo entre Brasil e Suíça para intercâmbio de informações tributárias - Decreto Federal nº 9.814/2019Em 31 de maio de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.814, promulgando o acordo entre a República Federativa do Brasil e a Confederação Suíça para o intercâmbio de informações sobre matéria tributária, firmado em Brasília, em 23 de novembro de 2015.

Acordo entre Brasil, Grã-Bretanha e Irlanda do Norte para intercâmbio de informações tributárias - Decreto Federal nº 9.815/2019

Em 31 de maio de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.815, promulgando o acordo entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte para o intercâmbio de informações relativas a tributos, firmado em Brasília, em 28 de setembro de 2012.

Acordo entre Brasil e Noruega para Assistência Mútua Administrativa em Matéria Aduaneira - Decreto Federal nº 9.952/2019

Em 1º de agosto de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.952, promulgando o acordo de Assistência Mútua Administrativa entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo do Reino da Noruega em Matéria Aduaneira, firmado em Oslo, em 19 de dezembro de 2012, anexo ao Decreto.

Convenção entre Brasil e Noruega - Promulgação do protocolo de alteração - Decreto Federal nº 9.966/2019Em 9 de agosto de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.966, promulgando o protocolo de alteração da convenção, celebrada em Brasília em 21 de agosto de 1980, entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo do Reino da Noruega destinada a evitar a dupla tributação e a prevenir a evasão fiscal em matéria de IR e o capital, firmado em Brasília, em 20 de fevereiro de 2014.

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Soluções De Consulta 2019

Solução de Consulta COSIT nº 198, de 10 de junho de 2019

Assunto: IRPJ/CSLL

GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS. CONTABILIZAÇÃO NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO. DETERMINAÇÃO DO LUCRO REAL. ADIÇÃO AO LUCRO LÍQUIDO.

O ganho de capital na alienação de bens do ativo não circulante classificados como investimentos, quando contabilizado no patrimônio líquido, será computado no lucro real e no resultado ajustado mediante adição ao lucro líquido.

(DOU 21.06.2019)

Solução de Consulta COSIT nº 223, de 26 de junho de 2019

Assunto: IRPJ /CSLL

AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA. ÁGIO POR RENTABILIDADE FUTURA. INCORPORAÇÃO, FUSÃO OU CISÃO. EXCLUSÃO DO LUCRO REAL. POSTERGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.

A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ágio por rentabilidade futura (goodwill), desde que obedecidos os demais requisitos legais, poderá amortizar nos balanços correspondentes à apuração do lucro real/excluir para fins de apuração do lucro real, levantados posteriormente/dos períodos de apuração subsequentes, o saldo do referido ágio existente na contabilidade na data da aquisição da participação societária, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no máximo, para cada mês do período de apuração.

Não é possível postergar a amortização/exclusão. Ela deve ser realizada de maneira ininterrupta, iniciando no primeiro período de apuração após a incorporação, fusão ou cisão, em razão fixa ali determinada, não superior a 1/60 (um sessenta avos) para cada mês do período de apuração.

(DOU 01.07.019)

Solução de Consulta nº 231, de 15 de julho de 2019

Assunto: IOF

RECURSOS PROVENIENTES DE EXPORTAÇÕES. MANUTENÇÃO NO EXTERIOR. INOCORRÊNCIA DO FATO GERADOR.

Não incide IOF quando da manutenção de recursos em moeda estrangeira em instituição financeira fora do País, relativos aos recebimentos de exportações brasileiras de mercadorias e de serviços para o exterior, realizadas por pessoas físicas ou jurídicas. Nessa situação, não há liquidação de contrato de câmbio e, portanto, não se verifica a ocorrência do fato gerador do imposto

conforme definido no artigo 63, II, do Código Tributário Nacional (CTN), e no artigo 11, do Decreto 6.306, de 2007.

OPERAÇÕES DE CÂMBIO RELATIVAS AO INGRESSO NO PAÍS DE RECEITAS DE EXPORTAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS. ALÍQUOTA ZERO.

a. No caso de operações de câmbio relativas ao ingresso no País de receitas de exportação de bens e serviços, há a incidência do IOF, à alíquota zero, conforme expressa previsão no artigo 15-B, I, do Decreto nº 6.306, de 2007.

b. No entanto, para a incidência da alíquota zero devem ser observados a forma e os prazos estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BCB), independentemente de os recursos terem sido inicialmente recebidos em conta mantida no exterior, conforme autoriza a legislação pátria.

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c. Nos termos da legislação vigente (artigo 16-A, da Resolução CMN nº 3.568, de 2008, e do artigo 99, da Circular BCB nº 3.691, de 2013), para que se caracterize como operação de câmbio relativa a ingresso no País de receitas de exportação de bens e serviços, na forma do artigo 15-B, I, do Decreto nº 6.306, de 2007:

c.1 O contrato de câmbio de exportação deverá ser celebrado para liquidação pronta ou futura, prévia ou posteriormente ao embarque da mercadoria ou da prestação do serviço, observado o prazo máximo de 750 (setecentos e cinquenta) dias entre a contratação e a liquidação, bem como o seguinte:

I. No caso de contratação prévia, o prazo máximo entre a contratação de câmbio e o embarque da mercadoria ou da prestação do serviço é de 360 (trezentos e sessenta) dias.

II. O prazo máximo para liquidação do contrato de câmbio é o último dia útil do décimo segundo mês subsequente ao do embarque da mercadoria ou da prestação do serviço.

c.2 Para os contratos de câmbio de exportação, no caso de requerimento de recuperação judicial, ajuizamento de pedido de falência do exportador ou em outra situação em que fique documentalmente comprovada a incapacidade do exportador para embarcar a mercadoria ou para prestar o serviço por fatores alheios à sua vontade, o embarque da mercadoria ou a prestação do serviço pode ocorrer até 1.500 (mil e quinhentos) dias a partir da data de contratação da operação de câmbio, desde que o prazo entre a contratação e a liquidação do contrato de câmbio não ultrapasse 1.500 (mil e quinhentos) dias.

ESTA SOLUÇÃO DE CONSULTA REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 246, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2018.

(DOU 24.07.2019)

Solução de Consulta COSIT nº 233, de 16 de agosto de 2019

Assunto: Normas de Administração Tributária

DENÚNCIA ESPONTÂNEA. FORMA DE INSTRUMENTALIZAÇÃO

A configuração da denúncia espontânea deve necessariamente obedecer aos preceitos do artigo 138 do Código Tributário Nacional (CTN), sob pena de sua inocorrência. A instrumentalização da denúncia espontânea se dá por meio das declarações em cumprimento a obrigações acessórias previstas na legislação tributária.

DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA E MULTA PUNITIVA

Atendidos os requisitos do artigo 138 do CTN, a denúncia espontânea afasta a aplicação de multa, inexistindo, nesse caso, diferença entre multa moratória e multa punitiva.

A prestação a destempo da obrigação acessória pelo sujeito passivo, para configurar denúncia espontânea da obrigação principal, não o elide da multa referente ao descumprimento da obrigação acessória, posto que, são obrigações autônomas.

A comunicação da infração tributária e o pagamento do tributo nos termos do artigo 138 do CTN não impede o lançamento da multa pelo atraso no descumprimento das obrigações acessórias a que estava sujeita

DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PAGAMENTO. COMPENSAÇÃO.

A extinção do crédito tributário mediante compensação não equivale ao pagamento referido pelo artigo 138 do CTN, para fins de configuração de denúncia espontânea.

(DOU 21.08.2019)

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Solução de Consulta COSIT nº 239, de 19 de agosto de 2019

Assunto: Normas de Administração Tributária

INDÉBITO TRIBUTÁRIO RECONHECIDO JUDICIALMENTE. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVA.

Decisões judiciais que reconheçam indébito tributário não podem ser objeto de pedido administrativo de restituição, sob pena de ofensa ao artigo 100 da Constituição Federal.

(DOU 27.08.2019)

Solução de Consulta COSIT nº 276, de 26 de setembro de 2019

Assunto: IRRF

CONTRATO DE COMPARTILHAMENTO DE CUSTOS. SOCIEDADES DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. SERVIÇOS TÉCNICOS. DESPESAS. REEMBOLSO. PAGAMENTO, CRÉDITO, ENTREGA, EMPREGO OU REMESSA. FAVORECIDO: RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR. INCIDÊNCIA.

Incide IRRF sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residente ou domiciliado no exterior a título de remuneração de serviços técnicos prestados entre empresas do mesmo grupo econômico, ainda que esses serviços decorram do cumprimento de contrato genericamente denominado de contrato compartilhamento de custos (Cost Sharing Agreement), mas que não atenda aos requisitos para sua caracterização.

Assunto: CIDE

CONTRATO DE COMPARTILHAMENTO DE CUSTOS. SOCIEDADES DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. SERVIÇOS TÉCNICOS. DESPESAS. REEMBOLSO. PAGAMENTO, CRÉDITO, ENTREGA, EMPREGO OU REMESSA. FAVORECIDO: RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR. INCIDÊNCIA.

Há incidência de CIDE-royalties sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residente ou domiciliado no exterior a título de remuneração de serviços técnicos prestados entre empresas do mesmo

grupo econômico, ainda que esses serviços decorram do cumprimento de contrato genericamente denominado de contrato compartilhamento de custos (Cost Sharing Agreement), mas que não atenda aos requisitos para sua caracterização.

Assunto: PIS/COFINS-Importação

CONTRATO DE COMPARTILHAMENTO DE CUSTOS. SOCIEDADES DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS. EXECUÇÃO NO BRASIL. EXECUÇÃO NO EXTERIOR (COM RESULTADO NO BRASIL). DESPESAS. REEMBOLSO. PAGAMENTO, CRÉDITO, ENTREGA, EMPREGO OU REMESSA. FAVORECIDO: RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR. INCIDÊNCIA.

O pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior, a título de contraprestação por serviço executado no Brasil, ou no exterior, cujo resultado se verifique no Brasil, corresponde a fato gerador do PIS/COFINS-Importação; ainda que esse serviço decorra do cumprimento de

contrato genericamente denominado de contrato compartilhamento de custos (Cost Sharing Agreement), mas que não atenda aos requisitos para s ua caracterização.

(DOU 02.10.2019)

Solução de Consulta DISIT/SRRF08 nº 8014, de 25 de junho de 2019

Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário

CISÃO PARCIAL. FIM ECONÔMICO E PROPÓSITO NEGOCIAL. TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. UTILIZAÇÃO PELA SUCESSORA.

A operação societária de cisão parcial sem fim econômico deve ser desconsiderada quando tenha por objetivo o reconhecimento de crédito fiscal de qualquer espécie para fins de desconto, restituição, ressarcimento ou compensação, motivo pelo qual será considerado como de terceiro se utilizado pela cindenda ou por quem incorporá-la posteriormente.

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A cisão parcial, desde que tenha fim econômico, é uma hipótese legal de sucessão dos direitos previstos nos atos de formalização societária, entre os quais os créditos decorrentes de indébitos tributários, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, que passam a ter natureza de créditos próprios da sucessora, se assim determinarem os atos de cisão sendo, desse modo, válidos para a solicitação de restituição e compensação com débitos desta para com a Fazenda Nacional.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 321, DE 09 DE AGOSTO DE 2017.

Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. COMPENSAÇÃO. SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS, PREVIDENCIÁRIAS E TRABALHISTAS (ESOCIAL).

Somente é possível a compensação entre débitos e créditos de tributos previdenciários e não previdenciários, reciprocamente, se ambos tiverem período de apuração posterior à utilização do eSocial.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 336, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2018.

(DOU 16.07.2019)

Esta coletânea, a qual não compreende toda a legislação publicada no período, foi elaborada com o intuito de ser utilizada apenas como referência e não representa um serviço de consultoria ou de opinião da PwC. A sua aplicação em situações concretas deve ser feita com o apoio de assessores legais, após a análise do inteiro teor dos referidos atos.

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Silvio CarvalhoSócio da Consultoria Tributária e Societária PwC Brasil

Tributos e Contribuições Estaduais/MunicipaisICMS-ST - Alterações - Revogação do Convênio ICMS nº 52/2017 - Convênio ICMS nº 142/2018

Em 19 de dezembro de 2018, foi publicado o Convênio ICMS nº 142, para dispor sobre os regimes de substituição tributária e de antecipação de recolhimento do ICMS com encerramento de tributação, relativos ao imposto devido pelas operações subsequentes, revogando o Convênio ICMS nº 52/2017, que antes dispunha sobre a matéria.

Os acordos celebrados pelas Unidades Federadas para fins de adoção do regime da substituição tributária do ICMS devido nas operações subsequentes observarão o disposto nesse convênio.

Esse convênio aplica-se também ao imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna da Unidade Federada de destino e a alíquota interestadual incidente sobre as operações interestaduais com bens e mercadorias destinadas ao uso, consumo ou ativo imobilizado do destinatário contribuinte do imposto.

