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GUIA PRÁTICO DE PREVENÇÃO E ORIENTAÇÃO EM CASOS DE ACIDENTES OCUPACIONAIS COM MATERIAL PERFUROCORTANTE E EXPOSIÇÃO A RISCO BIOLÓGICO

GUIA PRÁTICO DE PREVENÇÃO E ORIENTAÇÃO EM CASOS DE · de Prevenção de Acidentes com Perfurocortantes e Exposição a Riscos Biológicos (COPAP). Guia Prático de Prevenção

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GUIA PRÁTICO DE PREVENÇÃO E

ORIENTAÇÃO EM CASOS DE

ACIDENTES OCUPACIONAIS COM

MATERIAL PERFUROCORTANTE E

EXPOSIÇÃO A RISCO BIOLÓGICO

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SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas

SECRETARIA MUNICIPAL DA ADMINISTRAÇÃO

Divisão de Medicina e Segurança do Trabalho (DMST)

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3

ACIDENTES OCUPACIONAIS COM MATERIAL

PERFUROCORTANTE E EXPOSIÇÃO A RISCO BIOLÓGICO

1ª Versão

RIBEIRÃO PRETO – SP

2019

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4

© 2019 Secretaria Municipal da Saúde / Secretaria Municipal da Administração.

Todos os direitos reservados. São permitidas a reprodução parcial ou total desta obra, desde que

citada a fonte e que não tenha nenhum fim comercial. Venda proibida. A responsabilidade pelos

direitos autorais de textos e imagens desta obra é restrita a equipe técnica designada pelo

Gabinete do Secretário da Saúde e Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas. O

documento poderá ser acessado na íntegra pelo site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto no

link da Secretaria da Saúde.

Elaboração, distribuição e informações: Comissão de Prevenção de Acidentes com

Perfurocortantes e Exposição a Riscos Biológicos da Secretaria da Saúde e Secretaria da

Administração da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (COPAP).

Elaboração

1ª versão (26/11/2019):

Representante Pela Direção do Serviço de Saúde:

Lucia Helena Terenciani Rodrigues Pereira

Representante da COPAP:

Eduardo Vita Salles

Representante da CCIH:

Cátia Helena Damando Salomão

Direção de Enfermagem:

Maria de Fátima Paiva Brito

Direção Clínica:

Alexander Martins Sorente

Responsável pela Elaboração e Implementação do PGRSS:

Karina Fonseca de Souza Leite

Representante da Central de Material e Esterilização:

Elisangela Aparecida de Almeida Puga

Representante do Setor de Compras:

Victor Henrique Marlardo Roque

Representante do Setor de Padronização de Material:

Lilian Carla de Almeida

Representante Divisão Odontológica:

Adriana da Costa Botelho

APOIO TÉCNICO:

Diretora de Controle e Auditoria da Secretaria Municipal da Saúde:

Tatiana dos Reis Balaniuc Monteiro Moreira

Enfermeira Chefe do GCC da Secretaria Municipal da Saúde:

Giovanna Teresinha Candido

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Ribeirão Preto. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Saúde.

Departamento de Atenção a Saúde das Pessoas. Secretaria Municipal da

Administração. Divisão de Medicina e Segurança do Trabalho. Comissão

de Prevenção de Acidentes com Perfurocortantes e Exposição a Riscos

Biológicos (COPAP). Guia Prático de Prevenção e Orientação em Casos

de Acidentes Ocupacionais com Material Perfurocortante e Exposição a

Risco Biológico. 1ª ed. 19p. Ribeirão Preto – São Paulo, 2019.

Descritores: 1. Acidentes. 2. Riscos biológicos. 3. Perfuro cortante.

Fiscal dos Contratos de Empresa Terceirizada de Limpeza da Secretaria Municipal

da Saúde:

Jesse Daniel Furlan

Carla Fernanda Rehberger

Chefe da Divisão de Enfermagem da Secretaria Municipal da Saúde:

Karina Domingues de Freitas

CEREST:

Ana Beatriz Degani Angerami

Enfermeira do Trabalho da DMST:

Juliana Cristina Luque Vallim

Diretor do Departamento de Recursos Humanos da Secretaria

Municipal da Administração:

Thomaz Perianhes Júnior

Chefe da Divisão de Seleção, Recrutamento e Treinamento da Secretaria Municipal

da Administração:

Nilson Carlos Lima

Gestão 2017-2020:

Dr. Sandro Scarpelini – Secretário Municipal da Saúde.

