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Guia de impostos: O que precisa de saber se vai vender a casa 9.12.2011, 17:23h Partilhar A venda de uma casa implica alguns cuidados com a declaração das mais-valias, ou seja, do lucro que é declarado ao fisco. Conheça os cinco pontos fundamentais 1. Na venda de um imóvel, as pessoas singulares devem acautelar que as eventuais mais-valias que venham a obter poderão estar sujeitas a tributação, em sede de IRS. 2. Tais mais-valias são apuradas pela diferença entre o “valor de realização” - que corresponde ao preço de venda do imóvel, ou ao valor que considerado para efeitos de

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Guia de impostos: O que precisa de saber se vai vender a casa9.12.2011, 17:23hPartilhar

A venda de uma casa implica alguns cuidados com a declaração das mais-valias, ou seja, do lucro que é declarado ao fisco. Conheça os cinco pontos fundamentais

1. Na venda de um imóvel, as pessoas singulares devem acautelar que as eventuais mais-valias que venham a obter poderão estar sujeitas a tributação, em sede de IRS. 

2. Tais mais-valias são apuradas pela diferença entre o “valor de realização” - que corresponde ao preço de venda do imóvel, ou ao valor que considerado para efeitos de liquidação do IMT, se este último for superior - e o “valor de aquisição”, que corresponde ao valor que foi considerado na aquisição para efeitos de liquidação de IMT (ou do anterior imposto municipal de SISA).  

O valor de aquisição deve ser corrigido pela aplicação de “coeficientes de desvalorização monetária”, para o efeito aprovados mediante portaria do Ministro das Finanças (que, actualmente, é a Portaria n.º 282/2011, de 21 de Outubro), sempre que tenham decorrido mais de 24 meses entre a data da aquisição e a data da venda.

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Devem ainda acrescer ao valor de aquisição os encargos com a valorização dos bens, comprovadamente realizados nos últimos cinco anos - isto é, relativamente aos quais existam facturas que comprovem que foram realizadas obras nos imóveis em causa -, e as despesas necessárias e efectivamente praticadas, inerentes à aquisição e alienação, incluindo os encargos suportados com mediadores imobiliários).

Caso venha a ser apurado um “saldo positivo” e o vendedor seja residente para efeitos fiscais em Portugal, este saldo é tributado em, apenas, 50% , sendo este englobado com o restante rendimento obtido nesse ano e que está sujeito às taxas gerais de IRS, que actualmente variam entre 11,5% e 46,5% para o último escalão, de rendimento colectável superior a Eur.153.300. Na prática, portanto, a totalidade desse saldo positivo (mais-valia) estará sujeito a imposto, assim, variável entre 5,75% e 42,25%.   Os dados relativos à venda do imóvel deverão ser incluídos no Anexo G da declaração anual de rendimentos - “Modelo 3” - do vendedor.  

3. Deve ter-se em atenção que, nos casos em que tenha sido celebrado contrato-promessa de compra e venda do imóvel em causa e, simultaneamente, o promitente-comprador passe, desde logo, a ter o imóvel à sua disposição - ou seja, passe a ser possuidor, o que ocorra, juridicamente, com a chamada “tradição” do imóvel, decorrente, por exemplo da entrega das chaves), a lei considera que o ganho é apurado logo neste momento, e não posteriormente, quando for celebrada a escritura de compra e venda, pelo que é no ano de celebração do contrato-promessa que deve incluir os dados relativos à venda da casa na sua declaração de rendimentos (Anexo G da referida declaração “Modelo 3” de IRS).  

4. Se o imóvel vendido tiver sido adquirido antes de 1 de Janeiro de 1989 - data que corresponde à da entrada em vigor do Código do IRS -, a mais-valia eventualmente apurada não estará sujeita a este imposto, já que o diploma que aprovou o Código do IRS prevê um regime transitório, nos termos do qual estão excluídos de tributação os ganhos que não estavam sujeitos ao antigo imposto de mais-valias, cujo Código foi revogado com entrada em vigor do Código do IRS e que não previa a tributação dos ganhos obtidos com a alienação onerosa de imóveis, à excepção de terrenos para construção.

