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Guia do Educador

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Guia do Educador da Coletania de Festas Populares de Salvador

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Coletânea Festas Populares de Salvador

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A Coletânea Festas Populares de Salvador foi desenvolvida por uma equipe de jovens e profissionais, através de um projeto temático proposto e desenvolvido pelo núcleo de produção Kabum! Novos Produtores, uma parceria entre o Oi Futuro e a organização não-go-vernamental CIPÓ – Comunicação Interativa. O núcleo oferece opor-tunidades de experiências profissionais e de inserção qualificada no mundo do trabalho para jovens que passaram pelo programa de for-mação da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia. Visa desenvolver o empreendedorismo e a capacidade de iniciativa, além de fomen-tar a possibilidade desses jovens atuarem junto a suas comunidades como multiplicadores de conhecimento e participação cidadã.

O desenvolvimento deste projeto contou com aportes captados por leis de incentivo ao patrocínio cultural em níveis federal e estadual. Através da Lei Rouanet do Ministério da Cultura – MinC, contou com o patrocínio das empresas Avon Cosméticos e RIP Serviços Indus-triais. Pela aprovação no Programa Oi de Patrocínios Culturais Incen-tivados, o aporte aconteceu através do programa FAZCULTURA das Secretarias da Cultura e da Fazenda do Estado da Bahia.

O Projeto Festas Populares de Salvador constrói pontes entre as manifestações que sobreviveram às transformações históricas e os saberes e tradições, aproximando gerações a partir do resgate do que têm em comum: suas raízes identitárias. A iniciativa tem como pano de fundo a recuperação, a valorização e a difusão do patri-mônio imaterial inerente a essas celebrações, buscando mostrar que a sua essência ainda sobrevive, para que a juventude possa enriquecer seu repertório cultural a partir da releitura dessas mani-festações, colaborando para a sobrevivência e preservação de suas referências históricas e simbólicas.

presentação

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umárioCarta aos Educadores

Como utilizar a Coletânea Festas Populares de Salvador

O que são Festas Populares?

Glossário

Referências bibliográficas, leituras complementares e sites

História do povo negro na Bahia

O sincretismo

Passado e presente nas tradições culturais

História e mitos

O papel da mulher nas tradições afro-brasileiras

Indústria cultural – As festas juninas

Os símbolos alegóricos na festa do 2 de Julho na Bahia

A indústria cultural e a indústria do turismo

O sagrado e o profano

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Educadores

Caro Educador e Cara Educadora,

Apresentamos o Guia de Sugestões para o Educador, que é parte da Coletânea Festas Populares de Salvador. Este guia será um roteiro para apoiar a utilização do material disponibilizado de maneira significativa e que permita a articulação com as propostas educacionais do contexto do qual vocês e seus educandos fazem parte. É possível usar a coletânea em diversas situações, tanto em processos educacionais não-formais, desen-volvidos por projetos sociais, como aqueles considerados formais, ou seja, a escola e os seus conteúdos curriculares.

Neste Guia vocês encontrarão sugestões de atividades a partir do material da coletânea, além de textos complementares, referências conceituais, bibliográficas e audiovisuais. As sugestões podem ser trabalhadas com educandos de várias idades, mas, sobretudo, com os adolescentes e jovens que estão cursando os últimos anos do Ensino Fundamental e os três do Ensino Médio.

As propostas aqui apresentadas têm a cultura popular e de bases afro-bra-sileiras e africanas como fontes de referência, principalmente na Bahia, mais precisamente na cidade de Salvador, onde as pesquisas e registros foram realizados. É possível detectar também a presença indígena, que aparece em diversas manifestações e expressões mapeadas nesta pesquisa. Não podemos deixar de lembrar, é claro, da importância da contribuição por-tuguesa. Como sabemos, essas são as três matrizes básicas formadoras do povo brasileiro e da sua cultura: a africana, a indígena e a portuguesa.

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Uma das possibilidades de utilização desse material vai ao encontro da nova legislação para o estudo e o ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana e da História e Cultura Indígena – Lei 11.645/08, que determina a inclusão desses conteúdos nos cur-rículos escolares do Ensino Fundamental e Médio das escolas públicas e particulares. Acreditamos que o material que está sendo disponibilizado busca a universalidade, ao propor a problematização e discussão de temas que dizem respeito a questões interdis-ciplinares e que estão relacionadas a temáticas de grandes áreas do conhecimento como Artes, História, Filosofia, Sociologia, Antropologia, Línguas, Literatura, Geografia e mes-mo outras menos óbvias. Para isso, os conteúdos e práticas aqui propostos procuram levar em conta a realidade dos educandos, sem deixar de apontar para as mais diversas e amplas possibilidades de criação e elaborações a partir do que é sugerido.

Agora, está em suas mãos fazerem o melhor uso da Coletânea Festas Populares de Sal-vador, ao buscarem um processo pedagógico interativo educador-educando e que pri-vilegie a pesquisa, a reflexão, a crítica, o diálogo e o estímulo ao desenvolvimento da postura cidadã, por meio do reconhecimento e valorização da identidade pessoal, social e cultural dos educandos e do seu entorno social.

Equipe Oi Kabum! Salvador

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A Coletânea Festas Populares de Salvador é composta pelos seguin-tes materiais:

• Almanaque Festas Populares de Salvador, com três exemplares, contendo imagens e textos sobre cada festa pesquisada: seus elementos peculiares, suas origens, curiosidades, depoimentos e referenciais culturais.

• Guia do Educador – com textos, referências e sugestões de atividades.

• CD com fotografias e fotoclip.

• DVD - vídeo contendo entrevistas, sons e imagens das festas.

1- Assista aos vídeos e ao fotoclip, leia os textos do Almanaque Festa Popula-res de Salvador e do Guia de Sugestões para o Educador, antes de desen-volver as atividades.

2- Analise criticamente o material. Observe como as propostas se relacionam com seus objetivos e seus planejamentos, e como podem enriquecer os conteúdos, reflexões e discussões.

3- Busque outras referências e aprofunde seus conhecimentos sobre as te-máticas que serão abordadas a partir das sugestões do Guia do Educador.

4- Estimule, provoque, construa junto com os educandos o percurso do co-nhecimento por meio da pesquisa, da reflexão e do debate.

5- Incentive o trabalho em grupo. A atividade coletiva é um meio de trabalhar a cooperação dos educandos entre si. Para isso, é preciso salientar que a participação efetiva de todos é muito importante, cada um contribuindo com suas habilidades, conhecimentos e diversidade.

6- Os conteúdos, temas e atividades do Guia de Sugestões para o Educador foram pensados para possibilitar a interdisciplinaridade. Observe, ao reali-zarem as atividades, que as áreas do conhecimento ou disciplinas podem funcionar de maneira colaborativa. As atividades do Guia já sugerem pos-sibilidades de articulação, mas podem surgir outras idéias.

7- A partir da Coletânea você pode pensar em novas atividades, potenciali-zando o material apresentado.

Cada um desses materiais oferece várias possibilidades de utilização. É im-portante procurar usar os produtos de forma articulada, integrando com as atividades e conteúdos já desenvolvidos na escola ou projeto educativo.

Algumas dicas para sua utilização:

omoutilizar a

Coletânea

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Leitura de imagens:

As linguagens da fotografia e do audiovisual

As imagens estão presentes em nossas vidas de forma múltipla, diversificada, variável e complexa. Invadem todos os setores da produção cultural.

Desde a pré-história o ser humano buscou expressar-se e marcar sua presença atra-vés do registro imagético. A era dos meios de comunicação eletrônicos potenciali-zou essa forma de expressão, por sua força em dinamizar a produção e disseminação das imagens. Precisamos lidar com uma avalanche de imagens, que funcionam para as pessoas como mediadoras de valores, da cultura, de modos de viver. Portanto, é importante aprender a ler e interpretar as imagens, para compreender o mundo. Ao conseguirmos interpretar o significado das imagens e contextualizá-las socialmente e historicamente, podemos ser capazes de perceber qual a intenção e os motivos de sua produção, como ela se insere na cultura da época, como é consumida pelas pessoas. Tornamo-nos intérpretes críticos da sociedade e do nosso lugar neste mundo, através das imagens com as quais nos deparamos o tempo todo.

As imagens são percebidas pelo ser humano a partir de duas dimensões. A dimensão fí-sica, visual, que acontece com a percepção dos componentes estruturantes da imagem: o contorno, a forma, o fundo, as cores e a composição. A outra dimensão é simbólica, subjetiva ou cultural. A imagem tem o poder de transmitir mensagens que podem ser comuns a muitas pessoas, ao mesmo tempo, mesmo àquelas pessoas pertencentes a cul-

A linguagem da fotografia é a linguagem do ver, perceber, registrar e revelar o mun-do. A fotografia não apenas “capta” objetos, pessoas, paisagens, mas expressa formas de ver a realidade. A fotografia retrata o real, mas ao mesmo tempo é uma “obra aberta”, conceito discutido por Umberto Eco (1962), no livro de mesmo nome. Segundo o autor, uma das formas de “abertura” aconteceria como efeito da diversidade de referências presentes na imagem, que permitem ao espectador fazer, durante a fruição, diferentes interpretações. A fotografia desafia constantemente a elaborar sentidos, mediante in-ferências e reflexões a respeito de como a obra foi criada e como ela pode ser interpre-tada dentro de um determinado contexto.

A linguagem do audiovisual funde o áudio ao visual para criar novas maneiras de comunicação. É uma forma de linguagem que estimula a participação do sujeito para que este se sinta imerso em uma realidade recriada. O movimento e o som são elementos fundamentais do audiovisual, que situam o espectador/ouvinte no tem-po e no espaço, provocando sensações, emoções e experimentações sensoriais.

percepção e interpretação

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turas, línguas e povos diferentes, pois podem conter o que chamamos de arquétipo, que são imagens que estão presentes no inconsciente por tempos imemoriais, fazendo parte do repertório da humanidade. Um exemplo é a imagem de uma pomba, ou pássaro bran-co, que muitos povos costumam relacionar com a paz, ou com a alma ou espírito, pois tem suas raízes no simbolismo cristão, presente há séculos em diferentes culturas. Os produtos culturais que são veiculados pelos meios de comunicação de massa, como a publicidade, as novelas, os jornais e revistas utilizam muito essas imagens arquetípicas, para transmitir ao máximo de pessoas suas mensagens.

Cada imagem, seja publicitária, institucional, educativa, é concebida para transmitir aos su-jeitos ideias, concepções e valores, buscando alcançar os seus objetivos. Às vezes, procuram também convencer. Por isso, se torna tão importante perceber porque uma imagem é vei-culada de determinada forma. Entender a mensagem por trás da mensagem para fazermos nossas escolhas de forma crítica.

Para analisar ou ler uma imagem devemos observar os dois níveis fundamentais, a denota-ção e a conotação. O nível denotativo está relacionado com a análise dos componentes da imagem, as formas, as cores, o espaço. O nível conotativo refere-se ao simbolismo da ima-gem, às mensagens que não estão tão evidentes, mas estão presentes. A leitura conotativa inclui a denotativa, pois é observando o que é representado e como é representado que faremos a interpretação da mensagem subjetiva.

Assim, a denotação e a conotação fazem parte do processo de interpretação das mensagens:Denotação: refere-se à interpretação objetiva dos signos. Quando lemos a palavra pomba ou ve-mos uma imagem de uma pomba, nos remetemos ao animal, uma ave, um pássaro. Dessa forma, estamos fazendo uma leitura denotativa.Conotação: é quando fazemos outras relações ao vermos a imagem ou também ao lermos uma palavra. Assim, a palavra ou imagem pomba pode ser interpretada como representando a paz, pois esse pássaro representa culturalmente a possibilidade de uma leitura simbólica, além da interpretação objetiva.

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Roteiro para a análisecrítica das imagens:

Para trabalhar com imagens, que são elementos essenciais da proposta da Coletânea Festas Populares de Salvador, apresentamos um roteiro didático de ações, como referên-cia para as atividades educativas:

1- Observar e descrever: é preciso iniciar a apreciação da imagem com um tempo para observá-la. Ao propor uma atividade com uma imagem estática, como a fotografia, pintura ou dese-nho, dê um tempo para a observação, para a imagem ser percebida pelo cérebro. Uma boa estratégia é pedir que os educandos descrevam o que veem; pode ser oralmente ou através de um inventário escrito. O mesmo vale para imagens em movimento - filmes e animações – sobre os quais os educandos podem fazer uma pequena resenha.

2- Analisar: é preciso estimular os educandos a prestarem atenção na linguagem visual em rela-ção a texturas, cores, iluminação, pontos de vista aplicados à imagem, organização espacial, elementos da imagem, o que está em destaque e o que não está.

