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Guia de Saídas Profissionais NED/AAC 2015

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Guia de Saídas Profissionais NED/AAC

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guia de saídas profissionais

NED/AAC 2015

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Introdução

Todos sabemos que a última saída da Porta Férrea traz consigo uma imensidão de

desafios para os quais, as mais das vezes, não nos sentimos preparados: a entrada no

mercado de trabalho e o ingresso na profissão, que a antecede.

Temos, pois, consciência dos sacrifícios que a competição existente “lá fora” inflige a

todos os recém-licenciados, bem como do longo e duro caminho que somos obrigados a

percorrer para ingressar em algumas das profissões jurídicas mais pretendidas.

Acresce que em Coimbra, em particular, pensamos na saída mais tarde do que o indicado.

Talvez pelo meio envolvente, quiçá pelo carácter do ensino ministrado. Parece-me, de

todo o modo, importantíssimo proporcionar o acesso rápido e fácil à informação mais

relevante no que respeita ao acesso à profissão e à entrada no mercado de trabalho.

Este guia, na senda da aproximação dos estudantes da Faculdade de Direito da

Universidade de Coimbra ao seu próprio futuro, pretende precisamente concentrar essa

informação e permitir o acesso à mesma através de uma simples consulta.

Faço votos que seja útil a todos os estudantes de Direito no "momento da partida”.

Saudações Académicas,

Alexandre Amado.

Presidente do NED/AAC

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Caros Colegas,

É com muito gosto que vos apresento o Guia de Saídas Profissionais 2015 elaborado pelo

Núcleo de Estudantes de Direito da Associação Académica de Coimbra (NED/AAC).

Depois de feito um trabalho de revisão do guia do ano transato e de pesquisa das

alterações feitas, cumpre-me, desde já, deixar um enorme agradecimento à equipa que no

ano passado realizou um excelente trabalho de investigação e reunião das informações

mais importantes que nos facilitou em larga medida o trabalho deste ano. Agradeço

igualmente o inestimável trabalho que os colaboradores do Pelouro das Saídas

Profissionais imprimiram na elaboração deste importante manual.

Pretendo que este Guia vos seja um útil instrumento na fundamental escolha da profissão

jurídica pela qual pretendem enveredar, pelo que, com alguma exaustão, são aqui

explanadas as principais Saídas Profissionais que o Curso em Direito abrange.

Em traços muito sucintos, este Guia é composto, numa primeira parte, por informações e

conselhos relativos ao mercado de trabalho, designadamente a elaboração do Curriculum

Vitae, o modo de resposta a um anúncio de emprego e, por fim, indicações relevantes a

ter em conta numa Entrevista de Emprego. Numa segunda parte, encontrarão as

principais Saídas Profissionais do Curso de Direito descritas com bastante minúcia, desde

logo no tocante aos requisitos de acesso à profissão bem como às diferentes etapas pelas

quais terão de passar caso optem por ingressar numa destas profissões jurídicas.

Por último, despeço-me, deixado os meus votos das maiores felicidades académicas e

profissionais a todos vocês, esperando que todo este trabalho vos seja bastante profícuo.

Saudações Académicas,

Joana Sá Pereira

Coordenadora-Geral das Saídas Profissionais do NED/AAC

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Índice

Conselhos para o Mercado de Trabalho

I. Curriculum Vitae

7

II. Modo de Resposta a um Anúncio de Emprego /Estágio

10

III. Entrevistas de Emprego

13

As Saídas Profissionais em Direito

IV. Advocacia

16

V. Carreira Diplomática

20

VI. Carreira do Docente Universitário

24

VII. Julgados de Paz

27

VIII. Magistratura

31

IX. Polícia Judiciária

34

X. Registos e Notariado

37

XI. Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

42

XII. Solicitadoria

46

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I. Curriculum Vitae (CV)

O Curriculum Vitae é um documento de apresentação pessoal que deve ser exibido

perante as entidades empregadoras. A importância do Currículo é hoje indiscutível,

devendo este contar com uma boa apresentação, uma linguagem correta e frontalidade.

Este documento servirá de primeiro contacto, ainda que indireto, entre aquele que quer

um emprego e aquele que o poderá oferecer.

Um bom CV é indispensável para aquele que concorre a determinado emprego, devendo

ser visto como uma arma persuasiva, que deve despertar no empregador a vontade e a

curiosidade de conhecer pessoalmente o candidato, através de uma entrevista de emprego.

1. O CV deve conter:

Dados pessoais: Morada (morada estratégica, o empregador poderá excluir

candidatos devido a disparidades geográficas – se necessário colocar a morada

de um amigo ou familiar); Contactos (telefone, telemóvel, fax, e-mail) –

quantos mais melhor; Estado Civil (se o favorecer); Carta de Condução (se

tiver, caso contrário não faça referência); Nacionalidade(s).

Dados Académicos: Curso (referir a média se tal o favorecer, nome do

estabelecimento de estudo e ano em que acabou o curso); Quaisquer cursos

extras realizados; Erasmus ou estudos fora do país; Línguas (conhecimentos

escritos e orais); Conhecimentos Informáticos.

Experiências extracurriculares: Voluntariado (se esteve a trabalhar mas não

descontou ou tem dificuldades em provar o exercício dessa atividade é

aconselhável que a qualifique como voluntariado); Associativismo;

Participação em grupos desportivos e culturais; Presença em conferências ou

seminários; Evitar referências a partidos políticos e crenças religiosas.

Experiências profissionais: Referir todas as experiências, tendo em especial

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atenção aquelas que mais relevam para a posição a que se candidata (sempre da

experiência mais recente para a mais antiga); Quando às experiências

profissionais deve indicar a empresa, tempo que permaneceu e as funções e

responsabilidades inerentes ao cargo; Estágios.

2. Regras do CV:

Utilizar folhas A4;

Redigir na 1ª ou 3ª pessoa;

Evitar parágrafos muito extensos (procurar ser sucinto, qualquer explicação

adicional deverá ser guardada para a entrevista);

Utilizar verbos de ação (atingir, concretizar ou realizar);

Os números não deverão ser escritos por extenso;

É indispensável que o currículo não contenha erros ortográficos e gramaticais,

se necessário submeta-o a vários testes e peça para algumas pessoas detetarem

tais erros;

Datas escritas sempre da mesma forma;

Escrito em computador;

Não deve exceder 2 páginas, 3/4 se houver experiência profissional (só

frentes);

Palavras simples e concretas;

Frases curtas.

3. Exemplo de CV Funcional:

Dados Pessoais

António Manuel Moreira

Morada: Avenida 25 de Abril n.º ** | 4540 - 102 Coimbra

Telefone: 239 xxx xxx | 9xx xxx xxx

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Data de Nascimento: 10 de Novembro de 1975

E-mail: ***********@*******.pt

Carta de Condução: nº *************

Formação Académica

2008/2012 - Licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de

Coimbra.

Formação Complementar

2007 - Formação Pedagógica Inicial de Formadores promovida pela Empresa Aula Zero,

com uma carga horária de 100 horas.

Conhecimentos de Informática e Informações

Conhecimentos de Informática na ótica do utilizador.

Carta de Condução.