Marine Oliveira Vasconcelos – Secretária Municipal da Administração.

Ficha Catalográfica

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO

7

2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO

7

3. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

9

4. RISCOS LABORAIS DE SAÚDE

12

5. NORMAS BÁSICAS DE BIOSSEGURANÇA

12

6. IMUNIZAÇÃO

14

7. ESTIMATIVA DE RISCOS

15

8. COMO PROCEDER NUM ACIDENTE OCUPACIONAL

17

9. ANEXO III – FLUXOGRAMA PARA REGISTRO DA CAT

18

10. BIBLIOGRAFIA

19

11. LINKS CORRELACIONADOS 19

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1. INTRODUÇÃO

O presente guia tem a finalidade de informar em consulta rápida, prática e

objetiva os principais procedimentos para prevenção e conduta em caso de exposição à

material biológico, enfatizando a contaminação pelos vírus das hepatites B e C e pelo

HIV.

2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO

2.1. Precauções Padrão

São medidas de precauções que devem ser adotadas para a assistência a

todos os pacientes, independentemente de seu diagnóstico, a saber:

Lavagem das mãos.

Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI):

Luvas

Aventais

Máscaras

Gorros

Óculos de proteção

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2.2. Medidas Adicionais

Sapato fechado, cobrindo o peito do pé e calcanhar.

Proibido o uso de adornos.

2.3. Cuidados com materiais perfurocortantes:

Todo material que perfura ou corta deve ser descartado em caixas apropriadas

para perfuro cortantes e resistentes para prevenir acidentes quando transportados. Nunca

jogue perfuro cortantes no saco de lixo. Descartar imediatamente após o uso em local

apropriado;

Não desconecte, reencape ou entorte agulhas usadas;

Não exceda o limite de preenchimento da caixa, lacre a tampa e transporte pelas

alças afastado do corpo.

Máxima atenção durante a realização dos procedimentos que envolvam a

manipulação de material biológico ou perfurocortante.

Use sempre os EPIs quando existir a possibilidade de contato com sangue ou

secreções.

Descarte qualquer material perfurocortante ou cortante, contaminado ou não, nos

coletores apropriados.

Ao descartar material perfurocortante, evitar qualquer manipulação desnecessária.

Os acondicionamentos para resíduos perfurocortantes nunca devem estar

apoiados sobre pias ou sobre lixeiras. Devem estar em suportes fixos e adequados e o

mais próximo possível do local de geração. Importante, também observar o limite máximo

de preenchimento que é demarcado por uma linha pontilhada impressa nos coletores ou

respeitar o limite máximo 2/3 (dois terços) de sua capacidade.

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Obedeça ao limite da capacidade do recipiente, não deixe encher além do

limite permitido de 2/3 da capacidade.

Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que

envolvam materiais perfurocortantes.

Ao transportar tubos de ensaio, seringas ou outros artigos que contenham fluídos

biológicos, nunca os leve nas mãos, mas sim em caixas rígidas ou em suportes

apropriados. Cuidado especial ao transportar materiais contendo sangue ou secreções.

3. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Implantar as medidas de segurança é fundamental para promover a saúde e

segurança do trabalho. Dentre essas medidas, estão presentes os Equipamentos de

Proteção Coletiva (EPC) e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Os

Equipamentos de Proteção Individual e coletiva são responsáveis por garantir a proteção

dos trabalhadores.

3.1 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

Os Chamados equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são dispositivos que

visam eliminar ou minimizar a exposição das pessoas aos riscos de acidentes de trabalho

e doenças ocupacionais. Tratam-se de equipamentos, ferramentas ou sistemas que são

aplicados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger o coletivo, embora também

possam ser equipamentos de uso individual compartilhados pelo grupo – como Kit de

primeiros socorros ou chuveiros de segurança.

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é todo equipamento utilizado para

atender a vários trabalhadores ao mesmo tempo, destinado à proteção do trabalhador a

riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Por exemplo:

enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos locais de trabalho, a

proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, a

cabine de segurança biológica, capelas químicas, cabine para manipulação de

radioisótopos, extintores de incêndio, tela de proteção contra quedas de materiais,

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10

Os equipamentos de proteção individuais e coletivos são considerados

elementos de contenção primária ou barreiras primárias. Estes equipamentos podem

mitigar ou eliminar a exposição da equipe aos riscos inerentes as atividades do hospital.

