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GUIA DE ESTUDOS Conselho de Segurança das Nações Unidas (1982) A Guerra das Malvinas Anessa Caparelli Santos Diretora Juliana Momenti Ferreira Diretora Assistente Roger Alves Marinho Diretor Assistente Thales Leonardo de Carvalho Diretor Assistente

GUIA DE ESTUDOS · independência. Ainda no mesmo ano, os espanhóis abandonaram a ilha. Por cerca de dez anos a região ficou abandonada, ... A Guerra das Malvinas foi uma disputa

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GUIA DE ESTUDOS

Conselho de Segurança das Nações Unidas

(1982)

A Guerra das Malvinas

Anessa Caparelli Santos Diretora

Juliana Momenti Ferreira

Diretora Assistente

Roger Alves Marinho Diretor Assistente

Thales Leonardo de Carvalho

Diretor Assistente

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 3

2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4

2.1 Histórico do conflito ...................................................................................................... 5

2.2 Apresentação do Tema .................................................................................................. 6

3 APRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO SIMULADO ..................................................................... 9

3.1 Apresentação do comitê ............................................................................................. 10

4 O PRINCÍPIO DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS ................................................ 10

5.2 Organização do Tratado do Atlântico Norte .............................................................. 12

6 POSIÇÃO DOS PRICIPAIS ATORES .............................................................................. 13

6.1 Estados Unidos da América (EUA) ............................................................................. 13

6.2 União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ............................................... 13

6.3 Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte ...................................................... 14

6.4 República Popular da China ........................................................................................ 14

6.5 República Francesa ..................................................................................................... 15

6.6 República Argentina .................................................................................................... 15

7 POSIÇÃO DOS MEMBROS ROTATIVOS ....................................................................... 16

7.1 Aliados à Argentina ..................................................................................................... 16

7.2 Aliados ao Reino Unido da Grã- Bretanha e Irlanda do Norte .................................. 16

7.3 Os países neutros ........................................................................................................ 17

8 QUESTÕES RELEVANTES PARA AS DISCUSSÕES .................................................... 18

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 19

TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES .......................................................... 22

ANEXOS ............................................................................................................................. 25

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1 APRESENTAÇÃO

Caros Delegados,

É com enorme prazer que venho dar início aos trabalhos do Conselho de Segurança

das Nações Unidas – A Guerra das Malvinas (1982). De início, gostaria de chamar a

atenção dos senhores para o guia, que é sucinto e contém informações que devem orientar

seus estudos e auxiliar no aprofundamento do tema por parte dos senhores. Este guia

contém a apresentação do tema e do comitê, assim como a posição dos principais países e

as questões relevantes para a discussão. Ele, embora seja de extrema utilidade, por si só,

não é suficiente para a formação de um delegado informado, consciente e preparado. Para

auxiliar ainda mais na preparação dos senhores, nosso comitê conta com um blog

(csnu13minionu.wordpress.com.br) que contém informações adicionais, vídeos e novidades

acerca do nosso objeto – A Guerra das Malvinas e do 13º MINIONU. Ainda, para dinamizar

nosso contato e facilitar nossa comunicação dispomos de uma página no facebook

(www.facebook.com/guerradasmalvinas2012). É crucial que os senhores acompanhem

nosso blog, e ainda, estejam sempre aptos a procurar nossa equipe para sanar dúvidas e

possíveis problemas.

Dito isso, acho importante que os senhores compreendam o porquê do tema.

Enquanto delegada, a primeira participação da diretora foi no United Nations Security

Council – The Falkland Crisis na SINUS (modelo intercolegial da Universidade de Brasília).

Essa oportunidade foi única e revelou à diretora o quanto o debate em torno da questão de

segurança é interessante, e mais, é estimulante. Nesse sentido, o comitê estará simulando

uma sessão emergencial e cabe aos senhores resolver uma questão que necessitará de

diplomacia de alto nível para que haja a viabilidade de uma resolução. Portanto,

características como a persuasão, a liderança e a habilidade para dialogar serão tidas como

necessárias.

Mas, anteriormente ao início das discussões, apresentarei a equipe que comandará

o CSNU – A Guerra das Malvinas (1982) no 13º MINIONU.

Anessa Caparelli Santos é a diretora deste comitê. Nos dias do MINIONU estará

cursando o 6º período de Relações Internacionais na Universidade Católica de Minas Gerais

(PUC MINAS). É bolsista de iniciação científica do Conselho Nacional Científico e

Tecnológico (CNPq), estudante da língua francesa, e já teve significativa participação em

modelos das Nações Unidas para secundaristas. Em quatro anos de participação no

MINIONU, já atuou como delegada na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), como

voluntária no Conselho de Segurança Futurista, como diretora assistente na AGNU e, neste

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ano, atuará como diretora do CSNU – A Guerra das Malvinas (1982). Atuou, ainda, no

CSNU e no Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados (ACNUR) na SINUS, nos

anos, respectivamente de 2008 e 2009.

Juliana Momenti Ferreira é diretora assistente desse comitê e estará, nos dias do

MINIONU, cursando o 3º período de Relações Internacionais na PUC MINAS. Seu contato

com o modelo é recente tendo participado como voluntária no 12º MINIONU. Essa

experiência, no entanto, foi marcante uma vez que ela teve a chance de presenciar os

debates de diversos comitês, o que, com certeza, contribuirá positivamente para os

trabalhos realizados no CSNU. Acredita que a temática de segurança é uma questão

estimulante para se debater, exigindo compromisso e empenho por parte dos delegados

para defender seus interesses e suas delegações. Juliana, além de estudante, também é

professora de inglês.

Thales Leonardo, no 13º MINIONU será diretor assistente. Iniciou sua carreira em

modelos intercolegiais como delegado da Ex- República Iugoslava da Macedônia no

SPECPOL (Special Political and Descolonization Committee) em 2008 e, ainda, atuou como

voluntário na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 2011. Entre suas

preferências, as temáticas de segurança e terrorismo estão em destaque.

