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1 FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL ADRIANA REGINA LOPES E JOÃO LUIZ GUARNERI B. JUNIOR HABITAT: REVISTA SOBRE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE, VOLTADA A ALUNOS DE OITAVA SÉRIE DO COLÉGIO JOÃO PAULO II NO MUNICÍPIO DE PINHAIS CURITIBA 2011

HABITAT: REVISTA SOBRE MEIO AMBIENTE E … · 3 RESUMO O presente relatório monográfico descreve o processo de pesquisa e elaboração da revista Habitat, sobre meio ambiente e

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FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL - UNIBRASIL

ADRIANA REGINA LOPES E JOÃO LUIZ GUARNERI B. JUNIOR

HABITAT: REVISTA SOBRE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE,

VOLTADA A ALUNOS DE OITAVA SÉRIE DO COLÉGIO JOÃO PAULO II NO

MUNICÍPIO DE PINHAIS

CURITIBA 2011

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ADRIANA REGINA LOPES E JOÃO LUIZ GUARNERI B. JUNIOR

HABITAT: REVISTA SOBRE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE,

VOLTADA A ALUNOS DE OITAVA SÉRIE DO COLÉGIO JOÃO PAULO II NO

MUNICÍPIO DE PINHAIS

CURITIBA 2011

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à

obtenção de grau de Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo, ao setor

de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas das Faculdades Integradas do

Brasil – UNIBRASIL.

Orientador: Professor Paulo Roberto Ferreira de Camargo

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RESUMO

O presente relatório monográfico descreve o processo de pesquisa e elaboração da revista Habitat, sobre meio ambiente e sustentabilidade, voltada a alunos de oitava série do Colégio João Paulo II, no município de Pinhais. Fundamentado em conceitos e teorias de comunicação e educação, procurou-se abordar questões sobre meio ambiente, sociedade e sustentabilidade adequando-se a linguagem e o layout ao perfil do público-alvo, definidos com base em pesquisas de avaliação quantitativas e qualitativas realizadas junto aos alunos e professores da instituição.

Palavras-chave: meio ambiente, sustentabilidade, jornalismo ambiental, jornalismo infanto-juvenil, educomunicação.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 05 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................. 07 2.1 MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE................................................................... 07 2.2 MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE BRASILEIRA............................................. 08 2.3 SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE PINHAIS-PR............. 09 2.3.1 Dados demográficos e geográficos.............................................................. 10 2.3.2 Dados socioeconômicos............................................................................... 10 2.4 MEIO AMBIENTE, SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL.........11 2.4.1 Sustentabilidade e ações ambientais em Pinhais-PR.................................. 13 2.5 MEIO AMBIENTE NA MÍDIA........................................................................... 14 2.6 PROBLEMATIZAÇÃO..................................................................................... 15 3 OBJETIVOS....................................................................................................... 17 3.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................... 17 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................17 4 JUSTIFICATIVA................................................................................................. 18 4.1 SEGMENTAÇÃO............................................................................................. 21 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................... 23 5.1 O SURGIMENTO DO GÊNERO „REVISTA‟.................................................... 23 5.2 CARACTERÍSTICAS E LINGUAGEM DA REVISTA....................................... 25 5.3 JORNALISMO ESPECIALIZADO / JORNALISMO AMBIENTAL.................... 27 5.4 JORNALISMO SEGMENTADO / JORNALISMO INFANTOJUVENIL............. 28 5.5 COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO..................................................................... 30 5.5.1 Educomunicação.......................................................................................... 32 5.5.2 Educomunicação nas escolas...................................................................... 33 5.5.3 Uma proposta para a educação ambiental................................................... 34 6 METODOLOGIA................................................................................................. 36 6.1 PLANEJAMENTO EDITORIAL........................................................................ 39 6.1.1 Linguagem.................................................................................................... 39 6.2 PROJETO GRÁFICO....................................................................................... 41 7 DELINEAMENTO DO PRODUTO...................................................................... 43 7.1 PÚBLICO-ALVO.............................................................................................. 43 7.2 FORMATO....................................................................................................... 43 7.3 PAPEL............................................................................................................. 43 7.4 PERIODICIDADE............................................................................................. 44 7.5 TIRAGEM......................................................................................................... 44 7.6 PROJETO EDITORIAL.................................................................................... 44 7.7 PROJETO GRÁFICO...................................................................................... 47 7.7.1 Fontes tipográficas....................................................................................... 48 7.8 INTERAÇÃO COM O LEITOR......................................................................... 48 8.GASTOS............................................................................................................. 49 8.1 RECURSOS HUMANOS................................................................................. 49 8.2 RECURSOS MATERIAIS................................................................................ 49 8.3 VIABILIDADE ECONÔMICA............................................................................ 49 9 CONCLUSÃO..................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 51

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1 INTRODUÇÃO

Os efeitos de um fenômeno climático conhecido como aquecimento global, da

degradação de áreas verdes e do consumo desenfreado de recursos naturais, têm

causado mudanças na vida de diferentes povos ao redor do mundo e preocupado

autoridades e estudiosos. A preocupação com as consequências desses problemas

tomaram proporções ainda maiores especialmente neste início de século, quando a

relação entre homem, desenvolvimento e natureza se torna mais conflitante.

Diante desse quadro, teóricos afirmam que há a necessidade de uma mudança

comportamental global para que se detenha a evolução do problema e para que se

possam garantir condições mínimas de vida às gerações futuras. Assim, reforça-se

não somente a importância da ação de cada indivíduo, mas também da agenda de

políticas públicas de cada país, assim como de seu papel na mudança

comportamental social face aos problemas ambientais: “as políticas públicas devem

ser redirecionadas no sentido de respeito à biodiversidade e às diferenças,

obedecendo à complexidade ambiental” (SOARES; NAVARRO; FERREIRA, 2004,

p. 49).

Um importante elemento para transformação comportamental de um grupo

social é a informação. Segundo Claudio Schubert, a mídia tem um papel importante

na formação de opinião junto à população. “Encontra-se em estado crescente a sua

influência na divulgação das informações relativas às questões relacionadas à

ecologia [...], pois trata da sobrevivência e vida do ecossistema” (SCHUBERT in

PEREIRA; MORAES; FERNANDES; KNÜPPEL, 2008, p.16). Portanto, para tal, é

necessário ampliar a divulgação de informações sobre esse assunto para atingir

diferentes públicos de forma esclarecedora, com linguagem acessível, de forma que

a mensagem seja recebida e exerça poder de influência nas ações do receptor.

Face à importância do tema e à necessidade de informar ao público

adolescente sobre assuntos pertinentes às questões ambientais, esse trabalho

refere-se à produção da revista Habitat, sobre meio ambiente, considerando-se que

este tipo de veículo de comunicação em massa tem sido utilizado como ferramenta

no jornalismo especializado durante décadas e alcançado grupos de leitores com

particular interesse por um assunto específico, aliando texto e imagem e registrando

informações de forma perene.

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A revista Habitat é um produto informativo, desenvolvido com técnicas do

jornalismo ambiental, que pode ser utilizado, contando com mediação didática de

professores, nas atividades escolares em sala de aula. O produto é voltado ao

público adolescente, mais especificamente estudantes de 8ª série do Colégio João

Paulo II, localizado no município de Pinhais. De acordo com o artigo 2º do Estatuto

da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13-7-1990), é classificado como

adolescente o indivíduo de idade entre 12 e 18 anos. Portanto, esta é a

denominação adotada no desenvolvimento deste produto.

Artigos e reportagens de jornais e revistas veiculados comercialmente em

Curitiba e região metropolitana, além de filmes e documentários em vídeo, são

utilizados por professores em sala de aula como ferramentas para o

desenvolvimento de atividades complementares como práticas de leitura,

interpretações de texto, análises de conteúdo e outras. Da mesma forma, a revista

Habitat será também utilizada no Colégio João Paulo II com esse propósito, em

caráter experimental, com objetivo de avaliar seus resultados junto ao público-alvo e,

futuramente, expandir sua distribuição a outras instituições de ensino, públicas ou

privadas. Após a análise contínua da proposta de trabalho durante o processo de

pesquisa e produção da revista Habitat, a diretoria do colégio requereu a produção

de 100 (cem) exemplares a serem distribuídos entre seus estudantes de 8ª série,

todo o quadro de professores, além de alguns exemplares extras.

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2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Neste capítulo são discutidas as relações entre as atuais condições climáticas

e ambientais do planeta, os modelos sociais atuais, a educação por meio da

informação e a presença dos temas ambientais na mídia.

2.1 MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE

As relações entre o comportamento humano e a atual situação climática do

planeta têm gerado debates e críticas quanto aos modelos de sociedade e

desenvolvimento adotados até hoje. É de comum acordo entre as comunidades

científicas que a desordem no desenvolvimento social provoca a desordem no meio

natural. O economista mexicano Henrique Leff (2001) afirma que, para se

interromper o agravamento, ou promover a reversão de alguns dos problemas

ambientais existentes hoje, seria necessária uma complexa mudança nos sistemas

de conhecimento, nos valores e nas dinâmicas sociais fundadas na economia e no

desenvolvimento (JACOBI apud LEFF, 2001, p.2 Artigo).

As questões ambientais configuram um quadro multidimensional e

multidisciplinar que reflete a saturação do meio ambiente na sua função de suportar

um modelo de sociedade exausto que não administra seus recursos de forma

racional, não educa as gerações futuras e que considera o ambiente natural um

patrimônio privado. Para Lima (1999), algumas das atuais propostas sociais sobre

as questões ambientais são vistas como um agravante da crise:

De fato, a questão ambiental revela o retrato de uma crise pluridimensional

que aponta para a exaustão de um determinado modelo de sociedade que

produz, desproporcionalmente, mais problemas que soluções e, onde as

soluções propostas, por sua parcialidade, limitação, interesse ou má fé,

terminam se constituindo em nova fonte de problemas. (LIMA, 1999, p.1).

Aspectos importantes, como a finitude dos recursos naturais e a

sobrevivência das gerações futuras, foram deixados de lado em nome do

desenvolvimento, especialmente durante o século XX – período do mais rápido

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desenvolvimento tecnológico da história da humanidade. Contudo, há algumas

décadas, temas como a preservação dos recursos naturais e as consequências de

sua depredação têm sido vistos sob outra perspectiva.

Diante da amplitude do tema, entende-se que, para que as ações não se

detenham a um âmbito geograficamente restrito, onde não há interação entre os

atores envolvidos no contexto socioambiental, o processo de conscientização seja

feito através de uma pedagogia ambiental, para que ocorra uma passagem do

âmbito local para o âmbito global, considerando a identidade particular de cada

ambiente. Portanto, o processo informativo que leva à conscientização ambiental, ou

seja, a uma boa relação entre os agentes sociais e natureza, deve estar fundado no

conhecimento sobre a constante mudança de um cenário por fatores externos, e

ainda, na existência real de uma correlação entre modelos de desenvolvimento

social, de padrões de vida cotidiana, informação e educação.

2.2 MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE BRASILEIRA

Desde a década de 80, as questões relacionadas ao meio ambiente assumem

um caráter ampliado de importância, principalmente por terem sido associadas, com

veemência, ao comportamento social. Tratar de problemas climáticos implica tratar,

também, de problemas sociais e de desenvolvimento. A sustentabilidade das

espécies, ecossistemas e processos ecológicos, associada à sustentabilidade da

diversidade social, traduz o equilíbrio na relação entre estes dois meios. Essa

relação define o conceito do movimento chamado socioambientalismo. É, portanto,

“definição do problema ambiental passa para as ciências humanas, com ênfase na

relação entre processos sociais e naturais” (ALONSO; COSTA; MACIEL, 2007,

p.128).

