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CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS MISSÃO DE ESTABILIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NO HAITI – MINUSTAH CARTA DE APRESENTAÇÃO Participantes do MUNDI, O efeito de simular não se restringe apenas ao ensaio de uma eventualidade, que no nosso caso é um Conselho de Segurança da ONU, mas sim, treinamentos intensivos no âmbito das negociações internacionais. Sendo assim, poderemos aprimorar técnicas de negociação, oratória, redação, pesquisa, resolução de conflitos, cooperação, entre outras. A nossa simulação realizar-se-á na primeira edição do MUNDI – Modelo Universitário de Diplomacia -, que é um evento educativo que envolve alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba. Assim como os modelos MUN – Model United Nations – realizados desde a época da Liga das Nações, o MUNDI tem o objetivo de estimular a liderança e o conhecimento em temas diversos das relações internacionais, tais como: desenvolvimento sustentável, operações de paz, terrorismo, direitos humanos, cidadania e educação.

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CONSELHO DE SEGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS

MISSÃO DE ESTABILIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NO HAITI – MINUSTAH

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Participantes do MUNDI,

O efeito de simular não se restringe apenas ao ensaio de uma eventualidade, que no nosso caso é um Conselho de Segurança da ONU, mas sim, treinamentos intensivos no âmbito das negociações internacionais. Sendo assim, poderemos aprimorar técnicas de negociação, oratória, redação, pesquisa, resolução de conflitos, cooperação, entre outras.

A nossa simulação realizar-se-á na primeira edição do MUNDI – Modelo Universitário de Diplomacia -, que é um evento educativo que envolve alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba. Assim como os modelos MUN – Model United Nations – realizados desde a época da Liga das Nações, o MUNDI tem o objetivo de estimular a liderança e o conhecimento em temas diversos das relações internacionais, tais como: desenvolvimento sustentável, operações de paz, terrorismo, direitos humanos, cidadania e educação.

Enfim, há algumas coisas que vocês precisam saber antes de ler este Guia ou de se preparar para uma simulação. Primeiro, é importante saber que não é necessário ter experiências em simulações para participar do MUNDI. Qualquer um, que anseia aprender e envolver-se no trabalho em equipe, pode tornar-se um participante. Segundo, lembre-se que estarão representando a política externa de um país, e não as suas opiniões e valores

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pessoais. Terceiro, não deixem que suas pretensões sejam limitadas pela escolha de determinados países, pois as melhores experiências poder-se-á ocorrer naqueles países de menor influência global. Quarto, atenham-se a realidade e, dessa maneira, assumam o país representado não só com uma visão de justiça, democracia e valores, já que vocês poderão representar ditaduras violentas, teocracias islâmicas e regimes populistas. Quinto, atentem-se as diversas perspectivas políticas – países desenvolvidos ou em desenvolvimento, entre blocos econômicos/regionais, entre diferentes formas de governo. Sexto, aprendam com as experiências e, conseqüentemente, reconheçam os esforços dos seus companheiros de delegação. Sétimo, não fiquem preocupados com o rendimento de uma simulação, pois muitas vezes as próprias reuniões da ONU são altamente improdutivas. E por fim, participem do modelo e não hesitem em nos contatar para quaisquer dúvidas e esclarecimentos1.

Estão todos convidados a participar da comunidade do MUNDI no Orkut2 e estamos abertos a sugestões e dúvidas no perfil do MUNDI, no mesmo site de relacionamentos3.

Agradeço ao empenho de todos os componentes da Comissão Organizadora e a Professora Orientadora do MUNDI. Para concluir, agradeço, em especial, a confiança de todos os participantes do modelo.

Cordialmente,Jan Marcel de Almeida Freitas Lacerda

Secretário-Geral do MUNDI

Autoria deste Guia de Estudos: Comissão Organizadora do MUNDI

1 O Email é [email protected] < http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=80598785 >.3 < http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=13490284855702515416 >.

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I. INTRODUÇÃO

Todo delegado deve estudar, dentre outros assuntos, a organização da qual irá participar, bem como seu funcionamento; a questão em debate e a política externa de seu país sobre o assunto.

Este guia contém considerações acerca dos dois primeiros itens, não pretendendo uma exploração muito abrangente deles. Estudos sobre política externa devem ter como fonte primária consultas ao Ministério das Relações Exteriores (ou equivalente) do país do delegado.

Na primeira parte do guia, descrevemos brevemente a organização na qual os delegados participarão – para que serve, como funciona, o que ela pode fazer. Na segunda parte, falamos em linhas gerais sobre os tópicos em nossa agenda – as operações de paz no Haiti.