Rogger Alves Marinho, nos dias do MINIONU estará com 19 anos, cursando o 3°

período em Relações Internacionais. Seu contato com o projeto é recente, apesar de já

conhece-lo enquanto cursava o ensino médio. Foi voluntário de logística no 12° MINIONU,

teve a oportunidade de presenciar vários debates e as dinâmicas de vários comitês, além de

trabalhar muito. Acredita que o MINIONU além de ser uma ótima forma de enriquecer

conhecimentos, habilidades de discursar, de retórica e de raciocínio envolve, também, um

sentimento de união e amizade que todos presenciarão no decorrer dos dias de simulação.

Esperamos que os senhores tenham ótimos estudos e que este guia lhes seja de

grande utilidade!

2 INTRODUÇÃO

O Guia de Estudos do Conselho de Segurança das Nações Unidas (1982) – A

Guerra das Malvinas visa auxiliar na melhor compreensão do conflito e, para tal terá a

seguintes seções: um breve histórico do conflito, a apresentação do tema do comitê, a

apresentação do órgão simulado, ou seja, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a

apresentação do comitê, a posição dos principais países, a posição dos demais países

agrupados em aliados à Argentina, aliados ao Reino Unido e neutros e, por fim, as questões

relevantes para a discussão.

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2.1 Histórico do conflito

No ano de 1540 o arquipélago foi descoberto pelo navio espanhol chamado

“Incógnita”, pertencente ao Bispo de Placência. Desse momento, até meados do ano 1698 a

região permaneceu desocupada, mas sob jurisdição da Espanha. Em 1698, no entanto, a

França passou a enviar pequenas embarcações para a região através da Companhia de

Pesca do Mar do Sul de Saint Malo. Nessa ocasião, os franceses passaram a denominar o

arquipélago como Ilês Malouines, posteriormente chamada de Malvinas pelos espanhóis

(CAWKELL, 2001).

Em 1740, a coroa inglesa envia cerca de seis embarcações para a região sob o

comando do Comodoro Anson buscando ampliar as fronteiras do Reino Unido e favorecer o

comércio inglês mediante o estabelecimento de colônias e/ou bases na região da costa

ocidental da América, embora estivesse firmado o Tratado de Utrech (1733) que previa o

respeito às colônias espanholas. Para não ocasionar conflito, no entanto, a coroa inglesa

informa suas intenções à coroa espanhola que, na ocasião, reprime as ações inglesas e, por

conseqüência, não permite a atuação destes na região das Malvinas (CAWKELL, 2011).

Em 1761, a Espanha firma um tratado com a França alegando respeito mútuo a

todas as possessões de ambos os países. Esse fato altera por completo o comportamento

da coroa inglesa que, após o acontecimento, no contexto da Guerra dos Setes anos, se

apodera da região da Havana, Granada, São Vicente e Santa Lúcia. Em 1763 Reino Unido e

Espanha restabelecem relações de paz, no entanto, os ingleses não abrem mão de seus

territórios conquistados (CAWKELL, 2001).

Ainda em 1763, liderada pelo francês Louis Antoine Bougainville, a França lança uma

expedição em direção às Malvinas objetivando explorar os mares e conquistar novas

possessões e glórias. Nessa ocasião, foi instalada uma base denominada Port Louis ou

Forte São Luís em homenagem ao Rei Luis XV, além de casas e um armazém (CAWKELL,

2001).

Os ingleses, por sua vez, vieram no ano de 1765 a instalar outra base naval em

Egmont localizado na Malvina Ocidental1, região, até então, desconhecida geograficamente

por eles. De início, os ingleses não identificaram a presença francesa na região e, por isso,

procuraram se estabelecer no arquipélago, no entanto, após o “descobrimento” da colônia

francesa os ingleses reivindicaram a posse da região para si. No ano seguinte, através de

intensos acordos, a Espanha demonstrando seu interesse pela região, comprou a parte do

1 A Malvina Ocidental corresponde à uma região ao sul do Oceano Atlântico que é separada da Ilha

Soledad através do Estreito de São Carlos. A região tem uma extensão de aproximadamente 4532 km².

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território ocupado pela França. Esse último país, por sua vez, embora tenha legitimado a

presença espanhola na região não o fez em relação ao Reino Unido, o que veio a gerar uma

guerra com os ingleses visando à desocupação das ilhas pelo Reino Unido da Grã-

Bretanha e Irlanda do Norte. O conflito não durou muito tempo e ficou decidido que as Ilhas

Malvinas seriam dividas da seguinte maneira: a parte Oriental ficaria sob tutela do Reino da

Espanha e a parte Ocidental pertenceria aos ingleses (BRINDEIRO; FEITOSA; FERRARI;

SARRETA, 2008).

Em 1810 ocorreram lutas pela independência na América do Sul, e especificamente

na Argentina que, nesse ano, passou por uma revolução que culminou com sua

independência. Ainda no mesmo ano, os espanhóis abandonaram a ilha. Por cerca de dez

anos a região ficou abandonada, até que em 1820 a Argentina, liderada pelo comandante

David Jewitt retornou à região. Nesse período, a base naval instalada passou a ser

chamada de Puerto Soledad e os pescadores, principalmente norte-americanos e britânicos,

passaram a estar sob jurisdição argentina. Em 1831, no entanto, ocorreu um embate entre a

Argentina os Estados Unidos da América (EUA) devido à possível quebra do acordo

pesqueiro entre ambos os países. Nessa ocasião, os EUA defenderam a jurisdição do Reino

Unido no arquipélago, ofendendo profundamente o nacionalismo argentino. Em 1833,

rumores alertavam os argentinos de que haveria uma invasão do Império Britânico, o que,

de fato, ocorreu, quando o John James Onslow invadiu o arquipélago e exigiu a retirada dos

argentinos da região. A falta de condições para resistir aos ingleses, os levou a deixarem a

ilha e, consequentemente, permitir a instalação definitiva dos ingleses na região com a

posterior instauração das instalações de “Puerto Stanley” (antiga base naval denominada

Puerto Soledad pelos argentinos) (BRINDEIRO; FEITOSA; FERRARI; SARRETA, 2008).

