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A A B B 1° PAVIMENTO ESCALA 1:200 eixos estruturais A A B B TÉRREO ESCALA 1:200 A A B B 2° PAVIMENTO ESCALA 1:200 CORTE AA ESCALA 1:200 CORTE BB ESCALA 1:200 A A B B ESCALA 1:200 1º PAVIMENTO 2º PAVIMENTO A A B B ESCALA 1:200 CORTE AA ESCALA 1:200 CORTE BB ESCALA 1:200 A A B B TÉRREO ESCALA 1:200 TIPOLOGIA A: 1 DORMITÓRIO ÁREA: 48,00 m² TIPOLOGIA B: 3 DORMITÓRIOS ÁREA: 72,80 m² TIPOLOGIA C: 1 DORMITÓRIO ÁREA: 40,80 m² : Escolhemos como objeto de estudo os sistemas construtivos disponíveis no mercado da habitação econômica unifamiliar e sua adequação à configuração verticalizada multifamiliar. O padrão atual dos assentamentos humanos não é pautado em questões de sustentabilidade, geralmente são produzidos em forma de conjuntos habitacionais nas áreas periféricas da cidade afastados dos pontos com melhor infra-estrutura instalada, gerando uma segregação espacial. Tendo como premissa a necessidade de adensamento das cidades na busca por um padrão mais sustentável, a verticalização na produção de habitação econômica deve ser baseada no uso de sistemas construtivos com flexibilidade de configurações espaciais, adaptabilidade a diferentes contextos urbanos, adequação as exigências da norma NBR 15575-2. O resultado de nosso trabalho é um estudo das possibilidades de configuração de habitação econômica verticalizada de diferentes sistemas construtivos existentes no mercado brasileiro atualmente e sua adequação as demandas do contexto urbano. Fabricação dos componentes construtivos Extração da matéria-prima: processos de extração que não poluam o meio ambiente e não envolvam relações de exploração ilegal de mão-de-obra. Produção local: produtos feitos dentro de um determinado raio, que garanta relativa proximidade da fonte de matéria-prima. Controle de resíduos: se houver a geração de resíduos, estes devem ser administrados de modo a garantir que não sejam descartados de modo prejudicial ao meio ambiente; se possível garantir que sejam reutilizados como matéria-prima para a produção de outros produtos. Processo industrial que não polua: garantir que durante o processo de produção dos elementos construtivos utilizados, não haja nenhum tipo de poluição. Energia embutida: analisar a quantidade de energia embutida na produção e transporte do material utilizado. Toxidade do material durante o processamento. Utilização dos componentes construtivos Transporte do material até a obra: garantir que o material utilizado não tenha sido transportado por distâncias que sejam incoerentes com as preocupações de sustentabilidade de todo o processo. Atende aos requisitos de conforto térmico e acústico da norma NBR15 575. Toxidade do material na utilização: cuidados para que sejam selecionados materiais não prejudiciais aos trabalhadores da construção. Vida útil longa e pouca manutenção: utilizar materiais com longa durabilidade, que não exijam manutenção com pouco tempo de uso e que sejam de fácil reposição no caso de necessidade, para evitar que alterações realizadas posteriormente destoem de todos os cuidados pensados para o projeto e sejam contraditórias às intenções de edifícios mais sustentáveis. Pós-utilização Biodegradabilidade: que boa parte dos materiais utilizados sejam biodegradáveis como forma de garantir um menos impacto no caso de descarte dos mesmos após a demolição do edifício. Reciclabilidade: ter cuidados na seleção de materiais que possam ser reciclados de forma que a geração de resíduos a serem descartados seja muito menor. Reutilização: fazer esforços para que os materiais utilizados sejam reutilizados em outras construções ou sejam processados para geração de novos produtos. O que esperamos dos sistemas construtivos: Flexibilidade: garantir liberdade de formulação das unidades no interior do edifício e a possibilidade de ampliação dos limites externos do edifício.Adequar-se as alterações de demanda e uso é uma forma de garantir maior durabilidade ao edifício e evitar que se torne obsoleto e seja demolido. Liberdade de arranjos: sistema construtivo que se adeque a diferentes situações de topografia e entorno e que permita variedade de tipologias. Fácil e pouca manutenção dos elementos construtivos: para garantir a qualidade do edifício e evitar que se deteriore. Possibilidade de verticalização: partindo da proposta de edifícios de até 5 pavimentos (para evitar os elevados custo com manutenção de elevadores). Racionalização do processo construtivo: evitar desperdício de materiais construtivos