Com a visão amplificada desse contexto, ativistas brasileiros começam a

defender diferentes causas. A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural

(Agapan), por exemplo, tinha seu foco nas questões rurais, como ocupação de áreas

para plantio e criação, além dos agrotóxicos. O Movimento Arte e Pensamento

Ecológico (Mape), que surgiu em São Paulo, em 1973 e, por sua vez, focava na

expansão da sociedade de consumo, enquanto a unidade de conservação

denominada Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) relacionava a

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degradação ambiental ao modelo de desenvolvimento, incluindo o processo de

industrialização a seus ataques e críticas (ALONSO; COSTA; MACIEL, 2007, p.129).

Nesse mesmo período, grupos ambientalistas se formaram e participaram do

início da construção do movimento ambientalista no Brasil. Somente por meio de

uma coordenação efetiva desses grupos que o processo pôde se completar. Diani

(1995) afirma que um movimento social é muito mais do que um simples

agrupamento de ativistas. Trata-se de “„redes de interação informal‟ que

compartilham identidades coletivas e se engajam em conflitos políticos ou culturais”.

(DIANI, 1995, p.13).

Em 1981, a edição da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente tornou

obrigatória para as indústrias a avaliação de impacto ambiental e o licenciamento de

atividades efetivamente poluidoras. Nessa fase, as leis contemplavam a preservação

do ecossistema sem incorporar uma dimensão social a tais questões. (Lei nº 6.938,

de 31 de agosto de 1981).

Atualmente, os conceitos que englobam o socioambientalismo são

constituídos com bases em estudos que contemplam indústrias, comunidade em

geral, práticas de manejo ambiental, educação ambiental, sustentabilidade nos

processos ecológicos e sociais.

2.3 SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE PINHAIS – PR

A região metropolitana de Curitiba, onde se situa o município de Pinhais, é

conhecida como uma região de mananciais responsável pelo abastecimento de

água em Curitiba e outros municípios como Quatro Barras, Colombo, Piraquara, São

José dos Pinhais. A atividade industrial da região também se destaca na economia

do estado do Paraná.

Para se estabelecer as características editoriais da revista Habitat, cuja

circulação limita-se, em caráter experimental, ao Colégio João Paulo II, localizado

dentro do município e, posteriormente, às demais escolas da região, é importante se

identificar o perfil socioeconômico e cultural do município e do público alvo.

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2.3.1 Dados demográficos e geográficos

Reconhecido como uma das mais importantes localidades da região

metropolitana de Curitiba, por sua condição econômica, o município de Pinhais

emancipou-se de Piraquara em 1992, quando, oficialmente, tornou-se município.

Ocupa uma área territorial de 60,92 quilômetros quadrados, ocupada na proporção

de 1.916,45 habitantes por quilometro quadrado. O município possui 117,166 mil

habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

apurados no ano de 2010.

Além de Curitiba, fazem divisa com Pinhais os municípios de Quatro Barras,

Colombo, Piraquara e São José dos Pinhais. Os rios Iraí, Atuba, do Meio e Palmital

cruzam o município de Pinhais. Esses rios formam a Bacia Hidrográfica do Iguaçu, a

maior do Paraná, responsável por grande parte do abastecimento de água tratada

na região de Curitiba. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do

município, todos esses rios apresentam altos níveis de poluição devido à ocupação

desordenada em suas proximidades, à destruição das matas ciliares1 e ao despejo

de esgoto em suas águas. Algumas regiões do município, como a chamada Área de

Proteção Ambiental (APA) do Iraí, são áreas de preservação natural, onde a

vegetação é predominantemente de Araucárias (Araucária angustifólia), também

chamada de Pinheiro-do-Paraná. Em outra grande parte do território de Pinhais a

predominância é dos chamados Campos Naturais, caracterizados pela presença de

gramíneas, ideal para as atividades agropecuárias comuns na região como, a

produção de trigo, milho e mandioca, além da criação de bovinos, suínos, ovinos,

eqüinos e galináceos, que contribuem para uma receita anual de quase 140 milhões

de reais para o município de Pinhais.

2.3.2. Dados socioeconômicos

Segundo o relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU) emitido

em 2010, o município de Pinhais ocupa o 14.º lugar entre os 399 municípios

paranaenses, na lista de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)2.

1 Formação vegetal localizada nas margens dos rios, córregos, lagos, represas e nascentes.

2 Dado utilizado pela ONU para analisar a qualidade de vida de uma determinada população.

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Devido ao crescimento industrial, em 2007 o município obteve o maior índice

de empregabilidade do estado e, em 2009, constou entre os 5 mais desenvolvidos.A

renda média per capita do município de Pinhais é de R$ 292,98, que o coloca em

30º lugar entre os municípios paranaenses (Programa das Nações Unidas de

Desenvolvimento – PNUD)3.

No ano de 2009, segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento

Econômico e Social (Ipardes) foram matriculados 20.675 estudantes no ensino

fundamental no município de Pinhais. Desse número, apenas cerca de 30%

passará pelo ensino médio no próprio município de Pinhais. A grande maioria passa

a frequentar instituições de ensino na capital. A relação entre estudantes que

frequentam o ensino público e os que frequentam o ensino particular no município,

reflete a média do estado do Paraná que é de 50 por 1. O município apresenta um

dos maiores índices de investimento em educação, por aluno, da região

metropolitana de Curitiba – enquanto entre os anos de 2000 e 2005 o município de

Araucária, por exemplo, aumentou os investimentos em educação em 7% por aluno,

no mesmo período os investimentos do município de Pinhais neste setor

aumentaram na casa de 28%.

2.4 MEIO AMBIENTE, SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Em 1972, a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente Humano,

realizada em Estocolmo, na Suécia, estabeleceu a necessidade de mudanças. É

quando surgem os primeiros conceitos do que hoje se entende por sustentabilidade.

Os princípios incutidos no conceito de desenvolvimento sustentável, segundo

Schramm (1999 apud SOARES; NAVARRO; FERREIRA, 2004, p. 43), surgem da

necessidade mundial de se racionalizar a exploração dos recursos naturais e de se

criar novas políticas internacionais sobre os processos ecológicos e sobre ações de

desenvolvimento sócio-econômico. A compreensão de novos valores, o

estabelecimento de novos padrões de comportamento e o equilíbrio na relação entre

natureza e desenvolvimento social são as bases desse conceito.

3 O PNUD, no Brasil, atua em três áreas principais: Governança Democrática, redução da pobreza, energia e

meio ambiente.

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Nas últimas duas décadas, introduziu-se em vários níveis da sociedade, o

conceito de “consciência ambiental”, que se estrutura na propagação de

conhecimento sobre fatos reais, comprovados cientificamente, pertinentes às atuais

condições ambientais do planeta. A conscientização mundial quanto ao “efeito-

estufa”, suas causas e efeitos, o desmatamento, a escassez de recursos hídricos e

outros, tem demandado ações de organismos internacionais como a Organização

das Nações Unidas (ONU), que criou seu programa de estudos ambientais, adotado

por classes empresariais em países em desenvolvimento (SOARES; NAVARRO;

FERREIRA, 2004, p. 43).

Quanto ao processo de transferência de conhecimento, ou processo de

educação, como é chamado por Crespo (2000), consideram-se duas correntes de

pensamentos sobre a função social desse processo, de acordo com esse mesmo

autor. Uma delas compreende o processo de aquisição de conhecimento como:

A aquisição de um sistema amplo e dinâmico de conhecimentos que não

são adquiridos exclusivamente através da escola, ou pela grade curricular

do chamado ensino formal, e que visa formar indivíduos críticos, capazes de

entender o mundo e a cultura onde vivem, orientando suas ações por um

padrão ético e por uma inteligência questionadora (CRESPO, 2000, p. 213).

A outra linha de pensamento é aquela na qual o autor entende a educação

como “transmissão, ensino de conteúdos sistematizados ao longo de gerações, cujo

principal objetivo é formar cidadãos adaptados, aptos a lidar com o sistema sócio-

cultural e econômico onde se inserem” (CRESPO, 2000, p. 213).

Conclui-se, portanto, que o processo de conscientização ambiental por meio

do conhecimento, ao mesmo tempo em que é responsável pelas mudanças no

comportamento social, é também delineado por um sistema de transferência de

informações em diferentes níveis sociais, temporais e humanos, sendo seus moldes

consequências do comportamento social e cultural de um povo.

Estudos apontam a articulação de várias ferramentas, como a mobilização

dos cidadãos, os estímulos econômicos e fiscais, além da educação para o meio

ambiente, como forma de solucionar os problemas ambientais. Lima (1999) afirma

que “a opção de articular a educação e o meio ambiente se deve a uma série de

motivos associados. Figura, em primeiro lugar, a importância da educação enquanto

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instrumento privilegiado de humanização, socialização e direcionamento social”

(LIMA, 1999, p.2).

Essas teorias justificam o fato de que, a partir do ano de 1999, a Educação

Ambiental passou a integrar, obrigatoriamente, o quadro de disciplinas no ensino em

todo o país. De acordo com a legislação do ensino no Brasil, a Educação Ambiental

“é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar

presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo

educativo, em caráter formal e não-formal” (Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, art.

2º). Assim sendo, tem sido aplicada associadamente à chamada “educação para a

cidadania”, na qual a ecologia, a preservação do meio ambiente e questões

relacionadas inclusive ao habitat urbano e à qualidade de vida dos habitantes

aparecem como componentes da cultura cívica e dos direitos e deveres dos

cidadãos (CRESPO, 2000, p.219).

2.4.1 Sustentabilidade e ações ambientais em Pinhais-PR

O município de Pinhais possui na sua organização administrativa, a

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, cujas competências são

descritas no site oficial da prefeitura de Pinhais:

Compete à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável o

planejamento operacional e execução da política de preservação ambiental;

definição da política de limpeza urbana, através do gerenciamento e

fiscalização da coleta, reciclagem e disposição do lixo; administração de

cemitérios; execução de projetos, construção, serviços de jardinagem,

arborização e conservação de parques, praças e áreas de lazer; promoção,

estímulo e fomento às atividades agropecuárias, apoio aos sistemas de

distribuição e abastecimento dos produtos agropecuários e outras

atividades correlatas. (Prefeitura Municipal de Pinhais, disponível em:

http://www.pinhais.pr.gov.br/aprefeitura).

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável criou em 2009 a

campanha “Acabe com o desperdício”, com o objetivo de orientar os cidadãos sobre

a forma correta de separação do lixo, a destinação dos materiais recicláveis, além

de evitar o acúmulo excessivo de dejetos no aterro sanitário. Essa iniciativa que,

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inicialmente atuava com o público estudantil das escolas municipais, foi ampliada em

2010 e passou a desenvolver trabalho junto a outros órgãos municipais. De acordo

com publicação no site da Prefeitura Municipal de Pinhais, foram utilizados, durante

o segundo ano da campanha, cartazes, panfletos, adesivos em locais públicos e

ônibus. De acordo com diagnóstico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento

Sustentável, a ação reduziu em 30% a quantidade de dejetos depositados no aterro

sanitário.