3- Interpretar: ao pedir que interpretem, um turbilhão de ideias irá preencher a mente de todos. A partir das ideias, é preciso estar atento às oportunidades pedagógicas que se apresentarem. Peça aos educandos que listem todas essas ideias e elejam aquelas que correspondem aos objetivos da atividade proposta. Eles precisam ter espaço de expres-sar sentimentos e emoções, além de se sentirem à vontade para falar o que pensam e quais suas considerações acerca da imagem. Observe os conhecimentos prévios que os educandos trazem e procure contextualizar as discussões e ações a partir de suas visões de mundo e do cotidiano, ao mesmo tempo em que estabelecem relações com a realidade e com outros referenciais.

4- Fundamentar: ao definirem as questões principais motivadas pela imagem, é o momento de buscarem mais conhecimentos sobre os temas levantados. Utilizem os textos da Coletânea. Ampliem a pesquisa com outras bibliografias – livros, revistas e jornais - e sites para consul-ta. Selecione textos de acordo com o nível da turma trabalhada, leve para o grupo, leiam e interpretem coletivamente, promovendo a reflexão e discussão. Podem, também, fazer uma pesquisa de campo, com entrevistas e registros de imagens.

5- Produzir e revelar: ao final do processo, o grupo pode pensar em aprofundar algum tema em uma pesquisa mais completa e detalhada. Ou pode, também, propor um proje-to de ação, como uma exposição com produções artísticas, um festival de arte, um pro-jeto de leitura. Essas ações podem acontecer no âmbito da escola ou projeto educativo e serem abertas à comunidade.

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A Metodologia da Educação

pela Comunicação

A organização não-governamental CIPÓ – Comunicação Interativa desenvolve em seus projetos uma metodologia de ensino-aprendizagem em que os envolvidos par-ticipam ativamente da produção de peças de comunicação que, uma vez dissemi-nadas, geram novos processos de educação e de mobilização social. O objetivo é promover o desenvolvimento do educando, de forma a contribuir para que ele se re-alize no âmbito pessoal, social e profissional, pautado na co-responsabilização e em valores éticos e humanitários. Um dos objetivos da Metodologia da Educação pela Comunicação é promover a Comunicação para o Desenvolvimento, que acontece quando uma determinada comunidade ou território coloca todo o seu potencial co-municativo a serviço da promoção do desenvolvimento pessoal, social, político, eco-nômico, cultural e ambiental de seus integrantes e de seu entorno. Fazer este tipo de comunicação é produzir mídias e utilizar tecnologias e espaços de informação para educar, informar, reunir, trocar experiências e empoderar pessoas. Neste senti-do, a comunicação atua como potencializadora de ações voltadas para a promoção do desenvolvimento. A Educação pela Comunicação fundamenta-se nos seguintes princípios pedagógicos e metodológicos:

As atividades e ações propostas na Coletânea Festas Populares de Salvador possuem esses princípios como bases para sua realização.

• O reconhecimento e fortalecimento da identidade dos educandos.

• O estímulo à expressão de visões de mundo, saberes, experiências, conhecimentos, ideias, valores e sentimentos, reconhecendo a diversidade.

• O acesso aos conhecimentos elaborados pela humanidade, aos bens culturais, às informa-ções e outras experiências, de forma crítica e contextualizada.

• O acesso aos meios de produção e disseminação da comunicação e da cultura, como estra-tégias educativas, articuladas com a participação social e política.

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quePopulares ?

sãoFestas

Festas populares são manifestações da cultura que se apresentam através de hábitos, crenças, religiosidades, práticas, produção artística e códigos sociais. Podem ser expressas por meio de danças, comemorações, rituais, comidas, indumentárias, símbolos, representações sonoras e visuais, que celebram a vida, a morte, as relações entre as pessoas de uma sociedade e, em várias delas, a ligação entre as pessoas e o mundo do sagrado. As festas populares promovem momentos de encontro, em que as contribui-ções culturais, elaboradas em uma sociedade composta por diferentes e complexas visões de mundo, convivem e interagem.

A grande variedade de festas populares brasileiras é resultado de uma mistura de índios, portugueses e africanos com suas distintas matrizes culturais. A maioria das festas populares tem origem em manifestações religiosas e crenças e, muitas vezes, é uma mistura de diversas expres-sões culturais, à qual se costuma definir como sincretismo. Em relação ao sincretismo, o pesquisador Jocélio Teles (1995) destaca três dimensões presentes nesse processo histórico formador: o afro-católico, o afro-ame-ríndio e o pan-africano, referindo-se neste último, às trocas acontecidas entre os vários povos e etnias africanas que vieram para o Brasil.

A cultura negra está presente, de forma bastante evidente, em boa parte das festas populares no Brasil. Em alguns casos, em intercâmbio com elementos indígenas mas, principalmente, mesclada ao catolicismo, que para alguns pesquisadores, foi o meio pelo qual os africanos introduziram e expandiram seus valores civilizatórios nas Américas e, especialmente, no Brasil. Com a chegada dos nagôs ou iorubás, e dos fons, também conhecidos como jêjes, no século XIX, principalmente na Bahia, a africanização do catolicismo trou-xe novas dimensões culturais para as sociedades brasileiras. Muitos consi-deram esta mesclagem como estratégia para estabelecer os espaços neces-sários à coesão desses grupos humanos que eram transplantados de suas terras contra sua vontade, para o trabalho escravo. Em alguns momentos, esta coesão foi buscada por meio da luta aberta, através de revoltas, como a famosa Revolta dos Malês, em 1835, na capital da Bahia. Em outros, por processos simbólicos que, entre outras manifestações, se identificam com as festas populares, sobretudo as de base religiosa.

Para Marco Aurélio Luz, em seu livro Do tronco ao Opá Exim: memória e dinâmica da tradição afro-brasileira, 2002. (p.55):

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Sincretismo e Multiculturalismo

Texto para reflexão: A utopia brasileira e os movimentos negros, de Antonio Risério. São Paulo: Editora 34, 2007 (p. 218 a 219).

Os africanos, em busca de sua sobrevivência cultural, tomaram a iniciativa. Reinterpreta-ram santos católicos escolhidos a dedo, trazendo-os para o universo das forças vitais oni-presentes, estruturadoras da vida e do cosmo. Assim, mais do que uma cristianização de Oxóssi, o que tivemos foi uma oxossização de São Jorge. Uma africanização do catolicismo.

De qualquer sorte, há coisas que pedem comentário. A primeira é a tese de que o sin-cretismo nunca passou de máscara ou disfarce, fachada católica sob a qual os negros es-cravizados puderam cultuar seus deuses. A segunda é o “mito da pureza” que envolve e alimenta alguns templos de candomblé [....]. A tese do sincretismo como disfarce me

Foi na segunda metade do século XIX, sob forte repressão policial e ideológica, que a popu-lação negra brasileira desenvolveu formas de reafirmação social, por meio do fortalecimen-to das instituições tradicionais dos cultos negro-africanos na Bahia – os terreiros de can-domblé. Estas instituições representaram a ocupação do espaço social característico da luta de afirmação social e existencial da população negra. Ao mesmo tempo, este foi o período em que as irmandades católicas de negros cresceram e atuaram no interior dos terreiros clandestinos, no interior das residências e dos locais de trabalho. Esses espaços permitiram o cultivo de saberes e habilidades ancestrais e estabeleceram formas de sociabilidade cul-tural para a coesão das comunidades negras. As missas e demais atos católicos, que cor-respondiam a festividades das datas magnas do calendário gregoriano, foram apropriadas, passaram a compor as manifestações dos terreiros e se desdobraram nas inúmeras “festas de largo”, fundindo-se às comemorações e procissões católicas.

Os nagôs leram a hagiologia e a imaginária dos santos católicos como uma obra aberta, no sen-tido que este conceito possui em Umberto Eco, isto é, atribuíram significados novos, estabele-cendo o orixá pertinente a cada um e constituindo uma liturgia paralela relacionada com as suas oferendas e rituais preferidos. O caruru de Santa Bárbara, as pipocas de São Lázaro, os frutos da Conceição, a lavagem do Bonfim, etc.

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parece esquemática, redutora. Quando nada, por sua incapacidade para explicar como, a máscara se confundiu com o rosto. Sinto-me mais perto, nesse particular, de posições como a de Roberto Motta, no texto “Bandeira de Alairá: outros escritos sobre a religião dos Orixás”, organizados por Marcondes de Moura. Para Motta coube observar que o “o povo-de-santo do Recife vive o sincretismo com todas as suas contradições” (e é bom lembrar que o povo, ao contrário de intelectuais e acadêmicos, que veem na contradição o peca-do supremo do discurso, vive suas crenças sem se preocupar com a hipótese de que elas sejam ou não contraditórias), Motta conclui: “O sincretismo não representa apenas con-cessões de escravos a senhores ou de senhores a escravos, disfarce de negros amedronta-dos. Ao contrário, possui um aspecto de legítima apropriação dos bens do opressor pelo oprimido”. Parece não estar distante uma leitura como a de Anaíza Henry, “A Semana Santa nos Terreiros: um estudo do sincretismo religioso em Belém do Pará”, onde a estudiosa considera “anacrônica e superficial” a tese do sincretismo como máscara [...]. Ela acredita que o sincretismo, muito mais que máscara deturpadora de uma tradição candomblezeira supostamente “pura”, é um fenômeno fundamental. E Sérgio Ferreti, em “Repensando o Sincretismo”, assinala que, a partir da década de 1980, ganhou corpo uma nova tendência nos estudos brasileiros sobre o tema, colocando sob suspeita a defesa político-intelectual da “ortodoxia” e da “pureza” de determinadas casas-de-santo. Mais: “A ideia muito difundi-da de sincretismo como máscara colonial para escapar à dominação é um dos elementos que têm sido mais criticados, descartando-se também a hipótese do sincretismo como estratégia de resistência”. Francamente, acho que essas coisas não se excluem de modo assim tão drástico. O sincretismo pode ter tido algo de “máscara” e algo de “resistência” – especialmente, em seus inícios, quando de fato era preciso ocultar as práticas religiosas africanas do olhar vigilante de senhores e sacerdotes, e impedir que um mundo cultural se desintegrasse, estilhaçando seus agentes. [....] Porque o sincretismo não foi coisa de uma gente passiva, mas iniciativa de atores vitais de nossa história e de nossos processos culturais. Concluo, por tudo, que é mais correto pensá-lo no campo de forças ou no jogo semiótico das apropriações simbólicas.

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A chegada dos primeiros negros na Bahia se deu entre os anos de 1549 e 1550. Cada grupo de africanos que aqui chegou tinha suas respectivas crenças e costumes religiosos. Esses africanos vieram de diversas áreas e nações. Eram originários de tribos com culturas e línguas diferentes e em muitos casos eram até rivais. Vieram do Senegal, Gâmbia, Angola, Zaire, Moçambique e da Ilha de Madagascar. Alguns eram líderes tribais, reis, rainhas, sacerdotes e sábios na África. Possuíam grande conheci-mento da sua cultura. Os sudaneses, que desembarcaram e permane-ceram em Salvador (BA), provinham de tribos muçulmanas da África. Alguns deles eram profundos conhecedores do Alcorão e, além de lê-lo corretamente, conheciam-no de memória. Esse grupo manteve alguns costumes da religião do Islã.

Os sudaneses são originários da África Ocidental, das terras hoje nomea-das Nigéria, Benim e Togo. Pelas línguas foram identificados como iorubás ou nagôs (subdivididos em queto, ijexá, egbá), como jêjes (ewe ou fon), como fantiachant e aussás (ou malês), que falavam árabe.

Enquanto existiu a escravidão, existiu também a resistência contra o cativeiro, apesar dos esforços dos senhores e das autoridades coloniais para reprimir qualquer manifestação de autonomia e liberdade. Um dos movimentos mais significativos de luta contra a escravidão foi o quilombo, povoado formado por escravos fugitivos, onde procura-vam viver de acordo com a sua cultura. Existiam diversos quilombos, o maior deles foi o de Palmares, cujo principal líder foi Zumbi. Esse quilombo se estabeleceu no interior de Alagoas, durante o século XVII. O quilombo dos Palmares resistiu por cerca de 60 anos às investidas em destruí-lo. Em 1695, o quilombo de Palmares foi destruído pelo exército do bandeirante Domingos Jorge Velho, conhecido por suas crueldades, e por isso apelidado Diabo Velho.

istória

Bahia

do

napovonegro

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1- Leiam o livro de Mário de Andrade e assistam ao filme Macunaíma. 2- Façam uma comparação entre o livro e o filme – diferenças e semelhanças – em relação

ao enredo, às personagens, ao desfecho da história e ao contexto histórico da época do livro (década de 1920) e o da época do filme (década de 1960, na ditadura militar).

3- Discutam se o livro e o filme traduzem ou não o retrato do homem brasileiro e da cultura nacional.

