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7/26/2019 Habitao Social - Origens Da Produo Estatal de Moradia
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HABITAO SOCIAL NO BRASILOrigens da produo estatal de
produo de moradia
IAU-USP So CarlosSAP0725Teoria e Histria da Arquiteturae Urbanismo no Brasil
1. semestre 2011
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1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Populao Urbana
Populao Rural
EVOLUO DAPOPULAOURBANA NO BRASIL
Produo rentistaHigienismo
IAPs FCPOrigens dahabitao social
BNHConsolidaoda poltica dehabitao
Experinciasalternativas
MCidadesNova PNH
1930 1964 1986 2000
Periodizao da Poltica Habitacional no Brasil
HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Governo Getlio Vargas (1930-1945)
Origens da interveno do Estado em matria de habitao Congelamento dos alugueis
Facilitao da venda de lotes a prestao Produo estatal de habitao atravs de Institutos de
Aposentadoria e PensesIAPe, depois de 1946, daFundao da Casa Popular
Se adotam princpios do movimento moderno
Crescimento da cidade informal: loteamentos perifricos,favelas, alagados, mocambos, ocupaes irregulares da terra Produo limitada s corporaes de trabalhadores leva
excluso da demanda
Origens da habitao social (1930-1964)Desenvolvimentismo e interveno do Estado
para proteger o trabalhador
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Rio de JaneiroConjunto Realengo, o primeiro do Brasil1939-1942,
com 2300 unidadesHABITA O SOCIAL NO BRASIL
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PRESSUPOSTOS
IAPs Institutos de Aposentadoria e Penses so os pioneirosna produo estatal de moradia j nos anos 1930, criados porcategoria profissional (com antecedente das Caixas de
Aposentadoria e PensesCAPS, originadas daregulamentao da previdncia social em 1923)
IAPs + FCP Fundao da Casa Popularforam os primeirosorganismos federais atuantes no setor da habitao social.
Importncia dessa atuao influenciou a formulao das
diretrizes da poltica habitacional fomentada pelo BNHBancoNacional de Habitao, criado em 1964, aps o golpe militar.
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OBJETIVOSEHIPTESES
Construo de um quadro da interveno pblica ps1930, sobretudo no perodo 1945-1954.
Evidenciar sua importncia do ponto de vista daquantidade de unidades e bairros produzidos.
Demonstrar que no final do Estado Novo (1945), foiinterrompido um processo que poderia ter chegado naconstruo de uma poltica nacional de habitao,antecipando o BNH em 20 anos:
o pas esteve a ponto de formular uma poltica habitacional
consistente, no concretizada em funo do predomnio de
interesses econmicos ou corporativos, como o fortalecimento
da estrutura dos IAPs nos governos seguintes. (99)
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COMPONENTESDAPOLTICANACIONALDEHABITAOEMCONSTRUO
1. Recursos em grande quantidadefundos dos IAPs
2. Previso de um organismo unificador dos IAPs e seus fundos ISSB (Instituto de Servios Sociais do Brasil), representando umapoltica redistributiva (antecipando o INPS de 1964):
a. Previdncia social universalb. Servios assistenciais (superando o corporativismo sindical)
3. Criao de uma poderosa agncia habitacionalFCPrepresentando a institucionalidade da poltica
4. Capacitao tcnicaalta qualidade dos projetos
5. Reconhecimento pblico sobre a importncia da questo (quadrode crise de habitao + presso social que acelerou a produodo perodo 45/54)
6. Vontade poltica do governo
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INSTITUTOS DE APOSENTADORIA EPENSES
Criao por categoria profissional (entre 1933-38 eram 6:martimos, bancrios, comercirios, industririos, motoristas,petroleiros, estivadores)quase todas de marca moderna
Ligados ao MTICMinistrio do Trabalho, Indstria e Comrcio
(gesto e financiamento) Sistema de capitalizao Recursos arrecadados podiam ser investidos para garantir aumento
dos fundos
Investimentos prioritrios dos recursos dos IAPs em projetos
estratgicos (Cia. Siderrgica Nacional, Fbrica Nacional de Motorese a construo de Braslia, entre outros) ***efeito perverso pois eramrecursos de trabalhadores, nunca inadimplentes, financiando projetosestatais e privados, voltados ao desenvolvimento econmico***
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INSTITUTOS DE APOSENTADORIA EPENSES
Os institutos tiveram papel fundamental na expansodo capitalismo e da industrializao no Brasil:
As penses e aposentadorias garantiam o padro mnimo deconsumo para os incapacitados para o trabalho;
A garantia de assistncia mdica ao trabalhador eleva suacapacidade de dedicao ao trabalho;
Recursos dos institutos no investimento em vrios setores daeconomia, alm da prpria habitao que movimenta umaimportante indstria.