e baratear a produção. Escolhemos dois sistemas construtivos: pré-moldado de concreto com vedação de blocos de concreto e o steel frame com vedação de placas cimentícias. Nosso objetivo era a escolha de materiais que pudessem ser trabalhados conjuntamente e agrupados de diferentes formas, possibilitando maior variedade de arranjos tipológicos e maior mobilidade dos espaços. Os dois sistemas possuem uma produção industrializada de seus componentes, que garante um controle de qualidade maior e um menor tempo de execução em obra, que a torna mais econômica. Uma de nossas exigências era que o sistema possibilitasse a verticalização do edifício em até cinco pavimentos. Optamos pela escolha do pré-moldado de concreto, com vedação de blocos também de concreto, por ser um sistema amplamente usado na construção civil com uma boa disponibilidade no mercado, que facilita a manutenção do edifício quando for necessária a reposição de alguma de suas partes. Sua produção racional reduz os desperdícios gerados durante a obra. O Steel frame é uma tecnologia ainda pouco utilizada, mas que possui um grande potencial de utilização na construção de habitação econômica. As instalações de tubulações de água, energia e gás são mais fáceis e rápidas de executar, elas são incorporadas às paredes através de aberturas pré-existentes nos perfis de aço da estrutura. O sistema utiliza paredes autoportantes, mas que se forem pensadas na fase de projeto possibilitam a alteração ou a eliminação de algumas delas em caso de reforma. O sistema possui uma maior eficiência quando trabalhado de forma modular de acordo com os outros componentes utilizados em sua vedação. Podem ser utilizadas a placa cimentícia ou a placa OSB (Oriented Strand Board). A placa OSB possui uma modulação mais difícil de ser trabalhada, suas medidas são em polegadas (aproximadamente 1,44 x 2,44m), enquanto a placa cimentícia possui medidas mais usuais (1,20 x 2,40m). A placa cimentícia pode ser usada tanto em ambientes internos quanto externos. A seleção de dois sistemas construtivos disponíveis no mercado (steel frame e estrutura de pré moldados de concreto com vedação em blocos de concreto) e os estudos de caso analisados forneceram a base para a discussão sobre a produção de habitação econômica atual no Brasil. Esta, é feita segundo parâmetros que não são sustentáveis: são construídos grandes conjuntos horizontais de habitação unifamiliar ou conjuntos verticalizados que apenas agrupam as unidades sem fornecer boas condições de conforto e acessibilidade aos usuários, Além disso, há uma verdadeira monotonia no que é produzido, no sentido de que não há variedade de tipologias nem de soluções arquitetônicas, visto que para quem investe neste ramo da produção imobiliária a prioridade tem sido padronizar o projeto para produzir em escala. A proposta deste estudo se apropria justamente da idéia de inovar na construção de habitação econômica, produzir arranjos diferenciados com soluções mais voltadas ao conforto do usuário e a busca de uma relação mais sustentável com a cidade. As premissas elencadas anteriormente foram extraídas da pesquisa bibliográfica realizada, procurando fazer a ligação com a produção de habitação econômica e com as necessidades que este estudo coloca como principais para a manutenção do uso do edifício. A busca por soluções mais sustentáveis para a produção de habitação foi abordada neste estudo como formas de arranjos espaciais a partir de um módulo que está relacionado com as características estruturais de cada material. As diversas possibilidades de agrupamentos dos módulos permitiram a experimentação de soluções diferentes das encontradas no mercado de habitação. Este exercício não se prende essencialmente a questões técnicas de projeto, mas pauta a comparação entre o que é produzido para atender apenas a interesses financeiros e o que poderia ser produzido se a intenção fosse garantir um padrão mais sustentável de habitação e melhores condições de conforto ao usuário. TIPOLOGIA A: 1 DORMITÓRIO ÁREA: 51,84 m² TIPOLOGIA C: 3 DORMITÓRIOS ÁREA: 69,12 m² TIPOLOGIA B: 2 DORMITÓRIOS ÁREA: 60,48 m² A proposta que utiliza estrutura de concreto pré-moldada e blocos de concreto para a vedação é composta por módulos de 4,0 m X 4,0 m. Os módulos de 16,0 m² podem receber três possibilidades de uso, sendo definidos como módulo de serviço (cozinha e área de serviço); módulo de acesso (entrada da unidade, sala e escada para segundo pavimento); ou módulo reservado (dormitório e banheiro).O