O povo brasileiro

Dica de Leitura: Macunaíma – o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade, pu-blicado em 1928, é uma das obras pilares da literatura brasileira. O livro é constituído pelo encontro de lendas indígenas (sobretudo as amazônicas, recolhidas e publicadas pelo etnó-logo alemão Koch-Grünberg), a vida brasileira cotidiana, vocábulos indígenas e africanos e tradições populares. O espaço e o tempo são arbitrários, o fantástico e o lirismo da mitologia se fundem com a piada, a brincadeira e a malandragem, que Macunaíma encarna.

Sugestão de Filme: Macunaíma (Brasil - 1969). Duração 1h48 min. Direção de Joaquim Pedro de Andrade. Gênero: comédia. Sinopse: Macunaíma é um herói preguiçoso, sa-fado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de negro, virou branco. Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milioná-rios, policiais, personagens de todos os tipos.

Em Salvador, também aconteceram revoltas contra a opressão, como a conhecida Re-volta dos Malês, e são registrados vários quilombos importantes, como o do Buraco do Tatu, em Itapuã (1744), o do Rio Vermelho (século XVII), e do Cabula (1807). No interior da Bahia, no Recôncavo baiano, diversos quilombos foram descobertos, como em Muri-tiba e Maragogipe (1713) e os de Nazaré e Santo Amaro (1801).

O Dia Nacional da Consciência Negra, dia 20 de novembro, instituído em 1978, passou a representar a luta contra o racismo e toda forma de escravidão e discriminação não só de negros, mas de todas as pessoas vítimas da exclusão social. Ao mesmo tempo, Zumbi foi transformado em um símbolo dessa luta.

Embora a resistência e a luta sejam referenciais importantes para entender a trajetória dos po-vos africanos no Brasil até a contemporaneidade, não podemos limitar a história do povo ne-gro apenas a uma história de cativeiro. Os povos africanos já possuíam uma rica e diversificada cultura muito antes de serem trazidos para as Américas e continuam a produzir contribuições importantes tanto lá, no continente africano, como aqui, através de seus descendentes.

Fontes de referência: KABENGELE, Munanga; GOMES, Nilma Lima. O Negro no Brasil de hoje. São Paulo: Ação Educativa, 2006. http://www.smec.salvador.ba.gov.br/documentos/quilombos-no-brasil.pdf

Dica de Leitura: Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, é um romance histó-rico publicado em 1984. A narrativa percorre quatro séculos da história do País. Neste livro, vemos representado de forma ficcional o período que vai da chegada dos holan-deses à Bahia, no século XVII, até os anos 70 do século XX.

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Como podemos perceber pelo texto sobre a História dos Negros na Bahia, no Guia do Educador, e em diversos textos do Almanaque Festas Populares de Salvador, principal-mente os textos sobre a Festa de São Lázaro, a vinda do povo africano para o Brasil foi marcada pela violência e opressão. Um dado interessante é a pluralidade de nações, línguas, culturas e costumes que foram transplantados e que nem sempre nos damos conta ao observarmos a cultura afro-brasileira atual. O imenso continente africano permanece construindo sua história e sendo parte do pro-cesso de globalização. Para uma visão mais crítica das complexas relações planetárias, é cada vez mais importante perceber como cada cultura e cada povo se fazem presentes no jogo de interesses mundial. Conhecer a África, principalmente no nosso caso, é uma das formas de entender melhor o mundo.

O Continente Africano e História

1- Leiam os textos do Guia do Educador sobre a História dos Negros na Bahia e do Almanaque sobre a Festa de São Lázaro, complementados por outros textos e pu-blicações sobre o tema, encontrados nas referências do Guia. Assistam aos vídeos sobre a Festa de São Lázaro e a Festa de Santa Bárbara. Observem as características africanas que estão presentes nestas festas.

2- Pesquisem sobre a geografia africana, localizando no território a África Central, a Áfri-ca Meridional, a África do Norte, a África Insular Atlântica e a África Insular Índica.

3- Tentem identificar os povos e as línguas que são faladas por eles, quais delas pos-suem mais falantes. Analisem quais desses povos foram mais atingidos com a saída forçada de seu território original, por força das guerras ou, como é o caso em rela-ção ao Brasil, pelo tráfico de escravos.

4- Procurem determinar as razões das guerras e conflitos e como se inserem nas re-lações globais. É importante ressaltar que o subsolo africano, em diversas regiões, é rico em jazidas minerais. Como essa característica afeta as relações, conflitos e acordos, em escala mundial?

5- Pesquisem sobre as condições ambientais das regiões africanas, com seus ecossiste-mas distintos e as relações com a questão ambiental contemporânea.

6- Assistam a um ou mais filmes sobre a África, sugeridos. Caso queiram traçar um paralelo com o Brasil, assistam também ao filme Cidade de Deus (2002).

7- Após assistirem aos filmes, façam resenhas sobre eles. Peça que os educandos escre-vam o que consideram mais relevante, relacionando com as pesquisas realizadas.

8- Para finalizar, proponha uma discussão sobre as pesquisas realizadas e as histórias dos filmes assistidos. As possibilidades de estudo e discussões são muitas. Um debate impor-tante é a questão dos direitos humanos no mundo contemporâneo, no Brasil e em outras partes do mundo. Uma temática relevante é o lugar das crianças em meio aos conflitos e problemáticas de cada país. No filme sugerido Diamante de Sangue (2006), vemos como as crianças são levadas de suas famílias para fazerem parte dos exércitos. Essa situação aconteceu e acontece não só na África, mas em diversas partes do globo, como Colôm-bia, Timor Leste, El Salvador, Turquia, a antiga República Federal da Iugoslávia, em países orientais e no Brasil, por meio das facções ligadas ao tráfico de drogas.

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Sugestão de Filme: Hotel Ruanda (EUA/ Itália/África do Sul – 2004) – 121 min. Gênero: Drama. Direção: Terry George. Sinopse: em 1944, um conflito político em Ruanda, na África Ocidental, levou à morte quase um milhão de pessoas em apenas dias. Sem apoio de outros países, os ruandeses precisaram encontrar meios de sobreviver por conta própria. O gerente de um hotel local abriga e protege cerca de 1.200 pessoas.

Sugestão de Filme: Diamante de Sangue (EUA – 2006) – 138 min. Gênero: Drama/Aven-tura. Direção: Edward Zwick. Sinopse: No final da década de 1990, Serra Leoa está passando por uma guerra civil, com constantes conflitos entre o governo e a Força Unida Revolucioná-ria (FUR). Paralelamente às questões da guerra, e associada a ela, acontece o contrabando de diamantes, que tem ramificações em graves eventos envolvendo diversos países.

Sugestão de Filme: Cidade de Deus (Brasil - 2002) – 135 min. Gênero: Drama. Direção: Fer-nando Meireles. Sinopse: Buscapé é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Bus-capé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.

Fontes: http:// www.adorocinema.com e http://www.adorocinemabrasileiro.com.br

9- O grupo pode também criar um jornal-mural temático, com notícias atuais acerca dos temas discutidos, textos literários, as resenhas dos filmes e imagens ilustrativas.

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Em relação ao sincretismo as opiniões se dividem, entre estudiosos, pesquisadores, fiéis de diferentes religiões e integrantes do movimen-to negro. Para alguns, representa uma riqueza, para outros, um empo-brecimento cultural ou simbólico. Pierre Sanchis (2006), pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais, em suas investigações sobre sincretismo religioso e cultural, destacou três problemáticas principais que emergiram dos grupos pesquisados (compostos por teólogos, fiéis – católicos ou do candomblé, além de outros pesquisadores):

• O sincretismo seria um instrumento de política cultural, vinda dos dominan-tes e destinada a desvalorizar a experiência religiosa (e social) do Outro, por meio da sobreposição de uma cultura dominante sobre outra dominada.

• A negação do sincretismo significaria impor uma rejeição a tudo que repre-sentasse uma mistura e, portanto, uma indefinição. Esta negação do sincretis-mo significaria, assim, o respeito às diferentes identidades.

• O sincretismo representaria um movimento de hibridação (Canclini, 1997) que ocorreria em todos os encontros entre culturas. Possuiria vários signi-ficados e interpretações: apropriação, jogo de relações de poder desiguais, submissão, mas possibilitaria também um enriquecimento das narrativas religiosas e culturais, considerando-se potencialmente uma maior abertura para as narrativas do Outro. A partir dessa concepção, o sociólogo Enzo Pace, citado por Sanchis (2006) ressalta a:

[...] necessidade de revisar a noção de sincretismo, como instrumento útil para medir, de um lado, o processo de atenuação da desconfiança e hos-tilidade recíproca entre religiões diversas e, por outro lado, a criação de ‘in-terstícios’ entre grandes religiões históricas, onde se produzem fenômenos evidentes de mestiçagem entre universos simbólicos e práticas rituais deri-vados de contextos religiosos diferentes. (p. 171)

Sincretismo

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Segundo Antonio Ozaí da Silva, docente na Universidade Estadual de Maringá (UEM), mem-bro do Núcleo de Estudos Sobre Ideologia e Lutas Sociais (NEILS – PUC/SP):

Sugestão de Filme: O Pagador de Promessas (1962 - Brasil). Duração: 95 min). Gênero: drama. Escrito e dirigido por Anselmo Duarte e baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes. Sinopse: Zé do Burro é um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir uma promessa feita em um terreiro de candomblé. A promessa, feita para salvar seu companheiro de trabalho, um burro, seria a de carregar uma pesada cruz por um longo percurso e entrar com ela na igreja de Santa Bárbara, a orixá Iansã no candomblé. Ao chegar à igreja, é impedido de entrar pelo padre Olavo.

O enfoque principal do autor não é, portanto, a questão religiosa. Não obstante, as personagens, diálogos e contexto sócio-político, também permitem a reflexão nesta perspectiva. O próprio au-tor (Dias Gomes) admite que “há também a intolerância, o sectarismo, o dogmatismo, que fazem com que vejamos inimigos naqueles que, de fato estão do nosso lado” (id.). Sua preocupação não se restringe à intolerância religiosa, como podemos deduzir a partir do confronto entre o Padre Olavo e Zé-do-Burro, mas abarca a intolerância universal. Os preconceitos que produzem a intole-rância se nutrem de diversos alimentos. A intolerância tem várias faces e se faz presente em qual-quer época e território onde pise o ser humano. A história da humanidade é também a história da

1- Proponha uma discussão acerca dos temas que são abordados nos textos O que são Festas Populares?, Sincretismo e Multiculturalismo e nos textos sobre a Festa de Santa Bárbara, do Almanaque Festas Populares de Salvador, principalmente o depoimento da yalorixá Stela de Oxóssi. Observe que surgem temáticas que estão relacionadas a diversos conteúdos: formação e origens do povo brasileiro, história das lutas populares e da sociedade brasi-leira (racismo, sincretismo religioso, relações de poder). Para embasar a discussão, podem ser usados os textos do Guia do Educador, além de outros (alguns estão sugeridos nas referências ao fim da publicação).

2- Exibir o vídeo Festas Populares de Salvador. Observar, sobretudo, as Festas de Santa Bár-bara (Iansã), de São Roque e São Lázaro (Omolu/ Obaluaê) e, por meio das imagens e de-poimentos, procurar identificar, junto aos educandos, pontos levantados nas discussões em grupo.

4- Retome as discussões, proponha uma pesquisa para aprofundar temas que apareceram com mais ênfase. Divida os temas por grupos e solicite que os educandos pesquisem em diversas fontes e que busquem relacionar as temáticas com situações da atualidade e com as informações veiculadas nos meios de comunicação, como a internet, a televisão, o jornal e revistas. Outra fonte de pesquisa é o cinema.

4- Ao retornarem, os grupos apresentarão suas pesquisas. O educador deve, então, estimu-lar um novo debate e observar, junto aos educandos, como eles se posicionam frente às questões levantadas. Para problematizar, pode fazer algumas provocações: existe ra-cismo no Brasil? Em caso afirmativo, como se manifesta? Em caso negativo, pedir que justifiquem. Existe preconceito religioso? A que vocês atribuem esse tipo de preconceito?

5- Para concluir a atividade, peça que cada grupo escreva um texto para sintetizar as discus-sões acerca de cada tema e montem um mural com ilustrações e fotografias.

Fórum de Debates

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1- Assistir ao vídeo Festas Populares de Salvador. 2- Apresentar para os educandos a galeria de personagens do Almanaque Festas Populares

de Salvador.3- Solicitar que cada educando pesquise uma personalidade negra na cultura, letras e artes

e desenvolva um pequeno texto com no máximo 10 linhas, explicando quem é essa per-sonagem e qual a sua importância.

4- Após a finalização dos textos, pedir que cada educando leia sua produção para o grupo. Ao final da leitura, lançar a pergunta: Por que escolheu determinada personagem?