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INSTITUTOS DE APOSENTADORIA EPENSES
Em 1937, no incio do perodo efetivamente do EstadoNovo, um dispositivo legal aumenta o vigor da aodos institutos no setor habitacional:
3 planos de ao (originados no IAPIindustririos) seestenderam aos demais:
Plano Apara o associadoaluguel ou venda de unidadeshabitacionais em conjuntos residenciais adquiridos ouconstrudos pelos institutos. Isso significa moradia adequada oudigna sem prejuzo de remunerao mnima do capitalinvestido.Ao mesmo tempo introduz um debate sobre propriedade privada
aluguel (que garantia aos institutos o domnio jurdico de seuamplo patrimnio fundirio, com aquisio de muito mais terrenosque sua capacidade de construo)rentistas urbanos (107)
***mesmo com a vigncia da Lei do Inquilinato desde 1942******ver quadro da produo (128)***
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INSTITUTOS DE APOSENTADORIA EPENSES
Plano Bpara o associadofinanciamento para aquisio demoradia ou construo em terreno prprio.Financiamento a longo prazo e sem correo monetriaapresentava menor retorno para os institutos.
***ver quadro da produo (128)*** Plano Cpara qualquer pessoa fsica ou jurdicaemprstimos
hipotecrios e outras operaes imobilirias, com o objetivo deobter constante e sempre maior remunerao do capitalinvestido.Aqui h uma perspectiva empresarial pois se financiava de tudo
habitao (inclusive para alta renda), asilos, indstrias, etc.Esta modalidade de plano de ao viabilizou incorporaes
imobilirias, principalmente no Rio de Janeiroboom dosculo(MELO, Marcus Andr1992): fomentando a intensaverticalizao com especulao imobiliria entre 1937 e1946.
Alm disso, criou um ambiente de disputa por recursos pblicos(habitaomaior investimento entre 1945/50 pela FCP, ouincorporaomaior investimento durante a ditadura
1937/45)HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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INSTITUTOS DE APOSENTADORIA EPENSES
***Plano A e Plano B indicam objetivos sociais (incluamdia ou alta renda) e objetivos morais e ideolgicos(pois pressupunha adeso poltica.***
No perodo de 1937 a 1964, os institutos produziram: 142.127 unidades habitacionais (128)
No perodo de 1946 a 1964, os institutos produziram: 124.025 unidades habitacionais (115) Milhares de apartamentos financiados classe mdia
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FUNDAO DA CASA POPULAR
Criao em 1946 (Eurico Gaspar Dutra) efuncionamento at 1964
Anteprojeto: a centralizao da gesto (alterado); fontespermanentes de recursos; articulao entre produo de
moradia e desenvolvimento urbano; criao de emprstimocompulsrio por 30 anos, garantindo recursos baratos econtnuos (alterado).
A no centralizao da gesto, em uma direo populista,resultou na criao de diversos rgos estaduais (122).
No perodo produziu: 143 conjuntos 16.964 unidades habitacionais***ver os quadros resumos***
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LEI DO INQUILINATO
Abordagens: Instrumento de defesa das classe populares (na perspectiva do
clientelismo) - defesa da economia popular (custo de vida X salrioreal)
A estabilizao dos preos era mais vivel no setor da habitao
em contraposio aos bens de consumo, viabilizando ampliaoda base de apoio do governo, ainda que enfrentando-se aosrentistas urbanos e proprietrios.
Minha hiptese que a Lei do Inquilinato estava relacionada a
uma inteno governamental de reduzir a atrao que o setor
imobilirio exercia sobre investidores e capitalistas em geral, com
o objetivo de concentrar recursos na montagem do parqueindustrial brasileiro. E, ao mesmo tempo, reduzir ou eliminar um
setor social no produtivo e que vivia basicamente de rendas.(227)
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LEI DO INQUILINATO
Abordagens: ao que demonstra a astuta estratgia do Estado, com
discursos legitimadores para todas as classes sociais: Mostra que protege o inquilinato
No h hegemonia de nenhum grupo de interesse
Massas populares urbanas so novos agentes quepodem legitimar o Estado e so objeto demanipulao (leis do trabalho, justia do trabalho,sindicatos)
Carestiadefesa da economia popular
dispositivo/instrumento de poltica econmica Ideia de penalizar os rentistas urbanos Concentrar capital no parque industrial brasileiro Pacto de classes e reduo salarial
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Conjunto Residencial do Bangu, Rio de Janeiro/RJ, final dos anos 1940.
