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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: GUIA PARA ETIQUETAGEM
DE EDIFÍCIOS
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA:
GUIA PARA ETIQUETAGEM DE EDIFÍCIOS
Volume 2
1ª ediçãoBrasília | 2015
República Federativa do BrasilPresidente: Dilma Vana RousseffVice-presidente: Michel Temer
Ministério do Meio AmbienteMinistra: Izabella Mônica Vieira TeixeiraSecretário-executivo: Francisco Gaetani
Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade AmbientalSecretário: Carlos Augusto Klink
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA:
GUIA PARA ETIQUETAGEM DE EDIFÍCIOS
Volume 2
1ª ediçãoBrasília | 2015
Ministério do Meio AmbienteSecretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental
Departamento de Mudanças Climáticas
Catalogação na FonteInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisB823e | Brasil. Ministério do Meio AmbienteEficiência energética: guia para etiquetagem de edifícios: volume 2 / Ministério do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2015.70 p. ISBN 978-85-7738-243-9
1. Eficiência energética. 2. Eletricidade 3. Energia - Edificações urbanas. I. Ministério do Meio Ambiente. II. Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. III. Departamento de Mudanças Climáticas. VI. Título. CDU(2.ed.)620.91(036)
Referência para citação:MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Eficiência energética: guia para etiquetagem de edifícios: volume 2. Brasília: MMA, 2015. 70 p.
Ministério do Meio Ambiente
Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental
Departamento de Mudanças Climáticas
DiretorAdriano Santhiago de Oliveira
Equipe TécnicaAlessandra Silva RochaAlexandra Albuquerque Maciel (revisão técnica)
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD
Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento SustentávelRosenely Diegues
Coordenadora TécnicaLudmilla Andréia de Oliveira Diniz
Edição
Esse trabalho foi elaborado no âmbito do Projeto Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil - BRA/09/G31, cuja agência executora é o Ministério do Meio Ambiente, com o apoio do PNUD, para implementação e recursos doados pelo GEF ao governo brasileiro.
Empoderando vidas.Fortalecendo nações.
Supervisão Lilian Veltman Jussara Couto
Coordenação Daniela Vianna Florence Rodrigues
Coordenação TécnicaArthur Cursino
Coordenação EditorialEduardo Nunomura
TextosArthur Cursino (revisão técnica)Eduardo NunomuraMarcelo de Trói
Projeto GráficoDébora Alberti
DiagramaçãoDébora Alberti Melanie Mosquera
InfográficosMelanie Mosquera
Desenhos TécnicosCB3E
Simulação EnergéticaArthur Cursino
Ilustrações Luciano Dutra
Fotografias Deposit PhotosHerminio NunesMilton MichidaProjetEEESebastião Jacinto JúniorSergio LinkeWander Lima
ConsultoresAnette Kaminski Breno Zylbersztajn Cristina Bighetti
AgradecimentosRoberto LambertsElisa BeckMirella Lenoir ImprotaRaphaela Walger da Fonseca
ConsórcioSynergia Consultoria Socioambiental EcoSapiens Comunicação
ENCONTRE NO VOLUME 01I . INTRODUÇAO - AÇOES LOCAIS, EFEITOS GLOBAIS –
I I . PBE EDIFICA
I I I . CASOS DE SUCESSO
SUMÁRIOVOLUME 02
I. RTQ-C II. Caso Exemplar
14 / 50/
ApresentaçãoO Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RTQ-C) reúne o conjunto de procedimentos necessários para a obtenção da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) do Programa Brasileiro de Etiquetagem para Edificações (PBE Edifica) parceria do INMETRO e Procel. A classificação das edificações do nível A (mais eficien-te) até o E (menos eficiente) é feita com base nesse regulamento.A eficiência energética, para ser realmente eficiente, deve estar presen-te desde o início do projeto de uma edificação ou do planejamento de um retrofit. E esse caminho passa por contemplar o maior número de requisi-tos que o RTQ-C prevê para uma obra. Cada um dos três grupos principais de requisitos (envoltória, sistema de ilumina-ção e sistema de condicionamento de
ar) é avaliado separadamente.Ao longo deste volume, ensinamos o passo a passo para a obtenção da etiquetagem junto aos órgãos oficiais e modelos de ENCEs possíveis. Serão ainda apresentados os principais pon-tos do RTQ-C que arquitetos, engenhei-ros e projetistas devem levar em conta no momento do planejamento da obra. Apresentados dessa forma, eles servem para mostrar que a eficiência energética está mais próxima do que se imaginava até agora.Além da ENCE, em 2014, foi lançado o Selo Procel Eletrobras, que é voluntário e reconhece um edifício como tendo o maior nível de eficiência em todos os requisitos avaliados.Um caso exemplar servirá de guia para explicar como os requisitos e as boni-ficações podem ser atendidos com o objetivo de obter a classificação nível “A” de uma edificação.
BOA LEITURA E BONS PROJETOS!
I. RTQ-C
Como obter a etiqueta
Decifrando o RTQ-C
//
14
18
14
CORTINAS DE VIDROFormalismo clean valoriza a lógica do “edifício estufa”, que exige sofisticados sistemas de ar condicionado e megaestruturas de aço e concreto
EDIFÍCIO CLASSE AEDIFÍCIOS CLASSE EExemplos do que pode ser fei to para obter a etiquetagem máxima
Construções que não se preocupam com o consumo energético eficiente
BONIFICAÇAORedutores de consumo de água em torneiras e vaso sanitárioReuso de águaUso de elevadores eficientes e inteligentes
PRÉ-REQUISITO GERALCircuitos elétricos separados por uso finalAquecimento de água eficiente para grandes consumidores
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ILUMINAÇAOAcionamento independente e por setores das luzes internasSensores de presençaDensidade de Potência de Iluminação (DPI) limite de 9,70W/m2 para escritórios
ENVOLTÓRIAVidros de baixa emissividade térmica (fi ltra parte da radiação)Aberturas bem distribuídasConstrução planejada segundo zona bioclimáticaUso de proteções solares adequadas a cada orientação de fachada
Aproveitamento da luz natural
CONDICIONAMENTO DE ARSistemas adequados a cada ambienteEquipamento de resfriamento com Coeficiente de Performance (COP) maior (6,18 W/W)
Cobertura com proteção para não absorver calor
Uso correto das cores para refletir e absorver a luz e o calor
Painéis solares integrados aos vidros para geração de eletricidade
15
16
A etiqueta do PBE Edifica é emitida por um Organismo de Inspeção Acre-ditado (OIA), uma empresa pública ou privada autorizada e reconhecida pelo Inmetro. No link http://www.inme-tro.gov.br/organismos/consulta.asp, é possível consultar a relação dos OIAs no país. Para obter a etiqueta do PBE Edifica, é preciso entrar em conta-to com um OIA, que fará a análise
de toda a documentação exigida e classificará os projetos ou edificações construídas. Essas duas etapas podem ser realizadas por OIAs diferentes, com orçamentos separados.A lista completa de documentos será solicitada pelo OIA, mas pode ser acessada no link:http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001961.pdf.
Como obter a etiquetaAntes de submeter a documentação ao OIA, o interessado pela obten-ção da etiqueta de conformidade deve escolher entre dois métodos de avaliação da eficiência energética: o prescritivo ou o de simulação.O prescritivo é um método simplificado, que avalia as edificações por meio de equações e tabelas. Ele observa os requi-sitos e parâmetros estipulados pelo RTQ--C ou RTQ-R (regulamento para edifícios residenciais), avaliando os indicadores de consumo de energia e conforto térmico projetados para a edificação. Já o método da simulação compara os parâmetros da edificação proposta (nova ou retrofit) com um modelo de referência em eficiência energética. Essa simulação avalia o consumo de energia anual em função das variações climáti-cas e dos hábitos de uso. É mais flexível e permite a incorporação de novas tecnologias. Também dá mais liberdade ao projeto e aceita soluções não-previs-tas nos regulamentos técnicos.Centro Sebrae de Sustentabilidade, em Cuiabá (MT), possui ENCE geral A.
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Consumo real é do que o de referência?
MENOR
Coleta de dados
Envoltória
Aplicação de equações
analíticasÍNDICE DE CLASSIFICAÇAO
Modelo da edificação
Modelo de referência para o nível de eficiência
Fonte: LabEEE
Simulação de consumo de
ENERGIA
APROVADO NO NÍVEL
REPROVADO NO NÍVEL
Consumo real é do que o de referência?