Dispõe ainda esse convênio que as referências feitas ao regime da substituição tributária também se aplicam ao regime da antecipação do recolhimento do ICMS com encerramento de tributação.

Bens e mercadorias passíveis de sujeição ao regime estão relacionados nos anexos ao convênio ora tratado.

Esse convênio entra em vigor na data de sua publicação no DOU, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro de 2019.

Benefícios fiscais de ICMS - Remissão e anistia - Convênio ICMS nº 190/2017 - Alterações - Convênio ICMS nº 144/2018Em 19 de dezembro de 2018, foi publicado o Convênio ICMS nº 144, para alterar o Convênio ICMS nº 190/2017, o qual dispõe sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não, decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais, relativos ao ICMS, instituídos por legislação estadual ou distrital publicada até 8 de agosto de 2017, em desacordo com a Constituição Federal (CF)/88, bem como sobre a reinstituição desses benefícios.

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ICMS/SP - Programa de Estímulo à Conformidade Tributária (Nos Conformes) - Regulamentação - Decreto Estadual nº 64.453/2019

Em 9 de setembro de 2019, foi publicado o Decreto Estadual nº 64.453, para regulamentar a classificação de contribuintes do ICMS prevista na Lei Complementar/SP nº 1.320/2018, que instituiu o Programa de Estímulo à Conformidade Tributária (Nos Conformes), nos moldes expostos, resumidamente, a seguir:

Os contribuintes enquadrados no Regime Periódico de Apuração (RPA) serão classificados de ofício, pela Secretaria da Fazenda e Planejamento, nas categorias “a+”, “a”, “b”, “c”, “d”, “e” e “nc” (não classificado) com base nos seguintes critérios:

i. obrigações pecuniárias tributárias vencidas e não pagas relativas ao ICMS; e

ii. aderência entre escrituração ou declarações e os documentos fiscais emitidos pelo contribuinte ou a ele destinados.

Para cada critério, os contribuintes serão classificados nas categorias supramencionadas em ordem decrescente de conformidade, considerados todos os seus estabelecimentos em conjunto, levando em conta os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de maio de 2018.

Conforme esse ato, serão classificados na categoria “e” os contribuintes na situação cadastral não ativa; e o enquadramento na categoria “nc” (não classificado) terá caráter transitório: (a) em razão da necessidade de implantação gradual do sistema de classificação e (b) no momento do início das atividades do contribuinte.

No caso de falta de cumprimento de obrigação acessória por parte do contribuinte, a qual impeça a verificação dos critérios previstos, será adotada automaticamente a classificação na categoria “d” para o correspondente critério.

A classificação pelo critério de obrigações pecuniárias tributárias vencidas e não pagas, relativas ao ICMS, ocorrerá de acordo com o tempo de atraso no pagamento.

Já a classificação pelo critério de aderência considerará os valores indicados nos documentos fiscais emitidos pelo contribuinte, bem como os documentos fiscais a ele destinados, em comparação àqueles regularmente lançados em sua escrituração fiscal ou por ele declarados.

O contribuinte poderá consultar a classificação que lhe foi atribuída por meio do Sistema de Classificação de Contribuintes do ICMS, a qual será disponibilizada, para sua consulta privada, até o quinto dia útil de cada mês.

E, por fim, o contribuinte poderá requerer justificadamente a correção de erro material na aplicação dos critérios de classificação pela Administração Tributária, até o último dia do mês da disponibilização da consulta, apresentando sua discordância por meio de opção disponível no Sistema de Classificação dos Contribuintes do ICMS, indicando objetivamente o critério contestado, observadas as demais disposições desse Decreto Estadual.

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Legislação Societária

Sociedades Anônimas - Publicações - Alterações - MP nº 892/2019 e Ato CNa nº 61/2019

Em 6 de agosto de 2019, foi publicada a Medida Provisória nº 892, dispondo, resumidamente, o seguinte:

As publicações ordenadas pela Lei das S.A., bem como aquelas previstas para companhias em consonância com a Lei nº 13.043/2014, serão feitas nos sítios eletrônicos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da entidade administradora do mercado em que os valores mobiliários da companhia estiverem admitidos à negociação. Sem prejuízo dessa disposição, a companhia ou a sociedade anônima disponibilizará as referidas publicações em seu sítio eletrônico.

Essas publicações contarão com a certificação digital da autenticidade dos documentos mantidos em sítio eletrônico por meio de autoridade certificadora, credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

As publicações reguladas pela MP mencionada não serão cobradas.

A referida MP entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos no primeiro dia do mês seguinte à data de publicação dos atos de regulamentação da CVM e do Ministério da Economia.

Em 25 de setembro de 2019, foi publicado Ato CNa nº 61, prorrogando pelo período de 60 dias a vigência dessa MP.

MP nº 892/2019 - Lei das S.A. - Publicações - Procedimentos - Deliberação CVM nº 829/2019 e Portaria ME nº 259/2019

Foram publicadas, em 30 de setembro de 2019, a Deliberação CVM nº 829/2019 e a Portaria do Ministério da Economia nº 259/2019 dispondo sobre as publicações ordenadas na Lei nº 6.404/76 (Lei das S.A.) de acordo com a nova redação dada pela MP nº 892/2019, no que, resumidamente, segue:

Deliberação CVM nº 829 - Companhias abertas

Voltada para as companhias abertas, essa normativa da CVM deliberou, resumidamente, que:

i. as publicações ordenadas na Lei das S.A. ou previstas na regulamentação editada pela CVM serão realizadas pelas companhias abertas no Sistema Empresas.NET, e serão consideradas publicadas na data da sua divulgação nesse Sistema, sendo dispensada a certificação digital prevista na Lei das S.A., inclusive quanto às companhias abertas enquadradas no artigo 19 da Lei nº 13.043/2014;

ii. nos casos envolvendo a publicação de renúncia de administrador e do edital de oferta pública de aquisição de controle, assim como em outras situações previstas na Lei das S.A. ou na regulamentação da CVM em que a publicação seja realizada por terceiros que não a companhia aberta, a publicação deve se dar por meio do envio dos documentos à companhia, a qual fará a publicação no Sistema Empresas.NET de forma imediata, devendo o pedido de publicação ser enviado com cópia à Superintendência de Relações com Empresas (SEP), e esta realizará a publicação de forma subsidiária, nos casos necessários, no sítio da CVM;

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iii. as publicações serão realizadas sem análise de mérito pela CVM e pela entidade administradora do mercado em que os valores mobiliários da companhia aberta estiverem admitidos à negociação e não implicam concordância com o conteúdo dos documentos;

iv. o disposto na Lei das S.A. e nesta Deliberação não altera as obrigações de entrega das informações previstas na Instrução CVM nº 480/2009 (registro de emissores de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulados), nos prazos estipulados;

v. sem prejuízo do disosto ao primeiro item desta Deliberação, as companhias abertas devem disponibilizar as publicações ordenadas na Lei das S.A. em seu sítio, sendo dispensada a certificação digital prevista;

vi. ficam mantidas as obrigações de arquivamento de documentos no registro do comércio pelas companhias abertas nas hipóteses previstas na Lei das S.A.