Na terceira parte, descrevemos algumas fontes nas quais os delegados podem procurar instruções de política externa de seus países, e fornecemos algumas instruções sobre como ler documentos da ONU e, claro, como redigi-los.

II. O QUE VAMOS SIMULAR

Para entender como funcionam as operações de paz instaladas no Haiti é necessário um conhecimento mínimo da organização que

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estamos simulando. Neste caso, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho de Segurança da mesma.

1. O QUE É A ONU?

A Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em 1945, é a maior organização intergovernamental do mundo, contando com 192 Estados-membros, 63 mil empregados e um orçamento de cerca de US$ 1,9 bilhão por ano - embora o sistema ONU gaste cerca de sete vezes essa quantia.

As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.

2. O QUE É O CONSELHO DE SEGURANÇA

O Conselho de Segurança tem como responsabilidade principal a manutenção da segurança e da paz internacionais. Segundo a própria ONU, o Conselho é organizado a fim de funcionar de forma continua e um representante de cada um de seus membros deve estar sempre presente no Centro de Operações das Nações Unidas.

É composto por quinze membros, sendo cinco deles permanentes: os Estados Unidos da América, a França, o Reino Unido, a Rússia e a República Popular da China. Cada um destes membros tem direito de veto; os outros dez membros são rotativos e têm mandatos de dois anos. Atualmente, os dez membros rotativos são: Áustria, Japão, Uganda, Burkina Faso, Líbia, Vietnã, Costa Rica, México, Croácia e Turquia. Além disso, no MUNDI, serão adotados alguns países na qualidade de observadores, sendo eles: Canadá, Haiti, Brasil, Egito e Filipinas.

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Uma resolução do Conselho de Segurança é aprovada se tiver maioria de 9 dos quinze membros, inclusive os cinco membros permanentes. Um voto negativo de um membro permanente configura um veto à resolução. A abstenção de um membro permanente não configura veto.

Quando uma queixa concernente a uma ameaça à paz é feita, a primeira ação do Conselho é, geralmente, recomendar às partes a tentativa de alcançar um acordo por vias pacíficas. Em alguns casos, o próprio Conselho se responsabiliza pela mediação e investigação. Ele pode apontar representantes especiais ou solicitar que o Secretário Geral o faça.

Quando uma questão se direciona para o conflito, a primeira preocupação do Conselho é finalizá-la, o mais rápido possível. Em várias ocasiões, o Conselho emitiu diretrizes de cessar fogo que foram de grande importância na prevenção de hostilidades de maiores proporções.

O Conselho também envia tropas de manutenção da paz para ajudar a reduzir tensões em áreas conflituosas, manter separadas todas as forças opostas e criar condições favoráveis à estabilidade nas quais o assentamento das tropas seja realizado. O Conselho pode aplicar medidas de coerção, sanções econômicas (como embargos comerciais) ou ação militar coletiva. 

IV. O QUE VAMOS DISCUTIR

O MUNDI vai simular uma reunião do Conselho de Segurança diante da seguinte situação: A última resolução emitida pelo Conselho acerca da situação da operação de paz no Haiti (traduzida) perderá sua validade em breve; discutiremos, então, quais seriam as prováveis medidas a serem adotadas para a elaboração de uma nova resolução.

Para o bom desempenho na simulação faz-se mister a compreensão da situação atual do Haiti e do contexto histórico das

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operações de paz, em especial o MINUSTAH (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti). Abaixo, segue um breve histórico das operações de paz realizadas pela ONU, para que servem e como atuam, assim como um rápido histórico do Haiti e da operação de paz em curso no país (MINUSTAH).

Algumas questões são necessárias para o início do debate, no entanto, elas não deverão supostamente ser respondidas pela resolução. Ou seja, as questões servirão para a orientação dos delegados, assim como orientações de propostas e recomendações à resolução. De que forma a ONU pode reduzir o tempo de permissão do mandato e do desdobramento da operação de paz implementada pelo demais? Como aprimorar o Stand-by Arrangements4 (Sistema de Pronto Emprego)? Como viabilizar a adesão de mais Estados membros ao Sistema de Pronto Emprego? De que maneira o Conselho de Segurança pode aprimorar a sua competência no comando das operações de paz? Como será o treinamento do pessoal e a sua padronização devido às tropas serem multinacionais? E, posteriormente, dentro do item IV, no tópico 3.8 - Questões a serem debatidas –, vocês obterão questões que auxiliam na revisão de mandato5. Enfim, através dessas questões poderemos alcançar um consenso satisfatório para problemas analisados.

