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Petrolina/PE
Dez/2009
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Curso: ZootecniaClassificao e Implantao de ForragensProf: CARLA WANDERLEY MATTOS
INTRODUO
1 HISTRICO
ALFAFAprimeira forrageira cultivada (146 a.C. pelos romanos).
Registros de fenao50 d.C pelos romanos.
Trevocultivado na Itlia em 1550.
Entre 1780 e 1820 foram feitos os primeiros ensaios com plantas forrageiras na
Inglaterra.
No final do sculo XIXaumento do uso de tecnologias.
Incio do sculo XVIIconquista do serto nordestino pela pecuria.
Incio do sculo XXmaioria dos Estados j importava produtos de origem animal.
2 COMO SURGIU O MANEJO DE PASTAGENS?
Com a domesticao dos ruminantes, o homem percebeu a necessidade de desenvolver
formas de alimentao. Se anteriormente, os animais transitavam livremente, a partir de ento,
passaram a ter seus movimentos controlados, pois era primordial para as sociedades primitivasda poca, que os animais fossem mantidos prximo a fim de proverem alimento quando
necessrio.
Desta forma, o homem tomou para si a responsabilidade de administrar a oferta de
alimento para estes animais, dando origem ao manejo das pastagens,onde pastorar consistia
na forma predominante de manejo. A partir de ento, o homem encontra-se envolvido com o
desafio de aperfeioar o processo, buscando obter mximo rendimento e produtividade.
3 ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Plantas forrageiras toda e qualquer planta de interesse na alimentao animal. So
conhecidas como alimentos volumosos aquosos (pastos e capineiras).
Forragem parte comestvel das plantas, exceto os gros, que pode servir na
alimentao dos animais em pastejo ou colhida e fornecida.
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Pastagemtipo de unidade de manejo, fechada e separada de outras reas por cerca ou
outra barreira, e destinada produo de forragem para ser colhida, principalmente,
mediante pastejo.
Pastejoao livre do animal consumir o pasto (de porte herbceo), envolvendo duas
aes: pisoteio e consumo de forragem.
Capineira instalao onde se tem em uma rea a comunidade vegetal, a qual no
consumida diretamente pelo animal, mas colhida e levada at ele. Em outras palavras,
consiste em uma rea cultivada com capim, para colheita e fornecimento aos animais
domsticos fora dos seus limites.
Ramoneio o pastejo em um pasto de porte arbustivo.
Figura 1Caprinos realizando o ramoneio.
4 IMPORTNCIA (FORRAGICULTURA E MANEJO DAS PASTAGENS)
O Brasil, devido grande extenso territorial e clima favorvel ao crescimento vegetal,
apresenta condies excelentes para o desenvolvimento da pecuria. Desta maneira, a
implantao adequada de pastagens e capineiras consiste na melhor opo de alimentao do
rebanho, por se constituir no alimento de menor custo disponvel (j que produzido na prpria
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fazenda) e que oferece todos o nutrientes necessrios para que os animais possam expressar todo
seu potencial produtivo.
Ao longo dos anos a mentalidade de reservar as piores reas da propriedade para produo
de forragem foi sendo substituda por prticas (escolha dos terrenos e forragens, adubaes,
combate s pragas e plantas invasoras e manejo) que, nos dias atuais, j tm credibilidade junto
aos pecuaristas. O custo elevado dos insumos e a exigncia do mercado, hoje globalizado, por
mxima produtividade a custos reduzidos tornam a pastagem um dos principais componentes da
pecuria tecnicamente evoluda.
5 MORFOLOGIA
Consiste no estudo das caractersticas fsicas (estrutura externa) das plantas. Tem o
propsito no apenas biolgico, mas tambm, de auxiliar nas decises de manejo da planta
forrageira.
As caractersticas fsicas refletem os componentes de produo da planta (nmero de
perfilhos, nmero de folhas, tamanho das folhas, etc.).
A morfologia a base para a identificao das plantas, especialmente, atravs das folhas,flores e sementes e baseia-se em terminologia descritiva padronizada.
5.1 TERMINOLOGIA
As normas internacionais determinam que o nome da ESPCIE seja composto por dois
nomes grifados ou escritos em letra que seja diferente do texto (geralmente itlico).
Panicum maximum.
Brachiaria brizantha.
Panicum maximum cv. Tanznia.
Brachiaria brizantha cv. Marandu.
CLASSIFICAO DAS PLANTAS FORRAGEIRAS
As plantas forrageiras apresentam caractersticas prprias, as quais podem ser agrupadas de
acordo com a durao de seu ciclo, poca de crescimento, hbito de crescimento e famlia.
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1 DURAO DO CICLO
O ciclo diz respeito ao tempo de vida das plantas em uma pastagem. As forragens, neste
caso, so divididas em anuais (duram menos de um ano) e perenes (duram vrios anos).
As plantas forrageiras anuais priorizam a produo de sementes para atravessarem
perodos desfavorveis, enquanto as perenes priorizam a acumulao de reservas. Quando
comparadas com as anuais, as perenes apresentam crescimento inicial mais lento.
No uma classificao usual, uma vez que uma mesma espcie pode ser classificada
como anual em uma regio e perene em outra.
2 POCA DE CRESCIMENTO
Refere-se poca em que a forrageira concentra seu crescimento.
HIBERNAIS
Clima temperado
Dias menosensolarados
Caules finos efolhagem tenra
Semeadas nooutono
ESTIVAIS
Clima tropical
Elevado potencialde crescimento
Colmos grossose folhas largas
Semeadas naprimavera
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Hibernaisgerminam ou rebrotam no outono, desenvolvem-se ao longo do inverno e
florescem durante a primavera. No vero, as altas temperaturas aliadas a perodos secos
determinam a morte dessas plantas, quando anuais, ou a reduo do seu crescimento,
quando perenes.