módulo de acesso possui pé direito duplo e faz a conexão entre o módulo de serviços e o módulo reservado. As variações de tipologia permitem que se atenda a diferentes demandas, por isso foram propostos três tipos de apartamentos: com um dormitório e de apenas um pavimento; com um dormitório e dois pavimentos; e com dois dormitórios e dois pavimentos. Apenas a unidade especial de um único pavimento apresenta uma configuração um pouco diferente, onde o quarto é um módulo de 2,4 m X 4,0 m e o módulo de acesso possui apenas a sala, enquanto o módulo de serviços recebe também o banheiro. Estes módulos foram agrupados de modo que se garantisse ventilação natural e insolação em todos os cômodos, levando em consideração um bom aproveitamento do espaço e a busca por soluções diferenciadas de projeto, que fugissem ao padrão comum produzido nos assentamentos existentes e que estabelecessem novas relações espaciais com o entorno. Os módulos propostos permitem grande liberdade de arranjos tanto no interior das unidades quanto no exterior, pela coordenação modular que cria uma malha ortogonal e pelo fato de os materiais empregados serem facilmente encontrados no mercado. A proposta que utiliza estrutura de steel frame e vedação de placas cimentícias é pensada a partir da modução de 1,20 m (dimensão mínima da placa cimentícia). Todas as unidades são duplex tendo sempre a mesma área térrea (cozinha, lavanderia, banheiro e sala), sendo diferenciadas apenas pelo múmero de dormitórios em seu pavimento superior.Assim como na proposta em pré-moldado de concreto, procuramos atender diversas demandas através da diferenciação das tipologias. Projetamos unidades de um, dois e três dormitórios, com áreas que variam de 51,84 a 61,12 m². A proposta leva em consideração as possibilidades estruturais que o steel frame oferece, tendo algumas paredes estruturais reforçadas (nas extremidades do edifício, no eixo longitudinal das escadas e no eixo que passa entre as escadas - indicados na planta), e outras paredes que podem ser removidas para possibilitar uma maior flexibilidade dentro de cada unidade. Todos os ambientes possuem iluminação e ventilação naturais. NBR 15575:2008 Edifícios habitacionais até cinco pavimentos- Desempenho- Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. DEL CARLO, Ualfrido. Sustentabilidade e o material construtivo: critérios e escolha de material construtivo com menor impacto ambiental. Cadernos técnicos AUT , São Paulo, n. 9, p.35-50, 2002. FARIA, Renato. Industrialização econômica. Revista Téchne , São Paulo, ano 16, n. 136, p. 42-48, 2008. SERRADOR, Marcos Eduardo. Sustentabilidade em arquitetura: referências para projeto. Tese (Mestrado em Arquitetura). São Carlos: EESC, 2008. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18141/tde-17022009-140800/>. Acesso em novembro 2009. MORAES, Paulo Thiago Araújo, LIMA, Maryangela Geimba. Levantamento e análise de processos construtivos industrializados sob a ótica da sustentabilidade e desempenho. In is do 15O Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA – XV ENCITA / 2009 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil, Outubro, 19 a 22, 2009. BRANDÃO, Douglas Queiroz, HEINECK, Luis Fernando Mahlmann. Estratégias de flexibilização de projetos residenciais iniciadas na década de 1990 no Brasil: tão-somente um recurso mercadológico?. Revista Ambiente construído , Porto Alegre, v.7, n. 4, p. 71-87, dezembro 2007. EDWARDS, Brian, HYETT, Paul. Rough guide to sustainability. London: RIBA, 2002. LEWIS, Sally. Front to Back, a design agenda for urban housing. Architectural press, Oxford, 2005. SILVA, Vania. Steel Frame. Revista AU, São Paulo, ano 24, n. 185, agosto 2009. HORTA, Maurício. Puxadinho formalizado. Revista AU, São Paulo, ano 24, n.186, p.45-55, setembro 2009. SILVA, Fernando Benigno.Steel frame. Revista Téchne , São Paulo, ano 17, n. 147, junho 2009. Steel Frame-Fechamento. Revista Téchne , São Paulo, ano 16, n. 139, outubro 2008. GEROLLA, Fernando. Painéis para construções industriais. Revista Téchne , São Paulo, ano 17, n. 145, abril 2009. FARIA, Renato. Industrialização econômica. Revista Téchne , São Paulo, ano 16, n. 136, julho 2008. HABITAÇÃO ECONÔMICA: ESTUDO DE MODULAÇÕES REFERÊNCIAS: 1. HABITAT 67 MOSHE SAFDIE 2. CONJUNTO ASSEMBLÉIA UNA ARQUITETOS 3. PARAISÓPOLIS ELEMENTAL 1 2 3 AUT 221 _ ARQUITETURA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL LETÍCIA YOSHIMOTO SIMIONATO 5661081 | MELINA FURUTA KUROIVA 5660782 PRÉ-MOLDADO DE CONCRETO STEEL FRAME