2.5 MEIO AMBIENTE NA MÍDIA

Com os reflexos da devastação ambiental se tornando cada vez mais

notáveis e ameaçadores, tem se procurado soluções que possibilitem um modelo de

desenvolvimento social e econômico mais sustentável e responsável. Neste

contexto, o papel dos meios de comunicação na conscientização e informação da

sociedade é primordial. No entanto, a cobertura da mídia sobre estes assuntos não

acompanha as necessidades reais da sociedade e do meio ambiente. Na maioria

das vezes, o interesse da mídia pelos assuntos ambientais é pautado

exclusivamente por circunstâncias trágicas, como o derramamento de petróleo na

costa norte-americana ou enchentes no Nordeste brasileiro.

A preocupação da mídia pelas questões ambientais ainda é recente. De

acordo com os professores Cidoval Morais de Sousa e Francisco Assis Martins

Fernandes, a existência de veículos especializados sobre meio ambiente no Brasil,

sejam eles eletrônicos ou impressos, ainda não significam a consolidação de uma

tradição.

Ainda segundo os professores, as questões ambientais só entram na pauta

das lutas político-sociais no final dos anos 1960, quando a mídia, primeiro na

Europa, e depois nos Estados Unidos, se sente provocada pelo tema. Maimon (1996

apud SOUSA ; MARTINS FERNANDES) afirma que, a partir daí, o desenvolvimento

dos meios de comunicação contribuiu, sobremaneira, para acelerar a consciência

ambiental da sociedade.

No Brasil, a Conferência Rio-92 é, para muitos pesquisadores, um marco

divisor de águas na cobertura midiática sobre o meio ambiente. Por um lado, houve

uma exposição do tema de forma nunca antes vista. Por outro lado, poucos dias

após o evento a temática foi praticamente abandonada pelos meios de

15

comunicação. Nas palavras de Ramos (1996 apud por SOUSA ; MARTINS

FERNANDES) foi “como se os problemas ambientais tivessem desaparecido de uma

hora para outra”.

De acordo com Ziggiati (2000 apud SOUSA; MARTINS FERNANDES),

embora os meios de comunicação de massa não tenham procurado, ao longo dos

anos, traduzir a associação do homem com o meio em que vive, a comunicação é

essencial para a conscientização pública de segmentos da sociedade sobre como

agir para a promoção do desenvolvimento sustentável. Deve, ainda, democratizar a

informação científica e tecnológica embutida nas questões ambientais.

Duas questões primordiais na discussão da cobertura midiática de assuntos

relacionados ao meio ambiente podem ser então, elencadas: o mecanismo de

agendamento dos meios de comunicação sobre temas ambientais e a forma com

que o tema é abordado pelos veículos. A primeira questão pode ser facilmente

verificada quando se analisa o teor das notícias sobre meio ambiente veiculadas na

mídia brasileira. A grande maioria está atrelada ao factual, quase sempre, de

contornos trágicos.

Sobre a segunda questão, relativa à profundidade das análises emitidas na

mídia sobre o tema, Gabriela Xavier de Abreu e Joana d‟Arc Bicalho Félix (2008)

afirmam que “a profundidade das análises emitidas na mídia acerca da temática

ambiental varia muito e tem uma relação estreita com a subjetividade da informação

jornalística”.

2.6 PROBLEMATIZAÇÃO

A busca de soluções para os impactos ambientais apresentados neste estudo

é uma tarefa de responsabilidade de todos, e de caráter prioritário. É preciso encarar

a situação com seriedade e encontrar respostas práticas, viáveis e eficientes. A

busca deve ser por soluções que propiciem o convívio harmônico entre seres

humanos e o meio ambiente, de forma que não se interrompa o desenvolvimento e,

simultaneamente, não sejam comprometidos os recursos naturais que abastecerão

as gerações futuras.

Visando minimizar os danos causados por essa relação desequilibrada, a

sociedade tem utilizado diferentes ferramentas como discussões, debates, reformas

de leis e criação de protocolos, programas de educação ambiental entre outras. No

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que concerne aos meios de comunicação, o assunto tem pautado programas de

televisão, matérias de jornais e revistas, programas de rádio e internet. O papel

desses veículos é de fundamental importância para a conscientização do público e

possível transformação positiva na sua maneira de tratar o problema.

Diante dessas considerações, questiona-se: em que medida uma revista

especializada pode contribuir para a conscientização do público adolescente quanto

às questões ambientais, além de divulgar e estimular ações sustentáveis?

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Levar aos estudantes de 8ª série do Colégio João Paulo II, no município de

Pinhais-PR, por meio de uma revista de caráter jornalístico, informações relativas à

temática socioambiental, de modo a contribuir com a sua formação cidadã e suscitar

a conscientização ambiental desses indivíduos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Produzir uma revista bimestral, com base nos preceitos da Agenda 21

Brasileira, instrumento desenvolvido pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento

Sustentável (CPDS), que se refere à educação ambiental por meio da informação.

2. Atender à necessidade de um periódico sobre o meio ambiente, dirigido ao

público adolescente, que possa ser utilizado como ferramenta de apoio didático em

atividades escolares voltadas às questões ambientais.

3. Apresentar ao leitor matérias atuais que possam contribuir com a

conscientização ambiental dos moradores das comunidades alcançadas pela

revista.

4. Atender à demanda do Colégio João Paulo II, em Pinhais, que, através de sua

diretoria, vê na revista Habitat, características que podem atendê-las por

instrumentos de apoio às suas atividades de Educação Ambiental e de incentivo ao

hábito da leitura de materiais impressos entre os alunos de 8ª série.

5. Implantar, em caráter experimental, a revista Habitat no Colégio João Paulo II,

no intuito de avaliar sua aceitação pelo público e seu desempenho comunicacional e

informativo, para que posteriormente possa ser difundida entre as demais escolas de

região.

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4 JUSTIFICATIVA

Com o avanço das discussões acerca das questões climáticas e sua relação

com o comportamento humano e desenvolvimento, avança também a necessidade

de se expandir o conhecimento com relação a procedimentos que possam reverter,

ou ao menos, desacelerar o processo de aquecimento global e degradação de

recursos naturais.

Como já abordado neste estudo, os adolescentes representam um papel

importante nesse quadro. A formação desses indivíduos é vista como um meio

eficiente de transformação dos caminhos do desenvolvimento, possibilitando um

convívio mais harmonioso entre o ser humano e o meio ambiente.

O que fazer para que esses indivíduos percebam a verdadeira dimensão do

problema, conscientizem-se de sua parcela de responsabilidade e conheçam

alternativas sustentáveis de consumo e utilização dos recursos naturais, é a

pergunta que estimulou esta equipe de pesquisa a encontrar soluções que

atendessem essa demanda. A solução apresentada foi a criação de uma revista

sobre o tema, com conteúdo jornalístico, textos educativos e estimulantes à leitura.

As definições de parâmetros para a elaboração desse produto foram obtidas

por meio de pesquisas, como questionários e entrevistas aplicados diretamente ao

público-alvo e seus professores, o que possibilitou que se dimensionasse o perfil do

público, seu nível de interesse por temas como meio ambiente e sustentabilidade,

sua acessibilidade à leitura de veículos impressos, sua capacidade de compreensão

e textos científicos e o papel da revista no processo de formação cidadã,

conscientização ambiental e educação desses indivíduos.

Experiências realizadas por professores do Colégio João Paulo II, utilizando-

se de artigos e reportagens retiradas de revistas e jornais, com os alunos de 8.ª

série, comprovam que as reações dos estudantes são positivas sob diferentes

aspectos. Professores das disciplinas de Ciências e Língua Portuguesa, do Colégio

João Paulo II, foram questionados quanto ao aproveitamento dos alunos e seus

resultados sob aspectos comportamentais. Os professores entrevistados foram:

Nilton César Azevedo, professor da disciplina de Ciências, e Caroline Berger,

professora da disciplina de Língua Portuguesa.

19

Com relação à receptividade dos alunos a textos científicos trabalhados em

sala de aula e quanto às formas de avaliação de resultados propostas pelos

professores, Nilton César Azevedo afirma haver por parte dos alunos manifestações

que refletem receio ao se depararem com textos volumosos, ou seja, com mais de

50 linhas. Segundo o professor, os alunos também se surpreendem com

terminologias científicas que desconhecem. “Num segundo instante, sua surpresa

passa a ser com os termos científicos.”

Como forma de superar as dificuldades dos estudantes nesses dois aspectos

da leitura, volume de texto e vocabulário desconhecido, o professor propõe uma

leitura coletiva à medida que esclarece o significado dos termos específicos da

matéria utilizados no decorrer do texto, relacionando-os com exemplos práticos,

próximos à realidade dos estudantes. Segundo Azevedo, experiências e avaliações

individuais comprovam que, dessa forma, as dificuldades iniciais são superadas.

Parte do desinteresse dos estudantes pela leitura, de acordo com as

avaliações dos professores entrevistados, deve-se ao fato de que os textos

científicos utilizados com apoio didático não são produzidos especificamente para

esse público, o que os torna “monótonos e complexos”. Utilizando-se de textos

extraídos da internet, Azevedo tem obtido, segundo ele, uma melhor resposta dos

alunos, apesar de não confiar plenamente nas fontes, que precisam ser checadas.

Os textos são selecionados seguindo os seguintes critérios: volume, complexidade,

proximidade do aluno com o tema.

Como forma de avaliação, os professores realizam debates e discussões em

sala de aula, além de proporem trabalhos individuais ou em equipe que estimulem o

estudante a se aprofundar mais no tema e levar o assunto para sua vida além da

escola. Essas atividades, de acordo com a perspectiva dos entrevistados,

influenciam o comportamento e a consciência ecológica dos alunos, desde que haja

uma intermediação do professor para que o aluno possa relacionar o conhecimento

adquirido com situações práticas do dia a dia e transformá-lo em ações.

A entrevista revela que há dificuldade por parte dos professores em encontrar

conteúdo adequado aos estudantes nos veículos de mídia impressa disponíveis. A

internet tem sido uma fonte utilizada apesar da baixa confiabilidade nas informações

contidas nos textos.

Outro aspecto constatado é a carência de conteúdo que represente

proximidade com o leitor em questão. Questões globais sobre meio ambiente têm

20

pautado jornais e revistas, enquanto problemas regionais mais próximos da

realidade do dia-a-dia dos leitores. Ainda assim, pode-se concluir que os textos

jornalísticos, informativos, combinados com a orientação didática dos professores,

têm contribuído com a conscientização e a mudança comportamental dos

estudantes. Esses alunos têm sido capazes de transformar o conhecimento

adquirido em ações sustentáveis, além de disseminá-las em seu meio social.

Quanto à redação dos textos utilizados pelos professores como material de

apoio nas atividades de Educação Ambiental, Caroline Berger, professora da

disciplina de Língua Portuguesa do Colégio João Paulo II, constatou pontos positivos

e negativos na sua aplicação didática e informativa. O principal fator de dificuldade

para os alunos, segundo ela, é a desatenção. Apesar de demonstrarem interesse

pelos temas, textos muito longos causam “dispersão de interesse”. Textos

adequados a esse público têm sido encontrados na internet pelos professores,

contudo, grande parte deles exige alterações como resumo, interpretações e

inserções de subtítulos. O objetivo dos professores é dinamizar a leitura e aproximar

a abordagem do tema à realidade do público leitor.

Os professores notam que materiais de apoio como textos de jornais, revistas

e internet são eficientes no processo de desenvolvimento de habilidades para

redação. De acordo com as avaliações obtidas pelos professores no decorrer de um

ano letivo, os alunos apresentam enriquecimento no seu vocabulário e maior clareza

aos expressar suas ideias na forma escrita.