Estivais rebrotam na primavera, crescendo e frutificando durante os perodos de
vero-outono (meses mais quentes do ano). Com a chegada do frio podem vir a morrer
(anuais) ou cessar seu crescimento (perenes).
Quadro 1Durao do ciclo e poca de crescimento de algumas plantas forrageiras
PLANTAS FORRAGEIRAS
GRAMNEAS
LEGUMINOSAS
Anuais/Hibernais capim Doce, etc. Ervilhaca, etc..Anuais/Estivais Milho, Sorgo, etc. Feijo mido, Mucuna preta, etc.Perenes/Hibernais Aveia, Centeio, Azevm, etc. Alfafa, Cornicho, etc.Perenes/Estivais Colonio, Elefante, Buffel, etc. Soja perene, etc.
3 HBITO DE CRESCIMENTO
Refere-se forma como a parte vegetativa das plantas se desenvolve, sendo importante
para adequar o manejo da pastagem. Os tipos mais comuns so:
Estolonferoas plantas expandem seu caule horizontalmente, enraizando-se ao solo.
Suas folhas so emitidas na vertical.
Prostradoso vegetais semelhantes s estolonferas, diferenciando-se por seus caules
no emitirem razes.
Rizomatosoplantas com caule e gemas subterrneas.
Cespitoso plantas que se desenvolvem em forma de touceira e apresentam pouca
expanso lateral Em geral, apresentam qualidade inferior s demais.
Ereto plantas que apresentam crescimento perpendicular ao solo e sua gemas
encontram-se acima do nvel do solo.
Decumbente plantas que apresentam inicialmente crescimento estolonfero e,
posteriormente, competindo com outras plantas, apresentam crescimento ereto.
Trepador ou escandenteplantas que se apiam em outras.
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4 FAMLIA
As que mais contribuem para a alimentao animal pertencem s famlias das Gramneas
(capim Elefante, Tifton, Buffel, Tanznia, Pangola, etc.) e Leguminosas (feijo Guandu,
Algaroba, Leucena, etc.). Todavia, devem ser citadas, ainda, as cactceas (palma forrageira,
mandacaru, etc.), euforbiceas (manioba, mandioca, etc.) e convolvulceas (jitirana).
As gramneas so plantas com folhas estreitas, enquanto leguminosas apresentam folhas
mais largas e vagens como frutos. Esta famlia tem, ainda, a capacidade de fixar nitrognio no
solo por meio de uma associao com bactrias radiculares dos gneros Rhyzobium e
Bradirhizobium, apresentando, geralmente, um teor de protena bruta mais elevado do que asgramneas.
CARACTERSTICAS DESEJVEIS EM UMA PLANTA FORRAGEIRA
1 ALTA RELAO FOLHA COLMO
Varia com:
Espcie (capim Elefante x capim Andropogon).
Dentro da espcie (capim Elefante Napier x Roxo).
Estdio vegetativo (estdio de crescimento relao folha:caule).
2 RAPIDEZ NA REBROTA
Varia com:
Hbito de crescimento.
ndice de rea foliar (IAF residual: IAF rapidez).
Carboidratos (CHO) de reserva (CHO de reserva rapidez).
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Se o IAF = 4 implica dizer que se tem 4 m2de folha em 1 m2de solo.
3 DISTRIBUIO DA PRODUO DURANTE O ANO
Varia com:
Espcie (perene x anual).
Clima (pluviosidade, temperatura, insolao).
Manejo (adubao, diferimento de pastos).
4 SER PERENE
Brachiaria plantagineaxDigitaria decumbens
5 RESISTNCIA
Extremos de temperatura.
Umidade.Pragas e doenas.
6 PRODUZIR GRANDE QUANTIDADE DE SEMENTES VIVEIS
Vantagens:
Menor custo de formao de pastagens.
Resistncia seca.
Resistncia s pragas e doenas.
Resistncia ao fogo.
Onde, VC = valor cultural da semente, G = germinao e P = pureza.
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Apesar de ser desejvel um maior valor cultural (VC), deve-se ficar atento ao valor final
que se paga por quilograma de semente de capim.
Exemplo:Compra-se, em determinada loja agropecuria, 1 kg de semente de capim Buffel com
VC = 87% por R$ 7,00, enquanto em outra loja, a mesma quantidade com um VC = 75%
vendida por R$ 5,80. Em qual das duas lojas a compra deve ser efetuada? Por que?
870 g de capimR$ 7,00
1000 g de capimx
x = R$ 8,05/kg de capim
750 g de capimR$ 5,80
1000 g de capimx
x = R$ 7,73/kg de capim
Apesar de a semente vendida na Loja 2 apresentar um menor valor cultural, a compra deve
ser realizada nesta loja, uma vez que o preo final a ser pago/kg de semente de capim ser de R$7,73, ao invs de R$ 8,05.
7 SER SENSVEL S ADUBAES
Varia com:
Sistema de produo (intensivo x extensivo).
Custo do produto obtido.
Irrigao.
8 RESISTENTE AO CORTE E PASTEJO
Varia com:
Espcie.
Ponto e hbito de crescimento.
Manejo.
Loja 1
Loja 2
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9 VALOR NUTRITIVO
Varia com:
Espcie.
Dentro da espcie.
Estdio de crescimento.
Persistncia (gramneas tropicais x leguminosas e palma).
10 PALATABILIDADE
Varia com:
Espcie.
Relao folha:caule.
Estdio vegetativo.
Solo e clima.
Espcie animal.
Hbito alimentar.Estgio fisiolgico.
Presso de pastejo (relao entre o nmero ou peso corporal dos animais e a quantidade
de forragem disponvel na pastagem).
11 FACILIDADE DE SE ESTABELECER E DOMINAR
Varia com:
Espcie.
Tcnica de plantio.
Perfilhamento.
Manejo.