3.2. Equipamentos de Proteção Individual – EPI

São elementos de contenção de uso individual utilizados para evitar a

exposição do profissional aos agentes patológicos ou protegê-los de substâncias

químicas, calor ou frio excessivo, fogo, entre outros riscos no ambiente de trabalho, como

também para evitar a contaminação das atividades experimentais ou síntese no hospital.

O equipamento de Proteção Individual (EPI) protege a integridade física do trabalhador e

minimiza danos à saúde.

Equipamentos de Segurança Individual

Avental

É usado de forma

sistemática dentro da área

de trabalho, mesmo que não

esteja a desenvolver

atividades laborais, uma vez

que, sua utilização visa à

proteção do corpo e das

roupas do trabalhador.

Avental Impermeável

É utilizado para proteção do

técnico durante o

procedimento de

higienização de material e

deve ser usado sobre o

avental comum.

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Óculos de segurança

São usados para proteção

contra salpicos, respingos e

aerossóis, bem como, para

projeção contra estilhaços

devido à quebra de vidraria e

outros materiais

semelhantes; da mesma

forma, devem ser usados

quando da presença de risco

químico ou biológico e de

forma mais específica.

Máscaras

Existem diversos tipos de

máscaras com maior ou

menor capacidade de

retenção de partículas. A

seleção é feita considerando

o agente biológico com o

qual se vai lidar.

Botas de Borracha

Botas de borracha são

usadas para proteção dos

pés durante atividades em

áreas que apresentem risco

a integridade ou saúde dos

membros inferiores, mais

especificamente, os pés.

Gorro descartável

O gorro descartável é usado

tanto para a proteção dos

cabelos de forma a evitar

acidentes ou agregação de

partículas de aerossóis e

salpicos, como também

evitar contaminações de

soluções experimentais de

maneira geral.

Luvas

As luvas são utilizadas para

a proteção das mãos, sendo

de uso obrigatório na

manipulação de qualquer

material biológico ou produto

químico com potencial de

risco em geral. São

fabricadas em diferentes

materiais para atender as

diversas atividades laborais.

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Os equipamentos de proteção individuais e coletivos são considerados

elementos de contenção primária ou barreiras primárias. Estes equipamentos podem

mitigar ou eliminar a exposição da equipe aos riscos inerentes as atividades do hospital.

3.3 Cuidados adicionais.

● Verificar a presença de furos antes de calçar as luvas.

● Não lavar ou desinfetar luvas de procedimento ou cirúrgicas para

reutilização. O processo de lavagem pode ocasionar dilatação dos poros e aumentar a

permeabilidade da luva. Agentes desinfetantes podem causar deterioração.

● As luvas não devem ser usadas fora do local, exceto para o transporte de

materiais biológicos, químicos, estéreis ou resíduos.

● Nunca tocar maçanetas, telefone, puxadores de armários e outros objetos de

uso comum quando estiver de luvas e manuseando material biológico potencialmente

contaminado, substâncias químicas ou radioativas.

4. RISCOS LABORAIS DE SAÚDE

Os trabalhos em instituições de saúde envolvem atividades em que auxiliares,

técnicos, enfermeiros, médicos, docentes, alunos, demais categorias profissionais e todas

as demais pessoas que transitam em suas dependências estejam possivelmente

expostos.

5. NORMAS BÁSICAS DE BIOSSEGURANÇA

5.1 Conceito:

Biossegurança é definida como “o conjunto de saberes direcionado para ações

de prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa,

produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam

comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente ou a

qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (FIOCRUZ, 2005).

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A biossegurança é um processo contínuo que envolve a conscientização e a

adoção de novas atitudes, além da busca constante por respostas eficazes aos desafios

que surgem nos estabelecimentos de saúde.

Para que a cultura da biossegurança seja disseminada e valorizada no

ambiente laboral, é importante que todos entendam as responsabilidades e deveres

pertinentes aos agentes envolvidos: gestores, administradores, servidores e beneficiários.

A partir desta compreensão haverá sensibilidade e receptividade às necessárias

mudanças de atitudes, comportamentos, definição de investimentos e reorganização

administrativa para alcance dos objetivos estabelecidos.

5.2 Normas de biossegurança

Estas normas consistem num conjunto de regras e procedimentos de

segurança que visam eliminar ou minimizar acidentes e agravos de saúde relacionados

ao trabalho em ambientes de saúde.