5- A partir das respostas, abrir a discussão e, em seguida, pedir que tentem lembrar se co-nhecem alguém que teria um papel relevante, religioso, artístico ou cultural, em suas comunidades (por exemplo, alguém que mantém a realização de uma festa tradicional; pessoas que detém conhecimentos ou habilidades dos seus antepassados). Pedir que os educandos dividam-se em grupos e escolham uma dessas pessoas consideradas re-levantes para fazer uma entrevista. As perguntas para a entrevista serão elaboradas pelo grupo, com a mediação do educador.

6- Pesquisar e discutir, com os grupos, temáticas como tradição, memória, religiosidade, cul-tura, pluralidade cultural, diversidade, afro-descendência, movimentos populares, mani-festações e saberes populares.

7- A partir dessas temáticas, elaborar um seminário apresentando os resultados das en-trevistas, pesquisas e discussões. Escolher as temáticas que forem mais estimulantes durante os debates para compor o seminário. Se possível, trazer os entrevistados para participar e dar seus depoimentos.

Entrevistas e seminário temático

sua incapacidade de conviver com o outro, com o diferente. (Preconceito e intolerância religiosa em o Pagador de Promessa In: Revista Espaço Acadêmico, nº 73, junho de 2007, mensal, ano VII. ISSN 1519.6186. Disponível no site http://www.espacoacademico.com.br)

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1- Proponha uma discussão a partir das seguintes provocações: quan-tos produtos de outras nações podemos identificar em nossa vida cotidiana? Como essa questão econômica influencia a vida cultural?

Globalização e vida cotidiana

Um esquema grosseiro, a partir de uma classificação arbitrária, mostraria, em toda parte, a presença e a influência de uma cultura de massas bus-cando homogeneizar e impor-se sobre a cultura popular; mas também e paralelamente, as reações desta cultura popular. Um primeiro movimento é resultado do empenho vertical unificador, homogeneizador, conduzido por um mercado cego, indiferente às heranças e às realidades atuais dos lugares e das sociedades. Sem dúvida, o mercado vai impondo com maior ou menor força, aqui e ali, elementos mais ou menos maciços de cultura de massa, indispensável, como ela é, ao reino do mercado, e à expansão paralela das formas da globalização econômica, financeira, técnica e cultu-ral. Essa conquista, mais ou menos eficaz segundo os lugares e as socieda-des, jamais é completa, pois encontra a resistência da cultura preexistente. Constituem-se, assim, formas mistas sincréticas, dentre as quais, oferecidas como espetáculo, uma cultura popular domesticada associando um fundo genuíno a formas exóticas que incluem novas técnicas. (Santos, 2007).

Para o geógrafo Milton Santos, referindo-se à cultura popular e à cultura de massas, há um movimento mundial que leva a uma homogeneização das culturas locais. Seria, segundo esse autor, uma força vertical exercida pela cultura de massa para sobrepujar a cultura popular. As raízes dessa pressão de cima para baixo estaria na lógica de mercado e na força do dinheiro. Por outro lado, enfatiza que há também reação por parte das culturas locais, levando a uma hibridação, uma mistura difícil de determi-nar os contornos. Nesta mistura preservam-se elementos das expressões genuínas tradicionais, como pano de fundo, mas com forte influência das novas culturas:

assado

culturais

enas

presentetradições

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1- A partir do texto do Almanaque Festas Populares de Salvador, Passado e Presente nas Fes-tas de Largo, sobre a Festa de Nossa Senhora da Conceição, provoque a discussão acerca do tema, através da ideia de mudanças nas tradições. Utilize também os textos do Guia do Educador, que tratam de categorias como tradição e tempo (passado e presente) e globalização.

2- Apresente aos educandos o vídeo que retrata a Festa de Nossa Senhora da Conceição e as imagens da festa no CD com fotografias, que fazem parte da Coletânea. Vejam os textos, vídeos e fotos sobre os Ternos de Reis da Lapinha. Vejam também os textos do Almana-que e as fotos do CD sobre a Festa de Cosme e Damião, uma das festas mais tradicionais entre as famílias baianas.

3- Façam uma pesquisa sobre fotografias que retratem as festas populares em outras épo-cas. Procurem na internet ou com pessoas mais velhas. Vocês podem ainda pesquisar em arquivos públicos e em bibliotecas, como a Biblioteca Central da Bahia.

4- Proponha que os educandos busquem com pessoas mais velhas, impressões sobre como eram as festas populares em seu tempo. Eles podem perguntar sobre os costumes, as danças, as músicas e sobre o que mobilizava a participação da população. Peça que gra-vem ou que anotem os depoimentos.

5- Pesquisem acerca do fenômeno da globalização e sua influência sobre os costumes e tradições dos grupos humanos.

6- Escrevam textos, articulando os depoimentos dos entrevistados e os resultados da pes-quisa sobre a globalização.

7- Organizem os depoimentos e textos em cartazes ilustrados com fotos atuais e de outras épocas. Outra opção é utilizar um programa de apresentação no computador e montar uma apresentação eletrônica.

8- A partir dos depoimentos, textos e imagens façam uma análise comparativa entre as fes-tas populares mais antigas e as atuais. O que mudou? O que permanece? O que tem de positivo ou negativo no passado e no presente? Quais os motivos dessas mudanças e quais as conseqüências? Qual a importância das festas e comemorações para as pessoas e para as comunidades? Como vemos a globalização em relação às mudanças nos costu-mes e tradições locais?

Passado e presente

2- Peça que os educandos façam uma lista com nomes de produtos, palavras, empre-sas, músicas, filmes, marcas de roupas que são de outras nações.

3- Separe os produtos selecionados por países ou blocos econômicos, identificando-os geograficamente. Em seguida, divida a turma em grupos. Cada grupo pesqui-sará detalhadamente estes locais. Ao mesmo tempo, pesquisarão os processos de produção de bens no mundo e como os países produtores se relacionam econo-micamente com o Brasil.

4- Os grupos devem montar painéis apresentando aspectos culturais, históricos, geo gráficos e econômicos de cada local pesquisado, procurando articular com as relações comerciais que estabelecem com o Brasil.

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Sugestão de Filme: Besouro (duração: 95min). Filme brasileiro de 2009. Dirigido por João Daniel Tikhomiroff. Sinopse: Besouro (Ailton Car-mo) foi o maior capoeirista de todos os tempos. Um menino que - ao se identificar com o inseto que ao voar desafia as leis da física - desafia ele mesmo as leis do preconceito e da opressão. Passado no Recôncavo dos anos 20, Besouro é um filme de aventura, paixão, misticismo e coragem. Uma história imortalizada por gerações, com ação e poesia no cenário deslumbrante do Recôncavo Baiano.

Fonte:http://cinema.cineclick.uol.com.br/filmes/ficha/nomefilme/besouro/id/16048

História e Mitologia poderiam ser consideradas duas áreas de conhecimento opostas entre si, já que a História se baseia em pressupostos supostamente científicos e a Mitologia em crenças, eventos religiosos e em elementos da esfera do fantástico, ou seja, a Mitologia seria oposta à “ciência”. Ao conside-rarmos a História como um conjunto de fatos verificáveis ou comprováveis, por meios e métodos científicos, seria impossível confundir o mito com a atividade historiográfica. Porém, um olhar mais atento demonstra que não é bem assim: quem estava lá, no momento do ocorrido, para atestar se o historiador não apresentou a sua própria versão? Afinal, seria a História ofi-cial um veículo neutro de informação e conhecimento? Por outro lado, muitos pesquisadores e estudiosos da história, da antro-pologia e da arqueologia consideram os mitos como possíveis indicações históricas a partir de relatos da tradição oral ou mesmo da literatura e da arte. Para o homem comum, os mitos representam uma busca de com-preensão da realidade, a partir de seus cotidianos. Para Rafael Pettazzoni (1947), o mito pretende ser história verdadeira na medida em que narra um transacontecimento no qual a história factual pode modelar-se. É Cro-atto (2000) que afirma: “O histórico do mito não é o acontecimento exem-plar, mas a realidade humana que ele quer interpretar”. Neste contexto não existem mitos banais, mas devemos ver “contra a luz” a realidade cul-tural do mito. O que Franz Boas (2004) chamou de “refletores culturais” e Malinowsky (1988) chamou de “realidade vivida”.

istóriamitos

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Lendo imagens criticamente

1- O educador vai apresentar a imagem de uma igreja barroca dividida com a imagem de uma mulher vestida com a roupa tradicional de baiana (ver abaixo e no meio das pági-nas 4 e 5 do Almanaque1 de Festas Populares de Salvador). Em seguida, vai provocar os educandos com perguntas como: o que pensamos ao ver essa imagem? Com o que nos conectamos? Qual a nossa interpretação dessa imagem?

2- Iniciar uma discussão, a partir das questões provocadoras, em que os participantes irão falar de suas impressões, procurando analisar as semelhanças e diferenças de percepção e interpretação de cada um, sob o ponto de vista dos conceitos sobre leitura de imagens. É importante analisar os motivos pelos quais cada participante se coloca de determinada forma, estimulando uma justificativa para as afirmações, buscando entender como a ima-gem pode transmitir mensagens sem o reforço da palavra e como estão mais ou menos conectadas com nosso repertório cultural.

3- Para finalizar, pedir que os educandos escrevam um texto posicionando-se sobre as ideias mais relevantes discutidas na atividade.

Obs.: essa atividade pode anteceder várias atividades propostas como, por exemplo, o Fórum de Debates.

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*Wesley Duke Lee (1931 – 2010 - São Paulo) é desenhista, gravador, artista gráfico e professor.

Registrando uma época

1- Exiba o fotoclip completo do CD da Coletânea Festas Populares de Salvador e conver-se com os educandos sobre as funções da fotografia, como documentar fatos e re-gistrar acontecimentos, paisagens, eventos históricos, o cotidiano das pessoas, seus rostos, seus gestos, etc.

2- Em seguida, apresente a seguinte frase: “A fotografia é a época”, dita pelo o artista plástico Wesley Duke Lee*. Pergunte aos educandos se eles entendem o que ele quis dizer com isso. Provoque-os a pensarem sobre essa frase. Por que “a fotografia é a época”? As foto-grafias que tiramos hoje são iguais às de anos atrás? Por quê? Como são as fotografias antigas que seus pais e avós guardam? O que elas mostram de cada época?

3- Proponha que os educandos pesquisem sobre o processo fotográfico analógico e o digital e tragam o resultado para socializar com o grupo. Reflita com eles sobre o ato de fotogra-far, ou seja, deve-se escolher como, quando e onde fotografar. Assim, fotografar é mais do que apertar um botão: é escolher um jeito de mostrar alguma coisa - um tema - com um enquadramento, um ponto de vista, uma luz.

4- Relembre que os artistas muitas vezes também precisam lançar mão de conhecimentos de áreas muito diferentes para realizar seus trabalhos. Se possível, solicite a participação de professores de química e física para explicar sobre as técnicas de registro de imagens, sobre os processos químicos das fotografias analógicas e a função da luz para a produção de fotos.

5- Pensem em elaborar um pequeno projeto fotográfico. Primeiramente decidam o tema que vão abordar nas fotos que irão tirar: um retrato individual, um retrato coletivo, ou mesmo outra temática de interesse do grupo, que revele um aspecto de nossa época. Para facilitar, procurem usar os recursos disponíveis: câmeras digitais compactas ou ce-lulares com câmeras.

6- Façam uma exposição das fotos e busquem um título provocador como esta frase de Lee “A fotografia é a época”. Avalie com o grupo, revendo todo o processo de pesquisa técnica e sobre o tema e a forma que escolheram para fotografar. Conversem, refletindo se o pro-duto final, a fotografia, realmente mostra algo de nossa época, como o faz e por quê. Esta exposição pode ser com fotografias impressas em papel ou em forma de fotoclip, feitas no computador, e exibidas com datashow.

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A arte e a religião

A interface entre o sagrado e o profano caracteriza as manifestações das festas populares. De acordo com o Novo Dicionário Aurélio (2004), o sa-grado é “2. Concerne às coisas divinas, à religião, aos ritos ou ao culto; sacro, santo”. E, o profano “1. Não pertencente à religião. 2. Contrário ao respeito devido às coisas sagradas”. Para as culturas antigas, não havia essa distinção. Não existiam as categorias do sagrado e do profano, como partes separadas da vida humana. A religião era o centro da vida e todas as demais coisas eram naturalmente relacionadas a ela. O plantio da terra, a procriação, o nascimento, a morte, a festa e a celebração eram expres-sões religiosas.A dança sempre foi um meio de culto, entre os índios, nas religiões afri-canas, no antigo Egito e, em inúmeros cultos ancestrais, a dança e a mú-sica de tambores eram parte indispensável. Da mesma forma, as religiões contemporâneas ocidentais também sempre se valeram de músicas e cânticos para render os seus louvores, chorar seus mortos e realizar seus agradecimentos.O sagrado e o profano são partes indissociáveis do humano e nada ex-pressaria melhor sua natureza que esses dois aspectos maiores.

