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Guia para a elaboração de Documentos de Concepção de Projecto MDL: Recomendações práticas para a prevenção de problemas frequentes na validação e na verificação

Segunda edição

Versão original produzida pela UNEP Riso Centre

Risø – DTU

Versão Portuguesa financiada pelo Fundo Português de Carbono

Tradução realizada pela E.Value

Janeiro de 2009

Fundo Português de Carbono

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Guia para a elaboração de Documentos de Concepção de Projecto MDL: Recomendações práticas para a prevenção de problemas frequentes na validação e na verificação

Segunda edição

Versão Original:

UNEP Risø Centre on Energy, Climate and Sustainable Development DTU -Risø Roskilde, Denmark Graphic design and production: Finn Hagen Madsen, Graphic Design, Denmark ISBN: 978-87-550-3667-3

Traduzido para Português por: E.Value - Estudos e Projectos de Ambiente e Economia, SA Os factos, interpretações e conclusões expressas neste Guia são da inteira responsabilidade do(s) seu(s) autor(es) e não devem ser atribuídas, seja de que forma for, ao Governo da Holanda.

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Índice

Introdução .................................................................................................... 10

PARTE 1: VALIDAÇÃO .................................................................................... 12

O desenvolvimento de um projecto MDL ...................................................... 13

Fontes de informação para o desenvolvimento de um projecto ........................................ 13

Escolha da metodologia ...................................................................................................... 13

O processo de validação ................................................................................ 15

Revisão documental ............................................................................................................ 17

Processo de consulta às partes interessadas ...................................................................... 18

Visita ao local e entrevistas de acompanhamento ............................................................. 19

Relatório de validação preliminar e resolução de questões pendentes ............................. 19

Relatório de validação final, opinião de validação e pedido de registo .............................. 21

Problemas da validação ................................................................................ 22

Visão geral dos principais problemas no processo de validação ........................................ 22

Descrição dos problemas na validação .......................................................... 24

Problema 1: Escolha de uma metodologia de pequena-escala para um projecto de grande-escala ............................................................................................. 24

Problema 2: Os participantes do projecto não são identificados claramente .............. 27

Problema 3: Não apresentação de evidências quanto à realização de AIA e/ou licenciamentos requeridos ........................................................................ 29

Problema 4: Carta de Aprovação insuficiente ou atrasada ........................................... 30

Problema 5: Falta de confirmação escrita de que o financiamento não irá resultar da diversão de fundos provenientes de Assistência Oficial para o Desenvolvimento ....................................................................................... 31

Problema 6: As modalidades de comunicação com o Comité Executivo em termos de emissão de CER e instruções de distribuição não são claras, ou não foram assinadas por todos os participantes ........................................................ 31

Problema 7: Descrição insuficiente da tecnologia ......................................................... 32

Problema 8: Não conformidade com as condições de aplicabilidade do cenário de referência e metodologia de monitorização adoptados ou conformidade com a metodologia insuficientemente justificada .................................... 33

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Problema 9: Cenários de referência insuficientemente justificados ............................. 34

Problema 10: Adicionalidade do projecto insuficientemente fundamentada e justificada ................................................................................................................... 35

Problema 11: A informação sobre o cenário de referência é insuficientemente fundamentada por evidências e/ou com indicação deficiente das referências utilizadas ................................................................................. 40

Problema 12: Os principais riscos do cenário de referência ou da actividade de projecto não são identificados/descritos................................................................. 41

Problema 13: Ausência de dados do cenário de referência ............................................ 42

Problema 14: Falta de lógica e consistência no PDD ....................................................... 42

Problema 15: Falta de qualidade do PDD ........................................................................ 43

Problema 16: Informações no PDD que não se verificam na situação real do local de projecto ..................................................................................................... 44

Problema 17: As fronteiras do projecto não estão definidas claramente ....................... 45

Problema 18: Data de começo do Projecto ou do início do período de geração de créditos não é clara ................................................................................... 48

Problema 19: Informação insuficiente sobre os métodos de medição e fontes de informação na descrição dos dados/parâmetros no Plano de Monitorização ............................................................................................ 51

Problema 20: Desvios à metodologia de verificação insuficientemente justificados ..... 52

Problema 21: Procedimentos de monitorização e gestão do projecto não definidos .... 53

Problema 22: Desvios aos cálculos constantes na metodologia não suficientemente justificados ou aplicação incorrecta de fórmulas ...................................... 54

Problema 23: Cumprimento dos requisitos legais locais não suficientemente demonstrado ............................................................................................. 57

Problema 24: Informação insuficiente sobre o processo de consulta pública local ....... 57

Problema 25: Demoras no processo de validação ........................................................... 58

Problema 26: Informação insuficiente sobre a localização física que permita a identificação inequívoca da actividade de projecto .................................. 58

PARTE 2: VERIFICAÇÃO .................................................................................. 60

O Processo de Verificação ............................................................................. 61

Verificação inicial e verificação periódica ........................................................................... 62

Período de verificação ......................................................................................................... 63

Verificação inicial ................................................................................................................. 63

Verificação periódica ........................................................................................................... 67

Problemas na verificação .............................................................................. 72

Problema 27: Falta de gestão da mudança ...................................................................... 72

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Problema 28: Inconsistências entre o PDD registado e a realidade do projecto ............ 73

Problema 29: Inconsistência de dados ............................................................................ 74

Problema 30: Não adequação do equipamento de monitorização, causando perda de dados por determinados períodos de tempo ........................................... 75

Problema 31: O equipamento instalado no projecto é diferente do que foi descrito no registo do projecto .................................................................................... 75

Problema 32: Grandes diferenças entre o estimado no PDD e o relatório de monitorização ............................................................................................ 76

Problema 33: Informação insuficiente no relatório de monitorização ........................... 77

Problema 34: O período de geração de créditos no relatório de verificação não é coerente com o período de geração de créditos do projecto registado .. 77

Problema 35: Registo e controlo de documentos ineficiente ......................................... 77

Problema 36: Informação incorrecta apresentada no relatório de monitorização......... 78

Problema 37: Desvios ao Plano de Monitorização constante no PDD registado ............ 79

Problema 38: Equipamento de monitorização instalado e identificado de forma deficiente ................................................................................................... 79

Guia para a finalização de um PDD ................................................................ 80

Conteúdo do relatório de monitorização ..................................................... 112

Anexos

Anexo 1 - Fontes adicionais de ajuda

Anexo 2 - Publicações do projecto CD4CDM

Anexo 3 - Abreviaturas

Anexo 4 - Pequeno dicionário

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DNV

Climate Change Services

Veritasveien 1 1322 Høvik Oslo, Norway Tel: +47 67 57 99 00 Fax: + 47 67 57 99 11 e-mail: [email protected] Web site: http://www.dnv.com/certification/climatechange

Capacity Development for CDM (CD4CDM) Project,

UNEP Risoe Centre on Energy, Climate and Sustainable Development (URC) Risoe DTU National Laboratory for Sustainable Energy, Bldg. 142 Frederiksborgvej 399 P.O. Box 49 DK 4000 Roskilde Denmark Tel: +45 46 32 22 88 Fax: + 45 46 32 19 99 Web site: http://cd4cdm.org/

Fundo Português de Carbono

Casa do Ambiente e do Cidadão Rua de S. Domingos à Lapa, n.º 26 1249-033 Lisboa Portugal Tel: +21 39 29 90 0 Fax: +21 39 29 90 1 e-mail: [email protected]

E.Value, Estudos e Projectos de Ambiente e Economia, SA

Rua Braamcamp, 6 – 1º Esq.º 1250-050 Lisboa Portugal Tel: + 351 213 845 260 Fax: + 351 213 845 269 e-mail: [email protected] Web site: http://www.evalue.pt

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Prefácio

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) foi definitivamente lançado com a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, em Fevereiro de 2005. Até Abril de 2008, foram submetidos para validação 3188 projectos MDL. Num período de poucos anos, o número de projectos aumentou mais de quatro vezes relativamente aos 744 submetidos para validação antes de Maio de 2006. Entretanto, as Entidades Operacionais Designadas (DOE1) têm vindo a ganhar cada vez maior experiência e conhecimento dos processos de validação dos projectos e de verificação de redução de emissões, especificamente no que respeita aos erros comuns e problemas em que os proponentes incorrem na altura da preparação de um Documento de Concepção de Projecto (PDD2) ao MDL ou mais tarde durante a implementação do projecto ou ainda aquando da comunicação de informações relativas à redução de emissões do projecto.

Esta segunda edição inclui a versão revista da lista de problemas verificados durante o processo de validação e incluí também uma nova secção dedicada aos problemas que ocorrem durante o processo de verificação.

O Projecto “Capacity Development for CDM” (CD4CDM) decidiu capitalizar com as lições aprendidas no processo de validação e colaborou com a DNV (Det Norske Veritas), uma DOE acreditada, para a produção deste Guia, o qual tem como público-alvo os proponentes de projectos MDL em países em desenvolvimento, e em particular todos aqueles agentes envolvidos no processo de preparação de um PDD. O Guia aproveita o extenso conhecimento da DNV, que validou cerca de 42% de todos os projectos MDL que foram sujeitos a processo de validação e verificou cerca de 35% de todos os projectos com CER3 emitidos.

Nesta segunda edição, a DNV identificou 38 problemas comuns com base na análise sistemática de todos os projectos validados e verificados até Abril de 2008 e fornece informação detalhada sobre como evitar estes problemas. Ao produzir este Guia, o CD4CDM pretende indirectamente contribuir para a redução do tempo associado com a validação de projectos MDL, através da melhoria da qualidade dos PDD produzidos.

Deve ser também assumido que este Guia não pretende dar orientações sobre como conceber um projecto MDL ou como preparar um relatório de monitorização. Para

1 Nota do tradutor: DOE, do inglês Designated Operational Entity, o que pode ser traduzido como Entidade Operacional Designada (DOE). Para fins desta tradução optou-se por manter na língua inglesa as siglas frequentemente utilizadas na linguagem técnica do MDL, indicando aquando da sua primeira ocorrência o seu significado em português. Algumas excepções são feitas como é o caso do próprio termo MDL. 2 Nota do tradutor: PDD, do inglês Project Design Document, o que pode ser traduzido como Documento de Concepção (ou Formulação) de Projecto (PDD). 3 Nota do tradutor: CER, do inglês Certified Emission Reduction, o que pode ser traduzido como Redução de Emissões Certificada (RCE).

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orientações sobre estes temas, deverão ser consultados outros guias disponíveis em http://cd4cdm.org/.

O projecto CD4CDM gostaria de expressar o seu apreço aos autores principais desta segunda edição do “Guia para a Elaboração de Documentos de Concepção de Projecto MDL “, incluindo Miguel Rescalvo, como gestor de projecto por parte da DNV para esta edição, Gustavo Godinez, Anu Chaudary, Hendrik W. Brinks, Trine Kopperhud e Tonje Folkestad.

Um agradecimento especial a Jorgen Fenhann, do UNEP Risoe Centre, pela sua extensa revisão, comentários e sugestões à segunda edição deste Guia.

UNEP Risø Centre (http://uneprisoe.org/)

Capacity Development for CDM Project

Abril 2008

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Nota do tradutor à edição portuguesa

A tradução deste Guia foi proposta como forma de colmatar lacunas identificadas relativamente à disponibilidade de material com qualidade e em língua portuguesa, sobre certas temáticas relacionadas com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Estas lacunas são especialmente sentidas, mas não exclusivas, dos países da África Lusófona, onde a falta de boa informação de referência em Português é sentida como mais um entrave na participação no MDL. No trabalho desenvolvido procurou-se atender a este facto.

A tradução de um documento técnico levanta sempre um conjunto de questões que nem sempre são de simples resolução. Para mais, a dificuldade de tradução é acrescida quando a área em questão é ainda muito recente e a comunicação no meio técnico é feita predominantemente recorrendo a termos em Inglês e com abundante recurso a “calão” técnico nomeadamente com o uso excessivo de siglas.

Na realização deste trabalho essas dificuldades foram sentidas. Não sendo possível justificar as opções termo a termo, alerta-se contudo para alguns princípios que nortearam esta tradução:

• Procurou-se sempre apresentar uma tradução dos termos e siglas do Inglês para o Português. Contudo, como no meio técnico é corrente a utilização dos termos originais, optou-se pela utilização das siglas na sua versão original para não duplicar o número de siglas utilizadas, apresentando-se uma nota de rodapé que explicita esta opção. Existem contudo algumas excepções a esta regra como por exemplo o próprio termo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo cuja sigla adoptada é “MDL”.

• Na tradução dos termos para o Português teve-se em consideração a documentação pública já existente, quer na variante Portuguesa, quer na variante Brasileira, quer ainda, nalguns casos, em variantes Africanas. Resultou claro que existe por vezes grande variabilidade na tradução dos termos, mesmo dentro de uma mesma variante. Nesses casos houve que assumir preferências e tomar opções.

Esperamos que esta publicação possa ser utilizada com vantagem pelos falantes do Português de todas as origens.

O Tradutor

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Introdução

Este Guia foi concebido para ajudar os seus leitores a contornar os problemas que surgem durante a preparação de Documentos de Concepção de Projecto (PDD) de projectos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Esta segunda edição também tem como objectivo ajudar os promotores do projecto a evitar os problemas que surgem na preparação de um Relatório de Monitorização e a estarem melhor preparados para enfrentar o processo de verificação.

O propósito de um PDD é o de apresentar informação sobre o projecto para as partes interessadas. Estas partes interessadas incluem a comunidade financeira que investe nos projectos, as Entidades Operacionais Designadas (DOE) que efectuam a validação do projecto, o Comité Executivo do MDL, as Autoridades Nacionais Designadas (DNA4) dos países envolvidos e as comunidades locais. O PDD, conjuntamente com o relatório de validação e a Carta de Aprovação fornecida pela DNA, constitui a base para o registo do projecto e para o seu reconhecimento como um projecto MDL credível.

O PDD diz respeito à concepção do projecto - isto é, à forma como o projecto pretende reduzir as emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) relativamente aos níveis de emissão que, sem o projecto, teriam ocorrido5. Cada projecto MDL é único, desde a sua concepção até à aplicação da mais simples metodologia para a definição do cenário de referência. Alguns dos projectos submetidos a validação poderão ser muito eficientes na redução de emissões e ser atractivos do ponto de vista dos benefícios económicos, sociais e ambientais, e ainda assim, não se qualificarem como projecto MDL.

A experiência demonstrou que a informação necessária para avaliar da adequação de um projecto para o MDL é vasta e pode demorar meses a compilar. De igual modo, o tempo requerido para organizar a informação relevante aumenta com o número e diversidade de partes envolvidas e a complexidade da própria informação.

O objectivo da verificação da redução de emissões é rever e determinar, a posteriori, a redução de emissões monitorizada que ocorreu durante um período de verificação especificado. Esta verificação debruça-se sobre a realidade do projecto - isto é, como é que o projecto foi implementado e se o foi conforme descrito no PDD registado, se está a gerar uma redução de emissões real e mensurável, e que foi monitorizada conforme os procedimentos estabelecidos no plano de monitorização, aquando da elaboração do PDD.

4 Nota do tradutor: DNA, do inglês Designated National Authority, o que pode ser traduzido como Autoridade Nacional Designada (AND). 5 Dez. 17/COP7, Artigo 43, Acordos de Marraquexe.

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Este desfasamento temporal, entre a fase de concepção do projecto e a respectiva fase operacional, é uma das principais causas das diferenças verificadas entre a redução de emissões estimada no PDD e a redução efectivamente alcançada pelo projecto. Como regra prática, os projectos MDL devem ser implementados exactamente como concebidos e descritos no PDD, incluindo o plano de monitorização desenvolvido no PDD de acordo com a metodologia aplicável. Fazê-lo desta forma, num ambiente de negócios em contínua alteração, nem sempre é fácil, verificando-se muitas vezes que os promotores de projectos se acabam por confrontar, posteriormente, com vários problemas durante o processo de verificação.

O Relatório de Monitorização é o documento que contém informação de projecto relevante para a recolha e arquivo dos dados necessários à determinação quantitativa da redução de emissões, para um dado período de monitorização. Este documento deverá abordar igualmente as questões de garantia da qualidade e dos procedimentos de controlo adoptados durante o período de monitorização, bem como toda a documentação sobre os cálculos efectuados para a determinação das emissões antropogénicas.

O Guia tem por base a avaliação de um grande número dos PDD submetidos para validação e dos relatórios de verificação avaliados pela DNV. As sugestões e os problemas aqui descritos são, portanto, baseados numa larga experiência, adquirida no dia-a-dia, e em erros concretos identificados durante os processos de validação e de verificação.

Resumindo, este Guia possui uma postura eminentemente pragmática: preocupa-se com as questões práticas de como fazer passar os projectos pelo processo de validação e com os aspectos chave a ter em conta para assegurar uma verificação bem sucedida da redução de emissões.

Este Guia pretende apoiar a submissão de PDD, através:

• da descrição dos erros mais comuns no processo de preparação de um PDD;

• da disponibilização de orientações para a elaboração de um PDD;

• da explicação do processo de validação, facilitando a sua compressão quanto ao calendário e à forma de interagir com a DOE responsável pela validação do projecto.

Esta segunda edição do Guia ajudará igualmente os promotores de projecto que têm projectos MDL registados, através:

• da descrição dos erros mais comuns e mais dispendiosos incorridos no processo de preparação de um Relatório de Monitorização;

• da disponibilização de orientações para a elaboração de um Relatório de Monitorização;

• da explicação do processo de verificação, facilitando a sua compreensão quanto ao calendário e à forma de interagir com a DOE responsável pela verificação da actividade do projecto.

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PARTE 1: VALIDAÇÃO

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O desenvolvimento de um projecto MDL

Fontes de informação para o desenvolvimento de um projecto

No momento da sua criação, em 1997, ninguém sabia, com rigor, o alcance do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. As “Modalidades e procedimentos para um mecanismo de desenvolvimento limpo” foram acordadas no âmbito dos chamados “Acordos de Marraquexe”, em 2001, e constituem a referência fundamental para todos os aspectos respeitantes a um projecto MDL, podendo ser encontradas sob a referência oficial de Decisão 3/CMP.1 (Decision 3/CMP.1).

Por exemplo, as Modalidades e Procedimentos estabelecem que as actividades do MDL necessitam demonstrar a sua adicionalidade, apresentar uma análise dos seus impactes ambientais e sujeitar o projecto a um período de comentários públicos das partes interessadas. Definem também o papel dos Participantes de Projecto, Entidades Operacionais Designadas e diferentes entidades da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC6).

Entretanto, à medida que os projectos são planeados e implementados surgem constantemente novas questões, pelo que o Comité Executivo (CE) e os vários Grupos de Trabalho (GT) e Painéis do MDL lançaram uma série de notas de clarificação, orientações e ferramentas.

Ao desenvolver um projecto MDL, vale a pena conhecer a página da Internet da UNFCCC-MDL (http://cdm.unfccc.int/index.html), onde todas as regras e decisões que regulam o MDL podem ser encontradas. Atenção particular merecem as secções relativas ao “Executive Board” (Comité Executivo) e “References” (Referências). Uma listagem das ligações mais relevantes é apresentada no Anexo a este Guia.

Escolha da metodologia

Diferentes tecnologias requerem diferentes formas de cálculo e de monitorização da redução de emissões e, consequentemente, o CE do MDL aprovou um conjunto de

6 Nota do Tradutor: United Nations Framework Convention for Climate Change, em português a Convenção Quadro das Nações Unidas (CQNU) é normalmente designada de pelo menos três formas: CQNUAC (para as Alterações Climáticas), em Portugal; CQNUMC (sobre Mudanças Climáticas), em Moçambique; CQNUCC (sobre cambio climático) ocorre por vezes em documentos Brasileiros.

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metodologias para os cenários de referência e para a monitorização7. Cada uma das metodologias desenvolvidas estabelece critérios precisos definindo as tecnologias e as situações às quais são aplicáveis.

Uma das primeiras tarefas a realizar ao desenvolver um projecto MDL é verificar se este se enquadra em alguma das metodologias já aprovadas. Se não se adequar, pode ser necessário propor uma nova metodologia ou a revisão de uma já existente. Este processo demora desde poucos meses até mais de um ano, aumentando os custos e atrasando o potencial retorno (via MDL) do projecto. No entanto, se permitir que seja tida em conta uma redução de emissões que em metodologias existentes seria ignorada, poderá valer a pena esse esforço de desenvolvimento. Note-se que, formalmente, deve ser uma DOE a submeter oficialmente a proposta para aprovação de uma nova metodologia, em nome dos proponentes do projecto. Na secção “Methodologies” da página da Internet da UNFCCC poderá encontrar uma lista de todas as metodologias aprovadas e os procedimentos para a apresentação de novas metodologias.

7 Nota do Tradutor: designados habitualmente em português apenas como “Metodologias de Monitorização”, diferentemente do inglês em que são apelidadas de “Metodologias de cenário de referência e monitorização”. Qualquer metodologia aprovada pela UNFCCC tem as duas partes: a de definição do cenário de referência; e a definição da monitorização das emissões do projecto. Consequentemente, neste documento, quer se utilize “metodologia de monitorização” ou “metodologia do cenário de referência”, está-se a fazer referência, ainda que a partes diferentes, a uma mesma metodologia aprovada pela UNFCCC.

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O processo de validação

Quando nos referimos à validação de um projecto MDL, estamo-nos a referir a um processo de avaliação independente por parte de uma entidade externa ao projecto, uma das DOE, tratando-se de um requisito para o registo de um projecto MDL. Esta secção descreve em termos gerais o processo de validação e o horizonte temporal para o desenvolvimento de um projecto MDL. Pretende ajudar aqueles que submetem um potencial projecto MDL para validação a:

• Melhor compreender o processo de validação e as diferentes partes interessadas neste processo;

• Melhor compreender a informação requerida pela DOE para a validação de um projecto;

• Melhor planear um calendário realista de projecto e de validação do projecto.

A Figura 1 mostra a interacção entre o promotor do projecto, a DOE, a Autoridade Nacional Designada (DNA) do país anfitrião, o Comité Executivo (CE) do MDL e outras partes interessadas afectadas pela actividade do projecto, tal como as populações locais.

Figura 1 - Passos do Processo de Validação

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A Figura 1 mostra que, enquanto o promotor do projecto é responsável pelo processo de concepção do projecto, a DOE é o interveniente principal que conduz o processo de validação como um todo. O CE do MDL poderá ser envolvido se existirem desvios à metodologia que levem a DOE a requerer orientações ao CE.

É também importante notar a complexidade do processo, no sentido em que muitas actividades estão a ser desenvolvidas em paralelo, especialmente na terceira fase. É por isso crucial que as entidades envolvidas mantenham a comunicação entre elas e que cada uma das entidades envolvidas dedique um gestor de projecto, agindo como um ponto de contacto centralizado, responsável pela condução do processo e a coordenação com as outras entidades envolvidas. Por exemplo, importantes atrasos podem ocorrer durante a Fase 3, se os operadores do projecto ou os representantes da DNA não estiverem disponíveis para responder rapidamente aos pedidos de clarificação feitos pela DOE.

A complexidade do processo conduz ainda a outra consideração. Durante as primeiras duas fases de validação o promotor do projecto praticamente não é envolvido. A DOE está atarefada a avaliar o projecto no seu todo e a juntar factos e informação de contextualização de forma a construir, tanto quanto possível um retrato realista e, muito importante, realizado com total independência.

Da experiência passada, resulta claro que alguns atrasos ocorrem frequentemente durante a Fase 3, decorrendo normalmente em consequência da necessidade dos promotores de projectos resolverem assuntos que impedem o registo do projecto, ou da existência de atrasos na obtenção da Carta de Aprovação8. Uma vez que as regras e as interpretações associadas ao processo estão em constante evolução, podem ser necessárias modificações adicionais quando as regras que se aplicavam quando o relatório de validação preliminar foi submetido ao promotor de projecto tenham entretanto sido alteradas. Esta é, hoje em dia, a principal causa de longos processos de validação.

A Figura 1 não descreve o calendário exigido para passar por todas estas fases. A Figura 2 indica aproximadamente o tempo necessário para cada passo.

A revisão documental e o processo de consulta às partes interessadas serão, tipicamente, desenvolvidos em paralelo. Idealmente, o processo de validação não deveria demorar mais de 60 dias (incluindo os 30 dias para consulta das partes interessadas). Na prática, o tempo médio para a validação está muito acima desse valor, sendo que no final de 2007 já era, em média, superior a 200 dias, para o período que vai do começo da consulta pública até à submissão do pedido de registo. A experiência demonstrou que não existe nenhuma diferença significativa entre o tempo necessário para a validação de um projecto de pequena-escala e de um projecto de grande-escala. Os atrasos ocorrem frequentemente quando os participantes no projecto têm que resolver questões pendentes - Pedido de Acção Correctiva (PAC) ou Pedidos de Clarificação (PC). Concluindo, o período de validação

8 Nota do tradutor: Letter of Aproval, frequentemente designado na gíria como a abreviatura inglesa LoA.

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vai depender da complexidade do projecto e do tipo e número de questões pendentes que necessitam de ser resolvidas pelos participantes no projecto.

Figura 2 - Passos do processo de validação

Muitas DOE utilizam um protocolo de validação normalizado de forma a assegurar a transparência do resultado da validação. Estes protocolos explicitam os critérios, os meios de verificação e os resultados da validação. O Manual de Validação e Verificação (MVV) comum ao MDL e IC (Implementação Conjunta) foi desenvolvido desde 2002, através de um processo de consulta a diferentes partes interessadas, envolvendo desde representantes dos Governos e do sector privado, a verificadores externos (DOE) e ONG (Organizações Não Governamentais). As instituições que têm suportado esta iniciativa são a International Emissions Trading Association (IETA) e o Prototype Carbon Fund (PCF), um fundo gerido pelo Banco Mundial. O MVV impôs-se como a norma global das melhores práticas para validação e verificação e é utilizado por todas as maiores Entidades Operacionais Designadas (DOE). O manual contém mapas que esquematizam o processo de validação, orientações sobre como realizar uma validação e modelos de relatórios e protocolos de validação9,10.

Os parágrafos seguintes explicam em maior detalhe o que acontece em cada uma das fases da validação.