Conhecimentos de Línguas

Conhecimentos em inglês e francês.

Informações Complementares

Viatura própria.

Passatempos: prática de desporto, canoagem, literatura, cinema, música.

Coimbra, ** de ** de 2012

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II. Modo de Resposta a um Anúncio de Emprego/Estágio

A Carta de Candidatura contém a Carta de Apresentação e o Currículo resumido, e

aborda os seguintes temas:

• Descrição de competências técnicas, profissionais e pessoais.

• Habilitações escolares e profissionais;

• Experiência profissional;

• Título do posto de trabalho;

• Fonte do anúncio.

1. Carta de Apresentação:

A Carta de Apresentação, que deverá ser apensada ao CV, visa dar a conhecer ao

empregador o interesse do candidato na ocupação do cargo. A Carta de Apresentação

deve conter o nome do remetente e destinatário, local e data de onde é escrita, o corpo da

carta e assinatura do candidato.

O corpo da carta, que deve ser breve e sucinto, visa elucidar o empregador da razão do

interesse na ocupação do cargo em causa, tendo o candidato de demonstrar algum

conhecimento sobre a empresa para a qual procura ir trabalhar.

2. Exemplo de Anúncio de Emprego:

Recém-licenciados

Empresa no sector bancário: referência n.º 53

Descrição da função: a função consiste em trabalhar no Departamento de Recursos

Humanos dando apoio aos processos de recrutamento.

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Perfil do Candidato:

Licenciados em Direito com média igual ou superior a 14 valores;

Bons conhecimentos de informática na ótica do utilizador (Excel);

Disponibilidade imediata para trabalhar em Lisboa, em full-time, durante 6

meses.

Oferecemos situação de trabalho em instituição de prestígio no sector financeiro.

Observações: todos os candidatos interessados deverão enviar CV com urgência para o e-

mail: [email protected]

Grupo Ego

Rua Joaquim António de Aguiar, n.º 35

1070 - 149 Lisboa

3. Exemplo Carta de Candidatura:

Luís António Vicente

Rua da Horta Nova, 45 - 6000 Castelo Branco

[email protected]

96 111 22 36

Grupo Egor

Rua Joaquim António de Aguiar, n.º 35

1070 - 149 Lisboa

Em resposta ao vosso anúncio, com a referência n.º 53, publicado no “Jornal de Notícias”

no dia 19 de Março 2012, relativo a uma vaga na vossa empresa, venho apresentar a

minha candidatura ao lugar referido, na oferta acima mencionada.

Tenho 24 anos e terminei a licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da

Universidade de Coimbra. Sou uma pessoa responsável e organizada, capaz de trabalhar

em grupo ou individualmente. Nas atividades em que me tenho envolvido, tenho dado

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provas de flexibilidade e iniciativa. Estou disponível para uma entrevista e, desde já o

interesse que a minha candidatura lhe possa merecer.

Na expectativa de ser brevemente contactado, apresento os meus melhores

cumprimentos.

Coimbra, 20 de Março de 2012

Luís António Vicente

Anexo: CV

4. Exemplo de Carta Espontânea:

Identificação

(nome, morada, telefone, e-mail)

Coimbra, dia, mês e ano

Exmo./a. Sr.(a) Diretor(a):

Tenho conhecimento que a vossa empresa se encontra em franca expansão. A minha

experiência profissional é diversificada. Trabalhei durante xx anos por conta própria,

como colocar a função……… trabalho como ******** desde há ** anos, numa grande

empresa de *****. Avizinha-se, agora, a reestruturação desta empresa, com a extinção de

vários postos de trabalho.

Como pensei que a minha experiência poderá ser enriquecedora para a vossa empresa,

espero ter a oportunidade de, numa próxima entrevista, poder fornecer informações mais

pormenorizadas.

Subscrevo-me com a máxima consideração,

Atentamente,

Anexo: CV

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III. Entrevistas de Emprego

Numa Entrevista de Emprego o candidato(a) deve-se encontrar preparado(a) para explicar

cada passo do percurso profissional, ler cuidadosamente o CV, responder a questões

sobre a empresa, não omitir a verdade acima de tudo, evitar frases feitas (o recrutador

pretende avaliar a capacidade de raciocínio), não monopolizar a conversa (não saber

ouvir é sinónimo de não saber responder) e ainda, possuir uma aparência cuidada.

1. Abertura de uma Entrevista:

Na abertura de uma Entrevista de Emprego o candidato(a) deve procurar criar um bom

clima de entendimento entre o entrevistador e a sua pessoa. Deve mostrar ser uma pessoa

alegre, entusiasta, apelativa, olhar de frente e começar a entrevista com mentalidade de

vencedor e não de vencido.

O candidato(a) não deve tomar a iniciativa em primeiro lugar, deve esperar que lhe

estendam a mão, que lhe dirijam a primeira palavra. Deve chegar 5 minutos mais cedo, se

o(a) fizerem esperar, não se deve descontrolar, deve ler ou conversar com as pessoas

enquanto aguarda. Numa entrevista o(a) candidato(a) deve sempre aguardar o convite

para se sentar.

2. Como Agir numa Entrevista:

• Manifestar conhecimento sobre a empresa;

• Mostrar como a sua experiência/capacidade pode contribuir para resolver os

problemas da organização.

3. Evitar numa Entrevista:

• Chegar com muita antecedência ou atrasado(a);

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• Sentar no bordo da cadeira;

• Responder por monossílabos;

• Dar informações confidenciais sobre empregos anteriores;

• Apresentar-se como alguém que duvida demasiado de si;

• Alongar-se demasiado com questões pessoais;

• Fazer bluff (tentar enganar);

• Cortar a palavra ao entrevistador;

• Apresentar-se como Super-homem/mulher;

• Fumar sem autorização.

4. Perguntas Frequentes em Entrevistas:

• Quais são os seus objetivos a curto, médio e longo prazo?

• O que deseja obter na nossa empresa?

• Dentro das suas aptidões e capacidades, quais são aquelas que lhe permitem pensar

que terá êxito neste emprego?

• Como pensa contribuir e, de que modo, para o desenvolvimento da nossa empresa?

• Porque respondeu ao nosso anúncio?

• Quais foram as outras empresas que contactou?

5. Fatores de Eliminação de um(a) Candidato(a):

• Desinteresse pela firma e pelo sector;

• Não quer deslocar-se;

• Chegar tarde à entrevista sem motivo válido;

• Falta de interesse e de entusiasmo, passividade, indiferença;

• Falta de confiança em si próprio, estar pouco à vontade;

• Má apresentação geral;

• Não fazer perguntas sobre o lugar (emprego);

• Muito agressivo, satisfeito consigo, sabe tudo, complexo de superioridade;

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• Resposta muito longa ou muito lenta às perguntas feitas;

• Não suporta a crítica;

• Apenas interessado em dinheiro.

Deste modo podemos concluir que o vosso próximo trabalho é a procura de emprego,

tudo o que apresentarem tem de ser verdadeiro, assim o CV constitui o vosso BI

profissional.