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PRINCIPAIS FAMLIAS DE PLANTAS FORRAGEIRAS
1 GRAMNEAS
Famlia mais importante, produzindo alimentao para ruminantes e cereais (milho, trigo e
arroz), para alimentao humana. Setenta e cinco por cento das forrageiras fazem parte desta
famlia, a qual compreende 700 gneros e 12.000 espcies (nmero varia entre autores), estando
presentes nos mais diversos ambientes em todo o mundo (distribuio cosmopolita).
O porte varivel, indo desde as rasteiras (gramas), passando pelas intermedirias (maioria
dos capins), at as de porte mais elevado (milho, sorgo, capim Elefante, etc.); so utilizadas na
forma de pastagem, fenos e/ou silagens.
Figura 2Partes de uma gramnea.
1.1 SISTEMA RADICULAR
Refere-se a todas as razes da planta. As principais funes so:
Absoro de gua e minerais.
Sustentao da planta no solo.
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Armazenamento de nutrientes.
Desta forma, pode-se afirmar que o vegetal fixa-se no solo e retira sua nutrio por meio
de seu sistema radicular.
Nas gramneas, as razes so do tipo fasciculado ou de cabeleira. Desenvolvem-se,
principalmente, nas camadas pouco profundas, explorando a parte superficial do solo (20-30
cm). Todavia, existem relatos na literatura de que podem alcanar profundidades de 2,0 m.
Figura 3Tipo de raiz encontrado nas gramneas.
1.2 COLMOS
So tpicos (no se ramificam), com ns e entrens.
1.3 HBITOS DE CRESCIMENTO
Os tipos de crescimento comumente observados em gramneas so:
Cespitoso ereto o caule cresce perpendicularmente em relao ao solo (Colonio,
Elefante, milho, sorgo, etc.).
Cespitoso prostrado/decumbente os colmos crescem encostados ao solo, sem
enraizamento nos ns, erguendo-se, apenas, a parte que tem a inflorescncia (Brachiaria
decumbens).
Estolonfero os colmos rasteiros, superficiais, enrazam-se nos ns que esto em
contato com o solo, originando novas plantas em cada n (Cynodon).
Rizomatoso colmo subterrneo, aclorofilado, sendo coberto por afilhos (perfilhos).
Dos ns partem razes e novas plantas (capim Quicuio, grama Bermuda - estolonfero-
rizomatoso).
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Figura 4Hbitos de crescimento de plantas forrageiras.
1.4 TIPOS DE INFLORESCNCIA
Espigasinflorescncia de flores ssseis (sem pedicelo1) dispostas sobre um eixo.
Panculas tipo de cacho em que o eixo da inflorescncia ramificado (cacho
composto), apresentando uma forma cnica ou piramidal. Flores com pedicelo.
Racemos ou cachosas flores so inseridas em um eixo (rquis) no ramificado.
1Pedicelo = pequeno pednculo (haste de uma flor ou de um fruto).
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Quadro 2Inflorescncia de algumas gramneas usadas para formao de pastagensGRAMNEA
TIPO DE INFLORESCNCIANOME VULGAR NOME CIENTFICO
Cana-de-acar Saccharum espigasTrigo Triticum spp. espigasCapim Elefante Pennisetum purpureum panculasCapim Colonio Panicum maximum panculasCapim Setria Setaria anceps panculasSorgo Sorghum bicolor panculasCapim-de-Planta Brachiaria mutica racemosCapim Buffel Cenchrus ciliares racemosCapim-de-Rhodes Chloris gayana racemosCapim Tifton Cynodon dactylon racemos
Milho Zea mayso milho uma planta monica, isto , apresentauma inflorescncia masculina (pendo) e umainflorescncia feminina (espiga).
2 LEGUMINOSAS
uma famlia produtora de gros e de forragem para os ruminantes, sendo importante na
economia pela produo de alimentos como soja (Glycine max), alfafa (Medicago sativa), feijo
(Phaseolus vulgaris), etc. As leguminosas encontram-se distribudas em regies temperadas,
tropicais e subtropicais de todo o mundo, compreendendo 500 gneros e 11.000 espcies (varia
entre autores).
Apresentam porte varivel, onde as utilizadas como forrageiras so, predominantemente,
herbceas, sendo ricas em protena. A caracterstica tpica dessa famlia apresentar o fruto do
tipo legume (vagem).
2.1 SISTEMA RADICULAR
Nas leguminosas, as razes so do tipo pivotante/axial e podem penetrar no solo poucos
centmetros como tambm, muitos metros. Apresentam uma raiz primria (dominante), mais
robusta, com pequenas ramificaes (razes secundrias).
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Figura 5Tipo de raiz encontrado nas gramneas.
O sistema radicular apresenta ndulos formados atravs do
contato das razes com bactrias do gnero Rhizobium(simbiose), as
quais fixam o N2da atmosfera (caracterstica ecolgica de extrema
importncia).
3 CACTCEAS
Famlia representada pelos cactos, sendo formada por cerca de 84 gneros e 1.400
espcies. So vegetais suculentos, perenes e espinhosos, adaptadas a terrenos e climas com baixa
umidade. Seu metabolismo do tipo CAM, permite uma maior eficincia no uso de gua do que
os vegetais do tipo C3 e C4.
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H trs tipos de assimilao fotossinttica de CO2 pelas plantas clorofiladas, segundo as quais estas soclassificadas em plantas C3, C4 e CAM.
A denominao C3advm do fato de a maioria das plantas verdes formarem como primeiro produto estvel da
cadeia bioqumica da fotossntese o cido 3-fosfoglicrico (3-PGA), uma molcula com trs carbonos (3C).
As plantas C4 so assim chamadas por formarem como primeiro produto da fotossntese o cido oxalactico (4C),
o qual rapidamente reduzido cido mlico e cido asprtico, ambos com 4C, porm mais estveis.
Plantas do tipo CAMso plantas suculentas de deserto ou habitats sujeitos a secas peridicas e que apresentam
fotossntese diferenciada das plantas C3 e C4. Elas apresentam o metabolismo cido crassulceo, por isso so
conhecidas como plantas MAC ou CAM (fecham os estmatos durante o dia).