HABITAÇÃO ECONÔMICA: ESTUDO DE MODULAÇÕES Finais... · Revista AU, São Paulo, ano 24, n.186, p.45-55, setembro 2009. SILVA, Fernando Benigno.Steel frame. Revista Téchne 1

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Page 1: HABITAÇÃO ECONÔMICA: ESTUDO DE MODULAÇÕES Finais... · Revista AU, São Paulo, ano 24, n.186, p.45-55, setembro 2009. SILVA, Fernando Benigno.Steel frame. Revista Téchne 1

AA

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1° PAVIMENTOESCALA 1:200

eixos estruturais

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TÉRREOESCALA 1:200

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2° PAVIMENTOESCALA 1:200 CORTE AA

ESCALA 1:200CORTE BB

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1º PAVIMENTO 2º PAVIMENTO

A A

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ESCALA 1:200CORTE BB

ESCALA 1:200

A A

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TÉRREOESCALA 1:200

TIPOLOGIA A:1 DORMITÓRIOÁREA: 48,00 m²

TIPOLOGIA B:3 DORMITÓRIOSÁREA: 72,80 m²

TIPOLOGIA C:1 DORMITÓRIOÁREA: 40,80 m²

: Escolhemos como objeto de estudo os sistemas construtivos disponíveis no mercado da habitação econômica unifamiliar e sua adequação à configuração

verticalizada multifamiliar. O padrão atual dos assentamentos humanos não é pautado em questões de sustentabilidade, geralmente são produzidos em forma de conjuntoshabitacionais nas áreas periféricas da cidade afastados dos pontos com melhor infra-estrutura instalada, gerando uma segregação espacial. Tendo como premissa a necessidade deadensamento das cidades na busca por um padrão mais sustentável, a verticalização na produção de habitação econômica deve ser baseada no uso de sistemas construtivos comflexibilidade de configurações espaciais, adaptabilidade a diferentes contextos urbanos, adequação as exigências da norma NBR 15575-2. O resultado de nosso trabalho é umestudo das possibilidades de configuração de habitação econômica verticalizada de diferentes sistemas construtivos existentes no mercado brasileiro atualmente e sua adequaçãoas demandas do contexto urbano.

Fabricação dos componentes construtivos

• Extração da matéria-prima: processos de extração que não poluam o meio ambiente e não envolvam relações de exploração ilegal de mão-de-obra.