A entrevista com a professora revela que os textos jornalísticos utilizados em

sala de aula representam um instrumento bastante utilizado no processo

educacional. Suas experiências lhes permitem constatar que a utilização de textos

jornalísticos nas atividades escolares, especialmente nas disciplinas de Ciências e

Língua Portuguesa, contribui para o aprimoramento de vocabulário, melhora na

redação e aumento do conhecimento.

Portanto, com base nos números obtidos com as pesquisas e nas

constatações dos professores quanto a utilização de revistas como veículo

informativo e de apoio educacional, sinalizam que uma revista escrita com

linguagem simplificada, que aborde temas de relevância para o público-alvo,

especialmente sobre questões com as quais esse público se identifique, e

disponibilizada gratuitamente, poderá suprir a lacuna deixada pelos veículos já

existentes.

21

4.1 SEGMENTAÇÃO

A equipe constatou, por meio de pesquisa exploratória ao conteúdo das

revistas Veja e Nova Escola, publicadas entre janeiro e setembro de 2010, que

esses veículos abordam com muito maior frequência temas com o foco para as

questões globais, desprezando assuntos regionais que interferem diretamente na

vida das pessoas de pequenas comunidades, como acúmulo de lixo, poluição dos

rios que abastecem o município, soluções locais de sustentabilidade, por exemplo.

As duas publicações examinadas foram escolhidas por serem duas das revistas de

maior veiculação no país neste segmento, segundo dados do Instituto Verificador de

Circulação (IVC). Essa constatação é também sustentada por Ramos (1995, p.151)

que percebe os assuntos relevantes a uma pequena porção geográfica e social “(...)

não encontram o mesmo espaço nos meios de comunicação ou repercussão

proporcional a sua importância”.

Paralelamente a essas duas revistas, foram analisados também os jornais

locais da região de Pinhais. Por serem esses veículos de circulação restrita àquele

município, seu conteúdo é direcionado ao público habitante daquela região. A equipe

analisou os exemplares dos jornais Gazeta de Pinhais, Agora Paraná e Jornal

Informativo da Prefeitura de Pinhais publicados entre 20 de março e 15 de abril de

2011. Durante esse período não ocorreu nenhuma publicação de destaque a

respeito do tema meio ambiente e sociedade nesses veículos.

O jornal Agora Paraná, de distribuição gratuita e diária, trata do assunto, meio

ambiente e sociedade, de forma superficial. Nas edições analisadas a forma de

abordagem do tema não proporciona informações que possam gerar algum tipo de

discussão ou conscientização na sociedade, especialmente nos adolescentes, visto

que o veículo não é voltado para esse público e consequentemente, nem tampouco

sua linha editorial.

Já no jornal informativo de distribuição semanal, o tema mencionado quando

indexado a algum evento da prefeitura relacionado ao assunto onde os líderes

políticos vão estar presentes. No informativo, percebe-se que os textos carregam

propagandas da prefeitura e do prefeito. O veículo é usado para destacar

inaugurações de postos de saúde, hospitais, fábricas entre outros. Assuntos

relevantes como o meio ambiente nesse caso não são publicados com frequência.

22

A Gazeta de Pinhais, dentre os periódicos analisados, foi o que não publicou

conteúdo algum sobre meio ambiente e sustentabilidade. Observa-se, portanto, que,

ainda que esses veículos não tenham como público-alvo os adolescentes ou

estudantes do ensino fundamental do município de Pinhais, o público em geral não

teve acesso a informações pertinentes ao tema, por meio de veículos impressos, de

forma satisfatória, ou seja, de modo a informar os leitores, promover discussões e

promover transformações sociais.

Diante disso, percebeu-se a necessidade da criação de uma revista que

aproxime o leitor da realidade de sua comunidade e contribua na formação de

cidadãos conscientes capazes de agirem e influenciarem seu meio em favor do

equilíbrio na relação entre desenvolvimento e meio ambiente.

A opção de se desenvolver uma revista impressa, entre tantas outras

plataformas de comunicação, deve-se a algumas de suas características, que a

tornam mais interessante em vários aspectos: o formato, o custo de produção,

perenidade dos registros impressos, a portabilidade e a praticidade.

A revista, de periodicidade bimestral, possibilita que haja, através da interação

com os leitores, uma adequação do conteúdo conforme o interesse e o perfil

identificado de leitor. Além disso, atende à demanda apresentada pelo Colégio João

Paulo II, que usará a revista como material de apoio educacional em atividades das

disciplinas avaliadas bimestralmente.

Segundo Boas (1996, p.41), as revistas, por terem periodicidades estendidas,

tendem a pautar discussões relevantes para cada público segmentado. Assim,

diante de um cenário que sofre frequentes mudanças, onde novas propostas e

iniciativas despontam constantemente, a revista Habitat poderá apresentar conteúdo

atualizado a cada edição. Além disso, devido à interação disponibilizada entre a

revista Habitat e o leitor, a periodicidade bimestral viabilizará a adequação das

edições subsequentes, em acordo às reações do público.

23

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 O SURGIMENTO DO GÊNERO “REVISTA”

Em 1663, na Alemanha, é lançada aquela que é considerada a primeira

revista da história. A Erbauliche Monaths-Unterredungen tinha o aspecto de um livro,

mas era periódica e tratava apenas de Teologia. A periodicidade e sua orientação a

um público específico eram características inovadoras. Assim, inspirou publicações

semelhantes ao redor do mundo.

De acordo com a jornalista Marília Scalzo (2004), mesmo ainda longe do

formato de revista conhecido atualmente, esses veículos deixavam clara a missão

do novo tipo de publicação que surgia. Nas palavras dela, as “revistas” da época

tinham o objetivo de “destinar-se a públicos específicos e aprofundar os assuntos –

mais que os jornais, menos que os livros” (SCALZO, 2004, p. 19).

Nos Estados Unidos, os primeiros títulos nascem em 1741 e, até o final do

século XVIII, uma centena de publicações tomam conta do mercado, que hoje é um

dos maiores do mundo com mais de 6 bilhões de exemplares vendidos anualmente.

No Brasil, esse número não passa de 600 milhões.

Uma iniciativa que viria a se transformar em modelo em todo o planeta surge

em 1842 com a revista Illustrated London News, da Inglaterra. Considerada a

primeira revista ilustrada, vinha com 16 páginas de texto e 32 de gravuras, que

retratavam os acontecimentos de Londres em forma de desenhos. Com o

aperfeiçoamento das técnicas de fotografia e impressão, a fórmula foi copiada em

todos os países.

No entanto, uma dos fatores que mais contribuíram para o progresso do

gênero “revista” foi o surgimento da primeira revista semanal de notícias. A Time,

lançada em 1923 pelos jovens Briton Hadden e Henry Luce, nos Estados Unidos,

aparece com um objetivo diferente. Ainda nas palavras de Marília Scalzo (2004), “a

ideia era trazer notícias da semana, do país e do mundo, organizadas em seções,

sempre narradas de maneira concisa e sistemática, com todas as informações

cuidadosamente pesquisadas e checadas” (SCALZO, 2004, p. 22).

Esse novo modelo de revista era baseado na receita editorial que tinha em

vista a necessidade de informar os leitores de forma rápida e direta, em razão de um

24

estilo de vida mais agitado, conseqüência do crescimento das cidades e do ritmo de

vida da população.

Guiados ainda pela ideologia norte-americana do culto ao sucesso,

acabaram inaugurando uma ideia que também daria a volta ao mundo e

produziria similares em todo o planeta, inclusive no Brasil, com o surgimento

de Veja, em 1968. (SCALZO, 2004, p. 23).

Até a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, não havia imprensa

no país. Somente quando, fugidos da guerra e do imperador francês Napoleão

Bonaparte, Dom João XVI e a família real chegam ao Brasil, é que aparecem as

primeiras revistas brasileiras.

A primeira revista publicada no Brasil, As Variedades ou Ensaios de

Literatura, surge em 1812, em Salvador, na Bahia. No ano seguinte, no Rio de

Janeiro, é lançada a revista O Patriota. As duas publicações ainda conservavam

características mais próximas dos livros que das revistas como conhecemos hoje.

Em 1928, o mercado editorial brasileiro conhece o que viria a ser um dos

maiores fenômenos do jornalismo nacional. A revista O Cruzeiro, criada pelo

empresário Assis Chateaubriand estabelece, segundo a jornalista Marília Scalzo

(2004), “uma nova linguagem na imprensa nacional, através da publicação de

grandes reportagens e dando uma atenção especial ao fotojornalismo” (SCALZO,

2004, p.30). Chega a vender cerca de 700 mil exemplares por semana na década de

1950.

Em 1966, em uma época de endurecimento da ditadura militar inaugurada

dois anos antes, a revista Realidade estabeleceu novos parâmetros de qualidade

jornalística no Brasil. Em dez anos, a publicação, ganhou sete prêmios ´Esso´ de

jornalismo e chegou a vender 446 mil exemplares em um único mês.

Atualmente, sua substituta, Veja, fundada em 1968, é a revista mais vendida

do país. Ao contrário do que acontece em outras partes do mundo, onde as revistas

semanais de informação vendem bem, mas são suplantadas por revistas de tevê,

Veja é a única a desfrutar desta condição de líder de mercado.

25

5.2 CARACTERÍSTICAS E LINGUAGEM DE REVISTA

A primeira característica das revistas que se destaca e as diferencia

frontalmente de outros veículos de comunicação impressa é seu formato. São, na

maioria das vezes, fáceis de manusear e guardar. O tamanho das revistas varia

entre 13,5 x 19,5 cm a 25 x 30 cm. O formato mais comum, adotado por Veja e

Time, é o de 20,2 x 26,6 cm. Estas proporções garantem a melhor utilização do

papel e, consequentemente, maior economia.

O formato por si só não garantiria às revistas um grau de diferenciação tão

grande em relação a seus concorrentes. A qualidade do papel e da impressão

também são fatores importantes na definição de uma revista. A qualidade de texto e

imagem faz do veículo um meio de comunicação mais adequado a comunicar certos

temas. Nas palavras da jornalista Marília Scalzo (2004), “dá para imaginar um jeito

melhor de fornecer dicas de decoração ou de mostrar o novo desenho de um carro,

por exemplo?” (SCALZO, 2004, p. 35).

Todos esses fatores, somados, resultam em uma característica essencial na

definição de uma revista: sua durabilidade. Esta não é apenas física, relacionada ao

suporte, mas também ao seu conteúdo. Revistas duram mais não apenas pela

qualidade do papel, muito superior ao utilizado em jornais, mas também por seu

conteúdo.

O conteúdo de uma revista tem a ver, essencialmente, com sua periodicidade.

São, geralmente, semanais, quinzenais ou mensais. E isso interfere sobremaneira

no trabalho dos jornalistas. Fatos, acontecimentos, desastres se sucedem todos os

dias, em todos os momentos. Esta é a matéria prima dos meios de comunicação de

massa. A revista, em razão de sua periodicidade, não pode, nem deve tentar

competir com meios mais “instantâneos”, como rádio, internet e jornais diários.

Não dá para imaginar uma revista semanal de informações que se limita a

apresentar para o leitor, no domingo, um mero resumo do que ele já viu e

reviu durante a semana. É sempre necessário explorar novos ângulos,

buscar notícias exclusivas, ajustar o foco para aquilo que se deseja saber, e

entender o leitor de cada publicação. (SCALZO, 2004, p.41).

