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Guia da Noite Lx #14

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Nesta edição: Festival Silêncio, Street Art, A história dos Festivais de Verão, Arnaldo Antunes, Rui Murka, Crónica de José Luís Peixoto, etc.

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Guia da Noite Lx magazine 1

Holofotes »

Arnaldo, poeta, músico, artista gráfico, já fez cinema,

jornalismo, tem inúmeros livros publicados… diga-me

quem é?

Nunca me cobrei uma especialização. Talvez por uma

questão de temperamento, sempre transitei com muita

naturalidade entre diferentes linguagens. Mas sou antes

de tudo um artista da palavra, que é algo que está presen-

te em tudo o que faço, nas canções, na poesia para ser lida

em livro ou noutros suportes, nos trabalhos visuais, em ví-

deo… como se a palavra fosse uma espécie de porto seguro

de onde me aventuro em direção a outras linguagens.

O seu Curriculum Vitae é quite something. É hiperativo?

Não sei dizer, acho que sou muito curioso em relação às

linguagens, à expressão… acabo por fazer muitas coisas

diferentes e às vezes fico um pouco sobrecarregado de

compromissos, tanto por conta da minha própria ansiedade

Arnaldo Antunes

Poucos dias antes da sua chegada a Lisboa para um espetáculo no Festival Silêncio, o Guia da Noite falou com o artista brasileiro, mais conhecido entre nós como voz e compositor dos Titãs e dos Tribalistas.

Texto» Myriam Zaluar

Fotografia » Fernando Laszlo

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2 Guia da Noite Lx magazine

Holofotes

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Guia da Noite Lx magazine 3

criativa como também pelos convites e

requisições que me chegam e que acabam

por me seduzir.

Começou muito cedo a escrever e a com-

por. Mais de 30 anos depois, não receia

que o filão se esgote?

Não tenho muito esse medo. Natural-

mente, existem revezamentos de períodos

mais férteis e de outros de retração criati-

va. Geralmente quando publico um livro,

lanço um disco ou encerro algum trabalho

segue-se um período mais contemplativo,

de menos produtividade e mais absorção…

para depois aos poucos ir voltando a fazer

poemas, canções. São fases, fluxos que se

vão equilibrando e que recebo com uma

certa serenidade, sem muita afobação, sem

essa questão do “ai, vai esgotar-se”…

A coisa está lá, só falta ser descoberta.

Parece ser habitado por uma imensa

alegria. No entanto, um artista tem

sempre uma dimensão trágica. Qual o

papel da dor no processo criativo?

Nunca associei o processo criativo a algo

doloroso ou sofrido. Existem, claro, expres-

sões, canções tristes e poemas que falam

do sofrimento, da tristeza, mas o fazer

artístico, para mim, é sempre associado

a uma coisa solar, de alegria. Na verdade,

muitas vezes é uma coisa curativa. Sempre

vi a criação como algo que, mesmo ao tra-

tar de algo triste, é energizante, alimenta-

dora dos impulsos da vida. Não tenho essa

perspetiva da dor de criar. Existe a criação

acerca da dor, sobre as dores do mundo,

mas o ato criativo é sempre um alívio.

O rock também é poesia?

Sim, acho que as duas coisas se “intersec-

cionam”, principalmente no meu trabalho.

Claro que a palavra na canção está muito

mais sujeita a outros afetos, à divisão das

sílabas na cadência rítmica, às intonações

melódicas, à filtragem da voz que interpre-

ta. Tudo isso interfere muito mais na pala-

vra do que quando esta se encontra inscrita

num poema dentro de um livro. Claro que

no livro também existem aspectos gráficos

– principalmente na minha poesia – que são

muito importantes. Mas as duas linguagens

– a canção e a poesia – trabalham com a pa-

lavra e, como algumas das minhas exigên-

cias criativas pessoais são comuns às duas

atividades, elas cruzam-se. Muitas vezes,

poemas que fiz para serem publicados em

livro acabaram por ser musicados e foram

gravados por mim ou por outras pessoas.

Apesar de serem linguagens diferentes, de

certa forma uma alimenta-se da outra.

Diz que a música é mais misteriosa que

a palavra. Pode desenvolver?

A palavra, por tratar de conteúdos, por se

referir a conteúdos, acaba por ter uma “coisa

mental”, uma “coisa racional” mais fácil de

entender. E a música é um mistério porque

não se sabe de onde vem, é como se você es-

tivesse psicografando alguma coisa, alguma

manifestação muito… muito inconsciente.

Sendo também um músico, quando par-

ticipa em eventos de spoken word sente

algum tipo de pudor perante a exposição

do texto sem a roupagem da música?

Quando participo numa performance,

acabo por incorporar elementos musicais

mas sem resultar necessariamente em can-

ção. São inflexões ou são acompanhamen-

tos musicais, uma fala entoada, ou uma

forma berrada ou sussurrada, formas de

expressão vocal que não resultam necessa-

riamente em canção. Então, há uma curio-

sidade de explorar essas outras formas, às

Holofotes

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4 Guia da Noite Lx magazine

vezes inferindo aspectos novos como in-

troduzir vozes simultâneas, com samplers

gravados ao vivo ou com efeitos. Enfim, há

todo um repertório específico de leitura de

poesia que uso nas performances que resul-

ta de uma forma muito diferente daquilo

que acontece nos espetáculos em que

canto, mas que tem também a sua musica-

lidade. E, mais do que ter algum pudor ou

problema com isso, sou muito curioso com

as formas de explorar as possibilidades da

palavra tanto na canção como na forma de

berrar, de dizer, de entoar, de ritmar. Esse

universo da palavra reunindo-se à música

é muito rico e muito fértil e acaba gerando

muitos formatos diferentes.

Numa sociedade dominada pela ima-

gem, espetáculos de spoken word,

poetry slam, etc., surgem – pelo menos

em Portugal – como um fenómeno

novo. Contudo, declamar poesia é uma

atividade antiquíssima. O que pensa

sobre esta espécie de reabilitação da

palavra dita?

Na verdade, no Brasil acabo por fazer

mais espetáculos de música. Mas há mui-

tos anos que recebo convites para fazer

performances de poesia em vários lugares

do mundo. Este tipo de espetáculo envolve

a palavra, atuação, diversos objetos ou

elementos cénicos, mas principalmente a

exploração dos recursos vocais. Não sei se

acontece hoje mais do que antigamente

porque há uns 20 anos que o venho fazen-

do. Acho que se for uma moda é bem-vinda

porque acaba por revitalizar de certa forma

a poesia: toda a leitura bem feita de poesia

é esclarecedora e também muito sedutora

para um público que hoje em dia é muito

pequeno, muito minoritário.

Pode levantar um pouco o véu sobre o

espetáculo “Dois Violões” que irá apre-

sentar no âmbito do Festival Silêncio?

Trago alguns poemas mais falados e

também algumas canções. Vou apresentar-

-me acompanhado por dois músicos – Chico

Salem e Betão Aguiar – e irei mostrar um

pouco da minha produção musical e poética.

Nos poemas que vou dizer devo usar alguns

efeitos, algumas dessas possibilidades de du-

plicação de várias vozes simultaneamente…

Silêncio. Tem uma canção com o mesmo

nome. Fale-nos sobre o Silêncio.

Acho que não há um silêncio – só consigo

pensar no silêncio no plural: os silêncios.

Existem vários tipos de silêncio. Existe o

silêncio a que me refiro na letra da minha

música “O Silêncio”, que seria o silêncio

primordial, anterior à palavra, anterior a

tudo… e que seria o branco total. Depois,

há o silêncio que é a ausência de sentido,

o silêncio que é o sentido calado, existe

igualmente o silêncio que surge entre as

palavras, as pausas, o silêncio que temos

como fundo musical para a música, como

possibilidade de gestar uma música ou

um discurso falado. Existe ainda o silêncio

como omissão, o silêncio como contempla-

ção e existe o silêncio como vazio, como

espaço intermediário entre as coisas e que

faz, possibilita o movimento… enfim, são

muitos silêncios, eu penso no silêncio como

plural. Penso nele como os silêncios.

Portugal está num momento parti-

cularmente difícil. Já o Brasil parece

estar numa fase mais feliz. A música e

a poesia podem ajudar a ultrapassar a

adversidade?

Creio que sim, a música e a poesia são

necessárias para qualquer momento – nos

Holofotes

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Guia da Noite Lx magazine 5

mais adversos (na economia, na política),

ou nos mais felizes, elas são sempre compa-

nheiras do impulso de viver. É algo que as

pessoas usam para se nutrir de impulsos,

para resistir, digamos, nos momentos de

adversidade, ou para aproveitar, celebrar

nos momentos de felicidade.

Numa entrevista que está on-line disse

que: “a Arte é simultaneamente mais

e menos que a política”. Gostaria que

desenvolvesse um pouco esta ideia.

A arte não pode ser responsá-

vel por mudar a realidade social

de uma maneira “macro”, mas ao

mesmo tempo a música, a poesia

e as artes em geral transformam

a consciência e a sensibilidade de

cada pessoa. Isso é uma missão

que nenhum político, nenhuma

promessa coletiva, nenhuma

proposta de realidade coletiva

consegue atingir tão profundamente. A arte

proporciona a transformação individual

através da alteração da própria sensibilidade

física, mental, espiritual, do estado de ânimo

de cada pessoa. E claro que a pessoa trans-

formada pela arte vai depois transformar

o mundo. Mas isso é uma coisa muito mais

indomável do que a mudança coletiva, das

coisas que a política e a economia tratam,

a mudança estrutural. A arte não pode ser

programática. Tem uma missão muito mais

livre. Na hora em que a arte se propõe a uma

ação coletiva numa única direção ela acaba

virando outra coisa, ideologia, panfleto

político, publicidade, propaganda.

Esteve em Portugal várias vezes. Numa

delas trouxe o show Paradeiro, num

momento em que muitos ansiavam por

Tribalistas, talvez o seu projeto mais

famoso por aqui. Acabámos por não ter

a oportunidade de ver o trio reunido.

Ainda podemos ter esperança de assistir

ao espetáculo dos Tribalistas?

O que acontece é que não houve o show

dos Tribalistas, a gente não fez. Simples-

mente gravámos o disco mas não fizemos

ao vivo esse trabalho. Foi só o disco mesmo

e foi muito especial para nós podermos fa-

zer esse trabalho conjunto, mas preferimos

não seguir em excursão.

Ficou por ali…

Pois é! Talvez algum dia a gente faça.

Vamos ver.

Que anda a fazer?

O show com a banda do DVD Ao vivo lá em

casa, que por sua vez veio do CD Iê Iê Iê, e ao

mesmo tempo este espetáculo alternativo

com os “Dois Violões” e um espetáculo in-

fantil que se chama Pequeno Cidadão. Estou

também a gravar um disco com o Edgard

Scandurra – que toca guitarra comigo há

muitos anos, meu parceiro. No ano passado

fomos a um festival no Rio de Janeiro e esti-

vemos a tocar com o Toumani Diabaté, que é

um artista do Mali que toca kora, e isso resul-

tou num projeto. Há duas semanas estivemos

no Mali a fazer algumas gravações e vamos

fazer alguns overdubs, dar alguns retoques e

esse disco deve ser lançado em setembro.

Holofotes

Sou antes de tudo um artista da palavra, que é algo que está presente em tudo o que faço, (…) como se a palavra fosse uma espécie de porto-seguro de onde me aventuro em direção a outras linguagens.

Page 8: Guia da Noite Lx #14

6 Guia da Noite Lx magazine

#1 Holofotes » Arnaldo Antunes

# 7 Radar » A street art é uma arma

# 15 É noite no mundo »

José Luís Peixoto

Lá, no Soncente

# 18 Metropolis » Pedro Vieira

Na pista de dança que

é a minha vida

# 23 1001 Noites» Festivais de Verão

40 anos de Paz, Amor e Música

# 30 Livre trânsito» Festival Silêncio

Palavra ativa

# 34 Dj Shot » Rui Murka

Música para fazer sorrir

# 37 Retratos da noite »

O Fado acendeu as luzes

# 40 Guia de Esplanadas

# 44 Best Of »

Bares e discotecas

# 50 Guia »

Diretório dos melhores

restaurantes e moradas

da noite de Lisboa

# 60 Post it »

Onde comer (bem) por menos

de 15€?

Street Art p. 7

Festivais p. 27

Nota: Não nos responsabilizamos por eventuais alterações na informação sobre eventos e espaços seleccionados.

Esta revista foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

# 44 Noites Cool

# 46 Noites de Dança

# 48 Noites Trendy Be

st O

f

Page 9: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 7

Radar »

Pouco depois de ter sido anunciada a

possível descida do IVA na prática do

golfe, Miguel Januário voltou a atacar. O

mentor do projeto maismenos vestiu-se a

rigor, subiu a escadaria da Assembleia da

República e, sem pressas, deu uma valente

tacada… num pão. Concluído o swing,

voltou a pegar no saco dos tacos e desceu

calmamente, perante a curiosidade de

quem passava e a completa falta de reação

dos guardas de serviço.

O vídeo circulou pela internet como

uma bala: rápido, certeiro, eficaz. É desta

matéria que são feitos os novos focos de

intervenção política, apoiados na arte de

rua e nas novas tecnologias, e alimentados

pela criatividade fértil e espírito crítico de

jovens artistas portugueses.

O rapaz que encheu as ruas do Porto com

o reconhecido símbolo ± é só, se quisermos,

Eles dão tacadas em pão nas escadas da Assembleia, leiloam José Sócrates na Internet, põem a sede do PS à venda e espalham subversão e criatividade pelas paredes das cidades. O Guia da Noite foi sentir o pulso à street art e às novas formas de intervenção política que têm agitado um país em ebulição.

A street art é uma arma

Texto» Patrícia Raimundo

Fotografias» Laura Ramos (§ 1 a 5), Jorge Matreno (§ 6), Duarte Lourenço (§7) Cesária Martins (§ 8), Miguel Januário (§ 9 e 10)

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8 Guia da Noite Lx magazine

Radar

§2 §4

§1 §3

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Guia da Noite Lx magazine 9

a face mais visível desta agitação política

nas ruas. Para além da tacada no pão, é dele

também a autoria da bandeira de Portugal

alternativa que saiu à rua na manifestação

da Geração à Rasca (foto § 8) .

E o mais recente “The Oilyland”, um vídeo

sobre a era das crudesades (foto § 6), uma

dura crítica à influência que a caça ao

petróleo tem no mundo contemporâneo.

E a faixa colocada por instan-

tes à porta da sede do CDS-PP,

no dia em que o partido de

Paulo Portas se reuniu com

a Troika – “FMI abre Portas”,

lia-se. E a frase “O FASCINISMO

DA DEMOCRAPATIA” (foto § 9)

escrita na fachada de um edi-

fício durante o festival PopUp

Lisboa 2009, entre tantas e

tantas outras.

A fonte a que Miguel Januá-

rio vai beber a ousadia é

partilhada por outros que, de

forma mais ou menos artís-

tica, também fazem questão

de mostrar aquilo que pensam

da política, dos seus agentes,

do mundo em geral.

Na noite de 13 de abril,

quem passasse pelo Largo do

Rato dava de caras com um

cartaz que apresentava a sede

do Partido Socialista como

vendida à chanceler alemã

Angela Merkel – tal e qual os

anúncios das melhores agências imobili-

árias. A insólita intervenção foi posta em

prática por um grupo de jovens do blogue

Alunos do Liberalismo, um espaço onde a

crítica política e a irreverência se misturam

por um objetivo comum: discutir e comen-

tar a atualidade e, sempre que possível,

marcar a diferença.