Neste caso, os dados relativos à venda do imóvel devem ser, ainda assim, incluídos na declaração anual de rendimentos do vendedor, mas no Anexo G1 (“Mais-valias não tributadas”), e já não no referido Anexo G.   Uma vez que cabe ao vendedor fazer a prova de que adquiriu o imóvel em causa antes de 1 de Janeiro de 1989, deve possuir documento comprovativo da aquisição antes dessa data.  

5. Haverá, ainda, de atender ao regime do reinvestimento do valor de realização (preço de venda), que poderá resultar na exclusão de tributação das mais-valias eventualmente apuradas na venda da casa.

As condições para aplicação do regime de reinvestimento em causa são as seguintes:   O imóvel alienado ser destinado a habitação própria e permanente do vendedor sujeito passivo ,ou do seu agregado familiar, o que se afere, na prática, pelo facto de essa habitação corresponder à morada que constitui o domicílio fiscal das pessoas que nela habitavam até à data da respectiva venda.

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O valor de realização tem de ser deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a aquisição do imóvel;

Esse valor de realização tem de ser reinvestido na aquisição da propriedade de outro imóvel, de terreno para a construção de imóvel, ou na construção, ampliação ou melhoramento de outro imóvel exclusivamente com o mesmo destino, isto é, exclusivamente para habitação própria e permanente do sujeito passivo e do seu agregado familiar;

O imóvel adquirido deve estar situado em território português ou no território de outro Estado membro da União Europeia ou do espaço económico europeu, desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informações em matéria fiscais;

O reinvestimento (aquisição) tem de ocorrer no prazo de 36 meses contados da data da venda, ou nos 24 meses anteriores;Após aquele prazo, o imóvel terá de passar a constituir a habitação do adquirente ou do seu agregado familiar, até decorridos seis meses, ou, em caso de reinvestimento em terreno para construção, deve esta ser iniciada também até decorridos seis meses, excepto por motivo imputável a entidades públicas, ou deve ser requerida a inscrição do imóvel na matriz até decorridos 24 meses sobre a data de início das obras, devendo, em qualquer caso, afectar o imóvel à sua habitação ou do seu agregado familiar até ao fim do 5.º ano seguinte ao da venda;

É necessário que o vendedor declare a intenção de reinvestir o valor da venda, ainda que parcial, mencionando, no Anexo G da declaração de rendimentos (“Modelo 3”) respeitante ao ano da venda, o valor que tenciona reinvestir.

Alguns exemplos práticos:   Exemplo 1: João vendeu uma casa em 13 de Março de 2011, pelo preço de Eur. 250.000, sobre o qual pagou IMT, e que tinha adquirido por Eur. 100.000 em 21 de Janeiro de 1994. João realizou em 2008 obras que valorizaram efectivamente o imóvel em causa no valor de Eur. 20.000, relativamente às quais guardou as correspondentes facturas.

A agência de mediação imobiliária cobrou-lhe uma comissão de 5% do preço de venda (Eur. 12.500), tendo emitido, também, a respectiva factura.    Neste caso, o valor de aquisição tem de ser corrigido com o coeficiente 1,50, totalizando Eur. 150.000. Se acrescermos ao valor de aquisição, as obras realizadas nos últimos cinco anos e, bem assim, a despesa com a comissão da agência de mediação imobiliária, deverá considerar-se como valor de aquisição Eur. 182.500.  

Assim, a mais-valia corresponderá à diferença entre Eur. 250.000 e Eur. 182.500, o que totalizará 67.500. No entanto, uma vez que João é residente para efeitos fiscais em Portugal, este valor será considerado em apenas 50% (Eur. 33.750), englobado com o restante rendimento obtido por João em 2011 e sujeito às taxas gerais de IRS.  

Exemplo 2: Ana comprou uma casa, para sua habitação própria e permanente, em 5 de Junho de 2003, por Eur. 220.000, com recurso ao crédito bancário no valor de Eur. 200.000.

Entretanto, Ana casou-se com Jorge e passaram ambos a viver no referido imóvel, que passou a constituir a habitação própria e permanente do seu agregado familiar. Esta casa

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foi vendida por Ana em 25 de Maio de 2011 por Eur. 380.000, tendo o respectivo preço de venda sido utilizado em parte para amortizar o empréstimo para habitação que Ana tinha contraído, no valor que ainda faltava liquidar de Eur. 185.000.

