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opinião A carreira do geofísico de Paulo Buarque, professor do departamento de Geologia da UFF e membro do comitê gestor do CTPetro Guia do Segunda edição, 2010 ESTUDANTE Ano XII • jul/ago 2010 • Número 73 (Suplemento Guia do Estudante) • www.tnpetroleo.com.br NESTA EDIÇÃO A indústria do petróleo no Brasil Plataformas brasileiras Cenário do petróleo no mundo Pré-sal: o presente e o futuro do Brasil Bacias sedimentares brasileiras A logística do petróleo Malha dutoviária Parque de refino O beabá da exploração Sustentabilidade e recursos energéticos Personalidades da indústria do petróleo Indústria naval brasileira ARTIGOS MBA em quê?, por Bianca Machado Branco A difícil escolha da profissão, por João Batista Frazão (Não) Há vagas, por Jane Cláudia Queiroz dos Santos Engenharia está sempre na moda, por Marco Tulio Duarte Rodriguez Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis eis a questão Entrevista exclusiva José Renato Ferreira de Almeida coordenador executivo do Prominp Prominp: qualificação é o desafio permanente Qualificação,

Guia do estudante 2010

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Ano XII • jul/ago 2010 • Número 73 (Suplemento Guia do Estudante) • www.tnpetroleo.com.br

NESTA EDIÇÃOA indústria do petróleo no BrasilPlataformas brasileirasCenário do petróleo no mundoPré-sal: o presente e o futuro do BrasilBacias sedimentares brasileirasA logística do petróleoMalha dutoviáriaParque de refinoO beabá da exploraçãoSustentabilidade e recursos energéticosPersonalidades da indústria do petróleoIndústria naval brasileira

ARTIGOSMBA em quê?, por Bianca Machado Branco

A difícil escolha da profissão, por João Batista Frazão

(Não) Há vagas, por Jane Cláudia Queiroz dos Santos

Engenharia está sempre na moda, por Marco Tulio Duarte Rodriguez

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eis a questãoEntrevista exclusiva

José Renato Ferreira de Almeida coordenador executivo do Prominp

Prominp: qualificação é o desafio permanente

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entrevista exclusiva

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qualificaçãoJosé Renato Ferreira de Almeida, coordenador executivo do Prominp

Após quatro ciclos de seleção desde a sua criação, o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) cresceu junto com o setor de óleo/gás e naval, preparando profissionais para ingressar em um setor com imensas perspectivas e expectativas no país. O programa acaba de abrir o quinto ciclo que irá oferecer quase 28 mil vagas, em 13 estados, para cursos gratuitos em categorias profissionais de níveis básico, médio, técnico e superior.

por Rodrigo Miguez

ESSA É A PRIMEIRA de outras se-leções que serão abertas até 2014 para atender a demanda levantada pela Petrobras de 207 mil vagas.

O coordenador executivo do Pro-minp, José Renato Ferreira de Almeida, concedeu uma entrevista exclusiva para a TN Petróleo, na qual falou sobre o andamento do trabalho do Prominp na qualificação profissional para o setor de óleo e gás.

TN Petróleo – Qual o balanço que o senhor faz da atuação do Prominp na qualificação do setor de óleo e gás?

José Renato Ferreira de Almeida – O balanço é o mais positivo possí-vel. Nos ciclos anteriores passaram pelo processo de qualificação 78 mil pessoas, sendo que cerca de 54 mil já estão qualificadas e o restante está se qualificando. Agora, estamos em uma nova fase com o 5º ciclo de seleção pública, com oferta de 28 mil vagas. O número de candidatos-vaga tem

crescido bastante. No 4º ciclo, tivemos quase dez candidatos para cada vaga oferecida.

Como é feito o estudo dessa demanda de profissionais?

Essa necessidade é levantada a partir dos investimentos que a Petro-bras tem em cada região do país. Todo ano há uma atualização do plano de qualificação com base nestes núme-ros, que para o período 2010-2014 está em 207 mil pessoas em 17 estados. Esta seleção que estamos realizando já é para atender essa demanda.

Existe uma concentração de vagas em estados como Rio de Janeiro, devido à intensa atividade petroleira offshore localizada na região. Como o Prominp trabalha a demanda dos outros estados?

Isso é uma coisa que varia de acor-do com o nível de investimentos de cada região. O Rio de Janeiro, por ter

uma grande quantidade de recursos empregados no setor de petróleo e gás, tem uma demanda maior de vagas. Mas, no Maranhão e no Ceará, por exemplo, a quantidade de vagas vai aumentar muito por causa das obras nas refinarias da Petrobras.

Na entrevista para o Guia do Estu-dante de 2008, o senhor disse que 70% dos alunos treinados conseguiam entrar no mercado, e que o objetivo do Prominp era que esse número chegasse a 100%. Como está esse percentual?

Esse número tem aumentado. Pelos que temos observado através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a média ficou em 80% de pessoal qualificado que conseguiu emprego com carteira assinada, o que é um número muito bom. Então, a inserção dos alunos treinados no mercado de trabalho é praticamente certa, muito por conta

Prominp:

é o desafio permanente

TODO ANO HÁ UMA ATUALIZAÇÃO DO PLANO DE QUALIFICAÇÃO COM BASE NOS NOVOS INVESTIMENTOS

DA PETROBRAS, QUE PARA O PERÍODO 2010-2014 ESTÁ EM

207 MIL PESSOAS EM 17 ESTADOS. ESTA SELEÇÃO QUE ESTAMOS

REALIZANDO JÁ É PARA ATENDER ESSA DEMANDA.

da demanda reprimida de profissionais qualificados na área.

Como está sendo a qualificação das micro e pequenas empresas, que pre-cisam estar preparadas para atender tanto aos altos padrões de exigência do setor de óleo e gás, como também para receber esses novos profissio-nais qualificados?

Tem sido feito um trabalho intenso e muito positivo com o Sebrae, para capacitá-las a atender aos níveis de exigência do mercado. Inclusive em

habilidades gerenciais e de gestão de finanças, por exemplo. Mais de três mil empresas já foram capacitadas. Além disso, nós realizamos mais de 50 Rodadas de Negócios, em que jun-tamos grandes empresas com essas pequenas, para que se criem oportu-nidades de negócios. Esse trabalho já resultou em um volume de negócios de R$ 2 bilhões no fornecimento de bens e serviços.

Há hoje toda uma cadeia de formação de novos profissionais voltados para

o mercado de óleo e gás, incluindo as universidades, que agregaram cur-sos e especializações somente com o foco para o setor. Qual a avaliação do Prominp dessa corrida pela ca-pacitação?

Isso é muito importante, pois o setor de petróleo tem uma demanda muito grande de trabalhadores qua-lificados, nos níveis básico, técnico-médio e superior, nas mais diversas especialidades. Hoje, o mercado bus-ca tanto aquele profissional em áreas específicas como Geologia e Enge-

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O mercado de construção naval, petróleo e gás brasilei-ro passa por grandes mudanças. Os cenários são oti-mistas, demandando profissionais das mais diversas áreas para garantir o aumento da capacidade produ-tiva dos estaleiros e petroleiras. Com as perspectivas de aumento da produção de petróleo no Brasil, prin-

cipalmente após as descobertas do pré-sal, cursos voltados para a formação de mão de obra para o setor proliferaram em todo o país. Segundo o Ministério da Educação, nos últimos dois anos foram cria-dos nada menos que cerca de cem novos cursos superiores destinados à capacitação para o setor de óleo, gás e indústria naval. São Paulo concentra a maior parte deles, seguido do Rio de Janeiro, mas também há oportunidades em estados como Espírito Santo, Amazonas e Bahia. A grande procura por profissionais, especialmente por parte de mul-tinacionais, também tem impulsionado a expansão de treinamentos e cursos livres.

A indústria do petróleo engloba as mais diversas atividades, desde a engenharia ao direito, passando pela medicina e pela administração de empresas, dentre outras. Com isso, vários cursos profissionalizantes e de graduação surgiram para atender não só as centenas de empresas nacionais e internacionais, mas também pessoas interessadas em ingres-sar no mercado de óleo e gás – com remunerações até 30% superiores ao que é pago em outros setores da economia.

Em 1999, a PUC-Rio iniciou a turma de especialização em Engenha-ria de Petróleo, para graduados em Engenharia Plena, com o objetivo de formar profissionais em curto tempo (400 horas). Depois de ganhar experiência com as várias turmas, a instituição decidiu criar o curso de graduação em engenharia de petróleo, iniciado em 2005. Segundo

eis a questãoQualificação,

recursos humanos

A indústria vivencia uma demanda crescente por profissionais qualificados. Entretanto,

a formação de recursos humanos tem sido o grande gargalo do setor. Apesar do número

de graduados, as empresas reclamam da falta de profissionais aptos às suas necessidades.

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por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

SUPERIOREngenheiro QuímicoEngenheiro CivilEngenheiro de Inspeção de Equipa-mentosEngenheiro de Instalações MarítimasEngenheiro de ManutençãoEngenheiro de MateriaisEngenheiro de PerfuraçãoEngenheiro de Processamento de PetróleoEngenheiro de ProduçãoEngenheiro de ReservatórioEngenheiro de TelecomunicaçõesEngenheiro Eletricista

Engenheiro EletrônicoEngenheiro MetalurgistaEngenheiro MecânicoEngenheiro NavalEngenheiro SubmarinoAnalistasPaleontólogoGeofísicoGeólogoQuímico de LamaQuímico de Petróleo

NÍVEL MÉDIOEletricistasInstrumentistas

Técnicos de LaboratórioTécnicos de ProduçãoTécnicos de SuprimentosTécnicos de ProcessamentoTécnicos de InstrumentaçãoTécnicos de ManutençãoTécnicos de PerfuraçãoInspetor de EquipamentosInspetor de Ensaios não DestrutivosOperadores de ProcessoOperadores de Transferência e EstocagemSoldadoresSondadoresMecânicos

A pesquisa “Índice de Perspectivas Profissionais”, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), identificou as dez profissões no âmbito da indústria que apresentaram os maiores índices de perspectivas profissionais, quando foi realçado o potencial dos setores ligados a petróleo e petroquímica, construção civil e meio ambiente. Foi diagnosticado tam-bém na pesquisa que o curso técnico ou superior é considerado requisito preponderante para 91% das carreiras analisadas. Esse resulta-do reflete as mudanças tecnológicas no âmbito da indústria brasileira, que mudaram a natureza do trabalho operário. Cada vez mais, será necessário deter capacitação para lidar com processo de controle e equipamentos tecnologicamente complexos.

Recursos humanos demandados para o setor de petróleo

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Quando se fala em petróleo, muitas pessoas têm a errada impressão de que essa substância somente apareceu na história com a Revolução Industrial. Contudo, há relatos de usos de hidrocarbonetos 4000 anos antes de Cristo, com diferentes nomes: nafta da Pérsia, óleo de são Quirino, betume, entre outros. O nome como hoje é conhecido

deriva-se do latim petra e oleum, que significam “pedra de óleo”, uma vez que a substância preenche os espaços entre os grãos de areia na rocha e em cavidades no subsolo, formando as jazidas ou reservas.

Sacerdotes hebreus acendiam fogueiras utilizando petróleo como elemento de combustão, os egípcios o usavam para embalsamar seus mortos, muitos o usavam para manter acesas as tochas em pontas de lanças e flechas. Outros povos, incluindo os pré-colombianos, o aplicavam na impermeabilização de construções, embarcações e estradas.

Assim, embora conhecido desde os primórdios da civilização, o petróleo só passou a ser utilizado comercialmente no século XVIII. E somente ga-nharia status de combustível e gerador de matéria-prima com a invenção e fortalecimento das fábricas, na chamada Revolução Industrial.

A perfuração de poços, no entanto, só foi iniciada no século XIX, em Titusville, na Pensilvânia (EUA), em 1859, quando Edwin Drake criou uma bomba e perfurou o primeiro poço, para ampliar a produção desse energético, que, até então, era coletado a partir de exsudações naturais (ou seja, o petróleo aflorava na tera, em poças).

A indústria do petróleo no Brasil

história

A exploração do petróleo no Brasil teve início no século XIX, embora sem muito sucesso.

Nada deixava antever a importância que esse recurso energético assumiria em pouco tempo

ou o nível de excelência que o país alcançaria na exploração e produção de petróleo e gás

natural. No ranking da PFC Energy das 50 maiores empresas de energia do mundo com

ações em bolsa, a Petrobras é a quarta companhia de energia, atrás apenas da PetroChina,

Exxon e BHP Billiton. Já no levantamento do The World Factbook, compilado pela CIA (Central

de Inteligência Americana), o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial de produtores,

com produção diária de cerca de 2,4 milhões de barris. E mais, com a gigantesca descoberta

do pré-sal, o país passará a ser o sexto maior produtor mundial de petróleo em 2030.

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Pensilvânia, EUA, 1859. Início da produção industrial de petróleo. Cel. Edwin Drake, à direita na foto.

por Maria Fernanda Romero

A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em quatro fases distintas:

1) Até 1938, com as explorações sob o regime da livre inicia-tiva – período em que a pri-meira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no município de Bofete, esta-do de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo.

2) Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Gover-no e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.

3) Estabelecimento do monopólio estatal, durante o governo de Getúlio Vargas que, em 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004, criando a Petrobras – fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato de a Petrobras ter nascido do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos parti-dos políticos.

4) Mercado aberto, com o fim do monopólio, e a participação de pequenas, médias e grandes empresas nas atividades de exploração e produção de petróleo, principalmente em áreas offshore.

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Desastre ambiental No Golfo do México, a explosão

da plataforma Deepwater Horizon, da britânica British Petroleum (BP), em 20 de abril, jogou milhões de litros de óleo no mar.

Localizada a cerca de 80 km da costa de Louisiana, a Deepwater Ho-rizon explodiu, matando 11 dos 126 trabalhadores presentes na unidade – esta afundou dois dias depois e o vazamento de cinco mil barris de óleo por dia desde então se espalha, ameaçando os estados da Louisiana, Flórida, Alabama e Mississipi.

O acidente, o maior já regis-trado nos Estados Unidos desde o ocorrido com o Exxon Valdez, que derramou 40 milhões de litros de óleo no Alasca, acrescenta um novo e forte elemento de incerteza para a indústria mundial do petróleo.

Para além dos prejuízos am-bientais, foram aquecidas as críti-cas de grupos ambientalistas que veem a indústria de petróleo como a grande vilã, iniciou-se a discus-

são da necessidade de licenças ambientais rígidas e do controle cada vez maior da segurança da atividade offshore.

Outros acidentesO acidente da Deepwater Ho-

rizon não é o primeiro, nem está entre os piores envolvendo petró-leo, mas promete ocupar posição de destaque no ranking dos de-sastres.

Em março, o acidente com o navio petroleiro Exxon Valdez, nos Estados Unidos, completou 21 anos como um dos maiores vazamentos de petróleo da his-tória. O navio naufragou no dia 24 de março de 1989 no estreito de Prince William, causando um derramamento de 42 mil tonela-das de petróleo que se espalharam rapidamente por cerca de 28.000 km² de oceano e mais de 2.000 km da costa do Alasca. Os esforços para recolhimento e limpeza do óleo duraram três anos.

Com este vazamento, a indús-tria petroleira teve que rever suas práticas, adotando navios-tanque e procedimentos mais seguros, já que o acidente foi causado por uma sucessão de erros de sua tripulação. No entanto, o maior desastre até hoje é o do Ixtoc I, um superpetroleiro que explodiu em 1979 e derramou 454 mil to-neladas de petróleo na baía de Campeche, no México. A enorme maré negra afetou, por mais de um ano, as costas de uma área de mais de 1.600 km².

É preciso lembrar, também, que além destas tragédias causadas por acidentes, entre os maiores vaza-mentos de petróleo da história está o provocado pelo Governo do Iraque, que em janeiro de 1991 jogou no Golfo Pérsico mais de 1 milhão de to-neladas de óleo dos poços do Kuwait, para dificultar o desembarque aliado – a mancha negra se estendeu por cerca de 3.200 km² e causou enor-mes danos ecológicos.

O resultado de tudo isso foi uma onda de incertezas, es-peculações, dificuldades de financiamento e adiamento de projetos.

Mas, além do fator cambial, a indústria do petróleo é alimentada de novas descobertas, já que estamos falan-do de um produto que um dia irá acabar, então, quanto

mais aparecerem novos poços de petróleo, mais tempo a indústria vai permanecer viva.

Em 2006, a Petrobras descobriu um gigantesco reservatório de petróleo e gás na camada do pré-sal, entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, com produção estimada de até 50 bilhões de barris. Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de m³ de gás e óleo. O número supera em mais de cinco vezes as reservas atuais do país. Só no campo de Tupi (porção fluminense da Bacia de Santos), haveria cerca de 10 bilhões de barris de petróleo, o suficiente para elevar as reservas de petróleo e gás da Petrobras em até 60%.

A descoberta gerou uma agitação não só econômica, mas política no Brasil. Teve início a discussão para mudanças da Lei do Petróleo, marco regulatório do setor no país e, até mesmo, cogitou-se a criação de uma nova companhia de petróleo estatal, para explorar a região.

Para além de qualquer decisão do Governo Federal, essas novas reservas de petróleo irão fazer o país entrar no seleto grupo dos dez maiores produtores de petróleo, que hoje é composto por Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos, Irã, China, México, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Noruega.

Cenário do petróleo no mundo

exploração

Nos últimos cinco anos, a indústria petrolífera tem passado por momentos

importantes e históricos, com o valor do barril subindo de US$ 70, em 2005,

para espantosos US$ 140 em 2008. Porém, no mesmo ano, em consequência

do agravamento da crise financeira originada nos Estados Unidos, os preços

do petróleo caíram vertiginosamente, estabilizando em US$ 80, valor que se

mantém hoje, com pequenas variações.

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por Rodrigo Miguez

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Exploração

Indústria naval brasileira

Liderança em Classificação e Certificação Offshoree-mail: [email protected] Tel: + 55 21 2276-3535

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

André Gustavo Garcia Goulart

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco Sedeño

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

32 Bacias sedimentares brasileiras34 A logística do petróleo 36 Malha dutoviária38 Parque de refino44 O beabá da exploração46 Sustentabilidade e recursos energéticos49 Personalidades da indústria do petróleo

58 MBA em quê?, por Bianca Machado Branco

60 A difícil escolha da profissão, por João Batista Frazão

62 (Não) Há vagas, por Jane Cláudia Queiroz dos Santos

64 Engenharia está sempre na moda, por Marco Tulio Duarte Rodriguez

03 editorial 04 hot news 66 coffee break

68 cursos 71 feiras e congressos 72 opinião

Pré-sal: o presente e o futuro do Brasil

artigos

Ano XII • Número 73 • jul/ago 2010Fotos: Agência Petrobras e CNI

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Ano XII • jul/ago 2010 • Número 73 (Suplemento Guia do Estudante) • www.tnpetroleo.com.br

NESTA EDIÇÃOA indústria do petróleo no BrasilPlataformas brasileirasCenário do petróleo no mundoPré-sal: o presente e o futuro do BrasilBacias sedimentares brasileirasA logística do petróleoMalha dutoviáriaParque de refinoO beabá da exploraçãoSustentabilidade e recursos energéticosPersonalidades da indústria do petróleoIndústria naval brasileira

ARTIGOSMBA em quê?, por Bianca Machado Branco

A difícil escolha da profissão, por João Batista Frazão

(Não) Há vagas, por Jane Cláudia Queiroz dos Santos

Engenharia está sempre na moda, por Marco Tulio Duarte Rodriguez

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50 Guia do Estudante 2010 Guia do Estudante 2010 51

O Brasil tem hoje a quinta maior carteira mundial de enco-mendas de petroleiros, em decorrência do Promef, que vai criar 40 mil empregos diretos. O programa prevê, em sua primeira fase (o governo já anunciou o Promef II), a construção de 49 navios. Para isso, a modernização dos estaleiros já existentes e a construção de novos, como o

Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, são primordiais para o novo momento do setor.

O EAS está participando intensamente do Promef, tendo em sua carteira a construção de dez navios do tipo Suezmax. O primeiro deles, batizado de João Cândido, foi lançado no dia 7 de maio. Já o segundo navio do programa foi construído no histórico estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro, e lançado no último dia 24 de junho.

Seguindo a onda de construções de novos empreendimentos, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano, já possui li-cenciamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a realização das obras da sua implan-tação, que irá gerar 8 mil empregos diretos, consumirá R$ 2 bilhões e será destinado à produção de plataformas de petróleo de todos os tipos. O estaleiro será o segundo maior do Brasil, atrás apenas do EAS.

Para dar conta de tantos investimentos, o setor naval irá necessitar de muita mão de obra especializada e para isso é preciso que as insti-tuições de ensino estejam atentas ao momento vivido pela indústria e disponibilize vagas e cursos.

Os cursos técnicos estão ganhando a atenção dos jovens que já veem na indústria naval uma boa oportunidade de começar uma carreira

Indústria navalbrasileira

indústria naval

Após 20 anos de inatividade, a indústria naval brasileira está vindo com todo o gás para

recuperar a posição de terceira maior do mundo. O Programa de Modernização e Expansão

da Frota (Promef) da Transpetro, empresa de logística da Petrobras, e a construção de novos

e importantes estaleiros pelo país mostram que a indústria naval tem tudo para reconquistar

seu lugar no ranking mundial... e em ritmo acelerado.

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por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

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O termo ‘pré-sal’ refere-se a um conjunto de rochas loca-lizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da

costa atinge espessuras de até 2.000 m. Utiliza-se o ‘pré’ porque, ao longo do tempo, essas rochas foram

sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7.000 m.

Os primeiros resultados de volume estimado de óleo encontrado nas acumulações do pré-sal descobertas até agora apontam para volumes muito expressivos. Para se ter uma ideia, só a reserva de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o campo de Guará, na mesma bacia, teria entre 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural.

Com base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há dúvida sobre a viabilidade técnica e econômica do desenvolvi-mento comercial das acumulações descobertas. Os estudos técnicos já feitos para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobilização de recursos de serviços e equipamentos especializados e de logística, nos permitem garantir o sucesso dessa empreitada.

Algumas etapas importantes dessa tarefa já foram vencidas: em maio de 2009 a Petrobras iniciou o teste de longa duração (TLD) da área de Tupi, com capacidade para processar até 15 mil barris diários de petróleo. Um mês depois, a Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, refinou o primeiro volume de petróleo extraído da camada pré-sal da Bacia de

Pré-sal: o presente e o futuro do Brasil

Área: 800 km ao longo da costa brasileira, do Espírito Santo a Santa Catarina, numa área com 200 km de largura.

Lâmina d’água: 1,5 mil m a 3 mil m.Área total em concessão:

blocos exploratórios + campos em produção/desenvolvimento: 42.467 km² (28,49%) de um total de 149.046 km².Projeto de Lei 5.938/2009 – Fonte: ANP

Espessura média de sal (pastoso): 2 mil m. Distância da costa: 300 km, o que impõem

à Petrobras a mais desafiadora logística de apoio offshore de toda a sua história.

exploração

Apesar de ter sido na exploração onshore que a história do petróleo começou no Brasil, é na exploração offshore que temos os grandes marcos deste setor, sendo o mais importante deles a descoberta do pré-sal, em uma gigantesca área que se estende de Santa Catarina até o Espírito Santo.

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por Maria Fernanda Romero

Números do pré-sal

Teste de Longa Duração (TLD) em Tupi, na Bacia de Santos com o FPSO BW Cidade de São Vicente.

CapacidadesLDA ................................................................................................ 2.170 mCapacidade de processamento de óleo ............................. 30 mil bpdRange de óleo ....................................................................20o – 42o APIAncoragem ...................................................................................6 linhasPrimeiro óleo .................................................................... maio de 2009

Teste de Longa Duração (TLD) em Tupi, na Bacia de Santos com o

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Rua do Rosário, 99/7º andarCentro – CEP 20041-004

Rio de Janeiro – RJ – BrasilTel/fax: 55 21 3221-7500

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REPÓRTERESCassiano Viana (55 21 9187-7801)

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Rodrigo Miguez (21 9389-9059)[email protected]

RELAÇÕES INTERNACIONAISDagmar Brasilio (21 9361-2876)

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DEPARTAMENTO COMERCIALJosé Arteiro (21 9163-4344)

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DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados.

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores,

não representando, necessariamente, a opinião dos editores.

TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos,

técnicos, pesquisadores, fornecedorese compradores do setor de petróleo.

ENVIO DE RELEASESSugestões de temas ou envio de matérias devem ser feitos via fax: 55 21 3221-7511

ou pelo e-mail [email protected]

ESTAMOS DIANTE de mais um grande desafio: de um lado, o novo plano de negócios da Petrobras aponta investi-mentos da ordem de R$ 224 bilhões de dólares no período de 2010- 2014; de outro, há a escassez de mão de obra qualificada para a execução destes e outros projetos. Questões como inovação, competitividade, produtivida-de e ética estão hoje atreladas a uma nova realidade que surge no mercado de trabalho – a que agrega valor “às atividades” e “às pessoas”. E isso é muito bom!

De olho na capacitação de pessoal, investindo na formação de profissio-nais que precisam estar cada vez mais qualificados para atender as deman-das do mercado, as empresas estão fazendo sua parte. O foco é eficiência, segurança e qualidade no treinamento desses jovens. Manter-se informado, saber onde está sua melhor oportuni-dade de desenvolvimento na carreira são fatores chave para o crescimento do profissional que deseja fazer parte desse mercado emergente.

Na matéria “Qualificação, eis a questão”, nossos jornalistas traçam um perfil da indústria do petróleo, en-globando as mais diversas atividades, desde a engenharia ao direito, passan-do pela medicina e pela administração de empresas. Procuram, dessa forma, colaborar para a divulgação de cursos profissionalizantes e de graduação que surgiram não apenas para atender as centenas de empresas nacionais e internacionais, mas também para dar conta do interesse das pessoas em ingressar no mercado de óleo e gás – com remunerações até 30% superiores ao que é pago em outros setores da economia.

Em entrevista exclusiva ao Guia do Estudante, José Renato Ferreira de Almeida, coordenador executivo do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), instituição que acaba de abrir quase 28 mil vagas, em 13 estados, fala sobre o desafio da qualificação para atender a demanda levantada pela Petrobras de 207 mil vagas. “Nosso horizonte está em 2014. De acordo com o Plano de Negócios da Petrobras, essa

demanda tem sido crescente nos últi-mos anos. Então, nossa expectativa é de que tenhamos muitos anos ainda de alta demanda de empregos e oportuni-dades para a indústria”, pontificou ele.

