Guia Para Simulados

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    GUIA DE ORIENTAES PARA ELABORAO DEEXERCCIOS SIMULADOS DE PREPARAO PARA

    DESASTRES

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    PRESIDENTE DA REPBLICA

    Excelentssima Senhora Dilma Vana Rousseff

    MINISTRO DA INTEGRAO NACIONAL

    Excelentssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho

    SECRETRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL

    Excelentssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho

    DEPARTAMENTO DE MINIMIZAO DE DESASTRES

    Excelentssimo Senhor Rafael Schadeck

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    Magnfico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina

    Professor lvaro Toubes Prata, Dr.

    Diretor do Centro Tecnolgico da Universidade Federal de SantaCatarina

    Professor Edson da Rosa, Dr.

    CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE

    DESASTRES

    Diretor Geral

    Professor Antnio Edesio Jungles, Dr.

    Diretor Tcnico e de Ensino

    Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.

    Diretor de Articulao Institucional

    Professor Irapuan Paulino Leite, Msc.

    EXECUO DO PROJETO

    Coordenao do Projeto

    Professor Antonio Edesio Jungles, Dr.

    Corpo Tcnico

    Marcos de Oliveira, Cel BM CEPED UFSC

    Carlos Alberto de Arajo Gomes, Ten Cel PM CEPED UFSC

    Valter Almerindo dos Santos CEPED UFSC

    Janaina Rocha Furtado CEPED UFSC

    BRASIL. Ministrio da Integrao Nacional. Secretaria Nacional deDefesa Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro

    Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres.Guia de orientaes para elaborao de exerccios simulados

    de preparao para desastres / Centro Universitrio de Estudos ePesquisas sobre Desastres. - Florianpolis: CEPED, 2011.

    38p. : 30cm.

    1. Desastre - simulados. 2. Risco - comunidades. I.Universidade Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitrio deEstudos e Pesquisas sobre Desastres.

    CDU 351.862

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    GUIA DE ORIENTAES PARA ELABORAO DE

    EXERCCIOS SIMULADOS DE PREPARAO PARA

    DESASTRES

    As etapas apresentadas a seguir devem ser compreendidas

    como um conjunto de orientaes para organizar simulados

    de preparao para desastres, com foco na remoo de

    comunidades em situao de risco. Apesar de ser

    apresentado em etapas, no se trata de um roteiro fechado

    de aes, mas um guia com orientaes prticas para

    execuo destas atividades.

    importante salientar, ainda, que os exerccios simulados

    tem o objetivo de preparar as comunidades para desastres,

    a partir do estabelecimento de um cenrio de risco. Para

    que sejam efetivos e preparem as comunidades parafuturos eventos, fundamental que no sejam

    desenvolvidos como aes isoladas, e sim integrados a um

    processo de gesto de riscos, de capacitao permanente

    de comunidades e profissionais.

    O presente guia foi construdo a partir da experincia detrs exerccios simulados de preparao para desastres

    realizados, simultaneamente, no nordeste brasileiro em

    maio de 2011. Os simulados foram coordenados pelas

    Defesas Civis dos municpios de Salvador, Recife e Macei,

    com o apoio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, dos

    Estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas, e do Centro

    Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres daUniversidade Federal de Santa Catarina.

    ETAPA I - PREPARAO

    1) Levantamento prvio e caracterizao dos riscoslocais.

    Ameaas e vulnerabilidades precisam ser compreendidas

    como fatores interdependentes que se constituem

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    mutuamente. A relao entre ameaas e

    vulnerabilidades implicar na criao do cenrio

    adequado para organizar o exerccio simulado.

    importante que o simulado seja construdo a partir de

    cenrios de riscos reais e enfrente as vulnerabilidades

    existentes na localidade foco.

    Portanto, para construir o cenrio do simulado e o plano

    de contingncia local, o primeiro passo realizar o

    levantamento das reas de maior risco no municpio e

    caracterizar os riscos, delineando a relao entre asameaas e vulnerabilidades.

    2) Levantamento dos mecanismos deenfrentamento j existentes na comunidade

    Para que a atividade seja efetiva e integrada realidadelocal, importante que o exerccio simulado seja

    construdo a partir das estratgias j utilizadas pelas

    comunidades em situaes de emergncia.

    Deve-se investigar, entre outros aspectos:

    Rotas de fuga utilizadas pela comunidade;

    Tipos de alerta e comunicao entre si; Formas de monitoramento dos riscos; Procedimentos de atendimento de emergncia; Diviso de papis e responsabilidades; Abrigos locais; Grupos de Voluntrios;

    Integre, sempre que possvel e adequado, as estratgias

    locais no plano de execuo do simulado.

    Faa o levantamento dos riscos do municpio e

    caracterize os riscos (ameaas e vulnerabilidades)

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    3) Levantamento de Recursos Humanos e Materiais

    Consiste no delineamento das pessoas e instituies,

    governamentais e no governamentais, que devem

    participar do exerccio com funes e responsabilidades

    especficas, e que podem alocar recursos humanos e

    materiais para o mesmo (profissionais de carreira e

    voluntrios; equipamentos; viaturas; helicptero; macas;

    etc.). importante utilizar os recursos existentes na

    prpria comunidade e integrar suas lideranas em todas

    as etapas do projeto.

    So organizaes relevantes para participar do

    simulado:

    COMDEC, NUDEC Corpo de Bombeiros Militar

    Polcia Civil e Polcia Militar Secretaria de Sade Guardas Municipais SAMU Lideranas comunitrias locais (lderes de

    Associaes comunitrias, lderes religiosos, entre

    outros)

    Empresas, ONGs, Instituies locais

    Para fazer o levantamento e o acompanhamento das

    atividades, pode-se construir uma planilha descrevendo

    o tipo e a quantidade de recursos humanos e materiais

    necessrios de cada organizao, bem como qual a sua

    responsabilidade no processo.

    Mapeie os mecanismos locais de enfrentamentos a

    emergncias

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    Pessoas/

    Organizaes

    Recursos

    Humanos

    Recursos

    Materiais

    Responsabilidades

    ex: Sec de

    Sade

    Agentes de

    sade (2)

    Mdicos (1)

    Macas (3)

    Ambulncia

    (1)

    Atendimento das

    vtimas aps resgate

    dos bombeiros e

    deslocamento para

    hospital.

    4) Elaborao do Plano de Contingncia Local

    O exerccio simulado deve ser programado com base no

    plano de contingncia local, o qual deve ser elaborado

    a partir dos passos 1, 2 e 3 acima descritos. Como

    consta no Guia de Orientaes para Elaborao de

    Planos de Contingncia (apresentado a seguir), o

    documento prev: finalidade; situao e cenrios;

    comit de operaes; estrutura de resposta;

    administrao e logstica; e atualizao.