Religião vem do termo latino “religare” e pode significar a ligação entre as pessoas em torno de uma ideia, buscando um significado maior para a vida. Pode também ser interpretada como a ligação do ser humano com dimensões consideradas divinas e que fogem à nossa compreensão. As relações entre arte e religião são muito visíveis nas Histórias das Artes. Temas religiosos são pintados, esculpidos, desenhados em todas as cul-turas, de todas as épocas e lugares do mundo. Em grande parte das cultu-ras, a religiosidade é também expressa através de músicas e danças. Estas expressões artísticas são os meios pelos quais buscamos esta ligação.

1- Assistam aos vídeos sobre a Festa de Santa Bárbara (Iansã nos cultos afro-brasileiros), a Festa de Nossa Senhora da Conceição (Oxum) e a Festa de Iemanjá.

Sagradoprofano

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A contribuição do negro para as artes plásticas

Você já ouviu falar no grupo musical baiano Os Tincoãs?

1- Pesquisar sobre as biografias e obras de artistas plásticos negros. 2- Destacar a contribuição dos negros para a cultura do Brasil. 3- Criar cartazes sobre cada artista pesquisado. 4- Estimular os educandos a criarem suas próprias obras inspirados nos artistas e

realizar uma exposição.

Formado inicialmente por Erivaldo, Heraldo e Dadinho, todos de Cachoeira - Bahia, Os Tin-coãs, cujo nome é originário de uma ave que habita o cerrado brasileiro - iniciou sua carreira em 1960 no programa da TV Itapoã “Escada para o Sucesso”, interpretando canções, em sua maioria boleros, inspirados no sucesso do Trio Irakitan. Em 1963, Erivaldo desligou-se do gru-po e a este foi incorporado outro componente, Mateus Aleluia, que com os demais formaria a base principal do conjunto. Renovaram o repertório e partiram para adaptar os cantos de candomblé, sambas de roda e cantos sacros católicos. Mas foram os terreiros de Candomblé que deram a base principal da musicalidade dos Tincoãs. Em 1973 gravam o segundo disco produzido por Adelzon Alves, e o primeiro como representantes legítimos da música afro-baiana. Este LP é um marco importante da música brasileira, não apenas pela qualidade das músicas, como também pelo arranjo com características de coral feitos a partir de canções oriundas dos terreiros de candomblé, tendo como base apenas quatro instrumentos: vio-lão, atabaque, agogô e cabaça. Este disco também revela o talento dos componentes como compositores, principalmente Mateus e Dadinho, que assinam a maioria das músicas.

2- Analisem as formas como o povo reverencia as Santas/Orixás nas festas dedicadas a elas. Observem em que aspectos as festas se aproximam e se distanciam.

3- Pesquisem músicas sacras cristãs (músicas que fazem parte do ritual da missa ou de outros cultos), músicas rituais de cultos africanos, músicas de rituais indígenas e outras músicas, que têm como tema a religião, santos e divindades.

4- Consulte, junto com o grupo, livros de História da Arte, buscando relações entre Reli-gião e Arte. Por exemplo: pirâmides no Egito e no México, catacumbas italianas, tem-plos chineses, igrejas e catedrais. Pesquisem também as artes indígenas, africanas e latino-americanas.

5- Observem, no CD de fotos da Coletânea, imagens com o interior das igrejas.6- Em Literatura, pesquisem narrativas da mitologia indígena, dos contos africanos e afro-

brasileiros, além das narrativas da Bíblia.7- Procurem traçar paralelos – aproximações e distanciamentos - entre as diferentes culturas,

expressos através das artes.8- Escolham temas artísticos, relacionados às representações religiosas pesquisadas, e ela-

borem em grupos uma apresentação que pode ser de música, dança, teatro ou de artes plásticas. Proponha um festival de artes e envolva toda a escola ou projeto educativo.

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Um dos destaques do disco é “Deixa a gira girá”, canção de origem folclórica, adaptada pelo trio com muito talento, e uma das mais executadas quando se apresentavam em público. Merece referência também “Iansã Mãe Virgem”, “Sabiá roxa”, “Na beira do mar”, “Saudação aos orixás” e “Capela da Ajuda”, em que fazem um belo painel da cultura negra do recôncavo baiano. Principalmente a última, que faz referência explícita a uma das poucas construções religiosas da Bahia de estilo católico, mas que cultua e abriga em seu interior rituais da tra-dição africana. Fonte: http://www.luizamerico.com.br/historiadampb

Dicas de Leitura: contos africanos, afro-brasileiros e indígenas:BEZERRA, Ararê Marrocos; PAULA, Ana Maria T. de. Lendas e mitos da Amazônia. Rio de Janeiro: Demec, 1985. CÂMARA CASCUDO, Luís da. Lendas brasileiras. Rio de Janeiro: Ed. de Ouro, 1984. CÂMARA CASCUDO, Luís da. Literatura Oral no Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo, Ed. da Universidade de São Paulo, 1984. MEDEIROS, Eduardo (org.). Contos moçambicanos populares. Maputo, Ndjira: Tipografia Globo, 1997. SANTOS, Descóredes M. (Mestre Didi). Contos Negros da Bahia. Rio de Janeiro: GRD, 1961. GOMES, Aldónio. Eu conto, tu contas, ele conta... Estórias africanas. Lisboa: Mar Além: Instituto Camões, 1999. (Coleção Espuma do Mar), 1999.VERGER, Pierre. Lendas dos Orixás. Salvador: Corrupio, 1981.

Sugestão de Filme: Kiriku e a Feiticeira (71 min) é uma animação francesa, dirigida por Michel Ocelot. Sinopse: na África Ocidental, nasce um menino minúsculo, cujo tamanho não alcança nem o joelho de um adulto, que tem um destino: enfrentar a poderosa e malvada feiticeira Karabá, que secou a fonte d’água da aldeia de Kiriku, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar.Fonte: http://www.adorocinema.com

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Para saber mais: Influência de Línguas Africanas no Português Brasileiro, de Yeda Pessoa de Castro. Texto encontrado em http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-diversidade.BAXTER, Allan; LUCCHESI, Dante; RIBEIRO, Ilza (org.). O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009.

1- Peça que os educandos acessem o site http://www.linguakimbundu.com/index3.html onde encontrarão a página: “Palavras de Origem Bantu inseridas no Português”. Podem acessar também: http://www.culturanegra.com.br/africanalinguaportuguesa.htm, com palavras de várias origens africanas. Utilizem outras referências, como o Dicionário Esco-lar Afro-Brasileiro. São Paulo: Selo Negro Edições, 2006, de Nei Lopes. Pode-se consultar também um dicionário etimológico da Língua Portuguesa.

2- É importante estimular os educandos a primeiro pensarem em palavras do português que eles julgam que sejam de origem africana e, então, irem conferir nos sites e dicionários.

3- Após trabalharem com palavras de origem africana, seus significados e ortografia, divida as letras do alfabeto entre os grupos para que cada um produza uma página de um dicio-nário com essas palavras, e outras mais que descobrirem, seus significados e a origem a partir de cada região ou nação africana que veio para o Brasil.

4- A mesma atividade pode ser aplicada pesquisando-se palavras de origem indígena. Para pesquisar acessem: e http://www.areaindigena.hpg.ig.com.br/dicionario.htm, além de outras referências como um dicionário etimológico da Língua Portuguesa.

Palavras africanas e indígenas no Português do Brasil

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O papel das mulheres nas tradições afro-brasileiras reflete a sua repre-sentatividade e suas relações com a cultura universal (ver textos do Almanaque das Festas Populares de Salvador). A figura feminina é enfatizada pela cultura matriarcal do povo de san-to. Nossa Senhora tem a face da Morte (é Nanã) e a face da Glória e da vida (é Oxum, e para alguns, Iemanjá também).Ruy Póvoas (1999) considera esta a representação da Grande Mãe na forma das Iabás:

[...] todo mundo veio da Grande Mãe, passa a vida inteira à sua busca e termina, com a morte, voltando para ela. Ela nos inventa, reinventa, gesta, cria, solta no mundo, vive nas profundezas da nossa essência e depois encolhe os cordéis e nos leva de volta para o seu interior que é a origem de nossas origens”. (Póvoas 1999, p. 232)

Oxum, graciosa mãe, plena de sabedoria!Que enfeita seus filhos com bronze,Que fica muito tempo no fundo das águas gerando riquezas,Que se recolhe ao rio para cuidar das criançasQue cava e cava e nela enterra dinheiroMulher poderosa que não pode ser atacada.

Ifá é o nome de um oráculo africano. É um sistema de adivinha-ção que se originou na África Ocidental entre os Iorubás, na Nigéria. É também designado por Fá entre os Fon e Afa entre os Ewe. Não é uma divindade (Orixá), é o porta-voz de Orunmilá e dos outros Orixás.

Versos Sagrados de Ifá – Tradição Iorubá.

papel

afro-brasileiras

danas mulher

tradições

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Através da imagem feminina, e das muitas faces que assume nas festividades populares, per-cebemos este arquétipo da Grande Mãe como protetora, defensora, sustentadora e mante-nedora da natureza e da humanidade. Não é por acaso que desde o período da colonização as mulheres negras representaram a força e o sustentáculo em diversos momentos da histó-ria. As festas, por exemplo, são eventos que significam e materializam a força e a resistência das pessoas à opressão. E as mulheres, na maioria desses eventos, são o centro e o impulso para que tudo aconteça.

1- Assistam ao vídeo das Festas Populares. Observem principalmente aquelas festas em que estão mais presentes, de diferentes formas, as figuras femininas, como a Festa de Santa Bárbara, a Festa de Nossa Senhora da Conceição, a Festa de Iemanjá e a Festa de Itapuã.

2- Observem como a figura feminina é representada em cada uma das festas, que simbolis-mos são relacionados a cada uma das figuras femininas representadas e qual a importân-cia da participação da mulher para a continuidade da tradição.

3- Façam uma pesquisa sobre o papel da mulher para a continuidade da tradição reli-giosa e da cultura afro-brasileira e sobre os conceitos de sociedade matriarcal e de sociedade patriarcal, o que isso significa para o candomblé e como essas questões foram construídas em nossa sociedade.

4- Pesquisem sobre mulheres negras na História brasileira.

5- Façam uma apresentação dos resultados da pesquisa e discutam o tema em grupo.

A energia feminina nas festas populares

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Estudos com famílias brasileiras (Bernardes, 1995; Hileshiem, 2004; Narvaz, 2005; Szymansky, 1977) confirmam a existência de estereótipos acerca da divisão do trabalho dentro do am-biente doméstico de acordo com o sexo da pessoa e demonstram a tradicional distinção entre os papéis. De acordo com Narvaz e Koller (2006, p. 50), o patriarcado é uma forma de organização social na qual as relações são regidas por dois princípios básicos: 1) as mulhe-res estão hierarquicamente subordinadas aos homens; 2) os jovens estão hierarquicamente subordinados aos homens mais velhos. A supremacia masculina preconizada pelos valores do patriarcado reconhece um valor maior às atividades masculinas em detrimento das ativi-dades femininas; legitimou o controle da sexualidade, dos corpos e da autonomia femininas; e, estabeleceu papéis sexuais e sociais nos quais o masculino tem vantagens e prerrogativas (Millet, 1970; Scott, 1995).

Fonte: http://www.ppgte.ct.utfpr.edu.br/grupos/genero/arquivos/G&E2.pdf

1. Inicie a atividade provocando a reflexão e discussão sobre o papel da mulher na socie-dade a partir dos seguintes questionamentos: qual é o papel da mulher na sociedade? E na família? Os pais não podem cuidar dos filhos? Qual deve ser o papel do pai na família? E o da mãe? Existem profissões que devem ser desenvolvidas por homens e outras por mulheres? Quais foram as conquistas das mulheres ao longo do tempo?

2. Realizem uma pesquisa acerca do Mundo do Trabalho e como está colocada a mulher neste contexto. Estabeleçam relações entre o desenvolvimento econômico no Brasil e as mudanças nas taxas de emprego e renda da população, ao longo do tempo nas pesquisas oficiais, comparando os índices masculinos e femininos.

3. Aproveitem para pesquisar e discutir sobre outras questões relacionadas com emprego e renda, por exemplo, os índices relativos aos jovens, articulando com os resultados encon-trados nas taxas gerais de emprego e renda da população brasileira.