O leitor encontrará, ainda, a história da indústria do petróleo no mundo e no Brasil, na qual se mostram as principais companhias atuantes e os números do pré-sal – assim como o detalhamento da sua gigantesca área, traçando um novo mapa do petróleo em nosso país. Fazemos um levanta-mento completo do parque de refino da Petrobras, incluindo localização, área, principais produtos e capacidade instalada de todas as refinarias brasi-leiras. E informamos sobre o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), localizado em Itaboraí (RJ) e que ocupa uma área de 45 milhões de m² com vistas a se tornar uma refinaria Premium, com capacidade de proces-sar 300 mil barris de petróleo pesado por dia no campo de Marlim – o dobro da capacidade de produção prevista inicialmente, de 150 mil barris por dia!

E mais: os investimentos do Promef (Programa de Modernização e Expan-são da Frota) da Transpetro, empresa de logística da Petrobras; a construção de novos e importantes estaleiros, gerando benefícios para o Brasil; e a geração de 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos/ano, na etapa de cons-trução dos 49 navios correspondentes à primeira fase do programa.

Enfim, um guia para quem não quer perder essa grande oportunidade que é hoje a indústria de óleo e gás.

Esperamos que esta segunda edição do Guia do Estudante, publica-ção da Benício Biz Editores Associados desenvolvida exclusivamente para atender a demanda de informação por parte de futuros profissionais e em-presas do setor de óleo e gás, cumpra seu papel, uma vez que a empresa atua e conhece este mercado há 12 anos e, certamente, ajudou a construir parte dessa história.

Sejam bem-vindos a esse mundo de conhecimento e oportunidades!

Novo cenário

Filiada à

editorial

Lia MedeirosDiretora de Novos Negócios

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4 Guia do Estudante 2010

hot news

Uma pesqUisa inédita realizada pela Hays, empresa global de recruta-mento de executivos de alta e média gerências, revelou que as empresas brasileiras pagam em média Us$ 72,5 mil anuais aos seus colaboradores em posições de gerência, ligeiramente abaixo da média mundial, de Us$ 75 mil. O Brasil está em oitavo lugar, se comparado aos demais países pes-quisados. “Há uma grande diferença entre os salários pagos pela indústria de alguns países, como a austrália e a indonésia, que chega a 400%. por essa razão, não é difícil entender por que há tanta transferência de mão de obra pelo mundo”, comenta Alexia Franco, diretora da Hays no Rio de Janeiro, onde a divisão de petróleo e gás da empresa opera desde junho de 2009.

para a executiva, o mercado bra-sileiro está aquecido e vai crescer muito nos próximos anos, princi-palmente em função das recentes descobertas na camada de pré-sal. “Observamos que a disputa por profissionais especializados nesse setor está bastante acirrada. O Brasil não tem mão de obra qualificada na quantidade necessária para atender

a demanda interna”, afirma alexia. estima-se que haja um déficit de 207 mil trabalhadores qualificados no setor.

segundo a diretora da Hays, as empresas que atuam na indústria de petróleo e gás são mundiais e, por isso, as buscas por profissionais são realizadas de forma global. “além do Brasil, atuamos no Oriente médio, África, europa, Ásia e Oceania. por isso, os resultados da pesquisa nos ajudaram a entender o mercado como um todo, o que nos permite atender a contratos internacionais, prospectar profissionais em outros países e ofe-recer trabalhadores brasileiros para multinacionais”, diz a diretora.

Como estratégia para reter ta-lentos, as empresas lançam mão de vários tipos de benefícios. “as em-presas do setor de petróleo e gás consultadas pela pesquisa oferecem benefícios de forma consistente. mas os profissionais de grandes empre-sas globais recebem mais se compa-rarmos com a média das indústrias (51% dos colaboradores têm plano de saúde, 50% recebem bônus, 47% têm ajuda de custo para moradia, 30% têm habitação paga pela em-

presa e 36% têm carro ou transporte também oferecidos pela empresa), analisa alexia.

Áreas mais aquecidas – a pesquisa apontou que os profissionais que se-rão mais demandados nos próximos meses pelo mercado de petróleo e gás no Brasil na cadeia de exploração (upstream) são: geólogos, geofísicos, especialistas em perfuração, especia-listas em equipamentos e gerentes de projetos. no setor de distribui-ção (downstream), haverá uma procura crescente por profissionais da área de infraestrutura, para a construção de re-finarias e gasodutos. “as empresas estão se consorciando para atuar em grandes projetos, por isso, as áreas de orçamento e planejamento de obras industriais es-tão em alta”, explica a diretora da Hays. no mundo, as regiões que abrirão mais oportunidades, segundo a pes-quisa, são: Oriente médio, África, Ásia, austrália, Reino Unido e norte da europa, Leste europeu e américa do sul.

O levantamento também regis-trou otimismo entre os colaboradores da indústria de petróleo e gás para os próximos meses. a maioria dos entrevistados (75%) acredita que o mercado vai se recuperar em menos de 12 meses e apenas 15% descrevem sua confiança no mercado de traba-lho no setor de forma negativa.

a área de expertise Hays Oil & Gas no Brasil, radicada no Rio de Janeiro, é um dos dez polos mundiais da empresa e atende toda a américa do sul, em sintonia com outros escri-tórios da Hays no mundo. a equipe de consultores é 100% dedicada ao setor. “nossa expectativa é fazer com que a divisão Hays Oil & Gas chegue a 30% do total de posições trabalha-das pela Hays no Rio de Janeiro e, em cinco anos, represente 50% do faturamento do escritório carioca”, diz alexia Franco.

Pesquisa traz um panorama completo da indústria de petróleo e gás no mundoLevantamento realizado pela consultoria Hays comparou salários pagos pelas empresas do setor, os cargos mais procurados e as tendências para os próximos anos. A pes-quisa apontou o Brasil em oitavo lugar.

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6ª Maratona Internacional de EngenhariaEvento acontece durante a feira Rio Oil & Gas 2010

a maRatOna inteRnaCiOnaL Chemtech de engenharia 2010, realizada durante a feira Rio Oil & Gas 2010 está em seu sexto ano de realização, sendo o segundo inter-nacional. e já treinou mais de 700 estudantes em ferramentas de ponta durante a disputa. apenas no ano passado, a Chemtech contratou 11 dos 14 finalistas que foram à salva-dor para participar da maratona de engenharia durante o pse’09 (10th international symposium on process system engineering).

são 23 universidades inscritas na competição representando o Brasil, argentina, peru, Colômbia e méxico (país estreante na marato-na). Cada instituição é representada por até dez alunos na primeira fase. Os estudantes selecionados parti-ciparam de um treinamento online e inteiramente gratuito oferecido pelos engenheiros da Chemtech, integrando técnicas de Visualização de dados (dV) e Fluidodinâmica Computacional (CFd). durante o treinamento houve chats semanais, exercícios e apostila teórica.

“na primeira fase de curso onli-ne, nosso objetivo foi fazer com que os alunos identificassem problemas operacionais em uma planta indus-trial e tomassem decisões. agora, temos as dez melhores universida-

des nessa segunda fase. Ganhará a competição a equipe que mais se aproximar da solução ideal para o

problema proposto”, explica a enge-nheira andréia abrahão, responsá-vel pela organização do evento.

UNIVERSIDADES PARTICIPANTES – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj); Universidade Federal Fluminense (UFF) ; Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); Instituto Militar de Engenharia (IME); Universidade de São Paulo (USP); Universida-de Estadual de Campinas (Unicamp); Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop); Univer-sidade Federal de Uberlândia (UFU); Universidade Federal da Bahia (Ufba); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade Federal do Paraná (UFPR); Universidad Nacional de Ingeniería (UNI – Peru); Universidad Nacional de Colombia (Unal – Colômbia); Universidad Nacional del Sur (UNS – Argentina); Instituto Tecnoló-gico de Orizaba (México).

DURANTE A FACULDADE, colo-car em prática todo o aprendizado adquirido nas aulas é preponderante para a formação profissional de todo estudante. Por isso, estagiar em uma grande empresa é muito importante para o currículo de qual-quer aluno que deseja se destacar no mercado de trabalho. Além disso,

terminar a faculdade como contrata-do ou conseguir o primeiro empre-

go logo depois de formado é algo determinante, por isso, as vagas de trainee devem ser consideradas, pois são uma forma interessante de iniciar a carreira.

Veja abaixo algumas empresas do setor que estão com inscrições abertas:Eletrobras – www.eletrobras.comIpiranga – www.ipiranga.com.brRepsol – www.repsol.com/br_ptPetrobras – www.petrobras.com.brWhite Martins – www.praxair.com/sa/br/bra.nsfShell – www.shell.com.br/rh

Programas de Estágio e Trainee

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hot news

Chemtech recruta universitários por meio de curso de capacitação

A Chemtech, empresa de consultoria e prestação de serviços em engenha-

ria e TI, recruta universitários através do programa Trilha do Sucesso, um

curso gratuito que tem o objetivo de capacitar os universitários formandos,

recém-formados e estudantes de nível técnico para o ingresso no mercado

de trabalho, utilizando uma abordagem moderna e dinâmica.

CRiadO HÁ CinCO anos pela empresa de consultoria de trei-namento profissional de mesmo nome, o trilha do sucesso já passou por 13 cidades brasileiras e atendeu cerca de 1.300 pessoas. no curso, durante 16 horas (12 para o nível técnico) divididas em dois dias, os participantes pas-sam por um verdadeiro processo de autoconhecimento, além de aprenderem a se comportar numa dinâmica de grupo e trabalharem a eficiência em entrevistas de em-prego e processos seletivos. todos têm o seu perfil traçado e enviado à Chemtech, que seleciona os mais adequados aos projetos e metas da empresa.

“O nosso trabalho é de lon-go prazo, já que ensinamos as técnicas de inserção no mercado de trabalho. se o estudante não se adequar à Chemtech agora, pode usar o que aprendeu aqui no futu-ro, inclusive em processos seleti-vos de outras empresas. ninguém sai perdendo”, afirma o engenhei-ro químico Carlos Rosa, diretor do trilha do sucesso.

Uma das ‘professoras’ do curso é a psicóloga sílvia sousa, respon-sável por passar aos universitários as principais definições de lide-rança, planejamento, prioridades, comunicação, trabalho em equipe etc. no entanto, para ela, o ensina-mento mais importante e eficiente

é o autoconhecimento. “O curso abrange todos os aspectos: currícu-lo, dinâmica de grupo, entrevista, entre outros. Fico impressionada como os estudantes passam a se conhecer melhor em tão pouco tempo, e como trabalham bem seus pontos fracos. a maioria tem dificuldade em falar em público e se expor... isso é uma novidade, no início, mas depois passam a ter foco, perdem a timidez e até fica difícil pararem de falar”, conta sílvia.

pode-se dizer que o trilha do sucesso deu outro rumo à vida do engenheiro mecânico Bernardo Garrozi. em novembro de 2007, ainda universitário, ele participou do curso em Florianópolis (sC) e acabou selecionado para um estágio na matriz da Chemtech, no Rio de Janeiro. menos de um ano depois, teve que se mudar de vez,

pois foi contratado em definitivo pela empresa.

“era estudante da UFsC e vi um cartaz do trilha do sucesso no corredor da faculdade. achei inte-ressante e resolvi me inscrever. O curso nos passa muita confiança e nos ensina a fazer nosso marketing pessoal, revelando nossos pontos fortes. muito do que aprendi eu levo até hoje para o meu dia a dia no trabalho”, diz Bernardo.

para participar do trilha do sucesso é necessário ter o coefi-cente de rendimento (CR) superior a 7,0 e estar cursando do 6º ao 8º período de todas as engenha-rias e ciência da computação. Os interessados devem acessar o site www.trilhadosucesso.com, verifi-car as datas e prazos, preencher o formulário e mandar seu histórico para [email protected].

Mercado de trabalho: oportunidades

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O SERVIçO BRASILEIRO de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou o MPE Data, um site que atua-lizará constantemente informações so-bre micro e pequenas empresas, bem como sobre o trabalhador brasileiro. A nova ferramenta pretende agregar em um único ambiente dados que ajudem a entender a realidade dos negócios no país e, dessa forma, facilitar o trabalho de profissionais e estudiosos interessa-dos em desenvolver políticas públicas.

De acordo com o Sebrae, para a elaboração do MPE Data foram sele-cionados os indicadores mais deman-

dados na entidade, como a taxa de so-brevivência das empresas, o número de exportadoras, as empresas optan-tes pelo Simples, os empreendimentos informais e os empreendedores indivi-duais formalizados.

As informações são obtidas com os principais órgãos públicos e institutos de pesquisas nacionais e internacio-nais. Elas serão classificadas nacio-nalmente ou por unidade federativa.

O lançamento do MPE Data será às 11 h na Confederação Nacional dos Tra-balhadores no Comércio (CNTC), em Brasília. Na oportunidade, será lançada

também a terceira edição do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, com números de 2008 e 2009.

O anuário é produzido em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômi-cos (Dieese). Ele também ficará dispo-nibilizado no novo site. O endereço é www.mpedata.com.br.

O aqUeCimentO dO mercado de engenharia e a demanda cada vez maior por profissionais qualificados na área fizeram com que as empresas buscassem profissionais menos ex-perientes. a chamada “juniorização” da engenharia é revelada pelo Guia salarial 2010-2011, da Robert Half, empresa mundial de recrutamento. em cargos como o de gerente de pro-jetos houve uma pequena queda no piso salarial, independente do porte da empresa.

enquanto no ano passado um engenheiro de aplicação/processos tinha um piso salarial de R$ 2,5 mil em empresas de pequeno porte e de R$ 3,5 mil em grandes empre-sas, hoje este se mantém entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil, respectivamente. “existe uma grande necessidade de profissionais qualificados, e isso faz com que as empresas busquem en-genheiros com pouca experiência ou recém-formados. muitos terminam a

faculdade já empregados”, afirma o gerente da divisão de engenharia da Robert Half, Roberto Britto (foto).

Outra tendência que vem sendo observada no mercado, especialmen-te no segmento de infraestrutura, é a busca por profissionais já aposenta-dos e que tenham bastante experiên-cia em determinados tipos de obra, como hidrelétricas, por exemplo.

Perfil gerencial – para os engenheiros com perfil gerencial, há demanda por gerentes de logística e de qualidade, que podem ter salários de R$ 6 mil a 24,5 mil, e R$ 6 mil a R$ 18 mil, respectivamente.

na diretoria, o destaque é para o cargo de diretor industrial, profissio-nal que pode ter um salário de R$ 20 mil a R$ 52 mil. “Com empresas cada vez mais enxutas, esse profissional precisa ter conhecimentos de áreas tão diversas quanto RH, logística, manutenção, produção e adminis-trativa. é um executivo generalista e que acumula diversas atividades”, afirma Roberto Britto.

Aquecimento do mercado de engenharia chega aos profissionais em início de carreira

Sebrae lança site com perfil dos trabalhadores e das micro e pequenas empresas

A necessidade de engenheiros qualificados é tão imediata que, segundo o Guia Salarial 2010-2011, da Robert Half, as empresas estão buscando cada vez mais executivos na base da pirâmide. Além disso, com o mercado aquecido, a remuneração para cargos em engenharia aumentaram.

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entrevista exclusiva

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qualificaçãoJosé Renato Ferreira de Almeida, coordenador executivo do Prominp

Após quatro ciclos de seleção desde a sua criação, o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) cresceu junto com o setor de óleo/gás e naval, preparando profissionais para ingressar em um setor com imensas perspectivas e expectativas no país. O programa acaba de abrir o quinto ciclo que irá oferecer quase 28 mil vagas, em 13 estados, para cursos gratuitos em categorias profissionais de níveis básico, médio, técnico e superior.

por Rodrigo Miguez

ESSA é A PRIMEIRA de outras se-leções que serão abertas até 2014 para atender a demanda levantada pela Petrobras de 207 mil vagas.

O coordenador executivo do Pro-minp, José Renato Ferreira de Almeida, concedeu uma entrevista exclusiva à TN Petróleo, na qual falou sobre o andamento do trabalho do Prominp na qualificação profissional para o setor de óleo e gás.

TN Petróleo – Qual o balanço que o senhor faz da atuação do Prominp na qualificação do setor de óleo e gás?

José Renato Ferreira de Almeida – O balanço é o mais positivo possí-vel. Nos ciclos anteriores passaram pelo processo de qualificação 78 mil pessoas, sendo que cerca de 54 mil já estão qualificadas e o restante está se qualificando. Agora, estamos em uma nova fase com o quinto ciclo de seleção pública, com oferta de 28 mil vagas. O número de candidatos-vaga

tem crescido bastante. No quarto ciclo, tivemos quase dez candidatos para cada vaga oferecida.

Como é feito o estudo dessa demanda de profissionais?

Essa necessidade é levantada a partir dos investimentos que a Petro-bras tem em cada região do país. Todo ano há uma atualização do plano de qualificação com base nestes núme-ros, que para o período 2010-2014 está em 207 mil pessoas em 17 estados. Esta seleção que estamos realizando já é para atender essa demanda.

Existe uma concentração de vagas em estados como Rio de Janeiro, devido à intensa atividade petroleira offshore localizada na região. Como o Prominp trabalha a demanda dos outros estados?

Isso é uma coisa que varia de acor-do com o nível de investimentos de cada região. O Rio de Janeiro, por ter

uma grande quantidade de recursos empregados no setor de petróleo e gás, tem uma demanda maior de vagas. Mas, no Maranhão e no Ceará, por exemplo, a quantidade de vagas vai aumentar muito em função das obras nas refinarias da Petrobras.

Na entrevista para o Guia do Estudan-te de 2008, o senhor disse que 70% dos alunos treinados conseguiam entrar no mercado, e que o objetivo do Prominp era que esse número chegasse a 100%. Como está esse percentual?

Esse número tem aumentado. Pelo que temos observado através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a média ficou em 80% de pessoal qualificado que conseguiu emprego com carteira assinada, o que é um número muito bom. Então, a inserção dos alunos treinados no mercado de trabalho é praticamente certa, muito por conta

Prominp:

é o desafio permanente

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TODO ANO há UMA ATUALIZAçãO DO PLANO DE QUALIFICAçãO COM BASE NOS NOVOS INVESTIMENTOS

DA PETROBRAS, QUE PARA O PERíODO 2010-2014 ESTá EM

207 MIL PESSOAS EM 17 ESTADOS. ESTA SELEçãO QUE ESTAMOS

REALIZANDO Já é PARA ATENDER ESSA DEMANDA.

da demanda reprimida de profissionais qualificados na área.

Como está sendo a qualificação das micro e pequenas empresas, que pre-cisam estar preparadas para atender tanto aos altos padrões de exigência do setor de óleo e gás, como também para receber esses novos profissio-nais qualificados?

Tem sido feito um trabalho intenso e muito positivo com o Sebrae, para capacitá-las a atender aos níveis de exigência do mercado. Inclusive em

habilidades gerenciais e de gestão de finanças, por exemplo. Mais de três mil empresas já foram capacitadas. Além disso, nós realizamos mais de 50 Rodadas de Negócios, em que jun-tamos grandes empresas com essas pequenas, para que se criem oportu-nidades de negócios. Esse trabalho já resultou em um volume de negócios de R$ 2 bilhões no fornecimento de bens e serviços.

Há hoje toda uma cadeia de formação de novos profissionais voltados para

o mercado de óleo e gás, incluindo as universidades, que agregaram cur-sos e especializações somente com o foco para o setor. Qual a avaliação do Prominp dessa corrida pela ca-pacitação?

Isso é muito importante, pois o setor de petróleo tem uma demanda muito grande de trabalhadores qua-lificados, nos níveis básico, técnico-médio e superior, nas mais diversas especialidades. hoje, o mercado bus-ca tanto aquele profissional em áreas específicas como geologia e enge-

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entrevista exclusiva

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nharia, quanto o que irá trabalhar no setor de fabricação de equipamentos, na parte mecânica, que é um setor importante da cadeia produtiva do setor de óleo e gás.

Como está a capacitação para o setor naval?

No passado, houve uma queda de demanda muito grande devido ao desa-

quecimento do setor naval brasileiro, mas com a retomada da indústria nos últimos anos, temos formado muita gente nova para este mercado. Nós es-tamos fazendo um esforço importante para trazer profissionais que atuavam no setor antes e foram trabalhar em outra área, e também os novos, que estão conhecendo o setor. O nosso nível de preparação de pessoas e de

sua contratação para o setor naval tem sido bastante alto.

Será exigida uma capacitação dife-renciada para os profissionais que trabalharão nas plataformas de ex-ploração do petróleo no pré-sal?

Não. O pré-sal irá significar, para nós, um aumento de escala da ne-cessidade de bens e serviços. Então, iremos precisar de mais plataformas, navios e, consequentemente, de mais pessoal.

Para terminarmos, qual a expecta-tiva do Prominp para os próximos anos?

Nosso horizonte está em 2014, de acordo com o Plano de Negócios da Petrobras, mas essa demanda tem sido crescente nos últimos anos. Então, a nossa expectativa é de que tenhamos muitos anos ainda de alta demanda de emprego e oportunidades para a indústria.

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Guia do Estudante 2010 11

de volta ao eldorado

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O mercado de construção naval, petróleo e gás brasilei-ro passa por grandes mudanças. Os cenários são oti-mistas, demandando profissionais das mais diversas áreas para garantir o aumento da capacidade produ-tiva dos estaleiros e petroleiras. Com as perspectivas de aumento da produção de petróleo no Brasil, prin-

cipalmente após as descobertas do pré-sal, cursos voltados para a formação de mão de obra para o setor proliferaram em todo o país. segundo o ministério da educação, nos últimos dois anos foram cria-dos nada menos que cerca de cem novos cursos superiores destinados à capacitação para o setor de óleo, gás e indústria naval. são paulo concentra a maior parte deles, seguido do Rio de Janeiro, mas também há oportunidades em estados como espírito santo, amazonas e Bahia. a grande procura por profissionais, especialmente por parte de mul-tinacionais, também tem impulsionado a expansão de treinamentos e cursos livres.

a indústria do petróleo engloba as mais diversas atividades, desde a engenharia ao direito, passando pela medicina e pela administração de empresas, dentre outras. Com isso, vários cursos profissionalizantes e de graduação surgiram para atender não só as centenas de empresas nacionais e internacionais, mas também pessoas interessadas em ingres-sar no mercado de óleo e gás – com remunerações até 30% superiores ao que é pago em outros setores da economia.

em 1999, a pUC-Rio iniciou a turma de especialização em engenha-ria de petróleo, para graduados em engenharia plena, com o objetivo de formar profissionais em curto tempo (400 horas). depois de ganhar experiência com as várias turmas, a instituição decidiu criar o curso de graduação em engenharia de petróleo, iniciado em 2005. segundo

eis a questãoQualificação,

recursos humanos

A indústria vivencia uma demanda crescente por profissionais qualificados. Entretanto,

a formação de recursos humanos tem sido o grande gargalo do setor. Apesar do número

de graduados, as empresas reclamam da falta de profissionais aptos às suas necessidades.

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por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

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SUPERIOREngenheiro QuímicoEngenheiro CivilEngenheiro de Inspeção de Equipa-mentosEngenheiro de Instalações MarítimasEngenheiro de ManutençãoEngenheiro de MateriaisEngenheiro de PerfuraçãoEngenheiro de Processamento de PetróleoEngenheiro de ProduçãoEngenheiro de ReservatórioEngenheiro de TelecomunicaçõesEngenheiro Eletricista

Engenheiro EletrônicoEngenheiro MetalurgistaEngenheiro MecânicoEngenheiro NavalEngenheiro SubmarinoAnalistasPaleontólogoGeofísicoGeólogoQuímico de LamaQuímico de Petróleo

NíVEL MéDIOEletricistasInstrumentistas

Técnicos de LaboratórioTécnicos de ProduçãoTécnicos de SuprimentosTécnicos de ProcessamentoTécnicos de InstrumentaçãoTécnicos de ManutençãoTécnicos de PerfuraçãoInspetor de EquipamentosInspetor de Ensaios não DestrutivosOperadores de ProcessoOperadores de Transferência e EstocagemSoldadoresSondadoresMecânicos

A pesquisa “índice de Perspectivas Profissionais”, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), identificou as dez profissões no âmbito da indústria que apresentaram os maiores índices de perspectivas profissionais, quando foi realçado o potencial dos setores ligados a petróleo e petroquímica, construção civil e meio ambiente. Foi diagnosticado tam-bém na pesquisa que o curso técnico ou superior é considerado requisito preponderante para 91% das carreiras analisadas. Esse resulta-do reflete as mudanças tecnológicas no âmbito da indústria brasileira, que mudaram a natureza do trabalho operário. Cada vez mais, será necessário deter capacitação para lidar com processo de controle e equipamentos tecnologicamente complexos.

Recursos humanos demandados para o setor de petróleo

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sérgio da Fontoura, coordenador do referido curso, a procura pela especialização é grande. “anu-almente, recebemos cerca de 30 alunos para o curso de graduação e 40 alunos para a especialização em engenharia de petróleo para graduados”, afirma ele. “nossa maior preocupação é garantir uma formação de alto nível para estes alunos e suprir o mercado com bons profissionais”, diz.

a profissão de engenheiro de petróleo, por exemplo, está em fran-co crescimento. O salário médio inicial de R$ 2 mil e o interesse de empresas do porte de petrobras, ipi-ranga e shell, fazem da engenharia de petróleo uma opção atrativa para quem pretende construir uma car-reira profissional. além de trabalhar com o estudo e análise de jazidas de petróleo, e projetos de extração do produto, o profissional dessa área pode trabalhar com outros combus-tíveis, como o gás natural.

Tecnólogosa maior parte dos cursos destina-

se à formação de tecnólogos, que têm diploma de curso superior, mas não título de bacharel. são cursos de me-nor duração do que uma graduação tradicional, voltados exclusivamente para o mercado de trabalho.

O curso tem duração menor (mé-dia de dois anos) que a do bacharela-do (quatro a cinco anos). no entanto,

com esta formação, os profissionais ainda não são aceitos nas inscrições para vagas de nível superior em con-cursos da petrobras. a alternativa, nesse caso, é buscar trabalho em empresas terceirizadas.