1. Operações de paz: considerações gerais

A Carta das Nações Unidas, que confere ao Conselho de Segurança da ONU a responsabilidade e o poder de realizar ações coletivas, é de vital importância no entendimento das operações de paz. Essa carta, por sua vez, preza pela manutenção da paz e pela segurança

4 O sistema de Pronto Emprego recomenda aos Estados membros a fizessem um levantamento dos recursos humanos e materiais que poderiam ceder ao Conselho de Segurança para a manutenção da paz e segurança internacionais. No entanto, os Estados membros têm soberania de participação ou não numa operação, dessa maneira, não são obrigados a ceder recursos se forem solicitados. Mais informações sobre Standy-by Arrangements no site <http://www.universia.com.br/materia/imprimir.jsp?id=4130>.5 Consultar também o relatório do Secretário-Geral para obter mais questões a serem discutidas. Posteriormente, aprofundá-lo-emos.

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internacional, sendo assim, um meio através do qual a Comunidade Internacional pode recorrer em caso de necessidade.

Um componente importante na organização das operações de paz são os capacetes azuis: soldados e oficiais das forças armadas, agentes da polícia civil e pessoal civil de muitos países – que acompanham e observam os processos de paz iniciados em situações pós-conflito, ajudando os ex-combatentes a aplicarem os acordos de paz que assinaram.

Normalmente, quem cria e define as missões de paz é o Conselho de Segurança das Nações Unidas, atribuindo um mandato a cada missão e delegando as tarefas a serem realizadas. Para alguma modificação, como criar uma nova missão ou alterar o mandato, é necessário o voto favorável de nove dos quinze Estados-Membros do Conselho de Segurança. No entanto, se algum dos cinco membros permanentes votar contra a proposta, esta é automaticamente rejeitada. Tais operações de manutenção da paz são dirigidas e geridas pelo Secretário-Geral, que informa o Conselho sobre o seu andamento através de relatórios semestres e, no caso de vencimento de mandato, 45 dias antes da data de vencimento6.

Atualmente, essas missões ganham importância por atuarem política, econômica e socialmente. É fato que, se a comunidade internacional não tentar controlar os conflitos e resolvê-los pacificamente, estes podem culminar em conflitos ainda maiores, envolvendo grande número de atores. A história tem demonstrado que as guerras civis entre diferentes facções num país podem provocar rapidamente a desestabilização de países vizinhos e se alastrar por regiões inteiras. No corrente século, poucos são os conflitos que se podem considerar verdadeiramente "locais".

2. Um breve histórico das operações de manutenção de paz

6 Esse relatório será disponibilizado para os participantes em inglês e espanhol, ele será bastante útil para o debate no MUNDI.

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As operações de paz das Nações Unidas são um instrumento único e dinâmico desenvolvido pela ONU com o intuito de auxiliar os Estados envolvidos em conflitos com o fim de restabelecerem a paz duradoura. As missões de paz, hoje em dia, podem ser consideradas multidimensionais, multidisciplinares e complexas, entretanto, estas chegaram a tal situação mediante um processo evolutivo.

As operações de paz da ONU podem ser divididas em duas gerações. A primeira geração é chamada de “classical peacekeeping” (operações de paz clássicas), pois abrangeram desde 1948 até 1988, no entanto, só conseguiu status de “Comitê Especial para Operações de Manutenção da Paz”, em 1956, devido à crise do Canal de Suez. A Primeira missão de paz, United Nations Truce Supervision Organization7 (UNTSO), em 1948, foi autorizada pelo Conselho de Segurança para monitorar o cessar fogo árabe-israelense. Desde então, já ocorreram 63 (sessenta e três) operações de paz ao redor do mundo. Com o decorrer dos anos as operações de paz desenvolveram-se para suprir as exigências de conflitos diferentes em quadros políticos em constante modificação.

Entretanto, durante o período da Guerra Fria, as divergências entre os dois membros permanentes da ONU – Estados Unidos e União Soviética -, tendo em vista que eles eram munidos do uso do veto, houve impedimento das resoluções de conflitos por meio das missões de paz, as quais, em sua maioria, limitavam-se ao monitoramento do cessar-fogo. Vale salientar que doze das trezes operações de paz do período clássico foram resultados do processo de descolonização da África.