O remanescente foi reinvestido numa casa que Ana e Jorge tinham adquirido 5 meses antes da venda, por Eur. 330.000. Não ocorreram despesas com obras de valorização do imóvel nem com agências de mediação imobiliária.   Desde logo,  e considerando que a casa vendida era apenas propriedade de Ana, a eventual mais-valia será apurada apenas na sua esfera, embora Jorge acabe por vir a pagar também o respectivo imposto, em virtude de serem casados e entregarem declaração de rendimentos conjuntamente. Da aplicação do coeficiente de correcção monetária, que, neste caso, é de 1,13, o valor de aquisição a considerar não será de Eur. 220.000, mas sim de Eur. 248.600. Por outro lado, do valor de realização total será apenas reinvestido o montante de Eur. 115.000, já que terá de ser deduzido do valor utilizado para amortização do empréstimo para habitação previamente contraído por Ana. Assim, o valor de realização deverá ser deduzido do valor reinvestido, devendo ser considerado para efeitos de cálculo da eventual mais-valia apenas um montante de Eur. 265.000.

Neste caso, será, pois, apurada uma mais-valia no montante de Eur. 16.400, que será tributada em apenas 50% (Eur. 8.200), devendo este montante ser englobado e sujeito às taxas gerais de IRS, entre 11,5% e 46,5%.  

Fonte: Dinheiro Vivo (Respostas da autoria de Rogério M. Fernandes Ferreira  e Mónica Respício Gonçalves)

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Artigos recentes

Como controlar a venda do imóvelEliseu Mateus • 10 de Outubro de 2012 • 1 Comentário

Será que devemos nos contentar com o acaso quando colocamos o nosso  imóvel para venda? Porque é que uns imóveis se vendem e outros não? Se um imóvel não se está a vender, o que é que podemos fazer? Como podemos melhorar o processo de promoção do imóvel?

Apresento-vos o Triângulo de Sucesso da Venda Imobiliária! Este é um modelo de análise e de planeamento da venda. Permite ao proprietário saber o que fazer para controlar a venda do imóvel.

Triângulo do Sucesso da Venda Imobiliária

Este é o modelo mais importante que eu próprio uso para obter o sucesso para os meus clientes proprietários.

No vídeo, eu explico, passo a passo, como aplicar esta ferramenta de pensar à venda de um imóvel.

Um imóvel vende-se quando 3 fatores principais se alinham: Produto, Promoção e Preço. Se estes elementos são fortes, a casa vende-se. Se algum deles é fraco, é muito provável que a venda esteja a correr mal.

É um pouco como o triângulo do fogo. O fogo vive quando existe combustível, temperatura alta e comburente. Sem um destes elementos, o fogo não vive, ou seja, não há chama. Na venda de um imóvel ocorre o mesmo, só que os elementos são outros.

Este modelo de Produto, Promoção e Preço, é também baseado nos 4 P’s do Marketing. O 4º P é o “Placement”, ou seja, a distribuição. No entanto, como modelo para proprietários e agentes imobiliários, este 4º P não se aplica. É claro que podemos sempre complicar tanto quanto queiramos. No entanto um modelo de pensamento (uma ferramenta de pensar) pretende-se que seja simples, muito prática e que crie resultados.

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Sugiro que veja o vídeo cuidadosamente. São cerca de 8 minutos que podem fazer uma enorme diferença na promoção de um imóvel e evitar meses de espera devido a erros de gestão.

Espero que seja útil.

 

 

Como obter a licença de habitaçãoEliseu Mateus • 21 de Agosto de 2012 • 2 Comentários

(Se o vídeo não estiver disponível é por causa do Flash Player instalado no seu computador. Não há problema: clique aqui para ir para o Youtube diretamente: http://www.youtube.com/watch?v=G7YQ6bcKxPc&list=UUS4vSqKhQbSNuB_0lurh8zg&index=1&feature=plcp )

No âmbito do imobiliário, uma licença de habitação (ou licença de utilização para habitação) é um dos documentos necessários para se poder vender uma casa. Esta licença é emitida pela Câmara Municipal. Este documento pode assumir várias formas que varia de câmara para câmara. Aparentemente cada câmara tem suficiente autonomia para emitir esta licença de modo diferenciado. (Neste artigo, parto do pressuposto que a licença existe e que o proprietário apenas está interessado em fazer prova de que existe para poder vender a sua casa.)