Revisão documental

Ao rever a informação de projecto recebida do promotor, a equipa da DOE irá realizar, em primeiro lugar, uma análise de risco. Ênfase particular será dada à identificação dos principais factores de risco para a validade dos potenciais CER (Redução de Emissão Certificada). Um perito associado ao sector de actividade em causa será envolvido nesta fase do processo, de forma a assegurar a qualidade requerida pela UNFCCC para a validação.

Quanto ao Manual de Validação e Verificação, os temas seguintes são descritos no protocolo e revistos durante o processo de validação:

9 A documentação completa pode ser descarregada em http://www.ieta.org/ieta/www/pages/index.php?IdSitePage=200 10 Nota adicional da tradução portuguesa: a UNFCCC publicou na reunião CE39 a versão preliminar de um Manual de Validação e Verificação MDL.

Semana1 Semana 13

DOE recebe o

PDD

Revisão documental

Processo de consulta às partes interessadas (30 dias)

Relatório de validação preliminar entregue ao

cliente

Resolução de PACs e PCs

Relatório final de validação entregue ao

cliente

Pedido de registo

Semana 6 Semana 8

Entrevistas de acompanhamento

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• concepção do projecto; • avaliação do cenário de referência (incluindo adicionalidade); • cálculo da redução de emissões; • plano de monitorização; • impactes ambientais e sociais, incluindo o processo de consulta pública local.

O processo de revisão documental termina normalmente em simultâneo com o processo de consulta às partes interessadas (30 dias), sendo que durante este período a DOE trabalha de forma autónoma, raramente contactando o promotor do projecto. No passado, isto provocou frequentes sentimentos de frustração e incerteza porque o promotor do projecto, tendo trabalhado intensamente no PDD durante semanas, vê-se, de repente, excluído do processo.

É crítico que a DOE, para além do PDD, tenha acesso a informação suficiente durante esta fase do projecto. Isto irá aumentar a velocidade do processo de validação e permitirá que quer a visita ao local, quer as entrevistas, sejam focalizadas em assuntos específicos. Recomenda-se que conjuntamente com o PDD, os promotores de projecto enviem à DOE:

• Ficheiro de uma folha de cálculos com os detalhes dos cálculos da redução de emissão, num ficheiro que possa ser verificado (i.e. indicando as fórmulas aplicadas e não apenas os números finais);

• Ficheiros de uma folha de cálculos com os cálculos detalhados dos indicadores utilizados na análise de investimentos, demonstrando a adicionalidade (se aplicável) e as evidências das fontes utilizadas para a análise;

• Evidências da data de começo do projecto de acordo com o definido no Glossário de Termos do MDL11

• Demonstração da consideração dos benefícios do MDL antes da tomada de decisão final de avançar com o projecto;

• Outras evidências e referências que possam ser necessárias no processo de validação (estudos de viabilidade, AIA, etc.).

Processo de consulta às partes interessadas12

Em paralelo com o processo de revisão documental, a DOE irá igualmente desenvolver um processo de consulta às partes interessadas, conforme requerido pelas modalidades e procedimentos do MDL. A DOE publicará o PDD e convidará as partes interessadas e observadores, por via da página da Internet da UNFCCC, a formular comentários acerca do

11 http://cdm.unfccc.int/Reference/glossary.html 12 Nota do tradutor: faz-se notar que se falam de dois processos de consulta pública neste documento, os quais não são claramente distinguidos na versão inglesa. Um é o processo de consulta pública às partes interessadas, conforme requerido pelos Acordos de Marraquexe, com a duração de 30 dias. Outro é o processo de consulta pública local, o qual é normalmente requerido no âmbito dos processos de Avaliação de Impacte Ambiental e que serão, tipicamente, realizados antes do processo de validação.

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PDD, durante um período de 30 dias. Quaisquer assuntos levantados pelas partes interessadas serão subsequentemente abordados no relatório final de validação.

Visita ao local e entrevistas de acompanhamento

A DOE irá utilizar a Fase 2 para rever qualquer informação adicional necessária para poder concluir sobre questões levantadas durante a revisão documental. Esta informação será tipicamente alimentada também por via das entrevistas com as partes implicadas no projecto no país anfitrião (e.g. operadores da instalação, DNA, comunidade local) que poderão providenciar evidências do cumprimento dos requisitos sempre que tal não tenha sido tornado completamente claro a partir da revisão documental.

Para muitos projectos, a informação providenciada na documentação, como por exemplo informação sobre o cenário de referência, apenas pode ser verificada vendo a actividade em operação, sendo que nesses casos a DOE realizará uma visita às instalações em causa. Esta visita é de especial relevância sempre que o cenário de referência é estabelecido “ex-ante” e com base em dados de desempenho histórico, para a totalidade do período de geração de créditos. Nestes casos, a DOE visitará as instalações para verificar que os dados reportados no PDD são correctos e reflectem a realidade.

O promotor do projecto será então convidado a rever a lista de questões pendentes e a decidir como estas poderão ser resolvidas. A sua resolução poderá ser feita por correio electrónico, telefone ou por encontros presenciais entre a DOE e as partes envolvidas no projecto, tais como representantes do operador da instalação e a DNA.

A experiência tem demonstrado que uma boa comunicação entre a DOE e as pessoas de contacto das várias organizações e/ou instituições governamentais é crucial ao decurso normal do processo.

Relatório de validação preliminar e resolução de questões pendentes

Na terceira fase, a DOE produz um relatório de verificação preliminar, que incluirá algumas conclusões iniciais e que permitirá ao cliente uma revisão inicial. O relatório de validação preliminar deverá ainda incluir questões levantadas durante o processo de consulta às partes interessadas e que não tenham sido ainda respondidas pela DOE na revisão documental. Qualquer questão pendente que tenha impacto na opinião final de validação deverá ser apresentada como:

• PAC (Pedido de Acção Correctiva): referem as acções necessárias para que a validação do projecto tenha sucesso.

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• PC (Pedidos de Correcção): descrevem as questões que necessitam de ser respondidas, ou as evidências que são necessárias, para que a validação do projecto tenha sucesso.

Esta é a fase em que a probabilidade de ocorrerem demoras é maior, uma vez que as questões levantadas poderão tomar algum tempo a serem resolvidas. Por exemplo, a Carta de Aprovação da DNA do país anfitrião pode demorar entre 2 a 5 meses a obter, dependendo dos países envolvidos. Existe também a possibilidade de serem feitas perguntas ao Comité Executivo do MDL que também pode demorar algum tempo a responder.

A Figura 3 mostra que a maior parte das actividades que têm que ser desenvolvidas de forma a criar uma redução de emissões verificável, necessitam de estar finalizadas antes do registo final do projecto. Contudo, alguns assuntos podem ser resolvidos em qualquer momento anterior à data de início do período de geração de créditos. O caminho crítico do desenvolvimento do projecto é mais provável que seja determinado pelas actividades a concretizar antes do registo do projecto.

Figura 3 – Cronograma genérico de um projecto MDL

Deve ser realçado que um cronograma de um projecto MDL também varia de país para país. Por exemplo, algumas poucas DNA exigem o relatório de validação preliminar, ou o final, antes de começarem o processo de aprovação e emissão final da Carta de Aprovação. O tempo médio que as DNA demoram a emitir uma Carta de Aprovação varia consideravelmente.

Registo Publicação do PDD preliminar

por um período de30 dias

Validação

Início da Redação do PDD

Licença de operação, construção e Estudo de Impacte Ambiental

Carta de aprovação

Implementação de procedimentos de gestão e monitorização

Declaração de comunicação

Necessita estar realizado antes do início do passo seguinte

Projecto implementado

Índice

Envolvimento das partes interessadas locais

Começo do período de geração de créditos

Formação de pessoal, instalação de equipamento de monitorização

Acordos de compra e operação

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Além disso, as DNA revêem também os seus processos, de forma que o que era opcional num ano pode passar a ser obrigatório no outro. Por exemplo, uma DNA vai passar a exigir futuramente o relatório de validação final, ou o preliminar, antes de iniciar o seu processo de aprovação. Os promotores de projecto que submetem PDD deverão garantir que eles estão actualizados relativamente aos requisitos nacionais.

Relatório de validação final, opinião de validação e pedido de registo

Nesta fase final, o relatório de validação e a opinião de validação são submetidos ao cliente para sua revisão. O relatório indicará se o projecto, conforme concebido e documentado, cumpre ou não os critérios do Protocolo de Quioto e das modalidades e procedimentos do MDL, bem como os critérios para uma consistente operação e monitorização do projecto, e comunicação dos seus resultados.

Na sequência de uma bem sucedida validação e aprovação do projecto por parte de uma DOE e pela relevante DNA, a DOE em causa editará o relatório de validação final e o projecto será apresentado ao CE do MDL para registo. O relatório de validação será então disponibilizado ao público na página da Internet do MDL-UNFCCC. O registo é considerado final se nenhum pedido para revisão for apresentado por, pelo menos, três membros do CE do MDL, ou por uma das Partes envolvidas, num período de 8 semanas (4 semanas para projectos MDL de pequena-escala13) após o relatório ter sido recebido pelo CE do MDL. O registo é a aceitação formal por parte do CE MDL de uma actividade de projecto validada e é um pré-requisito para a verificação, certificação e emissão de CER relacionados com o projecto.

13 Small-scale CDM (SSC CDM) projects, na terminologia original

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Problemas da validação

Visão geral dos principais problemas no processo de validação

Esta secção apresenta uma visão geral dos 26 problemas principais na validação, isto em termos da sua frequência e tendência para causar as demoras mais longas. O termo “problema” é usado num sentido lato, para se referir a qualquer assunto que necessite de ser resolvido durante o processo de validação e registo. Estes problemas foram identificados por uma análise realizada pela DNV às conclusões da maioria das validações por si efectuadas até Abril de 2008. Esta análise identificou mais de 100 assuntos, que foram consolidados em 26 problemas chave de validação. Na Tabela 1, apresentada abaixo, estes problemas são classificados de acordo com a sua frequência de ocorrência e tempo aproximado de atraso causado (com base na experiência ganha pela DNV na validação de projectos MDL).

Por vezes determinadas entidades decidem submeter os PDD’s mesmo sabendo que estes ainda não estão completos. Tal poderá minimizar atrasos mas implica também algum risco de que a documentação e evidências requeridas para a validação do projecto possam não ser conseguidas. Por exemplo, a confirmação escrita da DNA de que o projecto está em conformidade com os critérios de sustentabilidade poderá estar pendente, e as entidades podem desejar que a aprovação seja concedida. Contudo, se tal aprovação não for conseguida, o projecto terá incorrido em custos não necessários.

Tabela 1 – Problemas principais na validação

Atraso superior a uma semana Atraso superior a um mês

Freq

uênc

ia s

uper

ior

a 20

%

• Falta de lógica e consistência no PDD.

• Desvios aos cálculos constantes na metodologia não suficientemente justificados ou aplicação incorrecta de fórmulas.

• Cumprimento dos requisitos legais locais não suficientemente demonstrado.

• Informação insuficiente sobre o processo de consulta pública local.

• Ausência de dados do cenário de referência.

• Falta de qualidade do PDD

• Data incorrecta de arranque do projecto. Falta de evidências da consideração prévia do MDL.

• Não apresentação de evidências quanto à realização de AIA e/ou licenciamentos requeridos.

• Carta de Aprovação insuficiente ou atrasada.

• Demoras no processo de validação.

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Atraso superior a uma semana Atraso superior a um mês Fr

equê

ncia

infe

rior

a 2

0%

• Participantes de projecto não identificados claramente.

• As modalidades de comunicação com o Comité Executivo em termos de emissão de CER e instruções de distribuição não são claras, ou não foram assinadas por todos os participantes.

• Descrição insuficiente da tecnologia.

• Cenários de referência insuficientemente justificados.

• Adicionalidade do projecto insuficientemente fundamentada e justificada.

• A informação sobre o cenário de referência é insuficientemente fundamentada por evidências e/ou com indicação deficiente das referências utilizadas.

• Os principais riscos do cenário de referência ou da actividade de projecto não são identificados/descritos.

• Fronteiras do projecto não estão definidas claramente.

• Data de começo do projecto e/ou do período de geração de créditos não é clara.

• Desvios à metodologia de verificação insuficientemente justificados.

• Procedimentos de monitorização e gestão do projecto não definidos.

• Informações no PDD que não se verificam na situação real do local de projecto.

• Informação insuficiente sobre os métodos de medição e fontes de informação na descrição dos dados/parâmetros no Plano de Monitorização.

• Informação insuficiente sobre a localização física que permita a identificação inequívoca da actividade de projecto.

• Escolha de uma metodologia de pequena-escala para um projecto de grande-escala

• Falta de confirmação escrita de que o financiamento não irá resultar da diversão de fundos provenientes de Assistência Oficial para o Desenvolvimento

• Não conformidade com as condições de aplicabilidade do cenário de referência e metodologia de monitorização adoptados ou conformidade com a metodologia insuficientemente justificada.

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Descrição dos problemas na validação

Nesta secção, os 26 problemas de validação listados na tabela anterior são explicados em maior detalhe. Boas práticas e exemplos são apresentados se apropriado.

Problema 1: Escolha de uma metodologia de pequena-escala para um projecto de grande-escala

Este erro pode ocorrer se um projecto de grande-escala for definido como um projecto de pequena-escala.

A definição revista de projectos de pequena-escala é dada no parágrafo 28 da Decisão -/CMP.2:

• Tipo I: Actividades de projecto de energias renováveis com uma potência nominal de produção até 15 MW (ou equivalente);

• Tipo II: Actividade de projecto de melhoria da eficiência energética que reduza o consumo de energia, na oferta e/ou na procura, limitado àquelas actividades que reduzam um máximo de 60 GWh por ano (ou equivalente);

• Tipo III: Outras actividades de projecto que reduzam emissões até um máximo de 60 kt de CO2 equivalente por ano.

Exemplos:

• A elegibilidade de um projecto como um MDL de pequena-escala pode ser questionada.

• O limite para cada tipo representa um critério de aplicabilidade. O projecto qualifica-se como um projecto de pequena-escala só se os critérios forem cumpridos para todo o período de geração de créditos. Por exemplo, se a redução de emissões de um projecto de gestão de estrumes de uma suinicultura se estima em 65 kt CO2 no ano 5, o projecto não se qualifica como um projecto de pequena-escala e uma metodologia de grande-escala deve ser aplicada.

• Quando um projecto tem mais que uma componente, por exemplo geração de electricidade e geração de calor (Tipo I e Tipo II) ou um projecto que evite a emissão de metano de biomassa e gere electricidade (Tipo III e Tipo I), cada componente do projecto tem que satisfazer os valores limite de um projecto de pequena-escala. Alguns promotores de projecto acreditam, erradamente, que um projecto tem que cumprir qualquer um dos critérios de aplicabilidade para ser elegível como projecto de pequena-escala. Por exemplo, uma actividade de projecto de produção de

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electricidade com uma potência de 8 MWelec e capacidade de geração de calor de 60 MWtérm foi proposta como uma actividade de pequena-escala. Tal não é correcto porque, apesar da capacidade de geração de electricidade ser menor que o valor limite de 15 MWelec, a capacidade de geração de calor ultrapassa o limite de 45 MWtérm. Daí o projecto não se qualificar como um projecto de pequena-escala.

• Em vários sistemas de co-geração a biomassa e/ou sistemas que combinam vários combustíveis, se a energia térmica produzida exceder o total de 45 MWtérm, o projecto não é elegível como de pequena-escala.

• Uma vez o projecto registado como um projecto de pequena-escala, pode acontecer que para um ano específico do período de geração de créditos, se ultrapassem os limites definidos para projectos deste tipo. Nesse caso, as reduções de emissão que poderão ser reclamadas pelo projecto, durante esse ano em particular, serão limitadas ao tecto máximo permitido pela definição de projectos de pequena-escala. Como exemplo, suponha-se que um promotor propôs um PDD para um projecto de pequena-escala de recuperação de metano de águas residuais, que se qualificava como de pequena-escala uma vez que as reduções de emissão estimadas para cada um dos 10 anos do período de geração de créditos estavam abaixo do valor limite de 60 kt CO2, para projectos do tipo III. Nos anos 3 e 4 a estimativa de redução era de 40 kt CO2 e 45 kt CO2, respectivamente. Durante a primeira verificação periódica, foi confirmado que a redução real de emissões nos anos 3 e 4 foi de 55 kt CO2 e 70 kt CO2, respectivamente. Nesta situação, o promotor do projecto poderá reclamar as 55 kt CO2 para o ano 3 e apenas 60 kt CO2 para o ano 4.

Boas práticas:

Cada uma das componentes de um projecto de pequena-escala deve cumprir todos os critérios de aplicabilidade listados nas modalidades e procedimentos para projectos MDL de pequena-escala.

A submissão de um projecto de pequena-escala deve ser sempre devidamente justificada com informação de fontes fidedignas e conservativas. Uma descrição completa é exigida para demonstração de que o projecto é elegível como projecto de pequena-escala e que se encontra abaixo do valor limite relevante sendo que, contudo, para projectos que não estão ainda implementados, tal poderá não ser passível de completa demonstração enquanto a tecnologia não estiver operacional. Porém, deverá sempre existir uma boa correlação entre a capacidade de projecto declarada (e.g. abaixo de 15 MW) e, por exemplo, os dados sobre níveis previstos de produção, potência das turbinas, etc. Quando a justificação da elegibilidade como projecto de pequena-escala é baseada em cálculos, os dados de base e os cálculos relevantes deverão ser transparentes e descritos de forma conservativa.

• Agrupamento de vários projectos de pequena-escala que, no total, excedem os limites de elegibilidade

Um exemplo relacionado é a submissão de um PDD de pequena-escala a partir de uma actividade de projecto mais ampla que foi desagrupada (isto é, separada em actividades de

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projecto mais pequenas). Se vários projectos separados possuírem os mesmos participantes de projecto, a mesma categoria de projecto e tecnologia/medida, forem registados com menos de 2 anos de intervalo entre si e localizados a menos de 1 km entre si (no ponto mais próximo), então esses projectos seriam identificados como projectos desagrupados de um projecto de larga escala. Esta prática não é permitida de acordo com as regras do MDL.

Na prática, não é frequente o desagrupamento em projectos de escala mais pequena, mas por vezes os promotores tentam o agrupamento de projectos num único projecto de ampla escala. Quatro categorias diferentes14 de agrupamento de projectos foram definidas e cada uma deve ser tratada de forma diferente:

• Agrupamento de actividades de projecto do mesmo tipo, mesma categoria e tecnologia/medida;

• Agrupamento de actividades de projecto do mesmo tipo, mesma categoria mas tecnologia/medida diferentes;

• Agrupamento de actividades do mesmo tipo, mas de diferentes categorias e tecnologia/medida;

• Agrupamentos de actividades de projecto de tipos diferentes.

É também possível agrupar projectos de grande-escala entre si. Por exemplo, um projecto para captura e queima de metano resultante do tratamento de chorumes de suinicultura foi registado para dois locais diferentes15, um em Pocillas e a outro em La Estrella, no Chile.

Para todas as categorias referidas acima o período de geração de créditos deve ser o mesmo e a composição dos agrupamentos não se deve alterar com o tempo. De um ponto de vista prático, o agrupamento de vários projectos pode ser um problema se o atraso num dos projectos causar atrasos nos restantes projectos do agrupamento. Quaisquer pedidos de revisão que se relacionem apenas com uma parte de um projecto agrupado, por exemplo, a falta de licença de operação de uma parte ou a definição de como os créditos são distribuídos entre o agrupamento, podem também afectar as outras partes do projecto agrupado.

Como exemplo, foi feita a sugestão de efectuar um agrupamento de um projecto de energia hídrica, eólica e geotérmica, por aplicação da metodologia ACM0002. Os projectos em questão estavam localizados na América do Sul (Figura 4). Para fazer o agrupamento, o período de geração de créditos tinha de ser igual para todos os 3 projectos. Neste exemplo, uma série de riscos têm que ser geridos. Por exemplo, se os projectos fossem agrupados mas o projecto geotérmico não obtivesse a tempo a licença de laboração, o período de geração de créditos começaria com um potencial de geração de créditos reduzido. De igual modo, se

14 O CE solicitou ao Grupo de Trabalho de Projectos de Pequena-escala para elaborar orientações mais detalhadas relativamente a estes projectos. 15 As regras para o agrupamento de projectos de grande-escala ainda estão a ser discutidas pelo CE.

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o CE MDL solicitasse um pedido de revisão, devido a problemas com um projecto, os outros dois seriam igualmente atrasados.

Figura 4 – Agrupar ou não agrupar… eis a questão

Problema 2: Os participantes do projecto não são identificados claramente

Por vezes existe pouca clareza na definição de um participante de projecto e, por vezes, não é claro se os participantes são, ou virão a ser, autorizados pela respectiva Parte16 envolvida.

Nas “CDM Guidelines” (“Orientações para o MDL”17), um participante de projecto é definido como:

16 “Parte” é utilizado conforme definido no Protocolo de Quioto e significa uma Parte signatária do Protocolo de Quioto. "Partes do Anexo I" é utilizado como uma parte listada no Anexo I da Convenção (Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). 17 Nota do tradutor: em casos em que há referência a documentos que apenas estão disponíveis em inglês (como é o caso deste) considerou-se que se deveria preservar o título na versão original, fornecendo contudo, entre parêntesis, a sua tradução em português.

Operador A

Hídrica 2.5 MW Data de começo do projecto: Fevereiro 2006

Operador B

Eólico 22.5 MW

a

Data de começo do projecto: Janeiro de 2006

Operador C

Geotérmia 42 MW Data de começo projecto: Março 2006

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”De acordo com o uso do termo participante de projecto nas modalidades e procedimentos, um participante de projecto é uma

uma Parte envolvida, ou

• uma entidade privada e/ou pública autorizada por uma Parte envolvida a participar em uma actividade de projecto MDL.”

De acordo com o Anexo D das Modalidades e Procedimentos do MDL, a decisão sobre como devem ser distribuídos os CER de uma actividade de projecto MDL deve ser tomada exclusivamente pelos participantes de projecto. Tipicamente, os consultores, a DNA ou autoridades municipais não têm qualquer parte na distribuição de CER.

Boas práticas:

A questão de saber quem é efectivamente participante de projecto necessita de ser considerada minuciosamente. Já ocorreram casos em que os operadores do projecto não foram incluídos como participantes nem, tão pouco, tinham sido informados de que o projecto tinha sido proposto como um projecto MDL. Como exemplo, para um projecto de gás de aterro no México, o operador do projecto não tinha sido informado relativamente ao facto de o projecto ter sido proposto como uma actividade MDL. Embora o operador não fosse oficialmente um participante do projecto, as objecções por ele levantadas tiveram um impacto na validação do processo e na implementação da actividade de projecto, uma vez que o operador ameaçou parar a operação e, consequentemente, a geração de CER, a não ser que também fosse incluído como participante de projecto. Como lição a retirar, não é obrigatória a inclusão do operador como participante de projecto. É sensato, contudo, assegurar que existem acordos privados com o operador, de forma a garantir a geração de CER. Este facto é ilustrado abaixo pela Figura 5.

Figura 5 - Participantes de projecto: Quem pode decidir sobre a distribuição de CER?

Operador (e.g. da caldeira a

biomassa)

Consultores (e.g. do Reino

Unido)

Empresa de investimento

(privada)

Fornecedor de tecnologia (e.g. caldeira biomassa)

Parte Anfitriã (e.g. Tailândia)

País Anexo I (e.g. Japão)

Participantes de Projecto

Acordo privado importante

neste ponto!

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Frequentemente não é descrito com clareza se todas as organizações mencionadas na secção A.3 do PDD são participantes de projecto. Apenas participantes de projecto de facto devem ser listados na secção A.3 e no Anexo I do PDD.

Todos os participantes de projecto, sejam entidades públicas ou privadas, necessitarão de ser autorizadas por uma Parte, isto é, um país que seja signatário do Protocolo de Quioto. A autorização não tem que ser dada necessariamente pelo país onde a entidade pública ou privada está localizada, e pode também ser dada por uma DNA de um outro país participante do projecto. A menção explícita do participante de projecto na Carta de Aprovação ou o endereçamento da carta de aprovação ao participante de projecto, constituem regras de boa prática, neste caso.

O registo de uma actividade de projecto pode ocorrer sem que uma Parte do Anexo I esteja ainda envolvida na fase do registo. Contudo, antes de uma Parte do Anexo I adquirir CER dessa actividade de projecto, a partir de uma conta no registo MDL, a DNA deverá submeter uma Carta de Aprovação ao CE, de forma a assegurar que o Administrador do Registo MDL transfere os CER do registo MDL para o registo nacional da Parte do Anexo I.

Deve ser tido em conta que os nomes dos participantes de projecto e o nome do projecto em si, em toda a documentação submetida para o registo, devem ser exactamente iguais. É este o caso para os nomes que constam no PDD, declarações de modalidades de comunicação e Cartas de Aprovação. A experiência demonstrou que deve ser prestada a maior atenção a este ponto, quando estes documentos são traduzidos para Inglês a partir da sua língua original.

No relatório EB 30, o CE decidiu que quando existir a menção a um participante de projecto no PDD submetido a validação e o mesmo não suceder no PDD submetido para registo, que a DOE em causa deva providenciar uma carta desse ex-participante de projecto, a confirmar a sua retirada voluntária da actividade de projecto, e referir este assunto no seu relatório de validação.

Problema 3: Não apresentação de evidências quanto à realização de AIA e/ou licenciamentos requeridos

Por vezes os projectos são submetidos para validação sem evidências de que tenham obtido todas as licenças/aprovações necessárias. Estas licenças/aprovações são específicas de cada país. Por exemplo, se necessário, a DOE irá pedir para ter acesso a uma cópia (uma cópia electrónica de um documento devidamente assinado é suficiente) de uma licença de construção válida, de uma licença de laboração e, por vezes, de uma Avaliação de Impacte Ambiental (AIA). De igual forma, se forem exigidas pela legislação do país, outras licenças ambientais poderão ser exigíveis.

Estes documentos não devem ser incluídos no PDD, uma vez que eles se encontram frequentemente na língua local e podem ser muito extensos. Uma vez que o CE MDL definiu

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que a língua de trabalho do MDL será, exclusivamente, o Inglês, quaisquer anexos noutras línguas que não o em Inglês não serão aceites.