Dias mais tarde, um conhecido site de

leilões divulgava um anúncio não menos

caricato: um utilizador colocava José Sócra-

tes a leilão com uma base de licitação de

mais de 70 milhões de euros. Guarda-fatos

e teleponto incluído, oferta dos portes de

envio. Simples brincadeira ou ato político

subversivo, a verdade é que por um bom

par de horas o classificado refletiu o des-

A exposição O Que Diz Lisboa? da fotógrafa e jornalista Laura Ramos estará patente no Espaço Nimas até 14 de junho. De 18 Jun. a 3 Jul. irá para a Tree House do Lg. de Santos, inserida no evento de Street Art da Santos Design District em que os artistas Nark, Myster, Parks e Recan farão demonstrações de graffiti num prédio abandonado e pinturas nas paredes exteriores da Tree House.

Radar

§5

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10 Guia da Noite Lx magazine

Radar

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Guia da Noite Lx magazine 11

Radar

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12 Guia da Noite Lx magazine

Radar

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§8

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Guia da Noite Lx magazine 13

contentamento de muitos. Até hoje não

se sabe a quem coube a ideia e a atitude.

Sabe-se sim que os anónimos também têm

o seu lugar na história.

Street art: muito mais que graffiti

Fazer perdurar as palavras e as interven-

ções que tantos anónimos deixam nas

paredes das cidades é, precisamente, o

objetivo que atravessa a exposição O que

diz Lisboa?, da fotógrafa e jornalista Laura

Ramos. Recolhidas ao longo de vários anos,

são “frases de protesto, declarações de

amor e de ódio, tudo captado pela pequena

lente de um Nokia N73”, revela a autora no

blogue do projeto.

“A terra é azul como uma laranja”, podia

ler-se a custo em letras brancas, escorridas,

numa parede de Lisboa. Não se sabe quem

as pintou, como também não se sabe quem

foi o autor da frase “Tou me a cagar pó

Michael Jackson”, que adorna – adornou? –

uma fachada da Travessa da Glória. Ou do

inspirado trocadilho “Os ricos com médico

privado e os pobres privados de médico”,

rabiscado numa parede junto ao Campo

Mártires da Pátria.

Suporte privilegiado de desabafos, mural

de revoltas, veículo de mensagens políticas

ou associativas, as paredes das cidades

servem o ativismo urbano e dão um colo-

rido, ainda que tantas vezes efémero, à rua.

Autocolantes, stencils, cartazes, vídeos e

outras intervenções juntam-se agora ao

graffiti – uma espécie de irmão mais velho

na família das artes de rua – para dar voz a

quem tem algo a dizer, mas também para

servir de sketch-book à criatividade de

jovens artistas.

A rua: uma galeria a céu aberto

Autênticas galerias vivas, as cidades são

gigantescas telas para os devotos da street

art. Muitos artistas urbanos usam a rua

para criar verdadeiros manifestos artísticos

e utilizam os seus elementos como material

de experimentação. Underground e margi-

nal por norma, a arte de rua consegue por

vezes quebrar o estereótipo e criar alguns

fenómenos de popularidade e reputação –

Banksy, o famoso graffiter e ativista inglês

é apenas o mais conhecido dos exemplos.

Alexandre Farto aka Vhils

www.alexandrefarto.com

Maismenos

maismenos.net

O que diz Lisboa?

www.facebook.com/oquedizlisboa

Paulo Arraiano aka YUP

www.pauloarraiano.com

Sente o pulso à street art nacional

Radar

Page 16: Guia da Noite Lx #14

14 Guia da Noite Lx magazine

Por cá, terão sido poucos os que não

olharam ainda, de alto a baixo, a monumen-

tal intervenção do artista Paulo Arraiano

num dos edifícios devolutos na zona do

Saldanha (foto § 7). Chama-se “Vertigo”,

faz parte do projeto Pampero Public Art

apoiado pelo Departamento de Património

Cultural de Lisboa e é mais uma prova de

que a street art pode ser reconhecida insti-

tucionalmente sem ter de abandonar a rua

onde nasceu e que a define.

Ao lado de “Vertigo”, Leonor Morais

desenhou “Flor Del Mundo”, ao abrigo do

mesmo projeto. Não muito longe dali, na

Avenida Fontes Pereira de Melo, a passa-

gem da dupla brasileira Os Gémeos ficou

marcada num enorme e colorido mural que

não deixa ninguém indiferente. Esta artéria

central da cidade é já, aliás, uma verdadeira

galeria a céu aberto: para além do traba-

lho d’Os Gémeos, há ainda desenhos dos

artistas Blu, SAM3 ou Ericailcane, muitos

deles conhecidos internacionalmente e

com exposições frequentes em

galerias, museus e mostras de

arte em todo o mundo.

Alexandre Farto aka Vhils é

um dos street artists portu-

gueses que mais reconheci-

mento têm conseguido dentro

e fora de portas. O miúdo que

começou a graffitar comboios

na Margem Sul é hoje um

dos mais singulares artistas

nacionais, com trabalhos espa-

lhados por ruas e galerias de

países como Inglaterra, Rússia

ou Itália. Os retratos “escul-

pidos” nas paredes – como o

que se encontra na Avenida 24

de julho, em Alcântara – são

a imagem de marca de Vhils,

que também explora outras

linguagens artísticas como o

design gráfico, a ilustração

e a animação.

A rua é, assim, e cada vez mais,

o palco preferido – e o mais acessível

também – para quem tem algo a dizer. Seja

através de um graffiti numa fachada, de

uma frase rabiscada numa parede, de um

autocolante colado num sinal de trânsito

ou – e porque não? – através de um gesto

tão bizarro quanto cheio de significado

como uma tacada num papo-seco no topo

da escadaria do Parlamento…

Radar

Mordaz, crítico, irónico, ousado. Miguel Januário, o agitador por detrás do projecto maismenos, tem enchido as ruas de Lisboa e Porto com mensagens que dão que pensar.

§10

Page 17: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 15

Na cidade do

Mindelo, talvez

a noite comece

na Praça Nova.

Tropeço nesta

possibilidade de dúvida, neste “talvez”,

não porque haja quem saia à noite em

São Vicente e não passe pela Praça

Nova, impossível, mas porque não sei ao

certo quando é que a noite começa. No

Mindelo, depois de jantar, há multidões

que se dirigem para a Praça Nova. Com

boquinha carinhosa, chamam-lhe “praci-

nha”. Uma vez chegados ao jardim circu-

lar, com coreto, lago sem água e quios-

que com esplanada, circulamos. Ou

seja, damos voltas à praça. Caminhamos

no sentido contrário das pessoas que

queremos encontrar e, dessa maneira,

podemos cruzar-nos com elas uma vez

por volta. A praça é muito importante

na noite e na vida de toda da cidade.

Na Praça Nova do Mindelo, centenas de

milhares de maridos conheceram cente-

nas de milhares de esposas.

“Soncente” é a palavra linda que o

crioulo cabo-verdiano utiliza para dizer

São Vicente. Essa palavra, nome de ilha, é

também nome de barco no Porto Grande

e uma das palavras mais repetidas na

Praça Nova, depois do jantar.

Em Cabo Verde, o inverno é um venti-

nho que chega em dezembro e que se

estende até fevereiro. Nos serões de

maior frio, raros, aqueles que os cabo-

-verdianos consideram gelados, qual-

quer casaco de malha fina pelos ombros

resolve o problema. Muitas vezes ouvi

dizer: “Em Cabo Verde, não há clima.”

Essa é uma maneira de explicar que há

poucas variações de temperatura ao

longo do ano. Quem ganha com isso não

são os agricultores, são os banhistas, os

vendedores de bonés e os pândegos.

É Noite no Mundo »

Texto» José Luís PeixotoFotografia» Helena Canhoto

Lá, na Soncente

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16 Guia da Noite Lx magazine

É Noite no Mundo

para cada dia da semana, de segunda a

segunda. Se, entretanto, o transeunte

se perder na voragem dos dias, não há

problema, basta perguntar a alguém

qual é a discoteca do dia, da noite. Em

Cabo Verde, as pessoas falam umas com

as outras sempre que têm vontade, não

há falta de contacto humano, “timidez”

é uma palavra estrangeira. Se houver

vontade de procurar uma pista

de dança, não é fácil sair da

pracinha sem companhia.

Todos os caminhos levam a

portas com nomes escritos a

luz: High Step, Astro, Syrius,

Galáxia, Cave, entre outros.

Depois de ano e meio a

viver em Cabo Verde no fim

dos anos noventa e depois de

inúmeras visitas ao Mindelo,

tenho memórias em cada um

desses lugares. Recordo-me até

de alguns que já fecharam, o Je T’aime, por

exemplo, onde vi pela primeira vez, um

casal, depois de dançar, com uma mancha

de transpiração que cobria exatamente

a superfície onde se estavam a tocar.

Acabei por me habituar a essa visão e

hoje sei que o suor é um elemento comum

de todos esses espaços noturnos min-

No entanto, também é possível que

a noite comece no momento do jantar.

No Mindelo, não são poucas as possibili-

dades de felicidade gastronómica. Mas,

antes disso, há o fim de tarde e talvez

a noite comece numa esplanada – gin

tónico ou, mais tradicional, ponche ou,

cabelos no peito e voz grossa, grogue.

Mas, antes disso, à tarde, uma boa prepa-

ração para a noite poderá acontecer nas

areias da Laginha. É muito provável que a

noite esteja sempre a começar.

Mas a praça. Sim, voltemos lá. Até

porque, no Mindelo, regressa-se sempre

à praça. Às voltas ou durante uma para-

gem, basta saber em que dia da semana

se está. No Mindelo, há uma discoteca

No Mindelo, há uma discoteca para cada dia da semana, de segunda a segunda. Se, entretanto, o transeunte se perder na voragem dos dias, não há problema, basta perguntar a alguém qual é a discoteca do dia, da noite.

Page 19: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 17

É Noite no MundoÉ Noite no Mundo

crioula de nenhuma idade compreenderá

qualquer das razões que levam uma boa

parte dos homens portugueses a fugir, a

encostar-se à parede ou ao balcão, a fingir

que estão a rir-se de uma gracinha e a

transformarem-se em plasticina mole.

No Mindelo, essa não é uma opção. A mim,

em tempos idos, quem me livrou desse

mal e me chamou à responsabilidade,

foram duas irmãs. Conhecemo-nos na

praça, claro. Conhecemo-nos melhor no

Syrius, no High Step e noutros lugares.

À vez, ginasticaram-me durante um par

de meses. O desentorpecimento que me

trouxeram aos músculos e ao baile tem-

-me servido nas mais diversas situações.

Eram conhecidas por Spice Girls.

Felizmente, a nostalgia não mata.

delenses. Uma vez que o risco de chuva

é ínfimo, há várias discotecas ao ar livre,

com a noite e as estrelas sobre a cabeça e,

mesmo aí, o suor é uma constante. Não se

entenda negativamente esta referência.

É suor bom, muito bom. É aquele líquido

morno que jorra por milhares de poros de

corpos reais, com curvas e temperatura. É

aquele líquido morno que pinga.

Uma das primeiras coisas que um

português descobre depois de pôr o pri-

meiro pé numa discoteca em Cabo Verde

é a enorme diferença, para melhor, que

existe em relação às discotecas africanas

em Portugal. Lá, na terra da morabeza,

as pessoas olham de maneira diferente,

sorriem de maneira diferente. Estão todas

mais ligeiras, há uma grande quantidade

de pesos invisíveis que não carregam. Têm

muito menos ressentimentos, estão mais

prontas a serem felizes.

Logo a seguir, uma coisa que um portu-

guês descobre depois de pôr o segundo

pé numa discoteca cabo-verdiana é que

“kizomba” é um género musical angolano.

Em Cabo Verde, ouve-se “zouk” e chama-se

“passada” à maneira de dançá-lo. Também

há o funaná e uma boa quantidade de

outros géneros. Quem não sabe dançar,

aprende. Não há desculpa. Nenhuma

Page 20: Guia da Noite Lx #14

18 Guia da Noite Lx magazine

Metropolis »

Ilustrador, escritor, criador do blogue irmã

Lúcia, Dj nas horas vagas e apresentador

do programa “Ah, a Literatura!” do Canal

Q, Pedro Vieira acaba de publicar o seu

romance de estreia e é um dos convidados

do Festival Silêncio.

Acabas de lançar o teu primeiro

romance, Última Paragem, Massamá.

Estavas à espera que fosse tão bem

recebido pela crítica?

Estava à espera que tivesse alguma

atenção pelo facto de eu estar ligado

profissionalmente ao

mundo editorial de há

alguns anos para cá mas

não esperava tanto relevo

e sobretudo não contava

com críticas tão positivas.

Não sou profissional da

escrita, trata-se de uma

estreia, e as boas críticas causam-me

alguma perplexidade e deixam-me orgu-

lhoso, claro.

Foste livreiro durante anos e és

licenciado em Marketing, quais as estra-

tégias que consideras mais eficazes

para divulgar um livro?

Hoje em dia, com a avalanche das

novidades editoriais, é difícil saber como

comunicar. A crítica conta, mas não muito.

As aparições esporádicas na televisão

podem ajudar. As redes sociais também são

essenciais para criar novas dinâmicas. Mas

Pedro VieiraNa pista de dança que é a minha vida

Texto» Sandra Silva

Fotografia» Rui Rodrigues

Ilustrações» Pedro Vieira

Page 21: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 19

Metropolis

Pedro VieiraNa pista de dança que é a minha vida

Pedro Vieira é um dos inúmeros escri-

tores que estarão presentes no Festival

Silêncio. Fará parte de dois eventos

bastante distintos: no dia 22 de Junho

(19h30, Cinema São Jorge, sala 2),

participa do debate “ Escrever Hoje”

juntamente com João Tordo, Afonso

Cruz e Anabela Mota Ribeiro; no dia 23

de Junho (22h30, Musicbox) estará ao

lado de Paulo Ferreira e Cláudia Cle-

mente no espetáculo Writting Mirrors,

em que os três escritores lerão textos

de sua autoria a partir de imagens

projectadas num espelho/ecrã.

Conversas do Silêncio

Texto» Sandra Silva

Fotografia» Rui Rodrigues

Ilustrações» Pedro Vieira

Page 22: Guia da Noite Lx #14

20 Guia da Noite Lx magazine

sobretudo as coisas só resultam se o livro

passar pelas mãos do professor Marcelo.

Blogger indefetível, criaste o Irmão

Lúcia e és coautor do Arrastão. O teu

blogue serviu de laboratório de escrita

para o livro?

Serviu, sim, até porque a escrita em

blogues acabou por funcionar como uma

oficina ao longo dos anos. O meu discurso

narrativo foi muito formatado por essa

mesma escrita e isso reflete-se no romance.

De forma elogiosa e também de forma

depreciativa, já me foi apontado várias

vezes o facto de este livro ser uma espécie

de “post” gigante.

Muitas pessoas descobriram o Irmão

Lúcia antes de conhecerem o Pedro

Vieira. Como convives com o sucesso

alcançado pelo Irmão Lúcia?

Convivo com imenso gozo, por ter criado

um alter-ego provocador que vai fazendo o

seu caminho em lugares mais sérios, diga-

mos assim. Gosto de ver a circunspeção a

abrir portas ao absurdo.

Irmão Lúcia é um heterónimo, um alter-

-ego ou um pseudónimo?

É tudo isso e não é nada, também. É uma

segunda pele, que às vezes se torna na

primeira.

Para onde quer que nos viramos encon-

tramos a tua pegada tecnológica.

Conseguirias viver sem net?

Seria muito difícil. É curioso pensar que

só comecei a lidar com computadores

quando já era estudante universitário.

Comprei o meu primeiro PC aos 22 anos,

depois disso foi sempre a cair. Ou a subir,

consoante a apreciação que se faça do meu

trabalho e da tal pegada a que se referem.

Metropolis

Page 23: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 21

Paralelamente à escrita, és também

ilustrador com obra publicada em

várias editoras e revistas como a Ler.

Que paixão nasceu primeiro, a escrita

ou a ilustração?

A ilustração, sem dúvida. Como dizem os

fadistas, canto (desenho) desde pequenino.

Se tivesse de optar desenhava. E depois

escrevia sobre isso.

Já te aventuraste na banda desenhada,

tencionas explorar o mundo dos qua-

dradinhos?