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IV. Advocacia

A Advocacia é a área sobre a qual incide, principalmente, a preferência dos licenciados

em Direito. Mas mais do que uma saída de banda larga em que não há numerus clausus, a

advocacia é uma profissão que inspira e apaixona e, apesar do romance que está inerente

às representações televisivas e cinematográficas, qualquer advogado constatará que

apesar de as coisas não se passarem como se vê no ecrã, o sentimento é

fundamentalmente o mesmo – a defesa apaixonada de uma causa.

Os Advogados colaboram na administração da justiça, competindo-lhes de forma

exclusiva, com as exceções previstas na lei, exercer o patrocínio das partes, dar pareceres,

aconselhar, bem como orientar no que diz respeito aos litígios.

O exercício da Advocacia exige aos licenciados em Direito a sua comprovação no ato de

inscrição na Ordem dos Advogados e a realização de um Estágio, período durante o qual

são designados de Advogados Estagiários.

O Estágio tem como finalidade ministrar ao Advogado Estagiário a formação adequada

ao exercício da atividade profissional, de modo a que possa vir a desempenhar a mesma

de forma capaz e responsável, designadamente nas suas vertentes técnica e deontológica.

1. Inscrição:

A inscrição dos Advogados Estagiários obedece às disposições do Regulamento Nacional

de Estágio (Reg. 52-A/2005, de 1 de Agosto) e do Regulamento de Inscrição de

Advogados e de Advogados Estagiários (Reg. 232/2007 da OA), ambos aprovados pela

Ordem dos Advogados.

Para o ato da inscrição é necessário que o candidato tenha obtido a licenciatura em

direito, que entregue toda a documentação exigida no art.º 6ºdo Reg. 232/2007 da OA,

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que não esteja ferido de qualquer restrição constante do art.º 3 do mesmo diploma e ainda

que proceda ao pagamento da inscrição.

O requerimento de inscrição de advogado estagiário é apresentado junto do conselho

distrital competente em razão do domicílio do patrono.

2. Estágio:

O Estágio destina-se a habilitar e certificar publicamente que o candidato, licenciado em

Direito, obteve formação técnico-profissional e deontológica adequada ao início da

atividade e que cumpriu os demais requisitos impostos pelos Estatutos e Regulamentos

para a aquisição do título de Advogado.

O Estágio tem a duração de 24 meses (podendo em alguns casos ser alargado) e

compreende 2 fases: Fase de Formação Inicial e a Fase de Formação Complementar.

2.1. Fase de Formação Inicial:

O Estágio nesta primeira fase tem a duração de 6 meses. Destina-se a garantir a iniciação

aos aspetos técnicos da profissão e um adequado conhecimento das suas regras e

exigências deontológicas, assegurando que o Advogado Estagiário, ao transitar para a

Fase de Formação Complementar, está apto à realização dos atos próprios da Advocacia,

no âmbito da sua competência.

No final desta fase, será submetido à prova de aferição, constituída por 3 testes, destinada

a avaliar a aquisição de conhecimentos sobre as matérias de Deontologia Profissional,

Direito Constitucional e Direitos Humanos, Prática Processual Civil, Prática Processual

Penal, Organização Judiciária e Informática Jurídica.

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2.2. Fase de Formação Complementar:

Esta segunda fase possui, por sua vez, a duração de 18 meses e, visa o desenvolvimento e

aprofundamento das exigências práticas da profissão, intensificando o contacto pessoal

do Advogado Estagiário com o funcionamento dos Escritórios de Advocacia, dos

Tribunais, das Repartições bem como de outros serviços relacionados com o exercício

desta atividade profissional.

3. Exame Final:

O Exame Final de Avaliação e Agregação é composto por uma prova escrita e uma prova

oral, e corresponde à verificação da capacidade técnica e científica do Advogado

Estagiário, bem como da aferição da sua preparação deontológica para o exercício da

Advocacia, com a inerente atribuição do título de Advogado.

Terminado o Estágio, o Estagiário passa a Advogado, dispondo de 15 dias para requerer a

sua inscrição na Ordem dos Advogados. Ao fim dos 3 primeiros anos de inscrição, o

Advogado terá de efetuar o pagamento de uma quota mensal fixada pelo Conselho Geral

da Ordem.

“Passando na oral no próprio dia fica definitivamente inscrito como advogado e depois é

só aguardar pelo dia mais esperado que é o da entrega da cédula profissional e da

cerimónia de juramento solene.”

Proposta de Lei n.º 309/XII

O Conselho de Ministros apresentou recentemente a sua proposta de Estatutos da Ordem

dos Advogados, depois de conhecida a proposta inicial do Ministério da Justiça e as de

outras entidades, designadamente da Ordem dos Advogados, ouvidas em sede de audição

pública. Esta proposta de lei vai ser submetida a um meticuloso processo de discussão na

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Assembleia da República, quer na generalidade, quer na especialidade, culminando numa

votação final global.

Vamos dar-vos conta das principais alterações relacionadas com o acesso a esta profissão

jurídica, sendo certo que, não tendo ainda o diploma sido aprovado, é uma informação de

caráter provisório (que pode, no entanto, ter caráter definitivo se, nestas matérias, o

diploma não sofrer alterações).

Relativamente à inscrição, esta proposta de lei do Conselho de Ministros manteve a

exigência da licenciatura em direito como condição de acesso à profissão, contrariamente

ao estatuído na proposta inicial do Ministério da Justiça e na subsequente proposta da

Ordem dos Advogados, cujo requisito de acesso previsto era o grau de Mestre (para os

alunos da licenciatura pós-bolonha).

No que ao estágio diz respeito, esta proposta contempla uma alteração à sua duração,

sendo reduzido de 24 meses para 18 meses.

Por fim, com esta proposta desaparecem os exames de aferição (cuja aprovação tornar-

se-ia indispensável para poder prosseguir para a 2ª Fase de Estágio – Fase

Complementar), estando o advogado estagiário apenas sujeito a um exame no final da

formação.

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V. Carreira Diplomática

O estatuto da Carreira Diplomática é o diploma legal que define o estatuto profissional dos

funcionários do quadro do serviço diplomático. O diploma atualmente em vigor é o Decreto-lei

n.º 40-A/98 de 27 de Fevereiro.

1. Estatuto da Carreira Diplomática

O estatuto da Carreira Diplomática é o diploma legal que define o estatuto profissional dos

funcionários do quadro do serviço diplomático. O diploma atualmente em vigor é o Decreto-lei

n.º 40-A/98 de 27 de Fevereiro.

2. Representações Diplomáticas Portuguesas – quais e onde?

Existem três tipos de representações diplomáticas portuguesas:

Missões Permanentes, Representações e Delegações;

Embaixadas e Postos Consulares;

Missões Temporárias.

Se tens curiosidade em saber onde estão localizadas cada uma das Missões,

Representações, Delegações, Embaixadas e Postos Consulares consulta o portal do

Ministério dos Negócios Estrangeiros em Representações Diplomáticas Portuguesas. Lá

encontrarás uma lista detalhada bem como os contactos e o nome do representante

permanente.

3. Categorias que compõem a Carreira Diplomática

A carreira diplomática é composta por cinco categorias:

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Adido de Embaixada: Os funcionários diplomáticos são admitidos, por concurso público,

ingressando na categoria de adido de Embaixada.