Problema 4: Carta de Aprovação insuficiente ou atrasada

Mais de 80% de todos os PDD submetidos para validação não são acompanhados da Carta de Aprovação de todas as DNA relevantes. As razões para tal são:

• o processo de obtenção da Carta de Aprovação começou demasiado tarde e/ou a DNA ainda não estabeleceu procedimentos para a aprovação de projectos MDL;

• algumas DNA querem o relatório de validação antes de enviarem a Carta de Aprovação (e.g. Brasil, Espanha, Coreia, Alemanha) e/ou

• Partes e/ou participantes de projecto podem ser alteradas durante o processo de validação devido a uma alteração do investidor ou do operador, e.g. se uma empresa no Japão quiser passar a ser um participante de projecto num projecto unilateral da Tailândia e receber CER, isto fará acrescer uma nova Parte e um novo participante ao projecto (ver Problema 2);

• também se pode constatar que os nomes dos participantes de projecto e o título da actividade de projecto não são consistentes com o PDD, Carta de Aprovação e as Modalidades de Comunicação.

Boa prática:

O processo de obtenção da Carta de Aprovação deve ser iniciado num estágio inicial, uma vez que frequentemente é uma etapa demorada. Bons exemplos de Cartas de Aprovação podem ser encontrados na página da Internet da UNFCCC (http://cdm.unfccc.int/Projects /registered.html).

Conforme referido nas CDM Guidelines, três referências necessitam de ser incluídas:

”A DNA de uma Parte envolvida numa proposta de actividade de projecto MDL emitirá uma declaração que incluirá o seguinte:

• a declaração de que a Parte ratificou o Protocolo de Quioto;

• a aprovação da participação voluntária na actividade de projecto MDL proposta;

• no caso de Parte(s) Anfitriã(s): a declaração de que a actividade de projecto MDL proposta contribui para o desenvolvimento sustentável da(s) Parte(s) anfitriã(s).”

O nome do projecto e nomes dos participantes de projecto mencionados na Carta de Aprovação e Modalidades de Comunicação devem ser exactamente iguais aos constantes no PDD.

Adicionalmente, todas as entidades, públicas ou privadas, participantes de projecto necessitam de ser autorizadas por uma Parte.

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Problema 5: Falta de confirmação escrita de que o financiamento não irá resultar da diversão de fundos provenientes de Assistência Oficial para o Desenvolvimento

A confirmação escrita de que o financiamento da actividade de projecto MDL não irá resultar da diversão de fundos provenientes da Assistência Oficial para o Desenvolvimento (AOD) deve ser obtida, idealmente, junto da DNA do País do Anexo I relevante. O significado deste requisito é o de que os Países do Anexo I não deverão encaminhar dinheiros da Assistência Oficial para o Desenvolvimento que estavam previamente destinados para outros fins (e.g. construção de escolas) no país anfitrião para a compra de CER de um projecto MDL. Estas evidências devem ser dadas pelo país do Anexo I. A palavra-chave neste contexto é, portanto, “diversão”18.

Esta declaração apenas é necessária quando financiamentos públicos de um país do Anexo I são utilizados para o projecto.

Problema 6: As modalidades de comunicação com o Comité Executivo em termos de emissão de CER e instruções de distribuição não são claras, ou não foram assinadas por todos os participantes

As modalidades de comunicação19 com o Comité Executivo não são por vezes declaradas ou, se declaradas, não estão assinadas por todos os participantes de projecto. As modalidades de comunicação têm que estar definidas antes da submissão do pedido de registo, uma vez que a sua falta é frequentemente motivo de atraso. Bons exemplos de modalidades de comunicação podem ser encontrados na página da Internet da UNFCCC (http://cdm.unfccc.int/Projects/registered.html).

18 Em conformidade com os Acordos de Marraquexe (Dec17/COP7): “Enfatizando que o financiamento público para projectos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo por Partes do Anexo I não deverá resultar numa diversão da assistência oficial ao desenvolvimento, e deverá ser separado e não contabilizado para o cumprimento das obrigações financeiras dessas Partes incluídas no Anexo I”. 19 As modalidades de comunicação entre os participantes de projecto e o Comité Executivo são indicadas na altura do registo através da submissão de uma declaração assinada por todos os participantes de projecto. Todas as comunicações oficiais de e para os participantes de projecto, após um pedido de registo pela DOE, deverão ser processadas de acordo com as modalidades de comunicação. Se as modalidades tiverem que ser modificadas, a nova declaração deverá ser assinada por todos os participantes de projecto e submetida de acordo com as modalidades que estão a ser substituídas.

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Problema 7: Descrição insuficiente da tecnologia

Informação não necessária ou insuficiente é por vezes fornecida relativamente a aspectos materiais do projecto, ao mesmo tempo que podem ser ambíguos alguns aspectos relativos à tecnologia de projecto ou à sua implementação. Informação em excesso, ou irrelevante, pode mascarar a informação verdadeiramente importante para o validador. Contudo, é útil fornecer os detalhes de qualquer tecnologia nova/avançada utilizada, incluindo tecnologias para a produção de electricidade. O nível de detalhe deve ser considerado caso a caso, assegurando que toda a informação relevante com impacto na redução de emissões e na elegibilidade MDL é apresentada.

Exemplos:

• No caso de projectos eólicos que normalmente usam tecnologia normalizada, os detalhes técnicos e os detalhes relativos às subempreitadas seleccionadas não são necessários, desde que esses detalhes sejam fornecidos, por exemplo, num estudo de viabilidade que tenha sido disponibilizado à DOE. Contudo, o tipo de turbina e o seu possível tipo de certificação, factores de carga, potência total instalada e outros parâmetros importantes sumariados do estudo de viabilidade, como por exemplo as condições de vento, devem ser descritos. Não há qualquer necessidade de falar extensivamente sobre as ligações à rede, tensão, etc.

• Pequenas centrais hidroeléctricas de fio-de-água também utilizam, normalmente, tecnologia normalizada. Neste caso, o tipo de turbina, a potência, o factor de carga e o regime hídrico devem ser descritos.

• Para projectos que são menos comuns, tais como co-geração, substituição de combustível, produção de cimento ou outras indústrias transformadoras e grandes barragens, o projecto/estudos de engenharia poderão ser necessários. Para caldeiras, a descrição da sua eficiência teórica e características técnicas são necessárias.

• Para projectos de biocombustíveis, devem ser clarificados a mistura da biomassa queimada, a potência da caldeira ou turbina e a quantidade de biomassa necessária que deve ser transportada de outros locais e com que meios.

• Para projectos de captação de gás de aterro (metano), detalhes de componentes tais como a eficiência da flare e motores de combustão devem ser descritos, mas não há necessidade de ir, por exemplo, a detalhes como os materiais que compõe as tubagens.

Boas práticas:

A partir da descrição da tecnologia referida no PDD, a DOE deverá ficar esclarecida:

• quanto ao facto da engenharia do projecto reflectir as boas práticas actuais, em conformidade com os Acordos de Marraquexe;

• sobre que elementos da tecnologia estão dentro da fronteira do projecto em termos de emissão de GEE;

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• a partir de um uso adequado de diagramas e da descrição sequencial do processo que ajudem a melhorar a clareza, especialmente em projectos industriais específicos; a descrição deve ser adaptada ao sector em causa e pode ser incluída como um Anexo ao PDD.

Problema 8: Não conformidade com as condições de aplicabilidade do cenário de referência e metodologia de monitorização adoptados ou conformidade com a metodologia insuficientemente justificada

A experiência tem mostrado que os critérios de aplicabilidade das metodologias não são, por vezes, abordados especificamente no PDD. Em outros casos, o projecto pode estar em não conformidade com um ou mais critérios de aplicabilidade. Daí que seja importante que informação suficiente seja fornecida através de descrições no PDD, para que se consiga avaliar a conformidade do projecto com os critérios de aplicabilidade. Em caso de dúvida da adequação de um cenário de referência de uma dada metodologia, poderá ser sensato contactar uma DOE para discutir o assunto.

Como exemplo, refere-se o caso de um projecto que estava a aplicar a metodologia ACM0009 para uma alteração de combustível, a qual requer a limitação do período de geração de créditos ao período de vida remanescente do equipamento existente. Foi confirmado que o tempo remanescente de vida do equipamento em uso no cenário de referência era superior a 20 anos. Contudo, nenhuma prova foi dada quanto à idade do equipamento em questão. A instalação estava em operação desde 1979, ou seja, há mais de 26 anos, assumindo que nenhuma substituição do equipamento tinha sido feita anteriormente. Neste caso uma substituição do equipamento teria sido necessária de qualquer forma. Tal põe em causa, por si só, não só a aplicabilidade da metodologia ACM0009, como também a adicionalidade do projecto.

Boas práticas

No exemplo dado em cima, durante a discussão do cenário de referência no PDD e no relatório de validação, deveriam ter sido providenciadas evidências sobre o tempo de vida do equipamento em questão.

Em geral, todos os critérios de aplicabilidade para uma metodologia particular devem ser especificamente endereçados e suportados com informação de fontes verificáveis.

Convém seguir a estrutura e linguagem da metodologia e, quando se justificar a aplicabilidade da metodologia a um projecto em particular, substanciar com tantas evidências quanto o possível. Contactar a DOE caso não se esteja seguro de qual a metodologia a aplicar ao projecto específico.

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Problema 9: Cenários de referência insuficientemente justificados

A identificação de um cenário de referência realístico e relevante, nem sempre está em consonância com a metodologia.

Na análise de cenários de referência possíveis, cenários de referência alternativos relevantes são definidos como aqueles cenários que configuram:

• manutenção da situação corrente (cenário BAU20);

• o cenário de projecto e/ou;

• outras alternativas tecnológicas prováveis (e.g., recolha de gás de aterro, incineração de resíduos e utilização para produção de electricidade podem ser alternativas verosímeis para um cenário de referência consistindo apenas na recolha de gás de aterro e respectivo flaring).

Exemplos:

1. Cenários de referência válidos e relevantes muitas vezes não são abordados. Por exemplo, em projectos de gás de aterro, a possibilidade de venda do gás a indústrias vizinhas deverá ser considerada.

2. Demasiados detalhes irrelevantes sobre o contexto da indústria são frequentemente dados nos PDDs. Por exemplo, para projectos de co-geração utilizando bagaços como combustível, a situação económica da indústria de cana-de-açúcar é relevante apenas na medida em que influencia a escolha dos produtores no sentido de poupar em electricidade, investindo numa caldeira funcionando a biomassa.

Nalguns casos pode ser observado que o cenário de referência, i.e. o que teria de facto ocorrido na ausência do projecto, é substancialmente diferente do que foi seleccionado como cenário de referência. Tal pode ocorrer por variadas razões:

i. Os proponentes do projecto não têm dados históricos suficientes para estabelecer o verdadeiro cenário de referência;

ii. O cenário de referência estabelecido, de acordo com as opções da metodologia, renderá mais CER;

iii. A metodologia não permite aquele cenário de referência em particular, i.e. a metodologia não é aplicável;

iv. Alterações do produto final após a implementação do projecto.

20 Nota do tradutor: do inglês Business As Usual.

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Boas práticas

Seguir tão próximo quanto possível os requisitos fornecidos pela metodologia escolhida. A identificação de cenários de referência pode, de uma forma geral, ser dividida em três categorias:

1. Para muitas metodologias existe apenas um cenário de referência, para além do projecto, e este é desde logo identificado, como é o caso nas metodologias AM0001 e AM0018. O importante para projectos que apliquem estas metodologias é que se prove que este cenário de referência previamente identificado é o único relevante e é equivalente ao cenário de manutenção do status quo (cenário BAU).

2. Noutras metodologias, a escolha entre vários cenários de referência é dada na metodologia, e.g. ACM0006, ACM0012, AM0009 e AM0014. O importante para projectos que apliquem estas metodologias é a identificação apenas dos cenários plausíveis. Por exemplo, para projectos de biomassa aplicando a ACM0006 (versão 06), existem 20 cenários possíveis. Desses, 19 cenários terão que ser eliminados e seleccionado apenas um.

3. Outras metodologias ou fazem referências directas à ferramenta de adicionalidade21 (e.g. AM0019, AM0020, AM0023), ou exigem a identificação do cenário de manutenção da situação corrente (BAU), tendo por base um conjunto de condições específicas, por exemplo, ter em conta a legislação nacional ou as práticas prevalecentes. Exemplos são as metodologias AM0007, AM0017, e AM0021.

Problema 10: Adicionalidade do projecto insuficientemente fundamentada e justificada

Ver também a referência ao Problema 18: Data de começo do Projecto ou do início do período de créditos não é clara. Falta de evidências da consideração do MDL antes da tomada de decisão de avançar com o projecto.

A adicionalidade do projecto necessita frequentemente de ser mais elaborada ou necessita de ser melhor explicitada para o projecto específico.

A maior parte das metodologias de grande-escala referem-se à “Tool for the demonstration and assessment of addtionality”22. A versão .04 desta ferramenta propõe uma demonstração da adicionalidade em quatro passos:

21 http://cdm.unfccc.int/methodologies/PAmethodologies/AdditionalityTools/Additionality _tool.pdf 22 Nota do tradutor: deixado em inglês, conforme documento original. Uma tradução possível do nome será “Ferramenta para a demonstração e avaliação da adicionalidade”.

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Boas práticas:

De acordo com as modalidades e procedimentos do MDL, toda a informação respeitante à demonstração da adicionalidade é considerada informação pública. Tal deverá ser tido em conta quando a argumentação da adicionalidade está a ser construída, uma vez que todos os argumentos devem ser consubstanciados em evidências que terão que estar disponíveis ao público. Tal inclui contratos com fornecedores, empréstimos bancários, etc.

Identificação de alternativas à actividade de projecto consistente com a legislação aplicável

Ver Problema 9: Cenários de referência insuficientemente justificados

Análise de Barreiras

Em muitos casos a adicionalidade de projecto não é baseada em factos convincentes e/ou reais. Todas as afirmações feitas na discussão da análise de barreiras devem ser substanciadas em evidências documentais de outras entidades. O conceito de entidade independente é importante para este tema, uma vez que algumas questões podem ser colocadas: por exemplo, pode um fornecedor local, para quem o projecto representa 60% das suas vendas anuais, ser considerado uma “entidade independente” para fornecer uma declaração para fins da análise de barreiras?

Algumas das barreiras têm um impacto directo na viabilidade financeira do projecto e, consequentemente, a descrição das barreiras não é suficiente para provar que a barreira impede a realização do projecto. Se tal for o caso, o impacto real daquela barreira será demonstrado através de uma análise financeira do projecto e, consequentemente, uma análise de investimento, em cumprimento do passo 2 da Ferramenta (de adicionalidade), terá que ser fornecida. Por exemplo, um projecto de produção de electricidade a partir de biomassa define como uma barreira o “preço elevado da biomassa”. Se tal constituir um “problema” real para o projecto, a Taxa Interna de Rentabilidade do investimento - TIR (ou outro indicador financeiro) irá demonstrar que o projecto não é financeiramente atractivo. Pode também acontecer que um preço elevado da biomassa seja compensado por um bom preço da electricidade, o que poderia eliminar a barreira.

Semelhantes a este são os casos de projectos que definem como uma barreira a falta de mão-de-obra especializada. Neste caso, a conclusão será diferente se existir uma falta total de mão-de-obra especializada no país, e não for uma opção recorrer a mão-de-obra estrangeira, ou se a mão-de-obra disponível na empresa não tiver conhecimentos suficientes para levar o projecto a bom termo, podendo este problema se ultrapassado com formação ou com a contratação de novo pessoal disponível, sem que se incorressem em riscos de fracasso na introdução da tecnologia. No primeiro caso, a barreira poderá de facto existir. Neste último, o impacto dessa situação terá que ser devidamente reflectido na análise do investimento do projecto e, consequentemente, não pode ser tida, apenas como tal, como uma barreira existente.

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As barreiras devem ser analisadas para a área geográfica relevante. Algumas indústrias são consideradas como globais e a existência de uma barreira (e.g. ser a primeira do seu tipo; barreiras tecnológicas) devem ser analisadas num contexto global e não à escala do país. Em outros casos, a análise ao nível do país ou mesmo ao nível regional poderá ser aceite como prova da existência de uma barreira.

Análise do Investimento23.

É comum descobrir que as análises de investimentos fornecidas à DOE não estão completas, não permitem a reprodução dos cálculos ou não divulgam todas as fontes de informação dos dados de base. Os promotores do projecto deverão fornecer à DOE:

• um ficheiro de uma folha de cálculos com os detalhes dos cálculos efectuados num formato reprodutível (as fórmulas utilizadas devem poder ser visualizadas e não apenas os resultados finais);

• justificação de todas as fontes de informação utilizadas para a análise de investimento, taxas de actualização, custos anuais e lucros anuais. Estas fontes de informação deviam ter estado disponíveis na altura da tomada de decisão e evidências deste facto devem ser fornecidas à DOE.

• justificação de que o período considerado para a análise, aplicação de taxas, métodos de depreciação/amortização e período considerado, valores residuais, estão em conformidade com os regulamentos aplicáveis.

• poupanças de custos devem ser incluídas na análise; este é o caso de projectos de alteração de combustível onde, por exemplo, a poupança do carvão não consumido deve ser incluída na análise; um projecto de geração de electricidade a partir de gás, em que a electricidade anteriormente era adquirida à rede, etc.

• cálculos de análise de sensibilidade.

O método de análise apropriado deve ser escolhido para cada projecto. No caso de uma análise contra um valor de referência (benchmark), é comum que a escolha do valor de referência por uma dada empresa seja problemático, uma vez que essa informação pode ser “sensível” para a maior parte das empresas e estas não estão disponíveis para a divulgarem publicamente. Se o valor de referência específico de uma empresa é aplicado, a empresa tem que demonstrar que utilizou esse valor de referência no passado para a avaliação de projectos semelhantes, em condições semelhantes. Estas evidências devem ser fornecidas à DOE e serão sempre consideradas informações públicas em conformidade com os Procedimentos e Modalidades do MDL. Como exemplo, um consórcio Europeu pode estabelecer procedimentos internos para investimentos em energias renováveis na América

23 De acordo com o relatório CE 38 são esperadas orientações do CE quanto à análise de investimento e a análise das práticas comuns. “O Comité acordou o adiamento da discussão relativa à “Ferramenta para a demonstração e avaliação da adicionalidade” de forma a permitir que tenha em conta o trabalho em curso relativo à análise das práticas comuns e as orientações quanto à análise de investimento”.

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Central. Estes procedimentos declaram que um WACC24 de 17% deve ser previsto para todos os investimentos. Se este valor de referência interno fizer parte da discussão da adicionalidade, a companhia terá que tornar público: 1) o procedimento interno; 2) evidências de todos os projectos avaliados no passado, incluindo localização, características do projecto, análise de investimento realizadas, decisões finais, etc.

O Comité Executivo forneceu orientações na sua 38ª reunião sobre como validar análises de investimento quando os participantes de projecto se baseiam em valores de estudos de viabilidade que são aprovados por autoridades nacionais. O proponente do projecto terá que demonstrar que:

i. o estudo de viabilidade constituiu a base da decisão de prosseguir com o investimento no projecto, i.e. que o período de tempo entre a finalização do estudo de viabilidade e a decisão de investimento é suficientemente curto para se poder aceitar como improvável, no contexto da actividade de projecto, que os valores de base do estudo se tenham alterado de forma significativa;

ii. os valores utilizados no PDD e anexos associados são absolutamente consistentes com o relatório do estudo de viabilidade e, quando existam diferenças entre os valores, que uma justificação apropriada seja dada.

A análise de sensibilidade é requerida para parâmetros críticos de forma a demonstrar que a conclusão relativa à atractividade financeira é robusta para variações razoáveis das premissas críticas. Muitos PDD não fornecem uma análise de sensibilidade completa:

- Alguns dos parâmetros críticos não são analisados. Por exemplo, para um projecto de geração a biomassa numa instalação em que a electricidade era anteriormente importada da rede, os parâmetros críticos deverão incluir: custo de investimento, custos de operação, horas de operação, preços da biomassa, preços da electricidade (tanto para venda como para consumo, uma vez que, se a electricidade for utilizada para consumo próprio, este último representa uma poupança de custos após a implementação do projecto), etc.

- É comum encontrar PDD em que apenas um intervalo ±x% é analisado (normalmente ±5% ou 10%). Tal levanta a questão de saber se o intervalo considerado representa uma “variação razoável” do parâmetro. É aconselhável complementar a análise com o cálculo da variação exigida ao parâmetro para que o indicador financeiro alcance o valor de referência seleccionado. Por exemplo, um projecto de uma barragem para produção de electricidade aplica um valor de referência da TIR e justifica que o valor de referência da TIR é de 10%. A análise de sensibilidade demonstra que a TIR do projecto é alcançada se o preço da electricidade aumentar 16% e o investimento diminuir 7%. O promotor do projecto deverá então explicar porque é que no futuro estas variações são improváveis de ocorrer. Tal deve ser consubstanciado com evidências.

24 Nota do tradutor: do inglês Weighted Average Cost of Capital o que poderá ser traduzido como Custo Médio Ponderado do Capital.

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Análise das práticas comuns

Boas práticas

É frequente ver PDD onde a análise das práticas comuns na actividade do projecto é feita a um nível regional ou nacional, sem que seja apresentada qualquer justificação para tal. Isto não é considerado correcto. A primeira decisão a ser tomada ao realizar uma análise das práticas comuns é quanto à região de referência a utilizar. A região deve ser tal que todos os projectos beneficiem de condições semelhantes e deve ser decidida tendo em conta o tipo de indústria/tecnologia. Para determinadas tecnologias, a região relevante para a avaliação das práticas comuns poderá ser local, enquanto para outras poderá ser global. Como exemplo, uma barragem para produção de electricidade na China poderá utilizar um nível Provincial para analisar projectos semelhantes, se as condições de todos os projectos na Província forem semelhantes (os regulamentos são estabelecidos ao nível Provincial, incluindo os preços da electricidade, todos alimentam a mesma rede, etc.). Para projectos na indústria cimenteira, uma escala global deve ser escolhida.

A análise das práticas comuns deve ser baseada em dados recentes, oficiais e de acesso público, disponíveis no momento da tomada de decisão de avançar com o projecto. Tal deverá ser devidamente referido no PDD. A análise das práticas comuns (passo 4) necessita de ser vista em conjugação com a análise de barreiras (passo 3). Como exemplo, se 60% das fábricas de açúcar de cana utilizarem biomassa para produção de electricidade e tal for, consequentemente, definido como uma prática comum, o projecto poderá ainda assim ser adicional desde que esse conjunto de 60% não tenha tido que ultrapassar as mesmas barreiras. É importante saber que outras actividades de projecto MDL não devem ser incluídas na análise da prática comum (i.e. nos 60%).

Problema 11: A informação sobre o cenário de referência é insuficientemente fundamentada por evidências e/ou com indicação deficiente das referências utilizadas

Mais de metade de todos os PDD submetidos não contêm evidências suficientes para a determinação do cenário de referência.

Algumas informações e dados são utilizados no PDD ou nos cálculos e não parecem ser de fontes relevantes ou de confiança. Dados são utilizados nos cálculos que não são dados reais, mas sim estimativas ou medidas de amostras.

Frequentemente, é também observado que existe uma diferença entre a realidade constatada no local face aos detalhes do projecto, tal como apresentados no PDD, o que poderá afectar a selecção do cenário de referência.

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Boas práticas:

• Consubstanciar todas as afirmações e premissas apresentadas no PDD com base em fontes de informação idóneas e reconhecidas.

• Discutir as fontes de informação e as premissas de uma forma transparente. Se os cálculos do cenário de referência utilizaram factores por defeito, eles deverão ser justificados.

• Deverá ser feita uma menção explícita quanto ao carácter conservativo das premissas e fontes de informação utilizadas.

Problema 12: Os principais riscos do cenário de referência ou da actividade de projecto não são identificados/descritos

Os riscos significativos para a viabilidade do cenário de referência durante o período de geração de créditos necessitam ser identificados.

Exemplos de riscos deste tipo:

• Relativamente à electricidade da rede, mais electricidade renovável é adicionada à rede do que o previsto em fase de validação.

• Alterações às leis e regulamentos, tais como novos regulamentos que requerem a captação de uma certa quantidade de gás de aterro para um projecto de captação e queima de gás de aterro. A importância deste facto irá depender da implementação prática da Decisão do CE MDL25 de que “Leis ou políticas nacionais e/ou sectoriais que concedam uma vantagem comparativa a tecnologias menos intensivas do ponto de vista de emissões, relativamente a tecnologias intensivas… e que tenham sido implementadas desde… 11 de Novembro de 2001, não devem ser tidas em conta no desenvolvimento do cenário de referência”.

• O projecto se tenha tornado prática comum.

• A tecnologia de referência se tenha tornado obsoleta mais rapidamente do que o esperado.

Deve-se ter cuidado de forma a não confundir os riscos do cenário de referência com os riscos do projecto.

Exemplos de riscos do projecto:

• A utilização da actividade de projecto não está assegurada para todo o período de geração de créditos, por exemplo, as licenças de operação são fornecidas com uma

25 http://cdm.unfccc.int/EB/Meetings/016/eb16repan3.pdf

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base renovável, a pequena atractividade do projecto impede o projecto de ocorrer ou a companhia que operava o projecto está falida.

• O tempo de operação da tecnologia do projecto é menor que o período de geração de créditos, por exemplo, uma caldeira num projecto de alteração do combustível.

• A não materialização das estimativas de produção de metano, num projecto de captação e queima de gás de aterro.

Boa prática é a identificação e avaliação dos riscos de uma forma completa e transparente no PDD.

Problema 13: Ausência de dados do cenário de referência

Estes problemas ocorrem sobretudo com projectos que começaram já a operar, mas em que o período de geração de créditos não pode começar antes de o projecto ser registado como uma actividade de projecto MDL. A razão principal para isto é a falta de clareza na precisão do equipamento de monitorização que estabelece a referência.

Nalguns casos é sugerido que o cenário de referência será “simulado” após a implementação do projecto. Tal levanta vários problemas:

• Como validar uma simulação que envolve várias variáveis de dados?

• Até que ponto é aceitável uma simulação?