MAIOR
Iluminação Condicionamento de ar
Gráfico 1 | Método prescritivo
Gráfico. 2 | Método de simulação
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De acordo com o método escolhido pelo solicitante (prescritivo ou simulação), o OIA realizará a inspeção. Ao final do processo, serão emitidos a ENCE de projeto e o relatório de inspeção.Quando a edificação estiver concluída, o OIA realiza uma inspeção in loco e por amostragem dos ambientes e compo-nentes para verificar se as características que constam do projeto etiquetado foram corretamente atendidas. São, então, emitidos uma ENCE da edificação e o relatório de inspeção.Os fatores que afetam o preço de uma etiquetagem incluem o tamanho e a com-plexidade da edificação; o escopo pre-tendido; e o método escolhido (prescritivo ou simulação). Deve-se somar também o valor dos custos de logística durante as inspeções do edifício construído.Depois de obtidos os selos, eles devem ser expostos em locais visíveis na obra ou na edificação, também segundo orienta-ções do regulamento técnico.
Decifrando o RTQ-CUma equação matemática
A classificação geral do nível de eficiência da edificação leva em conta os dados fornecidos pelo construtor/incorporador e os gerados durante a inspeção do OIA, sempre em função do regulamento técnico (RTQ-C). Uma pontuação total (PT), calculada a partir de dados da construção, permite definir o nível da etiqueta:
O cálculo da PT é realizado por meio de uma equação que atribui pesos aos sistemas de envoltória, iluminação e condicionamento do ar. Se o projeto ou a edificação construída possuir itens de bonificação, como um sistema de geração de energia solar fotovoltaica, a pontuação pode ser acrescida em até 1 ponto. A soma ponderada desses grupos de requisitos e mais eventuais bonificações são combinadas pela fórmula ao lado.
B
≥ 4,5 a 5 ≥ 3,5 a < 4,5 ≥ 2,5 a < 3,5 ≥ 1,5 a < 2,5 < 1,5
Pontuação Total (PT)
CA D E
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Peso Peso Peso BonificaçõesEquivalente numérico para
nível A
Fração não condicionada
- longa permanência
Fração condicionada
do edifício
Fração não condicionada
- curta permanência
PT = 0,30 (EqNumDPI) EqNumEnv EqNumCA.ACAU
ACAU
+0,30.5+ .5+.EqNumV .EqNumVAPTAU
APTAU
ANCAU
ANCAU
+ b1
0{( {()} )})+( )+(+0,40
Equivalente numérico de ambientes não condicionados e/ou ventilados naturalmenteEqNumV
EqNumEnv Equivalente numérico da envoltória
EqNumDPI Equivalente numérico do sistema de iluminação, identificado pela sigla DPI, de Densidade de Potência de Iluminação
EqNumCA Equivalente numérico de ambientes condicionados artificialmente
Área útil dos ambientes de permanência transitória, desde que não condicionadosAPT
Área útil dos ambientes não condicionados de permanência prolongada, com comprovação de percentual de horas ocupadas de conforto por ventilação natural (POC)
ANC
Área útil dos ambientes condicionadosAC
Área útilAU
Pontuação obtida pelas bonificaçõesb
Legenda
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Nota-se que a fórmula matemática trata de ponderar cada um dos requisitos em função das características das áreas úteis totais, dos ambientes condicionados e dos locais de passagem e de permanência. Um exemplo ajuda a compreender melhor como os cálculos são feitos. Ima-gine um edifício empresarial que possui metade da sua área útil com sistema de condicionamento de ar; outros 45% do seu espaço com ventilação natural e condições de conforto comprovadas em 75% do tempo; e os 5% de área restantes sendo de ambientes de per-
manência transitória. Ele foi classificado da seguinte maneira: etiquetas parciais de envoltória A (pontuação 5); ilumi-nação B (4,32); e condicionamento de ar A (4,75). O edifício não apresenta nenhum sistema ou inovação que gere pontos de bonificação. Aplicando a equação acima, obtém-se a classificação B.Toda vez que uma edificação obtém uma ENCE parcial de envoltória, tor-na-se possível obter etiquetas parciais para os demais requisitos ou mesmo uma etiqueta geral. Se um construtor/
incorporador vende os pavimentos em planta livre já com uma ENCE parcial de envoltória, e a empresa proprie-tária de um andar inteiro submete os sistemas de iluminação e de condicio-namento de ar, ela obterá a classi-ficação geral do seu pavimento. Se neste mesmo edifício o administrador do condomínio decide submeter apenas o sistema de iluminação das áreas comuns, será obtida uma ENCE com duas etique-tas parciais para este ambiente: a da envoltória (já obtida pelo construtor/incorporador) e a da iluminação.
PT = =4,430,30 x {(5 X 0,50) + (0,05 X 5) + (0,45 X 4)} (0,30 X 4,32) 00,40 X {(4,75 X 0,50) + (0,05 X 5) + (0,45 X 4)}+ + +
ENVOLTÓRIA ILUMINAÇÃO CONDICIONAMENTO DE AR
3,5 < 4,43 < 4,5
BCLASSIFICAÇÃO
=4,43
Pré-requisitos gerais
Edifícios de comprovada eficiência devem ser capazes de, a qualquer momento, indicar padrões de consumo, como, onde e em que horas se consome mais energia elétrica. E isso só é possível com a pre-sença de circuitos elétricos separados por uso final (iluminação, ar condicionado etc), primeiro pré-requisito para a etiquetagem geral. Há exceções, como no caso dos hotéis que possuem circuitos integrados por quarto que se desligam quando estão desocupados ou em edificações construí-das antes de junho de 2009.Um dos grandes vilões do consumo de energia elétrica no setor residen-cial é o gasto com o aquecimento de água. Se para uma família o chuveiro elétrico representa cerca de um quinto do consumo energético, o uso desse aparelho em edifícios comerciais com grande consumo de água quente, como shoppings, academias, hospitais e res-taurantes, inviabiliza a etiquetagem com padrões elevados de eficiência.
Quando a demanda por água quente de uma edificação for igual ou superior a 10% do consumo energético, o RTQ-C estabelece que se deve utilizar aque-cimento solar, a gás, bombas de calor ou aquecimento solar, a gás ou bombas de calor. Para obter o nível A da ENCE, toda a água quente da edificação deve ser gerada por essas fontes de ener-gia e deve atender às especificações contidas no regulamento, que incluem o isolamento das tubulações e a existência de reservatórios para preservar o calor.Edifícios com sistema de aquecimento solar e a gás que atendam menos de 70% da demanda de água e que sejam complementados por sistemas elétricos, atingirão no máximo nível C.
Importante: os pré-requisitos devem ser cumpridos para a etiquetagem geral da edificação. Caso não sejam, as classifi-cações parciais podem ser obtidas, mas as etiquetas não atingirão os níveis A, B ou C. E a obtenção de uma etiqueta geral de classe A para a edificação pode ser prejudicada.
Se o aquecimento solar corresponder a
do consumo de energia elétrica, ele será considerado bonificação.
70% ou mais
21
22
Envoltória
A envoltória pode ser comparada à pele da edificação. Trata-se do conjunto de elementos construídos que compõem os fechamentos dos ambientes internos em relação ao ambiente externo. Todos os elementos que estão acima do nível do solo e com contato com o exterior ou com outro edifício pertencem à envoltória. Exemplos: cobertura, paredes, fachada e aberturas.
Figura 1 | O teto, as paredes e até o piso, se estiver em contato com o meio exterior, são considerados parte da envoltória
A classificação da envoltória é realizada por um conjunto de índices referentes às características físicas da edificação. A existência de compo-nentes opacos e de outros elementos de sombreamento, de planos envi-draçados, de iluminação zenital e de aberturas verticais são levados em consideração. E variáveis como
volume, área de piso da edificação e orientação das fachadas, entre ou-tras, entram no cálculo da envoltória.Para obter uma etiqueta parcial de envoltória, item necessário para outras etiquetagens, deve-se levar em conta pré-requisitos específicos e conhecer o procedimento de determinação de efi-ciência, que serão detalhados a seguir.