Cada curso de tecnologia em petróleo e gás prioriza áreas espe-cíficas, como técnica operacional, refino, processamento do petróleo, mineração, gestão em negócios, serviços em poços de petróleo, pro-dução industrial, entre outras.

Indústria navalpegando carona na necessidade

de contratação do setor petrolífero, a indústria naval também está em fase de expansão e, consequentemente,

chamando profissionais para traba-lhar nos estaleiros e nas empresas da área. estudo recente identificou a necessidade de qualificar mais 207 mil pessoas até 2013.

a revitalização da indústria na-val inaugura um período de opor-tunidades para os interessados em atuar na área. por conta da constru-ção de todos os navios do programa promef (programa de modernização e expansão da Frota), da transpetro, empresa de logística da petrobras, é estimada a geração de 40 mil em-pregos diretos no Brasil.

“no final da década de 1990, os cursos navais quase foram extin-tos, mas hoje, estão todos lotados”, recorda o coordenador do curso de construção naval da ete Henrique Lage, antônio Carlos de Jorge.

de acordo com dados da Funda-ção de apoio à escola técnica do Rio de Janeiro (Faetec), a demanda de profissionais no setor naval é de cerca de 16 mil pessoas, o que mostra que existem muitas oportu-nidades e quem quiser entrar nesse mercado tem que se qualificar.

por isso, a área de engenharia naval também está em alta, inclu-sive com relação aos salários que chegam em média a R$ 3 mil para iniciantes na carreira. O profis-sional formado nesta área tem um campo de trabalho bastante exten-so, o que significa que terá oportu-nidades em diversas empresas.

entre a teoria e a práticas de fato, a demanda existe, porém, se-gundo tertuliano soares, coordena-dor pedagógico da petrocenter, escola de logística, exploração e produção de petróleo e gás, é necessário dife-renciar o contexto das duas cadeias produtivas no tocante a mão de obra. “por um lado temos recursos huma-nos, porém, carentes de atualização profissional; por outro, a emergência de formar profissionais com alto nível de especialização em escolas técnicas e universidades”, aponta.

A PESQUISA INTI-TULADA “índice de

perspectivas profissionais”, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), identificou as dez profissões no âmbito da indústria que apresentaram os maiores índices de perspectivas profissionais, em que foi realçado o potencial dos setores ligados a petróleo e petroquímica, construção civil e meio ambiente.

Foi diagnosticado também que o curso técnico ou superior é considera-do requisito preponderante para 91% das carreiras analisadas. O resultado reflete as mudanças tecnológicas no âmbito da indústria brasileira, que mudaram a natureza do trabalho operário. Cada vez mais, será necessário deter capacitação para lidar com processo de controle e equipamentos tecnologicamente complexos.

Curso superior é importante

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recursos humanos

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a indústria de construção na-val brasileira absorve uma gama diversificada de profissionais, des-de pintores a engenheiros navais especializados. de acordo com o especialista, o grande gargalo está nos profissionais de qualificação técnica de nível médio e alguns de nível básico como soldadores, eletricistas e instrumentadores.

O candidato também deve estar pronto para mudar de domicílio e migrar para onde os parques indus-triais estão se instalando. “atual-mente a contração de determinado empregado implica a necessidade de o mesmo migrar de onde reside para outra localidade. O problema não é simplesmente a escassez de especialistas, mas o de estar dis-posto a migrar para outra região do país”, explica.

para o coordenador pedagógico da petrocenter, cabe ao mercado contribuir para a solução desse problema. “a superação destes de-safios está numa articulação entre os diversos atores do mercado com as escolas técnicas privadas, por exemplo”, avalia. “O fortalecimento das escolas privadas de educação profissional é a saída a curto prazo para que a sociedade tenha aces-so a serviços educacionais de alto nível e as empresas tenham profis-sionais com currículos adequados às necessidades dos processos pro-dutivos vigentes”, conclui.

de acordo com o coordenador do instituto senai de educação superior (ises), Caetano moraes, nos últimos anos foram percebidas mudanças na área educacional, in-clusive na formação especializada ou continuada.

O senai-RJ, por meio do ises, desenvolve cursos de pós-gra-duação para atender a crescente demanda por profissionais da cadeia de petróleo, Gás e Bio-combustíveis, tendo em vista a projeção de investimentos para

toda a cadeia produtiva de petró-leo no Brasil até o ano de 2014. investimentos esses na ordem de Us$ 224 bilhões.

as universidades, em sua maioria, desenvolvem os cursos de graduação para o atendimento das diferentes demandas indus-triais. entretanto, as indústrias do segmento de petróleo, Gás e Biocombustíveis necessitam de profissionais com formação es-pecializada e linguagem técnica específica.

diante disso, os cursos de espe-cialização do ises são elaborados a partir de discussão com o setor produtivo e, assim, são incorpo-radas as necessidades técnicas específicas das indústrias. além disso, as aulas são ministradas, em grande parte, por profissionais que atuam diretamente no setor,

o que reforça a imagem do senai e do ises como formador de mão de obra para a indústria.

CRIATIVIDADE, LIDERANçA, to-mada de decisões. Conceitos que fazem parte do dia a dia no ensino do Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai). Para premiar os alunos que se destacam em seus cursos, a entidade criou, em 2001, a Olimpíada do Conhecimento, maior evento de educação profissional das Américas.

A Olimpíada é uma das princi-pais vitrines profissionais do país, pois expõe o talento de jovens estu-dantes, incentiva o desenvolvimento de competências e ensina os alunos a superar desafios, aproximando-os da realidade do mercado de trabalho e do ambiente industrial. Os melho-res colocados disputam uma vaga no WorldSkills, torneio internacional de educação profissional.

Para o diretor-geral do Senai, José Manuel de Aguiar Martins, a Olimpíada do Conhecimento é mais que um torneio. é parte de um

processo educacional que forma profissionais altamente qualifica-dos, o que confere mais qualidade ao produto nacional.

Aberta ao público, a Olimpíada é também um espaço de interação e troca de experiências entre a indústria, empresários, estudantes e a comunidade. Além das provas, palestras e exposições atraem mais de 80 mil alunos. Na Praça da Cida-dania, programas do Serviço Social da Indústria (Sesi), como o Cozinha Brasil e a Biblioteca Móvel, entre-têm os visitantes e oferecem cursos rápidos para a população.

O maior evento da Educação Profissional das Américas

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qualificação – eis a questão

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O Brasil é um dos países em que empregadores mais encontram dificuldades na

hora de contratar. é o que revela a pesquisa sobre escassez de talentos realizada pela manpower, consul-toria internacional especializada em recursos humanos.

Foram consultadas pela manpo-wer 35 mil empresas de 36 países. no Brasil, 64% dos entrevistados afirmam que faltam profissionais para preencher as vagas dispo-níveis – o segundo maior índice, somente atrás do Japão, com 76%. no mundo todo, 31% dos pesqui-sados disseram ter problemas para contratar por falta de mão de obra qualificada.

a pesquisa também elaborou um ranking das profissões com maior incompatibilidade entre a qualificação disponível e o per-fil demandado. no Brasil, onde a pesquisa é realizada pela primei-ra vez, os técnicos em produção, operações, engenharia e manu-tenção, principalmente os de ní-vel médio, foram os mais citados, seguidos pelos trabalhadores de ofícios manuais e pelos operado-res de produção (ver quadro ao lado). “O principal problema não

é o número de candidatos, mas a incompatibilidade de talentos. não há pessoas habilitadas para realizar, de forma adequada, as tarefas demandadas”, afirma pedro Guimarães, diretor comercial da manpower no Brasil.

Capacidade e motivação para aprender

segundo Guimarães, os em-pregadores têm exigido, além da capacidade de realizar o trabalho para o qual foram contratados, que os candidatos possuam outras qua-lidades que agreguem valor à orga-nização. “isso se deve ao período atual de recuperação da economia mundial, em que empresas bus-cam fazer mais com menos tanto financeiramente quanto com sua mão de obra”, diz. “nesse cenário, é preciso desenvolver melhor as habilidades e características profis-sionais para permanecer relevante no mercado”, afirma.

O quadro atual apresenta de-safios tanto para empregadores quanto para candidatos. para Guimarães, as empresas devem fazer uma busca mais ampla para preencher as vagas abertas, em nichos antes inexplorados.

“dessa maneira, as companhias podem atrair candidatos que, se não são exatamente aquilo que procuram, possuem poten-cial para serem treinados”, diz. “desse ponto de vista, interessa menos a habilidade técnica e mais a capacidade e motivação para aprender”, finaliza.

entre os maiores do mundo

Escassez de talentos no Brasil:

Empresas têm dificuldade para encontrar profissionais. Técnicos

em produção, operações, engenharia e manutenção, principalmente

os de nível médio, são os cargos com maior escassez de talentos.

Os dez cargos com maior escassez de talentos no Brasil

1Técnicos (produção, operações, engenharia e manutenção)

2Trabalhadores de ofício manual (eletricistas, car-pinteiros, etc.)

3 Operadores de Produção

4Secretárias e Assistentes Administrativos

5 Operários

6 Engenheiros

7 Motoristas

8Contadores e profissionais de finanças

9 Profissionais de TI

10 Representantes de Vendas

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O UninteR, GRUpO educacional paranaense, anunciou uma parceria com a Rede petro/paraná, associação de empresas paranaenses que ope-ram no fornecimento do mercado de petróleo, gás e energia. O objetivo da parceria é capacitar por meio de cursos, todos os associados, propor-cionando a qualidade desejada de profissionais das grandes compa-nhias que operam o setor no Brasil, como a petrobras.

O projeto tem o objetivo de agregar valores aos bens e serviços produzidos no estado do paraná, impulsionando a geração de empre-gos e renda. assim, os colaborado-res estarão aptos a atuar de acordo com as necessidades do mercado petroleiro.

segundo o diretor-executivo da Rede petro/pR, Juarez marcio ma-

chado, essa parceria será essencial no desempenho das empresas parana-enses no processo de crescimento do mercado petroleiro que o Brasil vem passando. “Com a chegada do pré-sal e a entrada de outras companhias na cadeia produtiva de petróleo e gás no Brasil, as empresas prestadoras de serviços deverão compor um aten-dimento de ponta, com qualidade e capacitação. a parceria irá fortalecer a competitividade e melhorará ainda mais o desempenho de nossas em-presas associadas”, afirma.

O projeto oferecerá educação corporativa presencial e à distância, operada com a tecnologia já existente no sistema de ensino das instituições do grupo. na cadeia produtiva do segmento de petróleo e gás, além da formatação de um curso de pós-gra-duação, está sendo lançada uma aca-

demia Virtual, que usa transmissão via satélite para qualquer localidade do território nacional dentro de usi-nas e fábricas, e o desenvolvimento de material para os treinamentos de alta repetição.

O produto foi classificado como inovador pelo manual de Oslo (pro-posta de diretrizes para Coleta e in-terpretação de dados sobre inovação tecnológica, no item 169 – inovação de marketing) e tirou nota 4 numa avaliação de 0 a 5.

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Quando se fala em petróleo, muitas pessoas têm a errada impressão de que essa substância somente apareceu na história com a Revolução industrial. Contudo, há relatos de usos de hidrocarbonetos 4000 anos antes de Cristo, com diferentes nomes: nafta da pérsia, óleo de são quirino, betume, entre outros. O nome como hoje é conhecido

deriva-se do latim petra e oleum, que significam “pedra de óleo”, uma vez que a substância preenche os espaços entre os grãos de areia na rocha e em cavidades no subsolo, formando as jazidas ou reservas.

sacerdotes hebreus acendiam fogueiras utilizando petróleo como elemento de combustão, os egípcios o usavam para embalsamar seus mortos, muitos o usavam para manter acesas as tochas em pontas de lanças e flechas. Outros povos, incluindo os pré-colombianos, o aplicavam na impermeabilização de construções, embarcações e estradas.

assim, embora conhecido desde os primórdios da civilização, o petróleo só passou a ser utilizado comercialmente no século XViii. e somente ga-nharia status de combustível e gerador de matéria-prima com a invenção e fortalecimento das fábricas, na chamada Revolução industrial.

a perfuração de poços, no entanto, só foi iniciada no século XiX, em titusville, na pensilvânia (eUa), em 1859, quando edwin drake criou uma bomba e perfurou o primeiro poço, para ampliar a produção desse energético, que, até então, era coletado a partir de exsudações naturais (ou seja, o petróleo aflorava na tera, em poças).

A indústria do petróleo no Brasil

história

A exploração do petróleo no Brasil teve início no século XIX, embora sem muito sucesso.

Nada deixava antever a importância que esse recurso energético assumiria em pouco tempo

ou o nível de excelência que o país alcançaria na exploração e produção de petróleo e gás

natural. No ranking da PfC Energy das 50 maiores empresas de energia do mundo com

ações em bolsa, a Petrobras é a quarta companhia de energia, atrás apenas da PetroChina,

Exxon e BHP Billiton. Já no levantamento do The World Factbook, compilado pela CIA (Central

de Inteligência Americana), o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial de produtores,

com produção diária de cerca de 2,4 milhões de barris. E mais, com a gigantesca descoberta

do pré-sal, o país passará a ser o sexto maior produtor mundial de petróleo em 2030.

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Pensilvânia, EUA, 1859. Início da produção industrial de petróleo. Cel. Edwin Drake, à direita na foto.

por Maria Fernanda Romero

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A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em quatro fases distintas:

1) Até 1938, com as explorações sob o regime da livre inicia-tiva – período em que a pri-meira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no município de Bofete, esta-do de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo.

2) Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Gover-no e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.

3) Estabelecimento do monopólio estatal, durante o governo de Getúlio Vargas que, em 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004, criando a Petrobras – fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato de a Petrobras ter nascido do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos parti-dos políticos.

4) Mercado aberto, com o fim do monopólio, e a participação de pequenas, médias e grandes empresas nas atividades de exploração e produção de petróleo, principalmente em áreas offshore.

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O alto preço do óleo iluminante (principalmente de baleia) usado na época incentivou a substituição pelo petróleo e sua exploração em maior escala, o que só se tornaria possível com a perfuração de poços.

a importância desse recurso energético foi definitivamente demonstrada na primeira Guerra mundial: a mecanização dos trans-portes que equipavam as tropas, movidos a combustível derivado de petróleo, fez com que o mundo reconhecesse que estava vivendo o ‘século do petróleo’. Começava assim a corrida pelo ‘ouro negro’.

Início da produção brasileirano Brasil, a existência do petró-

leo já era registrada desde os tempos do regime imperial, quando o mar-quês de Olinda cedeu a José Barros de pimentel o direito de fazer a ex-tração de betume nas margens do rio maraú, na Bahia. até as primeiras décadas do século XX, alguns es-tudiosos e exploradores anônimos tentaram perfurar alguns poços de petróleo sem obter êxito.

Contudo, em 1930, o engenheiro agrônomo manoel inácio de Basto mudou essa situação. Com base no relato de populares, ele teve a infor-mação de que os moradores de Lo-bato, bairro suburbano de salvador, utilizavam uma “lama preta” como combustível de suas lamparinas.

instigado por tal notícia, rea-lizou testes e experimentos que atestavam a existência de petró-leo nessa localidade. Contudo, não possuía contatos influen-tes para angariar recursos para seguir adiante em sua jornada. persistente, em 1932 conseguiu entregar ao presidente Getúlio Vargas um laudo técnico que ates-tava seu achado.

a descoberta dessa riqueza le-vou a uma série de medidas ins-titucionais do governo brasileiro durante os anos seguintes, até que,

em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do sub-solo brasileiro resultou na criação do Conselho nacional do petróleo (Cnp). em suas primeiras ações, o conselho elaborou as diretrizes relacionadas à exploração de pe-tróleo e determinou que as jazidas pertenciam à União.

no ano seguinte, o primeiro poço perfurado confirmou a exis-tência de petróleo no bairro de Lobato. embora considerada uma reserva cuja exploração não teria rentabilidade comercial (ou seja, o custo de exploração não seria pago com o petróleo obtido), Loba-to abriria o caminho para a criação de uma indústria brasileira.

O governo determinou a rea-lização de novas prospecções em busca de outras jazidas ao longo do território brasileiro. em 1941, em Candeias, no Recôncavo Baiano, foi descoberto o primeiro campo comercial de petróleo do Brasil. depois dele, outras descobertas se seguiriam, no Recôncavo e depois em sergipe e alagoas.

apesar das descobertas em pe-quena escala, o surgimento dessa nova riqueza incentivou, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação da empresa estatal petró-leo Brasileiro s/a, mais conhecida como petrobras. ao completar seu primeiro ano de existência, a pe-trobras contava com uma produção de 2,7 mil barris por dia, menos de

3% das necessidades nacionais. dois anos depois, superaria os 10 mil barris por dia.

Nas águas do petróleo

na década de 1960, novas me-didas ampliaram o grau de atuação da petrobras, que em 1966 supera a marca de 100 mil barris de pro-dução diária. é a década em que a estatal decide sair de terra firme para se aventurar em alto-mar. mas somente em 1968, com a descober-ta do campo de Guaricema (se), começaria a consolidar o início de sua trajetória na exploração offsho-re (ou seja, marítima).

O fato decisivo que confirmou a vocação offshore foi a descoberta, em 1974, do campo de Garoupa, o primeiro na Bacia de Campos (RJ), que três anos depois entraria em atividade, elevando a produção nacional para 181 mil barris no final daquela década. dia após dia, a Bacia de Campos tornava-se a mais importante província petro-lífera brasileira.

a partir de 1984, com as des-cobertas dos campos gigantes albacora e marlim, nas águas profundas da Bacia de Campos, seguidos pelos megacampos de marlim sul, marlim Leste, alba-cora Leste, Barracuda-Caratinga, culminando com a descoberta de Roncador, em 1996, a petrobras mudou de patamar.

enquanto que no início da dé-cada de 1980, sua produção era de 213 mil bpd, a petrobras en-cerraria a década (os áureos anos 1990, para a estatal) com mais de 1 milhão de barris por dia, cerca de 58% do consumo nacional, atin-gindo em 2002 a produção de 1,5 milhão de barris por dia, ou seja, 85% das necessidades do mercado brasileiro.

inicialmente, a companhia se-guiu para o norte e o sul da Bacia de Campos, que já era conhecida,

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a indústria do petróleo no brasil

e, depois, para as bacias de santos, do espírito santo, sergipe-alagoas e outras áreas exploratórias. a es-tratégia deu certo. as descobertas não demoraram a aparecer: Jubar-te, Cachalote e o parque das Ba-leias, no norte da Bacia de Campos; papa-terra no sul da mesma bacia; mexilhão, Lagosta, Cavalo-mari-nho, Uruguá e tambaú, na Bacia de santos; Golfinho e Canapu, na Bacia do espírito santo; piranema, em sergipe-alagoas; manati, em Camamu-almada, na Bahia; e uma série de outros campos. a estatal se consagrava – e ao país – como líder em tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultraprofundas.

Fim do monopólioem 1997, durante o governo

do presidente Fernando Henrique

Cardoso, surge a Lei do petróleo, que extinguiu o monopólio esta-tal sobre a exploração petrolífera, atraindo empresas do setor privado e novos investimentos para o país. na mesma época foi criada a en-tão agência nacional do petróleo (anp), que substituiu a petrobras enquanto órgão executor do ge-renciamento do petróleo no país, e na nova tentativa de internacio-nalização do petróleo.

em 2003, a descoberta de ou-tras bacias estabeleceu um novo período para a indústria petrolí-fera brasileira. a capacidade de produção de petróleo passou a suprir mais de 90% da demanda por esta fonte de energia e seus derivados no país. em 2006, esse volume de produção atingiu pa-tamares ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira

vez, o valor da demanda total da nossa economia. a conquista da autossuficiência permitiu o de-senvolvimento da economia e o aumento das vagas de emprego.

no ano de 2007, o governo bra-sileiro anunciou a descoberta de um gigantesco campo de petróleo logo após uma camada de sal (chamada de pré-sal, pois, na geologia, as ca-madas vêm do centro da terra para a superfície). encontradas a 7.000 m de profundidade, as jazidas, em excelente estado de conservação, devido ao sal que impediu o petróleo de escapar para outras camadas, podem mais do que dobrar as reser-vas brasileiras, hoje de 14,1 bilhões de barris, assegurando a produção crescente de petróleo e gás no país, que deve superar os 5 milhões de barris e petróleo e gás equivalente por dia em 2020.

BG – Fundada em 1997, a British Group é uma empresa focada na exploração e produção de gás em vários países do mundo. Em 1999, a companhia adquiriu o controle da paulista Comgás, maior distribuido-ra de gás do país.

Chevron – Em agosto de 2008, a Chevron assinou o acordo de trans-ferência do negócio de distribuição de combustíveis para a Ultra Par-ticipações, passando a concentrar seus interesses no Brasil na área de exploração e produção de petróleo e no ramo de lubrificantes, que mantém a marca Texaco.

Exxon Mobil – Presente no Brasil desde 1912, a empresa é represen-tada no país pela marca Esso, na área de exploração e produção de petróleo. Além disso, ela também atua no setor de Químicos com a Exxon Mobil Química.

Galp – A Galp Energia foi consti-tuída em 22 de abril de 1999, sob a denominação Galp/Petróleos e Gás de Portugal, de SGPS S/A, como resultado da reestruturação do setor energético em Portugal, para operar no setor petrolífero e do gás natural.

OGX – Empresa de exploração e pro-dução de petróleo e gás do empresá-rio Eike Batista, a OGX foi criada em 2007 e vem se consolidando como uma das principais do setor no país, realizando descobertas de novos reservatórios de petróleo.

Petrobras – Fundada em 3 de outubro de 1953, a Petrobras é hoje uma das dez principais empresas do mundo. Para se ter uma ideia do crescimento da companhia, no início das operações, ela produziu 2.663 barris, e hoje, a produção é de 2 milhões de barris por dia.

Shell – Atuando há quase cem anos no Brasil, a Shell é um ator importante na história da indústria petrolífera no Brasil. Em 1961, ela se nacionalizou e hoje é uma empresa brasileira de capital estrangeiro.

Principais companhias de petróleo que atuam no país

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O início da exploração petrolífera brasileira foi feita em águas rasas (em torno de 100 m de profundidade), onde foram uti-lizadas plataformas do tipo fixa, que consistem em jaquetas,

assentadas no fundo do oceano, onde são posicionadas as instalações de perfuração e produção: sonda, árvores de natal, separadores de oléo, gás e água, equipamentos de tratamento e bombas.

em 1974, foi descoberta a Bacia de Campos, que corresponde, hoje, a 80% da produção nacional de petróleo. O campo de Garoupa foi o primeiro descoberto na região, e a plafatorma fixa foi usada na extração do petróleo. depois disso, em 1985, foi descoberto al-bacora, o primeiro campo gigante do país, em águas além dos 200 m de profundidade. que deu início ao ciclo brasileiro de extração de petróleo em águas profundas.

este ano, a petrobras américa tornou-se pioneira no setor, ao colocar o primeiro FpsO (Floating, production, storage and Offloading ou Unidade Flutuante de produção, armazenamento e escoamento) na região do Golfo do méxico, nos campos de Cascade e Chinook. denominado BW Pioneer, a embarcação tem 241 m de comprimento, 42 m de largura e 20,4 m de altura, está apto a processar 80 mil barris de óleo por dia e será instalado em uma lâmina d’água de 2.500 m.

Hoje, a exploração de petróleo é feita basicamente em três tipos de sistemas definitivos de produção: as plataformas fixas, as semi-submersíveis e os FpsO. porém, também estão em funcionamento as plataformas autoeleváveis e os navios-sonda.

O ano de 1968 foi marcante para a história

da exploração marítima de petróleo no Brasil,

quando foi descoberto em Sergipe o campo

de Guaricema, a 60 m de profundidade. Nesta

mesma época foi colocada em operação

a primeira plataforma de perfuração construída

no Brasil, a P-1. por Maria Fernanda Romero

Plataformas brasileiras

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Plataforma P-1, Guaricema, SE

FPSO BW Pioneer, operando nos campos Cascade e Chinook, Golfo do México

Fixa de Garoupa, Bacia de Campos, RJ

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PLATAFORMAS SEMISSUBMERSíVEIS – As plataformas semissubmersíveis são compostas de uma estrutura de um ou mais conveses, apoiada por colunas em flutuadores submersos. Uma unidade flutuante sofre movimentações devido à ação das ondas, correntes e ventos, com possibilidade de danificar os equipamentos a serem descidos no poço. Por isso, torna-se necessário que ela fique posicionada na superfície do mar, dentro de um círculo com raio de tolerância ditado pelos equipamentos de subsuperfície, operação esta a ser realizada em lâmina d’água. Dois tipos de sistema são responsáveis pelo posicionamento da unidade flutuante: o sistema de ancoragem e o sistema de posicionamento dinâmico.

O sistema de ancoragem é constituído de oito a 12 âncoras e cabos e/ou correntes, atuando como molas que produ-zem esforços capazes de restaurar a posição do flutuante quando é modificada pela ação das ondas, ventos e correntes.

No sistema de posicio-namento dinâmico, não existe ligação física da plataforma com o fundo do mar, exceto a dos equi-pamentos de perfuração. Sensores acústicos deter-minam a deriva, e propul-sores no casco acionados por computador restauram a posição da plataforma. As plataformas semissub-mersíveis podem ou não ter propulsão própria. De qualquer forma, apresen-tam grande mobilidade, sendo as preferidas para a perfuração de poços exploratórios.

PLATAFORMAS FIXAS – Foram as primeiras unidades utilizadas. Têm sido as pre-feridas nos campos loca-lizados em lâminas d’água de até 300 m. Geralmente as plataformas fixas são constituídas de estruturas modulares de aço, instaladas no local de operação com estacas cravadas no fundo do mar. As plataformas fixas são projetadas para receber todos os equipamentos de perfuração, estocagem de materiais, alojamento de pessoal, bem como todas as instalações necessárias para a produção dos poços.