A ocupação do Império Britânico foi vigente por cerca de cento e cinqüenta anos,

embora sempre tenha havido a reivindicação das Ilhas por parte da Argentina. Em 1982, no

entanto, a tentativa de reocupação foi mais consistente dando início à Guerra das Malvinas

(BRINDEIRO; FEITOSA; FERRARI; SARRETA, 2008).

2.2 Apresentação do Tema

A Guerra das Malvinas foi uma disputa ocorrida entre a República da Argentina e o

Reino Unido da Grã- Bretanha e Irlanda do Norte por três arquipélagos localizados no sul do

oceano Atlântico, a oeste da Argentina, a saber: Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich

do Sul (CAWKELL, 2001). Esse conflito ocorreu em um contexto de crise interna e

resistência populacional tanto no Reino Unido quanto na Argentina. Na época o Reino Unido

da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte era comandado por Margareth Thatcher conhecida

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como “dama de ferro” uma vez que adotava fortes medidas de contenção social, e, também,

medidas econômicas de forte cunho neoliberal. Na Argentina, por sua vez, o governo era

composto por uma Junta Militar2 que comandava o país nos moldes de uma ditadura.

Internamente, esse país passava por uma forte crise econômica e política, que ameaçava a

legitimidade do governo e, também, de seus ideais nacionalistas e patrióticos (ANDERSON,

2002). A população se revoltava contra a alta inflação, a recessão da economia e sua

conseqüente interrupção das atividades econômicas, o empobrecimento da classe média, a

vulgarização do imposto ao valor agregado3, o aumento da dívida externa, a queda do

salário real4 e o crescente aumento dos efeitos da pobreza. Nesse sentido, o governo

argentino precisava criar uma situação capaz de distrair a população em relação aos reais

problemas do país e, como conseqüência, se manter no poder.

Desse modo, a Junta Militar argentina procurou resgatar os sentimentos de

nacionalismo da população através da reivindicação de sua soberania5 sobre os

arquipélagos anteriormente mencionados. Dessa forma, o governo desviava a atenção da

população e, ao mesmo tempo, aumentava sua credibilidade junto a ela.

De início, para que pudessem iniciar suas hostilidades, os argentinos levaram em

consideração características militares, a saber: acreditavam que a força britânica na ilha era

reduzida e, ainda, que o tempo necessário para que os reforços chegassem era demasiado

longo, o que os favoreceria; supunham que embora o Reino Unido fosse uma grande

potência aeronaval, seria inviável um conflito anfíbio6 para esse país devido, principalmente,

à distância entre o Reino Unido e os arquipélagos; por fim, esperavam que não fosse

provável uma forte reação britânica uma vez que os arquipélagos eram apenas um

protetorado distante (ANDERSON, 2002).

A Argentina, a princípio, conseguiu atingir seu objetivo. Jorge Isaac Anaya planejou a

chamada Operação Rosário que consistia em uma diretriz para a recuperação dos três

arquipélagos, a saber: Sandwich do Sul, Geórgia do Sul e Ilhas Malvinas. Dessa maneira,

2 Uma Junta Militar é um governo formado por comandantes detentores de alto cargo dentro das

forças armadas de um país. Um governo desse tipo normalmente é instaurado após um golpe militar. 3 O imposto sobre o valor agregado é o imposto que incidi sobre o faturamento, sobre os bens

adquiridos pelos consumidores. 4 Salário real representa o nível salarial real do trabalhador, ou seja, o poder de compra que o

trabalhador têm, descontando taxas e impostos abatidos. 5 De acordo com Jean Bodin, soberania é “... o poder absoluto e perpétuo de uma República”. Ou

seja, a soberania é o poder infinito de um Estado dentro de si mesmo. Não há, internamente, nada nem ninguém igual a ele e, externamente, nada nem ninguém acima dele. Significa que todos devem respeitar a decisão do Estado dentro de seu território e que ele tem autonomia para decidir assuntos de política exterior. 6 Anfíbio, nesse caso, quer dizer um conflito com possibilidade de ocorrer em água e em terra.

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em Março de 1977 foi instalada uma base científica em Thule do Sul 7 a qual proporcionava

aos argentinos a possibilidade de se instalar na região legalmente. Posteriormente, fazendo

o uso de medidas cautelosas e estratégicas, prioritariamente, a utilização de mergulhadores

táticos, os argentinos avançaram em direção à região da Geórgia do Sul. Nessa ocasião, o

empresário argentino Constantino Davidoff foi elementar no plano de ação da Argentina.

Davidoff havia comprado de uma companhia escocesa os direitos sobre três estações

baleeiras na região da Geórgia do Sul e no ato da instalação dos trabalhadores da região,

dez deles eram mergulhadores táticos disfarçados. Por fim, a guarnição argentina conseguiu

atingir as Ilhas Malvinas (única de fato ocupada por uma população) em vinte e oito de

Março de 1982. Nessa ocasião, a Argentina tentou surpreender os ingleses principalmente

mediante a atuação dos mergulhadores táticos e a instalação de bóias de radio-navegação

e conquistar a ilha, o que culminou no conflito direto com a guarnição do Reino Unido, e sua

posterior rendição (GUSTAFSON, 1988). Todas essas conquistas tiveram um impacto muito

grande na Argentina fazendo com que a população exaltasse seu nacionalismo e

comemorasse a vitória de seu país, deixando de lado os problemas reais pelos quais esse

passava.