4. Pesquisem sobres essas questões nos livros escolares e busquem dados nos censos do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística, disponíveis no site: http://www.ibge.gov.br

5. Definam quais os índices mais importantes para se entender o perfil da sociedade bra-sileira quanto a emprego e renda. Por exemplo: número de pessoas do sexo feminino e masculino empregadas com carteira assinada; tipos de ocupação por sexo, em números; número de jovens do sexo masculino e feminino, menores de 24 anos, empregados etc.

6. Elaborem gráficos estatísticos demonstrando os índices encontrados.

7. Apresentem os gráficos e discutam os resultados.

A mulher na sociedade contemporânea

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Antes da festa do Carnaval ter sido institucionalizada no Brasil, a partir do século XIX, a população negra já festejava pelas ruas da cidade, comemorando o Entrudo, arremessando farinha e água nas pessoas. Por terem sido considerados bárbaros, esses festejos foram proibidos. Em seu lugar, foi criada uma festa nos moldes dos carnavais europeus, sobretudo o de Veneza, com fantasias, máscaras e bailes fechados em clubes e associações restritos às classes mais abastadas. Porém, essa proibição não foi suficiente para impedir que a população negra e po-bre continuasse a festejar nas ruas.Em todo o país, foram criadas formas de conquistar os espaços públicos no Carnaval. No final do século XIX, na Bahia, eram organizados grupos que enalteciam as realezas africanas. Estes grupos percorriam as ruas cantando músicas em iorubá e usando atabaques, instrumentos usados nas cerimônias do candomblé. Nesta época, dois desses grupos ficaram famosos: Embaixada Africana e Pândegos da África. Foram fundadas tam-bém escolas de samba. Estes grupos, que buscavam preservar as origens africanas no Brasil, foram muito perseguidos pelas autoridades, principal-mente até meados do século XX. Um dos grandes símbolos da resistência cultural no Carnaval foram os afoxés. Um dos mais famosos é o Afoxé Filhos de Gandhi, surgido nos anos 1940 do século XX, que até hoje marca presença no Carnaval baiano.No Carnaval, como em outras festas públicas do calendário baiano, a cultura popular confunde-se com a indústria cultural, a cultura do espetáculo. A predominância da indústria cultural altera as formas de produção e recepção das festas pela população local e por aquela que vem de fora, praticar o turismo.Nesse contexto, os poderes públicos, órgãos oficiais e empresas privadas interferem na festa, regularizando, controlando e, associados à mídia, criam imagens com finalidades prioritariamente econômicas.

indústria

turismo

e ado

culturalindústria

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Realizando um ensaio fotográfico

Um dos grandes motes do Carnaval é a ideia de democracia cultural, em que todos festejam juntos, felizes, independentemente de classes sociais. Contudo, mesmo a indústria do turis-mo vendendo essa imagem sedutora, principalmente para o turista estrangeiro, na prática o que acontece é bem diferente. Os blocos de Carnaval, fechados e caros, com trios-elétricos cada vez maiores, ocupam física e sonoramente os espaços públicos e, como afirma Costa (2008): “dentro da lógica capitalista, quando se paga, pode-se exigir tudo: saúde, segurança, conforto, horário marcado para a saída de blocos [...]“. Alega-se que a festa “gera emprego e renda” aos pobres. Muitos trabalham como cordeiros, recebendo um pagamento irrisório para manter o povo do lado de fora dos blocos, e com péssimas condições de trabalho. Outras ocupações nas festas de rua são as de catadores de latinhas e de vendedores ambulantes. Para vender seus produtos, os ambulantes passam a festa dormindo nas ruas, às vezes levando a família toda para ajudar no comércio.Porém, em meio a essas contradições sempre são encontradas brechas que possibilitam a manutenção de espaços não totalmente reprimíveis. Os “foliões-pipoca” forçam sua presen-ça e continuam a participar intensamente dos festejos nas vias públicas.Nas festas da indústria cultural vemos milhares de pessoas nas ruas, os enormes trios-elé-tricos com suas bandas, musas e “musos” que lançam músicas a cada ano e modas de como dançar. Por trás dessas imagens, veiculadas pelas TVs, revistas, jornais e pela internet para todo o planeta, cada vez mais as relações são pautadas no capital e nas contrapartidas. Onde está o Carnaval da participação popular? Apenas nos cortejos afro, no circuito Batatinha (Pe-lourinho) e no folião-pipoca que se espreme ao lado de fora dos grandes blocos?

1- Podemos fotografar de várias formas. Uma delas é a que chamamos de ensaio fotográfico. Para saber o que é um ensaio fotográfico, façam uma pesquisa na internet, em revistas e em livros de fotografia. Busquem o tema do Carnaval.

2- Provoque uma reflexão, pedindo aos educandos que pensem nas imagens de Carnaval que costumam ver habitualmente nas revistas, nas reportagens de jornal, na internet e na televisão, durante essa época. Analisem as imagens.

3- Em seguida, mostre, no CD da Coletânea Festas Populares de Salvador, as imagens que retratam a festa do Carnaval e a Festa do Bonfim. Façam uma análise das imagens. Leiam também os textos correspondentes a essas festas: o texto A Festa e o Trabalho, do Almana-que Festas Populares de Salvador e o texto sobre Indústria Cultural e Indústria do Turismo no Guia do Educador.

4- Discuta com o grupo o que é um ensaio fotográfico; se possível mostre livros de artistas fotógrafos, que trabalham com a ideia de ensaio. Faça-os perceberem as diferenças entre juntar uma série de fotos de um mesmo tema e o que é realizar um ensaio fotográfico.

5. Seria interessante que os educandos também pesquisassem imagens de fotógrafos ao longo da história da fotografia brasileira até os nossos dias, e trouxessem essa pesqui-sa para o grupo. Essas imagens devem ser observadas e analisadas, destacando pontos de vista, enquadramentos, luz, temas, cor, tons, etc. Para falar de fotografia como arte, é

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importante que se possam observar as fotos realizadas por fotógrafos artistas, pois sem isso fica difícil compreender o assunto. Fotografia é linguagem visual e precisa ser vista, observada e lida para ser compreendida.

6. Depois das pesquisas, reflexões e discussões sobre fotografia, ensaio e fotógrafos propo-nha aos educandos que, em grupos, realizem um ensaio fotográfico sobre um tema es-colhido (pessoas, paisagens ou outro foco de interesse do grupo). A quantidade de fotos fica por conta de cada grupo.

7. Utilizem os recursos disponíveis (câmeras digitais compactas e celulares).8. Exponham os resultados e avaliem. Esta exposição pode ser com algumas fotografias se-

lecionadas e impressas em papel ou em forma de um fotoclip feito no computador e exibido com datashow.

Adenor Gondim - fotógrafo baiano, que fez um vasto trabalho fotográfico sobre temas re-ligiosos. Produziu ensaios significativos sobre a cidade de Cachoeira, na Bahia e sobre a Irmandade da Boa Morte, suas festas e procissões.

Christian Cravo – Fotógrafo baiano. Desenvolve pesquisa fotográfica sobre inúmeras mani-festações religiosas. Grande parte de sua produção artística consta de retratos.

Isabel Gouvêa – Fotógrafa paulista, radicada em Salvador desde 1988. Com seu olhar poéti-co, vem desenvolvendo trabalhos com temas diversificados. Um dos seus temas é a cultura popular baiana, em especial o mito de Iemanjá.

Mario Cravo Neto – Fotógrafo baiano. Profundo pesquisador da cultura baiana, tendo reali-zado uma vasta obra.

Sebastião Salgado – Fotógrafo mineiro. Dedicou-se a fazer crônicas sobre a vida das pessoas excluídas, trabalho que resultou na publicação de dez livros e realização de várias exposições.

Pierre Verger – fotógrafo francês, radicado em Salvador – Bahia. Registrou a história, cos-tumes e, principalmente, a religião praticada pelos povos iorubás e seus descendentes, na África Ocidental e na Bahia, que foram os temas centrais de suas pesquisas e sua obra. A Fundação Pierre Verger foi criada em 1988 pelo fotógrafo, com o objetivo de preservar e divulgar a sua obra e destacar a importância das culturas africanas e afro-brasileiras. Está aberta ao público, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h.

Fundação Pierre Verger: 2ª Travessa da Ladeira da Vila América, 6, Engenho Velho de Brotas. CEP 40.243-340 - Salvador – BA. Site: http://www.pierreverger.orgGaleria da Fundação Pierre Verger: Portal da Misericórdia, nº 9, Loja 1,Centro Histórico. CEP. 40.020-200 - Salvador - BA. Telefone: (00 55) (71) 3321 2341Horário da Galeria: Segunda a sábado das 8h às 20 h e domingo das 8h às 15h.

Alguns fotógrafos que registraram a culturaafro-brasileira e temáticas populares:

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Samba e História

1- Assistam ao vídeo Festas Populares de Salvador, principalmente àqueles referentes às festas de Santa Bárbara, de Iemanjá, da Boa Viagem, Ribeira, São Brás e Carnaval. Observem como a música se manifesta nessas festas.

2- Propor aos educandos que pesquisem a origem da palavra samba.

3- Pesquisem, em seguida, a importância do samba para o povo negro e para a identidade cultural do Brasil.

4- Pesquisar, selecionar e ouvir os sambas de cada época, identificando cada estilo (samba-enredo, samba-canção, bossa-nova, samba-reggae, pagode, samba-de-roda, o samba da Bahia etc.).

5- Sugira temas para produção de textos sobre as temáticas relacionadas à história do sam-ba: diversidade cultural, movimentos de resistência cultural, a situação do negro na atualida-de, a contribuição artística dos afro-descendentes para a cultura musical brasileira.

6- Sugira outros temas para a produção de textos a partir das letras dos sambas pesquisados. Antes de decidirem as letras de referência para os textos, contextualizem criticamente.

7- Montar uma linha do tempo com a história do samba, situando em períodos da História do Brasil e, se possível, com o espaço geográfico de predominância.

8- Pesquisar os instrumentos utilizados no samba e a origem desses instrumentos.

9- Criar histórias em quadrinhos, com as histórias contadas nas letras dos sambas.

10- Montar uma exposição com os diversos estilos de sambas pesquisados, com CDs, fo-tografias, letras das músicas, instrumentos utilizados no samba, com a linha do tempo, os quadrinhos e também com apresentações musicais.

Para pesquisar na internet, sobre fotógrafos e fotografia: www.fotografosbrasileiros.com.br; www.sobresites.com/fotografia/fotografos.htm; fotografosdomundo.weblog.com.pt; www.fotodicas.com.

Para pesquisar sobre música afro-brasileira acessem:http://somnegro.wordpress.com/category/musicas-afro-brasileiras/Para pesquisar músicas e discos brasileiros acessem:http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/indice.htmConsultem também a versão eletrônica do Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira no site:http://www.dicionariompb.com.brALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado — Música Popular Brasileira.Instituto Cultural Cravo Albin/ Instituto Antônio Houaiss. São Paulo: Paracatu, 2006

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Como fazer histórias em quadrinhos

• Primeiro façam um roteiro, colocando no papel como será a história toda. • Vejam quantos quadrinhos sua história inteira vai ter. Em seguida, tentem descobrir de quantas páginas vão precisar. Exemplo: 12 quadrinhos - duas páginas, seis quadrinhos em cada uma. • Dividindo uma folha A4 ao meio, pode-se fazer uma capa na primeira página, deixar a his-tória na segunda e terceira, colocar o nome e outros dados, na última. Quando pensamos na disposição e no formato dos quadrinhos, calculando as páginas, estamos fazendo a dia-gramação. Diagramar é decidir a forma e o tamanho dos quadrinhos, lembrando que um pode ser o dobro dos outros e ocupar uma tira inteira ou que os quadrinhos podem ser de tamanhos diferentes.• Dica importante: para fazer cada quadrinho, comecem pelo texto (balões dos personagens) e depois façam os desenhos. Geralmente, nos empolgamos com o cenário, os personagens, e depois não cabem mais os balões. Fica tudo encolhido e ninguém consegue ler direito. • Outra sugestão: se preferirem, façam os quadrinhos em papéis já recortados e depois co-lem numa folha preta, deixando espaços iguais entre eles. Em vez de preta, podem escolher outra cor que preferirem, sempre contrastando com a dos quadrinhos. • Para as letras usem apenas maiúsculas, que devem ficar mais ou menos do mesmo tama-nho. Destaquem palavras importantes ou gritos com cores mais fortes, assim como usamos o NEGRITO (N) no computador. Escrevam as letras antes de fazer o balão em torno delas.• Observem em revistas em quadrinhos como são desenhados os balões para pensamentos, gritos e falas.• Outro elemento importante são as onomatopéias, que aparecem nos quadrinhos represen-tando os mais variados sons.Adaptado do site: http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html

Para saber mais: consultem os sites: http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.htmlhttp://www.educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/como-construir-histo-ria-quadrinhos-com-os-alunos.htmhttp://pt.wikihow.com/fazer-historia-em-quadrinhoshttp://pan.nied.unicamp.br/~hagaque/

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No período das festas juninas - Santo Antônio, São João e São Pedro - as cidades transformam-se, principalmente as cidades do Nordeste. Apesar de ser um centro urbano, Salvador tenta manter viva a tradição dos fes-tejos juninos. Mas muito já se modificou. Inclusive o costume de acender fogueiras, difícil de manter nas cidades, e o de soltar balões, reconhecida-mente grandes causadores de incêndios.A música nos festejos juninos:Segundo Luiz Gonzaga, chamado de “rei do baião”, em um bom forró não pode faltar o arrasta-pé, o ritmo característico das quadrilhas, um bom xa-xado, xote e o baião. De acordo com alguns pesquisadores, o forró surgiu no século XIX. A origem do nome forró tem várias versões. O folclorista Câ-mara Cascudo (2002) afirma que o termo deriva da expressão forrobodó, que significa arrasta-pé ou confusão. O forró é frequentemente identificado com os festejos juninos e grandes compositores e sanfoneiros, como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, popularizaram esses ritmos por todo Brasil.Atualmente, existem vários gêneros de forró: forró eletrônico, forró tradi-cional, forró universitário e o forró pé de serra.

um programa de rádio temático

Simule com o grupo um programa de rádio a partir de pesquisas sobre gêneros musicais.