Nesta fase não tenho grande vontade. Já

o fiz, participei em vários festivais da Ama-

dora, mas neste momento não é um tipo de

discurso narrativo a que me apeteça voltar.

Escritor, ilustrador, designer, blogger,

apresentador, mestre-de-cerimónias, Dj,

és sem dúvida o rapaz dos sete ofícios.

Se tivesses de escolher apenas uma

destas profissões, por qual optarias?

Optava pelo ilustrador. É o registo onde

me sinto mais à vontade e algumas dessas

hipóteses nem sequer são profissões, pelo

menos no meu caso. Embora fosse interes-

sante ganhar a vida como blogger, mas isso

é coisa de americanos e assim.

Consideras-te um autodidata?

De alguma forma sim. Embora, por

exemplo, na área da ilustração, tenha

frequentado formações que foram

importantes para a definição e formatação

daquilo que faço hoje em dia. Passar pelo

Ar.co e pela Gulbenkian foi determinante

nesse sentido. Noutras coisas que faço,

sou claramente autodidata, mais isso foi

fruto da vontade de fazer coisas e das

circunstâncias.

Metropolis

Page 24: Guia da Noite Lx #14

22 Guia da Noite Lx magazine

Como freelancer que és, também

estás Farto de Recibos Verdes?

Como freelancer que sou, aceito

a lógica dos recibos verdes. Não aceito

a lógica da desproteção social total.

E sobretudo não aceito as centenas

de milhares de falsos recibos ver-

des, que trabalham como trabalha-

dores encapotados, sem o mínimo

de direitos.

Muitos desconhecem a tua

faceta de Dj. Quando come-

çaste a passar música?

Comecei por passar em festas

de amigos. Depois expandi-me

para outras festas, e é assim

que a coisa funciona. Se é

para pândega convidam-me,

sempre no registo nacional-

-porreirista.

Dançar é uma forma de

libertação ou de sedução?

Voto em ambas, mas o meu coração

pende para a libertação.

O Mário Cesariny diz que para ele a

noite “É um texto muito antigo entoado

por uma multidão de sapos”? E para ti,

o que é a noite?

Às vezes não se distingue muito do meu

dia, tal é a imprevisibilidade do que acon-

tece na pista de dança que é a minha vida.

E isso não é necessariamente bom. Tudo

pode depender da banda sonora, vá.

As tuas noites são mais belas que os

teus dias ou antes pelo contrário?

Os dias costumam ser melhores, pelo

menos costumam ser menos povoados

por insónias.

Apresentaste o I-Pod

Battle numa das mais

memoráveis festas do

Guia da Noite. Qual foi a

sensação de ser mestre-

-de-cerimónias e árbitro

desta batalha musical?

Primeiro estranha-se,

depois entranha-se, como

dizia o Nel Monteiro, ou

lá o que é. Ao início foi

assustador, por me sentir

desenquadrado, mas no final

acho que me saí razoavel-

mente bem. Sobretudo porque

as pessoas foram lá pela música

e não pelos meus lindos olhos.

O humor está presente em tudo aquilo

que fazes. Consideras o riso uma arma

contra o pessimismo?

Considero-o uma boa arma de defesa

contra coisas várias, pessimismo incluído.

É um instrumento essencial na relativiza-

ção daquilo que nos faz tropeçar. Cair, mas

com um sorriso nos lábios. Lá dizia o outro,

(o Nel?), falhar, falhar outra vez, falhar

melhor. E rir muito, acrescento eu armado

ao atrevido.

Metropolis

Page 25: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 23

a mística que não mais o abandonou. Mas

onde se teria inspirado o médico António

Barge, fundador do lendário festival, para

lhe dar o formato que o celebrizou, desde

aquele longínquo verão de há quatro déca-

das, como o Woodstock português?

Ao contrário do que se possa pensar,

não terá sido Woodstock o primeiro dos

grandes festivais, mas sim o de Monterey

1001 Noites »

Texto» Myriam Zaluar

O ano é 1971. O mês é

agosto. Portugal inteiro

está ocupado por uma

ditadura. Inteiro? Não.

A norte, lá no topo do país,

pertinho de Espanha,

uma aldeia minhota

resiste à censura e ao

silêncio. O seu nome

é Vilar de Mouros.

Apesar de ter sido a edição

de 1971 que ficou para a

História como o primeiro

festival de verão em Por-

tugal, a verdade é que o

Festival de Vilar de Mouros nasceu em 1965.

Porém, tratou-se na altura de um evento

limitado ao folclore e só em 1968 começou

a transformar-se em algo com mais alcance

e dimensão ao levar para o Alto Minho

artistas que desafiavam o regime como

José Afonso ou Adriano Correia de Oliveira.

Foram precisos três anos para que o evento

ganhasse dimensão internacional e com ela

40 ANOSDE PAZ,AMOR E MÚSICA—————— TUDO O QUE SEMPRE QUIS SABER SOBRE FESTIVAIS DE VERÃO

Page 26: Guia da Noite Lx #14

24 Guia da Noite Lx magazine

1001 Noites

§2

§1

§3

Page 27: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 25

na Califórnia, que, em junho de 1967, juntou

mais de 50 mil pessoas (foto § 3). O cartaz

era impressionante: The Jimmy Hendrix

Experience, The Who, Eric Burden and the

New Animals e, pela primeira vez frente

a uma grande audiência, Big Brother and

the Holding Company, tendo por vocalista

nada menos que Janis Joplin. Monterey foi

ainda o primeiro grande palco em que Otis

Redding tocou para uma audiência maiori-

tariamente branca. Mesmo assim, Monterey

não era o primeiro acontecimento daquele

formato. Um evento de dimensões mais

modestas também realizado na Califórnia

uma semana antes tinha

servido como uma espécie de

“balão de ensaio”: chamou-se

The Fantasy Fair and Magic

Mountain Music Festival mas

dele não rezou a história, pro-

vavelmente devido ao caráter

esmagador do Festival de Mon-

terey. Estava dado o mote.

Mas Woodstock teria ainda

de esperar. Antes ainda, iria nascer o Festival

da Ilha de Wight em Inglaterra (foto § 2),

organizado pela primeira vez em 1968, ou

seja, um ano antes do seu congénere norte-

-americano. Mais tímido que Monterey,

conseguiu no entanto juntar 10 mil pessoas

e tinha por cabeça de cartaz Jefferson Air-

plane. No ano seguinte porém, já eram cerca

de 150 mil na ilha de Wight para ver e ouvir

The Who, Bob Dylan, Joe Cocker, The Band

e Moody Blues entre outros, apenas duas

semanas depois do acontecimento lendário

que foi Woodstock.

Inicialmente previsto para a pequena

cidade de Woodstock, NY, o festival acabou

por decorrer em Bethel, no mesmo estado,

a cerca de hora e meia de viagem. Foram

1001 Noites

vendidos 185 mil bilhetes em lojas de dis-

cos nova-iorquinas ao preço unitário de 18

dólares. Os organizadores previam cerca de

200 mil pessoas, mas, chegada a hora, mais

de 500 mil acorreram, as cercas foram deita-

das abaixo e o caos instalou-se. Os acessos

entupidos, a chuva, a lama, a multidão

debatendo-se com a escassez de sanea-

mento básico e até de comida acabaram

por contribuir tanto para o mito criado em

torno do Festival, como os próprios artistas

que nele desfilaram, alguns dos quais garan-

tindo atuações que se tornaram míticas.

Jimmy Hendrix, Richie Heavens, Joan Baez,

Joe Cocker, The Who, Carlos Santana, então

com apenas 18 anos, são apenas algumas de

estrelas que iluminaram o palco de Wood-

stock (foto § 1). O Festival ficou imortali-

zado num filme/documentário com cerca

de três horas de duração assim como num

triplo álbum em vinil, tornando-se assim o

primeiro festival passível de ser revivido

pelo público.

Em Portugal, e sem que a maior parte dos

seus participantes o soubessem, Vilar de

Mouros foi também um ato de insurreição

política. Assim como Woodstock, Monterey

ou o Festival da Ilha de Wight, embora com

dimensões e contextos diferentes. Estava-

-se no final dos anos 60, início dos anos 70,

vivia-se a revolução cultural. Em Paris, a

Ao contrário do que se possa pensar, não terá sido Woodstock o primeiro dos grandes festivais, mas sim o de Monterey na Califórnia, que, em junho de 1967, juntou mais de 50 mil pessoas.

Page 28: Guia da Noite Lx #14

26 Guia da Noite Lx magazine

internacional com mais peso acabou por

ser o de Elton John. As bandas portuguesas

em palco tinham nomes como Contacto, os

Celos, Objectivo e alguns mais conhecidos:

Quarteto 1111 ou os Sindikato. O Festival

decorreu em dois fins de semana, sendo que

no primeiro atuaram músicos mais “familia-

res” como Amália Rodrigues, Duo Ouro Negro

ou a Banda da Guarda Nacional Republicana.

Muitos anos passaram até que eventos

com as mesmas características voltassem a

realizar-se em Portugal. À exceção da Festa

do Avante, que, desde a sua segunda edi-

ção em 1977 – já que a primeira, em 1976,

decorreu no espaço fechado da antiga

FIL – teve durante mais de uma década o

exclusivo dos grandes concertos ao ar livre

com acampamento associado, foi preciso

esperar por 1982 para que, novamente

em Vilar de Mouros, se experimentasse

repetir o conceito. Nove dias de “loucura

controlada”, foi o que anunciou o fundador

António Barge ao saudar o público e foi

aproximadamente o que aconteceu entre

31 de julho de 8 de agosto. O Festival, que

ficou na história como um dos mais mar-

cantes de sempre e que, à semelhança da

edição anterior e do seu congénere Wood-

stock, deu um monumental prejuízo, tinha

um cartaz de luxo e fez desfilar pelo palco

nomes como U2, Echo and The Bunnymen,

Stranglers, Durutty Column , Tom Robinson,

Carlos do Carmo, Vitorino, Rão Kiao, Jafu-

mega e Roxigénio, entre outros.

Até hoje Vilar de Mouros permanece

como o mais atribulado dos festivais

Portugueses. Mais 14 anos passaram até

que, em 1996, se retomasse o Festival. Um

ano antes, em Lisboa, fazia-se o primeiro

Super Bock Super Rock. No ano seguinte,

nascia o Sudoeste. Estava inaugurada uma

juventude tinha proclamado a imaginação

ao poder e nos Estados Unidos contestava-

-se a Guerra do Vietname. Em Portugal, a

maioria nem fazia ideia do que se passava

no resto do mundo. O que chegava vinha

filtrado, alterado, atrasado. O que resistia

era clandestino. Ainda hoje permanece um

mistério a forma como nesse clima de estag-

nação foi possível a realização de um festival

com as características de Vilar de Mouros.

Um enorme acampamento, 30 mil pessoas,

na sua maioria jovens portugueses e estran-

geiros, num clima de paz, amor e liberdade,

juntos pelo prazer de ouvir música, partilhar,

dormir sob as estrelas e tomar banho no

rio. Apesar da presença – discreta – da PIDE,

afirma quem por ali passou que durante três

dias a ditadura pareceu como que suspensa.

Pelo menos em terras minhotas. A organi-

zação, que começou a preparar a edição de

1971 três anos antes, chegou a equacionar

a vinda de bandas como os Beatles, Pink

Floyd ou os Rolling Stones. Finalmente,

porque os primeiros eram demasiado caros

e os segundos não tinham agenda, o nome

1001 Noites

Vilar de Mouros foi também um ato de insurreição política. Assim como Woodstock, Monterey ou o Festival da Ilha de Wight.

Page 29: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 27

nova era: a dos festivais em massa. A partir

de então nada seria como antes. Festivais

foram brotando como cogumelos em todas

as estações e apeadeiros de Portugal. Se até

aos primeiros anos do século XXI, permane-

cia relativamente fácil fazer uma escolha em

função de cartazes, proximidade geográfica,

preços e férias, hoje em dia escolher um fes-

tival revela-se uma tarefa verdadeiramente

hercúlea, sendo que os há de todos os tama-

nhos e feitios, com todos os tipos de música

e para todas as carteiras. Talvez entre os que

destacamos a seguir encontres o teu…

1001 Noites 1001 Noites

FESTIVAIS DE VERÃO ——————2011——————

super bock super rock

14 a 16 de julho @ Meco (Herdade do Cabeço da Flauta)

Já na sua 17ª edição é provavelmente o mais antigo dos festivais ainda não desconti-

nuado. Já conheceu vários formatos e localizações, tendo sido recentemente deslocado

para o Meco. Na verdade, tal como o Sudoeste não fica na Zambujeira, o SuperBock

também não está realmente instalado no Meco, mas sim oito quilómetros antes, na

Herdade do Cabeço da Flauta. Desde então, aconselha-se a quem não queira perder

um concerto que vá para lá com muitas horas de antecedência. O ideal seria chegar na

véspera e não arredar pé antes do final. Este ano, o cartaz, fazendo jus à reputação do

Festival, é irrepreensível: Arcade Fire, Artic Monkeys, The Strokes, Portishead, Beirute,

The Gift, Legendary Tigerman, entre outros garantem sucesso ao evento.

optimus alive

6 a 9 de julho @ Passeio Marítimo de Algés

Um dos mais jovens – e também dos mais caros – festivais portugueses, tem lugar no

Passeio marítimo de Algés desde 2007. Apesar de recente, o Alive já é tido pela crítica e

pelo público como um dos melhores festivais, pela qualidade do seu cartaz ao longo das

quatro edições. Pearl Jam, White Stripes, Smashing Pumpkins, Ben Harper, Rage Against

the Machine, Neil Young e Bob Dylan são algumas das estrelas que já desfilaram pela

constelação de Algés. Sendo um evento urbano, o campismo não decorre in loco mas

no Lisboa Camping, por mais 15 e 20 euros, para os portadores de passe de três e quatro

dias, respetivamente. A edição 2011 do Alive traz alguns nomes sonantes como Coldplay,

Foofighters, Thirty Seconds to Mars, Chemical Brothers, Iggy and the Stooges e Blondie.

Page 30: Guia da Noite Lx #14

28 Guia da Noite Lx magazine

1001 Noites

festival músicas do mundo

22 a 30 de julho @ Sines (Castelo Medieval, Praia Vasco da Gama)

Desde 1999, o Festival de Músicas do Mundo de Sines tem vindo a crescer e a conquis-

tar notoriedade, sendo hoje um evento incontornável na agenda musical do verão.

É para muitos o festival verdadeiramente alternativo, tanto pelos preços convidativos

como pelo cartaz eclético e à margem do mainstream. Este ano, destaca-se a dupla Sly

& Robbie, os alemães Dissidenten, o senegalês Cheikh Lô e o ganês Ebo Taylor, um dos

fundadores do afrobeat.

sudoeste

3 a 7 de agosto @ Zambujeira do Mar (Herdade da Casa Branca)

Durante algum tempo foi a coqueluche dos festivais, tendo a sua primeira edição

tido lugar em 1997, apenas um ano depois do renascimento de Vilar de Mouros. Foi o

primeiro festival não-urbano na Costa Alentejana e já conheceu momentos de glória.

Com a proliferação de festivais nos últimos anos, o Sudoeste acabou por se ressentir.

Continua, porém, a ser um dos favoritos na rota dos festivaleiros. Amy Whinehouse,

David Guetta, Scissor Sisters, Patrice, Underworld e Interpol são as cabeças de cartaz

conhecidas até ao momento. Rumores não confirmados correm contudo avançando

um nome que só por si faria certamente milhares apontar as baterias a Sudoeste:

Radiohead.

paredes de coura

17 a 20 de agosto @ Paredes de Coura (Praia Fluvial do Tabuão)

Tido por alguns como o mais belo palco dos festivais de verão, Paredes de Coura

distingue-se pela sua paisagem. Localizado num vale profundo sobre o rio Coura, é um

panorama magnífico que se oferece aos campistas. No entanto, a mobilidade deixa a

desejar e a falta de espaço para acampar permite muitos abusos nas áreas circundan-

tes. Uma das particularidades do Paredes de Coura é a secção Jazz na Relva, que torna

as tardes mais cool. Há ainda o yoga matinal e o babysitting que contribuem para

fazer deste festival um dos mais originais dentro do género. Este ano, entre os nomes

já confirmados, o dos britânicos Pulp é um dos mais aguardados.

