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HARMÔNIA E IMPROVISAÇÃO COM OS MODOS APLICAÇÃO DE PENTATÔNICAS, TRÍADES, ARPEJOS E HARMONIZAÇÃO EM BLOCO Um assunto que ainda causa certa dificuldade em todos os estudantes de guitarra é a utilização dos Modos Eclesiásticos ou Gregorianos, sendo muito comum que o aluno fique preso aos famosos “carimbos” ou digitações de escala, tornando sua assimilação um pouco confusa já que a aplicação dos modos nada mais é do que uma sonoridade imprimida por uma determinada escala. Esta assimilação confusa e pouco prática se deve ao fato de que o estudante muitas vezes acaba estudando os modos em uma única tonalidade, ou seja, se o aluno está em Dó maior, ele parte de Dó para o primeiro modo, de Ré para o segundo, de Mi para o terceiro e assim por diante, não percebendo a diferença de sonoridade de cada modo e as suas respectivas ferramentas de utilização. Outro erro bastante comum é não perceber que para cada modo, há uma determinada harmonia, chamada de HARMÔNIA MODAL, onde cada modo se encaixa perfeitamente. Muitas vezes por uma análise incorreta de cada progressão harmônica, o aluno deixa de entender corretamente todas as possibilidades harmônicas e melódicas que cada modo pode proporcionar. A intenção deste método não é ser uma publicação definitiva sobre o assunto, mas sim colocar um pouco de luz sobre a utilização desta ferramenta tão essencial para o estudo de harmonia e improvisação que faz parte do vocabulário de um bom guitarrista. Tomei a liberdade de colocar todos os exemplos aqui citados com a fundamental em C (Dó) para que cada modo possa ser explorado na sua totalidade, uma harmonia (sugestão) para a prática de cada modo auxiliando sempre em um estudo mais aprofundado e posteriores revisões da matéria. Espero que o método seja bem aproveitado, contribuindo com a sua musicalidade enriquecendo o improviso. Forte abraço e bons estudos. MATERIAL ELABORADO POR ALEXANDRE BASTOS

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HARMÔNIA E IMPROVISAÇÃO COM OS MODOSAPLICAÇÃO DE PENTATÔNICAS, TRÍADES, ARPEJOS E HARMONIZAÇÃO EM BLOCO

Um assunto que ainda causa certa dificuldade em todos os estudantes de guitarra é a utilização dos Modos Eclesiásticos ou Gregorianos, sendo muito comum que o aluno fique preso aos famosos “carimbos” ou digitações de escala, tornando sua assimilação um pouco confusa já que a aplicação dos modos nada mais é do que uma sonoridade imprimida por uma determinada escala. Esta assimilação confusa e pouco prática se deve ao fato de que o estudante muitas vezes acaba estudando os modos em uma única tonalidade, ou seja, se o aluno está em Dó maior, ele parte de Dó para o primeiro modo, de Ré para o segundo, de Mi para o terceiro e assim por diante, não percebendo a diferença de sonoridade de cada modo e as suas respectivas ferramentas de utilização.

Outro erro bastante comum é não perceber que para cada modo, há uma determinada harmonia, chamada de HARMÔNIA MODAL, onde cada modo se encaixa perfeitamente. Muitas vezes por uma análise incorreta de cada progressão harmônica, o aluno deixa de entender corretamente todas as possibilidades harmônicas e melódicas que cada modo pode proporcionar.

A intenção deste método não é ser uma publicação definitiva sobre o assunto, mas sim colocar um pouco de luz sobre a utilização desta ferramenta tão essencial para o estudo de harmonia e improvisação que faz parte do vocabulário de um bom guitarrista.

Tomei a liberdade de colocar todos os exemplos aqui citados com a fundamental em C (Dó) para que cada modo possa ser explorado na sua totalidade, uma harmonia (sugestão) para a prática de cada modo auxiliando sempre em um estudo mais aprofundado e posteriores revisões da matéria.

Espero que o método seja bem aproveitado, contribuindo com a sua musicalidade enriquecendo o improviso.

Forte abraço e bons estudos.

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Sobre o autor

Nascido no ano de 1971, em São Paulo (Capital), Alexandre Bastos iniciou seu envolvimento com a música aos sete anos de idade com o violão, passando os finais de semana na casa de seus tios, aprendendo de maneira autodidata.