    5)Envolvimento dos mltiplos rgos no processode preparao e planejamento do exerccio

    Compreendem as reunies de preparao e

    planejamento de aes das quais devem participar as

    Realize o levantamento de organizaes e pessoas que

    possam disponibilizar recursos humanos e materiais

    para execuo do simulado. Preencha uma planilha

    descrevendo o tipo e nmero do recurso, e a

    responsabilidade no exerccio

    Elabore o plano de contingncia local da

    comunidade e o tenha em mos para criao do

    cenrio de risco do simulado

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    diferentes pessoas e instituies envolvidas. importante

    agregar os distintos rgos de resposta, empresas,

    lideranas comunitrias, NUDECS, lderes religiosos,

    lderes comunitrios, agentes de sade, bombeiros,

    polcia militar, agentes e tcnicos de defesa civil, etc.

    O simulado um bom momento para integrar as

    agncias, defesa civil e comunidades, e verificar o fluxo

    de comunicao entre as instituies e atuao de

    acionamento e resposta.

    ETAPA II - PLANEJAMENTO1

    1) Avaliao das necessidades e finalidade do

    exerccio.

    Com base no plano de contingncia local, nas ameaas e

    vulnerabilidades prioritrias, definir a rea socioterritorial

    onde executar o simulado, delineando, tambm, os

    rgos e setores que necessitam do exerccio. Avalie

    quais os objetivos do exerccio. importante ter em

    mente que o objetivo principal do simulado treinar

    efetivamente a comunidade para que ela seja capaz dedesenvolver as primeiras aes de desocupao.

    1 Baseado no material Capacitao de Fac ilitadores para ExercciosComunitrios de Preparao para Emergncias, organizado por CarlosAlberto de Arajo Gomes Jnior (CEPED UFSC).

    Organize reunies, apresente a proposta e objetivos

    do simulado, e prepare cronograma prvio de

    atividades de planejamento das aes

    Selecione o local onde ser realizado e as pessoas

    que devem participar da atividade e defina os

    objetivos do exerccio simulado

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    2) Descrio da finalidade

    Tendo estabelecida a finalidade do exerccio,

    importante reunir, aproximadamente, cinco principais

    componentes em uma frase que sintetize a situao,

    oriente a construo do cenrio e o restante do trabalho.

    Exemplo: Este exerccio simulado tem por finalidade

    avaliar a eficincia do sistema de alerta antecipado e

    desocupao de comunidades de risco, desenvolvido pela

    Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Salvador por

    meio de um simulado de campo, a ser realizado s

    08h30min do dia 28 de maio de 2011 na comunidade

    de Bosque Real.

    3) Definio de objetivos

    Com base na finalidade, estabelecer objetivos claros,

    observveis e mensurveis.

    Exemplos:

    - Avaliar o funcionamento do sistema de alerta

    antecipado (monitoramento, alerta e alarme) para

    ameaas decorrentes de fenmenos hidrometeorolgicos

    da COMDEC de Alagoas.

    Para mensurar: quantificar o tempo transcorrido para

    acionamento do alerta e entre o alerta acionado e a

    resposta da comunidade; verificar se as famlias

    moradoras de reas de risco identificaram o alerta

    enviado; etc.

    - Avaliar o comportamento da comunidade de Vale

    Reginaldo, Alagoas, aps o recebimento do alarme para

    desocupao e deslocamento da rea de risco.

    Para mensurar: identificar quais os principais

    comportamentos apresentados pelas pessoas no

    momento da desocupao; verificar quem seresponsabilizou pelas crianas e idosos; etc.

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    - Avaliar o funcionamento do comando unificado e a

    integrao entre a COMDEC e as demais organizaes

    envolvidas no simulado.

    Para mensurar: quantificar o tempo transcorrido para

    composio do comando unificado; identificar quem

    assumiu o comando; quantificar o tempo transcorrido

    para acionamento das equipes de resgate; etc.

    4) Elaborao do cenrio de risco

    Deve-se elaborar uma narrativa que descreva um cenrio

    de risco, o qual deve atender finalidade e objetivos do

    exerccio, ajudando os participantes a abordar a situao

    de forma realstica.

    interessante desenvolver atividades nas escolas

    prximas da localidade em que ir acontecer o exercciosimulado com o objetivo de mobilizar as crianas.

    Ao elaborar a narrativa, podem-se levar em

    considerao os seguintes questionamentos:

    O que aconteceu?

    Como foi notificado?

    Quais alertas e alarmes foram emitidos?

    H quanto tempo?

    Qual a sequncia de eventos?

    Quais as aes de resposta que j foramimplementadas?

    Quais os danos j identificados?

    Qual a tendncia de evoluo?

    Quais as condies climticas relevantes para a

    situao?

    Quais outras condies podem influenciar na

    conduta de resposta situao emergencial?

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    5) Descrio dos problemas

    Enfatizar os problemas sobre os quais se espera uma

    deciso ou conduta especfica, fornecendo mais

    informaes sobre ele e suas condies.

    Exemplos:

    - O cenrio exigir a atuao simultnea e coordenada

    de diversos rgos de resposta. Espera-se que as aes

    sejam articuladas a partir do emprego das

    recomendaes do SCO.

    - O cenrio escolhido para o exerccio simulado ser

    estabelecido no Crrego do sargento, Recife, s margens

    de uma rodovia em um horrio onde ser provvel a

    presena de grande nmero de curiosos. Espera-se que a

    rea seja bem delimitada e controlada a fim de evitar

    qualquer tipo de acidente.

    6) Descrio das aes esperadas

    Um objetivo do exerccio verificar se os participantes

    percebem ou agem de uma determinada forma,

    conforme previsto nos planos e normas. Estas decises e

    aes devem estar identificadas e a situao proposta

    deve ser capaz de provoc-las.

    Exemplo:

    No caso do problema descrito anteriormente (cenrio

    escolhido s margens de uma rodovia movimentada)

    importante que o plano identifique a necessidade de

    aes de segurana, como por exemplo, a delimitao e

    controle da rea com cones e fitas de isolamento,

    posicionamento de controladores, retirada ordenada de

    pessoas da rea de risco, orientao antecipada da

    populao local sobre o que ir acontecer, quando e

    como o simulado ocorrer.

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    7) Preparao de mensagens

    As mensagens so descries totais ou parciais da

    situao, na forma de comunicaes operacionais.

    Devem contribuir para o realismo da situao, tanto na

    linguagem como no meio de transmisso,

    desencadeando as decises e aes esperadas.