Tabela 1 Eficincia do uso de gua de leguminosas, gramneas e cactceas, conforme o
metabolismo fotossintticoMETABOLISMO FOTOSSINTTICO EFICINCIA DO USO DE GUA (KG DE GUA/KG DE MS)
Leguminosas 700-800
Gramneas 250-359
Cactceas 100-150
Dentre as cactceas, a palma forrageira destaca-se como alimento bsico na alimentao de
ruminantes em regies ridas e semi-ridas, por se tratar de uma cultura adaptada s condies
edafoclimticas com elevadas produes de matria seca/unidade de rea. Alm disto, fonte de
energia (rica em carboidratos no fibrosos), matria mineral e gua (caracterstica importante em
regies ridas e semi-ridas).
Apresenta elevado coeficiente de digestibilidade (CD = 75%; IPA, 2006), mas baixos
teores de fibra em detergente neutro (FDN), tornado necessrio sua associao a fontes de fibra
efetivas.
A fibra efetiva refere-se porcentagem da fibra em detergente neutro (FDN) que efetivamente estimula amastigao, ruminao, motilidade ruminal e produo de saliva (importante para manuteno adequada do pH
ruminal). Para o adequando funcionamento do rmen faz-se necessrio um mnimo de fibra efetiva.
O teor de FDN fisicamente efetivo determinado pela porcentagem de FDN da matria seca retida em peneira de
1,18 mm aps ser agitamento vertical. Na prtica significa dizer que partculas de tamanho inferior a 1,18 mm
passam rapidamente pelo rmen e no contribuem para estimular a ruminao e/ou mastigao.
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A palma no uma forrageira nativa do Brasil; em Pernambuco, sua introduo ocorreu
por volta de 1880. No Nordeste, as espcies de palma encontradas so a gigante (Opuntia fcus
indica), redonda (Opuntia sp) e mida (Nopalea cochonilifera).
IMPLANTAO DA PASTAGEM
Para a produo animal, a deciso de investir na implantao ou formao da pastagem
pode ser considerada como uma das mais importantes sob o ponto de vista econmico. O tcnico
e/ou produtor deve procurar, da melhor maneira possvel, utilizar as tcnicas mais recomendadas
para a regio (propriedade) onde sua pastagem ser implantada.
de conhecimento geral que a produtividade do pasto encontra-se relacionada a fatores
como:
Escolha do local para implantao da pastagem.
Escolha das espcies forrageiras.
poca de plantio e preparo do solo.Calagem e adubao.
Controle de plantas invasoras.
Cuidados durante o plantio.
Utilizao da pastagem (pastejo x capineira, espcie animal, etc.).
1 LOCAL DE PLANTIO
A escolha do local depende da topografia, fertilidade do solo e facilidade de construo de
cercas. Alm disso, deve-se considerar que elevadas produes so obtidas em solos com maior
fertilidade.
Quando da formao de reas para pastejo direto fundamental que haja disponibilidade
de rvores e a presena de aguadas, para fornecer, respectivamente, sombra e gua aos animais
nos horrios mais quentes do dia.
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2 ESCOLHA DAS ESPCIES FORRAGEIRAS
De forma sucinta, para a escolha da forrageira, a seguinte metodologia deve ser observada:
Diagnstico da rea realizado por meio de anlise qumica do solo, tipo de solo,
clima, topografia, pragas, invasoras, impedimentos fsicos ou mecnicos, histrico da
rea e outros (Kichel, 2001).
Deve-se considerar, ainda, a produtividade desejada, nvel tecnolgico a ser adotado,
objetivo da produo e poca de utilizao.
2.1DISPONIBILIDADE DE SEMENTES NO MERCADOBrachiaria brizanthacapim Braquiaro ou Marandu.
B. decumbensBraquiria, Debumbens, Braquiria Basilisk ou Australiana.
Panicum maximum - capim Colonio, Tobiat, Tanznia e Mombaa.
Andropogon gayanus - capim de Gamba cv. Planaltina.
Stylosanthes guianensis - Estilosantes cv. Mineiro.
Calopogonium mucunoidesCalopo.
2.2ADAPTAO A SOLOS DE BAIXA FERTILIDADE
B. decumbensBraquiria, Debumbens, Braquiria Basilisk ou Australiana.
B. humidicolacapim Quicuio.
Andropogon gayanus - capim de Gamba cv. Planaltina.
Stylosanthes guianensis - Estilosantes cv. Mineiro.
Calopogonium mucunoidesCalopo.
2.3 ALTA PRODUO DE FORRAGEM, EXIGNCIA EM FERTILIDADE, RESPONSIVOS ADUBAO
NITROGENADA
Pennisetum purpureumcapim Elefante, Napier, Cameroon, Roxo, etc.
Panicum maximum -capim Colonio, Tobiat, Tanznia e Mombaa.
Brachiaria brizantha - capim Braquiaro ou Marandu.
Cynodon spp. - Tifton-85, Tifton-68, Florakirk, Florona, gramas Estrela e Coast-Cross.
Medicago sativaAlfafa.
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2.4TOLERNCIA SECA
Cenchrus ciliariscapim Buffel.
B. decumbensBraquiria, Debumbens, Braquiria basilisk ou australiana.
Andropogon gayanus - capim de Gamba cv. Planaltina.
Stylosanthes guianensis - Estilosantes cv. Mineiro.
Calopogonium mucunoidesCalopo.
Brachiaria brizanthacapim Braquiaro ou Marandu.
2.5TOLERNCIA A PRAGAS E DOENAS
Pragas: cigarrinhaBrachiaria brizanthacapim Braquiaro ou Marandu.
Andropogon gayanus - capim de Gamba cv. Planaltina.
Doenas: Antracnose
Stylosanthes guianensis - Estilosantes cv. Mineiro.
2.6TOLERNCIA AO SOMBREAMENTO
Arachis pintoi - amendoim forrageiro.Panicum maximum - cv. Aruana.