Aos treze anos de idade, através de um programa de televisão sobre guitarristas, descobriu o significado e a paixão pela guitarra. A partir deste instante dedicou-se de maneira disciplinada ao estudo musical e toda a sua ciência.

Ao longo dos anos foi descobrindo bandas como Led Zeppelin, Deep Purple, Iron Maiden entre outras, além do Jazz, Bossa Nova e o Fusion. Descobrindo também guitarristas como Steve Vai (sua maior descoberta e influência), Joe Satriani, Eric Johnson, Scott Henderson, Mike Stern, Frank Gambale, Shawn Lane, Greg Howe e muitos outros.

Atualmente dedica-se a atividades didáticas em escolas na capital paulista, ministra aulas particulares e é colaborador da revista especializada Cover Guitarra desde 2000.

Trabalhou com a banda Ultraje a Rigor, acompanhou e gravou com o cantor gospel Rodrigo Santinel, produziu, arranjou, gravou e acompanhou a cantora gospel Paula Faria, estudou com o mestre Mozart Mello e atualmente estuda com André Martins, além de cursar Música Popular na Unisant´anna.

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HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO DOS MODOS ECLESIÁTICOS

A seguir temos um relato sobre o histórico do surgimento dos modos que conhecemos hoje. Este relato foi extraído de um artigo escrito pelo guitarrista Ciro Visconti para a revista especializada Guitar Player Brasil em uma edição dedicada ao estudo dos modos. Este relato está publicado em sua totalidade.

“Os modos eclesiásticos (também conhecidos como modos litúrgicos) formaram um sistema que dominou a música ocidental do século 6 até o início do século 17, quando foi completada a transição para o sistema tonal. Em geral, a organização dos modos é creditada a Gregório I, papa da Igreja Católica entre os anos 590 e 604, mas há indícios históricos que o sistema de modos já existia antes deste período.

Os modos são alternativas da escala natural. Cada um deles utiliza uma das notas da escala como fundamental. No início, o sistema – conhecido como “oktoechos” – era organizado em oito modos, divididos entre quatro modos autênticos e quatro plagais.

Os modos eram estruturados da seguinte maneira: o primeiro modo era o modo autentico de RE e sua seqüência era a seguinte; RE, MI, FA, SOL, LA SI, DO e RE. Este modo era nomeado como protus (em grego significa primeiro); o segundo modo era o protus plagal, que também tinha a nota RE como fundamental, mas sua tessitura era mais grave e sua seqüência possuía LA, SI, DO, RE, MI, FA, SOL e LA; o terceiro modo era o modo autentico de MI, sua forma possuía a seguinte seqüência; MI, FA, SOL, LA, SI, DO, RE e MI. Este modo era nomeado como deuterus (em grego significa segundo); o quarto modo era o deuterus plagal, também com a nota MI como fundamental, mas a sua tessitura era mais grave e sua seqüência era SI, DO, RE, MI, FA, SOL, LA e SI; os quinto modo era o modo autentico de FA, que possuía a seguinte seqüência FA, SOL, LA, SI, DO, RE, MI e FA. Seu nome era tritus (terceiro em grego); o sexto era o modo tritus plagal, que tinha a nota FA como fundamental, mas sua tessitura era mais grave e sua seqüência era DO, RE, MI, FA, SOL, LA, SI e DO; o sétimo modo era o modo autentico de SOL e sua seqüência era SOL, LA, SI, DO, RE, MI, FA e SOL. Recebia o nome de tetradus (quarto em grego) e o oitavo modo era o tetradus plagal que continha a nota SOL como fundamental, mas sua tessitura era mais grave e sua seqüência era RE, MI, FA, SOL, LA, SI, DO e RE.

Os modos foram renomeados entre os séculos 9 e 10 com os termos que designavam os antigos modos gregos. Protus, deuterus, tritus e tetradus se tornaram dórico, frígio, lídio e mixolídio e os modos plagais receberam o prefixo “hipo” e passaram a se chamar hipodórico, hipofrígio, hipolídio e hipomixolídio.