    Exemplo:

    Alerta urgente: Em funo da previso do tempo que

    indica fortes chuvas nas prximas horas, a Defesa Civil

    acionou seu plano de desocupao. Voc dever sair da

    rea de risco e deslocar para uma rea segura, conforme

    foi orientado anteriormente.

    8)Definio das famlias que sero removidas importante definir as famlias que sero removidas de

    acordo com cenrio de risco definido, a partir do qual as

    casas seriam afetadas. Assim, se o cenrio de risco for,

    por exemplo, 200 mm de chuva provocando inundaes,

    necessrio remover as famlias que seriam afetadas

    caso esse cenrio ocorresse de fato.

    9)Definio de sistema de alerta, alarme emonitoramento

    Um sistema de alerta antecipado centrado na

    comunidade consiste na transmisso rpida de dados

    que ativem mecanismos de alarme em uma populao

    previamente treinada para reagir a um desastre.

    Relevante definir o sistema de alerta e alarme que ser

    utilizado no exerccio simulado de acordo com o que

    consta no plano de contingncia local. Deve-se garantir

    que seja incorporado pela comunidade aps a realizao

    do mesmo. Os avisos de alerta e alarme devem chegar

    at as pessoas em perigo com antecipao suficiente

    para permitir o preparo.

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    10)Definio do abrigo provisrioO plano de contingncia local define os locais que sero

    utilizados como abrigos provisrios. importante que

    seja um local seguro, de fcil acesso, prximo s reas

    evacuadas, e que possam ser utilizadas em situaes

    reais de emergncia. Comumente, no Brasil, escolas so

    escolhidas como abrigos provisrios, o que decorre em

    alguns problemas quando retorna o perodo escolar.

    Contudo, muitas vezes a nica opo disponvel.

    Outras opes so sales de igreja, ginsios, galpes.

    11)Remoo de animais domsticosAssim como se prepara a remoo de seres humanos em

    reas de risco, tambm se devem criar estratgias para

    remoo de animais domsticos. Fundamental refletir

    qual o rgo ser responsvel por esta ao e como ela

    ser desenvolvida. A remoo de animais domsticos

    necessita estar includa no plano de contingncia local e

    pode constar no cenrio de desastres do exerccio

    simulado e plano de ao respectivo.

    12)Elaborao de um plano de aes e passo apasso de programao do simulado.

    Devem-se reunir as informaes de logstica, cenrio e

    aes esperadas de resposta em um documento nico.

    Este documento poder ser desdobrado em um plano de

    aes, passo a passo ou fluxograma de desocupao de

    comunidades afetadas por desastres.

    O Plano de aes consiste em um documento que

    indique as pessoas, funes e horrio de entrada e sada

    na sequncia de eventos do exerccio. Deve-se definir,

    tambm, o comando das aes.

    O passo a passo consiste em todas as aes execuo do

    simulado organizadas etapa a etapa, em sequncia.

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    Funcionar como um check list durante a execuo da

    atividade.

    O fluxograma consiste em uma imagem ou diagrama

    que esquematize um determinado processo. Assim

    sendo, organiza-se a repercusso de aes, acionamento

    de pessoas responsveis, em sequencia.

    Modelo

    13)Definir planos de ao alternativos paraexecuo do simulado

    Algumas situaes intervenientes podem ocorrer no

    momento de execuo do exerccio simulado: moradores

    podem desistir de participar; rgos apoiadores podem

    ter problemas em exercer seus papis; crianas estarem

    sozinhas em casa; recursos humanos ou materiais no

    aparecerem. Para resguardar a qualidade do exerccio,

    ao mesmo tempo em que se preparar para estas

    situaes extraordinrias, a construo de planos de ao

    alternativos uma ferramenta interessante.

    14)Produo de mapas e croquisOs mapas e croquis devem indicar os setores que

    precisam ser evacuados, as rotas de fuga e os pontos de

    encontro. Relacionar as instituies envolvidas na

    elaborao e disseminao dos planos e orientaessobre os aspectos do local.

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    15) Definio das reas de seguranaDefinir as reas seguras e abrigos de acordo com o plano

    de contingncia local. Utilizar espaos seguros reais, que

    de fato possam receber as pessoas em situao de

    emergncia.

    16) Definio de Data e horrioDefinir data e horrio do simulado de acordo com a

    convenincia da comunidade, visando a sua plena

    participao.

    17)Definio da participao dos meios decomunicao na realizao dos simulados

    relevante a participao dos meios de comunicao no

    decorrer do exerccio, uma vez que o simulado pode

    favorecer a disseminao de informaes e a promoo

    de comunicao de risco, com foco na preveno. Para

    isso, os meios de comunicao devem ser informados

    sobre a realizao do exerccio, ser integrados na fase do

    planejamento, particularmente na construo de pautas.

    18)Definio dos observadoresAlm dos meios de comunicao, importante prever e

    definir a participao de observadores, os quais podem

    atuar como avaliadores do processo simulado. Definir

    aonde vo se localizar e o que devem observar, a partir

    de um roteiro de anlise de anlise que servir tambm

    no planejamento do exerccio e na sua avaliao.

    19)Difuso do plano de aes do simuladoGarantir que todos os envolvidos tenham conhecimento e

    compreendam o plano de aes elaborado. importante

    realizar reunies de checagem com a presena de todos

    os participantes, antes da simulao propriamente dita,para esclarecer dvidas.

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    ETAPA III - MOBILIZAO DA COMUNIDADE

    A mobilizao da comunidade etapa primordial do

    processo, uma vez que o foco do exerccio de preparao

    para desastres. Assim sendo, deve-se cuidar para que o

    simulado seja bem recebido pela comunidade e no

    desgaste a sua relao com os rgos de proteo civil.

    relativamente fcil desenvolver um exerccio simulado em

    comunidades com as quais j se desenvolve um trabalho

    anterior de preveno e capacitao. Em comunidades nasquais no houve contato anterior, importante desenvolver

    outras aes antes de se planejar o exerccio simulado,

    como capacitaes e oficinas, entre outras atividades.

    1) Reconhecimento da realidade localQualquer estratgia de mobilizao deve partir do

    reconhecimento dos aspectos culturais locais, os quais

    compreendem o sistema de crenas e valores de cada

    localidade. O plano de contingncia e o plano de aes

    do simulado devem respeitar e, sempre que possvel,

    integrar estes aspectos. Fundamental certificar-se se a

    comunidade conhece seus riscos a que est exposta, se

    compreende como so produzidos e quais as

    vulnerabilidades relacionadas, e se tem interesse em

    participar dessa modalidade de exerccios. Outras

    modalidades de exerccios podem se adequar melhor

    realidade local.