Page 31: Guia da Noite Lx #14

1001 Noites

Page 32: Guia da Noite Lx #14

30 Guia da Noite Lx magazine

Livre trânsito »

De cara lavada, ainda mais internacional

e com um programa capaz de deixar qual-

quer um sem pio, o Festival Silêncio volta a

trazer a Lisboa alguns dos melhores ativis-

tas da palavra. Lee Ranaldo (Sonic Youth),

Arnaldo Antunes e o jamaicano Linton

Kwesi Johnson protagonizam as atuações

mais aguardadas desta terceira edição.

Foi com um nome irreverente e a promessa

de transformar Lisboa numa espécie de

“capital da palavra” que o Festival Silêncio

se apresentou à cidade em junho de 2009.

Assumido desde a primeira edição como

um evento híbrido onde literatura, música,

artes plásticas e vídeo arte se encontram,

o festival tem se mostrado um apurado

concentrado de novas tendências culturais

e linguagens artísticas que têm a palavra

dita como ponto comum.

Depois de ter intro-

duzido em Portugal

o popular conceito

de poetry slam – os

torneios e encontros

de poesia que chamam

ao palco dos clubes

os poetas urbanos

um pouco por todo o

mundo – e de ter tra-

zido, pela primeira vez

a solo luso, o conhecido

slammer Saul Williams

que pôs um MusicBox

apinhado ao rubro, este

ano o Festival Silêncio

volta a surpreender.

Lee Ranaldo (foto § 4),

guitarrista e vocalista

dos Sonic Youth, é

um dos convidados

mais aguardados desta terceira edição do

Silêncio. Ao palco do Musicbox, o músico

promete levar um espetáculo inovador

que mistura spoken word, música e ima-

gem num registo mais experimental. Uma

oportunidade de luxo para se confirmar a

versatilidade de um artista que se dedica a

áreas tão distintas como a música, a escrita

e as artes visuais.

Ao Musicbox junta-se este ano um

outro palco que receberá os principais

espetáculos transdisciplinares do Festival

Festival Silêncio: Palavra ativa

Texto» Patrícia Raimundo

Fotografias» Isabel Pinto (§ 1), Jorge Simão (§ 3), Kelly Jeffrey (§ 4)

Page 33: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 31

Livre trânsito » Livre trânsito

§2 §4

§1 §3

Page 34: Guia da Noite Lx #14

32 Guia da Noite Lx magazine

Livre trânsito

Silêncio, o Cinema São Jorge. É por esta

sala da Avenida da Liberdade que vai

passar Arnaldo Antunes e os seus “Dois

Violões”, o espetáculo que revisita temas

clássicos com a assinatura do músico,

poeta e letrista brasileiro, dos míticos Titãs

ao projeto Tribalistas. Intimista, mas não

menos carismática e enérgica, esta passa-

gem de Arnaldo Antunes por Lisboa marca

também o lançamento do CD/DVD Ao Vivo

Lá em Casa, um álbum em registo caseiro

com muitos amigos e convidados especiais

à mistura, com o selo da Transformadores e

do próprio Festival Silêncio.

Imperdível é, também, a atuação do jamai-

cano Linton Kwensi Johnson (foto § 2),

lenda viva da poesia urbana, ativista inve-

terado e pai da dub poetry – uma mistura

de palavras carregadas de crítica política

e social com ritmos reggae. Aos dez anos

Johnson mudou-se para o sul de Inglaterra

e é por lá que tem desenvolvido a sua

atividade como músico, poeta e ativista.

Nos anos 70 integrou o movimento Black

Panthers ao mesmo tempo que se juntava

ao grupo de poetas e percussionistas Rasta

Love e publicava o primeiro livro de poesia,

Voices Of The Living and The Dead. Quem

passar no dia 22 de junho pela sala 1 do São

A não perder no Festival Silêncio 2011

15 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1)

“Música de Palavra(s)”, com José Mário

Branco, Camané, Carlos Bica, José Peixoto

e Filipe Raposo (15€)

18 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1)

“Dois Violões”, de Arnaldo Antunes (15€)

18 de junho, 24h30 @ MusicBox Lisboa

Slam Internacional (6€)

19 de junho, 22h @ MusicBox Lisboa

Lee Ranaldo (10€)

22 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1)

Linton Kwesi Johnson

(2ª parte: Nástio Mosquito) (10€)

24 de junho, 18h @ São Jorge (sala 2)

Lançamento do livro Apenas Miúdos,

de Patti Smith, com apresentação de

Jorge Pereirinha Pires e showcase de

Carla Bolito, Inês Jacques e Luís Filipe

Valentim (entrada livre)

25 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1)

“Moradas do Silêncio”, homenagem

a Al Berto com Sérgio Godinho, JP Simões,

João Peste, Rui Reininho, Noiserv e

Miguel Borges (15€)

25 de junho, 23h30 @ MusicBox Lisboa

Poetry Slam (6€)

Toda a programação em

www.festivalsilencio.com

Page 35: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 33

Livre trânsito

Jorge pode esperar um espetáculo de poe-

try reading intenso e a sensação única de

estar perante uma das maiores referências

vivas da poesia urbana.

Falar em poesia urbana é falar obrigato-

riamente em poetry slam, uma das maiores

apostas do Festival Silêncio desde o início

e que tem vindo aos poucos a instalar-se

de vez nos bares e clubes do país. Este ano,

para além do habitual torneio a fechar

a edição, há ainda um espetáculo com

slammers brasileiros, espanhóis, alemães,

italianos, angolanos e portugueses, a

provar que este movimento jovem e cosmo-

polita não conhece fronteiras e a mostrar

também um Silêncio que se quer cada vez

mais internacional.

Os espetáculos exclusivos ou de estreia

absoluta marcam ainda a progra-

mação deste Silêncio 2011. José

Mário Branco (foto § 1) assina

“Música de Palavra(s)”, um encon-

tro entre música e poesia em que

partilha o palco com Camané,

Carlos Bica, José Peixoto e Filipe

Raposo. “Simples, profundo,

nutritivo”, lê-se na apresentação

do projeto inédito.

Feito por medida para o Fes-

tival, “Moradas do Silêncio” é

um espetáculo de homenagem ao poeta

Al Berto que conta com a participação de

Sérgio Godinho, Rui Reininho, JP Simões,

João Peste (Pop Dell’Arte), Noiserv e Miguel

Borges, com músicos dos Rádio Macau

como banda de apoio. Uma noite única e

irrepetível para revisitar a poesia e o imagi-

nário do autor de Horto de Incêndio.

E porque é de palavras que aqui se trata,

o Festival Silêncio volta a sentar no mesmo

sofá escritores, jornalistas, poetas e músi-

cos nas Conversas do Silêncio. Literatura,

música e cinema vão ser tema de conversa

entre nomes como João Botelho, José Edu-

ardo Agualusa (foto § 3), Richard Zimler,

Sérgio Godinho, Afonso Cruz, entre tantos

outros homens e mulheres da palavra.

Num programa bem recheado, eclético e

multidisciplinar não falta sequer o cinema.

O fio condutor é, como não podia deixar de

ser, a palavra dita e escrita e percorre as

mostras Word Cut Docs – documentários

sobre escritores portugueses – e Slam

Docs – filmes sobre poetry slam –, e ainda

o Filmagens Concurso Internacional de

Poetry Film.

Concertos, espetáculos, workshops, con-

ferências, mostras de cinema, lançamentos

de livros… São dez dias cheios capazes de

agradar a melómanos, cinéfilos, curiosos

das letras, mas, sobretudo, aos amantes da

palavra ativa: urbana, moderna, cosmopo-

lita e transversal.

Falar em poesia urbana é falar obrigatoriamente em poetry slam, uma das maiores apostas do Festival Silêncio desde o início e que tem vindo aos poucos a instalar-se de vez nos bares e clubes do país.

Page 36: Guia da Noite Lx #14

34 Guia da Noite Lx magazine

Rui MurkaMúsica para fazer sorrirBairro Alto, meados da década de 90. O mítico Captain

Kirk rebentava, invariavelmente, pelas costuras. Uma

noite, o barman pousa os copos e assume o controlo

dos pratos. Rui Murka subia à cabine pela primeira vez

para nunca mais de lá sair…

“É a clássica história de um barman que pede ao Dj

para tocar uns discos no início da noite. Um dia o Dj

falta e o barman avança para a cabine”, recorda Rui

Murka. Contado assim, o episódio parece um entre

tantos outros, mas quem frequentou o Bairro Alto

entre 1995 e 1997 sabe que tudo o que ali se vivia

acabava por deixar as suas marcas.

Murka estava no centro desse verdadeiro furacão

de sensações que foi o Captain Kirk. O bar que durante

dois intensos anos marcou como poucos a movida lis-

boeta foi o chão onde deu os primeiros passos, primeiro

atrás do balcão, depois aos pratos. “Foi o início, a desco-

berta, o prazer ingénuo de fazer as pessoas dançarem”,

revela o Dj. “Na altura não percebia muito bem o que se

estava a passar no Captain Kirk, o que queria era tocar.

Só mais tarde me apercebi realmente do núcleo de

pessoas que me rodeavam. Fui um privilegiado por ter

Rui Murka

Estilo»

house, techno, disco

Onde atua»

Frágil, MusicBox Lisboa,

Casino de Lisboa

DJ Shot »

Texto» Patrícia Raimundo

Page 37: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 35

DJ Shot »

Page 38: Guia da Noite Lx #14

36 Guia da Noite Lx magazine

DJ Shot

de ir tocar uma vez num clube onde nunca

estive. As residências permitem fazer

um trabalho de longo prazo, onde vais

‘educando’ um público ao longo do tempo,

enquanto que o trabalho de freelancer

tem a aliciante de se estar sempre a enca-

rar desafios diferentes”.

Apaixonado por música desde adoles-

cente, Rui Murka aponta os The Clash

como principal referência musical, mas

a lista coloca lado a lado outros nomes

como Talking Heads, LCD Soundsystem,

Marvin Gaye, Carl Craig, Herbie Hancock

e até Lígia Pereira, colega de cabine

da época do Captain Kirk, cuja mestria

aos pratos ainda recorda: “Até hoje não

encontrei mais ninguém que passasse

música daquela forma. Não misturava e

passava trip-hop, drum ‘n’ bass, house,

hip-hop, techno… Aprendi muito com a

sua visão única da pista de dança”.

Rui Murka é também sinónimo de divul-

gação musical. Fora das quatro paredes

de um clube, o Dj marca presença nas

ondas da rádio e assina várias compi-

lações de música de dança, uma forma

de chegar a mais gente que se torna

ainda uma espécie de laboratório de

experiências. “É um desafio estimulante.

Permite-me enveredar por caminhos

que seriam complicados de fazer numa

pista de dança”.

A produção é a mais recente aventura

de Murka, que tem trabalhado quase

sempre em associação com Dj Kaspar.

“Não é uma área em que invista muito,

já que não me sobra muito tempo, mas

pontualmente vou trabalhando. Em breve

haverá novidades”. Enquanto não cumpre

a promessa, fica a garantia: “continuar a

passar música para fazer sorrir”.

estado envolvido num projeto de bar que,

apesar de ter durado pouco tempo, foi

muito intenso”, confessa.

Naqueles anos, o Kirk era o spot mais

apetecível do Bairro, já que juntava gentes

das artes e da moda, jornalistas, cineastas

e toda uma nova fauna notívaga que

ansiava por novas experiências. É neste

contexto que nasce o coletivo Cool Train

Crew, fundado por Rui Murka juntamente

com os Dj’s Johnny, Dinis, Tiago, Pink Boy e

Vítor Belanciano e que se dedicava sobre-

tudo às sonoridades drum ‘n’ bass. “As

nossas noites eram à terça-feira e estavam

sempre cheias. Depois fomos convidados

pelo Alex Cortez para sermos Dj’s do

Ciclone, o antigo Johnny Guitar, que tinha

mudado radicalmente a sua linguagem

musical. Tocávamos todas as sextas e

sábados. Curiosamente, também durou

pouco, mas foi um marco para a cidade

nesse ano de Expo’ 98”.

Seguiram-se passagens por outros clu-

bes e por alguns festivais do país, até que,

em 2000, Rui Murka decide desligar-se do

grupo e apostar cada vez mais na carreira

em nome próprio que vinha a construir. “Já

era Dj residente do Frágil e interessava-me

mais outro tipo de música de dança, como

o house, o disco e o techno”, explica.

Eclético e incansável, o Dj continua a

manter a residência no número 126 da

Rua da Atalaia, que complementa com o

MusicBox e o Casino de Lisboa, mas pode-

mos encontrá-lo por aí, noutros clubes de

referência onde põe música pontual-

mente. “Tanto gosto de residências como

Page 39: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 37

No início, o fadista era um marginal. Não

trabalhava, vivia “de expedientes e da

exploração do próximo”, habitava em

tabernas e bordéis. “Inteiramente atrofiado

pela ociosidade, pelas noitadas, pelo abuso

do tabaco e do álcool”, como narrava Rama-

lho Ortigão em As Farpas, livro de 1878.

“Faz-se sustentar

por uma mulher

pública, que

espanca sistemati-

camente”, prossegue o

escritor, descrevendo os

instrumentos inseparáveis

O Fado acendeu as luzes

Texto» C. Sá

Ilustração» Inês Sena

Nascido não se sabe onde, criado nas vielas e becos de Alfama

e da Mouraria, o fado começou às escuras. Hoje, está ilumi-

nado pela fama. Em mais de vinte países europeus houve este

ano espetáculos dos principais fadistas portugueses, sobre-

tudo da nova geração e mulheres, como Mariza, Ana Moura,

Mafalda Arnauth ou Kátia Guerreiro. Em setembro, será por

certo catalogado como Património da Humanidade pela

UNESCO. A luz era, afinal, o fado do fado.

Retratos da Noite »

Page 40: Guia da Noite Lx #14

38 Guia da Noite Lx magazine

44º em Espanha. Tudo países que já este

ano receberam espetáculos de alguns

dos principais fadistas, sobretudo da nova

geração e mulheres. Se nos reportarmos

ao mês de fevereiro, Mariza cantou na

Turquia, Sérvia, Polónia ou Espanha, Ana

Moura desta vez não participou em nenhum

espetáculo de Prince ou dos Rolling Stones,

mas esteve na Suécia, Suíça e Finlândia,

enquanto Joana Amendoeira

ia ao Canadá ou a França.

Mas nos cinco continentes há

outras nações interessadas

no fenómeno, como a Aus-

trália, Argentina, Marrocos

ou Tailândia (qualquer uma

delas com espetáculos de fado

organizados nos primeiros

meses deste ano), tal como há

outras fadistas em crescimento

de popularidade e expansão

internacional: por exemplo Car-

minho, Aldina Duarte, Cristina

Branco, Mafalda Arnauth, Fábia Rebordão,

Kátia Guerreiro ou a nova sensação Cuca

Roseta. Todas com belas vozes... e faces. São

as divas, ou melhor, as fadas do fado, suces-

soras de Amália Rodrigues e Hermínia Silva.

Se o estilo é agora predominantemente

feminino, os homens, perdendo os tiques

machistas do início, mantêm ainda o glam.

Desde os 12 anos na ribalta, Camané é hoje

o maior de todos, também ele a honrar

antecessores como “o grande” Alfredo Mar-

ceneiro. E a não deixar esquecer os imortais

desta história: os poetas. No último disco,

Do Amor e dos Dias, de 2010, Camané canta

letras escritas por, entre outros, Alexandre

O’Neill, Cesário Verde ou David Mourão-Fer-

reira. Três exemplos de uma lista infindável

do artista: “A ferramenta do seu ofício

consta de uma guitarra e de um Santo

Cristo, que assim chamam tecnicamente à

grande navalha de ponta e tríplice calco na

mola.” Quando toca, o fadista “deixa pen-

der o cigarro do canto do beiço pegajoso,

gretado e descaído; com um olho fechado

ao fumo do tabaco e o outro aberto mas

apagado, dormente, perdido no vago”.