Em 1547, o suíço Henricus Glareanus publicou o livro Dodecahordon, que incluiu mais quatro modos no sistema: o nono era o modo autêntico de LA, batizado de eólio, cuja a seqüência era LA SI, DO, RE, MI, FA, SOL e LA; o décimo era o seu modo plagal, nomeado como hipoeólio, também com a nota LA como fundamental, mas sua tessitura era mais grave e a sua seqüência era MI, FA, SOL, LA, SI, DO RE e MI; o décimo primeiro era o modo autêntico de DO, nomeado como jônio e sua seqüência era DO, RE, MI, FA, SOL, LA, SI e DO; o décimo segundo era o seu modo plagal, nomeado como hipojônio, também com a nota DO como fundamental porém com a tessitura mais grave e sua seqüência tinha as seguintes notas SOL, LA, SI, DO, RE, MI, FA e SOL.

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Após a formação do sistema tonal, os modos foram condensados em duas escalas: a maior e a menor. Contudo no século 20, sua utilização foi revivida, principalmente na música popular, considerando que cada grau de uma tonalidade poderia resumir um modo. A utilização moderna dos modos emprega um sistema diferente daquele usado na Idade Média e na Renascença. Os modos passaram a ser organizados a partir do jônio. Além disso, o último modo (da nota SI, em DO Maior) foi rebatizado de lócrio (no período modal, esse era um modo hipofrígio) e os modos plagais foram deixados de fora do sistema.

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FORMAÇÃO DA ESCALA MAIOR

A base para um bom entendimento sobre os modos eclesiásticos é a construção da escala maior, caso tenha dúvidas sobre sua construção, veja como chegamos a sua montagem.

ESCALA CROMÁTICA EM DO

DO – DO#/REb - RE – RE#/MIb – MI – FA – FA#/SOLb – SOL – SOL#/LAb – LA – LA#/SIb – SI – DO

Note que a escala cromática é construída de semitons em semitons, sendo assim podemos extrair os sustenidos (#) e os bemóis (b) e teremos o seguinte:

ESCALA MAIOR EM DO

DO – RE – MI – FA – SOL – LA – SI – DO

Agora temos a construção da escala de DO Maior, sendo que a mesma foi construída em TOM, TOM, SEMITOM, TOM, TOM, TOM E SEMITOM. Resumindo para uma melhor assimilação temos a seguinte fórmula:

FÓRMULA DA ESCALA MAIOR

T T ST T T T ST

Esta fórmula é obrigatória para a construção de qualquer escala maior, sendo que a fórmula é imutável independente da tonalidade.

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FORMAÇÃO DO CAMPO HARMÔNICO MAIOR

Agora que a base para o estudo dos modos foi concluída com a escala maior, veja com construímos o seu campo harmônico, que de uma maneira sucinta é a escala maior harmonizada. Observe o exemplo abaixo:

CAMPO HARMÔNICO MAIOR DE DO

ESCALA DO RE MI FA SOL LA SI

T DO RE MI FA SOL LA SI

3 MI FA SOL LA SI DO RE

5 SOL LA SI DO RE MI FA

7 SI DO RE MI FA SOL LA

ACORDEGERADO

C7MI7M

Dm7IIm7

Em7IIIm7

F7MIV7M

G7V7

Am7VIm7

Bm7b5VIIm7b5

Note que temos os acordes formados com as notas da escala maior, construídos através de saltos em terças, formando cada grau do campo harmônico, lembrando que o processo é o mesmo para qualquer campo harmônico maior.

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FORMAÇÃO DOS MODOS ECLESIÁSTICOS

Cada acorde tem sua própria escala, sendo assim temos então para cada acorde do campo harmônico uma respectiva escala (modo) para a sua improvisação sobre o mesmo. Então teremos para cada acorde do campo, seus intervalos característicos, suas dissonâncias e todas as suas ferramentas.

Veja o exemplo abaixo:

TABELA GERAL DOS MODOS

MODOS GERADOS PELA ESCALA MAIOR

INTERVALOS T 2b 2 3b 3 4 4# 5b 5 6b 6 7 7M

JÔNIO DO RE MI FA SOL LA SI

DÓRICO DO RE MIb FA SOL LA SIb

FRÍGIO DO REb MIb FA SOL LAb SIb

LÍDIO DO RE MI FA# SOL LA SI

MIXOLÍDIO DO RE MI FA SOL LA SIb

EÓLIO DO RE MIb FA SOL LAb SIb

LÓCRIO DO REb MIb FA SOLb LAb SIb

I7M IIm7 IIIm7 IV7M V7 VIm7 VIIm7b5

JÔNIO DÓRICO FRÍGIO LÍDIO MIXOLÍDIO EÓLIO LÓCRIOT 2 3 4 5 6 7 T 2 3b 4 5 6 7 T 2b 3b 4 5 6b 7 T 2 3 4# 5 6 7M T 2 3 4 5 6 7 T 2 3b 4 5 6b 7 T 2b 3b 4 5b 6b 7

Temos agora toda a base necessária para o estudo dos modos, vamos estudá-los individualmente para uma melhor compreensão deste assunto.