5.2.1. Higiene Pessoal

Cabelos longos devem ser mantidos presos durante toda a jornada de trabalho;

Unhas devem apresentar-se limpas e cortadas de forma a não sobressair além da

ponta dos dedos;

É expressamente proibida a aplicação de maquiagens na área laboral;

5.2.2 Proibições na área de trabalho

A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;

O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de

trabalho;

O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;

A guarda de alimentos em locais não destinados para este fim;

Sapatos abertos;

Trabalhadores (que prestam assistência a pacientes e/ou manipulam material

biológico) com ferimentos nos membros superiores devem ser avaliados pelo serviço de

medicina do trabalho para obterem a autorização de trabalho.

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6. IMUNIZAÇÃO

Uma das principais medidas de prevenção é a vacinação para hepatite B pré-

exposição; é indicada para todos os profissionais da área da saúde. É uma vacina

extremamente eficaz, sendo recomendadas 3 doses com intervalos de 0,1 e 6 meses.

6.1 Profissionais de Saúde: Esquema vacinal pré-exposição (sem exposição

ocupacional a material biológico)

Situação do profissional Esquema vacinal

Nunca vacinado (presumidamente suscetível) 0/1/6 meses

Sorologia (Anti-HBsAg) negativa de 1 a 2 meses após a terceira dose

Repetir esquema 0/1/6 meses e agendar sorologia para 1 a 2 meses após a última dose

Sorologia (Anti-HBsAg) negativa de 1 a 2 meses após a terceira dose do segundo esquema

Não vacinar mais, considerar suscetível não respondedor; Testar HBsAg para excluir portador crônico

Sorologia (Anti-HBsAg) negativa, seis meses ou mais após a terceira dose do primeiro esquema

Repetir esquema 0/1/6 meses e agendar sorologia para 1 a 2 meses após a última dose

Observação: Toda dose administrada deve ser considerada, complementando-se o esquema em caso de interrupção com intervalo mínimo de dois meses entre as doses.

Fonte: RIBEIRÃO PRETO (2018)

6.2 Profissionais de Saúde: Esquema vacinal pós-exposição (com exposição

ocupacional a material biológico)

Situação vacinal e sorologia

Paciente-fonte

HBsAg positivo HBsAg negativo HBsAg Desconhecido

Não vacinado Imunoglobulina IGHAHB + iniciar esquema vacinal (0/1/6 meses)

Iniciar esquema vacinal (0/1/6 meses)

Iniciar esquema vacinal (0/1/6 meses) e Avaliar IGHAHB

1

Com vacinação incompleta

Imunoglobulina IGHAHB + completar esquema vacinal

Completar esquema vacinal Completar esquema vacinal e Avaliar IGHAHB

1

Previamente vacinado com resposta vacinal conhecida e adequada

Nenhuma medida Nenhuma medida Nenhuma medida

Previamente vacinado sem resposta vacinal ao primeiro esquema

IGHAHB + iniciar segundo esquema vacinal (0/1/6 meses)

Iniciar segundo esquema vacinal (0/1/6 meses)

Iniciar segundo esquema vacinal (0/1/6 meses) e Avaliar IGHAHB

1

Previamente vacinado sem resposta vacinal após segundo esquema completo

IGHAHB 2 vezes2 Nenhuma medida IGHAHB 2 vezes

2

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Previamente vacinado com resposta vacinal desconhecida

Realizar sorologia (Anti- HBsAg):

Se resposta adequada: nenhuma medida

Se resposta inadequada: IGHAHB + iniciar segundo esquema vacinal

Realizar sorologia (Anti- HBsAg):

Se resposta adequada: nenhuma medida

Se resposta inadequada: Repetir esquema vacinal completo

Realizar sorologia (Anti-HBsAg):

Se resposta adequada: nenhuma medida

Se resposta inadequada: Repetir esquema vacinal completo e Avaliar IGHAHB

1

1 - Uso associado de imunoglobulina hiperimune contra hepatite B está indicado se o paciente-fonte tiver alto risco para infecção pelo HBV como: usuários de drogas injetáveis; pacientes em programas de diálise; contatos domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg; pessoas que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo; heterossexuais com vários parceiros e relações sexuais desprotegidas; história prévia de doenças sexualmente transmissíveis; pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B; pacientes provenientes de prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental.

2 - IGHAHB (2x) = duas doses de imunoglobulina hiperimune para hepatite B com intervalo de um mês entre as doses. Esta opção deve ser indicada para aqueles que já fizeram duas séries de três doses da vacina, mas não apresentaram resposta vacinal ou apresentem alergia grave à vacina.

Fonte: RIBEIRÃO PRETO (2018).