Quando canta, “apoia a mão na ilharga,

suspendendo o cigarro nos dedos, de

cabeça alta, esticando as veias do pescoço

e entoando as melopeias do fado, em que

se descrevem crimes, toiradas, amores

obscenos e devoções religiosas à Virgem

Maria, com uma voz soluçada, quebrada

na laringe, acompanhada da expressão

fisionómica de uma sentimentalidade de

enxovia, pelintra e miserável”.

Era outro fado. Ou melhor, hoje o fado é

outro. Está nas televisões, navega na inter-

net e tem rádios próprias. Está nos tops e

não apenas no que nos é mais familiar: para

além da liderança de vendas em Portugal,

Mariza, por exemplo, chegou ao quarto

lugar na Finlândia, ao 13º na Holanda, ao

24º na Polónia, ao 38º na Noruega e ao

O Festival Silêncio apresenta no dia 23 de Junho, 22h, no Cinema São Jorge (sala 1), “Palavras do Fado” – um espetáculo que pretende sublinhar a íntima relação entre poesia e fado e que reunirá em palco quatro novas vozes do fado: Cuca Roseta, Raquel Tavares, António Zambujo e Ricardo Ribeiro.

Retratos da Noite

Page 41: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 39

que contempla quase todos os mais conhe-

cidos escritores portugueses. Camões e

Fernando Pessoa foram cantados, Saramago

também, Lobo Antunes idem, Camilo Castelo

Branco ou Eça de Queiroz, Florbela Espanca,

Sofia de Mello Breyner, etc., etc., etc.

Em novembro, promete aumentar ainda

mais este boom que leva a que alguns

vídeos colocados no You Tube tenham

mais de dois milhões de visualizações.

Está em vista uma nova explosão – ou será

a explosão definitiva? É que, para esse mês

está anunciada a atualização pela UNESCO

da sua lista de Património Imaterial e Cul-

tural da Humanidade. Na última vez, de 47

projetos foram aprovados 46, o que, salvo

qualquer gritante imponderável, garante à

partida que o Fado se junte ao Tango,

ao Flamengo ou ao Samba de Roda como

uma manifestação musical a preservar

Roteiro do Fado

TASCA DO CHICO R. Diário de Notícias, 39

(Bairro Alto) | © 12h/2h; 6ª e Sáb. até 3h |

Não encerra

CAFÉ LUSO Tv. da Queimada, 10 (Bairro

Alto) 21 342 2281 | © 19h30/2h | €€

CLUBE DE FADO R. São João da Praça,

92-94 (Alfama) 21 888 2694 | © 20h/2h | €€€

MESA DE FRADES R. dos Remédios, 139 A

(Alfama) 91 702 9436 | © 10h/2h | ‑ Dom.

e 3ª | €€€

PARREIRINHA DE ALFAMA Beco do Espí-

rito Santo, 1 (Alfama) 21 886 8209 |

© 20h30/2h | €€€

SENHOR VINHO R. do

Meio à Lapa, 18

(Lapa) 21 397 2681 |

© 20h/2h | €€€

SEVERA (A) R. das

Gáveas, 51 (Bairro

Alto) 21 342 8314 |

© 12h/15h; 20h/2h

| ‑ 5ª; Sáb. e Dom. ao

almoço | €€€

TASCA DO JAIME R. da Graça, 91 (Graça)

21 8881 560 | Sáb., Dom. e feriados

16h/20h

com especial atenção pela humanidade.

É a consagração prevista de um fenómeno

que começou torto. “Há dois meses que

os periódicos anunciam quase quotidia-

namente os casos de espancamento, de

ferimentos e de roubos cometidos em

Lisboa e seu termo. De quando em quando,

a polícia, com o fim de dar uma espécie de

satisfação à sociedade pela frequência de

tantos crimes, prende um fadista. O que

temos que perguntar é: Porque se não

prendem os fadistas todos?”, questionava

Ramalho Ortigão, em 1878, quando o Fado

era tristeza, saudade, ciúme, mágoa. Hoje, é

também isso. Mas muito mais do que isso.

Retratos da Noite

Page 42: Guia da Noite Lx #14

40 Guia da Noite Lx magazine

lost in esplanada barR. D. Pedro V, 56 (Príncipe Real) 91 775 9282 | © 2ª 16h/24h; 3ª a Sáb. 12h30/24h; Jantares até 22h30 | Cozinha de fusão | ‑ Dom. | €€

O Príncipe Real nos últimos anos tem vindo a acolher uma série de bares, lojas e

galerias que estão a transformar a Rua Dom Pedro V num novo pólo cultural de Lisboa.

Situado no nº 56 desta rua, há um local incontornável pela sua deslumbrante vista: a

Lost In Esplanada Bar. Começou por ser uma loja de produtos indianos, mas há pouco

mais de um ano passou a integrar também esta esplanada-bar, cujo acesso pode ser

feito tanto pelo interior da loja – que se desdobra em inúmeras salas repletas de

vestuário colorido – como pelo túnel lateral. Com uma decoração que nos remete ao

universo indiano e um conceito estético shanti (palavra que vem do hindu e significa

paz), o Lost In possui igualmente um espaço interior para os dias mais amenos sendo o

local ideal para relaxar e petiscar ao final da tarde.

Guia de Esplanadas »

Page 43: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 41

delidelux

Av. Infante D. Henrique, Arm. B, Lj. 8 (Sta. Apolónia) 21 886 2070 | © 3ª a 6ª 12h/20h;

Sáb. 10h/22h; Dom. 10h/20h | Internacional | ‑ 2ª | €€

Quer seja para fazer compras e satisfazer o seu pecado da gula ou para petiscar as igua-

rias da cafetaria elaboradas por Leonor Manita (ex-chefe do Bairro Alto Hotel), a Delidelux

é, sem dúvida, um dos locais mais “in” de Lisboa. A ementa inclui saladas frescas e san-

duíches de inspiração mediterrânica, tábuas de queijos e enchidos, bolos tradicionais

portugueses combinados com propostas da doçaria internacional e ainda um delicioso

brunch para quando apetece um pequeno-almoço reforçado fora de horas. Tudo para ser

degustado com os olhos postos sobre o rio Tejo, quer no interior da cafetaria, quer na

esplanada. A mercearia e charcutaria tem uma oferta verdadeiramente surpreendente de

produtos escolhidos a dedo a pensar nos apreciadores da boa mesa além de estarem dis-

poníveis todos os ingredientes utilizados na confeção das iguarias servidas na cafetaria.

Guia de Esplanadas

Page 44: Guia da Noite Lx #14

42 Guia da Noite Lx magazine

quiosque de refrescoPríncipe Real, Lg. Camões e Pç. das Flores | © 7h30/24h | Não Encerra | €

A ideia dos Quiosques de Refresco surgiu quando a Câmara de Lisboa quis dar vida

a três antigos quiosques votados ao abandono: o do Príncipe Real, do Lg. Camões e

da Pç. Flores. Catarina Portas concorreu e ganhou a concessão com um projeto que

resgata os sabores de outrora e aposta nos tradicionais refrescos. Estes quiosques são

dos poucos sítios onde ainda se pode beber groselha e os míticos capilé (xarope de

folhas de avenca, flor de laranjeira, água, gelo e casca de limão), mazagran (refresco

de café) e orchata (à base de amêndoas e açúcar). Mas nem só de bebidas se faz este

regresso ao passado: além das sopas elaboradas com legumes da estação, há ainda

sanduíches de bacalhau em meia desfeita, de torresmos com geleia de pimentas e,

mais simples mas não menos saborosas, as sandes de queijo flamengo e marmelada.

Eis um excelente cartão de visitas de Lisboa.

Guia de Esplanadas

Page 45: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 43

noobai café Miradouro do Adamastor (Sta Catarina) 21 346 5014 | © 12h/24h; Dom. 12h/22h |

Internacional | Não encerra | €€

Para a alegria dos habitués, o Noobai acaba de reabrir as portas após uma remodelação

que visou sobretudo a ampliação da cozinha para permitir a criação de uma ementa

mais diversificada. A nova carta inclui muitas opções de petiscos, como as azeitonas e

feta marinados com broa de milho ou os mini-folhados com molho de iogurte e beterra-

ba. Além disso, o Noobai passa a oferecer um menu diário com opções de pratos peixe

ou carne e outro vegetariano. Se optar por um aperitivo ao pôr do sol, o Noobai propõe

diversos sumos, vitaminas, chás, além dos deliciosos cocktails e sangrias ao som de Dj’s

convidados. Tudo isto acompanhado de uma vista panorâmica sobre o Tejo.

Bar das Imagens Cç. Marquês de Tancos,

1 (Castelo) 21 888 4636 | © 11h/2h; Dom.

15h/23h | ‑ 2ª | €€

Bartô do Chapitô R. Costa do Castelo, 1-7

(Castelo) 21 885 550 | © 22h/2h | ‑ 2ª | €€

Chafariz do Vinho (Enoteca) R. da Mãe

d’Água à Praça da Alegria (Príncipe Real)

21 342 2079 | © 18h/2h | ‑ 2ª | €€€

Esplanada Clara Clara Jardim de Botto

Machado - Campo de Santa Clara (Sta

Apolónia) 21 885 0172 | © 10h/24h | Não

encerra | €€

Esplanada da Graça Miradouro da Graça

| © 10h/4h | Não encerra | €

Esplanada do Príncipe Real Pç do Príncipe

Real 21 346 6076 | © 7h/24h | Não encerra | €

Esplanada do Torel Jardim do Torel

(Campo Mártires da Pátria) 9h30/20h |

Não encerra |€

Le Chat R. das Janelas Verdes, Jd. 9 de

Abril (Janelas Verdes) 91 779 7155 |

© 12h/24h; 5ª a Sáb. 12h/3h | ‑ 2ª | €

Meninos do Rio {Esplanada} R. da

Cintura do Porto de Lisboa, Arm. 255

(Cais do Sodré) 21 322 0070 | © 12h30/4h |

Não encerra | €€€

Portas do Sol {Esplanada} Lgo. Portas do

Sol (Castelo) 91 754 7721 | © 10h/24h; 6ª e

Sáb. até 2h | Não encerra | €€€

Guia de Esplanadas

Page 46: Guia da Noite Lx #14

44 Guia da Noite Lx magazine

Best Of Noites Cool

C

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CM

MY

CY

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af_JAMESON Guia_da_Noite 105x148 copy.pdf 1 26/10/2010 11:09

botequim largo da graça Lg. da Graça, 79 (Graça) 21 888 8511 | © 10h/2h | Não encerra

Fundado em 1968 por Natália Correia, o Botequim foi o local onde, durante as décadas

de 70 e 80, se reuniam grande parte da intelectualidade portuguesa, de Fernando

Dacosta a David Mourão-Ferreira, António Alçada Batista, José-Augusto França, Luiz

Pacheco, Ary dos Santos e José Cardoso Pires. Renascido pelas mãos de Alexandra

Vidal e Hugo Costa, o novo Botequim presta homenagem à poetisa, escritora e

deputada, oferecendo uma programação cultural variada que inclui tertúlias

literárias, saraus, concertos, cinema, workshops, Dj’s sets, etc. A obra de restauração

do espaço preservou o balcão, as estatuetas e os tetos trabalhados, e a decoração

conta com mobiliário vintage, estantes de livros, peças artesanais e belos candeeiros.

Ao ambiente acolhedor, junta-se uma ementa de petiscos e bebidas ideal para

acompanhar boas e longas conversas com os amigos e leituras de poesia.

Page 47: Guia da Noite Lx #14

C

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Y

CM

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Page 48: Guia da Noite Lx #14

46 Guia da Noite Lx magazine

Best Of Noites de Dança

incógnito barR. Poiais de São Bento, 37 (Santos) 21 390 8755 | © 23h/4h | ‑ 2ª; 3ª

Desde que abriu no final da década de 80, esta discoteca manteve o mesmo conceito:

passar música que se enquadre no chamado espírito alternativo. Atualmente, o

Incógnito tem vindo a apostar numa programação ativa e bastante eclética, onde

predominam as sonoridades pop alternativo, música eletrónica, indie, pós-punk, new

wave e synthpop. Não fosse esta uma morada incontornável da noite lisboeta, a sua

pista com capacidade para 150 pessoas mantém-se invariavelmente intransitável a

partir das 2h da manhã. O porteiro, o inconfundível Dartagnan, recebe de sorriso nos

lábios e braços abertos os notívagos habitués que continuam a colocar esta discoteca

na rota das suas noites longas.

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Page 50: Guia da Noite Lx #14

48 Guia da Noite Lx magazine

Best Of Noites Trendy

sol e pescaR. Nova do Carvalho, 44 (Cais do Sodré) 21 346 7203 | © 18h/2h; 6ª e Sáb. até 3h | ‑ Dom.

Instalado no que há 20 anos era uma loja de artigos de pesca – dizem que uma das

melhores do ramo – este bar tem atraído as atenções de quem frequenta o Cais do

Sodré. A antiga loja do Marreco foi totalmente restaurada e tudo o que lá havia foi

reaproveitado: o mobiliário (incluindo os armários), as vitrinas, os cartazes, máquinas

e candeeiros. Com prateleiras cheias de conservas, canas, iscos, anzóis e toda a

parafernália ligada à pesca, o Sol e Pesca oferece na sua ementa um petisco invulgar:

conservas portuguesas. Aqui pode saborear sardinhas, atum, carapaus, cavalas,

bacalhau, enguias, polvo, anchovas, biqueirão ou petingas das mais tradicionais e

conhecidas marcas de conservas de que temos memória, servidas numa cama de

azeite e acompanhadas por diversos tipos de ervas, temperos e outros ingredientes

que ressaltam o sabor dos petiscos. Para beber há sempre uma imperial fresquinha ou

o saboroso vinho da casa (Quinta da Califórnia, Azeitão).

Page 51: Guia da Noite Lx #14
Page 52: Guia da Noite Lx #14

50 Guia da Noite Lx magazine

Bica do Sapato

{Internacional} Av. Infante

D. Henrique, Arm. B, Cais

da Pedra (Sta Apolónia) 21

881 0320 | © 12h30/14h30;

20h/23h30 | ­‑ Dom.; 2ª

almoço | €€€€ | UBistro 100 Maneiras

{Internacional} Lg. da

Trindade, 9 (Chiado) 91 030

7575 | © 12h/2h | ­‑ Sáb.ao

almoço; Dom. | €€€

Blues {Internacional} R. da

Cintura do Porto, 226 (Rocha

Conde d’Óbidos) 21 395 7085 |

© 20h/1h | ­‑ Dom.; 2ª | €€€€

| UBocca {Internacional} R.

Rodrigo da Fonseca, 87D

(Rato) 21 380 8383 | © 3ª a 5ª

12h30/14h30; 20h/23h; 6ª e

Sáb. até 24h | ­‑ Dom., 2ª e

feriados | €€€€ | UBota Alta {Portuguesa}

Tv. da Queimada, 37 (Bairro

Alto) 21 342 7959 | © 12h/15h;

19h/22h30 | ­‑ Sáb. ao almoço;

Dom. | €€€

Brasuca {Brasileira} R. João

Pereira da Rosa, 7 (Bairro

Alto) 21 322 0740 | © 12h/15h;

19h/23h | ­‑ 2ª ao almoço | €€

Café Belvedere {Café}Trav.

do Cabral, 4 (Bica) 91 994 4554

| © 2ª a 6ª 14h/20h | ­‑ Sáb. e

Dom. | €€

Café Buenos Aires

{Argentina} Escadinhas do

Duque, 31 B (Av. da Liberdade)

21 342 0739 | © 18h/24h; Sáb. e

Dom. 15h/24h | ­‑ 2ª | €€€

Restaurantes e Cafés

1º Maio {Portuguesa} R. da

Atalaia, 8 (Bairro Alto) 21 342

6840 | © 12h/15h; 19h/23h |

­‑ Sáb. jantar; Dom. | €€

Ad Lib {Internacional} Av.

da Liberdade, 127 (Av. da

Liberdade) 21 322 8350 | ©

2ª a 6ª 12h30/15h; 2ª a Dom.