Secretário de Embaixada: Após confirmação são nomeados definitivamente como Secretários

de Embaixada.

Conselheiro de Embaixada: Posteriormente, e por concurso, após um período mínimo de 10

anos na carreira, oito anos de categoria e quatro anos de serviço externo, poderão ser

promovidos a Conselheiro de Embaixada.

Ministro Plenipotenciário: Após um período de três anos na categoria de Conselheiro de

Embaixada, e de seis anos de serviço externo, poderão ser promovidos a Ministro

Plenipotenciário.

Embaixador: Finalmente, poderão ser promovidos à categoria de Embaixador os Ministros

plenipotenciários com pelo menos quatro anos nesta categoria e oito anos de serviço externo.

4. Funções de uma missão diplomática

De acordo com a Convenção de Viena sobre as relações diplomáticas (vide art. 3º, n.º 1),

compete às missões diplomáticas:

Representar o País no Estado acreditador;

Proteger os interesses do País e dos seus nacionais no Estado acreditador;

Negociar com o Estado acreditador;

Inteirar-se por todos os meios lícitos das condições existentes e da evolução dos

acontecimentos no Estado acreditador;

Adido de Embaixada

Secretário de

Embaixada

Conselheiro de

Embaixada

Ministro Plenipotenciário

Embaixador

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Promover relações amistosas e desenvolver as relações económicas, culturais e científicas

entre o País e o Estado acreditador.

5. Ingresso na Carreira Diplomática

O ingresso na Carreira Diplomática realiza-se sempre pela categoria de Adido de

Embaixada, mediante a realização de um concurso de provas públicas, nos termos de

um regulamento próprio, aprovado por despacho do Ministro dos Negócios Estrangeiros,

ao qual podem candidatar-se todos os cidadãos portugueses que possuam, além das

condições gerais de admissão na função pública, uma licenciatura conferida por

instituições de ensino universitário portuguesas ou diploma estrangeiro legalmente

equiparado.

De facto, o último concurso público efetuou-se no ano de 2013 e a lista de candidatos foi

apresentada num suplemento em Diário da República, onde se destaca:

O 21º classificado ficou a apenas 0.124 valores de conseguir entrar na carreira.

O candidato excluído foi também o único a ter uma classificação média inferior a

15 – o que dá uma ideia do valor dos admitidos.

O primeiro classificado conseguiu uma média de notas de 17,280.

A única mulher a chegar à lista final ficou em 20ª lugar.

6. Concursos e Provas

O concurso é constituído pelo seguinte conjunto de provas consequenciais:

a) Escrita de cultura geral;

b) Escrita de língua portuguesa;

c) Escrita de língua inglesa;

d) Escrita de conhecimentos;

e) Oral de conhecimentos.

Todas as provas são classificadas de acordo com a escala de 0 a 20 valores. Adiciona-se o

facto de todas as provas serem eliminatórias, sendo que se exclui os candidatos cuja

classificação seja inferior a 14 valores em qualquer prova do concurso.

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Antes da sua nomeação provisória como Adidos(as) de Embaixada, categoria em que

permanecerão por 2 anos, os(as) candidatos (as) aprovados(as) no concurso de ingresso

frequentam o Curso de Formação Diplomática organizado pelo Ministério dos Negócios

Estrangeiros, com a duração de 3 meses.

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VI. Carreira do Docente Universitário

O Decreto-Lei n.º 448/79 consagra o Estatuto da Carreira do Docente Universitário. Este

foi alterado recentemente pelo Decreto-Lei n.º 205/2009 que veio abolir as categorias de

Assistente e Assistente Estagiário e, veio exigir o doutoramento como grau de entrada na

carreira.

1. Categorias de Pessoal Docente:

Professor Catedrático;

Professor Associado;

Professor Auxiliar.

2. Funções do Docente Universitário:

Realização de atividades de investigação científica, de criação cultural ou de

desenvolvimento tecnológico;

Prestar o serviço docente que lhes for distribuído, acompanhar e orientar os

estudantes;

Participar em tarefas de extensão universitária, de divulgação científica e de

valorização económica e social do conhecimento;

Participar na gestão das respectivas instituições universitárias;

Participar em outras tarefas distribuídas pelos órgãos de gestão competentes e que

se incluam no âmbito da atividade de docente universitário.

3. Recrutamento de Professores Catedráticos e Associados:

Os Professores Catedráticos podem ser recrutados por transferência ou por concurso

documental, em contrapartida os Professores Auxiliares são recrutados exclusivamente

por concurso documental. Ambos são contratados por tempo indeterminado e, beneficiam

de um estatuto reforçado de estabilidade no emprego, que se traduz na garantia da

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manutenção do posto de trabalho, na mesma categoria e carreira ainda que em instituição

diferente.

Os Professores Auxiliares são contratados por tempo indeterminado com um período

experimental de 5 anos, findo o qual, em função de avaliação específica da atividade

desenvolvida realizada de acordo com critérios fixados pelo órgão legal e

estatutariamente competente da instituição de ensino superior, sob proposta

fundamentada aprovada por maioria de dois terços desse mesmo órgão: o contrato é

mantido por tempo indeterminado; ou cessa a relação contractual.

4. Concurso:

A abertura dos concursos é feita por edital publicado em Diário da República. Os

concursos documentais para recrutamento de Professores Catedráticos e Associados são

abertos para urna de disciplina ou grupo de disciplinas, segundo a orgânica e as vagas

existentes nos quadros de cada escola ou departamento. Podem apresentar-se ao concurso

para recrutamento de Professores Catedráticos:

Os Professores Catedráticos do mesmo grupo ou disciplina de outra

Universidade ou, de análogo grupo ou disciplina de outra escola da mesma ou de

diferente Universidade;

Os Professores Associados do mesmo grupo ou disciplina ou, de análogo grupo

ou disciplina de qualquer escola ou departamento da mesma ou de diferente

Universidade que tenham sido aprovados em provas públicas de agregação e

contem, pelo menos, 3 anos de efetivo serviço docente na categoria de Professor

Associado ou na qualidade de Professor Convidado, Catedrático ou Associado;

Os Professores Convidados, Catedráticos ou Associados, do mesmo grupo ou

disciplina ou de análogo grupo ou disciplina de qualquer escola ou departamento

da mesma ou de diferente Universidade que tenham sido aprovados em provas

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públicas de agregação e contem, pelo menos, com 3 anos de efetivo serviço

docente como Professores ou Professores Convidados daquelas categorias.

Podem apresentar-se ao concurso para recrutamento de Professores Associados:

Os Professores Associados do mesmo grupo ou disciplina de outra Universidade

ou de análogo grupo ou disciplina de outra escola da mesma ou de diferente

Universidade;

Os Professores Convidados do mesmo grupo ou disciplina ou de análogo grupo

ou disciplina de qualquer escola ou departamento da mesma ou diferente

Universidade, desde que habilitados com o grau de doutor por uma Universidade

portuguesa, ou equivalente, e com, pelo menos, 5 anos de efetivo serviço como

Docentes Universitários;

• Os Doutores por Universidades portuguesas, ou com habilitação equivalente, em

especialidade considerada como adequada à área da disciplina ou grupo de

disciplinas para que foi aberto concurso, que contem, pelo menos, com 5 anos de

efetivo serviço na qualidade de Docentes Universitários.