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Eng. White Lrio da Silva, Bairro Industririo ou Conjunto Residencial da LagoinhaIAPI
- Belo Horizonte/MG, 928 UH, dcadas de 1940 e 1950.HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Bairro Industririo, Belo Horizonte/MG.
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Bairro Industririo, Belo Horizonte/MG.
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Marcos Kruter, Conjunto Residencial Passo dAreia IAPI - Porto Alegre/RS, 2.496 UH,
dcadas de 1940 e 1950.HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Attlio Corra Lima e
equipeConjunto Residencial daBaixada do Carmo, SoPaulo/SP.Projeto original com4.038 UH,dcada de 1940.
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Conjunto Residencial Vrzea do Carmo Racionalizao e produo em
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Conjunto Residencial Vrzea do Carmo - Racionalizao e produo emmassa de habitao
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Conjunto Residencial da Baixada do Carmo, So Paulo/SP; foram construdas 480 UH.
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Eduardo Kneese de Melo, Conjunto Residencial Armando de Arruda Pereira (Japur)
IAPISo Paulo/Sp, 245 UH, dcadas de 1940 e 1950.HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Conjunto Japur, So Paulo/SPHABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Conjunto Japur, So Paulo/SP.HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Edifcio Japur, em construo, anos 1950, no lugar do cortio Navio Parado
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COMPLEXO DE CORTIOS VILA BARROS
Cortio Navio Parado, primeiro bloco de habitao de SPaulo.
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Conjunto residencial Japur - Habitao nos centros urbanos
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Paulo Antunes Ribeiro, Conjunto Residencial da MocaIAPI576 UH, dcada de
1940HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Conjunto Residencial da Moca, So Paulo/SP
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Conjunto Residencial da Moca, So Paulo/SP.
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Carlos Frederico Ferreira, Conjunto Residencial Vila Guiomar, Santo Andr/SP, 1.411
UH, dcada de 1940.HABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Conjunto Residencial Vila Guiomar, vista do bloco de apartamentosHABITA O SOCIAL NO BRASIL
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Conjunto Residencial Vila Guiomar, Santo Andr/SP.
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Conjunto residencialIAPIOsasco/SP
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Afonso Eduardo Reidy, Conjunto Residencial Prefeito Mendes deMoraes (Pedregulho)Departamento de Habitao Popular do
Distrito Federal, Rio de Janeiro/RJ,
328 UH (478 no projeto original), dcadas de 1940 e1950.
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Conjunto Residencial de Pedregulho - habitao como servio pblico
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Marcelo e Milton RobertoEdifcio Anchieta, Avenida Paulista, So Paulo/SP
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Carlos Frederico FerreiraEdifcio Inconfidncia, Recife/PE
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Conjunto Residencial Terra Nova, Rio de Janeiro/RJ
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Escola no Conjunto Residencial da Penha, Rio de Janeiro/RJ
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Favela da Vrzea do Penteado, junto Avenida do Estado1942origem de famlias despejadas.
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Favela na rea reservada ao Parque Ibirapuera1951.
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Autoconstruo em favela
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Contracapa do jornal Correio Paulistano, em 1946, sobre a autoconstruo em loteamentosperifricos em Vila Matilde, zona leste de So Paulo.
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Loteamentos em Osasco, Regio Metropolitana de So Paulo, anos 1970 (e prximas)
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Os investimentos pblicos vo sendo direcionados para os loteamentos perifricos, transformando-osem bairros ao longo dos anos (cerca de 30 anos). Exemplo de um loteamento em Osasco/SP com
imagens de antes e depois.
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REFERNCIAS
BONDUKI, Nabil G. Origens da habitao social no Brasil.Arquitetura Moderna, Lei do Inquilinato e Difuso da Casa Prpria.So Paulo: Estao Liberdade: FAPESP, 1998.
BONDUKI, Nabil G. Habitao Social no Brasil. Apresentao emppt no Ciclo de Debates sobre Habitao Social organizado peloDepartamento de Arquitetura e UrbanismoEESC, maio e junho de2009.
Google Earth, acesso em 20/06/2011.