Por fim, a referida Deliberação entra em vigor na data da sua publicação, produzindo efeitos a partir de 14 de outubro de 2019.

Portaria ME nº 259 - Companhias fechadas

Já a publicação e a divulgação dos atos das companhias fechadas serão feitas na Central de Balanços (CB) do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e contarão com a certificação digital da autenticidade dos documentos mantidos em sítio eletrônico por meio de autoridade certificadora credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), não sendo cobradas taxas para as publicações e as divulgações em questão.

Sem prejuízo do disposto supra, as companhias fechadas disponibilizarão as publicações e as divulgações também em seu sítio eletrônico.

A disponibilização da CB do SPED, para promover o disposto anteriormente mencionado ocorrerá em 14 de outubro de 2019.

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Outros Assuntos

Declaração de Direitos de Liberdade Econômica - Outras alterações - Conversão da MP nº 881/2019 - Lei nº 13.874/2019

Foi publicada, em 23 de setembro de 2019, a Lei nº 13.874, em conversão da Medida Provisória nº 881/2019, para instituir a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica e estabelecer garantias de livre mercado, entre outras providências, conforme, resumidamente, se alinha:

Declaração de Direitos de Liberdade Econômica

A lei instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, a qual estabelece normas de proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade econômica, bem como disposições sobre a atuação do Estado como agente normativo e regulador, nos termos da Constituição Federal (CF), sendo alguns princípios norteadores:

i. a liberdade como uma garantia no exercício de atividades econômicas;

ii. a boa-fé do particular perante o poder público;

iii. a intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades econômicas.

Essas normas não se aplicam ao direito tributário e ao direito financeiro, ressalvado o direito de arquivar qualquer documento por meio de microfilme ou meio digital, nas condições da lei.

Segundo essa lei, são direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, entre outros:

i. desenvolver atividade econômica em qualquer horário ou dia da semana, inclusive feriados, sem que para isso esteja sujeita a cobranças ou encargos adicionais, observadas as disposições previstas nessa lei;

ii. definir livremente, em mercados não regulados, o preço de produtos e de serviços como consequência de alterações da oferta e da demanda;

iii. desenvolver, executar, operar ou comercializar novas modalidades de produtos e de serviços quando as normas infralegais se tornarem desatualizadas por força de desenvolvimento tecnológico consolidado internacionalmente, nos termos estabelecidos em regulamento, o qual disciplinará os requisitos para aferição da situação concreta, os procedimentos, o momento e as condições dos efeitos;

iv. gozar de presunção de boa-fé nos atos praticados no exercício da atividade econômica, para os quais as dúvidas de interpretação de direito civil, empresarial, econômico e urbanístico serão resolvidas, a fim de preservar a autonomia privada, exceto se houver expressa disposição legal em contrário.

Garantias de livre iniciativa

Segundo essa norma, é dever da administração pública e das demais entidades que se vinculam ao nela disposto, no exercício de regulamentação de norma pública pertencente à legislação sobre a qual essa lei versa, exceto nas situações previstas na lei ora comentada.

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Lei nº 10.406/2002 (Código Civil)

A nova lei altera vários dispositivos do Código Civil, os quais tratam de autonomia da pessoa jurídica, desconsideração da personalidade jurídica, Grupo Econômico e Fundo de Investimento.

Lei nº 10.522/2002 (Processo Administrativo Tributário Federal)

O Comitê formado por integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), da Secretaria Especial da RFB e da PGFN editará enunciados de súmula da administração tributária federal, que deverão ser observados nos atos administrativos, normativos e decisórios praticados pelos referidos órgãos, conforme o disposto em ato do Ministro da Economia.

A lei também dispõe sobre novas situações em que fica a PGFN dispensada de contestar, de oferecer contrarrazões e de interpor recursos, bem como autorizada a desistir de recursos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, trazendo a mesma determinação em relação aos auditores fiscais da RFB e

aos demais órgãos da administração pública que gerenciem créditos tributários e não tributários passíveis de inscrição e de cobrança pela PGFN, nas condições que menciona.

Define ainda que a PGFN poderá dispensar a prática de atos processuais, inclusive a desistência de recursos interpostos, quando o benefício patrimonial almejado com o ato não atender aos critérios de racionalidade, de economicidade e de eficiência.

CLT - Alterações

A nova lei altera disposições da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) referentes às regras para anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), sobre os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas informatizados da CTPS em meio digital, anotação do horário de trabalho, registro de ponto, entre outros.

eSocial e Bloco K (SPED)

Segundo a lei, o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) será substituído em nível federal por sistema simplificado de escrituração digital de obrigações previdenciárias, trabalhistas e fiscais. Isso também ocorrerá em relação ao Bloco K (SPED), que será substituído por um sistema simplificado.

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Evany OliveiraDiretora de Consultoria Tributária e Societária PwC Brasil

Raquel RamosGerente de Consultoria Tributária e Societária PwC Brasil

Matheus FornazariSenior Associate

Decisões do Poder Judiciário e do CARF

As informações adiante descritas, sobre julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), são resumos não oficiais e trechos de ementas extraídos dos seus boletins informativos e das emendas dos acórdãos disponíveis em seus respectivos sites, na Internet. O conteúdo a seguir não representa uma interpretação da jurisprudência desses tribunais, e sua aplicação pressupõe a análise do inteiro teor dos acórdãos, publicados no Diário da Justiça, feita por assessores legais. O mesmo se afirma em relação às decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), reportadas mais abaixo.

Supremo Tribunal Federal (STF)

Plenário

STF - Zona Franca de Manaus: aquisição de insumos e creditamento de IPI.