19h30/22h30 | ­‑ Sáb. e Dom.

ao almoço | €€€€

Adega das Mercês

{Portuguesa} Tv. das Mercês,

2 (Bairro Alto) 21 342 44 92 | ©

12h30/15h; 19h/23h | ­‑ Dom.

| €€€

Afreudite {Internacional}

Passeio das Garças, Lt. 439, Lj.

1J (Pq. das Nações) 21 894 0660

| © 20h/24h | ­‑ Dom. | €€€

Alecrim às Flores

{Portuguesa} Tv. do Alecrim,

4 (Cais do Sodré) 21 322 5368

| © 12h30/15h; 19h30/24h |

€€ | UAlfândega {Portuguesa} R. da

Alfândega, 98 (Baixa) 21 886

1683 | © 10h/2h | ­‑ Sáb.; Dom.

almoço | €€€ | UAlfândega Museu

{Mediterrânica} Lgo. Portas

do Sol, 2 (Alfama) 21 886 1683

| © 10h/17h; Verão até 18h30 |

Não encerra | €€

Alma {Internacional} Cç.

Marquês de Abrantes, 92

(Santos) | 21 396 3527 | © 3ª

a Sáb. 19h30/24h | ­‑ Dom. e

2ª | €€€€

Amo -te Chiado

{Internacional} Cç. Nova de S.

Francisco, 2 (Chiado) 21 342

0668 | © 10h/2h | ­‑ Dom.

Aqui Há Peixe {Internacional}

R. da Trindade, 18 A (Chiado)

21 343 2154 | © 3ª a 6ª 12h/15h;

Sáb. Dom. 18h/2h | ­‑ 2ª | €€€

Armazém da Cachaça

{Brasileira} R. S. João da Mata,

88/90 (Janelas Verdes} 21 396

5264 | © 19h30/24h | ­‑ Dom.

| €€€

Aya {Japonesa} R. Campolide,

531, Galerias Twin Towers,

Piso 0/Lj 1.56 (Campolide)

21 727 1155 | © 12h30/15h;

19h/23h | ­‑ Dom. almoço; 2ª |

€€€€ | UBanThai {Tailandesa} R.

Fradesso da Silveira, 2 Lj. Dt

(Alcântara) 21 362 1184 |

© 12h/15h30; 19h30/23h30 |

­‑ Dom. | €€€ | UBarra Ibérica {Espanhola} Cç.

da Ajuda, 250 (Ajuda) 21 362

6010 | © 19h30/1h | ­‑ Dom. |

€€€€ | UBBC - Belém Bar Café

{Internacional} Av. Brasília,

Pavilhão Poente (Belém) 21

362 4232 | © 20h/3h | ­‑ Dom.

| €€€ | U

Bengal Tandoori {Indiana}

R. da Alegria, 23 (Av. da

Liberdade) 21 347 9918 |

© 12h/15h; 18h/24h | €€ | U

Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Page 53: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 51

Café In {Portuguesa} Av.

Brasília, Pav. Nascente, 311

(Belém) 21 362 6248 |

© 12h/24h | €€ | UCafé no Chiado

{Internacional} Lg. do

Picadeiro, 11 -12 (Chiado)

21 346 0501 | © 11h/2h |

­‑ Dom. | €€

Café Royale {Internacional}

Lg. Rafael Bordalo Pinheiro,

29 (Chiado) 21 346 9125 | © 2ª a

Sáb. 10h/24h; Dom. 10h/20h | €€

Café S. Bento {Portuguesa}

R. de S. Bento, 212 (S. Bento)

21 395 2911 | © 18h/2h |

­‑ Dom. | €€€ | UCalcutá {Indiana} R. do Norte,

17-19 (Bairro Alto) 21 342 8295 |

© 12h/15h; 18h30/23h | ­‑ Sáb.;

Dom. | €€

Camponesa (A)

{Internacional} R. Marechal

Saldanha, 23 -25 (Bairro Alto)

21 346 4791 | © 12h30/15h;

19h30/23h | ­‑ Sáb. ao almoço;

Dom. | €€

Cantinho da Paz {Indiana} R.

da Paz, 4 (Santos) 21 396 9698

| © 12h30/15h; 19h30/23h |

­‑ Dom. | €€€

Cantinho das Gáveas

{Portuguesa} R. das Gáveas,

82 (Bairro Alto) 21 342 6460 |

© 12h/15h; 19h/23h30 | ­‑ Sáb.

ao almoço; Dom. | €€€

Casa da Índia {Portuguesa}

R. do Loreto, 49/51 (Bairro

Alto) 21 342 3661 | © 12h/1h30

| ‑ Dom. | €€

Casa da Comida

{Internacional} Tv. das

Amoreiras, 1 (Rato) 21 388

5376 | © 13h/15h; 20h/24h |

­‑ Dom.; Sáb. e 2ª ao almoço |

€€€€€ | UCasa da Morna {Africana}

R. Rodrigues Faria, 21

(Alcântara) 21 364 6399 | ©

19h30h/2h | ­‑ Dom. | €€

Casa do Alentejo

{Portuguesa} R. das Portas de

Stº Antão, 58 (Baixa) 21 340

5140 | © 12h/15h; 19h/23h | €€

Casa do Algarve

{Internacional} Lg. da

Academia de Belas Artes, 14,

r/c (Bairro Alto) © 12h/16h30;

19h/23h30 | ­‑ Dom. | €€

Casa México {Mexicana}

Av. D. Carlos I, 140 (S. Bento)

21 396 5500 | © 2ª a 6ª 13h/15h;

Dom. a 4ª 20h/1h; 5ª a Sáb.

20h/2h | €€€

Casanostra {Italiana} Tv. do

Poço da Cidade, 60 (Bairro

Alto) 21 342 5931 | © 12h/15h;

20h/23h | ­‑ Sáb. ao almoço; 2ª

| €€€ | U

Casanova {Italiana} Cais

da Pedra, Lj 7, Arm. B (Sta

Apolónia) 21 887 7532 |

© 12h30/1h30 | ­‑ 2ª e 3ª ao

almoço | €€€ | UCervejaria da Trindade

{Portuguesa} R. Nova da

Trindade, 20 (Bairro Alto) 21 342

3506 | © 12h/24h30 | €€€ | UCharcutaria (II) (A)

{Portuguesa} R. do Alecrim,

47 A (Bairro Alto) 21 342 3845

| © 12h30/15h30; 19h30/23h

| ­‑ Sáb. ao almoço; Dom. |

€€€€ | UCome Prima {Italiana} R. do

Olival, 258 (Lapa) 21 397 1287 |

© 12h/15h; 19h/23h30 | ­‑ Sáb.

ao almoço; Dom. | €€ | UComida de Santo {Brasileira}

Cç. Engº Miguel Pais, 39

(Príncipe Real) 21 396 3339 |

© 12h30/15h30; 19h30/1h | €€€

Confraria – York House (A)

{Internacional} R. das Janelas

Verdes, 32 - 1.º (Janelas

Verdes) 21 396 2435 | ©

12h30/16h; 19h30/22h30 | €€€€

Uma noite com

Carla HenriquesJornalista

Paragens obrigatórias

Café: Museu do Teatro

Restaurante: Cinemateca

Bar: Bicaense

Discoteca: B.Leza (Teatro do Bairro)

Page 54: Guia da Noite Lx #14

52 Guia da Noite Lx magazine

Cop’ 3 {Portuguesa} Lg.

Vitorino Damásio, 3 (Santos)

21 397 3094 | © 12h30/23h30

| ­‑ Sáb. ao almoço; Dom. |

€€€€ | UCruzes Credo Café R. Cruzes

da Sé, 29 (Sé) 21 882 2296 |

© 8h/2h | Não encerra | €€

DeliDelux {Café} Av. Infante

D. Henrique, Arm. B, Lj. 8 (Sta

Apolónia) 21 886 2070 |

© 3ª a 6ª 12h/20h; Sáb.

10h/22h; Dom. 10h/20h |

­‑ 2ª | €€

Divina Comida {Portuguesa}

Lg. de S. Martinho, 6 -7 (Alfama)

21 887 5599 | © 12h/1h | €€

Doca do Espanhol

{Portuguesa} Galeria do

Museu da Cera, Arm. 2,

Lj. 12 -17 (Docas) 21 393 2600 |

© 12h30/16h; 19h30/24h |

­‑ Dom.; 2ª ao jantar |

€€€ | UDom Pomodoro {Italiana}

Doca de Sto Amaro, Arm. 13

(Docas) 21 390 9353 | © 12h/2h

| €€€ | U

El Último Tango {Argentina}

R. Diário de Notícias, 62 (Bairro

Alto) 21 342 0341 | © 19h30/23h

| ­‑ Dom. | €€€ | U

Eleven {Internacional} R.

Marquês da Fronteira (Pq.

Eduardo VII) 21 386 21 11 |

© 12h30/15h; 19h30/23h |

­‑ Dom.; 2ª | €€€€

En’Clave {Africana} R. do Sol

ao Rato (Rato) 21 388 8738 | ©

20h/4h | ­‑ 3ª | €€€

Entra {Portuguesa} R. do

Açúcar, 80 (Beato) 21 241 7014

| © 2ª a 6ª 12h/15h; 3ª a Sáb.

19h30/23h | ­‑ Dom. | €€€

Esperança {Italiana} R. do

Norte, 95 (Bairro Alto) 21 343

2027 | © 13h/16h; 20h/2h |

­‑ 2ª; 3ª ao almoço | €€€

Esplanada Clara Clara {Café}

Jd. de Botto Machado - Campo

de Santa Clara (Sta Apolónia)

21 885 0172 | © 10h/24h | €€

Estado Líquido / Sushi

Lounge {Japonesa} Lg. de

Santos, 5 A (Santos) 21 397

2022 | © 20h/3h | €€€ | U

Everest Montanha

{Nepalesa} Av. do Brasil, 130C

(Alvalade) 21 847 3195 |

© 12h/15h; 19h/23h30 | €€

Fábulas Café {café} Cç. Nova

de São Francisco, 14 (Chiado)

21 347 6323 | © 2ª a 4ª 10h/24h;

5ª a Sáb. 10h/1h | ­‑ Dom. | €€€

Farah’s Tandoori {Indiana}

R. de Santana à Lapa, 73 B

(Lapa) 21 390 9219 | © 12h/15h;

19h/22h30 | ­‑ 3ª | €€

Faz Figura {Portuguesa} R. do

Paraíso, 15 B (Alfama) 21 886 89

81 | © 12h30/15h; 20h30/23h |

­‑ 2ª ao almoço | €€€ | UFenícios {Libanesa} R. do

Conde Redondo, 141 -A

(Marquês de Pombal) 21 244

8703 | © 12h/15h30; 19h/24h |

­‑ Dom. | €€€

Fidalgo {Portuguesa} R. da Barroca, 27 -31 (Bairro Alto) 21 342 29 00 | © 12h/15h; 19h/23h | ­‑ Dom. | €€€

Flor da Laranja {Marroquina} R. da Rosa, 206 (Bairro Alto) 21 342 2996 | © 12h/15h; 20h/24h | ­‑ Dom.; 2ª ao almoço | €€

Flores {Internacional} R. das Flores, 116 (Bairro Alto) 21 340 8252 | © 12h30/15h; 19h30h23h | €€€€

Floresta do Calhariz

{Portuguesa} R. Luz Soriano,

7 (Bairro Alto) 21 342 5733 | ©

12h/23h | ­‑ Dom. | €€ | U

Forneria Estado Líquido

{Italiana} Lg. de Santos, 9

A (Santos) 21 397 2022 | ©

Uma noite com

Elder MonteiroDesigner Industrial

Paragens obrigatórias

Esplanada: Príncipe Real e Graça

Restaurante: Adega das Mercês

Bar: Maria Caxuxa e Rua da Bica

Discoteca: às vezes Lux-frágil

Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Page 55: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 53

La Moneda {Internacional}

R. da Moeda, 1C (Santos) 21

390 8012 | © 10h/2h | ­‑ Dom.

| €€€ | ULa Paparrucha {Argentina}

R. D. Pedro V (Príncipe Real)

21 342 5333 | © 12h/15h;

19h30/24h30 | €€€ | ULucca {Italiana} Trav.

Henrique Cardoso, 19 -B

(Alvalade) 21 797 2687

| © 12h/15h; 19h/1h | ­‑ 4ª

| €€€ | UManifesto {Internacional}

Lg. de Santos, 9C (Santos)

21 396 3419 | © 12h30/15h;

19h30/23h; Sáb. 19h30/24h |

­‑ Dom. | €€€

Mar Adentro {Internacional}

R. do Alecrim, 35 (Cais do

Sodré) 21 346 9158 |

© 10h/23h; sáb. 14h/24h; Dom.

14h/22h | €€

Maritaca {Italiana} R. 24 de

Julho, 54G (Santos) 21 393 9400

| © 3a a 5a e Dom. 13/15h;

20h/24h; 6a e Sáb. até 1h |

­‑ 2ª | €€€

Mercearia {Portuguesa} R. da

Madre, 72 (Madragoa) 21 397

12h30/16h; 20h/24h; 6ª até 2h | Não encerra | €€€

Fusion Sushi {Japonesa} Lg. de Santos, 5 (Santos) 21 395 5820 | © 12h30/15h; 20h/23h; 6ª e Sáb. até 24h | ­‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€

Gambrinus {Portuguesa} R. das Portas de Sto Antão, 23 (Restauradores) 21 342 1466 | © 12h/1h30 | €€€€€ | UGemelli {Italiana} R. Nova da Piedade, 99 (S. Bento) 21 395 2552 | © 12h30/14h30; 20h/24h | ­‑ Dom.; 2ª | €€€€

Haweli Tandoori {Indiana} Tv. do Monte, 14 (Graça) 21 886 7713 | © 12h/15h; 19h/22h30 | ­‑ 3ª | €€

Império dos Sentidos {Internacional} R. da Atalaia, 35 (Bairro Alto) 21 343 1822 | © 20h/2h | ­‑ 2ª | €€€

Kaffeehaus {Austríaca} R. Anchieta, 3 (Chiado) 21 095 6828 | © 11h/24h; 6ª e Sáb. 11h/2h; Dom. 11h/20h | ­‑ 2ª | €€

Kais {Internacional} R. da Cintura - Cais da Viscondessa (Rocha Conde d’Óbidos) 21 393 2930 | © 20h/23h30 | ­‑ Dom. | €€€€ | UKoi Sushi Trav. Fradesso da Silveira, 4 Lj B (Alcântara) 21 364 0391 | © 2ª a 6ª 12h/15h; 20h/24h; Sáb. 20h/24h | ­‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€

La Brasserie de l’Entrecôte {Francesa} R. do Alecrim, 117 (Bairro Alto) 21 347 3616 | © 12h30/15h30; 20h30/24h | €€€

7998 | © 12h30/15h; 19h30/23h

| ­‑ Dom. ao almoço; 3ª | €€

Mesa de Frades {Casa de

Fado} R. dos Remédios, 139 A

(Alfama) 91 702 9436 |

© 10h/2h | ­‑ Dom. e 3ª | €€€

Montado {Portuguesa} Cç.