26

Cada veículo de imprensa, seja impresso, radiofônico ou televisivo, tem sua

própria maneira de atrair os leitores e apresentar os fatos. A revista compreende

uma grande variedade de estilos sem, no entanto, perder de vista as regras básicas

do estilo jornalístico.

Enquanto o jornal diário se baseia na tradição das fórmulas já consagradas,

as revistas se preocupam, segundo o jornalista Sergio Vilas Boas, “com sua

contemporaneidade e atualidade”. Assim, o texto de uma revista não irá se utilizar

de modelos de redação muito rígidos, como no texto de um jornal diário. “Nas

magazines de informação-geral, o texto é organizado em tópicos frasais e

documentações. Trata-se de abordar o assunto, não o fato. Este fica por conta dos

jornais, do rádio e da televisão” (VILAS BOAS, 1996, p. 72).

Outra característica básica do jornalismo de revista, ainda segundo Sergio

Vilas Boas, é a interpretação. De acordo com ele, interpretar significa “submeter os

dados recolhidos a uma seleção crítica e depois transformá-los em matéria” (1996,

p. 72).

Assim, o texto de revista, marcado pelas características do jornalismo

interpretativo tenta determinar a essência do acontecimento não apenas pelo fato

em si, mas, sim, pela análise da teia de forças que atuam na produção deste

acontecimento. Daí que a matéria oriunda deste modo de produção pode ser

considerada produto de um trabalho coordenado, já que passa para o receptor a

informação em sua totalidade. É o que Sergio Vilas Boas chama de “diagnóstico”.

Enquanto o jornalismo informativo se contenta com a mera narrativa dos

fatos, o jornalismo interpretativo se ocupa da visão de todos os fatores que

contribuem para a compreensão do acontecimento. Neste contexto, Vilas Boas faz

uma distinção interessante que nos ajuda a compreender a diferença de “pontos de

vista” entre o jornalismo de revista e outros estilos jornalísticos. Para ele, o

jornalismo informativo tem a ideia de que “dar uma olhada” é mais importante que

“ter uma visão” (1996, p. 79).

A terceira característica apontada por Sergio Vilas Boas na caracterização do

estilo magazine é o que ele chama de “sensacionalismo sem data”. O conceito está

intimamente ligado à periodicidade e ao elemento interpretativo presente nas

revistas. Segundo o jornalista, os assuntos considerados de interesse são

abordados, por todos os meios de comunicação, por vieses espetaculares.

27

A diferença reside no fato de que no jornalismo diário esta espetacularização

é datada, ou seja, refere-se a um fato recente ou muito próximo da produção da

matéria. Na revista, que não tem preocupação direta com o factual, este

sensacionalismo é, quase sempre, sem data.

5.3 JORNALISMO ESPECIALIZADO / JORNALISMO AMBIENTAL

O jornalismo ambiental é uma das áreas de especialização do jornalismo. Isso

significa que deve seguir todas as regras gerais da profissão. Em tempos de

grandes preocupações da sociedade em torno de questões como preservação do

meio ambiente e desenvolvimento sustentável, essa área do jornalismo deveria ter

um status mais importante do que o apresentado na mídia atualmente.

De acordo com o jornalista Roberto Villar, “a existência e a própria qualidade

das notícias publicadas estão diretamente relacionadas à mobilização da sociedade

em torno do tema” (VILLAR, 1997). A afirmação refere-se ao fato de que a

publicação de notícias relacionadas aos assuntos socioambientais só têm vez na

mídia quando se tratam desastres naturais ou qualquer outra situação que apresente

sinais de gravidade muito grandes.

Os grandes grupos de comunicação do país sabem que não podem ignorar

a questão ambiental, meramente por uma questão de mercado, e por isso

fazem pequenas concessões, abrindo janelas periféricas aqui e ali. No

entanto, mantêm o jornalismo ambiental com um status marginal. E o

jornalista que se especializa é rapidamente tachado de ecochato ou

ecologista, minando a credibilidade do profissional. Principalmente quando

começa a discutir com profundidade as questões ecológicas e denunciar

grandes empresas poluidoras. (VILLAR, 1997).

Para o jornalista André Trigueiro, um dos fatores determinantes para este

“status marginal” apontado por Villar, é a falta de especialização do jornalista.

Segundo ele, a quase inexistência de cadeiras de jornalismo ambiental nos cursos

de Jornalismo é uma das razões para que esta área não tenha, na mídia, presença

proporcional à gravidade de seus temas (TRIGUEIRO, 2007).

De acordo com o ambientalista Sergio Besserman, a consciência em torno da

importância dos assuntos socioambientais está diretamente relacionada às

28

informações disponíveis sobre o tema. “No necessário caminhar da Humanidade no

século XXI, em direção a uma maior consciência da sua relação com a natureza da

qual faz parte, superar a lacuna das informações ambientais é um dos passos

fundamentais” (BESSERMAN, 2003, p. 105).

A opinião do ambientalista é compartilhada pela também ambientalista Marina

Silva, que considera que o jornalista tem um papel primordial na disseminação de

informações antes acessíveis apenas aos especialistas.

Vi muita gente boa, bem informada, especializada, mas revelando certo

cansaço de falar e ouvir as mesmas coisas com tão pouco resultado prático.

Era como se aquele conhecimento avançado e aquela linguagem

especializada nos apartassem do mundo corriqueiro das pessoas. (SILVA,

2003, p.10).

Para a jornalista paranaense Tereza Urban, o jornalista deve ser a ponte que

possibilita o contato entre os conhecimentos científicos e acadêmicos e o receptor

das mensagens.

O aprendizado diário de novas palavras e conceitos faz parte da profissão

do jornalista, que se vê obrigado, simultaneamente, a entender, aplicar e

explicar o novo para quem está na outra ponta da informação: o leitor,

ouvinte ou telespectador. Nem sempre essa é uma tarefa simples, porque a

linguagem especializada, fruto da aplicação da ciência aos fatos, introduz

elementos complexos com os quais o público leigo não está familiarizado.

(URBAN, 2002, p.7).

Assim, a importância do jornalismo ambiental está, justamente, na

disseminação da informação técnico-científica traduzida em uma linguagem

acessível para o maior número de pessoas, para que as questões socioambientais

sejam, efetivamente, incorporadas ao universo de temas discutidos mais

profundamente pela sociedade.

5.4 JORNALISMO SEGMENTADO / JORNALISMO INFANTOJUVENIL

As crianças e adolescentes representam uma parcela importante da

sociedade que interage “ativamente com adultos e outras crianças, com o mundo,

29

sendo parte importante na consolidação dos papéis que assume e de suas relações”

(COHN, 2005, p. 28). Mesmo diante dessa afirmação, o público adolescente tem

sido, de uma forma geral, desprezado pelos veículos impressos, especialmente

revistas, no que se refere às questões relevantes à formação do indivíduo como

agente participante de mudanças e desenvolvimento social.

A mídia atual tem um papel importantíssimo na educação e formação

intelectual do público adolescente. Para isso, é fundamental que os produtos

midiáticos sejam adequados ao público ao qual são designados, tanto no aspecto

editorial quanto gráfico. Uma pesquisa realizada pela Agência de Notícias dos

Direitos da Infância (ANDI) e o Instituto Ayrton Senna aponta falhas na produção de

publicações voltadas para o público adolescente, utilizando linguagem inadequada

para compreensão por parte desse público. Deixando, portanto de cumprir seu papel

de instrumento de formação de cidadãos. (ANDI, 2002, Primeiras Palavras).

Adequar o veículo ao público significa atender aos seus interesses ao mesmo

tempo em que se respeita sua capacidade cognitiva. Para Mônica Celestino, a

linguagem desses veículos deve ser madura, ainda que acessível, para que o

aprendizado seja possível. “O amadurecimento da linguagem afeta, com

profundidade, as condutas do público infantil, tanto no nível intelectual, como

afetivo”. (CELESTINO, 1996, p.123). O papel que a mídia tem de informar e formar

cidadãos está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Diante das atuais circunstâncias de disponibilização de informações, esse

público passou a receber informações em larga escala e em grande frequência.

Esse novo contexto não apresenta filtros nem tampouco limites, permitindo que

informações cheguem a esse público de forma descontrolada, descrevendo uma

realidade vista pelo ponto de vista de terceiros, ou por aqueles considerados os

produtores de informação. O estímulo social ao consumo desse tipo de produto

cultural impede que esses indivíduos desenvolvam seu senso crítico e sejam

capazes de criar conceitos e opiniões a respeito do mundo em que vivem.

Constata-se, portanto a necessidade de se criar um veículo que aproxime o

adolescente das realidades sociais e que lhe entregue informações com as quais ele

possa desenvolver conceitos de cidadania e desempenhar seu papel na sociedade.

30

5.5 COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Para a sociedade, a comunicação tem um poder de influenciar no

comportamento e nas atitudes de cada um. O poder dos meios de comunicação de

massa é ideológico e depende de interesses políticos dos veículos de comunicação.

É um jogo de interesses entre mídia e poder político, onde só são transmitidos

conteúdos que sejam escolhidos em comum acordo.

O receptor da mensagem tem uma visão superficial do que é transmitido e é

alvo de uma grande difusão de conteúdo, tornado-se assim objeto da comunicação.

Antigamente, o homem era reflexo das atitudes de sua família, dos ensinamentos da

igreja e do Estado. Hoje, ele se tornou um produto dos meios de comunicação que

transformaram completamente seu modo de pensar e agir.

Segundo Arnaldo Beltrami, os meios de comunicação de massa são os

principais causadores dessa revolução. “O homem é envolvido de todos os lados

pelos MCS e nunca se falou tanto em informação e linguagem” (BELTRAMI, 1976, p.

16).

Hoje, os meios de comunicação têm grande relevância na humanidade, por

expandir a informação de forma rápida e clara levando ao espectador diferentes

estilos de linguagem, fazendo assim com que isso desperte uma conscientização a

respeito de determinado assunto. Aproxima mais o espectador da realidade, é a

base para a relação entre o homem e a sociedade. A comunicação se faz presente

em nossa vida de diferentes formas: pelo movimento, pela fala, pelas imagens, em

textos, entre outros.

Os meios de comunicação disseminam as mensagens e a maneira de decifrar

depende do destinatário, é o que dizem os autores Almir Moreira e José Maria de

Souza Dantas. “Quanto maior for o numero de signos familiares a um público, por já

fazerem parte do seu repertório, maior será seu poder de comunicação”. (Moreira e

Dantas, 1977, p. 206).

Na revista Habitat, busca-se trabalhar uma forma de comunicação de fácil

entendimento para o público alvo, alunos de 8.ª serie do Colégio João Paulo II. Com

objetivos em comum, a comunicação e o processo de conscientização ambiental

estão relacionadas com a intenção de informar, mas também de educar, e isso

independe de quem recebe ou de quem envia a mensagem ou do tipo de linguagem

usada. Nesse caso, a mídia deveria ser um modelo ético a ser seguido e dar

31

prioridade para os assuntos de maior importância para a sociedade, por exemplo, a

educação ambiental. A revista Habitat propõe a disseminação de conhecimentos

sobre sustentabilidade e consciência ambiental, disponibilizando esse modelo.

A comunicação pode ajudar na conscientização da população em relação ao

meio ambiente e principalmente como as informações chegam para as crianças, e

as influências da mídia em seu comportamento. Segundo Cecilia Von Feilitzen e Ulla

Carlsson (2002), a expansão generalizada de informações precisa combinar com a

educação.