• Produção local: produtos feitos dentro de um determinado raio, que garanta relativa proximidade da fonte de matéria-prima.

• Controle de resíduos: se houver a geração de resíduos, estes devem ser administrados de modo a garantir que não sejam descartados de modo prejudicial ao meio ambiente;se possível garantir que sejam reutilizados como matéria-prima para a produção de outros produtos.

• Processo industrial que não polua: garantir que durante o processo de produção dos elementos construtivos utilizados, não haja nenhum tipo de poluição.

• Energia embutida: analisar a quantidade de energia embutida na produção e transporte do material utilizado.

• Toxidade do material durante o processamento.

Utilização dos componentes construtivos

• Transporte do material até a obra: garantir que o material utilizado não tenha sido transportado por distâncias que sejam incoerentes com as preocupações de sustentabilidadede todo o processo.

• Atende aos requisitos de conforto térmico e acústico da norma NBR15 575.

• Toxidade do material na utilização: cuidados para que sejam selecionados materiais não prejudiciais aos trabalhadores da construção.

• Vida útil longa e pouca manutenção: utilizar materiais com longa durabilidade, que não exijam manutenção com pouco tempo de uso e que sejam de fácil reposição no caso denecessidade, para evitar que alterações realizadas posteriormente destoem de todos os cuidados pensados para o projeto e sejam contraditórias às intenções de edifícios maissustentáveis.

Pós-utilização

• Biodegradabilidade: que boa parte dos materiais utilizados sejam biodegradáveis como forma de garantir um menos impacto no caso de descarte dos mesmos após a demoliçãodo edifício.

• Reciclabilidade: ter cuidados na seleção de materiais que possam ser reciclados de forma que a geração de resíduos a serem descartados seja muito menor.

• Reutilização: fazer esforços para que os materiais utilizados sejam reutilizados em outras construções ou sejam processados para geração de novos produtos.

O que esperamos dos sistemas construtivos:

• Flexibilidade: garantir liberdade de formulação das unidades no interior do edifício e a possibilidade de ampliação dos limites externos do edifício.Adequar-se as alterações dedemanda e uso é uma forma de garantir maior durabilidade ao edifício e evitar que se torne obsoleto e seja demolido.

• Liberdade de arranjos: sistema construtivo que se adeque a diferentes situações de topografia e entorno e que permita variedade de tipologias.

• Fácil e pouca manutenção dos elementos construtivos: para garantir a qualidade do edifício e evitar que se deteriore.

• Possibilidade de verticalização: partindo da proposta de edifícios de até 5 pavimentos (para evitar os elevados custo com manutenção de elevadores).

• Racionalização do processo construtivo: evitar desperdício de materiais construtivos e baratear a produção.

Escolhemos dois sistemas construtivos: pré-moldado de concreto com vedação de blocos de concreto e o steel frame com vedação de placascimentícias. Nosso objetivo era a escolha de materiais que pudessem ser trabalhados conjuntamente e agrupados de diferentes formas, possibilitando maior variedade de arranjostipológicos e maior mobilidade dos espaços. Os dois sistemas possuem uma produção industrializada de seus componentes, que garante um controle de qualidade maior e ummenor tempo de execução em obra, que a torna mais econômica. Uma de nossas exigências era que o sistema possibilitasse a verticalização do edifício em até cinco pavimentos.

Optamos pela escolha do pré-moldado de concreto, com vedação de blocos também de concreto, por ser um sistema amplamente usado na construção civil com uma boadisponibilidade no mercado, que facilita a manutenção do edifício quando for necessária a reposição de alguma de suas partes. Sua produção racional reduz os desperdíciosgerados durante a obra.

O Steel frame é uma tecnologia ainda pouco utilizada, mas que possui um grande potencial de utilização na construção de habitação econômica. As instalações de tubulaçõesde água, energia e gás são mais fáceis e rápidas de executar, elas são incorporadas às paredes através de aberturas pré-existentes nos perfis de aço da estrutura. O sistema utilizaparedes autoportantes, mas que se forem pensadas na fase de projeto possibilitam a alteração ou a eliminação de algumas delas em caso de reforma.