7. ESTIMATIVA DE RISCOS

A prevenção de acidentes de trabalho com material biológico é uma importante

etapa na prevenção da contaminação de trabalhadores da saúde por patógenos de

transmissão sanguínea. Dados epidemiológicos sobre os acidentes, incluindo as

circunstâncias associadas com a transmissão ocupacional por estes patógenos, são

essenciais para o direcionamento e a avaliação das intervenções nos níveis local, regional

e nacional. Os CDC estimam que, a cada ano, ocorram 385.000 acidentes com

perfurocortantes entre os trabalhadores da saúde que atuam em hospitais; uma média de

1.000 exposições por dia (RAPPARINI, 2010).

Os acidentes com agulhas e outros perfurocortantes usados nas atividades

laboratoriais e de assistência à saúde estão associados à transmissão ocupacional de

mais de 20 diferentes patógenos (2,5,14-16). O vírus da hepatite B (HBV), o vírus da

hepatite C (HCV) e o vírus da AIDS (HIV) são os patógenos mais comumente transmitidos

durante as atividades de assistência ao paciente (RAPPARINI, 2010).

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Embora muitos tipos de perfurocortantes possam estar envolvidos, dados

agregados do National Surveillance System for Health Care Workers (NaSH) indicam que seis

dispositivos são responsáveis por aproximadamente oitenta por cento de todos os

acidentes Esses dispositivos são: seringas descartáveis/agulhas hipodérmicas (30%),

agulhas de sutura (20%), escalpes (12%), lâminas de bisturi (8%), estiletes de cateteres

intravenosos (IV) (5%), agulhas para coleta de sangue (3%). No geral, as agulhas com

lúmen são responsáveis por 56% de todos os acidentes com perfurocortantes no NaSH

(RAPPARINI ,2010).

O risco médio de se adquirir infecção pelos vírus HIV e das hepatites B e C

depende do tipo de exposição:

Tabela I: Risco de infecção pelos vírus HIV e hepatite B e C em função da exposição

EXPOSIÇÃO

Percutânea

Muco cutânea

HIV HBV HIV HBV

0,2 a 0,5% 1 a 40% 0,04% Não quantificável

Provavelmente elevado.

Fonte: FMRP – USP (2018)

Materiais biológicos com risco comprovado, ou possível de transmissão de HIV e do

vírus da hepatite B:

Sangue, qualquer fluido contendo sangue, conteúdo vaginal, sêmen, tecidos, liquido

peritoneal, líquido pleural, líquido pericárdico, líquido amniótico, líquor, líquido articular,

saliva (em ambientes odontológicos) e material concentrado de HIV em laboratórios de

pesquisa com grande quantidade de vírus.

Materiais biológicos sem risco comprovado de transmissão do HIV e do vírus da

hepatite B:

Suor, lágrima, fezes, urina, saliva (exceto em ambientes odontológicos).

Quando houver a presença de sangue nestes materiais, eles são considerados como

materiais biológicos com risco de transmissão.

Materiais biológicos com risco de transmissão do vírus da hepatite C

Sangue ou qualquer fluído contendo sangue

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REALIZAR O TESTE RÁPIDO – HIV DO EXPOSTO E DA FONTE REGISTRAR RESULTADO DO TESTE RÁPIDO DO EXPOSTO E DA FONTE CADA UM NO SEU HYGIA AVALIAÇÃO MÉDICA DO EXPOSTO E DO RESULTADO DO TESTE RÁPIDO ANOTAR NO PRONTUÁRIO DO EXPOSTO

O tempo ideal para iniciar a quimioprofiláxia com antirretroviral, quando indicada, é de 2 (duas) horas, porém em até 72 horas poderá ser seguido o procedimento.

Pessoa exposta deve procurar serviço de referência para o atendimento de acordo com o horário de funcionamento.

2ª a 6ª FEIRA DAS 7H00 ÀS 16h00 CENTRO DE REFERÊNCIA EM ESPECIALIDADES CENTRAL

RUA PRUDENTE DE MORAIS, 35

2ª a 6ª FEIRA DAS 16h00 ÀS 7h00 SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS

UPA 13 DE MAIO - AV. 13 DE MAIO, 353

EXPLICAR A SITUAÇÃO E PEDIR AUTORIZAÇÃO À FONTE PARA COLETA DAS SOROLOGIAS ANOTAR OCORRÊNCIA NO PRONTUÁRIO DA FONTE

8. COMO PROCEDER NUM ACIDENTE OCUPACIONAL

CONDUTA EM CASOS DE ACIDENTES OCUPACIONAIS COM RISCO BIOLÓGICO

FONTE PERMITIU COLETA FONTE NÃO PERMITIU COLETA CONSIDERAR FONTE AUSENTE

TESTE RÁPIDO DO EXPOSTO NEGATIVO TESTE RÁPIDO DO EXPOSTO POSITIVO

COLETAR 1 (UM) TUBO DE SANGUE DA FONTE E DO EXPOSTO (COM GEL SEPARADOR OU USAR TUBO SEM ANTICOAGULANTE)