• Até que ponto é lógico o cálculo das condições do cenário de referência a partir de uma simulação para a actividade de projecto? Até que ponto a simulação representa de forma precisa o cenário de referência?

• Qual a extensão do período de simulação de forma a constituir um conjunto de dados credível para a determinação do cenário de referência?

Problema 14: Falta de lógica e consistência no PDD

A informação prestada numa secção não é consistente com a informação prestada em outras secções.

Exemplos de inconsistências:

• Os argumentos que suportam a adicionalidade do projecto são inconsistentes, por exemplo no que respeita às tendências do sector energético do país.

• Os factores de emissão utilizados no cálculo do cenário de referência não são consistentes com os factores de emissão utilizados nos cálculos das emissões de projecto.

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• Fontes de GEE incluídos no cenário de referência são excluídas ou não consistentes com as fontes de GEE dos cálculos de emissões de projecto, sem que haja uma justificação apropriada.

• As referências ou ligações fornecidas não providenciam a informação relevante para justificar as premissas consideradas no PDD.

Boas práticas: Assegurar que os mesmos argumentos e premissas são utilizados em cada secção e entre cada uma das secções do PDD. Assegurar que todas as referências feitas suportam de forma correcta as afirmações feitas no PDD.

Problema 15: Falta de qualidade do PDD

Frequentemente o PDD recebido para validação tem muitos erros tipográficos, informação incorrecta ou utilização de formatos incorrectos ou ultrapassados, adoptadas versões incorrectas da metodologia, etc. Entre os erros mais comuns, destacam-se:

• Indicação incorrecta ou não indicação da versão da metodologia utilizada no PDD.

• Versão incorrecta do modelo de PDD.

• O Plano de Monitorização é copiado directamente da metodologia e não é específico do projecto.

• O ficheiro de cálculo, detalhado, das Reduções de Emissão não é fornecido durante o processo de validação.

• Uso de valores por defeito do IPCC quando valores locais estão disponíveis.

• Discussão insuficiente da tecnologia utilizada, detalhes do equipamento instalado como parte do projecto não incluídos no PDD.

• Discussão demasiado genérica das barreiras relativas às práticas comuns. Não apresentação de qualquer inquérito ou estudo sobre a prática comum que consubstancie as afirmações realizadas.

• Inconsistência nos conjuntos de dados utilizados nos cálculos e apresentados no PDD.

Boas práticas: Assegurar que o modelo correcto de PDD é utilizado e que cada secção inclui a informação de acordo com o requerido pelo documento de orientação para preenchimento do formulário dos Documentos de Concepção de Projecto. De igual modo, o Plano de Monitorização não só deverá cumprir com os requisitos da metodologia, como deverá ser concebido de acordo com os requisitos específicos do projecto.

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Problema 16: Informações no PDD que não se verificam na situação real do local de projecto

Em determinados casos concretos, foi observado durante visitas ao local do projecto que informação disponibilizada no PDD, relativamente à implementação da actividade de projecto, não estava de acordo com a realidade do local. Exemplos:

• O cenário de referência estabelecido no PDD não pode ser comprovado no local ou os números finais verificam-se diferentes. Tal é especialmente crítico quando o cenário de referência é baseado em dados históricos de desempenho da instalação.

• As características do local do projecto são diferentes das descritas no PDD. Como é o caso de um projecto de utilização de gás residual que afirmava no PDD que era impossível a venda do gás residual a outras indústrias dada a localização do projecto. Aquando da visita ao local, foi possível verificar que a instalação se encontrava localizada num complexo industrial, com a presença de uma fábrica de cimento e de uma indústria química, relativamente perto do local de implantação do projecto. O gás residual não ia ser utilizado pelas outras indústrias porque elas tinham o seu próprio fornecedor e não era atractivo no contexto do projecto, mas o fundamento era diferente do avançado no PDD.

• O projecto envolve algo diferente do mencionado no PDD, por exemplo, o projecto instalou uma caldeira de leito fluidizado no local, enquanto o PDD descreve uma caldeira de grelhas móveis. Um PDD de um projecto hidroeléctrico afirmava que a monitorização da electricidade fornecida à rede seria feita na subestação por verificação directa do produtor. Durante a visita ao local, foi possível constatar que o produtor de electricidade nunca tinha tido acesso ao contador que media a energia fornecida à rede e que não seria possível à empresa gestora da rede permitir o acesso futuro ao contador de forma a permitir a verificação dos valores.

• Os medidores necessários à monitorização são referidos no PDD, mas não existem quaisquer medidores instalados no local ou a tecnologia utilizada é tal que não permite a instalação dos equipamentos propostos.

• São referidos procedimentos de controlo da qualidade, mas na prática esses procedimentos não são seguidos.

• O PDD refere procedimentos para formação, mas na prática essa formação nunca foi realizada.

Estes exemplos põem em causa a credibilidade da informação prestada no PDD e podem, mais tarde, conduzir a problemas durante o processo de verificação dos CER gerados.

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Problema 17: As fronteiras do projecto não estão definidas claramente

A descrição das fronteiras do projecto nem sempre é uma tarefa simples. Por vezes a identificação de todas as emissões directas e indirectas, do projecto ou exteriores ao projecto, não são claramente identificadas ou estimadas, ou mesmo excluídas, sem qualquer justificação.

Tipicamente, estas omissões referem-se a emissões associadas ao combustível utilizado em actividades de transporte e a emissões fugitivas directamente associadas ao projecto. Outros exemplos de omissões são o das emissões decorrentes da captura e queima de gás em flare, conforme requerido pela metodologia ACM001, e o da exclusão de alguns GEE decorrentes de actividades de combustão, como por exemplo o N2O, que deveriam ter sido considerados. A omissão de fontes não-materiais26 é frequentemente justificada de modo pouco claro.

Sobre fugas de carbono27:

As fugas de carbono são definidas como emissões indirectas induzidas fora das fronteiras de realização do projecto e que não são incluídas, como seria suposto, nas emissões do projecto. Referem-se alguns exemplos de fugas de carbono que podem ocorrer frequentemente e que não são suficientemente tidas em conta pelos promotores de projecto:

1. Projectos de biomassa:

Para as actividades que utilizam biomassa, as fugas a considerar incluem os efeitos potenciais sobre a disponibilidade de biomassa para outros utilizadores. Se a razão entre o excedente da oferta de biomassa e a respectiva procura for inferior à razão de 2:1, a procura de biomassa pelo projecto poderá resultar em falta temporária ou permanente de biomassa para outros utilizadores convencionais, forçando-os a recorrer a combustíveis alternativos. O Plano de Monitorização deve, portanto, ter provisões para monitorizar os eventuais impactos sobre os utilizadores convencionais de biomassa, para que seja sempre assegurado um excedente sustentável de oferta de biomassa.

Para projectos que utilizam biomassa de fontes localizadas fora das fronteiras de projecto, as emissões decorrentes do transporte em camiões, sua capacidade e número de viagens, devem ser declaradas de forma clara.

26 http://cdm.unfccc.int/Reference/Documents/Guidel_Pdd_most_recent/English/ Guidelines_CDMPDD_NM.pdf

27 Carbon Leakage, na expressão em Inglês

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Para projectos de biomassa que considerem estar a evitar emissões de CH4 relativa a biomassa que ficaria simplesmente a degradar-se em aterro, deve ser fornecida informação sobre os diferentes tipos e quantidades de biomassa relevante. Se existir falta de biomassa na região, é provável que aquela biomassa fosse efectivamente utilizada, e não depositada em aterros onde se acabaria por degradar. Nestes casos, não será possível reclamar qualquer redução de emissões, justificada pela emissão evitada de metano decorrente da degradação da biomassa. Projectos de biomassa em que a deposição e degradação de resíduos a céu aberto constituem o cenário de referência e em que são assumidas emissões nulas no cenário de projecto, são outro dos exemplos. Neste caso, as condições de armazenamento da biomassa, bem como a sua duração, necessitam de ser monitorizadas, de forma a assegurar que não ocorre libertação de metano antes de a biomassa ser queimada.

Fugas de carbono negativas também poderão ocorrer. Por exemplo, se um projecto localizado numa zona remota introduzir uma substituição de gasóleo por uma fonte de energia renovável, tal iria eliminar as emissões decorrentes do transporte de gasóleo para o local do projecto, reduzindo portanto as suas emissões indirectas.

Ainda que um projecto seja de pequena-escala, as fugas de carbono necessitam de ser consideradas no PDD, nomeadamente para projectos de biomassa.

2. Projectos de co-geração utilizando bagaços como combustível:

Para projectos deste tipo que utilizam bagaços de fábricas de açúcar como combustível, a única ocorrência potencial de fugas de carbono pode ter origem em projectos que já utilizassem estes subprodutos, previamente à implementação do projecto. Sem o fornecimento dos bagaços, estas organizações poderiam ter que recorrer a combustíveis fósseis.

3. Projectos de aterros:

Devem ser consideradas como fugas as emissões devidas ao uso de electricidade da rede para manter em funcionamento o sistema de captação, na ausência de geração de electricidade.

Boa prática é incluir no PDD uma representação gráfica das fronteiras físicas do projecto e da fronteira do sistema, acompanhada de uma tabela definindo todas as componentes de GEE que sejam materiais. As metodologias aprovadas devem ser seguidas pormenorizadamente de forma a garantir que todas as fontes directas e indirectas, no local e fora do local, são incluídas conforme exigido.

Para um exemplo de uma fronteira de projecto, ver a Caixa 1.

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Transporte Transporte

Caixa 1: Exemplo de uma fronteira de projecto para um projecto de gás de aterro

Emissões fugitivas

Recolha de resíduos, gestão de

resíduos Aterro

Emissões difusas

Electricidade para a rede

Utilização no local da electricidade

produzida no local

Flaring Captação do gás de aterro

Produção de gás de aterro

Geração de electricidade

Projecto de aterro

Utilizador final

Produção de resíduos

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Problema 18: Data de começo do Projecto ou do início do período de geração de créditos não é clara

A experiência demonstra que muitos projectos:

• não apresentam provas da data de arranque da actividade de projecto ou a data de arranque escolhida não está correcta;

• têm várias parcelas do projecto a serem contratadas (para construção) em datas diferentes;

• falham na demonstração de que os incentivos MDL foram devidamente tidos em conta antes da decisão final de avançar com a actividade de projecto;

• seleccionaram um período de geração de créditos do projecto anterior à sua data de registo.

Emissões Cenário de projecto Cenário de referência

Directas dentro da fronteira projecto

Emissões associadas com emissões difusas do gás de aterro. Uma eficiência de captação de 50-60% é normal em aterros abertos.

Libertação não controlada de gás de aterro

Directas fora da fronteira do projecto

Transporte de equipamento até ao local de projecto – excluído Uso da electricidade gerada a partir do gás de aterro, reduzindo emissões de CO2 pela electricidade da rede. Emissões de projecto pela combustão do gás residual.

Nenhuma identificada Emissões associadas com o uso da electricidade da rede – no sentido de ter abordagem conservadora as reduções de emissão que resultem do não consumo de electricidade carbono intensiva não são incluídas no projecto para fins do cálculo do volume de CERs

Indirectas dentro da fronteira do projecto

Emissões do uso da electricidade para iluminação e ventilação nas instalações – excluído, uma vez que é neutral do ponto de vista do carbono Emissões da construção do projecto – excluído uma vez que teriam ocorrido na mesma se um projecto alternativo tivesse sido construído

Nenhuma identificada

Indirectas fora da fronteira do projecto

Transporte de resíduos até ao local do aterro – excluído

Transporte de resíduos até ao aterro – excluído

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i) Data de começo da actividade de projecto

Conforme o Glossário de Termos MDL28 a data de arranque de uma actividade de projecto MDL é a data que ocorrer mais cedo, entre a do início da implementação, ou a do início da construção, ou a do começo real da actividade de projecto.

Boas práticas:

A definição29 do termo “implementação” não é clara e pode estar sujeita a diferentes interpretações. Este termo pode ser interpretado como a data a partir da qual a decisão de avançar com a actividade de projecto se torna irreversível. Quanto mais cedo no processo de decisão for definida essa data, mais baixo será o risco de esta vir a ser questionada como a data da decisão final ou se a decisão de investimento tenha acontecido realmente antes daquela data. Claro que a selecção da data de começo deverá ser analisada num cenário específico do projecto, mas exemplos válidos do arranque de uma actividade de projecto poderiam ser a data de obtenção da licença de laboração por parte das autoridades relevantes, a data em que o banco acordou em financiar a operação, etc. Seguindo esta lógica, se o projecto requerer construção, não é correcta a selecção da data do comissionamento da obra como a data de começo do projecto.

A definição da data de início de um projecto é de especial relevância uma vez que tem um impacto directo na qualificação da sua adicionalidade:

• Todas as evidências apresentadas para demonstrar a adicionalidade (sejam os dados de base para a análise de investimento e/ou as evidências para demonstrar como as barreiras identificadas têm impacto no projecto) têm de ser avaliados na altura da decisão final de avançar com o projecto. Por exemplo, uma central hidroeléctrica assegurou a licença para produzir energia em Novembro de 2007 e tal permitiu que o projecto prosseguisse30 e a companhia tomou a decisão final de investimento no projecto. O promotor do projecto incluiu este projecto no portfolio de um fundo nacional de carbono MDL em Julho de 2007. O dono do projecto acordou com os termos de um Contrato de Aquisição de Electricidade31 com a empresa gestora da rede em Dezembro de 2007, pouco depois de o projecto ter obtido a licença de produção. Neste exemplo, o preço de electricidade acordado no PPA não pode ser utilizado na análise da Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) do projecto para demonstrar a adicionalidade uma vez que a decisão final de avançar com o projecto em Novembro de 2007 foi tomada sem esta informação.

28 http://cdm.unfccc.int/Reference/Guidclarif/glos_CDM_v03.pdf 29 São aguardadas mais orientações pelo CE na altura desta publicação a respeito da definição deste termo pelo que, consequentemente, esta explicação deve ser entendida como uma interpretação antes de essa orientação ter sido dada. 30 Gostaríamos de reiterar que a aceitação desta data como data de começo do projecto tem que ser analisada caso a caso pela DOE, com base no projecto específico. 31 Power Purchase Agreement (PPA)

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• Se existir uma diferença significativa entre a data de início da actividade de projecto e o começo da validação, a DOE irá questionar como foi possível ao participante de projecto avançar com o projecto antes de obter uma opinião de validação positiva.

ii) Diferentes partes do projecto com diferentes datas de comissionamento

Se diferentes partes do projecto ficarem operacionais em momentos diferentes no tempo, tal deve ser claramente mencionado. Tal é relevante, por exemplo, para um PDD que contem quarto parques eólicos com diferentes datas de comissionamento. Neste caso, todas as datas de comissionamento devem ser claramente definidas. Quanto ao período de geração de créditos, ele poderá começar a qualquer altura desde o comissionamento do primeiro parque ao comissionamento do último. Cabe ao promotor do projecto avaliar o impacto que tal opção poderá ter em termos de geração de CER.

Boas práticas:

O comissionamento do projecto em diferentes datas deve ser reflectido na estimativa de redução de emissões para os diferentes anos do período de geração de créditos. Por exemplo, para um PDD que contenha 4 parques eólicos com diferentes datas de comissionamento, se o período de geração de créditos começar com o comissionamento do primeiro parque, a estimativa de redução de emissões não pode ser linear durante todo o período de geração de créditos. Este poderá parecer um comentário óbvio, mas é a causa de vários pedidos de acções correctivas em projectos em validação.

iii) Benefícios do MDL no processo de decisão

De acordo com as “Guidelines for Completing the Project Design Document”32, secção B.5, “Se a data de começo da actividade de projecto for anterior à data de validação, deverão ser fornecidas evidências de que o benefício do MDL foi seriamente considerado no processo de decisão sobre a viabilidade de projecto. Esta evidência deve ser baseada em documentação (preferencialmente oficial, legal e/ou empresarial) que estava disponível à data de começo da actividade de projecto, ou anteriormente a esta data”.

Boas práticas:

A data de começo da validação é interpretada aqui como sendo a data de publicação do PDD pela DOE para o comentário de partes interessadas. A demonstração de o promotor de projecto estava consciente da existência de um mecanismo MDL e de que a consideração dos benefícios do MDL foram essenciais para a sua decisão de avançar com a actividade de projecto deve ser formalizada na secção B.5 do PDD e, se exigido pela DOE, ser fornecida prova documental destes factos.

32 Versão 06.2

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Tendo em conta os três pontos acima referidos, o promotor do projecto deverá incluir no PDD:

- a descrição de como e quando a decisão de prosseguir com a actividade de projecto foi tomada. Esta data deve ser consistente com outras evidências disponíveis (e.g. datas de construção, ordens de compra de equipamentos) e deve ser demonstrado que a pessoa/entidade que tomou a decisão relativa ao projecto tinha autoridade para o fazer. Evidências apropriadas devem ser submetidas à DOE;

- a descrição de como o MDL foi considerado por esta pessoa/organização ao tomar a decisão. Evidências apropriadas devem ser submetidas à DOE.

Data de começo do período de geração de créditos

Boas práticas: Em conformidade com as Modalidades e Procedimentos do MDL, o período de geração de créditos não poderá ter início antes da data de registo do projecto. Simultaneamente, a data em que o projecto MDL venha a obter o registo não é conhecida no momento da redacção do PDD ou do começo do processo de validação. Como regra geral, a data do início do período de geração de créditos deverá ser, no mínimo, três meses após a data esperada para a submissão do projecto para registo, no caso de projectos de grande-escala, e de dois meses, no caso de projectos de pequena-escala.

Problema 19: Informação insuficiente sobre os métodos de medição e fontes de informação na descrição dos dados/parâmetros no Plano de Monitorização

Existe uma tendência para copiar o Plano de Monitorização da metodologia aprovada para o PDD sem o cuidado de o adequar ao projecto. Frequentemente a justificação para tal é de que o projecto se encontra ainda numa fase inicial de concepção, pelo que não é possível nesse momento especificar as características do plano de monitorização. Mesmo quando este argumento pode ser em parte aceitável, valerá a pena definir as especificações dos equipamentos de monitorização e detalhar as práticas de monitorização a instituir, incluindo os procedimentos de garantia e controlo de qualidade em conformidade com as práticas definidas na ISO 9000, pelo menos. Não o fazer, aumenta o risco de ocorrência de falhas na fase de implementação do projecto, o que pode ter um impacte directo no quantitativo da redução certificada de emissões. Adicionalmente, o relatório 23 do CE refere que “o CE acordou que os níveis específicos de incerteza, métodos e níveis de precisão associados aos instrumentos de medição e procedimentos de calibração a serem utilizados para vários parâmetros e variáveis devem ser identificados no PDD, conjuntamente com procedimentos detalhados de garantia e controlo da qualidade. Adicionalmente, os procedimentos definidos deverão obedecer aos requisitos de normas nacionais ou internacionais”.

Na maior parte dos casos, é possível observar que os promotores do projecto, ou o respectivo operador, não estão conscientes dos requisitos do Plano de Monitorização ou, se

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conscientes, não estão equipados para atender a estes requisitos. Por exemplo, a análise dos combustíveis fósseis consumidos na instalação em cada ciclo de aquisição.

Por vezes o promotor do projecto está consciente das incertezas futuras associadas a dados externos, requeridos para o projecto, mas não são tomadas medidas específicas com vista a lidar com esta questão. Tal levanta um problema posteriormente à implementação do projecto, quando a geração de CER tiver de ser verificada. Foi também observado que os sistemas de gestão para o registo, arquivo e revisão de dados, conforme requerido no PDD, não estão implementados, pelos que os erros surgem facilmente durante a verificação.

Outro problema é quando os operadores do projecto instalam equipamento de monitorização que não é adequado e, posteriormente, falham na verificação de que o mesmo está a trabalhar efectivamente, ou de que os dados são razoáveis. Um exemplo é o de uma companhia que instalou um caudalímetro de dispersão térmica a jusante da válvula reguladora do gás no aterro e, posteriormente, veio a descobrir que o medidor não era fiável uma vez que quer o teor de humidade, quer o intervalo de temperaturas, variavam significativamente. Como não verificaram os dados durante todo o ano, só descobriram que não tinham dados válidos no final do ano. É ainda possível constatar que os promotores do projecto não preenchem de forma clara a informação relativa a fontes de informação nos campos “dados/parâmetros”, “frequência de registo” e “métodos de medição utilizados”. Tal leva, invariavelmente, a dificuldades na altura da verificação.

Boas práticas:

• Declarar de forma clara a fonte dos dados.

• Declarar de forma clara os métodos de medição.

• Declarar de forma clara a frequência de registo dos dados, sem qualquer ambiguidade.

Problema 20: Desvios à metodologia de verificação insuficientemente justificados

Todos os desvios à metodologia de monitorização devem ser detalhadamente justificados e a DOE deverá solicitar a orientação do CE relativamente à aceitação dessas justificações, previamente à submissão do projecto para registo33. Um pedido de desvio à metodologia é adequado para situações onde uma alteração dos procedimentos para estimar as emissões, ou dos procedimentos de monitorização, é requerida devido a uma alteração nas condições, circunstâncias ou natureza de uma actividade de projecto registada. O desvio deve ser

33 Ver Clarification for project participants on when to request a revision, clarification to an approved methodology or deviation (Version 02). http://cdm.unfccc.int/Reference/Guidclarif/index.html

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específico do projecto e não se deve desviar de tal modo da metodologia, que seja necessária revê-la.

Boas práticas:

Identificar claramente o desvio no PDD e discuti-lo com a DOE que realiza a validação no começo do processo de validação. Isto poupará tempo se compararmos com o facto de a DOE poder não ter em conta esse facto e ser depois o validador a ter que concluir que um pedido de desvio/revisão é necessário. Tal pode levar a perder meses no processo de validação.

Um desvio comum é a omissão, no plano de monitorização, daquelas variáveis não aplicáveis ao projecto, sem providenciar qualquer justificação. É esse o caso dos parâmetros ETLFG e εgen,BL em projectos de gás de aterro com apenas a componente de flaring, aplicando a metodologia ACM001. Por vezes a frequência e proporção de dados que irão ser monitorizados não são especificadas ou não estão em conformidade com a metodologia aprovada. Por exemplo, a metodologia ACM001 (versão 08) requer a monitorização da “fracção de metano no gás de aterro (wCH4,y) por um analisador contínuo ou, em alternativa, por medições periódicas, com um intervalo de confiança de 95%, utilizando analisadores de gás calibrados e tomando um número estatisticamente significativo de amostras (…)”.O PDD deve indicar qual das duas opções foi escolhida e, em caso de ser a medição periódica, como é que o número estatisticamente significativo de amostras vai ser estimado.

Problema 21: Procedimentos de monitorização e gestão do projecto não definidos

Os procedimentos detalhados de monitorização e de gestão do projecto necessitam de estar implementados e efectivamente cumpridos, o mais tardar, logo a seguir ao começo do período de geração de créditos. A razão para tal é assegurar a subsequente verificabilidade da redução de emissões gerada. Se estes procedimentos não forem adequados para o projecto ou não estiverem completamente operacionalizados, a DOE que efectua a verificação poderá não conseguir estabelecer as evidências de que as reduções de emissões ocorreram de facto. A consequência será uma reduzida quantidade de CER gerada. Tal não significa, contudo, que verificar a adequação e completude destes procedimentos não seja uma parte do processo de validação. Conforme já mencionado, o CE nas conclusões da sua 23ª reunião concluiu que procedimentos detalhados de garantia e controlo de qualidade devem ser incluídos no PDD e verificados pela DOE na fase de validação. A DOE de validação terá que concluir sobre a capacidade dos participantes de projecto para implementar o plano de monitorização no contexto da actividade de projecto.

Boas práticas:

Efectuar um relato detalhado de todos os seguintes aspectos:

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• Quem possui autoridade e responsabilidade em termos da gestão do projecto;

• Quem possui autoridade e responsabilidade para o registo, monitorização, medição e comunicação de dados;

• Procedimentos para formação do pessoal;

• Procedimentos de resposta em situação de emergência, para casos em que estas situações podem causar emissões não intencionais;

• Procedimentos para a calibração do equipamento de monitorização;

• Procedimentos para a manutenção do equipamento de monitorização e das instalações;

• Procedimentos para a monitorização, medição e comunicação;

• Procedimentos para o manuseamento do dia-a-dia de registos (incluindo que registos guardar, local em que são armazenados e como processar documentação de desempenho);

• Procedimentos para a revisão interna dos dados/resultados reportados, incluindo um sistema para acções preventivas, caso necessário, de forma a garantir uma monitorização e comunicação futura de maior precisão.

O nível de detalhe necessário para a monitorização e gestão de projecto é específico do projecto e depende da tecnologia do mesmo. Por exemplo, um parque eólico não necessita de procedimentos de emergência porque não há factores que possam levar à emissão não intencional de GEE. No caso da produção de biogás, contudo, este assunto já é da maior importância. Os procedimentos devem, tanto quanto possível, basear-se em procedimentos existentes de gestão e operação do projecto.

Problema 22: Desvios aos cálculos constantes na metodologia não suficientemente justificados ou aplicação incorrecta de fórmulas

Frequentemente o PDD contém fórmulas, valores ou unidades incorrectas face ao aprovado na metodologia ou contém desvios à metodologia e a DOE não foi antecipadamente informada desse facto.

Exemplos de PDD:

• Projectos de gestão de estrumes animais: se os projectos envolvem estrumes animais, por vezes o desvio aos factores de emissão estabelecidos por defeito não são justificados ou avaliados de forma conservativa.

• Valores por defeito, em geral: não fica claro se são utilizados valores por defeito ou um valor específico para o projecto; por exemplo, um valor para a percentagem de metano no biogás é referida como tendo sida obtida por medição (i.e. um valor

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específico do projecto), enquanto na realidade se trata de um valor por defeito de uma fonte que nem sequer é fornecida no PDD. Em casos em que valores específicos para o país estão disponíveis, a justificação para a utilização de valores por defeito do IPCC por vezes não é apresentada adequadamente.

• Factores de eficiência: os factores de eficiência utilizados não são conservativos ou não são suportados de forma suficiente por evidências tais como:

Eficiência térmica de caldeiras em projectos de eficiência energética; Factores de carga em projectos hidroeléctricos; Eficiência de captura de metano em aterros.