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MODO JÔNIO

Este é o primeiro modo gerado pela escala maior, sendo ele próprio a escala maior, para uma boa improvisação sobre ele teremos os seguintes critérios:

● CAMPO HARMÔNICO: C7M – Dm7 – Em7 – F7M – G7 – Am7 – Bm7b5● INTERVALOS: T 2 3 4 5 6 7M = DO RE MI FA SOL LA SI DO● ACORDES GERADOS: C, C7M, Cadd9, C7M/9, C7M/13, C6/9, C/E, C/G e etc...● TRÍADES: I GRAU, IV GRAU (*) e V GRAU● PENTATÔNICAS: C/Am, F/Dm (**) e G/Em (incluindo a blue note)● ARPEJOS: C7M, Em7, G7 (***) e Bm7(b5) (****)● PENTATÔNICA MODAL: MAIOR 7M – T 3 4 5 7M● INTERVALO CARACTERÍSTICO: 7º MAIOR

Observações importantes: Este modo possui um intervalo característico que é a 7º Maior, entretanto este intervalo deve ser usado com critério, pois juntamente com o intervalo de 4º justa ocorre a formação do trítono (3 tons) causando uma sonoridade desconfortável e de muita tensão.

(*) A tríade do IV grau contém a 4ª justa, portanto esta tríade deve ser usada com critério na improvisação, porém podemos utilizá-la sem restrições na harmonização.(**) A pentatônica do IV grau contém a 4ª justa, portanto esta pentatônica deve ser utilizada com critério.(***) O arpejo de G7 contém a 4ª justa na sua formação (F), portanto é conveniente trocá-lo pelo arpejo de Gsus4 gerando assim os intervalos de 5ª, 7M, 9ª e T(****) O arpejo de Bm7b5 contém a 4ª justa na sua formação (F), portanto é conveniente trocá-lo pelo arpejo de Am7 gerando os intervalos de 6ª, T, 3ª e 5ª

● HARMÔNIA PARA O MODO JÔNIO (FAIXA)

|| C G/C | F/C ||

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MODO DÓRICO

Este é o segundo modo gerado pela escala maior, para uma boa improvisação sobre ele teremos os seguintes critérios:

● CAMPO HARMÔNICO: Cm7 – Dm7 – Eb7M – F7 – Gm7 – Am7b5 – Bb7M● INTERVALOS: T 2 3b 4 5 6 7 = DO RE MIb FA SOL LA SIb DO● ACORDES GERADOS: Cm, Cm7, Cm7(9), Cm7(13), Cm6, Cm6(9), Eb/C e etc...● TRÍADES: Im, bIII, IV e bVII GRAUS ● PENTATÔNICAS: Cm/Eb, Dm/F e Gm/Bb (incluindo a blue note)● ARPEJOS: Cm7, Eb7M, Gm7 e Bb7M● PENTATÔNICA MODAL: MENOR 6 – T 3m 4 5 6● INTERVALO CARACTERÍSTICO: 6ª MAIOR

Observações importantes: Este modo possui um intervalo característico que é a 6ª maior, portanto este modo é o mais indicado para o improviso sobre um acorde menor.

Temos ainda algumas opções interessantes para este modo, como o arpejo de Am7b5 que parte do seu intervalo característico, a pentatônica de Am7b5, a pentatônica de Eb7M(#4) (T 3 #4 5 7M), a pentatônica de F7 (T 3 4 5 7) e a pentatônica de Bb7M (T 3 4 5 7M). Outras opções interessantes são a utilização do modo Dórico Blues, onde adicionamos o intervalo de 4ª aumentada em sua formação, a tríade diminuta (T 3b 5b) partindo do intervalo característico do modo e a pentatônica diminuta (T 3m 4 b5 6) partindo da tônica do acorde.