    2) Definio das pessoas da comunidade quedevem participar do exerccio

    Os representantes comunitrios devem participar de

    todas as etapas do exerccio, incluindo preparao e

    planejamento. A definio das famlias a serem

    removidas faz parte da elaborao do plano de aes do

    simulado. Identificar o nmero de moradores que

    participar da atividade e cadastr-los.

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    3) Definio das estratgias de comunicao esensibilizao da comunidade

    Sempre que possvel, deve-se respeitar as lideranas

    locais ou as redes locais existentes quando iniciar os

    contatos com a comunidade. Essas pessoas podem,

    inclusive, ser o primeiro meio de comunicao com as

    demais pessoas da localidade. Alm disso, importante

    definir outros meios de comunicao efetivos, os quais

    podem ser: reunies, distribuio de informativos, carro

    de som, boca a boca, etc. Alm dos meios decomunicao, fundamental definir a linguagem e a

    mensagem.

    4) Divulgao ou debate do plano de contingncialocal

    Os participantes devem conhecer o plano de

    contingncia local, o qual deve ser revisado com os

    mesmos para planejamento do exerccio.

    Assim como deve constar no plano de contingncia local

    os mecanismos de proteo dos bens dos moradores

    removidos em situao de emergncia, o planejamento

    do exerccio simulado deve garantir a segurana dos

    bens das pessoas removidas durante a atividade. A

    comunidade deve ser informada de como ser garantida

    essa proteo no decorrer do exerccio.

    Mesmo as pessoas que no participaro do exerccio

    podem ser informadas de que ser realizada a atividade

    em sua comunidade. O plano de contingncia local deve,

    ento, estar disponvel para conhecimento de todos.

    5) Divulgao e elaborao do plano de aesAlm do plano de contingncia, importante que os

    participantes conheam o plano de aes, participem de

    sua elaborao e identifiquem quais as suas aes no

    processo.

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    ETAPA IV EXECUO

    1)Diviso dos grupos envolvidos na atividade

    No incio da execuo do exerccio, separam-se os

    grupos envolvidos na execuo do simulado e defini-se o

    posicionamento de cada um conforme sua tarefa.

    2)Notificao da ameaa sistema de alertaNotificar a ameaae dar incio ao exerccio com o sinal

    de alerta.

    3)Comando e controle do exerccioUtilizar a assuno formal do comando, instalao de

    um posto de comando e integrao das organizaes e

    agncias em um comando unificado. Separao da

    estrutura de coordenao do simulado e da resposta ao

    incidente.

    4)Sinalizao das reas segurasSinalizar as reas seguras, abrigos, indicando para onde

    as pessoas devem se dirigir.

    5)Deslocamento das pessoas ao abrigoO deslocamento ao abrigo uma etapa crtica do plano

    de contingncia, fundamental para o sucesso do

    abandono de uma rea de risco. Deve ser planejado

    caso a caso, considerando o uso ou no de veculos paraeste deslocamento, em funo da segurana e acesso ao

    abrigo.

    6)Organizao do abrigo para a recepo dapopulao removida

    importante que o abrigo esteja preparado para receber

    as pessoas e que, no decorrer do perodo em que elaspermaneam ali, atividades sejam desenvolvidas com a

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    finalidade de entret-las e, tambm, promover aes de

    preveno a desastres.

    7)Divulgao na mdia de forma estruturada eintegrada

    Pautar as informaes mdia durante a execuo do

    exerccio simulado, enfatizando o carter preventivo do

    evento.

    8)Participao de figuras polticas necessrio analisar a participao de figuras polticas

    (prefeito, deputado) para que o evento no perca o

    objetivo central que o de capacitar a populao para

    desocupao de reas de risco. Elabore estratgias de

    participao destas personalidades de modo que no

    prejudique a atividade.

    ETAPA V AVALIAO

    1) Adoo de formulrios padronizados para acoleta de informaes observadas, tanto

    quantitativas como qualitativas.

    importante estabelecer um mtodo para avaliao dos

    simulados, de modo que se possam comparar os

    exerccios entre diferentes comunidades, avaliar os

    avanos alcanados com o exerccio em uma mesma

    localidade, redefinir estratgias utilizadas, reavaliar oplano de contingncia local, subsidiar as aes

    executadas pelas agncias envolvidas, entre outros

    aspectos relevantes. A adoo de formulrios

    padronizados para coleta de informaes, ou a

    elaborao de um guia de avaliao, podem ser

    alternativas para este processo. Alguns indicadores

    sugeridos so: tempo mdio de desocupao pelas rotas

    de fuga definidas; nmero e nomes das agncias

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    19

    envolvidas; nmero de pessoas removidas por exerccio;

    nmero de profissionais envolvidos.

    Outro aspecto relevante se refere avaliao de reao

    da comunidade, logo aps o evento e em nvel local,

    quanto a sua efetividade e qualidade de resposta. Pode

    ser interessante voltar comunidade aps a realizao

    do exerccio para medir o efeito da mobilizao.

    2) Reunio de avaliao com os parceirosenvolvidos, observadores e comunidade.

    Alm dos formulrios, importante se reunir com todos

    os participantes, juntos ou isoladamente, com o objetivo

    de avaliar o exerccio e estabelecer feedbacks entre as

    pessoas envolvidas.

    CHECK LIST PARA AVALIAO DO SIMULADO

    Os pontos apresentados a seguir consideram os aspectos

    mais relevantes das diferentes etapas do simulado e devem

    ser ajustados conforme a especificidade de cada exerccio

    desenvolvido e com os objetivos definidos na etapa de

    preparao do simulado. Assim sendo, importante

    adaptar o modelo de avaliao apresentado de acordo com

    estes objetivos.