Boas práticas:

• Seguir a metodologia de forma tão estrita quanto possível.

• Assegurar que são utilizadas as equações correctas da metodologia e que estas são aplicadas, em conformidade, ao caso específico do projecto.

• Providenciar aplicações concretas e detalhadas das equações numa folha de cálculo, incluindo as fórmulas aplicadas para que se possa verificar os cálculos. Qualquer desvio à metodologia deve ser comunicado à DOE no começo do processo de validação. Como já foi referido no “Problema 20: Desvios à metodologia de monitorização insuficientemente justificados”, quaisquer desvios à metodologia devem ser devidamente justificados e a DOE deverá procurar orientações do CE sobre a aceitação desses desvios antes de submeter o projecto para registo.34. Um pedido de desvio é adequado para situações em que é necessária uma alteração dos procedimentos para a estimativa das emissões ou dos procedimentos de monitorização, devido a uma alteração das condições, circunstâncias ou natureza de uma actividade de projecto registada. O desvio será específico do projecto e não será um desvio tal que seja necessário efectuar uma revisão à metodologia.

• Uma justificação minuciosa de qualquer desvio ao requisitos da metodologia deve ser baseada em:

Atitude conservativa;

Disponibilidade de dados/informação;

Carácter completo da informação;

Aplicabilidade dos cálculos.

34 Ver Clarification for project participants on when to request a revision, clarification to an approved methodology or deviation (Version 02). http://cdm.unfccc.int/Reference/Guidclarif/index.html

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Caixa 2: Que esforço de monitorização é suficiente?

No que respeita ao cálculo de emissões, estas podem ser divididas, de forma geral, em duas categorias:

Tipo 1: Cálculos de emissões que serão monitorizados e recalculados posteriormente (ex-post), isto é, após a redução de emissões ter efectivamente ocorrido e, como tal, serão verificados durante a verificação periódica.

Tipo 2: Cálculos de emissões que são determinados previamente (ex-ante), isto é antes da redução de emissões ter efectivamente ocorrido, e que permanecem fixos durante o período de geração de créditos do projecto. Consequentemente, estes cálculos serão verificados durante a validação.

Para o tipo 1., o PDD apenas contem uma estimativa que não será a base para a determinação dos CER (uma vez que estes serão recalculados posteriormente). Os dados e pressupostos de base deverão ser razoáveis, conservativos e realistas. Uma preocupação chave é se os dados relevantes estão disponíveis e se podem ser monitorizados posteriormente (por exemplo, estão os dados de produção de electricidade para a rede disponíveis, numa base anual?)

Exemplo: Em projectos de captura de gás de aterro as emissões do cenário de referência são estimadas “ex-ante”, e.g. através da utilização de modelos de Decaimento de Primeira Ordem do IPCC ou da US EPA. Na aplicação destes modelos é importante fornecer dados suficientes (por exemplo, condições climáticas regionais, teor de carbono dos resíduos e potencial de geração de metano, composição dos resíduos, etc.) de forma a permitir a avaliação sobre se os resultados do modelo podem ser considerados realistas e conservativos. O metano efectivamente capturado e as reduções de emissão efectivamente conseguidas serão monitorizados posteriormente.

No que respeita a dados que são determinados “ex-ante” e que serão constantes durante o período de geração de créditos (tipo 2), a correcção das fontes de origem dos dados e cálculos efectuados ganham uma importância crítica, uma vez que constituirão a base para o valor final de CER e não serão actualizados posteriormente.

Por exemplo, para a determinação “ex-ante” do factor de emissão da rede (o qual é determinado com base em dados históricos e constante para o período de geração de créditos) a fonte de origem dos dados sobre a produção de electricidade por unidade produtora, consumo de combustíveis, teor de carbono dos combustíveis, etc., necessita de estar correcta. Adicionalmente, todos os dados devem ser obtidos de uma fonte idónea e reconhecida (e.g. operador da rede, Ministério da Energia, etc.). É também crítica a utilização dos dados mais actuais (i.e. os dados que estavam disponíveis aquando da submissão do PDD para validação). É também crítico que o factor de emissão da rede seja calculado de acordo com a metodologia do cenário de referência relevante (e.g. de que a margem construída reflecte as maiores instalações em MWh dos 20% de potência de produção adicionada mais recentemente, ou as 5 instalações mais recentes para o tipo I.D, parágrafo 7a.).

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Problema 23: Cumprimento dos requisitos legais locais não suficientemente demonstrado

Por vezes não fica claro se os impactes ambientais do projecto foram formalmente avaliados e geridos de acordo com o requerido pelas leis do país anfitrião. Normalmente os impactes ambientais não são muito severos para projectos tecnológicos MDL. Como exemplo, uma AIA é necessária ao abrigo da lei na maior parte dos países aquando da realização de um aterro sanitário de resíduos, mas a construção e a operação de um sistema de captura e queima do gás de aterro, normalmente, não necessita de AIA. É também exigido pelas DNAs de alguns países (e.g. Filipinas35) que os indicadores de sustentabilidade sejam monitorizados periodicamente.

Boas práticas:

• Declare quais são os requisitos legais do país anfitrião.

• Declare o grau de cumprimento do projecto com esses requisitos legais.

• Declare os impactes ambientais do projecto.

• Declare as medidas de mitigação a serem tomadas pelo projecto. O cumprimento dos requisitos legais pelo projecto necessita de ser evidenciado à DOE por documentação como, por exemplo, licenças de construção e operação, licenças ambientais e, nalguns casos, a Avaliação de Impacte Ambiental.

• Inclua a monitorização de indicadores de sustentabilidade como parte do plano de monitorização, se tal for requerido.

Problema 24: Informação insuficiente sobre o processo de consulta pública local

Por vezes não é claro se a consulta pública das partes interessadas de nível local foi realizada de acordo com os requisitos do país anfitrião e se todas as partes interessadas relevantes foram contactadas.

Boas práticas:

• Declare quais são os requisitos legais relevantes, se existentes, no país anfitrião, no que respeita à definição das entidades a contactar e por que meios (e.g. carta, publicação em jornais, reuniões);

• Declare como o projecto cumpre com esses requisitos;

35 Tal poderá vir a ser alterado.

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• Providencie uma lista de todas as partes interessadas contactadas e justifique porque essas partes eram entidades relevantes;

• Inclua um sumário dos comentários pelas partes interessadas e um sumário sobre como esses comentários foram tidos em conta no projecto. A informação de contacto das partes interessadas deve ser fornecida à DOE para que uma amostra possa ser contactada pela DOE para verificação.

• Tenha pelo menos uma reunião com um grupo alargado de partes interessadas e convide a DNA a estar presente nessas reuniões.

Problema 25: Demoras no processo de validação

Este é um problema comum, especialmente depois das conclusões preliminares de validação terem sido enviadas ao promotor do projecto e se aguarda resposta a essas conclusões. Algumas vezes o PDD necessita de ser revisto, ou são necessários documentos adicionais, de forma a completar a validação. Muitas vezes, o promotor toma um período de tempo longo para avaliar os assuntos e poder responder à entidade de validação com a documentação revista.

Outras vezes, o promotor do projecto acredita que uma vez dada uma resposta à DOE sobre as questões levantadas nas conclusões preliminares de validação, o relatório final de validação pode ser imediatamente emitido. Isto não ocorre sempre, uma vez que, por vezes, a resposta dada pode não ser satisfatória e informação adicional pode ainda ser requerida. Adicionalmente, as regras do MDL e a sua interpretação estão em constante mudança e pode acontecer que modificações adicionais sejam requeridas após os pedidos iniciais já terem sido respondidos.

Boas práticas:

Estes atrasos desnecessários podem ser consideravelmente reduzidos se toda a documentação adicional, tal como folhas de cálculo da parte financeira, cálculos das reduções de emissão e evidências (licenciamentos, processos de consulta pública, etc) forem fornecidos com o PDD, logo desde o começo do processo de validação.

Problema 26: Informação insuficiente sobre a localização física que permita a identificação inequívoca da actividade de projecto

Por vezes, apenas um mapa mostrando a localização física do projecto é apresentado sem qualquer detalhe adicional sobre a localização do projecto.

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Boas práticas:

• Apresente a latitude e longitude do local do projecto;

• Apresente a morada exacta do local de projecto.

• Apresente ainda a proximidade a algumas referências geográficas, se existentes.

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PARTE 2: VERIFICAÇÃO

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O Processo de Verificação

A Verificação por uma Entidade Operacional Designada (DOE) é a revisão periódica e independente e a determinação ex post da redução de emissões monitorizada durante o período em verificação, que ocorreram como resultado de uma actividade de projecto MDL.

O registo do projecto MDL após a validação por uma DOE não deve ser visto como a finalização de um projecto MDL. De facto, ao longo do tempo, terá que ser demonstrado que a redução de emissões, estimada e reclamada no PDD, foi efectivamente alcançada após o começo do período de geração de créditos. Se o projecto não foi implementado conforme estava definido no PDD ou as emissões não forem correctamente monitorizadas, todo o processo de desenvolvimento de um projecto MDL pode ser desperdiçado, e o número de CER gerado muito inferior ao inicialmente estimado, ou até inexistente.

Esta secção descreve o processo de verificação e os principais problemas que os promotores do projecto enfrentam após o registo do projecto MDL. Tem como objectivo ajudar aqueles que implementam um projecto MDL após o registo no CE a:

• Compreender os aspectos chave aquando da implementação do projecto, de acordo com o Documento de Concepção do Projecto MDL registado.

• Identificar a informação a ser incluída no relatório de monitorização.

• Compreender melhor o processo de verificação.

Os principais actores numa actividade de verificação são os proponentes do projecto e/ou a entidade de projecto, o verificador (a DOE) e o CE do MDL. As relações entre cada um destes actores podem ser visualizadas em baixo:

Verificador Proponente do projecto

Entidade de projecto

Comité Executivo do MDL/ Comité Supervisor da

Implementação Conjunta

As linhas a cheio indicam relações contratuais. As linhas a tracejado indicam possíveis canais de comunicação durante a validação.

Nota: Outras relações são possíveis.

Partes contratantes da Verificação

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A verificação envolve essencialmente a revisão e confirmação do projecto, ou do seu desempenho operacional, nos termos da descrição constante no Plano de Monitorização ou de protocolos de comunicação. Por outras palavras, é a confirmação de que foi alcançada uma redução de emissões real, mensurável e de longo termo, por exame de evidências objectivas e de acordo com critérios pré-determinados. Consequentemente, os objectivos da verificação são:

• Verificar que os procedimentos e sistemas de monitorização realmente implementados estão em conformidade com os procedimentos previstos no Plano de Monitorização;

• Avaliar a redução de emissões de GEE e expressar uma opinião com um grau elevado, mas não absoluto, de certeza, sobre se os dados relativos à redução de emissões de GEE reportada estão isentos de incorrecções materiais, e se os dados reportados sobre a emissão de GEE estão suficientemente suportados por evidências, i.e. registos da monitorização.

• A fiabilidade e relevância das emissões reportadas (e respectiva redução calculada), relativamente a precisão, completude e consistência da informação.

O promotor do projecto deverá enviar à DOE os seguintes documentos:

• Relatório de monitorização.

• PDD registado incluindo o Plano de Monitorização.

• Relatório final de validação registado.

• Registos da monitorização (emissões de projecto, emissões do cenário de referência e fugas de carbono, conforme aplicável).

• Folhas de cálculo com a redução de emissões de GEE num formato reprodutível (i.e. indicando as fórmulas utilizadas e não apenas os valores finais) e indicando a fonte para cada um dos dados de entrada.

A maior parte das DOE, na sua missão de verificação, segue uma abordagem baseada na análise de risco. A partir dos dados fornecidos e do conhecimento da actividade de projecto, são identificados os principais riscos na comunicação de informações e é avaliado até que ponto os sistemas de controlo do operador de projecto são adequados para a mitigação destes riscos. Os principais riscos na comunicação de informação que não forem abordados de forma satisfatória pelo sistema de controlo do operador do projecto representam riscos residuais onde é necessário uma auditoria detalhada.

Verificação inicial e verificação periódica

A metodologia de verificação desenvolvida pela maior parte das DOEs faz a diferenciação entre verificação inicial e periódica:

• Verificação inicial: O objectivo de uma verificação inicial é a de confirmar que o projecto está a ser implementado conforme planeado e que os sistemas de

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monitorização existem e estão operacionais, e assegurar que o projecto irá gerar uma redução de emissões verificável.

• Verificação periódica: O objectivo das subsequentes verificações periódicas é o de rever e determinar ex-post a redução de emissões monitorizada que ocorreu durante o período de verificação especificado.

Período de verificação

O promotor do projecto pode escolher, baseado numa análise custo-benefício, se a verificação inicial é realizada a) como uma actividade separada, antes de o projecto começar as suas operações regulares; ou, b) como parte integrante da primeira verificação periódica.

A opção pela realização de uma verificação inicial, quando a implementação do projecto tiver terminado e o projecto estiver pronto para começar a operar, tem como principal vantagem que é possível efectuar correcções que podem ser feitas antes do período de geração de créditos começar e, consequentemente, evitando que a redução de emissões possa não vir a ser certificada, devido a problemas na implementação ou nos sistemas de monitorização.

Não existe nenhuma prescrição relativamente ao intervalo de tempo abrangido por uma verificação periódica. Contudo, este não poderá ser maior que o período de geração de créditos. Normalmente, o intervalo de tempo entre verificações depende dos riscos do projecto, da redução de emissões que possa ser reclamada, da experiência do promotor do projecto relativamente ao desempenho do projecto, da experiência do promotor do projecto em implementar projectos semelhantes e dos resultados das verificações anteriores. Os intervalos de verificação podem variar de um mês a um ano, caso mais frequente, ocorrendo casos de projectos muito pequenos em que é feita apenas uma única verificação para todo o período de geração de créditos do projecto.

Um período de verificação mais curto permite melhorar as práticas de monitorização e os procedimentos de garantia e controlo de qualidade de uma verificação para a outra, caso tal tenha sido a causa de erros materiais no relatório de emissões e tenha conduzido a um número menor do que o esperado de CER pela DOE. Quanto mais longo o período de verificação, maior a redução de emissões perdida (CER não emitidos), caso a DOE venha a encontrar erros materiais.

Verificação inicial

O processo é melhor ilustrado pela figura abaixo:

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Depois da escolha da DOE ter sido feita e o contrato entre a DOE e o promotor/entidade de projecto ter sido realizado, é uma prerrogativa da DOE a escolha de uma equipa de verificação que seja competente e cujas qualificações e experiência correspondam ao requerido pela actividade de projecto e o promotor do projecto.

Revisão Documental

A DOE irá, em primeiro lugar, familiarizar-se com o relatório e a opinião de validação do projecto, de forma a identificar áreas de risco relacionadas com a geração da redução de emissões. Quaisquer qualificações36 na opinião de validação serão seguidas durante a verificação inicial de forma a assegurar que estas são corrigidas antes do começo das operações do projecto.

Segundo, a DOE irá familiarizar-se com as metodologias do cenário de referência e de monitorização aplicadas pelo projecto. Tal permitirá a identificação de indicadores do cenário de referência e do projecto que serão necessários para o acompanhamento tanto da verificação inicial como para as subsequentes auditorias de verificação periódicas. Adicionalmente é pertinente a confirmação de que os factores aplicados nos cálculos das reduções de emissão foram estabelecidos de um modo fiável e que caso sejam utilizados factores constantes, estes foram validados.

36 Nota do tradutor: o termo “qualificações” refere-se aqui à existência de notas ou comentários relativos a factos observados pelo validador e considerados por ele como de “qualidade” para o objectivo de uma validação. Também se referem usualmente os seguintes resultados possíveis para um processo de validação: opinião de validação não-qualificada (unqualified, em Inglês), a qual é emitida se após todo o processo se concluir que o projecto cumpre com todos os requisitos da UNFCCC e das Partes, o que significa que todos os pedidos de acção correctiva foram resolvidos satisfatoriamente; Opinião de validação qualificada, quando o projecto cumpre com todos os requisitos da UNFCCC e das partes, mas não cumpre critérios que garantam uma operação, monitorização e comunicação consistente do projecto; não validação, quando não é possível ao validador confirmar que os requisitos da UNFCCC e/ou das Partes foram cumpridos, ou quando há evidências de que o não foram.

Selecção Equipa Verificação

Selecção do Verificador

Estabelecimento do Contrato Verificação

Revisão Documental

Verificação no local

Relatório preliminar de

Verificação Inicial

Relatório final de Verificação

Inicial

Acções correctivas (se

aplicável)

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A DOE irá olhar ainda para o Plano de Monitorização e para as medidas previstas para assegurar uma monitorização e comunicação completa e fiável, de indicadores do projecto e do cenário de referência. Tal incluirá também a o conhecimento dos sistemas de comunicação, controlo e gestão de dados de GEE, e.g. instruções, procedimentos, sistema de arquivo de registo, fontes de dados, pressupostos, equações, modelos e quaisquer outros meios que sejam necessários para suportar um valor de CER preciso e conservativo resultante da verificação. Tal permitirá à DOE identificar os procedimentos de controlo de qualidade chave do projecto, bem como as práticas operacionais que irão permitir uma verificação dos dados de redução de emissões de GEE. A verificação do sistema interno de controlo de qualidade será utilizada para identificar riscos chave na comunicação, relacionados com a redução de emissões reclamada, e como mais um dado de base para o desenvolvimento de um protocolo de verificação inicial/lista de verificação a ser usado durante a verificação inicial.

Subsequentemente, um guião de auditoria será definido de forma a permitir uma monitorização e comunicação fiável da redução de emissões do projecto. A ênfase será dada aos sistemas de gestão de informação de GEE e sua fiabilidade, ao equipamento de monitorização e sua precisão, e ao controlo de dados de fontes externas ao operador de projecto, e.g. fontes de dados e factores utilizados para as emissões do cenário de referência. Adicionalmente, deve ser também uma prioridade a identificação dos aspectos chave onde há a necessidade de implementar formas de controlo de modo a assegurar uma comunicação consistente da redução de emissões.

Com vista a assegurar a transparência, uma lista de verificação inicial será realizada pela DOE para a actividade de projecto. Esta lista de verificação está geralmente em conformidade com os requisitos estipulados no Manual de Validação e Verificação.

Auditoria de Verificação Inicial

Tendo-se preparado para a verificação inicial através de uma revisão documental, estudo do cenário de referência e plano de monitorização do projecto, a equipa da DOE atribuída à actividade de projecto irá efectuar o acompanhamento dos aspectos chave então identificados através de uma visita/auditoria ao local. A lista de verificação inicial poderá também ser submetida para revisão ao cliente e necessária preparação para a auditoria.

A auditoria terá como objectivo confirmar que:

• O projecto foi implementado como planeado;

• Todas as medidas de monitorização e comunicação das operações do projecto relacionadas com a redução de emissões estão devidamente implementadas;

• Todas as correcções e ajustamentos ao Plano de Monitorização que tenham sido necessárias durante a concepção detalhada e construção do projecto são identificadas;

• As folhas de cálculo e ficheiros necessários para a comunicação são implementados e o pessoal é formado para a sua correcta utilização;

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• Estão implementados os mecanismos de controlo necessários para a revisão e aprovação pela gestão de dados do projecto;

• O equipamento de monitorização necessário está instalado e calibrado para uma gama de medição suficiente; e

• Todos os indicadores e mecanismos de controlo identificados no Plano de Monitorização são postos em prática, compreendidos e implementados correctamente.

As potenciais conclusões identificadas durante a auditoria serão comunicadas no local e as partes do projecto terão oportunidade de as reconhecerem, antes de virem a ser incluídas no relatório.

Relatório de verificação preliminar e resolução de questões pendentes

Após a auditoria de verificação inicial, a DOE irá desenvolver o relatório preliminar onde incluirá a lista de verificação inicial. A versão preliminar do relatório de verificação inicial irá indicar particularmente as implicações de quaisquer questões pendentes, relacionadas com a implementação ou a operação, e que necessitem de ser melhor elaboradas, pesquisadas ou adicionadas, de forma a cumprir os requisitos e a assegurar a geração de uma redução de emissões fiável. Dependendo da natureza das questões encontradas, estas serão apresentadas sobre a forma de Pedidos de Acção Correctiva (PAC) ou Pedidos de Acção Futura (PAF) e sobre eles, e para sua consideração, será chamada a atenção dos proponentes do projecto.

As conclusões tomadas durante a verificação inicial tanto podem ser vistas como o não cumprimento de critérios que assegurem a boa implementação de um projecto, ou como a identificação de um risco para a geração de uma redução de emissões de alta qualidade. Os Pedidos de Acção Correctiva são realizados, quando:

i. Existe um claro desvio relativamente à implementação do projecto, conforme definido no PDD;

ii. Requisitos definidos pelo plano de monitorização, ou qualificações numa opinião de validação, não foram cumpridas; ou

iii. Existe um risco de que o projecto possa não vir a gerar CER (de alta qualidade).

Um Pedido de Acção Futura é realizado, quando:

i. A actual situação requer uma atenção especial, relativa ao assunto em questão no próximo período de verificação; ou

ii. Um ajuste ao Plano de Monitorização é recomendado.

A equipa de verificação pode ainda usar o termo Pedido de Clarificação (PC), o qual será usualmente feito na forma de pedido de informação adicional, necessário a melhor clarificar um determinado assunto.

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Depois da apresentação do relatório preliminar da verificação inicial, ao proponente do projecto será dado tempo suficiente de forma a responder aos PACs e PAFs, para que estes possam ser resolvidos, tanto quanto possível, antes do relatório final e da declaração de verificação inicial serem emitidos. Caso seja necessário, outra visita ao local pode ser realizada pela DOE, para verificar o começo da resolução de determinadas questões pelos proponentes do projecto.

Relatório final da verificação inicial

Após a verificação inicial estar completa, um relatório e uma declaração de verificação inicial serão entregues aos promotores do projecto pela DOE. O relatório de verificação inicial irá dar uma visão geral da abordagem de verificação aplicada para chegar às respectivas conclusões e reflectirá o resultado do diálogo ocorrido e quaisquer ajustamentos feitos ao projecto depois do relatório preliminar de verificação inicial ter sido entregue. Chegará, portanto, às conclusões finais, no que respeita ao grau de preparação do projecto para começar a operar e a gerar uma redução de emissões. Antes de atribuir uma declaração de verificação inicial positiva (não-qualificada) todas as conclusões indicadas como PAC no relatório preliminar terão que ter sido resolvidas. Os PAF terão que ser abordados durante o período que vai até à primeira verificação periódica. Já nesta fase, e antes da verificação periódica, a DOE irá identificar a necessidade de solicitar ao CE um pedido de desvio ou um pedido de revisão do Plano de Monitorização.

Verificação periódica

O objectivo da verificação periódica de redução de emissões é verificar que as reduções de emissões quantificadas e comunicadas pelo projecto estão livres de erros materiais e representam um valor preciso e conservativo, consideradas as incertezas de monitorização associadas. Portanto, a DOE tentará verificar que os métodos utilizados para quantificar as emissões representam, de forma precisa, as metodologias acordadas e que a redução de emissões é comunicada de acordo com o Plano de Monitorização validado e a metodologia de cenário de referência e de monitorização aplicada (a verificação é feita tendo como referência a versão da metodologia aplicada no PDD registado).

Durante a verificação, a DOE irá identificar, recolher e verificar toda a informação que sustenta a redução de emissões reclamada de forma a assegurar que os dados providenciados estão completos, precisos e são verificáveis. Deve também ser verificado que os dados reunidos para a quantificação das emissões do cenário de referência são completos, precisos e correctamente aplicados. Os resultados da verificação serão documentados num relatório de verificação.

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Preparação das auditorias

A primeira actividade da DOE será disponibilizar ao público, através da sua página na rede, o relatório de monitorização tal como recebido pelo promotor do projecto, em conformidade com as modalidades e procedimentos do MDL.

A DOE irá rever os registos de monitorização e os cálculos de redução de emissões de GEE submetidos pelos proponentes de projecto e irá determinar se os registos de monitorização providenciados estão de acordo com o Plano de Monitorização. É esperado que os registos mais importantes da operação do projecto sejam disponibilizados à DOE antes da visita ao local, para que a auditoria seja bem preparada. Contudo, também é aceitável que parte da informação detalhada que lhe é subjacente apenas seja disponibilizada no local.

Uma lista de verificação periódica será, mais uma vez, preparada de acordo com o Manual de Validação e Verificação. Esta lista espelhará um guião de auditoria completo, bem como o Plano de Monitorização, e será utilizada para identificar as principais áreas de risco em que erros materiais na redução de emissões possam ocorrer. Inicialmente, os erros materiais poderão ser causados pelas seguintes fontes principais:

• Transferência incorrecta de dados entre formulários;

• Uso de equipamento de monitorização não calibrado;

• Aplicação incorrecta de factores de emissão utilizados para estimar a redução de emissões.

Outros factores podem ser identificados por uma análise de risco mais detalhadas feita durante a preparação da auditoria.

Auditoria local

A DOE irá conduzir uma auditoria no local de forma a confirmar o desempenho operacional do projecto. A auditoria local compreenderá uma revisão dos registos locais de desempenho não submetidos antes da visita, entrevistas com os participantes do projecto e partes interessadas locais, recolha de medidas, observação das práticas estabelecidas e teste da precisão dos equipamentos de medição. A auditoria incluirá também uma revisão dos resultados da monitorização e a verificação de que as metodologias de monitorização utilizadas para estimar a redução de emissões foram aplicadas correctamente e que a documentação é completa e transparente. Quaisquer preocupações relacionadas com a conformidade face ao Plano de Monitorização da actividade de projecto ou da sua operação, serão identificadas e comunicadas ao proponente do projecto. É esperado que estas auditorias venham a ser cada vez menos exaustivas à medida que o tempo passa, devido ao conhecimento adquirido e às melhorias do sistema de comunicação dos GEE do projecto.