● HARMÔNIA PARA O MODO DÓRICO (FAIXA)

|| Cm7 | F/C | Cm7 | F/C |

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MODO FRÍGIO

Este é o terceiro modo gerado pela escala maior, para uma boa improvisação sobre ele teremos os seguintes critérios:

● CAMPO HARMÔNICO: Cm7 – Db7M – Eb7 – Fm7 – Gm7b5 – Ab7M – Bbm7● INTERVALOS: T 2b 3b 4 5 6b 7 = DO REb MIb FA SOL LAb SIb DO● ACORDES GERADOS: Cm, Cm7, Cm7(b9), C7sus4(b9), Cmb6(b9) e etc...● TRÍADES: Im, bII, bIII, bVI GRAUS ● PENTATÔNICAS: Cm/Eb, Fm/Ab e Bbm/Db (incluindo a blue note)● ARPEJOS: Cm7, Eb7, Gm7b5 e Bbm7● PENTATÔNICA MODAL: SUS 4 (b9) – T b2 4 5 7● INTERVALO CARACTERÍSTICO: 9ª MENOR

Observações importantes: Este modo possui um intervalo característico que é a 9ª menor, portanto este modo é muito utilizado para o improviso com intenção oriental.

Temos ainda algumas opções interessantes para este modo empregando escalas exóticas, como a escala Balinesa (T b2 3m 5 b6), a escala Japonesa (T b2 4 5 b6), a escala Pelog (T b2 3m 5 7) e a escala Iwato (T b2 4 5 7), todas partindo da fundamental do modo.

● HARMÔNIA PARA O MODO FRÍGIO (FAIXA)

|| Cm7 | Db/C | Cm7 | Db/C |

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MODO LÍDIO

Este é o quarto modo gerado pela escala maior, para uma boa improvisação sobre ele teremos os seguintes critérios:

● CAMPO HARMÔNICO: C7M – D7 – Em7 – F#m7b5 – G7M – Am7 – Bm7● INTERVALOS: T 2 3 4# 5 6 7M = DO RE MI FA# SOL LA SI DO● ACORDES GERADOS: C, C7M, C7M(9), C7M(#11), D/C e etc...● TRÍADES: I, II, bV GRAUS ● PENTATÔNICAS: C/Am, D/Bm e G/Em (incluindo a blue note)● ARPEJOS: C7M, Em7, G7M e Bm7● PENTATÔNICA MODAL: MAIOR 7M(#4) – T 3 #4 5 7M● INTERVALO CARACTERÍSTICO: 4ª AUMENTADA

Observações importantes: Este modo possui um intervalo característico que é a 4ª aumentada, portanto este modo é o mais indicado para o improviso sobre um acorde maior.

Temos ainda algumas opções interessantes para este modo, como a pentatônica de F#m7b5 (T 3m 4 5b 7), a pentatônica de D7 (T 3 4 5 7), a pentatônica de Am6 (T 3m 4 5 6) e a pentatônica de G7M (T 3 4 5 7M), além de podermos empregar os arpejos de D7 e F#m7b5.

● HARMÔNIA PARA O MODO LÍDIO (FAIXA)

|| C | D/C | C | D/C |

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MODO MIXOLÍDIO

Este é o quinto modo gerado pela escala maior, para uma boa improvisação sobre ele teremos os seguintes critérios:

● CAMPO HARMÔNICO: C7 – Dm7 – Em7b5 – F7M – Gm7 – Am7 – Bb7M● INTERVALOS: T 2 3 4 5 6 7 = DO RE MI FA SOL LA SIb DO● ACORDES GERADOS: C, C7, C7/9, C7/11, C7/13, C7sus4 e etc...● TRÍADES: I, bIV, bVII GRAUS ● PENTATÔNICAS: C/Am, F/Dm e Bb/Gm (incluindo a blue note)● ARPEJOS: C7, Em7b5, Gm7 e Bb7M● PENTATÔNICA MODAL: MAIOR 7 – T 3 4 5 7● INTERVALO CARACTERÍSTICO: 7ª MENOR

Observações importantes: Este modo possui um intervalo característico que é a 7ª menor, portanto este modo é a primeira opção para o improviso sobre um acorde dominante.