    ASPECTOS ORGANIZATIVOS SIM NO

    Organizou-se o grupo coordenador do simulado

    Foram definidas as tarefas a serem desenvolvidas

    por cada um de seus membros

    Foi elaborado um guia do simulado

    O guia elaborado estava de acordo com o plano de

    ao existente e com os recursos disponveis

    Foi utilizado e divulgado o plano de contingncia

    local

    O plano para remoo de pessoas foi revisado

    As pessoas da comunidade conheciam osprocedimentos a seguir em caso de remoo

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    20

    Foi realizada reunio informativa com as pessoas

    da comunidade que participaram do simulado

    Foi realizada reunio interinstitucional para

    planejar e coordenar as aes das outras

    instituies

    As rotas de fuga e as reas seguras foram

    sinalizadas

    As pessoas da comunidade que no participaram

    do exerccio foram informadas sobre a sua

    realizao

    Os meios de comunicao foram informados acerca

    da realizao do simulado

    Os participantes foram informados sobre o sinal

    para iniciar o exerccio

    Foi informado aos participantes sobre o seu

    comportamento durante a remoo e nas reas de

    segurana

    Foi designado local e tarefas para os observadores

    durante o exerccio

    Foram tomadas as medidas necessrias e foi dado

    sinal para suspender o simulado no momentoadequado

    Foram elaborados planos de ao complementares

    (animais, crianas sozinhas, entre outros)

    ASPECTOS GERAIS N MERO

    TOTAL

    Pessoas removidas

    Instituies participantes (preencha os nomes)

    Corpo de Bombeiros Militar:

    Polcia Militar:

    Defesa Civil:

    SAMU:

    Guarda Municipal:

    Cruz Vermelha:

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    21

    DESENVOLVIMENTO DO SIMULADO

    Hora de incio do simulado

    Hora de comunicao s outras instituies

    Bombeiro:

    Polcia Militar:

    Defesa Civil:

    Cruz Vermelha:

    CHAMADA CHEGADA

    Hora de expedio da ordem de remoo

    das famliasHora de incio da remoo das famlias

    Hora de sada da ltima pessoa a ser

    removida

    Hora de chegada das pessoas ao abrigo

    Durao do total do exerccio

    Nas perguntas abaixo, marque E (Excelente), B (Bom), S(Satisfatrio), R (Ruim) e NO (No Observado)

    Cenrio de risco escolhido E ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Rotas de fuga selecionadas E ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

    reas seguras selecionadas E ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Sistema de Alerta e Alarme utilizadoE ( ), B ( ),S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Mensagens utilizadas E ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Deslocamento das pessoas ao abrigo E ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

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    22

    Qualidade do abrigo provisrio E ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Qualidade das atividades desenvolvidas no abrigo

    provisrioE ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Tarefas executadas pelas Instituies parceiras E ( ), B ( ),

    S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Finalizao do exerccio e regresso dos participantes

    s suas casas E ( ), B ( ),S ( ), R ( ),

    NO ( )

    Apareceram problemas durante a realizao do

    exerccio

    Comentrio:____________________________________

    _______________________________________________

    ______________________________________________________________________________________________

    _______________________________________________

    SIM ( )

    NO ( )

    Desempenho das instituies participaes

    Bombeiro:

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    Polcia Militar:

    ______________________________________________________________

    Defesa Civil:

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

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    23

    Aspectos positivos do exerccio:

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    _____________________________________________________________

    Aspectos negativos do exerccio:

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

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    GUIA DE ORIENTAES PARA ELABORAO DE

    PLANOS DE CONTINGNCIA

    Plano de Contingncia o documento que registra o

    planejamento elaborado a partir do estudo de um

    determinado cenrio de risco de desastre. Os cenrios de

    risco, ou seja, a probabilidade de ocorrer um evento

    adverso, a estimativa de sua magnitude e a avaliao dos

    provveis danos e prejuzos, so elaboradas a partir da

    anlise de risco.

    Obtendo um Plano

    Uma das atividades da COMDEC a elaborao de planos

    baseados em cenrios de risco, ou seja, em uma estimativa

    de como um determinado evento, possvel de ocorrer, vai

    afetar as comunidades.

    Estes planos so montados de acordo com uma projeofutura: o planejador imagina vrias coisas que podem

    ocorrer e determina previamente quais os recursos

    operacionais necessrios e como estes recursos vo agir.

    Este plano, denominado Plano de Contingncia, facilita

    muito a resposta inicial aos desastres, pois, quando o

    evento ocorre, j foram reunidas e organizadas

    previamente as informaes bsicas, a diviso de

    autoridade e combinada a responsabilidade entre os

    rgos, as estratgias, as tticas e alguns aspectos

    operativos. Se o plano tiver sido adequadamente divulgado

    e treinado, todos conhecem o seu papel.

    Este plano tambm pode ter vrios formatos e

    componentes, dependendo de peculiaridades locais ou

    escolha de metodologias. interessante que seja construdo

    coletivamente, em parcerias com representantes das

    comunidades, a que esto inseridos.

    Alguns componentes podem ser considerados essenciais,

    pois do respostas que sero importantes para que as

    pessoas envolvidas nas aes previstas no plano saibam o

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    que se espera delas. Os componentes do plano esto

    relacionados a:

    Introduo

    Refere-se descrio da competncia legal para a

    elaborao do plano (se for o caso), relacionando os

    participantes do processo de planejamento, enumerando

    quem receber cpias do plano e orientando quanto ao seu

    uso e atualizao.

    Finalidade

    Uma breve descrio dos resultados esperados com o

    plano, ou seja, para que o plano serve.

    Situao e cenrios de risco

    A descrio dos cenrios de risco que foram identificados na

    avaliao de risco. Este tpico ajuda a compreender o foco

    do planejamento, pois esclarece o cenrio de risco, tal

    como foi considerado pela equipe de planejamento.

    Conceito de operao

    Descrio de quando e como os vrios recursos previstos

    sero ativados, desde o alerta inicial e, ao longo de toda a

    evoluo do desastre, explicando as suas responsabilidades.

    Estrutura de resposta

    Registro de como as agncias e instituies, envolvidas na

    resposta aos desastres, sero organizadas, na medida em

    que forem acionadas, definindo quem organizar as aes,

    quais as responsabilidades de cada organizao, quais as

    linhas de comunicao e de autoridade.

    Administrao e logstica

    Descrio de quais os recursos materiais e financeiros que

    provavelmente sero necessrios ao longo da evoluo do

    desastre, desde o alerta at o incio da reconstruo,

    indicando de que maneira estes recursos sero mobilizados

    junto ao Governo, s organizaes no governamentais e

    s agncias voluntrias.

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    Atualizao

    Estabelecer quem ter a responsabilidade pela atualizao

    do plano e seus anexos, alm de determinar como este

    processo ser conduzido por meio de treinamentos,

    exerccios, estudo de caso e atualizao da Anlise de

    Riscos.

    Este plano bsico pode ser aumentado com anexos, que

    somam informaes sobre os recursos cadastrados, os

    estudos existentes a respeito daquele cenrio de risco, a

    legislao pertinente quele tipo de desastre considerado, eoutras julgadas convenientes.

    Todavia, o plano no pode ficar to complexo que dificulte

    a sua principal funo, que a de esclarecer s pessoas dos

    rgos envolvidos, quais so suas responsabilidades,

    objetivos e tarefas, de uma maneira rpida e clara.