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VII. Julgados de Paz

Os Julgados de Paz são Tribunais com características especiais, competentes para

resolver causas de natureza cível, cujo valor da ação não exceda 15.000€, de forma rápida

e a custos reduzidos, excluindo as que envolvam matérias de Direito da Família,

Sucessões e do Trabalho.

Têm ainda competência para apreciar pedidos de indemnização cível, quando não tenha

sido apresentada participação criminal ou após a desistência da mesma, como ofensas

corporais simples, difamação, injúrias, furto e danos simples e, alterações de marcos.

Os Julgados de Paz apresentam, relativamente aos demais Tribunais portugueses,

especificidades no que respeita à sua organização, funcionamento e tramitação dos

processos da sua competência, das quais se salienta:

A Consagração dos princípios da proximidade, simplicidade, oralidade e da

informalidade;

A adoção do uso de meios informáticos no tratamento e execução de quaisquer

atos ou peças processuais;

O estabelecimento de uma efetiva parceria entre o Ministério da Justiça e as

Autarquias Locais;

A Introdução da Mediação como forma alternativa de resolução de conflitos,

com o julgamento pelo Juiz de Paz.

Estes princípios orientadores e conformadores, bem como as suas características

especiais, inovadoras na sociedade portuguesa, traduzem-se numa nova forma de

administração da justiça, que melhor se coaduna com a maior e mais exigente

participação dos cidadãos.

Assim, os Julgados de Paz são Tribunais Extrajudiciais, constituem um sistema de justiça

com séculos de experiência e umas dezenas de anos de ocaso, até que as revisões

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constitucionais de 1989 e de 1997 deram as atuais reações, respetivamente, ao artigo

202º/4 e ao artigo 209º/2 da Constituição da República Portuguesa.

Nos Julgados de Paz encontramos 2 tipos de categorias profissionais: o Mediador e o Juiz

de Paz.

Mediação

É uma forma de resolução de conflitos, se essa for a opção de ambas as partes, com a

intervenção de um Mediador de Conflitos.

É uma forma voluntária e confidencial de resolução de litígios em que as partes, de

uma forma simples e participativa, auxiliadas por um Mediador de Conflitos,

procuram alcançar uma solução que a ambas satisfaça, para o litígio que as opõe, a

qual termina com a homologação, pelo Juiz de Paz. Se não se alcançar um acordo

homologado pelo Juiz de Paz, ou se uma das partes rejeitar a Mediação, passa-se à

fase de julgamento.

Os Mediadores, que colaboram com os Julgados de Paz, são profissionais

independentes, adequadamente habilitados a prestar serviços de Mediação. No

desempenho da sua função, o Mediador deve proceder com imparcialidade,

independência, credibilidade, competência, confidencialidade e diligência. Os

Mediadores estão impedidos de exercer a Advocacia no Julgado de Paz onde prestam

serviço.

1. Condições de Acesso à Carreira de Mediador:

Ter mais de 25 anos de idade;

Estar no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos;

Possuir licenciatura;

Ter frequentado e obtido aproveitamento em curso ministrado por entidade

formadora certificada pelo Ministério da Justiça, nos termos da Lei da Mediação

(lei 29/2013, de 19 de Abril);

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Não ter sofrido condenação nem estar pronunciado por crime doloso;

Ter o domínio da língua portuguesa.

A seleção dos Mediadores, habilitados a prestar os serviços da sua especialidade

em colaboração com os Julgados de Paz, é feita por concurso curricular aberto para

o efeito. O regulamento do concurso é aprovado por portaria do Ministro da

Justiça.

2. Funções do Mediador:

A Mediação é uma modalidade extrajudicial de resolução de litígios, de carácter

privado, informal, confidencial, voluntário e natureza não contenciosa, em que as

partes, com a sua participação ativa e direta, são auxiliadas por um Mediador a

encontrar, por si próprias, uma solução negociada e amigável para o conflito que as

opõe.

O Mediador é um terceiro neutro, independente e imparcial, desprovido de poderes

de imposição aos mediados de uma decisão vinculativa. Compete ao Mediador

organizar e dirigir a Mediação, colocando a sua preparação teórica e o seu

conhecimento prático ao serviço das pessoas que escolheram voluntariamente a sua

intervenção, procurando conseguir o melhor e mais justo resultado útil, na obtenção

de um acordo que a ambas satisfaça.

Juiz de Paz

1. Condições de Acesso:

Ter nacionalidade portuguesa;

Possuir licenciatura em Direito;

Ter idade superior a 30 anos;

Estar no pleno gozo dos direitos civis e políticos;

Não ter sofrido condenação, nem estar pronunciado por crime doloso;

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Ter cessado, ou fazer cessar imediatamente antes da assunção das funções como

Juiz de Paz, a prática de qualquer outra atividade pública ou privada.

O recrutamento e a seleção dos Juízes de Paz é feito por concurso aberto para o efeito,

mediante avaliação curricular e provas públicas. Não estão sujeitos à realização de

provas públicas:

Os Magistrados Judiciais ou do Ministério Público;

Quem tenha exercido funções de Juiz de Direito nos termos da lei;

Quem exerça ou tenha exercido funções como representante do Ministério

Público;

Os Docentes Universitários que possuam os graus de mestre ou doutor em

Direito;

Os antigos Bastonários, Presidentes dos Conselhos Distritais e, Membros do

Conselho Geral da Ordem dos Advogados;

Os antigos Membros do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho

Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais e do Conselho Superior do

Ministério Público.

O regulamento do concurso é aprovado por portaria do Ministro da Justiça.

2. Funções do Juiz de Paz:

Compete ao Juiz de Paz proferir, de acordo com a lei ou equidade, as decisões relativas a

questões que sejam submetidas aos Julgados de Paz, devendo, previamente, procurar

conciliar as partes.

O Juiz de Paz não está sujeito a critérios de legalidade estrita, podendo, se as partes assim

o acordarem, decidir segundo juízos de equidade, quando o valor da ação não exceda

metade do valor da alçada do Julgado de Paz.

VIII. Magistratura

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A Magistratura é a saída profissional, de uma licenciatura em Direito, detentora de um

percurso académico mais longo, implicado por uma constante formação para o exercício

da função. O Magistrado colabora na administração da justiça, tendo como função

assegurar o cumprimento das regras e dos procedimentos legais.

1. Ingresso:

Para ingressar na Magistratura ter-se-á de concorrer e obter a aprovação pelo Centro de

Estudos Judiciários (CEJ), que assegura a formação, inicial e contínua, de Magistrados

Judiciais e do Ministério Público para os Tribunais Judiciais e para os Tribunais

Administrativos e Fiscais.

O ingresso no CEJ, regulado pela Lei n.º 2/2008, faz-se mediante concurso público.

Concurso, esse, que é declarado pelo Ministro da Justiça, com indicação das vagas a

preencher em cada uma das Magistraturas, por aviso publicado em Diário da República.