Temos ainda algumas opções interessantes para este modo, como a pentatônica de Cm7 blues (T 3m 4 #4 5 7) caracterizando a intenção blues, a pentatônica de Em7b5 (T 3m 4 b5 7), a pentatônica de Gm6 (T 3m 4 5 6) e a pentatônica de Bb7M(#4) (T 3 #4 5 7M), além de podermos empregar a pentatônica de C7/13 blues (T 3m 3 5 6 7).

● HARMÔNIA PARA O MODO LÍDIO (FAIXA)

|| C7 | Bb/C | C7 | Bb/C |

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MODO EÓLIO

Este é o sexto modo gerado pela escala maior, para uma boa improvisação sobre ele teremos os seguintes critérios:

● CAMPO HARMÔNICO: Cm7 – Dm7b5 – Eb7M – Fm7 – Gm7 – Ab7M – Bb7● INTERVALOS: T 2 3b 4 5 6b 7 = DO RE MIb FA SOL LAb SIb DO● ACORDES GERADOS: Cm, Cm7, Cm7(9), Cm7(b13), Cmb6(9) e etc...● TRÍADES: Im, bIII, bVI(*) e bVII GRAUS ● PENTATÔNICAS: Cm/Eb, Fm/Ab(**) e Gm/Bb (incluindo a blue note)● ARPEJOS: Cm7, Eb7M, Gm7 e Bb7(***)● PENTATÔNICA MODAL: MENOR 7 – T 3m 4 5 7● INTERVALO CARACTERÍSTICO: 6ª MENOR

Observações importantes: Este modo possui um intervalo característico que é a 6ª menor sendo que este intervalo não é agradável para o repouso por estar a distância de meio tom da quinta do acorde.(*) A tríade do bVI contém a 6ª menor, portanto devemos utilizá-la com critério na improvisação, mas pode ser utilizada na harmonização sem restrições.(**) A pentatônica do bVI contém a 6ª menor, portanto devemos utilizá-la com critério no improviso.(***) O arpejo de Bb7 contém o intervalo de 6ª menor (Ab) em sua formação, devendo ser aplicado com critério. Para uma aplicação sem restrições utilizamos o arpejo de Bbsus4 gerando os intervalos de 7ª, 9ª, 11ª e 3ªm.

● HARMÔNIA PARA O MODO EÓLIO (FAIXA)

|| Cm7 | Gb/C | Cm7 | Gb/C |

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MODO LÓCRIO

Este é o sétimo modo gerado pela escala maior, para uma boa improvisação sobre ele teremos os seguintes critérios:

● CAMPO HARMÔNICO: Cm7(b5) – Db7M – Ebm7 – Fm7 – Gb7M – Ab7 – Bbm7● INTERVALOS: T b2 3m 4 b5 b6 7 = DO REb MIb FA SOLb LAb SIb DO● ACORDES GERADOS: Cm7(b5), Gb/C, Ab/C e etc...● TRÍADES: Idim, bII, bV, bVI GRAUS ● PENTATÔNICAS: Db/Bbm, Gb/Ebm e Ab/Fm (incluindo a blue note)● ARPEJOS: Cm7b5, Ebm7, Gb7M e Bbm7● PENTATÔNICA MODAL: MENOR 7/5b – T 3b 4 5b 7● INTERVALO CARACTERÍSTICO: 5ª DIMINUTA

Observações importantes: Este modo possui um intervalo característico que é a 5ª diminuta, garantindo a este modo uma sonoridade sombria.

Temos ainda algumas opções interessantes para este modo empregando a pentatônica de Db7M (T 3 4 5 7M), a pentatônica de Ebm6 (T 3m 4 5 6), a pentatônica de Gb7M(#4) (T 3 #4 5 7M). O intervalo de 9ª menor deve ser evitado para repouso pois está a distância de meio tom da fundamental do modo.

● HARMÔNIA PARA O MODO LÓCRIO (FAIXA)

|| Ab/C | Gb/C | Ab/C | Gb/C |

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DESCOBRINDO OS MODOS

Muitas vezes o estudante fica confuso para relacionar ou descobrir os modos. Para sanar este “buraco” segue um exercício muito interessante elaborado pelo Professor Doutor Peter Dietrich.

EXERCÍCIO PARA MEMORIZAÇÃO DOS MODOS

O exercício é muito simples, basta seguir as regras que a assimilação de cada modo ficará bem simples, objetiva e direta.