22
23
Em uma edificação, há constantes trocas de energia (luz ou calor) entre os meios exterior e interior. Inúmeros fatores (naturais ou artificiais) podem interferir nesse fenômeno. Materiais de construção se comportam de forma distinta para a radiação solar, por exemplo. A existência de paredes externas e de fachadas, e a maneira
Para obter a etiqueta de níveis A e B, é preciso atender aos três pré-requisitos
Para obtenção das etiquetas C e D, deve-se considerar o pré-requisito 1
Pré-requisitos específicos
Transmitância térmica da cobertura e de paredes exteriores
Cores e absortância de superfícies
Iluminação zenital
1
1
1
1
2 23 3 BA
DC
como foram construídas, também afetam esse pré-requisito.É possível mensurar essa troca de energia, mais conhecida como trans-mitância térmica. Ela é uma medida do calor que passa em um intervalo de tempo, por uma área, de acordo com a diferença de temperatura (W/m2K). Alguns detalhes para o cálculo da
transmitância térmica devem ser con-siderados. Nos dois primeiros prédios abaixo, os planos de vidro externos, por apresentarem superfícies opa-cas que geram sombreamento, não entram no cálculo da transmitância térmica. Já no terceiro, embora haja uma proteção interna, esse pré-requi-sito deve ser atendido.
Figura 2 | Pórticos, proteção solar e outras superfícies opacas, mesmo que atrás dos vidros, ajudam a reduz-ir a entrada de calor
Pórtico
ProteçãoSolar
24
Outras duas variáveis afetam diretamen-te o estudo da transmitância térmica: as zonas bioclimáticas e se os ambientes são condicionados artificialmente ou não-con-dicionados. A primeira delas será discutida mais adiante, mas por ora basta lembrar que, dependendo da região brasileira onde a obra é construída, as trocas de energia são bastante distintas. Para a se-gunda variável, um exemplo pode ser útil.Uma edificação comercial será avalia-da para a obtenção da ENCE parcial relacionada à envoltória, mas ela possui sistema de condicionamento de ar e não irá comprovar a situação de conforto para
ventilação natural. A edificação poderá obter o nível A se atender aos pré-requisi-tos específicos da envoltória e também se apresentar, nos ambientes de permanên-cia prolongada, os limites de transmitância térmica mais restritivos para ambientes condicionados artificialmente. E nas áreas de permanência transitória deverá atender aos limites para ambientes não-condicionados.
As cores são outro pré-requisito específico para o estudo da envoltória porque interferem diretamente na parce-la da radiação absorvida (absortância)
pela edificação. De forma simplificada, quanto maior a absortância, maior o calor interno. Diferentes cores e tipos de tintas utilizadas em superfícies opacas mudam esse índice. Cores claras também refletem melhor a luz para dentro do edi-fício. Telhados claros podem aumentar a luz que as aberturas zenitais transmitem. Paredes exteriores e fachadas escuras não irão refletir bem a luz para o interior. O ideal é obter a especificação da absor-tância solar com os fabricantes de tintas ou de revestimentos. Outra forma é obter esse índice a partir de resultados de medições já realizadas. Para garantir envoltórias
2
Figura 3 | Iluminação zenital favorece a entrada de luz natural e conta pontos na etiquetagem
25
A definição de iluminação zenital indica que se trata da porção de luz natural que entra através dos fechamentos superiores dos espaços internos. Um telhado com uma clara-boia ou um domo de vidro servem de exemplos. Ela permite uma iluminação muito mais uniforme que a obtida com janelas, reduzindo o consumo de eleticidade e recebendo muito mais luz natural ao longo do dia.Porém, ao permitir maior entrada de luz, permite também maior entrada de radiação solar gerando calor, por isso, o RTQ-C obriga que o projeto crie es-tratégias para proteger essas aberturas da radiação solar excessiva. Um projeto de iluminação, com aberturas bem dis-tribuídas e com especificações de vidros adequados, tem condições de alcançar um bom percentual de horas de apro-veitamento da luz natural ao longo do ano, proporcionando uma significativa economia de energia elétrica.
mais eficientes, o RTQ-C determina uma absortância máxima de 0,50 para os materiais de revestimento externo das paredes para as zonas bioclimáticas de 2 a 8. A zona bioclimática 1, que inclui as cidades de Curitiba, Caxias do Sul, Lages, São Joaquim e Campos do Jordão, é excluída deste limite para permitir absor-tâncias elevadas. A justificativa é que nessas localidades devem ser privilegia-dos projetos que aqueçam os edifícios por radiação durante os meses frios do inverno, reduzindo a necessidade do uso de aquecedores.Para coberturas das edificações, que compõem a envoltória, a absortância solar máxima também é de 0,50, exce-to para aquelas de teto-jardim ou de telhas cerâmicas não-esmaltadas. Um teto-jardim apresenta bom desem-penho térmico, o mesmo ocorrendo com o segundo material, que possui elevada porosidade.
Teto com painéis móveis controla iluminação natural.
3
26
Procedimentos de cálculo
A transmitância térmica a ser consi-derada para a avaliação do pré-re-quisito específico de envoltória é a média das transmitâncias de cada parcela das paredes, ou cobertura, ponderadas pela área que ocupam. Coberturas de garagens, casas de máquinas e reservatórios de água não são considerados para o cálculo da transmitância térmica da cobertura.Já cores e absortância de superfícies é a média das absortâncias de cada parcela das paredes, ou cobertura, ponderadas pela área que ocupam. A forma como foi construída interfere no cálculo. Uma fachada envidraçada na
qual há uma parede em contato direto com o vidro, por exemplo, tem um ín-dice de absortância duas vezes maior do que em outra onde houve uma preocupação em se criar uma camada de ar entre a parede e o vidro.É preciso ainda ter ciência do Fator Solar (FS) dos vidros, entendido como a razão entre o ganho de calor que entra num ambiente por meio de uma abertura e a radiação solar incidente nesta mesma abertura. No cálculo do nível de eficiência energética da envoltória, o RTQ-C solicita o FS dos vidros utilizados para fechamento das aberturas. A forma mais comum é ob-ter esses valores com os fabricantes.
Figura 4 | Paredes e coberturas em contato com painéis solares e isolamento
térmico adequado garantem melhor transmitância térmica
27
Vidro
Parede
Câmara de ar
Figura 5 | Paredes e coberturas em contato com painéis solares e isolamento térmico adequado garantem menor transmitância térmica
Isolamento térmico em telhado reduz o calor no
ambiente interno.
28
A figura abaixo ajuda a esclarecer, de forma prática, como se deve proceder para calcular o Percentual de área de Abertura na Fachada total (PAFt)*, que será utilizado para se chegar ao Indicador de Consumo da envoltória (ICenv) (ver na pagina 32). Mesmo
*Antes se deve realizar o cálculo do PAF para a fachada Oeste (PAFO) e em seguida o PAF
T. A fachada Oeste é a superfície que está voltada
para a direção de 270º em sentido horário a partir do Norte geográfico. Se o PAFO for pelo menos 20% maior que o PAF
T, a equação leva em
conta o valor do PAFO.
em uma edificação geminada, todas as fachadas devem ser consideradas para compor o volume. Apenas para o cálculo da transmitância térmica, não se considera a absortância térmica da fachada geminada, uma vez que ela não recebe luz solar.
PAFO
= 60%
PAF = 60%PAF
= 60%
PAFT = 45%
PAF = 30%PAF
= 30%
Fachada OesteFachada LesteFachada SulFachada Norte
Caso o PAFO seja 20%
maior que o PAFT, deve ser adotado o PAF
O como variável da
equação de cálculo da eficiência da envoltória.
29
Figura 6 | Na imagem ao lado, o edifício é composto por duas torres. Cada uma delas deve obter uma ENCE, mesmo sendo ambas conecta-das pela cobertura metálica e por uma passarela. Esse é um exemplo de como levar em conta as características dos prédios das edificações para os cálculos dos sistemas.