Marquês de Abrantes, 40

(Santos) 21 390 9185 |

© 12h/2h | ­‑ 2ª e Dom. | €€€

Nariz de Vinho Tinto

{Portuguesa} R. do Conde,

75 (Lapa) 21 395 3035 |

© 13h/15h; 20h/23h | ­‑ Sáb.

e Dom. almoço; 2ª | €€€€

New Wok {Asiática} R. Capelo,

24 (Chiado) 21 347 7189 |

© 12h/15h; 20h/24h | €€€

Noobai Café {Café} Miradouro

do Adamastor (Sta Catarina) 21

346 5014 | © 12h/24h | €€ | UNood {Asiática} Lg. Rafael Bor-

dalo Pinheiro, 20B (Chiado) 21

347 4141 | © 12h/24h | €€€ | UNovo Bonsai {Japonesa} R.

da Rosa, 244 (Bairro Alto)

21 346 2515 | © 12h30/14h;

19h30/22h30 | ­‑ Dom. | €€€

Uma noite com

Eduardo PittaPoeta, escritor e ensaísta

Paragens obrigatórias

Esplanada: Bica do Sapato

Restaurante: Gambrinus

Bar: Maria Caxuxa

Discoteca: Lux-Frágil

Page 56: Guia da Noite Lx #14

54 Guia da Noite Lx magazine

Olivier Café {Internacional} R. do Alecrim, 23 (Cais do Sodré) 21 342 2916 | © 20h/1h | ­‑ Dom. | €€€ | UOriente Chiado {Vegetariana}

R. Ivens, 28 (Chiado) 21 343 1530

| © 12h/15h; 19h30/22h30 | €€€

Ozeki {Japonesa} R. Vieira da

Silva, 66 (Alcântara) 21 390

8174 | © 12h/15h; 19h30/23h30

| ­‑ Sáb. e Dom. almoço | €€€

Paladar - Cozinha

de Mercado {Internacional}

Cç. do Duque, 43 A (Bairro

Alto) 21 342 3097 | © 19h30/2h

| ­‑ Dom. | €€€

Pap’Açorda {Portuguesa} R.

da Atalaia, 57 -59 (Bairro Alto)

21 346 4811 | © 12h/14h30;

20h/23h30 | ­‑ Dom.; 2ª | €€€€

| UPassage to India {Indiana}

Av. Praia da Vitória, 45

(Saldanha) 21 354 4073 |

© 12h/15h30; 19h/23h |

Não encerra | €€€

Pedro das Arábias

{Marroquina} R. da Atalaia, 70

(Bairro Alto) 21 346 8494 |

© 19h30/1h | ­‑ Dom. | €€

Pedro e o Lobo

{Internacional} R. do Salitre,

169 (Rato) 21 193 3719 | © 2ª

a 6ª 12h30/15h; 20h/23h; Sáb.

20h/23h | ­‑ Dom. | €€€

Petiscaria Ideal {Portuguesa}

R. da Esperança, 100-

-102 (Santos) | © 3ª a Sáb.

19h30/24h30 | ­‑ Dom.; 2ª | €€€

Picanha {Brasileira} R. das

Janelas Verdes, 96 (Santos)

21 397 5401 | © 12h/15h;

19h30/24h | ­‑ Sáb.; Dom. ao

almoço | €€€ | URestô do Chapitô

{Internacional} R. Costa do

Castelo, 7 (Castelo) 21 886

7334 | © 2ª a 6ª 19h30/2h;

Sáb., Dom. e feriados 12h/2h

| €€€ | URock’n Sushi {Japonesa} R.

Fradesso da Silveira, Bl. C

(Alcântara) 21 362 0513 |

© 12h/15h; 20h/2h | €€€

Rosa da Rua {Portuguesa}

R. da Rosa, 265 (Bairro Alto)

21 343 2195 | © 12h30/15h;

16h30h/24h30 | ­‑ 2ª | €€€€ | USacramento do Chiado

{Internacional} Cç. do

Sacramento, 40-46 (Chiado)

21 342 0572 | © 12h/15h;

19h30/24h | ‑ Dom. ao almoço

| €€€€

Santo António de Alfama {Internacional} Beco de S. Miguel, 7 (Alfama) 21 888 1328 | © 12h30/2h | Não encerra | €€€ | USea Me – Peixaria Moderna {Internacional} R. do Loreto, 21 (Bairro Alto) 21 346 1564/65 | © 12h/24h; 5ª a Sáb. até 2h | Não encerra | €€€

Senhora Mãe {Internacional} Lg. de São Martinho, 6 (Alfama) 21 887 5599 | © 12h30/24h; 6ª e Sáb. até às 2h | ­‑ 3ª | €€€ | USítio dos Bons Amigos

{Portuguesa} R. Dr. Gomes

Barros, 12 (Av. de Roma) 21 848

8721 | © 19H/5h | €€€

Sofisticato {Italiana} R. São João da Mata, 27 (Santos) 21 396 53 77 | © 19h30/23h; 6ª e Sáb. até 24h | ­‑ 2ª | €€€€

Sokuthai {Tailandesa} R. da Atalaia, 77 (Bairro Alto) 21 343 2159 | © 20h/2h | ­‑ Dom. | €€€

Sommer {Internacional} R. da Moeda, 1 -K (Santos) 21 390 5558 | © 20h/24h; 5ª a Sáb. até 2h | ­‑ Dom. | €€€€

Spot Lx {Internacional} Al. dos Oceanos (Pq. das Nações) 21 892 9043 | © 18h/3h | €€€€

Stop do Bairro {Portuguesa} R. Tenente Ferreira Durão, 55 (Campo de Ourique) 21 388 8856 | © 12h/15h30; 19h/23h |

­‑ 2ª | €€ | U

Uma noite com

Diogo Madre DeusEditor

Paragens obrigatórias

Esplanada: Miradouro da Graça

Restaurante: Stop do bairro

Bar: Hot Club (Teatro do Bairro)

Discoteca: Lux-Frágil

Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Page 57: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 55

Sucre {Internacional} R. Sousa

Martins, 14 D (Saldanha) 21

314 7252 | © 12h30/15h30;

20h/22h30 | ­‑ Dom.; 2ª a 4ª ao

jantar | €€€

Sul {Internacional} R. do

Norte, 13 (Bairro Alto) 21 346

2449 | © 12h/15h; 20h/2h |

­‑ 2ª | €€€

Sushi Lounge (Estado

Líquido) {Japonesa} Lg. de

Santos, 5 A (Santos) 21 397 2022

| © 20h/3h | €€€

Taberna do Chiado

{Portuguesa} Cç. Nova de São

Francisco, 2A (Chiado) 21 347

4289 | © 12h/23h | €€€ | UTamarind {Indiana} R. da

Glória, 43 (Baixa) 21 346 6080 |

© 2ª a 6ª 11h30/15h;

18h30/23h30: Sáb. e Dom.

ao almoço | €€€

Tapadinha (A) {Russa} Cç. da

Tapada, 41 A (Alcântara) 21

364 0482 | © 12h/15h; 20h/2h |

­‑ Dom. | €€€

Tasca da Esquina {Portugue-

sa} R. Domingos Sequeira, 41C

(Campo de Ourique) 21 099

3939 | © 12h30/24h | ­‑ Dom. e

2ª (almoço) | €€€€

Tasquinha d’Adelaide (A)

{Portuguesa} R. do Patrocínio,

70 -74 (Campo de Ourique)

21 396 2239 | © 12h30/15h;

20h30/23h30 | ­‑ Dom. | €€€€

Tavares Rico {Internacional}

R. da Misericórdia, 37 (Chiado)

21 342 1112 | © 12h30/14h30;

19h30/22h30 | ­‑ Dom. | €€€€€

Terreiro do Paço {Portuguesa}

Pç. do Comércio, Pátio da Galé

(Baixa) 21 099 5679 |

© 12h/15h30; 20h/24h; 5ª a

Sab. até 2h | ‑ Dom. | €€€

Tibetanos (Os) {Vegetariana}

R. do Salitre, 117 (Rato) 21 314

2038 | © 12h/14h; 19h30/21h30

| ­‑ Dom. | €€€

Travessa (A) {Belga} Tv.

Convento Bernardas, 12

(Santos) 21 394 0800 |

© 12h30/15h; 20h/24h | ­‑ Sáb.

ao almoço; Dom. | €€€€

Tsuki {Japonesa} R. Nova de

S. Mamede, 18 (Príncipe Real)

21 397 5723 | © 12h/15h;

20h/2h | ­‑ 2ª e Sáb. ao almoço

| €€€

Txakoli {Basca} R. São Pedro

de Alcântara, 65 (Bairro Alto)

21 347 8205 | © Dom. a 4ª

12h/1h; 5ª a Sáb. 12h/2h | €€€

Uai! {Brasileira} Cais das

Oficinas, Arm. 114 (Rocha

Conde d’Óbidos) 21 390 0111 |

© 13h/15h; 20h/23h | ­‑ 3ª e 4ª

ao almoço; 2ª | €€€

Varanda da União

{Internacional} R. Castilho,

14C, 7º (Pq. Eduardo VII)

21 314 1045 | © 12h/15h30;

19h30/23h30 | ­‑ Dom. | €€€€

Vela Latina {Internacional}

Doca do Bom Sucesso (Belém)

21 301 7118 | © 12h30/15h;

20h/22h30 | ­‑ Dom. | €€€€ | UVelha Gruta {Internacional}

R. da Horta Seca, 1B (Bairro

Alto) 21 342 4379 | © 20h/24h |

­‑ Dom. | €€€ | U

Vertigo Café {Internacional}

Tv. do Carmo, 4 (Bairro Alto)

21 343 3112 | © 10h/24h | €€

Viagem de Sabores

{Internacional} R. S. João da

Praça, 103 (Sé) 21 887 0189 |

© 20h/23h | ­‑ Dom. | €€€

XL {Internacional} Cç. da

Estrela, 57 (S. Bento) 21 395

6118 | © 20h/24h | ­‑ Dom. |

€€€€ | U

Bares e Discotecas

Agito R. da Rosa, 261 (Bairro

Alto) 21 343 0622 | © 19h30/3h

| ­‑ 2ª

Arcaz Velho Cç. do Forte, 56

(Sta Apolónia) © 18h/2h |

­‑ Dom.

Arena Lounge Casino de

Lisboa, Al. dos Oceanos, Lote

1.03.01 (Pq. das Nações) 21 892

9046 | © 15h/3h | UAssociação Bacalhoeiro

R. dos Bacalhoeiros, 125, 2º

(Baixa) 21 886 4891 | © 18h/2h;

6ª e Sáb. 18h/4h | ­‑ 2ª

Associação Loucos e

Sonhadores Tv. do Conde de

Soure, 2 (Bairro Alto)

© 22h30/4h | ­‑ Dom.

Baliza R. Bica Duarte Belo, 51

A (Bica) 21 347 8719 | © 13h/2h;

sáb. 18h/2h | ­‑ Dom.

Page 58: Guia da Noite Lx #14

56 Guia da Noite Lx magazine

British Bar R. Bernardino da

Costa, 52 (Cais do Sodré)

21 342 2367 | © 8h/24h; 6ª e

Sáb. 8h/2h

Capela R. da Atalaia, 45

(Bairro Alto) 21 347 0072 |

© 20h/4h

Catacumbas Jazz Bar Tv.

Água da Flor, 43 (Bairro Alto)

21 346 3969 | © 22h/4h |

­‑ Dom.

Chapitô (Bartô) R. Costa do

Castelo, 1 -7 (Castelo) 21 885

550 | © 22h/2h | ­‑ 2ª

Chueca R. da Atalaia, 97

(Bairro Alto) 91 957 4498 | © 2ª

a 5ª 19h/2h; 6ª e Sáb. 19h/3h

| ­‑ Dom.

Cinco Lounge R. Ruben A.

Leitão, 17 A (Príncipe Real)

21 342 4033 | © 15h/2h

Chafariz do Vinho (Enoteca)

{Internacional} R. da Mãe

d’Água à Pç. da Alegria

(Príncipe Real) 21 342 2079 | ©

18h/2h | ­‑ 2ª | €€

Club Carib R. da Atalaia, 78

(Bairro Alto) 96 110 0942 |

© 22h/3h30

Club Rubik R. Jardim do

Tabaco, 94 (Alfama) 93 326

3112 | © 11h30/21h; 5ª a Sáb.

até 4h | Não encerra

Club Souk R. Marechal

Saldanha, 6 (Bairro Alto)

21 346 5859 | © 22h/4h |

­‑ Dom.; 2ª

Clube da Esquina R. da

Barroca, 30 (Bairro Alto)

21 342 7149 | © 21h30/2h

Clube Ferroviário R. de Santa

Apolónia, 59 (Sta Apolónia)

© 4ª a 6ª 17h/4h; Sáb. 12h/4h;

Dom. 12h/2h | ­‑ 2ª e 3ª

Clube Rua R. da Barroca,

111(Bairro Alto) © 3ª a Sáb.

21h/4h | ­‑ Dom. e 2ª

Copenhagen R. de São Paulo,

8 (Cais do Sodré) 21 346 7079 |

© 22h/4h | ‑ 2ª

Dock's Club R. da Cintura

do Porto, 226 (Rocha Conde

d’Óbidos) 21 395 0856 |

© 24h/6h | ­‑ Dom.; 2ª e 4ª

Elevador Amarelo R. da Bica

de Duarte Belo, 37 (Bica)

© 22h/2h | ­‑ 2ª | UEsquina da Bica Bar R. da

Bica de Duarte Belo, 26 (Bica)

© 22h/2h | ­‑ Dom.; 2ª

Europa R. Nova do Carvalho,

28 (Cais do Sodré) 21 342 1848 |

© 23h/4h; 6h/10h| UFábrica Braço de Prata R.

da Fábrica do Material de

Guerra, 1 (Beato) © 4ª a Sáb.

18h/4h; Dom. 15h/24h | ­‑ 2ª;

3ª | U

Bar BA R. das Flores, 116

(Chiado) 21 340 8252 |

© 10h30/1h30 | UBar das Imagens Cç. Marquês

de Tancos, 1 (Castelo) 21 888

4636 | © 11h/2h; Dom. 15h/23h

| ­‑ 2ª

Bar Entretanto R. Nova

do Almada, 114 (Chiado)

29 172 4209 | © 12h/23h |

Não encerra

BedRoom R. do Norte, 86

(Bairro Alto) 21 343 1631 |

© 21h/2h | ­‑ Dom. a 3ª

Berlin Bairro Alto R. do Diário

de Notícias, 122 (Bairro Alto)

© Dom. a 5ª 21h/2h; 6ª e Sáb

21h/4h

Bicabar Lg. de Santo Anto -

ninho, 8 (Bica) © 10h/2h | ­‑ 2ª

Bicaense Café R. da Bica Duar -

te Belo, 42 (Bica) 21 325 7940 |

© 20h/2h | ­‑ Dom.; 2ª | UBica -me R. da Bica Duarte

Belo, 51 (Bica) 21 325 7940 | © 3ª

a sáb. 18h30/2h30 | ­‑ Dom.; 2ª

Botequim Lg. da Graça, 79

(Graça) 21 888 8511 | © 10h/2h

| Não encerra

Uma noite com

Oriana AlvesEditora da Boca

Paragens obrigatórias

Café-Esplanada: Clara Clara

Restaurante: Cantinho do Azizz

Bar: Noitibó

Discoteca: B.Leza (Teatro do Bairro)

Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Page 59: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 57

Fiéis ao Bairro Tv. da Espera,

42 A (Bairro Alto) © 18h/2h

Finalmente R. da Palmeira, 38

(Príncipe Real) 21 347 2652 |

© 22h/5h | UFluid Av. D. Carlos I, 67 (Santos)

21 395 5957 | © 22h/4h

Frágil R. da Atalaia, 126

(Bairro Alto) 21 346 9578 |

© 23h30/4h | ­‑ Dom.; 2ª | UFunicular R. da Bica Duarte

Belo, 44 (Bairro Alto) © 22h/2h

| ­‑ Dom., 2ª a 4ª | UGaleria Zé dos Bois – ZDB

R. da Barroca, 59 (Bairro Alto)

21 343 0205 | © 22h/2h | UGlória Live Music Club R. do

Ferragial, 36A (Chiado) 91 748

8515 | © 3º a Sáb. 22h30/4h | ­‑ 2ª

Gossip R. Cintura do Porto,

Arm. H, Naves A -B (Alcântara)

21 395 5870 | © 23h/6h |

­‑ Dom.; 2ª

Groove Bar R. da Rosa, 148-

-150 (Bairro Alto) © 2ª a Sáb

22h/4h | ­‑ Dom. | UHeidi Bar R. da Barroca, 129

(Bairro Alto) © 2ª a 5ª 18h/2h;

6ª e Sáb. 18h/2h45; Dom.