A base para a assimilação dos modos é a seguinte: O ponto de partida é a escala maior (sempre), para isso utilizaremos a escala

de DO maior.

DO RE MI FA SOL LA SI DO

Este é o modo jônio.

Para descobrirmos o modo Lídio, basta termos o intervalo característico deste modo, no caso é a 4º aumentada (#4).

Exemplo:

DO RE MI FA SOL LA SI DO NOTA A SER ALTERADA PARA (#4)

DO RE MI FA# SOL LA SI DO MODO LÍDIO

Para descobrirmos o modo Mixolídio, basta termos o intervalo característico deste modo, no caso é a 7º menor (7), tendo como base o modo Jônio.

Exemplo:

DO RE MI FA SOL LA SI DO NOTA A SER ALTERADA PARA (7)

DO RE MI FA SOL LA SIb DOMATERIAL ELABORADO POR ALEXANDRE BASTOS

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MODO MIXOLÍDIO

Temos os três modos maiores gerados pela escala maior. Agora para descobrirmos os outros modos, vamos partir para outro procedimento.

Para descobrirmos o modo Dórico, basta termos o intervalo característico deste modo, no caso é a 3º menor (3m), tendo como base a partir de agora o modo Mixolídio.

DO RE MI FA SOL LA SIb DO NOTA A SER ALTERADA PARA (3m)

DO RE MIb FA SOL LA SIb DO MODO DÓRICO

Para descobrirmos o modo Eólio, basta termos o intervalo característico deste modo, no caso é a 6º menor (b6), tendo como base a partir de agora o modo Dórico.

DO RE MIb FA SOL LA SIb DO NOTA A SER ALTERADA PARA (b6)

DO RE MIb FA SOL LAb SIb DO MODO EÓLIO

Para descobrirmos o modo Frígio, basta termos o intervalo característico deste modo, no caso é a 9º menor (b9), tendo como base a partir de agora o modo Eólio.

DO RE MIb FA SOL LAb SIb DO NOTA A SER ALTERADA PARA (b9)

DO REb MIb FA SOL LAb SIb DO MODO FRÍGIO

Para descobrirmos o modo Lócrio, basta termos o intervalo característico deste modo, no caso é a 5º diminuta (b5), tendo como base a partir de agora o modo Frígio.

DO RE MIb FA SOL LAb SIb DO NOTA A SER ALTERADA PARA (b5)

DO REb MIb FA SOLb LAb SIb DO MODO LÓCRIO

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Temos os quatro modos restantes gerados pela escala maior. Através deste exercício simples, fica mais simples a assimilação dos sete modos gerados pela escala maior.

Resumindo, poderemos ter a seguinte tabela:

DO RE MI FA# SOL LA SI DO = LÍDIO

DO RE MI FA SOL LA SI DO = JÔNIO

DO RE MI FA SOL LA SIb DO = MIXOLÍDIO

DO RE MIb FA SOL LA SIb DO = DORICO

DO RE MIb FA SOL LAb SIb DO = EÓLIO

DO REb MIb FA SOL LAb SIb DO = FRÍGIO

DO REb MIb FA SOLb LAb SIb DO = LÓCRIO

Com este exercício podemos também descobrir os modos gerados pelas escalas Menor Harmônica, Menor Melódica e Maior Harmônica. Em uma próxima oportunidade abordaremos estas escalas e os modos gerados por elas.

MATERIAL ELABORADO POR ALEXANDRE BASTOS

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HARMÔNIA E IMPROVISAÇÃO COM OS MODOSAPLICAÇÃO DE PENTATÔNICAS, TRÍADES, ARPEJOS E HARMONIZAÇÃO EM BLOCO

HARMONIZAÇÃO EM BLOCO

A harmonização em bloco com os modos é uma ferramenta que bem aplicada, garante uma sonoridade bastante agradável sobre cada modo, gerando vozes interessantes para o acorde. Para isso devemos obedecer aos seguintes critérios:

● NOTA CARACTERÍSTICA DE CADA MODO● O EMPREGO DOS INTERVALOS É LIVRE● O BAIXO PEDAL É CONSTANTE● A SEQUÊNCIA É A ORDEM NATURAL DA ESCALA

Nas páginas seguintes serão encontrados os modos harmonizados em bloco, contendo todos os acordes possíveis.

MATERIAL ELABORADO POR ALEXANDRE BASTOS