Se a educação para a mídia deve evoluir de um esforço fragmentado feito

por indivíduos dedicados e por algumas organizações, para um movimento

nacional, precisa ser integrada em uma Política Nacional da Mídia, que está

sendo discutida. A expansão generalizada dos vários meios de

comunicação precisa ser combinada com esforços para educar o público

com relação ao uso criterioso da mídia, de forma que ela continue a fazer

parte da esfera pública, ao invés de ser apropriada por companhias e

profissionais de mídia. (Feilitzen e Carlsson, 2002, p. 298).

Sua identificação com o espaço onde vive ajuda também a compreender

melhor os problemas relacionados ao seu cotidiano e isso deve estar presente

sempre, inclusive na escola para aproximá-los ainda mais da realidade. É o que diz

a autora Zilma de Moraes Ramos de Oliveira (2003): “a personalização de espaços e

objetos é elemento crucial no desenvolvimento da identidade pessoal – não nos

vemos como indivíduos soltos no espaço, em um vácuo, mas como indivíduos que

vivem em determinado momento histórico-social, morando em certos lugares e

possuindo certos objetos” (OLIVEIRA, 2003, p. 109).

Portanto, a conscientização ambiental para os adolescentes é fundamental

para que eles se tornem os propagadores de ações modificadoras. Isso deve ser

encarado como um processo permanente, pois as transformações ambientais são os

reflexos do comportamento humano. Sendo assim, por meio do processo de

conscientização, podem-se promover os valores ambientais não somente pelas

respectivas informações apresentadas pelos meios de comunicação, mas também

pela prática diária dessas informações.

32

5.5.1 Educomunicação

Todo o tipo de comunicação é necessário ao ser humano e os meios de

comunicação, independente de qual seja, ajuda a discutir ideias e dialogar mais com

a população. Eles também podem servir como uma forma prática para se educar

jovens e crianças. A educação é direito de todo cidadão.

A educação é fator de desenvolvimento da cidadania, que

fundamenta e amplia a vivência da democracia, em um país tão

cheio de contrastes, ambiguidades e contradições como o nosso.

Ter acesso à educação, um direito de todos e um dever do Estado,

sempre foi um processo marcado por lutas e reviravoltas de todo o

tipo, ao longo da história brasileira. Trabalhar em educação,

estudar e se profissionalizar têm sido um desafio, no sentido de

superar condições precárias de ensino, desigualdades na

distribuição de oportunidades, formação insuficiente, baixos

salários, falta de recursos, e não determinação das prioridades

nacionais (XAVIER, 1994, p.33).

Com a ajuda da tecnologia, a comunicação desempenha um papel

fundamental na formação da sociedade e as práticas educomunicativas tendem a

formar um novo discurso a respeito de educação, diferente desse que estamos

habituados. O professor da Universidade de São Paulo (USP) Ismar de Oliveira

Soares, diz que o termo Educomunicação é a união de dois processos que, em

comum têm o objetivo de educar utilizando os meios de comunicação. A

Educomunicação também pede ações práticas para que esse método de ensino

possa ser eficaz.

Soares acha que a comunicação desempenha um papel fundamental na

formação da sociedade e as práticas educomunicativas tendem a formar um novo

discurso a respeito de educação, diferente desse que estamos habituados. É uma

forma mais autônoma de se educar e varia de acordo com os profissionais da área.

Toda vez que o jornal oferece subsídios para que a

população e seus leitores entendam o sistema de

comunicação e promovam a sua própria comunicação, ele já

está exercendo esse papel de mediador de uma comunicação

alternativa (SOARES, 2002).

33

Ainda segundo ele, a prática desse plano de ensino depende também da

instituição, pois exige uma quebra de regras que já estão consolidadas e precisa de

certo tempo para adaptação. Hoje, algumas escolas não acompanham o

desenvolvimento educacional e se prendem aos padrões. A educomunicação surge

com uma proposta inovadora de ensino, que é a de utilizar os meios de

comunicação para que eles sirvam de apoio para as aulas de diferentes disciplinas.

É um método dinâmico, prático de aproximar o aluno dos principais assuntos

relacionados ao meio em que vive.

A revista, por fazer parte desse grupo de meios de comunicação em massa,

foi escolhida pelos pesquisadores deste projeto, com a função de servir como

material de apoio para estudantes de 8.ª série do Colégio João Paulo ll, que ainda

adota meios tradicionais de ensino.

5.5.2 Educomunicação nas escolas

Os meios de comunicação podem ser considerados agentes importantes na

educação e transformação comportamental dos indivíduos. A televisão e o radio são

os veículos mais utilizados para se informar e também os que mais aproximam o

individuo da sua realidade.

Aliada à educação e servindo de instrumento para disseminá-

la sempre esteve a comunicação através da música e da

ginástica. Na Grécia antiga a educação já era tida como um

meio de comunicação. Percebia-se a necessidade da

integração entre ambas para o desenvolvimento da

humanidade. Uma complementando a outra. (MANACORDA,

2002, P.11).

A didática dinâmica faz com que os alunos se interessem mais por alguns

assuntos. Ao invés de ler um texto em sala de aula sobre reflorestamento, os

professores poderiam levar os estudantes para plantar árvores num local onde

ocorreu desmatamento ilegal.

Há certa inquietação das instituições e, segundo Ismar de Oliveira Soares,

também parece haver desconfiança.

34

A escola tem ainda certa desconfiança. Estão invadindo a

nossa praia! O medo de que algo novo venha perturbar a

ordem estabelecida ou trazer novos atores ao processo

educativo. Nós não trabalhamos somente com educadores.

Quando nos convidam, nós sempre pedimos que crianças e

adolescentes estejam juntos. Quando isso acontece, e o

professor experimenta, ele vê o quanto os alunos passam a

aderir; eles também começam a achar interessante essa

ideia. Temos aí uma passagem da desconfiança para o

envolvimento (Site: Programa Jornal e Educação).

Nesse âmbito da comunicação os meios impressos se destacam como fonte

de informação. Isso gera oportunidade para que as escolas possam incorporar

esses veículos de comunicação para ajudar os alunos a compreender e desenvolver

melhor suas habilidades.

A característica de propiciar a interação e a construção

colaborativa de conhecimento da tecnologia de informação e

comunicação evidenciou o potencial de incitar o

desenvolvimento das habilidades de escrever, ler, interpretar

textos e hipertextos. (ALMEIDA, 2005, p. 41).

5.5.3 Uma proposta para a educação ambiental

Devido às transformações do meio ambiente, ao aquecimento global e a

outros fatores que colocam o planeta em estado de alerta, é que existe uma

necessidade de reverter o quadro no que diz respeito à educação ambiental. A

mudança comportamental, os valores e as atitudes são enfatizados, e estão sendo

exigidos para servir de alerta para essa situação de emergência. Grandes

queimadas de áreas florestais, animais em extinção, acumulo de lixo, poluição dos

rios, mudanças climáticas, poluição do ar e tantos outros fatores fazem com que

haja a necessidade de se educar de forma eficiente a respeito desses assuntos

ambientais.

A experiência na escola pode favorecer mudanças comportamentais de cada

estudante. Assim as metas de um educomunicador deveriam estar associadas a

temas, como o meio ambiente e a atividades fora dos portões da escola. Educar e

35

comunicar não apenas com livros científicos e técnicas arcaicas de ensino, mas

incentivar a produção de um novo discurso, sobretudo, ético e de feito forma

responsável. Segundo Moran, em Os meios de comunicação na escola, o educador

deve incentivar e apostar em conteúdos interessantes para os alunos e isso irá

contribuir para ampliar seu conhecimento.

Orientador/mediador intelectual – informa, ajuda a escolher a

informações mais importantes, trabalha para que elas se

tornem significativas para os alunos, permitindo que eles

compreendam, avaliem - conceitualmente e eticamente -

reelaborem e adaptem-nas aos seus textos pessoais

(MORAN, 2000, p.30).

Os meios de comunicação de massa servem como suporte e para incentivar a

proteção ao meio ambiente. Com o veículo para difundi-las, essas informações em

conjunto com o método de se educomunicar atingem objetivos de incentivar a

criança, o jovem e o adolescente a cuidar melhor do meio ambiente e colaborar para

a construção de um mundo mais saudável.

36

6 METODOLOGIA

Conforme Michaliszyn e Tomasini (2007), metodologia “é o ramo da lógica

que se ocupa dos métodos utilizados nas diferentes ciências. Pode-se conceituá-la

ainda como parte da ciência que estuda os métodos aos quais ela própria recorre.

Tais métodos caracterizam-se como o corpo de regras e diligências estabelecidas

para realizar uma pesquisa”. (MICHALISZYN ; TOMASINI, 2007, p.47).

Pretende-se apresentar nesse trabalho de conclusão de curso a importância

de tratar os assuntos relacionados ao comportamento da sociedade em relação ao

meio ambiente, conforme descrito no capítulo 4 deste trabalho, em especial com os

estudantes da 8ª série do Colégio João Paulo II. O público foi definido diante da

solicitação por parte da diretora pedagógica do Colégio João Paulo II, Mara Regina

Colasso Reginato, após ter analisado a proposta da revista Habitat, enquanto projeto

de estudo acadêmico e ter identificado em suas características, um produto que

potencialmente atenderia sua demanda por material informativo sobre meio

ambiente, ferramenta didática de apoio nas atividades de educação ambiental e

instrumento de incentivo à leitura aos estudantes.

Segundo Mazzoti e Gewandsznajder, um projeto de pesquisa “consiste

basicamente em um plano para uma investigação sistemática que busca uma

melhor compreensão de um dado problema. É um guia, uma orientação que indica

aonde o pesquisador quer chegar e os caminhos que pretende tomar”. (MAZZOTI e

GEWANDSZNAJDER, 2004, p. 149).

Para identificar o nível de conhecimento e interesse do público-alvo nas

questões relacionadas ao meio ambiente e às ações sustentáveis, foram realizadas

pesquisas que possibilitaram medir opiniões, atitudes, preferências e

comportamento desse grupo específico.

Os instrumentos utilizados foram os seguintes: questionário, estudo

bibliográfico, pesquisa de campo, o uso de fontes primárias e secundárias, entre

outros. Para se obter informações que permitissem identificar o perfil do público, foi

elaborado um questionário com base na Escala Likert, ou escalas somadas, que

requer que os entrevistados indiquem um grau de concordância ou discordância em

relação ao tipo de atitude medida. As declarações de concordância receberam

valores positivos ou altos enquanto as negativas receberam valores baixos.

37

As escalas podem ir, por exemplo, de 1 a 5, de 5 a 1, ou de +2 a -2, passando

por zero. Neste caso, as declarações dos entrevistados devem expressar respostas

claras em vez de respostas neutras. Mattar (2001) explica que a cada célula de

resposta é atribuído um número que reflete a direção da atitude dos respondentes

em relação a cada afirmação. A pontuação total da atitude de cada respondente foi

dada pela somatória das pontuações.