2.7TOLERNCIA AO ENCHARCAMENTO
Brachiaria muticacapim Fino, Angola, capim-de-planta.
Setaria anceps capim Setria cv. Kazungula.
Echinocloa sp. - Angolinha do rio.
Brachiaria humidicolaCapim Quicuio da Amaznia.
2.8TOLERNCIA AO FRIO
Cynodon spp. - Tifton-85, Tifton-68, Florakirk, Florona, gramas Estrela e Coast Cross.
Medicago sativaAlfafa.
2.9PRODUO DE FENO
Cynodon spp. - Tifton-85, Tifton-68, Florakirk, Florona, gramas Estrela e Coast Cross.
Medicago sativaAlfafa.
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Digitaria decumbens - cv. Transvala, capim Pangola.
Chloris gayana - capim de Rhodes.
2.10COM PROBLEMAS ESPECFICOS PARA ANIMAIS
Brachiaria decumbens.ovinos (fotossensibilizao).
Setaria anceps - Bovinos e eqinos (oxalatos).
Brachiaria humidicolaEqinos.
3 POCA DO PLANTIO E PREPARO DO SOLO
O plantio deve ser efetuado no incio do perodo chuvoso, uma vez que a umidade e o
calor so importantes neste momento. Por sua vez, o preparo do solo deve ser realizado no final
do perodo seco, com o objetivo de criar condies ideais para a germinao das sementes e
crescimento da planta. Nesse momento, importante:
Permitir maior contato da semente com as partculas de solo;
Garantir a colocao das sementes em profundidade adequada.No preparo do solo so relevantes as seguintes prticas:
Destoca do terreno.
Controle da eroso.
Arao (mais profunda possvel).
Gradagem.
Quando a rea apresentar facilidade ou risco de eroso, ou ainda, escorrimento superficial
da gua de chuvas, recomenda-se a construo de terraos ou curvas de nvel.
4 CALAGEM E ADUBAO DE FORMAO OU DE IMPLANTAO
Escolhida a rea para implantao da forragem, no perodo anterior ao plantio deve-se
efetuar a anlise de solo. De posse dos resultados da anlise, e j estando definida(s) a(s)
espcie(s), categoria(s) e peso corporal dos animais que iro alimentar-se da pastagem, devem
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ser estabelecidas as doses de calcrio e nutrientes a serem utilizadas, assim como as de
fertilizantes a serem empregadas.
Como coletar amostras de solo a fim de caracterizar sua fertilidade?
Ao se coletar amostras de solo visando caracterizar sua fertilidade, deve-se forcar na camada arvel do solo, a
qual, geralmente, consiste naquela que sofre grandes alteraes, tanto pelas araes e gradagens, quanto pela
adio de corretivos, fertilizantes e/ou restos culturais. A coleta deve, portanto, contemplar essa camada, ou seja,os primeiros 20 cm de profundidade (ATENO COM AS MANCHAS DE SOLO).
No caso de semeadura direta, recomenda-se que, quando possvel, a coleta seja realizada em duas profundidades
(0-10 e 10-20 cm). O objetivo avaliar a disponibilidade de clcio e a variao da acidez entre as duas
profundidades.
Existem reas, todavia, que no necessitam de calagem. Nestas reas, a coleta de solo para fins de indicao de
fertilizantes poder ser feita logo aps a maturao fisiolgica da cultura anterior quela que ser implantada.
Para a avaliao daacidez do soloutiliza-se a escala do pH (potencial hidrogeninico) do solo. Nos solos cidos(pH
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Onde:
NC = necessidade de calcrio (ton/ha) na profundidade 0-20 cm.
V2= ndice de saturao de bases desejada de acordo com as exigncias da planta forrageira.
V1= ndice de saturao de base trocveis do solo, em porcentagem, antes da correo.
CTC ou T = capacidade de troca de ctions (em cmolc/dm3) de acordo com a anlise de solo.
S = soma das bases trocveis em cmolc/dm3
.f = fator de correo do PRNT do calcrio.
Dentre as diversas metodologias de clculo de necessidade de calagem (quantidade de
calcrio a ser aplicada), o mtodo de Saturao por Bases tem sido o mais usual por
recomendar a elevao da saturao por bases (V%) a valores pr-estabelecidos de acordo com a
espcie forrageira.
Saturao por bases (S) ndice de acidez do solo, definido como a proporo da capacidade de troca de ctions(CTC) ocupada por bases trocveis (K
+, Ca
2+, Mg
2+e Na
+).
Capacidade de troca de ctions (CTC) consiste na capacidade do solo de reter ou liberar nutrientes para seremabsorvidos e aproveitados pelas plantas ou na quantidade de ctions (Al3+, H+, Ca2+, Mg2+e K+) que o solo capaz
de reter.
As indicaes de adubao devem ser orientadas pelos teores dos nutrientes encontrados
na anlise de solo. importante mencionar que a necessidade de calagem da rea de pastagem
encontra-se relacionada produtividade esperada, potencial de resposta da planta forrageira
frente acidez, extrao de nutrientes e do nvel de acidez do solo.
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Paulino (2004) reportou recomendaes de adubao e calagem para dez diferentes
situaes de cultivo de forrageiras. Os agrupamentos adotados para as plantas forrageiras do
mesmo tipo basearam-se em exigncias de fertilidade do solo (Quadros 3 e 4).
Quadro 3 - Agrupamento das forrageiras em funo das exigncias em termos de fertilidade dosolo
TIPO DEEXPLORAO
FORRAGEIRA
Gramneas parapastos exclusivo
Grupo I
Panicum maximum (Aruana, Centenrio, Colonio, Tanznia, Tobiat,Vencedor), Cynodon (Coast-cross, Tiftons), Pennisetum purpureum(Cameron, Elefante, Napier); Chloris(Rhodes), Hyparrenia rufa(Jaragu);
Digitaria decumbens (Pangola, Transvala), Pennisetum clandestinum(Quicuio), etc.