30
Há outras características do projeto que, se levadas em conta, ajudam ou prejudicam o bom desempenho da envoltória. Conforme o desenho das varandas, internas ou externas, o cálculo é considerado no PAFt ou no chamado Ângulo Vertical de Sombre-amento (AVS), por causa da diferença na incidência de raios solares. Pro-teções solares, por exemplo, devem ser projetadas para evitar o sobre-aquecimento dos ambientes internos considerando as necessidades de sombreamento específicas do edifício, as condições sazonais do clima local (trajetória solar e temperatura) e a orientação de cada fachada. Igualmente importante é o Ângulo Horizontal de Sombreamento (AHS), que é a média do ângulo das duas
proteções solares em uma abertura. Eles também proporcionam menor incidência solar na edificação.O RTQ-C permite que a autossombra seja levada em conta, mas não a de prédios vizinhos ou acidentes geo-gráficos (um morro, por exemplo). No exemplo ao lado, o AHS é a média de dois ângulos da edificação em formato de U. O sombreamento de uma lateral será de 90º e da outra, de 0º, perfa-zendo uma média de 45º.Antes de se indicar como o procedi-mento de determinação de eficiência é obtido, é preciso ter em mãos o número de pavimentos da edificação, que irá indicar o Fator Altura (FA), e a razão entre a área da envoltória e o volume total da edificação, que indica o Fator de Forma (FF).
Figura 7 | Varandas interna e externa garantem sombreamento e menor incidência de raios solares,
mas têm cálculos diferentes
31
Figura 9 | Exemplos de Fator Altura e Fator de Forma
Figura 8 | Prédio em formato “U” exige cálculos separados para a área de sombreamento
32
para alcançar condições de conforto térmico e de eficiência energética das edificações ao longo das estações. É por essa razão que foram elaboradas diferentes equações para o cálculo do Indicador de Consumo e, logo, do nível de eficiência energética, em função das oito zonas bioclimáticas do país. Para cada uma delas, existem duas equações diferentes: para edificações cujas áreas de projeção da edificação (que não é a área útil) sejam menores que 500 metros quadrados, e para maiores. Há, ainda, limitações para a proporção de área de envoltória pelo volume total (FF).
Procedimentos de determinação de eficiência
O Indicador de Consumo da envoltória (ICenv) é calculado com as variáveis AVS, AHS, FF, FA, FS e PAFT*, e mais o volume total e as áreas construídas, da envoltória e de projeção do edifício e da cobertura. São dados, portanto, do projeto do edifício. A partir da localização da edificação, que interfere nos pesos das variáveis, obtêm-se os parâmetros mínimo e máximo do indica-dor de consumo, chegando-se a uma tabela com os cinco níveis de eficiência energética, de A a E. A edificação ficará numa dessas classificações.
A envoltória protege o interior da edi-ficação. Portanto, quanto mais exposto o seu interior, maior a troca térmica per-mitida entre a edificação e o ambiente externo. Envoltórias com maiores trocas térmicas implicam em elevados ga-nhos de calor em climas mais quentes (radiação solar, temperatura etc) ou maiores perdas de calor em climas frios (infiltração, diferenças de temperatura etc). Edifícios ineficientes são excessiva-mente quentes no verão e gelados no inverno, por exemplo.Dada a extensão territorial do Brasil, com diferentes realidades climáticas, es-tratégias distintas devem ser adotadas
*Ângulo Vertical de Sombreamento (AVS); Ângulo Horizontal de Sombreamento (AHS); Fator de Forma (FF); Fator Altura (FA); Fator Solar (FS); Percentual de Área de Abertura na Fachada total (PAFT)
33
Zoneamento bioclimático brasi leiro
Legenda:
Figura 10 | O zoneamento bioclimático foi estabelecido pela NBR 15220 (Desempenho térmico de edificações)
34
Este guia, como já afirmado, não tem a intenção de se tornar um roteiro com-pleto para a obtenção de uma ENCE. Os pontos aqui apresentados, e os seguintes, servem para ajudar profissio-nais da construção civil a terem uma vi-são geral dos passos a serem seguidos para a etiquetagem. Os cálculos ante-riores, mais complexos e com mais deta-lhes na vida real, podem ser facilmente realizados por meio de programas de auxílio, como o Webprescritivo*. Os arquitetos, engenheiros e projetistas só precisam levantar os dados apontados nos checklists de aplicação do RTQ-C, em função de sua zona bioclimática, e o nível de eficiência energética é estimado pelo computador.
*http://www.labeee.ufsc.br/projetos/s3e/webprescritivo
Tela inicial do Webprescritivo, onde são inseridos os dados da edificação, e etiqueta obtida (ao lado) para uma simulação genérica.
35
36
Iluminação
A luz natural está disponível na maior parte das horas do dia, mas não vem sendo explorada adequadamente pela maioria dos projetos. O seu uso correto e eficiente deveria ser estimulado de forma combinada com a i luminação artificial, essencial para permitir o trabalho em locais distantes da fachada e em horários em que a luz natural não atinge os níveis de i luminação mínimos adequados.
Como a opção recorrente dos projetos de edificações comerciais, de serviços e públicas tem sido a iluminação artifi-cial, é vital contemplar níveis corretos de luminosidade. Eles devem, portanto, ser capazes de reduzir o consumo de energia e o de carga térmica. Escritórios superaquecidos pela presença de mui-tas pessoas ou de uma iluminação acima do necessário obriga o uso excessivo do
sistema de condicionamento de ar.Vários métodos de iluminação podem ser utilizados para conseguir proje-tar edifícios de elevada eficiência energética. Tal como a avaliação da envoltória exposta anteriormente, esta seção apresenta os pré-requisitos avaliados e os cálculos envolvendo a eficiência do sistema de iluminação (pelo método prescritivo).
Edificações com amplas janelas de vidro favorecem a iluminação, mas podem aumentar o calor do ambiente.
36
37
Figura 11 | Como dividir as zonas de controle de iluminação em ambientes maiores que 250 m2
Para obter a etiqueta de nível A, é preciso atender aos três pré-requisitos
O de nível B os dois primeiros e de nível C apenas o primeiro.
Pré-requisitos específicos
Divisão dos circuitos
Contribuição da luz natural
Desligamento automático do sistema de i luminação
1
1
1
1 1
2 2
2
3 3
B
A
C
Cada ambiente fechado por paredes ou divisórias até o teto deve possuir pelo menos um dispositivo de controle manual, de fácil acesso, para o acionamento independente da iluminação interna. Ambientes com área inferior a 250 metros quadrados podem ter apenas um controle. Acima dessa área, devem possuir dispositi-vos proporcionais a parcelas de 250 metros quadrados. Se o ambiente for superior a 1.000 metros quadrados, o sistema deve ser dividido em parcelas proporcionais a essa área.
38
O projeto tem um sistema que considera a contribuição da luz natural na iluminação do ambiente? Luminárias próximas das janelas possuem um dis-positivo de desligamento independente do restante do sistema? Essas questões são importantes para a obtenção de um elevado nível de eficiência energética.
Além dos dispositivos de controle manual e que levem em conta a luz natu-ral, a edificação deve possuir um sistema que seja capaz de evitar a iluminação artificial em ambientes desocupados. Sensores de presença e aparelhos de desligamento automático também são considerados pré-requisitos da iluminação.
Procedimentos de determinação de eficiência
A avaliação do sistema de iluminação é realizada pelos métodos (I) da área do edifício (para edifícios com até três atividades principais ou para atividades que ocupem mais de 30% da área da
do edifício) ou (II) das atividades do edifício (cada ambiente e seu uso é avaliado de forma individual e também para etiquetagens parciais). O sistema de iluminação também avalia ambientes abertos e cobertos.(I) O objetivo desse cálculo é verificar se a potência total instalada de uma edificação é inferior aos limites de po-tência instalada de cada ambiente, que variam conforme as etiquetas de eficiên-cia energética. Para fazer essa conta, é preciso considerar a tabela da página seguinte. Os números da coluna indicam as densidades de potência de iluminação (DPI), segundo os níveis de etiquetagem. Os valores de DPI estão diretamente relacionados a potência das lâmpadas e reatores e ao nível de iluminância ne-cessária nos planos de trabalho. Por essa razão, é preciso identificar qual a ativi-dade a ser executada em cada ambiente ou edifício (escritórios, banheiros, área de refeição de restaurantes, cozinhas de restaurantes etc).
2
3
Iluminação zenital permite que as lâmpadas fiquem apagadas durante o dia.