    Planejando para alguns aspectos comuns

    Olhando desta forma, a elaborao de planos de

    contingncia parece muito complexa e trabalhosa. Se

    considerarmos que uma comunidade no possui apenas um

    cenrio de risco, voc pode imaginar uma grande

    dificuldade para realizar um novo planejamento para cada

    tipo de evento, precisando reunir pessoas e informaes,

    identificando procedimentos e estabelecendo

    responsabilidades.

    Porm, muitos desastres possveis provocam algumasconsequncias comuns, para as quais preciso ter um bom

    planejamento que aproveitado pelos vrios planos de

    contingncia com pequenas variaes.

    Na maioria das operaes ser preciso acionar os rgos

    de emergncia, estabelecer a comunicao entre todos,

    controlar o emprego de pessoas, materiais e recursos

    financeiros. Ainda em muitos desastres, pessoas tm que

    ser abrigadas a sair de suas residncias, seja por causa da

    gua, do vento ou do fogo. Estas pessoas tm que ser

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    avaliadas, alimentadas e atendidas, com pequenas

    variaes, em enchentes, vendavais ou deslizamentos de

    terra.

    Ento, possvel ter um esquema de abrigos planejado,

    equipado e treinado, que integrar os planos de

    contingncia com pequenas modificaes.

    Alm de facilitar o planejamento, isto facilitar a execuo,

    pois as pessoas e organizaes envolvidas tero que

    conhecer uma quantidade menor de procedimentos do que

    se as tarefas fossem sempre diferenciadas de acordo comos desastres.

    Alguns cuidados devem ser tomados no planejamento

    destas funes mais comuns, a fim de garantir que elas

    atinjam os objetivos propostos:

    1) Monitoramento, alerta e alarme: quando ativar o plano

    Muitos planos deixam de ser colocados em prtica porqueno so ativados em um desastre.

    Por que isto acontece?

    Simplesmente porque as pessoas encarregadas esquecem

    de fazer isto quando esto sob a presso de uma situao

    que evolui rapidamente.

    Por isso, o plano deve prever quais so os indicadores que

    determinaro a sua ativao, isto , quais as informaes

    que desencadearo o plano. Por exemplo, para chuvas,

    pode ser o alerta meteorolgico da Defesa Civil Nacional.

    Para enchentes, pode ser quando o rio atinge uma

    determinada cota. Para estiagem, a precipitao de chuvas

    acumulada nos ltimos 30 dias, e para desastres com

    produtos perigosos, a comunicao de um acidente.

    Alm disso, fundamental que as pessoas que recebem

    estas informaes tenham um procedimento pr-

    estabelecido, dizendo a quem devem comunicar, como

    devem fazer e com que urgncia. Voc no vai querer que

    a sua comunidade sofra com uma tempestade inesperada,

    enquanto um fax de alerta aguarda resposta na gaveta deuma mesa da COMDEC.

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    2) Acionando os meios necessrios

    O acionamento dos meios necessrios outro passo

    importante. Um equvoco comum tentar gerenciar as

    aes de resposta ao desastre sozinho, at que a situao

    se torne incontrolvel. Por isso, o planejamento prvio deve

    determinar quando e como os recursos sero acionados, e

    uma pessoa deve estar encarregada desta tarefa. Este

    outro aspecto comum aos eventos em geral, pois, embora a

    combinao e a ordem das organizaes a serem

    acionadas possam variar de uma situao para outra,

    normalmente as que auxiliam so sempre as mesmas e a

    forma de avis-las no muda.

    3) Relaes com a mdia

    A relao com a mdia tambm um fator comum a todos

    os desastres, pois sempre h um grande interesse da

    imprensa em divulgar fatos com repercusso para a

    comunidade.

    Mesmo assim, na maioria dos desastres, sejam de grande

    ou pequeno porte, h uma deficincia neste contato que

    provoca atritos e desinformao.

    Consideramos o que j foi visto sobre a Defesa Civil.

    preciso estar convencido de que ela uma articuladora de

    recursos, que busca agregar os esforos em uma direo

    comum: a reduo de desastres.

    Ento, tambm necessrio que este esforo unificado

    tenha uma linguagem nica ao se dirigir comunidade por

    meio da imprensa, o que s pode acontecer se todos osenvolvidos concordarem em utilizar um nico canal de

    informaes, seja por meio de um porta-voz ou de boletins

    escritos.

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    SISTEMA DE ALERTA E MONITORAMENTO2

    Um sistema completo e eficaz de alerta antecipadocompreende quatro elementos interrelacionados

    (conhecimento dos riscos; servios de monitoramento, alerta

    e alarme; difuso e comunicao; e capacidade de

    resposta), que vo desde o conhecimento das ameaas e

    vulnerabilidades (avaliao de riscos) de uma determinada

    rea at a preparao e capacidade de resposta ao

    desastre (desocupao bem sucedida).

    a) CONHECIMENTO DOS RISCOS

    Os riscos se devem a uma combinao de ameaas e

    vulnerabilidades em uma rea determinada. A avaliao de

    risco requer a coleta e anlise sistemtica de informaes e

    2Texto traduzido e adaptado pelo Cel BM Marcos de Oliveira, a partirdo original da ONU - United Nations - Platform for the Promotion ofEarly Warning (PPEW). Hermann-Ehlers-Strasse 10D 53113, Bonn,Germany,[email protected]

    deve levar em conta a natureza dinmica das ameaas e

    vulnerabilidades produzidas por processos de urbanizao,

    mudanas no uso da terra em zonas rurais, degradao

    ambiental e mudanas climticas. As avaliaes e os mapas

    de riscos ajudam a motivar a populao, estabelecendo

    prioridades para as necessidades dos sistemas de alerta

    antecipado e servem de guia para os preparativos de

    preveno e resposta aos desastres.

    b) SERVIOS DE MONITORAMENTO, ALERTA E ALARMEOs servios de monitoramento, alerta e alarme contra

    desastres so um componente fundamental do sistema.

    necessrio contar com uma base cientfica slida para

    antecipar e prevenir ameaas e com um sistema confivel

    de previso, alerta e alarme que funcione 24 horas por dia.

    O monitoramento contnuo das ameaas essencial para o

    desenvolvimento de avisos de alerta e alarme precisos e

    adequados. Os servios de alerta e alarme para as vrias

    ameaas devem ser coordenados, na medida do possvel,

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.unisdr-earlywarning.org/http://www.unisdr-earlywarning.org/http://www.unisdr-earlywarning.org/mailto:[email protected]
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    aproveitando as redes de comunicao formais

    (institucionais) e as redes de comunicao informais

    existentes na comunidade.

    c) DIFUSO E COMUNICAO

    Os avisos de alerta e alarme devem chegar at as pessoas

    em perigo com antecipao suficiente para permitir o

    preparo. A gerao de respostas adequadas que ajudem a

    salvar vidas e meios de subsistncia s populaes afetadas

    exigem mensagens claras que forneam informaes

    simples e teis, especialmente,sobre o que fazer diante do

    desastre. Talvez o maior desafio, durante as primeiras horas

    aps um desastre, seja garantir que a informao passada

    imprensa e populao seja clara e reflita as

    necessidades prioritrias das pessoas e reas afetadas.