No documento pode constar a expressão “Licença de Utilização”, “Licença de Habitação”, “Alvará de Utilização”, etc… Esta licença tem um número e uma data de emissão. Esses são os dados que vão constar no texto da escritura (ou contrato de compra e venda). De acordo com o Código Civil, a licença de utilização é um documento obrigatório para que a transação ocorra. Em rigor, poderão haver exceções e particularidades. Como não somos juristas nem pretendemos ser, o melhor mesmo é ficar com este dado simples: a licença de utilização é um dos documentos obrigatórios para a venda da casa.

Para mais detalhes, deve sempre esclarecer-se com um advogado ou solicitador.

Na prática, é provável que quando pensar em vender a sua casa não tenha claro se tem, ou não, este documento consigo. É também provável que não o consiga identificar no meio dos muitos papéis quem tem algures nos seus arquivos. Vamos então ver o que podemos fazer a este respeito. Procure primeiro nos seus documentos por algum documento original onde esteja uma das expressões acima como parte do título. Se encontrar, leia-o atentamente. Embora havam muitas variantes, deve haver uma menção à morada (atual ou antiga), um número e uma data de emissão. O texto pode ainda referir que a licença é atribuída ao prédio na totalidade ou apenas a determinadas frações. A sua fração (caso seja um apartamento) poderá estar indicada por uma letra

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(ou letras), ou então ao número do piso e letra da porta (exemplos: fração “A”, fração “AB”, “piso 1 –  3º andar Esquerdo”, piso -2   – letra B, etc…).  Se ler com atenção, verá que o que lá está escrito vai fazer sentido para si.

É importante verificar se o documento encontrado é um original (com selo branco ou com carimbo e assinatura, etc…) . Se não for original, servirá para sabermos os dados (número da licença e data de emissão), mas não será suficiente para fazer prova aquando da escritura. Ou seja, se não for apresentado o original, o notário, advogado ou conservador não pode aceitá-lo como válido.

Como obter a licença de utilização

A detentora do arquivo de licenças de utilização é a entidade que os emite: a Câmara Municipal. Isto é importante porque é a esta entidade que deve dirigir-se para obter uma espécie de “segunda via” deste documento. Na prática, a Câmara vai emitir uma certidão onde vai constar os dados necessários. Lembra-se? Número e data de emissão.

Mostro aqui um exemplo de um Alvará de Licença de Utilização emitido pela Câmara Municipal de Lisboa, apenas para ilustrar o que é.

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Exemplo de Licença de Utilização

Nesta certidão também pode estar escrita uma correspondência toponímica. O que é isso? Por exemplo, se uma urbanização está organizada por lotes e depois se dão nomes às ruas, a documentação inicial poderá identificar o prédio com o número de lote e, passados alguns meses ou anos, poderá haver documentos que identificam o prédio com o número da porta. O número da porta também pode ser designado como ‘número de polícia’. Então, ponha-se na pele do notário: como é que você sabe que o lote 12 é a mesma coisa que Rua da Fraternidade, Nº 23 ? Quem pode certificar esta correspondência é a própria Câmara Municipal. Então esta escreverá na licença algo

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como: “Certifica-se também que o referido prédio foi anteriormente designado como lote 34″ . Isto é a correspondência toponímica.

Se a venda for mediada, o agente imobiliário vai ajudá-lo neste assunto. Se não, pode sempre falar com um solicitador ou advogado para estar certo do que está a fazer.

Há ainda duas outras possibilidades de fazer prova de que a Licença de Utilização existe: última Escritura Pública ou averbamento no registo da Conservatória do Registo Predial. Se tiver consigo o original da Escritura Pública de compra e venda do imóvel e lá estiver inscrita a informação da Licença de Utilização, o mais provável é que o Notário ou Conservador que for fazer a próxima escritura (mais em rigo, o Contrato de Compra e Venda), aceite essa escritura anterior como prova.