39
A CB D
Centro de Convenções
Posto de Saúde
Hospital
Tribunal
Armazém
Penitenciária
Escola/Universidade
Instituição de governo
Correios
Posto Policial
Museu
7,1
10,4
10,7
9,9
11,6
9,4
13
11,3
9,4
10,3
11,4
9,2
13,5
13,9
12,9
15,1
12,2
16,9
14,7
12,2
13,4
14,8
8,2
12
12,3
11,4
13,3
10,8
15
13
10,8
11,8
13,1
10,3
15,1
15,5
14,4
16,8
13,6
18,9
16,4
13,6
14,9
16,5
Edificação
Tabela 1 | Exemplos de densidade de potência de iluminação (DPI)
*Limite em W/m2 por tipo de edificação Fonte: RTQ-C
40
2.900 + 1.810 + 300 = 5.110 W
4960 (nível A) < 5110 < 5709 (nível B)
Nível de eficiência B
A B C D E
* Áreas de circulação, copa, banheiros e depósitos são computadas junto ao setor onde se encontram.
Tome como exemplo uma agência de Correios com área de 600 metros quadrados. Ela possui um sistema de iluminação com potência de 5.500 W. Para esse tipo de atividade, a DPIL é de 9,4 W/m2 para o nível A, o que significa que a potência limite pode-ria ser de até 5640 W (600 x 9,4). Portanto, essa agência tem nível de eficiência máximo.Mas e se esse mesmo edifício for di-vidido em três setores, cada qual com atividades diferentes (administração, correio e garagem) e distintas potên-cias instaladas?
CORREIO300 m2 | 2.900 W
GARAGEM110 m2 | 300 W
ADMINISTRAÇAO190 m2 | 1.810 W
POTÊNCIA DO PRÉDIO
41
(II) O método das atividades da edifica-ção avalia separadamente os ambien-tes da edificação. O cálculo é feito segundo as atividades desempenhadas e por meio dos limites de densidade de potência em iluminação de cada local. Atividades comuns devem ser agrega-das no cômputo geral. Se uma edifica-ção possui três escritórios, a potência e a área é a somatória desses valores para essas três unidades.Atenção: a tabela para esse método é diferente da utilizada no da área do edifício Caso o ambiente possua o recurso de limite do ambiente, que são índices que medem efeitos causados pelas diferen-ças de áreas dos planos iluminantes e de trabalho, é importante saber que haverá acréscimos na densidade de potência de iluminação (DPIL). Nos dois casos, recomenda-se verificar no RTQ-C as especificações para esse método.
Escola estadual Ilha da Juventude, em São Paulo, obteve etiquetas A de projeto e de edificação construída.
42
Condicionamento de ar
Os sistemas artificiais para resfriamento ou aquecimento servem para promover o conforto térmico dos usuários e são fundamentais nos casos em que os recursos naturais não sejam capazes de gerar a climatização do ambiente. Em função do clima local e da própria função a que se destina a edificação, muitas vezes é inevitável o uso de venti ladores, aquecedores e ar condicionado. A questão é como tornar o seu uso eficiente.
Em lojas e áreas fechadas de grande circulação, a ausência dos climatiza-dores artificiais pode significar perda de clientes ou baixa produtividade. Em edificações públicas e comerciais, o ar condicionado é o sistema mais empregado. Mas os aparelhos são um dos grandes vilões no consumo de energia de uma edificação. Quanto mais bem planejada a sua instalação, menores os riscos de haver surpresas desagradáveis na conta de luz após a ocupação do ambiente.A recomendação é que os profissio-nais de construção já prevejam o uso do ar condicionado e insiram-no
no início do projeto arquitetônico. Isso pode evitar modificações no desenho original e custos adicionais para a execução da obra ou mesmo de um retrofit. A determinação do nível de efici-ência de um sistema de condicio-namento de ar depende do nível de eficiência do equipamento e do cumprimento de pré-requisitos espe-cíficos, que são avaliados em cada ambiente separadamente. Caso os pré-requisitos não sejam atendidos, o nível de eficiência do sistema de ar condicionado não poderá obter a ENCE de nível A.
42
Áreas comuns grandes devem contar com central de condicionamento de ar.
43
Pré-requisitos específicos
O isolamento de tubulações para sistemas de aquecimento e de refrigera-ção do ar condicionado devem possuir espessuras mínimas, cujas especificações devem ser consultadas no RTQ-C.A mesma recomendação deve ser dada para os projetos de edificações nos quais é necessário adotar um siste-ma de aquecimento artificial.
Há indicadores mínimos de efi-ciência energética que medem a proporção entre o calor fornecido ao ambiente e a energia consumida para sistemas com bombas de calor, aquecedores de acumulação a gás e
sistemas unitários de condicionamento de ar com ciclo reverso. O RTQ-C aponta as especificações permitidas e deve ser consultado. A exigência serve para os projetos de edificações nos quais é necessário adotar um sistema de aquecimento artificial.
Procedimentos de determinação de eficiênciaA classificação do sistema de condi-cionamento de ar permite a obtenção de ENCEs parciais. Isso significa que se pode certificar somente uma sala, um conjunto de escritórios, um piso ou parte de um edifício. Caso a carga térmica de
pico da edificação seja superior a 350 kW (100TR), a edificação deverá contar com um sistema de ar condicionado central, exceto se comprovado que os sistemas individuais apresentam menor consumo (um memorial do cálculo será cobrado no processo de etiquetagem). Os sistemas de condicionamento de ar são tratados de dois modos no RTQ-C: se os condicionadores são avaliados pelo PBE/Inmetro ou não. Os sistemas compostos por condicionadores de ar de janela e split, avaliados pelo PBE/Inmetro, são classificados por meio do nível de eficiência que o instituto atribui a cada modelo.
Os sistemas de condicionamento de ar possuem pré-requisitos apenas para nível de eficiência A. Caso não sejam atendidos, a edificação não poderá ser A
Isolamento térmico para dutos de ar
Condicionamento por aquecimento artificial
1
1
2
2
1 2 A
44
Um ambiente possui três condicionadores de ar do tipo split regulamentados pelo Inmetro. Eles
possuem as seguintes especificações:
Exemplo de cálculo
Ambiente Equivalente numérico Coeficiente de ponderação Resultado ponderado
Equivalentes numéricos de distintos sistemas:
Determinação de eficiência por meio da ponderação por potência
Ponderação por potência:
1
2
3
TOTAL
Os níveis de eficiência para estes tipos de unidades podem ser consultados na página do Inmetro: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/tabelas.asp
3,26
4 0,26 1,04
3 0,32 0,96
3 0,42 1,26
Unidade Potência (Btu/h] Coeficiente de ponderação
1
2
3
TOTAL
7.500 0,26
9.000 0,32
12.000
28.500
0,42
1,00
Unidade Potência (Btu/h] Eficiência da unidade Equivalente numérico
123
7.5009.00012.000
433
B
C
C
Para se chegar à etiquetagem do ambiente, é preciso antes ponderar
as eficiências de cada unidade. Isso é obtido pela potência de cada unidade
dividida pela somatória da potência dos três aparelhos:
Multiplicando-se o coeficiente de ponderação de cada unidade pelo
equivalente numérico (dados do Inmetro), chega-se ao resultado final:
45
Já os sistemas compostos por condicio-nadores – principalmente os de grande porte - que não estão abrangidos por nenhuma norma de eficiência do Inmetro, são avaliados por meio do seu desempenho em relação a certos níveis estipulados pelo RTQ-C. Estão incluídos nessa lista equipamentos tradicionais como condicionadores de ar, mas tam-bém resfriadores de líquido e condensa-dores e torres de arrefecimento.
