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Modulação para tonalidades vizinhas Modulação é o processo de mudança de centro tonal (uma nova tônica). É um dos meios mais eficientes de introduzir contraste em música. Para ocorrer uma modulação não é preciso necessariamente que ocorra uma mudança de acidentes na clave, pois: 1) A duração da nova tonalidade pode ser muito breve para justificar um mudança de tonalidade; 2) Uma modulação de uma tonalidade maior para sua relativa menor, ou vice-versa, não envolve uma mudança dos acidentes embora envolva uma mudança de centro tonal. De qualquer forma, uma mudança de tonalidade é geralmente indicada pela aparição consistente de um ou mais sustenidos, bemóis ou bequadros. Na figura 16.1 o Dó # não assinala uma modulação, enquanto que os Fá #s do compasso 5 em diante assinalam uma modulação. A seguir veremos dois tipos de modulação comuns no período barroco em diante: modulação por acorde pivô (ou modulação diatônica) e modulação cromática. 1. Modulação diatônica Uma modulação por acorde pivô envolve um acorde que possui uma função harmônica clara tanto para a tonalidade de saída quanto para a tonalidade de chegada. Este acorde age como uma harmonia pivô, criando uma transição natural e branda para a nova tonalidade. Quando o acorde pivô é diatônico em ambas as tonalidades , é chamado de acorde comum. Para localizar o acorde pivô, basta identificar o primeiro acorde não-diatônico da tonalidade vigente (tonalidade de saída) . O acorde que diretamente o precede é geralmente o acorde pivô. Observe nas figuras 16.2 como os acordes pivôs são localizados e identificados.

HARMONIA - Modulação para Tonalidades visinhas (1)

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Page 1: HARMONIA - Modulação para Tonalidades visinhas (1)

Modulação para tonalidades vizinhas

Modulação é o processo de mudança de centro tonal (uma nova tônica). É um dos meios mais eficientes de introduzir contraste em música. Para ocorrer uma modulação não é preciso necessariamente que ocorra uma mudança de acidentes na clave, pois: 1) A duração da nova tonalidade pode ser muito breve para justificar um mudança de tonalidade; 2) Uma modulação de uma tonalidade maior para sua relativa menor, ou vice-versa, não envolve uma mudança dos acidentes embora envolva uma mudança de centro tonal. De qualquer forma, uma mudança de tonalidade é geralmente indicada pela aparição consistente de um ou mais sustenidos, bemóis ou bequadros. Na figura 16.1 o Dó # não assinala uma modulação, enquanto que os Fá #s do compasso 5 em diante assinalam uma modulação.

A seguir veremos dois tipos de modulação comuns no período barroco em diante: modulação por acorde pivô (ou modulação diatônica) e modulação cromática.

1. Modulação diatônica

Uma modulação por acorde pivô envolve um acorde que possui uma função harmônica clara tanto para a tonalidade de saída quanto para a tonalidade de chegada. Este acorde age como uma harmonia pivô, criando uma transição natural e branda para a nova tonalidade. Quando o acorde pivô é diatônico em ambas as tonalidades , é chamado de acorde comum. Para localizar o acorde pivô, basta identificar o primeiro acorde não-diatônico da tonalidade vigente (tonalidade de saída) . O acorde que diretamente o precede é geralmente o acorde pivô.

Observe nas figuras 16.2 como os acordes pivôs são localizados e identificados.

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Ás vezes, o método descrito acima para localizar o acorde pivô não se adequa à análise musical convencional. Na figura 16.3, o compositor pode muito bem ter considerado o fato da mudança de tonalidade coincidir com o começo da segundo seção. Nesta perspectiva, os acordes dos compassos 17, 18 e 19 são todos acordes comuns (ou somente alguns) em que podem ser vistos como um ponto pivô de modulação.

Tonalidades Vizinhas

Modulações por acordes pivôs são mais comuns entre tonalidades vizinhas (vizinhas por quintas). Ou seja, para uma tonalidade dada, seus tons vizinhos são a dominante, a subdominante e as relativas do próprio tom, do tom da dominante e da subdominante.