Mesmo com a aparente facilidade das operações clássicas, novos desafios surgiram devido ao não cumprimento do mandato das operações, à necessidade de consentimento do Estado ajudado, entre outros problemas e contradições. Posteriormente, com o fim da Guerra Fria e surgimento da segunda geração de operações de paz, o 7 Organização das Nações Unidas para Supervisão da Trégua.

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contexto estratégico das operações de paz da ONU modificou-se dramaticamente incitando a Organização a deslocar e ampliar o seu campo de operações, de missões “tradicionais”, que envolviam tarefas estritamente militares, para uma iniciativa complexa e multidimensional que visa assegurar a implementação de acordos de paz, acarretando assim uma paz sustentável. No pós Guerra Fria, para responder, novamente, a novos desafios políticos que envolviam crises internas em diferentes Estados, a ONU passou a empregar as operações de manutenção da paz em larga escala. Em janeiro de 1988, 11.121 militares e civis estavam desdobrados em cinco operações dessa natureza. Em dezembro de 1994, esse número cresceu para 77.785 nas dezessete missões em andamento.

Essa segunda geração das operações de paz desencadeada no fim dos anos 80 e início dos 90 teve segundo Fontoura (1999), três fatores de contribuição para o aumento das operações de paz, são eles: a distensão política das potências opostas com o fim da Guerra Fria; o aumento dos conflitos étnicos e religiosos; e por fim, a crescente universalização dos valores democráticos e dos direitos humanos. Com isso, vale ressaltar novamente que, essa geração é caracterizada como multidimensional ou multifuncional devido à ocorrência de uma flexibilização das operações clássicas. Enfim, é incontestável que as operações de paz passaram a ser a face mais visível da atuação da ONU no campo da paz e da segurança internacionais.

3. O Haiti

Situado a oeste da Ilha Hispaniola (República Dominicana e Haiti), no Mar do Caribe, o Haiti tem como capital a cidade de Porto Príncipe e o francês e o crioulo como idiomas oficiais. Apesar de ser um país católico, tem grande influência das religiões africanas, em especial o vodu. O Haiti é o país mais pobre da América Central;

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paradoxalmente, foi o primeiro país de maioria negra a libertar escravos e a conquistar a independência, em 1804.

No Século XVIII, a região foi a mais próspera colônia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café, depois de cedida à França pela Espanha, no final do século anterior. No ano da abolição da escravatura, 1794, e do domínio francês completo sobre a ilha, um ex-escravo torna-se governador geral, mas é logo morto pelos franceses. Logo em seguida, um líder local, Dessalines, organiza o Exército e derrota os franceses. É declarada a Independência e o líder torna-se Imperador.

Após as turbulências desse primeiro momento, o Haiti divide-se em dois, sendo uma das partes ocupada pela Espanha – a atual República Dominicana. Em 1822, o país reunifica-se, mas, logo em 1844, a República Dominicana conquista sua independência.

Até o começo do século XX vários governantes sucederam-se no poder, sendo estes depostos e/ou assassinados e tropas norte-americanas ocuparam o Haiti entre os anos de 1915 e 1934, sob o pretexto de proteger os interesses yankees no país. Em 1957 sobe ao poder François Duvalier, também conhecido como Papa Doc, que instaura uma feroz ditadura, baseada no terror policial e na exploração do vodu. Após sua morte, foi substituída por seu filho, Jean-Claude, o Baby Doc.

Em 1986, Baby Doc decretou estado de sítio e teve que fugir com a família para a França, deixando em seu lugar o General Henri Namphy, já que os protestos populares se intensificaram. Nas próximas eleições, Leslie Manigat chegou ao poder e governou de fevereiro a junho de 1988, quando foi deposto por Namphy. Ocorreu outro golpe três meses depois, em que o General Prosper Avril foi posto no poder.

Nas eleições presidenciais de dezembro de 1990, vence o padre esquerdista Jean-Bertrand Aristide. Em setembro de 1991, Aristide foi deposto num golpe de Estado liderado pelo General Raul Cedras e se exilou nos EUA. A Organização dos Estados Americanos (OEA), a

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Organização das Nações Unidas (ONU) e os EUA impuseram sanções econômicas ao país para que a volta de Aristide ao poder fosse permitida pelos militares. Em julho de 1993, Cedras e Aristide assinaram pacto em Nova York, acordando o retorno do governo constitucional e a reforma das Forças Armadas. No entanto, em outubro de 1993, grupos paramilitares impediram o desembarque de soldados integrantes de uma Força de Paz da ONU. Depois disso, no mês de maio de 1994, o Conselho de Segurança da ONU decretou bloqueio total ao país e a junta militar empossou Émile Jonassaint, um civil, que ficaria na presidência até as eleições de fevereiro de 1995. Em julho, a ONU autorizou uma intervenção militar para garantir o retorno de Aristide e Jonaissant decretou estado de sítio em 1º de agosto.