A seguir, são apresentados os principais critérios avaliados para os casos de siste-ma central de condicionamento de ar:
Cada zona térmica deve ser controla-da individualmente por termostatos;
Os termostatos de controle devem possuir uma faixa de temperatura de 3oC de deadband para que não haja sobreposição das cargas de resfriamento sobre a demanda de aquecimento, e vice-versa;
A capacidade de aquecimento de uma bomba de calor diminui à medida que a temperatura externa cai. O sistema deve operar com uma resistência elétrica auxiliar que dispare quando necessário;
Em ambientes muito grandes e cli-matizados por mais de um aparelho, termostatos devem impedir que esses equipamentos aqueçam e esfriem o ar ao mesmo tempo;
Controles programáveis, sensores de ocupação, temporizadores ou outro dispositivo devem evitar o funciona-mento do sistema quando o edifício está desocupado;
Em grandes áreas, o ar condicionado deve operar conforme a ocupação de pessoas do momento;
Sistemas de condicionamento de ar com potência total de ventilação superior a 4,4 kW devem atender aos
requisitos de eficiência estabelecidos pelo RTQ-C;
Em espaços com densidade de ocupação maior que 100 pessoas por 100 metros quadrados, deve haver mecanismos para reduzir a tomada de ar externo pelo sistema de insuflamento em caso de estarem parcialmente ocupados;
Se houver mais de um equipamento de resfriamento líquido, o sistema precisa prever o controle automático para redução da vazão quando um resfriador for desligado;
Condensadores a ar, torres de res-friamento abertas, torres de resfria-mento com circuito fechado e conden-sadores evaporativos devem possuir equipamentos de rejeição de calor com controles que mudem automatica-mente a velocidade do ventilador.
46
BonificaçõesA pontuação total de uma edificação pode ser acrescida em até um ponto quando iniciativas extras que aumentem a eficiência da edificação gerem uma economia no consumo de energia. Essas iniciativas devem ser comprovadas por meio de memoriais de cálculo, entre-gues com o resto da documentação para a obtenção da ENCE.É permitido utilizar mais de uma das estratégias ao lado para que a soma atinja um ponto de bonificação:
SISTEMA EXEMPLOS CONDICIONANTE
Uso racional de água
Aquecimento solar de água
Fontes renováveis de energia
Energia eólica ou painéis fotovoltaicos
Sistemas inovadores
Elevadores inteligentes
Torneiras com arejadores e/ou temporarizadores, sanitários com
sensores, reuso de água pluvial
Edificações de alto consumo, como academias, clubes e hospitais, não podem
depender de chuveiros elétricos
Iluminação natural de comprovada eficiência
Economia mínima de 40% no consumo anual de água
do edifício
Sistema deve corresponder a no mínimo 70%
da demanda
Geração de eletricidade que garanta uma redução
mínima de 10% no consumo anual de eletricidade
-
Precisa reduzir em 30% ou mais do consumo de
energia elétrica
Devem possuir nível A pela norma VDI 4707
47
Se aprovado, é emitido o ENCE de projeto
(válido até a conclusão da obra ou por 5 anos
a partir da emissão)
Se reprovado, o solicitante é
informado
O passo-a-passo para a etiquetagem
Inmetro divulga etiquetas obtidas**
*http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001961.pdf**http://www.inmetro.gov.br/consumidor/tabelas.asp
Contatar um OIA (Organismo de Inspeção Acreditado)
Definir entre os métodos de avaliação prescritivo ou por simulação, se for na etapa de projeto
Inspeção de edificações construídas pelo OIA
OIA realiza inspeção dos projetos
Encaminhar para o OIA os seguintes documentos*
Certi (www.certi.org.br).Fundação Vanzolini (www.vanzolini.org.br).Universidade Federal de Pelotas (www.linse.ufpel.edu.br).
Formulário de solicitação de etiquetagem.Termos de compromisso e de ciência do entorno.Cópia do contrato ou estatuto social da empresa.
A inspeção deve ocorrer antes da entrega das chaves (prédios novos), da obtenção do alvará de conclusão da obra ou se comprovadas as ligações definitivas de energia elétrica e gás.
48
49
II. CASO EXEMPLAR
De E a A50/
50
Como obter uma etiqueta de eficiência energética nível A para uma edificação?
De várias formas, mas nessa seção segue um caso exemplar que ajuda a esclarecer como isso é possível. O mais interessante é que ele parte de um edifício cujas configurações iniciais lhe confeririam apenas uma ENCE de nível E (menos eficiente). Depois, sugere altera-ções a serem realizadas, separadamente, para os quesitos de envoltória, iluminação e condicionamento de ar, melhorando progressivamente sua performance. Ao final, chega-se a um modelo com ENCE de nível A (mais eficiente).Uma ressalva importante é que para alcançar o nível A de eficiência geral do edifício não é necessário obter o nível A de eficiência para cada um dos sistemas avaliados (envoltória, iluminação e ar condicionado). No entanto, o caso modelo busca o máximo de eficiência, inclusive para a obtenção do Selo Procel
Caso Exemplar: de E a Ade Edificações. Assim, foi necessário propor medidas de eficiência para alterar aspectos arquitetônicos do projeto, como tamanho das aberturas e utilização de proteções solares.Foram avaliados, inicialmente, os consumos de eletricidade e água pelo ar condicio-nado, o consumo de eletricidade pelo sistema de iluminação, as emissões de CO
2 e os custos operacionais do edifício
com nível E de eficiência. A partir desse modelo ineficiente energeticamente, foram introduzidas mudanças na edificação que implicavam em níveis maiores de eficiência.
Dados padrão da edificação
O caso exemplar escolhido é um edifício comercial de escritórios em torre com 21 andares com área útil de laje por pavi-mento de 1.375 m2 e área útil total de 28.000 m2 (incluindo área útil de laje e áreas comuns). O edifício tem pé direito total de 4,50 m (incluindo forro e piso elevado) nos pavimentos e pé direito duplo no térreo.
Redução anual de:R$ 695.738 na conta de luz
1.853 MWh de energia economizada.
6.857.000 litros de água
usados pelo ar condicionado.
Menos 250,9 toneladas de CO2 emitidas.
Equivale a:A distribuir a cada um dos
20 andares R$ 2.899 mensais.
A abastecer no mesmo período
11.089 residências com energia elétrica.
Ao consumo de água para 107 pessoas
na Grande São Paulo.
Plantar, como compensação,
1.250 árvores.
51
A edificação tem estrutura de concre-to armado com fechamento em bloco de concreto e vidro, lajes internas de concreto e laje da cobertura de con-creto com isolamento térmico (isopor).Para avaliar o nível de eficiência foi utilizado o método prescritivo do RTQ-C. Para avaliar os consumos de eletricidade e de água foi utilizado o software de simulação DesignBuilder. Para considerar os aspectos climáti-cos foi escolhida a zona bioclimática 3, onde está localizada a cidade de São Paulo.Em relação à tarifa elétrica, foram adotados os valores cobrados pela Eletropaulo em bandeira amarela para o contrato A4 Azul com impostos (ICMS, PIS e Cofins). Para o fator de emissões de CO
2 pela eletricidade ge-
rada no país, foi adotado o valor de 0,1355 tCO
2/MWh, valor médio para
o ano de 2014, de acordo com dados do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI.
Todos os pré-requisitos (gerais, da envoltória, do sistema de i luminação e do sistema de ar condicionado) foram atendidos.
Não foram usadas bonificações.
Medidas de eficiência para se chegar a uma eficiência energética máxima:
Envoltória
Pintura das paredes externas com cores mais claras (absortância de no máximo 0,5)
Pintura da laje externa da cobertura com cor clara (absortância de no máximo 0,5)
Instalação de proteções solares com orientação adequada a cada fachada
Premissas adotadas:
Uti lização de vidro com controle solar nas janelas externas (fator solar de 0,31)
Redução do percentual de abertura da fachada de 80% para 55%
Iluminação
Método de avaliação pela área do edifício
Densidade de Potência de Iluminação (DPI) limite de 9,70 W/m2
Ar Condicionado
Ar condicionado centrífugo central com refrigeração a água
Coeficiente de Performance (COP) do equipamento de 6,18 W/W
52
Edifício com nível E de eficiência X Edifício com nível A
Características
Cores escuras nas paredes externas e coberturaAusência de proteções solares (brise-soleil)Grande percentual de aberturas nas fachadasVidro laminado comumAr condicionado central de baixa eficiênciaIluminação de baixa eficiência
Edifício Nível E
53
Características
Cores claras nas paredes externas e coberturaProteções solares (brise-soleil)Menor percentual de aberturas nas fachadasVidro com baixa emissividade térmicaAr condicionado central de alta eficiênciaIluminação de alta eficiência
Redução de:
34,6% Consumo de eletricidade e emissões de CO2
59,2% Consumo de água
Em cidades mais quentes, como as localizadas nas zonas bioclimáticas 7 e 8, a redução no consumo de energia e nas emissões pode ser ainda maior. Em Fortaleza, localizada na zona bioclimática 8, o mesmo edifício com nível A apresentaria um consumo de eletricidade e emissões de CO
2 38,2%
menores, e um consumo de água pelo ar condicionado 52,3% menor que o mesmo edifício, na mesma cidade, com nível E. Essa economia de consumo equivale a R$1.212.782 por ano em custos operacionais com eletricidade (de acordo com a tarifa de eletricidade com impostos da Coelce para o contrato A4 azul fora de ponta).