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Relatório preliminar de verificação e resolução de questões pendentes

Um relatório preliminar de verificação, o qual incluirá todas as conclusões da verificação, será entregue ao proponente do projecto para revisão. O relatório preliminar de verificação incluirá também os assuntos potenciais que necessitam de ser resolvidos antes de se finalizar a verificação das reduções de emissão. Qualquer questão pendente que tenha impacto na declaração final de verificação será assim comunicada de forma transparente. Em diálogo com os proponentes de projecto, estes assuntos serão abordados de acordo com práticas de verificação estabelecidas de forma a se completar a verificação da redução de emissões. Recomendações que necessitem de ser resolvidas antes da próxima verificação periódica serão também incluídas e explicitadas neste relatório.

As recomendações resultantes da verificação podem ser:

i. A verificação não foi capaz de estabelecer evidências suficientes para a redução de emissões reportada, no todo ou em parte. Neste caso, essa redução de emissões não será verificada e certificada; ou

ii. A verificação identificou erros materiais na redução de emissões reportada. Neste caso, a redução de emissões com erros materiais terá que ser descontada com base na determinação ex-post da redução de emissões efectivamente conseguida, e conforme aos cálculos realizados pelo verificador.

Antes da finalização da verificação, a DOE poderá identificar a necessidade de solicitar um pedido de desvio37 das regras definidas na fase de registo, ou solicitar um pedido de revisão38 do Plano de Monitorização registado.

Pedido de Desvio e Pedido de Revisão

Durante o processo de verificação, a DOE poderá determinar que os participantes do projecto se desviaram do conjunto de regras definidas na documentação de registo da actividade de projecto MDL. Neste caso, a DOE procurará orientações do Comité Executivo para determinar até que ponto estas são aceitáveis, antes de concluir a sua decisão de verificação/certificação. Tal ocorrerá, por exemplo, quando determinados aspectos técnicos do projecto não se verificam exactamente como propostos no PDD, como poderá ser o caso de diferentes capacidades instaladas, componentes do projecto, fronteiras do projecto, etc. É importante mencionar que alguns destes desvios poderão pôr em causa a argumentação apresentada no PDD relativamente à adicionalidade do projecto e, consequentemente, levantar a questão se o projecto como implementado teria sido considerado como adicional na altura da tomada de decisão. Um pedido para desvio do Plano de Monitorização pode ser proposto quando uma alteração dos procedimentos para estimar as emissões é necessária, ou quando é necessária uma alteração dos procedimentos de monitorização devido a uma alteração das condições, circunstâncias ou natureza da actividade de projecto registada.

37 Procedimentos para pedido de desvio ao Comité Executivo - http://cdm.unfccc.int/Reference/Procedures 38 Procedimentos para a revisão de Planos de Monitorização - http://cdm.unfccc.int/Reference/Procedures

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Noutros casos, o plano de monitorização tal como definido no PDD registado é proposto para revisão, o que ocorre quando:

• Se estabelece que o Plano de Monitorização no documento de actividade de projecto MDL registado é inconsistente com a metodologia de monitorização aplicada à actividade de projecto registada.

• O proponente do projecto propõe uma revisão do plano de monitorização. O parágrafo 57 das Modalidades e Procedimentos do MDL permite aos proponentes do projecto a revisão dos Planos de Monitorização, para que a precisão e/ou completude da informação seja melhorada, e daí que estas revisões sejam aceites pelo CE se assegurarem que o nível de precisão, ou a completude, da monitorização e do processo de verificação não se irão verificar inferiores, como resultado da revisão.

Relatório de verificação final e certificação

Finalmente, um relatório de verificação final e uma declaração de verificação serão submetidos ao proponente do projecto. O relatório final de verificação documentará de forma breve o processo, a metodologia e os resultados da verificação, incluindo a lista completa de verificação. A declaração de verificação especificará, de forma clara, o valor da determinação ex-post feita pela DOE da redução de emissões monitorizada que ocorreu durante o período de verificação específico e que servirá como base para o pedido ao CE para emitir uma quantidade equivalente de CER. Depois do proponente do projecto ter dado a sua aprovação final ao relatório e declaração de verificação, o relatório de verificação será submetido à UNFCCC para emissão dos CER de acordo com as Modalidades e Procedimentos do MDL.

No caso do proponente de projecto discordar com as recomendações finais da verificação, será aplicado o procedimento para gestão de conflitos de acordo com as Modalidades e Procedimentos dos Acordos de Marraquexe.

Declaração de verificação

A Declaração de Verificação é o resultado final da verificação e é necessariamente abordada no relatório final de verificação. A declaração de verificação deve incluir:

• O âmbito da verificação;

• O período da verificação;

• Conclusões da verificação, incluindo o volume da redução de emissões para o período em questão;

• Um termo de responsabilidade no que respeita à exactidão da declaração de verificação.

A declaração de verificação é a base para a emissão de CER e deverá, por isso mesmo, representar um nível elevado de confiança.

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Declaração de Certificação

A Declaração de Certificação é a garantia escrita de uma DOE de que, durante um período de tempo específico, uma actividade de projecto conseguiu alcançar a redução de emissões verificada. A Entidade Operacional Designada informará por escrito os participantes de projecto, as Partes envolvidas e o Comité Executivo da sua decisão de certificação. O relatório de certificação será disponibilizado ao público. O relatório de certificação constituirá o pedido ao Comité Executivo para a emissão de uma quantidade de CER igual à redução de emissões verificada.

O processo de certificação e de geração de créditos

De acordo com o parágrafo 64 das Modalidades e Procedimentos do MDL, o relatório de certificação constituirá o pedido ao Comité Executivo para a emissão de uma quantidade de CER igual ao valor verificado de redução de emissões antropogénicas por fontes de emissão de gases de efeito estufa. A DOE submeterá o seu relatório de verificação e o relatório/pedido de certificação para a emissão de CER. A data em que o pedido de emissão for recebido é a data em que o Secretariado da UNFCCC determina que o pedido está completo. A não ser que haja um pedido de revisão, um pedido de emissão será considerado como adquirido 15 dias após ter sido recebido. Após este período, ou com a conclusão do processo de revisão, o Comité Executivo instruirá o administrador do Registo MDL para emitir a quantidade de CER especificada para o período de tempo em causa.

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Problemas na verificação

Esta secção revê alguns dos problemas principais que poderão ocorrer durante a verificação, em termos da sua frequência. Estes problemas foram identificados numa análise feita pela DNV às conclusões da maioria dos projectos por si verificados até Abril de 2008. Um dos clientes da DNV, o qual foi já sujeito a várias verificações, participou no processo de identificação dos principais problemas durante a implementação do projecto e o processo de verificação.

Problema 27: Falta de gestão da mudança

Não há nenhuma forma sistemática de gerir alterações durante a fase de implementação do projecto. Estas alterações podem ou não vir a afectar o cálculo da redução de emissões, mas no final elas podem ser as responsáveis por um pedido de clarificação ou de acção correctiva, durante a fase de verificação.

Como regra prática, os projectos deve ser implementados exactamente tal qual proposto na fase de concepção e tal como descritos no PDD registado. Nos casos em que há alterações na implementação do projecto comparativamente ao PDD registado, a DOE que faz a verificação deverá solicitar orientações ao CE sobre como actuar relativamente aos procedimentos para pedido de desvio às regras estabelecidas na actividade de projecto registada39.

Exemplos:

• Existe equipamento montado no local que não consta dos desenhos ou o local é diferente do constante nos documentos;

• Há equipamentos no projecto que não foram considerados inicialmente na concepção do projecto (por exemplo, equipamentos de reserva);

• Se o projecto tem várias instalações semelhantes, existe uma prática de copiar a documentação resultando daí vários erros, e.g. mesmo nome para instalações diferentes;

• Os números de série dos equipamentos não são consistentes com os desenhos finais (as-built), o que pode indicar uma alteração dos equipamentos sem que tenha existido a actualização necessária.

39 Procedures For Requests For Deviation To The Executive Board. http://cdm.unfccc.int/Reference/Procedures

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Boas práticas:

Qualquer alteração durante o projecto deve ser registada e qualquer documento relacionado actualizado, particularmente se a actualização tiver impacto ao nível da redução de emissões. Este impacto deve ser identificado e reflectido nos cálculos e no relatório de monitorização. Para que seja aceite, pode ser necessário o envio de um pedido de desvio/revisão ao CE.

Problema 28: Inconsistências entre o PDD registado e a realidade do projecto

Na maior parte dos casos, o Plano de Monitorização é uma cópia directa do que é estipulado na metodologia aprovada. Mais uma vez, isto reflecte-se primariamente nos parâmetros que é necessário monitorizar, na frequência das medições e/ou na variável a ser medida, calculada ou estimada.

Exemplos:

• Estava previsto no Plano de Monitorização que o Poder Calorífico Inferior do gás residual seria um valor obtido por medição, mas na prática os registos mostram que é o Poder Calorífico Superior que está a ser medido. Ou, alternativamente, em vez de um valor medido, observa-se que estão a ser utilizados valores por defeito do IPCC.

• O parâmetro de produção de vapor deveria ser medido de acordo com o Plano de Monitorização, mas está a ser estimado.

• Quantidades de combustíveis que deveriam ser registadas numa base diária, através de equipamentos de medição directa do fluxo, estão na realidade a ser calculadas mensalmente com base na facturação.

• As fugas de carbono necessitam ser medidas todos os anos até ao final do período de geração de créditos, conforme requerido pela metodologia e o PDD validado, contudo tal não ocorre ou não é evidente que ocorra.

• A entalpia do vapor utilizada para calcular a energia é um valor constante de 0,682. Contudo, de acordo com o PDD, o valor real da entalpia calculado através de certos parâmetros do vapor é que deveria ser utilizado.

• Durante a validação o cenário de referência de procura de vapor para co-geração foi estimado em 6,3 ton/MWh pela Empresa XYZ. Ao proponente do projecto é requerida a utilização do mesmo valor aquando do cálculo das reduções de emissão.

Boas práticas:

Deve ser assegurado que aquilo a que os proponentes se comprometem quando redigem o PDD é realmente aquilo que irá ser implementado e que pode ser demonstrado através de evidências apropriadas. É aconselhável fazer o seguinte:

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• Certificar-se que os compromissos assumidos ao nível do PDD são passíveis de serem implementados pela empresa e iniciar os passos necessários para facilitar a implementação dos mesmos. Aquando da validação, a DOE deve verificar que existe um sistema montado que assegura essa implementação.

• Uma verificação inicial do projecto também visa assegurar que as possíveis discrepâncias são tratadas convenientemente, de forma a não constituírem um problema.

• O processo requer também que auditorias internas periódicas sejam feitas pelo proponente do projecto e as acções correctivas devidamente implementadas.

O relatório de monitorização apresenta o sumário da redução de emissões do projecto. Todos os parâmetros que são necessários de acordo com o Plano de Monitorização são apresentados no relatório final de monitorização. O relatório de monitorização apresentará necessariamente os parâmetros com a frequência especificada pelo Plano de Monitorização.

Problema 29: Inconsistência de dados

Por vezes os dados são registados em livros de registo ou outro tipo de suporte físico de registo de dados, e subsequentemente transcritos para um formato electrónico, tais como base de dados ou folhas de cálculo. Durante este processo, os dados podem sofrer alterações e, no final, os números poderão não reflectir os valores realmente medidos.

Exemplos:

• Dados de registos preenchidos no campo sobre suporte papel, não são iguais aos constantes na base de dados ou aos apresentados nos cálculos da redução de emissões.

• Somatórios nas folhas de cálculo estão incorrectos ou existem dados em falta.

• Houve alteração nos dados devido a alterações ou ajustes no projecto, mas tal não é reflectido na base de dados.

• Uma alteração no pessoal que faz a gestão da informação pode causar inconsistências, porque não existe um processo de formação estabelecido.

Boas práticas:

• Se um processo de introdução manual de dados está implementado ou mesmo quando os registos são gerados automaticamente, um processo de controlo de qualidade deve ser posto em prática, e.g. tendo sempre outra pessoa que efectue a verificação cruzada dos dados introduzidos manualmente ou transferidos automaticamente.

• Auditorias internas podem ser uma boa ferramenta, de forma a controlar a qualidade dos dados.

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Problema 30: Não adequação do equipamento de monitorização, causando perda de dados por determinados períodos de tempo

Nalguns casos o equipamento de monitorização acaba por se revelar como não adequado para o fim de monitorizar o desempenho do projecto. Neste caso, pode-se tornar necessário substituir o aparelho. Até que o novo equipamento esteja instalado, os dados não podem ser monitorizados e, consequentemente, não existirá qualquer base de suporte para reclamar uma redução de emissões para o período em causa.

Exemplo:

• As unidades ou a escala do equipamento de medida em causa não é adequado ou a calibração do instrumento não é válida para toda a gama de medições em que o equipamento é utilizado.

• O equipamento não é adequado para as condições climáticas do local ou para as condições operacionais do projecto.

• O equipamento não consegue medir todas as variáveis requeridas no Plano de Monitorização.

Problema 31: O equipamento instalado no projecto é diferente do que foi descrito no registo do projecto

Por vezes, os projectos são validados antes da fase de implementação, ou relativamente cedo, e nesse momento não é ainda possível obter dados precisos sobre equipamentos de monitorização e/ou de operação, tais como as capacidades nominais ou capacidades de produção. Daí que, quando o projecto é implementado, as placas de identificação do equipamento são diferentes das especificações definidas no PDD.

Exemplos:

• Potência de produção da turbina diferente relativamente ao constante no PDD.

• Equipamentos de medição não são iguais aos descritos no PDD.

• Equipamentos de medição não cumprem os requisitos de monitorização da metodologia aprovada.

Boas práticas:

Verificar as especificações técnicas e comerciais dos equipamentos e aparelhos de medição com os fornecedores do equipamento.

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Problema 32: Grandes diferenças entre o estimado no PDD e o relatório de monitorização

Tipicamente as seguintes discrepâncias podem ser observadas:

• Diferenças entre as estimativas no PDD registado e o Plano de Monitorização final.

• Diferenças entre o estimado no relatório inicial de monitorização que é tornado público pela DOE e o relatório final de monitorização que é submetido conjuntamente com o pedido para a emissão de CER.

As estimativas constantes no PDD e nos relatórios de monitorização apenas variam, de modo geral, se a actividade de projecto envolver a monitorização ex-post das emissões do cenário de referência. Enquanto neste caso tal é considerado aceitável, uma variação noutro âmbito não o será.

Exemplos:

As diferenças entre as estimativas no PDD e o relatório de monitorização podem ainda ser atribuídas às seguintes circunstâncias:

• Níveis de produção maiores do que os realizáveis à capacidade nominal. Um bom exemplo deste tipo de diferença pode ser a observação de que a produção bruta de electricidade para os meses de Março e Abril de 2005 foi 10,7% e 8,7% mais elevadas do que a potência instalada nominal permitiria, o que levou a uma maior estimativa de CER num projecto hidroeléctrico. No caso geral, tal não será possível.

• As emissões provenientes de transportes ou não estão a ser contabilizadas ou foi demonstrado serem menores do que o que foi estimado

• Os períodos de contabilização no PDD registado e o período considerado na monitorização podem ser diferentes.

• As fugas de emissões consideradas no relatório de emissões foram incorrectamente estimadas. Talvez as emissões de projecto não contabilizem o uso de carvão no projecto durante o período de monitorização.

Boas práticas:

Uma análise crítica da diferença entre a estimativa de CER apresentada no PDD (ex-ante) e os CER reclamados no relatório de monitorização, deve ser providenciada pelos proponentes do projecto no relatório de monitorização. No caso de um número superior de CER estar a ser reclamado, devido a níveis de produção maiores do que as capacidades nominais, então tal deverá também ser justificado conjuntamente com as especificações técnicas que suportam os aumentos de capacidade para além das capacidades nominais.

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É também aconselhável uma justificação, tanto no relatório de monitorização como no relatório de verificação, caso os CER reclamados no período de monitorização estejam muito abaixo das estimativas do PDD.

Problema 33: Informação insuficiente no relatório de monitorização

Como não existe um modelo, quase todos os relatórios de monitorização são diferentes, dependendo das características do projecto, das variáveis a serem medidas de acordo com a metodologia seleccionada e do plano de monitorização. Contudo, em alguns casos, nem toda a informação relevante é incluída no relatório de monitorização ou na informação de suporte.

Boas práticas:

Como anexo a esta secção, é fornecido um exemplo de um modelo de relatório de monitorização.

Problema 34: O período de geração de créditos no relatório de verificação não é coerente com o período de geração de créditos do projecto registado

O período de geração de créditos do projecto deve corresponder ao descrito no PDD registado na fase de validação. Contudo, por vezes, o projecto sofre atrasos ou a data de começo de projecto é antecipada, e então o registo de dados começa depois ou antes da data originalmente planeada no PDD. Tal não é razão suficiente para alterar a data de começo do período de geração de créditos.

Boas práticas:

O período de geração de créditos deverá ser igual ao indicado aquando do registo do projecto e, se uma alteração for necessária, o procedimento do Anexo 31 do relatório 24 do CE deve ser seguido. Se a data diferir em menos de um ano da originalmente indicada no PDD registado, um pedido pode ser enviado para o Secretariado da UNFCCC através de [email protected].

Problema 35: Registo e controlo de documentos ineficiente

Tendo em conta a amplitude temporal de um projecto MDL, com períodos de geração de créditos de 10 anos se for escolhido um período não renovável, ou de 7 anos no caso de

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períodos renováveis (renovável por duas vezes até um período máximo total de 21 anos), um sistema de controlo de documentos e registos necessita de ser implementado.

Como o processo de verificação não tem uma frequência definida e depende apenas da análise custo-benefício do projecto, é possível que o processo de verificação comece apenas um ano, ou mais, após o começo do período de geração de créditos. Nesse caso, a informação de mais de um ano de operação terá que ser incluída nos relatórios de monitorização e necessita de ser revista e confirmada pela verificação. Contudo, a experiência demonstra que, por vezes, estes registos não estão facilmente disponíveis, se é que estão disponíveis, especialmente quando a única prova da existência do registo se encontra em suporte físico. O mesmo acontece relativamente a procedimentos.

Boas práticas:

Deverá ser implementado e seguido um controlo de documentos e registos com base num sistema de controlo de qualidade, como o ISO 9001.

Problema 36: Informação incorrecta apresentada no relatório de monitorização

É possível observar que valores de dados apresentados em relatórios de monitorização excedam largamente os valores possíveis de ocorrer em resultado da operação da instalação às capacidades nominais registadas no PDD. Adicionalmente, pode ser observado que os relatórios de monitorização indicam que os factores de emissão são determinados ex-ante, quando na realidade estes devem ser calculados ex-post, isto é, com base nos dados monitorizados. As duas situações são sinais de que os requisitos de monitorização não foram bem compreendidos e da necessidade de dispor de sistemas de garantias de qualidade e de aprovação dos dados de monitorização por parte do proponente de projecto.

Boas práticas:

Quando um relatório de monitorização é preparado, um proponente de projecto deve:

• Revê-lo face aos requisitos de monitorização constantes na metodologia de monitorização e no PDD.

• Efectuar uma verificação da qualidade e razoabilidade de todos os dados e cálculos apresentados no relatório de monitorização.

• Assegurar-se que existem as evidências documentais que suportam todos os dados agregados do relatório de monitorização.

• Identificar quaisquer desvios à metodologia de monitorização e ao PDD aprovados e explicar a razão dos mesmos.

• Emitir uma aprovação formal do conteúdo do relatório.

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Problema 37: Desvios ao Plano de Monitorização constante no PDD registado

O proponente do projecto poderá submeter um relatório de monitorização incluindo alterações ao método de cálculo das emissões do cenário de referência, das emissões de projecto e/ou de fugas de carbono, depois de o PDD ter sido registado. Tal significa que os cálculos, tal como apresentados, serão diferentes do proposto no Plano de Monitorização constante do PDD registado. É importante que o proponente do projecto decida sobre quaisquer pedidos de alteração tão cedo quanto possível para evitar demoras, uma vez que tal irá implicar a realização de um pedido de revisão do plano de monitorização ao CE.

Faz-se notar que uma revisão deve assegurar que o nível de incerteza não é reduzido e que a completude na monitorização não é posta em causa. Além disso a revisão proposta necessita estar em conformidade com a metodologia aprovada. Ver CE 26, Anexo 34.

Problema 38: Equipamento de monitorização instalado e identificado de forma deficiente

Durante as verificações pode ser observado que o equipamento de monitorização se encontra deficientemente instalado e identificado, o que dificulta a realização dos controlos de qualidade e verificações pelo pessoal da manutenção, conforme descrito para a actividade de projecto, decorrendo daí a existência de risco de não identificação correcta das medições. Também pode ocorrer o caso de o equipamento de monitorização estar instalado em posições ou locais cujo acesso se torna muito difícil depois da remoção de andaimes, tornando problemática a verificação local do visor do equipamento pelo verificador.

Melhores práticas:

Garantir que a instalação do equipamento de monitorização é bem planeada, de forma a permitir o seu fácil acesso, fazendo com que o controlo de qualidade e verificação local dos visores seja facilmente acessível.

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Guia para a finalização de um PDD

Nesta secção, a ênfase será dada no apoio à sistematização da redacção de um PDD, focando os pontos que os participantes do projecto têm tendência a esquecer. A abordagem é portanto a de apresentação de listagens com “O QUE FAZER” em vez de “O QUE NÃO FAZER”, seguindo um modelo de PDD. O texto proveniente das “UNFCCC CDM Guidelines”, para cada secção, é impresso em caixas de texto cinzentas e os comentários da DNV são adicionados em caixas de texto a branco com um “!” no canto.

O texto das “UNFCCC CDM Guidelines” é incluído em caixas de texto como esta.

!

Os comentários e exemplos da DNV relacionados com “O que fazer” são incluídos em caixas de texto como esta.

MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO

FORMULÁRIO DO DOCUMENTO DE CONCEPÇÃO DO PROJECTO (PDD)

Versão 03 - em vigor desde: 28 de Julho 2006

!

• Assegure-se de que está a utilizar o modelo correcto para projectos de grande-escala (como o utilizado aqui) ou de pequena-escala.

• Descarregue sempre o último modelo do PDD disponível no endereço da Internet da UNFCCC (http://cdm.unfccc.int/Reference/Documents).

• Assegure-se de que não altera o modelo.

• O formato, tipo de letra, cabeçalhos e logótipos não devem ser adicionados ou alterados seja de que forma for.

• Assegure-se de que responde a todos os pontos e dê apenas a informação solicitada nesse ponto, numa forma tão concisa quanto possível. Isto inclui também os Anexos

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1-4. Se considerar que o ponto em questão não é relevante para o projecto em causa, declare-o de uma forma simples, e.g. “Não aplicável”.

• Sempre que for opcional a utilização de uma tabela, mas não a queira usar, deixe-a em branco em vez de a apagar.

• Anexos adicionais, com cópias de licenças ou estudos de impacto ambiental, poderão ser incluídos se apropriado. É importante que toda a informação dada no PDD, incluindo os Anexos, seja dada na língua inglesa.

• Os PDD são concebidos de forma a serem acessíveis pela internet, pelo que é boa prática que o tamanho dos mesmos seja mantido abaixo do 1MB. Evite gráficos e figuras desnecessários e diminua o seu tamanho se necessário.

• Evite erros de cálculo, omissões intencionais, erros de linguagem e tipográficos através de um controlo de qualidade adequado antes da submissão do PDD.

Índice

A. Descrição geral da actividade de projecto

B. Aplicação de uma metodologia de monitorização e do cenário de referência

C. Duração da actividade de projecto/geração de créditos

D. Impactes Ambientais

E. Comentários das partes interessadas

Anexos

Anexo 1: Informação de contacto dos participantes na actividade de projecto

Anexo 2: Informação relativa ao financiamento público

Anexo 3: Informação relativa ao cenário de referência

Anexo 4: Plano de Monitorização

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SECÇÃO A. Descrição geral da actividade de projecto

A.1 Título da actividade de projecto

Por favor indique:

• O título da actividade de projecto

• A versão do documento

• A data do documento

!

A versão e a data devem ser incluídas na secção A.1, depois do título do projecto, e devem ser actualizados para cada nova revisão do PDD.

A maior parte dos projectos submetem várias revisões do PDD à DOE durante a validação e um controlo adequado dos documentos é necessário.

A.2. Descrição da actividade de projecto

Por favor incluir na descrição:

• O objectivo da actividade de projecto

• Explique como a actividade de projecto reduz emissões de gases com efeito de estufa (i.e. que tipo de tecnologia está a ser utilizado, que medidas vão ser tomadas como parte da actividade de projecto, etc).

• Qual a visão que os proponentes do projecto têm relativamente ao contributo do projecto para o desenvolvimento sustentável.

• (máx. uma página).

!

Esta secção não deve exceder uma página! Deve ser descrito o objectivo da actividade de projecto, no que respeita à redução de emissões, e o seu contributo para o desenvolvimento sustentável.

Ver P. 15: Falta de qualidade do PDD

Ver P.16: Informações no PDD que não se verificam na situação real do local de projecto

Ver P.1: Escolha de uma metodologia de pequena-escala para um projecto de grande escala

Ver P.3: Não apresentação de evidências quanto à realização de AIA e/ou licenciamentos requeridos

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Não fornecer informação em excesso e não relacionada com o projecto, tais como perfil de marketing ou dados sobre a empresa, perfil económico do país, ou referências genéricas sobre o contributo para o desenvolvimento sustentável da empresa que não estejam directamente ligados com o projecto.

Os licenciamentos e autorizações relevantes deverão ser referenciados e disponibilizados à DOE caso sejam solicitados.

A.3. Participantes de projecto

Por favor, liste todos os participantes de projecto e Partes envolvidas e providencie a informação de contacto no Anexo 1. A informação deve ser indicada utilizando a tabela seguinte.

Nome da Parte envolvida (*) (anfitriã indica que a Parte é anfitriã)

Participantes de projecto privados e/ou públicos (*) (conforme aplicável)

Por favor indique se a Parte envolvida deseja ser considerada como um participante de projecto (Sim/Não)

Nome A (anfitriã) • Entidade privada A • Entidade pública A

Não

Nome B Nenhuma Sim

Nome C Nenhuma Não

(*) Em conformidade com as Modalidades e Procedimentos do MDL, aquando da divulgação ao público do PDD na fase de validação, uma Parte envolvida poderá, ou não, ter dado a sua aprovação. Aquando do pedido de registo é exigida a aprovação da(s) Parte(s) envolvidas.