Essa tomada argentina, no entanto, não durou muito tempo. Devido à repercussão

do ocorrido, a população britânica passou a ter mais um motivo para se revoltar com o

governo, além das políticas econômicas neoliberais e a forte repressão do Estado sobre a

população. Isso somado à preocupação com as eleições que se aproximavam, foi motivo

suficiente para que Margareth Thatcher tomasse posição frente ao conflito. O governo inglês

enviou parte de sua marinha para a região representada, principalmente, pelos navios HMS

Endurance e HMS Antrim, além de conseguir a aprovação da resolução 502 no Conselho de

Segurança das Nações Unidas que previa a retirada imediata das tropas argentinas do

arquipélago das Malvinas. Além disso, o Reino Unido contou com amplo apoio da

Comunidade Internacional como, por exemplo, a União Européia, a Comunidade Britânica

das Nações (Commomwealth 8) e, posteriormente, os Estados Unidos da América (EUA)

que disponibilizou informações de sua agência de inteligência via satélite e, também,

armamentos. Assim sendo, o Reino Unido organizou entre outras, a Operação Corporate

que previa a reconquista dos arquipélagos ao longo da guerra (ANDERSON, 2002).

7 Thule do Sul é uma região dentro das Ilhas Sandwich do Sul que abriga um conglomerado formado

por três ilhas, a saber: Bellingshausen, Cook, e Thule (Morrell). 8 O Commomwealth é uma associação voluntária de 54 países que se auxiliar mutuamente e

trabalham visando alcançar a democracia e o desenvolvimento. (Site oficial do Commomwealth. Disponível em:< http://www.thecommonwealth.org/Internal/191086/191247/the_commonwealth/>. Acesso em 14/03/2012.)

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3 APRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO SIMULADO

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) é um órgão criado em 1946

após o final da Segunda Guerra Mundial. Dentro da Organização das Nações Unidas, esse

é o órgão principal e o único com caráter mandatório, ou seja, em concordância com seus

princípios de zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional, o Conselho de

Segurança é o único capaz de tomar decisões que devem ser, obrigatoriamente, seguidas

pelos estados- membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Para atender a esses

objetivos, o Conselho tem legitimidade para autorizar missões políticas e de preservação da

paz assim como permitir intervenções militares em alguns países, caso seja necessário.

Nesse ponto, podemos citar a atuação do CSNU no Oriente Médio em 1981 com a

Resolução 487 que condenava as ações de Israel em relação do Iraque e no que diz

respeito à energia nuclear e, também, a Resolução 466 em 1980 que condenava as

medidas racistas do governo da África do Sul em relação à Zâmbia. O Conselho, nesse

sentido, pode determinar resoluções de caráter recomendatório9 ou obrigatório, a critério da

importância atribuída à questão por eles tratada (UNITED NATIONS SECURITY COUNCIL,

2011).

A estrutura desse órgão é constituída pela presença de cinco países como membros

permanentes e dez países como membros rotativos. Os cinco membros permanentes são:

Estados Unidos da América (EUA), União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS),

República Popular da China, República Francesa e Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda

do Norte. Os membros não permanentes, por sua vez, são rotativos e eleitos na Assembleia

Geral das Nações Unidas (AGNU) para mandatos de dois anos. Essas representações

atendem ao critério de distribuição regional na qual dois assentos não permanentes são

destinados à África, dois assentos são destinados à América Latina e Caribe, dois assentos

à Ásia e dois assentos à Europa Ocidental. Ainda, outro assento não permanente é

reservado a um país a do Leste Europeu e, alternadamente, a cada dois anos outro assento

não permanente é ocupado por um país asiático ou africano. Dessa forma, o Conselho de

Segurança (CSNU) procura assegurar que haja representatividade de todos os continentes

nas reuniões.

No que tange o processo de adoção de resolução, para que esta seja aprovada é

necessária uma maioria de nove votos afirmativos entre os quinze que compõe o CSNU,

sem que nenhum dos membros permanentes manifeste seu poder de veto. É importante

ressaltar que o voto negativo dos membros do CSNU é diferente de seu poder de veto. Em

9 Recomendatório, nesse contexto, faz referência a resoluções que não obrigam os Estados a cumprir

suas determinações. Elas apenas procuram orientar suas ações.

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outras palavras, caso algum dos membros permanentes ou todos eles em conjunto votem

contra uma resolução, mas outros nove países votem a favor, a resolução é aprovada. As

duas únicas maneiras de inviabilizar a adoção de uma resolução são não conseguindo nove

votos afirmativos ou o uso do veto.

Por fim, o Conselho de Segurança é comandado por um presidente de que tem

rotatividade mensal. Dentro do Conselho, o posto presidencial é ocupado de acordo com a

lista alfabética em inglês das representações e, mensalmente, o representante de cada país

assume essa posição de forma que todos os países, inclusive os membros não

permanentes, possam presidir as reuniões. Ainda, anualmente, o CSNU deve apresentar um

relatório à AGNU para publicação.

3.1 Apresentação do comitê

O comitê simulará a segunda reunião emergencial do Conselho de Segurança

ocorrida no primeiro semestre de 1982, a qual debatia a soberania da região das Ilhas

Malvinas. Questões como a auto-determinação10 dos povos, a soberania argentina e a

soberania inglesa são cruciais no andamento das discussões no presente comitê. Essas

reuniões foram realizadas paralelamente ao acontecimento da guerra e, por isso, exigiam

que os representantes então presentes chegassem a um acordo rápido e eficiente.

Nessas sessões, apenas quinze países tiveram poder de voto, no entanto, para que

as discussões possam ser dinamizadas, serão inseridos alguns países que não tiveram

poder de voto, mas, no entanto, contribuíram para a resolução final. Nesse sentido, a função

de todos os países é contribuir diplomaticamente para o andamento das discussões de

forma a permitir que o comitê alcance resultados.