Edifício Nível A
54
Rumo a uma edificação de nível A
Um ambiente mais claroMelhorando a envoltóriaO QUE MUDOU: paredes e cobertura com cores claras, proteções solares nas janelas, vidros com controle solar e menor abertura da fachada
E D DPONTUAÇÃO: 1.00 PONTUAÇÃO: 2.20PONTUAÇÃO: 2.20
Prédio de baixa eficiência energéticaO QUE MUDOU: substituição para lâmpadas de menor potência, porém com mesmo nível de luminosidade (Nível A)
5.352 MWh 4.347 MWh
R$ 2.010.768
Veja o detalhamento nas próximas páginas
R$ 1.764.793
E E EAA E E
Consumo de eletricidade por ano:
Conta de eletricidade por ano:
R$ 1.633.025
4.697 MWh
Edificação construída sem nenhuma preocupação com a eficiência implica em elevados gastos com a conta de eletricidade e com o consumo de água
E E
DO E PARA O A - UMA ECONOMIA DE R$ 695.738,00
55
D
Maior conforto térmico A edificação exemplarO QUE MUDOU: equipamento de resfriamento (chiller) com coeficiente de performance (COP) passando de 5,19 (Nível E) para 6,18 (Nível A)
O QUE MUDOU: todas as medidas de eficiência para envoltória, iluminação e ar condicionado apontadas anteriormente
C APONTUAÇÃO: 2.60 PONTUAÇÃO: 5.00
4.766 MWh 3.500 MWh
R$ 1.790.492 R$ 1.315.030
E A AAAE
Energia
A
B
C
D
E
A
Edifício Completo
Pontuação: 5.00
Mais eficiente
Menos eficiente
Como a edificação atingiu Nível A na envoltória, na iluminação e no ar condicionado, ela pode ainda receber o Selo Procel Edificações, que reconhece aquelas de melhor desempenho.”
56
EDIFÍCIO COM NÍVEL E DE EFICIÊNCIAENVOLTÓRIA
Pré-requisitos
UCOB AC: 0,895 W/m2K Laje de concreto de 18 cm com camada de isopor de 3 cm (espessura total de 25 cm)
UCOB ANC: 0,895 W/m2K
Upar 2.374 Estrutura de concreto armado com fechamento em bloco de concreto de 19 cm (espessura total 25 cm)
aCOB 0.7 Concreto aparente sem acabamento
aPAR 0.7 Pintura com tons escuros
PAZ 0% –
Aberturas
FS 0,737 Vidro laminado comum com espessura total de 12 mm
PAFT 80%
PAFO 80%
AVS 0 Sem instalação de brises
AHS 0 Sem instalação de brises
Dados da edificação
ATOT 32.679,9 m2
APCOB 1.600 m2
APE 1600 m2
VTOT 155.200 m3
AENV 15.520 m2
Localização
Zona bioclimática 3
E
E
5757
ILUMINAÇÃO | Pavimento ou Bloco: Edifício completo | Área iluminada: 32679.9m2
Pré-requisitos: Todos atendidos Método de avaliação: Áreas do edifício
ETIQUETA GERAL
Dados gerais
APT 0 m2
EqNumV 1
B 0
RESULTADOS DA SIMULAÇÃO
Consumo anual de eletricidade 5.352.058,3 kWh
Consumo anual de água pelo ar condicionado 11.588,7 m3
Emissões anuais de CO2eq pelo consumo de
eletricidade725,2 Ton
Custo operacional anual com eletricidade R$ 2.010.768
AR CONDICIONADO | Tipo: split | AC/AU: 0.86
Pré-requisitos: Todos atendidos
Dados do sistema
Área 32.679,9 m2
Atividade escritório
Potência instalada 464.054,58 Watts
Potência/área 14,2 W/m2
Dados do sistema
Central com condensação a água e compressor centrífugo 900 TR / 3.150 kW de potência
COP 5,19
Área condicionada 32.679,9 m2
Área útil 32,679,9 m2
Energia
A
B
C
D
E E
Edifício CompletoPontuação: 1.00
Mais eficiente
Menos eficiente
E
E
58
EDIFÍCIO COM NÍVEL D DE EFICIÊNCIAENVOLTÓRIA
Pré-requisitos
UCOB AC: 0,895 W/m2K Laje de concreto de 18 cm com camada de isopor de 3 cm (espessura total de 25 cm)
UCOB ANC: 0,895 W/m2K
Upar 2.374 Estrutura de concreto armado com fechamento em bloco de concreto de 19 cm (espessura total 25 cm)
aCOB 0.5 Cobertura pintada com cores claras
aPAR 0.5 Pintura com tons claros
PAZ 0%
Aberturas
FS 0,31 Vidro laminade com controle solar e espessura de 14 mm
PAFT 55%
PAFO 55%
AVS 45 Com instalação de proteção solar (brise-soleil)
AHS 45 Com instalação de proteção solar (brise-soleil)
Dados da edificação
ATOT 32.679,9 m2
APCOB 1.600 m2
APE 1.600.0 m2
VTOT 155.200 m3
AENV 15.520 m2
Localização
Zona bioclimática 3
D
A
595959
ETIQUETA GERAL
Dados gerais
APT 0 m2
EqNumV 1
B 0
RESULTADOS DA SIMULAÇÃO
Consumo anual de eletricidade 4.346.618,7 kWh
Consumo anual de água pelo ar condicionado 6.363,59 m3
Emissões anuais de CO2eq pelo consumo de
eletricidade589 Ton
Custo operacional anual com eletricidade R$ 1.633.025
AR CONDICIONADO | Tipo: split | AC/AU: 0.86
Pré-requisitos: Todos atendidos
Dados do sistema
Área 32.679,9 m2
Atividade escritório
Potência instalada 464.054,58 Watts
Potência/área 14,2 W/m2
Dados do sistema
Central com condensação a água e compressor centrífugo 900 TR / 3.150 kW de potência
COP 5,19
Área condicionada 32.679,9 m2
Área útil 32.679,9 m2
Energia
A
B
C
D
E
D
Edifício CompletoPontuação: 2.20
Mais eficiente
Menos eficiente
E
ILUMINAÇÃO | Pavimento ou Bloco: Edifício completo | Área iluminada: 32679.9m2
Pré-requisitos: Todos atendidos Método de avaliação: Áreas do edifício
E
60
EDIFÍCIO COM NÍVEL D DE EFICIÊNCIAENVOLTÓRIA
Pré-requisitos
UCOB AC: 0,895 W/m2K Laje de concreto de 18 cm com camada de isopor de 3 cm (espessura total de 25 cm)
UCOB ANC: 0,895 W/m2K
Upar 2.374 Estrutura de concreto armado com fechamento em bloco de concreto de 19 cm (espessura total 25 cm)
aCOB 0.7 Concreto aparente sem acabamento
aPAR 0.7 Pintura com tons escuros
PAZ 0% –
Aberturas
FS 0,737 Vidro laminado comum com espessura total de 12 mm
PAFT 80%
PAFO 80%
AVS 0 Sem instalação de brises
AHS 0 Sem instalação de brises
Dados da edificação
ATOT 32.679,9 m2
APCOB 1.600 m2
APE 1.600 m2
VTOT 155.200 m3
AENV 15.520 m2
Localização
Zona bioclimática 3
D
E
61616161
ETIQUETA GERAL
Dados gerais
APT 0 m2
EqNumV 1
B 0
RESULTADOS DA SIMULAÇÃO
Consumo anual de eletricidade 4.697.347,3 kWh
Consumo anual de água pelo ar condicionado 10.948,6 m3
Emissões anuais de CO2eq pelo consumo de
eletricidade636,5 Ton
Custo operacional anual com eletricidade R$ 1.764.793
AR CONDICIONADO | Tipo: split | AC/AU: 0.86
Pré-requisitos: Todos atendidos
Dados do sistema
Área 32.679,9 m2
Atividade escritório
Potência instalada 316.995,00 Watts
Potência/área 9,7 W/m2
Dados do sistema
Central com condensação a água e compressor centrífugo 900 TR / 3.150 kW de potência
COP 5,19
Área condicionada 32679,9 m2
Área útil 32679,9 m2
E
Energia
A
B
C
D
E
D
Edifício CompletoPontuação: 2.20
Mais eficiente
Menos eficiente