Tipos de plataformas

Flare

Helideck

Torre detelecomunicação

Tratamentode gás

Compressãode gás

Acomodações/escritórios

Separação/tratamento de óleo

Spider deck

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P-52: módulos e principais equipamentos

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24 Guia do Estudante 2010

NAVIOS-SONDA – navios projetados para a perfuração de poços submari-nos. Sua torre de perfuração localiza-se no centro do navio, onde uma abertura no casco permite a passagem da coluna de perfuração. O sistema de posicionamento do navio-sonda, composto por sensores acústicos, propulsores e computadores, anula os efeitos do vento, ondas e correntes que tendem a deslocar o navio de sua posição. (Foto FPSO Seillean)

FPSO – Os FPSOs (Floating, Production, Storage and Offloading) são navios com capacidade para processar e armazenar o petróleo, e prover a transferência do petróleo e/ou gás natural. No convés do navio, é instalada uma planta de processo para separar e tratar os fluidos produzidos pelos poços. Depois de separado da água e do gás, o petróleo é armazenado nos tanques do próprio navio. Os maiores FPSOs têm sua capacidade de processo em torno de 200 mil barris de petróleo por dia, com produção associada de gás de aproximadamente 2 milhões de m³ por dia.

UtilidadesUtilidades

Geraçãode Energia

Geraçãode Energia

ManifoldsManifolds

Separação/Tratamento

de Óleo

Separação/Tratamento

de Óleo

Planta deProcessoPlanta deProcesso

Compressãode Gás

Compressãode Gás

AncoragemAncoragem

ElétricosElétricos

Dessulfatação/Injeção de ÁguaDessulfatação/Injeção de Água

AcomodaçõesEscritóriose

AcomodaçõesEscritóriose

HelideckHelideck

P-54: módulose principais equipamentos

FlareFlareOffloadingOffloading

Torre deTelecomunicação

Torre deTelecomunicação

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26 Guia do Estudante 2010

O resultado de tudo isso foi uma onda de incertezas, es-peculações, dificuldades de financiamento e adiamento de projetos.

mas, além do fator cambial, a indústria do petróleo é alimentada de novas descobertas, já que estamos falan-do de um produto que um dia irá acabar, então, quanto

mais aparecerem novos poços de petróleo, mais tempo a indústria vai permanecer viva.

em 2006, a petrobras descobriu um gigantesco reservatório de petróleo e gás na camada do pré-sal, entre os estados do espírito santo e santa Catarina, com produção estimada de até 50 bilhões de barris. estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de m³ de gás e óleo. O número supera em mais de cinco vezes as reservas atuais do país. só no campo de tupi (porção fluminense da Bacia de santos), haveria cerca de 10 bilhões de barris de petróleo, o suficiente para elevar as reservas de petróleo e gás da petrobras em até 60%.

a descoberta gerou uma agitação não só econômica, mas política no Brasil. teve início a discussão para mudanças da Lei do petróleo, marco regulatório do setor no país e, até mesmo, cogitou-se a criação de uma nova companhia de petróleo estatal, para explorar a região.

para além de qualquer decisão do Governo Federal, essas novas reservas de petróleo irão fazer o país entrar no seleto grupo dos dez maiores produtores de petróleo, que hoje é composto por arábia saudita, Rússia, estados Unidos, irã, China, méxico, Canadá, emirados Árabes Unidos, Venezuela e noruega.

Desastre ambiental no Golfo do méxico, a explosão da plataforma Deepwater Horizon,

da britânica British petroleum (Bp), em 20 de abril, jogou milhões de litros de óleo no mar.

Cenário do petróleo no mundo

exploração

Nos últimos cinco anos, a indústria petrolífera tem passado por momentos importantes e históricos, com o valor do barril subindo de US$ 70, em 2005, para espantosos US$ 140 em 2008. Porém, no mesmo ano, em consequência do agravamento da crise financeira originada nos Estados Unidos, os preços do petróleo caíram vertiginosamente, estabilizando em US$ 80, valor que se mantém hoje, com pequenas variações.

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por Rodrigo Miguez

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Localizada a cerca de 80 km da costa de Louisiana, a Deepwater Ho-rizon explodiu, matando 11 dos 126 trabalhadores presentes na unidade – esta afundou dois dias depois e o vazamento de cinco mil barris de óleo por dia desde então se espalha, ameaçando os estados da Louisiana, Flórida, alabama e mississipi.

O acidente, o maior já regis-trado nos estados Unidos desde o ocorrido com o Exxon Valdez, que derramou 40 milhões de litros de óleo no alasca, acrescenta um novo e forte elemento de incerteza para a indústria mundial do petróleo.

para além dos prejuízos am-bientais, foram aquecidas as críti-cas de grupos ambientalistas que veem a indústria de petróleo como a grande vilã, iniciou-se a discus-são da necessidade de licenças ambientais rígidas e do controle cada vez maior da segurança da atividade offshore.

Outros acidentesO acidente da deepwater Hori-

zon não é o primeiro, nem está entre os piores envolvendo petróleo, mas promete ocupar posição de desta-que no ranking dos desastres.

em março, o acidente com o navio petroleiro Exxon Valdez, nos estados Unidos, completou

21 anos como um dos maiores vazamentos de petróleo da his-tória. O navio naufragou no dia 24 de março de 1989 no estreito de prince William, causando um derramamento de 42 mil tonela-das de petróleo que se espalharam rapidamente por cerca de 28.000 km² de oceano e mais de 2.000 km da costa do alasca. Os esforços para recolhimento e limpeza do óleo duraram três anos.

Com este vazamento, a indús-tria petroleira teve que rever suas práticas, adotando navios-tanque e procedimentos mais seguros, já que o acidente foi causado por uma su-cessão de erros de sua tripulação. no entanto, o maior desastre até

hoje é o do Ixtoc I, um superpetro-leiro que explodiu em 1979 e derra-mou 454 mil toneladas de petróleo na baía de Campeche, no méxico. a enorme maré negra afetou, por mais de um ano, as costas de uma área de mais de 1.600 km².

é preciso lembrar, também, que além destas tragédias causadas por acidentes, entre os maiores vaza-mentos de petróleo da história está o provocado pelo Governo do iraque, que em janeiro de 1991 jogou no Golfo pérsico mais de 1 milhão de to-neladas de óleo dos poços do Kuwait, para dificultar o desembarque aliado – a mancha negra se estendeu por cerca de 3.200 km² e causou enor-mes danos ecológicos.

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28 Guia do Estudante 2010

O termo ‘pré-sal’ refere-se a um conjunto de rochas loca-lizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da

costa atinge espessuras de até 2.000 m. Utiliza-se o ‘pré’ porque, ao longo do tempo, essas rochas foram

sendo depositadas antes da camada de sal. a profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7.000 m.

Os primeiros resultados de volume estimado de óleo encontrado nas acumulações do pré-sal descobertas até agora apontam para volumes muito expressivos. para se ter uma ideia, só a reserva de tupi, na Bacia de santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o campo de Guará, na mesma bacia, teria entre 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural.

Com base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há dúvida sobre a viabilidade técnica e econômica do desenvolvi-mento comercial das acumulações descobertas. Os estudos técnicos já feitos para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobilização de recursos de serviços e equipamentos especializados e de logística, nos permitem garantir o sucesso dessa empreitada.

algumas etapas importantes dessa tarefa já foram vencidas: em maio de 2009 a petrobras iniciou o teste de longa duração (tLd) da área de tupi, com capacidade para processar até 15 mil barris diários de petróleo. Um mês depois, a Refinaria de Capuava (Recap), em são paulo, refinou o primeiro volume de petróleo extraído da camada pré-sal da Bacia de

Pré-sal: o presente e o futuro do Brasil

Área: 800 km ao longo da costa brasileira, do Espírito Santo a Santa Catarina, numa área com 200 km de largura.

Lâmina d’água: 1,5 mil m a 3 mil m.Área total em concessão:

blocos exploratórios + campos em produção/desenvolvimento: 42.467 km² (28,49%) de um total de 149.046 km². Projeto de Lei 5.938/2009 – Fonte: ANP

Espessura média de sal (pastoso): 2 mil m. Distância da costa: 300 km, o que impõem

à Petrobras a mais desafiadora logística de apoio offshore de toda a sua história.

exploração

Apesar de ter sido na exploração onshore que a história do petróleo começou no Brasil, é na exploração offshore que temos os grandes marcos deste setor, sendo o mais importante deles a descoberta do pré-sal, em uma gigantesca área que se estende de Santa Catarina até o Espírito Santo.

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Números do pré-sal

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Teste de Longa Duração (TLD) em Tupi, na Bacia de Santos com o FPSO BW Cidade de São Vicente.

CapacidadesLDA ................................................................................................ 2.170 mCapacidade de processamento de óleo ............................. 30 mil bpdRange de óleo ....................................................................20o – 42o APIAncoragem ...................................................................................6 linhasPrimeiro óleo .................................................................... maio de 2009

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30 Guia do Estudante 2010

santos. Um marco histórico na in-dústria petrolífera mundial.

Como tudo começouem 2004 foram perfurados

alguns poços em busca de óleo na Bacia de santos, onde já ha-viam sido identificadas, acima da camada de sal, rochas arenosas depositadas em águas profundas. se fosse encontrado óleo, a ideia era aprofundar a perfuração até chegar ao pré-sal, local em que os técnicos acreditavam que seriam encontrados grandes reservatórios de petróleo.

em 2006, quando a perfuração já havia alcançado 7.600 m de pro-fundidade a partir do nível do mar, foi encontrada uma acumulação gigante de gás e reservatórios de condensado de petróleo, um com-ponente leve do petróleo. no mes-mo ano, em outra perfuração feita na Bacia de santos, a petrobras e seus parceiros (empresas interna-cionais) fizeram nova descoberta, que mudaria definitivamente os rumos da exploração no Brasil.

a pouco mais de 5.000 m de profundidade, a partir do leito do mar, veio a grande notícia: o poço no campo batizado de tupi, apresentava indícios de óleo abai-xo da camada de sal. O sucesso levou à perfuração de mais sete poços e em todos foram encon-trados petróleo.

as jazidas no pré-sal deixam a petrobras em situação semelhante à vivida na década de 1980, quan-do foram descobertos os campos de albacora e marlim, em águas profundas da Bacia de Campos. Com aqueles campos, a estatal identificava um modelo explora-tório de rochas que inauguraria um novo ciclo de importantes des-cobertas. Foi a era dos turbiditos, rochas-reservatórios que abriram novas perspectivas à produção de petróleo no Brasil.

Com o pré-sal da Bacia de santos, inaugura-se, agora, novo modelo, assentado na descober-ta de óleo e gás em reservatórios carbonáticos, com características geológicas diferentes. é o início de um novo e promissor horizonte exploratório.

Novo marco regulatórioO Governo brasileiro decidiu

após a descoberta do pré-sal que o país precisava de uma legislação específica para regular a explo-ração destas reservas, mas esta história levantou um polêmica in-descritível.

O marco regulatório do pré-sal foi entregue pelo Governo em agosto de 2009 está dividido em quatro grandes temas que estão sendo analisados separadamente: o modelo de exploração, a criação da petro-sal, a capitalização da petrobras e a criação de um Fundo social.

as primeiras notícias de gran-des jazidas foram divulgadas em novembro de 2007 pela petrobras. diante do tamanho muito maior do que as reservas então conheci-das e o risco mínimo de insucesso

na exploração, o governo federal montou, em julho de 2008, uma comissão de ministros que elaborou o marco do pré-sal.

a justificativa do governo era de que o Brasil precisava de um plano para saber como conseguiria tirar o petróleo das jazidas, qual seria a melhor maneira de atrair investidores e envolver a petrobras na exploração e também qual seria o destino de parte da verba arre-cadada. assim surgiram os quatro pilares do marco. são eles:• Mudança do modelo de explo-ração – até agora, o modelo de exploração de petróleo no país é o de concessão. O governo leiloa uma área e a empresa interessada paga royalties e taxas para o esta-do, como a participação especial. no novo marco, o governo propõe a produção partilhada, em que as companhias envolvidas concordam em dar ao governo um percentual do petróleo produzido no campo. O sistema de partilha envolve lei-lões entre diferentes companhias, sendo que aquela que oferecer o maior percentual de petróleo para o governo vence o leilão.• Criação da Pré-Sal Petróleo – para executar os trâmites buro-cráticos do governo no sistema de partilha foi proposta a criação de uma empresa, a pré-sal petróleo. a empresa será 100% estatal e vai tratar apenas de conferir se o que as empresas privadas estão repas-sando está correto, e vender este óleo. a nova empresa não irá fazer exploração. ela irá monitorar as ati-vidades sob o regime de partilha do petróleo e gás do pré-sal, inclusive participando dos consórcios que se apresentarem (tendo sempre a petrobras como participante) para disputar a exploração de áreas do pré-sal. entretanto, ela não parti-cipará da venda do petróleo.

Os integrantes do Conselho de administração pré-sal petróleo te-

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rão mandato de quatro anos pror-rogáveis por igual período.

a proposta determina que a empresa disponibilize na internet suas demonstrações financeiras e estabelece que as decisões co-legiadas da diretoria executiva sejam tomadas por maioria abso-luta de seus membros quando pelo menos três quintos deles estiverem presentes.

inicialmente o nome da nova estatal seria petro-sal, mas já exis-tia uma empresa com esse nome no Rio Grande do norte.• Criação do Fundo Social – este fundo concentrará recursos gover-namentais relativos à arrecadação com a exploração de petróleo na região do pré-sal e será vinculado à presidência da República. Fun-cionará como fonte para regular os recursos para a realização de projetos e programas nas áreas de combate à pobreza e desenvolvi-

mento da educação, da cultura, da ciência e tecnologia e da sustenta-bilidade ambiental.

O fundo será composto por bô-nus de assinatura dos contratos de partilha; royalties da União, dedu-zidas as destinações específicas; será o resultado da comercializa-ção do óleo e do gás que caberá à União na partilha e aplicações financeiras.

embora parte dos recursos do fundo já tenha destino certo, outra parte da verba poderá ser investida fora do país.• Capitalização da Petrobras – a petrobras foi definida pelo gover-no como exploradora única do pe-tróleo e gás no pré-sal. Ou seja, a estatal terá participação em todos os blocos que forem criados para obtenção dos recursos. para isto, a empresa precisa de dinheiro para comprar equipamentos e investir em pesquisa.

O texto permite que a União repasse à petrobras os direitos de exploração de reservas ainda não licitadas que contenham até cinco bilhões de barris de óleo equiva-lente (boe). a petrobras vai pagar por esses direitos, por isso o nome de “cessão onerosa”.

O projeto estipula duas opera-ções principais. Uma é a cessão das reservas e a outra é a auto-rização para a União subscrever ações da petrobras e emitir títulos para pagar por elas. na prática, a petrobras vai pagar com ações para a União o direito de explorar os blocos. O tamanho da capi-talização depende das reservas que serão cedidas pela União à estatal e do valor do barril des-sas reservas, que será definido por certificadoras. a petrobras estimou entre Us$ 15 bilhões e Us$ 25 bilhões apenas a parte dos acionistas minoritários.

pré-sal: o presente e o futuro do brasil

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32 Guia do Estudante 2010

da área de bacias sedimenta-res em terra, 4.513.450 km² (70%) são interiores e 384

mil e 600 km² estão na costa. da área de bacias situadas no mar, há 776.460 km² com menos de 400 m de lâmina d’água e 761.690 km², mais de 400 m de lâmina d’água. de acordo com a agência nacional de petróleo, Gás natural e Biocom-bustíveis (anp), as áreas sedimen-tares brasileiras estão distribuídas ao longo de mais de 40 bacias, das quais 29 são consideradas as prin-cipais, sendo 15 marítimas.

atualmente, nove das bacias sedimentares brasileiras (Campos, espírito santo, tucano, Recôncavo, santos, sergipe-alagoas, potiguar, Ceará e solimões), totalizando 1.645.330 km² (25,6% da área to-tal), são produtoras de petróleo.

O arcabouço tectônico sedi-mentar brasileiro é formado basica-mente por dois escudos cristalinos antigos, denominados escudo das Guianas e escudo Brasileiro; e por extensas depressões onde bacias sedimentares interiores protero-zoicas e paleozoicas se formaram,

principalmente as bacias do soli-mões, amazonas, parnaíba, são Francisco, parecis alto Xingu e paraná. a evolução das bacias marítimas brasileiras foi contro-lada por eventos subsequentes à separação mesozoica da américa do sul da África (fase rift), seguida da abertura do atlântico sul.

este evento gerou bacias de-nominadas do tipo rift, contendo rochas ricas em matéria orgânica, geradoras de petróleo, depositadas em antigos lagos. esses depósitos

foram em seguida cobertos por depósitos de sal provenientes de mares rasos incipientes.

sobre os depósitos de sal, car-bonatos foram depositados em ambiente de mar aberto e, então, recobertos por espessas seções de sedimentos clásticos formados principalmente por folhelhos e arenitos, à medida que o mar se aprofundava.

estes carbonatos e, mais im-portante, os arenitos turbidíticos depositados por extensas áreas,

geologia

Bacias sedimentares brasileirasBacias são formações geológicas que ocupam a maior área do território brasileiro, estimando-se que totalizem cerca de 6.430.000 km², dos quais cerca de 4.880.000 km² (76%) em terra e 1.550.000 km² (24%) em plataforma continental – no leito marítimo que começa na linha de costa. No entanto, o jazimento de hidrocarbonetos (petróleo) só ocorre em condições muito específicas de formação dessas bacias.

por Maria Fernanda Romero

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constituem-se nos principais reser-vatórios. turbiditos são depósitos sedimentares transportados e de-positados por fluxos de densida-des originados por deslizamentos submarinos, e podem se constituir em excelentes reservatórios. as ba-cias marítimas são individualmente separadas por feições geológicas conhecidas como arcos, em geral relacionados a zonas de falhamen-tos e a depósitos vulcânicos.

existem dois tipos de bacias petrolíferas:Onshore – aquela que ocorre quan-

do a bacia encontra-se em terra. são originadas de antigas bacias sedimentares marinhas.

Offshore – aquela que ocorre quando a bacia está na plata-forma continental ou ao longo da margem continental. a maioria das bacias petrolíferas brasileiras encontra-se offshore. a explora-ção de petróleo onshore é mui-to reduzida no Brasil, devido ao baixo potencial de nossas bacias em terra.

O que são rochas sedimentares?

as rochas sedimentares são deri-vadas de restos e detritos de outras rochas preexistentes. O intemperis-mo faz com que as rochas magmá-ticas, metamórficas ou sedimenta-res estejam constantemente sendo

alteradas. O material resultante é transportado pela água, vento ou gelo e, por fim, depositado como sedimento. deve haver, então, uma compactação ou cimentação do ma-terial para ele se transformar em rocha sedimentar.

a maioria dos hidrocarbone-tos explorada no mundo inteiro

provém de rochas sedimentares. em termos de idade, praticamente 60% provêm de sedimentos ce-nozoicos, pouco mais de 25% de depósitos mesozoicos e cerca de 15% de sedimentos paleozoicos. no Brasil, a maior parte da pro-dução está ligada a sedimentos mesozoicos.

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Produção offshore

Produção onshore

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34 Guia do Estudante 2010

O transporte de petróleo e derivados se dá em função do escoamento da produção dos campos petrolíferos até as refinarias, a distribuição dos derivados e o comércio exterior de óleo e derivados (importação e exportação). para viabilizar estas atividades, tem-se a integração de meios de transporte e instalações, compreendendo os

modais rodoviário, ferroviário, dutoviário, aquaviário e os terminais. no Brasil, as principais alternativas para o transporte do setor são por dutos ou por navegação de cabotagem através da atracação de navios-tanques (nts) nos portos.

pelo fato de os campos petrolíferos não serem localizados, necessa-riamente, próximos dos terminais e refinarias de óleo e gás, é necessá-rio o transporte da produção por embarcações, caminhões, vagões, ou tubulações (oleodutos e gasodutos).

além disso, os produtos finais das estações e refinarias (gás natural, gás residual, GLp, gasolina, nafta, querosene, lubrificantes, resíduos pesados e outros destilados) são comercializados pelas distribuidoras, que têm a responsabilidade de oferecê-los, na forma original ou aditi-vada, ao consumidor final.

a Frota nacional de petroleiros (Fronape), integrante do sistema petrobras, é a maior transportadora de petróleo e derivados do Brasil. atualmente, a frota é composta por nove navios transportadores de ga-ses, 135 (54 da petrobras) navios que transportam petróleo e derivados e nove navios dps ou aliviadores atuando em campos petrolíferos.

além da frota da transpetro, atuam no Brasil 36 graneleiros, 17 cargueiros, 10 porta-contâineres e nove químicos.

no Brasil, a maior parte do petróleo produzido e dos produtos refina-dos é transportada por navios petroleiros até o destino final. a navega-ção marítima constitui-se, portanto, no principal meio de transporte de petróleo e derivados.

Passo a passoO petróleo extraído em alto-mar pode ser transportado por navios

aliviadores ou dutos até os terminais marítimos brasileiros, de onde

A logística do petróleo

logística

A logística no setor de petróleo e gás é um fator estratégico, diante do grande potencial poluidor no caso de um acidente, sobretudo devido ao grande volume transportado. Além disso, é necessária a aplicação intensiva de tecnologias de informação e de ferramentas logísticas eficientes para que toda a cadeia de suprimentos possa estar total e definitivamente integrada.

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por Maria Fernanda Romero

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Guia do Estudante 2010 35

seguem por dutos até as refinarias ou terminais de armazenagens para serem exportados.

Os dutos são clas-sificados em oleodutos (transporte de líquidos) e gasodutos (transpor-te de gases), terrestres (construídos em terra) ou submarinos (constru-ídos no fundo do mar) – que escoam a produção das plataformas offsho-re diretamente para ter-minais ou refinarias, no continente.

O transporte marítimo de pe-tróleo e derivados pode ser efetu-ado por navios-tanque conhecidos como petroleiros, ou por dutos sub-marinos instalados no leito mari-nho. a frota mercante brasileira é composta por embarcações de diversos tipos, tais como:Cargueiro – navio especialmente

projetado para transporte de todo tipo de carga embalada.

Graneleiro – navio projetado para o transporte de cargas a granel, podendo ser granel sólido ou líquido.

Tanque – navio projetado para o transporte de líquidos a gra-nel. Os tipos principais são os petroleiros, navio de transporte de produtos químicos e navio de GnL.

Petroleiro – navio especialmente projetado para transporte de pe-tróleo e derivados.

Navio aliviador – um petroleiro que atraca na popa da FpsO para receber petróleo que foi armazenado em seus tanques e transportá-lo para terra.

GLP – navio especialmente pro-jetado para transporte de gás liquefeito.

Mineropetroleiro – navio desti-nado ao transporte de minério e petróleo.

Multipropósito – navio projetado para o transporte de carga em-balada solta e contêineres.

Cisterna – navio utilizado para o armazenamento da produção de petróleo.

Barcaça – embarcações de me-nor calado, para navegação em águas mais rasas, principalmente em rios, no escoamento de petró-leo e no transporte de derivados líquidos.

seja por dutos ou por navios, a ligação destes modais com a ter-ra se dá pelos portos e terminais marítimos localizados nas áreas costeiras, estando nestes últimos concentrada a maior movimenta-ção de petróleo e derivados. Ou-tras modalidades de transporte, como rodoviário e o ferroviário, são ocasionalmente empregados para a transferência de petróleo e derivados.

Sistema portuário brasileiroCom uma costa de 8,5 mil km

navegáveis, o Brasil possui um setor portuário que movimenta por ano cerca de 700 milhões de toneladas das mais diversas mer-cadorias, e responde, sozinho, por mais de 90% das exportações. O modal aquaviário possui um dos menores custos para o transporte de cargas no Brasil, perdendo ape-nas para o transporte dutoviário

e aéreo, de acordo com estudos desenvolvidos pela Coppead (ins-tituto de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ).

O sistema portuário brasileiro é composto por 37 portos públicos, entre marítimos e fluviais. existem ainda 42 terminais de uso privativo e três complexos portuários que operam sob concessão à iniciativa privada.

Terminais de armazenagema função dos terminais de ar-

mazenagem é viabilizar a movi-mentação de petróleo e seus de-rivados, e compreende o conjunto de instalações utilizadas para o recebimento, expedição e armaze-nagem de produtos da indústria de petróleo podendo ser classificado em marítimo, lacustre, fluvial ou terrestre.

Os terminais são de extrema importância, principalmente na internalização de produtos para as regiões Centro-Oeste, norte e nor-deste. Como tais regiões possuem uma produção de derivados de pe-tróleo muito baixa, ou inexistente, a chegada de produtos só pode ser viabilizada pelos terminais. para o caso de importação de produtos, os terminais marítimos representam o ponto de entrada dos derivados no Brasil.

O caminho do petróleo no Brasil

Onshore Transporte

Consumo final

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36 Guia do Estudante 2010

Malha dutoviária

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36 Guia do Estudante 2010

logística

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refinarias

da extração do óleo até a venda dos derivados (combustíveis e lubrificantes) nos postos, o petróleo é submetido a diversos processos. O refino é o centro da cadeia do abastecimento – que começa com o transporte e resulta na comercialização final dos diversos derivados –, abrangendo as diferentes unidades industriais, conhecidas como refinarias, uma extensa rede de dutos, a frota de navios e os terminais marítimos. No seu plano de negócios para o período 2010-2014, a Petrobras prevê investimentos de US$ 73,6 bilhões na área de refino, transporte e comercialização. Com esses recursos, a estatal pretende ter capacidade de refinar 2,260 milhões de barris por dia em 2014, o que representa um aumento de 23,4% em relação à capacidade atual, de 1,831 milhão de barris por dia.