Em setembro de 1994, uma força multinacional liderada pelos EUA entrou no Haiti para reempossar Aristide, o que ocasionou a saída de Jonaissant da presidência e na volta de Aristide ao poder. Entretanto, reformas políticas mais profundas não foram realizadas devido às crises internas do Haiti entre os anos de 1994 e 2000.

A eleição parlamentar e presidencial de 2000 foi marcada pela suspeita de manipulação por Aristide e seu partido, o que fez com que, em 2003, a oposição passasse a pedir a renúncia de Aristide. A mediação do conflito por outros países foi recusada pela oposição, o que aprofundou a crise. Assim, em fevereiro de 2004, eclodiram conflitos armados, que resultaram na gradual tomada do norte do país pelos opositores. Aristide deixou o País em 29 de fevereiro e asilou-se na África do Sul. Assumiu, então, o presidente da Suprema Corte, Bonifácio Alexandre, que requisitou assistência das Nações Unidas para apoiar uma transição política pacífica e constitucional e manter a segurança interna. Assim, o Conselho de Segurança aprovou o envio da Força Multinacional Interina liderada pelos EUA.

Em junho de 2004, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), iniciou suas atividades no Haiti, pois o Conselho de Segurança da ONU considerava que a situação do

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país ainda constituía uma ameaça à paz internacional e à segurança da região. O general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira foi encarregado do componente militar da MINUSTAH, e foi autorizado um contingente de 6.700 homens, de vários países: Argentina, Benin, Bolívia, Brasil, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e Uruguai (vide resolução 1542, traduzida).

4. Operações de Paz no Haiti

Com a situação de desordem no Haiti, entre 1991 e 2008, cinco operações de manutenção de país, devido aos seus conflitos internos. A MINUSTAH (Missões das Nações Unidas para a estabilização no Haiti) é a mais recente delas, autorizada, no dia 30 de abril de 2004, pela resolução 15428 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Após um período de insurgência e a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide, essa operação ficou com a função de restaurar a paz e a ordem no Haiti.

3.1Principais Objetivos

Essa operação foi liderada pelo diplomata tunisiano Hédi Annabi. Os principais objetivos dessa missão foram: estabilizar o país; pacificar e desarmar as guerrilhas existentes no país; promover eleições livres e informadas; e, desenvolver um novo plano institucional e econômico no Haiti9.

3.2 Generais das Forças de Paz

8 O MINUSTAH iniciou-se com aproximadamente 9.400 homens no exército de paz.9 Um dos primeiros projetos implantados no Haiti foi o Quick Impact Project, inaugurado em Porto Príncipe pela Brigada Haiti.

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Inicialmente, as forças de paz que se deslocaram para o Haiti foram comandadas pelo General de Divisão Brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira. Em 1º de setembro de 2005, ele foi substituído pelo General Urano Teixeira da Matta Bacellar, mas o mesmo acaba se suicidando no hotel em que estava hospedado. Após o ocorrido, o general chileno Eduardo Aldunate Herman, assume como comandante interino das forças de paz. E, em 18 de janeiro, o secretário geral das Nações Unidas, que até então era Kofi Annan, nomeou um novo substituto o general brasileiro José Elito Carvalho Siqueira.

3.3 Força 10

3.3.1 Resolução 1542

A operação iniciou-se com até 6.700 militares, 1.622 policiais, 548 civis internacionais, 154 voluntários da ONU e 995 funcionários civis locais.

3.3.2Resolução 1608

Em 22 de Junho de 2005, solicitou-se que aumentasse o contingente militar para 7.500 de tropas de todas as categorias, 1.897 policiais e pediu-se para o Secretário –Geral um levantamento progressivo do MINUSTAH.

3.3.3 Resolução 1702

10 As estatísticas de civis internacionais e locais são de 30 de novembro de 2008.

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O aumento do efetivo foi autorizado, em 15 de agosto de 2006, e decidiu que o MINUSTAH seria composto por até 7.200 tropas de todas as categorias, de um componente policial, 1.951 funcionários e o Conselho de Segurança autorizou a implantação de 16 correções oficiais destacados pelos Estados-Membros.