Os Candidatos podem ingressar num destes 2 tipos de Magistratura: Magistratura Judicial

ou Magistratura do Ministério Público.

2. Condições de Acesso:

Ser cidadão português ou cidadão dos Estados de língua portuguesa com residência

permanente em Portugal, a quem seja reconhecido, nos termos da lei e em

condições de reciprocidade, o direito ao exercício das funções de Magistrado;

Possuir licenciatura em Direito por Universidade portuguesa ou habilitação

equivalente face à lei portuguesa;

Ser titular do grau de mestre ou doutor ou equivalente legal, todavia, este requisito

é dispensado se o candidato for licenciado em Direito ao abrigo de organização de

estudos anterior ao estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 74/2006 (Pré-Bolonha), ou

possuir experiência profissional na área forense ou em outras áreas conexas,

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relevantes para o exercício das funções de Magistrado, e de duração efetiva não

inferior a 5 anos;

Reunir os demais requisitos de ingresso na função pública.

3. Método de Seleção:

O método de seleção compreende provas de conhecimento (compostas por uma fase

escrita e uma fase oral), uma avaliação curricular (substitui a fase oral para os candidatos

que concorrem pela via da “experiência profissional”) e um exame psicológico.

Os doutores em Direito estão isentos das fases escritas e oral. Os candidatos na qualidade

de Assessores estão isentos da fase escrita. Qualquer das fases é eliminatória para o

candidato que, em qualquer das provas, numa escala de 0 a 20, não seja classificado com

um mínimo de 10 valores.

4. Formação:

A Formação Profissional de Magistrados compreende 2 modalidades: Inicial (quando o

Magistrado é estagiário); e Contínua (quando o Magistrado é efetivo).

A Formação Inicial de Magistrados compreende um curso de formação teórico-prática,

organizado em 2 ciclos sucessivos, e um estágio de ingresso. O curso de formação

teórico-prática tem como objetivo a aquisição de competências técnicas para o exercício

das funções de Magistrado (Judicial ou do Ministério Público).

Os Auditores aprovados no curso de formação teórico-prática são nomeados Juízes ou

Procuradores-adjuntos, em regime de estágio, pelo Conselho Superior de Magistratura,

pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais ou pelo Conselho

Superior do Ministério Público, conforme a Magistratura escolhida.

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O Estágio de Ingresso tem a duração de 18 meses, com início no dia 1 de Setembro do

ano em que os candidatos são aprovados no curso de formação teórico- prática. Para os

candidatos que ingressam no CEJ pela “via da experiência profissional” o Estágio tem a

duração de 12 meses a contar da data de nomeação.

Terminada a fase de estágio os Magistrados entram em regime de efetividade. Após o

Magistrado se tornar efetivo, fica sujeito, doravante, a uma formação contínua que tem

em vista o desenvolvimento das capacidades e das competências dos Magistrados,

promovendo o seu desempenho profissional e a sua valorização pessoal, ao longo da

carreira.

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IX. Polícia Judiciária (PJ)

A Polícia Judiciária, regulada pela Lei n.º 37/2008, é um Órgão de Investigação Criminal

Português, integrado no Ministério da Justiça, destinado ao combate e prevenção da

criminalidade. Esta possui uma unidade de cooperação internacional, a qual serve de

ponte entre o Estado português e as Organizações Policiais Internacionais, como é o caso

da Europol e da Interpol.

É o único Organismo Policial com competência para realizar, em todo o território

nacional, a investigação de crimes de maior gravidade (como o tráfico de estupefacientes,

falsificação de moeda, corrupção, organizações terroristas, crime de rapto, sequestro).

Categorias de inspetores (segundo hierarquia):

Inspetor coordenador: chefia uma secção composta por várias brigadas e

administra o seu departamento;

Inspetor: faz o planeamento da investigação e efetua o respetivo controlo

operacional;

Inspetor estagiário: após terminar o curso de formação deve estagiar nos mais

diversos serviços operacionais.

1. Condições de Acesso:

O acesso à Polícia Judiciária é efetuado mediante concurso público (Decreto-Lei n.º

204/98), cuja periodicidade depende do descongelamento de vagas emitidas por despacho

superior do Governo. Os interessados devem aguardar a abertura de concurso, que é

publicado em Diário da República. As candidaturas devem ser formalizadas nos termos

requeridos pelo concurso, sempre dentro dos prazos estipulados. Temos como condições

de acesso ao concurso:

Idade inferior a 30 anos;

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Licenciatura (35% das vagas estão reservadas para licenciados em Direito, as

outras licenciaturas aceites serão definidas no momento da abertura do concurso

pela Direção da Polícia Judiciária);

Carta de condução de veículos ligeiros;

Nacionalidade portuguesa (salvo nos casos excetuados por lei especial ou

convenção internacional);

Situação militar regularizada;

Não estar inibido do exercício de funções públicas ou interdito para o exercício

das funções a que se candidata;

Robustez física e perfil psíquico indispensável ao exercício da função, e ter

cumprido as leis de vacinação obrigatória.

O concurso encontra-se dividido em várias fases, eliminatórias, de admissão à frequência

do Curso de Formação de Inspetores:

Prova escrita de conhecimentos específicos (resultado igual ou superior a 10);

Exame psicológico;

Exame médico;

Provas físicas;

Entrevista profissional (única fase que não é eliminatória).

2. Fase de Formação:

Durante a Formação, que dura cerca de 1 ano, os alunos recebem uma bolsa no valor do

salário mínimo nacional. A aprovação no curso é requisito de provimento nos lugares de

Inspetor Estagiário, sendo os candidatos graduados de acordo com o aproveitamento e

classificação que obtenham no Curso de Formação. Pelo menos 35% dos lugares de

Inspetor Estagiário serão providos por candidatos aprovados no Curso de Formação, com

licenciatura em Direito.

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3. Fase de Estágio:

O Estágio tem em regra a duração de 1 ano, podendo este período ser reduzido para 3

meses por razões excecionais. Os candidatos vinculam-se a permanecer em funções na

Polícia Judiciária por um período mínimo de 5 anos após a conclusão da Formação ou do

Estágio. Em caso de rompimento injustificado surge uma obrigação de indemnização ao

Estado pelos custos de formação e remuneração relativos ao período de formação ou de

estágio.

Findo o período de estágio, e tendo sido considerado apto para a função, o Inspetor

Estagiário é nomeado definitivamente de Inspetor.

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X. Registos e Notariado

Notários

Os Notários são funcionários públicos aos quais incumbe, entre outros, intervir em todos

os atos extrajudiciais a que os interessados devam ou queiram dar certeza e autenticidade,

exarar escrituras e fazer registo de testamentos.

Devido à privatização do sector, os notários tornaram-se profissionais liberais, sendo a

sua atividade regulada pela Ordem dos Notários em parceria com o Ministério da Justiça.

Esta reforma consagrou-se com a entrada em vigor do Estatuto do Notariado, Decreto-Lei

n.º 26/2004 de 4 de Fevereiro e do Estatuto da Ordem dos Notários, Decreto-Lei n.º

27/2004 de 4 de Fevereiro.

O Estatuto do Notariado estabelece as condições necessárias, assim como o respectivo

procedimento para atribuição do título de notário.