4 O PRINCÍPIO DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS

A autodeterminação dos povos foi inserida definitivamente no âmbito do direito

internacional com a ratificação da Carta das Nações Unidas em 1945. Esse princípio

defende que qualquer povo, não importando seu país de origem, possui direito de se

autogovernar. Em outras palavras, a população residente em uma área determinada tem

10

O princípio da auto-determinação diz que toda população tem direito de decidir sua própria vida

comunitária, suas leis, suas regras, suas instituições, seus símbolos, seu próprio destino político.

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a opção de escolher seu governante sem qualquer tipo de interferência ou intervenção

externa (O PRINCÍPIO DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, 2012).

É de comum acordo que o bem-estar da população que vive nas Ilhas deve ser

preservado, pois a integridade física e psicológica de uma população é de extrema

importância para a ONU, e, também, para seus países membros. Partindo do

pressuposto da autodeterminação dos povos, os habitantes dos arquipélagos desejam

estar sob a jurisdição britânica. Dessa forma, o Reino Unido afirma que o povo deve

escolher seu governante e, por isso, seu domínio sob os arquipélagos é legitimo (O

PRINCÍPIO DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, 2012).

A Argentina, por outro lado, argumenta que a população que habita os

arquipélagos é uma população transplantada, advinda principalmente do Reino Unido

durante os mais de cem anos de domínio britânico sob a região. E, por esse motivo,

seria óbvio que o povo estaria disposto a reconhecer o Reino Unido como seu governo

soberano uma vez que a população local não se reconhece como originária da região

das Malvinas (O PRINCÍPIO DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, 2012).

Com base nesses argumentos, o bem estar de uma população, segundo a ONU,

deve partir dos interesses de um povo, que são universais. Todos devem ter direito a

condições de moradia digna, alimentação, educação, lazer, cultura e etc. Porém a ONU

não avalia que os desejos individuais de um povo - como o desejo da população local

das Ilhas Malvinas de ser governada pelo Reino Unido – devam determinar sua

jurisdição (O PRINCÍPIO DA AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, 2012).

Trata-se, portanto, de uma discussão longa e bastante polêmica, e que não se tem

um consenso entre as partes, pois cada um apresenta argumentos que são válidos e que

possuem fundamentos.

5 ORGANIZAÇÕES RELEVANTES PARA A DISCUSSÃO

Nessa seção serão avaliados as duas alianças que mais se destacaram ao longo do

conflito, a saber: o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) e Organização

do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

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5.1 Tratado Interamericano de Assistência Recíproca

O TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca), firmado no Rio de

Janeiro em 1947, congrega um leque de valores assim como salienta a necessidade de

organizarem-se objetivos em torno da Segurança Regional. Dotado de 26 artigos, e

ratificado por 22 países11 das três regiões do continente americano, este documento visa

unir os países da área contra eventuais ataques, estando cada um dos assinantes

comprometidos a partir de então, com a defesa dos demais signatários.

O Tratado exerce a tarefa de fazer garantir a paz através de mecanismo de

segurança mútua, pelo estabelecimento do compromisso de entendimento de um ataque à

soberania de um membro como um ataque aos demais. A agressão a um dos membros

deve ser entendida como uma agressão aos demais e será respondida por critérios

baseados no princípio explícito da defesa coletiva.

Desta forma, há que se mensurar as implicações atuais de um acordo desta

natureza, principalmente, levando-se em conta que a estrutura de um arranjo legal deste

tipo demanda dos atores comportamentos baseados em confiança mútua. A decorrência do

acordo depende, pois, que os atores estejam dispostos a manter o sistema de compromisso

mútuo; que sejam estabelecidos métodos para a detecção de quais são os inimigos e os

objetivos potenciais; que não haja traições para ampliar a possibilidade de sucesso da ação

conjunta ou combinada e, também, para que os atores terceiros tenham ciência do acordo.

Diante disto, vale salientar que com o objetivo de reprimir agressões contra qualquer

país do continente o TIAR teve sua eficácia comprometida durante a Guerra das Malvinas.

5.2 Organização do Tratado do Atlântico Norte

Estabelecida em cinco de abril de 1949 e tendo como principal objetivo organizar

uma defesa estratégica entre os países, a lista dos membros fundadores da Organização do

Tratado do Atlântico Norte (OTAN) incluíam inicialmente, Bélgica, Canadá, Dinamarca,

Estados Unidos, França, Países Baixos, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e

Reino Unido. Posteriormente, a evolução do cenário geopolítico permitiu a incorporação de

novos membros, a saber: Grécia, Turquia, República Federal da Alemanha e, por fim, a

Espanha.

11

Argentina*, Bolívia, Brasil*, Chile*, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Estado Unidos*, El Salvador,

Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá*, Paraguai, Peru *, República Dominicana, Uruguai, Venezuela, Nicarágua, Equador, Trinidad e Tobago, Bahamas. *Membros que compõem o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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O Tratado do Atlântico Norte é um documento que inclui apenas catorze cláusulas no

total. Baseia-se nos princípios estabelecidos nos termos da Carta das Nações Unidas,

prezando pela legitimidade. A formulação do Tratado, inicialmente, requer um compromisso

com a paz e a resolução pacífica dos litígios internacionais. No entanto, a Aliança Atlântica

reserva o direito de defesa individual ou coletiva, sempre que um ou mais dos membros

tornar-se vítima de um ataque armado, podendo até mesmo implicar na utilização da força

armada.