O sistema possui uma maior eficiência quando trabalhado de forma modular de acordo com os outros componentes utilizados em sua vedação. Podem ser utilizadas a placacimentícia ou a placa OSB (Oriented Strand Board). A placa OSB possui uma modulação mais difícil de ser trabalhada, suas medidas são em polegadas (aproximadamente 1,44 x2,44m), enquanto a placa cimentícia possui medidas mais usuais (1,20 x 2,40m). A placa cimentícia pode ser usada tanto em ambientes internos quanto externos.

A seleção de dois sistemas construtivos disponíveis no mercado (steel frame e estrutura de pré moldados de concreto com vedação em blocos de concreto) e os estudos decaso analisados forneceram a base para a discussão sobre a produção de habitação econômica atual no Brasil. Esta, é feita segundo parâmetros que não são sustentáveis: sãoconstruídos grandes conjuntos horizontais de habitação unifamiliar ou conjuntos verticalizados que apenas agrupam as unidades sem fornecer boas condições de conforto eacessibilidade aos usuários, Além disso, há uma verdadeira monotonia no que é produzido, no sentido de que não há variedade de tipologias nem de soluções arquitetônicas, vistoque para quem investe neste ramo da produção imobiliária a prioridade tem sido padronizar o projeto para produzir em escala. A proposta deste estudo se apropria justamente daidéia de inovar na construção de habitação econômica, produzir arranjos diferenciados com soluções mais voltadas ao conforto do usuário e a busca de uma relação maissustentável com a cidade.

As premissas elencadas anteriormente foram extraídas da pesquisa bibliográfica realizada, procurando fazer a ligação com a produção de habitação econômica e com asnecessidades que este estudo coloca como principais para a manutenção do uso do edifício.

A busca por soluções mais sustentáveis para a produção de habitação foi abordada neste estudo como formas de arranjos espaciais a partir de um módulo que estárelacionado com as características estruturais de cada material. As diversas possibilidades de agrupamentos dos módulos permitiram a experimentação de soluções diferentes dasencontradas no mercado de habitação. Este exercício não se prende essencialmente a questões técnicas de projeto, mas pauta a comparação entre o que é produzido para atenderapenas a interesses financeiros e o que poderia ser produzido se a intenção fosse garantir um padrão mais sustentável de habitação e melhores condições de conforto ao usuário.

TIPOLOGIA A:1 DORMITÓRIOÁREA: 51,84 m²

TIPOLOGIA C:3 DORMITÓRIOSÁREA: 69,12 m²

TIPOLOGIA B:2 DORMITÓRIOSÁREA: 60,48 m²

A proposta que utiliza estrutura de concreto pré-moldada e blocos de concreto para a vedação é composta por módulos de 4,0 m X 4,0 m. Os módulos de 16,0 m² podemreceber três possibilidades de uso, sendo definidos como módulo de serviço (cozinha e área de serviço); módulo de acesso (entrada da unidade, sala e escada para segundopavimento); ou módulo reservado (dormitório e banheiro).O módulo de acesso possui pé direito duplo e faz a conexão entre o módulo de serviços e o módulo reservado.

As variações de tipologia permitem que se atenda a diferentes demandas, por isso foram propostos três tipos de apartamentos: com um dormitório e de apenas um pavimento;com um dormitório e dois pavimentos; e com dois dormitórios e dois pavimentos. Apenas a unidade especial de um único pavimento apresenta uma configuração um pouco diferente,onde o quarto é um módulo de 2,4 m X 4,0 m e o módulo de acesso possui apenas a sala, enquanto o módulo de serviços recebe também o banheiro.Estes módulos foram agrupados de modo que se garantisse ventilação natural e insolação em todos os cômodos, levando em consideração um bom aproveitamento do espaço e abusca por soluções diferenciadas de projeto, que fugissem ao padrão comum produzido nos assentamentos existentes e que estabelecessem novas relações espaciais com oentorno. Os módulos propostos permitem grande liberdade de arranjos tanto no interior das unidades quanto no exterior, pela coordenação modular que cria uma malha ortogonal epelo fato de os materiais empregados serem facilmente encontrados no mercado.