A outra possibilidade que mencionei acima – averbamento da licença na última escritura – é uma coisa que está a acontecer mais e mais vezes. Agora, quando há a venda de uma das frações do prédio, o Notário ou o Conservador que faz a escritura, faz o averbamento (ou pedido de averbamento) do número da licença no Registo da Conservatória correspondente a todas as frações. Ora isso é ótimo porque o registo da conservatória passa a ter as duas valências: registo predial e prova da existência de Licença de Utilização. Por isso, confirme se no seu caso a Licença de Utilização está averbada no Registo Predial.

Este assunto pode ser tão complexo como o queiramos tornar. O meu conselho é que pergunte se não souber. Leia bem porque o documento estará escrito em português. Embora alguns termos lhe possam ser estranhos, alguns outros termos ajuda-lo-ão a identificar o documento certo.

Espero que esta informação possa ser útil!

Os imóveis também se vendem no VerãoEliseu Mateus • 11 de Agosto de 2012 • 0 Comentários

Há um mito generalizado no Mercado de que no Verão tudo pára e que as casas são mais difíceis de vender porque as pessoas estão  de férias, especialmente em Agosto. É sobre este mito que vos desejo abordar.

É verdade que há muitas pessoas que estão de férias em Julho e Agosto. E é verdade que é mais difícil fazer algumas visitas quando as pessoas estão fora. Mas há um fenómeno que consegue contra-balançar o efeito letárgico das férias: o bom humor!

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Os imóveis também se vendem no Verão

No Verão as pessoas sentem-se melhor. Há menos trânsito da estrada e menos stress generalizado. Os miúdos estão em casa, o que na maior parte das vezes significa que não é necessário ir levá-los de manhã a lado nenhum nem ir buscá-los no final da tarde a esse mesmo lado nenhum.

As pessoas estão mais livres e sentem-se melhor. Há mais disponibilidade emocional para tomar decisões! Este é o ponto a que eu quero chegar.

Os imóveis também se vendem no Verão.

Pela minha experiência, as melhores decisões de compra são tomadas quando há menos stress. O stress tende a enfraquecer o poder de decisão. “Comprar é um perigo porque se pode falhar”, pensamos nós na nossa condição mental mais primitiva. Quando estamos em stress, é mais fácil fugirmos da decisão de compra. No Verão as pessoas sentem-se melhor e a situação inverte-se. Logo, por causa deste fenómeno extremamente positivo, muitos negócios são feitos em pleno Agosto.

Pode ser que estatisticamente não seja assim. Mas isso explica-se pelo facto de que as pessoas tendem a crer que o mito é verdadeiro e não fazem qualquer esforço de promoção. Pior do que isso, tendem a ausentar-se sem deixar nenhum meio para mostrar as suas casas na sua ausência. Para quem está a vender sem mediação e sem qualquer apoio familiar, talvez a ausência seja justificada porque todos precisamos de fazer algumas férias. Mas quem está a vender com mediação comete um erro crasso ao não deixar o profissional trabalhar na sua ausência.

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Por isso, o meu conselho é este: não menospreze o Verão quanto à venda da sua casa! Pode haver menos pessoas, mas há mais capacidade de decisão porque o tom emocional está mais elevado nesta época.

Como fazer uma boa descrição do imóvelEliseu Mateus • 11 de Agosto de 2012 • 0 Comentários

Quer esteja a tentar vender sozinho, quer esteja a vender com mediação, você deve preocupar-se com cada detalhe da venda do seu imóvel. A descrição é um desses detalhes. Isto não significa que uma boa descrição, por si só, venda o imóvel. O segredo está em combinar múltiplas e pequenas vantagens.

Então…

Como fazer uma boa descrição do imóvel?

O princípio básico de uma boa descrição assenta num facto indesmentivel de que o potencial comprador que avançar efetivamente para a compra fá-lo por achar que está a fazer um excelente negócio.

Ninguém compra uma casa “mais ou menos” e por um preço “assim-assim”. Você não diz: “quero uma casinha mais ou menos, por um preço altozinho num sítio satisfatorizinho, etc…”

Como fazer uma boa descrição do imóvel

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Você diz: “quero uma casa com uma boa sala, numa localização que valha a pena”. Você diz: “quero um T2 que esteja por um bom preço – tem que ser um bom negócio!”.