21h/2h45

Hennessy’s Irish Pub R. do

Cais do Sodré, 32 -38 (Cais do

Sodré) 21 343 1064 | © 12h/2h;

6ª e Sáb. 12h/3h

In Rio Lounge Av. Brasília,

Pavilhão Nascente, 311

(Belém) 21 362 6248 | © 9h/4h

Incógnito R. Poiais de S.

Bento, 37 (Santos) 21 390 8755

| © 23h/4h | ­‑ 2ª; 3ª | UIndochina R. Cintura do Porto

de Lisboa, 232 Arm. H (Santos)

21 395 5875 | © 23h/6h |

­‑ Dom.; 2ª

Jamaica R. Nova do Carvalho,

6 (Cais do Sodré) 21 342 1859 |

© 23h/6h | ­‑ Dom. | UKais R. da Cintura – Cais da

Viscondessa (Rocha Conde

d’Óbidos) © 20h/23h30 |

­‑ Dom. | UKapital | Muii Av. 24 de Julho,

68 (24 de Julho) 21 393 2930 |

© 5ª a Sáb. e vésp. feriados

23h/6h | ­‑ Dom.; 2ª

Konvento Pátio do Pinzaleiro,

22 -26 (24 de Julho) 21 395 7101

| © 24h/6h | ­‑ Dom. a 4ª

Kuta Bar Trav. do Chafariz

d’El -rei, 8 (Alfama) 96 795 7257

| © 19h30/2h; 6ª e Sáb. até 4h;

Dom. Brunch 11h/18h; Bar

18h/2h | ­‑ 2ª

Kremlin R. Escadinhas da Praia,

5 (24 de Julho) 21 395 7101 |

© 24h/8h | ­‑ Dom.; 2ª a 5ª

L Gare R. da Rosa, 136 (Bairro

Alto) © 17h/2h | ­‑ Dom. e 2ª

Le Goût du Vin R. de S. Bento,

107 (São Bento) 21 395 0070 |

© 19h/2h | ­‑ Sáb.

Left Lg. Vitorino Damásio, 3

F (Santos) 91 635 9406 | © 3º a

Dom. 22h/4h | ­‑ Dom.| ULes Mauvais Garçons R. da

Rosa, 39 (Bairro Alto) 21 343

3212 | © 12h/1h | ULe Marais R. de Sta. Catarina,

28 (Adamastor) 21 346 7355 |

© Dom. a 5ª 12h/2h; 6ª e sáb.

12h/4h | ULoft R. do Instituto Industrial,

6 (Santos) 21 396 4841 |

© 24h/6h | ­‑ Dom. a 4ª

Lounge Bar R. da Moeda, 1

(Santos) 21 846 2101 | © 21h/4h;

6ª e sáb. 22h/4h | ­‑ 2ª | )Lost In Esplanada Bar R.

D.Pedro V, 56 (Príncipe Real)

© 12h/2h | ­‑ Dom.

Lux -Frágil Av. Infante

D. Henrique, Arm. A (Stª

Apolónia) 21 882 0890 |

© 18h/6h | ­‑ Dom.; 2ª | )

Uma noite com

Miguel Gonçalves MendesCineasta

Paragens obrigatórias

Esplanada: Quiosques de Refresco

Restaurante: Taberna Ideal

Bar: Funicular e Muv

Discoteca: Lux-Frágil

Page 60: Guia da Noite Lx #14

58 Guia da Noite Lx magazine

LX Factory R. Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) 21 314 3399

Lx Casting Club R. Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) 91 526 9222 | © 4ª 22h/2h; 5ª a Sáb. 22h30/6h | ­‑ Dom. a 3ª

Majong R. da Atalaia, 3 (Bairro Alto) 21 342 1039 | © 21h30/4h | UMaria B.A. Trav. dos Inglesinhos, 48 (Bairro Alto) 91 177 6883 | © 2ª a 5ª 19h30/2h; 6a e Sáb. até 3h | ­‑ Dom.

Maria Caxuxa R. da Barroca, 6 -12 (Bairro Alto) © 19h30/2h | ­‑ Dom. | UMaria Lisboa R. das Fontainhas, 86 (Alcântara) 21 362 2560 | © 6ª e vésp. feriados 23h30/6h | ­‑ Dom. a 5ª

Meninos do Rio R. da Cintura do Porto de Lisboa, Arm. 255 (Cais do Sodré) 21 322 0070 | © 12h30/4h | €€€

Mexecafé R. Trombeta, 4 (Bairro Alto) 21 347 4910 | © 22h/4h | UMezcal Tv. Água da Flor, 20 (Bairro Alto) 21 343 1863 |

© 21h30/4h | U

Mini -Mercado Av. D. Carlos I,

67 (Santos) 96 045 1198 |

© 22h/4h | ­‑ Dom.; 2ª | UMusicBox R. Nova de

Carvalho, 24 (Cais do Sodré)

21 347 3188 | © 23h/6h |

­‑ Dom. a 3ª | UMuv Lounge -bar R. da

Moeda, 1 (Cais do Sodré) © 2ª

a 6ª 9h/4h; Sáb. 12h/4h; Dom.

12h/24h | Não encerra

NOITibó R. do Vigário, 74

(Alfama) 21 885 1375 | ©

18h/2h | ‑ 3ª

Odessa Av. Infante D.

Henrique - Armazém B, Lj.9

(Sta Apolónia) 21 882 2898 |

© 5ª e Dom. 22h/2h; 6ª e Sáb.

22h/3h | ­‑ 2ª a 4ª

O’Gillins Irish Bar R. dos

Remolares, 8 (Cais do Sodré)

21 342 1899 | © 11h/2h30

OndaJazz Arco de Jesus, 7

(Alfama) 21 887 3064 | © 3ª a 5ª

19h30/2h; 6ª e Sáb. 19h30/3h |

­‑ Dom.; 2ª

Op Art Café | Doca de St.

Amaro (Docas) 21 395 6787 |

© 15h/2h; 6ª 15h/7h;

Sáb. 13h/7h | ­‑ 2ª | U

Paradise Garage R. João

de Oliveira Miguéns, 38 -48

(Alcântara) 21 790 4080 |

© 24h/6h | ­‑ 2ª a 4ª

Pavilhão Chinês R. D. Pedro

V, 89 (Príncipe Real) 21 342 4729

| © 18h/2h; Dom. 21h/2h | UPlateau R. Escadinhas da

Praia, 7 (24 de Julho) 21 396

5116 | © 22h/6h | ­‑ Dom.; 2ª, 4ª

Pop Out R. da Bica Duarte

Belo, 31 (Bica) 91 544 4448 |

© 5ª a Sáb. 22h/2h | ­‑ Dom.

a 4ª

Porão de Santos Lg. de Santos,

1 (Santos) 21 396 5862 | ©

10h/4h; sáb. 19h/4h | ­‑ Dom.

Portas do Sol Lgo. Portas do

Sol (Castelo) 91 754 7721 |

© 10h/24h; 6ª e Sab. até 2h

| €€€

Portas Largas R. da Atalaia,

105 (Bairro Alto) 21 346 6379 |

© 20h/3h30

Project Bar Av. Dom Carlos I,

nº 61 – 1º (Santos) 96 391 0337

Purex R. das Salgadeiras, 28

(Bairro Alto) 21 342 8061 |

© 23h/4h | ­‑ 2ª | URoterdão R. Nova do

Carvalho, 28/30 (Cais do

Sodré) 96 605 5306 | © 3ª

22h/4h; 4ª a Sáb. 18h/4h | ­­‑ Dom. e 2ª

Rock in Chiado Café R. Paiva

Andrade, 7 (Chiado) 21 346

4859 | © 11/3h | ­‑ Dom. | USantiago Alquimista R. de

Santiago, 19 (Castelo) 21 888

Uma noite com

Juva BatellaEscritor

Paragens obrigatórias

Café ou esplanada: Pois, Café

Restaurante: Taberna 2780 (Oeiras)

Bar: Maria Caxuxa

Discoteca: Musicbox

Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Page 61: Guia da Noite Lx #14

Guia da Noite Lx magazine 59

4503 | © 2ª a 4ª 18h/2h; 5ª a

Sáb. 18h/4h; Dom. 20h/2h | USéculo (O) R. de O Século, 78

(Bairro Alto) 21 323 4755 |

© 9h/2h | ­‑ Dom.

Sentido Proibido R. da Atalaia,

34 (Bairro Alto) © 19h/2h

Sétimo Céu Tv. da Espera, 54

(Bairro Alto) 21 346 6471 |

© 22h/2h

Silk R. da Misericórdia, 14 - 6º

andar (Bairro Alto)

© 22h30/4h | ­‑ Dom.; 2ª

Sol e Pesca R. Nova do

Carvalho, 44 (Cais do Sodré) 21

346 7203 | © 18h/2h; 6ª e Sáb.

até 3h | ­‑ Dom.

Skones R. da Cintura – Cais

da Viscondessa (Rocha Conde

d’Óbidos) 21 393 2930 |

© 23h/5h | ­‑ Dom.; 2ª

Snob R. do Século, 178

(Príncipe Real) 21 346 3723 |

© 16h30/3h | USpace Club R. Isabel Saint-

-Léger, 12 (Alcântara) ©

23h30/6h | ­‑ 2ª a 5

Speakeasy Cais das Oficinas,

Arm. 115 (Rocha Conde

d’Óbidos) 21 396 4257 |

© 20h/3h; 5ª a Sáb. 20h/4h |

­‑ Dom. | USupercalifragilistic R. dos

Remédios, 98 (Alfama) 93 331

1969 | © 18h/2h | ­‑ Dom.; 2ª

Sweet R. Maria Luísa Olstein,

13 (Alcântara) 21 363 6830 |

© 24h/6h | ­‑ 2ª; 3ª e 5ª

Tasca do Chico R. Diário de

Notícias, 39 (Bairro Alto)

© 12h/4h

Tease R. do Norte, 31 -33

(Bairro Alto) 96 910 5525 |

© 12h/23h | ­‑ Dom.

Tejo Bar Beco do Vigário, 1

(Alfama) © 22h/2h

TMN ao Vivo (antigo

Armazém F) R. da Cintura do

Porto, Arm. 65 (Cais do Sodré)

Vila Louize Fashion Factory

R. Rodrigues Faria, 103

(Alcântara) 91 246 9190 |

© 11h/22h | ­‑ Dom

Xafarix R. D. Carlos I, 69

(Santos) 21 396 9487 |

© 22h30/4h | ­‑ Dom.

Xannax Club R. do Século,

138 (Bairro Alto) 96 940 7730

| © 12h/20h; 23h/4h | ­‑ 2ª;

3ª | U

Estes e muitos outros restaurantes e bares de todo o país em www.guiadanoite.net

© Horário­‑ Dias de encerramento

U Fumadores ou área específica

€ até 10 euros€€ de 10 a 15 euros€€€ de 15 a 25 euros€€€€ de 25 a 45 euros€€€€€ acima de 45 euros

Diretora Sandra Silva | Coordenação editorial Fernanda Borba | Redação C. Sá, Fernanda Borba, José Luís Peixoto, Myriam Zaluar, Patrícia Raimundo, Sandra Silva | Revisão Fernanda Borba | Design gráfico e paginação Inês Sena | Fotografia Cesária Martins, Duarte Lourenço, Helena Canhoto, Fernando Laszlo, Isabel Pinto, Kelly Jeffrey, Jorge

Matreno, Jorge Simão, Laura Ramos, Mário Cruz (p. 57), Miguel Januário, Mundods (p. 46), Rui Rodrigues | Fotografia de capa Laura Ramos | Ilustrações Inês Sena, Pedro Vieira | Colaboradores Luísa de Carvalho Pereira, Mafalda Lopes da Costa, Maria João Veloso, Natacha Gonzaga Borges, Patrícia Brito, Patrícia Maia e Vítor Belanciano | Produção Finepaper | Copyright 101 Noites – Criação de Produtos Culturais, Lda | Tiragem e circulação: 35.000 exemplares | Periodicidade Trimestral

Contacta -nos! [email protected] 101 Noites - Criação de Produtos Culturais, Lda | Largo de Stº Antoninho, nº 3 | 1200 -406 Lisboa | Tel. 21 343 22 52 | [email protected] | www.101noites.com | www.guiadanoite.net | Assinatura Anual: 5 euros

Page 62: Guia da Noite Lx #14

60 Guia da Noite Lx magazine

Apetece-te jantar fora sem abrir os

cordões à bolsa? Em tempos de crise,

selecionámos alguns restaurantes onde

podes gastar menos de 15€ e saborear

deliciosos pratos sempre com muito

charme e conforto.

ALI-À-PAPA {Marroquina} R. da Atalaia,

95 (Bairro Alto) 21 347 41 43 | © 19h30/1h

| ‑ 3ª | €€

CANTINA LX {Portuguesa} R. Rodrigues

Faria, 103 (Alcântara) 21 362 8239 | © 2ª

9h/15; 3ª a Sáb. 9h/24h | ‑ Dom | €€

ESTRELA DA BICA {Internacional} Tv. do

Cabral, 33 (Bica) 21 347 3310 | © 19h/23h;

6ª e Sáb. até 24h | ‑ 2ª | €€

FLOWER POWER FOOD {Internacional}

Cç. do Combro, 2 (Bairro Alto) 21 342

2381 | © 10h/21h | Não encerra | €€

JARDIM DOS SENTIDOS {Vegetariana} R.

da Mãe d´Água, 3 (Av. da Liberdade) 21

342 3670 | © 12h/15h; 19h/22h | ‑ Sáb.

ao almoço; Dom. | €€ | U

LA FINESTRA {Italiana} Av. Conde Val-

bom, 52A (Avenidas Novas) 21 761 3580 |

© 12h/15h30; 19h/1h | €€

LE PETIT BISTRO {Internacional} R. do

Almada, 29 (Bica) 21 346 1376 | © 3ª a

5ª 11h/23h45; 6ª e Sáb. 11h/2h; Dom.

11h/20h | ‑ 2ª | €€

PITÉU (O) {Portuguesa} Lg. da Graça

(Graça) 21 887 10 67 | © 12h/15h;

19h/22h30 | ‑ Sáb. ao jantar; Dom. | €€

PIZZERIA MEZZOGIORNO {Italiana}

R. Garrett, 19 (Chiado) 21 342 1500 |

© 12h30/15h30; 19h30/24h | ‑ Dom.;

2ª almoço | €€ | U

SINAL VERMELHO {Portuguesa} R. das

Gáveas, 89 (Bairro Alto) 21 343 1281 |

© 12h/15h; 20h/1h | ‑ Dom. | €€

TABERNA IDEAL {Portuguesa} R. da

Esperança, 112 (Santos) 21 396 2744 |

© 3ª e 6ª das 19h/2h; Sáb. e Dom.

13h30/2h | ‑ 2ª | €€

TIA CHICA (A) {Internacional} R. S.Tomé,

46-48 (Castelo) 96 797 6754 | © 19h/24h

| ‑ Dom. | €€

TOMA LÁ DÁ CÁ {Portuguesa} Tv. do

Sequeiro, 38 (Bairro Alto) 21 347 9243 |

© 12h/24h | ‑ Dom. | €€

QUIOSQUES DA LIBERDADE {Ref. Ligei-

ras} Av. da Liberdade | © 5ª a Sáb. 9h/2h;

Dom. a 4ª 9h/23h | Não encerra | €

Onde comer (bem) por menos de

15€?e

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60 Guia da Noite Lx magazine

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