IDENTIFICAR OS TUBOS COM NOME E HYGIA FAZER CADASTRAMENTO DOS EXAMES NO HYGIA

COLETAR 1 (UM) TUBO DE SANGUE DO EXPOSTO (COM GEL SEPARADOR OU USAR TUBO SEM ANTICOAGULANTE)

IDENTIFICAR O TUBO COM NOME E HYGIA FAZER CADASTRAMENTO DO EXAME NO HYGIA

STATUS FONTE DESCONHECIDO

FONTE SABIDAMENTE POSITIVA OU TR FONTE POSITIVO

TR FONTE NEGATIVO

• Iniciar PEP • Diagnóstico inicial da

fonte e primeiro atendimento na upa: encaminhar exposto para CRE central no primeiro dia útil após a exposição tomando ARV e encaminhar fonte para o ambulatório DST AIDS do distrito de residência para iniciar seguimento.

• Não iniciar PEP. Obs: a PEP poderá ser indicada se fonte tiver história de exposição de risco nos últimos 30 dias.

Indicação individualizada i. Iniciado PEP e primeiro

atendimento na upa: encaminhar para CRE central no 1º dia útil após a exposição, tomando ARV.

ii. Iniciado PEP e primeiro atendimento no CRE central. Agendar retorno para 20 dias após a exposição, onde serão verificados os resultados dos exames.

iii. Não iniciado PEP e primeiro atendimento na upa: orientar paciente a ligar no CRE central para agendar retorno.

Não iniciar PEP

Encaminhar para o ambulatório DST AIDS do distrito de residência para seguimento

FONTE AUSENTE FONTE PRESENTE

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18

Funcionário acidentado

Comunicar chefia imediata

Encaminhar o funcionário para atendimento assistencial – vide fluxograma anexo II

Abertura da CAT pela chefia

Encaminhar funcionário para registro da CAT na DMST

Acompanhamento com médico do trabalho na DMST

9. ANEXO III – FLUXOGRAMA PARA REGISTRO DA CAT

FLUXO ASSISTENCIAL DO ACIDENTADO FLUXO PARA COMUNICAÇÃO E REGISTRO DA CAT

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19

10. BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para profilaxia Pós- exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e Hepatites virais, 2017.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego gabinete do ministro (DOU de 16/11/05 – Seção 1). Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a Norma

Regulamentadora no 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil]. Brasília, 16 nov. 2005; Seção 1, v. 219, p.80-94, 2005. Disponível em: http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P485_05.html

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) – The CDC Prevention Guidelines Database. Public Health Service Guidelines for the Management of Health-Care Worker Exposures to HIV and Recommendations for Post exposure Prophylaxis, 1998.

RAPPARINI, Cristiane. Manual de implementação: programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em serviços de saúde / CristianeRapparini; Érica Lui Reinhardt. - São Paulo: Fundacentro, 2010. Adaptado de “Workbook for designing, implementing, and evaluating a sharps injury prevention program” - Centers for Disease Control and Prevention, 2008. ISBN 978-85-117-43-0 COPARB – HC FMRP –USP .Guia Prático de Prevenção e Orientação em Casos de Acidentes Ocupacionais com Material Biológico , 2019.

11. LINKS CORRELACIONADOS

http://www.saude.gov.br

http://www.trabalho.gov.br

http://www.riscobiologico.org

http://www.aids.gov.br

http://www.cdc.gov

http://www.who.int/occupational_health/topics/needinjuries/en/

www.osha.gov

https://pt.wikipedia.org/wiki/Centrifuga%C3%A7%C3%A3o

http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/microtomo/

http://www.riscobiologico.org/lista/20131209_03.pdf

https://www.solostocks.com.br/venda-produtos/roupas-trabalho/trajes-

hospitais/guarda-po-branco-para-escolas-laboratorios-medicos-enfermeiros-

professores-1004702

Comissão de Prevenção de Acidentes com Perfurocortantes e Exposição a Riscos Biológicos da Secretaria da Saúde e Secretaria da Administração da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (COPAP).