Parque de refino por Maria Fernanda Romero

O desafio de processar a crescente produção de óleo brasi-leiro, que é, na sua maior parte, petróleo pesado, deman-dando um processo mais complexo de refino para gerar derivados de melhor qualidade e maior valor agregado, vem sendo vencido com investimentos contínuos e gran-des avanços tecnológicos. prova disso é que a petrobras

tem batido sucessivos recordes de processamento em suas refinarias, desenvolvendo tecnologia própria para que o petróleo nacional, de característica mais pesada, gere uma percentagem maior de produtos nobres, aumentando a rentabilidade do negócio.

mas afinal, como é o processo de refino? nas refinarias, o petróleo é submetido a diversos processos pelos quais se obtém grande diversidade de derivados: gás liquefeito de petróleo (GLp) ou gás de cozinha, gasoli-nas, naftas, óleo diesel, gasóleos, querosenes de aviação e de iluminação, óleo combustível, asfalto, lubrificantes, solventes, parafinas, coque de petróleo, enxofre, ureia, amônia, entre outros, além de resíduos.

as parcelas dos derivados produzidos em determinada refinaria variam de acordo com o tipo de petróleo processado. assim, petróleos mais leves dão maior quantidade de gasolina, GLp e naftas, que são produtos leves. Já os petróleos pesados resultam em maiores volumes de óleos combustíveis e asfaltos. no meio da cadeia estão os derivados médios, como o óleo diesel e o querosene.

algumas propriedades físicas gerais são utilizadas para identificação dos petróleos, como densidade relativa e viscosidade. na comercialização, Fo

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Refinarias - modernização e ampliação

Refinarias e capacidades

Unidade Capacidade adicionada (bpd)

Partida

Reduc242 mil b/d

HdT (nafta)HdS (gasolina)HdT HCC

12.58031.45031.45034.590

2009201020112015

Regap151 mil b/d

HdS (gasolina) HdT (nafta)HdT (diesel)

25.16018.87028.300

201020102011

Refap 189 mil b/d

HdS (gasolina)HdT

31.45037.740

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Rlam323 mil b/d

HdS (gasolina)HdT

50.32053.460

20102011

Repar 189 mil b/d

Revamp da U-2100HdT (instáveis)CoqueamentoHdT (nafta)HdS (gasolina)

18.87037.74031.45018.87031.450

20102010201120102010

Revap 251 mil b/d

CoqueamentoHdT (instáveis)HdT (nafta)HdS (gasolina)Reforma catalítica

31.45037.74018.870

44.0309.430

20092009200920102010

Replan 365 mil b/d

Revamp da U-200HdT HdS (gasolina)Reforma catalítica

36.48262.90050.32016.500

2009201220102013

RPBC 170 mil b/d

HdS (gasolina)Revamp reforma catalíticaHdT (nafta)HdT

31.4503.460

13.80062.900

2010201020102012

Recap 53 mil b/d

HdS (gasolina)HdS (diesel)

12.48025.160

20102010

Reman 46 mil b/d

HdT (diesel)HdS (nafta)

15.7009.400

20122012

HDT (Unidade de Hidrotratamento) – Processo utilizado para aumentar a produção de diesel e a sua qualidade, reduzindo o teor de enxofre.

HDS (Unidade de Dessulforização) – Processo utilizado para aumentar a produção de diesel e a sua qualidade, reduzindo o teor de enxofre.

HCC (Unidade de Craqueamento Catalítico) – Processo de refino que converte óleos destilados pesados em frações leves de maior valor comercial, tais como gasolinas, gás liquefeito de petróleo (GLP) e naftas.

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o ponto predominante e altamente explorado é aquele que se refere ao teor de elementos leves, ou seja, que produzem derivados mais ren-táveis comercialmente.

O american petroleum institute (api) resolveu classificar os petró-leos de maneira que não deixasse dúvidas quanto ao teor de elementos leves, e para tal adotou o grau api. quanto maior o grau api do óleo, menor é a sua densidade relativa, o que equivale a dizer que o óleo é mais leve, portanto mais rico em voláteis (partes leves), ou seja, tem maior valor comercial. quanto me-nor o grau api, maior sua densidade relativa – eis aí o óleo pesado.

de acordo com as característi-cas geológicas do local da extração, o petróleo bruto pode variar quanto à sua composição química e ao seu aspecto. Há aqueles que possuem alto teor de enxofre, outros apre-sentam grandes concentrações de gás sulfídrico, por exemplo.

quanto ao aspecto, há petróleos pesados e viscosos, e outros leves e voláteis, segundo o número de áto-mos de carbono existentes em sua composição. da mesma forma, o petróleo pode ter uma ampla gama de cores, desde o amarelo claro, semelhante à gasolina, chegando ao verde, ao marrom e ao preto.

Com tão grande variedade de tipos de matéria-prima, a tarefa inicial no processo de refino é co-nhecer exatamente o petróleo a ser processado, por meio de análises de laboratório. existem, porém, re-finarias já projetadas para refinar determinado tipo de petróleo.

Destilação atmosféricaa primeira etapa do processo

de refino é a destilação atmosféri-ca, pela qual passa todo o óleo cru a ser beneficiado. essa destilação se realiza em torres de dimensões variadas, que possuem, ao longo da coluna principal, uma série de pra-tos perfurados em várias alturas, um para cada fração desejada.

O petróleo é preaquecido e in-troduzido na metade da torre de destilação. Como a parte de baixo da torre é mais quente, os hidro-carbonetos gasosos tendem a subir e se condensar ao passarem pelos pratos. nessa etapa, são recolhi-dos como derivados da primeira destilação, principalmente, gás, gasolina, nafta e querosene.

essas frações, retiradas nas várias alturas da coluna, ainda necessitam de novos processamentos e trata-mentos, para se transformarem em produtos ou servirem de carga para outros derivados mais nobres.

as frações mais pesadas do pe-tróleo, que não foram separadas na primeira destilação, descem para o fundo da torre e vão constituir o resíduo ou a carga para uma se-gunda destilação, onde recebem mais calor, agora sob vácuo.

O sistema é mais complexo, mas segue o mesmo processo dos pratos que recolhem as frações menos pesadas – praticamente o óleo diesel e o óleo combustível. na parte de baixo, é recolhido novo resíduo, que será usado para produção de asfalto ou como óleo combustível pesado.

a terceira etapa do refino con-siste no craqueamento, que pode ser térmico ou catalítico. O princí-pio desses processos é o mesmo, e se baseia na quebra de moléculas longas e pesadas dos hidrocarbo-netos, transformando-as em molé-culas menores e mais leves.

O craqueamento térmico exige pressões e temperaturas altíssi-mas para a quebra das moléculas, enquanto no catalítico o processo é realizado com a utilização de um produto chamado catalisador, substância que favorece a reação química, sem entrar como compo-nente do produto.

Uma série de outras unidades de processo transforma frações

refinarias

Gases nãoaproveitados

Tubo de destilação

Obturadores

Entrada dopetróleo cru

Saída para oscondensadores

Tamanho dasmoléculas

Etileno

Gasolinas

Querosene

Diesel

Resíduoatmosférico

Novadestilação

Reator deaquecimento

Vapores

Óleo básicomineral

BPF – OC4

Asfalto

Enxofre

Esquema de destilação e refino do petróleo cru

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pesadas do petróleo em produtos mais leves e colocam as frações destiladas nas especificações ade-quadas para consumo.

além das refinarias localizadas no Brasil, a petrobras também pos-sui duas na Bolívia, adquiridas em 1999 (Refinarias Guilhermo elder Bell e Gualberto Villarroel). as unidades industriais da petrobras se completam com duas fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafen), localizadas em Laranjeiras (se) e em Camaçari (Ba).Operam ainda no Brasil as refinarias ipiranga, no Rio Grande do sul, e manguinhos, no Rio de Janeiro, ambas perten-centes a grupos privados.

em suas instalações de refi-no, a petrobras tem capacidade para produzir cerca de 1 milhão 800 mil barris de derivados por dia, atendendo à demanda inter-na e gerando excedentes que são exportados. a participação do petróleo produzido no Brasil na carga das refinarias é de cerca de 70%; o restante representa petróleo importado para complementar o consumo brasileiro de derivados, que é de cerca de 1,69 milhão de barris por dia. entre os principais fornecedores de petróleo ao Brasil estão a nigéria, a arábia saudita, a argentina e a Venezuela.

Refinarias do Nordestealém do Comperj, a petrobras

está construindo a Refinaria do nordeste (Rnest) ou Refinaria abreu e Lima, em ipojuca (pe), com capacidade para processar 230 mil barris de petróleo/dia. Já estão previstas também a constru-ção de duas refinarias premium, para produzir derivados de elevada qualidade e baixo teor de enxofre a partir do processamento de pe-tróleo pesado e ácido. O perfil de produção dessas refinarias volta-se basicamente para o diesel, com produção também de GLp, nafta,

óleo combustível, asfalto e qaV. parte do coque produzido será consumida nas próprias unida-des para geração de hidrogênio e energia.

a Refinaria premium i será construída no maranhão e proces-sará 600 mil bpd, com entrada em operação da primeira fase prevista para 2013, e da segunda para 2015. a premium ii será construída no

Ceará, no Complexo industrial e portuário de pecém, com capaci-dade para processar 300 mil bpd, e início de operação da primeira fase projetado para 2014, e da segunda para 2016.

em 2008, a petrobras comer-cializou 1.748 bpd de derivados de petróleo no mercado interno, um aumento de 1,3% em relação a 2007.

A PETROBRAS ANUNCIOU que de-cidiu mudar o escopo do projeto da construção do Complexo Petroquí-mico do Rio de Janeiro (Comperj), que agora vai se tornar uma refinaria premium com capacidade de proces-sar 300 mil barris por dia de petróleo pesado do campo de Marlim – o dobro da capacidade de produção prevista inicialmente, de 150 mil barris por dia. O novo desenho prevê dois módulos de 150 mil barris. “Estamos avaliando o cenário para tornar o projeto mais competitivo”, disse Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da estatal.

O Comperj é o maior empreendi-mento isolado da Petrobras no país, com investimentos que têm sofrido constantes elevações e pode chegar a R$ 25 bilhões na avaliação de fon-tes do mercado. A Petrobras já con-cluiu 60% da terraplanagem do terre-no onde será construída a refinaria. A previsão é de que este ano comece a construção das estradas de acesso ao empreendimento. O cronograma

original está mantido para começar a produzir derivados em 2012.

O Comperj será formado por uma refinaria e unidades geradoras de produtos petroquímicos de primeira e segunda geração petroquímica. Além disso, haverá uma Central de Produ-ção de Utilidades (CDPU), responsá-vel pelo fornecimento de água, vapor e energia elétrica necessários para a operação de todo o Complexo.

As empresas de terceira geração, atraídas pelo Comperj, que poderão se instalar também nos municípios vizinhos e ao longo do Arco Metro-politano (que ligará Itaboraí ao Porto de Itaguaí), serão responsáveis por transformar esses produtos petroquí-micos de segunda geração em bens de consumo, tais como: componentes para as indústrias montadoras de au-tomóveis, materiais cirúrgicos e linha branca como eletrodomésticos, dentre outros. Cabe ressaltar que a atração dessas indústrias depende também de uma maior atratividade por parte das esferas municipal e estadual.

Comperj - Complexo Petroquímico do Rio de JaneiroLocalização: Itaboraí, Rio de JaneiroÁrea: 45 milhões m²

parque de refino

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Mapa do refino da PetrobrasRLAM - Refinaria Landulpho Alves

Localização: São francisco do Conde/BAÁrea: 6,4 km²Principais produtos: apropano, propeno, isobutano, gás de cozinha, gasolina, nafta petroquímica, querosene, querosene de avia-ção, parafinas, óleos combustíveis e asfaltos.Capacidade instalada: 323 mil bpd

Lubnor - Lubrificantes e Deriva-dos de Petróleo do Nordeste

Localização: fortaleza/CEÁrea: 400 m²Principais produtos: asfaltos, óleos lubri-ficantes, gás natural, óleo combustível para navios, gás de cozinha e óleo amaciante de fibrasCapacidade instalada: 6 mi l bpd

Reman - Refinaria Isaac Sabbá

Localização: Manaus/AMÁrea: 9,8 km²Principais produtos: GLP, nafta petroquímica, gasolina, querosene de aviação, óleo diesel, óleos combustíveis, óleo leve para turbina elétrica, óleo para geração de energia, asfaltoCapacidade instalada: 46 mil bpd

Regap - Refinaria Gabriel Passos

Localização: Betim/MGÁrea: 12,5 km²Principais produtos: gasolina, óleo diesel, querosene de aviação, GLP, aguarrás, asfal-tos, coque e enxofreCapacidade instalada: 151 mil bpd

Recap - Refinaria de Capuava

Localização: Mauá/SPÁrea: 3,7 km²Principais produtos: propeno, GLP, gasolina, óleo diesel metropolitano (com baixo teor de enxofre) e solventes especiais.Capacidade instalada: 53 mil bpd.

Replan - Refinaria de Paulínia

Localização: Paulínia/SPÁrea: 9,1 km²Principais produtos: diesel, gasolina, GLP, nafta, querosene, coque e asfalto.Capacidade instalada: 365 mil bpd.

Revap - Refinaria Henrique Lage

Localização: São José dos Campos/SPÁrea: 10,3 km²Principais produtos: gasolina, óleo diesel, querosene de aviação, GLP, asfalto e enxofre.Capacidade instalada: 251 mil bpd

Repar - Refinaria Pres. Getúlio Vargas

Localização: Araucária/PRÁrea: 10 km²Principais produtos: GLP, gasolina, óleo diesel, óleos combustíveis, querosene de aviação, asfaltos e nafta.Capacidade instalada: 189 mil bpd.

Reduc - Refinaria Duque de Caxias

Localização: duque de Caxias/RJÁrea: 13 km²Principais produtos: lubrificantes, gasoli-na, óleo diesel, querosene de aviação, GLP, bunker e nafta petroquímica.Capacidade instalada: 242 mil bpd.

refinarias

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Guia do Estudante 2010 43

RPBC - Refinaria Pres. Bernardes

Localização: Cubatão/SPÁrea: 7 km²Principais produtos: gasolina de aviação, die-sel ecológico, gasolina Podium, componentes da gasolina da fórmula 1, coque para exportaçãoCapacidade instalada: 170 mil bpd

Refap S/A - Ref. Alberto Pasqualini

Localização: Canoas/RSÁrea: 5,7 km²Principais produtos: óleo diesel, nafta petroquímica, gasolina, GLP, querosene de aviação, óleos combustíveis, bunker para navios, querosene, asfaltos e solventes.Capacidade instalada: 189 mil bpd.

Comperj - Complexo Petroquímico do Rio de JaneiroLocalização: Itaboraí - RJÁrea: 45 milhões m²Capacidade instalada: 300 mil bpd de óleo pesado nacionalPrincipais produtos: petroquímicos de 1ª geração – propeno, butadieno, benzeno, entre outros, e com uma capacidade de eteno da ordem de 1,3 milhão de toneladas/ano; petroquímicos de 2ª geração – estireno, etileno-glicol, polietilenos e polipropileno, entre outros.

Refinaria do Nordeste (RNEST) ou Refinaria Abreu e LimaLocalização: Ipojuca (região metropolitana de Recife)/PEÁrea: 630 hectaresPrincipais produ-tos: óleo diesel com baixíssimo teor de enxofre, GLP, nafta petroquímica, diesel, óleo combustível de bunker, coque (50% de baixo e 50% de alto teor de enxofre)Capacidade instalada: 230 mil barris de petróleo/dia

Unidades em construção

parque de refino

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44 Guia do Estudante 2010

O beabáda exploração

ÁRVORE DE NATAL MOLHADA (ANM) – Sistema submarino (sub-sea) posicionado no fundo do mar, na cabeça do poço, composto por válvulas que estão conectadas ao poço e à unidade de produção na superfície. Estas válvulas controlam

o fluxo de produção de petróleo e gás, do poço até a plataforma, as-sim como o transporte de líquido e gás da plataforma para o poço para serem injetados nos reservatórios.

BACIA – Depressão na qual se acu-mulam rochas sedimentares que podem conter petróleo e gás.

CABEÇA DE POÇO (SUBSEA WEL-LHEAD) – Topo do poço, no leito do mar, ao qual são conectados os demais equipamentos.

CAMPO DE PETRÓLEO OU GÁS NATURAL – área produtora do petróleo ou do gás natural, a partir de um reservatório contínuo ou de mais de um reservatório, a profun-didades variáveis, abrangendo ins-talações e equipamentos destinados à produção.

CAVALO DE PAU – Sistema de bombeamento utilizado no onsho-re composto de motor e redutor. Uma coluna de hastes transmite o movimento alternativo para o fundo do poço, acionando uma bomba que eleva os fluidos produzidos pelo reservatório para a superfície. Este método de elevação artificial é o mais utilizado em todo o mundo.

FPSO – Floating Production Storage and Offloading, plataforma offshore flutuante de produção, armaze-namento e descarregamento de petróleo.

FSO – Floating Storage and Offloa-ding, plataforma offshore flutuante de armazenamento e descarre-gamento de petróleo, geralmente

interligada a uma FPSO ou outro tipo de unidade de produção.

MANIFOLD – Estrutura metálica apoiada no fundo do mar, que aco-moda válvulas e acessórios. é conectada à árvore de natal mo-lhada, além de outros sistemas de produção, de tubulações e risers.

MOORING LEG TO ANCHOR PILE – Corrente de ancoragem conectada à plataforma de produção em um extremo e ao sistema de ancora-gem no fundo do mar em seu outro extremo.

POÇO – Orifício perfurado no solo através do qual se busca obter petróleo ou gás natural.

POÇO DESCOBRIDOR – Como é chamado o poço responsável pela descoberta de uma nova área po-tencialmente produtora de petróleo e/ou gás natural, envolvendo uma ou mais jazidas.

POÇO INJETOR – é utilizado para a injeção de fluidos (gás ou água, principalmente) visando otimizar a recuperação (extração) de petróleo ou gás natural, ajudando também na manutenção das condições do reservatório.

POÇO PRODUTOR – Estrutura por meio da qual se produz o petróleo e o gás natural.

POÇO HORIzONTAL – é o poço dire-cional perfurado com a finalidade de atingir e/ou penetrar no objetivo

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horizontalmente ou sub-horizontal-mente. Embora mais caro, propor-ciona maior produtividade, uma vez que cria uma área de drenagem maior (ao longo do reservatório) para a produção de hidrocarbonetos.

POÇO VERTICAL – Projetado para atingir os objetivos na posição ver-tical, adequado principalmente em reservatórios de maior espessura.

OFFSHORE – Sistema de produção de petróleo no mar, com custos ele-vados e alta tecnologia, tendo como principal desafio a profundidade da água, do poço e as condições encontradas em altas profundidades (temperatura, pressão, corrosão, etc.) sendo um limitante para águas ultraprofundas.

ONSHORE – Sistema de produção de petróleo em terra. Foi o pri-meiro sistema a ser desenvolvido, com custos menores e engenharia menos complexa em relação à exploração submarina.

RISER – Porção vertical de uma linha de escoamento para transporte do óleo/gás natural do poço até a plataforma.

RISER DE INJEÇÃO DE GÁS (GAS-INJECTION RISER) – Conjunto de tubos flexíveis que conectam a unidade de produção e a árvore-de-natal molhada e/ou manifold de produção, permitindo a injeção de gás no poço.

RISER DE PRODUÇÃO (PRODUC-TION RISER) – Conjunto de tubos flexíveis que conectam a árvore-

de- natal molhada e/ou manifold de produção à superfície, na unidade de produção, permitindo o fluxo de petróleo e do gás produzido.

ROV (REMOTEDLY OPERATED VEHI-CLE) – Veículo de operação remota. Utilizado em conexões de manu-tenção de equipamentos em águas profundas.

SEMISSUBMERSíVEL – Plataforma especializada na extração e/ou produção de petróleo em águas pro-fundas (foto da P-52 no alto).

UMBILICAIS DE CONTROLE (CON-TROL UMBILICALS) – Umbilicais para controle eletrônico ou hidráu-lico de sistemas no fundo do mar, tais como válvulas, bombas e com-pressores. Estes sistemas poderão pertencer ou estar associados a árvores-de-natal submarinas e/ou manifold submarino.

SONDA OU PLATAFORMA DE PERFURAÇÃO (DRILLING) – Equipamento utili-zado para perfurar poços que permitam o acesso a reservatórios de petróleo ou gás natural. Dependendo da localização do reservatório, as sondas podem ser terrestres ou marítimas. Estas últimas são instaladas sobre uma base flutuante e podem ou não ter propulsão própria.

Sonda de perfuração offshore contratada pela OGX óleo e Gás.

Sonda de perfuração onshore contratada pela UTC Engenharia.

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O aquecimento global – aumento da temperatura média dos oceanos e do ar verificado nas últimas décadas – trouxe para a sociedade a necessidade de debater e encontrar formas de garantir o desenvolvimento e a qualidade de vida sem agredir o meio ambiente.

O movimento contra o aquecimento global, epicen-tro do problema das mudanças climáticas, ganhou força nos últimos anos, quando temas como a reciclagem de lixo, reutilização e recicla-gem de embalagens plásticas e o uso racional de energia entraram definitivamente na pauta dos governos e começaram a se tornar mais conhecidos da população.

Com isso, a sustentabilidade passou a ser uma palavra de ordem do mundo moderno, no que diz respeito, principalmente, à exploração e uso racional dos recursos planetários (naturais ou não) de forma a impactar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as co-munidades humanas e toda a biosfera que dele depende para existir.

Uma das principais causas do aquecimento está relacionada à intensificação do efeito estufa decorrente do aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural – que produzem gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (n2O), os quais retêm o calor prove-niente das radiações solares, aumentando a temperatura.

assim, a sociedade como um todo precisa se preocupar, cada vez mais, com o quanto suas atividades afetam o meio ambien-te. essa preocupação, principalmente por parte da indústria e de outros segmentos do setor produtivo, está refletida nos diversos programas implementados na busca da ecoeficiência e da redução dos impactos no meio ambiente.

O acidente que aconteceu em abril no Golfo do méxico, quando uma plataforma da British petroleum (Bp) explodiu e derramou milhões

Sustentabilidade e recursos energéticos

exploração

As preocupações com o meio ambiente e o investimento em fontes renováveis e sustentáveis de energia são primordiais para o futuro do planeta.

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por Rodrigo Miguez

Usina de Biodiesel de Guamaré, RN

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de litros de óleo no oceano, é a prova de que os investimentos em prevenção e os cuidados devem ser contínuos no setor de óleo e gás, já que esta é uma atividade em que o risco é permanente.

Fontes renováveis além dos riscos ambientais,

há o fato de que a energia é proveniente, na sua maioria, dos combustíveis fósseis, que não são renováveis e contribuem para agravar a poluição. por isso, o mundo está envolvido na busca por novas, limpas e renováveis fontes de energia para que a dependência mundial por fontes fósseis, principalmente o petró-leo, seja cada vez menor.

O investimento em fontes energéticas renováveis e sus-tentáveis são primordiais para o futuro do planeta. as inovações na área de biocombustíveis – combustível de origem biológica não fóssil, em geral produzido a partir de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, mamo-na, soja, canola, babaçu, man-dioca, milho, beterraba – estão levando a indústria a se adaptar a esta nova realidade, desenvol-vendo produtos ecologicamente

corretos e com a mesma quali-dade dos antigos, que poluíam o meio ambiente.

Junto com os biocombustíveis estão surgindo os veículos que emitem menos ou nada de CO2, como os automóveis movidos a eletricidade ou a hidrogênio, uma realidade na europa e no Japão.

O Brasil, exemplo de país que tem uma matriz energética diver-sificada, tem o maior caso de su-cesso no uso de combustíveis mais

limpos em seus veículos, com os carros flex fuel, capazes de rodar com álcool, gasolina ou ambos misturados em quaisquer propor-ções. Hoje, praticamente 100% dos automóveis saem das fábricas com a opção de serem abastecidos com gasolina ou etanol.

produzido a partir da cana-de-açúcar, o etanol é o biocom-bustível preferido dos brasileiros, pois além de reduzir as emissões de gás carbônico na atmosfera,

Plantação de cana de açúcar, SP

Exemplo de veículo movido a hidrogênio

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tem um preço mais baixo em relação à gasolina.

Fontes alternativas a matriz energética brasilei-

ra está entre as mais limpas do mundo, com cerca de 46% de seu potencial de energia gera-dos por fontes renováveis, pelas hidrelétricas e de biomassa. esse mercado está em plena fase de crescimento, com destaque para as fontes que não eram muito ex-ploradas e começam a ter a sua devida atenção dos governos, como a energia eólica – gerada pelo vento – e solar.

para estimular os investimen-tos em fontes alternativas de energia, o governo, através da eletrobrás (empresa de capital aberto, controlada pelo governo brasileiro, que atua nas áreas de geração, transmissão e distribui-ção de energia elétrica), criou, em 2002, o programa de incen-tivo às Fontes alternativas de energia elétrica (proinfa). O programa prevê a instalação de 144 usinas (já contratadas), que totalizariam 3.299,40 mW de capacidade instalada.

a energia eólica está presen-te no Rio Grande do sul e no nordeste, em especial no Ceará, onde há uma política de estímulo a esta fonte que é inesgotável e com grande potencial na região, conhecida pela grande quanti-dade de ventos que movem as famosas dunas.

O leilão de energia eólica no ano passado, quando foram negociados cerca de 1.805 mW, mostra que a energia dos ventos está em crescimento e que os gargalos do setor, como a falta de equipamentos no país, irá ser suprida aos poucos conforme o mercado for aumentando.

Outra fonte renovável de ener-gia ainda pouco explorada pelo mercado brasileiro é a solar. Com cerca de 200 empresas fabrican-tes de produtos para sistemas de aquecimento solar (sas) e 670 mil m² instalados, a indústria na-cional deste setor está ociosa, mas este panorama tende a mudar nos próximos anos. Hoje, a aplica-ção de aquecimento solar não se limita apenas a casas, estenden-do-se a indústrias e prédios, em especial os novos. Os principais

mercados desse setor são minas Gerais e são paulo.

“Graças à mudança dos con-ceitos, o investimento em ener-gia solar é forte na construção civil. arquitetos, engenheiros, projetistas e fabricantes come-çam a entender que não existe forma mais racional de aquecer a água do que utilizar o que nos é oferecido pela natureza”, afirma marcelo mesquita, gestor do departamento de aquecimen-to solar da associação Brasileira de Refrigeração, ar Condiciona-do, Ventilação e aquecimento (abrava). marcelo lembra que desde 2008 existe uma lei que obriga a instalação de aquecedo-res solares em novas construções comerciais e industriais.

Vastas possibilidades quando pensamos em recur-

sos renováveis, não imaginamos o quão vastas são as possibilida-des de se obter energia por meio de outros materiais. a bioeletri-cidade – geração de energia a partir do aproveitamento de re-síduos orgânicos –, por exemplo, a partir do bagaço de cana-de-açúcar, vem ganhando importân-cia no mercado energético, com cerca de 30 usinas em funciona-mento no país, distribuindo 544 mW de eletricidade.

as pesquisas por novas fontes limpas e sustentáveis de ener-gia irão atravessar as próximas décadas, e se o movimento pró-sustentabilidade se mantiver, deixando de ser um movimento para se tornar parte do hábi-to social e das companhias de energia, os níveis de CO2 irão se normalizar e a luta para contro-lar o aquecimento global será mais simples, até que, um dia, esse assunto fará parte do passa-do poluidor do ser humano com o meio ambiente.