Repercussão Geral

Há direito ao creditamento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na entrada de insumos, matéria-prima e material de embalagem adquiridos junto à Zona Franca de Manaus sob o regime da isenção, considerada a previsão de incentivos regionais constante do artigo 43, § 2º, III, da Constituição Federal, combinada com o comando do artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). (...)

(RE 592891/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 24 e 25.04.2019. (RE-592891) RE 596614/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. p/ ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 24 e 25.04.2019. (RE-596614). Plenário do STF. Repercussão Geral. Informativo STF nº 938).

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STF - Limitação de compensação de prejuízos fiscais.

Repercussão Geral

É constitucional a limitação do direito de compensação de prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Com base nessa orientação, o Plenário, em conclusão de julgamento e por decisão da maioria, negou provimento ao recurso extraordinário, com repercussão geral reconhecida (Tema 117), em que se questionava a constitucionalidade dos artigos 42 e 58 da Lei nº 8.981/1995 e dos artigos 15 e 16 da Lei nº 9.065/1995.

(RE 591340/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 27.06.2019. (RE-591340). Plenário do STF. Repercussão Geral. Informativo STF nº 945).

Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Primeira Seção

CPRB e ICMS - Inclusão do ICMS na base de cálculo da CPRB - Impossibilidade.

Os valores de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não integram a base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), instituída pela Medida Provisória nº 540/2011, convertida na Lei nº 12.546/2011.

(REsp 1.624.297-RS, Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 10.04.2019, DJe 26.04.2019 (Tema 994). Informativo STJ nº 647).

Primeira Turma

ICMS - Repetição de indébito - Transferência de mercadoria para estabelecimento do mesmo titular - Requisitos do artigo 166 do CTN.

Não é possível exigir da empresa contribuinte do ICMS a satisfação da condição estabelecida no artigo 166 do Código Tributário Nacional (CTN), para repetir o tributo que lhe foi indevidamente cobrado pelo Estado de origem em razão de transferência de mercadorias para filial sediada em outra Unidade da Federação.

(Primeira Turma, AREsp 581.679-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 04.12.2018, DJe 04.02.2019. Informativo STJ nº 641).

Crédito de IPI - Brindes oferecidos com o produto final - Impossibilidade.

Os brindes, produtos perfeitos e acabados em processo industrial próprio, incluídos em outros produtos industrializados, não geram direito ao creditamento de IPI.

(REsp 1.682.920-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 06.08.2019, DJe 22.08.2019. Informativo STJ nº 654).

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PIS/COFINS - Compra e venda de bens realizadas no exterior. Operação triangular. Back to back.

A receita derivada da operação denominada back to back não goza de isenção da contribuição do Programas de Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

As operações de compra e venda realizadas no exterior por sociedade empresária brasileira não guardam relação com a operação de exportação de mercadorias. Isso porque é da própria essência da operação de exportação a saída de bens do território nacional, enquanto a operação triangular, denominada back to back, consiste em operações de compra e venda de bens no exterior. Nessa modalidade, o bem é adquirido pela pessoa brasileira no estrangeiro para que lá seja vendido. Em regra, o negócio se dá por conta e por ordem do comprador brasileiro, o qual é responsável somente pelo pagamento (operação financeira).

Nesse contexto, a receita derivada da operação de compra e venda, no exterior, não caracteriza receita de exportação e, portanto, não goza de isenção da contribuição do PIS e da COFINS.

(REsp 1.651.347-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 05.09.2019, DJe 24.09.2019. Informativo nº 657).

ICMS. Aproveitamento. Exigência de que a compensação ocorra entre produtos agropecuários da mesma espécie da que originou o respectivo não estorno. Norma estadual. Artigo 20, § 6º da LC nº 87/1996. Violação.

Viola o artigo 20, § 6º da Lei Complementar (LC) nº 87/1996 a disposição contida em norma infralegal estadual que restrinja seu âmbito de aplicação a produtos agropecuários da mesma espécie.

A LC nº 87/1996, em harmonia com a Constituição Federal (CF) de 1988, assegura o direito à compensação, levando em consideração o imposto devido em cada operação na qual haja circulação de mercadoria ou prestação

de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, sem impor que a operação antecedente se refira a uma determinada mercadoria ou serviço.

Destarte, a regra contida em regulamento estadual que inova no ordenamento jurídico, ao exigir que a compensação ocorra entre produtos agropecuários da mesma espécie da que originou o respectivo crédito (não estorno), cria regra nova de compensação do ICMS (por ato infralegal), que não é prevista nem na Constituição Federal nem na LC nº 87/1996. Desse modo, viola o artigo 20, § 6º, da LC nº 87/1996 a disposição contida em norma infralegal estadual que restrinja seu âmbito de aplicação, criando regra nova de compensação do ICMS, sobretudo porque tal matéria é reservada à Lei Complementar.

(AgInt no REsp 1.513.936-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 27.05.2019, DJe 30.05.2019. Informativo STJ nº 650).

Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA. Percentual determinante para o cálculo do benefício fiscal. Delegação legislativa ao poder executivo. Critério temporal. Possibilidade.

Decreto regulamentar, em sede do programa REINTEGRA, que estipula a alíquota de cálculo do crédito por período de tempo, e não por espécie de bem exportado, que não extrapola o artigo 22, § 1º, da Lei nº 13.043/2014.

(REsp 1.732.813-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 14.05.2019, DJe 12.06.2019. Informativo STJ nº 650).

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ICMS. Empresa vendedora. Não recolhimento. Adquirente de boa-fé. Responsabilidade solidária. Inaplicabilidade.

O adquirente de boa-fé não pode ser responsabilizado pelo tributo que deixou de ser oportunamente recolhido pela empresa vendedora, a qual realizou a operação mediante indevida emissão de nota fiscal.

(AREsp 1.198.146-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 04.12.2018, DJe 18.12.2018. Informativo STJ nº640).

Segunda Turma

Crédito presumido de ICMS - Impossibilidade de integrar a base de cálculo do IRPJ/CSLL - Custeio ou investimento - Irrelevância.

Parte da ementa oficial:

“Considerando que no julgamento dos EREsp. nº 1.517.492/PR (Primeira Seção, Rel. Ministro Og Fernandes, Rel. para Acórdão Ministra Regina Helena Costa, DJe 01.02.2018) este Superior Tribunal de Justiça entendeu por excluir o crédito presumido de ICMS das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL ao fundamento de violação do Pacto Federativo (artigo 150, VI, “a”, da CF/88), tornou-se irrelevante a discussão a respeito do enquadramento do referido incentivo/benefício fiscal como ‘subvenção para custeio’, ‘subvenção para investimento’ ou ‘recomposição de custos’ para fins de determinar essa exclusão, já que o referido benefício/incentivo fiscal foi excluído do próprio conceito de Receita Bruta Operacional previsto no artigo 44, da Lei nº 4.506/1964.