O segredo é este: quando descrever a sua casa para vender, faça-o a pensar nesse comprador que a vai comprar. A pergunta é: “quem aceitar comprar esta casa fá-lo-á porquê?”

Não há pessoas sem defeitos – homens sem defeitos, mulheres sem defeitos – , não há artistas sem defeitos ou arte sem defeitos. Logo não serão as casas os derradeiros objetos imaculados sem defeitos. Mas há facto incrível, sem pensarmos nele: há homens com excesso de peso que são casados e felizes, há mulheres que não são propriamente modelos e que também são casadas e felizes. Foram as qualidade, e não os defeitos, que atraíram os respetivos parceiros. Nas casas acontece o mesmo fenómeno: as virtudes de cada casa leva a que o comprador aceite avançar para ser o seu novo proprietário. Tolerar os defeitos fará parte da decisão.

Uma casa pode estar com os quartos virados a norte, por exemplo. Em Portugal isso não é geralmente muito apreciado. Logo, para quê salientar esse ponto na descrição em vez de salientar a sala magnífica que a casa tem, por exemplo?

O estar virado a norte pode ser um defeito para uma maioria, mas ser um defeito tolerável para o futuro comprador. E pode até nem ser um defeito. Então, deixe que seja o potencial comprador a verificar esse facto na visita!

A descrição não tem a obrigação de dizer e explicar tudo! A visita é parte do processo de compra!

Se o comprador, que ainda não viu as virtudes da casa, vê salientados na descrição os seus defeitos, não é justo para si, como proprietário, nem para o próprio comprador.

Um descrição que eu não recomendaria seria: “T2 com uma pequena sala, um pequenino hall, com um quarto virado a norte e uma cozinha grande”. Em vez disso, eu escreveria: “Magnífico T2, muito bem localizado, situado num prédio de boa construção, perto de comércio e transportes, etc…”. Naturalmente isto teria que ser tudo verdade.

Há três regras de boa fé que deve ter em conta:

Uma regra vital: o que você escrever não pode ser mentira.

Outra regra importante: o que você escrever não pode ser enganoso.

Por fim: Você pode omitir defeitos, mas não deve omitir um facto que você sabe que é notoriamente condicionante para a compra. Ou seja, algo que você, se estivesse do lado de lá, gostaria de saber antes de aceitar fazer a chamada telefónica para fazer a marcação. Por exemplo: se uma das assoalhadas não tem janelas essa é uma omissão que não deve fazer se considerar essa assoalhada como estando a contribuir para a definição da tipologia. Por exemplo, se um T2+1 for na realidade um T3 com uma divisão interior, você sabe que esse facto é demasiado limitativo e deve mencioná-lo na descrição caso decida designar o apartamento como sendo um T3. Se estivesse do lado

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de lá, jamais de lembraria de perguntar se todos os quartos têm janelas. É uma questão também de bom senso.

Utilize adjetivos que valorizem mas que sejam pertinentes

Um T2 será sempre um “magnífico T2″ para quem o comprar. Se não for “magnífico” o comprador não o comprará. Assim, veja o imóvel como quem vê a beleza numa pessoa. Saliente o que o imóvel tem de bom e coloque adjetivos aí sem constrangimentos. Por exemplo, se um apartamento estiver todo velho e para remodelar, você pode escrever: “T2 com um excelente potencial, numa localização soberba, para poder remodelar a seu gosto.”. Se é para remodelar, naturalmente não se pode dizer que tem bons acabamentos. Mas há quem procure apartamentos para remodelar a seu próprio gosto. Ora, é para essas pessoas que nós vamos descrever os nossos imóveis.

Os adjetivos “grande”, “enorme” e todos os seus sinónimos podem ser utilizados sempre que conheça bem a comparação que está a fazer. Mas, neste caso é preferível colocar as medidas. Por exemplo, uma sala de 50 m2 no centro de Lisboa é, comparavelmente “uma sala grande”. Mas o que é grande para mim pode não ser para si. Neste caso eu escreveria: “Apartamento com áreas bastantes generosas das quais se salienta a sala, com 50 m2″. Assim, o potencial comprador saberá o grande que é.