A faixa etária dos alunos submetidos à pesquisa é entre 13 e 14 anos de

idade. São 50 alunos, estudantes de uma única turma de 8.ª série do Colégio João

Paulo II. O questionário, elaborado para esse grupo, contou com perguntas sobre

meio ambiente e sociedade, hábitos de leitura em casa e na escola. Os alunos

responderam às questões, que foram formuladas de modo objetivo. Os

pesquisadores distribuíram o questionário em sala de aula para os entrevistados,

que tiveram 20 minutos para responder às questões. As respostas foram então

analisadas e, a partir do resultado, foram determinados parâmetros para definir as

características e o conteúdo da revista Habitat. O questionário serviu para verificar,

além de outros aspectos, o grau de informação do público-alvo a respeito do tema

“Meio ambiente e sustentabilidade”, e quais são os veículos de comunicação de

onde obtém esse tipo de informação.

Conforme o resultado obtido com a pesquisa aplicada a essa amostragem de

50 adolescentes, constatou-se que 33 deles consideram o tema importante e dizem

se preocupar com questões ambientais. Ainda assim, 33 dos 50 avaliados afirmam

ler muito pouco sobre essas questões.

Você se preocupa com as questões ambientais em Pinhais?

34%

66%

MUITO

POUCO

FIGURA 1 – Preocupação sobre questões ambientais.

38

A principal fonte de leitura de 33 dos estudantes avaliados é a internet. A

pesquisa pôde constatar que apenas 7 dos alunos avaliados utilizam-se de revistas

impressas, para informar-se sobre o assunto meio ambiente.

Qual meio de comunicação você utiliza para se informar sobre meio ambiente?

64%14%

22%

Intenet

Revistas

Jornais

FIGURA 2 – Meios de comunicação mais utilizados.

Revistas impressas são presentes em apenas 8% das residências dos alunos

pesquisados. O alto valor pelo qual revistas, livros e jornais são comercializados é

um dos fatores de dificuldade quanto ao acesso à leitura para 22% dos estudantes

avaliados.

Outro fator pelo qual o público não obtém informações através do meio

impresso, na opinião de 20%, é a dificuldade na compreensão dos textos. Aliado a

isso, o desinteresse pelos temas abordados por esses meios também afasta 36% os

avaliados do hábito da leitura.

Qual sua maior dificuldade com relação à leitura de revistas?

20%

60%

20% Difícilcompreensão

Desinteressepelos temasabordados

Custo muitoelevado

FIGURA 3 – Dificuldades para a leitura de revistas.

39

Esses números, portanto, sinalizam que uma revista escrita com linguagem

simplificada, que aborde os temas de relevância para o público-alvo, especialmente

sobre questões com as quais esse público se identifique e disponibilizada

gratuitamente, poderá suprir a lacuna deixada pelos veículos já existentes.

Foram utilizadas fontes primárias e secundárias. Nas fontes secundárias,

analisamos o que já foi escrito sobre o tema “Sociedade e meio ambiente”, por meio

de artigos, publicações, projetos, entre outros. Já com as fontes primárias, no caso

deste trabalho, os próprios estudantes, trabalhamos com os resultados da pesquisa.

Os professores das disciplinas de Ciências e Língua Portuguesa do colégio

foram também entrevistados e submetidos a um questionário. A análise desse

questionário e as percepções dos professores, quanto ao comportamento dos

estudantes e suas reações a métodos e avaliações de ensino utilizando materiais de

apoio didático como textos jornalísticos, revistas e jornais, serviram como

embasamento para definições de parâmetros editoriais e gráficos da revista Habitat.

6.1 PLANEJAMENTO EDITORIAL

6.1.1 Linguagem

A proposta da revista Habitat é informar a respeito do tema “Meio ambiente e

sociedade”, de uma forma agradável e atraente para alertar sobre os principais

problemas ambientais como, por exemplo, o aquecimento global. A escola é uma

das principais propagadoras dessas informações, segundo as autoras Regina

Zilberman e Marisa Lajolo. “A literatura infantil e a escola revestem-se de uma

importância especial, quando a sociedade passa por um modelo de transformação

caracterizado, de modo geral, pelo empenho em prol da modernização”.

(ZILBERMAN ; LAJOLO, 1993, p. 249). A mídia contribui com esse processo de

forma a entreter e informar, seja por meios impressos, eletrônicos ou audiovisuais.

Por meio de questionários e entrevistas aplicadas diretamente aos

professores das disciplinas de Ciências e Língua Portuguesa, das turmas de 8ª

série, público-alvo da revista Habitat, constatou-se que a linguagem deve ser

compreensível ao público. Segundo Aquias Valasco, (VALASCO,2004,pg.18), “[...]

para se compreender um texto não basta decodificá-lo, é preciso se desenvolver

habilidades discursivas, de reflexão sobre a língua e sobre o mundo”. Ao se

40

comparar textos extraídos de diferentes suportes midiáticos e trabalhados pelos

professores em sala de aula, com os textos produzidos pelos próprios alunos,

constata-se que eles demonstram capacidade em absorver novos vocabulários e

utilizá-los em sua própria redação e discurso. Por isso, na revista Habitat,

expressões técnicas e científicas, por exemplo, não são omitidas ou simplesmente

substituídas por sinônimos, mas sim, traduzidas em termos práticos, aplicáveis em

situações reais do dia a dia dos estudantes. De acordo com os professores

entrevistados, os estudantes são interessados em textos e narrativas que os

aproximem de sua realidade.

Em discursos escritos os interlocutores são distantes entre si. Por isso, para

que se estabeleça um canal eficiente de comunicação, quanto mais o emissor

utilizar “códigos universais de comunicação, mais terá sucesso em produzir uma

situação de criação de sentido. (PLATÃO & FIORIN (1990), apud Valasco, 2004).

Ao mesmo tempo em que o texto da revista deve ser compreensível, deve

oferecer também a interpretação do conteúdo, ou seja, o leitor deve ser capaz de

identificar o sentido daquilo que lê, para que a mensagem cumpra seu papel de

informar, formar e transformar. Segundo o filósofo russo Mikhail BAKHTIN (1986),

cada receptor estabelece, em maior ou menor nível de consciência, o valor, o

sentido e o significado da mensagem recebida.

De acordo com os professores entrevistados durante o processo de

desenvolvimento da revista Habitat, estudantes de 8.ª série demandam a

combinação entre textos e imagens, para que o processo de informação, educação

e formação seja eficiente. Nas revistas examinadas durante o desenvolvimento da

revista Habitat, constatou-se que esses veículos utilizam infográficos ao abordar

assuntos pouco familiares aos adolescentes, como, por exemplo, regras de

segurança no trânsito. Em uma matéria publicada na Folhateen, caderno

suplementar do jornal Folha de São Paulo, onde duas páginas são dedicadas ao

infográfico com o intuito de esclarecer e interpretar seu conteúdo. (Anexos 3 e 4).

No processo de comunicação a mensagem pode incorporar várias funções de

linguagem, referencial, conativa, emotiva, metalinguística, fática e poética, que

indicam o sentido desejado ao texto. Na revisa Habitat estão presentes várias

dessas funções de linguagem, de modo a promover uma maior eficiência na relação

entre os interlocutores e no propósito de informação, educação e formação do

público pela revista.

41

6.2 PROJETO GRÁFICO

O Projeto Gráfico da revista Habitat foi desenvolvido com base em análise de

outros produtos direcionados ao público adolescente. Entre os veículos impressos

examinados estão as seguintes revistas: Capricho, Yes! Teen, Todateen, Games,

Super Interessante, além do Folhateen, caderno suplementar do jornal Folha de São

Paulo. Foram estudadas também as versões online desses veículos. Outras

informações e conceitos foram obtidos diretamente por meio de conversa com o

público e entrevista com os professores. Alguns dos critérios pesquisados foram

suas preferências entre endereços de web mais visitados, revistas observadas nas

bancas, assuntos mais comentados entre os estudantes, personagens públicos com

os quais se identificam, músicas de sua preferência e programas de TV.

Foram considerados para análise os Tablets4, devido ao grande interesse do

público-alvo por essa e outras plataformas eletrônicas de armazenamento e leitura

de revistas e livros digitais. Portanto foi definido como formato para a revista Habitat

o tamanho A5 (14,8cm X 21cm). Esse formato atende à demanda da direção do

colégio por uma revista que ofereça praticidade para ser transportada nas bolsas

dos estudantes. Além disso, assemelha-se ao formato dos tablets4, o que permite a

diagramação das páginas semelhantes às das revistas e livros digitais

desenvolvidas para esse tipo de dispositivo, ainda possibilitando boa visualização de

imagens e infográficos, contribuindo com a intenção de incorporar elementos que

remetam aos meios digitais de comunicação.

Com a análise das revistas, jornais e websites, examinados durante o estudo

de desenvolvimento da revista Habitat, foi possível constatar que os textos são

dispostos em colunas ou de acordo com a utilização de imagens. A diagramação da

revista Habitat é estruturada em páginas compostas por duas ou três colunas,

contudo, por tratar-se de uma publicação para o público adolescente, essa

disposição do texto pode variar de acordo com a utilização de imagens, infográficos

e outros elementos de arte incorporados à revista.

4 Denominação dada a dispositivos eletrônicos de formato tablet, que permitem armazenamento e execução de

revistas e livros digitais, além de conexão à internet, interação e interatividade com os usuários.

42

A exemplo de alguns veículos digitais disponibilizados na internet, na revista

Habitat os trechos explicativos, especialmente em textos longos, são substituídos

por quadros e infográficos, o que facilita sua compreensão por parte dos alunos,

conforme constatado dos seus professores (anexo1).

A revista Habitat incorpora em seu texto e diagramação, diferentes elementos

e referências extraídas dos websites das revistas digitais e das redes sociais

voltadas ao mesmo público-alvo. Caixas de texto com até 140 caracteres são

dispostas nas páginas da revista de forma aparentemente aleatória. Essas caixas

podem conter informações como, dicas sobre o assunto tratado na reportagem,

trechos de livros, comentários ou perguntas dos alunos e professores, etc. Balões de

texto, tags e texto sobre imagens também são recursos frequentes. (anexo2).

43

7 DELINEAMENTO DO PRODUTO

7.1 PÚBLICO-ALVO

O público-alvo da revista Habitat é de adolescentes entre 13 e 14 anos de

idade, alunos da 8ª séries Colégio João Paulo II, localizado no município de Pinhais-

PR. Esse público foi escolhido diante da solicitação por parte de sua diretora

pedagógica Mara Regina Colasso Reginato, após esta ter analisado a proposta da

revista Habitat, enquanto projeto de estudo acadêmico e ter identificado nas

características de sua proposta, um produto que atenderia sua demanda por

material informativo sobre meio ambiente, ferramenta didática de apoio nas

atividades de educação ambiental e instrumento de incentivo à leitura.

7.2 FORMATO

O formato seguirá o tamanho A5, que corresponde a 21 cm de altura por 14,8

cm de largura. A edição piloto será lançada com 24 páginas e capas. As edições

futuras seguirão o mesmo formato. A lombada será grampeada. A impressão

colorida. A escolha por esse formato deve-se a intenção de se obter um produto

prático para a leitura e para ser levado pelas crianças em mochilas escolares. O

custo de produção e o aproveitamento de papel foram, também, levados em

consideração na escolha do formato.

7.3 PAPEL

O papel escolhido para a impressão da revista é o Reciclato. A escolha por

esse tipo específico de papel deve-se ao fato de que, diferentemente dos reciclados

comuns, esse papel é produzido na cor branca propiciando maior qualidade de

impressão e, consequentemente, mais fidelidade em imagens impressas. A

gramatura das capas e páginas internas será de 115g e 90g respectivamente.