1. No caso das festas juninas, os educandos podem pesquisar as músi-cas e músicos nos estilos que mais identificamos com esses festejos: o xote, o xaxado, o baião e o arrasta-pé. É interessante confrontar as músicas mais tradicionais com as músicas de forrós mais atuais.

2. Assistam ao vídeo das Festas Populares de Salvador sobre os feste-jos juninos – Santo Antônio, São João e São Pedro. Leiam os textos sobre essas festas no Almanaque Festas Populares de Salvador.

3. Discutam sobre as mudanças acontecidas com o repertório mu-sical e com as festas juninas, ao longo do tempo. Busquem rela-cionar com as mudanças sociais, culturais e econômicas.

ndústria festas

juninasascultural

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Dicas sobre um programa de rádio:

Um aspecto que precisa ser observado é a linguagem radiofônica, que precisa ser ágil e di-nâmica. Como não há imagem para preencher os vazios, não devemos deixar “espaços em branco”. Além disso, o rádio, sendo um veículo tradicionalmente muito popular, utiliza uma linguagem simples, direta e coloquial, próxima do ouvinte. O programa pode ser ao vivo, mas pode também ser gravado em um CD, através da utilização de editores de som, que gravam no computador conectado a mesas de som, onde se plugam microfones e outros acessórios. Dessa forma, tais programas podem ser veiculados em salas de aula ou em ou-tros espaços, através do uso de aparelhos de som portáteis.

Para pesquisar músicas e discos brasileiros acessem: http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/indice.htmConsultem também a versão eletrônica do Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira no site: http://www.dicionariompb.com.brALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado — Música Popular Brasileira. Institu-to Cultural Cravo Albin/ Instituto Antônio Houaiss. São Paulo: Paracatu, 2006

4. Elaborem textos sobre a história das músicas, os compositores pesquisados e sobre o programa de rádio (quem são os apresentadores, quem fez as pesquisas).

5. Façam um roteiro com o planejamento do programa. Observem a duração de cada música e de cada locução de texto e a duração total do programa. Criem o nome do programa, um slogan e propagandas.

6. Vocês vão precisar de um aparelho de CD e o programa pode ser apresentado para toda a escola, se houver microfones, caixas de som e um amplificador.

Sugestão de Filme: O Homem que Engarrafava Nuvens (Brasil - 2009). Duração: 100 min. Gênero: Documentário. Direção: Lírio Ferreira. Sinopse: documentário que relata a história do músico Humberto Teixeira, compositor e precursor da criação do Baião. Entre suas com-posições importantes clássicos como ‘’Adeus Maria Fulô’’ e ‘’Asa Branca’’, a segunda canção mais popular no Brasil. A sua subida ao estrelato nos anos 50 foi meteórica, mas foi eclipsada pelo seu parceiro, Luiz Gonzaga, o ícone que imortalizou suas canções e tornou-as mais co-nhecidas na cultura brasileira. Com a chegada da Bossa Nova, o Baião e Humberto Teixeira afundaram-se na obscuridade. Nas décadas seguintes, a sua música só era ocasionalmente registrada, por exemplo, em resposta à ditadura militar de 1964. Fonte:http://cinema.uol.com.br/filmes/o-homem-que-engarrafava-nuvens-2009.jhtm

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Alegorias

O cortejo da Festa do 2 de Julho vai do bairro da Lapinha até o Campo Grande.No percurso se destacam as imagens do Caboclo e da Cabocla, que simbolizam a participação indígena na Independência da Bahia. Essas duas personagens são identificadas com a coragem e a luta do povo baiano. As pessoas costumam depositar flores, bilhetes com pedidos e fotografias nos carros que levam as imagens, em um exemplo de de-voção religiosa, parada militar e festa popular.

“Imagem literária que possui sentido oculto e onde as abstrações ou coisas inanimadas são representadas por meio de personagens, enredos e situa-ções. uma alegoria é sempre narrativa no sentido de ser um relato de ação, representação de coisa em vida e distingue-se em: APÓLOGO - representan-do o universo da moral e PARÁBOLA - representação de ideias religiosas ou místicas” (Enciclopédia Barsa Universal. São Paulo: Editora Planeta, 2006).Apesar de ênfase no caráter narrativo da alegoria não podemos deixar de admitir o conteúdo, também descritivo, das representações alegóricas. Ale-goria é recurso do pensamento usado para conferir certa tangibilidade ao abstrato, certa personalidade ao que é impessoal. O pensamento alegóri-co representa - como pessoa em ação - entidades abstratas como vícios e virtudes; forças fisicamente sensíveis, porém impessoais, como o vento, o sono, a noite, o rio, a Terra etc. O recurso à alegoria não é exclusivo de uma forma de linguagem. A expressão narrativa alegórica aparece em todo tipo de representação: literária, pictórica, musical, gestual (dança), arquitetôni-ca, escultural... e nos enredos de escolas de samba. São peças de literatura alegórica bem conhecidas: a Bíblia, D. Quixote (Miguel de Cervantes), Via-gens de Gulliver (Swift) e numerosas lendas da mitologia grega, um acervo espetacular de entidades e narrativas alegóricas.Fonte: http://ligiacabus.sites.uol.com.br/semiotica/alegoria.htm

alegóricoss

Bahia

símbolos

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A história do 2 de Julho

O 2 de julho de 1823 é uma data importante para a Bahia e uma das mais importantes para o país, já que o Brasil, que se declarou independente em 1822, ainda estava submetido às tropas portuguesas que insistiam em permanecer em várias regiões. Uma figura de desta-que das lutas pela independência na Bahia foi o general Pedro (Pierre) Labatut, que liderou as tropas brasileiras em importantes ofensivas ao exército português. Labatut, mercenário francês, veio para o Brasil contratado pelo príncipe regente D. Pedro I, para servir em seus exércitos. Por ocasião das lutas na Bahia, seguiu com as tropas comandadas pelo Chefe de Divisão Rodrigo de Lamare, para combater o general português Inácio Luís Madeira de Melo, ali entrincheirado, em desafio ao Regente. Segundo relatos históricos, Labatut pode ser con-siderado um misto de herói e algoz, pois lutou com afinco ao lado dos brasileiros, porém, costumava tratar com crueldade a qualquer um que ficasse em seu caminho e prejudicasse seus interesses. Ao chegar à Bahia em final de outubro de 1822, o General Labatut organizou o “Exército Pacificador” em três brigadas: Pirajá, Armações e uma outra brigada localizada entre essas duas. Em novembro, 250 soldados portugueses desembarcaram em Itacaranha,

Criando alegorias

As figuras alegóricas podem simbolizar elementos da natureza, procurando revelar suas es-sências: o vento (que pode estar associado à liberdade); o leão (usualmente relacionado à coragem). Podem também simbolizar valores como a liberdade, a justiça, a bondade, a mal-dade, a proteção, a coragem, a inteligência, a astúcia, através de diversas imagens, símbolos ou objetos.

1- Apresente as fotografias e a parte do vídeo que mostram a Festa do 2 de Julho.2- Pesquisem sobre a História da Bahia, História da Independência da Bahia e a História da

Festa do 2 de Julho. Usem os textos do Guia do Educador e do Almanaque Festas Popula-res como referência, mas busquem outras fontes.

3- Pesquisem sobre figuras alegóricas. O que são alegorias? Como elas são representadas? Qual o seu papel? Onde aparecem na Festa do 2 de Julho? Qual a sua importância?

4- Pesquisem sobre textos literários que usem o recurso da alegoria. Pesquisem também em histórias mitológicas, como as gregas, e em lendas africanas e indígenas. Escolham alguns textos e interpretem.

5- Cada educando deve escolher um valor e criar uma figura alegórica que o represente. Deve também pensar nos significados que essa figura terá para as pessoas e o lugar que ela poderia ocupar em sua cidade.

6- Peça que os educandos escrevam um texto em prosa ou verso sobre o valor que escolhe-ram e que ilustrem o texto com um desenho da figura alegórica.

7- Leiam os textos em voz alta e discutam sobre os significados do exercício “criando alego-rias”. Reflitam e discutam sobre como as alegorias se relacionam com o contexto da Festa do 2 de Julho e da História da Bahia e do Brasil.

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avançaram sobre Pirajá e foram rechaçados pelas tropas de Labatut. Este acontecimento ficou conhecido como a “Batalha de Pirajá”. Tobias Monteiro, na “Elaboração da Independên-cia” (1913), relata um fato curioso ocorrido durante a batalha: o corneteiro Luís Lopes dá o to-que de “avançar, cavalaria” em lugar de “recuar”. As tropas portuguesas, que desconheciam a existência de cavalarias brasileiras, são pegas de surpresa, entram em pânico e retrocedem. Em maio de 1823, o general Labatut, em razão de ter mandado prender oficiais brasileiros contra ordens expressas, é cassado do comando e preso.Outras personagens importantes da História da Independência da Bahia foram a abadessa Joana Angélica e a soldado Maria Quitéria. Joana Angélica tentou impedir a entrada dos portugueses no Convento da Lapa, que abrigava revoltosos, e foi assassinada. Maria Quitéria de Jesus Medeiros distinguiu-se na batalha da Barra do rio Paraguaçu, no Recôncavo Baia-no, como soldado da tropa “Voluntários do Príncipe”. Esta tropa contava com a participação mais importante desta guerra: o povo. O exército de “Voluntários do Príncipe” chegou a ter cerca de 13 mil combatentes. A defesa da Ilha de Itaparica foi outro evento em que a atua-ção do povo foi decisiva. A resistência na ilha foi empreendida pelos próprios moradores: pescadores e donas de casa. Maria Felipa, negra que organizou as mulheres, destacou-se nos combates na praia. Ao final de inúmeras lutas, o general português Madeira de Melo, cercado por todos os la-dos, se entrega. O exército brasileiro, exausto, mas orgulhoso, entra na cidade de Salvador em triunfo. São muitas as motivações de ordem política e econômica para as guerras da Independência brasileira, mas, sem dúvida, o episódio da Independência da Bahia é uma história de coragem do povo baiano.

Para saber mais: MELLO, Agenor Bandeira de; BATALHA, Sílvio. Cartilha Histórica da Bahia- registro político do Estado, 5ª ed. Salvador: sem editora, 1990.SILVA, Flávio Caetano da. História da Bahia em quadrinhos. Casa da Qualidade, 2007.TAVARES, Luís Henrique Dias. História da Bahia. 10ª ed (rev. e ampli.), 3ª tiragem. São Paulo – Salvador: UNESP/EDUFBA, 2006.