Gramneas parapastos exclusivo
Grupo II
Brachiaria brizantha (Braquiaro, Marandu), P. maximum (Green panic,Mombaa), Andropogon gayanus (Andropogon), Cynodon plectostachyus(Estrelas), etc.
Gramneas parapastos exclusivo
Grupo III
Brachiaria decumbens(Braquiria, Australiana);B. humidcola(Quicuio daAmaznia), Paspalum notatum (Batatais ou Gramo, Pensacola), Melinisminutiflora(Gordura), Setaria anceps(Setria), etc.
Leguminosasexclusivas
Grupo I
Neonotonia wightii (Soja-perene), Leucaena leucocephala (Leucena),Desdemodium intortum e D. ovalifolium (Desmdio), Arachis pintoi
(Arachis), Lotononis bainesii (Lotononis), Trifolium (Trevo Branco,Vermelho e Subterrneo), etc.
LeguminosasexclusivasGrupo II
Stylosanthes (Estilosante), Calopogonium mucunoides (Calognio),Centrosema pubescens (Centrosema), Macroptilium atropurpureum(Sitrato), Macrotiloma axillare (Macrotiloma ou Guat), Pueraria
phaseoloides (Kudzu tropical), Cajanus cajan (Guandu), Galactia striata(Galxia), etc.
Capineiras Penninsetum purpureum (Elefante, Napier, etc.)Gramneas para
fenaoCoast-cross, Tifton, Pangola, Rhodes, Green-panic, Transvala, etc.
Pasto consorciado
Grupo IGramnea + leguminosa do Grupo I
Pasto consorciadoGrupo II
Gramnea + leguminosa do Grupo II
Leguminosa paraexplorao intensa
Medicavo sativa(Alfafa)
FONTE: Paulino (2004).
A aplicao do calcrio para elevar a saturao por bases, conforme o tipo de
forrageira pode ser feita de acordo com o quadro apresentado a seguir:
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Quadro 4 - Recomendao da elevao de saturao por bases, conforme os grupos de plantasforrageiras
FORRAGEIRA
SATURAO POR BASES
(V%)
DOSE MXIMA A APLICAR
(t/ha)FORMAO MANUTENO FORMAO MANUTENO
Gramneas do Grupo I 70 60 7 3Gramneas do Grupo II 60 50 6 3Gramneas do Grupo III 40 40 5 3Leguminosas do Grupo I 70 60 7 3Leguminosas do Grupo II 50 40 5 3Capineiras 70 60 7 3Gramneas para fenao 70 60 7 3Pasto Consorciado do Grupo I 70 60 7 3Pasto Consorciado do Grupo II 50 40 5 3Leguminosa p/ explorao intensiva 80 80 10 5FONTE: Paulino (2004)
EXEMPLO DE CLCULO:
Considerando os resultados de anlise de solo como sendo:
pH CaCl2= 4,4 SB = 11,0 mmolc/dm V1= 26%.Ca = 8,0 mmolc/dm CTC = 72,0 mmolc/dm Al = 14 mmolc/dm
Mg = 2,1 mmolc/dm3
Objetivando a implantao de uma pastagem de Braquiaro (Brachiaria brizantha cv.
Marandu), a partir do mtodo da elevao da Saturao por Bases, quanl a necessidade de
calagem a ser aplicada? Utilize calcrio dolomtico com PRNT de 80%.
Braquiaro (Brachiaria brizantha cv. Marandu) gramnea do Grupo II (Quadro 3),
logo V2= 60.
NC = 3,06 t/ha
1Soma das bases.
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Na adubao de implantao, recomenda-se, basicamente, a aplicao de fsforo,
observando-se, sempre, a anlise de solo e a exigncia da planta para a produtividade desejada.
Como o calcrio reduz a acidez do solo?
Os processos e reaes de reduo da acidez do solo mediante a utilizao de calcrio so complexos, mas de
maneira simplificada pode-se dizer que:
O pH do solo expressa a atividade do on H+. O calcrio reduz a acidez do solo (eleva o pH) pela converso
de alguns desses ons H+em gua. A reao pode ser descrita da seguinte forma:
Solo-H + CaCO3 ? Solo-Ca + H2O + CO2
Converso do H+em H2O
Mas ATENO: a inverso desse processo tambm pode ocorrer, ou seja, um solo cido pode tornar-se mais cido
se um programa adequado de calagem no for realizado, tendo em vista que medida que ons bsicos como Ca2+
,Mg
2+e K
+geralmente removidos por absoro pelas culturas, podem ser substitudos pelo H
+. Alm disso, esses
ons tambm podem ser perdidos por lixiviao e, novamente, serem substitudos por H+.
4.1 BENEFCIOS DA CALAGEM
Fornecimento de Ca e Mg.Aumento do pH do solo.
Reduo do Al3+, Mn2+e Fe3+em excesso.
Aumento da disponibilidade de N, P, K, Mg, S, Mo, etc.
Melhoria da atividade bacteriana.
Aumento da CTC do solo.
Aumenta eficincia dos fertilizantes.
Aumenta a produtividade das culturas.
4.2 GESSO AGRCOLA
Indicado para culturas anuais ou perenes e, no caso de pastagem, para aquelas formadas
por espcies mais susceptveis ao alumnio e mais exigentes em clcio, como as forrageiras do
gneroPanicume os cultivares do capim Elefante.
O gesso no corretivo de acidez e no substitui o calcrio, mas favorece o
aprofundamento das razes, melhora as condies fsicas do solo, alm de ser fonte de enxofre.
Deve ser aplicado dentro das normas tcnicas, pois seu excesso pode causar mobilizao de
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nutrientes no solo com possveis perdas. Pode ser aplicado antes ou aps o calcrio, incorporado
ou na superfcie do solo.
O gesso agrcola (sulfato de clcio) tem sido recomendado nas camadas subsuperficiais do
solo (20 cm) para reas onde o teor de alumnio elevado e o de clcio baixo.