A Aliança reconhece, no entanto, que o Conselho de Segurança das Nações Unidas

é o órgão encarregado pela manutenção da paz e segurança internacional, mas, ainda

assim, incentiva os membros a manter e desenvolver capacidades defensivas. Os membros

se dispõem a consultas mútuas sempre que a integridade territorial, a independência política

e a segurança de qualquer outro estejam ameaçadas.

6 POSIÇÃO DOS PRICIPAIS ATORES

Nessa seção, serão expostos os posicionamentos dos principais atores em relação

ao conflito e as condições internas e externas pelos quais passavam esses países.

6.1 Estados Unidos da América (EUA)

Os Estados Unidos da América vivenciam a Guerra Fria e, nesse contexto, o mundo

se encontra bipolarizado e a preocupação principal do país é conter o avanço do socialismo

soviético. Nesse sentido, a Guerra das Malvinas, de início, não é seu interesse principal, no

entanto, ela veio a afetar os interesses estadunidenses uma vez que uma guerra no

continente americano facilita a entrada do socialismo na região e um conflito entre dois

países que apóiam os EUA na Guerra Fria exige neutralidade por parte desse, o que, na

verdade, não está ocorrendo. Ainda, ao assumir uma posição, o país está ferindo princípios

estabelecidos em tratados internacionais e, com isso, possibilitando possíveis embates com

os países pertencentes ao TIAR assim como críticas da Comunidade Internacional. Porém,

o país rejeita a aplicabilidade do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) e

opta por se aliar ao Reino Unido com base na Organização do Tratado do Atlântico Norte

(OTAN) que visa, primeiramente, à contenção da URSS (U.S DEPARTAMENT OF STATE,

2012).

6.2 União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)

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No contexto da Guerra Fria, a URSS vê a Guerra das Malvinas como uma

oportunidade de expandir os limites socialistas na América. Nesse sentido, a URSS logo

começou a demonstrar seu interesse na região e procura apoiar a Argentina fornecendo,

principalmente, apoio militar. A intenção russa é de atender à seus interesses e tomar

medidas expansionistas na região. Dessa forma, a URSS é muito beneficiada pelo conflito

uma vez que é evidente que a Guerra das Malvinas afeta, em parte, os EUA e os coloca em

uma dúbia situação. Para a URSS, dessa maneira, os acontecimentos permitem uma

ampliação de sua margem de ação em regiões estratégicas enquanto os EUA têm que lidar

com difíceis questões diplomáticas com ambos os lados do conflito (U.S DEPARTAMENT

OF STATE, 2012).

6.3 Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte

A posição do Reino Unido é de reivindicar sua soberania na região baseado na

legalidade12 de seu protetorado 13 para restaurar a confiança de seu povo e manter a

posição de grande potência mundial. O Reino Unido enfrenta fortes contestações populares

em função das medidas neoliberais e da forte repressão à população adotada no país por

Margareth Thatcher. Essas medidas fazem com que aumente o número de revoltosos e que

a legitimidade do governo inglês seja ameaçada uma vez que a própria população se

demonstra infeliz com a situação do país. Dessa forma, a questão das Malvinas é essencial

para que a primeira ministra restaure sua credibilidade com o povo e, de certa forma,

também os distraia das questões nacionais. O país, nessas condições, começa um

processo de reocupação das ilhas através de ataques diretos aos argentinos (WALTER,

2007).

6.4 República Popular da China

A República Popular da China em meados dos anos 1980 vivencia internamente um

contexto de mudança e reforma. Inicia-se a era pós Mao Zedong e, com isso, o país passa a

adotar posições mais pragmáticas nas mais variadas áreas. As artes e a literatura estão se

revolucionando14 e passam a adotar uma postura mais crítica em relação ao que acontece

tanto dentro da China como externamente a ela. A economia inicia um processo gradual de

12

O Estado guia suas ações com base nas leis. 13

Um protetorado é estabelecido entre dois Estados, sendo que um deles (normalmente o mais fraco) está submetido à autoridade de outro (normalmente o mais forte). 14

As artes e a literatura passam a representar os objetivos políticos do Estado. As peças de teatro, os balés e as óperas contam a histórica da Revolução Socialista.

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liberalização e uma singela aproximação com os países do Ocidente. A república que, em

tempos anteriores, atendia aos interesses soviéticos, nesse ponto (1982), já detém relevante

autonomia em relação aos russos embora ainda se assumam como comunistas. Essa

posição, transposta no conflito aqui discutido, revela que embora a China não esteja

diretamente envolvida no conflito, sua posição dentro do Conselho de Segurança não é de

apoio incondicional à URSS e, tampouco, de aliança com os EUA. Ela se mantém neutra, e

responde à questão de acordo com sua a política externa, que prevê apoio ao socialismo

(U.S DEPARTAMENT OF STATE, 2012).

6.5 República Francesa

A República Francesa, em épocas de colonização, chegou a dominar as Ilhas

Malvinas e, inclusive, a entrar em conflitos com o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do

Norte por elas. Na seguinte ocasião, no entanto, como membro da OTAN e prezando pelos

princípios ratificados por essa, a França adota uma posição de apoio ao Reino Unido.

Embora esses dois países vivenciem um contexto de intensa disputa política e econômica

na Europa, uma vez ameaçado o bloco europeu e sendo o Reino Unido pertencente à

OTAN, a República Francesa oferece suporte ao Reino Unido. Esse suporte é realizado,

principalmente, pela revelação dos códigos de desvios dos mísseis Exocet vendidos pela

França à Argentina em tempos passados. Esses mísseis são uma das principais armas

argentinas, e com a aliança francesa aos ingleses, os argentinos passam a ter mais um

problema entre os demais (BRINDEIRO; FEITOSA; FERRARI; SARRETA, 2008).