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exploração

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Guia do Estudante 2010 49

Giuseppe Bacoccoli – foi geólogo de petróleo e atuou por 34 anos na Petrobras, onde trabalhou no primeiro poço exploratório no Brasil, situado no Espírito Santo. Tido como um dos maiores es-pecialistas da área de Exploração e Produção (E&P) do setor do petróleo no Brasil, Bacoccoli tam-

bém participou do Programa de Recursos Humanos da ANP, junto à Coppe/UfRJ como pesquisador visitante. O geólogo escreveu ainda o livro O Dia do Dragão: ciência, arte e realidade no mundo do petróleo, no qual fala sobre sua experiência com E&P de petróleo.

Monteiro Lobato – O famoso escritor de literatura infantil, mais conheci-do pela sua obra O sítio do Pica-Pau Amarelo, também tinha um pé no petróleo. Tornou-se militante do petróleo brasileiro. Em uma de suas histórias, criou um personagem que descobria petróleo em uma cidade chamada Lobato, na Bahia. Curiosamente, foi exatamente naquela cidade que foi perfurado o primeiro poço de petróleo. Monteiro Lobato também escreveu o livro O escândalo do petróleo, em que denunciava aquilo que ele considerava interferência de multinacionais no atraso do desenvolvimento do setor do petróleo brasileiro.

Carlos Walter Marinho Campos – Quando falamos

da Bacia de Campos, não podemos dei-xar de citar seu nome. Ele foi o percursor da primeira série da exploração de petróleo na

região, no campo de Garoupa, onde se iniciaram os trabalhos na, hoje, maior província petrolífera do país. A seleção dos primeiros especialis-tas na prospecção em alto-mar foi ideia dele, bem como a concentração de investimentos em exploração na plataforma continental. Carlos Marinho era mineiro de Barbacena e trabalhou na Petrobras de 1954 a 1985, onde foi diretor da divisão de Exploração, do departamento de Exploração e Produção e do Centro de Pesquisas e desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras (Cenpes). A empresa, inclusive, o homenageou dando seu nome à base operacional da Bacia de Campos, em Macaé (RJ).

Walter Link – Contratado pela Petrobras na década de 1960, o geólogo americano ficou conhecido no cenário petrolífe-ro nacional pelo seu “Relatório Link”, no qual deu conselhos para a exploração de petróleo no Brasil para a empresa, indicando quais os melhores caminhos a

seguir para a extração com sucesso do óleo. Nos do-cumentos, citou, por exemplo, que os investimentos da Petrobras deveriam estar na prospecção no mar e não da terra. Hoje, mais de 80% da produção de petróleo do Brasil vêm do mar.

O setor petrolífero nacional revelou ao longo desses

anos de exploração muitos nomes importantes que

hoje são referência para qualquer pessoa que goste

do assunto e também para quem é interessado na história do país e seu desenvolvimento.

O reconhecimento que o Brasil tem hoje como grande produtor de petróleo se deve aos profissionais

que se dedicaram a colocar a indústria no patamar em que se encontra hoje. Esses personagens

tornaram-se ícones do petróleo no Brasil e serão sempre lembrados como pontos de referência.

Personalidades da indústria do petróleo

notáveis

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50 Guia do Estudante 2010

O Brasil tem hoje a quinta maior carteira mundial de enco-mendas de petroleiros, em decorrência do promef, que vai criar 40 mil empregos diretos. O programa prevê, em sua primeira fase (o governo já anunciou o promef ii), a construção de 49 navios. para isso, a modernização dos estaleiros já existentes e a construção de novos, como o

estaleiro atlântico sul (eas), no Complexo industrial portuário de suape, em pernambuco, são primordiais para o novo momento do setor.

O eas está participando intensamente do promef, tendo em sua carteira a construção de dez navios do tipo suezmax. O primeiro deles, batizado de João Cândido, foi lançado no dia 7 de maio. Já o segundo navio do programa foi construído no histórico estaleiro mauá, no Rio de Janeiro, e lançado no último dia 24 de junho.

seguindo a onda de construções de novos empreendimentos, o estaleiro enseada do paraguaçu, no Recôncavo Baiano, já possui li-cenciamento do instituto Brasileiro do meio ambiente e dos Recursos naturais Renováveis (ibama) para a realização das obras da sua implan-tação, que irá gerar 8 mil empregos diretos, consumirá R$ 2 bilhões e será destinado à produção de plataformas de petróleo de todos os tipos. O estaleiro será o segundo maior do Brasil, atrás apenas do eas.

para dar conta de tantos investimentos, o setor naval irá necessitar de muita mão de obra especializada e para isso é preciso que as insti-tuições de ensino estejam atentas ao momento vivido pela indústria e disponibilize vagas e cursos.

Os cursos técnicos estão ganhando a atenção dos jovens que já veem na indústria naval uma boa oportunidade de começar uma carreira

Indústria navalbrasileira

indústria naval

Após 20 anos de inatividade, a indústria naval brasileira está vindo com todo o gás para

recuperar a posição de terceira maior do mundo. O Programa de Modernização e Expansão

da frota (Promef) da Transpetro, empresa de logística da Petrobras, e a construção de novos

e importantes estaleiros pelo país mostram que a indústria naval tem tudo para reconquistar

seu lugar no ranking mundial... e em ritmo acelerado.

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por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

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52 Guia do Estudante 2010

promissora. a Fundação de apoio à escola técnica do Rio de Janeiro (Faetec) oferece os cursos de Cons-trução naval e máquinas navais, na escola técnica Henrique Lage, em niterói. segundo a instituição, a grande maioria dos alunos que fazem as aulas com o desejo de seguir na carreira de técnico con-segue uma colocação no mercado de trabalho.

“no final da década de 1990, os cursos navais foram quase ex-tintos, mas hoje, estão todos lota-

dos”, afirmou o coordenador do curso de Construção naval da ete Henrique Lage, antônio Carlos de Jorge. ele disse ainda que a demanda por profissionais na área é de cerca de 16 mil pessoas, o que mostra o número de oportunidades no mercado. “quem se qualificar tem grandes chances de crescer profissionalmente no setor naval”, completou.

quem também está de olho no crescimento desta indústria é o setor de aço, que vem fazendo

investimentos robustos no país. a thyssenKru-pp Csa inaugurou em junho a sua fábrica no bairro de santa Cruz no Rio de Janeiro, onde se-rão produzidas 5 milhões de placas de aço por ano e gerados aproximada-mente 3.500 empregos. O setor tem ainda com-panhias importantes atuando no país, como Vale e Usiminas, o que aumenta as oportunida-des de inserção no mer-cado de trabalho.

O inícioem 1846, ir ineu

evangelista de souza, o Barão de mauá, inau-gurou o primeiro esta-leiro do país, em ponta da areia, niterói (RJ). Construído com capital privado de terceiros em uma modelagem de cap-tação próxima ao project finance moderno.

O estaleiro é conside-rado um marco do pro-cesso de industrialização do país – construiu cerca de um terço dos navios de guerra utilizados no conflito com o paraguai. em 1905 o estaleiro foi

incorporado pela CCn (Cia. Co-mércio e navegação).

no segmento de construção na-val ocorreram curtos períodos de atividade, especialmente na década de 1930, relacionados a encomen-das pontuais e de curta duração.

Formação do parque industriala construção naval com par-

que industrial moderno ocorre no governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) que cria o plano de metas, a partir do Relató-

Estaleiros Estado Processamento de aço (mil ton/ano)

Área (mil m²)

Diques Carreiras Cais

BrasFels RJ 50 410 1 3 2

Eisa RJ 50 150 – 2 1

Mauá RJ 40 334 1 1 4

Inhaúma RJ 60 400 1 – 4

Atlântico Sul PE 160 1,500 1 2 2

Rio Grande RS 30 100 1 1 1

STX Brasil RJ 15 120 1 1 1

Aliança RJ 10 61 – 1 2

Wilson, Sons SP 10 22 1 1 1

UTC RJ – 112 – – 2

Renave–Enavi RJ 40 200 4 – 1

Inace CE 15 180 – 1 1

Itajaí SC 15 177 – 1 1

SRD RJ 15 85 1 1 2

Superpesa RJ 10 96 – – 1

São Miguel RJ 5 21 – 1 2

Transnave RJ 6 15 – 1 1

Rio Nave RJ 50 150 – 2 4

Navship SC 15 175 – 1 2

TWB SC 10 78 – 1 1

Detroit SC 10 90 – 1 1

Rio Maguari PA 6 120 2 – –

Cassinú RJ 6 30 2 – 1

Mac Laren RJ 6 30 – – 1

Estaleiro da Bahia BA 110 750 1 1 2

Quip RS – 70 – – 1

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indústria naval

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rio do Grupo misto Cepal-Bndes. é um plano de cinco anos com in-tenso envolvimento do setor públi-co no estímulo direto e indireto a investimento em infraestrutura e na indústria de bens de capital.

O plano de metas criou a in-dústria automobilística, construiu a malha rodoviária e instalou a in-dústria de construção naval.

a política de desenvolvimento da indústria naval brasileira tem seu ponto de partida com a Lei 3.381, de abril de 1958, conhecida como a Lei do Fundo de marinha mercante (Fmm) com o objetivo de prover recursos para a reno-vação, ampliação e recuperação da frota mercante nacional; evitar a importação de navios; diminuir despesas com afretamento de navios estrangeiros; assegurar a continuidade das encomendas de navios e estimular a exportação de embarcações.

a indústria naval seria para o Rio de Janeiro o que a indústria au-tomobilística foi para são paulo.

Os recursos do Fmm vêm do adicional ao Frete para Renovação da marinha mercante (aFRmm), contribuição parafiscal cobrada so-bre os fretes de importação. na épo-ca foram criados também o Grupo executivo da indústria de Constru-ção naval (Geicon) e a Comissão de marinha mercante (Cmm) que, posteriormente, viria a se transformar na superintendência nacional de marinha mercante (sunamam).

Com as novas medidas, a cons-trução naval brasileira manteve uma atuação modesta e estável ao longo dos governos Jânio quadros (1961), João Goulart (1961-1964), dos interregnos de Ranieri ma-zilli (em 1961 e 1964) e do governo Castelo Branco (1964-1967).

Fase atual da construção navala partir de 1997, a exploração

de petróleo mundial em águas pro-

fundas provoca uma corrida aos estaleiros mundiais para a cons-trução desses equipamentos. no mundo não existem plataformas ou navios de apoio marítimo pre-parados para essa nova realidade. a petrobras, com um dos maiores programas mundiais de exploração em águas profundas, enfrenta filas nos estaleiros para a construção de seus equipamentos, principalmen-te navios de apoio marítimo que abastecem, rebocam e operam o complexo sistema de ancoragem das plataformas de perfuração e produção.

em 1998, surge a primeira ex-periência da construção local de navios de apoio marítimo da nova geração (psV – platform supply Vessels) com a proposta da bra-sileira CBO (Cia. Brasileira de Offshore) à petrobras para que as licitações para afretamento de ser-viços dos navios de apoio fossem

realizadas com antecedência sufi-ciente para permitir que os navios fossem construídos no Brasil. a pe-trobras concorda e a CBO contrata o estaleiro promar 1, que estava dedicado a reparos, alugando as instalações do estaleiro macLaren, em niterói. a CBO vence a licita-ção no preço e na qualidade com

PromefBenefícios para o Brasil Benefícios para a Petrobras

Geração de 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos/ano, na etapa de construção dos 49 primeiros navios.

Maior flexibilidade operacional.

Incremento imediato de diversos setores industriais.

Redução dos custos com manutenção.

Impacto positivo na balança de pagamen-tos (cerca de US$ 500 milhões/ano), pela economia de divisas antes gastas com afretamento de navios junto a armadores estrangeiros.

Garantia do suprimento nacional diante de situações de crise.

Revitalização da Marinha Mercante. Redução do risco gerado pelas flu-tuações do frete e pela escassez de navios.

Implantação de nova base de crescimento, com impacto em diversos setores da eco-nomia e em diferentes regiões do país.

Captura do lucro obtido pelos armado-res estrangeiros que prestam serviços ao sistema.

Abertura de um novo nicho de comércio exterior.

Garantia de logística de transporte para o crescimento interno e expansão internacional da empresa.

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indústria naval brasileira

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54 Guia do Estudante 2010

navios construídos no Brasil, dando início a uma nova fase da constru-ção naval brasileira, a fase voltada para a logística do petróleo.

a frota de navios de apoio operando no Brasil que era 80% formada por navios de bandeira internacional, hoje já tem 50% de navios construídos no Brasil. a petrobras passou a exigir que os navios que seriam afretados para apoio offshore deveriam ser construídos no Brasil. Como existia o Fmm que financiava a construção a juros atraentes, as operadoras internacionais ade-riram ao programa. mais de 60 navios foram construídos de 2000 a 2009. O programa prossegue com a estimativa de demanda superior a 200 navios de apoio marítimo considerando o progra-ma de exploração e produção da petrobras e a relação de quatro navios de apoio marítimo para cada plataforma.

a produção local dos navios tecnologicamente sofisticados desfez diversos mitos sobre ale-gadas deficiências da construção naval brasileira. Representantes de empresas estrangeiras alegam preço mais elevado dos estaleiros – geralmente as comparações são com a Coreia do sul, Cingapura e China, países com forte apoio do governo ao setor naval.

Com a qualidade dos estalei-ros comprovada por encomendas de operadores internacionais, a transpetro decide lançar o promef (programa de modernização e ex-pansão da Frota), obedecendo à decisão política do Governo Lula de usar o poder de compra do siste-ma petrobras para gerar emprego e renda no setor de construção naval. plataformas de petróleo e navios petroleiros passam a ser licitados para construção com índice cres-cente de conteúdo local.

Estágio das encomendas do Promef

dos 49 navios do promef, 46 foram licitados, com 38 já contra-tados. Os últimos três navios estão em fase final de licitação. plane-jado e construído em função das encomendas do promef, o estaleiro atlântico sul (eas), em suape, per-nambuco, montará 22 navios para a transpetro.Encomendas contratadas: dez na-vios Suezmax (160.000 toneladas de Porte Bruto/TPB) – estaleiro atlântico sul, suape (pe), Us$ 1,2 bilhão; cinco navios Aframax (110.000 TPB) – estaleiro atlântico sul, suape (pe), Us$ 693 milhões; quatro navios Panamax (73.000 TPB) – eisa (RJ), Us$ 468 milhões; quatro navios de produtos (48.000 TPB) – estaleiro mauá (RJ), Us$

Sinaval – Sindicato Nacional da Indús-tria da Construção e Reparação Naval e Offshore (www.sinaval.org.br)

Sobena – Sociedade Brasileira de En-genharia Naval (www.sobena.org.br)

Femar – Fundação de Estudos do Mar (www.femar.com.br)

FBTS – Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (www.fbts.com.br)

Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (www.abimaq.org.br)

Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (www.abinee.org.br)

ABDIB – Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (www.abdib.org.br)

Abitam – Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios (www.abitam.com.br)

Fenavega – Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima (www.fenavega.com.br)

Antaq – Agência Nacional de Transpor-tes Aquaviários (www.antaq.gov.br)

Abeam – Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (www.abeam.org.br)

Principais instituições ligadas ao setor naval

Lançado em outubro de

2009 pela a Onip e a ABDI,

além de outras entidades

ligadas ao setor, o catálogo

é um portal de divulgação

e relacionamento integrado

por fornecedores nacionais

destinado a contratantes

globais da indústria naval.

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277 milhões; quatro navios alivia-dores Suezmax DP (com posicio-namento dinâmico) (160.00 TPB) – estaleiro atlântico sul, suape (pe), Us$ 746 milhões; três navios aliviadores Aframax DP (com po-sicionamento dinâmico) (110.000 TPB) – estaleiro atlântico sul, su-ape (pe), Us$ 477 milhões; três navios de bunker (óleo combustível marítimo) – superpesa (RJ) - Us$ 46 milhões; cinco navios de produ-tos, para transporte de derivados de petróleo – 30 mil TPB – estaleiro Rio nave (RJ), Us$ 268 milhõesEncomendas com o resultado definido, à espera da assinatura dos contratos: oito navios gasei-ros (quatro de 7.000 m³, dois de 12.000 m³ e dois de 4.000 m³), para transporte de gás liquefeito de petróleo – estaleiro promar, Us$ 536 milhões.Encomendas em fase final de li-citação: três navios de produtos, para transporte de derivados de petróleo.

Indústria de navipeçasa perspectiva de crescimento

da indústria naval brasileira, im-pulsionada pelos investimentos do setor de óleo e gás, exige ações na direção de se consolidar e ampliar a participação de players nacionais neste mercado. Com isso, perce-beu-se a necessidade do cresci-mento da indústria de navipeças, que ampliará a participação de fornecedores brasileiros de equi-pamentos e máquinas.

O setor de navipeças poderá mo-vimentar mais de R$ 17 bilhões com as encomendas da indústria naval nos próximos anos. a estimativa é da Organização nacional da indústria do petróleo (Onip) e da agência Bra-sileira de desenvolvimento indus-trial (aBdi). O cálculo foi baseado no último financiamento aprovado pelo Fundo de marinha mercante, em dezembro do ano passado, de

R$ 14,2 bilhões, dos quais 40%, em média, serão destinados ao setor de navipeças. segundo as entidades promotoras, esse recurso, que não inclui os R$ 7,8 bilhões aprovados em 2008 e ainda não contratados, é triplicado quando chega ao setor, em função do efeito renda.

atualmente, já há grandes mo-vimentações nesse sentido. por exemplo, cada navio encomenda-do pela transpetro é composto de

dois mil a três mil diferentes itens. Cerca de 70% das navipeças já são fabricadas no Brasil ou podem vir a ser fabricadas em um prazo relativa-mente curto. são itens como chapas e perfis de aço, tintas e solventes, amarras, tubulações, acessórios de casco, caldeiras, válvulas comuns e bombas centrífugas. Outros compo-nentes – como guinchos de amarra-ção, âncoras, guindastes e motores auxiliares – passam a ter viabilidade de produção no país a partir da en-comenda da transpetro.

Catálogo de navipeçasLançado em outubro de 2009, o

catálogo é um portal de divulgação e relacionamento integrado por fornecedores nacionais destinado a contratantes globais da indústria naval. Visa apresentar as empre-sas capacitadas para fornecimento de bens e serviços utilizados da proa a popa dos navios. segundo

Construção naval mundial – junho 2009

País Milhões de GT* Participação %

Coreia do Sul 130 36

China 110 31

Japão 50 14

Europa 10 4

Outros 55 15

Total 360 100*GT: Gross Tonnage (Arqueação Bruta) Fonte: Estimativa SAJ

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Concessão de empréstimos e financiamentos do FMM (somente navios – o FMM não financia plataformas flutuantes)2009 = R$ 2,4 bilhões

2008 = R$ 1,3 bilhão

2007 = R$ 1,1 bilhão

2006 = R$ 658 milhões

2005 = R$ 465 milhões

2004 = R$ 721 milhões

indústria naval brasileira

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56 Guia do Estudante 2010

a Onip e a aBdi, com esta inicia-tiva contribui-se efetivamente para o aumento do conteúdo nacional nos empreendimentos da indús-tria naval. além disso, agrega-se competitividade ao segmento e se fornece auxílio no cumprimento de metas previstas na política de desenvolvimento produtivo (pdp) para esse setor, como o aumento do uso de navipeças nacionais.

O catálogo já cadastrou em-presas de diversos segmentos, como o metalmecânico e eletroe-letrônico, incluindo fornecedores tradicionais como Orteng, WeG e Renk Zanini. Outras 200 em-presas estão em processo de ca-dastramento. em uma segunda etapa o objetivo é agregar ações específicas na área de fomento à capacitação do setor, elaboração de diagnósticos e interlocução com empresas estrangeiras para o estabelecimento de parcerias. até junho deste ano, as cinquenta

primeiras empresas aprovadas já foram cadastradas.

Construção naval mundiala associação de estaleiros do

Japão (saJ/shipbuilders asso-ciation of Japan) estima em 360 milhões de Gt (Gross tonnage) o total da carteira de encomendas de navios nos estaleiros mundiais:

a europa (alemanha, ingla-terra, França, espanha e polônia, em especial) foi predominante até a década de 1970. perde posição para o Japão, na década de 1980. na década de 1990, a Coreia do sul supera o Japão e, na década 2000, a China começa a superar a Coreia do sul.

A construção naval brasileiraa carteira de encomendas de

28 estaleiros associados ao sinaval tem em construção 132 empreendi-mentos, incluindo quatro platafor-mas de produção de petróleo, duas

plataformas de perfuração, navios petroleiros para a transpetro e a venezuelana pdVsa, navios gra-neleiros e porta-contêineres para a Log in, navios de apoio marítimo, rebocadores de apoio portuário e comboios (balsas e empurradores) para transporte hidroviário.

O impacto da demanda por petróleo

a construção naval brasileira destina-se à logística do petróleo (transporte, exploração, produção e serviços offshore). por isso, a cons-tatação das agências internacionais de que a demanda diária de petró-leo já retornou aos 85 milhões de barris ao dia, com a estimativa de atingir 106 milhões de barris ao dia, em 2030, tem grande reper-cussão na demanda de navios e equipamentos offshore.

O Brasil, os eUa (Golfo de mé-xico), a África, a Rússia e o Oriente médio são as regiões em que a pro-

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indústria naval

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dução de petróleo pode aumentar para atender a demanda. essa reali-dade abre enorme oportunidade para o setor de construção naval brasileiro de crescer e gerar empregos e renda localmente. “O Brasil está construin-do capacidade produtiva capaz de atender à demanda atual e estima-da de 28 sondas de perfuração, 150 navios petroleiros, 200 navios de apoio offshore e 150 plataformas de produção”, afirma o presidente do sinaval, ariovaldo Rocha.

O segmento offshoreNavios de apoio marítimo – a pe-trobras apresentou durante o even-

to Offshore technology Conference (OtC) 2010, realizado em maio desse ano, em Houston (eUa), a demanda por suprimentos críticos, entre eles os navios de apoio ma-rítimo a plataformas de petróleo, previstos no 2º plano de Renovação da Frota de apoio marítimo.

a agência nacional de trans-portes aquaviários (antaq) di-vulga que existem 251 navios de apoio marítimo em operação no Brasil, sendo 137 navios de operadoras internacionais que faturam 55% das receitas de afretamento à petrobras e 114 navios brasileiros. existe espaço

para aumento da participação brasileira.Plataformas de petróleo – na OtC 2010, a petrobras apresen-tou o programa de construção de plataformas. no total são 53 unidades, sendo quatro já entre-gues, cinco em construção, 17 em licitação/contratação e 28 plata-formas de perfuração que serão licitadas no segundo semestre de 2010.

Perfil da Frota de Apoio Marítimo no Brasil

Bandeira AHTS PSV RSV Mini Supply LH UT Crewboat OSRV WSV PLSV

Brasileira 16 58 4 10 23 8 6 7 0 0

Estrangeira 36 48 6 5 14 5 8 0 4 9

Total 52 96 10 15 37 13 14 7 4 9

Total Geral 267 embarcações

Obs.: Cerca de 40 embarcações operam para outras oil companies, fora da Petrobras.Tipos de embarcação: AHTS (Anchor handlingand Tug Supply) – Manuseio de âncoras, reboque e suprimento; PSV (Platform Supply Vessel) – Embarcação de suprimento às plataformas; RSV-ROV (Support Vessel) – embar-cacões equipadas com veículo de operação remota; MS (Mini Supridor); LH (Linehandling) – Manuseio de espias; UT (Utility Boat) – Supridores de cargas rápidas; CB (Crewboat) – Transporte de tripulantes para as plataformas; OSRV (Oil Spill Response Vessel) – combate a derramamento de óleo; WSV (Well Stimulation Vessel) – estimu-lação de poços; PLSV (Pipe Laying Support Vessel) – Construção e lançamento de linhas; DSV (Diving Support Vessel) – embarcações de suporte ao mergulho. Fonte: Abeam, março de 2010

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indústria naval brasileira

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58 Guia do Estudante 2010

Bianca Machado Branco possui MBA em Gestão Empresarial e formação em Análise de Sistemas. Trabalha com tecnologia da informação desde 1998. Atualmente é coordenadora de proje-tos na ABC71.

As recentes descobertas das camadas de pré-sal no litoral brasileiro e as perspectivas de negócios a partir da exploração da Bacia de santos têm aquecido a economia do país, movimentando inclu-

sive o setor imobiliário. O objetivo de tornar o Brasil autossuficiente em petróleo aponta para a geração de 16 mil novos postos de trabalho ao longo da cadeia produtiva. as operadoras de petróleo necessitarão de bens e serviços, além de profissionais preparados, motivo pelo qual o prominp (programa de mobilização da indústria nacional de petróleo e Gás natural) está cadastrando fornecedores para atender a essa demanda e, em paralelo, vem oferecendo qualificação aos profissionais interessa-dos. de outro lado, há o Cadfor, cadastro de fornecedores administrado pela Organização nacional da indústria do petróleo (Onip), também com o intuito de organizar a cadeia de fornecimento para suprir a crescente demanda do setor de petróleo, gás e biocombustíveis.

nesse mercado em expansão, porém extremamente competitivo, os profissionais com visão de oportunidade de negócios serão os mais co-biçados pelas empresas desse segmento. Faltam técnicos especializados no mercado, é verdade. Contudo, faltam também profissionais de gestão com desenvoltura para lidar com as especificidades desta indústria tão complexa e dinâmica. Como decorrência disso, o setor da educação vis-lumbrou um novo nicho: o das especializações de negócios com foco em petróleo e gás, que têm em geral recebido o selo de mBa (Master of Busi-ness Administration). mas como determinar se o curso oferecido é de fato um verdadeiro mBa ou um modismo oportunista? entender o propósito do curso é um bom começo.

quando o mBa surgiu nos estados Unidos há mais de 30 anos, a proposta era uma formação generalista em gestão empresarial. porém, ao longo do tempo, essas três letrinhas se popularizaram e houve um boom de cursos que se desviaram da premissa original: nasciam assim os cur-sos de mBa com foco em áreas específicas. Junto com eles despontaram uma série de dúvidas, resumidas na pergunta “Vou fazer mBa em quê?”