Por fim, o preço é uma característica do imóvel a partir do momento em que este esteja no Mercado. E você pode (e deve) usá-lo sempre que o motivo de compra seja o preço. Você pode escrever: “Magnífico oportunidade de investimento – apartamento com localização soberba no centro de Lisboa, para remodelar a gosto”. Ou pode ir mais longe e falar com o leitor: “Procura um imóvel por um excelente preço para poder investir em segurança? Apresento-lhe este magnífico T4 localizado num prédio de excelente construção, com áreas muito boas e uma exposição solar muito apreciada (Nascente-Poente)”.

Em resumo, seja direto, seja verdadeiro e não seja enganoso, mas não saliente os defeitos desnecessariamente. Dirija o seu texto à pessoa que vai comprar o apartamento que você ainda não precisa de saber quem é.

A descrição é apenas um detalhe de todo o processo mas pode ser importante e não há necessidade de perder essa vantagem por negligência ou por desconhecimento. Se não estiver seguro sobre este assunto, confie na mediação – os profissionais estão treinados para descrever a sua casa da forma mais eficaz possível. Se tiver dúvidas, ligue-me!

Entrevista a Eliseu Mateus na SICEliseu Mateus • 7 de Agosto de 2012 • 0 Comentários

É uma evidência inegável que estamos a atravessar uma crise imobiliária que nos afeta bastante. A conversa que eu tive com a SIC foi bastante mais longa e nela eu tive oportunidade de falar de soluções e novos pontos de vista.

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No essencial, o que eu referi foi que o arrendamento é uma solução para a situação atual em que o crédito à compra é mais escasso.

Entrevista a Eliseu Mateus na SIC

Aqui está o excerto da peça que passou no dia 7 de Agosto de 2012.

 

 

Para ver a peça tal como foi publicada na SIC: http://sicnoticias.sapo.pt/1685221

 

Como decidir preço de imóvelEliseu Mateus • 18 de Julho de 2012 • 0 Comentários

Quando estiver a vende a sua casa coloque um preço de venda que seja viável e não um valor fantasiosamente elevado.

Neste pequeno vídeo, explico em pouco mais de 3 minutos um conceito que pode poupar literalmente anos da sua vida e da vida da sua família.

Não pense que se colocar o preço muito alto, no final vai conseguir vender acima do preço de Mercado. Na realidade ocorre exatamente o contrário.

Se continuar com dúvidas a este respeito, cá estarei para o aconselhar.

Como obter o impresso do Modelo 1 do IMIEliseu Mateus • 16 de Julho de 2012 • 0 Comentários

Esta é uma dica que poderá dar a quem estiver a comprar a sua casa – como obter o impresso do Modelo 1 do IMI.

Este impresso é necessário para que o comprador possa, após a escritura, fazer a atualização do imóvel nas Finanças. Esta declaração é necessária sempre que o imóvel ainda não tenha sido atualizado ao abrigo da lei mais recente do IMI. Pode verificar isso de uma forma muito prática. As casas que já foram atualizadas ao abrigo das novas

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regras têm, na caderneta predial, a descrição de um determinado número de dados inscritos dentro de pequenos retângulos.

Dados que aparecem na caderneta predial

Se a caderneta predial não contiver estes dados, o imóvel tem que ser avaliado após a escritura.

Ok, então…

Como obter o impresso do Modelo 1 do IMI

Há um prazo legal para a entrega do Modelo 1 e o tempo passa a correr! Explique ao comprador que esta é uma obrigação legal dele e não sua.

Para fazer a declaração, o comprador deve ter consigo:- uma cópia simples da escritura de compra e venda;- plantas oficiais fornecidas pela Câmara Municipal para efeitos de IMI;- um impresso de pedido de averbamento – pode obter-se nas Finanças;- um impresso do Modelo 1 do IMI.

Este impresso pode obter-se diretamente através do seguinte endereço:

www.portaldasfinancas.gov.pt/de/impressos/IMIMod1.pdf

E tem o seguinte aspeto:

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Aspeto do impresso do IMI – Modelo 1

Para ter mais informações oficiais sobre IMI, visite esta página que contém perguntas e respostas:

http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/apoio_contribuinte/guia_fiscal/imi/FAQ_imi2.htm

Espero que esta informação ajude!