6.6 República Argentina

A posição da Argentina foi reivindicar as Ilhas Malvinas alegando que a região fazia

parte de seu espaço geográfico e por isso o país detinha a soberania da região. Com base

nesse argumento, o país deu início à guerra oferecendo resistência aos ataques britânicos,

e, também atacando - os. À época, a República Argentina era governada por uma Junta

Militar que era alvo de críticas e enorme insatisfação popular. Nesse sentido, o governo

precisava criar uma situação que distraísse a população, alterando sua atenção para outras

áreas que não às de política econômica e social para que, dessa forma, eles conseguissem

se manter no poder. A posição do governo, assim, foi de reivindicar sua posse sobre os

arquipélagos (Geórgia do Sul, Sandwich do Sul e Ilhas Malvinas), e iniciar uma guerra

rápida e eficiente, o que, na verdade, não aconteceu. A guerra, a princípio, foi ocasionada

devido aos pretextos argentinos de “união” e “ nacionalismo” (GUSTAFSON, 1988).

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7 POSIÇÃO DOS MEMBROS ROTATIVOS

Durante o conflito ocorrido nas Ilhas Malvinas entre Argentina e Reino Unido,

diferentes eram os contextos internos vivenciados pelos países e, por isso, cada um deles,

dispunha de especificidades em relação à tomada de posição. No entanto, para melhor

compreender como os países se posicionaram diante do conflito é possível dividir os países

em três principais blocos de ação, a saber: os países que apoiaram a Argentina, os países

que apoiaram o Reino Unido e aqueles que se mantiveram neutros. As posições adotadas

foram resultado do nível de interação dos países com a Argentina e com o Reino Unido, ou

seja, com qual dos lados as relações políticas e econômicas eram mais favoráveis.

7.1 Aliados à Argentina

Durante a Guerra das Malvinas, a Argentina está passando por momentos de

ascensão e momentos de queda de forma que o país está conseguindo o que nenhum outro

país periférico tinha conseguido antes, ou seja, oferecer, em partes, resistência diante de

um conflito com uma grande potência como era o Reino Unido. Nessas circunstâncias, o

país conta com alguns poucos porém importantes aliados, entre eles a República Federativa

do Brasil, República do Panamá e a República Democrática da Alemanha. Esses países

sejam movidos por um sentimento sul-americano como é o caso do Brasil e do Panamá, ou

seja, movido pelas intenções de Guerra Fria como é o caso da República Democrática da

Alemanha vem a contribuir para que a Argentina se mantenha resistente no conflito. Dentre

as contribuições dos aliados à Argentina vale ressaltar a facilidade na compra de

armamentos e transporte como, por exemplo, aviões para defesa. Ainda, a Argentina conta

com o apoio desses países no Conselho de Segurança das Nações Unidas,o que, em

circunstancias de guerra, é muito importante para o país pois desconsiderando os países

neutros, a maioria dos estados envolvidos direta ou indiretamente na guerra, apoiam o

Reino Unido da Grã- Bretanha e Irlanda do Norte.

7.2 Aliados ao Reino Unido da Grã- Bretanha e Irlanda do Norte

O Reino Unido da Grã- Bretanha e Irlanda do Norte ao contrário dos argentinos conta

com uma significativa parcela de países que os apoiam, entre eles a Confederação Suíça, a

Comunidade da Austrália, o Japão, a República da Irlanda, a República do Chile, a

República de Uganda e a República Federal da Alemanha. Devido, principalmente, à laços

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econômicos e, em alguns casos, políticos e colonizadores, a maioria dos países opta por se

aliar ao Reino Unido visando garantir que os acordos vigentes se mantenham e, ainda, que

seja possível o estabelecimento de futuros laços comerciais com o país. Nesse contexto, o

quesito “quantidade de poder” é fundamental para que os países se alinhem. Ainda, o Reino

Unido da Grã- Bretanha é muito favorecido pela neutralidade de alguns países uma vez que,

muitos deles, alem de não impedir as ações do país ainda se demonstram favoráveis ao

Reino Unido em casos específicos como a soberania da ilhas, por exemplo. Entre esses

países podemos citar o Reino da Espanha, a República Togolesa e a República do Zaire.

Assim sendo, a principal contribuição dos aliados ao Reino Unido da Grã-Bretanha é o apoio

dentro do Conselho de Segurança das Nações Unidas uma vez que, militarmente, o país é

superior a maioria dos demais.

7.3 Os países neutros

Os países considerados neutros são aqueles que optam por uma diplomacia não-

tendenciosa, ou seja, que não apoiam nem a República da Argentina nem o Reino Unido da

Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Esses países, então, defendem um cessar-fogo na região

e a retirada das tropas de ambos os países procurando, assim, defender o restabelecimento

da paz nas ilhas. Dentre os países que adotam essa posição podemos citar a índia, o Reino

Hachemita da Jordânia, a República Cooperativa da Guiana, a República do Peru, a

República da África do Sul e a República da Polônia. Esses países, dentro do Conselho de

Seguranças das Nações Unidas, fazendo uso de um discurso pacífico, procuram mediar o

conflito sem se alinhar a nenhuma das partes (Argentina e Reino Unido) e condenam

veementemente ataques de qualquer espécie quer sejam aéreos, terrestres ou aquáticos.

Dentro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, esses países são aqueles que

procuram uma resolução pacífica do conflito independente dos interesses argentinos ou

britânicos.

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8 QUESTÕES RELEVANTES PARA AS DISCUSSÕES

Levando em consideração a questão geográfica e o conceito de autodeterminação, a

quem as ilhas devem pertencer?

Quais os instrumentos utilizados pela Argentina e pelo Reino Unido para conquistar a

região das Malvinas? Esses instrumentos possibilitaram um bom acordo?

Qual a postura que o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve ter em

relação ao conflito?

Qual é a atuação dos países membros do TIAR? E da OTAN?

Como a população das ilhas se mantém ao longo do conflito?

Como o governo argentino e inglês se posiciona diante do mundo?