A proposta que utiliza estrutura de steel frame e vedação de placas cimentícias é pensada a partir da modução de 1,20 m (dimensão mínima da placa cimentícia). Todas asunidades são duplex tendo sempre a mesma área térrea (cozinha, lavanderia, banheiro e sala), sendo diferenciadas apenas pelo múmero de dormitórios em seu pavimentosuperior.Assim como na proposta em pré-moldado de concreto, procuramos atender diversas demandas através da diferenciação das tipologias. Projetamos unidades de um, dois etrês dormitórios, com áreas que variam de 51,84 a 61,12 m². A proposta leva em consideração as possibilidades estruturais que o steel frame oferece, tendo algumas paredesestruturais reforçadas (nas extremidades do edifício, no eixo longitudinal das escadas e no eixo que passa entre as escadas - indicados na planta), e outras paredes que podem serremovidas para possibilitar uma maior flexibilidade dentro de cada unidade. Todos os ambientes possuem iluminação e ventilação naturais.

NBR 15575:2008 Edifícios habitacionais até cinco pavimentos- Desempenho- Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais.

DEL CARLO, Ualfrido. Sustentabilidade e o material construtivo: critérios e escolha de material construtivo com menor impacto ambiental. Cadernos técnicos AUT , São Paulo, n. 9, p.35-50, 2002.

FARIA, Renato. Industrialização econômica. Revista Téchne , São Paulo, ano 16, n. 136, p. 42-48, 2008.

SERRADOR, Marcos Eduardo. Sustentabilidade em arquitetura: referências para projeto. Tese (Mestrado em Arquitetura). São Carlos: EESC, 2008. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18141/tde-17022009-140800/>. Acesso em novembro 2009.

MORAES, Paulo Thiago Araújo, LIMA, Maryangela Geimba. Levantamento e análise de processos construtivos industrializados sob a ótica da

sustentabilidade e desempenho. In is do 15O Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA – XV ENCITA / 2009

Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil, Outubro, 19 a 22, 2009.

BRANDÃO, Douglas Queiroz, HEINECK, Luis Fernando Mahlmann. Estratégias de flexibilização de projetos residenciais iniciadas na década de 1990 no Brasil: tão-somente um recurso mercadológico?.Revista

Ambiente construído , Porto Alegre, v.7, n. 4, p. 71-87, dezembro 2007.

EDWARDS, Brian, HYETT, Paul. Rough guide to sustainability. London: RIBA, 2002.

LEWIS, Sally. Front to Back, a design agenda for urban housing. Architectural press, Oxford, 2005.

SILVA, Vania. Steel Frame. Revista AU, São Paulo, ano 24, n. 185, agosto 2009.

HORTA, Maurício. Puxadinho formalizado. Revista AU, São Paulo, ano 24, n.186, p.45-55, setembro 2009.

SILVA, Fernando Benigno.Steel frame. Revista Téchne, São Paulo, ano 17, n. 147, junho 2009.

Steel Frame-Fechamento. Revista Téchne, São Paulo, ano 16, n. 139, outubro 2008.

GEROLLA, Fernando. Painéis para construções industriais. Revista Téchne, São Paulo, ano 17, n. 145, abril 2009.

FARIA, Renato. Industrialização econômica. Revista Téchne , São Paulo, ano 16, n. 136, julho 2008.

HABITAÇÃO ECONÔMICA: ESTUDO DE MODULAÇÕES

REFERÊNCIAS:

1. HABITAT 67 MOSHE SAFDIE

2. CONJUNTO ASSEMBLÉIA UNA ARQUITETOS

3. PARAISÓPOLIS ELEMENTAL

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3

AUT 221 _ ARQUITETURA, AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELLETÍCIA YOSHIMOTO SIMIONATO 5661081 | MELINA FURUTA KUROIVA 5660782

PRÉ-MOLDADO DE CONCRETO

STEEL FRAME