Hoje, quem pretende ingressar em um mBa se vê diante de questões que vão desde estudar no Brasil ou no exterior, optar pelo curso presen-cial ou no modelo ead (educação a distância), escolher uma formação generalista ou especializada e assim por diante. Há muitas escolas de ne-gócios no país que não ficam devendo nada às melhores escolas estran-geiras, por isso, quem decide estudar fora do Brasil o faz tendo em vista a experiência internacional. da mesma forma, existem cursos ead tão bons quanto os cursos presenciais e ainda com flexibilidade de horários, o que representa um grande atrativo para aqueles que viajam muito a trabalho ou têm uma rotina atribulada. Com isso, a escolha crucial passa a ser qual formação é a mais adequada ao ingressante no mBa: aquela que

A partir da flexibilização do monopólio do petróleo e da sua regulamentação

em 1995, a demanda por profissionais qualificados para trabalhar no setor

petroquímico vem crescendo cada vez mais.

formação

MBA em quê?

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propicia uma visão mais abrangente do mercado ou a que se concentra em um determinado segmento?

Há um perfil e um momento profissional certo para cada modalidade. no início da carreira, quando o papel do profissional é mais técnico, operacional, e ele precisa conhecer melhor o segmento em que atua, o mBa específico é o mais indicado. O mBa gene-ralista não seria tão bem aproveitado pela falta de experiência para trocar em sala de aula. À medida que a atuação vai se tornando mais estratégica, envolven-do tomada de decisões, o profissional sente a necessi-dade de ter uma visão mais ampla, generalista. esse é o perfil do aluno de um mBa executivo, voltado para um público com pelo menos sete anos de carreira.

para aqueles que escolherem o mBa específico, não faltam opções: mBa em petróleo e gás; em gestão de negócios em petróleo e gás; em engenharia de petróleo e gás; em engenharia de petróleo, gás e bio-combustíveis; em direito do petróleo e gás; em gestão ambiental na indústria do petróleo, entre outros.

e qual deve ser a formação do profissional que pretende entrar em um desses cursos? não existe uma regra para isso, já que a cadeia produtiva nesse segmen-to emprega, direta e indiretamente, profissionais que atuam nas companhias de petróleo, nas operadoras ou em empresas fornecedoras, tais como: gestores, técnicos, consultores especializados, especialistas em comércio exterior, profissionais de meio ambiente, advogados e prestadores de serviços. Um profissional da área de meio ambiente, por exemplo, tem um papel crítico nessa indústria e precisa conhecer estratégias de desenvolvi-mento sustentável para evitar desastres ecológicos que, além do impacto ambiental, venham a depor contra a imagem da organização em que atua. por outro lado, um profissional da área de tecnologia da informação, cuja empresa provê sistemas de gestão da qualidade para as companhias do setor de energia, seria muito valorizado se tivesse a habilidade de falar a língua dos seus clien-tes, mostrando estar “antenado” com a terminologia do setor para o qual ele presta serviços.

escolhida a vertente do mBa, o aluno deve ficar atento à grade curricular do curso. ela deve mesclar matérias técnicas com disciplinas de administração e ge-renciais. a intenção é formar um profissional com perfil interdisciplinar, ainda que com foco no setor petroquími-co. portanto, se o curso não abrange finanças, marketing, gestão de pessoas e aspectos de liderança, por exemplo, esse é um indicador de que o mBa é na realidade um curso de extensão ou de aperfeiçoamento e não possui um caráter de curso de gestão de negócios.

Concluída a pós-graduação, é hora de colocar em prática os skills recém-adquiridos, mas de que maneira?

Uma reclamação recorrente de jovens profissionais que cursam mBa é não ter a oportunidade de aplicar o que aprenderam. Há casos em que a especialização

está voltada para uma área diferente daquela em o aluno atua, pois ele tem como objetivo justamente uma mudança de rumo na carreira. nessa situação as alternativas são duas: tentar mudar para a área desejada dentro da própria organização em que já se encontra ou buscar novos desafios no mercado de trabalho, que é bastante promissor.

a situação mais comum, entretanto, é aquela em que o profissional quer utilizar o know-how adquirido no mBa nas atividades que ele já desenvolve, mas en-frenta resistência por parte da empresa. a resistência a mudanças é normal, tanto nas empresas do segmen-to de petróleo e gás assim como em companhias de qualquer outro setor. mas, pressupondo que o aluno se dedicou ao curso e não se preocupou apenas em obter um diploma, ele não deve esmorecer diante do primeiro obstáculo.

a aplicação dos conceitos aprendidos no mBa não depende da empresa em que se trabalha, depende da determinação de cada profissional. não desanimar diante da oposição encontrada dentro das organi-zações e criar as próprias oportunidades é o melhor caminho para pôr em prática o aprendizado.

teve uma ideia inovadora? Reúna argumentos que a justifique, coloque-a no papel, busque apoiadores e apresente-a aos decisores da companhia. isso mostra proatividade. seu projeto não tem relação direta com as suas atividades e responsabilidades? sinal de que o seu perfil é multidisciplinar e, no mínimo, demons-tra interesse e comprometimento. e esses são atribu-tos muito valorizados pelas empresas.

ter um mBa está deixando de ser um diferencial e tornando-se pré-requisito. mas o título por si só não é garantia de sucesso, a atitude do profissional frente aos desafios é o que realmente conta. títulos acadêmicos são importantes, mas propor soluções que agreguem valor a uma empresa é uma competência fundamental e pesa sempre mais do que um currículo acadêmico turbinado.

http://www.santosoffshore.com.br/detalhes-sala-imprensa-release-clipping.aspx?id=81

http://www.prominp.com.br/data/pages/8A954884253212CE01253227B9351D5E.htm

http://guiadoestudante.abril.com.br/universidades/pos-graduacao/mate-ria_433006.shtml

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,o-momento-certo-para-cada-tipo-de-mba,471065,0.shtm

http://uvaonline.uva.br/mkt/site/curso,77,100,__pos-graduacao_mba_em_petroleo_e_gas_obejtivo.html

http://www.capitalhumano-fgv.com.br/curso-MBA-Gest%C3%A3o-de-Neg%C3%B3cios-em-Petr%C3%B3leo-e-G%C3%A1s-6.htm

http://www.strong.com.br/modular/mba_petroleo.html

http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=24809

http://www.tnpetroleo.com.br

http://www.cadfor.com.br/

Fontes

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60 Guia do Estudante 2010

profissão

Se fôssemos nos reportar a um passado recente, marcado pelo chamado “milagre brasileiro” e a algumas reformas do ensino, poderíamos dizer que as coisas antes eram mais fáceis. Bastava,

inicialmente, se decidir entre o clássico, o técnico ou o cientifico... e o jovem já iria encaminhar sua formação em nível de segundo grau, rumo à formação superior.

Os investimentos ocorridos no referido período caracterizado como do “milagre brasileiro” também eram determinantes na escolha da pro-fissão. O Brasil construía uma incipiente indústria de bens de capital e fabricação de equipamentos para a montagem de grandes complexos voltados para a produção de energia, siderurgia, petroquímica e mine-ração, levando a maioria dos jovens a escolherem cursos relacionados com esse tipo de indústria.

de lá para cá, aconteceram muitas mudanças. O “milagre brasileiro” acabou dando lugar à chamada “década perdida”, quando praticamente desapareceu a perspectiva de colocação no mercado de trabalho após a colação de grau. O que se viu nestes anos foi um grande contingente de jovens formados, amargando filas de desemprego.

no Brasil de hoje, após a estabilização da economia, começa a sur-gir um mercado consumidor importante, fazendo com que a indústria de bens duráveis e/ou de consumo inicie um crescimento contínuo e duradouro. para dar sustentação a esse crescimento, há a necessidade de aumentar a oferta de energia, o que, aliado à autossuficiência na produção de petróleo e, mais recentemente, a descobertas de novos poços, além do petróleo existente na região do pré-sal, demandará profissionais na área de petróleo e gás.

podemos citar, entre esses profissionais, engenheiros das diversas modalidades e técnicos industriais. além disso, a especialização passa a ser fundamental para o crescimento profissional. O Brasil adota o processo de qualificação e certificação de profissionais. esse sistema é

mercado de trabalho

É comum que os jovens, quando da escolha da profissão, tenham muitas dúvidas, particularmente nos dias de hoje, quando é tão abundante a oferta de cursos profissionalizantes. Tanto no nível médio quanto no superior existe uma gama enorme de possibilidades e isso dificulta ainda mais a tomada de decisão.

A difícil escolha da

João Batista Frazão é diretor-geral da Fraend/Consultoria, Inspeção e Treinamento, que representa a Abendi (Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção) como OTR (Organismo de Treinamento Reconhecido). Tem 22 anos de experiência como técnico em estrutura naval, inspetor de soldagem e ensaios não destrutivos. Trabalhou em grandes empreendimentos nas refinarias da Petrobras, dentre outros segmentos.

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necessário para que haja rastreabilidade nos sistemas de qualidade das empresas. Grandes investimentos, para terem a garantia de retorno do capital investido, necessitam de profissionais habilitados, qualificados e certificados.

é neste contexto que a Fraend vem atuando desde 2002. prepara profissionais para a qualificação/cer-tificação junto ao sistema nacional de qualificação e Certificação (snqC), dispondo, para tal, de uma estrutura composta de unidades operacionais espa-lhadas por quatro estados brasileiros (Rio Grande do sul, Rio de Janeiro, espírito santo e pernambuco), equipadas com modernos laboratórios e professores com alta especialização nas áreas em que atuam.

no Rio de Janeiro, nossas unidades estão locali-zadas no bairro do maracanã (na cidade do Rio de Janeiro), em itaguaí, macaé e angra dos Reis.

nossa filosofia de ensino/aprendizagem busca atu-alização contínua de nossos docentes e o pleno aten-dimento dos diversos clientes que nos procuram.

a formação profissional adquiriu uma nova dinâ-mica após o advento da nova LdB (Lei de diretrizes e Bases da educação, n. 9.394/96), e a educação pro-fissional a partir do decreto-Lei n. 2.208/97, dando

grande autonomia às escolas técnicas e universidades na elaboração de seus currículos, na busca de adequar rapidamente os conteúdos e a titulação às necessida-des de mercado que se alteram a partir da geração de novas tecnologias. a microeletrônica, tecnologia da informação, mecânica fina e a biotecnologia, entre outras, mudaram o perfil de grande parte das empresas e até mesmo as tecnologias mais tradicionais sofrem impacto com a aplicação das referidas tecnologias. tal cenário requer das organizações que se dispõem, em qualquer nível, a atuar na preparação de pessoas, a firme determinação de andar sempre na vanguarda do conhecimento.

aparentemente, o Brasil está por fim seguindo sua vocação de ser um país desenvolvido e decerto aproveitará melhor suas riquezas naturais, agregando valor a estas de forma a aumentar sua posição no ranking dos mercados globais. para isso, é necessá-rio adequar e/ou gerar novas tecnologias. portanto, temos um grande desafio para os próximos anos. sociedade e instituições devem caminhar no sentido de dar suporte a este desenvolvimento para que nosso país seja sustentável do ponto de vista econômico, ambiental e social.

É permitido preservar.

www.tnsustentavel.com.br

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TN Petróleo no Twitter. Siga-nos em http://twitter.com/tnpetroleo

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Jane Cláudia Queiroz dos Santos é geógrafa, forma-da pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e especialista em Gestão e Manejo Ambiental na Agroindústria pela Universidade Federal de Lavras (Ufla). Ela é consultora educacional da Apoio – Centro de Aperfeiçoamento Profissio-nal, no município de Teixeira de Freitas (BA) e coordenadora geral da escola técnica Educan-dário Carlos Drummond de Andrade.

Está aí o papel fundamental da educação. aproximar os dois interes-ses, preparando pessoas que buscam melhor qualidade de vida, cres-cimento e reconhecimento profissional para atender aos interesses

das empresas contratantes. engana-se, no entanto, aquele que acredita que o certificado de conclu-

são de curso é suficiente para fugir do trauma da ausência de vagas. embora este seja um grande passo, é necessário um diferencial. é preciso um lapidar de habilidades, um desenvolvimento de competências e uma combinação de estilos. O profissional que se destaca é aquele que tem autoconfiança suficiente para arriscar, ou que possui o planejamento adequado para não se comprometer, e humildade bastante para continuar aprendendo. é este o perfil dos jovens talentos que ora estamos colocando no mercado.

trabalhamos com cursos técnicos no extremo sul baiano, onde as em-presas passam por um processo de crescimento vertiginoso. Formar pesso-as capazes de contribuir para a melhoria da qualidade de produção, incen-tivar práticas ambientais adequadas e inovadoras, interagir com o grupo no qual estão inseridas, é o nosso grande compromisso.

após 22 anos de trabalho com educação, aceitamos um novo desafio: implantar um curso técnico em petróleo e Gás em uma região não produ-tora. muitas são as dificuldades que enfrentamos – por fatores geográficos – para conseguirmos estágio e emprego, já que as áreas mais próximas a fazer contratações são em são mateus/es e macaé/RJ. difícil também é conviver com a ausência de uma política governamental de incentivo à pesquisa no nível médio de ensino.

num país em que raras são as escolas com laboratório e, quando os têm, dificilmente são utilizados, o termo ‘pesquisa’ parece aos nossos jo-vens, oriundos de escola pública, estar mais relacionado aos nerds de fil-mes hollywoodianos. Fechamos o ciclo de obstáculos lembrando quão di-

Entender melhor o comportamento do mercado de trabalho é o grande desafio dos jovens que hoje concluem um curso de qualificação. Ainda é muito comum ouvirmos que não há vagas para contratação. Enquanto isso, as grandes indústrias afirmam que a vaga existe, o que falta é o profissional que possua o perfil técnico comportamental que a empresa necessita.

formação profissional

NÃO HÁ VAGAS

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fícil é quitar as mensalidades quando ainda se está em busca de uma oportunidade de trabalho. Bom seria se pudéssemos contar com a criação de planos de finan-ciamento, como é o caso do programa de Financiamen-to estudantil (Fies), também no nível técnico.

para compensar tudo isso, só a surpresa das inicia-tivas que o talento consegue promover. e por acreditar que a persistência nos leva a horizontes mais amplos, incentivamos o desenvolvimento de novas ideias. é esse o principal objetivo da realização de um dos nos-sos projetos: a mostra técnico-cultural. neste evento, realizado semestralmente, o eCda (educandário Car-los drummond de andrade) leva até a comunidade um pouco do aprendizado de nossos alunos, mostrando as áreas de atuação dos cursos oferecidos e estabelecendo parcerias com empresas de cada setor.

ao reproduzir sistemas de produção e conhecer os mecanismos de funcionamento de máquinas e equi-pamentos industriais, além de fixar a aprendizagem, o aluno tem condições de detectar problemas e apontar soluções que venham a contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pela empresa.

em nossa última mostra, a montagem de uma son-da com sistema rotatório de perfuração, apresentada no semestre anterior, ganhou a companhia de uma plataforma mista de exploração de petróleo montada com fins pedagógicos. O grau de conhecimento de-monstrado nas áreas de mecânica, soldagem, pintura, escala e desenho foi surpreendente. a tudo isso, so-mamos a capacidade de trabalho em equipe, a per-sistência para começar do zero (quando algo dava errado) e a autoconfiança de quem já entendeu que a melhor forma de completar a caminhada é ousar dar o primeiro passo.

O resultado de dias extenuantes de trabalho e de muitos cálculos e madrugadas iluminadas pelo maçari-co foi levado à praça principal da cidade para ser apre-sentado aos visitantes da exposição. Foi gratificante ver o grupo de curiosos que se aglomerava ao redor do trabalho para entender a engenhosidade do intento.

dentre eles, chamava a atenção o olhar de reconhe-cimento dos professores, dos profissionais de áreas cor-relatas e de alunos de cursos de graduação na área de petróleo e gás. Orgulhosos, nós da coordenação acom-panhávamos o desenrolar dos fatos com a certeza de ter produzido bons frutos em nossa seara, mas com a con-vicção ainda maior de que algo deveria ser feito para que a semente voltasse a germinar em tempos futuros.

toda a prática adquirida nos embarques em plata-formas por nosso coordenador técnico e compartilhada com nossos alunos no intuito de ver o trabalho concluí-do era agora recompensada. em minutos, a explicação que antes parecia complexa e abstrata se materializava em peças, comandos, circuitos, procedimentos facil-mente demonstrados na maquete de mais de três me-tros que se destacava no centro da praça.

de forma clara, os conceitos básicos de perfuração, separação primária e estocagem eram passados para os visitantes, bem como a explicação da funcionalidade dos equipamentos de manuseio da sonda, das diferen-tes estruturas de uma plataforma e do sistema de segu-rança necessário para aquele tipo de trabalho.

munidos de muita criatividade, parcos recursos para investimento e alta capacidade de reaproveitamento de materiais, nossos alunos fizeram sucata de ferro velho acabar virando peça fundamental para a montagem da maquete. era um combinado de chapas, metalon, bar-ras, cantoneiras, arames, cabos de aço e de pVC, co-locados em movimento por motores de para-brisa e de ventoinhas encontrados em veículos de ferro-velho. O serviço se completava com o uso de redutor de potência e destorcedor de caixa de marcha retirados de um antigo caminhão Ford.

além de comprovarem a capacidade de execução de um trabalho, eles já abriam espaço para novos pla-nejamentos. Já não parecia difícil pensar em fazer uma réplica de um FpsO (sigla de Floating production storage and Offloading, unidade offshore que produz, armazena e escoa hidrocarboneto) ou identificar uma possível alternativa para a redução da emissão de po-luentes durante a queima do combustível fóssil.

se pairava alguma dúvida sobre a capacidade de as pessoas promoverem mudanças significativas para a empresa que os incentiva, apoia e orienta, fica a certe-za de que mudança maior nossos alunos foram capazes de promover não só na carreira, mas na vida.

são jovens talentos! e para este posto, podem di-vulgar: HÁ VaGas, sempRe!

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Marco Tulio Duarte Ro-driguez é formado em Engenharia Química pela UFF, com mestrado pela Coppe/UFRJ; possui mais de 20 anos de experiên-cia em projetos voltados para indústrias de processo nas áreas de óleo e gás, química e petroquímica, papel e celulose e metais e mineração. Atualmente, ocupa a função de diretor de engenharia da Chemtech Engenharia, uma empresa do grupo Siemens.

Grandes projetos de engenharia como a exploração das reservas de petróleo da camada pré-sal, as construções necessárias para reali-zação da Copa do mundo 2014 e, ainda, as necessidades urbanas

das Olimpíadas de 2016 reforçam a importância da profissão.em contrapartida, o mercado carece de mão de obra especializada.

principalmente no Rio de Janeiro, o que reflete a importância da indús-tria do petróleo. depois de uma estagnação de quase três décadas no setor da engenharia, as perspectivas são positivas para a área. entretanto, o estudante que decidiu tentar engenharia no vestibular precisa estar atento a alguns pontos que irão ajudar em sua formação.

O engenheiro considerado de qualidade tem de aliar uma formação acadêmica sólida com a capacidade de inovar e de questionar na dose certa. em outras palavras, o profissional não deve “reinventar a roda” o tempo todo, entretanto não precisa aceitar tudo que aprende na prática como algo verdadeiro e definitivo. trocando em miúdos, o engenheiro nota dez utiliza o conhecimento técnico e o bom senso.

a engenharia oferece um leque amplo de opções e especializações. ao longo do curso, em geral, os veteranos apontam algumas matérias em “tese” como as primordiais para uma boa formação acadêmica. Um gran-de equívoco. todas as disciplinas devem ser encaradas com carinho. ao contrário do que muitos alunos pensam, no cotidiano de trabalho vão usar conhecimentos adquiridos das diversas matérias abordadas no curso.

Hoje, existe espaço para bons profissionais em praticamente todas as especialidades da engenharia. O mercado possui demanda suficiente para absorver os formandos. O mais importante para o aluno é saber es-colher a especialidade ou ênfase com que possui maior afinidade. assim, ele se dedicará mais, terá um rendimento melhor, o que certamente irá ajudar no seu crescimento profissional.

A engenharia é considerada uma das carreiras mais

consolidadas, ou seja, em geral, o profissional tem

um salário justo, o mercado de trabalho é promissor

e o trabalhador tem o reconhecimento da sociedade.

formação

Engenhariaestá sempre na moda

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Outra preocupação muito comum aos alunos é o momento correto de começar a estagiar. em princípio, a hora mais indicada para o início do estágio é no final do curso, mais especificamente nos dois últimos anos. antes disso, o aluno ainda não possui conhecimento teórico necessário para tirar todo o proveito do estágio, além de poder prejudicar o rendimento na universida-de, onde os primeiros anos são sempre mais difíceis.

OportunidadesConsiderado um grande território potencial para exploração petrolífera, o Brasil solidifica-se a cada dia como um país com grandes oportunidades para os recém-formados e futuros engenheiros. O rápido crescimento por essa demanda deve-se muito ao cres-cimento do investimento em infraestrutura no país, em especial, a indústria do petróleo. se mantivermos a previsão de investimentos em exploração, produção e refino de óleo e gás esta demanda permanecerá aquecida pelos próximos cinco a dez anos.

Vale lembrar que, no estado do Rio de Janeiro, o piso salarial do engenheiro é de seis salários mínimos por seis horas trabalhadas e de nove salários mínimos por oito horas trabalhadas. por conta do descompasso que existe na escolaridade brasileira estima-se já fal-tem mais de 20 mil engenheiros para atuar no país. tal fato gera grande valorização salarial.

as maiores demandas por engenheiros ainda ocorrem nos grandes centros industrializados do país, especificamente nas grandes cidades do sudeste (são paulo e Rio de Janeiro). de maneira lenta, este quadro começa a mudar já que há um movimento de descen-tralização industrial. Grandes empreendimentos estão sendo planejados e construídos fora dos grandes cen-tros, principalmente no nordeste. O crescimento da agroindústria e dos combustíveis renováveis também deve gerar uma demanda em áreas agrícolas na re-gião central do Brasil e no interior de alguns estados.

O crescimento da utilização de energias renováveis na matriz energética brasileira como a energia eólica torna-se um campo bastante interessante, principal-mente pelo seu aspecto inovador.

tratando especificamente do estado do Rio de Janeiro, a maior demanda ainda está na capital, com exceção da indústria ligada à produção de petróleo que tem em macaé, no norte Fluminense, um grande cen-tro de operações. é preciso lembrar também que a in-dústria naval está em plena fase de expansão no Brasil, recolocando o Rio de Janeiro como força num mercado em que já fora expoente. este crescimento tem como força propulsora a indústria de petróleo e gás forte de-mandante de uma logística que puxa a indústria naval, mecânica, siderúrgica e outras especialidades.

Falando-se em Rio de Janeiro, não se pode deixar de mencionar a indústria nuclear que teve recente-mente definida sua retomada com a decisão da cons-trução de angra iii, que demandará um expressivo número de engenheiros e outros tipos de profissionais, ao longo de sua construção nos próximos seis anos e posteriormente em fase de operação. Outro projeto no Rio de Janeiro que movimenta o mercado é a retoma-da da petrobras no setor petroquímico com o Comperj (Complexo petroquímico do Rio de Janeiro). progra-mado para entrar em operação em 2013, o Complexo, segundo a petrobras, prevê a geração de mais de 200 mil empregos diretos, indiretos e por “efeito-renda”, durante os cinco anos da obra e após a entrada em operação; todos em escala nacional.

em resumo, o cenário é positivo para os interes-sados na carreira de engenharia. Há diversas pos-sibilidades e áreas de atuação. dados do ministério da educação indicam que ingressam nas faculdades quase 154 mil engenheiros e saem, apenas, 47 mil. a economia nacional está aquecida. Os investimentos em infraestrutura e na área de óleo e gás devem man-ter a profissão de engenheiro em alta.

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coffee break

Quando em 1956 o diretor norte-americano George Stevens dirigiu um dos clássicos do cinema, o épico Assim caminha a humanidade, além

das presenças marcantes de Elizabeth Taylor, Rock Hudson e o novato James dean, o filme mostrou, pela primeira vez, o petróleo como

elemento importante de uma trama cinematográfica.

por Orlando Santos

em ritmo de Hollywood

tantO qUe O “CaVaLO de paU” (como é chamado até hoje esse sistema de bombeio utilizado há mais de 70 anos na prospecção de petróleo) foi exibido na tela quase como um grande ator coadjuvante.

mais de meio século depois, a temática do petróleo continua servindo de pano de fundo para filmes que, mais além do romance, mesclam essa indústria com outros temas, que vão do nacionalismo exacerbado à espionagem, à polêmica Cia – a central de inteligência americana –, ao próprio esgotamento desse recurso energético não renovável, à criação da Organização dos países exportadores de pe-tróleo (Opep) e ao petróleo como ‘arma’ de pressão econômica e pivô de disputas internacionais e até guerras.

Sangue negrodois filmes recentes explorando a temática petrolífera ‘inundaram’

as plateias de todo o mundo: Syriana e Sangue negro. Com aborda-gens diferentes, eles mostram como o mundo do petróleo foi e conti-nua sendo marcado por transações nebulosas, interesses conflitantes,

Cena de Assim caminha a humanidade (1956). Direção: George Stevens. Com Elizabeth Taylor, Rock hudson e James Dean, entre outros.

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corrupção e desapreço total às mais elementares regras liga-das à ética e à honestidade – e até bem recentemente, ao meio ambiente.