3.3.4 Resolução 1780

Em 15 de outubro de 2007, os países membros do Conselho de Segurança decidiram prorrogar o MINUSTAH por mais um ano, ou seja, essa resolução é valida até 15 de outubro de 2008. Foram decididas pequenas mudanças nessa resolução, como a redução de 140 soldados do contingente militar, e um aumento no contingente policial para 2.091, adotou medidas para combater o tráfico de drogas, armas e outras atividades ilegais. Estipulou-se que os mandatos passariam a ser validos por um ano, e não mais por seis meses. E por fim, também há um pedido à missão para reforçar, junto à Polícia Nacional do Haiti, uma fiscalização nas fronteiras marítimas e terrestres do país.

3.4 Países Contribuintes

Os países contribuintes podem ajudar com efetivos militares, forças policiais e civis.

3.4.1 Efetivos Militares

Os países contribuintes são: Argentina, Benim, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Croácia, Equador, Espanha, França, Guatemala, Jordânia, Marrocos, Nepal, Paraguai, Peru, Filipinas, Sri Lanka, Estados Unidos e Uruguai.

3.4.2 Forças Policiais e civis

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As forças policiais e civis são: Argentina, Benin, Brasil, Burkina Faso, Camarões, Canadá, Chade, Chile, China, Colômbia, Egito, El Salvador, França, Granada, Guiné, Jordânia, Madagascar, Mali, Maurícia, Nepal, Níger, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Romênia, Federação Russa, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Espanha, Togo, Turquia, Estados Unidos, Uruguai, Vanuatu e Iêmen.

3.5 Mortes Contabilizadas

– Efetivos Militares Quatro do Brasil11; Seis da Jordânia; Dois do Nepal; Dois das Filipinas; Dois do Sri Lanka; Um do Uruguai

– Forças Policiais e Civis

Um do Canadá.

3.6 Mandato

A missão foi iniciada com o seguinte mandato:

I. Ambiente seguro e estável:

11 A primeira morte foi a do General Barcellar por suicídio; A segunda foi do Cabo da Marinha do Brasil que não fazia parte do contingente da força de paz. Estava no navio brasileiro que levava mantimentos, equipamentos militares e soldados para o país caribenho e morrera quando fazia atividades físicas a bordo. No dia 2 de agosto de 2007, o soldado Rodrigo da Rocha Klein, de 21 anos, sofreu um acidente no momento que se deslocava na laje do ponto forte tropeçando em um fio de alta tensão da rede pública e recebendo uma descarga elétrica, vindo a falecer no local. No dia 1º de maio 2008, faleceu o 3º Sgt FN Carlos Freires Barbosa, 36 anos, vítima de aneurisma cerebral.

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a) em apoio ao Governo de transição, a fim de garantir um ambiente seguro e estável no qual o processo político e constitucional no Haiti pode ter lugar;

b) Prestar assistência ao Governo de transição na supervisão, reestruturação e reforma da Polícia Nacional Haitiana, em consonância com as normas de policiamento democrático, nomeadamente através do controle e certificação de seu pessoal, assessoramento sobre sua reorganização e formação, incluindo o gênero de formação, bem como a monitorização / tutoria membros da Polícia Nacional do Haiti;

c) para assistir o Governo de transição, particularmente a Polícia Nacional Haitiana, com abrangentes e sustentáveis de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) programas para todos os grupos armados, incluindo mulheres e crianças associados a tais grupos, assim como armas de controle de segurança pública medidas;

d) contribuir para a restauração e manutenção do Estado de direito, segurança pública e ordem pública no Haiti, nomeadamente através da prestação de apoio operacional à Polícia Nacional Haitiana e à Guarda Costeira haitiana, bem como com o seu fortalecimento institucional, incluindo o re-estabelecimento do sistema de correções;

e) para proteger pessoal das Nações Unidas, equipamentos, instalações de equipamentos, a garantia da segurança e da liberdade de circulação de seu pessoal, tendo em conta a responsabilidade primordial do Governo de transição a este respeito;

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f) para proteger civis sob ameaça iminente de violência física, dentro das suas possibilidades e áreas de implantação, sem prejuízo das responsabilidades do Governo de transição e das autoridades policiais;