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Afoxé – cortejo carnavalesco animado pelo ritmo ijexá de uma xaranga compos-ta de instrumentos afro-baianos, É considerado um candomblé de rua.Águas de Oxalá- Cerimônia purificadora, realizada pelos adeptos do candom-blé em louvor a Oxalá.Alcorão – livro sagrado do Islamismo.Arquétipo – modelo ideal; padrão; imagens do insconsciente coletivo (segundo C. G. Jung, psicológo suíço).Autos natalinos – representação teatral popular, com danças, cantos e persona-gens que encenam o nascimento de Jesus.Axé - saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva.Baianagô – termo que identifica uma das característica da cultura baiana forte-mente influenciada pela cultura nagô (iorubá).Boca livre – festa com comida e bebida de graça.Bailes pastoris – danças dramáticas populares que teatralizam o nasci-mento de Jesus.Baixar – expressão popular que faz referência ao ato do santo, encantado, orixá se manifestar.Banhos de descarrego – banhos de limpeza com folhas e outros apetrecho.Bereguedê- folia bastante animada.Burrinha - um personagem que carrega da cintura para baixo uma burrinha, que dança cavalgando ao som de pandeiros, ganzás e violas. Em algumas regi-ões é integrado aos bumbas meu boi.Candomblé- religião afro- brasileira.Chegança- dança dramática se expressa através de um cortejo de marinheiros, que encena antigas lutas de cristãos e mouros e narra histórias de navegadores.Cordeiro – pessoa que segura as cordas em torno dos blocos carnavalesco, para impedir a entrada dos foliões-pipoca.Demo – um dos nomes atribuído ao demônio.Deram testa – enfrentar, topar a briga.Diáspora africana – movimento de migração dos povos africanos, que se deu ini-cialmente através da escravidão e posteriormente de forma livre para diversos países.Etnias – comunidades de pessoas que possuem entre si traços genéticos, lin-güísticos e culturais comuns ou assemelhados.Família do barulho – bando de desordeiros, brigões.Fateiras – antigas vendedoras de vísceras, fatos de boi que circulavam pelas ruas da Bahia.Flores do velho – pipocas oferecidas a Obaluaê e Omulu, que também são pas-sadas no corpo dos fiéis como práticas de limpeza ritual de corpo.

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Fobica – antigas camionetes, sobre uma delas o trio-elétrico de Dodô e Osmar desfilou pela primei-ra vez no carnaval.Folião-pipoca - pessoa que brinca o carnaval na rua, de forma independente, sem fazer parte de nenhum bloco ou associação carnavalesca.Fuzarca – festa.Ganhadeira – escravas que exerciam o oficio de ganho nas ruas trabalhando para os seus senhores aos quais entregavam tudo ou parte do que vendiam.Guentam o tranco - resistem às adversidades e os golpes contrários, não caem.Hagiologia – que diz repeito ao conhecimento sobre os santos.Iansã - entidade do candomblé, identificada como guerreira, mulher decidida, rainhas dos ventos, raios e trempestades.Ibejis - orixás gêmeos, identificados com São Cosme e São Damião.Iemanjá – divindade do candomblé cultuada como rainhas das águas, a qual se atribui dons da fer-tilidade, maternidade e beleza.Imaginária – representação das imagens dos santos. Insigne – pessoa célebre, notável.Janaína - um dos nomes atribuídos a Iemanjá.Malungos- negros pertencentes a várias etnias que se tornaram parceiros, “irmãos” que estabelece-ram laços de cumplicidade.Mandinga – Orações, patuás aos quais se atribuem poderes mágicos, feitiços, que servem segundo os usuários para fechar o corpo e abrir caminhos.Mata marotos - conflitos entre brasileiros e portugueses, mais freqüentes durante a Guerra da Inde-pendência da Bahia – 2 de Julho.Mendengues - movimentos gingados, cheios de floreios.Missa campal – missa celebrada fora da Igreja.Mito – narrativa de natureza simbólica sobre fatos e personagens, reais e imaginários realçando seus aspectos fabulosos e heróicos.Mourisco - estilo relativo aos mouros.No lixo - sair por último, só quando a festa acabar, quando se inicia a limpeza do lugar.Obaluaê - orixá protetor de doenças.Omulu – Como Obaluaê é um orixá que protege das doenças da pele e das epidemias.Orixá - divindade (deuses) do candomblé.Oxalá - orixá associado á criação do mundo e da humanidade, portadora de paz e harmonia.Oxum – orixá, rainha das águas doces, vaidosa, sensual.Povo de santo – membros das religiões de matriz africana.Preceito - norma, regra procedimentos que devem ser acatados.Roupas de santo - roupas dos orixás e encantados vestidas pelos seus fieis.Quilombo - povoados clandestinos formados por escravos que se rebelavam e fugiam da servidão.Simbolismo - representação de um fato através de símbolos, metáforas e analogias.Sincretismo religioso – fusão, misturas de elementos de religiões diversas.Slogan – palavra ou frase de efeito, usadas na publicidade na propaganda. Tumbeiros – navios negreiros.Tupã - Entidade do panteão religioso indígena que se manifesta através do ronco do trovão.Te Deum – Ato solene da liturgia católica de louvação e agradecimento a Deus. Como no dia 2 de julho se realizava um Te Deum como parte das comemorações, o povo o associou à missa, passando a chamá-lo de Missa do Caboclo.Xaranga – orquestras de batucadas, sambas e capoeiras.

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complementaresesites

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http://pt.wikihow.com/fazer-historia-em-quadrinhos (Referências para Histórias em quadrinhos)

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http://www.smec.salvador.ba.gov.br/documentos/quilombos-no-brasil.pdf (História dos Quilombos)

http://portaldoprofessor.mec.gov.br (Sugestões de Atividades)

http://www.arteafricana.usp.br/codigos/artigos/artigos.html (site da USP que trata da cultura africana como um todo, desde a expressão artística a religião, possui artigos, textos didáticos, imagens e sugere alguns sites).

http://www.casadasafricas.org.br/ (aborda a cultura africana)

http://somnegro.wordpress.com/category/musicas-afro-brasileiras

http://cinema.uol.com.br/filmes (sinopses de filmes)

http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/indice.htm (músicas e discos brasileiros)

http://www.inep.gov.br/pesquisa

http://www.cnfcp.gov.br/tesauro/(palavras e termos da cultura popular como definições e materiais de referência)

http://memoria-africa.ua.pt (Literatura, cultura, história, geografia, economia, religião)

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Agradecimentos

Pela contribuição no encaminhamento e captação do projeto:Cristinane Olivieri e equipe da Olivieri & Associados Minom Pinho e equipe da Casa RedondaMonique Mendonça e equipe da Arte & Atitude Tatiana Rocha do Núcleo de Parcerias da CIPÓPela contribuição no desenvolvimento do projeto:Adenor Gondim pelas preciosas fotos de mobiliário tradicional de barracas de festas de largo, Ângelo Sá da Fototec, Beto Oliveira da Objetiva Fotofilme, Equipe da Eletrocooperativa, EmiliaBiancardi Ferreira, Marcelo Reis, Maria de Loudes OliveiraPor informações e depoimentos nas Festas:Santa Bárbara: Carlos Alberto Cazales , Edna Maria de Jesus, Edson do Nascimento, Estelita Alves Silva (Mercado de Santa Bárbara), Julio César Soares (Irmandade Rosário dos Pretos), Lelia Maria dos Santos, Negra Jhô, Valdemar José de SouzaConceição da Praia: Carlos Alberto da Silva, Luis Rocha Leal, Padre Adilton Pinto Lopes, Paloma Silva de Freitas (Juíza da Irmandade da Conceição da Praia), Wagner Américo SilvaSanta Luzia: Jaciara Cerqueira Silva, José Barbosa, Margarida Chagas, Padre Emanuel Vergne, Sebas-tiana Santos dos ReisBoa Viagem: Dona Detinha, Seu Expedito (Devoção do Senhor Bom Jesus dos Navegantes), Seu Verteibi (Equipe de Praia), Sonia Fonseca de SantanaReis - Lapinha: Joaquim Assis, Neide de Carvalho Simas, Sue Ribeiro Bonfim - Ribeira: Flodoardo Caldas (Devoção do Senhor do Bonfim), João César Rufino,Luiz Geraldo Urpia (Juiz da Devoção do Senhor do Bonfim) São Lázaro: Padre Rosivaldo, Seu ZeSão Brás: Padre José Toffo, Rosângela Leite (Cooperativa de Plataforma) Iemanjá: Ana Dumas, Colô-nia de pescadores Z1 do Rio Vermelho, Mãe AíceItapuã: Amadeu Alves, Cleonice Maria Gomes de Souza (Ganhadeiras de Itapuã), Sérgio Henrique SoledadeCarnaval: Afoxé Filhos de Gandhy, Bloco Afro Ilê Aiyê, Mudança do Garcia, Seu Marcos e Dona Rai-munda, Viviane Silva SantanaSanto Antônio: Mabel Veloso, mãe Marta de Iansã, Rodrigo Guedes São João: Eliene Maria de Almeida, José Jorge (bairro da Saúde)São Pedro: Ivan Luís Oliveira dos Santos (bairro de São João do Cabrito) CortejoDois de Julho: Dimitri Ganzelevitch, Emanuel Pita, Olímpio SerraSão Roque: Tiago Viana, Toinho Kuviteira Cosme e Damião: Raimundo Áquilla pelas preciosas imagens e informações

Ficha técnica do projetoFestas Populares de Salvador

COORDENAÇÃO GERAL: Isabel Gouvêa.PESQUISA: Coordenação de pesquisa e textos dos Almanaques: Frede AbreuPRODUÇÃO: Produção executiva: Jean Cardoso Produção: Ivânia Tupinambá, Laíse Helena Rosa e Patrícia Sena Estagiários: Bianca Lessa e Cleone AraújoFOTOGRAFIA: Coordenação: Elza de Abreu Fotógrafos: Elias Nunes, Elza de Abreu, Maiara Nascimento, Pingo Carvalho, Risonaldo Cruz, Roberta Castro, Vaguiner Braz Fotos submarinas: Marcos Ferraz Fotos de arquivo: Adenor Gondim, Isabel Gouvêa e Raimundo Áquilla Manipulação de imagens: Elias Nunes

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OI KABUM! SALVADOR

CIPÓ-COMUNICAÇÃO INTERATIVA

OI FUTURO

Coordenação Geral: Isabel Gouvêa | Coordenação do Núcleo de Produção: Jean Cardoso | Coordenação Pedagógica: Sandra Loureiro | Pelourinho Digital: Juliana Machado | Núcleo de Oportunidades: André Luiz Ferreira | Educadores: Danilo Scaldaferri, Eduardo Pitta, Elza de Abreu, Fábio Farani, Fernando Figueiredo, Ivete Dantas, Karina Rabinovitz, Rita Carneiro, Vinícius Rocha | Profissionais de Edição e Equipamentos: Débora Freire, Sara OliveiraSecretaria: Ivânia Tupinambá | Estagiários de Produção: Bianca Lessa e Cleone AraújoJovens Educadores: Andréia Conceição, Dayana Ferreira, Leandro Oliveira, Tiago Pimentel, Udimila Santos | Apoio Administrativo: Cira Santos, Manoel Lázaro, Sérgio de Jesus, Sidney Moniz

Presidência: José Augusto da Gama Figueira | Vice-presidência: George Moraes | Diretoria de Educação: Samara Werner | Diretoria de Cultura: Maria Arlete Gonçalves | Diretoria de Marketing e Conteúdo: Wellington Silva | Diretoria Financeira: Flávio Copello | Diretoria Institucional: José Zunga | Coordenação Oi Kabum!: Renata Fontanillas | Equipe de Educação: Alessandra Moura, André Couto, Cristina Couri, Fernanda Sarmento, Lucas Alves, Thaís Souza, Viviane Lepsch | Arquitetura: Taissa Thiry | Assessoria de imprensa: Graciela Mendes, Laura Fontoura

Coordenação Executiva: Carla Aragão, Daniella Rocha, Melina Silveira | Administrativo Financeiro: Andréia Aquino, Mario Argollo, Simone do Bonfim

DESIGN GRÁFICO: Coordenação: Elza de Abreu e Ricard Sans Designers: Raniere Lopes e Tiago Santos Ilustradores: Cleber Monteiro e Igor MoreiraVÍDEO: Direção: Ana Rosa Marques Assistente de Direção e Decupagem: Raiane Vasconcelos Edição: Ana Rosa Marques, Danilo Scaldaferri e Sara Oliveira Imagens: Ana Rosa Marques, Leanderson Silva, Mariela Brito,Moises Araújo,Raiane Vasconcelos, Wellington Junior Áudio: Marcelo Silva, Udimila Oliveira Computação gráfica: Jefferson Borges, Leandro Sena, Marcel Araújo Animação: Cleber Monteiro e Igor Moreira Finalização: Danilo Scaldaferri Fotografias utilizadas: Adenor Gondim, Isabel Gouvêa e equipe de fotografia do projeto Festas Populares de SalvadorFOTOCLIPES: Direção: Elza de Abreu Computação Gráfica: Benjamim Reis Manipulação de Imagens: Elias Nunes e Roberta CastroSONORIZAÇÃO/ TRILHAS: Direção e composição: Tilson R. Santana Filho Co-direção, composição e gravação: Alan Carvalho Compositores convidados: Caio Frenn, Lula Dut e Rodrigo MendesDISSEMINAÇÃO: Coordenação: Juliana Machado Elaboração do Guia do Educador: Sandra Loureiro Mobilização e Monitoria: Raiane Vasconcelos e Vaguiner Braz

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