Sangue negro, de paul tho-mas anderson, filme, que deu a daniel day-Lewis o Oscar de melhor ator em 2008, mostra bem isso. ambientado na virada do sé-culo XiX para o XX, na fronteira da Califórnia (eUa), o filme retra-ta a trajetória de um explorador de minas de prata derrotado, que de repente descobre a existência de uma pequena cidade no oeste onde o petróleo está transbor-dando do chão. para conseguir seus objetivos e ser uma pessoa bem sucedida, ele vai eliminando ou estabelecendo alianças (até religiosas), e acumulando mais e mais riqueza. a série de conflitos que daí advém é inevitável, e o herói, antes arrogante e violento, agora é uma pessoa solitária e abandonada. as cenas da explo-ração do petróleo, de maneira rústica e quase artesanal, foram bem captadas pela belíssima fotografia de Robert elswit, outro ganhador do Oscar.

ao contrário do Sangue ne-gro, Syriana é ambientado nos anos recentes e mostra a guerra do petróleo em sua verdadeira dimensão – coisa rara quando se trata de filmagens produzi-das em Hollywood. Verdadeiro thriller, escrito e dirigido por stephen Gaghan, o título não é explicado durante o filme, mas, ao que tudo indica, tem relação com a Pax Syriana, termo utili-zado nos estudos das relações internacionais no Oriente médio, geralmente com relação aos esforços da síria para influenciar seus vizinhos, particularmente o Líbano. também se refere, nas comunidades de informação e comando mundial do negócio de

petróleo, à nova partilha política realizada pelos ganhadores da guerra nos territórios e popula-ções situados sobre os lençóis de petróleo do Oriente médio, logo após o término da segunda Guerra mundial.

a sinopse do filme é clara: quando se trata de petróleo, todos os envolvidos estão conta-minados pela sede de dinheiro e poder. ninguém sai limpo. a obra é considerada ousada em sua crítica, sobretudo em se

tratando dos padrões saídos de Hollywood.

no Brasil, o filme Ouro negro, de isa albuquerque, narra a aven-tura da descoberta do petróleo no país contada por pioneiros idea-listas, tendo como ambientação a alagoas de 1910. paralelamente à busca do petróleo brasileiro, os personagens do filme vivem inten-sas histórias passionais, assassi-nato, em uma trama de paixões e sonhos e que tem como foco final o progresso nacional.

A HiStóriA do pEtrólEo – O petróleo foi um marco e revolucio-nou a maneira com a qual a humani-dade se posiciona no mundo. A mais importante e não renovável fonte de energia do planeta é tema deste do-cumentário especial do The history Channel, que detalha, em quatro epi-sódios, como esse recursos mudou o mundo e de que forma seu esgota-mento e mau uso podem provocar mudanças mais drásticas ainda.

A ErA dE ouro dAS grANdES coMpANHiAS – aborda como a descoberta do uso da combustão do líquido foi aproveitada na Pensil-vânia (EUA) em 1859, e discute a importância dos fundadores dessa história os americanos John Ro-ckfeller, que dirigia a Standard Oil Company, e henry Ford, o pioneiro dos carros populares.

NAcioNAliSMo do pEtrólEo – mostra a relação do petróleo com os anos do pós-guerra e a expansão

econômica dos países industria-lizados na época. O motivo que levou Venezuela e Arábia Saudita a impulsionarem a criação da Orga-nização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), no auge do salto industrial, em 1960, também é destaque no episódio.

o pEtrólEo coMo ArMA – anali-sa a nacionalização das indústrias petrolíferas nos três membros mais radicais da Opep (Argélia, Líbia e Iraque), a partir dos anos 1970, rompendo com a tendência imperia-lista no mundo. Na década seguinte, a guerra entre Irã e Iraque provoca a segunda crise energética.

o ESgotAMENto do pEtrólEo – mostra como a Guerra do Golfo colo-ca em destaque a situação delicada do mercado de hidrocarbonetos ante a possibilidade de uma nova crise energética. E destaca o fantasma de esgotamento do recurso e a busca de fontes alternativas de energia.

Documentários do History Channel

Sangue Negro (2007). Direção: Paul Thomas Anderson. Com Daniel Day-Lewis, Martin Stringer, Matthew Braden Stringer.

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68 Guia do Estudante 2010

UNIVERSIDADES FEDERAISUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)www.ufrj.brTel.: (21) 2562-2010Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Naval e OceânicaPós-Graduação em: Engenharia de Máquinas Navais e Offshore; En-genharia Portuária; Engenharia de Confiabilidade em Sistemas Navais e Offshore; Engenharia de Sistemas Flutuantes Offshore e Pós-Gradua-ção Executiva em Petróleo e GásMBA: Gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)www.uff.brTel.: (21) 2629-5205Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Geofísica; Quí-mica e Química IndustrialPós-Graduação em: Engenharia de Dutos e Engenharia de Petróleo e Gás Natural

FUNCEFETRio de JaneiroTel.: (21) 3553-4112www.funcefet-rj.com.brMacaé – Rio de Janeirowww.funcefet-macae.com.brTel.: (22) 2762-9887/ 8823-5621São PauloTel.: (11) 4063-7756 Pós-Graduação em: Engenharia de Construção Naval e Offshore; Enge-nharia de Inspeção e Manutenção na Indústria do Petróleo e Engenharia SubmarinaMBA Executivo em Petróleo e GásMBA em Gestão Integrada em QSMS (Qualidade, Segurança, Meio

Ambiente e Saúde) na Indústria do Petróleo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)www.ufpr.brTel.: (41) 3360-5000Curso Técnico de Petróleo - duração 3 anosGraduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Mecânica e Química; Geologia; Oceanografia; Engenha-ria Química Elétrica e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)www.ufmg.brTel.: (31) 3409-5000Graduação em: Engenharia de Contro-le e Automação; Engenharia Ambien-tal; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia de Sistemas; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)www.ufrgs.brTel.: (51) 3308-6000Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG)www.furg.brTel.: (53)3233.6500Graduação em: Engenharia Civil Costeira e Portuária; Engenharia de Automação; Engenharia de Mecâni-ca Naval e Engenharia Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPíRITO SANTO (UFES)http://portal.ufes.brTel.: (27) 4009-2203Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção;

Engenharia Química; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) www.ufba.brTel.: (71) 3283-9703 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia QuímicaPós Graduação em: Energia e Ambiente; Engenharia Elétrica; Engenharia Industrial; Engenharia Química (mestrado em Processos e Sistemas Químicos); Engenharia Química (doutorado em Processos e Sistemas Químicos); Geofísica; Geoquímica: Petróleo e Meio Am-biente; Geologia; Química e Enge-nharia de Automação e Controle (Mestrado)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAzONAS (UFAM)http://portal.ufam.edu.br/Tel.: (92) 3305-4559Graduação em: Engenharia de Gás e Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia de Materiais; Engenharia Mecâni-ca; Engenharia Química; Geologia; QuímicaPós Graduação em: Química; Enge-nharia de Recursos da Amazônia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)Tel.: (84) 3215-3124Graduação em: Geofísica; Química; em Química do Petróleo; Engenharia do Petróleo; Engenharia de Produ-ção; Engenharia Mecânica; Engenha-ria Elétrica; Engenharia Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC)www.ufc.brTel.: (85) 3366 9410Graduação em: Geologia; Química; Engenharia de Energias Renováveis; Engenharia de Petróleo; Engenharia

formação

CURSOS

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Guia do Estudante 2010 69

de Produção Mecânica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Engenharia Elétrica; Engenharia de Gás Natural; Engenharia de Produ-ção; Especialização em Engenharia hidráulica e Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE)www.ufpe.brTel.: (81) 2126.8000Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Materiais; Engenharia Elétrica-Eletrônica; Engenharia Elétrica-Eletrotécnica; Engenharia Mecânica; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química IndustrialPós Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química e Tecnologias Energéticas e Nucleares

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL)www.ufal.brTel.: (82) 3214-1052Graduação em: Engenharia Química e Engenharia Ambiental

ESTADUAISUNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ)www.uerj.brTel.: (21) 2334-0652Graduação em: Engenharia de Produção; Engenheria Química; Engenharia Mecânica e QuímicaPós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás Natural e Química Ambiental

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) www4.usp.brTel.: (11) 3091-3414Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia de Produção Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenha-ria Mecatrônica; Engenharia Naval;

Engenharia Química; Engenharia Elétrica - Eletrônica e Sistemas de Energia e Automação; Engenharia Elétrica Com ênfase em Automação e Controle; Engenharia Elétrica com ênfase em Energia e Automação Elétricas; GeofísicaPós Graduação em: Ciências da Engenharia Ambiental; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Geotecnia; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenha-ria Naval e Oceânica ; Engenharia Química; Engenharia de Sistemas Logísticos

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAzONAS (UEA)www2.uea.edu.brTel.: (92) 3214-5771Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Enge-nharia Mecatrônica; Engenharia Química; Automação Industrial; MecânicaPós Graduação em: Engenharia de Segurança do Trabalho; Enge-nharia de Proudução com ênfase em Recursos Produtivos; Gestão e Tecnologia do Gás Natural; Proces-sos e Tecnologias de Fabricação Mecânica

• Planejamento, Orçamentação, Contratação e Gerência de Em-preendimentos de Manutenção e Montagem – Rio de Janeiro. 32 horas. 13 a 16/09/2010

• Inspeção e Manutenção de Siste-mas de Proteção Catódica de Du-tos Terrestres (ABRACO) – Rio de Janeiro. 32 horas. 5 a 8/10/2010

• Interferência em Instrumentação – Maranhão. 16 horas. 25 e 26/10/2010

• Controle Regulatório Avançado e Sintonia de Controladores PID – Rio de Janeiro. 32 horas. 5 a 8/10/2010

• Aprovando Projetos de Automação com Bases Financeiras – Rio de Janeiro. 16 horas. 18 e 19/10/2010

• Básico de Instrumentação – 2ª turma – Pernambuco. 40 horas. 18 a 22/10/2010

• Segurança e Saúde em Laborató-rios – São Paulo. 24 horas. 29/10 a 1º/11/2010

• Auditoria Interna em Laboratórios – Rio de Janeiro. 24 horas. 18 a 20/10/2010

• Técnicas de Gerenciamento de Projetos de E&P – Rio de Janeiro. 24 horas. 29/10 a 1º/11/2010

• Produção de Petróleo – Campos Maduros – Bahia. 16 horas. 23 e 24/09/2010

• Gerenciamento de Negócios de Exploração e Produção de Petró-leo – Rio de Janeiro. 32 horas. 4 a 7/10/2010

• Gestão da Logística de Supri-mento de Petróleo e Derivados (Módulo II) – Rio de Janeiro. 40 horas. 25 a 29/10/2010

• Análise de Investimento na Indús-tria Petroquímica – Rio de Janei-ro. 40 horas. 18 a 22/10/2010

• Implementação e Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade com Base na NBR ISO 9001:2000, de Forma Integrada com a NBR ISO 14001, Gestão Ambiental, BS 8800 e OhSAS 18001, Saúde e Segurança no Trabalho e sua re-lação com Sistemas de Excelên-cia em Gestão – Rio de Janeiro. 24 horas. 7 a 9/10/2010

• Comunicação Ambiental segundo a nova Norma ISO 14063 – Rio de Janeiro. 16 horas. 14 e 15/10/2010

• Auditor e Fiscal da Legislação de Segurança e Medicina do Traba-lho – Rio de Janeiro. 32 horas. 4 a 7/10/2010

IBP (INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTíVEIS)www.ibp.org.br/cursos. Tel.: (21) 2112-9033/9034

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70 Guia do Estudante 2010

PARTICULARESCENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL JFW www.jfw.com.brTel: 0800-021-2000Capacitação em: Petróleo e Gás. Duração: 8 meses (90 horas)Carga horária semanal: 3 horas

ENPROTEC www.cursosenprotec.com.brTel.: (21) 3705-7199Cadeia Produtiva do Petróleo (1 ano)

UGF (UNIVERSIDADE GAMA FILHO)www.ugf.br Tel.: (21) 2599-7100Graduação em: Engenharia do Pe-tróleo (duração de 5 anos); Tecnoló-gica em Petróleo e Gás (3 anos)

PUC-RIO (PONTIFíCIA UNIVERSI-DADE CATÓLICA)www.puc-rio.brTel.: (21) 3527-1001Graduação em: Engenharia do Pe-tróleo (duração de 4,5 anos) Pós-Graduação em: Química Ana-lítica do Petróleo; Engenharia de Petróleo; Engenharia de Dutos; Gás Natural; Estrutura da Indústria de Petróleo, Gás e Derivados

ESTÁCIOwww.estacio.brTel.: (21) 3231-0000Graduação em: Engenharia do Petró-leo (duração de 5 anos); Tecnológica em Automação Industrial (duração de 3 anos); Tecnólogo em Petróleo e Gás (duração de 2,5 anos)Pós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Geologia e Geofísica de poço em reservató-rios de Petróleo e Gás; Logística de Petróleo e Gás (estes com duração de 361 horas) e Engenha-ria Naval e Offshore (duração de 496 horas)

UNISUAM (CENTRO UNIVERSITÁ-RIO AUGUSTO MOTTA)www.unisuam.edu.brTel.: (21) 3882-9797Graduação em: Engenharia de Pe-tróleo (duração de 5 anos)

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO www.cursosoffshore.com.brTel.: (21) 2253-2147 / (22) 2772-6788/2759-1164

Graduação em: Engenharia de Construção e Montagem de Tu-bulações Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia de Constru-ção Naval e Offshore (20 meses); Engenharia de Equipamentos na Indústria do Petróleo (19 me-ses); Engenharia de Inspeção e Manutenção de Equipamentos Onshore e Offshore (20 meses); Engenharia de Petróleo e Gás (19 meses); Engenharia Submarina (20 meses)MBA em: Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia e Gestão de Projetos, com ênfase em sistemas e equipamentos industriais e navais (20 meses). Todos os cur-sos em Macaé e no Rio de Janeiro

UNIGRANRIOwww.unigranrio.brTel.: (21) 3882-9797Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Tecnológica em Petróleo e Gás

CENTRO DE TREINAMENTO ESPECIALIzADO SIÃOwww.cetessiao.com.br Tel.: (22) 2791-5058; 9933-7439Soldador Eletrodo Revestido (6G) – Macaé; Soldador TIG – (6G, solda-dor com argônio) – Macaé

PROJECT-EXPLO – SPwww.project-explo.com.brTel.: (11) 5589-4332 – Ramal: 217Aperfeiçoamento em áreas classi-ficadas: Elétrica, Instrumentação, Projetos, Montagens e ManutençãoDatas: 14 e 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010.Analista Técnico de Segurança Contra ExplosõesDatas: 14 a 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010.

SENAIwww.senai.brTel.: (61) 3317-9000/9001Técnico em Operação deProdução de Petróleo eGás Natural – Campos e Niterói. Duração: 1.440 horasTécnico Industrial em Tecnologias Finais do Gás – Rio de Janeiro. Duração: 1.140 horasPós-Graduação em: Automação Industrial dos Sistemas de Produ-ção, Refino e Transporte – Rio de Janeiro. Duração: 400 horas; Espe-cialização em Projetos de Automa-ção em Instalações de Superfícies de Produção de Petróleo – Rio de Janeiro. Duração: 418 horasCurso Técnico de Petróleo e Gás – Acacuí (BA); Maracanaú (CE);Belo horizonte e Contagem (MG); João Pessoa (PB); Cabo de S. Agos-tinho e Recife (PE); Campos, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis e Rio de Janeiro (RJ); Mossoró e Natal (RN); Porto Velho (RO); Caxias do Sul, Esteio e Porto Alegre (RS); Caçador, Capivari de Baixo, Criciúma, Itajaí, Joinville, São José, Tijucas, Tubarão (SC); Aracaju (SE), Campinas e São Paulo (SP)

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Guia do Estudante 2010 71

Setembro12 a 16 – CanadáWEC – World Energy Congress Local: MontrealTel.: + 1 (514) 397-1474Fax: : +1 (514) 397-9114www.wecmontreal2010.ca

13 a 16 – BrasilRio Oil & Gas ExpoLocal: Rio de JaneiroTel.: 55 21 2112-900Fax: 55 21 [email protected]

19 a 22 – ItáliaSPE Annual TechnicalLocal: Florença Tel.: 972 952 9393Fax: 972 952 [email protected]

20 a 21 – EUANPRA Environmental ConferenceLocal: San Antonio, Texas Tel.: 202 457 0480Fax: 202 457 [email protected] www.npra.org

27/09 a 1o/10 – ItáliaIPLOCA ConferenceLocal: Veneza Tel.: +41 22 306 02 30Fax: +41 22 306 02 [email protected]

Outubro4 a 6 – QatarPower-Gen Middle EastLocal: DohaTel.: +44 (0)1992 656 610Fax: : +44 (0)1992 656 [email protected]

5 a 7 – BrasilUsinagem 2010Local: São Paulo Tel.: +55 11 3824-5300 Fax: +55 11 [email protected]/eventos2010/usinagem/index.html

5 a 8 – CasaquistãoKazakhstan International Oil & GasLocal: Almaty Tel.: +44 0 207 596 5000Fax: +44 0 207 596 [email protected]/2010/

10 a 13 – EUANPRA Q&A and Technology ForumLocal: BaltimoreTel.: +1 (202) 457 0480Fax+1 (202) 457 0486 [email protected] • www.npra.org

11 a 14 – BarémPetchem Arabia Annual MeetingLocal: ManamaTel.: +44 0 1242 529 090Fax: +44 0 1242 529 [email protected]

11 a 14 – CingapuraDownstream Asia 2010 Local: ManamaTel.: +44 0 1242 529 090Fax: +44 0 1242 529 [email protected]

19 a 20 – BrasilEndutos Local: Rio de JaneiroTel.: +55 11 5586 3197Fax: +55 11 5581 [email protected]

25 a 29 – BrasilSobena 2010–Exponaval Local: Rio de JaneiroTel.: +55 21 [email protected] www.sobena2010.org.br

Novembro1 a 3 – Emirados Árabes Unidos2nd World Refining Technology Summit 2010Local: Abu DhabiTel: 0091 98 1102 6635Fax: 0091 98 1102 [email protected]/wrts2010

1 a 5 – Africa do Sul17th Africa Oil WeekLocal: Cidade do CaboTel: 0044 20 7434 9944Fax: 0044 20 7439 8975http://www.petro21.com/events/index.cfm?id=498&tc=AU

2 a 3 – CasaquistãoOilTech Mangystau 2010Local: AktauTel: 00971 4433 2972Fax: 00971 4438 [email protected]/2010

3 a 4 – Estados UnidosOffshore Communications 2010 Local: HoustonTel: 001 301 354 1778Fax: 001 301 340 [email protected] www.offshorecoms.com/

08 a 10 – TurquiaNatural Gas Distribution Turkey 2010 Local: AnkaraTel: 00971 4 364 2975Fax: 00971 4 364 [email protected]

29/11 a 2/12 – Espanha11th Annual World LNG Summit 2010 Local: BarcelonaTel: 0044 20 7978 0000Fax: 0044 207 978 0099http://world.cwclng.com/ [email protected]

30/11 a 3/12 – MônacoDOT Manaco 2010 Local: MônacoTel: 0044 0 1992 656 647Fax: 0044 0 1992 656 [email protected]

Dezembro12 a 15 – EgitoProduction Optimization North Africa 2010Local: CairoTel: 00971 4 364 2975Fax: 00971 4 363 [email protected] www.productionoptimizationafrica.com

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

feiras e congressos

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72 Guia do Estudante 2010

opinião

geofísico

O trabalho do geofísico consiste em coletar com equipamentos apropriados essas informações (em terra ou no mar, em poços e pelo ar), tratá-las convenien-temente e interpretá-las com o auxílio do conhecimento geológico. Como as

técnicas empregadas são, em geral, muito sofisticadas, e o volume de dados levantados é extremamente gran-de, o perfil desse profissional é interdisciplinar e exige conhecimentos de geologia, física, matemática e com-

putação, além de disposição para trabalhar em equipe e, muitas vezes, durante longos períodos no campo.

O desenvolvimento inicial das técnicas de geofísica foi relacionado com aplicações militares. a tentativa de lo-calizar a posição dos grandes canhões da primeira Guer-ra mundial está na origem da sísmica de refração. na segunda Guerra mundial foram desenvolvidos o so-nar e o radar, para localizar

submarinos e aeronaves. entretanto, a partir dos anos 1960, os avanços da eletrônica e da computação permi-tiram a aquisição, o registro e o processamento digitais de grandes volumes de dados. isso tornou possível um imageamento muito melhor e confiável do subsolo, que culminou com o advento da tomografia e das modernas salas de visualização em três dimensões.

O estudo do interior da terra, em si, é de grande in-teresse científico. entretanto, a esmagadora maioria dos geofísicos atua na indústria de petróleo, especialmente no principal método para sua exploração, que é chamado de sísmica de reflexão. ele consiste em provocar ondas acústicas, através de uma pequena detonação ou fonte de

vibração, que se propagam e são refletidas nas diversas camadas que compõem o interior da terra e produzem o equivalente a uma sonografia da subsuperfície. Com isso, é possível detectar estruturas com potencial para gerar ou armazenar óleo e gás, como ocorreu na desco-berta do pré-sal, por exemplo, mas não a sua ocorrência diretamente. a inexistência até hoje de um método que indique diretamente a ocorrência dos hidrocarbonetos resulta em grande número de poços perfurados “secos” ou com produção subcomercial, o que contribui para tornar a prospecção do petróleo uma atividade de grande risco econômico. é interessante notar que o estudo da refração das ondas sísmicas provocadas pelos terremotos permite determinar as divisões mais profundas da terra.

Outros métodos geofísicos, como a gravimetria e a magnetometria, embora usados com menor intensidade, são importantes tanto para a prospecção de petróleo quanto para a mineral. Os métodos elétricos e eletromag-néticos, que incluem também o radar e a ressonância magnética, são fundamentais para a busca de minerais metálicos, para a perfilagem de poços, em algumas aplicações em engenharia e para a geofísica ambiental. esta última ganha cada vez mais importância, já que permite monitorar os recursos hídricos e a poluição. Outras aplicações estão relacionadas com a engenharia, tais como na construção civil (localização de materiais ou posicionamento de construções), no monitoramento de represas e até mesmo em pesquisas forenses.

O geofísico é, portanto, um profissional que pode atuar na indústria de petróleo, na mineração, na pros-pecção de água subterrânea, na engenharia e no meio ambiente. embora os bons técnicos desfrutem de alto conceito e sejam bem remunerados, a sua formação exige muitos anos de estudo e dedicação. além disso, por atuar em mercados globalizados, o geofísico sofre a concorrência de profissionais de todas as partes do mundo e necessita de uma permanente atualização de seus conhecimentos.

A carreira do

de Paulo Buarque, professor do departamento de Geologia da Uff e membro do comitê gestor do CTPetro.

A maior parte dos recursos minerais, principalmente o petróleo, é encontrada em profundidades muito além das alcançadas pelas observações da geologia de superfície. Para descobrir esses recursos, ou mesmo para entender os processos que ocorrem no interior do nosso planeta, é necessário obter e analisar informações sobre os contrastes existentes entre as propriedades físicas das rochas e dos minerais. Esses contrastes geram perturbações nos campos naturais da Terra (gravimétrico, magnético, radioativo) ou podem ser detectados com o uso de sinais (acústicos, elétricos e eletromagnéticos), produzidos pela própria natureza ou artificialmente pelo homem.

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Informação de qualidade

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Indústria naval: os próximos passos de Alceu Mariano, presidente da Sobena – Sociedade Brasileira de Engenharia Naval

ESPECIAL: PRODUTORES INDEPENDENTES

O outro Brasil do petróleo

Ano XII • jan/fev 2010 • Número 70 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Armando Comparato Jr, presidente da Prysmian América do Sul

O Brasil é ótimo

E o tombo não foi tão grande assim

SMS: a indústria já entende essa mensagem

Forship: gestão regulatória

FMC: produção submersa

Bahia: onde tudo começouCadeia produtiva baianaInovação para campos maduros

Pequenos produtores, pequenos municípios e grandes esperanças, por Doneivan F. Ferreira

A cara e a cruz: situação do parque supridor na Bahia, por Nicolás Honorato Cavadas

Campos maduros e o governemnt take, por Thereza Aquino e Mauricio Aquino

Sustentabilidade acontece quando se olha para o futuro, por Otavio Pontes

A importância da logística enxuta nas corporações, por Aldo Albieri

Demanda e produção de petróleo: a necessidade de gestão, por Ronald Carreteiro

As oportunidades do mercado internacional de gás e óleo pós-crise, por Eduardo Sausen Mallmann

Como atingir a excelência operacional, por Ailtom Nascimento

Nas águas turbulentas do ISS, por André L. P. Teixeira, Bianca de S. Lanzarin e Tiago Guerra Machado

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O futuro do aço brasileiro de Gabriel Aidar Abouchar, diretor de Mineração e Siderurgia da Abemi

ESPECIAL: TECNOLOGIA SÍSMICA

Brasil: um território inexplorado

Ano XII • mar/abr 2010 • Número 71 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

Tomaso Garzia Neto, presidente da Projemar

Engenharia é o nosso negócio

O outro Brasil do petróleo – Parte 2

Festa para o Almirante Negro

Golfo do México: horizonte sombrio

Licença ambiental para o Estaleiro do Paraguaçu

Novos desafios à regulação: a sobrevivência dos independentes, por Marilda Rosado

O marco brasileiro, por Marcio Silva Pereira

Acidente ambiental, por Maurício Green e Carlos Boeckh

O contrato de partilha de produção: considerações sobre o regime tributário, por Gonçalo Falcão

A economia brasileira e o apagão de talentos, por Alfredo José Assumpção

Sistema óptico aprimora medição de tensões residuais em dutos enterrados, por Armando Albertazzi Gonçalves Jr. e Cesar Kanda

Royalties do petróleo e tributação: ou um ou o outro, por Danny Warchavsky Guedes e Caroline Floriani Bruhn

Mercado de biocombustíveis carece de regulação, por Liliam Fernanda Yoshikawa e Hilton Silva Alonso Junior

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A energia descriminada, de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan (Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares)

224 bilhões de dólares eminvestimentos

Ano XII • mai/jun 2010 • Número 72 • www.tnpetroleo.com.br

Entrevista exclusiva

John Forman, vice-presidente da HRT Oil & Gas

De volta ao Eldorado

O outro Brasil do petróleo – Parte 3

Wärtsilä: com força total

Lançado ao mar primeiro navio fluminense do Promef

Primeiro porta-contêineres construído no Brasil

A hora do pré-sal e dos pequenos produtores de petróleo e gás, por Haroldo Lima

Modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais, por Clenilson da Silva Sousa Junior

A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P, por Maria Alice Doria

CADERNO DE SUSTENTABILIDADEMichelin Challenge Bibendum: mobilidade sustentável

Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade: diálogo necessário

Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010

Mais de 2 milhões para Piatam V

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nº 72

ESPECIAL: PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRAS 2010-2014

Sempre, sempre, sempre...

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