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TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES

Na tabela a seguir cada representação do comitê é classificada quanto ao nível de demanda que

será exigido do delegado, numa escala de 1 a 3. Notem que não se trata de uma classificação de

importância ou nível de dificuldade, mas do quanto cada representação será demandada a

participar dos debates neste comitê. Esperamos que essa relação sirva para auxiliar as

delegações na alocação de seus membros, priorizando a participação de delegados mais

experientes nos comitês em que a representação do colégio for mais demandada.

Legenda

Representações frequentemente demandadas a tomar parte nas discussões

Representações medianamente

demandadas a tomar parte nas discussões

Representações pontualmente demandadas

a tomar parte nas discussões

REPRESENTAÇÃO DEMANDA

COMUNIDADE DA AUSTRÁLIA

CONFEDERAÇÃO SUIÇA

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

JAPÃO

PANAMÁ

REINO DA ESPANHA

REINO HACHEMITA DA JORDÂNIA

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REPRESENTAÇÃO DEMANDA

REINO UNIDO DA GRÃ-BRETANHA E

IRLANDA DO NORTE

REPÚBLICA ARGENTINA

REPÚBLICA COOPERATIVA DA GUIANA

REPÚBLICA DA ÁFRICA DO SUL

REPÚBLICA DA ÍNDIA

REPÚBLICA DA IRLANDA

REPÚBLICA DA POLONIA

REPÚBLICA DA UGANDA

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DA

ALEMANHA

REPÚBLICA DO CHILE

REPÚBLICA DO PERU

REPÚBLICA DO ZAIRE

REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

REPÚBLICA FRANCESA

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REPRESENTAÇÃO DEMANDA

REPÚBLICA POPULAR DA CHINA

REPÚBLICA TOGOLESA

UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS

SOVIÉTICAS

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ANEXOS

ANEXO A – PERGUNTAS FREQUENTES

1. Eu vou ter que apresentar o meu Documento de Posição Oficial (DPO)?

Não. O DPO deverá ser entregue à mesa diretora no primeiro dia de debates, e não

precisa ser declamado, interpretado, justificado, discutido ou avaliado.

2. Eu posso ir contra a política externa do meu país?

Não. Durante os debates, é natural surgirem algumas questões que os delegados não

têm certeza do posicionamento de seu país. Nessas situações, é importante perguntar à

mesa diretora (através de bilhetes, principalmente). Além disso, a mesa diretora, de uma

forma geral, também “dá um toque”, no caso de algum delegado se afastar muito de sua

política externa. Para evitar confusões ou despreparos nesse sentido, só há um remédio:

pesquisa. Estudem bastante e estejam preparados.

3. O que é uma crise?

Um determinado comitê pode encontrar-se em situação de crise quando declarado pela

mesa diretora, em função de algum acontecimento urgente ou imprevisto, de grande

importância, que diga respeito ao tema das discussões. Enquanto estiver em crise, um

comitê estará, para todos os efeitos, isolado. Isso significa que ninguém poderá entrar ou

sair da sala enquanto a questão de urgência não for resolvida.

4. Eu preciso ir de roupa social?

O MINIONU não obriga nenhum delegado a se vestir de determinada forma. Ainda

assim, lembrem-se: para todos os efeitos, vocês, delegados, são representantes

importantes do sistema internacional. Portanto, para representar melhor o ambiente

diplomático em que estaremos simulando, recomendamos que todos utilizem trajes

formais. Para os meninos, o bom e velho terno e gravata é sempre uma boa opção,

enquanto para as meninas, terninhos e tailleurs caem muito bem. Lembrando que

decotes excessivos e saias muito curtas não são condizentes com o ambiente

diplomático. Caso não possa comparecer de roupa social, se vista discretamente: bonés,

bermudões, roupas largas e acessórios escandalosos são desnecessários.

5. Eu posso me vestir de acordo com a minha representação?

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Pode. Inclusive, caso seja possível, encorajamos que delegados incorporem aos seus

visuais, elementos típicos da cultura de seus países. É sempre muito legal ver delegados

com vestimentas e adornos típicos de determinadas regiões do mundo.

6. O meu país é pequeno e não tem nada a ver com o tema do comitê. O que eu faço?

Com certeza, existem representações mais importantes do que outras em determinados

tópicos. Mas nem por isso as demais delegações tornam-se insignificantes. Existem

várias formas de articular países pequenos nos debates. Muitas vezes, você poderá

apoiar e argumentar a favor das decisões de um país aliado mais forte, ou tentar

convencer outros delegados a adotar medidas que o seu país considera importantes,

etc. Lembre-se: a sua delegação não existe por acaso. Sempre existem maneiras de

participar.

Fonte: Blog oficial do Comitê para o Desarmamento e Segurança Internacional.

Disponível em:< http://dsi13minionu.wordpress.com/perguntas/>. Acesso em 09/05/2012.

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ANEXO B – O NACIONALISMO ARGENTINO

Tradução Livre:

VOLTAREMOS!

Porque as Malvinas nos pertencem por direito.

São argentinas. Pois foram muitos os sacrifícios

oferecidos para defender nosso direito de

soberania. Porque deixamos que muitas pessoas

morressem.

E a pesar de nossa aparente decadência geral,

possuímos honra! Porque nossos filhos ficaram

maravilhados.

VOLTAREMOS!

É um grito de guerra.

É um compromisso firmado com os mortos. É

uma promessa lavar com sangue a honra

manchada da nação. É uma reflexão firme e

serena. É fogo na vontade e no coração.

É a expressão de nossa vontade, de realmente

dar fim ao Arco do Triunfo que se levanta em

Yapeyú.

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ANEXO C – O MAPA DAS ILHAS MALVINAS

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ANEXO D - A AUTODETERMINAÇÃO BRITÂNICA

Tradução Livre: “As Malvinas são Britânicas”.