II. Processo político:

a) para apoiar o processo político e constitucional em curso no Haiti, inclusive através de bons ofícios, e os princípios e promover um governo democrático e desenvolvimento institucional;

b) Prestar assistência ao Governo de transição em seus esforços para trazer um processo de diálogo e reconciliação nacional;

c) para assistir o Governo de transição em seus esforços para organizar, monitorar e realizar as autárquicas livres e justas, eleições parlamentares e presidenciais, no mais breve prazo, nomeadamente através da disponibilização de meios técnicos, logísticos e de assistência administrativa e continuou segurança, com o apoio apropriado a um processo eleitoral com participação eleitor que é representante da demografia nacional, incluindo as mulheres;

d) para assistir o Governo Transitório do Estado prorroga autoridade em todo o Haiti e apoiar um bom governo a nível local;

III. Direitos Humanos:

a) para apoiar o governo de transição haitiano, bem como instituições e grupos de direitos humanos em seus esforços para promover e proteger os direitos humanos, particularmente de mulheres e crianças, a fim de assegurar a responsabilidade

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individual por abusos dos direitos humanos e reparação para as vítimas;

b) para acompanhar e apresentar um relatório sobre a situação dos direitos humanos, em colaboração com o Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, inclusive sobre a situação dos refugiados retornados e pessoas deslocadas;

O Conselho também solicitou que a MINUSTAH cooperar e coordenar com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade do Caribe (CARICOM) na realização de seu mandato.

3.7 Resoluções 12

No inicio da Operação de Paz no Haiti, as resoluções iam para discussão no Conselho de Segurança de seis em seis meses, mas após o ano de 2007 passou a ser anual as resoluções foram:

200813

2007S/RES/1780 (2007) – 15 de Outubro de 2007.S/RES/1743(2007) – 15 de Fevereiro de 2007.

2006S/RES/1702(2006) – 15 de Agosto de 2006.S/RES/1658(2006) – 14 de Fevereiro de 2006.

12 Todas as resoluções encontram-se no site da MINUSTAH, no seguinte link http://www.un.org/Depts/dpko/missions/minustah/res.html.13 Resolução que será feita pelos participantes do MUNDI.

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2005S/RES/1608- 22 de Junho de 2005.S/RES/1601- 31 de Maio de 2005.

2004S/RES/1576 (2004) - 29 de Novembro de 2004S/RES/1542 (2004) - 30 de Abril de 2004S/RES/1529 (2004) - 29 de Fevereiro de 2004

3.8 Questões a serem debatidas

As forças de paz devem permanecer ou não no Haiti? Aumento do contingente no MINUSTAH? Os problemas estão sendo resolvidos da forma proposta no

mandato/resolução? Os grupos guerrilheiros já foram contidos? Os conflitos internos ainda estão ameaçando a paz no Sistema

Internacional?

V. INFORMAÇÕES ÚTEIS

1. Política Externa

Há vários meios de obtenção de informações acerca da política externa do país a ser representado. O primeiro deles é o site da Missão Permanente (Embaixada) do seu país na ONU. Os sites de todas as missões podem ser achados no seguinte sítio: < http://www.un.int/index-en/webs.html >. Outro meio é o site do Ministério das Relações Exteriores do seu país. Alguns sites de embaixadas trazem o link para essa página. O representante da Líbia, por exemplo, pode ainda entrar no Google e digitar as seguintes

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palavras: “mre14 Líbia”, “mfa15 Líbia”, ou “mofa16 Líbia”; assim, poderá encontrar o sítio do MRE com mais facilidade.

Finalmente, um meio útil para os que dominam língua inglesa é o site da embaixada do seu país em Washington. Procure no Google por “embassy (nome do país) washington”. Nesses sites, você poderá procurar por discursos dos diplomatas ou ministros do seu país sobre as operações de paz e citá-los durante as negociações ou no seu Documento de Posição Oficial – sempre mencionando a fonte, obviamente. Você é porta-voz do seu governo, e deve seguir a linha política traçada nesses discursos.

2. Como ler documentos da ONU

Os documentos da ONU são conhecidos por siglas e números, como 1780 (2007) e 60/288. A primeira corresponde a uma resolução do Conselho de Segurança, enquanto a segunda a uma da Assembléia Geral. Vamos nos deter apenas das resoluções do Conselho de Segurança. Elas são sempre numeradas assim: S/RES/1780 (2007). “S” indica que o documento é do Conselho de Segurança; “RES”, que é uma resolução.

Resoluções do Conselho de Segurança obedecem à numeração corrida, em vez de “zerar” a contagem a cada ano. Por isso, resoluções do CS chamam-se, por exemplo, S/RES/1373 (2001); o ano da resolução sempre aparece em parênteses, logo depois.