Nota: Quando o PDD é preenchido como suporte a uma metodologia nova (modelos CDM-NBM e CDM-NMM), pelo menos a Parte(s) anfitriã e os participantes de projecto conhecidos (e.g. aqueles que propõe a nova metodologia) deverão ser identificados.

A tabela na secção A.3 deve ser preenchida da seguinte forma (exemplos de ref.ª na caixa):

Nome da Parte envolvida: Nesta coluna as Partes (i.e. os países) envolvidos têm que ser listados. Estes são, ou os países que participam directamente no projecto, ou que participam indirectamente através de uma autorização de uma entidade pública/privada.

Participantes de projecto entidades públicas/privadas: Aqui as entidades públicas/privadas (e.g. empresas) que participam no projecto (i.e. participantes de projecto) necessitam de ser listados para cada país. Apenas entidades que tomam decisões relativamente à distribuição de CER devem ser listadas.

Ver P.2: Os participantes do projecto não são identificados claramente

Ver P.6: As modalidades de comunicação com o Comité Executivo em termos de emissão de CER e instruções de distribuição não são claras ou não foram assinadas por todos os participantes

Ver P.4: Carta de Aprovação insuficiente ou atrasada

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Consultores que apenas apoiaram o desenvolvimento do PDD, e/ou do cenário de referência e Plano de Monitorização, não devem ser listados como participantes do projecto.

Indique se a Parte envolvida deseja ser considera como um participante de projecto: deverá ser indicado com um “Sim” ou um “Não”, se as Partes (i.e. países) desejam ou não ser consideradas como participantes DIRECTOS do projecto (i.e. não participando apenas indirectamente através das entidades públicas e/ou privadas que o país autorizou a participar no projecto). Para a maior parte dos projectos, a resposta será “Não” uma vez que os países usualmente não querem ser considerados como participantes do projecto.

O Anexo 1 deve ser preenchido após a tabela em A.3 ter sido completamente preenchida e a descrição dos participantes de projecto estar consistente (i.e. com nomes iguais).

O processo de aprovação pela DNA deve começar tão cedo quanto possível uma vez que poderá demorar muito tempo. É necessária a aprovação escrita de todas as Partes relevantes antes da submissão para registo.

A.4. Descrição técnica da actividade de projecto

A.4.1. Local da actividade de projecto

!

• É importante que os locais de projecto sejam referenciados para que nenhum projecto submetido possa ser confundido com outro.

• O nível de detalhe exigido depende se existem projectos já implementados ou projectos potenciais na mesma área. Normalmente, são requeridas coordenadas geográficas.

• Quando existe potencial para confusões, é importante que o local seja identificado de forma precisa, por exemplo utilizando coordenadas de um mapa. Por exemplo, quando os projectos de captação de gás de aterro são submetidos, as coordenadas exactas do aterro podem ser necessárias.

• Se um projecto for desenvolvido num região urbana/semi-urbana, a simples declaração do município é insuficiente.

• Todas as instalações/equipamentos principais a serem usados devem ser listados e a sua localização deve ser indicada de forma clara.

Ver P.26: Informação insuficiente sobre a localização física que permita a identificação inequívoca da actividade de projecto

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A.4.1.1. Parte(s) Anfitriã(s)

A.4.1.2. Região/Estado/Província, etc.

A.4.1.3. Cidade/Comunidade, etc.

A.4.1.4. Pormenores da localização, incluindo informação que permita a identificação unívoca desta actividade de projecto (máximo uma página)

Por favor preencha o campo e não exceda uma página.

A.4.2. Categoria(s) da actividade de projecto

Por favor, utilize a lista de categorias de actividade de projecto e de actividades de projecto MDL registadas, disponível no endereço da Internet da UNFCCC-MDL e especifique em que categoria se insere a actividade de projecto. Se não for possível identificar nenhuma categoria adequada, por favor sugira uma descrição de nova categoria e a sua definição, guiando-se a partir da informação relevante disponível no endereço da Internet da UNFCCC-MDL.

!

Assegure-se que a “categoria da actividade de projecto” não é confundida com o “título da metodologia aprovada”. A “categoria da actividade de projecto” deve estar ligada com o âmbito e as categorias de projecto definidas pela UNFCCC e deve estar em conformidade com o definido para a metodologia respectiva, tal como previsto em: http://cdm.unfccc.int/DOE/scopes.html. As categorias são:

• 1 - Indústrias da energia (fontes renováveis/não renováveis)

• 2 - Distribuição de energia

• 3 - Procura de energia

• 4 - Indústria manufactureira

• 5 - Indústria Química

• 6 - Construção

• 7 - Transportes

• 8 - Indústria mineira/produção de minerais

Ver P.7: Descrição insuficiente da tecnologia

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• 9 - Produção de metais

• 10 - Emissões fugitivas de combustíveis (sólidos, líquidos e gasosos)

• 11 - Emissões fugitivas da produção e consumo de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre

• 12 - Uso de solventes

• 13 - Gestão e deposição de resíduos

• 14 - Florestação e reflorestação

• 15 - Agricultura.

A.4.3. Tecnologia a utilizar na actividade de projecto

Esta secção deve incluir uma descrição de como vão ser transferidos para a parte(s) anfitriã(s), tecnologias fiáveis e ambientalmente seguras, bem como o conhecimento da sua utilização.

!

A informação fornecida a respeito da descrição da técnica não deve ser demasiado breve, nem demasiado elaborada.

O uso de diagramas de processo e a sequência adequada na descrição do processo trarão clareza à descrição, especialmente em projectos específico de uma dada indústria.

A descrição deve ser adaptada a sectores específicos.

Sistemas, planos e responsabilidade relativas a formação inicial (capacitação), e os esforços de manutenção a desenvolver durante o período de projecto, devem ser focados nesta secção. Isto é relevante quando tecnologia nova é implementada, como por exemplo um novo tipo de caldeira, um novo tratamento de águas, etc.

As actividades de capacitação devem ser implementadas tão cedo quanto possível e, em qualquer dos casos, antes do começo do período de geração de créditos, de forma a assegurar a efectiva e adequada operação do projecto.

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A.4.4. Estimativa das reduções de emissões durante o período de geração de créditos

Por favor indicar o período de geração de créditos escolhido e providencie a estimativa total da redução de emissões, bem como uma estimativa anual para o período de geração de créditos escolhido. Informação sobre a redução de emissões deve ser indicada utilizando a seguinte tabela.

Anos Estimativa anual das reduções de emissão, em toneladas de CO2e

Ano A (e.g. 2008)

Ano B

Ano C

Ano …

Estimativa total de redução (toneladas de CO2e)

Número total de anos de geração de créditos

Média anual para o período de geração de créditos da estimativa de redução de emissões (toneladas de CO2e)

!

Declare a estimativa total de redução em toneladas de CO2e, conforme determinado na secção B.6.3 e B.6.4 para o período de geração de créditos do projecto.

Assegure-se que a tabela A.4.4 está correctamente preenchida e que a estimativa da redução de emissões em A.4.4, B.6.3 e B.6.4 são idênticas.

A tabela deve ser preenchida conforme se segue (exemplo de referência na Caixa 4, em baixo):

• O número de anos desde o começo do período de geração de créditos até ao seu final deve ser incluído na primeira coluna (Anos), com a correspondente estimativa anual de redução de emissões na coluna seguinte.

• Quando estas colunas tiverem sido preenchidas, então a estimativa total de redução de emissões é obtida pela soma desses valores.

• A última linha, “Média anual para o período de geração de créditos da estimativa de redução de emissões” é dado por “Estimativa total de redução” a dividir por “Número total de anos de geração de créditos”.

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Caixa 4: Exemplo de preenchimento da Tabela A.4 (modificada de um projecto de gás liquefeito):

Por favor indicar o período de geração de créditos escolhido e providencie a estimativa total das reduções de emissão bem como uma estimativa anual para o período de geração de créditos escolhido. Informação sobre as reduções de emissão deve ser indicada utilizando a tabela seguinte.

Anos

Estimativa anual das reduções de emissão, em toneladas de CO2e

2006 53.121

2007 67.571

2008 80.646

2009 92.475

2010 103.183

2011 112.864

2012 121.630

Estimativa total de redução (toneladas de CO2e)

631.490

Número total de anos de geração de créditos

7

Média anual para o período de geração de créditos da estimativa de redução de emissões (toneladas de CO2e)

90.212

A.4.5. Financiamento público da actividade de projecto

No caso de estar envolvido financiamento público por Partes incluídas no Anexo I, por favor providenciar, no Anexo 2, informação sobre as fontes do financiamento público para a actividade de projecto por Partes incluídas no Anexo I, as quais deverão providenciar uma declaração afirmando que o financiamento em questão não resulta de uma diversão de fundos da Assistência Oficial para o Desenvolvimento (AOD), sendo distinto deste, e que não é contabilizado para o cálculo do montante que responde às obrigações financeiras em termos de AOD dessas Partes.

Nota: Quando o PDD é preenchido como parte integrante da submissão de uma nova metodologia (formulário CDM-NM), deverá ser indicado se será provável o envolvimento de financiamento público de Partes incluídas no Anexo I, com a indicação, tanto quanto possível, dessas Partes.

Ver P. 5 - Falta de confirmação escrita de que o financiamento não irá resultar da diversão de fundos provenientes de Assistência Oficial para o Desenvolvimento

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!

Este ponto é importante só se dinheiros públicos estiverem envolvidos no projecto.

Idealmente, o Ministério relevante para a AOD do país do Anexo I necessita de confirmar que o financiamento não ocorre por uma diversão de fundos de AOD. Assegure-se de que prevê tempo suficiente para obter esta confirmação.

Se não existir qualquer diversão de fundos da AOD, tal poderá ser explicitamente declarado na carta de aprovação da Parte do Anexo I em questão e claramente declarado nesta secção (por exemplo, “Este projecto não inclui financiamentos que resultam da diversão de fundos da AOD”).

Se financiamento público estiver incluído, detalhes sobre porque é que isto não constitui uma diversão, devem ser incluídos no Anexo 2 do PDD.

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SECÇÃO B. Aplicação de uma metodologia do cenário de referência

No caso de se desejar propor uma nova metodologia do cenário de referência, completar por favor o formulário “Proposta de Nova Metodologia: Metodologias de Monitorização e do Cenário de Referência” (CDM-NM) de acordo com os procedimentos para a submissão e avaliação de novas metodologias (ver Parte III deste Guia).

B.1. Título e referência da metodologia de monitorização e do cenário de referência aprovada e aplicada à actividade de projecto

Por favor, consulte o sítio da Internet da UNFCCC-MDL para conhecer os títulos e os detalhes sobre as metodologias de monitorização e do cenário de referência40. Por favor indique:

• A metodologia aprovada e a versão da metodologia que é utilizada (e.g. “versão 02 da AM0001”);

• Quaisquer metodologias ou ferramentas a que a metodologia aprovada fizer referência e as suas respectivas versões (e.g. “Versão 02 da ferramenta para a demonstração e avaliação da adicionalidade” ou “Versão 04 da ACM0002”).

!

Se não estiver certo acerca de qual a metodologia a adoptar para o seu projecto específico, poderá querer contactar a DOE para discutir se uma metodologia aprovada (ou metodologia proposta que seja expectável venha a ser aprovada num futuro breve) possa ser aplicada, ou se uma nova metodologia necessita de ser submetida.

Deve ser incluída uma referência à última versão aprovada da metodologia de monitorização, uma vez que esta é informação importante. Quando uma metodologia é revista, ainda é permitido o registo de projectos que apliquem a versão anterior até 8 meses após a nova versão ter entrado em vigor.

Contudo, o critério de aplicabilidade poderá ter sido alterado, e consequentemente é importante que a versão exacta da versão que está a ser utilizada seja referida.

40 Se for proposta uma nova metodologia do cenário de referência, por favor preencha o formulário “Proposta de Nova Metodologia de Monitorização e de Cenário de Referência” (CDM-NM).

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91

B.2 Justificação da escolha da metodologia e porque razão esta é aplicável à actividade de projecto

Justifique, por favor, a escolha da metodologia, demonstrando que a actividade de projecto proposta cumpre as condições de aplicabilidade da metodologia. Explique eventuais documentos que tenham sido utilizados e providencie as referências aos ditos documentos, ou inclua a documentação no Anexo 3.

!

Assegure-se de que apresenta uma discussão de todas as condições de aplicabilidade requeridas pela metodologia e como estas (condições) são satisfeitas pelo projecto específico.

Em especial para projectos de pequena-escala, poderá existir algum mal-entendido em como aplicar metodologias de diferentes categorias a diferentes projectos.

Em caso de dúvida, contacte a DOE para discutir a aplicabilidade da metodologia ao projecto específico.

B.3 Descrição das fontes e gases incluídos na fronteira de projecto

Descreva quais as fontes de emissão e gases incluídos na fronteira do projecto, para fins do cálculo das emissões de projecto, e emissões do cenário de referência, utilizando a tabela abaixo. Nos casos em que a metodologia permite aos participantes de projecto escolher se uma fonte ou um gás deve, ou não, ser incluído na fronteira do projecto, explique e, quando necessário, justifique a escolha.

Ver P. 8: Não conformidade com as condições de aplicabilidade do cenário de referência e metodologia de monitorização adoptados ou conformidade com a metodologia insuficientemente justificada.

Ver P. 9: Cenários de referência insuficientemente justificados

Ver P. 17: As fronteiras do projecto não estão definidas claramente

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Fonte Gás Incluída? Justificação/ explicação

Cená

rio

de r

efer

ênci

a

e.g. caldeira CO2

CH4

N2O

CO2

CH4

N2O

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CH4

N2O

Act

ivid

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cto CO2

CH4

N2O

CO2

CH4

N2O

B.4 Descrição de como o cenário de referência é identificado e descrição do cenário de referência identificado

Por favor explique como o cenário de referência mais plausível é identificado. Quando o procedimento envolver várias etapas, descreva como cada etapa foi aplicada e documente, de forma transparente, o resultado de cada etapa. Explique e justifique os pressupostos chave e o seu racional. Providencie documentação ou referências relevantes. Ilustre, de uma forma clara, todos os dados utilizados para determinar o cenário de referência (variáveis, parâmetros, fontes de dados, etc.), preferencialmente sobre a forma de tabela. Providencie uma descrição transparente e detalhada do cenário de referência identificado, incluindo a descrição da tecnologia que seria empregue e/ou as actividades que teriam lugar na ausência da actividade de projecto proposta.

Ver P. 11: Informação sobre o cenário de referência é insuficientemente fundamentada por evidências e/ou com indicação deficiente das referências

Ver P. 12: Principais riscos do cenário de referência ou da actividade de projecto não são identificados/ descritos

Ver P. 14: Falta de lógica e consistência no PDD

Ver P. 17: As fronteiras do projecto não estão definidas claramente

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B.5 Descrição de como as emissões antropogénicas de GEE, por fonte, são reduzidas, face aos níveis que teriam ocorrido na ausência da actividade de projecto MDL registada (avaliação e demonstração da adicionalidade)

Demonstre que a actividade de projecto é adicional, justificando como e porquê, e porque, consequentemente, não é caracterizada pelo cenário de referência, de acordo com a metodologia do cenário de referência. Quando o procedimento envolver vários passos, descreva como cada um desses passos é aplicado e documente de forma transparente o resultado de cada passo. Quando a demonstração da adicionalidade implicar a demonstração de barreiras, seleccione apenas as barreiras (mais) relevantes. Explique e justifique os pressupostos principais e o seu racional. Providencie documentação relevante ou referências. Ilustre, de uma forma transparente, todos os dados utilizados para verificar a adicionalidade da actividade de projecto (variáveis, parâmetros, fontes de dados, etc.), preferencialmente sobre a forma de tabela.

Se a data de começo da actividade de projecto for anterior à data de validação, providencie evidências de que o incentivo induzido pelo projecto MDL foi seriamente considerado na decisão de avançar com a actividade de projecto. Estas evidências serão baseadas em documentação (preferencialmente oficial, legal e/ou outra documentação da empresa) que tenha estado disponível à data de começo da actividade de projecto, ou antes desta data.

!

Argumentos que justifiquem a adicionalidade do projecto, necessitam de ser suportados por evidências e/ou referenciados de forma suficiente.

Muitas metodologias do cenário de referência aprovadas advogam o uso de indicadores de análise financeira, tais como o Valor Actual Líquido (VAL) ou a Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) para demonstração da adicionalidade do projecto. Se o cálculo de VAL/TIR forem utilizados, estes devem ser disponibilizados à DOE, incluindo os pressupostos assumidos (tais como a taxa de actualização, receitas esperadas, custos de manutenção, etc.).

Os pressupostos chave da análise ao VAL e TIR devem ser incluídos no PDD, bem como todo os custos relevantes (incluindo, por exemplo, o custo de investimento, operação e manutenção) e receitas (excluindo receitas dos CER, mas incluindo subsídios/incentivos fiscais, se aplicável).

Por favor, refira-se também à “Ferramenta para a demonstração e avaliação da adicionalidade”, disponível no endereço da Internet da UNFCCC-MDL, para mais orientações sobre esta secção.

Ver P. 10: Adicionalidade do projecto insuficientemente justificada

Ver P. 18: Data de começo do projecto ou do início do período de créditos não é clara. Falta de evidências de consideração do MDL antes da tomada de decisão final

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A evidência de consideração do MDL antes da decisão final de prosseguir com o projecto deverá ser descrita neste ponto e disponibilizada à DOE.

B.6. Redução de emissões

B.6.1. Explicação das escolhas metodológicas

Explique de que forma, na metodologia aprovada utilizada para calcular as emissões de projecto, os procedimentos para o cálculo das emissões do cenário de referência, fugas de carbono e redução de emissões são aplicados à actividade de projecto proposta. Apresente de forma clara as equações que serão utilizadas para o cálculo da redução de emissão.

Explique e justifique todas as escolhas metodológicas relevantes, incluindo:

• Onde a metodologia inclui diferentes cenários ou casos, explique e justifique quais os cenários ou casos que são aplicáveis à actividade de projecto (e.g. que cenário na ACM0006 é aplicável);

• Onde a metodologia providencia diferentes opções para se escolher (e.g. que aproximação metodológica é utilizada para calcular a “margem operacional” na ACM002), explique e justifique que opção é escolhida para a actividade de projecto;

• Quando a metodologia providência diferentes valores por defeito, explique e justifique o valor por defeito que foi escolhido para a actividade de projecto.

!

Informação em excesso, como por exemplo i) todos os argumentos utilizados na adicionalidade (que devem ter sido discutidos na secção B.5) e ii) todos os detalhes dos cálculos (que são exigidos por exemplo na secção B.6.3) não devem ser incluídos neste ponto.

É importante que todas as variáveis, parâmetros, fontes de dados, etc., sejam consistentes com os aplicados na secção E e que estes estejam completamente justificados. Os pressupostos assumidos devem ser enunciados, por exemplo:

• Em projectos de produção de electricidade com ligação à rede deve ser claramente referido se os dados utilizados para determinar as emissões de referência dizem respeito a uma rede nacional, regional ou local.

• Para projectos de alteração de combustível ou eficiência energética, o tempo de vida restante dos equipamentos existentes deve ser discutido de forma a demonstrar que é pouco provável que equipamentos novos

See Pitfall 11: Baseline information not sufficiently supported by evidence and/or referenced sufficiently

See Pitfall 12: Major risks to the baseline and project activity are not identified/ described

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ou mais eficientes venham a ser adoptados na ausência da actividade de projecto MDL.

B.6.2. Dados e parâmetros que estão disponíveis na validação

Esta secção incluirá a compilação de informação sobre os dados e parâmetros que, não sendo monitorizados ao longo do período de geração de créditos, são determinados apenas uma vez e se mantêm constantes pelo resto do período de geração de créditos e que estão disponíveis no momento de realização da validação. Dados que ficam disponíveis apenas após a validação da actividade de projecto (e.g. medidas após a implementação da actividade de projecto) não deverão ser incluídos aqui mas sim na tabela da secção B.7.1.

Poderá incluir dados que são medidos ou amostrados, e dados que são recolhidos de outras fontes (e.g. estatísticas oficiais, avaliação de peritos, dados confidenciais, do IPCC, de literatura comercial ou científica, etc.). Dados que são calculados com equações providenciadas pela metodologia, ou valores por defeito especificados na metodologia, não devem ser incluídos nesta compilação.

Providencie para cada dado ou parâmetro, o valor escolhido ou, quando relevante, a informação qualitativa, utilizando a tabela apresentada a baixo. Em particular:

• Providencie o valor realmente aplicado. Quando séries temporais de dados são utilizadas, onde diversas medidas são realizadas ou onde estudos tenham sido realizados, providencie informação detalhada no Anexo 3.

• Explique e justifique a escolha para as fontes de dados. Providencie referências claras e transparentes ou documentação adicional no Anexo 3.

• Sempre que se tiverem realizado medições, inclua uma descrição do método e procedimento de medição (e.g. que normas foram utilizadas), indicando a pessoa/entidade responsável pela realização da medida, a data da medida(s) e os resultados. Informação mais detalhada pode ser fornecida no Anexo 3.

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(Copie esta tabela para cada dado e parâmetro)

Dado / Parâmetro: Unidades: Descrição: Fonte dos dados utilizados: Valor aplicado: Justificação da escolha do dado ou descrição do método e procedimento de medição aplicados:

Comentários:

B.6.3 Cálculo ex-ante das reduções de emissão

Providencie um cálculo ex-ante das emissões de projecto, das emissões do cenário de referência (ou, quando aplicável, do cálculo directo da redução de emissões) e das fugas de carbono, durante o período de geração de créditos, e que seja transparente e aplique todas as equações relevantes constantes na metodologia aprovada. Use estimativas para parâmetros que não estejam disponíveis aquando da validação ou que apenas são monitorizados no período de geração de créditos.

Documente o modo como cada equação é aplicada, de forma a permitir a reprodução do cálculo pelo leitor. Quando relevante, providencie informação de base adicional e/ou dados no Anexo 3, incluindo ficheiros electrónicos relevantes (e.g. folhas de cálculo).

!

Assegure-se de que não existem discrepâncias entre os dados utilizados para os cálculos em folhas de cálculo e aqueles que são indicados no PDD.

Nunca inclua um dados sem referenciar a sua fonte, a qual deve ser uma fonte oficial e reconhecida, e/ou à fórmula e pressupostos utilizados para obter um valor específico de um dado. Utilize sempre as fontes mais actuais que estejam disponíveis.

Justifique sempre os pressupostos, fornecendo detalhes relativamente às especificidades do projecto.

Inclua as unidades de todas as variáveis e verifique a sua consistência. Todos os pormenores dos cálculos e pressupostos realizados devem estar disponíveis e serem providenciados à DOE, conjuntamente com o PDD.

Ver P. 14: Falta de lógica e consistência no PDD

Ver P.22: Desvios aos cálculos constantes na metodologia não suficientemente justificados ou aplicação incorrecta de fórmulas

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Exemplos dos erros mais frequentes são:

• Omissão de fontes de emissão, directas ou indirectas, dentro ou fora das fronteiras do projecto (e.g. fugas de carbono não são calculadas);

• Erros de cálculo, tais como unidades erradas ou factores de conversão errados utilizados;

• Desvios à metodologia de cálculo sem justificação, no que respeita à precisão e carácter conservativo do resultado;

• Falta de referências e cálculos pouco transparentes; • Pressupostos de cálculo não justificados; • As categorias de gases de efeito de estufa abrangidas nos cálculos das

emissões de projecto diferem daquelas incluídas no cálculo das emissões do cenário de referência;

• Faltam evidências de que a metodologia tenha sido aplicada de forma conservativa;

• Factores de conversão específicos aplicados nos cálculos sem demonstração de como foram produzidos e sem qualquer referência justificativa;

• Factores de conversão por defeito aplicados, sem justificação e referenciação adequadas.

Por vezes, fugas de carbono são descritas como não aplicáveis, ainda que o sejam. Por exemplo, para actividades que utilizem biomassa, as fugas de carbono devem ser consideradas, incluindo os efeitos potenciais na disponibilidade de biomassa para outros utilizadores. Para a quantidade de biomassa recolhida a partir de fontes exteriores à fronteira do projecto, as emissões de transporte dos camiões, a capacidade dos camiões e a quantidade de viagens, são dados que necessitam de ser monitorizados.

B.6.4 Sumário da estimativa ex-ante da redução de emissões

Apresente um sumário dos resultados da estimativa ex-ante da redução de emissões, para todos os anos do período de geração de créditos, utilizando a tabela abaixo.

Ano Estimativa das emissões da actividade de projecto (ton de CO2e)

Estimativa das emissões do cenário de referência (ton de CO2e)

Estimativa das fugas (ton de CO2e)

Estimativa da redução de emissões global (ton de CO2e)

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano …

Total (ton de CO2e)

See Pitfall17: SouCERs are omitted

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B.7 Aplicação da metodologia de monitorização e descrição do plano de monitorização

As duas secções seguintes (B.7.1 e B.7.2) deverão fornecer uma descrição detalhada da aplicação da metodologia de monitorização e da descrição do Plano de Monitorização, incluindo a identificação dos dados a ser monitorizados e os procedimentos que irão ser aplicados durante a monitorização.

Por favor, note que os dados monitorizados e necessários para a verificação e emissão devem ser guardados até 2 anos após o fim do período de geração de créditos, ou a última emissão de CERs para esta actividade de projecto, conforme a que ocorrer mais tarde.

B.7.1 Dados e parâmetros monitorizados

Esta secção deve incluir informação específica sobre como os dados e parâmetros que necessitam de ser monitorizados irão ser, na prática, recolhidos durante a monitorização da actividade de projecto. Dados que são determinados apenas uma vez para todo o período de geração de créditos, mas que fiquem disponíveis apenas após a validação do projecto (e.g. medidas que ocorrem após a implementação da actividade de projecto) devem ser incluídos aqui.

Providencie para cada parâmetro a seguinte informação, utilizando as tabelas fornecidas em baixo:

• A(s) fonte(s) dos dados que irão, na prática, ser utilizadas para a actividade de projecto proposta (e.g. exactamente que estatísticas nacionais). Quando várias fontes possam ser utilizadas, explique e justifique que fontes de dados são preferíveis.