44

7.4 PERIODICIDADE

A revista Habitat terá periodicidade bimestral, de modo que haja tempo hábil

para que os leitores possam, utilizando-se dos quatro canais de comunicação

disponibilizados (e-mail, telefone, fax e correios) para expor suas considerações e

críticas quanto ao conteúdo e qualidade da publicação, permitindo assim que as

edições subsequentes possam ser adequadas atendendo às demandas de interesse

do público. Além disso, diante da possibilidade da revista vir a ser utilizada por

professores em atividades complementares em salas de aula, seu conteúdo poderá

administrado conforme o calendário bimestral das escolas.

7.5 TIRAGEM

A primeira edição da revista Habitat será uma edição piloto e terá inicialmente

uma tiragem de 200 exemplares. Esse número corresponde ao resultado da

somatória de 110 alunos de turma de 8ª série do Colégio João Paulo II, 30

professores e equipe pedagógica, 30 exemplares destinados a compor os Kit de

Mídia, para que sejam utilizados pela administração da instituição para fins de

obtenção de patrocínio e apoio, além de 30 exemplares extras. Como isso, após a

distribuição dessa tiragem piloto, ao final do segundo semestre letivo do ano de

2011, pretende-se por, meio de pesquisa, avaliar a aceitação do produto e,

consequentemente, aprimorá-lo nos aspectos necessários para que, no futuro seja

adequado à demanda.

Para fins acadêmicos serão impressos 20 exemplares, destinados ao

professor orientador deste trabalho, aos demais professores que comporão a banca

de avaliação e aos professores do Colégio João Paulo II.

7.6 PROJETO EDITORIAL

A revista é dividida em editorias, cada uma tratando de um tema específico

relacionado à sustentabilidade e meio ambiente, distribuídas em 28 páginas:

45

EDITORIAL: texto de apresentação da revista e agradecimentos, escrito pelos

editores João Luiz Guarneri Junior e Adriana Regina Lopes.

a) ÁGUA: os textos desta editoria devem informar aos leitores quanto à importância

da água para a preservação da vida. O intuito fazer com que o leitor aprenda formas

sustentáveis de utilização desse recurso.

b) AR: os textos desta editoria tratam do principal fator causador do chamado

Aquecimento Global: a queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão

mineral e derivados do petróleo. Os leitores se familiarizarão com o processo de

emissão de monóxido de carbono e dióxido de carbono na atmosfera pelos veículos

automotores e indústrias. O propósito é fazer com que o leitor reconheça tecnologias

e ações coletivas e individuais que possam desacelerar ou reverter o processo de

poluição atmosférica.

c) LIXO: o leitor dessa editoria encontra textos que o informam a respeito da

ameaça que o lixo urbano e industrial se tornou à sociedade. As reportagens

deverão abordar assuntos como processos de reciclagem, utilização otimizada de

produtos industrializados, reutilização de matéria prima e riscos para a saúde

humana.

d) CONSUMO: essa editoria apresenta textos que descrevam a importância de se

consumir conscientemente, preocupando-se em identificar a origem dos produtos e

a possibilidade de reaproveitamento de seus materiais, inclusive embalagens.

e) ENERGIA: a produção, captação, transformação, distribuição e o armazenamento

são etapas do processo que levam energia aos pontos mais remotos do país. A

editoria chamada Energia traz textos sobre esse assunto e sobre formas de

economizá-la, além de familiarizar os leitores a novas fontes de energia formas de

utilização.

f) ATITUDE: a revista Habitat trás textos que procuram sensibilizar o leitor com

relação a questão ambiental e o conduzi-lo a formas éticas de comportamento. Para

isso, conta com matérias e reportagens sobre personagens populares conhecidos

46

pelo público-alvo por meio da mídia, considerados por este, referências de atitude e

comportamento, como artistas, atletas, políticos e outros, e que desenvolvam ou

apóiam atitudes sustentáveis.

g) NA WEB: esta editoria indica sites de consulta, notícias, leitura em geral e vídeos

relacionados às questões ambientais nos âmbitos regional e mundial,

disponibilizados em ambiente online. A editoria pretende contribuir com a informação

e formação dos estudantes quanto à sustentabilidade, orientando sua “navegação”

na web, além de despertar maior interesse pelo conteúdo impresso da revista, sem

inibi-los da utilização da internet como fonte de informação.

A primeira capa da revista Habitat trás a logomarca criada utilizando-se o

mesmo modelo de fonte encontrado nos textos, em duas tonalidades de verde,

separadas por uma linha curva que representa a chamada “onda verde”. A

logomarca apresenta seu principal elemento, uma folha de árvore. Essa folha é

aplicada como um ícone da marca na própria capa e em espaços internos da revista.

Junto com a logomarca na capa está a inscrição “edu.br”, que refere-se a versão

online da revista, ainda em construção. A edição digital da revista Habitat é um

projeto do Colégio João Paulo II, portanto, realizado de forma independente desse

trabalho.

Como pano de fundo, utilizou-se uma fotografia de um trecho do rio Iguaçu,

na qual se observa alguns elementos referenciais da publicação como, vegetação,

água e ar. Efeitos de luminosidade foram aplicados à fotografia por questões de

equilíbrio de cores e melhoria de efeitos de sobreposição de elementos gráficos.

Os ícones das editorias estão posicionados ao redor da folha de árvore

utilizada na logomarca. No interior dessa folha, com o propósito de humanizar a

capa da publicação, a foto da aluna da 8ª série do Colégio João Paulo II, Rafaela

Teixeira, participante do último evento de plantio de árvores, promovido pelo colégio

no ano de 2010. Referindo-se à matéria - Já plantou sua árvore hoje? - na imagem a

aluna segura uma das mudas de árvore plantadas durante o evento. A foto é parte

do arquivo do colégio e foi cedida pela sua diretoria.

47

7.7 PROJETO GRÁFICO

A publicação conta com elementos gráficos que se assemelham aos

presentes em ambientes da internet como websites, especialmente os das

chamadas redes sociais, com os quais o público-alvo da revista é familiarizado,

conforme pesquisa já descrita neste estudo.

A capa apresenta alguns ícones, ou símbolos que identificam cada uma das

editorias. A mão espalmada representa a editoria Atitude. O símbolo internacional de

reciclagem representa a editoria Consumo; três linhas onduladas na cor azul,

representam a editoria Água. O símbolo utilizado em placas de sinalização públicas

para indicar onde se deve jogar o lixo representa a editoria Lixo. Uma nuvem

representa a editoria Ar. O símbolo que caracteriza o cursor de um mouse de

computador em forma de mão sobre um link, representa a editoria Na Web. A

representação gráfica de um raio, como uma descarga elétrica, representa a editoria

Energia. Cada um desses elementos gráficos é acompanhado por um texto referente

ao conteúdo publicado na respectiva editoria.

Nas páginas internas da revista, outros elementos foram incorporados para

compor sua identidade visual, ainda com o intuito de se remeter aos ambientes de

internet. Foi desenvolvido um símbolo semelhante aos das redes sociais, onde a

letra inicial do nome do site é inserida em um quadrado azul, conforme é visto em

sites como Facebook, Twitter e outros. Caixas de texto, similares às encontradas no

Twitter, que suportam 140 caracteres de digitação, são vistas em vários pontos da

revista. Essas caixas contém dicas e depoimentos dos alunos. Balões de diálogo,

como dos quadrinhos, também frenquentes em revistas dirigidas a este público

fazem parte da lisa de elementos que ser vem como recursos gráficos da revista

Habitat.

A equipe recorreu a bancos de imagens, especialmente para obtenção de

infográficos para ilustrar algumas matérias, tendo em vista o vasto material

disponível e isento de reservas de direitos autorais, além do fato de que o tempo

hábil para desenvolvimento desse recurso demandaria tempo e recursos financeiros

não disponíveis para o desenvolvimento do trabalho.

48

7.7.1 Fontes tipográficas

Textos:

Nome da fonte: Cambria

Tamanho: 10

Títulos:

As fontes utilizadas nos títulos são variadas, definidas de acordo com o tema do

texto, a diagramação da página, a arte incorporada ao visual da revista.

7.8 INTERAÇÃO COM LEITOR

A revista Habitat disponibiliza quatro canais de comunicação distintos: correio,

fax, telefone e e-mail, através dos quais os leitores poderão sugerir e comentar

pautas, enviar perguntas, além de submeter críticas ou elogios quanto à publicação.

Além desses canais de comunicação, poderá ser criada uma versão online da

revista com conteúdo diferenciado e informações complementares às matérias

apresentadas na versão impressa. Dessa forma poderá haver uma interação mais

ágil entre a revista e o leitor e também entre os próprios leitores.

49

8 GASTOS

8.1 RECURSOS HUMANOS

João Luiz Guarneri Junior e Adriana Regina Lopes (R$ 2.000,00 cada).

Diagramação do boneco e da primeira edição: Terceirizada (R$ 800,00).

8.2 RECURSOS MATERIAIS

Impressão inicial de 20 exemplares (R$ 170,00).

Dois laptops.

Dois veículos para transporte durante as reportagens e demais encontros

para desenvolvimento do trabalho. Consumo de meio tanque de combustível

por semana para cada um dos veículos (R$140,00 semanais).

8.3 VIABILIDADE ECONÔMICA

Todas as despesas provenientes da elaboração e produção da revista

Habitat, desde a fase de estudos até a impressão e distribuição dos 200 exemplares

encomendados, serão custeadas pelo Colégio João Paulo II. Este, por sua vez, terá

todos os direitos de utilização sobre o material.

50

9 CONCLUSÃO

Deste trabalho conclui-se que, em torno do tema sustentabilidade e de sua

abordagem pelos veículos jornalísticos, existe de fato uma lacuna referente à

demanda de informações especializadas destinada ao público adolescente. Essa

constatação gera a necessidade de criação ou adequação dos meios de

comunicação a este público.

Durante o processo de estudo e de elaboração de um produto que atendesse

às necessidades desse público e à demanda do Colégio João Paulo II – Pinhais por

um material impresso que abordasse os temas referentes às questões ambientais e

sua relação com o comportamento das sociedades modernas, concluiu-se que a

revista impressa seria o suporte mais apropriado. Por conta da perenidade das

informações nela publicadas e de sua possível utilização como material de apoio

didático pelo colégio.

É essa lacuna, identificada no mercado editorial e mais especificamente junto

ao corpo discente Colégio João Paulo II – Pinhais, que a revista Habitat pretende

preencher. Acredita-se que esse produto seja um canal de comunicação objetivo e

interessante ao público, em decorrência de suas características de jornalismo claro,

objetivo, atual e próximo à sua realidade. Do ponto de vista gráfico, a revista Habitat

carrega em si elementos que remetem aos meios online, de comprovado interesse

por parte desse mesmo público.

No período em que foram realizadas as pesquisas e as matérias publicadas

na primeira edição da Habitat, a equipe teve a oportunidade de conviver com o

público-alvo e, assim, detectar que a publicação seria de grande utilidade aos

professores e bem aceita entre os alunos, que partem participaram da elaboração de

parte do conteúdo em todas as editorias da revista.

Também foi possível comprovar a total viabilidade da publicação, uma vez

que o colégio proverá recursos para a publicação do primeiro exemplar. As edições

subsequentes serão custeadas com a participação de instituições de apoio. O

colégio pretende criar um website com conteúdo indexado ao da Habitat, no qual os

visitantes poderão interagir entre si e com os editores da revista. Além de alimentar

um interesse pelo suporte impresso, o website possibilitará o aprofundamento e o

desdobramento ainda maior de seu conteúdo.

51

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