3. Como preparar resoluções

O grande objetivo da negociação é a elaboração em conjunto de um texto, a resolução. (Cheque a resolução traduzida e o modelo fornecido). Toda resolução se divide, basicamente, em duas partes: o preâmbulo e as cláusulas operativas.

14 MRE: Ministério das Relações Exteriores15 MFA: Ministry of Foreign Affairs16 MOFA: Ministry of Foreign Affairs

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- Preâmbulo: composto por cláusulas iniciadas por verbos no gerúndio (considerando, ressaltando, reafirmando, tendo em mente...)17 que devem explicitar o que foi discutido, porque tal assunto é importante e o que se deve ter em mente na hora de elaborar a resolução - Cláusulas operativas: iniciadas por verbos no presente do indicativo (decide, declara, encoraja, chama, clama, urge...) que indicam o que foi decidido a respeito do tema em discussão.i

VII. Documento base

Relatório do Secretário-Geral. Disponível em <http://daccessdds.un.org/doc/UNDOC/GEN/N08/466/45/PDF/N0846645.pdf?OpenElement> (Inglês) ou <http://daccessdds.un.org/doc/UNDOC/GEN/N08/466/48/PDF/N0846648.pdf?OpenElement> (Espanhol).

VIII. BIBLIOGRAFIA E LEITURAS RECOMENDADAS

Defesa @ Net. Disponível em: <http://defesanet.web.terra.com.br/haiti/minustah/>. Acesso em: 2 de março de 2009.Diário Vermelho. Portal Vermelho. Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/diario/2006/0112/0112_urano_suicidio.asp>. Acesso em: 2 de março de 2009.

Estudo dirigido. Universia. Disponível em: <http://www.universia.com.br/materia/imprimir.jsp?id=4130>. Acesso em: 9 de março de 2009.

17 O Manual do Participante do MUNDI fornece todas as expressões adequadas e mais comuns a documentos como estes.i Importante ressaltar que no dia do MUNDI o ambiente de simulação será o dia 15 de março de 2008. Sendo assim, iremos preparar a resolução de 2008.

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Folha online. São Paulo, 03 de fev. de 2006. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u92212.shtml>. Acesso em: 2 de março de 2009.

FONTOURA, Paulo Roberto C. T. “O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas”. Brasília: FUNAG, 1999.

LANNES, Ulisses Lisboa Perazzo. “O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz”. Disponível em: <http://www.iea.usp.br/iea/artigos/lannesmanutencaodapaz.pdf>. Acesso em 8 de março de 2009.

MATIJASCIC, Vanessa Braga. “Operações de Paz da ONU: a primeira experiência no Haiti”. <http://www.santiagodantassp.locaweb.com.br/br/simp/artigos/matijascic.pdf> Acesso em: 9 de março de 2009.

MINUSTAH - Exército Brasileiro. Disponível em: < http://www.exercito.gov.br/03ativid/missaopaz/minustah/histori.htm > Acesso em 16 de Fev. de 2009, às 10.53.

MINUSTAH – United Nations Organisation. Disponível em: < http://www.un.org/Depts/dpko/missions/minustah/ > Acesso em 16 de Fev. de 2009.

MINUSTAH - United Nations Organization. Disponível em: <http://www.un.org/Depts/dpko/missions/minustah/index.html>. Acesso em: 2 de março de 2009.

Nações Unidas no Brasil. Disponível em: < http://www.onu-brasil.org.br/conheca_orgaos.php >

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MELO, Raquel. “Os padrões de polícia civil no quadro de referência normativodas operações de paz da ONU: o caso do Haiti”. Revista Cena Internacional. Brasília: IREL, 2008, Vol. 10, n. 1, p. 97 – 124, 2008.

____________. “Construindo as operações de paz multidimensionais das Nações Unidas”. Disponível em: <http://www.tensoesmundiais.ufc.br/artigos/Revista%20No%202/Artigo-%20Raquel%20%20Bezerra.pdf>. Acesso em: 9 de março de 2009.

UNITED NATIONS PEACEKEEPING. Disponível em: <http://www.un.org/Depts/dpko/dpko/>. Acesso em 8 de março de 2009.

UNIVERSIA. “As Operações de Paz: desafios e mudanças”. Disponível em: <http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=4125>. Acesso em 8 de março de 2009.

Links úteis:

http://www.defesanet.com.br/

http://missaodepaz.wordpress.com/category/haiti-minustah/

http://www.un.org/Depts/dpko/missions/minustah/

http://www.un.org/Docs/sc/

http://www.exercito.gov.br/03ativid/missaopaz/minustah