    Assim, aspectos da comunicao e a relao entre pessoas

    e organizaes pblicas de resposta com os meios de

    comunicao acabam por se converter em uma varivel

    fundamental para a gesto eficiente e eficaz do desastre

    como um todo. Por isso, necessrio que se definam

    antecipadamente os sistemas de comunicao que sero

    utilizados e quem sero os porta-vozes autorizados. A

    utilizao de mltiplos canais de comunicao essencial

    para garantir que o alerta e alarme alcance tantas pessoas

    quanto possvel.

    d) CAPACIDADE DE RESPOSTA

    de suma importncia que as comunidades compreendam

    os riscos que correm, respeitem os servios de alerta e

    alarme e saibam como agir diante de emergncias e

    desastres. A esse respeito, os programas de educao e

    preparao desempenham um papel fundamental. No

    entanto, mesmo assim, essencial que hajam planos de

    contingncia para orientar a resposta aos desastres, planos

    estes que tenham sido construdos com ampla participao

    comunitria, objeto de prtica e submetidos prova. As

    pessoas que vivem em reas de risco devem aprender a

    conviver com os riscos e estarem muito bem informadas

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    sobre como agir diante de alertas antecipados sobre

    desastres, como adotar comportamentos seguros, quais as

    melhores rotas de fuga e as melhores maneiras de evitar

    danos e prejuzos.

    8. ATORES DO PROCESSO

    O planejamento e implementao de um sistema eficaz de

    alerta antecipado requer a contribuio e a coordenao de

    uma grande variedade de pessoas, grupos e organizaes.

    A seguir, voc encontrar uma breve explicao sobre esses

    grupos, suas funes e responsabilidades:

    a) As comunidades: em particular, aquelas mais

    vulnerveis, que representam o ponto fundamental dos

    sistemas de alerta antecipado para riscos e desastres. Faz-

    se necessrio que as comunidades participem ativamentede todos os aspectos do planejamento e da implementao

    de tais sistemas, que conheam as ameaas a que esto

    expostas e que possam adotar medidas para reduzir ao

    mnimo a possibilidade de sofrerem danos e prejuzos.

    b) As autoridades locais: da mesma forma que as

    pessoas e as comunidades, constituem o ncleo de um

    sistema eficaz de alerta antecipado para riscos e desastres.

    Os governos estaduais e nacional devem apoiar as

    autoridades locais e estas devem conhecer profundamente

    as ameaas a que esto expostas suas comunidades e

    participar ativamente da criao e manuteno dos

    sistemas de alerta antecipado. As autoridades locais devem

    conhecer tambm as informaes e recomendaes bsicas

    diante de um desastre e estar em condies de assessorar,

    instruir e garantir a participao da populao local a fim

    de ampliar a segurana pblica e reduzir a possibilidade de

    perdas e danos na comunidade.

    c) Os governos nacionais: so os responsveis pelas

    polticas pblicas e regulamentaes que facilitam umsistema eficaz de alerta antecipado para riscos e desastres.

    Tambm coordenam os sistemas de monitoramento, alerta

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    e alarme que preveem e emitem os alertas nacionais de

    ameaa. Os governos nacionais devem atuar integrados

    com as estruturas internacionais, regionais e locais, para

    reforar a capacidade dos sistemas e encarregar-se de que

    os alertas e as respostas sejam dirigidos a todos,

    especialmente s populaes mais vulnerveis. Outra

    funo importante do governo nacional a de apoiar e

    prestar ajuda s comunidades e governos locais para que

    esses possam desenvolver suas capacidades operativas de

    resposta a desastres.

    d) As organizaes civis: auxiliam na conscientizao

    entre as pessoas, comunidades e organizaes que

    participam do sistema de alerta antecipado. Podem

    desempenhar um papel importante na promoo de

    sistemas de alerta antecipado, de forma que os mesmos se

    mantenham na agenda dos governos e dos encarregados

    pela formulao de polticas pblicas.e) O setor privado: geralmente atua em sistemas de

    alerta antecipado destinados a suas prprias organizaes,

    no entanto, possui um grande potencial ainda no

    aproveitado em relao administrao de servios

    especializados, conhecimentos aplicados e oferta de

    donativos, bens e servios.

    f) A comunidade cientfica e acadmica: tambm tem

    papel relevante quando oferece apoio cientfico e tcnico

    especializado para ajudar governos e comunidades a

    desenvolver sistemas de alerta antecipado. Suas

    competncias so fundamentais na anlise de riscos de

    ameaas naturais e na elaborao de servios de tabulao

    de dados, intercmbio de informaes, traduo de

    informaes cientficas em mensagens compreensveis e na

    difuso de alertas s pessoas em risco.

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    MODELO DE AVALIAO BASEADO EM LISTA DE

    VERIFICAO

    1. Primeiro elemento chave: Conhecimento dos riscos

    Objetivo: Estabelecer um processo sistemtico e

    uniformizado para coletar, avaliar e compartilhar

    informaes, mapas e tendncias em relao a ameaas e

    vulnerabilidades.

    a) Identificao de ameaas naturais

    Anlise e avaliao das caractersticas das principais

    ameaas naturais - intensidade, frequncia e probabilidade

    - e seus dados histricos.

    Laborao de mapas de ameaas para identificao

    das zonas geogrficas e comunidades que podero serafetadas por ameaas naturais.

    Elaborao de mapas integrados de ameaas para

    avaliar a interao de diversas ameaas conjuntamente.

    b) Anlise da vulnerabilidade das comunidades

    Avaliao de vulnerabilidades nas comunidades para

    todas as ameaas naturais relevantes identificadas.

    Considerao das fontes de dados histricos e de

    possveis ameaas futuras nas avaliaes de

    vulnerabilidade.

    Documentao e elaborao de mapas de

    vulnerabilidade (por exemplo, representao grfica e

    localizao das populaes que vivem em encostas e reas

    de deslizamentos).

    c) Avaliao de risco

    Avaliao da interao entre ameaas e

    vulnerabilidades para determinao do risco que enfrenta

    cada regio ou comunidade.