Assim, também irrelevantes as alterações produzidas pelos artigos 9º e 10, da Lei Complementar nº 160/2017 (provenientes da promulgação de vetos publicada no DOU de 23.11.2017) sobre o artigo 30, da Lei nº 12.973/2014, ao adicionar-lhe os §§ 4º e 5º, que tratam de uniformizar ex lege a classificação do crédito presumido de ICMS como ‘subvenção para investimento’ com a possibilidade de dedução das bases de cálculo dos referidos tributos desde que cumpridas determinadas condições. ”

(REsp nº 1.605.245 - Segunda Turma, julgado em 25.06.2019, DJu 28.06.2019. Site do STJ: www.stj.gov.br).

ICMS. Regime especial de fiscalização. Contribuinte devedor contumaz. Creditamento condicionado à comprovação da arrecadação do imposto. Possibilidade.

O creditamento pelo adquirente em relação ao ICMS destacado nas notas fiscais de compra de mercadorias de contribuinte devedor contumaz, incluído no regime especial de fiscalização, pode ser condicionado à comprovação da arrecadação do imposto.

(AREsp 1.241.527-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, por unanimidade, julgado em 19/03/2019, DJe 26/03/2019. Informativo nº STJ 545).

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Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF)

Câmara Superior de Recursos Fiscais

PIS/PASEP. Regime não cumulativo. Base de cálculo. Crédito presumido do ICMS.

Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/PASEP. Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 PIS/PASEP. REGIME NÃO CUMULATIVO. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS.

Os créditos decorrentes do princípio da não cumulatividade do ICMS, apurados de forma presuntiva, não se constituem em receitas da pessoa jurídica e não integram a base de cálculo da COFINS não cumulativa.

(CSRF - Acórdão nº 9303008250 - 3ª Turma - Sessão de 19 de março de 2019. Site CARF: www.carf.fazenda.gov.br ).

IOF. Disponibilização e/ou transferência de recursos financeiros entre pessoas jurídicas. Operação de conta-corrente. Apuração periódica de saldos credores e devedores. Incidência.

Emenda: Assunto: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS (IOF). Ano-calendário: 2009, 2010. Disponibilização e/ou transferência de recursos financeiros entre pessoas jurídicas. Operação de conta-corrente. Apuração periódica de saldos credores e devedores. Incidência.

A disponibilização e/ou a transferência de recursos financeiros a outras pessoas jurídicas, ainda que realizadas sem contratos escritos, mediante a escrituração contábil dos valores cedidos e/ou transferidos, com a apuração periódica de saldos devedores, constitui operação de mútuo sujeita à incidência do IOF.

(CSRF - Acórdão nº 9303-009.257 - 3ª Turma - Sessão de 13 de agosto de 2019. Site CARF: www.carf.fazenda.gov.br ).

Lucro presumido. Base de cálculo. Resultados positivos de equivalência patrimonial.

Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ). Ano-calendário: 2010. LUCRO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. RESULTADOS POSITIVOS DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.

Os resultados positivos decorrentes da avaliação de investimentos pela Equivalência Patrimonial não devem integrar a base de cálculo do Lucro Presumido (Lei nº 8.981/1995, artigo 32, §1º). (...)

(CSRF - Acórdão nº 9101003.884 - 1ª Turma - Sessão de 07 de novembro de 2018. Site CARF: www.carf.fazenda.gov.br ).

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Súmulas aprovadas – CARF (*)

Súmula 130

A atribuição de responsabilidade a terceiros com fundamento no artigo 135, III, do CTN não exclui a pessoa jurídica do polo passivo da obrigação tributária.

Súmula 131

Inexiste vedação legal à aplicação de multa de ofício na constituição de crédito tributário em face de entidade submetida ao regime de liquidação extrajudicial.

Súmula 132

No caso de lançamento de ofício sobre débito objeto de depósito judicial em montante parcial, a incidência de multa de ofício e de juros de mora atinge apenas o montante da dívida não abrangida pelo depósito.

Súmula 133

A falta de atendimento à intimação para prestar esclarecimentos não justifica, por si só, o agravamento da multa de ofício, quando essa conduta motivou presunção de omissão de receitas ou de rendimentos.

Súmula 135

A antecipação do recolhimento do IRPJ e da CSLL, por meio de estimativas mensais, caracteriza pagamento apto a atrair a aplicação da regra decadencial prevista no artigo 150, § 4º, do CTN.

Súmula 136

Os ajustes decorrentes de superveniências e insuficiências de depreciação, contabilizados pelas instituições arrendadoras em obediência às normas do Banco Central do Brasil, não causam efeitos tributários para a CSLL, devendo ser neutralizados extracontabilmente mediante exclusão das receitas ou adição das despesas correspondentes na apuração da base de cálculo da contribuição.

Súmula 137

Os resultados positivos decorrentes da avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial não integram a base de cálculo do IRPJ ou da CSLL na sistemática do lucro presumido.

Súmula 138

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre receitas auferidas por pessoa jurídica, sujeitas à apuração trimestral ou anual, caracteriza pagamento apto a atrair a aplicação da regra decadencial prevista no artigo 150, § 4º, do CTN.

Súmula 139

Os descontos e os abatimentos, concedidos por instituição financeira na renegociação de créditos com seus clientes, constituem despesas operacionais dedutíveis do lucro real e da base de cálculo da CSLL, não se aplicando a essa circunstância as disposições dos artigos 9º a 12 da Lei nº 9.430/1996.

Súmula 140

Aplica-se retroativamente o disposto no artigo 11 da Lei nº 13.202/2015, no sentido de que os acordos e as convenções internacionais celebrados pelo governo da República Federativa do Brasil para evitar dupla tributação da renda abrangem a CSLL.

Súmula 143

A prova do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) deduzido pelo beneficiário na apuração do imposto de renda devido não se faz exclusivamente por meio do comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora dos rendimentos.

Súmula 144

A presunção legal de omissão de receitas com base na manutenção, no passivo, de obrigações cuja exigibilidade não seja comprovada (“passivo não comprovado”), caracteriza-se no momento do registro contábil do passivo, tributando-se a irregularidade no período de apuração correspondente.