6 SEMEADURA/PLANTIO
O plantio deve ser efetuado quando o solo encontra-se bem preparado, com boa umidade(da semeadura e emergncia das plntulas at seu completo estabelecimento), baixa incidncia
de invasoras, pragas ou outras forrageiras, utilizando equipamento adequado, na profundidade da
semeadura recomendada e rolo compactador. Desta forma, a escolha da poca e do momento de
semeadura (ou plantio, no caso de mudas) primordial para evitar perodos de ocorrncias de
veranicos.
Para cada espcie tem-se uma indicao da taxa de semeadura (kg de SPV/ha), a qual deve
ser respeitada. A recomendao pode ser calculada pela seguinte frmula:
onde:
Q = quantidade de sementes comerciais (kg) a serem semeadas.
SPV = sementes puras viveis em kg/ha (Quadro 5).
VC = valor cultural.
EXEMPLO DE CLCULO:
Para implantar 2,5 ha de Brachiaria brizantha (Braquiaro), cujas sementes foram
adquiridas com pureza fsica de 20% e germinao de 76%, quantos quilogramas de sementes
devero ser utilizados?
Recomendao em sementes puras germinveis = 2 kg/ha.
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Para implantar 2,5 ha sero necessrios, ento:
1,0 ha 13,3 kg
2,5 ha x
A legislao brasileira s permite a comercializao de sementes com valor cultural (VC)
superior a 15% paraPanicum maximume 10% para as demais espcies forrageiras. Geralmente,
a validade da semente expira aps um perodo de 10 meses aps a anlise do valor cultural.
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Quadro 5 - Recomendaes da taxa de semeadura para algumas gramneas forrageiras
GRAMNEAS
FORRAGEIRAS NOME CIENTFICO
N DE SEMENTES/g
(APROXIMADO)
Q
(kg/ha deSPV*)
Capim Andropogon Andropogon gayanus 360 2,5
Capim Braquiaro Brachiaria brizantha 150 2,8
Capim Braquiria Brachiaria decumbens 200 1,8
Capim Humidicola Brachiaria humidicola 270 2,5
Capim Pojuca Paspalum atratum cv. Pojuca 438 2,0
Capim Aruana Panicum maximum cv. Aruana 1304 2,1
Capim Colonio Panicum maximum cv. Colonio 780 1,6
Capim Mombaa Panicum maximum cv. Mombaa 770 1,8
Capim Tanznia Panicum maximum cv. Tanznia 960 1,6
Capim Tobiat Panicum maximum cv. Tobiat 680 2,5
Milheto Pennisetum americanum - 10 -20
Capim Coast-cross Cynodon dactilon - 3 t/ha**
Capim Elefante Pennisetum purpureum - 3-4 t/ha***kg/ha de SPV (sementes puras viveis) equivalentes a um valor cultural de 100%, aqui usado apenascomo referncia.**kg de mudas vegetativas/ha.
6.1.FORMAS DE PLANTIO
Plantio a lano pode ser realizado sobre o solo devidamente preparado com uma
grade leve, de maneira a incorporar as sementes 0,5 a 4,0 cm de profundidade.
recomendvel logo aps a ltima gradagem, aplicao da semente e passagem do rolo
compactador de ferro ou pneu (com maior peso no solo arenoso; mdio, no misto e leve,
no argiloso). Em solos com excesso de umidade no se deve passar o rolo, a fim de evitar
que a terra fique presa no rolo.
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Plantio com semeadeira deve seguir as mesmas exigncias do plantio a lano, com
espaamento entre linhas de 13 a 40 cm (dependendo da espcie forrageira e do
equipamento) e profundidade de 0,5 a 4,0 cm. Pode-se realizar, na mesma operao, a
adubao da pastagem ou a consorciao com outras espcies. Se a semeadeira no
possuir sistema de compactao, deve-se passar o rolo compactador.
Plantio direto um sistema de manejo do solo, onde palha e restos de cultura so
deixados na superfcie do solo. O solo revolvido apenas no sulco onde so depositadas
as sementes e fertilizantes. As plantas invasoras so controladas por herbicidas, no
existindo preparo do solo alm da mobilizao no sulco de plantio. Exige boa coberturade solo, sem limitaes fsicas ou qumicas, sem eroso,compactao, cupins, tocos, etc.
Utiliza-se linhas com espaamento de 13 a 40 cm, colocando-se entre 10 e 20% a mais de
sementes.
Na prtica, verifica-se que as sementes das plantas forrageiras possuem tamanho pequeno a
mdio e, por isso, no devem ser enterradas muito profundamente, uma vez que, mesmo havendo
umidade, as sementes no dispem de reservas suficientes para permitir a perfeita emergncia
das plntulas. Para a maioria das espcies a profundidade varia de 20 a 40 mm (2,0 a 4,0 cm),
sendo a menor recomendada para sementes muito pequenas, aprofundando progressivamente
medida que o tamanho da semente aumenta. .
PLANTIO EM CONDIES IDEAIS
- Plantio em poca normal.
- Solo analisado e corrigido.- Solo bem preparado.
- Reposio de nutrientes.
- Equipamentos em boas condies.
- Uso de rolo compactador.
- Plantio solteiro.
PLANTIO EM CONDIESMDIAS
- Plantio a lano/superfcie.
- Plantio com solo semi preparado.- Plantio consorciado com outras culturas.
- pocas com incidncia de veranicos.
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PLANTIO EM CONDIESADVERSAS
- Plantio areo ou tardio.- Plantio em terreno com declive.
- Plantio com pouco preparo de solo.
- Plantio em vrzeas midas.
- Plantio a lano manual.
- Plantio sem previso de chuva.