1. Condições de Acesso:

Licenciatura em Direito reconhecida pelas leis portuguesas;

Preencher os requisitos gerais para ingresso na função pública;

Frequência do estágio nacional;

Aprovação no concurso realizado pelo Conselho de Notariado.

A Direção-Geral dos Registos e Notariado publica em Diário da República a abertura do

procedimento de ingresso.

Findo o prazo para apresentação dos requerimentos, é publicada em Diário da República

a lista dos candidatos admitidos e a dos excluídos, com indicação dos motivos de

exclusão, bem como a data e o local de realização das provas de conhecimentos.

2. Estágio Notarial

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O estágio tem a duração de dezoito meses, sendo efectuado mediante a orientação de um

notário com um mínimo de sete anos de exercício de funções notariais, escolhido pelo

candidato ou designado pela Ordem.

O estágio pode ser reduzido para metade se o candidato apresentar uma das seguintes

condições:

Ser Doutor em Direito;

Ser Magistrado Judicial ou do Ministério Público e não tiver obtido uma

classificação inferior a Bom pela sua prestação;

Ser Conservador de Registos e não tiver obtido uma qualificação inferior a Bom

pelo seu serviço;

Advogado inscrito na Ordem há pelo menos 5 anos.

Findo o estágio, o notário patrono procede à elaboração de uma informação do estágio,

documento através do qual se pronuncia sobre a aptidão do candidato para o exercício da

profissão.

3. Concurso

O concurso é aberto pelo Ministério Público, após ter sido ouvida a Ordem dos Notários,

sendo publicado no Diário da República. Só se pode candidatar quem tiver concluído o

estágio com aproveitamento.

O concurso consiste na realização de um conjunto de provas públicas, compostas por uma

parte escrita e uma parte oral. Estas provas têm por objectivo avaliar as capacidades dos

candidatos, sendo regidas por normas próprias enunciadas no aviso do concurso.

Os candidatos que obtiveram aprovação no concurso recebem o título de notário, sendo

graduados segundo o seu mérito.

4. Atribuição do título de Notário

O título de notário é atribuído aos candidatos que obtêm aprovação no concurso público.

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Conservador

Os conservadores são funcionários públicos aos quais compete o exercício de atividades a

nível de definição e publicidade de factos relativos ao estado/capacidade das pessoas

singulares – Conservadores do Registo Civil; publicidade de direitos sobre móveis e

imóveis – Conservadores do Registo Predial e Registo Automóvel e situação de

sociedades comerciais – Conservadores do Registo Comercial.

A atividade do conservador é incompatível com o exercício da advocacia ou outra função

pública renumerada.

O procedimento de ingresso é regulado pelo Decreto-Lei n.º 238/93, de 3 de Julho e pelo

Decreto-Lei nº. 206/97 de 12 de Agosto.

1. Requisitos prévios

Licenciatura em Direito por universidade portuguesa ou habilitação académica

equivalente à lei portuguesa;

Cumprimento das condições gerais de acesso à função pública.

2. Procedimento de ingresso

O procedimento de ingresso na carreira de conservador é composto por quatro fases

eliminatórias. O Instituto de Registo e Notariado é responsável pela abertura do

procedimento, sendo o mesmo anunciado no Diário da República.

A lista dos candidatos admitidos e excluídos do procedimento de ingresso é publicada em

Diário da República, assim como os motivos de exclusão dos mesmos.

Os candidatos não admitidos podem recorrer da decisão para o Ministério da Justiça no

prazo de 15 dias, sendo posteriormente publicada uma lista definitiva.

3. Provas de Aptidão

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Conjunto de provas de conhecimento e um exame psicológico.

As provas de conhecimento consistem em exames escritos que incidem sobre matéria de

registos e de Direito Privado e são classificadas com um valor de 0 a 20.

No exame psicológico, os candidatos são classificados com Favorável preferencialmente,

Bastante favorável, Favorável, Favorável com reservas e Não Favorável. São eliminados

os que obtiverem um Não Favorável.

4. Curso de extensão universitária ou de formação

Tendo em conta os resultados das provas de aptidão, o júri do procedimento de ingresso

seleciona os candidatos que frequentarão o curso de extensão universitária ou de

formação, sendo a lista publicada em Diário da República.

Ambos os cursos têm a duração de seis meses e os candidatos admitidos são

considerados auditores.

5. Estágio

Os candidatos que forem aprovados num dos cursos devem realizar um estágio de 12

meses, orientado por um conservador.

Este estágio tem o objectivo de preparar os auditores para o exercício da profissão,

através da realização de tarefas que lhes forem atribuídas, assim como pelo estudo de

questões de natureza teórica propostas pelo formador.

Os formadores procedem à informação em cada fase do estágio, classificando os

auditores com um valor de 0 a 20.

6. Provas finais

Ao obterem aprovação no estágio, os auditores devem realizar as provas finais dentro de

um prazo de 6 meses após o termo do mesmo. A data de realização é publicada em Diário

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da República e por aviso da Direcção-Geral dos Registos e do Notariado, pelo menos

com 30 dias de antecedência.

As provas finais são compostas por uma parte escrita, que consiste em quatro provas e

uma parte oral.

As provas orais e escritas são classificadas com notas entre 0 a 20, sendo dispensados da

oral os auditores que obtiverem uma média de 12 valores ou superior nas provas escritas.

Os auditores aprovados são classificados com Muito bom, Bom com distinção, Bom ou

Suficiente, tornando-se adjuntos de conservador e permanecendo em exercício de funções

nos serviços onde trabalham havendo, porém, a hipótese de serem transferidos através de

despacho do Director-Geral.

A classificação dos auditores é publicada no Diário da República, sendo as provas finais

válidas por 5 anos.

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XI. Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, encontra-se regulado pelo DL n.º 252/2000. Este

é um Serviço de Segurança, organizado hierarquicamente na dependência do Ministro da

Administração Interna, com autonomia administrativa, no quadro da política de

segurança interna.

Enquanto Órgão de Polícia Criminal, o SEF atua no processo, nos termos da Lei

Processual Penal, sob a direção e em dependência funcional da autoridade judiciária

competente, realizando as ações determinadas e os atos delegados pela referida

autoridade.

1. Categorias de Pessoal:

Diretor-geral;

Diretor-geral Adjunto;

Diretor de Direção Central;

Diretor Regional;

Inspetor Superior;

Inspetor;

Inspetor-adjunto Principal.

2. Principais Competências:

Plano Interno:

Efetua o controlo documental da entrada e saída de cidadãos nacionais e

estrangeiros nos postos de fronteiras terrestres, marítimos e aéreos;

Responsável pela viabilização da política de imigração e asilo de Portugal, de

acordo com as disposições da Constituição e da Lei e as orientações do Governo;

Procede ao controlo de pessoas nos postos de fronteiras, impedindo a entrada ou

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saída do território nacional de pessoas que não satisfaçam os requisitos legais

exigíveis para o efeito;

Controla e fiscaliza a permanência e as atividades dos estrangeiros em todo o

território nacional, procede à investigação do crime de auxílio à imigração ilegal.