• Quando for necessário realizar medições de dados e parâmetros, especifique os métodos e procedimentos de medição, incluindo a especificação de quais as normas, nacionais ou internacionais, aceites pela indústria que irão ser aplicadas, que equipamento de medição irá ser utilizado, como a medida é realizada, que procedimentos de calibração serão aplicados, qual a exactidão do método de medição, quem é a pessoa/entidade responsável pela realização das medidas e qual é o intervalo entre medições.

• Uma descrição dos procedimentos de GQ/CQ (garantia de qualidade/ controlo de qualidade, caso existam) que devem ser aplicados.

• Quando relevantes: outros comentários.

Providencie outra documentação de suporte relevante no Anexo 4.

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(Copie esta tabela para cada dado e parâmetro)

Dado / Parâmetro:

Unidades:

Descrição:

Fonte dos dados a ser utilizada:

Valor do dado aplicado para fins do cálculo, na Secção B.5, da redução esperada de emissões

Descrição dos métodos de medição e procedimentos a aplicar:

Procedimentos de CG/CQ a ser aplicados:

Outros comentários:

!

A tabela acima não é a mesma que a tabela incluída nas metodologias para descrever os requisitos de monitorização para cada parâmetro!!!

Assegure-se que segue todos os requisitos da metodologia aprovada, incluindo:

• Todas as variáveis de dados aplicáveis e que foram listadas. Nalguns casos, outras variáveis de dados podem ser adicionadas ou algumas variáveis de dados podem ser eliminadas porque não aplicáveis ao projecto específico. Estas escolhas devem ser feitas de modo transparente.

• As unidades têm de ser as mesmas unidades definidas na metodologia.

• Indicadores que têm que ser medidos ex-post não devem ser calculados nem estimados.

• A frequência de registo deve ser maior ou igual à indicada na metodologia.

Quaisquer desvios à metodologia (e.g. uma frequência menor de registo, outras unidades, variável calculada em vez de medida) necessitam de ser detalhadamente justificadas, e devem contribuir para o carácter conservativo do cálculo da redução de emissões. Um pedido de desvio terá que ser solicitado ao CE pela DOE.

O nível de incerteza dos dados é normalmente definido na metodologia aprovada. Uma visão geral dos procedimentos de GQ/CQ deve ser descrito nas tabelas desta secção.

A questão de saber se a DNA do país anfitrião requer a monitorização de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável deve ser clarificada. Se este for o

Ver P. 20: Desvios à metodologia de verificação insuficientemente justificados

Ver P.19: Informação insuficiente sobre os métodos de medição e fontes de informação na descrição dos dados/parâmetros no plano de monitorização

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caso, os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável devem ser listados no Plano de Monitorização.

O nível de incerteza dos dados é normalmente definido na metodologia aprovada. Uma visão geral dos procedimentos de GQ/CQ deve ser descrito nesta secção.

B.7.2 Descrição do plano de monitorização

Por favor, providencie uma descrição detalhada do plano de monitorização. Descreva a estrutura operacional e de gestão que o operador de projecto terá que implementar, de forma a monitorizar a redução de emissões e fugas de carbono geradas pelo projecto. Indique claramente as responsabilidades e acordos institucionais para a recolha de dados e seu arquivo. O Plano de Monitorização deve seguir as boas práticas de monitorização para o tipo de actividade de projecto. Providencie outras informações de base que sejam relevantes no Anexo 4.

!

Relativamente à estrutura operacional e de gestão que irá ser implementada para monitorizar as emissões e fugas de carbono do projecto, os seguintes aspectos deve ser evidenciados na forma como são aplicados ao projecto específico:

• A responsabilidade e autoridade de gestão do projecto;

• A responsabilidade e autoridade pelo registo, monitorização, medição e comunicação;

• Procedimentos para a formação do pessoal responsável pela monitorização;

• Procedimentos de emergência no caso em que emergências causem emissões não intencionais;

• Procedimentos para a calibração dos equipamentos de monitorização;

• Procedimentos para a manutenção dos equipamentos e instalações de monitorização;

• Procedimentos para a monitorização, realização das medidas e comunicação;

• Procedimentos para o tratamento diário de registos (incluindo que registos manter, áreas de armazenamento e como é processada a documentação);

Ver P.21: Procedimentos de monitorização e gestão do projecto não definidos

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• Procedimentos para a revisão interna dos resultados/dados reportados, incluindo um sistema para acções correctivas, caso necessário, de forma a providenciar por uma monitorização e comunicação mais precisa no futuro.

O nível de detalhe necessário para a monitorização e gestão do projecto é específico e depende da tecnologia utilizada. Por favor veja o Problema 21 para mais pormenores.

B.8 Data de conclusão do cenário de referência e da metodologia de monitorização e nome da(s) pessoa(s)/entidade(s) responsáveis

Por favor indique a data de conclusão da aplicação da metodologia à actividade de projecto

Concluído em DD/MM/AAAA.

Por favor, indique informação de contacto da pessoa(s)/entidade(s) responsável pela aplicação da metodologia de monitorização e do cenário de referência à actividade de projecto e indique se a pessoa/entidade é também um participante do projecto listado no Anexo 1.

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SECÇÃO C. Duração da actividade de projecto /período de geração de créditos

C.1 Duração da actividade de projecto:

C.1.1. Data de começo da actividade de projecto

A data de arranque de uma actividade de projecto MDL é a data em que a implementação ou a construção ou a operação efectiva da actividade de projecto se inicia.

(As actividades de projecto que tenham tido o seu início entre 1 de Janeiro de 2000 e a data de registo do primeiro projecto MDL, se a actividade de projecto tiver sido submetida para registo antes de 31 de Dezembro de 2005, têm que providenciar documentação, na altura do registo, demonstrando que a data de começo da actividade está compreendida naquele período)

!

A data deve ser tão específica quanto possível, e.g. do tipo DD/MM/AAAA. Uma prova da data de começo deve estar disponível para ser apresentada à DOE, caso seja solicitada. Em conformidade com o “Glossário de Termos MDL”41, a data de início de uma actividade de projecto MDL é a que ocorrer mais cedo entre a data de início da implementação ou da construção ou do arranque efectivo da actividade de projecto.

C.1.2. Período de vida operacional esperado da actividade de projecto

Por favor declare o período de vida operacional esperado da actividade de projecto em anos e meses.

!

O período de vida operacional esperado da actividade de projecto deve ser sempre igual ou superior ao período de geração de créditos. Deve ser disponibilizada à DOE, caso solicitado, uma justificação ou evidências sobre o período de vida operacional esperado da actividade de projecto.

41 http://cdm.unfccc.int/Reference/Guidclarif/glos_CDM_v03.pdf

Ver P.18: Data de começo do projecto ou do início do período de créditos não é clara.

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C.2 Escolha do período de geração de créditos e informação relacionada

Por favor indique se a actividade de projecto irá utilizar um período de geração de créditos renovável ou fixo e preencha, de forma completa, os pontos C.2.1 ou C.2.2, respectivamente.

Note que o período de geração de créditos apenas pode começar depois da data de registo da actividade proposta como uma actividade de projecto MDL. Em casos excepcionais (ver acima instruções para a secção C.1.1.) a data de começo do período de geração de créditos poderá ser anterior à data de registo da actividade de projecto, conforme estabelecido pelos parágrafos 12 e 13 da decisão 17/CP.7, parágrafo 1(c) da decisão 18/CP.9 e por qualquer orientação fornecida pelo CE, disponível pelo endereço da Internet da UNFCCC-MDL.

!

A data de começo do período de geração de créditos deve ser posterior à data de registo da actividade.

Deve ser escolhida uma das duas opções para o período de geração de créditos: fixo ou renovável.

O período de geração de créditos total (e.g. 3 x 7 anos ou 10 anos) não deve ser maior que o período de vida esperado da actividade de projecto.

C.2.1. Período de geração de créditos renovável

Cada período de geração de créditos será de, no máximo, 7 anos e pode ser renovado no máximo por duas vezes, desde que, para cada renovação, uma DOE determine e informe o Comité Executivo que o cenário de referência do projecto original ainda é válido, ou foi devidamente actualizado tendo em conta a existência de novos dados, quando aplicáveis.

!

Apenas uma, e só uma, das secções C2.1 ou C2.2 deve ser preenchida, devendo a outra ficar em branco.

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C.2.1.1. Data de começo do primeiro período de geração de créditos

Por favor indique as datas no formato seguinte: (DD/MM/AAAA).

C.2.1.2. Duração do primeiro período de geração de créditos

Por favor indique, em anos e meses, a duração do primeiro período de geração de créditos.

C.2.2. Período de geração de créditos fixo

O período de geração de créditos fixo não excederá no máximo dez (10) anos.

C.2.2.1. Data de início

Por favor indique as datas no formato seguinte: (DD/MM/AAAA).

C.2.2.2. Duração

Por favor indique, em anos e meses, a duração do período de geração de créditos.

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SECÇÃO D. Impactes Ambientais

D.1. Documentação sobre a análise de impactes ambientais, incluindo impactes transfronteiriços

Por favor anexe a documentação ao PDD.

!

Se uma Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) for exigida por lei e/ou se uma AIA tiver sido realizado, detalhes sobre a AIA devem ser providenciados num documento separado anexo ao PDD caso esteja em inglês, ou ser disponibilizado para validação à DOE, caso solicitado, se os documentos estiverem numa língua local.

D.2. Caso os impactes ambientais sejam considerados significativos pelos participantes de projecto ou pela Parte anfitriã, por favor indique as conclusões e todas as referências que suportam a documentação de um estudo de impacte ambiental realizado de acordo com os procedimentos exigidos pela Parte anfitriã

See Pitfall 19: Compliance with legal requirements not covered sufficiently

See Pitfall 20: Insufficient information on the stakeholder consultation process

Ver P.23: Cumprimento dos requisitos legais locais não suficientemente demonstrado

Ver P.3: Não apresentação de evidências quanto à realização de AIA e/ou licenciamentos requeridos

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106

SECÇÃO E. Comentários das partes interessadas

!

Nesta secção, os requisitos legais para a consulta de partes interessadas (se existentes) devem ser descritos, incluindo a forma como o projecto está em cumprimento com esses requisitos. As partes interessadas mais pertinentes devem ser listadas, incluindo informação de contacto. A informação de contacto de partes interessadas pode ser fornecida como um Anexo ao PDD ou dada à DOE, caso seja solicitada. Um sumário com todos os comentários recebidos deve ser incluído nesta secção, bem como uma descrição de como estes comentários foram, ou irão ser, tidos em conta.

É importante manter sempre minutas e registos detalhados das reuniões com partes interessadas locais, de forma a poder justificar o processo de consulta num estágio posterior.

E.1 Breve descrição de como foram as partes interessadas locais convidadas a comentar e da forma como esses comentários foram compilados

Por favor, descreva o processo de convite às partes interessadas locais para expressar os seus comentários e de que forma esses comentários foram compilados. O convite para comentários a uma parte interessada local deve ser feito de uma forma aberta e transparente, de maneira a facilitar a recepção de comentários por partes interessadas locais e dar um período de tempo razoável para que os comentários sejam submetidos. A este respeito, os participantes de projecto devem descrever a actividade de projecto de uma forma que permita às partes interessadas locais a sua compreensão, tendo em conta regras respeitantes à confidencialidade de informação constantes nas Modalidades e Procedimentos do MDL. O processo de consulta pública às partes interessadas locais deve estar terminado antes de submeter a actividade de projecto para validação à DOE.

E.2 Sumário dos comentários recebidos

Por favor identifique as partes interessadas que fizeram comentários e forneça um sumário desses comentários.

Ver P. 24: Informação insuficiente sobre o processo de consulta pública local

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E.3 Explique a forma como esses comentários foram tidos devidamente em conta

Por favor explique como foram tidos em devida conta os comentários recebidos.

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Anexo 1

INFORMAÇÃO DE CONTACTO DO PARTICIPANTES DE PROJECTO

Por favor, copie a tabela se necessário. Preencha para cada organização listada na secção A.3 os seguintes campos obrigatórios: Organização, Nome da pessoa de contacto, Rua, Cidade, Código Postal, País, Telefone e Fax ou endereço electrónico.

!

Assegure-se de que incluiu aqui todos os participantes de projecto listados na coluna 2 da Tabela A.3 e verifique que a informação é consistente com a dada na Tabela A.3.

Organização: Rua/Caixa Postal: Edifício: Cidade: Estado/Região: Código Postal: País: Telefone: Fax: E-Mail: URL: Representado por: Título: Saudação: Último nome: Restante apelidos: Nome próprio Departamento: Telemóvel: Fax directo: Telefone directo: e-mail pessoal:

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Anexo 2

INFORMAÇÃO RELATIVA A FINANCIAMENTO PÚBLICO

Por favor, providencie informação das Partes incluídas no Anexo I sobre fontes de financiamento públicas para a actividade de projecto, que declare/demonstre que esse financiamento não resulta da diversão de Assistência Oficial para o Desenvolvimento, e é separado, e não contabilizado, para o cumprimento das obrigações dessas Partes.

!

• Liste todas as fontes de financiamento público.

• Apresente uma confirmação de que não é uma diversão de AOD de um país do Anexo I.

• Disponibilize contactos de pessoas relevantes para que a DOE possa investigar mais aprofundadamente as fontes do financiamento público.

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Anexo 3

INFORMAÇÃO DO CENÁRIO DE REFERÊNCIA

Por favor, providencie qualquer outra informação de base utilizada na aplicação da metodologia de monitorização e do cenário de referência. Esta informação poderá incluir tabelas com séries de dados, documentos com resultados de medições, fontes de dados, etc.

!

Esta secção tende a ser ou demasiado breve ou demasiado elaborada. Exemplos da informação que pode ser fornecida no Anexo 3 são listados na Caixa 7, em baixo.

Caixa 7: Exemplos de informação fornecida para projectos de electricidade para a rede ou captura de gás de aterro

Projectos que injectem electricidade na rede:

Uma tabela com todas as centrais eléctricas utilizadas para calcular a margem operacional e construída para o factor de emissão da rede deve ser apresentada.

Nome da central

eléctrica

Tipo de combustível

Energia gerada em

2005 (MWh)

Energia gerada em

2004 (GWh)

Energia gerada em

2003 (GWh)

Ano de comissionamento

Projectos de captura e queima de gás de aterro:

Pressupostos para a estimativa da redução de emissões pelo modelo de Decaimento de Primeira Ordem devem ser incluídos aqui. Este tipo de informação incluirá:

• Pressupostos para o potencial teórico da taxa geração de metano, L0, incluindo informação sobre a composição dos resíduos;

• Pressupostos para a constante de geração de metano, k;

• Uma tabela com a quantidade anual de resíduos que são depositados;

• Informação sobre a composição dos resíduos

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Anexo 4

INFORMAÇÃO SOBRE A MONITORIZAÇÃO

Por favor, providencie qualquer outra informação de base utilizada na aplicação da metodologia de monitorização e do cenário de referência. Esta informação poderá incluir tabelas com series de dados, documentação adicional sobre os equipamentos de monitorização, procedimentos, etc.

!

Exemplos de informação a incluir neste ponto são cópias de folhas de cálculo que devem ser preenchidas pelos operadores, com uma explicação de como estas são preenchidas e usadas para agregar dados e calcular a redução anual de emissões.

Um exemplo de uma folha de cálculo anual para um projecto de gás de aterro é dado na Caixa 8, em baixo. Esta folha de cálculo é preenchida com base numa agregação de folhas mensais e calculada pelas fórmulas constantes na metodologia AM0011.

Caixa 8: Exemplo de uma Folha de Cálculo anual para um projecto de gás de aterro

Características do projecto Reduções de GEE do projecto

Dados kWh gerados

pelo projecto

Metano entrado

no gerador

Metano entrado na flare

Ton CO2e destruídas

no gerador

Ton CO2e destruídas

na flare

Ton CO2e destruídas

no gerador e na flare

Mês/ unidades

kWh Ton CH4 Ton CH4 Ton CO2e Ton CO2e Ton CO2e

Janeiro Fevereiro Março Etc. . .

Não é fornecida qualquer orientação no que respeita a como preencher o relatório de monitorização! – este exemplo destina-se só a ilustrar em que actividades da monitorização ocorrem problemas na verificação .

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Conteúdo do relatório de monitorização

Esta secção visa realçar os pontos mais importantes a incluir no relatório de monitorização. As orientações da UNFCCC não especificam nenhum formato concreto sobre o qual o relatório de monitorização tenha de ser implementado. Assim, cabe ao proponente do projecto formular o seu próprio formato. As seguintes orientações são baseadas nas melhores práticas e, desejavelmente, conformam um relatório de monitorização completo e conciso.

1. Primeira página. É desejável que a primeira página do relatório de monitorização contenha a seguinte informação relacionada com o projecto.

a) Título da actividade de projecto.

b) Número de referência da UNFCCC.

c) Nome do proponente do projecto e endereço/endereço de contacto e assinatura (opcional) da pessoa responsável (preferivelmente, conforme o constante nas modalidades de comunicação).

d) O período para o qual a redução de emissões está a ser reclamada (i.e. data de começo e de final do período que foi verificado).

e) A redução de emissões reclamada.

f) Se se trata de uma verificação inicial ou de uma verificação periódica, caso em que o número da verificação periódica deve ser especificado.

g) A versão do relatório de monitorização e a data da sua publicação.

2. Um índice é desejável se o relatório de monitorização for extenso ou tiver muitas secções. Contudo é sempre preferível manter o relatório de monitorização conciso, mas contendo todos os detalhes relevantes conforme descrito a seguir.

3. Introdução: Uma introdução do proponente do projecto, o tipo de projecto (grande ou pequena-escala), o âmbito sectorial, a Parte anfitriã envolvida, detalhes sobre os outros proponentes do projecto de Partes Anexo I e o período a que respeita o relatório de monitorização, são informações necessárias para o processo de verificação.

4. Uma lista de referências da actividade de projecto, tais como

a) A metodologia de monitorização e do cenário de referência utilizada, com indicação da sua versão.

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b) O Documento de Concepção do Projecto conforme registado.

c) Relatório de validação.

d) Metodologia de monitorização aplicada.

e) Data em que o projecto foi registado.

f) Quaisquer outras referências que possam ser relevantes para o processo de verificação.

5. Uma breve descrição da actividade de projecto, nomeadamente

a) O que é previsto no PDD registado?

b) O projecto foi implementado conforme previsto ou houve desvios?

c) Quando foi feito o comissionamento do projecto?

d) Se foram feitos quaisquer acrescentos à actividade de projecto com vista a melhorá-lo?

e) Desempenho da actividade de projecto durante o período em verificação.

f) Número de dias em operação/não operacionais, e

g) Cumprimento das obrigações legais pelo projecto, durante o período em verificação.

6. Parâmetros a monitorizar: A lista de todos os parâmetros a serem monitorizados, bem como a frequência especificada de monitorização, conforme indicado no PDD registado. Deverá também ser justificado se algum dos parâmetros não poder ter sido monitorizado ou se a frequência de monitorização não tiver sido a especificada.

7. Os cálculos envolvidos, passo a passo para chegar à redução de emissões certificada, conforme especificado no PDD. As variáveis definidas ex-ante devem ser claramente especificadas e a fonte das constantes (seja o IPCC ou um valor local) deve também ser dado, para mais fácil referência.

Quaisquer desvios aos cálculos, devidos quer à indisponibilidade de dados ou à não-aplicabilidade de fórmulas que não tenham sido apuradas durante a validação, ou a necessidade de correcção de um factor, devem ser claramente declarados.

Uma comparação da redução de emissões reclamadas para o período em causa com a estimativa de redução de emissões (no PDD registado) para o mesmo período e uma justificação para as diferenças encontradas (para mais ou para menos) deve também ser apresentada.

8. Caso a metodologia de monitorização e do cenário de referência especifique uma verificação face aos requisitos do cenário de referência, tal deverá também ser claramente declarado.

9. Uma nota relativamente aos procedimentos de garantia e controlo da qualidade que estão a ser utilizados para a monitorização de dados, cálculos e arquivo.

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10. Calibração/manutenção de instrumentos analíticos e de medida. Uma lista de instrumentos que requerem calibração de acordo com a metodologia e o seu estado de cumprimento deve ser fornecida.

11. Impactes Ambientais: um breve resumo sobre os impactes ambientais da actividade de projecto nas imediações do mesmo; o cumprimento da actividade de projecto, ou da unidade onde ela se insere, face às obrigações legais do país ou constantes nas obrigações de licenciamento; ou a monitorização de parâmetros constantes na Avaliação de Impacte Ambiental ou na metodologia aprovada para avaliar o impacte ambiental.

Quaisquer alterações ao relatório de monitorização após a versão original ter sido carregada na página da internet da UNFCCC-MDL deve ser indicada por uma alteração do número de versão e data na primeira página do relatório, para mais fácil referência e identificação.

Embora não seja uma parte do relatório de monitorização, deve também ser providenciada à DOE, para condução da verificação, uma folha de cálculo compreendendo os seguintes elementos:

a) Todos os parâmetros monitorizados com a sua frequência e todos os valores.

b) Cálculos da redução de emissões.

c) Desvios face à redução de emissões estimadas declaradas no PDD registado, com as devidas razões/justificações para tal.

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Anexos a este Guia

Anexo 1 - Outras fontes para referência sobre MDL

Endereço da Internet da UNFCCC (em inglês) http://cdm.unfccc.int Decisão17/COP7: Acordos de Marraquexe (Documento integral, em inglês) http://cdm.unfccc.int/Reference/COPMOP/decisions_17_CP.7.pdf Decisão 3/CMP.1: Modalidades e procedimentos para um mecanismo de desenvolvimento limpo (em inglês) http://cdm.unfccc.int/Reference/COPMOP/08a01.pdf#page=6 Decisão 4/CMP.2 (Anexo II): Modalidades e procedimentos simplificados para actividades de projecto de pequena-escala ao mecanismo de desenvolvimento limpo (em inglês) http://cdm.unfccc.int/Reference/COPMOP/08a01.pdf#page=43 Catálogo de Decisões sobre o MDL (em inglês) https://cdm.unfccc.int/Reference/catalogue/search Versões mais recentes de (em inglês): • Guia para finalizar PDDs • Modelo de um PDD • Procedimentos do MDL • Orientações, clarificações e ferramentas • Decisões das reuniões do CE • Decisões das COP/MOPs http://cdm.unfccc.int/Reference/Documents Metodologias de monitorização e do cenário de referência http://cdm.unfccc.int/methodologies Glossário de termos MDL (em inglês): http://cdm.unfccc.int/Reference/Guidclarif/glossary_of_CDM_terms.pdf Uma revisão mensal dos projectos MDL em fase de validação está disponível em: http://cdmpipeline.org/

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Anexo 2 – Publicações do projecto CD4CDM

As publicações poderão ser descarregadas a partir de www.cd4cdm.org

CDM Information and Guidebook (2nd edition) (em inglês)

O CDM Information and Guidebook procura fornecer uma visão geral do MDL, o seu ciclo de projecto, e assuntos relacionados, tais como a sua ligação a objectivos de desenvolvimento sustentável e aos mercados financeiros. Os anexos apresentam Perguntas Mais Frequentes, uma breve descrição das orientações existentes e uma lista das categorias de projectos que poderão vi a ser elegíveis no futuro no MDL.

Legal Issues Guidebook to the Clean Development Mechanism (em inglês)

O Guia procura fornecer uma análise em profundidade sobre os vários tipos e riscos associados aos vários estágios de desenvolvimento de um projecto MDL e as possíveis abordagens legais e contratuais que podem ser adoptadas para minimizar estes riscos.

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CDM Sustainable Development Impacts (em inglês)

Este Guia apresenta uma abordagem operacional ao desenvolvimento sustentável no contexto dos projectos MDL.

Institutional Strategy to Promote the Clean Development Mechanism in Peru (em inglês)

Este livro descreve como o Perú concebeu uma estratégia institucional de promoção do MDL inspirada na regulamentação internacional para o MDL.

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (em português)

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Anexo 3 – Abreviaturas e dicionário 42

Metodologia Aprovada Consolidada

ACM Approved Consolidated Methodology

Metodologia aprovada para actividade de projecto MDL de pequena-escala

AMS Approved Methodology for Small-Scale CDM project activities

PAC Pedido de Acção Correctiva

CAR Corrective Action Request

MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

CDM Clean Development Mechanism

FEC Factor de Emissão do Carbono

CEF Carbon Emission Factor

Redução de Emissão Certificada

CER Certified Emission Reduction

CH4 Metano CH4 Methane

PC Pedido de Clarificação CL Clarification request

CO2 Dióxido de Carbono CO2 Carbon dioxide

CO2e Dióxido de Carbono equivalente

CO2e Carbon dioxide equivalent

DNV Det Norske Veritas DNV Det Norske Veritas

AND Autoridade Nacional Designada

DNA Designated National Authority

Entidade Operacional Designada

DOE Designated Operational Entity

CE Comité Executivo (do MDL)

EB Executive Board (of the CDM)

CE20 ou similar

A vigésima (20ª) Reunião do Comité Executivo

EB20 or similar

The 20th Executive Board Meeting

AIA Avaliação de Impacte Ambiental

EIA Environmental Impact Assessment

42 Uma vez que toda a documentação a apresentar à UNFCCC o tem que ser feita em inglês e só em inglês, achou-se por bem apresentar neste Anexo não só a tradução dos termos e acrónimos do termos em inglês tal como utilizada nesta publicação, mas também os próprios termos em inglês, elaborando assim, além de um pequena lista de abreviaturas, um pequeno dicionário de termos relativos ao MDL.

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GEE Gases com Efeito de Estufa

GHG Greenhouse gas(es)

PAG Potencial de Aquecimento Global

GWP Global Warming Potential

Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change

TIR Taxa Interna de Rentabilidade

IRR Internal Rate of Return

CA Carta de Aprovação LoA Letter of Approval

MC Modalidades de Comunicação

MoC Modalities of Communication

PM Plano de Monitorização MP Monitoring Plan

N2O Óxido Nitroso N2O Nitrous oxide

ONG Organização Não Governamental

NGO Non-governmental Organisation

VAL Valor Actual Líquido NPV Net Present Value

AOD Assistência Oficial para o Desenvolvimento

ODA Official Development Assistance

Documento de Concepção do Projecto

PDD Project Design Document

CQNUMC Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

UNFCCC United Nations Framework Convention on Climate Change

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