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    Realizao de consultas entre a comunidade e o setor

    privado para garantir que as informaes sobre riscos sejam

    amplas e confiveis.

    Identificao e avaliao de atividades que possam

    vir a incremetar o risco.

    Integrao dos resultados das avaliaes de risco em

    planos locais de gesto de risco e mensagens de alerta.

    2. Segundo elemento chave: Servios de monitoramento,

    alerta e alarme

    Objetivo: Estabelecer um servio eficaz de monitoramento,

    alerta e alarme de ameaas a partir de uma slida base

    cientfica e tecnolgica.

    a) Estabelecimento de mecanismos institucionais para

    funcionamento do sistema

    Estabelecimento por lei de processos uniformes de

    funes e reponsabilidades para todas as organizaes que

    emitem alertas e alarmes.

    Criao de um plano para todas as ameaas a fim de

    obter uma maior eficincia e eficcia entre os diversos

    sistemas de alerta antecipado.

    Criao de um sistema de monitoramento, alerta e

    alarme permanente, com funcionamento 24 horas por dia.

    Estabelecimento das regras e dos colaboradores do

    sistema local de alerta antecipado, incluindo as autoridades

    locais.

    Aprovao de protocolos para definir

    responsabilidades e os canais de comunicao para os

    servios tcnicos de alerta.

    Realizao de exerccios que avaliem o sistema de

    alerta antecipado ao menos uma vez ao ano.Criao de um sistema para verificar se os alertas

    esto chegando at os seus destinatrios.

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    3. Terceiro elemento chave: Difuso e comunicao

    Objetivo: Desenvolver um sistema de alerta antecipado

    para alertar as pessoas e as comunidades de ameaas

    naturais iminentes e facilitar a difuso e troca de

    informaes entre os envolvidos.

    a) Institucionalizao de processos organizacionais e de

    tomada de deciso

    Estabelecimento de uma cadeia de difuso de alertas

    mediante polticas governamentais (por exemplo,

    transmisso de mensagens de autoridades pblicas aos

    encarregados de servios de emergncia e s

    comunidades).

    Habilitao de autoridades reconhecidas para a

    difuso de alertas (por exemplo, autoridades

    meteorolgicas para difundir mensagens de alerta sobrecondies do tempo e autoridades de sade para difundir

    mensagens de alerta sobre sade).

    b) Instalao de sistemas e equipamentos de comunicao

    para transmisso de alertas

    Identificao dos sistemas de comunicao e difuso

    de alertas nas distintas comunidades (por exemplo, rdio e

    televiso para quem tem acesso a esses meios, mensagens

    por torpedo SMS para quem tem acesso a telefonia

    celular, sistemas de sirenes, uso de bandeiras de alerta e

    transmisso de alertas por mensageiros de casa em casa

    para comunidades distantes).

    Utilizao simultnea de mltiplos meios decomunicao para difuso de alertas.

    c) Recebimento e compreensso das mensagens

    Adaptao das mensagens s necessidades

    concretas das pessoas em risco.

    Incluso de orientaes especficas nas mensagens

    (por exemplo, necessidade de desocupao da rea edeslocamento para rea segura de reunio, instrues para

    proteger animais domsticos).

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    Emisso de alertas especficos sobre o carter da

    ameaa e suas possveis consequncias.

    Estabelecimento de mecanismos para informar a

    comunidade que a ameaa j passou.

    Conduo de estudos para avaliar como as

    mensagens foram recebidas e interpretadas pelas pessoas e

    incorporao de lies aprendidas para melhorar o

    processo no futuro.

    4. Quarto elemento chave: Capacidade de resposta

    Objetivo: Fortalecer a capacidade das comunidades para

    responder aos desastres naturais mediante uma melhor

    educao sobre os riscos e a participao comunitria na

    preparao para desastres.

    a) Respeito aos alertas

    Desenvolver estratgias para que as mensagens de

    alerta e alarme sejam recebidas com credibilidade e

    confiana por parte da comunidade (por exemplo, usar

    fontes fidedignas autoridades pblicas, lderes

    comunitrios, respeitadas organizaes comunitrias).

    Reduzir ao mnimo falsos alarmes e diferenciar

    alertas reais e situaes simuladas de treinamento,

    explicando a importncia de cada um deles)

    b) Elaborao de planos de preparao e resposta em caso

    de desastresAprovao de planos de preparao (contingncia) e

    resposta em caso de desastres.

    Emprego de mapas de ameaas e de

    vulnerabilidades para a elaborao dos planos de

    preparao e resposta de emergncia.

    Realizao de exerccios simulados para avaliaodos planos de preparao e resposta de emergncia na

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    prtica, bem como para comprovar a eficcia dos processos

    de difuso de alertas antecipados.

    Avaliao da participao dos diversos atores

    (comunidade, autoridades locais, organizaes de resposta,

    etc.) na resposta das emergncias, com vistas melhoria

    constante do processo.

    Incorporao de lies aprendidas nos planos de

    gesto de desastres.

    c) Ampliao da conscientizao e da educao pblica

    Garantia da difuso permanente de informaes

    simples sobre ameaas, vulrerabilidades e riscos, e de como

    agir diante de desastres, tanto nas comunidades

    vulnerveis, como tambm entre os envolvidos na

    formulao de polticas, preparao e resposta a

    emergncias.

    Capacitao da comunidade para que reconheasinais de ameaas hidrometeorolgicas e geofsicas, a fim

    de que possa agir de imediato diante de um desastre

    iminente.

    Realizao de campanhas de conscientizao e de

    educao pblicas permanentes.

    CONSIDERAES FINAIS

    O treinamento e a educao das comunidades so

    fundamentais para reduzir riscos e prevenir perdas. As

    pessoas devem saber o que fazer frente a uma situao de

    emergncia e, tambm, de que maneira podem contribuir

    no gerenciamento cotidiano dos riscos de desastres.

    A implementao de sistemas de alerta antecipado, a

    realizao de simulados, a criao de planos de

    contingncia local e municipal so importantes ferramentas

    de gesto. Devem ser construdos de acordo com a cultura

    local, a tecnologia disponvel, a linguagem e o nvel deeducao das populaes potencialmente afetadas.

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    necessrio, portanto, investir na sensibilizao das

    populaes em relao comunicao dos riscos aos quais

    esto sujeitas, no relacionamento entre Defesa Civil,

    agncias de apoio e resgate e comunidades, atuando comfoco na preveno, preparao e assistncia.

    O envolvimento prvio das comunidades no

    desenvolvimento das medidas para a reduo dos riscos

    deve ser o acento tnico da boa administrao pblica,

    enfatizando a transparncia e o dilogo em todos os nveis

    da sociedade.