ILUMINAÇÃO | Pavimento ou Bloco: Edifício completo | Área iluminada: 32679.9m2
Pré-requisitos: Todos atendidos Método de avaliação: Áreas do edifício
A
62
Aberturas
FS 0.737 Vidro laminado com controle solar e espessura total de 14 mm
PAFT 80%
PAFO 80%
AVS 0 Com instalação de proteção solar (brise-soleil)
AHS 0 Com instalação de proteção solar (brise-soleil)
EDIFÍCIO COM NÍVEL C DE EFICIÊNCIAENVOLTÓRIA
Pré-requisitos
UCOB AC: 0.895 W/m2K Laje de concreto de 18 cm com camada de isopor de 3 cm (espessura total de 25 cm)
UCOB ANC: 0.895 W/m2K
Upar 2.374 Estrutura de concreto armado com fechamento em bloco de concreto de 19 cm (espessura total 25 cm)
aCOB 0.7 Concreto aparente sem acabamento
aPAR 0.7 Pintura com tons escuros
PAZ 0% –
Dados da edificação
ATOT 32679.9 m2
APCOB 1600.0 m2
APE 1600.0 m2
VTOT 155200.0 m3
AENV 15520.0 m2
Localização
Zona bioclimática 3
C
E
6363
ETIQUETA GERAL
Dados gerais
APT 0 m2
EqNumV 1
B 0
RESULTADOS DA SIMULAÇÃO
Consumo anual de eletricidade 4.765.748,4 kWh
Consumo anual de água pelo ar condicionado 8.170,32 m3
Emissões anuais de CO2eq pelo consumo de
eletricidade645,8 Ton
Custo operacional anual com eletricidade R$ 1.790.492
AR CONDICIONADO | Tipo: split | AC/AU: 0.86
Pré-requisitos: Todos atendidos
Dados do sistema
Área 32.679,9 m2
Atividade escritório
Potência instalada 464.054,58 Watts
Potência/área 14,2 W/m2
Dados do sistema
Central com condensação a água e compressor centrífugo 900 TR / 3.150 kW de potência
COP 6,18
Área condicionada 32.679,9 m2
Área útil 32.679,9 m2
Energia
A
B
C
D
E
C
Edifício CompletoPontuação: 2.60
Mais eficiente
Menos eficiente
A
ILUMINAÇÃO | Pavimento ou Bloco: Edifício completo | Área iluminada: 32679.9m2
Pré-requisitos: Todos atendidos Método de avaliação: Áreas do edifício
E
63
64
EDIFÍCIO COM NÍVEL A DE EFICIÊNCIA (CASO EXEMPLAR)ENVOLTÓRIA
Pré-requisitos
UCOB AC: 0.895 W/m2K Laje de concreto de 18 cm com camada de isopor de 3 cm (espessura total de 25 cm)
UCOB ANC: 0.895 W/m2K
Upar 2.374 Estrutura de concreto armado com fechamento em bloco de concreto de 19 cm (espessura total 25 cm)
aCOB 0.5 Cobertura pintada com cores claras
aPAR 0.5 Pintura com tons claros
PAZ 0%
Aberturas
FS 0,31 Vidro laminado com controle solar e espessura total de 14 mm
PAFT 55%
PAFO 55%
AVS 45 Com instalação de proteção solar (brise-soleil)
AHS 45 Com instalação de proteção solar (brise-soleil)
Dados da edificação
ATOT 32.679,9 m2
APCOB 1.600 m2
APE 1.600 m2
VTOT 155.200,0 m3
AENV 15.520,0 m2
Localização
Zona bioclimática 3
A
A
6565
ETIQUETA GERAL
Dados gerais
APT 0 m2
EqNumV 1
B 0
RESULTADOS DA SIMULAÇÃO
Consumo anual de eletricidade 3.500.212,4 kWh
Consumo anual de água pelo ar condicionado 4731,80 m3
Emissões anuais de CO2eq pelo consumo de
eletricidade474,3 Ton
Custo operacional anual com eletricidade R$ 1.315.030
AR CONDICIONADO | Tipo: split | AC/AU: 0.86
Pré-requisitos: Todos atendidos
Dados do sistema
Área 32.679,9 m2
Atividade escritório
Potência instalada 316.995,00 Watts
Potência/área 9,7 W/m2
Dados do sistema
Central com condensação a água e compressor centrífugo 900 TR / 3.150 kW de potência
COP 6,18
Área condicionada 32.679,9 m2
Área útil 32.679,9 m2
Energia
A
B
C
D
E
A
Edifício CompletoPontuação: 5.00
Mais eficiente
Menos eficiente
A
ILUMINAÇÃO | Pavimento ou Bloco: Edifício completo | Área iluminada: 32679.9m2
Pré-requisitos: Todos atendidos Método de avaliação: Áreas do edifício
A
65
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Guia sustentabilidade na arquitetura: diretrizes de escopo para projetistas e contratantes. São Paulo: Prata Design, 2012.
COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS. Atlas Solarimétrico de Minas Gerais. Belo Horizonte: Cemig, 2012.
ELETROBRÁS/PROCEL/INMETRO/CB3E - UFSC. Manual para Etiquetagem de Edificações Públicas/Gestor Público. 2014
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético Nacional 2014: Ano base 2013. Rio de Janeiro: EPE, 2014.
INMETRO. Informações ao Consumidor/Tabelas de consumo/eficiência energética. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/tabelas.asp>. Acesso em: 22 mai 2015.
INMETRO. Informações ao Consumidor/Produtos. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtosPBE/Edificacoes.asp>. Acesso em: 22 mai 2015.
INMETRO. RTQ-C e Regulamentos. Disponível em: <http://www.pbeedifica.com.br/etiquetagem/comercial/regulamentos>. Acesso em: 22 mai 2015.
REFERÊNCIAS
KRAUSE, J.Q. et al. Etiquetagem de edificações: processo integrado com o Inmetro e a academia, com a participação dos setores relacionados e a coordenação técnica da eletrobras, in: XXII SNPTEE Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Brasília, Out. 2013.
LAMBERTS, R., DUTRA, L., PEREIRA, F.O.R. Eficiência Energética na Arquitetura. 3ª edição. São Paulo: ProLivros, 2013.
PBE EDIFICA. Manual para Aplicação do RTQ-C. Disponível em: < http://www.pbeedifica.com.br/node/39>. Acesso em: 22 mai 2015.
PBE EDIFICA. Manuais e Instrução Normativa 02/2014. Disponível em: <http://www.pbeedifica.com.br/etiquetagem/publica>. Acesso em: 22 mai 2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL SANTA CATARINA/Laboratório de Eficiência Energética em edificações.
Fotos:
Volume 1
Deposit Photos (p.8, 12, 16)
Herminio Nunes (Capa, p.7, 18, 22, 38, 41)
Sebastião Jacinto Júnior (p.46, 49)
ProjetEEE (p.31)
Sergio Linke (p.50,53)
Volume 2
Deposit Photos (p.30, 32, 36)
Herminio Nunes (Capa, p.8, 21)
Milton Michida/A2img (p.35)
ProjetEEE (p.23, 35)
Wander Lima (p.12)
CRÉDITOS
CONTATOS
Para mais informações:
Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental - SMCQ
Departamento de Mudanças Climáticas - DEMC
Edifício Marie Prendi Cruz , SEPN 505 norte Bloco B, sala 202, 2º andar | CEP- 70.730-542
Telefone: (61) 2028.2280
www.mma.gov.br
Atendimento ao Cidadão
(61) 2028 2228
Publicado pelo Projeto Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil- BRA/09/G31
Tiragem: 1.000 exemplares Impressão: Maistype Gráfica e Editora
© Ministério do Meio Ambiente 2015Impresso no Brasil
Empoderando vidas.Fortalecendo nações.