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Súmula 146

A variação cambial ativa resultante de investimento no exterior avaliado pelo método da equivalência patrimonial não é tributável pelo IRPJ e pela CSLL.

Súmula 148

No caso de multa por descumprimento de obrigação acessória previdenciária, a aferição da decadência tem sempre como base o artigo 173, I, do CTN, ainda que se verifique pagamento antecipado da obrigação principal correlata ou esta tenha sido fulminada pela decadência com base no artigo 150, § 4º, do CTN.

Súmula 149

Não integra o salário de contribuição a bolsa de estudos de graduação ou de pós-graduação concedida aos empregados, em período anterior à vigência da Lei nº 12.513/2011, nos casos em que o lançamento aponta como único motivo para exigir a contribuição previdenciária o fato desse auxílio se referir à educação de ensino superior.

Súmula 152

Os créditos relativos a tributos administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB), reconhecidos por sentença judicial transitada em julgado que tenha permitido apenas a compensação com débitos de tributos da mesma espécie, podem ser compensados com débitos próprios relativos a quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB), observada a legislação vigente por ocasião de sua realização.

Súmula 153

As receitas decorrentes das vendas de produtos efetuadas para estabelecimentos situados na Zona Franca de Manaus (ZFM) equiparam-se às receitas de exportação, não se sujeitando, portanto, à incidência das contribuições para o PIS/PASEP e para a COFINS.

Súmula 154

Constatada a oposição ilegítima ao ressarcimento de crédito presumido do IPI, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do encerramento do prazo de 360 dias para a análise do pedido do contribuinte, conforme o artigo 24 da Lei nº 11.457/2007.

Súmula 158

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração pelas obrigações contraídas, compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) de que trata a Lei nº 10.168/2000, ainda que a fonte pagadora assuma o ônus financeiro do imposto retido.

(*) Site CARF: www.carf.fazenda.gov.br

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Taxas e índices

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Taxas de câmbio

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Jacqueline DilinskirGerente de Risk & Quality

Leandro Melo Gerente do Centro de Documentação

Evolução de taxas de câmbio, índices de inflação e juros

Cotação do últimodia do mês

Dólar norte-americano comercial Euro Libra esterlina Iene

Compra Venda Venda Venda Venda

2017

Janeiro 3,1264 3,1270 3,3759 3,9216 0,02785

Fevereiro 3,0987 3,0993 3,2753 3,8713 0,02758

Março 3,1678 3,1684 3,3896 3,9729 0,02844

Abril 3,1978 3,1984 3,4850 4,1381 0,02870

Maio 3,2431 3,2437 3,6449 4,1863 0,02930

Junho 3,3076 3,3082 3,7750 4,2993 0,02944

Julho 3,1301 3,1307 3,7027 4,1310 0,02837

Agosto 3,1465 3,1471 3,7435 4,0563 0,02860

Setembro 3,1674 3,1680 3,7430 4,2458 0,02813

Outubro 3,2763 3,2769 3,8140 4,3403 0,02889

Novembro 3,2610 3,2616 3,8839 4,4015 0,02914

Dezembro 3,3074 3,3080 3,9693 4,4714 0,02940

Taxas de câmbio

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Cotação do últimodia do mês

Dólar norte-americano comercial Euro Libra esterlina Iene

Compra Venda Venda Venda Venda

2018

Janeiro 3,1618 3,1624 3,9404 4,4837 0,02904

Fevereiro 3,2443 3,2449 3,9585 4,4724 0,03041

Março 3,3232 3,3238 4,0850 4,6603 0,03126

Abril 3,4805 3,4811 4,2031 4,7872 0,03186

Maio 3,7364 3,7370 4,3611 4,9691 0,03427

Junho 3,8552 3,8558 4,5032 5,0889 0,03483

Julho 3,7543 3,7549 4,3959 4,9287 0,03356

Agosto 4,1347 4,1353 4,7961 5,3618 0,03727

Setembro 4,0033 4,0039 4,6545 5,2267 0,03528

Outubro 3,7171 3,7177 4,2136 4,7516 0,03294

Novembro 3,8627 3,8633 4,3806 4,9242 0,03402

Dezembro 3,8742 3,8748 4,4390 4,9617 0,03527

2019

Janeiro 3,6513 3,6519 4,1927 4,7880 0,03361

Fevereiro 3,7379 3,7385 4,2578 4,9726 0,03359

Março 3,8961 3,8967 4,3760 5,0782 0,03521

Abril 3,9447 3,9453 4,4199 5,1419 0,03542

Maio 3,9401 3,9407 4,3939 4,9728 0,03627

Junho 3,8316 3,8322 4,3587 4,8684 0,03554

Julho 3,7643 3,7649 4,1907 4,6007 0,03468

Agosto 4,1379 4,1385 4,5482 5,0353 0,03894

Setembro 4,1638 4,1644 4,5425 5,1251 0,03852

Outubro 4,0035 4,0041 4,4670 5,1813 0,03704

Novembro 4,2234 4,2240 4,6591 5,4646 0,03858

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Índices de inflação

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Índices de inflação

Período

Índice de Preços ao Consumidor Fundação Getúlio Vargas (IPC-FGV )

Variação acumulada - % Índice Geralde Preços -Disponibilidade Interna (IGP-DI)

Variação acumulada - % Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M)

Variação acumulada - %ÍndiceNacional dePreços aoConsumidor (INPC)

Variação acumulada - %

No mês 12 meses No mês 12 meses No mês 12 meses No mês 12 meses

2017

Janeiro 530,62 0,69 5,04 656,77 0,43 6,02 665,54 0,64 6,65 4961,53 0,42 5,44

Fevereiro 532,26 0,31 4,57 657,19 0,06 5,26 666,09 0,08 5,38 4973,44 0,24 4,69

Março 534,78 0,47 4,55 654,70 -0,38 4,41 666,19 0,01 4,86 4989,36 0,32 4,57

Abril 535,45 0,12 4,17 646,57 -1,24 2,74 658,89 -1,10 3,37 4993,35 0,08 3,99

Maio 538,22 0,52 4,05 643,26 -0,51 1,07 652,75 -0,93 1,57 5011,33 0,36 3,35

Junho 536,49 -0,32 3,44 637,07 -0,96 -1,51 648,40 -0,67 -0,78 4996,30 -0,30 2,56

Julho 538,51 0,38 3,45 635,19 -0,30 -1,42 643,76 -0,72 -1,66 5004,79 0,17 2,08

Agosto 539,24 0,13 3,26 636,71 0,24 -1,61 644,38 0,10 -1,71 5003,29 -0,03 1,73

Setembro 539,12 -0,02 3,17 640,65 0,62 -1,04 647,40 0,47 -1,45 5002,29 -0,02 1,63