Plano Internacional:

Assegurar, por determinação do Governo, a representação do Estado Português a

nível da U.E. no Comité Estratégico de Imigração, Fronteiras de Asilo e no Grupo

de Alto Nível de Asilo Migração, no Grupo de Budapeste e noutras organizações

internacionais, bem como participar nos grupos de trabalho de cooperação policial

que versem matérias relacionadas com as atribuições do SEF;

Garantir, por determinação do Governo, a representação do Estado Português no

desenvolvimento do Acervo de Schengen no âmbito da U.E;

Assegurar, através de oficiais de ligação, os compromissos assumidos no âmbito da

cooperação internacional nos termos legalmente previstos;

Colaborar com os serviços similares estrangeiros, podendo estabelecer formas de

cooperação;

3. Concurso:

O Concurso realiza-se através de um processo de recrutamento e seleção de pessoal, com

publicação de um aviso em Diário da República, este concurso tem como requisitos

gerais para a admissão:

Detenção de nacionalidade portuguesa, salvo nos casos excetuados por lei especial

ou convenção internacional;

Ter cumprido os deveres militares ou serviço cívico, quando obrigatório;

Não estar inibido do serviço de funções públicas ou estar interdito para o exercício

da função a que se candidatam.

Ser detentor de relação jurídica de emprego público por tempo indeterminado

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previamente estabelecida

Temos também requisitos especiais para admissão a concurso:

Idade máxima de 40;

Possuir licenciatura em Direito, Relações Internacionais, Economia, Gestão,

História, Antropologia, Ciência Política, Sociologia ou Engenharia Informática;

Possuir bons conhecimentos da língua francesa e inglesa;

Ter, pelo menos, 1,60 m ou 1,65 m de altura, respetivamente para candidatos

femininos e para candidatos masculinos;

Carta de condução de veículos ligeiros;

Robustez física e o perfil psíquico indispensável ao exercício da função e ter as

vacinas em dia.

Os métodos de seleção são realizados através de:

Provas escritas de conhecimentos gerais, de cultura geral e de línguas, tendo a

duração de cada prova a duração de 45 minutos;

Provas escritas de conhecimentos específicos de duração de cada prova a duração

de 45 minutos;

Um exame de aptidão física que tem como objetivo avaliar o desenvolvimento e a

destreza física dos candidatos, bem como a sua capacidade e resistência para a

função de investigação e fiscalização;

Um exame psicológico destinado a avaliar as capacidades e características da

personalidade dos candidatos através da utilização de técnicas psicológicas, visando

determinar a sua adequação às funções a desempenhar.

Cada um dos métodos de seleção previstos é de carácter eliminatório.

A classificação final do concurso é realizada de 0 a 20, pelo que se consideram excluídos

do concurso os candidatos que em qualquer das provas escritas de conhecimentos, ou na

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classificação final obtenham uma classificação inferior a 10 valores, bem como os

considerados não aptos no exame médico.

Serão admitidos a Estágio Probatório os candidatos aprovados no concurso. Este Estágio

possui 2 fases: a fase de formação teórica (curso de formação); e a fase formação prática

(curso de formação prática). O Estágio será realizado em contrato administrativo de

provimento, nos casos de indivíduos não vinculados à função pública e em regime de

comissão de serviço extraordinário, no caso dos candidatos que já estejam vinculados à

função pública.

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XII. Solicitadoria

Nos termos do Estatuto da Câmara dos Solicitadores, aprovado pelo Decreto-Lei n.º

88/2003 (alterado pelo DL 226/2008, de 20 de Novembro), os Solicitadores com

inscrição em vigor na Câmara dos Solicitadores podem, em todo o território nacional, e

perante qualquer jurisdição, instância, autoridade ou entidade pública ou privada, exercer

atos próprios da profissão, designadamente atos jurídicos, e exercer o mandato judicial,

nos termos da lei de processo, em regime de profissão liberal remunerada.

O Solicitador presta consulta jurídica, assim como acompanha e representa os interesses

das pessoas, sejam elas singulares ou coletivas, em ações penais e cíveis, não só em todos

os Tribunais, mas também junto da Administração Fiscal, Cartórios Notariais,

Conservatórias dos Registos Predial, Comercial, Civil, Automóvel, Autarquias locais e

demais Órgãos e Repartições Públicas.

São atos próprios dos Solicitadores, para além do exercício do mandato forense, nos

termos da lei processual, e da consulta jurídica:

I. A elaboração de contratos e a prática dos atos preparatórios tendentes à

constituição, alteração ou extinção de negócios jurídicos, designadamente os

praticados junto de conservatórias e cartórios notariais;

II. A negociação tendente à cobrança de créditos;

III. O exercício do mandato no âmbito de reclamação ou impugnação de atos

administrativos ou tributários, exercidos no interesse de terceiros e no âmbito

de atividade profissional.

O mandato judicial exercido por Solicitador reveste-se de 2 naturezas distintas. Em pleno,

os Solicitadores têm mandato em processo cujo valor não ultrapasse a alçada dos

Tribunais de 1.ª Instância e, representam as partes em processos de inventário, qualquer

que seja o seu valor.

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1. Condições de Acesso:

Para ser Solicitador deve possuir uma licenciatura na área jurídica, desde que não esteja

inscrito na Ordem dos Advogados, ou uma licenciatura em Solicitadoria (ambas com

diploma oficialmente reconhecido em Portugal), sem prejuízo da realização de provas,

nos termos do regulamento de inscrição.

Só pode usar o título de solicitador quem estiver inscrito na Câmara dos Solicitadores,

prova que é feita pela respetiva cédula profissional, e mediante aprovação no estágio

(duração de 12 a 18 meses) e aprovação em exame de carácter nacional. Podem ser

dispensados da frequência do estágio e/ou do exame de carácter nacional profissionais

jurídicos de reconhecido mérito que já tenham prestado provas públicas no exercício de

outras funções.

São requisitos necessários para a inscrição na Câmara, além da aprovação no estágio:

Ser cidadão português ou da União Europeia;

Possuir as habilitações referidas;

A inscrição de Solicitadores nacionais de outros Estados Membros e de Estados não

pertencentes à União Europeia é feita nos termos e condições a definir em lei

especial.

2. Estágio:

Compete ao Conselho Geral definir os programas de formação, os temas e estrutura dos

trabalhos a apresentar no primeiro período de Estágio e o conteúdo do exame escrito

final, nos termos previstos do Regulamento de Estágio em vigor.

A duração do Estágio é de 12 a 18 meses. O Estágio inicia-se uma vez por ano, em data a

fixar pelo Conselho Geral e, segundo as disposições do Estatuto e de Regulamento a

aprovar pelo Conselho Geral.

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O Estágio tem por fim proporcionar ao Solicitador Estagiário o conhecimento dos atos,

termos mais usuais da prática forense e, dos direitos e deveres dos Solicitadores.

3. A inscrição como solicitador depende:

Da boa informação no Estágio, prestada pelo patrono e pelos Centros de Estágio;

Da aprovação em exame de carácter nacional, elaborado nos termos de

Regulamento a aprovar pelo Conselho Geral.

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NÚCLEO DE ESTUDANTES DE DIREITO DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA

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