- Equipamentos com m regulagem
7 CONTROLE DE PRAGAS E INVASORAS
Na formao das pastagens, as pragas mais importantes so as lagartas, cupins
subterrneos e formigas. Sempre que o nvel de infestao for significativo este deve ser
controlado com pesticidas especficos para cada tipo de praga, obedecendo sempre as dosagens
recomendadas pelo fabricante e/ou tcnico. A falta de controle dessas pragas pode comprometer
a formao e a persistncia da pastagem.
Em reas com elevada infestao de plantas invasoras (anuais e/ou perenes) deve-se,
sempre que possvel, adotar o controle mecnico, cultural e qumico.
Mecnicopreparo do solo escalonado, a fim de reduzir o banco de sementes do solo.
Culturalreas que apresentam infestao de invasoras devem ter aumentadas em at
50% a quantidade de sementes recomendada.
Qumicoaps a germinao da pastagem, ocorrendo infestao de invasoras de folhas
largas (em parte ou em toda a rea), pode-se fazer uso de herbicidas na base 2,4-D (cido
diclorofenoxiactico). Aplicar quando as invasoras atingirem de duas a seis folhas.
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8 MANEJO
Depois de implantada a pastagem faz-se necessrio um manejo adequado para obteno de
elevada produtividade e longevidade. Desta forma, o conhecimento da relao solo-pastagem-
animal fundamental.
O solo fonte de nutrientes para a pastagem e base do sistema; a planta, por sua vez a
fonte de nutrientes para o animal, enquanto o animal atua como agente modificador das
condies de solo e planta.
Uma rea de pastagem deve proporcionar ao animal alimentao nutritiva e regular durante
todo o ano, reduzir a degradao ambiental e conservar a fertilidade do solo.
Ressalta-se que a diversificao do stand, ou seja, a utilizao de
mais de uma espcie forrageira sempre recomendvel.
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QUADRO SINTICO
Caractersticas das principais plantas forrageiras
GGRRAAMMNNEEAASS
Espcie
Exigncia
em
fertilidade
Tolerncia Profundidadeplantio
(cm)
TeorPB*
Pontos de VC/haCondies de plantio
Frio Seca Umidade Cigarrinha tima Mdia RuimBrachiaria brizantha
cv. MaranduMdia a
alta Mdia Mdia Baixa Resistente 2-4 Mdia 280 400 500Brachiaria decumbens
cv. Basilisk Mdia abaixa Mdia Boa Baixa Susceptvel 2-4 Mdia 180 280 380Brachiaria dictyoneura
cv. Llanero Baixa Mdia Boa Mdia Tolerante 1-3Mdia
abaixa
250 350 450
Brachiaria humidicolacv. Humidcola Baixa Mdia Boa Alta Resistente 1-3 Baixa 250 350 450Panicum maximumcv. Mombaa Alta Mdia Mdia Baixa Tolerante 0,5-2,5 Alta 160 300 400Panicum maximumcv. Tanznia Alta Mdia Mdia Baixa Tolerante 0,5-2,5 Alta 160 300 400
Panicum maximumcv. Massai
Mdia aalta Boa
Mdiaa boa Baixa Tolerante 0,5-2,5
Mdiaa alta 160 300 400
Paspalum atratum
cv. Pojuca
Mdia abaixa Mdia Mdia Alta Resistente 1-3
Mdiaa
baixa
200 300 400
Andropogon gayanuscv. Baeti Baixa Alta Alta Mdia Resistente 0,5-1 Mdia 250 350 450
Pennisetum glaucumMilheto
Mdia abaixa Baixa Alta Baixa Resistente 1-4 Alta
linha12 kg/ha
lano16 kg/ha
16kg/ha
20kg/ha
20kg/ha
24kg/ha
Eleusime corocamaP-de-galinha Baixa Mdia Alta Baixa Resistente 0,5-2 Baixa 8 kg/ha
10kg/ha
12kg/ha
Paspalum sauraePensacola
Mdia aalta Boa Boa Baixa Tolerante 0,5-2 Mdia 1.600 1.900 2.000
Fonte: EMBRAPA GADO DE CORTE
*Teor de protena: com relao qualidade das pastagens no que se refere ao teor em protena e digestibilidade da matria seca,existe uma grande variao conforme a espcie, poca do ano, estdio de desenvolvimento, parte da planta e nvel de fertilidade
do solo. O teor de protena pode variar de 5% a 24% e a digestibilidade de 45% a 75%.**Condies de plantio referente a preparo de solo, potencial de invasoras, equipamento a ser utilizado, poca de plantio,condies climticas, topografia (susceptibilidade eroso) e objetivos de uso da forragem.
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LLEEGGUUMMIINNOOSSAASS
Espcies
Exignciaemfertilidade
Tolerncia Profundidadeparaplantio (cm)Condies ideais
kg/ha de semente (90% VC)Condies de plantio (kg/ha)**
Frio Seca Umidade tima Mdia RuimCalopognio Baixa a mdia e
Alta Baixa Alta Mdia 1,0-3,0 2 3 4Estilosantes CampoGrande Baixa - Alta - 0,5-2,0 2 3 4Leucena Alta Mdia Alta Baixa 1,0-4,0 32 35 40Guandu Baixa, Mdia e
Alta Mdia Alta Baixa 2,0-4,0 25 35 40Arachis pintoi Baixa a mdia Mdia Mdia Mdia 2,0-4,0 8 9 10Mucuna-preta Baixa a mdia Mdia Alta Baixa 3,0-5,0 50 60 70Fonte: EMBRAPA GADO DE CORTE
*Teor de protena: com relao qualidade das pastagens no que se refere ao teor em protena e digestibilidade da matria seca,existe uma grande variao conforme a espcie, poca do ano, estdio de desenvolvimento, parte da planta e nvel de fertilidadedo solo. O teor de protena pode variar de 5% a 24% e a digestibilidade de 45% a 75%.**Condies de plantio referente a preparo de solo, potencial de invasoras, equipamento a ser utilizado, poca de plantio,condies climticas, topografia (susceptibilidade eroso) e objetivos de uso da forragem.