Outubro 540,88 0,33 3,16 641,27 0,10 -1,07 648,67 0,20 -1,41 5020,80 0,37 1,83

Novembro 542,82 0,36 3,35 646,42 0,80 -0,33 652,07 0,52 -0,86 5029,84 0,18 1,95

Dezembro 543,97 0,21 3,23 651,21 0,74 -0,42 657,85 0,89 -0,52 5042,92 0,26 2,07

2018

Janeiro 547,70 0,69 3,22 654,96 0,58 -0,28 662,82 0,76 -0,41 5054,52 0,23 1,87

Fevereiro 548,62 0,17 3,07 655,97 0,15 -0,19 663,31 0,07 -0,42 5063,62 0,18 1,81

Março 549,56 0,17 2,76 659,66 0,56 0,76 667,52 0,64 0,20 5067,16 0,07 1,56

Abril 551,41 0,34 2,98 665,77 0,93 2,97 671,32 0,57 1,89 5077,80 0,21 1,69

Maio 553,69 0,41 2,87 676,69 1,64 5,20 680,57 1,38 4,26 5099,63 0,43 1,76

Junho 560,27 1,19 4,43 686,69 1,48 7,79 693,28 1,87 6,92 5172,55 1,43 3,53

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| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Período

Índice de Preços ao Consumidor Fundação Getúlio Vargas (IPC-FGV )

Variação acumulada - % Índice Geralde Preços -Disponibilidade Interna (IGP-DI)

Variação acumulada - % Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M)

Variação acumulada - %ÍndiceNacional dePreços aoConsumidor (INPC)

Variação acumulada - %

No mês 12 meses No mês 12 meses No mês 12 meses No mês 12 meses

Julho 561,21 0,17 4,22 689,74 0,44 8,59 696,80 0,51 8,24 5185,48 0,25 3,61

Agosto 561,63 0,07 4,15 694,41 0,68 9,06 701,67 0,70 8,89 5185,48 0,00 3,64

Setembro 564,13 0,45 4,64 706,83 1,79 10,33 712,37 1,52 10,04 5201,04 0,30 3,97

Outubro 566,82 0,48 4,80 708,69 0,26 10,51 718,68 0,89 10,79 5221,84 0,40 4,00

Novembro 565,85 -0,17 4,24 700,60 -1,14 8,38 715,16 -0,49 9,68 5208,79 -0,25 3,56

Dezembro 567,46 0,29 4,32 697,44 -0,45 7,10 707,44 -1,08 7,54 5216,08 0,14 3,43

2019

Janeiro 570,68 0,57 4,19 697,92 0,07 6,56 707,48 0,01 6,74 5234,86 0,36 3,57

Fevereiro 572,67 0,35 4,38 706,66 1,25 7,73 713,74 0,88 7,60 5263,13 0,54 3,94

Março 576,40 0,65 4,88 714,24 1,07 8,27 722,70 1,26 8,27 5303,66 0,77 4,67

Abril 580,02 0,63 5,19 720,69 0,90 8,25 729,34 0,92 8,67 5335,48 0,60 5,07

Maio 581,30 0,22 4,99 723,57 0,40 6,93 732,59 0,45 7,64 5343,48 0,15 4,78

Junho 581,16 -0,02 3,73 728,14 0,63 6,04 738,42 0,80 6,51 5344,01 0,01 3,31

Julho 582,95 0,31 3,87 728,08 -0,01 5,56 741,34 0,40 6,39 5349,35 0,10 3,16

Agosto 583,92 0,17 3,97 724,39 -0,51 4,32 736,40 -0,67 4,95 5355,77 0,12 3,28

Setembro 583,94 0,00 3,51 728,04 0,50 3,00 736,36 -0,01 4,09 5353,09 -0,05 2,92

Outubro 583,44 -0,09 2,93 732,04 0,55 3,29 741,33 0,68 3,15 5355,23 0,04 2,55

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Taxas de juros

Page 139: Guia 2019/2020 - PwC · 2020-01-14 · PwC | Guia 2019/2020 Destaques do guia Em sua 29o edição, o Guia das Demonstrações Financeiras, além de reunir e compilar as normas que

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Taxas de juros

Período Taxa SELIC - percentual ao mês

Variação acumulada - percentual 12 meses

Taxa CDI - percentual ao mês

Variação acumulada - percentual 12 meses

2017

Janeiro 1,09 14,06 1,08 14,03

Fevereiro 0,87 13,92 0,86 13,87

Março 1,05 13,79 1,05 13,75

Abril 0,79 13,49 0,79 13,45

Maio 0,93 13,29 0,93 13,25

Junho 0,81 12,89 0,81 12,86

Julho 0,80 12,55 0,80 12,51

Agosto 0,80 12,08 0,80 12,06

Setembro 0,64 11,56 0,64 11,54

Outubro 0,64 11,11 0,64 11,08

Novembro 0,57 10,58 0,57 10,56

Dezembro 0,54 9,94 0,54 9,93

2018

Janeiro 0,58 9,39 0,58 9,38

Fevereiro 0,47 8,96 0,46 8,95

Março 0,53 8,11 0,53 8,39

Abril 0,52 8,11 0,52 8,10

Maio 0,52 7,36 0,52 7,66

Período Taxa SELIC - percentual ao mês

Variação acumulada - percentual 12 meses

Taxa CDI - percentual ao mês

Variação acumulada - percentual 12 meses

Junho 0,52 7,36 0,52 7,35

Julho 0,54 7,09 0,54 7,08

Agosto 0,57 6,84 0,57 6,83

Setembro 0,47 6,66 0,47 6,65

Outubro 0,54 6,56 0,54 6,55

Novembro 0,49 6,48 0,49 6,47

Dezembro 0,49 6,43 0,49 6,42

2019

Janeiro 0,54 6,39 0,54 6,38

Fevereiro 0,49 6,41 0,49 6,41

Março 0,47 6,35 0,47 6,34

Abril 0,52 6,35 0,52 6,34

Maio 0,54 6,37 0,54 6,37

Junho 0,47 6,32 0,47 6,32

Julho 0,57 6,35 0,57 6,35

Agosto 0,50 6,28 0,50 6,28

Setembro 0,46 6,27 0,46 6,27

Outubro 0,48 6,20 0,48 6,20

Novembro 0,38 5,99 0,38 6,09

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